feridas e curativo s o

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Enfermagem Procedimentos e Protocolos 16 Feridas e Curativos o Feridas, 190 Curativos, 191 O Curativo, 196 Nelson Mozachi Virgínia Helena Soares de Souza A/e/t/e Martins Kátia Christine Américo Ana Claudia A. dos Santos Janine Tmmpczynski Sheila Emanue/le Faria Nishimum

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Page 1: Feridas e Curativo s o

Enfermagem Procedimentos e Protocolos

16Feridas e Curativos o

Feridas, 190Curativos, 191O Curativo, 196

Nelson Mozachi

Virgínia Helena Soares de Souza

A/e/t/e Martins

Kátia Christine Américo

Ana Claudia A. dos Santos

Janine Tmmpczynski

Sheila Emanue/le Faria Nishimum

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l.nfcrmagem Procedimentos e Protocolos

*• Feridas

A pele constitui uma barreira mecânica de proteção ao corpo, além de participar da termorregulacão, de excreção de água e eletrólitos, e das percepções táteis de pressão, dor e temperatura.

É constituída de 3 camadas (epiderme, derme e tecido conjuntivo subcutâneo] e qualquer interrup-ção na sua continuidade, ou seja, ruptura da pele e tecidos adjacentes, representa uma ferida.

O tratamento de uma ferida, por meio de técnica e assepsia cuidadosa, tem como objetivo evitar oudiminuir os riscos de complicações decorrentes e facilitar o processo de cicatrização.

Classificação das Feridas

Simplificadamente pode-se agrupar as feridas de acordo com sua causa, época de ocorrência ecamada da pele lesada.

Causa

• Intencional: para fins de tratamento, como a incisão cirúrgica.

• Não-intencional: incisas, provocadas por agentes cortantes (facas, etcj; perfurantes(pregos, etc.J; contusas (produzidas por objetos que resultam em traumatismo das partesmoles, hemorragia e edema]; lascerantes (bordas irregulares]; atrito com superfíciesásperas; queimaduras provocadas por agentes físicos (como o fogo] ou químicos (ácidos].Neste grupo, incluem-se também as escaras, causadas por pressão em extremidades,levando à deficiência circulatória local e necrose tecidual, e doenças como o diabetes (pordeficiência de irrigação tecidual].

Época

• Aguda: ocorrência recente.

• Crónica: ocorrência antiga e de difícil cicatrização.

Camada da pele lesada [comprometimento tecidual)

• Estágio I: atinge a epiderme.

• Estágio II: atinge a derme; caracteriza-se por abrasão ou úlcera, ocorre perda tecidual e com-prometimento da epiderme, derme ou ambas.

• Estágio III: atinge o subcutâneo; caracterizando-se por presença de úlcera profunda, com com-prometimento total da pele e necrose de tecido subcutâneo, porém a lesão não se estende atéa faseia muscular.

• Estágio IV: atinge músculo e estruturas ósseas.

Grau de contaminação

• Feridas Limpas: são aquelas que não apresentam inflamação e que não atingem os tratos respi-ratório, digestório, genital ou urinário.

• Feridas Limpas: Contaminadas - são aquelas nas quais os tratos respiratório, digestivo ou uriná-rio são atingidos, porém em condições controladas.

• Feridas Contaminadas: incluem feridas acidentais, recentes e abertas, e cirúrgicas em que ntécnica de assepsia não foi devidamente respeitada.

• Feridas Infectadas ou Sujas: são aquelas nas quais os microrganismos já estavam presentesantes da lesão.

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Feridas o Curativos 161

edema e obstrução linfática;

idade do paciente;

hiperatividade do paciente;

imunossupressão.

Tipos de cicatrização

Primeira intenção (união primária]: esse tipo de cicatrização ocorre quando as bordas da feridasão apostas ou aproximadas, havendo perda mínima de tecido, ausência de infecção e edema mínimo.

Segunda intenção (granulação]: neste tipo ocorre perda excessiva de tecido e presença deinfecção. O processo de reparo é mais complicado e demorado.

Terceira intenção (sutura secundária]: caso uma ferida não tenha sido suturada inicialmente, assuturas podem romper-se e a ferida terá de ser novamente suturada.

Fatores que influenciam a cicatrização das feridas

• perfusão de tecidos e oxigenação

(produzidos ou não por doenças como diabete]; infecção;

localização da ferida;

corpo estranho na ferida;

• medicamentos;

nutrição;

hemorragia;

>• Curativos

Curativo é o tratamento utilizado para promover a cicatrização da ferida, proporcionando um meioadequado para este processo. A escolha do curativo depende do tipo de ferida.

Critérios

Os critérios para o curativo ideal foram definidos porTurner, citado por Dealey (1996], conforme segue:

• Manter alta umidade entre a ferida e o curativo acelerando a epitelização, diminuindo a dor eaumentando o processo de destruição natural dos tecidos necrosados.

• Remover o excesso de exsudação com o objetivo de evitar a maceração dos tecidos próximos.

• Permitir troca gasosa.

• Fornecer isolamento térmico - a temperatura de 37° estimula o processo de cicatrização.

• Ser impermeável às bactérias, agindo como barreira mecância entre a ferida e o meio ambiente.

• Estar isento de partículas e substâncias tóxicas contaminadoras de feridas que podem manter ainflamação e retardar a cicatrização.

• Permitir sua retirada sem ocasionar lesão por aderência. O curativo aderido à ferida deve serretirado com umedecimento com Soro Fisiológico a 0,9%.

Observações

• Em feridas abertas não é recomendado o uso de curativo seco. Deve-se umidificá-lo com SoroFisiológico a 0,9% e secar somente as bordas da ferida.

• A troca de curativos pode baixar a temperatura da superfície em vários graus. Por isso, não sedeve limpá-las com solução fria nem deixá-las expostas por períodos prolongados.

