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Administrativo do Mota

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  • FELIZ DIA DO AMIGO QUESTES COMENTADAS CESPE/UnB

    Uma pequena contribuio do Prof. Rodrigo Motta aos amigos concurseiros (20 de julho de 2014)

    Prof. Rodrigo Motta Direito Administrativo

  • DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. RODRIGO MOTTA FELIZ DIA DO AMIGO 20 de julho de 2014

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    QUESTES COMENTADAS

    PROF. RODRIGO MOTTA DIREITO ADMINISTRATIVO CESPE/UnB 2014

    (AGENTE ADMINISTRATIVO / MDIC / 2014 / CESPE)

    Acerca da organizao administrativa e dos atos administrativos, julgue os itens a seguir.

    51 Adotando-se o critrio de composio do capital, podem-se dividir as entidades que compem a

    administrao indireta em dois grupos: um grupo, formado pelas autarquias e fundaes pblicas,

    cujo capital exclusivamente pblico; e outro grupo, constitudo pelas sociedades de economia

    mista e empresas pblicas, cujo capital formado pela conjugao de capital pblico e privado.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. Existem diferenas importantes entre as empresas pblicas e as

    sociedades de economia mista. Uma delas a composio do capital. As empresas pblicas

    apresentam capital 100% pblico, ainda que derivado de mais de uma pessoa jurdica. As sociedades

    de economia mista (como o prprio nome j diz) apresentam capital misto, ou seja, conjuga-se

    capital pblico e tambm capital privado. Ressalte-se que o controle acionrio do Poder Pblico, o

    que significa dizer que o capital votante majoritariamente pblico.

    52 Suponha que determinado ato administrativo, percorrido seu ciclo de formao, tenha produzido

    efeitos na sociedade e, posteriormente, tenha sido reputado, pela prpria administrao pblica,

    desconforme em relao ao ordenamento jurdico. Nesse caso, considera-se o ato perfeito, eficaz e

    invlido.

    COMENTRIO: ITEM CERTO. Perfeio est ligada ao ciclo de formao, validade consonncia

    do ato com a lei e eficcia com a produo dos seus efeitos. perfeito, pois a questo afirmou que

    percorreu o seu ciclo; tambm eficaz, posto que o item assevera que produziu efeitos, mas

    invlido, j que houve desconformidade em relao s previses do ordenamento jurdico. Segundo

    Celso Antnio Bandeira de Mello (Curso de Direito Administrativo, 30 edio, p. 393 e 394), o ato

    administrativo pode ser perfeito, vlido e eficaz; perfeito, invlido e eficaz; perfeito, vlido e

    ineficaz; e por fim, perfeito, invlido e ineficaz.

    53 Se, em razo do grande nmero de contrataes realizadas pela Unio, for criado um Ministrio

    de Aquisies, ter-se-, nessa situao, exemplo do fenmeno denominado desconcentrao

    administrativa.

    COMENTRIO: ITEM CERTO. A desconcentrao administrativa consiste na distribuio interna

    de competncias, ou seja, no repasse de atribuies dentro da mesma pessoa jurdica. Caso houvesse

    a distribuio entre pessoas jurdicas distintas, teramos o fenmeno da descentralizao

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    administrativa, o que no foi o caso. Como houve a criao de um Ministrio, sendo este um rgo,

    dentro da pessoa jurdica (no caso em tela, a Unio), temos a desconcentrao administrativa.

    No que se refere aos agentes pblicos e aos poderes administrativos, julgue os itens que se seguem.

    Nesse sentido, considere que a sigla CF, sempre que empregada, refere-se Constituio Federal de

    1988.

    54 Suponha que, aps uma breve discusso por questes partidrias, determinado servidor, que

    sofria constantes perseguies de sua chefia por motivos ideolgicos, tenha sido removido, por seu

    superior hierrquico, que desejava puni-lo, para uma localidade inspita. Nessa situao, houve

    abuso de poder, na modalidade excesso de poder.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. Trata-se de desvio de poder. O abuso de poder se configura de

    duas formas distintas: Excesso de poder e Desvio de poder. Por excesso de poder, entende-se a

    atuao fora dos limites de sua competncia. No caso do Desvio de poder, o agente pratica ato com

    fim diverso daquele previsto, direta ou indiretamente, na regra de competncia, o que significa dizer

    que, mesmo sendo competente para a prtica do ato, caso atue com fim alheio ao interesse pblico,

    estar desviando da finalidade do ato. Lembre-se sempre: Remoo de ofcio com intuito de punio

    caracteriza desvio de finalidade.

    55 Com a promulgao da CF, foram extintos os denominados cargos vitalcios, tendo sido

    resguardado, entretanto, o direito adquirido daqueles que ocupavam esse tipo de cargo poca da

    promulgao da CF.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. A Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988 no

    extinguiu os cargos vitalcios. So cargos desta natureza, por exemplo, os de Magistrado (art. 95, I,

    CF) e Membros do Ministrio Pblico (art. 128, 5, I, a, CF), dentre outros. Ressalte-se que a

    prerrogativa a ser conquistada, atendidos os requisitos constitucionais, a Vitaliciedade, que por sua

    vez no pode ser confundida com a Estabilidade, adquirida por servidores ocupantes de cargos

    efetivos.

    56 Considere que um servidor vinculado administrao unicamente por cargo em comisso cometa

    uma infrao para a qual a Lei n. 8.112/1990 preveja a sano de suspenso. Nesse caso, se

    comprovadas a autoria e a materialidade da irregularidade, o servidor sofrer a penalidade de

    destituio do cargo em comisso.

    COMENTRIO: ITEM CERTO. Previso expressa na Lei 8112/90, art. 135.

    Art. 135. A destituio de cargo em comisso exercido por no ocupante de cargo efetivo ser

    aplicada nos casos de infrao sujeita s penalidades de suspenso e de demisso.

    Desta forma, j que a infrao administrativa passvel da aplicao da pena de suspenso, cabe a

    destituio do cargo comissionado do servidor.

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    No que concerne licitao, ao controle da administrao pblica e ao regime jurdico-

    administrativo, julgue os itens de 57 a 60.

    57 Considere que o governo de determinado municpio onde houve desabamentos em decorrncia de

    fortes chuvas tenha, em razo disso, decretado estado de calamidade pblica. Nesse caso, haja vista

    a urgncia da situao, poder haver a dispensa de licitao para a realizao de obras necessrias

    conteno de novos desabamentos.

    COMENTRIO: ITEM CERTO. Previso expressa na Lei 8666/93, art. 24, IV.

    Art. 24. dispensvel a licitao:

    (...)

    IV - nos casos de emergncia ou de calamidade pblica, quando caracterizada urgncia de

    atendimento de situao que possa ocasionar prejuzo ou comprometer a segurana de pessoas,

    obras, servios, equipamentos e outros bens, pblicos ou particulares, e somente para os bens

    necessrios ao atendimento da situao emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e

    servios que possam ser concludas no prazo mximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e

    ininterruptos, contados da ocorrncia da emergncia ou calamidade, vedada a prorrogao dos

    respectivos contratos;

    Trata-se de licitao dispensvel, onde mesmo havendo viabilidade jurdica de competio, a lei

    FACULTA Administrao Pblica a realizao da licitao. No havendo a realizao da mesma,

    deve-se motivar o ato de dispensa, conforme art. 50, IV da Lei 9784/99. Deve-se ainda delimitar a

    rea flagelada, a fim de evitar desvio da finalidade na utilizao dos recursos pblicos na

    reconstruo da cidade.

    58 A administrao pblica pode utilizar-se da modalidade prego para vender equipamentos

    eletrnicos oriundos de contrabando apreendidos em uma operao de fiscalizao deflagrada pela

    Receita Federal do Brasil.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. A modalidade de licitao seria o LEILO, e no o prego, que

    visa aquisio de bens ou servios comuns, conforme art. 1 da Lei 10520/02. O Leilo, segundo

    norma do art. 22, 5 da Lei 8666/93, a modalidade de licitao entre quaisquer interessados para a venda de bens mveis inservveis para a administrao ou de produtos legalmente apreendidos ou

    penhorados, ou para a alienao de bens imveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance,

    igual ou superior ao valor da avaliao. Como a questo trata de bens legalmente apreendidos, o correto seria a utilizao do leilo.

    59 As formas de controle interno na administrao pblica incluem o controle ministerial, exercido

    pelos ministrios sobre os rgos de sua estrutura interna, e a superviso ministerial, exercida por

    determinado ministrio sobre as entidades da administrao indireta a ele vinculadas.

    COMENTRIO: ITEM CERTO. Questo que suscita controvrsia doutrinria, j que alguns

    doutrinadores consideram que o controle exercido pela Administrao direta sobre a indireta tem

    natureza externa (vide lio de Maria Sylvia Zanella di Pietro, que considera tal posio).

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    Entretanto, o Cespe/UnB costuma, neste ponto, adotar o posicionamento de Celso Antnio Bandeira

    de Mello, de que o controle teria natureza interna. Conforme leciona o ilustre mestre, em seu Curso

    de Direito Administrativo, 30 edio, pg. 953, em relao s entidades da Administrao Indireta (sem prejuzo dos controles externos), haveria um duplo controle interno: aquele que efetuado por

    rgos seus, que lhe componham a intimidade e aos quais assista esta funo, e aqueloutro

    procedido pela Administrao direta. A este ltimo talvez se pudesse atribuir a denominao, um

    tanto rebarbativa ou paradoxal, reconhea-se, de controle interno exterior. Portanto, como assevera o contexto da questo, tanto no caso do controle ministerial como na superviso ministerial teramos

    controle interno.

    60 Os princpios da administrao pblica expressamente dispostos na CF no se aplicam s

    sociedades de economia mista e s empresas pblicas, em razo da natureza eminentemente

    empresarial dessas entidades.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. A norma do art. 37, caput, CF prev que A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos

    Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

    eficincia.... Desta forma, percebe-se que a incidncia dos princpios se d tanto em relao Administrao direta quanto indireta. No caso das empresas pblicas e sociedades de economia

    mista, ainda que estejam no desempenho de atividade econmica, h submisso aos princpios

    constitucionais.

    (ANALISTA TCNICO-ADMINISTRATIVO / MDIC / 2014 / CESPE)

    Julgue os itens que se seguem, referentes legislao administrativa e licitao pblica.

    60 Um aviso uma forma de ato administrativo classificado como ato punitivo, ou seja, que

    certifica ou atesta um fato administrativo.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. Segundo Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo

    Brasileiro, 39 edio, pg. 195), avisos so atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de assuntos afetos aos seus Ministrios. Possuem natureza de atos ordinatrios, j que disciplinam o funcionamento da Administrao e a conduta funcional dos agentes que a integram. No so atos

    punitivos, pois estes visam punir e reprimir condutas irregulares. A definio do mesmo, no fim do

    item, ao afirmar que certifica ou atesta um fato administrativo relaciona-se aos atos enunciativos. Percebe-se, ento, que o item est totalmente desconexo. Totalmente errado.

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    61 Parte do capital instituidor de uma sociedade de economia mista privada, apesar de

    determinadas relaes institucionais, como organizao e contratao de pessoal, serem regidas pelo

    direito pblico.

    COMENTRIO: ITEM CERTO. As sociedades de economia mista so pessoas jurdicas de direito

    privado, o que faz com que o regime jurdico predominante sobre elas seja o de direito privado.

    Porm, h derrogao pelo direito pblico, o que faz com que muitas regras de direito pblico

    tambm incidam sobre a referida entidade, como a necessidade de concurso pblico de provas ou de

    provas e ttulos para a contratao de pessoal, bem como na organizao da Administrao Pblica.

    62 Todos os licitantes podem apresentar lances ao longo de todo o prego presencial, a despeito da

    proposta inicial.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. Conforme a norma do art. 4, VIII da Lei 10520/02, apenas o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preos at 10% (dez por cento) superiores

    quela podero fazer novos lances verbais e sucessivos, at a proclamao do vencedor. Com isso, est errada a afirmao de que TODOS poderiam apresentar lances.

