fatos relevantes da atualidade no brasil e suas vinculações … · 2017-03-28 · poucos meses...

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Fatos relevantes da atualidade no Brasil e suas vinculações históricas Corrupção Crise política Crise econômica Violência Golpe ou impeachment? Movimentos sociais Redes sociais e a política: politização ou alienação? Avanço conservador Operação Lava-jato Processo de redemocratização

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Fatos relevantes da atualidade no Brasil e suas vinculações históricas

• Corrupção • Crise política • Crise econômica • Violência • Golpe ou impeachment? • Movimentos sociais • Redes sociais e a política: politização ou alienação? • Avanço conservador • Operação Lava-jato • Processo de redemocratização

Os presidentes da Ditadura (1964 – 1985)

Paschoal Ranieri Mazzilli

(1964)

Como Presidente da Câmara dos Deputados, assumiu a Presidência da República, por convocação do Congresso Nacional, que anunciou a vacância do cargo, após a vitória do Movimento Revolucionário de 31 de março de 1964.

Marechal Castello Branco

(1964-67)

Conquistou o poder de forma indireta, através de votação na Câmara. Deu importantes passos para a consolidação da ditadura, instituiu o AI-1 e o AI-2, marcos iniciais do período

Marechal Costa e Silva

(1967-69)

Governo marcado pelos protestos e movimentos sociais que levaram a criação do AI-5, que restringiu os direitos civis dos brasileiros. Afastou-se do governo alegando problemas de saúde.

General Emílio Gatarazzo Médici (1969- 1974)

Período de maior violência, marcado pela intolerância. Muitas pessoas se exilaram para fugir das perseguições políticas. Promoveu o Milagre Econômico.

General Ernesto Geisel

(1974-79)

O governo de Geisel iniciou a abertura do processo político. De acordo com o presidente o processo seria “lento, gradual e seguro”.

General João Figueiredo

(1979-1985)

Restabelecimento do pluripartidarismo. Criação da Lei da Anistia. Foi o último presidente militar.

A violência nos porões do DOPS

As Obras Faraônicas: Ponte Rio-Niterói, Usina de Itaipu e a Transamazônica...

Corrupção e a Ditadura

Por sua própria natureza autoritária, o regime inviabilizava a fiscalização de seus atos por parte da sociedade civil, da imprensa e do Congresso Nacional. Não havia transparência, muito menos órgãos fiscalizatórios. Conforme diz o juiz Márlon Reis, um dos autores da Lei da Ficha Limpa, "obras faraônicas como Itaipu, Transamazônica e Ferrovia do Aço, por exemplo, foram realizadas sem qualquer possibilidade de controle. Nunca saberemos o montante desviado. Durante a ditadura, a corrupção não foi uma política de governo, mas de Estado, uma vez que seu principal escopo foi a defesa de interesses econômicos de grupos particulares."

Visão geral do Índice de Percepção da Corrupção de 2010. A maior percepção de corrupção aparece em preto e a menor em azul escuro.

O combate à corrupção foi uma das grandes bandeiras do golpe militar de 1964. Este alvo específico, assim como a denúncia da "infiltração comunista" na vida brasileira e o discurso moralista, pode ser encarado como fruto da vinculação entre os militares, as classes médias urbanas, e partidos políticos de cunho conservador, como a União Democrática Nacional (UDN), fundada em 1945, pouco antes do fim da ditadura do Estado Novo.

A UDN, que após três derrotas consecutivas em eleições presidenciais (1945, 1950 e 1955), havia vencido com Jânio Quadros em 1960, viu seus planos de poder serem abortados quando o presidente renunciou poucos meses depois, em 1961. Portanto, não é de estranhar o apoio dado pela UDN ao golpe de 1964: isto apenas ressalta que, embora o movimento tenha sido militar, teve amplo apoio dos setores conservadores da sociedade civil.

