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FEVEREIRO 2019, EDIÇÃO 6 Internet banking. Criptomoedas. Carros autônomos inteligentes. Registros médicos. Computação em nuvem. Compras online. Comunicação sem fio. Mídias sociais. Estratégias militares. O mundo em que vivemos depende totalmente da criptografia e tem uma empresa que está pronta para transformar toda a indústria da computação. Mas primeiro, é importante você entender onde estávamos, onde estamos e para onde estamos indo ... A verdade nua e crua é que, em todos os cenários – passado, presente e futuro – ainda estaríamos rodeados de incógnitas não desvendadas se os computadores não tivessem surgido. Por mais inteligente e criativo que o seu humano possa ser, existe uma limitação física em termos de velocidade de processamento ou capacidade de armazenamento e recuperação de dados. Ademais, em ambientes cada vez mais competitivos, a corrida por eficiência, produtividade e acessibilidade se tornou quesito indispensável que nosso cérebro, sozinho, não é capaz de oferecer. agorafinancialbrasil.com Sem limites Fazendo sua conexão com o maior mercado de ações do mundo the money connection POR DENTRO DO TEMA Enigma, Colossus e ENIAC Lei de Moore, menores e mais potentes. Criptografia e segurança Qubits, computação sem limites Satélite Micius, o início da próxima revolução. IBM, líder em inovação SUGESTÃO PORTIFÓLIO Compra de IBM (NYSE:IBM) – Preço teto US$125 “No curso da história, o impacto promovido pelo uso dos computadores no nosso estilo de vida tem sido, para dizer o mínimo, transformador. Além disso, desde a criação do primeiro Macintosh até os dias de hoje, surgiram as maiores e mais lucrativas empresas da história. Mas tudo isso é passado e está à beira de ser reorganizado novamente.” AGOR A financial brasil

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FEVEREIRO 2019, EDIÇÃO 6

Internet banking. Criptomoedas. Carros autônomos inteligentes. Registros médicos. Computação em nuvem. Compras online. Comunicação sem fio. Mídias sociais. Estratégias militares.

O mundo em que vivemos depende totalmente da criptografia e tem uma empresa que está pronta para transformar toda a indústria da computação.

Mas primeiro, é importante você entender onde estávamos, onde estamos e para onde estamos indo ...

A verdade nua e crua é que, em todos os cenários – passado, presente e futuro – ainda estaríamos rodeados de incógnitas não desvendadas se os computadores não tivessem surgido.

Por mais inteligente e criativo que o seu humano possa ser, existe uma limitação física em termos de velocidade de processamento ou capacidade de armazenamento e recuperação de dados.

Ademais, em ambientes cada vez mais competitivos, a corrida por eficiência, produtividade e acessibilidade se tornou quesito indispensável que nosso cérebro, sozinho, não é capaz de oferecer.

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Sem limites

Fazendo sua conexão com o maior mercado de ações do mundo

the money connection

POR DENTRO DO TEMA

Enigma, Colossus e ENIAC

Lei de Moore, menores e mais potentes.

Criptografia e segurança

Qubits, computação sem limites

Satélite Micius, o início da próxima revolução.

IBM, líder em inovação

SUGESTÃO PORTIFÓLIO

Compra de IBM (NYSE:IBM) – Preço teto US$125

“No curso da história, o impacto promovido pelo uso dos computadores no nosso estilo de vida tem sido, para dizer o mínimo, transformador. Além disso, desde a criação do primeiro Macintosh até os dias de hoje, surgiram as maiores e mais lucrativas empresas da história. Mas tudo isso é passado e está à beira de ser reorganizado novamente.”

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Contudo nem sempre foi assim. Embora esses dispositivos programáveis tenham se tornado indispensáveis de alguns anos para cá, algumas décadas atrás havia quem duvidasse que aquelas máquinas, até então monstruosas, pesadas e complexas, teriam utilidade para tarefas não militares.

Em 1800, a ideia de um computador programável era inconcebível, mas o nascimento de máquinas com alguma capacidade de processamento está intimamente ligado com a expansão da economia norte americana. Com os Estados Unidos prestes a se tornarem a maior potência industrial da época, as portas do país foram abertas para imigrantes de toda a parte.

