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feam FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

Autores

Arnaldo Abranches Mota Batista – MASP1043742-4

Morel Queiroz da Costa Ribeiro – MASP 1043894-3

Adriano Tostes de Macedo – MASP 1043722-6

Daniele Tonidandel – MASP 0597349-0

Assinatura:

Data: ______/______/_____

De Acordo:

Angelina Maria Lanna de Moraes – MASP 1043736-6

Analista Ambiental

Assinatura:

Data: _____/______/______

Visto:

Zuleika Stela Chiacchio Torquetti

Diretora de Qualidade e Gestão Ambiental

Assinatura:

Data: _____/______/______

Parecer Técnico GEDIN Nº 00107 /2008 Processo COPAM Nº 0012/1978/040/2007

PARECER TÉCNICO

RESUMO A Votorantim Metais Zinco S.A. – Unidade de Três Marias fazia a disposição dos rejeitos (lamas) da planta metalúrgica no depósito ao lado da planta, na encosta topográfica. As lamas eram filtradas, transportadas por correias até o depósito, onde eram espalhadas e compactadas. Esta barragem não possui sistema de impermeabilização e o percolado é dirigido diretamente ao rio São Francisco. Em pareceres técnicos da FEAM foi sugerida a desativação desta barragem. No ent anto uma comissão independente de consultores considerou esta barragem como “área de degradação permanente”. Em 2001, foi construída a barragem atual, distante cerca de 5 km da planta metalúrgica, no vale do córrego da Lavagem. A construção foi executada pela empresa Tercam Engenharia e Empreendimentos Ltda., sendo o projeto executivo desenvolvido pela empresa Engeo Sociedade Civil Ltda., subcontratada pela primeira. Em 2002, foi obtida a Licença de Operação (LO) da barragem atual, com parecer técnico da FEAM recomendando o retorno do processo “a fase de LI, e durante o início do lançamento dos rejeitos no reservatório foi observado um aumento de vazão no dreno de pé. Análises químicas da água indicaram a presença concentrações de zinco e outros elementos acima do permitido pela legislação, motivo pelo qual a empresa foi autuada. Em seguida a esta constatação, foram tomadas diversas providências pela Votorantim Metais para contenção da percolação sem ter conseguido o objetivo almejado.

Empreendedor: VORORANTIM METAIS ZINCO S A Empreendimento: BARRAGEM MURICI DN Código Classe Porte Atividade: Barragem de Rejeitos/Resíduos CNPJ: 42416651/0001-07

74/2004 A05037 5 G

Endereço: Rodovia MG 040, km 284 Município: Três Marias Referência: LICENÇA PREVIA

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Rubrica dos autores : Parecer Técnico GEDIN Nº107 /2008

Processo COPAM N00012/1978/040/2007

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A barragem encontra-se atualmente assoreada com rejeitos até a cota média aproximada de 567 m, variando de 568,4 m próximo ao barramento e 565,5 m na parte de montante, correspondendo a cerca de 1,1 milhões de m³. O N.A. do reservatório encontra-se atualmente na cota 566,5 m. Com esta elevação do nível dos rejeitos junto à barragem a espessura da mesma chega a cerca de 27 m. Em junho de 2005 foi assinado entre a VMZ-TM, a Agência Nacional de Águas – ANA e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD/MG um Protocolo de Compromisso (PC-0001/2005). Para atendimento do item 1.1.1 do Protocolo de Compromisso, a VMZ-TM propôs a remoção e disposição final dos resíduos dispostos no aterro industrial ao lado da planta metalúrgica em um novo depósito, a ser construído, completamente impermeabilizado. Para atendimento do item 1.1.5 do referido Protocolo de Compromisso, foi realizado estudo para impermeabilização do reservatório da barragem de rejeitos da VMZ-TM, tendo como objetivo cessar a contaminação do córrego da Lavagem, visto que as ações que a Empresa tomou, não foram suficientes para sanar a contaminação. O estudo mostrou que a opção de recobrimento das lamas depositadas na Barragem Córrego da Lavagem não seria eficiente para se paralisar a contaminação das águas, e que o revestimento sob a lama, em terreno natural, não é viável construtivamente. Portanto, concluiu-se que a solução é a remoção destas lamas e sua estocagem em outra área devidamente preparada. Assim, visando a atender aos itens 1.1.1 e 1.1.5 do PC-0001/05, a Votorantim Metais desenvolveu um projeto de um terceiro depósito impermeabilizado, onde será disposto todo o rejeito que atualmente se encontra na Barragem Córrego da Lavagem e no depósito ao lado da planta metalúrgica e, também, aquele que ainda será gerado na produção industrial. A empresa foi orientada a solicitar a competente Licença Previa para a nova barragem e a FEAM informou que a referida barragem deveria atender as seguintes normas:

• NBR 10157/1987 – Aterros de Resíduos Perigosos – Critérios para Projeto, Construção e Operação. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, de dezembro de 1987.

• Directiva 1999/31/CE. Conselho da União Européia, de 26 de abril de 1999.

O processo foi protocolado na FEAM de forma incompleta em 30/03/2007 e em 06/04/2008 foi apresentada a autorização para supressão de espécies protegidas por Lei descritas no EIA/RIMA.

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O novo sistema de disposição de rejeitos da planta metalúrgica de zinco da VMZ em Três Marias/MG, denominado Depósito Murici, pretende ser uma estrutura projetada para armazenar os resíduos perigosos da planta industrial da unidade, mediante uma criteriosa observância dos procedimentos técnicos e ambientais vigentes. O projeto conceitual prevê uma estrutura com múltiplas bacias de disposição, dimensionadas para o armazenamento dos rejeitos gerados na própria planta, dos rejeitos previamente acumulados no reservatório da Barragem da Lavagem, dos rejeitos depositados no passado junto à Fábrica, bem como dos solos contami nados da área do reservatório da barragem.

Para fins de desenvolvimento operacional, as diferentes bacias de acumulação foram denominadas de ‘depósitos, Leste, Central e Oeste’. Uma quarta etapa do sistema de disposição compreende uma zona de alteamento dos depósitos central e oeste. O sistema prevê uma disposição distinta de materiais secos e em polpa nestas bacias, num processo de distribuição controlada ao longo do depósito, por um período de 20 anos (2009 – 2029).

Os principais produtos da empresa são :Óxido de zinco 36.000 t/mês, Lingote156.000 t/mês, Ligas 20.000 t/mês, Pó de zinco 6.000 t/mês e Ácido sulfúrico 108.614 t/mês. A empresa possui 771 empregados e está em uma área de 1.045.673 m2 . A empresa é dividida em várias plantas industriais tais como: moagem, tratamento de magnésio, lixiviação, purificação, ustulação, eletrólise, estação de tratamento de efluentes, fundição e fábrica de óxido de zinco. A energia elétrica é proveniente da CEMIG numa demanda contratada de 63800 Kw e geração própria em uma hidroelétrica de 168000 Kw de potência instalada. A água é proveniente do Rio São Francisco num consumo médio de 268041 m³/mês. A empresa apresentou uma Outorga da ANA para direito de uso de recursos hídricos para captação de água e lançamento de efluentes tratados nas águas do rio São Francisco conforme Resolução nº 297 de 5/11/2002. Com relação aos estudos sócio-econômicos, as informações prestadas pela empresa, pela discussão apresentada anteriormente, nos parecem satisfatórias. Com as informações prestadas é possível fazer uma avaliação de seus possíveis impactos sobre a comunidade local. Por se tratar de impactos futuros previsíveis, consideramos que a empresa deve implementar as medidas mitigadoras de impactos já apresentadas e considerar os itens apontados neste parecer, particularmente em relação aos impactos decorrentes da movimentação de veículos em função das obras e posterior transporte dos rejeitos entre os depósitos. Pelos dados apresentados este aspecto pode ter vários impactos na região, devendo ser melhor elaborado - infra-estrutura viária, transporte e

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segurança – incluindo aspectos relacionados às condições de saúde da comunidade ao entorno do empreendimento. Em relação ao aumento do fluxo de veículos nas vias de acesso há que se ressaltar que as informações são insuficientes para se ter uma idéia exata dos impactos decorrentes da intensificação do fluxo de caminhões e veículos para transporte de maquinário, equipamentos e de pessoal durante a fase de implantação e, também, de operação. Esta informação é importante pois considerou-se, nessa análise, que a única via indicada para acesso ao empreendimento (via interna) é estreita e encontra-se em condições precárias para o fluxo de veículos projetado – a julgar pelas informações disponíveis. Neste sentido, as comunidades e/ou proprietários da região podem sofrer consequências não previstas no presente estudo e, portanto, sem medidas mitigadoras. Os Planos de Controle e de Emergência, no nosso entendimento, não consideraram de forma apropriada estes elementos (transporte e fluxo de veículos pesados na única via de acesso ao empreendimento). O fato é que durante a fase de implantação e, em maior grau, na fase de operação, haverá uma intensificação no fluxo de veículos cujo dimensionamento não é apresentado nos estudos. Neste sentido, estes estudos devem ser complementados para que, ainda na fase de implantação, sejam dimensionados os seus impactos e, sendo importantes, apresente-se medidas corretivas e mitigadoras. É necessário, para um efetivo gerenciamento destes impactos, um plano de gerenciamento que leve em consideração o tráfego de veículos em todas as fases, ou seja, sobre a movimentação futura decorrente da movimentação de carga (obra), pessoal, e rejeitos entre os depósitos. Neste sentido, recomenda-se que a empresa proceda a uma análise criteriosa do fluxo, mensurando e procurando propor medidas mitigadoras dos impactos decorrentes da fase de implantação e da entrada em funcionamento do futuro depósito (capacidade de suporte das vias e tipo adequado de pavimentação, velocidade, horários em que ocorrerão o trafego, depreciação das vias de rolamento, risco de acidentes em função do tráfego, localização e proteção das das tubulações laterais etc.). Como consequencia deste estudo, deveria ser estabelecido, e divulgado, as rotas e respectivos horários, e que estes horários fossem de conhecimento da defesa civil e dos órgãos ambientais, para que estejam preparados para possíveis eventualidades. Entretanto, consideramos vital que a que a empresa providencie, ainda na fase de obtenção da LI/LO, a implementação de medidas mitigadoras de impactos decorrentes do aumento considerável na movimentação de veículos em função das obras e posterior entrada em operação das usinas. Pelos dados apresentados, estes dois aspectos terão um grande impacto na região. De acordo com esta análise, não há impedimentos à concessão da LP. Entretanto, recomenda-se que a empresa

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atente para os fatos levantados anteriormente nas considerações e procure atuar e firmar compromisso no sentido de sanar os problemas identificados. Tendo em vista o exposto, consideramos, para efeito desta análise, a seguinte condicionante, para ser apresentada na fase de LI :

FLUXO DE VEÍCULOS - que a empresa apresente um es tudo complementar considerando o aumento do fluxo de veículos nas vias de acesso ao empreendimento, relatando os possíveis impactos decorrentes da intensificação do fluxo de caminhões e veículos para transporte de maquinário, equipamentos e de pessoal durante a fase de implantação e, também, de operação. Este estudo deve ser apresentado em tempo hábil e anterior ao início da movimentação de veículos visando a implantação do depósito e deverá conter propostas de mitigação de seus efeitos sobre a população e sobre o meio ambiente local.

