fauna do paraná em extinção

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Curitiba, 2007 Uma publicação do Instituto Ambiental do Paraná fauna ameaçada correções3 CS3.indd 1 14/12/2007 18:23:47

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Page 1: Fauna do Paraná em Extinção

Curitiba, 2007

Uma publicação do Instituto Ambiental do Paraná

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Page 2: Fauna do Paraná em Extinção

Roberto Requião de Mello e SilvaGovernador do Estado

Lindsley da Silva Rasca Rodrigues Secretário

Vitor Hugo Ribeiro Burko - Diretor-PresidenteJoão Batista Campos - Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas - DIBAP

Márcia de Guadalupe Pires Tossulino - Departamento de Biodiversidade - DBIOMarcos Antonio Pinto - Departamento de Unidades de Conservação - DUC

Margit Hauer - Departamento Sócio-Ambiental-DSA

Erich Schaitza - Coordenador-Geral Márcia de Guadalupe Pires Tossulino - Implementadora - IAP

Instituto Ambiental do ParanáRua Engenheiros Rebouças 1206 - CEP 80215-100 - Curitiba- Paraná - Brasil

Fone (41) 3123-3700 Fax (41) 3333-6161Força Verde 0800-6430304 website:www.pr.gov.br/iap

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Page 3: Fauna do Paraná em Extinção

A rica biodiversidade paranaense – aí incluída sua fauna, das mais expressivas do Brasil – vem sofrendo, ao longo dos séculos, com a drástica redução das florestas do Estado. O avanço indiscriminado das áreas destinadas à agricultura e pecuária, o aumento das diversas formas de poluição ambiental, o tráfico e comércio ilegal de animais, entre outras ameaças marcou o século passado. Por isso, há um bom tempo várias espécies encontram-se sob risco de extinção.

A extinção de qualquer espécie é fato grave, pois cada uma delas desempenha papel fundamental para o equilíbrio do meio-ambiente e a manutenção da vida nos diversos ecossistemas. A defesa da vida no planeta: eis porque devemos proteger a biodiversidade. Este é o objetivo central da ação vigorosa do Governo do Paraná no campo ambiental.

No entanto a proteção da biodiversidade não deve ser preocupação apenas governamental, mas de toda a sociedade. Só se protege aquilo que se conhece e respeita. Este é o sentido desta publicação, extraída do Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná: mostrar à sociedade, especialmente aos nossos estudantes, em linguagem acessível a todos e com as resspectivas ilustrações, quais as espécies sob risco de extinção, qual sua importância ambiental e, portanto, reafirmar a necessidade de que todos os paranaenses se unam na proteção dos nossos animais, principalmente os que se encontram ameaçados.

Esperamos, com isso, contribuir para que a idéia da conservação ambiental se instale profundamente na consciência social. Assim, a ação do Governo do Paraná em favor do desenvolvimento sustentável poderá se tornar mais duradoura e participativa e seus resultados, mais positivos para a saúde do meio ambiente e da vida de cada um dos paranaenses.

Lindsley da Silva RASCA RODRIGUESSecretário de Estado do Meio-Ambiente e Recursos Hídricos

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Page 4: Fauna do Paraná em Extinção

FAUNA DO PARANÁ EM EXTINÇÃOEsta obra foi extraída do

Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná. © 2006 Governo do Paraná - IAP

É permitida a reprodução para fins não-comerciais, desde que citada a fonte.

ADAPTAÇÃO DO TEXTODennis Nogarolli Marques Patrocínio

Marlise de Cássia Bassfeld

REVISÃO TÉCNICADennis Nogarolli Marques Patrocínio

Mauro César Lanzoni

FOTOGRAFIASZig Koch

Denis Ferreira NettoRogério Cunha (capa)

ILUSTRAÇÕESTêre Zagonel

PROJETO GRÁFICO Izabel Portugal

EDITORAÇÃODaphine de Oliveira Mattos

SUPERVISÃO TÉCNICAJoão Batista Campos

Márcia de Guadalupe Pires Tossulino

COLABORADORESIlma Elizabete RodenbuschClaudiane Ferreira de Lima

Luiza Antonio SilvaMarili Silva de Araújo

Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná, 2006. 272p.: ilust. Fauna do Paraná em Extinção./ Márcia de Guadalupe Pires Tossulino, Dennis Nogarolli Marques Patrocínio, João Batista Campos, organizadores.-

ISBN 85-864-26-19-9

1.Fauna ameaçada do Paraná - 2. Biodiversidade - 3. Ecologia - 4. Mamíferos - 5. Aves- 6. Répteis- 8. Anfíbios – 9. Abelhas – 10 Borboletas. I Tossulino, Márcia de Guadalupe Pires. II Patrocínio, Dennis Nogarolli Marques. III Campos, João Batista. REPIDISCA 2407 I59

Instituto Ambiental do Paraná - IAPRua Engenheiros Rebouças, 1206

CEP 80.215-100 – Curitiba – Paraná – BrasilTel: (41) 3213-3700Fax: (41) 3333-6161

IMPRESSO NO BRASILPRINTED IN BRAZIL

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Page 5: Fauna do Paraná em Extinção

Atualmente existem muitas espécies ameaçadas porque há grande pressão sobre os ambientes, pressão exercida pelo avanço indiscriminado das fronteiras agrícolas, pelo tráfico e comércio ilegal de plantas e animais silvestres, pela crescente poluição ambiental e pela presença das espécies invasoras, que competem com as que naturalmente ocorrem pelos nossos ambientes naturais.

Com esta publicação, pretendemos mostrar quais das nossas espécies podem Com esta publicação, pretendemos mostrar quais das nossas espécies podem Com esta publicação, pretendemos mostrar quais das nossas espécies podem Com esta publicação, pretendemos mostrar quais das nossas espécies podem Com esta publicação, pretendemos mostrar quais das nossas espécies podem desaparecer irremediavelmente, e em que grau ou categoria de ameaça se desaparecer irremediavelmente, e em que grau ou categoria de ameaça se encontram. Na medida em que cada um de nós saiba melhor a respeito disto, encontram. Na medida em que cada um de nós saiba melhor a respeito disto, encontram. Na medida em que cada um de nós saiba melhor a respeito disto, encontram. Na medida em que cada um de nós saiba melhor a respeito disto, encontram. Na medida em que cada um de nós saiba melhor a respeito disto, haverá uma chance maior de se evitar que este processo seja acelerado ainda haverá uma chance maior de se evitar que este processo seja acelerado ainda haverá uma chance maior de se evitar que este processo seja acelerado ainda haverá uma chance maior de se evitar que este processo seja acelerado ainda haverá uma chance maior de se evitar que este processo seja acelerado ainda haverá uma chance maior de se evitar que este processo seja acelerado ainda mais.

É também nosso objetivo demonstrar a importância que possui a fauna para a É também nosso objetivo demonstrar a importância que possui a fauna para a É também nosso objetivo demonstrar a importância que possui a fauna para a É também nosso objetivo demonstrar a importância que possui a fauna para a É também nosso objetivo demonstrar a importância que possui a fauna para a perpetuidade dos ambientes naturais. Em conjunto com a flora, há um complexo perpetuidade dos ambientes naturais. Em conjunto com a flora, há um complexo de relações evolutivas que tornam vários dos nossos ecossistemas únicos, e, cada vez que nos aprofundamos sobre determinado grupo da fauna, percebemos o quanto ainda falta para compreendermos plenamente a natureza.

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Ordem Carnivora 10Ordem Primates 28Ordem Xenarthra 36Ordem Cetacea 40Ordem Perissodactyla 44Ordem Artiodactyla 46Ordem Rodentia 56Ordem Lagomorpha 58Ordem Chiroptera 60

Ordem Rheiformes 68Ordem Tinamiformes 70Ordem Procellariiformes 78Ordem Ciconiiformes 88Ordem Falconiformes 94Ordem Anseriformes 112Ordem Galliformes 116Ordem Columbiformes 120Ordem Psittaciformes 122Ordem Caprimulgiformes 132Ordem Piciformes 138Ordem Passeriformes 142

Ordem Testudines 208Ordem Squamata 210

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Page 7: Fauna do Paraná em Extinção

Ordem Anura 214

Espécies marinhas Ordem Squatiniformes 222Ordem Lamniformes 224Ordem Pristiformes 226Ordem Rajiformes 228Ordem Gasterosteiformes 230Ordem Perciformes 232

Espécies de água doceOrdem Characiformes 234Ordem Siluriformes 238Ordem Perciformes 240

Ordem Hymenoptera 244

Ordem Lepidoptera 256

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Page 8: Fauna do Paraná em Extinção

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Antes de conhecermos um pouco mais sobre as espécies de mamíferos ameaçados no Estado do Paraná, devemos lembrar de algumas características comuns a todos eles, começando pela alimentação. O principal alimento, enquanto o animal é pequeno, é o leite. Por isso as fêmeas de todos os mamíferos possuem glândulas mamárias. O corpo dos mamíferos é geralmente coberto de pêlos, (cabelos, lã, espinhos, cerdas, etc.), possui dois pares de membros, sendo, por isso, chamados de Tetrápodos. A maioria dos mamíferos é terrestre, mas esse grupo é bastante diversificado, com formas adaptadas ao vôo e à vida aquática. Conhecendo tais características, poderemos entender melhor as espécies a seguir.

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ivora Jaguatirica

Leopardus pardalis

Características gerais:A jaguatirica é um felino de porte médio, medindo de 79 centímetros a um metro de comprimento. Os pêlos são curtos e abundantes. Em geral é amarelada nas partes superiores. As manchas pretas são grandes e também variam em sua forma, podendo ser arredondadas, estreitas e alongadas, principalmente na região lateral do pescoço.

Habitat:Vive em vários tipos de ambientes, desde florestas tropicais úmidas até savanas secas ou alagadas. Abriga-se em ocos de grandes árvores ou em grutas, locais que lhe dão maior segurança. Apesar de freqüentar áreas abertas, depende da floresta fechada, tanto para caçar como para se refugiar.

Comportamento:Seus hábitos são noturnos e crepusculares, ou seja, suas atividades são concentradas no entardecer, du-rante a noite e no amanhecer. Quase sempre caça no chão, subindo em árvores apenas para descansar ou atravessar barreiras como rios. É ágil para trepar, saltar e nadar. Geralmente é animal solitário.

Alimentação:É espécie carnívora. Alimenta-se principalmente de pequenos mamíferos, como roedores, também de aves, serpentes e lagartos, e até mesmo de jovens veados e porcos-do-mato.

Reprodução:A cada dois anos, pode ter uma nova ninhada, geralmente com dois filhotes, após gestação de 70 a 85 dias. As fêmeas atingem a maturidade sexual por volta dos 18 meses e os machos, aos 30 meses

Ameaças:Atualmente, a jaguatirica desapareceu de algumas regiões paranaenses, junto com a diminuição das áreas de floresta. A principal causa de ameaça, no entanto, é a caça para o comércio ilegal de peles. A jaguatirica também é perseguida e morta quando se aproxima de áreas povoadas, por medo ou ignorância da popu-lação local.

FamíliaFELIDAE

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Carn

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ivora Gato-do-mato-pequeno

Leopardus tigrinus

Características gerais:Este é o menor felino brasileiro: seu peso, quando adulto, fica entre dois e três quilos. As regiões superiores do corpo apresentam pequenas manchas pretas.

Habitat:O gato-do-mato-pequeno pode ser encontrado em vários ambientes, do Nordeste ao Rio Grande do Sul.

Comportamento:É noturno, aparentemente solitário, com hábitos terrestres e muito ágil. Alguns pesquisadores su-gerem que esta não seja uma espécie solitária e os casais se mantenham fixos permanentemente. Porém, isso pode também estar relacionado às condições de cativeiro em que esta situação foi observada.

Alimentação:É espécie carnívora. Alimenta-se de pequenos mamíferos, pássaros, lagartos e insetos.

Reprodução:A gestação dura cerca de dois meses, nascendo de um a três filhotes. Torna-se apto a reproduzir aos 11 meses de idade.

Ameaças:Apesar de ser ainda encontrada em várias regiões do Paraná, esta espécie é considerada ameaçada devido aos desmatamentos, caça e comércio ilegal, sendo também freqüentemente atropelada.

FamíliaFELIDAE

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Carn

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ivora Gato-maracajá

Leopardus wiedii

Características gerais:O gato-maracajá é um felino silvestre que também apresenta manchas sobre o corpo. Uma característica marcante da espécie são os grandes olhos, desproporcionais em relação à cabeça, algo decorrente de seus hábitos preferencialmente noturnos. A cauda é longa: pode medir até 1,20 metro.

Habitat:Esta espécie tem distribuição ampla em todo o Brasil. No Paraná, registros ocorrem em florestas de todo o Estado.

Comportamento:É felino noturno, com pico de atividade entre uma e cinco horas da manhã. Passa a maior parte do tempo sobre as árvores, devido ao hábito arborícola que lhe dá a capacidade de subir em árvores com facilidade. Os pés são largos e as patas traseiras, capazes de girar 180º.

Alimentação:O gato-maracujá se alimenta de pequenos vertebrados arborícolas, sobretudo pássaros e roedores. Consome também artrópodes, gambás e frutas. Pode ainda predar macacos e preguiças.

Reprodução:Para conquistar a fêmea, o macho inicia um ritual de corte através de miados, atraindo a fêmea para o acasalamento. Caso ela aceite, da fecundação resulta de um a dois filhotes, que pesam cerca de 165 gramas ao nascer e abrem os olhos entre 11 e 16 dias depois.

Ameaças:Destruição de habitat provocada pelo desmatamento, comércio ilegal e caça. No Brasil, entre os anos de 1971 e 1977, estimou-se em 56 mil o número de peles apreendidas. Em 1972, 6.071 maracajás entraram nos Estados Unidos, vivos ou como peles.

FamíliaFELIDAE

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Carn

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FamíliaFELIDAE

Puma, suçuarana, leãozinho-baio, leãozinho-da-cara-suja, onça-pardaPuma concolor

Características gerais:O puma é o segundo maior felino das Américas. Seu corpo e seu comportamento lembram muito a onça-pintada, porém não possui as pintas (rosetas) pelo corpo. Seu tamanho é grande, varia de 1,05 a 1,95 metro, pesando de 67 a 103 quilos.

Habitat:Vive tanto na mata fechada quanto em áreas abertas. O puma tem distribuição por todo o Brasil e, no Paraná, pode ser encontrado em todos os tipos de florestas.

Comportamento:Geralmente é visto sozinho, tanto de dia quanto de noite, à procura de comida. Sobe com facilidade em troncos altos e, embora seja bom nadador, evita entrar na água. Demarca seu território a cada 200 metros com arranhões no solo, urinando ou defecando. Essa marcação é realizada para afastar outros animais da mesma espécie. A visão é o seu sentido mais aguçado, seguido da audição.

Reprodução:Depois de fecundada, pode dar a luz a um ou a três filhotes peludos, com manchas escuras e circulares que desaparecem aos seis meses.

Alimentação:O puma é basicamente carnívoro, mata suas presas por asfixia, com uma mordida na garganta. Quando abate um animal grande, geralmente cobre-o com folhas e pequenos gravetos e volta a se alimentar da mesma carcaça nos dias seguintes.

Ameaças:As principais ameaças a esta espécie são a destruição de habitats e a perseguição por caçadores.

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FamíliaFELIDAE

Onça-pintadaPanthera onca

Características gerais:A onça-pintada é o maior felino das Américas. É robusta, pernas fortes, cauda curta e cabeça grande. A coloração é amarelada, com a presença de manchas negras espalhadas pelo corpo chamadas de rosetas. Os machos podem chegar a 2,40 metros de comprimento e pesar até 140 quilos.

Habitat:Pode ocupar tanto florestas quanto áreas abertas de campos e cerrados, desde que haja grande quantidade de alimento. Prefere ambientes próximos à água como, por exemplo, as matas ciliares.

Comportamento:É animal que vive sozinho, geralmente à noite, mas dependendo de sua necessidade pode caçar também durante o dia. Nada e sobe em árvores com facilidade. Demarca seu território com urina e fezes para que outras onças não o invadam.

Reprodução:A fêmea tem preferência pelo macho mais forte, ocorrendo assim feroz disputa entre machos nas épocas de acasalamento. Nascem de dois a quatro filhotes, cada qual com cerca de 800 gramas, que só abrem os olhos no décimo-terceiro dia de vida.

Alimentação:Alimenta-se de vertebrados de médio e grande porte, como capivaras, jacarés, antas, veados, catetos e queixadas, mas também de peixes e cágados. A onça ataca de surpresa. Após o abate, arrasta a presa para locais onde, em segurança, possa alimentar-se por vários dias.

Ameaças:Apesar de muito temida, a onça-pintada não é perigosa e foge da presença humana. A principal ameaça é a destruição de habitats pelo desmatamento. É espécie muito perseguida pelo homem em função da preda-ção de rebanhos domésticos.

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ivora Lobo-guará, lobo-de-crina

Chrysocyon brachyurus

Características gerais:O lobo-guará é o maior canídeo da América do Sul. Como características principais observamos as longas pernas, orelhas grandes e pêlos compridos. Sua coloração geral é pardo-avermelhada, com o focinho escuro. Seu peso varia entre 20 e 23 quilos, chegando a 125 centímetros de comprimento do corpo e 80 de altura.

Habitat:Ocupa áreas com poucas árvores, banhados e alagados. No Brasil, esta espécie abrange diversas áreas de cerrado e campos.

Comportamento:É excelente e veloz corredor e um “atleta” como saltador. Com hábitos noturnos e crepusculares, sor-rateiramente caminha no entardecer e à noite em busca de alimento. É solitário e territorialista, mas quando acha uma fêmea de quem gosta, fica com ela por muito tempo. Cada casal ocupa uma área de 25 a 30 quilômetros quadrados, sem disputa de espaço com outros casais, devido às marcações de urina e fezes que delimitam sua área.

Alimentação:O lobo-guará se alimenta de pequenos mamíferos, como roedores, tatus e gambás, e também de aves, insetos, répteis e frutos silvestres. Apesar de carnívoro, gosta muito de uma fruta chamada Solanum lyco-carpum (Solanaceae), também conhecida popularmente como fruta-de-lobo ou lobeira.

Reprodução:Têm de um a cinco filhotes por gestação, que nascem negros e pesando cerca de 500 gramas. Em geral, a fêmea é responsável por cuidar das crias.

Ameaças:O lobo-guará é perseguido não por sua pele ou carne, mas pela predação a criações domésticas. Os atropelamentos também ameaçam a espécie.

FamíliaCANIDAE

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Carn

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Carn

ivora Cachorro-do-mato-vinagre, cachorro-vinagre

Speothos venaticus

Características gerais:O cachorro-do-mato-vinagre é a menor espécie de cão silvestre. Mede de 60 a 75 centímetros e pesa entre cinco e sete quilos. É facilmente identificado por possuir pernas, rabo e focinho curtos,além de orelhas pequenas. A pelagem é pardo-escura nas extremidades do corpo e avermelhada na cabeça.

Habitat:Vive em vários habitats, desde florestas úmidas até áreas de cerrado. Ao anoitecer repousa nas florestas, de preferência em ocos de árvores, onde encontra maior proteção. Às vezes, aproveita abrigos de outras espécies cavadoras como o tatu. Esta espécie estava presente em todo o Brasil, mas hoje em dia é muito difícil de ser encontrada.

Comportamento:Por gostar muito de água, está sempre perto de pequenos rios e lagos; nada muito bem e mergulha com facilidade. Vive em pequenos grupos de quatro a dez indivíduos, embora possa apresentar hábitos solitários.

Alimentação:É carnívoro, alimenta-se de grandes roedores, principalmente cutias, pacas e capivaras. A obtenção de presas maiores do que seu tamanho é possível pelo fato de, algumas vezes, o cachorro-do-mato-vinagre caçar em grupos.

Reprodução:A gestação é de cerca de 60 dias. A fêmea tem cinco pares de mamas e pode parir de dois a cinco filhotes, com a desmama ocorrendo aos 75 dias (em cativeiro). A maturidade reprodutiva é alcançada no primeiro ano de vida.

Ameaças:Destruição de habitat e a perda de fonte alimentar.

FamíliaCANIDAE

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ivora Lontra

Lontra longicaudis

Características gerais:A lontra tem pêlos curtos de cor marrom-escura nas partes superiores do corpo, com uma mancha clara na garganta. A cabeça é pequena e achatada, com olhos também pequenos; as orelhas são curtas e arredon-dadas; a cauda é longa e roliça, os pés são espalmados com dedos unidos por uma membrana que facilita a natação. A lontra entre 46 e 82 centímetros de corpo e pesa entre três a quatro quilos.

Habitat:Esta espécie ocorria com freqüência em todos os biomas do Paraná, sempre na água ou perto dela. São nadadoras ágeis e excelentes mergulhadoras. Freqüentam vários tipos de ambientes aquáticos, de água doce e salgada.

Comportamento:Usa como abrigo tocas escavadas nos barrancos dos rios, ou fendas entre paredões rochosos nas margens da água, cujas entradas marcam com arranhões e fezes. Geralmente é vista à noite ou ao entardecer, sozinha ou em pares.

Alimentação:A lontra alimenta-se basicamente de peixes, crustáceos, como pequenos siris, camarões e mexilhões. Mas podemos observá-la se alimentando, em menor quantidade, de aves e até pequenos mamíferos.