    63 Um homem que, em dezembro de 2013, mediante aprovao em concurso pblico, tiver tomado

    posse em cargo regido pelo regime estatutrio poder se aposentar, com proventos integrais e

    paridade com os servidores ativos, em dezembro de 2023, caso possua, nesse ano, cinquenta e cinco

    anos de idade e dez anos de servio pblico ininterrupto.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. Segundo o art. 40, III, CF, para que haja aposentadoria

    voluntria, deve-se atender aos seguintes requisitos:

    III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mnimo de dez anos de efetivo exerccio no servio pblico e cinco anos no cargo efetivo em que se dar a aposentadoria, observadas as

    seguintes condies:

    a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuio, se homem, e cinquenta e cinco anos de

    idade e trinta de contribuio, se mulher;

    b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos

    proporcionais ao tempo de contribuio. Verifica-se que, at pela idade veiculada no enunciado, no h compatibilidade dos requisitos com o

    previsto na Carta Magna. Por isso, o item est errado.

    64 Caso pretenda comprar um medicamento produzido por apenas uma indstria farmacutica,

    utilizado para tratar doena tropical tpica em algumas regies brasileiras, o responsvel pelo setor

    de compras de um hospital pblico dever considerar inexigvel a licitao.

    COMENTRIO: ITEM CERTO. Trata-se de situao de inexigibilidade de licitao, onde no h

    viabilidade de competio. No cabe competio, dada a impossibilidade de disputa pelo objeto da

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    licitao. A questo afirma haver a produo do referido medicamento por apenas uma indstria

    farmacutica, o que caracteriza, por si s, a sua exclusividade. Versa o art. 25 da Lei 8666/93:

    Art. 25. inexigvel a licitao quando houver inviabilidade de competio, em especial: I - para aquisio de materiais, equipamentos, ou gneros que s possam ser fornecidos por

    produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferncia de marca, devendo a

    comprovao de exclusividade ser feita atravs de atestado fornecido pelo rgo de registro do

    comrcio do local em que se realizaria a licitao ou a obra ou o servio, pelo Sindicato, Federao

    ou Confederao Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; Desta forma, percebe-se claramente que o item est certo.

    Julgue os itens seguintes, relativos administrao pblica e aos atos administrativos.

    89 Caso um ministro de Estado delegue algumas competncias ao secretrio executivo de seu

    gabinete e este, no exerccio das funes delegadas, edite um ato com vcios de finalidade e, em

    seguida, saia de frias, tal ato poder ser convalidado pelo ministro de Estado.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. No cabe convalidao quanto a vcio na finalidade. Apenas

    Competncia (quando no se tratar de competncia exclusiva) e Forma (quando no for essencial

    validade do ato) comportam convalidao. Alguns doutrinadores (exemplo: Carvalhinho) sustentam

    a possibilidade de convalidao no objeto, quando plrimo.

    90 O exerccio das funes administrativas pelo Estado deve adotar, unicamente, o regime de direito

    pblico, em razo da indisponibilidade do interesse pblico.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. No exerccio da funo administrativa, tambm so praticados

    atos que no so regidos pelo direito pblico. Tanto que, conforme leciona a ilustre Prof Maria

    Sylvia Zanella Di Pietro, no seu Direito Administrativo, 27 edio: Partindo-se da ideia da diviso de funes entre os trs Poderes do Estado, pode-se dizer, em sentido amplo, que todo ato praticado no exerccio da funo administrativa ato da Administrao.

    Essa expresso ato da Administrao tem sentido mais amplo do que a expresso ato administrativo, que abrange apenas determinada categoria de atos praticados no exerccio da funo

    administrativa.

    Dentre os atos da Administrao, incluem-se:

    1. os atos de direito privado, como doao, permuta, compra e venda, locao;

    (...) Percebe-se, ento, que no apenas o regime jurdico de direito pblico incide sobre a Administrao

    Pblica quando do desempenho da sua funo administrativa. Assim sendo, o item est errado.

    91 Se determinado servidor pblico for removido, de ofcio, por interesse da administrao pblica,

    sob a justificativa de falta de servidores em outra localidade, e se esse servidor constatar o excesso

    de pessoal na sua nova unidade de exerccio e no a falta, o correspondente ato de remoo, embora

    seja discricionrio, poder ser invalidado.

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    COMENTRIO: ITEM CERTO. A remoo, no caso em tela, est viciada. O motivo alegado para

    justific-la no verdadeiro, tanto que no h falta, mas sim excesso de servidores. Conforme

    prev o art. 2, pargrafo nico da Lei 4717/65, haver vcio no motivo quando a matria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao

    resultado obtido. Em outros termos, quando houver indicao de motivo falso, teremos vcio no referido elemento. Havendo vcio, caber anulao, por razes de ilegalidade.

    Com relao aos agentes pblicos e aos poderes da administrao pblica, julgue os itens

    subsecutivos.

    92 Se determinado servidor pblico for preso em operao deflagrada pela Polcia Federal, devido a

    fraude em licitaes, a ao penal, caso seja ajuizada, obstar a abertura ou o prosseguimento do

    processo administrativo disciplinar, visto que o servidor poder ser demitido apenas aps o trnsito

    em julgado da sentena criminal.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. Conforme prev o art. 125, da Lei 8112/90, as sanes civis,

    penais e administrativas podero cumular-se, sendo independentes entre si. Desta forma, no h que

    se falar em bice do prosseguimento do PAD pelo ajuizamento de ao penal. Diga-se, ainda, que a

    prpria absolvio criminal s provocar o afastamento da responsabilidade administrativa nos

    casos de negativa de autoria ou inexistncia do fato (art. 126, Lei 8112/90). Assim, temos que o item

    est errado.

    93 O exerccio dos poderes administrativos no uma faculdade do agente pblico, mas uma

    obrigao de atuar; por isso, a omisso no exerccio desses poderes poder ensejar a

    responsabilizao do agente pblico nas esferas cvel, penal e administrativa.

    COMENTRIO: ITEM CERTO. Conforme expe a ovacionada Prof Maria Sylvia Zanella Di

    Pietro em seu Direito Administrativo, 27 edio, pg, 90:

    Embora o vocbulo poder d a impresso de que se trata de faculdade da Administrao, na realidade trata-se de poder-dever, j que reconhecido ao poder pblico para que o exera em

    benefcio da coletividade; os poderes so, pois, irrenunciveis. No caso de omisso, j que no houve o exerccio desse poder-dever, por causar prejuzo aos administrados, cabvel a

    responsabilizao do agente que lhe deu causa.

    94 Os particulares, ao colaborarem com o poder pblico, ainda que em carter episdico, como os

    jurados do tribunal do jri e os mesrios durante as eleies, so considerados agentes pblicos.

    COMENTRIO: ITEM CERTO. Os agentes pblicos, conforme lio do saudoso mestre Hely

    Lopes Meirelles, podem ser classificados em cinco categorias: agentes polticos, administrativos,

    honorficos, delegados e credenciados. Os mesrios e os jurados so considerados agentes

    honorficos, definidos como cidados convocados, designados ou nomeados para prestar,

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    transitoriamente, determinados servios ao Estado, em razo de sua condio cvica, de sua

    honorabilidade ou de sua notria capacidade profissional, mas sem qualquer vnculo empregatcio

    ou estatutrio e, normalmente, sem remunerao (Direito Administrativo Brasileiro, 39 edio, pg. 82). Maria Sylvia Zanella di Pietro os considera Particulares em colaborao com o Poder

    Pblico. Item correto.

    A respeito de responsabilidade civil do Estado, dos servios pblicos e da organizao

    administrativa, julgue os prximos itens.

    95 Embora nos municpios haja apenas administrao direta, nos estados, em razo da autonomia

    dada pela Constituio Federal de 1988 (CF), pode haver administrao indireta.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. No h bice constitucional para que se institua administrao

    indireta nos Municpios. O prprio caput do art. 37 da CF reza sobre a administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.... Item errado.

    96 Considere que o motorista de um veculo oficial de determinado ministrio, ao trafegar em

    velocidade acima do limite legal, tenha colidido contra um veculo de particular que estava

    devidamente estacionado. Nessa situao, embora o Estado seja obrigado a indenizar o dano,

    somente haver o direito de regresso do Estado caso se comprove o dolo especfico na conduta do

    servidor.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. O art. 37, 6, CF prev que As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus

    agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel

    nos casos de dolo ou culpa. Observe que a Constituio da Repblica determina que haja dolo ou culpa para que se exera o direito de regresso, o que no condiz com a questo em tela, por esta

    exigir a comprovao de dolo especfico, ou seja, que necessariamente houvesse a inteno do

    agente de produzir o resultado. No o caso. A culpa tambm pode ser determinante para a

    caracterizao da responsabilidade do agente. Item incorreto.

    97 O servio de uso de linha telefnica um tpico exemplo de servio singular, visto que sua

    utilizao mensurvel por cada usurio, embora sua prestao se destine coletividade.

    COMENTRIO: ITEM CERTO. Servios singulares (ou uti singuli) so aqueles que possuem como

    finalidade a satisfao direta e individual das necessidades dos administrados. Seus usurios so

    determinados e so mensurveis para cada destinatrio. Alm do servio de uso de linha telefnica,

    so exemplos o fornecimento de gua e energia eltrica domiciliares.

    Acerca de improbidade administrativa, processo administrativo e licitaes, julgue os itens a seguir.

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    98 Caso a administrao pblica convoque, por meio de convite, dez empresas do mesmo ramo do

    objeto a ser licitado para contratao de determinado servio, e, por desinteresse de alguns

    convidados, apenas uma empresa apresente proposta, a administrao poder prosseguir com o

    certame, desde que justifique devidamente o fato e as circunstncias especiais.

    COMENTRIO: ITEM CERTO. A norma do art. 22, 7, da Lei 8666/93 prev que quando, por limitaes do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossvel a obteno do

    nmero mnimo de licitantes exigidos no 3 deste artigo, essas circunstncias devero ser

    devidamente justificadas no processo, sob pena de repetio do convite. Em outras palavras, significa dizer que, caso no se chegue ao nmero mnimo de trs licitantes, possvel, desde que

    justificado no processo, que haja prosseguimento do certame licitatrio.

    99 Se, aps uma operao da Polcia Federal, empreendida para desarticular uma quadrilha que agia

    em rgos pblicos, o Ministrio Pblico Federal ajuizar ao de improbidade administrativa contra

    determinado servidor, devido a irregularidades cometidas no exerccio da sua funo, mesmo que

    esse servidor colabore com as investigaes, ser vedado o acordo ou a transao judicial.

    COMENTRIO: ITEM CERTO. Conforme prev a norma do art. 17, 1 da Lei 8429/92, vedada a transao, acordo ou conciliao nas aes de que trata o caput..., no sendo possvel qualquer ato de autocomposio do existente conflito de interesses, por meio de concesses dotadas de

    reciprocidade, em funo do princpio da indisponibilidade do interesse pblico.

    100 Em razo da simetria com o processo judicial, vigora, no processo administrativo, o princpio

    do formalismo procedimental, em que se afasta a flexibilizao na tramitao do processo para

    evitar os arbtrios das autoridades e garantir a legitimidade das decises administrativas.

    COMENTRIO: ITEM ERRADO. Nos processos administrativos, vigora o princpio do

    informalismo. Adoo de formas simples. As formalidades so apenas as essenciais para a garantia

    de certeza e execuo dos atos. H aplicao da instrumentalidade das formas, mas no h um

    exacerbado formalismo. Conforme Hely Lopes Meirelles, o princpio do informalismo dispensa ritos sacramentais e formas rgidas para o processo administrativo, principalmente para os atos a

    cargo do particular. Segue o ilustre e saudoso mestre que todavia, quando a lei impe uma forma ou uma formalidade, esta dever ser atendida, sob pena de nulidade do procedimento, mormente se

    da inobservncia resulta prejuzo para as partes, mesmo porque, segundo o princpio da

    instrumentalidade das formas, no h nulidade sem prejuzo (pas de nullit sans grief).

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