"faz a bolinha e puxa a perninha"

2
PAULA MORAIS Adeus, l cursiva Sabia que o en cursiva não é o mais de 40 est que eles acham não precisam m com lápis e pa importante é s bastão e o com Essa lei não mas já divide o presidente do I Beto, João Bat disse que a let importante. “A é aceita na red vestibular. Que vai se prejudica Já o vice-pre Associação Bra Psicomotricidad Vasconcellos, d computador e se completam. computador aj e na compreen não pode ser o o computador jeito de aprend Lilian Oliveira, 7, e Lui Oliveira, 6, também estão adiantados na aula. Lilian disse que não foi difícil mudar a letra bastão para a cursiva. “Era só seguir o movimento da onda. Primeiro fiz a letra ‘c’, depois passei para o ‘a’”. Faz a bolinha e... puxa a perninha Escrever com letra cursiva se aprende desde cedo com a caligrafia Fernando Vivas / Ag. A TARDE Lilian, Mariana e Lui são colegas nas aulas de caligrafia Ela explicou que o segredo não é seguir a ordem do alfabeto. É usar a mão para fazer as letras com movimentos parecidos. A mão que faz a letra ‘t’, por exemplo, movimenta-se igual à da letra ‘l’. É só testar. É assim que a aula de caligrafia vira diversão. Lui aprendeu a escrever com 4 anos e agora se sente mais seguro com a ponta do lápis. “Já consigo escrever mais rápido com as letras cursivas. Agora, elas estão mais caprichosas”. Mila Cordeiro/ Ag. A TARDE Os traços das letras até parecem iguais. Basta um deslize que a linha do ‘t’ vai parar embaixo do ‘f’. Mas elas ficam diferentes quando riscadas no papel. É que cada pessoa tem um jeito próprio de escrever. Corridas, deitadas, grandes ou pequenas. As letras cursivas são apresentadas nos primeiros anos da escola e são escritas à mão. MÚSICA E ESCRITA A turma da alfabetização da Escola Arco-Íris aprende a letra cursiva de um jeito bem diferente. Mariana Gurgel, 6, contou que a aula de caligrafia não é só papel e lápis. “A gente escuta a música e escreve uma frase dela”. Mariana disse que a turma trabalha com o Sítio do Picapau Amarelo. Ela e os colegas sentam em roda e ouve o CD. Depois, escrevem no caderno os nomes dos personagens ou as falas de um deles. Os amigos de Mariana,

Upload: paula-morais

Post on 17-Mar-2016

234 views

Category:

Documents


9 download

DESCRIPTION

Publicação no suplemento infantil A Tardinha - Jornal A Tarde

TRANSCRIPT

Page 1: "Faz a bolinha e puxa a perninha"

PAULA MORAIS

Adeus, letracursivaSabia que o ensino da letracursiva não é obrigatório emmais de 40 estados dos EUA? Éque eles acham que as criançasnão precisam mais escrevercom lápis e papel. Oimportante é só usar a letrabastão e o computador.

Essa lei não chegou ao Brasil,mas já divide opiniões. Opresidente do Instituto Alfa eBeto, João Batista de Oliveira,disse que a letra cursiva éimportante. “A letra bastão nãoé aceita na redação dovestibular. Quem não aprendervai se prejudicar”.

Já o vice-presidente daAssociação Brasileira dePsicomotricidade, GustavoVasconcellos, disse que ocomputador e a escrita à mãose completam. “Caligrafia ecomputador ajudam na escritae na compreensão. A caligrafianão pode ser obrigatória e nemo computador pode ser o únicojeito de aprender”.

Lilian Oliveira, 7, e LuiOliveira, 6, também estãoadiantados na aula. Liliandisse que não foi difícilmudar a letra bastão paraa cursiva. “Era só seguir omovimento da onda.Primeiro fiz a letra ‘c’,depois passei para o ‘a’”.

Faz abolinha

e... puxa aperninha

Escrever com letracursiva se aprendedesde cedo com acaligrafia

Fernando Vivas / Ag. A TARDE

Lilian, Marianae Lui sãocolegas nasaulas decaligrafia

Ela explicou que osegredo não é seguir aordem do alfabeto. É usara mão para fazer as letrascom movimentosparecidos. A mão que faz aletra ‘t’, por exemplo,movimenta-se igual à daletra ‘l’. É só testar.