Reprodução:O período de gestação é de cerca de dois meses, nascendo de um a cinco filhotes. A cria mama por três ou quatro meses. O grupo familiar básico é formado pela fêmea adulta e seus filhotes, mas os machos adultos podem juntar-se à família meses após a procriação.

Ameaças:A caça é o que mais ameaça esta espécie, cuja pele é valiosa. Seguem o desmatamento, a destruição da mata ciliar, poluição da água e alagamentos para reservatórios.

FamíliaMUSTELIDAE

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Carn

ivora

FamíliaMUSTELIDAE

AriranhaPteronura brasiliensis

Características gerais:Possui de 1,5 a 1,8 metros de comprimento nos machos. O peso varia de 22 a 32 quilos. A pelagem é abundante, sendo curta e na cor marrom escura, com manchas claras e de diversas formas na parte de cima do pescoço e do peito. Essas manchas são únicas em cada animal, como se fosse uma impressão digital. Possui cauda musculosa, longa e achatada.

Habitat:A ariranha habita rios, riachos e lagos próximos às florestas. Há registros da ariranha em quase todo o Brasil. Atualmente conta com uma pequena população nas proximidades de ambientes florestais do rio Paraná.

Comportamento:Para refúgio e procriação escava suas tocas nos barrancos, à flor da água, em locais camuflados e prote-gidos por galhos, raízes e folhas. Nada rapidamente, apoiada por batidas da cauda musculosa. Pode ser observada durante o dia e costuma marcar seu território através de sons, fezes ou urina.

Reprodução:Até os dois anos os filhotes vivem com os pais. Os casais são muito “fiéis”, somente se separam com a morte de um dos parceiros. O tempo de gestação é de 62 dias e nascem de um a cinco filhotes.

Alimentação:Alimenta-se de crustáceos, moluscos, mamíferos, anfíbios, répteis, aves e peixes. Os adultos consomem aproximadamente três quilos de peixe diariamente.

Ameaças:As populações de ariranha foram quase totalmente dizimadas. Sobretudo devido ao alto valor de sua pele, foi vítima de caça extensiva e incontrolada, principalmente nas décadas de 1950 e 1960. A maior ameaça, atualmente, é a degradação de seu habitat.

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Prim

ates Mico-leão-da-cara-preta

Leontopithecus caissara

Características gerais:É um pequeno primata com pêlos abundantes e brilhantes, dourados no dorso e na região do peito. Ao redor da cabeça forma-se uma juba preta, de onde nasceu o nome comum de mico-leão-da-cara-preta. Também são escuros os pés, as mãos e a pele nua da face.

Habitat:O mico-leão-da-cara-preta é uma espécie natural da Floresta Atlântica, ocorrendo nas planícies do litoral Norte do Paraná e Sul de São Paulo.

Comportamento:Vive em pequenos grupos familiares, geralmente de cinco indivíduos. Como dormitório ou abrigo utiliza ocos de árvores e bromélias, pois são lugares mais acessíveis e protegidos contra predadores.

Alimentação:Alimenta-se basicamente de insetos e frutos.

Reprodução:A fêmea tem gestação anual de 126 a 134 dias, com o nascimento de dois filhotes.

Ameaças:As ameaças à esta espécie consistem na destruição de habitats, desmatamento, captura e comércio ilegal. Estima-se a existência de apenas 400 a 500 indivíduos na natureza.

FamíliaCALLITRICHIDAE

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Prim

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ates Bugio, bugio-preto, guariba, barbado

Alouatta caraya

Características gerais:O bugio-preto é um primata de tamanho avantajado e cauda longa e preênsil, a qual é capaz de sus-tentar os 7,3 quilos do seu corpo. O polegar é bem desenvolvido e tanto o macho quanto a fêmea possuem barba. Localizar um bugio na floresta não é tão difícil, pois emite um som rouco e forte que pode ser ouvido a grandes distâncias. Os machos são negros, com poucos reflexos pardos nos pés, mãos e cauda. A fêmea é menor, castanha clara, com reflexos escuros ao longo do corpo.

Habitat:No Brasil, esta espécie ocorre em algumas regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, até o Rio Grande do Sul. No Paraná, ocorre na região Oeste.

Comportamento:O bugio-preto costuma ficar no alto das árvores, podendo ser observado quando se alimenta. For-ma grupos de três a 19 indivíduos conforme a disponibilidade de alimento no local e as condições de bem estar. Possui grande capacidade de adaptação para viver em condições ecológicas difíceis e, talvez por isso, algumas populações resistam e sobrevivam em pequenas florestas e em grupos isolados, o que lhes acarreta alta fragilidade.

Alimentação:Alimenta-se de folhas, flores, frutos e brotos.

Ameaças:A espécie está ameaçada pela destruição de habitat, pela caça e pelo comércio ilegal de animais silvestres.

FamíliaATELIDAE

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ates Bugio, bugio-ruivo, guariba, barbado, gritador, capelão

Alouatta guariba

Características gerais:O corpo deste bugio mede de 44 a 77 centímetros, pesando de sete a nove quilos. Tem pêlos lon-gos, cuja cor é variável. Os machos adultos são marrom-avermelhados, enquanto as fêmeas, assim como os jovens, são de tonalidade marrom-escura a preta. Como o bugio-preto, o Alouatta guaribatambém emite um som rouco e forte que pode ser ouvido a longa distância. A cauda é também usada como suporte para se locomover e alimentar-se. Pode viver até 20 anos.

Habitat:No Brasil, este bugio ocorre em florestas do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul.

Comportamento:É pouco ativo e se move lentamente.

Alimentação:Alimenta-se de frutos, sementes, talos, pecíolos, botões, flores, inclusive pólen e néctar.

Reprodução:As fêmeas atingem a maturidade sexual entre quatro e cinco anos. Nasce apenas um filhote ou rara-mente dois por gestação. O filhote é carregado pela mãe e amamentado por cerca de 20 meses.

Ameaças:A principal ameaça é a destruição de habitats, mas a caça e o comércio ilegal de animais silvestres contribuíram para a redução de suas populações.

FamíliaATELIDAE

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ates Muriqui, mono-carvoeiro

Brachyteles arachnoides

Características gerais:O muriqui é o maior primata das Américas. Macho e fêmea adultos pesam entre 12 e 15 quilos e medem cerca de 80 centímetros. Sua pelagem é espessa, de cor bege e distribuída por todo o corpo. Tem pêlos mais claros ao redor da face, de pele negra.

Habitat:O muriqui geralmente habita regiões montanhosas. Sua distribuição original estendia-se da Bahia até São Paulo e Paraná.

Alimentação:Para se alimentar, o grupo pode se dispersar por até um quilômetro, mas sempre mantendo contato vocal um com o outro. Alimenta-se de brotos e folhas maduras, mas frutos, sementes e flores também partici-pam da dieta. Usa ainda como alimento cipós, lianas, epífitas e insetos, conforme a estação. São seletivos e têm alto grau de manipulação dos alimentos.

Comportamento:O muriqui é uma espécie de primata com hábitos arborícolas e diurnos, ou seja, vive sobre as árvores durante o dia e repousa durante a noite. Utiliza todos os membros para locomoção, inclusive a cauda. Os machos convivem em harmonia, sem dominância evidente, sem agressões físicas ou disputas.

Reprodução: A gestação varia entre sete e oito meses, com intervalos de cerca de três anos. Nascem de um a dois filhotes, carregados pela fêmea até o desmame, entre 18 e 24 meses. Os machos atingem a maturidade sexual aos seis anos. O muriqui vive até 20 anos.

Ameaças:Além da destruição do habitat, o mono-carvoeiro tem sido, historicamente, uma das principais espécies visadas para caça, o que a levou próximo à extinção.

FamíliaATELIDAE

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FamíliaBRADYPODIDAE

Preguiça, Preguiça-de-três-dedosBradypus variegatus

Características gerais:A preguiça-de-três-dedos é também conhecida como bicho-preguiça. Mede entre 41 e 70 centíme-tros de corpo. Apesar de aparentar bastante peso, devido a grande quantidade de pêlos, a preguiça pesa entre 2,25 e 5,5 quilos.

Habitat:Está presente em grandes florestas, possui hábitos arborícolas, alimentando-se das folhas das árvores. É espécie solitária, mas pode ser encontrada em casais nas épocas de reprodução. De hábitos diurnos e noturnos, a preguiça-de-três dedos vive quase sempre na copa das árvores.

Comportamento:Pode descer ao solo para defecar e urinar, ou para ir de uma árvore a outra. Movimenta-se lentamente, parecendo sempre ter acabado de acordar.

Ameaças:Esta espécie é muito sensível às mudanças do ambiente. O desmatamento, com a redução das florestas, pode ser considerado o maior responsável pelo desaparecimento desta espécie no Paraná.No Brasil, pode ser encontrada do Sul do Pará até o Rio Grande do Sul.

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EM Tamanduá-bandeiraMyrmecophaga tridactyla

Características gerais:Esta é a maior espécie do grupo dos tamanduás. Apesar de medir cerca de 1,5 metro de comprimento, o tamanduá-bandeira não é um animal pesado, com cerca de 39 quilos. Geralmente tem cor acinzentada escura, mesclada de branco. Possui os pêlos compridos, formando uma crina ou juba. Não possui dentes, sua língua é muito comprida, e as unhas são grandes e fortes, podendo chegar a 6,5 centímetros nas patas da frente.

Habitat:Está presente em todo o Brasil. No Paraná, ocorre sobretudo nos campos naturais e cerrado. Seus registros mais recentes referem-se apenas ao Segundo Planalto Paranaense.

Comportamento:É espécie de hábitos noturno e diurno, ou seja, dependendo do apetite pode sair à procura de alimento tanto a noite como durante o dia. É solitário, tem olfato aguçado, enquanto a visão é limitada. Quando está sendo perseguido pode nadar e até subir em árvores baixas.

Reprodução:O período de gestação é de aproximadamente 190 dias, nascendo apenas um filhote por vez, com cerca de 1,6 quilo, que abre os olhos no sexto dia. Nesse período, as fêmeas se tornam mais agressivas. O filhote permanece com a mãe até cerca de um ano, quando pesa de 14 a 17 quilos. A partir daí o filhote tamanduá deve se manter sozinho, enfrentando todos os desafios da natureza.

Alimentação:Alimenta-se basicamente de insetos como formigas e abelhas de solo, utilizando a língua comprida para capturá-los em seus ninhos.

Ameaças:Os principais fatores que ameaçam o tamanduá-bandeira são as áreas agricolas, as queimadas, a caça predatória, o ataque por cães e os atropelamentos.

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FamíliaMYRMECOPHAGIDAE

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cea Boto, boto-cinza, golfinhoSotalia guianensis

Características gerais:Este boto é acinzentado no dorso, podendo também ser esbranquiçado na barriga. Os adultos variam de 160 a 180 centímetros em média. Seu peso é em torno de 70 quilos mas, em alguns casos, pode chegar a 100 quilos.

Habitat:Habita áreas costeiras e estuários, ao longo da distribuição dos manguezais. No Brasil, este boto ocorre em todas as regiões costeiras. No Paraná, vive nas baías de Paranaguá e Guaratuba, em ambientes marinhos e estuarinos.

Comportamento:São ativos durante o dia, mas podem ter pequenos intervalos de baixa atividade, como se estivesse des-cansando.

Reprodução:O ciclo reprodutivo é de cerca de dois anos. Após um período de gestação de 11,6 meses, nasce um único filhote de 89 a 95 centímetros de comprimento, com coloração cinza no dorso e rósea no restante do corpo.

Alimentação:Para se alimentar, os botos são muito espertos, usam a tática “unidos venceremos”, podendo se agrupar em até 40 animais para predar grandes cardumes de peixes, dando poucas chances para que escapem.

Ameaças:As principais ameaças a esta espécie são os vários tipos de poluição, principalmente a sonora, produzida por barcos de turismo.

FamíliaDELPHINIDAE

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cea Toninha, cachimbo, boto-amarelo,fransciscanaPontoporia blainvillei

Características gerais:A toninha mede entre 130 e 175 centímetros e pesa de 20 a 61 quilos. As fêmeas são geralmente maiores do que os machos e vivem mais do que eles. A coloração geral do corpo é marrom-acinzen-tada, com as partes laterais e ventrais mais claras. A nadadeira da região das costas (dorsal) é triangu-lar e alta, enquanto as peitorais são pequenas e largas. Apresenta focinho longo.

Habitat:Habita ambiente marinho e costeiro, podendo aproximar-se da orla. Vive aparentemente em gru-pos, mas quase nunca é vista. No Brasil, esta espécie está distribuída do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul. No Paraná, ocorre ao longo de todo o litoral.

Comportamento:Acredita-se que é ativo durante o dia, podendo ter pequenos intervalos de baixa atividade, como se estivesse em repouso.

Reprodução:A gestação dura aproximadamente dez meses e o filhote nasce medindo entre 70 e 75 centímetros. A cria é amamentada até os nove meses. Machos e fêmeas alcançam a maturidade sexual por volta dos dois anos e meio de idade.

Alimentação:A toninha se alimenta de cerca de 15 espécies de peixes costeiros e estuarinos, além de lulas.

Ameaças:As principais ameaças são a caça e a captura acidental em redes de pesca. Sofre forte impacto da pesca artesanal e industrial.

FamíliaPONTOPORIIDAE

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Tapirus terrestris

Características gerais:A anta é um mamífero de grande porte, cujo corpo mede de 1,70 a dois metros, podendo pesar até 300 quilos. É o maior mamífero brasileiro. Sua coloração é marrom escura e o focinho tem uma pequena tromba móvel.

Habitat:Originalmente, a anta ocorria em todo o Brasil. No Paraná, estava presente nas regiões cobertas pe-los vários tipos de florestas e cerrados, ou seja, em praticamente todo o Estado. Freqüenta diversos ambientes florestais, desde que se sinta segura nessas áreas. Tem hábitos solitários e geralmente é vista durante a noite.

Reprodução:A gestação dura em torno de 12 meses, nascendo apenas um filhote, que pesa de sete a nove quilos, com listras brancas no corpo, que desaparecem meio ano após o nascimento. Essas listras não são por acaso; como o filhote não possui muita defesa contra inimigos, elas ajudam na camuflagem.

Alimentação:Alimenta-se principalmente de frutas; por isso é importante dispersora de sementes nas florestas. Está desaparecendo de várias regiões, juntamente com as florestas.

Ameaças:As antas estão ameaçadas e extintas localmente em muitas áreas da América do Sul, devido à caça e à destruição de seus ambientes preferenciais.

FamíliaTAPIRIDAE

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tyla Cervo, cervo-do-pantanal, veado-galheiro

Blastocerus dichotomus

Características gerais:É o maior cervídeo sul-americano. O macho adulto chega a pesar 150 quilos e a coloração da pelagem é castanho-avermelhada, com as patas, boca e focinho negros.

Habitat:Vive nas planícies de inundação dos grandes rios, banhados e pântanos.

Comportamento:É um animal com atividades alimentares durante o dia. Vive sozinho, mas algumas vezes pode ser visto em pequenos grupos. Durante as horas mais quentes do dia, permanece deitado sobre o capim.

Reprodução:A gestação é de nove meses, com o nascimento de apenas um filhote.

Aliementação:Alimenta-se de grande variedade de gramíneas e plantas aquáticas.

Ameaças:A caça, a expansão das áreas agrícolas, atropelamentos, doenças, picadas de abelhas exóticas e acidentes em cercas de arame são as grandes ameaças ao cervo-do-pantanal.

FamíliaCERVIDAE

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tyla Veado-campeiro, veado-branco,

veado-galheiro, veado-de-óculosOzotoceros bezoarticus

Características gerais:O veado-campeiro pode atingir de 1,20 a 1,50 metro de comprimento e pesar entre 30 e 40 quilos. Seu pêlo varia do marrom-avermelhado ao marrom-claro. Apresenta uma pelagem branca em volta dos olhos, no interior das orelhas, na porção inferior do corpo e da cauda e ao redor do lábio. São essas as principais características que o diferenciam das outras espécies de cervides. Apenas os machos possuem galhada, que caem todo ano, geralmente no inverno.

Habitat: A distribuição original do veado-campeiro incluía as áreas de campo da Bahia até o Rio Grande do Sul. No Paraná, sua ocorrência original provavelmente era restrita às áreas de campos naturais e cerrado.

Comportamento:Este cervideo pode ser solitário ou se reunir em grupos. Anda em casais apenas quando a população local é muito pequena. Têm atividades tanto de dia quanto de noite.

Reprodução:A gestação dura sete meses, gerando apenas um filhote (raramente dois), que nasce com listras de pintas brancas no dorso, o que facilita a camuflagem no ambiente.

Alimentação:Alimenta-se de flores, folhas novas, gomos e arbustos.

Ameaças:As maiores ameaças ao veado-campeiro são a caça e a destruição de seu habitat, por causa da presença humana. Este veado era caçado por “esporte” e para alimentação.

FamíliaCERVIDAE

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tyla Veado-cambuta, cambucica, veado-bororó, veado-mão-curta

Mazama nana

Características gerais:O veado-cambuta mede cerca de um metro de comprimento e 50 centímetros de altura. A cabeça é curta e as orelhas são pequenas e arredondadas. Os chifres são simples e direcionados para trás, sem apresentar ramificações. O que diferencia este veado dos demais são as patas da frente, menores que as de trás.

Habitat:Prefere lugares de maior altitude e freqüenta ambientes de vegetação mais fechada, que propor-cionam maior segurança. O veado-mão-curta pode ser encontrado de São Paulo ao Rio Grande do Sul.

Reprodução:Há relatos de partos entre setembro e fevereiro, com apenas um filhote por vez.

Comportamento:Não há muitos estudos a respeito do comportamento do veado-mão-curta, mas pode-se afirmar que é espécie geralmente encontrada no final da tarde e à noite.

Alimentação: Acredita-se que as frutas sejam o alimento de maior preferência desse veado, mas pode se alimentar também de flores e folhas.

Ameaças:As principais ameaças são a destruição de seus habitats, o desmatamento e a caça. Por isso, o veado-mão-curta é uma das espécies mais ameaçadas entre os cervídeos brasileiros.

FamíliaCERVIDAE

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tyla Queixada, porco-do-mato

Tayassu pecari

Características gerais:O peso do queixada varia entre 25 a 40 quilos. Possui a cabeça grande em relação ao corpo, enquanto o pescoço é curto. Seu focinho é alongado e móvel. Tem quatro dedos nas patas da frente e três nas de trás. A cauda, muito pequena, quase não aparece. Os adultos têm pêlos negros ou em tons de marrom escuro, e uma mancha clara ao longo da mandíbula.

Habitat:Embora habite florestas tropicais úmidas, pode ser encontrado em áreas mais secas. Em ambientes que possuem bastante alimento o queixada pode ser encontrado em grandes bandos, com mais de 40 indivíduos comandados sempre por um macho adulto, responsável pela organização do grupo.

Reprodução:Nascem de um a três filhotes, com capacidade de seguir a mãe e o grupo logo após o nascimento. Começam a desmamar aos dois meses e atingem a idade adulta em torno dos 18 meses.

Comportamento:O queixada realiza suas atividades durante o dia mas, nos dias quentes, espera o sol se pôr para se alimentar. Um comportamento marcante do queixada é a produção de uma secreção oleosa de cheiro forte, que serve para marcar território e afastar outros animais.

Alimentação:O queixada come basicamente frutos, mas também raízes, invertebrados, pequenos vertebrados e fungos. É eficiente predador e exerce papel marcante na natureza, pois espalha pela floresta sementes das diferentes espécies vegetais que consome, contribuindo para a manutenção do ambiente.

Ameaças:Diante de um grupo de caçadores e cães treinados, os queixadas se agrupam e podem ser eliminados às dezenas.

FamíliaTAYASSUIDAE

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tyla Cateto, tateto, caititu

Pecari tajacu

Características gerais:O cateto se diferencia do queixada principalmente pelo tamanho. Pesa entre 18 e 30 quilos, e sua coloração é marrom salpicada de branco, com uma coleira de pêlos mais claros nos lados do pescoço.

Habitat:Vive em ambientes diversos, desde florestas úmidas até regiões áridas. Geralmente percorre esses ambientes em grupos de seis a 20 indivíduos.

Reprodução:O período de gestação é de 142 a 145 dias, e normalmente nascem dois filhotes por ninhada. Pre-coces, seguem a mãe depois de uma hora após o nascimento. O desmame ocorre em torno de seis semanas.

Comportamento:O cateto realiza suas atividades durante o dia e ao entardecer, descansando à noite.

Alimentação:Nas florestas, o cateto consome sementes, frutos de palmeiras e diversos produtos vegetais, como folhas, raízes e tubérculos.

Ameaças:O cateto é muito perseguido por caçadores em função de sua carne e seu couro. Além disso, seu habitat está sendo destruído, sem dar a ele possibilidades de sobrevivência.

FamíliaTAYASSUIDAE

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EM PacaAgouti paca

Características gerais:A paca é um roedor de corpo robusto e alongado. Mede entre 62 e 70 centímetros e pesa de seis a 13 quilos. Com patas curtas e fortes, quatro dedos nas anteriores e cinco nas posteriores, suas garras têm o formato de pequenos cascos. Sua pelagem é mais longa e áspera na região dorsal, com listras claras sobre um fundo que varia de castanho-acinzentado a cinza- escuro. Na região ventral, a cor é branca ou amarelada. A cauda é curta e nua.