• Curativo encharcado ou vazando favorece o movimento das bactérias em ambas as direções- ferida e meio ambiente- devendo ser trocado imediatamente.

• Não se deve usar algodão ou gaze desfiada (aderência à ferida].

Notas

/ \\iiil,i(\iii oximvasamento de líquido da ferida, devido ao aumento da permeabilidade capilar.

Maceração ; m K >l< Cimento da pele, geralmente nas bordas da ferida, na maioria da vezes pela umidado

191

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Enfermagem Procedimentos e Protocolos Feridas e Curativos 16S

Tipos de Curativos

Existem, atualmente, muitos tipos de curativos com formas e propriedades diferentes. É importante,antes da realização do curativo, a avaliação da ferida e aplicação do tipo de curativo que melhor convierao estágio em que se encontra, a fim de facilitar a cura.

5. Filmes

6. Papaína

7 Ácidos Graxos Essenciais

8. Anti-sépticos

1. Alginatos

2. Carvão Ativado

3. Hidrocolóide

4. Hidrogel

Alginatos

São derivados de algas marinhas e, ao interagirem com a ferida, sofrem alteração estrutural: as fibras de algi-nato transformam-se em um gel suave e hidrófilo à medida que o curativo vai absorvendo a exsudação. É indicadopara feridas com exsudação (grande ou moderada quantidade) e necessita cobertura com gaze e fita adesiva.

Carvão ativadoCobertura composta por tecido de carvão ativado, impregnado com prata - exerce ação bactericida

- é envolto por uma camada de não-tecido, selada em toda sua extensão. Indicado para feridas com mauodor (eficaz), cobertura das feridas infectadas exsudativas (com ou sem odor). Também necessita, comoos alginatos, de gaze e fita adesiva na cobertura.

HidrocolóideAs coberturas com hidrocolóide são impermeáveis à água e às bactérias e isolam o leito da ferida do

meio externo. Evitam o ressecamento e a perda de calor e mantêm um ambiente úmido ideal. Indicadospara feridas com pouca ou moderada exsudação, podendo durar até 7 dias.

Hidrogel

Este tipo de curativo proporciona um ambiente úmido oclusivo, evitando ressecamento do ieito daferida e aliviando a dor. Tem poder de desbridamento nas áreas de necrose, sendo indicado para usoem feridas limpas e não-infectadas.

Filmes

Tipo de cobertura de poliuretano, promove ambiente de cicatrização úmido, sem capacidade deabsorção. Não deve ser utilizado em feridas infectadas.

Papaína

A papaína é uma enzima proteolítica proveniente do látex das folhas e frutos do mamão verdeadulto. Age promovendo a limpeza das secreções, tecidos necróticos, pus e microrganismos, às vezes,presentes nos ferimentos, facilitando o processo de cicatrização. Tem indicação para as feridas abertas,com tecido desvitalizado e necrosado.

Ácidos graxos essenciais

Produto à base de óleo vegetal, possui grande capacidade de promover a regeneração dostecidos, acelerando o processo de cicatrização. Indicada para prevenção de úlcera de pressão epara todos os tipos de feridas, apresentando melhores resultados quando há desbridamento préviodas lesões.

Anti-sépticos

São formulações cuja função é matar os microrganismos ou inibir o seu crescimento i| iuiul i>aplicadas em tecidos vivos. Os anti-sépticos recomendados são álcool a 70%, clorexidina tópicn c l 'VI' ltópico.

a

Observações

Atualmente, especialistas adotam e indicam a limpeza de feridas por meio de irrigação com soluçãofisiológica morna e sob pressão (seringa de 20 ml com agulha 40 x 12]. Essa irrigação é capaz de removerpartículas, bactérias e exsudatos.

Deve-se utilizar técnica asséptica e cuidar, ao irrigar, para não expulsar a agulha para dentro daferida.

Outras Classificações de Curativos

AbertoÉ aquele no qual utiliza-se apenas o anti-séptico, mantendo a ferida exposta. Ex: ferida cirúrgica

limpa com 48 horas de evolução ou mais.

Oclusivo

Curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é fechado ou ocluído co'm gazeou atadura.

SecoFechado com gaze ou compressa seca [não se usa nada na gaze].

Úmido

Fechado com gaze ou compressa umedecida com pomada ou soluções prescritas.

Compressivo

É aquele no qual é mantida compressão sobre a ferida para estancar hemorragias, eviscerações, etc.

Drenagens

Nos ferimentos com grande quantidade de exsudato coloca-se dreno CPenrose, Kehr), tubos, ca-teteres ou bolsas de colostomia.

Desbridamento

É a retirada de tecido necrosado, sem vitalidade, utilizando cobertura com ação desbridante ouretirada mecânica com pinça, tesoura ou bisturi.

Processo de Cicatrização

• No momento da Incisão/injúria: formação de coágulo, estase, liberação de substâncias vasoativas.• 2 horas: formação de crosta.• 6 horas: neutrófilos liberam enzimas que efetuam a quebra dos restos celulares e dos agentes invasores.• 12 horas: monócitos fagocitam bactérias e restos celulares.• 24-48 horas: formação da ponte epitelial.• 48 horas: fibroblastos produzem colágeno para formação da cicatrização.• 6 dias: a proliferação de fibroblastos atinge seu pico, repondo o tecido conjuntivo. Formação do

tecido de granulação (forma precoce de tecido cicatriciaQ.

• 2 semanas: realinhamento das fibras colágenas - aumento da resistência e redução da espes-sura da cicatriz.

• Semanas e meses: contração - a cicatriz altera a sua aparência.

( > ! •

l h'i MI ui iii r. c - 1 1 n M n n :ii n:; são componentes do sangue.