Os prazos a serem observados para o cumprimento desta condicionante deverão ser apresentados pela empresa em forma de proposta técnica, considerando o cronograma de obras já apresentados, adequando a sua implementação aos seus respectivos impactos. O Núcleo de Geotecnia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto conclui que com base nas premissas adotadas e na fundamentação técnica explicitada neste parecer, o Projeto Conceitual proposto para o Depósito Murici atende a todos os critérios para localização de um sistema de disposição de resíduos perigosos, estando em conformidade com os termos, exigências e recomendações da Norma NBR 10157/1987 da ABNT e da Directiva 1999/31/CE do Conselho da União Européia. Com relação aos aspectos bióticos, e considerando a manifestação favorável do IEF, com a apresentação da devida Autorização para Exploração Florestal, de referência 0014219, de 06 de abril de 2008, entende -se que há concordância para com as avaliações e conc lusões dos estudos ambientais apresentados. Sendo assim, sugerimos a concessão da solicitada Licença Prévia, ouvida a assessoria jurídica da FEAM.

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1 – Introdução A empresa Votorantim Metais Zinco S.A. – Unidade de Três Marias trata de forma integrada, os concentrados de zinco silicatado e sulfetado, com know-how próprio em processos de lixiviação, purificação, filtração e eletrólise utilizando a capacidade total de produção anual de 180 mil toneladas de zinco. A Votorantim Metais Zinco S.A. – Unidade de Três Marias fazia a disposição dos rejeitos (lamas) da planta metalúrgica no depósito ao lado da planta, na encosta topográfica. As lamas eram filtradas, transportadas por correias até o depósito, onde eram espalhadas e compactadas. Esta barragem não possui sistema de impermeabilização e o percolado é dirigido diretamente ao rio São Francisco. Em pareceres técnicos da FEAM foi sugerida a desativação desta barragem. No entanto uma comissão independente de consultores considerou esta barragem como “área de degradação permanente”. Em 2001, foi construída a barragem atual, distante cerca de 5 km da planta metalúrgica, no vale do córrego da Lavagem. A construção foi executada pela empresa Tercam Engenharia e Empreendimentos Ltda., sendo o projeto executivo desenvolvido pela empresa Engeo Sociedade Civil Ltda., subcontratada pela primeira. Em 2002, foi obtida a Licença de Operação (LO) da barragem atual, com parecer técnico da FEAM recomendando o retorno do processo “a fase de LI, e durante o início do lançamento dos rejeitos no reservatório foi observado um aumento de vazão no dreno de pé. Análises químicas da água indicaram a presença concentrações de zinco e outros elementos acima do permitido pela legislação, motivo pelo qual a empresa foi autuada. Em seguida a esta constatação, foram tomadas diversas providências pela Votorantim Metais para contenção da percolação sem ter conseguido o objetivo almejado. A barragem encontra-se atualmente assoreada com rejeitos até a cota média aproximada de 567 m, variando de 568,4 m próximo ao barramento e 565,5 m na parte de montante, correspondendo a cerca de 1,1 milhões de m³. O N.A. do reservatório encontra-se atualmente na cota 566,5 m. Com esta elevação do nível dos rejeitos junto à barragem a espessura da mesma chega a cerca de 27 m. Em junho de 2005 foi assinado entre a VMZ-TM, a Agência Nacional de Águas – ANA e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD/MG um Protocolo de Compromisso (PC-0001/2005). Para atendimento do item 1.1.1 do Protocolo de Compromisso, a VMZ-TM propôs a remoção e disposição final dos resíduos dispostos no aterro industrial ao lado da

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planta metalúrgica em um novo depósito, a ser construído, completamente impermeabilizado. Para atendimento do item 1.1.5 do referido Protocolo de Compromisso, foi realizado estudo para impermeabilização do reservatório da barragem de rejeitos da VMZ-TM, tendo como objetivo cessar a contaminação do córrego da Lavagem, visto que as ações que a Empresa tomou, não foram suficientes para sanar a contaminação. O estudo mostrou que a opção de recobrimento das lamas depositadas na Barragem Córrego da Lavagem não seria eficiente para se paralisar a contaminação das águas, e que o revestimento sob a lama, em terreno natural, não é viável construtivamente. Portanto, concluiu-se que a solução é a remoção destas lamas e sua estocagem em outra área devidamente preparada. Assim, visando a atender aos itens 1.1.1 e 1.1.5 do PC-0001/05, a Votorantim Metais desenvolveu um projeto de um terceiro depósito impermeabilizado, onde será disposto todo o rejeito que atualmente se encontra na Barragem Córrego da Lavagem e no depósito ao lado da planta metalúrgica e, também, aquele que ainda será gerado na produção industrial. A empresa foi orientada a solicitar a competente Licença Previa para a nova barragem e a FEAM informou que a referida barragem deveria atender as seguintes normas:


• Directiva 1999/31/CE.

Conselho da União Européia, de 26 de abril de 1999. O processo foi protocolado na FEAM de forma incompleta em 30/03/2007 e em 06/04/2008 foi apresentada a autorização para supressão de espécies protegidas por Lei descritas no EIA/RIMA. Durante as obras de implantação do Depósito Murici prevê-se a contratação de empresas terceirizadas, estimando-se cerca de 100 funcionários no pico das obras. 2 Desenvolvimento 2.1 – Diagnóstico Ambiental ESTUDO DE ALTERNATIVAS – ESCOLHA DA LOCAÇÃO Com base em planta de restituição aerofotogramétrica foram analisadas algumas opções de locação do novo depósito para contenção de rejeitos industriais. Essas

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opções situam-se, todas, a Nordeste da planta metalúrgica, pois nas demais posições avaliadas as interferências são condicionantes – o rio São Francisco a Norte e Noroeste, a Represa de Três Marias ao Sul, e a cidade e rodovia BR-040 ao Sul e Sudeste. No lado Nordeste, em função da topografia, foram avaliadas 5 opções, sendo 3 entre a Barragem Córrego da Lavagem (atual) e a planta metalúrgica, 1 a jusante e 1 a montante da Barragem Córrego da Lavagem. A alternativa 1 possui pequena capacidade de armazenamento de lama (4.960.000 m3), não atendendo inclusive a etapa inicial de 5 anos (8.372.400 m³). Levando-se em consideração a instalação do revestimento e o aspecto operacional, a alternativa 2 é a mais adequada. Trata-se de um depósito de encosta, onde o material de empréstimo do dique virá da área do reservatório, que já será regularizado com a escavação. Esse depósito poderá ser construído em etapas, não ocupará talvegues, praticamente não apresenta interferências com a drenagem superficial, e também não exigirá canal periférico (cintura). Essa alternativa, independente da forma de disposição da lama, apresenta significativa vantagem nos trabalhos de impermeabilização e na operação de fechamento do depósito. Suas maiores desvantagens são o volume elevado para o dique inicial e a vida útil de até cerca de 20 anos, pois não permite alteamento após esta duração, a não ser que o vale seja posteriormente ocupado. A alternativa 3 também é adequada, apresentando quase que as mesmas vantagens da alternativa 2: as margens do reservatório mostram inclinação suave, o depósito poderá ser construído em etapas e está a uma mesma distância da planta metalúrgica (menor distância quando comparada com as outras alternativas), além de representar a vida útil mais longa (40 anos). Como desvantagem, esta alternativa ocuparia um vale, onde há vazão de água intermitente, além de exigir canais periféricos e de apresentar uma área para impermeabilização elevada. A alternativa 4 apresenta os seguintes problemas: drenagem de fundo para vazão elevada; rocha aflorando no talvegue e nas paredes do vale, que são verticalizadas, dificultando a colocação do revestimento; topografia íngreme na margem direita e recortada na margem esquerda, dificultando a escavação de canais de cintura; nascentes diversas com água contaminada, podendo gerar dificuldade de monitoramento das águas da fundação contaminadas pela percolação sob a Barragem Córrego da Lavagem e da própria camada de detecção.

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A alternativa 5 também é adequada e localiza-se a montante da Barragem Córrego da Lavagem, no mesmo vale. Apresenta atualmente lama no local previsto para o maciço e algumas nascentes de água na região de montante. Essa alternativa de montante seria apenas para 5 anos de operação, sendo, posteriormente, a deposição da lama realizada no reservatório da Barragem Córrego da Lavagem, devidamente preparado. Nessa alternativa observa -se a presença de áreas de preservação (veredas) na área do reservatório e, a depender da topografia real, poderá ocorrer interferência do reservatório na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Lavagem. Após o estudo, foram analisadas as vantagens e desvantagens construtivas, operacionais e ambientais de cada uma das alternativas locacionais. A alternativa 1 foi descartada pois sua reservação é muito peque na, não atingindo sequer a etapa de 5 anos de operação da planta. A alternativa 4 foi descartada pois apresenta desvantagens consideráveis pela necessidade de dreno de fundo para elevadas vazões e pela presença de talvegue extremamente encaixado, com paredes verticalizadas e rocha aflorante. Mesmo na etapa inicial já haveria interferência com a Barragem Córrego da Lavagem (atual). A alternativa 5, a princípio muito interessante, foi descartada pela presença de veredas e pela possibilidade de interferência com a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Lavagem. As alternativas 2 e 3 encontram-se em locais muito próximos, com a mesma distância da planta metalúrgica, mas possuem uma diferença fundamental: a alternativa 2 é de encosta, não ocupa o talvegue principal e praticamente não apresenta interferência com a drenagem superficial e a alternativa 3 barra o talvegue, que apresenta vazão intermitente. A alternativa 2 apresenta uma área menor para impermeabilização, devendo também apresentar uma área menor quando do fechamento do depósito. As áreas da alternativa 3 são consideravelmente maiores, principalmente para a etapa inicial (5 anos), sendo praticamente o dobro da alternativa 2. A alternativa 2 apresenta como maiores desvantagens o volume elevado de aterro para o dique inicial e o volume disponível no reservatório, restrito a aproximadamente 20 anos de operação da planta. A alternativa 3 apresenta volume menor para o dique inicial mas um pouco maior para o alteamento, permitindo alteamentos após os primeiros 20 anos de operação, além de necessitar de um dreno de fundo para as águas da fundação.