A falta de fiscalização autônoma a agentes públicos, segundo o historiador Pedro Henrique Pedreira Campos, praticamente impedia o combate à corrupção. "Era um cenário ideal para práticas corruptas", diz o historiador, autor do livro “Estranhas Catedrais – as empreiteiras brasileiras e a ditadura militar”, que aborda a relação entre as empresas de construção e o regime.

A Nova República (1985 – 2017) • Processo de abertura (1974– 1984)

• Diretas já e eleições indiretas em 1984

• Processo sem grandes rupturas

“Tratou-se do caso mais longo de transição democrática: um processo lento e gradual de liberalização, em que se transcorreram 11 anos para que os civis retomassem o poder e outros cinco anos para que o presidente da República fosse eleito por voto popular. Para propósito analítico, pode-se dividir este processo em três fases.

A primeira, de 1974 a 1982, é o período em que a dinâmica política da transição estava sob total controle dos militares, mais parecendo uma tentativa de reforma do regime do que os primeiros passos de uma transição democrática de fato.

A segunda fase, de 1982 a 1985, é também caracterizada pelo domínio militar, mas outros atores ,civis, passam a ter um papel importante no processo político.

Na terceira fase, de 1985 a 1989, os militares deixam de deter o papel principal (apesar de manterem algum poder de veto), sendo substituídos pelos políticos civis, havendo também a participação dos setores organizados da sociedade civil.”

O QUE É PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO?

• Significa o ato de fechar acordos e fazer alianças entre partidos políticos forças políticas em busca de um objetivo específico.Esses acordos entre partidos são, normalmente, com a finalidade de ocupar cargos em um governo.

• O presidencialismo de coalizão nada mais é do que a forma com a qual o Poder Executivo conduz a administração pública, distribuindo postos administrativos em busca de apoio político e a formação de uma maioria parlamentar.

• Podemos compreender que para que um governo consiga colocar em prática sua agenda governamental, se faz necessário criar uma base de sustentação, de apoio, no poder Legislativo.

Os Governos da Nova República

• Gov. José Sarney - PMDB (1985 – 1990) – crise econômica e Const. De 1988

• Gov. Fernando Collor - PRN (1990 – 1992) – início do Neoliberalismo no Brasil (privatizações e abertura econômica), escândalos de corrupção e impeachment.

• Gov. Itamar Franco - PMDB (1992 – 1994) – plebiscito de 93 e Plano Real (94)

• Gov. FHC - PSDB (1994 – 2002) – queda da inflação, estabilidade econômica, massacre do Eldorado do Carajás, emenda da reeleição, privatizações.

• Gov. Lula - PT (2002 – 2010) – continuidade da política econômica de FHC, programas sociais, estabilidade, crescimento, escândalos de corrupção (Mensalão), popularidade.

• Gov. Dilma - PT (2010 – 2016) – continuidade do governo Lula, crise econômica e crise política.

• Gov Michel Temer - PMDB (2016 – 2018) – crise institucional, queda de ministros, avanço da agenda neoliberal (“Ponte para o Futuro”)

No que tange à questão social e econômica, o caminho percorrido foi de pedras e espinhos no período que se seguiu: entre 1986 e 1994 o país mudou quatro vezes de moeda e teve seis experimentos em estabilização econômica, apenas o último - o Plano Real - tendo sido bem-sucedido. A sucessão de fracassos não apenas agravou a crise econômica e social, mas também comprometeu a capacidade do Estado de governar, tornando o problema da governabilidade uma realidade permanente.

