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FERNANDA DE FREITAS CASTRO Processo de Comunicação nas Organizações Virtuais: um estudo de caso na Escola Superior Aberta do Brasil - Esab MONOGRAFIA Universidade Federal de Viçosa Viçosa – MG Brasil 2006

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FERNANDA DE FREITAS CASTRO

Processo de Comunicação nas Organizações

Virtuais: um estudo de caso na Escola Superior

Aberta do Brasil - Esab

MONOGRAFIA

Universidade Federal de Viçosa

Viçosa – MG Brasil 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE LETRAS E SECRETARIADO SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGÜE

Processo de Comunicação nas Organizações Virtuais: um

estudo de caso na Escola Aberta Superior do Brasil

Monografia apresentada ao Departamento de Letras e Secretariado da Universidade Federal de Viçosa, como exigência da disciplina LET 499 - Monografia e como requisito para a conclusão do curso de Secretariado Executivo Trilíngüe, tendo como orientador, o professor José Benedito Pinho e como conselheiro, o professor Afonso Augusto Teixeira de Freitas Carvalho Lima.

Fernanda de Freitas Castro

Viçosa – MG

Brasil 2006

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A monografia intitulada

Processo de Comunicação nas Organizações Virtuais: Um estudo de caso na Escola Superior Aberta do Brasil - ESAB

elaborada por

Fernanda de Freitas Castro

como exigência da disciplina LET 499 – Monografia e requisito para conclusão do curso de Secretariado Executivo Trilíngüe, foi aprovada por

todos os membros da Banca Examinadora.

Viçosa, 06 de abril de 2006.

_____________________________________________

Prof. José Benedito Pinho (DER/UFV) Orientador

_______________________________________________

Prof. Afonso Augusto Teixeira de Freitas de Carvalho Lima (DAD/UFV) Conselheiro

_______________________________________________

Prof.ª Débora Carneiro Zuin (DLA/UFV)

_____________________________________________ Prof.ª Maria Carmem Aires Gomes (DLA/UFV)

Nota______

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Agradecimentos

Ao meu orientador, o Prof. José Benedito Pinho, que me orientou com

dedicação e compartilhou seus conhecimentos;

Ao meu conselheiro, o Prof. Afonso Teixeira de Freitas de Carvalho Lima que

foi bastante receptivo e colaborou muito na organização da pesquisa;

À Esab, pela confiança e disponibilidade a mim concedida;

À todos os funcionários da Esab, em especial o Prof. Jaime e o Dr. Nildo que

autorizaram a realização da pesquisa;

À Profa. Rozimari Sabino, que me indicou a Esab e me apoiou;

À minha família e todos aqueles que diretamente ou indiretamente me apoiaram

e me ajudaram;

À Deus que me iluminou e me deu forças para realizar o trabalho.

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Lista de Figuras Fig. 1 - Organograma identificado na Esab.......................................................................... 11 Fig. 2 - Alunos matriculados na Esab – 2000 a 2005........................................................... 16 Fig. 3 - Alunos por região do Brasil ..................................................................................... 17 Fig. 4 - Grau de Virtualidade de uma organização............................................................... 22 Fig. 5 - Representação da organização virtual...................................................................... 23 Fig. 6 - Modelo de Transmissão ou de processo .................................................................. 27 Fig. 7 - Comunicação como interação ou circular................................................................ 28 Fig. 8 - Comunicação como transação.................................................................................. 28 Fig. 9 - Pirâmide Cristalina .................................................................................................. 29 Fig. 10 - Sistema de informação........................................................................................... 42 Fig. 11 - Esquematição internet, extranet e intranet ............................................................. 46 Fig. 12 - Setores que as secretárias se reportam................................................................... 81 Fig. 13 - Rede de comunicação ............................................................................................ 92 Fig. 14 - Processo de comunicação empresa-cliente ........................................................... 93

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Lista de Quadros Quadro 1 - Áreas dos cursos oferecidos pela ESAB ............................................................ 15 Quadro 2 - Plano Integrado de Comunicação....................................................................... 31 Quadro 3 - Fluxos de Comunicação Vertical ....................................................................... 32 Quadro 4 - Canais de Comunicação Ascendente.................................................................. 32 Quadro 5 - Canais de Comunicação Descendente................................................................ 33 Quadro 6 - Barreiras de Comunicação nos fluxos ascendentes e descendentes................... 33 Quadro 7 - Redes de Comunicação ...................................................................................... 35 Quadro 8 - Papéis desempenhados nas redes ....................................................................... 36 Quadro 9 - Funções da Comunicação I ................................................................................ 37 Quadro 10 - Funções da Comunicação II ............................................................................. 37 Quadro 11 - Barreiras nas Comunicações Organizacionais ................................................. 39 Quadro 12 - Serviços de comunicação oferecidos pela internet........................................... 44 Quadro 13 - Contato com os alunos e públicos externos ..................................................... 55 Quadro 14 - Canais de comunicação das secretárias com alunos e objetivo da mensagem.56 Quadro 15 - Comunicação da Esab com os alunos .............................................................. 57 Quadro 16 - Comunicação das secretárias com os alunos.................................................... 58 Quadro 17 - Como a ESAB trabalha a sua imagem perante seu público alvo ..................... 59 Quadro 18 - Política de relacionamento da empresa com os clientes .................................. 60 Quadro 19 - Recebimento e avaliação das considerações (dúvidas, sugestões, reclamações)

dos alunos e público externos....................................................................................... 61 Quadro 20 - Principais dificuldades enfrentadas no processo de comunicação entre

cliente/empresa e público externo/empresa.................................................................. 63 Quadro 21 - Processo de comunicação entre níveis hierárquicos diferentes. Finalidade e

canal utilizado............................................................................................................... 65 Quadro 22 - Relacionamento e comunicação com os professores ....................................... 66 Quadro 23 - Dificuldades no processo de comunicação funcionário/funcionário................ 66 Quadro 24 - Canais utilizados na comunicação informal..................................................... 67 Quadro 25 - Canal utilizado na comunicação horizontal e suas principais barreiras ........... 68 Quadro 26 - Estabelecimento de restrições para a comunicação fora de seu nível

hierárquico.................................................................................................................... 70 Quadro 27 - Processo de Comunicação Ascendente ............................................................ 71 Quadro 28 - Processo de Comunicação Descendente .......................................................... 73 Quadro 29 - Barreiras na comunicação ascendente e descendente ...................................... 74 Quadro 30 - Dificuldades no processo de comunicação funcionário/empresa..................... 75 Quadro 31 - Tecnologias da Informação utilizadas.............................................................. 76 Quadro 32 - Função e formação das Secretárias .................................................................. 78 Quadro 33 - Visão da secretária como assessoras ................................................................ 80 Quadro 34 - Setores que as secretárias comunicam ............................................................. 82 Quadro 35 - Equipes de trabalho e papel desempenhado em cada equipe ........................... 83 Quadro 36 - Gerenciamento de fluxo de informação pelas Secretárias ............................... 84 Quadro 37 - Tipo de informações que cada secretária recebe.............................................. 85 Quadro 38 - Reuniões que as secretárias participam............................................................ 86 Quadro 39 - Setor responsável para a comunicação com os clientes ................................... 87 Quadro 40 - Vantagens e Desvantagens da Comunicação Virtual....................................... 95

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Lista de Tabelas Tabela 1 - Porcentagem da mensagens enviadas com função específica ............................. 88

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SUMÁRIO

1 Introdução....................................................................................................................... 1

1.1 Problema................................................................................................................. 2 1.2 Justificativa............................................................................................................. 2 1.3 Objetivos................................................................................................................. 3

2 Metodologia.................................................................................................................... 5 3 Apresentação do Objeto do Estudo ................................................................................ 9

3.1 Organograma, Missão e Objetivos ....................................................................... 11 3.2 Área de atuação e cursos oferecidos..................................................................... 14 3.3 Projeto ESAB de 2005 a 2009.............................................................................. 15 3.4 Clientes/Alunos .................................................................................................... 16

4 Referencial Teórico ...................................................................................................... 18 4.1 Organização Virtual.............................................................................................. 18 4.2 Comunicação ........................................................................................................ 25

4.2.1 Fluxos de Comunicação ............................................................................... 31 4.2.2 Redes de Comunicação................................................................................. 34 4.2.3 Funções e barreiras da Comunicação Empresarial ....................................... 37

4.3 Tecnologia da Informação.................................................................................... 40 4.4 Funções e papéis do profissional de Secretariado Executivo ............................... 47 4.5 Educação à Distância ou e-learning...................................................................... 50

5 Descrição e interpretação dos dados............................................................................. 54 5.1 Classificação da empresa...................................................................................... 54 5.2 Processo de comunicação empresa/cliente ........................................................... 55 5.3 Processo de comunicação funcionários/funcionários ........................................... 65 5.4 Processo de comunicação funcionário/empresa. .................................................. 70 5.5 Identificação do tipo de Tecnologia utilizada e sua aplicabilidade. ..................... 76 5.6 Identificação do papel do profissional de Secretariado Executivo no processo de comunicação na ESAB ..................................................................................................... 78 5.7 Processo de comunicação das secretárias na organização virtual ........................ 88

6 Conclusões e considerações ......................................................................................... 89 6.1 Considerações finais ............................................................................................. 97

7 Referências Bibliográficas............................................................................................ 98

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1 Introdução

Diante das profundas transformações sociais e tecnológicas que estão ocorrendo

desde o início da globalização, percebe-se que o ambiente empresarial está se modificando

para se adaptar às exigências deste mundo unificado.

A criação da Internet e o surgimento do comércio eletrônico abriram espaço

para um novo modelo de organização – as organizações virtuais (e-orgs) - que estão cada

vez mais presentes no mercado e promovendo modificações nas relações de trabalho, nas

comunicações e nas formas de fazer negócios.

Como estas organizações não necessitam de espaço físico, pois operam no

ambiente que não é real, sua área de atuação é ilimitada. Desta forma, seus funcionários,

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clientes e fornecedores podem ser de diversos lugares do mundo. Isto faz com que a

comunicação organizacional se dá principalmente por meio do uso de Tecnologias da

Informação (TI), já que os membros da empresa não estão no mesmo local.

1.1 Problema

Sabe-se que a comunicação empresarial em si é bastante complexa e há vários

fatores que prejudicam a sua eficiência. Desta forma, questiona-se como a Tecnologia da

Informação facilita na comunicação nas organizações virtuais, se a comunicação é

realmente eficiente e em que aspectos ela se diferencia da comunicação organizacional

praticada nas empresas tradicionais.

Neste contexto, questiona-se também o papel dos profissionais de Secretariado

Executivo no processo de comunicação destas organizações, visto que, nas organizações

virtuais, as relações de trabalho, as funções e papéis dos profissionais são modificados.

Portanto, este trabalho faz um estudo descritivo do processo de comunicação

nas organizações virtuais, bem como identifica o papel do profissional de Secretariado

Executivo neste processo, a partir de um estudo de caso na Escola Superior Aberta do

Brasil.

1.2 Justificativa

O mundo está em plena Revolução da Informação, sendo a internet e o

comércio eletrônico os principais agentes desta Revolução. O número de organizações

virtuais no mercado está cada vez maior, sendo uma tendência para os próximos anos. Isto

leva a crer que o mercado de trabalho do futuro tende a ser nestas organizações.

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Neste tipo de organização, a comunicação oral e o contato visual são quase

inexistentes. O indivíduo se comunica com toda sua rede de relações por meio de uma

máquina, podendo causar impactos nas relações de trabalho e na própria vida particular das

pessoas.

Como afirma Sabino (2004), a profissão de Secretariado é uma das profissões

mais antigas que sempre se modifica para adaptar às novas exigências. E agora, diante deste

novo ambiente organizacional, torna-se necessário um estudo para verificar o papel deste

profissional no processo de comunicação neste tipo de organização, a fim de mostrar a

importância dos cursos de graduação em Secretariado Executivo prepararem seus alunos

para trabalhar neste novo ambiente e exercer um novo papel neste processo.

1.3 Objetivos

Geral

Descrever o processo de comunicação em uma organização virtual,

traçar suas vantagens e desvantagens bem como identificar o papel

do profissional de Secretariado neste processo.

Específicos

• Descrever o processo de comunicação empresa/clientes;

• Descrever o processo de comunicação entre os funcionários e

funcionário/empresa;

• Identificar o tipo de Tecnologia de Informação utilizada e analisar como

ela auxilia no processo de comunicação;

• Identificar o papel do profissional de Secretariado Executivo no

processo de comunicação neste tipo de organização.

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• Traçar as vantagens e desvantagens do processo de comunicação na

organização virtual a partir da obtenção de dados e informações durante

a observação deste processo.

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2 Metodologia

Este estudo é uma pesquisa empírica, de natureza descritiva, que utiliza a

técnica de estudo de caso, uma vez que a pesquisa tem por finalidade descrever um

processo e identificar o papel de um grupo específico de colaboradores.

De acordo com ROESCH (1999), a revisão da literatura, na prática, implica

seleção, leitura e análise de textos relevantes ao tema do projeto, seguida de um relato por

escrito. Para COOPER citado em ROESCH (1999: p. 243) “na revisão teórica apresentam-

se teorias relacionadas com a explicação de um fenômeno em particular e comparam-se em

termos de sua amplitude, consistência interna e natureza de suas predições.” Nesta

pesquisa, foi feita uma revisão da literatura das principais teorias que envolvem este estudo

tais como Organização Virtual, Comunicação, Tecnologia da Informação, funções e papéis

do profissional de Secretariado e Ensino à Distância.

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A empresa escolhida foi uma instituição de ensino à distância, a Escola

Superior Aberta do Brasil – ESAB. Esta escolha foi devido à característica especial da

Escola Superior Aberta do Brasil se intitular a maior universidade aberta do Brasil e estar

atuando há 10 anos no mercado, contribuindo ativamente para a formação de uma nova

tradição de ensino. Apesar de ser um ramo considerado bem-sucedido na maioria dos

países, no Brasil, ainda enfrenta certa resistência.

A obtenção de dados foi na forma de triangulação, que consiste, segundo YIN

(citado em ROESCH, 1999), na utilização de entrevista, observação e análise de

documentos, permitindo assim uma descrição detalhada do processo.

Com base no referencial teórico foram elaborados questionários com perguntas

abertas para serem aplicados aos seguintes colaboradores da empresa: o presidente, cinco

secretárias e dois funcionários do departamento de Tecnologia de Informação. Os

questionários foram aplicados nos dias 11 e 12 de julho de 2005 sob a forma de entrevista.

Nestes mesmos dias foram coletados materiais e documentos da empresa como cartas,

relatórios e partes de manuais organizacionais, além de ter sido observado o serviço e a

comunicação de todos os funcionários da empresa. As entrevistas com as secretárias

duraram em média de 45 min. Com o presidente durou aproximadamente 6 horas e com os

técnicos em tecnologia da informação duraram cerca de 20 min cada entrevista. Foi feita

uma entrevista não-estruturada de 1h com o Diretor Acadêmico que apresentou o sistema

utilizado pela empresa e explicou questões referentes à a Educação a Distância.

Por se tratar de uma descrição de um processo com base em uma teoria, a

análise dos dados foi do tipo descritiva e o método utilizado foi interpretativo. Segundo

Ahrens e Dent (citado em Roesch, 1999), esta análise consiste em descrições e

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considerações dos participantes no local de pesquisa, em conjunto com as observações do

pesquisador sobre atividades e interações, considerando o contexto.

Os dados foram processados de acordo com três fluxos de atividades definidas

por MILES & HUBERMAN (citado em ROESCH 1999: p. 260): redução de dados –

“acentua, separa, focaliza, descarta e organiza dados de modo tal que permita extrair e

verificar conclusões”; apresentação dos dados – organização e compressão dos dados em

formas objetivas como matrizes, gráficos ou tabelas, além de decidir em que forma os

dados serão apresentados; extração de conclusões e verificação – “busca de padrões e

temas nos dados; busca de explicações plausíveis; agrupamento de informações em classes;

associação de fatos a metáforas; elaboração de contrastes ou comparações e construções de

uma cadeia lógica de evidências.”

Desta forma, a redução dos dados consistiu no agrupamento em tabelas, das

perguntas/respostas dos diversos entrevistados, relacionando-as a cada objetivo da

pesquisa, na seleção e no agrupamento dos documentos coletados de acordo com os

objetivos propostos e na elaboração de um resumo das observações.

A partir da revisão bibliográfica a empresa foi classificada. Em seguida, os

dados foram apresentados sob forma de quadros e tabelas, sendo descritos e interpretados

na forma discursiva e analisados pelos seguintes tópicos: 1.1) Processo de comunicação

empresa/cliente; 1.2) Processo de comunicação funcionário/funcionário; 1.3) Processo de

comunicação funcionário/empresa; 2) Apresentação das tecnologias de Informação

utilizadas em cada fluxo de comunicação; 3) Apresentação dos papéis desempenhados

pelas secretárias no processo de comunicação, bem como suas respectivas funções.

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A extração de conclusões e verificações consistiu na apresentação dos

resultados, a partir da qual foi identificado o papel do profissional de secretariado no

processo de comunicação, apresentada sugestões para os cursos de Secretariado prepararem

estes profissionais para desempenhar tais papéis, bem como elaborado um quadro de

vantagens e desvantagens do processo de comunicação na organização virtual seguida de

explicações com base nas informações coletadas e apresentadas. Todas as conclusões e

verificações foram apontadas com base no referencial teórico.

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3 Apresentação do Objeto do Estudo

A ESAB - Escola Superior Aberta do Brasil, mantenedora das Escolas

Superiores Abertas – Integradas, é uma Pessoa Jurídica de Direito Privado, com atuação na

área educacional, inscrita no CNPJ n. ° 04.583.245/0001-40. Sua sede localiza-se no

município de Vitória – ES. A área administrativa localiza-se no município de Vila Velha –

ES, na Faculdade Novo Milênio, na qual a ESAB mantém convênio. A área financeira está

localizada em São Paulo – SP. Ela caracteriza-se como uma sociedade civil com fins

lucrativos, sob a forma de quotas de responsabilidade limitada, legalmente constituída e em

regular funcionamento. Tem por objeto social a atividade diversificada em educação de

nível superior.

É sucessora do IBEO – Instituto Brasileiro de Educação On-line e foi

constituída pela iniciativa de diversos mestres e doutores, que buscaram em tradicionais

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Universidades Estrangeiras, dentre elas a Phoenix (EUA), UNED (Espanha), capacitação

para desenvolverem software próprio, adaptado à realidade geográfica do Brasil.

Para a ESAB, o EAD via e-learning é utilizado em função de dois interesses:

• Busca de informação e conhecimento através da adesão espontânea,

visando o enriquecimento intelectual próprio.

• Vontade e necessidade de crescimento profissional, com a persistência

do conhecimento e da vontade do saber.