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Enfermagem Procedimentos e Protocolos

Álcool iodado.

Tintura de Benjoin Coloidal.

Adesol.

PVP-I tópico.

Carrinho de Curativo j

O carrinho de curativo deve ser equipado com os produtos e equipamentos protocolados na instí- jtuição, dependendo dos tipos de curativos a serem realizados.

Material

Soluções

• Solução Salina Isotônica (Soro Fisiológico/SF).

• Água oxigenada.

• Benzina e/ou éter.

• Substâncias especiais de curativos- papaína, alginato, etc.

Materiais diversos

• Cuba-rim.

• Gazes em pacotinhos individualizados (5 cada pacote).

• Fitas Adesivas.

• Tesoura para corte de fitas adesivas.

• Ataduras.

• Luvas de procedimentos e estéreis.

• Hastes flexíveis com ponta de algodão (Cotonetes®, Palinetes8, marcas de mercados, etc.),esterilizadas e embaladas individualmente.

• Compressa cirúrgica de algodão, estéril.

Se necessário, adicionar para determinados curativos: pasta de Questran, gaze vaselinada,pomada de óxido de zinco, outras;

• Outros materiais conforme o tipo de necessidade.

• Saco plástico para descarte de curativo sujo.

Regras gerais

1. Qualquer material esterilizado deverá estar identificado e datado.

2. O carrinho de curativo tem como função acondicionar os materiais citados acima.

3. O carrinho não deverá ser levado a enfermarias para a realização dos curativos.

4. Materiais contaminados não devem permanecer sobre ele.

5. Quartos e pacientes infectados deverão ter uma bandeja individualizada contendo os materiaisque se fizerem necessários.

6. A desinfecção do carrinho de curativo deverá ser feita com álcool a 70% a cada 24 horas, equando se fizer necessário. Na presença de matéria orgânica, remover com água e sabão efriccionar com álcool a 70% por, pelo menos, 30 segundos.

Fitas adesivas

• Quando o texto se refere à fita adesiva, deve-se ter esparadrapo, fita crepe, fitas plásticas (trans-CR)

parentes ou não), fitas permeáveis (Micropore , por exemplo), etc.

• As fitas poderão ser estéreis com exceção do esparadrapo.

• Em curativos, sempre colocar gaze estéril sob o esparadrapo.

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Feridas e Curativos 161

• Após 72 horas, as fitas permeáveis poderão ser colocadas diretamente sobre as feridas peque-nas, se não houver sinais de infecção.

• Sempre utilizar a melhor opção de fita adesiva para determinado tipo de curativo.

• Vide orientações para uso de fitas adesivas em Neonatologia na capítulo 36, página 429.

Gaze furacinada

• A gaze furacinada somente é esterilizada a uma temperatura de 121°C. A nitrofurazona (Fura-cin), não resiste a uma temperatura maior que 60°C, perdendo seu poder bactericida. Então:

• para uma ação emoliente, utilizar gaze vaselinada estéril;

para uma ação bactericida, utilizar um anti-séptico tópico.

Soluções utilizadas para o tratamento de feridas

Todas as soluções utilizadas para curativos, quando abertas pela primeira vez, deverão ter anotadono próprio frasco, dia, hora e nome do funcionário que a abriu. Esse procedimento é necessário paracontrole rigoroso da data de validade do produto.

Solução Salina Isotônica CSoro Fisiológico, SF a 0,9%)

Utilizada para infusões E.V., gástricas, intra-ósseas, etc: Tem por finalidade a limpeza da ferida e áreaspróximas.

Depois de aberto, o frasco do soro deverá permanecer com sua abertura protegida com tampaestéril e sua validade será de, no máximo, 24 horas em geladeira ou 12 horas em temperatura ambiente.

Água oxigenada

É um anti-séptico com ação oxidante fugaz na presença de matéria orgânica. Remove resíduos desangue além de ser utilizada para desbridamento químico [age no tecido de granulação). Sofre ação daluz necessitando de frasco escuro ou embalagem original. Desprezar semanalmente.

Éter

Solução solvente, não-anti-séptica, irritante e tóxico à pele e mucosa. Utilizado com a finalidade deretirar a cola de fitas adesivas. Não deve ser friccionado sobre a incisão cirúrgica.

Polivinilpirrolidona-iodo a 10% 0°/° de iodo livre) - PVP-I

Anti-séptico, cuja finalidade é remover e/ou destruir ou inibir a reprodução de possíveis microrga-nismos presentes na ferida e área próxima.

Possui três formas de apresentação com indicações diferentes:

• PVP-I tintura [PVP-I, álcool) para anti-sepsia de pele e demarcação do campo cirúrgico;

• PVP-I degermante (PVP-I, solução degermante) para a degermação da pele;

• PVP-I tópico [PVP-I, água) para anti-sepsia de mucosa e realização de curativos. Por ser soluçãoaquosa pode ser contaminada por gram-negativos [principalmente Pseudomonas) necessitan-do, portanto, de troca de solução e dos frascos [por outros estéreis), semanalmente.

Líquido de Dakin

Solução de hipoclorito de sódio a 0,5%, tamponada, utilizada [desde a Primeira Guerra Mundial)para irrigação de feridas. Por ser tóxica e menos eficiente do que se supunha inicialmente, caiu emdesuso (no curativo).

\o acético

Anti-séptico (utilizado a : ), tem ação sobre Pseudomonas e outros bacilos gram-negativos.

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Enfermagem Procedimentos e Protocolos

Tintura de benjoim coloidal

O Benjoim é uma resina que, ao ser aplicada na pele, forma uma película protetora, sendo utilizadapara proteção das áreas próximas às feridas e ostomias.