Como resultado, a partir da segunda metade do século 19, a populações dos Estados Unidos cresceu aproximadamente 35% a cada década. O crescimento exagerado, então, começou a gerar um problema de controle para o Census que, a cada dez anos, realizava um processo manual de contagem para suas estatísticas.

Para se ter uma ideia da lentidão envolvida no processo, em 1887 o Census Bureau ainda processava os dados de 1880, razão pela qual a necessidade de desenvolvimento de um método alternativo para realizar tal tarefa se tornou uma prioridade.

Diante dessa necessidade, um instrutor do MIT, Herman Hollerith, propôs um sistema de contabilidade que utilizava cartões perfurados que podiam alimentar instruções e um grande volume de informação para ser processado.

O resultado não poderia ter sido melhor e o Census de 1890 não demorou mais do que seis semanas para contabilizar uma população de pouco mais de 62 milhões de pessoas. Por conta do sucesso alcançado, Herman Hollerith tornou-se referência no mundo científico e não demorou muito tempo para montar sua empresa, a Tabulating Machine Company.

Em 1911, porém, por conta de problemas de saúde, Hollerith vendeu as ações da companhia por 1 milhão de dólares, a qual, posteriormente, acabou se fundindo a outras três empresas lideradas por Thomas Watson, empreendedor do ramo de maquinário.

Pouco tempo depois, em 1934 para ser mais preciso, Watson mudou o nome da empresa para International Business Machine, ou IBM, cuja história praticamente se confunde com a dos computadores em geral.

Mas foi somente durante a Segunda Guerra Mundial que o aprimoramento das máquinas - e a aproximação destas ao que conhecemos por um computador - se fez definitivamente necessário.

Em um determinado momento do conflito, um engenheiro polonês contatou os ingleses, afirmando que poderia desvendar a criptografia até então utilizada pela Alemanha para transmitir as mensagens entre os seus comandantes. Basicamente, com base na combinação de um código variável, Enigma, a máquina de criptografia utilizada pelos alemães, determinava a maneira como cada letra deveria ser criptografada.

A quantidade de variações era astronômica a ponto dos próprios alemães considerarem impossível decifrar as mensagens enviadas sem que o receptor tivesse acesso ao livro de códigos utilizados em um determinado dia.

Contudo, cientes de como a máquina funcionava, os ingleses sabiam que podiam tentar diferentes combinações para uma parte da mensagem e, tão logo essa parte fosse compreendida, poderiam quebrar o restante do código sem maiores esforços.

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Para tanto, os ingleses construíram um computador primitivo, o Colossus. O sistema, que fazia uso de 20 mil tubos a vácuo para processar 25 mil caracteres por segundo, garantiu um lugar cativo na história dos computadores, afinal, ainda que pudesse desempenhar apenas essa tarefa específica, realizou-a com extrema eficiência.

Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, na Filadélfia, uma máquina que viria influenciar o design de todos os computadores serem desenvolvidos futuramente também estava sendo construída.

Novamente, a guerra em curso e a demanda por cálculos matemáticos rápidos e precisos, aceleraram esse processo. Inicialmente, todo o cálculo e equação balística da trajetória até o alvo desejado era realizado por cientistas e engenheiros que, posteriormente, publicavam os dados em documentos conhecidos por Firing Tables.

Entretanto, por conta da dificuldade em encontrar novos engenheiros e da demora e complexidade para que tais cálculos fossem finalizados, muitos armamentos não podiam ser enviados para os locais de combate, pois não poderiam ser utilizados de maneira apropriada.

Para contornar essa situação, John Mauchly sugeriu que ele poderia construir um computador eletrônico gigante capaz de determinar a trajetória de um determinado armamento em apenas cem segundos. Foi assim então que, com custo de aproximadamente meio milhão de dólares, Mauchly desenvolveu o primeiro computador programável, o ENIAC (Eletronic Numerical Integrator and Computer).