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Diante dos estudos realizados a Votorantim Metais optou pela Alternativa 2, de encosta, por apresentar condições ambientais e operacionais mais favoráveis. Foram realizadas algumas sondagens geotécnicas preliminares nesta área visando determinar a posição do topo rochoso e do nível de água, as quais confirmaram a viabilidade técnica dessa alternativa. Uma vez escolhida a alternativa para a contenção dos rejeitos, a geometria e arranjo do depósito foram analisados com mais detalhes em função das interferências com as propriedades dos atingidos, na parte alta da área, e com a linha de drenagem do vale, na parte baixa da área. Esta análise contemplou 3 opções, descritas abaixo: Opção A – respeitando entre 30 e 50 m de distância até o vale de drenagem e também ocupando a área de topo, de maneira maximizada, avançando sobre os limites de propriedade; Opção B – respeitando 200 m de distância do vale, nos lados Sul e Oeste do depósito, e avançando com o depósito em toda a área do topo, de baixa declividade, como na Opção A; Opção C – respeitando 200 m de distância na área do pé do depósito e respeitando a propriedade de terceiros na área do topo. Nessa seqüência de opções, a Opção A representa o maior volume de armazenamento pela maior abertura da sua base, enquanto que a Opção C corresponde ao menor volume pelo respeito ao afastamento de 200 m do vale e à propriedade de terceiros, A planta da Opção A englobando a etapa final (20 anos), contará com 6 m de alteamento. A área do reservatório sobre o terreno será de 555.000 m² na etapa inicial e de 980.000 m² na etapa final. A altura máxima final do dique de contenção será de cerca de 50 m. O volume de armazenamento ao final do alteamento será de 13.700.000 m³, ou seja, suficiente para os 20 anos de operação de projeto, considerando a geração prevista de lamas. O volume total resultante do maciço de terra compactada será de cerca de 4.730.000 m³. Este requisito da distância mínima decorre da Norma ABNT/NBR 10.157, de dez/1987, sobre “Aterros de resíduos perigosos – critérios para projeto, construção e operação”, no seu item 4.1.1.c, que estabelece como diretriz: “c – recursos hídricos – deve ser avaliada a poss ível influência do aterro na qualidade e no uso das águas superficiais e subterrâneas próximas. O aterro deve ser localizado a uma distância

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mínima de 200 m de qualquer coleção hídrica ou curso d’água; a critério do OECA – Órgão Estadual de Controle Ambiental, esta distância poderá ser alterada”. Pela análise do desenho pode-se destacar as seguintes características geométricas: ?cota da crista: Depósito Leste – 620 m ?volume de reservação: Depósito Leste – 4.177.450 m³ (cota 611 m) ?cota da crista (final): Depósitos Central e Oeste – 602 m ?altura máxima final: Depósitos Central e Oeste – 41 m ?volume de reservação: Depósitos Central e Oeste – 10.086.896 m3 ?área da base (foot print) – 1.000.000 m² A opção C é a menos vantajosa em termos de área de base pelas restrições impostas de afastamento de 200 m do vale e devido à propriedade de terceiros na área de topo. A planta da Opção C, englobando a etapa final (13 anos). Pela análise do desenho pode-se destacar as seguintes características geométricas: ?cota da crista (final) – 615 m ?cota do pé do dique – 570 m ?altura máxima final – 45 m ?volume de reservação – 11.000.000 m³ (cota 611 m) ?volume do dique de contenção – 4.580.000 m³ ?área da base (foot print) – 980.000 m² Analisando-se a descrição das três opções pode-se destacar os seguintes itens: ?A Opção A representa o maior volume de armazenamento, com vida útil de 20 anos, mas não respeita a distância mínima de 200 m entre o pé do dique e a linha de drenagem nos lados Sul e Oeste do depósito; ?A Opção B possui uma vida útil de 20 anos e respeita a distância mínima de 200 m entre o pé do dique e a linha de drenagem nos lados Sul e Oeste do depósito; ?A Opção C, que respeita tanto o afastamento do vale de drenagem na base como o limite de propriedade no topo, mostra-se praticamente inviável devido a sua reduzida vida útil (13 anos) e pelo elevado custo. Assim, a partir da análise dessas descrições, a Votorantim Metais optou pela Opção B pois a mesma apresenta as melhores condições de operação sob os aspectos ambiental e econômico. ASPECTOS GEOLÓGICOS- GEOTÉCNICOS A análise dos aspectos geológicos-geotécnicos realizados pela empresa de consultoria e apresentados no EIA/RIMA foi realizada pelo Núcleo de Geotecnia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto que reproduzimos em sua totalidade abaixo ( sem as figuras e sua citações)

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1. OBJETIVOS

Este parecer constitui parte integrante dos procedimentos legais para requerimento, junto a FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente, de Licença Prévia (LP) do sistema de disposição de rejeitos da planta metalúrgica de zinco, da empresa VMZ - Votorantim Metais Zinco S.A./Unidade de Três Marias, localizada no município de mesmo nome, em Minas Gerais. Este parecer está fundamentado nos conceitos vigentes clássicos da chamada engenharia geotécnica, particularmente no que se refere às premissas, condicionantes e metodologias convencionalmente adotadas em termos da implantação, operação, controle e monitoramento de sistemas de disposição de resíduos industriais, regulamentados por normas específicas por órgãos nacionais (ABNT) e internacionais (Directiva 1999/31/CE). A sua elaboração foi estabelecida com base em visita técnica ao local da futura implantação do empreendimento, em reuniões com pessoal técnico da empresa VMZ, da empresa projetista (Geoconsultoria S/C Ltda, de São Paulo) e da FEAM, na avaliação da investigação geotécnica desenvolvida nos domínios da área do projeto, na avaliação técnica global do projeto conceitual proposto para o empreendimento e na correlação das premissas e critérios deste projeto com as prescrições das seguintes normas (de acordo com recomendação explícita da própria FEAM):


• Directiva 1999/31/CE.

Conselho da União Européia, de 26 de abril de 1999. 2. CONTEXTO DO EMPREENDIMENTO O novo sistema de disposição de rejeitos da planta metalúrgica de zinco da VMZ em Três Marias/MG, denominado Depósito Murici, pretende ser uma estrutura projetada para armazenar os resíduos perigosos da planta industrial da unidade, mediante uma criteriosa observância dos procedimentos técnicos e ambientais vigentes. O projeto conceitual prevê uma estrutura com múltiplas bacias de disposição, dimensionadas para o armazenamento dos rejeitos gerados na própria planta, dos rejeitos previamente acumulados no reservatório da Barragem da Lavagem, dos rejeitos depositados no passado junto à Fábrica, bem como dos solos contaminados da área do reservatório da barragem.

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Para fins de desenvolvimento operacional, as diferentes bacias de acumulação foram denominadas de ‘depósitos, Leste, Central e Oeste’. Uma quarta etapa do sistema de disposição compreende uma zona de alteamento dos depósitos central e oeste. O sistema prevê uma disposição distinta de materiais secos e em polpa nestas bacias, num processo de distribuição controlada ao longo do depósito, por um período de 20 anos (2009 – 2029).

As questões avaliadas e discutidas a seguir constituem solicitações de esclarecimentos, impetradas pelo órgão ambiental, relativas à área de localização do Depósito Murici no âmbito do Projeto Conceitual proposto. Tais questionamentos implicam essencialmente em ponderações relativas aos condicionantes geológico-geotécnicos do subsolo local, da investigação geotécnica realizada na área, dos condicionantes geotécnicos associados ao sistema de impermeabilização proposto e da aferição da observância ou não pelo projeto conceitual de prescrições normativas postuladas pela ABNT e pela Directiva da União Européia.

3. LOCAÇÃO DO EMPREENDIMENTO A área do Depósito Murici está localizada a nordeste da Fábrica, em face dos condicionantes do meio físico local e da infra-estrutura existente (rio São Francisco a Norte e NW, a barragem de Três Marias ao Sul e a cidade e a rodovia BR-040 ao Sul e SE). O relevo da região é relativamente plano, com algumas áreas dissecadas por processos morfoclimáticos associados ao condicionamento geológico. A vegetação nativa da região é constituída predominantemente pelo cerrado, incluindo gramíneas, arbustos e árvores de médio porte, com ocorrências de veredas. Nesta zona do empreendimento, foram estudadas cinco áreas distintas, optando-se, finalmente, pela locação do depósito de contenção de rejeitos na região indicada na Figura 1, que foi objeto de levantamento topográfico detalhado. Trata-se de uma área de encosta, de baixa declividade, com área total da base de 1.000.000m2 e capacidade de armazenamento de 13 Mm³, projetado para uma vida útil de 20 anos. A escolha em relação às demais alternativas é devidamente justificada por atender os seguintes critérios:

• depósito de encosta, sem interferências com drenagens; • locação a uma distância mínima de 200m de cursos d’ água ou de

quaisquer coleções hídricas (Figura 2); • possibilidade de execução em etapas; • capacidade de armazenamento dos resíduos por um longo período

(admitido como sendo de 20 anos no projeto conceitual); • distâncias a núcleos populacionais superiores a 500m; • condicionantes geológico-geotécnicos favoráveis (ver itens 3 e 4); • local com declividade inferior a 20%;

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• depósito sem canal de cintura;facilidade de acesso (mediante realocação da estrada de acesso à Barragem da lavagem, si tuada além do empreendimento);

• condições ambientais, operacionais e de fechamento mais favoráveis que as demais alternativas estudadas (menor área de impermeabilização e menor área para fechamento).

O Depósito Murici será implantado em área de topo de vertente, sem nenhuma drenagem direcionada ao mesmo. No EIA do projeto, (página 135), fez -se referência a um ‘pequeno córrego intermitente’, que constituiria uma potencial interferência do depósito em corpo hídrico local. Na verdade, trata-se de um de vários outros talvegues integrantes da micro-rede de drenagem natural da área, que permanecem secos durante os períodos de estiagem e constituem linhas de drenagem temporárias em períodos de chuva. Estes talvegues correspondem às porções distais do microsistema de drenagem, em pontos distantes de qualquer nascente. Os pontos azuis na figura indicam os locais de nascentes, ou seja, a partir destes pontos, os corpos d’água tornam-se permanentes. Enfatiza-se, assim, o equívoco do texto mencionado à página 135 do EIA/RIMA do empreendimento e ratifica-se que todo o depósito encontra-se a uma distância mínima de 200m de cursos d’ água ou de quaisquer coleções hídricas locais.

4. CONDICIONANTES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS LOCAIS E A INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA REALIZADA

A região apresenta litologias da Formação Três Marias, constituída por uma seqüência de metaarcóseos cinzas, de granulometria predominantemente fina a muito fina, intercalados com metasiltitos cinza-esverdeados e/ou violáceos. A Formação Três Marias é recoberta discordantemente, de forma erosiva, pela Formação Areado (Cretáceo Inferior) e por depósitos sedimentares cenozóicos indiferenciados (Chiavegatto, 1992). Na região do depósito, os metasiltitos apresentam ampla predominância. A vegetação nativa da região é constituída predominantemente pelo cerrado, incluindo gramíneas, arbustos e árvores de médio porte. A investigação geotécnica local compreendeu a realização de sondagens a trado, sondagens a percussão, sondagens mistas e abertura de poços, num total de 143 investigações (englobando a fase preliminar que norteou o projeto conceitual e uma segunda fase, de maior amplitude, executada visando melhor subsidiar o projeto final). Estas investigações permitiram definir o perfil geotécnico local em termos do contato solo – rocha e horizontes de saprolito, solo residual maduro e depósito superficial de colúvio, bem como a posição do lençol freático à época das investigações iniciais (realizadas em janeiro e fevereiro de 2006).