Observando o sistema político no Brasil de hoje, não há como negar que se trata de um regime com claros contornos de uma democracia. Porém o país vive desafios históricos, sociais e culturais que limitam a democratização. Exemplos: • Corrupção sistêmica • Questão social (desigualdade, pobreza, fome, analfabetismo) • Estrutura institucional político-partidária (alta fragmentação) • Estrutura política oligárquica • Relação problemática entre o “público” e o “privado” • Direitos limitados = cidadania limitada

“Efeito também da alta fragmentação é a impossibilidade de que um presidente saia das urnas com um apoio partidário-parlamentar majoritário, o que o obriga a fazer um governo de coalizão de vários partidos. Isto significa que, a fim de manter uma base parlamentar de apoio a suas políticas, o chefe do governo terá de compor seu ministério com diferentes forças partidárias, por vezes heterogêneas, fator que certamente dificulta uma ação governamental coordenada, especialmente em relação a políticas públicas cuja implementação depende da ação de vários ministérios. Além disso, na medida em que o Executivo tem de contar com o apoio de vários partidos para ver seus projetos aprovados no Congresso, o processo de negociação é complexo e demorado, ou seja, envolve uma dinâmica difícil entre o presidente e os partidos da coalizão, muitas vezes baseada na ameaça e na retaliação mútua.” MARIA D'ALVA G. KINZO - Professora do Departamento de Ciência Política da USP

Jornadas de Junho de 2013

Foram várias manifestações populares por todo o país que inicialmente surgiram para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público, principalmente nas principais capitais. São as maiores mobilizações no país desde as manifestações pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello em 1992, e chegaram a contar com até 84% de simpatia da população

Manifestantes no teto do Congresso Nacional, protestando contra gastos na Copa, corrupção e por melhorias no transporte, na saúde e educação, em 17 de junho.

Eleições de 2014

Impeachment de Dilma (2016)

Questão processual aberta com vistas ao impedimento da continuidade do mandato de Dilma Rousseff como presidente da República Federativa do Brasil. O processo iniciou-se com a aceitação, em 2 de dezembro de 2015, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de denúncia por crime de responsabilidade oferecida pelo procurador de justiça aposentado Hélio Bicudo e pelos advogados Miguel Reale Júnior e Janaina Paschoal,e se encerrou no dia 31 de agosto de 2016, resultando na destituição de Dilma do cargo. Assim, Dilma Rousseff tornou-se a segunda pessoa a exercer o cargo de Presidente da República a sofrer impeachment no Brasil, sendo Fernando Collor o primeiro em 1992.

• As acusações versaram sobre desrespeito à lei orçamentária e à lei de improbidade administrativa por parte da presidente, além de lançarem suspeitas de envolvimento da mesma em atos de corrupção na Petrobras (lava-Jato).

• Havia, no entanto, juristas que contestavam a denúncia dos três advogados, afirmando que as chamadas "pedaladas fiscais" não caracterizaram improbidade administrativa e que não existia qualquer prova de envolvimento da presidente em crime doloso que pudesse justificar o impeachment.

• Em 31 de agosto de 2016, Dilma Rousseff perdeu o cargo de Presidente da República após três meses de tramitação do processo iniciado no Senado, que culminou com uma votação em plenário resultando em 61 votos a favor e 20 contra o impedimento.

“O que é um golpe? É a ruptura da institucionalidade, golpe é o rompimento de uma Constituição, golpe é a negação do Estado de Direito. Não importa se ele é feito por armas, com canhões ou baionetas caladas, se ele é feito com o simples rasgar de uma Constituição, sem base fática – ele é golpe.” José Eduardo Cardozo, em 4 de abril de 2016

Em reunião com empresários em Nova York nesta semana, o presidente Michel Temer afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff deixou o poder porque não apoiou o Ponte para o Futuro, programa lançado pelo PMDB em outubro de 2015. “Há muitíssimos meses atrás, eu ainda vice-presidente, lançamos um documento chamado ‘Uma Ponte Para o Futuro’, porque nós verificávamos que seria impossível o governo continuar naquele rumo. E até sugerimos ao governo que adotasse as teses que nós apontávamos naquele documento chamado ‘Ponte para o futuro’. E, como isso não deu certo, não houve adoção, instaurou-se um processo que culminou agora com a minha efetivação como presidência da República”, afirmou em evento promovido pelo Council of the Americas (COA)