A máquina, que pesava mais de 30 toneladas e ocupava todo um cômodo, possuía 70 mil resistores, 10 mil capacitores, 6 mil chaves e 18 mil tubos à vácuo, tinha capacidade para realizar 5 mil adições, 357 multiplicações e 38 divisões por segundo.

É verdade que se tratava de um sistema computacional extremamente primitivo, com as memórias tendo que ser reprogramadas exaustivamente e sem qualquer capacidade de tomar decisões lógicas com base nos dados que processava.

Ainda assim, mesmo que apenas funcionasse por alguns minutos antes que algum desses componentes queimasse, o esforço valia a pena, afinal, por menor que fosse o tempo de atividade, a máquina superava com folgas o trabalho que demoraria dias ou semanas para ser concluído.

Sem dúvidas, o ENIAC converteu-se na porta de entrada para um universo que, até então, era uma exclusividade das agências e forças de segurança.

Como já foi possível constatar, esses computadores eram grandes e caros. No entanto, logo depois da Segunda Guerra Mundial, a AT&T Bell Labs desenvolveu um transistor de silício, algo muito menor e que poderia substituir os enormes tubos a vácuo até então utilizados.

Pouco tempo mais tarde, os engenheiros da Texas Instruments inventaram o que chamaram de circuito integrado, uma tecnologia que permitia a integração de vários transistores, capacitores e resistores em um único chip, abrindo o caminho para a miniaturização dos computadores.

Conforme o tempo passou, as empresas de semicondutores continuaram otimizando a maneira como todos esses componentes eletrônicos eram empacotados nos chips, tornando-os cada vez mais baratos e potentes.

Em meados dos anos 1960, o co-fundador da Intel, Gordon Moore, que à época trabalhava para a Fairchild Semiconductor, publicou um artigo demonstrando que o número de transistores em um circuito integrado seguiria dobrando a cada ano, enquanto o custo para sua implementação recuaria cerca de 50% no mesmo período.

A lei de Moore, como veio a ser chamada mais tarde, deu origem a uma revolução que já se arrasta desde o século passado, mas especialmente nos últimos anos, encontrou terreno fértil para uma expansão sem precedentes. Não por menos, nos dias atuais, carregamos na palma de nossas mãos poder de processamento superior ao das melhores máquinas de uma década atrás.

No curso da história, o impacto promovido pelo uso dos computadores no nosso estilo de vida tem sido, pra dizer o mínimo, transformador. Além disso, desde a criação do primeiro Macintosh até os dias de hoje, surgiram as maiores e mais lucrativas empresas da história. Mas tudo isso é passado e está à beira de ser reorganizado novamente.

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É natural que, com maior poder de processamento e o avanço exponencial da tecnologia, a criptografia se tornou muito mais poderosa e complexa em relação às técnicas usadas antigamente. Por outro lado, paralelamente, a engenharia reversa e as tentativas para quebrar cada uma delas nunca deixou de existir.

Portanto, assim como em qualquer outra ciência ou área de estudo que visa aperfeiçoar seus modelos para combater as falhas e brechas existentes, temos observado uma quantidade cada vez maior de recursos destinados ao desenvolvimento de técnicas de criptografia que sejam finalmente indecifráveis.

Na década de 1990, por exemplo, dados que trafegavam na Internet eram criptografados utilizando uma criptografia de dados padrão (DES – Data Encryption Standard). Mais tarde, reconhecendo a crescente vulnerabilidade do DES de 56 bits, padrões de criptografia da Internet migraram para o Advanced Encryption Standard (AES) de 128 bits.

Com mais de 3,40 x1038 chaves possíveis, o AES de 128 bits já seria muito difícil de ser decifrado. Em resumo, mesmo que você pudesse testar 1 trilhão de chaves por segundo, levaria 785 milhões de vezes a idade do universo para excluir todas as possibilidades.

Entretanto, por conta das revelações das agências de inteligência acerca de métodos alternativos que facilitavam a quebra do padrão de 128 bits, houve uma transição gradual para o Advanced Encryption Standard de 256-bits. Com esse novo padrão, talvez não exista analogias ou números na nossa língua capazes de dar uma dimensão da complexidade que esse sistema de criptografia utiliza.