Habitat:A paca pode ocupar vários tipos de ambientes, mas prefere áreas florestadas perto de rios e banhados. Pode construir a própria toca, com aberturas escondidas por folhas. Esta espécie ocorre em todo o Brasil. No Paraná, está a cada dia mais rara.

Reprodução:O período de gestação é de 115 dias, nascendo apenas um único filhote, raramente dois, já com os olhos abertos e o corpo coberto de pêlos.

Comportamento:A paca vive sozinha, exceto em épocas de reprodução, quando pode ser observada aos pares (macho e fêmea) e, em alguns casos, pode viver em pares fixos. Uma fêmea adulta ocupa uma área exclusiva, admitindo apenas a presença de filhotes e do macho, que defende o território contra outros machos adultos.

Alimentação:Alimenta-se de sementes e frutos e, em algumas épocas do ano, de talos e folhas.

Ameaças:A paca está ameaçada pelos caçadores e pela destruição das matas marginais e cursos d’água. Algumas populações sobrevivem, principalmente porque a paca possui hábitos discretos, ou seja, noturnos, silenciosos e solitários.

Rode

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FamíliaAGOUTIDAE

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ha TapitiSylvilagus brasiliensis

Características gerais:O tapiti é um pequeno coelhinho brasileiro. Possui coloração acinzentada, orelhas curtas e finas e uma pequena cauda. Mede entre 35 e 40 centímetros de comprimento, podendo pesar até 1,2 quilo. Como qualquer outro coelho, quando o tapiti se depara com o perigo, pode alcançar uma velocidade de 33 a 40 quilômetros por hora. É um verdadeiro jatinho da floresta.

Habitat:No Brasil, o tapiti ocorre de Pernambuco ao Rio Grande do Sul e região Centro-Oeste, com algumas populações na região Norte. Vive em áreas próximas à água, sendo encontrado em bordas de mata, campos e cerrados.

Reprodução:A fêmea constrói o ninho com palha e com seus próprios pêlos. Quanto mais pêlo no ninho, mais cuida-dos terá com seus filhotes. A gestação é de cerca de um mês, após o quê nascem de dois a sete filhotes. A mesma fêmea pode ter quatro ou cinco partos por ano. Os filhotes nascem de olhos fechados, sem pêlos e permanecem no ninho até que possam acompanhar a mãe.

Comportamento:É solitário e realiza suas atividades durante a noite. Passa o dia inteiro debaixo de troncos ou em ocos de árvores, descansando ou cuidando de seus filhotes.

Alimentação:Alimenta-se de talos, brotos e cascas de muitas espécies vegetais.

Ameaças:As principais ameaças à sobrevivência desta espécie são a destruição de habitats e a caça. Mas é possível que ela seja diretamente afetada pela introdução da lebre-européia (Lepus europaeus), espécie exótica que Lepus europaeus), espécie exótica que Lepus europaeusdisputa alimento com o tapiti.

FamíliaLEPORIDAE

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EM MorcegoChiroderma doriae

Características gerais: Comparando com outras espécies de morcego, este é de tamanho médio: mede de cinco a 7,5 centímetros. Possui uma coloração cinzenta, com a região das costas mais clara.

Habitat:Este morcego é encontrado do Sudeste do Brasil até o Paraná, associado a ambientes florestais.

Comportamento:De hábitos noturnos, durante o dia repousa .

Alimentação:Grande parte dos morcegos se alimenta de frutos e vegetais, sendo poucas as espécies que se ali-mentam do sangue de animais.

Reprodução:Apresenta reprodução sazonal, ou seja, conforme as estações do ano, quase sempre associada ao início do período das chuvas.

Ameaças:As principais ameaças ao morcego são a poluição, o desmatamento e a destruição do seu habitat.

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FamíliaPHYLLOSTOMIDAE

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MorcegoChrotopterus auritus

Características gerais:Este é o maior morcego com ocorrência no Paraná e um dos cinco maiores do Brasil. Chega a medir até dez centímetros de comprimento. Possui coloração escura, pardo-acinzentada e as pontas das asas esbranquiçadas. As orelhas são muito grandes e separadas entre si.

Habitat:Esta espécie pode ser encontrada em grande parte do Brasil. Pode ser observada em cavernas, túneis, ocos de árvores e habitações humanas.

Comportamento:Como as outras espécies de morcegos o Chrotopterus auritus também possui hábitos noturnos e pode formar grupos de até sete indivíduos

Alimenteção:Essa espécie de morcego é carnívora, alimenta-se de pequenos vertebrados como aves, répteis, morcegos e roedores, embora alguns pesquisadores tenham relatado a presença de insetos e frutos nas suas fezes.

Reprodução:Da gestação, que dura 99 dias, nasce apenas um filhote.

Ameaças:As ameaças a esta espécie são a destruição de habitats, o desmatamento, a perda de fonte alimentar e o turismo desordenado em cavernas, que geralmente incomoda o descanso desses animais.

FamíliaPHYLLOSTOMIDAE

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Morcego, morcego-vampiroDiaemus youngi

Características gerais:Trata-se de um morcego de tamanho médio: o corpo mede cerca de oito centímetros. A coloração do corpo vai de ligeiramente marrom a marrom-escura. As bordas das orelhas e asas são brancas.

Habitat:Esta espécie pode ser encontrada em todo o Brasil. Habita ocos de árvores e cavernas. Prefere lugares escuros e silenciosos.

Comportamento:Como as demais espécies de morcegos, o morcego-vampiro possui hábitos noturnos e vive em colônias com mais de 30 indivíduos.

Alimentação:É espécie hematófaga, ou seja, alimenta-se do sangue de vertebrados, principalmente mamíferos como o gado e os cavalos, com especial interesse pelas aves.

Reprodução:A fêmea tem um filhote em cada gestação.

Ameaças:As principais ameaças são o desequilíbrio ecológico, o turismo desordenado em cavernas e a destruição de seus habitats.

FamíliaPHYLLOSTOMIDAE

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Chiro

ptera

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Se você tivesse de escolher uma característica comum a todas as aves, qual escolheria? A capacidade de voar? Mas o pingüim e a ema são aves que não voam. A resposta é simples: as aves são os únicos animais que possuem penas, essenciais para o vôo e também para manter constante a temperatura do corpo. Outra característica importante nas aves são os ossos (chamados ossos pneumáticos): cheios de ar, diminuem o peso e facilitam o vôo. Agora que você já conhece as principais características das aves, vamos visitar algumas espécies ameaçadas de extinção.

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Rheif

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s EmaRhea americana

Características gerais:É a maior espécie de ave existente no Brasil. Os adultos medem entre 1,27 e 1,40 metro. Tem o pescoço e as canelas compridos, não tem cauda e sua plumagem é pardo-acinzentada. Os machos se diferenciam das fêmeas por possuírem a região anterior do peito e o pescoço negros.

Habitat:Pode ser encontrada em ambientes abertos como cerrado e campos, onde geralmente vive em grupos. As raras informações da presença natural da ema no Paraná ligam-se à porção de cerrado e campos da região nordeste do Estado, por ser uma região com muitas áreas abertas e possível abundância de ali-mentos.

Reprodução:No período reprodutivo o macho dominante expulsa os demais e reúne de três a seis fêmeas. Depois de fecundadas, inicia-se a construção do ninho, geralmente em pequenas depressões no solo forradas com folhas, onde podem ser reunidos cerca de 30 ovos. Quem choca os ovos não é a fêmea, mas o macho, e a incubação ocorre entre 32 a 40 dias.

Comportamento:A ema não voa, mas corre muito rápido, e em ziguezague, quando é perseguida. Para obter melhor equilíbrio durante a fuga, abre e fecha as asas com movimentos rápidos. Para descansar, a ema mantém o pescoço esticado horizontalmente no chão ou dobrado para trás.

Alimentação:Alimenta-se de pequenos mamíferos, répteis (lagartos e serpentes), anfíbios e insetos. Também come folhas, raízes e sementes.

Ameaças:A ema depende de extensas áreas com paisagens abertas e semi-abertas, coincidindo com os ambientes de campos naturais e cerrado que têm sido transformados em pastagens e áreas agrícolas.

FamíliaRHEIDAE

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Tina

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mes Macuco

Tinamus solitarius

Características gerais:O macuco é o maior representante da família Tinamidade no Sul do Brasil, medindo de 42 a 48 centímetros. Os machos são menores e podem pesar entre um e 1,5 quilo.

Habitat:Vive nas florestas, pode ser observado durante o dia, pois passa quase a maior parte do tempo caminhando pelo solo e se banhando em riachos. No final do dia, refugia-se em galhos de três a 15 metros de altura. O macuco já habitou todas as paisagens florestais do Paraná. Atualmente é mais freqüente na planície litorânea e áreas montanhosas da Serra do Mar.

Reprodução:No período reprodutivo, é o macuco macho quem escolhe o lugar para o ninho, procurando uma área com troncos e vegetação rasteira ao redor, onde escava o solo. Nesse ninho, protegido pelos troncos e pela vegetação, são colocados de quatro a oito ovos de cor verde-azulada e chocados por 22 dias.

Alimentação:Nos primeiros dias de vida do macuco, pai e mãe alimentam seus filhotes com insetos e, mais tarde, com sementes e frutos. O macuco também costuma capturar anfíbios.

Ameaças:O macuco está ameaçado principalmente por causa da redução do seu habitat. A caça também é fator importante para o declínio das populações.

FamíliaTINAMIDAE

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Tina

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mes Jaó

Crypturellus undulatus

Características garais:Esta espécie mede entre 28 e 32 centímetros e pesa de 460 a 620 gramas. Na região da garganta possui uma coloração branca e, nas costas, marrom, enquanto a barriga é cinza e os flancos (região acima da coxa), barrados de marrom-escuro.

Habitat:Habita as florestas da zona tropical, caatinga e cerrado. É encontrado nas zonas mais quentes do Norte e Noroeste do Paraná, ao longo do rio Paraná e no final do rio Tibagi.

Reprodução:O seu ninho é construído no chão, geralmente em pequenas depressões, onde são colocados de quatro a cinco ovos de cor rosada. O jaó incuba os ovos por aproximadamente 17 dias.

Comportamento:Apesar de ser uma espécie que fica a maior parte do tempo no solo, é excelente nadadora, con-seguindo atravessar grandes trechos de rios, principalmente quando se sente ameaçada.

Alimentação:Alimenta-se de invertebrados, como besouros, formigas, cupins e insetos em geral.

Ameaças:Desapareceu quase totalmente do território paranaense. Está ameaçado principalmente por causa da redução do seu habitat.

FamíliaTINAMIDAE

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mes Jaó, jaó-do-litoral

Crypturellus noctivagus

Características gerais:O jaó-do-litoral é uma espécie que mede entre 29 e 32 centímetros, pesando cerca de 600 gramas. Possui coloração castanha com manchas negras. O peito cinza-chumbo, contrastando com a barriga castanha e os flancos (região acima da coxa) barrados de negro.

Habitat:Pode ser encontrado nas florestas da costa Leste do Brasil, desde o nível do mar até uma altitude de 500 metros. No Paraná, ocorre na Floresta Atlântica, principalmente em ambientes com poucas influências humanas.

Reprodução:Em cativeiro, foram observados indivíduos de jaó-do-litoral que botaram até quatro ovos, chocados num período de 17 dias.

Alimentação:Sua alimentação é à base de sementes, brotos de plantas e invertebrados.

Ameaças:O crescimento desordenado e rápido do litoral paranaense é o principal motivo para o declínio desta espécie típica da Floresta Atlântica. Como aconteceu em várias outras áreas, o jaó-do-litoral foi extinto das proximidades da praia de Caiobá onde, na década de 1980, era relativamente comum.

FamíliaTINAMIDAE

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mes Codorninha, inhambu-carapé

Taoniscus nanus

Características gerais:É um dos menores representantes desta família, com tamanho variando em torno de 15 centíme-tros.

Habitat:Foi encontrada em regiões de cerrado e campos naturais e em bordas de florestas que sofrem influência humana. No Paraná, foi vista apenas uma vez, no município de Jaguariaíva.

Rerodução:Não há informações sobre o seu processo reprodutivo.

Comportamento:Com hábito terrestre, esconde-se em buracos para se proteger de predadores como o falcão-de-coleira (Falco femoralis) e o gavião-de-rabo-branco (Falco femoralis) e o gavião-de-rabo-branco (Falco femoralis Buteo albicaudatus). Buteo albicaudatus). Buteo albicaudatus

Habitat:A codorninha se alimenta de pequenos invertebrados, como besouros, formigas, cupins, entre ou-tros, além de diversas espécies de grãos e sementes.

Causas da extinção:A redução, a modificação e o desaparecimento de muitas paisagens de cerrado no Paraná causaram mudanças drásticas na avifauna do Nordeste paranaense.

FamíliaTINAMIDAE

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s Albatroz-gigante, Albatroz-erranteDiomedea exulans

Características gerais:O albatroz-gigante é uma espécie de ave marinha que pesa cerca de seis a onze quilos e mede de um metro a um metro e meio. O nome de albatroz-gigante não é por acaso: suas asas são muito grandes, possuindo uma distância de 2,5 a 3,5 metros de uma ponta a outra. A coloração de sua plumagem é variada e se torna cada vez mais esbranquiçada nos adultos. O jovem tem cor marrom-chocolate, com uma máscara branca na face. A parte inferior das asas apresenta penas brancas com as margens e as pontas pretas.

Habitat:Vive em regiões marinhas e muitas vezes chega ao continente de forma acidental, trazido por tempestades.

Reprodução:No período reprodutivo, constrói um ninho com lama e folhas que acumula sobre uma depressão no solo e coloca um único ovo que choca durante 78 dias. A estimativa de vida para um albatroz-gigante é de 30 a 40 anos.

Alimentação:Alimenta-se de moluscos, peixes e crustáceos. É espécie oceânica de alto-mar, observada raramente no litoral paranaense, a não ser em episódios como tempestades, quando exemplares moribundos ou mortos podem ser encontrados nas praias. Seus registros no Paraná estão restritos a observações obtidas em alto-mar na década de 1980.

Ameaças:Embora sua presença no Paraná seja acidental, esta espécie pertence ao grupo de aves oceânicas que se encontram seriamente ameaçadas pelas baixas populacionais, em geral causadas por espinhéis usados para pesca de alto-mar, nos quais muitos indivíduos se prendem acidentalmente.

FamíliaDIOMEDEIDAE

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s Albatroz-de-nariz-amareloThalassarche chlororhynchos

Características gerais:Trata-se de uma espécie com tamanho em torno de 75 centímetros e pesa entre 2,5 e 2,9 quilos. Seu bico é longo e fino, facilitando a pescaria. Possui coloração preta com uma faixa amarela na maxila, de onde nasceu o nome comum de albatroz-de-nariz-amarelo, além da plumagem geral do seu corpo ser branca com penas pretas.

Habitat:Habita a região marinha, e só ocasionalmente chega próximo da costa, com as tempestades.

Reprodução:Como outras espécies de albatrozes, constrói o ninho em uma depressão no solo, utilizando grama e lama, onde deposita um único ovo, com período de incubação de cerca de 75 dias. O filhote inicia os vôos aproximadamente aos quatro meses de idade.

Comportamento:Como vive em alto mar, alimenta-se de peixes, moluscos e crustáceos. Fortes aliados são os barcos que despejam o resto da pescaria no mar, fornecendo rico banquete ao albatroz e a outras aves marinhas. Mas precisa ter cuidado com os espinhéis, onde muitos ficam presos.

Alimentação:Alimenta-se de moluscos, crustáceos e peixes, que são capturados mergulhando até um metro de profundidade; outros são capturados através de vôos rente à superfície.

Ameaças:As ameaças a esta espécie são idênticas àquelas indicadas para o Diomedea exulans: morte acidental nos espinhéis e poluição oceânica.

FamíliaDIOMEDEIDAE

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s Albatroz-de-sobrancelhasThalassarche melanophris

Características gerais:Medindo quase um metro, o albatroz-de-sobrancelhas pesa de três a cinco quilos, e como os demais albatrozes, possui vôo grandioso, pois a distância de uma asa a outra pode chegar a 2,4 metros. Apresenta plumagem branca, com asas e retrizes (penas da cauda) pretas.

Habitat:Vive em regiões marinhas, mas pode se aproximar da orla marítima. O Thalassarche melanophris ocorre em toda a região oceânica de alto-mar

Reprodução:Faz seu ninho com lama e grama junto a grandes colônias de aves. Põe um único ovo. O filhote inicia seu primeiro vôo aos 120 dias, com uma expectativa de vida de aproximadamente 34 anos. Sua população mundial está estimada em um a dois milhões e quinhentos mil indivíduos, mas há estudos que indicam um declínio de mais de 60% para os próximos anos.

Ameaças:As ameaças são idênticas às indicadas para Diomedea exulans: morte acidental nos espinhéis e poluíção oceânica.

FamíliaDIOMEDEIDAE

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s Petrel-giganteMacronectes giganteus

Características gerais:O petrel-gigante mede de 86 a 99 centímetros e pesa entre quatro e cinco quilos. Não recebe este nome por acaso: a distância entre uma asa e outra chega a dois metros. O adulto possui a região de baixo do corpo cinza pardacenta e as partes superiores mais pálidas.

Habitat:Habita e se reproduz na região oceânica de alto-mar. Sua população global foi estimada em 36 mil pares reprodutores.

Reprodução:Durante o período reprodutivo forma grupos chamados de colônias, com cerca de 300 indivíduos. Há postura de apenas um ovo, chocado em um período de 55 a 66 dias. Os jovens estão prontos para se reproduzir aos seis ou sete anos de vida.

Alimentação:Captura aves marinhas menores, alimenta-se também de carcaças de focas e pingüins.

Ameaças:As ameaças à esta espécie são idênticas às indicadas para Diomedea exulans: morte acidental nos espinhéis e poluição oceânica.

FamíliaPROCELLARIIDAE

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s Procelária, pardela-pretaProcellaria aequinoctialis

Características gerais:A procelária mede de 51 a 58 centímetros e pesa pouco mais de um quilo. A distância de uma asa a outra chega a metro e meio. Sua plumagem é da cor de fuligem.

Hábitat:Vive em alto-mar, mas algumas vezes pode se aproximar da costa para fazer seu ninho ou se alimentar.

Reprodução:No período reprodutivo, põe um único ovo, que choca por 57 dias. O filhote deixa o ninho quando completa três meses.

Alimentação:Captura moluscos e crustáceos, mas durante o período reprodutivo, os peixes constituem seu alimento preferido.

Ameaças:As ameaças a esta espécie são idênticas às indicadas para Diomedea exulans: morte acidental nos espinhéis e poluição oceânica.

FamíliaPROCELLARIIDAE

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mes Socó-jararaca, socó-boi-escuro

Tigrisoma fasciatum

Características gerais:O socó-jararaca chega a medir 70 centímetros. A região de cima do corpo é negra, barrada de branco, e uma faixa branca corre no pescoço.

Habitat:Habita rios e córregos límpidos de florestas. Gosta de ambientes de rio com fundo pedregoso, principalmente nas regiões de cerrado. Originalmente o socó-jararaca ocorria em todas as áreas florestadas do Paraná, à exceção provavelmente daquelas mais frias das zonas de planalto.

Reprodução:Há poucas informações sobre a reprodução do socó-jararaca.

Comportamento:Vive sozinho, costuma se afastar rapidamente ao perceber a presença humana, em vôos que seguem as margens do rio.

Alimentação:Quanto à alimentação, ainda faltam estudos para se conhecer ao certo o que o socó-jararaca come, mas no seu estômago já foram encontrados libélulas e peixes.

Ameaças:Frágil frente à presença humana, esta espécie tem habitat específico, cujas perturbações, mesmo pequenas, fazem reduzir sua presença, na medida em que diminuem os recursos alimen-tares disponíveis.

FamíliaARDEIDAE

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mes Savacu-de-coroa

Nyctanassa violacea

Características gerais:Esta espécie mede de 50 a 70 centímetros e pesa cerca de 650 gramas. Na região da testa possui coloração amarela ou ferrugem, com a lateral da cabeça preta e uma mancha pós-ocular (região atrás dos olhos) branca. As penas das costas e das asas são pretas, margeadas de cinza, enquanto o restante da plumagem é cinza e os tarsos são compridos e amarelados. O bico robusto varia de tamanho conforme a área de distribuição: se no local onde vive as presas são grandes, então o bico será grande; do contrário, um pouco menor.

Habitat:Vive nos manguezais, pântanos e várzeas próximos da costa, mas existem informações de indivíduos nas margens de rios e no interior do continente. A espécie foi observada nas zonas de mangue de todo o litoral paranaense.

Reprodução:Faz ninhos isolados, geralmente forma colônias com muitos individuos, inclusive com outras espécies de garças. O mesmo ninho pode ser usado durante várias estações reprodutivas e são construídos sobre arbustos ou árvores perto da água. Pode colocar até oito ovos.

Alimentação:O savacu-de-coroa se alimenta de crustáceos, outros invertebrados aquáticos, peixes pequenos, anfíbios e répteis.

Ameaças:A construção de prédios e casas próximos ao mar, a poluição doméstica e a pesca esportiva são as principais ameaças sobre essa espécie. O barulho de motores de barcos e buzinas espanta as aves, causando perda de ovos e filhotes.

