fatores de virulÊncia em isolados de escherichia coli...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
FATORES DE VIRULÊNCIA EM ISOLADOS DE Escherichia coli PROVENIENTES DE AMOSTRAS DE ÁGUA, LEITE E FEZES DE BOVINOS LEITEIROS DA
REGIÃO DE RIBEIRÃO PRETO-SP, BRASIL.
Ariel Eurides Stella
Médico Veterinário
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL Agosto de 2009
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
FATORES DE VIRULÊNCIA EM ISOLADOS DE Escherichia coli PROVENIENTES DE AMOSTRAS DE ÁGUA, LEITE E
FEZES DE BOVINOS LEITEIROS DA REGIÃO DE RIBEIRÃO PRETO-SP, BRASIL.
Ariel Eurides Stella
Orientador: Prof. Dr. Fernando Antônio de Ávila
Tese apresentada á Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – UNESP, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutor em Microbiologia Agropecuária.
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL Agosto de 2009
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
ARIEL EURIDES STELLA - nascido a 19 de dezembro de 1978 em
Ibiraiaras-RS. Concluiu o Segundo Grau na Escola Técnica Federal de Goiás –
Unidade de Jataí em 1996. Iniciou o curso de Medicina Veterinária, no ano de 1997,
na Universidade Federal de Goiás, Câmpus de Jataí, concluindo em março de
2002. Em 2002 iniciou o curso de especialização "Lato-Sensu" em Produção de
Ruminantes, na Universidade Federal de Lavras, concluindo em 11 de dezembro
de 2003. Em 2003 foi aprovado em concurso para professor assistente substituto na
disciplina de Inspeção e Tecnologia de leite do curso de Medicina Veterinária da
Universidade Federal de Goiás, Campus de Jataí, onde lecionou na respectiva
disciplina durante o ano letivo de 2003. Em fevereiro de 2006, obteve o título de
Mestre em Microbiologia Agropecuária na FCAV/UNESP de Jaboticabal. Em
fevereiro de 2009 é aprovado em concurso público para a vaga de professor adjunto
lotado na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Rio Verde.
"Se todo dinheiro do mundo fosse repartido
igualmente, em pouco tempo estaria de volta ao bolso de
alguns poucos. Porque a verdade é que é difícil receber mais
do que se é. Para ter mais amanhã você precisa ser mais do
que é hoje ".
Jim Rohn
Dedico,
A Deus, que está acima de todas as coisas,
A minha mãe que sempre me incentivou a seguir em frente e que
juntamente com as minhas irmãs me ensinou a tornar-me um homem de boas
e sólidas convicções.
Ao meu pai, que mesmo na ausência sei que ele esta me abençoando e
torcendo por mim, a sua presença foi curta, mas o seu exemplo de caráter e
dignidade é o meu mais forte incentivo.
AGRADECIMENTOS
Especialmente, ao Prof. Dr. Fernando Antônio de Ávila, não só pela
orientação e ensino, mas também pelo imenso apoio e confiança.
Ao técnico do Laboratório de Microbiologia Veterinária, João L. Quintana,
pelo auxílio em todos os momentos.
Aos amigos do Laboratório de Microbiologia Veterinária, Ana Claudia Oliveira
e Renato P. Maluta.
Aos amigos do Laboratório de Genética de Bactérias da FCAV-UNESP.
Ao Professor José Moacir Marin pelo auxílio com as análises moleculares.
Aos meus amigos de pensionato Aline C. Galvão e Matheus V. Parenti.
Aos professores e amigos da UFG-Jataí, em especial, Cássio A. P. Fontana
e Vera Lúcia Dias da Silva Fontana.
Aos Professores e amigos do Departamento de Medicina Veterinária da
Universidade de Rio Verde, a dedicação e a amizade de vocês torna o meu trabalho
uma tarefa estimulante e prazerosa.
Agradeço também a FAPESP pelo auxílio financeiro para a realização deste
trabalho.
A todos os professores, colegas de Pós-Graduação e estagiários,
especialmente a secretária da Microbiologia Edna M. T. Daquila, pelo incentivo e
apoio.
vi
SUMÁRIO
Página
LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................. vii LISTA DE TABELAS ............................................................................................ viii LISTA DE FIGURAS ............................................................................................ ix 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 01 2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 05 3. OBJETIVOS ..................................................................................................... 16 4. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................. 17 5. RESULTADOS ................................................................................................. 21 6. DISCUSSÃO .................................................................................................... 35 7. CONCLUSÕES ................................................................................................ 44 8. REFERÊNCIAS................................................................................................ 45
vii
LISTA DE ABREVIATURAS
0C – Graus Celsius
eae – “Attaching and effacing”
EHEC – Escherichia coli enterohemorrágica
EPEC - Escherichia coli enteropatogênica
ETEC - Escherichia coli enterotoxigênica
g – Grama
CH – Colite hemorrágica
SHU – Síndrome hemolítica urêmica
LT – Toxina termo-lábil
O – Antígeno somático
pH – Ponto hidrogeniônico
STEC - Escherichia coli shigatoxigênica
TC – Toxina colérica
TSI – Tríplice açúcar e ferro
Vero – Célula de rim de macaco verde africano
VT – Verotoxina
VTEC - Escherichia coli verotoxigênica
STX1 – Gene codificador da toxina shiga-like 1
STX2 – Gene codificador da toxina shiga-like 2
Hly – Gene codificador para enterohemolisina
EAF – Plasmídeo das EPEC tipo I
BFP – Fator de aderência denominado “Bundle – forming pili”
LEE – Locus of enterocyte effacement
APPCC – Programa de análise de perigo em pontos críticos de controle
viii
LISTA DE TABELAS
Páginas
1. "Primers" utilizados na PCR para amplificar fragmentos específicos dos genes
codificadores de fatores de virulência......................................................................19
2. Número e percentagem de isolados de E. coli oriundos de bovinos da região de
Ribeirão Preto que apresentaram os genes stx1, stx2, eae ou LT-II detectados
por reação em cadeia de polimerase. Jaboticabal/SP, 2007. ..................................26
3. Número e percentagem de isolados de E. coli oriundos de bovinos da região de
Ribeirão Preto que apresentaram os genes stx1, stx2, eae ou LT-II detectados
por reação em cadeia de polimerase, de acordo com a categoria animal.
Jaboticabal/SP, 2007. ..............................................................................................26
4. Número e percentagem de isolados de Escherichia coli oriundos de água e
leite que apresentaram as seqüências stx1, stx2, eae ou LT-II detectadas por
reação em cadeia de polimerase. Jaboticabal/SP, 2007.. .......................................26
5. Isolados de Escherichia coli que apresentaram seqüências stx1, stx2, eae,
hemólise e os sorogrupos/sorotipos.. ......................................................................27
ix
LISTA DE FIGURAS
Páginas
1. Eletroforese em gel de agarose 1,5% de produto de PCR para detecção do
gene Stx1 e Stx2 de E. coli. ......................................................................................22
2. Eletroforese em gel de agarose 1,5% de produto de ERIC-PCR na presença
dos primers ERIC 1 e ERIC 2. ..................................................................................23
3. Eletroforese em gel de agarose 1,5% de produto de PCR para detecção dos
genes Stx1, Stx2, eae e LT II de E. coli. .................................................................24
4. Eletroforese em gel de agarose 1,5% de produto de PCR para detecção do
gene LT-II de E. coli. .................................................................................................25
5. Dendograma comparando os produtos da PCR dos isolados totais (amostras de
DNA amplificado na presença dos primers ERIC 1 e ERIC 2). A: água, L: leite,
F: fezes (sorogrupos O158 e O142). NT: não sorotipadas. ......................................30
6. Dendograma comparando os produtos da PCR dos isolados totais (amostras de
DNA amplificado na presença dos primers ERIC 1 e ERIC 2). A: água, L: leite,
F: fezes (sorogrupos O55, O114, O26, O125, O126 e O111), NT: não
sorotipadas................................................................................................................31
7.. Dendograma comparando os produtos da PCR dos isolados (amostras de DNA
amplificado na presença dos primers ERIC 1 e ERIC 2). Somente isolados
STEC oriundos das fezes dos animais e do leite do tanque de expansão da
propriedade número 7. ..............................................................................................32
x
8. Dendograma comparando os produtos da PCR dos isolados (amostras de DNA
amplificado na presença dos primers Stx1, Stx2, LT-II). Somente isolados STEC
e ETEC oriundos das fezes dos animais da propriedade número 7..................33
xi
FATORES DE VIRULÊNCIA EM ISOLADOS DE ESCHERICHIA COLI
PROVENIENTES DE AMOSTRAS DE ÁGUA, LEITE E FEZES DE BOVINOS
LEITEIROS DA REGIÃO DE RIBEIRÃO PRETO-SP, BRASIL.
RESUMO – Os objetivos deste estudo foram os de caracterizar, pela técnica de
PCR, marcadores de virulência (Stx1, Stx2, eae, LT-II), bem como identificar a
presença de atividade hemolítica e do sorotipo O157:H7 de Escherichia coli (E.
coli) isoladas de amostras de água, leite e fezes de bovinos de propriedades
leiteiras, da região de Ribeirão Preto-SP, Brasil. Também foi objetivo estabelecer
relação entre os isolados através da técnica de ERIC-PCR. Seqüências de genes
stx1 apresentaram 11,4% de freqüência nos isolados de fezes dos bovinos,
seguidas pelas stx2 (7,1%), LT-II (6,4%) e eae (4,3%). Os bezerros apresentaram
uma maior freqüência para todos os genes. A frequência geral das STEC foi de
17,6 %. Dois sorotipos O157:H7 apresentaram os genes stx1 ou stx2 e eae; e um
deles demonstrou hemólise. Seqüências stx1, stx2 e LT-II foram identificadas em
E. coli isoladas do leite. Há similaridade genética entre isolados de fezes, leite e
água. Os resultados indicam a presença e a mobilidade de potenciais estirpes
enterohemorrágicas de E. coli em rebanhos leiteiros brasileiros.
Palavras chave: Escherichia coli, bovinos leiteiros, STEC, O157:H7, ETEC.
xii
VIRULENCE FACTORS OF ESCHERICHIA COLI STRAINS ISOLATED FROM,
WATER, MILK AND BOVINE FECES IN THE REGION OF RIBEIRÃO PRETO,
SAO PAULO, BRAZIL.
ABSTRACT- The objectives were to characterize virulence factors (stx1, stx2,
eae, LT-II) by PCR in Escherichia coli isolated from dairy farms in the region of
Ribeirao Preto, Sao Paulo, Brazil and to establish the relationship between
isolates by the ERIC-PCR technique. Colonies were identified biochemically as E.
coli strains. Detection of genes stx1, stx2, eae and LT-II in the isolates was by
PCR, while ERIC-PCR was utilized for epidemiological characterization. Gene
sequences stx1 were more frequent in bovine feces (11.4%), followed by
stx2(7.1%), LT-II (6.4%) and eae (4,3%). All genes were more frequent in calves.
Two 0157:H7 serotypes showed genes stx1 or stx2 and eae and one of them was
hemolytic. The general frequency of STEC was of 17,6%. Sequences stx1, stx2
and LT II were identified in E.coli strains isolated from milk. Isolates from feces,
milk and water were genetically similar. Results indicate the presence and mobility
of potentially enterohaemorrhagic strains of E. coli in Brazilian milk herds.
Keywords: Escherichia coli, dairy cattle, STEC, O157:H7, ETEC.
1
I. INTRODUÇÃO
A contaminação de alimentos, por entero-patógenos, é uma importante causa
de diarréia em países em desenvolvimento, resultando em elevadas taxas de
morbidade e mortalidade com perdas econômicas significativas (LEVINE e EDELMAN,
1984; LOPEZ-SAUCEDO, 2003). As doenças veiculadas por alimentos de origem
animal exercem um grande impacto em saúde pública.
O gênero Escherichia, que contêm a maioria dos bacilos móveis Gram negativos
da família Enterobacteriaceae (NATARO e KAPER, 1998), compreende as espécies:
Escherichia blattae, Escherichia coli, Escherichia fergusonnii, Escherichia hermannii e a
Escherichia vulneris. A Escherichia coli é a espécie tipo do gênero (BOPP, 1999).
A E. coli, usualmente, permanece sem causar dano, confinada ao lúmen
intestinal, entretanto em indivíduos debilitados ou imunossuprimidos, ou ainda quando
as barreiras imunes do trato gastrointestinal são violadas, mesmo as espécies não
patogênicas podem causar infecções (NATARO e KAPER, 1998).
As E. coli podem ser classificadas em grupos, de acordo com as características
individuais de patogenicidade: ETEC (enterotoxigênica), EPEC (enteropatogênica),
EHEC (enterohemorrágica), STEC (shigatoxigênica), EIEC (enteroinvasiva), EAEC
(enteroagregativa) e DAEC (difusamente aderente) (NATARO e KAPER, 1998). De
todas as categorias, a única considerada como zoonose é a EHEC (GRIFFIN e TAUXE,
1991).
Nos últimos anos a Escherichia coli produtora de toxina Shiga-like (STEC)
tem se destacado como causa de colite hemorrágica (CH) e síndrome hemolítica
urêmica (SHU) no homem. Essa doença tem sido relacionada ao consumo de
diferentes tipos de alimentos, destacando-se os produtos e subprodutos de origem
bovina. Outro importante grupo dessa bactéria, identificado como E. coli
enteropatogênica (EPEC) pode causar diarréia severa, principalmente em crianças e
neonatos em países em desenvolvimento.
2
Infecções do trato urinário, bacteremia, meningite e doenças diarréicas, são as
síndromes clínicas mais comuns, causadas primariamente por um limitado número de
E. coli patogênicas (BOPP, 1999).
A lesão característica das infecções causadas pelas EPEC é chamada de
“attaching and effacing”, ela pode ser observada em biópsias intestinais de pacientes ou
animais infectados, podendo ser reproduzida em culturas celulares (JERSE, et al.
1990). Em adição a estirpes EPEC e EHEC, uma variedade de linhagens capazes de
provocar lesões “attaching and effacing” têm sido isoladas de bezerros (FISCHER et al.
1994) suínos (ZHU et al. 1994) e cães (DROLET et al. 1994). Estudos realizados em
países em desenvolvimento como Brasil (GOMES et al. 1991) e México (CRAVIOTO et
al. 1990) têm demonstrado que de 30 a 40% da diarréia infantil pode ser atribuída as
EPEC, e a incidência de infecção por EPEC pode exceder a infecção por rotavírus
(GOMES et al. 1991). De acordo com o Segundo Simpósio sobre EPEC este grupo
inclui estirpes capazes de provocar leões histológicas tipo “attaching-effacing” e
ausência de produção de toxina Shiga-like; linhagens que possuem o plasmídeo EAF
são chamadas de EPEC típicas e as que não possuem este plasmídeo são chamadas
de EPEC atípicas (KAPER, 1996). O plasmídeo EAF codifica um fator de aderência
localizado denominado “Bundle-forming pili” (BFP), bem como possui genes
importantes para a expressão normal da intimina (NATARO e KAPER, 1998).
Infecções causadas por linhagens EPEC têm sido relatadas principalmente em
crianças de até dois anos de idade, entretanto surtos graves de diarréia em adultos
também têm sido relatados (HEDBERG et al. 1997). Como nas outras E. coli
causadoras de diarréia, a transmissão das EPEC é pela via oral-fecal, através de mãos
contaminadas, alimentos originalmente contaminados, manipulação inadequada e
fômites (LEVINE e EDELMAN, 1984).
Toxinas Shiga são conhecidas como verotoxinas, verocitotoxinas ou Shiga-like
toxinas, são produzidas por alguns patógenos entéricos como a Shigella dysenteriae
as STEC e as EHEC. A toxina Shiga contribui substancialmente para o
desenvolvimento da CH e é o agente primário causador de complicações como a SUH
(O’LOUGHLIN e ROBINS-BROWNE, 2001). A produção de toxina Shiga-like é mediada
por fagos lisogênicos os quais codificam a produção de Toxina Shiga 1 (STx1) e
3
Toxina Shiga 2 (STx2), esses fagos representam potenciais elementos genéticos
móveis que podem aumentar o possível número de cepas toxigênicas (LIOR, 1994).
Embora a toxina shiga seja o principal fator de virulência das STEC, a habilidade
para produzir intimina (codificada pelo gene cromossomal eae) e a posse do plasmídeo
codificador de enterohemolisina (hlyA) são potenciais fatores de virulência no
desenvolvimento de doenças graves (ARMSTRONG, 1996). Muitos pacientes
infectados com STEC exibem inicialmente uma diarréia aquosa, que em alguns casos,
evolui dentro de um ou dois dias para uma diarréia sanguinolenta e colite hemorrágica (
PATON e PATON, 1998). Os genes envolvidos na patogenia das EHEC são similares
aos das EPEC, exceto pela presença de genes cromossomais codificadores para toxina
Shiga-like e a presença do plasmídeo 60-MDa característico das EHEC no lugar do
plasmídeo EAF das EPEC. O plasmídeo das EHEC é conhecido por codificar
enterohemolisina, bem como antígenos fimbriais potencialmente envolvidos na
colonização (NATARO e KAPER, 1998).
A EHEC é um subgrupo das STEC que inclui conotações clínicas que não estão
implicadas com as STEC, visto que nem todas as cepas STEC são patogênicas, mas
todas as EHEC são consideradas patogênicas (NATARO e KAPER, 1998). EHEC
podem ser transmitidas por água e alimentos contaminados, entretanto a transmissão
direta de pessoa à pessoa também é possível. Na maioria dos casos a transmissão é
devido a ingestão de carne bovina contaminada. Nos EUA, a ingestão de hamburgers
mal cozidos preparados em casa ou em restaurantes têm sido importante causa de
surtos de CH e SHU (GRIFFIN, 1995; GRIFFIN & TAUXE, 1991). Entretanto cepas
produtoras de toxina Shiga-like, também foram envolvidas em infecções causadas pelo
consumo de produtos lácteos, como queijo (DESCHÊNES et al., 1996) e leite cru
(WILSON et al., 1996).