É assim que a aula decaligrafia vira diversão. Luiaprendeu a escrever com 4anos e agora se sente maisseguro com a ponta dolápis. “Já consigo escrevermais rápido com as letrascursivas. Agora, elas estãomais caprichosas”.

Mila Cordeiro/ Ag. A TARDE

Os traços das letras atéparecem iguais. Basta umdeslize que a linha do ‘t’vai parar embaixo do ‘f’.

Mas elas ficam diferentesquando riscadas no papel.É que cada pessoa tem umjeito próprio de escrever.

Corridas, deitadas,grandes ou pequenas. Asletras cursivas sãoapresentadas nos primeirosanos da escola e sãoescritas à mão.

MÚSICA E ESCRITA

A turma da alfabetizaçãoda Escola Arco-Íris aprendea letra cursiva de um jeitobem diferente. MarianaGurgel, 6, contou que aaula de caligrafia não é sópapel e lápis. “A genteescuta a música e escreveuma frase dela”.

Mariana disse que aturma trabalha com o Sítiodo Picapau Amarelo. Ela eos colegas sentam em rodae ouve o CD. Depois,escrevem no caderno osnomes dos personagens ouas falas de um deles.

Os amigos de Mariana,

Page 2: "Faz a bolinha e puxa a perninha"

SALVADOR, SÁBADO,21 DE SETEMBRO DE 2013 4e5

Afinal, escrever à mão é chato ou legal?Rayanne Gonçalves e PedroHenrique, 11 anos, deixaram aalfabetização, mas não acaligrafia. É que ela ajuda adeixar as letras mais bonitas.

Pedro disse que a professoranão entendia o que eleescrevia. “Minha letra pareciaum garrancho”. Ele gosta deescrever poemas, e a caligrafiaajudou. “Queria escrever

Adeus, letracursivaSabia que o ensino da letracursiva não é obrigatório emmais de 40 estados dos EUA? Éque eles acham que as criançasnão precisam mais escrevercom lápis e papel. Oimportante é só usar a letrabastão e o computador.

Essa lei não chegou ao Brasil,mas já divide opiniões. Opresidente do Instituto Alfa eBeto, João Batista de Oliveira,disse que a letra cursiva éimportante. “A letra bastão nãoé aceita na redação dovestibular. Quem não aprendervai se prejudicar”.

Já o vice-presidente daAssociação Brasileira dePsicomotricidade, GustavoVasconcellos, disse que ocomputador e a escrita à mãose completam. “Caligrafia ecomputador ajudam na escritae na compreensão. A caligrafianão pode ser obrigatória e nemo computador pode ser o únicojeito de aprender”.

Como é a sua letra?A grafologia é uma técnica capaz de saber como apessoa é analisando a letra. A Diretora da AcademiaInternacional de Estudos Grafológicos, Elisabeth Romar,explicou que é igual a pintar o próprio rosto ao olhar noespelho. “Projetamos sem querer a forma como somosquando escrevemos”. Ela disse que a nossa letra mudacom o tempo. “Mudamos a escrita, porque tambémacontecem mudanças em nossas vidas: emocionais,psicológicas e até financeiras”.

Fora daescola

Matheus Amorim, 8, tem três cadernosde caligrafia e faz curso há três meses.

Nada é por obrigação. “Quero serprofessor de língua portuguesa e me

preparo desde agora”.Ele contou que não é só pelas letras.

“Treino também a coordenaçãomotora, conheço palavras novas

e o som delas”.

bonito. Poucas pessoasescrevem à mão hoje em dia”.

Já Rayanne acha quecaligrafia é do passado. “Éentediante e repetitivo. Façopor obrigação”. Ela disse queprocurou outra alternativa.“Preferi olhar textos e fazercópia deles. Melhor do queseguir os traçados dacaligrafia”.

Escrever no computador trouxeproblemas para Ítalo Péricles,12. Ele diminuiu tanto aspalavras no Facebook que fezigual na redação. “Escrevi td nolugar de tudo”. Ítalo explicouque os meninos da idade deleescrevem rápido. “A gente seacostuma a escrever nocomputador e quer fazer omesmo no caderno”.

Eduardo Martins / Ag. A TARDE

Ítalo, Rayannee Henriquecapricham naletra na EscolaMunicipalJosé Arapiraca