FamíliaARDEIDAE

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mes Guará

Eudocimus ruber

Características gerais:O guará pode atingir até 60 centímetros de comprimento. Os adultos apresentam bico longo e em formato curvo, especialmente moldado para o tipo de alimento e a maneira com que o captura. Sua plumagem é avermelhada, mas indivíduos mantidos em cativeiro podem apresentar uma coloração rosa devido à falta do caroteno, substância encontrada nos crustáceos que faz com que ele tenha essa coloração.

Habitat:Vive em manguezais e nas margens de rios e lagos, mas em algumas regiões pode freqüentar plantações de arroz. Forma grandes colônias de reprodução com outras espécies.

Reprodução:Constrói um ninho em forma de plataforma com gravetos de vários tamanhos, onde põe de um a três ovos de cor cinza-oliva. Os filhotes começam a deixar o ninho entre 35 e 42 dias de vida.

Comportamento:Procura o alimento explorando a areia e a lama com seu bico. Pode voar por longas distâncias, como observado na foz do rio Amazonas, onde grupos de guarás realizam voos diários de 60 a 70 km entre os locais de repouso e alimentação.

Alimentação:O guará captura principalmente crustáceos, moluscos, insetos e pequenos peixes.

Ameaças:As principais ameaças são o desmatamento dos manguezais e a degradação dos corpos d’água do litoral. A alteração e a poluição desses ambientes, quase sempre por causa de portos e marinas e/ou urbaniza-ção de áreas próximas, são ameaças reais que podem causar danos irreparáveis às comunidades de aves típicas desses ambientes. Devido a todas essas influências o guará não é observado há algum tempo no litoral do Paraná.

FamíliaTHRESKIORNITHIDAE

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mes Gavião-caracoleiro

Chondrohierax uncinatus

Características gerais:O caracoleiro é um gavião de porte médio que mede pouco mais de 40 centímetros. Tem bico grande, largo e pontudo. Sua plumagem possui cores variadas.

Habitat:Habita florestas com vegetação densa, principalmente em baixas altitudes, onde é encontrado sozinho ou aos pares. Mas o caracoleiro já foi observado em um bando com 25 indivíduos planando juntos. É provável que esteja distribuído em todo o território paranaense.

Reprodução:Essa espécie de gavião põe de um a dois ovos, que choca cerca de 35 dias. Seus ninhos são construídos em árvores cuja altura varia em torno de cinco metros.

Comportamento:Para caçar, o caracoleiro fica entre os galhos das árvores à espreita de sua presa. Quando a localiza, mergulha em um vôo certeiro e muitas vezes captura seu alimento com rasantes próximos da água ou da vegetação.

Alimentação:O nome caracoleiro provavelmente se originou devido à sua alimentação ser em grande parte de moluscos que vivem tanto nas árvores como no solo e na água. Também consome em pequena quantidade lagartas, caranguejos, outros invertebrados, anfíbios (sapos e salamandras) e répteis (lagartixas).

Ameaças:Suas populações estão reduzidas principalmente porque houve uma diminuição de espécies nativas de moluscos, dos quais se alimenta, devido à introdução do caracol-gigante-africano (Achatina fulicamoluscos, dos quais se alimenta, devido à introdução do caracol-gigante-africano (Achatina fulicamoluscos, dos quais se alimenta, devido à introdução do caracol-gigante-africano ( ), uma Achatina fulica), uma Achatina fulicaespécie exótica que aparentemente não serve como alimento do gavião-caracoleiro.

FamíliaACCIPITRIDAE

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mes Gavião-pombo-pequeno

Leucopternis lacernulatus

Características gerais:O gavião-pombo-pequeno possui a região das costas e asas pretas, a cabeça, nuca e ponta da cauda são brancas. Mede em torno de 45 centímetros.

Habitat:Ocorre desde o nível do mar até cerca de 900 metros de altitude. Todos os registros desta espécie são nas regiões montanhosas da Serra do Mar e na planície litorânea.

Reprodução:Não há descrições sobre seus aspectos reprodutivos.

Comportamento:Embora passe a maior parte de sua vida sozinho, o gavião-pombo-pequeno pode se juntar a outros bandos de aves para capturar invertebrados e outros pequenos animais. Também há registros de indivíduos seguindo grupos de primatas e até tratores nas lavouras, na tentativa de capturar animais em fuga.

Alimentação:São poucas as informações da alimentação dessa espécie de gavião, mas sabe-se que pode comer pequenos invertebrados, aves, répteis e mamíferos.

Ameaças:A principal ameaça é o desmatamento.

FamíliaACCIPITRIDAE

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mes Gavião-caranguejeiro, gavião-do-mangue

Buteogallus aequinoctialis

Características gerais:Este gavião mede cerca de 45 centímetros. O macho pesa aproximadamente 600 gramas e a fêmea chega a 800 gramas. Possui a região superior do corpo marrom e a inferior ferru-gem barrada de negro, com cabeça, pescoço e garganta pretos.

Habitat:Habita pântanos e mangues ao longo da costa.

Reprodução:Durante a fase pré-nupcial,ou seja, antes do acasalamento, o casal faz acrobacias aéreas, com perseguições, vôos circulares e mergulhos. Neste período também emite assovios altos e melodiosos e cantos que mais parecem risadas, tudo para atrair a atenção do sexo oposto. No ninho, construído com gravetos e folhas, a fêmea coloca um único ovo.

Alimentação:Alimenta-se basicamente de crustáceos. Provavelmente daí nasceu o nome comum de gavião-caranguejeiro.

Ameaças:Por ter os manguezais como seu habitat, a destruição desse ambiente é o que mais ameaça o gavião-caranguejeiro. Devido a essa destruição, os crustáceos - seu principal alimento-também estão desaparecendo.

FamíliaACCIPITRIDAE

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FamíliaACCIPITRIDAE

Águia-cinzentaHarpyhaliaetus coronatus

Característcas gerais:A águia-cinzenta é um dos maiores falconiformes encontrados no País, atingindo 85 centíme-tros de comprimento. Pesa até três quilos. O adulto possui uma plumagem cinza-chumbo, penacho em forma de coroa e cauda curta com uma única faixa cinza.

Habitat:Habita os campos naturais, cerrado e a caatinga. Nesses locais de pouca vegetação é onde pode-se observar como a águia-cinzenta é grande e seu ataque, certeiro.

Comportamento:Vive sozinha ou em casais, passa a maior parte do dia pousada em mourões de cercas, cupinzeiros e postes, sempre atenta a qualquer coisa que se mova e possa servir de alimento ou ameaça.

Reprodução:No período reprodutivo, coloca um único ovo branco com manchas cinzas ou amarelas.

Alimentação:Alimenta-se de mamíferos (gambás, lebres e ratos silvestres), aves e répteis, mas também consome animais encontrados mortos (ovelhas, galinhas e outros).

Ameaças:A principal ameaça a esta espécie é a destruição de seus habitats, especialmente os campos naturais e o cerrado, devido ao avanço da agricultura e da pecuária.

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mes Uiraçu-falso, gavião-real

Morphnus guianensis

Características gerais:O tamanho desta ave de rapina varia de 80 centímetros a quase um metro, sendo as fêmeas maiores que os machos. Seu peso chega a 1,7 quilo. Pode ser confundida com a harpia; a diferença é que o gavião-real é mais esbelto e seu penacho não é dividido como um estilingue. Os dedos das patas não são completamente emplumados.

Habitat:Podemos encontrar o gavião-real em florestas conservadas ou com pouca alteração, chamadas de primárias e secundárias. Esse gavião vive em altitudes que vão desde o nível do mar até acima dos mil metros.

Reprodução:Os ninhos são construídos a cerca de 30 centímetros do solo, podendo ser utilizados outras vezes. Põe um ou dois ovos, chocados por um período de 40 a 50 dias. No período em que a fêmea está chocan-do os ovos, é o macho quem a alimenta. A todo momento podemos observar o macho abandonando os arredores do ninho a procura de presas para saciar a fome da sua parceira.

Comportamento:Possui hábito diurno, dificilmente observamos o gavião-real à noite. Vive sozinho ou em pares, passando boa parte do tempo imóvel, oculto em um poleiro alto de onde procura suas presas.

Alimentação:Sua dieta é composta de répteis, mamíferos, anfíbios e até de outras aves.

Ameaça:A principal ameaça à espécie é a destruição de seu habitat.

FamíliaACCIPITRIDAE

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mes Harpia, gavião-real, uiraçu

Harpia harpyja

Características gerais:A harpia, de tão bonita, forte e corajosa foi escolhida a ave símbolo para ilustrar o escudo ofi-cial do Estado do Paraná. Considerada a mais poderosa ave de rapina do mundo, é o maior gavião encontrado no Brasil, podendo atingir até um metro (fêmeas). Os machos pesam entre quatro e cinco quilos e as fêmeas, entre sete e nove quilos. Apresenta um penacho em forma de estilingue na cabeça e asas largas e arredondadas que atingem dois metros de distância de um lado a outro, nas fêmeas. A cauda é comprida com três barras cinzas.

Habitat:No Paraná, sua presença foi confirmada ou considerada em todas as florestas densas, menos na Serra do Mar e planície litorânea.

Reprodução:Põe até dois ovos, que choca por 56 dias. O filhote faz seu primeiro vôo aos seis meses.

Alimentação:Alimenta-se de mamíferos que vivem em árvores, como preguiças e primatas, e terrestres, como cachorros-do-mato, veados, quatis e outros. Também captura aves, como seriemas, araras e cracídeos, ou répteis, incluindo grandes lagartos. A harpia consegue capturar esses animas grandes, pois os dedos das patas e garras são bem desenvolvidos, permitindo a captura de mamíferos com mais de seis quilos.

Ameaças:O fim das grandes áreas de mata é o maior risco existente para a harpia.

FamíliaACCIPITRIDAE

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mes Gavião-pato

Spizastur melanoleucus

Características gerais:O gavião-pato mede de 50 a 60 centímetros. Tem plumagem branca na cabeça, nuca, parte de cima do dorso e toda a parte de baixo do corpo. As asas e o resto do dorso possuem coloração preta. No alto da cabeça há um pequeno topete preto em forma de coroa; apresenta ainda uma máscara preta que destaca a íris amarela.

Habitat:Esta espécie habitava todo o Paraná e era encontrado nas bordas de florestas conservadas e com pouca alteração causada pelo homem, e também em matas de galeria e no cerrado.

Comportamento:O gavião-pato é encontrado durante o dia e geralmente sozinho ou em pares. Costuma voar muito alto, tendo assim uma visão perfeita do solo. Quando das alturas localiza sua presa, mergulha em um vôo certeiro sobre elas.

Alimentação:Alimenta-se de répteis, anfíbios e mamíferos pequenos. Captura principalmente aves: tucanos, papagaios, baitacas e urus.

Reprodução:Sua biologia reprodutiva não é conhecida.

Ameaças:A exemplo de outras grandes aves de rapina, que são exclusivas de matas preservadas, a maior ameaça que sofre o gavião-pato é a destruição de seu habitat.

FamíliaACCIPITRIDAE

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mes Gavião-de-penacho, apacanim

Spizaetus ornatus

Características gerais:O gavião-de-penacho é uma ave de grande porte, medindo de 58 a 67 centímetros. Os machos podem pesar cerca de um quilo e as fêmeas, um quilo e meio. Em sua coroa possui um conjunto de penas que medem até 10 centímetros e formam um penacho preto. As laterais da cabeça, nuca e peito são castanho-avermelhadas, com a garganta, o ventre e os flancos (região acima da coxa) brancos, com barras irregulares negras. O dorso (região das costas) e as asas são marrom-pardacentos, quase negros. Suas canelas são emplumadas e a cauda longa apresenta três barras cinza-pardacentas.

Habitat:É um gavião encontrado em florestas com alto grau de conservação ou com pouca alteração causada pelo homem.Também pode ser encontrado em clareiras, próximo de rios ou da borda da floresta. Aparentemente está vivendo nas zonas mais quentes com Floresta Estacional Semidecidual, nas regiões Norte e Noroeste do Paraná.

Comportamento:Como o gavião-de-penacho é uma espécie que vive a maior parte do tempo dentro da floresta, é ali também que vai caçar. Geralmente utiliza poleiros altos para observar a paisagem, e quando avista a possível presa, vôa em sua direção e a captura com suas fortes garras, sem lhe dar a mínima chance de fuga.

Reprodução:Realiza vôos de acasalamento um ou dois meses antes do início da postura dos ovos, quando a fêmea permanece em poleiros nas proximidades do ninho, construído no topo das árvores mais altas. Um único ovo é colocado, sendo chocado durante aproximadamente 50 dias.

Alimentação:Alimenta-se de várias espécies de aves, como araras, papagaios, baitacas, tucanos, cracídeos, macucos, inhambus, urus e pombas. Depois das aves, são os mamíferos as presas mais freqüentes: gambás, serelepes, quatis e porcos-espinho. Répteis, como grandes lagartos, são capturados em menor número.

Ameaças:A exemplo de outras grandes aves de rapina, que vivem exclusivamente em extensas matas preservadas, o que as ameaça são a perda de habitat geralmente causado pelo avanço agropecuário.

FamíliaACCIPITRIDAE

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mes Gralhão, cancã, carcará-preto

Daptrius americanus

Características gerais:O gralhão mede de 48 a 61 centímetros e pesa em torno de 600 gramas. Os machos são menores do que as fêmeas. Sua plumagem geral é preta, o ventre é branco e os tarsos (região da canela), avermelhados.

Habitat:Vive nas bordas de florestas, próximo de grandes rios.

Comportamento:Geralmente é encontrado em pares ou em grupos de três a sete indivíduos. Essa espécie de ave possui uma técnica de proteção do seu grupo muito interessante. Sempre que algum indivíduo do grupo revira o solo a procura de alimento, um outro indivíduo permanece atento como se fosse uma sentinela, empoleirada em locais elevados. Ao primeiro sinal de perigo, a sentinela emite um sinal para o restante do grupo e todos fogem em segurança.

Reprodução: No período reprodutivo, torna-se muito agressivo. Defende o ninho com vigor contra predadores e outros gralhões. Põe de um a três ovos de cor branca.

Alimentação:Alimenta-se de ovos e larvas de vespas e abelhas, ovos de tartarugas e pequenos frutos.

Ameaças:É uma espécie florestal que vive às margens de grandes rios. Tal tipo vegetacional, em especial no vale do rio Ivaí, encontra-se quase que completamente substituído por agricultura e áreas de pecuária extensiva.

FamíliaFALCONIDAE

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mes Pato-mergulhão

Mergus octosetaceus

Características gerais:O pato-mergulhão mede cerca de 50 centímetros, tem um topete fino, mas comprido, que chama muito a atenção; a cabeça e o pescoço são pretos e o bico é estreito e serrilhado.

Habitat:Habita os córregos e rios com corredeiras no interior de florestas, matas de galeria e áreas de cerrado.

Comportamento:Voa baixo e rápido, sempre nas proximidades das margens dos cursos d’água, descansando sobre rochas e troncos caídos.

Reprodução:Faz seu ninho em ocos de árvores.

Alimentação:Alimenta-se de peixes pequenos, caramujos e outros invertebrados aquáticos.

Ameaças:Dentre as inúmeras ameaças, a principal é a destruição da mata ciliar, pois o pato-mergulhão depende dos rios e córregos para sobreviver. Sem as matas ciliares, o rio lentamente vai desaparecendo devido ao assoreamento.

FamíliaANATIDAE

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mes Anhuma, inhuma

Anhima cornuta

Características gerais:Ave de porte avantajado, a anhuma mede de 84 a 94 centímetros, podendo pesar até três quilos. Sua plumagem é branca e preta, apresentando, na frente da cabeça, uma saliência em forma de chifre, ereta ou recurvada, e em cada asa dois esporões parecidos com espinhos e de diferentes tamanhos, servindo algumas vezes para inibir e se defender contra predadores.

Habitat:Vive em terrenos alagadiços, várzeas e pântanos próximos de grandes rios e lagos.

Comportamento:Em períodos de seca, desloca-se de um local para outro em altos vôos para buscar áreas alagadas. Geralmente é encontrada em pares ou pequenos grupos.

Reprodução:No período reprodutivo, os casais se tornam muito agressivos contra intrusos. Seu ninho é feito de juncos e gravetos, sobre a vegetação e em locais com banhado.

Alimentação:Folhas, flores, raízes, plantas aquáticas e invertebrados fazem parte da sua alimentação.

Ameaças:As ameaças à sua presença relacionam-se à alteração ambiental, porque esta espécie depende de habitats aquáticos, sejam eles brejos temporários ou lagoas no interior da floresta.

FamíliaANHIMIDAE

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es Mutum, mutum-de-penachoCrax fasciolata

Características gerais:O mutum-de-penacho mede em torno de 80 centímetros. O macho tem a plumagem negra, ventre (região do peito) branco, podendo pesar quase três quilos. A fêmea possui a plumagem negra, mas seus flancos (região acima da coxa) e ventre são amarelo-ardósia.

Habitat:Habita florestas conservadas ou com pouca alteração e matas de galeria, preferindo sempre as regiões mais quentes.

Comportamento:Na maior parte do dia, caminha sobre a ramagem ou sobre o solo, à procura de alimento, principalmente nas matas que seguem os rios da floresta, retornando para o mesmo poleiro no final da tarde.

Alimentação:O mutum come frutos, semente e flores.

Reprodução:Constrói seu ninho em plataforma, com galhos, gravetos e folhas, no alto das árvores, po-dendo usar os ninhos abandonados de outras aves.

Ameaças:Esta é uma espécie que necessita de grandes áreas florestais preservadas. A principal ameaça ao mutum-de-penacho é a caça com cães.

FamíliaCRACIDAE

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es JacutingaPipile jacutinga

Características gerais:A jacutinga mede de 63 a 74 centímetros e pesa pouco mais de um quilo. A plumagem geral é preta; nuca, anel perioftálmico (em volta dos olhos) e algumas penas das asas são brancas. A base da garganta é azul, com uma barbela vermelha. O peito é salpicado de branco.

Habitat:Habita florestas bem conservadas e também as florestas com pequeno grau de degradação causada pelo homem. Costuma viver perto de cursos d’água, utilizando as árvores mais altas da floresta para repousar. Os inúmeros registros de ocorrência da jacutinga indicam que habitava todo o território paranaense, menos nos campos naturais e cerrado. Atualmente ela pode ser encontrada apenas na Serra do Mar, no Vale do Ribeira e no extremo Oeste do Estado.

Comportamento:A jacutinga pode ser observada quase sempre sobre os galhos das árvores, aos pares ou em pequenos grupos.

Reprodução:Constrói um ninho em plataforma com gravetos e raízes, onde choca de dois a três ovos durante 28 dias.

Alimentação:Alimenta-se de frutos e sementes.

Ameaças:As populações desta espécie desapareceram, principalmente por causa dos caçadores, na primeira metade do século XX. Além disso, a jacutinga depende de habitats florestados com alto grau de preservação.

FamíliaCRACIDAE

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rmes Paruru, pomba-de-espelho

Claravis godefrida

Características gerais:A paruru mede cerca de 20 centímetros. O macho tem a região superior do corpo cinza-azulado, a inferior um pouco mais pálida e, nas asas, duas faixas transversais castanho-cobreadas, enquanto a fêmea possui a plumagem marrom com faixas marrom-esverdeadas nas asas.

Habitat:É encontrada nas florestas serranas com sub-bosque limpo ou com clareiras e taquarais.

Reprodução:No período reprodutivo, há a postura de dois ovos de cor branca.

Alimentação:Alimenta-se de sementes de bambu, criciúma e taquaruçu, e de diversos tipos de frutos.

Ameaças:Devido a destruição dos taquarais, esta espécie está bastante impactada.

FamíliaCOLUMBIDAE

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rmes Arara-canindé, canindé, arara-amarela,

arara-de-barriga-amarelaAra ararauna

Características gerais:A arara-canindé é considerada uma das espécies mais belas do grupo das araras. Pesa pouco mais de um quilo.A barriga é amarelada, enquanto a região das costas é azul; na frente da cabeça a cor é verde.

Habitat:Esta arara é naturalmente rara no Paraná. Pode-se dizer que ela originalmente ocorria ao longo do vale do rio Paraná, em parte dos vales dos rios Ivaí e Piquiri e no terço inferior do rio Iguaçu, em áreas de Floresta Estacional Semidecidual Aluvial.

Comportamento:Vive geralmente em pares, grupos familiares ou bandos numerosos. Seu vôo é característico: as asas de um indivíduo quase batem nas de outros. Quando o ambiente em que ela se encontra não fornece toda a alimen-tação que precisa, a arara-canindé pode se deslocar por longas distâncias (até 25 km) em busca de comida.

Reprodução:Nidifica (faz ninhos) em ocos de árvores, em especial palmeiras mortas, onde põe de um a três ovos que choca entre 24 e 26 dias. Os filhotes ali permanecem em torno de 13 semanas. Enquanto a fêmea choca os ovos, é obrigação do macho defender o ninho.

Alimentação:Constituída de frutos, sementes, folhas e flores, mas ela tem maior preferência por frutos de palmeiras. O interessante é que a arara muitas vezes pode se alimentar do solo de barrancos de rios para aproveitar os minerais que ali se encontram.

Ameaças:A presença humana em florestas e os impactos gerados pelas usinas hidrelétricas são as maiores ameaças à arara-canindé. Além disso, a arara-canindé sofre com o tráfico e comércio ilegal, o que acentua seu risco de desaparecimento.