Atualmente a empresa dispõe de 16 funcionários fixos, 118 professores e vários

consultores. Os professores atuam via on-line, trabalham em casa e não conhecem a sede da

empresa. Os consultores são contratados de acordo com a necessidade e geralmente são da

área pedagógico-educacional, jurídica e de apoio logístico.

A ESAB é um referencial do EAD via e-learning, pois é detentora de seu

próprio software “Campus On-line”, - um autêntico ILMS (Sistema Gestor de Ensino

Integrado) desenvolvido em seu laboratório de pesquisa, utilizando os padrões

internacionais SCORM e AICC. Este sistema integrado, além de sua solidez comprovada, é

de exclusividade da ESAB, independendo de terceiros para ofertar seus cursos e consolidar

suas parcerias.

O software Campus On-line unifica quatro ambientes simultâneos:

Administração Geral, Campus do Aluno, Administração dos Professores e Administração

das IES conveniadas.

Para chegar a esse nível tecnológico, a instituição pesquisou os principais

softwares internacionais, dentre eles o BLACKBOARD (EUA) e o WebCity (Canadá), que

permitiu maior embasamento tecnológico, qualificando-os para desenvolver o próprio

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software. Foram investidos cerca de U$ 2,1 milhões em cinco anos de pesquisa e

desenvolvimento.

3.1 Organograma, Missão e Objetivos

Na sede administrativa em Vila Velha, foi identificado o seguinte organograma:

Fig. 1 - Organograma identificado na Esab

Diretor Presidente

Secretária Acadêmica

Secretária Financeira

Secretária Designer

Diretor Acadêmico

Secretária Pedagógica

Coordenador Acadêmico

Secretária Geral ou

Apoio

Analista de

Sistemas

Analista de

Sistemas

Professores

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O Diretor Presidente é o dono da empresa e todas as secretárias estão ligadas a

ele. A empresa é dividida em três departamentos: Tecnologia da Informação, Acadêmico e

Secretaria Geral. No departamento de Tecnologia da Informação, trabalham dois analistas

de sistemas. Na secretaria geral trabalham a Secretária financeira, a qual é responsável pelo

departamento, a Secretária Geral ou Apoio e a Secretária Designer. No departamento

acadêmico trabalham o Diretor Acadêmico, o qual é responsável pelo departamento, o

Coordenador Pedagógico, a Secretária Acadêmica e a Secretária Pedagógica. Os

professores estão ligados ao departamento acadêmico, mas não são funcionários fixos e sim

contratados por tempo determinado.

De acordo o manual organizacional da ESAB, a empresa tem a seguinte missão:

“Ser a mantenedora das Escolas Superiores Abertas – Integradas, contribuindo para as mesmas com sua infra-estrutura financeira, tecnológica e acadêmica, disseminando a Educação à Distância no Brasil, atingindo aos mais longínquos locais, ofertando seus cursos com qualidade e com valores acessíveis, utilizando soluções tecnológicas de ponta, otimizando os processos educativos, eliminando barreiras geográficas, raciais, religiosas e sociais. Além disso, constituir o centro de excelência em EAD via e-learning, no campo de ensino superior, compromissado com a pesquisa e extensão, com a produção e a disseminação de conhecimentos, especialmente nas áreas de maior carência do nosso País, participando do esforço nacional para a compreensão dos seus problemas, visando contribuir para o desenvolvimento nacional auto-sustentável.”

Já a missão da EAD é:

“Levar a educação continuada, para qualquer cidadão trabalhador em qualquer parte do país, especialmente para aqueles que não têm tempo de estar presente em uma sala de aula, sem que precisem afastar-se de seus afazeres e de não estarem atrelados a outros participantes de suas atividades acadêmicas, podendo inclusive, terminar seu curso dentro dos padrões mínimos permitidos de acordo com a metodologia aplicada, tendo como base legal, a LDB n° 9394/96 artigo 47 incisos 1 2, e 3.”

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Ela possui 4 objetivos:

1) Levar ao público internauta de todo Brasil, uma alternativa eficaz de acesso a cursos nas

diversas áreas do saber, em níveis de tecnólogos, graduação e de pós-graduação, todos na

modalidade à distância, preparando os seus alunos para a competição que o mundo

globalizado exige;

2) Consolidar o EAD via e-learning no Brasil, oportunizando a todos os participantes,

independentes de onde residem, uma qualificação condizente com as necessidades

brasileiras;

3) Disponibilizar para a sociedade acadêmica, a oportunidade de qualificar seus professores

nas cadeiras de maior carência no Brasil, que são os cursos de química, matemática,

pedagogia, física e biologia, como também o curso normal superior, atendendo uma

exigência da LDB assim como disponibilizar ao governo o Software “Campos On-line”

para implantá-lo em seus próprios programas de EAD.

4) Disponibilizar o Software “Campus On-line” sem custos, para todas as IES, futuras

parceiras que queiram se credenciar no MEC para atuar na modalidade de EAD via e-

learning. Tornando para esses, um software livre.

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3.2 Área de atuação e cursos oferecidos A ESAB atua na área de cursos de extensão e de pós-graduação Lato Sensu e MBA.

Atualmente são oferecidos 120 cursos divididos da seguinte forma.

07 (sete) cursos de Pós-Graduação Lato Sensu:

• 03 na área de Educação: Psicopedagogia Clínico-Institucional, Gestão

Administrativa na Educação, Novas Tecnologias na Educação.

• 04 na área de Tecnologia da Informação (TI): Engenharia de

Sistemas, Redes de Computadores I, Gestão de Telecomunicações e

Redes de Computadores II (Avançado).

07 (sete) cursos de MBA: Administração e Marketing, Administração, Finanças e

Negócios, Recursos Humanos, Psicologia e Administração, Logística Empresarial,

Corporate Finance (com ênfase em gestão bancária), Administração Contábil, Ciência

Políticas e Responsabilidade Fiscal e Automação Industrial.

12 (doze) cursos de Extensão Especializada: Trade Finance (ênfase em gestão bancária),

Administração e estratégia de marketing, Administração e supervisão educacional, Ciências

políticas, Administração e marketing, Engenharia especializada de sistemas, Extensão em

logística especializada, Extensão em redes de Computadores, Extensão em

Telecomunicações, Psicologia e Saúde mental, Psicologia e Saúde mental, Psicopedagogia

Clínica, Recursos Humanos e suas atribuições e Tecnologia Educacional.Além disso, ela

tem 12 cursos de Gestão especializada e 82 cursos de Especialização acelerada.

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As cinco áreas de cursos, lato-sensu, MBA, qualificação plena, qualificação em

gestão e qualificação acelerada são descritas no quadro 1:

Quadro 1 - Áreas dos cursos oferecidos pela ESAB TIPO CARGA HORÁRIA DESCRIÇÃO

Lato Sensu 360 – 480 horas Os cursos de Lato Sensu são cursos de pós-graduação credenciados pelo MEC, destinados aos portadores de diploma superior na área do curso. São em geral dez módulos e dois seminários de monografia. Provas presenciais após cada módulo ou séries de módulos. Produção científica: monografia com defesa por banca.

MBA 360 – 480 horas Os cursos MBA são cursos de pós-graduação destinados aos portadores de diploma superior na área do curso. O número de módulos depende do curso. Produção científica: monografia com avaliação docente.

Qualificação Plena

240 horas

Os cursos de qualificação plena são as qualificações mais abrangentes, ideais para profissionais que objetivam um estudo mais profundo em sua área. O aluno poderá ainda alterar sua grade curricular, por outros módulos que seja de seu interesse. Duração média: 240 horas (180 dias).

Qualificação em Gestão

120 horas Os cursos de Qualificação em Gestão são para profissionais que desejam reciclar suas habilidades em áreas específicas, porém com mais abrangência. O aluno poderá ainda alterar sua grade curricular, por outros módulos que seja de seu interesse. Duração média: 120 horas (90 dias).

Qualificação acelerada

40 horas Os cursos de Qualificação Acelerada são para os profissionais que desejam ampliar rapidamente seus conhecimentos, de forma prática e eficiente. Duração média: 40 horas (30 dias).

FONTE: DOXSEY e RIZ, 2004.

3.3 Projeto ESAB de 2005 a 2009

A ESAB pretende atuar por meio de parcerias com as instituições de ensino

superior, criando uma ESA em cada Estado brasileiro. Já existem algumas parcerias,

inclusive com instituições internacionais em países, cuja língua nativa é a portuguesa.

15

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Nos anos de 2005 a 2009, a ESAB planeja:

• Investir em divulgação através da Logística Universitária/acadêmica distribuindo

livros, camisas, acessórios etc;

• Instalar franquias educacionais;

• Expandir o seu mercado, realizando parcerias com Angola, Moçambique, Cabo

Verde entre outros;

• Fornecer seu software, conteúdos por meio de Universidade Corporativa;

• Oferecer cursos de graduação;

• Estreitar sua relação com o governo;

• Atuar no mercado americano e japonês;

• Realizar convênios com universidades internacionais.

3.4 Clientes/Alunos

Fig. 2 - Alunos matriculados na ESAB – 2000 a 2005

FONTE: ESAB, 2005.

16

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A figura 02 apresenta o número de alunos matriculados na ESAB entre os anos

de 2000/ 2005. São 2962 (dois mil, novecentos e sessenta e dois) alunos de diversas faixa

etárias. O maior número de alunos são do sexo masculino entre as idades de 31 a 40 anos.

Isto mostra que o seu público alvo é de pessoas que já se graduaram há muito tempo, que já

trabalham e buscam um aperfeiçoamento ou especialização, mas não têm tempo para

estudarem em uma instituição tradicional.

Fig. 3 - Alunos da ESAB por região do Brasil

FONTE: Esab, 2005.

A figura 3 mostra que 50,83% dos alunos estão distribuídos entre as regiões

norte, nordeste, centro-oeste e sul. Já os 48,9% restantes concentram-se na Região Sudeste.

17

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4 Referencial Teórico

4.1 Organização Virtual

Desde o advento da globalização, a sociedade tem passado por profundas

transformações econômicas, financeiras, sociais e tecnológicas.

A Globalização Contemporânea, definido por CRUZ (2002) como um mundo

unificado sem fronteiras, onde os mercados não têm barreiras alfandegárias nem qualquer

tipo de entrave que dificulte a integração das nações em bloco de interesse comum, fez

perceber que as formas de negociações e a noção de tempo e espaço estão mudando. Diante

deste novo panorama, a sociedade evolui passando de Sociedade Industrial para Sociedade

da Informação. Toda essa transformação é causada pela Revolução da Tecnologia da

Informação. Esta tecnologia é entendida como “conjunto convergente de tecnologias em

microeletrônica, computação (software e hardware), telecomunicações/radiodifusão, e

optoeletrônica”. CASTELLS (citado em PINHO, 2004, p.16).

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Há uma discussão se a Revolução da Informação está transformando a

Sociedade ou é ela quem está transformando e causando a Revolução. CASTELLS (2003)

vê a sociedade como responsável pelo avanço tecnológico, pois é ela quem evoluiu e se

transformou e não apenas tem que se adequar ao avanço tecnológico:

“É claro que a tecnologia não determina a sociedade. Nem a sociedade escreve o curso de transformação tecnológica, uma vez que muitos fatores, inclusive criatividade e iniciativa empreendedora, intervêm no processo de descoberta científica, inovação tecnológica e aplicações sociais, de forma que o resultado final depende de um complexo padrão interativo (...) a tecnologia é a sociedade, e a sociedade não pode ser entendida ou representada sem suas ferramentas tecnológicas.” (CASTELLS, 2003, p.43)

Já COHEN (2000) comenta que é difícil precisar a origem da Revolução da

Informação, mas que existem três vertentes: a chegada do computador, a globalização e a

desregulamentação. Esta última é caracterizada por alguns países pela privatização e pela

descentralização. São estas três vertentes responsáveis pelos avanços em toda a economia,

ficando o mundo menor, mais misturado e eficiente.

O que mais se evidencia são as profundas transformações que estão ocorrendo,

levando todos os setores da economia a se adequar a estas mudanças. DRUCKER (2002, p.

15) afirma que o maior causador de todas estas transformações é o comércio eletrônico,

sendo “uma emergência explosiva da internet como um importante canal mundial de

distribuição de bens, serviços e, surpreendentemente, empregos gerenciais e profissionais”

COHEN (2000) concorda com Drucker afirmando que a Internet é o lugar onde

esses avanços socioeconômicos estão atingindo seu ápice e acrescenta que isto está

causando vários tipos de revoluções tanto nas comunicações internas, no relacionamento

com os clientes e fornecedores, na própria natureza dos produtos da empresa e na aplicação

da tecnologia.

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Observa-se, portanto, que estes avanços tecnológicos estão causando uma série

de transformações em diversos aspectos. Mas, nesta pesquisa, delimitaremos as

transformações ocorridas nas organizações. Diante deste novo cenário, elas estão sendo

obrigadas a mudar toda a sua estrutura e a até a forma de se constituir.

“Na nova geografia mental criada pela rodovia, a humanidade dominou a

distância. Na geografia mental do comercio eletrônico, a distância foi eliminada.

Só existe uma economia e um mercado. Uma das conseqüências desse fato é que

toda empresa precisa se tornar competitiva em termos globais, mesmo que

fabrique e venda somente para um mercado local ou regional. (...) No comércio

eletrônico não existem nem empresas locais, nem lugares diferentes. Onde

fabricar, onde vender. Dentro de vinte anos elas poderão não mais determinar o

que uma empresa faz, como faz e onde vende”. (DRUCKER, 2002: p. 21).

A internet criou um novo ambiente para as organizações – o ambiente virtual,

que deu origem a um novo modelo de organização: a organização virtual. Antes mesmo de

entender e classificar estas organizações, é necessário compreender o conceito de virtual.

Para AGUSTINI (2005), a palavra virtual caracteriza trabalhos que

tradicionalmente eram feitos em papel, e que agora estão sendo realizados via eletrônica. O

princípio de virtualidade advém do campo da informática, mais precisamente dos

computadores.

“Virtual é quase real (...) organizações e o próprio trabalho com a aplicação

intensiva da tecnologia da informação” (ANDRADE, A: 2002, p. 496)

KLÜBER, ZIMMERMANN e SIEBERT (citados em AUGUSTINI, 2005, p. 3)

afirmam que o atributo virtual valoriza o uso de tecnologias de comunicação e informação

enquanto considera menos importante as fronteiras de tempo, espaço geográfico, unidades

organizacionais e acesso a informações.

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Considera-se virtual, então, o ambiente, quase real, onde uma organização pode

operar eliminando distâncias e papel; e encurtando o tempo, por meio do uso de tecnologias

da comunicação e informação.

A fim de caracterizar a organização virtual, o entendimento de dois conceitos

são necessários: e-commerce e e-business.

ROBBINS (2002) conceitua e-commerce como qualquer tipo de transação

comercial feita via internet, que engloba a apresentação dos produtos nos sites WEB e o

recebimento dos pedidos on-line, sendo uma forma diferente de se relacionar com os

clientes.

Já e-business, segundo o mesmo autor, é “toda gama de atividades incluídas no

exercício de uma empresa bem-sucedida com base na internet”.

Desta forma, ele vê o comércio eletrônico como parte do e-business, uma vez

que e-business é toda forma de fazer negócios da empresa, e o e-commerce, apenas o

processo de compra e venda de produtos.

Uma organização virtual atua por meio de e-business e e-commerce. Porém, ela

não se restringe às empresas comerciais, sendo, portanto, definida por ROBBINS (2002: p.

569) como “Instituição, com ou sem fins lucrativos, que utiliza a Internet e redes privadas

para facilitar suas atividades e sua comunicação”.

O grau de virtualidade de cada empresa é definido de acordo com a sua

utilização da rede global (Internet) ou as redes privadas (intranet e extranet). Quanto mais

utilizar conexão na internet e redes do tipo intranet e extranet, mais virtual se tornará a

organização. O grau de virtualidade de uma organização é representado na fig. 4 .

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Fig. 4 - Grau de Virtualidade de uma organização

FONTE: ROBBINS, 2002, p. 569.

Vejamos, então, como alguns autores conceituam organização virtual. Para

ANDRADE. R. (2002), as organizações virtuais são produtos da possibilidade de se

transmitir e receber informações entre locais distantes, tornando-se dispensável a presença

física dos clientes e funcionários, sendo assim uma organização que não precisa estar em

lugar nenhum, mas em todos os lugares.

“Uma empresa composta de diversos parceiros de negócios compartilhando

custos e recursos com o propósito de produzir um produto ou serviço, podendo ser

permanente ou temporária e normalmente composta de diversos participantes,

cada um em um lugar diferente.” (TURBAN, MCLAN, WETHERBE, 2004,

p.315)

Por sua vez, Cruz (2002) conceitua e classifica a organização virtual de acordo

com o seu grau de virtualidade.

Primeiramente, o autor a conceitua como uma instituição sem forma, estrutura,

procedimentos e produtos, que pode ter um, dez ou nenhum empregado, com sede física ou

não. Mas dependendo do grau de virtualidade pode ser tudo isso ou nada. CRUZ (2002,

22

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p.156), também diz que “as empresas virtuais existem pela necessidade que conseguiram

criar em seus clientes, se materializam pela forma como disponibilizam bens ou serviços que

só serão adquiridos porque foram fruto da necessidade e do interesse do mercado

consumidor”.

Este mesmo autor caracteriza a organização virtual como maior do que o mundo.

Ele faz a seguinte representação:

Fig. 5 - Representação da organização virtual

FONTE: CRUZ (2002: P. 157)

A fig. 5 da pág. 23 está representada por meio de pessoas, círculo e o mapa

mundi, indicando que os negócios são realizados por meio de pessoas que se interagem, pelo

menos vendendo e comprando. A principal finalidade da organização virtual é o cliente. O

círculo cortado com três retas indica que a organização se constitui através da interação

pessoas, tecnologia da informação e processos. O mapa representa um mundo sem

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fronteiras, onde a empresa pode estar em qualquer lugar, sendo esta, portanto, “maior que o

mundo”. (CRUZ: 2002, p. 157)

Há também as organizações virtuais eletrônicas, que, de acordo com este

mesmo autor, são as mais radicais que podem existir, porque elas existem apenas dentro da

rede mundial de computadores Internet.

CRUZ (2002) ainda afirma que estas organizações podem assumir diferentes

níveis de virtualidades, podendo ser mais ou menos eletrônica ou mais ou menos virtuais, de

acordo com a quantidade e a intensidade de alguns fatores que a caracterizam como sendo

do tipo virtual eletrônica.

Desta forma as organizações virtuais podem ser mais ou menos eletrônica,

quando a empresa não tem nenhuma sede, ou possui uma sede para apenas efeitos legais, ou

mais ou menos virtual, quando o seu grau de virtualidade varia de acordo com o número de

empregados que a empresa possui. Dentro desta denominação, este mesmo autor denomina

as Universidades abertas, eletrônicas ou virtuais, como Organizações Eletrônicas.