Pomada de Questran

Composta de óleo de amêndoas, colestiramina (Questran], benjoim e bentonita tem indicaçãosemelhante ao Benjoin coloidal. A vitamina "A" que compõe esta pomada, auxilia na reepitelização dapele.

Benzina

Solvente, derivada de petróleo, utilizada com os mesmos propósitos do éter e tem os mesmosefeitos tóxicos.

> O CurativoObjetivo

• Proporcionar conforto ao paciente (diminuição da dor] e promover a cicatrização.• Proteger a ferida para prevenir infecções.

• Observar o aspecto da cicatriz cirúrgica.• Manter a área limpa.

Regras para Curativos

1. Curativos cirúrgicos limpos e secos não necessitam ser trocados nas primeiras 72 horas.

2. Curativos devem ser mantidos limpos nas primeiras 48/72 horas de pós-operatório ou pro-cedimento ou ainda a critério médico e/ou da instituição. Neste período ainda não ocorreu aepitelização da ferida.

3. Curativos úmidos (seja por secreções ou banho] devem ser trocados tantas vezes quantonecessário, não ultrapassando o tempo de seis horas (tempo provável de multiplicação dasbactérias],

4. Após epitelização da ferida pode-se deixá-la descoberta se não houver chance de contamina-ção pelas áreas vizinhas (colostomias, vómitos, secreções orais, secreções traqueais, etc.].

5. Os acesso venosos, arteriais, drenos torácicos, etc., devem ser mantidos com curativos.

6. Nunca tocar diretamente em ferida aberta ou recente (até 72 horas da cirurgia] ou mantidas sobcurativo.

7. Em paciente com dois ou mais curativos (limpos ou contaminados] realizar primeiro o [s]limpo(s] e depois o(s] contaminadofs], cada qual com seu material de curativo estéril.

8. Cuidado ao retirar o curativo sujo para não arrancar os drenos, cateteres, etc, que geralmenteficam aderidos ao curativo.

9. Durante o curativo, inspecionar sempre sinais de infecção (hiperemia, edema, dor, secreção] naferida cirúrgica, locais de punção, áreas de drenos, etc.

10. Se houver suspeita de infecção, colher amostra de secreção e enviá-la à bacteriologia paracultura e antibiograma conforme protocolo de Coleta de Material para Cultura (página 203).Informar ao médico e anotar no prontuário.

11. A data da troca do curativo e o nome de quem o realizou devem ser anotados no curativo nprontuário.

12. Nos curativos de cateteres fixar também o mesmo na pele para evitar tração ou retiradas acidoí ilnis.

196

Feridas e Curativos 16Í

Técnica básica de curativo

PROTOCOLO

1. Protocolo de lavagem das mãos antes e após a realização de cada curativo, mesmo que sejanum mesmo paciente.

2. Utilizar sempre material estéril.

3. Não falar próximo à ferida e ao material esterilizado; se necessário usar máscara.

4. Manter os drenos (fixar] em posições que possam ser mais efetivos na drenagem, livres dedobras e curvas.

5. Os coletores de drenagem devem ser colocados em plano inferior ao do paciente.

6. Nunca colocar material contaminado no carrinho de curativo, na bandeja com material de curati-vo, na cama, mesa de cabeceira ou sobre o recipiente de lixo. No carrinho de curativos, somentea bandeja e material de curativo.

7. Usar sempre a técnica de não-tocar: consiste em tocar a incisão exclusivamente com pinçase/ou luvas estéreis.

8. Gorro, avental, máscara e luvas devem ser utilizados para confecção de curativos de grandeslesões como eviscerações e grandes queimados.

9. As mesmas pinças de um pacote de curativo poderão ser usadas para outro curativo, no mesmopaciente, exclusivamente se forem seguidos os princípios do menos contaminado (ou limpo]para o mais contaminado, no mesmo momento.

10. Em nenhuma hipótese deverão ser reutilizadas as mesmas pinças para fazer um curativo deferida potencialmente contaminada ou infectada num curativo de ferida limpa. Jamais poderãoser reutilizadas pinças de um paciente para outro, mesmo que se tratem de feridas limpas.

Técnica de curativos com 3 pinçasEste protocolo é o básico. As técnicas que utilizam 2 e 4 pinças são variações deste.

PROTOCOLO

1. O pacote de curativo deve conter 1 pinça anatómica, l pinça Kelly e l pinça Kocher.

2. Lavar as mãos com água e sabão, secar e friccionar álcool a 70% glicerinado até secar.

3. Reunir numa bandeja o material necessário para o curativo: gaze, pacote de curativo, fitas ade-sivas, cuba-rim, saco plástico pequeno, soro fisiológico, anti-séptico (PVP-I] e outros que sefizerem necessários.

4. Levar o material até o paciente. Se este estiver em condições explicar-lhe o que será feito.

5. Descobrir o paciente o mínimo possível.

6. Colocar a cuba-rim próxima ao local do curativo e abrir o saco plástico.7. Com técnica asséptica abrir o pacote de curativo, dispor as pinças com os cabos voltados para

as bordas do campo e as pontas voltadas para o centro do campo.8. Abrir as embalagens de gaze colocando-as no espaço livre do campo. Não tocar o campo estéril.

9. Com as pinças Kocher e dente-de-rato fazer um chumaço de gaze prendendo-o com a Kocher.Embebê-lo com éter ou benzina, desprezando o primeiro jato da solução.

10. Desprender a(s] fita [s] adesiva(s] com este chumaço e com auxílio da pinça dente-de-rato.

l } , Desprezar o chumaço e o curativo sujo no saco plástico e a pinça dente-de-rato na cuba-rim.

197

Page 6: Feridas e Curativo s o

Enfermagem Procedimentos e Protocolos

12. Pegar a pinça Kelly e, com auxílio da Kocher, [não encostar uma pinça na outra). Fazer novo ichumaço de gaze, embebê-lo com soro fisiológico e fazer a limpeza da área menos contaminadapara a mais contaminada. Utilizar tantos chumaços quantos forem necessários. Evitar movimen-tos desnecessários.

13. Em seguida, secar toda área com chumaços secos de gaze, seguindo as orientações e princí-pios citados no item 12.

14. Fazer novo chumaço, embebê-lo com solução anti-séptica e aplicar na ferida e, com outro chu-maço, aplicar a solução anti-séptica na área adjacente, em feridas limpas.

15. Em feridas contaminadas deve-se iniciar a anti-sepsia na área próxima à ferida [menos contami-nada] e posteriormente na ferida (mais contaminada).

16. Secar toda área na mesma sequência dos itens 12 e 13, renovando os chumaços de gaze con-forme a necessidade.

17. Cobrir a ferida com gazes, dobradas ou não, conforme a necessidade. Dispensar as pinças nacuba-rim e fechar o saco plástico com o lixo.

18. Fixar o novo curativo com fita adesiva, evitando-se tracionar a pele; datar e assinar.

19. Cobrir o paciente.

20. Retirar todo o material, desprezando o saco plástico no lixo hospitalar.

21. Encaminhar o material para o Centro de Material conforme rotina.

22. Lavar as mãos com água e sabão, secar e friccionar álcool a 70% glicerinado até secar.

Observação _

Nos itens 9, 10 e 11 a remoção do curativo sujo pode ser realizada com as mãos enluvadas [luvaplástica), dispensando o uso das pinças.

Técnica de curativos com 2 pinças

A técnica de curativos com 2 pinças varia em relação a de 3 pinças somente nos itens l, 2 e 3 destatécnica.

• O pacote deve conter l pinça Kelly e 1 pinça anatómica.

• Após a lavagem das mãos, calçar luvas plásticas descartáveis.

• Remover o curativo sujo com as mãos enluvadas. Desprezar o curativo sujo juntamente com asluvas no saquinho de lixo.

• Proceder à técnica de curativos com as duas pinças.

Técnica de Curativos com 4 pinças

• O pacote de curativos deve conter l pinça dente-de-rato, 1 pinça anatómica, 1 pinça Kelly e 1pinça Kocher.

• Para remoção do curativo sujo são utilizadas as pinças dente-de-rato e Kocher que, em seguida,são dispensadas na cuba-rim e o curativo sujo desprezado no saquinho de lixo.

• Proceder à técnica de curativos com as duas (2) pinças restantes: Kelly e anatómica.

Curativos em feridas abertas e extensas

PROTOCOLO

Com aspiração intermitente

• Lavar as mãos, calçar as luvas, avental, máscara e gorro.• Aplicar a solução indicada [soro fisiológico, por exemplo); aspirar.

198

Feridas e Curativos 16Í

• Ao término da aspiração, retirar a sonda e desprezá-la se descartável ou encaminhar para re-processamento se não descartável.

• Se necessário, colocar impermeável no leito.

Com aspiração contínua

O tratamento será no local de saída do dreno ou sonda de aspiração. Deve-se seguir as mesmasorientações feitas para os drenos.

y Nota

Aplicações tópicas de antimicrobianos não são recomendadas, pois provocam alteração da floramicrobiana local com o aparecimento de cepas resistentes.

Curativos em feridas com dreno de Penrose

5 PROTOCOLO

1. Protocolo de lavagem das mãos.

2. Utilizar técnica de 2, 3 ou 4 pinças ou calçar luvas estéreis.

3. Retirar as gazes do curativo e realizar a limpeza e anti-sepsia da incisão e da área próxima;observar e anotar aspecto da secreção [cor, aspecto, quantidade, cheiro, etc.).

4. Tracionar o dreno [puxar) l a 2 cm, exceto quando contra-indicado.

5. Após tracionar e cortar o excesso do dreno, colocar um alfinete de segurança com auxílio depinças (não tocar diretamente o dreno).

6. As gazes deverão envolver o dreno sem serem cortadas. Para tanto, basta dobrá-las e colocá-lasperpendicularmente sob o dreno e aos lados.

7. Cobrir o dreno e as gazes com outras 3 ou 4 gazes, de acordo com a necessidade [drenagem).

8. Fixar com fita adesiva; datar e assinar.

9. Lavar as mãos.

Curativo na traqueostomia

ÍIPROTOCOLO

1. Explicar ao paciente o que será feito, se consciente, procurando tranquilizá-lo.

2. Lavar as mãos com solução degermante ou fazer anti-sepsia com álcool glicerinado a 70%, apóslavá-las com água e sabão [protocolo).

3. Abrir o pacote de curativos e dispor as pinças [2, 3 ou 4 pinças).

4. Retirar as gazes com auxílio da pinça dente-de-rato.

5. Observar o aspecto do estorna [orifício).

6. Limpar o estorna com gaze embebida em soro fisiológico, do meato para fora.

7. Limpar em volta da cânula com soro fisiológico.

8. Fazer anti-sepsia com PVP-I tópico no meato e ao redor da cânula.

9. Secar com gaze estéril.

10. Colocar gazes ao redor da cânula e fixar com fita adesiva, se necessário.

11. Também, se necessário, trocar o cadarço por outro estéril. Ao desatar o cadarço, um outroauxiliar deverá manter a cânula fixa, evitando extubação acidental.

Y> Recolhei o material e repetir o item 2.

i:i Annliii cm pionlunrio o aspecto do estorna e da secreção, horário da troca do curativo, olc.

199

Page 7: Feridas e Curativo s o

Enfermagem Procedimentos e Protocolos m Feridas o Curativos 161

Curativo em feridas de dreno torácico

• Os drenos torácicos, tubulares, geralmente exigem curativos oclusivos para evitar a ocorrênciade pneumotórax.