A morbidade e mortalidade associadas aos vários surtos de doenças
gastrointestinais causados por STEC têm alertado sobre a importância desses
microrganismos à saúde pública (PATON e PATON, 1998).
E. coli é um importante patógeno de bovinos jovens, podendo causar infecções
intestinais e até extraintestinais. Linhagens de E. coli podem produzir outras toxinas,
dentre elas a enterotoxina termolábil (LT) e a enterotoxina temoestável (ST) (GAY e
BESSER, 1994). A infecção produzida pela E. coli enterotoxigênica (ETEC) resulta em
4
diarréia devido a ação de uma ou mais enterotoxinas, e pode causar severa
desidratação e levar a morte. As ETEC podem produzir toxinas termolábeis (LT-I e LT-
II) e toxinas termoestáveis (STa e STb) (BUTLER e CLARKE, 1994).
Devido aos possíveis perigos acarretados, a saúde pública, por linhagens STEC
e ETEC, são necessários estudos que evidenciem a distribuição e frequências destas
nos animais e propriedades produtoras de alimentos de origem animal.
5
II. REVISÃO DE LITERATURA
Cepas enteropatogênicas de Escherichia coli (EPEC) provocam diarréia em
todas as espécies animais, incluindo os seres humanos. Mas não produzem nenhuma
toxina associada à diarréia, entretanto provocam uma lesão característica no trato
intestinal que é descrita como lesão de fixação e esfacelamento, ou seja ocorre a
destruição das microvilosidades das células intestinais (HIRSH, 2003).
A síndrome é caracterizada por diarréia líquida, vômito e febre em crianças e
neonatos. O aspecto clínico da doença varia de uma diarréia limitada a uma forte
síndrome de enterite crônica (NATARO e LEVINE, 1994). Há algum tempo atrás a
identificação da EPEC era feita como base somente em relação ao antígeno O,
posteriormente esta classificação foi melhorada utilizando-se os antígenos O e H. Em
seguida, começou-se a utilizar duas características para se definir uma linhagem como
EPEC: capacidade de promover a lesão “attaching-effacing” e ausência de produção de
toxina shiga-like (NATARO e KAPER, 1998). As linhagens EPEC possuem no
cromossomo uma ilha de patogenicidade chamada de “locus of enterocyte effacement
(LEE)” a qual contêm os genes necessários a produção da lesão “attaching-effacing”
(McDANIEL e KAPER, 1997). As EPEC aderem às células epiteliais como
microcolônias localizadas e causam lesões de aderência destrutivas, provocando uma
diarréia com abundante quantidade de muco, mas com pouco sangue.
A maior parte, dos primeiros relatos de EPEC, foram associados com surtos de
diarréia em neonatos no Reino Unido e EUA. Em países em desenvolvimento é uma
das principais causas de diarréia infantil (NATARO e KAPER, 1998). Entretanto, ainda
não esta claro, o porque das infecções naturais de EPEC serem restritas a crianças de
até dois anos (NATARO e LEVINE, 1994). No Brasil, a E. coli enteropatogênica, é um
dos principais microrganismos responsável por quadros de diarréia em crianças de até
1(um) ano de idade (GOMES et al., 1991; SCALETSKY et al., 2001). FITZHENRY et al.
(2002) relatam que de 30% a 40% dos casos de diarréia no primeiro ano de idade é
causada por EPEC. As EPEC possuem um plasmideo que codifica um fator de
aderência a mucosa intestinal onde ocorre a destruição das microvilosidades ou o
aumento do sitio de aderência para as bactérias (COCOLIN et al. 2000).
6
As EPEC além de promover a ligação específica à mucosa das células epiteliais
destruindo as microvilosidades, podem também expressar um fator de aderência
localizado denominado “Bundle-forming pili” (BFP) (KAPER, et al., 1995). Sendo assim
as EPEC são divididas em duas categorias: tipo I , que possuem além do gene eae o
plasmídeo EAF, e o tipo II, que possuem somente o gene eae (ANSARUZZAMAN,
2000).
Inicialmente a EPEC fixa-se à célula epitelial do intestino delgado através de um
pilus formador de feixe (BfpA). Essa ligação desencadeia eventos de transdução de
sinais, envolvendo a fosforilação de uma proteína principal da célula epitelial Hp-90;
ativação da fosforilase C; aumentos do inositol trifosfato (IP3) e do cálcio, e danos as
microvilosidades. No terceiro estágio, a intimina coordena a estreita aderência do
microrganismo, e uma proteína de 39 kDa produz polimerização da actina e de outras
proteínas citoesqueléticas do hospedeiro, bem como rearranjos da estrutura do
citoesqueleto. Esse conjunto forma o pedestal característico da EPEC com o
microrganismo intimamente aderente (lesão por fixação e esfacelamento ou “attaching-
effacing”) (KENSCH e ACHECON, 2002).
As EPEC, portanto podem causar sérios surtos de infecção diarréica,
principalmente em crianças (PRÈRE et al., 2006), uma vez que já foram isoladas de
alimentos e produtos lácteos (LEVINE, 1987; SILVA, 2001). Evidenciando ainda mais o
perigo à saúde pública, CARNEIRO et al. (2006) demonstraram, que o leite
pasteurizado no Brasil, pode ser um potencial veículo de transmissão de EPEC.
Uma grande variedade de sorotipos de E. coli produtoras de toxina shiga -
like(STEC) podem implicar em doença em humanos, entretanto alguns sorotipos
encontrados em gado ou em alimentos, raramente estão associados com doenças
severas em humanos. Estas aparentes diferenças, freqüentes nos sorotipos de STEC
isoladas, podem ser devido a questões de metodologia e também na habilidade de
certas linhagens para causar doença (BOERLIN, 1999). Entretanto, TRISTÃO et al.
(2007) sugerem que bovinos sadios podem ser potenciais fontes de infecção, por
STEC, para humanos no Brasil. BETTELHEIM et al. (2005) sugerem que populações
comensais de E. coli eliminadas nas fezes dos bovinos representam um reservatório
heterogêneo de sorotipos, dos quais alguns podem adquirir verocitotoxigenicidade
tornando-se potenciais patógenos para o homem. BIELASZEWSKA et al. (2000)
7
também sugerem, que os bovinos podem ser reservatório de STEC e fonte para a
doença em humanos.
O consumo, de carne ou leite cru, têm sido confirmado, como fontes mais
prováveis de infecção em diversos surtos os quais têm ocorrido principalmente no
Canadá, USA e no Reino Unido (BLANCO et al., 1996). PATON et al. (1996) relataram
um surto de SUH causado pelo consumo de salsicha em conserva contaminada com
STEC na Austrália. ALLERBERGER et al. (2001) demonstraram um caso de SHU em
uma criança através do consumo de leite cru contaminado com E. coli do sorogrupo
O157, onde o isolado do paciente e dos animais produtores do leite, eram idênticos.
GOVARIS et al. (2002) em seu estudo sugere que a E. coli O157:H7 pode sobreviver
em produtos lácteos, e que medidas de controle na fabricação destes produtos são
fundamentais para diminuir o risco de contaminação.
A síndrome clínica provocada pelas STEC é caracterizada por intensas cólicas
abdominais e diarréia abundante, inicialmente aquosa, mas que rapidamente evolui
para sanguinolenta, com presença de coágulos, sem leucócitos nas fezes e
manifestando-se em pacientes sem febre durando em média oito dias (RILEY et al.
1983). Alguns pacientes com SHU podem apresentar sintomas neurológicos como
letargia, fortes dores de cabeça, convulsões e encefalopatia (TESH e O’BRIAN, 1991).
STEC patogênicas ao homem podem pertencer a diversos sorogrupos,
entretanto O157, O111, O113 e O26 são os mais comumente envolvidos (HUSSEIN e
SAKUMA, 2005; KARMALI, 1989; PATON & PATON, 1999). No Brasil, VAZ et al.
(2004) identificaram linhagens STEC isoladas de pacientes com diarréia.
As STEC isoladas de animais saudáveis constituem um grupo muito heterogêneo
de E. coli, e um grande número dessas linhagens parecem ser específicas de seus
hospedeiros (BEUTIN, 1995). Os hospedeiros naturais das STEC são animais silvestres
e domésticos principalmente os bovinos (GRIFFIN e TAUXE, 1991). As E. coli
produtoras de toxina shiga-like podem estar presente na flora fecal de uma grande
variedade de animais incluindo além dos bovinos os ovinos, caprinos, suínos, felinos,
cães e galinhas (BEUTIN, 1993). Entretanto a espécie animal mais importante em
relação à infecção em humanos é a bovina. As taxas de colonização das STEC em
rebanhos bovinos, é variada, podendo chegar a 60%, mas as taxas típicas variam de 10
a 25%. As STEC são isoladas usualmente de animais sadios (TRISTÃO et al., 2007),
8
mas podem ser associadas com episódios iniciais de diarréia em animais jovens
(ORDEN et al., 1998) seguida por colonização assintomática (NATARO e KAPER,
1998). WANI et al. (2005) relataram um surto de diarréia em bezerros associado a
STEC. WIELER et al. (1998) afirmam que STEC causam diarréia em bezerros, e que
esta habilidade esta mais associada a cepas que produzem somente Stx1.
WILSON et al. (1998) demonstraram que animais jovens têm uma prevalência
de colonização maior que animais adultos, e bezerros maiores de dois meses têm uma
prevalência maior que bezerros com menos de dois meses. SALVADORI et al. (2003)
relatam que os bovinos jovens no Brasil, podem ser, uma importante fonte de E. coli
patogênica a outros animais e ao homem. Investigações em diferentes regiões da
Europa, Ásia e América do Norte têm revelado que de 10% a 80% dos bovinos
albergam STEC (WELLS, et al., 1991; BEUTIN, et al., 1993). STEC têm sido associada
a doenças em humanos em muitos países do Hemisfério Sul, como a África do Sul,
Austrália, Chile e Argentina (NATARO e KAPER, 1998).
As STEC, são um importante grupo de patógenos de origem alimentar, que
podem causar severa doença gastrointestinal em humanos como a colite hemorrágica
(CH) e complicações de modo a levar à síndrome hemolítica urêmica (SHU). O padrão
de produção de toxinas, nas STEC isoladas de infecções humanas, parece ser similar
ao das STEC isoladas de bovinos saudáveis, mas não similar ao dos bezerros com
diarréia (OSEK, 2000). A patogenicidade das STEC esta associada a sua capacidade
de produzir toxina Shiga-like e aderir à mucosa intestinal (BARRETT, et al. 1992).
As STEC são definidas pela produção de um ou mais tipos de toxina shiga-like
(Stx1, Stx2 ou variantes de Stx2), estas toxinas são antigenicamente relacionadas com
a citotoxina (toxina shiga) produzida pela Shigella dysenteriae do tipo 1 (AGBODAZE,
1999). As Shiga-like toxinas são codificadas por bacteriófagos lisogênicos, elementos
genéticos móveis, os quais, possivelmente não seriam retidos se não trouxessem
vantagem seletiva (WALDOR, 1998).
Outros genes de virulência associados com a produção de doença em humanos
são o gene eae, o qual codifica a intimina requerida para o ataque a mucosa intestinal
produzindo uma lesão do tipo “attaching and effacing” que indica um íntimo ataque ao
enterócito com desaparecimento das microvilosidades da borda em escova do epitélio
intestinal, e o gene hlyA o qual codifica a hemolisina e esta localizado no plasmídeo 60
9
MDa das EHEC. O provável papel da hemolisina na patogenese da Colite Hemorrágica
e da Síndrome Urêmica Hemolítica ainda é incerto (LEOMIL, 2003). Especula-se que a
hemoglobina liberada pela ação da hemolisina seria uma fonte de ferro que talvez
estimula-se o crescimento das STEC no intestino (LAW e KELLY, 1995). OSTROFF et
al. (1989) relatam que linhagens STEC que produzem somente STx2 estão mais
comumente associadas a doenças graves em humanos, que aquelas que produzem
somente STx1 ou STx1 e STx2. Talvez devido ao fato de que o nível de transcrição do
gene stx2 in vivo, é maior que o do stx1 (WEINSTEIN, HOLMES e O’BRIEN, 1988).
Estudos epidemiológicos têm revelado que, independentemente do sorogrupo, é a
presença dos genes que codificam para a toxina Shiga-like 2 (stx2) e intimina (eae) que
esta associada a doença severa (WERBER, et al., 2003).
A toxina Shiga-like afeta as células endoteliais, resultando em lesão e perda de
integridade, o efeito pode ser local (na célula endotelial localizada abaixo da célula à
qual a bactéria esta fixada) ou sistêmico (em células endoteliais localizadas em outros
locais do organismo) (HIRSH, 2003). A susceptibilidade celular a toxina Shiga-like é
determinada pela presença de receptores para a toxina na superfície da célula. Em
humanos esses receptores estão presentes principalmente nas células epiteliais do
intestino, nas células do endotélio vascular e nas células do epitélio renal (O’BRIEN e
HOLMES, 1987). STAMM et al. (2002) relatam que a expressão de receptores
funcionais, em bovinos mas não em humanos, para a toxina Shiga-like nos linfócitos,
explica as diferenças na patogenia da infecção, ou seja elucida o porque da infecção
persistente nos bovinos e o desenvolvimento da doença em humanos.
Desde que as STEC surgiram como patógenos humanos emergentes, a
contaminação de alimentos direta ou indiretamente pelas fezes de origem animal, têm
sido a maior fonte desses microrganismos (BETTELHEIM, et al., 2005). Em muitos
casos, infecções por STEC foram atribuídas, ao consumo de carne bovina, ou produtos
lácteos, que foram contaminados com fezes de bovinos. Deste modo o gado leiteiro é
considerado reservatório das STEC e pode significar importante risco a saúde do
homem (HUSSEIN e SAKUMA, 2005). Dos 193 sorotipos STEC isolados de gado
leiteiro até o presente momento, 24 já foram isolados de pacientes com SHU (HUSSEIN
e SAKUMA, 2005).
10
Relatos indicam a associação entre o consumo de leite não pasteurizado e a
colite hemorrágica (CH) ou a síndrome hemolítica urêmica (SHU) (KIRK et al, 1997). A
E. coli produtora de toxina shiga-like foi também isolada de leite cru, filtros de leite e
produtos lácteos como iogurte e queijos (HUSSEIN e SAKUMA, 2005). Bovinos,
particularmente bovinos leiteiros são um importante reservatório de STEC (WILSON et
al., 1996). A habilidade das STEC em invadir células epiteliais da glândula mamária dos
bovinos, pode ser um mecanismo importante na sua patogênese, indicando uma rota
pela qual, o leite cru, pode potencialmente se contaminar, fornecendo um reservatório
de bactérias para a contaminação de trabalhadores, equipamentos e carcaças em
frigoríficos (MATTHEWS et al. 1997). No Brasil, LIRA et al. (2004) relataram o
isolamento de STEC de amostras de leite de bovinos com mastite. Rebanhos leiteiros
podem contribuir de vários modos à infecção humana pelas STEC. Infecção a partir do
consumo de leite cru (CHAPMAN et al., 1993) e produtos lácteos (DESCHENES et al.,
1996) já foi demonstrada. Também há relatos de infecção através de contato direto
com os bovinos leiteiros (RICE et al., 1996) e com o ambiente da fazenda leiteira
(JACKSON et al., 1998).
Alguns fatores contribuem para a presença e disseminação das STEC em um
rebanho: práticas de manejo, stress, dieta, densidade populacional, região geográfica e
sazonalidade (GARBER et al. 1995). O padrão sazonal com picos no verão contribui
para a variação semelhante existente na doença humana associada ao agente
(OSTROFF, KOBAYASHI e LEWIS, 1989). Além dos bovinos outros animais
domésticos como ovinos, suínos, caprinos, cães e gatos podem albergar STEC
(KARMALI, 1989; BEUTIN et al. 1993).
A morbidade e mortalidade associadas com recentes, severos e grandes surtos
de doenças causadas pelas STEC, têm realçado a ameaça destes organismos a saúde
pública (PATON, 1996). GRIFFIN e TAUXE (1991) relatam que a alta patogenicidade
destes microrganismos é uma evidência epidemiológica de que apenas algumas células
são suficientes para causar a doença em humanos.
A colite hemorrágica (CH) é caracterizada por intensas cólicas abdominais e
diarréia que inicialmente é aquosa, mas que rapidamente evolui para sanguinolenta,
com a presença de coágulos. Ocasionalmente o vômito pode ocorrer, enquanto que a
febre é baixa ou ausente (PRATA, 1999).
11
Algumas EPEC são lisogenizadas com os bacteriófagos que codificam a Shiga-
like toxina 1 e/ou a Shiga-like toxina 2, essas linhagens são denominadas E. coli
enterohemorrágicas (EHEC) porque, além da produção de lesões de fixação e
esfacelamento, também produzem diarréia hemorrágica (HIRSH, 2003).
A relevância clínico-epidemiológica do quadro diarréico (colite hemorrágica)
originado por cepas EHEC se constitui na sua capacidade de produzir a síndrome
hemolítica urêmica (SHU) em 2 a 7% dos pacientes. Esta enfermidade pode afetar
crianças menores de cinco anos e lactantes com uma letalidade que pode chegar a
10% e com 30% de seqüelas graves tais como insuficiência renal crônica e hipertensão
arterial (GRIFFIN e TAUXE, 1991). Nos idosos a SHU, somada a outros sintomas como
febre, sintomas neurológicos e púrpura trombocitopênica, podem ocorrer, resultando em
mortalidade superior a 50% (PRATA, 1999). A maioria dos surtos e casos esporádicos
de CH e SHU, têm sido causados por estirpes de poucos sorogrupos, como O26, O111
e O157 (WELLS et al., 1991).