Porém, dado que tudo é uma questão de poder de processamento e tempo para considerar todas as chaves possíveis, não podemos garantir que se trata de um sistema totalmente fechado e seguro.

Não é nenhuma novidade que, além de menores, mais rápidos e mais baratos, os computadores estão cada vez mais digitais e interconectados, produzindo

e compartilhando dados em escala nunca antes imaginados.

Em última análise, aliás, essa integração generalizada é o que melhor define o conceito de Internet Of Things que, em um futuro próximo, unificará tudo e todos dentro de uma grande rede. Por essa razão, por estarmos imersos na era digital e termos nos tornado fábricas de dados ambulantes, a segurança e proteção destes se tornou, antes de mais nada, um negócio extremamente lucrativo e, portanto, uma prioridade com demanda mundial.

Ainda que não tenhamos alcançado esse estágio de ultra conectividade, indivíduos, empresas e nações carregam um sem número de informação, das mais triviais às mais estratégicas por toda a parte. A maior prova disso, apenas para citar alguns exemplos que nos afetam cotidianamente, é o fato de despejamos milhões de dados diariamente na internet ao utilizar as mídias sociais, efetuar transações no internet banking ou comprar alguma coisa online.

Contudo, ainda que alguém nos diga que o ambiente em questão é totalmente seguro, desconhecemos exatamente o tratamento que essa informação recebe ou como é armazenada. No fim das contas, se tudo é tão seguro quanto dizem, porque ainda nos deparamos com inúmeras notícias sobre vazamentos de informações ou dados de usuários em diversos aplicativos e sites?

Não por menos, conforme outras tecnologias avançam e evoluem, a criptografia tem assumido um papel ainda mais relevante para proteger o acesso à informação, preservando nossa privacidade e evitando fraudes de todos os gêneros.

Já sob o aspecto político e comercial, a criptografia se tornou rapidamente dona do posto de uma das principais tecnologias, cujo domínio é disputado a ferro e a fogo pelas principais nações do globo. Dado que para cada passo pró criptografia, existe um avanço paralelo daqueles que se dispõem a quebrar tal código, esse tópico, inclusive, tornou-se uma questão de segurança nacional.

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Diante desse cenário, China, Rússia e EUA já estão travando uma corrida tecnológica para se tornarem pioneiros no desenvolvimento de sistemas de criptografia que deixarão todos os padrões existentes absolutamente obsoletos, obtendo uma vantagem estratégica, política e comercial sobre os demais.

Entretanto, engana-se quem pensa que criptografia se limita apenas a travestir uma determinada informação de alguma outra coisa para que ela não seja lida ou recebida por qualquer pessoa. Dentre outros aspectos, trata-se de um processo de validação e autentificarão que determina se a informação enviada ou recebida é legítima, bem como se foi ou não alterada.

Dessa vez, porém, para ir além e conseguir cumprir tais objetivos com excelência e, de quebra, ainda poder solucionar outros problemas de otimização que esbarravam nas limitações dos computadores tradicionais, engenheiros se renderem à Física para implementar o que têm chamado de computação quântica.

Veja bem, se até mesmo para os cientistas esse é um assunto complexo e que até hoje não foi totalmente desvendado, para nós, meros mortais e com QI mediano, falar sobre o tema ou tentar explicar como as coisas funcionarão, torna-se uma missão ainda mais complicada.

Porque a computação quântica é diferente?

Computadores tradicionais processam uma combinação binária de bits que podem ser 0 ou 1. Em contraste, um computador quântico utiliza bits quânticos, chamados de qubits. A diferença nesses casos é que os qubits podem estar em dois estados diferentes simultaneamente, característica que recebe o nome de superposição quântica.

Sob esse aspecto, vários componentes atômicos ou subatômicos como os elétrons e fótons, por exemplo,

podem ser utilizados como qubits. Daí, inclusive, a razão pela qual se utiliza o termo quântico para classificar esse tipo de computação.