Conceituado Organização Virtual veremos a seguir algumas teorias da comunicação

para entendermos como são os processos de comunicação.

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4.2 Comunicação

PINHO (2004: p.145) entende a Comunicação Empresarial1 como “parte

importante da vida nas organizações. Por sua natureza, a comunicação organizacional é

multifacetada e pode ser entendida como uma combinação de processo, mensagens,

significados e propósitos.”

Ela é considerada como processo, uma vez que está diretamente relacionada a

fluxos de informação e impactos de mensagens dentro de um grupo que se relaciona e

possui características culturais próprias. (WILSON, GOODALL E WAAGE, citado em

PINHO, 2004).

É uma combinação de mensagens, já que a organização é um conjunto de

unidades de comunicação, com relações hierárquicas entre si que funcionam em um

ambiente, necessitando assim de troca de informações. (PACE E FAULES, citado em

PINHO, 2004).

É produtora de significação, uma vez que os comportamentos das pessoas e da

organização geram significados que, quando interpretados, afetam todas as atividades

organizacionais. (SHOCKLEY-ZALABAK, citado em PINHO, 2004).

É geradora de propósitos por ser “um processo de criação e de troca de

mensagens dentro de uma rede de relacionamentos interdependentes, para fazer frente às

incertezas do ambiente.” (GOLDHABER, citado em Pinho, 2004: p.146).

CAHEN (1990: p.29) define comunicação empresarial como:

“Uma atividade sistêmica, de caráter estratégico, ligada aos mais altos escalões da empresa e que tem por objetivos: criar – onde ainda não existir ou for neutra – manter – onde já existir – ou, ainda, mudar para favorável – onde for negativa – a imagem da empresa junto a seus públicos prioritários.”

1 Neste trabalho consideraremos Comunicação Empresarial como sinônimo de Comunicação Organizacional.

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Esta definição significa, segundo o autor, a criação e a manutenção de uma imagem

positiva da empresa de forma permanente, ou seja, não somente para resolver problemas,

mas também dependente de sistemas implantados. Como tem característica estratégica está

ligada aos altos escalões porque são eles que traçam as estratégias da empresa; se estivesse

ligada somente a baixos escalões teria caráter tático-burocrático. A comunicação está

diretamente ligada à imagem porque é a forma como os clientes vêem e conceituam a

empresa, sendo muito difícil de conquistar e facílima de perder. Esta imagem está ligada aos

seus públicos prioritários porque cada empresa tem que ter seu público-alvo definido e

manter um bom relacionamento com o mesmo para manter a imagem positiva.

Definido o conceito de Comunicação Empresarial, serão descritos alguns modelos de

comunicação e identificado aquele que melhor se aplica à comunicação empresarial. O

primeiro modelo criado, bastante simples, foi o modelo linear caracterizado como

Comunicação de mão única e denominado por Byers (1997) de Comunicação como Ação.

Este modelo, desenvolvido por Claude Shannon e Warren Weaver, assume a

comunicação como um processo linear no qual se envia uma mensagem direta e intencional

por meio de um transmissor (T) a um receptor (R). Ele também é chamado de modelo de

transmissão ou de processo. (ELLIS e McCLINTOK, citado em PINHO, 2004). Este

modelo está representado na figura 6:

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Fig. 6 - Modelo de Transmissão ou de processo

F

Fonte

codifica

mensagen

T

Transmissor

decodifica

mensagem

RUÍDO

R

Receptor

mensagem

A fonte de informação é aquela que tem ou guarda em si a mensagem ou um

conjunto determinado de informações. Transmissor e receptor são os sujeitos que emitem e

recebem uma mensagem. No entanto a mensagem somente pode ser transmitida e recebida

por meio de um canal de comunicação, que é o meio físico no qual se transmite e recebe

uma mensagem podendo ser ondas elétricas ou sonoras, gestos, telefone, carta, entre outros.

Codificar e decodificar é organizar a mensagem utilizando códigos compatíveis com

o meio de comunicação. Por exemplo, uma mensagem transmitida por carta, o canal de

comunicação é o serviço postal e o código é a língua escrita..

Já o ruído é qualquer coisa que possa interferir na transmissão ou recepção da

mensagem ou possa ser um obstáculo para uma comunicação efetiva.

O segundo modelo é o da comunicação como interação ou circular, caracterizado

como de mão dupla, onde inclui-se o feedback, isto é, resposta à mensagem recebida. Possui

falhas, já que os emissores e receptores não trocam de papéis.

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Fig. 7 - Comunicação como interação ou circular

O terceiro modelo, concebido por Dean Barnlund, é o da comunicação como

transação. Como nas organizações a comunicação acontece de forma rápida e simultânea,

este modelo é o mais aplicável às organizações, já que tanto o receptor como o emissor

emitem mensagens e feedbacks simultaneamente.

Fig. 8 - Comunicação como transação

FONTE: PINHO, 2004, p. 188.

FONTE: PINHO, 2004:p.189.

28

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CAHEN (1990) contesta os modelos lineares, os chamados de mão-dupla, uma vez

que a comunicação empresarial é muito mais complexa, envolve vários receptores que

interpretam a mensagem de diferentes formas e pode ou não emitir feedbacks diferenciados.

Este autor apóia o modelo de transação, descrevendo-o como o modelo de estrutura da

Comunicação Empresarial e o compara com uma teia de aranha.

Para ele, a comunicação empresarial é:

“Uma teia de milhares de fios que se distinguem em fios básicos e subfios. Cada fio é ligado a “n” outros – não se mexe em um sem mover “x” outros. Ou seja, nunca se emite uma mensagem para um fio só, muito menos espera-se que a resposta venha da forma esperada e pelo mesmo fio pelo qual a mensagem partiu. Na verdade o que se faz é emitir várias mensagens, para vários fios, e ir atrás das respostas por quase toda a teia. Cada empresa ou profissional de comunicação deve criar e conhecer sua própria teia.”

Para lidar com este modelo de estrutura da Comunicação Empresarial, Cahen (1990)

propõe a Pirâmide Cristalina a qual é composta de quatro estratificações – Atividades,

Atitudes, Políticas e Filosofias. Elas estão localizadas da seguinte forma:

Fig. 9 - Pirâmide Cristalina

Atividades

Atitudes

Filosofia

Política

FONTE: CAHEN, 1990.

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Cada estratificação é base para outra, não podendo assim desconectar-se. As

atividades da empresa, os serviços e produtos que ela oferecer devem ser condizentes com

as atitudes de seus funcionários – a maneira que estes atendem o cliente e criam valor para

ele. Estas devem atuar de acordo com a Política Empresarial – regras e leis escritas e não

escritas, que por sua vez deve estar orientada de acordo com a Filosofia da empresa –

missão e objetivo da empresa, a sua postura frente ao mercado em que atua. É cristalina pelo

fato de que todos estes segmentos devem ser transparentes a ponto de que tanto cliente

internos e externos possam ver.

Assim, para que o modelo de estrutura da Comunicação Empresarial funcione

respeitando a Pirâmide Cristalina, CAHEN (1990) propõe o Plano Integrado de

Comunicação Empresarial (PICE), descrito no quadro 2:

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Quadro 2 - Plano Integrado de Comunicação

1º PASSO: Vontade que uma empresa sente em possuir uma ferramenta eficiente de

comunicação

2º PASSO: Análise da Empresa : 1 – Histórico; 2- Produtos e Serviços, 3- Relacionamento

com clientes externos e internos e públicos; 4- Cultura e estrutura internas/ comunicação

informal; 5- Comunicação interna (formal); 6 – Comunicação externa (formal); 7-

Atividades para públicos internos;8- Atividades para públicos externos; Elementos visuais;

3º PASSO: Comunicar os objetivos da organização;

4º PASSO: Mensagens preferenciais

5º PASSO: Comunicação com públicos prioritários

6º PASSO: Atividades: Processos básicos para formação da imagem (Manuais de

Procedimento); Definição da Atividade nível A e definição da Atividade nível B

7º PASSO: CONCLUSÃO

A fim de identificar a comunicação virtual, a partir das teorias da

comunicação organizacional será feita uma abordagem a respeito dos fluxos e redes de

comunicação, bem como suas funções e barreiras.

4.2.1 Fluxos de Comunicação

A comunicação empresarial flui horizontalmente e verticalmente. A

comunicação horizontal, segundo Pinho (2004), está relacionada a tarefas e pessoas,

servindo para a coordenação das atividades, resolução de problemas, trocas de informações

e solução de conflitos entre setores de um mesmo nível hierárquico. Já a comunicação

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vertical é entre pessoas de diferentes níveis hierárquicos, fluindo de forma ascendente e

descendente. Ambas as formas de comunicação vertical estão conceituadas no quadro 3:

Quadro 3 - Fluxos de Comunicação Vertical

Comunicação Descendente Comunicação que flui do maior nível hierárquico para os

mais baixos, de natureza informativa e persuasiva.

Objetiva assegurar o desempenho correto de cada papel em

todas as posições na organização.

Comunicação Ascendente Comunicação que flui do menor nível hierárquico para o

mais alto. Objetiva emitir feedback aos executivos sobre

progressos de metas, problemas e informações sobre a

satisfação dos funcionários.

FONTE: PINHO, 2004, P.238.

Há vários canais e instrumentos que podem ser utilizados na comunicação

ascendente e descendente, como podem ser observadas no quadro 4 e 5.

Quadro 4 - Canais de Comunicação Ascendente

Tipos de canais Instrumentos de comunicação ascendente

Escritos ou impressos Caixas de sugestões, sistemas formais de avaliação, pesquisas sobre atitudes e opiniões dos funcionários, memorandos e relatórios de desempenho.

Encontros e Entrevistas individuais

Entrevistas de avaliação, entrevistas de desagravo ou de retratação, entrevista no desligamento de um funcionário e tutoria.

Reuniões de grupo

Reuniões do departamento, reuniões de círculos de qualidade, grupos de treinamento, sessões de treinamento, sessões informais de discussão de problemas.

FONTE: PINHO, 2004, P.238 Mídia

Telefones de reclamações, videoconferência, teleconferência, e-mail e site.

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Quadro 5 - Canais de Comunicação Descendente

Tipos de canais Instrumentos de comunicação descendente

Escritos ou impressos

Manuais de referência, livretes de instrução, diretivas, doutrinação sobre metas, descrições de cargos e funções, boletins informativos, memorandos, cartas, circulares, quadro de avisos, panfletos, volantes e relatórios anuais.

Encontros e Entrevistas individuais

Entrevistas de seleção, avaliações de desempenho, treinamento, in-house e encontros para transmissão de instruções de trabalho.

Reuniões de grupo Orientação e treinamento de equipes, reuniões do departamento, reuniões de comitês, círculos de qualidade e pronunciamentos.

Mídia Vídeos filmes e-mail, videoconferência anúncios em jornal rádio e televisão.

FONTE: PINHO (2004: p.235)

Tanto a comunicação ascendente e descendente podem ser afetadas por várias

barreiras, que estão destacadas no quadro 6:

Quadro 6 - Barreiras de Comunicação nos fluxos ascendentes e descendentes

Barreiras de comunicação dos fluxos ascendentes

Barreiras dos fluxos descendentes

Comunicações excessivamente gerais podem criar distorções de significações. Excessivo número de ordens que confundem e frustam os subordinados. Ordens contraditórias que causam confusão e ansiedade. Falta de clareza, causando insegurança em relação ao que foi pedido. Falta de precisão devido ao uso de termos técnicos ou jargões. Distorção acumulativa de uma mensagem durante uma transmissão em série.

Falta de Receptividade dos dirigentes;

Insuficiência dos canais.

Repetição de mensagens que sugerem descredibilidade aos subordinados.

FONTE: MARIN (citado em PINHO, 2004, p.236.)

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4.2.2 Redes de Comunicação

“Uma rede pode ser concebida como uma série de grupos e

membros que estão interligados. Por definição, as redes de comunicação organizacionais são os canais pelos quais a informação flui para atingir os receptores a tempo e de maneira eficiente. A transmissão de mensagens através de canais definidos e adequados permite que a organização adquira alguma previsibilidade e estabilidade, já que os empregados sabem onde acessar a informação e com quem ela deve ser compartilhada.” PINHO (2004: 240)

Um grande problema causado nas redes são as mudanças que uma mensagem

pode adquirir ao longo de sua trajetória, já que ela está influenciada por fatores como “a

natureza da rede, a direção do fluxo da mensagem, os papéis que nela desempenham e as

pessoas que a recebem e a retransmitem.” (PINHO, 2004, p. 240)

Têm-se dois tipos de redes - formais e informais:

“As redes formais são criadas pelos relacionamentos que são reportados pela

hierarquia organizacional, enquanto um sistema informal de comunicação é determinado

pela estrutura organizacional”. PINHO (2004: p. 243).

As redes formais carregam três tipos de mensagens, assim definidas por

(Hellweg citado em PINHO, 2004: p. 244):

• Mensagens de tarefas ou de produção: transmitidas através de redes com

instruções de trabalho e feedback;

• Mensagens de manutenção: determina como as tarefas devem ser

colocadas em prática;

• Mensagens humanas ou pessoais: relacionadas ao funcionário como

aplicação de novas normas, políticas de relacionamentos, benefícios, etc.

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As redes de comunicação assumem estruturas em cadeia, roda, y, círculo e em

todos canais para melhor se adequar ao estilo de comunicação da empresa. O quadro 7

explica cada uma delas:

Quadro 7 - Redes de Comunicação

Rede em cadeia

Rede seriada, onde a mensagem segue de um empregado a outro até alcançar o seu destino.

Rede em roda Caracteriza-se pela presença de um líder, onde as unidades são dependentes do mesmo.

Rede em Y Centralizado, com três empregados em seqüência e outros dois em uma bifurcação que pode mantê-los isolados.

Rede em Círculo Descentralizada, sem presença de funcionário central para o fluxo da mensagem.

Rede em todos os Canais Interligada, onde todos os funcionários comunicam-se ativamente com os outros.

FONTE: PINHO, 2004, p.247.

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Dentro de cada estrutura de rede, os membros podem assumir diversos papéis:

ligação, ponte e gatekeeper que estão descritos no quadro 8.

Quadro 8 - Papéis desempenhados nas redes

PAPEL DESCRIÇÃO Ligação Elo entre dois ou mais grupos de redes multinacionais, sem

pertencer a nenhum deles. Sua função é coordenar as atividades do grupo passando informação de um grupo para outro.

Ponte Também estão ligados a outros grupos e afirmam um relacionamento didático com uma pessoa que é membro de outro.

Gatekeeper Atua como filtro para permitir que a informação passe para uma pessoa ou que seja destinada para outro setor. Tem óbvia influencia na organização, dividindo o que será ou não transmitido ou para quem será transmitido.

Isolado Não está integrado à rede e mantém poucos contatos de comunicação, se comparado com outros.

Fonte: PINHO, 2004, p. 249.

As redes informais são quaisquer mensagens transmitidas pelos funcionários não

utilizando de comunicações padrões da empresa. Elas são de difícil controle e imprevisíveis.

São geralmente transmitidas de forma oral e possuem três características: 1) Não é

controlada pela direção. 2) Para a maioria dos funcionários é mais confiável e fidedigna. 3)

É largamente utilizada para servir aos interesses próprios daqueles que fazem parte dela.

(ROBBINS, citado em PINHO, 2004: p.254).

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4.2.3 Funções e barreiras da Comunicação Empresarial

ROBBINS (2002: p.276) conceitua as seguintes funções da comunicação:

controle, motivação, expressão emocional e informação.

Quadro 9 - Funções da Comunicação I

Controle Controla o comportamento das pessoas através das hierarquias e

orientações formais que devem ser seguidas pelos funcionários. Motivação Esclarece aos funcionários o que deve ser feito, avalia a

qualidade do seu desempenho e orienta sobre o que fazer para melhorá-lo.

Expressões emocionais Mecanismo fundamental para que os membros expressem suas frustrações ou sentimentos de satisfação.

Facilitadora de Tomada de Decisão

Proporciona as informações que as pessoas e os grupos precisam para tomar as decisões, transmitindo os dados para que se identifiquem e avaliem as alternativas.

Já, RICHMOND E MCCROSKEY (citados em PINHO, 2004: p. 148)

denominam as funções da comunicação como de informação, regulação, integração,

gerenciamento, persuasão e socialização.

Quadro 10 - Funções da Comunicação II

Informação Informação necessária para que as pessoas e os grupos possam realizar as tarefas de maneira efetiva e eficiente.

Regulação Ajusta as pessoas em torno das prescrições contidas nas políticas e nos regulamentos internos da empresa. Repreende os funcionários que desrespeita uma norma interna.

Integração Coordena, distribui tarefas aos grupos e uni diferentes unidades de trabalho em torno de objetivos comuns.

Gerenciamento Transmite a informação de como fazer melhor o trabalho e que estabeleçam relações com as demais pessoas.

Persuasão Tentativa de influenciar o empregado para fazer alguma coisa específica.

Socialização Ser informado sobre com quem e o que pode falar. Ser informado sobre o que dizer em certas situações e o que não dizer. Ser comunicado a respeito das normas informais da organização.

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Como a comunicação empresarial é bastante complexa, existem várias barreiras

que prejudicam a sua eficiência, tais como diferenças nos quadros de referência, percepção

seletiva, filtragem, sinais misturados, sobrecarga de informação, defesa, linguagem,

credibilidade do transmissor, medo de comunicação e emoções. O quadro 11 explica esta

barreiras e mostra como superá-las.

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Quadro 11 - Barreiras nas Comunicações Organizacionais BARREIRA PARA A COMUNICAÇÃO NAS

ORGANIZAÇÕES COMO SUPERÁ-LAS

Diferenças nos quadros de referência; • Interpretação da mensagem de acordo com

suas perspectivas individuais.

Percepção Seletiva; • Atenção seletiva – persepção de somente

algumas informações; distorção seletiva – ouve somente o que lhe interessa e acrescenta algumas coisas que não estavam contidas nela; retenção seletiva – absorção somente das mensagens que mais se destacaram.

Filtragem;

• Manipulação da Informação, transmitindo-a de forma mais favorável.

Sinais misturados;

• Envio de mensagens diferentes sobre o mesmo assunto para públicos diferentes.

Sobrecarga de informação;

• Informações vindas de diversas fontes, prejudicando o processamento e assimilação.

Defesa;

• Interpretação da mensagem de forma ameaçadora, reduzindo a capacidade de entendimento mútuo.

Esclareça as idéias antes de comunicá-las; Envio de mensagem clara, simples e interessante; Discuta as diferenças dos paradigmas; Encoraje a comunicação informal; Comunique os sentimentos implícitos nos fatos; Tome cuidado com o comportamento não-verbal; Obtenha feedback; Adapte-se ao estilo de comunicação da outra pessoa;

Linguagem • Interpretação equivocada da mensagem e

uso de jargão.