Para se eleger, Dilma – ou o PT – formou coalizão com PMDB, PSD, PP, PR, PROS, PDT, PC do B e PRB. Para fins de comparação, pegaremos a votação do Impeachment na Câmara dos Deputados e veremos quais desses partidos votaram contra a Dilma, ou seja, a favor do impedimento. Veja no gráfico abaixo como votaram os partidos da base do governo Dilma:

Operação Lava-jato (2014 – 2017)

A Operação Lava Jato é a maior investigação sobre corrupção conduzida até hoje no Brasil. Ela começou investigando uma rede de doleiros que atuavam em vários Estados e descobriu a existência de um vasto esquema de corrupção na Petrobras, envolvendo políticos de vários partidos e as maiores empreiteiras do país.

• 1.434 procedimentos instaurados • 730 buscas e apreensões • 202 conduções coercitivas • 91 prisões preventivas • 101 prisões temporárias • 6 prisões em flagrante

Sérgio Moro (1972) • Em setembro de 2015, Moro defendeu que o Judiciário precisava punir mais rápido e que

sistema penal brasileiro é "muito moroso”, defendendo que réus sejam presos logo depois de decisões condenatórias em segunda instância.

• Em agosto de 2016, em uma audiência na Câmara dos Deputados, Moro defendeu o fim do foro privilegiado que garante a autoridades julgamento em tribunais superiores. Na visão do magistrado, esse princípio "fere a ideia básica da democracia de que todos devem ser tratados como iguais."

• Em outubro de 2016, Moro posicionou-se contra o projeto de lei sobre abuso de autoridade. Segundo ele, era preciso criar salvaguardas para deixar claro que a norma não pode punir juízes pela forma como interpretam as leis em suas decisões.

• Em novembro de 2016, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Moro disse apoiar as 10 Medidas contra corrupção, um projeto de autoria do Ministério Público Federal no combate à corrupção, além defender a restrição do foro privilegiado.

• Os críticos de Moro o acusam de conduzir a Operação Lava Jato com decisões controversas, como algumas relacionadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que divulgou os áudios de grampos telefônicos da Polícia Federal que interceptaram conversas da então presidente Dilma Rousseff com Lula

Sérgio Moro, o rei do Brasil Postado em 22 de março de 2017 por Juremir Machado O juiz Sérgio Moro saiu do nada para a glória em tempo recorde. Desenvolto, ele não se constrange em ampliar todos os dias o seu alcance. Ao que tudo indica, vaza ou faz vazar informações quando acha necessário. A Lava Jato é uma associação entre ele, a Polícia Federal e o Ministério Público. Não deveria haver distanciamento entre quem investiga e quem julga? Moro parece fechado numa parceria com a Rede Globo. Manda conduzir coercitivamente sem antes intimar ou convocar para depoimento. Ao que consta vazou o famoso áudio da conversa entre Lula e Dilma que derrubou a presidente. Incansável e original, Moro acaba de se arrogar uma nova atribuição: definir quem é jornalista.

Mandou prender o blogueiro Eduardo Guimarães, que antecipou há um ano a condução coercitiva de Lula, totalmente arbitrária, para extrair-lhe a fonte dessa informação. Criticado por atentar contra o direito de preservação da fonte, expediu nota dizendo que Guimarães é blogueiro, mas não jornalista. Moro vai mandar conduzir coercitivamente William Bonner, o leitor de notícias do Jornal Nacional, por difundir informações vazadas todos os dias diretamente das instâncias de investigação? Vai mandar conduzir coercitivamente o Procurador-Geral da República, o contraditório Rodrigo Janot, que, segundo a ombudsman da Folha de S. Paulo, organizou um monstrengo chamado “coletiva em off” para vazar seletivamente sua lista de nomes a investigar com autorização do Supremo Tribunal Federal? No popular, Moro tá se achando. Tudo nele anda com cara de exceção. Moro não precisa ser presidente da República. Já é o rei do Brasil.