Essas partículas, os qubits, possuem um campo magnético que funciona como ímãs. Essa propriedade magnética é chamada de spin. Portanto, se você colocá-los em um campo magnético, eles tendem a alinhar-se com o campo assim como a agulha de uma bússola se alinha com o campo magnético da terra.

Apenas para tentar entender como isso pode afetar a capacidade de processamento das máquinas, é importante levar em consideração como os bits, tradicionais ou quânticos, podem ser representados.

Se levássemos em consideração apenas dois bits clássicos, esse par poderia ser descrito da seguinte maneira:

Em contrapartida, o estado mecânico quântico desse par seria obtido a partir da soma dos coeficientes, levando em consideração a superposição quântica de cada qubit.

Portanto, enquanto no primeiro exemplo você precisa apenas de 2 bits para determinar um dos estados em que esse sistema se encontra, no segundo são necessários quatro números ou coeficientes para chegar à mesma definição. De maneira sucinta, é certo dizer que a combinação de dois qubit contém 4 bits clássicos de informação, ou seja, o dobro do sistema tradicional.

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4

0 0 0 1 1 0 1 1

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Por sua vez, se tivermos três qubits quânticos, teremos oito bits de informação. Se mantivermos essa proporção sucessivamente, chegaremos à conclusão de que cada qubit (N) contém o equivalente a N2 bits clássicos.

Isso me faz lembrar de uma história contida em um dos livros de Malba Tahan que demonstra o poder da progressão geométrica.

De acordo com a lenda, um determinado monarca havia ficado tão impressionado com a invenção do xadrez, com as variações de peças e seus respectivos movimentos, que resolveu recompensar o inventor, deixando-o livre para pedir o que bem quisesse.

O inventor, disse então que gostaria de um grão de arroz para a primeira casa, dois grãos para a segunda casa, quatro para a terceira, e assim sucessivamente. Impressionado pela simplicidade do pedido, o rei não titubeou, mas sequer imaginava que ao chegar a 64a casa do tabuleiro, não haveria grãos no mundo capazes de satisfazer a solicitação.

Portanto, com aproximadamente 300 qubits, teríamos o equivalente a 2300 bits clássicos. Em um primeiro momento pode parecer pouca coisa, mas esse número equivale a todas as partículas que existem no universo.

Diante de números astronômicos, ao contrário do que você pode estar imaginando, a computação quântica não é uma substituta à computação tradicional, mas uma alternativa para casos complexos de otimização e paralelismo que, neste momento, são intangíveis com os computadores que temos à disposição.

Eventualmente, operações simples em um computador quântico poderão ser até mais lentas em comparação às operações tradicionais. Por outro lado, quando se fala de algo quantitativamente complexo, o número de operações necessárias para retornar o resultado esperado será exponencialmente menor, eliminando qualquer barreira ou limite computacional que se possa imaginar.

É realmente complicado entender conceitos tão distantes da nossa realidade; então, não se assuste. Mas estamos falando sobre isso, pois, neste momento, essa alternativa aos computadores clássicos e tradicionais tornou-se o foco das principais nações do mundo. Os governos estão gastando bilhões para se tornarem os primeiros a dominar essa tecnologia, pois os efeitos nas áreas militar, industrial, de inteligência etc. seriam imensuráveis.

Recentemente, a Comissão Europeia emitiu o que chama de Manifesto Quântico, comprometendo um bilhão de euros para conduzir pesquisas e o desenvolvimento de

tecnologia quântica. Já a China foi muito mais além e, com orçamento de US$ 10 bilhões, construiu o Laboratório Nacional de Ciência Quântica com previsão para ser inaugurado neste ano.

Em 2016, a China lançou o Micius, o primeiro satélite de comunicação quântica que foi desenvolvido para enviar partículas quânticas entrelaçadas. O objetivo da missão era poder transmitir mensagens criptografadas entre o país asiático e a Áustria.

Basicamente, no nível subatômico, uma vez que duas partículas quânticas, como os fótons, encontram-se entrelaçados, seus estados permanecerão ligados mesmo que estejam espacialmente separadas. Isso significa dizer que, mesmo apartadas, as partículas continuam se influenciando. Assim, conhecer o estado de uma partícula significa conhecer o estado da outra.