Credibilidade do transmissor; • A interpretação da mensagem varia de

acordo com a confiabilidade da fonte.

Medo de Comunicação; • Tensão, medo, dificuldade de se comunicar.

Emoções; • A interpretação da mensagem varia com a

expressão oral e corporal e com o tom de voz utilizado.

FONTE: PINHO (2004: p. 193-200)

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Vimos que a comunicação organizacional está estruturada em diferentes

tipos de redes, obedece a uma hierarquia, possui funções controle, motivação, expressão

emocional e facilitadora na tomada de decisões. Além disso, enfrenta inúmeras

barreiras.

Nas organizações virtuais ou empresas que mantém contato com sedes

em diferentes locais, a comunicação torna-se ainda mais difícil, pois as redes envolvem

muito mais pessoas, e o contato físico é muito menor. As tecnologias da informação

facilitam a comunicação, mas questiona-se até que ponto elas são facilitadoras.

Comunicar somente por meio de instrumentos e, principalmente, utilizando a escrita,

pode afetar a fidelidade da comunicação e sua eficiência?

4.3 Tecnologia da Informação

Como afirmam TURBAN e RAINER, POTTER (2004), o ambiente

empresarial na era da Informação, frente ao mundo globalizado, impõe pressões às

empresas. Estas resistem a uma pressão existente ou reagem de forma pró-ativa a uma

pressão esperada. E estas reações são facilitadas pela Tecnologia da Informação.

Desta forma, faremos agora uma abordagem de como a Tecnologia da

Informação facilita a comunicação das empresas num mundo globalizado.

Um conceito geral de Tecnologia da Informação é definido por RABAÇA E

BARBOSA (citado em PINHO, 2004, p. 439) como o “conjunto de conhecimentos,

pesquisas, equipamentos, técnicas, recursos e procedimentos relativos à aplicação da

informática em todos os setores da vida social [...]”.

Já TURBAN, RAINER e POTTER (2004, p.5) conceituam Tecnologia da

Informação em um contexto mais amplo, como “um conjunto dos componentes

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tecnológicos individuais, normalmente organizados em sistemas de informação

baseados no computador (SIBC).”

SLEIGHT (citado em PINHO, 2004, p. 439) diz que, nas organizações, a

Tecnologia da Informação “refere-se a qualquer tecnologia controlada por um

processador (ou chip de computador)”, sendo que “o envolvimento dos administradores

com a TI limita-se em geral a dois tipos de sistemas: os que armazenam e gerenciam

dados, e os que propiciam comunicação rápida e eficiente entre pessoas e empresas”.

Desta forma, pode-se definir Tecnologia da Informação como a soma de

todos os sistemas de computação ou tecnologias utilizadas por uma empresa como a

computação em rede, internet, extranet, softwares, entre outros, que auxiliam o

gerenciamento de informações e possibilitam a atuação das empresas no mundo

globalizado.

Entretanto, TURBAN; McLEAN e WETHERBE (2004: p.39-40)

distinguem Tecnologia da Informação de Sistema de Informação. Sistema de

Informação é um mecanismo que coleta, processa, armazena, analisa e dissemina

informações com um determinado objetivo. Inclui inputs (dados, instruções) e outputs

(relatórios e cálculos). Ele pode ser baseado em computador que utiliza tecnologia de

computação para executar algumas ou todas as tarefas desejadas. Os elementos básicos

do sistema de informação são hardware, software, banco de dados, rede, procedimentos

e pessoas. A fig. 10 é um esquema de um sistema de informação, onde ele recebe

informações (inputs), processa estas informações e emite uma resposta ou feedback

(outputs). Com este procedimento o sistema de informação possibilita a tomada de

decisões e o controle do processo.

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Fig. 10 - Sistema de informação

FONTE: TURBAN; McLEAN e WETHERBE, 2004, p.39-40.

Já a tecnologia da Informação, em uma definição mais restrita, segundo este

mesmo autor, está relacionada ao aspecto tecnológico de um sistema de informação,

incluindo também hardware, banco de dados, softwares, redes e outros dispositivos. É

um subsistema de um sistema de informação. Ou seja, a Tecnologia da Informação é

toda a tecnologia ou ferramentas que compõe um sistema de informação.

O uso destas tecnologias e, principalmente, de sistemas de informação cada

vez mais eficazes são constantes nas organizações. As organizações virtuais, objeto

deste estudo, só existem devido ao avanço destas tecnologias. São estas tecnologias que

possibilitam a comunicação da empresa com clientes internos e externos, fornecedores e

públicos.

Detalharemos algumas tecnologias de informação utilizadas pelas

organizações descritas por PINHO (2004, 447-465):

• Processadores e Editoração Eletrônica - documentos e impressos

profissionais: Ferramentas que auxiliam a criação, elaboração e revisão de

textos, pois apontam erros ortográficos e gramaticais, ajudam o redator a

escolher as melhores palavras para se expressar.

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• Instrumentos de Informação - praticidade e versatilidade: “compreende desde

telefones celulares e pagers a computadores pessoais portáteis, que oferecem

acesso a Internet e a capacidade de execução de operações computacionais

básicas.”

• Computadores em Rede - compartilhando a informação: compartilham a

informação dentro e fora da empresa, possuindo quatro formas: usuário-usuário

(pequeno porte) - interliga pequeno número de computadores pessoais, sem

exigir um sistema operacional especial para redes, onde qualquer pessoa pode

acessar dados armazenados em outro micro que foram inseridos pelo seu

usuário; cliente/servidor - interliga dez ou mais computadores em rede,

exigindo uma aparelhagem eficiente para compartilhamento de informações;

sistemas de computadores de grande porte - correspondem à redes que

empregam mainframes, computadores de alta capacidade de processamento; -

Sistemas de supercomputadores: aplicadas para pesquisas científicas, engenharia

e negócios, exigindo velocidades extremamente elevadas para gigantescos

cálculos numerosos.

• Internet: a rede das redes - Conjunto das centenas de redes de computadores

conectados em diversos países de todos os continentes, interligados por diversas

tecnologias como linhas telefônicas comuns, linhas de transmissão de dados

dedicadas, satélites, linhas de microondas ou cabos de fibra ótica.

A internet oferece serviços de comunicação que, de acordo com TURBAN,

RAINER e POTTER (2004; p.215), estão “revolucionando as comunicações pessoais e

empresariais(...), permitindo uma comunicação interativa com pessoas, grupos do

mundo todo, que compartilham interesses profissionais e pessoais.” Estes serviços de

comunicação englobam o correio eletrônico, newsgroup, usenet, listservs, bate-

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papo(chat), telnet, internet telephony, internet fax , instante messaging (envio imediato

de mensagens) e streaming de áudio e vídeo. Estes serviços estão descritos no quadro

12.

Quadro 12 - Serviços de comunicação oferecidos pela internet

SERVIÇO DESCRIÇÃO Correio eletrônico (e-mail) “Aplicação que permite o envio de uma mensagem eletrônica

entre indivíduos, através de cabos telefônicos ou de redes sem fio”. Facilita a comunicação por enviar dados ou documentos em tempo real.

newsgroup Usenet, Grupos internacionais de discussão, em que as pessoas compartilham informações e idéias sobre um tema específico. A discussão ocorre em boletins eletrônicos, onde qualquer um pode enviar mensagens para os outros lerem. Facilita a comunicação já que reuni pessoas de qualquer lugar do mundo para discutir um determinado tema. É uma ferramenta que pode ser utilizada para realização de uma reunião envolvendo pessoas de diversos lugares.

Listservs, Semelhante a um newsgroup, difere-se porque usa servidores de listas de endereçamento de e-mail em vez de boletins eletrônicos para comunicações.

bate-papo(chat) Permite que duas ou mais pessoas conectadas simultaneamente na Internet mantenham diálogo em tempo real, interativo e por escrito.

Telnet Permite que os usuários permaneçam em um computador enquanto trabalham em outro. O telnet é um protocolo que estabelece um link sem erros entre os dois computadores. Isso facilita o trabalho, uma vez que os funcionários de uma empresa podem trabalhar em casa acessando o computador. Permite que os usuários conversem através da Internet com qualquer computador pessoal equipado para receber a chamada pelo preço de apenas uma conexão com a Internet. da empresa.

Internet fax Service Novo serviço que está surgindo para mudar as comunicações analógicas convencionais. Conecta os computadores desktop e as máquinas de fax padrão a um servidor de fax localizado dentro da rede do ISP assim como o e-mail do desktop aos servidores de fax do ISP, para permitir enviar um fax com a mesma facilidade com que é possível enviar um e-mail.

(Serviço de fax via internet)

Instante messaging (envio imediato de mensagens)

Permite que duas ou mais pessoas conversem e recebam mensagens por escrito em tempo real, ou seja, as pessoas vêem o que a outra está digitando. Além disso permite a comunicação com outra pessoa por celular.

Streaming de áudio e video

FONTE: TURBAN, RAINER e POTTER, 2004, p.215-217.

Permite a difusão de programas de rádio, música, coletivas à imprensa, palestras e novos programas através da Internet.

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• Intranet: é uma rede privada reservada para pessoas autorizadas. É

bastante utilizada pelas empresas, já que funciona basicamente como

uma internet privada. Permite o acesso a banco de dados,

formulários, manuais, listas de telefones internos e informações da

empresa somente à organização a que pertence e ao seu pessoal

interno. As principais vantagens da intranet são: maior segurança na

transmissão de informações reservadas e sigilosas, economia de

tempo, melhoria nas comunicações internas, facilidade na

atualização das informações, redução de custos de distribuição e

maior interatividade.

• Extranet: Rede exclusiva de acesso dos parceiros de negócios da

organização tais como fornecedores, revendedores, distribuidores,

consultores e clientes. Difere-se da intranet, porque ao invés de se

restringir ao público de uma organização, ela se estende para

públicos mais diretamente ligados à empresa. Seus benefícios são

melhoria do fluxo de informação e redução de burocracia, custos e

tempo.

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A internet, extranet e intranet podem ser melhor compreendidas através da

fig 11:

Fig. 11 - Esquematição internet, extranet e intranet

FONTE: FONTE: TURBAN, RAINER e POTTER, 2004.

Observando a figura 11, compreende-se que a intranet é um sistema onde

estão armazenados dados e formulários específicos da coorporação. Estes dados são

restritos à organização e à determinados funcionários. No entanto, eles podem ser

acessados em qualquer computador com acesso à internet por meio de senhas.

Como as extranets são extensões das intranets, permitem que as filiais da

empresa, fornecedores, clientes, empreiteiros, distribuidores e governos tem acesso a

determinadas áreas da intranet. Por exemplo, os fornecedores poderão vender seus

insumos através de formulários restritos no site, também por meio de uma senha. Ou

seja, ela permite o acesso de públicos ligados à organização, mas não de públicos gerais.

Já a internet é a rede que possibilita o acesso tanto a intranet e as extranets,

interligando os computadores.

Uma vez entendida a importância das Tecnologias da Informação no

processo de comunicação das organizações virtuais, apresentaremos a evolução

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histórica das funções e papéis do profissional de Secretariado, bem como as habilidades

de comunicação que este profissional necessita desenvolver para desempenhar bem suas

funções.

4.4 Funções e papéis do profissional de Secretariado Executivo

A profissão de Secretariado pode ser considerada uma das profissões mais

antigas, uma vez que sua origem, segundo SABINO (2004), remonta à Dinastia

Macedônica, na época que Alexandre Magno (356 a.C – 323 a.C) cercava-se de

secretários nas batalhas que empreendia para conquistas territoriais.

Desta forma, o Secretariado sedimentou a sua história sob a designação de

Escribas, os quais “usufruíam com exclusividade da oportunidade de carreira no serviço

público, ou ainda, como administrador de propriedades, já que tinham amplos

conhecimentos em matemática, contabilidade e processos administrativos gerais.”

(SABINO, 2004: p.4).

Frente às mudanças políticas, econômicas, sociais e tecnológicas, este

profissional assume novos papéis e funções, tendo seu perfil modificado. CARVALHO

(2004: p.1) faz um esboço cronológico das principais mudanças de papel e função do

profissional de Secretariado:

ANOS 50 – A Secretária executava, apenas, algumas técnicas secretariais como:

taquigrafia, datilografia, arquivo, atendimento telefônico e anotações de recados;

ANOS 60 – Início do treinamento gerencial – ter um Secretário passa a ser um status –

houve uma valorização na mentalidade do empresário brasileiro;

ANOS 70 – O Secretário é visto como um membro ativo na gerência, participando de

programas de desenvolvimento mais elaborados, atuação mais dinâmica e abrangente –

ganha o respeito nas organizações;

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ANOS 80 – O despertar da era da qualidade e da informática – ação conjunta entre

chefes e secretários (administração participativa). Um time de dois, o trabalho passa a

ser em equipe;

ANOS 90 – As megatendências obrigam um repensar destes profissionais. Desaparece a

moça elegante, bem vestida e apenas digitadora. Nasce um novo perfil: ASSESSOR,

GESTOR, EMPREENDEDOR e CONSULTOR.

No século XXI, o profissional de secretariado assume uma nova postura,

sendo definido por associações internacionais, segundo SABINO (2004: p.94) como

“um profissional administrativo que possui um domínio de habilidades de escritório,

demonstra a habilidade para assumir responsabilidade sem supervisão direta, iniciativa

de exercícios e julgamento, e toma decisões dentro do âmbito de autoridade.”

Para assumir funções de assessor, gestor, empreendedor e consultor o

profissional de secretariado precisa de desenvolver novas competências técnicas e

sociais. Dentre as competências sociais destaca-se a comunicação, pois, é uma

habilidade na qual ele lida o tempo todo, seja nas comunicações internas e externas, nas

negociações, no contato com o cliente, no trabalho em equipe, na gestão de projetos e na

preparação e participação de reuniões.

Linkemer (1999) destaca a importância de este profissional desenvolver as

sete habilidades de comunicação: escutar, falar, escrever, falar ao telefone, linguagem

não-verbal, comunicação virtual e preparação e participação de reuniões.

Escutar: A primeira habilidade de comunicação que um(a) secretário(a)

deve desenvolver é a escuta, pois não há comunicação eficiente sem um bom ouvinte.

Para isso é necessário praticar a auto-avaliação – analisar sua atuação como ouvinte,

desenvolver uma atitude de escuta – entender o significado e a intenção do que está

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sendo dito, aprender a fazer perguntas inteligentes, descobrir o objetivo do interlocutor e

captar mensagens não-verbais;

Falar: Habilidade mais importante e evidente do processo de comunicação.

Para desenvolvê-la é necessário compreender o que diz e como diz, prestar atenção no

que a expressão corporal e facial transmite sem palavras, na forma de organizar e

apresentar as idéias, nas palavras que usa, no domínio da gramática básica e na maneira

como dirige sua mensagem ao interlocutor.

Escrever: É um dos requisitos mais importantes da profissão.

Anteriormente, o(a) secretário(a) tomava nota das cartas elaboradas pelos seus chefes e

apenas as digitava. Hoje ele(a) as elaboram com estilo próprio. Para isso a escrita deve

ser clara, concisa, sendo autêntico - assumindo a postura de autor da carta, fazendo uma

abordagem de marketing – identificando as necessidades dos clientes e tentando

satisfazê-las da melhor maneira e da forma mais inovadora possível, e sendo consistente

– redigindo sempre da mesma forma.

Falar ao telefone: Para garantir a eficiência na comunicação ao telefone, é

importante criar um espaço para atendimento telefônico com todos os materiais

necessários, estabelecer horários de receber e realizar ligações, além de aprimorar e

utilizar os novos recursos tecnológicos da área.

Linguagem não-verbal: Na maioria das vezes, emitimos mensagens não

verbais inconscientemente que conflitam com as mensagens verbais transmitidas.

Portanto, deve-se compreender a comunicação não-verbal a fim de comunicar com

precisão e determinação com os outros.

Comunicação virtual: O conhecimento e a aplicação das tecnologias mais

inovadoras ajudam a reduzir o tempo do serviço e ampliam a base de contatos.

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Preparação e participação de reuniões: Na preparação e participação de

reuniões são utilizadas todas as habilidades de comunicação. Neste procedimento o

profissional de secretariado deve ser capaz de usar todas estas habilidades, se quiser ser

bem sucedido em sua carreira.

Neste contexto, percebe-se que o profissional de secretariado também

assume um novo papel no processo de comunicação empresarial, sendo um

comunicador ativo e participativo, necessitando desta forma de desenvolver habilidades

de comunicação.

TORQUATO (1998) e CAHEN (1990),vêem estes profissionais assumindo

posição estratégica, sendo um canal de comunicação, uma vez que todas as informações

são passadas por eles. São eles quem filtram as informações. Além disso, formam uma

rede de comunicação e detêm informações e poderes dentro da empresa.

Portanto, eles devem ser os principais conhecedores do processo de

comunicação além de serem os emissores mais eficientes da empresa, ou seja, devem

ser os facilitadores no processo de comunicação.

Entretanto, nas organizações virtuais, questiona-se se o Secretário(a)

Executivo(a) também funciona como filtro, pois com o uso das tecnologias da

informação, eliminam-se as hierarquias. “As e-orgs (e-organisations ou organizações

virtuais) estão reescrevendo as regras da comunicação. Como elas funcionam com base

em redes de informações abrangentes e integradas, os níveis hierárquicos tradicionais

não representam mais uma limitação.” (ROBBINS, 2002: p.573).

Como a atividade fim da empresa estudada é a Educação à Distância,

faremos um breve estudo desta modalidade de ensino a fim de entender como esta

atividade é a realizada.

4.5 Educação à Distância ou e-learning

De acordo com Neves (2003), a Educação à Distância (EAD) está crescendo

em todo o mundo impulsionada pelas novas Tecnologias da Informação e das

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Comunicações – TICs, sendo uma forma de democratização do acesso ao conhecimento

e da expansão das oportunidades de trabalho e aprendizagem ao longo da vida.

Uma outra nomenclatura dada a Educação à Distância é o e-learning

(aprendizagem eletrônica) que, segundo DOXSEY e RIZ (2004: p. 9), “é a modalidade

de ensino a distância aplicada ao ambiente interativo da Internet”.

A legislação vigente conceitua no Art. 1º do Decreto Nº. 2.494, de 10 de

fevereiro de 1998, a Educação a Distância como:

“forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de c comunicação.” (Brasil, 1998)

Neves (2003) argumenta que, com o uso de recursos tecnológicos,

eliminam-se as distâncias e fronteiras, podendo, desta forma, interpretar educação à

distância como educação independente de distâncias.