• A troca de curativo deve ser rápida.

• Curativos são ocluídos com esparadrapo e gaze estéril sob o mesmo (o espardrapo não é estéril].

• Sempre posicionar a tubulação de maneira a garantir uma boa drenagem (evitar dobras, angulações).

PROTOCOLO

Proceder Técnica Básica de Curativos com 3 pinças.

1. Protocolo de lavagem das mãos.

2. Preparar o material numa bandeja, levar até o paciente e tranquilizá-lo, se estiver lúcido.

3. Colocar a cuba-rim próxima ao local do curativo.

4. Abrir o pacote de curativo expondo as pinças e deixando uma parte do campo livre.

5. Colocar gazes estéreis sobre o centro do campo esterilizado.

6. Usar luvas e avental de contágio, em caso de curativo contaminado ou extenso.

7. Com as pinças Kocher e dente-de-rato, fazer um chumaço de gaze, prendendo-o com a Kochere embeber com éter ou benzina.

8. Com este chumaço descolar o esparadrapo, tracionando-o com auxílio da pinça dente-de-rato,até desprender o curativo.

9. Desprezar o chumaço e o curativo sujo no saco plástico e a Kocher na cuba-rim.

10. Agora com a pinça Kelly e com o auxílio da dente-de-rato, tendo o cuidado de não encostar umapinça na outra, fazer outro chumaço de gaze e embeber com a solução anti-séptica adequada.

11. Limpar a lesão e secar com chumaço seco.

12. Cobrir a lesão com gaze ou chumaço e fixar com esparadrapo, observando o conforto do paciente,se lúcido. Se o paciente estiver inconsciente verificar se não há estiramento/tração da pele.

13. Colocar as pinças usadas na cuba-rim e encaminhá-las para limpeza, desinfecção e esteriliza-ção, conforme protocolo; descartar saco plástico no lixo hospitalar.

14. Lavaras mãos.

Curativo de cateter venoso central

A periodicidade de troca deste cateter não está determinada. Recomenda-se trocar o curativo acada 48-72 horas e inspecioná-lo diariamente para detecção precoce de sinais de infecção.

Todo o procedimento é semelhante ao curativo básico com 3 pinças, mudando apenas o volume domaterial e a substituição de algumas gazes por hastes flexíveis com algodão nas pontas, no manejo doorifício de inserção do cateter.

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l PROTOCOLO

200

1. Selecionar o material para curativo: pacote de curativo convencional com três pinças estéreis, 2pacotes com gazes estéreis [contendo em média 5 gazes], 1 a 2 pacotes contendo cinco hastesflexíveis [com pontas] de algodão (cotonete®, palhetes™, etc.], 1 ampola de soro fisiológico a0,9% estéril, 1 frasco com solução anti-séptica [PVP-I, chorexidina alcoólica, álcool iodado ou ál-cool a 70%], 1 frasco com éter ou benzina, fita adesiva, cuba-rim e saco plástico para descartedo curativo e material contaminado.

2. Lavar as mãos com solução degermante ou sabão líquido, seguidos por fricção com álcool a70% glicerinado, até secar.

3. Sobre uma mesa auxiliar, abrir o pacote de curativo, posicionando as pinças com os cabos parafora do campo; abrir os pacotes de gaze e hastes flexíveis de algodão, dispondo-os sobre ocampo estéril, preferencialmente no centro.

4. Retirar o curativo anterior com as mãos (enluvadas] ou auxílio de pinças, desprezando-o no

saco plástico.

5. Limpar a pele onde havia fita adesiva, com auxílio de chumaço de gaze embebido em éter oubenzina. Desprezar uma pinça na cuba-rim, colocar a outra pinça sobre o campo estéril semcontaminar os outros materiais.

6. Com outra pinça estéril, pinçar uma das extremidades da haste com algodão, embebê-lo emsoro fisiológico e limpar a pele ao redor do orifício de inserção do cateter (do orifício para fora,com movimentos circulares]. Desprezara haste. Repetir, se necessário.

7. Pinçar nova haste, seca, com os mesmos movimentos anteriores, agora para secar a pele e, emseguida, desprezá-la.

8. Pinçar uma nova haste, embebê-la em solução anti-séptica e repetir os movimentos dos itens 6e 7 e desprezá-la. Com uma nova haste, seca, retirar o excesso da solução.

9. Agora com um chumaço de gaze (com auxílio das pinças], molhado com soro fisiológico, limparos pontos da placa de fixação do cateter na pele.

10. Com novo chumaço de gaze, secar estes sítios.

11. Com um terceiro chumaço, proceder à anti-sepsia.

12. Colocar uma gaze por baixo do cateter dobrada em 2 ou 4, próximo ao orifício de inserção docateter, e outra gaze, sobre este ponto. Colocar uma gaze dobrada sob a placa de fixação docateter e outra sobre ela.

13. Fixar as gazes com fita adesiva.

14. Fixar a porção distai do cateter (próximo à conexão com o equipo], com fita adesiva, tipo "V",com suas pontas aderidas à pele.

15. Colocar sobre o curativo as datas de punção do cateter e da troca do curativo.

16. Recolher o material, desprezar o saco plástico no lixo hospitalar e encaminhar as pinças paralimpeza e esterilização.

17. Guardar o restante do material.

201

Page 8: Feridas e Curativo s o

Enfermagem Procedimentos e Protocolos

18. Repetir o item 2.

19. Anotar no prontuário.

Cateter Venoso Central sem curativoCurativo em flebotomias

• O acesso venoso profundo, por meio de flebotomia, é uma das últimas opções.

• Flebotomias apresentam maior risco de infecção, pois necessitam de incisão cirúrgica e frequentementesão utilizadas sondas nasogástricas como cateter [inadequadas, rígidas, esterilização questionável).