Por conta dessa propriedade, se alguém intercepta tal mensagem, ela se altera, e os destinatários, mesmo sem poder decifrá-la, saberão que houve uma violação. Trata-se da ação fantasmagórica à distância citada por Albert Einstein que, por sua vez, ignorava que tal fenômeno pudesse acontecer além da velocidade da luz.

Portanto, dado que uma partícula não pode ser alterada sem afetar a outra, esse entrelaçamento pode ser extremamente importante quando se fala de criptografia ou da criação de redes de comunicações completamente seguras.

Os pesquisadores começaram a explorar a ideia de comunicação quântica na década de 1970. Já nos anos 1980, os pesquisadores da IBM desenvolveram um método em que dois usuários poderiam gerar uma chave de criptografia quântica inquebrável.

Fonte: Science Magazine

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Essa abordagem, conhecida como distribuição de chave quântica, foi utilizada pelo satélite Micius para gerar duas chaves distintas antes de serem enviadas para Pequim e Viena, cidades separadas por uma distância de aproximadamente 1200km.

O computador do satélite, então, usou as duas chaves para gerar uma terceira, a qual foi transmitida utilizando uma tecnologia padrão. Dessa maneira, por meio dessa chave pública, ambas equipes poderiam desvendar a chave secreta utilizada pela outra, permitindo que a mensagem fosse decifrada.

O satélite Micius é experimental, mas já serve de esboço para a base de futuras comunicações quânticas a serem desenvolvidas, incluindo aí – pasmem - uma internet quântica.

Mas os chineses não são os únicos trabalhando em tecnologia quantum de criptografia. Em outubro passado, uma startup chamada Quantum Xchange anunciou que possui um acordo para acessar 500 milhas de rede de fibra óptica ao longo da costa lesta dos EUA.

De acordo com a empresa, a ideia é usar essa estrutura para criar a primeira rede de distribuição de chave quântica do país, conectando as principais cidades e permitindo, por exemplo, que instituições financeiras como Wall Street possam transportar dados para seus respectivos datacenters de maneira mais segura.

A computação quântica, por outro lado, fará com que os métodos de criptografia atuais sejam facilmente quebrados, o que poderia comprometer a segurança de toda e qualquer informação que trafega nas redes atualmente.

Portanto, para evitar que haja um colapso da segurança mundial tão logo essa tecnologia seja implementada em larga escala, sem considerar os investimentos privados, os EUA têm gastado cerca de US$ 200 milhões por ano em pesquisas quânticas. Não por menos, no mês passado, o presidente Donald Trump assinou a Lei Nacional de Iniciativa Quântica, criada para destinar recursos da ordem de US$ 1,2 bilhão em ciência da informação quântica, bem como para a criação de um escritório que pudesse desenvolver um plano estratégico para os próximos anos.

Conforme comentei anteriormente, o sucesso dos atuais computadores deve aos avanços das indústrias de semicondutores que permitiram a criação de circuitos integrados de forma compacta e barata.

Da mesma forma, se conseguirmos tornar a computação quântica barata e acessível, meios de comunicação

ultraseguros e, potencialmente, sistemas de inteligência artificial superpotentes tornar-se-iam possíveis. Ademais, aplicações que hoje são inviáveis, poderiam ser implementadas. No caso de experimentos químicos, por exemplo, sistemas convencionais são incapazes de simular o comportamento de átomos e elétrons, pois eles próprios são movidos pela mecânica quântica.

Os campos de atuação vão além do que conhecemos ou podemos imaginar: engenharia, tecnologia, medicina, biotecnologia, serviços, algoritmos, etc. Estamos falando de um novo tempo, de uma nova era e uma reclassificação do que seria ou não possível.

Eu tenho acompanhado o desenvolvimento da tecnologia quântica por muito tempo, quando ainda estava confinada unicamente às universidades e pequenas startups. Hoje, essa tecnologia vem sendo desenvolvida e amadurecida em dezenas de empresas desde a Boeing e Lockheed Martin até Alibaba e Google.