O reconhecimento da EHEC como uma classe distinta de E. coli patogênica, foi
definido após dois surtos. O primeiro foi relatado por RILEY et al. (1983), onde nos
EUA, foi investigada infecção associada com diarréia sanguinolenta, tendo como
agente transmissor da O157:H7 hamburgers mal cozidos, servidos em restaurante do
tipo “fast food”. O segundo surto foi relatado por KARMALI et al. (1983) onde foi isolado
o sorotipo O157:H7 de crianças com SHU em Toronto no Canadá, quando também foi
observada a letalidade das shigatoxinas ou verotoxinas para culturas de células Vero
(células de rins do macaco verde africano). Todas as EHEC produzem os fatores
citotóxicos para as células Vero e causam colite hemorrágica (DOYLE, 1997).
Os aspectos mais salientes da epidemiologia das EHEC incluem o reservatório no
trato intestinal dos bovinos e outros animais, a transmissão que pode ocorrer por uma
ampla gama de alimentos, sendo a carne bovina o principal veículo disseminador e a
necessidade de pequena quantidade de microrganismos para causar infecção,
capacitando graves surtos (NATARO e KAPER, 1998).
Estima-se que, nos EUA, amostras de EHEC causem pelo menos 10.000 a
20.000 infecções por ano e cerca de 200 a 500 mortes (BROTMAN et al. 1995), essas
mortes ocorrem mais comumente em crianças e jovens, e são hoje, a causa mais
12
freqüente de insuficiência renal aguda em crianças nos EUA (KENSCH e ACHECON,
2002).
Três propriedades de virulência tem sido reconhecidas nas EHEC: produção de
toxina Shiga-like 1 e 2, posse de um plasmídeo de 60 MDa envolvido na expressão de
fímbrias raras, e do gene eae requerido para a produção de lesão “attaching and
effacing” (YU e KAPER, 1992). E também, SPERANDIO et al. (2001), em seu trabalho,
indica que o “Quorum Sensing” é um mecanismo de regulação global para as funções
fisiológicas básicas das E. coli, assim como para os fatores de virulência.
Depois de passar pelo estômago, a EHEC coloniza as porções terminais do
intestino, onde permanece confinada à superfície da mucosa e multiplica-se localmente.
Não invade a circulação sangüínea. A EHEC possui um homólogo do complexo de
genes eae da EPEC que coordena o mesmo rearranjo da actina e dos elementos
citoesqueléticos que conduzem a uma lesão de aderência e obliteração
(attaching/effacing), características nas microvilosidades. A produção de toxinas Shiga-
like pode ser responsável por uma resposta local de citocinas na mucosa. Acredita-se
hoje que o sangramento abundante seja causado pela interação de citocinas
inflamatórias e toxinas semelhantes à toxina Shiga-like, que danificam os vasos
sangüíneos na lâmina própria (KENSCH e ACHECON, 2002).
O consumo de leite cru nos EUA resultou em casos de SHU em vários estados:
Wisconsin (MARTIN et al., 1986); Washington state (WELLS et al., 1991); Oregon
(KEENE et al., 1997). Em outros países como Finlândia (LAHTI et al., 2002) e Canadá
(BORCZYK et al., 1987) o consumo de leite cru também causou doença em humanos.
Vários surtos e casos esporádicos de doença em humanos causada pela E. coli
O157:H7 (O157:H7, O157: -H [ não móvel ] e outros isolados não sorotipados para o
antígeno H) oriundos de fazenda leiteiras, enfatizam o papel do leite cru como um
importante veículo de transmissão (REITSMA e HENNING, 1996).
E. coli shigatoxigênica pode também se disseminar do ambiente da fazenda
leiteira e infectar o homem pelo contato com os animais (CRUMP et al., 2002 ). As
STEC tiveram altas taxas de prevalência em fazendas leiteiras americanas, e também
ampla distribuição no ambiente das propriedades (ZHAO et al.,1995 ). Além disso, o
ambiente contaminado de fazendas leiteiras pode persistir como fonte de infecção por
STEC por vários meses (HUSSEIN e SAKUMA, 2005). E. coli é amplamente carreada
13
por mamíferos e aves, pode ser detectada na água de consumo e de recreação
contaminadas por material fecal, eliminado por humanos, animais domésticos ou
silvestres (LEUNG et al. 2004).
A contaminação da água pode ocorrer de diversas formas; a água pode estar
contaminada na fonte, a bactéria pode ser introduzida a partir de fezes de bovinos ou
animais silvestres (pássaros), ou a contaminação também pode ocorrer através de
poeira contendo a bactéria (SARGEANT et al., 2003). A infecção cruzada de gado por
água de consumo, já foi bem documentada (SHERE et al., 1998). WELLS et al., (1991)
demonstraram uma grande extensão de sorotipos STEC, em gado leiteiro, em
diferentes estágios de produção.
Geralmente, os bovinos não são apresentados como portadores de longa
duração das STEC, e a eliminação pelas fezes, não têm sido associada com nenhuma
doença bovina (GARBER et al., 1995). CRAY e MOON (1995) demonstraram que
bovinos experimentalmente infectados com E. coli O157:H7 usualmente permanecem
sadios e que há uma grande variação de magnitude e duração na eliminação do
microrganismo por animais de diferentes idades, com o grupo dos bezerros eliminando
o agente em maior quantidade e por um período de tempo mais extenso que os
animais adultos. Entretanto, animais de ambos os grupos eliminaram o agente por
meses.
WILSON et al. (1996), descreveram o isolamento de STEC do sorogrupo O157 e
de outros sorogrupos (O26) em amostras de fezes de bovinos e de humanos residentes
em fazendas leiteiras. Segundo o autor, as cepas isoladas de ambas as fontes eram
similares, reforçando a hipótese de transmissão e colonização de cepas STEC dos
bovinos para o homem. BOERLIN et al. (1999), sugerem que as STEC isoladas de
humanos formam uma população diferente daquelas baseadas em reservatórios
bovinos ou que são somente uma sub-população deste último.
HORNITZKY et al. (2002), sugerem que as STEC representam uma população
dinâmica de sorotipos variantes que pode ser influenciada através da dieta, estresse,
níveis hormonais e desenvolvimento anatômico do trato gastrointestinal.
É evidente que as STEC são altamente patogênicas e que a virulência não
depende de um único gene ou de um único produto de um gene, mas é um processo
multifatorial (LAW, 2000). O conceito de patogenicidade das cepas de E. coli está
14
relacionado com o impacto cumulativo de um ou vários fatores de virulência, o qual
serve para diferenciar cepas patogênicas de não patogênicas (JOHNSON, 1991).
Muitos autores têm relatado a importância da colibacilose no Brasil (LEOMIL et
al., 2003; SALVADORI et al., 2003). ETEC, são a maior causa da diarréia dos viajantes
em regiões subtropicais, bem como nos animais. Estirpes ETEC podem causar diarréia
através da produção de LT, ST ou ambas (DEAN et al.,1972; EVANS et al., 1973). As
ETEC têm sido relatadas como o principal agente bacteriano causador de diarréia em
suínos e bezerros (KIERS et al., 2002).
A enterotoxina LT é uma molécula protéica de alto peso molecular, imunogênica,
formada por duas subunidades denominadas de A e B. A subunidade A representa o
componente ativo, enquanto a subunidade B é responsável pela fixação da toxina na
membrana das células da mucosa do hospedeiro (SUSSMAN, 1985). O mecanismo de
ação da toxina LT é idêntico ao da toxina colérica, não ocorrendo um dano estrutural
em nível celular, mas sim o bloqueio de suas funções (SPEIRS, 1977; KENSCH, 2002).
A LT-I é codificada por plasmídeo e neutralizada por anticorpos antitoxina colérica, ao
passo que a LT-II não. A LT-I foi isolada de E. coli que acometia humanos e suínos, já a
LT-II foi isolada de bovinos, búfalos, humanos e alimentos (HIRISH, 2003). A produção
de LT-I não ocorre em estirpes bovinas (Blanco et al., 1993). HIRISH (2003) relata que
estirpes que produzem somente ST são as mais comuns, seguidas por aquelas que
secretam tanto ST como LT e depois por aquelas que secretam somente LT. Os genes
que codificam para a síntese de LT-II já foram clonados e seqüenciados (PICKETT et
al., 1989).
ETEC adere e coloniza o intestino com subseqüente liberação de
enterotoxinas, os genes responsáveis pela produção dessas toxinas são encontrados
em plasmídios transferíveis ( KARAOLIS e BOEDEKER, 1997). Entretanto, de acordo
com PICKETT et al.(1989) o gene que codifica LT-II é cromossomal. As ETEC têm sido
relatadas como o principal agente bacteriano causador de diarréia em suínos e
bezerros (ACRES, 1985; JOHNSON et al., 1992). Todavia, NATARO e KAPER (1998)
sustentam que não existem evidências que a LT-II possa estar associada a doença
humana ou animal.
A descoberta de que genomas procariotos contêm seqüências repetitivas como
a ERIC (“Enterobacterial Repetitive Intergenic Consensus”) (HULTON et al., 1991), tem
15
expandido o uso da biologia molecular útil para avaliar a variabilidade genética de
vários isolados bacterianos, inclusive E. coli (VERSALOVIC et al., 1991;
CHANSIRIPORNCHAI et al., 2001). A ERIC são seqüências de palíndromos imperfeitos
de 127 pb que ocorrem em múltiplas cópias no genoma das bactérias entéricas e
víbrios (WILSON et al., 2006). ERIC-PCR, têm sido utilizada em muitos estudos de
diversidade genética em E. coli (LIPMAN et al., 1995; JEONG et al. 2005;
RAMCHANDANI et al., 2005).
A ERIC-PCR possui uma boa capacidade discriminatória e pode substituir o
RAPD-PCR ou RFLP, os quais são requeridos para demonstrar pequenos níveis de
variabilidade genética (MAURER et al., 1998). LIPMAN et al. (1995) citam ainda que a
genotipagem pelo método de ERIC-PCR é mais prático simples e rápido. A técnica de
ERIC é baseada na análise se seqüências cromossomais repetidas, que tem sido
usada para a caracterização clonal de diferentes espécies de enterobactérias e para o
estudo da relação genética entre isolados (COSTA et al., 2006).
16
III. OBJETIVOS
1. Caracterizar a freqüência da presença dos fatores de virulência (Stx 1, Stx 2, EAE,
LT-II) e atividade hemolítica de 473 isolados de E. coli oriundas de 19 amostras de
água, sete amostras de leite de conjunto e 466 amostras de fezes de bovinos leiteiros
de sete propriedades, da região de Ribeirão Preto-SP, através da detecção da
presença dos genes pela técnica de PCR.
2. Determinar a freqüência dos fatores de virulência por categoria e nas amostras de
leite e água;
3. Estabelecer relação de similaridade entre os isolados das amostras de água, leite e
fezes, baseado na análise de DNA cromossomal pela técnica de ERIC-PCR.
17
IV. MATERIAL E MÉTODOS
Identificação das Escherichia coli
Os 473 isolados de E. coli utilizados nesta pesquisa foram obtidos a partir de
amostras de água (19), leite (7) e fezes (466) de animais sadios de sete propriedades
leiteiras da região de Ribeirão Preto-SP. Esses isolados foram obtidos através de
semeadura dos espécimes em agar MacConkey e agar MacConkey Sorbitol. As
colônias crescidas nestes meios, após incubação por 24-48 horas a temperatura de 37o
C, foram identificadas bioquimicamente como pertencentes à espécie E. coli com base
nos testes de fermentação da lactose, produção de indol, reações de vermelho de
metila e Voges-Proskawer, utilização de citrato, produção de urease e produção de gás
sulfídrico (H2S) (KONEMAN, 2001). Todas as linhagens de E. coli foram submetidas a
teste de aglutinação em lâmina com anti-soro para sorogrupos EPEC da Probac*
(Probac do Brasil, SP, Brasil ) segundo as instruções do fabricante. As amostras que
se mostraram sorbitol negativo no meio agar MacConkey sorbitol foram submetidas a
teste de aglutinação em lâmina com anti-soro específico O157 (Probac). As amostras
positivas neste teste foram enviadas ao Instituto Adolfo Lutz em São Paulo-SP para
confirmação do sorogrupo e determinação do antígeno flagelar H7.
A presença de enterohemolisina foi determinada de acordo com BEUTIN et al.
(1997). As placas foram incubadas a 37ºC por 24 horas, a verificação da hemólise foi
realizada depois de 3 e 24 horas.
Extração de DNA bacteriano
O DNA microbiano, de todos os isolados, foi extraído segundo a técnica proposta
por KESKIMAKI et al. (2001), onde a colônia isolada de E. coli foi semeada por 12
horas em um tubo de ensaio contendo 1 mL de meio Brain Heart Infusion, depois
transferida para um tubo eppendorf e centrifugada a 14.000 rpm para a sedimentação
das células e descarte do sobrenadante. As células sedimentadas foram ressuspensas
18
em 250µL de água Millique estéril e agitada em vortex por 30 segundos. A cultura
bacteriana foi novamente sedimentada e repetido o processo de lavagem. Após duas
lavagens com água ultra-pura, o tubo eppendorf contendo as células bacterianas foi
colocado por 10 minutos na água fervente (100o C). Após esse tempo, os sedimentos
dos debris celulares foram sedimentados através de centrifugação a 14.000 rpm
durante 30 minutos, do tubo foi retirado uma alíquota de 150µL do sobrenadante
fervido e transferida para outro tubo eppendorf. Em seguida esse material foi estocado
em freezer a –20o C até o momento de uso.
Detecção dos genes Stx1, Stx2, eae e LT-II através da técnica de PCR.
O DNA extraído de todas as amostras foi submetido a técnica de PCR utilizando
as seqüências de bases dos oligonucleotídios (iniciadores/primers) específicos que
estão relacionados na tabela 1. Esses oligonucleotídeos foram adquiridos da Isogen
Bioscience. A amplificação do DNA bacteriano foi executado de acordo com o
especificado pelo autor para a amplificação dos primers descritos. O produto da reação
amplificado foi visualizado em gel de eletroforese contendo 10 µL do produto de PCR e
1,5% de gel de agarose. Foi utilizado o marcador molecular �X-174 Hae III digest.
Tabela 1. "Primers" utilizados no PCR para amplificar fragmentos específicos dos genes
codificadores de fatores de virulência (CHINA et al., 1996; PENTEADO et al., 2002).
Primers Seqüência Temperatura Tamanho (PB)
STx1F ATAAATCGCCATTCGTTGACTAC 580C 180
STx1R AGAACGCCCACTGAGATCATC
STx2F GGCACTGTCTGAAACTGCTCC 580C 255
STx2R TCGCCAGTTATCTGACATTCTG
eaeAF GACCCGGCACAAGCATAAGC 580C 384
eaeAR CCACCTGCAGCAACAAGAGG
LT-II 1 AGATATAATGATGGATATGTATC 44.90C 300
LT-II 2 TAACCCTCGAAATAAATCTC
19
A análise dos produtos obtidos pelo PCR foi feita através de eletroforese em gel
de agarose a 1,5% em cubas de diferentes tamanhos mantendo as seguintes
proporções: 5µL de brometo de etídeo (10mg/mL) e 1,5g de agarose para cada 100mL
de tampão TBE. Inicialmente, a quantidade exata de agarose (Sigma) foi pesada e
transferida para um erlenmeyer, no qual foi adicionado o tampão TBE, completando o
volume adequado. A mistura foi aquecida em forno microondas até que a agarose
estivesse completamente dissolvida no tampão.
A análise dos produtos de PCR foi feita através de eletroforese em gel de
agarose a 1,5%, podendo variar de tamanho (já que diferentes cubas eletroforéticas
comportam diferentes volumes de gel), com 1,5g de agarose para cada 100mL de
tampão TBE. O gel, ainda em estado líquido foi vertido sobre um suporte de acrílico
contendo um ou dois pentes. Depois de solidificado, o gel foi colocado dentro da cuba
de eletroforese e preenchida com tampão TBE. Os pentes foram retirados do gel,
deixando presentes várias canaletas, nas quais foram aplicadas as amostras e um
marcador de peso molecular (fago �X 174 Hae III digest – Pharmacia).
As amostras, antes de serem aplicadas no gel, foram acrescidas de brometo de
etídeo, o brometo é um agente intercalante do DNA, que permite a visão deste quando
exposto à luz ultravioleta. A cuba foi ligada a uma fonte de corrente elétrica, fazendo
com que o DNA, molécula carregada negativamente, migrasse em direção ao pólo
positivo. Neste processo, fragmentos de DNA com diferentes pesos moleculares,
migraram em diferentes velocidades, fazendo com que eles se separassem no gel.
Após a corrida eletroforética (20V), o gel foi colocado em um transiluminador, e
exposto a radiação ultravioleta. O gel foi fotografado (filme Kodak plus X 125) e o
tamanho dos fragmentos de DNA das amostras inferido por comparação com um
marcador de peso molecular, que tem fragmentos de tamanho conhecidos.
ERIC-PCR
A técnica de ERIC-PCR foi realizada em 153 isolados pertencentes a sorogrupos
EPEC/STEC e/ou portadores de genes de virulência. Devido ao grande número de
isolados, estes foram separados e analisados em 4 grupos de amostras: Figura 5
(água, leite e fezes-sorogrupos O158 e O142 de todas as propriedades), Figura 6
20
(água, leite e fezes-sorogrupos O55, O114, O26, O125, O126, O111 de todas as
propriedades), Figura 7 (Somente isolados STEC oriundos das fezes dos animais e do
leite do tanque de expansão da propriedade número 7), Figura 8 (Somente isolados
STEC e ETEC oriundos das fezes dos animais da propriedade número 7). A
propriedade número 7 foi analisada separadamente, pois foi o local onde se detectou o
maior número de linhagens STEC e ETEC.
O DNA genômico foi amplificado por PCR (39 ciclos de 94ºC por 1 minuto, 50ºC
por 1 minuto, 72ºC por 2 minutos, com extensão final de 72ºC por 10 minutos),
utilizando como iniciadores as seqüências ERIC 1 (5’-ATGTAACTCCTGGGGATTCAC-
3’) e ERIC 2 (5’-AAGTAAGTGACTGGGGTGAGCG-3’) descritos por VERSALOVIC et
al. (1991). O produto da reação amplificado foi visualizado em gel de eletroforese
contendo 10 uL do produto de PCR e 1,5% de gel de agarose. Foi utilizado o marcador
molecular �X-174 Hae III digest. A matriz de similaridade foi construída através do
programa Freetree (versão 0.9.1.50) e a árvore foi obtida e visualizada pelo programa
Tree View (versão 1.30).