FamíliaPSITTACIDAE

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rmes Arara-vermelha

Ara chloropterus

Características gerais:Essa espécie de arara é bastante conhecida apesar de não existirem muitos indivíduos na natureza. Suas cores encantadoras a deixam admirávelmente bela. Mede cerca de 90 cm e pesa pouco mais de um quilo. Possui a nuca e a região inferior do corpo vermelhas, enquanto algumas penas das asas são verdes e o restante do corpo é azul.

Habitat:Esta arara já foi considerada extinta no Paraná. Mas informações recentes dão conta de que foi vista ao longo do rio Paraná, principalmente no Parque Nacional do Iguaçu e na Estação Ecológica do Caiuá.

Reprodução:Faz seus ninhos em ocos de árvores de grande porte e em cavidades naturais, inclusive em barrancas de rios, onde põe de dois a três ovos brancos.

Comportamento: Geralmente é observada em pares ou pequenos grupos que se deslocam de um ambiente para outro à procura de alimento. Passa grande parte do dia se alimentando nas copas das árvores.

Alimentação:Seu alimento preferido são os frutos, sementes, folhas e flores. Também ingere minerais obtidos nas bar-rancas de rios, além de pequenos moluscos.

Ameaças:As ameaças às quais a arara-vermelha está sujeita são semelhantes às relatadas para a arara-canindé. A presença humana em florestas e os impactos gerados pelas usinas hidrelétricas são as suas maiores ameaças. Além disso, a arara-vermelha sofre com o tráfico e comércio ilegal, o que acentua seu risco de desaparecimento.

FamíliaPSITTACIDAE

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rmes Maracanã

Primolius maracana

Características gerais:A maracanã é uma espécie de arara de coloração verde com cerca de 40 centímetros. Possui algumas características incomuns, como a parte de sua face que não possui penas e é pálida, contrastando com o bico negro. Existem poucos estudos a respeito do comportamento, reprodução e até mesmo da alimentação da maracanã.

Habitat:Habita tanto florestas quanto áreas abertas. Até a década de 1990, a maracanã contava apenas com informações históricas sobre sua ocorrência; por isso estava sendo consi-derada extinta no Estado. Recentemente foram localizadas pequenas populações.

Alimentação:A maracanã tem uma preferência especial por palmeiras, de cujos frutos se alimenta.

Ameaças:Como se trata de espécie principalmente florestal, e com ampla distribuição no Paraná, as ameaças às quais se submete estão ligadas à fragmentação das paisagens, em especial das regiões Noroeste e Norte do Estado. Além disso, a maracanã sofre com tráfico e comércio ilegal, o que acentua seu risco de desaparecimento.

FamíliaPSITTACIDAE

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rmes Papagaio-da-cara-roxa, chauá,

papagaio-da-cauda-vermelhaAmazona brasiliensis

Características gerais:O papagaio-da-cara-roxa é uma ave se distingue pelas suas cores, principalmente o roxo da região acima da cabeça e abaixo dos olhos. Mede aproximadamente 35 centímetros. Apresenta uma plumagem geral do corpo verde, com a testa vermelha, alternando tons de vermelho e roxo, enquanto a face tem uma tonalidade azul puxando para o roxo.

Habitat:Embora ainda seja observado com certa freqüência, principalmente no litoral Norte do Estado, o papagaio-de-cara-roxa habita áreas que sofrem bastante pressão pelo homem. É encontrado em restingas, manguezais e outros tipos de vegetação da planície litorânea do litoral Sul de São Paulo ao Norte de Santa Catarina. No Paraná, é quase que exclusivo do litoral, incluindo áreas de ilhas, onde tem preferência para fazer seus ninhos.

Reprodução:Seu ninho é feito em ocos naturais, onde são chocados até cinco ovos brancos por 28 dias. Geralmente, sobre-vivem dois filhotes que acompanham os pais depois que aprendem a voar.

Comportamento:Diariamente, grupos se movem em revoadas entre as áreas de alimentação e os locais de repouso noturno, seguindo a mesma rota pela manhã e final da tarde. A principal diferença entre o papagaio-de-cara-roxa e os outros papagaios, além da coloração, é a maneira com que ele voa: o papagaio-de-cara-roxa parece sempre estar aprendendo a voar, devido ao seu jeito desengonçado, dando a impressão de que vai cair a qualquer mo-mento.

Alimentação:Alimentam-se de flores, folhas e de cerca de 60 espécies de frutas.

Ameaças:Além da depredação de seus habitats e do comércio ilegal de animais silvestres, também os ruídos dos barcos e a predação dos ninhos por gambás e outros animais que se alimentam de ovos, são fatores que ameaçam o papagaio-da-cara-roxa.

FamíliaPSITTACIDAE

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rmes Papagaio-de-peito-roxo, papagaio-caboclo, papagaio-

curraleiro, juruebaAmazona vinacea

Características gerais:O papagaio-de-peito-roxo apresenta uma característica coloração violácea na região do peito. Acima do bico é vermelho; a nuca é azulada; no restante do corpo predomina o verde-brilhante.

Habitat:Seu habitat preferido são as florestas com clima frio, onde predominam as araucárias. É nessa floresta que o papagaio-de-peito-roxo desempenha suas funções na natureza, como reprodução, alimenta-ção e até na ajuda à reprodução da floresta, pois é capaz de espalhar sementes por onde voa.

Reprodução:Faz seus ninhos em ocos de árvores onde põe de dois a quatro ovos, chocados por cerca de 25 dias. Após nascerem, os filhotes permanecem no ninho por mais 70 dias, até que aprendam a voar.

Comportamento:Para se alimentar e para construir seus ninhos em locais seguros, o papagaio-de-peito-roxo é capaz de voar por grandes distâncias em busca de seu melhor abrigo: as araucárias, com sua fartura de pinhões.

Alimentação:É espécie frugívora, ou seja, alimenta-se principalmente de frutos. Freqüentemente é observado alimentando-se em laranjais.

Ameaças:Essa espécie de papagaio está intimamente ligada à integridade da Floresta com Araucária, onde se alimenta e procria. A destruição dessa floresta, portanto, vem impondo severas perdas à espécie.

FamíliaPSITTACIDAE

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mes Bacurau-ocelado

Nyctiphrynus ocellatus

Habitat:É ave do interior das florestas. Apresentando seu limite de distribuição no Paraná, esta es-pécie conta com registros para Marechal Cândido Rondon e foz do rio Guarani (Três Barras do Paraná).

Comportamento:Vive no interior de florestas, onde pousa em galhos altos.

Reprodução:No período reprodutivo, põe dois ovos de cor ocre com pintas escuras sobre uma pequena depressão no solo.

Alimentação:Alimenta-se de grande variedade de insetos.

Ameaças:Regionalmente, este bacurau está restrito às porções mais severamente modificadas pela presença humana na sua área de ocorrência.

FamíliaCAPRIMULGIDAE

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mes Bacurau-rabo-de-seda

Caprimulgus sericocaudatus

Características gerais:Trata-se de uma espécie com poucas informações disponíveis, que mede cerca de 25 centí-metros.

Habitat:Habita florestas onde costuma empoleirar-se em galhos a baixa altura. No Paraná, além de um exemplar de procedência incerta, possui uma única constatação, em uma pequena área de floresta da região Oeste. Aparentemente, esta ave pode ser encontrada nas regiões mais quentes do interior do Estado.

Reprodução:Sobre sua reprodução, sabe-se que põe até dois ovos.

Ameaças:O bacurau-de-rabo-de-seda possui muitas exigências ecológicas, como a de um ambiente perfeito para que ele possa viver e se reproduzir de forma normal. Talvez essa seja a sua maior ameaça, pois hoje em dia ambientes perfeitos e sem alterações causadas pelo homem são muito difíceis de serem encontrados.

FamíliaCAPRIMULGIDAE

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mes Curiango-do-banhado

Eleothreptus anomalus

Características gerais:Esta espécie sempre foi rara no Paraná. Encontrado em ambientes de várzea aberta, que têm sido modificados pelo homem, em especial na Região Metropolitana de Curitiba. O curiango-do-banhado mede aproximadamente 17 centímetros.

Habitat:Habita os campos naturais com gramíneas de aproximadamente 30 centímetros de altura e as bordas de banhados.

Reprodução:Põe dois ovos de cor creme. Quanto à época de reprodução, pode variar entre agosto e dezembro.

Comportamento:Encontra-se geralmente sozinho ou aos pares durante o período reprodutivo, realizando vôos bai-xos. Após o maior período de atividade em vôo, pode ser encontrado no solo ou empoleirado sobre arbustos de até um metro de altura. O período em que o curiango parece ter mais energia são os 30 primeiros minutos após o entardecer e o amanhecer.

Alimentação:É uma ave insetívora, ou seja, alimenta-se de insetos.

Ameaças:As ameaças se expressam de maneiras distintas: na Região Metropolitana de Curitiba, as populações sofrem com a ocupação do território, efeito da urbanização da periferia da capital.

FamíliaCAPRIMULGIDAE

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s Araçari-de-bico-brancoPteroglossus aracari

Características gerais:Este araçari mede 43 centímetros, identificável pela maxila branca (daí seu nome vulgar araçari-de-bico-branco), que contrasta com a região de baixo do bico, que é negra. Possui a região da barriga amarelada, transpassada por uma faixa vermelha na região mediana, e coxas verde-oliva, o que o diferencia das outras espécies do seu grupo.

Habitat:Habita florestas, onde vive em grupos familiares de até oito indivíduos. É provável que esta espécie tenha ocorrido originalmente nas regiões Norte e Noroeste do Estado.

Reprodução:O araçari choca os ovos por cerca de 16 dias. Os filhotes crescem devagar, deixando o ninho com mais de 40 dias. Para alimentar os ninhegos, o casal é auxiliado pelos filhotes do ano anterior (ditos helpers). Assim, caso um casal não produza descendentes em um determinado ano, no ano seguinte terá dificuldades para fazê-lo, tendo que suprir sozinho as necessidades nutricionais dos ninhegos, além de lhes garantir proteção.

Comportamento:Dormem e se reproduzem em ocos naturais ou abandonados por pica-paus.

Alimentação:Alimenta-se de frutos, artrópodes e pequenos invertebrados. As espécies vegetais que o araçari mais gosta são a palmeira-juçara (Euterpe edulis, Arecaceae) e as canelas.

Ameaças:A desordenada colonização das regiões Norte e Noroeste do Paraná, onde as florestas foram amplamente substituídas pela agricultura e pecuária, representou o dano maior a esta espécie. A fragmentação florestal a ameaça seriamente pela falta de alimento e de árvores mortas com ocos adequados para reprodução e dormitório.

FamíliaRAMPHASTIDAE

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s Pica-pau-de-cara-acaneladaDryocopus galeatus

Características gerais:O pica-pau-de-cara-acanelada, com seus 28 centímetros, aproximadamente, é considerado de grande porte em relação aos outros pica-paus. É facilmente reconhecido pelo topete vermelho. A barriga é barrada de branco e preto, a região das costas é negra e, mais abaixo, creme.

Habitat:Habita florestas pouco alteradas pelo homem e com um bom grau de conservação. Pode ser encontrado em áreas alteradas, inclusive próximo a áreas urbanas,mas sempre em fragmentos bem conservados.

Alimentação:Sua alimentação é constituída basicamente de insetos, os quais captura quase sempre dentro da floresta.

Ameaças:As principais ameaças para esta espécie são a destruição das florestas nativas e a redução drástica dos últimos fragmentos em condições satisfatórias para a sua sobrevivência.

FamíliaPICIDAE

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mes Macuquinho-da-várzea

Scytalopus iraiensis

Características gerais:O macuquinho-da-várzea é um pequeno passeriforme que mede cerca de 12 centímetros e pesa de 13 a 15 gramas. Pode-se reconhecê-lo pela região das costas, que é negra, e pela barriga, que é cinza. Assim como a plumagem, o canto também é de difícil distinção com relação a outras espécies, podendo ser confundido mesmo por pesquisadores experientes.

Habitat:Habita as várzeas dos rios - daí o nome popular de macuquinho-da-várzea - onde a vegetação é alta e se formam tramas densas e fechadas, dificultando o acesso dos predadores.

Comportamento:Devido ao ambiente do macuquinho ser de difícil acesso, ele é mais ouvido do que visto. Desloca-se no solo, usa eventualmente as tramas de folhas e arbustos para se deslocar; quando alça vôo, este parece ser pesado e curto.

Alimentação:Alimenta-se de pequenos artrópodes.

Ameaças:O maior problema está na drenagem das várzeas para abrir espaço à agropecuária (no Segundo Planalto) e na ocupação desordenada de espaços territoriais para loteamentos e mesmo invasões urbanas (no Primeiro Planalto). Queimadas têm sido outro fator impactante. Também a exploração de jazidas de areia prejudicam o tipo vegetacional onde o macuquinho-da-várzea vive.

FamíliaRHINOCRYPTIDAE

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mes Chocão-de-bigode

Biatas nigropectus

Características gerais:O chocão-de-bigode mede em torno de 18 centímetros, possui a cabeça e a região superior do peito negras, realçadas por um colar branco. As demais partes são amarronzadas. A fêmea tem faixa branca próximo aos olhos e na garganta.

Habitat:Habita os taquarais e pode se misturar a bandos de outras aves. Há raros registros desta espécie no Paraná, geralmente em paisagens serranas ou encostas de morro.

Alimentação:Alimenta-se de pequenos artrópodes e sementes.

Ameaças:Trata-se de espécie naturalmente rara, que se torna mais rara ainda pelo desmatamento e destruição de seu habitat (taquarais em áreas de vertentes de serra). Exige a presença de grandes blocos florestados contendo esse ambiente, desde que bem preservados e conectados entre si.

famíliaTHAMNOPHILIDAE

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mes Bicudinho-do-brejo

Stymphalornis acutirostris

Características gerais:O bicudinho-do-brejo é um pequeno passeriforme de 13,5 centímetros, com um longo bico terminado em formato de gancho, daí o nome de bicudinho. Possui as costas castanho-oliváceas e a barriga negra nos machos e de pintas brancas nas fêmeas.

Habitat:Esta espécie foi recentemente descoberta. O ambiente em que vive são os banhados e a vegetação que margeia os rios da planície litorânea paranaense, ambientes ameaça-dos pelo crescimento de balneários e cidades. Pode ocorrer próximo a áreas urbanizadas, como no balneário de Ipacaraí.

Alimentação:Alimenta-se de insetos.

Ameaças:A destruição dos habitats desta espécie é a principal ameaça à sua sobrevivência no Paraná. Sua área de ocorrência está resumida a uma estreita faixa que acompanha o litoral, não incluindo as áreas florestais.

FamíliaTHAMNOPHILIDAE

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FamíliaFURNARIIDAE

Bate-bico, cachimbó, estaladeira, tico-tico-do-biriPhleocryptes melanops

Características gerais:Trata-se de um pequeno pássaro com cerca de 13 centímetros. As partes superiores do corpo são marrons, estriadas de negro; a cabeça é marrom, com faixa branca próxima aos olhos e faixas avermelhadas nas asas, visíveis quando está voando.

Habitat:Habita a vegetação típica dos banhados (taboais, juncais), onde é mais ouvido que observado devido ao difícil acesso ao seu habitat.

Reprodução:Faz ninhos nos estipes (caules) das taboas (Typha sp., Typhaceae), utilizando folhas entrelaçadas e lama para reboco. É ave migratória, pouco registrada no Estado, que usa o litoral como local de reprodução.

Ameaças:A principal ameaça é a ocupação desordenada do litoral paranaense, que tem ocasionado a drenagem dos banhados para o assentamento de loteamentos e, por conseqüência, a destruição do habitat desta espécie tão restritiva.

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FamíliaFURNARIIDAE

Tio-tioPhacellodomus striaticollis

Características gerais:Esta ave mede aproximadamente 15 centímetros. Tem a região das costas ruivas; a barriga é canela, ponteada de branco; a garganta é esbranquiçada e a íris, amarela (parda no indivíduo jovem).

Habitat:Habita matas de galeria e áreas abertas nas proximidades de corpos d’água. Os registros desta espécie para o Paraná restringem-se a Curitiba, no Bosque Capão da Imbuia. Como habita a borda das araucárias, é provável que sua distribuição estenda-se a várias outras regiões paranaenses, situadas no campos naturais do Segundo Planalto.

Reprodução:Pouco se conhece de sua biologia e ecologia, mas seus ninhos são característicos: um amontoado de galhos que ficam dependurados nas pontas dos ramos das árvores.

Ameaças:Apesar de ser uma espécie cuja distribuição no Estado ainda é pouco conhecida, a ocupação humana em sua área de ocorrência pode ser considerada grande ameaça ao tio-tio.

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mes Limpa-folhas-castanho

Philydor dimidiatum

Características gerais:Trata-se de uma ave com cerca de 17 centímetros, quase completamente ruiva, destacando-se a sobrancelha castanha que se estende da região entre a base do bico e os olhos, até a nuca.

Habitat:Habita florestas, em especial as matas de galeria. Esta espécie está restrita apenas no Paraná, por isso a importância de proteger as florestas paranaenses.

Comportamento:Nestes ambientes florestados e de matas de galeria costuma formar bandos mistos, e quase sempre é visto ciscando à procura de alimento.

Ameaças:Por manter extrema dependência de um habitat conservado, esta espécie praticamente desapareceu do Estado como conseqüência da destruição de quase todos os remanescentes de Floresta Estacional onde poderia ser encontrado. Por esse motivo, está entre as aves ameaçadas de extinção.

FamíliaFURNARIIDAE

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mes Papa-piri

Tachuris rubrigastra

Características gerais:Espécie de pequeno porte - apenas 11 centímetros - é inconfundível por sua plumagem co-lorida, sendo possível identificar ao menos oito cores: na região das costas, verde-brilhante, mesclando tons diversos e modificando-se de acordo com a inclinação e intensidade de luz; a cabeça é negra, com a região da nuca vermelha, faces azuis e longa linha amarela próxima aos olhos; a garganta é amarelo-clara, quase esbranquiçada, tornando-se de um amarelo mais intenso ao longo do peito e abdômen; as asas são negras, com algumas manchas bran-cas; as pernas são pretas e a íris, cor de creme.

Habitat:É encontrada em locais com vegetação de taboais e pirizais, pousando por breve período de tempo sobre os piris (Scirpus californicusde tempo sobre os piris (Scirpus californicusde tempo sobre os piris ( , Cyperaceae) e galhos isolados em áreas abertas, dali lançando-se para forragear (ciscar) em busca de insetos aquáticos.

Reprodução:Constrói seu ninho na forma de uma taça delicada e caprichosamente tecida, amarrado nas folhas dos piris.

Alimentação:Alimenta-se de pequenos invertebrados, principalmente insetos aquáticos.

Ameaças:A destruição dos habitats desta espécie é a principal ameaça à sua sobrevivência no Paraná.

FamíliaTYRANNIDAE

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mes Papa-moscas-do-campo

Culicivora caudacuta

Características gerais:O papa-moscas-do-campo mede cerca de 10 centímetros. Tem plumagem marrom, com as costas manchadas de estrias negras; a coroa também é negra. São marcantes uma longa linha branca próxima aos olhos e a cauda longa e fina, com penas em formato afilado. Na barriga, a cor é esbranquiçada, com regiões do abdômen acastanhadas.

Habitat:É encontrado nos campos com vegetação baixa, nas proximidades de cursos d’água ou mesmo em brejos.

Reprodução:Não temos informações quanto à sua biologia reprodutiva.

Comportamento:Vive sozinho ou em casais, formando grupos familiares. Costuma empoleirar-se em ramos finos a média altura, de onde se arroja em vôos para capturar seu alimento.

Alimentação:Seu alimento preferido são os insetos, os quais captura em pleno vôo.

Ameaças:A principal ameaça a esta espécie é a destruição dos campos naturais, em decorrência de atividades agropastoris e/ou monoculturas de arbóreas, sobretudo o pínus. O fogo, gerado de modo acidental, espontâneo ou proposital para a “limpeza” dessas áreas, ocasiona danos irreparáveis às populações desta espécie, tendo-se em vista seu pequeno potencial de vôo, dificultando a fuga.

FamíliaTYRANNIDAE

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mes Maria-da-restinga

Phylloscartes kronei

Características gerais:Esta ave mede em torno de 12 centímetros. Apresenta nas costas a cor verde-olivácea.A barriga é mais clara e a garganta, esbranquiçada. O peito é acinzentado e o abdômen apresenta um tom amarelado. Nas asas, destacam-se manchas arredondadas, enquanto na cabeça há um traço amarelo que parte do bico e se prolonga, formando uma longa linha acima dos olhos. A face é amarelada, marcada por pintas marrom-enegrecidas que lhe conferem uma aparência de “cara suja”.

Habitat:É ave típica das restingas, mas pode ocupar outras formações florestais e mesmo suas bordas e algumas áreas ocupadas por humanos. Seu deslocamento é feito por vôos curtos e ruidosos.

Reprodução:Constrói ninhos discretos e caprichosamente tecidos, presos a forquilhas e construídos com galhos e folhas.

Alimentação:É insetívora, ou seja, alimenta-se de insetos mas pode ingerir pequenos frutos.

Ameaças:Embora esta espécie possa se adaptar a ambientes de ocupação humana, é considerada restrita às áreas úmidas e próximas ao oceano, onde sofrem grandes impactos ambientais.