“Informações atuais sobre artes, esportes e cultura, lazer, no Brasil”

Artes e Cultura

•Museus e Patrimônio Histórico

•Pichação e Grafite

•Lei Rouanet

•Filme Aquarius: polêmica e política

•Raduan Nassar x Min. Da Cultura

•Extinção temporária do MINC (de 12 a 23 de maio de 2016)

Patrimônio Material e Imaterial – Memória e Cidadania

Pichação e Grafite

• Arte e política

• Programa Cidade Linda em SP – polêmica do apagamento dos grafites

• Debate sobre os limites da arte

• Para antropólogos, além da desigualdade social, espacial e da desorganização da cidade, uma parcela da população é levada para a pichação porque ela oferece visibilidade e projeção social para o jovem periférico, que resolve circular e ocupar o centro da cidade.

Mural 'Etnias', do grafiteiro Eduardo Kobra, Rio 2016

Paulista Fábio Oliveira, o crânio.

Grafite dos artistas Os Gêmeos na Av. 23 de Maio

Para o sociólogo Alexandre Barbosa Pereira, pesquisador de Antropologia Urbana da Unifesp, a dissociação entre grafite e pichação contribuiu para que o grafite começasse a ser aceito, mas apenas como forma de combate ao picho. O pesquisador lembra que uma das justificativas da gestão Doria para apagar os painéis da 23 de Maio era a presença de pichação sobre eles. "O grafite, mais associado à arte, é mais facilmente entendido como forma de ação do Estado e mesmo do mercado, já a pichação, execrada pela maioria da população, é uma máquina de guerra, nômade e difícil de ser capturada. Assim, fica mais fácil criminalizar esta e mesmo criar certo pânico moral em torno dela como forma de marketing político e publicidade pessoal."

Aquarius – Brasileiro, metafórico e polêmico

ANCINE: agência reguladora que tem como atribuições o fomento, a regulação e a fiscalização do mercado do cinema e do audiovisual no Brasil.

• Raduan Nassar critica governo ao receber o Prêmio Camões; • Escritor de 'Lavoura arcaica' fez críticas ao governo • Min. Da Cultura Roberto Freire revidou e bateu boca com público

Esportes – Olimpíadas 2016 • Brasil foi escolhido em 2009 • Foi a primeira na América do Sul, a segunda na América

Latina (México em 1968) • Um total de 65 recordes olímpicos e 19 recordes

mundiais foram superados no evento • Poluição na Baía de Guanabara e na Lagoa Rodrigo de

Freitas • Mais de 22 mil famílias foram desalojadas • Tensões políticas e movimentos sociais • Medo da criminalidade • Medo do terrorismo • Vila Olímpica sem infraestrutura (“insegura e

inabitável”) • Surto do Zika vírus • Delegação russa é punida por dopin • Legado positivo ou negativo?

Outros temas sobre esportes

• A Copa de 2014: gastos, “elefantes brancos”, cidadania, protestos e 7x1

• “Legado da Copa”

• “Legado das Olimpíadas”

• As paraolimpíadas do rio 2016: ótimo desempenho do BR

• Corrupção da CBF

Marco Polo del Nero, José Maria Marin e Ricardo Teixeira – os três últimos presidentes da CBF – montaram um esquema corrupto que arrecadou pelo menos R$ 120 milhões em propinas. Investigações lideradas pelo FBI apontaram que eles cobraram uma espécie de “pedágio” para cada empresa que procurava a entidade com a meta de fechar acordos de transmissão ou de exploração de marketing.

Dados da SUSEPE • Serviços Penitenciários (Susepe), subordinada à Secretaria da Segurança Pública (SSP), é o órgão

estadual responsável pela execução administrativa das penas privativas de liberdade e das medidas de segurança.

• De acordo com a Constituição do Rio Grande do Sul, a política penitenciária do Estado deve ter como objetivo a reeducação, a reintegração social e a ressocialização do preso, definindo como prioridades a regionalização e a municipalização dos estabelecimentos penitenciários, a manutenção de colônias penais agrícolas e industriais, a escolarização e a profissionalização dos presos.