A EAD caracteriza-se, segundo artigo publicado pela UFRGS, 2005, “pela

separação do professor e aluno no espaço e/ou tempo (Perraton, 1998), pelo controle do

aprendizado realizado mais intensamente pelo aluno do que pelo instrutor distante

(Jonassen,1992) e pela comunicação entre alunos e professores, mediada por

documentos impressos ou alguma forma de tecnologia (Keegan,1986;Garrison and

Shale,1987).” (Ufrgs: 2005, p.01)

Neves (2003) ainda considera que a diferença básica entre educação

presencial e a distância está na capacidade do aluno construir conhecimento

desenvolvendo suas habilidades e estabelecendo seu próprio rítmo. Ao invés de

depender da ajuda integral de um professor, ele necessita apenas da mediação de

professores (tutores ou orientadores) que atuam ora à distância, ora em presença física.

LARSEN (citado em TURBAN, McLEAN e WETHERBE, 2004) observa

que as Tecnologias da Informação possibilitam o ensino e o trabalho à distância. A

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indisponibilidade de freqüentar cursos tradicionais leva as pessoas a procurarem meios

alternativos. Em 1999, nos EUA mais de 300 faculdades e universidades credenciadas

ofereceram ensino à distância em mais de 800 áreas.

“O ensino à distância está transformando radicalmente a educação, e as mudanças socioeconômicas e tecnológicas deveriam ser avaliadas e reavaliadas paralelamente às alterações no comportamento de aprendizado e nas expectativas dos estudantes. .Existe uma demanda crescente por ambientes de ensino flexíveis e adaptáveis que independam de tempo e da localização geográfica.” Meso e Leigle (2000) citado em TURBAN; McLEAN, WETHERBE (2004: p.142)

A educação à distância não elimina o trabalho do professor. Como afirma

Neves (2003) muito pelo contrário amplia suas funções. Para AUTHIER (citado em

NEVES, 2003: p.7) os professores das EADs “são produtores quando elaboram suas

propostas de cursos; conselheiros, quando acompanham os alunos; parceiros, quando

constroem com os especialistas em tecnologia abordagens inovadoras de

aprendizagem”.

A sociedade está em constante evolução. As crianças e jovens de hoje vivem

em uma nova realidade. Como Neves (2003: p.4) afirma “elas nasceram, vivem e irão

trabalhar numa sociedade em permanente desenvolvimento tecnológico. Nosso espaço é

o de um mundo plugado a uma rede que afeta a todos, mesmo àqueles que não estão

diretamente conectados.” Desta forma, a educação também deve se adequar a esta nova

realidade, criando uma nova proposta de aprendizagem, priorizando um trabalho com

qualidade que atenda às necessidades emergentes.

As principais vantagens do e-learning, destacadas por DOXSEY e RIZ

(2004, 11-12), são: determinação dos próprios horários, liberdade do local de estudo,

definição do rítmo de aprendizagem, redução de custos com treinamento, alta

interatividade, maior variedade de cursos e autonomia.

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A EAD no Brasil é recente e sofre resistência tanto por parte de professores

quanto de alunos, pois ambos assumem papéis diferentes e muitos deles ainda não estão

preparados para assumir tal postura. Para DOXSEY e RIZ (2004), o aluno precisa

pensar globalmente e ser ativo no uso da Internet para explorar os conteúdos. Ele deve

ser autônomo e dinâmico. Já o professor tem um papel fundamental na mediação da

aprendizagem de cada aluno, sendo o principal elemento da interação social e humana

no sistema on-line.

O Estado permite a Educação à distância, tendo legislação própria.2

Entretanto estabelece algumas restrições a esta modalidade exigindo provas presenciais.

“A avaliação do rendimento do aluno para fins de promoção, certificação ou diplomação, realizar-se-á no processo por meio de exames presenciais, de responsabilidade da Instituição credenciada para ministrar o curso, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto autorizado”. Artigo 7º - Decreto N.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998.

Segundo artigo publicado pela ESAB (2004), o Ministério da Educação quer

estimular a cultura da Educação à Distância e reduzir os trâmites burocráticos,

autorizando às instituições de ensino superior a oferecer à distância até 20% da carga

curricular de seus cursos reconhecidos, por meio de tecnologias de informação e

comunicação, além de prever encontros presenciais e atividades de tutoria.

Então, verifica-se que o Estado percebe a Educação à Distância como uma

realidade e procura criar meios para que esta modalidade seja possível. No entanto é

bastante cauteloso em sua regulamentação, não permitindo cursos 100% à distância ou

on-line e liberando apenas uma carga horária mínima dos cursos das instituições de

ensino superior para serem ministrados à distância.

2 As bases legais da educação à distância no Brasil foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996), pelo Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998 (publicado no D.O.U. DE 11/02/98), Decreto n.º 2.561, de 27 de abril de 1998 (publicado no D.O.U. de 28/04/98) e pela Portaria Ministerial n.º 301, de 07 de abril de1998 (publicada no D.O.U. de 09/04/98). Essa legislação está disponível em <http://www.guiaead.com.br/guiaead/secao_legislacao.asp>.

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5 Descrição e interpretação dos dados

5.1 Classificação da empresa

A maior parte das operações realizadas pela Esab são via internet, tendo,

então, um grau de conexão alto. Já o grau de conexão com intranet e extranet é baixo,

pois são utilizados apenas para dar acesso ao sistema para os professores, alunos e

funcionários. A comunicação entre os funcionários não é totalmente virtual, pois como

trabalham juntos em um mesmo local, também se comunicam verbalmente. Portanto, de

acordo com a fig. 4 o seu grau de virtualidade é C.

Ela é mais eletrônica por ter a sede de Vitória somente para efeitos legais e

mais virtual, já que possui poucos funcionários fixos trabalhando no mesmo ambiente.

São 118 professores virtuais que recebem por comissão de curso dado, não sendo desta

forma considerados funcionários fixos.

Ela atua tanto por meio de e-business quanto por meio de e-commerce, já

que suas atividades são realizadas em maior parte via internet e a divulgação e

oferecimentos de seus serviços, através do site na WEB.

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A ESAB pode ser considerada “maior que o mundo”, pois não tem área

geográfica específica para atuar. Seus cursos estão na rede disponíveis para pessoas de

qualquer país. A única limitação é que os cursos ainda não são oferecidos em idiomas

diferentes. Há um grande projeto de expansão da empresa, incluindo parcerias com

instituições de outros países.

5.2 Processo de comunicação empresa/cliente

Quadro 13 - Contato com os alunos e públicos externos

Secretárias Contatos Financeira Somente alunos. Acadêmica Somente alunos. Pedagógica Somente alunos

No quadro 13, quatro das cinco secretárias têm contato com alunos.

Nenhuma delas tem contato com públicos externos (mídia, governo, concorrentes).

Percebe-se desta forma que as secretárias são as principais comunicadoras com o

público alvo. São elas quem transmite mensagens aos alunos e recebe seus feedbacks.

Designer Não tem contato. Geral Somente alunos.

55

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Quadro 14 - Canais de comunicação das secretárias com alunos e objetivo da mensagem

Secretárias Canal Conteúdo cartas Boas vindas, informações gerais. telefone Urgência.

Financeira

e-mail Informações financeiras. Telefone Último caso, como cancelamento de

matrícula. Acadêmica

e-mail Informações gerais.

O quadro 14 apresenta os canais utilizados para a comunicação com os

alunos bem como o objetivo da mensagem. De acordo com a área das secretárias,

embora os canais utilizados sejam os mesmos, o conteúdo da mensagem se modifica.

Analisando os exemplos de e-mails e cartas fornecidas pela ESAB em

anexo, percebe-se que a comunicação das secretárias com os alunos e professores segue

o padrão formal e informal. Quando são informações gerais como nos modelos 1, 2, 3 e

4 do anexo, a linguagem é formal e a padronização das cartas e e-mail também seguem

o padrão da norma culta. “ Seja, bem-vindo a ESAB!Você fará seu curso por e-Learning numa das

ferramentas de ILMS (Intergrated Learning Management System, ou “Sistema Gestor de Ensino

Integrado”) mais avançadas tecnologicamente.” “Agradecemos sua gentileza de seu pronto atendimento

de nosso anúncio, concernente a sua possível contratação, para compor nosso quadro docente”.

Quando são comunicações individualizadas, como nos modelos 5 e 7 em anexo, para

responder a algum questionamento tanto dos professores e alunos ou para perguntar

algo a determinado aluno ou professor a comunicação é informal. “ Boa noite, Marcos. Você

fez o pagamento somente da primeira parcela, restando ainda uma de mesmo valor.” “Prezada

Telefone Informações novas, novas rotinas, excesso de dúvidas.

Pedagógica

e-mail Informações gerais, maior parte da comunicação por e-mail.

Designer Não tem contato

Cartas Informativa. Ex. sobre o material enviado. Telefone Quando alunos ligam para esclarecer dúvidas.

Geral

e-mail Completar dados.

56

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Elizabeth, o sistema do BOU é de fácil, utilização e muito versátil, o que ocorreu nas falhas de acesso foi

do navegador que eu utilizava”.

Quadro 15 - Comunicação da Esab com os alunos

Individualizada Quando o aluno procura a ESAB (comunicação

sob demanda). Diretor Presidente

Geral Comunicação através do site (quadro de avisos).

O quadro 15 mostra que a comunicação com os alunos é individualizada,

quando eles procuram a ESAB, ou seja, quando pedem informações ou têm algum

problema; então a equipe administrativa ou acadêmica trata cada caso individualmente.

A comunicação com os mesmos é em geral por meio do site, onde há o quadro de avisos

e por e-mail e por cartas, como, por exemplo, a carta de boas vindas.

A ESAB recebe dúvidas, sugestões e reclamações dos alunos por e-mail.

Além disso, há os seguintes links no site para receber feedbacks dos alunos:

• Fórum: Link para debates sobre temas em aberto. Ele pode ser proposto pelo

aluno ou pelo professor. Seu objetivo é compartilhar experiências, dúvidas e

achados. Veja anexos, modelo anexo.

• Chat: Chat on-line com agendamento prévio. Serve para discutir com os

alunos, professores e convidados temas relevantes ao módulo ou curso estudado;

• Dúvidas acadêmicas: O aluno pode enviar uma dúvida para o professor tutor e

visualizar respostas para outros alunos. As dúvidas devem ser respondidas pelo

professor tutor num período não superior a 48 horas da postagem da dúvida. Os

alunos que não recebem resposta, neste período, devem submeter uma nova

comunicação ao tutor registrando a demora. Não cabe ao professor decidir que

dúvida ficará armazenada na listagem, ficando assim todas as dúvidas postadas

com suas respectivas datas, hora, módulo e curso. Veja anexo, modelo 8.

57

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• Minha opinião: O aluno poderá emitir sua opinião via formulário na página

quando desejar..

• Fale conosco: visitantes, clientes em potencial e alunos podem especificar o

tipo de questionamento.

O Diretor Presidente e todas as secretárias que têm contato com alunos

responderam que valorizam as críticas e sugestões dos alunos, recebendo-as como

forma de crescimento e melhoria. É prioridade de todos responderem às dúvidas dos

alunos.

Portanto, os canais de comunicação apresentados e os depoimentos das

secretárias e do Diretor Presidente nos mostram que a ESAB se preocupa em manter um

bom relacionamento com os clientes, valorizando os feedbacks dados pelos mesmos.

Apesar de utilizar canais diferenciados das organizações tradicionais, já que restringe o

uso do telefone, a empresa mantém contato permanente com os clientes.

Quadro 16 - Comunicação das secretárias com os alunos

SECRETÁRIAS Financeira A comunicação é sempre a mesma. Acadêmica Natural. Não há uma forma diferenciada para tratá-los.

Apenas procuramos compreender sempre os alunos. Pedagógica Não há uma forma diferenciada. Designer Não trabalhamos de forma diferente.

Geral Não há uma forma diferenciada, mas atendo e entendo os alunos de diferentes sotaques.

De acordo com o quadro 16 não foi apresentada uma forma de lidar com as

diferenças culturais dos alunos, apenas tentam compreendê-los. Tanto o produto

oferecido quanto à forma de atendimento desta organização virtual são generalizados,

isto é, independe da cultura do cliente. Isto difere das empresas tradicionais que criam

seus produtos e atendem seus clientes considerando a sua cultura, a fim de satisfazer as

necessidade de cada grupo de clientes.

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Quadro 17 - Como a ESAB trabalha a sua imagem perante seu público alvo

Secretárias Financeira Buscando melhoria, conforto para os usuários e sendo o

mais clara e objetiva possível. Acadêmica É um projeto muito legal. Analisamos sempre as críticas em

busca da melhoria. Pedagógica Sem resposta. Designer Pelo site, exibindo um site organizado e atrativo e

mostrando eficiência no retorno das mensagens. Geral Não sei fico envolvida com o meu serviço e nunca parei

para pensar nisso. Diretor

Presidente Prestando um serviço de qualidade. Nosso lema é qualidade, qualidade....Quando alguém liga para a ESAB me procurando, é proibido dizer que não estou. Na minha empresa é proibido mentir.

O quadro 17 mostra como a ESAB trabalha sua imagem perante ao público alvo.

“Buscando melhoria, conforto para os usuários e sendo o mais clara e objetiva possível.” “Não sei fico

envolvida com o meu serviço e nunca parei para pensar nisso. Percebe-se a falta de regras

definidas, pois cada qual a trabalha de uma forma diferente.

Quanto às estratégias da empresa dispostas no quadro 5 do apêndice, elas

são traçadas pelo Diretor Presidente e pelo Diretor Acadêmico. Para traçarem as

estratégias, eles levam em consideração às informações advindas de todos os canais de

informação – “Eu só levo. Como fiz dois anos de Matemática, sou um pensador

estrategista.

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Quadro 18 - Política de relacionamento da empresa com os clientes

Secretárias Financeira O aluno sempre está em primeiro lugar. Acadêmica Procuramos ter um bom relacionamento. Respondemos

rapidamente a todos os questionamentos para melhor atender o aluno.

Pedagógica Somos o mais cordial possível. Isto é fundamental para que o aluno traga as sugestões e críticas. Nós somos realmente uma instituição aberta, onde o aluno sempre é ouvido.

Designer Cativando o aluno com um retorno eficaz de suas dúvidas. Geral É formal. É difícil dizer, pois não estamos vendo a pessoa.

Eu sou uma pessoa muito informal, mas com eles, não tem como ser informal.

Diretor Presidente

Por enquanto, como ainda não aconteceu nenhum encontro presencial, nosso relacionamento é impessoal.

O quadro 18 demonstra que a política de relacionamento da empresa com os

clientes é por meio da excelência no atendimento, respondendo a todas as suas dúvidas,

valorizando e respeitando a opinião deles. Foi relatado também que o relacionamento é

impessoal, uma vez que não há contato direto com os alunos.

Quanto à comunicação com o público externo, o Diretor Presidente presta o

seguinte depoimento: “recebo todas as informações, mas como sou sozinho, não sou

participativo. Nem sempre posso estar presente em todos os encontros. Procuro manter

a política da boa vizinhança, mas não fico dentro da casa do vizinho. Já recebi alguns

prêmios e, às vezes, visito algumas universidades no exterior, buscando parceiros e

adquirindo novas idéias.” Ou seja, como ele é sozinho, ele não tem disponibilidade para

manter contato com públicos externos, apenas recebe todas as informações da

concorrência e visita algumas instituições em busca de parcerias.

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Quadro 19 - Recebimento e avaliação das considerações (dúvidas, sugestões, reclamações) dos alunos e público externos

Secretárias Financeira Respondemos a todos os e-mails dos alunos e o Nildo tem

acesso à todas as dúvidas, sugestões e reclamações, se baseando nelas para tomar decisões no que diz respeito a melhoria de nossos serviços. Quanto ao público externo, não temos muito contato, apenas recebemos e-mail de clientes potenciais.

Acadêmica Através do fórum que está disponível no site e por e-mail. Respondemos a todas as críticas e elogios.

Pedagógica Através de e-mails. Recebemos como forma de crescimento e esclarecimento. Procuramos responder e analisar a todas as dúvidas.

Designer Pouco contato com aluno, somente atendimento telefônico, avaliação do problema ou questionamento e transferência da ligação para o setor competente.

Geral Recebemos tudo por e-mail e tentamos resolver o mais rápido possível. O cliente tem sempre a razão.

Diretor Presidente

Há um fale conosco no site, onde as pessoas podem especificar o tipo de seu questionamento. Além disso, durante o curso o aluno pode fazer uma avaliação do curso, dar sugestões, fazer críticas e tirar dúvidas. O Diretor Acadêmico pode entrar no módulo de outro professor para responder. Quem analisa as sugestões, críticas e avaliações sou eu e o Jaime. Sempre estamos pedindo sugestões e ficamos muito atento tanto às críticas e avaliações. Quando há muita crítica procuramos melhorar.

O quadro 19 mostra os meios com os quais a empresa recebe as dúvidas,

sugestões e reclamações dos alunos. Percebe-se que a opinião dos alunos é bastante

considerada. Eles fazem questão de responder a todas as dúvidas e reclamações. Além

disso, as decisões tomadas pela empresa são a partir das observações dos alunos e

professores. Os modelos 14, 15 e 16 em anexo mostram algumas avaliações.

Analisando a política de relacionamento com os clientes e públicos externos juntamente

com a forma com que a ESAB trabalha sua imagem perante seu público alvo, percebe-

se que a empresa não vê o processo de comunicação como forma de criar e estabelecer

uma imagem positiva da organização. “Prestando um serviço de qualidade. Nosso lema é

qualidade, qualidade....Quando alguém liga para a ESAB me procurando, é proibido dizer que não

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estou. Na minha empresa é proibido mentir.” “Somos o mais cordial possível. Isto é fundamental para

que o aluno traga as sugestões e críticas. Nós somos realmente uma instituição aberta, onde o aluno

sempre é ouvido.”

O processo de comunicação empresa/cliente da ESAB é uma combinação de

processos e troca de mensagens. No entanto, o conceito é diferente do proposto por

WILSON; GOODDALL E WAAGE (citado em PINHO, 2004), que conceitua a

comunicação como processo quando ela é entre um grupo de características culturais

próprias e como troca de mensagens quando se estabelece relações hierárquicas. Na

organização estudada, a comunicação é um processo, simplesmente, por haver um

sistema onde a comunicação já está programada. As comunicações individualizadas são

somente respostas aos questionamentos dos clientes/alunos. A comunicação não é um

processo evolutivo a qual se compartilha informações e se cria relacionamentos. O

processo de comunicação é um repasse de mensagens entre funcionários e alunos, mas

não se estabelece uma hierarquia, pois estas têm função de informar, questionar e dar

continuidade aos processos da empresa.

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Quadro 20 - Principais dificuldades enfrentadas no processo de comunicação entre cliente/empresa e público externo/empresa

Secretárias Público Principais dificuldades Cliente/empresa Problemas na internet. Financeira

Público externo/empresa Não há problemas. Cliente/empresa Quando os e-mails voltam.