• Os curativos devem ser trocados a cada 48-72 horas, anotando-se no prontuário as datas darealização da flebotomia, da troca do curativo e o nome do funcionário que o realizou.

• A área deve ser inspecionada diariamente para detecção precoce de sinais de infecção.

• O procedimento é o mesmo de curativo de Cateter Venoso Central.

O açúcar e a ferida operatória

Sem consenso a respeito do assunto, muitos cirurgiões empregam o açúcar como tratamento deferida [externa) infectada.

AÇÃO

Realizar a limpeza da área cruenta com gaze seca ou lavar com solução fisiológica, se houver forma-ção de muita crosta -> Espalhar o açúcar -» Cobrir com gaze -> Antes do 1.°, do 7° e do último curativoscolher material para cultura e antibiograma [ver coleta de material para cultura).

y Notas

A observação clínica mostrou bons resultados em muitos casos. Concorre também para seu em-prego, além de não ter efeitos colaterais, sua fácil aplicação, baixo custo e a desnecessidade de outrosfármacos localmente ou por via sistémica.

Não utilizar o açúcar em feridas decorrentes de arteriopatias, onde o problema principal é a irriga-ção sanguínea arterial deficiente dos tecidos.

Também não-indicado nos abscessos intracavitários [drenar).

Retirada de pontos

Objetivo

Favorecer a cicatrização perfeita das bordas cirúrgicas.

Material

Bandeja contendo material de ablação, compressas de gaze e solução de PVP-I, saco plástico,soro fisiológico 0,9%.

AÇÃO

Verificar prescrição para realizar retirada de pontos na área especificada -> Preparar o muColocai opacicnlccm posição adequada -> Se necessário, protegê-lo com biombo-» Lrivai a : . 1

202

Feridas e Curativos 16lRetirar curativo segundo técnica -» Observar aspecto da ferida para sinais de infecção -» Com a pinça,segurar as extremidades do ponto e com a tesoura cortá-lo abaixo do nó e removê-lo —> Passar anti-séptico na incisão cirúrgica -» Deixar o paciente em posição confortável.

Tempo de permanência

O tempo de permanência de curativos, cateteres, equipos, sondas, cânulas, equipamentos de res-piradores, etc., variam nos diferentes tipos de hospitais, serviços e caso a caso.

• Cateter Periférico [scalp, jelco®) = 72 horas.• Cateter Central [punção de subclávia, flebotomia, etc.) = sem tempo predeterminado.• Curativos de subclávia, flebotomia, cistostomia, gastrostomia = 24 horas.• Curativo limpo = 24/48 horas.• Curativo contaminado = 24 horas e quando necessário.• Curativo com presença de sangue = 24 horas.• Equipos de soros = 48 horas.• Equipos de transfusão de hemoderivados — cada unidade.• Equipos de soro em pacientes imunodeprimidos = como nos hemoderivados.• Sonda vesical (sistema fechado) = quando necessário.• Coletor de urina [Jontex®) = 24 horas.• Circuitos de respiradores = 48/72 horas ou quando necessário [secreções).• Umidificadores = 24 horas.• Nebulizadores = 12 horas.• Sonda nasogástrica = 7 dias.• Sonda nasoentérica = não tem tempo predeterminado.• Cânulas endotraqueais = 5 dias ou antes se necessário.• Conjuntos de drenagem sob selo d'água = trocar solução a cada 24 horas.

Coleta de material de feridas para cultura• Em feridas com suspeita de infecção, após remover toda secreção com soro fisiológico, passar o

swab*bacteriológico profundamente para coletar apenas o agente etiológico e não os possíveiscolonizantes.

• Com os cateteres venosos sob suspeita de infecção e indicação de retirada do cateter procederda seguinte maneira:

fazer anti-sepsia e secagem do local de inserção do cateter e retirá-lo;colocar a ponta do cateter com técnica asséptica, em tubo estéril e cortar o excedente.se houver secreção no orifício de inserção, colher material com swab bacteriológico.

Preparo de bolinhas de algodão

Alguns cuidados no preparo das bolinhas de algodão utilizadas para anti-sepsia de pele devem serobedecidos, no sentido de evitar contaminação.

PROTOCOLO

• Antes de enrolar as bolinhas de algodão, protocolo de lavagem das mãos.

• Usar espátulas secas para enrolar as bolinhas [não umedecer).

• Uma vez confeccionadas, mante-las secas, em recipiente próprio, preferencialmente com tampa.

* Colocar o swab em sua embalagem original, sem contaminar; identificar a embalagem.l ncaminhar o material ao laboratório o mais breve possível. Caso contrário, inserir o swab em meio detiansporte específico para envio posterior ao laboratório.

203

Page 9: Feridas e Curativo s o

Enfermagem Procedimentos e Protocolos

• Manter o álcool iodado ou álcool a 70% próximo ao recipiente com bolinhas de algodão, emfrasco de cor âmbar e tampado.

• Embeber as bolinhas de algodão com o anti-séptico apenas no momento de sua utilização.

(J Nota

Muitas vezes, este tipo de trabalho é realizado, em muitos hospitais, por pessoas voluntárias [volun-tariado], pacientes em fase de recuperação de doenças (como terapia ocupacional] ou pelo funcionárioda instituição. Para tanto, deve haver triagem, realizada pela enfermeira-chefe, equipe de CCIH ou médicoda instituição, para evitar que portadores de doenças gastrointestinais ou outras doenças transmissíveissejam manipulantes deste tipo de material.

