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Pós-Graduação em Ciência da Computação NESTOR MOREIRA REIS NETO FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR Universidade Federal de Pernambuco [email protected] www.cin.ufpe.br/~posgraduacao RECIFE 2017

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Pós-Graduação em Ciência da Computação

NESTOR MOREIRA REIS NETO

FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA

IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS

DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

SUPERIOR

Universidade Federal de Pernambuco

[email protected] www.cin.ufpe.br/~posgraduacao

RECIFE 2017

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NESTOR MOREIRA REIS NETO

FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLNTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE

ENSINO SUPERIOR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Ciência da Computação do Centro

de Informática da Universidade Federal de

Pernambuco como requisito parcial para obtenção

do título de Mestre em Ciência da Computação.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Marcos Lins de Vasconcelos.

RECIFE

2017

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NESTOR MOREIRA REIS NETO

FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE

ENSINO SUPERIOR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Ciência da Computação do Centro

de Informática da Universidade Federal de

Pernambuco como requisito parcial para obtenção

do título de Mestre em Ciência da Computação.

Dissertação aprovada em 21/08/2017, para obtenção de Título de Mestre em

Ciência da Computação.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Prof. Dr. Hermano Perrelli de Moura Centro de Informática / UFPE

_____________________________________________

Prof. Dr. Décio Fonseca

Centro de Ciências Sociais Aplicadas / UFPE

______________________________________________

Prof. Dr. Alexandre Marcos Lins de Vasconcelos Centro de Informática / UFPE

RECIFE

2017

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, em primeiro lugar, por ter me dado forças para concluir

mais uma importante etapa da minha vida.

Aos meus pais, Inah César Palhares Moreira Reis e Antônio Carlos

Palhares Moreira Reis, pessoas brilhantes, que sempre me deram apoio e grande

referência de vida, em todos os aspectos, inclusive na busca incansável pelo

aprimoramento do conhecimento.

Em especial, a minha esposa, Cláudia Nóbrega Moreira Reis, por seu

carinho e incentivos ao estudo e por acompanhar toda esta trajetória, me ajudando a

superar todos os obstáculos.

Aos meus filhos, Nestor e Bruna, fonte de incentivo, por seu afeto e

compreensão por minha ausência em momentos importantes, em virtude da

dedicação a este curso.

Aos meus sogros Neuza Amorim da Nóbrega e Ruy Fernandes da

Nóbrega (in memoriam), pelo apoio e afeição.

A minhas irmãs, Sophia Moreira Reis Lapenda e Juliana Moreira Reis

Tavares, por seu carinho e apoio.

A meus cunhados Marcos Lapenda, Júlio Tavares, Régia e Rubert

Nóbrega, pela amizade e estima.

Em especial ao meu orientador professor Alexandre Vasconcelos, pelo

direcionamento, apoio e compreensão no decorrer deste trabalho.

Aos meus colegas do NTI/UFPE os quais me apoiaram e ajudaram

durante todo o curso.

A todos os professores do curso, que tive o prazer de conhecer e que

contribuíram para o resultado deste trabalho.

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RESUMO A Tecnologia da Informação tem se apresentado como um dos principais componentes estratégicos utilizados pelas organizações, auxiliando os seus processos da gestão, com o objetivo de otimizar negócios, viabilizar metas institucionais e auxiliar no relacionamento com clientes e usuários. Em virtude disso, a gestão da Tecnologia da Informação nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), objeto desta pesquisa, vem passando por uma grande reformulação, na qual o foco não se limita apenas ao atendimento às exigências dos órgãos de controle, que continuam atuando fortemente no sentido da adequação e conformidade a leis, normas, ferramentas e práticas por eles orientadas, e que interferem diretamente nas atividades de gestão de TI neste setor, mas também existe uma preocupação cada vez maior com o valor e a satisfação percebidos pelos usuários/clientes dessas instituições com os serviços de TI fornecidos. Dentro desta perspectiva, em relação ao gerenciamento de serviços de TI, a existência de uma Central de Serviços de TI é recomendada como boa prática por organismos internacionais, como forma de assegurar o suporte necessário à área de TI, permitindo também atuar de forma proativa, em relação ao atendimento das demandas da organização, participando e contribuindo verdadeiramente da geração de valor. Diante deste contexto, o objetivo deste estudo é realizar uma pesquisa que apresente os desafios envolvidos na Implantação de uma Central de Serviços de TI, no contexto de uma Instituição Federal de Ensino Superior, procurando identificar os fatores críticos de sucesso envolvidos, com seus respectivos graus de importância, detalhando as estratégias utilizadas para seu tratamento, que influenciam no êxito desta iniciativa. Neste cenário, nove fatores foram identificados como críticos, de acordo com a literatura e com uma pesquisa de campo, com seus respectivos níveis de relevância, sendo inclusive evidenciados dois novos fatores. Após a identificação destes fatores, as estratégias adotadas para o tratamento dos mesmos, aplicadas na prática, foram catalogadas e avaliadas.

Palavras-chaves: Fatores Críticos de Sucesso. Gerenciamento de Serviços de TI.

Central de Serviços de TI.

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ABSTRACT Information Technology has been presented as one of the main strategic components used by the Organizations, helping their management process, with the purpose of optimizing business, making institutional goals feasible and assisting in the relationship with customers and users. As a result, the management of Information Technology in Federal Institutions of Higher Education (IFES), the subject of this research, has been undergoing a major reformulation, in which the focus is not only limited to meeting the requirements of the control bodies, which continue acting strongly towards the adequacy and compliance to laws, standards, tools and practices that they direct, and that directly interfere in the activities of IT management in this sector, but there is also an increasing concern with the value and satisfaction perceived by users/clients of these Institutions with the IT services provided. In this perspective, in relation to the management of IT services, the existence of an IT Service Center is recommended as a good practice by international organizations, as a way to assure the necessary support to IT area, also allowing to act proactively, in relation to meeting the demands of the Organization, participating and truly contributing to the generation of value. In this context, the objective of this dissertation is to carry out a research that presents the challenges involved in the implementation of an IT Service Center, in the context of a Federal Institution of Higher Education, trying to identify the critical success factors involved, with their respective degrees of importance, detailing the strategies used for its treatment, which influence the success of this initiative. In this scenario, nine factors were identified as critical, according to the literature and a field survey, with their respective levels of relevance, and two other factors were also evidenced. After identifying these factors, the strategies adopted for their treatment, applied in practice, were cataloged and evaluated.

Keyword: Critical Success Factors. IT Service Management. IT Service Center.

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LISTAS DE GRÁFICOS Gráfico 1.1 - Número de Matrículas de Graduação em IES Públicas ............... 17

Gráfico 1.2 - Número de Cursos de Graduação Presencial nas IFES .............. 18

Gráfico 4.1 - Respostas Obtidas em Ordem Cronológica .................................. 95

Gráfico 4.2 - Cargo ou Função dos Entrevistados ............................................. 102

Gráfico 4.3 - Tempo de Experiência dos Entrevistados ..................................... 102

Gráfico 4.4 - Importância de uma Central de Serviços de TI na Instituição ....... 104

Gráfico 4.5 - Processos de Gerenciamento de Serviços de TI Implantados ou

em Implantação ............................................................................. 106

Gráfico 4.6 - Framework de Serviços de TI ........................................................ 106

Gráfico 4.7 - Existência de Processos de Gerenciamento de Serviços de TI

Modelados e Publicados ............................................................... 107

Gráfico 4.8 - Existência de Central de Serviços de TI ........................................ 109

Gráfico 4.9 - Expectativa quanto aos resultados da Implantação e Operação

da Central de Serviços de TI nas IFES ......................................... 112

Gráfico 4.10 - Tempo de Planejamento para Implantação da Central de

Serviços de TI nas IFES ................................................................ 113

Gráfico 4.11 - Ferramenta de Gestão de Chamados Adotada para a Central de

Serviços de TI nas IFES ................................................................ 115

Gráfico 4.12 - Indicadores para Avaliação de Resultados na Central de

Serviços de TI nas IFES................................................................. 116

Gráfico 4.13 - Existência de Catálogo de Serviços Publicados ........................... 116

Gráfico 4.14 - Existência de Acordo de Nível de Serviço (ANS) .......................... 117

Gráfico 4.15 - Base de conhecimento implantada ............................................... 118

Gráfico 4.16 - Pesquisa de Satisfação implantada .............................................. 119

Gráfico 4.17 - Dificuldades encontradas na implantação e Operação de uma

Central de Serviços nas IFES ....................................................... 120

Gráfico 4.18 - Grau de Importância referente ao FCS – Apoio da Alta Gerência 127

Gráfico 4.19 - Grau de Importância referente ao FCS – Foco no Cliente ............ 128

Gráfico 4.20 - Grau de Importância referente ao FCS – Treinamento da Equipe

de Implantação .............................................................................. 129

Gráfico 4.21 - Grau de Importância referente ao FCS – Foco nos Processos ..... 131

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Gráfico 4.22 - Grau de Importância referente ao FCS – Cultura Aberta aos

Processos de Gerenciamento de Serviços de TI .......................... 132

Gráfico 4.23 - Grau de Importância referente ao FCS – Ferramenta de Gestão

de Chamado................................................................................... 133

Gráfico 4.24 - Grau de Importância referente ao FCS – Comunicação e

Colaboração Interdepartamental ................................................... 134

Gráfico 4.25 - Grau de Importância referente ao FCS – Trabalho Virtual ou

Remoto da Equipe de Implantação .............................................. 135

Gráfico 4.26 - Grau de Importância referente ao FCS – Uso de Consultores

........................................................................................................ 137

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 2.1 - Ciclo da Governança de TI .............................................................. 26

Figura 2.2 - Framework da Governança de TI .................................................... 27

Figura 2.3 - Composição de um serviço de TI .................................................... 29

Figura 2.4 - Evolução da ITIL em função do gerenciamento de serviços de TI .. 32

Figura 2.5 - Modelo do ciclo de vida do gerenciamento de serviços de TI/ ITIL . 35

Figura 2.6 - Fase do Ciclo de Vida do serviço no ITIL ........................................ 37

Figura 2.7 - Central de Serviços de TI Padrão ................................................... 43

Figura 2.8 - Central de Serviços de TI Local ....................................................... 46

Figura 2.9 - Central de Serviços de TI Centralizada ........................................... 47

Figura 2.10 - Central de Serviços de TI Centralizada Virtualizada ....................... 48

Figura 2.11 - Primeiro nível de atendimento baseado no tipo solucionador ......... 52

Figura 2.12 - Primeiro nível de atendimento baseado no tipo direcionador ......... 53

Figura 2.13 - Escalonamento de um atendimento em uma Central de Serviços

de TI ................................................................................................... 59

Figura 2.14 - Elementos que compõem o Catálogo de Serviços .......................... 61

Figura 3.1 - Fases da Pesquisa .......................................................................... 81

Figura 3.2 - Fase Concepção .............................................................................. 81

Figura 3.3 - Fase Preparação ............................................................................. 83

Figura 3.4 - Fase Coleta de Dados ..................................................................... 85

Figura 3.5 - Fase Análise .................................................................................... 86

Figura 3.6 - Fase Resultados .............................................................................. 87

Figura 3.7 - Desenho da Pesquisa ..................................................................... 88

Figura 4.1 - Fórmula para cálculo de Amostra Finita .......................................... 97

Figura 4.2 - Cálculo de Amostra Finita ................................................................ 97

Figura 4.3 - Fórmula do Grau de Importância do Fator – GIF ............................ 125

Figura 5.1 - Organograma da UFPE ................................................................... 143

Figura 5.2 - Organograma do Núcleo de Tecnologia da Informação da UFPE .. 148

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LISTAS DE QUADROS

Quadro 2.1 - Publicações, Processos e Funções do ITIL .................................... 38

Quadro 2.2 - Arquitetura de Central de Serviços .................................................. 49

Quadro 2.3 - Estrutura de Escalonamento por Nível de Atendimento................... 51

Quadro 2.4 - Etapas do Gerenciamento de Incidentes e Respectivos

Procedimentos ................................................................................. 55

Quadro 2.5 - Propostas de Indicadores Chaves de Desempenho ....................... 66

Quadro 2.6 - Fatores Críticos de Sucesso para implantação de Tecnologia de

Informação ....................................................................................... 69

Quadro 2.7 - Comparação entre estudos sobre FCS na implantação de

Tecnologia da Informação e da biblioteca ITIL ................................ 70

Quadro 2.8 - Descrição dos FCS a serem utilizados na pesquisa de campos

nas IFES........................................................................................... 71

Quadro 2.9 - Características diferenciais entre o trabalho proposto e os demais

relacionado....................................................................................... 74

Quadro 3.1 - Critérios Metodológicos da Pesquisa .............................................. 78

Quadro 4.1 - Relação dos Fatores Críticos de Sucesso ....................................... 124

Quadro 5.1 - Cronograma Macro do Projeto ........................................................ 155

Quadro 5.2 - Informações Gerais sobre as Entrevistas......................................... 161

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 4.1 - Quantidade de Respostas ............................................................. 98

Tabela 4.2 - Relação das IFES pesquisadas por região.................................... 100

Tabela 4.3 - Relação das IFES – Perguntas (Enviadas x Respondidas)........... 101

Tabela 4.4 - Quem participou na decisão da Implantação da Central de

Serviços de TI IFES ....................................................................... 110

Tabela 4.5 - Grau de Importância do Fator ....................................................... 124

Tabela 4.6 - Fatores Críticos de Sucesso Classificados pelo Grau de

Importância – GIF .......................................................................... 125

Tabela 4.7 - Fatores Críticos de Sucesso – Grau de Importância “Muito

Importante” .................................................................................... 126

Tabela 4.8 - Fatores Críticos de Sucesso – Grau de Importância “Importante” 130

Tabela 4.9 - Fatores Críticos de Sucesso – Grau de Importância “Indiferente”. 136

Tabela 4.10 - Novos Fatores Críticos de Sucesso .............................................. 137

Tabela 5.1 - Relação com os FCS na Implantação da Central de Serviços de

TI ................................................................................................... 163

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

CEFET - Centro Federal de Educação e Tecnologia

COBIT - Control Objectives for Information and related Technology

FCS - Fatores Críticos de Sucesso

IFES - Instituição Federal de Ensino Superior

ISO - International Organization for Standardization

ITIL - Information Technology Infrastructure Library

MEC - Ministério da Educação

TCU - Tribunal de Contas da União

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 16

1.1 MOTIVAÇÃO............................................................................................ 16

1.2 DEFINIÇÃODO PROBLEMA ................................................................... 20

1.3 OBJETIVO GERAL................................................................................... 21

1.4 OBJETIVOS ESPECIFICOS..................................................................... 21

1.5 ESTRUTURA DA DISSETAÇÃO.............................................................. 22

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 23

2.1 GOVERNANÇA DE TI ............................................................................. 23

2.2 GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TI............................................... 27

2.2.1 ITIL – Information Techology Infrastruture Library ............................ 30

2.2.1.1 Ciclo de Vida do Serviço no ITIL .............................................................. 34

2.3 CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI ............................................................. 40

2.3.1 Evolução da Central de Serviços ......................................................... 41

2.3.2 Motivadores para Implantação de uma Central de Serviço ............... 44

2.3.3 Tipos de Arquitetura de Central de Serviços ...................................... 44

2.3.4 Escalonamento por Níveis de Atendimento ........................................ 49

2.3.5 Acordo de Nível de Serviços ................................................................. 59

2.3.6 Catálogo de Serviços ............................................................................ 61

2.3.7 Base de Conhecimento ......................................................................... 63

2.3.8 Indicadores de Desempenho e Satisfação .......................................... 65

2.4 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO ..................................................... 67

2.5 TRABALHOS RELACIONADOS............................................................... 72

2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 75

3 METODOLOGIA DE PESQUISA ............................................................ 77

3.1 CRITÉRIOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA ................................... 77

3.2 FASES DA PESQUISA ............................................................................ 80

3.2.1 Concepção .............................................................................................. 81

3.2.2 Preparação.............................................................................................. 82

3.2.3 Coleta de Dados...................................................................................... 85

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3.2.4 Análise..................................................................................................... 85

3.2.5 Resultados............................................................................................... 87

3.3 DESENHO DA PESQUISA ...................................................................... 88

3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 89

4 ESTUDO DE CAMPO.............................................................................. 90

4.1 COMPOSIÇÃO DAS IFES ....................................................................... 90

4.2 INSTRUMENTO DE PESQUISA ............................................................. 91

4.2.1 Aplicação do Pré-Teste ......................................................................... 92

4.2.2 Questionário ........................................................................................... 93

4.2.3 Aplicação do Questionário .................................................................... 94

4.3 DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO ................................................................ 95

4.3.1 Definição da Amostra ............................................................................ 95

4.4 CATEGORIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS DADOS ........................... 98

4.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................... 98

4.5.1 Identificação da Instituição e Perfil do Entrevistado .......................... 99

4.5.2 Cenário Atual do Gerenciamento de Serviços de TI nas

IFES........................................................................................................... 103

4.5.3 Fatores Críticos de Sucesso na Implantação de Central de

Serviços de TI nas IFES......................................................................... 122

4.5.3.1 Fatores Crítico Identificado como “MUITO IMPORTANTE”...................... 126

4.5.3.2 Fatores Crítico Identificado como “IMPORTANTE”.................................. 130

4.5.3.3 Fatores Crítico Identificado como “INDIFERENTE”.................................. 135

4.5.3.4 Novos Fatores Críticos de Sucesso identificados..................................... 138

4.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 139

5 AVALIAÇÃO DAS ESTRATEGIAS PARA TRATAMENTO DOS

FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO DO

NTI/UFPE.................................................................................................. 141

5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO........................................... 141

5.1.1 Justificativa para Escolha do Cenário ................................................. 141

5.1.2 Característica da UFPE .......................................................................... 142

5.1.3 Característica do NTI ............................................................................. 144

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5.2 PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI

DA UFPE .................................................................................................. 148

5.2.1 Fluxo Operacional do Funcionamento da Central de Serviços ......... 157

5.3 AVALIAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PARA TRATAMENTO

DOS FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO ............................................ 159

5.3.1 Coleta de dados ..................................................................................... 160

5.3.2 Análise de Dados .................................................................................. 162

5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 176

6 CONCLUSÃO E SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ............ 177

6.1 CONCLUSÃO ......................................................................................... 177

6.2 CONTRIBUIÇÃO DA PESQUISA ........................................................... 180

6.3 LIMITAÇÃO DA PESQUISA ................................................................... 180

6.4 RECOMENDAÇÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ................................ 180

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 182

Apêndice A- Questionário para pesquisa de campo nas Instituições

Federais de Ensino Superior – IFES

......................................................................................... 187

Apêndice B- Cálculo do grau de importância dos Fatores Críticos de

Sucesso .......................................................................... 194

Apêndice C- Roteiro e questionário para entrevista da avaliação das

estratégias adotadas para o tratamento do FCS na

implantação de uma Central de Serviços de TI no

Núcleo de Tecnologia da Informação da UFPE ............. 203

Apêndice D- Macro Fluxo do processo da Central de Serviços do

NTI-UFPE ................................................................... 215

Apêndice F- Resumo Geral do Cenário do Gerenciamento de

Serviços de TI nas IFES................................................ 216

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16

1 INTRODUÇÃO

Este capítulo tem como finalidade descrever a motivação que justifica a

realização desta pesquisa de mestrado, bem como apresentar a definição do

problema de pesquisa, listando os principais objetivos, além do desmembramento da

estrutura da dissertação a ser desenvolvida.

1.1 MOTIVAÇÃO

A Tecnologia da Informação (TI) cada vez mais se apresenta como um

dos principais componentes estratégicos utilizados pelas organizações em seu

processo de gestão, objetivando a otimização dos negócios, os objetivos

institucionais e de seu relacionamento com clientes e usuários.

De modo crescente, os serviços de TI estão sendo identificados como

essenciais para o negócio das instituições, apresentando-se em linhas gerais como

um diferencial competitivo e também como um fator crítico de sucesso na área de

atuação das entidades (MELENDEZ, 2011).

De acordo com Veras (2012), a Tecnologia da Informação é fundamental

para as melhorias da competitividade de uma organização. Com o avanço do uso de

processos empresariais que utilizam a TI em grande escala, ela tornou-se a “espinha

dorsal” para muitos negócios e o próprio negócio de outros negócios.

Fazendo um paralelo com o grau de evolução nesta área de TI, no Brasil

como no mundo, a segunda metade do Século XX foi marcada por uma expansão

sem precedentes da demanda e da oferta de cursos de educação superior, ligadas

tanto à valorização do saber acadêmico pelo mercado de trabalho quanto ao

crescimento da importância da pesquisa acadêmica (BRASIL, 2015).

No mesmo contexto, segundo o Portal Brasil (2015), as universidades

federais passaram por um processo de reestruturação e expansão. A mudança teve

como base os princípios da democratização, inclusão e tendo resultado na criação

do Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das

Universidades Federais (Reuni).

O reflexo do aumento de vagas nas IFES traduz a evolução no número

de cursos de graduação. O Censo de 2014 revelou a existência de um crescimento

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17

nas Instituições Federais de Ensino Superior, que se observa grande demanda do

ingresso de alunos na rede pública, percebe-se também que a rede federal de

ensino apresenta uma maior quantidade de ingressos, representando

aproximadamente 2/3 dos ingressos aos cursos de graduação, como apresentado

no Gráfico 1.1.

Gráfico 1.1 - Número de Matrículas de Graduação em IES Públicas

Fonte: Censo da Educação Superior 2014 (INEP, 2016)

Esta expansão das universidades federais e campi federais proporcionou

um aumento na oferta de vagas nos cursos de graduação e pós-graduação

presenciais nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). O reflexo desta

política concretiza uma expansão de vagas nas IFES, principalmente nas regiões

interioranas do país, segundo os dados do Censo de Educação Superior de 2014,

(INEP, 2015).

De acordo com Gráfico 1.2, é apresentado num contexto geral, que a

maiores ofertas dos cursos presenciais das IFES são no interior, representando

59,6%.

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18

Gráfico 1.2 – Número e Localização de Cursos de Graduação Presencial na IFES

Fonte: Censo da Educação Superior 2014 (INEP, 2016)

Desse modo, pode-se concluir que a demanda das instituições públicas

de ensino superior apresenta um grande crescimento, não refletido da mesma forma

em melhoria de investimentos e, consequentemente, na qualidade dos serviços

prestados. Desta forma, à medida que há ampliação da oferta de cursos, do

ingresso de discentes e docentes e dos custos, cresce também a necessidade de

maior controle e eficiência na utilização de todo tipo de recurso disponível. Com isso,

eleva-se a importância de maior planejamento e controle na aplicação dos recursos

de TI, através da aplicação de boas práticas e de um bom modelo de gestão,

objetivando a melhoria na prestação dos serviços públicos afins, para que possam

corresponder adequadamente às perspectivas da Administração Pública e da

sociedade.

No que diz respeito ao setor público, utilizar boas práticas indicadas pela

Governança no gerenciamento dos recursos de Tecnologia da Informação, trata-se

de uma resposta à necessidade de se obter resultados eficientes, diante de uma

difícil realidade burocrática e econômica enfrentada por suas instituições,

possibilitando a manutenção de seus serviços de forma satisfatória. Neste sentido,

para fiscalização sobre Tecnologia da Informação, e, conforme Relatório de

Levantamento do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, apresentado por

aquele Órgão, o Tribunal de Contas da União (TCU) realiza levantamento bianual

sobre a adoção de boas práticas consagradas internacionalmente, com o propósito

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19

de ajudar a Administração Pública Federal a aprimorar sua governança de TI e, por

conseguinte, aumentar as chances de sucesso institucional (BRASIL, 2015).

Segundo Cestari (2011), as instituições públicas também precisam

investir em TI para atingir seus objetivos, e o grande desafio das instituições é

gerenciar adequadamente esses recursos, procurando cada vez mais melhorar os

serviços entregues pela TI.

Sob esta ótica, compreende-se a preocupação da Administração Pública

com a eficiência na gestão dos recursos de Tecnologia da Informação, com o

propósito de aumentar o controle dos processos, eliminar os trabalhos redundantes

(desperdício de recursos), monitorar a qualidade dos serviços prestados para ganhar

eficiência, entre outras iniciativas para impulsionar o negócio das instituições.

Atualmente, a gestão de Tecnologia da Informação nas IFES vem

passando por uma grande reforma, na qual o foco não é apenas o atendimento aos

órgãos de controle, que vêm atuando com uma grande influência através de leis,

normas, ferramentas e práticas que influenciam diretamente nas atividades de

gestão de TI, mais existe uma preocupação também com o valor percebido pelos

usuários e clientes, bem como uma preocupação na sensibilidade em entender o

que realmente a comunidade das IFES necessita.

Dentro desta perspectiva, em relação ao gerenciamento de serviços de

TI, a existência de uma Central de Serviços, é recomendada como boa prática por

organismos internacionais, como forma de assegurar o suporte necessário à área de

TI, atuando de forma proativa em relação ao atendimento das demandas da

organização, participando e contribuindo efetivamente na geração de valor

(MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

A Central de Serviços é considerada, no contexto das boas práticas de

gerenciamento de serviços de TI, como uma unidade funcional de nível gerencial e

também operacional, que agrega um conjunto de processos, pessoas, tecnologias e

infraestrutura de TI (MELENDEZ, 2011).

De acordo com o autor acima citado, Central de Serviços de TI não se

traduz apenas como um único ponto de contato, mas também tem função vital para

viabilizar a comunicação efetiva, eficiente e eficaz entre os usuários, clientes e as

unidades provedoras de serviços e recursos de TI.

Desta forma, entende-se como imprescindível a implantação de uma

Central de Serviços de TI nestas instituições é de fundamental importância identificar

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20

seus fatores críticos de sucesso. Estes fatores funcionam como pontos-chave que,

quando assegurados e bem executados, definem e garantem o sucesso do processo

de implantação. Em contrapartida, quando estes mesmos fatores são negligenciados

ou ignorados, contribuem para a instituição despender esforços desnecessários e

obter resultados questionáveis.

Neste trabalho, ao se procurar elencar os fatores críticos de sucesso, o

propósito é assessorar os gestores de TI a focarem seus esforços na elaboração de

um Plano Estratégico para Implantação de uma Central de Serviços de TI, em uma

Instituição Federal de Ensino e, com isso, aumentar a probabilidade de sucesso

desta implantação.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Com o aumento do uso da Tecnologia da Informação (TI) pelas

instituições de ensino, que vêm apresentando uma demanda cada vez maior por

recursos de TI, estas instituições começam a enfrentar sérios problemas, como: a

indisponibilidade dos serviços, acúmulo de projetos, problemas de suporte técnico,

chamados contínuos e não atendidos em tempo hábil, falta de segurança no

tratamento da informação. Um bom gerenciamento dos serviços de TI pode

aumentar a qualidade dos serviços prestados, melhorando a satisfação dos

usuários, e provendo todos os benefícios que a TI pode gerar.

Neste contexto, para conseguir um maior controle das demandas,

segundo as boas práticas do gerenciamento de serviços de TI, torna-se necessário a

implantação de uma Central de Serviços de TI.

Segundo Melendez (2011), a Central de Serviços de TI é uma unidade

que deve fazer parte integrante da cadeia de valor dos serviços oferecidos aos

clientes e usuários das instituições. Seu papel é assegurar a execução e o

gerenciamento de todas as demandas dos usuários, por meio de indicadores de

níveis de serviços previamente acordados que medem e avaliam a qualidade, o

desempenho e a disponibilidades dos serviços.

De acordo com Albertin (2004), os fatores que sejam considerados

críticos devem passar a receber atenção e investimento, a fim de que se garanta seu

bom desempenho e consequentemente, o sucesso da implantação do projeto.

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21

A proposta deste trabalho é realizar uma pesquisa que apresente os

desafios envolvidos na Implantação de uma Central de Serviços de TI, em uma

instituição pública, identificando os fatores que influenciem o êxito desta iniciativa.

Através deste trabalho pretende-se atingir ganhos na melhoria da qualidade e

sucesso na implantação da Central de Serviços de TI em Instituições Federais de

Ensino Superior. Assim, pretendemos atacar o seguinte problema de pesquisa.

Problema de pesquisa: Quais são os Fatores Críticos de Sucesso na Implantação

de uma Central de Serviços de TI nas Instituições Federais de Ensino Superior do

Brasil?

1.3 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho foi, inicialmente, apresentar as estratégias

envolvidas na Implantação de uma Central de Serviços de TI, no contexto de uma

Instituição Federal de Ensino Superior. Para atingir tal objetivo, procurou-se

identificar os Fatores Críticos de Sucesso no âmbito geral das IFES nacionais, e,

posteriormente, procedeu-se à avaliação das estratégias adotadas para o tratamento

desses fatores que influenciaram no êxito desta iniciativa.

.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para que o objetivo geral seja alcançado, os seguintes objetivos

específicos foram estabelecidos:

Identificar e analisar os Fatores Críticos de Sucesso na implantação de

Centrais de Serviços de TI, que estão descritos na literatura;

Realizar pesquisa de campo nas Instituições Federais de Ensino Superior

para confrontar os Fatores Críticos de Sucesso na implantação de suas

Centrais de Serviços de TI com os fatores identificados na literatura,

avaliando também seus respectivos graus de importância;

Consolidar uma lista de Fatores Críticos de Sucesso na implantação de

Centrais de Serviços de TI identificados na literatura com os identificados na

pesquisa de campo;

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22

Realizar uma avaliação das estratégias adotadas no tratamento dos Fatores

Críticos de Sucesso identificados na implantação de uma Central de Serviço

de TI de uma Instituição Federal de Ensino Superior, identificando seus

pontos fortes e fracos, bem como oportunidades de melhoria.

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Esta dissertação está organizada em seis capítulos. Este capítulo

introdutório que relata a motivação para o trabalho, o problema de pesquisa e os

objetivos do estudo. Os demais capítulos estão estruturados da seguinte forma:

O Capitulo 2 contempla a fundamentação teórica, que apresentando o

leitor sobre os conceitos fundamentais utilizados para melhor compreensão dos

conteúdos abordados nesta dissertação: Governança de TI, Gerenciamento de

Serviços de TI, Central de Serviços de TI, Fatores Críticos de Sucesso.

No Capítulo 3 é apresentada a metodologia de pesquisa, que contempla

os critérios metodológicos, as principais fases da pesquisa e o desenho da pesquisa.

O Capítulo 4 apresenta o levantamento e análise dos Fatores Críticos de

Sucesso referente à pesquisa de campo (survey), resultando na elaboração de uma

relação dos Fatores Críticos de Sucesso (FCS).

O Capítulo 5 tem finalidade de aplicar os resultados obtidos na pesquisa

(survey) e avaliar, em uma Instituição Federal de Ensino Superior, as estratégias

adotadas no tratamento dos Fatores Críticos de Sucesso, obtidas com a equipe de

implantação, identificando seus pontos fortes e fracos, bem como oportunidades de

melhoria.

No Capítulo 6, são apresentas a conclusão desta pesquisa com avaliação

dos resultados obtidos, bem como suas limitações e contribuições, encerrando com

sugestões de propostas para trabalhos futuros.

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23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo tem por objetivo apresentar a concepção de alguns autores,

reconhecidos como referência sobre os temas aqui estudados, obtida de suas

produções bibliográficas, além de descrever alguns conceitos fundamentais para o

esclarecimento acerca das matérias tratadas. O conteúdo dos textos está baseado

em uma revisão ad-hoc da literatura, com o objetivo de compor o referencial teórico

necessário para fundamentar a pesquisa realizada nas Instituições Federais de

Ensino Superior (IFES) brasileiras, que compreende uma investigação acerca dos

Fatores Críticos de Sucesso para a implantação de uma Central de Serviços de TI.

As considerações autorais, conceitos e definições fundamentais sobre as

matérias tratadas e descritas aqui, foram produzidas a partir do levantamento em

publicações literárias, técnicas e acadêmicas, em formato tradicional ou digital

(livros, revistas científicas, artigos, sites, teses acadêmicas ou outro meio), na forma

de uma revisão ad-hoc da bibliografia referenciada ao final deste trabalho. Desse

modo e de acordo com a relevância para o contexto, foi dado ênfase aos conceitos

de Governança de TI, Gerenciamento de Serviços de TI, (Information Tecnhnology

Infrastruture Library - ITIL), Central de Serviços de TI e Fatores Críticos de Sucesso,

considerados primordiais para uma melhor compreensão do conteúdo e dos

resultados desta pesquisa.

2.1 GOVERNANÇA DE TI

Para Weill e Ross (2006), a Governança de TI corresponde a um

ferramental para especificação dos direitos, decisões e responsabilidades, visando a

encorajar comportamentos desejáveis no uso da TI. Nesse sentido, esta definição

objetiva a captura de sua simplicidade dos direitos decisórios, sua responsabilidade,

e também sua complexidade, com o comportamento desejável que diferem de

empresa para empresa. A governança define quem toma decisão, ou seja, quem

tem o direito de decidir quanto a empresa deverá investir em TI.

De acordo o IT Governance Institute (2014), a Governança de TI é de

responsabilidade da alta gestão, apresentando aspectos ligados à liderança, a

processos e a estruturas organizacionais, que garantam um modelo de TI

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compatível com as estratégias e objetivos da organização. Afirma ainda que tal

premissa reforça o direcionamento das decisões de TI da alta administração, e,

simultaneamente, estabelece regras, organização e processos que conduzirão o uso

da Tecnologia da Informação na instituição.

De acordo com Gaseta (2011), a Governança de TI é uma prática

aplicável às Organizações públicas e privadas com o objetivo de proporcionar o

alinhamento da TI com o negócio. O desafio é gerenciar adequadamente os

elementos de TI e direcionar os investimentos de forma adequada, com a finalidade

de obter melhores resultados nos serviços prestados.

Segundo Melendez (2011), o principal desafio da Governança de TI é

manter a conformidade entre os serviços de TI e os negócios da organização,

permitindo gerar valor aos seus serviços e produtos, apresentando preços

competitivos e inovação.

De acordo com a ISO/IEC 38.500 (ABNT, 2009), a Governança de TI “é o

sistema pelo qual a utilização, atual e futura da TI, é dirigida e controlada”. Dessa

forma, entende-se que consiste em avaliar e direcionar o uso da TI para fornecer

suporte à organização e monitorar seu uso para realizar planejamento futuros,

através de estratégias e políticas de utilização da TI, no âmbito da organização.

Em função desta definição, podemos compreender a Governança de TI

como uma disciplina que procura orientar a TI para atender aos objetivos do

negócio, e que baseia-se no monitoramento, de modo contínuo, para verificar a

conformidade dela com o direcionamento empresarial, tomado pela gestão da

organização.

Em linhas gerais e segundo Fernandes e Abreu (2012), o principal

objetivo da Governança de TI é alinhar a TI aos requisitos do negócio, como também

fornecer soluções de apoio ao negócio, preservando a continuidade dos serviços e

minimizando a exposição do negócio aos riscos da TI. Em função deste objetivo

principal, foram identificados alguns outros objetivos, tais como:

Proporcionar o posicionamento da TI ao negócio, tanto em função das

aplicações, como também da infraestrutura de serviços de TI;

Promover a implantação e melhorias de processos operacionais e de gestão,

necessárias para atender aos serviços de TI;

Providenciar a implantação de mecanismos que assegurem a continuidade do

negócio contra interrupções e falhas;

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25

Promover a atribuição de regras claras para definir as responsabilidades

sobre decisões e ações relativas à TI.

Contudo, vale ressaltar que a introdução da Governança de TI numa

organização não deve estar focada unicamente em implantar os modelos

referenciais de melhores práticas, já consolidados mundialmente, tais como: Cobit,

ITIL, CMMI, etc. Dentro de uma ótica maior, a implantação de Governança de TI se

traduz como o estabelecimento de um ciclo de governança, como o apresentado na

Figura 2.1, e que é formado por quatro etapas: Alinhamento estratégico e

Compliance; Decisão, compromisso, priorização e alocação de recursos; Estrutura,

processos, operações e gestão; e Medição de desempenho (FERNADES E ABREU,

2012).

Incontestáveis são os benefícios obtidos com a aplicação das melhores

práticas de gestão de TI acima, e as empresas têm reconhecido cada vez mais que,

através delas podem reduzir custos, aumentar produtividade, aprimorar processos,

lucrar e diferenciar-se das demais. Entretanto, não se pode esquecer que para o

alcance de metas programadas e a obtenção de resultados palpáveis, é necessário

critério e equilíbrio para adaptar uma parcela do amplo conjunto de boas práticas

difundidas no mercado global, ao objetivo específico de negócio da organização,

seguindo meticulosamente todas as etapas recomendadas e fazendo um bom uso

de tais bibliotecas. (FELISBERTO, 2017)

Deve-se compreender que conhecer as orientações e regras das

melhores práticas é um passo importante, porém não suficiente para garantir a

obtenção de todos os seus objetivos e benefícios. Isto significa apenas a parte inicial

da caminhada rumo à solução para a implementação do processo de gestão de TI,

através da implantação da Governança de TI. Mais importante neste caminho é

entender quais, como e quando aplicar essas práticas. Uma gestão efetiva produzirá

informações de alto valor estratégico para auxiliar no poder de decisão, na obtenção

do retorno de investimentos e no alinhamento estratégico da empresa, fazendo com

que a área de TI conquiste a confiança das áreas de negócio, tornando-se parceira

na busca para atingir as metas organizacionais (FERREIRA E JONES, 2014).

Tomando-se como exemplo a ITIL, a sua adequada aplicação, não

proporcionará apenas benefícios a níveis operacionais, como o redesenho de

processos rumo à excelência na prestação de serviços, mas também contribui para

o posicionamento estratégico das organizações que a adotam, através da

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otimização do trabalho das equipes, do estreitamento do relacionamento com os

clientes, do cumprimento de prazos estabelecidos, gerando uma cultura de melhoria

contínua entre todos os envolvidos, possibilitando também a identificação de novos

projetos na área de TI e o alinhamento de seus serviços às necessidades da

empresa. (MAGALHÃES E PINHEIRO, 2010).

Para o êxito da implementação do processo de gestão de TI, os objetivos

do negócio e as estratégias traçadas para atingi-los devem ser devidamente

difundidos em todos os níveis organizacionais, especialmente para a área de TI,

para que o entendimento das necessidades do negócio possa ser traduzido em

ações de TI que gerem valor e forneçam os resultados esperados. Para isso, a

adoção de boas práticas pela empresa deve ser uma meta a ser conquistada de

forma efetiva e criteriosa, visando a criação de uma cultura de serviços voltada para

o negócio. Frameworks como ITIL, COBIT e PMBOK devem ser difundidos dentro

da área de TI e os profissionais incentivados a buscar não só o conhecimento, mas

principalmente a aplicação prática dos conceitos em conformidade com os objetivos

estratégicos da organização (FERREIRA E JONES, 2014).

Em resumo, na busca por um alinhamento da TI com o negócio e da

incorporação das estratégias ao planejamento de TI, não basta apenas apropriar-se

de termos e conceitos dessas práticas. Mas, principalmente, é necessário que os

conceitos sejam entendidos, aplicados e traduzidos em ações, criando assim uma

cultura de entrega de valor para o cliente e, consequentemente, para a organização,

dentro da gestão de TI.

Figura 2.1 – Ciclo da Governança de TI

Fonte: Fernandes e Abreu (2012).

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27

Ainda neste sentido, vale destacar que diversos mecanismos e

componentes são englobados pela Governança de TI, e, quando se integram de

uma forma lógica, possibilitam o planejamento de uma estratégia de TI, envolvendo

desde à concepção até à operação de produtos e serviços. A seguir, focaremos em

um dos subconjuntos do framework de Governança de TI, que permeia o

Gerenciamento de serviços TI, conforme apresentado na Figura 2.2.

Figura 2.2 – Framework de Governança de TI

Fonte: Adaptado de Pink Elephant (2005)

2.2 GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TI

As definições vistas na seção anterior deixam evidente a importância da

Governança de TI, mostrando que ela representa uma parte fundamental no

contexto do planejamento estratégico de TI das Organizações, e não somente uma

área de suporte aos processos das Organizações.

Portanto, o Gerenciamento dos Serviços de TI é parte integrante do

processo de Gestão da Tecnologia da Informação, pelo qual as suas diretrizes

estratégicas são definidas pela Governança de TI, que representa em si também um

diferencial competitivo, em função da crescente busca do mercado pela otimização

dos processos, redução de custos e riscos. Para isso, como já foi mencionado na

seção anterior, a Governança utiliza diversas ferramentas existentes e modelos de

melhores práticas, para auxiliar neste planejamento da gestão e, consequentemente,

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28

da implantação de serviços de qualidade, como por exemplo: o Cobit, o ISO, o ITIL

entre outras (MELENDEZ,2011).