Neste caso ligamos. Acadêmica

Público externo/empresa Não há problemas.

Cliente/empresa Não há problemas. Pedagógica

Público externo/empresa Não há problemas.

Cliente/empresa Excesso de informações. Designer Público externo/empresa A empresa ainda não é muito

divulgada. Cliente/empresa Não há problemas, já que

damos a opção e-mail ou telefone.

Geral

Público externo/empresa Não há problemas.

Cliente/empresa Quebrar o paradigma do EAD e principalmente do e-learning.

Público externo/empresa Não temos dificuldades, mas não temos um assessor de imprensa. Neste momento este departamento não é prioritário.

Diretor Presidente

Professores/alunos A única forma de comunicarem é pelo link dúvidas. Estas dúvidas são controladas, por isso evito que os alunos tirem dúvidas por e-mail com professor. Esta é a nossa estratégia.

As principais dificuldades enfrentadas no processo de comunicação entre

cliente/empresa observadas no quadro 20 são: problemas na internet tais como não

abertura do site, queda de conexão, inacessibilidade de alguma págia; o não recebimento

de e-mails enviados e a quebra de paradigma do EAD e, principalmente, do e-learning.

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Segundo o Diretor Presidente, os alunos ainda não estão acostumados a estudarem via

internet, resistindo então a esta nova forma de aprendizado.

Percebe-se, desta forma, que as dificuldades citadas são principalmente

tecnológicas e que a comunicação na organização virtual tende a ter menos dificuldades

do que a comunicação na organização física, pois há menos canais de comunicação. Isto

facilita o gerenciamento das informações e a resolução de problemas.

Como visto na pág. 57, há três formas de comunicação entre professores e

alunos – fórum, chat e dúvidas acadêmicas. Toda a comunicação entre professores e

alunos é registrada pelo sistema, sendo estratégia da organização para controlarem o

conteúdo das informações transmitidas e a qualidade dos cursos. Foi questionado ao

Diretor Acadêmico sobre as dificuldades na comunicação entre professor e aluno, ele

respondeu que não havia, mas percebe-se que esta se limita à escrita, podendo causar

erros de interpretação. Pode acontecer de um professor interpretar de forma diferente a

dúvida de um aluno e não respondê-lo eficientemente. O feedback também pode ser

demorado, pois as respostas do professor não são dadas em tempo real.

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5.3 Processo de comunicação funcionários/funcionários

Quadro 21 - Processo de comunicação entre níveis hierárquicos diferentes. Finalidade e canal utilizado

Secretárias Finalidade Canal utilizado Financeira Troca de informações e para tirar

dúvidas. Telefone e verbal.

Acadêmica Troca de informações. E-mail, telefone e verbal.

Pedagógica Interação, buscar informações. Verbal e contato pessoal.

Designer Tirar dúvidas, comunicações interpessoais, pedir informações.

E-mail e verbal.

Geral Troca de informações. Com as pessoas que trabalham aqui é verbal. Com a sede em São Paulo, apenas por telefone ou e-mail.

De acordo com o quadro 21, todas as secretárias trocam informações com

pessoas de níveis hierárquicos diferentes. Comunicam-se também para tirar dúvidas e

para estabelecer uma interação entre os funcionários. Os canais utilizados são e-mail, o

telefone e o contato pessoal. Isto mostra que na organização virtual, não há restrições

para a comunicação entre níveis diferentes. Pode-se dizer que não há hierarquias no

processo de comunicação.

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Quadro 22 - Relacionamento e comunicação com os professores

Secretárias Financeira Todos os professores moram no Brasil. Não há dificuldade

de comunicação, porém não encontramos com eles. A comunicação é padronizada.

Acadêmica Temos professores do país inteiro, mas nós o tratamos sempre da mesma forma.

Pedagógica Sem resposta. Designer Pouco contato com professor. Apenas sobre alterações feitas

no curso. Comunicação impessoal Geral Não tenho contato.

O quadro 22 mostra que nem todas as secretárias têm contato com os

professores. As que mantêm contato, afirmam que não há dificuldade na comunicação,

porém esta ocorre de uma forma padronizada, impessoal e não consideram suas

diferenças regionais. Os modelos 10, 11, 12 e 13 em anexo mostram algumas

comunicações dos professores/secretárias e vice-versa.

Quadro 23 - Dificuldades no processo de comunicação funcionário/funcionário

Secretárias Financeira Ás vezes acontecem distorções ou problemas de

interpretação, mas não gera grandes problemas. Acadêmica Não há problemas. Pedagógica Não há problemas. Designer Não há problemas. Geral Não há problemas. Diretor Presidente

Não há muitas dificuldades, apenas alguns probleminhas. A comunicação é boa (nota 8). Usam as tecnologias sem dificuldades. O e-mail é uma armadilha, se você erra uma vírgula muda o conceito. Sempre me consultam, quando há problemas. As viagens que faço são sempre para treinar e capacitar. Sou itinerante, vivo em SP, Vila Velha e Brasília.

Já o quadro 23 aponta que não foi apresentada dificuldades no processo de

comunicação entre os funcionários. Foi citado que, às vezes, acontecem distorções ou

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problemas de interpretação, mas que não geram grandes problemas. Elas tomam

cuidado ao escrever e-mails e o Diretor Presidente procura orientá-los.

Quadro 24 - Canais utilizados na comunicação informal

Secretárias Canais Financeira Verbal e expressão

corporal. Acadêmica Verbal. Pedagógica Telefone e verbal. Designer E-mail, verbal.

Geral Verbal. Diretor Presidente Verbal.

(TI – Web Designer e Programador)

Verbal

No quadro 24 foram apresentados os canais utilizados na comunicação

informal. Como os funcionários administrativos trabalham juntos, a maior parte da

comunicação informal é verbal.

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Quadro 25 - Canal utilizado na comunicação horizontal e suas principais barreiras

Secretárias Canal Verbal

Financeira

Barreira Diferenças de entonação, mal entendidos, medo de se comunicar. Alguns problemas de manipulação de mensagens. Mas em geral não temos barreiras. Estes problemas são mais com pessoas do mesmo nível hierárquico.

Canal E-mail, telefone e verbal. Acadêmica

Barreira Interpretação e retorno. Às vezes comunicamos, mas não obtemos um feedback. Isto acontece muito com os professores. Precisamos de dados, informações e eles não respondem. Superamos com muito diálogo.

Canal Verbal e e-mail. Pedagógica Barreira Não há problemas.

Canal Verbal. Designer Barreira Não há problemas. Canal Verbal. Geral

Barreira Não há problemas.

E-mail - Com os professores para pedidos e informações.

Verbalmente Como os funcionários trabalham no mesmo local, trocam informações, conversam, fazem pedidos verbalmente sem uso de nenhuma tecnologia.

Telefone

Diretor Presidente

Canal

Só quando for muito urgente.

Fax Comprovantes. Cartas Comunicados, cartas de boas vindas,

contratos. Msn Usavam mas não gosto.

Barreira Não existem muitas barreira. O Msn faz perder muito tempo, pois os funcionários ficam batendo papo. Estamos criando o Msn interno.

Canal Verbal Barreira Não tem barreiras. Às vezes acontece de o Nildo

pedir algo e não entendermos, pois ele é leigo em Sistema de Informações

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O quadro 25 mostra que os canais utilizados para a comunicação

horizontal são e-mail, telefone, contato pessoal, cartas, fax e MSN Messenger .

Uma vez que a equipe administrativa trabalha em um mesmo ambiente, a maior

parte da comunicação é realizada pelo contato pessoal. Utilizam o MSN

Messenger, mas o Diretor Presidente “não gosta”, pois faz perder muito tempo,

já que os funcionários passam a ter acesso a amigos externos. O e-mail é

também bastante utilizado, principalmente com os professores. O telefone é

utilizado com menor freqüência, apenas o utilizam em caso de urgência. As

cartas são utilizadas para comunicados, boas vindas e solicitação de assinatura

de contratos. O fax é utilizado apenas para envio e recebimento de

comprovantes.

Portanto, verifica-se que a comunicação entre funcionários de diferentes

níveis hierárquicos é comum. Utilizam de instrumentos tecnológicos como e-mail,

telefone, fax, MSN messenger para comunicações que necessitam de maior precisão ou

pela necessidade de registro. Já as comunicações mais simples ou de interação são feitas

pelo contato pessoal. A utilização do e-mail diminui custos e auxilia na “fidelidade” da

comunicação, já que diminui os problemas de interpretação que podem ser gerados em

qualquer processo de comunicação.

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5.4 Processo de comunicação funcionário/empresa.

Quadro 26 - Estabelecimento de restrições para a comunicação fora de seu nível hierárquico

A estrutura hierárquica da empresa estabelece restrições para a

comunicação fora de seu nível hierárquico? Secretárias Financeira

Não, comunicamos com todos os funcionários.

Acadêmica Não, comunicamos com todos os funcionários. Pedagógica A comunicação é aberta, informal e simples. O Nildo

(chefe) quando nos chama atenção é de forma bastante polida.

Designer Não, comunicamos com todos os funcionários. Geral Não, comunicamos com todos os funcionários.

Diretor Presidente

Não há necessidade. Os funcionários precisam comunicar-se livremente com entre eles para trabalharem com eficiência.

O quadro 26 ilustra que a estrutura hierárquica da empresa não estabelece

restrições para a comunicação com diferentes níveis hierárquicos. Para o Diretor

Presidente, não há necessidade de estabelecê-las e é preciso que eles se comuniquem

para garantir a eficiência de seu trabalho.

Observando a comunicação entre eles, percebeu-se que há uma integração

entre os mesmos. O Diretor Presidente se dirige aos funcionários de uma forma muito

polida e todos eles se dirigem ao Diretor Presidente naturalmente, sem formalidades e

restrições.

Isto confirma a afirmativa de ROBBINS (2002: p. 573) que “As e-orgs estão

reescrevendo as regras da comunicação. Como elas funcionam com base em redes de

informações abrangentes e integradas, os níveis hierárquicos tradicionais não

representam mais uma limitação.” Os instrumentos utilizados na comunicação facilitam

o acesso a níveis hierárquicos diferentes e como a empresa virtual é “enxuta” de

funcionários, a integração entre eles é facilitada.

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Quadro 27 - Processo de Comunicação Ascendente

Secretárias Canais Instrumentos Financeira Escritos ou impressos Relatórios de desempenho

Levantamentos. Encontros e

Entrevistas individuaisEntrevistas de avaliação.

Reuniões de grupo Sessoões informais de discussão de problemas.

Mídia e-mail. Canais Instrumentos. Enconstros e Entrevista individuais

Entrevistas de avaliação. Entrevista de desagravo ou de retratação. Entrevista no desligamento de um funcionários, tutoria.

Reuniões de grupo Reuniões de departamento. Reuniões de círculo de qualidade.

Acadêmica

Sessões informais de discussão de problemas.

Midia e-mail; site. Canais Instrumentos Escritos ou impressos Relatórios de desempenho através do

sistema. Reuniões de grupo Reuniões de departamento.

Sessões informais de discussão de problemas.

Pedagógica

mídia e-mail; site. Canais Instrumentos Encontros e Entrevistas individuais

Reuniões presenciais para resolver problemas internos.

Designer

Reuniões de grupo Reuniões de círculos de Qualidade. Sessões de treinamento. Sessões informais de discussão de problemas.

mídia Telefones de reclamações. E-mail.

Canais Instrumentos Geral

Outros Verbal. Reuniões de grupo Reuniões do departamento, de

círculos de qualidade, grupos de treinamento, sessões de treinamento, sessões informais de discussão de problemas.

Mídia Site.

Diretor Presidente

Outros Follow up (escrito) – Tudo que o funcionário informou ao aluno é registrado no sistema. É uma espécie de relatório virtual.

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Observando o quadro 27 verifica-se que há vários meios de comunicação

ascendente. Os relatórios são emitidos através do sistema, não há impressão de

relatórios. Esta é uma forma de o Diretor Presidente controlar e saber como está

sendo o atendimento aos alunos. As reuniões são bastante comuns. Durante as

entrevistas, foram várias às vezes em que o Diretor Presidente chamava tanto os

funcionários de Tecnologia da Informação como as secretárias para resolverem

problemas e passar informações. As sessões informais de discussão de problemas são

as mais comuns. A empresa valoriza a opinião dos funcionários, resolvendo os

problemas sempre em conjunto. Como o site é bastante interativo, ele possibilita a

comunicação entre os diversos níveis.

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Quadro 28 - Processo de Comunicação Descendente

Secretárias

Canais Instrumentos

Financeira Reuniões de grupo Orientação e treinamento de equipes Pronunciamento.

Mídia E-mail. Canais Instrumentos. Encontros e Entrevista individuais

Encontros para transmissão de instruções de trabalho.

Reuniões de grupo Orientação e treinamento de equipes Pronunciamento.

Acadêmica

Midia e-mail. Canais Instrumentos Escritos ou impressos Bilhetes, anotações. Encontros e entrevistas individuais

Entrevistas de seleção.

Reuniões de grupo Reuniões de departamento.

Pedagógica

mídia e-mail.

Canais Instrumentos. Encontros e Entrevistas individuais

Encontros para transmissão de instruções de trabalho.

Reuniões de grupo ( a maioria)

Orientação e treinamento de equipes. Reuniões do Departamento. Círculos de qualidade. Pronunciamentos.

Designer

mídia e-mail. Canais Instrumentos. Geral

Reuniões de grupo Orientação e treinamento de equipes.

Escritos ou impressos (check list virtual)

Manuais de referência (sistema); doutrinação sobre metas (relatório gestor virtual), cartas virtuais, relatórios anuais.

Reuniões de grupos Orientação e treinamento de equipes, reuniões do departamento.

Mídia e-mail.

Diretor Presidente

Help desk Memorando interno é uma espécie de controle interno com os funcionários.

O quadro 28 ilustra os canais utilizados para a comunicação

descendente, dentre os quais se destacam as reuniões de grupo e o e-mail.

Pode-se dizer que os canais utilizados para a comunicação ascendente e

descendente na organização virtual são praticamente os mesmos de uma organização

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física. Porém, a forma com que são utilizados se diferencia. Como o sistema é integrado

os escritos são, em sua maioria, virtuais. As reuniões são mais informais, tendo

participação de diversos níveis hierárquicos. Não há restrições para a comunicação

ascendente, ela flui normalmente. O site facilita ambos os fluxos de comunicação, já que

os alunos, públicos externos, professores, equipe técnica e administrativa podem se

comunicar através dele.

Quadro 29 - Barreiras na comunicação ascendente e descendente

Secretárias Ascendente Não há barreiras. Financeira

Descendente Não há barreiras. Ascendente Percepção Seletiva.

Interpretação. Tentamos superar esclarecendo da melhor forma possível.

Acadêmica

Descendente Não há barreiras.

Ascendente Não há barreiras. Pedagógica

Descendente Não há barreiras.

Ascendente Às vezes tenho problemas de como vou expressar nos e-mail com os professores. Tenho que tomar cuidado em ser nem muito formal nem informal.

Designer

Descendente Sobrecarga de informação.

Ascendente Não há barreiras. Geral

Descendente Não há barreiras.

Ascendente * Não há barreiras. Diretor PresidenteDescendente Não há barreiras.

TI (Web Designer) Ascendente Linguagem e interpretação Descendente Linguagem e interpretação * Dos funcionários para com ele.

O quadro 29 aponta as barreiras nas comunicações ascendentes e

descendentes. As barreiras nas comunicações ascendentes foram apontadas por duas

secretárias. Elas estão relacionadas à interpretação do receptor. Para superá-las, tentam

agir com cautela e esclarecer as idéias da melhor forma possível. Estes tipos de barreiras

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são comuns a qualquer organização. Problemas de interpretação são comuns na

linguagem escrita, já que esta é desprovida de outros canais de comunicação. A

interpretação depende exclusivamente do receptor.

A barreira de comunicação apontada foi uma barreira na comunicação

descendente – a sobrecarga de informação, que também é comum a qualquer tipo de

empresa.

Quadro 30 - Dificuldades no processo de comunicação funcionário/empresa

Secretárias Dificuldades Financeira Não há problemas. Acadêmica Não há problemas. Pedagógica Professor/empresa – resistência em retorno por parte do

professor. Falta de acesso à internet tanto do aluno quanto professor.

Designer Não há problemas. Geral Não há problemas.

Diretor Presidente

Fragilidade de receita. Poderiam ser melhor remunerados, mas não tenho profissionais qualificados. Tenho que ensinar os sistemas. Há dificuldade cultural. É necessária maior qualificação.

No quadro 30, verifica-se que, em geral, não foram apresentadas

dificuldades no processo de comunicação funcionário/empresa, já que as dificuldades

descritas foram de caráter tecnológico e a falta de recursos da empresa impede que elas

sejam sanadas. Para a eficiência da comunicação virtual, é necessário um alto

investimento em tecnologia e em treinamento de funcionários.

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5.5 Identificação do tipo de Tecnologia utilizada e sua aplicabilidade. A ESAB funciona basicamente por meio do sistema de informação “Campus

On-line”. Este sistema está disponível para seus usuários por meio da internet, intranet e

extranet, no entanto, o meio mais utilizado é a internet. Os funcionários têm acesso a

todos os dados e formulários por meio da intranet. Já os alunos, professores e públicos

externos têm acesso à empresa por meio da internet, onde está disponível o site da

mesma. No site, através de senha, alunos e professores têm acesso ao sistema. Este

acesso só é possível devido à utilização da extranet pela empresa. Os computadores da

empresa são interligados em redes de pequeno porte.

Quadro 31 - Tecnologias da Informação utilizadas

SECRETÁRIAS Financeira Acadêmica Pedagógica Designer Geral

Alunos e-mail telefone(raro)

e-mail e-mail, telefone

Sem contato

e-mail

Públicos externos

Sem contato Sem contato

Sem contato

Sem contato

Sem contato

Chefe Verbal, e-mail, telefone

e-mail, verbal

e-mail, telefone, verbal

Verbal Verbal

Mesmo nível hierárquico

e-mail, telefone, verbal

e-mail, verbal

e-mail, verbal

Telefone, e-mail

Verbal

Nível hierárquico

superior

e-mail, telefone, verbal

e-mail, verbal

e-mail, verbal

e-mail, telefone, verbal

Verbal

Nível hierárquico

inferior

e-mail, telefone, verbal

e-mail, verbal

e-mail, verbal

e-mail Verbal

O principal canal utilizado para todas as comunicações da empresa é o e-

mail. Na comunicação entre os funcionários, ele é utilizado para encaminhar e-mails

recebidos para o setor responsável, para tirar dúvidas, para trocar informações e

estabelecer contato com a sede em São Paulo. Já na comunicação com os professores os

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e-mails são enviados para dar informações sobre o pagamento, tirar dúvidas e para

passar informações gerais.

