fatores associados À qualidade de vida de idosos de …
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Liacutevia Carvalho Viana Miranda
FATORES ASSOCIADOS Agrave QUALIDADE DE VIDA DE
IDOSOS DE UM CENTRO DE REFEREcircNCIA EM BELO
HORIZONTE MINAS GERAIS
Belo Horizonte
Escola de Enfermagem da UFMG
2014
Liacutevia Carvalho Viana Miranda
FATORES ASSOCIADOS Agrave QUALIDADE DE VIDA DE
IDOSOS DE UM CENTRO DE REFEREcircNCIA EM BELO
HORIZONTE MINAS GERAIS
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Curso de Mestrado da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Enfermagem Aacuterea de concentraccedilatildeo Cuidar em Sauacutede e Enfermagem Orientadora Profordf Drordf Socircnia Maria Soares
Belo Horizonte
Escola de Enfermagem da UFMG
2014
Ficha catalograacutefica elaborada pela Biblioteca J Baeta Vianna ndash Campus Sauacutede UFMG
Miranda Liacutevia Carvalho Viana M672f Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais [manuscrito] Liacutevia Carvalho Viana Miranda - - Belo Horizonte 2014
114f il Orientador Socircnia Maria Soares Aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede e Enfermagem Dissertaccedilatildeo (mestrado) Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem 1 Envelhecimento 2 Idoso 3 Sauacutede do Idoso 4 Qualidade de Vida 5 Dissertaccedilotildees Acadecircmicas I Soares Socircnia Maria II Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem III Tiacutetulo NLM WT 104
Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Enfermagem
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Dissertaccedilatildeo intitulada ldquoFatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro
de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Geraisrdquo de autoria da mestranda Liacutevia Carvalho
Viana Miranda aprovada pela banca examinadora constituiacuteda pelos seguintes professores
______________________________________________________
Profordf Drordf Socircnia Maria Soares - Escola de Enfermagem da UFMG - Orientadora
______________________________________________________ Prof Dr Antocircnio Ignaacutecio Loyola Filho - Escola de Enfermagem da UFMG
______________________________________________________
Dra Karla Cristina Giacomin
______________________________________________________ Prof Dr Francisco Carlos Feacutelix Lana
Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem da UFMG
Belo Horizonte 22 de Dezembro de 2014
Av Professor Alfredo Balena 190 - Belo Horizonte MG - 30130-100 - Brasil - tel (031)3134099855 - fax
(31)34099855
Esta pesquisa eacute vinculada ao Nuacutecleo de
Estudos e Pesquisas em Cuidado e
Desenvolvimento Humano da Escola de
Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais
Dedico este trabalho
Agrave Deus
Pelo dom da vida por me guiar em todos os
meus caminhos e pela paz concedida nos
periacuteodos de dificuldade
Aos meus pais ldquojurdquo e ldquotomrdquo
Pela minha existecircncia pelo apoio e
compreensatildeo nos momentos difiacuteceis Tudo
que sou devo a vocecircs minhas vitoacuterias satildeo
suas
Aos meus queridos irmatildeos ldquoleleordquo e
durdquo
Por me darem forccedila mesmo quando era
difiacutecil entender as minhas ausecircncias
Obrigada por tudo que fazem por mim
Ao meu namorado Thiago
Por ter ficado ao meu lado durante todo
esse periacuteodo e por nunca me deixar
desanimar compreendendo os momentos
em que eu natildeo pude estar com vocecirc Meu
grande companheiro
Agradecimentos especiais
Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares
Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo
Obrigada pela parceria e por sempre
compreender minha situaccedilatildeo Nossa
trajetoacuteria foi marcada por momentos de
ausecircncia vindos de ambas as partes
Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees
as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo
prejudicaram nosso trabalho juntas Que
nossa caminhada continue ainda mais
fortalecida
Agrave Patriacutecia
Nem tenho palavras para agradecer toda
sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito
obrigada por tudo Que essa parceria ainda
colha muitos frutos
Agradecimentos
Aos idosos do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por colaborar com esta pesquisa de
maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs
pela maneira que lidam com o
envelhecimento e como enxergam a vida
com tanta maturidade e sabedoria
Aos familiares
Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e
festejarem comigo as minhas conquistas
Aos meus amigos
Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo
da minha ausecircncia Mas saibam que
agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs
satildeo fundamentais para mim
Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede
Ermelinda
Sem o apoio de todos vocecircs a
concretizaccedilatildeo deste trabalho seria
impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos
momentos de sobrecarga devido agraves minhas
ausecircncias principalmente aos meus
colegas enfermeiros e agrave equipe amarela
Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo
para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero
que este trabalho possa contribuir de
maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave
sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por
tudo
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de
Belo Horizonte em especial ao
Distrito Noroeste
Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu
mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos
seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que
contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede
mais digna e humanizada
Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no
local e por acreditar tanto no que estamos
fazendo Espero que nossos resultados
possam contribuir com o trabalho de vocecircs
Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia
o Centro com tanta competecircncia e amor
Aos demais funcionaacuterios do Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa
Pela receptividade durante todo o periacuteodo
que ficamos no local de trabalho de vocecircs e
pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos
idosos
Aos integrantes do NEPCDH
Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria
desta pesquisa
Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que
colaboraram na coleta de dados
Liacuterica e Francielle
Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo
existiria
Obrigada pela grande parceria
Aos colegas de mestrado
Pelo compartilhamento de alegrias e
frustraccedilotildees
RESUMO
MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local
Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso
ABSTRACT
MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research
Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32
Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e
Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte
MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52
Graacutefico 2
Graacutefico 3
-
-
Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1
WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo
Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54
Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 56
Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida
por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60
LISTA DE TABELAS
1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44
2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45
3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47
4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49
5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50
6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de
QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 53
9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014 55
10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua
sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico
BH
CRPI
-
-
Belo Horizonte
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara
DP - Desvio-padratildeo
EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais
G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV
boasatisfeito
G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou
QV ruiminsatisfeito
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
IQ - Intervalo Interquartil
NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento
Humano
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OR - Odds Ratio
PA - Pressatildeo Arterial
PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios
QVG - Qualidade de Vida Geral
Sm - Salaacuterio Miacutenimo
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede
WHO - World Health Organization
WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group
WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16
12 Objetivo 20
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 Envelhecimento populacional 21
22
221
Qualidade de vida do idoso 23
Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede
24
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27
3 METODOLOGIA 31
31 Tipo de estudo 31
32 Aacuterea e local do estudo 31
33
331
332
Populaccedilatildeo do estudo 31
Caacutelculo amostral 31
Criteacuterios de seleccedilatildeo 32
34 Coleta de dados 33
35 Variaacuteveis do estudo 33
351 Variaacutevel dependente 33
352 Variaacuteveis independentes 34
353 Instrumentos para a coleta de dados 34
36
37
Anaacutelise dos dados 40
Questotildees eacutetico-legais 41
SUMAacuteRIO
4 RESULTADOS 43
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43
42 Anaacutelise multivariada 57
5 DISCUSSAtildeO 61
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63
53 Caracteriacutesticas comportamentais 69
54
55
56
Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71
Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80
Limitaccedilotildees do estudo 84
6 CONCLUSOtildeES 86
REFEREcircNCIAS 89
ANEXOS 103
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
11 Contextualizaccedilatildeo do problema
O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o
Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos
(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes
do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos
ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da
populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em
nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL
2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de
2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta
representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se
encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo
composta por idosos
Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a
fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)
Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60
anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses
desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa
de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou
115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27
anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento
como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais
rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto
institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que
fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)
O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos
mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado
17
estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica
Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em
meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que
expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados
(LEBRAtildeO DUARTE 2003)
Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640
de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que
deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)
Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada
de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a
estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide
populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES
RODRIGUES 2005)
Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX
acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas
mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela
diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e
parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia
inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)
Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as
doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar
incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em
desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas
seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da
sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas
doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)
Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua
que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio
agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)
Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na
sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto
mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento
18
saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al
2010)
As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos
anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para
esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e
regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais
agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que
o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional
isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas
atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)
Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas
quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A
Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como
consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso
tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo
padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade
Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas
consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de
vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo
uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros
meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)
Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo
que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do
sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees
e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla
abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado
psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os
mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)
A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica
por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades
e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de
sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as
19
incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na
velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave
qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves
atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade
acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a
autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)
Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para
a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade
desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o
comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a
famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez
que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice
contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia
autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem
tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et
al 2013)
Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas
Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute
cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de
cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as
conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se
acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o
desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e
universal (CIL 2013)
Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o
desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da
qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo
Horizonte
Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A
falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta
20
importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e
avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos
Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um
modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a
partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os
resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de
rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees
centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio
e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no
atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado
Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem
sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos
que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e
produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os
aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais
ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)
As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento
das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em
detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas
tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento
Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas
em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI
12 Objetivo
Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e
ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Envelhecimento populacional
Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o
envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de
pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)
Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455
anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se
alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia
(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)
Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de
idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo
decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as
modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de
desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo
indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade
cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)
Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se
dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do
conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou
ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte
viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um
mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)
Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos
em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et
al 2013)
Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil
indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos
idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de
doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e
diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos
22
podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares
ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve
ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave
comunidade (OMS 2004)
Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de
idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa
intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os
vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que
os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos
associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se
que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito
de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a
promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)
Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo
ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole
population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na
Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)
que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento
ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a
importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e
na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia
(BOWLING 2009)
No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE
(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos
realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas
Gerais
Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma
aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real
conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo
(VERAS 2009)
23
22 Qualidade de vida do idoso
Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de
difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam
sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento
socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos
quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)
Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que
melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma
das definiccedilotildees mais utilizadas
Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o
conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas
fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu
maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)
Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de
instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um
conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL
Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural
(CANAVARRO et al 2005)
Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute
relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel
socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o
autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos
e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades
diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)
No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as
necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades
de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)
Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com
estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico
ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da
idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente
24
associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e
inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)
Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo
agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas
gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar
dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa
qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)
No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida
em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que
dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007
GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES
ALCHIERI 2010)
Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL
da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem
consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a
subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por
exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos
mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso
(FLECK 2000 FLECK et al 2008)
221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a
promoccedilatildeo da sauacutede
A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de
envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de
otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas
No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a
sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a
manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para
doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)
Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a
25
heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso
objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que
envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para
realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)
O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave
interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos
para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de
formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em
processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da
autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)
A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a
ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL
1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na
sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo
contra a pessoa idosa
A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo
propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou
manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a
permanecircncia no meio em que vivem de forma independente
Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a
capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de
autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o
cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no
envelhecimento ativo (VERAS 2009)
No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da
Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral
integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave
integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL
1996)
Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do
envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade
funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos
26
que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade
funcional restringida (GORDILHO et al 2000)
Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como
objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e
mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos
No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional
de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia
e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos
Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar
recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da
pessoa idosa
Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do
idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo
idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive
Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto
Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover
o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)
O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso
com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de
abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)
Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700
idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de
atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade
de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de
abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)
Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo
fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do
envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de
estrateacutegia
A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade
para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior
participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo
27
estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes
favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS
2004)
Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para
enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus
entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a
constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de
sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo
espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)
Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os
inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas
cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver
accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de
convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar
ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros
(VERAS CALDAS 2004)
Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da
Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso
que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo
agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23
milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL
2010)
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos
Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o
cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa
etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG
em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de
envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e
Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a
sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade
28
do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria
Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)
O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27
consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com
piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades
de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade
para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo
Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas
subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400
procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do
municiacutepio (UFMG 2014)
Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros
e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa
considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa
concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em
conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um
centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o
fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso
o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)
Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de
referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a
qualidade de vida do idoso
Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)
reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para
pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os
idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico
ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de
BH para conquistarem este espaccedilo
O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte
desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal
Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO
29
HORIZONTE 2013)
O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos
direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e
documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento
De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento
tem como objetivos e compromissos
Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e
inclusatildeo social da pessoa idosa
Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional
Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e
elevaccedilatildeo de sua autoestima
Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua
histoacuteria
O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos
Academia da Cidade
Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila
Danccedila de salatildeo
Danccedila cigana
Danccedila Secircnior
Coral
Lian Gong
InformaacuteticaInclusatildeo Digital
Pintura em Tecido
Pintura em Tela
Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)
Show de Talentos
Tarde Danccedilante (Baile)
Vida Ativa
Biodanza
O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos
podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de
30
vagas
Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que
preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida
saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)
31
3 METODOLOGIA
RSO METODOLOacuteG
31 Tipo de estudo
Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes
de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade
de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)
32 Aacuterea e local do estudo
A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas
Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da
populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)
O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590
idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados
33 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos
diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas
331 Caacutelculo Amostral
A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de
referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do
tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra
miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho
populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada
Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa
probabilidade
32
Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos
com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula
descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)
FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)
A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima
preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)
O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal
padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada
Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor
absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25
Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos
cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um
niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando
o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a
amostra final totalizou em 215 idosos
Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima
do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do
local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do
municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a
esse em centros de referecircncias para idosos
332 Criteacuterio de seleccedilatildeo
Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com
idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de
referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave
n
2
2 )1(
d
ppzn
d 2z
2z
2z 5z
33
entrevista
Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que
realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em
participar da pesquisa
34 Coleta de dados
Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes
do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola
de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)
A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave
realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em
Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma
equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica
selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma
mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH
Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por
alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada
entrevistadora
Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo
da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador
(SOARES et al 2013)
35 Variaacuteveis do estudo
351 Variaacutevel dependente
A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por
meio do instrumento WHOQOL-bref
34
352 Variaacuteveis independentes
As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas
socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado
atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir
353 Instrumentos para a coleta de dados
WHOQOL-bref
Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs
do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra
boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003
MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da
OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref
O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui
26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral
(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24
facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em
quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS
1998a)
Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir
de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo
aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia
de todas as facetas (OMS 1998a)
O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de
ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo
(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a
completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)
(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das
respostas variam entre 1 e 5
35
O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo
quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com
sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo
As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de
consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente
e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico
com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em
estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)
Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido
e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do
Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo
Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao
Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)
Mini Exame do Estado Mental
Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame
do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado
mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses
O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes
paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma
delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a
orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs
palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3
pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)
O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior
grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos
o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)
Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para
o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de
educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de
36
escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes
pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para
mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD
DELLAROZA 2012)
Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos
Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o
Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade
estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como
descritos a seguir
- Sexo
Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo
univariado
- Idade
A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a
data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a
69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais
- Naturalidade
Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo
Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais
- Estado civil
Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro
- Religiatildeo
Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra
- Escolaridade
Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo
As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram
considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os
alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de
quatro anos de estudo
- Ocupaccedilatildeo atual
37
Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica
entrou no modelo univariado
- Aposentadoria
Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo
univariado
- Tipo de aposentadoria
Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve
como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado
- Renda familiar
Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em
le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios
miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos
- Moradia e nuacutemero de cocircmodos
Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3
cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui
rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)
Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais
Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram
aplicados descritos a seguir
- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire
Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui
duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)
e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem
esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem
entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma
semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia
de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos
Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade
92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)
38
- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)
Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10
questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do
AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas
perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de
ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute
pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta
Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de
aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge
4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram
adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C
mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado
- Tabagismo
Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou
natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10
cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As
respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas
(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)
- Praacutetica de atividade fiacutesica
Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia
(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)
- Comorbidades
Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)
- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)
A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint
National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL
2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico
A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de
repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio
devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio
Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na
primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente
39
Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees
da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e
hipertenso)
- Uso de medicamento
Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo
- Histoacuteria familiar de doenccedila
Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo
arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto
agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo
obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As
categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo
Dados antropomeacutetricos
As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas
segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)
- Peso
Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca
Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e
estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo
distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg
- Estatura
A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de
peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes
paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo
com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As
naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos
permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era
posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo
plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o
40
topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo
- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)
O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)
sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica
norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27
ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso
- Circunferecircncia de quadril
Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica
flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas
- Circunferecircncia da cintura
Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen
relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do
indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte
superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo
feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm
segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)
- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)
Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a
circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o
valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de
acordo com o preconizado pela OMS (1998)
O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1
Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de
inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos
36 Anaacutelise dos dados
Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o
programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)
A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas
41
expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil
(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as
categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de
Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado
Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os
grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de
variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada
quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste
U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo
parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo
teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem
estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo
multivariado
Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar
as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram
introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os
valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de
confianccedila de 95 (IC 95)
Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios
do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho
A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em
relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida
boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo
ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida
ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou
ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito
insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)
37 Questotildees eacutetico-legais
A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade
Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de
42
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE
do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos
acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava
sendo utilizado para a coleta de dados
O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)
Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em
Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)
Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil
sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de
Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)
43
4 RESULTADOS
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada
De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir
representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269
questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -
cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem
pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se
257 questionaacuterios completos e analisados
Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas
demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas
com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as
quais seratildeo discutidas a posteriori
44
TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)
Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito
satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas
oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a
proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados
fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente
significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a
sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total
N=257 ()
G1
(satisfeito)
N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito)
N=94 () p-valora
Sexo
Homem 175 178 170 0876
Mulher 825 822 830
Idade (anos)
60-69 447 393 543 0025
70-79 447 472 404
ge 80 105 135 53
Naturalidade (n=256)
BH ou RMBH 316 356 247 0144
Interior MG 609 564 688
Outros 74 80 65
Situaccedilatildeo conjugal
Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587
Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340
Religiatildeo
Catoacutelico 724 730 713 0945
Evangeacutelico 136 135 138
Outros 140 135 149
45
TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo
Alfabetizado 899 896 904 0827
Analfabeto 101 104 96
Escolaridade (anos)
lt4 214 190 255 0220
ge4 786 810 745
Trabalha atualmente
Sim 226 258 170 0106
Natildeo 774 742 830
Aposentadoria
Sim 802 798 809 0832
Natildeo 198 202 191
Tipo de Aposentadoria (n=205)
Idade 459 457 461 0594
Tempo de serviccedilo 424 442 395
Invalidez 117 101 145
Renda familiar (sm)
lt 1 191 180 211 0342
1 ˫ 3 402 385 433
3 ˫ 5 279 280 278
ge 5 127 155 78
Casa proacutepria
Sim 883 914 830 0043
Natildeo 117 86 170
Nuacutemero de cocircmodos
1 ndash 3 148 141 160 0688
4 ou mais 852 859 840
Saneamento baacutesico
Rede de esgoto 984 988 979 0625
Banheiro 1000 1000 1000 -
Aacutegua encanada 996 1000 989 0366
Arranjo domiciliar
Mora sozinho 202 202 202 0995
Mora acompanhado 798 798 798
46
Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida
ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo
ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo
trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram
acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria
com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas
De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a
satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou
diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees
47
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)
(Continua)
Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001
Neoplasia 532 513 565 0419
Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057
Diabetes mellitus 417 375 489 0077
Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479
Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038
Transtorno mental 357 288 478 0002
Obesidade 254 225 304 0164
Demecircncia 167 156 185 0558
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Nordm comorbidades
Zero 97 129 43 lt0001
1-2 572 620 489
3-4 268 227 340
5 ou mais 62 25 128
Comorbidade autorreferida
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001
Dislipidemia 265 276 245 0583
Diabetes mellitus 237 190 319 0019
Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233
172
340
0002
Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288
Cardiopatias 105 74 160 0030
Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006
Tratamento medicamentoso (n=256)
Sim 848 828 882 0252
Natildeo 152 172 118
Medicamento (n=253)
Anti-hipertensivo 597 528 717 0003
Hipolipemiante 225 224 228 0932
Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057
Diureacutetico 213 168 293 0019
Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150
137
174
0425
Antidepressivo 150 118 207 0058
AINEs 107 81 152 0077
48
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
(Conclusatildeo)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo
arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo
com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo
menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior
prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes
mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo
aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores
elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril
Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara
a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as
proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de
comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema
osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel cognitivo (MEEM)
Alterado 167 178 149 0549
Preservado 833 822 851
PHQ-2 total
ge 3 97 43 191 lt0001
lt 3 903 957 809
PA aferida (n=234)
Normotenso 628 631 624 0911
Hipertenso 372 369 376
Iacutendice de massa corpoacuterea
lt22 116 121 108 0456
22-27 376 401 333
gt27 508 478 559
RCQ
Normal 455 436 489 0404
Elevado 545 564 515
49
uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo
arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental
TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)
Variaacutevel HAS
Total N=248
()
PA alterada
Sim
N=87
()
Natildeo
N=161
()
Natildeo 343 259 741
Sim 657 399 601
Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial
aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo
arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e
quase dois quintos dos sabidamente hipertensos
50
TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com
sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
AUDIT-C (n=253)
Negativo 905 913 891 0570
Positivo 95 87 109
Tabagismo
Tabagista 39 37 43 0664
Natildeo tabagista 642 663 606
Ex-tabagista 319 301 351
Nuacutemero de cigarros que fuma ou
jaacute fumou (n=92)
Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185
Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541
Tempo de tabagismo (n=90)
Menos de 10 anos 244 226 270 0634
Mais de 10 anos 756 774 730
Atividade fiacutesica
Sim 926 951 883 0045
Natildeo 74 49 117
Tipo de atividade fiacutesica
Caminhada 677 712 617 0118
Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055
Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523
Danccedila 101 129 53 0053
Hidroginaacutestica 66 86 32 0094
Biodanza 43 37 53 0537
Outros 175 202 128 0129
Frequecircncia da atividade fiacutesica
4-7 vezes por semana 280 337 181 0008
1-3 vezes por semana 630 601 681
Nunca 89 61 138
51
A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados
apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave
qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees
A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as
variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de
Vida Geral
TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim
nem bom Bom
Muito
Bom
WHOQOL-1
Como avaliaria sua
qualidade de vida
WHOQOL-2
Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede
n 3 5 49 140 60
12 19 191 545 233
Muito
insatisfeito Insatisfeito
Nem
satisfeito nem
insatisfeito
Satisfeito Muito
Satisfeito
n 3 21 40 145 48
12 82 156 564 187
Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q
Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143
Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917
Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600
QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779
Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral
52
GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais
Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
53
TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra
em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
Variaacuteveis
QVG
Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear
WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida
Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001
Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625
Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060
Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348
Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920
WHOQOL-2dagger
Satisfaccedilatildeo com a sauacutede
Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001
Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075
Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181
Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355
Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003
Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -
QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041
54
GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014
Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health
Organization Quality of Life
WHOQOL-1
muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim
QV
G
1000
800
600
400
200
00
WHOQOL-2
muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito
insatisfeitomuito insatisfeito
QV
G
1000
800
600
400
200
00
QV boa e satisfeito sauacutede
simnatildeo
QV
G
1000
800
600
400
200
00
55
TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa
Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Domiacutenios
Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees
sociais
Meio
ambiente
Rho QVG 0655 0722 0842 0622
Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10
correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)
A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico
apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio
ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG
56
GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
57
42 Anaacutelise multivariada
As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)
com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram
Idade
Naturalidade
Trabalham atualmente
Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Nuacutemero de comorbidades
HAS
Diabetes mellitus
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Cardiopatias
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio
Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos
Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral
Antidepressivos
Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide
Recalcificante
Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica
HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia
HF positiva para diabetes mellitus
HF positiva para obesidade
PHQ-2 total
Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica
Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica
58
Caminhada
Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila
Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os
idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a
satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de
vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser
oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do
aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo
para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar
atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)
59
TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p
estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de
vida
Variaacuteveis OR IC (95) p-valor
Naturalidade
BH ou RMBH 100 (ref)
Interior MG 046 024 - 090 0023
Outros 081 023 - 286 0746
Nuacutemero de comorbidades
Zero 100 (ref)
1-2 069 021 - 230 0546
3-4 035 010 - 127 0111
5 ou mais 015 003 - 085 0032
Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida
Natildeo 100 (ref)
Sim 025 007 - 094 0040
Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial
Natildeo 100 (ref)
Sim 035 017 - 070 0003
PHQ-2 total
lt 3 100 (ref)
ge 3 018 006 - 050 0001
Frequecircncia da atividade fiacutesica
Nunca 100 (ref)
1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016
4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001
60
QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa
Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO
Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade
Naturalidade Ser natural do interior de MG
Caracteriacutesticas econocircmicas
Trabalha atualmente Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades
HAS
Diabetes mellitus Cardiopatias
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio
Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral Antidepressivos
Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide
Recalcificante
PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3
HF positiva para HAS HF positiva para AVE
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade
HF positivo para HAS
Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e
4-7x sem)
Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull
da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire
61
5 DISCUSSAtildeO
Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico
econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua
qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas
As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma
predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos
equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ
DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et
al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens
(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com
idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004
LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)
A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo
em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e
vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava
540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000
e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens
idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)
Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as
mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as
mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na
exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes
de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)
Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge
(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados
demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo
estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que
tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995
62
(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)
A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da
senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver
algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)
Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes
na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o
que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)
Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa
fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o
aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer
com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma
relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem
percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos
(LUCCHETTI et al 2011)
Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra
estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de
quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a
porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)
Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo
alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos
A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo
considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes
Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino
fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a
segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os
anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres
(BRASIL 2010)
No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos
(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos
idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas
apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre
os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na
63
correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja
observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade
(anos de estudo)
Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na
relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis
pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos
benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o
fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na
sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)
No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir
casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)
segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a
maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as
condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a
amostra
Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos
tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente
em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado
garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas
sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de
dignidaderdquo
Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos
idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao
encontrado no estudo (202)
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas
Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos
idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave
meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam
ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em
2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)
64
Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de
frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS
indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional
(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede
do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et
al 2013)
No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus
tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim
como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem
confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia
de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos
homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do
que 240 mgdL (elevado)
A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem
de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute
importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na
reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado
por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco
para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do
controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e
crocircnicas (BRASIL 2006)
Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos
princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam
os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle
glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia
intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia
(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na
populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia
Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash
HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se
associam (SBD 2013-2014)
65
Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia
apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais
causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos
idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre
as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias
em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo
supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)
Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de
medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os
diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida
mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso
expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)
antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando
a importacircncia das outras patologias citadas
Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra
estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo
Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006)
A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um
problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre
pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no
metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas
podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do
idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave
prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)
Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao
manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos
colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute
desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011
POON BRAUN 2005)
Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos
66
quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA
aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA
controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados
justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo
enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma
entraram
Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes
ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial
sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em
outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais
inadequados (MOREIRA et al 2008)
Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram
hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o
subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo
essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos
deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico
(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)
Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do
estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar
relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e
independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)
apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo
devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando
anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o
idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal
transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)
O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de
elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre
os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado
para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a
habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas
de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos
67
externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os
processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e
compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em
contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas
aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)
Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda
natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento
cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma
necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees
associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores
educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e
capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual
das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo
que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado
na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados
alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao
prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma
craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais
e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)
Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos
anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido
levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees
decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de
trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da
deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES
et al 2006 MELLO et al 2012)
Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como
deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder
incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento
fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no
68
mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno
para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem
20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para
a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os
decliacutenios funcionais
A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as
diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al
2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de
idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada
(545)
O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado
provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou
endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que
vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial
da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo
(MANCINI 2010)
O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional
por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em
idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura
acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da
quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC
e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e
obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)
Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos
e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave
mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou
que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser
protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)
A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral
especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo
na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees
nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI
69
2005 LIMA DUARTE 2013)
53 Caracteriacutesticas comportamentais
Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala
deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar
precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute
menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social
contemporacircneo (NEVES 2004)
A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar
subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica
por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres
(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida
alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim
a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)
Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o
envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou
dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas
pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo
aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior
sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental
(SILVA 2008)
No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)
mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os
estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de
Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)
e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que
revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187
respectivamente
Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram
fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo
maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante
70
A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de
fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A
nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave
neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a
obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)
O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De
acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o
surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de
cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004
PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede
levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em
geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda
Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)
Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O
tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente
atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de
condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)
Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de
vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute
acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude
da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)
Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior
aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006
ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais
acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer
lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)
Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de
uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o
Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade
vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por
sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30
minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada
71
moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por
semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)
Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo
da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade
fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado
em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4
mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se
as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre
o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o
incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do
Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos
com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo
de sal nos alimentos (BRASIL 2011)
54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada
No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo
confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de
vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e
comportamentais
Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram
Naturalidade
Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso
considerar sua qualidade de vida boa
No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas
Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento
populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento
meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no
setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)
72
Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos
estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas
famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram
constituindo famiacutelia ou natildeo
Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no
estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso
(BORIM BARROS NERI 2012)
Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em
comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas
para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de
melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o
WHOQOL-bref
A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os
idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de
QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do
instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente
rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os
idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas
estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)
Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o
ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio
urbano
Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida
atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural
apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados
obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)
Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e
do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas
diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de
qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que
os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos
que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida
73
mais ativa que levam
Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir
que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida
superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital
pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a
associaccedilatildeo encontrada
Comorbidades
Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma
pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco
ou mais comorbidades
Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que
torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a
promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade
de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)
Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente
relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo
frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um
nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam
maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute
diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)
Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as
escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento
sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS
2011)
Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre
doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al
2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)
Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado
em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta
diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI
74
CICONELLI 2011)
Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas
crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que
focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais
adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo
integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)
A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua
prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso
consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de
isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou
mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua
autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e
com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)
Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem
implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque
para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a
magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco
aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu
uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60
da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo
adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia
aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria
da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)
Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo
gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem
lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza
destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)
Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o
desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas
sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus
fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano
aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias
75
crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool
inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees
em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)
cuidado integral (BRASIL 2011)
Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a
prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e
consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos
Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo
aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa
sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A
ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande
magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de
exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)
Doenccedila do aparelho respiratoacuterio
Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com
idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria
Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar
obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter
progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar
sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)
A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos
acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada
como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et
al 2006)
Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem
reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos
valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo
da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio
respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)
76
Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de
suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de
pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees
respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com
condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas
comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas
pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o
diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente
satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)
Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter
impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir
complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas
no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)
HF positivo para HAS
Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a
pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o
agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a
principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)
No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse
nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo
estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de
doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta
e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo
(BRASIL 2006)
A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas
como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER
2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e
confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que
77
exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem
disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao
maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica
(MIRANDA et al 2002)
Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade
colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas
medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os
tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)
Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na
prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos
puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)
As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura
pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre
elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo
e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)
Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para
o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de
responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees
cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a
melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)
PHQ-total ge 3
Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a
chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais
comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma
patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute
calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10
dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)
Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na
qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo
78
geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo
provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto
negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de
sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG
Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de
vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na
qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007
FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)
Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em
diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de
reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima
solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo
terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema
Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo
papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos
podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma
eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado
vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)
Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa
Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono
familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos
Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave
sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta
prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente
Atividade fiacutesica
Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um
gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente
sua qualidade de vida
No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos
afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute
79
integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia
Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de
30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida
fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o
pratica (REIS SOUZA 2011)
A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas
funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto
os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu
desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio
corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)
Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os
niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial
coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)
Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio
social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de
liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)
Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor
prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos
vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De
acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a
reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a
sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens
Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor
para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram
o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo
experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que
avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de
depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias
cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores
de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a
adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida
Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando
80
praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo
compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de
manter conviacutevio social principalmente entre idosos
Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada
nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE
2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel
(LIMA-COSTA et al 2009)
55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref
O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou
extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o
valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses
foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os
idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte
ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso
a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio
Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados
com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas
informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre
outros
Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida
Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O
IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida
renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos
relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De
acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH
nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e
seguranccedila ambiental
Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas
respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da
qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas
81
externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)
Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui
o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)
para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as
condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas
dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes
(RIO DE JANEIRO 2010)
O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou
indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees
habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)
O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo
apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade
avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees
metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por
exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos
que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE
JANEIRO 2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o
Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado
pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da
distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes
Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte
atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH
condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida
de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem
apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em
contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque
os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente
apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em
locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)
Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O
82
IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede
que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer
para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados
baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees
Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento
de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e
Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas
de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas
de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas
responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)
A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em
nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute
representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em
54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui
os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)
Escolas Municipais 17
Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02
Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10
Creches Conveniadas 37
Escolas Estaduais 41
Hospitais Puacuteblicos 02
Hospitais Particulares 01
Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16
Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01
Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04
Centro de Referecircncia do Idoso 01
Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01
Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01
Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01
Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01
Farmaacutecia Distrital 01
83
Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos
puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos
constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do
ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como
um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras
Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da
miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo
e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)
Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no
municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se
encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash
alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas
e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)
A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser
definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito
concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a
pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve
presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas
mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse
comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de
morte nos idosos (BRASIL 2014)
Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos
como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees
dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo
ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil
como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se
organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos
de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES
MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete
significativamente o meio ambiente no qual ele vive
Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos
84
da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia
contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas
que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de
serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes
de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)
No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL
2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000
habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas
relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de
moradia)
Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento
da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A
campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto
do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os
direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir
qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de
sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)
Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de
assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com
os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)
Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam
negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o
intuito de se buscar possiacuteveis melhorias
56 Limitaccedilotildees do estudo
O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento
Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim
afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas
Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem
como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da
populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o
85
calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa
Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a
inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na
avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras
investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de
referecircncia para idosos
86
6 CONCLUSOtildeES
O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou
como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais
(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria
predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre
60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)
Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram
aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave
moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando
condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da
populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados
Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede
prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)
doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)
Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um
medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)
hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)
Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39
fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade
fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a
realizam de uma a trecircs vezes por semana
Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se
que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751
encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso
constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante
ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)
e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos
Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram
significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser
natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila
do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com
87
pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por
semana e de quatro a sete vezes por semana
Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os
idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida
Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um
grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais
O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e
intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de
vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute
importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a
qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo
realiza eacute no proacuteprio local
Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de
ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo
mais expressivo de idosos do municiacutepio
Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade
de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida
Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo
fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para
confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees
causais entre as variaacuteveis estudadas
Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na
populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O
estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de
poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento
das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem
sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o
acompanhamento e controle da populaccedilatildeo
Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no
trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo
baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em
diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em
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tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de
enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)
Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio
aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo
do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave
sauacutede
Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta
para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no
centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas
socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam
do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida
desses idosos
Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem
melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o
domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida
Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute
de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos
nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de
diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de
variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e
potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa
populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem
ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de
envelhecimento ativo
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ZASLAVSKY C GUS I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidades Arq Bras Cardiol volume 79 nordm 6 635-9 2002
103
ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
World Health Organization Quality of Life-bref
104
105
106
Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos
Questionaacuterio nordm _______
Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________
Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________
Endereccedilo _____________________________________________________________________
Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______
Telefone de contato ________________
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Nome completo ______________________________________________________________
Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________
Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo
Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro
Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra
PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -
Vocecirc estaacute trabalhando atualmente
Se sim especifique _____________________
(1) sim (2) natildeo
Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo
Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez
Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo
(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos
(3) entre 3 a 5 salaacuterios
(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos
- MORADIA -
Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo
Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +
Possui banheiro (1) sim (2) natildeo
Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo
Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo
Mora sozinho (1) sim (2) natildeo
Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique grau de parentesco ________________________
Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos
Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos
(4) netos (5) outros ______________________
107
(Continua)
- ESCOLARIDADE -
Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo
Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado
HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA
- AUDIT-C -
Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo
Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4
Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4
Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4
O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente
108
(Continua)
- TABAGISMO -
Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo
Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo
Quantos cigarros vocecirc
fuma (va) por dia
(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica
Haacute quanto tempo vocecirc
fuma (va)
(1) menos de 2
anos
(2) de 2 a 10
anos
(3) mais de 10
anos
(99) natildeo se aplica
- ATIVIDADE FIacuteSICA -
Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo
Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong
(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________
Frequecircncia (1) 1xsemana
(4) nunca
(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana
HISTOacuteRIA CLIacuteNICA
Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo
Se sim qual
( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias
( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________
Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique ________________________________________________________________________
Haacute quanto tempo ______ (em anos)
HISTOacuteRIA FAMILIAR
Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve
Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo
Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo
Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo
Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo
Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo
Obesidade (1) sim (2) natildeo
Cacircncer (1) sim (2) natildeo
Demecircncia (1) sim (2) natildeo
Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo
109
(Conclusatildeo)
The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas
1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3
AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA
Peso medido (kg) _____________
Estatura aferida (m) ___________
IMC ___________ (kgmsup2)
Circunferecircncia cintura (cm) _________
Circunferecircncia quadril (cm) _________
Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____
PRESSAtildeO ARTERIAL
Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)
PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg
PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg
110
ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA
PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
111
112
ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG
113
ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL
SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS
NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
114
ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH
DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
Liacutevia Carvalho Viana Miranda
FATORES ASSOCIADOS Agrave QUALIDADE DE VIDA DE
IDOSOS DE UM CENTRO DE REFEREcircNCIA EM BELO
HORIZONTE MINAS GERAIS
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Curso de Mestrado da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Enfermagem Aacuterea de concentraccedilatildeo Cuidar em Sauacutede e Enfermagem Orientadora Profordf Drordf Socircnia Maria Soares
Belo Horizonte
Escola de Enfermagem da UFMG
2014
Ficha catalograacutefica elaborada pela Biblioteca J Baeta Vianna ndash Campus Sauacutede UFMG
Miranda Liacutevia Carvalho Viana M672f Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais [manuscrito] Liacutevia Carvalho Viana Miranda - - Belo Horizonte 2014
114f il Orientador Socircnia Maria Soares Aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede e Enfermagem Dissertaccedilatildeo (mestrado) Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem 1 Envelhecimento 2 Idoso 3 Sauacutede do Idoso 4 Qualidade de Vida 5 Dissertaccedilotildees Acadecircmicas I Soares Socircnia Maria II Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem III Tiacutetulo NLM WT 104
Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Enfermagem
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Dissertaccedilatildeo intitulada ldquoFatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro
de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Geraisrdquo de autoria da mestranda Liacutevia Carvalho
Viana Miranda aprovada pela banca examinadora constituiacuteda pelos seguintes professores
______________________________________________________
Profordf Drordf Socircnia Maria Soares - Escola de Enfermagem da UFMG - Orientadora
______________________________________________________ Prof Dr Antocircnio Ignaacutecio Loyola Filho - Escola de Enfermagem da UFMG
______________________________________________________
Dra Karla Cristina Giacomin
______________________________________________________ Prof Dr Francisco Carlos Feacutelix Lana
Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem da UFMG
Belo Horizonte 22 de Dezembro de 2014
Av Professor Alfredo Balena 190 - Belo Horizonte MG - 30130-100 - Brasil - tel (031)3134099855 - fax
(31)34099855
Esta pesquisa eacute vinculada ao Nuacutecleo de
Estudos e Pesquisas em Cuidado e
Desenvolvimento Humano da Escola de
Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais
Dedico este trabalho
Agrave Deus
Pelo dom da vida por me guiar em todos os
meus caminhos e pela paz concedida nos
periacuteodos de dificuldade
Aos meus pais ldquojurdquo e ldquotomrdquo
Pela minha existecircncia pelo apoio e
compreensatildeo nos momentos difiacuteceis Tudo
que sou devo a vocecircs minhas vitoacuterias satildeo
suas
Aos meus queridos irmatildeos ldquoleleordquo e
durdquo
Por me darem forccedila mesmo quando era
difiacutecil entender as minhas ausecircncias
Obrigada por tudo que fazem por mim
Ao meu namorado Thiago
Por ter ficado ao meu lado durante todo
esse periacuteodo e por nunca me deixar
desanimar compreendendo os momentos
em que eu natildeo pude estar com vocecirc Meu
grande companheiro
Agradecimentos especiais
Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares
Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo
Obrigada pela parceria e por sempre
compreender minha situaccedilatildeo Nossa
trajetoacuteria foi marcada por momentos de
ausecircncia vindos de ambas as partes
Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees
as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo
prejudicaram nosso trabalho juntas Que
nossa caminhada continue ainda mais
fortalecida
Agrave Patriacutecia
Nem tenho palavras para agradecer toda
sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito
obrigada por tudo Que essa parceria ainda
colha muitos frutos
Agradecimentos
Aos idosos do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por colaborar com esta pesquisa de
maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs
pela maneira que lidam com o
envelhecimento e como enxergam a vida
com tanta maturidade e sabedoria
Aos familiares
Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e
festejarem comigo as minhas conquistas
Aos meus amigos
Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo
da minha ausecircncia Mas saibam que
agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs
satildeo fundamentais para mim
Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede
Ermelinda
Sem o apoio de todos vocecircs a
concretizaccedilatildeo deste trabalho seria
impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos
momentos de sobrecarga devido agraves minhas
ausecircncias principalmente aos meus
colegas enfermeiros e agrave equipe amarela
Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo
para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero
que este trabalho possa contribuir de
maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave
sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por
tudo
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de
Belo Horizonte em especial ao
Distrito Noroeste
Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu
mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos
seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que
contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede
mais digna e humanizada
Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no
local e por acreditar tanto no que estamos
fazendo Espero que nossos resultados
possam contribuir com o trabalho de vocecircs
Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia
o Centro com tanta competecircncia e amor
Aos demais funcionaacuterios do Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa
Pela receptividade durante todo o periacuteodo
que ficamos no local de trabalho de vocecircs e
pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos
idosos
Aos integrantes do NEPCDH
Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria
desta pesquisa
Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que
colaboraram na coleta de dados
Liacuterica e Francielle
Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo
existiria
Obrigada pela grande parceria
Aos colegas de mestrado
Pelo compartilhamento de alegrias e
frustraccedilotildees
RESUMO
MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local
Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso
ABSTRACT
MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research
Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32
Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e
Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte
MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52
Graacutefico 2
Graacutefico 3
-
-
Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1
WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo
Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54
Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 56
Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida
por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60
LISTA DE TABELAS
1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44
2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45
3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47
4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49
5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50
6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de
QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 53
9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014 55
10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua
sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico
BH
CRPI
-
-
Belo Horizonte
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara
DP - Desvio-padratildeo
EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais
G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV
boasatisfeito
G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou
QV ruiminsatisfeito
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
IQ - Intervalo Interquartil
NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento
Humano
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OR - Odds Ratio
PA - Pressatildeo Arterial
PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios
QVG - Qualidade de Vida Geral
Sm - Salaacuterio Miacutenimo
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede
WHO - World Health Organization
WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group
WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16
12 Objetivo 20
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 Envelhecimento populacional 21
22
221
Qualidade de vida do idoso 23
Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede
24
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27
3 METODOLOGIA 31
31 Tipo de estudo 31
32 Aacuterea e local do estudo 31
33
331
332
Populaccedilatildeo do estudo 31
Caacutelculo amostral 31
Criteacuterios de seleccedilatildeo 32
34 Coleta de dados 33
35 Variaacuteveis do estudo 33
351 Variaacutevel dependente 33
352 Variaacuteveis independentes 34
353 Instrumentos para a coleta de dados 34
36
37
Anaacutelise dos dados 40
Questotildees eacutetico-legais 41
SUMAacuteRIO
4 RESULTADOS 43
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43
42 Anaacutelise multivariada 57
5 DISCUSSAtildeO 61
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63
53 Caracteriacutesticas comportamentais 69
54
55
56
Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71
Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80
Limitaccedilotildees do estudo 84
6 CONCLUSOtildeES 86
REFEREcircNCIAS 89
ANEXOS 103
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
11 Contextualizaccedilatildeo do problema
O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o
Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos
(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes
do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos
ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da
populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em
nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL
2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de
2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta
representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se
encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo
composta por idosos
Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a
fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)
Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60
anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses
desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa
de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou
115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27
anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento
como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais
rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto
institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que
fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)
O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos
mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado
17
estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica
Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em
meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que
expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados
(LEBRAtildeO DUARTE 2003)
Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640
de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que
deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)
Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada
de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a
estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide
populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES
RODRIGUES 2005)
Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX
acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas
mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela
diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e
parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia
inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)
Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as
doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar
incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em
desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas
seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da
sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas
doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)
Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua
que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio
agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)
Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na
sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto
mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento
18
saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al
2010)
As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos
anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para
esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e
regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais
agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que
o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional
isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas
atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)
Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas
quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A
Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como
consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso
tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo
padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade
Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas
consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de
vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo
uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros
meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)
Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo
que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do
sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees
e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla
abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado
psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os
mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)
A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica
por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades
e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de
sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as
19
incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na
velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave
qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves
atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade
acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a
autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)
Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para
a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade
desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o
comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a
famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez
que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice
contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia
autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem
tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et
al 2013)
Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas
Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute
cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de
cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as
conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se
acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o
desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e
universal (CIL 2013)
Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o
desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da
qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo
Horizonte
Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A
falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta
20
importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e
avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos
Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um
modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a
partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os
resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de
rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees
centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio
e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no
atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado
Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem
sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos
que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e
produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os
aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais
ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)
As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento
das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em
detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas
tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento
Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas
em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI
12 Objetivo
Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e
ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Envelhecimento populacional
Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o
envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de
pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)
Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455
anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se
alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia
(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)
Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de
idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo
decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as
modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de
desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo
indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade
cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)
Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se
dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do
conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou
ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte
viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um
mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)
Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos
em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et
al 2013)
Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil
indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos
idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de
doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e
diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos
22
podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares
ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve
ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave
comunidade (OMS 2004)
Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de
idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa
intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os
vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que
os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos
associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se
que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito
de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a
promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)
Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo
ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole
population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na
Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)
que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento
ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a
importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e
na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia
(BOWLING 2009)
No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE
(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos
realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas
Gerais
Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma
aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real
conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo
(VERAS 2009)
23
22 Qualidade de vida do idoso
Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de
difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam
sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento
socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos
quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)
Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que
melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma
das definiccedilotildees mais utilizadas
Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o
conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas
fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu
maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)
Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de
instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um
conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL
Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural
(CANAVARRO et al 2005)
Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute
relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel
socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o
autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos
e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades
diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)
No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as
necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades
de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)
Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com
estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico
ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da
idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente
24
associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e
inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)
Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo
agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas
gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar
dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa
qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)
No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida
em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que
dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007
GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES
ALCHIERI 2010)
Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL
da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem
consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a
subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por
exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos
mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso
(FLECK 2000 FLECK et al 2008)
221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a
promoccedilatildeo da sauacutede
A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de
envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de
otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas
No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a
sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a
manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para
doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)
Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a
25
heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso
objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que
envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para
realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)
O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave
interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos
para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de
formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em
processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da
autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)
A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a
ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL
1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na
sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo
contra a pessoa idosa
A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo
propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou
manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a
permanecircncia no meio em que vivem de forma independente
Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a
capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de
autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o
cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no
envelhecimento ativo (VERAS 2009)
No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da
Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral
integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave
integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL
1996)
Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do
envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade
funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos
26
que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade
funcional restringida (GORDILHO et al 2000)
Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como
objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e
mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos
No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional
de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia
e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos
Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar
recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da
pessoa idosa
Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do
idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo
idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive
Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto
Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover
o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)
O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso
com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de
abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)
Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700
idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de
atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade
de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de
abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)
Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo
fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do
envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de
estrateacutegia
A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade
para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior
participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo
27
estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes
favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS
2004)
Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para
enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus
entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a
constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de
sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo
espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)
Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os
inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas
cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver
accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de
convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar
ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros
(VERAS CALDAS 2004)
Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da
Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso
que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo
agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23
milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL
2010)
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos
Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o
cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa
etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG
em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de
envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e
Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a
sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade
28
do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria
Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)
O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27
consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com
piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades
de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade
para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo
Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas
subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400
procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do
municiacutepio (UFMG 2014)
Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros
e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa
considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa
concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em
conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um
centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o
fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso
o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)
Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de
referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a
qualidade de vida do idoso
Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)
reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para
pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os
idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico
ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de
BH para conquistarem este espaccedilo
O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte
desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal
Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO
29
HORIZONTE 2013)
O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos
direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e
documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento
De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento
tem como objetivos e compromissos
Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e
inclusatildeo social da pessoa idosa
Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional
Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e
elevaccedilatildeo de sua autoestima
Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua
histoacuteria
O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos
Academia da Cidade
Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila
Danccedila de salatildeo
Danccedila cigana
Danccedila Secircnior
Coral
Lian Gong
InformaacuteticaInclusatildeo Digital
Pintura em Tecido
Pintura em Tela
Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)
Show de Talentos
Tarde Danccedilante (Baile)
Vida Ativa
Biodanza
O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos
podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de
30
vagas
Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que
preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida
saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)
31
3 METODOLOGIA
RSO METODOLOacuteG
31 Tipo de estudo
Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes
de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade
de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)
32 Aacuterea e local do estudo
A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas
Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da
populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)
O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590
idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados
33 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos
diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas
331 Caacutelculo Amostral
A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de
referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do
tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra
miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho
populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada
Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa
probabilidade
32
Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos
com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula
descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)
FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)
A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima
preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)
O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal
padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada
Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor
absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25
Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos
cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um
niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando
o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a
amostra final totalizou em 215 idosos
Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima
do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do
local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do
municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a
esse em centros de referecircncias para idosos
332 Criteacuterio de seleccedilatildeo
Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com
idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de
referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave
n
2
2 )1(
d
ppzn
d 2z
2z
2z 5z
33
entrevista
Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que
realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em
participar da pesquisa
34 Coleta de dados
Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes
do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola
de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)
A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave
realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em
Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma
equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica
selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma
mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH
Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por
alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada
entrevistadora
Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo
da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador
(SOARES et al 2013)
35 Variaacuteveis do estudo
351 Variaacutevel dependente
A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por
meio do instrumento WHOQOL-bref
34
352 Variaacuteveis independentes
As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas
socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado
atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir
353 Instrumentos para a coleta de dados
WHOQOL-bref
Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs
do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra
boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003
MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da
OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref
O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui
26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral
(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24
facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em
quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS
1998a)
Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir
de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo
aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia
de todas as facetas (OMS 1998a)
O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de
ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo
(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a
completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)
(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das
respostas variam entre 1 e 5
35
O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo
quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com
sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo
As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de
consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente
e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico
com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em
estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)
Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido
e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do
Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo
Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao
Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)
Mini Exame do Estado Mental
Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame
do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado
mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses
O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes
paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma
delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a
orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs
palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3
pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)
O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior
grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos
o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)
Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para
o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de
educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de
36
escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes
pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para
mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD
DELLAROZA 2012)
Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos
Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o
Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade
estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como
descritos a seguir
- Sexo
Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo
univariado
- Idade
A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a
data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a
69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais
- Naturalidade
Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo
Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais
- Estado civil
Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro
- Religiatildeo
Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra
- Escolaridade
Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo
As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram
considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os
alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de
quatro anos de estudo
- Ocupaccedilatildeo atual
37
Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica
entrou no modelo univariado
- Aposentadoria
Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo
univariado
- Tipo de aposentadoria
Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve
como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado
- Renda familiar
Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em
le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios
miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos
- Moradia e nuacutemero de cocircmodos
Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3
cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui
rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)
Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais
Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram
aplicados descritos a seguir
- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire
Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui
duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)
e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem
esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem
entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma
semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia
de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos
Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade
92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)
38
- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)
Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10
questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do
AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas
perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de
ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute
pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta
Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de
aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge
4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram
adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C
mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado
- Tabagismo
Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou
natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10
cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As
respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas
(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)
- Praacutetica de atividade fiacutesica
Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia
(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)
- Comorbidades
Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)
- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)
A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint
National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL
2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico
A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de
repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio
devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio
Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na
primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente
39
Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees
da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e
hipertenso)
- Uso de medicamento
Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo
- Histoacuteria familiar de doenccedila
Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo
arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto
agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo
obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As
categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo
Dados antropomeacutetricos
As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas
segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)
- Peso
Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca
Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e
estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo
distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg
- Estatura
A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de
peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes
paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo
com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As
naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos
permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era
posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo
plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o
40
topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo
- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)
O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)
sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica
norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27
ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso
- Circunferecircncia de quadril
Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica
flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas
- Circunferecircncia da cintura
Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen
relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do
indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte
superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo
feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm
segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)
- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)
Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a
circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o
valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de
acordo com o preconizado pela OMS (1998)
O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1
Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de
inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos
36 Anaacutelise dos dados
Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o
programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)
A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas
41
expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil
(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as
categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de
Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado
Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os
grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de
variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada
quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste
U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo
parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo
teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem
estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo
multivariado
Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar
as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram
introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os
valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de
confianccedila de 95 (IC 95)
Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios
do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho
A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em
relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida
boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo
ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida
ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou
ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito
insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)
37 Questotildees eacutetico-legais
A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade
Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de
42
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE
do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos
acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava
sendo utilizado para a coleta de dados
O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)
Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em
Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)
Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil
sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de
Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)
43
4 RESULTADOS
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada
De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir
representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269
questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -
cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem
pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se
257 questionaacuterios completos e analisados
Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas
demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas
com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as
quais seratildeo discutidas a posteriori
44
TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)
Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito
satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas
oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a
proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados
fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente
significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a
sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total
N=257 ()
G1
(satisfeito)
N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito)
N=94 () p-valora
Sexo
Homem 175 178 170 0876
Mulher 825 822 830
Idade (anos)
60-69 447 393 543 0025
70-79 447 472 404
ge 80 105 135 53
Naturalidade (n=256)
BH ou RMBH 316 356 247 0144
Interior MG 609 564 688
Outros 74 80 65
Situaccedilatildeo conjugal
Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587
Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340
Religiatildeo
Catoacutelico 724 730 713 0945
Evangeacutelico 136 135 138
Outros 140 135 149
45
TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo
Alfabetizado 899 896 904 0827
Analfabeto 101 104 96
Escolaridade (anos)
lt4 214 190 255 0220
ge4 786 810 745
Trabalha atualmente
Sim 226 258 170 0106
Natildeo 774 742 830
Aposentadoria
Sim 802 798 809 0832
Natildeo 198 202 191
Tipo de Aposentadoria (n=205)
Idade 459 457 461 0594
Tempo de serviccedilo 424 442 395
Invalidez 117 101 145
Renda familiar (sm)
lt 1 191 180 211 0342
1 ˫ 3 402 385 433
3 ˫ 5 279 280 278
ge 5 127 155 78
Casa proacutepria
Sim 883 914 830 0043
Natildeo 117 86 170
Nuacutemero de cocircmodos
1 ndash 3 148 141 160 0688
4 ou mais 852 859 840
Saneamento baacutesico
Rede de esgoto 984 988 979 0625
Banheiro 1000 1000 1000 -
Aacutegua encanada 996 1000 989 0366
Arranjo domiciliar
Mora sozinho 202 202 202 0995
Mora acompanhado 798 798 798
46
Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida
ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo
ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo
trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram
acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria
com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas
De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a
satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou
diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees
47
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)
(Continua)
Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001
Neoplasia 532 513 565 0419
Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057
Diabetes mellitus 417 375 489 0077
Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479
Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038
Transtorno mental 357 288 478 0002
Obesidade 254 225 304 0164
Demecircncia 167 156 185 0558
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Nordm comorbidades
Zero 97 129 43 lt0001
1-2 572 620 489
3-4 268 227 340
5 ou mais 62 25 128
Comorbidade autorreferida
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001
Dislipidemia 265 276 245 0583
Diabetes mellitus 237 190 319 0019
Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233
172
340
0002
Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288
Cardiopatias 105 74 160 0030
Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006
Tratamento medicamentoso (n=256)
Sim 848 828 882 0252
Natildeo 152 172 118
Medicamento (n=253)
Anti-hipertensivo 597 528 717 0003
Hipolipemiante 225 224 228 0932
Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057
Diureacutetico 213 168 293 0019
Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150
137
174
0425
Antidepressivo 150 118 207 0058
AINEs 107 81 152 0077
48
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
(Conclusatildeo)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo
arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo
com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo
menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior
prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes
mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo
aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores
elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril
Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara
a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as
proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de
comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema
osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel cognitivo (MEEM)
Alterado 167 178 149 0549
Preservado 833 822 851
PHQ-2 total
ge 3 97 43 191 lt0001
lt 3 903 957 809
PA aferida (n=234)
Normotenso 628 631 624 0911
Hipertenso 372 369 376
Iacutendice de massa corpoacuterea
lt22 116 121 108 0456
22-27 376 401 333
gt27 508 478 559
RCQ
Normal 455 436 489 0404
Elevado 545 564 515
49
uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo
arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental
TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)
Variaacutevel HAS
Total N=248
()
PA alterada
Sim
N=87
()
Natildeo
N=161
()
Natildeo 343 259 741
Sim 657 399 601
Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial
aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo
arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e
quase dois quintos dos sabidamente hipertensos
50
TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com
sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
AUDIT-C (n=253)
Negativo 905 913 891 0570
Positivo 95 87 109
Tabagismo
Tabagista 39 37 43 0664
Natildeo tabagista 642 663 606
Ex-tabagista 319 301 351
Nuacutemero de cigarros que fuma ou
jaacute fumou (n=92)
Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185
Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541
Tempo de tabagismo (n=90)
Menos de 10 anos 244 226 270 0634
Mais de 10 anos 756 774 730
Atividade fiacutesica
Sim 926 951 883 0045
Natildeo 74 49 117
Tipo de atividade fiacutesica
Caminhada 677 712 617 0118
Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055
Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523
Danccedila 101 129 53 0053
Hidroginaacutestica 66 86 32 0094
Biodanza 43 37 53 0537
Outros 175 202 128 0129
Frequecircncia da atividade fiacutesica
4-7 vezes por semana 280 337 181 0008
1-3 vezes por semana 630 601 681
Nunca 89 61 138
51
A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados
apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave
qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees
A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as
variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de
Vida Geral
TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim
nem bom Bom
Muito
Bom
WHOQOL-1
Como avaliaria sua
qualidade de vida
WHOQOL-2
Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede
n 3 5 49 140 60
12 19 191 545 233
Muito
insatisfeito Insatisfeito
Nem
satisfeito nem
insatisfeito
Satisfeito Muito
Satisfeito
n 3 21 40 145 48
12 82 156 564 187
Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q
Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143
Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917
Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600
QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779
Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral
52
GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais
Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
53
TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra
em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
Variaacuteveis
QVG
Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear
WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida
Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001
Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625
Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060
Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348
Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920
WHOQOL-2dagger
Satisfaccedilatildeo com a sauacutede
Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001
Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075
Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181
Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355
Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003
Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -
QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041
54
GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014
Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health
Organization Quality of Life
WHOQOL-1
muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim
QV
G
1000
800
600
400
200
00
WHOQOL-2
muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito
insatisfeitomuito insatisfeito
QV
G
1000
800
600
400
200
00
QV boa e satisfeito sauacutede
simnatildeo
QV
G
1000
800
600
400
200
00
55
TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa
Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Domiacutenios
Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees
sociais
Meio
ambiente
Rho QVG 0655 0722 0842 0622
Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10
correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)
A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico
apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio
ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG
56
GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
57
42 Anaacutelise multivariada
As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)
com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram
Idade
Naturalidade
Trabalham atualmente
Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Nuacutemero de comorbidades
HAS
Diabetes mellitus
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Cardiopatias
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio
Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos
Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral
Antidepressivos
Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide
Recalcificante
Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica
HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia
HF positiva para diabetes mellitus
HF positiva para obesidade
PHQ-2 total
Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica
Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica
58
Caminhada
Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila
Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os
idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a
satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de
vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser
oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do
aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo
para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar
atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)
59
TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p
estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de
vida
Variaacuteveis OR IC (95) p-valor
Naturalidade
BH ou RMBH 100 (ref)
Interior MG 046 024 - 090 0023
Outros 081 023 - 286 0746
Nuacutemero de comorbidades
Zero 100 (ref)
1-2 069 021 - 230 0546
3-4 035 010 - 127 0111
5 ou mais 015 003 - 085 0032
Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida
Natildeo 100 (ref)
Sim 025 007 - 094 0040
Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial
Natildeo 100 (ref)
Sim 035 017 - 070 0003
PHQ-2 total
lt 3 100 (ref)
ge 3 018 006 - 050 0001
Frequecircncia da atividade fiacutesica
Nunca 100 (ref)
1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016
4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001
60
QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa
Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO
Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade
Naturalidade Ser natural do interior de MG
Caracteriacutesticas econocircmicas
Trabalha atualmente Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades
HAS
Diabetes mellitus Cardiopatias
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio
Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral Antidepressivos
Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide
Recalcificante
PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3
HF positiva para HAS HF positiva para AVE
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade
HF positivo para HAS
Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e
4-7x sem)
Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull
da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire
61
5 DISCUSSAtildeO
Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico
econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua
qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas
As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma
predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos
equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ
DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et
al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens
(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com
idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004
LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)
A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo
em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e
vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava
540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000
e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens
idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)
Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as
mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as
mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na
exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes
de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)
Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge
(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados
demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo
estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que
tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995
62
(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)
A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da
senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver
algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)
Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes
na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o
que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)
Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa
fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o
aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer
com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma
relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem
percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos
(LUCCHETTI et al 2011)
Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra
estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de
quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a
porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)
Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo
alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos
A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo
considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes
Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino
fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a
segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os
anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres
(BRASIL 2010)
No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos
(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos
idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas
apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre
os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na
63
correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja
observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade
(anos de estudo)
Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na
relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis
pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos
benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o
fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na
sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)
No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir
casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)
segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a
maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as
condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a
amostra
Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos
tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente
em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado
garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas
sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de
dignidaderdquo
Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos
idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao
encontrado no estudo (202)
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas
Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos
idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave
meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam
ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em
2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)
64
Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de
frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS
indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional
(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede
do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et
al 2013)
No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus
tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim
como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem
confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia
de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos
homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do
que 240 mgdL (elevado)
A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem
de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute
importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na
reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado
por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco
para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do
controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e
crocircnicas (BRASIL 2006)
Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos
princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam
os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle
glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia
intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia
(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na
populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia
Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash
HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se
associam (SBD 2013-2014)
65
Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia
apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais
causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos
idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre
as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias
em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo
supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)
Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de
medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os
diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida
mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso
expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)
antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando
a importacircncia das outras patologias citadas
Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra
estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo
Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006)
A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um
problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre
pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no
metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas
podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do
idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave
prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)
Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao
manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos
colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute
desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011
POON BRAUN 2005)
Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos
66
quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA
aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA
controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados
justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo
enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma
entraram
Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes
ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial
sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em
outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais
inadequados (MOREIRA et al 2008)
Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram
hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o
subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo
essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos
deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico
(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)
Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do
estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar
relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e
independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)
apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo
devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando
anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o
idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal
transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)
O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de
elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre
os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado
para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a
habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas
de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos
67
externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os
processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e
compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em
contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas
aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)
Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda
natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento
cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma
necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees
associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores
educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e
capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual
das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo
que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado
na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados
alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao
prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma
craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais
e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)
Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos
anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido
levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees
decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de
trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da
deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES
et al 2006 MELLO et al 2012)
Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como
deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder
incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento
fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no
68
mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno
para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem
20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para
a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os
decliacutenios funcionais
A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as
diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al
2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de
idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada
(545)
O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado
provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou
endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que
vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial
da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo
(MANCINI 2010)
O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional
por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em
idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura
acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da
quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC
e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e
obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)
Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos
e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave
mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou
que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser
protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)
A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral
especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo
na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees
nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI
69
2005 LIMA DUARTE 2013)
53 Caracteriacutesticas comportamentais
Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala
deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar
precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute
menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social
contemporacircneo (NEVES 2004)
A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar
subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica
por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres
(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida
alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim
a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)
Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o
envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou
dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas
pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo
aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior
sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental
(SILVA 2008)
No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)
mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os
estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de
Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)
e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que
revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187
respectivamente
Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram
fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo
maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante
70
A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de
fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A
nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave
neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a
obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)
O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De
acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o
surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de
cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004
PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede
levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em
geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda
Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)
Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O
tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente
atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de
condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)
Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de
vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute
acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude
da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)
Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior
aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006
ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais
acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer
lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)
Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de
uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o
Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade
vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por
sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30
minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada
71
moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por
semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)
Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo
da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade
fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado
em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4
mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se
as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre
o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o
incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do
Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos
com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo
de sal nos alimentos (BRASIL 2011)
54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada
No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo
confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de
vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e
comportamentais
Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram
Naturalidade
Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso
considerar sua qualidade de vida boa
No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas
Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento
populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento
meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no
setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)
72
Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos
estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas
famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram
constituindo famiacutelia ou natildeo
Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no
estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso
(BORIM BARROS NERI 2012)
Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em
comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas
para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de
melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o
WHOQOL-bref
A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os
idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de
QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do
instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente
rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os
idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas
estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)
Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o
ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio
urbano
Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida
atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural
apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados
obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)
Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e
do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas
diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de
qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que
os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos
que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida
73
mais ativa que levam
Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir
que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida
superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital
pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a
associaccedilatildeo encontrada
Comorbidades
Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma
pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco
ou mais comorbidades
Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que
torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a
promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade
de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)
Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente
relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo
frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um
nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam
maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute
diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)
Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as
escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento
sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS
2011)
Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre
doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al
2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)
Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado
em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta
diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI
74
CICONELLI 2011)
Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas
crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que
focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais
adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo
integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)
A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua
prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso
consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de
isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou
mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua
autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e
com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)
Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem
implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque
para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a
magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco
aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu
uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60
da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo
adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia
aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria
da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)
Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo
gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem
lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza
destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)
Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o
desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas
sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus
fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano
aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias
75
crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool
inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees
em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)
cuidado integral (BRASIL 2011)
Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a
prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e
consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos
Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo
aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa
sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A
ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande
magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de
exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)
Doenccedila do aparelho respiratoacuterio
Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com
idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria
Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar
obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter
progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar
sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)
A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos
acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada
como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et
al 2006)
Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem
reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos
valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo
da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio
respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)
76
Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de
suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de
pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees
respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com
condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas
comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas
pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o
diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente
satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)
Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter
impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir
complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas
no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)
HF positivo para HAS
Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a
pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o
agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a
principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)
No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse
nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo
estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de
doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta
e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo
(BRASIL 2006)
A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas
como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER
2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e
confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que
77
exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem
disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao
maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica
(MIRANDA et al 2002)
Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade
colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas
medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os
tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)
Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na
prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos
puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)
As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura
pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre
elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo
e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)
Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para
o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de
responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees
cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a
melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)
PHQ-total ge 3
Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a
chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais
comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma
patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute
calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10
dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)
Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na
qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo
78
geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo
provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto
negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de
sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG
Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de
vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na
qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007
FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)
Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em
diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de
reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima
solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo
terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema
Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo
papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos
podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma
eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado
vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)
Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa
Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono
familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos
Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave
sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta
prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente
Atividade fiacutesica
Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um
gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente
sua qualidade de vida
No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos
afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute
79
integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia
Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de
30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida
fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o
pratica (REIS SOUZA 2011)
A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas
funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto
os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu
desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio
corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)
Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os
niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial
coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)
Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio
social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de
liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)
Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor
prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos
vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De
acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a
reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a
sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens
Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor
para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram
o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo
experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que
avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de
depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias
cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores
de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a
adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida
Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando
80
praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo
compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de
manter conviacutevio social principalmente entre idosos
Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada
nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE
2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel
(LIMA-COSTA et al 2009)
55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref
O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou
extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o
valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses
foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os
idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte
ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso
a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio
Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados
com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas
informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre
outros
Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida
Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O
IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida
renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos
relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De
acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH
nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e
seguranccedila ambiental
Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas
respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da
qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas
81
externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)
Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui
o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)
para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as
condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas
dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes
(RIO DE JANEIRO 2010)
O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou
indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees
habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)
O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo
apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade
avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees
metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por
exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos
que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE
JANEIRO 2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o
Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado
pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da
distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes
Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte
atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH
condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida
de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem
apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em
contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque
os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente
apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em
locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)
Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O
82
IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede
que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer
para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados
baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees
Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento
de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e
Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas
de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas
de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas
responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)
A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em
nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute
representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em
54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui
os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)
Escolas Municipais 17
Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02
Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10
Creches Conveniadas 37
Escolas Estaduais 41
Hospitais Puacuteblicos 02
Hospitais Particulares 01
Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16
Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01
Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04
Centro de Referecircncia do Idoso 01
Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01
Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01
Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01
Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01
Farmaacutecia Distrital 01
83
Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos
puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos
constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do
ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como
um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras
Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da
miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo
e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)
Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no
municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se
encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash
alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas
e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)
A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser
definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito
concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a
pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve
presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas
mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse
comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de
morte nos idosos (BRASIL 2014)
Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos
como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees
dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo
ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil
como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se
organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos
de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES
MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete
significativamente o meio ambiente no qual ele vive
Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos
84
da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia
contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas
que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de
serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes
de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)
No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL
2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000
habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas
relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de
moradia)
Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento
da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A
campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto
do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os
direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir
qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de
sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)
Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de
assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com
os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)
Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam
negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o
intuito de se buscar possiacuteveis melhorias
56 Limitaccedilotildees do estudo
O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento
Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim
afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas
Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem
como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da
populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o
85
calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa
Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a
inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na
avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras
investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de
referecircncia para idosos
86
6 CONCLUSOtildeES
O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou
como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais
(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria
predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre
60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)
Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram
aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave
moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando
condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da
populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados
Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede
prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)
doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)
Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um
medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)
hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)
Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39
fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade
fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a
realizam de uma a trecircs vezes por semana
Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se
que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751
encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso
constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante
ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)
e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos
Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram
significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser
natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila
do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com
87
pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por
semana e de quatro a sete vezes por semana
Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os
idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida
Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um
grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais
O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e
intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de
vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute
importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a
qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo
realiza eacute no proacuteprio local
Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de
ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo
mais expressivo de idosos do municiacutepio
Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade
de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida
Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo
fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para
confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees
causais entre as variaacuteveis estudadas
Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na
populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O
estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de
poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento
das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem
sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o
acompanhamento e controle da populaccedilatildeo
Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no
trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo
baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em
diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em
88
tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de
enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)
Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio
aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo
do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave
sauacutede
Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta
para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no
centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas
socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam
do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida
desses idosos
Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem
melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o
domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida
Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute
de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos
nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de
diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de
variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e
potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa
populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem
ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de
envelhecimento ativo
89
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UMBELINO GJM Aplicaccedilatildeo do Iacutendice de Qualidade de Vida Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil Rev Bras Est Pop Satildeo Paulo v 24 n 2 p 339-340 juldez 2007 UNITED NATIONS Ageing New York United Nations 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Nuacutecleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG Instituto Jenny de Andrade Faria Belo Horizonte 2014 VASCONCELOS F F et al Utilizaccedilatildeo medicamentosa por idosos de uma Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia de Fortaleza - CE Acta Paulista de Enfermagem Satildeo Paulo v 18 n 2 p 178-183 abrjun 2005 VECCHIA R D et al Qualidade de vida na terceira idade um conceito subjetivo Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v 8 n 3 p 246-252 set 2005 VERAS RP CALDAS PC Promovendo a sauacutede e a cidadania do idoso o movimento das universidades da terceira idade Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 9(2) 423-432 2004 VERAS R Em busca de uma assistecircncia adequada agrave sauacutede do idoso revisatildeo da literatura e aplicaccedilatildeo de um instrumento de detecccedilatildeo precoce e de previsibilidade de agravos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 705-715 maiojun 2003 VERAS R Envelhecimento populacional contemporacircneo demandas desafios e inovaccedilotildees Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 n 3 p 548-554 maiojun 2009 VERAS R Estrateacutegias para o enfrentamento das doenccedilas crocircnicas um modelo em que todos ganham Rev Bras Geriatr 14 (4) 779-789 Rio de Janeiro 2011 VERAS R Foacuterum Envelhecimento populacional e as informaccedilotildees de sauacutede do PNAD demandas e desafios contemporacircneos Introduccedilatildeo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 10 p 2463-2466 out 2007
VIDMAR et al Atividade fiacutesica e qualidade de vida em idosos Revista Sauacutede e Pesquisa v 4 n 3 p 417-424 setdez 2011 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL Versatildeo em
102
portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998a cap 3 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-100 e do WHOQOL-bref Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998b cap 4 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo em portuguecircs do WHOQOL-100 Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998c cap 2
WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Envelhecimento ativo uma poliacutetica de sauacutede Traduccedilatildeo de Suzana Gontijo Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 60 p Traduccedilatildeo de Active ageing a policy framework WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL The World Health Organization Quality of Life assessment Position paper from the World Health Organization Social Science amp Medicine v 41 P 1403-1409 1995 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Towards age-friendly primary health care Geneva WHO 2004 30 p (Active Ageing Series) WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL WHOQOL-bref US Version Washington Universidade de Washington 1997 12 p ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao sedentarismo no lazer em idosos Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 6 p 1329-1338 jun 2007
ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao tabagismo em idosos Inqueacuterito de Sauacutede no Estado de Satildeo Paulo (ISA-SP) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 28 n 3 p 583-595 mar 2012 ZAITUNE MPA et al Hipertensatildeo arterial em idosos prevalecircncia fatores associados e praacuteticas de controle no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(2) 285-294 fev 2006
ZASLAVSKY C GUS I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidades Arq Bras Cardiol volume 79 nordm 6 635-9 2002
103
ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
World Health Organization Quality of Life-bref
104
105
106
Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos
Questionaacuterio nordm _______
Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________
Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________
Endereccedilo _____________________________________________________________________
Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______
Telefone de contato ________________
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Nome completo ______________________________________________________________
Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________
Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo
Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro
Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra
PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -
Vocecirc estaacute trabalhando atualmente
Se sim especifique _____________________
(1) sim (2) natildeo
Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo
Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez
Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo
(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos
(3) entre 3 a 5 salaacuterios
(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos
- MORADIA -
Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo
Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +
Possui banheiro (1) sim (2) natildeo
Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo
Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo
Mora sozinho (1) sim (2) natildeo
Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique grau de parentesco ________________________
Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos
Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos
(4) netos (5) outros ______________________
107
(Continua)
- ESCOLARIDADE -
Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo
Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado
HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA
- AUDIT-C -
Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo
Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4
Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4
Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4
O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente
108
(Continua)
- TABAGISMO -
Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo
Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo
Quantos cigarros vocecirc
fuma (va) por dia
(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica
Haacute quanto tempo vocecirc
fuma (va)
(1) menos de 2
anos
(2) de 2 a 10
anos
(3) mais de 10
anos
(99) natildeo se aplica
- ATIVIDADE FIacuteSICA -
Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo
Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong
(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________
Frequecircncia (1) 1xsemana
(4) nunca
(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana
HISTOacuteRIA CLIacuteNICA
Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo
Se sim qual
( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias
( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________
Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique ________________________________________________________________________
Haacute quanto tempo ______ (em anos)
HISTOacuteRIA FAMILIAR
Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve
Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo
Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo
Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo
Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo
Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo
Obesidade (1) sim (2) natildeo
Cacircncer (1) sim (2) natildeo
Demecircncia (1) sim (2) natildeo
Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo
109
(Conclusatildeo)
The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas
1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3
AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA
Peso medido (kg) _____________
Estatura aferida (m) ___________
IMC ___________ (kgmsup2)
Circunferecircncia cintura (cm) _________
Circunferecircncia quadril (cm) _________
Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____
PRESSAtildeO ARTERIAL
Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)
PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg
PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg
110
ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA
PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
111
112
ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG
113
ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL
SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS
NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
114
ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH
DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
Ficha catalograacutefica elaborada pela Biblioteca J Baeta Vianna ndash Campus Sauacutede UFMG
Miranda Liacutevia Carvalho Viana M672f Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais [manuscrito] Liacutevia Carvalho Viana Miranda - - Belo Horizonte 2014
114f il Orientador Socircnia Maria Soares Aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede e Enfermagem Dissertaccedilatildeo (mestrado) Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem 1 Envelhecimento 2 Idoso 3 Sauacutede do Idoso 4 Qualidade de Vida 5 Dissertaccedilotildees Acadecircmicas I Soares Socircnia Maria II Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem III Tiacutetulo NLM WT 104
Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Enfermagem
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Dissertaccedilatildeo intitulada ldquoFatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro
de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Geraisrdquo de autoria da mestranda Liacutevia Carvalho
Viana Miranda aprovada pela banca examinadora constituiacuteda pelos seguintes professores
______________________________________________________
Profordf Drordf Socircnia Maria Soares - Escola de Enfermagem da UFMG - Orientadora
______________________________________________________ Prof Dr Antocircnio Ignaacutecio Loyola Filho - Escola de Enfermagem da UFMG
______________________________________________________
Dra Karla Cristina Giacomin
______________________________________________________ Prof Dr Francisco Carlos Feacutelix Lana
Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem da UFMG
Belo Horizonte 22 de Dezembro de 2014
Av Professor Alfredo Balena 190 - Belo Horizonte MG - 30130-100 - Brasil - tel (031)3134099855 - fax
(31)34099855
Esta pesquisa eacute vinculada ao Nuacutecleo de
Estudos e Pesquisas em Cuidado e
Desenvolvimento Humano da Escola de
Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais
Dedico este trabalho
Agrave Deus
Pelo dom da vida por me guiar em todos os
meus caminhos e pela paz concedida nos
periacuteodos de dificuldade
Aos meus pais ldquojurdquo e ldquotomrdquo
Pela minha existecircncia pelo apoio e
compreensatildeo nos momentos difiacuteceis Tudo
que sou devo a vocecircs minhas vitoacuterias satildeo
suas
Aos meus queridos irmatildeos ldquoleleordquo e
durdquo
Por me darem forccedila mesmo quando era
difiacutecil entender as minhas ausecircncias
Obrigada por tudo que fazem por mim
Ao meu namorado Thiago
Por ter ficado ao meu lado durante todo
esse periacuteodo e por nunca me deixar
desanimar compreendendo os momentos
em que eu natildeo pude estar com vocecirc Meu
grande companheiro
Agradecimentos especiais
Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares
Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo
Obrigada pela parceria e por sempre
compreender minha situaccedilatildeo Nossa
trajetoacuteria foi marcada por momentos de
ausecircncia vindos de ambas as partes
Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees
as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo
prejudicaram nosso trabalho juntas Que
nossa caminhada continue ainda mais
fortalecida
Agrave Patriacutecia
Nem tenho palavras para agradecer toda
sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito
obrigada por tudo Que essa parceria ainda
colha muitos frutos
Agradecimentos
Aos idosos do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por colaborar com esta pesquisa de
maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs
pela maneira que lidam com o
envelhecimento e como enxergam a vida
com tanta maturidade e sabedoria
Aos familiares
Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e
festejarem comigo as minhas conquistas
Aos meus amigos
Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo
da minha ausecircncia Mas saibam que
agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs
satildeo fundamentais para mim
Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede
Ermelinda
Sem o apoio de todos vocecircs a
concretizaccedilatildeo deste trabalho seria
impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos
momentos de sobrecarga devido agraves minhas
ausecircncias principalmente aos meus
colegas enfermeiros e agrave equipe amarela
Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo
para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero
que este trabalho possa contribuir de
maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave
sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por
tudo
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de
Belo Horizonte em especial ao
Distrito Noroeste
Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu
mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos
seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que
contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede
mais digna e humanizada
Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no
local e por acreditar tanto no que estamos
fazendo Espero que nossos resultados
possam contribuir com o trabalho de vocecircs
Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia
o Centro com tanta competecircncia e amor
Aos demais funcionaacuterios do Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa
Pela receptividade durante todo o periacuteodo
que ficamos no local de trabalho de vocecircs e
pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos
idosos
Aos integrantes do NEPCDH
Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria
desta pesquisa
Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que
colaboraram na coleta de dados
Liacuterica e Francielle
Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo
existiria
Obrigada pela grande parceria
Aos colegas de mestrado
Pelo compartilhamento de alegrias e
frustraccedilotildees
RESUMO
MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local
Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso
ABSTRACT
MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research
Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32
Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e
Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte
MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52
Graacutefico 2
Graacutefico 3
-
-
Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1
WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo
Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54
Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 56
Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida
por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60
LISTA DE TABELAS
1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44
2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45
3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47
4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49
5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50
6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de
QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 53
9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014 55
10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua
sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico
BH
CRPI
-
-
Belo Horizonte
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara
DP - Desvio-padratildeo
EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais
G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV
boasatisfeito
G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou
QV ruiminsatisfeito
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
IQ - Intervalo Interquartil
NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento
Humano
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OR - Odds Ratio
PA - Pressatildeo Arterial
PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios
QVG - Qualidade de Vida Geral
Sm - Salaacuterio Miacutenimo
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede
WHO - World Health Organization
WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group
WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16
12 Objetivo 20
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 Envelhecimento populacional 21
22
221
Qualidade de vida do idoso 23
Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede
24
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27
3 METODOLOGIA 31
31 Tipo de estudo 31
32 Aacuterea e local do estudo 31
33
331
332
Populaccedilatildeo do estudo 31
Caacutelculo amostral 31
Criteacuterios de seleccedilatildeo 32
34 Coleta de dados 33
35 Variaacuteveis do estudo 33
351 Variaacutevel dependente 33
352 Variaacuteveis independentes 34
353 Instrumentos para a coleta de dados 34
36
37
Anaacutelise dos dados 40
Questotildees eacutetico-legais 41
SUMAacuteRIO
4 RESULTADOS 43
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43
42 Anaacutelise multivariada 57
5 DISCUSSAtildeO 61
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63
53 Caracteriacutesticas comportamentais 69
54
55
56
Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71
Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80
Limitaccedilotildees do estudo 84
6 CONCLUSOtildeES 86
REFEREcircNCIAS 89
ANEXOS 103
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
11 Contextualizaccedilatildeo do problema
O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o
Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos
(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes
do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos
ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da
populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em
nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL
2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de
2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta
representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se
encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo
composta por idosos
Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a
fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)
Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60
anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses
desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa
de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou
115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27
anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento
como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais
rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto
institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que
fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)
O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos
mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado
17
estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica
Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em
meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que
expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados
(LEBRAtildeO DUARTE 2003)
Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640
de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que
deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)
Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada
de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a
estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide
populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES
RODRIGUES 2005)
Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX
acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas
mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela
diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e
parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia
inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)
Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as
doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar
incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em
desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas
seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da
sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas
doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)
Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua
que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio
agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)
Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na
sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto
mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento
18
saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al
2010)
As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos
anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para
esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e
regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais
agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que
o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional
isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas
atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)
Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas
quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A
Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como
consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso
tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo
padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade
Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas
consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de
vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo
uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros
meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)
Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo
que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do
sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees
e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla
abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado
psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os
mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)
A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica
por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades
e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de
sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as
19
incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na
velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave
qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves
atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade
acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a
autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)
Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para
a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade
desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o
comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a
famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez
que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice
contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia
autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem
tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et
al 2013)
Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas
Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute
cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de
cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as
conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se
acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o
desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e
universal (CIL 2013)
Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o
desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da
qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo
Horizonte
Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A
falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta
20
importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e
avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos
Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um
modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a
partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os
resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de
rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees
centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio
e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no
atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado
Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem
sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos
que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e
produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os
aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais
ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)
As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento
das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em
detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas
tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento
Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas
em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI
12 Objetivo
Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e
ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Envelhecimento populacional
Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o
envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de
pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)
Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455
anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se
alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia
(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)
Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de
idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo
decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as
modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de
desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo
indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade
cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)
Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se
dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do
conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou
ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte
viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um
mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)
Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos
em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et
al 2013)
Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil
indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos
idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de
doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e
diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos
22
podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares
ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve
ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave
comunidade (OMS 2004)
Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de
idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa
intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os
vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que
os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos
associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se
que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito
de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a
promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)
Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo
ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole
population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na
Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)
que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento
ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a
importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e
na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia
(BOWLING 2009)
No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE
(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos
realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas
Gerais
Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma
aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real
conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo
(VERAS 2009)
23
22 Qualidade de vida do idoso
Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de
difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam
sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento
socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos
quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)
Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que
melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma
das definiccedilotildees mais utilizadas
Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o
conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas
fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu
maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)
Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de
instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um
conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL
Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural
(CANAVARRO et al 2005)
Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute
relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel
socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o
autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos
e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades
diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)