Como veremos no decorrer desta seção, basicamente, um serviço é

constituído componentes essenciais: pessoas, processos e tecnologias. A gestão de

serviços trata-se, em suma, do gerenciamento conjunto de todas essas variáveis,

que deverão estar integradas entre si e estruturadas de acordo com o planejamento

estratégico da empresa, a que, de um modo geral, irá idealizar e conceber novos e

diferentes serviços, sempre buscando além da inovação, a qualidade elevada e a

eficiência operacional, vistos acima

Neste sentido existem várias definições para o elemento “serviços” na

literatura, podemos destacar algumas delas: Segundo a Information Technology

Infrastructure Library - ITIL (OGC, 2007), “serviço é um meio de entregar valor aos

clientes, facilitando os resultados que eles querem alcançar, sem que tenham que

assumir custos e riscos específicos”.

De acordo com a ABNT (2015a): “serviço é o resultado gerado por

atividades na interface fornecedor/clientes, e, por atividades internas do

fornecedor para atender às necessidades do cliente”.

Serviços de TI, segundo Magalhães e Pinheiro (2010), correspondem a

um conjunto de recursos de TI e não TI, sustentado por um provedor de TI, no qual o

objetivo é realizar as necessidades de um cliente (área de negócio) e suportar os

objetivos estratégicos do negócio da organização.

De acordo com a Information Technology Infrastructure Library - ITIL

(OGC, 2007), “Serviços de TI representam um serviço fornecido por um provedor de

serviços de TI. É composto de uma combinação de tecnologia da informação,

pessoas e processos”, conforme apresentado na Figura 2.3.

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Figura 2.3 – Composição de um Serviço de TI

Fonte: OGC (2007)

Segundo o entendimento de Melendez (2011), os serviços de TI são cada

vez mais essenciais para o negócio, constituindo, na maioria das vezes, diferenciais

competitivos e fatores críticos de sucesso da organização. Atualmente a área de TI

não é mais considerada meramente área de suporte técnico, e sim, uma unidade

organizacional que atua ativamente junto à alta gestão da organização.

Seguindo neste sentido, o Gerenciamento de Serviços de TI se

desenvolve para atender, de forma integrada, às necessidades das áreas

administrativas e de negócio nas Organizações. Um dos principais desafios desta

matéria é alinhar, e manter alinhados, os serviços de TI oferecidos à organização

com as metas estabelecidas pela cúpula da Administração organizacional,

priorizando a agregação de valor ao negócio (MAGALHÃES e PINHEIRO, 2010).

Da mesma forma, o componente Gerenciamento de Serviços de TI, para

a ITIL (Information Technology Infrastrutcture Library, 2011), se caracteriza pela

“implementação e gerenciamento da qualidade dos serviços de TI, de forma a

atender às necessidades do negócio”. Geralmente, é realizado por provedores de

serviços de TI, por meio da combinação adequada de: pessoas, processos e

tecnologia da informação.

De acordo com Melendez (2011), três aspectos vêm modificando a forma

de relacionamento entre cliente e empresas, com a implantação do Gerenciamento

de serviços de TI. Entre eles, estão os descritos a seguir:

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O acesso e a disponibilidade da informação e do produto;

A conformidade dos serviços, que envolve segurança, liberdade de escolha,

economia de tempo, de deslocamento e de custos;

A celeridade e objetividade na aquisição e aplicação de produtos e serviços.

Magalhães e Pinheiro (2010) complementam esta ideia, destacando a

importância do Gerenciamento de Serviços de TI como um instrumento para adoção

de uma postura proativa, com a alocação adequada e a gestão integrada de

recursos, qualidade percebida e mitigação de problemas, na entrega dos serviços.

Ainda dentro do mesmo contexto, na próxima seção, apresentamos os

modelos de Gestão de Serviços de TI propostos pelo conjunto de melhores práticas,

que incluem as abordagens, amplamente conhecidas e difundidas do ITIL e de uma

Central de Serviços de TI.

2.2.1 ITIL – Information Technology Infrastruture Library

A Biblioteca ITIL foi desenvolvida pela CCTA (Central Computing and

Telecommunications Agency), que foi a agência de processamento de dados e

telecomunicações do Governo Britânico. Esta Instituição foi fundida com a atual

OGC (Office of Government Commerce), que agora é a nova proprietária da ITIL. A

OGC é um Órgão do Governo Britânico - o Ministério do Comércio, Indústria e

Turismo - e seu objetivo é desenvolver metodologias e criar padrões, procurando

otimizar, ou, pelo menos, melhorar os processos internos das empresas. Com o seu

surgimento em 1980, as Organizações e outras entidades do governo perceberam

que as práticas sugeridas poderiam também ser aplicadas aos processos de TI

(FERNANDES e ABREU, 2012).

Em 1990, porém, a ITIL se tornou um modelo, de fato, em todo o mundo,

e a partir disto, ocorreram várias modificações nos padrões de outros fornecedores.

Em virtude disto, com o aumento do grau de importância que a ITIL começou a

adquirir, o Governo britânico resolveu transferi-la para o controle do OGC (Office of

Government Commerce). Em 1991 foi criado o itSMF, que representa uma

comunidade, cuja proposta é a difusão, a nível global, destas práticas.

Em 2002 foi lançada a segunda versão da ITIL (ITIL V2), reduzindo sua

antiga biblioteca composta por 40 livros, para apenas 8, e, neste momento, a ITIL se

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consagrou como um padrão de referência para o gerenciamento de serviços de TI

em todo o mundo. Em 2005 a norma BS 15000 foi transformada em ISO 20000, e

também, foi criada a primeira certificação internacional para sistemas de

gerenciamento de serviços de TI. A partir desse ano, milhares de Organizações em

todo o mundo já estavam adotando as boas práticas recomendadas pela ITIL,

apresentando um montante de mais de 60.000 profissionais certificados neste

padrão.

De acordo com Magalhães e Pinheiro (2010), o OGC iniciou um projeto

chamado de ITIL Refresh, que nada mais era do que uma revisão de sua estrutura

inicial, a qual já não mais refletia a realidade das Organizações atuais. Para isso,

foram selecionados vários especialistas de diversas empresas, Organizações e

Universidades, para desenvolver uma nova versão para a ITIL.

No ano de 2007, a ITIL teve sua versão original revisada e reestruturada

pelo Information Technology Service Management Forum (itSMF), organização

internacional independente, composta por usuários, fabricantes e Instituições

públicas e privadas. Nesta nova versão, intitulada ITIL V3, houve a incorporação de

todo conhecimento da versão anterior, que foi difundido em cinco livros, através dos

quais é abordado o ciclo de vida do gerenciamento de serviços de TI (MELENDEZ,

2011).

Em sua atualização mais recente, sua publicação possui apresentação

em cinco livros, onde cada um deles está relacionado a um estágio do ciclo de vida

do serviço, contendo orientações para a abordagem integrada do gerenciamento de

serviços (CESTARI, 2011).

Este conjunto de melhores práticas está constantemente em evolução,

onde a mais recente atualização da ITIL V3, para a versão 2011, foi realizada com o

intuito de produzir algumas correções e melhorias. Estas revisões periódicas, para

os principais livros da biblioteca, possuem previsão de realização em uma

frequência de 3 a 5 anos, com o objetivo de acompanhar as novas tendências do

mercado. Na próxima Figura 2.4, pode-se observar a evolução da ITIL, no que se

refere ao Gerenciamento de Serviços de TI.

De acordo com Cestari (2011), a ITIL se apresenta como alternativa de

referência entre as melhores práticas indicadas, no que se refere ao gerenciamento

de serviços de TI, por ser um framework focado em processos, objetivando

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qualidade, segurança e confiabilidade, respaldado positivamente pela maioria das

Organizações que o adotam.

Figura 2.4 – Evolução da ITIL em função do Gerenciamento de Serviços

de TI

Fonte: Pinheiro (2013)

Na mesma linha, entendendo que a ITIL reúne as melhores práticas

orientadas ao gerenciamento de serviços, descreve que é constituída por um

conjunto de cinco macroprocessos ou fases, que se integram em uma sequência

lógica, onde cada um deles apresenta um subconjunto de processos. Cada

subconjunto, por sua vez, contém objetivos específicos, diretrizes, pré-requisitos,

podendo alguns deles ser desmembrados em novos subprocessos e atividades

(MELENDEZ, 2010).

Segundo Magalhães e Pinheiro (2010), os processos da ITIL

proporcionam o uso de boas práticas, podendo ser adotados pelos departamentos

de TIC independentemente da estrutura da organização. A vantagem de se usar

estas boas práticas está no fato das mesmas já terem sido testadas, proporcionando

um ganho de tempo e um retorno mais rápido sobre os projetos relativos à gestão de

serviços.

Para o ITIL, o ciclo de vida dos serviços é um modelo que fornece uma

visão dos estágios do serviço, desde a sua concepção até sua retirada. Para

entendermos, partimos do princípio de que os serviços “nascem”, se desenvolvem,

são direcionados para operação, e, um dia, “morrem”, e daí, para acompanhar este

ciclo, se faz necessário gerenciar estes serviços. Um dos pontos-chave é

compreender que os serviços devem gerar valor ao negócio, e, para isso, o ITIL

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33

define um serviço como um meio de entregar valor ao cliente, encaminhando o

processo de busca pelos resultados que ele deseja alcançar, sem ter que assumir

altos custos e riscos. O ITIL foca especialmente na perspectiva do cliente, visando o

alcance da eficiência e eficácia nas operações. As ações de TI têm que

necessariamente ser direcionadas para que o serviço gere valor ao cliente.

Fernandes e Abreu (2012) afirmam também que a ITIL, com a utilização

da abordagem do ciclo de vida do serviço, permite que se tenha uma visão do

gerenciamento do serviço pelo ângulo do próprio serviço, em vez de focar em cada

processo. Em consequência disso, compreendem que sua principal característica e

objetivo seria medir e gerenciar o valor que o serviço de TI efetivamente irá agregar

ao negócio.

Em paralelo, Magalhães e Pinheiro (2010) destacam algumas das

vantagens que uma organização poderá adquirir ao adotar o modelo ITIL:

Melhorar a satisfação do cliente, visto que a área de TI passa a conhecer e

fornecer o que eles realmente esperam;

Facilitar o gerenciamento de serviços de TI;

Melhorar a qualidade dos serviços de TI, tornando-os mais confiáveis;

Oferecer uma linha de trabalho consistente, padronizada e eficiente;

Diminuir os custos operacionais de entrega e manutenção dos serviços de TI;

Melhorar a demanda da organização, em relação à qualidade e ao custo dos

serviços de TI;

Aumentar a satisfação de todos os envolvidos, ao definir claramente as metas

e expectativas;

Melhorar a utilização dos recursos de TI;

Reduzir os custos relacionados a incidentes e problemas.

Estes resultados deverão ser alcançados através de medidas adotadas

nas Organizações, e a partir deles, haverá a indicação se o gerenciamento dos

serviços de TI está no caminho certo entre o alinhamento estratégico da TI e a área

de negócios da empresa, e como consequência, os custos deverão ser reduzidos e

o retorno dos investimentos na área de TI obtidos.

Segundo Mansur (2007), os três grandes fatores motivadores, que

proporcionam que a ITIL produza excelentes resultados para as empresas são: no

aspecto financeiro, na qualidade e competitividade. Neste sentido, a adoção das

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34

melhores práticas da ITIL proporciona uma capacidade maior de gerenciamento e

controle dos processos e atividades referente aos serviços TI, um melhor

acompanhamento da utilização da TI pelos clientes e usuários, e, por fim, um

completo entendimento dos sistemas e infraestrutura de TI da organização. A

supervisão e monitoramento da TI possibilita ao seu gestor definir métricas e avaliar

resultados. Resultados estes a serem apresentados à alta administração, com o

propósito de lhe fornecer um melhor entendimento global da empresa, relativo às

áreas detentoras de potencial para investimentos e vantagens competitivas.

O padrão ITIL representa um modelo orientado às melhores práticas, que

vem impulsionar um novo estilo de desempenho às áreas de TI, estabelecendo uma

melhoria de maturidade dos processos de gerenciamento de serviços de TI

(MELENDEZ, 2011).

2.2.1.1 Ciclo de Vida do Serviço no ITIL

O ciclo de vida do serviço é um modelo estrutural que fornece uma visão

dos estágios do serviço desde sua concepção até sua retirada, atualmente é tratado

como uma forma de estruturar o gerenciamento de serviços do ITIL, considerando

as melhores práticas.

De acordo com o ITIL, o ciclo de vida do serviço, como apresentado na

Figura 2.5, tem como eixo central a estratégia do serviço, que define a perspectiva,

posição, planos e padrões que um provedor de serviço de TI precisa observar, para

executar o atendimento a fim de atingir os resultados de negócios esperados de uma

organização. Esta etapa orientará todas as demais fases, como: desenho do serviço,

transição do serviço, operação do serviço, e, envolvendo todas as fases anteriores,

a melhoria contínua. Um dos principais objetivos do ciclo de vida do serviço é alinhar

a TI com os objetivos do negócio.

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35

Figura 2.5 – Modelo do ciclo de vida do Gerenciamento de Serviços de TI/ ITIL.

. Fonte: TSO – The Stationery Office – OGC (2007)

ESTRATÉGIA DO SERVIÇO: é o ponto de partida para o estabelecimento de

modelos de planejamento estratégico e de gerenciamento de serviços de TI.

No ITIL, esta fase se posiciona como o núcleo do modelo de gerenciamento

de serviços. Sua principal finalidade é alinhar os serviços de TI aos negócios

da organização.

DESENHO DO SERVIÇO: Esta fase é responsável pelo detalhamento e

projeção para os níveis táticos e operacionais de todas as definições geradas

na fase de estratégia de serviços. Esta fase representa a etapa essencial do

processo global de mudança e aperfeiçoamento de negócios da organização.

TRANSIÇÃO DE SERVIÇO: O propósito desta fase é garantir que os serviços

novos e modificados atendam às expectativas do negócio, conforme definidos

nos estágios de estratégia e desenho do serviço. Ela tem o objetivo de

planejar e gerenciar mudanças nos serviços de forma eficiente e eficaz,

gerenciar os riscos envolvidos, implementar com sucesso a liberação dos

serviços e garantir que os serviços criarão valor ao negócio.

Os serviços são sequencialmente desenvolvidos, testados e liberados de

forma controlada. Nesta fase os serviços são transferidos para o ambiente de

operação.

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36

OPERAÇÃO DE SERVIÇO: Esta fase tem por finalidade gerenciar os

serviços em produção, para garantir que seus objetivos, estabelecidos

previamente, sejam alcançados. Ela é responsável por conduzir, controlar e

gerenciar os processos compreendidos na operação do serviço de TI, como

também por prover o suporte e a entrega destes serviços às unidades de

negócios e usuários.

MELHORIA CONTÍNUA DE SERVIÇOS: O objetivo principal nesta fase é

realizar uma avaliação dos serviços em produção e identificar formas de

melhorar sua utilidade, buscando preservar o suporte aos usuários, alinhado

aos objetivos do negócio. Nesta fase devem ser identificadas as

oportunidades de melhoria nos serviços. É muito importante salientar que a

melhoria continuada não deve começar somente após a fase de operação.

Essa melhoria deverá ser buscada, de forma permanente, de modo que

ocorra sistematicamente em todo o ciclo de vida dos serviços.

A Figura 2.6 apresenta as interações e relacionamentos que ocorrem

entre as fases do Ciclo de Vida do serviço no ITIL.

Cada fase do ciclo de vida do serviço possui um conjunto de processos,

sendo que a fase Operação do Serviço contempla também quatro funções, conforme

mostrado na Quadro 2.1.

No que se refere à pesquisa, objeto deste trabalho, cujo objetivo principal

consiste em levantar os Fatores Críticos de Sucesso e sua importância na

Implantação de uma Central de Serviços de TI em IFES, é necessária uma

priorização e um estudo mais aprofundado na etapa específica da Operação de

Serviços, por se tratar de um conteúdo ligado diretamente a essa fase.

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37

Figura 2.6 – Fases do Ciclo de Vida do Serviço no ITIL

Fonte: Adaptado de OGC (2007)

Segundo Fernandes e Abreu (2012), Operação de Serviços é uma fase

extremamente crítica, no âmbito do ciclo de vida do serviço, considerando que

envolve a gestão das atividades operacionais diárias, as quais poderão

comprometer totalmente a disponibilidade do serviço. Isto se verifica, ainda que nas

fases anteriores ela tenha sido bem projetada e sua implementação tenha sido um

sucesso, quando levada para produção.

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38

Quadro 2.1 – Publicações, Processos e Funções do ITIL

Fonte: Fernandes e Abreu (2012)

Desse modo, de acordo com a biblioteca do ITIL (2011), a fase Operação

de Serviços tem o propósito de coordenar, realizar as atividades e processos

necessários, para fornecer e gerenciar serviços de TI, em níveis acordados com os

usuários e clientes do negócio. Ela é responsável por fornecer mecanismos

eficientes e eficazes para gerenciar os processos de requisição de serviços, eventos

e incidentes. É composta por uma unidade funcional chamada Central de Serviços,

que tem o papel de fornecer o suporte técnico de TI aos usuários e clientes, cuidar

da manutenção do atendimento à organização e aos clientes, com o maior nível de

desempenho possível, de acordo com os recursos disponíveis, além de medir e

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39

reportar a performance do suporte aos serviços à gestão Organizacional (OGC,

2007).

Outro ponto a se destacar nesta fase, que é considerado um desafio, é

supervisionar os processos, funções e atividades que se destinam à entrega dos

serviços, adequando-os aos níveis preestabelecidos, dentro de um ambiente

propenso a mudanças, com uma certa frequência, e, muitas vezes, imprevisíveis.

Uma das tarefas essenciais desta etapa é descobrir o ponto de equilíbrio entre as

prioridades comumente conflitantes das partes envolvidas, mantendo o objetivo

originalmente traçado de minimizar os riscos.

Esta fase Operação de Serviço é formada por um conjunto de cinco

processos, que são: gerenciamento de eventos, gerenciamento de incidentes,

gerenciamento de problemas, cumprimento de requisição e gerenciamento de

acesso.

Gerenciamento de eventos: processo que tem a finalidade de monitorar todos

os eventos que ocorram na infraestrutura de TI, para atestar a normalidade da

operação, possibilitando a detecção de ocorrências e seus relacionamentos,

como também, atuações apropriadas de controle.

Gerenciamento de incidentes: processo responsável por assegurar que, após

a ocorrência de um incidente, a restauração da operação normal de um

serviço de TI seja realizada, no menor tempo possível, de forma a diminuir os

impactos adversos para o negócio, garantindo a qualidade e a disponibilidade

dos serviços.

Gerenciamento de problemas: processo que atua minimizando os impactos

adversos causados pelos incidentes e problemas ao negócio, eliminando

incidentes recorrentes, podendo ainda atuar de forma reativa ou proativa.

Cumprimento de requisição: processo responsável por disponibilizar um

canal, através do qual tratará as requisições dos usuários e clientes, que não

foram geradas através de incidentes, mas que foram geradas a partir de uma

solicitação de serviço padrão, para aqueles serviços aos quais já existam

aprovações pré-definidas.

Gerenciamento de acesso: o propósito deste processo é controlar o acesso

do usuário ao direito de utilizar os serviços, pelo qual visa liberar a permissão

ou bloquear o direito de uso. Consiste na aplicação de políticas e ações

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definidas nos processos da disponibilidade e do gerenciamento da segurança

da informação.

A fase Operação de Serviço também é constituída por funções, que a ITIL

define como sendo uma equipe ou grupo de pessoas com responsabilidade de

conduzir um ou mais processos ou atividades, cuja finalidade é assegurar que os

sistemas de TI, componentes e instalações funcionem adequadamente.

Existem quatro funções que vão atuar no ambiente operacional de TI, que

são: Central de Serviços, Gerenciamento Técnico, Gerenciamento de Operações de

TI e Gerenciamento de Aplicativos. O objetivo deste trabalho está relacionado à

implantação de uma Central de Serviços de TI, razão pela qual esta função será

abordada com maiores detalhes na seção 2.3.

2.3 CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI

A Central de Serviços possui como objetivos principais, gerenciar e

coordenar as requisições de serviço, e, resolver incidentes da forma mais célere

possível, além de assegurar que nenhuma solicitação seja perdida, esquecida ou

ignorada. Esta unidade funcional é geralmente utilizada para fornecer um trabalho

de suporte às diversas áreas de TI da organização (MAGALHÃES E PINHEIRO,

2010).

De acordo com a biblioteca do ITIL (2011), a Central de Serviços de TI é

uma unidade funcional que engloba vários tipos de serviços de TI. Ela deve

funcionar prioritariamente como um ponto de contato entre o usuário e o suporte de

serviços de TI. O foco primário é restabelecer os serviços para o usuário o mais

rápido possível (OGC, 2007).

Na prática, o escopo de abrangência da Central de Serviços vai além do

ponto único de contato (PUC), em inglês, Single Point Of Contact - (SPOC). Ela

representa uma função vital para que haja uma comunicação efetiva, eficiente e

eficaz entre os usuários de serviços de TI e as unidades técnicas que são

provedoras desses serviços e recursos (MELENDEZ, 2011).

Neste sentido Cohen (2008), afirma que a Central de Serviços de TI

dispõe de uma gama de serviços, através da qual oferece uma abordagem global de

seu atendimento. Isto permite que os processos de negócios sejam integrados aos

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processos que compõem o gerenciamento dos serviços de TI. A finalidade não é só

atender requisições, consultas, incidentes e problemas, mas representar uma ponte

de comunicação entre atividades diversas e demais áreas de TI da organização. Isto

amplia seu escopo de atuação, envolvendo atividades como: requisições de

mudanças, gerenciamento de contratos de manutenção, licenciamentos de produtos

de software, solicitações de serviços, gerenciamento de cronograma de

manutenção, entre outras.

Do ponto de vista de Melendez (2011), a Central de Serviços TI tem como

objetivo assegurar a execução e o gerenciamento de todas as demandas dos

usuários, por meio de indicadores de níveis de serviço, previamente acordados.

Estes mensuram e avaliam a qualidade, o desempenho, a disponibilidade e a

continuidade dos serviços solicitados.

A seguir estão descritos alguns dos principais objetivos de uma Central de

Serviços de TI, de acordo com Cohen (2008):

Registrar todas as requisições relevantes referentes à TI;

Estabelecer a categorização e priorização para cada requisição;

Fornecer suporte de primeiro nível;

Realizar investigação e diagnóstico inicial de incidentes;

Escalonar requisições para grupos técnicos responsáveis, quando

necessário;

Resolver incidentes, no caso de possuir competência para tal;

Manter os usuários informados sobre a situação de suas requisições;

Encerrar todas as requisições resolvidas.

2.3.1 Evolução da Central de Serviços

Nos dias atuais as Organizações estão cada vez mais dependentes da TI,

e com isso, têm uma necessidade cada vez maior da disponibilidade e atendimento

aos serviços de TI. Para obter os objetivos esperados pelos clientes, usuários e pela

estratégia dos negócios de uma organização, no que se refere aos serviços de TI,

muitas Organizações têm criado um ponto único de contato (SPOC – Single Point of

Contact), para a recepção da demanda de seus usuários e clientes. Este tipo de

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42

função é conhecida através de várias denominações, sendo algumas habitualmente

mais utilizados como:

Central de Suporte (Help Desk);

Centro de Contatos (Contact Center);

Central de Serviços (Service Desk).

Como já mencionado anteriormente, para Magalhães e Pinheiro (2010),

no caso da Central de Suporte (Help Desk), seus objetivos fundamentais seriam

gerenciar, coordenar e resolver incidentes, o mais rápido possível e assegurar que

nenhuma solicitação deva ser perdida, esquecida ou ignorada. O inter-

relacionamento entre o processo de gerenciamento de configuração e as

ferramentas de gerenciamento do conhecimento são geralmente utilizados para

fornecer um trabalho de suporte às diversas áreas da TIC.

Já para a Central de Contatos (Contact Center), o objetivo principal

consiste no atendimento profissional de grandes volumes de transações, baseadas

em vários tipos de chamados, sejam efetuados por via telefônica, e-mail,

ferramentas próprias de chamados ou através de redes sociais. Todos estes

atendimentos estariam relacionados a setores com foco, por exemplo, na área

tecnologia da Informação, de comunicação, financeira, de seguros e promoções,

entre outras (MAGALHÃES e PINHEIRO, 2010).

No mesmo seguimento, a referência utilizada para Central de Serviços

(Service Desk), que, no caso, é definida como uma função ou departamento em que

o suporte é realizado através de uma única porta de entrada, pela qual dispõe de

uma gama de serviços. Esta conceituação considera uma abordagem de âmbito

global, focada por atendimento em diferentes tipos de especialidades na área de TI,

permitindo que os processos de negócios sejam integrados aos processos que

compõem o gerenciamento dos serviços de TI. Neste caso, o cumprimento do

serviço não compreende apenas a resolução de incidentes, problemas e consultas,

mas abrange também o compromisso de estabelecer uma ponte de comunicação

entre outras atividades do negócio e as demais áreas de TIC, que atuam no contexto

da requisições de mudanças, contratos de manutenção, licenciamentos de produtos

de software, solicitações de serviços, cronograma de manutenção, mudanças

realizadas na infraestrutura de TIC e outros similares (MAGALHÃES e PINHEIRO,

2010).

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43

Muitas Organizações vêm atualizando seus Centros de Atendimento,

através de uma política orientada à migração e ampliação dos serviços prestados

aos seus usuários, clientes, e, consequentemente, ao negócio como um todo. A ITIL,

depois de sua primeira revisão, evoluiu a abordagem de uma perspectiva de Central

de Suporte para Central de Serviços, e, é assim que tal órgão deverá ser tratado, de

agora em diante, por Central de Serviços de TI (MELENDEZ, 2011).

Uma Central de Serviços é o principal ponto de interface operacional

entre a área de TI e os usuários de seus serviços. Ela é responsável pela primeira

impressão que a área de TI dará a seus usuários, quanto à necessidade de

interação, quer seja para a solicitação de um serviço ou esclarecimento sobre o

modo de interação com o serviço de TI, ou até, para comunicação de um erro em

um serviço de TI. A primeira impressão é, na maioria das vezes, responsável em

grande parte pela determinação de percepção do desempenho e da atitude da área

de TI, influenciando no índice de satisfação dos usuários com os serviços de TI

prestados (MAGALHÃES e PINHEIRO, 2010).

Um exemplo de configuração de uma Central de Serviços de TI padrão é

apresentado na Figura 2.7.

Figura 2.7 - Central de Serviços de TI Padrão

Fonte: Adaptado de Magalhães e Pinheiro (2010)

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2.3.2 Motivadores para Implantação de uma Central de Serviço

Os principais motivadores para uma organização implantar uma Central

de Serviços de TI, segundo Magalhães e Pinheiro (2010), são os seguintes:

Um ponto único de contato com a área de TI, para os usuários e clientes de

seus serviços, ou seja, estabelecer um Ponto Único de Acesso (Single Point

Of Contact – SPOC), simplificando o dia a dia dos demandantes, em relação

ao suporte em todas as áreas de conhecimento da TI. Com isso, a Central de

Serviços terá total controle sobre todas as solicitações recebidas, podendo

assim melhorar a gestão sobre a atuação da TI na organização;

Implantar um suporte técnico de alta qualidade, dedicando uma equipe de

profissionais especializados para promover suporte aos serviços de TI;

Assegurar o atendimento a todos os registros de chamados e o

acompanhamento dos indicadores de desempenho relacionados a esse

atendimento, permitindo contabilizar adequadamente o custo do suporte

realizado a cada serviço de TI;

Criar um suporte à comunicação das mudanças relacionadas com os serviços

de TI;

Desenvolver uma cultura de conhecimento dos usuários e suas

necessidades, referentes aos serviços de TI, partindo do princípio de que,

com os registros de todas as chamadas e procedimentos executados, é

possível realizar uma análise histórica de clientes, usuários e solicitações.

Isso permitiria gerar um planejamento de ações específicas para melhorar a

interação entre estes usuários e o provedor de serviços de TI;

Contribuir para aumentar a satisfação dos usuários e clientes com os serviços

prestados pela área de TI, além de contribuir para a implantação de uma

padronização no atendimento e para a percepção de uma postura profissional

mais adequada frente aos usuários.

2.3.3 Tipos de Arquitetura de Centrais de Serviços

Em função do tamanho da organização, do grau de distribuição da sua

estrutura organizacional e do nível de heterogeneidade da sua infraestrutura

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45

tecnológica de TIC, podemos optar por diversas configurações de arquiteturas

associadas à Central de Serviços de TIC. Sua arquitetura pode ser classificada

como local ou centralizada. No caso da arquitetura centralizada, com o uso de novas

tecnologias, é possível dividi-la em duas categorias denominadas: Central de

Serviços Virtual e Central de Serviços Siga o Sol (Follow the Sun) (Cohen, 2011).

Geralmente as Organizações preferem manter Centrais de Atendimento

locais, por regiões, isso geralmente ocorre devido à cultura regionalista. Este tipo de

arquitetura, porém, não é muito aconselhável, porque gera um maior custo e dificulta

a instituição de procedimentos de padronização.

Segundo Melendez (2011), a Central de Serviços é uma unidade

funcional composta por uma equipe responsável por executar uma variedade de

eventos relacionados a serviços, geralmente realizados através de chamadas

telefônicas, via e-mail, via interface web ou ainda reportados remotamente. A

biblioteca ITIL prevê que a função da Central de Serviços de TIC pode ser

estruturada, no mínimo, por três tipos distintos de arquitetura.

Central de Serviços Local

A arquitetura de uma Central de Serviços local é encontrada em algumas

Organizações, que decidem optar por uma unidade de Central de Serviços em cada

localidade onde a organização dispõe de uma filial. Geralmente seus custos são

rateados pelos diversos departamentos que utilizam os serviços em determinada

filial ou localidade. Este tipo de arquitetura possibilita um relacionamento próximo

entre a Central de Serviços e o usuário, facilitando o processo de comunicação; por

outro lado, há o aumento dos custos, pela necessidade de replicar todos os recursos

relacionados à infraestrutura, hardware, software e pessoal, para cada localidade,

conforme apresentado na Figura 2.8 (MELENDEZ, 2011).

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46

Figura 2.8 - Central de Serviços Local

Fonte: Adaptado de Magalhães e Pinheiro (2010)

Central de Serviços Centralizada

A Central de Serviços centralizada ou compartilhada apresenta

características e recursos que ocorrem, geralmente em outras unidades

administrativas da organização (tais como Recursos Humanos, Finanças, Logística e

outros), os quais se concentram em uma unidade operacional na matriz e dão

suporte a outras filiais.

Geralmente este tipo de Central de Serviços é instalado em um único

local e presta seus serviços a todos os usuários de TI da organização, estejam eles

localizados em qualquer parte ou filial dela. Geralmente as entregas dos serviços

são acordadas nos níveis pré-estabelecidos de ANS. Este tipo de arquitetura

proporciona uma otimização de recursos e capacidade, possibilitando, com este

modelo, obter redução do custo operacional e melhoria no gerenciamento de

serviços de TI, conforme apresentado na Figura 2.9 (MAGALHAES E PINHEIRO,

2010).

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Figura 2.9 - Central de Serviços Centralizada

Fonte: Adaptado de Magalhães e Pinheiro (2010)

Central de Serviços Virtualizada

Este tipo de Central geralmente é encontrado em Organizações que

apresenta sua estrutura de suporte de TI distribuída nas quais são espalhados

geograficamente por diversos países ou regiões. Nesta arquitetura de central, o

usuário sabe como acessar a central de serviços de TI, mas não necessariamente

saberá a partir de qual localidade estará sendo atendido. Neste tipo de arquitetura

uma das principais vantagens, é ter equipes de ilhas especialização em determinada

localidade. Neste sentido o chamado será direcionado virtualmente, de acordo como

o tipo de especialidade de suporte que o usuário deseje. Outras vantagens desse

tipo de arquitetura são: aumentar a capacidade do nível de atendimento, otimizar os

custos, aumentar o nível de disponibilidade e a escalabilidade.

Outro tipo de arquitetura de Central de Serviços é uma combinação entre

centrais centralizadas e virtuais follow the Sun, como apresentada na Figura 2.10,

na qual realizará o atendimento durante as 24 horas do dia, pelos 7 dias da semana,

com um custo relativamente baixo. No momento em que o usuário realizar o

chamado, a Central de Serviços de TI virtual irá direcionar para um atendimento que,

em função do horário, poderá estar numa posição geográfica bastante diferente da

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origem do chamado. Neste caso, para que este tipo de Central funcione

adequadamente, é preciso observar algumas premissas fundamentais, como a

existência de: processos em comum, uma ferramenta única de suporte, banco de

dados compartilhados e cultura e idioma em comum (MAGALHAES E PINHEIRO,

2010)

Figura 2.10 - Central de Serviços Centralizada Virtualizada

Fonte: Adaptado de Magalhães e Pinheiro (2010)

De acordo com o tamanho da organização, o nível de distribuição da sua

estrutura organizacional e grau de heterogeneidade de sua infraestrutura de TI,

podem ser definidas entre as diferentes arquiteturas de Central de Serviços

existentes como apresentada na Quadro 2.2, pela qual é demostrada uma proposta

de seleção.

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Quadro 2.2 - Arquitetura da Central de Serviços

Tamanho da

organização

Estrutura

Organizacional

Heterogeneidade

Infraestrutural

Arquitetura da Central de

Serviços

Pequena Centralizada Baixa Local

Pequena Centralizada Elevada Local

Pequena Distribuída Baixa Centralizada

Pequena Distribuída Elevada Centralizada

Grande Centralizada Baixa Local

Grande Centralizada Elevada Centralizada

Grande Distribuída Baixa Centralizada/Virtualizada

Grande Distribuída Elevada Virtualizada

Fonte: Magalhães e Pinheiro (2010)

2.3.4 Escalonamento por Níveis de Atendimento

Numa Central de Serviços o atendimento ao usuário pode ser organizado

de forma a ser distribuído em equipes, de acordo com seu grau de especialização,

com o objetivo de otimizar o cumprimento dos serviços ou incidentes. Em geral, de

acordo com a recomendação das melhores práticas, a estrutura de suporte aos

usuários é dividida em torno de 3 (três) níveis de atendimento, na seguinte

classificação: 1º, 2° e 3° nível (OGC,2011).

Segundo Magalhães e Pinheiro (2010), os níveis de atendimento de

suporte técnico correspondem às categorias de técnicos que colaboram para

resolver incidentes, encaminhar requisições de serviço ou esclarecer dúvidas. Na

maioria das Centrais de Serviços, o primeiro nível de atendimento, após receber

treinamento adequado, é responsável pela recepção das demandas, via telefone, e-

mail, ferramenta de chamados ou pessoalmente, pelo usuário, e é composto por um

grupo de atendentes que tentará resolver a solicitação durante o próprio contato

inicial com o usuário, recorrendo para isso, ao uso de ferramentas complementares

de apoio (base de conhecimento, aplicativos de software, sistemas de suporte

remoto, etc..).

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O segundo nível de atendimento, em geral, é composto por técnicos que

possuem um maior grau de especialização, dispõem de maiores conhecimentos

sobre o problema em questão. É representado por técnicos das áreas especialistas,

como por exemplo, integrantes da equipe de infraestrutura de redes ou de

manutenção de softwares.

Já o 3º terceiro nível de atendimento é composto por integrantes com um

nível ainda maior de especialização, podendo ser representado, ainda, por uma

equipe que realize o atendimento em campo, que vai até o local do usuário para

solucionar um problema registrado ou também podendo chegar até à característica

da exclusividade, tais como: fabricantes de hardwares ou softwares, consultores

contratados e prestadores de serviço.

Neste sentido, Melendez (2011) afirma que o escalonamento hierárquico

dos serviços de suporte, de requisição de serviços, e também, de sugestões ou

reclamações de usuários são realizados com base na matriz de responsabilidade,

previamente estabelecida por um comitê executivo, composto pelos dirigentes da

Central de Serviços, da área de TI e de mais algumas áreas de negócios da

organização. Este tipo de escalonamento funcional dos serviços de suporte de TI

pode ser realizado em vários níveis, tantos quanto forem necessários e adequados,

dependendo das seguintes características da Central de Serviços de TI:

Volume e tipologia de demanda de usuários;

Complexidade dos serviços de TIC entregues;

Porte da organização;

Dispersão geográfica da organização;

Complexidade dos incidentes;

Horários de recebimento das demandas;

Perfis dos usuários.

Pode-se classificar a estrutura de escalonamento por níveis atendimento

mais comum em uma Central de Serviços de TI, como apresentada na Quadro 2.3.

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Quadro 2.3 - Estrutura de Escalonamento por Níveis de Atendimento

Níveis Conceituação de Objetivos

1º Nível

Tem o objetivo de responder à maioria das dúvidas e fornecer orientações, bem como identificar, diagnosticar e resolver os incidentes que tenham uma solução conhecida, reportados pelos usuários. É realizado por profissionais com formação em manutenção ou suporte de itens de configuração, com habilidade em teleatendimento, que utilizam uma base de conhecimento informatizada contendo diagnósticos pré-estabelecidos. Esse serviço é disponibilizado por meio de telefone, e-mail, web chart e acesso remoto ao computador por meio de software especializado.

2º Nível

Trata-se também de serviço de telessuporte, com as mesmas características do 1° nível, porém, agora, com apresentação de soluções mais complexas e especializadas; trata de soluções que exigem conhecimento mais profundo e maior tempo de trabalho.

3º Nível

Também conhecido como atendimento presencial ou atendimento de campo. Tem como finalidade dar suporte técnico e manutenção de computadores e equipamentos eletrônicos cujas falhas ou incidentes não podem ser resolvidos no 1º nível. Geralmente é realizado por profissionais com formação de manutenção ou suporte e habilidade de relacionamento presencial com o usuário. Esses serviços são executados no local ou encaminhados a um laboratório, sendo sempre documentados por um sistema de gerenciamento de Ordem de Serviço pela equipe de suporte nível 1º nível. Neste tipo de atendimento, o pessoal de telessuporte fará o registro de todos os recursos utilizados para a resolução do problema do sistema ou equipamento, bem como informações gerais sobre o atendimento, como: tempo de atendimento, tipo de incidente, solução implementada e encaminhamento realizado.

Fonte: Melendez (2011)

Escalonamento para Primeiro Nível

De acordo com Cohen (2008), existem dois tipos de estrutura tradicionais

para o suporte de primeiro nível: o Solucionador e o Direcionador.

O estilo solucionador tem como objetivo eliminar os incidentes no próprio

momento do atendimento, providenciando sua solução de forma imediata; neste

caso, o reestabelecimento do incidente será realizado o mais rapidamente possível e

a ação é positiva para o negócio da empresa. Esse tipo de escalonamento tem o

objetivo de resolver as demandas assim que elas forem sendo recebidas, e, para

isso, os técnicos têm de estar aptos e capacitados a realizar as suas funções

(COHEN, 2008).

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52

Para que este estilo opere de modo eficiente é essencial que os técnicos

disponham de:

Treinamento adequado nos produtos a que prestam suporte, para

conhecerem suas particularidades e colaborarem para a solução do problema

do usuário;

Uma base de conhecimento como recursos de pesquisa para localizar a

solução definitiva ou o procedimento de contorno para o problema;

Ferramenta de controle remoto das estações, o que evita ouvir o usuário

informando a mensagem de erro em inglês, tornando mais difícil o

reconhecimento do problema; com a ferramenta, o operador visualiza

imediatamente a dificuldade do usuário.

A maioria das Organizações opta pelo tipo solucionador no primeiro nível

de atendimento, porque quanto mais rápida a resolução da demanda, mais cedo o

serviço será reestabelecido. Porém, o que ocorre muitas vezes neste tipo de estilo, é

que o técnico não registra a ocorrência, por considerar que o problema é banal, ou

por desleixo, e também, por julgar sem importância o evento. Com isso, não o

informa ao sistema de registro de incidentes, prejudicando as estatísticas fornecidas

pela Central de Serviços posteriormente, em função das avaliações decorrentes do

processo, tais como: quantidade de demanda, medição de desempenho, horários de

pico, tipos de incidente e pesquisa de satisfação (COHEN, 2008).

A Figura 2.11 apresenta de maneira gráfica a estrutura do tipo de

atendimento de primeiro nível tipo solucionador.

Figura 2.11 – Primeiro nível de atendimento baseado no tipo Solucionador

Fonte: Cohen (2008)

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Algumas organizações adotam outro tipo de modelo para o primeiro nível

de suporte, que é o Direcionador. Nesse tipo de atendimento, no primeiro nível de

suporte técnico, quem atende ao chamado não está preocupado em resolver o

incidente, porém, esse técnico focaliza apenas no registro do incidente e seu

encaminhamento para um especialista.