O telefone é muito pouco utilizado, apenas o utilizam em caso de urgência

para pedidos, esclarecimento de informações, resolução de problemas, troca de

informações rápidas e consultas. O messenger também é utilizado, mas não é muito

aceito pela direção. A empresa pretende criar seu próprio messenger. Tanto o e-mail e o

messenger são serviços de comunicação oferecidos pela tecnologia de informação

internet.

Quanto aos canais utilizados para a comunicação entre professores e alunos,

ambos estão disponíveis no site. Estes canais também são serviços de comunicação

oferecidos pela internet. O aluno não tem contato direto com o professor por e-mail,

telefone ou contato pessoal. A empresa restringe o contato por e-mail e telefone, pois

quer controlar e ter acesso a esta comunicação.

Portanto, verifica-se que a ESAB utiliza as tecnologias básicas para o

funcionamento de uma organização virtual, sendo estas a internet, intranet e extranet.

Por meio destas tecnologias instalou seu sistema integrado. Através de alguns serviços

de comunicação oferecidos pela internet estabelecem a comunicação com alunos,

professores e funcionários.

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5.6 Identificação do papel do profissional de Secretariado Executivo no processo de comunicação na ESAB

Quadro 32 - Função e formação das Secretárias

SECRETÁRIAS Financeira Função Extratos bancários, conciliação bancária, posição

financeira diária, resposta aos e-mail relacionados a secretaria geral, controle do departamento pessoal, folha de pagamento, suporte integral ao Nildo e compras.

Formação Graduanda em Administração. Cargo Secretária Acadêmica.

Função Contato com professores, responder dúvidas de alunos, controle de arquivos de alunos, professores, monografias. Inclusão de módulos, mudança de curso. Melhorias no sistema.

Acadêmica

Formação Analista de Sistemas.

Cargo Secretária Pedagógica. Pedagógica

Função Orientação pedagógica para alunos, apoio burocrático, assistência a professores, verificação de exercícios, glossário e bibliografia.

Formação Pedagogia.

Cargo Designer. Função Correção, revisão ortográfica e virtual, inserção

de imagens, reestruturação de gráfico e animações.

Designer

Formação Designer Gráfica. Cargo Secretária Geral. Geral

Função Atendimento telefônico, apoio, preparação de material, certificados, envio de materiais e boletos.

Como pode ser observado no quadro 32, nenhuma das Secretárias têm

formação superior em Secretariado Executivo. Elas são formadas em Administração,

Análise de Sistemas, Pedagogia e Web Designer. Apesar de não possuírem formação na

área, verificando suas funções, percebe-se claramente que são funções de uma

Secretária Executiva. Além disso, a própria empresa denomina o cargo como secretária

e divide seus departamentos em cinco secretarias: Secretaria Financeira, Secretaria

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Acadêmica, Secretaria Pedagógica e Secretaria Geral. Isto demonstra uma realidade da

profissão de Secretariado, a qual há funções desempenhadas por vários cargos que são

de uma Secretária Executiva, mas são ocupados por profissionais de outra área. A

divulgação da profissão ainda é pequena. Foi perguntado informalmente, para cada

secretária, se conheciam o curso de Secretariado Executivo e elas responderam

negativamente. O Diretor Presidente disse que não tem recursos financeiros para pagar

profissionais formadas na área.

Ao analisar as funções desempenhadas pelas secretárias, verifica-se que

elas necessitam de conhecimentos de várias áreas para desempenhar suas funções,

como: Contabilidade, Recursos Humanos, Direito, Psicologia, domínio da Língua

Portuguesa e amplo conhecimento de Informática. Muito destes conhecimentos são

aprendidos na prática. No entanto, se as secretárias tivessem um estudo aprofundado

nestas áreas suas funções seriam desempenhadas com mais eficiência. Por exemplo,

comunicar-se por escrito na Língua Portuguesa parece ser uma tarefa fácil que todo

nativo consegue, mas fazer uma revisão ortográfica e gramatical de textos, redigir de

forma clara, coerente e concisa utilizando o padrão da norma culta, formatar cartas de

acordo com as Normas Oficiais de Redação são tarefas realizadas com êxito apenas por

profissionais que têm amplo conhecimento em Língua Portuguesa.

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Quadro 33 - Visão da secretária como assessoras

Secretárias Depoimento Financeira Nildo(Diretor Presidente). Considero-me uma assessora por

auxiliar e dar suporte à Diretoria Presidente. Acadêmica Nildo, mas no meu departamento há uma coordenadora

pedagógica e uma secretária pedagógica. Trabalhamos em equipe.

Pedagógica Alunos, professores e à parte acadêmica. Meu chefe é o Coordenador Acadêmico. Assessoro também as secretarias pedagógica e acadêmica.

Designer Nildo. Geral Não tenho nenhum chefe específico, sou secretária da

empresa inteira.

O quadro 33 mostra que todas as secretárias se consideram assessoras, ou

seja, prestam suporte a outros cargos ou são facilitadoras no desenvolvimento de

atividades distintas. Três secretárias disseram que assessoram o Diretor Presidente.

Durante a entrevista com o mesmo, ele relatou que não necessita de uma secretária

particular, para apenas controlar sua agenda e filtrar ligações. Ele vê todas as secretárias

de sua empresa como suas assessoras, às quais desempenham funções muito mais

importantes do que filtrar ligações e organizar agenda. A Secretária Acadêmica, apesar

de assessorar o Diretor Presidente, está ligada, em seu Departamento, à Coordenadora

Pedagógica e à Secretária Pedagógica, mas afirma que não há hierarquia. Diferente da

visão tradicionalista a qual a secretária é subordinada a um chefe, nesta organização

secretárias assessoram outras secretárias. Os trabalhos são desenvolvidos em equipe, e a

hierarquia não é estabelecida.

Cada qual tem sua função ao mesmo tempo em que trabalham em equipe. A

Secretária Pedagógica tem como chefe o Diretor Acadêmico, mas assessora à

Coordenadora Pedagógica e à Secretária Acadêmica. Além disso, presta assessoria aos

professores e aos alunos.

A figura 12 abaixo representa os setores que as secretárias geralmente se

reportam.

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Fig. 12 - Setores que as secretárias se reportam

SEC.

GERAL SEC.

DESIGNER SEC.

PEDAGÓGICA SEC.

ACADÊMICA

SEC. FINANCEIRA

TI DIRETOR ACADÊMICO

DIRETOR PRESIDENTE

FONTE: Próprio autor.

A secretária financeira está diretamente ligada à Secretária Geral, ao

Departamento de Tecnologia da Informação e ao Diretor Presidente. A Secretária

Acadêmica está diretamente ligada ao Diretor Presidente e ao Coordenador Acadêmico.

A Secretária Pedagógica está ligada ao Diretor Presidente, ao Diretor Acadêmico e à

Secretária Financeira. A Secretária Designer está ligada ao Diretor Presidente e ao

Diretor Acadêmico. A Secretária Geral está ligada à Secretária Financeira. Todas

consideram o Diretor Presidente como chefe principal.

A estrutura representada na figura 12 é uma rede formal de comunicação da

empresa, onde são transmitidas mensagens de tarefas, de manutenção e pessoais.

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Quadro 34 - Setores que as secretárias comunicam

Secretárias Setor Financeira Geral Acadêmica Setor pedagógico, coordenação e

eventualmente com a secretaria geral e setor tecnológico.

Pedagógica Todos. Designer Todos.

Geral Todos, mas o meu serviços está diretamente relacionado à secretaria geral.

O quadro 34 mostra a comunicação entre os setores. Todos os funcionários

se comunicam entre sim. Porém há comunicações principais entre: Secretaria Financeira

e Secretaria Geral; Secretaria Acadêmica, Secretaria Pedagógica, Direção Pedagógica,

Secretaria Geral e Setor Tecnológico; Secretária Designer e Secretaria Geral. Estas são

as comunicações informais da empresa, as quais se formam a rede informal.

Verifica-se, a existência de uma estrutura hierárquica diferenciada na

organização virtual, pois as secretárias de áreas diferentes comunicam-se diretamente

com o Diretor Presidente. A comunicação é estabelecida entre praticamente todos os

setores, mostrando que a hierarquia é quebrada na organização virtual. Esta forma de

comunicação assume a estrutura de rede em todos os canais, onde todos os funcionários

comunicam-se ativamente com os outros.

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Quadro 35 - Equipes de trabalho e papel desempenhado em cada equipe

Secretárias Financeira Aqui, cada um tem a suas próprias atribuições. Mas ás vezes surge

determinada tarefa que necessita ser realizada em equipe. Então, nos reunimos e escolhemos um líder. Geralmente, ele a pessoa que mais tem domínio da tarefa. Desta forma, em cada tarefa realizada temos papéis diferentes. No momento, não temos nenhum projeto, mas acabamos de fazer um mapeamento de todos os alunos. Nesta tarefa, eu era líder. Outra tarefa é a elaboração de um novo relatório. Qualquer tarefa, projeto ou serviço que não exista, trabalhamos em equipe para criá-los.

Acadêmica Setor tecnológico para propor melhorias ao sistema. Nossa equipe é interligada. Meu papel é de pegar os problemas, interpretá-los, propor soluções e transmitir as informações para o chefe.

Pedagógica Formam-se equipes para resolver problemas. É bastante flexível. Os trabalhos são interligados. A secretária é como o dono, pois todas as informações passam por ela. Recebe todas as informações e sabe para quem encaminhá-las. Aqui todos têm participação ativa.

Designer Formação de equipe com os três setores. Os papéis dependem do projeto, às vezes de ponte ou ligação.

Geral Em nosso ultimo projeto, o de mapeamento, éramos uma equipe de três secretárias. Não tinha um líder específico. Nesta equipe cada um tinha sua tarefa, mas comunicávamos e trocávamos idéias.

O quadro 35 exemplifica o relato das secretárias em relação ao trabalho em

equipe. Elas realizam determinadas tarefas ou projetos em equipe, nos quais formam-se

equipes entre as secretárias ou entre os setores. A pessoa que mais tem domínio da

tarefa assume o papel de líder. Desta forma, as secretárias também assumem posição de

líderança em determinadas tarefas. Todas são membros ativos na equipe, assumem

funções de filtro (gatekeeper), ponte e ligação, pois recebem informações, passam-nas

para setores responsáveis, transmitem informações para níveis superiores, detectam,

resolvem e propõem soluções para problemas.

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Quadro 36 - Gerenciamento de fluxo de informação pelas Secretárias

Secretárias Depoimento Financeira Com cautela. Recebo cerca de 80 e-mails por dia. Consigo

controlar o excesso de informação e recebo todos os respondo a todos os e-mails.

Acadêmica Estou começando neste processo agora. Coloco numa única visão para facilitar a consulta dos dados. Tento responder a todos os e-mails recebidos.

Pedagógica Tenho que ser bastante organizada e disciplinada. Não trabalho com muito planejamento, não existe método, mas tentamos gerenciar o tempo.

Designer Gerencio o atendimento a clientes, mas ainda não gerencio o fluxo de informações.

Geral Não gerencio fluxo de informações, pois as informações que passo para os alunos são apenas dúvidas relacionadas a material.

O quadro 36 mostra como as secretárias gerenciam os fluxos de

informações. Três secretárias afirmam gerenciá-lo e ambas lidam com excesso de

informações vindas, principalmente, pelo e-mail. Procuram gerenciá-las com cautela,

mas não existe técnica específica. Uma das secretárias disse tentar agrupar as

informações colocando numa única visão para facilitar a consulta de dados. As que

disseram não gerenciar fluxo de informações trabalham com atendimento a clientes,

respondendo, então, às dúvidas dos alunos de acordo com a demanda.

Desta forma, as secretárias recebem informações da rede externa, assumindo

papel de filtro. São as secretárias que vão receber informações e gerenciá-las de forma a

transmiti-la para o setor responsável, tomando decisões e resolvendo problemas.

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Quadro 37 - Tipo de informações que cada secretária recebe

Secretárias Informações Financeira Bancárias, confidenciais e informações dos alunos. Acadêmica Informações acadêmicas como andamentos de monografia,

situação do aluno, controle de contratos e retorno. Pedagógica Sobre alunos, provas, exercícios e dúvidas. Designer Acadêmicas e sobre o conteúdo dos cursos. Geral Apenas sobre o conteúdo dos cursos.

De acordo com o quadro 37, cada secretária recebe informações específicas.

A Secretária Financeira recebe e supervisiona informações bancárias, confidenciais e

informações dos alunos. A Secretária Acadêmica recebe informações acadêmicas como

andamentos de monografia, situação do aluno, controle de contratos e respostas às

comunicações da empresa. A Secretária Pedagógica recebe informações sobre alunos,

provas, exercícios e dúvidas. A Secretária Designer recebe informações acadêmicas e

sobre o conteúdo dos cursos e a Secretária Geral recebe apenas informações sobre o

conteúdo dos cursos.

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Quadro 38 - Reuniões que as secretárias participam

Secretárias Financeira Tipo

Reuniões presenciais do departamento e da Diretoria Presidente.

Papel desempenhado

Quando são reuniões do meu departamento sou líder. Quando são da Diretoria Presidente sou membro. Não assessoro reuniões, participo ativamente delas.

Finalidade As reuniões são para solicitações de tarefas, redirecionamento de funções e esclarecimento de dúvidas.

Tipo Reuniões presenciais ligadas ao acadêmico. Reuniões informais. Identificamos problemas, reunimos, propomos soluções.

Papel desempenhado

Membro. Sempre quando há algum problema ou mudanças de rotinas o Nildo nos chama para reunirmos e discutirmos todos juntos ou determinados departamentos.

Acadêmica

Finalidade Implantação de mudanças, resolução de problemas, planejamento de novos projetos e execução de tarefas.

Tipo

Reuniões presenciais para assuntos pedagógicos ou gerais.

Pedagógica

Papel desempenhado

Passo informações e dou contribuições.

Finalidade Discutir assuntos pedagógicos e gerais.

Designer Tipo

Reuniões presenciais e periódicas da Diretoria. Acontecem conforme a necessidade. Recebimento de tarefas, resolução de problemas.

Papel desempenhado

Não assessoro reuniões, participo como membro.

Finalidade Recebimento de tarefas, resolução de problemas.

Geral Tipo Reuniões da Diretoria

Papel desempenhado

Membro

Finalidade Divisão de Tarefas

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O quadro 38 descreve o tipo das reuniões, a finalidade da mesma e o papel

desempenhado pelas secretárias. As secretárias participam de diversas reuniões. Elas

não assessoram reuniões, mas participam ativamente como membros, exercendo assim

papéis de ligação e ponte. Quando são reuniões de departamento podem até assumir

papel de líder. Estas reuniões geralmente têm a finalidade de implantação de mudanças,

recebimento de tarefas e resolução de problemas. A rede estabelecida nestas reuniões é

na estrutura em roda.

Quadro 39 - Setor responsável para a comunicação com os clientes

Professores Secretaria Geral, acadêmica

e Diretor Acadêmico. Alunos Secretaria Geral e

acadêmica. Público externo Não tem setor responsável.

O quadro 39 mostra que as secretárias são responsáveis pela comunicação

com os professores e alunos e não há setor específico para a comunicação com clientes

potenciais.

Verifica-se, portanto, que as secretárias são assessoras e assumem os papéis

descritos no novo perfil do profissional de secretariado, sendo também gestoras,

empreendedoras e consultoras. São as principais comunicadoras da empresa, pois são

elas quem estabelecem comunicação com os diversos setores da empresa, com os

clientes e professores, assumindo assim vários papéis nas redes de comunicação tais

como ligação, ponte e filtro (gatekeeper). O papel de filtro não está relacionado em

apenas filtrar informações e ligações telefônicas para o chefe e sim de gerenciar fluxos

de informações a fim de encaminhá-las a setores responsáveis, resolver problemas e

otimizar tempo. Diferente das secretárias de organizações físicas, a habilidade de

comunicação que mais precisa ser desenvolvida é a escrita, já que a maior parte de sua

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comunicação com os clientes e professores se dá na forma escrita, por e-mail e por

cartas.

5.7 Processo de comunicação das secretárias na organização virtual

Tabela 1 - Porcentagem da mensagens enviadas com função específica

Secretárias Função Financeira Acadêmica Pedagógica Designer Geral Controle 10% 5% 35% 29% Motivação 1% 4% 9% Expressão emocional

6%

Facilitadora na tomada de decisão

10% 1% 23% 27%

Informação 50% 80% 38% 29% 90% Regulação 20% 3% 10% Integração 10% 3% Gerenciamento 5% Persuasão 2%

Verifica-se, na tabela 01, que a maior parte das mensagens enviadas pelas

secretárias, tem a função de informação. Grande parte das mensagens enviadas pela

Secretária Pedagógica e Designer, 35% e 29%, respectivamente, tem a função de

controle. São relevantes, também, a quantidade de mensagens enviadas com a função

de facilitar na tomada de decisão. São poucas as mensagens com função de expressão

emocional, de integração, gerenciamento e persuasão. Observa-se, portanto, que as

funções da comunicação das secretárias são de informar, controlar rotinas e processos e

facilitar na tomada de decisão.

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6 Conclusões e considerações

O processo de comunicação da organização virtual estudada possui algumas

semelhanças ao modelo de Transação, uma vez que os participantes assumem tanto

papéis de emissores como de receptores, ocorrendo feedbacks de ambos, e ainda

verificou-se envio de comunicações não-verbais.

Entretanto, foram observadas algumas características particulares tais como:

As mensagens não-verbais tais como gestos e expressões corporais

são transmitidas apenas em comunicações informais dos funcionários que

trabalham no mesmo ambiente;

Como a maior parte das comunicações são por e-mail, elas não

ocorrem em tempo real, e os participantes não são emissores e receptores contínua

e simultaneamente. Eles assumem ambos os papéis em situações distintas;

Os feedbacks também não são enviados no momento em que a

mensagem é recebida.

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A principal linguagem utilizada é a escrita.

A organização não possui regras definidas para sua comunicação empresarial.

É um processo, que ainda está sendo construído. Os funcionários não recebem

orientações da filosofia e da política da empresa. Eles apenas são orientados para

prestarem um serviço de qualidade, mas não há um padrão de comunicação a ser seguido

para construírem uma imagem positiva com o público. Apenas, as mensagens gerais, tais

como, cobrança e aviso de falta de acesso ao sistema, são padronizadas e enviadas

automaticamente. Outros contatos com os clientes são individualizados.

O processo de comunicação é controlado pelo sistema “Campu Online”,

sendo bastante rígido, já que há registro das comunicações entre professores e alunos,

funcionários administrativos e alunos e o envio automático de algumas mensagens. Todos

os feedbacks dos alunos também são registrados. Desta forma, todas as informações estão

contidas e controladas pelo sistema e não por seus funcionários. Esta é uma diferença

relevante das organizações tradicionais, já que nestas as informações são detidas pelos

funcionários, criando um vínculo funcionário-empresa.