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Estes estudos foram compl ementados por ensaios de permeabilidade in situ e pela coleta de amostras para execução de ensaios de laboratório, para a caracterização geotécnica completa dos materiais presentes. Em função desta abrangência e dos quantitativos executados, conclui-se que esta campanha é consistente e subsidia de forma adequada as premissas e os critérios que nortearam a proposta do Projeto Conceitual apresentado. O perfil geotécnico local é constituído por um horizonte superior de material argiloso a argilo - siltoso, de coloração avermelhada a amarelada, com espessura média de 2,5 m, que se sobrepõe a um solo residual siltoso a silto-arenoso, de cor variegada. O contato solo - rocha é brusco, quase sempre com rocha sã. A investigação geotécnica mostrou que prat icamente toda a espessura de solo local é passível de escavação e utilização como material de construção dos diques. O nível de água foi acompanhado durante a execução das sondagens, que foram realizadas no período de chuvas, tendo sido definida a posição estabilizada do mesmo. Em 4 sondagens, o N.A. foi encontrado na zona de rocha, enquanto, em outras 5 sondagens, encontrava-se, quase sempre, na base do horizonte de solo, próximo ao contato com a rocha. Com base no levantamento dos quantitativos e dos resultados dos ensaios de condutividade hidráulica realizados na área em ambas as campanhas previamente mencionadas,verifica-se que, das 143 investigações executadas, em 38 delas foram quantificados 94 valores de condutividades hidráulicas dos materiais presentes, sendo 11 no colúvio, 30 no solo residual maduro, 36 no saprolito e 17 na rocha. O projeto conceitual prevê a regularização completa do fundo e dos taludes do depósito, visando a implantação de um sistema de impermeabilização posterior. Para respeitar o topo rochoso identificado nas sondagens e a posição detectada do N.A. local, impôs-se a necessidade de se prever um fundo do reservatório inclinado, no sentido do córrego Retiro Velho. Por outro lado, a conformação proposta implica a necessidade de remoção dos solos mais superficiais para geração de volumes de revestimento condizentes com as dimensões do empreendimento. No projeto conceitual apresentado, os limites críticos da escavação avançam em relação às camadas mais superficiais até o saprolito (caso geral), preservando-se uma distância mínima de 2,0m em relação ao NA local, sendo atendida a espessura mínima de 1,5m de solos insaturados, conforme a especificação b do Item 4.1.2 da Norma NBR 10157/1987. Nestas condições, a referência hidráulica do subsolo local constitui a camada de saprolito, desconsiderando-se os horizontes mais superficiais do mesmo nas zonas em que o nível de escavação avança além destes limites. Do total dos ensaios (17) realizados nesta camada, inseridos no âmbito dos hor izontes de escavação previstos,

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76,5% dos valores (ou seja, 13 resultados) enquadram-se tipicamente na faixa de valores da ordem ou inferiores a 5,0 x 10-5 cm/s, compreendendo uma faixa que se estende entre desde 1,81 x 10-4 cm/s até 2,36 x 10-6 cm/s. Por outro lado, a condutividade hidráulica da rocha local é da ordem de 2,5 x 10-5 cm/s (média de 17 medidas). Neste contexto, o aterro previsto deverá ser executado em uma área com predominância de materiais com coeficientes de permeabilidade inferiores ao valor referenciado como mínimo admissível pela especificação c do Item 4.1.2 da Norma NBR 10157/1987. 5. SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO O sistema de impermeabilização previsto constitui uma barreira do tipo composta (Figura 3), que conjuga uma geomembrana de PEAD de 1,5mm de espessura e uma camada de solo compactado de 0,60m de espessura. Este sistema contempla, de forma adequada, todos os dispositivos para a proteção da geomembrana e a inserção de um sistema para detecção de eventuais vazamentos. Na seção apresentada, omitiu-se a camada drenante de topo para captação dos efluentes líquidos dos resíduos depositados e a camada de proteção da geomembrana, ambos devidamente considerados no projeto conceitual proposto.

GM: geomembrana de PEAD com 1,5 mm de espessura SC: solo compactado com 0,60m de espessura SDV: sistema de detecção de vazamentos, com 0,20m de espessura CR: camada de regularização e impermeabilização de base, com 0,20m de espessura

Nos taludes de aterro e internos aos diques, o projeto prevê a instalação da geomembrana de PEAD, enquanto que, nos taludes de corte, o revestimento deverá contemplar uma camada de solo compactado, com 4,0 m de espessura com cobertura por geomembrana. Com relação às especificações das normas brasileira e européia, são feitas as seguintes considerações em relação ao sistema de impermeabilização previsto:

GMSC

SDVCR

0,60m

0,20m0,20m

GMSC

SDVCR

0,60m

0,20m0,20m

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• a barreira de impermeabilização é composta por uma geomembrana de PEAD com permeabilidades da ordem de 10-12 cm/s e por uma camada de solo compactado com permeabilidades inferiores a 10-7 cm/s e espessura de 0,60m;

• a barreira de impermeabilização está assentada sobre base regularizada de fundação (atuando também como camada de impermeabilização);

• a barreira de impermeabilização contempla sistemas de drenagem para coleta e remoção dos efluentes líquidos percolados e de detecção de eventuais vazamentos;

• a barreira de impermeabilização se estende por toda a área do depósito, impedindo, ao longo de todo o domínio de acumulação, o livre contato dos resíduos contaminant es com o solo natural;

• a camada de argila compactada tem a função de segunda camada de impermeabilização, atuando no sentido de conter ou atenuar possíveis vazamentos decorrentes de potenciais imperfeições de fabricação ou de danos de instalação ou de operação das geomembranas em campo;

• a barreira de impermeabilização atende integralmente, portanto, os pré-requisitos mínimos de uma estrutura desta natureza, como exigidos pela Norma NBR 10157/1987 e a Directiva 1999/31/CE.

Como eventual contribuição técni ca em relação ao sistema de impermeabilização proposto, no âmbito do desenvolvimento do projeto final e do requerimento de concessão de LI do Depósito Murici, observa-se que, na configuração proposta, ao se inserir o sistema de detecção de vazamentos após a camada de argila compactada, há que se ter em conta que tal detecção só será efetivamente constatada após a completa dissipação dos percolados através da camada, o que poderá demandar um período de tempo que venha a comprometer a adoção de medidas imediatas de remediação do problema; neste sentido, uma proposição seria a inserção da camada de argila compactada na base do sistema de impermeabilização. Com base nas premissas adotadas e na fundamentação técnica explicitada neste parecer, entendemos que o Projeto Conceitual proposto para o Depósito Murici atende todos os critérios para localização de um sistema de disposição de resíduos perigosos, estando em conformidade com os termos, exigências e recomendações da Norma NBR 10157/1987 da ABNT e da Directiva 1999/31/CE do Conselho da União Européia. MEIO BIOTICO A área do novo depósito de rejeitos da Votorantim Metais se encontra inserida no Bioma Cerrado, considerado como uma das 25 áreas críticas do mundo indicadas para conservação em razão de sua riqueza biológica e alta pressão antrópica (EIA do Depósito Murici, p. 134, 2006).

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Segundo os Estudos de Impacto Ambiental elaborados pela Votorantim Metais, O Cerrado é considerado a Savana de maior biodiversidade vegetal do mundo, com a presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora com mais de 10000 espécies de plantas, sendo 4400 endêmicas dessa área. A fauna apresenta 837 espécies de aves; 67 gêneros de mamíferos, abrangendo 161 espécies e dezenove endêmicas; 150 espécies de anfíbios, das quais 45 endêmicas; 120 espécies de répteis, das quais 45 endêmicas (EIA, p. 134, 2006). Muito embora a área de influência do projetado Depósito Murici se encontre já bastante descaracterizada em razão de diversas intervenções, inclusive em razão de sua utilização como área de empréstimo (um terço da área) para edificação de uma outra barragem da Votorantim Metais (Barragem Córrego Lavagem), os Estudos de Impacto Ambiental registram a ocorrência de remanescentes importantes de matas ciliares e cerrado, indicados para compor a reserva legal da propriedade. Os levantamentos levados a efeito na área considerada revelam, para os grupos florísticos e faunísticos estudados, a ocorrência de muitas espécies típicas de Cerrado, com a seguinte composição: Flora: 87 espécies, sendo registrada a ocorrência de Pequizeiro, espécie imune ao corte, nos termos da Lei Estadual 10.883/92. Fauna: 13 espécies de anfíbios; 4 espécies de répteis; 329 espécies de aves e 42 espécies de mamíferos, sendo que para esse último grupo os registros indicam a presença na área de estudos de espécies como a onça parda, veados, lobo guará, paca, raposa, tamanduá, etc. Segundo os Estudos, a diversidade de mamíferos está relacionada à existência dos tipos de fitofisionomias presentes na área de influência do depósito projetado, sendo as espécies registradas caracterizadas como parcialmente migratórias, razão pela qual ocorrem em ambientes de mosaico observados na área estudada (p.160 do EIA). Ainda segundo os Estudos, a grande diversidade da fauna de pequenos e médios mamíferos torna o ambiente altamente favorável para a fauna de felinos (p. 160 do EIA). Na área estudada registra-se, ainda, a ocorrência de representantes da Família Cebidae (macacos), entre eles o Bugio, Sauá, Macaco Prego e Mico Estrela. À página 161, os Estudos de Impacto Ambiental destacam a importância das áreas estudadas, ressaltando que mesmo ambientes antropizados, mas que apresentam fragmentos florestais, podem apresentar uma boa diversidade de espécies.

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Muito embora a área diretamente afetada pelo projetado Depósito se apresente, como já foi assinalado, descaracterizada por intervenções antrópicas, os Estudos revelam a ocorrência de muitas espécies importantes do Bioma Cerrado que seriam afetadas pela supressão de duas formações vegetacionais de Cerrado, Savânicas e Campestres (p. 247 do EIA). Na página 248 do EIA, reafirma-se a importância dos fragmentos florestais que serão suprimidos, assinalando-se, porém, a possibilidade de refúgio para a fauna que será afetada nas áreas de vegetação da APP e da RPPN localizadas no entorno do Depósito, uma vez que já se constituem importantes refúgios ecológicos para a fauna local. Entretanto, na página 249 dos Estudos, é apontada a possibilidade de ocorrer saturação no número de espécies nas áreas de APP e RPPN indicadas como possíveis refúgios, uma vez que sua capacidade de suporte pode vir a ser ultrapassada com o deslocamento da fauna causado pela construção do Depósito Murici. É importante sublinhar que a principal medida mitigadora proposta para os impactos identificados é a constituição de um corredor ecológico que interconectaria as áreas remanescentes, conforme prevê o programa apresentado à página 271 dos Estudos (Programa de Conservação da Fauna Terrestre). Deve-se destacar, ainda, que o EIA faz referência à importância da região de Três Marias no contexto das estratégias de conservação recomendadas pela publicação “Biodiversidade em Minas Gerais: Um Atlas para a sua Conservação” (Biodiversitas, 2005), estudo realizado pela Fundação Biodiversitas e considerado pelo COPAM, nos termos de sua Deliberação Normativa n° 55/02, como referência para subsidiar a análise dos licenciamentos ambientais no Estado de Minas Gerais. A par do verificado, foi solicitada, em 28 de novembro de 2007, e em observância ao disposto pelo parágrafo único do Art. 10º da Resolução SEMAD nº 390, de 11 de agosto de 2005, manifestação do IEF, considerando os aspectos relativos à biodiversidade abordados no EIA/RIMA apresentado pela empresa, com relevo para as estratégias de conservação constituídas pela formação de corredores de interconexão entre os fragmentos florestais existentes na área e, bem assim, para a supressão da vegetação, necessária à implantação do Depósito Murici. Considerando o retorno do IEF para as acima referenciadas demandas, com a apresentação da devida Autorização para Exploração Florestal, de referência 0014219, de 06 de abril de 2008, entende -se que há concordância para com as avaliações e conclusões dos estudos ambientais apresentados, o que permite sugerir a concessão da solicitada Licença Prévia.

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SOCIO ECONOMIA Tendo em vista a análise dos documentos (EIA/RIMA) apresentados e os esclarecimentos prestados pelos representantes da empresa e seus consultores, e por um dos proprietários da área adquirida pela empresa onde se propõe instalar o Depósito Murici, por ocasião de visita técnica à área, verifica-se que :

1. No que tange ao escopo de análise do presente parecer (socio-economia), as informações existentes nos relatórios e prestadas pelo empreendedor são suficientes para se ter o dimensionamento de possíveis e futuros impactos do depósito Murici.

2. A empresa apresentou, por meio dos estudos apresentados, as razões que a levaram a escolher a referida área, alegando menor impacto sócio-ambiental e vantagens operacionais, que justificariam a escolha da área. Por ocasião da visita técnica as áreas já haviam sido adquiridas, configurando-se um « fato consumado ».

