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FERTILIDADE E MANEJO DE SOLOS Prof. Iane Barroncas Gomes Engenheira Florestal

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FERTILIDADE E MANEJO DE SOLOSProf. Iane Barroncas Gomes

Engenheira Florestal

CONTEÚDO

▪ Conceito e origem da matéria orgânica

▪ Composição e frações da matéria orgânica

▪ Funções da matéria orgânica no solo

▪ Reações da matéria orgânica

CONCEITO

▪ A matéria orgânica do solo consiste em resíduos de plantas e animais em fases de decomposição

▪ A maioria dos benefícios da presença de M.O. ocorre em função dos produtos liberados à medida que os resíduos orgânicos são decompostos no solo

BENEFÍCIOS DA PRESENÇA DE M.O. NO SOLO:

▪ Melhora as condições físicas

▪ Promove o aumento da infiltração de água

▪ Minimizam perdas por erosão

▪ Fornecem nutrientes para as plantas

▪ Aumentam a CTC

O NITROGÊNIO DA MATÉRIA ORGÂNICA

▪ A matéria orgânica contém cerca de 5% de N

▪ Este N não está imediatamente disponível pois se apresenta na forma de compostos orgânicos que são decompostos e liberados gradativamente

▪ Para algumas culturas, o N da M.O. não é suficiente para assegurar uma boa produção e precisa sem complementado

O NITROGÊNIO DA MATÉRIA ORGÂNICA

▪ Embora rica em N, este pode ficar temporariamente imobilizado durante o processo de decomposição

▪ Os microrganismos que decompõem a M.O. também necessitam de N para seu próprio metabolismo

RELAÇÃO CARBONO/NITROGÊNIO (C/N)

Se a M.O. que está sendo decomposta possuir uma alta

relação C/N, o que significa pouco N, estes organismos

usarão o N disponível, proveniente do solo e

dos fertilizantes

Significa que existe mais N do que C no substrato, o que aumenta as chances de disponibilização do N para as plantas

Alta r

ela

ção C

/N

Baix

a re

laçã

o C

/N

RELAÇÃO C/N

▪ É a relação da proporção de carbono contida em cada material em relação ao nitrogênio

▪ Estas proporções podem aumentar ou diminuir a velocidade da decomposição e a disponibilidade de N

QUAL A RELAÇÃO IDEAL PARA COMPOSTAGEM?

▪ Estudos apontam que, de uma forma geral, a melhor proporção é de 30/1 por ser a proporção em que os microrganismos absorvem estes nutrientes

▪ Isso significa que devem ser adicionados às composteiras materiais misturados que forneçam 30 partes de carbono para 1 parte de nitrogênio

▪ Durante o processo, 20 partes do carbono serão liberadas como CO2 e utilizados no metabolismo dos microrganismos

▪ As outras 10 partes, junto com o N, são absorvidas para sua biomassa

▪ Durante a compostagem, o resíduo entra com relação inicial de 30/1 e quando atinge a maturidade, transforma-se em produto com relação 10/1

SINAIS DE RELAÇÃO C/N BAIXA

▪ Relação C/N baixa significa carência de carbono e excesso de nitrogênio

Odores desagradáveis

Massa da compostagem compactada

SINAIS DE RELAÇÃO C/N ALTA

▪ Relação C/N baixa significa pouco nitrogênio e excesso de carbono

Demora na decomposição

Baixa temperatura

FONTES DE CARBONO E NITROGÊNIO

CARBONO

Palha

Capim

Serragem

Cascas de árvores

Feno

Papel

Resíduos de poda

NITROGÊNIO

Restos de comida

Restos de vegetais crus

Borra de café

Folhas e sacos de chá

Solo ou composto orgânico como húmus

▪ Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a matéria orgânica não é indispensável para as culturas

▪ As plantas podem ser cultivadas usando-se apenas água e produtos químicos

MANUTENÇÃO DA M.0. DO SOLO

TÉCNICAS DE MANEJO PARA PRESERVAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA:

▪ Adubação mineral

▪ Conservação do solo e da água

▪ Adubação verde

▪ Rotação de culturas

▪ Adubação orgânica

Estudos com adubação orgânica em culturas

agronômicas

EXEMPLOS DE UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ORGÂNICOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS

USO DE SUBSTRATOS ORGÂNICOS NO CRESCIMENTO INICIAL DE PAU-DE-BALSA

▪ Ochroma pyramidale (Cav. ex Lam.) Urb.

▪ Malvaceae

Composição Proporções Repetições

T0 Terra preta (controle) 15

T1 Terra preta + esterco bovino curtido 3:1 15

T2 Terra preta + serragem curtida 3:1 15

T3 Terra preta + esterco bovino curtido + serragem curtida 3:1:1 15

Total 60

Iane Barroncas Gomes

Carlos André da Silva Reis

INÍCIO DO EXPERIMENTO

Média de altura = 6,6 cm

FINAL DO EXPERIMENTO

Diferenças significativas em altura e

área foliar

T0 T1T3T2

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

T0 T1 T2 T3

Incre

men

to e

m a

ltu

ra (

cm

)

Tratamentos

A

B

D

C

Incremento em altura de mudas de Ochroma pyramidale submetidas a diferentes tipos de

adubação orgânica (T0 – terra preta, T1 – terra preta + esterco bovino, T2 – terra preta +

serragem, T3 – terra preta + esterco + serragem). Letras diferentes indicam valores

significativos entre os tratamentos (Teste de Tukey P<0,05).

ESTERCO BOVINO

SERRAGEM

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

Início 30 dias 60 dias 90 dias

Alt

ura

méd

ia d

as p

lan

tas (

cm

)

T0 T1 T2 T3

MÉDIA DE CRESCIMENTO MENSAL EM ALTURA

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

T0 T1 T2 T3

mero

de F

olh

as

Tratamentos

A

AB AB

B

Número de folhas ao final do experimento de mudas de Ochroma pyramidale submetidas a

diferentes tipos de adubação orgânica (T0 – terra preta, T1 – terra preta + esterco bovino,

T2 – terra preta + serragem, T3 – terra preta + esterco + serragem). Letras diferentes

indicam valores significativos entre os tratamentos (Teste de Tukey P<0,05).

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

T0 T1 T2 T3

Áre

a F

oliar

(cm

²)

Tratamentos

A

B

C

B

Área foliar de mudas de Ochroma pyramidale submetidas a diferentes tipos de adubação

orgânica (T0 – terra preta, T1 – terra preta + esterco bovino, T2 – terra preta + serragem,

T3 – terra preta + esterco + serragem). Letras diferentes indicam valores significativos entre

os tratamentos (Teste de Tukey P<0,05).

ESTERCO BOVINO

SERRAGEM

Aspecto das folhas das mudas

submetidas à adubação com esterco

bovino > AF