O atendimento direcionador apresenta algumas vantagens: a primeira, a

de que todos os incidentes são registrados, mesmo um corriqueiro pedido de

reinicialização de senha, e, dessa maneira, a Central de Serviços dispõe de uma

gama de informações estatísticas mais precisa para análise posterior. Outra

vantagem é que o analista de suporte de primeiro nível direciona o problema para

uma equipe especializada, garantindo uma maior qualidade na sua resolução. A

preocupação do atendente de primeiro nível é apenas registrar a descrição do

problema e verificar se a caracterização do fato foi bem definida. Este tipo de

modelo não é perfeito e implica também em alguns problemas, como um atraso

grande que pode vir a surgir entre abertura do registro de incidente e o início da

ação concreta por um especialista, dependendo para quem foi direcionado o caso.

Para a Instituição que adota este método, é indispensável ter uma equipe capacitada

e prontamente disponível para entrar em ação.

A Figura 2.12 apresenta de maneira gráfica a estrutura do tipo de

atendimento de primeiro nível tipo direcionador.

Figura 2.12 – Primeiro Nível de atendimento baseado no tipo Direcionador

Fonte: (Cohen,2008)

Algumas Centrais de Serviços adotam, no primeiro nível, duas estruturas

de células de atendimento, combinando um modelo solucionador com o modelo

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direcionador. Neste caso, a célula ‘A’ fica responsável pelo atendimento, através do

qual o técnico irá resolver os problemas utilizando-se de uma base de conhecimento

já disponível. Se não o solucionar, ele enviará o chamado para a célula ‘B’, que tem

disponível um técnico, com um grau de especialização mais avançado, para

executar a tarefa. Neste caso, as duas células não fazem diagnósticos, pois

consumiriam muito tempo e gerariam um retardo na fila de atendimento, via telefone

ou sistema. Outro ponto importante para que este processo funcione bem, de forma

amigável, é a necessidade de contar com uma base de conhecimento que possua

uma configuração clara e objetiva.

Os registros dos dados relacionados com o incidente reportado, segundo

Magalhães e Pinheiro (2010), é muito importante para localizar o incidente ao longo

do ciclo de vida, adicionar informações úteis que possam auxiliar, informar ou assistir

a equipe de suporte técnico, favorece encontrar uma solução permanente ou uma

solução de contorno, registrar informações para formação de histórico para uso

futuro e colecionar informações sobre a quantidade de incidentes, eficiências na

resolução, disponibilidade dos serviços de TI e análise de tendências para utilização

pelos outros processos definido pela ITIL.

O Quadro 2.4 apresenta as etapas do gerenciamento de incidentes e

respectivos procedimentos.

Geralmente os serviços de suporte de primeiro nível são agrupados por

ilhas de especialização, lideradas por um supervisor. A estruturação dessas ilhas de

especialização deve levar em consideração alguns critérios, tais como:

Processos ITIL ou Cobit pertencentes ao domínio de entrega e Suportar (DS);

Volume e/ou tipologia da demanda;

Perfis de usuários (internos e externos);

Complexidade ou especificidade dos serviços de TI;

Necessidade de gerenciamento de todo o ciclo de vida das demandas;

Horários típicos de recebimento de demanda.

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55

Quadro 2.4 – Etapas do Gerenciamento de Incidentes e Respectivos Procedimentos

Etapas ITIL Procedimentos Detalhados

1. Identificação Identificação do usuário, seu perfil e itens de configuração a ele entregues.

2. Registro Entendimento da demanda e abertura do registro do contato.

3. Categorização Verificação do histórico de soluções adotadas e pendências.

4. Priorização Determinação e registro da priorização da Ordem de Serviço, conforme perfil, itens de configuração e histórico de soluções adotadas.

5. Diagnóstico Inicial

Diagnóstico rápido de possíveis causas. Verificação se o usuário deseja participar do procedimento de recuperação do incidente. Caso negativo, vai para etapa 8.

6. Investigação do diagnóstico

Localização e verificação de possíveis soluções na base de conhecimento. Localização e verificação de possíveis informações e orientações no diário de bordo.

7. Resolução e recuperação

Orientação do usuário para solução de demanda ou solução para acesso à estação de trabalho do usuário. Tentativa de solução do incidente. Não solucionado o incidente, volte para etapa 5.

8. Fechamento Efetuar o registro da solução do incidente ou do entendimento do incidente. Envio do registro para equipe de telessuporte de 2º nível, a equipe de Field service ou assistência técnica/garantia. Solicita e registra a avaliação da satisfação do usuário e encerra o contato/demanda. Registro final da demanda no sistema de gerenciamento de incidentes.

Fonte: (Melendez,2011)

Simultaneamente à execução das atividades da Central de Serviços, o

gerenciamento da qualidade realiza uma análise contínua, efetuando avaliações dos

indicadores, de acordo com os níveis de serviços estabelecidos, com a finalidade de

identificar os patamares que estão sendo cumpridos e analisar as causas e efeitos

quantos a eventuais baixos indicadores de metas estabelecidas. Também é

responsável por definir ações de melhoria e, posteriormente, apoiar a implantação

destas melhorias, juntamente com os analistas do suporte de primeiro nível

(MELENDEZ, 2011).

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56

Escalonamento para Segundo Nível

Através de um único ponto de atendimento, a Central de Serviços tem a

responsabilidade de identificar, categorizar e escalonar, o mais breve possível, para

outros níveis de suporte, todas as demandas que não podem ser resolvidas no

atendimento de primeiro nível. Com isso, a Central de Serviços mantém um

relacionamento intenso com as unidades de gerenciamento de serviços que

desenvolvem atividades especializadas em diversas áreas: planejamento, análise,

desenvolvimento, gestão, e também, operação de serviço e infraestrutura de TI.

Segundo Magalhães e Pinheiro (2010), as principais demandas

repassadas pela Central de Serviços de TI (suporte de primeiro nível) para o suporte

de segundo nível, que representa um nível de atendimento mais especializado, e

que não puderam ser resolvidas naquele mesmo nível, dizem respeito, em geral, ao

seguinte:

Serviços de gerenciamento e recuperação de incidentes mais complexos e

mais especializados, que demandam mais tempo de execução;

Serviços de gerenciamento de mudanças;

Serviços de gerenciamento de problemas;

Serviços de gerenciamento de ativos e configuração;

Serviços de gerenciamento de nível de serviço e de qualidade relativos à

ouvidoria de TIC (sugestões e reclamações);

Serviços de gerenciamento de eventos de TIC, de negócio e administrativos;

Serviços de gerenciamento de liberação e entrega;

Requisições de serviços especiais ou estratégicos, que envolvem a alocação

adicional de recursos e componentes de TIC.

Cada uma dessas unidades executa seus serviços com base nos dados e

informações registrados em uma ordem de serviço eletrônica, pela equipe de

analistas de suporte de primeiro nível, no sistema de gerenciamento de chamados

de serviços de TI. É papel deste primeiro nível, classificar as demandas de serviço

em incidente ou requisição adequadamente, facilitando a compreensão da

ocorrência e agilizando a sua resolução, pelas demais unidades envolvidas. A partir

daí, a equipe do primeiro nível repassa as informações para os analistas do segundo

nível, que deverão dar continuidade ao atendimento.

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Ao final, após concluído o atendimento ao serviço, a unidade de serviços

de segundo nível devolve a ordem de serviços eletrônica para a Central de Serviços

de TI, a qual realiza um contato com o usuário para confirmar e avaliar a qualidade

do serviço prestado, registrar esta opinião, e realizar o fechamento do atendimento.

No segundo nível também é realizado um gerenciamento da qualidade da

prestação dos serviços, através do monitoramento de indicadores de níveis de

serviço estabelecidos com o cliente, identificando se estão sendo cumpridos

conforme o que foi previamente acordado entre eles e buscando aperfeiçoar ações

de melhorias.

Podemos destacar também que algumas demandas selecionadas pelas

unidades de gerenciamento de segundo nível, poderão ser ainda escalonadas para

um terceiro nível, tendo em vista a necessidade de uma análise ou intervenção mais

aprofundada, de áreas ainda mais especializadas, que poderão atuar no

gerenciamento de capacidade e métricas, portfólio de serviços, disponibilidade,

segurança da informação e gestão do conhecimento (MELENDEZ, 2011).

Geralmente, os escalonamentos de demanda são devidamente

estabelecidos através de uma matriz de responsabilidades, que deve ser

rigorosamente respeitada no sistema de gerenciamento da Central de Serviços de

TI. Estas demandas e seu atendimento são controlados e analisados pelo supervisor

da Central de Serviços de TI e informados aos usuários a respeito da real situação

do andamento do serviço (MAGALHAES E PINHEIRO, 2010).

Escalonamento para Terceiro Nível

De acordo com Melendez (2011), para o terceiro nível de atendimento,

existe um conjunto de serviços que são escalonados para as unidades de

atendimento de campo (Field Service) e também para as unidades especializadas

em diversas disciplinas de TI. A ideia aqui é a de que estes tipos de serviço sejam

atendidos por uma equipe ainda mais especializada ou por uma equipe de campo,

geralmente são aqueles serviços que não podem ser realizados à distância, seja por

envolver intervenção física nos ativos ou equipamentos disponíveis, seja porque já

passaram pelo 1º e 2º níveis de serviços, e não puderam ser resolvidos por algum

tipo de dificuldade.

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Neste contexto Magalhães e Pinheiro (2010) afirmam que, em alguns

casos de Centrais de Serviços, que já dispõem de um grau de maturidade mais

avançado, existem unidades organizacionais denominadas de “mesas

especializadas”, que são responsáveis pelos serviços especializados de 3º (terceiro)

nível. Estas auxiliam e executam, entre outros, serviços de administração, suporte

de banco de dados, administração de sistemas operacionais, gerenciamento e

operação de redes, conectividade, segurança da informação, storage e apoio a

decisão.

Segundo Melendez (2011), alguns desses serviços, que dizem respeito

ao terceiro nível e Field service, estão relacionados a seguir:

Serviços de recuperação de incidentes para usuários categorizados como

preferenciais ou VIPs;

Serviços de gerenciamento e recuperação de incidentes complexos, que

demandam intervenção física em equipamentos;

Serviços de recuperação de incidentes que envolvem especialização e

demandam mais tempo de execução do que aqueles estabelecidos para os

níveis de serviços anteriores;

Serviços de gerenciamento de mudanças;

Serviços de gerenciamento de problemas;

Da mesma forma que acontece nos níveis anteriores, os atendimentos em

campo seguem filosofia semelhante aos do 1º e 2º níveis, visto que também

executam seus serviços com base nos dados obtidos através de uma ordem de

serviço eletrônica, e coletados no 1º nível. Todos os serviços de campo devem ser

igualmente monitorados pela unidade de gerenciamento de qualidade da Central de

Serviços de TI.

Na Figura 2.13 é apresentado o escalonamento de um atendimento em

uma central de serviços, na qual se caracteriza por ser um mecanismo utilizado para

ser obter a resolução da demanda do usuário dentro o menor período de tempo e

qualidade esperada.

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Figura 2.13 – Escalonamento de um atendimento em uma Central de Serviços de TI

Fonte: adaptada de Magalhães e Pinheiro (2010)

Magalhães e Pinheiro (2010) definiram como Nível de Serviço o intervalo

de qualidade de serviços, ou seja, o ponto de equilíbrio entre o limite máximo para

custos e o limite mínimo para desempenho e segurança (prazo x resultado).

Aplicando ao caso, gerenciamento de serviços, o nível de serviço aceitável em

relação aos recursos disponíveis, ou seja, a adaptação da disponibilidade de

recursos aos requerimentos de desempenho exigidos pelas áreas usuárias dos

serviços de TIC.

2.3.5 Acordo de Nível de Serviços – (ANS)

Um Acordo de Nível de Serviços (ANS), em Inglês Service Level

Agreement (SLA), é um acordo que celebra uma relação comercial entre um

provedor de serviços ou de produtos de TI com uma área de negócio da

organização. Geralmente ele torna uma forma de contrato entre o provedor de

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serviços de TI e o cliente, que define o valor a ser pago pelos serviços prestados,

que deverão observar determinadas condições e garantias em seu fornecimento

(MAGALHÃES E PINHEIRO, 2010).

Neste sentido, Cestari (2011) afirma que os ANS definem, na forma

documental formal, onde são estabelecidos os acordos de valor entre as partes

interessadas, podendo ser documentados em um simples Catálogo de Serviços ou

até em contratos mais complexos. Independente da forma que seja formalizado, é

essencial que os acordos sejam registrados de modo que as partes envolvidas

tenham fácil acesso e entendam claramente os principais termos estabelecidos, tais

como: níveis acordados, metas de performance e as responsabilidades de ambas as

partes.

De acordo com Melendez (2011), o gerenciamento de nível de serviços

classifica três tipos distintos de estrutura associados ao Acordo de Nível de

Serviços, que são utilizados em função das características e facilidades de sua

administração, mas todos são igualmente aplicados aos serviços oferecidos pela

Central de Serviços. As três estruturas referentes aos ANS são as seguintes:

ANS com base nos serviços: este acordo é quando o ANS está relacionado

diretamente a um serviço, abrangendo todos os clientes daquele serviço.

ANS com base nos clientes: este acordo é aplicado a um grupo de clientes

individuais, cobrindo todos os serviços que o grupo utiliza.

ANS multiníveis: corporativos, clientes e serviços: este tipo, mais complexo,

cobre todas as questões genéricas do gerenciamento do nível de serviços.

Ainda seguindo na mesma ideia, Magalhães e Pinheiro (2010) afirmam

que o alinhamento entre as expectativas do cliente e do fornecedor do serviço de TI

são estabelecidos através de um ANS. Porém, muitas vezes os clientes e

fornecedores apresentam perspectivas diferentes a respeito do acordo. No caso da

visão do cliente, a adoção do ANS tende a ser utilizada para obter privilégios com

tratamentos preferenciais para suas demandas particulares de serviços, em relação

a outros clientes que igualmente estão na fila de prioridade para o atendimento. Já

no caso da perspectiva do fornecedor, em relação à entrega do serviço contratado,

ele representa uma forma de garantir que os recursos serão suficientes e estarão

disponíveis continuamente, para que seja possível atender às expectativas dos

acordos.

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61

Os autores acima também consideram que os benefícios em função da

implantação de Acordos de Nível de Serviços, em uma Central de Serviços de TI,

podem ser percebidos em relação a:

Acompanhamento e revisão dos processos e do desempenho dos serviços de

TI;

Alinhamento das expectativas dos clientes com os fornecedores;

Extinção dos equívocos de interpretação entre os clientes e fornecedores;

Percepção do nível de desempenho na prestação dos serviços de TI pelas

partes envolvidas;

Implantação de um processo de melhoria contínua.

2.3.6 Catálogo de Serviços

De acordo com Magalhães e Pinheiro (2010), o Catálogo de Serviços de

TI é entendido como um menu de serviços, que possui a finalidade de servir como

orientação para os clientes e de base para divulgação da contribuição da área de TI

para a organização, refletindo o alinhamento de suas ações com a estratégia do

negócio.

Na Figura 14 abaixo, pode-se observar os elementos que compõem o

Catálogo de Serviços.

Figura 2.14 - Elementos que compõem o Catálogo de Serviços

Fonte: Adaptado de OGC (2007)

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Complementando a definição acima, Ward (2004) afirma que um Catálogo

de Serviços também pode colaborar com os gerentes da área especializada na

definição do escopo de suporte que a organização disponibilizará a seus clientes,

podendo ainda ajudar na classificação dos serviços de TI, com base no impacto que

eles produzem nas funções de negócio da organização

O Catálogo de Serviços contém os dados de todos os serviços que estão

em operação e os que foram liberados para entrada em operação. Os serviços que

estão registrados no Catálogo devem ter sido analisados e aprovados pelas áreas

técnicas, no que for referente a custos e riscos. Ele é considerado uma ferramenta

gerencial que possibilita uma visão atual e também projeções da capacidade de

atendimento da Central de Serviços de TI. Assim sendo, é considerado um

componente crítico para o processo do Gerenciamento de Nível de Suporte, pois

identifica e detalha os serviços oferecidos e mantidos pela Central de Serviços. O

Catálogo também pode auxiliar nas implementações dos objetivos de nível de

serviço, ajudando a identificar os custos da entrega destes serviços (MELENDEZ,

2011).

Conforme orientações do ITIL, os Catálogos de Serviços geralmente

implantados em Centrais de Serviços com nível de maturidade elevado, são

definidos em duas camadas de apresentação ou visão de dados: uma visão do

usuário, também conhecida como Visão de Negócio, e outra, a Visão Técnica, que

tem por finalidade atender aos profissionais técnicos que atuam principalmente nas

unidades de especialização de suporte ao usuário (OGC, 2007).

Concordando com essa linha de pensamento, Melendez (2011) destaca o

processo de gerenciamento do Catálogo de Serviços, no qual a Central de Serviços

deverá preservar uma equipe que tenha responsabilidade em definir e manter a

gestão da política de atualização do Catálogo, com objetivo de atualizar

continuamente as informações referentes ao escopo, conteúdo e integridade dos

dados, mantendo também a administração sobre o conteúdo, em função da

qualidade, desempenho, disponibilidade, confiabilidade e nível de suporte.

Podemos levantar alguns objetivos do processo de gerenciamento do

Catálogo de Serviços:

Manter atualizado o Catálogo de Serviços da Central de Serviços;

Assegurar que o Catálogo de Serviços seja uma base única de informações

sobre os serviços ativos e disponíveis da organização;

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63

Alinhar a execução dos serviços, de acordo com as regras definidas pela

estratégia e com os resultados esperados pelo negócio;

Garantir facilidade de acesso às informações do Catálogo referentes à busca,

disponibilidade dos dados sobre os serviços, em conformidade com a política

de segurança adotada pela organização.

Com base no Catálogo de Serviços, o ciclo é realimentado, realizando

uma avaliação sobre o desempenho da Central de Serviços de TI na identificação,

avaliação, documentação e revisão de seus processos e procedimentos, para

assegurar a busca por melhores dos níveis de suporte a seus usuários e clientes.

2.3.7 Base de Conhecimento

A Base de Conhecimento vem se destacando cada vez mais e ganhando

espaço de destaque nas Organizações, especialmente no tocante ao esforço

empreendido na busca de melhoria da qualidade do processo decisório e nas

atividades de planejamento nos níveis estratégicos, táticos e operacionais,

assegurando uma maior confiabilidade e integridade das informações (MELENDEZ,

2011).

Neste contexto, a finalidade da base de conhecimento é compartilhar

ideias, experiências e informações, garantindo que estejam disponíveis no momento

de sua necessidade, facilitando a distribuição e divulgação das informações (OGC,

2007).

Conforme entendimento de Fernando e Abreu (2012), uma base de

conhecimento visa garantir que as informações sejam disponibilizadas no local

apropriado, com o propósito de reter o conhecimento e fazer com que as

informações sejam melhor aproveitadas na organização, melhorando, desse modo,

a prestação dos serviços. Na conjuntura do gerenciamento de serviços, a base de

conhecimento pode ser vista também de forma mais abrangente, com a

funcionalidade de disponibilizar informações como experiências de equipe,

requisitos, habilidades, expectativa de fornecedores e erros conhecidos.

No domínio da Central de Serviços, a base de conhecimento detém

grande relevância, em virtude de ser uma fonte de informações onde estão

registrados os dados mais importantes para o negócio vinculado à Central, e que,

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geralmente, ficariam limitados ao acesso dos gestores e analistas de suporte. Desta

forma, por meio de um mecanismo organizador, as informações técnicas são

democratizadas, criando assim o compartilhamento desses conhecimentos,

destacando-se como uma fonte contínua de informações, que apoia

fundamentalmente a operação da Central de Serviços. Em decorrência disso, a base

de conhecimento é considerada uma ferramenta viva, que deve ser atualizada

diariamente e deve ser viabilizado o seu fácil acesso e utilização pelos analistas de

suporte, possibilitando uma melhor performance no atendimento. O resultado de

tudo isso é um menor Tempo Médio de Atendimento (TMA), em virtude da melhoria

da capacidade e dos recursos para atuação, com tempo reduzido na solução dos

incidentes para os usuários (MELENDEZ, 2011).

Corroborando com isso, Cohen (2008) destaca alguns dos motivos e

benefícios que justificam a utilização deste repositório de conhecimento:

Compartilhamento de informações;

Minimizar o tempo de atuação do analista de suporte, na solução para o

usuário;

Padronização das soluções, independente do especialista que esteja atuando

no atendimento;

Possibilidade do suporte à demanda resolvido no primeiro nível, evitando o

escalonamento da solicitação;

Minimizar o custo e o tempo das ligações efetuadas;

Viabilidade de especialização e capacitação para a atuação de um novo nível

de analista de suporte;

O problema passa a ser filtrado, investigado e analisado no primeiro nível,

com possibilidade de diagnóstico e solução no mesmo nível;

O estímulo e satisfação do analista aumentam, com a possibilidade de

resolver demandas através da base de conhecimento.

De acordo com Cohen (2008), outro ponto de destaque é a importância

da viabilidade de acesso do usuário à base de conhecimento, podendo ser

configurada para atuar com recurso de autoatendimento, sendo este mecanismo

considerado geralmente como o nível “0” (zero) de suporte na organização. A

disponibilidade desse recurso via web permite que os usuários tenham acesso

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rápido, eficiente e direto às informações que necessitam. Esse tipo de suporte

fornece alguns benefícios para a organização, tais como:

O próprio usuário é envolvido na resolução de sua demanda;

Aumento da satisfação do usuário, através de sua própria atuação;

Intervenção do suporte técnico para casos mais específicos, disponibilizando

uma cobertura mais aprofundada;

Minimização dos custos internos com o suporte.

2.3.8 Indicadores de Desempenho e Satisfação

Com o nível de exigência cada vez maior dos usuários e clientes, o

gerenciamento aplicado a uma Central de Serviços de TI necessita evoluir, sendo

que, atualmente, verifica-se a necessidade de um tipo de gerenciamento de

desempenho, que envolve a operação como um todo, e, em relação a seus

integrantes, de forma mais individual. Entretanto, o processo de gerenciamento

deverá estar sempre alinhado com os objetivos estabelecidos pela estratégia de

negócios da organização.

Para avaliação do desempenho da atuação de uma Central de Serviços

de TI, devem ser providos pontos de controle que permitam mensurar sua eficiência,

eficácia, efetividade e economicidade. Estes pontos de controle são conhecidos

como Indicadores Chaves de Desempenho (Key Performance Indicator – KPI).

(MAGALHÃES e PINHEIRO, 2010).

Seguindo com essa ideia, Melendez (2011) afirma que uma importante

diretriz, que complementa a fase de melhoria continuada do serviço, é a adoção de

indicadores de desempenho que têm a função de avaliar os resultados dos

progressos implantados. Essa avaliação possui o propósito de identificar

necessidades e oportunidades de novas melhorias, e, no caso, este processo deve

ser examinado através de medições, monitoramento e análises pré e pós-

implantação de tais melhorias.

De acordo com Cohen (2008), uma Central de Serviços de TI pode ser

avaliada através de seu desempenho em função de indicadores, os quais podem ser

classificados como qualitativos e quantitativos. No caso dos quantitativos, estes se

apresentam como medidas básicas, que, em geral, identificam o volume de

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demanda recebida. Por outro lado, os qualitativos, participam da análise da

qualidade daquilo que é traduzido através de aspectos comportamentais dos

analistas, considerando características de cordialidade, competência,

disponibilidade, entre outras, e que não podem ser medidas em termos quantitativos.

Neste contexto Magalhães e Pinheiro (2010) apresenta no Quadro 2.4

uma proposta de Indicadores Chaves de Desempenho (KPI), modelada a partir da

metodologia Strategic Activity System (SAS), para o caso do gerenciamento de uma

Central de Serviços:

Quadro 2.5 - Proposta de Indicadores Chaves de Desempenho

Perspectiva

Indicadores

Eficiência Índice de evolução da quantidade de incidentes. Índice de incidentes encerrados no primeiro nível de suporte.

Eficácia Índice de incidentes encerrados dentro do prazo estabelecido. Índice de redução do prazo médio de incidentes de 1º nível.

Efetividade Índice de incidentes encerrados no primeiro atendimento. Índice da satisfação dos usuários com o atendimento de incidentes.

Economicidade Índice de incidentes resolvidos de forma remota. Índice de evolução do custo médio por incidentes encerrados.

Fonte: Magalhães e Pinheiro (2010)

A pesquisa de satisfação é um indicador adotado para verificar o índice

de satisfação do usuário e se constitui numa forma de se obter um feedback, através

do qual o usuário revela sua percepção, no que tange à atuação da qualidade do

suporte, obtido através do atendimento da Central de Serviços.

Este índice de satisfação dos usuários com o suporte da Central de

Serviços é o que melhor indica se a área de TI está provendo, de fato, os serviços

de TI que os usuários demandam. Muitas vezes os níveis de serviço estão alinhados

aos níveis de serviço acordados (ANS), mas nem sempre os usuários de TI

manifestam um nível de satisfação correspondente. Para minimizar esta

contraditoriedade, é necessário que os ANS sejam revistos e atualizados, incluindo

outros aspectos dos serviços, que não são contemplados com os ANS atuais

(MAGALHÃES e PINHEIRO, 2010).

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67

É de fundamental relevância que a Central de Serviços estabeleça, entre

seus processos de qualidade, a avaliação da satisfação do usuário. Para se obter

este índice de apreciação, deve ser realizada uma pesquisa com base na satisfação

do atendimento, de modo a avaliar os serviços segundo a percepção do usuário,

sempre com a finalidade de realizar correções e ajustes, visando a melhoria

continuada dos serviços. Esta pesquisa deverá ter uma periodicidade definida,

abordando aspectos específicos e questões cruciais dentro do processo de

prestação de serviços e deve ser realizada através de um conjunto de perguntas.

Esta consulta deve contemplar questões que permitam aferir: a cortesia do analista

durante o atendimento, a habilidade e o conhecimento do analista, a eficiência e

qualidade na resolução da demanda, o tempo de resolução e, por fim, uma

avaliação geral da experiência do atendimento (MELENDEZ, 2011).

2.4 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO

A definição de Fatores Críticos de Sucesso (FCS) foi apresentada

primeiramente por John F. Rockart, em 1979, com o objetivo de ajudar os executivos

de uma empresa a identificarem as suas reais necessidades de informação,

colaborando no direcionamento de suas Organizações para o caminho do sucesso.

De acordo com o autor acima, Fatores Críticos de Sucesso (FCS)

representam um número limitado de fatores, que poderão assegurar o sucesso do

projeto para a organização, caso seus resultados sejam satisfatórios.

No mesmo sentido, Ward e Griffiths (1996) concordam com o definido e

classificam como uma técnica importante no planejamento de negócios e de TI, a

qual pode ser utilizada de diferentes formas e com diversas finalidades.

Do mesmo modo, Nielsen (2002) define os Fatores Críticos de Sucesso

como sendo pontos críticos do projeto que deverão receber atenção redobrada, a

fim de não comprometerem o andamento de um empreendimento. Em função disso,

são considerados fatores que precisam receber um olhar contínuo e cuidadoso por

parte dos gestores responsáveis pela implantação do projeto, por constituírem

fatores-chaves que podem influir no sucesso ou fracasso do que foi planejado.

Para que apresentem o melhor resultado possível, os Fatores Críticos de

Sucesso relacionados a um projeto precisam ser identificados, de modo a permitir

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68

priorizar aqueles que deverão ser selecionados, cuidados e atendidos. Ademais,

esses fatores possibilitam dirigir adequadamente o andamento de um projeto,

objetivando o alcance do sucesso pela organização (PEDROSO, 2006).

Como já mencionado, de acordo com Ward e Griffiths (1996), a análise

dos Fatores Críticos de Sucesso pode ser utilizada de variadas formas e para

distintas finalidades, além de constituir-se numa técnica eficiente e disseminada no

aspecto do planejamento de negócios e de TI. Ainda segundo esses autores, a

atividade de identificação dos Fatores Críticos de Sucesso colabora para garantir

que a concentração de esforços continue dirigida a ações prioritárias, visto que pode

ser utilizada para privilegiar determinadas atividades e informações.

A importância de se identificar os Fatores Críticos de Sucesso recebe

destaque significativo de Umble, Half e Umble (2003), pois estes compreendem que

eles determinam fortemente se a implementação de uma determinada tecnologia

terá ou não êxito. Inserida neste contexto, esta pesquisa agrega o devido valor, no

que diz respeito à identificação de Fatores Críticos de Sucesso, envolvidos no

projeto de implantação de Centrais de Serviços no ambiente das IFES brasileiras,

investigando o grau de importância de cada um deles, que influencia diretamente na

atuação proativa para o sucesso do projeto e, consequentemente, na obtenção do

retorno do investimento realizado pela instituição pública.

A utilização desta técnica tem se destacado na área da Tecnologia da

Informação, com uma abordagem distribuída em diversos campos, tais como na

análise de requerimento, planejamento de sistemas e gerenciamento de projetos

(SONG et al, 2007).

Para identificar os FCS para implantação de uma Central de Serviços de

TI, procurou-se enquadrar esta temática dentro da área de implantação de

Tecnologia da Informação e do domínio do gerenciamento de serviços de TI.

Neste segmento de pesquisa, Somers e Nelson (2001) relacionaram uma

lista bem fundamentada e abrangente, de FCS baseada em implementação de

Tecnologia da Informação, reengenharia de processos de negócios, gerenciamento

de projetos e em estudos de caso, em empresas nos EUA. Essa relação foi

apresentada através de um balanced scorecard de FCS, que incluiu uma

combinação de componentes através de duas categorias: os hard, contendo metas

e objetivos claros, gestão de projeto, e, os soft, contendo competência da equipe,

comunicação e colaboração interdepartamental, como apresentado no Quadro 2.6.

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69

Outra pesquisa sobre os FCS referente à implementação do

gerenciamento de serviços de TI baseada na biblioteca ITIL, é a de Hochstein,

Tamm e Brenner (2005), tratando-se de um estudo de caso em seis grandes

organizações alemãs, através do qual foram identificados fatores que deveriam ser

monitorados e gerenciados para o sucesso da organização. Entre tais fatores

destacaram-se: Suporte da alta gerência, reforço de campanhas de marketing,

revisão de processos de melhoria contínua, treinamento e desenvolvimento de

pessoal e manutenção de equipes de projeto virtuais.

Quadro 2.6 - Fatores Críticos de Sucesso para implementação de Tecnologia da Informação

Fonte: Adaptado de Somers e Nelson (2001)

Dentro desta mesma pespectiva, um estudo de caso em uma grande

organização do setor público na Austrália, relatado por Tan, Cater-Steel, Toleman e

Seaniger (2007), foi apresentado em uma conferência de gerenciamente de serviços

de Tecnologia da Informação, segundo a qual foram identificados cinco fatores para

a implementação do ITIL: Apoio da Alta Gestão, liderança que promova a biblioteca,

equipe téccnica capacitada, adptação a mudanças e reforço no treinamento para a

equipe de implantação.

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70

Investigando o mesmo tema, em seu estudo exploratório, Pollard e Cater-

Steel (2009), analisaram quatro Organizações, duas públicas e duas privadas, nos

EUA e na Austrália, que implantaram a biblioteca ITIL, apresentando os Fatores

Críticos de Sucesso através de revisão e comparação com a literatura anterior,

partindo da lista já citada, criada por Somers e Nelson (2001), na qual validam a

existência dos fatores apontados como: Apoio da Alta Gerência, comunicação e

colaboração interdepartamental, uso de consultores, treinamento da equipe de

implantação e seleção cuidadosa do software, e ainda, identificaram outros três

novos fatores, sendo eles: cultura aberta a processos de gerenciamento de serviços,

foco nos processos e foco no cliente, como expõe o Quadro 2.7.

Quadro 2.7 – Comparação entre estudos sobre FCS na implantação de

Tecnologia da Informação e da biblioteca ITIL.

Fonte: Adaptado de Pollard e Cater-Steel (2009)

Para avaliar criteriosamente os Fatores Criticos de Sucesso referentes à

pesquisa de campo a ser realizada, procurou-se enquadrar a temática, relativa aos

Fatores Críticos de Sucesso (FCS) na Implantação de uma Central de Serviços de

TI, dentro da área de gestão de tecnologia e do domínio do gerenciamento de

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71

serviços de TI, fundamentando-a através da relação com os FCS, obtidos na

bibliografia especificada, demonstrada no quadro acima.

A seguir, será apresentada uma breve descrição de cada FCS, no

Quadro 2.8, cujo conjunto será aplicado na pesquisa de campo a ser realizada nas

IFES.

Quadro 2.8 – Descrição dos FCS a serem ultizados na pesquisa de

campo realizada nas IFES.

Número do Fator

Nome do Fator Crítico de Sucesso Descrição

01 Apoio da Alta Gerência Apoio e transparência do alto dirigente no projeto de implantação da Central de Serviços, no que se refere à obtenção de recursos e à prioridade de implantação na organização

02 Treinamento da equipe de implantação

Capacitação da equipe de implantação para customização da ferramenta de chamados, como também de outras ferramentas e técnicas que serão utilizadas na implantação da Central de Serviços de TI

03 Seleção da Ferramenta de Gestão de chamados

Selecionar ferramentas de gestão de chamados, a fim de atender aos requisitos necessários para implantação da Central de Serviços de TI

04 Uso de consultores Contratar equipe externa de consultores, com experiência em implantação de Centrais de Serviços e gerenciamento de serviços de TI, para orientar a equipe de implantação na condução do projeto

05 Comunicação e Colaboração interdepartamental

Relacionamento cooperativo, forte comunicação e participação das diversas Coordenações, no período de implantação do projeto da Central de Serviços de TI

06 Foco nos processos Modelar os processos de negócio da Central de Serviços, identificando pontos de melhoria, criando novos processos e atualizando os processos existentes

07 Cultura aberta a processos de gerenciamento de serviços de TI

Criar uma cultura aberta aos processos de gerenciamento de serviços de TI na organização, com o objetivo de apresentar a importância desta iniciativa, no que se refere à melhoria no suporte de TI e à satisfação do cliente

08 Foco no cliente Identificar e satisfazer a real necessidade do cliente, antecipar esta necessidade do cliente, estabelecendo uma situação de confiança com ele

09 Trabalho Virtual ou Remoto da

equipe de implantação

Disponibilizar recursos que viabilizem o trabalho remoto, para a equipe de implantação do projeto que se localize geograficamente distante

Fonte: Adaptada de Pollard e Cater-Steel (2009)

Page 73: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

72

2.5 TRABALHOS RELACIONADOS

Nesta seção estão descritos alguns trabalhos cujos conteúdos se

relacionam ao tema aqui discutido e que, em virtude disso, apresentaram uma

significativa contribuição a este objeto de pesquisa: Fatores Críticos de Sucesso

(FCS) na implantação de uma Central de Serviços de TI.

Neste momento é preciso salientar que, ao realizar a pesquisa através de

uma revisão ad-hoc da literatura, consultando diversas dissertações, teses e

publicações literárias, uma considerável dificuldade foi constatada: não foram

encontrados trabalhos com enfoque evidenciando a recomendação de Fatores

Críticos de Sucesso referentes à Implantação de uma Central de Serviços de TI.

Com o objetivo de contextualizar a pesquisa e identificar os FCS, procurou-se

enquadrar a temática relativa a estes fatores dentro da área de gestão da tecnologia

e do domínio do gerenciamento de serviços de TI, especificamente na Implantação

de uma Central de Serviços de TI. Desse modo, devemos levar em consideração o

caráter moderado da contribuição dos trabalhos mencionados.

A pesquisa desenvolvida por Pollard e Cater-Steel (2009), intitulada A

Justification, Strategies and Critical Success Factors in Successful ITIL

Implementations in U.S. and Australian Companies: an exploratory study, teve como

foco principal quatro estudos de casos em implementações bem sucedidas do

framework ITIL, nos quais foram analisadas quatro organizações, duas públicas e

duas privadas, baseadas nos EUA e Austrália, evidenciando Fatores Críticos de

Sucesso por meio de revisão e comparação com literatura antecedente. Este estudo

foi utilizado como referência principal no levantamento dos FCS, a serem aplicados

e validados na implantação de uma Central de Serviços de TI nas IFES.

No estudo denominado The Impact of Critical Success Factors Across the

Stages of Enterprise Resource Planning Implementations, de Somers e Nelson

(2001), os autores elaboraram uma lista bem fundamentada e abrangente, de FCS

relacionados à implementação de Tecnologia da Informação, reengenharia de

processos de negócios, gerenciamento de projetos e em estudos de caso, em

empresas nos EUA.

Com o trabalho desenvolvido por Hochstein, Tamm e Brenner (2005), ITIL

as Common Practice Reference Model for IT Service Management: formal

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73

assessment and implications for practice, os pesquisadores analisaram seis grandes

organizações alemãs, e através do estudo foram identificados fatores que deveriam

ser monitorados e gerenciados para que as organizações envolvidas obtivessem

sucesso no tocante à implementação do gerenciamento de serviços de TI, baseada

na biblioteca ITIL.

Na pesquisa intitulada Implementing Centralised IT Service Management:

drawing lessons from the public sector, de Tan, Cater-Steel e Teleman Seaniger

(2007), foi analisada uma grande empresa do setor público na Austrália, através de

um estudo de caso, segundo o qual foram identificados cinco fatores vinculados à

implementação do ITIL na organização. Esta pesquisa foi divulgada, a nível

internacional, através de uma conferência de gerenciamente de serviços de

Tecnologia da Informação.

A pesquisa desenvolvida por Tang e Todo (2013), A Study of Service

Desk Setup in Implementing IT Service Management in Enterprises,Technology and

Investment, que resultou num artigo científico, apresenta um estudo da importância

da implementação de uma Central de Serviços no gerenciamento de serviços de TI.

Os autores destacam no artigo a necessidade de configuração de uma Central de

Serviços com um bom nível de maturidade, para que seja possível obter êxito na

implantação do gerenciamento de serviços de TI. Salientam também sobre a

necessidade das empresas terem um maior controle de seus aplicativos, assim

como de seus ativos de TI, incluindo as áreas terceirizadas. Outro ponto relevante

do estudo trata dos benefícios que uma Central de Serviços oferece para a

organização, sejam eles diretos ou indiretos. Como diretos, temos: redução de

custos na resolução dos incidentes; aumento da produtividade de TI; melhor

utilização dos ativos, através do gerenciamento do ciclo de vida; redução dos custos

de licenciamento de software. No caso dos indiretos, podemos relacionar os

seguintes: padronização; melhoria da disponibilidade; aumento da eficiência na

segurança; melhoria na governança de TI, agregando valor ao negócio.

O quadro 2.9 apresenta as características diferenciais do trabalho

proposto em relação a cada trabalho relacionado.

Page 75: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

74

Quadro 2.9 – Características diferenciais entre o trabalho proposto e

os demais relacionados

Trabalhos Relacionados

Diferencial Trabalho Proposto Autores

Título

Pollard e

Cater-Steel

(2009)

A Justification,

Strategies and Critical

Success Factors in

Successful ITIL

Implementations in

U.S. and Australian

Companies: an

exploratory study.

Pollard e Cater apresentaram uma combinação de justificativas e

estratégias de implementação do framework ITIL, como também

relacionaram os FCS sugeridos na literatura com outros atribuídos

à implementação bem sucedida do framework ITIIL. Já na

pesquisa proposta foram identificados os FCS e avaliadas as

estratégias adotadas para o tratamento destes fatores, que

influenciaram no êxito da implantação de uma Central de Serviços

de TI.

Somers e

Nelson

(2001)

The Impact of Critical

Success Factors

Across the Stages of

Enterprise Resource

Planning

Implementations

Os autores Somers e Nelson relacionaram uma lista fundamentada

e abrangente de FCS baseadas na implementação de Tecnologia

da Informação, reengenharia de processo de negócios e

gerenciamento de projetos. Já o trabalho proposto constatou e

validou desta lista um subconjunto de cinco FCS, verificados na

implantação de Central de Serviços de TI em Instituições Federais

de Ensino Superior.

Hochstein

Tamm e

Brenner

(2005)

ITIL as Common

Practice Reference

Model for IT Service

Management: formal

assessment and

implications for practice

A pesquisa de Hochstein Tamm e Brenner se destaca por elencar

os FCS relacionados à implantação do gerenciamento de serviços

de TI baseada na biblioteca ITIL. Por outro lado, o trabalho

proposto explora a análise e validação destes fatores,

identificando-os na implantação de uma Central de Serviços de TI.

Tan, Cater-

Steel e

Teleman

Seaniger

(2007)

Implementing

Centralised IT Service

Management: drawing

lessons from the public

sector

Os autores Tan, Cater-Steel e Teleman Seaniger apresentam uma

lista com cinco FCS identificados e comprovados num estudo de

caso em uma grande organização do setor público, na implantação

do gerenciamento de serviços de TI baseada no ITIL. Já o trabalho

proposto avaliou e confirmou estes FCS na implantação de uma

Central de Serviços de TI em instituições Federais de Ensino

Superior do Brasil.