3. As duas áreas selecionadas (uma terceira pertence à própria empresa), pertenciam a dois proprietários particulares que negoaciaram de forma direta com a Empresa. De acordo com representantes da empresa e um dos proprietários, esta negociação deu-se de forma correta, ou seja, livre negoaciação e acordo entre as partes. Neste sentido, e considerando o fato de não haver terceiros que poderiam se considerar prejudicados pela negociação, consideramos que o processo foi legítimo e sem impactos sociais diretos.

4. Entretanto, um aspecto que não foi considerado nos estudos apresentados diz respeito à possiveis perdas futuras de outros proprietários, decorrentes da desvalorização de suas áreas próximas ao Depósito. Esta é uma questão que poderá gerar futuros problemas para a empresa e, consequentemente, para o depósito Murici.

5. Podemos, igualmente considerar alguns impactos indiretos, decorrentes da movimentação intensa de veículos de carga que irão fazer o transporte dos resíduos para o novo local, o Depósito Murici, o que é apontado pelos estudos EIA/RIMA.

6. Por se tratar de impactos negativos indiret os, decorrentes da instalação do Depósito e a circulação de veículos pesados com carga tóxica em área rural, em vias não pavimentadas, é possível relacionar : • aumento no fluxo de veículos nas vias que interligam os dois depósitos ; • debilidade na estrutura viária para suportar o trânsito de veículos ; • aumento das emissões atmosféricas de material particulado originadas das

pistas de rolamento e também as emissões de fumaças de operação dos motores a diesel e gasolina de máquinas, caminhões e veículos em geral, e

• risco de acidentes no transporte das cargas tóxicas durante o trajeto de um depósito à outro.

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7. Em relação ao fluxo de veículos há que se ressaltar que a movimentação de veículos se dará em vias internas do próprio empreendimento, com pequena alteraç ão em trecho de uma via publica, o que irá alterar o percurso, aumentando-o em torno de 500 metros.

8. No RIMA, página 27, é apresentado o PROGRAMA DE SEGURANÇA E ALERTA e de INFRA-ESTRUTURA VIÁRIA:

PROGRAMA DE SEGURANÇA E ALERTA

O Projeto tem como objetivo adotar medidas de segurança e alerta visando a prevenção de acidentes, através de medidas como:

• sinalização das vias de acesso ao empreendimento, como a estrada de serviço e a estrada municipal, e das vias do canteiro de obras com placas contendo os limites de velocidade, sendo que redutores de velocidade poderão ser colocados em locais de maior trânsito de pessoas;

• divulgação de mensagens educativas (incluindo-se cuidados com o meio ambiente);

• divulgação de informações relativas aos riscos à segurança pessoal, pertinentes às fases de construção, operação e reabilitação do empreendimento, e medidas de caráter preventivo.(RIMA, p 26)

Infra-estrutura viária

• A adoção deste projeto garantirá a relocação de um trecho da estrada de acesso da sede do município de Três Marias a sua área rural, Aldeia do Dourado, bem como a adequação, melhoria e a manutenção da estrada de serviço, garantindo o trânsito e a trafegabilidade da população usuária e do pessoal envolvido com o empreendimento.(RIMA, p26)

9. A movimentação de carga, mesmo que por vias internas, em proximidade com

áreas públicas , pressupõe a adoção de medidas de segurança. Isto está parcialmente contido nos projetos acima descritos e no PROJETO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL :

• O projeto tem por objetivo principal prestar informações acerca do projeto do Depósito Murici, principalmente sobre a relocação de parte da estrada municipal, às populações afetadas direta e indiretamente, através de ações como: distribuição de

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informativos, realização de reuniões com o público-alvo, palestras, confecção de cartazes, entre outros.(RIMA, p27)

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O projeto apresentado para o TRANSPORTE DE REJEITOS apresenta medidas apenas de forma superficial.

• Este projeto tem por objetivo apresentar as diretrizes básicas para

o monitoramento do transporte de rejeitos para o Depósito Murici, via caminhões, a ser executado quando da operação do sistema. Os rejeitos são: o solo contaminado da Barragem Córrego da Lavagem (maciço da ensecadeira + solo natural do reservatório), os resíduos não reprocessados do depósito ao lado da planta, e os gerados na planta industrial.(RIMA, p28)

Entretanto, acreditamos que as ações propostas devem ser complementadas e melhor especificadas antes do início da fase de instalação. É preciso ressaltar que, havendo transporte de cargas tóxicas (mesmo que em vias internas do empreendimento que podem afetar - ainda que indiretamente – a vida de trabalhadores e comunidades do entorno), deve ser estabelecido e divulgado, além do já planejado, as rotas e respectivos horários, e que estas rotas e horários fossem de conhecimento da defesa civil e dos órgãos ambientais, para que estejam preparados para possíveis eventualidades. A empresa deve manter uma base de dados desta movimentação de cargas, registrando as possíveis ocorrênci as, impactos ocorridos, medidas tomadas, dentre outras informações relevantes. Uma medida que não pareceu suficientemente esclarecida foi o tipo de reforma que será feita na estrutura viária, ou seja, o que se quer afirmar com : «adequação, melhoria e a manutenção da estrada de serviço, garantindo o trânsito e a trafegabilidade da população usuária e do pessoal envolvido com o empreendimento.» ?. As vias serão pavimentadas ? Que tipo de pavimentação ? No EIA, no item ACESSO, está descrito apenas que :

A estrada interna utilizada atualmente para acesso à Barragem Córrego da Lavagem (situada em área particular da VMZ-TM) e onde estão instaladas as tubulações de adução dos rejeitos e a tubulação de água recuperada da barragem, será relocada no trecho inicial, deslocada da área de interferência com o depósito (junto ao limite Oeste do mesmo) e o restante será reformada. A estrada interna será utilizada nas etapas de instalação (construção), operação e reabilitação do Depósito Murici, sendo o seu trajeto o mesmo a ser realizado pelas tubulações de rejeitos e água. Será realizado o alargamento do acesso para a passagem dos caminhões e melhorias de sinalização e proteção (enfase do analista) , atentando-se para os

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seguintes pontos: cruzamento com a estrada municipal e passagem pelos córregos Consciência e Retiro Velho.(EIA, p36)

Deve-se ressaltar ainda que as tubulações atuais para o transporte de rejeitos irão acompamhar o novo trajeto da estrada, que terá seu tráfego aumentado de forma significativa, ameaçando estas próprias tubulações. Assim, a escolha (pavimentação ou não, tipo de pavimentação, etc.) poderá incindir de forma direta sobre alguns problemas apresentados no quadro sintético de impactos – impactos cruzados e projetos interdependentes, como por exemplo a « alteração da qualidade do ar devido às emissões de material particulado », ou a « contaminação dos cursos d’água por óleos e graxas », para os quais está relacionado o « projeto de infra-estrutura do Canteiro de Obras » (RIMA, p22)), mas não o relativo aos transportes. O mesmo no tocante ao « risco de coleta e de atropelamento de exemplares faunísticos e acidentes... », não associado ao projeto relacionado ao transporte. Sugere-se, igualmente, verficar a possibilidade de se implantar « barreiras verdes » ao longo dos percursos – estrutura viária – como forma de reduzir impactos com relação a emissões e ruídos – desde que isto não interfira em medidas de segurança do transporte de carga. Outro aspecto a ser considerado pela empresa diz respeito às condições de saúde da Comunidade Aldeia do Dourado, área do entorno e demais propriedades (fazendas). Face aos impactos negativos reconhecidos pelos próprios estudos e o grau de toxidade dos materiais a serem transportados e depositados, sugere-se a instalação de um posto de assistencia médica para as comunidades do entorno da localidade onde será instalado o Depósito Murici, com a possibilidade de exames periódicos de questões de saúde afetas as atvidades a serem implantadas na região. As informações prestadas pela empresa, pela discussão apresentada anteriormente, nos parecem satisfatórias. Com as informações prestadas é possível fazer uma avaliação de seus possíveis impactos sobre a comunidade local. Por se tratar de impactos futuros previsíveis, consideramos que a empresa deve implementar as medidas mitigadoras de impactos já apresentadas e considerar os itens apontados neste parecer, particularmente em relação aos impactos decorrentes da movimentação de veículos em função das obras e posterior transporte dos rejeitos entre os depósitos. Pelos dados apresentados este aspecto pode ter vários impactos na região, devendo ser melhor elaborado - infra-estrutura viária, transporte e segurança – incluindo aspectos relacionados às condições de saúde da comunidade ao entorno do empreendimento. Em relação ao aumento do fluxo de veículos nas vias de acesso há que se ressaltar que as informações são insuficientes para se ter uma idéia exata dos impactos decorrentes da intensificação do fluxo de caminhões e veí culos para transporte de

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maquinário, equipamentos e de pessoal durante a fase de implantação e, também, de operação. Esta informação é importante pois considerou-se, nessa análise, que a única via indicada para acesso ao empreendimento (via interna) é estreita e encontra-se em condições precárias para o fluxo de veículos projetado – a julgar pelas informações disponíveis. Neste sentido, as comunidades e/ou proprietários da região podem sofrer consequências não previstas no presente estudo e, portanto, sem medidas mitigadoras. Os Planos de Controle e de Emergência, no nosso entendimento, não consideraram de forma apropriada estes elementos (transporte e fluxo de veículos pesados na única via de acesso ao empreendimento). O fato é que durante a fase de implantação e, em maior grau, na fase de operação, haverá uma intensificação no fluxo de veículos cujo dimensionamento não é apresentado nos estudos. Neste sentido, estes estudos devem ser complementados para que, ainda na fase de implantação, sejam dimensi onados os seus impactos e, sendo importantes, apresente-se medidas corretivas e mitigadoras. É necessário, para um efetivo gerenciamento destes impactos, um plano de gerenciamento que leve em consideração o tráfego de veículos em todas as fases, ou seja, sobre a movimentação futura decorrente da movimentação de carga (obra), pessoal, e rejeitos entre os depósitos. Neste sentido, recomenda-se que a empresa proceda a uma análise criteriosa do fluxo, mensurando e procurando propor medidas mitigadoras dos impactos decorrentes da fase de implantação e da entrada em funcionamento do futuro depósito (capacidade de suporte das vias e tipo adequado de pavimentação, velocidade, horários em que ocorrerão o trafego, depreciação das vias de rolamento, risco de acidentes em função do tráfego, localização e proteção das das tubulações laterais etc.). Como consequencia deste estudo, deveria ser estabelecido, e divulgado, as rotas e respectivos horários, e que estes horários fossem de conhecimento da defesa civil e dos órgãos ambientais, para que estejam preparados para possíveis eventualidades. Entretanto, consideramos vital que a que a empresa providencie, ainda na fase de obtenção da LI/LO, a implementação de medidas mitigadoras de impactos decorrentes do aumento considerável na movimentação de veículos em função das obras e posterior entrada em operação das usinas. Pelos dados apresentados, estes dois aspectos terão um grande impacto na região. De acordo com esta análise, não há impedimentos à concessão da LP. Entretanto, recomenda-se que a empresa atente para os fatos levantados anteriormente nas considerações e procure atuar e firmar compromisso no sentido de sanar os problemas identificados. Tendo em vista o exposto, consideramos, para efeito desta análise, a seguinte condicionante :

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FLUXO DE VEÍCULOS - que a empresa apresente um estudo complementar considerando o aumento do fluxo de veículos nas vias de acesso ao empreendimento, relatando os possíveis impactos decorrentes da intensificação do fluxo de caminhões e veículos para transporte de maquinário, equipamentos e de pessoal durante a fase de implantação e, também, de operação. Este estudo deve ser apresentado em tempo hábil e anterior ao início da movimentação de veículos visando a implantação do depósito e deverá conter propostas de mitigação de seus efeitos sobre a população e sobre o meio ambiente local.