Conforme citado em diversos momentos nesta edição, este mês trataremos de uma empresa que tem amplo histórico em trazer tecnologias revolucionárias para o mercado e que, neste momento, está totalmente voltada para o desenvolvimento de computadores quânticos comerciais.

Trata-se de uma companhia com a qual você já deve está familiarizado: a International Business Machines, ou simplesmente, IBM (NYSE: IBM).

Fundada em 1911 sob o nome de Computing-Tabulating Recording Co., a IBM pode ser considerada uma das mais antigas empresas de tecnologia da informação.

Foi uma das primeiras a colocar em prática o uso de semicondutores no desenvolvimento de computadores comerciais. Também se destacou por ter sido a empresa que iniciou a produção em larga escala desses computadores.

Com os circuitos cada vez menores, a IBM esteve envolvida na criação dos computadores pessoais, revolucionando a computação à medida que esses dispositivos se tornaram acessíveis a milhões de pessoas, empresas e escolas.

Mas a IBM está olhando além do horizonte.

Pesquisadores da empresa têm trabalhado com computação quântica há décadas, tendo definido os requisitos para a criação de um sistema quântico em 1969 para, posteriormente, em 1998, poder desenvolvê-lo.

Em 2001, pesquisadores do Centro de Pesquisa Almaden da IBM executaram o que é conhecido como “Algoritmo

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de Shor”, um método capaz de quebrar muitas formas tradicionais de criptografia.

Em 2016, a Universidade de Maryland construiu primeiro computador quântico reprogramável do mundo. No mesmo ano, usando o protótipo de computadores quânticos da própria empresa, a IBM desenvolveu o Q Experience, um serviço de computação em nuvem quântica.

Esses protótipos também são usados pela Q Network, uma comunidade de empresas da Fortune 500 que reúne startups, instituições de pesquisas acadêmicas e laboratórios nacionais de pesquisa que trabalham em conjunto para avançar no aprimoramento da computação quântica, explorando práticas e aplicações para o mundo empresarial e científico.

Em 2017, a empresa lançou uma plataforma de programação chamada Qiskit com o objetivo de facilitar aos usuários escreverem códigos e executarem experimentos em seus computadores e simuladores quânticos.

Atualmente, a empresa possui três computadores quânticos disponíveis gratuitamente através do serviço de nuvem Q Experience:

• Uma máquina de 5 qubits em Yorktown, Nova York;

• Uma máquina de 5 qubits no Tenerife, Espanha;

• Uma máquina de 14 qubits em Melbourne, Austrália.

Para completar, os parceiros da IBM Q Network ainda têm acesso a um sistema de 20 qubits localizado em Tóquio, Japão.

Até abril de 2018, 80 mil usuários já haviam realizado mais de 3 milhões de experimentos remotos, resultando em mais de 60 publicações sobre o tema.

No final do ano passado, a IBM, junto com pesquisadores de universidades, provou que computadores quânticos poderiam resolver problemas que computadores tradicionais não conseguiriam. Os computadores quânticos da empresa foram capazes de modelar a química de átomos maiores que o hidrogênio ou hélio, como o lítio e o berílio, por exemplo.

Eles usam fios supercondutores, resfriados até quase zero absoluto - mais frio que o espaço. Isso é necessário para que os qubits preservem os seus estados pelo maior tempo possível; do contrário, mediante interação com o ambiente, eles perderiam sua coerência quântica.

Os primeiros protótipos quânticos apenas conseguiam manter esse estado por nanossegundos. Com a tecnologia da IBM, a coerência quântica foi mantida por 100 microssegundos, uma enorme diferença em tempo computacional.

No final do ano passado, a IBM, junto com pesquisadores de universidades, provou que computadores quânticos poderiam resolver problemas que computadores tradicionais não conseguiriam. Os computadores quânticos da empresa foram capazes de modelar a química de átomos maiores que o hidrogênio ou hélio, como o lítio e o berílio, por exemplo.