FamíliaTYRANNIDAE

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mes Estalinho

Phylloscartes diffi cilis

Caraterísticas gerais:Esta ave, com cerca de 12 centímetros, possui nas costas uma coloração predominantemente verde-olivácea, enquanto na região da barriga é cinzenta, com o anel periocular (em torno dos olhos) visivelmente branco.

Habitat:É típico das regiões montanhosas, onde ocupa os habitats semiflorestados e abertos, empoleirando-se com agilidade em pequenas árvores.

Reprodução:Pouco é conhecido de sua biologia.

Comportamento:Apresenta baixa atividade e vive solitário ou aos pares, deslocando-se em vôos ágeis para capturar insetos entre as folhas da vegetação.

Ameaças:Embora razoavelmente protegida, única e exclusivamente pela dificuldade de acesso às suas áreas de ocorrência, esta espécie está sujeita a ameaças localizadas, em particular as modificações - em pequena escala - de seus habitats, causadas por atividades agropastoris e de turismo descontrolado e, em decorrência de ambas, por queimadas sazonais.

FamíliaTYRANNIDAE

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mes Maria-catarinense

Hemitriccus kaempferi

Características gerais:A maria-catarinense tem cerca de 10 centímetros de comprimento. É caracterizada por possuir contornos arredondados pelo corpo graças a uma densa plumagem. A região das costas é verde-olivácea brilhante, exceto as asas, que são marrons com duas barras beges em algumas penas e uma amarelada nas penas das axilas. Na face, a cor é marrom-clara, tornando-se mais acastanhada em direção à garganta e alto do peito. O resto da barriga é mais claro, num tom de bege-amarelado.

Habitat:Habita as florestas, principalmente aquelas próximas a pequenos córregos de água, podendo ser encontrada tanto nas partes mais altas quanto na região intermediária. Este pássaro é conhecido, no Paraná, apenas para uma área de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, no litoral Sul.

Comportamento:Para assegurar seu alimento, realiza vôos rápidos e certeiros capturando a presa mesmo no meio das folhagens.

Alimentação:Essa ave alimenta-se basicamente de invertebrados como besouros, borboletas, formigas e várias outras espécies do grupo dos insetos.

Ameaças:Sua população é pequena no Paraná, e a destruição do seu habitat contribui para que se reduza ainda mais.

FamíliaTYRANNIDAE

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mes Patinho-grande

Platyrinchus leucoryphus

Características gerais:O patinho-grande é uma ave inconfundível devido ao seu bico ser completamente acha-tado, de onde nasceu o nome comum de patinho. Medindo quase 13 centímetros, em sua coloração predomina o marrom esverdeado nas partes superiores, onde algumas penas das asas são marrom-acastanhadas. A cabeça apresenta uma crista branca, que se arrepia em situações de excitação ou estresse. Tem a garganta branca e peito marrom-sujo, que se torna quase branco no abdômen.

Habitat: Habita florestas bem conservadas, sendo encontrada também em florestas com menor grau de conservação. Essa espécie foi pouco vista no Estado, geralmente na região da Serra do Mar e no litoral.

Comportamento:Esse patinho é encontrado geralmente sozinho, pousado em poleiros à espera de alguma presa. Quando avistada, o patinho-grande lança-se para capturar o alimento.

Alimentação:Seu alimento preferido são os insetos.

Ameaças:A principal ameaça é o fim das florestas conservadas.

FamíliaTYRANNIDAE

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mes Noivinha

Xolmis irupero

Características gerais:Mede cerca de 18 centímetros e é quase todo branco. Apenas as rêmiges primárias (penas da ponta das asas), bem como a ponta das penas da cauda são negras; também são pretos o bico e as pernas.

Habitat:Ocupa habitats abertos, principalmente campos. Esta espécie é conhecida em poucas localidades com campos naturais ou mesmo com cerrado do Segundo Planalto Paranaense, onde sempre foi rara.

Comportamento:Freqüenta poleiros estratégicos – árvores e arvoretas isoladas, mourões e cercas de arame – de onde se arremessa para capturar pequenos insetos voadores. É um pássaro inconfundível pelas características da plumagem e facilmente notado em condições naturais por seu comportamento e pela exposição em pontos estratégicos.

Alimentação:Sua biologia é pouco conhecida, mas sabe-se que se alimenta de pequenos insetos e outros invertebrados.

Ameaças:Como observado para outras aves do ambiente de campo, o avanço da agrícultura sobre as áreas naturais (campos naturais e cerrado), deve ser considerado a principal ameaça a esta espécie, que já é naturalmente rara e pouco conhecida no Paraná.

FamíliaTYRANNIDAE

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mes Galito

Alectrurus tricolor

Características gerais:Com quase 14 centímetros de comprimento, o macho desta espécie é negro nas costas e branco no peito (exceto nas laterais). Sua cauda tem formato alongado, lembrando muito a de um galo com penas negras. A fêmea tem cauda normal e colorida que não se destaca como a do macho: marrom-acinzentada nas partes superiores e marrom-clara a esbranquiçada nas inferiores, com uma linha em cima dos olhos; a face é manchada de bege.

Habitat:Habita os campos limpos e sujos, prefere locais com vegetação alta. Embora fuja do fogo, foram vistos indivíduos revirando o solo à procura de alimento em locais queimados.

Reprodução:No período reprodutivo, o macho faz um vôo de exibição, após localizada a fêmea, realiza fortes batidas de asas de modo muito lento, com a cauda eriçada, quase que alcançando a cabeça. Esse é um meio do galito macho impressionar a fêmea. O macho que mais chamar a atenção da fêmea, poderá acasalar-se com ela.

Comportamento:Fora da estação reprodutiva, permanece pousado em um poleiro visível, na ponta de um ramo de gramínea ou no alto de um arbusto, de onde se arremessa para capturar seu alimento.

Alimentação:Seu alimento preferido são os insetos.

Ameaças:Uma das principais ameaças a esta espécie é o avanço da agricultura e pecuária e, conseqüente-mente, o uso de fogo para limpar as áreas, prática muito usada pelos proprietários rurais.

FamíliaTYRANNIDAE

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mes Soldadinho

Antilophia galeata

Características gerais:Mede cerca de 15 centímetros e possui uma coloração quase totalmente negra nos machos, tendo apenas a região da cabeça e nuca em vermelho-carmim. As fêmeas são totalmente verdes, tendo apenas as pontas das penas marrons e a crista muito menor que a do macho.

Habitat:Para viver, o soldadinho depende das florestas, principalmente das matas ciliares, onde é comum.

Reprodução:É na floresta que o soldadinho instala seu ninho, geralmente nas matas ciliares. Esse ninho apresenta uma estrutura em formato de ovo, suspensa nas ramagens, construído basicamente com fibras vegetais secas.

Comportamento:Vive sozinho, exceto nas épocas de reprodução. Possui um canto muito forte e marcante ouvido a longas distâncias pela floresta.

Alimentação:Frugívora (come frutas) por natureza, raramente se alimenta de insetos.

Ameaças:Por ter uma extrema dependência de florestas inundáveis e ciliares, esta espécie praticamente desa-pareceu do Estado como conseqüência da destruição de quase todos os fragmentos de mata com dimensões aceitáveis do vale do rio Paraná.

FamíliaPIPRIDAE

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mes Pião-batata, corocoxó-do-litoral

Carpornis melanocephala

Características gerais:De tamanho médio, com cerca de 20 centímetros de comprimento, o corocoxó-do-litoral apresenta a cabeça toda negra-azulada, incluindo nuca e garganta, como uma carapuça. O resto das partes das costas é verde-oliváceo e o peito intercala tons também esverdeados, porém muito mais pálidos, tornando-se amarelados no abdômen, que é ligeiramente barrado na região próxima da coxa. As fêmeas são bastante parecidas: em vez do negro da cabeça, possui uma cor olivácea-escura.

Habitat:Habita a região mais alta de florestas bem conservadas ou com pouca influência humana, podendo descer para a região intermediária.

Comportamento:É facilmente reconhecido pelo canto que pode ser ouvido a grandes distâncias.

Alimentação:O corocoxó-do-litoral é frugívoro, ou seja, alimenta-se de frutos, preferindo os da palmeira-juçara. Coleta-os na ramagem, através de curtos vôos de assalto.

Ameaças:A destruição das florestas é a principal ameaça a esta espécie, principalmente se é dificultado o ciclo de deslocamento e a obtenção de alimentos.

FamíliaCOTINGIDAE

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mes Dançador-coroado

Piprites pileata

Características gerais:Esta bela ave mede cerca de 12 centímetros. O macho possui uma coloração onde pre-domina o marrom-ferrugíneo, com uma coroa negra no alto da cabeça e algumas penas também negras, desenhadas de amarelo com algumas regiões destacadas em branco. A cauda tem penas centrais pretas e laterais marrom-ferrugíneas. O bico e as pernas vão do amarelo ao alaranjado, destacando-se do resto do corpo, que possui uma cor mais escura. Esta ave está em todas as listas de espécies ameaçadas. Muitas dessas aves foram coletadas no século XIX, na região de Curitiba.

Habitat:Este pássaro é restrito à florestas de grandes altitudes, nos planaltos do interior ou na Serra do Mar, e pode ser encontrado em paisagens em regeneração, como capoeirões.

Alimentação:Alimenta-se de frutos e insetos.

Ameaças:A destruição dos seus habitats é a principal ameaça à sua sobrevivência.

FamíliaCOTINGIDAE

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mes Balança-rabo

Polioptila lactea

Características gerais:O balança-rabo é um pequeno (12 centímetros) e delicado pássaro, com muitas diferenças entre macho e fêmea. Os machos têm as costas cinzentas, com a coroa e algumas penas centrais negras foscas. Há uma linha branca entre o bico e os olhos, chamada de loro, que se repete em algumas penas laterais das asas. Nas fêmeas a coroa é como o dorso: cinzenta.

Habitat:Mostra maior afinidade com a vegetação florestal, sendo considerada freqüentadora tanto dos arbustos, como das árvores mais altas da floresta. Habita também a borda de matas com vegetação densa e fechada, mas também em capoeiras e capoeirões.

Comportamento:Desloca-se em grupos à procura de insetos, capturados por meio de assaltos ativos para os quais movimenta intensamente a cauda, de modo a manter o equilíbrio.

Alimentação:Alimenta-se de insetos e outros invertebrados.

Ameaças:Sua concentração nas regiões quentes do Estado, em especial na Floresta Estacional Semide-cidual, consiste na principal ameaça a esta espécie. A alteração do seu habitat possívelmente causou grandes reduções populacionais.

FamíliaMUSCICAPIDAE

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mes Gralha-do-cerrado

Cyanocorax cristatellus

Características gerais:A gralha-do-cerrado é uma das espécies mais notáveis da avifauna paranaense. Com seus quase 35 centímetros de comprimento, mostra uma plumagem em que predomina a cor negra, tendo as costas manchadas de azul-violáceo, que se torna azul-celeste brilhante na metade das penas. Essa mesma tonalidade de azul se repete nas rêmiges (penas do meio das asas e axilas), exceto nas primárias (penas das pontas das asas), que são negras. A cabeça é negra, com um pequeno penacho saindo da fronte, com penas que ficam eréteis de acordo com o estado de excitação. A garganta é preta até o peito. O resto do abdômen é branco. O bico e as pernas são pretos e a íris é castanha escura.

Habitat:Como o próprio nome já diz, essa gralha vive nas áreas de cerrado do Noroeste, Norte e Nordeste do Paraná.

Comportamento:A gralha-do cerrado é sempre muito atenta, e a qualquer sinal de perigo emite sinais de alerta fortemente audíveis. Essa gralha não vive sozinha, é encontrada quase sempre em bandos, pulando de galho em galho em busca de alimento.

Alimentação:Come insetos, pequenos vertebrados e frutos.

Ameaças:Como depende muito do cerrado, sofre ameaças pelo avanço da agricultura e pecuária, principalmente monoculturas de pínus e eucalipto, espécies exóticas.

FamíliaCORVIDAE

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mes Canário-do-mato

Basileuterus fl aveolus

Características gerais:O canário-do-mato é um belo pássaro, mede de cerca de 15 centímetros e é quase todo amarelo. Possui as partes das costas verde-oliváceas brilhantes e peito amarelo-ouro, coloração que se repete em uma curta linha acima dos olhos. O bico possui uma cor ocre e as pernas são alaranjadas a amarelas.

Habitat:Habita matas ciliares e outras paisagens florestadas, principalmente nas proximidades de cursos d’água.

Comportamento:É visto geralmente sozinho ou aos casais, saltando pelos ramos das plantas ou andando pelo solo. Possui comportamento interessante com a cauda, balançando-a várias vezes sem parar em movimentos de abre-fecha, uma das características marcantes desta espécie. Possui um canto típico, melódico e audível a grandes distâncias.

Alimentação:Alimenta-se de insetos.

Ameaças:Um risco para a conservação desta espécie é o de desastres naturais ou interferências humanas, em especial incêndios por conta das queimadas (prática comum em plantios de cana).

FamíliaEMBERIZIDAE

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mes Pula-pula-de-sobrancelha

Basileuterus leucophrys

Características gerais:Trata-se de um pequeno pássaro de cerca de 15 centímetros, com as partes das costas verde-oliváceas brilhantes e a cabeça com uma coroa negra fosca. A região entre o bico e os olhos são brancas, assim como acima dos olhos. A face é manchada de branco, cinzento e preto. O peito é esbranquiçado com os lados acinzentados e o abdômen, amarelado. O bico é preto e as pernas são alaranjadas.

Habitat:Tem grande dependência de ambientes de florestas, principalmente as próximas a corpos d’água no interior da floresta.

Comportamento:Vive sozinho ou aos casais nas matas densas e nas proximidades de riachos ou córregos, mostrando uma grande dependência desses corpos d’água. É espécie muito ativa, fica o dia inteiro de um lado para outro da floresta. O canto dos machos possui uma seqüência forte e muito musical, que tem participação das fêmeas.

Alimentação:Alimenta-se de insetos que captura, enquanto saltita pelo chão ou quando lança-se de poleiros a pequena altura em direção à ramagem.

Ameaças:Esta espécie depende de habitat do tipo florestas ciliares inundáveis. Tem grande dependência desses ambientes, particularmente associando-se aos que apresentam áreas alagadas.

FamíliaEMBERIZIDAE

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mes Sanhaço-do-cerrado

Neothraupis fasciata

Características gerais:Pássaro de cerca de 16 centímetros, de cor predominantemente cinza, com algumas penas negras nas asas, assim como uma máscara que se estende da fronte até a região dos olhos. O peito é esbranquiçado. Os jovens têm cores menos contrastantes por serem tingidos de marrom, aspecto também observado na máscara.

Habitat:Habita o cerrado.

Reprodução:Constrói ninhos em forma de tigela, a cerca de um metro do solo, nos quais são depositados entre dois a três ovos brancos com manchas avermelhadas, que demoram de 15 a 17 dias para incubar. Os filhotes permanecem de nove a dez dias no ninho e são alimentados pelos pais e outros membros do grupo.

Alimentação: Alimenta-se de frutos e insetos ao longo do ano, como grãos, brotos, flores, sementes e aranhas.

Ameaças:Embora seja generalista quanto aos hábitos alimentares, esta espécie aparenta ser forte-mente dependente do cerrado. A destruição desse ambiente é uma grande ameaça à sua sobrevivência.

FamíliaEMBERIZIDAE

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mes Bandoleta

Cypsnagra hirundinacea

Características gerais:É uma espécie com cerca de 16 centímetros, com as costas negras e áreas brancas em parte das asas. O ventre é acastanhado, sendo essa cor intensa na região da garganta, tornando-se fraca ou quase esbranquiçada no peito e no centro do abdômen. Os machos e as fêmeas são semelhantes, enquanto os jovens apresentam tons mais apagados.

Habitat:Vive no cerrado, onde árvores e arbustos esparsos estão distribuídos em meio à vegetação baixa.

Reprodução:Vive em grupos pequenos e familiares com até oito indivíduos, mas são poucas as informações sobre seus aspectos reprodutivos.

Comportamento:Possui o hábito de pousar no topo das árvores mais altas da floresta onde habita. O casal da ban-doleta emite fortes cantos em dueto, que podem ser ouvidos a longas distâncias.

Alimentação:Alimenta-se de frutos e insetos.

Ameaças:Espécie muito dependente do cerrado, qualquer alteração causada nesse ambiente irá de alguma maneira prejudicá-la.

FamíliaEMBERIZIDAE

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mes Figuinha-do-mangue

Conirostrum bicolor

Características gerais:Este é um belo pássaro com pouco mais de 10 centímetros e coloração quase toda cinza-azulada, de tonalidade mais clara e acinzentada nas partes inferiores, sendo a região da garganta esbranquiçada. Possui a íris alaranjada e, abaixo dos olhos observa-se delicadas pernas róseas. Não há diferenças entre macho e fêmea, apenas entre jovens e adultos: os jovens são oliváceos nas costas e amarelados no peito.

Habitat:Extremamente dependente de áreas alagadas, encontra nos manguezais seu habitat preferido, ainda que, em alguns pontos de sua distribuição, chegue a ocupar as florestas inundáveis existentes no interior do estado.

Comportamento:Desloca-se pela floresta, solitária ou em pequenos grupos familiares, junto a bandos mistos.

Alimentação:Alimenta-se de insetos, apreciando também pequenos frutos.

Ameaças:As principais ameaças desta espécie relacionam-se às alterações ou supressão dos manguezais, resultado do avanço de centros urbanos e empreendimentos marítimos.

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mes Pichochó, chá-chá

Sporophila frontalis

Características gerais:O pichochó é o maior representante do gênero Sporophila, com aproximadamente 15 centímetros. O macho é marrom-esverdeado, quase acinzentado, destacando-se na cabeça uma mancha frontal bege. A garganta é branca, o peito é cinza-claro e o abdômen, amarelado. Nas asas algumas penas são orladas de branco, formando duas barras transversais. Os jovens e fêmeas apresentam colorido discreto um pouco mais fosco que o macho. A variação nas cores parece ser devido à idade; indivíduos mais velhos tendem a ter mais áreas brancas. Os machos com desenhos na cabeça são chamados de “estrela”, enquanto as fêmeas e jovens de “taquara”. O pichochó possui um canto característico – “tchó-tchó-tchó” – que inspirou as denominações populares.

Habitat:Ocupa as florestas, sendo mais observado nas encostas íngremes da Serra do Mar, no qual os machos buscam poleiros para cantar. Pode ocorrer na restinga e, com freqüência, nos taquarais do alto da serra. Eventualmente, é encontrado em áreas muito alteradas, o que pode estar associado à busca por alimentos em cultivos e pomares dos centros urbanos.

Ameaças:Apesar de importante, a modificação de habitat não é a maior ameaça para este pássaro, e sim a captura excessiva para cativeiro que tem se intensificado nas últimas décadas.

FamíliaEMBERIZIDAE

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mes Cigarrinha

Sporophila falcirostris

Características gerais:Este pássaro mede cerca de 11 centímetros. O macho é cinzento nas costas. As asas e a cauda são um pouco mais escuras, o peito é quase todo branco. Pode-se observar uma manchinha branca na região do lado da asa, que se destaca bastante do marrom-escuro de algumas penas das asas, principalmente quando a cigarrinha está em vôo. No bico, predomina o amarelo, às vezes com base negra, e outras preto ou ocre.

Habitat:Habita as regiões de floresta da Serra do Mar e planície litorânea, inclusive restingas e taquarais ou áreas com agricultura (arrozais). Não habita áreas urbanas, mas pode ser observada em clareiras onde a mata foi derrubada.

Ameaças:Essa espécie necessita de ambientes em condições muito especiais para viver, pois se alimenta de sementes de gramíneas das bordas de matas, mas depende também das florestas onde desempenha suas necessidades reprodutivas.

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mes Patativa, patativa-do-campo

Sporophila plumbea

Características gerais:Pássaro com cerca de 10 centímetros; os machos adultos são cinza-azulados, com cores mais claras nas partes inferiores, apresentando curta mancha branca próxima ao bico (típica da espécie) e, quase sempre, outra mancha branca logo abaixo dos olhos. No Paraná, ocorrem exemplares de bico negro ou amarelado, eventualmente acinzentado. As fêmeas e jovens são pardos, mais claros nas partes inferiores, ambos com o bico anegrado. Possui um canto muito bonito e melodioso, costuma imitar outras espécies e, por isso, é perseguida para ser criada em gaiolas, como ocorre principalmente na região Nordeste do Estado.

Habitat:Ocupa áreas abertas como campos (sujos e limpos), cerrado, banhado e várzeas.

Reprodução:A patativa se reproduz em Jaguariaíva e Ponta Grossa, onde cria dois ou três filhotes em um ninho em forma de taça, feito de capins entrelaçados e em ramos conhecidos como vassouras. Migra, embora alguns exemplares sejam observados durante o ano inteiro, mais abundantes na primavera e verão, quando formam bandos.

Ameaças:O comércio ilegal para criação em cativeiro (gaiolas) é a principal ameaça à patativa, mas a destruição das florestas e a dificuldade de alimentação também aumentam a possibilidade de extinção.

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mes Caboclinho-papo-branco,

caboclinho- papai-noelSporophila palustris

Características gerais:O caboclinho-papo-branco mede cerca de 10 centímetros, o macho adulto apresenta as partes superiores cinzentas, exceto acima da cauda, que é castanha; os lados da cabeça, garganta e peito, bem como algumas penas do lado da asa, são brancos, enquanto a barriga é castanha e o bico é negro ou amarelo. As fêmeas e os jovens têm cor pardo-clara, com bico negro.

Reprodução:Fora do período reprodutivo, o macho adulto apresenta plumagem parda semelhante às fêmeas e jovens.

Habitat:Habita áreas abertas, campos úmidos, várzeas e banhados. Esta espécie foi encontrada no Paraná recentemente. Sua distribuição permanece praticamente desconhecida. Sabe-se que ocorre nas várzeas do rio Paraná (Querência do Norte), e na região do vale do Rio das Mortes (Jaguariaíva).

Ameaças:Esta espécie encontra-se ameaçada porque vive apenas nas áreas abertas de planalto, as-sociadas a corpos d’água e em especial às várzeas com capinzais altos. A drenagem de solos e os incêndios também são ameaças ao caboclinho.

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mes Caboclinho-de-chapéu-cinzento

Sporophila cinnamomea

Característivas gerais:O caboclinho-de-chapéu-cinzento recebeu esse nome devido ao cinzento que apresenta em cima da cabeça. Há diferenças marcantes entre machos e fêmeas. O macho é castanho- escuro com a região da cabeça cinzenta e asas e cauda anegradas, margeadas de cinza. Uma grande mancha branca destaca-se nas asas. O bico é colorido, podendo ser amarelo-claro, cinza ou até mesmo negro. As fêmeas e os jovens, como em outros caboclinhos, são pardos em todo o corpo, com o ventre um pouco mais claro.

Habitat:Habita áreas de campos sujos, brejos e banhados ricos em vassouras.

Comportamento:Vive em grupos. É mais agressivo do que os outros caboclinhos, com o canto mais alto e um pouco diferente.

Ameaças:A perda de habitat pela substituição dos campos naturais por áreas de agricultura, pecuária e plantações de arbóreas exóticas contribuiu com o declínio desta espécie, naturalmente rara no Paraná.

FamíliaEMBERIZIDAE

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mes Caboclinho-preto

Sporophila melanogaster

Características gerais:O caboclinho-preto mede cerca de 10 centímetros e apresenta, no macho adulto, uma coloração cinzenta, com garganta, peito, abdômen, asas e cauda negras, além de uma mancha branca na região lateral da asa. O bico é amarelado ou negro. As fêmeas e jovens são pardos. Fora do período reprodutivo, o macho adulto apresenta plumagem onde predomina o pardo, semelhante às fêmeas e jovens.

Habitat:Ocupa áreas abertas como campos sujos e limpos, áreas de cerrado, banhado e várzeas. Concentra-se na região dos campos naturais do Segundo Planalto Paranaense (Ponta Grossa, Castro, Piraí do Sul, Ventania e Tibagi), onde é encontrada em maior quantidadade, assim como na região Nordeste (Jaguariaíva, Sengés e Arapoti), em transições daquela vegetação para o cerrado.

Ameaças:Na região de Jaguariaíva e em toda a porção Nordeste paranaense, esta espécie tem sido afetada devido à perda de habitat e da captura ilegal.

FamíliaEMBERIZIDAE

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mes Curió, avinhado

Oryzoborus angolensis

Características gerais:O curió é um dos pássaros mais conhecidos do Brasil, muito capturado para servir como um pássaro de canto. Medindo cerca de 13 centímetros, o macho é quase sempre negro nas partes superiores, cor que se repete no peito. No ventre é castanho-ferrugíneo. A base de algumas penas apresenta uma mancha branca, que aparece mais quando a ave alça vôo. As fêmeas e os jovens são quase totalmente castanho-ferrugíneos. O bico negro do curió é uma das características mais marcantes desta espécie, por ser engrossado na base e, ao mesmo tempo, curto.

Alimentação:A alimentação do curió, consiste quase que exclusivamente de sementes, em especial de gramíneas colhidas nas espigas.

Comportamento:É encontrado sozinho ou aos pares, em pequenos grupos familiares e, mais raramente, freqüentando bandos mistos de aves que habitam os campos e se alimentam também de grãos. Os machos se destacam por ocupar um poleiro alto enquanto emitem seu canto, muito elaborado e musical.

Ameaças:A maior ameaça a esta espécie é sua captura para o cativeiro e o comércio ilegal.

FamíliaEMBERIZIDAE

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FamíliaEMBERIZIDAE

Japu-guaçu, japuPsarocolius decumanus

Características gerais:Espécie de grande porte, sendo os machos maiores (45 centímetros) do que as fêmeas (35 centímetros). De cor predominantemente negra brilhante, destaca-se a cauda castanho-ferrugínea, com algumas penas amarelo-ouro, e outras negras. Na íris predomina o azul claro e da cabeça saem penas modificadas à figura de um penacho, enquanto o bico é típico: grosso na base e afilado na ponta, quase todo esbranquiçado, com tons esverdeados.

Habitat:Prefere florestas e suas bordas, muitas vezes em regiões alagadiças, onde vive em bandos. São aves muito peculiares, pois são ruidosas e se destacam por um canto intenso, que agita o corpo, podendo ser ouvida a longas distâncias.

Reprodução:Seus ninhos são feitos em grandes árvores, suspensos na extremidade dos galhos.

Ameaças:A maior ameaça ao japu é a perda de habitat devido à destruição das florestas.

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Os répteis surgiram no planeta há cerca de 360 milhões de anos, quando o clima estava se modificando, ficando mais seco. Desenvolveram um meio muito eficaz para sobreviver, pois a pele é seca e impermeável e os protege contra a desidratação. São considerados pecilotérmicos. Isso significa que a temperatura do corpo varia conforme o ambiente.

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Phrynops williamsi

Características gerais:Essa espécie de cágado, nativa do Brasil, está rapidamente desaparecendo de nossos rios devido a inundações causadas pelas hidrelétricas. Seus nomes mais comuns são cágado-rajado, cágado, cágado-de-barbelas, cágado-de-ferradura e cágado-de-williams.Trata-se de um cágado com pouco mais de 40 centímetros de carapaça (casco). Tem duas faixas negras em cada face e uma quinta, no mento, formando um desenho que lembra uma ferradura.

Habitat:Pode ser encontrado em grandes rios com margens lodosas ou rochosas, e em pequenos, dentro das florestas.

Comportamento: É animal que realiza suas atividades durante o dia. Aproveita as margens rochosas de rios para expor-se ao sol, se aquecendo, um comportamento normal nos répteis que precisam de calor.

Reprodução:O período de construção de ninho e eclosão dos ovos foi estimado entre outubro e maio, enquanto a reprodução deve ocorrer entre novembro e dezembro. Uma fêmea foi encontrada desovando (11 ovos) no Parque Nacional do Iguaçu em junho de 2000.

Alimentação:Sua dieta consiste de invertebrados aquáticos em geral (insetos e crustáceos), peixes, algas, sementes e outros restos de vegetais, além de moluscos.

Ameaças:Encontra-se ameaçado no Paraná, principalmente em função dos reservatórios de usinas hidrelétricas que favorecem a redução de alimentos e a alteração da estrutura dos grandes rios. A pesca predatória influencia na sobrevivência deste cágado, pois são comuns as capturas acidentais em redes de espera.

FamíliaCHELIDAE

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Cnemidophorus vacariensis

Características gerais:Trata-se de um pequeno lagarto brasileiro que pode ser identificado pela coloração de fundo marrom, com três faixas branco-amarelados em forma de pontos na lateral do corpo.

Habitat:Habita os campos naturais. Podem ser encontrado vários deles em um mesmo local, sem que isso caracterize, necessariamente, que vivam juntos, em grupos.

Repodução:Aspectos reprodutivos e de alimentação são desconhecidos.

Comportamento:Aparenta ser um lagarto terrestre que realiza suas atividades durante o dia. E o que diferencia esta espécie das outras é o fato de estarem vários indivíduos no mesmo local.

Ameaças:Este lagarto encontra-se ameaçado no Paraná em função da descaracterização dos habitats campestres e de ameaças indiretas causadas pelo uso do fogo, pela introdução de espécies vegetais exóticas para fins agro-pastoris e por impactos do gado sobre os campos.

FamíliaTEIIDAE

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Os anfíbios são animais de temperatura variável . São chamados anfíbios por poderem viver tanto na água quanto na terra. O ovo dos anfíbios produz um ser vivo que somente atinge o estado adulto após sofrer um certo número de modificações. Essas transformações recebem o nome de metamorfoses. Os anfíbios são de fundamental importância para a cadeia alimentar.

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ra Sapinho-douradoBrachycephalus pernix

Características gerais:Este é um pequeno sapinho de coloração muito diferente dos demais. Machos e fêmeas medem em torno de 13 milímetros, com corpo robusto e apenas dois dedos das mãos visíveis. O que mais chama a atenção é a sua coloração: cabeça laranja com manchas pretas; olhos e região próxima aos olhos pretos; costas, antebraços, braços, calcanhares, joelhos e pés, laranja; superfícies laterais do corpo, região anal e pernas, pretas; manchas pretas nos braços.

Habitat:Habita o solo, geralmente encontrado entre as folhas e pequenos galhos caídos sob o solo. É um anfibio que vive na Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana do Morro do Anhangava, situado na Serra da Baitaca, entre Quatro Barras e Piraquara.

Reprodução:Os aspectos reprodutivos são ainda pouco conhecidos, mas estudos recentes descobriram algo jamais imaginado para um anfíbio: a ausência de girino. O sapinho-dourado possui desenvolvi-mento direto, ou seja, seus sapinhos filhotes não passam pela metamorfose e já nascem como os adultos, porém de tamanho menor.

Ameaças:O Morro do Anhangava está sob forte pressão antrópica, visitação sem controle, apresentando sinais de acampamentos, fogueiras e muitas trilhas. O risco de perda de habitat por incêndio e corte de vegetação são as maiores ameaças para esta espécie.

FamíliaBRACHYCEPHALIDAE

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ra Perereca-zebraHyla anceps

Características gerais:Trata-se de uma perereca de porte médio. Macho e fêmea medem de três a quatro centímetros. A região das costas é marrom, peito e coxas são vermelhas, barrados de preto.

Habitat:Habita brejos e, ocasionalmente, é encontrada em plantas flutuantes. Só procura a vegetação marginal arbórea quando está em fuga ou perseguindo a presa.

Comportamento:O canto pode ser ouvido a grandes distâncias, assemelha-se a um grito estridente, depois seguido de um repicado. Os machos cantam sobre a vegetação emersa ou em arbustos entre 50 centímetros e 1,5 metro de altura.

Ameaças:A principal ameaça a esta espécie no Paraná é o isolamento da população, restrita a um brejo de 100 metros quadrados, em meio a plantios de eucalipto e pínus. A estrada que dá acesso à Usina Hidrelétrica de Mauá passa ao lado do brejo, gerando risco de atropelamentos.

FamíliaHYLIDAE

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ra Sem nome popularLimnomedusa macroglossa

Características gerais:Este é um anfibio que mede cerca de 42 a 53 mm, enquanto a fêmeas medem de 42 a 62 mm. A característica marcante da espécie está nos olhos com pupila em forma de losango. A pele da região das costas é verrugosa, com grandes granulações achatadas em fileiras irregulares, enquanto a região do peito é lisa, exceto nas coxas. A coloração geral da região das costas varia de castanha a cinza, com manchas mais escuras. O espaço entre os olhos, o dorso da cabeça e o focinho são branco-amarelados.

Habitat:Este pequeno anfíbio pode ser encontrado em habitats de afloramentos rochosos e solos superficiais próximos à água corrente.

Comportamento:De hábitos diurnos, os adultos são encontrados sob rochas, semi-enterrados ou ocupando depressões, próximo à água. Os machos emitem sons na borda da água, às vezes com parte do corpo submerso.

Reprodução:A postura consiste de aproximadamente 400 ovos de 2 milímetros de diâmetro, muito pig-mentados, espalhados no fundo de ambientes aquáticos de água lenta.

Ameaças:Futuras barragens no rio Jordão podem levar ao desaparecimento de populações ainda não conhecidas dessa espécie.

FamíliaLEPTODACTYLIDAE

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A maioria dos peixes possui esqueleto formado de ossos e pertencentes à classe Osteichthyes. Já os tubarões e as raias têm o esqueleto composto de cartilagem (tecido encontrado nas orelhas e no nariz dos seres humanos), formando a classe Chondrichthyes. Os peixes respiram através de brânquias. Para que ele consiga sobreviver utiliza o oxigênio dissolvido na água que entra pela boca, e sai por aberturas existentes na faringe (chamadas fendas branquiais).

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rmes Espécies marinhas

Cação-anjoSquatina guggenheim

Características gerais:O cação-anjo possui o corpo largo e achatado, com duas nadadeiras pequenas situadas na região da cauda. Mais acima estão as nadadeiras peitorais, grandes e triangulares. A cabeça é ovalada e ainda possui cinco fendas branquiais, ou seja, estruturas por onde o peixe respira.

Habitat:Esta espécie é endêmica dos ambientes marinhos e estuarinos do Atlântico Sul entre o Su-deste do Brasil e a Argentina. Está presente nas águas costeiras do litoral Sul brasileiro.

Comportamento:Este cação tem o hábito de se enterrar na areia, para se camuflar e atacar suas presas, em grande maioria peixes. Como as informações disponíveis sobre a fauna desse grupo para o Estado do Paraná são relativamente escassas, principalmente para a região costeira, é possível que esta espécie já tenha sido capturada pela frota pesqueira artesanal no Parque Nacional do Superagüi, ambiente de reprodução e recrutamento de tubarões e raias.

Ameaças:As maiores ameaças à esta espécie no Brasil são a sobrepesca e a captura acidental, assim como o uso de métodos de pesca danosos, como é o caso das redes oceânicas de grandes dimensões.

FamíliaSQUATINIDAE

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es Tubarão-brancoCarcharodon carcharias

Características gerais:Peixe cartilaginoso de grande porte (acima de 6 metros), caracterizado pela presença de uma estrutura em forma de quilha na região mediana da cauda. Apresenta ainda duas nadadeiras dorsais e cinco fendas branquiais (por onde respira) em cada lado do corpo. A boca localiza-se na parte de baixo do corpo e os dentes são relativamente grandes com margens serrilhadas próprias para dilacerar sua presa e facilitar a digestão.

Habitat:Esta espécie ocupa águas costeiras e oceânicas, temperadas e tropicais em todo mundo. No Brasil, ocorre nos ambientes marinhos ao longo da costa. É possível que esta espécie ocorra no Parque Nacional do Superagüi, em função da importância deste ambiente como área de reprodução e recrutamento de tubarões e raias.

Comportamento:É um tubarão ativo, veloz e agressivo, que vive em águas afastadas da costa.

Alimentação:Alimenta-se de peixes, crustáceos, aves, mamíferos marinhos e tartarugas.

Ameaças:A ausência de um monitoramento eficiente de exploração, exigido pela dinâmica do ecossistema em questão, compromete os estoques pesqueiros regionais e a sua exploração econômica.

FamíliaLAMNIDAE

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Prist

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es Peixe-serraPristis perotteti

Características gerais:O peixe-serra mede até seis metros de comprimento, é facilmente reconhecido pelo formato do corpo, alongado como os tubarões, e pela presença de focinho bem desenvolvido com pequenos dentes laterais em forma de serra. O número de dentes varia de 16 a 20. Assim como as raias, apresenta as aberturas branquiais situadas na região de baixo do corpo.

Habitat:Habita águas costeiras (fundo do mar) e embocaduras de grandes rios do litoral Atlântico, entre os Estados Unidos e as regiões Sudeste e Sul do Brasil.

Ameaças:As maiores ameaças à esta espécie no Brasil são a sobrepesca e a captura acidental, assim como o uso de métodos de pesca danosos, como é o caso das redes oceânicas de grandes dimensões.

FamíliaPRISTIDAE

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s Raia-viola, cação-violaRhinobatos horkelii

Características gerais:A raia-viola é identificada pela parte anterior do corpo um pouco triangular, com um focinho bem desenvolvido formado por longa cartilagem. Os olhos são relativamente grandes, localizados no alto da cabeça. Apresenta também uma fileira de espinhos na região mediana das costas, que começa atrás dos olhos e termina entre as nadadeiras dorsais. A cauda não é demarcada no resto do corpo. As nadadeiras caudais e as dorsais são bem desenvolvidas.

Habitat:É espécie costeira que pode ultrapassar um metro de comprimento. Própria do fundo do mar, costuma se enterrar na areia e predar os invertebrados. Está presente em águas costeiras do litoral Sul brasileiro durante o ano todo. Foi registrada no Parque Nacional do Superagüi.

Ameaças:As maiores ameaças são a sobrepesca e a captura acidental, assim como o uso de métodos de pesca danosos, como é o caso das redes oceânicas de grandes dimensões.

FamíliaRHINOBATIDAE

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mes Cavalo-marinho

Hippocampus reidi

Características gerais:Possui cauda preênsil (capaz de sustentá-lo) e cabeça formando um ângulo de cerca de 90 graus em relação ao corpo. Tem focinho longo, coloração escura, nadadeira dorsal com 16 a 19 raios. Os cavalos-marinhos têm o corpo envolvido por uma série de anéis ósseos articulados, cuja nadadeira é formada apenas por raios moles.

Habitat:Esta espécie é encontrada em águas litorâneas de pouca profundidade, associada a recifes de coral e regiões de pedras cobertas por algas. Habita o Oceano Atlântico, dos Estados Unidos ao Sul do Brasil.

Reprodução:No caso dos cavalos-marinhos, quem gera os filhotes são os machos. Existe uma bolsa incubadora situada na parte ventral do tronco ou da cauda, onde se desenvolvem os ovos resultantes da desova das fêmeas. Após a eclosão, os jovens são eliminados pelos machos através de uma abertura na bolsa.

Ameaças:A principal ameaça ao cavalo-marinho é a sua exploração para a produção de artesanato, adornos e amuletos. A degradação, a fragmentação do habitat e a poluição também são considerados fatores de risco para as populações dessa espécie.

FamíliaSYNGNATHIDAE

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s MeroEpinephelus itajara

Características gerais:O mero é um peixe pacífico com quase três metros de comprimento e peso de 500 quilos. Tem corpo robusto castanho-acinzentado ou esverdeado e pequenas pintas escuras, que também aparecem nas nadadeiras. A região lateral do corpo apresenta faixas verticais largas e escuras. A cabeça é larga e achatada.

Habitat:Os meros são encontrados geralmente nos fundos arenosos, rochosos ou lodosos, e muitos já foram registrados junto a grandes lajes, pilares de construções e embarcações afundadas. Os jovens vivem em águas costeiras rasas, costões, estuários e recifes e, à medida em que crescem, vão para águas mais profundas.

Alimentação: São carnívoros vorazes que se alimentam de outros peixes e crustáceos.

Ameaças:Sua carne é considerada de boa qualidade e possui alto valor comercial, associado ao crescimento lento desta espécie. A sua sobrevivência está ligada à pesca sem controle.

FamíliaSERRANIDAE

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rmes Espécies de água doce

LambariAstyanax g ymnogenys

Características gerais:Este lambari pode ultrapassar os 20 centímetros de comprimento. Sua cor é prateada, escurecida nas nadadeiras anal e caudal. Existem poucas informações biológicas a respeito desta espécie. Em estudos realizados nas áreas dos reservatórios de Segredo e Foz do Areia, no rio Iguaçu, a espécie foi rara nas amostragens dos pesquisadores, apresentou hábito alimentar malacófago (come moluscos) e maior atividade reprodutiva na primavera e verão.

Ameaças:A redução de seu habitat nos trechos médio e baixo do rio Iguaçu, em função de barramentos das usinas hidrelétricas, coloca esta espécie em risco.

FamíliaCHARACIDAE

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rmes Dourado

Salminus brasiliensis

Características gerais:Como o próprio nome comum indica, o dourado é peixe com escamas douradas com reflexos avermelhados. Possui várias listras no corpo e uma mancha escura alongada na base da nadadeira caudal. Tem grande porte, podendo alcançar mais de um metro de comprimento.

Reprodução e hábitat:O dourado realiza migrações reprodutivas em busca de lugares mais calmos e de maior segurança contra predadores de seus filhotes. Com a cria já crescida, o dourado costuma utilizar ambientes de várzea (planície de inundação) e leito dos rios para passar a maior parte da vida.

Ameaças:Esta é uma espécie particularmente afetada pela redução de ambientes principalmente devido à contrução de hidrelétricas, que criam barreiras às migrações e interferem diretamente no sucesso reprodutivo, como vem ocorrendo no rio Paraná.

FamíliaCHARACIDAE

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mes Bagre

Rhamdiopsis moreirai

Características gerais:O bagre é uma espécie de pequeno porte, com focinho e nadadeira caudal arredondados, sendo a coloração quase uniformemente pardacenta e distribuída por todo o corpo. Possui uma linha lateral não contínua, composta por diversas linhas brancas ao longo da porção mediana do corpo.

Habitat e comportamento:Está presente em pequenos riachos, próximos à vegetação ciliar. Deve apresentar atividade principalmente no final da tarde e no início da noite.

Alimentação:O bagre possui barbilhões sensitivos que servem para localizar seu alimento no fundo dos rios. Apesar de não haver muitas informações a respeito da sua biologia, foi identificado o hábito insetívoro (alimenta-se de insetos) para um bagre do alto rio Paraná.

Ameaças:Os pequenos cursos d’água onde esta espécie ocorre são mais suscetíveis à ação do homem em função de seu volume reduzido e maior interface com o meio terrestre, estando entre os primeiros a sofrer os impactos do processo de colonização de novas áreas.

FamíliaHEPTAPTERIDAE

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s AcaráGymnogeophagus setequedas

Características gerais:Espécie de pequeno porte, alcança no máximo 10 centímetros. É encontrado geralmente em rios com águas lentas, favorecendo a alimentação pelo fundo. O acará é muito cuidado-so com os filhotes. Ainda não há muitas informações biológicas sobre a espécie. Ocorre exclusivamente em águas do rio Paraná, entre o rio Monday (Paraguai) e o município de Guaíra (Brasil).

Ameaças:Os ambientes de ocorrência desta espécie estão sob os impactos oriundos da expansão urbana. Os efeitos da urbanização se apresentam principalmente sob a forma de poluição aquática e ambiental, mas também causando a modificação e o assoreamento dos corpos d’água, o que degrada profundamente os frágeis habitats onde ocorre.

FamíliaCICHLIDAE

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As abelhas pertencem à ordem dos Hymenópteros, da qual também fazem parte as formigas e as vespas. Existem abelhas de muita espécies; nem todas são sociais ou seja, nem todas vivem em colônias. Ao contrário do que se pensa, a maioria delas se compõe de abelhas solitárias que constroem seu ninho em ocos de árvores ou embaixo da terra. Já as abelhas sociais vivem juntas em grandes colônias de indivíduos e seus ninhos são chamados colméias. O corpo de um desses indivíduos que raramente ultrapassa 3,7 centímetros de comprimento é constituído de três partes: cabeça, tórax e abdômen. No torax encontram-se dois pares de asas e três pares de pernas.

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FamíliaAPIDAE

GuiruçuSchwarziana quadripunctata

Características gerais:Esta espécie de abelha possui operárias com tamanho em torno de seis milímetros.

Comportamento e reprodução:Para identificarmos o comportamento das abelhas é muito importante prestar atenção em seus ninhos, como são formados, e como elas se organizam neles. Constrói ninhos subterrâneos, de até três metros abaixo do solo, utilizando geralmente sauveiros abandonados, em áreas de ve-getação aberta. A entrada do ninho é um tubo simples, vertical, em forma de torre, construído apenas de terra pura, com aproximadamente 15 milímetros de altura e 17 de diâmetro. Uma característica interessante é que nesta espécie há rainhas pequenas, médias e grandes; isto é, as rainhas podem ser criadas em células normais ou reais. O mel dessas abelhas é muito saboroso.

Habitat:Esta espécie possui ampla distribuição geográfica no Brasil, ocorrendo desde o Rio Grande do Sul até a Bahia e Goiás, em campos naturais, cerrado e na floresta com araucária.

Ameaças:No Paraná, os campos naturais e o cerrado que, juntamente com a Floresta Ombrófila Mista são os principais biomas de ocorrência desta espécie, nas últimas décadas vêm gradualmente sendo substituídos por monoculturas com utilização intensa de defensivos agrícolas. Tal situação provoca não só a destruição direta dos ninhos, que são subterrâneos, como a restrição e envenenamento das flores, o que causa forte impacto sobre as populações dessas abelhas.

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tera Caga-fogo, assadeira

Oxytrigona tataira

Características gerais:Tem a cabeça muito grande e o espaço entre os olhos é bem maior do que o comprimento dos olhos. Uma característica importante desta espécie é secretar, através das glândulas mandibulares (na região da boca), um líquido cáustico que produz queimaduras graves em animais e também no homem, deixando manchas permanentes na pele. Por esse motivo é considerada muito perigosa. Caso a substância entre em contato com os olhos pode levar a cegueira. É também uma espécie altamente agressiva que utiliza os ninhos de outras espé-cies de abelhas.

Habitat:A ocorrência desta espécie está restrita a áreas contínuas e bem preservadas de Floresta Atlântica, hoje existentes apenas na porção oriental do Paraná. Sua distribuição geográfica é ampla, ocorrendo no Brasil na porção mais oriental, desde Santa Catarina até a Bahia (ainda não encontrada no Rio de Janeiro).

Ameaças:A perda de habitats pelo desmatamento é a principal ameaça às populações desta espécie, uma vez que ela só ocorre em florestas muito bem preservadas, com árvores de grande porte que permitam a construção de seus ninhos e grande variedade de recursos florais, principalmente de plantas arbóreas.

FamíliaAPIDAE

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tera Tujuba

Melipona mondury

Características gerais:Esta espécie é social e suas operárias medem aproximadamente oito milímetros de comprimento, apresentando cabeça e tórax pretos, mandíbulas e antenas ferrugíneas. As pernas e o abdômen são amarelo-avermelhados, enquanto o tórax é coberto por uma pilosidade amarelo-dourado.

Habitat:Sua área de distribuição está comprometida pelo desmatamento e pelo avanço imobiliário no Paraná. São abelhas que historicamente ocorrem de forma pontual, ou seja, em locais sob condições específicas. Esta espécie provavelmente habita a planície costeira de Santa Catarina e Paraná, em ambiente de Floresta Atlântica.

Comportamento e reprodução:Faz ninhos em ocos de árvores, sendo que a entrada da colônia é construída em barro, com abertura no centro. Quase nunca tem sido vista ou coletada nas flores.

Ameaças:A perda de habitats pelo desmatamento é a principal ameaça a esta espécie, não só pela destruição direta das colônias, que geralmente estão alojadas no interior de árvores ocas, como também pela diminuição de locais possíveis para a nidificação de novas colônias.

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FamíliaAPIDAE

IratiLestrimelitta ehrhardti

Características gerais:Trata-se de uma abelha social cujas operárias medem quase seis milímetros e apresentam cabeça e tórax pretos, com abdômen vermelho claro. O macho possui abdômen ferrugíneo escuro. A antena é ferrugínea, um pouco mais clara na face superior. É uma espécie cleptobiótica, ou seja, obtém o alimento de que necessita saqueando colônias de outras espécies de abelha. Essa especialização resulta de sua forma, pois apresenta um aparelho bucal pouco desenvolvido, o que lhe impossibilita a coleta de alimentos diretamente das flores.

Habitat:Esta espécie foi registrada no Paraná apenas uma vez, em 1961, no município de Castro. Já naquela época os pesquisadores faziam referência à sua extrema raridade e à possibilidade de estar em processo de extinção.

Comportamento e reprodução:A entrada do ninho é pequena, formada por protuberâncias de cera que lembram dedos de luva, simulando várias entradas. A entrada verdadeira é um tubo que se destaca entre os demais. Esta complexa entrada pode ter mais de 50 centímetros de comprimento.

Ameaças:As principais ameaças são o desmatamento e a destruição dos habitats, tanto pela restrição de locais para nidificação, uma vez que essa espécie usa ocos de árvores de grande porte, como pela perda de fonte alimentar, causada pela diminuição das populações das quais obtém, por meio de pilhagem, os alimentos e materiais necessários à sua subsistência.

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tera Mombucão, papa-terra

Cephalotrigona capitata

Caracteristicas gerais:Esta é uma espécie considerada social. Quando identificamos uma espécie de abelha é mui-to importante observar o seu abdômen, pois ele possui características muito importantes que muitas vezes diferenciam uma espécie de outra. As operárias do mombucão medem de 7,5 a 10 milímetros, com corpo em sua maior parte cor de mate e preto. O abdomên é em parte vermelho ou todo preto. As asas são muito mais compridas do que o corpo, esfumaçadas e com nervuras ferrugíneas.

Habitat:O mombucão é uma abelha com distribuição relativamente ampla no Brasil, ocorrendo em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

Comportamento e reprodução:A mombucão faz ninho em ocos de árvores, bem próximo à base. Sua entrada é pequena e pouco visível. Seu mel é pouco saboroso e as colônias possuem aproximadamente 1.000 a 1.500 indivíduos.

Ameaças:O desmatamento e a urbanização – inclusive a construção de estradas – são as principais ameaças à esta espécie, pois reduz locais próprios para a nidificação, considerando que para isso são necessárias árvores ocas com troncos avantajados. O desmatamento também provoca a fragmentação dos habitats, isolando populações que podem se tornar inviáveis do ponto de vista genético.

FamíliaAPIDAE

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O equilíbrio ecológico, em todo ecossistema, é mantido graças a uma série de relações, algumas positivas e outras negativas. Uma relação altamente positiva é a que ocorre entre os insetos voadores e as flores. Para que as plantas se reproduzam há necessidade de que o grão de pólen de uma flor seja transportado até outra flor. Como todo inseto, borboletas e mariposas tem o corpo dividido em três partes: cabeça, tórax e abdômem. Na cabeça tem um par de antenas, um par de olhos compostos ( formados por várias lentes) e a boca, na forma de um canudinho usado para sugar o néctar das flores.

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a Sem nome popularParides tros danunciae

Características gerais:Esta borboleta apesar de parecer comum pelas suas cores, possui características muito específicas, talvez por isso esteja na lista de espécies ameaçadas de extinção. A distância de uma asa a outra é de 80 milímetros no macho e 85 milímetros na fêmea. Macho e fêmea possuem coloração geral preta e um pequeno prolongamento da região da cauda nas asas posteriores. A face dorsal (onde seria as região das costas) da asa anterior do macho apresenta uma mancha circular esverdeada, enquanto sua asa posterior tem quatro manchas unidas e alongadas com uma coloração vermelha.

Habitat e comportamento:É uma borboleta encontrada durante o dia, em florestas densas e úmidas, com várias gerações por ano. Ocorre apenas em Santa Catarina e Paraná.

Alimentação:São nectívoros, alimentam-se do néctar das flores.

Ameaças:A maior ameaça à esta espécie é a destruição de seu habitat por desmatamento ou fogo.

FamíliaPAPILIONIDAE

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a Sem nome popularEuryades corethrus

Características gerais:Esta espécie apresenta a distância de uma asa a outra de 77 milímetros, tanto no macho quanto na fêmea. As faces dorsal (região das costas) e ventral (região da barriga) da asa anterior do macho são de cor cinza escuro; esta asa é quase transparente, com uma faixa de manchas amarelas entre o ápice e o meio da sua margem interna. A face dorsal da asa posterior é escura, com dois conjuntos de manchas amarelas, separadas entre si por uma linha de manchas vermelhas. A fêmea é semelhante, porém de coloração amarelo-parda, com a asa anterior sem faixa e a posterior com manchas vermelhas.

Habitat e comportamento: É borboleta diurna, que habita os campos naturais. Própria dos três estados da região Sul do Brasil, no Paraná é conhecida dos municípios de Candói, Guarapuava, Foz do Jordão e Pinhão

Alimentação:É nectívora, alimenta-se do néctar das flores.

Ameaças:A maior ameaça à esta espécie é a destruição de seu habitat por desmatamento ou fogo, com os conseqüentes desequilíbrios causados pelo homem.

FamíliaPAPILIONIDAE

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a Sem nome popularDoxocopa laurona

Características gerais:Esta espécie apresenta distância entre uma asa e outra de 55 milímetros para os machos e 65 para as fêmeas. Ambos possuem a face dorsal (região das costas) das asas anteriores e posteriores de cor castanha com uma faixa longitudinal amarela-ocre nas anteriores e branca nas posteriores. A face ventral (região de baixo do corpo) de ambas as asas é cinza-metálico, com um pouco de amarelo na asa anterior.

Habitat e comportamento:É borboleta diurna que ocupa florestas densas e úmidas e apresenta várias gerações por ano, mas da qual não há estudos de aspectos populacionais. Sua ocorrência é de Minas Gerais a Santa Catarina.

Alimentação:Os adultos são nectívoros e sugam sais minerais em solos úmidos, para enriquecer sua dieta.

Ameaças:A maior ameaça à esta espécie é a destruição de seu habitat por desmatamento ou fogo.

FamíliaNYMPHALIDAE

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a Sem nome popularCyanophrys bertha

Características gerais:Trata-se de uma espécie com distância entre uma asa e outra de 30 milímetros nos machos e 35 nas fêmeas. Ambos os sexos possuem as asas anteriores e posteriores em coloração azul metálica, enquanto a face ventral é verde com linhas branco-leitosas. Nas fêmeas, o azul da face dorsal é menos intenso do que no macho.

Habitat e comportamento:É borboleta diurna que ocupa florestas densas e úmidas, cujos machos são vistos também em topos de morros. Ocorre de Minas Gerais a Santa Catarina.

Alimentação:Seus adultos são nectívoros, alimentam-se do néctar das flores.

Ameaças:A maior ameaça a esta espécie é a destruição de seu habitat por desmatamento ou fogo.Família

LYCAENIDAE

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GLOSSÁRIO

Savanas - Formação aberta com predomínio de gramíneas intercaladas de árvores e/ou arbustos, que ocorre em áreas de clima tropical.

Estuários - Corpo de água costeira, semifechado, que tem uma conexão-livre com o mar aberto, com mistura de água doce e salgada.

Manguezais - Terreno baixo, junto à costa, sujeito a inundações da maré, quase todo constituído de lama.

Planícies - Área plana ou suavemente ondulada, que pode incluir poucas elevações ou vales.

Campos Naturais - Toda vegetação destituída de formas arbóreas e arbustivas.

Cerrado - Vegetação desenvolvida nos planaltos interiores do Brasil e amarrada a clima tropical úmido.

Território - Espaço de ocupação de uma determinada espécie.

Dispersão - Ato de espalhar sementes, esporos ou fragmentos vegetais de uma planta individual ou de espécies em geral. Espécie exótica - Aquela presente em uma determinada área geográfica da qual não é originária.

Várzeas - Floresta sobre terreno periodicamente inundado pelas cheias dos rios.

Adaptabilidade - Capacidade de determinada espécie de viver em condições ambientalmente diferentes de seu habitat natural.

Assoreamento - Processo de acumulação de sedimentos não consolidados, na superfície da terra ou em corpos d’água.

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Biodiversidade - é a variedade de vida na terra.

Ecossistema - Área geográfica, contendo seres bióticos e abióticos, que trocam matéria e energia entre si, de forma cíclica.

Espécie endêmica - Espécie animal ou vegetal que ocorre somente em determinada área ou região geográfica.

Floresta primária - Floresta que nunca sofreu derrubada ou corte.

Floresta secundária - Floresta em processo de crescimento natural após ter sofrido derrubada pela ação do homem ou de fatores naturais.

Ombrófila - vocábulo de origem grega que significa “amigo das chuvas”.

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ÍNDICE REMISSIVO

MAMÍFEROSJaguatirica.........................................................................................................................................................10Gato-do-mato-pequeno................................................................................................................................12Gato-maracajá.................................................................................................................................................14Puma................................................................................................................................................................16Onça-pintada...................................................................................................................................................18Lobo-guará......................................................................................................................................................20Cachorro-do-mato-vinagre...........................................................................................................................22Lontra..............................................................................................................................................................24Ariranha...........................................................................................................................................................26Mico-leão-da-cara-preta...............................................................................................................................28Bugio-preto.....................................................................................................................................................30Bugio-ruivo......................................................................................................................................................32Muriqui............................................................................................................................................................34Preguiça-de-três-dedos.................................................................................................................................36Tamanduá-bandeira.......................................................................................................................................38Boto-cinza.......................................................................................................................................................40Toninha............................................................................................................................................................42Anta..................................................................................................................................................................44Cervo-do-pantanal........................................................................................................................................46 Veado-campeiro.............................................................................................................................................48Veado-mão-curta...........................................................................................................................................50Queixada.........................................................................................................................................................52Cateto..............................................................................................................................................................54Paca..................................................................................................................................................................56Tapiti................................................................................................................................................................58Morcego (Chiroderma doriae)........................................................................................................................60Chiroderma doriae)........................................................................................................................60Chiroderma doriaeMorcego (Chrotopterus auritus).....................................................................................................................62Chrotopterus auritus).....................................................................................................................62Chrotopterus auritusMorcego vampiro...........................................................................................................................................64

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AVESEma..................................................................................................................................................................68Macuco............................................................................................................................................................70Jaó....................................................................................................................................................................72Jaó-do-litoral...................................................................................................................................................74Codorninha.....................................................................................................................................................76Albatroz-gigante..............................................................................................................................................78Albatroz-de-nariz-amarelo.............................................................................................................................80Albatroz-de-sombrancelha............................................................................................................................82Petrel-gigante............................................................................................................................................ .....84Procelária.........................................................................................................................................................86Socó-jararaca..................................................................................................................................................88Savacu-de-coroa.............................................................................................................................................90Guará...............................................................................................................................................................92Gavião-caracoleiro.........................................................................................................................................94Gavião-pombo-pequeno...............................................................................................................................96Gavião-caranguejeiro.....................................................................................................................................98Águia-cinzenta...............................................................................................................................................100Uiraçu-falso....................................................................................................................................................102Harpia............................................................................................................................................................104Gavião-pato...................................................................................................................................................106Gavião-de-penacho......................................................................................................................................108Cancã.............................................................................................................................................................110Pato-mergulhão.............................................................................................................................................112Anhuma..........................................................................................................................................................114Mutum-de-penacho......................................................................................................................................116Jacutinga..........................................................................................................................................................118Pomba-de-espelho.......................................................................................................................................120Arara-canindé................................................................................................................................................122Arara-vermelha.............................................................................................................................................124Maracanã.......................................................................................................................................................126

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Papagaio-de-cara-roxa.................................................................................................................................128Sabiá-cica.......................................................................................................................................................130Bacurau-ocelado...........................................................................................................................................132Bacurau-rabo-de-seda.................................................................................................................................134Curiango-do-banhado..................................................................................................................................136Araçari-de-bico-branco................................................................................................................................138Pica-pau-da-cara-acanelada.........................................................................................................................140Macuquinho-da-várzea................................................................................................................................142Chocão-de-bigode.......................................................................................................................................144Bicudinho-do-brejo......................................................................................................................................146Bate-bico........................................................................................................................................................148Tio-tio............................................................................................................................................................150Limpa-folha-castanho...................................................................................................................................152Papa-piri.........................................................................................................................................................154Papa-mosca-do-campo................................................................................................................................156Maria-da-restinga..........................................................................................................................................158Estalinho.........................................................................................................................................................160Maria-catarinense..........................................................................................................................................162Patinho-grande..............................................................................................................................................164Noivinha........................................................................................................................................................166Galito..............................................................................................................................................................168Soldadinho.....................................................................................................................................................170Corocoxó-do-litoral.....................................................................................................................................172Dançador-coroado.......................................................................................................................................174Balança-rabo.................................................................................................................................................176Gralha-do-cerrado.......................................................................................................................................178Canário-do-mato..........................................................................................................................................180Pula-pula-de-sombrancelha.........................................................................................................................182Sanhaço-do-cerrado....................................................................................................................................184Bandoleta.......................................................................................................................................................186Figurinha-do-mangue...................................................................................................................................188Pichochó..........................................................................................................................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Cigarrinha......................................................................................................................................................192Patativa...........................................................................................................................................................194Caboclinho-papo-branco.............................................................................................................................196Caboclinho-de-chapeu-cinzento.................................................................................................................198Caboclinho-preto.........................................................................................................................................200Curió..............................................................................................................................................................202Japu-guaçú.....................................................................................................................................................204

RÉPTEISCagado-rajado..............................................................................................................................................208Cnemidophorus vacariensis........................................................................................................................210

ANFÍBIOSSapinho-dourado..........................................................................................................................................214Perereca-zebra..............................................................................................................................................216Limnomedusa macroglossa............................................................................................................................218

PEIXESEspécies marinhas Cação-anjo...................................................................................................................................................222Tubarão-branco............................................................................................................................................224Peixe-serra....................................................................................................................................................226Raia-viola.......................................................................................................................................................228Cavalo-marinho............................................................................................................................................230Mero..............................................................................................................................................................232

Espécies de água doceLambari.........................................................................................................................................................234Dourado.......................................................................................................................................................236Bagre........................................................................................................................................................238Acará..............................................................................................................................................................240

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ABELHASGuiruçu..........................................................................................................................................................244Caga-fogo......................................................................................................................................................246Tujuba............................................................................................................................................................248Irati.................................................................................................................................................................250Mombucão....................................................................................................................................................252

BORBOLETASParides tros danunciae...............................................................................................................................256Euryades corethrus....................................................................................................................................258Doxocopa laurona..........................................................................................................................................260Cyanophrys bertha.....................................................................................................................................262

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Mikich, S.B. & R. S. Bérnils. 2004. Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná. Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná. 763 p.

Reinert, B. L.; M. R Bornschein & R. Belmonte-Lopes. 2004. Conhecendo Aves Silvestres Brasileiras. Lon-drina: Grafmarke; Cornélio Procópio: Grupo Ecológico Vida Verde de Cornélio Procópio. 163 p.

Emmons, L.H. 1990. Neotropical Rainforest Mammals: A Field Guide. Chicago: The University of Chicago Press. 281 p.

Sick, H. 1984. Ornitologia brasileira, uma introdução. Brasília, V.1, V.2, Ed. Universidade de Brasília, 827p.

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CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS

Zig Koch - fotos páginas 11, 13, 15, 17, 19, 21, 25, 27, 31, 33, 37, 39, 44, 47, 53, 55, 57, 59, 69, 71, 75, 93, 107, 117, 119, 123, 125, 129, 133, 139, 147, 155, 167, 169, 181, 203, 205, 237, 247, 249, 251, 253, 257, 259, 261, 263.

Denis Ferreira Netto - fotos páginas 115, 131, 171

Rogério Cunha - foto capa

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