Os prazos a serem observados para o cumprimento desta condicionante deverão ser apresentados pela empresa em forma de proposta técnica, considerando o cronograma de obras já apresentados, adequando a sua implementação aos seus respectivos impactos.

2.2 - Caracterização do Empreeendimento REJEITOS A SEREM DEPOSITADOS NO DEPÓSITO MURICI Os materiais a serem depositados no Depósito Murici compreenderão: ?Rejeitos dispostos na Barragem Córrego da Lavagem; ?Rejeitos dispostos ao lado da planta metalúrgica; ?Rejeitos que ainda serão gerados na produção industrial e; ?Rejeitos industriais, que hoje são dispostos no aterro industrial, sendo eles: resíduos de cadinho, pedra volatilizada, tijolo antiácido, tijolos refratários, sulfato de cálcio, entulho civil e bióxido de manganês. Ressalta-se que os rejeitos dispostos nas barragens são compostos de lama terciária e resíduo de ph 9, ambos em forma de polpa, apresent ando um teor de sólidos de cerca de 23%. Na estimativa da quantidade total de material a ser removido da Barragem Córrego da Lavagem considerou-se os rejeitos aí depositados, a berma de montante apoiada na barragem, executada durante os trabalhos de reforç o da injeção de calda de cimento, a ensecadeira no reservatório, O depósito de lama existente ao lado da planta metalúrgica, também objeto do Protocolo de Compromisso (item 1.1.1), cuja remoção foi acertada entre a VMZ-TM e os órgãos ambientais, tem o seu volume calculado em 4,0 x 106 m3. Esta lama será escavada e transferida para a nova área de disposição no prazo de até 03 anos, mesmo prazo concedido para remoção da lama contida na Barragem Córrego da Lavagem, de acordo com a condicionante n° 2 da Licença de Operação 500/2006, concedida em 13/12/2006 ( com parecer contrário da FEAM), através do PA/COPAM/Nº 12/1978/032/2003. Cabe ressaltar que, após o início da operação do

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Depósito Murici, parte do material que está estocado no depósito ao lado da planta será reprocessado para remoção do zinco solúvel, sendo o rejeito direcionado para o novo depósito. Um novo reservatório demanda cerca de 3 anos para ser implantado, considerando-se o tempo necessário para a aquisição da terra, estudos, investigações, projeto, licitação e contratação da obra, mobilização da empreiteira e construção, além dos prazos para os licenciamentos ambientais. Durante este período a planta metalúrgica estará operando e gerando rejeitos, que também serão considerados no dimensionamento do Depósito Murici. O Depósito Murici será construído em etapas, sendo que a etapa inicial será suficiente para operar por pelo menos um período de 5 anos, com dois diques. Posteriormente será construído um terceiro dique para mais 10 anos. O alteamento do depósito possibilitará uma vida útil adicional de 5 anos, totalizando cerca de 20 anos de funcionamento previsto (etapa final). QUANTIFICAÇÃO DOS REJEITOS Para quantificação dos rejeitos (lamas) foi efetuado um levantamento detalhado dos volumes de lama estocados até dezembro de 2006 e realizada uma estimativa até o ano de 2011, data prevista para finalização da remoção das lamas da Barragem Córrego da Lavagem e do depósito ao lado da planta metalúrgica para o Depósito Murici. Foram também estimados os solos contaminados da Barragem Córrego da Lavagem. Além disso, foram realizadas estimativas de geração de rejeitos até o ano de 2013 (para 5 anos de operação no Depósito Murici, etapa inicial), e até o ano de 2028 (para 20 anos de operação do depósito, etapa final). A quantificação das lamas a serem depositadas na nova área, procedimento necessário para o dimensionamento do reservatório, é apresentada abaixo: ?Rejeitos já dispostos na Barragem Córrego da Lavagem (atual) - Entre março de 2002 (início da operação) e dezembro de 2006 – 1.382.285 t (base seca). ?Rejeitos dispostos mecanicamente no reservatório da Barragem Córrego da Lavagem - Berma de montante construída em 2002, com lama terciária, para injeção de calda de cimento – 230.000 t. ?Rejeitos a serem depositados na Barragem Córrego da Lavagem (2007 e 2008) - Operação normal da planta, sem a quantidade reprocessada de rejeitos do depósito ao lado da planta, em 2007 e 2008 – 645.220 t (base seca). ?Rejeitos a serem gerados durante 5 anos de operação da planta (2009 a 2013) - Operação normal da planta de 2009 a 2013 – 1.795.943 t (base seca). ?Rejeitos reprocessados do depósito ao lado da planta

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- 2009 a 2011 – 100.000 t/ano = 300.000 t (base seca). ?Rejeitos não reprocessados do depósito ao lado da planta - 2009 a 2011 – 3.650.452 t (base seca). Com base nos quantitativos acima serão removidos 8.003.900 t (base seca) de rejeitos para o novo reservatório, considerando 5 anos de operação da planta com o novo depósito construído. Foram determinadas no passado algumas medidas de densidade seca das lamas do depósito ao lado da planta (Barragem Velha), obtendo-se um valor médio de 1 t/m³. Assim, pode-se dizer que têm-se 8.003.900 m³ de volume de rejeitos da planta metalúrgica a serem dispostos no Depósito Murici. O total de solo contaminado na Barragem Córrego da Lavagem foi previsto em 335.000 m³, sendo 35.000 m³ do maciço da ensecadeira construída em 2002 e 300.000 m³ de solo natural do reservatório, admitindo-se espessura média de 0,8 m. (esta espessura será revisada após a remoção dos resíduos, quando for possível fazer uma análise do solo subjacente ao reservatório). Considerando um empolamento do material em 10% no depósito, o volume passa a aproximadamente 368.500 m³. Assim, somando-se o solo contaminado com os rejeitos, o volume total é de 8.372.400 m³ de material para ser armazenado no novo reservatório, considerando 5 anos de operação da planta. Para mais 15 anos de operação da planta (20 anos no total), considerando a geração de 385.898 t/ano de rejeitos, serão gerados mais 5.788.470 t, o que totaliza 14.160.870 m³ de material a ser estocado no Depósito Murici. GERAÇÃO MÉDIA DOS REJEITOS INDUSTRIAIS. Resíduos sólidos industriais Quantidade média Resíduos de cadinho 40 toneladas/ano Pedra volatilizada 40 toneladas/ano Tijolo antiácido 100 toneladas/ano Tijolos refratários 100 toneladas/ano Sulfato de cálcio 1.200 toneladas/ano Entulho civil 720 toneladas/ano Bióxido de manganês 5.110 toneladas/ano A concepção proposta para o novo depósito considerará a disposição a seco dos rejeitos não reprocessados do depósito ao lado da planta e do maciço da ensecadeira e do solo contaminados da Barragem Córrego da Lavagem, sendo estes materiais transportados por caminhões. Assim, esses materiais na forma seca serão dispostos à parte, formando uma pilha. Para isso será construído apenas um dique inicial periférico, com solo compactado e impermeabilizado, sendo os materiais dispostos

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acima da cota do dique e posteriormente revestidos, não havendo possibilidade de alteamento. Os demais materiais, como os rejeitos da Barragem Córrego da Lavagem e os gerados pela planta metalúrgica serão dispostos da mesma maneira como é realizada atualmente, através de seu bombeamento na forma de polpa para outro dique impermeabilizado, construído ao lado do dique citado anteriormente. Assim, para os 5 anos iniciais serão considerados 4.018.952 m³ de material para disposição a seco (3.650.452 m³ + 368.500 m³), e 4.353.448 m³ para disposição na forma de polpa, totalizando 8.372.400 m³. Para os demais 15 anos de operação da planta serão considerados mais 5.788.470 m³, que deverão ser dispostos na forma de polpa em um novo dique impermeabilizado, posteriormente alteado juntamente com o citado acima, o que totalizará 10.141.918 m³ de material na forma de polpa. Os rejeitos industriais serão dispostos juntamente com as lamas bombeadas, sendo os mesmos transportados por caminhões. O rejeito gerado na planta metalúrgica é classificado como perigoso – Classe I – de acordo com a Norma da ABNT NBR 10.004, devido a grande quantidade de zinco, manganês, cádmio, fluoreto e chumbo solúveis contidos. PROJETO CONCEITUAL DO DEPÓSITO MURICI De maneira preliminar, no início de 2006, foram executadas algumas sondagens exploratórias, rotativas, com a finalidade de se investigar o perfil do terreno de fundação da área, buscando basicamente identificar a linha de separação solo-rocha. Essas sondagens foram realizadas segundo as orientações do Boletim da ABGE (Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental), nº 3, 4ª edição, 1999 – Manual de sondagens. A identificação da transição solo-rocha é importante pois é prevista a escavação do solo no reservatório e sua utilização para a construção do dique de contenção. Com isso se ganhará volume de armazenamento, a distância de transporte do material de empréstimo será reduzida, a área será parcialmente preparada para a impermeabilização e será evitada a degradação de área externa para escavação do material de empréstimo. Caso o topo rochoso se encontre muito raso, a escavação terá que ser executada em rocha, de custo muito elevado, além de requerer solo para o dique de contenção e dificultar a regularização do terreno para assentamento do revestimento.

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Assim, foram programadas e executadas 9 sondagens rotativas e pelo que se observou nos testemunhos de sondagem praticamente toda a espessura de solo investigada poderia ser escavada e utilizada no aterro dos diques. Verificou-se a presença de um solo superficial argiloso que deverá preferencialmente ser utilizado nas camadas impermeabilizantes (sistema de revestimento do depósito) e um solo siltoso, residual, mais espesso, que deverá ser utilizado preferencialmente no aterro dos diques. Para se respeitar o topo rochoso, identificado nas sondagens, e o N.A. medido será previsto um fundo do reservatório inclinado, no sentido do talvegue. DESCRIÇÃO GERAL DA CONCEPÇÃO DO DEPÓSITO Inicialmente serão construídos 2 (dois) diques: um a leste na área para a disposição do material a seco (rejeitos não reprocessados do depósito ao lado da planta e o maciço da ensecadeira e o solo contaminados da Barragem Córrego da Lavagem), e um na parte central para receber o material na forma de polpa (rejeitos bombeados da planta e da Barragem Córrego da Lavagem, além dos rejeitos industriais que hoje são dispostos no aterro industrial), ambos com crista na cota 598 m. Os depósitos serão totalmente impermeabilizados. Após 5 anos de operação do Depósito Central será necessário o início da operação do depósito situado a oeste na área, que atenderá apenas à operação da planta (geração de lama e de resíduos sólidos industriais) em aproximadamente 10,5 anos. Os 2 (dois) depósitos (Central e Oeste) serão então alteados, formando um único depósito com crista na cota 602 m. Esse sistema atenderá cerca de 20 anos de operação da planta. DEPÓSITO LESTE – DISPOSIÇÃO A SECO O depósito para disposição dos rejeitos secos irá se localizar a leste da área, na região mais elevada devido a possibilidade de construção de um dique periférico baixo, permitindo assim que a drenagem superficial seja direcionada para o Depósito Central, no qual será instalado o bombeamento de retorno das águas contaminadas para a estação de tratamento da planta metalúrgica. O dique inicial será construído com solo compactado, com material de empréstimo obtido dentro da área do reservatório. A escavação será apenas em solo, sempre acima do N.A., e respeitará as exigências ambientais e de projeto. Os quantitativos calculados encontram-se apresentados abaixo: ?escavação: 732.573 m³; ?escavação menos limpeza (0,3 m): 688.659 m³; ?aterro compactado do dique: 403.296 m³; ?aterro compactado do dique considerando limpeza e empolamento (20%): 512.900 m³;

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?reservação: 4.177.450 m³; ?revestimento dos rejeitos com solo compactado (4 m nos taludes na horizontal e 2 m no topo): 277.200 m³; ?revestimento dos rejeitos considerando empolamento do solo: 332.640 m³. Assim, haverá uma necessidade de 156.881 m³ de material para aterro, que será obtido com as obras do dique central. A seção típica do dique será: aterro com terra compactada, de seção homogênea, com taludes individuais de jusante de 1V:2H e berma com 5 m de largura, onde necessário (região localizada, onde o terreno natural estiver em cota mais baixa), e 1V:2H no talude de montante. A berma será projetada na cota 590 m para conformar com a berma do dique central. A crista será projetada na cota 598 m e terá largura de 11 m em todo o trecho externo para permitir a posterior cobertura dos rejeitos com solo argiloso compactado, com largura horizontal de 4 m. Restará uma berma com 7 m de largura. O revestimento de topo será definido na etapa de projeto executivo, podendo ser composto por camada de solo compactado, geomembrana e camada de material granular, para quebra da capilaridade. Outras alternativas para revestimento dos rejeitos serão analisadas. O dique oeste desse depósito, voltado para o Depósito Central, terá sua base construída para a etapa final do Depósito Central. O revestimento interno do talude, considerando o Depósito Central, será sobre o aterro compactado do próprio dique e não sobre os materiais do Depósito Leste (a seco). Os rejeitos serão dispostos no depósito até atingir a cota da crista (598 m). Após, serão elevados utilizando-se taludes de 1V:3H, con formando 2 bancos de 11 m de altura, até atingir a cota 620 m. Haverá uma berma na cota 609m, com 7 m de largura. Durante a formação do depósito, enquanto os rejeitos estiverem sendo depositados abaixo da crista do dique, as águas pluviais serão removidas com bombeamento e descartadas no Depósito Central. Posteriormente, as águas serão direcionadas por gravidade para o Depósito Central enquanto estiverem em contato com os rejeitos e, quando não contaminadas, serão direcionadas para a drenagem natural. Após a conformação desse aterro ou durante a sua elevação, mas após a conclusão integral do banco, será implantado o revestimento dos rejeitos. Será realizado um revestimento com 4 m de largura nos taludes e 2 m no topo, para a condição final. Nas bermas e tal udes será implantado um sistema de drenagem, com canaletas, para escoamento das águas pluviais. As canaletas serão de concreto, moldadas “in loco”, implantadas nas bermas, descarregando em caixas que conduzirão as águas para canaletas em degraus até o pé do talude. Essas saídas serão prolongadas até a drenagem natural ou será construída uma canaleta coletora contornando o pé do talude do dique, que encaminhará as águas pluviais até a drenagem natural.

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Todas as águas contaminadas que estiverem em contato com os rejeitos durante a operação desse depósito serão direcionadas para o Depósito Central onde será instalado o bombeamento para o retorno da água para a estação de tratamento. Durante a disposição dos rejeitos secos as águas não contaminadas serão escoadas para a drenagem natural sempre que possível e também após o completo revestimento do depósito com o intuito de se evitar a mistura com águas contaminadas, o que acarretaria no aumento de volume de água a ser tratada na estação de tratamento. Em todos os taludes haverá uma proteção com vegetação gramínea para evitar erosão. Apesar da pequena altura dos diques iniciais, caso seja necessário, o filtro vertical de areia se assentará sobre um dreno de brita, envolto em geotêxtil, de onde a água eventualmente coletada será drenada com tubos de PVC perfurados e lisos a cada 25 m de distância, em média. O sistema de revestimento do reservatório e do talude de montante do dique inicial será projetado para que o depósito seja completamente impermeabilizado e não ocorra infiltração no terreno de fundação, evitando assim afetar a qualidade das águas subterrâneas. No reservatório o sistema de revestimento será composto, de baixo para cima, por: ?camada de cerca de 0,20 m do terreno de fundação escarificada, gradeada e compactada, representando uma 1ª camada de impermeabilização; ?camada de areia com cerca de 0,20 m de espessura, com tubos perfurados de drenos, para funcionar como camada de detecção de vazamentos; ?camada de solo argiloso compactado com 0,60 m de espes sura (3 sub-camadas de 0,20 m), correspondendo à 2ª camada de impermeabilização; ?geomembrana de PEAD (Polietileno de Alta Densidade) com espessura de 1,5 mm, representando a 3ª camada de impermeabilização; ?camada de areia de drenagem do fundo, executada sobre a geomembrana, com espessura de 0,25 m, com tubos perfurados de drenos para remoção da água que percolar as lamas depositadas e, ainda, para reduzir a carga hidráulica sobre a geomembrana. Nos taludes de aterro internos do dique será instalada geomembrana de PEAD com espessura de 1,5 mm. Nos taludes de corte será executada uma camada de solo compactado com 4 m de largura e, no talude desta camada, será instalada a geomembrana ou, como alternativa,uma camada dupla de geomembrana. DEPÓSITO CENTRAL – DISPOSIÇÃO COM POLPA O Depósito Central receberá todos os rejeitos bombeados da operação da planta metalúrgica e os rejeitos dispostos anteriormente na Barragem Córrego da Lavagem, além dos resíduos sólidos industriais gerados na planta.

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O dique inicial será construído com crista na cota 598 m para o armazenamento de 4,35 Mm³ de rejeitos, sendo a disposição dos rejeitos realizada até a cota 596 m. Esse dique será construído com os mesmos critérios e geometria do dique leste. O material de empréstimo será obtido dentro do reservatório. Os quantitativos calculados encontram-se apresentados abaixo: ?escavação: 2.248.800 m³; ?escavação menos limpeza (0,3 m): 2.178.384 m³; ?aterro compactado do dique: 1.390.649 m³; ?aterro compactado do dique considerando limpeza e empolamento (20%): 1.717.727 m³; ?reservação: 4.272.063 m³. Considerando as obras apenas do Depósito Central haverá um excedente de 460.657 m³ de material escavado, que se reduzirá para 303.776 m³ em função da utilização de 156.881 m³ no Depósito Leste. O dique inicial apresentará uma altura máxima de 37 m (pé na 561 m e crista na 598 m). A geometria do talude de jusante será com bancos individuais com 10 m de altura máxima, inclinação de 1V:2H e bermas com 5 m de largura. O talude de montante será escavado com inclinação de 1V:2H. A largura da crista do dique será de 7 m. O filtro vertical de areia se assentará sobre um dreno de brita, envolto em geotêxtil, de onde a água eventualmente coletada será drenada com tubos de PVC perfurados e lisos a cada 25 m de distância, em média. Como no Depósito Leste, será implantado um sistema de drenagem superficial no talude de jusante, com canaletas moldadas “in loco”. Haverá um sistema de bombeamento flutuante no Depósito Central a ser utilizado para o direcionamento das águas contaminadas coletadas no depósito para a estação de tratamento da planta metalúrgica. As águas não contaminadas serão escoadas para drenagem natural. O revestimento do reservatório seguirá os mesmos procedimentos do Depósito Leste. DEPÓSITO OESTE – DISPOSIÇÃO COM POLPA Após 5 anos de operação do Depósito Central, o Depósito Oeste entrará em operação recebendo os rejeitos bombeados da operação da planta metalúrgica e os resíduos sólidos industriais . Esse depósito será conjugado com o Depósito Central, sendo construído com crista na cota 598 m. A vida útil desse depósito será de 10,5 anos. O material de empréstimo será novamente obtido dentro do reservatório. Os quantitativos calculados encontram-se apresentados abaixo: ?escavação: 1.715.120 m³; ?escavação menos limpeza (0,3 m): 1.669.789 m³; ?aterro compactado do dique: 1.762.205 m³; ?aterro compactado do dique considerando limpeza e empolamento (20%): 2.160.820 m³; ?reservação: 4.059.538 m³.

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Considerando as obras apenas do Depósito Oeste haveria necessidade de 491.031 m³ de material para aterro, que se reduzirá para 187.255 m³ em função da utilização do excedente de 303.776 m³ do Depósito Central. O restante do material de empréstimo (187.255 m³) será obtido da Fazenda Retiro Velho (Fazenda Mangaba), entre o córrego Retiro Velho e o córrego Martinha. Será utilizado o sistema de bombeamento flutuante do Depósito Central para o direcionamento das águas contaminadas coletadas no Depósito Oeste para a estação de tratamento da planta metalúrgica e as águas não contaminadas serão escoadas para drenagem natural. A construção do aterro, geometria dos taludes, impermeabilização do reservatório e implantação da drenagem superficial seguirão os mesmos critérios utilizados nas obras dos depósitos Leste e Central. O alteamento do dique dos Depósitos Central e Oeste será executado para jusante, também com solo compactado, seguindo em linhas gerais as especificações do dique inicial. O alteamento elevará a crista do dique para a cota 602 m, ou seja, a elevação será de apenas 4 m. Com isso, a altura máxima passará para 41 m. A disposição dos rejeitos foi considerada até a cota 599,5 m, 2,5 m abaixo da cota da crista, por ser a etapa final. A reservação será para, no mínimo, 4,5 anos de operação da planta, completando os 20 anos de operação. Da mesma forma que na etapa inicial os taludes de aterro serão revestidos com a geomembrana de PEAD, ocorrendo o prolongamento das geomembranas implantadas no dique inicial. A área total do reservatório após o alteamento, considerando toda a largura da crista, será de 550.350 m² e, a área interna, na cota 599,5 m (2,5 m abaixo da crista), será de 518.890 m². Os quantitativos calculados encontram-se apresentados abaixo: ?aterro compactado do dique: 1.115.364 m³; ?aterro compactado do dique considerando limpeza e empolamento (20%): 1.356.312 m³; ?reservação: 1.755.295 m³. Nessa etapa não haverá material a ser escavado em reservatório. Então, para essa etapa serão necessários 1.356.312 m³ de material de empréstimo que será obtido da Fazenda Retiro Velho (Fazenda Mangaba), entre o córrego Retiro Velho e o córrego Martinha. BOMBEAMENTO, ADUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS REJEITOS Atualmente as tubulações de rejeitos e água recuperada atravessam a área do futuro depósito, no sentido da Barragem Córrego da Lavagem. O atual sistema de

