festival das juventudes em fortaleza

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Festival das Juventudes em Fortaleza 1. Avaliação do 1º Festival. a) O Festival em si. De 03 a 06 de junho de 2010 ocorreu o 1º Festival das Juventudes em Fortaleza, com a temática “América Latina e as lutas juvenis” reuniu aproximadamente 4,5 mil jovens inscritos de diversos estados no Festival. O festival, iniciativa da juventude da DS, se propõe a ser uma espécie de Fórum social da juventude, com diversas atividades “auto-gestionadas” , com temáticas diversas e que qualquer organização, grupo poderia realizar, e uma programação geral sobre América Latina, Juventude, etc. O Festival conseguiu aglutinar diversos setores da esquerda (PPL, PC do B, diversas correntes do PT), entidades de juventude, movimentos de hip-hop, pastorais sociais, ong´s e movimentos sociais. Além disso, o festival lançou uma plataforma da juventude, que tinha como objetivo ser uma plataforma de reivindicações da juventude diante do cenário político posto na época, as eleições presidenciais. b) Nossa participação Nossa participação enquanto CP, apesar de estarmos em um grupo pequeno foi bastante interessante, participamos (juventude da CP Fortaleza) juntamente com uma comissão de aproximadamente 50 jovens da Via Campesina, e alguns companheiros de outros estados (Március e Neto). Tínhamos como objetivo dialogar com setores do campo do projeto popular (PJ´s, Via Campesina), aproximando esse “campo”, traçar ações comuns durante o restante do ano. Nesse sentido, realizamos a “Plenária da Juventude do Campo e da Cidade”, durante o Festival, uma boa atividade com aproximadamente 100 jovens, que debateu a temática da juventude hoje, a campanha do extermínio da juventude, e apresentou um calendário de atividades dos movimentos para que pudéssemos na medida do possível nos somar nas diversas atividades e ir aos poucos consolidando um campo político. Por fim, também estivemos presentes em dois momentos da programação geral, o João Paulo no debate sobre América Latina e o Neto na plataforma da juventude. c) Avaliação O festival tem limites e potencialidades muito claros, muitos dos quais podemos associar ao próprio FSM. É um espaço amplo que consegue aglutinar parcela importante da juventude, seja pelas atividades culturais (diversos shows), seja pela programação que é muito boa, mas que não necessariamente (apesar dos esforços dos(as) compas do PT) canaliza esse potencial para um processo de acúmulo de forças real. Apesar disso, a nossa avaliação é positiva, atingimos nosso objetivo principal de dialogar e nos aproximarmos mais de setores afinados com o debate do projeto popular, que por diversos motivos ainda tem referência política no PT, mas que já demonstram um certo cansaço com a tática do partido dos trabalhadores.

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Festival das juventudes em Fortaleza, realizado nos anos de 2011 e 2012, na colônia de férias da COFECO.

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Page 1: Festival Das Juventudes Em Fortaleza

Festival das Juventudes em Fortaleza

1. Avaliação do 1º Festival.a) O Festival em si.

De 03 a 06 de junho de 2010 ocorreu o 1º Festival das Juventudes em Fortaleza, com a temática “América Latina e as lutas juvenis” reuniu aproximadamente 4,5 mil jovens inscritos de diversos estados no Festival. O festival, iniciativa da juventude da DS, se propõe a ser uma espécie de Fórum social da juventude, com diversas atividades “auto-gestionadas” , com temáticas diversas e que qualquer organização, grupo poderia realizar, e uma programação geral sobre América Latina, Juventude, etc.

O Festival conseguiu aglutinar diversos setores da esquerda (PPL, PC do B, diversas correntes do PT), entidades de juventude, movimentos de hip-hop, pastorais sociais, ong´s e movimentos sociais. Além disso, o festival lançou uma plataforma da juventude, que tinha como objetivo ser uma plataforma de reivindicações da juventude diante do cenário político posto na época, as eleições presidenciais.

b) Nossa participaçãoNossa participação enquanto CP, apesar de estarmos em um grupo pequeno foi bastante

interessante, participamos (juventude da CP Fortaleza) juntamente com uma comissão de aproximadamente 50 jovens da Via Campesina, e alguns companheiros de outros estados (Március e Neto).

Tínhamos como objetivo dialogar com setores do campo do projeto popular (PJ´s, Via Campesina), aproximando esse “campo”, traçar ações comuns durante o restante do ano. Nesse sentido, realizamos a “Plenária da Juventude do Campo e da Cidade”, durante o Festival, uma boa atividade com aproximadamente 100 jovens, que debateu a temática da juventude hoje, a campanha do extermínio da juventude, e apresentou um calendário de atividades dos movimentos para que pudéssemos na medida do possível nos somar nas diversas atividades e ir aos poucos consolidando um campo político.

Por fim, também estivemos presentes em dois momentos da programação geral, o João Paulo no debate sobre América Latina e o Neto na plataforma da juventude.

c) AvaliaçãoO festival tem limites e potencialidades muito claros, muitos dos quais podemos associar ao próprio

FSM. É um espaço amplo que consegue aglutinar parcela importante da juventude, seja pelas atividades culturais (diversos shows), seja pela programação que é muito boa, mas que não necessariamente (apesar dos esforços dos(as) compas do PT) canaliza esse potencial para um processo de acúmulo de forças real.