Tang e

Todo

(2013)

A Study of Service

Desk Setup in

Implementing IT

Service Management in

Enterprises,Technology

and Investment

O estudo de Tang e Todo focaliza na importância da implantação

de uma Central de Serviços e destaca a necessidade de sua

configuração com um bom nível de maturidade, para obtenção de

êxito na implantação do gerenciamento de TI. No caso do trabalho

proposto, este explora os FCS e a avaliação das estratégias

adotadas para o tratamento destes fatores, com o objetivo de obter

êxito no gerenciamento de TI através de sua aplicação na

implantação de uma Central de Serviços.

Fonte: Elaborado pelo autor

Page 76: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

75

2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo foi apresentada a fundamentação teórica necessária para

embasar o estudo sobre os Fatores Críticos de Sucesso na Implantação de uma

Central de Serviços de TI, nas Instituições Federais de Ensino Superior. Ele foi

dividido em seções, de acordo com a relevância dos conteúdos específicos. De

acordo com a necessidade de fundamentação, foi atribuída ênfase aos conceitos de

Governança de TI, Gerenciamento de Serviços de TI, Information Technology

Infrastructure Library - ITIL, Central de Serviços de TI e Fatores Críticos de Sucesso,

considerados primordiais para uma melhor compreensão da temática apresentada e

dos resultados da pesquisa

Na seção 2.1 foram apresentados os principais conceitos de Governança

de TI, contemplando também os seus objetivos, e, inclusive, especificando como é

formado o seu ciclo da Governança de TI.

Na seção 2.2 foram apontados os conceitos de Gerenciamento de

Serviços de TI, assim como sua finalidade e objetivos, e ainda aí, foram enfatizados

também seus aspectos significativos para a TI. Esta seção foi dividida em

subseções, que contemplam referências, objetivos e considerações sobre framework

de gerenciamento de serviços de TI, no caso o ITIL, foi apresentado também aqui,

todo o ciclo de vida dos serviços, focando na fase de Operação de Serviços,

abrangendo seus processos e suas funções.

Já na seção 2.3 foram retratadas as principais características de uma

Central de Serviços de TI, sua finalidade e seus objetivos. Ele também foi dividido

em subseções, as quais discorrem sobre: a evolução da Central de Serviços de TI,

os principais motivadores para sua implantação, os tipos de arquitetura, seu

funcionamento através dos escalonamentos dos níveis de atendimento e serviços,

os conceitos baseados nos níveis de serviços, a definição de Catálogo de Serviços,

a importância da base de conhecimento, e, por fim, os indicadores de desempenho e

a pesquisa de satisfação.

Na seção 2.4 foram apresentadas as definições referentes aos Fatores

Críticos de Sucesso, assim como também foi abordado o processo pelo qual foram

obtidas as relações dos FCS referenciadas pela literatura examinada. Ao final, foi

elaborada uma relação dos FCS, relacionada ao presente estudo, evidenciados no

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76

domínio da área de gestão de tecnologia e do gerenciamento de serviços de TI, para

ser avaliada, com base em critérios definidos e justificados também a partir dos

estudos, e aplicada à pesquisa de campo a ser realizada no contexto da implantação

de uma Central de Serviços de TI nas IFES.

Na seção final, 2.5, foram apresentados os principais trabalhos

relacionados, destacando as diferenças do trabalho proposto em relação aos

trabalhos pesquisados.

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77

3 METODOLOGIA DE PESQUISA

A metodologia de pesquisa utilizada neste trabalho tem o propósito de

investigar os desafios envolvidos na implantação de uma Central de Serviços de TI,

no contexto de uma Instituição Pública de Ensino Superior, procurando identificar os

fatores críticos de sucesso e avaliar as estratégias adotadas para o tratamento

desses fatores que influenciem o êxito desta iniciativa.

A primeira seção descreve os critérios metodológicos da pesquisa, que

conduz ao seu desenvolvimento. Na segunda seção são apresentadas as fases da

pesquisa que foram desenvolvidas durante o seu estudo, detalhando todo o

processo realizado para atribuição do seu resultado. Na terceira, é apresentado o

desenho da pesquisa, que apresenta a sequência lógica detalhada de todo o

processo realizado. Na quarta seção estão descritas as limitações do método de

pesquisa e, por fim, as considerações finais.

3.1 CRITÉRIOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

Segundo Gil (2008), uma pesquisa tem um caráter pragmático que define

um processo formal e sistemático de desenvolvimento do método cientifico, no qual

seu objetivo substancial é o de descobrir respostas para problemas através de

procedimentos científicos.

Para Goldemberg (1999), pesquisar significa produzir um conhecimento

original, de acordo com certos requisitos científicos. Um estudo é considerado

cientifico quando obedecidos certos critérios de consistência, coerências,

originalidade e observações.

Neste sentido, a pesquisa deverá ser apoiada por uma metodologia, que

tem o papel de definir o modo de conduzir a pesquisa, e bem assim as habilidades

que são fundamentais ao pesquisador para direcionar o processo de investigação, a

tomada de decisões oportunas, a seleção de conceitos, hipóteses, técnicas e dados

adequados (YIN, 2005).

De acordo com Gil (2008), o critério metodológico da pesquisa é um

conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos utilizados para atingir o

conhecimento. Para que seja considerado como conhecimento científico, é

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78

necessária a identificação dos passos para a sua verificação, ou seja, determinar o

método que possibilitou chegar ao conhecimento.

O Quadro 3.1 demonstra uma síntese dos critérios metodológicos

utilizada nesta pesquisa.

Quadro 3.1 – Critérios Metodológicos da Pesquisa.

Critérios Metodológicos da Pesquisa

Quanto ao objetivo Exploratória e Descritiva

Tipo de Pesquisa Empírica

Método de abordagem Indutivo

Natureza da Pesquisa Quantitativa e Qualitativa

Meios de Investigação Revisão ad-hoc da literatura, Pesquisa de campo (survey) e Entrevistas com Grupo Focal

Fonte: Elaborado pelo autor

Como afirmam Lakatos e Marconi (2010), em referência aos objetivos, as

pesquisas podem ser classificadas como: Exploratória, Descritiva e Explicativa.

A pesquisa exploratória visa à descoberta, o que está acontecendo, busca

novos conceitos, ideias e hipótese para futuras pesquisas (RUNESON E HOST,

2008).

Segundo Gil (2010), a pesquisa exploratória visa maior familiaridade com

o problema, com o propósito de torná-lo mais explícito, seu planejamento é

considerado bem flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados

aspectos realtivo ao fato estudado. Geralmente esse tipo de pesquisa envolve o

levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que obtiveram experiência

prática com o problema pesquisado.

Segundo Barros e Lehfeld (2007), na pesquisa descritiva realiza-se o

estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem a

interferência do pesquisador o qual deverá apenas descobrir a frequência com que

os fenômenos acontecem.

No caso da pesquisa explicativa, esta registra fatos, analisa-os, interpreta-

os e identifica suas causas. Ela investiga ocorrência de um determinado

acontecimento, tenta analisar o motivo através de forma de associação de causa-

efeito (LAKATOS E MARCONI, 2010).

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79

De acordo com o objetivo da pesquisa este estudo pode ser classificado

como exploratório e descritivo, pois tem como característica principal descobrir o que

está acontecendo e quais os FCS presente que influenciem o êxito da implantação

de uma Central de Serviços de TI nas Instituições Federais de Ensino Superior

(IFES), a fim de procurar novas ideias e gerar elementos para novas pesquisas.

Quanto ao tipo de pesquisa, é uma investigação empírica por ser também

avaliação, com finalidade de investigar um fenômeno dentro do seu contexto de vida

real, especialmente por ter como objetivo chegar a novas conclusões a partir da

maturidade experimental dos entrevistados (YIN, 2005).

No que concerne ao ponto de vista de seu método de abordagem, ele é

do tipo indutivo, por apresentar uma seleção de dados específicos, devidamente

constatado, infere-se uma verdade geral, não contida nos dados investigados

(LAKATOS e MARCONI, 2010). Para abordagem indutiva, deve considerar três

etapas:

Observação dos fenômenos: nessa etapa os fenômenos são observados e

analisados, para descobrir as causas da sua manifestação.

Descoberta da relação entre eles: nessa etapa procura através de

comparações, identificar similaridade ou diferenças entre os fatos, com

finalidade de identificar alguma relação.

Generalização da relação: nessa etapa generalizam-se os relacionamentos

encontrados na etapa anterior, entre os fatos semelhantes, os quais ainda não

observados ou são impossíveis de serem vistos.

Segundo Menezes (2001), pode-se classificar a pesquisa em duas

direções: a qualitativa e quantitativa. A quantitativa está relacionada a tudo que pode

ser quantificável, traduzindo o número de opiniões e informações para classificá-las,

categorizá-las e analisá-las. A qualitativa considera a existência de relação entre o

mundo real e o sujeito e, portanto, a interpretação dos fenômenos e a dos

significados são necessárias neste tipo de pesquisa.

Quanto ao meio de investigação da pesquisa, foi realizada em três fases:

a primeira foi a revisão ad-hoc da literatura; a segunda foi a pesquisa de campo, que

foi aplicada através de um survey, no qual foi direcionada aos representantes de TI

das IFES e, por fim, a realização da avaliação das estratégias para tratamento dos

FCS, que se utilizou procedimentos de coleta de dados a entrevista Grupo Focal em

uma Instituição Pública de Ensino Superior.

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80

Segundo Martins (2002), a revisão da literatura trata-se de um estudo

para conhecer as contribuições cientificas sobre determinado assunto. Tem como

finalidade recolher, selecionar, analisar e interpretar as contribuições teóricas já

existentes sobre o determinado assunto.

Quanto à pesquisa de campo, define-se como a coleta direta de

informações no local em que acontece o fenômeno. Neste caso foi aplicado um

survey, que se trata de levantamento através das fontes primárias, geralmente

através de aplicação de questionário para um grande número de participantes

(MARTINS,2002).

De acordo com o mesmo autor, a pesquisa de avaliação aborda um tipo

especial de pesquisa aplicada, elaborada para avaliar programas: programas sociais

de melhoramentos como: educação, serviços, métodos de ensino e afins.

Segundo Cooper (2003) pesquisa através de Grupo Focal são realizadas

em grupo de pessoas lideradas por um moderador, que se reúnem por um período

de 90 minutos a duas horas. O moderador usa os princípios de dinâmica de grupo

para focar ou guiar o grupo na troca de ideias, sentimentos e experiências em um

tópico específico.

De acordo com Martins (2002), as entrevistas através de grupo focal são

feitas em discussão orientada por um especialista para um grupo de pessoas não

muito numeroso.

Para avaliação das estratégias adotadas utilizou-se como procedimento

de coleta de dados a entrevista realizada através de Grupo Focal; foram

selecionados os profissionais que participaram do projeto, que através da aplicação

de um questionário semiestruturado, com todas as perguntas do tipo subjetivo, que

avaliaram as estratégias adotadas na intervenção com esses fatores, no que diz

respeito ao seu tratamento para o sucesso do Projeto de Implantação da Central de

Serviços de TI do NTI/UFPE.

3.2 FASES DA PESQUISA

Para Martins (2002), as fases de uma pesquisa apresentam-se numa

sequência lógica, numa relação de antecedência e precedência para cada etapa.

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81

Apesar disso, as fases do processo de pesquisa, indicam ações do investigador em

cada uma das etapas estabelecidas.

A elaboração da presente pesquisa envolveu as seguintes fases:

Concepção, Preparação, Coleta de dados, Análise e, por fim, a de Resultados,

conforme demonstrado na Figura 3.1.

Figura 3.1- Fases da Pesquisa

Fonte: Elaborada pelo autor

3.2.1 Concepção

Esta fase foi dividida em quatro atividades: a revisão ad-hoc da literatura;

a seleção dos conceitos e teorias; a definição do problema e, por fim, o

aprimoramento dos objetivos da pesquisa, conforme apresentado na Figura 3.2.

Figura 3.2 - Fase Concepção

Fonte: Elaborada pelo autor

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82

A concepção teve início através de uma ampla revisão ad-hoc da

literatura, com o propósito de acompanhar e entender o que está sendo pesquisado

sobre Fatores Críticos de Sucesso na Implantação de uma Central de Serviços de

TI. Foram utilizados livros, artigos científicos, dissertações e teses acadêmicas como

fonte de leitura para a pesquisa.

De posse dos conceitos e das teorias pertinentes ao tema (Governança

de TI; Gerenciamento de Serviços de TI; Framework para gerenciamentos de

serviços de TI; Centrais de serviços de TI; e Fatores Críticos de Sucesso) do mesmo

modo, foram também realizados estudos sobre implantação de Centrais de Serviços

de TI, neste contexto foi definido o problema de pesquisa de forma clara, que

permita delimitar fronteiras do problema para que consiga alcançar seu objetivo.

Segundo Lakatos e Marconi (2010), a formulação de um problema de

pesquisa, deve ser mais específica e indicar exatamente qual a dificuldade que se

pretende resolver. Para eles, expressar um problema de pesquisa significa

descrever, de forma clara, explícita, compreensível e operacional, sobre a

dificuldade com a qual se defrontará o pesquisador.

Para ser considerado um problema de pesquisa apropriado, devem ser

analisados alguns aspectos em função da sua valorização (LAKATOS e MARCONI,

2010):

Viabilidade. Ser eficazmente resolvido através da pesquisa;

Relevância. Capaz de trazer conhecimentos novos;

Novidade. Estar adequado ao estágio atual da evolução cientifica, e trazer

novos enfoques e soluções;

Exequibilidade. Chegar a uma conclusão válida;

Oportunidade. Atender interesses particulares e gerais.

Com base no levantamento estudado, define-se o problema da pesquisa

e o objetivo geral, como também os objetivos específicos a serem investigados,

como apresentado no Capítulo 1, finalizando assim esta primeira fase da concepção.

3.2.2 Preparação

Esta fase foi dividida em quatro atividades: a definição das questões de

pesquisa, a caracterização do público alvo a ser consultado, a elaboração do

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83

questionário e, por fim, o pré-teste da aplicação do questionário, conforme

demonstrado na Figura 3.3.

Figura 3.3 - Fase Preparação

Fonte: Elaborada pelo autor

Com base nos conhecimentos teóricos adquiridos na fase anterior, foi

definida a questão de pesquisa, com o objetivo de entender o estado da arte sobre o

que se sabe em relação aos Fatores Críticos de Sucesso na Implantação de uma

Central de Serviços de TI nas Instituições Federais de Ensino Superior.

A atividade seguinte foi a caracterização da população-alvo que, segundo

Martins (2002), tem a finalidade de caracterizar os sujeitos que serão objeto de

estudo. No caso desta pesquisa, a população escolhida é composta pelos

profissionais da área de TI que atuam nos Institutos Federais de Ensino Superior.

Ainda de acordo com a exposição de Martins (2002), para os estudos

exploratórios e estudos descritivos os instrumentos mais comuns para coleta de

dados são as entrevistas e os questionários.

De acordo com Gil (2010), atividade de elaboração do questionário

consiste em traduzir os objetivos específicos da pesquisa em perguntas bem

definidas. Apesar disso não existem regras rígidas para elaboração, mas é possível

em função da maturidade de alguns pesquisadores, definir algumas regras básicas:

As questões devem ser preferencialmente fechadas, com opções suficientes

para abrigar ampla gama de respostas;

Dever incluir apenas perguntas relacionadas ao problema;

As perguntas devem ser formuladas de forma clara, concreta e precisa;

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84

As perguntas devem levar em conta os procedimentos de tabulação e análise

dos dados;

O questionário deve conter instruções sobre o correto preenchimento das

questões.

Neste contexto, foram elaboradas questões referentes ao objetivo da

pesquisa de forma a apresentar os desafios envolvidos na Implantação de uma

Central de Serviços de TI, no contexto de uma Instituição Pública de Ensino

Superior, procurando identificar a importância dos Fatores Críticos de Sucesso para

êxito desta iniciativa. Estas questões foram aplicadas de forma simples, com fácil

usabilidade e de forma objetiva para que o entrevistado consiga responder de forma

sucinta e rápida.

Segundo Martins (2002), em momento anterior à aplicação do

questionário definitivo, faz-se necessária a seleção de uma amostra-piloto para a

realização do pré-teste das questões. As inclusões, alterações e exclusões das

questões são realizadas a partir dos resultados obtidos na realização do

mencionado pré-teste.

Para Lakatos e Martins (2010), o pré-teste poderá evidenciar se ele

apresenta ou não três elementos de suma importância:

Fidedignidade – significa obter sempre o mesmo resultado,

independentemente da pessoa que se aplique.

Validade – isto é, se os dados obtidos são todos necessários à pesquisa.

Operatividade – significa verificar se o vocabulário é acessível a todos os

entrevistados e se os significados das questões são claros.

O pré-teste apresenta também uma grande importância em verificar a

adequação do tipo de amostragem escolhido, como também permite a obtenção de

uma estimativa sobre os futuros resultados, podendo alterar hipótese, modificar

variáveis. Desta forma, haverá uma maior confiabilidade, segurança e precisão na

pesquisa.

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85

3.2.3 Coleta de Dados

Esta fase foi dividida em duas atividades: a aplicação do questionário

através de survey, de forma eletrônica, à população especificada e, por fim, a coleta

dos dados, conforme a Figura 3.4.

Figura 3.4 - Fase Coleta de dados

Fonte: Elaborada pelo autor

O survey é um método de pesquisa utilizado para obter informações.

Trata-se de um levantamento junto às fontes primarias, geralmente através de

aplicação de um questionário para grandes quantidades de pessoas (MARTINS,

2002).

Para esta pesquisa foi escolhida a aplicação de um survey, através de um

questionário on-line, por ser a forma mais rápida, fácil de obter as respostas e

também por se tratar de pessoas oriundas de regiões geograficamente distintas.

Este tipo de questionário apresenta também uma confiabilidade na manipulação das

respostas, que estão menos sujeitas a falhas humanas.

3.2.4 Análise

Esta fase foi dividida em quatro atividades: A análise e a interpretação

dos dados se propõem a descrever os dados recebidos da pesquisa, com a

finalidade de avaliar sua consistência e a criação de uma lista de FCS os quais se

consideraram comprovados, no decorrer da pesquisa; como também aos novos, que

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86

foram identificados; em seguida a terceira atividade tem finalidade de realizar uma

pesquisa através de procedimento de coleta de dados a entrevista Grupo Focal, no

caso, a equipe de implantação da central de serviços de TI do NTI/UFPE, com

aplicação de um questionário com os FCS obtidos; por último a avaliação das

estratégias adotadas para tratamento dos FCS, como apresentada na Figura 3.5.

Figura 3.5 – Fase Análise

Fonte: Elaborada pelo autor

De acordo com Martins (2002), na análise e interpretação dos dados o

investigador irá classificar esses dados inserindo-os em categorias, de acordo com

critérios que facilitem a análise e a interpretação em face do objetivo da pesquisa.

Na atividade de análise e interpretação dos dados é realizada a

categorização, interpretação e a análise dos dados recebidos da pesquisa por meio

de gráficos e tabelas que descrevem o comportamento das variáveis, tendo como

objetivo facilitar a interpretação e análise dos dados coletados.

Depois de interpretados e analisados os dados obtidos na pesquisa, é

criada uma lista com os fatores críticos de sucessos de maior importância,

descrevendo suas características.

Em seguida, será realizada uma pesquisa através do procedimento da

coleta de dados a entrevista Grupo Focal com aplicação de um questionário

semiestruturado, com todas as perguntas do tipo subjetivo, abordando todos os

FCS, colhidos na literatura e na pesquisa realizada nas IFES, através de

questionamentos que objetivaram avaliar as estratégias adotadas na intervenção

com esses fatores, no que diz respeito ao seu tratamento para o sucesso da

Implantação da Central de Serviços de TI do NTI/UFPE.

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Os dados obtidos nas entrevistas com a equipe de Implantação da

Central de Serviços de TI do NTI/UFPE, foram analisados qualitativamente com a

finalidade de validar as estratégias adotadas, procurando identificar, seus pontos

fortes e fracos, bem como oportunidades de melhoria.

3.2.5 Resultados

Esta fase propõe uma atividade: apresentação dos resultados

consolidados.

Figura 3.6 – Fase Resultados

Fonte: Elaborada pelo autor

Por fim, a apresentação dos resultados consolidados obtidos nesta

pesquisa, no que se refere a um conjunto de FCS os quais se constataram

comprovados, no decorrer da pesquisa; como também aos novos, que foram

identificados a partir da consulta efetuada nas IFES, e por fim as estratégias

aplicadas ao tratamento de cada fator que se constituem em recomendações, que

foram exploradas e sugeridas pela equipe de implantação da Central de Serviços do

NTI/UFPE, visando aumentar a probabilidade de sucesso na implantação de uma

Central de Serviços de TI.

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88

3.3 DESENHO DA PESQUISA

De acordo com Gil (2010), para a elaboração de uma pesquisa, é

necessário que sejam definidas fases mediante a consideração para o seu

desenvolvimento. Para acompanhamento dessas atividades correspondente a cada

uma dessas fases, é usual a apresentação do fluxo da pesquisa através de um

desenho.

O desenho da pesquisa ilustra as fases de operacionalização da

pesquisa, descrevendo as atividades em uma sequência lógica, realizadas de

acordo com a Figura 3.7.

Figura 3.7 - Desenho da Pesquisa

Fonte: Elaborada pelo autor.

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89

3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo foram apresentados todos os métodos e procedimentos

que foram realizados, como também as fases da pesquisa, relatando o

detalhamento de todas as atividades e por fim o desenho da pesquisa, que

apresenta uma visão geral de um fluxo lógico das fases e atividades realizadas da

pesquisa.

A Seção 3.1 apresentou os critérios metodológicos da pesquisa, que

seguiu o objetivo exploratório e descritivo, com método de abordagem indutivo, tipo

da pesquisa empírica, de natureza quantitativa e qualitativa e que apresentou como

meio de investigação uma pesquisa ad-hoc da literatura, uma pesquisa de campo

através de um survey aplicado as IFES e em seguida realização entrevistas, para

avaliar as estratégias adotadas no tratamento dos Fatores Críticos de Sucesso

identificados na implantação de uma Central de Serviço de TI de uma Instituição

Federal de Ensino.

A Seção 3.2 relatou-se as fases da pesquisa que foi dividia em cinco:

Concepção, Preparação, Coleta de dados, Análise e, por fim, Resultados.

A Seção 3.3 apresentou-se o desenho da pesquisa, no qual ilustra as

fases de operacionalização da pesquisa, descrevendo as atividades em uma

sequência lógica que foram realizadas.

O Capítulo 4, a seguir, apresentará como foi realizada a pesquisa de

campo e os resultados, com suas referidas análises.

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90

4 ESTUDO DE CAMPO

Este capítulo apresenta o levantamento dos dados, juntamente com a

análise das informações obtidas através pesquisa de campo (survey), aplicada em

Instituições Federais de Ensino Superior, tendo como objetivo levantar os Fatores

Críticos de Sucesso para implantação de uma Central de Serviços de TI, resultando

na elaboração de uma relação com os Fatores Críticos de Sucesso (FCS) para a

referida implantação.

O capítulo está dividido nas seguintes seções: a primeira seção procura

descrever, de forma breve, as instituições alvo da pesquisa, que são as Instituições

Federais de Ensino Superior, provendo uma pequena explanação sobre a

constituição das IFES. Na segunda seção além de ser apresentado o Instrumento de

pesquisa utilizado, há também uma explicação sobre a fase de avaliação do pré-

teste acerca do questionário a ser aplicado. Na continuação, é abordado o conteúdo

do questionário utilizado para o levantamento, assim como o contexto de sua

aplicação. A terceira seção refere-se à definição da população, apresentando as

características e o dimensionamento da amostra utilizada na pesquisa. A quarta

seção mostra o resumo da categorização e organização dos dados, cuja finalidade é

retratar como foi realizada a seleção e validação dos dados colhidos, filtrando-os dos

duplicados e incompletos. Na quinta seção são evidenciados a análise e os

resultados obtidos, objetivando explicitar, de forma descritiva, as informações

coletadas no estudo de campo e realizar uma análise mais detalhadas sobre estes

dados, a fim de consolidá-los e apresentar os resultados obtidos. Por fim, são

expostas as considerações finais do capítulo.

4.1 COMPOSIÇÃO DAS IFES

A rede de Instituições Federais de Ensino Superior é constituída pelas

Universidades Federais e pelos Institutos Federais. A Lei nº 9.394, de 20 de

dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional

(LDB), define em seu Art. 52:

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91

Art. 52. As universidades são Instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por: I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional; II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral. Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas por campo do saber.

A Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que institui a Rede Federal

de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de

Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências, define em seu Art. 2º:

Art. 2

o Os Institutos Federais são Instituições de educação superior, básica e

profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as suas práticas pedagógicas, nos termos desta Lei. § 1

o Para efeito da incidência das disposições que regem a regulação, avaliação e

supervisão das Instituições e dos cursos de educação superior, os Institutos Federais são equiparados às universidades federais.

A rede de Instituições Federais de Ensino contempla um total de 104

unidades de ensino, composta por 63 Universidades, 38 Institutos Federais de

Ensino, dois Centros Federais de Educação e Tecnologia e o Colégio Pedro II.

4.2 INSTRUMENTO DE PESQUISA

O meio de investigação para coleta de dados escolhido para este estudo

de campo foi a utilização de um questionário no formato eletrônico survey. De

acordo com Martins (2002) “um survey corresponde a um levantamento junto às

fontes primárias, geralmente através de um questionário para grande quantidade de

pessoas”.

O questionário desta pesquisa foi disponibilizado em meio eletrônico,

através de um “Formulário Google”, por se tratar de uma investigação de

abrangência nacional, com localizações geográficas bem distintas. A consulta foi

direcionada aos profissionais da área de Tecnologia da Informação das Instituições

Federais de Ensino Superior, com atuação tanto na gestão de TI, como também no

gerenciamento de serviços de TI.

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92

4.2.1 Aplicação do Pré-Teste

Conforme Lakatos e Marconi (2010), a aplicação de um pré-teste é de

grande relevância para validar o questionário final. Esse mecanismo tem a função de

averiguar o padrão de comportamento diante do grau de dificuldade para o

entendimento das perguntas, verificar se o público alvo se esquiva de questões

polêmicas, podendo ainda evidenciar ambiguidade das questões, bem como a

adequação, ou não, da ordem das questões, entre outras utilidades. Outro grande

objetivo da aplicação do pré-teste é verificar a adequação do tipo de amostragem

escolhido, sempre o utilizando para amostras de pequeno porte, no qual o

desenvolvimento do processo é semelhante ao da pesquisa definitiva. O pré-teste é

capaz de identificar também uma perspectiva de estimativa sobre os futuros

resultados, podendo, inclusive, alterar a interpretação de variáveis, modificar suas

hipóteses de aplicação e a relação entre elas. Deste modo, presume-se que haverá

maior segurança e precisão nas informações divulgadas através da pesquisa.

Em relação ao questionário, o pré-teste pode também evidenciar se ele

apresenta ou não as seguintes características de suma importância (LAKATTOS e

MARCONI, 2010):

Fidedignidade – obter o mesmo resultado, independente da pessoa que o

aplica;

Validade – os dados coletados são todos necessários para pesquisa; nenhum

dado, fato ou fenômeno foi deixado de lado na coleta;

Operatividade – sua linguagem se apresenta de forma acessível a todos os

entrevistados e o conteúdo das questões, de forma clara.

De acordo com Martins (2002), a aplicação do pré-teste serve de

instrumento para coleta de dados no que diz respeito à seleção de uma amostra-

piloto para realização e validação do questionário definitivo. As inclusões, alterações

e exclusões de perguntas serão realizadas a partir do resultado do pré-teste.

Para a realização do pré-teste, com objetivo de validação e homologação

do questionário, a consulta foi aplicada a um grupo de profissionais de Tecnologia

da Informação pertencentes a equipes de analistas de TI, na área de gestão e de

serviços de TI, das IFES que se deseja estudar. Para esse fim foram enviados e-

mails para uma pequena amostra de 04 (quatro) profissionais, com o objetivo de

obter respostas ao questionário inicial, analisando e validando hipóteses de

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93

questionamentos. Aos entrevistados foram solicitadas informações a respeito do

conteúdo do questionário inicial, em relação à clareza, quantidade de perguntas,

percepção de coerência entre os temas, tempo de resposta e dificuldades

encontradas, além de sugestões para melhorias.

O questionário do pré-teste ficou disponível entre os dias 14/11/2016 e

18/11/2016, período em que foram recebidas respostas que contribuíram para

realizar os ajustes necessários para a elaboração do questionário final.

4.2.2 Questionário

Segundo Martins (2002), nos estudos exploratórios e estudos descritivos,

particularmente, os instrumentos mais comuns para coletas de dados são os

questionários e as entrevistas. A qualidade do instrumento para coleta de dados está

diretamente ligada à qualidade e eficiência no processo de comunicação. Ao

elaborar o questionário, o investigador deverá considerar alguns aspectos:

Identificar os dados e as variáveis fundamentais;

Avaliar as questões formuladas quanto à clareza;

Avaliar a extensão do questionário;

Verificar a pertinência de cada questão;

Ter cuidado na estética e na qualidade do questionário.

Para possibilitar a realização desta pesquisa sobre os Fatores Críticos de

Sucesso na Implantação de uma Central de Serviços de TI nas IFES, foi elaborado

um questionário, conforme apresentado no Apêndice A, cujo objetivo principal foi

obter informações sobre o cenário atual das IFES brasileiras, no que diz respeito ao

gerenciamento de serviços de TI com foco na Central de Serviços, e em especial,

nos Fatores Críticos de Sucesso a ela associados, buscando identificar seus

respectivos graus de importância. As indagações contidas no questionário da

pesquisa de campo foram obtidas através do estudo baseado na literatura

referenciada no capítulo anterior deste trabalho.

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94

4.2.3 Aplicação do Questionário

Martins (2002) considera que, especificamente em pesquisas

exploratórias e estudos descritivos, o questionário e a entrevista representam os

meios mais comuns para a coleta dos dados. Particularmente, quando os dados são

obtidos diretamente do informante, através destes instrumentos, são denominados

de dados primários, e uma cópia de tal instrumento deverá fazer parte do relatório

final da pesquisa. Grande parte do sucesso da pesquisa depende do processo de

coleta dos dados e do tratamento dado às informações adquiridas, portanto, esta

etapa necessita de atenção e cuidado especial para que os elementos colhidos

possam ser consubstanciados em material preciso, fidedigno e corretamente

registrado.

A aplicação do questionário ocorreu através de um survey, por meio do

preenchimento de um formulário divulgado via web, que foi implementado a partir do

modelo de formulário google, em que cada participante deveria responder a um total

de 21 perguntas. Os participantes da pesquisa foram contatados, inicialmente,

através de e-mail, sendo que este contato inicial foi reforçado por meio de

telefonema, no intuito de enfatizar o convite a responder ao survey. No conteúdo do

e-mail, constavam orientações com procedimentos a serem seguidos para o devido

preenchimento do questionário, como também o compromisso ético com a

preservação da discrição das informações pessoais obtidas.

Em continuação ao procedimento acima, foram reenviadas mensagens de

solicitação para preenchimento através de diversos e-mails, assim como através de

grupos de aplicativo para troca de mensagens via celular (WhatsApp), encerrando

esta fase por meio de vários contatos por telefone. Também através de ligações

telefônicas e mensagens, contatamos as Diretorias de TI, Superintendências de TI,

Gerentes de TI e Analistas de TI das IFES integrantes da pesquisa, com o objetivo

de receber um maior número de respostas e obter melhores resultados quanto ao

dimensionamento e à confiabilidade das amostras.

O questionário ficou disponível para preenchimento entre os dias

06/12/2016 a 06/03/2017 e neste período as respostas foram obtidas da seguinte

forma: no mês de dezembro, a pesquisa contabilizou um maior número de retornos,

totalizando 41 respostas; em janeiro, obteve um pequeno número de 5 respostas;

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95

em fevereiro, 20 respostas, e, em março, apenas 1 resposta, como apresentado no

Gráfico 4.1.

Gráfico 4.1 - Respostas obtidas em ordem cronológica

Fonte: Elaborado pelo autor

4.3 DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO

A população escolhida para fazer parte desta pesquisa é composta por

profissionais da área de Tecnologia da Informação das Instituições Federais de

Ensino Superior, envolvidos direta ou indiretamente no gerenciamento de serviços,

dando destaque especial àqueles profissionais que atuam na área de Gestão de TI,

Gerenciamento de Serviços de TI ou Suporte ao Usuário.

Quanto à abrangência da pesquisa, procurou-se compreender a

integralidade das Instituições Federais de Ensino Superior brasileiras, a qual

contempla um total de 104 unidades de ensino, como descrito anteriormente.

4.3.1 Definição da Amostra

Corroborando com Martins (2002), as pesquisas frequentemente são

desenvolvidas através de verificações e estudos de elementos que constituem uma

amostra, que, em geral, é extraída de uma população selecionada, através de um

meio confiável, com o objetivo de submetê-la a uma análise específica. Nem sempre

é possível obter as informações de todos os elementos da população, limitações de

41 46

66 67

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Dezembro Janeiro Fevereiro Março

Acu

mu

lad

o d

e R

esp

ost

as

Período da Pesquisa

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96

tempo, custos, e as vantagens de utilização das técnicas estatísticas de inferência

justificam o uso de um plano amostral.

Segundo Gil (2008), para que uma amostra represente a autenticidade da

característica do universo, deve ser composta por um número suficiente de casos, o

qual depende de quatros fatores que determinam a amostra: amplitude do universo,

nível de confiança, erro máximo permitido e percentagem com que o fenômeno se

verifica. Na amplitude do universo, a amostra poderá ser definida como finita ou

infinita. A finita se verifica no caso de não exceder a 100.000 elementos, e, a infinita

quando exceder a 100.000 elementos.

Com base na curva de Gauss da teoria geral das probabilidades, observa-

se que quando se refere à curva “normal”, os dados coletados a partir de amostras,

ao serem distribuídos, geralmente, devem se ajustar a ela, apresentando valores

elevados ao centro e reduzidos, nas extremidades.

Quanto ao nível de confiança estabelecido para uma amostra, trata-se da

área da curva normal, determinada através dos desvios-padrão em função de sua

média. Na curva normal, a definição dos desvios padrões é efetuada da seguinte

forma: a área que compreende um desvio padrão à esquerda e um à direita da

média correspondem a cerca de 70% dela; a área que compreende dois desvios,

corresponde a cerca de 95,5% dela; e, para concluir, a área compreendida por três

desvios, corresponde a cerca de 99,7% de seu total. Deste modo, quando se refere

no nível de confiança, quanto mais desvios-padrão são considerados na amostra

selecionada, maior será sua confiabilidade. Para fins de exemplo, caso sejam

considerados três desvios-padrão na amostra selecionada, significa que se trabalha

com um nível máximo de confiança, de 99,7%.

Os resultados extraídos de uma amostra de pesquisa sempre apresentam

um erro de medição, por mais fidedignos que se apresentem. O erro de medição é

tratado por meio de percentuais e ele tende a diminuir, proporcionalmente, com o

aumento do tamanho da amostra. A estimativa de erro mínimo e máximo,

geralmente considerada nas pesquisas, varia entre 3 e 5%.

Nesta pesquisa utilizamos a representação do cálculo da amostra finita,

que é empregada quando a população pesquisada não supera a marca de 100.000

elementos. No caso em questão, a fórmula para o cálculo deste tipo de amostra é

apresentada na Figura 4.1.

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97

Figura 4.1 - Fórmula para cálculo de Amostra Finita

Fonte: Adaptada de Gil (2008)

Onde:

n = tamanho da amostra

σ^2 = nível de confiança escolhido, expresso em número de desvios-padrão; p = percentual com o qual o fenômeno se verifica;

q = percentual complementar (100 – p);

N = tamanho da população;

e^2 = erro máximo permitido.

Foi estabelecido que o percentual com o qual o fenômeno se verifica (p)

seria por volta de 3,0%, portanto, q é igual a 100 – 3, ou seja, 97. Em seguida,

adotou-se um nível de confiança de 99,7% (correspondente a três desvios-padrão) e

um erro máximo de 5,0%. Aplicando-se à fórmula, encontrou-se o seguinte

resultado, expresso na Figura 4.2.

Figura 4.2 - Cálculo de Amostra Finita.

Fonte: adaptada de Gil (2008).

Aplicando os valores à fórmula apresentada, define-se a necessidade de

uma amostra aproximada de 52,44 questionários respondidos, representando

satisfatoriamente uma população de 104 Instituições Federais de Ensino Superior

(IFES). Assim, o número mínimo de amostras foi arredondado para 53 Instituições.

Este representaria o valor da amostra necessário para que o presente estudo

possuísse significância estatística, em um nível de confiança considerado

estabelecido e aceitável. Entretanto, obtivemos 56 respostas, um número de

respostas superior ao necessário de acordo com o cálculo de Amostra Finita.

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98

4.4 CATEGORIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS DADOS

Na fase de recebimento das respostas através dos questionários

eletrônicos que foram enviados às IFES, foram identificadas respostas incompletas e

duplicadas, as quais foram devidamente selecionadas e descartadas. No período em

que o questionário ficou disponível, foram obtidas 67 respostas, o que corresponde a

65% do total de respostas das Instituições contratadas, dentre as quais 56 foram

efetivamente validadas, diminuindo a proporção para 54% do total de Instituições.

Portanto, do total de respostas das Instituições contratadas, 11% foram

eliminadas, sendo 1 resposta incompleta e 10 duplicadas, como apresentado na

Tabela 4.1.

Tabela 4.1 - Quantidade de respostas

Instituições Federais de Ensino Superior

Instituições Respostas

Completa Incompleta Duplicadas Total Universidades 26 00 05 31

Institutos Federais 28 01 05 34

CEFET´S 01 00 00 01

Colégio Pedro II 01 00 00 01

Total 56 01 10 67

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo autor

Concluída esta fase de investigação, apurou-se que 56 das Instituições

submetidas aos questionários, forneceram respostas homologadas e validadas,

passíveis de integrar e embasar o referido trabalho de pesquisa, o que representa

um quantitativo acima do valor da amostra mínima necessária, que seria de 53

Instituições.

4.5 ANÁLISE E RESULTADOS OBTIDOS

Nesta seção ocorre o detalhamento da análise e interpretação dos dados

coletados, como também a apresentação dos resultados obtidos, através da

conferência, associação e estudo minuciosos dos dados levantados pelo estudo de

campo aplicado nas IFES. Tais dados foram avaliados e interpretados com base na

literatura pesquisada e em seus devidos contextos, agregando valor e novas

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99

perspectivas ao seu conteúdo, possibilitando transformá-los em informações

capazes de colaborar para o enriquecimento do trabalho e solucionar o objeto desta

pesquisa.

De acordo com Martins (2002), os dados e as informações deverão ser

analisados visando encontrar a solução do problema de pesquisa proposto, bem

como alcançar os objetivos de pesquisa definidos.

A análise dos dados foi realizada através da averiguação das respostas

colhidas do questionário aplicado às IFES, como apresentado no Apêndice A, cuja

principal finalidade foi levantar informações necessárias para identificar Fatores

Críticos de Sucesso para implantação de uma Central de Serviços de TI. Foi

utilizada a análise descritiva dos dados na elaboração da apresentação dos

resultados. A definição e utilidade da aplicação deste tipo de análise têm sido

verificadas na literatura, caracterizando-se na obtenção, análise e interpretação dos

dados, através da criação de instrumentos adequados, tais como tabelas, quadros e

gráficos (MARCONI e LAKATOS, 2010).

O questionário aplicado nesta pesquisa foi dividido em três seções

detalhadas a seguir:

Identificação da Instituição e perfil do entrevistado;

Cenário atual do Gerenciamento de Serviços de TI na IFES;

Fatores Críticos de Sucesso na Implantação da Central de Serviços de TI.

4.5.1 Identificação da Instituição e perfil do entrevistado

A pesquisa abordou, na sua integralidade, um universo de 104

Instituições Federais de Ensino Superior, distribuídas nas cinco distintas regiões do

Brasil. Cada uma delas foi devidamente individualizada e identificada, através da

resposta à Questão 1 do formulário. Neste item específico, os entrevistados foram

perguntados sobre o nome da Instituição da qual faziam parte. Das 104 entidades às

quais foram encaminhadas a pesquisa, um número de 67 entrevistados respondeu à

enquete, e, deste número, ainda houve um percentual de perda por invalidação,

resultando em 56 respostas validadas e aptas a integrarem o trabalho. A perda

ocorreu por motivo de duplicação ou inconsistência, totalizando, ao final da

conferência, um percentual de 54% de respostas válidas, quanto às Instituições que

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100

não forneceram respostas às questões, estas contemplam um percentual de 46% do

universo global das IFES pesquisadas, conforme apresentado na Tabela 4.2.