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bombeamento e adução das lamas desde a planta até a Barragem Córrego da Lavagem não será alterado pois os rejeitos continuarão sendo aduzidos na forma de polpa mas, para a fase de construção do novo depósito, será necessário o deslocamento das tubulações apenas na área de interferência, para junto ao limite Oeste do depósito. A tubulação atual em operação para a Barragem Córrego da Lavagem possui 8” de diâmetro, havendo uma segunda linha de rejeitos com 6”, ambas de aço carbono, e com comprimento total de aproximadamente 5.400 m, sendo posteriormente reduzida a extensão para utilização durante a operação do Depósito Murici. Na área do depósito, considerando o último alteamento, a tubulação será distribuída ao longo da crista do dique Norte (N) do reservatório, sobre a crista do dique Leste (E) e, parcialmente, sobre a crista do dique Sul (S). Devido a presença de pontos de descarte das lamas ao longo da crista do dique a água tenderá a se concentrar no lado Oeste (W), de onde será recuperada. Durante a operação do Depósito Murici, como o mesmo está posicionado mais perto da planta que a Barragem Córrego da Lavagem, haverá uma redução na perda de carga, favorecendo o sistema de bombeamento e adução das lamas mas, por outro lado, a cota a ser atingida será mais elevada – 602 m contra 572 m – o que aumentará o desnível geométrico. Esses aspectos deverão ser considerados adequadamente no projeto detalhado do bombeamento na fase de Licença de Instalação. RECUPERAÇÃO E ADUÇÃO DA ÁGUA SOBRENADANTE A água sobrenadante será recuperada com uma estação de bombeamento flutuante posicionada no lado Oeste (W) do reservatório. A água será direcionada para a planta metalúrgica, sendo o caminhamento da tubulação de água paralelo e junto ao da tubulação de lamas. A captação de água operará com 2 a 3 bombas, sendo 1 de reserva. A operação será instrumentada de modo que se tenha indicador dos parâmetros operacionais na planta, como pressão na linha e operação da bomba. Por questões de segurança o N.A. no reservatório será mantido sempre abaixo da borda livre mínima de projeto para absorver qualquer excesso de água decorrente de parada ou de falha no funcionamento da captação para um período de, no mínimo, 1 semana. Para o pré-dimensionamento do bombeamento e adutora da água sobrenadante foi elaborado o balanço hídrico para as situações consideradas mais críticas do depósito, quais sejam: ?considerando o primeiro ano de operação da etapa inicial (1º ano: área grande para

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precipitação e espelho de água pequeno); ?considerando o último ano da etapa inicial (5º ano); e ?considerando o último ano da fase final (20º ano). Para o cálculo do balanço hídrico foram considerados: ?Projetos geométricos dos depósitos para as etapas consideradas; ?Área do reservatório, incluindo a superfície da crista, para efeitos de precipitação; ?Área interna do reservatório, a 2 m da crista do dique, para efeitos de evaporação; ?Precipitação referente às medições realizadas ao longo de 2006, que correspondeu ao ano mais chuvoso no período de 2004 a 2006; ?Evaporação referente às medições realizadas ao longo de 2006, corrigidas com um fator de 0,7; ?Geração de 385.898 t de rejeitos/ano a partir de 2013 até 2028, com densidade seca de 1 t/m³; ?Teor de sólidos da polpa de 23%, valor obtido atualmente. SISTEMA DE TRANSPORTE DOS REJEITOS PARA O DEPÓSITO MURICI O solo contaminado da Barragem Córrego da Lavagem (maciço da ensecadeira + solo natural do reservatório) e os rejeitos não reprocessados do depósito ao lado da planta serão transportados por caminhões e dispostos a seco, formando uma pilha, no Depósito Leste. Ressalta-se que os rejeitos não reprocessados serão removi dos no prazo máximo de 3 anos após a obtenção da LO (Licença de Operação) do Depósito Murici (2009-2011), de acordo com a condicionante n° 2 da Licença de Operação 500/2006, concedida em 13/12/2006, através do PA/COPAM/Nº 12/1978/032/2003. Os rejeitos da Barragem Córrego da Lavagem serão dragados e bombeados também no prazo máximo de 3 anos após a obtenção da LO do Depósito Murici, de acordo com a condicionante nº 2 da Licença de Operação 500/2006, na forma de polpa, através de tubulações, para o Depósito Central (fase inicial – 5 anos). Os rejeitos gerados pela planta metalúrgica serão dragados e bombeados, na forma de polpa, através de tubulações, para os Depósitos Central (fase inicial – 5 anos), Oeste (fase intermediária – 10,5 anos) e Depósitos Central e Oeste alteados (fase final – 4,5 anos). Os rejeitos industriais (resíduos de cadinho, pedra volatilizada, revestimento antiácido, tijolos refratários, sulfato de cálcio, entulho civil e bióxido de manganês) serão transportados por caminhões e dispostos nos Depósitos Central (fase inicial – 5 anos), Oeste (fase intermediária – 10,5 anos) e Depósitos Central e Oeste alteados (fase final – 4,5 anos). A estrada interna utilizada atualmente para acesso à Barragem Córrego da Lavagem (situada em área particular da VMZ-TM) e onde estão instaladas as tubulações de adução dos rejeitos e a tubulação de água recuperada da barragem, será relocada no trecho inicial, deslocada da área de interferência com o depósito (junto ao limite Oeste do mesmo) e o restante será reformada. A estrada interna será utilizada nas etapas

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de instalação (construção), operação e reabilitação do Depósito Murici, sendo o seu trajeto o mesmo a ser realizado pelas tubulações de rejeitos e água. Será realizado o alargamento do acesso para a passagem dos caminhões e melhorias de sinalização e proteção, atentando-se para os seguintes pontos: cruzamento com a estrada municipal e passagem pelos córregos Consciência e Retiro Velho. RELOCAÇÃO DA ESTRADA MUNICIPAL A área utilizada para implantação do Depósito Murici apresenta interferência com a estrada municipal de Três Marias, de terra, já para a etapa inicial (5 anos), à semelhança do que ocorre com as tubulações de rejeitos e água e com a estrada de trabalho. Assim, será necessária a relocação dessa estrada, alterando o mínimo possível seu caminhamento atual, mas fazendo-se uma alteração única, já considerando o alteamento do depósito (etapa final). O novo caminhamento proposto dessa estrada encontra-se apresentado no desenho acima citado, pelo lado Oeste (W) do depósito. O novo trecho deslocado apresentará uma extensão de aproximadamente 2 km, cerca de 500 m a mais do que a extensão da estrada municipal atual (1,5 km). O cronograma de implantação destaca os principais marcos: ?início da operação do Depósito Murici – 3 anos; ?remoção do rejeito do depósito ao lado da planta – até 3 anos após a obtenção da Licença de Operação do Depósito Murici (condicionante n° 2 da LO 500/2006); ?remoção do rejeito da Barragem Córrego da Lavagem – até 3 anos após a obtenção da Licença de Operação do Depósito Murici (condicionante n° 2 da LO 500/2006); ?vida útil da etapa inicial do Depósito Murici – 5 anos; ?vida útil da etapa final do Depósito Murici – 15 anos. 3 – Conclusões Com relação aos estudos sócio-econômicos, as informações prestadas pela empresa, pela discussão apresentada anteriormente, nos parecem satisfatórias. Com as informações prestadas é possível fazer uma avaliação de seus possíveis impactos sobre a comunidade local. Por se tratar de impactos futuros previsíveis, consideramos que a empresa deve implementar as medidas mitigadoras de impactos já apresentadas e considerar os itens apontados neste parecer, particularmente em relação aos impactos decorrentes da movimentação de veículos em função das obras e posterior transporte dos rejeitos entre os depósitos. Pelos dados apresentados este aspecto pode ter vários impactos na região, devendo ser melhor elaborado - infra-estrutura viária, transporte e

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segurança – incluindo aspectos relacionados às condições de saúde da comunidade ao entorno do empreendimento. Em relação ao aumento do fluxo de veículos nas vias de acesso há que se ressaltar que as informações são insuficientes para se ter uma idéia exata dos impactos decorrentes da intensificação do fluxo de caminhões e veículos para transporte de maquinário, equipamentos e de pessoal durante a fase de implantação e, também, de operação. Esta informação é importante pois considerou-se, nessa análise, que a única via indicada para acesso ao empreendimento (via interna) é estreita e encontra-se em condições precárias para o fluxo de veículos projetado – a julgar pelas informações disponíveis. Neste sentido, as comunidades e/ou proprietários da região podem sofrer consequências não previstas no presente estudo e, portanto, sem medidas mitigadoras. Os Planos de Controle e de Emergência, no nosso entendimento, não consideraram de forma apropriada estes elementos (transporte e fluxo de veículos pesados na única via de acesso ao empreendimento). O fato é que durante a fase de implantação e, em maior grau, na fase de operação, haverá uma intensificação no fluxo de veículos cujo dimensionamento não é apresentado nos estudos. Neste sentido, estes estudos devem ser complementados para que, ainda na fase de implantação, sejam dimensionados os seus impactos e, sendo importantes, apresente-se medidas corretivas e mitigadoras. É necessário, para um efetivo gerenciamento destes impactos, um plano de gerenciamento que leve em consideração o tráfego de veículos em todas as fases, ou seja, sobre a movimentação futura decorrente da movimentação de carga (obra), pessoal, e rejeitos entre os depósitos. Neste sentido, recomenda-se que a empresa proceda a uma análise criteriosa do fluxo, mensurando e procurando propor medidas mitigadoras dos impactos decorrentes da fase de implantação e da entrada em funcionamento do futuro depósito (capacidade de suporte das vias e tipo adequado de pavimentação, velocidade, horários em que ocorrerão o trafego, depreciação das vias de rolamento, risco de acidentes em função do tráfego, localização e proteção das das tubulações laterais etc.). Como consequencia deste estudo, deveria ser estabelecido, e divulgado, as rotas e respectivos horários, e que estes horários fossem de conhecimento da defesa civil e dos órgãos ambientais, para que estejam preparados para possíveis eventualidades. Entretanto, consideramos vital que a que a empresa providencie, ainda na fase de obtenção da LI/LO, a implementação de medidas mitigadoras de impactos decorrentes do aumento considerável na movimentação de veículos em função das obras e posterior entrada em operação das usinas. Pelos dados apresentados, estes dois aspectos terão um grande impacto na região. De acordo com esta análise, não há impedimentos à concessão da LP. Entretanto, recomenda-se que a empresa

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atente para os fatos levantados anteriormente nas considerações e procure atuar e firmar compromisso no sentido de sanar os problemas identificados. Tendo em vista o exposto, consideramos, para efeito desta análise, a seguinte condicionante, para ser apresentada na fase de LI :

FLUXO DE VEÍCULOS - que a empresa apresente um estudo complementar considerando o aumento do fluxo de veículos nas vias de acesso ao empreendimento, relatando os possíveis impactos decorrentes da intensificação do fluxo de caminhões e veículos para transporte de maquinário, equipamentos e de pessoal durante a fase de implantação e, também, de operação. Este estudo deve ser apresentado em tempo hábil e anterior ao início da movimentação de veículos visando a implantação do depósito e deverá conter propostas de mitigação de seus efeitos sobre a população e sobre o meio ambiente local.

Os prazos a serem observados para o cumprimento desta condicionante deverão ser apresentados pela empresa em forma de proposta técnica, considerando o cronograma de obras já apresentados, adequando a sua implementação aos seus respectivos impactos. O Núcleo de Geotecnia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto conclui que com base nas premissas adotadas e na fundamentação técnica explicitada neste parecer, o Projeto Conceitual proposto para o Depósito Murici atende a todos os critérios para localização de um sistema de disposição de resíduos perigosos, estando em conformidade com os termos, exigências e recomendações da Norma NBR 10157/1987 da ABNT e da Directiva 1999/31/CE do Conselho da União Européia. Com relação aos aspectos bióticos, e considerando a manifestação favorável do IEF, com a apresentação da devida Autorização para Exploração Florestal, de referência 0014219, de 06 de abril de 2008, entende -se que há concordância para com as avaliações e conclusões dos estudos ambientais apresentados. Sendo assim, sugerimos a concessão da solicitada Licença Prévia, ouvida a assessoria jurídica da FEAM.

feam excluído: processo copam nº 0012/1978/040/2007 ... · • nbr 10157/1987– aterros de re...

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