204

Enfermagem Procedimentos e Protocolos

17Q-±3

CLCO

Sonda o

Sonda Nasogástrica [SNG]/Orogástrica (SOG], 206

Gavagern, 208Lavagem Gástrica, 209

Lavagem Intestinal, 209

Nelson Mozach/

Virgínia Helena Soares de Souza

Ne/de Martins

Kátia Chnst/ne Américo

Ana Claudia A. dos Santos Giffhorn

Janine Trompczynski

Page 10: Feridas e Curativo s o

Enfermagem Procedimentos e Protocolos Sonilii Nas()f>á,striea 171

>• Sonda Nasogástrica CSNG) e Orogástrica (SOG)

Objetivo

• Facilitar o acesso à cavidade gástrica, permitindo tratamentos como administração de alimentos,medicamentos, etc., em pacientes incapacitados, comatosos, debilitados.

• Drenagem de conteúdo gástrico - sangue, secreção gástrica, gases [alterações metabólicas),medicamentos, etc.

• Em casos de obstrução intestinal ou pós-cirurgia (íleo paralítico), prevenindo ou aliviando náu-seas, vómitos ou distensão.

• Finalidade diagnostica, pela análise do conteúdo gástrico nas intoxicações exógenas, tubercu-lose, etc.

Observação

A sondagem nasogástrica para coleta de material de estômago é mais utilizada em crianças [nãoescarram e engolem o produto da tosse) em localidades onde o acesso à broncoscopia é limitado.

Contra-indicações

• Atresias e estenose de esôfago.

• Varizes esofagianas sem sangramento (a sonda pode ferir as varizes ou deslocar coágulos tam-ponantes).

• Pós-operatório de cirurgia realizada via transnasal.

• Disjunção craniofacial (Lefort) pela possibilidade de invasão cerebral com a sonda.

• Fraturas de nariz e de face.

Material Necessário

gazes;

benzina ou éter;

água em um copinho (se paciente lúcido);

cuba-rim;

toalha/compressa.

• sonda nasogástrica;

• vaselina ou anestésico gel a 2%;

• luvas de procedimento;

• fita adesiva;

• seringa de l O ml ou 20 ml;

• estetoscópio;

Técnica

1. Preparo psicológico do paciente, quando possível.

2. Lavar as mãos, reunir o material e levar para a beira do leito.

3. Calçar luvas.

4. Medir e marcar a sonda: da ponta do nariz passando pelo ouvido, até a extremidade inferior doesterno (vide figuras l e 2.17, página 208).

5. Limpar a testa do paciente com benzina ou éter para retirar a oleosidade e facilitar a fixação.

6. Preparar pedaços de fita para fixação da sonda (mais ou menos 20 cm).

7. Sentar o paciente ou elevar a cabeceira do leito.

8. Lubrificar a sonda, abri-la e introduzi-la pelo nariz, faringe e esôfago, solicitando ao pacienteque a degluta goles de água (quando o paciente engole causa peristalse esofágica, abrindo oesfíncter cárdico, facilitando a passagem do cateter).

9. Se o paciente não estiver lúcido ou consciente, introduzir lentamente a sonda, sem forçar.

206

••

it,

10. Certificar-se de que a sonda está no estômago:

pela aspiração:

Ao aspirar com a seringa haverá retorno de líquido ou conteúdo gástrico.

pela insuflação de ar:

Injetando ar e auscultando com o estetoscópio sobre a região epigástrica (ruído de casca-ta): após este teste aspirar o ar injetado.

pelo teste com água:

Colocar a ponta da sonda dentro de um copinho com água; se borbulhar indicará que asonda está na traquéia.

11. Após confirmação de que a sonda está no estômago, fixá-la e conectá-la ao coletor.

12. Lavar as mãos.

Observações

Com impedimento de passagem de sonda nasogástrica [nasal], a via oral (orogástrica] poderá serutilizada.

Se, no momento da introdução da sonda, o paciente apresentar sinais de sufocamento, tosse, cia-nose ou agitação, retirar a sonda e reiniciar o procedimento após sua melhora.

Cuidados de Enfermagem

• Lavar a sonda de 4/4 horas ou conforme prescrição médica, com soro fisiológico ou água des-tilada para evitar obstrução da mesma.

• Observar durante a lavagem, a quantidade de líquido introduzido e a quantidade aspirada.

• Observar e registrar aspecto do líquido aspirado.

• Colocar o recipiente para drenagem abaixo do nível do paciente para facilitar a saída de líquidos(sifonagem).

• Evitar forçar o septo e a asa do nariz do paciente, quando da fixação da sonda, para evitar trau-matismo [necrose].

• Fixar a sonda utilizando-se apenas de fitas adesivas [não utilizar canudinhos, cateteres, etc.].

• Variar posições de fixação da sonda diariamente.

• Trocar a sonda quando para alimentação de 7/7 dias, ou quando necessário.

Trocar a sonda quando para drenagens de 5/5 dias, ou quando necessário.

• Elevar a cabeceira [45 a 90 graus] para veiculação de dieta enteral ou lavagem da sonda.

• Nos pacientes com tubo traqueal ou traqueostomia, verificar se o balonete da cânula estáinsuflado e aspirar secreção antes de veicular dieta.

• Após infusão de dieta lavar a sonda gástrica com 20 ml a 50 ml de água [em adulto) e mante-lafechada se não houver vómito ou regurgitação.

• Caso o paciente apresente vómito, distensão abdominal ou em situação de reanimação cardio-pulmonar, abrir a sonda gástrica; se necessário aspirar com uma seringa.

• Ao retirar a sonda gástrica, puxá-la continuadamente, de preferência aspirando levemente comuma seringa [pedir ao paciente consciente que degluta antes um pouco de água para lubrifi-cação da mesma); ou fechar a sonda durante a retirada evitando o escoamento de conteúdogástrico [pelos orifícios da sonda) no trato digestivo alto, fato que provoca irritação da mucosa.

207