A comunicação é bastante impessoal, impossibilitando a interação entre os

participantes. O relacionamento com os clientes é, apenas, através do retorno aos e-mails

recebidos e na qualidade de seus serviços. Desta forma, o processo de comunicação da

empresa se baseia em envio e recebimento de mensagens que geram um fluxo de

informação e são registradas pelo sistema. Através das mensagens se cria um

relacionamento impessoal, apenas com o objetivo de atender a demanda pelo serviço.

A principal função comunicativa é o ato de informar. Isto se deve à

característica da empresa de ser virtual, tendo como principal forma de divulgação de

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seus serviços, a comunicação com os clientes. Como a educação à distância é um serviço

ainda pouco conhecido e utilizado, os clientes necessitam de muitas informações para

conhecê-lo e dar credibilidade à empresa. Verificando isto, percebe-se que apesar da

ESAB ser uma instituição de ensino, que objetiva ofertar cursos no campo do ensino

superior, compromissando com a pesquisa e a extensão nas áreas de maior carência do

País, ela também tem interesses econômicos, fazendo com que utilize estratégias

comunicacionais para atingir o seu público e vender maior número de cursos.

O fluxo de comunicação ascendente e descendente se estabelece somente na

sede física entre Diretor Presidente e demais funcionários. Entretanto, a comunicação

ocorre de forma bastante informal.

Como o processo de comunicação entre funcionários de cargos diferentes flui

normalmente, sem hierarquias, compreende-se que a estrutura da rede de comunicação

estabelecida é entre todos os canais. A figura 13 demonstra esta estrutura.

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Fig. 13 - Rede de comunicação

TI

DIRETOR ACADÊMICO

COORDENADOR PEDAGÓGICO

DIRETOR PRESIDENTE

SECRETÁRIAS

FONTE: Próprio autor.

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As comunicações formais e informais se estabelecem entre todos os

funcionários, porém a primeira se estabelece com maior freqüência entre determinados

cargos. As secretárias estão no centro do fluxo de comunicação porque são as únicas que

necessitam estabelecer comunicação formal com todos para desempenhar sua função.

O processo de comunicação empresa-cliente está representado na figura 14:

Fig. 14 - Processo de comunicação empresa-cliente

Dir. Pres. Secretárias Dir. Acadêmico Alunos Professores Mensagens verbais: orais por telefone e escritas por e-mail e pelos serviços de comunicação disponíveis no site.

FONTE: Próprio autor.

A representação acima mostra que são as secretárias e os professores que

estabelecem comunicação direta com os alunos.

Já o processo de comunicação funcionário-empresa é estabelecido pela seguinte estrutura:

93

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PROFESSORES

FUNCIONÁRIOS DA SEDE EM

SÃO PAULO

DEMAIS FUNCIONÁRIOS

DA SEDE ADMINISTRATIVA

DIRETOR PRESIDENTE

SECRETÁRIAS

Mensagens verbais escritas por e-mail, cartas e fax e poucas mensagens orais por telefone. O contato pessoal é entre Secretárias e Diretor Presidente. Os funcionários da Sede em São Paulo estabelecem contato pessoal com o Diretor Presidente, somente quando ele vai até a sede.

Fig. 15 - Processo de comunicação funcionário-empresa

Verifica-se, portanto que a comunicação funcionário-empresa se dá por meio

das secretárias, com exceção dos funcionários da sede administrativa que mantém contato

direto com o Diretor Presidente.

FONTE: Próprio autor.

As vantagens e desvantagens da comunicação nas organizações virtuais estão

descritas no quadro 40. O fato dela não ser hierarquizada é uma vantagem, já que facilita

a comunicação entre toda a rede de comunicação. O pouco contato físico dificulta de

interação humana e a falta de comunicação oral na comunicação com clientes e

funcionários que não trabalham na sede administrativa cria um ambiente frio e distancia

as pessoas.

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Quadro 40 - Vantagens e Desvantagens da Comunicação Virtual

Vantagens Desvantagens Menor risco de erros; Pouca interação humana Não hierarquizada; Pouca comunicação oral Processo simplificado; Dificuldade em expressão É mais fácil de ser controlada, já que tudo é registrado pelo sistema

Sem criação de relacionamentos

As barreiras da comunicação são menores, já que há pouca comunicação oral e não verbal que não são registradas.

Informação está no sistema não com o funcionário

Pobre devido à falta de diversidade de canais de comunicação.

FONTE: Próprio autor.

Dependente de instrumentos tecnológicos, sendo as falhas no sistema a principal barreira da comunicação.

Quanto às funções desempenhadas pelo profissional de Secretariado

Executivo, percebeu-se que elas são mais dinâmicas, estes profissionais assumem maior

autonomia. Eles não são vistos apenas como suportes, desenvolvendo somente atividades

táticas. Eles são membros atuantes no desenvolvimento da empresa, participando

ativamente de reuniões e contribuindo para a tomada de decisão.

Eles exercem papéis importantes no processo de comunicação da empresa,

uma vez que são os principais comunicadores com os clientes e funcionários virtuais da

empresa (professores). Como demonstrado nas figuras 13, 14 e 15, as secretárias

assumem posições centrais neste tipo de comunicação assumindo o papel de ponte e

ligação. São responsáveis pela emissão e recepção de mensagens e pelo envio de

feedbacks. Exercem pouca função de filtro, pois sua função não se restringe a receber

mensagens e encaminhar para o setor responsável. Eles são responsáveis por receber

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informações e resolver os problemas além de facilitar a tomada de decisões. Eles

trabalham o tempo todo recebendo e enviando informações.

Para desempenhar bem suas funções e seus papéis, eles precisam ser conhecedoras

das Tecnologias da Informação e ter uma linguagem escrita bem aprimorada, já que é a mais

utilizada.

Portanto, ao verificar as funções e papéis assumidos pelo profissional de

Secretariado Executivo na organização virtual, os cursos de Secretariado Executivo

devem estar atentos a esta posição e prepará-los para assumir tais funções e papéis. Para

isto precisam trabalhar as habilidades de comunicação, desenvolvendo técnicas,

aperfeiçoando a Língua Portuguesa e outros idiomas, desenvolvendo habilidades na

escrita e aprofundando o uso das Tecnologias da Informação.

Outro ponto identificado foi a necessidade de divulgação do curso superior

em Secretariado Executivo e do próprio profissional, já que nenhuma das secretárias

entrevistadas tinha formação na área. Percebe-se que este profissional, juntamente com

suas funções e habilidades são muito pouco conhecidas, o que dificulta sua inserção no

mercado de trabalho e a execução de um serviço com alto padrão de qualidade.

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6.1 Considerações finais

Apesar de tentarmos descrever o processo de comunicação e identificar o

papel do profissional de Secretariado Executivo neste processo, não podemos generalizar

e traçá-lo como processo de comunicação das organizações virtuais em geral, pois cada

empresa utiliza Tecnologias de Informação específicas, umas sendo mais específicas

outras mais complexas. A ESAB utiliza poucas tecnologias, o que simplifica o seu

processo de comunicação.

Para descrever o processo das organizações virtuais em geral, é necessária

uma pesquisa quantitativa e qualitativa em várias empresas de diversos setores. O

processo e o papel do profissional de Secretariado Executivo aqui descrito servem como

um referencial, ilustrando que há diferenças das organizações tradicionais e por isso

precisam ser consideradas, principalmente, pelos cursos de Secretariado Executivo.

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7 Referências Bibliográficas AGUSTINI, A. P. M. Organização Virtual: um novo paradigma organizacional para

o século XXI. Disponível em: <http//www.revista.unicamp.br/infotec/artigos/anapatr.html>. Acesso em 26 jun 2005.

ANDRADE, C. A. Teoria geral da administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 355p.

ANDRADE, R. Guia prático de e-commerce. São Paulo: Angra, 2001. 109 p.

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BRASIL. Decreto N.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998. Regulamenta o Art. 80 da

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98

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TURBAN, E; RAINER, K; EPOTTER, R. Administração de tecnologia da informação. Trad. Tereza Felix de Souza. Rio de Janeiro: Campus, 2003. 598 p.

100

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Apêndice I

Quadro 1 - Introdução

Número de funcionários 16 Número de consultores Não há um número

específico. Contratamos de acordo com a necessidade. Atualmente temos consultores para apoio logístico, pedagogia educacional e jurídico.

Número de professores Atualmente são 118 professores que trabalham em casa. Eu não conheço nenhum professor pessoalmente.

Funcionários que trabalham em casa

No início os funcionários da Esab eram terceirizados, mas funcionário trabalhar em casa é uma idéia distante, pois a legislação ainda não permite.

Diretor Presidente

Porcentagem de cursos on-line e presenciais

75% da carga horária é on-line e 25% é presencial. A parte presencial inclui provas, workshops e seminários. Somente os cursos Lato Sensu fazem provas. Estas são aplicadas nas IES parceiras que indicam professores para aplicá-las.

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Quadro 2 - Canais de comunicação entre os funcionários e conteúdo da mensagem

Telefone

Grau de urgência alto.

e-mail Outros setores – dúvidas.

Financeira

Msn Está meio suspenso – dúvidas. Telefone Pedidos e esclarecimento de informações,

resolução de problemas.

SECRETÁRIAS

Acadêmcia

e-mail Encaminhar e-mails recebidos para o setor responsável.

Msn Quando se precisa ter uma resposta rápida. Telefone Troca de informações. Pedagógicae-mail Encaminhar documentos e e-mails recebidos.

Msn Conversa rápida. Ex. Estou indo almoçar. Agiliza troca de informações.

Designer Telefone Consultas; urgência. e-mail Assuntos que precisam ser encaminhados.

Telefone Informações rápidas e urgentes. Geral e-mail Troca de informações e contato com a sede São

Paulo. Quadro 3 - Canais e instrumentos de comunicação entre professores e alunos

O principal canal é o “Dúvidas Acadêmicas” – campo do site. O professor tem 48h para responder cada dúvida.

Diretor Presidente

Fórum – campo de discussão de um conteúdo entre vários alunos. Chat – discute temas com alunos, professores e convidados. Tem agendamento prévio.

Quadro 4 - Pessoas às quais se reporta

1 Elielma (Apoio), Altair (TI) e ao Nildo que é o chefe de todos. 2 Nildo e às vezes ao Coordenador Acadêmico Jaime.

SECRETÁRIAS

3 Nildo, Jaime e Renata. 4 Nildo e Jaime. 5 Renata – Secretária financeira.

2

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Quadro 5 - Responsáveis por traçar as estratégias da empresa Diretor Presidente Eu, por ser o presidente e meu filho que tem experiência em e-

learning, o Jaime (Diretor Acadêmico). Nossa estratégia de divulgação B2C é boca a boca e através do B2P, realizando parcerias.

3

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Apêndice II

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGÜE

Monografia: O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES VIRTUAIS

– um estudo de caso na Escola Superior Aberta do Brasil - Esab

Coleta de Dados – 11 a 13/06/2005 Entrevista: Diretor Presidente: ______________________________________________

1. Formação: __________________________________________________________

2. Função: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Quantos funcionários fixos fazem parte da empresa? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Quantos consultores ? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Quantos professores? __________________________________________________________________

4

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____________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Há funcionários que trabalham em casa? ( ) sim ( ) não

6(a). Se sim, quantos? ___________6 (b). De quais áreas?_______________________

_____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________

6(c). Com que freqüência eles comparecem à empresa? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6(d). Considerando canal como meio pelo qual uma mensagem é transportada de uma pessoa para outra, quais são os canais utilizados para que eles comuniquem com a empresa? Para cada tipo de canal utilizado especifique o tipo de mensagem enviada. ( ) Telefone __________________________________________________________ ( ) e-mail ____________________________________________________________ ( ) msn _____________________________________________________________ ( ) icq ______________________________________________________________ ( ) carta _____________________________________________________________ ( ) Intranet ___________________________________________________________ ( ) Extranet ___________________________________________________________ ( ) outros ____________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. Os cursos oferecidos pela Esab são 100% online? ( ) Sim ( ) Não. 7(a). Se não, especifique a porcentagem que é on-line e a porcentagem que é presencial? __________________________________________________________________________________________________________________________________________

5

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______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. Quais são os canais e instrumentos e tecnologias da informação utilizados na

comunicação entre professores e alunos? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9. Por que a Esab é uma empresa aberta? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10. Como a Esab trabalha a sua imagem perante seu público alvo? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 11. Qual é a política de relacionamento da empresa com os clientes? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 12. A comunicação empresarial é estratégica e está ligada aos altos escalões.Quem

são as pessoas responsáveis por traçar as estratégias da empresa? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6

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13. Para traçar as estratégias da empresa, eles levam em consideração a atual imagem da empresa e as informações vindas de todos os canais da empresa?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

14. Como a empresa se comunica com público externo (mídia, governos, concorrentes, etc). Existe um responsável para se comunicar com este público? ( ) Sim ( ) Não ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________ 15. As comunicações com os alunos são individualizadas ou são gerais. Ou, quando

elas são gerais e quando elas são individualizadas? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

16.Como a empresa recebe e avalia as considerações (dúvidas, sugestões, reclamações) dos alunos, funcionários e públicos externos?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 17.Quais são as principais dificuldades enfrentadas no processo de comunicação entre: cliente/empresa:

_____________________________________________________

7

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__________________________________________________________________________________________________________________________________________

Funcionário/empresa: _________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Funcionários/funcionários: _____________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Professores/alunos: ___________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________

Públicos externos/empresa: _____________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

18. Considerando comunicação horizontal como a comunicação praticada entre

pessoas, grupos e departamentos que se encontram no mesmo nível da hierarquia. Quais são os canais utilizados para a comunicação horizontal? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 18(a). Existem barreiras na comunicação horizontal? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

19. A comunicação ascendente é a comunicação que se dirige da base da hierarquia aos escalões mais altos do grupo ou da organização, responsável pelo encaminhamento aos superiores de informações funcionais e operativas, fornecendo feedback aos executivos, informando-os sobre os progressos em relação às metas e relatando problemas que os subordinados estejam enfrentando. Quais são os canais e os respectivos instrumentos utilizados para a comunicação ascendente?

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CANAIS INSTRUMENTOS

( ) Escritos ou impressos ( ) Caixas de sugestões ( ) sistemas formais de avaliação ( ) pesquisas sobre atitudes e opiniões dos funcionários

( ) memorandos ( ) relatórios de desempenho ( ) outros _________________________________

( )Encontros e Entrevistas individuais ( ) Entrevistas de avaliação

( ) entrevistas de desagravo ou de retratação

( ) entrevista no desligamento de um funcionário tutoria ( ) outros _________________________________

( ) Reuniões de grupo ( ) Reuniões do departamento ( ) reuniões de círculos de qualidade ( ) grupos de treinamento ( ) sessões de treinamento

( ) sessões informais de discussão de problemas ( ) outros __________________________________

( ) mídia ( ) Telefones de reclamações

( ) videoconferência ( ) teleconferência ( ) e-mail ( ) site ( ) outros __________________________________

( ) outros ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ _____________________________________

19(a). Existem barreiras na comunicação ascendente? Como a empresa a supera? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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20. A comunicação descendente é a comunicação que flui, dentro de uma organização, dos níveis mais altos para os mais baixos, usadas pelos executivos, gerências e chefias para atribuir tarefas aos subordinados, transmitir instruções de trabalho, informar sobre as políticas, planos e procedimentos da empresa, identificar problemas que necessitam de atenção e fornecer feedback sobre o desempenho no trabalho. Quais são os canais e os respectivos instrumentos utilizados para a comunicação descendente?

CANAIS INSTRUMENTOS

( ) Escritos ou impressos ( ) Manuais de referência

( ) livretes de instrução

( ) diretivas

( ) doutrinação sobre metas

( )descrições de cargos e funções ( ) boletins informativos ( ) memorandos ( ) cartas ( )circulares ( )quadro de avisos ( ) panfletos ( ) volantes ( ) relatórios anuais ( ) outros __________________________________

( )Encontros e Entrevistas individuais ( )Entrevistas de seleção

( ) avaliações de desempenho

( )treinamento in-house

( )encontros para transmissão de instruções de trabalho

( ) outros_______________________________

( ) Reuniões de grupo ( )Orientação e treinamento de equipes

( ) reuniões do departamento

( ) reuniões de comitês ( ) círculos de qualidade

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( ) pronunciamentos

( ) outros___________________________________

( ) mídia ( )Vídeos ( ) filmes ( ) e-mail ( )videoconferência

( ) anúncios em jornal ( ) rádio e televisão ( ) outros___________________________________

( ) outros __________________________ ___________________________________ ______________________________________________________________________

___________________________________ ___________________________________

20(a). Existem barreiras na comunicação descendente? Como a empresa a supera? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 21. Quais são os canais utilizados na comunicação informal? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 22. A estrutura hierárquica da empresa estabelece restrições para a comunicação fora do nível hierárquico de cada funcionário?

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 23. Existe setor responsável para se comunicar com:

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Professores:

____________________________________________________________ Alunos:

_______________________________________________________________ Público

externo:_________________________________________________________

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Apêndice III - Relatório da Visita, baseada em observações

Como mostra a foto no anexo IV, O lay-out da empresa é bastante simples.

Os departamentos são divididos com “meias paredes pré-fabricadas”. Isto facilita a

comunicação, pois todos trabalham em um mesmo ambiente. Algumas vezes vi o

Presidente Nildo levantar-se de sua cadeira e chamar uma das secretárias para vir até a

sua sala ou passar alguma informação, sem se deslocar.

O ambiente é agradável, com pouco barulho. Os colaboradores se comunicam

em voz baixa. O telefone toca baixo e a conversa ao telefone também é em tom baixo,

não dando para uma pessoa que está a dois metros de distância ouvir. Além disso, são

muito educados e receptíveis ao falar ao telefone.

O relacionamento entre eles é harmônico. Percebi um clima de amizade entre

todos os funcionários.

A comunicação com superiores, mais precisamente com o Presidente Nildo,

flui normalmente. Os funcionários não tem receio em falar com ele e quando ele precisa

passar informações é de um forma muito polida, em tom de voz baixo.

O telefone toca muito pouco e o principal canal de comunicação utilizado

entre os funcionários é o verbal.

As reuniões não são convocadas com antecedência e sim no momento. Foram

vários os momentos que o Presidente Nildo chamava determinados funcionários em sua

sala para reuniões. Estas eram para discussões de problemas e troca de informações.

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Comunicações Gerais

Modelo 1

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Modelo 2

Modelo 3

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Modelo 4

Comunicações individualizadas Secretária/ Aluno

Modelo 5

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Modelo 6

Modelo 7

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Aluno/Secretária

Modelo 8

Modelo 9

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Secretária/Professor

Modelo 10

Modelo 11

11

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Modelo 12

12

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Professor/empresa

Modelo 13

13

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Avaliação

Modelo 14

14

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Modelo 16

Modelo 15

15

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