• A rede prisional administrada pela Susepe compreende unidades classificadas por fundação, albergues, penitenciárias, presídios, colônia penal e instituto penal. Organizadas por região, as casas prisionais estão distribuídas pela capital e interior do Estado, acolhendo presos do regime aberto, semiaberto e fechado.

• Desta maneira, é atribuição de todo o servidor e gestor que passar pela superintendência gerir com comprometimento a instituição que tem a incumbência de atender às necessidades dos que cumprem pena, e também dos que colaboram para a reforma do sistema penitenciário brasileiro, tendo em vista o êxito de um interesse comum: a reinserção social do apenado.

• Missão:

• Promover a cidadania e a inclusão social das pessoas privadas de liberdade.

• Valores:

• Conduta ética e moral.

• Honestidade e probidade.

• Respeito aos direitos fundamentais.

• Disciplina e hierarquia.

• Profissionalismo e excelência nos serviços.

• Participação, comprometimento e espírito de equipe.

• Transparência e credibilidade.

• Visão:

• Ser referência em socialização no sistema penitenciário nacional.

Histórico • Estruturada pela Lei nº 5.745, de 28 de dezembro de 1968, é responsável

por planejar e executar a política penitenciária do Estado, vindo substituir os extintos Departamentos dos Institutos Penais.

• O trabalho prisional deixa de ser visto como forma de punição, e se estabelece como um direito de todo o recluso.

• A Lei de Execução Penal (LEP), de 1984, modifica o cumprimento das penas privativas de liberdade, permitindo as regressões e progressões de regimes que devem ser cumpridos de acordo com o tipo de estabelecimento.

• Com o advento da Lei Complementar nº 13.259, de 2009, se consolida o quadro de servidores com novas nomenclaturas: Agente Penitenciário (AP), Agente Penitenciário Administrativo (APA) e Técnico Superior Penitenciário (TSP - advogados, psicólogos e assistentes sociais)

No dia 11 de julho de 1984 foi promulgada a Lei 7.210, a conhecida LEP – Lei de Execução Penal, trazendo uma visão mais humana no que se refere ao Tratamento dos presos e ao seu processo de reabilitação. Observa-se que foi feita segundo as orientações da ONU, visando garantir aos apenados o tratamento baseado na dignidade da pessoa humana. Delmanto Júnior ressalta que a LEP foi: “elaborada por juristas do mais alto nível, sobretudo humanístico, com sensibilidade e crença no potencial de recuperação do ser humano, desde que tratado com dignidade no cárcere.”

Contratação de Mão-Obra-Prisional: Empresas Privadas PROTOCOLO DE AÇÃO CONJUNTA É o instrumento que possibilita às entidades privadas oferecer trabalho remunerado aos apenados. Para demais entidades públicas e Municípios é necessário firmar instrumento denominado de Convênio. Nada mais é do que um gerenciamento do Estado/Susepe entre o empregador e o prestador de serviço, que neste caso, é o próprio apenado. O Protocolo de Ação Conjunta é regido pela lei nº 7.210/84 denominada Lei de Execuções Penais, nos artigos 28 ao 37 e seus respectivos incisos. O Estado/Susepe, que representa o individuo privado de liberdade, gerencia as partes envolvidas na execução da atividade laboral. Fica a cargo do empresário o fornecimento do material permanente de matéria-prima, equipamentos de segurança e/ou local de trabalho, caso seja oferecido aos apenados dos regimes semi-aberto e aberto e o empresário deseje que estes trabalhem na própria empresa.