21
V. RESULTADOS
A Tabela 2 mostra as porcentagens de bovinos que apresentaram, no
crescimento bacteriano de amostras de fezes, Escherichia coli com as seqüências stx1,
stx2, eae e LT-II. Dentre as seqüências, a que apresentou maior taxa de prevalência
nas amostras de fezes analisadas, foi a stx1(11,4%), seguida pelas stx2(7,1%), LT-II
(6,4%) e eae(4,3%). A figura 1 nos mostra a eletroforese do gel de agarose 1,5% de
produto de PCR, onde podemos observar amostras positivas para o gene stx2 de E.
coli.
Tabela 2. Número e percentagem de isolados de E. coli oriundos de bovinos da região de Ribeirão Preto que apresentaram os genes stx1, stx2, eae ou LT-II detectados por reação em cadeia de polimerase. Jaboticabal/SP, 2007. Seqüências Positivos Negativos Total F* (%) stx1 53 414 466 11,4 stx2 33 433 466 7,1 Eae 20 446 466 4,3 stx1+stx2 10 456 466 2,1 stx1+ eae 3 463 466 0,6 stx2 + eae 1 465 466 0,2 stx1+stx2 + eae 1 465 466 0,2 LT-II 30 436 466 6,4
F*- Frequência
22
Figura 1. Eletroforese de gel de agarose 1,5% de produto de PCR para detecção dos
genes Stx1 e Stx2 de E. coli.
R1 e R9: Marcador de peso molecular ØX 174 Hae III Digest (Fragmento 1:
1358pb; Fragmento 2: 1078pb; Fragmento 3: 872pb; Fragmento 4: 603pb;
Fragmento 5: 310pb);
R2: Amostra 457 (positiva); R3: Amostra 145 (negativa); R4: Amostra 147
(negativa); R5: Amostra 150 (negativa); R6: Amostra 156 (positiva); R7:
Amostra 191 (negativa); R8: Amostra 299 (negativa); R10: Amostra 477
(negativa); R11: Amostra 300 (negativa); R12: Amostra 312 (negativa); R13:
Amostra 322 (negativa); R14: Amostra 311 (positiva); R15: Amostra 327
(positiva); R16: Amostra 335 (positiva);
23
A Tabela 3 apresenta a taxa de prevalência das seqüências stx1, stx2, eae e LT-
II no crescimento bacteriano de fezes de bovinos leiteiros, de acordo com a faixa etária
dos animais, detectada por PCR. Observou-se um coeficiente de prevalência maior
entre bezerros tanto para stx1(13,5%) como para stx2(9,0%) quando comparado as
vacas (stx1: 10,3% e stx2: 6,2% ). Com relação a seqüência eae a prevalência entre os
bezerros (9,7%) foi bem maior que a das vacas (1,6%). Para LT-II a prevalência entre
os animais jovens também foi maior (10,3% contra 4,5%).
Tabela 3. Número e percentagem de isolados de E. coli oriundos de amostras de fezes de bovinos da região de Ribeirão Preto que apresentaram os genes stx1, stx2, eae ou LT-II detectados por reação em cadeia de polimerase, de acordo com a faixa etária dos animais. Jaboticabal/SP, 2007. Categoria Animal
Seqüências Positivos Negativos Total F* (%)
Bezerros stx1 21 134 155 13,5 stx2 14 141 155 9,0 eae 15 140 155 9,7 LT-II 16 139 155 10,3 Vacas stx1 32 279 311 10,3 stx2 19 292 311 6,2 eae 5 306 311 1,6 LT-II 14 297 311 4,5
F*- Freqüência
Nenhum crescimento obtido de amostras de água apresentou seqüências stx1,
stx2, eae ou LT-II. Entretanto três amostras de leite (13,6%) foram positivas para o gene
stx1, uma (4,5%) para o gene stx2 e outra (4,5%) para o gene LT-II conforme mostra a
Tabela 4.
24
Tabela 4. Número e percentagem de isolados de Escherichia coli oriundos de amostras de água e leite que apresentaram as seqüências stx1, stx2, eae ou LT-II detectadas por reação em cadeia de polimerase. Jaboticabal/SP, 2007. Fonte Seqüências Positivos Negativos Total F* (%) Água stx1 0 21 21 0 stx2 0 21 21 0 eae 0 21 21 0 LT-II 0 21 21 0 Leite stx1 03 18 22 13,6 stx2 01 20 22 4,5 eae 0 21 22 0 LT-II 01 20 22 4,5
F*- Frequência
Entre os sorogrupos que apresentaram alguma das seqüências, destacam-se
o O114, O142, O125, O55, O126, O158 e O157. Os dois sorotipos O157:H7
apresentaram ambos os genes stx1 ou Stx2 e eae, e estão apresentados na Tabela 5.
Tabela 5. Isolados de Escherichia coli de amostras de leite e fezes de bovinos que apresentaram seqüências dos genes stx1, stx2, eae, hemólise e os sorogrupos/sorotipos.
Fonte NºAmostra stx1 stx2 eae hemólise Sorogrupo/Sorotipo Vaca 09 + - - - O114 Vaca 22 - + - - O114 Vaca 24 + - - + NT
Bezerro 28 + + - - O142 Bezerro 31 - - + + NT Bezerro 33 - + - - NT Bezerro 35 - - + - NT Bezerro 36 - + - + NT
Vaca 41 + - - - O125 Vaca 43 + - - - O55
Bezerro 45 + - - - NT Vaca 54 + - - + NT Vaca 56 + - - - NT Vaca 59 + - - + NT
Bezerro 63 - + - + NT
25
Vaca 83 + - - - NT Bezerro 89 + - - - NT Bezerro 96 + + - + NT
Vaca 110 - + - - NT Vaca 115 + - - - NT Vaca 117 + - - + NT Vaca 124 + - - + NT Vaca 138 - - + + NT Vaca 140 - + - - NT Vaca 141 + - - - NT Vaca 150 + - - - NT Vaca 156 - + - - NT Vaca 162 + - - - O55 Vaca 183 - + - + NT Vaca 185 - + - - NT Vaca 186 - - + + NT Vaca 191 + - - - O126
Bezerro 216 + + - - NT Bezerro 221 + + - + NT Bezerro 223 - - + - NT
Vaca 235 - + - - NT Vaca 236 - + - + NT Vaca 237 - - + + NT
Bezerro 240 + + - - NT Vaca 249 + + - + NT
Bezerro 252 - - + - NT Bezerro 253 - - + - NT Bezerro 262 - - + - NT Bezerro 271 - - + - NT Bezerro 275 + - - - NT
Leite 288 + - - + NT Leite 293c - + - + NT Leite 293d + - - - NT Vaca 299 + - - + NT Vaca 300 + - - - NT Vaca 307 - - + - O158 Vaca 311 - + - + NT Vaca 312 + - - - NT Vaca 317 + - - - NT Vaca 318 + - - - NT Vaca 319 + - - + NT Vaca 322 + - - - NT Vaca 327 - + - - NT Vaca 335 - + - + NT Vaca 340 - - + + NT Vaca 342 + - - + NT Vaca 344 + - - - NT
26
Vaca 345 + - - - NT Vaca 347 - + - + NT Vaca 351 + - - - NT
Bezerro 369 + - - + NT Bezerro 370 + - - - NT Bezerro 372 - - + - NT
Vaca 378 + - - - NT Vaca 380 - + - - NT Vaca 382 - + - - NT Vaca 383 + + - - NT Vaca 391 - + - + NT Vaca 408 + - - - NT Vaca 443 - + - - NT
Bezerro 456 + + + - NT Bezerro 457 + + - - NT Bezerro 459 - + - - NT Bezerro 460 - - + - NT Bezerro 462 + - + + O157:NM Bezerro 463 + - + + O157:H7 Bezerro 466 + - - - NT Bezerro 468 + - - - NT Bezerro 470 + - - - NT Bezerro 471 + + - - NT Bezerro 472 + - + + O157:NM Bezerro 473 - + + - O157:H7 Bezerro 474 - + - + NT Bezerro 476 + - - - NT Bezerro 477 + - - - NT Bezerro 479 - - + - NT
Leite 489 + - - - NT NT: Não sorotipada;
As figuras 2, 3 e 4 nos apresentam a eletroforese do gel de agarose 1,5% de
produto de PCR, onde podemos observar as bandas formadas pelo ERIC, amostras
positivas para todos os genes pesquisados e amostras positivas para LT-II,
respectivamente.
27
Figura 2. Eletroforese de gel de agarose 1,5% de produto de ERIC-PCR na presença
dos primers ERIC 1 e ERIC 2.
R1: isolado de leite; R2: isolado de fezes; R3: controle negativo; R4: isolado
de fezes; R5: isolado de fezes; R6: isolado de leite; R7: Marcador molecular
(1Kb).
R 1 R2 R3 R4 R5 R6 R7
28
Figura 3 . Eletroforese de gel de agarose 1,5% de produto de PCR para
detecção dos genes Stx1, Stx2, eae e LT II de E. coli. R1 :
Marcador de peso molecular ØX 174 Hae III Digest (Fragmento 1:
1358pb; Fragmento 2: 1078pb; Fragmento 3: 872pb; Fragmento 4:
603pb; Fragmento 5: 310pb); R2: Stx1 + Stx2 ; R3: Stx2; R4: eae ;
R5: Stx2; R6: Stx1 + Stx2; R7: Stx1; R9: LT II; R10: Branco da
reação;
Stx1
Stx2
eae LT-II
29
Figura 4 . Eletroforese de gel de agarose 1,5% de produto de PCR para
detecção do gene LT-II de E. coli. R1: Marcador de peso molecular
ØX 174 Hae III Digest (Fragmento 1: 1358pb; Fragmento 2: 1078pb;
Fragmento 3: 872pb; Fragmento 4: 603pb; Fragmento 5: 310pb); R2:
Controle; R3: Branco da reação; R4: Positivo (98); R5: Positivo
(103); R6: Negativo (81); R7: Negativo (82); R8: Negativo (123); R9:
Negativo (124); R10: Negativo (133);
LT-II
30
A figura 5 nos apresenta o dendograma comparando os produtos da ERIC-
PCR. Comparou-se estirpes isoladas de água, leite e fezes dos isolados totais. Dos
isolados de fezes, devido ao grande número, foram selecionados para efeito de
comparação as linhagens dos sorogrupos O158 e O142. O dendograma nos apresenta
quatro (4) agrupamentos onde pode-se observar similaridade genética entre isolados de
fezes, leite e água, tanto no agrupamento B como no C. Estirpes do sorogrupo O142
foram predominantes no agrupamento A, enquanto que nos outros agrupamentos
tivemos a predominância do sorogrupo O158.
A figura 6 nos apresenta o dendograma comparando as linhagens isoladas
de água e leite, bem como os sorogrupos O55, O114, O26, O125, O126 e O111
identificados em amostras de fezes dos isolados totais. O dendograma nos apresenta
três (3) agrupamentos, onde também podemos observar similaridade genética entre
isolados de fezes, leite e água, em todos os agrupamentos. Entre os isolados tivemos a
distribuição do sorogrupo O55 entre todos os agrupamentos, o sorogrupo O114 foi
distribuído apenas nos agrupamentos A1 e B, enquanto que o sorogrupo O125 foi
predominante no agrupamento B.
A figura 7 nos apresenta o dendograma comparando somente isolados STEC
oriundos das fezes dos animais e do leite do tanque de expansão da propriedade
número 7. Neste caso temos 4 (quatro) agrupamentos onde pode-se observar
similaridade genética entre isolados STEC oriundos das fezes e do leite no
agrupamento C (isolado 8 e 27).
A figura 8 nos apresenta o dendograma comparando somente isolados
STEC e ETEC oriundos das fezes dos animais da propriedade número 7. Neste caso
temos 6 (seis) agrupamentos que nos mostram uma grande variação na distribuição
entre os perfis STEC e ETEC, neste dendograma o método não foi capaz de distinguir
estes perfis.
31
Figura 5. Dendograma comparando os produtos da PCR dos isolados totais (amostras de DNA amplificado na presença dos primers ERIC 1 e ERIC 2). A: água, L: leite, F: fezes (sorogrupos O158 e O142). NT: não sorotipadas.
A
B
C
D
A
B
C
D
32
Figura 6. Dendograma comparando os produtos da PCR dos isolados totais (amostras de DNA amplificado na presença dos primers ERIC 1 e ERIC 2). A: água, L: leite, F: fezes (sorogrupos O55, O114, O26, O125, O126 e O111), NT: não sorotipadas.
A
A1
A2
B
B
A2
A1
33
A
Figura 7. Dendograma comparando os produtos da PCR dos isolados (amostras de DNA amplificado na presença dos primers ERIC 1 e ERIC 2). Somente isolados STEC oriundos das fezes dos animais e do leite do tanque de expansão da propriedade número 7. H (apresentaram hemólise). 6: stx2 + H 8: stx1 + H 18: stx1
27: O157:NM stx1 + eae + H 28: O157: H7 stx1 + eae + H 63: O157: H7 stx2 + eae
64: O157: NM stx1 + eae + H 123: stx2 + H 126: stx1 + H
127: stx1 + H 130: stx1 + H 139: stx2 + H
147: stx2 + H 149: stx2 + H 151: stx1 + H
A
B
C
D
A
B
C
D
34
A
Figura 8. Dendograma comparando os produtos da PCR dos isolados (amostras de DNA amplificado na presença dos primers Stx1, Stx2, LT-II). Somente isolados STEC e ETEC oriundos das fezes dos animais da propriedade número 7. H (apresentaram hemólise).
A
B
C
D
E
F
A
B
C
D
E
F
35
VI. DISCUSSÃO
A E. coli é uma bactéria que figura como uma espécie predominante entre a
flora anaeróbica facultativa normal do intestino do homem e animais, onde
desempenha um importante papel na sua fisiologia (BORIE et al., 1997). Entretanto
durante as últimas 5 décadas uma grande quantidade de pesquisas, tem estabelecido a
E. coli entre os importantes agentes etiológicos das enterites, e de graves doenças
extraintestinais como, infecções urogenitais, mastite, septicemia e meningite
(WASTESON, 2001).
No presente estudo uma frequência de 11,4% para o gene stx1, 7,1% para stx2
e 4,3% para eae foi encontrada nas fezes de bovinos pertencentes a rebanhos leiteiros
da região de Ribeirão Preto-SP. A frequência geral das STEC foi de 17,6 %. STEC tem
sido descrita em vários países, sendo que alguns autores relatam freqüências maiores
e outros menores que as obtidas neste trabalho. URDHAL et al. (2003) relatam
altíssimas freqüências de STEC em fezes de ovinos (87,6%) e bovinos (64,6%) de uma
mesma propriedade rural na Noruega. KOBAYASHI, et al. (2001) examinaram a
prevalência de STEC em 78 fazendas no Japão, encontraram linhagens positivas em
46% das amostras de fezes de bezerros, 66% das amostras de novilhas e 69% da
amostras de animais adultos. Neste mesmo estudo 72 % dos isolados foram positivos
para o gene hlyA.
No Brasil CERQUEIRA et al. (1999) relatam uma grande prevalência (71%) de
STEC isoladas de amostras de fezes de bovinos sadios, onde a prevalência em bovinos
leiteiros foi maior que a de bovinos de corte, 82% e 53% respectivamente; entre as
linhagens positivas prevaleceu as seqüências stx1/stx2 em bovinos leiteiros (69%) e a
seqüência stx1 foi a mais freqüente entre os bovinos de corte; No Canadá, uma
pesquisa realizada com gado leiteiro mostrou uma prevalência de 45% de STEC
(JOHNSON et al. 1996). E na Suíça BUSATO et al. (1999) detectaram STEC em 44,3
% dos animais de propriedades leiteiras. Na Argentina relatou-se uma prevalência de
44,0% em bovinos adultos (SANZ et al. 1998). TRISTÃO et al. (2007) identificaram
linhagens STEC em 65% dos animais analisados no Estado do Rio de Janeiro e 28%
36
no Estado do Rio Grande do Sul, sugerindo que bovinos saudáveis no Brasil podem ser
potenciais fontes de infecção para humanos.
Na Noruega VOLD et al. (1998) obtiveram uma freqüência de 7% para stx1 e/ou
stx2 em isolados de fezes de bovinos. Na França FREMAUX et al. (2006) pesquisando
isolados de fezes e ambientais, em fazendas leiteiras, encontrou o gene stx em 35%
das amostras de fezes e em 20% das amostras ambientais, 46% das STEC eram
positivas para stx1 e 86% para stx2, 29% para o gene eae e 92% para enterohemolisina,
16% das STEC carreavam todos os genes pesquisados. LEOTTA et al. (2006)
demonstram que não somente animais domésticos albergam STEC, em seu estudo
encontraram uma freqüência para STEC de 50,8% em fezes de mamíferos selvagens
de um Zoológico e de um Jardim botânico na Argentina.
A frequência dos genes stx1, stx2 e eae foi maior entre os animais jovens
(bezerros), estes resultados estão de acordo com os descritos por vários autores como
ZHAO et al.(1995), BUSATO et al. (1999) e WELLS et al. (1991). ISA (2003) relata uma
alta prevalência (59,9%) de seqüências stx em fezes de bovinos leiteiros no município
de Jaboticabal-SP, onde 57% em bezerros, 69,9% em novilhas e 47,6% em animais
adultos (vacas), quando constatou-se uma freqüência de 45,8% para a sequência eae.