Tabela 4.2 – Relação das IFES pesquisadas por região

Região

IFES

Pesquisadas

Respostas

Válidas

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Nordeste

Norte

31

17

12

29

15

11

6

6

21

11

Total 104 56

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo autor

Observa-se que, apesar de ter ocorrido uma maior disposição para

colaboração acadêmica por parte da região sudeste, notoriamente a região mais

desenvolvida econômica, social e culturalmente do país, houve um discrepante

percentual de invalidação de suas respostas, ao contrário da região nordeste, região

de origem da pesquisa, cuja participação, apesar do saldo de respostas inferior, foi

eficazmente bem mais produtiva ao desenvolvimento da mensionada pesquisa.

Das 63 Universidades Federais, um total de 26 respondeu à pesquisa,

enquanto que, dos 38 Institutos Federais de Educação e Tecnologia investigados,

um total de 28 contribuíram para pesquisa, já dos dois CEFET´S apenas 1

respondeu a pesquisa e por fim o Colégio Pedro II contribuiu com sua resposta,

resultando, na conclusão do processo, em 56 unidades, de acordo com a Tabela

4.3.

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101

Tabela 4.3 - Relação das IFES - Perguntas (Enviadas x Respondidas)

Instituições Federais de

Ensino Superior

Perguntas/Respostas

Enviadas Respondidas

Universidades 63 26

Institutos Federais 38 28

CEFET´S 02 01

Colégio Pedro II 01 01

Total 104 56

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo autor

Como o estudo está focado nos profissionais de TI, enfatizando a área de

gerenciamento de serviços e suporte ao usuário, procuramos, através da Questão

2, identificar este perfil do colaborador da pesquisa, bem como destacar a sua área

de atuação na Instituição. O Gráfico 4.2 mostra que o grupo de respondentes é

bastante expressivo, formado por Diretores de TI, Gerentes de TI, coordenadores de

sistemas, coordenadores de redes e coordenadores de suporte ao usuário,

totalizando, em conjunto, um percentual de 47%, em relação ao grupo original de 56

colaboradores que responderam à pesquisa. Isto claramente enriquece o trabalho,

na medida em que estes grupos com participação mais expressiva têm suas funções

focadas na gestão de equipes e no gerenciamento de serviços de TI, matérias

intrinsecamente relacionadas ao objeto desta pesquisa.

Em relação à opção “Outros”, foi auferido um percentual de 45%, haja

vista que a presente pesquisa foi disponibilizada a profissionais que ocupavam

variadas funções da área técnica de TI e não apenas cargos de gestão, objetivando

diversificar a origem da fonte dos dados e minimizar a possibilidade de um

levantamento tendencioso. Isto se justifica, pois distintas são as ocupações dos

colaboradores que atuam em Centrais de Serviço de TI, equipes multidisciplinares,

compostas por especialistas das áreas de desenvolvimento, de redes, de

manutenção, de banco de dados, suporte a usuários, consultores técnicos, entre

outros. Desta forma, foi verificado que das 25 respostas assinaladas com a opção

“Outros”, apurou-se estarem identificadas da seguinte forma: 10 originaram-se de

analistas de redes, 5 de analistas de suporte e 10 tiveram a ocupação como técnicos

de TI.

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102

Gráfico 4.2. Cargo ou Função dos entrevistados

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Em relação ao perfil dos entrevistados, como questionado na Questão 3,

a experiência dos profissionais está distribuída numa média de 6 a 15 anos atuando

no ramo. Destes, a faixa mais significativa está compreendida entre 6 e 10 anos de

experiência, totalizando quase metade do grupo total com 41%. O segundo maior

percentual totalizando 25%, composto por profissionais que se encontram no

intervalo de 11 a 15 anos de experiência, como apresentado no Gráfico 4.3. Trata-

se de um grupo com atuação diversa no campo de TI, contemplando as áreas de

gestão e técnica, e ainda, com um grau de experiência considerável, o que confere

confiabilidade relevante ao resultado da pesquisa.

Gráfico 4.3 - Tempo de experiência dos entrevistados

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

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103

4.5.2 Cenário Atual do Gerenciamento de Serviços TI nas IFES

Esta subseção tem como objetivo principal entender em que condições se

encontra o cenário atual da prática do Gerenciamento de Serviços de TI nas

Instituições investigadas, e, em conjunto, fazer uma reflexão sobre o que são

descritos na literatura como também aos modelos internacionais de boas práticas de

TI.

Para atingir os objetivos definidos para a subseção, fez-se necessário

inicialmente verificar a existência de uma Central de Serviços de TI, já estruturada

ou em implantação na Instituição, além de outras questões a ela associadas. Estas

informações foram obtidas através das questões de 4 a 19 do questionário aplicado

no estudo de campo realizado nas IFES.

Assim, foi indagado às unidades estudadas, na Questão 4, sobre sua

percepção da importância de uma Central de Serviços de TI na Instituição, e de

acordo com o resultado, apresentado no Gráfico 4.4, o cenário se mostra coerente

com a perspectiva apresentada pela literatura estudada. Na pesquisa, foi definido o

grau de importância na seguinte escala: 01 - sem importância, 02 - pouco

importante, 03 - indiferente, 04 - importante e 05 - muito importante.

Para as 56 Instituições que responderam à pesquisa, 80% das

Instituições consideram o tema muito importante e 20% das Instituições restantes

atribuíram o segundo grau de importância mais alto ao tema, considerando-o de

importância ainda elevada. O que se pode perceber é um nível de conhecimento da

população entrevistada, no que diz respeito ao reconhecimento da relevância de

uma Central de Serviços de TI para a melhoria do gerenciamento de serviços de TI

de uma organização.

Segundo Melendez (2011), uma Central de Serviços de TI é de grande

importância para as organizações, normalmente faz parte integrante da cadeia de

valor dos serviços oferecidos. Hoje em dia, a abrangência de uma Central de

Serviços de TI, vai além do princípio de um ponto único de contato, tornando-se uma

função vital na comunicação entre os usuários de serviços de TI e as unidades

técnicas prestadoras de serviços.

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104

Gráfico 4.4 - Importância de uma Central de Serviços de TI na Instituição

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Para Magalhães e Pinheiro (2010), a Central de Serviços de TI oferece

simultaneamente uma abordagem global e focada, a primeira, por representar um

único ponto de entrada, e a segunda, pela especialização em diversos tipos de

atendimento, possibilitando dessa forma, que os processos de negócios sejam

vinculados aos processos que compõem o gerenciamento de serviços de TI.

Segundo um estudo sobre a importância da Central de Serviços para o

gerenciamento de serviços de TI, para o êxito na implantação de tal processo, os

autores ressaltam a necessidade da configuração de uma Central de Serviços de TI

com um bom nível de maturidade, destacando também sua utilidade no sentido de

proporcionar às empresas uma maior capacidade de controle de seus aplicativos e

de seus ativos de TI, inclusive das áreas terceirizadas (TANG, TODO, 2013).

Quanto à Questão 5, as Instituições foram consultadas sobre a existência

de processos, implantados ou em implantação, para o gerenciamento de serviços de

TI. De acordo com o que Magalhães e Pinheiro (2010) afirmam, os elementos que

compõem o Gerenciamento de Serviços de TI são baseados em processos, que são

constituídos por grupo de atividades inter-relacionadas, a partir de um objetivo

definido, os quais são executados para atingir os resultados esperados. No

complexo sistema de Gerenciamento de Serviços TI os processos não podem ser

enxergados de forma isolada entre si. Eles devem atuar de forma inter-relacionada e

coordenada para atingir o objetivo esperado.

De acordo com Melendez (2011), uma das referências em relação ao

Gerenciamento de Serviços de TI é o Framework ITIL, pela qual sua arquitetura é

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105

composta por um conjunto de cinco fases ou macroprocessos, que se integram em

uma sequência lógica, onde cada um destes expande-se também num conjunto de

outros processos. Continuando o desdobramento, cada um destes processos possui

seu objetivo específico e deve ser desmembrado, mais uma vez, em subprocessos

ou atividades. Conforme o que orienta o ITIL, no que se refere ao macroprocesso

Operação de Serviços, este é composto pelos processos de incidentes, problemas,

requisição de serviços, eventos e acesso.

Baseado no Gráfico 4.5, vemos que o processo da fase Operação de

Serviços, que está inserida na unidade funcional chamada Central de Serviços, que

obteve maior destaque foi o de requisição de serviços, no qual 82% das Instituições

examinadas disseram que já implantaram ou encontram-se em fase de implantação

do mesmo. Os demais processos desta fase estão implantados ou em fase de

implantação em menor grau, conforme ordem a seguir: Processos de Incidentes e

Problemas somam 41%; processos de Acesso, 30%; processos relativos a Eventos,

18%, e, no caso da opção “outros”, 6% informaram que ainda não adotam nenhum

tipo de processo.

Constatou-se que os processos referentes à requisição de cumprimento

de serviços, incidentes e problemas foram os que apresentaram maior índice de

adoção. Segundo Melendez (2011), o processo de cumprimento de requisição de

serviços procura proporcionar aos usuários uma alternativa para solicitar serviços

que não provoquem impacto à operação de ativos a eles relacionados; enquanto

que o processo associado a incidentes, é responsável pelas demandas que visam

restabelecer o ativo de serviço o mais rápido possível, no caso de intercorrência,

independente da solução se apresentar como de contorno ou definitiva. Já o

processo referente ao gerenciamento de problemas é responsável tanto pela

resolução definitiva, como pela prevenção das falhas ocorridas, decorrentes dos

incidentes que afetam os funcionamentos dos serviços de TI (MAGALHÃES E

PINHEIRO, 2010).

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106

Gráfico 4.5 - Processos de Gerenciamento de Serviços de TI Implantados ou em Implantação

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Quando questionados na Questão 6, sobre a utilização de algum

framework de Gerenciamento de Serviços de TI, o que se percebe, como

apresentado no Gráfico 4.6, é que 58% (correspondendo a 33 respostas), ou seja,

um número expressivo das Instituições que responderam à pesquisa, não adota

nenhum tipo de framework de gerenciamento de serviços de TI, evidenciando uma

situação problemática em que a gestão dos serviços de TI é realizada de forma ad-

hoc; já 42% (25 respostas), utilizam como modelo de referência o framework ITIL,

seguindo um padrão mundialmente verificado, para o gerenciamento dos serviços de

TI nas suas instalações. Por fim, observou-se que, quanto a outros tipos de

framework que estão disponíveis no mercado, como CMMI Service, MPS.BR e

ISO20000, não se constatou sua utilização em nenhuma das Instituições

pesquisadas.

Gráfico 4.6 - Framework de Gerenciamento de Serviços de TI

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

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107

Assim, existe uma grande coerência em função das respostas da

pesquisa quanto à expectativa prevista sobre a utilização do ITIL pelas Instituições,

por ser um framework com ampla adesão e disseminação globalizada. De acordo

com Iden e Eikebrokk (2013), em sua pesquisa “Implementing IT Service

Management: A systematic literature review”, foram identificadas evidências de que

o Gerenciamento de serviços de TI e ITIL são bastante utilizados e difundidos por

gestores de TI. Neste contexto, ITSMF (IT Service Management Forum) apresenta

mais de 5.000 empresas associadas e mais de 70.000 adesões individuais; além do

fato de que profissionais de mais de 150 países têm passado por vários exames de

certificação do ITIL, sendo este traduzido em mais de 20 idiomas, conferindo-se um

total de 270.000 exames de certificações realizados em 2010; além disso, 24

ferramentas distintas de software de gestão realizaram homologação para serem

compatíveis com o ITIL.

Na Questão 7, as Instituições foram questionadas sobre a existência de

processos de gerencimento de serviços de TI, modelados e publicados. O Gráfico

4.7 apresenta um cenário de grande preocupação quanto a ausência de processos

modelados e publicados nas Organizações (79% das entidades não contemplam

processos modelados e publicados, enquanto que apenas 21% delas contam com

este recurso formalizado). Isto evidencia uma situação deficitária em relação ao

acompanhamento, execução e atualização dos mesmos, dificultando também, por

consequência, o controle e a manutenção dos ativos relacionados aos serviços de

TI.

Gráfico 4.7 - Existência de Processos de Gerenciamento de Serviços de TI modelados e publicados

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

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108

Para Valle e Oliveira (2009), a modelagem de processos visa a entender

e refletir sobre a organização, com a intenção de padronizar conceitos, compartilhar

visões, estruturar o conhecimento, compatibilizar a linguagem entre distintos

profissionais e usuários, analisar perspectivas de melhoria e monitoramento das

atividades, favorecendo o aumento da qualidade e da produtividade.

A literatura elenca ainda um outro ponto a ser destacado na modelagem

de processos, que é o auxilio à formalização, compreendendo o levantamento e a

representação para uma grande quantidade de informações, por intermédio de

variadas terminologias (ARAÚJO et al., 2004).

Os processos quando bem definidos representam um dos melhores meios

para alcançar um determinado resultado, estabelecido dentro dos objetivos

organizacionais, aprimorando a eficiência e minimizando os custos, para fornecer

um produto ou serviço ao cliente. Os processos apresentam um ciclo no qual devem

ser documentados, publicados, medidos e melhorados continuamente. Em geral,

quando são documentados e acompanhados, são identificados no Gerenciamento

de Serviços de TI como Procedimento Operacional Padrão (Standard Operating

Procedure- SOP) (HDI – Support Center Manager, 2008).

Em relação à Questão 8, pretendeu-se averiguar, nas Instituições

examinadas, sobre a existência de uma Central de Serviços de TI,

independentemente da fase em que se encontrar, em implantação ou implantada.

Como apresentado no Gráfico 4.8, das 56 Instituiçoes pesquisadas, 62%

informaram que já possuem uma Central de Serviços, e, 38%, ou seja, 22

Instituções, não a possuem.

Em função dos resultados, surge um quadro bastante preocupante,

devido a quantidade de Instituições que desenvolvem seus serviços de suporte a TI

sem o recurso de uma Central de Serviços. Nesse contexto, essa ausência aumenta

a probabilidade de prejuízos à eficiência do gerenciamento dos serviços de TI

dessas Instituições e a possibilidade de prestarem um serviço de menor qualidade

aos seus clientes.

De acordo com Magalhães e Pinheiro (2010), a necessidade de uma

Central de Serviços, visa a atender à elevação do nível de exigência dos clientes em

relação ao desempenho dos serviços de TI oferecidos, permitindo centralizar a

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109

comunicação dos erros, dúvidas e solicitações das demandas de serviços e

incidentes de TI, contribuindo para a redução do tempo de respota aos atendimento.

Gráfico 4.8 - Existência de Central de Serviços de TI

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Segundo o Cobit (Control Objectives for Information and related

Technology), para se ter efetividade e tempo adequados de resposta às demandas

oriundas de usuários de TI, quanto a requisições, incidentes, problemas e dúvidas, é

imperioso poder contar com uma Central de Serviços de TI e com processos de

gerencimento de serviços de TI bem projetados e implementados. Esse conjunto de

processos deve abranger a implantação de uma Central de Serviços com

qualificação suficiente para responder tanto ao tratamento de incidentes, incluindo o

registro, escalonamento, análise de tendência, análise de causa raiz, como a

resolução de demandas solicitadas (ITGI, 2007).

Segundo Tang e Todo (2013), na pesquisa intitulada “A Study of Service

Desk Setup in Implementing IT Service Management in Enterprises” destaca a

necessidade de configuração de uma Central de Serviços de TI com um bom nível

de maturidade, para a obtenção de êxito na implantação do sistema de

gerenciamento de serviços de TI. Salientam também a utilidade da Central de

Serviços de TI que as empresas tenham um maior controle de seus aplicativos,

assim como de seus ativos de TI, incluindo as áreas terceirizadas.

No que se refere à Questão 9, a intenção foi verificar quem participou na

decisão da implantação da Central de Serviços de TI nas Instituições questionadas.

Pode-se observar, através dos dados obtidos na Tabela 4.4, que na grande maioria

das entidades pesquisadas, ou seja, 78% delas, esta decisão foi tomada com a

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110

participação do Comitê e da Diretoria de TI do Órgão, ficando notório o caráter

imprescindível do apoio da alta gerência, como fator decisório. Isto só vem a

corroborar com as considerações levantadas na literatura, como o exemplo de

Albertin (2004), para quem o comprometimento e a participação da alta gerência têm

recebido uma atenção especial de vários autores, que enfatizam sua importância na

implantação de projetos e as possíveis consequências negativas quando não se

obtêm o apoio adequado. Esse apoio pode ser representado por sua participação na

decisão, atuando na priorização dos recursos, nos critérios de priorização,

garantindo os investimentos aprovados, e também na facilitação da administração

de mudanças, através da assistência na solução de conflitos.

Tabela 4.4 – Quem participou na decisão da Implantação da Central de

Serviços de TI na IFES

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo autor

Na sequência, as Instituições foram interpeladas, na Questão 10, através

de uma pergunta subjetiva sobre a forma como eram atendidas as demandas

relativas a serviços de TI nas entidades, antes da Implantação e Operação da

Central de Serviços. De acordo com as respostas obtidas, foi exposto um cenário

crítico e caótico, onde estas demandas eram atendidas de forma totalmente ad-hoc,

sem registro das ocorrências, com vários pontos de acesso para entrada, sem

nenhuma ferramenta para auxiliar na gestão dos chamados, sem critérios de

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111

priorização, sem padronização nos atendimentos. Também não foi detectado

nenhum mecanismo de medição de desempenho e nem de pesquisa de satisfação.

De acordo com Magalhães e Pinheiro (2010), os principais aspectos

motivadores para uma organização investir na implantação e operação de uma

Central de Serviços são:

Fornecer um ponto único de acesso entre a área de TI e as demandas dos

usuários referentes aos serviços de TI, possibilitando aos diversos setores

especialistas ter total controle sobre as demandas recebidas;

Assegurar o suporte e a comunicação das mudanças relacionadas aos

serviços de TI;

Assegurar o registro de todas as demandas de TI e o acompanhamento dos

indicadores de desempenho do atendimento, contabilizando o custo do

suporte para cada serviço de TI;

Melhorar a satisfação dos usuários com os serviços de TI prestados, através

da padronização e da redução do tempo de atendimento;

Contribuir com a área de TI para identificar oportunidades de negócios que

possam ser por ela atendidas.

Na Questão 11, as Instituições foram questionadas sobre a expectativa

quanto aos resultados da Implantação e operação da Central de Serviços de TI.

Para tal propósito foram franqueadas aos entrevistados opções de múltipla escolha

e por conta disto, as respostas não foram contabilizadas de forma percentual já os

quantitativos poderiam ultrapassar os 100%.

Analisando o Gráfico 4.9, observa-se que, na opinião dos entrevistados,

entre as principais expectativas identificadas, a detentora de maior relevância, foi a

melhoria do controle das demandas, com um total de 33 indicações, logo em

seguida, com 32 indicações, os entrevistados ponderaram que o principal benefício

seria a melhora da satisfação do cliente, e, em terceiro lugar, com 23 indicações, os

entrevistados optaram pela expectativa da diminuição do tempo de atendimento.

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112

Gráfico 4.9 – Expectativa quanto aos resultados da Implantação e Operação da Central de Serviços de TI nas IFES

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Estes resultados convergem com os indicados por Magalhães e Pinheiro

(2010), quando afirmam que a implantação e operação de uma Central de Serviços

de TI trazem os seguintes benefícios:

Melhoria na velocidade do atendimento;

Melhoria nos índices de satisfação dos usuários, com o aumento da

percepção da qualidade no atendimento e do profissionalismo;

Melhoria no suporte técnico fornecido;

Melhoria no gerenciamento das demandas;

Melhoria na acessibilidade dos usuários de TI, por representar um ponto

único de contato.

Ainda neste contexto, Tang e Todo (2013), em sua pesquisa “A Study of

Service Desk Setup in Implementing IT Service Management in Enterprises”,

mostram que alguns dos benefícios constatados, sobre a implantação e operação de

uma Central de Serviços, traduziam-se em oferecer à organização vantagens diretas

e indiretas. No que diz respeito aos benefícios diretos, estes podem ser elencados

como: redução dos custos na resolução dos incidentes, aumento da produtividade e

melhoria na utilização dos ativos. Já no caso dos benefícios indiretos, foram

destacados os seguintes: padronização, melhoria da disponibilidade, aumento da

eficiência na segurança e melhoria na governança de TI, com consequente

agregação de valor ao negócio.

Na Questão 12, as Instituições responderam sobre o tempo de

planejamento para implantação de uma Central de Serviços de TI. Como se pode

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113

perceber diante do Gráfico 4.10, dentre as 35 Instituições perguntadas, 26% delas

lidaram apenas com um curto peródo de tempo de até 3 meses; já 37% informaram

que o tempo necessário foi até 6 meses; por outro lado, dispondo de um espaço

temporal maior para o planejamento, 23% das instiuições consultadas empregaram

um período de até um ano, e, inclusive, 14% das pesquisados informaram que

necessitaram de um período ainda maior que um ano para completar o processo.

O tempo necessário para o processo de implantação dependerá de uma

série de variáveis relativas ao cenário e contexto aplicado, tais como: tamanho da

estrutura física, número de profissionais envolvidos nas equipes, nível de maturidade

destas equipes, grau de resistência a mudanças, apoio da alta gestão, entre outros

aspectos envolvidos. Porém, quanto maior o tempo empregado para o esforço de

planejamento, melhor dar-se-á a estruturação e a organização para a implantação

do projeto, e com isso, haverá ganhos na qualidade da implantação, diminuindo a

probabilidade de falhas e desvios, e, consequentimente, a necessidade de ajustes

posteriores ao processo de implantação.

Gráfico 4.10 – Tempo de planejamento para Implantação da Central de

Serviços de TI nas IFES

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Na Questão 13, foi questionado qual a ferramenta de gestão de

chamados adotada para a Central de Serviços. De acordo com HDI Brasil, o suporte

automatizado vem evoluindo cada vez mais nas Centrais de Serviços nos últimos

anos, através sistemas integrados de suporte que inclui novas tecnologias e

tecnologias tradicionais. As ferramentas de abertura de chamados apresentam

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114

características que permitem ao usuário submeter uma solicitação ou reportar um

incidente através de uma plataforma web; esta forma é considerada mais eficiente

para abertura de chamado, fornecendo benefícios adicionais para o usuário ao se

comunicar com a Central de Serviços (HDI/SCD, 2008).

Algumas ferramentas se destacam no mercado com suas funcionalidades

e também por serem ferramentas open source, ocupando um lugar de destaque

principalmente nas Instituições Públicas. Podemos citar algumas destas ferramentas

como por exemplo:

GLPI - (Gestionnari Livre de ParcInfromatic) é ferramenta de código

aberto para gestão de Parque Tecnológico, ou seja, ativos de uma organização e

gerenciamento de serviços de TI. Foi desenvolvida com a finalidade é atender os

requisitos dos gestores de TI no gerenciamento de chamados para atuar nas

Centrais de Serviços de TI, provendo aos gestores informações sobre suas

demandas, incidentes, requisição de serviços, problemas e seus ativos.

OTRS - (Open-source Ticket Request System), é uma ferramenta de

gestão de serviços de TI de código aberto totalmente WEB, que oferece serviços de

alta qualidade a custo operacional mínimo; também é certificada em seis processos

do ITIL e provê rastreabilidade para todo o processo de trabalho.

OCOMMON – É uma ferramenta desenvolvida no Brasil de código aberto,

que tem como objetivo suprir as necessidades de ordem prática, operacional e

gerencial para Centrais de Serviços de TI.

Com relação às Instituições pesquisadas, a ferramenta GLPI foi a que

apresentou um maior grau de uso perfazendo 46% (16 Instituições), por ser uma

ferramenta de fácil configuração e apresentar vários recursos como: gestão de

chamados, base de conhecimento, catálogo de serviços, dashboards integrados e

uma solução integrada para inventário eletrônico de ativos. Por outro lado, 37% (13

Instituições) utilizam ferramentas próprias (desenvolvidas por elas mesmas), 14% (5

Instituições) utilizam a ferramenta OTRS, enquanto que um número reduzido de

apenas 3% (totalizando uma Instituição) adota o OCOMON, como demonstrado no

Gráfico 4.11.

Page 116: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

115

Gráfico 4.11 – Ferramenta de gestão de chamados adotada para a Central de Serviços de TI nas IFES

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

A Questão 14 avaliou a utilização de indicadores para avaliação de

resultados de desempenho na Central de Serviços de TI. Segundo Magalhães e

Pinheiro (2010), uma Central de Serviços de TI necessita prover pontos de controle

que possibilitem a avaliação do desempenho, e para que isso seja possível, existe a

necessidade de contar com indicadores que permitam avaliar sua eficiência,

eficácia, efetividade e economicidade. Na mesma linha, Melendez (2011) destaca o

valor da utilização dos indicadores como uma importante diretriz no complemento do

processo de melhoria continuada de serviços de TI, os quais possibilitem a avaliação

dos resultados obtidos, com o propósito de identificar novas oportunidades de

melhoria. De acordo com a pesquisa e com o que se vê apresentado no Gráfico

4.12, compreende-se que o resultado é positivo e promissor, pois a maioria das

Instituições estudadas, ou seja, 60% responderam que os empregam, ao contrário

de apenas 40%, que não implantaram e nem se utilizam ainda de um monitoramento

através de indicadores.

A Questão 15 perguntou sobre a existência de Catálogo de Serviços de

TI publicado nas Instituições examinadas. Segundo Fernandes e Abreu (2010), o

Catálogo de Serviços de TI garante uma fonte única de informações consistentes e

atualizadas sobre os serviços de TI que estão em operação na organização.

Seguindo o mesmo entendimento, Magalhães e Pinheiro (2010) mencionam que um

dos principais objetivos do Catálogo é oferecer orientação aos clientes sobre os

serviços de TI oferecidos, refletindo o alinhamento das ações de seus fornecedores

com a estratégia do negócio.

Page 117: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

116

Gráfico 4.12 – Indicadores para avaliação de resultados na Central de Serviços

de TI nas IFES

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Quanto a este item da pesquisa, o resultado mostrou-se bem positivo,

como se pode verificar no Gráfico 4.13, que informa um número bastante animador

de 69% de Instituições que, já publicaram o seu Catálogo de Serviços de TI,

restando apenas 31%, que não o implantaram ainda. Isto demonstra um avanço no

sentido da aplicação de boas práticas no processo de gerenciamento dos serviços

de TI, representando um importante investimento no caminho da melhoria do

processo de comunicação entre o fornecedor de serviços de TI e seus clientes.

Gráfico 4.13 – Existência de Catálogo de Serviços de TI publicado

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Page 118: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

117

As Instituições foram interpeladas na Questão 16 com referência à

exisitência de Acordos de Nível de Serviço (ANS). Apenas 40% delas apresentam

ANS definidos e implantados, como é apresentado no Gráfico 4.14.

Isto denota que ainda não houve a devida preocupação na celebração

formal de acordos documentados entre organização provedora de TI e seus clientes.

Em virtude disso, entende-se prejudicada a percepção definir o tempo e a qualidade

em relação a entrega dos serviçoos de suporte de TI fornecido, dificultando o

processo de avaliação e melhoria da eficiência no atendimento, a fim de otimizar os

tempos de entrega.

Gráfico 4.14 – Existência Acordos de Nível de Serviço (ANS) Implantados

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Segundo Melendez (2011), a utilização de ANS entre uma Central de

Serviços de TI e seus clientes é de grande importância, pois esses acordos definem

metas de performance esperadas e realizadas dos serviços registrados no Catálogo

de Serviços de TI. Por outro lado, o ANS deve buscar adequação com a percepção

dos clientes quanto aos serviços entregues, caso contrário, um serviço pode atingir o

ANS acordado, mas o cliente pode ainda não se sentir satisfeito. Geralmente, o ANS

deve ser monitorado e documentado, em relatórios periódicos de nível de serviços,

com detalhes do desempenho e ações específicas, devem ser tomadas para a

melhoria na qualidade dos serviços e consequente satisfação dos clientes.

(CESTARI, 2011).

Examinando as respostas da Questão 17, sobre a existência de uma

Base de Conhecimento implantada nas Instituições investigadas, os resultados

Page 119: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

118

demostram que estes Órgãos têm um longo caminho a evoluir, como se pode

deduzir dos dados apresentados no Gráfico 4.15, onde apenas 46% (16

Instituições), implantaram suas bases de conhecimento, enquanto que 54% delas,

ou seja, 20 unidades, ainda não implantaram. Tang e Todo (2013), em sua pesquisa

“A Study of Service Desk Setup in Implementing IT Service Management in

Enterprises”, entendem que a implantação de uma base de conhecimento é fator de

grande importância para a Instituição, através do qual é possível alcançar um

diferencial de impacto positivo diante do desempenho de uma Central de Serviços

de TI. Através deste mecanismo, os conhecimentos técnicos são sistematizados e

democratizados, possibilitando o compartilhamento dessas informações,

contribuindo com isso para a eficiência no atendimento, diante da consequente

redução do tempo da solução de incidentes e do cumprimento das requisições de

serviço.

Gráfico 4.15 – Base de Conhecimento Implantada

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Para HDI/SCM (2008), um dos principais processos, do Gerenciamento

de Serviços de TI, é o processo denominado Gerenciamento do Conhecimento, que

utiliza o capital intelectual de suporte da organização para melhorar a qualidade dos

serviços prestados, aumentando sua eficiência. Tal processo está focado na

obtenção, estruturação, manutenção e reutilização de informações técnicas,

funcionando sistematicamente como ativo da Instituição.

Na Questão 18, as Instituições pesquisadas foram questionadas sobre

sua experiência na utilização da pesquisa de satisfação. Para Magalhães e Pinheiro

(2010), a pesquisa de satisfação representa um mecanismo de grande importância,

Page 120: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

119

por fornecer um termômetro, materializado em índice, sobre o grau de satisfação

dos clientes e usuários com o desempenho no atendimento da Central de Serviços

de TI. Os autores consideram o resultado da pesquisa de satisfação como um dos

melhores indicadores para determinar a atuação do suporte à TI e se, de fato, ele

está atuando de acordo com o que os clientes e usuários necessitam.

Seguindo ainda no mesmo contexto, Melendez (2011) afirma que é

essencial que uma Central de Serviços de TI estabeleça entre seus processos de

qualidade e gerenciamento de nível de serviços, o processo de pesquisa de

satisfação dos clientes e usuários, visto que este processo é imprescindível a todo

sistema de qualidade.

O resultado encontrado após a coleta dos dados, evidenciou que as

Instituições ainda precisam melhorar o processo de avaliação de satisfação com

seus clientes e usuários. Conforme apresenta o Gráfico 4.16, apenas 46%, aplicam

pesquisa de satisfação com sua clientela, ao contrário da maioria, 54%, que não

utiliza ainda este instrumento para medir o grau de sua satisfação.

Em virtude dessa resposta, compreende-se prejudicado um dos

compromissos da Central de Serviços, que é monitorar a satisfação do cliente, a fim

de melhorar a eficiência do atendimento aos serviços e manter um estreito

relacionamento com os clientes e usuários, visando conhecer melhor suas

necessidades e expectativas.

Gráfico 4.16 – Pesquisa de Satisfação Implantada

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Page 121: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

120

Para tentar entender as dificuldades encontradas na implantação e

operação de uma Central de Serviços, as Instituições estudadas foram

questionadas, na Questão 19, acerca deste tema. O Gráfico 4.17 apresenta as

principais dificuldades encontradas e suas respectivas pontuações, segundo as

Instituições pesquisadas. Com base no resultado, restou evidenciado que as quatro

maiores dificuldades encontradas, classificadas de acordo com o número de

respostas, foram: resistência cultural à mudança, com 32 respostas; a falta de

comprometimento da equipe, com 19 respostas; o excesso de demanda para a

equipe, com 18 respostas; e a falta de experiência da equipe, com 15 respostas. Daí

em diante, foi verificada a existência de outros quatro obstáculos, um pouco menos

impactantes, segundo as considerações colhidas, que foram: os aspectos políticos,

com 14 respostas; a rotatividade da equipe, com 11 respostas; o conhecimento

técnico reduzido da equipe, com 8 respostas; e, por fim, as questões financeiras,

somando apenas 3 respostas.

Gráfico 4.17 – Dificuldades encontradas na Implantação e Operação de uma

Central de Serviços de TI nas IFES

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

A seguir, foi realizada uma análise individualizada acerca das dificuldades

consideradas mais importantes, na opinião das Instituições entrevistadas.

Segundo Bortolotti (2010), a resistência a mudanças na implantação de

novos procedimentos ou tecnologias acontece em uma organização em virtude do

Page 122: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

121

desconhecimento e da falta de controle sobre situações diversas daquilo que,

comumente, os profissionais estariam acostumados a lidar em suas atividades

rotineiras, podendo ocasionar variadas reações, positivas e negativas, variando do

otimismo ao medo, passando pela ansiedade, resistência, motivação e pessimismo.

Neste sentido, Teixeira (2007) considera que a resistência à mudança,

seria um comportamento assumido pelo indivíduo, como uma forma de proteger-se

de possíveis consequências, sejam elas reais ou imaginárias, de uma mudança,

que, igualmente, pode ser real ou fruto de sua imaginação.

No tocante à falta de comprometimento da equipe, ela está diretamente

ligada ao descontentamento dos colaboradores, que pode estar relacionado a

diversos motivos, tais como: não se sentir valorizado, falta de capacitação, ausência

de uma visão compartilhada, inexistência de um plano de carreira, falta de desafios

e níveis inadequados de recursos humanos para uma quantidade excessiva de

demanda. Esse quadro pode ser revertido através de um trabalho envolvendo

incentivos profissionais, buscando resultados como estímulo e satisfação, que

representam fatores motivacionais (HDI/SCD, 2008).

Quanto ao excesso de demanda para a equipe, isto se verifica diante da

redução dos quadros de profissionais técnicos disponíveis nas Instituições

governamentais, seja pela falta de contratação através de concursos públicos ou

pela impossibilidade de terceirizações, seja pela alta incidência de afastamentos por

aposentadoria, nestes tempos de crise econômica severa e prolongada. Em sentido

contrário, com o compromisso contínuo estabelecido com o Governo federal para o

aumento da oferta de cursos e vagas a cada ano, as Universidades públicas vêm

enfrentando os desafios de atender a um número cada vez maior das demandas de

serviços de TI.

Diante do cenário desfavorável descrito, as organizações precisam lidar

com o “encolhimento” de suas estruturas operacionais, ao mesmo tempo em que

necessitam atender a um volume maior de clientes. Acrescente-se a isso o desafio

de manter o nível de serviço adequado, enquanto tenta diminuir o impacto do

aumento do custo ocasionado pelo crescimento da demanda, sem um crescimento

proporcional da capacidade de recursos humanos e financeiros. A consequência

disso resulta em equipes sobrecarregadas, com profissionais tendo de assumir

maior quantidade de atribuições, ocasionando acúmulo de funções, podendo ocorrer

uma importante diminuição de eficiência (JULIANELLI, 2016).

Page 123: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

122

Em relação à falta de experiência da equipe, isto se observa em razão da

imaturidade na implantação e utilização de uma cultura voltada às melhores práticas,

nas Instituições de Ensino superior brasileiras, como foi constatado no transcorrer

dos levantamentos, fazendo com que as equipes estejam em um estágio inicial de

aprendizagem quanto à capacitação e prática nas novas metodologias e

ferramentas. A velocidade de qualificação técnica profissional nas Instituições

públicas, em virtude da falta de investimento e dos sucessivos cortes orçamentários

anuais do governo federal, vem se mostrando aquém do necessário para

acompanhar a evolução da demanda do mercado (JULIANELLI, 2016).

Concluímos esta subseção retratando uma visão em que se encontra o

cenário atual da prática do Gerenciamento de Serviços de TI, obtidas através da

pesquisa survey aplicada nas Instituições Federais de Ensino Superior, apresentado

no Apêndice F.

4.5.3 Fatores Críticos de Sucesso na Implantação da Central de Serviços de TI

nas Instituições Federais de Ensino Superior

O objetivo desta subseção é descrever os passos percorridos durante

este trabalho, que envolveu a investigação de FCS relacionados ao gerenciamento

de serviços de TI, colhidos em trabalho verificado na literatura, e que foram

posteriormente aplicados na pesquisa de campo aqui realizada nas IFES, sobre a

implantação de uma Central de Serviços de TI, e, como resultado dessa aplicação

tem-se: em primeiro lugar, uma análise detalhada de cada um dos FCS, realizando

um paralelo com a literatura, e, em seguida, efetuou-se uma classificação, conforme

o grau de importância a eles atribuído.

É necessário destacar também que, somando-se ao que foi acima

descrito, pretende-se aqui apresentar alguns novos fatores, detectados na pesquisa

de campo, que apesar de terem sido considerados secundários por alguns autores,

na opinião dos entrevistados possuem valor crítico para o sucesso da implantação

de uma Central de Serviços de TI. Estas informações foram obtidas através das

respostas às questões 20 e 21 do questionário aplicado no referido estudo de campo

realizado nos Instituições Federais de Ensino Superior.

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123

Para avaliar criteriosamente os Fatores Criticos de Sucesso referentes à

pesquisa de campo realizada, eles foram elencados neste trabalho com base na

pesquisa de Pollard e Carter-Steel (2009), “Justifications, Strategies and Critical

Sucess Factores in Successful ITIL in U.S. and Autralian Companies: an exploratory

study”, a qual utilizou quatro empresas como parâmetros, duas na Austrália e duas

nos Estados Unidos, onde duas delas atuam no setor público e duas, no setor

privado, como dito anteriormente.

Para atingir o objetivo aqui traçado, procurou-se enquadrar a temática

relativa aos Fatores Críticos de Sucesso (FCS), dentro da área de gestão da

tecnologia e do domínio do gerenciamento de serviços de TI, na literatura. Dando

continuidade a este trabalho, foi elaborado um estudo comparativo através da

aplicação dos FCS, obtidos no levantamento bibliográfico descrito no Capítulo 2, na

Implantação de uma Central de Serviços de TI.

No detalhamento da Questão 20, as Instituições foram questionadas

quanto ao grau de importância associado por elas aos fatores compilados da

literatura citada, para o sucesso na implantação de uma Central de Serviços de TI

como apresentado na Quadro 4.1. Deve-se salientar que do total das 56 Instituições

entrevistadas, foram devidamente consideradas no estudo apenas 62% delas (35

instituições), ou seja, somente as que possuiam uma Central de Serviços de TI em

implantação ou implantada.

Para obter o grau de importância dos Fatores Críticos de Sucesso, as

questões foram elaboradas utilizando a escala Likert com 5 pontos, que geralmente

são utilizados para medições de opiniões. Este tipo de escala é indicado quando se

pretende avaliar a atitude, percepção ou intensidade de sentimentos dos

participantes, através de séries de sentenças às quais se atribuem números

correspondentes ao grau de importância.

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124

Quadro 4.1 – Relação com os Fatores Críticos de Sucesso

Fonte: Adaptado de Pollard e Cater-Steel (2009)

Para as respostas obtidas, as opções classificadas através de seu grau

de importância, variaram de Sem Importância a Muito Importante, sendo que a cada

opção foi atribuído um valor correspondente a sendo que a cada opção foi atribuído

um valor correspondente a um peso para cada tipo de respostas, conforme Tabela

4.5.

Tabela 4.5. Grau de importância do Fator

Fonte: Elaborada pelo Autor

O grau de importância dos Fatores Críticos de Sucesso foi obtido através

de um calculo matemático baseado na média ponderada das respostas coletadas na

pesquisa de campo. Em função da fórmula (GIF), que é apresentada na Figura 4.3,

é calculado o grau de importância, que se baseia através da multiplicação das

pontuações das respostas (PR), com a quantidade de respostas (QR), somando-a e,

em seguida, dividindo-se o resultado pelo número de respondentes (NR). Esta

formula foi aplicada na pesquisa de Oliveira (2016).

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125

Figura 4.3 – Fórmula de Grau de Importância – GIF

Fonte: Adaptada de Oliveira (2016)

Em função da fórmula adotada podemos obter a classificação do grau de

importância dos 9 (nove) FCS comprovados na pesquisa de campo realizada nas

IFES. Os cálculos do grau de importância estão detalhados no Apêndice B, a seguir

encontram-se demonstrados os resultados na Tabela 4.6.

Tabela 4.6 – Fatores Críticos de Sucesso Classificados pelo Grau de

Importância – GIF

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo autor

Serão analisadas a seguir, de acordo com seus devidos grau de

importância, as respostas das Instituções relativas aos Fatores Criticos de Sucesso.

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126

4.5.3.1 Fatores Críticos Identificados como “MUITO IMPORTANTE”

Neste item serão analisados os fatores avaliados como “críticos de

sucesso” pela literatura, considerados pela pesquisa de campo, com o grau de

importância “Muito Importante”. Dentre estes, foram evidenciados os seguintes

fatores, com a devida pontuação recebida: Fator 1- Apoio da Alta Gerência (25),

Fator 8 – Foco no Cliente (22), Fator 2 - Treinamento da Equipe de Implantação

(19), como apresentado na Tabela 4.7.

Tabela 4.7 – Fatores Críticos de Sucesso – Grau de Importância

“Muito Importante”

IMPORTÂNCIA DOS FCS

IDENTIFICADOR

DO FATOR CRÍTICO

DE SUCESSO

FATORES CRÍTICOS

DE SUCESSO

Muito Importante

F1 Apoio da Alta Gerência

F8 Foco no Cliente

F2 Treinamento da Equipe de Implantação

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo autor

Fator 1: Apoio da Alta Gerência

Em relação ao fator “Apoio da Alta Gerência”, das Instituições que

apresentam uma Central de Serviços de TI, em implantação ou implantada, 71%

classificaram tal fator como “Muito Importante”, enquanto 23% delas consideraram

como “Importante”, e, apenas 6% o julgaram “Indiferente”, como apresentado no

Gráfico 4.18.

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127

Gráfico 4.18 – Grau de Importância referente ao FCS – Apoio da Alta Gerência

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

O resultado da análise do fator corrobora com o que se vê apresentado

na literatura, referente a processos de implantação de tecnologia, para os quais o

apoio da Alta Gerência vem demonstrando cada vez mais destaque. De acordo com

Albertin (2004), a participação e comprometimento da Alta Gerência têm recebido

uma atenção especial de vários autores, ressaltando sua importância e alertando

para as possíveis consequências negativas quando elas não ocorrem. Confirmam

esse entendimento ao determinar que as decisões mais importantes na área de TI,

não devem ser tomadas de forma unilateral, por gestores de TI, mas sim, por

getores de negócios, envolvendo o apoio da gerência de TI (WELL e ROSS, 2006).

Ter o apoio de um patrocinador da Alta Gerência torna-se quase

indispensável, principalmente porque, em geral, tais projetos acarretam mudanças

na organização, sejam culturais, de adaptação técnica, de procedimentos e refletem,

especialmente, no que se refere às atividades das pessoas envolvidas. Apesar

disso, não basta apenas ter o apoio, que muitas vezes se reveste de mera

formalidade, o que fará a verdadeira diferença será a forma como o patrocinador irá

atuar, supervisionar e viabilizar os subsídios necessários para o desenvolvimento do

projeto, isto é o que influenciará fortemente no resultado da iniciativa.

Fator 8: Foco no Cliente

O fator “Foco no Cliente” foi considerado por 63% dos entrevistados

como de grau de importância “Muito Importante”, 31% consideraram “Importante”, e,

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128

apenas 6% o consideraram “Indiferente”, como demonstra o Gráfico 4.19. Podemos

identificar que existe uma disseminação sobre a percepção de valor atribuída a este

fator, como é apresentado na literatura por Magalhães e Pinheiro (2010), para os

quais um dos principais objetivos da Central de Serviços de TI é contribuir para o

incremento da satisfação do cliente com suporte prestados aos serviços de TI,

através da criação de um modelo de atendimento padrão e profissional, dirigido a

eles.

De acordo com Melendez (2011), a Central de Serviços de TI é

responsável pela construção da imagem institucional da área de TI da organização,

como também por manter o principal indicador da qualidade dos serviços, que é o

grau de satisfação do cliente. Através da pesquisa de satisfação podemos obter o

feedback dos clientes, no que se refere às suas expectativas, assim como em

ralação à forma como a área de TI está provendo os serviços que são requeridos

(COHEN, 2011).

Portanto, é possível concluir que o elemento Foco no Cliente tem

efetivamente muita significância, em virtude da Central de Serviços de TI representar

um setor no qual um dos seus objetivos prioritários é a melhoria do atendimento

para a obtenção da satisfação dos usuários e clientes.

Gráfico 4.19 – Grau de Importância referente ao FCS – Foco no Cliente

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Fator 2: Treinamento da Equipe de Implantação

Baseado no Gráfico 4.20, o fator “Treinamento da Equipe de

Implantação”, foi avaliado por 54% dos entrevistados como um fator “Muito

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129

Importante”, já que 40% julgaram-no como “Importante”, enquanto 3% consideraram

Indiferente, como também de Pouca Iimportância. É notorio que existe uma

percepção significativa sobre a relevância do treinamento para a equipe de

implantação, onde se procura cada vez mais alicerçar e difundir o conhecimento da

tecnologia a ser implantada e dos processos para os membros da equipe, reduzindo

com isso o tempo de implantação, os custos de adaptação e ajustes futuros, e, por

fim, viabilizando a eficiência e o sucesso do desenvolvimento do projeto.

De acordo com estudos sobre Fatores Criticos de Sucesso na

implantanção de Tecnologia de TI, o treinamento da Equipe de Implantação é

elemento crucial para o sucesso da iniciativa. Segundo Santos (2013), em seu

trabalho “Estratégia e fatores críticos de sucesso para implementação do ITIL: um

estudo em organização do setor público”, o fator treinamento da equipe de

implantação foi considerado também de elevada importância, por compreender a

exigência e necessidade de conhecimentos específicos a serem empregados pela

equipe de implantação, facilitando posteriormente a definiçao de novos processos,

criando uma liguagem comum, facilitando a comunicação e a metodologia aplicada

na implantação.

Gráfico 4.20 – Grau de Importância referente ao FCS –

Treinamento da Equipe de Implantação

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

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130

4.5.3.2 Fatores Críticos Identificados como “IMPORTANTE”

Serão analisados, neste item, os Fatores Críticos de Sucesso

classificados como “Importante”, levando-se em conta a pesquisa de campo

realizada nas Instituiçoes Federais de Ensino Superior. Dentre estes, foram

evidenciados os seguintes fatores, com a devida pontuação recebida: Fator 6 -

Focos nos Processos (18), Fator 7- Cultura Aberta a Processos de Gerenciamento

de Serviços de TI (21), Fator 3 – Seleção da Ferramenta de Gestão de Chamados

(19), Fator 5 Comunicação e Colaboração Interdepartamental (16) e Fator 9

Trabalho virtual e Remoto da Equipe de Implantação (16), como apresentado na

Tabela 4.8.

Tabela 4.8 – Fatores Críticos de Sucesso – Grau de Importância

“Importante”

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo autor

Fator 6: Foco nos Processos

De acordo com o Gráfico 4.21, a pesquisa demonstra que 51% dos

entrevistados classificaram este fator como Importante, enquanto 46% classificaram

IMPORTÂNCIA DOS FCS

IDENTIFICADOR

DO FATOR CRÍTICO

DE SUCESSO

FATORES CRÍTICOS

DE SUCESSO

Importante

F6 Focos nos Processos

F7 Cultura Aberta a Processos de Gerenciamento de Serviços de TI

F3 Seleção da Ferramenta de Gestão de Chamados

F5 Comunicação e Colaboração Interdepartamental

F9 Trabalho Virtual ou Remoto da Equipe de Implantação

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131

como muito importante, e, um pequeno percentual de 3% deles, classificaram como

indiferente.

Muitos trabalhos levantados na literatura concordam que processos bem

definidos e modelados trazem benefícios indispensáveis para o sucesso deste tipo

de iniciativa. Exemplo disso é a opinião de Magalhães e Pinheiro (2010), para os

quais o gerenciamento de serviços de TI baseado em processos é constituído por

um conjunto de atividades inter-relacionadas, a partir de um objetivo estabelecido,

para conquistar os resultados desejados. Da mesma forma que as atividades, os

processos de gerenciamento de serviços de TI estão inter-relacionados, razão pela

qual devem ser coordenados de forma integrada, para obtenção de objetivos

comuns, como: aumentar a qualidade dos serviços, aumentar o comprometimento

dos colaboradores e diminuir o custo alocado para o projeto.

Gráfico 4.21 – Grau de Importância referente ao FCS – Foco nos Processos

Fonte: Elaborado pelo autor

Fator 7: Cultura Aberta a Processos de Gerenciamento de Serviços de TI

Quanto ao fator "Cultura Aberta a Processos de Gerenciamento de

Serviços de TI”, podemos observar no Gráfico 4.22, que a grande maioria, sendo

60% dos entrevistados, considerou-o um aspecto “Importante”; de forma mais

moderada, 34% consideraram-no “Muito Importante” e, apenas 6%, não atribuíram

valor significativo, considerando-o indiferente. De fato, diante destes resultados

compreende-se que benefícios poderiam advir de uma maior difusão, no sentido de

estimular cada vez mais a cultura aberta a processos de gerenciamento de serviços

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132

de TI, visto que é perceptível a necessidade de um trabalho de conscientização,

educação e sensibilização, quanto aos benefícios, tanto para a equipe de

implantação, como para outras áreas de interação da organização.

Concordam com a importância da cultura aberta a processos de

gerenciamento de serviços, Polland e Cater-Steel (2009), que, em sua pesquisa,

destacam como forma valorosa, que enfatiza o controle, a comunicação e a

visibilidade dos trabalhos na área de TI, e difunde entre os usuários uma atitude

positiva e de comprometimento com as mudanças, procurando minimizar

resistências à implantação e manutenção dos processos de gerenciamento de

serviços de TI.

Gráfico 4.22 – Grau de Importância referente ao FCS – Cultura Aberta a

Processos de Gerenciamento de Serviços de TI

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Fator 3 – Seleção da Ferramenta de Gestão de Chamados

No que se refere ao fator “Seleção da Ferramenta de Gestão de

Chamados”, a pesquisa revelou que 54% dos entrevistados classificaram este fator

como “Importante”, enquanto 34% classificaram como “Muito importante, e, um

pequeno percentual de 12% deles, classificaram como indiferente, como apresenta o

Gráfico 4.23.

De acordo com a literatura, a ferramenta de gestão de chamados possui a

finalidade de gerenciar e controlar a interação do provedor de serviços e seus

usuários e clientes, além de disponibilizar funcionalidades para gerenciar

Page 134: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

133

requisições, incidentes, problemas, ativos, configurações e conhecimento. Seus

principais benefícios são: melhorar a qualidade de serviços, possibilitar análise e

disseminação de informações de forma rápida, fornecer relatórios de desempenho

baseados nos acordos de nível de serviços, entre outros (HDI/SCM, 2008).

Apesar do nível de importância atribuído na presente pesquisa, como

demonstra um valor de destaque, como seria de se esperar, a explicação pode estar

no fato do público alvo tratar-se de instituições públicas federais, as quais estão

vinculadas a outros aspectos que influenciam na seleção deste tipo de ferramenta,

devido a restrições legais de Órgãos controladores, referentes à aquisição de

software, como também à exigência de levantamentos e justificativas detalhadas de

tais requisitos necessários, envolvidos na implantação de uma Central de Serviços

de TI.

Gráfico 4.23 – Grau de Importância referente ao FCS - Ferramenta

de Gestão de chamados

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Fator 5: Comunicação e Colaboração Interdepartamental

Na percepção de 46% dos entrevistados, o fator “Comunicação e

Colaboração Interdepartamental” foi considerado como “Importante”, enquanto

40% classificaram como “Muito Importante”, já 11% consideraram “Indiferente” e,

um pequeno percentual de 3% deles, classificaram como “Pouco Importante”, o que

pode ser visto no Gráfico 4.24, tornando notória a percepção de alto valor sobre o

processo de comunicação dentro do contexto estudado.

Page 135: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

134

Segundo Kerzner (2010) a comunicação eficiente tem um papel

importante em situações de implantação de projetos, a fim de evitar informações

duplicadas e garantir que todos os envolvidos no projeto recebam as informações

necessárias, no momento correto e da melhor forma.

Já para Pinheiro (2013), o papel da comunicação efetiva na fase

operação de serviços, como também na Central de Serviços de TI, tem função de

assegurar que todas as equipes e departamentos sejam habilitados realizar

atividades padrão envolvida na entrega dos serviços de TI. É importante destacar

que toda a comunicação precisa ter um propósito ou uma ação resultante

pretendida, em prol de atingir o objetivo esperado.

Em função do nível de importância atribuído na presente pesquisa,

demonstra um valor de destaque no fator Comunicação e Colaboração

Interdepartamental, que pode influenciar significativamente para o sucesso da

implantação de um projeto de qualquer área, especialmente aquelas vinculadas uma

área tão especializada, como a TI. Esta dependência pode ser explicada em razão

das referidas variáveis impulsionarem o aumento na integração da equipe e a

facilidade no fluxo da informação, fazendo com que ela transite mais fluentemente e

haja um alinhamento das ideias dos colaboradores, em prol de um objetivo

compartilhado, tornando o desenvolvimento do projeto ou entrega de um serviço

mais eficiente.

Gráfico 4.24 – Grau de Importância referente ao FCS – Comunicação e

Colaboração Interdepartamental

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Page 136: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

135

Fator 9: Trabalho Virtual ou Remoto da Equipe de Implantação

Conforme Gráfico 4.25, percebe-se que 71% das Instituições, um total de

16, que possuem uma Central de Serviços de TI em implantação ou implatada,

classificaram este fator como “Importante”, mostrando a importância do trabalho

virtual, quando se trata de unidades, espalhadas geograficamente, no caso da

maioria das IFES, que se espalham por Campus e que também se utilizam do

recurso de consultoria, muitas vezes, à distância . Desta forma o trabalho virtual ou

remoto facilita as reuniões periódicas, minimizando os custos financeiros com os

translados de equipes, como também, o deslocamento das pessoas envolvidas.

Gráfico 4.25 – Grau de Importância referente ao FCS – Trabalho Virtual

ou Remoto da Equipe de Implantação

Fonte:Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

4.5.3.3 Fatores Críticos Identificados como “INDIFERENTES”

Neste item, serão analisados os fatores críticos de sucesso conceituados

pela pesquisa de campo nas IFES, com grau de importância relevância “

Indiferente”. Neste âmbito, foi identificado apenas um único fator, com a devida

pontuação recebida: Fator 4 – Uso de Consultores (17), conforme apresenta a

Tabela 4.10.

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136

Tabela 4.9 – Fatores Críticos de sucesso – Grau de Importância

“Indiferente”

IMPORTÂNCIA DOS FCS

IDENTIFICADOR DO

FATOR CRÍTICO DE SUCESSO

FATORES CRÍTICOS

DE SUCESSO

Indiferente

F4

Uso de consultores

Fonte:Dados da Pesquisa. Elaborada pelo autor

Fator 4: Uso de Consultores

Em relação ao fator Uso de Consultores, a pesquisa de campo avaliou-

o com um grau de importância “Indiferente”, como demonstrado no Gráfico 4.26.

A maioria dos entrevistados, ou seja, 49% deles, respondeu que consideravam-no

indiferente para o sucesso da implantação da Central de Serviços de TI. Entende-se

que este resultado foi em função de algumas característica especificas de cada

projeto, tal como: nível de conhecimento da equipe de implantação, depende do

custo da consultoria e o número da equipe participante na implantação do projeto.

Alguns trabalhos publicados, apresentados a seguir, fundamentam esse

pensamento.

De acordo com Santos (2013), em seu trabalho “Estratégia e fatores

críticos de sucesso para implementação do ITIL: um estudo em organização do setor

público”, o fator uso de consultores, foi considerado também “Indiferente”, e,

segundo ele, em uma das Organizações estudadas, a consultoria externa foi

contratada apenas para atualizar a capacitação da equipe de implantação e orientar

na definição dos processos, porém, todo o seguimento de modelagem, aquisição de

ferramenta e implementação foi realizado pela própria equipe de implantação. Por

outro lado, a outra empresa estudada não optou pela contratação de consultores

externos, e sim, escolheu realizar capacitação interna para sua equipe de

implantação, algo que traria maiores benefícios, em longo prazo, para a

organização.

Já Pollard e Cater-Steel (2009), em sua pesquisa “Justifications,

Strategies, and Critical Success Factors in Successful ITIL Implementations in US

and Australian Companies: an exploratory study, Information Systems Management,

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137

na qual foram estudadas quatro empresas, houve a opção pela contração de

consultoria e cada organização estudada apresentou diferentes níveis de

importância para tal fator. Para avaliar as consequências e vantagens relativas a

este tipo de contratação, é necessário avaliar vários aspectos apresentados tais

como: custo da consultoria, em comparação à capacidade técnica do consultor;

duração da consultoria, em comparação ao grau de conhecimento da equipe de

implantação, entre outros.

Na Questão 21, as Instituições foram indagadas sobre quais seriam

outros fatores, distintos dos sugeridos na bibliografia explorada e no questionário

aplicado, que, em sua opinião, seriam ainda críticos para o sucesso do projeto de

implantação de uma Central de Serviços de TI. Como se tratou de uma questão

aberta, as respostas dos entrevistados foram compiladas, analisadas e

categorizadas, permitindo a identificação de dois novos Fatores Críticos de Sucesso,

como está apresentado na Tabela 4.11, discutidos na próxima subseção.

Gráfico 4.26 – Grau de Importância referente ao FCS – Uso de

Consultores

Fonte:Dados da Pesquisa. Elaborado pelo autor

Tabela 4.10 – Novos Fatores Críticos de Sucesso

Novos Fatores (Grau de importância não identificado)

Estabelecer Acordo de Nível de Serviços

Minimizar Resistência a Mudanças

Fonte:Dados da Pesquisa. Elaborada pelo autor

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138

4.3.3.4 Novos Fatores Críticos de Sucesso Identificados

O fator “Estabelecer Acordo de Nível de Serviços”, no contexto de uma

Central de Serviços de TI, foi considerado, através da pesquisa, como fator crítico

para o êxito da iniciativa. Segundo os entrevistados, a demora no retorno do

atendimento incentiva os usuários a procurar outro meio de acesso às equipes de

suporte de TI, gerando descrédito nas ações relativas a todo o projeto de

implantação da Central. Dar enfoque à necessidade da celebração de acordos

quanto ao tempo de atendimento e ao cumprimento de metas, estabelecidas entre

ambos os lados, provedor de serviços e clientes, torna possível estabelecer acordos

entre as áreas do próprio provedor de TI, o que determina o nível de exigência sobre

os serviços fornecidos e norteia as ações para a execução e cumprimento dos

serviços, seja aplicando penalidades ou bonificações, de acordo o desempenho no

alcance das metas. De acordo com Melendez (2011), deve-se enfatizar um acordo

bilateral, desenvolvendo uma verdadeira parceria entre a Central de Serviços de TI e

seus clientes, para que as metas dos acordos possam ser atingidas e apresentem

um benéfico mútuo plausível.

Segundo HDI/SCN (2008), o Acordo de Nível de Serviços (ANS), é

considerado uma das melhores formas de gerenciar as expectativas do cliente e do

negócio, e não deve ser utilizado apenas para medir o desempenho dos serviços,

mas também, para informar sobre os custos de suporte, e, ainda para analisar a

eficiência e eficácia da Instituição. Uma percepção comum sobre o significado dos

ANS, é que através dele é possível estabelecer um compromisso com a Central de

Serviços de TI, em fornecer determinado nível de serviços, dentro de prazos e

resultados específicos esperados. Ele fornece uma base tanto para a Instituição,

como para os seus usuários, permitindo avaliar e medir o desempenho do suporte

de TI.

Outro fator crítico evidenciado pela pesquisa de campo foi “Minimizar

Resistência a Mudanças”, no qual os entrevistados ressaltaram a necessidade de

haver um planejamento para preparar a organização e a equipe de TI para as

mudanças resultantes da implantação da Central de Serviços. Isto implica em criar

planos de ação para gerenciar todas as partes envolvidas no processo, monitorando

as resistências, e também, procurando compreender o que efetivamente o cliente

necessita para a resolução de sua demanda, compatibilizando esse entendimento

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139

com os recursos disponíveis e um nível de qualidade satisfatório para o

atendimento. Ao final, deverá haver um trabalho de divulgação com os clientes sobre

os benefícios resultantes das mudanças necessárias, considerando as amplas

vantagens da implantação de uma Central de Serviços de TI em uma organização.

Todo este processo representa um extenso programa de mudanças, no qual é

preciso estimular a adoção tanto pela equipe de TI, quanto pelos usuários e clientes,

de novos comportamentos e compromissos, significando uma evolução necessária

para o desenvolvimento de toda a Instituição. Bortolotti (2010) concorda com esse

aspecto, quando afirma que, em geral, a resistência a mudanças se origina a partir e

a implantação de novas tecnologias e procedimentos desconhecidos, diferentemente

do que os indivíduos estão envolvidos habitualmente, na rotina de seu trabalho, e

que podem gerar emoções diferentes, que variam de otimismo ao medo, levando-os

a enfrentar diversos obstáculos, como: resistência, ansiedade, incapacidade,

motivação e pessimismo. O grau em que ocorre a resistência a mudanças, poderá

influenciar negativamente, dependendo de sua intensidade e forma de manifestação,

chegando a impedir que a execução do projeto alcance o sucesso esperado. Daí,

justificam-se as ações e o tempo empregados para o planejamento desse fator.

4.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse capítulo foi apresentada a análise dos dados obtidos na pesquisa

de campo, realizada através do survey, tendo como meta avaliar cada um dos

Fatores Críticos de Sucesso obtidos na literatura, de acordo com a percepção das

Instituições Federais de Ensino Superior brasileiras, com o objetivo de comprovar a

existência desses fatores, como também obter os graus atribuídos. O estudo tratou

também de identificar novos fatores críticos, independentes e não constatados no

levantamento bibliográfico.

Na sequência, foram descritas: as características das Instituições

Federais de Ensino Superior, que são compostas por Universidades Federais e

Institutos Federais; o instrumento de pesquisa utilizado; a identificação da população

alvo da pesquisa; a definição criteriosa da amostra, pela qual se obteve um número

validado de respostas, além da interpretação e categorização dos dados, e, por fim,

o detalhamento da análise dos resultados obtidos.

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140

A análise dos dados foi realizada através da averiguação das respostas

colhidas do questionário aplicado às IFES, onde este foi dividido em três seções:

Identificação da Instituição e perfil do entrevistado; Cenário atual do Gerenciamento

de Serviços de TI na IFES; Fatores Críticos de Sucesso na Implantação da Central

de Serviços de TI.

Após a obtenção das respostas, categorização e validação, foi possível

identificar o grau de importância de cada componente do conjunto de Fatores

Críticos de Sucesso, obtidos no levantamento bibliográfico realizado, aplicados à

Implantação de uma Central de Serviços de TI. Na continuação da pesquisa foram

também identificados novos Fatores Críticos de Sucesso, dissociados e não

mencionados na literatura verificada. Esses novos fatores foram evidenciados

através da pesquisa de campo realizada, porém, não foi analisado individualmente o

seu grau de importância.

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141

5 AVALIAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS PARA TRATAMENTO

DOS FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO DO NTI / UFPE

Este capítulo tem como objetivo apresentar análise das estratégias

aplicadas no tratamento dos Fatores Críticos de Sucesso identificados durante a

implantação de uma Central de Serviços de TI, no Núcleo de Tecnologia da

Informação da Universidade Federal de Pernambuco.

O capítulo está divido em quatro seções: a Seção 5.1 retrata o contexto

da organização estudada, discorrendo sobre as características da UFPE e do

Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI); em seguida, na Seção 5.2, é relatado

como ocorreu a implantação da Central de Serviços de TI na instituição; já a Seção

5.3, detalha a investigação realizada sobre as estratégias utilizadas na

administração dos Fatores Críticos de Sucesso, obtidos anteriormente, durante o

estudo de campo e, por fim, na Seção 5.4 são descritas as considerações finais.

5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

Esta seção tem como objetivo descrever a justificativa para escolha do

cenário de pesquisa, com também, de forma breve, descrever as características da

Instituição alvo da pesquisa, que foi realizado na Universidade Federal de

Pernambuco (UFPE), em seu Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), órgão

responsável pela prestação de serviços em TI.

5.1.1 Justificativa para a Escolha do Cenário

O estudo aqui referido foi realizado na Universidade Federal de

Pernambuco (UFPE), mais especificamente em seu Núcleo de Tecnologia da

Informação (NTI), órgão responsável pela prestação de serviços e assessoramento

na área de TI.

A escolha da Universidade Federal de Pernambuco e do Núcleo de

Tecnologia da Informação em particular, para ser objeto de pesquisa na avaliação

das estratégias relacionadas ao tratamento dos Fatores Críticos de Sucesso, foi

motivada em razão de constituir uma Instituição Federal de Ensino Superior,

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142

enquadrando-se, desse modo, na área de atuação selecionada para a pesquisa, e,

em especial, pela oportunidade de representar uma perspectiva realista e

apropriada, pelo fato desta entidade encontrar-se em fase de implantação de uma

Central de Serviços de TI. Além disto, o autor desta dissertação está vinculado à

Instituição há mais de 35 (trinta e cinco) anos e participa ativamente da implantação

da sua Central de Serviços de TI.

5.1.2 Características das UFPE

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sediada no Recife, é

uma Instituição de ensino superior pública, constituindo uma autarquia mantida pelo

Governo Federal, vinculada ao Ministério da Educação - MEC (UFPE, 2017).

A Universidade do Recife, como era chamada a UFPE, foi fundada em

1946, como sendo um dos primeiros centros universitários do Norte e Nordeste do

Brasil, através da união da Faculdade de Direito do Recife, da Escola de Engenharia

de Pernambuco, da Faculdade de Medicina do Recife, com as escolas anexas de

Odontologia e Farmácia, da Escola de Belas Artes de Pernambuco e da Faculdade

de Filosofia do Recife. Só em 1965, após dezenove anos, a Instituição recebeu por

decreto a denominação de Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que se

mantém até hoje (UFPE, 2017A).

Em sua configuração atual, a UFPE compreende três Campi: o Campus

Universitário Reitor Joaquim Amazonas, localizado no Recife; o Centro Acadêmico

do Agreste, localizado em Caruaru; e, o Centro Acadêmico de Vitória, sediado em

Vitória de Santo Antão. Atualmente, a Instituição reúne um contingente de mais de

sessenta mil pessoas, entre professores, servidores técnico-administrativos e alunos

de graduação e pós-graduação, distribuídos entre os três Campi.

A administração da UFPE é exercida pela Reitoria, com sede no Recife,

subordinada ao Conselho Universitário, grupo formado por outros dois conselhos

com atividades específicas: o Conselho de Administração e o Conselho

Coordenador de Ensino, Pesquisa e Extensão. Junto às duas estruturas integrantes

da administração, está o Conselho de Curadores, órgão de fiscalização econômica e

financeira da Universidade. Cada uma dessas instâncias tem um papel importante

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143

na tarefa de gerir a extensa organização da Instituição, de modo que ela possa

oferecer os melhores serviços e assistência à comunidade acadêmica.

A Reitoria possui a missão de coordenar, planejar e supervisionar as

atividades da Instituição. É composta pelo Gabinete do Reitor e por oito Pró-

Reitorias: Pró-Reitoria para Assuntos Acadêmicos (PROACAD), Pró-Reitoria para

Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPESQ), Pró-Reitoria de Extensão e

Cultura (PROEXC), Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças

(PROPLAN), Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida (PROGEPE),

Pró-Reitoria de Gestão Administrativa (PROGEST), Pró-Reitoria para Assuntos

Estudantis (PROAES) e Pró-Reitoria de Comunicação, Informação e Tecnologia da

Informação (PROCIT). O Gabinete do Reitor é integrado por uma estrutura formada

pela Secretaria dos Órgãos Deliberativos Superiores, assessorias do Reitor,

Procuradoria Geral e pelas comissões setoriais permanentes (UFPE, 2017A).

Esta estrutura administrativa pode ser observada no Organograma da

Instituição apresentado na Figura 5.1.

Figura 5.1 – Organograma da UFPE

Fonte: Adaptada de pelo autor (UFPE, 2017A)

Atualmente, no âmbito da UFPE, o órgão responsável por definir,

coordenar e acompanhar a execução da Política Institucional de Gestão da

Comunicação, Informação e de Tecnologias da Informação e Processos é a Pró-

Reitoria de Comunicação, Informação e Tecnologia da Informação (PROCIT).

O NTI faz parte de um sistema integrado de Comunicação, Informação e

Tecnologia da Informação da UFPE, o qual é responsável pela implantação e

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144

execução da Política acima referida, e que, além deste Núcleo, é composto pelas

demais unidades integrantes: Assessoria de Comunicação (Ascom); Conect[e] –

Inovação Educacional; Editora Universitária; Núcleo de TV e Rádios Universitárias; e

Sistema Integrado de Bibliotecas (UFPE, 2017D).

Dessa forma, a PROCIT atua de forma transversal, em relação às demais

unidades da Instituição, sendo responsável por articular e acompanhar as ações de

das unidades integradas (Ascom, Editora, NTI, NTVRU e SIB).

Para fins de delimitar um pouco mais o escopo da organização aqui

examinada, foi dada ênfase à estrutura do NTI, em razão do estudo em questão

referir-se à implantação de uma Central de Serviços de TI nesta unidade

organizacional.

A seguir, serão apresentadas as características do NTI, que é um órgão

suplementar da UFPE, vinculado diretamente ao Gabinete do Reitor, responsável

por realizar a gestão de TI e a execução das Políticas de Tecnologia da Informação

dessa Universidade.

5.1.3 Características do NTI

O Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) foi criado em 1967, com o

propósito de consolidar uma instância encarregada pela instalação e gerenciamento

dos sistemas computacionais da UFPE. O órgão passou por diversas modificações e

denominações até chegar à sua estrutura atual. No início, a unidade era chamada

de Centro de Computação Eletrônica, e sua atribuição se resumia a treinamentos

para pessoal especializado na área, à oferta de cursos de extensão e ao ensino de

disciplinas relacionadas à computação (UFPE, 2017B).

Posteriormente, o órgão foi rebatizado de Centro de Computação

Professor Manuel Zaluar Nunes. Em 1971, a unidade recebeu o nome de Centro de

Processamento de Dados, com o qual permaneceu até 1974. Em seguida, passou a

ser conhecido como Núcleo de Processamento de Dados, no qual, também, foi local

onde a Universidade passou a oferecer o Curso de Pós-Graduação em Informática.

Na continuação, o Núcleo de Processamento de Dados ampliou sua

atuação e colaboração no campo do desenvolvimento de pesquisa, no sistema

administrativo da UFPE, na criação de projetos que visavam à melhoria no

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atendimento às necessidades acadêmicas, além da ampliação na prestação de

serviços utilitários, como a manutenção de equipamentos e o atendimento às

solicitações da comunidade externa à UFPE, como Órgãos e Empresas Públicas

Federais, Estaduais e Municipais. Mais tarde, na década de 90, foi realizado um

investimento significativo para a expansão de seu Parque Tecnológico, com a

aquisição de equipamentos mais modernos, concretizando o desenvolvimento de

novos projetos (UFPE, 2017B).

Já com o nome atual de Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), sua

principal finalidade é prestar serviços e assessoramento na área de Tecnologia da

Informação e Comunicação (TIC), que apoiem as atividades de ensino, pesquisa,

extensão e gestão da Universidade. Ele também atua no desenvolvimento, na

execução e na participação em projetos de Tecnologia da Informação (TI),

constituindo-se em um ambiente de pesquisa e aplicação de novas tecnologias,

relativas à informação e serviços de TI, assim como intervir para a captação de

recursos através de projetos, consultoria e serviços (UFPE, 2017B).

Hoje, o NTI suporta uma demanda oriunda de, aproximadamente, 65.000

usuários da UFPE. Este público engloba cerca de 55.000 alunos, 4.000 servidores,

2.900 professores, além de estagiários, discentes e docentes visitantes, bem como

usuários da comunidade externa à Instituição, ou seja, a sociedade em geral.

Atualmente, este Núcleo responde pelo atendimento às demandas

referentes ao suporte técnico de TI, originárias do Parque Tecnológico da UFPE,

que dispõe de um contingente em torno de 8.000 computadores, 1.200 impressoras,

500 scaners, 500 datashows, 730 switches além de uma rede com 16.000 pontos,

110 salas de comunicação, 3.850 linhas de telefonia, distribuídas entre fixas e Voip,

como também 228 linhas de telefones móveis (celulares).

A seguir, encontra-se a relação pertinente ao Catálogo de Serviços do

NTI, onde são disponibilizados os serviços de suporte a TI por ele fornecidos,

distribuídos e classificados por áreas de especialização (UFPE, 2017C).

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146

Sistemas Corporativos

o Ouve UFPE - Ouvidoria Geral

o PCU@tende - Prefeitura de Cidade Universitária

o Pergamum - Sistema de Biblioteca

o Repositório Institucional

o Revista Eletrônica - OJS

o SIG@ - Sistema de Informação e Gestão Acadêmica

o SIG@PROCESSO - Sistema de Tramitação de Processos

o SIGOS – Sistema de Gestão de Ocorrência de Segurança

o SIPAC - Sistema Integrado de Patrimônio e Administração e

Contrato

o SISES – Sistema de Estágios

Redes

o Acesso Externo

o Internet Cabeada

o Internet Sem Fio – WI-FI

Equipamentos e Softwares

o Equipamentos

o Software e Aplicativos

Telefonia

o Telefonia Fixa

o Telefonia Móvel (Celular)

Email

o Pessoal

o Administrativo

Aquisições e Eventos

o Apoio Técnico a Aquisições de TI

o Apoio a Eventos (Infraestrutura e Equipamentos de TI)

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147

Dados e Servidores

o Backup de Dados

o Servidores

Sites e Portais

o Hospedagens de Sites

o Serviços de Nomes (DNS)

o Portal de Periódico CAPES e Rede CAFe

O NTI tem exercido suas atividades nas áreas de sistemas de

informações, redes de comunicação, telefonia, suporte de serviços e infraestrutura

de TI, banco de dados e gestão da informação, microinformática, governança de TI,

capacitação e inovação. No momento atual, conta com um setor denominado

Coordenação de Serviços ao Usuário (CSU), que tem como objetivo principal

gerenciar o provimento de serviços de TIC, oferecidos por este Núcleo à

comunidade acadêmica e seus parceiros institucionais. Sob sua responsabilidade

está a gestão da Central de Serviços de TIC (CSTIC), que é a estrutura responsável

por responder às necessidades sobre informações, incidentes e serviços de TI,

demandados por todos os clientes/usuários da UFPE, bem como de seus parceiros

externos.

A atual configuração do NTI está representada no organograma, Figura

5.2, que apresenta a Coordenação supracitada em destaque.

A seguir, detalharemos como foi executado o projeto de Implantação da

Central de Serviços de TI da UFPE, abrangendo desde sua concepção até as

estratégias e formatos adotados para a implantação e de suas respectivas etapas,

como também os benefícios para a Instituição e as dificuldades encontradas. Em

seguida será apresentada uma breve descrição de como são realizados os fluxos.

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148

Figura 5.2 – Organograma de Núcleo de Tecnologia de Informação - UFPE

Fonte: Adaptada pelo autor (UFPE, 2017)

5.2 PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DA CENTRAL DE SERVIÇOS DE

TI DA UFPE

Em 2013, o Núcleo de Tecnologia da Informação passou por uma

mudança organizacional significativa, com a renovação de todo o seu Corpo Diretor

e, consequentemente, de toda a cadeia hierárquica gerencial. Nesse período, a

Diretoria-Geral solicitou aos responsáveis pelas Coordenações vigentes que

realizassem um levantamento contendo todas as necessidades de demanda, tanto

em nível de projetos, em nível operacional, compreendendo aquelas relativas ao

atendimento interno do próprio Núcleo, bem como à comunidade acadêmica da

UFPE.

Nesta ocasião, em virtude da apuração realizada, foi elaborado um

diagnóstico em relação aos procedimentos efetuados para os atendimentos das

demandas de TI, o qual foi considerado de nível caótico, devido à constatação de

diversos aspectos problemáticos, tais como: variados pontos de entrada para a

solicitação das demandas de TI; ausência de controle dos registros dos chamados;

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149

grande dependência de profissionais especializados, devido à carência de

documentação adequada; desempenho inconsistente das equipes, em função da

falta de treinamentos específicos; ausência de um Catálogo de Serviços formalizado

e não-integração com a Carta de Serviços divulgada pela Instituição; ausência de

acordo de nível de serviços; ausência de indicadores de qualidade e satisfação dos

usuários; ferramenta de controle de atendimento com recursos insuficientes, como

também não integrada com a base de usuários da Instituição, e, por fim, havia uma

grande insatisfação dos usuários e clientes com a percepção dos resultados,

prejudicando a imagem do órgão.

Após a avaliação da situação, revelou-se a necessidade premente de

mudanças, o que motivou a elaboração de uma proposta com a finalidade de

desenvolver um Projeto para a Implantação de uma Central de Serviços no NTI, em

conformidade com as melhores práticas para o gerenciamento de serviços de TI.

O autor do presente trabalho, que já há algum tempo amadurecia a ideia

de modificar o precário paradigma existente, é também o autor da proposta sugerida

e apresentada para os integrantes da área de gestão do NTI, a qual foi aceita e

sendo dado início ao planejamento do projeto, que veio a ser desenvolvido e

implantado posteriormente.

Na ocasião da proposta, como a Coordenação responsável estava em

fase de instauração, não dispondo sequer de uma equipe própria para desenvolver o

projeto, foi necessário o envolvimento de mais setores para colaborar com a

concepção dessa nova filosofia de atendimento das demandas de TI, baseada nas

melhores práticas orientadas para o gerenciamento de serviços. Naquele momento

foram estudados alguns frameworks de gerenciamento de TI e depois de alguns

estudos e análises, optou-se pela adoção da biblioteca ITIL (Information Technology

Infrastructure Libary), o que se tornou um desafio, visto que, para a equipe técnica

responsável pela implantação representava uma área de trabalho inovadora.

Nesse período, uma pequena equipe foi designada para estudar e se

capacitar nessa área de atuação, através do próprio esforço de aprendizagem, e,

devido à limitação de recursos, apenas poucos foram indicados para participar de

cursos externos sobre a matéria. Com relação a esta capacitação houve uma

concordância geral sobre a necessidade e o apoio integral de todas as Diretorias e

coordenações do NTI. No mesmo sentido, com a intenção de corroborar com essa

iniciativa, a Diretoria Geral do NTI confirmou a necessidade de inovação e

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150

reciclagem profissional e de mudança do modelo organizacional interno, que já não

atendia às exigências atuais. Neste contexto foi dado apoio à criação da

Coordenação de Serviços aos Usuários (CSU), direcionada a dar suporte aos

serviços prestados aos usuários, através do gerenciamento das demandas de

serviços de TI, oferecidos pelo NTI.

Na mesma ocasião, o responsável pela Coordenação da equipe de

Governança de TI do Núcleo aderiu ao projeto de implantação da Central de

Serviços e, em conjunto com o Coordenador da CSU, passou a investir ativamente

nas ações para o início do projeto.

Num esforço conjunto entre as Diretorias e as Coordenações de

Governança e de Serviços ao Usuário, o NTI passou a priorizar o projeto,

considerando-o estratégico para o órgão, incluindo-o como parte do Plano Diretor de

Tecnologia da Informação da UFPE (PDTI). A partir de todos os incentivos, tornou-

se possível montar a equipe para a implantação da Central de Serviços de TI,

envolvendo principalmente os membros destas duas Coordenações, de Governança

e de Serviços ao Usuário.

Quanto às ações executadas no projeto, inicialmente, ocorreram algumas

etapas contemplando estudos e capacitações preparatórias, internas e externas,

através da participação em cursos, como também em eventos, seminários,

congressos e workshops relacionados aos temas de gerenciamento de serviços de

TI baseado na biblioteca ITIL, Centrais de Serviços de TI e modelagem de

processos. Foram também realizadas algumas visitas a instituições públicas e

privadas, para verificar como estas estavam procedendo na área de suporte às

demandas de TI, bem como entender sobre o investimento que estava sendo

aplicado para isso. Em seguida, foram realizadas reuniões com toda a equipe,

inclusive as Diretorias, para as quais foram apresentados os resultados das visitas e

dos estudos preliminares. Com isso, confirmou-se, na prática, a necessidade

urgente de mudar e implantar uma nova filosofia de suporte, no que se refere ao

gerenciamento de serviços TI, dando ênfase, em especial, à implantação da Central

de Serviços.

No passo seguinte, foi divulgada a proposta, através de apresentações

para as demais Coordenações do NTI, apontando a importância do projeto e

salientando sobre os benefícios que ele poderia trazer para a Instituição, com a

finalidade de obter o apoio necessário dos grupos internos, em razão de ser um

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151

projeto com interações transversais e dependências, acarretando grande impacto,

em virtude da mudança radical na forma de tratar as demandas de serviços de TI.

Posteriormente, foi realizado um evento com a presença de todos os funcionários do

Núcleo, marcando o ponto de partida do projeto. Na ocasião houve uma ampla

discussão, com debates, e, em seguida, foram identificados, através da participação

dos presentes, os pontos fortes e fracos da iniciativa.

Diante do cenário encontrado, com o objetivo de minimizar as resistências

percebidas em alguns colaboradores, partimos para uma nova iniciativa, que foi a

disseminação da cultura do gerenciamento de serviços através do framework ITIL.

Nesse momento, foram viabilizadas algumas capacitações, através de cursos

externos e internos sobre os fundamentos do ITIL, abrangendo, em primeiro lugar,

todos os Coordenadores do Núcleo, e, em momento posterior, as equipes

envolvidas diretamente no suporte às demandas de TI, atingindo, ao final, alguns

outros colaboradores do Núcleo.

Outro ponto a ser destacado foi o fato de o autor acreditar plenamente na

sua utilidade e viabilidade, conseguindo transmitir sua essência para os outros

membros do projeto, que aderiram e aceitaram participar da ideia, bem como para o

restante da organização.

Devido à escassez, foram priorizados os recursos, conseguindo-se

trabalhar com os elementos disponíveis, utilizando-se, na maioria das vezes, da

criatividade para se adaptar e suprir carências e situações de desprovimento, desde

as capacitações, que foram obtidas através de estudos realizados pelos próprios

membros da equipe, para a modelagem dos processos e definição de

procedimentos, até em relação à configuração da ferramenta gratuita de gestão de

chamados, que foi adotada,após uma análise, entre as alternativas que atendiam à

exigência de gratuidade.

É importante ressaltar sobre a escolha da ferramenta de gestão de

chamados, por ser considerado um fator crítico na implantação deste projeto. Foi

definido um processo para avaliação da ferramenta e alguns critérios de

comparação foram analisados, como:

• Suporte ao Catálogo de Serviços

• Suporte à Base de Conhecimento

• Definição de responsabilidades e prazos

• Inventário

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152

• Suporte a Indicadores

A ferramenta selecionada e implantada foi a Open-source Ticket Request

System (OTRS), que é um sistema utilizado para a Gestão de Serviços de TI, que

oferece rastreabilidade para todos os processos de trabalho, possui características

totalmente WEB, é de código aberto, atende ao critério de fornecer um ponto único

de contato, apresenta a disponibilidade de relatórios centralizados e permite a

monitoração de solicitações de forma automatizada. Esta ferramenta contempla 6

processos ITIL, sendo certificada como Pink VERIFY, que é selo de certificação

realizada pela Pink Elephant, reconhecida internacionalmente pela avaliação de

ferramentas de suportes ao gerenciamento de serviços de TI - Information

Technologic System Management - ITSM (FELIX, 2012).

As ações no sentido da execução do Projeto de Implantação de Central

de Serviços de TI, que iniciaram em 2014, ainda estão sendo realizadas, uma vez

que o desenvolvimento do projeto se materializa de forma incremental, através das

etapas estabelecidas a seguir:

Etapa 1 - Entendimento inicial e ciclo de Planejamento

o Realização de estudos iniciais

o Participação em eventos, seminários, congressos e/ou workshops

o Visitas a instituições públicas e privadas (SERPRO, TCE, Visão

Mundial, etc.)

o Levantamento do diagnóstico atual do processo de atendimento dos

serviços

o Definição e priorização das ações necessárias

o Levantamento dos custos/orçamento envolvidos

o Levantamento dos recursos disponíveis (estrutural, material e

humano)

o Definição de lay-outs para relocação e reforma da infraestrutura física

o Planejamento da Gestão de Mudanças

o Planejamento de ações prioritárias

o Avaliação e Seleção de Ferramenta de Chamados

o Homologação dos produtos definidos na fase de Planejamento

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153

Etapa 2 - Desenvolvimento Técnico do Projeto

o Elaboração dos Planos de Ação

o Definição de equipes e turnos de revezamento para a Central de

Serviços

o Definição e distribuição de responsabilidades

o Elaboração do Plano e Cronograma de Implantação

o Definição do Plano de Capacitação

o Contratação de treinamentos de capacitação

o Capacitação da equipe de implantação

o Definição dos Processos de Gerenciamento de Incidentes, Requisição

de Serviços e Incidentes críticos

o Definição do Catálogo de Serviços de TI

o Ambientação com a ferramenta de chamados adotada

o Elaboração de editais e processo de contratação de novo servidor

para a Coordenação

o Elaboração de editais e processo de contratação de novos bolsistas

para a Central de Serviços

Etapa 3 - Configuração, Aquisição de Equipamentos e Melhoria do

Espaço Físico.

o Modelagem dos processos Gerenciamento de Incidentes e

Requisição Serviços e Incidentes críticos

o Definição dos indicadores e da Pesquisa de Satisfação

o Criação do Catálogo de Serviços

o Definição e modelagem do Processo de Auditoria

o Definição dos Processos de Gestão do Conhecimento

o Configuração da Ferramenta de Chamados

o Definição e criação da Base de Conhecimento

o Aquisição e instalação de sistema de gerenciamento de chamadas

telefônicas

o Reformas para reestruturação de espaços físicos

o Aquisição e Instalação de Dashboards

o Aquisição de equipamentos de TI para a Central de Serviços

o Reestruturação da equipe de atendimento

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154

o Capacitação da equipe de atendimento

o Definição de procedimentos padrões para melhoria do desempenho

da equipe de atendimento

o Definição de estratégias de monitoramento do desempenho da equipe

de atendimento

o Elaboração de relatórios estatísticos para as equipes de gestão e

especialistas

Etapa 4 - Implantação de Projeto Piloto no âmbito da Diretoria de

Sistemas de Informação (DSIS)

Coordenação de Operações de Sistemas de Informação, Coordenação

de Qualidade de Software e Coordenação de Projetos de Sistemas de

Informação.

o Adaptação nos processos

o Configuração dos processos na ferramenta

o Treinamento e acompanhamento

o Obtenção de feedback

o Elaboração de Relatórios Estatísticos específicos para o setor

o Realização de ajustes e melhorias

Etapa 5 - Implantação da Diretora de Redes, Telefonia e Centro de

Dados (DRTD)

Coordenação de Centro de Dados e Coordenação de Redes e

Telefonia

o Adaptação nos processos

o Configuração dos processos na ferramenta

o Treinamento e acompanhamento

o Obtenção de feedback

o Elaboração de Relatórios Estatísticos específicos para o setor

o Realização de ajustes e melhorias

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155

Etapa 6 - Implantação da Diretora de Serviços, Operações e

Infraestrutura (DSOI)

Coordenação de Manutenção de Infraestrutura Computacional e dos

Núcleos de Atendimento a TI – NATIS

o Adaptação nos processos

o Configuração dos processos na ferramenta

o Treinamento e acompanhamento

o Obtenção de feedback

o Elaboração de Relatórios Estatísticos específicos para o setor

o Realização de ajustes e melhorias

Como parte do planejamento do projeto foi elaborado um Plano de

Implantação, estabelecendo um cronograma, de forma mais ampla, e definindo

alguns marcos temporais de destaque, como pode ser observado no Quadro 5.1

abaixo.

Quadro 5.1- Cronograma Macro do Projeto

Período Etapas

Janeiro de 2014 / Julho 2014

Etapa 1 - Entendimento inicial e ciclo de Planejamento

Agosto 2014/ Dezembro 2014

Etapa 2 - Desenvolvimento Técnico do Projeto

Janeiro 2015 / Novembro 2015

Etapa 3 - Configuração, Aquisição de Equipamentos e Melhoria do Espaço Físico

Dezembro 2015 / Maio 2016

Etapa 4 - Implantação Piloto na Diretoria de Sistemas

Junho de 2016 / Dezembro 2016

Etapa 5 - Implantação da Diretora de Redes, Telefonia e Centro de Dados.

Janeiro de 2017 / abril 2017

Etapa 6 - Implantação da Diretora de Serviços, Operações e Infraestrutura

Maio de 2017 / Conclusão prevista para Dezembro de 2017

Etapa 7 - Implantação dos Núcleos de Atendimento a TI – NATI´s – (14 unidades).

Fonte: Elaborado pelo autor

Atualmente o projeto está em fase de conclusão da implantação integral,

visto que está sendo executado de forma incremental, como já havia sido reportado

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156

anteriormente. Encontra-se na sétima e última etapa, relativa à Implantação dos

NATI’s (Núcleos de Apoio à Tecnologia da Informação), que são núcleos alocados

fisicamente nos Centros Acadêmicos e na Reitoria, os quais realizam suporte

presencial à TI. Pensando sempre no compromisso da melhoria continuada, em

paralelo, realizam-se regularmente ações para ajustes e aprimoramento nas etapas

já implantadas. Foram verificados melhorias em relação ao atendimento dos serviços

e relacionamento com os clientes e usuários. Dentre os benefícios obtidos podemos

destacar como principais:

Consolidação da boa prática, que orienta que as demandas de TI sejam

solicitadas por um único canal de entrada, no caso, a Central de Serviços;

Disponibilidade de acesso para registro e acompanhamento dos chamados a

qualquer hora e em qualquer lugar, através do Portal da UFPE;

Registros de todos os chamados em uma única base de dados;

Facilidade de gerenciar e acompanhar os chamados existentes;

Feedback automático aos usuários e clientes da UFPE, sobre o registro e

acompanhamento de suas demandas;

Facilidade em identificar problemas na execução dos serviços (“gargalos” no

suporte), em relação às Coordenações especialistas;

Realização contínua da pesquisa de satisfação do usuário/cliente, coletando

a percepção dos clientes/usuários em diversas fases;

Transparência no atendimento aos chamados nas diversas unidades

executoras (Coordenações), através de dashboards;

Podemos ressaltar também a ocorrência de várias dificuldades

encontradas desde a fase de planejamento até à implantação do projeto,

considerando como principais:

Desconfiança e descrédito no projeto, gerando preconceito, devido à cultura

tradicional estabelecida;

Resistência a mudanças de vários colaboradores, ocasionada pelo temor de

grandes transformações;

Dificuldade em formar e motivar a equipe, em razão dos recursos escassos;

Dificuldade em obter recursos financeiros, exigindo grande habilidade de

articulação e negociação.

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157

A seguir, apresentaremos uma breve descrição dos procedimentos e

passos relativos ao fluxo operacional do funcionamento da Central de Serviços.

5.2.1 Fluxo Operacional do Funcionamento da Central de Serviços

O NTI empregou, como referência para o gerenciamento de serviços de

TI, o modelo do framework ITIL, que classifica o suporte técnico em três níveis,

como apresentado no Apêndice D. O primeiro nível corresponde à Central de

Serviços, que tem como objetivo funcionar como ponto único de contato deste

Núcleo, para as demandas relacionadas a informações e serviços de TI,

disponibilizadas aos usuários e clientes da UFPE.

O segundo nível de suporte corresponde às Coordenações Técnicas do

NTI, Coordenação de Operações de Sistemas de Informação, Coordenação de

Qualidade de Software, Coordenação de Projetos de Sistemas de Informação,

Coordenação de Centro de Dados, Coordenação de Redes e Telefonia e

Coordenação de Manutenção de Infraestrutura Computacional, e por fim, a rede de

14 NATI’s - Núcleos de Apoio à Tecnologia da Informação, sendo que estes estão

distribuídos pelos Centros Acadêmicos, onde realizam suporte técnico presencial. O

terceiro nível refere-se a fornecedores e consultores, que possuem contratos de

manutenção de ativos gerenciados pelo NTI. A Figura 5.3 ilustra a interação entre

estes níveis de suporte no NTI.

Primeiro Nível de Suporte - Central de Serviços de TIC

A Central de Serviços de TI é a unidade que representa o ponto único de

contato, para as demandas referentes a informações e serviços de TIC, aos usuários

e clientes da UFPE.

Principais Responsabilidades da Central de Serviços (Nível 1):

Registrar requisição de serviço/incidente ou informação relativa a serviço de

TI, realizando sua classificação, categorização e priorização;

Prover a primeira linha de investigação e diagnóstico acerca da demanda;

Resolver as requisições de serviços/incidentes ou informações para as quais

possuem competência;

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158

Escalar requisições de serviços/incidentes que não estão aptos a resolver;

Manter os usuários informados do progresso de suas requisições/incidentes;

Realizar pesquisa de satisfação com usuários de acordo com o questionário

que foi previamente definido;

Comunicação com os usuários – notificações gerais sobre atualizações,

mudanças impeditivas ou paradas programadas dos serviços;

Registrar o fechamento de incidentes, requisições ou outros tipos de

chamados.

Segundo Nível de Suporte – Coordenações Técnicas do NTI e NATI´s

As Coordenações do NTI e os NATI´s são responsáveis por atuar para a

resolução das requisições de serviço e de incidentes, fornecendo suporte técnico

especializado, além de manter, disponibilizar e desenvolver novos serviços de TI,

juntamente com o Catálogo de Serviços e a Base de Conhecimento, para os

usuários da UFPE. Eles assumem o papel das unidades de gerenciamento técnico

do ITIL.

Principais responsabilidades do Nível 2:

Atender às demandas de requisições de serviços que estejam definidas como

de sua competência, no Catálogo de Serviços;

Atender às demandas relativas à Gestão de Incidentes, que lhes são dirigidas

através de escalações funcionais vindas da Central de Serviços, provendo o

segundo nível de suporte;

Atender às demandas relativas a informações sobre serviços que estejam

definidos como de sua competência, no Catálogo de Serviços, não supridas

pelo Nível 1;

Prover treinamentos aos analistas da Central de Serviços e ao setor

responsável pelo Gerenciamento dos Serviços, sempre que ocorrerem

mudanças significativas ou um novo serviço ou tecnologia começar a receber

suporte técnico.

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159

Terceiro Nível de Suporte – Fornecedores e Consultores

O suporte relativo ao terceiro nível é realizado por intermédio de

empresas externas à UFPE, através dos consultores e fornecedores de

equipamentos e serviços adquiridos pelo NTI/UFPE, que deverão respeitar a

assistência prevista durante o período de garantia dos mesmos ou da celebração

dos contratos de manutenção. Estes fornecedores são responsáveis por atuar para

a resolução das requisições de serviço de manutenção, realizando o suporte técnico

especializado, virtual ou presencialmente.

A UFPE opera com serviços terceirizados, tais como a manutenção da

central telefônica, contratos de aluguel de impressoras e todo o suporte referente à

sua manutenção.

Quanto aos consultores, a UFPE também se utiliza de contratos de

consultoria técnica, com indivíduos ou empresas externos, principalmente na área

de capacitação e suporte ao Centro de Dados, sendo que este, quando necessário,

é acionado através do escalonamento do chamado para a empresa prestadora da

consultoria contratada, representando o terceiro nível de atendimento, que também

pode ser executada de forma virtual ou presencial.

5.3 AVALIAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PARA O

TRATAMENTO DOS FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA

IMPLANTAÇÃO DA CENTRAL DE SERVIÇOS

Esta seção tem o propósito de apresentar os resultados referentes à

avaliação das estratégias utilizadas para tratamento dos Fatores Críticos de

Sucesso, obtidos na literatura e na pesquisa de campo, que foram detectados no

projeto de implantação da Central de Serviços de TI, do Núcleo de Tecnologia da

Informação da UFPE.

Este conteúdo está dividido em duas subseções: 5.3.1 retrata a coleta dos

dados que foram realizadas através de entrevistas com a equipe que participa do

projeto de implantação da Central de Serviços de TI; em seguida, na subseção 5.3.2

é retratado como foi realizada a análise dos dados, evidenciados os resultados da

análise da pesquisa e a consequente interpretação dos dados obtidos, referentes à

avaliação das estratégias concretizadas para tratamento dos Fatores Críticos de

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160

Sucesso na implantação de uma Central de Serviços de TI, em uma Instituição

Federal de Ensino Superior.

5.3.1 Coleta de Dados

Segundo Martins (2002), o sucesso de uma pesquisa depende também

da coleta de dados, que devem ser previamente planejados. Os dados obtidos

diretamente com o informante, através de entrevista utilizando questionários, são

denominados de dados primários e são obtidos geralmente por questionários ou

entrevistas, cuja cópia deve ser parte integrante do relatório final da pesquisa. Muito

do sucesso da pesquisa depende da coleta de dados e informações, que deve ser

precisa, fidedigna e corretamente registrada.

De acordo com Cooper e Donald R. Cooper (2003), os entrevistadores

podem administrar as condições da entrevista, adquirir certeza com perguntas

adicionais e reunir informações complementares através da observação. As

aplicações dos questionários mais apropriadas são aquelas em que os entrevistados

são especificamente qualificados para fornecer as informações desejadas.

Seguindo nesta direção, foram selecionados os stakeholders, que

participaram do projeto de implantação da Central de Serviços de TI do NTI/UFPE,

para retratar os profissionais que seriam entrevistados na pesquisa. O Grupo Focal

com cinco profissionais a serem entrevistados, foi composto da seguinte forma: o

Coordenador da equipe de Governança de TI; um analista da mesma equipe,

responsável pelo gerenciamento juntamente com o gerente do projeto; outro analista

de Governança de TI, responsável pela definição dos processos; um analista da

equipe de Gestão de Serviços de TI, participante da implantação; e um analista da

equipe da Central de Serviços de TI. O grupo foi selecionado de acordo com a sua

participação ativa em fases distintas do projeto.

Essa pesquisa foi realizada através da aplicação de um questionário

semiestruturado, com todas as perguntas do tipo subjetivo, como mostrado no

Apêndice C. Quanto ao conteúdo, ela aborda todos os Fatores Críticos de Sucesso,

colhidos na literatura e na pesquisa realizada nas IFES, através de questionamentos

que objetivaram avaliar as estratégias adotadas no tratamento destes fatores, para

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161

que o sucesso do Projeto de Implantação da Central de Serviços de TI do NTI/UFPE

fosse obtido.

Todos os entrevistados foram convidados a participar da pesquisa

livremente, utilizando como meio a aplicação de um questionário com perguntas

semiestruturadas em entrevistas, que foram agendadas previamente e realizadas no

próprio Campus da Universidade.

As entrevistas com o grupo focal tiveram uma duração total aproximada

de 6 horas, distribuídas em diferentes datas. Cada entrevista teve uma duração

média em torno de uma hora, com exceção da primeira entrevista realizada (E1),

que foi mais longa e durou 1 hora e 20 minutos, e a mais curta foi a do participante

E5, que durou cerca de 45 minutos, como exposto na Quadro 5.2.

Quadro 5.2 – Informações Gerais sobre o Grupo Focal

Entrevistado Perfil Meio de coleta de dados

Duração da entrevista

E1 Coordenador da equipe de Governança de TI

Entrevista 1 h e 20 min

E2 Analista da equipe de Governança de TI

Entrevista 1 h e 10 min

E3 Analista da equipe de Governança de TI

Entrevista 1 h e 05 min

E4 Analista Gestão de Serviços de TI

Entrevista 50 min

E5 Analista da Central de Serviços de TI

Entrevista 45 mim

Fonte: Elaborado pelo autor

O pesquisador procurou conduzir as entrevistas de maneira que os

entrevistados se sentissem amplamente livres para expressar suas percepções e

experiências sobre a participação no projeto abordado. Com o intuito de

complementar e enriquecer as informações coletadas, o pesquisador registrou

observações individuais dos entrevistados.

As anotações das entrevistas realizadas pelo pesquisador foram

registradas através da ferramenta Word Office, em formulário específico, o qual

continha o questionário. No momento em que as entrevistas eram realizadas, as

informações obtidas eram imediatamente registradas no próprio formulário.

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162

Na próxima subseção, serão apresentadas as análises relativas aos

dados coletados, com foco na avaliação das estratégias utilizadas no tratamento dos

Fatores Críticos de Sucesso.

5.3.2 Análise dos Dados

Nesta subseção serão evidenciados os resultados da análise da pesquisa

e a consequente interpretação dos dados obtidos, referentes à avaliação das

estratégias concretizadas para tratamento dos Fatores Críticos de Sucesso na

implantação de uma Central de Serviços de TI, em uma Instituição Federal de

Ensino Superior.

A análise dos dados foi realizada através da depuração das respostas

colhidas do questionário aplicado à equipe de implantação da Central de Serviços de

TI, do Núcleo de Tecnologia da Informação da UFPE, apresentado no apêndice C,

cuja principal finalidade foi levantar informações necessárias para avaliar a eficácia

das estratégias adotadas para tratamento dos Fatores Críticos de Sucesso

envolvidos na implantação da Central de Serviços do NTI.

Para exame dos questionários de avaliação, realizou-se uma leitura

cautelosa das respostas de cada entrevistado, com o objetivo de discriminar as

estratégias utilizadas e relacioná-las com base em categorias. Todas as perguntas

foram abertas, com a intenção de obter informações mais aprofundadas e

detalhadas sobre a avaliação, bem como benefícios e dificuldades encontradas no

tratamento dos Fatores Críticos de Sucesso (FCS).

Os FCS investigados, apresentados na Tabela 5.1, referem-se tanto aos

que foram levantados através da literatura e comprovados, como também aos

fatores novos, que foram identificados a partir da consulta efetuada nas Instituições

Federais de Ensino Superior, como detalhado no Capítulo 4. Dentre os 11 fatores

selecionados na pesquisa, oito foram identificados na implantação da Central de

Serviços do NTI/UFPE, como destacado em negrito, enquanto que apenas três não

foram analisados, em razão de não terem sido aplicados à implantação da Central

de Serviços do NTI/UFPE, os quais foram: Uso de Consultores, Trabalho virtual e

remoto da equipe de implantação e Estabelecer Acordos de Nível de Serviços.

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163

Tabela 5.1 – Relação com os FCS na implantação de uma Central de

Serviços de TI

Identificador do Fator

Nome do Fator Crítico de Sucesso

F1 Apoio da alta gerência

F2 Treinamento da equipe de implantação

F3 Seleção da Ferramenta de Gestão de chamados

F4 Uso de consultores

F5 Comunicação e Colaboração interdepartamental

F6 Foco nos processos

F7 Cultura aberta a processos de gerenciamento de serviços de TI

F8 Foco no cliente

F9 Trabalho virtual ou remoto da equipe de implantação

F10 Estabelecer Acordo de Nível de Serviços

F11 Minimizar Resistência a Mudanças

Fonte: Elaborada pelo autor

Nesse sentido, baseando-se nas evidências apontadas pelos indivíduos

entrevistados, as estratégias aplicadas ao tratamento de cada fator constituem-se

recomendações, que foram exploradas e sugeridas pela equipe de implantação da

Central de Serviços do NTI/UFPE, como exposto a seguir:

Fator 1 - Apoio da Alta Gerência

Com o propósito de obter o apoio da alta gerência, as seguintes

estratégias foram utilizadas:

Identificação dos principais problemas e prejuízos decorrentes da

inexistência de uma Central estruturada de Serviços;

Apresentação para o Comitê de TI da UFPE do diagnóstico levantado

quanto à situação do atendimento das demandas, incluindo a

insatisfação dos clientes e o dano à imagem do órgão;

Sensibilização do Pró-Reitor de Planejamento, através da divulgação

da importância e dos benefícios advindos da existência de uma Central

de Serviços, como um instrumento transformador e estratégico para a

organização;

Page 165: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

164

Realização de eventos apresentando o projeto e o Plano de

Implantação, criando oportunidade de participação de todos os

colaboradores do NTI, e refletindo sobre os pontos positivos e

negativos da antiga Central de Atendimento;

Realização de apresentação para integrantes da Pró-Reitoria

(PROCIT), com interesse e influência no projeto, mostrando a

importância do projeto para o NTI e para a UFPE.

Os principais benefícios percebidos com as estratégias adotadas foram:

Apoio da Pró-Reitoria de Planejamento, incentivando e impulsionando

a realização do projeto;

Viabilização de recursos através da Pró-Reitoria de Planejamento

para aquisição de equipamentos, móveis e para a capacitação da

equipe de implantação;

Intervenção para priorizar o projeto, qualificando-o como estratégico e

incluindo-o no cronograma formal do PDTI da UFPE;

As principais dificuldades encontradas na execução das estratégias

adotadas para este fator foram:

Integrantes de cargo da alta gestão ou de forte influência com pouco

conhecimento sobre a importância de uma Central de Serviços;

Carência de conhecimento prático sedimentado, na aplicação de boas

práticas de TI para o gerenciamento de serviços; Cultura tradicional

conservacionista, causando temor de ações inovadoras;

Dificuldade de recursos financeiros, humanos e materiais;

Enfrentamento de trâmites burocráticos para contratação de

capacitações;

Falta de maturidade da equipe de implantação, em relação ao

conhecimento técnico necessário;

Os entrevistados sugeriram que, para minimizar os impactos negativos

das dificuldades encontradas na execução das estratégias adotadas para este fator,

as seguintes ações poderiam ter sido realizadas:

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165

Convidar um gestor de TI externo, com vivência no assunto, para

transmitir suas experiências positivas e negativas na implantação de

uma Central de Serviços;

Contratar consultoria externa, com efetivo conhecimento prático da

matéria.

Fator 2 - Treinamento da Equipe de Implantação

De forma a conseguir que a Equipe de Implantação do projeto recebesse

treinamento, as seguintes estratégias foram utilizadas:

Capacitação particular, informal, por condução própria, através da

leitura de livros, manuais, textos/artigos na internet, etc...;

Foi realizado um levantamento dos perfis profissionais para as

funções a serem exercidas por cada participante;

Diagnóstico com as capacidades necessárias a serem desenvolvidas

pelos participantes;

Classificação por prioridade dos cursos preferenciais;

Apresentação de um Plano de Capacitação para as Diretorias;

Levantamento de empresas no mercado e recursos financeiros

necessários (orçamentos) para a contratação de cursos;

Realização de capacitação interna, focada nos fundamentos da ITIL,

Catálogo de Serviços, ferramenta de gestão de chamados;

Realização de capacitação externa, focada nos conceitos básicos dos

fundamentos da ITIL, gerenciamento de serviços e Central de

Serviços.

Os principais benefícios percebidos com estas estratégias adotadas

foram:

Diminuição de atitudes de insegurança e resistência, originadas do

temor pela inovação e mudança, através do conhecimento adquirido

por meio dos treinamentos recebidos;

Enriquecimento do nível de conhecimento dos membros da equipe de

implantação, através do incentivo à participação em treinamentos em

várias especialidades relacionadas ao contexto do projeto;

Page 167: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

166

Através da capacitação, a equipe de implantação demonstrou maior

interesse, segurança e estímulo para a participação no projeto;

Oportunidade de atualização do potencial técnico disponível,

promovendo um upgrade da equipe, no caminho do alinhamento com

as melhores práticas vigentes;

Redução dos custos para a Instituição, através do autoestudo da

equipe envolvida, possibilitando uma redução na necessidade de

contratação de treinamentos, bem como da implantação da central

realizada pela própria equipe do NTI.

As principais dificuldades encontradas, na execução das estratégias

adotadas para este fator foram:

A restrição de recursos financeiros para contratação de determinados

treinamentos;

Burocracia do setor público para a contratação dos treinamentos,

dificultando e limitando o processo, resultando no desestímulo para a

participação de empresas externas;

Maior alocação de tempo da equipe técnica, em função de assumir

sua própria capacitação, para determinados conteúdos necessários;

Tempo de desenvolvimento do projeto ampliado, em virtude do baixo

nível de conhecimento técnico da equipe envolvida, se comparado

com Instituições que obtiveram assistência de consultoria externa e

de reconhecidos cursos especializados.

Os entrevistados sugeriram que, para minimizar os impactos negativos

das dificuldades encontradas na execução das estratégias adotadas para este fator,

as seguintes ações poderiam ter sido realizadas:

Replicar alguns treinamentos, internamente, para a equipe de

implantação;

Facilitar o processo de contratação de treinamentos;

Criar estratégias no sentido de ampliar os recursos direcionados para

a capacitação;

Contratação de mais treinamentos externos e com melhor qualidade

reconhecida.

Page 168: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

167

Fator 3 - Seleção da Ferramenta de Gestão de Chamadas

De forma a proceder a Seleção da Ferramenta de Gestão de Chamados,

as seguintes estratégias foram aplicadas:

Pesquisa na internet sobre as opções disponíveis no mercado;

Consultas a responsáveis de setores de TI de empresas e órgãos,

para conhecimento das ferramentas adotadas;

Visitas a Instituições, para observar o funcionamento das ferramentas

que utilizavam;

Estabelecimento de requisitos obrigatórios, baseado em parâmetros

como: exigências legais, utilidade, restrição de custos, facilidade de

adequação, entre outros;

Pré-seleção com as principais ferramentas pesquisadas no mercado;

no que diz respeito ao atendimento aos requisitos e funcionalidades

estabelecidas;

Estudo comparativo das principais ferramentas levantadas, através de

um processo de classificação e seleção com base nos critérios

definidos;

Realização de uma apresentação para homologação da ferramenta

escolhida, com as Diretorias e demais Coordenações do NTI.

Os principais benefícios percebidos com as estratégias adotadas foram:

Maior segurança em relação ao compartilhamento da

responsabilidade sobre a escolha da ferramenta;

A ferramenta selecionada foi validada e aprovada com a participação

ativa do corpo gestor do NTI;

Conhecimento prévio de alguns benefícios e dificuldades relacionadas

ao uso das ferramentas investigadas, através do contato anterior com

seus usuários.

As principais dificuldades encontradas na execução das estratégias

adotadas para este fator foram:

Falta de maior investimento para ampliar a pesquisa de mercado;

Page 169: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

168

Ausência de pessoal com conhecimento técnico da ferramenta

selecionada;

Maior consumo de tempo para realizar o estudo e pesquisa;

Limitações impostas, pela quantidade de exigências e requisitos

obrigatórios, na realização da seleção;

Restrição de recursos financeiros, ocasionando a imposição do

critério de gratuidade.

Os entrevistados sugeriram que para minimizar os impactos negativos das

dificuldades encontradas na execução das estratégias adotadas para este fator, as

seguintes ações poderiam ter sido realizadas:

Ampliação do processo de pesquisa de mercado, para maior

percepção e embasamento sobre as experiências práticas dos

usuários;

Contratação de uma consultoria especializada.

Fator 5 - Comunicação e Colaboração Interdepartamental

Com o objetivo de propiciar a Comunicação e Colaboração

Interdepartamental, as seguintes estratégias foram empregadas:

Apresentações para todos os setores internos do Núcleo para

conscientização sobre a importância do projeto;

Apresentação da relevância do projeto para os membros da equipe

para estimular o envolvimento e participação de todos, nas decisões

que atingiam tais setores;

Esclarecimento quanto aos papéis, atribuições, responsabilidades e

compromissos a serem assumidos por todos, objetivando a melhoria

do atendimento global e da imagem do NTI;

Esclarecimento a todos os envolvidos do órgão, quanto à necessidade

de uma mudança significativa nos processos de trabalho, em razão da

dependência transversal entre os setores, para o atendimento dos

serviços;

Informes continuados sobre a necessidade e benefícios da melhoria

do processo de comunicação entre as Coordenações;

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169

Reuniões periódicas para repasse de conhecimento e alinhamento na

execução de atividades e atribuição de responsabilidades entre as

equipes envolvidas no projeto.

Os principais benefícios percebidos com as estratégias adotadas foram:

Maior alinhamento entre as Coordenações, melhorando o processo de

desenvolvimento do projeto;

Percepção geral clara sobre o posicionamento do andamento do

projeto;

Melhor entendimento e engajamento das Coordenações para o

sucesso do projeto, compreendendo-o como de grande contribuição

para o gerenciamento da demanda de incidentes e serviços;

Aumento do interesse geral para a implantação do projeto, através do

reconhecimento de seus benefícios para o NTI e para a UFPE;

Melhoria do tempo de resposta entre as equipes envolvidas.

As principais dificuldades constatadas na execução das estratégias

adotadas para este fator foram:

Diversas formas de comunicação não formalizados;

Dificuldade de reunir equipes diversas, para a realização de reuniões

periódicas;

Comprometimento do cronograma do projeto, pela complexidade no

agendamento de reuniões;

Ampliação do tempo para preparação e realização de apresentações

e reuniões, devido ao grande número de equipes envolvidas.

Os entrevistados sugeriram que, para minimizar os impactos negativos

das dificuldades encontradas na execução das estratégias adotadas para este fator,

as seguintes ações poderiam ter sido realizadas:

Não tivemos resposta para esse item.

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170

Fator 6 - Foco nos Processos

De forma a estabelecer o foco nos processos, as seguintes estratégias

foram utilizadas:

Envolvimento de uma equipe qualificada em processos da Instituição;

Realização de estudos relacionados a processos, com referência no

framework ITIL;

Identificação de quais processos da ITIL são mais utilizados em

outras Instituições;

Modelagem dos processos priorizados, baseados nas boas práticas

da ITIL e em estudos comparativos de processos em operação,

verificados em outras Instituições;

Apresentações para toda a equipe da Central de Serviços (primeiro

nível) e Coordenações Técnicas (segundo nível), orientando para os

principais processos modelados e uso da ferramenta selecionada.

Os principais benefícios percebidos com as estratégias adotadas foram:

Definição dos processos baseada nas melhores práticas e adequação

ao contexto da Instituição;

Melhoria da organização e padronização com a definição de novos

procedimentos para os atendimentos;

Facilidade para acompanhar o desempenho na execução dos

processos;

Facilidade para detectar desvios nos processos relativos ao

atendimento;

As principais dificuldades encontradas na execução das estratégias

adotadas para este fator foram:

Ausência de processos formalizados no órgão;

Cultura pouco orientada a processos nos setores em que eles seriam

implantados;

Falta de conhecimento técnico sobre orientação a processos por

alguns membros da equipe;

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171

Estudo individual, sem acompanhamento, para conhecimento da

matéria;

Maior consumo de tempo para realizar o estudo e pesquisa;

Alguns processos de maior complexidade ainda não foram

formalizados e publicados.

Os entrevistados sugeriram que para minimizar os impactos negativos das

dificuldades encontradas na execução das estratégias adotadas para este fator, as

seguintes ações poderiam ter sido realizadas:

Contratação de consultoria externa;

Replicação do conhecimento adquirido através da consultoria, para

capacitação de outros membros da equipe;

Maior atuação para sensibilização acerca da importância da

formalização e acompanhamento dos processos;

Maior direcionamento do foco dos treinamentos para a definição dos

processos, do que para a ferramenta que lhes fornecia suporte.

Fator 7 - Cultura Aberta a Processos de Gerenciamento de Serviços de TI

De forma a instaurar a Cultura aberta a processos de gerenciamento de

serviços de TI, as seguintes estratégias foram utilizadas:

Atuação para sensibilização dos envolvidos, expondo as falhas na

estrutura atual de atendimento aos serviços e mostrando os

benefícios da iniciativa para melhorar este processo;

Contratação de treinamento externo para difundir as melhores

práticas do ITIL no gerenciamento de serviços de TI, com foco na

Central de Serviços;

Estimular o envolvimento da maior parcela de colaboradores do NTI

na capacitação do ITIL, difundindo a cultura da utilização de uma

Central de Serviços de TI.

Os principais benefícios percebidos com as estratégias adotadas foram:

Page 173: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

172

Por meio de esclarecimentos e de um maior teor de conhecimento

acerca da matéria, percebe-se uma maior compreensão dos objetivos

do projeto, e, consequentemente, há uma facilitação na obtenção de

apoio dos gestores;

Em razão dos mesmos motivos anteriores, há uma facilitação na

obtenção de apoio e resposta dos colaboradores envolvidos;

Maior facilidade na difusão da cultura da utilização de uma Central de

Serviços de TI, permitindo a receptividade da implantação da iniciativa

no NTI.

As principais dificuldades encontradas na execução das estratégias

assumidas para este fator foram:

Inexistência de uma cultura orientada a processos no NTI;

Dificuldade para assimilação de um conteúdo denso e complexo;

Pouco tempo para adquirir know-how na matéria, para estar apto a

aplicá-la na prática.

Os entrevistados sugeriram que para minimizar os impactos negativos das

dificuldades encontradas na execução das estratégias adotadas para este fator, as

seguintes ações poderiam ter sido realizadas:

Adoção da consultoria externa no início, para apresentar e validar a

importância de trabalhar no escopo do gerenciamento de serviços,

orientado a processos;

Acompanhamento da consultoria externa durante as fases de

definição e implantação dos processos.

Fator 8 - Foco no Cliente

De forma a manter o Foco no cliente, as seguintes estratégias foram

utilizadas:

Visita aos Centros e Departamentos da UFPE, divulgando a iniciativa

do projeto, realizando um levantamento das principais necessidades e

reclamações dos clientes em relação ao atendimento dos serviços;

Atuação pontual em demandas críticas, que apresentassem

dificuldade de resolução;

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173

Acesso facilitado dos clientes à ferramenta de chamados, através de

um Portal personalizado para eles;

Alinhamento contínuo com a equipe de atendimento Nível 1, para

orientação sobre esclarecimento de dúvidas e melhor forma de

contato com os clientes;

Estabelecimento de contato telefônico com os clientes, como meio

preferencial para confirmação de seu atendimento;

Realização de uma pesquisa de satisfação, com um questionário a

ser preenchido pelo cliente, após o fechamento de seu chamado;

Envio automático de e-mails aos clientes pela ferramenta de registro

de chamados, informando a situação do trâmite de sua solicitação,

sempre que há alguma intervenção.

Os principais benefícios percebidos com as estratégias praticadas foram:

Possibilidade de maior compreensão das necessidades e

expectativas dos clientes quanto a possíveis melhorias;

Possibilidade de manter o usuário atualizado, de forma contínua,

sobre a situação de sua demanda, tornando o processo de

comunicação proativo;

Melhoria no relacionamento com os clientes, através de uma equipe

comprometida em manter um contato direcionado e orientado;

Maior satisfação dos clientes, através da percepção de um maior

esforço de comunicação;

Melhoria na obtenção de feedback dos usuários, a respeito do

atendimento e do suporte fornecido.

As principais dificuldades encontradas na execução das estratégias

adotadas para este fator foram:

Dependência de várias equipes e colaboradores do atendimento Nível

2, para receber respostas sobre os atendimentos;

Demora em fornecer resposta aos usuários sobre seus atendimentos,

em razão dos itens anteriores;

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174

Insistência de alguns clientes/usuários em manter cultura tradicional

de informalidade para o atendimento, dificultando o registro e controle

de chamados;

Percentual abaixo das expectativas de respostas de usuários para o

questionário de satisfação, dificultando a avaliação da implantação e o

processo de melhoria.

Os entrevistados sugeriram que para minimizar os impactos negativos das

dificuldades encontradas na execução das estratégias adotadas para este fator, as

seguintes ações poderiam ter sido realizadas:

Maior tempo para divulgação prévia à Comunidade Acadêmica, até à

implantação do projeto;

Tempo maior para atuação no esclarecimento de dúvidas e ações de

convencimento sobre as mudanças necessárias;

Estabelecimento de um Plano de divulgação intensivo e contínuo;

Fator 11 - Minimizar a Resistência a Mudanças

De forma a conseguir Minimizar a Resistência a Mudanças, as seguintes

estratégias foram aplicadas:

Consultoria orientada com especialista, da própria Instituição (UFPE),

na área de Gestão de Mudanças;

Apresentação orientada aos colaboradores, para ratificar o apoio da

Diretoria ao projeto, mostrando a importância da sua participação e

sua responsabilidade no processo;

Realização de apresentação a todos os membros do NTI, divulgando

a importância do projeto também para eles, além dos próprios

usuários;

Realização de evento, onde membros dos setores do NTI foram

convidados a contribuir com uma atividade de identificação de

possíveis problemas que poderiam ocorrer na implantação da Central

de Serviços, expondo suas ideias e soluções;

Page 176: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

175

Os principais benefícios percebidos com as estratégias adotadas foram:

Demonstração de interesse e envolvimento dos colaboradores, desde

o princípio do projeto;

Minimizou as atitudes que representavam insegurança e resistência,

objetivando desacreditar o projeto, devido ao medo de sobrecarga

com o inevitável processo de inovação e mudanças;

Satisfação das equipes envolvidas, com a perspectiva de melhoria da

imagem do Núcleo, com a implantação na nova Central de Serviços;

Percepção de diminuição gradativa de resistência à implantação do

projeto, com o apoio crescente de todas as Coordenações;

As principais dificuldades encontradas na execução das estratégias

adotadas para este fator foram:

Apesar de todos os eventos com o objetivo de promover a inclusão e

participação dos envolvidos, alguns integrantes, em especial,

colaboradores mais antigos, demonstraram falta de compromisso e

engajamento ao projeto;

Baixo estímulo, causado pela ausência de auxílio para superar diversos

tipos de adversidades: restrições financeiras, falta de recursos humanos

e conhecimento técnico, descrédito na execução do projeto,

dificuldades burocráticas, etc.;

Extensão e heterogeneidade de perfil e de públicos, com visões e

expectativas diferenciadas dentro do mesmo Órgão.

Os entrevistados sugeriram que, para minimizar os impactos negativos

das dificuldades encontradas na execução das estratégias adotadas para este fator,

as seguintes ações poderiam ter sido realizadas:

Realização de debates sobre as expectativas e dúvidas relativas ao

projeto, simultaneamente, com diversos tipos de público alvo.

Divulgação do desenvolvimento do projeto com maior frequência, para

garantir maior engajamento.

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176

5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo foi apresentada a análise dos resultados obtidos através

de uma pesquisa, realizada através de entrevistas com a equipe de implantação do

projeto, e que se refere à avaliação das estratégias utilizadas para o tratamento dos

Fatores Críticos de Sucesso, identificados na implantação da Central de Serviços de

TI do NTI/UFPE.