Apesar disso, a nossa avaliação é positiva, atingimos nosso objetivo principal de dialogar e nos aproximarmos mais de setores afinados com o debate do projeto popular, que por diversos motivos ainda tem referência política no PT, mas que já demonstram um certo cansaço com a tática do partido dos trabalhadores.

Tivemos bastante problemas com questões de infra-estrutura, alojamento pequeno, a alimentação do festival era bem ruim, além disso, a vinda de alguns compas de outros estados não foi garantida.

Em síntese, o festival é um espaço amplo e democrático que consegue aglutinar diversos setores da juventude, inclusive os que nos interessam. É possível exercer influência sobre esses setores, construindo atividades diversas: plenárias, atividades de agitprop, participando das atividades desses movimentos, etc.

Por fim, e não menos importante, participarmos do Festival foi muito bom pra combatermos um certo sectarismo na nossa militância.

2. 2º Festival (análise e perspectivas).Pós-festival

Quando pensamos nossa participação no Festival, pensamos como mais um passo na caminhada para consolidar um campo político no trabalho com a juventude. Chegamos a realizar algumas reuniões com os dirigentes das PJ´s e da juventude da Via, pensando como trabalhar diversas questões, encontro de jovens do MST, campanha contra o extermínio da juventude, etc.

No entanto, devido ao próprio “esfriamento” da campanha contra o extermínio, o ano eleitoral, não conseguimos construir uma relação mais orgânica. Hoje temos uma boa relação de confiança com esses setores, e estamos procurando nos reaproximar de forma mais intencionalizada.

Page 2: Festival Das Juventudes Em Fortaleza

Um fator que não esperávamos é que no pós-festival, devido principalmente às eleições presidenciais, houve uma aproximação com a DS. Na época trocamos algumas idéias com os dirigentes da juventude deles, e participamos em conjunto das atividades que a juventude que apoiava a Dilma estava realizando.

O 2º FestivalNesse ano, os (as) compas da DS nos notificaram da iniciativa da prefeitura de realizar em 2011 uma

nova edição do festival, a ser realizada no mês de outubro, nos mesmos moldes do ano passado, com aproximadamente 4 mil inscritos, falaram que gostariam muito da nossa participação enquanto construtores do evento, e que tinham intencionalidade enquanto DS de se aproximar da nossa juventude.

Esse contato estava sendo feito também com a juventude do MST através do Neto, e que a perspectivas é que nesse realizar um festival bem melhor estruturado, visto que os recursos financeiros para o festival desse ano serão maiores.

Recentemente, realizamos uma reunião com a Secretaria de Juventude da Prefeitura, na qual elogiamos a iniciativa política de fazer um espaço qualitativo para juventude, elogiamos a qualidade das mesas, das atividades culturais, etc. No entanto, condicionamos nossa participação a garantia de boa infra-estrutura, meios (passagens) para viabilizar a vinda da nossa militância de outros estados para o Festival e “contribuir” com os debates na programação geral.

Além disso, cogitamos também venda de livros da expressão popular (cada inscrito ganharia um livro) e uma edição especial do Brasil de Fato sobre juventude, que teria uma página destacada pro festival.

Ficou acertado na reunião

1. Infra estrutura: 2 Casas grandes para alojamento e 1 tenda para realizarmos nossas atividades.2. Passagens: 7 passagens aéreas (Sul e Sudeste) a idéia é 1 passagem para cada estado, e garantia de

vagas no ônibus Norte Nordeste.3. Participação em algumas mesas gerais do Festival.4. Expressão: Prefeitura já entrou em contato com o Belé.5. Brasil de Fato: Prefeitura tá negociando com o jornal a possibilidade da edição.

Análise e possibilidades de intervenção

A DS historicamente tinha um campo de influencia muito grande na juventude de Fortaleza, chegou a dirigir os 4 DCE´s mais importantes de Fortaleza (UFC, UECE, CEFET, Unifor), influência no movimento hip-hop, Pastorais, etc. Quando a Luizianne ganha a prefeitura de Fortaleza, grande maioria dos quadros da juventude assumem cargos de confiança na prefeitura, combinando isso a crise do PT em 2004 e o surgimento do PSol, parte importante da DS de Fortaleza rompe e forma o Enlace, a DS hoje comparada com oito anos atrás pouco influencia na juventude da cidade e muitas vezes cumpre um papel ingrato de ser força auxiliar do PDT ou da UJS.

Ou seja, a iniciativa do Festival, é uma tentativa da DS de recompor um campo político de juventude, tentando reconstruir a referência em setores importantes dos movimentos de juventude da cidade, que se encontram institucionalizados e sem renovação.

A DS, por motivos os quais ainda temos que aprofundar, tem contribuído em diversas atividades que construímos, no ENEH, no EIV, agora no EREA, eles tem deixado claro que tem intencionalidade de ter boa relação conosco, tanto que estão procurando viabilizar nossa demanda de passagens e infra-estrutura pro Festival.

A iniciativa do festival, taticamente, pode ser muito boa pra gente, pode viabilizar a reunião da nossa juventude que prevíamos para o final do ano, além de ser um bom espaço pra difundir uma linha política e consolidar um campo político de juventude. É capaz de influenciarmos inclusive as outras forças nesse processo.