Entretanto também no Brasil MOREIRA et al. (2003) usando ensaio com células vero
obtiveram 49% de amostras positivas para STEC em fezes de bovinos, onde a maior
freqüência foi nas fezes de novilhas (57%) seguido por animais adultos (52%) e
bezerros (44%). Em rebanhos brasileiros PIGATTO et al. (2008) encontraram 36% de
STEC em fezes de bovinos sadios, de 33 diferentes sorotipos, entre os genes
encontrados o stx1 estava presente em 10 % dos isolados, stx2 em 43%, stx1 mais stx2
em 47% e eae em 1%.
Ainda no Brasil, LEOMIL et al. (2003) evidenciaram os bovinos jovens como
reservatórios de STEC e EHEC, em seu estudo os autores encontraram uma freqüência
de 20% de STEC em fezes de bezerros com diarréia e de 7,8% em bezerros sadios, os
gene eae e hly tiveram uma alta freqüência nestas linhagens 41,6% e 50,0%
respectivamente. Na Alemanha e Bélgica WIELER et al. (1996) isolaram 174 STEC de
bezerros com diarréia, onde 70,1% possuíam o gene eae e destas 87,7% abrigavam o
gene stx1, 10,7% o gene stx2 e 1,6% ambos.
37
HOLLAND et al. (1999) em seu estudo encontraram mais bezerros sadios
albergando eae e eae/stx (40%) que bezerros com diarréia (20%). Na Argentina
MEICHTRI et al. (2004) examinando fezes de bovinos entre 14 e 16 meses de idade
relatou uma freqüência de 69% para stx, destas somente 7% carreavam eae e 33,7%
possuíam o gene hly; e 4,7% albergavam stx, eae e hly. Neste mesmo estudo foi
relatada uma prevalência de 0,5% para a E. coli O157:H7. LAHTI et al. (2001) obteve
1,31% de amostras positivas para E. coli O157 de amostras de fezes de bovinos na
Finlândia, destas todas albergavam o gene eae.
Na Polônia OSEK et al. (2000) encontraram uma freqüência de 7,6% de STEC
em fezes de bezerros com diarréia, destas 46,7% eram positivas para o gene eae e
hlyA. WANI et al. (2005) relataram um surto de diarréia em bezerros de uma
propriedade leiteira na Índia, de todos os animais afetados foi isolado o sorotipo O4: NM
sendo que todas as estirpes albergavam os gene eaeA e hlyA; e 3 estirpes albergavam
o gene stx1. ORDEN et al. (1998) examinando fezes de bezerros com diarréia
encontraram uma freqüência de 9,0 % de STEC, sendo que 69,8% albergavam o gene
stx1, 20,9% o gene stx2 e 9,3 % ambos, neste mesmo estudo constatou-se que 55,8%
das STEC albergavam o gene eae coincidentemente somente as linhagens que
possuíam o gene stx1. SALVADORI et al. (2003) examinando amostras de E. coli de
bezerros com diarréia no centro-oeste brasileiro obtiveram 49,8% de amostras positivas
para a produção de toxina: toxina Shiga-like 1 (9,7%), toxina Shiga-like 2 (6,3%),
enterohemolisina (6,8%) e LT-II (8,3%), sugerindo que bezerros no Brasil podem ser
uma importante fonte de E. coli patogênica para animais e humanos.
No nosso trabalho obtivemos crescimento de E. coli em amostras de leite que
carreavam os genes stx1 ou stx2. LIRA et al. (2004) demonstram o isolamento de
STEC de 22 amostras de leite (12,8%) de animais com mastite no Brasil; destas
estirpes 50% possuíam o gene eae e 72,7% o gene hly. Também no Brasil CORREA &
MARIN (2002) isolaram diferentes sorogrupos de EPEC clássicas (O26, O55, O111,
O119) de leite de animais com mastite, destes isolados nove possuíam os genes eae e
o fator de aderência EAF. BLANK et al. (2003) relatam o isolamento do sorogrupo O157
de dois casos de crianças com diarréia no Brasil, ambas menores de 12 meses e
38
hospitalizadas demonstrando diarréia aguda por sete dias com vômito, febre e
desidratação.
Os casos de doenças, têm sido associados ao consumo de diferentes categorias
de alimentos, e em diferentes locais como creches, domicílios, escolas, centros de
recreação aquática, hospitais, enfermarias e especialmente lanchonetes do tipo “fast-
foods” e outros estabelecimentos de manipulação e comercialização de alimentos
(KEENE, et al., 1994; FENG, 1996). RIBEIRO et al. (1999) associa a CH e a SHU
causada pela E. coli O157:H7 ao consumo de leite cru e iogurte em diferentes países
como EUA, Canadá, Reino Unido e Japão. Diferentes autores têm relacionado a
transmissão da E. coli O157:H7 ao homem através de diferentes produtos lácteos,
como leite cru (MARTIN, et al. 1986), queijo (CARTER, et al., 1987), iogurte (MORGAN,
et al., 1993) e até leite pasteurizado (UPTON & COYA, 1994).
A contaminação de carcaças bovinas no processo de abate com fezes de
animais infectados, associado ao consumo de produtos e subprodutos cárneos, sem
apropriado processo térmico na preparação, especialmente hambúrgueres,
provavelmente permite a manutenção do microrganismo no interior da carne, onde a
relação tempo/temperatura do processamento pré-consumo não é suficientemente
adequada para a sua inativação (HART et al., 1997). BARLOW et al. (2006) relatam o
isolamento de 16% de STEC de amostras de carne moída, desses 95% demonstraram
possuir o gene stx1 e 65% o gene ehx (enterohemolisina).
Dados alertam para a contaminação de outros alimentos como batata, alface,
broto de rabanete e sugerem a veiculação através das fezes de animais infectados ou
em alimentos adubados com material fecal animal, proveniente principalmente da
espécie bovina, visto que, experimentalmente, o sorotipo O157:H7 pode permanecer
viável em fezes bovinas por 42 a 49 dias, a 37ºC, e por 49 a 56 dias, a 22ºC (WANG, et
al., 1996).
Os dois sorotipos O157:H7 isolados no presente trabalho apresentaram os genes
stx1ou stx2 e eae (Tabela 5). CERQUEIRA et al.(1999) relatam o isolamento de três
linhagens O157:H7 de rebanhos bovinos no Brasil, sendo que duas possuíam os genes
stx2 e uma ambos stx1/stx2. IRINO et al. (2005) também no Brasil isolaram duas
estirpes O157:H7 entretanto nenhuma portava o gene stx1 ou stx2, portando somente o
39
gene eae. Massa et al. (1997) em seu estudo sugere que a E. coli O157:H7 pode
sobreviver em produtos lácteos, e que medidas de controle na fabricação destes
produtos são fundamentais para diminuir o risco de contaminação.
BIELASZEWSKA et al. (2000) relata, que os bovinos podem ser um reservatório
de E. coli O157:H- produtora de toxina shiga-like, sendo uma fonte para doenças em
humanos. COBBOLD & DESMARCHELIER (2000) durante um período de 12 meses
coletaram 588 amostras de fezes de bovinos e 147 amostras ambientais de três
fazendas leiteiras na Austrália, STEC foram isoladas de 16,7% das amostras de fezes
de bovinos e de 4,1% das amostras ambientais; os sorotipos mais freqüentes nas STEC
dos bovinos foram a E. coli O26:H11 (10,2%) e O157:H7 (11,2%), neste mesmo estudo
os autores sustentam que os bovinos de 1 a 14 semanas de idade são o reservatório
primário das STEC e EHEC em fazendas leiteiras.
HUSSEIN e BOLLINGER (2005) relatam que pesquisas mundiais de eliminação
de STEC pelos bovinos demonstram taxas de prevalência de 0,01% a 54,2% para
cepas O157 e de 1,7% a 62,5% para cepas de outros sorogrupos.
Ambas espécimes de E. coli , patogênica ou não patogênica, podem ser hábeis
para colonizar o intestino humano, diferindo somente na presença de genes funcionais,
que permitem aumentar a aptidão da bactéria, possibilitando sucesso na colonização do
hospedeiro ou codificando traços específicos de virulência (GROZDANOV et al. 2004).
As E. coli que causam doenças diarréicas, são classificadas em grupos
patogênicos de acordo com as propriedades de virulência, mecanismos de
patogenicidade, sintomas clínicos e sorologia (WASTESON, 2001). MELLIES et al.
(1999) sugerem que mecanismos de virulência associados, codificados por genes
localizados em fagos, ilhas de patogenicidade no cromossomo, chamadas de LEE e
plasmídeos são fundamentais para provocar a doença.
Na França PRÈRE et al. (2006) analisando amostras de fezes de crianças
hospitalizadas com diarréia, obteve uma grande freqüência de EPEC (55%) e EHEC
(9%) entre as amostras, demonstrando a importância desses microrganismos na
etiologia da doença em crianças de até dois anos de idade. No Brasil KOBAYASHI et
al. (2000) identificaram 11% de EPEC típicas, ou seja, possuíam os genes bfp, eae e o
plasmídeo EAF, de crianças com diarréia em Londrina no Estado do Paraná. Em
40
Brasília, PIVA et al. (2003) estudando diarréia de crianças e adultos obtiveram uma alta
freqüência de EPEC (56%) em crianças, enquanto nenhuma estirpe EPEC foi isolada
de adultos.
KADDU-MULINDWA et al. (2001) caracterizando estirpes de E. coli em amostras
de crianças com diarréia e gado zebu sadio em Uganda na África, não encontraram
correlação; 14,2% das estirpes isoladas de fezes de crianças com diarréia possuíam o
gene eae e nenhuma a seqüência stx, entretanto 28,3% dos animais investigados foram
positivos para STEC sendo portanto um importante reservatório para este
microrganismo.
Populações comensais de E. coli que são eliminadas nas fezes dos bovinos,
representam um reservatório heterogêneo de sorotipos de E. coli , muitos dos quais
podem adquirir verocitotoxigenicidade, tornando-se assim potenciais patógenos
humanos, principalmente quando contaminam as carcaças (RIGOBELO et al. 2006) ou
o leite (BETTELHEIM, et al. 2005). A E. coli shigatoxigênica pode também se
disseminar do ambiente da fazenda leiteira e infectar o ser humano pelo contato com os
animais (MIDGLEY et al., 1999).
Considerando a larga distribuição das STEC em fazendas leiteiras, as altas taxas
de prevalência relatadas e o isolamento de sorotipos altamente virulentos de gado
leiteiro ou de seus produtos, estratégias de longo prazo para assegurar a qualidade dos
alimentos lácteos devem ser desenvolvidas (HUSSEIN e SAKUMA, 2005). Estudos têm
demonstrado que a redução da eliminação da E. coli O157 pelas fezes dos bovinos
poderia diminuir a subseqüente contaminação das carcaças (JORDAN et al., 1999).
No presente estudo uma frequência de 6,4% para o gene LT-II foi encontrada
nas fezes de bovinos sadios pertencentes a rebanhos leiteiros da região de Ribeirão
Preto-SP (Tabela 2). Durante as primeiras semanas de vida, distúrbios do trato
digestivo têm sido freqüentemente relatados na patologia de bezerros. Das diferentes
causas de diarréia em bezerros, a E. coli enterotoxigênica (ETEC) é a mais comum. O
desenvolvimento de diarréia por E. coli enterotoxigênica depende de dois fatores:
colonização do intestino delgado e produção de enterotoxina (HADAD e GYLES, 1982).
A colibacilose causada por amostras de E. coli enterotoxigênicas (ETEC) afeta
principalmente animais recém-nascidos e pós-desmame (ACRES, 1985). No Brasil o
41
primeiro relato de amostra de E. coli enterotoxigênica, isolada de fezes de bezerros com
diarréia contendo o gene para codificação da enterotoxina LT-II foi descrito por
UGRINOVICH et al. (2002).
Esta enfermidade é responsável por sérios danos econômicos para criadores de
gado bovino, no Brasil (CASTRO e YANO, 1992) e em outros países. (BLANCO et al.,
1991, BLANCO et al., 1997). As amostras de ETEC de origem bovina não produzem
LT-I (BLANCO et al., 1991), existindo apenas a descrição de amostras produtoras de
LT-II (SERIWATANA et al., 1988).
Vários trabalhos demonstram a presença do gene LT-II, entre búfalos, foram
encontrados 7 espécimes fecais LT-II, num total de 11 materiais examinados (64%). De
carne bovina obtida em mercados, 4% foram positivas para a presença dos genes que
codificam para LT-II, sendo que apenas 2% de fezes humanas foram positivas neste
trabalho (SERIWATANA et al., 1988).
Neste estudo uma amostra de leite também foi positiva para LT-II. No Brasil,
examinando 96 amostras de alimentos de origem animal, FRANCO et al. (1991)
pesquisando 306 isolados de E. coli, encontraram quatro amostras LT-II positivas. Em
outra pesquisa realizada na Tailândia, amostras LT-II foram encontradas em alimentos
de origem animal, mas não foram isoladas amostras LT-II de fezes de crianças
(RASRINAUL et al., 1988).
A prevalência de LT-II entre isolados de animais jovens também foi maior,
10,3% contra 4,5% das vacas. SALVADORI et al. (2003) encontrou 8.3% de genes LT-
II em isolados de E. coli de bezerros com diarréia no Estado do Mato Grosso do Sul,
Brasil. UGRINOVICH et al. (2002) relatam uma freqüência de 1,92 % em amostras de
bezerros com diarréia.
Genes que codificam LT-II tem sido detectados em estirpes isoladas de
humanos, bovinos e búfalos (SERIWATANA et al., 1988). A LT-II demonstra alguma
homologia com a subunidade A, de LT-I e da Enterotoxina da Cólera (CT), mas não
demonstra homologia com a subunidade B (GUTH et al., 1997; SEARS e KAPER,
1996). ETEC é também associada à diarréia em crianças de países em
desenvolvimento e viajantes, e a contaminação de água e alimentos é a principal causa
das altas taxas de incidência da doença nestas regiões (NATARO e KAPER, 1998).
42
Investigações epidemiológicas tem demonstrado que a contaminação de água e
alimentos atua como principal veículo de infecção pela ETEC (LONG et al.,1994).
Análises baseadas na distribuição de seqüências ERIC foram previamente
conduzidas em estirpes ambientais de varias espécies bacterianas como a Shigella
sonnei (IBENYASSINE et al., 2006). ERIC-PCR parece ser relevante para a
discriminação genotípica de enterobactérias como a E. coli (WIECZOREK et al. 2004).
LIU et al. (1995) ainda citam que a habilidade da ERIC-PCR para discriminar clones
bacterianos é equivalente a PFGE (eletroforese em campo pulsado). LEUNG et al.
(2004) estudando a capacidade discriminatória da ERIC-PCR de isolados de bovinos,
suínos e humanos, afirmam que o método não foi efetivo para distinguir E. coli de
fontes humanas e animal, esta incapacidade foi explicada pelo limitado número de
fragmentos de DNA gerados pelo método naquelas linhagens. IBENYASSINE et al.
(2006) comparando o perfil genotípico, pela ERIC-PCR, de estirpes de E. coli isoladas
de vegetais, solo e água, coletados do mesmo ambiente em épocas distintas,
demonstraram que estas estirpes possuíam o mesmo perfil.
COSTA et al. (2006) realizando caracterização epidemiológica de isolados de
E. coli de suínos afirmam que a ERIC-PCR não demonstrou poder discriminatório,
apesar de permitir a separação dos isolados em grupos, estes não evidenciaram grupos
relacionados aos fatores de virulência.
O dendograma ERIC (Figura 7) deste trabalho demonstra a mobilidade de
isolados STEC entre as fezes dos animais e o leite produzido na propriedade (isolado 8
e 27), um perigo potencial a saúde dos consumidores.
SILVEIRA et al. (2002) pesquisando E. coli aviaria (APEC) agruparam seus
isolados patogênicos e não patogênicos em diferentes grupos utilizando ERIC-PCR,
sugerindo que genótipos específicos são responsáveis por cada tipo de doença.
WARRINER et al. (2002) através da mesma técnica demonstrou a
contaminação cruzada de carcaças e equipamentos em uma abatedouro de suínos.
A implementação de estratégias de controle em propriedades rurais são
importantes, entretanto podem ser de difícil realização em fazendas onde animais são
continuamente introduzidos, grupos de animais de diferentes idades são criados
43
conjuntamente, onde temos limitadas possibilidades de aplicar medidas de controle de
higiene e finalmente novilhas enviadas a outras propriedades podem contribuir para a
futura disseminação do agente (CONEDERA et al., 2001).
Esforços para implementar práticas, em frigoríficos e outras indústrias, que
venham a reduzir a contaminação cruzada entre alimentos de diferente origens são
fundamentais para solucionar a infecção por STEC oriunda dessas fontes. Programas
de saúde pública, enfatizando o perigo de se consumir leite cru e carne mal cozida
também são necessários. Programas de análise de perigos de pontos críticos de
controle (APPCC) utilizados na indústria são fundamentais para assegurar a qualidade
dos produtos de origem animal, estes programas identificam e controlam a
contaminação e a possível transmissão de patógenos. Uma ação conjunta entre as
propriedades rurais integradas a indústria é fundamental para minimizar o risco de
patógenos entrarem na cadeia alimentar humana.
Medidas de contenção e controle dos níveis de contaminação nas propriedades
e nos alimentos de origem animal seriam: somente adquirir animais negativos para
STEC/ETEC, testar os animais ao introduzi-los na propriedade, descartar animais
positivos e obtenção higiênica do leite.
44
VII. Conclusões
1. As seqüências de genes stx1 de Escherichia coli foram as que apresentaram
maior frequência nas fezes dos bovinos. Os dois sorotipos O157:H7 isolados
possuem genes de virulência e são potenciais estirpes enterohemorrágicas.
2. Os bezerros apresentaram uma maior frequência para todos os genes
pesquisados. Seqüências de genes stx1, stx2 e LT-II foram identificadas em
isolados de leite.
3. As linhagens isoladas de água, leite e fezes apresentaram similaridade genética.
As fezes bovinas representam uma importante fonte de contaminação ambiental
para STEC e ETEC.
45
VIII. REFERÊNCIAS
ACRES, S.D. Enterotoxigenic Escherichia coli infections in newborn calves: a review. J
Dai Sci, v.65, p.3547-3555, 1985.