Benefícios AO APENADO: Remição de Pena; Profissionalização; Aumento da Auto-Estima; Contribuição ao Orçamento Familiar. AO EMPRESÁRIO: Isenção de todos os Encargos Sociais devidos aos demais empregados; Custos Menores de Produção; Oportunidade de Exercer a Responsabilidade Social; Contribuir para a Redução da Reincidência Criminal enquanto Agente de Inserção Social, colaboração com a segurança pública. Remuneração O apenado deverá receber no mínimo 75% do salário mínimo nos termos do art. 29 da Lei de Execuções Penais se trabalhada a carga horária integral prevista no protocolo. O “quantum” apurado na folha de pagamento deverá ser acrescido de 10% (dez por cento) sobre o valor bruto, destinado ao Fundo Penitenciário. Jornada de Trabalho A jornada de trabalho será de 06 (seis) a 08 (oito) horas diárias, respeitado o limite de, no máximo, 44 (quarenta e quatro) horas semanais, nos termos do art. 33 da Lei de Execuções Penais.

“Paulo Lúcio Nogueira, observa que a laborterapia é a pedra de toque na moderna Penalogia. Põe fim a promiscuidade carcerária, presente nos malefícios da contaminação dos presos primários pelos veteranos deliquentes, e também possibilita ao apenado a sensação de que ele continua útil e produtivo, evitando a solidão e afastando as neuroses causadas por ela.” http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11727

“Nossa sociedade reconhece que o trabalho é um dos principais pilares da dignidade humana, pois é por ele que o homem alcança uma remuneração equitativa para a sua subsistência e de sua família, mostrando-se útil para si e para a sociedade. No mesmo lume, o trabalho do preso tem o condão de propiciar a ele uma ocupação durante o período da pena, fomentando o hábito laboral e combatendo a ociosidade do cárcere. Destarte, como ficou demonstrado, os benefícios do trabalho no processo de reeducação do apenado são muitos, tais como a disciplina, oportunidade de exercer uma atividade que poderá dar continuidade quando alcançar a liberdade, entre outros”.

• Superlotação carcerária

“A superlotação favorece o processo de desumanização, pois estabelece fatores de preconceito no tocante à delinquência; A vida carcerária tem no seu cotidiano a destruição social do preso, uma que o submete a um ambiente degenerativo, estimulante, e reprodutor da violência, sendo pedagógico não para a reeducação, mas para a constituição do comportamento violento.”

https://jus.com.br/artigos/20512/trabalho-prisional-da-previsao-legal-a-realidade-carceraria-brasileira

Trabalho prisional: uma nova feição do trabalho escravo contemporâneo à luz do princípio da dignidade da pessoa humana “O Trabalho prisional é regulado pela Lei de Execução Penal - LEP (lei nº 7.210/1984). A importância do trabalho realizado pelas pessoas em cumprimento de pena é que este deveria servir principalmente como função educativa, uma vez que o preso tem a oportunidade de aprender um ofício – “em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico” (art. 19 da LEP) - e regressar ao convívio social com uma qualificação profissional. Entretanto, a realidade mostra um horizonte diferente, em que o ideal de recuperação do preso foi trocado pela busca de sociedades empresárias pelo lucro fácil com a mão-de-obra barata e desonerada de encargos sociais.” http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php/%3C?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=15371&revista_caderno=29

O retrato dos presídios é o de uma realidade desmotivadora. Exemplo concreto é o Presídio Feminino de Florianópolis, de acordo com Lema (2011) em sua monografia: falta espaço físico e as celas são superlotadas. As mulheres dormem nos corredores do alojamento – pois não há camas para todas. Algumas dividem suas camas. No interior das celas, a quantidade de ratos, baratas e outros insetos é assustadora. Não há ventilação suficiente, o que acarreta em umidade e calor excessivo em determinadas épocas do ano. Não há alojamento individual para a gestante e parturiente. A mãe que amamenta divide uma cama com o bebê no alojamento coletivo e muitas dessas camas são beliches, o que aumenta o risco de acidentes. O mais próximo de um atendimento médico especializado na unidade é a presença de uma técnica de enfermagem que faz a triagem dos casos. As mulheres presas são tratadas aos gritos pelas agentes prisionais, que lhes exigem uma postura de submissão na qual as internas devem andar permanentemente com as mãos para trás e a cabeça baixa. Não podem encarar as funcionárias nos olhos, não podem conversar enquanto passa algum funcionário.