Eles usam fios supercondutores, resfriados até quase zero absoluto - mais frio que o espaço. Isso é necessário para que os qubits preservem os seus estados pelo maior tempo possível; do contrário, mediante interação com o ambiente, eles perderiam sua coerência quântica.

Os primeiros protótipos quânticos apenas conseguiam manter esse estado por nanossegundos. Com a tecnologia da IBM, a coerência quântica foi mantida por 100 microssegundos, uma enorme diferença em tempo computacional.

Não satisfeita, a empresa está desenvolvendo o maior e mais poderoso computador quântico com 50 qubits, o mais sofisticado do mundo.

Levando em consideração o contexto atual, entendemos que seja oportuno investir em empresas de computação quântica neste momento.

Usualmente, novas tecnologias passam por um ciclo, conhecido por “Hype Cycle” de Gartner. De acordo com

Hannover, Alemanha - 13 de junho de 2018: a IBM mostra um modelo de computador quântico em seu pavilhão na

CeBIT 2018.

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ele, a computação quântica entrou no estágio em que as expectativas são altas e o interesse dos investidores está começando a aumentar.

Outras tecnologias tais como 5G, carros autônomos, inteligência artificial, redes neurais e biotecnologia, compartilham desse mesmo estágio, razão pela qual temos uma boa parte do nosso portfólio exposta à essas tendências inovadoras.

A exemplo de muitas empresas de tecnologia, a IBM viu os preços das suas ações sofrerem uma queda acentuada no último trimestre, mas a empresa está envolvida em

muitas tecnologias disruptivas para ser ignorada (AI, Blockchain, criptografia, IoT, etc.). Sem dúvidas, trata-se de uma potência quando o assunto é inovação, mantendo-se no topo da lista de patentes dos Estados Unidos em cada um dos últimos 25 anos.

É hora de iniciar esta jornada sem limites.

Sugerimos a COMPRA de IBM (NYSE:IBM) até o preço-teto de US$125 por ação.

The Money Connection Posições Abertas

EMPRESA SÍMBOLO ENTRADA PREÇO ATUAL RESULTADOCypress Semiconductor CY (Nasdaq) 10/08/18 U$16,70 U$12,73 -23,77%

Innovative Properties IIPR (NYSE) 10/09/18 U$45,40 U$51,53 +23,40%

KraneShares CSI Internet ETF KWEB(ARCA) 10/10/18 U$42,20 U$39,43 -6,45%

Skyworks Solutions SWKS() 10/08/18 US$93,00 U$65,19 -29,90%

Softbank SFTBY (OTC) 10/08/18 US$45,33 U$36,02 -20,54%

Xilinx XLNX (Nasdaq) 10/11/18 U$83,68 U$88,05 +5,22%

Beigene BGNE(Nasdaq) 10/12/18 U$138,82 U$139,53 +0,51%

IBM IBM(NYSE) 10/01/19 Novo Alerta! Novo Alerta! Novo Alerta!

Hype Cycle

De 2 a 5 anos De 5 a 10 anos Em mais de 10 anosPlatô será alcançado:

Tempo

Dados de Agosto de 2018

Lançamento da Tecnologia

Auge das Expectativas

Superestimadas

Desilusão Consolidação Platô de Produtividade

Expe

ctativ

as

Source: Gartner, Inc. AGORAFINANCIALBRASIL.COM

Digital TwinBiochips

Smart WorkspaceBrain-Computer Interface

Autonomous Mobile RobotsSmart Robots

Deep Neural Network ASICsAl PaaS

Quantum Computing5G

Volumetric DisplaysSelf-Healing System Technology

Conversational Al Platform Autonomous Driving Level 5

Edge Al Exoskeleton

Blockchain for Data Security Knowledge Graphs

4D Printing Articial General Intelligence

Smart Dust

Deep Neural Nets (Deep Learning)Carbon NanotubeloT Platform

Virtual AssistantsSilicone Anode BatteriesBlockchain

Connected HomeAutonomous Driving Level 4Autonomous Driving Level 4

Mixed Reality

Smart Fabrics

Flying Autonomous VehiclesBiotech - Cultured or Arti�cial Tissue

Augmented Reality