AGBODAZE, D. Verocytotoxins (Shiga-like toxins) produced by Escherichia coli: a
minireview of their classification, clinical presentations and management of a
heterogeneous family of cytotoxins. Comp Immunol Microbiol Infect Dis. Oxford, n.22,
p.221-230, 1999.
ALLERBERGER, F.; WAGNER, M.; SCHWEIGER, P.; RAMMER, H. P.; RESCH, A.;
DIERICH, M. P.; FRIEDRICH, A. W.; KARCH, H. Escherichia coli O157 infections and
unpasteurized milk. Eurosurveillance. London, n.10, v.6, p.147-151, 2001.
ANSARUZZAMAN, M. Clonal groups of enteropathogenic E. coli in case-control studies
od diarrhoa in Bangladesh. J Med Microbiol. Edinburg, n.49, p.177-185, 2000.
ARMSTRONG, G. L.; HOLLINGSWORTH, J.; MORRIS, J. G. Emerging foodborne
pathogens: Escherichia coli O157:H7 as a model of entry of a new pathogen into the
food supply of the developed world. Epidemiol Rev. Baltimore, n.18, p.29-51, 1996.
BARLOW, R. S.; GOBIUS, K. S.; DESMARCHELIER, P. M. Shiga toxin-producing
Escherichia coli in ground beff and lamb cuts: results of a one-year study. International J
Food Microbiol. V.111, p.1-5, 2006.
BARRETT, T.; KAPER, J. B.; JERSE, A. E.; WACHSMUTH, I. K. Virulence factors in
Shiga-like toxin-producing Escherichia coli isolated from humans and cattle. Journal of
Infect Dis. Chicago, v. 165, p. 979-980, 1992.
46
BETTELHEIM, K. A.; KUZEVSKI, A.; GILBERT, R. A.; KRAUSE, D. O.; McSWEENEY,
C. S. The diversity of Escherichia coli serotypes and biotypes in cattle faeces. J Appl
Microbiol. Oxford, n.98, p.699-709, 2005.
BEUTIN, L.; GEIER, D.; STEINRÜCK, H.; ZIMMERMANN, S.; SCHEUTZ, F. Prevalence
and some properties of verotoxin (Shiga-like toxin) producing Escherichia coli in seven
different species of healthy domestic animals. J Clin Microbiol. Washington, n.31,
p.2483-2488, 1993.
BEUTIN, L.; GEIER, D.; ZIMMERMANN, S.; KARCH, H. Virulence markers of Shiga-like
Toxin-producing Escherichia coli strains originating from Healthy domestic animals of
different species. J Clin Microbiol. Washington, v.33, n.3, p.631-635, 1995.
BEUTIN, L., GEIER, D., ZIMMERMANN, S., ALEKSIC, S., GILLESPIE, H. A.,
WHITTAM, T. S. Epidemiological Relatedness and Clonal Types of Natural Populations
of Escherichia coli Strains Producing Shiga Toxins in Separate Populations of Cattle and
Sheep. Appl Envir Microbiol n. 63, 2175-2180, 1997.
BIELASZEWSKA, M.; SCHMIDT, H.; LIESEGANG, A.; PRAGER, R.; RABSCH, W.;
TSCHAPE, H.; CIZEK, A.; JAFDA, J.; BLAHOVA, K.; KARCH, H. Cattle can be a
reservoir of sorbitol-fermenting shiga toxin- producing Escherichia coli O157:H- strains
and a source of human diseases. J Clin Microbiol. Washington, v.38, n.9, p.3470-3473,
2000.
BLANCO, J., BLANCO, M., GARABAL, J.I., et al. Enterotoxins, colonization factors and
serotypes of enterotoxigenic Escherichia coli from humans and animals. Microbiologia
SEM, v.7, p.57-72, 1991.
BLANCO, M.; BLANCO, J.; BLANCO, J.E. et al. Enterotoxigenic, verotoxigenic and
necrotoxigenic Escherichia coli isolated from cattle in Spain. Am. J. Vet. Res., v.54,
p.1446-1451, 1993.
47
BLANCO, M.; BLANCO, J. E.; BLANCO, J.; GONZALEZ, E. A.; ALONSO, M. P.; MAAS,
H.; JANSEN, W. H. Prevalence and characteristics of human and bovine verotoxigenic
Escherichia coli strains isolated in Galicia (north-western Spain). Eur J Epidemiol. V.
12, p. 13-19, 1996.
BLANCO, M.; BLANCO, J.E.; GONZALES, E. A. et al. Genes coding for enterotoxins
and verotoxins in porcine diarrheiogenic Escherichia coli belonging to different O:K:H
serotypes. Relationship with toxic phenotypes. J Clin Microbiol, v.35: 2958-2963, 1997.
BLANK, T. E.; LAUCHER, D. W.; SCALETSKY, I. C. A., ZHONG, H., WHITTAM, T. S.,
DONNENBERG, M. S. Enteropathogenic Escherichia coli O157 strains from Brazil.
Emerg Infect Dis n.1, 113-115, 2003.
BOERLIN, P. Evolution of virulence factors in Shiga-toxin-producing Escherichia coli.
Cell Mol Life Sci. Basel, v.56, n.9-10, p.735-741, 1999.
BOOP, C. A.; BRENNER, F. W.; WELLS, J. G.; STROCKBINE, N. A. Escherichia,
Shigella and Salmonella. In: MURRAY, P. R.; BARON, E. J.; PFALTER, M. A.;
TENOVER, F. C.; YOLKEN, R. H. Manual of clinical Microbiology. Washington DC: ASM
press, 1999, p.459-466.
BORCZYK, A. A.; KARMALI, M. A.; LIOR, H.; DUNCAN, L. M. C. Bovine reservoir for
verotoxin-producing Escherichia coli O157:H7. Lancet. Baltimore, v.1, p.98, 1987.
BORIE, C.; MONREAL, Z.; GUERREIRO, P.; SANCHES, M. L.; MARTINEZ, J.;
ARELLANO, C.; PRADO, V. Prevalencia y caracterización de Escherichia coli
enterohemorrágica aisladas de bovinos y cerdos sanos faenados en Santiago, Chile.
Arch Med Vet Valdivia, v.29, n.2, p.205-212, 1997.
48
BROTMAN, M&; GIANELLA, R. A.; ALM, P. F.; BAUMAN, H.; BENNETT, A. R.; BLACK,
R. E.; BRUHN, C. M.; COHEN, M. B.; GORBACH, S. L.; KAPER, J. B.; ROBERTS, M.
R.; STANECK, J. L.; TAYLOR, S.; TROUTT, H. F.; BELL, B. P.; BUCHANAN, R. L.;
DURHAM, K.; FENG, P.; FOREMAN, C. T.; GALLER, R. G.; GRAVANI, R. B.; HALL, R.
H.; HANCOCK, D. D.; HOLLINGSWORTH, J. Consensus Conference Statement.
Escherichia coli O157:H7 infections-an emerging national health crisis, July 11-13,
1994. Gastroenterology. Duluth, n.108, p.1923-1934, 1995.
BUSATO, A.; HOFER, D.; LENTZE, T.; GAILLARD, C.; BURNENS, A. Prevalence and
Infection risks of zoonotic enteropathogenic bacteria in Swiss cow-calf farms. Vet
Microbiol. Amsterdam, v.69, p.251-263, 1999.
BUTLER, D.G.; CLARKE, R.C. Diarrhoea and dysentery in calves. In GYLES C.L. (Ed.)
E. coli in domestic animals and humans. Wallingford: Cab International, 1994. p.91-116.
CARNEIRO, L. A.M.; LINS, M.C.; GARCIA, F.R.A.; SILVA, A.P.S.; MAULLER, P.M.;
ALVES, G.B.;ROSA, A.C.P.; ANDRADE,J.R.C.; FREITAS-ALMEIDA, A.C.; QUEIROZ,
M.L.P. Phenotypic and genotypic characterisation of Escherichia coli strains
serogrouped as enteropathogenic E. coli (EPEC) isolated from pasteurised milk.
Internat J Food Microbiol. v. 108, p. 15-21, 2006.
CARTER, A. O.; BORCZYK, A. A.; CARLSON, J. A. A severe outbreak of Escherichia
coli O157:H7- associated hemorrhagic colitis in a nursing home. N Engl J Med., v.317,
p.1496-1500, 1987.
CASTRO, A.F.P., YANO, T. Diarréia em Bezerros. Coronel Pacheco, MG : EMBRAPA -
Centro Nacional de Pesquisa. Gado de Leite., 1992. Cap.1: Etiologia bacteriana da
diarréia em bezerros: p.2-8.
49
CERQUEIRA, A. M. F.; GUTH, B. E. C.; JOAQUIM, R. M.; ANDRADE, J. R. C. High
occurrence of shiga toxin-producing Escherichia coli (STEC) in healthy cattle in Rio de
Janeiro State, Brazil. Vet Microbiol. Amsterdam, n.70, p.111-121, 1999.
CHINA, B.; PIRSON, V.; MAINIL, J. Typing of Bovine Attaching and Effacing Escherichia
coli by Multiplex in Vitro Amplification of Virulence-Associated Genes. Appl and Envir
Microbiol. V.62, n.9, p. 3462-3465, 1996.
CHANSIRIPORNCHAI, N.; RAMASOOTA, P.; SASIPREYAJAN, J.; SVENSON, S. B.
Differentiation of avian Escherichia coli (APEC) isolates by random amplified
polymorphic DNA (RAPD) analysis. Vet. Microbiol. n.80, p.77-83, 2001.
CHAPMAN, P. A.; WRIGHT, D. J.; HIGGINS, R. Untreated milk as source of
verotoxigenic E. coli O157. Vet Rec. London, v.133, p.171-172, 1993.
COBBOLD, R.; DESMARCHELIER, P. A longitudinal study of shiga-toxigenic
Escherichia coli (STEC) prevalence in three Australian dairy herds. Vet Microbiol.
V.71, p.125-137, 2000.
COCOLIN, L.; MONZANO, M.; CANTONI, C.; GIUSEPPE, C. A multiplex-PCR method
to detect enterhemorrhagic (EHEC) and enterpathogenic (EPEC) Escherichia coli in
artificially contaminated foods. Int J Hyg Environ Health. n.203, p.159-164, 2000.
CONEDERA, G.; CHAPMAN, P. A.; MARANGON, S.; TISATO, E.; DALVIT, P.; ZUIN, A.
A field survey of Escherichia coli O157 ecology on a cattle farm in Italy. Int J Food
Microbiol. V.66, p.85-93, 2001.
CORREA, M. G. P.; MARIN, J. M. O-serogroups, eae gene and EAF plasmid in
Escherichia coli isolates from cases of bovine mastitis in Brazil. Vet Microbiol. V.85,
p.125-132, 2002.
50
COSTA, M. M.; SILVA, M. S.; SPRICIGO, D. A.; WITT, N. M.; MARCHIORO, S. B.;
KOLLING, L.; VARGAS, A. P. C. Caracterização epidemiológica, molecular e perfil de
resistência aos antimicrobianos de Escherichia coli isoladas de criatórios suínos do sul
do Brasil. Pesq Vet Bras n.26, p.5-8, 2006.
CRAY, W. C.; MOON, H. W. Experimental Infection of calves and adult cattle with
Escherichia coli O157: H7. Appl Envir Microbiol. V.61, n.4, p.1586-1590, 1995.
CRAVIOTO, A.; REYES, R. E.; TRUJILLO, F.; URIBE, F.; NAVARRO, A.; DE LA ROCA,
J. M.; HERNANDEZ, J. M.; PEREZ, G.; VAZQUEZ, V. Risk of diarrhea during the first
year of life associated with initial and subsequent colonization by specific
enteropathogens. Am J Epidemiol. V. 131, p. 886-904, 1990.
CRUMP, J. A.; LANGER, A. J.; GAGE, R.; BAYSINGER, M.; WITHERS, G.; TONEY, D.
M.; HUNTER, S. B.; HOEKSTRA, M.; WONG, S. K.; GRIFFIN, P. M.; VAN GILDER, T.
J. An outbreak of Escherichia coli O157:H7 infections among visitors to a dairy farm. N
Engl J Med. London, v.347, p.555-560, 2002.
DEAN, A.G.; CHING, Y.; WILLIAMS, R.G. et al. Test for Escherichia coli enterotoxin
using infant mice: application in a study of diarrhea in children in Honolulu. J Infect Dis,
v.125, p.407-411, 1972.
DESCHÊNES, G.; CASENAVE, C.; GRIMONT, F.; DESENCLOS, J. C.; BENOIT, S.;
COLLIN, M.; BARON, S.; MARIAN, P.; GRIMONT, P. A.; NIVET, H. Cluster of cases of
haemolytic uraemic syndrome due to unpasteurised cheese. Pediatr Nephrol
Heidelberg, v.10, p.203-205, 1996.
51
DROLET, R.; FAIRBROTHER, J. M.; HAREL, J.; HELIE, P. Attaching and effacing and
enterotoxigenic Escherichia coli associated with enteric colibacillosis in the dog. Can J
Vet Res. Quebec, V. 58, n. 2, p. 87-92, 1994.
DOYLE, M. P.; ZHAO, T.; MENG, J.; ZHAO, S. Escherichia coli O157:H7. In: DOYLE,
M. P.; BENCHAT, L. R.; MONTVILLE, T. J. Food Microbiology: Fundamentals and
frontiers. Washington DC: ASM Press, p.171-191,1997.
EVANS, D.G.; EVANS, D.J.J.R.; PIERCE, N.F. Differences in the response of rabbit
small intestine to heat-labile and heat-stable enterotoxin of Escherichia coli. Infect
Immunol, v.7, p.873-880, 1973.
FENG, P. Escherichia coli serotype O157:H7: novel vehicles of infection and emergence
of phenotipic variants. Emerg Infect Dis. V. 1, n.2, p.1-9, 1996.
FISCHER, J.; MADDOX, C.; MOXLEY, R.; KINDEN, D.; MILLER, M. Pathogenicity of a
bovine attaching and effacing Escherichia coli isolate lacking Shiga-like toxins. Am J
Vet Res. v. 55, p. 991-999, 1994.
FITRHENRY, R. J.; REECE, S.; TRABULSI, L. R.; HEUSCHKEL, R.; MURCH, S.;
THOMSON, M.; FRANKEL, G.; PHILLIPS, A. D. Tissue tropism of enteropathogenic
Escherichia coli strains belonging to the O55 serogroup. Infect Immun. V.70, n.8,
p.4362-4368, 2002.
FRANCO, B.D., GOMES, T.A., JAKABI,M. Use of probes to detect virulence factor DNA
sequences in Escherichia coli strains isolated from foods. Intern J Food Microbiol,
v.12, p.333-338, 1991.
FREMAUX, B.; RAYNAUD, S.; BEUTIN, L.; ROZAND, C. V. Dissemination and
persistence of shiga toxin-producing Escherichia coli (STEC) strains on French dairy
farms. Vet Microbiol. V.117, p.180-191, 2006.
52
GARBER, L.P.; WELLS, S. J.; HANCOCK, D. D.; DOYLE, M. P.; TUTTLE, J.; SHERE,
J. A.; ZHAO, T. Public veterinary medicine: Food safety and handling – Risk factors for
fecal shedding of Escherichia coli O157:H7 in dairy calves. J Am Vet Med Assoc.
v.207, p.46-49, 1995.
GAY, C.C.; BESSER, T.E. Escherichia coli septicemia in calves. In GYLES, C.L (Ed.).
Escherichia coli in domestic animals and humans. Wallingford: CAB International, 1994,
p.75.
GOMES, T. A. T.; VIEIRA, M. A. M.; WACHSMUTH, I. K.; BLAKE, P. A.; TRABULSI, L.
R. Enteropathogens associated with acute diarrheal, diseases in urban infants in São
Paulo, Brazil. J Infect Dis, Chicago, v.164, p.331-337, 1991.
GOVARIS, A.; KOIDIS, P.; PAPATHEODOROU, K. Behaviour of Escherichia coli
O157:H7 in sour milk, cow’s milk yogurt and ewes’ milk yogurt. Journal of dairy
research. V.69, p.655-660, 2002.
GRIFFIN, P. M. Escherichia coli O157:H7 and other enterohemorragic Escherichia coli.
In: BLASER, M. J.; SMITH, P. D.; RAVDIN, J. I.; GREENBERG, H. B.; GUERRANT, R.
L. (Ed). Infections of the gastrointestinal tract. New York, p.739-761, 1995.
GRIFFIN, P. M.; TAUXE, R. V.; The epidemiology of infections caused by Escherichia
coli O157:H7, other enterohemorrhagic E. coli, and the associated hemolytic uremic
syndrome. Epidemiol Rev. Warsaw, v.13, p.60-98, 1991.
GROZDANOV, L.; RAASCH, C.; SCHULZE, J.; SONNENBORN, U.; GOTTSCHALK, G.;
HACKER, J.; DOBRINDT, U. Analysis of the Genome Structure of the Nonpathogenic
Probiotic Escherichia coli Strain Nissle 1917. J Bacteriol. V. 186, N. 16, P.5432-
5441,2004.
53
GUTH, B. E.; TWIDDY, E. M.; TRABULSI, L. R.; HOLMES, R. K. Variation in chemical
properties and antigenic determinants among type II heat-labile enterotoxins of E. coli.
Infect Immun. Vol. 54, p.529-536, 1997.
HADAD, J.J., GYLES, C.L. Scanning and transmission electron microscopic study of the
small intestine of colostrum-fed calves infected with strains of Escherichia coli. Am J Vet
Res, v.43, p.41-49, 1982.
HART, C. A.; TREES, A.J.; DUERDEN, I. Zoonoses. J Med Microbiol. V&46, p.4-33,
1997.
HEDBERG, C. W.; SAVARINO, S. J.; BESSER, J. M.; PAULUS, C. J.; THELEF, V. M.;
MYERS, L. J.; CAMERON, D. N.; BARRETT, T. J.; KAPER, J. B.; OSTERHOLM, M. T.
An outbreak of foodborne illness caused by Escherichia coli O39: NM: an agent that
that does not fit into the existing scheme for classifying diarrheagenic E. coli. J Infect
Dis. V. 176, n. 6, p. 1625-1628, 1997.
HIRSH, D. C. Escherichia. In: HIRSH, D. C.; ZU, Y. C. Microbiologia Veterinária. Rio de
Janeiro, p.63-68, 2003.
HOLLAND, R. E.; WILSON, R. A.; HOLLAND, M. S.; YUZBASIYAN-GURKAN, V.;
MULLANEY, T. P.; WHITE, D. G. Characterization of eae Escherichia coli isolated from
healthy and diarrheic calves. Vet Microbiol. V.66, p.251-263, 1999.
HORNITZKY, M. A.; VANSELOW, B. A.; WALKER, K.; BETTELHEIM, K. A.; CORNEY,
B.; GILL, P.; BAILEY, G.; DJORDJEVIC, S. P. Virulence properties and serotypes of
Shiga toxin-producing Escherichia coli from healthy Australian cattle. Appl Environ
Microbiol. Washingtgn, v.68, n.12, p.6439-6445, 2002.
54
HULTON, C. S.; HIGGINS, C. F.; SHARP, P. M. ERIC sequences: a novel family of
repetitive elements in the genomes of Escherichia coli, Salmonella typhimurium and
other enterobacterial. Mol Microbiol. N.5, p.825-834, 1991.
HUSSEIN, H. S.; BOLLINGER, L. M. Prevalence of Shiga toxin-producing Escherichia
coli in Beef. Meat Science. V.71, p.676-689, 2005.
HUSSEIN, H. S.; SAKUMA, T. Prevalence of shiga toxin-producing Escherichia coli in
dairy cattle and their products. J Dairy Sci. Champaign, n.88, p.450-465, 2005.
IBENYASSINE, K.; AITMHAND, R.; KARAMOKO, Y.; CHOEN, N.; ENNAJI, M.M. Use
of repetitive DNA sequences to determine the persistence of enteropathogenic
Escherichia coli in vegetables and in soil grown in fields treated with contaminated
irrigation water. Lett Appl Microbiol. V.43, p.528-533, 2006.
IRINO, K.; KATO, M. A. M.; VAZ, T. M. I.; RAMOS, I. I.; SOUZA, M. A. C.; CRUZ, A. S.;
GOMES, T. A. T.; VIEIRA, M. A. M.; GUTH, B. E. C. Serotypes and virulence markers of
Shiga toxin-producing Escherichia coli (STEC) isolated from dairy cattle in São Paulo
State, Brazil. Vet Micro. Amsterdam, v.105, p. 29-36, 2005.
ISA, H. Escherichia coli shigatoxigênicas pertencentes aos sorogrupos O157,
O111 e O113, detectadas em fezes de bovinos, água e leite de propriedades
leiteiras. 2003. 63f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal.
JACKSON, S. G.; GOODBRAND, R. B.; JOHNSON, R. P.; ODORICO, V. G.; ALVES,
D.; RAHN, K.; WILSON, J. B.; WELCH, M. K.; KHAKHRIA, R. Escherichia coli O157:H7
diarrhoea associated with well water and infected cattle on an Ontario farm. Epidemiol
Infect. V.120, p.17-20, 1998.
55
JERSE, A. E.; YU, J.; TALL, B. D.; KAPER, J. B. A genetic locus of enteropathogenic
Escherichia coli necessary for the production of attaching and effacing lesions on tissue
culture cells. Proc Natl Acad Sci. v. 87, p. 7839-7843, 1990.
JEONG, S. H.; BAE, I. K.; KWON, S. B.; LEE, J. H.; SONG, J. S.; JUNG, H. I.; SUNG,
K. H.; JANG, S. H.; LEE, S. H. Dissemination of transferable CTX-M-type extended-
spectrum ß-lactamase-producing E. coli in Korea. J. Appl. Microbiol. n.98, p.921-927,
2005.
JOHNSON, J. R. Virulence factors in Escherichia coli urinary tract infection. Clin
Microbiol Rev. Washington, v.4, n.1, p.80-128, 1991.
JOHNSON, M. W.; FITZGERALD, M. W.; WELTER, M. W.; WELTER, C. J. The six most
common pathogens responsible for diarrhea in newborn pigs. Vet Med. V.87, p. 382-
386, 1992.
JOHNSON, R. P.; CLARKE, R. C.; WILSON, J. B.; JEFFERY, B.; READ, S. C.; RAHN,
K.; RENWICK, S. A.; SANDHU, K. A.; ALVES, D.; KARMALI, M. A.; LIOR, H.;
MCEWEN, S. A.; SPIKA, J.; GYLES, C. L. Growing concerns and recent outbreaks
involving non-O157:H7 serotypes of verotoxigenic Escherichia coli. J Food Protec.
Ames, v.59, p.1112-1122, 1996.
JORDAN, D.; McEWEN, S. A.; LAMMERDING, A. M.; McNAB, W. B.; WILSON, J. B.
Pre-slaughter control of Escherichia coli O157 in beef cattle: a simulation study. Prev
Vet Med. V.41, p.55-74, 1999.
KADDU-MULINDWA, D. H.; AISU, T.; GLEIER, K.; ZIMMERMANN, S.; BEUTIN, L.
Occurrence of shiga toxin-producing Escherichia coli in fecal samples from children with
diarrhea and from healthy zebu cattle in Uganda. In J Food Microbiol. V.66, p.95-101,
2001.
56
KAPER, J. B.; RODRIGUES, J.; CARNEIRO-SAMPAIO, M. M. S.; TRABULSI, L. R.
Proceedings of the international Symposium on enteropathogenic E. coli (EPEC).
Microbiol Rev. Washington, v.27, sup.1, 1995.
KAPER, J. B. Defining EPEC. Rev Microbiol. São Paulo, v.27, p.130-133, 1996.
KARAOLIS, D. K. L.; BOEDEKER, E. C. Populations Genetics and Pathogenesis of
Infection. In: MACKIE, R. I.; WITH, B. A.; ISAACSON, R. E. (Ed.).Gastrointestinal
Microbiology. Ed. Chapman and Hall, 1997, p. 627.
KARCH, H.; FRANKE, J.; FRANKE, S.; SCHMIT, H.; SCHWARZKOPF, A.; WIELER, L.
H.; BALJER, G.; BEUTIN, L. Nucleotide sequence analyses of enteropathogenic
Escherichia coli (EPEC) adherence factor probe and development of PCR for rapid
detection of EPEC harboring virulence plasmids. J Clin Microbiol. Washington, v.32,
n.10, p.2460-2463, 1994.
KARMALI, M. A.; PETRIC, M.; LIM, C.; FLEMING, P. C.; STEELE, B. T. Escherichia coli
cytotoxin, haemolytic-uraemic syndrome, and haemorrhagic colitis. Lancet. Baltimore,
v.2, p.1299-1300, 1983.
KARMALI, M. A. Infection by verotoxin-producing Escherichia coli. Clin Microbiol Rev.
Washington, v. 2, p. 15-38, 1989.
KENNE, W. E.; McANULTY, J. M.; HOESLY, F. C. A swimming-associated outbreake of
hemorrhagic colitis caused by Escherichia coli O157:H7 and Shigella sonei. N Engl J
Med. V.331, p.579-584, 1994.
KEENE, W. E.; HEDBERG, K.; HERRIOTT, D. E.; HANCOCK, D. D.; MCKAY, R. W.;
BARRETT, T. J.; FLEMING, D. W. A prolonged outbreak of Escherichia coli O157:H7
infections caused by raw milk. J Infect Dis. Chicago, v.176, p. 815-818, 1997.
57
KENSCH, G. T.; ACHECON, D. W. K. Patógenos bacterianos Entéricos Invasivos e
Causadores de Dano Tecidual: Diarréia Sanguinolenta e Desinteria. In: SCHAECHTER,
M.; ENGLEBERG, N. C.; EISENSTEIN, B. I.; MEDOFF, G. Microbiologia de Doenças
Infecciosas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002, p.161-171.
KESKIMAKI, M.; MATTILA, L.; PELTOLA, H.; SIITONEN, A. EPEC, EAC and STEC in
stool specimens: Prevalence and molecula epidemiology of isolates. Diag Microbiol
Infect Dis. n.40, p. 151-156, 2001.
KIERS, J. L., NOUT, M. J. R., ROMBOUTS, F. M., NABUURS, M. J. A., VAN DER
MEULEN, J. (2002) Inhibition of adhesion of enterotoxigenic Escherichia coli K88 by
soya bean tempe. Lett Appl Microbiol. n.35, 311-315, 2002.
KIRK, J. H.; PRICE, S.; WRIGHT, J. C. Escherichia coli O157:H7 in milk. Large Anim
Pract. London, v.18, n.2, p.16-19, 1997.
KOBAYASHI, R. K. T.; SARIDAKIS, H& O.; DIAS, A. M. G.; VIDOTTO, M. C. Molecular
identification of enteropathogenic Escherichia coli (EPEC) associated with infant
diarrhea in Londrina, Paraná, Brazil. Braz J Microbiol. V.31, p.275-280, 2000.
KOBAYASHI, H.; SHIMADA, J.; NAKAZAWA, M.; MOROZUMI, T.; POHJANVIRTA, T.;
PELKONEN, S.; YAMAMOTO, K. Prevalence and Characteristics of Shiga toxin-
producing Escherichia coli from healthy cattle in Japan. Appl Env Microbiol. V.67, n.1,
p.484-489, 2001.
KONEMAN, E. W.; ALLEN, S. D.; JANDA, W. M.; SCHRECKENBERGER, P. C.; WINN
JR, W. C. Diagnóstico Microbiológico. 5 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2001. p. 177-261.
LATHI, E.; KESKIMAKI, M.; RANTALA, L.; HYVONEN, P.; SIITONEN, A.; HONKANEN-
BUZALSKI, T. Occurrence of Escherichia coli O157 in Finnish cattle. Vet Microbiol.
V.79, p.239-251, 2001.
58
LATHI, E.; EKLUND, M.; RUUTU, P.; SIITONRN, A.; RANTALA, L.; NUORTI, P.;
HONKANEN-BUZALSKI, T.; Use of phenotyping and genotyping to verify trafsmission
of Escherichia coli O157:H7 from dairy farms. Eur J Clin Microbiol Infect Dis&
Wiesbaden, n.21, p.189-195, 2002.
LAW, D.; KELLY, J. Use of heme and hemoglobin by Escherichia coli O157 and other
Shiga like toxin producing E. coli serogroups. Infect Immun. Washington, v. 63, p. 700-
702, 1995.
LAW, D. Virulence factors of Escherichia coli O157 and other Shiga toxin-producing E.
coli. J Appl Microbiol. Oxford, v.88, p.729-745, 2000.
LEOMIL, L.; AIDAR-UGRINOVICH, L.; GUTH, B. E. C.; IRINO, K.; VETTORATO, M.P.;
ONUMA, D. L.; CASTRO, A. F. P. Frequency of Shiga toxin-producing Escherichia coli
(STEC) isolates among diarrheic and non-diarrheic calves in Brazal. Vet Microbiol.
Amsterdam, n.97, p.103-109, 2003.
LEOTTA, G. A.; DEZA, N.; ORIGLIA, J.; TOMA, C.; CHINEN, I.; MILIWEBSKYE, E.;
IYODA, S.; SOSA-ESTANI, S.; RIVAS, M. Detection and characterization of shiga toxin-
producing Escherichia coli in captive non-domestic mammals. Vet Microbiol. V.118,
p.151-157, 2006.
LEVINE, M. M.; EDELMAN, R. Enteropathogenic Escherichia coli of classic serotypes
associated with infant diarrhea: epidemiology and pathogenesis. Epidemiol Rev. v.6, p.
31-51, 1984.
LEVINE, M. M. Escherichia coli that cause diarrhea: enterotoxigenic, enteropathogenic,
enteroinvasive, enterohemorrhagic, and enteroadherent. J Infect Dis. Chicago, V.156,
p.175-182, 1987.
59
LEUNG, K. T.; MACKERETH, R.; TIEN, Y.; TOPP, E. A comparison of AFLP and ERIC-
PCR analyses for discriminating Escherichia coli from cattle, pig and human sources.
FEMS Microbiol Ecol. n. 47, p.111-119, 2004.
LIOR, H. Classification of Escherichia coli. In: GYLES, C. L. Escherichia coli in domestic
animals and humans. CAB International. Wallingford, p.3-72, 1994.
LIPMAN, L. J. A.; NIJS, A.; LAM, T. J. G. M.; GAASTRA, W. Identification of Escherichia
coli strains from cows with clinical mastitis by serotyping and DNA polymorphism
patterns with REP and ERIC primers. Vet Microbiol. n. 43, p.13-19, 1995.
LIRA, W.M.; MACEDO, C.; MARIN, J.M. The incidence of Shiga toxin-producing
Escherichia coli in cattle with mastitis in Brasil. J Appl Microbiol. Oxford, n. 97, p.861-
866, 2004.
LIU, P.; LAU, Y.; HU, B. Analysis of clonal relationships among isolates of Shigella
sonnei by different molecular typing methods. J Clin Microbiol. n.33, p.1779-1783,
1995.
LONG, K. Z.; WOOD, J. W.; GARIBY, E. V.; WEISS, K. M.; MATHEWSON, J. J.; DE LA
CABADA, F. J.; DUPONT, H. L.; WILSON, R. A. Proportional hazards analysis of
diarrhea due to enterotoxigenic E. coli and breast feeding in a cohort of urban Mexican
children. Am J Epidemiol. V.139, p.193-205, 1994.
LOPES-SAUCEDO, C.; CERNA, J. F.; VILLEGAS-SEPULVEDA, N.; THOMPSON, R.;
VELAZQUES, F. R.; TORRES, J.; TARR, P. L.; ESTRADA-GARCIA, T. Single multiplex
polymerase chain reaction to detect diverse loci associated with diarrheagenic
Escherichia coli. Emerg Infect Dis. V.9, p.127-131, 2006.
60
McDANIEL, T. K.; KAPER, J. B. A cloned pathogenicity island from enteropathogenic
Escherichia coli confers the attaching and effacing phenotype on E. coli K-12. Mol
Microbiol. V.23, p.399-407, 1997.
MARTIN, M. L.; SHIPMAN, L. D.; WELLS, J. G.; POTTER, M. E.; HEDBERG, K.;
WACHSMUTH, I. K.; TAUXE, R. V.; DAVIS, J. P.; ARNOLDI, J.; TILLELI, J. Isolation of
Escherichia coli O157:H7 from dairy cattle associated with two cases of haemolytic
uremic syndrome. Lancet. Baltimore, v.2, p.1043, 1986.
MASSA, S., ALTIERI, C., QUARANTA, V., DE PACE, R. Survival of Escherichia coli
O157:H7 in youghurt during preparation and storage at 4ºC. Lett Appl Microbiol. 24,
347-350, 1997.
MATTHEWS, K. R.; MURDOUGH, P. A.; BRAMLEY, A. J. Invasion of bovine epithelial
cells by verocytotoxin-producing Escherichia coli O157:H7. J Appl Bacteriol. Oxford,
v.82, n.2, p.197-203, 1997.
MAURER, J. J.; LEE, M. D.; LOBSINGER, C.; BROWN, T.; MAIER, M.; THAYER, S. G.
Molecular typing of avian Escherichia coli strains isolated by random amplification of
polymorphic DNA. Avian Dis. N.42, p.431-451, 1998.
MELLIES, J. L.; ELLIOT, S. J.; SPERANDIO, V.; DONNENBERG, M. S.; KAPER, J. B.
The per regulon of enteropathogenic Escherichia coli: identification of a regulatory
cascade and a novel transcriptional activator, the locus of enterocyte effacement (LEE)-
encoded regulator (Ler). Mol Microbiol. V.33, p.296-306, 1999.
MEICHTRI, L.; MILIWEBSKY, E.; GIOFFRE, A.; CHINEN, I.; BASCHKIER, A.;
CHILLEMI, G.; GUTH, B. E. C.3 MASANA, M. O.; CATALDI, A.; RODRIGUES, H. R.;
RIVAS, M. Shiga toxin-producifg Escherichia cgli in healthy young beef steers from
Argentina: prevalence and virulence properties. Inter J Food Microbiol. V.96, p.189-
198, 2004.
61
MIDGLEY, J., FEGAN, N., DESMARCHELIER, P. Dynamics of Shiga toxin-producing
Escherichia coli (STEC) in feedlot cattle. Lett Appl Microbiol. 29, 85-89, 1999.
MOREIRA, C. N.; PEREIRA, M. A.; BROD, C. S.; RODRIGUES, D. P.; CARVALHAL, J.
B.; ALEIXO, J.A.G. Shiga toxin-producing Escherichia coli (STEC) isolated from healthy
dairy cattle in southern Brazil. Vet Microbiol. V.93, p.179-183, 2003.
MORGAN, D.; NEWMAN, C. P.; HUTCHINSON, D. N.; WALKER, A. M.; ROWE, B.;
MAJID, F. Verotoxin Producing Escherichia coli O157 infections associated with the
consumption of yoghurt. Epidemiol Infect. Cambridge, v.111, p.181-187, 1993.
NATARO, J. P.; KAPER, J. B. Diarrheagenic Escherichia coli. Clin Microbiol Rev.
Washington, v.11, n.1, p.142-201, 1998.
NATARO, J. P.; LEVINE, M. M. Escherichia coli diseases in humans. In: GYLES, C. L.
Escherichia coli in domestic animals and humans. Wallifgford: CAB International, 1994,
p.285-333.
O’BRIEN , A. D.; HOLMES, R. K. Shiga and Shiga-like toxins. Microbiol Rev.
Washington, v.51, p.206-220, 1987.
O’LOUGHLIN, E. V.; ROBINS-BROWNE, R. M. Effect of Shiga toxin and Shiga-like
toxins on eukaryotic cells. Microb Infect. V.3, p. 493-507, 2001.
ORDEN, J. A.; RUIZ-SANTA-QUITERIA, J. A.; CID, D.; GARCÍA, S.; SANZ, R.; DE LA
FUENTE, R. Verotoxin-producing Escherichia coli (VTEC) and eae-positive non-VTEC
in 1-30-days-old diarrhoeic dairy calves. Vet Microbiol. V. 63, p. 239-248, 1998.
62
OSEK, J.; GALLIEN, P.; PROTZ, D. Characterization of shiga toxin-producing
Escherichia coli strains isolated from calves in Poland. Comp Immun Microbiol Infect
Dis. Oxford, n.23, p.267-276, 2000.
OSTROFF, S. M.; KOBAYASHI, J. M.; LEWIS, J. H. Infection with Escherichia coli
O157:H7 in Washington State. The first year of statewide disease surveillance. J Amer
Med Assoc. V. 262, p. 355-359, 1989.
OSTROFF, S. M.;Toxin genotypes and plasmid profiles as determinants of systemic
sequelae in Escherichia coli O157: H7 infections. J Infect Dis. Chicago, v. 160, p. 994-
999, 1989.
PATON, A. W.; PATON, J. C. Direct and Characterization of Shiga Toxigenic
Escherichia coli by Using Multiplex PCR Assays for stx1, stx2, eaeA, Enterohemorragic
E. coli hlyA, rfb o111 and rfbo157. J Clin Microbiol. Washington, v. 36, n. 2, p. 598-602,
1998.
PATON, A. W.; PATON, J. C. Direct detection of Shiga Toxigenic Escherichia coli.
Strains Belonging to serogroups O111, O157 and O113 by Multiplex PCR. J Clin
Microbiol. Washington, v. 37, n. 10, p. 3362-3365, 1999.
PATON, A. W.; RATCLIFF, R. M.; DOYLE, R. M.; SEYMOUR-MURRAY, J.; DAVOS, D.;
LANSER, J. A.; PATON, J. C. Molecular Microbiological Investigation of an Outbreak of
Hemolytic-Uremic Syndrome Caused by Dry Fermented Sausage Contaminated with
Shiga-like Toxin-Producing Escherichia coli. J Clin Microbiol. Washington, v.34, n.7,
p.1622-1627, 1996.
PENTEADO, A. S.; UGRINOVICH, L. A.; BLANCO, J.; BLANCO, M.; BLANCO, J. E.;
MORA, A.; ANDRADE, J. R. C.; CORREA, S. S.; PESTANA DE CASTRO, A. F.
Serobiotypes and virulence genes of Escherichia coli strains isolated from diarrheic and
healthy rabbits in Brazil. Vet Microbiol. v.89, n. 1, p. 41-51, 2002.
63
PICKETT, C. L.; TWIDDY, E. M.; COKER, C.; HOLMES, R. K. Cloning, nucleotide
sequence, and hybridization studies of the type IIb heat-labile enterotoxin gene of
Escherichia coli. J Bact. V. 171, p.4945-4952, 1989.
PIGATTO, C. P. SCHOKEN-ITURRINO, R. P., SOUZA, E. M., PEDROSA, F. O.,
COMARELLA, L., IRINO, K., KATO, M. A. M. F., FARAH, S. M. S. S., WARTH, J. F.,
FADEL-PICHET, C. M. T. Virulence properties and antimicrobial susceptibility of Shiga
toxin-producing Escherichia coli strains isolated from healthy cattle from Paraná State,
Brazil. Can J Microbiol. 54, 588-593, 2008.
PIVA, I. C.; PEREIRA, A. L.; FERRAZ, L. R.; SILVA, R. S. N.; VIEIRA, A. C.; BLANCO,
J. E.; BLANCO, M.; BLANCO, J.; GIULIANO, L. G. Virulence markers of
enteroaggregative Escherichia coli isolated from children and adults with diarrhea in
Brasília, Brazil. J Clin Microbiol. V.41, n.5, p.1827-1832, 2003.
PRATA, L. F. Manual de Enfermidades Transmitidas por Alimentos (Tradução e
complementação editorial) “Foodborne Pathogenic Microorganisms and Natural Toxins”
Funep. Jaboticabal, p. 27-29, 1999.
PRÈRE, M. F.; BACRIE, S. C.; BARON, O.; FAYET, O. Bacterial etiology of diarrhea in
young children: high prevalence of enteropathogenic Escherichia coli (EPEC) not
belonging to the classical EPEC serogroups. Pathologie Biologie. V. 54, p. 600-602,
2006.
RAMCHANDANI, M.; MANGES, A. R.; DEBROY, C.; SMITH, S. P.; JOHNSON, J. R.;
RILEY, L.W. Possible animal origin of human-associated, multidrug-resistant,
uropathogenic E. coli. Clin Infect Dis. n.40, p.251-257, 2005.
64
RASRINAUL. L., SUTHIENKUL, O., ECHEVERRIA, P.D. Foods as source of
enteropathogens causing childhood diarrhea in Thailand. Amer J Trop Med Hyg, v.39,
p.97-102, 1988.
REITSMA, C. J.; HENNING, D. R. Survival of enterohemorrhagic Escherichia coli
O157:H7 during the manufacture and curing of Cheddar chesse. J Food Prot. Ames,
v.59, p.460-464, 1996.
RIBEIRO, M. G.; PINTO, J. P. A. N.; SILVA, E. O. T. R. Escherichia coli O157:H7. De
hambúrguer, leite e outros gêneros alimentícios à colite hemorrágica e síndrome
urêmico hemolítica. Hig Alimen. V.13, n.66-67, p.88-99, 1999.
RICE, D. H.; HANCOCK, D. D.; VETTER, R. L.; BESSER, T. E. Escherichia coli O157
infection in a human linked to exposure to infected livestock. Vet Rec. v.138, p.311,
1996.
RIGOBELO, E. C.; STELLA, A. E.; ÁVILA, F. A.; MACEDO, C.; MARIN, J. M.
Characterization of Escherichia coli isolated from carcasses of beef cattle during their
processing at an abattoir in Brazil. Inter J Food Microbiol. V. 110, p. 194-198, 2006.
RILEY, L. W.; REMIS, R. S.; HELGERSON, S. D.; McGee, H. B.; WELLS, J. G.; DAVIS,
B. R.; HEBERT, R. J.; OLCOTT, E. S.; JOHNSON, L. M.; HARGRETT, N. T.; BLAKE, P.
A.; CHOEN, M. L. Hemorrhagic colitis associated with a rare Escherichia coli serotype.
New Eng J Med. London, v.308, n.12, p.681-685, 1983.
RILEY, L. W.; GUNZBURG, S. T.; TORNIEPORTH, N. G. Identification of
Enteropathogenic Escherichia coli by PCR-based detection of the Bundle-forming Pilus
gene. J Clin Microbiol. Washington, v.33, n.5, p.1375-1377, 1995.
65
SALVADORI, M. R.; VALADARES, G. F.; LEITE, D. S.; BLANCO, J.; YANO, T.
Virulence factors of Escherichia coli isolated from calves with diarrhea in Brazil. Braz J
Microbiol. V. 34, p. 230-235, 2003.
SANZ, M.; VINAS, M. R.; PARMA, A. E. Prevalence of bovine verotoxin-producing
Escherichia coli in Argentina. Euro J Epidemiol. Rome, v.14, p.399-403, 1998.
SARGEANT, J. M.; SANDERSON, M. W.; SMITH. R. A.; GRIFFIN, D. D. Escherichia
coli O157 in feedlot cattle feces and water in four major feeder-cattle states in the USA.
Prev Vet Med. Amsterdam, v.61, p.127-135, 2003.
SCALETSKY, I. C. A.; FABBRICOTTI, S. H.; CARVALHO, R. L. B.; NUNES, C. R.;
MARANHÃO, H. S.; MORAIS, M. B.; RILEY, L.; FAGUNDES-NETO, U. Diffuse and
enteroaggregative patterns of adherence of Escherichia coli isolated from stools of
children in northeastern Brazil. Braz J Microbiol. V. 32, p. 313-319, 2001.
SEARS, C. L.; KAPER, J. B. Enteric bacterial toxins: mechanisms of action and linkage
to intestinal secretion. Microbiol Rev. v. 60, p.167-215, 1996.
SERIWATANA, J., ECHEVERRIA, P., TAYLOR, D.N., et al. Type II enterotoxin-
producing Escherichia coli isolated from animals and humans. Infect Immun, v.56,
p.1158-1161, 1988.
SHERE, J. A.; BARTLETT, K. J.; KASPAR, C. W. Longitudinal study of Escherichia coli
O157:H7 dissemination on four dairy farms in Wisconsin. Appl Environ Microbiol.
Washington, v.64, n.4, p.1390-1399, 1998.
SILVA, Z. N.; CUNHA, A. S.; LINS, M. C.; CARNERIOL, L. A.; ALMEIDA, A. C. F.;
QUEIROZ, M. L. P. Isolation and serological identification of enteropathogenic E. coli in
pasteurized milk in Brazil. Rev Saúde Pública. São Paulo, v.35, n.4, p.375-379, 2001.
66
SILVEIRA, W. D.; FERREIRA, A.; LANCELLOTTI, M.; BARBOSA, I. A. G. C. D. LEITE,
D. S.; CASTRO, A. F. P.; BROCCHI, M. Clonal relationships among avian Escherichia
coli isolates determined by enterobacterial repetitive intergenic consensus (ERIC)-PCR.
Vet Microbiol. n. 89, p.323-328, 2002.
SPEIRS, J. L.; STAVRIC, S.; KONOWALCHUK, J. Assay of Escherichia coli heat-labile
enterotoxin with vero cells. Infect Immun. Washington, v.16, n.2, p. 617-622, 1977.
SPERANDIO, V.; TORRES, A. G.; GIRON, J. A.; KAPER, J. B. Quorum Sensing is a
global regulatory mechanism in enterohemorragic Escherichia coli O157:H7. J
Bacteriol. Washington, v.183, n.17, p.5187-5197, 2001.
STAMM, I.; WUHRER, M.; GEYER, R.; BALJER, G.; MENGE, C. Bovine lymphocytes
express functional receptors for Escherichia cola Shiga toxin1. Microbial Pathogen.
N.33, p.251-264, 2002.
SUSSMAN, M. Escherichia coli in human and animal disease. The virulence of
Escherichia coli. Oxford: Academic, 1985. p. 7-45.
TESH, V. I.; O’BRIAN, A. D. The pathogenic mechanisms of Shiga toxin and the Shiga
like toxins. Mol Microbiol. Oxford, v. 5, p. 1817-1822, 1991.
TRISTÃO, L. C. S.; GONZALEZ, A. G. M.; COUTINHO, C. A. S.; CERQUEIRA, A. M. F.;
GOMES, M. J. P.; IRINO, K.; GUTH, B. E. C.; ANDRADE, J. R. C. Virulence markers
and genetic relationships of Shiga toxin-producing Escherichia coli strains from
serogroup O111 isolated from cattle. Vet Microbiol. V. 119, p. 358-365, 2007.
UGRINOVICH, L. A.; ÁVILA, F. A.; OLIVEIRA, M. N.; CASTRO, A. F. P. Identificação
dos genes que codificam para a enterotoxina termolábil LT-II em amostras de
Escherichia coli isoladas de bezerros com diarréia na região de Jaboticabal, SP, Brasil.
Ciência Rural. V.32, n.2, p.289-291, 2002.
67
UPTON, P.; COYA, J. Outbreak of Escherichia coli O157:H7 infection associated with
pasteurized milk supply. Lancet., v.344, p.1015, 1994.
URDHAL, A. M.; BEUTIN, L.; SKJERVE, E.; ZIMMERMANN, S.; WASTESON, Y.
Animal host associated differences in Shiga toxin-producing Escherichia coli isolated
from sheep and cattle on the same farm, J Appl Microbiol. V.95, p.92-101, 2003.
VAZ, T. M. I.; IRINO, K.; KATO, M. A. M. F.; DIAS, A. M. G.; GOMES, T. A. T.;
MEDEIROS, M. I. C.; ROCHA, M. M. M.; GUTH, B. E. C. Virulence properties and
characteristics of Shaga toxin-producing Escherichia coli in São Paulo, Brazil, from 1976
through 1999. J Clin Microb. V. 42, n. 2, p. 903-905, 2004.
VERSALOVIC, J.; KOEUTH, T.; LUPSKI, J. R. Distribution of repetitive DNA sequences
in eubacteria and application to fingerprinting of bacterial genomes. Nucleic Acid Res.
N.19, p.6823-6831, 1991.
VOLD, L.; JOHANSEN, B. K.; KRUSE, H.; SKJERVE, E.; WASTESON, Y. Occurrence
of shigatoxigenic Escherichia coli O157 in Norwegian cattle herds. Epidemiol Infect.
V.120, p.21-28, 1998.
WALDOR, M. K. Bacteriophage biology and bacterial virulence. Trends Microbiol. V.6,
p.295-297, 1998.
WANG, G.; ZHAO, T.; DOYLE, M.P. Fate of enterohemorrhagic Escherichia coli
O157:H7 in bovine feces. Appl Environ Microbiol. V.62, n.7, p.2567-2570, 1996&
WANI, S. A.; BHAT, M. A.; SAMANTA, I.; NISHIKAWA, Y.; BUCHH, A. S. Escherichia
coli O4: NM associated with an outbreak of calf diarrhea. Vet J. V.169, p.300-302, 2005.
68
WARRINER, K.; ALDSWORTH, T. G.; KAUR, S.; DODD, C. E. R. Cross-contamination
of carcasses and equipment during pork processing. J Appl Microbiol. n.93, p.169-177,
2002.
WASTESON, Y. Zoonotic Escherichia coli. Acta Vet Scand. Vanlose, n.95, p.79-84,
2001.
WEINSTEIN, D. L.; HOLMES, R. K.; O’BRIEN, A. D. Effects of iron and temperature on
Shiga-like toxin I production by Escherichia coli. Infect Immun. Washington, v. 56, p.
106-111, 1988.
WELLS, J. G.; SHIPMAN, L. D.; GREENE, K. D.; SOWERS, E. G.; GREEN, J. H.;
CAMERON, D. N.; DOWNES, F. P.; MARTIN, M. L.; GRIFFIN, P. M.; OSTROFF, S. M.;
POTTER, M. E.; TAUXE, R. V.; WACHSMUTH, K. I. Isolataon of Escherichia coli
serotype O157:H7 and other Shiga-like-toxin-producing E. coli from dairy cattle. J Clin
Microbiol. Washington, v. 29, p.985-989, 1991.
WERBER, D.; FRUTH, A.; BUCHHOLZ, U.; PRAGER, R.; KRAMER, M. H.; ANNUNOU,
A.; TSCHAPE, H. Strong Association Between Shiga Toxin-Producing Escherichia coli
O157 and virulence genes stx2 and eae as possible explanation for predominance of
serogroups O157 in patients with haemolytic uraemic syndrome. Eur J Clin Microbiol
Infect Dis. n.22, p.726-730, 2003.
WIECZOREK, K.; KOWALCZYK, A.; OSEK, J. Relationships between phenotype and
genotype of Escherichia coli O149:K91, F4 strains isolated from pigs with diarrhoea.
Bull Vet Inst Pulawy. V. 48, p.219-223, 2004.
WIELER, L. H.; VIELER, E.; ERPENSTEIN, C.; SCHLAPP, T.; STEINRÜCK, H.;
BAUERFEIND, R.; BYOMI, A.; BALJER, G. Shiga toxin-producing Escherichia coli
69
strains from bovines: association of adhesion with carriage of eae and other genes. J
Clin Microbiol. V.34, n.12, p.2980-2984, 1996.
WIELER, L. H.; SCHWANITZ, A.; VIELER, E.; BUSSE, B.; STEINRÜCK, H.; KAPER, J.
B.; BALJER, G. Virulence and properties of shiga toxin-producing Escherichia coli
(STEC) stains of serogroup O118, a major group of STEC pathogens in calves. J Cin
Microbiol. V.36, n.6, p.1604-1607, 1998.
WILSON, J. B.; CLARKE, R. C.; RENWICK, S. A.; RAHN, K.; JOHNSON, R. P.;
KARMALI, M. A.; LIOR, H.; ALVES, D.; GYLES, C. L.; SANDHU, K. S.; MCEWEN, S.
A.; SPIKA, J. S. Verocytotoxigenic Escherichia coli infection in dairy farm families. J
Infect Dis. Chicago, v.174, p.1021-1027, 1996.
WILSON, J. B.; CLARKE, R. C.; RENWICK, S. A.; RAHN, K.; JOHNSON, R. P.;
KARMALI, M. A.; LIOR, H.; ALVES, D.; MCEWEN, S. A.; SPIKA, J. S.; ELLIS, A. G.
Risk factors for infection with verocytotoxigenic Escherichia coli in cattle on Ontario dairy
farms. Prev Vet Med. v.34, p.227-236, 1998.
WILSON, L. A.; SHARP, P. M. Enterobacterial Repetitive Intergenic Consensus (ERIC)
sequences in Escherichia coli: evolution and implications for ERIC-PCR. Mol Biol Evol.
n. 23, v.6, p.1156-1168, 2006.
YU, J.; KAPER, J. B. Cloning and characterization of the eae gene of
enterohaemorrhagic Escherichia coli O157:H7 . Mol Microbiol. Oxford, n.6, p.411-416,
1992.
ZHAO, T.; DOYLE, M. P.; SHERE, J.; GARBER, L. Prevalence of Escherichia coli
O157:H7in a survey of dairy herds. Appl Environ Microbiol. Washington, n.61, p.1290-
1293, 1995.
70
ZHU, C.; HAREL, J.; JACQUES, M.; DESAUTELS, C.; DONNENBERG, M. S.;
BEAUDRY, M.; FAIRBROTHER, J. M. Virulence properties and attaching-effacing of
Escherichia coli O45 from swine postweaning diarrhea. Infect Ammun. V. 62, p.4153-
4159, 1994.