Na Seção 5.1 foi apresentada a motivação para a utilização da UFPE

como objeto de pesquisa, seguida da contextualização acerca desta organização

estudada, onde são apresentadas as características da UFPE e do Núcleo de

Tecnologia da Informação (NTI), como também a estrutura das unidades que

compõem o Órgão, com seus respectivos organogramas.

Na Seção 5.2 foi abordada a forma como foi conduzida a implantação da

Central de Serviços de TI na Instituição, apresentando estratégias de execução do

projeto de implantação, os benefícios da iniciativa para a Instituição, as dificuldades

encontradas e, por fim, o fluxo operacional da Central de Serviços na Instituição.

Já na Seção 5.3, foram detalhados os resultados coletados durante

pesquisa referente à avaliação das estratégias aplicadas para o tratamento dos

Fatores Críticos de Sucesso, obtidos no desenvolvimento do trabalho e descritos em

capítulo anterior.

Esta avaliação foi realizada em função dos FCS levantados na literatura e

comprovados na pesquisa com as IFES, além de terem sido encontrados novos

fatores durante a referida pesquisa, totalizando um número final de 11 (onze) fatores

constatados.

Do total de FCS, 8 (oito) foram objeto de avaliação subsequente no

desenvolvimento do projeto de implantação da Central de Serviços do NTI/UFPE. A

partir daí, foram evidenciadas, por intermédio da pesquisa, as estratégias aplicadas

e os respectivos tratamentos associados.

As estratégias adotadas tiveram um reflexo positivo para o êxito da

implantação do projeto. A Instituição vem apresentado melhorias no processo de

planejamento e gerenciamento no que se refere a serviços de TI e foram verificados

grandes avanços em relação ao atendimento das demandas dos serviços e

relacionamento com os clientes e usuários.

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177

6 CONCLUSÕES E SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

O presente capítulo tem por finalidade apresentar as conclusões da

pesquisa, proferindo uma reflexão sobre seus resultados, os objetivos alcançados e

suas contribuições, nele também são reportadas as principais limitações

encontradas no transcorrer do estudo e sugeridas algumas recomendações para

trabalhos futuros.

O capítulo está dividido em quatro seções: a seção 6.1 refere-se à

conclusão geral sobre o trabalho, na qual é retratada uma síntese de todo o estudo,

apresentando uma visão global da pesquisa realizada e dos resultados obtidos. A

seção 6.2 apresenta algumas considerações sobre as contribuições da pesquisa. A

seção 6.3 discorre sobre algumas restrições e dificuldades constatadas ao longo do

trabalho, e, por fim, na seção 6.4, são apresentadas propostas de recomendações

para trabalhos futuros.

6.1 CONCLUSÕES

Os reflexos da aproximação cada vez maior entre os países, repercutindo

na economia mundial, têm motivado uma série de mudanças, além da necessidade

de rápida atualização, em diversas áreas do mercado contemporâneo. Isto leva

empresas e organizações à necessidade de adequação a novas configurações

econômicas, sociais e culturais. Para garantir a sobrevivência no contemporâneo

cenário global, as Instituições, sejam elas públicas ou privadas, precisam pautar sua

atuação focalizando em menores custos e maior qualidade, para serem capazes de

comprovar boa eficiência e eficácia em seu desempenho, cada dia mais monitorado.

Para tanto, demandam conhecimentos profissionais na área da gestão e também da

tecnologia, cada vez mais competentes e especializados para lidar com esse

complexo cenário.

Tal perspectiva fica ainda mais evidente quando aplicada ao setor público,

em especial, no tocante às entidades aqui retratadas, as IFES, para as quais a

gestão de Tecnologia da Informação vem passando por uma grande reformulação,

onde o foco atualmente não está direcionado e restrito tão somente ao atendimento

às exigências dos Órgãos de Controle, apesar destes ainda manterem uma ativa

Page 179: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

178

supervisão e monitoramento, intervindo para adequar os órgãos fiscalizados de

acordo com determinadas leis, normas, ferramentas e práticas, interferindo

diretamente nas atividades de gestão de TI. O que se constata, na atualidade, é uma

preocupação cada vez mais crescente quanto à percepção de valor demonstrada

pelos usuários e clientes da Instituição, a qual indubitavelmente refletirá na imagem

gerada do órgão, assim como se tem verificado a disposição para uma reflexão mais

aprofundada sobre as reais e efetivas carências da comunidade acadêmica.

A implantação de uma Central de Serviços é reconhecidamente

recomendada como uma boa prática por organismos internacionais, como uma

forma de assegurar o suporte necessário à área de TI, atuando de forma proativa

em relação ao atendimento das demandas da organização, participando e

contribuindo efetivamente na geração de valor ao órgão.

O objetivo principal desta pesquisa foi identificar quais fatores, envolvidos

na implantação de uma Central de Serviços de TI, são críticos e avaliar as

estratégias adotadas para o tratamento de tais fatores, que influenciaram no êxito da

iniciativa.

Com o propósito de atingir o objetivo deste trabalho foi realizada uma

pesquisa de campo nas IFES, através da qual os FCS foram comprovados, sendo

determinado também o grau de importância de cada um deles. Ademais, foram

identificados 2 (dois) novos fatores, não originados da bibliografia examinada, e,

para finalizar, foi realizada uma avaliação das estratégias adotadas para o

tratamento desses fatores no Núcleo de Tecnologia da Informação da UFPE. Após a

conclusão desta pesquisa, verificou-se que ela foi capaz de alcançar o objetivo

principal, apontando como resultado os fatores críticos de sucesso específicos para

a iniciativa, juntamente com seus respectivos graus de importância, e ainda a

análise das estratégias adotadas para seu tratamento.

Além do objetivo principal, observou-se que os objetivos definidos como

específicos também foram alcançados na pesquisa. O primeiro objetivo específico

atingido versa sobre a identificação e análise dos FCS na implantação de Centrais

de Serviços de TI, que estão descritos na literatura. Para identificar e avaliar

criteriosamente os FCS relacionados à pesquisa de campo realizada, tais elementos

foram examinados neste trabalho com base na pesquisa de Pollard e Carter-

Steel,(2009) “Justifications, Strategies and Critical Sucess Factores in Successful

ITIL in U.S. and Autralian Companies: an exploratory study”, que utilizou quatro

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179

empresas como parâmetros, localizadas na Austrália e nos Estados Unidos, sendo

que duas delas atuavam no setor público e duas, no setor privado. Para atingir o

objetivo aqui definido, foi traçado um paralelo entre a temática aqui abordada,

relativa aos FCS na Implantação de uma Central de Serviços de TI, a partir dos

fundamentos das áreas de conhecimento de Gestão da Tecnologia e do

Gerenciamento de Serviços de TI, correlacionando-os com os FCS obtidos na

pesquisa especificada.

Na sequência, o segundo objetivo específico atendido referiu-se à

realização de uma ampla pesquisa de campo nas Instituições Federais de Ensino

Superior, para confrontar os FCS conferidos na fase de implantação de suas

Centrais de Serviços de TI, com os fatores identificados na literatura, ampliando o

estudo para avaliar também o respectivo grau de importância de cada um deles. No

tratamento desse objetivo foi efetuada a aplicação de um questionário, do tipo

survey, por meio do preenchimento de um formulário divulgado via web. Na leitura

do resultado, foi constatada a existência dos 09 (nove) FCS identificados no

levantamento bibliográfico, aplicados à Implantação de uma Central de Serviços de

TI, assim como também foram identificados mais 02 (dois) novos Fatores Críticos de

Sucesso, não mencionados na literatura verificada. A partir daí, foi criada uma lista

ordenada com os 09 (nove) iniciais FCS confirmados, classificados a partir do grau

de importância a eles associado, por meio da pesquisa. Entretanto, para os novos

fatores, que foram evidenciados através da pesquisa de campo realizada, não foi

possível analisar individualmente o seu grau de importância, permanecendo aqui,

como sugestão, a realização de tal verificação a ser explorada em estudos futuros.

O terceiro objetivo específico perseguido e alcançado foi a

consolidação da relação dos FCS na implantação de Centrais de Serviços de TI,

identificados na literatura, com aqueles identificados por intermédio da pesquisa de

campo realizada nas IFES. Para o cumprimento desse objetivo foi desenvolvida uma

lista completa com os 11 (onze) FCS identificados na coleta geral dos dados.

O quarto e último objetivo específico alcançado diz respeito à realização

de uma avaliação das estratégias adotadas para o tratamento dos Fatores Críticos

de Sucesso, identificados na implantação de uma Central de Serviço de TI de uma

Instituição Federal de Ensino Superior, o NTI/UFPE, relacionando os pontos fortes e

fracos destas estratégias, bem como, as suas eventuais oportunidades de melhoria.

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180

6.2 CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA

Base de conhecimento gerada através da relação dos Fatores Críticos de

Sucesso registrados, os quais podem servir de base para projetos similares

relacionados ao tema da pesquisa;

A análise das estratégias para o tratamento do FCS serve de referência

tratamentos para o planejamento de projetos similares em outras

instituições.

6.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Escassez de bibliografia específica sobre o tema abordado: Fatores Críticos

de Sucesso na implantação de Central de Serviços de TI, dificultando o

processo de comparação e avaliação com outros estudos;

Dificuldade na obtenção de respostas aos questionários aplicados, apesar

da persistente abordagem ao público-alvo;

Processo de comunicação e abordagem do público-alvo dificultado pela

distância geográfica e falta do contato presencial, ocasionando demora na

obtenção das respostas;

Processo político e burocrático, ensejando a necessidade de obtenção de

autorização de esferas hierárquicas superiores para coleta de informações;

Apesar de todas essas limitações, os resultados obtidos nesta pesquisa,

podem ser considerados satisfatórios, devido à razoabilidade do grau de

confiabilidade, e à cautela e racionalidade dos parâmetros e critérios

utilizados nas análises realizadas.

6.4 RECOMENDAÇÃO PARA TRABALHOS FUTURO

Os resultados pretendidos foram atingidos nessa pesquisa, de acordo

como o objetivo principal e com seus objetivos específicos, ainda assim,

recomenda-se a realizações de novas investigações, reforçando a continuidade dos

estudos sobre o tema tratado, justificada pela importância de aplicação de

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181

processos, métodos e procedimentos, em especial, na área de gerenciamento de

serviços de TI.

Essa pesquisa pretende servir como base para a realização de futuros

trabalhos, relacionados a contextos similares, contribuindo, desse modo, no sentido

de complementar, expandir e ratificar o conhecimento sobre o tema tratado neste

estudo. As seguintes sugestões são apresentadas como propostas:

Replicar o estudo em diferentes Organizações Públicas, de variadas

estruturas, com o objetivo de identificar novos fatores na implantação de

Centrais de Serviços de TI;

Realizar pesquisa referente ao grau de importância dos FCS não

classificados, para que possam ser mensurados os novos FCS encontrados

neste estudo;

Investigar em outras organizações públicas, com diferentes finalidades, se

as estratégias adotadas para o tratamento destes FCS estão

correlacionadas com as identificadas nessa pesquisa.

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182

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187

Apêndice A - Questionário para Pesquisa de Campo nas Instituições

Federais de Ensino Superior - IFES Fatores Críticos de Sucesso na Implantação de uma Central Serviços de TI

Prezado(a) colaborador(a):

Meu nome é Nestor Moreira Reis Neto, aluno de mestrado em Ciência da

Computação pelo CIN/UFPE, sob a orientação do Prof. Dr. Alexandre Marcos Lins

de Vasconcelos. Sua colaboração seria uma grande contribuição no sentido de

compartilhar sua experiência para a minha pesquisa.

O objetivo do meu trabalho é realizar uma pesquisa que apresente os desafios

envolvidos na Implantação de uma Central de Serviços de TI, no contexto de uma

Instituição Pública de Ensino Superior, procurando identificar os Fatores com seu

respectivo grau de importância que influenciem o êxito desta iniciativa.

Esta é a fase inicial de coleta de dados desta pesquisa acadêmica e solicito sua

colaboração em fornecer algumas informações necessárias para validação desse

estudo. Sua participação é muito importante para garantir uma amostra

representativa nos resultados finais da pesquisa. O tempo estimado é de 15 minutos

para responder às perguntas a seguir.

Contato:

Nestor Moreira Reis Neto ([email protected])

Coordenador de Serviços ao Usuário do NTI/UFPE

Mestrando em Ciência da Computação - CIn/UFPE

Orientador: Dr. Alexandre Marcos Lins de Vasconcelos([email protected])

Professor do Centro de Informática da UFPE

Agradeço desde já pela atenção e colaboração!

________________________________________

Nestor Moreira Reis Neto

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188

Questionário de Pesquisa I - Identificação

Nesta seção deverão ser fornecido dados de identificação do respondente, tais como: Instituto/Universidade, cargo que exerce no

Qual o nome da Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) em que você trabalha? * Ex. (UFPE, IFPE) Texto de resposta curta

_________________________________________________

Qual seu cargo ou função? [ ] - Diretor de TI [ ] - Coordenador de Sistemas [ ] - Coordenador de Suporte ao Usuário [ ] - Coordenador de Redes [ ] - Outros

Qual seu tempo de experiência profissional? *

[ ] - Até 5 anos [ ] - De 6 a 10 anos [ ] - De 11 a 15 anos [ ] - De 16 a 20 anos [ ] - Acima de 20 anos

II - Cenário do Gerenciamento de Serviços de TI nas IFES Em um grau de importância de 01 a 05, sendo 01 com pouca importância e 05 com muita importância, marque o quanto você considera relevante a Central de Serviços de TI para as Instituições Federais de Ensino Superior? [ ] - (1) Sem Importância [ ] - (2) Pouco Importante [ ] - (3) Indiferente [ ] - (4) Importante [ ] - (5) Muito Importante

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189

Existe algum processo de gerenciamento de serviços de TI implantado ou em implantação em sua IFES? [ ] - Requisição de Serviços [ ] - Incidentes [ ] - Problemas [ ] - Acesso [ ] - Eventos [ ] - Outros…

Existe algum Framework de gerenciamento de serviços de TI, sendo utilizado como referência? Se existir, indique? [ ] - Não [ ] - ITIL [ ] - CMMI for Service [ ] - MOF [ ] - MPS.BR (MPS-SV) [ ] - ISO 20000 Existem processos referentes ao gerenciamento de serviços modelados e publicados? [ ] - Sim [ ] - Não Existe uma Central de Serviços de TI em implantação ou implantada na Instituição? [ ] - Sim [ ] - Não Quem participou da decisão de implantar uma Central de Serviços de TI em sua IFES? [ ] - Comitê de TI [ ] - Diretoria de TI [ ] - Coordenações de TI [ ] - Equipe de TI [ ] - Outros…

Antes da Implantação da central de serviços de TI, como eram atendidas as demandas de serviços de TI em sua IFES? ------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------

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190

------------------------------------------------------------------------------------------------- Quais eram as expectativas quanto aos resultados que a implantação da Central de Serviços de TI poderia proporcionar para Instituição? [ ] - Diminuir o tempo de atendimento [ ] - Melhorar a satisfação do cliente [ ] - Melhorar o Qual foi o tempo de planejamento para o início da implantação da Central de Serviços de TI? [ ] - Até 3 meses [ ] - Até 6 meses [ ] - Até 1 ano [ ] - Mais de um ano Qual a ferramenta de gestão de chamados adotada? [ ] - OTRS [ ] - GLPI [ ] - OCOMON [ ] - Outros Existem indicadores para avaliação dos resultados? [ ] - Sim [ ] - Não Existe Catalogo de Serviços de TI publicado? [ ] - Sim [ ] - Não Existem Acordo de Nível de Serviços (ANS) implantados? [ ] - Sim [ ] - Não A Instituição utiliza Base Conhecimento? [ ] - Sim [ ] - Não Existe pesquisa de satisfação realizada junto ao cliente? [ ] - Sim [ ] - Não

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191

Quais dificuldades podem ser destacadas no processo de implantação da Central de Serviços de TI? [ ] - Resistência a mudanças [ ] - Falta de comprometimento da equipe [ ] - Questões Financeiros [ ] - Aspectos políticos [ ] - Conhecimento técnico reduzido da equipe [ ] - Falta de experiência da equipe [ ] - Excesso de demanda para a equipe [ ] - Rotatividade da equipe [ ] – Outros

III – Grau de Importância dos Fatores Críticos de Sucesso na Implantação de uma central de Serviços de TI Em um grau de importância de 01 a 05, sendo 01 com pouca importância e 05 com muita importância, marque qual o grau importância dos seguintes Fatores você considera para o sucesso da Implantação da Central de Serviços de TI? . Apoio da alta gerencia [ ] - (1) Sem Importância [ ] - (2) Pouco Importante [ ] - (3) Indiferente [ ] - (4) Importante [ ] - (5) Muito Importante Treinamento da equipe de implantação [ ] - (1) Sem Importância [ ] - (2) Pouco Importante [ ] - (3) Indiferente [ ] - (4) Importante [ ] - (5) Muito Importante

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192

Seleção cuidadosa da ferramenta de gestão de chamados [ ] - (1) Sem Importância [ ] - (2) Pouco Importante [ ] - (3) Indiferente [ ] - (4) Importante [ ] - (5) Muito Importante Uso de Consultores [ ] - (1) Sem Importância [ ] - (2) Pouco Importante [ ] - (3) Indiferente [ ] - (4) Importante [ ] - (5) Muito Importante Comunicação e Colaboração interdepartamental [ ] - (1) Sem Importância [ ] - (2) Pouco Importante [ ] - (3) Indiferente [ ] - (4) Importante [ ] - (5) Muito Importante Foco nos processos [ ] - (1) Sem Importância [ ] - (2) Pouco Importante [ ] - (3) Indiferente [ ] - (4) Importante [ ] - (5) Muito Importante Cultura aberta a processos de gerenciamento de serviços de TI [ ] - (1) Sem Importância [ ] - (2) Pouco Importante [ ] - (3) Indiferente [ ] - (4) Importante [ ] - (5) Muito Importante Foco no Cliente de TI [ ] - (1) Sem Importância [ ] - (2) Pouco Importante [ ] - (3) Indiferente [ ] - (4) Importante [ ] - (5) Muito Importante

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193

Trabalho virtual ou emoto da equipe de implantação [ ] - (1) Sem Importância [ ] - (2) Pouco Importante [ ] - (3) Indiferente [ ] - (4) Importante [ ] - (5) Muito Importante Além dos fatores acima acrescente por ordem de importância outros fatores que, na sua opinião são críticos para o sucesso da implantação de uma Central de Serviços de TI.

------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------

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194

Apêndice B - Cálculo do Grau de Importância dos Fatores Críticos de

Sucesso

O grau de importância dos Fatores Críticos de Sucesso foi obtido através de

cálculo matemático sobre a média ponderada das respostas obtidas na pesquisa

de campo. Este tipo de cálculo foi utilizado no trabalho de Oliveira (2016), os

resultados foram obtidos através da fórmula descrita abaixo (GIF). A operação

envolve o somatório da multiplicação das pontuações obtidas das respostas (PR),

com a quantidade de respostas (QR), e, posteriormente, a divisão do resultado

encontrado, pelo número de respondentes (NR), conforme é apresentado na

Figura 1.

Figura 1 – Fórmula do Grau de Importância do Fator Crítico de Sucesso

- GIF

Fonte: Adaptada de Oliveira (2016)

Para obter o grau de importância dos Fatores Críticos de Sucesso, as

questões foram elaboradas utilizando-se a escala Likert, com 5 pontos, que

geralmente é utilizada para medições de opiniões. As respostas da pesquisa foram

colhidas através da realização de 35 entrevistas, através das quais foram

registradas informações referentes a 9 (nove) FCS, todos criteriosamente

classificados de acordo com o respectivo grau de importância.

Para cada resposta obtida, as opções de escolha foram classificadas através

de seu grau de importância, que variava entre o grau estabelecido como “sem

importância”, até o definido como “muito importante”, ressaltando que, para cada

opção estipulada foi atribuído um determinado valor (peso), conforme mostra a

Tabela 2, a seguir.

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195

Tabela 2. Grau de importância do Fator

Sem importância

Pouco Importante

Indiferente

Importante

Muito Importante

1 2 3 4 5

Fonte: Elaborada pelo Autor

Em função da fórmula adotada pudemos estimar, de forma criteriosa, o grau

de importância dos 9 (nove) FCS comprovados na pesquisa de campo realizada

nas IFES, relacionada ao projeto de implantação da Central de Serviços, como

será detalhado a seguir.

Fator 1 - Apoio da Alta Gerência

Considerando o grau de importância, apontado pelos respondentes, em

relação à pesquisa sobre a implantação de uma Central de Serviços (1 ao 5), e,

aplicando-o à fórmula estabelecida anteriormente para apuração do grau relativo

ao fator (GIF) Apoio da Alta Gerência, tornou-se possível a elaboração da Tabela

3.

(3 x 2 + 4 x 8 + 5 x 25) GIF = -------------------------------- = 4,7

35

Tabela 3 - Grau de Importância do FCS - Apoio da Alta Gerência

FCS

Grau de

Importância

Peso (PR)

Quantidade de

Respostas (QR)

Total

(PRxQR)

GIF

F1

Sem Importância 1 0 0

4,7

Pouco Importante 2 0 0

Indiferente 3 2 6

Importante 4 8 32

Muito Importante 5 25 125

TOTAL 35 163

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo Autor

Fator 2 – Treinamento da Equipe de Implantação

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196

Considerando o grau de importância, apontado pelos respondentes, em

relação à pesquisa sobre a implantação de uma Central de Serviços (1 ao 5), e,

aplicando-o à fórmula estabelecida anteriormente para apuração do grau relativo

ao fator (GIF) Treinamento da Equipe de Implantação, tornou-se possível a

elaboração da Tabela 4.

(2 x 1 + 3 x 1 + 4 x 14 + 5 x 19) GIF = -------------------------------------------- = 4,5

35

Tabela 4 - Grau de Importância do FCS - Treinamento da Equipe de

Implantação

FCS

Grau de

Importância

Peso (PR)

Quantidade de

Respostas (QR)

Total

(PRxQR)

GIF

F2

Sem Importância 1 0 0

4,5

Pouco Importante 2 1 2

Indiferente 3 1 3

Importante 4 14 56

Muito Importante 5 19 95

TOTAL 35 156

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo Autor

Fator 3 – Seleção da Ferramenta de Gestão de Chamados

Considerando o grau de importância, apontado pelos respondentes, em

relação à pesquisa sobre a implantação de uma Central de Serviços (1 ao 5), e,

aplicando-o à fórmula estabelecida anteriormente para apuração do grau relativo

ao fator (GIF) Seleção da Ferramenta de Gestão de Chamados, tornou-se

possível a elaboração da Tabela 5.

(3 x 4 + 4 x 19 + 5 x 12)

GIF = -------------------------------------------- = 4,2 35

Tabela 5 - Grau de Importância do FCS - Seleção da Ferramenta de Gestão

de Chamados

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197

FCS

Grau de

Importância

Peso (PR)

Quantidade de

Respostas (QR)

Total

(PRxQR)

GIF

F3

Sem Importância 1 0 0

4,2

Pouco Importante 2 0 0

Indiferente 3 4 12

Importante 4 19 76

Muito Importante 5 12 60

TOTAL 35 148

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo Autor

Fator 4 – Uso de Consultores

Considerando o grau de importância, apontado pelos respondentes, em

relação à pesquisa sobre a implantação de uma Central de Serviços (1 ao 5), e,

aplicando-o à fórmula estabelecida anteriormente para apuração do grau relativo

ao fator (GIF) Uso de Consultores, tornou-se possível a elaboração da Tabela 6.

(2 x 5 + 3 x 17 + 4 x 12 + 5 x 1)

GIF = -------------------------------------------- = 3,3 35

Tabela 6 - Grau de Importância do FCS - Seleção da Ferramenta de Gestão

de Chamados

FCS

Grau de

Importância

Peso (PR)

Quantidade de

Respostas (QR)

Total

(PRxQR)

GIF

F4

Sem Importância 1 0 0

3,3

Pouco Importante 2 5 10

Indiferente 3 17 51

Importante 4 12 48

Muito Importante 5 1 5

TOTAL 35 114

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo Autor

Fator 5 – Comunicação e Colaboração Interdepartamental

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198

Considerando o grau de importância, apontado pelos respondentes, em

relação à pesquisa sobre a implantação de uma Central de Serviços (1 ao 5), e,

aplicando-o à fórmula estabelecida anteriormente para apuração do grau relativo

ao fator (GIF) Comunicação e Colaboração Interdepartamental, tornou-se

possível a elaboração da Tabela 7.

(2 x 1 + 3 x 4 + 4 x 16 + 5 x 14) GIF = -------------------------------------------- = 4,2

35

Tabela 7 - Grau de Importância do FCS - Comunicação e Colaboração

Interdepartamental

FCS

Grau de

Importância

Peso (PR)

Quantidade de

Respostas (QR)

Total

(PRxQR)

GIF

F5

Sem Importância 1 0 0

4,2

Pouco Importante 2 1 2

Indiferente 3 4 12

Importante 4 16 64

Muito Importante 5 14 70

TOTAL 35 148

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo Autor

Fator 6 – Foco nos Processos

Considerando o grau de importância, apontado pelos respondentes, em

relação à pesquisa sobre a implantação de uma Central de Serviços (1 ao 5), e,

aplicando-o à fórmula estabelecida anteriormente para apuração do grau relativo

ao fator (GIF) Foco nos Processos, tornou-se possível a elaboração da Tabela 8.

(3 x 1 + 4 x 18 + 5 x 16)

GIF = -------------------------------------------- = 4,4 35

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199

Tabela 8 - Grau de Importância do FCS - Foco nos Processos

FCS

Grau de

Importância

Peso (PR)

Quantidade de

Respostas (QR)

Total

(PRxQR)

GIF

F6

Sem Importância 1 0 0

4,4

Pouco Importante 2 0 0

Indiferente 3 1 3

Importante 4 18 72

Muito Importante 5 16 80

TOTAL 35 155

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo Autor

Fator 07 – Cultura Aberta a Processos de Gerenciamento de Serviços de TI

Considerando o grau de importância, apontado pelos respondentes, em

relação à pesquisa sobre a implantação de uma Central de Serviços (1 ao 5), e,

aplicando-o à fórmula estabelecida anteriormente para apuração do grau relativo

ao fator (GIF) Cultura Aberta a Processos de Gerenciamento de Serviços de TI,

tornou-se possível a elaboração da Tabela 9.

(3 x 2 + 4 x 21 + 5 x 12)

GIF = -------------------------------------------- = 4,3 35

Tabela 9 - Grau de Importância do FCS - Cultura Aberta a Processos de

Gerenciamento de Serviços de TI

FCS

Grau de

Importância

Peso (PR)

Quantidade de

Respostas (QR)

Total

(PRxQR)

GIF

F6

Sem Importância 1 0 0

4,3

Pouco Importante 2 0 0

Indiferente 3 2 6

Importante 4 21 81

Muito Importante 5 12 60

TOTAL 35 147

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo Autor

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200

Fator F8 – Foco no Cliente

Considerando o grau de importância, apontado pelos respondentes, em relação à

pesquisa sobre a implantação de uma Central de Serviços (1 ao 5), e, aplicando-o à

fórmula estabelecida anteriormente para apuração do grau relativo ao fator (GIF)

Foco no Cliente, tornou-se possível a elaboração da Tabela 10.

(3 x 2 + 4 x 11 + 5 x 22)

GIF = -------------------------------------------- = 4,6 35

Tabela 10 - Grau de Importância do FCS - Foco no Cliente

FCS

Grau de

Importância

Peso (PR)

Quantidade de

Respostas (QR)

Total

(PRxQR)

GIF

F8

Sem Importância 1 0 0

4,6

Pouco Importante 2 0 0

Indiferente 3 2 6

Importante 4 11 44

Muito Importante 5 22 110

TOTAL 35 160

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo Autor

Fator 09 – Trabalho Virtual ou Remoto da Equipe de Implantação

Considerando o grau de importância, apontado pelos respondentes, em

relação à pesquisa sobre a implantação de uma Central de Serviços (1 ao 5), e,

aplicando-o à fórmula estabelecida anteriormente para apuração do grau relativo

ao fator, Trabalho Virtual/Remoto da Equipe de Implantação, tornou-se possível a

elaboração da Tabela 11.

(2 x 6 + 3 x 10 + 4 x 16 + 5 x 3)

GIF = -------------------------------------------- = 3,5 35

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201

Tabela 11 - Grau de Importância do FCS - Trabalho Virtual/Remoto da

Equipe de Implantação

FCS

Grau de

Importância

Peso (PR)

Quantidade de

Respostas (QR)

Total

(PRxQR)

GIF

F9

Sem Importância 1 0 0

3,5

Pouco Importante 2 6 12

Indiferente 3 10 30

Importante 4 16 64

Muito Importante 5 3 15

TOTAL 35 121

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo Autor

Para conclusão da análise dos FCS na Implantação de uma Central de

Serviços de TI nas IFES, apresentamos a seguir uma síntese da classificação,

baseada no grau de importância calculado para cada Fator (GIF) individualmente,

de acordo com as considerações obtidas na pesquisa de campo realizada nas

IFES. O resultado encontra-se apresentado na Tabela 12.

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202

Tabela 12 – Fatores Críticos de Sucesso Classificados pelo Grau de

Importância – GIF

Número do

Fator

Fatores Críticos de Sucesso - FCS

GRAU DE IMPORTÂNCIA

Sem Importân-cia

Pouca Importân-cia

Indife-rente

Impor-tante

Muito Impor-tante

GIF

F1 Apoio da Alta Gerência 0 0 2 8 25 4,7

F8 Foco no Cliente 0 0 2 11 22 4,6

F2 Treinamento da Equipe de Implantação

0 1 1 14 19 4,5

F6 Foco nos Processos

0 0 1 18 16 4,4

F7 Cultura Aberta a Processos de

Gerenciamento de Serviços de TI

0 0 2 21 12 4.3

F3 Seleção da Ferramenta de Gestão

de Chamados

0 0 4 19 12 4,2

F5 Comunicação e Colaboração

Interdepartamental

0 1 4 16 14 4,2

F9 Trabalho Virtual ou

Remoto da Equipe de

Implantação

0 6 10 16 3 3,5

F4 Uso de Consultores

0 5 17 12 1 3,2

Fonte: Dados da Pesquisa. Elaborada pelo autor

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203

Apêndice C - Roteiro e questionário para entrevista da avaliação das estratégias

adotadas para o tratamento dos FCS na implantação de uma Central de Serviços de TI no Núcleo de Tecnologia da Informação da UFPE.

Título da Pesquisa

Fatores Críticos de Sucesso na Implantação de uma Central de

Serviços de TI nas Instituições Federais de Ensino Superior

Apresentação

o Realizar apresentação do entrevistados

o Apresentar Termos de Consentimento

Objetivo da Pesquisa

Voluntariedade de participação

Garantia de sigilo da identidade

Garantia de esclarecimento a qualquer momento

o Marcar data e hora da entrevista

o Informar a duração

o Esperar aceite

Objetivo da Entrevista

Obter informações sobre experiências vivenciadas no projeto de implantação de

uma Central de Serviços de TI em uma organização publica, com finalidade de

identificar as estratégias adotadas para tratar cada Fator Critico de Sucesso obtido

nessa pesquisa.

Entrevistados

o Equipe de Implantação

Coordenador da Equipe

Analista da equipe de Governança de TI

Analista da equipe de Gestão de Serviços de TI

Analista da equipe da Central de Serviços de TI

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204

FATOR 1 – Apoio da Alta Gerência

Fator Descrição

Apoio da Alta Gerência

Apoio e transparência do alto dirigente no projeto de implantação da central de serviços no que se refere obtenção de recursos e a prioridade de implantação na organização

Questão 01 - Quais as estratégias utilizadas viabilizar o fator “Apoio da Alta

Gerência”?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 02 - Quais foram os principais benefícios percebidos com as estratégias

adotadas?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 03 - Quais os elementos de maior dificuldade encontrados na execução

das estratégias adotadas para este fator?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 04 – Em relação às dificuldades encontradas referentes à questão anterior,

o que poderia ter sido realizado, de forma diferente ou complementar, para

minimizar os impactos negativos na sua estratégia?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

FATOR 2 – Treinamento da Equipe de Implantação

Fator Descrição

Treinamento da Equipe de Implantação

Capacitação da equipe de implantação para customização da ferramenta de chamado, como também outras ferramentas e técnicas que serão utilizadas na implantação da central de serviços de TI.

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205

Questão 05 - Quais as estratégias utilizadas viabilizar o fator “Treinamento da

Equipe de Implantação”?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 06 - Quais foram os principais benefícios percebidos com as estratégias

adotadas?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 07 - Quais os elementos de maior dificuldade encontrados na execução

das estratégias adotadas para este fator?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 08 – Em relação às dificuldades encontradas referentes à questão anterior,

o que poderia ter sido realizado, de forma diferente ou complementar, para

minimizar os impactos negativos na sua estratégia?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

FATOR 3 – Seleção da Ferramenta de Gestão de Chamados

Fator Descrição

Seleção da Ferramenta de Gestão de Chamados

Selecionar ferramentas de gestão de chamados, afim de atender os requisitos necessário e para implantação da central de serviços de TI

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206

Questão 09 - Quais as estratégias utilizadas viabilizar o fator “Seleção da

Ferramenta de Gestão de Chamados”?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 10 - -Quais foram os principais benefícios percebidos com as estratégias

adotadas?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 11 - Quais os elementos de maior dificuldade encontrados na execução

das estratégias adotadas para este fator?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 12 – Em relação às dificuldades encontradas referentes à questão anterior,

o que poderia ter sido realizado, de forma diferente ou complementar, para

minimizar os impactos negativos na sua estratégia?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

FATOR 4 – Uso de Consultores

Fator Descrição

Uso de

Consultores

Contratar consultores externos com experiência em implantação de centrais de serviços e gerenciamento de serviços de TI para orientar a equipe de implantação na condução do projeto.

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207

Questão 13 - Quais as estratégias utilizadas viabilizar o fator “Uso de Consultores”?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 14 - Quais foram os principais benefícios percebidos com as estratégias

adotadas?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 15 - Quais os elementos de maior dificuldade encontrados na execução

das estratégias adotadas para este fator?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 16 – Em relação às dificuldades encontradas referentes à questão anterior,

o que poderia ter sido realizado, de forma diferente ou complementar, para

minimizar os impactos negativos na sua estratégia?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

FATOR 5 – Comunicação e Colaboração interdepartamental

Fator Descrição

Comunicação e

Colaboração

interdepartamental

Relacionamento cooperativo, forte comunicação e

participação das diversas coordenações no período de

implantação do projeto da central de serviços de TI.

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208

Questão 17 - Quais as estratégias utilizadas viabilizar o fator “Comunicação e

Colaboração interdepartamental”?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 18 - Quais foram os principais benefícios percebidos com as estratégias

adotadas?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 19 - Quais os elementos de maior dificuldade encontrados na execução

das estratégias adotadas para este fator?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 20 – Em relação às dificuldades encontradas referentes à questão anterior,

o que poderia ter sido realizado, de forma diferente ou complementar, para

minimizar os impactos negativos na sua estratégia?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

FATOR 6 – Foco nos processos

Fator Descrição

Foco nos

processos

Modelar os processos de negocio da central de serviços, identificando pontos de melhoria, criando novos processos e atualizando os processos existentes.

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209

Questão 21 - Quais as estratégias adotadas para viabilizar o fator “Foco nos

processos ”?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 22 - Quais foram os principais benefícios percebidos com as estratégias

adotadas?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 23 - Quais os elementos de maior dificuldade encontrados na execução

das estratégias adotadas para este fator?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 24 – Em relação às dificuldades encontradas referentes à questão anterior,

o que poderia ter sido realizado, de forma diferente ou complementar, para

minimizar os impactos negativos na sua estratégia?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

FATOR 7 – Cultura aberta a processos de gerenciamento de serviços de TI

Fator Descrição

Cultura aberta a processos de gerenciamento de serviços de TI

Criar uma cultura aberta aos processos de gerenciamento de serviços de TI na organização, com objetivo de apresentar a importância desta iniciativa no que se refere melhoria no suporte de TI e a satisfação do cliente.

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210

Questão 25 - Quais as estratégias utilizadas viabilizar o fator “Cultura aberta a

processos de gerenciamento de serviços de TI ”?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 26 - Quais foram os principais benefícios percebidos com as estratégias

adotadas?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 27 - Quais os elementos de maior dificuldade encontrados na execução

das estratégias adotadas para este fator?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 28 – Em relação às dificuldades encontradas referentes à questão anterior,

o que poderia ter sido realizado, de forma diferente ou complementar, para

minimizar os impactos negativos na sua estratégia?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

FATOR 8 – Foco no Cliente

Fator Descrição

Foco no Cliente Identificar e satisfazer a necessidade do cliente, antecipar a necessidade do cliente, estabelecendo uma situação de confiança com o cliente.

Page 212: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

211

Questão 29 - Quais as estratégias utilizadas viabilizar o fator “Foco no Cliente”?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 30 - Quais foram os principais benefícios percebidos com as estratégias

adotadas?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 31 - Quais os elementos de maior dificuldade encontrados na execução

das estratégias adotadas para este fator?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 32 – Em relação às dificuldades encontradas referentes à questão anterior,

o que poderia ter sido realizado, de forma diferente ou complementar, para

minimizar os impactos negativos na sua estratégia?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

FATOR 9 – Trabalho virtual / remoto da equipe de implantação

Fator Descrição

Trabalho virtual / remoto da equipe de implantação

Disponibilizar recurso na qual viabilize trabalho remoto, a equipe de implantação do projeto que se localize geograficamente distante.

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212

Questão 40 - Quais as estratégias utilizadas viabilizar o fator “Estabelecer Acordo

de Nível de Serviços”?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 41 - Quais foram os principais benefícios percebidos com as estratégias

adotadas?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 42 - Quais os elementos de maior dificuldade encontrados na execução

das estratégias adotadas para este fator?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 43 – Em relação às dificuldades encontradas referentes à questão anterior,

o que poderia ter sido realizado, de forma diferente ou complementar, para

minimizar os impactos negativos na sua estratégia?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

FATOR 10 – Estabelecer Acordo de Nível de Serviços

Fator Descrição

Estabelecer Acordo de Nível de Serviços

Estabelecer um acordo entre o fornecedor e o cliente, especificando em termos mensuráveis os serviços que serão prestados, como também as características de qualidade, eficiência e eficácia.

Questão 44 - Quais as estratégias utilizadas viabilizar o fator “Estabelecer Acordo

de Nível de Serviços”?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

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213

Questão 45 - Quais foram os principais benefícios percebidos com as estratégias

adotadas?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 46 - Quais os elementos de maior dificuldade encontrados na execução

das estratégias adotadas para este fator?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 47 – Em relação às dificuldades encontradas referentes à questão anterior,

o que poderia ter sido realizado, de forma diferente ou complementar, para

minimizar os impactos negativos na sua estratégia?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

FATOR 11 – Minimizar Resistência a Mudanças

Fator Descrição

Minimizar Resistência a Mudanças

Criação de um plano de gerenciamento de mudanças com finalidade de minimizar os riscos de carter humano que possam trazer impactos negativos a implantação do projeto.

Questão 48 - Quais as estratégias utilizadas viabilizar o fator “Minimizar Resistência

a Mudanças”?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

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214

Questão 49 - Quais foram os principais benefícios percebidos com as estratégias

adotadas?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 50 - Quais os elementos de maior dificuldade encontrados na execução

das estratégias adotadas para este fator?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Questão 51 – Em relação às dificuldades encontradas referentes à questão anterior,

o que poderia ter sido realizado, de forma diferente ou complementar, para

minimizar os impactos negativos na sua estratégia?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Page 216: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

215

Apêndice D - Macro Fluxo do Processo da Central de Serviços do

NTI – UFPE

Fonte: Elaborado pelo Autor

Page 217: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

216

Apêndice F - Resumo Geral do Cenário do Gerenciamento de Serviços de TI

nas IFES

(continua)

Page 218: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

217

Apêndice F - Resumo Geral do Cenário do Gerenciamento de Serviços de TI

nas IFES

(continuação)

Page 219: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

218

Apêndice F - Resumo Geral do Cenário do Gerenciamento de Serviços de TI

nas IFES

(continuação)

Page 220: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

219

Apêndice F - Resumo Geral do Cenário do Gerenciamento de Serviços de TI

nas IFES

(continuação)

Page 221: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

220

Apêndice F - Resumo Geral do Cenário do Gerenciamento de Serviços de TI

nas IFES

(continuação)

Page 222: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

221

Apêndice F - Resumo Geral do Cenário do Gerenciamento de Serviços de TI

nas IFES

(continuação)

Page 223: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA …‡… · FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE SERVIÇOS DE TI NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

222

Apêndice F - Resumo Geral do Cenário do Gerenciamento de Serviços de TI

nas IFES

(conclusão)

Fonte: Dados da Pesquisa – Elaborado pelo autor.