No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as
necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades
de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)
Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com
estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico
ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da
idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente
24
associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e
inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)
Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo
agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas
gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar
dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa
qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)
No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida
em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que
dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007
GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES
ALCHIERI 2010)
Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL
da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem
consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a
subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por
exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos
mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso
(FLECK 2000 FLECK et al 2008)
221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a
promoccedilatildeo da sauacutede
A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de
envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de
otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas
No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a
sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a
manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para
doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)
Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a
25
heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso
objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que
envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para
realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)
O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave
interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos
para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de
formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em
processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da
autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)
A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a
ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL
1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na
sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo
contra a pessoa idosa
A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo
propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou
manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a
permanecircncia no meio em que vivem de forma independente
Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a
capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de
autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o
cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no
envelhecimento ativo (VERAS 2009)
No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da
Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral
integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave
integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL
1996)
Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do
envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade
funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos
26
que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade
funcional restringida (GORDILHO et al 2000)
Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como
objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e
mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos
No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional
de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia
e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos
Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar
recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da
pessoa idosa
Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do
idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo
idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive
Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto
Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover
o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)
O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso
com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de
abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)
Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700
idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de
atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade
de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de
abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)
Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo
fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do
envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de
estrateacutegia
A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade
para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior
participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo
27
estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes
favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS
2004)
Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para
enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus
entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a
constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de
sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo
espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)
Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os
inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas
cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver
accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de
convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar
ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros
(VERAS CALDAS 2004)
Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da
Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso
que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo
agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23
milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL
2010)
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos
Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o
cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa
etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG
em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de
envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e
Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a
sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade
28
do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria
Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)
O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27
consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com
piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades
de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade
para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo
Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas
subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400
procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do
municiacutepio (UFMG 2014)
Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros
e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa
considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa
concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em
conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um
centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o
fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso
o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)
Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de
referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a
qualidade de vida do idoso
Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)
reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para
pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os
idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico
ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de
BH para conquistarem este espaccedilo
O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte
desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal
Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO
29
HORIZONTE 2013)
O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos
direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e
documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento
De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento
tem como objetivos e compromissos
Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e
inclusatildeo social da pessoa idosa
Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional
Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e
elevaccedilatildeo de sua autoestima
Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua
histoacuteria
O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos
Academia da Cidade
Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila
Danccedila de salatildeo
Danccedila cigana
Danccedila Secircnior
Coral
Lian Gong
InformaacuteticaInclusatildeo Digital
Pintura em Tecido
Pintura em Tela
Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)
Show de Talentos
Tarde Danccedilante (Baile)
Vida Ativa
Biodanza
O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos
podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de
30
vagas
Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que
preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida
saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)
31
3 METODOLOGIA
RSO METODOLOacuteG
31 Tipo de estudo
Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes
de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade
de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)
32 Aacuterea e local do estudo
A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas
Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da
populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)
O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590
idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados
33 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos
diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas
331 Caacutelculo Amostral
A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de
referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do
tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra
miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho
populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada
Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa
probabilidade
32
Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos
com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula
descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)
FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)
A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima
preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)
O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal
padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada
Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor
absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25
Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos
cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um
niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando
o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a
amostra final totalizou em 215 idosos
Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima
do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do
local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do
municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a
esse em centros de referecircncias para idosos
332 Criteacuterio de seleccedilatildeo
Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com
idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de
referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave
n
2
2 )1(
d
ppzn
d 2z
2z
2z 5z
33
entrevista
Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que
realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em
participar da pesquisa
34 Coleta de dados
Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes
do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola
de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)
A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave
realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em
Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma
equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica
selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma
mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH
Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por
alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada
entrevistadora
Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo
da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador
(SOARES et al 2013)
35 Variaacuteveis do estudo
351 Variaacutevel dependente
A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por
meio do instrumento WHOQOL-bref
34
352 Variaacuteveis independentes
As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas
socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado
atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir
353 Instrumentos para a coleta de dados
WHOQOL-bref
Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs
do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra
boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003
MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da
OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref
O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui
26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral
(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24
facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em
quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS
1998a)
Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir
de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo
aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia
de todas as facetas (OMS 1998a)
O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de
ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo
(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a
completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)
(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das
respostas variam entre 1 e 5
35
O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo
quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com
sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo
As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de
consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente
e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico
com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em
estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)
Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido
e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do
Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo
Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao
Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)
Mini Exame do Estado Mental
Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame
do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado
mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses
O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes
paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma
delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a
orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs
palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3
pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)
O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior
grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos
o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)
Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para
o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de
educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de
36
escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes
pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para
mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD
DELLAROZA 2012)
Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos
Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o
Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade
estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como
descritos a seguir
- Sexo
Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo
univariado
- Idade
A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a
data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a
69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais
- Naturalidade
Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo
Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais
- Estado civil
Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro
- Religiatildeo
Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra
- Escolaridade
Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo
As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram
considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os
alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de
quatro anos de estudo
- Ocupaccedilatildeo atual
37
Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica
entrou no modelo univariado
- Aposentadoria
Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo
univariado
- Tipo de aposentadoria
Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve
como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado
- Renda familiar
Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em
le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios
miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos
- Moradia e nuacutemero de cocircmodos
Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3
cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui
rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)
Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais
Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram
aplicados descritos a seguir
- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire
Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui
duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)
e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem
esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem
entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma
semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia
de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos
Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade
92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)
38
- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)
Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10
questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do
AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas
perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de
ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute
pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta
Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de
aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge
4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram
adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C
mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado
- Tabagismo
Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou
natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10
cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As
respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas
(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)
- Praacutetica de atividade fiacutesica
Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia
(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)
- Comorbidades
Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)
- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)
A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint
National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL
2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico
A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de
repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio
devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio
Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na
primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente
39
Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees
da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e
hipertenso)
- Uso de medicamento
Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo
- Histoacuteria familiar de doenccedila
Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo
arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto
agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo
obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As
categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo
Dados antropomeacutetricos
As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas
segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)
- Peso
Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca
Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e
estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo
distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg
- Estatura
A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de
peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes
paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo
com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As
naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos
permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era
posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo
plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o
40
topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo
- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)
O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)
sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica
norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27
ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso
- Circunferecircncia de quadril
Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica
flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas
- Circunferecircncia da cintura
Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen
relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do
indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte
superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo
feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm
segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)
- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)
Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a
circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o
valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de
acordo com o preconizado pela OMS (1998)
O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1
Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de
inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos
36 Anaacutelise dos dados
Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o
programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)
A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas
41
expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil
(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as
categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de
Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado
Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os
grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de
variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada
quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste
U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo
parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo
teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem
estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo
multivariado
Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar
as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram
introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os
valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de
confianccedila de 95 (IC 95)
Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios
do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho
A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em
relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida
boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo
ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida
ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou
ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito
insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)
37 Questotildees eacutetico-legais
A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade
Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de
42
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE
do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos
acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava
sendo utilizado para a coleta de dados
O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)
Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em
Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)
Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil
sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de
Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)
43
4 RESULTADOS
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada
De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir
representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269
questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -
cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem
pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se
257 questionaacuterios completos e analisados
Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas
demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas
com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as
quais seratildeo discutidas a posteriori
44
TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)
Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito
satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas
oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a
proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados
fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente
significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a
sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total
N=257 ()
G1
(satisfeito)
N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito)
N=94 () p-valora
Sexo
Homem 175 178 170 0876
Mulher 825 822 830
Idade (anos)
60-69 447 393 543 0025
70-79 447 472 404
ge 80 105 135 53
Naturalidade (n=256)
BH ou RMBH 316 356 247 0144
Interior MG 609 564 688
Outros 74 80 65
Situaccedilatildeo conjugal
Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587
Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340
Religiatildeo
Catoacutelico 724 730 713 0945
Evangeacutelico 136 135 138
Outros 140 135 149
45
TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo
Alfabetizado 899 896 904 0827
Analfabeto 101 104 96
Escolaridade (anos)
lt4 214 190 255 0220
ge4 786 810 745
Trabalha atualmente
Sim 226 258 170 0106
Natildeo 774 742 830
Aposentadoria
Sim 802 798 809 0832
Natildeo 198 202 191
Tipo de Aposentadoria (n=205)
Idade 459 457 461 0594
Tempo de serviccedilo 424 442 395
Invalidez 117 101 145
Renda familiar (sm)
lt 1 191 180 211 0342
1 ˫ 3 402 385 433
3 ˫ 5 279 280 278
ge 5 127 155 78
Casa proacutepria
Sim 883 914 830 0043
Natildeo 117 86 170
Nuacutemero de cocircmodos
1 ndash 3 148 141 160 0688
4 ou mais 852 859 840
Saneamento baacutesico
Rede de esgoto 984 988 979 0625
Banheiro 1000 1000 1000 -
Aacutegua encanada 996 1000 989 0366
Arranjo domiciliar
Mora sozinho 202 202 202 0995
Mora acompanhado 798 798 798
46
Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida
ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo
ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo
trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram
acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria
com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas
De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a
satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou
diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees
47
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)
(Continua)
Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001
Neoplasia 532 513 565 0419
Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057
Diabetes mellitus 417 375 489 0077
Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479
Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038
Transtorno mental 357 288 478 0002
Obesidade 254 225 304 0164
Demecircncia 167 156 185 0558
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Nordm comorbidades
Zero 97 129 43 lt0001
1-2 572 620 489
3-4 268 227 340
5 ou mais 62 25 128
Comorbidade autorreferida
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001
Dislipidemia 265 276 245 0583
Diabetes mellitus 237 190 319 0019
Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233
172
340
0002
Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288
Cardiopatias 105 74 160 0030
Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006
Tratamento medicamentoso (n=256)
Sim 848 828 882 0252
Natildeo 152 172 118
Medicamento (n=253)
Anti-hipertensivo 597 528 717 0003
Hipolipemiante 225 224 228 0932
Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057
Diureacutetico 213 168 293 0019
Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150
137
174
0425
Antidepressivo 150 118 207 0058
AINEs 107 81 152 0077
48
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
(Conclusatildeo)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo
arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo
com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo
menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior
prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes
mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo
aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores
elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril
Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara
a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as
proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de
comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema
osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel cognitivo (MEEM)
Alterado 167 178 149 0549
Preservado 833 822 851
PHQ-2 total
ge 3 97 43 191 lt0001
lt 3 903 957 809
PA aferida (n=234)
Normotenso 628 631 624 0911
Hipertenso 372 369 376
Iacutendice de massa corpoacuterea
lt22 116 121 108 0456
22-27 376 401 333
gt27 508 478 559
RCQ
Normal 455 436 489 0404
Elevado 545 564 515
49
uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo
arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental
TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)
Variaacutevel HAS
Total N=248
()
PA alterada
Sim
N=87
()
Natildeo
N=161
()
Natildeo 343 259 741
Sim 657 399 601
Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial
aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo
arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e
quase dois quintos dos sabidamente hipertensos
50
TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com
sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
AUDIT-C (n=253)
Negativo 905 913 891 0570
Positivo 95 87 109
Tabagismo
Tabagista 39 37 43 0664
Natildeo tabagista 642 663 606
Ex-tabagista 319 301 351
Nuacutemero de cigarros que fuma ou
jaacute fumou (n=92)
Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185
Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541
Tempo de tabagismo (n=90)
Menos de 10 anos 244 226 270 0634
Mais de 10 anos 756 774 730
Atividade fiacutesica
Sim 926 951 883 0045
Natildeo 74 49 117
Tipo de atividade fiacutesica
Caminhada 677 712 617 0118
Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055
Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523
Danccedila 101 129 53 0053
Hidroginaacutestica 66 86 32 0094
Biodanza 43 37 53 0537
Outros 175 202 128 0129
Frequecircncia da atividade fiacutesica
4-7 vezes por semana 280 337 181 0008
1-3 vezes por semana 630 601 681
Nunca 89 61 138
51
A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados
apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave
qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees
A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as
variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de
Vida Geral
TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim
nem bom Bom
Muito
Bom
WHOQOL-1
Como avaliaria sua
qualidade de vida
WHOQOL-2
Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede
n 3 5 49 140 60
12 19 191 545 233
Muito
insatisfeito Insatisfeito
Nem
satisfeito nem
insatisfeito
Satisfeito Muito
Satisfeito
n 3 21 40 145 48
12 82 156 564 187
Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q
Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143
Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917
Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600
QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779
Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral
52
GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais
Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
53
TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra
em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
Variaacuteveis
QVG
Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear
WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida
Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001
Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625
Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060
Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348
Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920
WHOQOL-2dagger
Satisfaccedilatildeo com a sauacutede
Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001
Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075
Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181
Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355
Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003
Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -
QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041
54
GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014
Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health
Organization Quality of Life
WHOQOL-1
muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim
QV
G
1000
800
600
400
200
00
WHOQOL-2
muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito
insatisfeitomuito insatisfeito
QV
G
1000
800
600
400
200
00
QV boa e satisfeito sauacutede
simnatildeo
QV
G
1000
800
600
400
200
00
55
TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa
Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Domiacutenios
Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees
sociais
Meio
ambiente
Rho QVG 0655 0722 0842 0622
Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10
correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)
A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico
apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio
ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG
56
GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
57
42 Anaacutelise multivariada
As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)
com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram
Idade
Naturalidade
Trabalham atualmente
Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Nuacutemero de comorbidades
HAS
Diabetes mellitus
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Cardiopatias
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio
Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos
Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral
Antidepressivos
Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide
Recalcificante
Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica
HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia
HF positiva para diabetes mellitus
HF positiva para obesidade
PHQ-2 total
Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica
Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica
58
Caminhada
Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila
Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os
idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a
satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de
vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser
oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do
aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo
para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar
atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)
59
TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p
estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de
vida
Variaacuteveis OR IC (95) p-valor
Naturalidade
BH ou RMBH 100 (ref)
Interior MG 046 024 - 090 0023
Outros 081 023 - 286 0746
Nuacutemero de comorbidades
Zero 100 (ref)
1-2 069 021 - 230 0546
3-4 035 010 - 127 0111
5 ou mais 015 003 - 085 0032
Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida
Natildeo 100 (ref)
Sim 025 007 - 094 0040
Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial
Natildeo 100 (ref)
Sim 035 017 - 070 0003
PHQ-2 total
lt 3 100 (ref)
ge 3 018 006 - 050 0001
Frequecircncia da atividade fiacutesica
Nunca 100 (ref)
1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016
4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001
60
QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa
Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO
Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade
Naturalidade Ser natural do interior de MG
Caracteriacutesticas econocircmicas
Trabalha atualmente Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades
HAS
Diabetes mellitus Cardiopatias
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio
Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral Antidepressivos
Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide
Recalcificante
PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3
HF positiva para HAS HF positiva para AVE
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade
HF positivo para HAS
Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e
4-7x sem)
Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull
da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire
61
5 DISCUSSAtildeO
Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico
econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua
qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas
As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma
predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos
equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ
DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et
al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens
(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com
idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004
LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)
A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo
em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e
vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava
540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000
e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens
idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)
Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as
mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as
mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na
exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes
de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)
Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge
(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados
demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo
estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que
tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995
62
(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)
A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da
senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver
algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)
Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes
na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o
que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)
Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa
fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o
aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer
com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma
relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem
percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos
(LUCCHETTI et al 2011)
Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra
estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de
quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a
porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)
Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo
alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos
A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo
considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes
Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino
fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a
segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os
anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres
(BRASIL 2010)
No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos
(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos
idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas
apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre
os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na
63
correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja
observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade
(anos de estudo)
Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na
relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis
pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos
benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o
fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na
sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)
No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir
casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)
segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a
maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as
condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a
amostra
Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos
tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente
em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado
garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas
sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de
dignidaderdquo
Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos
idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao
encontrado no estudo (202)
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas
Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos
idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave
meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam
ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em
2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)
64
Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de
frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS
indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional
(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede
do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et
al 2013)
No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus
tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim
como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem
confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia
de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos
homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do
que 240 mgdL (elevado)
A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem
de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute
importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na
reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado
por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco
para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do
controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e
crocircnicas (BRASIL 2006)
Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos
princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam
os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle
glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia
intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia
(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na
populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia
Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash
HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se
associam (SBD 2013-2014)
65
Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia
apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais
causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos
idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre
as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias
em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo
supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)
Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de
medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os
diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida
mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso
expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)
antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando
a importacircncia das outras patologias citadas
Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra
estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo
Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006)
A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um
problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre
pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no
metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas
podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do
idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave
prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)
Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao
manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos
colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute
desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011
POON BRAUN 2005)
Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos
66
quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA
aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA
controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados
justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo
enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma
entraram
Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes
ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial
sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em
outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais
inadequados (MOREIRA et al 2008)
Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram
hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o
subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo
essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos
deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico
(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)
Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do
estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar
relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e
independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)
apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo
devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando
anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o
idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal
transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)
O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de
elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre
os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado
para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a
habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas
de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos
67
externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os
processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e
compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em
contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas
aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)
Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda
natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento
cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma
necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees
associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores
educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e
capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual
das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo
que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado
na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados
alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao
prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma
craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais
e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)
Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos
anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido
levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees
decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de
trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da
deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES
et al 2006 MELLO et al 2012)
Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como
deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder
incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento
fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no
68
mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno
para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem
20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para
a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os
decliacutenios funcionais
A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as
diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al
2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de
idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada
(545)
O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado
provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou
endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que
vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial
da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo
(MANCINI 2010)
O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional
por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em
idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura
acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da
quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC
e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e
obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)
Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos
e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave
mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou
que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser
protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)
A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral
especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo
na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees
nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI
69
2005 LIMA DUARTE 2013)
53 Caracteriacutesticas comportamentais
Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala
deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar
precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute
menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social
contemporacircneo (NEVES 2004)
A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar
subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica
por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres
(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida
alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim
a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)
Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o
envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou
dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas
pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo
aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior
sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental
(SILVA 2008)
No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)
mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os
estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de
Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)
e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que
revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187
respectivamente
Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram
fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo
maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante
70
A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de
fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A
nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave
neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a
obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)
O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De
acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o
surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de
cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004
PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede
levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em
geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda
Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)
Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O
tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente
atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de
condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)
Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de
vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute
acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude
da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)
Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior
aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006
ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais
acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer
lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)
Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de
uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o
Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade
vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por
sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30
minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada
71
moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por
semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)
Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo
da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade
fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado
em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4
mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se
as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre
o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o
incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do
Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos
com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo
de sal nos alimentos (BRASIL 2011)
54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada
No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo
confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de
vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e
comportamentais
Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram
Naturalidade
Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso
considerar sua qualidade de vida boa
No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas
Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento
populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento
meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no
setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)
72
Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos
estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas
famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram
constituindo famiacutelia ou natildeo
Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no
estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso
(BORIM BARROS NERI 2012)
Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em
comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas
para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de
melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o
WHOQOL-bref
A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os
idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de
QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do
instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente
rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os
idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas
estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)
Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o
ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio
urbano
Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida
atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural
apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados
obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)
Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e
do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas
diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de
qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que
os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos
que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida
73
mais ativa que levam
Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir
que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida
superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital
pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a
associaccedilatildeo encontrada
Comorbidades
Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma
pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco
ou mais comorbidades
Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que
torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a
promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade
de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)
Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente
relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo
frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um
nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam
maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute
diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)
Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as
escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento
sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS
2011)
Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre
doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al
2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)
Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado
em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta
diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI
74
CICONELLI 2011)
Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas
crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que
focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais
adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo
integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)
A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua
prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso
consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de
isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou
mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua
autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e
com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)
Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem
implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque
para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a
magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco
aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu
uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60
da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo
adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia
aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria
da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)
Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo
gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem
lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza
destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)
Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o
desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas
sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus
fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano
aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias
75
crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool
inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees
em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)
cuidado integral (BRASIL 2011)
Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a
prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e
consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos
Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo
aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa
sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A
ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande
magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de
exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)
Doenccedila do aparelho respiratoacuterio
Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com
idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria
Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar
obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter
progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar
sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)
A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos
acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada
como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et
al 2006)
Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem
reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos
valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo
da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio
respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)
76
Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de
suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de
pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees
respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com
condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas
comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas
pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o
diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente
satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)
Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter
impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir
complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas
no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)
HF positivo para HAS
Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a
pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o
agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a
principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)
No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse
nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo
estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de
doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta
e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo
(BRASIL 2006)
A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas
como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER
2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e
confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que
77
exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem
disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao
maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica
(MIRANDA et al 2002)
Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade
colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas
medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os
tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)
Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na
prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos
puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)
As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura
pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre
elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo
e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)
Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para
o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de
responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees
cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a
melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)
PHQ-total ge 3
Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a
chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais
comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma
patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute
calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10
dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)
Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na
qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo
78
geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo
provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto
negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de
sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG
Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de
vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na
qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007
FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)
Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em
diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de
reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima
solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo
terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema
Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo
papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos
podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma
eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado
vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)
Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa
Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono
familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos
Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave
sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta
prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente
Atividade fiacutesica
Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um
gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente
sua qualidade de vida
No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos
afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute
79
integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia
Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de
30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida
fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o
pratica (REIS SOUZA 2011)
A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas
funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto
os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu
desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio
corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)
Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os
niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial
coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)
Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio
social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de
liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)
Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor
prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos
vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De
acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a
reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a
sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens
Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor
para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram
o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo
experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que
avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de
depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias
cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores
de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a
adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida
Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando
80
praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo
compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de
manter conviacutevio social principalmente entre idosos
Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada
nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE
2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel
(LIMA-COSTA et al 2009)
55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref
O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou
extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o
valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses
foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os
idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte
ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso
a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio
Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados
com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas
informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre
outros
Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida
Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O
IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida
renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos
relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De
acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH
nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e
seguranccedila ambiental
Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas
respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da
qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas
81
externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)
Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui
o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)
para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as
condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas
dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes
(RIO DE JANEIRO 2010)
O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou
indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees
habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)
O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo
apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade
avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees
metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por
exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos
que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE
JANEIRO 2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o
Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado
pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da
distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes
Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte
atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH
condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida
de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem
apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em
contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque
os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente
apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em
locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)
Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O
82
IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede
que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer
para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados
baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees
Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento
de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e
Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas
de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas
de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas
responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)
A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em
nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute
representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em
54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui
os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)
Escolas Municipais 17
Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02
Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10
Creches Conveniadas 37
Escolas Estaduais 41
Hospitais Puacuteblicos 02
Hospitais Particulares 01
Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16
Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01
Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04
Centro de Referecircncia do Idoso 01
Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01
Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01
Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01
Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01
Farmaacutecia Distrital 01
83
Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos
puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos
constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do
ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como
um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras
Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da
miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo
e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)
Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no
municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se
encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash
alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas
e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)
A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser
definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito
concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a
pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve
presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas
mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse
comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de
morte nos idosos (BRASIL 2014)
Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos
como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees
dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo
ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil
como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se
organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos
de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES
MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete
significativamente o meio ambiente no qual ele vive
Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos
84
da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia
contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas
que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de
serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes
de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)
No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL
2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000
habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas
relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de
moradia)
Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento
da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A
campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto
do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os
direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir
qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de
sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)
Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de
assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com
os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)
Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam
negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o
intuito de se buscar possiacuteveis melhorias
56 Limitaccedilotildees do estudo
O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento
Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim
afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas
Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem
como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da
populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o
85
calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa
Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a
inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na
avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras
investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de
referecircncia para idosos
86
6 CONCLUSOtildeES
O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou
como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais
(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria
predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre
60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)
Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram
aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave
moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando
condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da
populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados
Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede
prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)
doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)
Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um
medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)
hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)
Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39
fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade
fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a
realizam de uma a trecircs vezes por semana
Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se
que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751
encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso
constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante
ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)
e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos
Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram
significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser
natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila
do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com
87
pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por
semana e de quatro a sete vezes por semana
Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os
idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida
Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um
grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais
O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e
intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de
vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute
importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a
qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo
realiza eacute no proacuteprio local
Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de
ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo
mais expressivo de idosos do municiacutepio
Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade
de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida
Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo
fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para
confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees
causais entre as variaacuteveis estudadas
Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na
populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O
estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de
poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento
das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem
sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o
acompanhamento e controle da populaccedilatildeo
Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no
trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo
baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em
diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em
88
tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de
enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)
Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio
aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo
do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave
sauacutede
Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta
para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no
centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas
socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam
do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida
desses idosos
Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem
melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o
domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida
Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute
de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos
nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de
diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de
variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e
potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa
populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem
ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de
envelhecimento ativo
89
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103
ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
World Health Organization Quality of Life-bref
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Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos
Questionaacuterio nordm _______
Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________
Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________
Endereccedilo _____________________________________________________________________
Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______
Telefone de contato ________________
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Nome completo ______________________________________________________________
Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________
Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo
Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro
Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra
PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -
Vocecirc estaacute trabalhando atualmente
Se sim especifique _____________________
(1) sim (2) natildeo
Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo
Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez
Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo
(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos
(3) entre 3 a 5 salaacuterios
(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos
- MORADIA -
Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo
Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +
Possui banheiro (1) sim (2) natildeo
Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo
Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo
Mora sozinho (1) sim (2) natildeo
Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique grau de parentesco ________________________
Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos
Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos
(4) netos (5) outros ______________________
107
(Continua)
- ESCOLARIDADE -
Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo
Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado
HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA
- AUDIT-C -
Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo
Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4
Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4
Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4
O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente
108
(Continua)
- TABAGISMO -
Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo
Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo
Quantos cigarros vocecirc
fuma (va) por dia
(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica
Haacute quanto tempo vocecirc
fuma (va)
(1) menos de 2
anos
(2) de 2 a 10
anos
(3) mais de 10
anos
(99) natildeo se aplica
- ATIVIDADE FIacuteSICA -
Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo
Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong
(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________
Frequecircncia (1) 1xsemana
(4) nunca
(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana
HISTOacuteRIA CLIacuteNICA
Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo
Se sim qual
( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias
( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________
Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique ________________________________________________________________________
Haacute quanto tempo ______ (em anos)
HISTOacuteRIA FAMILIAR
Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve
Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo
Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo
Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo
Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo
Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo
Obesidade (1) sim (2) natildeo
Cacircncer (1) sim (2) natildeo
Demecircncia (1) sim (2) natildeo
Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo
109
(Conclusatildeo)
The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas
1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3
AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA
Peso medido (kg) _____________
Estatura aferida (m) ___________
IMC ___________ (kgmsup2)
Circunferecircncia cintura (cm) _________
Circunferecircncia quadril (cm) _________
Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____
PRESSAtildeO ARTERIAL
Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)
PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg
PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg
110
ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA
PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
111
112
ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG
113
ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL
SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS
NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
114
ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH
DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Enfermagem
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Dissertaccedilatildeo intitulada ldquoFatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro
de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Geraisrdquo de autoria da mestranda Liacutevia Carvalho
Viana Miranda aprovada pela banca examinadora constituiacuteda pelos seguintes professores
______________________________________________________
Profordf Drordf Socircnia Maria Soares - Escola de Enfermagem da UFMG - Orientadora
______________________________________________________ Prof Dr Antocircnio Ignaacutecio Loyola Filho - Escola de Enfermagem da UFMG
______________________________________________________
Dra Karla Cristina Giacomin
______________________________________________________ Prof Dr Francisco Carlos Feacutelix Lana
Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem da UFMG
Belo Horizonte 22 de Dezembro de 2014
Av Professor Alfredo Balena 190 - Belo Horizonte MG - 30130-100 - Brasil - tel (031)3134099855 - fax
(31)34099855
Esta pesquisa eacute vinculada ao Nuacutecleo de
Estudos e Pesquisas em Cuidado e
Desenvolvimento Humano da Escola de
Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais
Dedico este trabalho
Agrave Deus
Pelo dom da vida por me guiar em todos os
meus caminhos e pela paz concedida nos
periacuteodos de dificuldade
Aos meus pais ldquojurdquo e ldquotomrdquo
Pela minha existecircncia pelo apoio e
compreensatildeo nos momentos difiacuteceis Tudo
que sou devo a vocecircs minhas vitoacuterias satildeo
suas
Aos meus queridos irmatildeos ldquoleleordquo e
durdquo
Por me darem forccedila mesmo quando era
difiacutecil entender as minhas ausecircncias
Obrigada por tudo que fazem por mim
Ao meu namorado Thiago
Por ter ficado ao meu lado durante todo
esse periacuteodo e por nunca me deixar
desanimar compreendendo os momentos
em que eu natildeo pude estar com vocecirc Meu
grande companheiro
Agradecimentos especiais
Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares
Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo
Obrigada pela parceria e por sempre
compreender minha situaccedilatildeo Nossa
trajetoacuteria foi marcada por momentos de
ausecircncia vindos de ambas as partes
Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees
as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo
prejudicaram nosso trabalho juntas Que
nossa caminhada continue ainda mais
fortalecida
Agrave Patriacutecia
Nem tenho palavras para agradecer toda
sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito
obrigada por tudo Que essa parceria ainda
colha muitos frutos
Agradecimentos
Aos idosos do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por colaborar com esta pesquisa de
maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs
pela maneira que lidam com o
envelhecimento e como enxergam a vida
com tanta maturidade e sabedoria
Aos familiares
Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e
festejarem comigo as minhas conquistas
Aos meus amigos
Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo
da minha ausecircncia Mas saibam que
agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs
satildeo fundamentais para mim
Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede
Ermelinda
Sem o apoio de todos vocecircs a
concretizaccedilatildeo deste trabalho seria
impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos
momentos de sobrecarga devido agraves minhas
ausecircncias principalmente aos meus
colegas enfermeiros e agrave equipe amarela
Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo
para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero
que este trabalho possa contribuir de
maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave
sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por
tudo
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de
Belo Horizonte em especial ao
Distrito Noroeste
Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu
mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos
seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que
contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede
mais digna e humanizada
Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no
local e por acreditar tanto no que estamos
fazendo Espero que nossos resultados
possam contribuir com o trabalho de vocecircs
Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia
o Centro com tanta competecircncia e amor
Aos demais funcionaacuterios do Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa
Pela receptividade durante todo o periacuteodo
que ficamos no local de trabalho de vocecircs e
pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos
idosos
Aos integrantes do NEPCDH
Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria
desta pesquisa
Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que
colaboraram na coleta de dados
Liacuterica e Francielle
Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo
existiria
Obrigada pela grande parceria
Aos colegas de mestrado
Pelo compartilhamento de alegrias e
frustraccedilotildees
RESUMO
MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local
Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso
ABSTRACT
MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research
Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32
Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e
Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte
MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52
Graacutefico 2
Graacutefico 3
-
-
Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1
WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo
Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54
Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 56
Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida
por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60
LISTA DE TABELAS
1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44
2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45
3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47
4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49
5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50
6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de
QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 53
9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014 55
10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua
sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico
BH
CRPI
-
-
Belo Horizonte
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara
DP - Desvio-padratildeo
EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais
G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV
boasatisfeito
G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou
QV ruiminsatisfeito
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
IQ - Intervalo Interquartil
NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento
Humano
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OR - Odds Ratio
PA - Pressatildeo Arterial
PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios
QVG - Qualidade de Vida Geral
Sm - Salaacuterio Miacutenimo
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede
WHO - World Health Organization
WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group
WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16
12 Objetivo 20
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 Envelhecimento populacional 21
22
221
Qualidade de vida do idoso 23
Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede
24
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27
3 METODOLOGIA 31
31 Tipo de estudo 31
32 Aacuterea e local do estudo 31
33
331
332
Populaccedilatildeo do estudo 31
Caacutelculo amostral 31
Criteacuterios de seleccedilatildeo 32
34 Coleta de dados 33
35 Variaacuteveis do estudo 33
351 Variaacutevel dependente 33
352 Variaacuteveis independentes 34
353 Instrumentos para a coleta de dados 34
36
37
Anaacutelise dos dados 40
Questotildees eacutetico-legais 41
SUMAacuteRIO
4 RESULTADOS 43
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43
42 Anaacutelise multivariada 57
5 DISCUSSAtildeO 61
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63
53 Caracteriacutesticas comportamentais 69
54
55
56
Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71
Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80
Limitaccedilotildees do estudo 84
6 CONCLUSOtildeES 86
REFEREcircNCIAS 89
ANEXOS 103
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
11 Contextualizaccedilatildeo do problema
O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o
Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos
(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes
do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos
ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da
populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em
nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL
2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de
2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta
representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se
encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo
composta por idosos
Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a
fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)
Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60
anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses
desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa
de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou
115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27
anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento
como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais
rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto
institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que
fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)
O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos
mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado
17
estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica
Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em
meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que
expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados
(LEBRAtildeO DUARTE 2003)
Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640
de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que
deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)
Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada
de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a
estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide
populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES
RODRIGUES 2005)
Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX
acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas
mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela
diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e
parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia
inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)
Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as
doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar
incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em
desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas
seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da
sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas
doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)
Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua
que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio
agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)
Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na
sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto
mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento
18
saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al
2010)
As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos
anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para
esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e
regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais
agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que
o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional
isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas
atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)
Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas
quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A
Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como
consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso
tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo
padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade
Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas
consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de
vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo
uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros
meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)
Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo
que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do
sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees
e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla
abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado
psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os
mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)
A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica
por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades
e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de
sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as
19
incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na
velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave
qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves
atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade
acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a
autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)
Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para
a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade
desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o
comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a
famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez
que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice
contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia
autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem
tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et
al 2013)
Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas
Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute
cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de
cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as
conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se
acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o
desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e
universal (CIL 2013)
Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o
desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da
qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo
Horizonte
Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A
falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta
20
importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e
avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos
Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um
modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a
partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os
resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de
rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees
centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio
e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no
atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado
Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem
sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos
que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e
produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os
aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais
ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)
As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento
das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em
detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas
tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento
Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas
em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI
12 Objetivo
Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e
ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Envelhecimento populacional
Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o
envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de
pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)
Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455
anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se
alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia
(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)
Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de
idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo
decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as
modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de
desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo
indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade
cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)
Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se
dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do
conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou
ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte
viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um
mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)
Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos
em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et
al 2013)
Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil
indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos
idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de
doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e
diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos
22
podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares
ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve
ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave
comunidade (OMS 2004)
Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de
idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa
intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os
vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que
os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos
associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se
que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito
de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a
promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)
Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo
ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole
population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na
Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)
que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento
ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a
importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e
na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia
(BOWLING 2009)
No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE
(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos
realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas
Gerais
Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma
aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real
conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo
(VERAS 2009)
23
22 Qualidade de vida do idoso
Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de
difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam
sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento
socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos
quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)
Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que
melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma
das definiccedilotildees mais utilizadas
Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o
conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas
fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu
maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)
Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de
instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um
conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL
Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural
(CANAVARRO et al 2005)
Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute
relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel
socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o
autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos
e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades
diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)
No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as
necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades
de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)
Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com
estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico
ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da
idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente
24
associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e
inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)
Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo
agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas
gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar
dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa
qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)
No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida
em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que
dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007
GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES
ALCHIERI 2010)
Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL
da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem
consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a
subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por
exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos
mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso
(FLECK 2000 FLECK et al 2008)
221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a
promoccedilatildeo da sauacutede
A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de
envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de
otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas
No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a
sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a
manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para
doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)
Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a
25
heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso
objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que
envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para
realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)
O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave
interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos
para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de
formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em
processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da
autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)
A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a
ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL
1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na
sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo
contra a pessoa idosa
A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo
propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou
manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a
permanecircncia no meio em que vivem de forma independente
Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a
capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de
autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o
cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no
envelhecimento ativo (VERAS 2009)
No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da
Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral
integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave
integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL
1996)
Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do
envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade
funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos
26
que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade
funcional restringida (GORDILHO et al 2000)
Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como
objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e
mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos
No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional
de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia
e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos
Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar
recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da
pessoa idosa
Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do
idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo
idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive
Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto
Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover
o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)
O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso
com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de
abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)
Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700
idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de
atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade
de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de
abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)
Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo
fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do
envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de
estrateacutegia
A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade
para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior
participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo
27
estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes
favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS
2004)
Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para
enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus
entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a
constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de
sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo
espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)
Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os
inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas
cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver
accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de
convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar
ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros
(VERAS CALDAS 2004)
Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da
Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso
que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo
agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23
milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL
2010)
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos
Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o
cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa
etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG
em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de
envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e
Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a
sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade
28
do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria
Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)
O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27
consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com
piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades
de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade
para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo
Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas
subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400
procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do
municiacutepio (UFMG 2014)
Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros
e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa
considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa
concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em
conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um
centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o
fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso
o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)
Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de
referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a
qualidade de vida do idoso
Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)
reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para
pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os
idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico
ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de
BH para conquistarem este espaccedilo
O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte
desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal
Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO
29
HORIZONTE 2013)
O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos
direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e
documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento
De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento
tem como objetivos e compromissos
Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e
inclusatildeo social da pessoa idosa
Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional
Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e
elevaccedilatildeo de sua autoestima
Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua
histoacuteria
O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos
Academia da Cidade
Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila
Danccedila de salatildeo
Danccedila cigana
Danccedila Secircnior
Coral
Lian Gong
InformaacuteticaInclusatildeo Digital
Pintura em Tecido
Pintura em Tela
Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)
Show de Talentos
Tarde Danccedilante (Baile)
Vida Ativa
Biodanza
O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos
podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de
30
vagas
Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que
preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida
saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)
31
3 METODOLOGIA
RSO METODOLOacuteG
31 Tipo de estudo
Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes
de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade
de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)
32 Aacuterea e local do estudo
A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas
Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da
populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)
O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590
idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados
33 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos
diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas
331 Caacutelculo Amostral
A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de
referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do
tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra
miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho
populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada
Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa
probabilidade
32
Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos
com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula
descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)
FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)
A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima
preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)
O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal
padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada
Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor
absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25
Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos
cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um
niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando
o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a
amostra final totalizou em 215 idosos
Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima
do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do
local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do
municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a
esse em centros de referecircncias para idosos
332 Criteacuterio de seleccedilatildeo
Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com
idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de
referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave
n
2
2 )1(
d
ppzn
d 2z
2z
2z 5z
33
entrevista
Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que
realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em
participar da pesquisa
34 Coleta de dados
Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes
do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola
de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)
A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave
realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em
Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma
equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica
selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma
mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH
Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por
alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada
entrevistadora
Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo
da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador
(SOARES et al 2013)
35 Variaacuteveis do estudo
351 Variaacutevel dependente
A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por
meio do instrumento WHOQOL-bref
34
352 Variaacuteveis independentes
As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas
socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado
atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir
353 Instrumentos para a coleta de dados
WHOQOL-bref
Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs
do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra
boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003
MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da
OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref
O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui
26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral
(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24
facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em
quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS
1998a)
Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir
de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo
aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia
de todas as facetas (OMS 1998a)
O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de
ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo
(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a
completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)
(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das
respostas variam entre 1 e 5
35
O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo
quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com
sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo
As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de
consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente
e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico
com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em
estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)
Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido
e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do
Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo
Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao
Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)
Mini Exame do Estado Mental
Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame
do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado
mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses
O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes
paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma
delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a
orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs
palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3
pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)
O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior
grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos
o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)
Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para
o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de
educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de
36
escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes
pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para
mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD
DELLAROZA 2012)
Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos
Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o
Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade
estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como
descritos a seguir
- Sexo
Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo
univariado
- Idade
A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a
data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a
69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais
- Naturalidade
Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo
Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais
- Estado civil
Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro
- Religiatildeo
Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra
- Escolaridade
Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo
As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram
considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os
alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de
quatro anos de estudo
- Ocupaccedilatildeo atual
37
Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica
entrou no modelo univariado
- Aposentadoria
Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo
univariado
- Tipo de aposentadoria
Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve
como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado
- Renda familiar
Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em
le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios
miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos
- Moradia e nuacutemero de cocircmodos
Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3
cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui
rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)
Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais
Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram
aplicados descritos a seguir
- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire
Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui
duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)
e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem
esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem
entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma
semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia
de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos
Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade
92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)
38
- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)
Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10
questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do
AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas
perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de
ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute
pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta
Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de
aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge
4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram
adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C
mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado
- Tabagismo
Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou
natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10
cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As
respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas
(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)
- Praacutetica de atividade fiacutesica
Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia
(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)
- Comorbidades
Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)
- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)
A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint
National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL
2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico
A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de
repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio
devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio
Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na
primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente
39
Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees
da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e
hipertenso)
- Uso de medicamento
Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo
- Histoacuteria familiar de doenccedila
Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo
arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto
agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo
obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As
categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo
Dados antropomeacutetricos
As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas
segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)
- Peso
Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca
Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e
estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo
distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg
- Estatura
A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de
peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes
paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo
com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As
naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos
permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era
posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo
plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o
40
topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo
- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)
O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)
sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica
norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27
ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso
- Circunferecircncia de quadril
Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica
flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas
- Circunferecircncia da cintura
Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen
relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do
indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte
superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo
feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm
segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)
- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)
Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a
circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o
valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de
acordo com o preconizado pela OMS (1998)
O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1
Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de
inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos
36 Anaacutelise dos dados
Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o
programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)
A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas
41
expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil
(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as
categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de
Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado
Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os
grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de
variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada
quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste
U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo
parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo
teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem
estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo
multivariado
Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar
as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram
introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os
valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de
confianccedila de 95 (IC 95)
Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios
do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho
A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em
relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida
boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo
ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida
ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou
ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito
insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)
37 Questotildees eacutetico-legais
A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade
Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de
42
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE
do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos
acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava
sendo utilizado para a coleta de dados
O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)
Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em
Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)
Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil
sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de
Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)
43
4 RESULTADOS
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada
De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir
representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269
questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -
cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem
pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se
257 questionaacuterios completos e analisados
Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas
demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas
com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as
quais seratildeo discutidas a posteriori
44
TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)
Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito
satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas
oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a
proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados
fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente
significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a
sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total
N=257 ()
G1
(satisfeito)
N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito)
N=94 () p-valora
Sexo
Homem 175 178 170 0876
Mulher 825 822 830
Idade (anos)
60-69 447 393 543 0025
70-79 447 472 404
ge 80 105 135 53
Naturalidade (n=256)
BH ou RMBH 316 356 247 0144
Interior MG 609 564 688
Outros 74 80 65
Situaccedilatildeo conjugal
Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587
Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340
Religiatildeo
Catoacutelico 724 730 713 0945
Evangeacutelico 136 135 138
Outros 140 135 149
45
TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo
Alfabetizado 899 896 904 0827
Analfabeto 101 104 96
Escolaridade (anos)
lt4 214 190 255 0220
ge4 786 810 745
Trabalha atualmente
Sim 226 258 170 0106
Natildeo 774 742 830
Aposentadoria
Sim 802 798 809 0832
Natildeo 198 202 191
Tipo de Aposentadoria (n=205)
Idade 459 457 461 0594
Tempo de serviccedilo 424 442 395
Invalidez 117 101 145
Renda familiar (sm)
lt 1 191 180 211 0342
1 ˫ 3 402 385 433
3 ˫ 5 279 280 278
ge 5 127 155 78
Casa proacutepria
Sim 883 914 830 0043
Natildeo 117 86 170
Nuacutemero de cocircmodos
1 ndash 3 148 141 160 0688
4 ou mais 852 859 840
Saneamento baacutesico
Rede de esgoto 984 988 979 0625
Banheiro 1000 1000 1000 -
Aacutegua encanada 996 1000 989 0366
Arranjo domiciliar
Mora sozinho 202 202 202 0995
Mora acompanhado 798 798 798
46
Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida
ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo
ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo
trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram
acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria
com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas
De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a
satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou
diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees
47
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)
(Continua)
Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001
Neoplasia 532 513 565 0419
Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057
Diabetes mellitus 417 375 489 0077
Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479
Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038
Transtorno mental 357 288 478 0002
Obesidade 254 225 304 0164
Demecircncia 167 156 185 0558
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Nordm comorbidades
Zero 97 129 43 lt0001
1-2 572 620 489
3-4 268 227 340
5 ou mais 62 25 128
Comorbidade autorreferida
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001
Dislipidemia 265 276 245 0583
Diabetes mellitus 237 190 319 0019
Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233
172
340
0002
Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288
Cardiopatias 105 74 160 0030
Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006
Tratamento medicamentoso (n=256)
Sim 848 828 882 0252
Natildeo 152 172 118
Medicamento (n=253)
Anti-hipertensivo 597 528 717 0003
Hipolipemiante 225 224 228 0932
Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057
Diureacutetico 213 168 293 0019
Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150
137
174
0425
Antidepressivo 150 118 207 0058
AINEs 107 81 152 0077
48
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
(Conclusatildeo)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo
arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo
com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo
menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior
prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes
mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo
aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores
elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril
Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara
a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as
proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de
comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema
osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel cognitivo (MEEM)
Alterado 167 178 149 0549
Preservado 833 822 851
PHQ-2 total
ge 3 97 43 191 lt0001
lt 3 903 957 809
PA aferida (n=234)
Normotenso 628 631 624 0911
Hipertenso 372 369 376
Iacutendice de massa corpoacuterea
lt22 116 121 108 0456
22-27 376 401 333
gt27 508 478 559
RCQ
Normal 455 436 489 0404
Elevado 545 564 515
49
uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo
arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental
TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)
Variaacutevel HAS
Total N=248
()
PA alterada
Sim
N=87
()
Natildeo
N=161
()
Natildeo 343 259 741
Sim 657 399 601
Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial
aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo
arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e
quase dois quintos dos sabidamente hipertensos
50
TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com
sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
AUDIT-C (n=253)
Negativo 905 913 891 0570
Positivo 95 87 109
Tabagismo
Tabagista 39 37 43 0664
Natildeo tabagista 642 663 606
Ex-tabagista 319 301 351
Nuacutemero de cigarros que fuma ou
jaacute fumou (n=92)
Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185
Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541
Tempo de tabagismo (n=90)
Menos de 10 anos 244 226 270 0634
Mais de 10 anos 756 774 730
Atividade fiacutesica
Sim 926 951 883 0045
Natildeo 74 49 117
Tipo de atividade fiacutesica
Caminhada 677 712 617 0118
Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055
Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523
Danccedila 101 129 53 0053
Hidroginaacutestica 66 86 32 0094
Biodanza 43 37 53 0537
Outros 175 202 128 0129
Frequecircncia da atividade fiacutesica
4-7 vezes por semana 280 337 181 0008
1-3 vezes por semana 630 601 681
Nunca 89 61 138
51
A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados
apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave
qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees
A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as
variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de
Vida Geral
TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim
nem bom Bom
Muito
Bom
WHOQOL-1
Como avaliaria sua
qualidade de vida
WHOQOL-2
Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede
n 3 5 49 140 60
12 19 191 545 233
Muito
insatisfeito Insatisfeito
Nem
satisfeito nem
insatisfeito
Satisfeito Muito
Satisfeito
n 3 21 40 145 48
12 82 156 564 187
Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q
Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143
Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917
Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600
QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779
Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral
52
GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais
Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
53
TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra
em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
Variaacuteveis
QVG
Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear
WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida
Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001
Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625
Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060
Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348
Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920
WHOQOL-2dagger
Satisfaccedilatildeo com a sauacutede
Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001
Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075
Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181
Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355
Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003
Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -
QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041
54
GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014
Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health
Organization Quality of Life
WHOQOL-1
muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim
QV
G
1000
800
600
400
200
00
WHOQOL-2
muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito
insatisfeitomuito insatisfeito
QV
G
1000
800
600
400
200
00
QV boa e satisfeito sauacutede
simnatildeo
QV
G
1000
800
600
400
200
00
55
TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa
Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Domiacutenios
Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees
sociais
Meio
ambiente
Rho QVG 0655 0722 0842 0622
Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10
correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)
A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico
apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio
ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG
56
GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
57
42 Anaacutelise multivariada
As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)
com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram
Idade
Naturalidade
Trabalham atualmente
Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Nuacutemero de comorbidades
HAS
Diabetes mellitus
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Cardiopatias
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio
Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos
Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral
Antidepressivos
Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide
Recalcificante
Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica
HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia
HF positiva para diabetes mellitus
HF positiva para obesidade
PHQ-2 total
Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica
Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica
58
Caminhada
Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila
Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os
idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a
satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de
vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser
oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do
aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo
para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar
atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)
59
TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p
estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de
vida
Variaacuteveis OR IC (95) p-valor
Naturalidade
BH ou RMBH 100 (ref)
Interior MG 046 024 - 090 0023
Outros 081 023 - 286 0746
Nuacutemero de comorbidades
Zero 100 (ref)
1-2 069 021 - 230 0546
3-4 035 010 - 127 0111
5 ou mais 015 003 - 085 0032
Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida
Natildeo 100 (ref)
Sim 025 007 - 094 0040
Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial
Natildeo 100 (ref)
Sim 035 017 - 070 0003
PHQ-2 total
lt 3 100 (ref)
ge 3 018 006 - 050 0001
Frequecircncia da atividade fiacutesica
Nunca 100 (ref)
1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016
4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001
60
QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa
Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO
Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade
Naturalidade Ser natural do interior de MG
Caracteriacutesticas econocircmicas
Trabalha atualmente Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades
HAS
Diabetes mellitus Cardiopatias
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio
Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral Antidepressivos
Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide
Recalcificante
PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3
HF positiva para HAS HF positiva para AVE
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade
HF positivo para HAS
Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e
4-7x sem)
Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull
da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire
61
5 DISCUSSAtildeO
Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico
econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua
qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas
As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma
predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos
equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ
DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et
al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens
(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com
idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004
LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)
A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo
em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e
vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava
540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000
e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens
idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)
Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as
mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as
mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na
exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes
de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)
Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge
(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados
demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo
estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que
tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995
62
(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)
A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da
senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver
algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)
Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes
na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o
que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)
Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa
fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o
aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer
com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma
relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem
percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos
(LUCCHETTI et al 2011)
Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra
estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de
quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a
porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)
Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo
alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos
A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo
considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes
Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino
fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a
segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os
anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres
(BRASIL 2010)
No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos
(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos
idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas
apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre
os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na
63
correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja
observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade
(anos de estudo)
Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na
relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis
pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos
benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o
fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na
sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)
No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir
casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)
segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a
maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as
condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a
amostra
Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos
tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente
em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado
garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas
sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de
dignidaderdquo
Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos
idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao
encontrado no estudo (202)
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas
Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos
idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave
meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam
ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em
2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)
64
Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de
frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS
indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional
(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede
do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et
al 2013)
No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus
tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim
como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem
confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia
de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos
homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do
que 240 mgdL (elevado)
A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem
de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute
importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na
reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado
por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco
para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do
controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e
crocircnicas (BRASIL 2006)
Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos
princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam
os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle
glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia
intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia
(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na
populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia
Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash
HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se
associam (SBD 2013-2014)
65
Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia
apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais
causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos
idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre
as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias
em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo
supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)
Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de
medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os
diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida
mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso
expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)
antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando
a importacircncia das outras patologias citadas
Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra
estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo
Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006)
A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um
problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre
pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no
metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas
podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do
idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave
prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)
Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao
manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos
colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute
desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011
POON BRAUN 2005)
Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos
66
quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA
aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA
controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados
justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo
enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma
entraram
Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes
ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial
sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em
outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais
inadequados (MOREIRA et al 2008)
Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram
hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o
subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo
essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos
deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico
(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)
Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do
estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar
relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e
independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)
apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo
devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando
anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o
idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal
transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)
O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de
elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre
os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado
para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a
habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas
de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos
67
externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os
processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e
compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em
contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas
aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)
Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda
natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento
cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma
necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees
associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores
educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e
capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual
das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo
que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado
na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados
alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao
prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma
craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais
e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)
Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos
anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido
levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees
decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de
trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da
deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES
et al 2006 MELLO et al 2012)
Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como
deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder
incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento
fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no
68
mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno
para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem
20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para
a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os
decliacutenios funcionais
A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as
diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al
2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de
idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada
(545)
O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado
provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou
endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que
vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial
da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo
(MANCINI 2010)
O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional
por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em
idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura
acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da
quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC
e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e
obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)
Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos
e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave
mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou
que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser
protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)
A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral
especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo
na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees
nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI
69
2005 LIMA DUARTE 2013)
53 Caracteriacutesticas comportamentais
Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala
deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar
precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute
menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social
contemporacircneo (NEVES 2004)
A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar
subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica
por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres
(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida
alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim
a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)
Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o
envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou
dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas
pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo
aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior
sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental
(SILVA 2008)
No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)
mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os
estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de
Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)
e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que
revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187
respectivamente
Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram
fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo
maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante
70
A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de
fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A
nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave
neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a
obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)
O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De
acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o
surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de
cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004
PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede
levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em
geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda
Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)
Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O
tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente
atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de
condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)
Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de
vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute
acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude
da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)
Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior
aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006
ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais
acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer
lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)
Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de
uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o
Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade
vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por
sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30
minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada
71
moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por
semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)
Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo
da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade
fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado
em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4
mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se
as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre
o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o
incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do
Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos
com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo
de sal nos alimentos (BRASIL 2011)
54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada
No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo
confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de
vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e
comportamentais
Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram
Naturalidade
Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso
considerar sua qualidade de vida boa
No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas
Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento
populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento
meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no
setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)
72
Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos
estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas
famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram
constituindo famiacutelia ou natildeo
Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no
estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso
(BORIM BARROS NERI 2012)
Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em
comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas
para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de
melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o
WHOQOL-bref
A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os
idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de
QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do
instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente
rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os
idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas
estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)
Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o
ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio
urbano
Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida
atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural
apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados
obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)
Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e
do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas
diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de
qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que
os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos
que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida
73
mais ativa que levam
Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir
que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida
superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital
pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a
associaccedilatildeo encontrada
Comorbidades
Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma
pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco
ou mais comorbidades
Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que
torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a
promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade
de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)
Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente
relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo
frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um
nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam
maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute
diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)
Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as
escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento
sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS
2011)
Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre
doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al
2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)
Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado
em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta
diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI
74
CICONELLI 2011)
Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas
crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que
focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais
adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo
integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)
A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua
prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso
consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de
isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou
mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua
autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e
com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)
Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem
implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque
para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a
magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco
aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu
uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60
da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo
adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia
aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria
da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)
Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo
gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem
lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza
destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)
Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o
desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas
sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus
fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano
aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias
75
crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool
inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees
em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)
cuidado integral (BRASIL 2011)
Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a
prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e
consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos
Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo
aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa
sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A
ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande
magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de
exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)
Doenccedila do aparelho respiratoacuterio
Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com
idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria
Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar
obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter
progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar
sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)
A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos
acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada
como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et
al 2006)
Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem
reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos
valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo
da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio
respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)
76
Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de
suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de
pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees
respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com
condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas
comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas
pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o
diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente
satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)
Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter
impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir
complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas
no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)
HF positivo para HAS
Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a
pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o
agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a
principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)
No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse
nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo
estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de
doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta
e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo
(BRASIL 2006)
A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas
como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER
2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e
confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que
77
exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem
disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao
maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica
(MIRANDA et al 2002)
Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade
colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas
medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os
tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)
Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na
prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos
puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)
As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura
pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre
elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo
e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)
Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para
o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de
responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees
cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a
melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)
PHQ-total ge 3
Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a
chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais
comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma
patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute
calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10
dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)
Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na
qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo
78
geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo
provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto
negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de
sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG
Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de
vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na
qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007
FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)
Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em
diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de
reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima
solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo
terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema
Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo
papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos
podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma
eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado
vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)
Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa
Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono
familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos
Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave
sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta
prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente
Atividade fiacutesica
Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um
gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente
sua qualidade de vida
No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos
afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute
79
integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia
Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de
30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida
fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o
pratica (REIS SOUZA 2011)
A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas
funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto
os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu
desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio
corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)
Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os
niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial
coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)
Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio
social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de
liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)
Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor
prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos
vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De
acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a
reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a
sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens
Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor
para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram
o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo
experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que
avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de
depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias
cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores
de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a
adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida
Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando
80
praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo
compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de
manter conviacutevio social principalmente entre idosos
Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada
nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE
2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel
(LIMA-COSTA et al 2009)
55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref
O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou
extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o
valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses
foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os
idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte
ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso
a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio
Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados
com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas
informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre
outros
Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida
Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O
IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida
renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos
relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De
acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH
nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e
seguranccedila ambiental
Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas
respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da
qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas
81
externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)
Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui
o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)
para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as
condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas
dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes
(RIO DE JANEIRO 2010)
O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou
indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees
habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)
O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo
apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade
avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees
metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por
exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos
que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE
JANEIRO 2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o
Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado
pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da
distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes
Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte
atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH
condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida
de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem
apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em
contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque
os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente
apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em
locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)
Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O
82
IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede
que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer
para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados
baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees
Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento
de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e
Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas
de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas
de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas
responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)
A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em
nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute
representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em
54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui
os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)
Escolas Municipais 17
Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02
Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10
Creches Conveniadas 37
Escolas Estaduais 41
Hospitais Puacuteblicos 02
Hospitais Particulares 01
Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16
Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01
Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04
Centro de Referecircncia do Idoso 01
Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01
Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01
Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01
Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01
Farmaacutecia Distrital 01
83
Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos
puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos
constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do
ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como
um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras
Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da
miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo
e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)
Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no
municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se
encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash
alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas
e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)
A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser
definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito
concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a
pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve
presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas
mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse
comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de
morte nos idosos (BRASIL 2014)
Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos
como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees
dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo
ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil
como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se
organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos
de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES
MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete
significativamente o meio ambiente no qual ele vive
Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos
84
da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia
contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas
que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de
serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes
de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)
No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL
2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000
habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas
relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de
moradia)
Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento
da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A
campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto
do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os
direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir
qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de
sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)
Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de
assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com
os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)
Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam
negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o
intuito de se buscar possiacuteveis melhorias
56 Limitaccedilotildees do estudo
O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento
Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim
afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas
Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem
como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da
populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o
85
calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa
Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a
inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na
avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras
investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de
referecircncia para idosos
86
6 CONCLUSOtildeES
O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou
como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais
(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria
predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre
60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)
Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram
aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave
moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando
condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da
populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados
Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede
prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)
doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)
Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um
medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)
hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)
Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39
fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade
fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a
realizam de uma a trecircs vezes por semana
Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se
que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751
encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso
constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante
ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)
e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos
Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram
significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser
natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila
do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com
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pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por
semana e de quatro a sete vezes por semana
Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os
idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida
Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um
grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais
O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e
intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de
vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute
importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a
qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo
realiza eacute no proacuteprio local
Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de
ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo
mais expressivo de idosos do municiacutepio
Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade
de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida
Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo
fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para
confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees
causais entre as variaacuteveis estudadas
Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na
populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O
estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de
poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento
das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem
sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o
acompanhamento e controle da populaccedilatildeo
Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no
trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo
baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em
diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em
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tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de
enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)
Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio
aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo
do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave
sauacutede
Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta
para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no
centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas
socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam
do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida
desses idosos
Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem
melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o
domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida
Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute
de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos
nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de
diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de
variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e
potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa
populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem
ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de
envelhecimento ativo
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103
ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
World Health Organization Quality of Life-bref
104
105
106
Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos
Questionaacuterio nordm _______
Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________
Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________
Endereccedilo _____________________________________________________________________
Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______
Telefone de contato ________________
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Nome completo ______________________________________________________________
Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________
Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo
Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro
Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra
PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -
Vocecirc estaacute trabalhando atualmente
Se sim especifique _____________________
(1) sim (2) natildeo
Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo
Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez
Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo
(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos
(3) entre 3 a 5 salaacuterios
(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos
- MORADIA -
Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo
Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +
Possui banheiro (1) sim (2) natildeo
Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo
Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo
Mora sozinho (1) sim (2) natildeo
Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique grau de parentesco ________________________
Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos
Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos
(4) netos (5) outros ______________________
107
(Continua)
- ESCOLARIDADE -
Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo
Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado
HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA
- AUDIT-C -
Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo
Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4
Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4
Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4
O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente
108
(Continua)
- TABAGISMO -
Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo
Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo
Quantos cigarros vocecirc
fuma (va) por dia
(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica
Haacute quanto tempo vocecirc
fuma (va)
(1) menos de 2
anos
(2) de 2 a 10
anos
(3) mais de 10
anos
(99) natildeo se aplica
- ATIVIDADE FIacuteSICA -
Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo
Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong
(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________
Frequecircncia (1) 1xsemana
(4) nunca
(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana
HISTOacuteRIA CLIacuteNICA
Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo
Se sim qual
( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias
( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________
Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique ________________________________________________________________________
Haacute quanto tempo ______ (em anos)
HISTOacuteRIA FAMILIAR
Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve
Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo
Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo
Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo
Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo
Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo
Obesidade (1) sim (2) natildeo
Cacircncer (1) sim (2) natildeo
Demecircncia (1) sim (2) natildeo
Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo
109
(Conclusatildeo)
The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas
1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3
AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA
Peso medido (kg) _____________
Estatura aferida (m) ___________
IMC ___________ (kgmsup2)
Circunferecircncia cintura (cm) _________
Circunferecircncia quadril (cm) _________
Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____
PRESSAtildeO ARTERIAL
Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)
PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg
PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg
110
ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA
PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
111
112
ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG
113
ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL
SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS
NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
114
ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH
DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
Esta pesquisa eacute vinculada ao Nuacutecleo de
Estudos e Pesquisas em Cuidado e
Desenvolvimento Humano da Escola de
Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais
Dedico este trabalho
Agrave Deus
Pelo dom da vida por me guiar em todos os
meus caminhos e pela paz concedida nos
periacuteodos de dificuldade
Aos meus pais ldquojurdquo e ldquotomrdquo
Pela minha existecircncia pelo apoio e
compreensatildeo nos momentos difiacuteceis Tudo
que sou devo a vocecircs minhas vitoacuterias satildeo
suas
Aos meus queridos irmatildeos ldquoleleordquo e
durdquo
Por me darem forccedila mesmo quando era
difiacutecil entender as minhas ausecircncias
Obrigada por tudo que fazem por mim
Ao meu namorado Thiago
Por ter ficado ao meu lado durante todo
esse periacuteodo e por nunca me deixar
desanimar compreendendo os momentos
em que eu natildeo pude estar com vocecirc Meu
grande companheiro
Agradecimentos especiais
Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares
Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo
Obrigada pela parceria e por sempre
compreender minha situaccedilatildeo Nossa
trajetoacuteria foi marcada por momentos de
ausecircncia vindos de ambas as partes
Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees
as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo
prejudicaram nosso trabalho juntas Que
nossa caminhada continue ainda mais
fortalecida
Agrave Patriacutecia
Nem tenho palavras para agradecer toda
sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito
obrigada por tudo Que essa parceria ainda
colha muitos frutos
Agradecimentos
Aos idosos do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por colaborar com esta pesquisa de
maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs
pela maneira que lidam com o
envelhecimento e como enxergam a vida
com tanta maturidade e sabedoria
Aos familiares
Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e
festejarem comigo as minhas conquistas
Aos meus amigos
Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo
da minha ausecircncia Mas saibam que
agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs
satildeo fundamentais para mim
Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede
Ermelinda
Sem o apoio de todos vocecircs a
concretizaccedilatildeo deste trabalho seria
impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos
momentos de sobrecarga devido agraves minhas
ausecircncias principalmente aos meus
colegas enfermeiros e agrave equipe amarela
Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo
para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero
que este trabalho possa contribuir de
maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave
sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por
tudo
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de
Belo Horizonte em especial ao
Distrito Noroeste
Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu
mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos
seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que
contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede
mais digna e humanizada
Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no
local e por acreditar tanto no que estamos
fazendo Espero que nossos resultados
possam contribuir com o trabalho de vocecircs
Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia
o Centro com tanta competecircncia e amor
Aos demais funcionaacuterios do Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa
Pela receptividade durante todo o periacuteodo
que ficamos no local de trabalho de vocecircs e
pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos
idosos
Aos integrantes do NEPCDH
Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria
desta pesquisa
Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que
colaboraram na coleta de dados
Liacuterica e Francielle
Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo
existiria
Obrigada pela grande parceria
Aos colegas de mestrado
Pelo compartilhamento de alegrias e
frustraccedilotildees
RESUMO
MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local
Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso
ABSTRACT
MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research
Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32
Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e
Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte
MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52
Graacutefico 2
Graacutefico 3
-
-
Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1
WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo
Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54
Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 56
Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida
por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60
LISTA DE TABELAS
1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44
2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45
3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47
4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49
5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50
6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de
QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 53
9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014 55
10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua
sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico
BH
CRPI
-
-
Belo Horizonte
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara
DP - Desvio-padratildeo
EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais
G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV
boasatisfeito
G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou
QV ruiminsatisfeito
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
IQ - Intervalo Interquartil
NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento
Humano
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OR - Odds Ratio
PA - Pressatildeo Arterial
PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios
QVG - Qualidade de Vida Geral
Sm - Salaacuterio Miacutenimo
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede
WHO - World Health Organization
WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group
WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16
12 Objetivo 20
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 Envelhecimento populacional 21
22
221
Qualidade de vida do idoso 23
Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede
24
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27
3 METODOLOGIA 31
31 Tipo de estudo 31
32 Aacuterea e local do estudo 31
33
331
332
Populaccedilatildeo do estudo 31
Caacutelculo amostral 31
Criteacuterios de seleccedilatildeo 32
34 Coleta de dados 33
35 Variaacuteveis do estudo 33
351 Variaacutevel dependente 33
352 Variaacuteveis independentes 34
353 Instrumentos para a coleta de dados 34
36
37
Anaacutelise dos dados 40
Questotildees eacutetico-legais 41
SUMAacuteRIO
4 RESULTADOS 43
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43
42 Anaacutelise multivariada 57
5 DISCUSSAtildeO 61
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63
53 Caracteriacutesticas comportamentais 69
54
55
56
Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71
Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80
Limitaccedilotildees do estudo 84
6 CONCLUSOtildeES 86
REFEREcircNCIAS 89
ANEXOS 103
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
11 Contextualizaccedilatildeo do problema
O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o
Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos
(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes
do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos
ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da
populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em
nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL
2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de
2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta
representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se
encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo
composta por idosos
Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a
fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)
Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60
anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses
desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa
de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou
115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27
anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento
como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais
rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto
institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que
fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)
O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos
mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado
17
estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica
Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em
meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que
expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados
(LEBRAtildeO DUARTE 2003)
Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640
de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que
deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)
Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada
de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a
estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide
populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES
RODRIGUES 2005)
Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX
acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas
mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela
diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e
parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia
inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)
Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as
doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar
incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em
desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas
seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da
sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas
doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)
Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua
que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio
agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)
Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na
sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto
mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento
18
saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al
2010)
As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos
anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para
esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e
regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais
agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que
o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional
isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas
atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)
Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas
quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A
Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como
consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso
tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo
padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade
Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas
consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de
vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo
uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros
meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)
Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo
que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do
sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees
e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla
abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado
psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os
mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)
A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica
por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades
e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de
sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as
19
incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na
velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave
qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves
atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade
acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a
autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)
Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para
a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade
desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o
comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a
famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez
que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice
contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia
autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem
tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et
al 2013)
Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas
Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute
cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de
cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as
conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se
acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o
desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e
universal (CIL 2013)
Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o
desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da
qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo
Horizonte
Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A
falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta
20
importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e
avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos
Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um
modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a
partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os
resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de
rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees
centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio
e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no
atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado
Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem
sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos
que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e
produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os
aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais
ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)
As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento
das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em
detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas
tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento
Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas
em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI
12 Objetivo
Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e
ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Envelhecimento populacional
Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o
envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de
pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)
Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455
anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se
alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia
(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)
Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de
idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo
decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as
modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de
desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo
indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade
cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)
Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se
dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do
conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou
ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte
viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um
mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)
Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos
em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et
al 2013)
Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil
indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos
idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de
doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e
diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos
22
podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares
ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve
ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave
comunidade (OMS 2004)
Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de
idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa
intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os
vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que
os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos
associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se
que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito
de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a
promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)
Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo
ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole
population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na
Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)
que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento
ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a
importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e
na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia
(BOWLING 2009)
No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE
(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos
realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas
Gerais
Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma
aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real
conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo
(VERAS 2009)
23
22 Qualidade de vida do idoso
Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de
difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam
sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento
socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos
quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)
Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que
melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma
das definiccedilotildees mais utilizadas
Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o
conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas
fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu
maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)
Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de
instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um
conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL
Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural
(CANAVARRO et al 2005)
Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute
relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel
socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o
autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos
e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades
diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)
No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as
necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades
de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)
Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com
estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico
ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da
idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente
24
associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e
inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)
Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo
agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas
gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar
dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa
qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)
No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida
em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que
dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007
GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES
ALCHIERI 2010)
Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL
da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem
consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a
subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por
exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos
mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso
(FLECK 2000 FLECK et al 2008)
221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a
promoccedilatildeo da sauacutede
A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de
envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de
otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas
No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a
sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a
manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para
doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)
Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a
25
heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso
objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que
envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para
realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)
O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave
interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos
para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de
formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em
processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da
autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)
A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a
ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL
1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na
sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo
contra a pessoa idosa
A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo
propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou
manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a
permanecircncia no meio em que vivem de forma independente
Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a
capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de
autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o
cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no
envelhecimento ativo (VERAS 2009)
No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da
Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral
integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave
integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL
1996)
Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do
envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade
funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos
26
que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade
funcional restringida (GORDILHO et al 2000)
Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como
objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e
mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos
No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional
de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia
e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos
Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar
recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da
pessoa idosa
Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do
idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo
idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive
Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto
Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover
o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)
O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso
com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de
abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)
Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700
idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de
atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade
de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de
abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)
Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo
fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do
envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de
estrateacutegia
A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade
para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior
participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo
27
estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes
favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS
2004)
Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para
enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus
entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a
constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de
sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo
espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)
Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os
inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas
cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver
accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de
convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar
ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros
(VERAS CALDAS 2004)
Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da
Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso
que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo
agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23
milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL
2010)
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos
Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o
cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa
etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG
em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de
envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e
Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a
sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade
28
do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria
Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)
O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27
consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com
piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades
de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade
para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo
Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas
subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400
procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do
municiacutepio (UFMG 2014)
Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros
e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa
considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa
concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em
conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um
centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o
fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso
o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)
Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de
referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a
qualidade de vida do idoso
Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)
reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para
pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os
idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico
ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de
BH para conquistarem este espaccedilo
O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte
desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal
Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO
29
HORIZONTE 2013)
O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos
direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e
documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento
De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento
tem como objetivos e compromissos
Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e
inclusatildeo social da pessoa idosa
Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional
Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e
elevaccedilatildeo de sua autoestima
Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua
histoacuteria
O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos
Academia da Cidade
Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila
Danccedila de salatildeo
Danccedila cigana
Danccedila Secircnior
Coral
Lian Gong
InformaacuteticaInclusatildeo Digital
Pintura em Tecido
Pintura em Tela
Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)
Show de Talentos
Tarde Danccedilante (Baile)
Vida Ativa
Biodanza
O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos
podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de
30
vagas
Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que
preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida
saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)
31
3 METODOLOGIA
RSO METODOLOacuteG
31 Tipo de estudo
Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes
de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade
de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)
32 Aacuterea e local do estudo
A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas
Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da
populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)
O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590
idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados
33 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos
diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas
331 Caacutelculo Amostral
A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de
referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do
tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra
miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho
populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada
Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa
probabilidade
32
Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos
com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula
descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)
FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)
A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima
preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)
O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal
padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada
Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor
absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25
Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos
cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um
niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando
o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a
amostra final totalizou em 215 idosos
Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima
do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do
local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do
municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a
esse em centros de referecircncias para idosos
332 Criteacuterio de seleccedilatildeo
Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com
idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de
referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave
n
2
2 )1(
d
ppzn
d 2z
2z
2z 5z
33
entrevista
Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que
realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em
participar da pesquisa
34 Coleta de dados
Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes
do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola
de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)
A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave
realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em
Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma
equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica
selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma
mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH
Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por
alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada
entrevistadora
Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo
da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador
(SOARES et al 2013)
35 Variaacuteveis do estudo
351 Variaacutevel dependente
A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por
meio do instrumento WHOQOL-bref
34
352 Variaacuteveis independentes
As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas
socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado
atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir
353 Instrumentos para a coleta de dados
WHOQOL-bref
Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs
do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra
boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003
MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da
OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref
O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui
26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral
(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24
facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em
quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS
1998a)
Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir
de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo
aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia
de todas as facetas (OMS 1998a)
O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de
ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo
(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a
completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)
(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das
respostas variam entre 1 e 5
35
O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo
quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com
sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo
As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de
consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente
e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico
com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em
estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)
Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido
e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do
Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo
Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao
Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)
Mini Exame do Estado Mental
Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame
do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado
mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses
O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes
paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma
delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a
orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs
palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3
pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)
O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior
grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos
o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)
Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para
o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de
educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de
36
escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes
pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para
mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD
DELLAROZA 2012)
Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos
Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o
Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade
estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como
descritos a seguir
- Sexo
Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo
univariado
- Idade
A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a
data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a
69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais
- Naturalidade
Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo
Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais
- Estado civil
Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro
- Religiatildeo
Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra
- Escolaridade
Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo
As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram
considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os
alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de
quatro anos de estudo
- Ocupaccedilatildeo atual
37
Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica
entrou no modelo univariado
- Aposentadoria
Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo
univariado
- Tipo de aposentadoria
Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve
como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado
- Renda familiar
Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em
le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios
miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos
- Moradia e nuacutemero de cocircmodos
Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3
cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui
rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)
Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais
Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram
aplicados descritos a seguir
- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire
Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui
duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)
e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem
esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem
entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma
semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia
de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos
Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade
92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)
38
- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)
Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10
questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do
AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas
perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de
ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute
pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta
Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de
aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge
4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram
adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C
mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado
- Tabagismo
Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou
natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10
cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As
respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas
(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)
- Praacutetica de atividade fiacutesica
Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia
(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)
- Comorbidades
Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)
- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)
A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint
National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL
2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico
A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de
repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio
devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio
Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na
primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente
39
Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees
da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e
hipertenso)
- Uso de medicamento
Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo
- Histoacuteria familiar de doenccedila
Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo
arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto
agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo
obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As
categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo
Dados antropomeacutetricos
As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas
segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)
- Peso
Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca
Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e
estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo
distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg
- Estatura
A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de
peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes
paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo
com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As
naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos
permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era
posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo
plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o
40
topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo
- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)
O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)
sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica
norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27
ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso
- Circunferecircncia de quadril
Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica
flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas
- Circunferecircncia da cintura
Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen
relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do
indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte
superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo
feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm
segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)
- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)
Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a
circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o
valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de
acordo com o preconizado pela OMS (1998)
O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1
Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de
inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos
36 Anaacutelise dos dados
Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o
programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)
A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas
41
expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil
(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as
categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de
Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado
Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os
grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de
variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada
quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste
U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo
parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo
teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem
estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo
multivariado
Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar
as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram
introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os
valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de
confianccedila de 95 (IC 95)
Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios
do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho
A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em
relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida
boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo
ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida
ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou
ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito
insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)
37 Questotildees eacutetico-legais
A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade
Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de
42
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE
do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos
acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava
sendo utilizado para a coleta de dados
O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)
Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em
Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)
Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil
sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de
Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)
43
4 RESULTADOS
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada
De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir
representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269
questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -
cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem
pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se
257 questionaacuterios completos e analisados
Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas
demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas
com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as
quais seratildeo discutidas a posteriori
44
TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)
Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito
satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas
oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a
proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados
fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente
significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a
sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total
N=257 ()
G1
(satisfeito)
N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito)
N=94 () p-valora
Sexo
Homem 175 178 170 0876
Mulher 825 822 830
Idade (anos)
60-69 447 393 543 0025
70-79 447 472 404
ge 80 105 135 53
Naturalidade (n=256)
BH ou RMBH 316 356 247 0144
Interior MG 609 564 688
Outros 74 80 65
Situaccedilatildeo conjugal
Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587
Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340
Religiatildeo
Catoacutelico 724 730 713 0945
Evangeacutelico 136 135 138
Outros 140 135 149
45
TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo
Alfabetizado 899 896 904 0827
Analfabeto 101 104 96
Escolaridade (anos)
lt4 214 190 255 0220
ge4 786 810 745
Trabalha atualmente
Sim 226 258 170 0106
Natildeo 774 742 830
Aposentadoria
Sim 802 798 809 0832
Natildeo 198 202 191
Tipo de Aposentadoria (n=205)
Idade 459 457 461 0594
Tempo de serviccedilo 424 442 395
Invalidez 117 101 145
Renda familiar (sm)
lt 1 191 180 211 0342
1 ˫ 3 402 385 433
3 ˫ 5 279 280 278
ge 5 127 155 78
Casa proacutepria
Sim 883 914 830 0043
Natildeo 117 86 170
Nuacutemero de cocircmodos
1 ndash 3 148 141 160 0688
4 ou mais 852 859 840
Saneamento baacutesico
Rede de esgoto 984 988 979 0625
Banheiro 1000 1000 1000 -
Aacutegua encanada 996 1000 989 0366
Arranjo domiciliar
Mora sozinho 202 202 202 0995
Mora acompanhado 798 798 798
46
Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida
ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo
ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo
trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram
acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria
com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas
De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a
satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou
diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees
47
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)
(Continua)
Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001
Neoplasia 532 513 565 0419
Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057
Diabetes mellitus 417 375 489 0077
Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479
Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038
Transtorno mental 357 288 478 0002
Obesidade 254 225 304 0164
Demecircncia 167 156 185 0558
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Nordm comorbidades
Zero 97 129 43 lt0001
1-2 572 620 489
3-4 268 227 340
5 ou mais 62 25 128
Comorbidade autorreferida
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001
Dislipidemia 265 276 245 0583
Diabetes mellitus 237 190 319 0019
Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233
172
340
0002
Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288
Cardiopatias 105 74 160 0030
Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006
Tratamento medicamentoso (n=256)
Sim 848 828 882 0252
Natildeo 152 172 118
Medicamento (n=253)
Anti-hipertensivo 597 528 717 0003
Hipolipemiante 225 224 228 0932
Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057
Diureacutetico 213 168 293 0019
Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150
137
174
0425
Antidepressivo 150 118 207 0058
AINEs 107 81 152 0077
48
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
(Conclusatildeo)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo
arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo
com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo
menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior
prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes
mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo
aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores
elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril
Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara
a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as
proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de
comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema
osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel cognitivo (MEEM)
Alterado 167 178 149 0549
Preservado 833 822 851
PHQ-2 total
ge 3 97 43 191 lt0001
lt 3 903 957 809
PA aferida (n=234)
Normotenso 628 631 624 0911
Hipertenso 372 369 376
Iacutendice de massa corpoacuterea
lt22 116 121 108 0456
22-27 376 401 333
gt27 508 478 559
RCQ
Normal 455 436 489 0404
Elevado 545 564 515
49
uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo
arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental
TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)
Variaacutevel HAS
Total N=248
()
PA alterada
Sim
N=87
()
Natildeo
N=161
()
Natildeo 343 259 741
Sim 657 399 601
Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial
aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo
arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e
quase dois quintos dos sabidamente hipertensos
50
TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com
sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
AUDIT-C (n=253)
Negativo 905 913 891 0570
Positivo 95 87 109
Tabagismo
Tabagista 39 37 43 0664
Natildeo tabagista 642 663 606
Ex-tabagista 319 301 351
Nuacutemero de cigarros que fuma ou
jaacute fumou (n=92)
Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185
Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541
Tempo de tabagismo (n=90)
Menos de 10 anos 244 226 270 0634
Mais de 10 anos 756 774 730
Atividade fiacutesica
Sim 926 951 883 0045
Natildeo 74 49 117
Tipo de atividade fiacutesica
Caminhada 677 712 617 0118
Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055
Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523
Danccedila 101 129 53 0053
Hidroginaacutestica 66 86 32 0094
Biodanza 43 37 53 0537
Outros 175 202 128 0129
Frequecircncia da atividade fiacutesica
4-7 vezes por semana 280 337 181 0008
1-3 vezes por semana 630 601 681
Nunca 89 61 138
51
A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados
apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave
qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees
A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as
variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de
Vida Geral
TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim
nem bom Bom
Muito
Bom
WHOQOL-1
Como avaliaria sua
qualidade de vida
WHOQOL-2
Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede
n 3 5 49 140 60
12 19 191 545 233
Muito
insatisfeito Insatisfeito
Nem
satisfeito nem
insatisfeito
Satisfeito Muito
Satisfeito
n 3 21 40 145 48
12 82 156 564 187
Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q
Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143
Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917
Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600
QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779
Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral
52
GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais
Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
53
TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra
em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
Variaacuteveis
QVG
Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear
WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida
Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001
Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625
Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060
Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348
Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920
WHOQOL-2dagger
Satisfaccedilatildeo com a sauacutede
Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001
Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075
Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181
Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355
Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003
Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -
QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041
54
GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014
Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health
Organization Quality of Life
WHOQOL-1
muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim
QV
G
1000
800
600
400
200
00
WHOQOL-2
muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito
insatisfeitomuito insatisfeito
QV
G
1000
800
600
400
200
00
QV boa e satisfeito sauacutede
simnatildeo
QV
G
1000
800
600
400
200
00
55
TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa
Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Domiacutenios
Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees
sociais
Meio
ambiente
Rho QVG 0655 0722 0842 0622
Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10
correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)
A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico
apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio
ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG
56
GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
57
42 Anaacutelise multivariada
As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)
com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram
Idade
Naturalidade
Trabalham atualmente
Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Nuacutemero de comorbidades
HAS
Diabetes mellitus
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Cardiopatias
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio
Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos
Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral
Antidepressivos
Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide
Recalcificante
Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica
HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia
HF positiva para diabetes mellitus
HF positiva para obesidade
PHQ-2 total
Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica
Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica
58
Caminhada
Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila
Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os
idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a
satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de
vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser
oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do
aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo
para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar
atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)
59
TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p
estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de
vida
Variaacuteveis OR IC (95) p-valor
Naturalidade
BH ou RMBH 100 (ref)
Interior MG 046 024 - 090 0023
Outros 081 023 - 286 0746
Nuacutemero de comorbidades
Zero 100 (ref)
1-2 069 021 - 230 0546
3-4 035 010 - 127 0111
5 ou mais 015 003 - 085 0032
Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida
Natildeo 100 (ref)
Sim 025 007 - 094 0040
Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial
Natildeo 100 (ref)
Sim 035 017 - 070 0003
PHQ-2 total
lt 3 100 (ref)
ge 3 018 006 - 050 0001
Frequecircncia da atividade fiacutesica
Nunca 100 (ref)
1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016
4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001
60
QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa
Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO
Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade
Naturalidade Ser natural do interior de MG
Caracteriacutesticas econocircmicas
Trabalha atualmente Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades
HAS
Diabetes mellitus Cardiopatias
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio
Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral Antidepressivos
Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide
Recalcificante
PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3
HF positiva para HAS HF positiva para AVE
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade
HF positivo para HAS
Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e
4-7x sem)
Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull
da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire
61
5 DISCUSSAtildeO
Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico
econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua
qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas
As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma
predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos
equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ
DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et
al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens
(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com
idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004
LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)
A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo
em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e
vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava
540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000
e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens
idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)
Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as
mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as
mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na
exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes
de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)
Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge
(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados
demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo
estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que
tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995
62
(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)
A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da
senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver
algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)
Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes
na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o
que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)
Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa
fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o
aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer
com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma
relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem
percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos
(LUCCHETTI et al 2011)
Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra
estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de
quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a
porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)
Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo
alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos
A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo
considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes
Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino
fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a
segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os
anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres
(BRASIL 2010)
No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos
(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos
idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas
apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre
os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na
63
correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja
observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade
(anos de estudo)
Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na
relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis
pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos
benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o
fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na
sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)
No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir
casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)
segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a
maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as
condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a
amostra
Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos
tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente
em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado
garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas
sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de
dignidaderdquo
Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos
idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao
encontrado no estudo (202)
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas
Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos
idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave
meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam
ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em
2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)
64
Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de
frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS
indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional
(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede
do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et
al 2013)
No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus
tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim
como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem
confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia
de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos
homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do
que 240 mgdL (elevado)
A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem
de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute
importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na
reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado
por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco
para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do
controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e
crocircnicas (BRASIL 2006)
Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos
princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam
os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle
glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia
intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia
(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na
populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia
Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash
HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se
associam (SBD 2013-2014)
65
Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia
apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais
causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos
idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre
as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias
em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo
supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)
Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de
medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os
diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida
mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso
expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)
antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando
a importacircncia das outras patologias citadas
Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra
estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo
Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006)
A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um
problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre
pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no
metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas
podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do
idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave
prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)
Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao
manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos
colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute
desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011
POON BRAUN 2005)
Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos
66
quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA
aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA
controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados
justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo
enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma
entraram
Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes
ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial
sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em
outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais
inadequados (MOREIRA et al 2008)
Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram
hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o
subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo
essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos
deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico
(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)
Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do
estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar
relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e
independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)
apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo
devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando
anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o
idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal
transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)
O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de
elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre
os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado
para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a
habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas
de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos
67
externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os
processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e
compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em
contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas
aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)
Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda
natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento
cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma
necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees
associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores
educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e
capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual
das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo
que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado
na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados
alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao
prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma
craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais
e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)
Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos
anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido
levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees
decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de
trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da
deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES
et al 2006 MELLO et al 2012)
Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como
deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder
incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento
fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no
68
mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno
para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem
20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para
a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os
decliacutenios funcionais
A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as
diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al
2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de
idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada
(545)
O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado
provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou
endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que
vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial
da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo
(MANCINI 2010)
O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional
por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em
idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura
acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da
quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC
e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e
obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)
Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos
e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave
mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou
que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser
protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)
A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral
especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo
na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees
nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI
69
2005 LIMA DUARTE 2013)
53 Caracteriacutesticas comportamentais
Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala
deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar
precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute
menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social
contemporacircneo (NEVES 2004)
A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar
subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica
por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres
(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida
alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim
a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)
Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o
envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou
dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas
pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo
aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior
sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental
(SILVA 2008)
No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)
mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os
estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de
Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)
e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que
revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187
respectivamente
Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram
fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo
maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante
70
A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de
fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A
nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave
neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a
obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)
O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De
acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o
surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de
cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004
PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede
levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em
geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda
Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)
Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O
tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente
atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de
condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)
Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de
vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute
acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude
da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)
Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior
aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006
ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais
acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer
lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)
Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de
uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o
Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade
vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por
sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30
minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada
71
moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por
semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)
Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo
da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade
fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado
em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4
mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se
as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre
o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o
incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do
Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos
com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo
de sal nos alimentos (BRASIL 2011)
54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada
No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo
confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de
vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e
comportamentais
Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram
Naturalidade
Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso
considerar sua qualidade de vida boa
No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas
Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento
populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento
meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no
setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)
72
Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos
estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas
famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram
constituindo famiacutelia ou natildeo
Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no
estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso
(BORIM BARROS NERI 2012)
Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em
comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas
para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de
melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o
WHOQOL-bref
A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os
idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de
QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do
instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente
rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os
idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas
estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)
Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o
ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio
urbano
Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida
atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural
apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados
obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)
Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e
do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas
diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de
qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que
os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos
que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida
73
mais ativa que levam
Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir
que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida
superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital
pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a
associaccedilatildeo encontrada
Comorbidades
Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma
pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco
ou mais comorbidades
Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que
torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a
promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade
de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)
Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente
relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo
frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um
nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam
maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute
diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)
Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as
escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento
sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS
2011)
Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre
doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al
2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)
Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado
em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta
diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI
74
CICONELLI 2011)
Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas
crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que
focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais
adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo
integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)
A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua
prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso
consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de
isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou
mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua
autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e
com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)
Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem
implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque
para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a
magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco
aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu
uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60
da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo
adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia
aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria
da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)
Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo
gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem
lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza
destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)
Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o
desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas
sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus
fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano
aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias
75
crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool
inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees
em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)
cuidado integral (BRASIL 2011)
Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a
prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e
consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos
Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo
aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa
sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A
ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande
magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de
exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)
Doenccedila do aparelho respiratoacuterio
Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com
idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria
Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar
obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter
progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar
sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)
A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos
acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada
como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et
al 2006)
Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem
reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos
valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo
da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio
respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)
76
Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de
suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de
pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees
respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com
condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas
comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas
pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o
diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente
satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)
Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter
impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir
complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas
no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)
HF positivo para HAS
Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a
pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o
agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a
principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)
No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse
nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo
estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de
doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta
e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo
(BRASIL 2006)
A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas
como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER
2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e
confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que
77
exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem
disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao
maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica
(MIRANDA et al 2002)
Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade
colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas
medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os
tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)
Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na
prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos
puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)
As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura
pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre
elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo
e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)
Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para
o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de
responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees
cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a
melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)
PHQ-total ge 3
Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a
chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais
comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma
patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute
calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10
dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)
Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na
qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo
78
geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo
provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto
negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de
sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG
Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de
vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na
qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007
FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)
Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em
diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de
reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima
solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo
terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema
Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo
papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos
podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma
eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado
vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)
Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa
Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono
familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos
Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave
sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta
prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente
Atividade fiacutesica
Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um
gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente
sua qualidade de vida
No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos
afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute
79
integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia
Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de
30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida
fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o
pratica (REIS SOUZA 2011)
A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas
funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto
os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu
desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio
corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)
Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os
niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial
coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)
Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio
social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de
liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)
Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor
prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos
vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De
acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a
reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a
sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens
Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor
para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram
o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo
experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que
avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de
depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias
cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores
de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a
adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida
Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando
80
praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo
compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de
manter conviacutevio social principalmente entre idosos
Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada
nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE
2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel
(LIMA-COSTA et al 2009)
55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref
O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou
extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o
valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses
foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os
idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte
ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso
a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio
Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados
com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas
informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre
outros
Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida
Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O
IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida
renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos
relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De
acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH
nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e
seguranccedila ambiental
Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas
respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da
qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas
81
externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)
Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui
o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)
para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as
condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas
dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes
(RIO DE JANEIRO 2010)
O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou
indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees
habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)
O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo
apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade
avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees
metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por
exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos
que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE
JANEIRO 2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o
Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado
pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da
distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes
Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte
atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH
condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida
de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem
apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em
contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque
os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente
apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em
locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)
Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O
82
IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede
que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer
para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados
baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees
Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento
de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e
Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas
de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas
de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas
responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)
A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em
nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute
representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em
54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui
os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)
Escolas Municipais 17
Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02
Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10
Creches Conveniadas 37
Escolas Estaduais 41
Hospitais Puacuteblicos 02
Hospitais Particulares 01
Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16
Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01
Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04
Centro de Referecircncia do Idoso 01
Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01
Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01
Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01
Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01
Farmaacutecia Distrital 01
83
Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos
puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos
constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do
ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como
um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras
Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da
miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo
e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)
Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no
municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se
encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash
alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas
e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)
A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser
definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito
concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a
pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve
presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas
mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse
comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de
morte nos idosos (BRASIL 2014)
Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos
como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees
dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo
ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil
como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se
organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos
de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES
MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete
significativamente o meio ambiente no qual ele vive
Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos
84
da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia
contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas
que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de
serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes
de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)
No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL
2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000
habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas
relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de
moradia)
Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento
da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A
campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto
do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os
direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir
qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de
sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)
Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de
assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com
os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)
Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam
negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o
intuito de se buscar possiacuteveis melhorias
56 Limitaccedilotildees do estudo
O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento
Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim
afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas
Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem
como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da
populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o
85
calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa
Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a
inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na
avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras
investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de
referecircncia para idosos
86
6 CONCLUSOtildeES
O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou
como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais
(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria
predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre
60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)
Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram
aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave
moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando
condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da
populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados
Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede
prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)
doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)
Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um
medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)
hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)
Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39
fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade
fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a
realizam de uma a trecircs vezes por semana
Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se
que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751
encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso
constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante
ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)
e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos
Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram
significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser
natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila
do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com
87
pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por
semana e de quatro a sete vezes por semana
Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os
idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida
Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um
grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais
O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e
intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de
vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute
importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a
qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo
realiza eacute no proacuteprio local
Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de
ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo
mais expressivo de idosos do municiacutepio
Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade
de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida
Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo
fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para
confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees
causais entre as variaacuteveis estudadas
Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na
populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O
estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de
poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento
das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem
sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o
acompanhamento e controle da populaccedilatildeo
Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no
trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo
baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em
diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em
88
tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de
enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)
Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio
aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo
do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave
sauacutede
Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta
para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no
centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas
socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam
do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida
desses idosos
Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem
melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o
domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida
Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute
de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos
nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de
diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de
variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e
potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa
populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem
ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de
envelhecimento ativo
89
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UMBELINO GJM Aplicaccedilatildeo do Iacutendice de Qualidade de Vida Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil Rev Bras Est Pop Satildeo Paulo v 24 n 2 p 339-340 juldez 2007 UNITED NATIONS Ageing New York United Nations 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Nuacutecleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG Instituto Jenny de Andrade Faria Belo Horizonte 2014 VASCONCELOS F F et al Utilizaccedilatildeo medicamentosa por idosos de uma Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia de Fortaleza - CE Acta Paulista de Enfermagem Satildeo Paulo v 18 n 2 p 178-183 abrjun 2005 VECCHIA R D et al Qualidade de vida na terceira idade um conceito subjetivo Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v 8 n 3 p 246-252 set 2005 VERAS RP CALDAS PC Promovendo a sauacutede e a cidadania do idoso o movimento das universidades da terceira idade Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 9(2) 423-432 2004 VERAS R Em busca de uma assistecircncia adequada agrave sauacutede do idoso revisatildeo da literatura e aplicaccedilatildeo de um instrumento de detecccedilatildeo precoce e de previsibilidade de agravos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 705-715 maiojun 2003 VERAS R Envelhecimento populacional contemporacircneo demandas desafios e inovaccedilotildees Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 n 3 p 548-554 maiojun 2009 VERAS R Estrateacutegias para o enfrentamento das doenccedilas crocircnicas um modelo em que todos ganham Rev Bras Geriatr 14 (4) 779-789 Rio de Janeiro 2011 VERAS R Foacuterum Envelhecimento populacional e as informaccedilotildees de sauacutede do PNAD demandas e desafios contemporacircneos Introduccedilatildeo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 10 p 2463-2466 out 2007
VIDMAR et al Atividade fiacutesica e qualidade de vida em idosos Revista Sauacutede e Pesquisa v 4 n 3 p 417-424 setdez 2011 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL Versatildeo em
102
portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998a cap 3 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-100 e do WHOQOL-bref Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998b cap 4 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo em portuguecircs do WHOQOL-100 Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998c cap 2
WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Envelhecimento ativo uma poliacutetica de sauacutede Traduccedilatildeo de Suzana Gontijo Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 60 p Traduccedilatildeo de Active ageing a policy framework WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL The World Health Organization Quality of Life assessment Position paper from the World Health Organization Social Science amp Medicine v 41 P 1403-1409 1995 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Towards age-friendly primary health care Geneva WHO 2004 30 p (Active Ageing Series) WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL WHOQOL-bref US Version Washington Universidade de Washington 1997 12 p ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao sedentarismo no lazer em idosos Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 6 p 1329-1338 jun 2007
ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao tabagismo em idosos Inqueacuterito de Sauacutede no Estado de Satildeo Paulo (ISA-SP) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 28 n 3 p 583-595 mar 2012 ZAITUNE MPA et al Hipertensatildeo arterial em idosos prevalecircncia fatores associados e praacuteticas de controle no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(2) 285-294 fev 2006
ZASLAVSKY C GUS I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidades Arq Bras Cardiol volume 79 nordm 6 635-9 2002
103
ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
World Health Organization Quality of Life-bref
104
105
106
Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos
Questionaacuterio nordm _______
Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________
Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________
Endereccedilo _____________________________________________________________________
Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______
Telefone de contato ________________
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Nome completo ______________________________________________________________
Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________
Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo
Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro
Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra
PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -
Vocecirc estaacute trabalhando atualmente
Se sim especifique _____________________
(1) sim (2) natildeo
Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo
Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez
Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo
(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos
(3) entre 3 a 5 salaacuterios
(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos
- MORADIA -
Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo
Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +
Possui banheiro (1) sim (2) natildeo
Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo
Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo
Mora sozinho (1) sim (2) natildeo
Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique grau de parentesco ________________________
Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos
Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos
(4) netos (5) outros ______________________
107
(Continua)
- ESCOLARIDADE -
Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo
Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado
HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA
- AUDIT-C -
Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo
Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4
Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4
Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4
O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente
108
(Continua)
- TABAGISMO -
Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo
Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo
Quantos cigarros vocecirc
fuma (va) por dia
(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica
Haacute quanto tempo vocecirc
fuma (va)
(1) menos de 2
anos
(2) de 2 a 10
anos
(3) mais de 10
anos
(99) natildeo se aplica
- ATIVIDADE FIacuteSICA -
Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo
Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong
(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________
Frequecircncia (1) 1xsemana
(4) nunca
(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana
HISTOacuteRIA CLIacuteNICA
Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo
Se sim qual
( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias
( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________
Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique ________________________________________________________________________
Haacute quanto tempo ______ (em anos)
HISTOacuteRIA FAMILIAR
Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve
Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo
Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo
Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo
Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo
Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo
Obesidade (1) sim (2) natildeo
Cacircncer (1) sim (2) natildeo
Demecircncia (1) sim (2) natildeo
Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo
109
(Conclusatildeo)
The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas
1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3
AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA
Peso medido (kg) _____________
Estatura aferida (m) ___________
IMC ___________ (kgmsup2)
Circunferecircncia cintura (cm) _________
Circunferecircncia quadril (cm) _________
Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____
PRESSAtildeO ARTERIAL
Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)
PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg
PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg
110
ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA
PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
111
112
ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG
113
ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL
SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS
NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
114
ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH
DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
Dedico este trabalho
Agrave Deus
Pelo dom da vida por me guiar em todos os
meus caminhos e pela paz concedida nos
periacuteodos de dificuldade
Aos meus pais ldquojurdquo e ldquotomrdquo
Pela minha existecircncia pelo apoio e
compreensatildeo nos momentos difiacuteceis Tudo
que sou devo a vocecircs minhas vitoacuterias satildeo
suas
Aos meus queridos irmatildeos ldquoleleordquo e
durdquo
Por me darem forccedila mesmo quando era
difiacutecil entender as minhas ausecircncias
Obrigada por tudo que fazem por mim
Ao meu namorado Thiago
Por ter ficado ao meu lado durante todo
esse periacuteodo e por nunca me deixar
desanimar compreendendo os momentos
em que eu natildeo pude estar com vocecirc Meu
grande companheiro
Agradecimentos especiais
Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares
Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo
Obrigada pela parceria e por sempre
compreender minha situaccedilatildeo Nossa
trajetoacuteria foi marcada por momentos de
ausecircncia vindos de ambas as partes
Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees
as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo
prejudicaram nosso trabalho juntas Que
nossa caminhada continue ainda mais
fortalecida
Agrave Patriacutecia
Nem tenho palavras para agradecer toda
sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito
obrigada por tudo Que essa parceria ainda
colha muitos frutos
Agradecimentos
Aos idosos do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por colaborar com esta pesquisa de
maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs
pela maneira que lidam com o
envelhecimento e como enxergam a vida
com tanta maturidade e sabedoria
Aos familiares
Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e
festejarem comigo as minhas conquistas
Aos meus amigos
Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo
da minha ausecircncia Mas saibam que
agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs
satildeo fundamentais para mim
Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede
Ermelinda
Sem o apoio de todos vocecircs a
concretizaccedilatildeo deste trabalho seria
impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos
momentos de sobrecarga devido agraves minhas
ausecircncias principalmente aos meus
colegas enfermeiros e agrave equipe amarela
Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo
para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero
que este trabalho possa contribuir de
maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave
sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por
tudo
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de
Belo Horizonte em especial ao
Distrito Noroeste
Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu
mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos
seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que
contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede
mais digna e humanizada
Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no
local e por acreditar tanto no que estamos
fazendo Espero que nossos resultados
possam contribuir com o trabalho de vocecircs
Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia
o Centro com tanta competecircncia e amor
Aos demais funcionaacuterios do Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa
Pela receptividade durante todo o periacuteodo
que ficamos no local de trabalho de vocecircs e
pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos
idosos
Aos integrantes do NEPCDH
Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria
desta pesquisa
Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que
colaboraram na coleta de dados
Liacuterica e Francielle
Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo
existiria
Obrigada pela grande parceria
Aos colegas de mestrado
Pelo compartilhamento de alegrias e
frustraccedilotildees
RESUMO
MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local
Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso
ABSTRACT
MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research
Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32
Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e
Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte
MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52
Graacutefico 2
Graacutefico 3
-
-
Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1
WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo
Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54
Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 56
Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida
por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60
LISTA DE TABELAS
1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44
2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45
3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47
4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49
5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50
6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de
QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 53
9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014 55
10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua
sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico
BH
CRPI
-
-
Belo Horizonte
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara
DP - Desvio-padratildeo
EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais
G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV
boasatisfeito
G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou
QV ruiminsatisfeito
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
IQ - Intervalo Interquartil
NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento
Humano
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OR - Odds Ratio
PA - Pressatildeo Arterial
PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios
QVG - Qualidade de Vida Geral
Sm - Salaacuterio Miacutenimo
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede
WHO - World Health Organization
WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group
WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16
12 Objetivo 20
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 Envelhecimento populacional 21
22
221
Qualidade de vida do idoso 23
Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede
24
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27
3 METODOLOGIA 31
31 Tipo de estudo 31
32 Aacuterea e local do estudo 31
33
331
332
Populaccedilatildeo do estudo 31
Caacutelculo amostral 31
Criteacuterios de seleccedilatildeo 32
34 Coleta de dados 33
35 Variaacuteveis do estudo 33
351 Variaacutevel dependente 33
352 Variaacuteveis independentes 34
353 Instrumentos para a coleta de dados 34
36
37
Anaacutelise dos dados 40
Questotildees eacutetico-legais 41
SUMAacuteRIO
4 RESULTADOS 43
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43
42 Anaacutelise multivariada 57
5 DISCUSSAtildeO 61
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63
53 Caracteriacutesticas comportamentais 69
54
55
56
Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71
Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80
Limitaccedilotildees do estudo 84
6 CONCLUSOtildeES 86
REFEREcircNCIAS 89
ANEXOS 103
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
11 Contextualizaccedilatildeo do problema
O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o
Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos
(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes
do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos
ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da
populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em
nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL
2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de
2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta
representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se
encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo
composta por idosos
Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a
fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)
Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60
anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses
desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa
de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou
115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27
anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento
como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais
rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto
institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que
fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)
O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos
mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado
17
estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica
Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em
meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que
expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados
(LEBRAtildeO DUARTE 2003)
Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640
de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que
deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)
Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada
de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a
estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide
populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES
RODRIGUES 2005)
Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX
acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas
mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela
diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e
parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia
inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)
Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as
doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar
incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em
desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas
seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da
sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas
doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)
Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua
que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio
agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)
Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na
sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto
mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento
18
saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al
2010)
As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos
anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para
esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e
regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais
agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que
o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional
isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas
atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)
Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas
quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A
Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como
consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso
tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo
padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade
Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas
consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de
vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo
uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros
meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)
Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo
que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do
sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees
e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla
abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado
psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os
mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)
A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica
por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades
e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de
sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as
19
incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na
velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave
qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves
atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade
acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a
autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)
Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para
a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade
desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o
comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a
famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez
que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice
contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia
autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem
tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et
al 2013)
Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas
Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute
cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de
cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as
conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se
acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o
desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e
universal (CIL 2013)
Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o
desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da
qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo
Horizonte
Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A
falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta
20
importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e
avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos
Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um
modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a
partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os
resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de
rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees
centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio
e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no
atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado
Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem
sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos
que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e
produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os
aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais
ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)
As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento
das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em
detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas
tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento
Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas
em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI
12 Objetivo
Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e
ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Envelhecimento populacional
Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o
envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de
pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)
Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455
anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se
alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia
(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)
Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de
idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo
decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as
modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de
desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo
indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade
cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)
Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se
dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do
conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou
ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte
viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um
mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)
Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos
em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et
al 2013)
Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil
indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos
idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de
doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e
diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos
22
podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares
ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve
ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave
comunidade (OMS 2004)
Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de
idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa
intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os
vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que
os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos
associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se
que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito
de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a
promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)
Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo
ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole
population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na
Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)
que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento
ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a
importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e
na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia
(BOWLING 2009)
No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE
(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos
realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas
Gerais
Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma
aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real
conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo
(VERAS 2009)
23
22 Qualidade de vida do idoso
Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de
difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam
sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento
socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos
quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)
Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que
melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma
das definiccedilotildees mais utilizadas
Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o
conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas
fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu
maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)
Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de
instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um
conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL
Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural
(CANAVARRO et al 2005)
Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute
relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel
socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o
autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos
e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades
diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)
No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as
necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades
de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)
Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com
estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico
ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da
idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente
24
associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e
inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)
Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo
agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas
gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar
dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa
qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)
No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida
em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que
dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007
GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES
ALCHIERI 2010)
Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL
da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem
consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a
subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por
exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos
mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso
(FLECK 2000 FLECK et al 2008)
221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a
promoccedilatildeo da sauacutede
A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de
envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de
otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas
No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a
sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a
manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para
doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)
Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a
25
heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso
objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que
envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para
realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)
O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave
interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos
para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de
formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em
processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da
autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)
A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a
ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL
1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na
sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo
contra a pessoa idosa
A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo
propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou
manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a
permanecircncia no meio em que vivem de forma independente
Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a
capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de
autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o
cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no
envelhecimento ativo (VERAS 2009)
No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da
Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral
integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave
integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL
1996)
Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do
envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade
funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos
26
que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade
funcional restringida (GORDILHO et al 2000)
Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como
objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e
mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos
No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional
de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia
e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos
Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar
recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da
pessoa idosa
Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do
idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo
idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive
Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto
Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover
o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)
O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso
com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de
abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)
Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700
idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de
atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade
de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de
abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)
Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo
fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do
envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de
estrateacutegia
A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade
para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior
participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo
27
estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes
favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS
2004)
Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para
enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus
entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a
constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de
sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo
espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)
Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os
inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas
cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver
accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de
convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar
ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros
(VERAS CALDAS 2004)
Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da
Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso
que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo
agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23
milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL
2010)
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos
Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o
cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa
etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG
em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de
envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e
Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a
sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade
28
do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria
Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)
O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27
consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com
piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades
de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade
para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo
Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas
subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400
procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do
municiacutepio (UFMG 2014)
Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros
e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa
considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa
concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em
conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um
centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o
fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso
o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)
Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de
referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a
qualidade de vida do idoso
Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)
reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para
pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os
idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico
ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de
BH para conquistarem este espaccedilo
O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte
desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal
Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO
29
HORIZONTE 2013)
O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos
direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e
documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento
De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento
tem como objetivos e compromissos
Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e
inclusatildeo social da pessoa idosa
Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional
Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e
elevaccedilatildeo de sua autoestima
Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua
histoacuteria
O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos
Academia da Cidade
Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila
Danccedila de salatildeo
Danccedila cigana
Danccedila Secircnior
Coral
Lian Gong
InformaacuteticaInclusatildeo Digital
Pintura em Tecido
Pintura em Tela
Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)
Show de Talentos
Tarde Danccedilante (Baile)
Vida Ativa
Biodanza
O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos
podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de
30
vagas
Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que
preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida
saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)
31
3 METODOLOGIA
RSO METODOLOacuteG
31 Tipo de estudo
Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes
de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade
de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)
32 Aacuterea e local do estudo
A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas
Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da
populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)
O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590
idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados
33 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos
diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas
331 Caacutelculo Amostral
A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de
referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do
tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra
miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho
populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada
Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa
probabilidade
32
Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos
com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula
descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)
FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)
A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima
preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)
O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal
padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada
Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor
absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25
Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos
cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um
niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando
o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a
amostra final totalizou em 215 idosos
Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima
do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do
local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do
municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a
esse em centros de referecircncias para idosos
332 Criteacuterio de seleccedilatildeo
Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com
idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de
referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave
n
2
2 )1(
d
ppzn
d 2z
2z
2z 5z
33
entrevista
Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que
realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em
participar da pesquisa
34 Coleta de dados
Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes
do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola
de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)
A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave
realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em
Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma
equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica
selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma
mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH
Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por
alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada
entrevistadora
Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo
da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador
(SOARES et al 2013)
35 Variaacuteveis do estudo
351 Variaacutevel dependente
A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por
meio do instrumento WHOQOL-bref
34
352 Variaacuteveis independentes
As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas
socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado
atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir
353 Instrumentos para a coleta de dados
WHOQOL-bref
Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs
do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra
boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003
MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da
OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref
O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui
26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral
(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24
facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em
quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS
1998a)
Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir
de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo
aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia
de todas as facetas (OMS 1998a)
O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de
ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo
(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a
completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)
(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das
respostas variam entre 1 e 5
35
O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo
quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com
sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo
As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de
consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente
e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico
com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em
estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)
Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido
e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do
Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo
Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao
Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)
Mini Exame do Estado Mental
Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame
do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado
mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses
O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes
paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma
delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a
orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs
palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3
pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)
O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior
grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos
o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)
Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para
o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de
educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de
36
escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes
pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para
mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD
DELLAROZA 2012)
Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos
Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o
Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade
estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como
descritos a seguir
- Sexo
Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo
univariado
- Idade
A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a
data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a
69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais
- Naturalidade
Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo
Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais
- Estado civil
Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro
- Religiatildeo
Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra
- Escolaridade
Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo
As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram
considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os
alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de
quatro anos de estudo
- Ocupaccedilatildeo atual
37
Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica
entrou no modelo univariado
- Aposentadoria
Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo
univariado
- Tipo de aposentadoria
Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve
como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado
- Renda familiar
Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em
le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios
miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos
- Moradia e nuacutemero de cocircmodos
Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3
cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui
rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)
Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais
Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram
aplicados descritos a seguir
- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire
Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui
duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)
e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem
esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem
entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma
semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia
de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos
Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade
92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)
38
- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)
Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10
questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do
AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas
perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de
ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute
pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta
Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de
aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge
4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram
adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C
mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado
- Tabagismo
Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou
natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10
cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As
respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas
(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)
- Praacutetica de atividade fiacutesica
Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia
(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)
- Comorbidades
Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)
- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)
A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint
National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL
2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico
A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de
repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio
devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio
Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na
primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente
39
Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees
da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e
hipertenso)
- Uso de medicamento
Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo
- Histoacuteria familiar de doenccedila
Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo
arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto
agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo
obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As
categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo
Dados antropomeacutetricos
As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas
segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)
- Peso
Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca
Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e
estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo
distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg
- Estatura
A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de
peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes
paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo
com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As
naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos
permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era
posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo
plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o
40
topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo
- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)
O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)
sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica
norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27
ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso
- Circunferecircncia de quadril
Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica
flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas
- Circunferecircncia da cintura
Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen
relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do
indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte
superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo
feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm
segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)
- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)
Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a
circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o
valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de
acordo com o preconizado pela OMS (1998)
O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1
Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de
inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos
36 Anaacutelise dos dados
Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o
programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)
A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas
41
expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil
(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as
categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de
Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado
Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os
grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de
variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada
quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste
U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo
parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo
teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem
estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo
multivariado
Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar
as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram
introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os
valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de
confianccedila de 95 (IC 95)
Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios
do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho
A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em
relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida
boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo
ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida
ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou
ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito
insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)
37 Questotildees eacutetico-legais
A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade
Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de
42
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE
do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos
acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava
sendo utilizado para a coleta de dados
O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)
Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em
Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)
Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil
sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de
Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)
43
4 RESULTADOS
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada
De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir
representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269
questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -
cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem
pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se
257 questionaacuterios completos e analisados
Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas
demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas
com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as
quais seratildeo discutidas a posteriori
44
TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)
Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito
satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas
oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a
proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados
fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente
significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a
sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total
N=257 ()
G1
(satisfeito)
N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito)
N=94 () p-valora
Sexo
Homem 175 178 170 0876
Mulher 825 822 830
Idade (anos)
60-69 447 393 543 0025
70-79 447 472 404
ge 80 105 135 53
Naturalidade (n=256)
BH ou RMBH 316 356 247 0144
Interior MG 609 564 688
Outros 74 80 65
Situaccedilatildeo conjugal
Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587
Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340
Religiatildeo
Catoacutelico 724 730 713 0945
Evangeacutelico 136 135 138
Outros 140 135 149
45
TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo
Alfabetizado 899 896 904 0827
Analfabeto 101 104 96
Escolaridade (anos)
lt4 214 190 255 0220
ge4 786 810 745
Trabalha atualmente
Sim 226 258 170 0106
Natildeo 774 742 830
Aposentadoria
Sim 802 798 809 0832
Natildeo 198 202 191
Tipo de Aposentadoria (n=205)
Idade 459 457 461 0594
Tempo de serviccedilo 424 442 395
Invalidez 117 101 145
Renda familiar (sm)
lt 1 191 180 211 0342
1 ˫ 3 402 385 433
3 ˫ 5 279 280 278
ge 5 127 155 78
Casa proacutepria
Sim 883 914 830 0043
Natildeo 117 86 170
Nuacutemero de cocircmodos
1 ndash 3 148 141 160 0688
4 ou mais 852 859 840
Saneamento baacutesico
Rede de esgoto 984 988 979 0625
Banheiro 1000 1000 1000 -
Aacutegua encanada 996 1000 989 0366
Arranjo domiciliar
Mora sozinho 202 202 202 0995
Mora acompanhado 798 798 798
46
Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida
ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo
ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo
trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram
acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria
com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas
De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a
satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou
diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees
47
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)
(Continua)
Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001
Neoplasia 532 513 565 0419
Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057
Diabetes mellitus 417 375 489 0077
Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479
Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038
Transtorno mental 357 288 478 0002
Obesidade 254 225 304 0164
Demecircncia 167 156 185 0558
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Nordm comorbidades
Zero 97 129 43 lt0001
1-2 572 620 489
3-4 268 227 340
5 ou mais 62 25 128
Comorbidade autorreferida
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001
Dislipidemia 265 276 245 0583
Diabetes mellitus 237 190 319 0019
Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233
172
340
0002
Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288
Cardiopatias 105 74 160 0030
Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006
Tratamento medicamentoso (n=256)
Sim 848 828 882 0252
Natildeo 152 172 118
Medicamento (n=253)
Anti-hipertensivo 597 528 717 0003
Hipolipemiante 225 224 228 0932
Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057
Diureacutetico 213 168 293 0019
Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150
137
174
0425
Antidepressivo 150 118 207 0058
AINEs 107 81 152 0077
48
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
(Conclusatildeo)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo
arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo
com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo
menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior
prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes
mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo
aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores
elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril
Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara
a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as
proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de
comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema
osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel cognitivo (MEEM)
Alterado 167 178 149 0549
Preservado 833 822 851
PHQ-2 total
ge 3 97 43 191 lt0001
lt 3 903 957 809
PA aferida (n=234)
Normotenso 628 631 624 0911
Hipertenso 372 369 376
Iacutendice de massa corpoacuterea
lt22 116 121 108 0456
22-27 376 401 333
gt27 508 478 559
RCQ
Normal 455 436 489 0404
Elevado 545 564 515
49
uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo
arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental
TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)
Variaacutevel HAS
Total N=248
()
PA alterada
Sim
N=87
()
Natildeo
N=161
()
Natildeo 343 259 741
Sim 657 399 601
Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial
aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo
arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e
quase dois quintos dos sabidamente hipertensos
50
TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com
sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
AUDIT-C (n=253)
Negativo 905 913 891 0570
Positivo 95 87 109
Tabagismo
Tabagista 39 37 43 0664
Natildeo tabagista 642 663 606
Ex-tabagista 319 301 351
Nuacutemero de cigarros que fuma ou
jaacute fumou (n=92)
Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185
Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541
Tempo de tabagismo (n=90)
Menos de 10 anos 244 226 270 0634
Mais de 10 anos 756 774 730
Atividade fiacutesica
Sim 926 951 883 0045
Natildeo 74 49 117
Tipo de atividade fiacutesica
Caminhada 677 712 617 0118
Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055
Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523
Danccedila 101 129 53 0053
Hidroginaacutestica 66 86 32 0094
Biodanza 43 37 53 0537
Outros 175 202 128 0129
Frequecircncia da atividade fiacutesica
4-7 vezes por semana 280 337 181 0008
1-3 vezes por semana 630 601 681
Nunca 89 61 138
51
A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados
apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave
qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees
A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as
variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de
Vida Geral
TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim
nem bom Bom
Muito
Bom
WHOQOL-1
Como avaliaria sua
qualidade de vida
WHOQOL-2
Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede
n 3 5 49 140 60
12 19 191 545 233
Muito
insatisfeito Insatisfeito
Nem
satisfeito nem
insatisfeito
Satisfeito Muito
Satisfeito
n 3 21 40 145 48
12 82 156 564 187
Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q
Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143
Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917
Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600
QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779
Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral
52
GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais
Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
53
TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra
em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
Variaacuteveis
QVG
Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear
WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida
Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001
Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625
Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060
Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348
Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920
WHOQOL-2dagger
Satisfaccedilatildeo com a sauacutede
Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001
Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075
Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181
Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355
Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003
Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -
QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041
54
GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014
Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health
Organization Quality of Life
WHOQOL-1
muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim
QV
G
1000
800
600
400
200
00
WHOQOL-2
muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito
insatisfeitomuito insatisfeito
QV
G
1000
800
600
400
200
00
QV boa e satisfeito sauacutede
simnatildeo
QV
G
1000
800
600
400
200
00
55
TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa
Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Domiacutenios
Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees
sociais
Meio
ambiente
Rho QVG 0655 0722 0842 0622
Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10
correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)
A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico
apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio
ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG
56
GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
57
42 Anaacutelise multivariada
As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)
com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram
Idade
Naturalidade
Trabalham atualmente
Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Nuacutemero de comorbidades
HAS
Diabetes mellitus
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Cardiopatias
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio
Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos
Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral
Antidepressivos
Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide
Recalcificante
Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica
HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia
HF positiva para diabetes mellitus
HF positiva para obesidade
PHQ-2 total
Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica
Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica
58
Caminhada
Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila
Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os
idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a
satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de
vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser
oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do
aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo
para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar
atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)
59
TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p
estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de
vida
Variaacuteveis OR IC (95) p-valor
Naturalidade
BH ou RMBH 100 (ref)
Interior MG 046 024 - 090 0023
Outros 081 023 - 286 0746
Nuacutemero de comorbidades
Zero 100 (ref)
1-2 069 021 - 230 0546
3-4 035 010 - 127 0111
5 ou mais 015 003 - 085 0032
Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida
Natildeo 100 (ref)
Sim 025 007 - 094 0040
Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial
Natildeo 100 (ref)
Sim 035 017 - 070 0003
PHQ-2 total
lt 3 100 (ref)
ge 3 018 006 - 050 0001
Frequecircncia da atividade fiacutesica
Nunca 100 (ref)
1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016
4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001
60
QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa
Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO
Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade
Naturalidade Ser natural do interior de MG
Caracteriacutesticas econocircmicas
Trabalha atualmente Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades
HAS
Diabetes mellitus Cardiopatias
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio
Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral Antidepressivos
Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide
Recalcificante
PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3
HF positiva para HAS HF positiva para AVE
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade
HF positivo para HAS
Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e
4-7x sem)
Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull
da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire
61
5 DISCUSSAtildeO
Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico
econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua
qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas
As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma
predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos
equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ
DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et
al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens
(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com
idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004
LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)
A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo
em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e
vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava
540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000
e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens
idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)
Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as
mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as
mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na
exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes
de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)
Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge
(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados
demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo
estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que
tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995
62
(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)
A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da
senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver
algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)
Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes
na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o
que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)
Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa
fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o
aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer
com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma
relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem
percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos
(LUCCHETTI et al 2011)
Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra
estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de
quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a
porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)
Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo
alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos
A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo
considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes
Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino
fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a
segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os
anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres
(BRASIL 2010)
No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos
(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos
idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas
apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre
os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na
63
correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja
observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade
(anos de estudo)
Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na
relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis
pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos
benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o
fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na
sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)
No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir
casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)
segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a
maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as
condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a
amostra
Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos
tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente
em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado
garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas
sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de
dignidaderdquo
Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos
idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao
encontrado no estudo (202)
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas
Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos
idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave
meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam
ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em
2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)
64
Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de
frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS
indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional
(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede
do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et
al 2013)
No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus
tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim
como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem
confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia
de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos
homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do
que 240 mgdL (elevado)
A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem
de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute
importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na
reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado
por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco
para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do
controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e
crocircnicas (BRASIL 2006)
Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos
princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam
os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle
glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia
intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia
(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na
populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia
Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash
HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se
associam (SBD 2013-2014)
65
Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia
apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais
causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos
idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre
as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias
em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo
supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)
Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de
medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os
diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida
mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso
expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)
antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando
a importacircncia das outras patologias citadas
Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra
estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo
Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006)
A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um
problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre
pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no
metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas
podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do
idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave
prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)
Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao
manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos
colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute
desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011
POON BRAUN 2005)
Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos
66
quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA
aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA
controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados
justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo
enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma
entraram
Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes
ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial
sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em
outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais
inadequados (MOREIRA et al 2008)
Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram
hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o
subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo
essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos
deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico
(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)
Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do
estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar
relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e
independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)
apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo
devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando
anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o
idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal
transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)
O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de
elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre
os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado
para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a
habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas
de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos
67
externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os
processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e
compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em
contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas
aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)
Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda
natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento
cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma
necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees
associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores
educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e
capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual
das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo
que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado
na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados
alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao
prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma
craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais
e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)
Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos
anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido
levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees
decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de
trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da
deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES
et al 2006 MELLO et al 2012)
Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como
deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder
incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento
fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no
68
mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno
para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem
20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para
a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os
decliacutenios funcionais
A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as
diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al
2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de
idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada
(545)
O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado
provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou
endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que
vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial
da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo
(MANCINI 2010)
O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional
por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em
idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura
acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da
quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC
e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e
obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)
Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos
e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave
mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou
que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser
protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)
A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral
especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo
na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees
nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI
69
2005 LIMA DUARTE 2013)
53 Caracteriacutesticas comportamentais
Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala
deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar
precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute
menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social
contemporacircneo (NEVES 2004)
A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar
subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica
por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres
(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida
alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim
a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)
Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o
envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou
dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas
pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo
aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior
sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental
(SILVA 2008)
No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)
mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os
estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de
Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)
e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que
revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187
respectivamente
Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram
fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo
maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante
70
A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de
fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A
nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave
neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a
obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)
O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De
acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o
surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de
cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004
PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede
levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em
geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda
Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)
Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O
tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente
atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de
condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)
Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de
vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute
acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude
da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)
Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior
aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006
ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais
acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer
lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)
Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de
uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o
Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade
vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por
sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30
minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada
71
moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por
semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)
Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo
da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade
fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado
em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4
mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se
as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre
o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o
incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do
Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos
com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo
de sal nos alimentos (BRASIL 2011)
54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada
No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo
confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de
vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e
comportamentais
Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram
Naturalidade
Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso
considerar sua qualidade de vida boa
No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas
Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento
populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento
meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no
setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)
72
Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos
estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas
famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram
constituindo famiacutelia ou natildeo
Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no
estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso
(BORIM BARROS NERI 2012)
Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em
comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas
para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de
melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o
WHOQOL-bref
A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os
idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de
QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do
instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente
rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os
idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas
estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)
Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o
ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio
urbano
Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida
atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural
apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados
obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)
Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e
do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas
diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de
qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que
os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos
que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida
73
mais ativa que levam
Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir
que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida
superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital
pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a
associaccedilatildeo encontrada
Comorbidades
Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma
pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco
ou mais comorbidades
Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que
torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a
promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade
de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)
Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente
relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo
frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um
nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam
maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute
diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)
Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as
escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento
sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS
2011)
Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre
doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al
2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)
Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado
em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta
diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI
74
CICONELLI 2011)
Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas
crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que
focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais
adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo
integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)
A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua
prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso
consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de
isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou
mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua
autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e
com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)
Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem
implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque
para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a
magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco
aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu
uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60
da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo
adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia
aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria
da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)
Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo
gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem
lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza
destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)
Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o
desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas
sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus
fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano
aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias
75
crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool
inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees
em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)
cuidado integral (BRASIL 2011)
Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a
prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e
consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos
Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo
aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa
sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A
ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande
magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de
exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)
Doenccedila do aparelho respiratoacuterio
Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com
idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria
Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar
obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter
progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar
sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)
A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos
acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada
como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et
al 2006)
Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem
reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos
valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo
da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio
respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)
76
Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de
suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de
pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees
respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com
condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas
comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas
pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o
diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente
satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)
Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter
impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir
complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas
no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)
HF positivo para HAS
Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a
pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o
agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a
principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)
No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse
nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo
estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de
doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta
e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo
(BRASIL 2006)
A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas
como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER
2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e
confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que
77
exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem
disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao
maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica
(MIRANDA et al 2002)
Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade
colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas
medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os
tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)
Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na
prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos
puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)
As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura
pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre
elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo
e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)
Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para
o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de
responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees
cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a
melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)
PHQ-total ge 3
Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a
chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais
comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma
patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute
calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10
dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)
Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na
qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo
78
geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo
provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto
negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de
sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG
Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de
vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na
qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007
FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)
Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em
diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de
reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima
solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo
terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema
Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo
papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos
podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma
eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado
vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)
Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa
Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono
familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos
Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave
sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta
prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente
Atividade fiacutesica
Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um
gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente
sua qualidade de vida
No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos
afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute
79
integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia
Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de
30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida
fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o
pratica (REIS SOUZA 2011)
A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas
funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto
os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu
desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio
corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)
Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os
niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial
coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)
Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio
social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de
liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)
Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor
prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos
vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De
acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a
reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a
sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens
Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor
para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram
o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo
experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que
avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de
depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias
cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores
de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a
adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida
Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando
80
praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo
compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de
manter conviacutevio social principalmente entre idosos
Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada
nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE
2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel
(LIMA-COSTA et al 2009)
55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref
O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou
extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o
valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses
foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os
idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte
ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso
a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio
Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados
com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas
informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre
outros
Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida
Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O
IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida
renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos
relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De
acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH
nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e
seguranccedila ambiental
Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas
respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da
qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas
81
externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)
Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui
o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)
para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as
condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas
dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes
(RIO DE JANEIRO 2010)
O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou
indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees
habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)
O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo
apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade
avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees
metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por
exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos
que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE
JANEIRO 2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o
Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado
pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da
distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes
Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte
atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH
condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida
de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem
apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em
contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque
os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente
apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em
locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)
Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O
82
IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede
que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer
para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados
baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees
Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento
de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e
Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas
de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas
de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas
responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)
A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em
nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute
representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em
54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui
os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)
Escolas Municipais 17
Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02
Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10
Creches Conveniadas 37
Escolas Estaduais 41
Hospitais Puacuteblicos 02
Hospitais Particulares 01
Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16
Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01
Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04
Centro de Referecircncia do Idoso 01
Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01
Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01
Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01
Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01
Farmaacutecia Distrital 01
83
Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos
puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos
constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do
ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como
um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras
Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da
miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo
e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)
Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no
municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se
encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash
alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas
e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)
A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser
definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito
concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a
pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve
presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas
mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse
comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de
morte nos idosos (BRASIL 2014)
Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos
como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees
dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo
ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil
como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se
organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos
de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES
MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete
significativamente o meio ambiente no qual ele vive
Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos
84
da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia
contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas
que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de
serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes
de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)
No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL
2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000
habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas
relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de
moradia)
Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento
da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A
campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto
do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os
direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir
qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de
sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)
Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de
assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com
os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)
Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam
negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o
intuito de se buscar possiacuteveis melhorias
56 Limitaccedilotildees do estudo
O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento
Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim
afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas
Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem
como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da
populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o
85
calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa
Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a
inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na
avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras
investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de
referecircncia para idosos
86
6 CONCLUSOtildeES
O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou
como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais
(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria
predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre
60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)
Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram
aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave
moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando
condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da
populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados
Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede
prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)
doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)
Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um
medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)
hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)
Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39
fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade
fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a
realizam de uma a trecircs vezes por semana
Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se
que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751
encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso
constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante
ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)
e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos
Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram
significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser
natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila
do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com
87
pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por
semana e de quatro a sete vezes por semana
Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os
idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida
Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um
grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais
O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e
intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de
vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute
importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a
qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo
realiza eacute no proacuteprio local
Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de
ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo
mais expressivo de idosos do municiacutepio
Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade
de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida
Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo
fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para
confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees
causais entre as variaacuteveis estudadas
Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na
populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O
estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de
poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento
das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem
sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o
acompanhamento e controle da populaccedilatildeo
Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no
trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo
baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em
diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em
88
tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de
enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)
Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio
aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo
do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave
sauacutede
Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta
para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no
centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas
socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam
do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida
desses idosos
Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem
melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o
domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida
Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute
de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos
nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de
diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de
variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e
potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa
populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem
ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de
envelhecimento ativo
89
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ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
World Health Organization Quality of Life-bref
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Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos
Questionaacuterio nordm _______
Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________
Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________
Endereccedilo _____________________________________________________________________
Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______
Telefone de contato ________________
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Nome completo ______________________________________________________________
Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________
Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo
Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro
Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra
PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -
Vocecirc estaacute trabalhando atualmente
Se sim especifique _____________________
(1) sim (2) natildeo
Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo
Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez
Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo
(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos
(3) entre 3 a 5 salaacuterios
(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos
- MORADIA -
Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo
Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +
Possui banheiro (1) sim (2) natildeo
Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo
Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo
Mora sozinho (1) sim (2) natildeo
Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique grau de parentesco ________________________
Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos
Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos
(4) netos (5) outros ______________________
107
(Continua)
- ESCOLARIDADE -
Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo
Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado
HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA
- AUDIT-C -
Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo
Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4
Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4
Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4
O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente
108
(Continua)
- TABAGISMO -
Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo
Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo
Quantos cigarros vocecirc
fuma (va) por dia
(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica
Haacute quanto tempo vocecirc
fuma (va)
(1) menos de 2
anos
(2) de 2 a 10
anos
(3) mais de 10
anos
(99) natildeo se aplica
- ATIVIDADE FIacuteSICA -
Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo
Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong
(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________
Frequecircncia (1) 1xsemana
(4) nunca
(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana
HISTOacuteRIA CLIacuteNICA
Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo
Se sim qual
( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias
( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________
Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique ________________________________________________________________________
Haacute quanto tempo ______ (em anos)
HISTOacuteRIA FAMILIAR
Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve
Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo
Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo
Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo
Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo
Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo
Obesidade (1) sim (2) natildeo
Cacircncer (1) sim (2) natildeo
Demecircncia (1) sim (2) natildeo
Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo
109
(Conclusatildeo)
The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas
1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3
AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA
Peso medido (kg) _____________
Estatura aferida (m) ___________
IMC ___________ (kgmsup2)
Circunferecircncia cintura (cm) _________
Circunferecircncia quadril (cm) _________
Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____
PRESSAtildeO ARTERIAL
Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)
PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg
PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg
110
ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA
PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
111
112
ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG
113
ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL
SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS
NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
114
ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH
DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
Agradecimentos especiais
Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares
Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo
Obrigada pela parceria e por sempre
compreender minha situaccedilatildeo Nossa
trajetoacuteria foi marcada por momentos de
ausecircncia vindos de ambas as partes
Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees
as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo
prejudicaram nosso trabalho juntas Que
nossa caminhada continue ainda mais
fortalecida
Agrave Patriacutecia
Nem tenho palavras para agradecer toda
sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito
obrigada por tudo Que essa parceria ainda
colha muitos frutos
Agradecimentos
Aos idosos do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por colaborar com esta pesquisa de
maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs
pela maneira que lidam com o
envelhecimento e como enxergam a vida
com tanta maturidade e sabedoria
Aos familiares
Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e
festejarem comigo as minhas conquistas
Aos meus amigos
Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo
da minha ausecircncia Mas saibam que
agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs
satildeo fundamentais para mim
Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede
Ermelinda
Sem o apoio de todos vocecircs a
concretizaccedilatildeo deste trabalho seria
impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos
momentos de sobrecarga devido agraves minhas
ausecircncias principalmente aos meus
colegas enfermeiros e agrave equipe amarela
Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo
para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero
que este trabalho possa contribuir de
maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave
sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por
tudo
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de
Belo Horizonte em especial ao
Distrito Noroeste
Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu
mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos
seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que
contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede
mais digna e humanizada
Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no
local e por acreditar tanto no que estamos
fazendo Espero que nossos resultados
possam contribuir com o trabalho de vocecircs
Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia
o Centro com tanta competecircncia e amor
Aos demais funcionaacuterios do Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa
Pela receptividade durante todo o periacuteodo
que ficamos no local de trabalho de vocecircs e
pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos
idosos
Aos integrantes do NEPCDH
Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria
desta pesquisa
Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que
colaboraram na coleta de dados
Liacuterica e Francielle
Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo
existiria
Obrigada pela grande parceria
Aos colegas de mestrado
Pelo compartilhamento de alegrias e
frustraccedilotildees
RESUMO
MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local
Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso
ABSTRACT
MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research
Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32
Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e
Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte
MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52
Graacutefico 2
Graacutefico 3
-
-
Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1
WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo
Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54
Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 56
Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida
por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60
LISTA DE TABELAS
1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44
2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45
3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47
4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49
5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50
6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de
QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 53
9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014 55
10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua
sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico
BH
CRPI
-
-
Belo Horizonte
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara
DP - Desvio-padratildeo
EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais
G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV
boasatisfeito
G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou
QV ruiminsatisfeito
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
IQ - Intervalo Interquartil
NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento
Humano
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OR - Odds Ratio
PA - Pressatildeo Arterial
PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios
QVG - Qualidade de Vida Geral
Sm - Salaacuterio Miacutenimo
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede
WHO - World Health Organization
WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group
WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16
12 Objetivo 20
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 Envelhecimento populacional 21
22
221
Qualidade de vida do idoso 23
Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede
24
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27
3 METODOLOGIA 31
31 Tipo de estudo 31
32 Aacuterea e local do estudo 31
33
331
332
Populaccedilatildeo do estudo 31
Caacutelculo amostral 31
Criteacuterios de seleccedilatildeo 32
34 Coleta de dados 33
35 Variaacuteveis do estudo 33
351 Variaacutevel dependente 33
352 Variaacuteveis independentes 34
353 Instrumentos para a coleta de dados 34
36
37
Anaacutelise dos dados 40
Questotildees eacutetico-legais 41
SUMAacuteRIO
4 RESULTADOS 43
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43
42 Anaacutelise multivariada 57
5 DISCUSSAtildeO 61
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63
53 Caracteriacutesticas comportamentais 69
54
55
56
Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71
Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80
Limitaccedilotildees do estudo 84
6 CONCLUSOtildeES 86
REFEREcircNCIAS 89
ANEXOS 103
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
11 Contextualizaccedilatildeo do problema
O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o
Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos
(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes
do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos
ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da
populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em
nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL
2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de
2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta
representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se
encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo
composta por idosos
Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a
fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)
Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60
anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses
desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa
de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou
115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27
anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento
como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais
rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto
institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que
fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)
O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos
mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado
17
estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica
Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em
meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que
expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados
(LEBRAtildeO DUARTE 2003)
Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640
de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que
deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)
Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada
de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a
estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide
populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES
RODRIGUES 2005)
Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX
acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas
mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela
diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e
parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia
inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)
Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as
doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar
incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em
desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas
seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da
sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas
doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)
Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua
que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio
agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)
Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na
sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto
mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento
18
saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al
2010)
As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos
anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para
esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e
regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais
agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que
o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional
isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas
atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)
Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas
quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A
Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como
consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso
tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo
padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade
Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas
consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de
vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo
uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros
meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)
Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo
que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do
sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees
e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla
abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado
psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os
mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)
A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica
por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades
e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de
sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as
19
incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na
velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave
qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves
atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade
acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a
autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)
Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para
a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade
desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o
comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a
famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez
que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice
contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia
autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem
tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et
al 2013)
Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas
Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute
cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de
cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as
conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se
acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o
desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e
universal (CIL 2013)
Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o
desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da
qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo
Horizonte
Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A
falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta
20
importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e
avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos
Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um
modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a
partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os
resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de
rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees
centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio
e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no
atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado
Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem
sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos
que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e
produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os
aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais
ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)
As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento
das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em
detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas
tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento
Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas
em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI
12 Objetivo
Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e
ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Envelhecimento populacional
Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o
envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de
pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)
Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455
anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se
alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia
(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)
Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de
idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo
decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as
modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de
desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo
indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade
cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)
Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se
dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do
conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou
ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte
viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um
mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)
Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos
em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et
al 2013)
Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil
indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos
idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de
doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e
diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos
22
podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares
ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve
ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave
comunidade (OMS 2004)
Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de
idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa
intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os
vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que
os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos
associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se
que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito
de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a
promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)
Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo
ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole
population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na
Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)
que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento
ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a
importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e
na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia
(BOWLING 2009)
No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE
(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos
realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas
Gerais
Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma
aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real
conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo
(VERAS 2009)
23
22 Qualidade de vida do idoso
Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de
difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam
sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento
socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos
quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)
Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que
melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma
das definiccedilotildees mais utilizadas
Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o
conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas
fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu
maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)
Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de
instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um
conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL
Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural
(CANAVARRO et al 2005)
Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute
relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel
socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o
autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos
e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades
diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)
No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as
necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades
de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)
Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com
estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico
ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da
idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente
24
associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e
inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)
Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo
agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas
gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar
dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa
qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)
No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida
em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que
dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007
GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES
ALCHIERI 2010)
Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL
da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem
consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a
subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por
exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos
mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso
(FLECK 2000 FLECK et al 2008)
221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a
promoccedilatildeo da sauacutede
A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de
envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de
otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas
No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a
sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a
manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para
doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)
Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a
25
heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso
objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que
envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para
realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)
O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave
interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos
para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de
formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em
processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da
autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)
A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a
ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL
1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na
sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo
contra a pessoa idosa
A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo
propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou
manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a
permanecircncia no meio em que vivem de forma independente
Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a
capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de
autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o
cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no
envelhecimento ativo (VERAS 2009)
No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da
Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral
integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave
integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL
1996)
Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do
envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade
funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos
26
que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade
funcional restringida (GORDILHO et al 2000)
Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como
objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e
mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos
No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional
de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia
e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos
Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar
recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da
pessoa idosa
Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do
idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo
idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive
Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto
Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover
o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)
O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso
com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de
abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)
Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700
idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de
atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade
de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de
abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)
Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo
fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do
envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de
estrateacutegia
A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade
para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior
participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo
27
estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes
favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS
2004)
Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para
enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus
entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a
constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de
sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo
espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)
Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os
inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas
cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver
accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de
convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar
ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros
(VERAS CALDAS 2004)
Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da
Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso
que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo
agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23
milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL
2010)
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos
Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o
cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa
etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG
em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de
envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e
Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a
sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade
28
do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria
Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)
O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27
consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com
piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades
de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade
para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo
Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas
subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400
procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do
municiacutepio (UFMG 2014)
Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros
e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa
considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa
concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em
conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um
centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o
fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso
o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)
Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de
referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a
qualidade de vida do idoso
Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)
reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para
pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os
idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico
ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de
BH para conquistarem este espaccedilo
O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte
desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal
Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO
29
HORIZONTE 2013)
O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos
direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e
documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento
De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento
tem como objetivos e compromissos
Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e
inclusatildeo social da pessoa idosa
Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional
Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e
elevaccedilatildeo de sua autoestima
Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua
histoacuteria
O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos
Academia da Cidade
Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila
Danccedila de salatildeo
Danccedila cigana
Danccedila Secircnior
Coral
Lian Gong
InformaacuteticaInclusatildeo Digital
Pintura em Tecido
Pintura em Tela
Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)
Show de Talentos
Tarde Danccedilante (Baile)
Vida Ativa
Biodanza
O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos
podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de
30
vagas
Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que
preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida
saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)
31
3 METODOLOGIA
RSO METODOLOacuteG
31 Tipo de estudo
Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes
de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade
de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)
32 Aacuterea e local do estudo
A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas
Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da
populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)
O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590
idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados
33 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos
diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas
331 Caacutelculo Amostral
A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de
referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do
tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra
miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho
populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada
Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa
probabilidade
32
Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos
com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula
descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)
FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)
A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima
preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)
O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal
padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada
Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor
absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25
Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos
cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um
niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando
o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a
amostra final totalizou em 215 idosos
Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima
do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do
local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do
municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a
esse em centros de referecircncias para idosos
332 Criteacuterio de seleccedilatildeo
Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com
idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de
referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave
n
2
2 )1(
d
ppzn
d 2z
2z
2z 5z
33
entrevista
Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que
realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em
participar da pesquisa
34 Coleta de dados
Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes
do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola
de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)
A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave
realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em
Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma
equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica
selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma
mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH
Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por
alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada
entrevistadora
Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo
da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador
(SOARES et al 2013)
35 Variaacuteveis do estudo
351 Variaacutevel dependente
A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por
meio do instrumento WHOQOL-bref
34
352 Variaacuteveis independentes
As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas
socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado
atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir
353 Instrumentos para a coleta de dados
WHOQOL-bref
Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs
do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra
boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003
MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da
OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref
O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui
26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral
(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24
facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em
quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS
1998a)
Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir
de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo
aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia
de todas as facetas (OMS 1998a)
O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de
ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo
(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a
completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)
(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das
respostas variam entre 1 e 5
35
O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo
quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com
sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo
As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de
consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente
e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico
com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em
estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)
Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido
e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do
Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo
Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao
Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)
Mini Exame do Estado Mental
Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame
do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado
mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses
O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes
paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma
delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a
orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs
palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3
pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)
O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior
grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos
o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)
Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para
o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de
educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de
36
escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes
pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para
mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD
DELLAROZA 2012)
Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos
Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o
Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade
estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como
descritos a seguir
- Sexo
Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo
univariado
- Idade
A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a
data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a
69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais
- Naturalidade
Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo
Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais
- Estado civil
Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro
- Religiatildeo
Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra
- Escolaridade
Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo
As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram
considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os
alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de
quatro anos de estudo
- Ocupaccedilatildeo atual
37
Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica
entrou no modelo univariado
- Aposentadoria
Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo
univariado
- Tipo de aposentadoria
Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve
como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado
- Renda familiar
Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em
le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios
miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos
- Moradia e nuacutemero de cocircmodos
Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3
cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui
rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)
Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais
Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram
aplicados descritos a seguir
- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire
Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui
duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)
e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem
esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem
entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma
semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia
de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos
Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade
92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)
38
- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)
Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10
questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do
AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas
perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de
ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute
pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta
Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de
aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge
4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram
adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C
mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado
- Tabagismo
Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou
natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10
cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As
respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas
(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)
- Praacutetica de atividade fiacutesica
Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia
(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)
- Comorbidades
Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)
- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)
A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint
National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL
2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico
A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de
repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio
devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio
Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na
primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente
39
Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees
da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e
hipertenso)
- Uso de medicamento
Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo
- Histoacuteria familiar de doenccedila
Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo
arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto
agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo
obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As
categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo
Dados antropomeacutetricos
As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas
segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)
- Peso
Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca
Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e
estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo
distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg
- Estatura
A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de
peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes
paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo
com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As
naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos
permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era
posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo
plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o
40
topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo
- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)
O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)
sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica
norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27
ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso
- Circunferecircncia de quadril
Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica
flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas
- Circunferecircncia da cintura
Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen
relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do
indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte
superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo
feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm
segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)
- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)
Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a
circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o
valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de
acordo com o preconizado pela OMS (1998)
O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1
Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de
inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos
36 Anaacutelise dos dados
Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o
programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)
A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas
41
expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil
(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as
categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de
Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado
Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os
grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de
variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada
quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste
U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo
parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo
teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem
estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo
multivariado
Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar
as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram
introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os
valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de
confianccedila de 95 (IC 95)
Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios
do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho
A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em
relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida
boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo
ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida
ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou
ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito
insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)
37 Questotildees eacutetico-legais
A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade
Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de
42
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE
do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos
acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava
sendo utilizado para a coleta de dados
O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)
Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em
Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)
Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil
sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de
Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)
43
4 RESULTADOS
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada
De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir
representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269
questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -
cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem
pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se
257 questionaacuterios completos e analisados
Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas
demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas
com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as
quais seratildeo discutidas a posteriori
44
TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)
Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito
satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas
oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a
proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados
fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente
significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a
sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total
N=257 ()
G1
(satisfeito)
N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito)
N=94 () p-valora
Sexo
Homem 175 178 170 0876
Mulher 825 822 830
Idade (anos)
60-69 447 393 543 0025
70-79 447 472 404
ge 80 105 135 53
Naturalidade (n=256)
BH ou RMBH 316 356 247 0144
Interior MG 609 564 688
Outros 74 80 65
Situaccedilatildeo conjugal
Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587
Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340
Religiatildeo
Catoacutelico 724 730 713 0945
Evangeacutelico 136 135 138
Outros 140 135 149
45
TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo
Alfabetizado 899 896 904 0827
Analfabeto 101 104 96
Escolaridade (anos)
lt4 214 190 255 0220
ge4 786 810 745
Trabalha atualmente
Sim 226 258 170 0106
Natildeo 774 742 830
Aposentadoria
Sim 802 798 809 0832
Natildeo 198 202 191
Tipo de Aposentadoria (n=205)
Idade 459 457 461 0594
Tempo de serviccedilo 424 442 395
Invalidez 117 101 145
Renda familiar (sm)
lt 1 191 180 211 0342
1 ˫ 3 402 385 433
3 ˫ 5 279 280 278
ge 5 127 155 78
Casa proacutepria
Sim 883 914 830 0043
Natildeo 117 86 170
Nuacutemero de cocircmodos
1 ndash 3 148 141 160 0688
4 ou mais 852 859 840
Saneamento baacutesico
Rede de esgoto 984 988 979 0625
Banheiro 1000 1000 1000 -
Aacutegua encanada 996 1000 989 0366
Arranjo domiciliar
Mora sozinho 202 202 202 0995
Mora acompanhado 798 798 798
46
Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida
ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo
ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo
trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram
acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria
com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas
De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a
satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou
diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees
47
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)
(Continua)
Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001
Neoplasia 532 513 565 0419
Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057
Diabetes mellitus 417 375 489 0077
Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479
Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038
Transtorno mental 357 288 478 0002
Obesidade 254 225 304 0164
Demecircncia 167 156 185 0558
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Nordm comorbidades
Zero 97 129 43 lt0001
1-2 572 620 489
3-4 268 227 340
5 ou mais 62 25 128
Comorbidade autorreferida
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001
Dislipidemia 265 276 245 0583
Diabetes mellitus 237 190 319 0019
Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233
172
340
0002
Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288
Cardiopatias 105 74 160 0030
Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006
Tratamento medicamentoso (n=256)
Sim 848 828 882 0252
Natildeo 152 172 118
Medicamento (n=253)
Anti-hipertensivo 597 528 717 0003
Hipolipemiante 225 224 228 0932
Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057
Diureacutetico 213 168 293 0019
Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150
137
174
0425
Antidepressivo 150 118 207 0058
AINEs 107 81 152 0077
48
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
(Conclusatildeo)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo
arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo
com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo
menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior
prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes
mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo
aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores
elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril
Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara
a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as
proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de
comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema
osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel cognitivo (MEEM)
Alterado 167 178 149 0549
Preservado 833 822 851
PHQ-2 total
ge 3 97 43 191 lt0001
lt 3 903 957 809
PA aferida (n=234)
Normotenso 628 631 624 0911
Hipertenso 372 369 376
Iacutendice de massa corpoacuterea
lt22 116 121 108 0456
22-27 376 401 333
gt27 508 478 559
RCQ
Normal 455 436 489 0404
Elevado 545 564 515
49
uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo
arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental
TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)
Variaacutevel HAS
Total N=248
()
PA alterada
Sim
N=87
()
Natildeo
N=161
()
Natildeo 343 259 741
Sim 657 399 601
Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial
aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo
arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e
quase dois quintos dos sabidamente hipertensos
50
TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com
sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
AUDIT-C (n=253)
Negativo 905 913 891 0570
Positivo 95 87 109
Tabagismo
Tabagista 39 37 43 0664
Natildeo tabagista 642 663 606
Ex-tabagista 319 301 351
Nuacutemero de cigarros que fuma ou
jaacute fumou (n=92)
Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185
Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541
Tempo de tabagismo (n=90)
Menos de 10 anos 244 226 270 0634
Mais de 10 anos 756 774 730
Atividade fiacutesica
Sim 926 951 883 0045
Natildeo 74 49 117
Tipo de atividade fiacutesica
Caminhada 677 712 617 0118
Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055
Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523
Danccedila 101 129 53 0053
Hidroginaacutestica 66 86 32 0094
Biodanza 43 37 53 0537
Outros 175 202 128 0129
Frequecircncia da atividade fiacutesica
4-7 vezes por semana 280 337 181 0008
1-3 vezes por semana 630 601 681
Nunca 89 61 138
51
A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados
apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave
qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees
A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as
variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de
Vida Geral
TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim
nem bom Bom
Muito
Bom
WHOQOL-1
Como avaliaria sua
qualidade de vida
WHOQOL-2
Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede
n 3 5 49 140 60
12 19 191 545 233
Muito
insatisfeito Insatisfeito
Nem
satisfeito nem
insatisfeito
Satisfeito Muito
Satisfeito
n 3 21 40 145 48
12 82 156 564 187
Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q
Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143
Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917
Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600
QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779
Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral
52
GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais
Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
53
TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra
em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
Variaacuteveis
QVG
Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear
WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida
Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001
Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625
Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060
Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348
Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920
WHOQOL-2dagger
Satisfaccedilatildeo com a sauacutede
Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001
Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075
Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181
Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355
Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003
Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -
QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041
54
GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014
Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health
Organization Quality of Life
WHOQOL-1
muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim
QV
G
1000
800
600
400
200
00
WHOQOL-2
muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito
insatisfeitomuito insatisfeito
QV
G
1000
800
600
400
200
00
QV boa e satisfeito sauacutede
simnatildeo
QV
G
1000
800
600
400
200
00
55
TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa
Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Domiacutenios
Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees
sociais
Meio
ambiente
Rho QVG 0655 0722 0842 0622
Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10
correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)
A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico
apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio
ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG
56
GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
57
42 Anaacutelise multivariada
As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)
com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram
Idade
Naturalidade
Trabalham atualmente
Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Nuacutemero de comorbidades
HAS
Diabetes mellitus
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Cardiopatias
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio
Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos
Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral
Antidepressivos
Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide
Recalcificante
Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica
HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia
HF positiva para diabetes mellitus
HF positiva para obesidade
PHQ-2 total
Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica
Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica
58
Caminhada
Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila
Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os
idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a
satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de
vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser
oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do
aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo
para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar
atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)
59
TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p
estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de
vida
Variaacuteveis OR IC (95) p-valor
Naturalidade
BH ou RMBH 100 (ref)
Interior MG 046 024 - 090 0023
Outros 081 023 - 286 0746
Nuacutemero de comorbidades
Zero 100 (ref)
1-2 069 021 - 230 0546
3-4 035 010 - 127 0111
5 ou mais 015 003 - 085 0032
Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida
Natildeo 100 (ref)
Sim 025 007 - 094 0040
Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial
Natildeo 100 (ref)
Sim 035 017 - 070 0003
PHQ-2 total
lt 3 100 (ref)
ge 3 018 006 - 050 0001
Frequecircncia da atividade fiacutesica
Nunca 100 (ref)
1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016
4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001
60
QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa
Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO
Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade
Naturalidade Ser natural do interior de MG
Caracteriacutesticas econocircmicas
Trabalha atualmente Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades
HAS
Diabetes mellitus Cardiopatias
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio
Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral Antidepressivos
Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide
Recalcificante
PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3
HF positiva para HAS HF positiva para AVE
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade
HF positivo para HAS
Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e
4-7x sem)
Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull
da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire
61
5 DISCUSSAtildeO
Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico
econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua
qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas
As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma
predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos
equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ
DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et
al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens
(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com
idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004
LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)
A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo
em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e
vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava
540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000
e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens
idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)
Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as
mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as
mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na
exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes
de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)
Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge
(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados
demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo
estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que
tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995
62
(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)
A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da
senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver
algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)
Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes
na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o
que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)
Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa
fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o
aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer
com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma
relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem
percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos
(LUCCHETTI et al 2011)
Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra
estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de
quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a
porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)
Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo
alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos
A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo
considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes
Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino
fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a
segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os
anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres
(BRASIL 2010)
No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos
(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos
idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas
apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre
os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na
63
correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja
observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade
(anos de estudo)
Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na
relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis
pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos
benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o
fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na
sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)
No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir
casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)
segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a
maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as
condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a
amostra
Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos
tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente
em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado
garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas
sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de
dignidaderdquo
Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos
idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao
encontrado no estudo (202)
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas
Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos
idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave
meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam
ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em
2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)
64
Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de
frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS
indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional
(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede
do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et
al 2013)
No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus
tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim
como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem
confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia
de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos
homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do
que 240 mgdL (elevado)
A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem
de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute
importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na
reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado
por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco
para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do
controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e
crocircnicas (BRASIL 2006)
Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos
princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam
os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle
glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia
intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia
(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na
populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia
Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash
HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se
associam (SBD 2013-2014)
65
Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia
apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais
causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos
idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre
as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias
em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo
supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)
Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de
medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os
diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida
mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso
expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)
antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando
a importacircncia das outras patologias citadas
Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra
estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo
Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006)
A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um
problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre
pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no
metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas
podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do
idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave
prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)
Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao
manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos
colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute
desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011
POON BRAUN 2005)
Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos
66
quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA
aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA
controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados
justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo
enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma
entraram
Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes
ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial
sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em
outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais
inadequados (MOREIRA et al 2008)
Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram
hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o
subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo
essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos
deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico
(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)
Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do
estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar
relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e
independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)
apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo
devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando
anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o
idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal
transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)
O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de
elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre
os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado
para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a
habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas
de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos
67
externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os
processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e
compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em
contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas
aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)
Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda
natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento
cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma
necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees
associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores
educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e
capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual
das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo
que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado
na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados
alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao
prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma
craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais
e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)
Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos
anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido
levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees
decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de
trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da
deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES
et al 2006 MELLO et al 2012)
Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como
deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder
incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento
fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no
68
mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno
para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem
20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para
a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os
decliacutenios funcionais
A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as
diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al
2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de
idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada
(545)
O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado
provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou
endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que
vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial
da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo
(MANCINI 2010)
O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional
por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em
idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura
acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da
quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC
e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e
obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)
Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos
e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave
mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou
que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser
protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)
A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral
especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo
na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees
nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI
69
2005 LIMA DUARTE 2013)
53 Caracteriacutesticas comportamentais
Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala
deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar
precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute
menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social
contemporacircneo (NEVES 2004)
A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar
subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica
por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres
(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida
alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim
a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)
Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o
envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou
dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas
pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo
aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior
sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental
(SILVA 2008)
No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)
mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os
estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de
Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)
e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que
revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187
respectivamente
Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram
fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo
maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante
70
A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de
fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A
nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave
neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a
obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)
O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De
acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o
surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de
cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004
PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede
levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em
geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda
Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)
Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O
tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente
atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de
condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)
Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de
vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute
acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude
da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)
Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior
aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006
ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais
acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer
lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)
Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de
uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o
Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade
vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por
sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30
minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada
71
moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por
semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)
Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo
da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade
fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado
em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4
mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se
as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre
o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o
incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do
Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos
com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo
de sal nos alimentos (BRASIL 2011)
54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada
No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo
confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de
vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e
comportamentais
Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram
Naturalidade
Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso
considerar sua qualidade de vida boa
No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas
Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento
populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento
meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no
setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)
72
Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos
estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas
famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram
constituindo famiacutelia ou natildeo
Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no
estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso
(BORIM BARROS NERI 2012)
Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em
comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas
para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de
melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o
WHOQOL-bref
A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os
idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de
QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do
instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente
rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os
idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas
estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)
Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o
ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio
urbano
Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida
atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural
apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados
obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)
Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e
do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas
diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de
qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que
os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos
que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida
73
mais ativa que levam
Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir
que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida
superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital
pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a
associaccedilatildeo encontrada
Comorbidades
Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma
pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco
ou mais comorbidades
Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que
torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a
promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade
de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)
Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente
relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo
frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um
nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam
maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute
diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)
Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as
escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento
sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS
2011)
Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre
doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al
2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)
Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado
em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta
diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI
74
CICONELLI 2011)
Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas
crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que
focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais
adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo
integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)
A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua
prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso
consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de
isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou
mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua
autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e
com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)
Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem
implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque
para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a
magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco
aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu
uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60
da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo
adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia
aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria
da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)
Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo
gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem
lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza
destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)
Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o
desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas
sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus
fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano
aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias
75
crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool
inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees
em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)
cuidado integral (BRASIL 2011)
Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a
prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e
consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos
Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo
aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa
sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A
ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande
magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de
exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)
Doenccedila do aparelho respiratoacuterio
Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com
idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria
Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar
obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter
progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar
sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)
A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos
acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada
como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et
al 2006)
Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem
reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos
valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo
da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio
respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)
76
Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de
suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de
pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees
respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com
condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas
comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas
pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o
diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente
satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)
Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter
impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir
complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas
no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)
HF positivo para HAS
Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a
pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o
agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a
principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)
No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse
nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo
estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de
doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta
e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo
(BRASIL 2006)
A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas
como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER
2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e
confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que
77
exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem
disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao
maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica
(MIRANDA et al 2002)
Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade
colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas
medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os
tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)
Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na
prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos
puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)
As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura
pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre
elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo
e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)
Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para
o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de
responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees
cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a
melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)
PHQ-total ge 3
Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a
chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais
comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma
patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute
calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10
dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)
Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na
qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo
78
geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo
provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto
negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de
sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG
Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de
vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na
qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007
FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)
Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em
diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de
reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima
solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo
terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema
Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo
papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos
podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma
eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado
vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)
Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa
Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono
familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos
Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave
sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta
prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente
Atividade fiacutesica
Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um
gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente
sua qualidade de vida
No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos
afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute
79
integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia
Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de
30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida
fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o
pratica (REIS SOUZA 2011)
A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas
funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto
os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu
desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio
corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)
Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os
niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial
coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)
Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio
social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de
liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)
Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor
prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos
vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De
acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a
reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a
sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens
Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor
para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram
o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo
experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que
avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de
depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias
cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores
de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a
adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida
Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando
80
praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo
compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de
manter conviacutevio social principalmente entre idosos
Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada
nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE
2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel
(LIMA-COSTA et al 2009)
55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref
O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou
extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o
valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses
foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os
idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte
ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso
a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio
Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados
com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas
informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre
outros
Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida
Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O
IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida
renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos
relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De
acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH
nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e
seguranccedila ambiental
Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas
respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da
qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas
81
externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)
Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui
o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)
para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as
condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas
dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes
(RIO DE JANEIRO 2010)
O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou
indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees
habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)
O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo
apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade
avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees
metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por
exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos
que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE
JANEIRO 2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o
Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado
pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da
distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes
Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte
atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH
condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida
de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem
apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em
contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque
os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente
apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em
locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)
Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O
82
IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede
que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer
para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados
baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees
Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento
de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e
Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas
de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas
de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas
responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)
A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em
nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute
representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em
54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui
os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)
Escolas Municipais 17
Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02
Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10
Creches Conveniadas 37
Escolas Estaduais 41
Hospitais Puacuteblicos 02
Hospitais Particulares 01
Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16
Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01
Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04
Centro de Referecircncia do Idoso 01
Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01
Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01
Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01
Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01
Farmaacutecia Distrital 01
83
Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos
puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos
constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do
ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como
um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras
Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da
miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo
e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)
Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no
municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se
encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash
alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas
e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)
A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser
definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito
concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a
pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve
presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas
mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse
comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de
morte nos idosos (BRASIL 2014)
Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos
como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees
dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo
ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil
como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se
organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos
de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES
MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete
significativamente o meio ambiente no qual ele vive
Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos
84
da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia
contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas
que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de
serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes
de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)
No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL
2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000
habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas
relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de
moradia)
Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento
da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A
campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto
do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os
direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir
qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de
sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)
Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de
assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com
os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)
Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam
negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o
intuito de se buscar possiacuteveis melhorias
56 Limitaccedilotildees do estudo
O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento
Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim
afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas
Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem
como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da
populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o
85
calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa
Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a
inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na
avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras
investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de
referecircncia para idosos
86
6 CONCLUSOtildeES
O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou
como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais
(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria
predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre
60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)
Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram
aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave
moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando
condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da
populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados
Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede
prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)
doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)
Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um
medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)
hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)
Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39
fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade
fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a
realizam de uma a trecircs vezes por semana
Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se
que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751
encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso
constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante
ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)
e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos
Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram
significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser
natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila
do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com
87
pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por
semana e de quatro a sete vezes por semana
Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os
idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida
Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um
grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais
O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e
intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de
vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute
importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a
qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo
realiza eacute no proacuteprio local
Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de
ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo
mais expressivo de idosos do municiacutepio
Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade
de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida
Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo
fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para
confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees
causais entre as variaacuteveis estudadas
Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na
populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O
estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de
poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento
das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem
sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o
acompanhamento e controle da populaccedilatildeo
Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no
trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo
baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em
diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em
88
tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de
enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)
Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio
aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo
do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave
sauacutede
Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta
para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no
centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas
socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam
do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida
desses idosos
Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem
melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o
domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida
Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute
de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos
nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de
diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de
variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e
potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa
populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem
ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de
envelhecimento ativo
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102
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ZASLAVSKY C GUS I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidades Arq Bras Cardiol volume 79 nordm 6 635-9 2002
103
ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
World Health Organization Quality of Life-bref
104
105
106
Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos
Questionaacuterio nordm _______
Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________
Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________
Endereccedilo _____________________________________________________________________
Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______
Telefone de contato ________________
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Nome completo ______________________________________________________________
Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________
Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo
Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro
Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra
PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -
Vocecirc estaacute trabalhando atualmente
Se sim especifique _____________________
(1) sim (2) natildeo
Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo
Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez
Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo
(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos
(3) entre 3 a 5 salaacuterios
(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos
- MORADIA -
Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo
Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +
Possui banheiro (1) sim (2) natildeo
Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo
Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo
Mora sozinho (1) sim (2) natildeo
Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique grau de parentesco ________________________
Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos
Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos
(4) netos (5) outros ______________________
107
(Continua)
- ESCOLARIDADE -
Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo
Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado
HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA
- AUDIT-C -
Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo
Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4
Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4
Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4
O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente
108
(Continua)
- TABAGISMO -
Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo
Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo
Quantos cigarros vocecirc
fuma (va) por dia
(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica
Haacute quanto tempo vocecirc
fuma (va)
(1) menos de 2
anos
(2) de 2 a 10
anos
(3) mais de 10
anos
(99) natildeo se aplica
- ATIVIDADE FIacuteSICA -
Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo
Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong
(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________
Frequecircncia (1) 1xsemana
(4) nunca
(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana
HISTOacuteRIA CLIacuteNICA
Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo
Se sim qual
( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias
( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________
Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique ________________________________________________________________________
Haacute quanto tempo ______ (em anos)
HISTOacuteRIA FAMILIAR
Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve
Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo
Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo
Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo
Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo
Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo
Obesidade (1) sim (2) natildeo
Cacircncer (1) sim (2) natildeo
Demecircncia (1) sim (2) natildeo
Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo
109
(Conclusatildeo)
The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas
1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3
AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA
Peso medido (kg) _____________
Estatura aferida (m) ___________
IMC ___________ (kgmsup2)
Circunferecircncia cintura (cm) _________
Circunferecircncia quadril (cm) _________
Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____
PRESSAtildeO ARTERIAL
Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)
PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg
PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg
110
ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA
PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
111
112
ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG
113
ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL
SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS
NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
114
ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH
DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
Agradecimentos
Aos idosos do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por colaborar com esta pesquisa de
maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs
pela maneira que lidam com o
envelhecimento e como enxergam a vida
com tanta maturidade e sabedoria
Aos familiares
Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e
festejarem comigo as minhas conquistas
Aos meus amigos
Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo
da minha ausecircncia Mas saibam que
agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs
satildeo fundamentais para mim
Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede
Ermelinda
Sem o apoio de todos vocecircs a
concretizaccedilatildeo deste trabalho seria
impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos
momentos de sobrecarga devido agraves minhas
ausecircncias principalmente aos meus
colegas enfermeiros e agrave equipe amarela
Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo
para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero
que este trabalho possa contribuir de
maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave
sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por
tudo
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de
Belo Horizonte em especial ao
Distrito Noroeste
Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu
mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos
seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que
contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede
mais digna e humanizada
Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no
local e por acreditar tanto no que estamos
fazendo Espero que nossos resultados
possam contribuir com o trabalho de vocecircs
Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia
o Centro com tanta competecircncia e amor
Aos demais funcionaacuterios do Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa
Pela receptividade durante todo o periacuteodo
que ficamos no local de trabalho de vocecircs e
pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos
idosos
Aos integrantes do NEPCDH
Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria
desta pesquisa
Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que
colaboraram na coleta de dados
Liacuterica e Francielle
Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo
existiria
Obrigada pela grande parceria
Aos colegas de mestrado
Pelo compartilhamento de alegrias e
frustraccedilotildees
RESUMO
MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local
Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso
ABSTRACT
MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research
Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32
Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e
Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte
MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52
Graacutefico 2
Graacutefico 3
-
-
Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1
WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo
Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54
Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 56
Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida
por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60
LISTA DE TABELAS
1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44
2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45
3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47
4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49
5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50
6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de
QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 53
9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014 55
10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua
sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico
BH
CRPI
-
-
Belo Horizonte
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara
DP - Desvio-padratildeo
EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais
G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV
boasatisfeito
G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou
QV ruiminsatisfeito
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
IQ - Intervalo Interquartil
NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento
Humano
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OR - Odds Ratio
PA - Pressatildeo Arterial
PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios
QVG - Qualidade de Vida Geral
Sm - Salaacuterio Miacutenimo
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede
WHO - World Health Organization
WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group
WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16
12 Objetivo 20
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 Envelhecimento populacional 21
22
221
Qualidade de vida do idoso 23
Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede
24
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27
3 METODOLOGIA 31
31 Tipo de estudo 31
32 Aacuterea e local do estudo 31
33
331
332
Populaccedilatildeo do estudo 31
Caacutelculo amostral 31
Criteacuterios de seleccedilatildeo 32
34 Coleta de dados 33
35 Variaacuteveis do estudo 33
351 Variaacutevel dependente 33
352 Variaacuteveis independentes 34
353 Instrumentos para a coleta de dados 34
36
37
Anaacutelise dos dados 40
Questotildees eacutetico-legais 41
SUMAacuteRIO
4 RESULTADOS 43
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43
42 Anaacutelise multivariada 57
5 DISCUSSAtildeO 61
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63
53 Caracteriacutesticas comportamentais 69
54
55
56
Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71
Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80
Limitaccedilotildees do estudo 84
6 CONCLUSOtildeES 86
REFEREcircNCIAS 89
ANEXOS 103
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
11 Contextualizaccedilatildeo do problema
O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o
Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos
(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes
do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos
ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da
populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em
nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL
2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de
2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta
representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se
encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo
composta por idosos
Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a
fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)
Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60
anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses
desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa
de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou
115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27
anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento
como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais
rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto
institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que
fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)
O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos
mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado
17
estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica
Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em
meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que
expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados
(LEBRAtildeO DUARTE 2003)
Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640
de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que
deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)
Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada
de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a
estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide
populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES
RODRIGUES 2005)
Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX
acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas
mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela
diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e
parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia
inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)
Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as
doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar
incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em
desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas
seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da
sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas
doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)
Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua
que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio
agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)
Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na
sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto
mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento
18
saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al
2010)
As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos
anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para
esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e
regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais
agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que
o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional
isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas
atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)
Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas
quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A
Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como
consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso
tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo
padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade
Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas
consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de
vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo
uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros
meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)
Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo
que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do
sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees
e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla
abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado
psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os
mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)
A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica
por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades
e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de
sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as
19
incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na
velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave
qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves
atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade
acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a
autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)
Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para
a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade
desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o
comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a
famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez
que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice
contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia
autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem
tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et
al 2013)
Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas
Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute
cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de
cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as
conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se
acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o
desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e
universal (CIL 2013)
Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o
desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da
qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo
Horizonte
Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A
falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta
20
importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e
avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos
Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um
modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a
partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os
resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de
rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees
centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio
e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no
atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado
Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem
sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos
que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e
produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os
aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais
ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)
As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento
das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em
detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas
tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento
Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas
em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI
12 Objetivo
Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e
ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Envelhecimento populacional
Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o
envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de
pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)
Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455
anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se
alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia
(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)
Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de
idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo
decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as
modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de
desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo
indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade
cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)
Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se
dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do
conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou
ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte
viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um
mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)
Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos
em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et
al 2013)
Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil
indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos
idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de
doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e
diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos
22
podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares
ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve
ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave
comunidade (OMS 2004)
Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de
idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa
intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os
vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que
os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos
associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se
que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito
de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a
promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)
Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo
ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole
population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na
Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)
que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento
ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a
importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e
na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia
(BOWLING 2009)
No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE
(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos
realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas
Gerais
Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma
aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real
conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo
(VERAS 2009)
23
22 Qualidade de vida do idoso
Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de
difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam
sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento
socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos
quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)
Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que
melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma
das definiccedilotildees mais utilizadas
Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o
conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas
fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu
maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)
Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de
instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um
conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL
Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural
(CANAVARRO et al 2005)
Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute
relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel
socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o
autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos
e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades
diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)
No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as
necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades
de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)
Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com
estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico
ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da
idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente
24
associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e
inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)
Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo
agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas
gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar
dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa
qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)
No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida
em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que
dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007
GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES
ALCHIERI 2010)
Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL
da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem
consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a
subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por
exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos
mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso
(FLECK 2000 FLECK et al 2008)
221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a
promoccedilatildeo da sauacutede
A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de
envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de
otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas
No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a
sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a
manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para
doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)
Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a
25
heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso
objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que
envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para
realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)
O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave
interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos
para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de
formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em
processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da
autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)
A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a
ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL
1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na
sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo
contra a pessoa idosa
A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo
propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou
manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a
permanecircncia no meio em que vivem de forma independente
Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a
capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de
autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o
cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no
envelhecimento ativo (VERAS 2009)
No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da
Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral
integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave
integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL
1996)
Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do
envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade
funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos
26
que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade
funcional restringida (GORDILHO et al 2000)
Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como
objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e
mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos
No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional
de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia
e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos
Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar
recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da
pessoa idosa
Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do
idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo
idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive
Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto
Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover
o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)
O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso
com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de
abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)
Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700
idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de
atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade
de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de
abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)
Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo
fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do
envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de
estrateacutegia
A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade
para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior
participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo
27
estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes
favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS
2004)
Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para
enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus
entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a
constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de
sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo
espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)
Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os
inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas
cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver
accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de
convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar
ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros
(VERAS CALDAS 2004)
Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da
Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso
que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo
agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23
milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL
2010)
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos
Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o
cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa
etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG
em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de
envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e
Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a
sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade
28
do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria
Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)
O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27
consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com
piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades
de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade
para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo
Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas
subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400
procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do
municiacutepio (UFMG 2014)
Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros
e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa
considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa
concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em
conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um
centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o
fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso
o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)
Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de
referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a
qualidade de vida do idoso
Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)
reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para
pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os
idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico
ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de
BH para conquistarem este espaccedilo
O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte
desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal
Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO
29
HORIZONTE 2013)
O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos
direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e
documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento
De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento
tem como objetivos e compromissos
Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e
inclusatildeo social da pessoa idosa
Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional
Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e
elevaccedilatildeo de sua autoestima
Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua
histoacuteria
O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos
Academia da Cidade
Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila
Danccedila de salatildeo
Danccedila cigana
Danccedila Secircnior
Coral
Lian Gong
InformaacuteticaInclusatildeo Digital
Pintura em Tecido
Pintura em Tela
Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)
Show de Talentos
Tarde Danccedilante (Baile)
Vida Ativa
Biodanza
O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos
podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de
30
vagas
Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que
preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida
saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)
31
3 METODOLOGIA
RSO METODOLOacuteG
31 Tipo de estudo
Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes
de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade
de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)
32 Aacuterea e local do estudo
A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas
Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da
populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)
O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590
idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados
33 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos
diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas
331 Caacutelculo Amostral
A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de
referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do
tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra
miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho
populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada
Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa
probabilidade
32
Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos
com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula
descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)
FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)
A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima
preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)
O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal
padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada
Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor
absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25
Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos
cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um
niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando
o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a
amostra final totalizou em 215 idosos
Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima
do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do
local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do
municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a
esse em centros de referecircncias para idosos
332 Criteacuterio de seleccedilatildeo
Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com
idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de
referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave
n
2
2 )1(
d
ppzn
d 2z
2z
2z 5z
33
entrevista
Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que
realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em
participar da pesquisa
34 Coleta de dados
Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes
do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola
de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)
A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave
realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em
Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma
equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica
selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma
mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH
Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por
alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada
entrevistadora
Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo
da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador
(SOARES et al 2013)
35 Variaacuteveis do estudo
351 Variaacutevel dependente
A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por
meio do instrumento WHOQOL-bref
34
352 Variaacuteveis independentes
As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas
socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado
atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir
353 Instrumentos para a coleta de dados
WHOQOL-bref
Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs
do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra
boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003
MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da
OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref
O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui
26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral
(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24
facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em
quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS
1998a)
Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir
de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo
aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia
de todas as facetas (OMS 1998a)
O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de
ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo
(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a
completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)
(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das
respostas variam entre 1 e 5
35
O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo
quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com
sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo
As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de
consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente
e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico
com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em
estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)
Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido
e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do
Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo
Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao
Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)
Mini Exame do Estado Mental
Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame
do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado
mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses
O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes
paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma
delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a
orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs
palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3
pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)
O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior
grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos
o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)
Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para
o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de
educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de
36
escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes
pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para
mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD
DELLAROZA 2012)
Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos
Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o
Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade
estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como
descritos a seguir
- Sexo
Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo
univariado
- Idade
A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a
data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a
69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais
- Naturalidade
Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo
Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais
- Estado civil
Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro
- Religiatildeo
Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra
- Escolaridade
Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo
As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram
considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os
alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de
quatro anos de estudo
- Ocupaccedilatildeo atual
37
Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica
entrou no modelo univariado
- Aposentadoria
Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo
univariado
- Tipo de aposentadoria
Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve
como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado
- Renda familiar
Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em
le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios
miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos
- Moradia e nuacutemero de cocircmodos
Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3
cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui
rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)
Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais
Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram
aplicados descritos a seguir
- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire
Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui
duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)
e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem
esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem
entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma
semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia
de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos
Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade
92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)
38
- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)
Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10
questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do
AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas
perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de
ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute
pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta
Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de
aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge
4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram
adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C
mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado
- Tabagismo
Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou
natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10
cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As
respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas
(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)
- Praacutetica de atividade fiacutesica
Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia
(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)
- Comorbidades
Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)
- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)
A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint
National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL
2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico
A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de
repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio
devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio
Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na
primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente
39
Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees
da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e
hipertenso)
- Uso de medicamento
Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo
- Histoacuteria familiar de doenccedila
Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo
arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto
agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo
obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As
categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo
Dados antropomeacutetricos
As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas
segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)
- Peso
Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca
Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e
estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo
distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg
- Estatura
A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de
peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes
paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo
com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As
naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos
permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era
posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo
plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o
40
topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo
- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)
O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)
sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica
norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27
ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso
- Circunferecircncia de quadril
Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica
flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas
- Circunferecircncia da cintura
Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen
relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do
indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte
superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo
feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm
segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)
- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)
Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a
circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o
valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de
acordo com o preconizado pela OMS (1998)
O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1
Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de
inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos
36 Anaacutelise dos dados
Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o
programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)
A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas
41
expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil
(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as
categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de
Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado
Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os
grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de
variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada
quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste
U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo
parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo
teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem
estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo
multivariado
Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar
as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram
introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os
valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de
confianccedila de 95 (IC 95)
Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios
do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho
A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em
relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida
boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo
ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida
ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou
ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito
insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)
37 Questotildees eacutetico-legais
A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade
Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de
42
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE
do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos
acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava
sendo utilizado para a coleta de dados
O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)
Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em
Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)
Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil
sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de
Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)
43
4 RESULTADOS
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada
De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir
representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269
questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -
cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem
pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se
257 questionaacuterios completos e analisados
Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas
demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas
com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as
quais seratildeo discutidas a posteriori
44
TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)
Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito
satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas
oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a
proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados
fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente
significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a
sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total
N=257 ()
G1
(satisfeito)
N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito)
N=94 () p-valora
Sexo
Homem 175 178 170 0876
Mulher 825 822 830
Idade (anos)
60-69 447 393 543 0025
70-79 447 472 404
ge 80 105 135 53
Naturalidade (n=256)
BH ou RMBH 316 356 247 0144
Interior MG 609 564 688
Outros 74 80 65
Situaccedilatildeo conjugal
Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587
Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340
Religiatildeo
Catoacutelico 724 730 713 0945
Evangeacutelico 136 135 138
Outros 140 135 149
45
TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo
Alfabetizado 899 896 904 0827
Analfabeto 101 104 96
Escolaridade (anos)
lt4 214 190 255 0220
ge4 786 810 745
Trabalha atualmente
Sim 226 258 170 0106
Natildeo 774 742 830
Aposentadoria
Sim 802 798 809 0832
Natildeo 198 202 191
Tipo de Aposentadoria (n=205)
Idade 459 457 461 0594
Tempo de serviccedilo 424 442 395
Invalidez 117 101 145
Renda familiar (sm)
lt 1 191 180 211 0342
1 ˫ 3 402 385 433
3 ˫ 5 279 280 278
ge 5 127 155 78
Casa proacutepria
Sim 883 914 830 0043
Natildeo 117 86 170
Nuacutemero de cocircmodos
1 ndash 3 148 141 160 0688
4 ou mais 852 859 840
Saneamento baacutesico
Rede de esgoto 984 988 979 0625
Banheiro 1000 1000 1000 -
Aacutegua encanada 996 1000 989 0366
Arranjo domiciliar
Mora sozinho 202 202 202 0995
Mora acompanhado 798 798 798
46
Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida
ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo
ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo
trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram
acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria
com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas
De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a
satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou
diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees
47
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)
(Continua)
Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001
Neoplasia 532 513 565 0419
Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057
Diabetes mellitus 417 375 489 0077
Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479
Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038
Transtorno mental 357 288 478 0002
Obesidade 254 225 304 0164
Demecircncia 167 156 185 0558
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Nordm comorbidades
Zero 97 129 43 lt0001
1-2 572 620 489
3-4 268 227 340
5 ou mais 62 25 128
Comorbidade autorreferida
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001
Dislipidemia 265 276 245 0583
Diabetes mellitus 237 190 319 0019
Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233
172
340
0002
Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288
Cardiopatias 105 74 160 0030
Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006
Tratamento medicamentoso (n=256)
Sim 848 828 882 0252
Natildeo 152 172 118
Medicamento (n=253)
Anti-hipertensivo 597 528 717 0003
Hipolipemiante 225 224 228 0932
Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057
Diureacutetico 213 168 293 0019
Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150
137
174
0425
Antidepressivo 150 118 207 0058
AINEs 107 81 152 0077
48
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
(Conclusatildeo)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo
arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo
com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo
menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior
prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes
mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo
aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores
elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril
Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara
a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as
proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de
comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema
osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel cognitivo (MEEM)
Alterado 167 178 149 0549
Preservado 833 822 851
PHQ-2 total
ge 3 97 43 191 lt0001
lt 3 903 957 809
PA aferida (n=234)
Normotenso 628 631 624 0911
Hipertenso 372 369 376
Iacutendice de massa corpoacuterea
lt22 116 121 108 0456
22-27 376 401 333
gt27 508 478 559
RCQ
Normal 455 436 489 0404
Elevado 545 564 515
49
uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo
arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental
TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)
Variaacutevel HAS
Total N=248
()
PA alterada
Sim
N=87
()
Natildeo
N=161
()
Natildeo 343 259 741
Sim 657 399 601
Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial
aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo
arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e
quase dois quintos dos sabidamente hipertensos
50
TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com
sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
AUDIT-C (n=253)
Negativo 905 913 891 0570
Positivo 95 87 109
Tabagismo
Tabagista 39 37 43 0664
Natildeo tabagista 642 663 606
Ex-tabagista 319 301 351
Nuacutemero de cigarros que fuma ou
jaacute fumou (n=92)
Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185
Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541
Tempo de tabagismo (n=90)
Menos de 10 anos 244 226 270 0634
Mais de 10 anos 756 774 730
Atividade fiacutesica
Sim 926 951 883 0045
Natildeo 74 49 117
Tipo de atividade fiacutesica
Caminhada 677 712 617 0118
Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055
Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523
Danccedila 101 129 53 0053
Hidroginaacutestica 66 86 32 0094
Biodanza 43 37 53 0537
Outros 175 202 128 0129
Frequecircncia da atividade fiacutesica
4-7 vezes por semana 280 337 181 0008
1-3 vezes por semana 630 601 681
Nunca 89 61 138
51
A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados
apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave
qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees
A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as
variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de
Vida Geral
TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim
nem bom Bom
Muito
Bom
WHOQOL-1
Como avaliaria sua
qualidade de vida
WHOQOL-2
Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede
n 3 5 49 140 60
12 19 191 545 233
Muito
insatisfeito Insatisfeito
Nem
satisfeito nem
insatisfeito
Satisfeito Muito
Satisfeito
n 3 21 40 145 48
12 82 156 564 187
Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q
Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143
Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917
Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600
QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779
Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral
52
GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais
Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
53
TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra
em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
Variaacuteveis
QVG
Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear
WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida
Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001
Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625
Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060
Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348
Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920
WHOQOL-2dagger
Satisfaccedilatildeo com a sauacutede
Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001
Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075
Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181
Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355
Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003
Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -
QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041
54
GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014
Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health
Organization Quality of Life
WHOQOL-1
muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim
QV
G
1000
800
600
400
200
00
WHOQOL-2
muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito
insatisfeitomuito insatisfeito
QV
G
1000
800
600
400
200
00
QV boa e satisfeito sauacutede
simnatildeo
QV
G
1000
800
600
400
200
00
55
TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa
Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Domiacutenios
Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees
sociais
Meio
ambiente
Rho QVG 0655 0722 0842 0622
Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10
correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)
A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico
apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio
ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG
56
GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
57
42 Anaacutelise multivariada
As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)
com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram
Idade
Naturalidade
Trabalham atualmente
Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Nuacutemero de comorbidades
HAS
Diabetes mellitus
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Cardiopatias
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio
Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos
Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral
Antidepressivos
Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide
Recalcificante
Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica
HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia
HF positiva para diabetes mellitus
HF positiva para obesidade
PHQ-2 total
Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica
Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica
58
Caminhada
Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila
Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os
idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a
satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de
vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser
oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do
aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo
para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar
atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)
59
TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p
estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de
vida
Variaacuteveis OR IC (95) p-valor
Naturalidade
BH ou RMBH 100 (ref)
Interior MG 046 024 - 090 0023
Outros 081 023 - 286 0746
Nuacutemero de comorbidades
Zero 100 (ref)
1-2 069 021 - 230 0546
3-4 035 010 - 127 0111
5 ou mais 015 003 - 085 0032
Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida
Natildeo 100 (ref)
Sim 025 007 - 094 0040
Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial
Natildeo 100 (ref)
Sim 035 017 - 070 0003
PHQ-2 total
lt 3 100 (ref)
ge 3 018 006 - 050 0001
Frequecircncia da atividade fiacutesica
Nunca 100 (ref)
1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016
4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001
60
QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa
Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO
Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade
Naturalidade Ser natural do interior de MG
Caracteriacutesticas econocircmicas
Trabalha atualmente Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades
HAS
Diabetes mellitus Cardiopatias
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio
Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral Antidepressivos
Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide
Recalcificante
PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3
HF positiva para HAS HF positiva para AVE
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade
HF positivo para HAS
Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e
4-7x sem)
Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull
da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire
61
5 DISCUSSAtildeO
Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico
econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua
qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas
As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma
predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos
equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ
DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et
al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens
(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com
idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004
LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)
A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo
em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e
vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava
540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000
e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens
idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)
Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as
mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as
mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na
exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes
de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)
Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge
(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados
demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo
estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que
tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995
62
(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)
A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da
senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver
algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)
Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes
na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o
que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)
Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa
fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o
aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer
com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma
relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem
percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos
(LUCCHETTI et al 2011)
Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra
estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de
quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a
porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)
Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo
alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos
A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo
considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes
Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino
fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a
segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os
anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres
(BRASIL 2010)
No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos
(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos
idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas
apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre
os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na
63
correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja
observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade
(anos de estudo)
Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na
relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis
pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos
benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o
fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na
sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)
No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir
casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)
segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a
maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as
condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a
amostra
Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos
tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente
em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado
garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas
sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de
dignidaderdquo
Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos
idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao
encontrado no estudo (202)
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas
Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos
idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave
meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam
ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em
2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)
64
Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de
frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS
indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional
(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede
do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et
al 2013)
No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus
tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim
como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem
confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia
de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos
homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do
que 240 mgdL (elevado)
A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem
de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute
importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na
reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado
por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco
para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do
controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e
crocircnicas (BRASIL 2006)
Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos
princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam
os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle
glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia
intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia
(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na
populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia
Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash
HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se
associam (SBD 2013-2014)
65
Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia
apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais
causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos
idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre
as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias
em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo
supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)
Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de
medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os
diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida
mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso
expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)
antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando
a importacircncia das outras patologias citadas
Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra
estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo
Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006)
A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um
problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre
pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no
metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas
podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do
idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave
prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)
Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao
manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos
colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute
desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011
POON BRAUN 2005)
Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos
66
quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA
aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA
controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados
justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo
enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma
entraram
Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes
ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial
sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em
outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais
inadequados (MOREIRA et al 2008)
Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram
hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o
subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo
essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos
deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico
(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)
Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do
estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar
relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e
independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)
apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo
devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando
anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o
idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal
transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)
O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de
elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre
os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado
para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a
habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas
de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos
67
externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os
processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e
compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em
contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas
aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)
Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda
natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento
cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma
necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees
associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores
educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e
capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual
das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo
que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado
na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados
alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao
prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma
craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais
e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)
Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos
anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido
levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees
decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de
trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da
deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES
et al 2006 MELLO et al 2012)
Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como
deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder
incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento
fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no
68
mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno
para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem
20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para
a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os
decliacutenios funcionais
A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as
diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al
2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de
idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada
(545)
O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado
provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou
endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que
vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial
da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo
(MANCINI 2010)
O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional
por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em
idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura
acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da
quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC
e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e
obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)
Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos
e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave
mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou
que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser
protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)
A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral
especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo
na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees
nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI
69
2005 LIMA DUARTE 2013)
53 Caracteriacutesticas comportamentais
Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala
deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar
precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute
menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social
contemporacircneo (NEVES 2004)
A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar
subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica
por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres
(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida
alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim
a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)
Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o
envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou
dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas
pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo
aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior
sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental
(SILVA 2008)
No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)
mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os
estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de
Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)
e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que
revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187
respectivamente
Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram
fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo
maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante
70
A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de
fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A
nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave
neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a
obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)
O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De
acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o
surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de
cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004
PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede
levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em
geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda
Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)
Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O
tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente
atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de
condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)
Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de
vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute
acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude
da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)
Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior
aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006
ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais
acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer
lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)
Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de
uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o
Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade
vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por
sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30
minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada
71
moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por
semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)
Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo
da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade
fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado
em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4
mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se
as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre
o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o
incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do
Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos
com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo
de sal nos alimentos (BRASIL 2011)
54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada
No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo
confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de
vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e
comportamentais
Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram
Naturalidade
Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso
considerar sua qualidade de vida boa
No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas
Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento
populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento
meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no
setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)
72
Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos
estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas
famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram
constituindo famiacutelia ou natildeo
Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no
estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso
(BORIM BARROS NERI 2012)
Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em
comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas
para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de
melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o
WHOQOL-bref
A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os
idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de
QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do
instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente
rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os
idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas
estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)
Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o
ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio
urbano
Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida
atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural
apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados
obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)
Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e
do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas
diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de
qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que
os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos
que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida
73
mais ativa que levam
Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir
que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida
superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital
pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a
associaccedilatildeo encontrada
Comorbidades
Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma
pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco
ou mais comorbidades
Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que
torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a
promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade
de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)
Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente
relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo
frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um
nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam
maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute
diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)
Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as
escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento
sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS
2011)
Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre
doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al
2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)
Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado
em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta
diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI
74
CICONELLI 2011)
Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas
crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que
focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais
adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo
integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)
A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua
prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso
consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de
isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou
mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua
autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e
com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)
Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem
implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque
para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a
magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco
aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu
uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60
da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo
adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia
aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria
da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)
Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo
gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem
lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza
destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)
Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o
desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas
sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus
fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano
aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias
75
crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool
inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees
em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)
cuidado integral (BRASIL 2011)
Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a
prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e
consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos
Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo
aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa
sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A
ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande
magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de
exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)
Doenccedila do aparelho respiratoacuterio
Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com
idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria
Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar
obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter
progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar
sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)
A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos
acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada
como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et
al 2006)
Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem
reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos
valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo
da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio
respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)
76
Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de
suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de
pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees
respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com
condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas
comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas
pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o
diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente
satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)
Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter
impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir
complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas
no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)
HF positivo para HAS
Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a
pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o
agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a
principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)
No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse
nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo
estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de
doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta
e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo
(BRASIL 2006)
A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas
como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER
2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e
confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que
77
exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem
disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao
maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica
(MIRANDA et al 2002)
Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade
colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas
medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os
tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)
Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na
prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos
puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)
As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura
pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre
elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo
e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)
Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para
o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de
responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees
cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a
melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)
PHQ-total ge 3
Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a
chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais
comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma
patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute
calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10
dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)
Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na
qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo
78
geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo
provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto
negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de
sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG
Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de
vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na
qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007
FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)
Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em
diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de
reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima
solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo
terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema
Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo
papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos
podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma
eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado
vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)
Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa
Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono
familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos
Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave
sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta
prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente
Atividade fiacutesica
Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um
gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente
sua qualidade de vida
No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos
afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute
79
integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia
Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de
30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida
fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o
pratica (REIS SOUZA 2011)
A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas
funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto
os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu
desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio
corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)
Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os
niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial
coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)
Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio
social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de
liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)
Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor
prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos
vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De
acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a
reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a
sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens
Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor
para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram
o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo
experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que
avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de
depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias
cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores
de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a
adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida
Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando
80
praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo
compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de
manter conviacutevio social principalmente entre idosos
Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada
nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE
2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel
(LIMA-COSTA et al 2009)
55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref
O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou
extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o
valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses
foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os
idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte
ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso
a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio
Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados
com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas
informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre
outros
Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida
Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O
IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida
renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos
relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De
acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH
nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e
seguranccedila ambiental
Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas
respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da
qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas
81
externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)
Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui
o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)
para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as
condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas
dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes
(RIO DE JANEIRO 2010)
O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou
indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees
habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)
O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo
apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade
avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees
metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por
exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos
que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE
JANEIRO 2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o
Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado
pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da
distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes
Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte
atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH
condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida
de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem
apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em
contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque
os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente
apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em
locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)
Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O
82
IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede
que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer
para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados
baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees
Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento
de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e
Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas
de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas
de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas
responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)
A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em
nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute
representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em
54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui
os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)
Escolas Municipais 17
Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02
Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10
Creches Conveniadas 37
Escolas Estaduais 41
Hospitais Puacuteblicos 02
Hospitais Particulares 01
Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16
Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01
Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04
Centro de Referecircncia do Idoso 01
Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01
Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01
Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01
Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01
Farmaacutecia Distrital 01
83
Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos
puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos
constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do
ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como
um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras
Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da
miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo
e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)
Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no
municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se
encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash
alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas
e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)
A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser
definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito
concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a
pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve
presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas
mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse
comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de
morte nos idosos (BRASIL 2014)
Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos
como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees
dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo
ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil
como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se
organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos
de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES
MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete
significativamente o meio ambiente no qual ele vive
Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos
84
da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia
contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas
que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de
serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes
de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)
No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL
2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000
habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas
relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de
moradia)
Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento
da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A
campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto
do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os
direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir
qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de
sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)
Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de
assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com
os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)
Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam
negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o
intuito de se buscar possiacuteveis melhorias
56 Limitaccedilotildees do estudo
O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento
Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim
afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas
Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem
como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da
populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o
85
calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa
Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a
inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na
avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras
investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de
referecircncia para idosos
86
6 CONCLUSOtildeES
O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou
como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais
(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria
predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre
60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)
Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram
aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave
moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando
condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da
populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados
Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede
prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)
doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)
Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um
medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)
hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)
Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39
fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade
fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a
realizam de uma a trecircs vezes por semana
Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se
que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751
encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso
constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante
ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)
e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos
Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram
significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser
natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila
do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com
87
pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por
semana e de quatro a sete vezes por semana
Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os
idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida
Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um
grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais
O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e
intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de
vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute
importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a
qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo
realiza eacute no proacuteprio local
Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de
ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo
mais expressivo de idosos do municiacutepio
Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade
de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida
Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo
fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para
confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees
causais entre as variaacuteveis estudadas
Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na
populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O
estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de
poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento
das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem
sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o
acompanhamento e controle da populaccedilatildeo
Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no
trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo
baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em
diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em
88
tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de
enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)
Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio
aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo
do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave
sauacutede
Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta
para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no
centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas
socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam
do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida
desses idosos
Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem
melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o
domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida
Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute
de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos
nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de
diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de
variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e
potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa
populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem
ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de
envelhecimento ativo
89
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103
ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
World Health Organization Quality of Life-bref
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Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos
Questionaacuterio nordm _______
Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________
Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________
Endereccedilo _____________________________________________________________________
Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______
Telefone de contato ________________
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Nome completo ______________________________________________________________
Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________
Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo
Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro
Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra
PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -
Vocecirc estaacute trabalhando atualmente
Se sim especifique _____________________
(1) sim (2) natildeo
Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo
Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez
Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo
(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos
(3) entre 3 a 5 salaacuterios
(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos
- MORADIA -
Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo
Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +
Possui banheiro (1) sim (2) natildeo
Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo
Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo
Mora sozinho (1) sim (2) natildeo
Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique grau de parentesco ________________________
Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos
Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos
(4) netos (5) outros ______________________
107
(Continua)
- ESCOLARIDADE -
Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo
Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado
HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA
- AUDIT-C -
Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo
Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4
Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4
Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4
O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente
108
(Continua)
- TABAGISMO -
Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo
Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo
Quantos cigarros vocecirc
fuma (va) por dia
(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica
Haacute quanto tempo vocecirc
fuma (va)
(1) menos de 2
anos
(2) de 2 a 10
anos
(3) mais de 10
anos
(99) natildeo se aplica
- ATIVIDADE FIacuteSICA -
Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo
Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong
(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________
Frequecircncia (1) 1xsemana
(4) nunca
(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana
HISTOacuteRIA CLIacuteNICA
Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo
Se sim qual
( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias
( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________
Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique ________________________________________________________________________
Haacute quanto tempo ______ (em anos)
HISTOacuteRIA FAMILIAR
Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve
Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo
Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo
Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo
Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo
Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo
Obesidade (1) sim (2) natildeo
Cacircncer (1) sim (2) natildeo
Demecircncia (1) sim (2) natildeo
Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo
109
(Conclusatildeo)
The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas
1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3
AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA
Peso medido (kg) _____________
Estatura aferida (m) ___________
IMC ___________ (kgmsup2)
Circunferecircncia cintura (cm) _________
Circunferecircncia quadril (cm) _________
Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____
PRESSAtildeO ARTERIAL
Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)
PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg
PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg
110
ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA
PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
111
112
ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG
113
ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL
SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS
NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
114
ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH
DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por
tudo
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de
Belo Horizonte em especial ao
Distrito Noroeste
Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu
mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos
seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que
contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede
mais digna e humanizada
Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa
Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no
local e por acreditar tanto no que estamos
fazendo Espero que nossos resultados
possam contribuir com o trabalho de vocecircs
Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia
o Centro com tanta competecircncia e amor
Aos demais funcionaacuterios do Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa
Pela receptividade durante todo o periacuteodo
que ficamos no local de trabalho de vocecircs e
pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos
idosos
Aos integrantes do NEPCDH
Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria
desta pesquisa
Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que
colaboraram na coleta de dados
Liacuterica e Francielle
Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo
existiria
Obrigada pela grande parceria
Aos colegas de mestrado
Pelo compartilhamento de alegrias e
frustraccedilotildees
RESUMO
MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local
Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso
ABSTRACT
MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research
Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32
Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e
Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte
MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52
Graacutefico 2
Graacutefico 3
-
-
Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1
WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo
Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54
Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 56
Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida
por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60
LISTA DE TABELAS
1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44
2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45
3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47
4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49
5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50
6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51
8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de
QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 53
9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os
domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014 55
10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua
sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption
AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico
BH
CRPI
-
-
Belo Horizonte
Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara
DP - Desvio-padratildeo
EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais
G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV
boasatisfeito
G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou
QV ruiminsatisfeito
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
IQ - Intervalo Interquartil
NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento
Humano
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OR - Odds Ratio
PA - Pressatildeo Arterial
PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios
QVG - Qualidade de Vida Geral
Sm - Salaacuterio Miacutenimo
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede
WHO - World Health Organization
WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group
WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16
12 Objetivo 20
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 Envelhecimento populacional 21
22
221
Qualidade de vida do idoso 23
Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede
24
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27
3 METODOLOGIA 31
31 Tipo de estudo 31
32 Aacuterea e local do estudo 31
33
331
332
Populaccedilatildeo do estudo 31
Caacutelculo amostral 31
Criteacuterios de seleccedilatildeo 32
34 Coleta de dados 33
35 Variaacuteveis do estudo 33
351 Variaacutevel dependente 33
352 Variaacuteveis independentes 34
353 Instrumentos para a coleta de dados 34
36
37
Anaacutelise dos dados 40
Questotildees eacutetico-legais 41
SUMAacuteRIO
4 RESULTADOS 43
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43
42 Anaacutelise multivariada 57
5 DISCUSSAtildeO 61
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63
53 Caracteriacutesticas comportamentais 69
54
55
56
Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71
Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80
Limitaccedilotildees do estudo 84
6 CONCLUSOtildeES 86
REFEREcircNCIAS 89
ANEXOS 103
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
11 Contextualizaccedilatildeo do problema
O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o
Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos
(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes
do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos
ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da
populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em
nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL
2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de
2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta
representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se
encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo
composta por idosos
Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a
fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)
Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60
anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses
desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa
de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou
115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27
anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento
como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais
rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto
institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que
fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)
O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos
mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado
17
estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica
Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em
meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que
expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados
(LEBRAtildeO DUARTE 2003)
Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640
de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que
deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)
Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada
de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a
estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide
populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES
RODRIGUES 2005)
Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX
acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas
mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela
diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e
parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia
inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)
Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as
doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar
incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em
desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas
seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da
sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas
doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)
Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua
que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio
agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)
Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na
sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto
mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento
18
saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al
2010)
As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos
anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para
esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e
regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais
agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que
o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional
isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas
atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)
Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas
quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A
Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como
consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso
tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo
padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade
Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas
consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de
vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo
uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros
meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)
Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo
que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do
sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees
e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla
abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado
psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os
mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)
A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica
por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades
e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de
sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as
19
incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na
velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave
qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves
atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade
acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a
autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)
Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para
a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade
desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o
comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a
famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez
que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice
contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)
Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia
autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem
tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et
al 2013)
Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas
Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute
cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de
cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as
conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se
acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o
desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e
universal (CIL 2013)
Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o
desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da
qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo
Horizonte
Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A
falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta
20
importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e
avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos
Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um
modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a
partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os
resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de
rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees
centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio
e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no
atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado
Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem
sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos
que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e
produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os
aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais
ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)
As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento
das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em
detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas
tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento
Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas
em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI
12 Objetivo
Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e
ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Envelhecimento populacional
Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o
envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de
pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)
Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455
anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se
alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia
(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)
Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de
idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo
decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as
modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de
desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo
indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade
cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)
Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se
dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do
conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou
ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte
viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um
mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)
Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos
em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et
al 2013)
Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil
indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos
idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de
doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e
diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos
22
podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares
ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve
ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave
comunidade (OMS 2004)
Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de
idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa
intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os
vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que
os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos
associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se
que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito
de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a
promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)
Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo
ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole
population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na
Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)
que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento
ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a
importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e
na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia
(BOWLING 2009)
No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE
(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos
realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas
Gerais
Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma
aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real
conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo
(VERAS 2009)
23
22 Qualidade de vida do idoso
Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de
difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam
sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento
socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos
quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)
Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que
melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma
das definiccedilotildees mais utilizadas
Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o
conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas
fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu
maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)
Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de
instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um
conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL
Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural
(CANAVARRO et al 2005)
Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute
relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel
socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o
autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos
e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades
diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)
No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as
necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades
de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)
Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com
estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico
ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da
idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente
24
associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e
inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)
Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo
agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas
gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar
dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa
qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)
No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida
em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que
dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007
GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES
ALCHIERI 2010)
Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL
da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem
consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a
subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por
exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos
mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso
(FLECK 2000 FLECK et al 2008)
221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a
promoccedilatildeo da sauacutede
A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de
envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de
otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas
No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a
sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a
manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para
doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)
Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a
25
heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso
objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que
envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para
realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)
O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave
interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos
para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de
formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em
processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da
autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)
A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a
ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL
1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na
sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo
contra a pessoa idosa
A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo
propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou
manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a
permanecircncia no meio em que vivem de forma independente
Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a
capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de
autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o
cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no
envelhecimento ativo (VERAS 2009)
No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da
Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral
integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave
integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL
1996)
Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do
envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade
funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos
26
que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade
funcional restringida (GORDILHO et al 2000)
Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como
objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e
mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos
No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional
de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia
e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos
Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar
recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da
pessoa idosa
Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do
idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo
idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive
Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto
Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover
o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)
O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso
com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de
abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)
Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700
idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de
atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade
de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de
abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)
Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo
fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do
envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de
estrateacutegia
A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade
para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior
participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo
27
estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes
favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS
2004)
Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para
enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus
entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a
constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de
sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo
espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)
Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os
inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas
cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver
accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de
convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar
ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros
(VERAS CALDAS 2004)
Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da
Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso
que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo
agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23
milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL
2010)
23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos
Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o
cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa
etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG
em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de
envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e
Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a
sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade
28
do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria
Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)
O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27
consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com
piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades
de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade
para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo
Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas
subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400
procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do
municiacutepio (UFMG 2014)
Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros
e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa
considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa
concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em
conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um
centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o
fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso
o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)
Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da
Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de
referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a
qualidade de vida do idoso
Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)
reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para
pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os
idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico
ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de
BH para conquistarem este espaccedilo
O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte
desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal
Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO
29
HORIZONTE 2013)
O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos
direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e
documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento
De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento
tem como objetivos e compromissos
Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e
inclusatildeo social da pessoa idosa
Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional
Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e
elevaccedilatildeo de sua autoestima
Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua
histoacuteria
O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos
Academia da Cidade
Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila
Danccedila de salatildeo
Danccedila cigana
Danccedila Secircnior
Coral
Lian Gong
InformaacuteticaInclusatildeo Digital
Pintura em Tecido
Pintura em Tela
Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)
Show de Talentos
Tarde Danccedilante (Baile)
Vida Ativa
Biodanza
O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos
podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de
30
vagas
Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que
preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida
saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)
31
3 METODOLOGIA
RSO METODOLOacuteG
31 Tipo de estudo
Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes
de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade
de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)
32 Aacuterea e local do estudo
A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas
Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da
populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)
O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590
idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados
33 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos
diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas
331 Caacutelculo Amostral
A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de
referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do
tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra
miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho
populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada
Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa
probabilidade
32
Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos
com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula
descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)
FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)
A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima
preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)
O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal
padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada
Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor
absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25
Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos
cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um
niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando
o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a
amostra final totalizou em 215 idosos
Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima
do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do
local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do
municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a
esse em centros de referecircncias para idosos
332 Criteacuterio de seleccedilatildeo
Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com
idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de
referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave
n
2
2 )1(
d
ppzn
d 2z
2z
2z 5z
33
entrevista
Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que
realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em
participar da pesquisa
34 Coleta de dados
Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes
do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola
de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)
A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave
realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em
Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma
equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica
selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma
mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH
Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por
alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada
entrevistadora
Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo
da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador
(SOARES et al 2013)
35 Variaacuteveis do estudo
351 Variaacutevel dependente
A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por
meio do instrumento WHOQOL-bref
34
352 Variaacuteveis independentes
As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas
socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado
atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir
353 Instrumentos para a coleta de dados
WHOQOL-bref
Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs
do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra
boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003
MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da
OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref
O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui
26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral
(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24
facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em
quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS
1998a)
Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir
de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo
aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia
de todas as facetas (OMS 1998a)
O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de
ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo
(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a
completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)
(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das
respostas variam entre 1 e 5
35
O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo
quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com
sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo
As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de
consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente
e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico
com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em
estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)
Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido
e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do
Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo
Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao
Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)
Mini Exame do Estado Mental
Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame
do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado
mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses
O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes
paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma
delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a
orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs
palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3
pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)
O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior
grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos
o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)
Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para
o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de
educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de
36
escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes
pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para
mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD
DELLAROZA 2012)
Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos
Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o
Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade
estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como
descritos a seguir
- Sexo
Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo
univariado
- Idade
A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a
data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a
69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais
- Naturalidade
Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo
Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais
- Estado civil
Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro
- Religiatildeo
Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra
- Escolaridade
Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo
As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram
considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os
alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de
quatro anos de estudo
- Ocupaccedilatildeo atual
37
Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica
entrou no modelo univariado
- Aposentadoria
Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo
univariado
- Tipo de aposentadoria
Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve
como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado
- Renda familiar
Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em
le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios
miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos
- Moradia e nuacutemero de cocircmodos
Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3
cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui
rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)
Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais
Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram
aplicados descritos a seguir
- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire
Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui
duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)
e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem
esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem
entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma
semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia
de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos
Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade
92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)
38
- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)
Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10
questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do
AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas
perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de
ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute
pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta
Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de
aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge
4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram
adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C
mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado
- Tabagismo
Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou
natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10
cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As
respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas
(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)
- Praacutetica de atividade fiacutesica
Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia
(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)
- Comorbidades
Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)
- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)
A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint
National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL
2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico
A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de
repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio
devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio
Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na
primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente
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Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees
da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e
hipertenso)
- Uso de medicamento
Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo
- Histoacuteria familiar de doenccedila
Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo
arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto
agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo
obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As
categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo
Dados antropomeacutetricos
As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas
segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)
- Peso
Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca
Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e
estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo
distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg
- Estatura
A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de
peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes
paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo
com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As
naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos
permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era
posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo
plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o
40
topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo
- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)
O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)
sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica
norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27
ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso
- Circunferecircncia de quadril
Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica
flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas
- Circunferecircncia da cintura
Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen
relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do
indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte
superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o
miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo
feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm
segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)
- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)
Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a
circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o
valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de
acordo com o preconizado pela OMS (1998)
O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1
Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de
inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos
36 Anaacutelise dos dados
Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o
programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)
A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas
41
expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil
(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as
categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de
Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado
Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os
grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de
variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada
quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste
U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo
parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo
teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem
estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo
multivariado
Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar
as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram
introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os
valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de
confianccedila de 95 (IC 95)
Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios
do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho
A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em
relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida
boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo
ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida
ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou
ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito
insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)
37 Questotildees eacutetico-legais
A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade
Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de
42
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE
do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos
acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava
sendo utilizado para a coleta de dados
O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)
Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em
Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)
Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil
sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de
Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)
43
4 RESULTADOS
41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada
De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir
representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269
questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -
cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem
pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se
257 questionaacuterios completos e analisados
Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas
demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas
com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as
quais seratildeo discutidas a posteriori
44
TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)
Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito
satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas
oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a
proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados
fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente
significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a
sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total
N=257 ()
G1
(satisfeito)
N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito)
N=94 () p-valora
Sexo
Homem 175 178 170 0876
Mulher 825 822 830
Idade (anos)
60-69 447 393 543 0025
70-79 447 472 404
ge 80 105 135 53
Naturalidade (n=256)
BH ou RMBH 316 356 247 0144
Interior MG 609 564 688
Outros 74 80 65
Situaccedilatildeo conjugal
Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587
Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340
Religiatildeo
Catoacutelico 724 730 713 0945
Evangeacutelico 136 135 138
Outros 140 135 149
45
TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo
Alfabetizado 899 896 904 0827
Analfabeto 101 104 96
Escolaridade (anos)
lt4 214 190 255 0220
ge4 786 810 745
Trabalha atualmente
Sim 226 258 170 0106
Natildeo 774 742 830
Aposentadoria
Sim 802 798 809 0832
Natildeo 198 202 191
Tipo de Aposentadoria (n=205)
Idade 459 457 461 0594
Tempo de serviccedilo 424 442 395
Invalidez 117 101 145
Renda familiar (sm)
lt 1 191 180 211 0342
1 ˫ 3 402 385 433
3 ˫ 5 279 280 278
ge 5 127 155 78
Casa proacutepria
Sim 883 914 830 0043
Natildeo 117 86 170
Nuacutemero de cocircmodos
1 ndash 3 148 141 160 0688
4 ou mais 852 859 840
Saneamento baacutesico
Rede de esgoto 984 988 979 0625
Banheiro 1000 1000 1000 -
Aacutegua encanada 996 1000 989 0366
Arranjo domiciliar
Mora sozinho 202 202 202 0995
Mora acompanhado 798 798 798
46
Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida
ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo
ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo
trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram
acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria
com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas
De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a
satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou
diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees
47
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)
(Continua)
Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001
Neoplasia 532 513 565 0419
Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057
Diabetes mellitus 417 375 489 0077
Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479
Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038
Transtorno mental 357 288 478 0002
Obesidade 254 225 304 0164
Demecircncia 167 156 185 0558
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Nordm comorbidades
Zero 97 129 43 lt0001
1-2 572 620 489
3-4 268 227 340
5 ou mais 62 25 128
Comorbidade autorreferida
Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001
Dislipidemia 265 276 245 0583
Diabetes mellitus 237 190 319 0019
Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233
172
340
0002
Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288
Cardiopatias 105 74 160 0030
Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006
Tratamento medicamentoso (n=256)
Sim 848 828 882 0252
Natildeo 152 172 118
Medicamento (n=253)
Anti-hipertensivo 597 528 717 0003
Hipolipemiante 225 224 228 0932
Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057
Diureacutetico 213 168 293 0019
Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150
137
174
0425
Antidepressivo 150 118 207 0058
AINEs 107 81 152 0077
48
TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
(Conclusatildeo)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo
arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo
com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo
menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior
prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes
mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo
aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores
elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril
Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara
a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as
proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de
comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema
osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
Niacutevel cognitivo (MEEM)
Alterado 167 178 149 0549
Preservado 833 822 851
PHQ-2 total
ge 3 97 43 191 lt0001
lt 3 903 957 809
PA aferida (n=234)
Normotenso 628 631 624 0911
Hipertenso 372 369 376
Iacutendice de massa corpoacuterea
lt22 116 121 108 0456
22-27 376 401 333
gt27 508 478 559
RCQ
Normal 455 436 489 0404
Elevado 545 564 515
49
uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo
arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental
TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)
Variaacutevel HAS
Total N=248
()
PA alterada
Sim
N=87
()
Natildeo
N=161
()
Natildeo 343 259 741
Sim 657 399 601
Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial
aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo
arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e
quase dois quintos dos sabidamente hipertensos
50
TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014 (N = 257)
a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)
Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com
sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede
QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede
Variaacuteveis
Total N=257 ()
G1
(satisfeito) N=163 ()
G2
(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora
AUDIT-C (n=253)
Negativo 905 913 891 0570
Positivo 95 87 109
Tabagismo
Tabagista 39 37 43 0664
Natildeo tabagista 642 663 606
Ex-tabagista 319 301 351
Nuacutemero de cigarros que fuma ou
jaacute fumou (n=92)
Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185
Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541
Tempo de tabagismo (n=90)
Menos de 10 anos 244 226 270 0634
Mais de 10 anos 756 774 730
Atividade fiacutesica
Sim 926 951 883 0045
Natildeo 74 49 117
Tipo de atividade fiacutesica
Caminhada 677 712 617 0118
Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055
Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523
Danccedila 101 129 53 0053
Hidroginaacutestica 66 86 32 0094
Biodanza 43 37 53 0537
Outros 175 202 128 0129
Frequecircncia da atividade fiacutesica
4-7 vezes por semana 280 337 181 0008
1-3 vezes por semana 630 601 681
Nunca 89 61 138
51
A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados
apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave
qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees
A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as
variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de
Vida Geral
TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim
nem bom Bom
Muito
Bom
WHOQOL-1
Como avaliaria sua
qualidade de vida
WHOQOL-2
Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede
n 3 5 49 140 60
12 19 191 545 233
Muito
insatisfeito Insatisfeito
Nem
satisfeito nem
insatisfeito
Satisfeito Muito
Satisfeito
n 3 21 40 145 48
12 82 156 564 187
Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q
Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143
Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917
Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600
QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779
Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral
52
GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais
Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a
2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
53
TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra
em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life
Variaacuteveis
QVG
Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear
WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida
Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001
Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625
Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060
Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348
Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920
WHOQOL-2dagger
Satisfaccedilatildeo com a sauacutede
Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001
Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075
Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181
Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355
Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003
Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -
QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041
54
GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte
MG 2012 a 2014
Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health
Organization Quality of Life
WHOQOL-1
muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim
QV
G
1000
800
600
400
200
00
WHOQOL-2
muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito
insatisfeitomuito insatisfeito
QV
G
1000
800
600
400
200
00
QV boa e satisfeito sauacutede
simnatildeo
QV
G
1000
800
600
400
200
00
55
TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa
Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Variaacuteveis Domiacutenios
Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees
sociais
Meio
ambiente
Rho QVG 0655 0722 0842 0622
Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref
Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10
correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)
A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico
apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio
ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG
56
GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de
Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014
Nota QVG - Qualidade de Vida Geral
57
42 Anaacutelise multivariada
As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)
com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram
Idade
Naturalidade
Trabalham atualmente
Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Nuacutemero de comorbidades
HAS
Diabetes mellitus
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Cardiopatias
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio
Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos
Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral
Antidepressivos
Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide
Recalcificante
Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica
HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia
HF positiva para diabetes mellitus
HF positiva para obesidade
PHQ-2 total
Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica
Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica
58
Caminhada
Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila
Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os
idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a
satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de
vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser
oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do
aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo
para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar
atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)
59
TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo
Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p
estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de
vida
Variaacuteveis OR IC (95) p-valor
Naturalidade
BH ou RMBH 100 (ref)
Interior MG 046 024 - 090 0023
Outros 081 023 - 286 0746
Nuacutemero de comorbidades
Zero 100 (ref)
1-2 069 021 - 230 0546
3-4 035 010 - 127 0111
5 ou mais 015 003 - 085 0032
Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida
Natildeo 100 (ref)
Sim 025 007 - 094 0040
Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial
Natildeo 100 (ref)
Sim 035 017 - 070 0003
PHQ-2 total
lt 3 100 (ref)
ge 3 018 006 - 050 0001
Frequecircncia da atividade fiacutesica
Nunca 100 (ref)
1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016
4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001
60
QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa
Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)
MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO
Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade
Naturalidade Ser natural do interior de MG
Caracteriacutesticas econocircmicas
Trabalha atualmente Casa proacutepria
Nuacutemero de cocircmodos
Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades
HAS
Diabetes mellitus Cardiopatias
Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo
Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio
Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio
Anti-hipertensivos Diureacuteticos
Hipoglicemiante oral Antidepressivos
Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide
Recalcificante
PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3
HF positiva para HAS HF positiva para AVE
HF positiva para transtorno mental
HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade
HF positivo para HAS
Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava
Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e
4-7x sem)
Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico
Danccedila Hidroginaacutestica
Outros tipos de atividade fiacutesica
Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull
da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire
61
5 DISCUSSAtildeO
Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico
econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua
qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores
51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas
As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma
predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos
equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ
DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et
al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens
(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com
idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004
LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)
A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo
em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e
vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava
540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000
e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens
idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)
Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as
mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as
mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na
exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes
de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)
Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge
(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados
demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo
estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que
tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995
62
(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)
A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da
senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver
algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)
Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes
na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o
que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)
Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa
fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o
aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer
com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma
relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem
percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos
(LUCCHETTI et al 2011)
Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra
estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de
quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a
porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)
Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo
alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos
A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo
considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes
Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino
fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a
segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os
anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres
(BRASIL 2010)
No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos
(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos
idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas
apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre
os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na
63
correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja
observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade
(anos de estudo)
Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na
relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis
pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos
benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o
fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na
sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)
No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir
casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)
segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a
maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as
condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a
amostra
Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos
tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente
em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado
garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas
sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de
dignidaderdquo
Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos
idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao
encontrado no estudo (202)
52 Caracteriacutesticas cliacutenicas
Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos
idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave
meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam
ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em
2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)
64
Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de
frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS
indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional
(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede
do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et
al 2013)
No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus
tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim
como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem
confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia
de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos
homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do
que 240 mgdL (elevado)
A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem
de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute
importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na
reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado
por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco
para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do
controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e
crocircnicas (BRASIL 2006)
Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos
princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam
os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle
glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia
intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia
(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na
populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia
Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash
HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se
associam (SBD 2013-2014)
65
Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia
apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais
causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos
idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre
as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias
em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo
supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)
Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de
medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os
diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida
mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso
expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)
antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando
a importacircncia das outras patologias citadas
Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra
estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo
Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA
LIMA-COSTA 2006)
A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um
problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre
pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no
metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas
podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do
idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave
prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)
Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao
manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos
colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute
desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011
POON BRAUN 2005)
Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos
66
quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA
aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA
controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados
justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo
enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma
entraram
Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes
ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial
sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em
outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais
inadequados (MOREIRA et al 2008)
Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram
hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o
subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo
essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos
deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico
(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)
Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do
estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar
relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e
independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)
apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo
devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando
anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o
idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal
transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)
O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de
elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre
os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado
para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a
habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas
de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos
67
externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os
processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e
compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em
contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas
aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)
Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda
natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento
cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma
necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees
associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores
educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e
capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual
das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)
Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo
que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado
na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados
alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao
prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma
craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais
e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)
Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos
anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido
levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees
decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de
trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da
deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES
et al 2006 MELLO et al 2012)
Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como
deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder
incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento
fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no
68
mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno
para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem
20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para
a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os
decliacutenios funcionais
A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as
diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al
2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de
idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada
(545)
O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado
provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou
endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que
vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial
da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo
(MANCINI 2010)
O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional
por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em
idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura
acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da
quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC
e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e
obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)
Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos
e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave
mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou
que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser
protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)
A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral
especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo
na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees
nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI
69
2005 LIMA DUARTE 2013)
53 Caracteriacutesticas comportamentais
Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala
deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar
precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute
menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social
contemporacircneo (NEVES 2004)
A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar
subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica
por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres
(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida
alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim
a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)
Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o
envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou
dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas
pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo
aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior
sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental
(SILVA 2008)
No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)
mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os
estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de
Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)
e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que
revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187
respectivamente
Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram
fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo
maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante
70
A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de
fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A
nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave
neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a
obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)
O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De
acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o
surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de
cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004
PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede
levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em
geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda
Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)
Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O
tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente
atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de
condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)
Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de
vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute
acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude
da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)
Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior
aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006
ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais
acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer
lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)
Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de
uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o
Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade
vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por
sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30
minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada
71
moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por
semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)
Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo
da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade
fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado
em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4
mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se
as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre
o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o
incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do
Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos
com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo
de sal nos alimentos (BRASIL 2011)
54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada
No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo
confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de
vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e
comportamentais
Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram
Naturalidade
Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo
metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso
considerar sua qualidade de vida boa
No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas
Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento
populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento
meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no
setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)
72
Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos
estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas
famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram
constituindo famiacutelia ou natildeo
Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no
estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso
(BORIM BARROS NERI 2012)
Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em
comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas
para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de
melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o
WHOQOL-bref
A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os
idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de
QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do
instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente
rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os
idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas
estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)
Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o
ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio
urbano
Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida
atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural
apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados
obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)
Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e
do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas
diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de
qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que
os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos
que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida
73
mais ativa que levam
Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir
que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida
superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital
pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a
associaccedilatildeo encontrada
Comorbidades
Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma
pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco
ou mais comorbidades
Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que
torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a
promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade
de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)
Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente
relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo
frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um
nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam
maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute
diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)
Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as
escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento
sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS
2011)
Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre
doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al
2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)
Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado
em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta
diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI
74
CICONELLI 2011)
Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas
crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que
focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais
adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo
integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)
A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua
prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso
consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de
isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou
mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua
autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e
com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)
Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem
implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque
para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a
magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco
aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu
uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60
da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo
adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia
aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria
da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)
Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo
gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem
lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza
destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)
Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o
desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas
sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus
fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano
aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias
75
crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool
inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees
em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)
cuidado integral (BRASIL 2011)
Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a
prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e
consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos
Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo
aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa
sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A
ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande
magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de
exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)
Doenccedila do aparelho respiratoacuterio
Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com
idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria
Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar
obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter
progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar
sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)
A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos
acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada
como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et
al 2006)
Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem
reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos
valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo
da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio
respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)
76
Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de
suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de
pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees
respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com
condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas
comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas
pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o
diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente
satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)
Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter
impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir
complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas
no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)
HF positivo para HAS
Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a
pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o
agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a
principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)
No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse
nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo
estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de
doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta
e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo
(BRASIL 2006)
A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas
como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER
2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e
confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que
77
exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem
disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao
maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica
(MIRANDA et al 2002)
Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade
colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas
medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os
tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)
Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na
prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos
puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)
As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura
pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre
elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo
e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)
Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para
o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de
responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees
cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a
melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)
PHQ-total ge 3
Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a
chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa
A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais
comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma
patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute
calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10
dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)
Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na
qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo
78
geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo
provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto
negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de
sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG
Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de
vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na
qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007
FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)
Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em
diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de
reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima
solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo
terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema
Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo
papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos
podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma
eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado
vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)
Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa
Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono
familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos
Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave
sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta
prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente
Atividade fiacutesica
Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um
gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente
sua qualidade de vida
No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos
afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute
79
integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia
Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de
30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida
fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o
pratica (REIS SOUZA 2011)
A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas
funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto
os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu
desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio
corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)
Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os
niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial
coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)
Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio
social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de
liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)
Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor
prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos
vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De
acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a
reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a
sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens
Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor
para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram
o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo
experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que
avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de
depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias
cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores
de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a
adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida
Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando
80
praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo
compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de
manter conviacutevio social principalmente entre idosos
Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada
nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE
2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel
(LIMA-COSTA et al 2009)
55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref
O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou
extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o
valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses
foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os
idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte
ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso
a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio
Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados
com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas
informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre
outros
Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida
Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O
IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida
renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos
relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De
acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH
nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e
seguranccedila ambiental
Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas
respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da
qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas
81
externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)
Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui
o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)
para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as
condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas
dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes
(RIO DE JANEIRO 2010)
O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou
indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees
habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)
O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo
apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade
avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees
metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por
exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos
que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE
JANEIRO 2010)
Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o
Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado
pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da
distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes
Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte
atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH
condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida
de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem
apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em
contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque
os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente
apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em
locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)
Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O
82
IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede
que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer
para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados
baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees
Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento
de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e
Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas
de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas
de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas
responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)
A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em
nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute
representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em
54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui
os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)
Escolas Municipais 17
Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02
Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10
Creches Conveniadas 37
Escolas Estaduais 41
Hospitais Puacuteblicos 02
Hospitais Particulares 01
Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16
Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01
Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04
Centro de Referecircncia do Idoso 01
Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01
Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01
Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01
Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01
Farmaacutecia Distrital 01
83
Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos
puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos
constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do
ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como
um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras
Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da
miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo
e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)
Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no
municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se
encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash
alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas
e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)
A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser
definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito
concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a
pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve
presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas
mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse
comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de
morte nos idosos (BRASIL 2014)
Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos
como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees
dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo
ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil
como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se
organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos
de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES
MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete
significativamente o meio ambiente no qual ele vive
Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos
84
da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia
contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas
que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de
serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes
de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)
No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL
2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000
habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas
relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de
moradia)
Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento
da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A
campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto
do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os
direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir
qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de
sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)
Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de
assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com
os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)
Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam
negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o
intuito de se buscar possiacuteveis melhorias
56 Limitaccedilotildees do estudo
O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento
Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim
afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas
Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem
como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da
populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o
85
calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa
Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a
inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na
avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras
investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de
referecircncia para idosos
86
6 CONCLUSOtildeES
O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou
como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais
(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria
predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre
60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)
Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram
aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave
moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando
condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da
populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados
Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede
prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)
doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)
Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um
medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)
hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)
Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39
fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade
fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a
realizam de uma a trecircs vezes por semana
Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se
que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751
encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso
constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante
ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)
e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos
Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram
significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser
natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila
do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com
87
pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por
semana e de quatro a sete vezes por semana
Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os
idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida
Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um
grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais
O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e
intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de
vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute
importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a
qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo
realiza eacute no proacuteprio local
Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de
ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo
mais expressivo de idosos do municiacutepio
Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade
de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida
Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo
fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para
confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees
causais entre as variaacuteveis estudadas
Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na
populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O
estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de
poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento
das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem
sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o
acompanhamento e controle da populaccedilatildeo
Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no
trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo
baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em
diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em
88
tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de
enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)
Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio
aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo
do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave
sauacutede
Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta
para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no
centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas
socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam
do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida
desses idosos
Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem
melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o
domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida
Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute
de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos
nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de
diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de
variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e
potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa
populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem
ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de
envelhecimento ativo
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ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
World Health Organization Quality of Life-bref
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105
106
Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos
Questionaacuterio nordm _______
Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________
Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________
Endereccedilo _____________________________________________________________________
Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______
Telefone de contato ________________
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Nome completo ______________________________________________________________
Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________
Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo
Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro
Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra
PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -
Vocecirc estaacute trabalhando atualmente
Se sim especifique _____________________
(1) sim (2) natildeo
Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo
Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez
Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo
(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos
(3) entre 3 a 5 salaacuterios
(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos
- MORADIA -
Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo
Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +
Possui banheiro (1) sim (2) natildeo
Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo
Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo
Mora sozinho (1) sim (2) natildeo
Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique grau de parentesco ________________________
Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos
Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos
(4) netos (5) outros ______________________
107
(Continua)
- ESCOLARIDADE -
Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo
Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________
Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado
HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA
- AUDIT-C -
Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo
Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4
Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4
Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4
O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente
108
(Continua)
- TABAGISMO -
Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo
Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo
Quantos cigarros vocecirc
fuma (va) por dia
(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica
Haacute quanto tempo vocecirc
fuma (va)
(1) menos de 2
anos
(2) de 2 a 10
anos
(3) mais de 10
anos
(99) natildeo se aplica
- ATIVIDADE FIacuteSICA -
Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo
Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong
(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________
Frequecircncia (1) 1xsemana
(4) nunca
(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana
HISTOacuteRIA CLIacuteNICA
Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo
Se sim qual
( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias
( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________
Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo
Se sim especifique ________________________________________________________________________
Haacute quanto tempo ______ (em anos)
HISTOacuteRIA FAMILIAR
Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve
Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo
Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo
Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo
Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo
Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo
Obesidade (1) sim (2) natildeo
Cacircncer (1) sim (2) natildeo
Demecircncia (1) sim (2) natildeo
Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo
109
(Conclusatildeo)
The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)
Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas
1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3
AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA
Peso medido (kg) _____________
Estatura aferida (m) ___________
IMC ___________ (kgmsup2)
Circunferecircncia cintura (cm) _________
Circunferecircncia quadril (cm) _________
Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____
PRESSAtildeO ARTERIAL
Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)
PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg
PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg
110
ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA
PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
111
112
ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG
113
ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA
DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL
SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS
NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo
114
ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH
DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E
EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS
DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo