fatores associados À qualidade de vida de idosos de …

116
Lívia Carvalho Viana Miranda FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA, EM BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS. Belo Horizonte Escola de Enfermagem da UFMG 2014

Upload: others

Post on 04-Jul-2022

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …

Liacutevia Carvalho Viana Miranda

FATORES ASSOCIADOS Agrave QUALIDADE DE VIDA DE

IDOSOS DE UM CENTRO DE REFEREcircNCIA EM BELO

HORIZONTE MINAS GERAIS

Belo Horizonte

Escola de Enfermagem da UFMG

2014

Liacutevia Carvalho Viana Miranda

FATORES ASSOCIADOS Agrave QUALIDADE DE VIDA DE

IDOSOS DE UM CENTRO DE REFEREcircNCIA EM BELO

HORIZONTE MINAS GERAIS

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Curso de Mestrado da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Enfermagem Aacuterea de concentraccedilatildeo Cuidar em Sauacutede e Enfermagem Orientadora Profordf Drordf Socircnia Maria Soares

Belo Horizonte

Escola de Enfermagem da UFMG

2014

Ficha catalograacutefica elaborada pela Biblioteca J Baeta Vianna ndash Campus Sauacutede UFMG

Miranda Liacutevia Carvalho Viana M672f Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais [manuscrito] Liacutevia Carvalho Viana Miranda - - Belo Horizonte 2014

114f il Orientador Socircnia Maria Soares Aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede e Enfermagem Dissertaccedilatildeo (mestrado) Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem 1 Envelhecimento 2 Idoso 3 Sauacutede do Idoso 4 Qualidade de Vida 5 Dissertaccedilotildees Acadecircmicas I Soares Socircnia Maria II Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem III Tiacutetulo NLM WT 104

Universidade Federal de Minas Gerais

Escola de Enfermagem

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Dissertaccedilatildeo intitulada ldquoFatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro

de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Geraisrdquo de autoria da mestranda Liacutevia Carvalho

Viana Miranda aprovada pela banca examinadora constituiacuteda pelos seguintes professores

______________________________________________________

Profordf Drordf Socircnia Maria Soares - Escola de Enfermagem da UFMG - Orientadora

______________________________________________________ Prof Dr Antocircnio Ignaacutecio Loyola Filho - Escola de Enfermagem da UFMG

______________________________________________________

Dra Karla Cristina Giacomin

______________________________________________________ Prof Dr Francisco Carlos Feacutelix Lana

Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem da UFMG

Belo Horizonte 22 de Dezembro de 2014

Av Professor Alfredo Balena 190 - Belo Horizonte MG - 30130-100 - Brasil - tel (031)3134099855 - fax

(31)34099855

Esta pesquisa eacute vinculada ao Nuacutecleo de

Estudos e Pesquisas em Cuidado e

Desenvolvimento Humano da Escola de

Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais

Dedico este trabalho

Agrave Deus

Pelo dom da vida por me guiar em todos os

meus caminhos e pela paz concedida nos

periacuteodos de dificuldade

Aos meus pais ldquojurdquo e ldquotomrdquo

Pela minha existecircncia pelo apoio e

compreensatildeo nos momentos difiacuteceis Tudo

que sou devo a vocecircs minhas vitoacuterias satildeo

suas

Aos meus queridos irmatildeos ldquoleleordquo e

durdquo

Por me darem forccedila mesmo quando era

difiacutecil entender as minhas ausecircncias

Obrigada por tudo que fazem por mim

Ao meu namorado Thiago

Por ter ficado ao meu lado durante todo

esse periacuteodo e por nunca me deixar

desanimar compreendendo os momentos

em que eu natildeo pude estar com vocecirc Meu

grande companheiro

Agradecimentos especiais

Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares

Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo

Obrigada pela parceria e por sempre

compreender minha situaccedilatildeo Nossa

trajetoacuteria foi marcada por momentos de

ausecircncia vindos de ambas as partes

Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees

as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo

prejudicaram nosso trabalho juntas Que

nossa caminhada continue ainda mais

fortalecida

Agrave Patriacutecia

Nem tenho palavras para agradecer toda

sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito

obrigada por tudo Que essa parceria ainda

colha muitos frutos

Agradecimentos

Aos idosos do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por colaborar com esta pesquisa de

maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs

pela maneira que lidam com o

envelhecimento e como enxergam a vida

com tanta maturidade e sabedoria

Aos familiares

Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e

festejarem comigo as minhas conquistas

Aos meus amigos

Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo

da minha ausecircncia Mas saibam que

agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs

satildeo fundamentais para mim

Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede

Ermelinda

Sem o apoio de todos vocecircs a

concretizaccedilatildeo deste trabalho seria

impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos

momentos de sobrecarga devido agraves minhas

ausecircncias principalmente aos meus

colegas enfermeiros e agrave equipe amarela

Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo

para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero

que este trabalho possa contribuir de

maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave

sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por

tudo

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de

Belo Horizonte em especial ao

Distrito Noroeste

Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu

mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos

seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que

contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede

mais digna e humanizada

Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no

local e por acreditar tanto no que estamos

fazendo Espero que nossos resultados

possam contribuir com o trabalho de vocecircs

Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia

o Centro com tanta competecircncia e amor

Aos demais funcionaacuterios do Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa

Pela receptividade durante todo o periacuteodo

que ficamos no local de trabalho de vocecircs e

pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos

idosos

Aos integrantes do NEPCDH

Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria

desta pesquisa

Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que

colaboraram na coleta de dados

Liacuterica e Francielle

Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo

existiria

Obrigada pela grande parceria

Aos colegas de mestrado

Pelo compartilhamento de alegrias e

frustraccedilotildees

RESUMO

MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local

Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso

ABSTRACT

MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research

Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32

Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e

Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte

MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

Graacutefico 2

Graacutefico 3

-

-

Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1

WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo

Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54

Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 56

Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida

por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60

LISTA DE TABELAS

1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44

2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45

3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47

4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49

5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50

6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de

QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 53

9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014 55

10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua

sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 59

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico

BH

CRPI

-

-

Belo Horizonte

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara

DP - Desvio-padratildeo

EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais

G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV

boasatisfeito

G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou

QV ruiminsatisfeito

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

IQ - Intervalo Interquartil

NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento

Humano

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OR - Odds Ratio

PA - Pressatildeo Arterial

PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica

PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica

PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

QVG - Qualidade de Vida Geral

Sm - Salaacuterio Miacutenimo

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

WHO - World Health Organization

WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group

WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16

12 Objetivo 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21

21 Envelhecimento populacional 21

22

221

Qualidade de vida do idoso 23

Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede

24

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27

3 METODOLOGIA 31

31 Tipo de estudo 31

32 Aacuterea e local do estudo 31

33

331

332

Populaccedilatildeo do estudo 31

Caacutelculo amostral 31

Criteacuterios de seleccedilatildeo 32

34 Coleta de dados 33

35 Variaacuteveis do estudo 33

351 Variaacutevel dependente 33

352 Variaacuteveis independentes 34

353 Instrumentos para a coleta de dados 34

36

37

Anaacutelise dos dados 40

Questotildees eacutetico-legais 41

SUMAacuteRIO

4 RESULTADOS 43

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43

42 Anaacutelise multivariada 57

5 DISCUSSAtildeO 61

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63

53 Caracteriacutesticas comportamentais 69

54

55

56

Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71

Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80

Limitaccedilotildees do estudo 84

6 CONCLUSOtildeES 86

REFEREcircNCIAS 89

ANEXOS 103

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o

Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos

(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes

do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos

ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da

populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em

nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL

2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de

2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta

representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se

encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo

composta por idosos

Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a

fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)

Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60

anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses

desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa

de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou

115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27

anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento

como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais

rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto

institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que

fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)

O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos

mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado

17

estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica

Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em

meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que

expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados

(LEBRAtildeO DUARTE 2003)

Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640

de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que

deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)

Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada

de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a

estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide

populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES

RODRIGUES 2005)

Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX

acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas

mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela

diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e

parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia

inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)

Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as

doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar

incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em

desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas

seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da

sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas

doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)

Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua

que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio

agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)

Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na

sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto

mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento

18

saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al

2010)

As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos

anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para

esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e

regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais

agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que

o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional

isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas

atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)

Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas

quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A

Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como

consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso

tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo

padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade

Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas

consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de

vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo

uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros

meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)

Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo

que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do

sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees

e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla

abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado

psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os

mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)

A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica

por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades

e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de

sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as

19

incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na

velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave

qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves

atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade

acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a

autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)

Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para

a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade

desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o

comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a

famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez

que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice

contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia

autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem

tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et

al 2013)

Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas

Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute

cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de

cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as

conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se

acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o

desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e

universal (CIL 2013)

Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o

desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da

qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo

Horizonte

Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A

falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta

20

importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e

avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos

Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um

modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a

partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os

resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de

rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees

centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio

e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no

atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado

Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem

sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos

que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e

produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os

aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais

ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)

As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento

das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em

detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas

tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento

Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas

em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI

12 Objetivo

Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e

ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais

21

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

21 Envelhecimento populacional

Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o

envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de

pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)

Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455

anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se

alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia

(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)

Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de

idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo

decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as

modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de

desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo

indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade

cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)

Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se

dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do

conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou

ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte

viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um

mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)

Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos

em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et

al 2013)

Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil

indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos

idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de

doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e

diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos

22

podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares

ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve

ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave

comunidade (OMS 2004)

Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de

idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa

intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os

vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que

os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos

associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se

que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito

de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a

promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)

Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo

ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole

population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na

Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)

que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento

ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a

importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e

na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia

(BOWLING 2009)

No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE

(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos

realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas

Gerais

Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma

aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real

conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo

(VERAS 2009)

23

22 Qualidade de vida do idoso

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de

difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam

sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento

socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos

quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)

Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que

melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma

das definiccedilotildees mais utilizadas

Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o

conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas

fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu

maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)

Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de

instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um

conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL

Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural

(CANAVARRO et al 2005)

Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute

relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel

socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o

autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos

e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades

diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)

No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as

necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades

de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)

Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com

estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico

ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da

idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente

24

associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e

inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)

Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo

agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas

gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar

dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa

qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)

No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida

em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que

dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007

GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES

ALCHIERI 2010)

Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL

da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem

consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a

subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por

exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos

mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso

(FLECK 2000 FLECK et al 2008)

221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a

promoccedilatildeo da sauacutede

A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de

envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de

otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de

melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas

No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a

sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a

manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para

doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)

Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a

25

heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso

objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que

envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para

realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)

O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave

interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos

para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de

formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em

processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da

autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)

A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a

ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL

1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na

sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo

contra a pessoa idosa

A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo

propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou

manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a

permanecircncia no meio em que vivem de forma independente

Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a

capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de

autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o

cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no

envelhecimento ativo (VERAS 2009)

No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da

Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral

integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave

integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL

1996)

Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do

envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade

funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos

26

que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade

funcional restringida (GORDILHO et al 2000)

Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como

objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e

mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos

No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional

de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia

e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos

Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar

recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da

pessoa idosa

Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do

idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo

idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive

Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto

Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover

o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)

O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso

com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de

abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)

Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700

idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de

atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade

de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de

abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)

Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo

fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do

envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de

estrateacutegia

A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade

para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior

participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo

27

estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes

favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS

2004)

Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para

enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus

entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a

constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de

sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo

espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)

Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os

inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas

cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver

accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de

convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar

ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros

(VERAS CALDAS 2004)

Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da

Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso

que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo

agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23

milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL

2010)

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos

Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o

cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa

etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG

em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de

envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e

Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a

sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade

28

do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria

Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)

O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27

consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com

piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades

de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade

para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo

Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas

subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400

procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do

municiacutepio (UFMG 2014)

Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros

e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa

considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa

concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em

conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um

centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o

fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso

o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)

Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de

referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a

qualidade de vida do idoso

Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)

reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para

pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os

idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico

ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de

BH para conquistarem este espaccedilo

O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte

desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal

Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO

29

HORIZONTE 2013)

O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos

direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e

documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento

De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento

tem como objetivos e compromissos

Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e

inclusatildeo social da pessoa idosa

Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e

elevaccedilatildeo de sua autoestima

Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua

histoacuteria

O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos

Academia da Cidade

Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila

Danccedila de salatildeo

Danccedila cigana

Danccedila Secircnior

Coral

Lian Gong

InformaacuteticaInclusatildeo Digital

Pintura em Tecido

Pintura em Tela

Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

Show de Talentos

Tarde Danccedilante (Baile)

Vida Ativa

Biodanza

O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos

podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de

30

vagas

Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que

preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida

saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)

31

3 METODOLOGIA

RSO METODOLOacuteG

31 Tipo de estudo

Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes

de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade

de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)

32 Aacuterea e local do estudo

A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas

Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da

populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)

O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590

idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados

33 Populaccedilatildeo do estudo

A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos

diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas

331 Caacutelculo Amostral

A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de

referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do

tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra

miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho

populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada

Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa

probabilidade

32

Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos

com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula

descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)

FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)

A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima

preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)

O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal

padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada

Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor

absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25

Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos

cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um

niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando

o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a

amostra final totalizou em 215 idosos

Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima

do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do

local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do

municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a

esse em centros de referecircncias para idosos

332 Criteacuterio de seleccedilatildeo

Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com

idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de

referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave

n

2

2 )1(

d

ppzn

d 2z

2z

2z 5z

33

entrevista

Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que

realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em

participar da pesquisa

34 Coleta de dados

Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes

do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola

de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)

A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave

realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em

Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma

equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma

mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH

Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por

alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada

entrevistadora

Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo

da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador

(SOARES et al 2013)

35 Variaacuteveis do estudo

351 Variaacutevel dependente

A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por

meio do instrumento WHOQOL-bref

34

352 Variaacuteveis independentes

As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas

socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado

atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir

353 Instrumentos para a coleta de dados

WHOQOL-bref

Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs

do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra

boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003

MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da

OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref

O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui

26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral

(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24

facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em

quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS

1998a)

Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir

de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo

aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia

de todas as facetas (OMS 1998a)

O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de

ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo

(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a

completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)

(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das

respostas variam entre 1 e 5

35

O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo

quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com

sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo

As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de

consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente

e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico

com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em

estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)

Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido

e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do

Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo

Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao

Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)

Mini Exame do Estado Mental

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame

do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado

mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses

O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes

paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma

delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a

orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs

palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3

pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)

O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior

grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos

o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)

Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para

o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de

educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de

36

escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes

pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para

mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD

DELLAROZA 2012)

Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos

Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o

Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade

estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como

descritos a seguir

- Sexo

Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo

univariado

- Idade

A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a

data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a

69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais

- Naturalidade

Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo

Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais

- Estado civil

Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro

- Religiatildeo

Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra

- Escolaridade

Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo

As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram

considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os

alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de

quatro anos de estudo

- Ocupaccedilatildeo atual

37

Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica

entrou no modelo univariado

- Aposentadoria

Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo

univariado

- Tipo de aposentadoria

Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve

como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado

- Renda familiar

Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em

le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios

miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos

- Moradia e nuacutemero de cocircmodos

Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3

cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui

rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)

Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais

Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram

aplicados descritos a seguir

- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire

Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui

duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)

e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem

esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem

entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma

semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia

de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos

Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade

92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)

38

- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)

Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10

questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do

AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas

perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de

ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute

pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta

Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de

aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge

4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram

adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C

mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado

- Tabagismo

Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou

natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10

cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As

respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas

(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)

- Praacutetica de atividade fiacutesica

Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia

(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)

- Comorbidades

Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)

- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)

A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint

National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL

2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico

A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de

repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio

devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio

Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na

primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente

39

Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees

da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e

hipertenso)

- Uso de medicamento

Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo

- Histoacuteria familiar de doenccedila

Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo

arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto

agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo

obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As

categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo

Dados antropomeacutetricos

As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas

segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)

- Peso

Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca

Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e

estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo

distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg

- Estatura

A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de

peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes

paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo

com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As

naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos

permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era

posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo

plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o

40

topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo

- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)

O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)

sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica

norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27

ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso

- Circunferecircncia de quadril

Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica

flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas

- Circunferecircncia da cintura

Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen

relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do

indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte

superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo

feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm

segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)

- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)

Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a

circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o

valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de

acordo com o preconizado pela OMS (1998)

O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1

Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de

inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos

36 Anaacutelise dos dados

Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o

programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)

A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas

41

expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil

(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as

categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de

Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado

Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os

grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de

variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada

quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste

U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo

parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo

teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem

estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo

multivariado

Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar

as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram

introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os

valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de

confianccedila de 95 (IC 95)

Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios

do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho

A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em

relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida

boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo

ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida

ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou

ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito

insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)

37 Questotildees eacutetico-legais

A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade

Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de

42

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE

do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos

acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava

sendo utilizado para a coleta de dados

O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)

Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em

Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)

Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil

sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de

Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)

43

4 RESULTADOS

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada

De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir

representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269

questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -

cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem

pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se

257 questionaacuterios completos e analisados

Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas

demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas

com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as

quais seratildeo discutidas a posteriori

44

TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)

Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito

satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas

oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a

proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados

fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente

significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a

sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total

N=257 ()

G1

(satisfeito)

N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito)

N=94 () p-valora

Sexo

Homem 175 178 170 0876

Mulher 825 822 830

Idade (anos)

60-69 447 393 543 0025

70-79 447 472 404

ge 80 105 135 53

Naturalidade (n=256)

BH ou RMBH 316 356 247 0144

Interior MG 609 564 688

Outros 74 80 65

Situaccedilatildeo conjugal

Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587

Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340

Religiatildeo

Catoacutelico 724 730 713 0945

Evangeacutelico 136 135 138

Outros 140 135 149

45

TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo

Alfabetizado 899 896 904 0827

Analfabeto 101 104 96

Escolaridade (anos)

lt4 214 190 255 0220

ge4 786 810 745

Trabalha atualmente

Sim 226 258 170 0106

Natildeo 774 742 830

Aposentadoria

Sim 802 798 809 0832

Natildeo 198 202 191

Tipo de Aposentadoria (n=205)

Idade 459 457 461 0594

Tempo de serviccedilo 424 442 395

Invalidez 117 101 145

Renda familiar (sm)

lt 1 191 180 211 0342

1 ˫ 3 402 385 433

3 ˫ 5 279 280 278

ge 5 127 155 78

Casa proacutepria

Sim 883 914 830 0043

Natildeo 117 86 170

Nuacutemero de cocircmodos

1 ndash 3 148 141 160 0688

4 ou mais 852 859 840

Saneamento baacutesico

Rede de esgoto 984 988 979 0625

Banheiro 1000 1000 1000 -

Aacutegua encanada 996 1000 989 0366

Arranjo domiciliar

Mora sozinho 202 202 202 0995

Mora acompanhado 798 798 798

46

Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida

ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo

ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo

trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram

acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria

com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas

De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a

satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou

diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees

47

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)

(Continua)

Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001

Neoplasia 532 513 565 0419

Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057

Diabetes mellitus 417 375 489 0077

Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479

Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038

Transtorno mental 357 288 478 0002

Obesidade 254 225 304 0164

Demecircncia 167 156 185 0558

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Nordm comorbidades

Zero 97 129 43 lt0001

1-2 572 620 489

3-4 268 227 340

5 ou mais 62 25 128

Comorbidade autorreferida

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001

Dislipidemia 265 276 245 0583

Diabetes mellitus 237 190 319 0019

Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233

172

340

0002

Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288

Cardiopatias 105 74 160 0030

Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006

Tratamento medicamentoso (n=256)

Sim 848 828 882 0252

Natildeo 152 172 118

Medicamento (n=253)

Anti-hipertensivo 597 528 717 0003

Hipolipemiante 225 224 228 0932

Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057

Diureacutetico 213 168 293 0019

Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150

137

174

0425

Antidepressivo 150 118 207 0058

AINEs 107 81 152 0077

48

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

(Conclusatildeo)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo

arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo

com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo

menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior

prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes

mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo

aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores

elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril

Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara

a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as

proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de

comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema

osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel cognitivo (MEEM)

Alterado 167 178 149 0549

Preservado 833 822 851

PHQ-2 total

ge 3 97 43 191 lt0001

lt 3 903 957 809

PA aferida (n=234)

Normotenso 628 631 624 0911

Hipertenso 372 369 376

Iacutendice de massa corpoacuterea

lt22 116 121 108 0456

22-27 376 401 333

gt27 508 478 559

RCQ

Normal 455 436 489 0404

Elevado 545 564 515

49

uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo

arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental

TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)

Variaacutevel HAS

Total N=248

()

PA alterada

Sim

N=87

()

Natildeo

N=161

()

Natildeo 343 259 741

Sim 657 399 601

Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial

aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo

arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e

quase dois quintos dos sabidamente hipertensos

50

TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com

sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

AUDIT-C (n=253)

Negativo 905 913 891 0570

Positivo 95 87 109

Tabagismo

Tabagista 39 37 43 0664

Natildeo tabagista 642 663 606

Ex-tabagista 319 301 351

Nuacutemero de cigarros que fuma ou

jaacute fumou (n=92)

Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185

Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541

Tempo de tabagismo (n=90)

Menos de 10 anos 244 226 270 0634

Mais de 10 anos 756 774 730

Atividade fiacutesica

Sim 926 951 883 0045

Natildeo 74 49 117

Tipo de atividade fiacutesica

Caminhada 677 712 617 0118

Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055

Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523

Danccedila 101 129 53 0053

Hidroginaacutestica 66 86 32 0094

Biodanza 43 37 53 0537

Outros 175 202 128 0129

Frequecircncia da atividade fiacutesica

4-7 vezes por semana 280 337 181 0008

1-3 vezes por semana 630 601 681

Nunca 89 61 138

51

A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados

apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave

qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees

A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as

variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de

Vida Geral

TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim

nem bom Bom

Muito

Bom

WHOQOL-1

Como avaliaria sua

qualidade de vida

WHOQOL-2

Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede

n 3 5 49 140 60

12 19 191 545 233

Muito

insatisfeito Insatisfeito

Nem

satisfeito nem

insatisfeito

Satisfeito Muito

Satisfeito

n 3 21 40 145 48

12 82 156 564 187

Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q

Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143

Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917

Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600

QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779

Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral

52

GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais

Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

53

TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra

em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

Variaacuteveis

QVG

Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear

WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida

Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001

Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625

Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060

Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348

Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920

WHOQOL-2dagger

Satisfaccedilatildeo com a sauacutede

Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001

Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075

Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181

Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355

Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003

Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -

QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041

54

GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014

Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health

Organization Quality of Life

WHOQOL-1

muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim

QV

G

1000

800

600

400

200

00

WHOQOL-2

muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito

insatisfeitomuito insatisfeito

QV

G

1000

800

600

400

200

00

QV boa e satisfeito sauacutede

simnatildeo

QV

G

1000

800

600

400

200

00

55

TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa

Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Domiacutenios

Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees

sociais

Meio

ambiente

Rho QVG 0655 0722 0842 0622

Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10

correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)

A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico

apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio

ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG

56

GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

57

42 Anaacutelise multivariada

As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)

com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram

Idade

Naturalidade

Trabalham atualmente

Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Nuacutemero de comorbidades

HAS

Diabetes mellitus

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Cardiopatias

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio

Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos

Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral

Antidepressivos

Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide

Recalcificante

Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica

HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia

HF positiva para diabetes mellitus

HF positiva para obesidade

PHQ-2 total

Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica

Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica

58

Caminhada

Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila

Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os

idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a

satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de

vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser

oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do

aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo

para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar

atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)

59

TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p

estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de

vida

Variaacuteveis OR IC (95) p-valor

Naturalidade

BH ou RMBH 100 (ref)

Interior MG 046 024 - 090 0023

Outros 081 023 - 286 0746

Nuacutemero de comorbidades

Zero 100 (ref)

1-2 069 021 - 230 0546

3-4 035 010 - 127 0111

5 ou mais 015 003 - 085 0032

Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida

Natildeo 100 (ref)

Sim 025 007 - 094 0040

Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial

Natildeo 100 (ref)

Sim 035 017 - 070 0003

PHQ-2 total

lt 3 100 (ref)

ge 3 018 006 - 050 0001

Frequecircncia da atividade fiacutesica

Nunca 100 (ref)

1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016

4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001

60

QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa

Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO

Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade

Naturalidade Ser natural do interior de MG

Caracteriacutesticas econocircmicas

Trabalha atualmente Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades

HAS

Diabetes mellitus Cardiopatias

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio

Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral Antidepressivos

Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide

Recalcificante

PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3

HF positiva para HAS HF positiva para AVE

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade

HF positivo para HAS

Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e

4-7x sem)

Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull

da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire

61

5 DISCUSSAtildeO

Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico

econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua

qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas

As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma

predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos

equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ

DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et

al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens

(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com

idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004

LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)

A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo

em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e

vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava

540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000

e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens

idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)

Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as

mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as

mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na

exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes

de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)

Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge

(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados

demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo

estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que

tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995

62

(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)

A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da

senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver

algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)

Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes

na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o

que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)

Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa

fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o

aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer

com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma

relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem

percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos

(LUCCHETTI et al 2011)

Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra

estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de

quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a

porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)

Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo

alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos

A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo

considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes

Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino

fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a

segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os

anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres

(BRASIL 2010)

No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos

(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos

idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas

apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre

os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na

63

correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja

observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade

(anos de estudo)

Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na

relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis

pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos

benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o

fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na

sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)

No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir

casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)

segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a

maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a

amostra

Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos

tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente

em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado

garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas

sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de

dignidaderdquo

Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos

idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao

encontrado no estudo (202)

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas

Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos

idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave

meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam

ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em

2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)

64

Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de

frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS

indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional

(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede

do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et

al 2013)

No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus

tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim

como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem

confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)

De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia

de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos

homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do

que 240 mgdL (elevado)

A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem

de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute

importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na

reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado

por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco

para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do

controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e

crocircnicas (BRASIL 2006)

Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos

princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam

os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle

glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia

intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia

(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na

populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia

Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash

HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se

associam (SBD 2013-2014)

65

Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia

apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais

causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos

idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre

as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias

em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo

supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)

Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de

medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os

diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida

mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso

expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)

antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando

a importacircncia das outras patologias citadas

Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra

estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo

Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006)

A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um

problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre

pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no

metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas

podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do

idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave

prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)

Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao

manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos

colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute

desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011

POON BRAUN 2005)

Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos

66

quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA

aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA

controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados

justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo

enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma

entraram

Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes

ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial

sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em

outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais

inadequados (MOREIRA et al 2008)

Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram

hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o

subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo

essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos

deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico

(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)

Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do

estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar

relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e

independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)

apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo

devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando

anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o

idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal

transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)

O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de

elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre

os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado

para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a

habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas

de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos

67

externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os

processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e

compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em

contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas

aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)

Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda

natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento

cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma

necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees

associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores

educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e

capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual

das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo

que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado

na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados

alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao

prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma

craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais

e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)

Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos

anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido

levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees

decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de

trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da

deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES

et al 2006 MELLO et al 2012)

Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como

deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder

incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento

fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no

68

mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno

para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem

20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para

a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os

decliacutenios funcionais

A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as

diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al

2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de

idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada

(545)

O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado

provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou

endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que

vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial

da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo

(MANCINI 2010)

O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional

por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em

idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura

acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da

quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC

e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e

obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)

Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos

e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave

mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou

que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser

protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)

A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral

especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo

na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees

nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI

69

2005 LIMA DUARTE 2013)

53 Caracteriacutesticas comportamentais

Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala

deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar

precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute

menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social

contemporacircneo (NEVES 2004)

A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar

subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica

por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres

(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida

alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim

a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)

Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o

envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou

dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas

pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo

aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior

sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental

(SILVA 2008)

No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)

mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os

estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de

Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)

e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que

revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187

respectivamente

Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram

fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo

maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante

70

A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de

fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A

nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave

neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a

obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)

O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De

acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o

surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de

cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004

PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede

levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em

geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda

Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)

Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O

tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente

atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de

condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)

Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de

vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute

acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude

da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)

Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior

aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006

ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais

acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer

lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)

Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de

uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o

Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade

vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por

sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30

minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada

71

moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por

semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)

Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo

da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade

fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado

em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4

mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se

as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre

o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o

incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do

Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos

com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo

de sal nos alimentos (BRASIL 2011)

54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada

No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo

confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de

vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e

comportamentais

Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram

Naturalidade

Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo

metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso

considerar sua qualidade de vida boa

No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas

Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento

populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento

meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no

setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)

72

Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos

estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas

famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram

constituindo famiacutelia ou natildeo

Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no

estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso

(BORIM BARROS NERI 2012)

Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em

comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas

para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de

melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o

WHOQOL-bref

A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os

idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de

QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do

instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente

rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os

idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas

estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)

Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o

ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio

urbano

Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida

atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural

apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados

obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)

Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e

do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas

diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de

qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que

os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos

que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida

73

mais ativa que levam

Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir

que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida

superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital

pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a

associaccedilatildeo encontrada

Comorbidades

Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma

pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco

ou mais comorbidades

Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que

torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a

promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade

de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)

Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente

relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo

frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um

nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam

maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute

diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)

Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as

escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento

sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS

2011)

Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre

doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al

2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)

Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado

em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta

diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI

74

CICONELLI 2011)

Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas

crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que

focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais

adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo

integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)

A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua

prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso

consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de

isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou

mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua

autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e

com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)

Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem

implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque

para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a

magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco

aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu

uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60

da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo

adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia

aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria

da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)

Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo

gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem

lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza

destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)

Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o

desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas

sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus

fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano

aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias

75

crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool

inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees

em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)

cuidado integral (BRASIL 2011)

Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a

prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e

consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos

Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo

aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa

sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A

ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande

magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de

exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)

Doenccedila do aparelho respiratoacuterio

Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio

tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com

idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria

Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter

progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar

sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)

A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos

acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada

como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et

al 2006)

Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem

reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos

valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo

da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio

respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)

76

Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de

suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de

pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees

respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com

condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas

comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas

pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o

diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente

satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)

Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter

impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir

complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas

no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)

HF positivo para HAS

Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a

pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o

agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a

principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)

No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse

nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo

estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de

doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta

e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo

(BRASIL 2006)

A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas

como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER

2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e

confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)

A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que

77

exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem

disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao

maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica

(MIRANDA et al 2002)

Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade

colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas

medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os

tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)

Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na

prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos

puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)

As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura

pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre

elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo

e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)

Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para

o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de

responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees

cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a

melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)

PHQ-total ge 3

Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a

chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais

comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma

patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute

calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10

dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)

Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na

qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo

78

geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo

provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto

negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de

sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG

Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de

vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na

qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007

FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)

Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em

diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de

reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima

solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo

terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema

Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo

papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos

podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma

eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado

vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)

Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa

Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono

familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos

Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave

sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta

prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente

Atividade fiacutesica

Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um

gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente

sua qualidade de vida

No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos

afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute

79

integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia

Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de

30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida

fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o

pratica (REIS SOUZA 2011)

A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas

funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto

os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu

desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio

corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)

Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os

niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial

coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)

Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio

social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de

liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)

Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor

prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos

vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De

acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a

sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens

Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor

para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram

o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo

experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que

avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de

depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias

cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores

de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a

adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida

Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando

80

praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo

compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de

manter conviacutevio social principalmente entre idosos

Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada

nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE

2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel

(LIMA-COSTA et al 2009)

55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref

O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou

extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o

valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses

foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os

idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte

ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso

a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio

Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados

com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas

informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre

outros

Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida

Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O

IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida

renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos

relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De

acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH

nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e

seguranccedila ambiental

Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas

respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da

qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas

81

externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)

Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui

o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)

para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as

condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas

dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes

(RIO DE JANEIRO 2010)

O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou

indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees

habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)

O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo

apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade

avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees

metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por

exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos

que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE

JANEIRO 2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o

Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado

pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da

distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes

Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte

atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH

condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida

de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem

apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em

contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque

os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente

apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em

locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)

Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O

82

IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede

que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer

para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados

baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees

Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento

de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e

Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas

de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas

de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas

responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)

A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em

nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute

representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em

54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui

os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)

Escolas Municipais 17

Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02

Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10

Creches Conveniadas 37

Escolas Estaduais 41

Hospitais Puacuteblicos 02

Hospitais Particulares 01

Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16

Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01

Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04

Centro de Referecircncia do Idoso 01

Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01

Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01

Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01

Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01

Farmaacutecia Distrital 01

83

Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos

puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos

constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do

ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como

um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras

Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da

miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo

e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)

Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no

municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se

encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash

alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas

e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)

A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser

definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito

concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a

pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve

presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas

mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse

comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de

morte nos idosos (BRASIL 2014)

Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos

como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees

dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo

ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil

como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se

organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos

de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES

MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete

significativamente o meio ambiente no qual ele vive

Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos

84

da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia

contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas

que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de

serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes

de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)

No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL

2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000

habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas

relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de

moradia)

Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento

da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A

campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto

do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os

direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir

qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de

sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)

Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de

assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com

os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)

Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam

negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o

intuito de se buscar possiacuteveis melhorias

56 Limitaccedilotildees do estudo

O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento

Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim

afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas

Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem

como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da

populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o

85

calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa

Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a

inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na

avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras

investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de

referecircncia para idosos

86

6 CONCLUSOtildeES

O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou

como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais

(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria

predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre

60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)

Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram

aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave

moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando

condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da

populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados

Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede

prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)

doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)

Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um

medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)

hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)

Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39

fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade

fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a

realizam de uma a trecircs vezes por semana

Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se

que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751

encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso

constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante

ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)

e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos

Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram

significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser

natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila

do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com

87

pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por

semana e de quatro a sete vezes por semana

Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os

idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida

Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um

grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais

O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e

intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de

vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute

importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a

qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo

realiza eacute no proacuteprio local

Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de

ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo

mais expressivo de idosos do municiacutepio

Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade

de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida

Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo

fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para

confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees

causais entre as variaacuteveis estudadas

Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na

populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O

estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de

poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento

das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem

sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o

acompanhamento e controle da populaccedilatildeo

Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no

trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo

baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em

diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em

88

tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de

enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)

Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio

aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo

do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave

sauacutede

Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta

para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no

centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas

socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam

do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida

desses idosos

Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem

melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o

domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida

Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute

de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos

nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de

diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de

variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e

potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa

populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem

ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de

envelhecimento ativo

89

REFEREcircNCIAS

ABBOTT RD et al Walking and dementia in physical capable elderly men JAMA 2004 292 (12)1447-53

ALBERTA SPORT RECREATION PARKS AND WILDLIFE FOUNDATION - ASRPWF Active Living Strategy Canada 2012 ALEY LPV Qualidade de vida de idosos diabeacuteticos tipo 2 usuaacuterios de um ambulatoacuterio de hospital escola 2007 150 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) - Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2007 ALVES et al A influecircncia das doenccedilas crocircnicas na capacidade funcional dos idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 23(8)1924-1930 ago 2007 ALVES LC RODRIGUES RN Determinantes da autopercepccedilatildeo de sauacutede entre idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Revista Panamericana de Salud Puacuteblica Washington v 17 n 5-6 p 333-341 2005 AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION (ADA) The nutrition screanning initiative incorporating nutrition screening and interventions into medical practice a monograph for physicians Washington DC US American Academy of Family Physicians National Council on Aging Inc 1994 ANTUNES HKM et alDepression anxiety and quality of life scores in seniors after an endurance exercise program Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 266-271 dec 2005

ANTUNES HKM et al Exerciacutecio fiacutesico e funccedilatildeo cognitiva uma revisatildeo Ver Bras Med Esporte Niteroacutei v 12 n 2 Abr 2006

BARRETO ML CARMO EH Padrotildees de adoecimento e de morte da populaccedilatildeo brasileira os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 12 (Sup) 1779-1790 2007 BATISTA LKC et al Manuseio da doenccedila renal crocircnica em pacientes com hipertensatildeo e diabetes Jornal Brasileiro de Nefrologia Satildeo Paulo v 27 n 1 p 8-13 jun 2005 BATISTA M P P ALMEIDA M H M LANCMAN S Politicas puacuteblicas para a populaccedilatildeo idosa uma revisatildeo com ecircnfase nas accedilotildees de sauacutede Rev Ter Ocup Univ Satildeo Paulo v 22 n 3 p 200-207 setdez 2011 BELO HORIZONTE Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte 2013

90

BENEDETTI TRB et al Atividade fiacutesica e estado de sauacutede mental de idosos Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 42 n 2 Abr 2008 BERTOLUCCI PHF et al O mini-exame do estado mental em uma populaccedilatildeo geral impacto da escolaridade Arquivos de Neuropsiquiatria v 52 n 1 p 1-7 1994 BORIM FSA BARROS MBA NERI AL Autoavaliaccedilatildeo da sauacutede em idosos pesquisa de base populacional no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 28(4)769-780 abr 2012

BOWLING A Perceptions of active ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole population samples Oxford Journals v 38 n 6 Ago 2009 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF Senado Federal 1988

BRASIL Casa Civil Subchefia para assuntos juriacutedicos Lei ndeg 10741 de 1deg de Outubro de 2003 Dispotildees sobre o Estatuto do Idoso e daacute outras providecircncias BrasiacuteliaDF 2003 BRASIL Decreto nordm 1948 Regulamenta a Lei ndeg 8842 de 4 de janeiro de 1994 que dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DF 1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 BrasiacuteliaDF 2010 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil 2009 Rio de Janeiro IBGE 2009 152 p (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica 25)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 15 - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 16 - Diabetes Mellitus BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Plano de accedilotildees estrateacutegicas para o enfrentamento das Doenccedilas Crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) no Brasil Brasiacutelia DF 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria n ordm 2528 Aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede da Pessoa Idosa Brasiacutelia DF 2006

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria 399GM de 22 de fevereiro 2006 Divulga o Pacto pela Sauacutede 2006 ndash Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria do Gabinete do Ministro de Estado da

91

Sauacutede de ndeg 1395 de 9 de dezembro de 1999 que aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil no 237-E pp 20-24 13 dez seccedilatildeo 1 BrasiacuteliaDF 1999 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas e Estrateacutegicas Atenccedilatildeo agrave sauacutede da pessoa idosa e envelhecimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 44 p (Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede) (Seacuterie Pactos pela Sauacutede 2006 12) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Envelhecimento e sauacutede da pessoa idosa Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007 192 p (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos) (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 19) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Coordenaccedilatildeo de Prevenccedilatildeo e Vigilacircncia Inqueacuterito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenccedilas e agravos natildeo transmissiacuteveis Brasil 15 capitais e Distrito Federal 2002-2003 Rio de Janeiro INCA 2004 186 p BRASIL Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Brasil manual de enfrentamento agrave violecircncia contra a pessoa idosa Eacute possiacutevel prevenir Eacute necessaacuterio superar Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Texto de Maria Ceciacutelia de Souza Minayo mdash Brasiacutelia DF Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica 2014 BROWN C J FRIEDKIN R J INOUYE S K Prevalence and outcomes of low mobility in hospitalized older patients Journal of the American Geriatrics Society v 52 n 8 p 1263-1270 aug 2004 BRYMAN A et al Anaacutelise de dados em ciecircncias sociais introduccedilatildeo agraves teacutecnicas utilizando o SPSS para Windows 1992 BUSS PM Promoccedilatildeo da sauacutede e qualidade de vida Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 5(1)163-177 2000 CAMARANO et al Idosos brasileiros indicadores de condiccedilotildees de vida e de acompanhamento de poliacuteticas Brasiacutelia Presidecircncia da Repuacuteblica 2005 144 p CAMARANO AA KANSO S MELLO JL Como vive o idoso brasileiro In CAMARANO A A (Org) Os novos idosos brasileiros muito aleacutem dos 60 Rio de Janeiro IPEA 2004a cap 1 p 25-73 CAMARANO AA (Org) Muito aleacutem dos 60 os novos idosos brasileiros Rio de Janeiro Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada 1999 382 p

92

CAMPOLINA AG DINI PS CICONELLI RM Impacto da doenccedila crocircnica na qualidade de vida de idosos da comunidade em Satildeo Paulo (SP Brasil) Ciecircnc sauacutede coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 Jun 2011 CANAVARRO MC et al Desenvolvimento dos instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida na infecccedilatildeo VIH da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHOQOL-HIV WHOQOL-HIV-BREF) para portuguecircs de Portugal apresentaccedilatildeo de um projecto 2005 11 p CARNEIRO R S Qualidade de vida apoio social e depressatildeo em idosos relaccedilatildeo com habilidades sociais Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica Porto Alegre v 20 n 2 p 229-237 2007 CARVALHO JAM de GARCIA RA O envelhecimento da populaccedilatildeo brasileira um enfoque demograacutefico Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 725-733 maiojun 2003 CENTRO INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE Declaraccedilatildeo do Rio Aleacutem da Prevenccedilatildeo e Tratamento Desenvolvendo uma Cultura do Cuidado em resposta agrave Revoluccedilatildeo da Longevidade Brasil 2013

CHAVES MLF Testes de avaliaccedilatildeo cognitiva Mini-Exame do Estado Mental Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da ABN (perioacutedico na internet) 2006-2008 CHEUNG K L SOMAN S TAMURA M K Special considerations in the management of chronic kidney disease in the elderly DialysisampTransplantation United States v 40 n 6 p 241-243 june 2011 CURITIBA Secretaria Municipal da Sauacutede Autocuidado apoiado manual do profissional de sauacutede 92p Curitiba 2012 DANTAS ELR et al Geneacutetica do cacircncer hereditaacuterio Rev Bras De Cancerologia v 55 n 3 263-69 2009 DINIZ AMA NAHAS MIP MOSCOVITCH SK Anaacutelise espacial da violecircncia urbana em Belo Horizonte uma proposiccedilatildeo metodoloacutegica a partir de informaccedilotildees e indicadores georreferenciados Belo Horizonte 2003 DUARTE SFP REIS LAR Obesidade uma visatildeo multidisciplinar 1 ed Curitiba CRV 2012

ENGELHARDT E et al Idosos institucionalizados rastreamento cognitivo Rev Psiquiatria Cliacutenica Satildeo Paulo v 25 n 2 74-9 1998 FALLER JW et al Qualidade de vida de idosos cadastrados na estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia de Foz do Iguaccedilu-PR Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 14 803-810 2010

93

FARENZENA W P et alQualidade de vida em um grupo de idosos de Veranoacutepolis Revista Kairoacutes Satildeo Paulo v 10 n 2 p 225-243 dez 2007

FERNANDES MTO A Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede para o cuidado agrave pessoa idosa na Atenccedilatildeo Primaacuteria um Modelo Teoacuterico 216f Tese (Tese de Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2013 FERNANDES MTO SOARES SM O desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo ao idoso no Brasil Rev esc enferm USP Satildeo Paulo v 46 n

6 Dez 2012 FERREIRA ALCBM A qualidade de vida em idosos em diferentes contextos habitacionais a perspectiva do proacuteprio e do seu cuidador 2009 94f Dissertaccedilatildeo (Mestrado Integrado em Psicologia) ndash Faculdade de Psicologia e Ciecircncias da Educaccedilatildeo Universidade de Lisboa Lisboa 2009 FLECK M P A O instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) caracteriacutesticas e perspectivas Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 33-38 2000 FLECK MPA CHACHAMOVICH E TRENTINI CM Projeto WHOQOL-OLD meacutetodo e resultados de grupos focais no Brasil Revista Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 n 6 p 793-799 dez 2003 FLECK MPA et al A avaliaccedilatildeo de qualidade de vida guia para profissionais da sauacutede Porto Alegre Artmed 2008 228 p FLECK MPA et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento abreviado de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida ldquoWHOQOL-brefrdquo Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 34 n 2 p 178-183 abr 2000

FLORIANO PJ DALGALARRONDO P Sauacutede mental qualidade de vida e religiatildeo em idosos de um Programa de Sauacutede da Famiacutelia Jornal Brasileiro de Psiquiatria Rio de Janeiro v 56 n 3 p 162-170 2007 FORTIN MF DUCHARME F Os estudos de tipo correlacional In FORTIN M F (Org) O processo de investigaccedilatildeo da concepccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo 3 ed Loures Lusociecircncia 2003 cap 13 p 173-182 FRANCISCO PMSB et al Fatores associados agrave doenccedila pulmonar em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 40(3)428-35 2006 FREEDMAN VA MARTIN LG Contribution of chronic conditions to aggregate changes in old-age functioning Am J Public Health 901755-60 2000 FREITAS EV XAVIER FL Tratado de Geriatria e Gerontologia 3 ed [Sl] Guanabara Koogan 2011

94

GILES-CORTI B DONOVAN RJ Relative influences of individual social environmental and physical environmental correlates of walking American Journal of Public Health Washington v 93 n 9 p 1583-1589 sept 2003 GLEZEN WP et al Impact of respiratory virus infections on persons with chronic underlying conditions JAMA 2000283(4)499-505 GORDILHO A et al Desafios a serem enfrentados no terceiro milecircnio pelo setor sauacutede na atenccedilatildeo integral ao idoso Rio de Janeiro UnATI UERJ 2000

GOULART D et al Tabagismo em idosos Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de

Janeiro v 13 n 2 Aug 2010 GRABOWSKI DC ELLIS JE High body mass index does not predict mortality in older people analysis of the longitudinal study of aging J Am Geriatr Soc v 49

968-79 2001 GUIMARAtildeES SJ MIRANDA JLS MACEDO LTA Violecircncia contra o idoso uma questatildeo social a ser discutida UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAtildeO - III Jornada Internacional de Poliacuteticas Puacuteblicas Questatildeo Social e Desenvolvimento no Seacuteculo XXI Satildeo Luiacutes ndash MA agosto 2007 GUSMAtildeO JL A qualidade de vida da pessoa com hipertensatildeo arterial In PIERIN A M G (Coord) Hipertensatildeo arterial uma proposta para o cuidar Satildeo Paulo Manole 2004 cap 15 p 263-274

HAIR JF Jr et al Anaacutelise de Dados Multivariados 6 ed Upper Saddle River Prentice-Hall 2009 HALLAL PC et al Physical inactivity prevalence and associated variables in Brazilian adults Medicine and Science in Sports and Exercise Hagerstown v 35 n 11 p 1894-1900 nov 2003 HALVORSRUD L et al Quality of life in older Norwegian adults living at home a cross-sectional survey Journal of Research in Nursing London v 17 n 1 p 12-29 oct 2010

HWANG HF et al Suitability of the WHOQOL-bref for community-dwelling older people in Taiwan Age and Ageing Oxford v 32 n 6 p 593-600 Nov 2003

HULSE GK Alcohol drugs and much more in later life Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 24 p 34-41 apr 2002 JAKOBSSON U HALLBERG IR WESTERGREN A Overall and health related quality of life among the oldest old in pain Quality of Life Research v 13 n 1 p 125-136 feb 2004 JARDIM JRB et al Doenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (DPOC) In Prado

95

FC Ramos J Valle JR editores Atualizaccedilatildeo terapecircutica Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2003 p1427-30 JOIA LC RUIZ T DONALISIO MR Condiccedilotildees associadas ao grau de satisfaccedilatildeo com a vida entre a populaccedilatildeo de idosos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 41 n 1 p 131-138 fev 2007 JOINT NATIONAL COMMITTEE The seventh report of the Joint National Committee on prevention detection evaluation and treatment of high blood pressure [sl sn] 2004 87 p (NIH Publication n 04-5230) JUacuteNIOR FGP OLIVEIRA MTC Iacutendice de Vulnerabilidade da Sauacutede de Belo Horizonte compreendendo realidades locais para priorizar a alocaccedilatildeo de recursos e nortear poliacuteticas puacuteblicas Belo Horizonte 2012 KATZ S et al Studies of illness in the aged The index of ADL a standardized measure of biological and psychosocial function JAMA The Journal of the American Medical Association Chicago v 185 n 12 p 914-919 sept 1963 KEMPEN GIJM et al Risk and protective factors of different functional trajectories in older person are these the same The Journals of Gerontology v 61B n 2 p 95-101 2005 KIMURA M SILVA JV Ferrans and Powers quality of life index Rev Esc Enferm USP 43(especial)1098-104 2009 KOLTYN K F The association between physical activity and quality of life in older women Womenrsquos Health Issues New York v 11 n 6 p 471-480 novdec 2001 KROENKE K SPITZER RL WILLIAMS JB The Patient Health Questionnaire-2 validity of a two-item depression screener Medical Care Hagerstown v 41 n 11 p 1284-1292 nov 2003 KURCGANT P Gerenciamento em Enfermagem 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2010 196 p

LEBRAtildeO ML O envelhecimento no Brasil aspectos da transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica Sauacutede Coletiva Satildeo Paulo v 4 n 6 2007

LEBRAtildeO ML DUARTE YAO SABE ndash Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento ndash O Projeto Sabe no municiacutepio de Satildeo Paulo uma abordagem inicial Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 255p 2003 LIMA-COSTA MFF A escolaridade afeta igualmente comportamentos prejudiciais agrave sauacutede de idosos e adultos mais jovens Inqueacuterito de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v 13 n 4 p 201-208 dez 2004

96

LIMA-COSTA MFF et al Projeto Bambuiacute um estudo epidemioloacutegico de caracteriacutesticas sociodemograacuteficas suporte social e indicadores de condiccedilatildeo de sauacutede dos idosos em comparaccedilatildeo aos adultos jovens Informe Epidemioloacutegico do SUS Brasiacutelia v 11 n 2 p 91-105 abrjun 2002 LIMA-COSTA MFF et al Comportamentos em sauacutede entre idosos hipertensos Brasil 2006 Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 p 18-26 nov 2009 Suplemento 2 LIMA PV DUARTE SFP Prevalecircncia de obesidade em idosos e sua relaccedilatildeo com hipertensatildeo e diabetes Rev Interscentia v 1 n 3 2013

LOPES PAPL Qualidade de vida e suporte social do idoso no meio rural e no meio urbano um Estudo comparativo e correlacional 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Psicologia) ndash Instituto Superior de Psicologia Aplicada Lisboa 2004 LOURENCcedilO RVR Formaccedilatildeo Humana em geriatria e gerontologia uma perspectiva interdisciplinar UERJ p89-92 2006 LOW G MOLZAHN AE KALFOSS M Quality of life of older adults in Canada and Norway examining the Iowa Model Western Journal of Nursing Research United States v 30 n 4 p 458-476 june 2008

LOW G MOLZAHN AE Predictors of Quality of Life in Old Age A Cross-Validation Study Research in Nursing amp Health v 30 p 141-150 2007 LOYOLA FILHO A I de et al Estudo de base populacional sobre o consumo de medicamentos entre idosos Projeto Bambuiacute Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 21 n 2 p 545-553 marabr 2005 LOYOLA FILHO A I de UCHOA E LIMA-COSTA M F F Estudo epidemioloacutegico de base populacional sobre uso de medicamentos entre idosos na Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 12 p 2657-2667 dez 2006 LUCCHETTI G et al Fatores associados agrave polifarmaacutecia em idosos institucionalizados Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 13 n 1

2010

LUCCHETTI G et al O idoso e sua espiritualidade impacto sobre diferentes aspectos do envelhecimento Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 14 n 1 2011 MACHADO FN Capacidade e desempenho para a realizaccedilatildeo das Atividades Baacutesicas de Vida Diaacuteria um estudo com idosos dependentes 2010 130f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2010

97

MAGALHAtildeES MM LIMA ACP Noccedilotildees de Probabilidade e Estatiacutestica 6ordf ed IME-USP ED USP 2002 MANCINI MC Tratado de Obesidade Itapevi AC Farmacecircutica 2010 MARQUES D RODRIGUES L Emigrantes e imigrantes de Belo Horizonte em relaccedilatildeo ao restante da RMBH uma aplicaccedilatildeo do meacutetodo ldquoGrade of Member shiprdquo (GoM) In Encontro Nacional de Estudos Populacionais 15 2006 Caxambu 20 p MARTINS et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida subjetiva dos idosos uma comparaccedilatildeo entre os residentes em cidades rurais e urbanas Estud interdiscip envelhec Porto Alegre v 11 p 135-154 2007 MATTEWS KA et al Socioeconomic trajetories and incident hypertension in a biracial cohort of young adults Hypertension 39772-6 2002

MEIRELLES BHS et alCondiccedilotildees associadas agrave qualidade de vida dos idosos com doenccedila crocircnica Cogitare Enfermagem Paranaacute v 15 n 3 p 433-440 julset 2010 MELLO BLD HADDAD MCL DELLAROZA MSG Avaliaccedilatildeo cognitiva de idosos institucionalizados Acta Scientiarum Maringaacute v 34 n 1 p 95-102 Jan-June 2012 MELLO E TEIXEIRA MB Depressatildeo em idosos Revista Sauacutede v 5 n 1 2011 MENEZES AM VICTORA CG RIGATTO M Prevalence and risk factors for chronic bronchitis in Pelotas RS Brazil a population-based study Thorax 199449(12)1217-21 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um debate necessaacuterio Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 7-18 2000

MINGOYI SA et al Meacutetodos de Amostragem com Aplicaccedilotildees na Aacuterea Empresarial Belo Horizonte Departamento de Estatiacutestica da UFMG 2000 MIRANDA RD et al Hipertensatildeo arterial no idoso peculiaridades na fisiopatologia no diagnoacutestico e no tratamento Rev Bras Hipertens 9 293-300 2002 MIRANZI SSC et al Qualidade de vida de indiviacuteduos com Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo acompanhados por uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia Texto Contexto Enferm Florianoacutepolis Out-Dez 17(4) 672-9 2008 MORAES JFD de SOUZA VBA Factors associated with the successful aging of the socially-active elderly in the metropolitan region of Porto Alegre Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 302-308 dez 2005

98

MOREIRA LB et alConhecimento sobre o tratamento farmacoloacutegico em pacientes com doenccedila renal crocircnica Revista Brasileira de Ciecircncias Farmacecircuticas Satildeo Paulo v 44 n 2 p 315-325 abrjun 2008 NAHAS MIP et al Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana de Belo Horizonte (IQVU ndash BH) um instrumento intra-urbaniacutestico de gestatildeo da qualidade de vida Belo Horizonte 1437-51 2013 NERI AL (Org) Qualidade de vida e idade madura 7 ed Campinas Papirus 2007 285 p (Coleccedilatildeo Viva idade) NERI AL (Org) Palavras-chave em gerontologia 3 ed Campinas Aliacutenea 2008 218 p (Coleccedilatildeo Velhice e Sociedade) NEVES DP Alcoolismo acusaccedilatildeo ou diagnoacutestico Cad Sauacutede Puacuteblica V 20 n 1 7-14 janfev 2004

OLIVEIRA AFG Testes estatiacutesticos para comparaccedilatildeo de meacutedias Revista Eletrocircnica Nutritime V 5 n 6 p 777-788 novdez 2008 OLIVEIRA DLC GORETTI LC PEREIRA LSM O desempenho de idoso institucionalizados com alteraccedilotildees cognitivas em atividades de vida diaacuteria e mobilidade estudo piloto Rev bras fisioter V 10 n 1 (2006) 91-96 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE - OMS Envelhecimento Ativo uma Poliacutetica de sauacutede Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Mental Health New Understanding New Hope 1ordf ediccedilatildeo Lisboa Abril de 2002 PASKULIN LMG Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um distrito sanitaacuterio de Porto AlegreRS 2006 170 f Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 PASKULIN LMG MOLZAHN A Quality of life of older adults in Canada and Brazil Western Journal of Nursing Research United States v 29 n 1 p 10-26 feb 2007 PEIXOTO SV FIRMO JOA LIMA-COSTA MFF Condiccedilotildees de sauacutede e tabagismo entre idosos residentes em duas comunidades brasileiras (Projeto Bambuiacute e Belo Horizonte) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 9 p 1925-1934 set 2006 PEIXOTO SV GIATTI L AFRADIQUE ME LIMA-COSTA MF Custo das internaccedilotildees hospitalares entre idosos brasileiros no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede Epidemiol Serv Sauacutede Dez 13(4)46-53 2004 PEDROSA RP DRAGER LF Como diagnosticar e tartar hipertensatildeo arterial

99

sistecircmica Grupo Editorial Moreira Jr v 65 n 12 dez 2008 PEREIRA JC BARRETO SM PASSOS VMA O perfil de sauacutede cardiovascular dos idosos brasileiros precisa melhorar estudo de base populacional Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 91 n 1 p 1-10 jul 2008 PEREIRA RJ et al Influecircncia de fatores soacutecios sanitaacuterios na qualidade de vida dos idosos de um municiacutepio do Sudeste do Brasil Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 p 2907-2917 jun 2011 POON IO BRAUN U High prevalence of orthostatic hypotension and its correlation with potentially causative medications among elderly veterans Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics Oxfordv30 n 2 p 173-178 apr 2005 PORTUGAL Porto lazer No Porto a Vida eacute Longa Portugal 2006 RAMOS LR Fatores determinantes do envelhecimento saudaacutevel em idosos residentes em centro urbano Projeto Epidoso Satildeo Paulo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeirov19 n 3 p 793-798 maiojun 2003

REIS AES SOUZA JA Atividade fiacutesica para idosos Revista de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) v 1 n 1 2011 RIO DE JANEIRO Observatoacuterio das Metroacutepoles Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia Iacutendice de Bem-Estar Urbano Rio de Janeiro set 2010 RODRIGUES RMC LOUREIRO LMJ SILVA SMDT Os muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbra Escola Superior de Enfermagem em Coimbra Portugal Coimbra 2009

ROSA TEC et al Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 3740-8 2003

ROSEMBERG J ROSEMBERG AMA MORAES MA de Nicotina droga universal Satildeo Paulo Centro de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Secretaria de Estado da Sauacutede de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2003 174 p

SANTOS DM SICHIERI R Iacutendice de massa corporal e indicadores antropomeacutetricos de adiposidade em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica v 39 n 2 163-8 2005 SANTOS PM et al Percepccedilatildeo de qualidade de vida entre idosos jovens e longevos praticantes de hidroginaacutestica Revista Brasileira de Qualidade de Vida v 5 p 1-11 2013 SAUERESSIG S et al Prevalecircncia de tabagismo em idosos atendidos pelo Programa de Sauacutede da Famiacutelia em Camaquatilde - RS Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica do Rio

100

Grande do Sul Porto Alegre v 51 n 3 p 173-179 julset 2007 SCHNEIDER RH IRIGARAY TQ O envelhecimento na atualidade aspectos cronoloacutegicos bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais Estudos de Psicologia Campinas v 25 n 4 p 585-593 outdez 2008 SCOCCO P FANTONI G CAON F Role of depressive and cognitive status in self-reported evaluation of quality of life in older people comparing proxy and physician perspectives Age Ageing Oxford v 35 n 2 p 166-171 mar 2006 SEQUEIRA A SILVA MN O Bem Estar da Pessoa Idosa no Meio Rural Anaacutelise Psicoloacutegica Lisboa v 3 p 505-516 2002

SILVA AA da Alcoolismo em idosos Revista Cientiacutefica Eletrocircnica de Psicologia Satildeo Paulo ano VI n 10 maio 2008 6 p

SILVA PAB Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos adscritos no Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Minas Gerais 2012 184f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2012 SILVA SD A implantaccedilatildeo de um centro de convivecircncia para pessoas idosas um manual para profissionais e comunidades Rio de Janeiro CRDE UnATI UERJ 2003 57p SILVESTRE JA NETO C MENEZES M Abordagem do idoso em programas de sauacutede da famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica 19839-47 2003

SOARES SM et al Qualidade de Vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos atendidos em Unidades Baacutesicas de Sauacutede do Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Projeto de Pesquisa realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH) Belo HorizonteMG 2013

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES ndash SBD Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes Satildeo Paulo 2013-2014 SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ndash SOCERJ Recomendaccedilotildees da SOCERJ ndash Manejo Terapecircutico em Cardiogeriatria Revista da SOCERJ v 17 sup B Jun 2004 SOUSA L GALANTE H FIGUEIREDO D Qualidade de vida e bem-estar dos idosos um estudo exploratoacuterio na populaccedilatildeo portuguesa Revista de Sauacutede Puacuteblica v 37 n 3 2003 SOUZA R et al Avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica em idosos estimativas de peso e altura e concordacircncia entre classificaccedilotildees de IMC Rev bras geriatr gerontol Rio de Janeiro v 16 n 1 Mar 2013

101

TAMAI SAB et al Impacto de um programa de promoccedilatildeo da sauacutede na qualidade de vida do idoso Einstein 9 (1 Pt 1)8-13 2011

TRENTINI CM Qualidade de vida em idosos 2004 224f Tese (doutorado) ndash Faculdade de Medicina Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2004

UMBELINO GJM Aplicaccedilatildeo do Iacutendice de Qualidade de Vida Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil Rev Bras Est Pop Satildeo Paulo v 24 n 2 p 339-340 juldez 2007 UNITED NATIONS Ageing New York United Nations 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Nuacutecleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG Instituto Jenny de Andrade Faria Belo Horizonte 2014 VASCONCELOS F F et al Utilizaccedilatildeo medicamentosa por idosos de uma Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia de Fortaleza - CE Acta Paulista de Enfermagem Satildeo Paulo v 18 n 2 p 178-183 abrjun 2005 VECCHIA R D et al Qualidade de vida na terceira idade um conceito subjetivo Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v 8 n 3 p 246-252 set 2005 VERAS RP CALDAS PC Promovendo a sauacutede e a cidadania do idoso o movimento das universidades da terceira idade Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 9(2) 423-432 2004 VERAS R Em busca de uma assistecircncia adequada agrave sauacutede do idoso revisatildeo da literatura e aplicaccedilatildeo de um instrumento de detecccedilatildeo precoce e de previsibilidade de agravos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 705-715 maiojun 2003 VERAS R Envelhecimento populacional contemporacircneo demandas desafios e inovaccedilotildees Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 n 3 p 548-554 maiojun 2009 VERAS R Estrateacutegias para o enfrentamento das doenccedilas crocircnicas um modelo em que todos ganham Rev Bras Geriatr 14 (4) 779-789 Rio de Janeiro 2011 VERAS R Foacuterum Envelhecimento populacional e as informaccedilotildees de sauacutede do PNAD demandas e desafios contemporacircneos Introduccedilatildeo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 10 p 2463-2466 out 2007

VIDMAR et al Atividade fiacutesica e qualidade de vida em idosos Revista Sauacutede e Pesquisa v 4 n 3 p 417-424 setdez 2011 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL Versatildeo em

102

portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998a cap 3 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-100 e do WHOQOL-bref Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998b cap 4 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo em portuguecircs do WHOQOL-100 Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998c cap 2

WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Envelhecimento ativo uma poliacutetica de sauacutede Traduccedilatildeo de Suzana Gontijo Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 60 p Traduccedilatildeo de Active ageing a policy framework WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL The World Health Organization Quality of Life assessment Position paper from the World Health Organization Social Science amp Medicine v 41 P 1403-1409 1995 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Towards age-friendly primary health care Geneva WHO 2004 30 p (Active Ageing Series) WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL WHOQOL-bref US Version Washington Universidade de Washington 1997 12 p ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao sedentarismo no lazer em idosos Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 6 p 1329-1338 jun 2007

ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao tabagismo em idosos Inqueacuterito de Sauacutede no Estado de Satildeo Paulo (ISA-SP) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 28 n 3 p 583-595 mar 2012 ZAITUNE MPA et al Hipertensatildeo arterial em idosos prevalecircncia fatores associados e praacuteticas de controle no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(2) 285-294 fev 2006

ZASLAVSKY C GUS I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidades Arq Bras Cardiol volume 79 nordm 6 635-9 2002

103

ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

World Health Organization Quality of Life-bref

104

105

106

Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos

Questionaacuterio nordm _______

Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________

Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________

Endereccedilo _____________________________________________________________________

Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______

Telefone de contato ________________

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

Nome completo ______________________________________________________________

Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________

Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo

Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro

Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra

PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -

Vocecirc estaacute trabalhando atualmente

Se sim especifique _____________________

(1) sim (2) natildeo

Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo

Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez

Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo

(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos

(3) entre 3 a 5 salaacuterios

(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos

- MORADIA -

Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo

Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +

Possui banheiro (1) sim (2) natildeo

Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo

Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo

Mora sozinho (1) sim (2) natildeo

Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique grau de parentesco ________________________

Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos

Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos

(4) netos (5) outros ______________________

107

(Continua)

- ESCOLARIDADE -

Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo

Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado

HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA

- AUDIT-C -

Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo

Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4

Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4

Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4

O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente

108

(Continua)

- TABAGISMO -

Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo

Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo

Quantos cigarros vocecirc

fuma (va) por dia

(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica

Haacute quanto tempo vocecirc

fuma (va)

(1) menos de 2

anos

(2) de 2 a 10

anos

(3) mais de 10

anos

(99) natildeo se aplica

- ATIVIDADE FIacuteSICA -

Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo

Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong

(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________

Frequecircncia (1) 1xsemana

(4) nunca

(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana

HISTOacuteRIA CLIacuteNICA

Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo

Se sim qual

( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias

( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________

Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique ________________________________________________________________________

Haacute quanto tempo ______ (em anos)

HISTOacuteRIA FAMILIAR

Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve

Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo

Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo

Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo

Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo

Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo

Obesidade (1) sim (2) natildeo

Cacircncer (1) sim (2) natildeo

Demecircncia (1) sim (2) natildeo

Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo

109

(Conclusatildeo)

The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas

1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3

AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA

Peso medido (kg) _____________

Estatura aferida (m) ___________

IMC ___________ (kgmsup2)

Circunferecircncia cintura (cm) _________

Circunferecircncia quadril (cm) _________

Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____

PRESSAtildeO ARTERIAL

Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)

PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg

PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg

110

ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA

PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

111

112

ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG

113

ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL

SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS

NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

114

ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH

DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

Page 2: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …

Liacutevia Carvalho Viana Miranda

FATORES ASSOCIADOS Agrave QUALIDADE DE VIDA DE

IDOSOS DE UM CENTRO DE REFEREcircNCIA EM BELO

HORIZONTE MINAS GERAIS

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Curso de Mestrado da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Enfermagem Aacuterea de concentraccedilatildeo Cuidar em Sauacutede e Enfermagem Orientadora Profordf Drordf Socircnia Maria Soares

Belo Horizonte

Escola de Enfermagem da UFMG

2014

Ficha catalograacutefica elaborada pela Biblioteca J Baeta Vianna ndash Campus Sauacutede UFMG

Miranda Liacutevia Carvalho Viana M672f Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais [manuscrito] Liacutevia Carvalho Viana Miranda - - Belo Horizonte 2014

114f il Orientador Socircnia Maria Soares Aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede e Enfermagem Dissertaccedilatildeo (mestrado) Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem 1 Envelhecimento 2 Idoso 3 Sauacutede do Idoso 4 Qualidade de Vida 5 Dissertaccedilotildees Acadecircmicas I Soares Socircnia Maria II Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem III Tiacutetulo NLM WT 104

Universidade Federal de Minas Gerais

Escola de Enfermagem

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Dissertaccedilatildeo intitulada ldquoFatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro

de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Geraisrdquo de autoria da mestranda Liacutevia Carvalho

Viana Miranda aprovada pela banca examinadora constituiacuteda pelos seguintes professores

______________________________________________________

Profordf Drordf Socircnia Maria Soares - Escola de Enfermagem da UFMG - Orientadora

______________________________________________________ Prof Dr Antocircnio Ignaacutecio Loyola Filho - Escola de Enfermagem da UFMG

______________________________________________________

Dra Karla Cristina Giacomin

______________________________________________________ Prof Dr Francisco Carlos Feacutelix Lana

Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem da UFMG

Belo Horizonte 22 de Dezembro de 2014

Av Professor Alfredo Balena 190 - Belo Horizonte MG - 30130-100 - Brasil - tel (031)3134099855 - fax

(31)34099855

Esta pesquisa eacute vinculada ao Nuacutecleo de

Estudos e Pesquisas em Cuidado e

Desenvolvimento Humano da Escola de

Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais

Dedico este trabalho

Agrave Deus

Pelo dom da vida por me guiar em todos os

meus caminhos e pela paz concedida nos

periacuteodos de dificuldade

Aos meus pais ldquojurdquo e ldquotomrdquo

Pela minha existecircncia pelo apoio e

compreensatildeo nos momentos difiacuteceis Tudo

que sou devo a vocecircs minhas vitoacuterias satildeo

suas

Aos meus queridos irmatildeos ldquoleleordquo e

durdquo

Por me darem forccedila mesmo quando era

difiacutecil entender as minhas ausecircncias

Obrigada por tudo que fazem por mim

Ao meu namorado Thiago

Por ter ficado ao meu lado durante todo

esse periacuteodo e por nunca me deixar

desanimar compreendendo os momentos

em que eu natildeo pude estar com vocecirc Meu

grande companheiro

Agradecimentos especiais

Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares

Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo

Obrigada pela parceria e por sempre

compreender minha situaccedilatildeo Nossa

trajetoacuteria foi marcada por momentos de

ausecircncia vindos de ambas as partes

Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees

as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo

prejudicaram nosso trabalho juntas Que

nossa caminhada continue ainda mais

fortalecida

Agrave Patriacutecia

Nem tenho palavras para agradecer toda

sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito

obrigada por tudo Que essa parceria ainda

colha muitos frutos

Agradecimentos

Aos idosos do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por colaborar com esta pesquisa de

maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs

pela maneira que lidam com o

envelhecimento e como enxergam a vida

com tanta maturidade e sabedoria

Aos familiares

Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e

festejarem comigo as minhas conquistas

Aos meus amigos

Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo

da minha ausecircncia Mas saibam que

agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs

satildeo fundamentais para mim

Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede

Ermelinda

Sem o apoio de todos vocecircs a

concretizaccedilatildeo deste trabalho seria

impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos

momentos de sobrecarga devido agraves minhas

ausecircncias principalmente aos meus

colegas enfermeiros e agrave equipe amarela

Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo

para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero

que este trabalho possa contribuir de

maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave

sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por

tudo

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de

Belo Horizonte em especial ao

Distrito Noroeste

Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu

mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos

seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que

contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede

mais digna e humanizada

Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no

local e por acreditar tanto no que estamos

fazendo Espero que nossos resultados

possam contribuir com o trabalho de vocecircs

Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia

o Centro com tanta competecircncia e amor

Aos demais funcionaacuterios do Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa

Pela receptividade durante todo o periacuteodo

que ficamos no local de trabalho de vocecircs e

pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos

idosos

Aos integrantes do NEPCDH

Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria

desta pesquisa

Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que

colaboraram na coleta de dados

Liacuterica e Francielle

Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo

existiria

Obrigada pela grande parceria

Aos colegas de mestrado

Pelo compartilhamento de alegrias e

frustraccedilotildees

RESUMO

MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local

Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso

ABSTRACT

MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research

Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32

Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e

Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte

MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

Graacutefico 2

Graacutefico 3

-

-

Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1

WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo

Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54

Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 56

Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida

por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60

LISTA DE TABELAS

1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44

2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45

3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47

4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49

5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50

6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de

QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 53

9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014 55

10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua

sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 59

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico

BH

CRPI

-

-

Belo Horizonte

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara

DP - Desvio-padratildeo

EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais

G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV

boasatisfeito

G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou

QV ruiminsatisfeito

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

IQ - Intervalo Interquartil

NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento

Humano

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OR - Odds Ratio

PA - Pressatildeo Arterial

PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica

PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica

PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

QVG - Qualidade de Vida Geral

Sm - Salaacuterio Miacutenimo

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

WHO - World Health Organization

WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group

WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16

12 Objetivo 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21

21 Envelhecimento populacional 21

22

221

Qualidade de vida do idoso 23

Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede

24

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27

3 METODOLOGIA 31

31 Tipo de estudo 31

32 Aacuterea e local do estudo 31

33

331

332

Populaccedilatildeo do estudo 31

Caacutelculo amostral 31

Criteacuterios de seleccedilatildeo 32

34 Coleta de dados 33

35 Variaacuteveis do estudo 33

351 Variaacutevel dependente 33

352 Variaacuteveis independentes 34

353 Instrumentos para a coleta de dados 34

36

37

Anaacutelise dos dados 40

Questotildees eacutetico-legais 41

SUMAacuteRIO

4 RESULTADOS 43

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43

42 Anaacutelise multivariada 57

5 DISCUSSAtildeO 61

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63

53 Caracteriacutesticas comportamentais 69

54

55

56

Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71

Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80

Limitaccedilotildees do estudo 84

6 CONCLUSOtildeES 86

REFEREcircNCIAS 89

ANEXOS 103

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o

Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos

(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes

do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos

ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da

populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em

nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL

2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de

2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta

representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se

encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo

composta por idosos

Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a

fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)

Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60

anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses

desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa

de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou

115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27

anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento

como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais

rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto

institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que

fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)

O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos

mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado

17

estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica

Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em

meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que

expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados

(LEBRAtildeO DUARTE 2003)

Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640

de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que

deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)

Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada

de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a

estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide

populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES

RODRIGUES 2005)

Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX

acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas

mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela

diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e

parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia

inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)

Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as

doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar

incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em

desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas

seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da

sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas

doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)

Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua

que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio

agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)

Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na

sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto

mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento

18

saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al

2010)

As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos

anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para

esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e

regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais

agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que

o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional

isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas

atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)

Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas

quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A

Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como

consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso

tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo

padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade

Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas

consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de

vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo

uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros

meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)

Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo

que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do

sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees

e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla

abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado

psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os

mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)

A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica

por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades

e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de

sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as

19

incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na

velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave

qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves

atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade

acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a

autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)

Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para

a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade

desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o

comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a

famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez

que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice

contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia

autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem

tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et

al 2013)

Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas

Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute

cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de

cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as

conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se

acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o

desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e

universal (CIL 2013)

Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o

desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da

qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo

Horizonte

Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A

falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta

20

importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e

avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos

Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um

modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a

partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os

resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de

rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees

centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio

e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no

atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado

Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem

sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos

que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e

produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os

aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais

ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)

As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento

das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em

detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas

tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento

Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas

em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI

12 Objetivo

Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e

ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais

21

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

21 Envelhecimento populacional

Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o

envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de

pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)

Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455

anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se

alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia

(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)

Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de

idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo

decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as

modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de

desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo

indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade

cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)

Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se

dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do

conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou

ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte

viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um

mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)

Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos

em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et

al 2013)

Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil

indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos

idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de

doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e

diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos

22

podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares

ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve

ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave

comunidade (OMS 2004)

Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de

idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa

intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os

vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que

os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos

associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se

que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito

de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a

promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)

Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo

ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole

population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na

Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)

que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento

ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a

importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e

na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia

(BOWLING 2009)

No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE

(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos

realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas

Gerais

Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma

aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real

conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo

(VERAS 2009)

23

22 Qualidade de vida do idoso

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de

difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam

sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento

socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos

quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)

Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que

melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma

das definiccedilotildees mais utilizadas

Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o

conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas

fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu

maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)

Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de

instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um

conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL

Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural

(CANAVARRO et al 2005)

Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute

relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel

socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o

autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos

e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades

diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)

No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as

necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades

de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)

Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com

estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico

ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da

idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente

24

associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e

inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)

Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo

agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas

gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar

dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa

qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)

No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida

em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que

dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007

GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES

ALCHIERI 2010)

Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL

da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem

consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a

subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por

exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos

mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso

(FLECK 2000 FLECK et al 2008)

221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a

promoccedilatildeo da sauacutede

A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de

envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de

otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de

melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas

No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a

sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a

manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para

doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)

Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a

25

heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso

objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que

envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para

realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)

O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave

interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos

para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de

formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em

processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da

autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)

A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a

ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL

1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na

sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo

contra a pessoa idosa

A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo

propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou

manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a

permanecircncia no meio em que vivem de forma independente

Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a

capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de

autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o

cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no

envelhecimento ativo (VERAS 2009)

No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da

Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral

integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave

integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL

1996)

Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do

envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade

funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos

26

que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade

funcional restringida (GORDILHO et al 2000)

Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como

objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e

mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos

No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional

de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia

e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos

Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar

recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da

pessoa idosa

Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do

idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo

idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive

Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto

Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover

o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)

O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso

com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de

abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)

Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700

idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de

atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade

de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de

abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)

Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo

fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do

envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de

estrateacutegia

A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade

para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior

participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo

27

estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes

favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS

2004)

Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para

enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus

entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a

constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de

sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo

espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)

Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os

inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas

cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver

accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de

convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar

ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros

(VERAS CALDAS 2004)

Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da

Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso

que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo

agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23

milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL

2010)

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos

Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o

cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa

etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG

em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de

envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e

Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a

sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade

28

do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria

Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)

O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27

consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com

piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades

de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade

para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo

Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas

subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400

procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do

municiacutepio (UFMG 2014)

Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros

e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa

considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa

concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em

conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um

centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o

fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso

o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)

Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de

referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a

qualidade de vida do idoso

Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)

reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para

pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os

idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico

ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de

BH para conquistarem este espaccedilo

O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte

desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal

Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO

29

HORIZONTE 2013)

O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos

direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e

documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento

De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento

tem como objetivos e compromissos

Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e

inclusatildeo social da pessoa idosa

Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e

elevaccedilatildeo de sua autoestima

Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua

histoacuteria

O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos

Academia da Cidade

Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila

Danccedila de salatildeo

Danccedila cigana

Danccedila Secircnior

Coral

Lian Gong

InformaacuteticaInclusatildeo Digital

Pintura em Tecido

Pintura em Tela

Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

Show de Talentos

Tarde Danccedilante (Baile)

Vida Ativa

Biodanza

O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos

podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de

30

vagas

Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que

preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida

saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)

31

3 METODOLOGIA

RSO METODOLOacuteG

31 Tipo de estudo

Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes

de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade

de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)

32 Aacuterea e local do estudo

A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas

Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da

populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)

O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590

idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados

33 Populaccedilatildeo do estudo

A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos

diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas

331 Caacutelculo Amostral

A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de

referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do

tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra

miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho

populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada

Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa

probabilidade

32

Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos

com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula

descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)

FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)

A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima

preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)

O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal

padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada

Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor

absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25

Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos

cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um

niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando

o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a

amostra final totalizou em 215 idosos

Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima

do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do

local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do

municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a

esse em centros de referecircncias para idosos

332 Criteacuterio de seleccedilatildeo

Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com

idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de

referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave

n

2

2 )1(

d

ppzn

d 2z

2z

2z 5z

33

entrevista

Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que

realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em

participar da pesquisa

34 Coleta de dados

Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes

do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola

de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)

A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave

realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em

Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma

equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma

mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH

Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por

alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada

entrevistadora

Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo

da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador

(SOARES et al 2013)

35 Variaacuteveis do estudo

351 Variaacutevel dependente

A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por

meio do instrumento WHOQOL-bref

34

352 Variaacuteveis independentes

As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas

socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado

atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir

353 Instrumentos para a coleta de dados

WHOQOL-bref

Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs

do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra

boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003

MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da

OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref

O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui

26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral

(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24

facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em

quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS

1998a)

Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir

de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo

aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia

de todas as facetas (OMS 1998a)

O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de

ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo

(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a

completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)

(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das

respostas variam entre 1 e 5

35

O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo

quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com

sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo

As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de

consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente

e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico

com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em

estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)

Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido

e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do

Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo

Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao

Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)

Mini Exame do Estado Mental

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame

do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado

mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses

O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes

paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma

delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a

orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs

palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3

pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)

O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior

grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos

o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)

Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para

o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de

educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de

36

escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes

pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para

mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD

DELLAROZA 2012)

Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos

Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o

Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade

estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como

descritos a seguir

- Sexo

Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo

univariado

- Idade

A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a

data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a

69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais

- Naturalidade

Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo

Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais

- Estado civil

Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro

- Religiatildeo

Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra

- Escolaridade

Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo

As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram

considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os

alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de

quatro anos de estudo

- Ocupaccedilatildeo atual

37

Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica

entrou no modelo univariado

- Aposentadoria

Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo

univariado

- Tipo de aposentadoria

Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve

como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado

- Renda familiar

Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em

le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios

miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos

- Moradia e nuacutemero de cocircmodos

Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3

cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui

rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)

Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais

Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram

aplicados descritos a seguir

- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire

Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui

duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)

e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem

esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem

entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma

semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia

de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos

Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade

92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)

38

- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)

Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10

questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do

AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas

perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de

ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute

pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta

Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de

aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge

4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram

adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C

mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado

- Tabagismo

Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou

natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10

cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As

respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas

(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)

- Praacutetica de atividade fiacutesica

Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia

(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)

- Comorbidades

Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)

- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)

A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint

National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL

2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico

A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de

repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio

devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio

Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na

primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente

39

Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees

da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e

hipertenso)

- Uso de medicamento

Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo

- Histoacuteria familiar de doenccedila

Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo

arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto

agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo

obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As

categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo

Dados antropomeacutetricos

As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas

segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)

- Peso

Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca

Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e

estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo

distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg

- Estatura

A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de

peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes

paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo

com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As

naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos

permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era

posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo

plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o

40

topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo

- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)

O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)

sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica

norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27

ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso

- Circunferecircncia de quadril

Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica

flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas

- Circunferecircncia da cintura

Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen

relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do

indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte

superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo

feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm

segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)

- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)

Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a

circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o

valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de

acordo com o preconizado pela OMS (1998)

O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1

Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de

inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos

36 Anaacutelise dos dados

Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o

programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)

A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas

41

expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil

(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as

categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de

Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado

Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os

grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de

variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada

quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste

U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo

parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo

teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem

estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo

multivariado

Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar

as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram

introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os

valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de

confianccedila de 95 (IC 95)

Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios

do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho

A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em

relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida

boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo

ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida

ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou

ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito

insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)

37 Questotildees eacutetico-legais

A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade

Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de

42

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE

do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos

acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava

sendo utilizado para a coleta de dados

O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)

Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em

Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)

Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil

sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de

Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)

43

4 RESULTADOS

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada

De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir

representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269

questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -

cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem

pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se

257 questionaacuterios completos e analisados

Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas

demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas

com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as

quais seratildeo discutidas a posteriori

44

TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)

Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito

satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas

oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a

proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados

fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente

significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a

sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total

N=257 ()

G1

(satisfeito)

N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito)

N=94 () p-valora

Sexo

Homem 175 178 170 0876

Mulher 825 822 830

Idade (anos)

60-69 447 393 543 0025

70-79 447 472 404

ge 80 105 135 53

Naturalidade (n=256)

BH ou RMBH 316 356 247 0144

Interior MG 609 564 688

Outros 74 80 65

Situaccedilatildeo conjugal

Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587

Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340

Religiatildeo

Catoacutelico 724 730 713 0945

Evangeacutelico 136 135 138

Outros 140 135 149

45

TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo

Alfabetizado 899 896 904 0827

Analfabeto 101 104 96

Escolaridade (anos)

lt4 214 190 255 0220

ge4 786 810 745

Trabalha atualmente

Sim 226 258 170 0106

Natildeo 774 742 830

Aposentadoria

Sim 802 798 809 0832

Natildeo 198 202 191

Tipo de Aposentadoria (n=205)

Idade 459 457 461 0594

Tempo de serviccedilo 424 442 395

Invalidez 117 101 145

Renda familiar (sm)

lt 1 191 180 211 0342

1 ˫ 3 402 385 433

3 ˫ 5 279 280 278

ge 5 127 155 78

Casa proacutepria

Sim 883 914 830 0043

Natildeo 117 86 170

Nuacutemero de cocircmodos

1 ndash 3 148 141 160 0688

4 ou mais 852 859 840

Saneamento baacutesico

Rede de esgoto 984 988 979 0625

Banheiro 1000 1000 1000 -

Aacutegua encanada 996 1000 989 0366

Arranjo domiciliar

Mora sozinho 202 202 202 0995

Mora acompanhado 798 798 798

46

Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida

ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo

ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo

trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram

acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria

com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas

De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a

satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou

diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees

47

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)

(Continua)

Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001

Neoplasia 532 513 565 0419

Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057

Diabetes mellitus 417 375 489 0077

Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479

Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038

Transtorno mental 357 288 478 0002

Obesidade 254 225 304 0164

Demecircncia 167 156 185 0558

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Nordm comorbidades

Zero 97 129 43 lt0001

1-2 572 620 489

3-4 268 227 340

5 ou mais 62 25 128

Comorbidade autorreferida

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001

Dislipidemia 265 276 245 0583

Diabetes mellitus 237 190 319 0019

Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233

172

340

0002

Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288

Cardiopatias 105 74 160 0030

Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006

Tratamento medicamentoso (n=256)

Sim 848 828 882 0252

Natildeo 152 172 118

Medicamento (n=253)

Anti-hipertensivo 597 528 717 0003

Hipolipemiante 225 224 228 0932

Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057

Diureacutetico 213 168 293 0019

Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150

137

174

0425

Antidepressivo 150 118 207 0058

AINEs 107 81 152 0077

48

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

(Conclusatildeo)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo

arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo

com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo

menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior

prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes

mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo

aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores

elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril

Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara

a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as

proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de

comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema

osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel cognitivo (MEEM)

Alterado 167 178 149 0549

Preservado 833 822 851

PHQ-2 total

ge 3 97 43 191 lt0001

lt 3 903 957 809

PA aferida (n=234)

Normotenso 628 631 624 0911

Hipertenso 372 369 376

Iacutendice de massa corpoacuterea

lt22 116 121 108 0456

22-27 376 401 333

gt27 508 478 559

RCQ

Normal 455 436 489 0404

Elevado 545 564 515

49

uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo

arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental

TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)

Variaacutevel HAS

Total N=248

()

PA alterada

Sim

N=87

()

Natildeo

N=161

()

Natildeo 343 259 741

Sim 657 399 601

Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial

aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo

arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e

quase dois quintos dos sabidamente hipertensos

50

TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com

sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

AUDIT-C (n=253)

Negativo 905 913 891 0570

Positivo 95 87 109

Tabagismo

Tabagista 39 37 43 0664

Natildeo tabagista 642 663 606

Ex-tabagista 319 301 351

Nuacutemero de cigarros que fuma ou

jaacute fumou (n=92)

Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185

Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541

Tempo de tabagismo (n=90)

Menos de 10 anos 244 226 270 0634

Mais de 10 anos 756 774 730

Atividade fiacutesica

Sim 926 951 883 0045

Natildeo 74 49 117

Tipo de atividade fiacutesica

Caminhada 677 712 617 0118

Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055

Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523

Danccedila 101 129 53 0053

Hidroginaacutestica 66 86 32 0094

Biodanza 43 37 53 0537

Outros 175 202 128 0129

Frequecircncia da atividade fiacutesica

4-7 vezes por semana 280 337 181 0008

1-3 vezes por semana 630 601 681

Nunca 89 61 138

51

A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados

apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave

qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees

A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as

variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de

Vida Geral

TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim

nem bom Bom

Muito

Bom

WHOQOL-1

Como avaliaria sua

qualidade de vida

WHOQOL-2

Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede

n 3 5 49 140 60

12 19 191 545 233

Muito

insatisfeito Insatisfeito

Nem

satisfeito nem

insatisfeito

Satisfeito Muito

Satisfeito

n 3 21 40 145 48

12 82 156 564 187

Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q

Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143

Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917

Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600

QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779

Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral

52

GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais

Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

53

TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra

em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

Variaacuteveis

QVG

Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear

WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida

Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001

Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625

Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060

Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348

Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920

WHOQOL-2dagger

Satisfaccedilatildeo com a sauacutede

Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001

Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075

Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181

Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355

Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003

Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -

QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041

54

GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014

Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health

Organization Quality of Life

WHOQOL-1

muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim

QV

G

1000

800

600

400

200

00

WHOQOL-2

muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito

insatisfeitomuito insatisfeito

QV

G

1000

800

600

400

200

00

QV boa e satisfeito sauacutede

simnatildeo

QV

G

1000

800

600

400

200

00

55

TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa

Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Domiacutenios

Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees

sociais

Meio

ambiente

Rho QVG 0655 0722 0842 0622

Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10

correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)

A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico

apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio

ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG

56

GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

57

42 Anaacutelise multivariada

As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)

com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram

Idade

Naturalidade

Trabalham atualmente

Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Nuacutemero de comorbidades

HAS

Diabetes mellitus

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Cardiopatias

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio

Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos

Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral

Antidepressivos

Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide

Recalcificante

Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica

HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia

HF positiva para diabetes mellitus

HF positiva para obesidade

PHQ-2 total

Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica

Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica

58

Caminhada

Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila

Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os

idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a

satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de

vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser

oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do

aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo

para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar

atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)

59

TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p

estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de

vida

Variaacuteveis OR IC (95) p-valor

Naturalidade

BH ou RMBH 100 (ref)

Interior MG 046 024 - 090 0023

Outros 081 023 - 286 0746

Nuacutemero de comorbidades

Zero 100 (ref)

1-2 069 021 - 230 0546

3-4 035 010 - 127 0111

5 ou mais 015 003 - 085 0032

Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida

Natildeo 100 (ref)

Sim 025 007 - 094 0040

Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial

Natildeo 100 (ref)

Sim 035 017 - 070 0003

PHQ-2 total

lt 3 100 (ref)

ge 3 018 006 - 050 0001

Frequecircncia da atividade fiacutesica

Nunca 100 (ref)

1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016

4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001

60

QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa

Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO

Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade

Naturalidade Ser natural do interior de MG

Caracteriacutesticas econocircmicas

Trabalha atualmente Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades

HAS

Diabetes mellitus Cardiopatias

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio

Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral Antidepressivos

Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide

Recalcificante

PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3

HF positiva para HAS HF positiva para AVE

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade

HF positivo para HAS

Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e

4-7x sem)

Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull

da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire

61

5 DISCUSSAtildeO

Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico

econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua

qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas

As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma

predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos

equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ

DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et

al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens

(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com

idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004

LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)

A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo

em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e

vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava

540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000

e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens

idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)

Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as

mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as

mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na

exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes

de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)

Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge

(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados

demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo

estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que

tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995

62

(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)

A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da

senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver

algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)

Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes

na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o

que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)

Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa

fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o

aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer

com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma

relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem

percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos

(LUCCHETTI et al 2011)

Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra

estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de

quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a

porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)

Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo

alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos

A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo

considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes

Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino

fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a

segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os

anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres

(BRASIL 2010)

No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos

(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos

idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas

apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre

os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na

63

correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja

observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade

(anos de estudo)

Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na

relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis

pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos

benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o

fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na

sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)

No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir

casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)

segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a

maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a

amostra

Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos

tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente

em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado

garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas

sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de

dignidaderdquo

Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos

idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao

encontrado no estudo (202)

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas

Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos

idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave

meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam

ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em

2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)

64

Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de

frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS

indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional

(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede

do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et

al 2013)

No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus

tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim

como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem

confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)

De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia

de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos

homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do

que 240 mgdL (elevado)

A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem

de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute

importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na

reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado

por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco

para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do

controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e

crocircnicas (BRASIL 2006)

Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos

princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam

os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle

glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia

intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia

(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na

populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia

Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash

HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se

associam (SBD 2013-2014)

65

Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia

apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais

causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos

idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre

as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias

em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo

supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)

Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de

medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os

diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida

mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso

expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)

antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando

a importacircncia das outras patologias citadas

Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra

estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo

Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006)

A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um

problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre

pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no

metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas

podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do

idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave

prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)

Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao

manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos

colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute

desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011

POON BRAUN 2005)

Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos

66

quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA

aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA

controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados

justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo

enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma

entraram

Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes

ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial

sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em

outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais

inadequados (MOREIRA et al 2008)

Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram

hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o

subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo

essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos

deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico

(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)

Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do

estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar

relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e

independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)

apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo

devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando

anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o

idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal

transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)

O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de

elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre

os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado

para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a

habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas

de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos

67

externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os

processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e

compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em

contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas

aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)

Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda

natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento

cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma

necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees

associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores

educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e

capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual

das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo

que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado

na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados

alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao

prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma

craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais

e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)

Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos

anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido

levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees

decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de

trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da

deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES

et al 2006 MELLO et al 2012)

Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como

deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder

incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento

fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no

68

mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno

para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem

20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para

a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os

decliacutenios funcionais

A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as

diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al

2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de

idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada

(545)

O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado

provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou

endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que

vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial

da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo

(MANCINI 2010)

O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional

por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em

idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura

acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da

quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC

e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e

obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)

Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos

e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave

mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou

que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser

protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)

A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral

especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo

na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees

nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI

69

2005 LIMA DUARTE 2013)

53 Caracteriacutesticas comportamentais

Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala

deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar

precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute

menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social

contemporacircneo (NEVES 2004)

A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar

subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica

por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres

(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida

alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim

a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)

Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o

envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou

dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas

pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo

aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior

sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental

(SILVA 2008)

No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)

mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os

estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de

Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)

e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que

revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187

respectivamente

Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram

fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo

maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante

70

A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de

fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A

nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave

neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a

obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)

O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De

acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o

surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de

cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004

PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede

levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em

geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda

Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)

Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O

tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente

atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de

condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)

Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de

vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute

acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude

da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)

Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior

aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006

ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais

acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer

lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)

Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de

uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o

Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade

vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por

sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30

minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada

71

moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por

semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)

Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo

da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade

fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado

em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4

mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se

as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre

o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o

incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do

Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos

com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo

de sal nos alimentos (BRASIL 2011)

54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada

No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo

confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de

vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e

comportamentais

Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram

Naturalidade

Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo

metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso

considerar sua qualidade de vida boa

No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas

Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento

populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento

meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no

setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)

72

Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos

estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas

famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram

constituindo famiacutelia ou natildeo

Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no

estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso

(BORIM BARROS NERI 2012)

Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em

comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas

para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de

melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o

WHOQOL-bref

A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os

idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de

QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do

instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente

rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os

idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas

estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)

Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o

ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio

urbano

Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida

atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural

apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados

obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)

Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e

do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas

diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de

qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que

os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos

que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida

73

mais ativa que levam

Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir

que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida

superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital

pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a

associaccedilatildeo encontrada

Comorbidades

Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma

pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco

ou mais comorbidades

Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que

torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a

promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade

de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)

Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente

relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo

frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um

nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam

maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute

diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)

Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as

escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento

sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS

2011)

Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre

doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al

2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)

Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado

em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta

diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI

74

CICONELLI 2011)

Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas

crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que

focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais

adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo

integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)

A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua

prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso

consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de

isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou

mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua

autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e

com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)

Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem

implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque

para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a

magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco

aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu

uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60

da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo

adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia

aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria

da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)

Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo

gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem

lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza

destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)

Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o

desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas

sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus

fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano

aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias

75

crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool

inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees

em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)

cuidado integral (BRASIL 2011)

Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a

prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e

consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos

Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo

aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa

sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A

ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande

magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de

exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)

Doenccedila do aparelho respiratoacuterio

Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio

tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com

idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria

Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter

progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar

sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)

A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos

acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada

como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et

al 2006)

Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem

reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos

valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo

da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio

respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)

76

Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de

suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de

pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees

respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com

condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas

comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas

pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o

diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente

satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)

Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter

impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir

complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas

no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)

HF positivo para HAS

Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a

pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o

agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a

principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)

No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse

nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo

estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de

doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta

e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo

(BRASIL 2006)

A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas

como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER

2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e

confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)

A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que

77

exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem

disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao

maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica

(MIRANDA et al 2002)

Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade

colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas

medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os

tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)

Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na

prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos

puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)

As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura

pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre

elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo

e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)

Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para

o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de

responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees

cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a

melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)

PHQ-total ge 3

Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a

chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais

comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma

patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute

calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10

dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)

Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na

qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo

78

geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo

provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto

negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de

sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG

Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de

vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na

qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007

FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)

Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em

diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de

reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima

solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo

terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema

Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo

papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos

podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma

eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado

vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)

Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa

Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono

familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos

Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave

sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta

prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente

Atividade fiacutesica

Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um

gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente

sua qualidade de vida

No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos

afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute

79

integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia

Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de

30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida

fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o

pratica (REIS SOUZA 2011)

A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas

funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto

os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu

desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio

corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)

Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os

niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial

coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)

Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio

social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de

liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)

Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor

prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos

vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De

acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a

sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens

Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor

para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram

o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo

experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que

avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de

depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias

cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores

de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a

adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida

Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando

80

praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo

compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de

manter conviacutevio social principalmente entre idosos

Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada

nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE

2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel

(LIMA-COSTA et al 2009)

55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref

O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou

extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o

valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses

foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os

idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte

ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso

a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio

Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados

com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas

informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre

outros

Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida

Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O

IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida

renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos

relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De

acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH

nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e

seguranccedila ambiental

Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas

respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da

qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas

81

externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)

Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui

o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)

para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as

condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas

dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes

(RIO DE JANEIRO 2010)

O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou

indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees

habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)

O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo

apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade

avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees

metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por

exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos

que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE

JANEIRO 2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o

Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado

pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da

distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes

Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte

atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH

condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida

de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem

apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em

contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque

os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente

apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em

locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)

Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O

82

IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede

que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer

para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados

baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees

Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento

de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e

Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas

de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas

de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas

responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)

A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em

nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute

representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em

54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui

os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)

Escolas Municipais 17

Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02

Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10

Creches Conveniadas 37

Escolas Estaduais 41

Hospitais Puacuteblicos 02

Hospitais Particulares 01

Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16

Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01

Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04

Centro de Referecircncia do Idoso 01

Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01

Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01

Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01

Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01

Farmaacutecia Distrital 01

83

Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos

puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos

constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do

ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como

um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras

Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da

miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo

e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)

Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no

municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se

encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash

alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas

e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)

A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser

definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito

concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a

pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve

presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas

mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse

comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de

morte nos idosos (BRASIL 2014)

Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos

como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees

dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo

ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil

como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se

organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos

de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES

MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete

significativamente o meio ambiente no qual ele vive

Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos

84

da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia

contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas

que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de

serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes

de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)

No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL

2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000

habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas

relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de

moradia)

Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento

da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A

campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto

do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os

direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir

qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de

sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)

Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de

assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com

os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)

Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam

negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o

intuito de se buscar possiacuteveis melhorias

56 Limitaccedilotildees do estudo

O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento

Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim

afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas

Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem

como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da

populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o

85

calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa

Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a

inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na

avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras

investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de

referecircncia para idosos

86

6 CONCLUSOtildeES

O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou

como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais

(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria

predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre

60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)

Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram

aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave

moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando

condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da

populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados

Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede

prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)

doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)

Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um

medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)

hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)

Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39

fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade

fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a

realizam de uma a trecircs vezes por semana

Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se

que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751

encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso

constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante

ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)

e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos

Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram

significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser

natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila

do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com

87

pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por

semana e de quatro a sete vezes por semana

Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os

idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida

Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um

grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais

O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e

intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de

vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute

importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a

qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo

realiza eacute no proacuteprio local

Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de

ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo

mais expressivo de idosos do municiacutepio

Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade

de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida

Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo

fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para

confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees

causais entre as variaacuteveis estudadas

Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na

populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O

estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de

poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento

das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem

sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o

acompanhamento e controle da populaccedilatildeo

Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no

trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo

baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em

diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em

88

tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de

enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)

Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio

aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo

do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave

sauacutede

Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta

para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no

centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas

socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam

do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida

desses idosos

Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem

melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o

domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida

Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute

de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos

nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de

diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de

variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e

potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa

populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem

ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de

envelhecimento ativo

89

REFEREcircNCIAS

ABBOTT RD et al Walking and dementia in physical capable elderly men JAMA 2004 292 (12)1447-53

ALBERTA SPORT RECREATION PARKS AND WILDLIFE FOUNDATION - ASRPWF Active Living Strategy Canada 2012 ALEY LPV Qualidade de vida de idosos diabeacuteticos tipo 2 usuaacuterios de um ambulatoacuterio de hospital escola 2007 150 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) - Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2007 ALVES et al A influecircncia das doenccedilas crocircnicas na capacidade funcional dos idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 23(8)1924-1930 ago 2007 ALVES LC RODRIGUES RN Determinantes da autopercepccedilatildeo de sauacutede entre idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Revista Panamericana de Salud Puacuteblica Washington v 17 n 5-6 p 333-341 2005 AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION (ADA) The nutrition screanning initiative incorporating nutrition screening and interventions into medical practice a monograph for physicians Washington DC US American Academy of Family Physicians National Council on Aging Inc 1994 ANTUNES HKM et alDepression anxiety and quality of life scores in seniors after an endurance exercise program Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 266-271 dec 2005

ANTUNES HKM et al Exerciacutecio fiacutesico e funccedilatildeo cognitiva uma revisatildeo Ver Bras Med Esporte Niteroacutei v 12 n 2 Abr 2006

BARRETO ML CARMO EH Padrotildees de adoecimento e de morte da populaccedilatildeo brasileira os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 12 (Sup) 1779-1790 2007 BATISTA LKC et al Manuseio da doenccedila renal crocircnica em pacientes com hipertensatildeo e diabetes Jornal Brasileiro de Nefrologia Satildeo Paulo v 27 n 1 p 8-13 jun 2005 BATISTA M P P ALMEIDA M H M LANCMAN S Politicas puacuteblicas para a populaccedilatildeo idosa uma revisatildeo com ecircnfase nas accedilotildees de sauacutede Rev Ter Ocup Univ Satildeo Paulo v 22 n 3 p 200-207 setdez 2011 BELO HORIZONTE Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte 2013

90

BENEDETTI TRB et al Atividade fiacutesica e estado de sauacutede mental de idosos Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 42 n 2 Abr 2008 BERTOLUCCI PHF et al O mini-exame do estado mental em uma populaccedilatildeo geral impacto da escolaridade Arquivos de Neuropsiquiatria v 52 n 1 p 1-7 1994 BORIM FSA BARROS MBA NERI AL Autoavaliaccedilatildeo da sauacutede em idosos pesquisa de base populacional no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 28(4)769-780 abr 2012

BOWLING A Perceptions of active ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole population samples Oxford Journals v 38 n 6 Ago 2009 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF Senado Federal 1988

BRASIL Casa Civil Subchefia para assuntos juriacutedicos Lei ndeg 10741 de 1deg de Outubro de 2003 Dispotildees sobre o Estatuto do Idoso e daacute outras providecircncias BrasiacuteliaDF 2003 BRASIL Decreto nordm 1948 Regulamenta a Lei ndeg 8842 de 4 de janeiro de 1994 que dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DF 1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 BrasiacuteliaDF 2010 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil 2009 Rio de Janeiro IBGE 2009 152 p (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica 25)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 15 - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 16 - Diabetes Mellitus BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Plano de accedilotildees estrateacutegicas para o enfrentamento das Doenccedilas Crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) no Brasil Brasiacutelia DF 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria n ordm 2528 Aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede da Pessoa Idosa Brasiacutelia DF 2006

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria 399GM de 22 de fevereiro 2006 Divulga o Pacto pela Sauacutede 2006 ndash Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria do Gabinete do Ministro de Estado da

91

Sauacutede de ndeg 1395 de 9 de dezembro de 1999 que aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil no 237-E pp 20-24 13 dez seccedilatildeo 1 BrasiacuteliaDF 1999 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas e Estrateacutegicas Atenccedilatildeo agrave sauacutede da pessoa idosa e envelhecimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 44 p (Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede) (Seacuterie Pactos pela Sauacutede 2006 12) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Envelhecimento e sauacutede da pessoa idosa Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007 192 p (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos) (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 19) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Coordenaccedilatildeo de Prevenccedilatildeo e Vigilacircncia Inqueacuterito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenccedilas e agravos natildeo transmissiacuteveis Brasil 15 capitais e Distrito Federal 2002-2003 Rio de Janeiro INCA 2004 186 p BRASIL Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Brasil manual de enfrentamento agrave violecircncia contra a pessoa idosa Eacute possiacutevel prevenir Eacute necessaacuterio superar Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Texto de Maria Ceciacutelia de Souza Minayo mdash Brasiacutelia DF Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica 2014 BROWN C J FRIEDKIN R J INOUYE S K Prevalence and outcomes of low mobility in hospitalized older patients Journal of the American Geriatrics Society v 52 n 8 p 1263-1270 aug 2004 BRYMAN A et al Anaacutelise de dados em ciecircncias sociais introduccedilatildeo agraves teacutecnicas utilizando o SPSS para Windows 1992 BUSS PM Promoccedilatildeo da sauacutede e qualidade de vida Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 5(1)163-177 2000 CAMARANO et al Idosos brasileiros indicadores de condiccedilotildees de vida e de acompanhamento de poliacuteticas Brasiacutelia Presidecircncia da Repuacuteblica 2005 144 p CAMARANO AA KANSO S MELLO JL Como vive o idoso brasileiro In CAMARANO A A (Org) Os novos idosos brasileiros muito aleacutem dos 60 Rio de Janeiro IPEA 2004a cap 1 p 25-73 CAMARANO AA (Org) Muito aleacutem dos 60 os novos idosos brasileiros Rio de Janeiro Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada 1999 382 p

92

CAMPOLINA AG DINI PS CICONELLI RM Impacto da doenccedila crocircnica na qualidade de vida de idosos da comunidade em Satildeo Paulo (SP Brasil) Ciecircnc sauacutede coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 Jun 2011 CANAVARRO MC et al Desenvolvimento dos instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida na infecccedilatildeo VIH da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHOQOL-HIV WHOQOL-HIV-BREF) para portuguecircs de Portugal apresentaccedilatildeo de um projecto 2005 11 p CARNEIRO R S Qualidade de vida apoio social e depressatildeo em idosos relaccedilatildeo com habilidades sociais Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica Porto Alegre v 20 n 2 p 229-237 2007 CARVALHO JAM de GARCIA RA O envelhecimento da populaccedilatildeo brasileira um enfoque demograacutefico Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 725-733 maiojun 2003 CENTRO INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE Declaraccedilatildeo do Rio Aleacutem da Prevenccedilatildeo e Tratamento Desenvolvendo uma Cultura do Cuidado em resposta agrave Revoluccedilatildeo da Longevidade Brasil 2013

CHAVES MLF Testes de avaliaccedilatildeo cognitiva Mini-Exame do Estado Mental Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da ABN (perioacutedico na internet) 2006-2008 CHEUNG K L SOMAN S TAMURA M K Special considerations in the management of chronic kidney disease in the elderly DialysisampTransplantation United States v 40 n 6 p 241-243 june 2011 CURITIBA Secretaria Municipal da Sauacutede Autocuidado apoiado manual do profissional de sauacutede 92p Curitiba 2012 DANTAS ELR et al Geneacutetica do cacircncer hereditaacuterio Rev Bras De Cancerologia v 55 n 3 263-69 2009 DINIZ AMA NAHAS MIP MOSCOVITCH SK Anaacutelise espacial da violecircncia urbana em Belo Horizonte uma proposiccedilatildeo metodoloacutegica a partir de informaccedilotildees e indicadores georreferenciados Belo Horizonte 2003 DUARTE SFP REIS LAR Obesidade uma visatildeo multidisciplinar 1 ed Curitiba CRV 2012

ENGELHARDT E et al Idosos institucionalizados rastreamento cognitivo Rev Psiquiatria Cliacutenica Satildeo Paulo v 25 n 2 74-9 1998 FALLER JW et al Qualidade de vida de idosos cadastrados na estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia de Foz do Iguaccedilu-PR Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 14 803-810 2010

93

FARENZENA W P et alQualidade de vida em um grupo de idosos de Veranoacutepolis Revista Kairoacutes Satildeo Paulo v 10 n 2 p 225-243 dez 2007

FERNANDES MTO A Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede para o cuidado agrave pessoa idosa na Atenccedilatildeo Primaacuteria um Modelo Teoacuterico 216f Tese (Tese de Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2013 FERNANDES MTO SOARES SM O desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo ao idoso no Brasil Rev esc enferm USP Satildeo Paulo v 46 n

6 Dez 2012 FERREIRA ALCBM A qualidade de vida em idosos em diferentes contextos habitacionais a perspectiva do proacuteprio e do seu cuidador 2009 94f Dissertaccedilatildeo (Mestrado Integrado em Psicologia) ndash Faculdade de Psicologia e Ciecircncias da Educaccedilatildeo Universidade de Lisboa Lisboa 2009 FLECK M P A O instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) caracteriacutesticas e perspectivas Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 33-38 2000 FLECK MPA CHACHAMOVICH E TRENTINI CM Projeto WHOQOL-OLD meacutetodo e resultados de grupos focais no Brasil Revista Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 n 6 p 793-799 dez 2003 FLECK MPA et al A avaliaccedilatildeo de qualidade de vida guia para profissionais da sauacutede Porto Alegre Artmed 2008 228 p FLECK MPA et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento abreviado de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida ldquoWHOQOL-brefrdquo Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 34 n 2 p 178-183 abr 2000

FLORIANO PJ DALGALARRONDO P Sauacutede mental qualidade de vida e religiatildeo em idosos de um Programa de Sauacutede da Famiacutelia Jornal Brasileiro de Psiquiatria Rio de Janeiro v 56 n 3 p 162-170 2007 FORTIN MF DUCHARME F Os estudos de tipo correlacional In FORTIN M F (Org) O processo de investigaccedilatildeo da concepccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo 3 ed Loures Lusociecircncia 2003 cap 13 p 173-182 FRANCISCO PMSB et al Fatores associados agrave doenccedila pulmonar em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 40(3)428-35 2006 FREEDMAN VA MARTIN LG Contribution of chronic conditions to aggregate changes in old-age functioning Am J Public Health 901755-60 2000 FREITAS EV XAVIER FL Tratado de Geriatria e Gerontologia 3 ed [Sl] Guanabara Koogan 2011

94

GILES-CORTI B DONOVAN RJ Relative influences of individual social environmental and physical environmental correlates of walking American Journal of Public Health Washington v 93 n 9 p 1583-1589 sept 2003 GLEZEN WP et al Impact of respiratory virus infections on persons with chronic underlying conditions JAMA 2000283(4)499-505 GORDILHO A et al Desafios a serem enfrentados no terceiro milecircnio pelo setor sauacutede na atenccedilatildeo integral ao idoso Rio de Janeiro UnATI UERJ 2000

GOULART D et al Tabagismo em idosos Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de

Janeiro v 13 n 2 Aug 2010 GRABOWSKI DC ELLIS JE High body mass index does not predict mortality in older people analysis of the longitudinal study of aging J Am Geriatr Soc v 49

968-79 2001 GUIMARAtildeES SJ MIRANDA JLS MACEDO LTA Violecircncia contra o idoso uma questatildeo social a ser discutida UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAtildeO - III Jornada Internacional de Poliacuteticas Puacuteblicas Questatildeo Social e Desenvolvimento no Seacuteculo XXI Satildeo Luiacutes ndash MA agosto 2007 GUSMAtildeO JL A qualidade de vida da pessoa com hipertensatildeo arterial In PIERIN A M G (Coord) Hipertensatildeo arterial uma proposta para o cuidar Satildeo Paulo Manole 2004 cap 15 p 263-274

HAIR JF Jr et al Anaacutelise de Dados Multivariados 6 ed Upper Saddle River Prentice-Hall 2009 HALLAL PC et al Physical inactivity prevalence and associated variables in Brazilian adults Medicine and Science in Sports and Exercise Hagerstown v 35 n 11 p 1894-1900 nov 2003 HALVORSRUD L et al Quality of life in older Norwegian adults living at home a cross-sectional survey Journal of Research in Nursing London v 17 n 1 p 12-29 oct 2010

HWANG HF et al Suitability of the WHOQOL-bref for community-dwelling older people in Taiwan Age and Ageing Oxford v 32 n 6 p 593-600 Nov 2003

HULSE GK Alcohol drugs and much more in later life Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 24 p 34-41 apr 2002 JAKOBSSON U HALLBERG IR WESTERGREN A Overall and health related quality of life among the oldest old in pain Quality of Life Research v 13 n 1 p 125-136 feb 2004 JARDIM JRB et al Doenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (DPOC) In Prado

95

FC Ramos J Valle JR editores Atualizaccedilatildeo terapecircutica Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2003 p1427-30 JOIA LC RUIZ T DONALISIO MR Condiccedilotildees associadas ao grau de satisfaccedilatildeo com a vida entre a populaccedilatildeo de idosos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 41 n 1 p 131-138 fev 2007 JOINT NATIONAL COMMITTEE The seventh report of the Joint National Committee on prevention detection evaluation and treatment of high blood pressure [sl sn] 2004 87 p (NIH Publication n 04-5230) JUacuteNIOR FGP OLIVEIRA MTC Iacutendice de Vulnerabilidade da Sauacutede de Belo Horizonte compreendendo realidades locais para priorizar a alocaccedilatildeo de recursos e nortear poliacuteticas puacuteblicas Belo Horizonte 2012 KATZ S et al Studies of illness in the aged The index of ADL a standardized measure of biological and psychosocial function JAMA The Journal of the American Medical Association Chicago v 185 n 12 p 914-919 sept 1963 KEMPEN GIJM et al Risk and protective factors of different functional trajectories in older person are these the same The Journals of Gerontology v 61B n 2 p 95-101 2005 KIMURA M SILVA JV Ferrans and Powers quality of life index Rev Esc Enferm USP 43(especial)1098-104 2009 KOLTYN K F The association between physical activity and quality of life in older women Womenrsquos Health Issues New York v 11 n 6 p 471-480 novdec 2001 KROENKE K SPITZER RL WILLIAMS JB The Patient Health Questionnaire-2 validity of a two-item depression screener Medical Care Hagerstown v 41 n 11 p 1284-1292 nov 2003 KURCGANT P Gerenciamento em Enfermagem 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2010 196 p

LEBRAtildeO ML O envelhecimento no Brasil aspectos da transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica Sauacutede Coletiva Satildeo Paulo v 4 n 6 2007

LEBRAtildeO ML DUARTE YAO SABE ndash Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento ndash O Projeto Sabe no municiacutepio de Satildeo Paulo uma abordagem inicial Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 255p 2003 LIMA-COSTA MFF A escolaridade afeta igualmente comportamentos prejudiciais agrave sauacutede de idosos e adultos mais jovens Inqueacuterito de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v 13 n 4 p 201-208 dez 2004

96

LIMA-COSTA MFF et al Projeto Bambuiacute um estudo epidemioloacutegico de caracteriacutesticas sociodemograacuteficas suporte social e indicadores de condiccedilatildeo de sauacutede dos idosos em comparaccedilatildeo aos adultos jovens Informe Epidemioloacutegico do SUS Brasiacutelia v 11 n 2 p 91-105 abrjun 2002 LIMA-COSTA MFF et al Comportamentos em sauacutede entre idosos hipertensos Brasil 2006 Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 p 18-26 nov 2009 Suplemento 2 LIMA PV DUARTE SFP Prevalecircncia de obesidade em idosos e sua relaccedilatildeo com hipertensatildeo e diabetes Rev Interscentia v 1 n 3 2013

LOPES PAPL Qualidade de vida e suporte social do idoso no meio rural e no meio urbano um Estudo comparativo e correlacional 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Psicologia) ndash Instituto Superior de Psicologia Aplicada Lisboa 2004 LOURENCcedilO RVR Formaccedilatildeo Humana em geriatria e gerontologia uma perspectiva interdisciplinar UERJ p89-92 2006 LOW G MOLZAHN AE KALFOSS M Quality of life of older adults in Canada and Norway examining the Iowa Model Western Journal of Nursing Research United States v 30 n 4 p 458-476 june 2008

LOW G MOLZAHN AE Predictors of Quality of Life in Old Age A Cross-Validation Study Research in Nursing amp Health v 30 p 141-150 2007 LOYOLA FILHO A I de et al Estudo de base populacional sobre o consumo de medicamentos entre idosos Projeto Bambuiacute Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 21 n 2 p 545-553 marabr 2005 LOYOLA FILHO A I de UCHOA E LIMA-COSTA M F F Estudo epidemioloacutegico de base populacional sobre uso de medicamentos entre idosos na Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 12 p 2657-2667 dez 2006 LUCCHETTI G et al Fatores associados agrave polifarmaacutecia em idosos institucionalizados Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 13 n 1

2010

LUCCHETTI G et al O idoso e sua espiritualidade impacto sobre diferentes aspectos do envelhecimento Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 14 n 1 2011 MACHADO FN Capacidade e desempenho para a realizaccedilatildeo das Atividades Baacutesicas de Vida Diaacuteria um estudo com idosos dependentes 2010 130f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2010

97

MAGALHAtildeES MM LIMA ACP Noccedilotildees de Probabilidade e Estatiacutestica 6ordf ed IME-USP ED USP 2002 MANCINI MC Tratado de Obesidade Itapevi AC Farmacecircutica 2010 MARQUES D RODRIGUES L Emigrantes e imigrantes de Belo Horizonte em relaccedilatildeo ao restante da RMBH uma aplicaccedilatildeo do meacutetodo ldquoGrade of Member shiprdquo (GoM) In Encontro Nacional de Estudos Populacionais 15 2006 Caxambu 20 p MARTINS et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida subjetiva dos idosos uma comparaccedilatildeo entre os residentes em cidades rurais e urbanas Estud interdiscip envelhec Porto Alegre v 11 p 135-154 2007 MATTEWS KA et al Socioeconomic trajetories and incident hypertension in a biracial cohort of young adults Hypertension 39772-6 2002

MEIRELLES BHS et alCondiccedilotildees associadas agrave qualidade de vida dos idosos com doenccedila crocircnica Cogitare Enfermagem Paranaacute v 15 n 3 p 433-440 julset 2010 MELLO BLD HADDAD MCL DELLAROZA MSG Avaliaccedilatildeo cognitiva de idosos institucionalizados Acta Scientiarum Maringaacute v 34 n 1 p 95-102 Jan-June 2012 MELLO E TEIXEIRA MB Depressatildeo em idosos Revista Sauacutede v 5 n 1 2011 MENEZES AM VICTORA CG RIGATTO M Prevalence and risk factors for chronic bronchitis in Pelotas RS Brazil a population-based study Thorax 199449(12)1217-21 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um debate necessaacuterio Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 7-18 2000

MINGOYI SA et al Meacutetodos de Amostragem com Aplicaccedilotildees na Aacuterea Empresarial Belo Horizonte Departamento de Estatiacutestica da UFMG 2000 MIRANDA RD et al Hipertensatildeo arterial no idoso peculiaridades na fisiopatologia no diagnoacutestico e no tratamento Rev Bras Hipertens 9 293-300 2002 MIRANZI SSC et al Qualidade de vida de indiviacuteduos com Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo acompanhados por uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia Texto Contexto Enferm Florianoacutepolis Out-Dez 17(4) 672-9 2008 MORAES JFD de SOUZA VBA Factors associated with the successful aging of the socially-active elderly in the metropolitan region of Porto Alegre Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 302-308 dez 2005

98

MOREIRA LB et alConhecimento sobre o tratamento farmacoloacutegico em pacientes com doenccedila renal crocircnica Revista Brasileira de Ciecircncias Farmacecircuticas Satildeo Paulo v 44 n 2 p 315-325 abrjun 2008 NAHAS MIP et al Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana de Belo Horizonte (IQVU ndash BH) um instrumento intra-urbaniacutestico de gestatildeo da qualidade de vida Belo Horizonte 1437-51 2013 NERI AL (Org) Qualidade de vida e idade madura 7 ed Campinas Papirus 2007 285 p (Coleccedilatildeo Viva idade) NERI AL (Org) Palavras-chave em gerontologia 3 ed Campinas Aliacutenea 2008 218 p (Coleccedilatildeo Velhice e Sociedade) NEVES DP Alcoolismo acusaccedilatildeo ou diagnoacutestico Cad Sauacutede Puacuteblica V 20 n 1 7-14 janfev 2004

OLIVEIRA AFG Testes estatiacutesticos para comparaccedilatildeo de meacutedias Revista Eletrocircnica Nutritime V 5 n 6 p 777-788 novdez 2008 OLIVEIRA DLC GORETTI LC PEREIRA LSM O desempenho de idoso institucionalizados com alteraccedilotildees cognitivas em atividades de vida diaacuteria e mobilidade estudo piloto Rev bras fisioter V 10 n 1 (2006) 91-96 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE - OMS Envelhecimento Ativo uma Poliacutetica de sauacutede Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Mental Health New Understanding New Hope 1ordf ediccedilatildeo Lisboa Abril de 2002 PASKULIN LMG Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um distrito sanitaacuterio de Porto AlegreRS 2006 170 f Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 PASKULIN LMG MOLZAHN A Quality of life of older adults in Canada and Brazil Western Journal of Nursing Research United States v 29 n 1 p 10-26 feb 2007 PEIXOTO SV FIRMO JOA LIMA-COSTA MFF Condiccedilotildees de sauacutede e tabagismo entre idosos residentes em duas comunidades brasileiras (Projeto Bambuiacute e Belo Horizonte) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 9 p 1925-1934 set 2006 PEIXOTO SV GIATTI L AFRADIQUE ME LIMA-COSTA MF Custo das internaccedilotildees hospitalares entre idosos brasileiros no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede Epidemiol Serv Sauacutede Dez 13(4)46-53 2004 PEDROSA RP DRAGER LF Como diagnosticar e tartar hipertensatildeo arterial

99

sistecircmica Grupo Editorial Moreira Jr v 65 n 12 dez 2008 PEREIRA JC BARRETO SM PASSOS VMA O perfil de sauacutede cardiovascular dos idosos brasileiros precisa melhorar estudo de base populacional Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 91 n 1 p 1-10 jul 2008 PEREIRA RJ et al Influecircncia de fatores soacutecios sanitaacuterios na qualidade de vida dos idosos de um municiacutepio do Sudeste do Brasil Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 p 2907-2917 jun 2011 POON IO BRAUN U High prevalence of orthostatic hypotension and its correlation with potentially causative medications among elderly veterans Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics Oxfordv30 n 2 p 173-178 apr 2005 PORTUGAL Porto lazer No Porto a Vida eacute Longa Portugal 2006 RAMOS LR Fatores determinantes do envelhecimento saudaacutevel em idosos residentes em centro urbano Projeto Epidoso Satildeo Paulo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeirov19 n 3 p 793-798 maiojun 2003

REIS AES SOUZA JA Atividade fiacutesica para idosos Revista de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) v 1 n 1 2011 RIO DE JANEIRO Observatoacuterio das Metroacutepoles Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia Iacutendice de Bem-Estar Urbano Rio de Janeiro set 2010 RODRIGUES RMC LOUREIRO LMJ SILVA SMDT Os muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbra Escola Superior de Enfermagem em Coimbra Portugal Coimbra 2009

ROSA TEC et al Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 3740-8 2003

ROSEMBERG J ROSEMBERG AMA MORAES MA de Nicotina droga universal Satildeo Paulo Centro de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Secretaria de Estado da Sauacutede de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2003 174 p

SANTOS DM SICHIERI R Iacutendice de massa corporal e indicadores antropomeacutetricos de adiposidade em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica v 39 n 2 163-8 2005 SANTOS PM et al Percepccedilatildeo de qualidade de vida entre idosos jovens e longevos praticantes de hidroginaacutestica Revista Brasileira de Qualidade de Vida v 5 p 1-11 2013 SAUERESSIG S et al Prevalecircncia de tabagismo em idosos atendidos pelo Programa de Sauacutede da Famiacutelia em Camaquatilde - RS Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica do Rio

100

Grande do Sul Porto Alegre v 51 n 3 p 173-179 julset 2007 SCHNEIDER RH IRIGARAY TQ O envelhecimento na atualidade aspectos cronoloacutegicos bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais Estudos de Psicologia Campinas v 25 n 4 p 585-593 outdez 2008 SCOCCO P FANTONI G CAON F Role of depressive and cognitive status in self-reported evaluation of quality of life in older people comparing proxy and physician perspectives Age Ageing Oxford v 35 n 2 p 166-171 mar 2006 SEQUEIRA A SILVA MN O Bem Estar da Pessoa Idosa no Meio Rural Anaacutelise Psicoloacutegica Lisboa v 3 p 505-516 2002

SILVA AA da Alcoolismo em idosos Revista Cientiacutefica Eletrocircnica de Psicologia Satildeo Paulo ano VI n 10 maio 2008 6 p

SILVA PAB Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos adscritos no Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Minas Gerais 2012 184f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2012 SILVA SD A implantaccedilatildeo de um centro de convivecircncia para pessoas idosas um manual para profissionais e comunidades Rio de Janeiro CRDE UnATI UERJ 2003 57p SILVESTRE JA NETO C MENEZES M Abordagem do idoso em programas de sauacutede da famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica 19839-47 2003

SOARES SM et al Qualidade de Vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos atendidos em Unidades Baacutesicas de Sauacutede do Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Projeto de Pesquisa realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH) Belo HorizonteMG 2013

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES ndash SBD Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes Satildeo Paulo 2013-2014 SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ndash SOCERJ Recomendaccedilotildees da SOCERJ ndash Manejo Terapecircutico em Cardiogeriatria Revista da SOCERJ v 17 sup B Jun 2004 SOUSA L GALANTE H FIGUEIREDO D Qualidade de vida e bem-estar dos idosos um estudo exploratoacuterio na populaccedilatildeo portuguesa Revista de Sauacutede Puacuteblica v 37 n 3 2003 SOUZA R et al Avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica em idosos estimativas de peso e altura e concordacircncia entre classificaccedilotildees de IMC Rev bras geriatr gerontol Rio de Janeiro v 16 n 1 Mar 2013

101

TAMAI SAB et al Impacto de um programa de promoccedilatildeo da sauacutede na qualidade de vida do idoso Einstein 9 (1 Pt 1)8-13 2011

TRENTINI CM Qualidade de vida em idosos 2004 224f Tese (doutorado) ndash Faculdade de Medicina Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2004

UMBELINO GJM Aplicaccedilatildeo do Iacutendice de Qualidade de Vida Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil Rev Bras Est Pop Satildeo Paulo v 24 n 2 p 339-340 juldez 2007 UNITED NATIONS Ageing New York United Nations 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Nuacutecleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG Instituto Jenny de Andrade Faria Belo Horizonte 2014 VASCONCELOS F F et al Utilizaccedilatildeo medicamentosa por idosos de uma Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia de Fortaleza - CE Acta Paulista de Enfermagem Satildeo Paulo v 18 n 2 p 178-183 abrjun 2005 VECCHIA R D et al Qualidade de vida na terceira idade um conceito subjetivo Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v 8 n 3 p 246-252 set 2005 VERAS RP CALDAS PC Promovendo a sauacutede e a cidadania do idoso o movimento das universidades da terceira idade Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 9(2) 423-432 2004 VERAS R Em busca de uma assistecircncia adequada agrave sauacutede do idoso revisatildeo da literatura e aplicaccedilatildeo de um instrumento de detecccedilatildeo precoce e de previsibilidade de agravos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 705-715 maiojun 2003 VERAS R Envelhecimento populacional contemporacircneo demandas desafios e inovaccedilotildees Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 n 3 p 548-554 maiojun 2009 VERAS R Estrateacutegias para o enfrentamento das doenccedilas crocircnicas um modelo em que todos ganham Rev Bras Geriatr 14 (4) 779-789 Rio de Janeiro 2011 VERAS R Foacuterum Envelhecimento populacional e as informaccedilotildees de sauacutede do PNAD demandas e desafios contemporacircneos Introduccedilatildeo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 10 p 2463-2466 out 2007

VIDMAR et al Atividade fiacutesica e qualidade de vida em idosos Revista Sauacutede e Pesquisa v 4 n 3 p 417-424 setdez 2011 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL Versatildeo em

102

portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998a cap 3 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-100 e do WHOQOL-bref Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998b cap 4 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo em portuguecircs do WHOQOL-100 Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998c cap 2

WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Envelhecimento ativo uma poliacutetica de sauacutede Traduccedilatildeo de Suzana Gontijo Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 60 p Traduccedilatildeo de Active ageing a policy framework WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL The World Health Organization Quality of Life assessment Position paper from the World Health Organization Social Science amp Medicine v 41 P 1403-1409 1995 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Towards age-friendly primary health care Geneva WHO 2004 30 p (Active Ageing Series) WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL WHOQOL-bref US Version Washington Universidade de Washington 1997 12 p ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao sedentarismo no lazer em idosos Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 6 p 1329-1338 jun 2007

ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao tabagismo em idosos Inqueacuterito de Sauacutede no Estado de Satildeo Paulo (ISA-SP) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 28 n 3 p 583-595 mar 2012 ZAITUNE MPA et al Hipertensatildeo arterial em idosos prevalecircncia fatores associados e praacuteticas de controle no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(2) 285-294 fev 2006

ZASLAVSKY C GUS I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidades Arq Bras Cardiol volume 79 nordm 6 635-9 2002

103

ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

World Health Organization Quality of Life-bref

104

105

106

Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos

Questionaacuterio nordm _______

Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________

Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________

Endereccedilo _____________________________________________________________________

Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______

Telefone de contato ________________

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

Nome completo ______________________________________________________________

Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________

Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo

Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro

Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra

PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -

Vocecirc estaacute trabalhando atualmente

Se sim especifique _____________________

(1) sim (2) natildeo

Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo

Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez

Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo

(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos

(3) entre 3 a 5 salaacuterios

(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos

- MORADIA -

Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo

Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +

Possui banheiro (1) sim (2) natildeo

Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo

Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo

Mora sozinho (1) sim (2) natildeo

Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique grau de parentesco ________________________

Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos

Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos

(4) netos (5) outros ______________________

107

(Continua)

- ESCOLARIDADE -

Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo

Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado

HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA

- AUDIT-C -

Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo

Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4

Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4

Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4

O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente

108

(Continua)

- TABAGISMO -

Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo

Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo

Quantos cigarros vocecirc

fuma (va) por dia

(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica

Haacute quanto tempo vocecirc

fuma (va)

(1) menos de 2

anos

(2) de 2 a 10

anos

(3) mais de 10

anos

(99) natildeo se aplica

- ATIVIDADE FIacuteSICA -

Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo

Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong

(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________

Frequecircncia (1) 1xsemana

(4) nunca

(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana

HISTOacuteRIA CLIacuteNICA

Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo

Se sim qual

( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias

( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________

Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique ________________________________________________________________________

Haacute quanto tempo ______ (em anos)

HISTOacuteRIA FAMILIAR

Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve

Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo

Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo

Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo

Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo

Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo

Obesidade (1) sim (2) natildeo

Cacircncer (1) sim (2) natildeo

Demecircncia (1) sim (2) natildeo

Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo

109

(Conclusatildeo)

The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas

1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3

AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA

Peso medido (kg) _____________

Estatura aferida (m) ___________

IMC ___________ (kgmsup2)

Circunferecircncia cintura (cm) _________

Circunferecircncia quadril (cm) _________

Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____

PRESSAtildeO ARTERIAL

Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)

PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg

PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg

110

ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA

PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

111

112

ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG

113

ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL

SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS

NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

114

ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH

DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

Page 3: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …

Ficha catalograacutefica elaborada pela Biblioteca J Baeta Vianna ndash Campus Sauacutede UFMG

Miranda Liacutevia Carvalho Viana M672f Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais [manuscrito] Liacutevia Carvalho Viana Miranda - - Belo Horizonte 2014

114f il Orientador Socircnia Maria Soares Aacuterea de concentraccedilatildeo Sauacutede e Enfermagem Dissertaccedilatildeo (mestrado) Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem 1 Envelhecimento 2 Idoso 3 Sauacutede do Idoso 4 Qualidade de Vida 5 Dissertaccedilotildees Acadecircmicas I Soares Socircnia Maria II Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem III Tiacutetulo NLM WT 104

Universidade Federal de Minas Gerais

Escola de Enfermagem

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Dissertaccedilatildeo intitulada ldquoFatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro

de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Geraisrdquo de autoria da mestranda Liacutevia Carvalho

Viana Miranda aprovada pela banca examinadora constituiacuteda pelos seguintes professores

______________________________________________________

Profordf Drordf Socircnia Maria Soares - Escola de Enfermagem da UFMG - Orientadora

______________________________________________________ Prof Dr Antocircnio Ignaacutecio Loyola Filho - Escola de Enfermagem da UFMG

______________________________________________________

Dra Karla Cristina Giacomin

______________________________________________________ Prof Dr Francisco Carlos Feacutelix Lana

Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem da UFMG

Belo Horizonte 22 de Dezembro de 2014

Av Professor Alfredo Balena 190 - Belo Horizonte MG - 30130-100 - Brasil - tel (031)3134099855 - fax

(31)34099855

Esta pesquisa eacute vinculada ao Nuacutecleo de

Estudos e Pesquisas em Cuidado e

Desenvolvimento Humano da Escola de

Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais

Dedico este trabalho

Agrave Deus

Pelo dom da vida por me guiar em todos os

meus caminhos e pela paz concedida nos

periacuteodos de dificuldade

Aos meus pais ldquojurdquo e ldquotomrdquo

Pela minha existecircncia pelo apoio e

compreensatildeo nos momentos difiacuteceis Tudo

que sou devo a vocecircs minhas vitoacuterias satildeo

suas

Aos meus queridos irmatildeos ldquoleleordquo e

durdquo

Por me darem forccedila mesmo quando era

difiacutecil entender as minhas ausecircncias

Obrigada por tudo que fazem por mim

Ao meu namorado Thiago

Por ter ficado ao meu lado durante todo

esse periacuteodo e por nunca me deixar

desanimar compreendendo os momentos

em que eu natildeo pude estar com vocecirc Meu

grande companheiro

Agradecimentos especiais

Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares

Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo

Obrigada pela parceria e por sempre

compreender minha situaccedilatildeo Nossa

trajetoacuteria foi marcada por momentos de

ausecircncia vindos de ambas as partes

Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees

as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo

prejudicaram nosso trabalho juntas Que

nossa caminhada continue ainda mais

fortalecida

Agrave Patriacutecia

Nem tenho palavras para agradecer toda

sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito

obrigada por tudo Que essa parceria ainda

colha muitos frutos

Agradecimentos

Aos idosos do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por colaborar com esta pesquisa de

maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs

pela maneira que lidam com o

envelhecimento e como enxergam a vida

com tanta maturidade e sabedoria

Aos familiares

Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e

festejarem comigo as minhas conquistas

Aos meus amigos

Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo

da minha ausecircncia Mas saibam que

agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs

satildeo fundamentais para mim

Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede

Ermelinda

Sem o apoio de todos vocecircs a

concretizaccedilatildeo deste trabalho seria

impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos

momentos de sobrecarga devido agraves minhas

ausecircncias principalmente aos meus

colegas enfermeiros e agrave equipe amarela

Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo

para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero

que este trabalho possa contribuir de

maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave

sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por

tudo

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de

Belo Horizonte em especial ao

Distrito Noroeste

Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu

mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos

seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que

contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede

mais digna e humanizada

Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no

local e por acreditar tanto no que estamos

fazendo Espero que nossos resultados

possam contribuir com o trabalho de vocecircs

Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia

o Centro com tanta competecircncia e amor

Aos demais funcionaacuterios do Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa

Pela receptividade durante todo o periacuteodo

que ficamos no local de trabalho de vocecircs e

pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos

idosos

Aos integrantes do NEPCDH

Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria

desta pesquisa

Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que

colaboraram na coleta de dados

Liacuterica e Francielle

Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo

existiria

Obrigada pela grande parceria

Aos colegas de mestrado

Pelo compartilhamento de alegrias e

frustraccedilotildees

RESUMO

MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local

Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso

ABSTRACT

MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research

Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32

Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e

Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte

MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

Graacutefico 2

Graacutefico 3

-

-

Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1

WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo

Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54

Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 56

Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida

por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60

LISTA DE TABELAS

1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44

2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45

3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47

4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49

5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50

6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de

QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 53

9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014 55

10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua

sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 59

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico

BH

CRPI

-

-

Belo Horizonte

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara

DP - Desvio-padratildeo

EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais

G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV

boasatisfeito

G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou

QV ruiminsatisfeito

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

IQ - Intervalo Interquartil

NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento

Humano

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OR - Odds Ratio

PA - Pressatildeo Arterial

PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica

PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica

PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

QVG - Qualidade de Vida Geral

Sm - Salaacuterio Miacutenimo

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

WHO - World Health Organization

WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group

WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16

12 Objetivo 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21

21 Envelhecimento populacional 21

22

221

Qualidade de vida do idoso 23

Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede

24

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27

3 METODOLOGIA 31

31 Tipo de estudo 31

32 Aacuterea e local do estudo 31

33

331

332

Populaccedilatildeo do estudo 31

Caacutelculo amostral 31

Criteacuterios de seleccedilatildeo 32

34 Coleta de dados 33

35 Variaacuteveis do estudo 33

351 Variaacutevel dependente 33

352 Variaacuteveis independentes 34

353 Instrumentos para a coleta de dados 34

36

37

Anaacutelise dos dados 40

Questotildees eacutetico-legais 41

SUMAacuteRIO

4 RESULTADOS 43

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43

42 Anaacutelise multivariada 57

5 DISCUSSAtildeO 61

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63

53 Caracteriacutesticas comportamentais 69

54

55

56

Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71

Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80

Limitaccedilotildees do estudo 84

6 CONCLUSOtildeES 86

REFEREcircNCIAS 89

ANEXOS 103

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o

Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos

(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes

do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos

ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da

populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em

nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL

2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de

2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta

representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se

encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo

composta por idosos

Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a

fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)

Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60

anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses

desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa

de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou

115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27

anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento

como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais

rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto

institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que

fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)

O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos

mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado

17

estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica

Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em

meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que

expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados

(LEBRAtildeO DUARTE 2003)

Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640

de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que

deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)

Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada

de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a

estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide

populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES

RODRIGUES 2005)

Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX

acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas

mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela

diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e

parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia

inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)

Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as

doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar

incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em

desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas

seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da

sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas

doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)

Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua

que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio

agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)

Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na

sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto

mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento

18

saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al

2010)

As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos

anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para

esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e

regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais

agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que

o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional

isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas

atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)

Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas

quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A

Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como

consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso

tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo

padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade

Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas

consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de

vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo

uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros

meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)

Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo

que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do

sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees

e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla

abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado

psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os

mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)

A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica

por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades

e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de

sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as

19

incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na

velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave

qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves

atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade

acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a

autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)

Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para

a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade

desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o

comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a

famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez

que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice

contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia

autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem

tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et

al 2013)

Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas

Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute

cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de

cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as

conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se

acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o

desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e

universal (CIL 2013)

Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o

desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da

qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo

Horizonte

Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A

falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta

20

importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e

avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos

Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um

modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a

partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os

resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de

rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees

centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio

e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no

atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado

Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem

sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos

que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e

produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os

aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais

ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)

As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento

das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em

detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas

tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento

Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas

em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI

12 Objetivo

Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e

ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais

21

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

21 Envelhecimento populacional

Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o

envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de

pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)

Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455

anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se

alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia

(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)

Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de

idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo

decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as

modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de

desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo

indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade

cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)

Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se

dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do

conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou

ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte

viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um

mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)

Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos

em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et

al 2013)

Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil

indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos

idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de

doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e

diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos

22

podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares

ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve

ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave

comunidade (OMS 2004)

Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de

idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa

intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os

vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que

os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos

associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se

que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito

de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a

promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)

Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo

ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole

population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na

Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)

que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento

ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a

importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e

na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia

(BOWLING 2009)

No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE

(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos

realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas

Gerais

Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma

aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real

conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo

(VERAS 2009)

23

22 Qualidade de vida do idoso

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de

difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam

sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento

socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos

quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)

Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que

melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma

das definiccedilotildees mais utilizadas

Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o

conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas

fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu

maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)

Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de

instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um

conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL

Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural

(CANAVARRO et al 2005)

Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute

relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel

socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o

autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos

e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades

diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)

No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as

necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades

de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)

Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com

estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico

ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da

idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente

24

associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e

inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)

Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo

agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas

gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar

dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa

qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)

No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida

em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que

dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007

GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES

ALCHIERI 2010)

Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL

da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem

consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a

subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por

exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos

mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso

(FLECK 2000 FLECK et al 2008)

221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a

promoccedilatildeo da sauacutede

A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de

envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de

otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de

melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas

No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a

sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a

manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para

doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)

Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a

25

heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso

objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que

envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para

realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)

O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave

interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos

para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de

formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em

processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da

autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)

A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a

ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL

1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na

sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo

contra a pessoa idosa

A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo

propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou

manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a

permanecircncia no meio em que vivem de forma independente

Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a

capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de

autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o

cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no

envelhecimento ativo (VERAS 2009)

No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da

Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral

integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave

integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL

1996)

Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do

envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade

funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos

26

que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade

funcional restringida (GORDILHO et al 2000)

Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como

objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e

mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos

No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional

de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia

e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos

Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar

recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da

pessoa idosa

Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do

idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo

idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive

Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto

Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover

o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)

O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso

com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de

abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)

Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700

idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de

atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade

de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de

abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)

Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo

fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do

envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de

estrateacutegia

A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade

para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior

participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo

27

estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes

favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS

2004)

Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para

enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus

entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a

constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de

sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo

espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)

Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os

inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas

cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver

accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de

convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar

ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros

(VERAS CALDAS 2004)

Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da

Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso

que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo

agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23

milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL

2010)

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos

Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o

cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa

etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG

em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de

envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e

Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a

sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade

28

do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria

Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)

O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27

consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com

piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades

de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade

para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo

Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas

subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400

procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do

municiacutepio (UFMG 2014)

Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros

e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa

considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa

concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em

conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um

centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o

fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso

o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)

Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de

referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a

qualidade de vida do idoso

Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)

reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para

pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os

idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico

ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de

BH para conquistarem este espaccedilo

O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte

desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal

Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO

29

HORIZONTE 2013)

O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos

direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e

documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento

De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento

tem como objetivos e compromissos

Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e

inclusatildeo social da pessoa idosa

Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e

elevaccedilatildeo de sua autoestima

Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua

histoacuteria

O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos

Academia da Cidade

Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila

Danccedila de salatildeo

Danccedila cigana

Danccedila Secircnior

Coral

Lian Gong

InformaacuteticaInclusatildeo Digital

Pintura em Tecido

Pintura em Tela

Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

Show de Talentos

Tarde Danccedilante (Baile)

Vida Ativa

Biodanza

O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos

podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de

30

vagas

Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que

preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida

saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)

31

3 METODOLOGIA

RSO METODOLOacuteG

31 Tipo de estudo

Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes

de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade

de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)

32 Aacuterea e local do estudo

A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas

Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da

populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)

O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590

idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados

33 Populaccedilatildeo do estudo

A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos

diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas

331 Caacutelculo Amostral

A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de

referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do

tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra

miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho

populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada

Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa

probabilidade

32

Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos

com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula

descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)

FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)

A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima

preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)

O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal

padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada

Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor

absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25

Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos

cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um

niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando

o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a

amostra final totalizou em 215 idosos

Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima

do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do

local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do

municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a

esse em centros de referecircncias para idosos

332 Criteacuterio de seleccedilatildeo

Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com

idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de

referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave

n

2

2 )1(

d

ppzn

d 2z

2z

2z 5z

33

entrevista

Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que

realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em

participar da pesquisa

34 Coleta de dados

Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes

do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola

de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)

A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave

realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em

Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma

equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma

mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH

Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por

alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada

entrevistadora

Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo

da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador

(SOARES et al 2013)

35 Variaacuteveis do estudo

351 Variaacutevel dependente

A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por

meio do instrumento WHOQOL-bref

34

352 Variaacuteveis independentes

As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas

socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado

atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir

353 Instrumentos para a coleta de dados

WHOQOL-bref

Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs

do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra

boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003

MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da

OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref

O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui

26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral

(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24

facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em

quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS

1998a)

Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir

de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo

aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia

de todas as facetas (OMS 1998a)

O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de

ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo

(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a

completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)

(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das

respostas variam entre 1 e 5

35

O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo

quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com

sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo

As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de

consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente

e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico

com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em

estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)

Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido

e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do

Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo

Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao

Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)

Mini Exame do Estado Mental

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame

do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado

mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses

O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes

paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma

delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a

orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs

palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3

pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)

O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior

grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos

o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)

Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para

o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de

educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de

36

escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes

pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para

mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD

DELLAROZA 2012)

Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos

Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o

Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade

estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como

descritos a seguir

- Sexo

Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo

univariado

- Idade

A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a

data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a

69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais

- Naturalidade

Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo

Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais

- Estado civil

Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro

- Religiatildeo

Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra

- Escolaridade

Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo

As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram

considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os

alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de

quatro anos de estudo

- Ocupaccedilatildeo atual

37

Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica

entrou no modelo univariado

- Aposentadoria

Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo

univariado

- Tipo de aposentadoria

Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve

como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado

- Renda familiar

Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em

le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios

miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos

- Moradia e nuacutemero de cocircmodos

Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3

cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui

rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)

Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais

Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram

aplicados descritos a seguir

- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire

Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui

duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)

e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem

esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem

entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma

semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia

de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos

Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade

92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)

38

- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)

Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10

questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do

AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas

perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de

ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute

pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta

Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de

aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge

4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram

adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C

mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado

- Tabagismo

Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou

natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10

cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As

respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas

(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)

- Praacutetica de atividade fiacutesica

Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia

(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)

- Comorbidades

Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)

- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)

A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint

National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL

2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico

A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de

repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio

devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio

Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na

primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente

39

Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees

da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e

hipertenso)

- Uso de medicamento

Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo

- Histoacuteria familiar de doenccedila

Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo

arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto

agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo

obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As

categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo

Dados antropomeacutetricos

As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas

segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)

- Peso

Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca

Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e

estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo

distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg

- Estatura

A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de

peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes

paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo

com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As

naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos

permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era

posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo

plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o

40

topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo

- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)

O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)

sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica

norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27

ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso

- Circunferecircncia de quadril

Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica

flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas

- Circunferecircncia da cintura

Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen

relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do

indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte

superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo

feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm

segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)

- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)

Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a

circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o

valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de

acordo com o preconizado pela OMS (1998)

O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1

Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de

inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos

36 Anaacutelise dos dados

Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o

programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)

A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas

41

expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil

(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as

categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de

Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado

Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os

grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de

variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada

quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste

U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo

parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo

teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem

estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo

multivariado

Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar

as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram

introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os

valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de

confianccedila de 95 (IC 95)

Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios

do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho

A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em

relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida

boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo

ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida

ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou

ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito

insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)

37 Questotildees eacutetico-legais

A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade

Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de

42

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE

do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos

acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava

sendo utilizado para a coleta de dados

O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)

Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em

Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)

Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil

sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de

Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)

43

4 RESULTADOS

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada

De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir

representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269

questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -

cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem

pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se

257 questionaacuterios completos e analisados

Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas

demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas

com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as

quais seratildeo discutidas a posteriori

44

TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)

Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito

satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas

oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a

proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados

fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente

significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a

sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total

N=257 ()

G1

(satisfeito)

N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito)

N=94 () p-valora

Sexo

Homem 175 178 170 0876

Mulher 825 822 830

Idade (anos)

60-69 447 393 543 0025

70-79 447 472 404

ge 80 105 135 53

Naturalidade (n=256)

BH ou RMBH 316 356 247 0144

Interior MG 609 564 688

Outros 74 80 65

Situaccedilatildeo conjugal

Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587

Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340

Religiatildeo

Catoacutelico 724 730 713 0945

Evangeacutelico 136 135 138

Outros 140 135 149

45

TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo

Alfabetizado 899 896 904 0827

Analfabeto 101 104 96

Escolaridade (anos)

lt4 214 190 255 0220

ge4 786 810 745

Trabalha atualmente

Sim 226 258 170 0106

Natildeo 774 742 830

Aposentadoria

Sim 802 798 809 0832

Natildeo 198 202 191

Tipo de Aposentadoria (n=205)

Idade 459 457 461 0594

Tempo de serviccedilo 424 442 395

Invalidez 117 101 145

Renda familiar (sm)

lt 1 191 180 211 0342

1 ˫ 3 402 385 433

3 ˫ 5 279 280 278

ge 5 127 155 78

Casa proacutepria

Sim 883 914 830 0043

Natildeo 117 86 170

Nuacutemero de cocircmodos

1 ndash 3 148 141 160 0688

4 ou mais 852 859 840

Saneamento baacutesico

Rede de esgoto 984 988 979 0625

Banheiro 1000 1000 1000 -

Aacutegua encanada 996 1000 989 0366

Arranjo domiciliar

Mora sozinho 202 202 202 0995

Mora acompanhado 798 798 798

46

Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida

ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo

ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo

trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram

acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria

com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas

De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a

satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou

diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees

47

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)

(Continua)

Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001

Neoplasia 532 513 565 0419

Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057

Diabetes mellitus 417 375 489 0077

Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479

Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038

Transtorno mental 357 288 478 0002

Obesidade 254 225 304 0164

Demecircncia 167 156 185 0558

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Nordm comorbidades

Zero 97 129 43 lt0001

1-2 572 620 489

3-4 268 227 340

5 ou mais 62 25 128

Comorbidade autorreferida

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001

Dislipidemia 265 276 245 0583

Diabetes mellitus 237 190 319 0019

Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233

172

340

0002

Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288

Cardiopatias 105 74 160 0030

Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006

Tratamento medicamentoso (n=256)

Sim 848 828 882 0252

Natildeo 152 172 118

Medicamento (n=253)

Anti-hipertensivo 597 528 717 0003

Hipolipemiante 225 224 228 0932

Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057

Diureacutetico 213 168 293 0019

Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150

137

174

0425

Antidepressivo 150 118 207 0058

AINEs 107 81 152 0077

48

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

(Conclusatildeo)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo

arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo

com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo

menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior

prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes

mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo

aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores

elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril

Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara

a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as

proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de

comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema

osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel cognitivo (MEEM)

Alterado 167 178 149 0549

Preservado 833 822 851

PHQ-2 total

ge 3 97 43 191 lt0001

lt 3 903 957 809

PA aferida (n=234)

Normotenso 628 631 624 0911

Hipertenso 372 369 376

Iacutendice de massa corpoacuterea

lt22 116 121 108 0456

22-27 376 401 333

gt27 508 478 559

RCQ

Normal 455 436 489 0404

Elevado 545 564 515

49

uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo

arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental

TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)

Variaacutevel HAS

Total N=248

()

PA alterada

Sim

N=87

()

Natildeo

N=161

()

Natildeo 343 259 741

Sim 657 399 601

Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial

aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo

arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e

quase dois quintos dos sabidamente hipertensos

50

TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com

sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

AUDIT-C (n=253)

Negativo 905 913 891 0570

Positivo 95 87 109

Tabagismo

Tabagista 39 37 43 0664

Natildeo tabagista 642 663 606

Ex-tabagista 319 301 351

Nuacutemero de cigarros que fuma ou

jaacute fumou (n=92)

Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185

Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541

Tempo de tabagismo (n=90)

Menos de 10 anos 244 226 270 0634

Mais de 10 anos 756 774 730

Atividade fiacutesica

Sim 926 951 883 0045

Natildeo 74 49 117

Tipo de atividade fiacutesica

Caminhada 677 712 617 0118

Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055

Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523

Danccedila 101 129 53 0053

Hidroginaacutestica 66 86 32 0094

Biodanza 43 37 53 0537

Outros 175 202 128 0129

Frequecircncia da atividade fiacutesica

4-7 vezes por semana 280 337 181 0008

1-3 vezes por semana 630 601 681

Nunca 89 61 138

51

A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados

apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave

qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees

A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as

variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de

Vida Geral

TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim

nem bom Bom

Muito

Bom

WHOQOL-1

Como avaliaria sua

qualidade de vida

WHOQOL-2

Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede

n 3 5 49 140 60

12 19 191 545 233

Muito

insatisfeito Insatisfeito

Nem

satisfeito nem

insatisfeito

Satisfeito Muito

Satisfeito

n 3 21 40 145 48

12 82 156 564 187

Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q

Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143

Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917

Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600

QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779

Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral

52

GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais

Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

53

TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra

em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

Variaacuteveis

QVG

Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear

WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida

Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001

Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625

Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060

Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348

Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920

WHOQOL-2dagger

Satisfaccedilatildeo com a sauacutede

Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001

Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075

Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181

Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355

Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003

Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -

QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041

54

GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014

Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health

Organization Quality of Life

WHOQOL-1

muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim

QV

G

1000

800

600

400

200

00

WHOQOL-2

muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito

insatisfeitomuito insatisfeito

QV

G

1000

800

600

400

200

00

QV boa e satisfeito sauacutede

simnatildeo

QV

G

1000

800

600

400

200

00

55

TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa

Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Domiacutenios

Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees

sociais

Meio

ambiente

Rho QVG 0655 0722 0842 0622

Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10

correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)

A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico

apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio

ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG

56

GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

57

42 Anaacutelise multivariada

As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)

com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram

Idade

Naturalidade

Trabalham atualmente

Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Nuacutemero de comorbidades

HAS

Diabetes mellitus

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Cardiopatias

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio

Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos

Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral

Antidepressivos

Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide

Recalcificante

Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica

HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia

HF positiva para diabetes mellitus

HF positiva para obesidade

PHQ-2 total

Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica

Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica

58

Caminhada

Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila

Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os

idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a

satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de

vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser

oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do

aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo

para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar

atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)

59

TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p

estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de

vida

Variaacuteveis OR IC (95) p-valor

Naturalidade

BH ou RMBH 100 (ref)

Interior MG 046 024 - 090 0023

Outros 081 023 - 286 0746

Nuacutemero de comorbidades

Zero 100 (ref)

1-2 069 021 - 230 0546

3-4 035 010 - 127 0111

5 ou mais 015 003 - 085 0032

Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida

Natildeo 100 (ref)

Sim 025 007 - 094 0040

Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial

Natildeo 100 (ref)

Sim 035 017 - 070 0003

PHQ-2 total

lt 3 100 (ref)

ge 3 018 006 - 050 0001

Frequecircncia da atividade fiacutesica

Nunca 100 (ref)

1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016

4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001

60

QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa

Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO

Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade

Naturalidade Ser natural do interior de MG

Caracteriacutesticas econocircmicas

Trabalha atualmente Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades

HAS

Diabetes mellitus Cardiopatias

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio

Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral Antidepressivos

Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide

Recalcificante

PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3

HF positiva para HAS HF positiva para AVE

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade

HF positivo para HAS

Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e

4-7x sem)

Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull

da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire

61

5 DISCUSSAtildeO

Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico

econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua

qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas

As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma

predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos

equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ

DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et

al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens

(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com

idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004

LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)

A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo

em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e

vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava

540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000

e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens

idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)

Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as

mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as

mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na

exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes

de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)

Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge

(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados

demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo

estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que

tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995

62

(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)

A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da

senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver

algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)

Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes

na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o

que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)

Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa

fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o

aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer

com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma

relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem

percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos

(LUCCHETTI et al 2011)

Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra

estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de

quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a

porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)

Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo

alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos

A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo

considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes

Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino

fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a

segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os

anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres

(BRASIL 2010)

No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos

(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos

idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas

apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre

os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na

63

correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja

observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade

(anos de estudo)

Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na

relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis

pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos

benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o

fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na

sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)

No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir

casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)

segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a

maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a

amostra

Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos

tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente

em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado

garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas

sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de

dignidaderdquo

Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos

idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao

encontrado no estudo (202)

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas

Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos

idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave

meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam

ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em

2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)

64

Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de

frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS

indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional

(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede

do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et

al 2013)

No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus

tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim

como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem

confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)

De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia

de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos

homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do

que 240 mgdL (elevado)

A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem

de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute

importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na

reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado

por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco

para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do

controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e

crocircnicas (BRASIL 2006)

Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos

princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam

os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle

glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia

intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia

(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na

populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia

Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash

HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se

associam (SBD 2013-2014)

65

Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia

apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais

causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos

idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre

as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias

em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo

supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)

Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de

medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os

diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida

mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso

expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)

antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando

a importacircncia das outras patologias citadas

Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra

estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo

Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006)

A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um

problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre

pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no

metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas

podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do

idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave

prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)

Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao

manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos

colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute

desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011

POON BRAUN 2005)

Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos

66

quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA

aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA

controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados

justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo

enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma

entraram

Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes

ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial

sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em

outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais

inadequados (MOREIRA et al 2008)

Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram

hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o

subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo

essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos

deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico

(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)

Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do

estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar

relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e

independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)

apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo

devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando

anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o

idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal

transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)

O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de

elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre

os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado

para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a

habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas

de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos

67

externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os

processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e

compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em

contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas

aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)

Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda

natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento

cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma

necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees

associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores

educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e

capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual

das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo

que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado

na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados

alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao

prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma

craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais

e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)

Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos

anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido

levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees

decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de

trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da

deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES

et al 2006 MELLO et al 2012)

Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como

deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder

incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento

fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no

68

mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno

para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem

20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para

a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os

decliacutenios funcionais

A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as

diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al

2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de

idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada

(545)

O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado

provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou

endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que

vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial

da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo

(MANCINI 2010)

O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional

por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em

idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura

acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da

quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC

e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e

obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)

Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos

e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave

mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou

que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser

protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)

A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral

especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo

na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees

nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI

69

2005 LIMA DUARTE 2013)

53 Caracteriacutesticas comportamentais

Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala

deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar

precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute

menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social

contemporacircneo (NEVES 2004)

A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar

subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica

por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres

(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida

alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim

a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)

Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o

envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou

dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas

pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo

aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior

sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental

(SILVA 2008)

No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)

mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os

estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de

Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)

e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que

revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187

respectivamente

Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram

fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo

maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante

70

A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de

fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A

nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave

neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a

obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)

O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De

acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o

surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de

cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004

PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede

levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em

geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda

Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)

Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O

tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente

atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de

condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)

Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de

vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute

acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude

da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)

Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior

aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006

ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais

acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer

lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)

Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de

uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o

Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade

vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por

sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30

minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada

71

moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por

semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)

Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo

da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade

fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado

em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4

mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se

as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre

o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o

incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do

Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos

com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo

de sal nos alimentos (BRASIL 2011)

54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada

No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo

confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de

vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e

comportamentais

Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram

Naturalidade

Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo

metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso

considerar sua qualidade de vida boa

No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas

Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento

populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento

meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no

setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)

72

Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos

estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas

famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram

constituindo famiacutelia ou natildeo

Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no

estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso

(BORIM BARROS NERI 2012)

Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em

comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas

para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de

melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o

WHOQOL-bref

A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os

idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de

QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do

instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente

rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os

idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas

estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)

Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o

ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio

urbano

Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida

atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural

apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados

obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)

Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e

do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas

diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de

qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que

os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos

que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida

73

mais ativa que levam

Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir

que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida

superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital

pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a

associaccedilatildeo encontrada

Comorbidades

Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma

pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco

ou mais comorbidades

Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que

torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a

promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade

de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)

Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente

relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo

frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um

nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam

maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute

diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)

Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as

escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento

sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS

2011)

Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre

doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al

2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)

Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado

em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta

diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI

74

CICONELLI 2011)

Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas

crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que

focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais

adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo

integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)

A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua

prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso

consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de

isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou

mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua

autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e

com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)

Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem

implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque

para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a

magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco

aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu

uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60

da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo

adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia

aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria

da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)

Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo

gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem

lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza

destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)

Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o

desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas

sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus

fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano

aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias

75

crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool

inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees

em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)

cuidado integral (BRASIL 2011)

Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a

prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e

consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos

Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo

aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa

sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A

ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande

magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de

exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)

Doenccedila do aparelho respiratoacuterio

Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio

tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com

idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria

Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter

progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar

sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)

A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos

acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada

como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et

al 2006)

Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem

reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos

valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo

da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio

respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)

76

Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de

suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de

pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees

respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com

condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas

comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas

pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o

diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente

satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)

Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter

impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir

complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas

no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)

HF positivo para HAS

Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a

pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o

agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a

principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)

No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse

nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo

estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de

doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta

e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo

(BRASIL 2006)

A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas

como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER

2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e

confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)

A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que

77

exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem

disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao

maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica

(MIRANDA et al 2002)

Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade

colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas

medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os

tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)

Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na

prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos

puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)

As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura

pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre

elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo

e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)

Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para

o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de

responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees

cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a

melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)

PHQ-total ge 3

Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a

chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais

comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma

patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute

calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10

dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)

Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na

qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo

78

geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo

provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto

negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de

sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG

Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de

vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na

qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007

FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)

Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em

diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de

reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima

solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo

terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema

Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo

papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos

podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma

eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado

vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)

Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa

Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono

familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos

Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave

sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta

prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente

Atividade fiacutesica

Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um

gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente

sua qualidade de vida

No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos

afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute

79

integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia

Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de

30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida

fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o

pratica (REIS SOUZA 2011)

A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas

funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto

os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu

desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio

corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)

Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os

niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial

coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)

Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio

social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de

liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)

Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor

prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos

vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De

acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a

sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens

Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor

para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram

o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo

experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que

avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de

depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias

cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores

de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a

adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida

Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando

80

praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo

compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de

manter conviacutevio social principalmente entre idosos

Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada

nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE

2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel

(LIMA-COSTA et al 2009)

55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref

O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou

extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o

valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses

foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os

idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte

ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso

a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio

Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados

com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas

informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre

outros

Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida

Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O

IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida

renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos

relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De

acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH

nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e

seguranccedila ambiental

Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas

respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da

qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas

81

externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)

Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui

o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)

para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as

condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas

dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes

(RIO DE JANEIRO 2010)

O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou

indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees

habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)

O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo

apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade

avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees

metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por

exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos

que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE

JANEIRO 2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o

Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado

pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da

distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes

Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte

atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH

condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida

de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem

apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em

contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque

os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente

apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em

locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)

Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O

82

IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede

que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer

para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados

baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees

Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento

de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e

Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas

de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas

de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas

responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)

A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em

nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute

representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em

54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui

os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)

Escolas Municipais 17

Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02

Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10

Creches Conveniadas 37

Escolas Estaduais 41

Hospitais Puacuteblicos 02

Hospitais Particulares 01

Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16

Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01

Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04

Centro de Referecircncia do Idoso 01

Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01

Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01

Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01

Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01

Farmaacutecia Distrital 01

83

Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos

puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos

constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do

ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como

um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras

Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da

miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo

e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)

Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no

municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se

encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash

alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas

e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)

A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser

definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito

concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a

pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve

presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas

mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse

comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de

morte nos idosos (BRASIL 2014)

Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos

como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees

dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo

ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil

como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se

organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos

de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES

MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete

significativamente o meio ambiente no qual ele vive

Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos

84

da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia

contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas

que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de

serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes

de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)

No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL

2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000

habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas

relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de

moradia)

Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento

da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A

campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto

do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os

direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir

qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de

sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)

Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de

assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com

os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)

Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam

negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o

intuito de se buscar possiacuteveis melhorias

56 Limitaccedilotildees do estudo

O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento

Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim

afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas

Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem

como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da

populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o

85

calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa

Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a

inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na

avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras

investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de

referecircncia para idosos

86

6 CONCLUSOtildeES

O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou

como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais

(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria

predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre

60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)

Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram

aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave

moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando

condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da

populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados

Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede

prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)

doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)

Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um

medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)

hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)

Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39

fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade

fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a

realizam de uma a trecircs vezes por semana

Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se

que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751

encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso

constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante

ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)

e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos

Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram

significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser

natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila

do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com

87

pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por

semana e de quatro a sete vezes por semana

Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os

idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida

Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um

grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais

O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e

intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de

vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute

importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a

qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo

realiza eacute no proacuteprio local

Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de

ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo

mais expressivo de idosos do municiacutepio

Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade

de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida

Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo

fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para

confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees

causais entre as variaacuteveis estudadas

Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na

populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O

estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de

poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento

das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem

sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o

acompanhamento e controle da populaccedilatildeo

Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no

trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo

baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em

diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em

88

tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de

enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)

Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio

aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo

do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave

sauacutede

Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta

para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no

centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas

socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam

do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida

desses idosos

Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem

melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o

domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida

Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute

de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos

nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de

diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de

variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e

potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa

populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem

ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de

envelhecimento ativo

89

REFEREcircNCIAS

ABBOTT RD et al Walking and dementia in physical capable elderly men JAMA 2004 292 (12)1447-53

ALBERTA SPORT RECREATION PARKS AND WILDLIFE FOUNDATION - ASRPWF Active Living Strategy Canada 2012 ALEY LPV Qualidade de vida de idosos diabeacuteticos tipo 2 usuaacuterios de um ambulatoacuterio de hospital escola 2007 150 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) - Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2007 ALVES et al A influecircncia das doenccedilas crocircnicas na capacidade funcional dos idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 23(8)1924-1930 ago 2007 ALVES LC RODRIGUES RN Determinantes da autopercepccedilatildeo de sauacutede entre idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Revista Panamericana de Salud Puacuteblica Washington v 17 n 5-6 p 333-341 2005 AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION (ADA) The nutrition screanning initiative incorporating nutrition screening and interventions into medical practice a monograph for physicians Washington DC US American Academy of Family Physicians National Council on Aging Inc 1994 ANTUNES HKM et alDepression anxiety and quality of life scores in seniors after an endurance exercise program Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 266-271 dec 2005

ANTUNES HKM et al Exerciacutecio fiacutesico e funccedilatildeo cognitiva uma revisatildeo Ver Bras Med Esporte Niteroacutei v 12 n 2 Abr 2006

BARRETO ML CARMO EH Padrotildees de adoecimento e de morte da populaccedilatildeo brasileira os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 12 (Sup) 1779-1790 2007 BATISTA LKC et al Manuseio da doenccedila renal crocircnica em pacientes com hipertensatildeo e diabetes Jornal Brasileiro de Nefrologia Satildeo Paulo v 27 n 1 p 8-13 jun 2005 BATISTA M P P ALMEIDA M H M LANCMAN S Politicas puacuteblicas para a populaccedilatildeo idosa uma revisatildeo com ecircnfase nas accedilotildees de sauacutede Rev Ter Ocup Univ Satildeo Paulo v 22 n 3 p 200-207 setdez 2011 BELO HORIZONTE Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte 2013

90

BENEDETTI TRB et al Atividade fiacutesica e estado de sauacutede mental de idosos Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 42 n 2 Abr 2008 BERTOLUCCI PHF et al O mini-exame do estado mental em uma populaccedilatildeo geral impacto da escolaridade Arquivos de Neuropsiquiatria v 52 n 1 p 1-7 1994 BORIM FSA BARROS MBA NERI AL Autoavaliaccedilatildeo da sauacutede em idosos pesquisa de base populacional no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 28(4)769-780 abr 2012

BOWLING A Perceptions of active ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole population samples Oxford Journals v 38 n 6 Ago 2009 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF Senado Federal 1988

BRASIL Casa Civil Subchefia para assuntos juriacutedicos Lei ndeg 10741 de 1deg de Outubro de 2003 Dispotildees sobre o Estatuto do Idoso e daacute outras providecircncias BrasiacuteliaDF 2003 BRASIL Decreto nordm 1948 Regulamenta a Lei ndeg 8842 de 4 de janeiro de 1994 que dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DF 1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 BrasiacuteliaDF 2010 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil 2009 Rio de Janeiro IBGE 2009 152 p (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica 25)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 15 - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 16 - Diabetes Mellitus BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Plano de accedilotildees estrateacutegicas para o enfrentamento das Doenccedilas Crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) no Brasil Brasiacutelia DF 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria n ordm 2528 Aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede da Pessoa Idosa Brasiacutelia DF 2006

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria 399GM de 22 de fevereiro 2006 Divulga o Pacto pela Sauacutede 2006 ndash Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria do Gabinete do Ministro de Estado da

91

Sauacutede de ndeg 1395 de 9 de dezembro de 1999 que aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil no 237-E pp 20-24 13 dez seccedilatildeo 1 BrasiacuteliaDF 1999 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas e Estrateacutegicas Atenccedilatildeo agrave sauacutede da pessoa idosa e envelhecimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 44 p (Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede) (Seacuterie Pactos pela Sauacutede 2006 12) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Envelhecimento e sauacutede da pessoa idosa Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007 192 p (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos) (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 19) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Coordenaccedilatildeo de Prevenccedilatildeo e Vigilacircncia Inqueacuterito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenccedilas e agravos natildeo transmissiacuteveis Brasil 15 capitais e Distrito Federal 2002-2003 Rio de Janeiro INCA 2004 186 p BRASIL Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Brasil manual de enfrentamento agrave violecircncia contra a pessoa idosa Eacute possiacutevel prevenir Eacute necessaacuterio superar Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Texto de Maria Ceciacutelia de Souza Minayo mdash Brasiacutelia DF Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica 2014 BROWN C J FRIEDKIN R J INOUYE S K Prevalence and outcomes of low mobility in hospitalized older patients Journal of the American Geriatrics Society v 52 n 8 p 1263-1270 aug 2004 BRYMAN A et al Anaacutelise de dados em ciecircncias sociais introduccedilatildeo agraves teacutecnicas utilizando o SPSS para Windows 1992 BUSS PM Promoccedilatildeo da sauacutede e qualidade de vida Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 5(1)163-177 2000 CAMARANO et al Idosos brasileiros indicadores de condiccedilotildees de vida e de acompanhamento de poliacuteticas Brasiacutelia Presidecircncia da Repuacuteblica 2005 144 p CAMARANO AA KANSO S MELLO JL Como vive o idoso brasileiro In CAMARANO A A (Org) Os novos idosos brasileiros muito aleacutem dos 60 Rio de Janeiro IPEA 2004a cap 1 p 25-73 CAMARANO AA (Org) Muito aleacutem dos 60 os novos idosos brasileiros Rio de Janeiro Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada 1999 382 p

92

CAMPOLINA AG DINI PS CICONELLI RM Impacto da doenccedila crocircnica na qualidade de vida de idosos da comunidade em Satildeo Paulo (SP Brasil) Ciecircnc sauacutede coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 Jun 2011 CANAVARRO MC et al Desenvolvimento dos instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida na infecccedilatildeo VIH da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHOQOL-HIV WHOQOL-HIV-BREF) para portuguecircs de Portugal apresentaccedilatildeo de um projecto 2005 11 p CARNEIRO R S Qualidade de vida apoio social e depressatildeo em idosos relaccedilatildeo com habilidades sociais Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica Porto Alegre v 20 n 2 p 229-237 2007 CARVALHO JAM de GARCIA RA O envelhecimento da populaccedilatildeo brasileira um enfoque demograacutefico Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 725-733 maiojun 2003 CENTRO INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE Declaraccedilatildeo do Rio Aleacutem da Prevenccedilatildeo e Tratamento Desenvolvendo uma Cultura do Cuidado em resposta agrave Revoluccedilatildeo da Longevidade Brasil 2013

CHAVES MLF Testes de avaliaccedilatildeo cognitiva Mini-Exame do Estado Mental Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da ABN (perioacutedico na internet) 2006-2008 CHEUNG K L SOMAN S TAMURA M K Special considerations in the management of chronic kidney disease in the elderly DialysisampTransplantation United States v 40 n 6 p 241-243 june 2011 CURITIBA Secretaria Municipal da Sauacutede Autocuidado apoiado manual do profissional de sauacutede 92p Curitiba 2012 DANTAS ELR et al Geneacutetica do cacircncer hereditaacuterio Rev Bras De Cancerologia v 55 n 3 263-69 2009 DINIZ AMA NAHAS MIP MOSCOVITCH SK Anaacutelise espacial da violecircncia urbana em Belo Horizonte uma proposiccedilatildeo metodoloacutegica a partir de informaccedilotildees e indicadores georreferenciados Belo Horizonte 2003 DUARTE SFP REIS LAR Obesidade uma visatildeo multidisciplinar 1 ed Curitiba CRV 2012

ENGELHARDT E et al Idosos institucionalizados rastreamento cognitivo Rev Psiquiatria Cliacutenica Satildeo Paulo v 25 n 2 74-9 1998 FALLER JW et al Qualidade de vida de idosos cadastrados na estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia de Foz do Iguaccedilu-PR Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 14 803-810 2010

93

FARENZENA W P et alQualidade de vida em um grupo de idosos de Veranoacutepolis Revista Kairoacutes Satildeo Paulo v 10 n 2 p 225-243 dez 2007

FERNANDES MTO A Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede para o cuidado agrave pessoa idosa na Atenccedilatildeo Primaacuteria um Modelo Teoacuterico 216f Tese (Tese de Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2013 FERNANDES MTO SOARES SM O desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo ao idoso no Brasil Rev esc enferm USP Satildeo Paulo v 46 n

6 Dez 2012 FERREIRA ALCBM A qualidade de vida em idosos em diferentes contextos habitacionais a perspectiva do proacuteprio e do seu cuidador 2009 94f Dissertaccedilatildeo (Mestrado Integrado em Psicologia) ndash Faculdade de Psicologia e Ciecircncias da Educaccedilatildeo Universidade de Lisboa Lisboa 2009 FLECK M P A O instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) caracteriacutesticas e perspectivas Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 33-38 2000 FLECK MPA CHACHAMOVICH E TRENTINI CM Projeto WHOQOL-OLD meacutetodo e resultados de grupos focais no Brasil Revista Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 n 6 p 793-799 dez 2003 FLECK MPA et al A avaliaccedilatildeo de qualidade de vida guia para profissionais da sauacutede Porto Alegre Artmed 2008 228 p FLECK MPA et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento abreviado de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida ldquoWHOQOL-brefrdquo Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 34 n 2 p 178-183 abr 2000

FLORIANO PJ DALGALARRONDO P Sauacutede mental qualidade de vida e religiatildeo em idosos de um Programa de Sauacutede da Famiacutelia Jornal Brasileiro de Psiquiatria Rio de Janeiro v 56 n 3 p 162-170 2007 FORTIN MF DUCHARME F Os estudos de tipo correlacional In FORTIN M F (Org) O processo de investigaccedilatildeo da concepccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo 3 ed Loures Lusociecircncia 2003 cap 13 p 173-182 FRANCISCO PMSB et al Fatores associados agrave doenccedila pulmonar em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 40(3)428-35 2006 FREEDMAN VA MARTIN LG Contribution of chronic conditions to aggregate changes in old-age functioning Am J Public Health 901755-60 2000 FREITAS EV XAVIER FL Tratado de Geriatria e Gerontologia 3 ed [Sl] Guanabara Koogan 2011

94

GILES-CORTI B DONOVAN RJ Relative influences of individual social environmental and physical environmental correlates of walking American Journal of Public Health Washington v 93 n 9 p 1583-1589 sept 2003 GLEZEN WP et al Impact of respiratory virus infections on persons with chronic underlying conditions JAMA 2000283(4)499-505 GORDILHO A et al Desafios a serem enfrentados no terceiro milecircnio pelo setor sauacutede na atenccedilatildeo integral ao idoso Rio de Janeiro UnATI UERJ 2000

GOULART D et al Tabagismo em idosos Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de

Janeiro v 13 n 2 Aug 2010 GRABOWSKI DC ELLIS JE High body mass index does not predict mortality in older people analysis of the longitudinal study of aging J Am Geriatr Soc v 49

968-79 2001 GUIMARAtildeES SJ MIRANDA JLS MACEDO LTA Violecircncia contra o idoso uma questatildeo social a ser discutida UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAtildeO - III Jornada Internacional de Poliacuteticas Puacuteblicas Questatildeo Social e Desenvolvimento no Seacuteculo XXI Satildeo Luiacutes ndash MA agosto 2007 GUSMAtildeO JL A qualidade de vida da pessoa com hipertensatildeo arterial In PIERIN A M G (Coord) Hipertensatildeo arterial uma proposta para o cuidar Satildeo Paulo Manole 2004 cap 15 p 263-274

HAIR JF Jr et al Anaacutelise de Dados Multivariados 6 ed Upper Saddle River Prentice-Hall 2009 HALLAL PC et al Physical inactivity prevalence and associated variables in Brazilian adults Medicine and Science in Sports and Exercise Hagerstown v 35 n 11 p 1894-1900 nov 2003 HALVORSRUD L et al Quality of life in older Norwegian adults living at home a cross-sectional survey Journal of Research in Nursing London v 17 n 1 p 12-29 oct 2010

HWANG HF et al Suitability of the WHOQOL-bref for community-dwelling older people in Taiwan Age and Ageing Oxford v 32 n 6 p 593-600 Nov 2003

HULSE GK Alcohol drugs and much more in later life Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 24 p 34-41 apr 2002 JAKOBSSON U HALLBERG IR WESTERGREN A Overall and health related quality of life among the oldest old in pain Quality of Life Research v 13 n 1 p 125-136 feb 2004 JARDIM JRB et al Doenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (DPOC) In Prado

95

FC Ramos J Valle JR editores Atualizaccedilatildeo terapecircutica Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2003 p1427-30 JOIA LC RUIZ T DONALISIO MR Condiccedilotildees associadas ao grau de satisfaccedilatildeo com a vida entre a populaccedilatildeo de idosos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 41 n 1 p 131-138 fev 2007 JOINT NATIONAL COMMITTEE The seventh report of the Joint National Committee on prevention detection evaluation and treatment of high blood pressure [sl sn] 2004 87 p (NIH Publication n 04-5230) JUacuteNIOR FGP OLIVEIRA MTC Iacutendice de Vulnerabilidade da Sauacutede de Belo Horizonte compreendendo realidades locais para priorizar a alocaccedilatildeo de recursos e nortear poliacuteticas puacuteblicas Belo Horizonte 2012 KATZ S et al Studies of illness in the aged The index of ADL a standardized measure of biological and psychosocial function JAMA The Journal of the American Medical Association Chicago v 185 n 12 p 914-919 sept 1963 KEMPEN GIJM et al Risk and protective factors of different functional trajectories in older person are these the same The Journals of Gerontology v 61B n 2 p 95-101 2005 KIMURA M SILVA JV Ferrans and Powers quality of life index Rev Esc Enferm USP 43(especial)1098-104 2009 KOLTYN K F The association between physical activity and quality of life in older women Womenrsquos Health Issues New York v 11 n 6 p 471-480 novdec 2001 KROENKE K SPITZER RL WILLIAMS JB The Patient Health Questionnaire-2 validity of a two-item depression screener Medical Care Hagerstown v 41 n 11 p 1284-1292 nov 2003 KURCGANT P Gerenciamento em Enfermagem 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2010 196 p

LEBRAtildeO ML O envelhecimento no Brasil aspectos da transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica Sauacutede Coletiva Satildeo Paulo v 4 n 6 2007

LEBRAtildeO ML DUARTE YAO SABE ndash Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento ndash O Projeto Sabe no municiacutepio de Satildeo Paulo uma abordagem inicial Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 255p 2003 LIMA-COSTA MFF A escolaridade afeta igualmente comportamentos prejudiciais agrave sauacutede de idosos e adultos mais jovens Inqueacuterito de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v 13 n 4 p 201-208 dez 2004

96

LIMA-COSTA MFF et al Projeto Bambuiacute um estudo epidemioloacutegico de caracteriacutesticas sociodemograacuteficas suporte social e indicadores de condiccedilatildeo de sauacutede dos idosos em comparaccedilatildeo aos adultos jovens Informe Epidemioloacutegico do SUS Brasiacutelia v 11 n 2 p 91-105 abrjun 2002 LIMA-COSTA MFF et al Comportamentos em sauacutede entre idosos hipertensos Brasil 2006 Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 p 18-26 nov 2009 Suplemento 2 LIMA PV DUARTE SFP Prevalecircncia de obesidade em idosos e sua relaccedilatildeo com hipertensatildeo e diabetes Rev Interscentia v 1 n 3 2013

LOPES PAPL Qualidade de vida e suporte social do idoso no meio rural e no meio urbano um Estudo comparativo e correlacional 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Psicologia) ndash Instituto Superior de Psicologia Aplicada Lisboa 2004 LOURENCcedilO RVR Formaccedilatildeo Humana em geriatria e gerontologia uma perspectiva interdisciplinar UERJ p89-92 2006 LOW G MOLZAHN AE KALFOSS M Quality of life of older adults in Canada and Norway examining the Iowa Model Western Journal of Nursing Research United States v 30 n 4 p 458-476 june 2008

LOW G MOLZAHN AE Predictors of Quality of Life in Old Age A Cross-Validation Study Research in Nursing amp Health v 30 p 141-150 2007 LOYOLA FILHO A I de et al Estudo de base populacional sobre o consumo de medicamentos entre idosos Projeto Bambuiacute Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 21 n 2 p 545-553 marabr 2005 LOYOLA FILHO A I de UCHOA E LIMA-COSTA M F F Estudo epidemioloacutegico de base populacional sobre uso de medicamentos entre idosos na Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 12 p 2657-2667 dez 2006 LUCCHETTI G et al Fatores associados agrave polifarmaacutecia em idosos institucionalizados Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 13 n 1

2010

LUCCHETTI G et al O idoso e sua espiritualidade impacto sobre diferentes aspectos do envelhecimento Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 14 n 1 2011 MACHADO FN Capacidade e desempenho para a realizaccedilatildeo das Atividades Baacutesicas de Vida Diaacuteria um estudo com idosos dependentes 2010 130f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2010

97

MAGALHAtildeES MM LIMA ACP Noccedilotildees de Probabilidade e Estatiacutestica 6ordf ed IME-USP ED USP 2002 MANCINI MC Tratado de Obesidade Itapevi AC Farmacecircutica 2010 MARQUES D RODRIGUES L Emigrantes e imigrantes de Belo Horizonte em relaccedilatildeo ao restante da RMBH uma aplicaccedilatildeo do meacutetodo ldquoGrade of Member shiprdquo (GoM) In Encontro Nacional de Estudos Populacionais 15 2006 Caxambu 20 p MARTINS et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida subjetiva dos idosos uma comparaccedilatildeo entre os residentes em cidades rurais e urbanas Estud interdiscip envelhec Porto Alegre v 11 p 135-154 2007 MATTEWS KA et al Socioeconomic trajetories and incident hypertension in a biracial cohort of young adults Hypertension 39772-6 2002

MEIRELLES BHS et alCondiccedilotildees associadas agrave qualidade de vida dos idosos com doenccedila crocircnica Cogitare Enfermagem Paranaacute v 15 n 3 p 433-440 julset 2010 MELLO BLD HADDAD MCL DELLAROZA MSG Avaliaccedilatildeo cognitiva de idosos institucionalizados Acta Scientiarum Maringaacute v 34 n 1 p 95-102 Jan-June 2012 MELLO E TEIXEIRA MB Depressatildeo em idosos Revista Sauacutede v 5 n 1 2011 MENEZES AM VICTORA CG RIGATTO M Prevalence and risk factors for chronic bronchitis in Pelotas RS Brazil a population-based study Thorax 199449(12)1217-21 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um debate necessaacuterio Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 7-18 2000

MINGOYI SA et al Meacutetodos de Amostragem com Aplicaccedilotildees na Aacuterea Empresarial Belo Horizonte Departamento de Estatiacutestica da UFMG 2000 MIRANDA RD et al Hipertensatildeo arterial no idoso peculiaridades na fisiopatologia no diagnoacutestico e no tratamento Rev Bras Hipertens 9 293-300 2002 MIRANZI SSC et al Qualidade de vida de indiviacuteduos com Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo acompanhados por uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia Texto Contexto Enferm Florianoacutepolis Out-Dez 17(4) 672-9 2008 MORAES JFD de SOUZA VBA Factors associated with the successful aging of the socially-active elderly in the metropolitan region of Porto Alegre Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 302-308 dez 2005

98

MOREIRA LB et alConhecimento sobre o tratamento farmacoloacutegico em pacientes com doenccedila renal crocircnica Revista Brasileira de Ciecircncias Farmacecircuticas Satildeo Paulo v 44 n 2 p 315-325 abrjun 2008 NAHAS MIP et al Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana de Belo Horizonte (IQVU ndash BH) um instrumento intra-urbaniacutestico de gestatildeo da qualidade de vida Belo Horizonte 1437-51 2013 NERI AL (Org) Qualidade de vida e idade madura 7 ed Campinas Papirus 2007 285 p (Coleccedilatildeo Viva idade) NERI AL (Org) Palavras-chave em gerontologia 3 ed Campinas Aliacutenea 2008 218 p (Coleccedilatildeo Velhice e Sociedade) NEVES DP Alcoolismo acusaccedilatildeo ou diagnoacutestico Cad Sauacutede Puacuteblica V 20 n 1 7-14 janfev 2004

OLIVEIRA AFG Testes estatiacutesticos para comparaccedilatildeo de meacutedias Revista Eletrocircnica Nutritime V 5 n 6 p 777-788 novdez 2008 OLIVEIRA DLC GORETTI LC PEREIRA LSM O desempenho de idoso institucionalizados com alteraccedilotildees cognitivas em atividades de vida diaacuteria e mobilidade estudo piloto Rev bras fisioter V 10 n 1 (2006) 91-96 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE - OMS Envelhecimento Ativo uma Poliacutetica de sauacutede Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Mental Health New Understanding New Hope 1ordf ediccedilatildeo Lisboa Abril de 2002 PASKULIN LMG Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um distrito sanitaacuterio de Porto AlegreRS 2006 170 f Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 PASKULIN LMG MOLZAHN A Quality of life of older adults in Canada and Brazil Western Journal of Nursing Research United States v 29 n 1 p 10-26 feb 2007 PEIXOTO SV FIRMO JOA LIMA-COSTA MFF Condiccedilotildees de sauacutede e tabagismo entre idosos residentes em duas comunidades brasileiras (Projeto Bambuiacute e Belo Horizonte) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 9 p 1925-1934 set 2006 PEIXOTO SV GIATTI L AFRADIQUE ME LIMA-COSTA MF Custo das internaccedilotildees hospitalares entre idosos brasileiros no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede Epidemiol Serv Sauacutede Dez 13(4)46-53 2004 PEDROSA RP DRAGER LF Como diagnosticar e tartar hipertensatildeo arterial

99

sistecircmica Grupo Editorial Moreira Jr v 65 n 12 dez 2008 PEREIRA JC BARRETO SM PASSOS VMA O perfil de sauacutede cardiovascular dos idosos brasileiros precisa melhorar estudo de base populacional Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 91 n 1 p 1-10 jul 2008 PEREIRA RJ et al Influecircncia de fatores soacutecios sanitaacuterios na qualidade de vida dos idosos de um municiacutepio do Sudeste do Brasil Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 p 2907-2917 jun 2011 POON IO BRAUN U High prevalence of orthostatic hypotension and its correlation with potentially causative medications among elderly veterans Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics Oxfordv30 n 2 p 173-178 apr 2005 PORTUGAL Porto lazer No Porto a Vida eacute Longa Portugal 2006 RAMOS LR Fatores determinantes do envelhecimento saudaacutevel em idosos residentes em centro urbano Projeto Epidoso Satildeo Paulo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeirov19 n 3 p 793-798 maiojun 2003

REIS AES SOUZA JA Atividade fiacutesica para idosos Revista de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) v 1 n 1 2011 RIO DE JANEIRO Observatoacuterio das Metroacutepoles Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia Iacutendice de Bem-Estar Urbano Rio de Janeiro set 2010 RODRIGUES RMC LOUREIRO LMJ SILVA SMDT Os muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbra Escola Superior de Enfermagem em Coimbra Portugal Coimbra 2009

ROSA TEC et al Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 3740-8 2003

ROSEMBERG J ROSEMBERG AMA MORAES MA de Nicotina droga universal Satildeo Paulo Centro de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Secretaria de Estado da Sauacutede de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2003 174 p

SANTOS DM SICHIERI R Iacutendice de massa corporal e indicadores antropomeacutetricos de adiposidade em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica v 39 n 2 163-8 2005 SANTOS PM et al Percepccedilatildeo de qualidade de vida entre idosos jovens e longevos praticantes de hidroginaacutestica Revista Brasileira de Qualidade de Vida v 5 p 1-11 2013 SAUERESSIG S et al Prevalecircncia de tabagismo em idosos atendidos pelo Programa de Sauacutede da Famiacutelia em Camaquatilde - RS Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica do Rio

100

Grande do Sul Porto Alegre v 51 n 3 p 173-179 julset 2007 SCHNEIDER RH IRIGARAY TQ O envelhecimento na atualidade aspectos cronoloacutegicos bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais Estudos de Psicologia Campinas v 25 n 4 p 585-593 outdez 2008 SCOCCO P FANTONI G CAON F Role of depressive and cognitive status in self-reported evaluation of quality of life in older people comparing proxy and physician perspectives Age Ageing Oxford v 35 n 2 p 166-171 mar 2006 SEQUEIRA A SILVA MN O Bem Estar da Pessoa Idosa no Meio Rural Anaacutelise Psicoloacutegica Lisboa v 3 p 505-516 2002

SILVA AA da Alcoolismo em idosos Revista Cientiacutefica Eletrocircnica de Psicologia Satildeo Paulo ano VI n 10 maio 2008 6 p

SILVA PAB Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos adscritos no Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Minas Gerais 2012 184f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2012 SILVA SD A implantaccedilatildeo de um centro de convivecircncia para pessoas idosas um manual para profissionais e comunidades Rio de Janeiro CRDE UnATI UERJ 2003 57p SILVESTRE JA NETO C MENEZES M Abordagem do idoso em programas de sauacutede da famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica 19839-47 2003

SOARES SM et al Qualidade de Vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos atendidos em Unidades Baacutesicas de Sauacutede do Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Projeto de Pesquisa realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH) Belo HorizonteMG 2013

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES ndash SBD Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes Satildeo Paulo 2013-2014 SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ndash SOCERJ Recomendaccedilotildees da SOCERJ ndash Manejo Terapecircutico em Cardiogeriatria Revista da SOCERJ v 17 sup B Jun 2004 SOUSA L GALANTE H FIGUEIREDO D Qualidade de vida e bem-estar dos idosos um estudo exploratoacuterio na populaccedilatildeo portuguesa Revista de Sauacutede Puacuteblica v 37 n 3 2003 SOUZA R et al Avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica em idosos estimativas de peso e altura e concordacircncia entre classificaccedilotildees de IMC Rev bras geriatr gerontol Rio de Janeiro v 16 n 1 Mar 2013

101

TAMAI SAB et al Impacto de um programa de promoccedilatildeo da sauacutede na qualidade de vida do idoso Einstein 9 (1 Pt 1)8-13 2011

TRENTINI CM Qualidade de vida em idosos 2004 224f Tese (doutorado) ndash Faculdade de Medicina Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2004

UMBELINO GJM Aplicaccedilatildeo do Iacutendice de Qualidade de Vida Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil Rev Bras Est Pop Satildeo Paulo v 24 n 2 p 339-340 juldez 2007 UNITED NATIONS Ageing New York United Nations 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Nuacutecleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG Instituto Jenny de Andrade Faria Belo Horizonte 2014 VASCONCELOS F F et al Utilizaccedilatildeo medicamentosa por idosos de uma Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia de Fortaleza - CE Acta Paulista de Enfermagem Satildeo Paulo v 18 n 2 p 178-183 abrjun 2005 VECCHIA R D et al Qualidade de vida na terceira idade um conceito subjetivo Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v 8 n 3 p 246-252 set 2005 VERAS RP CALDAS PC Promovendo a sauacutede e a cidadania do idoso o movimento das universidades da terceira idade Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 9(2) 423-432 2004 VERAS R Em busca de uma assistecircncia adequada agrave sauacutede do idoso revisatildeo da literatura e aplicaccedilatildeo de um instrumento de detecccedilatildeo precoce e de previsibilidade de agravos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 705-715 maiojun 2003 VERAS R Envelhecimento populacional contemporacircneo demandas desafios e inovaccedilotildees Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 n 3 p 548-554 maiojun 2009 VERAS R Estrateacutegias para o enfrentamento das doenccedilas crocircnicas um modelo em que todos ganham Rev Bras Geriatr 14 (4) 779-789 Rio de Janeiro 2011 VERAS R Foacuterum Envelhecimento populacional e as informaccedilotildees de sauacutede do PNAD demandas e desafios contemporacircneos Introduccedilatildeo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 10 p 2463-2466 out 2007

VIDMAR et al Atividade fiacutesica e qualidade de vida em idosos Revista Sauacutede e Pesquisa v 4 n 3 p 417-424 setdez 2011 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL Versatildeo em

102

portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998a cap 3 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-100 e do WHOQOL-bref Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998b cap 4 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo em portuguecircs do WHOQOL-100 Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998c cap 2

WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Envelhecimento ativo uma poliacutetica de sauacutede Traduccedilatildeo de Suzana Gontijo Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 60 p Traduccedilatildeo de Active ageing a policy framework WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL The World Health Organization Quality of Life assessment Position paper from the World Health Organization Social Science amp Medicine v 41 P 1403-1409 1995 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Towards age-friendly primary health care Geneva WHO 2004 30 p (Active Ageing Series) WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL WHOQOL-bref US Version Washington Universidade de Washington 1997 12 p ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao sedentarismo no lazer em idosos Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 6 p 1329-1338 jun 2007

ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao tabagismo em idosos Inqueacuterito de Sauacutede no Estado de Satildeo Paulo (ISA-SP) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 28 n 3 p 583-595 mar 2012 ZAITUNE MPA et al Hipertensatildeo arterial em idosos prevalecircncia fatores associados e praacuteticas de controle no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(2) 285-294 fev 2006

ZASLAVSKY C GUS I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidades Arq Bras Cardiol volume 79 nordm 6 635-9 2002

103

ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

World Health Organization Quality of Life-bref

104

105

106

Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos

Questionaacuterio nordm _______

Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________

Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________

Endereccedilo _____________________________________________________________________

Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______

Telefone de contato ________________

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

Nome completo ______________________________________________________________

Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________

Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo

Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro

Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra

PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -

Vocecirc estaacute trabalhando atualmente

Se sim especifique _____________________

(1) sim (2) natildeo

Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo

Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez

Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo

(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos

(3) entre 3 a 5 salaacuterios

(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos

- MORADIA -

Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo

Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +

Possui banheiro (1) sim (2) natildeo

Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo

Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo

Mora sozinho (1) sim (2) natildeo

Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique grau de parentesco ________________________

Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos

Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos

(4) netos (5) outros ______________________

107

(Continua)

- ESCOLARIDADE -

Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo

Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado

HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA

- AUDIT-C -

Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo

Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4

Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4

Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4

O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente

108

(Continua)

- TABAGISMO -

Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo

Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo

Quantos cigarros vocecirc

fuma (va) por dia

(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica

Haacute quanto tempo vocecirc

fuma (va)

(1) menos de 2

anos

(2) de 2 a 10

anos

(3) mais de 10

anos

(99) natildeo se aplica

- ATIVIDADE FIacuteSICA -

Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo

Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong

(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________

Frequecircncia (1) 1xsemana

(4) nunca

(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana

HISTOacuteRIA CLIacuteNICA

Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo

Se sim qual

( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias

( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________

Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique ________________________________________________________________________

Haacute quanto tempo ______ (em anos)

HISTOacuteRIA FAMILIAR

Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve

Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo

Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo

Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo

Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo

Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo

Obesidade (1) sim (2) natildeo

Cacircncer (1) sim (2) natildeo

Demecircncia (1) sim (2) natildeo

Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo

109

(Conclusatildeo)

The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas

1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3

AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA

Peso medido (kg) _____________

Estatura aferida (m) ___________

IMC ___________ (kgmsup2)

Circunferecircncia cintura (cm) _________

Circunferecircncia quadril (cm) _________

Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____

PRESSAtildeO ARTERIAL

Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)

PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg

PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg

110

ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA

PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

111

112

ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG

113

ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL

SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS

NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

114

ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH

DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

Page 4: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …

Universidade Federal de Minas Gerais

Escola de Enfermagem

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Dissertaccedilatildeo intitulada ldquoFatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um Centro

de Referecircncia em Belo Horizonte Minas Geraisrdquo de autoria da mestranda Liacutevia Carvalho

Viana Miranda aprovada pela banca examinadora constituiacuteda pelos seguintes professores

______________________________________________________

Profordf Drordf Socircnia Maria Soares - Escola de Enfermagem da UFMG - Orientadora

______________________________________________________ Prof Dr Antocircnio Ignaacutecio Loyola Filho - Escola de Enfermagem da UFMG

______________________________________________________

Dra Karla Cristina Giacomin

______________________________________________________ Prof Dr Francisco Carlos Feacutelix Lana

Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem da UFMG

Belo Horizonte 22 de Dezembro de 2014

Av Professor Alfredo Balena 190 - Belo Horizonte MG - 30130-100 - Brasil - tel (031)3134099855 - fax

(31)34099855

Esta pesquisa eacute vinculada ao Nuacutecleo de

Estudos e Pesquisas em Cuidado e

Desenvolvimento Humano da Escola de

Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais

Dedico este trabalho

Agrave Deus

Pelo dom da vida por me guiar em todos os

meus caminhos e pela paz concedida nos

periacuteodos de dificuldade

Aos meus pais ldquojurdquo e ldquotomrdquo

Pela minha existecircncia pelo apoio e

compreensatildeo nos momentos difiacuteceis Tudo

que sou devo a vocecircs minhas vitoacuterias satildeo

suas

Aos meus queridos irmatildeos ldquoleleordquo e

durdquo

Por me darem forccedila mesmo quando era

difiacutecil entender as minhas ausecircncias

Obrigada por tudo que fazem por mim

Ao meu namorado Thiago

Por ter ficado ao meu lado durante todo

esse periacuteodo e por nunca me deixar

desanimar compreendendo os momentos

em que eu natildeo pude estar com vocecirc Meu

grande companheiro

Agradecimentos especiais

Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares

Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo

Obrigada pela parceria e por sempre

compreender minha situaccedilatildeo Nossa

trajetoacuteria foi marcada por momentos de

ausecircncia vindos de ambas as partes

Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees

as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo

prejudicaram nosso trabalho juntas Que

nossa caminhada continue ainda mais

fortalecida

Agrave Patriacutecia

Nem tenho palavras para agradecer toda

sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito

obrigada por tudo Que essa parceria ainda

colha muitos frutos

Agradecimentos

Aos idosos do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por colaborar com esta pesquisa de

maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs

pela maneira que lidam com o

envelhecimento e como enxergam a vida

com tanta maturidade e sabedoria

Aos familiares

Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e

festejarem comigo as minhas conquistas

Aos meus amigos

Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo

da minha ausecircncia Mas saibam que

agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs

satildeo fundamentais para mim

Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede

Ermelinda

Sem o apoio de todos vocecircs a

concretizaccedilatildeo deste trabalho seria

impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos

momentos de sobrecarga devido agraves minhas

ausecircncias principalmente aos meus

colegas enfermeiros e agrave equipe amarela

Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo

para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero

que este trabalho possa contribuir de

maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave

sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por

tudo

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de

Belo Horizonte em especial ao

Distrito Noroeste

Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu

mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos

seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que

contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede

mais digna e humanizada

Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no

local e por acreditar tanto no que estamos

fazendo Espero que nossos resultados

possam contribuir com o trabalho de vocecircs

Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia

o Centro com tanta competecircncia e amor

Aos demais funcionaacuterios do Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa

Pela receptividade durante todo o periacuteodo

que ficamos no local de trabalho de vocecircs e

pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos

idosos

Aos integrantes do NEPCDH

Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria

desta pesquisa

Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que

colaboraram na coleta de dados

Liacuterica e Francielle

Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo

existiria

Obrigada pela grande parceria

Aos colegas de mestrado

Pelo compartilhamento de alegrias e

frustraccedilotildees

RESUMO

MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local

Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso

ABSTRACT

MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research

Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32

Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e

Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte

MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

Graacutefico 2

Graacutefico 3

-

-

Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1

WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo

Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54

Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 56

Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida

por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60

LISTA DE TABELAS

1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44

2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45

3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47

4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49

5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50

6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de

QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 53

9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014 55

10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua

sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 59

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico

BH

CRPI

-

-

Belo Horizonte

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara

DP - Desvio-padratildeo

EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais

G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV

boasatisfeito

G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou

QV ruiminsatisfeito

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

IQ - Intervalo Interquartil

NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento

Humano

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OR - Odds Ratio

PA - Pressatildeo Arterial

PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica

PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica

PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

QVG - Qualidade de Vida Geral

Sm - Salaacuterio Miacutenimo

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

WHO - World Health Organization

WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group

WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16

12 Objetivo 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21

21 Envelhecimento populacional 21

22

221

Qualidade de vida do idoso 23

Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede

24

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27

3 METODOLOGIA 31

31 Tipo de estudo 31

32 Aacuterea e local do estudo 31

33

331

332

Populaccedilatildeo do estudo 31

Caacutelculo amostral 31

Criteacuterios de seleccedilatildeo 32

34 Coleta de dados 33

35 Variaacuteveis do estudo 33

351 Variaacutevel dependente 33

352 Variaacuteveis independentes 34

353 Instrumentos para a coleta de dados 34

36

37

Anaacutelise dos dados 40

Questotildees eacutetico-legais 41

SUMAacuteRIO

4 RESULTADOS 43

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43

42 Anaacutelise multivariada 57

5 DISCUSSAtildeO 61

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63

53 Caracteriacutesticas comportamentais 69

54

55

56

Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71

Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80

Limitaccedilotildees do estudo 84

6 CONCLUSOtildeES 86

REFEREcircNCIAS 89

ANEXOS 103

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o

Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos

(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes

do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos

ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da

populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em

nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL

2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de

2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta

representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se

encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo

composta por idosos

Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a

fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)

Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60

anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses

desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa

de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou

115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27

anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento

como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais

rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto

institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que

fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)

O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos

mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado

17

estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica

Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em

meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que

expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados

(LEBRAtildeO DUARTE 2003)

Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640

de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que

deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)

Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada

de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a

estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide

populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES

RODRIGUES 2005)

Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX

acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas

mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela

diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e

parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia

inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)

Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as

doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar

incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em

desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas

seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da

sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas

doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)

Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua

que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio

agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)

Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na

sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto

mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento

18

saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al

2010)

As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos

anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para

esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e

regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais

agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que

o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional

isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas

atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)

Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas

quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A

Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como

consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso

tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo

padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade

Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas

consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de

vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo

uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros

meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)

Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo

que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do

sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees

e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla

abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado

psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os

mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)

A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica

por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades

e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de

sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as

19

incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na

velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave

qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves

atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade

acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a

autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)

Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para

a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade

desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o

comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a

famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez

que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice

contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia

autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem

tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et

al 2013)

Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas

Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute

cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de

cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as

conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se

acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o

desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e

universal (CIL 2013)

Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o

desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da

qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo

Horizonte

Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A

falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta

20

importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e

avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos

Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um

modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a

partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os

resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de

rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees

centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio

e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no

atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado

Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem

sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos

que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e

produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os

aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais

ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)

As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento

das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em

detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas

tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento

Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas

em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI

12 Objetivo

Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e

ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais

21

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

21 Envelhecimento populacional

Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o

envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de

pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)

Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455

anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se

alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia

(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)

Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de

idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo

decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as

modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de

desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo

indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade

cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)

Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se

dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do

conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou

ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte

viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um

mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)

Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos

em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et

al 2013)

Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil

indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos

idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de

doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e

diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos

22

podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares

ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve

ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave

comunidade (OMS 2004)

Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de

idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa

intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os

vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que

os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos

associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se

que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito

de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a

promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)

Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo

ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole

population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na

Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)

que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento

ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a

importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e

na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia

(BOWLING 2009)

No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE

(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos

realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas

Gerais

Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma

aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real

conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo

(VERAS 2009)

23

22 Qualidade de vida do idoso

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de

difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam

sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento

socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos

quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)

Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que

melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma

das definiccedilotildees mais utilizadas

Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o

conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas

fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu

maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)

Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de

instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um

conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL

Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural

(CANAVARRO et al 2005)

Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute

relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel

socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o

autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos

e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades

diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)

No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as

necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades

de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)

Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com

estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico

ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da

idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente

24

associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e

inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)

Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo

agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas

gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar

dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa

qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)

No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida

em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que

dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007

GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES

ALCHIERI 2010)

Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL

da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem

consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a

subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por

exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos

mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso

(FLECK 2000 FLECK et al 2008)

221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a

promoccedilatildeo da sauacutede

A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de

envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de

otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de

melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas

No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a

sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a

manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para

doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)

Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a

25

heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso

objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que

envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para

realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)

O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave

interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos

para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de

formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em

processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da

autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)

A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a

ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL

1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na

sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo

contra a pessoa idosa

A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo

propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou

manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a

permanecircncia no meio em que vivem de forma independente

Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a

capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de

autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o

cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no

envelhecimento ativo (VERAS 2009)

No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da

Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral

integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave

integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL

1996)

Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do

envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade

funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos

26

que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade

funcional restringida (GORDILHO et al 2000)

Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como

objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e

mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos

No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional

de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia

e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos

Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar

recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da

pessoa idosa

Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do

idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo

idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive

Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto

Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover

o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)

O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso

com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de

abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)

Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700

idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de

atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade

de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de

abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)

Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo

fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do

envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de

estrateacutegia

A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade

para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior

participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo

27

estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes

favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS

2004)

Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para

enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus

entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a

constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de

sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo

espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)

Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os

inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas

cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver

accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de

convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar

ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros

(VERAS CALDAS 2004)

Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da

Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso

que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo

agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23

milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL

2010)

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos

Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o

cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa

etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG

em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de

envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e

Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a

sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade

28

do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria

Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)

O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27

consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com

piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades

de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade

para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo

Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas

subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400

procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do

municiacutepio (UFMG 2014)

Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros

e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa

considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa

concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em

conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um

centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o

fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso

o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)

Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de

referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a

qualidade de vida do idoso

Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)

reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para

pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os

idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico

ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de

BH para conquistarem este espaccedilo

O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte

desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal

Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO

29

HORIZONTE 2013)

O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos

direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e

documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento

De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento

tem como objetivos e compromissos

Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e

inclusatildeo social da pessoa idosa

Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e

elevaccedilatildeo de sua autoestima

Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua

histoacuteria

O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos

Academia da Cidade

Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila

Danccedila de salatildeo

Danccedila cigana

Danccedila Secircnior

Coral

Lian Gong

InformaacuteticaInclusatildeo Digital

Pintura em Tecido

Pintura em Tela

Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

Show de Talentos

Tarde Danccedilante (Baile)

Vida Ativa

Biodanza

O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos

podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de

30

vagas

Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que

preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida

saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)

31

3 METODOLOGIA

RSO METODOLOacuteG

31 Tipo de estudo

Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes

de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade

de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)

32 Aacuterea e local do estudo

A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas

Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da

populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)

O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590

idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados

33 Populaccedilatildeo do estudo

A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos

diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas

331 Caacutelculo Amostral

A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de

referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do

tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra

miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho

populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada

Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa

probabilidade

32

Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos

com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula

descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)

FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)

A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima

preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)

O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal

padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada

Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor

absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25

Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos

cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um

niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando

o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a

amostra final totalizou em 215 idosos

Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima

do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do

local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do

municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a

esse em centros de referecircncias para idosos

332 Criteacuterio de seleccedilatildeo

Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com

idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de

referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave

n

2

2 )1(

d

ppzn

d 2z

2z

2z 5z

33

entrevista

Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que

realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em

participar da pesquisa

34 Coleta de dados

Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes

do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola

de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)

A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave

realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em

Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma

equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma

mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH

Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por

alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada

entrevistadora

Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo

da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador

(SOARES et al 2013)

35 Variaacuteveis do estudo

351 Variaacutevel dependente

A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por

meio do instrumento WHOQOL-bref

34

352 Variaacuteveis independentes

As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas

socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado

atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir

353 Instrumentos para a coleta de dados

WHOQOL-bref

Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs

do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra

boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003

MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da

OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref

O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui

26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral

(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24

facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em

quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS

1998a)

Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir

de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo

aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia

de todas as facetas (OMS 1998a)

O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de

ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo

(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a

completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)

(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das

respostas variam entre 1 e 5

35

O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo

quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com

sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo

As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de

consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente

e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico

com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em

estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)

Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido

e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do

Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo

Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao

Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)

Mini Exame do Estado Mental

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame

do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado

mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses

O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes

paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma

delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a

orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs

palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3

pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)

O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior

grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos

o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)

Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para

o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de

educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de

36

escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes

pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para

mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD

DELLAROZA 2012)

Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos

Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o

Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade

estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como

descritos a seguir

- Sexo

Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo

univariado

- Idade

A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a

data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a

69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais

- Naturalidade

Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo

Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais

- Estado civil

Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro

- Religiatildeo

Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra

- Escolaridade

Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo

As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram

considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os

alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de

quatro anos de estudo

- Ocupaccedilatildeo atual

37

Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica

entrou no modelo univariado

- Aposentadoria

Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo

univariado

- Tipo de aposentadoria

Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve

como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado

- Renda familiar

Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em

le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios

miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos

- Moradia e nuacutemero de cocircmodos

Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3

cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui

rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)

Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais

Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram

aplicados descritos a seguir

- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire

Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui

duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)

e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem

esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem

entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma

semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia

de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos

Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade

92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)

38

- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)

Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10

questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do

AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas

perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de

ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute

pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta

Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de

aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge

4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram

adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C

mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado

- Tabagismo

Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou

natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10

cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As

respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas

(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)

- Praacutetica de atividade fiacutesica

Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia

(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)

- Comorbidades

Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)

- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)

A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint

National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL

2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico

A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de

repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio

devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio

Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na

primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente

39

Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees

da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e

hipertenso)

- Uso de medicamento

Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo

- Histoacuteria familiar de doenccedila

Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo

arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto

agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo

obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As

categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo

Dados antropomeacutetricos

As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas

segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)

- Peso

Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca

Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e

estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo

distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg

- Estatura

A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de

peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes

paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo

com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As

naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos

permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era

posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo

plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o

40

topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo

- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)

O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)

sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica

norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27

ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso

- Circunferecircncia de quadril

Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica

flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas

- Circunferecircncia da cintura

Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen

relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do

indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte

superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo

feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm

segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)

- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)

Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a

circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o

valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de

acordo com o preconizado pela OMS (1998)

O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1

Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de

inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos

36 Anaacutelise dos dados

Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o

programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)

A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas

41

expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil

(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as

categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de

Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado

Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os

grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de

variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada

quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste

U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo

parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo

teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem

estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo

multivariado

Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar

as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram

introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os

valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de

confianccedila de 95 (IC 95)

Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios

do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho

A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em

relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida

boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo

ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida

ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou

ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito

insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)

37 Questotildees eacutetico-legais

A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade

Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de

42

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE

do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos

acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava

sendo utilizado para a coleta de dados

O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)

Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em

Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)

Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil

sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de

Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)

43

4 RESULTADOS

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada

De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir

representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269

questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -

cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem

pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se

257 questionaacuterios completos e analisados

Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas

demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas

com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as

quais seratildeo discutidas a posteriori

44

TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)

Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito

satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas

oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a

proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados

fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente

significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a

sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total

N=257 ()

G1

(satisfeito)

N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito)

N=94 () p-valora

Sexo

Homem 175 178 170 0876

Mulher 825 822 830

Idade (anos)

60-69 447 393 543 0025

70-79 447 472 404

ge 80 105 135 53

Naturalidade (n=256)

BH ou RMBH 316 356 247 0144

Interior MG 609 564 688

Outros 74 80 65

Situaccedilatildeo conjugal

Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587

Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340

Religiatildeo

Catoacutelico 724 730 713 0945

Evangeacutelico 136 135 138

Outros 140 135 149

45

TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo

Alfabetizado 899 896 904 0827

Analfabeto 101 104 96

Escolaridade (anos)

lt4 214 190 255 0220

ge4 786 810 745

Trabalha atualmente

Sim 226 258 170 0106

Natildeo 774 742 830

Aposentadoria

Sim 802 798 809 0832

Natildeo 198 202 191

Tipo de Aposentadoria (n=205)

Idade 459 457 461 0594

Tempo de serviccedilo 424 442 395

Invalidez 117 101 145

Renda familiar (sm)

lt 1 191 180 211 0342

1 ˫ 3 402 385 433

3 ˫ 5 279 280 278

ge 5 127 155 78

Casa proacutepria

Sim 883 914 830 0043

Natildeo 117 86 170

Nuacutemero de cocircmodos

1 ndash 3 148 141 160 0688

4 ou mais 852 859 840

Saneamento baacutesico

Rede de esgoto 984 988 979 0625

Banheiro 1000 1000 1000 -

Aacutegua encanada 996 1000 989 0366

Arranjo domiciliar

Mora sozinho 202 202 202 0995

Mora acompanhado 798 798 798

46

Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida

ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo

ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo

trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram

acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria

com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas

De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a

satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou

diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees

47

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)

(Continua)

Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001

Neoplasia 532 513 565 0419

Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057

Diabetes mellitus 417 375 489 0077

Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479

Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038

Transtorno mental 357 288 478 0002

Obesidade 254 225 304 0164

Demecircncia 167 156 185 0558

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Nordm comorbidades

Zero 97 129 43 lt0001

1-2 572 620 489

3-4 268 227 340

5 ou mais 62 25 128

Comorbidade autorreferida

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001

Dislipidemia 265 276 245 0583

Diabetes mellitus 237 190 319 0019

Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233

172

340

0002

Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288

Cardiopatias 105 74 160 0030

Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006

Tratamento medicamentoso (n=256)

Sim 848 828 882 0252

Natildeo 152 172 118

Medicamento (n=253)

Anti-hipertensivo 597 528 717 0003

Hipolipemiante 225 224 228 0932

Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057

Diureacutetico 213 168 293 0019

Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150

137

174

0425

Antidepressivo 150 118 207 0058

AINEs 107 81 152 0077

48

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

(Conclusatildeo)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo

arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo

com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo

menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior

prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes

mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo

aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores

elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril

Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara

a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as

proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de

comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema

osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel cognitivo (MEEM)

Alterado 167 178 149 0549

Preservado 833 822 851

PHQ-2 total

ge 3 97 43 191 lt0001

lt 3 903 957 809

PA aferida (n=234)

Normotenso 628 631 624 0911

Hipertenso 372 369 376

Iacutendice de massa corpoacuterea

lt22 116 121 108 0456

22-27 376 401 333

gt27 508 478 559

RCQ

Normal 455 436 489 0404

Elevado 545 564 515

49

uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo

arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental

TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)

Variaacutevel HAS

Total N=248

()

PA alterada

Sim

N=87

()

Natildeo

N=161

()

Natildeo 343 259 741

Sim 657 399 601

Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial

aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo

arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e

quase dois quintos dos sabidamente hipertensos

50

TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com

sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

AUDIT-C (n=253)

Negativo 905 913 891 0570

Positivo 95 87 109

Tabagismo

Tabagista 39 37 43 0664

Natildeo tabagista 642 663 606

Ex-tabagista 319 301 351

Nuacutemero de cigarros que fuma ou

jaacute fumou (n=92)

Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185

Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541

Tempo de tabagismo (n=90)

Menos de 10 anos 244 226 270 0634

Mais de 10 anos 756 774 730

Atividade fiacutesica

Sim 926 951 883 0045

Natildeo 74 49 117

Tipo de atividade fiacutesica

Caminhada 677 712 617 0118

Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055

Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523

Danccedila 101 129 53 0053

Hidroginaacutestica 66 86 32 0094

Biodanza 43 37 53 0537

Outros 175 202 128 0129

Frequecircncia da atividade fiacutesica

4-7 vezes por semana 280 337 181 0008

1-3 vezes por semana 630 601 681

Nunca 89 61 138

51

A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados

apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave

qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees

A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as

variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de

Vida Geral

TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim

nem bom Bom

Muito

Bom

WHOQOL-1

Como avaliaria sua

qualidade de vida

WHOQOL-2

Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede

n 3 5 49 140 60

12 19 191 545 233

Muito

insatisfeito Insatisfeito

Nem

satisfeito nem

insatisfeito

Satisfeito Muito

Satisfeito

n 3 21 40 145 48

12 82 156 564 187

Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q

Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143

Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917

Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600

QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779

Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral

52

GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais

Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

53

TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra

em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

Variaacuteveis

QVG

Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear

WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida

Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001

Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625

Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060

Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348

Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920

WHOQOL-2dagger

Satisfaccedilatildeo com a sauacutede

Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001

Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075

Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181

Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355

Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003

Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -

QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041

54

GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014

Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health

Organization Quality of Life

WHOQOL-1

muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim

QV

G

1000

800

600

400

200

00

WHOQOL-2

muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito

insatisfeitomuito insatisfeito

QV

G

1000

800

600

400

200

00

QV boa e satisfeito sauacutede

simnatildeo

QV

G

1000

800

600

400

200

00

55

TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa

Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Domiacutenios

Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees

sociais

Meio

ambiente

Rho QVG 0655 0722 0842 0622

Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10

correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)

A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico

apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio

ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG

56

GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

57

42 Anaacutelise multivariada

As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)

com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram

Idade

Naturalidade

Trabalham atualmente

Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Nuacutemero de comorbidades

HAS

Diabetes mellitus

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Cardiopatias

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio

Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos

Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral

Antidepressivos

Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide

Recalcificante

Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica

HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia

HF positiva para diabetes mellitus

HF positiva para obesidade

PHQ-2 total

Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica

Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica

58

Caminhada

Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila

Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os

idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a

satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de

vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser

oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do

aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo

para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar

atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)

59

TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p

estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de

vida

Variaacuteveis OR IC (95) p-valor

Naturalidade

BH ou RMBH 100 (ref)

Interior MG 046 024 - 090 0023

Outros 081 023 - 286 0746

Nuacutemero de comorbidades

Zero 100 (ref)

1-2 069 021 - 230 0546

3-4 035 010 - 127 0111

5 ou mais 015 003 - 085 0032

Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida

Natildeo 100 (ref)

Sim 025 007 - 094 0040

Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial

Natildeo 100 (ref)

Sim 035 017 - 070 0003

PHQ-2 total

lt 3 100 (ref)

ge 3 018 006 - 050 0001

Frequecircncia da atividade fiacutesica

Nunca 100 (ref)

1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016

4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001

60

QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa

Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO

Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade

Naturalidade Ser natural do interior de MG

Caracteriacutesticas econocircmicas

Trabalha atualmente Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades

HAS

Diabetes mellitus Cardiopatias

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio

Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral Antidepressivos

Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide

Recalcificante

PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3

HF positiva para HAS HF positiva para AVE

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade

HF positivo para HAS

Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e

4-7x sem)

Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull

da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire

61

5 DISCUSSAtildeO

Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico

econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua

qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas

As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma

predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos

equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ

DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et

al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens

(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com

idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004

LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)

A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo

em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e

vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava

540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000

e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens

idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)

Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as

mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as

mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na

exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes

de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)

Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge

(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados

demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo

estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que

tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995

62

(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)

A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da

senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver

algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)

Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes

na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o

que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)

Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa

fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o

aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer

com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma

relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem

percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos

(LUCCHETTI et al 2011)

Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra

estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de

quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a

porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)

Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo

alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos

A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo

considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes

Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino

fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a

segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os

anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres

(BRASIL 2010)

No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos

(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos

idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas

apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre

os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na

63

correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja

observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade

(anos de estudo)

Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na

relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis

pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos

benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o

fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na

sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)

No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir

casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)

segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a

maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a

amostra

Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos

tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente

em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado

garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas

sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de

dignidaderdquo

Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos

idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao

encontrado no estudo (202)

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas

Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos

idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave

meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam

ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em

2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)

64

Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de

frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS

indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional

(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede

do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et

al 2013)

No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus

tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim

como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem

confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)

De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia

de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos

homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do

que 240 mgdL (elevado)

A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem

de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute

importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na

reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado

por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco

para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do

controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e

crocircnicas (BRASIL 2006)

Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos

princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam

os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle

glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia

intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia

(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na

populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia

Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash

HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se

associam (SBD 2013-2014)

65

Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia

apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais

causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos

idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre

as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias

em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo

supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)

Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de

medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os

diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida

mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso

expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)

antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando

a importacircncia das outras patologias citadas

Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra

estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo

Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006)

A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um

problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre

pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no

metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas

podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do

idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave

prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)

Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao

manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos

colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute

desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011

POON BRAUN 2005)

Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos

66

quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA

aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA

controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados

justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo

enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma

entraram

Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes

ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial

sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em

outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais

inadequados (MOREIRA et al 2008)

Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram

hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o

subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo

essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos

deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico

(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)

Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do

estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar

relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e

independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)

apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo

devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando

anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o

idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal

transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)

O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de

elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre

os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado

para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a

habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas

de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos

67

externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os

processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e

compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em

contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas

aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)

Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda

natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento

cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma

necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees

associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores

educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e

capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual

das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo

que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado

na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados

alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao

prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma

craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais

e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)

Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos

anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido

levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees

decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de

trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da

deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES

et al 2006 MELLO et al 2012)

Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como

deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder

incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento

fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no

68

mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno

para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem

20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para

a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os

decliacutenios funcionais

A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as

diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al

2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de

idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada

(545)

O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado

provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou

endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que

vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial

da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo

(MANCINI 2010)

O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional

por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em

idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura

acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da

quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC

e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e

obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)

Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos

e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave

mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou

que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser

protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)

A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral

especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo

na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees

nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI

69

2005 LIMA DUARTE 2013)

53 Caracteriacutesticas comportamentais

Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala

deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar

precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute

menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social

contemporacircneo (NEVES 2004)

A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar

subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica

por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres

(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida

alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim

a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)

Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o

envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou

dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas

pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo

aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior

sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental

(SILVA 2008)

No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)

mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os

estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de

Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)

e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que

revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187

respectivamente

Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram

fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo

maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante

70

A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de

fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A

nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave

neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a

obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)

O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De

acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o

surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de

cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004

PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede

levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em

geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda

Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)

Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O

tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente

atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de

condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)

Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de

vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute

acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude

da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)

Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior

aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006

ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais

acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer

lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)

Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de

uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o

Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade

vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por

sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30

minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada

71

moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por

semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)

Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo

da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade

fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado

em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4

mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se

as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre

o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o

incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do

Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos

com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo

de sal nos alimentos (BRASIL 2011)

54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada

No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo

confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de

vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e

comportamentais

Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram

Naturalidade

Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo

metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso

considerar sua qualidade de vida boa

No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas

Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento

populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento

meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no

setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)

72

Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos

estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas

famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram

constituindo famiacutelia ou natildeo

Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no

estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso

(BORIM BARROS NERI 2012)

Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em

comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas

para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de

melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o

WHOQOL-bref

A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os

idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de

QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do

instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente

rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os

idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas

estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)

Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o

ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio

urbano

Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida

atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural

apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados

obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)

Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e

do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas

diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de

qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que

os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos

que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida

73

mais ativa que levam

Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir

que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida

superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital

pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a

associaccedilatildeo encontrada

Comorbidades

Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma

pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco

ou mais comorbidades

Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que

torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a

promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade

de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)

Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente

relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo

frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um

nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam

maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute

diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)

Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as

escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento

sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS

2011)

Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre

doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al

2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)

Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado

em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta

diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI

74

CICONELLI 2011)

Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas

crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que

focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais

adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo

integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)

A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua

prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso

consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de

isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou

mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua

autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e

com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)

Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem

implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque

para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a

magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco

aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu

uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60

da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo

adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia

aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria

da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)

Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo

gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem

lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza

destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)

Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o

desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas

sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus

fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano

aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias

75

crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool

inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees

em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)

cuidado integral (BRASIL 2011)

Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a

prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e

consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos

Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo

aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa

sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A

ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande

magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de

exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)

Doenccedila do aparelho respiratoacuterio

Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio

tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com

idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria

Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter

progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar

sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)

A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos

acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada

como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et

al 2006)

Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem

reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos

valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo

da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio

respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)

76

Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de

suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de

pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees

respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com

condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas

comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas

pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o

diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente

satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)

Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter

impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir

complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas

no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)

HF positivo para HAS

Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a

pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o

agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a

principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)

No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse

nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo

estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de

doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta

e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo

(BRASIL 2006)

A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas

como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER

2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e

confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)

A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que

77

exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem

disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao

maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica

(MIRANDA et al 2002)

Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade

colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas

medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os

tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)

Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na

prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos

puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)

As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura

pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre

elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo

e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)

Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para

o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de

responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees

cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a

melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)

PHQ-total ge 3

Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a

chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais

comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma

patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute

calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10

dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)

Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na

qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo

78

geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo

provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto

negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de

sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG

Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de

vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na

qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007

FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)

Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em

diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de

reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima

solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo

terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema

Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo

papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos

podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma

eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado

vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)

Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa

Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono

familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos

Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave

sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta

prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente

Atividade fiacutesica

Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um

gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente

sua qualidade de vida

No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos

afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute

79

integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia

Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de

30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida

fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o

pratica (REIS SOUZA 2011)

A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas

funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto

os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu

desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio

corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)

Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os

niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial

coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)

Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio

social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de

liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)

Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor

prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos

vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De

acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a

sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens

Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor

para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram

o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo

experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que

avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de

depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias

cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores

de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a

adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida

Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando

80

praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo

compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de

manter conviacutevio social principalmente entre idosos

Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada

nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE

2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel

(LIMA-COSTA et al 2009)

55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref

O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou

extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o

valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses

foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os

idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte

ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso

a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio

Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados

com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas

informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre

outros

Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida

Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O

IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida

renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos

relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De

acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH

nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e

seguranccedila ambiental

Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas

respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da

qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas

81

externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)

Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui

o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)

para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as

condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas

dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes

(RIO DE JANEIRO 2010)

O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou

indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees

habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)

O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo

apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade

avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees

metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por

exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos

que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE

JANEIRO 2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o

Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado

pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da

distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes

Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte

atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH

condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida

de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem

apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em

contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque

os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente

apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em

locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)

Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O

82

IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede

que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer

para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados

baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees

Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento

de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e

Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas

de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas

de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas

responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)

A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em

nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute

representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em

54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui

os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)

Escolas Municipais 17

Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02

Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10

Creches Conveniadas 37

Escolas Estaduais 41

Hospitais Puacuteblicos 02

Hospitais Particulares 01

Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16

Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01

Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04

Centro de Referecircncia do Idoso 01

Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01

Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01

Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01

Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01

Farmaacutecia Distrital 01

83

Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos

puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos

constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do

ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como

um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras

Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da

miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo

e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)

Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no

municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se

encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash

alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas

e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)

A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser

definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito

concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a

pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve

presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas

mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse

comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de

morte nos idosos (BRASIL 2014)

Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos

como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees

dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo

ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil

como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se

organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos

de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES

MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete

significativamente o meio ambiente no qual ele vive

Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos

84

da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia

contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas

que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de

serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes

de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)

No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL

2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000

habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas

relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de

moradia)

Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento

da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A

campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto

do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os

direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir

qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de

sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)

Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de

assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com

os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)

Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam

negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o

intuito de se buscar possiacuteveis melhorias

56 Limitaccedilotildees do estudo

O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento

Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim

afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas

Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem

como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da

populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o

85

calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa

Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a

inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na

avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras

investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de

referecircncia para idosos

86

6 CONCLUSOtildeES

O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou

como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais

(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria

predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre

60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)

Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram

aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave

moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando

condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da

populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados

Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede

prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)

doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)

Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um

medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)

hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)

Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39

fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade

fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a

realizam de uma a trecircs vezes por semana

Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se

que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751

encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso

constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante

ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)

e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos

Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram

significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser

natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila

do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com

87

pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por

semana e de quatro a sete vezes por semana

Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os

idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida

Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um

grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais

O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e

intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de

vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute

importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a

qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo

realiza eacute no proacuteprio local

Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de

ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo

mais expressivo de idosos do municiacutepio

Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade

de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida

Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo

fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para

confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees

causais entre as variaacuteveis estudadas

Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na

populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O

estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de

poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento

das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem

sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o

acompanhamento e controle da populaccedilatildeo

Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no

trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo

baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em

diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em

88

tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de

enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)

Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio

aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo

do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave

sauacutede

Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta

para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no

centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas

socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam

do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida

desses idosos

Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem

melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o

domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida

Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute

de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos

nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de

diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de

variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e

potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa

populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem

ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de

envelhecimento ativo

89

REFEREcircNCIAS

ABBOTT RD et al Walking and dementia in physical capable elderly men JAMA 2004 292 (12)1447-53

ALBERTA SPORT RECREATION PARKS AND WILDLIFE FOUNDATION - ASRPWF Active Living Strategy Canada 2012 ALEY LPV Qualidade de vida de idosos diabeacuteticos tipo 2 usuaacuterios de um ambulatoacuterio de hospital escola 2007 150 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) - Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2007 ALVES et al A influecircncia das doenccedilas crocircnicas na capacidade funcional dos idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 23(8)1924-1930 ago 2007 ALVES LC RODRIGUES RN Determinantes da autopercepccedilatildeo de sauacutede entre idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Revista Panamericana de Salud Puacuteblica Washington v 17 n 5-6 p 333-341 2005 AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION (ADA) The nutrition screanning initiative incorporating nutrition screening and interventions into medical practice a monograph for physicians Washington DC US American Academy of Family Physicians National Council on Aging Inc 1994 ANTUNES HKM et alDepression anxiety and quality of life scores in seniors after an endurance exercise program Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 266-271 dec 2005

ANTUNES HKM et al Exerciacutecio fiacutesico e funccedilatildeo cognitiva uma revisatildeo Ver Bras Med Esporte Niteroacutei v 12 n 2 Abr 2006

BARRETO ML CARMO EH Padrotildees de adoecimento e de morte da populaccedilatildeo brasileira os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 12 (Sup) 1779-1790 2007 BATISTA LKC et al Manuseio da doenccedila renal crocircnica em pacientes com hipertensatildeo e diabetes Jornal Brasileiro de Nefrologia Satildeo Paulo v 27 n 1 p 8-13 jun 2005 BATISTA M P P ALMEIDA M H M LANCMAN S Politicas puacuteblicas para a populaccedilatildeo idosa uma revisatildeo com ecircnfase nas accedilotildees de sauacutede Rev Ter Ocup Univ Satildeo Paulo v 22 n 3 p 200-207 setdez 2011 BELO HORIZONTE Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte 2013

90

BENEDETTI TRB et al Atividade fiacutesica e estado de sauacutede mental de idosos Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 42 n 2 Abr 2008 BERTOLUCCI PHF et al O mini-exame do estado mental em uma populaccedilatildeo geral impacto da escolaridade Arquivos de Neuropsiquiatria v 52 n 1 p 1-7 1994 BORIM FSA BARROS MBA NERI AL Autoavaliaccedilatildeo da sauacutede em idosos pesquisa de base populacional no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 28(4)769-780 abr 2012

BOWLING A Perceptions of active ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole population samples Oxford Journals v 38 n 6 Ago 2009 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF Senado Federal 1988

BRASIL Casa Civil Subchefia para assuntos juriacutedicos Lei ndeg 10741 de 1deg de Outubro de 2003 Dispotildees sobre o Estatuto do Idoso e daacute outras providecircncias BrasiacuteliaDF 2003 BRASIL Decreto nordm 1948 Regulamenta a Lei ndeg 8842 de 4 de janeiro de 1994 que dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DF 1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 BrasiacuteliaDF 2010 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil 2009 Rio de Janeiro IBGE 2009 152 p (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica 25)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 15 - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 16 - Diabetes Mellitus BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Plano de accedilotildees estrateacutegicas para o enfrentamento das Doenccedilas Crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) no Brasil Brasiacutelia DF 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria n ordm 2528 Aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede da Pessoa Idosa Brasiacutelia DF 2006

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria 399GM de 22 de fevereiro 2006 Divulga o Pacto pela Sauacutede 2006 ndash Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria do Gabinete do Ministro de Estado da

91

Sauacutede de ndeg 1395 de 9 de dezembro de 1999 que aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil no 237-E pp 20-24 13 dez seccedilatildeo 1 BrasiacuteliaDF 1999 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas e Estrateacutegicas Atenccedilatildeo agrave sauacutede da pessoa idosa e envelhecimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 44 p (Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede) (Seacuterie Pactos pela Sauacutede 2006 12) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Envelhecimento e sauacutede da pessoa idosa Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007 192 p (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos) (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 19) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Coordenaccedilatildeo de Prevenccedilatildeo e Vigilacircncia Inqueacuterito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenccedilas e agravos natildeo transmissiacuteveis Brasil 15 capitais e Distrito Federal 2002-2003 Rio de Janeiro INCA 2004 186 p BRASIL Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Brasil manual de enfrentamento agrave violecircncia contra a pessoa idosa Eacute possiacutevel prevenir Eacute necessaacuterio superar Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Texto de Maria Ceciacutelia de Souza Minayo mdash Brasiacutelia DF Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica 2014 BROWN C J FRIEDKIN R J INOUYE S K Prevalence and outcomes of low mobility in hospitalized older patients Journal of the American Geriatrics Society v 52 n 8 p 1263-1270 aug 2004 BRYMAN A et al Anaacutelise de dados em ciecircncias sociais introduccedilatildeo agraves teacutecnicas utilizando o SPSS para Windows 1992 BUSS PM Promoccedilatildeo da sauacutede e qualidade de vida Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 5(1)163-177 2000 CAMARANO et al Idosos brasileiros indicadores de condiccedilotildees de vida e de acompanhamento de poliacuteticas Brasiacutelia Presidecircncia da Repuacuteblica 2005 144 p CAMARANO AA KANSO S MELLO JL Como vive o idoso brasileiro In CAMARANO A A (Org) Os novos idosos brasileiros muito aleacutem dos 60 Rio de Janeiro IPEA 2004a cap 1 p 25-73 CAMARANO AA (Org) Muito aleacutem dos 60 os novos idosos brasileiros Rio de Janeiro Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada 1999 382 p

92

CAMPOLINA AG DINI PS CICONELLI RM Impacto da doenccedila crocircnica na qualidade de vida de idosos da comunidade em Satildeo Paulo (SP Brasil) Ciecircnc sauacutede coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 Jun 2011 CANAVARRO MC et al Desenvolvimento dos instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida na infecccedilatildeo VIH da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHOQOL-HIV WHOQOL-HIV-BREF) para portuguecircs de Portugal apresentaccedilatildeo de um projecto 2005 11 p CARNEIRO R S Qualidade de vida apoio social e depressatildeo em idosos relaccedilatildeo com habilidades sociais Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica Porto Alegre v 20 n 2 p 229-237 2007 CARVALHO JAM de GARCIA RA O envelhecimento da populaccedilatildeo brasileira um enfoque demograacutefico Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 725-733 maiojun 2003 CENTRO INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE Declaraccedilatildeo do Rio Aleacutem da Prevenccedilatildeo e Tratamento Desenvolvendo uma Cultura do Cuidado em resposta agrave Revoluccedilatildeo da Longevidade Brasil 2013

CHAVES MLF Testes de avaliaccedilatildeo cognitiva Mini-Exame do Estado Mental Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da ABN (perioacutedico na internet) 2006-2008 CHEUNG K L SOMAN S TAMURA M K Special considerations in the management of chronic kidney disease in the elderly DialysisampTransplantation United States v 40 n 6 p 241-243 june 2011 CURITIBA Secretaria Municipal da Sauacutede Autocuidado apoiado manual do profissional de sauacutede 92p Curitiba 2012 DANTAS ELR et al Geneacutetica do cacircncer hereditaacuterio Rev Bras De Cancerologia v 55 n 3 263-69 2009 DINIZ AMA NAHAS MIP MOSCOVITCH SK Anaacutelise espacial da violecircncia urbana em Belo Horizonte uma proposiccedilatildeo metodoloacutegica a partir de informaccedilotildees e indicadores georreferenciados Belo Horizonte 2003 DUARTE SFP REIS LAR Obesidade uma visatildeo multidisciplinar 1 ed Curitiba CRV 2012

ENGELHARDT E et al Idosos institucionalizados rastreamento cognitivo Rev Psiquiatria Cliacutenica Satildeo Paulo v 25 n 2 74-9 1998 FALLER JW et al Qualidade de vida de idosos cadastrados na estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia de Foz do Iguaccedilu-PR Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 14 803-810 2010

93

FARENZENA W P et alQualidade de vida em um grupo de idosos de Veranoacutepolis Revista Kairoacutes Satildeo Paulo v 10 n 2 p 225-243 dez 2007

FERNANDES MTO A Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede para o cuidado agrave pessoa idosa na Atenccedilatildeo Primaacuteria um Modelo Teoacuterico 216f Tese (Tese de Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2013 FERNANDES MTO SOARES SM O desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo ao idoso no Brasil Rev esc enferm USP Satildeo Paulo v 46 n

6 Dez 2012 FERREIRA ALCBM A qualidade de vida em idosos em diferentes contextos habitacionais a perspectiva do proacuteprio e do seu cuidador 2009 94f Dissertaccedilatildeo (Mestrado Integrado em Psicologia) ndash Faculdade de Psicologia e Ciecircncias da Educaccedilatildeo Universidade de Lisboa Lisboa 2009 FLECK M P A O instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) caracteriacutesticas e perspectivas Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 33-38 2000 FLECK MPA CHACHAMOVICH E TRENTINI CM Projeto WHOQOL-OLD meacutetodo e resultados de grupos focais no Brasil Revista Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 n 6 p 793-799 dez 2003 FLECK MPA et al A avaliaccedilatildeo de qualidade de vida guia para profissionais da sauacutede Porto Alegre Artmed 2008 228 p FLECK MPA et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento abreviado de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida ldquoWHOQOL-brefrdquo Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 34 n 2 p 178-183 abr 2000

FLORIANO PJ DALGALARRONDO P Sauacutede mental qualidade de vida e religiatildeo em idosos de um Programa de Sauacutede da Famiacutelia Jornal Brasileiro de Psiquiatria Rio de Janeiro v 56 n 3 p 162-170 2007 FORTIN MF DUCHARME F Os estudos de tipo correlacional In FORTIN M F (Org) O processo de investigaccedilatildeo da concepccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo 3 ed Loures Lusociecircncia 2003 cap 13 p 173-182 FRANCISCO PMSB et al Fatores associados agrave doenccedila pulmonar em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 40(3)428-35 2006 FREEDMAN VA MARTIN LG Contribution of chronic conditions to aggregate changes in old-age functioning Am J Public Health 901755-60 2000 FREITAS EV XAVIER FL Tratado de Geriatria e Gerontologia 3 ed [Sl] Guanabara Koogan 2011

94

GILES-CORTI B DONOVAN RJ Relative influences of individual social environmental and physical environmental correlates of walking American Journal of Public Health Washington v 93 n 9 p 1583-1589 sept 2003 GLEZEN WP et al Impact of respiratory virus infections on persons with chronic underlying conditions JAMA 2000283(4)499-505 GORDILHO A et al Desafios a serem enfrentados no terceiro milecircnio pelo setor sauacutede na atenccedilatildeo integral ao idoso Rio de Janeiro UnATI UERJ 2000

GOULART D et al Tabagismo em idosos Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de

Janeiro v 13 n 2 Aug 2010 GRABOWSKI DC ELLIS JE High body mass index does not predict mortality in older people analysis of the longitudinal study of aging J Am Geriatr Soc v 49

968-79 2001 GUIMARAtildeES SJ MIRANDA JLS MACEDO LTA Violecircncia contra o idoso uma questatildeo social a ser discutida UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAtildeO - III Jornada Internacional de Poliacuteticas Puacuteblicas Questatildeo Social e Desenvolvimento no Seacuteculo XXI Satildeo Luiacutes ndash MA agosto 2007 GUSMAtildeO JL A qualidade de vida da pessoa com hipertensatildeo arterial In PIERIN A M G (Coord) Hipertensatildeo arterial uma proposta para o cuidar Satildeo Paulo Manole 2004 cap 15 p 263-274

HAIR JF Jr et al Anaacutelise de Dados Multivariados 6 ed Upper Saddle River Prentice-Hall 2009 HALLAL PC et al Physical inactivity prevalence and associated variables in Brazilian adults Medicine and Science in Sports and Exercise Hagerstown v 35 n 11 p 1894-1900 nov 2003 HALVORSRUD L et al Quality of life in older Norwegian adults living at home a cross-sectional survey Journal of Research in Nursing London v 17 n 1 p 12-29 oct 2010

HWANG HF et al Suitability of the WHOQOL-bref for community-dwelling older people in Taiwan Age and Ageing Oxford v 32 n 6 p 593-600 Nov 2003

HULSE GK Alcohol drugs and much more in later life Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 24 p 34-41 apr 2002 JAKOBSSON U HALLBERG IR WESTERGREN A Overall and health related quality of life among the oldest old in pain Quality of Life Research v 13 n 1 p 125-136 feb 2004 JARDIM JRB et al Doenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (DPOC) In Prado

95

FC Ramos J Valle JR editores Atualizaccedilatildeo terapecircutica Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2003 p1427-30 JOIA LC RUIZ T DONALISIO MR Condiccedilotildees associadas ao grau de satisfaccedilatildeo com a vida entre a populaccedilatildeo de idosos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 41 n 1 p 131-138 fev 2007 JOINT NATIONAL COMMITTEE The seventh report of the Joint National Committee on prevention detection evaluation and treatment of high blood pressure [sl sn] 2004 87 p (NIH Publication n 04-5230) JUacuteNIOR FGP OLIVEIRA MTC Iacutendice de Vulnerabilidade da Sauacutede de Belo Horizonte compreendendo realidades locais para priorizar a alocaccedilatildeo de recursos e nortear poliacuteticas puacuteblicas Belo Horizonte 2012 KATZ S et al Studies of illness in the aged The index of ADL a standardized measure of biological and psychosocial function JAMA The Journal of the American Medical Association Chicago v 185 n 12 p 914-919 sept 1963 KEMPEN GIJM et al Risk and protective factors of different functional trajectories in older person are these the same The Journals of Gerontology v 61B n 2 p 95-101 2005 KIMURA M SILVA JV Ferrans and Powers quality of life index Rev Esc Enferm USP 43(especial)1098-104 2009 KOLTYN K F The association between physical activity and quality of life in older women Womenrsquos Health Issues New York v 11 n 6 p 471-480 novdec 2001 KROENKE K SPITZER RL WILLIAMS JB The Patient Health Questionnaire-2 validity of a two-item depression screener Medical Care Hagerstown v 41 n 11 p 1284-1292 nov 2003 KURCGANT P Gerenciamento em Enfermagem 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2010 196 p

LEBRAtildeO ML O envelhecimento no Brasil aspectos da transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica Sauacutede Coletiva Satildeo Paulo v 4 n 6 2007

LEBRAtildeO ML DUARTE YAO SABE ndash Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento ndash O Projeto Sabe no municiacutepio de Satildeo Paulo uma abordagem inicial Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 255p 2003 LIMA-COSTA MFF A escolaridade afeta igualmente comportamentos prejudiciais agrave sauacutede de idosos e adultos mais jovens Inqueacuterito de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v 13 n 4 p 201-208 dez 2004

96

LIMA-COSTA MFF et al Projeto Bambuiacute um estudo epidemioloacutegico de caracteriacutesticas sociodemograacuteficas suporte social e indicadores de condiccedilatildeo de sauacutede dos idosos em comparaccedilatildeo aos adultos jovens Informe Epidemioloacutegico do SUS Brasiacutelia v 11 n 2 p 91-105 abrjun 2002 LIMA-COSTA MFF et al Comportamentos em sauacutede entre idosos hipertensos Brasil 2006 Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 p 18-26 nov 2009 Suplemento 2 LIMA PV DUARTE SFP Prevalecircncia de obesidade em idosos e sua relaccedilatildeo com hipertensatildeo e diabetes Rev Interscentia v 1 n 3 2013

LOPES PAPL Qualidade de vida e suporte social do idoso no meio rural e no meio urbano um Estudo comparativo e correlacional 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Psicologia) ndash Instituto Superior de Psicologia Aplicada Lisboa 2004 LOURENCcedilO RVR Formaccedilatildeo Humana em geriatria e gerontologia uma perspectiva interdisciplinar UERJ p89-92 2006 LOW G MOLZAHN AE KALFOSS M Quality of life of older adults in Canada and Norway examining the Iowa Model Western Journal of Nursing Research United States v 30 n 4 p 458-476 june 2008

LOW G MOLZAHN AE Predictors of Quality of Life in Old Age A Cross-Validation Study Research in Nursing amp Health v 30 p 141-150 2007 LOYOLA FILHO A I de et al Estudo de base populacional sobre o consumo de medicamentos entre idosos Projeto Bambuiacute Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 21 n 2 p 545-553 marabr 2005 LOYOLA FILHO A I de UCHOA E LIMA-COSTA M F F Estudo epidemioloacutegico de base populacional sobre uso de medicamentos entre idosos na Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 12 p 2657-2667 dez 2006 LUCCHETTI G et al Fatores associados agrave polifarmaacutecia em idosos institucionalizados Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 13 n 1

2010

LUCCHETTI G et al O idoso e sua espiritualidade impacto sobre diferentes aspectos do envelhecimento Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 14 n 1 2011 MACHADO FN Capacidade e desempenho para a realizaccedilatildeo das Atividades Baacutesicas de Vida Diaacuteria um estudo com idosos dependentes 2010 130f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2010

97

MAGALHAtildeES MM LIMA ACP Noccedilotildees de Probabilidade e Estatiacutestica 6ordf ed IME-USP ED USP 2002 MANCINI MC Tratado de Obesidade Itapevi AC Farmacecircutica 2010 MARQUES D RODRIGUES L Emigrantes e imigrantes de Belo Horizonte em relaccedilatildeo ao restante da RMBH uma aplicaccedilatildeo do meacutetodo ldquoGrade of Member shiprdquo (GoM) In Encontro Nacional de Estudos Populacionais 15 2006 Caxambu 20 p MARTINS et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida subjetiva dos idosos uma comparaccedilatildeo entre os residentes em cidades rurais e urbanas Estud interdiscip envelhec Porto Alegre v 11 p 135-154 2007 MATTEWS KA et al Socioeconomic trajetories and incident hypertension in a biracial cohort of young adults Hypertension 39772-6 2002

MEIRELLES BHS et alCondiccedilotildees associadas agrave qualidade de vida dos idosos com doenccedila crocircnica Cogitare Enfermagem Paranaacute v 15 n 3 p 433-440 julset 2010 MELLO BLD HADDAD MCL DELLAROZA MSG Avaliaccedilatildeo cognitiva de idosos institucionalizados Acta Scientiarum Maringaacute v 34 n 1 p 95-102 Jan-June 2012 MELLO E TEIXEIRA MB Depressatildeo em idosos Revista Sauacutede v 5 n 1 2011 MENEZES AM VICTORA CG RIGATTO M Prevalence and risk factors for chronic bronchitis in Pelotas RS Brazil a population-based study Thorax 199449(12)1217-21 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um debate necessaacuterio Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 7-18 2000

MINGOYI SA et al Meacutetodos de Amostragem com Aplicaccedilotildees na Aacuterea Empresarial Belo Horizonte Departamento de Estatiacutestica da UFMG 2000 MIRANDA RD et al Hipertensatildeo arterial no idoso peculiaridades na fisiopatologia no diagnoacutestico e no tratamento Rev Bras Hipertens 9 293-300 2002 MIRANZI SSC et al Qualidade de vida de indiviacuteduos com Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo acompanhados por uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia Texto Contexto Enferm Florianoacutepolis Out-Dez 17(4) 672-9 2008 MORAES JFD de SOUZA VBA Factors associated with the successful aging of the socially-active elderly in the metropolitan region of Porto Alegre Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 302-308 dez 2005

98

MOREIRA LB et alConhecimento sobre o tratamento farmacoloacutegico em pacientes com doenccedila renal crocircnica Revista Brasileira de Ciecircncias Farmacecircuticas Satildeo Paulo v 44 n 2 p 315-325 abrjun 2008 NAHAS MIP et al Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana de Belo Horizonte (IQVU ndash BH) um instrumento intra-urbaniacutestico de gestatildeo da qualidade de vida Belo Horizonte 1437-51 2013 NERI AL (Org) Qualidade de vida e idade madura 7 ed Campinas Papirus 2007 285 p (Coleccedilatildeo Viva idade) NERI AL (Org) Palavras-chave em gerontologia 3 ed Campinas Aliacutenea 2008 218 p (Coleccedilatildeo Velhice e Sociedade) NEVES DP Alcoolismo acusaccedilatildeo ou diagnoacutestico Cad Sauacutede Puacuteblica V 20 n 1 7-14 janfev 2004

OLIVEIRA AFG Testes estatiacutesticos para comparaccedilatildeo de meacutedias Revista Eletrocircnica Nutritime V 5 n 6 p 777-788 novdez 2008 OLIVEIRA DLC GORETTI LC PEREIRA LSM O desempenho de idoso institucionalizados com alteraccedilotildees cognitivas em atividades de vida diaacuteria e mobilidade estudo piloto Rev bras fisioter V 10 n 1 (2006) 91-96 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE - OMS Envelhecimento Ativo uma Poliacutetica de sauacutede Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Mental Health New Understanding New Hope 1ordf ediccedilatildeo Lisboa Abril de 2002 PASKULIN LMG Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um distrito sanitaacuterio de Porto AlegreRS 2006 170 f Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 PASKULIN LMG MOLZAHN A Quality of life of older adults in Canada and Brazil Western Journal of Nursing Research United States v 29 n 1 p 10-26 feb 2007 PEIXOTO SV FIRMO JOA LIMA-COSTA MFF Condiccedilotildees de sauacutede e tabagismo entre idosos residentes em duas comunidades brasileiras (Projeto Bambuiacute e Belo Horizonte) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 9 p 1925-1934 set 2006 PEIXOTO SV GIATTI L AFRADIQUE ME LIMA-COSTA MF Custo das internaccedilotildees hospitalares entre idosos brasileiros no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede Epidemiol Serv Sauacutede Dez 13(4)46-53 2004 PEDROSA RP DRAGER LF Como diagnosticar e tartar hipertensatildeo arterial

99

sistecircmica Grupo Editorial Moreira Jr v 65 n 12 dez 2008 PEREIRA JC BARRETO SM PASSOS VMA O perfil de sauacutede cardiovascular dos idosos brasileiros precisa melhorar estudo de base populacional Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 91 n 1 p 1-10 jul 2008 PEREIRA RJ et al Influecircncia de fatores soacutecios sanitaacuterios na qualidade de vida dos idosos de um municiacutepio do Sudeste do Brasil Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 p 2907-2917 jun 2011 POON IO BRAUN U High prevalence of orthostatic hypotension and its correlation with potentially causative medications among elderly veterans Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics Oxfordv30 n 2 p 173-178 apr 2005 PORTUGAL Porto lazer No Porto a Vida eacute Longa Portugal 2006 RAMOS LR Fatores determinantes do envelhecimento saudaacutevel em idosos residentes em centro urbano Projeto Epidoso Satildeo Paulo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeirov19 n 3 p 793-798 maiojun 2003

REIS AES SOUZA JA Atividade fiacutesica para idosos Revista de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) v 1 n 1 2011 RIO DE JANEIRO Observatoacuterio das Metroacutepoles Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia Iacutendice de Bem-Estar Urbano Rio de Janeiro set 2010 RODRIGUES RMC LOUREIRO LMJ SILVA SMDT Os muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbra Escola Superior de Enfermagem em Coimbra Portugal Coimbra 2009

ROSA TEC et al Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 3740-8 2003

ROSEMBERG J ROSEMBERG AMA MORAES MA de Nicotina droga universal Satildeo Paulo Centro de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Secretaria de Estado da Sauacutede de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2003 174 p

SANTOS DM SICHIERI R Iacutendice de massa corporal e indicadores antropomeacutetricos de adiposidade em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica v 39 n 2 163-8 2005 SANTOS PM et al Percepccedilatildeo de qualidade de vida entre idosos jovens e longevos praticantes de hidroginaacutestica Revista Brasileira de Qualidade de Vida v 5 p 1-11 2013 SAUERESSIG S et al Prevalecircncia de tabagismo em idosos atendidos pelo Programa de Sauacutede da Famiacutelia em Camaquatilde - RS Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica do Rio

100

Grande do Sul Porto Alegre v 51 n 3 p 173-179 julset 2007 SCHNEIDER RH IRIGARAY TQ O envelhecimento na atualidade aspectos cronoloacutegicos bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais Estudos de Psicologia Campinas v 25 n 4 p 585-593 outdez 2008 SCOCCO P FANTONI G CAON F Role of depressive and cognitive status in self-reported evaluation of quality of life in older people comparing proxy and physician perspectives Age Ageing Oxford v 35 n 2 p 166-171 mar 2006 SEQUEIRA A SILVA MN O Bem Estar da Pessoa Idosa no Meio Rural Anaacutelise Psicoloacutegica Lisboa v 3 p 505-516 2002

SILVA AA da Alcoolismo em idosos Revista Cientiacutefica Eletrocircnica de Psicologia Satildeo Paulo ano VI n 10 maio 2008 6 p

SILVA PAB Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos adscritos no Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Minas Gerais 2012 184f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2012 SILVA SD A implantaccedilatildeo de um centro de convivecircncia para pessoas idosas um manual para profissionais e comunidades Rio de Janeiro CRDE UnATI UERJ 2003 57p SILVESTRE JA NETO C MENEZES M Abordagem do idoso em programas de sauacutede da famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica 19839-47 2003

SOARES SM et al Qualidade de Vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos atendidos em Unidades Baacutesicas de Sauacutede do Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Projeto de Pesquisa realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH) Belo HorizonteMG 2013

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES ndash SBD Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes Satildeo Paulo 2013-2014 SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ndash SOCERJ Recomendaccedilotildees da SOCERJ ndash Manejo Terapecircutico em Cardiogeriatria Revista da SOCERJ v 17 sup B Jun 2004 SOUSA L GALANTE H FIGUEIREDO D Qualidade de vida e bem-estar dos idosos um estudo exploratoacuterio na populaccedilatildeo portuguesa Revista de Sauacutede Puacuteblica v 37 n 3 2003 SOUZA R et al Avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica em idosos estimativas de peso e altura e concordacircncia entre classificaccedilotildees de IMC Rev bras geriatr gerontol Rio de Janeiro v 16 n 1 Mar 2013

101

TAMAI SAB et al Impacto de um programa de promoccedilatildeo da sauacutede na qualidade de vida do idoso Einstein 9 (1 Pt 1)8-13 2011

TRENTINI CM Qualidade de vida em idosos 2004 224f Tese (doutorado) ndash Faculdade de Medicina Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2004

UMBELINO GJM Aplicaccedilatildeo do Iacutendice de Qualidade de Vida Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil Rev Bras Est Pop Satildeo Paulo v 24 n 2 p 339-340 juldez 2007 UNITED NATIONS Ageing New York United Nations 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Nuacutecleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG Instituto Jenny de Andrade Faria Belo Horizonte 2014 VASCONCELOS F F et al Utilizaccedilatildeo medicamentosa por idosos de uma Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia de Fortaleza - CE Acta Paulista de Enfermagem Satildeo Paulo v 18 n 2 p 178-183 abrjun 2005 VECCHIA R D et al Qualidade de vida na terceira idade um conceito subjetivo Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v 8 n 3 p 246-252 set 2005 VERAS RP CALDAS PC Promovendo a sauacutede e a cidadania do idoso o movimento das universidades da terceira idade Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 9(2) 423-432 2004 VERAS R Em busca de uma assistecircncia adequada agrave sauacutede do idoso revisatildeo da literatura e aplicaccedilatildeo de um instrumento de detecccedilatildeo precoce e de previsibilidade de agravos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 705-715 maiojun 2003 VERAS R Envelhecimento populacional contemporacircneo demandas desafios e inovaccedilotildees Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 n 3 p 548-554 maiojun 2009 VERAS R Estrateacutegias para o enfrentamento das doenccedilas crocircnicas um modelo em que todos ganham Rev Bras Geriatr 14 (4) 779-789 Rio de Janeiro 2011 VERAS R Foacuterum Envelhecimento populacional e as informaccedilotildees de sauacutede do PNAD demandas e desafios contemporacircneos Introduccedilatildeo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 10 p 2463-2466 out 2007

VIDMAR et al Atividade fiacutesica e qualidade de vida em idosos Revista Sauacutede e Pesquisa v 4 n 3 p 417-424 setdez 2011 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL Versatildeo em

102

portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998a cap 3 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-100 e do WHOQOL-bref Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998b cap 4 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo em portuguecircs do WHOQOL-100 Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998c cap 2

WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Envelhecimento ativo uma poliacutetica de sauacutede Traduccedilatildeo de Suzana Gontijo Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 60 p Traduccedilatildeo de Active ageing a policy framework WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL The World Health Organization Quality of Life assessment Position paper from the World Health Organization Social Science amp Medicine v 41 P 1403-1409 1995 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Towards age-friendly primary health care Geneva WHO 2004 30 p (Active Ageing Series) WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL WHOQOL-bref US Version Washington Universidade de Washington 1997 12 p ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao sedentarismo no lazer em idosos Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 6 p 1329-1338 jun 2007

ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao tabagismo em idosos Inqueacuterito de Sauacutede no Estado de Satildeo Paulo (ISA-SP) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 28 n 3 p 583-595 mar 2012 ZAITUNE MPA et al Hipertensatildeo arterial em idosos prevalecircncia fatores associados e praacuteticas de controle no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(2) 285-294 fev 2006

ZASLAVSKY C GUS I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidades Arq Bras Cardiol volume 79 nordm 6 635-9 2002

103

ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

World Health Organization Quality of Life-bref

104

105

106

Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos

Questionaacuterio nordm _______

Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________

Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________

Endereccedilo _____________________________________________________________________

Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______

Telefone de contato ________________

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

Nome completo ______________________________________________________________

Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________

Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo

Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro

Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra

PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -

Vocecirc estaacute trabalhando atualmente

Se sim especifique _____________________

(1) sim (2) natildeo

Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo

Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez

Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo

(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos

(3) entre 3 a 5 salaacuterios

(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos

- MORADIA -

Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo

Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +

Possui banheiro (1) sim (2) natildeo

Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo

Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo

Mora sozinho (1) sim (2) natildeo

Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique grau de parentesco ________________________

Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos

Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos

(4) netos (5) outros ______________________

107

(Continua)

- ESCOLARIDADE -

Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo

Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado

HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA

- AUDIT-C -

Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo

Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4

Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4

Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4

O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente

108

(Continua)

- TABAGISMO -

Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo

Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo

Quantos cigarros vocecirc

fuma (va) por dia

(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica

Haacute quanto tempo vocecirc

fuma (va)

(1) menos de 2

anos

(2) de 2 a 10

anos

(3) mais de 10

anos

(99) natildeo se aplica

- ATIVIDADE FIacuteSICA -

Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo

Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong

(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________

Frequecircncia (1) 1xsemana

(4) nunca

(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana

HISTOacuteRIA CLIacuteNICA

Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo

Se sim qual

( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias

( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________

Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique ________________________________________________________________________

Haacute quanto tempo ______ (em anos)

HISTOacuteRIA FAMILIAR

Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve

Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo

Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo

Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo

Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo

Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo

Obesidade (1) sim (2) natildeo

Cacircncer (1) sim (2) natildeo

Demecircncia (1) sim (2) natildeo

Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo

109

(Conclusatildeo)

The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas

1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3

AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA

Peso medido (kg) _____________

Estatura aferida (m) ___________

IMC ___________ (kgmsup2)

Circunferecircncia cintura (cm) _________

Circunferecircncia quadril (cm) _________

Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____

PRESSAtildeO ARTERIAL

Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)

PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg

PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg

110

ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA

PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

111

112

ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG

113

ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL

SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS

NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

114

ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH

DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

Page 5: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …

Esta pesquisa eacute vinculada ao Nuacutecleo de

Estudos e Pesquisas em Cuidado e

Desenvolvimento Humano da Escola de

Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais

Dedico este trabalho

Agrave Deus

Pelo dom da vida por me guiar em todos os

meus caminhos e pela paz concedida nos

periacuteodos de dificuldade

Aos meus pais ldquojurdquo e ldquotomrdquo

Pela minha existecircncia pelo apoio e

compreensatildeo nos momentos difiacuteceis Tudo

que sou devo a vocecircs minhas vitoacuterias satildeo

suas

Aos meus queridos irmatildeos ldquoleleordquo e

durdquo

Por me darem forccedila mesmo quando era

difiacutecil entender as minhas ausecircncias

Obrigada por tudo que fazem por mim

Ao meu namorado Thiago

Por ter ficado ao meu lado durante todo

esse periacuteodo e por nunca me deixar

desanimar compreendendo os momentos

em que eu natildeo pude estar com vocecirc Meu

grande companheiro

Agradecimentos especiais

Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares

Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo

Obrigada pela parceria e por sempre

compreender minha situaccedilatildeo Nossa

trajetoacuteria foi marcada por momentos de

ausecircncia vindos de ambas as partes

Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees

as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo

prejudicaram nosso trabalho juntas Que

nossa caminhada continue ainda mais

fortalecida

Agrave Patriacutecia

Nem tenho palavras para agradecer toda

sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito

obrigada por tudo Que essa parceria ainda

colha muitos frutos

Agradecimentos

Aos idosos do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por colaborar com esta pesquisa de

maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs

pela maneira que lidam com o

envelhecimento e como enxergam a vida

com tanta maturidade e sabedoria

Aos familiares

Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e

festejarem comigo as minhas conquistas

Aos meus amigos

Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo

da minha ausecircncia Mas saibam que

agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs

satildeo fundamentais para mim

Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede

Ermelinda

Sem o apoio de todos vocecircs a

concretizaccedilatildeo deste trabalho seria

impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos

momentos de sobrecarga devido agraves minhas

ausecircncias principalmente aos meus

colegas enfermeiros e agrave equipe amarela

Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo

para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero

que este trabalho possa contribuir de

maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave

sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por

tudo

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de

Belo Horizonte em especial ao

Distrito Noroeste

Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu

mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos

seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que

contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede

mais digna e humanizada

Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no

local e por acreditar tanto no que estamos

fazendo Espero que nossos resultados

possam contribuir com o trabalho de vocecircs

Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia

o Centro com tanta competecircncia e amor

Aos demais funcionaacuterios do Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa

Pela receptividade durante todo o periacuteodo

que ficamos no local de trabalho de vocecircs e

pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos

idosos

Aos integrantes do NEPCDH

Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria

desta pesquisa

Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que

colaboraram na coleta de dados

Liacuterica e Francielle

Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo

existiria

Obrigada pela grande parceria

Aos colegas de mestrado

Pelo compartilhamento de alegrias e

frustraccedilotildees

RESUMO

MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local

Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso

ABSTRACT

MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research

Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32

Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e

Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte

MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

Graacutefico 2

Graacutefico 3

-

-

Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1

WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo

Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54

Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 56

Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida

por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60

LISTA DE TABELAS

1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44

2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45

3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47

4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49

5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50

6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de

QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 53

9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014 55

10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua

sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 59

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico

BH

CRPI

-

-

Belo Horizonte

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara

DP - Desvio-padratildeo

EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais

G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV

boasatisfeito

G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou

QV ruiminsatisfeito

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

IQ - Intervalo Interquartil

NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento

Humano

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OR - Odds Ratio

PA - Pressatildeo Arterial

PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica

PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica

PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

QVG - Qualidade de Vida Geral

Sm - Salaacuterio Miacutenimo

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

WHO - World Health Organization

WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group

WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16

12 Objetivo 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21

21 Envelhecimento populacional 21

22

221

Qualidade de vida do idoso 23

Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede

24

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27

3 METODOLOGIA 31

31 Tipo de estudo 31

32 Aacuterea e local do estudo 31

33

331

332

Populaccedilatildeo do estudo 31

Caacutelculo amostral 31

Criteacuterios de seleccedilatildeo 32

34 Coleta de dados 33

35 Variaacuteveis do estudo 33

351 Variaacutevel dependente 33

352 Variaacuteveis independentes 34

353 Instrumentos para a coleta de dados 34

36

37

Anaacutelise dos dados 40

Questotildees eacutetico-legais 41

SUMAacuteRIO

4 RESULTADOS 43

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43

42 Anaacutelise multivariada 57

5 DISCUSSAtildeO 61

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63

53 Caracteriacutesticas comportamentais 69

54

55

56

Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71

Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80

Limitaccedilotildees do estudo 84

6 CONCLUSOtildeES 86

REFEREcircNCIAS 89

ANEXOS 103

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o

Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos

(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes

do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos

ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da

populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em

nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL

2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de

2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta

representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se

encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo

composta por idosos

Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a

fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)

Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60

anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses

desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa

de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou

115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27

anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento

como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais

rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto

institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que

fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)

O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos

mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado

17

estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica

Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em

meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que

expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados

(LEBRAtildeO DUARTE 2003)

Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640

de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que

deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)

Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada

de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a

estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide

populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES

RODRIGUES 2005)

Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX

acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas

mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela

diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e

parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia

inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)

Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as

doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar

incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em

desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas

seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da

sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas

doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)

Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua

que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio

agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)

Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na

sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto

mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento

18

saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al

2010)

As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos

anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para

esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e

regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais

agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que

o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional

isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas

atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)

Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas

quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A

Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como

consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso

tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo

padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade

Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas

consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de

vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo

uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros

meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)

Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo

que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do

sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees

e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla

abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado

psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os

mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)

A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica

por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades

e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de

sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as

19

incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na

velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave

qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves

atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade

acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a

autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)

Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para

a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade

desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o

comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a

famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez

que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice

contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia

autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem

tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et

al 2013)

Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas

Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute

cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de

cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as

conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se

acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o

desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e

universal (CIL 2013)

Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o

desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da

qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo

Horizonte

Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A

falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta

20

importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e

avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos

Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um

modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a

partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os

resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de

rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees

centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio

e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no

atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado

Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem

sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos

que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e

produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os

aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais

ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)

As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento

das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em

detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas

tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento

Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas

em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI

12 Objetivo

Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e

ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais

21

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

21 Envelhecimento populacional

Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o

envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de

pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)

Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455

anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se

alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia

(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)

Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de

idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo

decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as

modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de

desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo

indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade

cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)

Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se

dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do

conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou

ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte

viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um

mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)

Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos

em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et

al 2013)

Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil

indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos

idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de

doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e

diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos

22

podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares

ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve

ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave

comunidade (OMS 2004)

Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de

idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa

intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os

vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que

os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos

associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se

que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito

de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a

promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)

Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo

ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole

population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na

Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)

que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento

ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a

importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e

na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia

(BOWLING 2009)

No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE

(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos

realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas

Gerais

Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma

aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real

conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo

(VERAS 2009)

23

22 Qualidade de vida do idoso

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de

difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam

sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento

socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos

quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)

Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que

melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma

das definiccedilotildees mais utilizadas

Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o

conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas

fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu

maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)

Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de

instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um

conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL

Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural

(CANAVARRO et al 2005)

Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute

relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel

socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o

autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos

e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades

diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)

No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as

necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades

de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)

Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com

estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico

ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da

idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente

24

associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e

inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)

Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo

agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas

gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar

dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa

qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)

No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida

em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que

dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007

GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES

ALCHIERI 2010)

Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL

da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem

consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a

subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por

exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos

mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso

(FLECK 2000 FLECK et al 2008)

221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a

promoccedilatildeo da sauacutede

A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de

envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de

otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de

melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas

No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a

sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a

manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para

doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)

Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a

25

heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso

objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que

envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para

realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)

O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave

interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos

para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de

formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em

processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da

autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)

A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a

ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL

1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na

sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo

contra a pessoa idosa

A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo

propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou

manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a

permanecircncia no meio em que vivem de forma independente

Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a

capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de

autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o

cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no

envelhecimento ativo (VERAS 2009)

No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da

Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral

integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave

integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL

1996)

Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do

envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade

funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos

26

que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade

funcional restringida (GORDILHO et al 2000)

Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como

objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e

mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos

No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional

de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia

e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos

Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar

recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da

pessoa idosa

Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do

idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo

idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive

Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto

Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover

o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)

O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso

com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de

abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)

Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700

idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de

atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade

de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de

abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)

Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo

fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do

envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de

estrateacutegia

A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade

para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior

participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo

27

estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes

favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS

2004)

Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para

enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus

entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a

constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de

sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo

espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)

Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os

inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas

cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver

accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de

convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar

ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros

(VERAS CALDAS 2004)

Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da

Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso

que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo

agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23

milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL

2010)

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos

Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o

cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa

etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG

em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de

envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e

Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a

sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade

28

do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria

Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)

O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27

consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com

piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades

de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade

para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo

Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas

subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400

procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do

municiacutepio (UFMG 2014)

Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros

e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa

considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa

concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em

conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um

centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o

fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso

o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)

Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de

referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a

qualidade de vida do idoso

Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)

reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para

pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os

idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico

ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de

BH para conquistarem este espaccedilo

O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte

desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal

Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO

29

HORIZONTE 2013)

O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos

direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e

documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento

De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento

tem como objetivos e compromissos

Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e

inclusatildeo social da pessoa idosa

Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e

elevaccedilatildeo de sua autoestima

Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua

histoacuteria

O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos

Academia da Cidade

Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila

Danccedila de salatildeo

Danccedila cigana

Danccedila Secircnior

Coral

Lian Gong

InformaacuteticaInclusatildeo Digital

Pintura em Tecido

Pintura em Tela

Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

Show de Talentos

Tarde Danccedilante (Baile)

Vida Ativa

Biodanza

O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos

podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de

30

vagas

Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que

preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida

saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)

31

3 METODOLOGIA

RSO METODOLOacuteG

31 Tipo de estudo

Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes

de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade

de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)

32 Aacuterea e local do estudo

A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas

Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da

populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)

O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590

idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados

33 Populaccedilatildeo do estudo

A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos

diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas

331 Caacutelculo Amostral

A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de

referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do

tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra

miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho

populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada

Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa

probabilidade

32

Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos

com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula

descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)

FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)

A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima

preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)

O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal

padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada

Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor

absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25

Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos

cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um

niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando

o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a

amostra final totalizou em 215 idosos

Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima

do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do

local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do

municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a

esse em centros de referecircncias para idosos

332 Criteacuterio de seleccedilatildeo

Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com

idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de

referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave

n

2

2 )1(

d

ppzn

d 2z

2z

2z 5z

33

entrevista

Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que

realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em

participar da pesquisa

34 Coleta de dados

Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes

do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola

de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)

A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave

realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em

Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma

equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma

mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH

Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por

alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada

entrevistadora

Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo

da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador

(SOARES et al 2013)

35 Variaacuteveis do estudo

351 Variaacutevel dependente

A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por

meio do instrumento WHOQOL-bref

34

352 Variaacuteveis independentes

As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas

socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado

atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir

353 Instrumentos para a coleta de dados

WHOQOL-bref

Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs

do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra

boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003

MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da

OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref

O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui

26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral

(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24

facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em

quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS

1998a)

Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir

de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo

aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia

de todas as facetas (OMS 1998a)

O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de

ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo

(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a

completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)

(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das

respostas variam entre 1 e 5

35

O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo

quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com

sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo

As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de

consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente

e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico

com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em

estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)

Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido

e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do

Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo

Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao

Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)

Mini Exame do Estado Mental

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame

do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado

mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses

O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes

paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma

delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a

orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs

palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3

pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)

O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior

grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos

o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)

Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para

o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de

educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de

36

escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes

pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para

mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD

DELLAROZA 2012)

Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos

Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o

Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade

estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como

descritos a seguir

- Sexo

Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo

univariado

- Idade

A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a

data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a

69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais

- Naturalidade

Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo

Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais

- Estado civil

Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro

- Religiatildeo

Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra

- Escolaridade

Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo

As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram

considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os

alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de

quatro anos de estudo

- Ocupaccedilatildeo atual

37

Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica

entrou no modelo univariado

- Aposentadoria

Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo

univariado

- Tipo de aposentadoria

Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve

como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado

- Renda familiar

Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em

le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios

miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos

- Moradia e nuacutemero de cocircmodos

Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3

cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui

rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)

Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais

Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram

aplicados descritos a seguir

- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire

Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui

duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)

e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem

esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem

entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma

semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia

de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos

Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade

92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)

38

- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)

Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10

questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do

AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas

perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de

ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute

pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta

Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de

aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge

4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram

adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C

mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado

- Tabagismo

Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou

natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10

cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As

respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas

(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)

- Praacutetica de atividade fiacutesica

Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia

(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)

- Comorbidades

Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)

- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)

A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint

National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL

2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico

A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de

repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio

devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio

Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na

primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente

39

Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees

da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e

hipertenso)

- Uso de medicamento

Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo

- Histoacuteria familiar de doenccedila

Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo

arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto

agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo

obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As

categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo

Dados antropomeacutetricos

As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas

segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)

- Peso

Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca

Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e

estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo

distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg

- Estatura

A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de

peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes

paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo

com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As

naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos

permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era

posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo

plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o

40

topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo

- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)

O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)

sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica

norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27

ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso

- Circunferecircncia de quadril

Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica

flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas

- Circunferecircncia da cintura

Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen

relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do

indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte

superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo

feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm

segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)

- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)

Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a

circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o

valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de

acordo com o preconizado pela OMS (1998)

O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1

Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de

inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos

36 Anaacutelise dos dados

Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o

programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)

A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas

41

expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil

(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as

categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de

Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado

Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os

grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de

variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada

quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste

U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo

parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo

teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem

estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo

multivariado

Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar

as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram

introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os

valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de

confianccedila de 95 (IC 95)

Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios

do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho

A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em

relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida

boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo

ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida

ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou

ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito

insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)

37 Questotildees eacutetico-legais

A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade

Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de

42

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE

do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos

acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava

sendo utilizado para a coleta de dados

O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)

Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em

Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)

Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil

sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de

Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)

43

4 RESULTADOS

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada

De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir

representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269

questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -

cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem

pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se

257 questionaacuterios completos e analisados

Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas

demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas

com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as

quais seratildeo discutidas a posteriori

44

TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)

Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito

satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas

oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a

proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados

fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente

significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a

sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total

N=257 ()

G1

(satisfeito)

N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito)

N=94 () p-valora

Sexo

Homem 175 178 170 0876

Mulher 825 822 830

Idade (anos)

60-69 447 393 543 0025

70-79 447 472 404

ge 80 105 135 53

Naturalidade (n=256)

BH ou RMBH 316 356 247 0144

Interior MG 609 564 688

Outros 74 80 65

Situaccedilatildeo conjugal

Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587

Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340

Religiatildeo

Catoacutelico 724 730 713 0945

Evangeacutelico 136 135 138

Outros 140 135 149

45

TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo

Alfabetizado 899 896 904 0827

Analfabeto 101 104 96

Escolaridade (anos)

lt4 214 190 255 0220

ge4 786 810 745

Trabalha atualmente

Sim 226 258 170 0106

Natildeo 774 742 830

Aposentadoria

Sim 802 798 809 0832

Natildeo 198 202 191

Tipo de Aposentadoria (n=205)

Idade 459 457 461 0594

Tempo de serviccedilo 424 442 395

Invalidez 117 101 145

Renda familiar (sm)

lt 1 191 180 211 0342

1 ˫ 3 402 385 433

3 ˫ 5 279 280 278

ge 5 127 155 78

Casa proacutepria

Sim 883 914 830 0043

Natildeo 117 86 170

Nuacutemero de cocircmodos

1 ndash 3 148 141 160 0688

4 ou mais 852 859 840

Saneamento baacutesico

Rede de esgoto 984 988 979 0625

Banheiro 1000 1000 1000 -

Aacutegua encanada 996 1000 989 0366

Arranjo domiciliar

Mora sozinho 202 202 202 0995

Mora acompanhado 798 798 798

46

Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida

ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo

ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo

trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram

acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria

com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas

De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a

satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou

diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees

47

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)

(Continua)

Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001

Neoplasia 532 513 565 0419

Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057

Diabetes mellitus 417 375 489 0077

Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479

Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038

Transtorno mental 357 288 478 0002

Obesidade 254 225 304 0164

Demecircncia 167 156 185 0558

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Nordm comorbidades

Zero 97 129 43 lt0001

1-2 572 620 489

3-4 268 227 340

5 ou mais 62 25 128

Comorbidade autorreferida

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001

Dislipidemia 265 276 245 0583

Diabetes mellitus 237 190 319 0019

Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233

172

340

0002

Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288

Cardiopatias 105 74 160 0030

Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006

Tratamento medicamentoso (n=256)

Sim 848 828 882 0252

Natildeo 152 172 118

Medicamento (n=253)

Anti-hipertensivo 597 528 717 0003

Hipolipemiante 225 224 228 0932

Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057

Diureacutetico 213 168 293 0019

Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150

137

174

0425

Antidepressivo 150 118 207 0058

AINEs 107 81 152 0077

48

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

(Conclusatildeo)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo

arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo

com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo

menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior

prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes

mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo

aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores

elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril

Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara

a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as

proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de

comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema

osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel cognitivo (MEEM)

Alterado 167 178 149 0549

Preservado 833 822 851

PHQ-2 total

ge 3 97 43 191 lt0001

lt 3 903 957 809

PA aferida (n=234)

Normotenso 628 631 624 0911

Hipertenso 372 369 376

Iacutendice de massa corpoacuterea

lt22 116 121 108 0456

22-27 376 401 333

gt27 508 478 559

RCQ

Normal 455 436 489 0404

Elevado 545 564 515

49

uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo

arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental

TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)

Variaacutevel HAS

Total N=248

()

PA alterada

Sim

N=87

()

Natildeo

N=161

()

Natildeo 343 259 741

Sim 657 399 601

Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial

aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo

arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e

quase dois quintos dos sabidamente hipertensos

50

TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com

sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

AUDIT-C (n=253)

Negativo 905 913 891 0570

Positivo 95 87 109

Tabagismo

Tabagista 39 37 43 0664

Natildeo tabagista 642 663 606

Ex-tabagista 319 301 351

Nuacutemero de cigarros que fuma ou

jaacute fumou (n=92)

Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185

Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541

Tempo de tabagismo (n=90)

Menos de 10 anos 244 226 270 0634

Mais de 10 anos 756 774 730

Atividade fiacutesica

Sim 926 951 883 0045

Natildeo 74 49 117

Tipo de atividade fiacutesica

Caminhada 677 712 617 0118

Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055

Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523

Danccedila 101 129 53 0053

Hidroginaacutestica 66 86 32 0094

Biodanza 43 37 53 0537

Outros 175 202 128 0129

Frequecircncia da atividade fiacutesica

4-7 vezes por semana 280 337 181 0008

1-3 vezes por semana 630 601 681

Nunca 89 61 138

51

A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados

apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave

qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees

A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as

variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de

Vida Geral

TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim

nem bom Bom

Muito

Bom

WHOQOL-1

Como avaliaria sua

qualidade de vida

WHOQOL-2

Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede

n 3 5 49 140 60

12 19 191 545 233

Muito

insatisfeito Insatisfeito

Nem

satisfeito nem

insatisfeito

Satisfeito Muito

Satisfeito

n 3 21 40 145 48

12 82 156 564 187

Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q

Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143

Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917

Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600

QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779

Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral

52

GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais

Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

53

TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra

em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

Variaacuteveis

QVG

Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear

WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida

Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001

Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625

Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060

Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348

Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920

WHOQOL-2dagger

Satisfaccedilatildeo com a sauacutede

Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001

Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075

Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181

Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355

Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003

Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -

QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041

54

GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014

Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health

Organization Quality of Life

WHOQOL-1

muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim

QV

G

1000

800

600

400

200

00

WHOQOL-2

muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito

insatisfeitomuito insatisfeito

QV

G

1000

800

600

400

200

00

QV boa e satisfeito sauacutede

simnatildeo

QV

G

1000

800

600

400

200

00

55

TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa

Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Domiacutenios

Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees

sociais

Meio

ambiente

Rho QVG 0655 0722 0842 0622

Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10

correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)

A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico

apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio

ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG

56

GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

57

42 Anaacutelise multivariada

As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)

com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram

Idade

Naturalidade

Trabalham atualmente

Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Nuacutemero de comorbidades

HAS

Diabetes mellitus

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Cardiopatias

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio

Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos

Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral

Antidepressivos

Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide

Recalcificante

Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica

HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia

HF positiva para diabetes mellitus

HF positiva para obesidade

PHQ-2 total

Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica

Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica

58

Caminhada

Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila

Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os

idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a

satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de

vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser

oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do

aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo

para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar

atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)

59

TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p

estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de

vida

Variaacuteveis OR IC (95) p-valor

Naturalidade

BH ou RMBH 100 (ref)

Interior MG 046 024 - 090 0023

Outros 081 023 - 286 0746

Nuacutemero de comorbidades

Zero 100 (ref)

1-2 069 021 - 230 0546

3-4 035 010 - 127 0111

5 ou mais 015 003 - 085 0032

Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida

Natildeo 100 (ref)

Sim 025 007 - 094 0040

Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial

Natildeo 100 (ref)

Sim 035 017 - 070 0003

PHQ-2 total

lt 3 100 (ref)

ge 3 018 006 - 050 0001

Frequecircncia da atividade fiacutesica

Nunca 100 (ref)

1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016

4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001

60

QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa

Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO

Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade

Naturalidade Ser natural do interior de MG

Caracteriacutesticas econocircmicas

Trabalha atualmente Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades

HAS

Diabetes mellitus Cardiopatias

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio

Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral Antidepressivos

Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide

Recalcificante

PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3

HF positiva para HAS HF positiva para AVE

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade

HF positivo para HAS

Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e

4-7x sem)

Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull

da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire

61

5 DISCUSSAtildeO

Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico

econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua

qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas

As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma

predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos

equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ

DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et

al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens

(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com

idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004

LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)

A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo

em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e

vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava

540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000

e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens

idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)

Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as

mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as

mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na

exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes

de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)

Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge

(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados

demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo

estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que

tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995

62

(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)

A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da

senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver

algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)

Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes

na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o

que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)

Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa

fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o

aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer

com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma

relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem

percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos

(LUCCHETTI et al 2011)

Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra

estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de

quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a

porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)

Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo

alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos

A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo

considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes

Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino

fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a

segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os

anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres

(BRASIL 2010)

No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos

(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos

idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas

apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre

os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na

63

correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja

observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade

(anos de estudo)

Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na

relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis

pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos

benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o

fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na

sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)

No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir

casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)

segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a

maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a

amostra

Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos

tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente

em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado

garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas

sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de

dignidaderdquo

Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos

idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao

encontrado no estudo (202)

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas

Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos

idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave

meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam

ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em

2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)

64

Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de

frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS

indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional

(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede

do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et

al 2013)

No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus

tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim

como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem

confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)

De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia

de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos

homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do

que 240 mgdL (elevado)

A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem

de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute

importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na

reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado

por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco

para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do

controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e

crocircnicas (BRASIL 2006)

Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos

princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam

os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle

glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia

intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia

(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na

populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia

Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash

HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se

associam (SBD 2013-2014)

65

Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia

apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais

causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos

idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre

as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias

em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo

supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)

Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de

medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os

diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida

mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso

expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)

antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando

a importacircncia das outras patologias citadas

Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra

estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo

Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006)

A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um

problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre

pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no

metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas

podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do

idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave

prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)

Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao

manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos

colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute

desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011

POON BRAUN 2005)

Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos

66

quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA

aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA

controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados

justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo

enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma

entraram

Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes

ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial

sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em

outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais

inadequados (MOREIRA et al 2008)

Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram

hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o

subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo

essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos

deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico

(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)

Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do

estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar

relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e

independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)

apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo

devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando

anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o

idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal

transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)

O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de

elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre

os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado

para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a

habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas

de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos

67

externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os

processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e

compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em

contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas

aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)

Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda

natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento

cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma

necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees

associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores

educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e

capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual

das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo

que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado

na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados

alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao

prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma

craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais

e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)

Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos

anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido

levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees

decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de

trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da

deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES

et al 2006 MELLO et al 2012)

Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como

deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder

incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento

fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no

68

mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno

para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem

20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para

a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os

decliacutenios funcionais

A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as

diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al

2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de

idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada

(545)

O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado

provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou

endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que

vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial

da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo

(MANCINI 2010)

O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional

por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em

idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura

acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da

quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC

e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e

obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)

Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos

e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave

mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou

que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser

protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)

A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral

especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo

na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees

nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI

69

2005 LIMA DUARTE 2013)

53 Caracteriacutesticas comportamentais

Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala

deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar

precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute

menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social

contemporacircneo (NEVES 2004)

A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar

subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica

por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres

(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida

alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim

a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)

Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o

envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou

dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas

pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo

aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior

sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental

(SILVA 2008)

No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)

mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os

estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de

Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)

e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que

revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187

respectivamente

Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram

fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo

maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante

70

A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de

fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A

nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave

neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a

obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)

O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De

acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o

surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de

cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004

PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede

levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em

geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda

Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)

Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O

tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente

atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de

condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)

Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de

vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute

acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude

da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)

Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior

aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006

ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais

acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer

lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)

Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de

uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o

Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade

vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por

sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30

minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada

71

moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por

semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)

Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo

da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade

fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado

em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4

mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se

as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre

o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o

incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do

Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos

com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo

de sal nos alimentos (BRASIL 2011)

54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada

No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo

confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de

vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e

comportamentais

Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram

Naturalidade

Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo

metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso

considerar sua qualidade de vida boa

No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas

Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento

populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento

meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no

setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)

72

Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos

estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas

famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram

constituindo famiacutelia ou natildeo

Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no

estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso

(BORIM BARROS NERI 2012)

Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em

comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas

para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de

melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o

WHOQOL-bref

A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os

idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de

QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do

instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente

rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os

idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas

estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)

Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o

ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio

urbano

Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida

atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural

apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados

obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)

Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e

do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas

diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de

qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que

os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos

que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida

73

mais ativa que levam

Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir

que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida

superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital

pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a

associaccedilatildeo encontrada

Comorbidades

Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma

pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco

ou mais comorbidades

Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que

torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a

promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade

de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)

Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente

relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo

frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um

nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam

maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute

diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)

Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as

escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento

sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS

2011)

Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre

doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al

2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)

Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado

em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta

diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI

74

CICONELLI 2011)

Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas

crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que

focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais

adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo

integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)

A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua

prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso

consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de

isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou

mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua

autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e

com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)

Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem

implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque

para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a

magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco

aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu

uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60

da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo

adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia

aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria

da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)

Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo

gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem

lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza

destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)

Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o

desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas

sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus

fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano

aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias

75

crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool

inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees

em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)

cuidado integral (BRASIL 2011)

Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a

prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e

consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos

Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo

aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa

sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A

ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande

magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de

exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)

Doenccedila do aparelho respiratoacuterio

Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio

tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com

idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria

Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter

progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar

sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)

A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos

acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada

como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et

al 2006)

Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem

reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos

valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo

da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio

respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)

76

Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de

suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de

pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees

respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com

condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas

comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas

pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o

diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente

satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)

Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter

impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir

complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas

no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)

HF positivo para HAS

Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a

pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o

agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a

principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)

No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse

nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo

estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de

doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta

e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo

(BRASIL 2006)

A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas

como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER

2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e

confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)

A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que

77

exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem

disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao

maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica

(MIRANDA et al 2002)

Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade

colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas

medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os

tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)

Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na

prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos

puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)

As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura

pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre

elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo

e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)

Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para

o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de

responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees

cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a

melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)

PHQ-total ge 3

Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a

chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais

comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma

patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute

calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10

dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)

Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na

qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo

78

geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo

provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto

negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de

sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG

Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de

vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na

qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007

FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)

Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em

diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de

reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima

solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo

terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema

Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo

papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos

podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma

eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado

vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)

Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa

Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono

familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos

Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave

sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta

prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente

Atividade fiacutesica

Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um

gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente

sua qualidade de vida

No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos

afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute

79

integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia

Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de

30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida

fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o

pratica (REIS SOUZA 2011)

A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas

funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto

os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu

desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio

corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)

Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os

niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial

coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)

Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio

social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de

liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)

Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor

prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos

vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De

acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a

sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens

Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor

para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram

o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo

experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que

avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de

depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias

cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores

de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a

adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida

Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando

80

praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo

compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de

manter conviacutevio social principalmente entre idosos

Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada

nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE

2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel

(LIMA-COSTA et al 2009)

55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref

O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou

extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o

valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses

foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os

idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte

ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso

a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio

Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados

com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas

informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre

outros

Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida

Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O

IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida

renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos

relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De

acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH

nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e

seguranccedila ambiental

Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas

respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da

qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas

81

externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)

Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui

o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)

para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as

condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas

dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes

(RIO DE JANEIRO 2010)

O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou

indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees

habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)

O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo

apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade

avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees

metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por

exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos

que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE

JANEIRO 2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o

Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado

pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da

distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes

Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte

atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH

condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida

de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem

apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em

contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque

os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente

apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em

locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)

Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O

82

IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede

que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer

para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados

baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees

Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento

de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e

Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas

de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas

de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas

responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)

A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em

nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute

representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em

54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui

os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)

Escolas Municipais 17

Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02

Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10

Creches Conveniadas 37

Escolas Estaduais 41

Hospitais Puacuteblicos 02

Hospitais Particulares 01

Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16

Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01

Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04

Centro de Referecircncia do Idoso 01

Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01

Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01

Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01

Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01

Farmaacutecia Distrital 01

83

Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos

puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos

constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do

ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como

um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras

Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da

miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo

e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)

Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no

municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se

encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash

alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas

e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)

A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser

definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito

concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a

pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve

presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas

mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse

comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de

morte nos idosos (BRASIL 2014)

Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos

como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees

dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo

ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil

como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se

organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos

de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES

MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete

significativamente o meio ambiente no qual ele vive

Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos

84

da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia

contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas

que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de

serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes

de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)

No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL

2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000

habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas

relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de

moradia)

Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento

da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A

campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto

do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os

direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir

qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de

sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)

Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de

assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com

os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)

Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam

negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o

intuito de se buscar possiacuteveis melhorias

56 Limitaccedilotildees do estudo

O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento

Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim

afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas

Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem

como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da

populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o

85

calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa

Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a

inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na

avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras

investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de

referecircncia para idosos

86

6 CONCLUSOtildeES

O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou

como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais

(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria

predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre

60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)

Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram

aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave

moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando

condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da

populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados

Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede

prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)

doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)

Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um

medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)

hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)

Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39

fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade

fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a

realizam de uma a trecircs vezes por semana

Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se

que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751

encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso

constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante

ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)

e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos

Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram

significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser

natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila

do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com

87

pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por

semana e de quatro a sete vezes por semana

Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os

idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida

Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um

grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais

O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e

intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de

vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute

importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a

qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo

realiza eacute no proacuteprio local

Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de

ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo

mais expressivo de idosos do municiacutepio

Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade

de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida

Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo

fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para

confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees

causais entre as variaacuteveis estudadas

Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na

populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O

estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de

poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento

das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem

sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o

acompanhamento e controle da populaccedilatildeo

Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no

trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo

baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em

diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em

88

tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de

enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)

Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio

aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo

do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave

sauacutede

Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta

para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no

centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas

socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam

do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida

desses idosos

Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem

melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o

domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida

Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute

de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos

nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de

diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de

variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e

potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa

populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem

ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de

envelhecimento ativo

89

REFEREcircNCIAS

ABBOTT RD et al Walking and dementia in physical capable elderly men JAMA 2004 292 (12)1447-53

ALBERTA SPORT RECREATION PARKS AND WILDLIFE FOUNDATION - ASRPWF Active Living Strategy Canada 2012 ALEY LPV Qualidade de vida de idosos diabeacuteticos tipo 2 usuaacuterios de um ambulatoacuterio de hospital escola 2007 150 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) - Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2007 ALVES et al A influecircncia das doenccedilas crocircnicas na capacidade funcional dos idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 23(8)1924-1930 ago 2007 ALVES LC RODRIGUES RN Determinantes da autopercepccedilatildeo de sauacutede entre idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Revista Panamericana de Salud Puacuteblica Washington v 17 n 5-6 p 333-341 2005 AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION (ADA) The nutrition screanning initiative incorporating nutrition screening and interventions into medical practice a monograph for physicians Washington DC US American Academy of Family Physicians National Council on Aging Inc 1994 ANTUNES HKM et alDepression anxiety and quality of life scores in seniors after an endurance exercise program Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 266-271 dec 2005

ANTUNES HKM et al Exerciacutecio fiacutesico e funccedilatildeo cognitiva uma revisatildeo Ver Bras Med Esporte Niteroacutei v 12 n 2 Abr 2006

BARRETO ML CARMO EH Padrotildees de adoecimento e de morte da populaccedilatildeo brasileira os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 12 (Sup) 1779-1790 2007 BATISTA LKC et al Manuseio da doenccedila renal crocircnica em pacientes com hipertensatildeo e diabetes Jornal Brasileiro de Nefrologia Satildeo Paulo v 27 n 1 p 8-13 jun 2005 BATISTA M P P ALMEIDA M H M LANCMAN S Politicas puacuteblicas para a populaccedilatildeo idosa uma revisatildeo com ecircnfase nas accedilotildees de sauacutede Rev Ter Ocup Univ Satildeo Paulo v 22 n 3 p 200-207 setdez 2011 BELO HORIZONTE Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte 2013

90

BENEDETTI TRB et al Atividade fiacutesica e estado de sauacutede mental de idosos Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 42 n 2 Abr 2008 BERTOLUCCI PHF et al O mini-exame do estado mental em uma populaccedilatildeo geral impacto da escolaridade Arquivos de Neuropsiquiatria v 52 n 1 p 1-7 1994 BORIM FSA BARROS MBA NERI AL Autoavaliaccedilatildeo da sauacutede em idosos pesquisa de base populacional no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 28(4)769-780 abr 2012

BOWLING A Perceptions of active ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole population samples Oxford Journals v 38 n 6 Ago 2009 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF Senado Federal 1988

BRASIL Casa Civil Subchefia para assuntos juriacutedicos Lei ndeg 10741 de 1deg de Outubro de 2003 Dispotildees sobre o Estatuto do Idoso e daacute outras providecircncias BrasiacuteliaDF 2003 BRASIL Decreto nordm 1948 Regulamenta a Lei ndeg 8842 de 4 de janeiro de 1994 que dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DF 1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 BrasiacuteliaDF 2010 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil 2009 Rio de Janeiro IBGE 2009 152 p (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica 25)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 15 - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 16 - Diabetes Mellitus BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Plano de accedilotildees estrateacutegicas para o enfrentamento das Doenccedilas Crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) no Brasil Brasiacutelia DF 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria n ordm 2528 Aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede da Pessoa Idosa Brasiacutelia DF 2006

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria 399GM de 22 de fevereiro 2006 Divulga o Pacto pela Sauacutede 2006 ndash Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria do Gabinete do Ministro de Estado da

91

Sauacutede de ndeg 1395 de 9 de dezembro de 1999 que aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil no 237-E pp 20-24 13 dez seccedilatildeo 1 BrasiacuteliaDF 1999 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas e Estrateacutegicas Atenccedilatildeo agrave sauacutede da pessoa idosa e envelhecimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 44 p (Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede) (Seacuterie Pactos pela Sauacutede 2006 12) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Envelhecimento e sauacutede da pessoa idosa Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007 192 p (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos) (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 19) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Coordenaccedilatildeo de Prevenccedilatildeo e Vigilacircncia Inqueacuterito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenccedilas e agravos natildeo transmissiacuteveis Brasil 15 capitais e Distrito Federal 2002-2003 Rio de Janeiro INCA 2004 186 p BRASIL Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Brasil manual de enfrentamento agrave violecircncia contra a pessoa idosa Eacute possiacutevel prevenir Eacute necessaacuterio superar Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Texto de Maria Ceciacutelia de Souza Minayo mdash Brasiacutelia DF Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica 2014 BROWN C J FRIEDKIN R J INOUYE S K Prevalence and outcomes of low mobility in hospitalized older patients Journal of the American Geriatrics Society v 52 n 8 p 1263-1270 aug 2004 BRYMAN A et al Anaacutelise de dados em ciecircncias sociais introduccedilatildeo agraves teacutecnicas utilizando o SPSS para Windows 1992 BUSS PM Promoccedilatildeo da sauacutede e qualidade de vida Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 5(1)163-177 2000 CAMARANO et al Idosos brasileiros indicadores de condiccedilotildees de vida e de acompanhamento de poliacuteticas Brasiacutelia Presidecircncia da Repuacuteblica 2005 144 p CAMARANO AA KANSO S MELLO JL Como vive o idoso brasileiro In CAMARANO A A (Org) Os novos idosos brasileiros muito aleacutem dos 60 Rio de Janeiro IPEA 2004a cap 1 p 25-73 CAMARANO AA (Org) Muito aleacutem dos 60 os novos idosos brasileiros Rio de Janeiro Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada 1999 382 p

92

CAMPOLINA AG DINI PS CICONELLI RM Impacto da doenccedila crocircnica na qualidade de vida de idosos da comunidade em Satildeo Paulo (SP Brasil) Ciecircnc sauacutede coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 Jun 2011 CANAVARRO MC et al Desenvolvimento dos instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida na infecccedilatildeo VIH da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHOQOL-HIV WHOQOL-HIV-BREF) para portuguecircs de Portugal apresentaccedilatildeo de um projecto 2005 11 p CARNEIRO R S Qualidade de vida apoio social e depressatildeo em idosos relaccedilatildeo com habilidades sociais Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica Porto Alegre v 20 n 2 p 229-237 2007 CARVALHO JAM de GARCIA RA O envelhecimento da populaccedilatildeo brasileira um enfoque demograacutefico Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 725-733 maiojun 2003 CENTRO INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE Declaraccedilatildeo do Rio Aleacutem da Prevenccedilatildeo e Tratamento Desenvolvendo uma Cultura do Cuidado em resposta agrave Revoluccedilatildeo da Longevidade Brasil 2013

CHAVES MLF Testes de avaliaccedilatildeo cognitiva Mini-Exame do Estado Mental Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da ABN (perioacutedico na internet) 2006-2008 CHEUNG K L SOMAN S TAMURA M K Special considerations in the management of chronic kidney disease in the elderly DialysisampTransplantation United States v 40 n 6 p 241-243 june 2011 CURITIBA Secretaria Municipal da Sauacutede Autocuidado apoiado manual do profissional de sauacutede 92p Curitiba 2012 DANTAS ELR et al Geneacutetica do cacircncer hereditaacuterio Rev Bras De Cancerologia v 55 n 3 263-69 2009 DINIZ AMA NAHAS MIP MOSCOVITCH SK Anaacutelise espacial da violecircncia urbana em Belo Horizonte uma proposiccedilatildeo metodoloacutegica a partir de informaccedilotildees e indicadores georreferenciados Belo Horizonte 2003 DUARTE SFP REIS LAR Obesidade uma visatildeo multidisciplinar 1 ed Curitiba CRV 2012

ENGELHARDT E et al Idosos institucionalizados rastreamento cognitivo Rev Psiquiatria Cliacutenica Satildeo Paulo v 25 n 2 74-9 1998 FALLER JW et al Qualidade de vida de idosos cadastrados na estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia de Foz do Iguaccedilu-PR Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 14 803-810 2010

93

FARENZENA W P et alQualidade de vida em um grupo de idosos de Veranoacutepolis Revista Kairoacutes Satildeo Paulo v 10 n 2 p 225-243 dez 2007

FERNANDES MTO A Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede para o cuidado agrave pessoa idosa na Atenccedilatildeo Primaacuteria um Modelo Teoacuterico 216f Tese (Tese de Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2013 FERNANDES MTO SOARES SM O desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo ao idoso no Brasil Rev esc enferm USP Satildeo Paulo v 46 n

6 Dez 2012 FERREIRA ALCBM A qualidade de vida em idosos em diferentes contextos habitacionais a perspectiva do proacuteprio e do seu cuidador 2009 94f Dissertaccedilatildeo (Mestrado Integrado em Psicologia) ndash Faculdade de Psicologia e Ciecircncias da Educaccedilatildeo Universidade de Lisboa Lisboa 2009 FLECK M P A O instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) caracteriacutesticas e perspectivas Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 33-38 2000 FLECK MPA CHACHAMOVICH E TRENTINI CM Projeto WHOQOL-OLD meacutetodo e resultados de grupos focais no Brasil Revista Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 n 6 p 793-799 dez 2003 FLECK MPA et al A avaliaccedilatildeo de qualidade de vida guia para profissionais da sauacutede Porto Alegre Artmed 2008 228 p FLECK MPA et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento abreviado de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida ldquoWHOQOL-brefrdquo Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 34 n 2 p 178-183 abr 2000

FLORIANO PJ DALGALARRONDO P Sauacutede mental qualidade de vida e religiatildeo em idosos de um Programa de Sauacutede da Famiacutelia Jornal Brasileiro de Psiquiatria Rio de Janeiro v 56 n 3 p 162-170 2007 FORTIN MF DUCHARME F Os estudos de tipo correlacional In FORTIN M F (Org) O processo de investigaccedilatildeo da concepccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo 3 ed Loures Lusociecircncia 2003 cap 13 p 173-182 FRANCISCO PMSB et al Fatores associados agrave doenccedila pulmonar em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 40(3)428-35 2006 FREEDMAN VA MARTIN LG Contribution of chronic conditions to aggregate changes in old-age functioning Am J Public Health 901755-60 2000 FREITAS EV XAVIER FL Tratado de Geriatria e Gerontologia 3 ed [Sl] Guanabara Koogan 2011

94

GILES-CORTI B DONOVAN RJ Relative influences of individual social environmental and physical environmental correlates of walking American Journal of Public Health Washington v 93 n 9 p 1583-1589 sept 2003 GLEZEN WP et al Impact of respiratory virus infections on persons with chronic underlying conditions JAMA 2000283(4)499-505 GORDILHO A et al Desafios a serem enfrentados no terceiro milecircnio pelo setor sauacutede na atenccedilatildeo integral ao idoso Rio de Janeiro UnATI UERJ 2000

GOULART D et al Tabagismo em idosos Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de

Janeiro v 13 n 2 Aug 2010 GRABOWSKI DC ELLIS JE High body mass index does not predict mortality in older people analysis of the longitudinal study of aging J Am Geriatr Soc v 49

968-79 2001 GUIMARAtildeES SJ MIRANDA JLS MACEDO LTA Violecircncia contra o idoso uma questatildeo social a ser discutida UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAtildeO - III Jornada Internacional de Poliacuteticas Puacuteblicas Questatildeo Social e Desenvolvimento no Seacuteculo XXI Satildeo Luiacutes ndash MA agosto 2007 GUSMAtildeO JL A qualidade de vida da pessoa com hipertensatildeo arterial In PIERIN A M G (Coord) Hipertensatildeo arterial uma proposta para o cuidar Satildeo Paulo Manole 2004 cap 15 p 263-274

HAIR JF Jr et al Anaacutelise de Dados Multivariados 6 ed Upper Saddle River Prentice-Hall 2009 HALLAL PC et al Physical inactivity prevalence and associated variables in Brazilian adults Medicine and Science in Sports and Exercise Hagerstown v 35 n 11 p 1894-1900 nov 2003 HALVORSRUD L et al Quality of life in older Norwegian adults living at home a cross-sectional survey Journal of Research in Nursing London v 17 n 1 p 12-29 oct 2010

HWANG HF et al Suitability of the WHOQOL-bref for community-dwelling older people in Taiwan Age and Ageing Oxford v 32 n 6 p 593-600 Nov 2003

HULSE GK Alcohol drugs and much more in later life Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 24 p 34-41 apr 2002 JAKOBSSON U HALLBERG IR WESTERGREN A Overall and health related quality of life among the oldest old in pain Quality of Life Research v 13 n 1 p 125-136 feb 2004 JARDIM JRB et al Doenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (DPOC) In Prado

95

FC Ramos J Valle JR editores Atualizaccedilatildeo terapecircutica Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2003 p1427-30 JOIA LC RUIZ T DONALISIO MR Condiccedilotildees associadas ao grau de satisfaccedilatildeo com a vida entre a populaccedilatildeo de idosos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 41 n 1 p 131-138 fev 2007 JOINT NATIONAL COMMITTEE The seventh report of the Joint National Committee on prevention detection evaluation and treatment of high blood pressure [sl sn] 2004 87 p (NIH Publication n 04-5230) JUacuteNIOR FGP OLIVEIRA MTC Iacutendice de Vulnerabilidade da Sauacutede de Belo Horizonte compreendendo realidades locais para priorizar a alocaccedilatildeo de recursos e nortear poliacuteticas puacuteblicas Belo Horizonte 2012 KATZ S et al Studies of illness in the aged The index of ADL a standardized measure of biological and psychosocial function JAMA The Journal of the American Medical Association Chicago v 185 n 12 p 914-919 sept 1963 KEMPEN GIJM et al Risk and protective factors of different functional trajectories in older person are these the same The Journals of Gerontology v 61B n 2 p 95-101 2005 KIMURA M SILVA JV Ferrans and Powers quality of life index Rev Esc Enferm USP 43(especial)1098-104 2009 KOLTYN K F The association between physical activity and quality of life in older women Womenrsquos Health Issues New York v 11 n 6 p 471-480 novdec 2001 KROENKE K SPITZER RL WILLIAMS JB The Patient Health Questionnaire-2 validity of a two-item depression screener Medical Care Hagerstown v 41 n 11 p 1284-1292 nov 2003 KURCGANT P Gerenciamento em Enfermagem 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2010 196 p

LEBRAtildeO ML O envelhecimento no Brasil aspectos da transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica Sauacutede Coletiva Satildeo Paulo v 4 n 6 2007

LEBRAtildeO ML DUARTE YAO SABE ndash Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento ndash O Projeto Sabe no municiacutepio de Satildeo Paulo uma abordagem inicial Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 255p 2003 LIMA-COSTA MFF A escolaridade afeta igualmente comportamentos prejudiciais agrave sauacutede de idosos e adultos mais jovens Inqueacuterito de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v 13 n 4 p 201-208 dez 2004

96

LIMA-COSTA MFF et al Projeto Bambuiacute um estudo epidemioloacutegico de caracteriacutesticas sociodemograacuteficas suporte social e indicadores de condiccedilatildeo de sauacutede dos idosos em comparaccedilatildeo aos adultos jovens Informe Epidemioloacutegico do SUS Brasiacutelia v 11 n 2 p 91-105 abrjun 2002 LIMA-COSTA MFF et al Comportamentos em sauacutede entre idosos hipertensos Brasil 2006 Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 p 18-26 nov 2009 Suplemento 2 LIMA PV DUARTE SFP Prevalecircncia de obesidade em idosos e sua relaccedilatildeo com hipertensatildeo e diabetes Rev Interscentia v 1 n 3 2013

LOPES PAPL Qualidade de vida e suporte social do idoso no meio rural e no meio urbano um Estudo comparativo e correlacional 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Psicologia) ndash Instituto Superior de Psicologia Aplicada Lisboa 2004 LOURENCcedilO RVR Formaccedilatildeo Humana em geriatria e gerontologia uma perspectiva interdisciplinar UERJ p89-92 2006 LOW G MOLZAHN AE KALFOSS M Quality of life of older adults in Canada and Norway examining the Iowa Model Western Journal of Nursing Research United States v 30 n 4 p 458-476 june 2008

LOW G MOLZAHN AE Predictors of Quality of Life in Old Age A Cross-Validation Study Research in Nursing amp Health v 30 p 141-150 2007 LOYOLA FILHO A I de et al Estudo de base populacional sobre o consumo de medicamentos entre idosos Projeto Bambuiacute Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 21 n 2 p 545-553 marabr 2005 LOYOLA FILHO A I de UCHOA E LIMA-COSTA M F F Estudo epidemioloacutegico de base populacional sobre uso de medicamentos entre idosos na Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 12 p 2657-2667 dez 2006 LUCCHETTI G et al Fatores associados agrave polifarmaacutecia em idosos institucionalizados Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 13 n 1

2010

LUCCHETTI G et al O idoso e sua espiritualidade impacto sobre diferentes aspectos do envelhecimento Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 14 n 1 2011 MACHADO FN Capacidade e desempenho para a realizaccedilatildeo das Atividades Baacutesicas de Vida Diaacuteria um estudo com idosos dependentes 2010 130f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2010

97

MAGALHAtildeES MM LIMA ACP Noccedilotildees de Probabilidade e Estatiacutestica 6ordf ed IME-USP ED USP 2002 MANCINI MC Tratado de Obesidade Itapevi AC Farmacecircutica 2010 MARQUES D RODRIGUES L Emigrantes e imigrantes de Belo Horizonte em relaccedilatildeo ao restante da RMBH uma aplicaccedilatildeo do meacutetodo ldquoGrade of Member shiprdquo (GoM) In Encontro Nacional de Estudos Populacionais 15 2006 Caxambu 20 p MARTINS et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida subjetiva dos idosos uma comparaccedilatildeo entre os residentes em cidades rurais e urbanas Estud interdiscip envelhec Porto Alegre v 11 p 135-154 2007 MATTEWS KA et al Socioeconomic trajetories and incident hypertension in a biracial cohort of young adults Hypertension 39772-6 2002

MEIRELLES BHS et alCondiccedilotildees associadas agrave qualidade de vida dos idosos com doenccedila crocircnica Cogitare Enfermagem Paranaacute v 15 n 3 p 433-440 julset 2010 MELLO BLD HADDAD MCL DELLAROZA MSG Avaliaccedilatildeo cognitiva de idosos institucionalizados Acta Scientiarum Maringaacute v 34 n 1 p 95-102 Jan-June 2012 MELLO E TEIXEIRA MB Depressatildeo em idosos Revista Sauacutede v 5 n 1 2011 MENEZES AM VICTORA CG RIGATTO M Prevalence and risk factors for chronic bronchitis in Pelotas RS Brazil a population-based study Thorax 199449(12)1217-21 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um debate necessaacuterio Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 7-18 2000

MINGOYI SA et al Meacutetodos de Amostragem com Aplicaccedilotildees na Aacuterea Empresarial Belo Horizonte Departamento de Estatiacutestica da UFMG 2000 MIRANDA RD et al Hipertensatildeo arterial no idoso peculiaridades na fisiopatologia no diagnoacutestico e no tratamento Rev Bras Hipertens 9 293-300 2002 MIRANZI SSC et al Qualidade de vida de indiviacuteduos com Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo acompanhados por uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia Texto Contexto Enferm Florianoacutepolis Out-Dez 17(4) 672-9 2008 MORAES JFD de SOUZA VBA Factors associated with the successful aging of the socially-active elderly in the metropolitan region of Porto Alegre Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 302-308 dez 2005

98

MOREIRA LB et alConhecimento sobre o tratamento farmacoloacutegico em pacientes com doenccedila renal crocircnica Revista Brasileira de Ciecircncias Farmacecircuticas Satildeo Paulo v 44 n 2 p 315-325 abrjun 2008 NAHAS MIP et al Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana de Belo Horizonte (IQVU ndash BH) um instrumento intra-urbaniacutestico de gestatildeo da qualidade de vida Belo Horizonte 1437-51 2013 NERI AL (Org) Qualidade de vida e idade madura 7 ed Campinas Papirus 2007 285 p (Coleccedilatildeo Viva idade) NERI AL (Org) Palavras-chave em gerontologia 3 ed Campinas Aliacutenea 2008 218 p (Coleccedilatildeo Velhice e Sociedade) NEVES DP Alcoolismo acusaccedilatildeo ou diagnoacutestico Cad Sauacutede Puacuteblica V 20 n 1 7-14 janfev 2004

OLIVEIRA AFG Testes estatiacutesticos para comparaccedilatildeo de meacutedias Revista Eletrocircnica Nutritime V 5 n 6 p 777-788 novdez 2008 OLIVEIRA DLC GORETTI LC PEREIRA LSM O desempenho de idoso institucionalizados com alteraccedilotildees cognitivas em atividades de vida diaacuteria e mobilidade estudo piloto Rev bras fisioter V 10 n 1 (2006) 91-96 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE - OMS Envelhecimento Ativo uma Poliacutetica de sauacutede Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Mental Health New Understanding New Hope 1ordf ediccedilatildeo Lisboa Abril de 2002 PASKULIN LMG Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um distrito sanitaacuterio de Porto AlegreRS 2006 170 f Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 PASKULIN LMG MOLZAHN A Quality of life of older adults in Canada and Brazil Western Journal of Nursing Research United States v 29 n 1 p 10-26 feb 2007 PEIXOTO SV FIRMO JOA LIMA-COSTA MFF Condiccedilotildees de sauacutede e tabagismo entre idosos residentes em duas comunidades brasileiras (Projeto Bambuiacute e Belo Horizonte) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 9 p 1925-1934 set 2006 PEIXOTO SV GIATTI L AFRADIQUE ME LIMA-COSTA MF Custo das internaccedilotildees hospitalares entre idosos brasileiros no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede Epidemiol Serv Sauacutede Dez 13(4)46-53 2004 PEDROSA RP DRAGER LF Como diagnosticar e tartar hipertensatildeo arterial

99

sistecircmica Grupo Editorial Moreira Jr v 65 n 12 dez 2008 PEREIRA JC BARRETO SM PASSOS VMA O perfil de sauacutede cardiovascular dos idosos brasileiros precisa melhorar estudo de base populacional Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 91 n 1 p 1-10 jul 2008 PEREIRA RJ et al Influecircncia de fatores soacutecios sanitaacuterios na qualidade de vida dos idosos de um municiacutepio do Sudeste do Brasil Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 p 2907-2917 jun 2011 POON IO BRAUN U High prevalence of orthostatic hypotension and its correlation with potentially causative medications among elderly veterans Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics Oxfordv30 n 2 p 173-178 apr 2005 PORTUGAL Porto lazer No Porto a Vida eacute Longa Portugal 2006 RAMOS LR Fatores determinantes do envelhecimento saudaacutevel em idosos residentes em centro urbano Projeto Epidoso Satildeo Paulo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeirov19 n 3 p 793-798 maiojun 2003

REIS AES SOUZA JA Atividade fiacutesica para idosos Revista de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) v 1 n 1 2011 RIO DE JANEIRO Observatoacuterio das Metroacutepoles Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia Iacutendice de Bem-Estar Urbano Rio de Janeiro set 2010 RODRIGUES RMC LOUREIRO LMJ SILVA SMDT Os muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbra Escola Superior de Enfermagem em Coimbra Portugal Coimbra 2009

ROSA TEC et al Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 3740-8 2003

ROSEMBERG J ROSEMBERG AMA MORAES MA de Nicotina droga universal Satildeo Paulo Centro de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Secretaria de Estado da Sauacutede de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2003 174 p

SANTOS DM SICHIERI R Iacutendice de massa corporal e indicadores antropomeacutetricos de adiposidade em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica v 39 n 2 163-8 2005 SANTOS PM et al Percepccedilatildeo de qualidade de vida entre idosos jovens e longevos praticantes de hidroginaacutestica Revista Brasileira de Qualidade de Vida v 5 p 1-11 2013 SAUERESSIG S et al Prevalecircncia de tabagismo em idosos atendidos pelo Programa de Sauacutede da Famiacutelia em Camaquatilde - RS Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica do Rio

100

Grande do Sul Porto Alegre v 51 n 3 p 173-179 julset 2007 SCHNEIDER RH IRIGARAY TQ O envelhecimento na atualidade aspectos cronoloacutegicos bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais Estudos de Psicologia Campinas v 25 n 4 p 585-593 outdez 2008 SCOCCO P FANTONI G CAON F Role of depressive and cognitive status in self-reported evaluation of quality of life in older people comparing proxy and physician perspectives Age Ageing Oxford v 35 n 2 p 166-171 mar 2006 SEQUEIRA A SILVA MN O Bem Estar da Pessoa Idosa no Meio Rural Anaacutelise Psicoloacutegica Lisboa v 3 p 505-516 2002

SILVA AA da Alcoolismo em idosos Revista Cientiacutefica Eletrocircnica de Psicologia Satildeo Paulo ano VI n 10 maio 2008 6 p

SILVA PAB Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos adscritos no Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Minas Gerais 2012 184f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2012 SILVA SD A implantaccedilatildeo de um centro de convivecircncia para pessoas idosas um manual para profissionais e comunidades Rio de Janeiro CRDE UnATI UERJ 2003 57p SILVESTRE JA NETO C MENEZES M Abordagem do idoso em programas de sauacutede da famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica 19839-47 2003

SOARES SM et al Qualidade de Vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos atendidos em Unidades Baacutesicas de Sauacutede do Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Projeto de Pesquisa realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH) Belo HorizonteMG 2013

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES ndash SBD Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes Satildeo Paulo 2013-2014 SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ndash SOCERJ Recomendaccedilotildees da SOCERJ ndash Manejo Terapecircutico em Cardiogeriatria Revista da SOCERJ v 17 sup B Jun 2004 SOUSA L GALANTE H FIGUEIREDO D Qualidade de vida e bem-estar dos idosos um estudo exploratoacuterio na populaccedilatildeo portuguesa Revista de Sauacutede Puacuteblica v 37 n 3 2003 SOUZA R et al Avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica em idosos estimativas de peso e altura e concordacircncia entre classificaccedilotildees de IMC Rev bras geriatr gerontol Rio de Janeiro v 16 n 1 Mar 2013

101

TAMAI SAB et al Impacto de um programa de promoccedilatildeo da sauacutede na qualidade de vida do idoso Einstein 9 (1 Pt 1)8-13 2011

TRENTINI CM Qualidade de vida em idosos 2004 224f Tese (doutorado) ndash Faculdade de Medicina Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2004

UMBELINO GJM Aplicaccedilatildeo do Iacutendice de Qualidade de Vida Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil Rev Bras Est Pop Satildeo Paulo v 24 n 2 p 339-340 juldez 2007 UNITED NATIONS Ageing New York United Nations 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Nuacutecleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG Instituto Jenny de Andrade Faria Belo Horizonte 2014 VASCONCELOS F F et al Utilizaccedilatildeo medicamentosa por idosos de uma Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia de Fortaleza - CE Acta Paulista de Enfermagem Satildeo Paulo v 18 n 2 p 178-183 abrjun 2005 VECCHIA R D et al Qualidade de vida na terceira idade um conceito subjetivo Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v 8 n 3 p 246-252 set 2005 VERAS RP CALDAS PC Promovendo a sauacutede e a cidadania do idoso o movimento das universidades da terceira idade Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 9(2) 423-432 2004 VERAS R Em busca de uma assistecircncia adequada agrave sauacutede do idoso revisatildeo da literatura e aplicaccedilatildeo de um instrumento de detecccedilatildeo precoce e de previsibilidade de agravos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 705-715 maiojun 2003 VERAS R Envelhecimento populacional contemporacircneo demandas desafios e inovaccedilotildees Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 n 3 p 548-554 maiojun 2009 VERAS R Estrateacutegias para o enfrentamento das doenccedilas crocircnicas um modelo em que todos ganham Rev Bras Geriatr 14 (4) 779-789 Rio de Janeiro 2011 VERAS R Foacuterum Envelhecimento populacional e as informaccedilotildees de sauacutede do PNAD demandas e desafios contemporacircneos Introduccedilatildeo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 10 p 2463-2466 out 2007

VIDMAR et al Atividade fiacutesica e qualidade de vida em idosos Revista Sauacutede e Pesquisa v 4 n 3 p 417-424 setdez 2011 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL Versatildeo em

102

portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998a cap 3 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-100 e do WHOQOL-bref Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998b cap 4 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo em portuguecircs do WHOQOL-100 Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998c cap 2

WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Envelhecimento ativo uma poliacutetica de sauacutede Traduccedilatildeo de Suzana Gontijo Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 60 p Traduccedilatildeo de Active ageing a policy framework WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL The World Health Organization Quality of Life assessment Position paper from the World Health Organization Social Science amp Medicine v 41 P 1403-1409 1995 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Towards age-friendly primary health care Geneva WHO 2004 30 p (Active Ageing Series) WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL WHOQOL-bref US Version Washington Universidade de Washington 1997 12 p ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao sedentarismo no lazer em idosos Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 6 p 1329-1338 jun 2007

ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao tabagismo em idosos Inqueacuterito de Sauacutede no Estado de Satildeo Paulo (ISA-SP) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 28 n 3 p 583-595 mar 2012 ZAITUNE MPA et al Hipertensatildeo arterial em idosos prevalecircncia fatores associados e praacuteticas de controle no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(2) 285-294 fev 2006

ZASLAVSKY C GUS I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidades Arq Bras Cardiol volume 79 nordm 6 635-9 2002

103

ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

World Health Organization Quality of Life-bref

104

105

106

Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos

Questionaacuterio nordm _______

Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________

Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________

Endereccedilo _____________________________________________________________________

Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______

Telefone de contato ________________

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

Nome completo ______________________________________________________________

Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________

Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo

Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro

Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra

PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -

Vocecirc estaacute trabalhando atualmente

Se sim especifique _____________________

(1) sim (2) natildeo

Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo

Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez

Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo

(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos

(3) entre 3 a 5 salaacuterios

(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos

- MORADIA -

Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo

Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +

Possui banheiro (1) sim (2) natildeo

Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo

Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo

Mora sozinho (1) sim (2) natildeo

Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique grau de parentesco ________________________

Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos

Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos

(4) netos (5) outros ______________________

107

(Continua)

- ESCOLARIDADE -

Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo

Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado

HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA

- AUDIT-C -

Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo

Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4

Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4

Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4

O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente

108

(Continua)

- TABAGISMO -

Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo

Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo

Quantos cigarros vocecirc

fuma (va) por dia

(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica

Haacute quanto tempo vocecirc

fuma (va)

(1) menos de 2

anos

(2) de 2 a 10

anos

(3) mais de 10

anos

(99) natildeo se aplica

- ATIVIDADE FIacuteSICA -

Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo

Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong

(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________

Frequecircncia (1) 1xsemana

(4) nunca

(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana

HISTOacuteRIA CLIacuteNICA

Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo

Se sim qual

( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias

( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________

Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique ________________________________________________________________________

Haacute quanto tempo ______ (em anos)

HISTOacuteRIA FAMILIAR

Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve

Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo

Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo

Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo

Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo

Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo

Obesidade (1) sim (2) natildeo

Cacircncer (1) sim (2) natildeo

Demecircncia (1) sim (2) natildeo

Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo

109

(Conclusatildeo)

The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas

1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3

AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA

Peso medido (kg) _____________

Estatura aferida (m) ___________

IMC ___________ (kgmsup2)

Circunferecircncia cintura (cm) _________

Circunferecircncia quadril (cm) _________

Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____

PRESSAtildeO ARTERIAL

Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)

PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg

PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg

110

ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA

PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

111

112

ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG

113

ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL

SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS

NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

114

ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH

DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

Page 6: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …

Dedico este trabalho

Agrave Deus

Pelo dom da vida por me guiar em todos os

meus caminhos e pela paz concedida nos

periacuteodos de dificuldade

Aos meus pais ldquojurdquo e ldquotomrdquo

Pela minha existecircncia pelo apoio e

compreensatildeo nos momentos difiacuteceis Tudo

que sou devo a vocecircs minhas vitoacuterias satildeo

suas

Aos meus queridos irmatildeos ldquoleleordquo e

durdquo

Por me darem forccedila mesmo quando era

difiacutecil entender as minhas ausecircncias

Obrigada por tudo que fazem por mim

Ao meu namorado Thiago

Por ter ficado ao meu lado durante todo

esse periacuteodo e por nunca me deixar

desanimar compreendendo os momentos

em que eu natildeo pude estar com vocecirc Meu

grande companheiro

Agradecimentos especiais

Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares

Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo

Obrigada pela parceria e por sempre

compreender minha situaccedilatildeo Nossa

trajetoacuteria foi marcada por momentos de

ausecircncia vindos de ambas as partes

Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees

as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo

prejudicaram nosso trabalho juntas Que

nossa caminhada continue ainda mais

fortalecida

Agrave Patriacutecia

Nem tenho palavras para agradecer toda

sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito

obrigada por tudo Que essa parceria ainda

colha muitos frutos

Agradecimentos

Aos idosos do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por colaborar com esta pesquisa de

maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs

pela maneira que lidam com o

envelhecimento e como enxergam a vida

com tanta maturidade e sabedoria

Aos familiares

Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e

festejarem comigo as minhas conquistas

Aos meus amigos

Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo

da minha ausecircncia Mas saibam que

agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs

satildeo fundamentais para mim

Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede

Ermelinda

Sem o apoio de todos vocecircs a

concretizaccedilatildeo deste trabalho seria

impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos

momentos de sobrecarga devido agraves minhas

ausecircncias principalmente aos meus

colegas enfermeiros e agrave equipe amarela

Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo

para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero

que este trabalho possa contribuir de

maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave

sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por

tudo

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de

Belo Horizonte em especial ao

Distrito Noroeste

Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu

mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos

seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que

contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede

mais digna e humanizada

Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no

local e por acreditar tanto no que estamos

fazendo Espero que nossos resultados

possam contribuir com o trabalho de vocecircs

Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia

o Centro com tanta competecircncia e amor

Aos demais funcionaacuterios do Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa

Pela receptividade durante todo o periacuteodo

que ficamos no local de trabalho de vocecircs e

pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos

idosos

Aos integrantes do NEPCDH

Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria

desta pesquisa

Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que

colaboraram na coleta de dados

Liacuterica e Francielle

Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo

existiria

Obrigada pela grande parceria

Aos colegas de mestrado

Pelo compartilhamento de alegrias e

frustraccedilotildees

RESUMO

MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local

Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso

ABSTRACT

MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research

Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32

Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e

Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte

MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

Graacutefico 2

Graacutefico 3

-

-

Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1

WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo

Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54

Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 56

Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida

por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60

LISTA DE TABELAS

1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44

2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45

3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47

4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49

5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50

6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de

QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 53

9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014 55

10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua

sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 59

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico

BH

CRPI

-

-

Belo Horizonte

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara

DP - Desvio-padratildeo

EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais

G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV

boasatisfeito

G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou

QV ruiminsatisfeito

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

IQ - Intervalo Interquartil

NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento

Humano

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OR - Odds Ratio

PA - Pressatildeo Arterial

PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica

PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica

PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

QVG - Qualidade de Vida Geral

Sm - Salaacuterio Miacutenimo

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

WHO - World Health Organization

WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group

WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16

12 Objetivo 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21

21 Envelhecimento populacional 21

22

221

Qualidade de vida do idoso 23

Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede

24

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27

3 METODOLOGIA 31

31 Tipo de estudo 31

32 Aacuterea e local do estudo 31

33

331

332

Populaccedilatildeo do estudo 31

Caacutelculo amostral 31

Criteacuterios de seleccedilatildeo 32

34 Coleta de dados 33

35 Variaacuteveis do estudo 33

351 Variaacutevel dependente 33

352 Variaacuteveis independentes 34

353 Instrumentos para a coleta de dados 34

36

37

Anaacutelise dos dados 40

Questotildees eacutetico-legais 41

SUMAacuteRIO

4 RESULTADOS 43

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43

42 Anaacutelise multivariada 57

5 DISCUSSAtildeO 61

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63

53 Caracteriacutesticas comportamentais 69

54

55

56

Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71

Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80

Limitaccedilotildees do estudo 84

6 CONCLUSOtildeES 86

REFEREcircNCIAS 89

ANEXOS 103

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o

Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos

(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes

do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos

ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da

populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em

nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL

2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de

2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta

representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se

encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo

composta por idosos

Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a

fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)

Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60

anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses

desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa

de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou

115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27

anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento

como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais

rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto

institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que

fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)

O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos

mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado

17

estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica

Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em

meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que

expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados

(LEBRAtildeO DUARTE 2003)

Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640

de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que

deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)

Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada

de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a

estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide

populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES

RODRIGUES 2005)

Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX

acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas

mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela

diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e

parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia

inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)

Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as

doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar

incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em

desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas

seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da

sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas

doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)

Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua

que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio

agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)

Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na

sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto

mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento

18

saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al

2010)

As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos

anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para

esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e

regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais

agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que

o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional

isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas

atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)

Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas

quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A

Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como

consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso

tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo

padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade

Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas

consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de

vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo

uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros

meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)

Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo

que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do

sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees

e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla

abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado

psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os

mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)

A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica

por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades

e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de

sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as

19

incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na

velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave

qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves

atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade

acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a

autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)

Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para

a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade

desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o

comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a

famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez

que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice

contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia

autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem

tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et

al 2013)

Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas

Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute

cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de

cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as

conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se

acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o

desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e

universal (CIL 2013)

Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o

desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da

qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo

Horizonte

Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A

falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta

20

importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e

avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos

Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um

modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a

partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os

resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de

rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees

centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio

e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no

atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado

Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem

sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos

que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e

produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os

aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais

ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)

As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento

das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em

detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas

tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento

Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas

em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI

12 Objetivo

Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e

ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais

21

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

21 Envelhecimento populacional

Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o

envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de

pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)

Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455

anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se

alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia

(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)

Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de

idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo

decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as

modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de

desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo

indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade

cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)

Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se

dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do

conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou

ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte

viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um

mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)

Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos

em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et

al 2013)

Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil

indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos

idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de

doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e

diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos

22

podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares

ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve

ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave

comunidade (OMS 2004)

Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de

idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa

intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os

vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que

os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos

associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se

que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito

de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a

promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)

Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo

ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole

population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na

Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)

que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento

ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a

importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e

na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia

(BOWLING 2009)

No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE

(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos

realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas

Gerais

Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma

aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real

conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo

(VERAS 2009)

23

22 Qualidade de vida do idoso

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de

difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam

sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento

socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos

quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)

Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que

melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma

das definiccedilotildees mais utilizadas

Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o

conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas

fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu

maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)

Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de

instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um

conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL

Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural

(CANAVARRO et al 2005)

Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute

relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel

socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o

autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos

e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades

diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)

No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as

necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades

de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)

Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com

estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico

ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da

idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente

24

associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e

inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)

Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo

agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas

gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar

dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa

qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)

No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida

em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que

dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007

GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES

ALCHIERI 2010)

Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL

da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem

consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a

subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por

exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos

mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso

(FLECK 2000 FLECK et al 2008)

221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a

promoccedilatildeo da sauacutede

A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de

envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de

otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de

melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas

No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a

sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a

manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para

doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)

Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a

25

heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso

objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que

envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para

realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)

O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave

interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos

para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de

formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em

processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da

autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)

A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a

ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL

1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na

sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo

contra a pessoa idosa

A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo

propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou

manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a

permanecircncia no meio em que vivem de forma independente

Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a

capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de

autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o

cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no

envelhecimento ativo (VERAS 2009)

No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da

Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral

integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave

integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL

1996)

Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do

envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade

funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos

26

que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade

funcional restringida (GORDILHO et al 2000)

Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como

objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e

mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos

No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional

de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia

e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos

Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar

recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da

pessoa idosa

Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do

idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo

idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive

Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto

Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover

o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)

O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso

com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de

abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)

Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700

idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de

atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade

de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de

abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)

Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo

fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do

envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de

estrateacutegia

A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade

para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior

participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo

27

estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes

favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS

2004)

Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para

enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus

entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a

constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de

sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo

espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)

Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os

inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas

cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver

accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de

convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar

ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros

(VERAS CALDAS 2004)

Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da

Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso

que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo

agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23

milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL

2010)

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos

Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o

cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa

etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG

em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de

envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e

Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a

sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade

28

do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria

Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)

O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27

consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com

piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades

de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade

para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo

Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas

subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400

procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do

municiacutepio (UFMG 2014)

Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros

e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa

considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa

concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em

conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um

centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o

fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso

o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)

Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de

referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a

qualidade de vida do idoso

Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)

reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para

pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os

idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico

ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de

BH para conquistarem este espaccedilo

O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte

desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal

Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO

29

HORIZONTE 2013)

O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos

direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e

documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento

De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento

tem como objetivos e compromissos

Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e

inclusatildeo social da pessoa idosa

Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e

elevaccedilatildeo de sua autoestima

Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua

histoacuteria

O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos

Academia da Cidade

Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila

Danccedila de salatildeo

Danccedila cigana

Danccedila Secircnior

Coral

Lian Gong

InformaacuteticaInclusatildeo Digital

Pintura em Tecido

Pintura em Tela

Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

Show de Talentos

Tarde Danccedilante (Baile)

Vida Ativa

Biodanza

O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos

podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de

30

vagas

Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que

preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida

saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)

31

3 METODOLOGIA

RSO METODOLOacuteG

31 Tipo de estudo

Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes

de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade

de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)

32 Aacuterea e local do estudo

A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas

Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da

populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)

O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590

idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados

33 Populaccedilatildeo do estudo

A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos

diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas

331 Caacutelculo Amostral

A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de

referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do

tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra

miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho

populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada

Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa

probabilidade

32

Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos

com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula

descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)

FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)

A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima

preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)

O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal

padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada

Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor

absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25

Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos

cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um

niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando

o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a

amostra final totalizou em 215 idosos

Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima

do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do

local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do

municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a

esse em centros de referecircncias para idosos

332 Criteacuterio de seleccedilatildeo

Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com

idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de

referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave

n

2

2 )1(

d

ppzn

d 2z

2z

2z 5z

33

entrevista

Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que

realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em

participar da pesquisa

34 Coleta de dados

Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes

do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola

de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)

A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave

realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em

Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma

equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma

mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH

Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por

alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada

entrevistadora

Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo

da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador

(SOARES et al 2013)

35 Variaacuteveis do estudo

351 Variaacutevel dependente

A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por

meio do instrumento WHOQOL-bref

34

352 Variaacuteveis independentes

As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas

socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado

atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir

353 Instrumentos para a coleta de dados

WHOQOL-bref

Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs

do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra

boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003

MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da

OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref

O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui

26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral

(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24

facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em

quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS

1998a)

Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir

de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo

aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia

de todas as facetas (OMS 1998a)

O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de

ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo

(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a

completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)

(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das

respostas variam entre 1 e 5

35

O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo

quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com

sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo

As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de

consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente

e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico

com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em

estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)

Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido

e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do

Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo

Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao

Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)

Mini Exame do Estado Mental

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame

do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado

mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses

O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes

paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma

delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a

orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs

palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3

pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)

O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior

grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos

o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)

Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para

o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de

educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de

36

escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes

pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para

mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD

DELLAROZA 2012)

Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos

Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o

Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade

estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como

descritos a seguir

- Sexo

Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo

univariado

- Idade

A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a

data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a

69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais

- Naturalidade

Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo

Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais

- Estado civil

Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro

- Religiatildeo

Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra

- Escolaridade

Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo

As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram

considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os

alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de

quatro anos de estudo

- Ocupaccedilatildeo atual

37

Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica

entrou no modelo univariado

- Aposentadoria

Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo

univariado

- Tipo de aposentadoria

Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve

como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado

- Renda familiar

Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em

le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios

miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos

- Moradia e nuacutemero de cocircmodos

Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3

cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui

rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)

Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais

Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram

aplicados descritos a seguir

- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire

Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui

duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)

e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem

esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem

entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma

semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia

de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos

Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade

92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)

38

- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)

Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10

questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do

AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas

perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de

ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute

pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta

Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de

aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge

4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram

adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C

mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado

- Tabagismo

Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou

natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10

cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As

respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas

(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)

- Praacutetica de atividade fiacutesica

Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia

(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)

- Comorbidades

Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)

- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)

A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint

National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL

2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico

A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de

repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio

devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio

Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na

primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente

39

Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees

da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e

hipertenso)

- Uso de medicamento

Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo

- Histoacuteria familiar de doenccedila

Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo

arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto

agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo

obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As

categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo

Dados antropomeacutetricos

As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas

segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)

- Peso

Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca

Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e

estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo

distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg

- Estatura

A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de

peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes

paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo

com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As

naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos

permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era

posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo

plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o

40

topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo

- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)

O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)

sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica

norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27

ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso

- Circunferecircncia de quadril

Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica

flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas

- Circunferecircncia da cintura

Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen

relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do

indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte

superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo

feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm

segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)

- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)

Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a

circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o

valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de

acordo com o preconizado pela OMS (1998)

O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1

Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de

inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos

36 Anaacutelise dos dados

Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o

programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)

A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas

41

expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil

(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as

categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de

Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado

Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os

grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de

variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada

quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste

U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo

parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo

teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem

estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo

multivariado

Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar

as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram

introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os

valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de

confianccedila de 95 (IC 95)

Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios

do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho

A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em

relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida

boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo

ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida

ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou

ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito

insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)

37 Questotildees eacutetico-legais

A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade

Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de

42

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE

do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos

acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava

sendo utilizado para a coleta de dados

O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)

Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em

Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)

Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil

sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de

Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)

43

4 RESULTADOS

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada

De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir

representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269

questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -

cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem

pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se

257 questionaacuterios completos e analisados

Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas

demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas

com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as

quais seratildeo discutidas a posteriori

44

TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)

Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito

satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas

oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a

proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados

fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente

significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a

sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total

N=257 ()

G1

(satisfeito)

N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito)

N=94 () p-valora

Sexo

Homem 175 178 170 0876

Mulher 825 822 830

Idade (anos)

60-69 447 393 543 0025

70-79 447 472 404

ge 80 105 135 53

Naturalidade (n=256)

BH ou RMBH 316 356 247 0144

Interior MG 609 564 688

Outros 74 80 65

Situaccedilatildeo conjugal

Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587

Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340

Religiatildeo

Catoacutelico 724 730 713 0945

Evangeacutelico 136 135 138

Outros 140 135 149

45

TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo

Alfabetizado 899 896 904 0827

Analfabeto 101 104 96

Escolaridade (anos)

lt4 214 190 255 0220

ge4 786 810 745

Trabalha atualmente

Sim 226 258 170 0106

Natildeo 774 742 830

Aposentadoria

Sim 802 798 809 0832

Natildeo 198 202 191

Tipo de Aposentadoria (n=205)

Idade 459 457 461 0594

Tempo de serviccedilo 424 442 395

Invalidez 117 101 145

Renda familiar (sm)

lt 1 191 180 211 0342

1 ˫ 3 402 385 433

3 ˫ 5 279 280 278

ge 5 127 155 78

Casa proacutepria

Sim 883 914 830 0043

Natildeo 117 86 170

Nuacutemero de cocircmodos

1 ndash 3 148 141 160 0688

4 ou mais 852 859 840

Saneamento baacutesico

Rede de esgoto 984 988 979 0625

Banheiro 1000 1000 1000 -

Aacutegua encanada 996 1000 989 0366

Arranjo domiciliar

Mora sozinho 202 202 202 0995

Mora acompanhado 798 798 798

46

Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida

ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo

ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo

trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram

acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria

com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas

De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a

satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou

diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees

47

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)

(Continua)

Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001

Neoplasia 532 513 565 0419

Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057

Diabetes mellitus 417 375 489 0077

Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479

Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038

Transtorno mental 357 288 478 0002

Obesidade 254 225 304 0164

Demecircncia 167 156 185 0558

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Nordm comorbidades

Zero 97 129 43 lt0001

1-2 572 620 489

3-4 268 227 340

5 ou mais 62 25 128

Comorbidade autorreferida

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001

Dislipidemia 265 276 245 0583

Diabetes mellitus 237 190 319 0019

Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233

172

340

0002

Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288

Cardiopatias 105 74 160 0030

Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006

Tratamento medicamentoso (n=256)

Sim 848 828 882 0252

Natildeo 152 172 118

Medicamento (n=253)

Anti-hipertensivo 597 528 717 0003

Hipolipemiante 225 224 228 0932

Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057

Diureacutetico 213 168 293 0019

Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150

137

174

0425

Antidepressivo 150 118 207 0058

AINEs 107 81 152 0077

48

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

(Conclusatildeo)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo

arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo

com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo

menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior

prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes

mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo

aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores

elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril

Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara

a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as

proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de

comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema

osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel cognitivo (MEEM)

Alterado 167 178 149 0549

Preservado 833 822 851

PHQ-2 total

ge 3 97 43 191 lt0001

lt 3 903 957 809

PA aferida (n=234)

Normotenso 628 631 624 0911

Hipertenso 372 369 376

Iacutendice de massa corpoacuterea

lt22 116 121 108 0456

22-27 376 401 333

gt27 508 478 559

RCQ

Normal 455 436 489 0404

Elevado 545 564 515

49

uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo

arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental

TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)

Variaacutevel HAS

Total N=248

()

PA alterada

Sim

N=87

()

Natildeo

N=161

()

Natildeo 343 259 741

Sim 657 399 601

Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial

aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo

arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e

quase dois quintos dos sabidamente hipertensos

50

TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com

sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

AUDIT-C (n=253)

Negativo 905 913 891 0570

Positivo 95 87 109

Tabagismo

Tabagista 39 37 43 0664

Natildeo tabagista 642 663 606

Ex-tabagista 319 301 351

Nuacutemero de cigarros que fuma ou

jaacute fumou (n=92)

Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185

Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541

Tempo de tabagismo (n=90)

Menos de 10 anos 244 226 270 0634

Mais de 10 anos 756 774 730

Atividade fiacutesica

Sim 926 951 883 0045

Natildeo 74 49 117

Tipo de atividade fiacutesica

Caminhada 677 712 617 0118

Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055

Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523

Danccedila 101 129 53 0053

Hidroginaacutestica 66 86 32 0094

Biodanza 43 37 53 0537

Outros 175 202 128 0129

Frequecircncia da atividade fiacutesica

4-7 vezes por semana 280 337 181 0008

1-3 vezes por semana 630 601 681

Nunca 89 61 138

51

A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados

apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave

qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees

A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as

variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de

Vida Geral

TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim

nem bom Bom

Muito

Bom

WHOQOL-1

Como avaliaria sua

qualidade de vida

WHOQOL-2

Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede

n 3 5 49 140 60

12 19 191 545 233

Muito

insatisfeito Insatisfeito

Nem

satisfeito nem

insatisfeito

Satisfeito Muito

Satisfeito

n 3 21 40 145 48

12 82 156 564 187

Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q

Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143

Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917

Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600

QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779

Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral

52

GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais

Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

53

TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra

em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

Variaacuteveis

QVG

Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear

WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida

Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001

Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625

Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060

Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348

Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920

WHOQOL-2dagger

Satisfaccedilatildeo com a sauacutede

Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001

Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075

Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181

Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355

Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003

Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -

QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041

54

GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014

Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health

Organization Quality of Life

WHOQOL-1

muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim

QV

G

1000

800

600

400

200

00

WHOQOL-2

muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito

insatisfeitomuito insatisfeito

QV

G

1000

800

600

400

200

00

QV boa e satisfeito sauacutede

simnatildeo

QV

G

1000

800

600

400

200

00

55

TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa

Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Domiacutenios

Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees

sociais

Meio

ambiente

Rho QVG 0655 0722 0842 0622

Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10

correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)

A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico

apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio

ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG

56

GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

57

42 Anaacutelise multivariada

As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)

com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram

Idade

Naturalidade

Trabalham atualmente

Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Nuacutemero de comorbidades

HAS

Diabetes mellitus

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Cardiopatias

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio

Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos

Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral

Antidepressivos

Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide

Recalcificante

Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica

HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia

HF positiva para diabetes mellitus

HF positiva para obesidade

PHQ-2 total

Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica

Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica

58

Caminhada

Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila

Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os

idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a

satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de

vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser

oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do

aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo

para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar

atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)

59

TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p

estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de

vida

Variaacuteveis OR IC (95) p-valor

Naturalidade

BH ou RMBH 100 (ref)

Interior MG 046 024 - 090 0023

Outros 081 023 - 286 0746

Nuacutemero de comorbidades

Zero 100 (ref)

1-2 069 021 - 230 0546

3-4 035 010 - 127 0111

5 ou mais 015 003 - 085 0032

Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida

Natildeo 100 (ref)

Sim 025 007 - 094 0040

Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial

Natildeo 100 (ref)

Sim 035 017 - 070 0003

PHQ-2 total

lt 3 100 (ref)

ge 3 018 006 - 050 0001

Frequecircncia da atividade fiacutesica

Nunca 100 (ref)

1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016

4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001

60

QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa

Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO

Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade

Naturalidade Ser natural do interior de MG

Caracteriacutesticas econocircmicas

Trabalha atualmente Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades

HAS

Diabetes mellitus Cardiopatias

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio

Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral Antidepressivos

Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide

Recalcificante

PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3

HF positiva para HAS HF positiva para AVE

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade

HF positivo para HAS

Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e

4-7x sem)

Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull

da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire

61

5 DISCUSSAtildeO

Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico

econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua

qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas

As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma

predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos

equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ

DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et

al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens

(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com

idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004

LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)

A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo

em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e

vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava

540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000

e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens

idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)

Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as

mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as

mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na

exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes

de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)

Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge

(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados

demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo

estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que

tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995

62

(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)

A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da

senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver

algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)

Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes

na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o

que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)

Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa

fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o

aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer

com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma

relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem

percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos

(LUCCHETTI et al 2011)

Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra

estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de

quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a

porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)

Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo

alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos

A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo

considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes

Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino

fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a

segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os

anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres

(BRASIL 2010)

No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos

(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos

idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas

apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre

os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na

63

correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja

observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade

(anos de estudo)

Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na

relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis

pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos

benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o

fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na

sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)

No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir

casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)

segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a

maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a

amostra

Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos

tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente

em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado

garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas

sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de

dignidaderdquo

Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos

idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao

encontrado no estudo (202)

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas

Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos

idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave

meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam

ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em

2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)

64

Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de

frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS

indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional

(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede

do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et

al 2013)

No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus

tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim

como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem

confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)

De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia

de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos

homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do

que 240 mgdL (elevado)

A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem

de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute

importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na

reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado

por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco

para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do

controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e

crocircnicas (BRASIL 2006)

Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos

princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam

os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle

glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia

intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia

(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na

populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia

Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash

HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se

associam (SBD 2013-2014)

65

Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia

apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais

causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos

idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre

as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias

em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo

supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)

Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de

medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os

diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida

mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso

expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)

antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando

a importacircncia das outras patologias citadas

Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra

estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo

Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006)

A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um

problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre

pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no

metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas

podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do

idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave

prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)

Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao

manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos

colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute

desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011

POON BRAUN 2005)

Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos

66

quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA

aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA

controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados

justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo

enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma

entraram

Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes

ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial

sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em

outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais

inadequados (MOREIRA et al 2008)

Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram

hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o

subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo

essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos

deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico

(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)

Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do

estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar

relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e

independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)

apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo

devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando

anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o

idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal

transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)

O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de

elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre

os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado

para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a

habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas

de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos

67

externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os

processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e

compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em

contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas

aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)

Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda

natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento

cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma

necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees

associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores

educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e

capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual

das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo

que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado

na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados

alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao

prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma

craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais

e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)

Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos

anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido

levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees

decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de

trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da

deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES

et al 2006 MELLO et al 2012)

Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como

deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder

incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento

fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no

68

mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno

para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem

20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para

a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os

decliacutenios funcionais

A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as

diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al

2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de

idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada

(545)

O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado

provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou

endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que

vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial

da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo

(MANCINI 2010)

O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional

por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em

idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura

acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da

quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC

e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e

obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)

Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos

e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave

mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou

que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser

protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)

A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral

especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo

na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees

nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI

69

2005 LIMA DUARTE 2013)

53 Caracteriacutesticas comportamentais

Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala

deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar

precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute

menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social

contemporacircneo (NEVES 2004)

A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar

subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica

por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres

(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida

alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim

a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)

Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o

envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou

dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas

pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo

aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior

sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental

(SILVA 2008)

No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)

mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os

estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de

Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)

e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que

revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187

respectivamente

Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram

fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo

maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante

70

A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de

fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A

nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave

neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a

obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)

O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De

acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o

surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de

cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004

PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede

levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em

geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda

Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)

Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O

tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente

atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de

condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)

Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de

vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute

acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude

da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)

Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior

aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006

ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais

acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer

lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)

Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de

uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o

Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade

vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por

sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30

minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada

71

moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por

semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)

Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo

da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade

fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado

em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4

mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se

as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre

o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o

incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do

Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos

com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo

de sal nos alimentos (BRASIL 2011)

54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada

No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo

confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de

vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e

comportamentais

Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram

Naturalidade

Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo

metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso

considerar sua qualidade de vida boa

No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas

Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento

populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento

meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no

setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)

72

Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos

estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas

famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram

constituindo famiacutelia ou natildeo

Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no

estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso

(BORIM BARROS NERI 2012)

Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em

comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas

para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de

melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o

WHOQOL-bref

A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os

idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de

QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do

instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente

rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os

idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas

estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)

Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o

ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio

urbano

Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida

atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural

apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados

obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)

Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e

do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas

diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de

qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que

os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos

que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida

73

mais ativa que levam

Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir

que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida

superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital

pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a

associaccedilatildeo encontrada

Comorbidades

Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma

pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco

ou mais comorbidades

Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que

torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a

promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade

de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)

Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente

relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo

frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um

nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam

maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute

diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)

Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as

escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento

sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS

2011)

Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre

doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al

2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)

Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado

em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta

diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI

74

CICONELLI 2011)

Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas

crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que

focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais

adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo

integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)

A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua

prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso

consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de

isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou

mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua

autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e

com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)

Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem

implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque

para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a

magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco

aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu

uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60

da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo

adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia

aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria

da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)

Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo

gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem

lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza

destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)

Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o

desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas

sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus

fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano

aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias

75

crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool

inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees

em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)

cuidado integral (BRASIL 2011)

Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a

prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e

consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos

Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo

aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa

sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A

ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande

magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de

exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)

Doenccedila do aparelho respiratoacuterio

Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio

tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com

idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria

Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter

progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar

sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)

A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos

acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada

como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et

al 2006)

Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem

reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos

valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo

da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio

respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)

76

Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de

suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de

pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees

respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com

condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas

comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas

pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o

diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente

satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)

Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter

impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir

complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas

no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)

HF positivo para HAS

Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a

pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o

agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a

principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)

No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse

nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo

estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de

doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta

e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo

(BRASIL 2006)

A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas

como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER

2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e

confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)

A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que

77

exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem

disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao

maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica

(MIRANDA et al 2002)

Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade

colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas

medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os

tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)

Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na

prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos

puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)

As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura

pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre

elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo

e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)

Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para

o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de

responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees

cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a

melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)

PHQ-total ge 3

Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a

chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais

comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma

patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute

calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10

dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)

Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na

qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo

78

geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo

provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto

negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de

sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG

Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de

vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na

qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007

FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)

Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em

diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de

reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima

solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo

terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema

Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo

papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos

podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma

eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado

vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)

Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa

Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono

familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos

Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave

sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta

prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente

Atividade fiacutesica

Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um

gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente

sua qualidade de vida

No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos

afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute

79

integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia

Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de

30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida

fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o

pratica (REIS SOUZA 2011)

A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas

funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto

os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu

desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio

corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)

Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os

niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial

coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)

Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio

social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de

liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)

Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor

prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos

vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De

acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a

sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens

Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor

para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram

o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo

experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que

avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de

depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias

cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores

de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a

adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida

Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando

80

praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo

compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de

manter conviacutevio social principalmente entre idosos

Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada

nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE

2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel

(LIMA-COSTA et al 2009)

55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref

O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou

extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o

valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses

foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os

idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte

ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso

a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio

Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados

com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas

informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre

outros

Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida

Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O

IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida

renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos

relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De

acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH

nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e

seguranccedila ambiental

Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas

respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da

qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas

81

externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)

Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui

o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)

para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as

condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas

dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes

(RIO DE JANEIRO 2010)

O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou

indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees

habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)

O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo

apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade

avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees

metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por

exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos

que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE

JANEIRO 2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o

Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado

pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da

distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes

Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte

atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH

condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida

de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem

apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em

contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque

os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente

apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em

locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)

Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O

82

IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede

que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer

para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados

baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees

Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento

de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e

Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas

de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas

de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas

responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)

A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em

nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute

representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em

54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui

os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)

Escolas Municipais 17

Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02

Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10

Creches Conveniadas 37

Escolas Estaduais 41

Hospitais Puacuteblicos 02

Hospitais Particulares 01

Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16

Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01

Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04

Centro de Referecircncia do Idoso 01

Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01

Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01

Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01

Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01

Farmaacutecia Distrital 01

83

Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos

puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos

constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do

ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como

um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras

Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da

miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo

e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)

Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no

municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se

encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash

alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas

e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)

A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser

definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito

concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a

pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve

presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas

mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse

comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de

morte nos idosos (BRASIL 2014)

Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos

como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees

dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo

ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil

como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se

organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos

de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES

MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete

significativamente o meio ambiente no qual ele vive

Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos

84

da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia

contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas

que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de

serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes

de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)

No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL

2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000

habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas

relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de

moradia)

Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento

da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A

campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto

do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os

direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir

qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de

sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)

Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de

assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com

os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)

Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam

negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o

intuito de se buscar possiacuteveis melhorias

56 Limitaccedilotildees do estudo

O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento

Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim

afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas

Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem

como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da

populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o

85

calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa

Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a

inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na

avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras

investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de

referecircncia para idosos

86

6 CONCLUSOtildeES

O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou

como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais

(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria

predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre

60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)

Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram

aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave

moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando

condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da

populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados

Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede

prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)

doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)

Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um

medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)

hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)

Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39

fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade

fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a

realizam de uma a trecircs vezes por semana

Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se

que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751

encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso

constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante

ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)

e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos

Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram

significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser

natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila

do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com

87

pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por

semana e de quatro a sete vezes por semana

Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os

idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida

Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um

grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais

O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e

intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de

vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute

importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a

qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo

realiza eacute no proacuteprio local

Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de

ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo

mais expressivo de idosos do municiacutepio

Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade

de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida

Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo

fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para

confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees

causais entre as variaacuteveis estudadas

Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na

populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O

estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de

poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento

das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem

sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o

acompanhamento e controle da populaccedilatildeo

Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no

trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo

baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em

diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em

88

tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de

enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)

Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio

aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo

do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave

sauacutede

Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta

para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no

centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas

socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam

do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida

desses idosos

Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem

melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o

domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida

Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute

de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos

nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de

diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de

variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e

potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa

populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem

ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de

envelhecimento ativo

89

REFEREcircNCIAS

ABBOTT RD et al Walking and dementia in physical capable elderly men JAMA 2004 292 (12)1447-53

ALBERTA SPORT RECREATION PARKS AND WILDLIFE FOUNDATION - ASRPWF Active Living Strategy Canada 2012 ALEY LPV Qualidade de vida de idosos diabeacuteticos tipo 2 usuaacuterios de um ambulatoacuterio de hospital escola 2007 150 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) - Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2007 ALVES et al A influecircncia das doenccedilas crocircnicas na capacidade funcional dos idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 23(8)1924-1930 ago 2007 ALVES LC RODRIGUES RN Determinantes da autopercepccedilatildeo de sauacutede entre idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Revista Panamericana de Salud Puacuteblica Washington v 17 n 5-6 p 333-341 2005 AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION (ADA) The nutrition screanning initiative incorporating nutrition screening and interventions into medical practice a monograph for physicians Washington DC US American Academy of Family Physicians National Council on Aging Inc 1994 ANTUNES HKM et alDepression anxiety and quality of life scores in seniors after an endurance exercise program Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 266-271 dec 2005

ANTUNES HKM et al Exerciacutecio fiacutesico e funccedilatildeo cognitiva uma revisatildeo Ver Bras Med Esporte Niteroacutei v 12 n 2 Abr 2006

BARRETO ML CARMO EH Padrotildees de adoecimento e de morte da populaccedilatildeo brasileira os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 12 (Sup) 1779-1790 2007 BATISTA LKC et al Manuseio da doenccedila renal crocircnica em pacientes com hipertensatildeo e diabetes Jornal Brasileiro de Nefrologia Satildeo Paulo v 27 n 1 p 8-13 jun 2005 BATISTA M P P ALMEIDA M H M LANCMAN S Politicas puacuteblicas para a populaccedilatildeo idosa uma revisatildeo com ecircnfase nas accedilotildees de sauacutede Rev Ter Ocup Univ Satildeo Paulo v 22 n 3 p 200-207 setdez 2011 BELO HORIZONTE Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte 2013

90

BENEDETTI TRB et al Atividade fiacutesica e estado de sauacutede mental de idosos Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 42 n 2 Abr 2008 BERTOLUCCI PHF et al O mini-exame do estado mental em uma populaccedilatildeo geral impacto da escolaridade Arquivos de Neuropsiquiatria v 52 n 1 p 1-7 1994 BORIM FSA BARROS MBA NERI AL Autoavaliaccedilatildeo da sauacutede em idosos pesquisa de base populacional no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 28(4)769-780 abr 2012

BOWLING A Perceptions of active ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole population samples Oxford Journals v 38 n 6 Ago 2009 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF Senado Federal 1988

BRASIL Casa Civil Subchefia para assuntos juriacutedicos Lei ndeg 10741 de 1deg de Outubro de 2003 Dispotildees sobre o Estatuto do Idoso e daacute outras providecircncias BrasiacuteliaDF 2003 BRASIL Decreto nordm 1948 Regulamenta a Lei ndeg 8842 de 4 de janeiro de 1994 que dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DF 1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 BrasiacuteliaDF 2010 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil 2009 Rio de Janeiro IBGE 2009 152 p (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica 25)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 15 - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 16 - Diabetes Mellitus BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Plano de accedilotildees estrateacutegicas para o enfrentamento das Doenccedilas Crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) no Brasil Brasiacutelia DF 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria n ordm 2528 Aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede da Pessoa Idosa Brasiacutelia DF 2006

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria 399GM de 22 de fevereiro 2006 Divulga o Pacto pela Sauacutede 2006 ndash Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria do Gabinete do Ministro de Estado da

91

Sauacutede de ndeg 1395 de 9 de dezembro de 1999 que aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil no 237-E pp 20-24 13 dez seccedilatildeo 1 BrasiacuteliaDF 1999 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas e Estrateacutegicas Atenccedilatildeo agrave sauacutede da pessoa idosa e envelhecimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 44 p (Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede) (Seacuterie Pactos pela Sauacutede 2006 12) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Envelhecimento e sauacutede da pessoa idosa Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007 192 p (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos) (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 19) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Coordenaccedilatildeo de Prevenccedilatildeo e Vigilacircncia Inqueacuterito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenccedilas e agravos natildeo transmissiacuteveis Brasil 15 capitais e Distrito Federal 2002-2003 Rio de Janeiro INCA 2004 186 p BRASIL Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Brasil manual de enfrentamento agrave violecircncia contra a pessoa idosa Eacute possiacutevel prevenir Eacute necessaacuterio superar Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Texto de Maria Ceciacutelia de Souza Minayo mdash Brasiacutelia DF Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica 2014 BROWN C J FRIEDKIN R J INOUYE S K Prevalence and outcomes of low mobility in hospitalized older patients Journal of the American Geriatrics Society v 52 n 8 p 1263-1270 aug 2004 BRYMAN A et al Anaacutelise de dados em ciecircncias sociais introduccedilatildeo agraves teacutecnicas utilizando o SPSS para Windows 1992 BUSS PM Promoccedilatildeo da sauacutede e qualidade de vida Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 5(1)163-177 2000 CAMARANO et al Idosos brasileiros indicadores de condiccedilotildees de vida e de acompanhamento de poliacuteticas Brasiacutelia Presidecircncia da Repuacuteblica 2005 144 p CAMARANO AA KANSO S MELLO JL Como vive o idoso brasileiro In CAMARANO A A (Org) Os novos idosos brasileiros muito aleacutem dos 60 Rio de Janeiro IPEA 2004a cap 1 p 25-73 CAMARANO AA (Org) Muito aleacutem dos 60 os novos idosos brasileiros Rio de Janeiro Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada 1999 382 p

92

CAMPOLINA AG DINI PS CICONELLI RM Impacto da doenccedila crocircnica na qualidade de vida de idosos da comunidade em Satildeo Paulo (SP Brasil) Ciecircnc sauacutede coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 Jun 2011 CANAVARRO MC et al Desenvolvimento dos instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida na infecccedilatildeo VIH da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHOQOL-HIV WHOQOL-HIV-BREF) para portuguecircs de Portugal apresentaccedilatildeo de um projecto 2005 11 p CARNEIRO R S Qualidade de vida apoio social e depressatildeo em idosos relaccedilatildeo com habilidades sociais Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica Porto Alegre v 20 n 2 p 229-237 2007 CARVALHO JAM de GARCIA RA O envelhecimento da populaccedilatildeo brasileira um enfoque demograacutefico Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 725-733 maiojun 2003 CENTRO INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE Declaraccedilatildeo do Rio Aleacutem da Prevenccedilatildeo e Tratamento Desenvolvendo uma Cultura do Cuidado em resposta agrave Revoluccedilatildeo da Longevidade Brasil 2013

CHAVES MLF Testes de avaliaccedilatildeo cognitiva Mini-Exame do Estado Mental Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da ABN (perioacutedico na internet) 2006-2008 CHEUNG K L SOMAN S TAMURA M K Special considerations in the management of chronic kidney disease in the elderly DialysisampTransplantation United States v 40 n 6 p 241-243 june 2011 CURITIBA Secretaria Municipal da Sauacutede Autocuidado apoiado manual do profissional de sauacutede 92p Curitiba 2012 DANTAS ELR et al Geneacutetica do cacircncer hereditaacuterio Rev Bras De Cancerologia v 55 n 3 263-69 2009 DINIZ AMA NAHAS MIP MOSCOVITCH SK Anaacutelise espacial da violecircncia urbana em Belo Horizonte uma proposiccedilatildeo metodoloacutegica a partir de informaccedilotildees e indicadores georreferenciados Belo Horizonte 2003 DUARTE SFP REIS LAR Obesidade uma visatildeo multidisciplinar 1 ed Curitiba CRV 2012

ENGELHARDT E et al Idosos institucionalizados rastreamento cognitivo Rev Psiquiatria Cliacutenica Satildeo Paulo v 25 n 2 74-9 1998 FALLER JW et al Qualidade de vida de idosos cadastrados na estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia de Foz do Iguaccedilu-PR Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 14 803-810 2010

93

FARENZENA W P et alQualidade de vida em um grupo de idosos de Veranoacutepolis Revista Kairoacutes Satildeo Paulo v 10 n 2 p 225-243 dez 2007

FERNANDES MTO A Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede para o cuidado agrave pessoa idosa na Atenccedilatildeo Primaacuteria um Modelo Teoacuterico 216f Tese (Tese de Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2013 FERNANDES MTO SOARES SM O desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo ao idoso no Brasil Rev esc enferm USP Satildeo Paulo v 46 n

6 Dez 2012 FERREIRA ALCBM A qualidade de vida em idosos em diferentes contextos habitacionais a perspectiva do proacuteprio e do seu cuidador 2009 94f Dissertaccedilatildeo (Mestrado Integrado em Psicologia) ndash Faculdade de Psicologia e Ciecircncias da Educaccedilatildeo Universidade de Lisboa Lisboa 2009 FLECK M P A O instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) caracteriacutesticas e perspectivas Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 33-38 2000 FLECK MPA CHACHAMOVICH E TRENTINI CM Projeto WHOQOL-OLD meacutetodo e resultados de grupos focais no Brasil Revista Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 n 6 p 793-799 dez 2003 FLECK MPA et al A avaliaccedilatildeo de qualidade de vida guia para profissionais da sauacutede Porto Alegre Artmed 2008 228 p FLECK MPA et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento abreviado de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida ldquoWHOQOL-brefrdquo Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 34 n 2 p 178-183 abr 2000

FLORIANO PJ DALGALARRONDO P Sauacutede mental qualidade de vida e religiatildeo em idosos de um Programa de Sauacutede da Famiacutelia Jornal Brasileiro de Psiquiatria Rio de Janeiro v 56 n 3 p 162-170 2007 FORTIN MF DUCHARME F Os estudos de tipo correlacional In FORTIN M F (Org) O processo de investigaccedilatildeo da concepccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo 3 ed Loures Lusociecircncia 2003 cap 13 p 173-182 FRANCISCO PMSB et al Fatores associados agrave doenccedila pulmonar em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 40(3)428-35 2006 FREEDMAN VA MARTIN LG Contribution of chronic conditions to aggregate changes in old-age functioning Am J Public Health 901755-60 2000 FREITAS EV XAVIER FL Tratado de Geriatria e Gerontologia 3 ed [Sl] Guanabara Koogan 2011

94

GILES-CORTI B DONOVAN RJ Relative influences of individual social environmental and physical environmental correlates of walking American Journal of Public Health Washington v 93 n 9 p 1583-1589 sept 2003 GLEZEN WP et al Impact of respiratory virus infections on persons with chronic underlying conditions JAMA 2000283(4)499-505 GORDILHO A et al Desafios a serem enfrentados no terceiro milecircnio pelo setor sauacutede na atenccedilatildeo integral ao idoso Rio de Janeiro UnATI UERJ 2000

GOULART D et al Tabagismo em idosos Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de

Janeiro v 13 n 2 Aug 2010 GRABOWSKI DC ELLIS JE High body mass index does not predict mortality in older people analysis of the longitudinal study of aging J Am Geriatr Soc v 49

968-79 2001 GUIMARAtildeES SJ MIRANDA JLS MACEDO LTA Violecircncia contra o idoso uma questatildeo social a ser discutida UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAtildeO - III Jornada Internacional de Poliacuteticas Puacuteblicas Questatildeo Social e Desenvolvimento no Seacuteculo XXI Satildeo Luiacutes ndash MA agosto 2007 GUSMAtildeO JL A qualidade de vida da pessoa com hipertensatildeo arterial In PIERIN A M G (Coord) Hipertensatildeo arterial uma proposta para o cuidar Satildeo Paulo Manole 2004 cap 15 p 263-274

HAIR JF Jr et al Anaacutelise de Dados Multivariados 6 ed Upper Saddle River Prentice-Hall 2009 HALLAL PC et al Physical inactivity prevalence and associated variables in Brazilian adults Medicine and Science in Sports and Exercise Hagerstown v 35 n 11 p 1894-1900 nov 2003 HALVORSRUD L et al Quality of life in older Norwegian adults living at home a cross-sectional survey Journal of Research in Nursing London v 17 n 1 p 12-29 oct 2010

HWANG HF et al Suitability of the WHOQOL-bref for community-dwelling older people in Taiwan Age and Ageing Oxford v 32 n 6 p 593-600 Nov 2003

HULSE GK Alcohol drugs and much more in later life Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 24 p 34-41 apr 2002 JAKOBSSON U HALLBERG IR WESTERGREN A Overall and health related quality of life among the oldest old in pain Quality of Life Research v 13 n 1 p 125-136 feb 2004 JARDIM JRB et al Doenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (DPOC) In Prado

95

FC Ramos J Valle JR editores Atualizaccedilatildeo terapecircutica Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2003 p1427-30 JOIA LC RUIZ T DONALISIO MR Condiccedilotildees associadas ao grau de satisfaccedilatildeo com a vida entre a populaccedilatildeo de idosos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 41 n 1 p 131-138 fev 2007 JOINT NATIONAL COMMITTEE The seventh report of the Joint National Committee on prevention detection evaluation and treatment of high blood pressure [sl sn] 2004 87 p (NIH Publication n 04-5230) JUacuteNIOR FGP OLIVEIRA MTC Iacutendice de Vulnerabilidade da Sauacutede de Belo Horizonte compreendendo realidades locais para priorizar a alocaccedilatildeo de recursos e nortear poliacuteticas puacuteblicas Belo Horizonte 2012 KATZ S et al Studies of illness in the aged The index of ADL a standardized measure of biological and psychosocial function JAMA The Journal of the American Medical Association Chicago v 185 n 12 p 914-919 sept 1963 KEMPEN GIJM et al Risk and protective factors of different functional trajectories in older person are these the same The Journals of Gerontology v 61B n 2 p 95-101 2005 KIMURA M SILVA JV Ferrans and Powers quality of life index Rev Esc Enferm USP 43(especial)1098-104 2009 KOLTYN K F The association between physical activity and quality of life in older women Womenrsquos Health Issues New York v 11 n 6 p 471-480 novdec 2001 KROENKE K SPITZER RL WILLIAMS JB The Patient Health Questionnaire-2 validity of a two-item depression screener Medical Care Hagerstown v 41 n 11 p 1284-1292 nov 2003 KURCGANT P Gerenciamento em Enfermagem 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2010 196 p

LEBRAtildeO ML O envelhecimento no Brasil aspectos da transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica Sauacutede Coletiva Satildeo Paulo v 4 n 6 2007

LEBRAtildeO ML DUARTE YAO SABE ndash Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento ndash O Projeto Sabe no municiacutepio de Satildeo Paulo uma abordagem inicial Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 255p 2003 LIMA-COSTA MFF A escolaridade afeta igualmente comportamentos prejudiciais agrave sauacutede de idosos e adultos mais jovens Inqueacuterito de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v 13 n 4 p 201-208 dez 2004

96

LIMA-COSTA MFF et al Projeto Bambuiacute um estudo epidemioloacutegico de caracteriacutesticas sociodemograacuteficas suporte social e indicadores de condiccedilatildeo de sauacutede dos idosos em comparaccedilatildeo aos adultos jovens Informe Epidemioloacutegico do SUS Brasiacutelia v 11 n 2 p 91-105 abrjun 2002 LIMA-COSTA MFF et al Comportamentos em sauacutede entre idosos hipertensos Brasil 2006 Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 p 18-26 nov 2009 Suplemento 2 LIMA PV DUARTE SFP Prevalecircncia de obesidade em idosos e sua relaccedilatildeo com hipertensatildeo e diabetes Rev Interscentia v 1 n 3 2013

LOPES PAPL Qualidade de vida e suporte social do idoso no meio rural e no meio urbano um Estudo comparativo e correlacional 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Psicologia) ndash Instituto Superior de Psicologia Aplicada Lisboa 2004 LOURENCcedilO RVR Formaccedilatildeo Humana em geriatria e gerontologia uma perspectiva interdisciplinar UERJ p89-92 2006 LOW G MOLZAHN AE KALFOSS M Quality of life of older adults in Canada and Norway examining the Iowa Model Western Journal of Nursing Research United States v 30 n 4 p 458-476 june 2008

LOW G MOLZAHN AE Predictors of Quality of Life in Old Age A Cross-Validation Study Research in Nursing amp Health v 30 p 141-150 2007 LOYOLA FILHO A I de et al Estudo de base populacional sobre o consumo de medicamentos entre idosos Projeto Bambuiacute Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 21 n 2 p 545-553 marabr 2005 LOYOLA FILHO A I de UCHOA E LIMA-COSTA M F F Estudo epidemioloacutegico de base populacional sobre uso de medicamentos entre idosos na Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 12 p 2657-2667 dez 2006 LUCCHETTI G et al Fatores associados agrave polifarmaacutecia em idosos institucionalizados Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 13 n 1

2010

LUCCHETTI G et al O idoso e sua espiritualidade impacto sobre diferentes aspectos do envelhecimento Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 14 n 1 2011 MACHADO FN Capacidade e desempenho para a realizaccedilatildeo das Atividades Baacutesicas de Vida Diaacuteria um estudo com idosos dependentes 2010 130f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2010

97

MAGALHAtildeES MM LIMA ACP Noccedilotildees de Probabilidade e Estatiacutestica 6ordf ed IME-USP ED USP 2002 MANCINI MC Tratado de Obesidade Itapevi AC Farmacecircutica 2010 MARQUES D RODRIGUES L Emigrantes e imigrantes de Belo Horizonte em relaccedilatildeo ao restante da RMBH uma aplicaccedilatildeo do meacutetodo ldquoGrade of Member shiprdquo (GoM) In Encontro Nacional de Estudos Populacionais 15 2006 Caxambu 20 p MARTINS et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida subjetiva dos idosos uma comparaccedilatildeo entre os residentes em cidades rurais e urbanas Estud interdiscip envelhec Porto Alegre v 11 p 135-154 2007 MATTEWS KA et al Socioeconomic trajetories and incident hypertension in a biracial cohort of young adults Hypertension 39772-6 2002

MEIRELLES BHS et alCondiccedilotildees associadas agrave qualidade de vida dos idosos com doenccedila crocircnica Cogitare Enfermagem Paranaacute v 15 n 3 p 433-440 julset 2010 MELLO BLD HADDAD MCL DELLAROZA MSG Avaliaccedilatildeo cognitiva de idosos institucionalizados Acta Scientiarum Maringaacute v 34 n 1 p 95-102 Jan-June 2012 MELLO E TEIXEIRA MB Depressatildeo em idosos Revista Sauacutede v 5 n 1 2011 MENEZES AM VICTORA CG RIGATTO M Prevalence and risk factors for chronic bronchitis in Pelotas RS Brazil a population-based study Thorax 199449(12)1217-21 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um debate necessaacuterio Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 7-18 2000

MINGOYI SA et al Meacutetodos de Amostragem com Aplicaccedilotildees na Aacuterea Empresarial Belo Horizonte Departamento de Estatiacutestica da UFMG 2000 MIRANDA RD et al Hipertensatildeo arterial no idoso peculiaridades na fisiopatologia no diagnoacutestico e no tratamento Rev Bras Hipertens 9 293-300 2002 MIRANZI SSC et al Qualidade de vida de indiviacuteduos com Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo acompanhados por uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia Texto Contexto Enferm Florianoacutepolis Out-Dez 17(4) 672-9 2008 MORAES JFD de SOUZA VBA Factors associated with the successful aging of the socially-active elderly in the metropolitan region of Porto Alegre Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 302-308 dez 2005

98

MOREIRA LB et alConhecimento sobre o tratamento farmacoloacutegico em pacientes com doenccedila renal crocircnica Revista Brasileira de Ciecircncias Farmacecircuticas Satildeo Paulo v 44 n 2 p 315-325 abrjun 2008 NAHAS MIP et al Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana de Belo Horizonte (IQVU ndash BH) um instrumento intra-urbaniacutestico de gestatildeo da qualidade de vida Belo Horizonte 1437-51 2013 NERI AL (Org) Qualidade de vida e idade madura 7 ed Campinas Papirus 2007 285 p (Coleccedilatildeo Viva idade) NERI AL (Org) Palavras-chave em gerontologia 3 ed Campinas Aliacutenea 2008 218 p (Coleccedilatildeo Velhice e Sociedade) NEVES DP Alcoolismo acusaccedilatildeo ou diagnoacutestico Cad Sauacutede Puacuteblica V 20 n 1 7-14 janfev 2004

OLIVEIRA AFG Testes estatiacutesticos para comparaccedilatildeo de meacutedias Revista Eletrocircnica Nutritime V 5 n 6 p 777-788 novdez 2008 OLIVEIRA DLC GORETTI LC PEREIRA LSM O desempenho de idoso institucionalizados com alteraccedilotildees cognitivas em atividades de vida diaacuteria e mobilidade estudo piloto Rev bras fisioter V 10 n 1 (2006) 91-96 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE - OMS Envelhecimento Ativo uma Poliacutetica de sauacutede Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Mental Health New Understanding New Hope 1ordf ediccedilatildeo Lisboa Abril de 2002 PASKULIN LMG Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um distrito sanitaacuterio de Porto AlegreRS 2006 170 f Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 PASKULIN LMG MOLZAHN A Quality of life of older adults in Canada and Brazil Western Journal of Nursing Research United States v 29 n 1 p 10-26 feb 2007 PEIXOTO SV FIRMO JOA LIMA-COSTA MFF Condiccedilotildees de sauacutede e tabagismo entre idosos residentes em duas comunidades brasileiras (Projeto Bambuiacute e Belo Horizonte) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 9 p 1925-1934 set 2006 PEIXOTO SV GIATTI L AFRADIQUE ME LIMA-COSTA MF Custo das internaccedilotildees hospitalares entre idosos brasileiros no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede Epidemiol Serv Sauacutede Dez 13(4)46-53 2004 PEDROSA RP DRAGER LF Como diagnosticar e tartar hipertensatildeo arterial

99

sistecircmica Grupo Editorial Moreira Jr v 65 n 12 dez 2008 PEREIRA JC BARRETO SM PASSOS VMA O perfil de sauacutede cardiovascular dos idosos brasileiros precisa melhorar estudo de base populacional Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 91 n 1 p 1-10 jul 2008 PEREIRA RJ et al Influecircncia de fatores soacutecios sanitaacuterios na qualidade de vida dos idosos de um municiacutepio do Sudeste do Brasil Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 p 2907-2917 jun 2011 POON IO BRAUN U High prevalence of orthostatic hypotension and its correlation with potentially causative medications among elderly veterans Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics Oxfordv30 n 2 p 173-178 apr 2005 PORTUGAL Porto lazer No Porto a Vida eacute Longa Portugal 2006 RAMOS LR Fatores determinantes do envelhecimento saudaacutevel em idosos residentes em centro urbano Projeto Epidoso Satildeo Paulo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeirov19 n 3 p 793-798 maiojun 2003

REIS AES SOUZA JA Atividade fiacutesica para idosos Revista de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) v 1 n 1 2011 RIO DE JANEIRO Observatoacuterio das Metroacutepoles Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia Iacutendice de Bem-Estar Urbano Rio de Janeiro set 2010 RODRIGUES RMC LOUREIRO LMJ SILVA SMDT Os muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbra Escola Superior de Enfermagem em Coimbra Portugal Coimbra 2009

ROSA TEC et al Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 3740-8 2003

ROSEMBERG J ROSEMBERG AMA MORAES MA de Nicotina droga universal Satildeo Paulo Centro de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Secretaria de Estado da Sauacutede de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2003 174 p

SANTOS DM SICHIERI R Iacutendice de massa corporal e indicadores antropomeacutetricos de adiposidade em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica v 39 n 2 163-8 2005 SANTOS PM et al Percepccedilatildeo de qualidade de vida entre idosos jovens e longevos praticantes de hidroginaacutestica Revista Brasileira de Qualidade de Vida v 5 p 1-11 2013 SAUERESSIG S et al Prevalecircncia de tabagismo em idosos atendidos pelo Programa de Sauacutede da Famiacutelia em Camaquatilde - RS Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica do Rio

100

Grande do Sul Porto Alegre v 51 n 3 p 173-179 julset 2007 SCHNEIDER RH IRIGARAY TQ O envelhecimento na atualidade aspectos cronoloacutegicos bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais Estudos de Psicologia Campinas v 25 n 4 p 585-593 outdez 2008 SCOCCO P FANTONI G CAON F Role of depressive and cognitive status in self-reported evaluation of quality of life in older people comparing proxy and physician perspectives Age Ageing Oxford v 35 n 2 p 166-171 mar 2006 SEQUEIRA A SILVA MN O Bem Estar da Pessoa Idosa no Meio Rural Anaacutelise Psicoloacutegica Lisboa v 3 p 505-516 2002

SILVA AA da Alcoolismo em idosos Revista Cientiacutefica Eletrocircnica de Psicologia Satildeo Paulo ano VI n 10 maio 2008 6 p

SILVA PAB Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos adscritos no Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Minas Gerais 2012 184f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2012 SILVA SD A implantaccedilatildeo de um centro de convivecircncia para pessoas idosas um manual para profissionais e comunidades Rio de Janeiro CRDE UnATI UERJ 2003 57p SILVESTRE JA NETO C MENEZES M Abordagem do idoso em programas de sauacutede da famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica 19839-47 2003

SOARES SM et al Qualidade de Vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos atendidos em Unidades Baacutesicas de Sauacutede do Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Projeto de Pesquisa realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH) Belo HorizonteMG 2013

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES ndash SBD Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes Satildeo Paulo 2013-2014 SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ndash SOCERJ Recomendaccedilotildees da SOCERJ ndash Manejo Terapecircutico em Cardiogeriatria Revista da SOCERJ v 17 sup B Jun 2004 SOUSA L GALANTE H FIGUEIREDO D Qualidade de vida e bem-estar dos idosos um estudo exploratoacuterio na populaccedilatildeo portuguesa Revista de Sauacutede Puacuteblica v 37 n 3 2003 SOUZA R et al Avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica em idosos estimativas de peso e altura e concordacircncia entre classificaccedilotildees de IMC Rev bras geriatr gerontol Rio de Janeiro v 16 n 1 Mar 2013

101

TAMAI SAB et al Impacto de um programa de promoccedilatildeo da sauacutede na qualidade de vida do idoso Einstein 9 (1 Pt 1)8-13 2011

TRENTINI CM Qualidade de vida em idosos 2004 224f Tese (doutorado) ndash Faculdade de Medicina Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2004

UMBELINO GJM Aplicaccedilatildeo do Iacutendice de Qualidade de Vida Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil Rev Bras Est Pop Satildeo Paulo v 24 n 2 p 339-340 juldez 2007 UNITED NATIONS Ageing New York United Nations 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Nuacutecleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG Instituto Jenny de Andrade Faria Belo Horizonte 2014 VASCONCELOS F F et al Utilizaccedilatildeo medicamentosa por idosos de uma Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia de Fortaleza - CE Acta Paulista de Enfermagem Satildeo Paulo v 18 n 2 p 178-183 abrjun 2005 VECCHIA R D et al Qualidade de vida na terceira idade um conceito subjetivo Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v 8 n 3 p 246-252 set 2005 VERAS RP CALDAS PC Promovendo a sauacutede e a cidadania do idoso o movimento das universidades da terceira idade Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 9(2) 423-432 2004 VERAS R Em busca de uma assistecircncia adequada agrave sauacutede do idoso revisatildeo da literatura e aplicaccedilatildeo de um instrumento de detecccedilatildeo precoce e de previsibilidade de agravos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 705-715 maiojun 2003 VERAS R Envelhecimento populacional contemporacircneo demandas desafios e inovaccedilotildees Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 n 3 p 548-554 maiojun 2009 VERAS R Estrateacutegias para o enfrentamento das doenccedilas crocircnicas um modelo em que todos ganham Rev Bras Geriatr 14 (4) 779-789 Rio de Janeiro 2011 VERAS R Foacuterum Envelhecimento populacional e as informaccedilotildees de sauacutede do PNAD demandas e desafios contemporacircneos Introduccedilatildeo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 10 p 2463-2466 out 2007

VIDMAR et al Atividade fiacutesica e qualidade de vida em idosos Revista Sauacutede e Pesquisa v 4 n 3 p 417-424 setdez 2011 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL Versatildeo em

102

portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998a cap 3 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-100 e do WHOQOL-bref Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998b cap 4 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo em portuguecircs do WHOQOL-100 Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998c cap 2

WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Envelhecimento ativo uma poliacutetica de sauacutede Traduccedilatildeo de Suzana Gontijo Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 60 p Traduccedilatildeo de Active ageing a policy framework WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL The World Health Organization Quality of Life assessment Position paper from the World Health Organization Social Science amp Medicine v 41 P 1403-1409 1995 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Towards age-friendly primary health care Geneva WHO 2004 30 p (Active Ageing Series) WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL WHOQOL-bref US Version Washington Universidade de Washington 1997 12 p ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao sedentarismo no lazer em idosos Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 6 p 1329-1338 jun 2007

ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao tabagismo em idosos Inqueacuterito de Sauacutede no Estado de Satildeo Paulo (ISA-SP) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 28 n 3 p 583-595 mar 2012 ZAITUNE MPA et al Hipertensatildeo arterial em idosos prevalecircncia fatores associados e praacuteticas de controle no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(2) 285-294 fev 2006

ZASLAVSKY C GUS I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidades Arq Bras Cardiol volume 79 nordm 6 635-9 2002

103

ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

World Health Organization Quality of Life-bref

104

105

106

Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos

Questionaacuterio nordm _______

Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________

Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________

Endereccedilo _____________________________________________________________________

Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______

Telefone de contato ________________

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

Nome completo ______________________________________________________________

Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________

Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo

Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro

Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra

PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -

Vocecirc estaacute trabalhando atualmente

Se sim especifique _____________________

(1) sim (2) natildeo

Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo

Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez

Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo

(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos

(3) entre 3 a 5 salaacuterios

(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos

- MORADIA -

Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo

Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +

Possui banheiro (1) sim (2) natildeo

Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo

Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo

Mora sozinho (1) sim (2) natildeo

Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique grau de parentesco ________________________

Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos

Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos

(4) netos (5) outros ______________________

107

(Continua)

- ESCOLARIDADE -

Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo

Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado

HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA

- AUDIT-C -

Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo

Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4

Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4

Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4

O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente

108

(Continua)

- TABAGISMO -

Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo

Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo

Quantos cigarros vocecirc

fuma (va) por dia

(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica

Haacute quanto tempo vocecirc

fuma (va)

(1) menos de 2

anos

(2) de 2 a 10

anos

(3) mais de 10

anos

(99) natildeo se aplica

- ATIVIDADE FIacuteSICA -

Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo

Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong

(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________

Frequecircncia (1) 1xsemana

(4) nunca

(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana

HISTOacuteRIA CLIacuteNICA

Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo

Se sim qual

( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias

( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________

Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique ________________________________________________________________________

Haacute quanto tempo ______ (em anos)

HISTOacuteRIA FAMILIAR

Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve

Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo

Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo

Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo

Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo

Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo

Obesidade (1) sim (2) natildeo

Cacircncer (1) sim (2) natildeo

Demecircncia (1) sim (2) natildeo

Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo

109

(Conclusatildeo)

The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas

1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3

AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA

Peso medido (kg) _____________

Estatura aferida (m) ___________

IMC ___________ (kgmsup2)

Circunferecircncia cintura (cm) _________

Circunferecircncia quadril (cm) _________

Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____

PRESSAtildeO ARTERIAL

Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)

PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg

PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg

110

ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA

PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

111

112

ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG

113

ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL

SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS

NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

114

ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH

DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

Page 7: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …

Agradecimentos especiais

Agrave Profordf Drordf Socircnia Maria Soares

Pelos anos de convivecircncia e orientaccedilatildeo

Obrigada pela parceria e por sempre

compreender minha situaccedilatildeo Nossa

trajetoacuteria foi marcada por momentos de

ausecircncia vindos de ambas as partes

Poreacutem acredito que em todas as ocasiotildees

as ausecircncias foram por bons motivos e natildeo

prejudicaram nosso trabalho juntas Que

nossa caminhada continue ainda mais

fortalecida

Agrave Patriacutecia

Nem tenho palavras para agradecer toda

sua colaboraccedilatildeo neste trabalho Muito

obrigada por tudo Que essa parceria ainda

colha muitos frutos

Agradecimentos

Aos idosos do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por colaborar com esta pesquisa de

maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs

pela maneira que lidam com o

envelhecimento e como enxergam a vida

com tanta maturidade e sabedoria

Aos familiares

Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e

festejarem comigo as minhas conquistas

Aos meus amigos

Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo

da minha ausecircncia Mas saibam que

agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs

satildeo fundamentais para mim

Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede

Ermelinda

Sem o apoio de todos vocecircs a

concretizaccedilatildeo deste trabalho seria

impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos

momentos de sobrecarga devido agraves minhas

ausecircncias principalmente aos meus

colegas enfermeiros e agrave equipe amarela

Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo

para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero

que este trabalho possa contribuir de

maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave

sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por

tudo

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de

Belo Horizonte em especial ao

Distrito Noroeste

Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu

mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos

seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que

contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede

mais digna e humanizada

Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no

local e por acreditar tanto no que estamos

fazendo Espero que nossos resultados

possam contribuir com o trabalho de vocecircs

Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia

o Centro com tanta competecircncia e amor

Aos demais funcionaacuterios do Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa

Pela receptividade durante todo o periacuteodo

que ficamos no local de trabalho de vocecircs e

pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos

idosos

Aos integrantes do NEPCDH

Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria

desta pesquisa

Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que

colaboraram na coleta de dados

Liacuterica e Francielle

Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo

existiria

Obrigada pela grande parceria

Aos colegas de mestrado

Pelo compartilhamento de alegrias e

frustraccedilotildees

RESUMO

MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local

Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso

ABSTRACT

MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research

Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32

Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e

Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte

MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

Graacutefico 2

Graacutefico 3

-

-

Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1

WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo

Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54

Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 56

Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida

por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60

LISTA DE TABELAS

1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44

2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45

3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47

4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49

5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50

6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de

QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 53

9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014 55

10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua

sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 59

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico

BH

CRPI

-

-

Belo Horizonte

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara

DP - Desvio-padratildeo

EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais

G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV

boasatisfeito

G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou

QV ruiminsatisfeito

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

IQ - Intervalo Interquartil

NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento

Humano

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OR - Odds Ratio

PA - Pressatildeo Arterial

PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica

PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica

PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

QVG - Qualidade de Vida Geral

Sm - Salaacuterio Miacutenimo

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

WHO - World Health Organization

WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group

WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16

12 Objetivo 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21

21 Envelhecimento populacional 21

22

221

Qualidade de vida do idoso 23

Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede

24

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27

3 METODOLOGIA 31

31 Tipo de estudo 31

32 Aacuterea e local do estudo 31

33

331

332

Populaccedilatildeo do estudo 31

Caacutelculo amostral 31

Criteacuterios de seleccedilatildeo 32

34 Coleta de dados 33

35 Variaacuteveis do estudo 33

351 Variaacutevel dependente 33

352 Variaacuteveis independentes 34

353 Instrumentos para a coleta de dados 34

36

37

Anaacutelise dos dados 40

Questotildees eacutetico-legais 41

SUMAacuteRIO

4 RESULTADOS 43

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43

42 Anaacutelise multivariada 57

5 DISCUSSAtildeO 61

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63

53 Caracteriacutesticas comportamentais 69

54

55

56

Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71

Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80

Limitaccedilotildees do estudo 84

6 CONCLUSOtildeES 86

REFEREcircNCIAS 89

ANEXOS 103

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o

Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos

(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes

do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos

ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da

populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em

nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL

2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de

2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta

representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se

encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo

composta por idosos

Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a

fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)

Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60

anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses

desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa

de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou

115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27

anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento

como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais

rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto

institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que

fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)

O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos

mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado

17

estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica

Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em

meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que

expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados

(LEBRAtildeO DUARTE 2003)

Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640

de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que

deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)

Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada

de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a

estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide

populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES

RODRIGUES 2005)

Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX

acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas

mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela

diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e

parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia

inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)

Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as

doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar

incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em

desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas

seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da

sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas

doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)

Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua

que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio

agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)

Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na

sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto

mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento

18

saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al

2010)

As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos

anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para

esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e

regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais

agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que

o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional

isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas

atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)

Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas

quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A

Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como

consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso

tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo

padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade

Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas

consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de

vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo

uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros

meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)

Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo

que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do

sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees

e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla

abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado

psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os

mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)

A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica

por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades

e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de

sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as

19

incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na

velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave

qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves

atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade

acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a

autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)

Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para

a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade

desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o

comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a

famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez

que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice

contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia

autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem

tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et

al 2013)

Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas

Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute

cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de

cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as

conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se

acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o

desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e

universal (CIL 2013)

Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o

desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da

qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo

Horizonte

Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A

falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta

20

importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e

avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos

Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um

modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a

partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os

resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de

rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees

centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio

e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no

atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado

Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem

sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos

que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e

produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os

aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais

ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)

As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento

das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em

detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas

tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento

Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas

em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI

12 Objetivo

Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e

ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais

21

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

21 Envelhecimento populacional

Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o

envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de

pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)

Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455

anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se

alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia

(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)

Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de

idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo

decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as

modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de

desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo

indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade

cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)

Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se

dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do

conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou

ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte

viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um

mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)

Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos

em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et

al 2013)

Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil

indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos

idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de

doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e

diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos

22

podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares

ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve

ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave

comunidade (OMS 2004)

Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de

idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa

intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os

vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que

os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos

associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se

que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito

de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a

promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)

Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo

ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole

population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na

Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)

que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento

ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a

importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e

na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia

(BOWLING 2009)

No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE

(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos

realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas

Gerais

Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma

aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real

conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo

(VERAS 2009)

23

22 Qualidade de vida do idoso

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de

difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam

sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento

socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos

quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)

Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que

melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma

das definiccedilotildees mais utilizadas

Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o

conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas

fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu

maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)

Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de

instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um

conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL

Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural

(CANAVARRO et al 2005)

Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute

relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel

socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o

autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos

e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades

diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)

No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as

necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades

de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)

Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com

estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico

ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da

idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente

24

associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e

inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)

Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo

agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas

gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar

dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa

qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)

No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida

em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que

dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007

GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES

ALCHIERI 2010)

Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL

da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem

consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a

subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por

exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos

mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso

(FLECK 2000 FLECK et al 2008)

221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a

promoccedilatildeo da sauacutede

A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de

envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de

otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de

melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas

No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a

sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a

manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para

doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)

Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a

25

heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso

objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que

envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para

realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)

O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave

interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos

para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de

formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em

processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da

autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)

A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a

ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL

1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na

sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo

contra a pessoa idosa

A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo

propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou

manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a

permanecircncia no meio em que vivem de forma independente

Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a

capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de

autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o

cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no

envelhecimento ativo (VERAS 2009)

No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da

Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral

integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave

integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL

1996)

Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do

envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade

funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos

26

que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade

funcional restringida (GORDILHO et al 2000)

Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como

objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e

mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos

No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional

de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia

e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos

Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar

recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da

pessoa idosa

Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do

idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo

idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive

Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto

Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover

o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)

O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso

com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de

abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)

Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700

idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de

atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade

de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de

abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)

Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo

fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do

envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de

estrateacutegia

A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade

para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior

participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo

27

estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes

favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS

2004)

Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para

enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus

entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a

constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de

sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo

espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)

Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os

inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas

cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver

accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de

convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar

ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros

(VERAS CALDAS 2004)

Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da

Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso

que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo

agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23

milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL

2010)

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos

Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o

cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa

etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG

em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de

envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e

Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a

sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade

28

do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria

Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)

O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27

consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com

piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades

de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade

para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo

Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas

subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400

procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do

municiacutepio (UFMG 2014)

Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros

e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa

considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa

concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em

conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um

centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o

fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso

o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)

Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de

referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a

qualidade de vida do idoso

Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)

reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para

pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os

idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico

ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de

BH para conquistarem este espaccedilo

O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte

desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal

Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO

29

HORIZONTE 2013)

O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos

direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e

documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento

De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento

tem como objetivos e compromissos

Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e

inclusatildeo social da pessoa idosa

Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e

elevaccedilatildeo de sua autoestima

Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua

histoacuteria

O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos

Academia da Cidade

Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila

Danccedila de salatildeo

Danccedila cigana

Danccedila Secircnior

Coral

Lian Gong

InformaacuteticaInclusatildeo Digital

Pintura em Tecido

Pintura em Tela

Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

Show de Talentos

Tarde Danccedilante (Baile)

Vida Ativa

Biodanza

O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos

podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de

30

vagas

Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que

preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida

saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)

31

3 METODOLOGIA

RSO METODOLOacuteG

31 Tipo de estudo

Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes

de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade

de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)

32 Aacuterea e local do estudo

A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas

Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da

populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)

O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590

idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados

33 Populaccedilatildeo do estudo

A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos

diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas

331 Caacutelculo Amostral

A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de

referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do

tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra

miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho

populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada

Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa

probabilidade

32

Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos

com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula

descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)

FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)

A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima

preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)

O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal

padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada

Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor

absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25

Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos

cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um

niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando

o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a

amostra final totalizou em 215 idosos

Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima

do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do

local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do

municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a

esse em centros de referecircncias para idosos

332 Criteacuterio de seleccedilatildeo

Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com

idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de

referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave

n

2

2 )1(

d

ppzn

d 2z

2z

2z 5z

33

entrevista

Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que

realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em

participar da pesquisa

34 Coleta de dados

Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes

do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola

de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)

A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave

realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em

Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma

equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma

mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH

Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por

alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada

entrevistadora

Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo

da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador

(SOARES et al 2013)

35 Variaacuteveis do estudo

351 Variaacutevel dependente

A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por

meio do instrumento WHOQOL-bref

34

352 Variaacuteveis independentes

As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas

socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado

atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir

353 Instrumentos para a coleta de dados

WHOQOL-bref

Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs

do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra

boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003

MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da

OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref

O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui

26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral

(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24

facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em

quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS

1998a)

Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir

de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo

aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia

de todas as facetas (OMS 1998a)

O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de

ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo

(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a

completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)

(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das

respostas variam entre 1 e 5

35

O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo

quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com

sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo

As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de

consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente

e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico

com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em

estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)

Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido

e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do

Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo

Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao

Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)

Mini Exame do Estado Mental

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame

do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado

mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses

O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes

paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma

delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a

orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs

palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3

pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)

O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior

grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos

o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)

Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para

o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de

educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de

36

escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes

pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para

mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD

DELLAROZA 2012)

Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos

Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o

Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade

estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como

descritos a seguir

- Sexo

Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo

univariado

- Idade

A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a

data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a

69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais

- Naturalidade

Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo

Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais

- Estado civil

Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro

- Religiatildeo

Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra

- Escolaridade

Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo

As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram

considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os

alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de

quatro anos de estudo

- Ocupaccedilatildeo atual

37

Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica

entrou no modelo univariado

- Aposentadoria

Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo

univariado

- Tipo de aposentadoria

Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve

como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado

- Renda familiar

Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em

le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios

miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos

- Moradia e nuacutemero de cocircmodos

Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3

cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui

rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)

Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais

Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram

aplicados descritos a seguir

- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire

Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui

duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)

e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem

esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem

entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma

semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia

de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos

Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade

92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)

38

- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)

Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10

questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do

AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas

perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de

ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute

pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta

Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de

aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge

4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram

adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C

mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado

- Tabagismo

Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou

natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10

cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As

respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas

(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)

- Praacutetica de atividade fiacutesica

Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia

(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)

- Comorbidades

Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)

- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)

A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint

National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL

2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico

A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de

repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio

devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio

Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na

primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente

39

Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees

da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e

hipertenso)

- Uso de medicamento

Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo

- Histoacuteria familiar de doenccedila

Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo

arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto

agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo

obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As

categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo

Dados antropomeacutetricos

As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas

segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)

- Peso

Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca

Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e

estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo

distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg

- Estatura

A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de

peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes

paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo

com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As

naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos

permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era

posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo

plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o

40

topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo

- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)

O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)

sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica

norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27

ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso

- Circunferecircncia de quadril

Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica

flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas

- Circunferecircncia da cintura

Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen

relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do

indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte

superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo

feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm

segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)

- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)

Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a

circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o

valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de

acordo com o preconizado pela OMS (1998)

O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1

Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de

inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos

36 Anaacutelise dos dados

Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o

programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)

A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas

41

expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil

(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as

categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de

Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado

Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os

grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de

variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada

quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste

U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo

parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo

teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem

estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo

multivariado

Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar

as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram

introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os

valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de

confianccedila de 95 (IC 95)

Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios

do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho

A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em

relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida

boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo

ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida

ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou

ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito

insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)

37 Questotildees eacutetico-legais

A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade

Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de

42

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE

do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos

acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava

sendo utilizado para a coleta de dados

O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)

Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em

Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)

Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil

sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de

Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)

43

4 RESULTADOS

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada

De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir

representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269

questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -

cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem

pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se

257 questionaacuterios completos e analisados

Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas

demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas

com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as

quais seratildeo discutidas a posteriori

44

TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)

Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito

satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas

oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a

proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados

fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente

significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a

sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total

N=257 ()

G1

(satisfeito)

N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito)

N=94 () p-valora

Sexo

Homem 175 178 170 0876

Mulher 825 822 830

Idade (anos)

60-69 447 393 543 0025

70-79 447 472 404

ge 80 105 135 53

Naturalidade (n=256)

BH ou RMBH 316 356 247 0144

Interior MG 609 564 688

Outros 74 80 65

Situaccedilatildeo conjugal

Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587

Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340

Religiatildeo

Catoacutelico 724 730 713 0945

Evangeacutelico 136 135 138

Outros 140 135 149

45

TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo

Alfabetizado 899 896 904 0827

Analfabeto 101 104 96

Escolaridade (anos)

lt4 214 190 255 0220

ge4 786 810 745

Trabalha atualmente

Sim 226 258 170 0106

Natildeo 774 742 830

Aposentadoria

Sim 802 798 809 0832

Natildeo 198 202 191

Tipo de Aposentadoria (n=205)

Idade 459 457 461 0594

Tempo de serviccedilo 424 442 395

Invalidez 117 101 145

Renda familiar (sm)

lt 1 191 180 211 0342

1 ˫ 3 402 385 433

3 ˫ 5 279 280 278

ge 5 127 155 78

Casa proacutepria

Sim 883 914 830 0043

Natildeo 117 86 170

Nuacutemero de cocircmodos

1 ndash 3 148 141 160 0688

4 ou mais 852 859 840

Saneamento baacutesico

Rede de esgoto 984 988 979 0625

Banheiro 1000 1000 1000 -

Aacutegua encanada 996 1000 989 0366

Arranjo domiciliar

Mora sozinho 202 202 202 0995

Mora acompanhado 798 798 798

46

Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida

ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo

ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo

trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram

acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria

com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas

De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a

satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou

diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees

47

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)

(Continua)

Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001

Neoplasia 532 513 565 0419

Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057

Diabetes mellitus 417 375 489 0077

Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479

Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038

Transtorno mental 357 288 478 0002

Obesidade 254 225 304 0164

Demecircncia 167 156 185 0558

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Nordm comorbidades

Zero 97 129 43 lt0001

1-2 572 620 489

3-4 268 227 340

5 ou mais 62 25 128

Comorbidade autorreferida

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001

Dislipidemia 265 276 245 0583

Diabetes mellitus 237 190 319 0019

Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233

172

340

0002

Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288

Cardiopatias 105 74 160 0030

Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006

Tratamento medicamentoso (n=256)

Sim 848 828 882 0252

Natildeo 152 172 118

Medicamento (n=253)

Anti-hipertensivo 597 528 717 0003

Hipolipemiante 225 224 228 0932

Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057

Diureacutetico 213 168 293 0019

Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150

137

174

0425

Antidepressivo 150 118 207 0058

AINEs 107 81 152 0077

48

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

(Conclusatildeo)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo

arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo

com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo

menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior

prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes

mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo

aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores

elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril

Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara

a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as

proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de

comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema

osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel cognitivo (MEEM)

Alterado 167 178 149 0549

Preservado 833 822 851

PHQ-2 total

ge 3 97 43 191 lt0001

lt 3 903 957 809

PA aferida (n=234)

Normotenso 628 631 624 0911

Hipertenso 372 369 376

Iacutendice de massa corpoacuterea

lt22 116 121 108 0456

22-27 376 401 333

gt27 508 478 559

RCQ

Normal 455 436 489 0404

Elevado 545 564 515

49

uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo

arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental

TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)

Variaacutevel HAS

Total N=248

()

PA alterada

Sim

N=87

()

Natildeo

N=161

()

Natildeo 343 259 741

Sim 657 399 601

Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial

aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo

arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e

quase dois quintos dos sabidamente hipertensos

50

TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com

sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

AUDIT-C (n=253)

Negativo 905 913 891 0570

Positivo 95 87 109

Tabagismo

Tabagista 39 37 43 0664

Natildeo tabagista 642 663 606

Ex-tabagista 319 301 351

Nuacutemero de cigarros que fuma ou

jaacute fumou (n=92)

Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185

Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541

Tempo de tabagismo (n=90)

Menos de 10 anos 244 226 270 0634

Mais de 10 anos 756 774 730

Atividade fiacutesica

Sim 926 951 883 0045

Natildeo 74 49 117

Tipo de atividade fiacutesica

Caminhada 677 712 617 0118

Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055

Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523

Danccedila 101 129 53 0053

Hidroginaacutestica 66 86 32 0094

Biodanza 43 37 53 0537

Outros 175 202 128 0129

Frequecircncia da atividade fiacutesica

4-7 vezes por semana 280 337 181 0008

1-3 vezes por semana 630 601 681

Nunca 89 61 138

51

A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados

apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave

qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees

A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as

variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de

Vida Geral

TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim

nem bom Bom

Muito

Bom

WHOQOL-1

Como avaliaria sua

qualidade de vida

WHOQOL-2

Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede

n 3 5 49 140 60

12 19 191 545 233

Muito

insatisfeito Insatisfeito

Nem

satisfeito nem

insatisfeito

Satisfeito Muito

Satisfeito

n 3 21 40 145 48

12 82 156 564 187

Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q

Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143

Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917

Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600

QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779

Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral

52

GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais

Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

53

TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra

em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

Variaacuteveis

QVG

Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear

WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida

Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001

Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625

Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060

Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348

Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920

WHOQOL-2dagger

Satisfaccedilatildeo com a sauacutede

Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001

Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075

Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181

Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355

Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003

Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -

QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041

54

GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014

Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health

Organization Quality of Life

WHOQOL-1

muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim

QV

G

1000

800

600

400

200

00

WHOQOL-2

muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito

insatisfeitomuito insatisfeito

QV

G

1000

800

600

400

200

00

QV boa e satisfeito sauacutede

simnatildeo

QV

G

1000

800

600

400

200

00

55

TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa

Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Domiacutenios

Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees

sociais

Meio

ambiente

Rho QVG 0655 0722 0842 0622

Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10

correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)

A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico

apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio

ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG

56

GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

57

42 Anaacutelise multivariada

As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)

com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram

Idade

Naturalidade

Trabalham atualmente

Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Nuacutemero de comorbidades

HAS

Diabetes mellitus

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Cardiopatias

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio

Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos

Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral

Antidepressivos

Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide

Recalcificante

Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica

HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia

HF positiva para diabetes mellitus

HF positiva para obesidade

PHQ-2 total

Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica

Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica

58

Caminhada

Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila

Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os

idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a

satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de

vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser

oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do

aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo

para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar

atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)

59

TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p

estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de

vida

Variaacuteveis OR IC (95) p-valor

Naturalidade

BH ou RMBH 100 (ref)

Interior MG 046 024 - 090 0023

Outros 081 023 - 286 0746

Nuacutemero de comorbidades

Zero 100 (ref)

1-2 069 021 - 230 0546

3-4 035 010 - 127 0111

5 ou mais 015 003 - 085 0032

Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida

Natildeo 100 (ref)

Sim 025 007 - 094 0040

Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial

Natildeo 100 (ref)

Sim 035 017 - 070 0003

PHQ-2 total

lt 3 100 (ref)

ge 3 018 006 - 050 0001

Frequecircncia da atividade fiacutesica

Nunca 100 (ref)

1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016

4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001

60

QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa

Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO

Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade

Naturalidade Ser natural do interior de MG

Caracteriacutesticas econocircmicas

Trabalha atualmente Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades

HAS

Diabetes mellitus Cardiopatias

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio

Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral Antidepressivos

Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide

Recalcificante

PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3

HF positiva para HAS HF positiva para AVE

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade

HF positivo para HAS

Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e

4-7x sem)

Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull

da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire

61

5 DISCUSSAtildeO

Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico

econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua

qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas

As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma

predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos

equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ

DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et

al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens

(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com

idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004

LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)

A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo

em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e

vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava

540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000

e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens

idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)

Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as

mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as

mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na

exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes

de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)

Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge

(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados

demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo

estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que

tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995

62

(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)

A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da

senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver

algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)

Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes

na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o

que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)

Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa

fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o

aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer

com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma

relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem

percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos

(LUCCHETTI et al 2011)

Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra

estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de

quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a

porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)

Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo

alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos

A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo

considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes

Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino

fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a

segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os

anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres

(BRASIL 2010)

No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos

(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos

idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas

apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre

os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na

63

correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja

observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade

(anos de estudo)

Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na

relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis

pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos

benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o

fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na

sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)

No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir

casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)

segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a

maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a

amostra

Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos

tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente

em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado

garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas

sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de

dignidaderdquo

Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos

idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao

encontrado no estudo (202)

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas

Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos

idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave

meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam

ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em

2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)

64

Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de

frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS

indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional

(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede

do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et

al 2013)

No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus

tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim

como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem

confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)

De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia

de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos

homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do

que 240 mgdL (elevado)

A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem

de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute

importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na

reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado

por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco

para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do

controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e

crocircnicas (BRASIL 2006)

Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos

princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam

os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle

glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia

intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia

(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na

populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia

Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash

HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se

associam (SBD 2013-2014)

65

Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia

apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais

causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos

idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre

as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias

em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo

supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)

Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de

medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os

diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida

mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso

expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)

antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando

a importacircncia das outras patologias citadas

Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra

estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo

Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006)

A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um

problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre

pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no

metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas

podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do

idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave

prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)

Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao

manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos

colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute

desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011

POON BRAUN 2005)

Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos

66

quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA

aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA

controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados

justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo

enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma

entraram

Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes

ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial

sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em

outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais

inadequados (MOREIRA et al 2008)

Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram

hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o

subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo

essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos

deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico

(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)

Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do

estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar

relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e

independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)

apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo

devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando

anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o

idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal

transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)

O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de

elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre

os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado

para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a

habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas

de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos

67

externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os

processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e

compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em

contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas

aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)

Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda

natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento

cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma

necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees

associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores

educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e

capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual

das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo

que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado

na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados

alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao

prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma

craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais

e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)

Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos

anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido

levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees

decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de

trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da

deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES

et al 2006 MELLO et al 2012)

Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como

deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder

incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento

fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no

68

mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno

para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem

20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para

a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os

decliacutenios funcionais

A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as

diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al

2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de

idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada

(545)

O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado

provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou

endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que

vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial

da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo

(MANCINI 2010)

O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional

por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em

idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura

acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da

quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC

e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e

obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)

Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos

e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave

mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou

que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser

protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)

A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral

especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo

na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees

nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI

69

2005 LIMA DUARTE 2013)

53 Caracteriacutesticas comportamentais

Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala

deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar

precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute

menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social

contemporacircneo (NEVES 2004)

A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar

subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica

por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres

(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida

alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim

a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)

Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o

envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou

dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas

pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo

aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior

sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental

(SILVA 2008)

No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)

mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os

estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de

Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)

e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que

revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187

respectivamente

Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram

fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo

maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante

70

A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de

fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A

nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave

neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a

obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)

O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De

acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o

surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de

cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004

PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede

levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em

geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda

Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)

Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O

tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente

atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de

condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)

Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de

vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute

acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude

da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)

Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior

aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006

ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais

acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer

lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)

Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de

uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o

Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade

vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por

sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30

minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada

71

moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por

semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)

Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo

da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade

fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado

em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4

mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se

as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre

o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o

incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do

Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos

com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo

de sal nos alimentos (BRASIL 2011)

54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada

No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo

confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de

vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e

comportamentais

Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram

Naturalidade

Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo

metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso

considerar sua qualidade de vida boa

No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas

Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento

populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento

meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no

setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)

72

Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos

estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas

famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram

constituindo famiacutelia ou natildeo

Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no

estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso

(BORIM BARROS NERI 2012)

Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em

comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas

para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de

melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o

WHOQOL-bref

A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os

idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de

QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do

instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente

rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os

idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas

estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)

Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o

ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio

urbano

Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida

atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural

apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados

obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)

Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e

do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas

diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de

qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que

os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos

que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida

73

mais ativa que levam

Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir

que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida

superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital

pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a

associaccedilatildeo encontrada

Comorbidades

Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma

pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco

ou mais comorbidades

Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que

torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a

promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade

de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)

Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente

relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo

frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um

nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam

maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute

diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)

Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as

escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento

sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS

2011)

Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre

doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al

2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)

Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado

em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta

diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI

74

CICONELLI 2011)

Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas

crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que

focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais

adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo

integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)

A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua

prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso

consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de

isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou

mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua

autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e

com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)

Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem

implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque

para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a

magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco

aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu

uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60

da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo

adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia

aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria

da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)

Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo

gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem

lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza

destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)

Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o

desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas

sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus

fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano

aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias

75

crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool

inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees

em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)

cuidado integral (BRASIL 2011)

Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a

prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e

consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos

Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo

aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa

sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A

ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande

magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de

exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)

Doenccedila do aparelho respiratoacuterio

Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio

tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com

idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria

Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter

progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar

sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)

A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos

acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada

como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et

al 2006)

Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem

reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos

valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo

da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio

respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)

76

Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de

suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de

pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees

respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com

condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas

comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas

pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o

diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente

satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)

Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter

impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir

complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas

no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)

HF positivo para HAS

Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a

pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o

agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a

principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)

No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse

nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo

estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de

doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta

e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo

(BRASIL 2006)

A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas

como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER

2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e

confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)

A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que

77

exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem

disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao

maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica

(MIRANDA et al 2002)

Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade

colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas

medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os

tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)

Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na

prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos

puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)

As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura

pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre

elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo

e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)

Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para

o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de

responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees

cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a

melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)

PHQ-total ge 3

Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a

chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais

comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma

patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute

calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10

dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)

Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na

qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo

78

geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo

provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto

negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de

sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG

Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de

vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na

qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007

FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)

Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em

diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de

reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima

solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo

terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema

Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo

papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos

podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma

eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado

vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)

Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa

Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono

familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos

Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave

sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta

prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente

Atividade fiacutesica

Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um

gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente

sua qualidade de vida

No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos

afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute

79

integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia

Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de

30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida

fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o

pratica (REIS SOUZA 2011)

A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas

funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto

os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu

desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio

corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)

Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os

niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial

coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)

Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio

social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de

liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)

Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor

prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos

vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De

acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a

sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens

Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor

para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram

o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo

experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que

avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de

depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias

cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores

de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a

adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida

Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando

80

praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo

compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de

manter conviacutevio social principalmente entre idosos

Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada

nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE

2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel

(LIMA-COSTA et al 2009)

55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref

O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou

extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o

valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses

foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os

idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte

ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso

a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio

Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados

com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas

informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre

outros

Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida

Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O

IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida

renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos

relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De

acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH

nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e

seguranccedila ambiental

Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas

respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da

qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas

81

externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)

Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui

o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)

para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as

condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas

dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes

(RIO DE JANEIRO 2010)

O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou

indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees

habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)

O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo

apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade

avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees

metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por

exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos

que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE

JANEIRO 2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o

Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado

pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da

distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes

Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte

atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH

condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida

de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem

apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em

contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque

os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente

apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em

locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)

Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O

82

IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede

que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer

para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados

baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees

Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento

de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e

Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas

de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas

de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas

responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)

A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em

nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute

representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em

54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui

os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)

Escolas Municipais 17

Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02

Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10

Creches Conveniadas 37

Escolas Estaduais 41

Hospitais Puacuteblicos 02

Hospitais Particulares 01

Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16

Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01

Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04

Centro de Referecircncia do Idoso 01

Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01

Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01

Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01

Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01

Farmaacutecia Distrital 01

83

Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos

puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos

constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do

ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como

um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras

Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da

miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo

e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)

Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no

municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se

encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash

alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas

e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)

A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser

definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito

concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a

pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve

presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas

mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse

comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de

morte nos idosos (BRASIL 2014)

Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos

como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees

dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo

ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil

como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se

organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos

de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES

MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete

significativamente o meio ambiente no qual ele vive

Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos

84

da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia

contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas

que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de

serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes

de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)

No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL

2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000

habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas

relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de

moradia)

Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento

da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A

campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto

do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os

direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir

qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de

sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)

Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de

assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com

os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)

Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam

negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o

intuito de se buscar possiacuteveis melhorias

56 Limitaccedilotildees do estudo

O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento

Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim

afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas

Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem

como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da

populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o

85

calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa

Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a

inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na

avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras

investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de

referecircncia para idosos

86

6 CONCLUSOtildeES

O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou

como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais

(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria

predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre

60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)

Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram

aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave

moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando

condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da

populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados

Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede

prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)

doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)

Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um

medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)

hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)

Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39

fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade

fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a

realizam de uma a trecircs vezes por semana

Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se

que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751

encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso

constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante

ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)

e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos

Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram

significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser

natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila

do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com

87

pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por

semana e de quatro a sete vezes por semana

Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os

idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida

Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um

grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais

O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e

intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de

vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute

importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a

qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo

realiza eacute no proacuteprio local

Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de

ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo

mais expressivo de idosos do municiacutepio

Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade

de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida

Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo

fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para

confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees

causais entre as variaacuteveis estudadas

Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na

populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O

estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de

poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento

das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem

sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o

acompanhamento e controle da populaccedilatildeo

Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no

trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo

baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em

diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em

88

tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de

enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)

Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio

aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo

do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave

sauacutede

Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta

para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no

centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas

socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam

do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida

desses idosos

Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem

melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o

domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida

Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute

de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos

nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de

diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de

variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e

potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa

populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem

ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de

envelhecimento ativo

89

REFEREcircNCIAS

ABBOTT RD et al Walking and dementia in physical capable elderly men JAMA 2004 292 (12)1447-53

ALBERTA SPORT RECREATION PARKS AND WILDLIFE FOUNDATION - ASRPWF Active Living Strategy Canada 2012 ALEY LPV Qualidade de vida de idosos diabeacuteticos tipo 2 usuaacuterios de um ambulatoacuterio de hospital escola 2007 150 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) - Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2007 ALVES et al A influecircncia das doenccedilas crocircnicas na capacidade funcional dos idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 23(8)1924-1930 ago 2007 ALVES LC RODRIGUES RN Determinantes da autopercepccedilatildeo de sauacutede entre idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Revista Panamericana de Salud Puacuteblica Washington v 17 n 5-6 p 333-341 2005 AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION (ADA) The nutrition screanning initiative incorporating nutrition screening and interventions into medical practice a monograph for physicians Washington DC US American Academy of Family Physicians National Council on Aging Inc 1994 ANTUNES HKM et alDepression anxiety and quality of life scores in seniors after an endurance exercise program Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 266-271 dec 2005

ANTUNES HKM et al Exerciacutecio fiacutesico e funccedilatildeo cognitiva uma revisatildeo Ver Bras Med Esporte Niteroacutei v 12 n 2 Abr 2006

BARRETO ML CARMO EH Padrotildees de adoecimento e de morte da populaccedilatildeo brasileira os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 12 (Sup) 1779-1790 2007 BATISTA LKC et al Manuseio da doenccedila renal crocircnica em pacientes com hipertensatildeo e diabetes Jornal Brasileiro de Nefrologia Satildeo Paulo v 27 n 1 p 8-13 jun 2005 BATISTA M P P ALMEIDA M H M LANCMAN S Politicas puacuteblicas para a populaccedilatildeo idosa uma revisatildeo com ecircnfase nas accedilotildees de sauacutede Rev Ter Ocup Univ Satildeo Paulo v 22 n 3 p 200-207 setdez 2011 BELO HORIZONTE Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte 2013

90

BENEDETTI TRB et al Atividade fiacutesica e estado de sauacutede mental de idosos Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 42 n 2 Abr 2008 BERTOLUCCI PHF et al O mini-exame do estado mental em uma populaccedilatildeo geral impacto da escolaridade Arquivos de Neuropsiquiatria v 52 n 1 p 1-7 1994 BORIM FSA BARROS MBA NERI AL Autoavaliaccedilatildeo da sauacutede em idosos pesquisa de base populacional no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 28(4)769-780 abr 2012

BOWLING A Perceptions of active ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole population samples Oxford Journals v 38 n 6 Ago 2009 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF Senado Federal 1988

BRASIL Casa Civil Subchefia para assuntos juriacutedicos Lei ndeg 10741 de 1deg de Outubro de 2003 Dispotildees sobre o Estatuto do Idoso e daacute outras providecircncias BrasiacuteliaDF 2003 BRASIL Decreto nordm 1948 Regulamenta a Lei ndeg 8842 de 4 de janeiro de 1994 que dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DF 1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 BrasiacuteliaDF 2010 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil 2009 Rio de Janeiro IBGE 2009 152 p (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica 25)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 15 - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 16 - Diabetes Mellitus BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Plano de accedilotildees estrateacutegicas para o enfrentamento das Doenccedilas Crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) no Brasil Brasiacutelia DF 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria n ordm 2528 Aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede da Pessoa Idosa Brasiacutelia DF 2006

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria 399GM de 22 de fevereiro 2006 Divulga o Pacto pela Sauacutede 2006 ndash Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria do Gabinete do Ministro de Estado da

91

Sauacutede de ndeg 1395 de 9 de dezembro de 1999 que aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil no 237-E pp 20-24 13 dez seccedilatildeo 1 BrasiacuteliaDF 1999 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas e Estrateacutegicas Atenccedilatildeo agrave sauacutede da pessoa idosa e envelhecimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 44 p (Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede) (Seacuterie Pactos pela Sauacutede 2006 12) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Envelhecimento e sauacutede da pessoa idosa Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007 192 p (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos) (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 19) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Coordenaccedilatildeo de Prevenccedilatildeo e Vigilacircncia Inqueacuterito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenccedilas e agravos natildeo transmissiacuteveis Brasil 15 capitais e Distrito Federal 2002-2003 Rio de Janeiro INCA 2004 186 p BRASIL Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Brasil manual de enfrentamento agrave violecircncia contra a pessoa idosa Eacute possiacutevel prevenir Eacute necessaacuterio superar Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Texto de Maria Ceciacutelia de Souza Minayo mdash Brasiacutelia DF Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica 2014 BROWN C J FRIEDKIN R J INOUYE S K Prevalence and outcomes of low mobility in hospitalized older patients Journal of the American Geriatrics Society v 52 n 8 p 1263-1270 aug 2004 BRYMAN A et al Anaacutelise de dados em ciecircncias sociais introduccedilatildeo agraves teacutecnicas utilizando o SPSS para Windows 1992 BUSS PM Promoccedilatildeo da sauacutede e qualidade de vida Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 5(1)163-177 2000 CAMARANO et al Idosos brasileiros indicadores de condiccedilotildees de vida e de acompanhamento de poliacuteticas Brasiacutelia Presidecircncia da Repuacuteblica 2005 144 p CAMARANO AA KANSO S MELLO JL Como vive o idoso brasileiro In CAMARANO A A (Org) Os novos idosos brasileiros muito aleacutem dos 60 Rio de Janeiro IPEA 2004a cap 1 p 25-73 CAMARANO AA (Org) Muito aleacutem dos 60 os novos idosos brasileiros Rio de Janeiro Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada 1999 382 p

92

CAMPOLINA AG DINI PS CICONELLI RM Impacto da doenccedila crocircnica na qualidade de vida de idosos da comunidade em Satildeo Paulo (SP Brasil) Ciecircnc sauacutede coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 Jun 2011 CANAVARRO MC et al Desenvolvimento dos instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida na infecccedilatildeo VIH da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHOQOL-HIV WHOQOL-HIV-BREF) para portuguecircs de Portugal apresentaccedilatildeo de um projecto 2005 11 p CARNEIRO R S Qualidade de vida apoio social e depressatildeo em idosos relaccedilatildeo com habilidades sociais Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica Porto Alegre v 20 n 2 p 229-237 2007 CARVALHO JAM de GARCIA RA O envelhecimento da populaccedilatildeo brasileira um enfoque demograacutefico Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 725-733 maiojun 2003 CENTRO INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE Declaraccedilatildeo do Rio Aleacutem da Prevenccedilatildeo e Tratamento Desenvolvendo uma Cultura do Cuidado em resposta agrave Revoluccedilatildeo da Longevidade Brasil 2013

CHAVES MLF Testes de avaliaccedilatildeo cognitiva Mini-Exame do Estado Mental Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da ABN (perioacutedico na internet) 2006-2008 CHEUNG K L SOMAN S TAMURA M K Special considerations in the management of chronic kidney disease in the elderly DialysisampTransplantation United States v 40 n 6 p 241-243 june 2011 CURITIBA Secretaria Municipal da Sauacutede Autocuidado apoiado manual do profissional de sauacutede 92p Curitiba 2012 DANTAS ELR et al Geneacutetica do cacircncer hereditaacuterio Rev Bras De Cancerologia v 55 n 3 263-69 2009 DINIZ AMA NAHAS MIP MOSCOVITCH SK Anaacutelise espacial da violecircncia urbana em Belo Horizonte uma proposiccedilatildeo metodoloacutegica a partir de informaccedilotildees e indicadores georreferenciados Belo Horizonte 2003 DUARTE SFP REIS LAR Obesidade uma visatildeo multidisciplinar 1 ed Curitiba CRV 2012

ENGELHARDT E et al Idosos institucionalizados rastreamento cognitivo Rev Psiquiatria Cliacutenica Satildeo Paulo v 25 n 2 74-9 1998 FALLER JW et al Qualidade de vida de idosos cadastrados na estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia de Foz do Iguaccedilu-PR Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 14 803-810 2010

93

FARENZENA W P et alQualidade de vida em um grupo de idosos de Veranoacutepolis Revista Kairoacutes Satildeo Paulo v 10 n 2 p 225-243 dez 2007

FERNANDES MTO A Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede para o cuidado agrave pessoa idosa na Atenccedilatildeo Primaacuteria um Modelo Teoacuterico 216f Tese (Tese de Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2013 FERNANDES MTO SOARES SM O desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo ao idoso no Brasil Rev esc enferm USP Satildeo Paulo v 46 n

6 Dez 2012 FERREIRA ALCBM A qualidade de vida em idosos em diferentes contextos habitacionais a perspectiva do proacuteprio e do seu cuidador 2009 94f Dissertaccedilatildeo (Mestrado Integrado em Psicologia) ndash Faculdade de Psicologia e Ciecircncias da Educaccedilatildeo Universidade de Lisboa Lisboa 2009 FLECK M P A O instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) caracteriacutesticas e perspectivas Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 33-38 2000 FLECK MPA CHACHAMOVICH E TRENTINI CM Projeto WHOQOL-OLD meacutetodo e resultados de grupos focais no Brasil Revista Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 n 6 p 793-799 dez 2003 FLECK MPA et al A avaliaccedilatildeo de qualidade de vida guia para profissionais da sauacutede Porto Alegre Artmed 2008 228 p FLECK MPA et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento abreviado de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida ldquoWHOQOL-brefrdquo Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 34 n 2 p 178-183 abr 2000

FLORIANO PJ DALGALARRONDO P Sauacutede mental qualidade de vida e religiatildeo em idosos de um Programa de Sauacutede da Famiacutelia Jornal Brasileiro de Psiquiatria Rio de Janeiro v 56 n 3 p 162-170 2007 FORTIN MF DUCHARME F Os estudos de tipo correlacional In FORTIN M F (Org) O processo de investigaccedilatildeo da concepccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo 3 ed Loures Lusociecircncia 2003 cap 13 p 173-182 FRANCISCO PMSB et al Fatores associados agrave doenccedila pulmonar em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 40(3)428-35 2006 FREEDMAN VA MARTIN LG Contribution of chronic conditions to aggregate changes in old-age functioning Am J Public Health 901755-60 2000 FREITAS EV XAVIER FL Tratado de Geriatria e Gerontologia 3 ed [Sl] Guanabara Koogan 2011

94

GILES-CORTI B DONOVAN RJ Relative influences of individual social environmental and physical environmental correlates of walking American Journal of Public Health Washington v 93 n 9 p 1583-1589 sept 2003 GLEZEN WP et al Impact of respiratory virus infections on persons with chronic underlying conditions JAMA 2000283(4)499-505 GORDILHO A et al Desafios a serem enfrentados no terceiro milecircnio pelo setor sauacutede na atenccedilatildeo integral ao idoso Rio de Janeiro UnATI UERJ 2000

GOULART D et al Tabagismo em idosos Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de

Janeiro v 13 n 2 Aug 2010 GRABOWSKI DC ELLIS JE High body mass index does not predict mortality in older people analysis of the longitudinal study of aging J Am Geriatr Soc v 49

968-79 2001 GUIMARAtildeES SJ MIRANDA JLS MACEDO LTA Violecircncia contra o idoso uma questatildeo social a ser discutida UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAtildeO - III Jornada Internacional de Poliacuteticas Puacuteblicas Questatildeo Social e Desenvolvimento no Seacuteculo XXI Satildeo Luiacutes ndash MA agosto 2007 GUSMAtildeO JL A qualidade de vida da pessoa com hipertensatildeo arterial In PIERIN A M G (Coord) Hipertensatildeo arterial uma proposta para o cuidar Satildeo Paulo Manole 2004 cap 15 p 263-274

HAIR JF Jr et al Anaacutelise de Dados Multivariados 6 ed Upper Saddle River Prentice-Hall 2009 HALLAL PC et al Physical inactivity prevalence and associated variables in Brazilian adults Medicine and Science in Sports and Exercise Hagerstown v 35 n 11 p 1894-1900 nov 2003 HALVORSRUD L et al Quality of life in older Norwegian adults living at home a cross-sectional survey Journal of Research in Nursing London v 17 n 1 p 12-29 oct 2010

HWANG HF et al Suitability of the WHOQOL-bref for community-dwelling older people in Taiwan Age and Ageing Oxford v 32 n 6 p 593-600 Nov 2003

HULSE GK Alcohol drugs and much more in later life Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 24 p 34-41 apr 2002 JAKOBSSON U HALLBERG IR WESTERGREN A Overall and health related quality of life among the oldest old in pain Quality of Life Research v 13 n 1 p 125-136 feb 2004 JARDIM JRB et al Doenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (DPOC) In Prado

95

FC Ramos J Valle JR editores Atualizaccedilatildeo terapecircutica Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2003 p1427-30 JOIA LC RUIZ T DONALISIO MR Condiccedilotildees associadas ao grau de satisfaccedilatildeo com a vida entre a populaccedilatildeo de idosos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 41 n 1 p 131-138 fev 2007 JOINT NATIONAL COMMITTEE The seventh report of the Joint National Committee on prevention detection evaluation and treatment of high blood pressure [sl sn] 2004 87 p (NIH Publication n 04-5230) JUacuteNIOR FGP OLIVEIRA MTC Iacutendice de Vulnerabilidade da Sauacutede de Belo Horizonte compreendendo realidades locais para priorizar a alocaccedilatildeo de recursos e nortear poliacuteticas puacuteblicas Belo Horizonte 2012 KATZ S et al Studies of illness in the aged The index of ADL a standardized measure of biological and psychosocial function JAMA The Journal of the American Medical Association Chicago v 185 n 12 p 914-919 sept 1963 KEMPEN GIJM et al Risk and protective factors of different functional trajectories in older person are these the same The Journals of Gerontology v 61B n 2 p 95-101 2005 KIMURA M SILVA JV Ferrans and Powers quality of life index Rev Esc Enferm USP 43(especial)1098-104 2009 KOLTYN K F The association between physical activity and quality of life in older women Womenrsquos Health Issues New York v 11 n 6 p 471-480 novdec 2001 KROENKE K SPITZER RL WILLIAMS JB The Patient Health Questionnaire-2 validity of a two-item depression screener Medical Care Hagerstown v 41 n 11 p 1284-1292 nov 2003 KURCGANT P Gerenciamento em Enfermagem 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2010 196 p

LEBRAtildeO ML O envelhecimento no Brasil aspectos da transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica Sauacutede Coletiva Satildeo Paulo v 4 n 6 2007

LEBRAtildeO ML DUARTE YAO SABE ndash Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento ndash O Projeto Sabe no municiacutepio de Satildeo Paulo uma abordagem inicial Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 255p 2003 LIMA-COSTA MFF A escolaridade afeta igualmente comportamentos prejudiciais agrave sauacutede de idosos e adultos mais jovens Inqueacuterito de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v 13 n 4 p 201-208 dez 2004

96

LIMA-COSTA MFF et al Projeto Bambuiacute um estudo epidemioloacutegico de caracteriacutesticas sociodemograacuteficas suporte social e indicadores de condiccedilatildeo de sauacutede dos idosos em comparaccedilatildeo aos adultos jovens Informe Epidemioloacutegico do SUS Brasiacutelia v 11 n 2 p 91-105 abrjun 2002 LIMA-COSTA MFF et al Comportamentos em sauacutede entre idosos hipertensos Brasil 2006 Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 p 18-26 nov 2009 Suplemento 2 LIMA PV DUARTE SFP Prevalecircncia de obesidade em idosos e sua relaccedilatildeo com hipertensatildeo e diabetes Rev Interscentia v 1 n 3 2013

LOPES PAPL Qualidade de vida e suporte social do idoso no meio rural e no meio urbano um Estudo comparativo e correlacional 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Psicologia) ndash Instituto Superior de Psicologia Aplicada Lisboa 2004 LOURENCcedilO RVR Formaccedilatildeo Humana em geriatria e gerontologia uma perspectiva interdisciplinar UERJ p89-92 2006 LOW G MOLZAHN AE KALFOSS M Quality of life of older adults in Canada and Norway examining the Iowa Model Western Journal of Nursing Research United States v 30 n 4 p 458-476 june 2008

LOW G MOLZAHN AE Predictors of Quality of Life in Old Age A Cross-Validation Study Research in Nursing amp Health v 30 p 141-150 2007 LOYOLA FILHO A I de et al Estudo de base populacional sobre o consumo de medicamentos entre idosos Projeto Bambuiacute Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 21 n 2 p 545-553 marabr 2005 LOYOLA FILHO A I de UCHOA E LIMA-COSTA M F F Estudo epidemioloacutegico de base populacional sobre uso de medicamentos entre idosos na Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 12 p 2657-2667 dez 2006 LUCCHETTI G et al Fatores associados agrave polifarmaacutecia em idosos institucionalizados Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 13 n 1

2010

LUCCHETTI G et al O idoso e sua espiritualidade impacto sobre diferentes aspectos do envelhecimento Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 14 n 1 2011 MACHADO FN Capacidade e desempenho para a realizaccedilatildeo das Atividades Baacutesicas de Vida Diaacuteria um estudo com idosos dependentes 2010 130f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2010

97

MAGALHAtildeES MM LIMA ACP Noccedilotildees de Probabilidade e Estatiacutestica 6ordf ed IME-USP ED USP 2002 MANCINI MC Tratado de Obesidade Itapevi AC Farmacecircutica 2010 MARQUES D RODRIGUES L Emigrantes e imigrantes de Belo Horizonte em relaccedilatildeo ao restante da RMBH uma aplicaccedilatildeo do meacutetodo ldquoGrade of Member shiprdquo (GoM) In Encontro Nacional de Estudos Populacionais 15 2006 Caxambu 20 p MARTINS et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida subjetiva dos idosos uma comparaccedilatildeo entre os residentes em cidades rurais e urbanas Estud interdiscip envelhec Porto Alegre v 11 p 135-154 2007 MATTEWS KA et al Socioeconomic trajetories and incident hypertension in a biracial cohort of young adults Hypertension 39772-6 2002

MEIRELLES BHS et alCondiccedilotildees associadas agrave qualidade de vida dos idosos com doenccedila crocircnica Cogitare Enfermagem Paranaacute v 15 n 3 p 433-440 julset 2010 MELLO BLD HADDAD MCL DELLAROZA MSG Avaliaccedilatildeo cognitiva de idosos institucionalizados Acta Scientiarum Maringaacute v 34 n 1 p 95-102 Jan-June 2012 MELLO E TEIXEIRA MB Depressatildeo em idosos Revista Sauacutede v 5 n 1 2011 MENEZES AM VICTORA CG RIGATTO M Prevalence and risk factors for chronic bronchitis in Pelotas RS Brazil a population-based study Thorax 199449(12)1217-21 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um debate necessaacuterio Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 7-18 2000

MINGOYI SA et al Meacutetodos de Amostragem com Aplicaccedilotildees na Aacuterea Empresarial Belo Horizonte Departamento de Estatiacutestica da UFMG 2000 MIRANDA RD et al Hipertensatildeo arterial no idoso peculiaridades na fisiopatologia no diagnoacutestico e no tratamento Rev Bras Hipertens 9 293-300 2002 MIRANZI SSC et al Qualidade de vida de indiviacuteduos com Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo acompanhados por uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia Texto Contexto Enferm Florianoacutepolis Out-Dez 17(4) 672-9 2008 MORAES JFD de SOUZA VBA Factors associated with the successful aging of the socially-active elderly in the metropolitan region of Porto Alegre Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 302-308 dez 2005

98

MOREIRA LB et alConhecimento sobre o tratamento farmacoloacutegico em pacientes com doenccedila renal crocircnica Revista Brasileira de Ciecircncias Farmacecircuticas Satildeo Paulo v 44 n 2 p 315-325 abrjun 2008 NAHAS MIP et al Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana de Belo Horizonte (IQVU ndash BH) um instrumento intra-urbaniacutestico de gestatildeo da qualidade de vida Belo Horizonte 1437-51 2013 NERI AL (Org) Qualidade de vida e idade madura 7 ed Campinas Papirus 2007 285 p (Coleccedilatildeo Viva idade) NERI AL (Org) Palavras-chave em gerontologia 3 ed Campinas Aliacutenea 2008 218 p (Coleccedilatildeo Velhice e Sociedade) NEVES DP Alcoolismo acusaccedilatildeo ou diagnoacutestico Cad Sauacutede Puacuteblica V 20 n 1 7-14 janfev 2004

OLIVEIRA AFG Testes estatiacutesticos para comparaccedilatildeo de meacutedias Revista Eletrocircnica Nutritime V 5 n 6 p 777-788 novdez 2008 OLIVEIRA DLC GORETTI LC PEREIRA LSM O desempenho de idoso institucionalizados com alteraccedilotildees cognitivas em atividades de vida diaacuteria e mobilidade estudo piloto Rev bras fisioter V 10 n 1 (2006) 91-96 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE - OMS Envelhecimento Ativo uma Poliacutetica de sauacutede Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Mental Health New Understanding New Hope 1ordf ediccedilatildeo Lisboa Abril de 2002 PASKULIN LMG Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um distrito sanitaacuterio de Porto AlegreRS 2006 170 f Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 PASKULIN LMG MOLZAHN A Quality of life of older adults in Canada and Brazil Western Journal of Nursing Research United States v 29 n 1 p 10-26 feb 2007 PEIXOTO SV FIRMO JOA LIMA-COSTA MFF Condiccedilotildees de sauacutede e tabagismo entre idosos residentes em duas comunidades brasileiras (Projeto Bambuiacute e Belo Horizonte) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 9 p 1925-1934 set 2006 PEIXOTO SV GIATTI L AFRADIQUE ME LIMA-COSTA MF Custo das internaccedilotildees hospitalares entre idosos brasileiros no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede Epidemiol Serv Sauacutede Dez 13(4)46-53 2004 PEDROSA RP DRAGER LF Como diagnosticar e tartar hipertensatildeo arterial

99

sistecircmica Grupo Editorial Moreira Jr v 65 n 12 dez 2008 PEREIRA JC BARRETO SM PASSOS VMA O perfil de sauacutede cardiovascular dos idosos brasileiros precisa melhorar estudo de base populacional Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 91 n 1 p 1-10 jul 2008 PEREIRA RJ et al Influecircncia de fatores soacutecios sanitaacuterios na qualidade de vida dos idosos de um municiacutepio do Sudeste do Brasil Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 p 2907-2917 jun 2011 POON IO BRAUN U High prevalence of orthostatic hypotension and its correlation with potentially causative medications among elderly veterans Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics Oxfordv30 n 2 p 173-178 apr 2005 PORTUGAL Porto lazer No Porto a Vida eacute Longa Portugal 2006 RAMOS LR Fatores determinantes do envelhecimento saudaacutevel em idosos residentes em centro urbano Projeto Epidoso Satildeo Paulo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeirov19 n 3 p 793-798 maiojun 2003

REIS AES SOUZA JA Atividade fiacutesica para idosos Revista de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) v 1 n 1 2011 RIO DE JANEIRO Observatoacuterio das Metroacutepoles Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia Iacutendice de Bem-Estar Urbano Rio de Janeiro set 2010 RODRIGUES RMC LOUREIRO LMJ SILVA SMDT Os muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbra Escola Superior de Enfermagem em Coimbra Portugal Coimbra 2009

ROSA TEC et al Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 3740-8 2003

ROSEMBERG J ROSEMBERG AMA MORAES MA de Nicotina droga universal Satildeo Paulo Centro de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Secretaria de Estado da Sauacutede de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2003 174 p

SANTOS DM SICHIERI R Iacutendice de massa corporal e indicadores antropomeacutetricos de adiposidade em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica v 39 n 2 163-8 2005 SANTOS PM et al Percepccedilatildeo de qualidade de vida entre idosos jovens e longevos praticantes de hidroginaacutestica Revista Brasileira de Qualidade de Vida v 5 p 1-11 2013 SAUERESSIG S et al Prevalecircncia de tabagismo em idosos atendidos pelo Programa de Sauacutede da Famiacutelia em Camaquatilde - RS Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica do Rio

100

Grande do Sul Porto Alegre v 51 n 3 p 173-179 julset 2007 SCHNEIDER RH IRIGARAY TQ O envelhecimento na atualidade aspectos cronoloacutegicos bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais Estudos de Psicologia Campinas v 25 n 4 p 585-593 outdez 2008 SCOCCO P FANTONI G CAON F Role of depressive and cognitive status in self-reported evaluation of quality of life in older people comparing proxy and physician perspectives Age Ageing Oxford v 35 n 2 p 166-171 mar 2006 SEQUEIRA A SILVA MN O Bem Estar da Pessoa Idosa no Meio Rural Anaacutelise Psicoloacutegica Lisboa v 3 p 505-516 2002

SILVA AA da Alcoolismo em idosos Revista Cientiacutefica Eletrocircnica de Psicologia Satildeo Paulo ano VI n 10 maio 2008 6 p

SILVA PAB Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos adscritos no Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Minas Gerais 2012 184f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2012 SILVA SD A implantaccedilatildeo de um centro de convivecircncia para pessoas idosas um manual para profissionais e comunidades Rio de Janeiro CRDE UnATI UERJ 2003 57p SILVESTRE JA NETO C MENEZES M Abordagem do idoso em programas de sauacutede da famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica 19839-47 2003

SOARES SM et al Qualidade de Vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos atendidos em Unidades Baacutesicas de Sauacutede do Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Projeto de Pesquisa realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH) Belo HorizonteMG 2013

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES ndash SBD Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes Satildeo Paulo 2013-2014 SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ndash SOCERJ Recomendaccedilotildees da SOCERJ ndash Manejo Terapecircutico em Cardiogeriatria Revista da SOCERJ v 17 sup B Jun 2004 SOUSA L GALANTE H FIGUEIREDO D Qualidade de vida e bem-estar dos idosos um estudo exploratoacuterio na populaccedilatildeo portuguesa Revista de Sauacutede Puacuteblica v 37 n 3 2003 SOUZA R et al Avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica em idosos estimativas de peso e altura e concordacircncia entre classificaccedilotildees de IMC Rev bras geriatr gerontol Rio de Janeiro v 16 n 1 Mar 2013

101

TAMAI SAB et al Impacto de um programa de promoccedilatildeo da sauacutede na qualidade de vida do idoso Einstein 9 (1 Pt 1)8-13 2011

TRENTINI CM Qualidade de vida em idosos 2004 224f Tese (doutorado) ndash Faculdade de Medicina Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2004

UMBELINO GJM Aplicaccedilatildeo do Iacutendice de Qualidade de Vida Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil Rev Bras Est Pop Satildeo Paulo v 24 n 2 p 339-340 juldez 2007 UNITED NATIONS Ageing New York United Nations 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Nuacutecleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG Instituto Jenny de Andrade Faria Belo Horizonte 2014 VASCONCELOS F F et al Utilizaccedilatildeo medicamentosa por idosos de uma Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia de Fortaleza - CE Acta Paulista de Enfermagem Satildeo Paulo v 18 n 2 p 178-183 abrjun 2005 VECCHIA R D et al Qualidade de vida na terceira idade um conceito subjetivo Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v 8 n 3 p 246-252 set 2005 VERAS RP CALDAS PC Promovendo a sauacutede e a cidadania do idoso o movimento das universidades da terceira idade Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 9(2) 423-432 2004 VERAS R Em busca de uma assistecircncia adequada agrave sauacutede do idoso revisatildeo da literatura e aplicaccedilatildeo de um instrumento de detecccedilatildeo precoce e de previsibilidade de agravos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 705-715 maiojun 2003 VERAS R Envelhecimento populacional contemporacircneo demandas desafios e inovaccedilotildees Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 n 3 p 548-554 maiojun 2009 VERAS R Estrateacutegias para o enfrentamento das doenccedilas crocircnicas um modelo em que todos ganham Rev Bras Geriatr 14 (4) 779-789 Rio de Janeiro 2011 VERAS R Foacuterum Envelhecimento populacional e as informaccedilotildees de sauacutede do PNAD demandas e desafios contemporacircneos Introduccedilatildeo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 10 p 2463-2466 out 2007

VIDMAR et al Atividade fiacutesica e qualidade de vida em idosos Revista Sauacutede e Pesquisa v 4 n 3 p 417-424 setdez 2011 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL Versatildeo em

102

portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998a cap 3 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-100 e do WHOQOL-bref Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998b cap 4 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo em portuguecircs do WHOQOL-100 Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998c cap 2

WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Envelhecimento ativo uma poliacutetica de sauacutede Traduccedilatildeo de Suzana Gontijo Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 60 p Traduccedilatildeo de Active ageing a policy framework WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL The World Health Organization Quality of Life assessment Position paper from the World Health Organization Social Science amp Medicine v 41 P 1403-1409 1995 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Towards age-friendly primary health care Geneva WHO 2004 30 p (Active Ageing Series) WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL WHOQOL-bref US Version Washington Universidade de Washington 1997 12 p ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao sedentarismo no lazer em idosos Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 6 p 1329-1338 jun 2007

ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao tabagismo em idosos Inqueacuterito de Sauacutede no Estado de Satildeo Paulo (ISA-SP) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 28 n 3 p 583-595 mar 2012 ZAITUNE MPA et al Hipertensatildeo arterial em idosos prevalecircncia fatores associados e praacuteticas de controle no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(2) 285-294 fev 2006

ZASLAVSKY C GUS I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidades Arq Bras Cardiol volume 79 nordm 6 635-9 2002

103

ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

World Health Organization Quality of Life-bref

104

105

106

Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos

Questionaacuterio nordm _______

Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________

Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________

Endereccedilo _____________________________________________________________________

Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______

Telefone de contato ________________

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

Nome completo ______________________________________________________________

Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________

Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo

Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro

Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra

PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -

Vocecirc estaacute trabalhando atualmente

Se sim especifique _____________________

(1) sim (2) natildeo

Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo

Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez

Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo

(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos

(3) entre 3 a 5 salaacuterios

(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos

- MORADIA -

Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo

Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +

Possui banheiro (1) sim (2) natildeo

Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo

Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo

Mora sozinho (1) sim (2) natildeo

Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique grau de parentesco ________________________

Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos

Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos

(4) netos (5) outros ______________________

107

(Continua)

- ESCOLARIDADE -

Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo

Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado

HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA

- AUDIT-C -

Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo

Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4

Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4

Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4

O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente

108

(Continua)

- TABAGISMO -

Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo

Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo

Quantos cigarros vocecirc

fuma (va) por dia

(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica

Haacute quanto tempo vocecirc

fuma (va)

(1) menos de 2

anos

(2) de 2 a 10

anos

(3) mais de 10

anos

(99) natildeo se aplica

- ATIVIDADE FIacuteSICA -

Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo

Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong

(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________

Frequecircncia (1) 1xsemana

(4) nunca

(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana

HISTOacuteRIA CLIacuteNICA

Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo

Se sim qual

( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias

( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________

Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique ________________________________________________________________________

Haacute quanto tempo ______ (em anos)

HISTOacuteRIA FAMILIAR

Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve

Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo

Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo

Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo

Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo

Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo

Obesidade (1) sim (2) natildeo

Cacircncer (1) sim (2) natildeo

Demecircncia (1) sim (2) natildeo

Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo

109

(Conclusatildeo)

The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas

1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3

AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA

Peso medido (kg) _____________

Estatura aferida (m) ___________

IMC ___________ (kgmsup2)

Circunferecircncia cintura (cm) _________

Circunferecircncia quadril (cm) _________

Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____

PRESSAtildeO ARTERIAL

Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)

PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg

PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg

110

ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA

PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

111

112

ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG

113

ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL

SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS

NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

114

ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH

DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

Page 8: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …

Agradecimentos

Aos idosos do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por colaborar com esta pesquisa de

maneira tatildeo receptiva Admiro todos vocecircs

pela maneira que lidam com o

envelhecimento e como enxergam a vida

com tanta maturidade e sabedoria

Aos familiares

Por sempre ficarem em oraccedilatildeo por mim e

festejarem comigo as minhas conquistas

Aos meus amigos

Sei que para vocecircs eacute difiacutecil a compreensatildeo

da minha ausecircncia Mas saibam que

agradeccedilo por tecirc-los em minha vida vocecircs

satildeo fundamentais para mim

Aos funcionaacuterios do Centro de Sauacutede

Ermelinda

Sem o apoio de todos vocecircs a

concretizaccedilatildeo deste trabalho seria

impossiacutevel Peccedilo desculpas pelos

momentos de sobrecarga devido agraves minhas

ausecircncias principalmente aos meus

colegas enfermeiros e agrave equipe amarela

Gerecircncia agradeccedilo de coraccedilatildeo a facilitaccedilatildeo

para a realizaccedilatildeo desta pesquisa Espero

que este trabalho possa contribuir de

maneira positiva com a nossa assistecircncia agrave

sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por

tudo

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de

Belo Horizonte em especial ao

Distrito Noroeste

Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu

mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos

seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que

contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede

mais digna e humanizada

Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no

local e por acreditar tanto no que estamos

fazendo Espero que nossos resultados

possam contribuir com o trabalho de vocecircs

Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia

o Centro com tanta competecircncia e amor

Aos demais funcionaacuterios do Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa

Pela receptividade durante todo o periacuteodo

que ficamos no local de trabalho de vocecircs e

pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos

idosos

Aos integrantes do NEPCDH

Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria

desta pesquisa

Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que

colaboraram na coleta de dados

Liacuterica e Francielle

Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo

existiria

Obrigada pela grande parceria

Aos colegas de mestrado

Pelo compartilhamento de alegrias e

frustraccedilotildees

RESUMO

MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local

Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso

ABSTRACT

MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research

Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32

Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e

Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte

MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

Graacutefico 2

Graacutefico 3

-

-

Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1

WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo

Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54

Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 56

Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida

por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60

LISTA DE TABELAS

1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44

2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45

3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47

4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49

5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50

6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de

QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 53

9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014 55

10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua

sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 59

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico

BH

CRPI

-

-

Belo Horizonte

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara

DP - Desvio-padratildeo

EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais

G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV

boasatisfeito

G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou

QV ruiminsatisfeito

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

IQ - Intervalo Interquartil

NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento

Humano

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OR - Odds Ratio

PA - Pressatildeo Arterial

PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica

PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica

PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

QVG - Qualidade de Vida Geral

Sm - Salaacuterio Miacutenimo

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

WHO - World Health Organization

WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group

WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16

12 Objetivo 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21

21 Envelhecimento populacional 21

22

221

Qualidade de vida do idoso 23

Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede

24

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27

3 METODOLOGIA 31

31 Tipo de estudo 31

32 Aacuterea e local do estudo 31

33

331

332

Populaccedilatildeo do estudo 31

Caacutelculo amostral 31

Criteacuterios de seleccedilatildeo 32

34 Coleta de dados 33

35 Variaacuteveis do estudo 33

351 Variaacutevel dependente 33

352 Variaacuteveis independentes 34

353 Instrumentos para a coleta de dados 34

36

37

Anaacutelise dos dados 40

Questotildees eacutetico-legais 41

SUMAacuteRIO

4 RESULTADOS 43

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43

42 Anaacutelise multivariada 57

5 DISCUSSAtildeO 61

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63

53 Caracteriacutesticas comportamentais 69

54

55

56

Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71

Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80

Limitaccedilotildees do estudo 84

6 CONCLUSOtildeES 86

REFEREcircNCIAS 89

ANEXOS 103

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o

Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos

(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes

do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos

ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da

populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em

nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL

2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de

2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta

representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se

encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo

composta por idosos

Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a

fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)

Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60

anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses

desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa

de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou

115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27

anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento

como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais

rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto

institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que

fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)

O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos

mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado

17

estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica

Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em

meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que

expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados

(LEBRAtildeO DUARTE 2003)

Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640

de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que

deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)

Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada

de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a

estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide

populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES

RODRIGUES 2005)

Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX

acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas

mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela

diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e

parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia

inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)

Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as

doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar

incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em

desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas

seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da

sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas

doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)

Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua

que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio

agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)

Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na

sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto

mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento

18

saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al

2010)

As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos

anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para

esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e

regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais

agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que

o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional

isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas

atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)

Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas

quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A

Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como

consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso

tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo

padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade

Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas

consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de

vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo

uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros

meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)

Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo

que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do

sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees

e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla

abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado

psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os

mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)

A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica

por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades

e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de

sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as

19

incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na

velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave

qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves

atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade

acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a

autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)

Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para

a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade

desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o

comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a

famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez

que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice

contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia

autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem

tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et

al 2013)

Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas

Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute

cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de

cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as

conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se

acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o

desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e

universal (CIL 2013)

Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o

desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da

qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo

Horizonte

Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A

falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta

20

importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e

avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos

Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um

modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a

partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os

resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de

rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees

centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio

e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no

atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado

Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem

sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos

que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e

produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os

aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais

ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)

As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento

das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em

detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas

tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento

Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas

em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI

12 Objetivo

Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e

ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais

21

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

21 Envelhecimento populacional

Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o

envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de

pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)

Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455

anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se

alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia

(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)

Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de

idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo

decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as

modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de

desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo

indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade

cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)

Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se

dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do

conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou

ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte

viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um

mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)

Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos

em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et

al 2013)

Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil

indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos

idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de

doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e

diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos

22

podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares

ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve

ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave

comunidade (OMS 2004)

Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de

idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa

intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os

vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que

os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos

associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se

que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito

de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a

promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)

Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo

ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole

population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na

Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)

que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento

ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a

importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e

na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia

(BOWLING 2009)

No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE

(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos

realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas

Gerais

Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma

aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real

conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo

(VERAS 2009)

23

22 Qualidade de vida do idoso

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de

difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam

sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento

socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos

quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)

Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que

melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma

das definiccedilotildees mais utilizadas

Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o

conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas

fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu

maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)

Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de

instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um

conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL

Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural

(CANAVARRO et al 2005)

Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute

relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel

socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o

autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos

e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades

diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)

No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as

necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades

de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)

Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com

estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico

ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da

idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente

24

associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e

inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)

Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo

agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas

gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar

dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa

qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)

No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida

em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que

dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007

GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES

ALCHIERI 2010)

Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL

da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem

consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a

subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por

exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos

mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso

(FLECK 2000 FLECK et al 2008)

221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a

promoccedilatildeo da sauacutede

A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de

envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de

otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de

melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas

No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a

sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a

manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para

doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)

Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a

25

heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso

objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que

envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para

realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)

O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave

interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos

para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de

formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em

processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da

autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)

A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a

ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL

1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na

sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo

contra a pessoa idosa

A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo

propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou

manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a

permanecircncia no meio em que vivem de forma independente

Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a

capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de

autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o

cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no

envelhecimento ativo (VERAS 2009)

No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da

Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral

integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave

integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL

1996)

Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do

envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade

funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos

26

que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade

funcional restringida (GORDILHO et al 2000)

Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como

objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e

mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos

No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional

de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia

e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos

Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar

recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da

pessoa idosa

Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do

idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo

idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive

Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto

Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover

o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)

O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso

com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de

abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)

Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700

idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de

atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade

de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de

abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)

Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo

fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do

envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de

estrateacutegia

A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade

para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior

participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo

27

estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes

favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS

2004)

Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para

enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus

entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a

constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de

sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo

espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)

Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os

inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas

cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver

accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de

convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar

ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros

(VERAS CALDAS 2004)

Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da

Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso

que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo

agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23

milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL

2010)

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos

Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o

cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa

etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG

em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de

envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e

Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a

sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade

28

do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria

Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)

O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27

consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com

piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades

de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade

para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo

Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas

subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400

procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do

municiacutepio (UFMG 2014)

Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros

e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa

considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa

concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em

conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um

centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o

fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso

o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)

Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de

referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a

qualidade de vida do idoso

Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)

reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para

pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os

idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico

ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de

BH para conquistarem este espaccedilo

O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte

desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal

Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO

29

HORIZONTE 2013)

O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos

direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e

documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento

De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento

tem como objetivos e compromissos

Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e

inclusatildeo social da pessoa idosa

Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e

elevaccedilatildeo de sua autoestima

Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua

histoacuteria

O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos

Academia da Cidade

Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila

Danccedila de salatildeo

Danccedila cigana

Danccedila Secircnior

Coral

Lian Gong

InformaacuteticaInclusatildeo Digital

Pintura em Tecido

Pintura em Tela

Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

Show de Talentos

Tarde Danccedilante (Baile)

Vida Ativa

Biodanza

O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos

podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de

30

vagas

Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que

preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida

saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)

31

3 METODOLOGIA

RSO METODOLOacuteG

31 Tipo de estudo

Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes

de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade

de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)

32 Aacuterea e local do estudo

A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas

Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da

populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)

O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590

idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados

33 Populaccedilatildeo do estudo

A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos

diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas

331 Caacutelculo Amostral

A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de

referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do

tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra

miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho

populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada

Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa

probabilidade

32

Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos

com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula

descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)

FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)

A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima

preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)

O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal

padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada

Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor

absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25

Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos

cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um

niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando

o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a

amostra final totalizou em 215 idosos

Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima

do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do

local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do

municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a

esse em centros de referecircncias para idosos

332 Criteacuterio de seleccedilatildeo

Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com

idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de

referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave

n

2

2 )1(

d

ppzn

d 2z

2z

2z 5z

33

entrevista

Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que

realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em

participar da pesquisa

34 Coleta de dados

Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes

do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola

de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)

A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave

realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em

Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma

equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma

mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH

Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por

alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada

entrevistadora

Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo

da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador

(SOARES et al 2013)

35 Variaacuteveis do estudo

351 Variaacutevel dependente

A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por

meio do instrumento WHOQOL-bref

34

352 Variaacuteveis independentes

As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas

socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado

atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir

353 Instrumentos para a coleta de dados

WHOQOL-bref

Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs

do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra

boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003

MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da

OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref

O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui

26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral

(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24

facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em

quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS

1998a)

Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir

de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo

aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia

de todas as facetas (OMS 1998a)

O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de

ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo

(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a

completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)

(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das

respostas variam entre 1 e 5

35

O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo

quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com

sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo

As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de

consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente

e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico

com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em

estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)

Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido

e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do

Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo

Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao

Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)

Mini Exame do Estado Mental

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame

do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado

mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses

O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes

paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma

delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a

orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs

palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3

pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)

O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior

grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos

o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)

Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para

o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de

educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de

36

escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes

pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para

mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD

DELLAROZA 2012)

Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos

Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o

Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade

estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como

descritos a seguir

- Sexo

Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo

univariado

- Idade

A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a

data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a

69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais

- Naturalidade

Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo

Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais

- Estado civil

Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro

- Religiatildeo

Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra

- Escolaridade

Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo

As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram

considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os

alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de

quatro anos de estudo

- Ocupaccedilatildeo atual

37

Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica

entrou no modelo univariado

- Aposentadoria

Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo

univariado

- Tipo de aposentadoria

Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve

como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado

- Renda familiar

Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em

le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios

miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos

- Moradia e nuacutemero de cocircmodos

Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3

cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui

rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)

Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais

Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram

aplicados descritos a seguir

- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire

Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui

duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)

e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem

esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem

entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma

semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia

de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos

Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade

92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)

38

- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)

Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10

questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do

AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas

perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de

ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute

pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta

Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de

aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge

4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram

adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C

mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado

- Tabagismo

Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou

natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10

cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As

respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas

(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)

- Praacutetica de atividade fiacutesica

Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia

(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)

- Comorbidades

Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)

- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)

A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint

National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL

2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico

A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de

repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio

devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio

Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na

primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente

39

Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees

da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e

hipertenso)

- Uso de medicamento

Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo

- Histoacuteria familiar de doenccedila

Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo

arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto

agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo

obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As

categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo

Dados antropomeacutetricos

As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas

segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)

- Peso

Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca

Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e

estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo

distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg

- Estatura

A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de

peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes

paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo

com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As

naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos

permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era

posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo

plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o

40

topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo

- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)

O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)

sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica

norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27

ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso

- Circunferecircncia de quadril

Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica

flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas

- Circunferecircncia da cintura

Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen

relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do

indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte

superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo

feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm

segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)

- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)

Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a

circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o

valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de

acordo com o preconizado pela OMS (1998)

O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1

Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de

inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos

36 Anaacutelise dos dados

Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o

programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)

A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas

41

expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil

(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as

categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de

Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado

Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os

grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de

variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada

quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste

U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo

parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo

teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem

estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo

multivariado

Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar

as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram

introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os

valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de

confianccedila de 95 (IC 95)

Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios

do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho

A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em

relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida

boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo

ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida

ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou

ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito

insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)

37 Questotildees eacutetico-legais

A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade

Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de

42

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE

do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos

acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava

sendo utilizado para a coleta de dados

O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)

Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em

Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)

Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil

sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de

Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)

43

4 RESULTADOS

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada

De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir

representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269

questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -

cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem

pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se

257 questionaacuterios completos e analisados

Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas

demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas

com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as

quais seratildeo discutidas a posteriori

44

TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)

Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito

satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas

oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a

proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados

fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente

significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a

sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total

N=257 ()

G1

(satisfeito)

N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito)

N=94 () p-valora

Sexo

Homem 175 178 170 0876

Mulher 825 822 830

Idade (anos)

60-69 447 393 543 0025

70-79 447 472 404

ge 80 105 135 53

Naturalidade (n=256)

BH ou RMBH 316 356 247 0144

Interior MG 609 564 688

Outros 74 80 65

Situaccedilatildeo conjugal

Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587

Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340

Religiatildeo

Catoacutelico 724 730 713 0945

Evangeacutelico 136 135 138

Outros 140 135 149

45

TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo

Alfabetizado 899 896 904 0827

Analfabeto 101 104 96

Escolaridade (anos)

lt4 214 190 255 0220

ge4 786 810 745

Trabalha atualmente

Sim 226 258 170 0106

Natildeo 774 742 830

Aposentadoria

Sim 802 798 809 0832

Natildeo 198 202 191

Tipo de Aposentadoria (n=205)

Idade 459 457 461 0594

Tempo de serviccedilo 424 442 395

Invalidez 117 101 145

Renda familiar (sm)

lt 1 191 180 211 0342

1 ˫ 3 402 385 433

3 ˫ 5 279 280 278

ge 5 127 155 78

Casa proacutepria

Sim 883 914 830 0043

Natildeo 117 86 170

Nuacutemero de cocircmodos

1 ndash 3 148 141 160 0688

4 ou mais 852 859 840

Saneamento baacutesico

Rede de esgoto 984 988 979 0625

Banheiro 1000 1000 1000 -

Aacutegua encanada 996 1000 989 0366

Arranjo domiciliar

Mora sozinho 202 202 202 0995

Mora acompanhado 798 798 798

46

Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida

ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo

ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo

trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram

acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria

com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas

De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a

satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou

diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees

47

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)

(Continua)

Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001

Neoplasia 532 513 565 0419

Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057

Diabetes mellitus 417 375 489 0077

Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479

Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038

Transtorno mental 357 288 478 0002

Obesidade 254 225 304 0164

Demecircncia 167 156 185 0558

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Nordm comorbidades

Zero 97 129 43 lt0001

1-2 572 620 489

3-4 268 227 340

5 ou mais 62 25 128

Comorbidade autorreferida

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001

Dislipidemia 265 276 245 0583

Diabetes mellitus 237 190 319 0019

Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233

172

340

0002

Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288

Cardiopatias 105 74 160 0030

Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006

Tratamento medicamentoso (n=256)

Sim 848 828 882 0252

Natildeo 152 172 118

Medicamento (n=253)

Anti-hipertensivo 597 528 717 0003

Hipolipemiante 225 224 228 0932

Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057

Diureacutetico 213 168 293 0019

Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150

137

174

0425

Antidepressivo 150 118 207 0058

AINEs 107 81 152 0077

48

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

(Conclusatildeo)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo

arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo

com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo

menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior

prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes

mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo

aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores

elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril

Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara

a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as

proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de

comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema

osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel cognitivo (MEEM)

Alterado 167 178 149 0549

Preservado 833 822 851

PHQ-2 total

ge 3 97 43 191 lt0001

lt 3 903 957 809

PA aferida (n=234)

Normotenso 628 631 624 0911

Hipertenso 372 369 376

Iacutendice de massa corpoacuterea

lt22 116 121 108 0456

22-27 376 401 333

gt27 508 478 559

RCQ

Normal 455 436 489 0404

Elevado 545 564 515

49

uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo

arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental

TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)

Variaacutevel HAS

Total N=248

()

PA alterada

Sim

N=87

()

Natildeo

N=161

()

Natildeo 343 259 741

Sim 657 399 601

Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial

aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo

arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e

quase dois quintos dos sabidamente hipertensos

50

TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com

sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

AUDIT-C (n=253)

Negativo 905 913 891 0570

Positivo 95 87 109

Tabagismo

Tabagista 39 37 43 0664

Natildeo tabagista 642 663 606

Ex-tabagista 319 301 351

Nuacutemero de cigarros que fuma ou

jaacute fumou (n=92)

Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185

Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541

Tempo de tabagismo (n=90)

Menos de 10 anos 244 226 270 0634

Mais de 10 anos 756 774 730

Atividade fiacutesica

Sim 926 951 883 0045

Natildeo 74 49 117

Tipo de atividade fiacutesica

Caminhada 677 712 617 0118

Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055

Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523

Danccedila 101 129 53 0053

Hidroginaacutestica 66 86 32 0094

Biodanza 43 37 53 0537

Outros 175 202 128 0129

Frequecircncia da atividade fiacutesica

4-7 vezes por semana 280 337 181 0008

1-3 vezes por semana 630 601 681

Nunca 89 61 138

51

A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados

apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave

qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees

A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as

variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de

Vida Geral

TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim

nem bom Bom

Muito

Bom

WHOQOL-1

Como avaliaria sua

qualidade de vida

WHOQOL-2

Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede

n 3 5 49 140 60

12 19 191 545 233

Muito

insatisfeito Insatisfeito

Nem

satisfeito nem

insatisfeito

Satisfeito Muito

Satisfeito

n 3 21 40 145 48

12 82 156 564 187

Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q

Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143

Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917

Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600

QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779

Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral

52

GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais

Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

53

TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra

em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

Variaacuteveis

QVG

Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear

WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida

Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001

Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625

Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060

Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348

Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920

WHOQOL-2dagger

Satisfaccedilatildeo com a sauacutede

Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001

Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075

Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181

Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355

Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003

Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -

QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041

54

GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014

Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health

Organization Quality of Life

WHOQOL-1

muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim

QV

G

1000

800

600

400

200

00

WHOQOL-2

muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito

insatisfeitomuito insatisfeito

QV

G

1000

800

600

400

200

00

QV boa e satisfeito sauacutede

simnatildeo

QV

G

1000

800

600

400

200

00

55

TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa

Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Domiacutenios

Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees

sociais

Meio

ambiente

Rho QVG 0655 0722 0842 0622

Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10

correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)

A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico

apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio

ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG

56

GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

57

42 Anaacutelise multivariada

As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)

com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram

Idade

Naturalidade

Trabalham atualmente

Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Nuacutemero de comorbidades

HAS

Diabetes mellitus

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Cardiopatias

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio

Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos

Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral

Antidepressivos

Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide

Recalcificante

Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica

HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia

HF positiva para diabetes mellitus

HF positiva para obesidade

PHQ-2 total

Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica

Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica

58

Caminhada

Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila

Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os

idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a

satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de

vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser

oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do

aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo

para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar

atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)

59

TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p

estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de

vida

Variaacuteveis OR IC (95) p-valor

Naturalidade

BH ou RMBH 100 (ref)

Interior MG 046 024 - 090 0023

Outros 081 023 - 286 0746

Nuacutemero de comorbidades

Zero 100 (ref)

1-2 069 021 - 230 0546

3-4 035 010 - 127 0111

5 ou mais 015 003 - 085 0032

Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida

Natildeo 100 (ref)

Sim 025 007 - 094 0040

Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial

Natildeo 100 (ref)

Sim 035 017 - 070 0003

PHQ-2 total

lt 3 100 (ref)

ge 3 018 006 - 050 0001

Frequecircncia da atividade fiacutesica

Nunca 100 (ref)

1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016

4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001

60

QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa

Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO

Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade

Naturalidade Ser natural do interior de MG

Caracteriacutesticas econocircmicas

Trabalha atualmente Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades

HAS

Diabetes mellitus Cardiopatias

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio

Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral Antidepressivos

Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide

Recalcificante

PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3

HF positiva para HAS HF positiva para AVE

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade

HF positivo para HAS

Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e

4-7x sem)

Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull

da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire

61

5 DISCUSSAtildeO

Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico

econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua

qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas

As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma

predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos

equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ

DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et

al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens

(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com

idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004

LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)

A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo

em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e

vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava

540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000

e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens

idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)

Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as

mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as

mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na

exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes

de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)

Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge

(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados

demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo

estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que

tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995

62

(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)

A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da

senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver

algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)

Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes

na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o

que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)

Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa

fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o

aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer

com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma

relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem

percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos

(LUCCHETTI et al 2011)

Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra

estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de

quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a

porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)

Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo

alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos

A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo

considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes

Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino

fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a

segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os

anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres

(BRASIL 2010)

No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos

(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos

idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas

apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre

os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na

63

correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja

observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade

(anos de estudo)

Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na

relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis

pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos

benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o

fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na

sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)

No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir

casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)

segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a

maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a

amostra

Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos

tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente

em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado

garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas

sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de

dignidaderdquo

Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos

idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao

encontrado no estudo (202)

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas

Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos

idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave

meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam

ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em

2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)

64

Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de

frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS

indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional

(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede

do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et

al 2013)

No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus

tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim

como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem

confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)

De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia

de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos

homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do

que 240 mgdL (elevado)

A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem

de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute

importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na

reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado

por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco

para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do

controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e

crocircnicas (BRASIL 2006)

Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos

princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam

os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle

glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia

intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia

(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na

populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia

Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash

HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se

associam (SBD 2013-2014)

65

Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia

apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais

causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos

idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre

as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias

em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo

supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)

Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de

medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os

diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida

mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso

expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)

antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando

a importacircncia das outras patologias citadas

Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra

estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo

Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006)

A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um

problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre

pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no

metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas

podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do

idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave

prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)

Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao

manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos

colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute

desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011

POON BRAUN 2005)

Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos

66

quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA

aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA

controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados

justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo

enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma

entraram

Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes

ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial

sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em

outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais

inadequados (MOREIRA et al 2008)

Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram

hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o

subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo

essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos

deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico

(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)

Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do

estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar

relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e

independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)

apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo

devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando

anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o

idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal

transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)

O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de

elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre

os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado

para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a

habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas

de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos

67

externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os

processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e

compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em

contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas

aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)

Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda

natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento

cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma

necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees

associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores

educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e

capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual

das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo

que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado

na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados

alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao

prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma

craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais

e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)

Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos

anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido

levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees

decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de

trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da

deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES

et al 2006 MELLO et al 2012)

Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como

deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder

incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento

fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no

68

mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno

para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem

20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para

a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os

decliacutenios funcionais

A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as

diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al

2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de

idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada

(545)

O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado

provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou

endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que

vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial

da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo

(MANCINI 2010)

O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional

por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em

idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura

acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da

quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC

e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e

obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)

Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos

e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave

mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou

que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser

protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)

A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral

especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo

na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees

nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI

69

2005 LIMA DUARTE 2013)

53 Caracteriacutesticas comportamentais

Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala

deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar

precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute

menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social

contemporacircneo (NEVES 2004)

A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar

subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica

por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres

(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida

alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim

a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)

Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o

envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou

dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas

pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo

aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior

sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental

(SILVA 2008)

No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)

mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os

estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de

Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)

e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que

revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187

respectivamente

Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram

fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo

maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante

70

A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de

fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A

nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave

neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a

obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)

O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De

acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o

surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de

cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004

PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede

levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em

geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda

Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)

Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O

tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente

atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de

condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)

Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de

vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute

acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude

da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)

Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior

aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006

ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais

acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer

lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)

Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de

uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o

Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade

vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por

sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30

minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada

71

moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por

semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)

Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo

da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade

fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado

em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4

mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se

as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre

o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o

incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do

Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos

com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo

de sal nos alimentos (BRASIL 2011)

54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada

No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo

confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de

vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e

comportamentais

Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram

Naturalidade

Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo

metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso

considerar sua qualidade de vida boa

No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas

Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento

populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento

meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no

setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)

72

Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos

estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas

famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram

constituindo famiacutelia ou natildeo

Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no

estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso

(BORIM BARROS NERI 2012)

Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em

comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas

para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de

melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o

WHOQOL-bref

A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os

idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de

QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do

instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente

rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os

idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas

estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)

Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o

ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio

urbano

Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida

atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural

apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados

obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)

Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e

do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas

diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de

qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que

os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos

que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida

73

mais ativa que levam

Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir

que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida

superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital

pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a

associaccedilatildeo encontrada

Comorbidades

Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma

pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco

ou mais comorbidades

Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que

torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a

promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade

de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)

Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente

relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo

frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um

nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam

maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute

diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)

Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as

escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento

sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS

2011)

Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre

doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al

2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)

Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado

em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta

diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI

74

CICONELLI 2011)

Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas

crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que

focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais

adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo

integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)

A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua

prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso

consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de

isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou

mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua

autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e

com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)

Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem

implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque

para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a

magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco

aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu

uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60

da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo

adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia

aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria

da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)

Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo

gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem

lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza

destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)

Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o

desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas

sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus

fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano

aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias

75

crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool

inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees

em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)

cuidado integral (BRASIL 2011)

Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a

prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e

consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos

Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo

aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa

sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A

ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande

magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de

exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)

Doenccedila do aparelho respiratoacuterio

Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio

tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com

idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria

Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter

progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar

sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)

A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos

acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada

como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et

al 2006)

Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem

reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos

valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo

da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio

respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)

76

Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de

suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de

pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees

respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com

condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas

comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas

pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o

diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente

satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)

Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter

impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir

complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas

no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)

HF positivo para HAS

Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a

pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o

agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a

principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)

No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse

nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo

estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de

doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta

e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo

(BRASIL 2006)

A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas

como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER

2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e

confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)

A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que

77

exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem

disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao

maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica

(MIRANDA et al 2002)

Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade

colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas

medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os

tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)

Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na

prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos

puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)

As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura

pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre

elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo

e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)

Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para

o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de

responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees

cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a

melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)

PHQ-total ge 3

Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a

chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais

comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma

patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute

calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10

dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)

Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na

qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo

78

geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo

provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto

negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de

sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG

Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de

vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na

qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007

FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)

Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em

diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de

reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima

solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo

terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema

Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo

papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos

podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma

eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado

vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)

Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa

Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono

familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos

Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave

sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta

prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente

Atividade fiacutesica

Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um

gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente

sua qualidade de vida

No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos

afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute

79

integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia

Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de

30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida

fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o

pratica (REIS SOUZA 2011)

A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas

funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto

os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu

desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio

corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)

Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os

niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial

coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)

Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio

social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de

liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)

Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor

prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos

vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De

acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a

sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens

Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor

para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram

o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo

experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que

avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de

depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias

cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores

de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a

adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida

Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando

80

praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo

compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de

manter conviacutevio social principalmente entre idosos

Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada

nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE

2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel

(LIMA-COSTA et al 2009)

55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref

O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou

extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o

valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses

foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os

idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte

ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso

a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio

Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados

com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas

informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre

outros

Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida

Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O

IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida

renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos

relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De

acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH

nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e

seguranccedila ambiental

Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas

respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da

qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas

81

externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)

Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui

o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)

para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as

condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas

dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes

(RIO DE JANEIRO 2010)

O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou

indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees

habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)

O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo

apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade

avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees

metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por

exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos

que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE

JANEIRO 2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o

Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado

pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da

distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes

Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte

atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH

condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida

de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem

apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em

contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque

os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente

apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em

locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)

Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O

82

IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede

que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer

para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados

baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees

Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento

de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e

Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas

de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas

de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas

responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)

A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em

nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute

representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em

54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui

os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)

Escolas Municipais 17

Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02

Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10

Creches Conveniadas 37

Escolas Estaduais 41

Hospitais Puacuteblicos 02

Hospitais Particulares 01

Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16

Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01

Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04

Centro de Referecircncia do Idoso 01

Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01

Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01

Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01

Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01

Farmaacutecia Distrital 01

83

Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos

puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos

constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do

ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como

um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras

Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da

miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo

e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)

Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no

municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se

encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash

alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas

e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)

A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser

definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito

concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a

pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve

presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas

mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse

comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de

morte nos idosos (BRASIL 2014)

Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos

como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees

dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo

ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil

como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se

organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos

de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES

MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete

significativamente o meio ambiente no qual ele vive

Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos

84

da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia

contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas

que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de

serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes

de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)

No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL

2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000

habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas

relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de

moradia)

Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento

da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A

campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto

do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os

direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir

qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de

sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)

Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de

assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com

os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)

Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam

negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o

intuito de se buscar possiacuteveis melhorias

56 Limitaccedilotildees do estudo

O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento

Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim

afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas

Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem

como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da

populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o

85

calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa

Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a

inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na

avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras

investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de

referecircncia para idosos

86

6 CONCLUSOtildeES

O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou

como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais

(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria

predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre

60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)

Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram

aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave

moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando

condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da

populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados

Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede

prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)

doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)

Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um

medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)

hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)

Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39

fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade

fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a

realizam de uma a trecircs vezes por semana

Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se

que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751

encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso

constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante

ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)

e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos

Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram

significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser

natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila

do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com

87

pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por

semana e de quatro a sete vezes por semana

Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os

idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida

Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um

grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais

O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e

intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de

vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute

importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a

qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo

realiza eacute no proacuteprio local

Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de

ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo

mais expressivo de idosos do municiacutepio

Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade

de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida

Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo

fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para

confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees

causais entre as variaacuteveis estudadas

Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na

populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O

estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de

poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento

das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem

sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o

acompanhamento e controle da populaccedilatildeo

Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no

trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo

baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em

diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em

88

tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de

enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)

Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio

aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo

do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave

sauacutede

Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta

para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no

centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas

socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam

do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida

desses idosos

Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem

melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o

domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida

Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute

de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos

nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de

diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de

variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e

potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa

populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem

ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de

envelhecimento ativo

89

REFEREcircNCIAS

ABBOTT RD et al Walking and dementia in physical capable elderly men JAMA 2004 292 (12)1447-53

ALBERTA SPORT RECREATION PARKS AND WILDLIFE FOUNDATION - ASRPWF Active Living Strategy Canada 2012 ALEY LPV Qualidade de vida de idosos diabeacuteticos tipo 2 usuaacuterios de um ambulatoacuterio de hospital escola 2007 150 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) - Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2007 ALVES et al A influecircncia das doenccedilas crocircnicas na capacidade funcional dos idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 23(8)1924-1930 ago 2007 ALVES LC RODRIGUES RN Determinantes da autopercepccedilatildeo de sauacutede entre idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Revista Panamericana de Salud Puacuteblica Washington v 17 n 5-6 p 333-341 2005 AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION (ADA) The nutrition screanning initiative incorporating nutrition screening and interventions into medical practice a monograph for physicians Washington DC US American Academy of Family Physicians National Council on Aging Inc 1994 ANTUNES HKM et alDepression anxiety and quality of life scores in seniors after an endurance exercise program Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 266-271 dec 2005

ANTUNES HKM et al Exerciacutecio fiacutesico e funccedilatildeo cognitiva uma revisatildeo Ver Bras Med Esporte Niteroacutei v 12 n 2 Abr 2006

BARRETO ML CARMO EH Padrotildees de adoecimento e de morte da populaccedilatildeo brasileira os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 12 (Sup) 1779-1790 2007 BATISTA LKC et al Manuseio da doenccedila renal crocircnica em pacientes com hipertensatildeo e diabetes Jornal Brasileiro de Nefrologia Satildeo Paulo v 27 n 1 p 8-13 jun 2005 BATISTA M P P ALMEIDA M H M LANCMAN S Politicas puacuteblicas para a populaccedilatildeo idosa uma revisatildeo com ecircnfase nas accedilotildees de sauacutede Rev Ter Ocup Univ Satildeo Paulo v 22 n 3 p 200-207 setdez 2011 BELO HORIZONTE Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte 2013

90

BENEDETTI TRB et al Atividade fiacutesica e estado de sauacutede mental de idosos Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 42 n 2 Abr 2008 BERTOLUCCI PHF et al O mini-exame do estado mental em uma populaccedilatildeo geral impacto da escolaridade Arquivos de Neuropsiquiatria v 52 n 1 p 1-7 1994 BORIM FSA BARROS MBA NERI AL Autoavaliaccedilatildeo da sauacutede em idosos pesquisa de base populacional no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 28(4)769-780 abr 2012

BOWLING A Perceptions of active ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole population samples Oxford Journals v 38 n 6 Ago 2009 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF Senado Federal 1988

BRASIL Casa Civil Subchefia para assuntos juriacutedicos Lei ndeg 10741 de 1deg de Outubro de 2003 Dispotildees sobre o Estatuto do Idoso e daacute outras providecircncias BrasiacuteliaDF 2003 BRASIL Decreto nordm 1948 Regulamenta a Lei ndeg 8842 de 4 de janeiro de 1994 que dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DF 1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 BrasiacuteliaDF 2010 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil 2009 Rio de Janeiro IBGE 2009 152 p (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica 25)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 15 - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 16 - Diabetes Mellitus BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Plano de accedilotildees estrateacutegicas para o enfrentamento das Doenccedilas Crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) no Brasil Brasiacutelia DF 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria n ordm 2528 Aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede da Pessoa Idosa Brasiacutelia DF 2006

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria 399GM de 22 de fevereiro 2006 Divulga o Pacto pela Sauacutede 2006 ndash Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria do Gabinete do Ministro de Estado da

91

Sauacutede de ndeg 1395 de 9 de dezembro de 1999 que aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil no 237-E pp 20-24 13 dez seccedilatildeo 1 BrasiacuteliaDF 1999 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas e Estrateacutegicas Atenccedilatildeo agrave sauacutede da pessoa idosa e envelhecimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 44 p (Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede) (Seacuterie Pactos pela Sauacutede 2006 12) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Envelhecimento e sauacutede da pessoa idosa Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007 192 p (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos) (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 19) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Coordenaccedilatildeo de Prevenccedilatildeo e Vigilacircncia Inqueacuterito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenccedilas e agravos natildeo transmissiacuteveis Brasil 15 capitais e Distrito Federal 2002-2003 Rio de Janeiro INCA 2004 186 p BRASIL Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Brasil manual de enfrentamento agrave violecircncia contra a pessoa idosa Eacute possiacutevel prevenir Eacute necessaacuterio superar Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Texto de Maria Ceciacutelia de Souza Minayo mdash Brasiacutelia DF Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica 2014 BROWN C J FRIEDKIN R J INOUYE S K Prevalence and outcomes of low mobility in hospitalized older patients Journal of the American Geriatrics Society v 52 n 8 p 1263-1270 aug 2004 BRYMAN A et al Anaacutelise de dados em ciecircncias sociais introduccedilatildeo agraves teacutecnicas utilizando o SPSS para Windows 1992 BUSS PM Promoccedilatildeo da sauacutede e qualidade de vida Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 5(1)163-177 2000 CAMARANO et al Idosos brasileiros indicadores de condiccedilotildees de vida e de acompanhamento de poliacuteticas Brasiacutelia Presidecircncia da Repuacuteblica 2005 144 p CAMARANO AA KANSO S MELLO JL Como vive o idoso brasileiro In CAMARANO A A (Org) Os novos idosos brasileiros muito aleacutem dos 60 Rio de Janeiro IPEA 2004a cap 1 p 25-73 CAMARANO AA (Org) Muito aleacutem dos 60 os novos idosos brasileiros Rio de Janeiro Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada 1999 382 p

92

CAMPOLINA AG DINI PS CICONELLI RM Impacto da doenccedila crocircnica na qualidade de vida de idosos da comunidade em Satildeo Paulo (SP Brasil) Ciecircnc sauacutede coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 Jun 2011 CANAVARRO MC et al Desenvolvimento dos instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida na infecccedilatildeo VIH da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHOQOL-HIV WHOQOL-HIV-BREF) para portuguecircs de Portugal apresentaccedilatildeo de um projecto 2005 11 p CARNEIRO R S Qualidade de vida apoio social e depressatildeo em idosos relaccedilatildeo com habilidades sociais Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica Porto Alegre v 20 n 2 p 229-237 2007 CARVALHO JAM de GARCIA RA O envelhecimento da populaccedilatildeo brasileira um enfoque demograacutefico Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 725-733 maiojun 2003 CENTRO INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE Declaraccedilatildeo do Rio Aleacutem da Prevenccedilatildeo e Tratamento Desenvolvendo uma Cultura do Cuidado em resposta agrave Revoluccedilatildeo da Longevidade Brasil 2013

CHAVES MLF Testes de avaliaccedilatildeo cognitiva Mini-Exame do Estado Mental Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da ABN (perioacutedico na internet) 2006-2008 CHEUNG K L SOMAN S TAMURA M K Special considerations in the management of chronic kidney disease in the elderly DialysisampTransplantation United States v 40 n 6 p 241-243 june 2011 CURITIBA Secretaria Municipal da Sauacutede Autocuidado apoiado manual do profissional de sauacutede 92p Curitiba 2012 DANTAS ELR et al Geneacutetica do cacircncer hereditaacuterio Rev Bras De Cancerologia v 55 n 3 263-69 2009 DINIZ AMA NAHAS MIP MOSCOVITCH SK Anaacutelise espacial da violecircncia urbana em Belo Horizonte uma proposiccedilatildeo metodoloacutegica a partir de informaccedilotildees e indicadores georreferenciados Belo Horizonte 2003 DUARTE SFP REIS LAR Obesidade uma visatildeo multidisciplinar 1 ed Curitiba CRV 2012

ENGELHARDT E et al Idosos institucionalizados rastreamento cognitivo Rev Psiquiatria Cliacutenica Satildeo Paulo v 25 n 2 74-9 1998 FALLER JW et al Qualidade de vida de idosos cadastrados na estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia de Foz do Iguaccedilu-PR Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 14 803-810 2010

93

FARENZENA W P et alQualidade de vida em um grupo de idosos de Veranoacutepolis Revista Kairoacutes Satildeo Paulo v 10 n 2 p 225-243 dez 2007

FERNANDES MTO A Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede para o cuidado agrave pessoa idosa na Atenccedilatildeo Primaacuteria um Modelo Teoacuterico 216f Tese (Tese de Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2013 FERNANDES MTO SOARES SM O desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo ao idoso no Brasil Rev esc enferm USP Satildeo Paulo v 46 n

6 Dez 2012 FERREIRA ALCBM A qualidade de vida em idosos em diferentes contextos habitacionais a perspectiva do proacuteprio e do seu cuidador 2009 94f Dissertaccedilatildeo (Mestrado Integrado em Psicologia) ndash Faculdade de Psicologia e Ciecircncias da Educaccedilatildeo Universidade de Lisboa Lisboa 2009 FLECK M P A O instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) caracteriacutesticas e perspectivas Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 33-38 2000 FLECK MPA CHACHAMOVICH E TRENTINI CM Projeto WHOQOL-OLD meacutetodo e resultados de grupos focais no Brasil Revista Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 n 6 p 793-799 dez 2003 FLECK MPA et al A avaliaccedilatildeo de qualidade de vida guia para profissionais da sauacutede Porto Alegre Artmed 2008 228 p FLECK MPA et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento abreviado de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida ldquoWHOQOL-brefrdquo Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 34 n 2 p 178-183 abr 2000

FLORIANO PJ DALGALARRONDO P Sauacutede mental qualidade de vida e religiatildeo em idosos de um Programa de Sauacutede da Famiacutelia Jornal Brasileiro de Psiquiatria Rio de Janeiro v 56 n 3 p 162-170 2007 FORTIN MF DUCHARME F Os estudos de tipo correlacional In FORTIN M F (Org) O processo de investigaccedilatildeo da concepccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo 3 ed Loures Lusociecircncia 2003 cap 13 p 173-182 FRANCISCO PMSB et al Fatores associados agrave doenccedila pulmonar em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 40(3)428-35 2006 FREEDMAN VA MARTIN LG Contribution of chronic conditions to aggregate changes in old-age functioning Am J Public Health 901755-60 2000 FREITAS EV XAVIER FL Tratado de Geriatria e Gerontologia 3 ed [Sl] Guanabara Koogan 2011

94

GILES-CORTI B DONOVAN RJ Relative influences of individual social environmental and physical environmental correlates of walking American Journal of Public Health Washington v 93 n 9 p 1583-1589 sept 2003 GLEZEN WP et al Impact of respiratory virus infections on persons with chronic underlying conditions JAMA 2000283(4)499-505 GORDILHO A et al Desafios a serem enfrentados no terceiro milecircnio pelo setor sauacutede na atenccedilatildeo integral ao idoso Rio de Janeiro UnATI UERJ 2000

GOULART D et al Tabagismo em idosos Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de

Janeiro v 13 n 2 Aug 2010 GRABOWSKI DC ELLIS JE High body mass index does not predict mortality in older people analysis of the longitudinal study of aging J Am Geriatr Soc v 49

968-79 2001 GUIMARAtildeES SJ MIRANDA JLS MACEDO LTA Violecircncia contra o idoso uma questatildeo social a ser discutida UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAtildeO - III Jornada Internacional de Poliacuteticas Puacuteblicas Questatildeo Social e Desenvolvimento no Seacuteculo XXI Satildeo Luiacutes ndash MA agosto 2007 GUSMAtildeO JL A qualidade de vida da pessoa com hipertensatildeo arterial In PIERIN A M G (Coord) Hipertensatildeo arterial uma proposta para o cuidar Satildeo Paulo Manole 2004 cap 15 p 263-274

HAIR JF Jr et al Anaacutelise de Dados Multivariados 6 ed Upper Saddle River Prentice-Hall 2009 HALLAL PC et al Physical inactivity prevalence and associated variables in Brazilian adults Medicine and Science in Sports and Exercise Hagerstown v 35 n 11 p 1894-1900 nov 2003 HALVORSRUD L et al Quality of life in older Norwegian adults living at home a cross-sectional survey Journal of Research in Nursing London v 17 n 1 p 12-29 oct 2010

HWANG HF et al Suitability of the WHOQOL-bref for community-dwelling older people in Taiwan Age and Ageing Oxford v 32 n 6 p 593-600 Nov 2003

HULSE GK Alcohol drugs and much more in later life Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 24 p 34-41 apr 2002 JAKOBSSON U HALLBERG IR WESTERGREN A Overall and health related quality of life among the oldest old in pain Quality of Life Research v 13 n 1 p 125-136 feb 2004 JARDIM JRB et al Doenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (DPOC) In Prado

95

FC Ramos J Valle JR editores Atualizaccedilatildeo terapecircutica Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2003 p1427-30 JOIA LC RUIZ T DONALISIO MR Condiccedilotildees associadas ao grau de satisfaccedilatildeo com a vida entre a populaccedilatildeo de idosos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 41 n 1 p 131-138 fev 2007 JOINT NATIONAL COMMITTEE The seventh report of the Joint National Committee on prevention detection evaluation and treatment of high blood pressure [sl sn] 2004 87 p (NIH Publication n 04-5230) JUacuteNIOR FGP OLIVEIRA MTC Iacutendice de Vulnerabilidade da Sauacutede de Belo Horizonte compreendendo realidades locais para priorizar a alocaccedilatildeo de recursos e nortear poliacuteticas puacuteblicas Belo Horizonte 2012 KATZ S et al Studies of illness in the aged The index of ADL a standardized measure of biological and psychosocial function JAMA The Journal of the American Medical Association Chicago v 185 n 12 p 914-919 sept 1963 KEMPEN GIJM et al Risk and protective factors of different functional trajectories in older person are these the same The Journals of Gerontology v 61B n 2 p 95-101 2005 KIMURA M SILVA JV Ferrans and Powers quality of life index Rev Esc Enferm USP 43(especial)1098-104 2009 KOLTYN K F The association between physical activity and quality of life in older women Womenrsquos Health Issues New York v 11 n 6 p 471-480 novdec 2001 KROENKE K SPITZER RL WILLIAMS JB The Patient Health Questionnaire-2 validity of a two-item depression screener Medical Care Hagerstown v 41 n 11 p 1284-1292 nov 2003 KURCGANT P Gerenciamento em Enfermagem 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2010 196 p

LEBRAtildeO ML O envelhecimento no Brasil aspectos da transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica Sauacutede Coletiva Satildeo Paulo v 4 n 6 2007

LEBRAtildeO ML DUARTE YAO SABE ndash Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento ndash O Projeto Sabe no municiacutepio de Satildeo Paulo uma abordagem inicial Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 255p 2003 LIMA-COSTA MFF A escolaridade afeta igualmente comportamentos prejudiciais agrave sauacutede de idosos e adultos mais jovens Inqueacuterito de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v 13 n 4 p 201-208 dez 2004

96

LIMA-COSTA MFF et al Projeto Bambuiacute um estudo epidemioloacutegico de caracteriacutesticas sociodemograacuteficas suporte social e indicadores de condiccedilatildeo de sauacutede dos idosos em comparaccedilatildeo aos adultos jovens Informe Epidemioloacutegico do SUS Brasiacutelia v 11 n 2 p 91-105 abrjun 2002 LIMA-COSTA MFF et al Comportamentos em sauacutede entre idosos hipertensos Brasil 2006 Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 p 18-26 nov 2009 Suplemento 2 LIMA PV DUARTE SFP Prevalecircncia de obesidade em idosos e sua relaccedilatildeo com hipertensatildeo e diabetes Rev Interscentia v 1 n 3 2013

LOPES PAPL Qualidade de vida e suporte social do idoso no meio rural e no meio urbano um Estudo comparativo e correlacional 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Psicologia) ndash Instituto Superior de Psicologia Aplicada Lisboa 2004 LOURENCcedilO RVR Formaccedilatildeo Humana em geriatria e gerontologia uma perspectiva interdisciplinar UERJ p89-92 2006 LOW G MOLZAHN AE KALFOSS M Quality of life of older adults in Canada and Norway examining the Iowa Model Western Journal of Nursing Research United States v 30 n 4 p 458-476 june 2008

LOW G MOLZAHN AE Predictors of Quality of Life in Old Age A Cross-Validation Study Research in Nursing amp Health v 30 p 141-150 2007 LOYOLA FILHO A I de et al Estudo de base populacional sobre o consumo de medicamentos entre idosos Projeto Bambuiacute Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 21 n 2 p 545-553 marabr 2005 LOYOLA FILHO A I de UCHOA E LIMA-COSTA M F F Estudo epidemioloacutegico de base populacional sobre uso de medicamentos entre idosos na Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 12 p 2657-2667 dez 2006 LUCCHETTI G et al Fatores associados agrave polifarmaacutecia em idosos institucionalizados Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 13 n 1

2010

LUCCHETTI G et al O idoso e sua espiritualidade impacto sobre diferentes aspectos do envelhecimento Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 14 n 1 2011 MACHADO FN Capacidade e desempenho para a realizaccedilatildeo das Atividades Baacutesicas de Vida Diaacuteria um estudo com idosos dependentes 2010 130f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2010

97

MAGALHAtildeES MM LIMA ACP Noccedilotildees de Probabilidade e Estatiacutestica 6ordf ed IME-USP ED USP 2002 MANCINI MC Tratado de Obesidade Itapevi AC Farmacecircutica 2010 MARQUES D RODRIGUES L Emigrantes e imigrantes de Belo Horizonte em relaccedilatildeo ao restante da RMBH uma aplicaccedilatildeo do meacutetodo ldquoGrade of Member shiprdquo (GoM) In Encontro Nacional de Estudos Populacionais 15 2006 Caxambu 20 p MARTINS et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida subjetiva dos idosos uma comparaccedilatildeo entre os residentes em cidades rurais e urbanas Estud interdiscip envelhec Porto Alegre v 11 p 135-154 2007 MATTEWS KA et al Socioeconomic trajetories and incident hypertension in a biracial cohort of young adults Hypertension 39772-6 2002

MEIRELLES BHS et alCondiccedilotildees associadas agrave qualidade de vida dos idosos com doenccedila crocircnica Cogitare Enfermagem Paranaacute v 15 n 3 p 433-440 julset 2010 MELLO BLD HADDAD MCL DELLAROZA MSG Avaliaccedilatildeo cognitiva de idosos institucionalizados Acta Scientiarum Maringaacute v 34 n 1 p 95-102 Jan-June 2012 MELLO E TEIXEIRA MB Depressatildeo em idosos Revista Sauacutede v 5 n 1 2011 MENEZES AM VICTORA CG RIGATTO M Prevalence and risk factors for chronic bronchitis in Pelotas RS Brazil a population-based study Thorax 199449(12)1217-21 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um debate necessaacuterio Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 7-18 2000

MINGOYI SA et al Meacutetodos de Amostragem com Aplicaccedilotildees na Aacuterea Empresarial Belo Horizonte Departamento de Estatiacutestica da UFMG 2000 MIRANDA RD et al Hipertensatildeo arterial no idoso peculiaridades na fisiopatologia no diagnoacutestico e no tratamento Rev Bras Hipertens 9 293-300 2002 MIRANZI SSC et al Qualidade de vida de indiviacuteduos com Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo acompanhados por uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia Texto Contexto Enferm Florianoacutepolis Out-Dez 17(4) 672-9 2008 MORAES JFD de SOUZA VBA Factors associated with the successful aging of the socially-active elderly in the metropolitan region of Porto Alegre Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 302-308 dez 2005

98

MOREIRA LB et alConhecimento sobre o tratamento farmacoloacutegico em pacientes com doenccedila renal crocircnica Revista Brasileira de Ciecircncias Farmacecircuticas Satildeo Paulo v 44 n 2 p 315-325 abrjun 2008 NAHAS MIP et al Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana de Belo Horizonte (IQVU ndash BH) um instrumento intra-urbaniacutestico de gestatildeo da qualidade de vida Belo Horizonte 1437-51 2013 NERI AL (Org) Qualidade de vida e idade madura 7 ed Campinas Papirus 2007 285 p (Coleccedilatildeo Viva idade) NERI AL (Org) Palavras-chave em gerontologia 3 ed Campinas Aliacutenea 2008 218 p (Coleccedilatildeo Velhice e Sociedade) NEVES DP Alcoolismo acusaccedilatildeo ou diagnoacutestico Cad Sauacutede Puacuteblica V 20 n 1 7-14 janfev 2004

OLIVEIRA AFG Testes estatiacutesticos para comparaccedilatildeo de meacutedias Revista Eletrocircnica Nutritime V 5 n 6 p 777-788 novdez 2008 OLIVEIRA DLC GORETTI LC PEREIRA LSM O desempenho de idoso institucionalizados com alteraccedilotildees cognitivas em atividades de vida diaacuteria e mobilidade estudo piloto Rev bras fisioter V 10 n 1 (2006) 91-96 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE - OMS Envelhecimento Ativo uma Poliacutetica de sauacutede Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Mental Health New Understanding New Hope 1ordf ediccedilatildeo Lisboa Abril de 2002 PASKULIN LMG Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um distrito sanitaacuterio de Porto AlegreRS 2006 170 f Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 PASKULIN LMG MOLZAHN A Quality of life of older adults in Canada and Brazil Western Journal of Nursing Research United States v 29 n 1 p 10-26 feb 2007 PEIXOTO SV FIRMO JOA LIMA-COSTA MFF Condiccedilotildees de sauacutede e tabagismo entre idosos residentes em duas comunidades brasileiras (Projeto Bambuiacute e Belo Horizonte) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 9 p 1925-1934 set 2006 PEIXOTO SV GIATTI L AFRADIQUE ME LIMA-COSTA MF Custo das internaccedilotildees hospitalares entre idosos brasileiros no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede Epidemiol Serv Sauacutede Dez 13(4)46-53 2004 PEDROSA RP DRAGER LF Como diagnosticar e tartar hipertensatildeo arterial

99

sistecircmica Grupo Editorial Moreira Jr v 65 n 12 dez 2008 PEREIRA JC BARRETO SM PASSOS VMA O perfil de sauacutede cardiovascular dos idosos brasileiros precisa melhorar estudo de base populacional Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 91 n 1 p 1-10 jul 2008 PEREIRA RJ et al Influecircncia de fatores soacutecios sanitaacuterios na qualidade de vida dos idosos de um municiacutepio do Sudeste do Brasil Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 p 2907-2917 jun 2011 POON IO BRAUN U High prevalence of orthostatic hypotension and its correlation with potentially causative medications among elderly veterans Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics Oxfordv30 n 2 p 173-178 apr 2005 PORTUGAL Porto lazer No Porto a Vida eacute Longa Portugal 2006 RAMOS LR Fatores determinantes do envelhecimento saudaacutevel em idosos residentes em centro urbano Projeto Epidoso Satildeo Paulo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeirov19 n 3 p 793-798 maiojun 2003

REIS AES SOUZA JA Atividade fiacutesica para idosos Revista de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) v 1 n 1 2011 RIO DE JANEIRO Observatoacuterio das Metroacutepoles Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia Iacutendice de Bem-Estar Urbano Rio de Janeiro set 2010 RODRIGUES RMC LOUREIRO LMJ SILVA SMDT Os muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbra Escola Superior de Enfermagem em Coimbra Portugal Coimbra 2009

ROSA TEC et al Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 3740-8 2003

ROSEMBERG J ROSEMBERG AMA MORAES MA de Nicotina droga universal Satildeo Paulo Centro de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Secretaria de Estado da Sauacutede de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2003 174 p

SANTOS DM SICHIERI R Iacutendice de massa corporal e indicadores antropomeacutetricos de adiposidade em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica v 39 n 2 163-8 2005 SANTOS PM et al Percepccedilatildeo de qualidade de vida entre idosos jovens e longevos praticantes de hidroginaacutestica Revista Brasileira de Qualidade de Vida v 5 p 1-11 2013 SAUERESSIG S et al Prevalecircncia de tabagismo em idosos atendidos pelo Programa de Sauacutede da Famiacutelia em Camaquatilde - RS Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica do Rio

100

Grande do Sul Porto Alegre v 51 n 3 p 173-179 julset 2007 SCHNEIDER RH IRIGARAY TQ O envelhecimento na atualidade aspectos cronoloacutegicos bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais Estudos de Psicologia Campinas v 25 n 4 p 585-593 outdez 2008 SCOCCO P FANTONI G CAON F Role of depressive and cognitive status in self-reported evaluation of quality of life in older people comparing proxy and physician perspectives Age Ageing Oxford v 35 n 2 p 166-171 mar 2006 SEQUEIRA A SILVA MN O Bem Estar da Pessoa Idosa no Meio Rural Anaacutelise Psicoloacutegica Lisboa v 3 p 505-516 2002

SILVA AA da Alcoolismo em idosos Revista Cientiacutefica Eletrocircnica de Psicologia Satildeo Paulo ano VI n 10 maio 2008 6 p

SILVA PAB Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos adscritos no Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Minas Gerais 2012 184f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2012 SILVA SD A implantaccedilatildeo de um centro de convivecircncia para pessoas idosas um manual para profissionais e comunidades Rio de Janeiro CRDE UnATI UERJ 2003 57p SILVESTRE JA NETO C MENEZES M Abordagem do idoso em programas de sauacutede da famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica 19839-47 2003

SOARES SM et al Qualidade de Vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos atendidos em Unidades Baacutesicas de Sauacutede do Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Projeto de Pesquisa realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH) Belo HorizonteMG 2013

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES ndash SBD Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes Satildeo Paulo 2013-2014 SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ndash SOCERJ Recomendaccedilotildees da SOCERJ ndash Manejo Terapecircutico em Cardiogeriatria Revista da SOCERJ v 17 sup B Jun 2004 SOUSA L GALANTE H FIGUEIREDO D Qualidade de vida e bem-estar dos idosos um estudo exploratoacuterio na populaccedilatildeo portuguesa Revista de Sauacutede Puacuteblica v 37 n 3 2003 SOUZA R et al Avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica em idosos estimativas de peso e altura e concordacircncia entre classificaccedilotildees de IMC Rev bras geriatr gerontol Rio de Janeiro v 16 n 1 Mar 2013

101

TAMAI SAB et al Impacto de um programa de promoccedilatildeo da sauacutede na qualidade de vida do idoso Einstein 9 (1 Pt 1)8-13 2011

TRENTINI CM Qualidade de vida em idosos 2004 224f Tese (doutorado) ndash Faculdade de Medicina Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2004

UMBELINO GJM Aplicaccedilatildeo do Iacutendice de Qualidade de Vida Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil Rev Bras Est Pop Satildeo Paulo v 24 n 2 p 339-340 juldez 2007 UNITED NATIONS Ageing New York United Nations 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Nuacutecleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG Instituto Jenny de Andrade Faria Belo Horizonte 2014 VASCONCELOS F F et al Utilizaccedilatildeo medicamentosa por idosos de uma Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia de Fortaleza - CE Acta Paulista de Enfermagem Satildeo Paulo v 18 n 2 p 178-183 abrjun 2005 VECCHIA R D et al Qualidade de vida na terceira idade um conceito subjetivo Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v 8 n 3 p 246-252 set 2005 VERAS RP CALDAS PC Promovendo a sauacutede e a cidadania do idoso o movimento das universidades da terceira idade Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 9(2) 423-432 2004 VERAS R Em busca de uma assistecircncia adequada agrave sauacutede do idoso revisatildeo da literatura e aplicaccedilatildeo de um instrumento de detecccedilatildeo precoce e de previsibilidade de agravos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 705-715 maiojun 2003 VERAS R Envelhecimento populacional contemporacircneo demandas desafios e inovaccedilotildees Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 n 3 p 548-554 maiojun 2009 VERAS R Estrateacutegias para o enfrentamento das doenccedilas crocircnicas um modelo em que todos ganham Rev Bras Geriatr 14 (4) 779-789 Rio de Janeiro 2011 VERAS R Foacuterum Envelhecimento populacional e as informaccedilotildees de sauacutede do PNAD demandas e desafios contemporacircneos Introduccedilatildeo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 10 p 2463-2466 out 2007

VIDMAR et al Atividade fiacutesica e qualidade de vida em idosos Revista Sauacutede e Pesquisa v 4 n 3 p 417-424 setdez 2011 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL Versatildeo em

102

portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998a cap 3 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-100 e do WHOQOL-bref Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998b cap 4 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo em portuguecircs do WHOQOL-100 Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998c cap 2

WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Envelhecimento ativo uma poliacutetica de sauacutede Traduccedilatildeo de Suzana Gontijo Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 60 p Traduccedilatildeo de Active ageing a policy framework WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL The World Health Organization Quality of Life assessment Position paper from the World Health Organization Social Science amp Medicine v 41 P 1403-1409 1995 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Towards age-friendly primary health care Geneva WHO 2004 30 p (Active Ageing Series) WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL WHOQOL-bref US Version Washington Universidade de Washington 1997 12 p ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao sedentarismo no lazer em idosos Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 6 p 1329-1338 jun 2007

ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao tabagismo em idosos Inqueacuterito de Sauacutede no Estado de Satildeo Paulo (ISA-SP) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 28 n 3 p 583-595 mar 2012 ZAITUNE MPA et al Hipertensatildeo arterial em idosos prevalecircncia fatores associados e praacuteticas de controle no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(2) 285-294 fev 2006

ZASLAVSKY C GUS I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidades Arq Bras Cardiol volume 79 nordm 6 635-9 2002

103

ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

World Health Organization Quality of Life-bref

104

105

106

Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos

Questionaacuterio nordm _______

Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________

Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________

Endereccedilo _____________________________________________________________________

Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______

Telefone de contato ________________

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

Nome completo ______________________________________________________________

Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________

Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo

Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro

Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra

PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -

Vocecirc estaacute trabalhando atualmente

Se sim especifique _____________________

(1) sim (2) natildeo

Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo

Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez

Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo

(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos

(3) entre 3 a 5 salaacuterios

(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos

- MORADIA -

Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo

Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +

Possui banheiro (1) sim (2) natildeo

Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo

Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo

Mora sozinho (1) sim (2) natildeo

Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique grau de parentesco ________________________

Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos

Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos

(4) netos (5) outros ______________________

107

(Continua)

- ESCOLARIDADE -

Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo

Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado

HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA

- AUDIT-C -

Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo

Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4

Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4

Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4

O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente

108

(Continua)

- TABAGISMO -

Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo

Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo

Quantos cigarros vocecirc

fuma (va) por dia

(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica

Haacute quanto tempo vocecirc

fuma (va)

(1) menos de 2

anos

(2) de 2 a 10

anos

(3) mais de 10

anos

(99) natildeo se aplica

- ATIVIDADE FIacuteSICA -

Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo

Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong

(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________

Frequecircncia (1) 1xsemana

(4) nunca

(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana

HISTOacuteRIA CLIacuteNICA

Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo

Se sim qual

( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias

( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________

Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique ________________________________________________________________________

Haacute quanto tempo ______ (em anos)

HISTOacuteRIA FAMILIAR

Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve

Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo

Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo

Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo

Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo

Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo

Obesidade (1) sim (2) natildeo

Cacircncer (1) sim (2) natildeo

Demecircncia (1) sim (2) natildeo

Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo

109

(Conclusatildeo)

The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas

1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3

AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA

Peso medido (kg) _____________

Estatura aferida (m) ___________

IMC ___________ (kgmsup2)

Circunferecircncia cintura (cm) _________

Circunferecircncia quadril (cm) _________

Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____

PRESSAtildeO ARTERIAL

Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)

PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg

PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg

110

ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA

PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

111

112

ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG

113

ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL

SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS

NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

114

ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH

DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

Page 9: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …

sauacutede da populaccedilatildeo Muito obrigado por

tudo

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de

Belo Horizonte em especial ao

Distrito Noroeste

Por autorizar a realizaccedilatildeo do meu

mestrado O incentivo agrave capacitaccedilatildeo dos

seus profissionais eacute atitude admiraacutevel que

contribui para uma assistecircncia agrave sauacutede

mais digna e humanizada

Agrave Maacutercia do Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa

Por autorizar a realizaccedilatildeo desta pesquisa no

local e por acreditar tanto no que estamos

fazendo Espero que nossos resultados

possam contribuir com o trabalho de vocecircs

Admiro muito a maneira que vocecirc gerencia

o Centro com tanta competecircncia e amor

Aos demais funcionaacuterios do Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa

Pela receptividade durante todo o periacuteodo

que ficamos no local de trabalho de vocecircs e

pela atenccedilatildeo e carinho que dedicam aos

idosos

Aos integrantes do NEPCDH

Pelas opiniotildees e forccedila em toda a trajetoacuteria

desta pesquisa

Agraves bolsistas de iniciaccedilatildeo cientiacutefica que

colaboraram na coleta de dados

Liacuterica e Francielle

Sem a ajuda de vocecircs esse trabalho natildeo

existiria

Obrigada pela grande parceria

Aos colegas de mestrado

Pelo compartilhamento de alegrias e

frustraccedilotildees

RESUMO

MIRANDA L C V Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCcedilAtildeO O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial Contudo a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio agrave incapacidade Com isso surgem desafios relacionados agrave promoccedilatildeo da qualidade de vida dos idosos e aos fatores que colaboram para a manutenccedilatildeo do envelhecimento ativo OBJETIVO Analisar quais satildeo os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais METODOLOGIA Estudo transversal com uma amostra de 257 idosos com 60 anos ou mais de um centro de referecircncia em Belo Horizonte Na coleta de dados foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida e um questionaacuterio contendo aspectos sociodemograacuteficos econocircmicos cliacutenicos e comportamentais Os dados foram inseridos digitados e analisados utilizando-se o programa SPSS 200 A anaacutelise estatiacutestica constou de anaacutelise descritiva incluindo todas as variaacuteveis do estudo regressatildeo logiacutestica univariada e multivariada Forward com o niacutevel de significacircncia (p) estabelecido em 005 A anaacutelise foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos qualidade de vida boa para aqueles que estatildeo satisfeitos ou muito satisfeitos e consideram sua qualidade de vida boa ou muito boa (G1) qualidade de vida ruim para aqueles que natildeo estatildeo nem satisfeitos nem insatisfeitos insatisfeitos ou muito insatisfeitos e consideram sua qualidade de vida nem ruim nem boa ruim ou muito ruim (G2) RESULTADOS A maioria dos idosos da amostra pertence ao sexo feminino (825) eacute proveniente do interior de Minas Gerais (609) natildeo tem cocircnjuge (638) eacute catoacutelica (724) e alfabetizada (899) Encontrou-se a mesma proporccedilatildeo de pessoas entre 60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos de idade (447) Trabalhavam atualmente 226 802 eram aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Possuiacuteam casa proacutepria 883 todos apresentando condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas sendo que 798 moravam acompanhados Relatou ter algum problema de sauacutede 902 prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179) Faziam uso de pelo menos um medicamento 848 destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225) hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213) Relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 95 39 fumavam atualmente e 319 eram ex-tabagistas Relataram fazer algum tipo de atividade fiacutesica 926 sendo 63 com a frequecircncia de uma a trecircs vezes por semana Aleacutem disso 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa 751 encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede O domiacutenio do WHOQOL-bref com pior escore foi o meio ambiente com meacutedia de 1444 Os fatores que se associaram significativamente com a qualidade de vida foram ser natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por semana e de quatro a sete vezes por semana CONCLUSAtildeO Os idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida sendo este termo extremamente amplo e subjetivo Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do centro de referecircncia sendo fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local

Descritores Envelhecimento Idoso Qualidade de Vida Sauacutede do Idoso

ABSTRACT

MIRANDA L C V Associated factors with the quality of life of elderly people in a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais 2014 114p Masterrsquos dissertation (Nursing) ndash Nursing School Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2014 INTRODUCTION Population aging is a worldwide phenomenon However longevity provides us with an ambiguous living situation that is the wish to live more and more and at the same time the fear of living with disability Thus challenges related to the promotion of quality of life emerge along with the factors that collaborate for maintaining active aging OBJECTIVE To analyze the facts associated with quality of life among the elderly attending a reference center in Belo Horizonte Minas Gerais METHODOLOGY Transversal study with a sample of 257 elderly people aged 60 or more from a reference center in Belo Horizonte For collecting data the WHOQOL-bref instrument was used for evaluating the quality of life added by a questionnaire containing socio-demographic economical clinical and behavioral aspects Data were inserted typed and analyzed using the software SPSS 200 Statistical analysis consisted of descriptive analysis including all the variables in the study univariate and multivariate logistic regression Forward with the level of significance (p) established at 005 The analysis was rationalized through the definition of two groups good quality of life for those who were satisfied or very satisfied considering their quality of life good or very good (G1) bad quality of life for those who were neither satisfied nor dissatisfied dissatisfied or very dissatisfied considering their quality of life as neither good nor bad bad or very bad (G2) RESULTS Most elderly people in the sample are female (825) from the countryside of Minas Gerais (609) with no spouse (638) catholic (724) and literate (899) The same proportion was found with people from 60 to 69 years of age and 70 and 79 years of age (447) 226 were currently employed 802 were retired and 402 had an income of one to three times the minimum wage 883 had their own house all subjects presented adequate basic sanitary conditions and 798 did not live alone 902 claimed to suffer with health issues hypertension being the most prevalent one (637) dyslipidemia (265) Diabetes Mellitus (237) musculoskeletal and connective system diseases (237) and depression (179) They took at least one medication (848) with emphasis to antihypertensives (597) lipid-lowerings (225) oral hypoglycemic agents (217) and diuretics (213) 95 claimed to consume alcoholic beverages 39 currently smoked and 319 were ex-smokers 926 claimed they practiced some kind of exercise 63 doing so one to three times a week In addition 778 of the elderly considered their quality of life good or very good 751 were satisfied or very satisfied with their health The aspect in WHOQOL-bref with the worst score was the environment with an average of 1444 The factors associated significantly with the quality of life were being from the countryside of Minas Gerais carrying five or more comorbidities having a disease of the respiratory system positive family history for hypertension PHQ-2 total with a score equal to or higher than three frequency of physical exercise from one to three times a week and from four to seven times a week CONCLUSION The elderly face several difficulties that compromise their quality of life considering that the term itself is extremely wide and subjective Therefore guaranteeing an active and healthy aging process is a big challenge aim of several intersected public policies The study was relevant for understanding the population of the reference center being thus essential the establishment of a longitudinal local research

Keywords Aging Elderly Quality of life Elderly health

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Foacutermula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita) 32

Graacutefico 1 - Boxplot dos Domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais Meio ambiente e

Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia ao Idoso Belo Horizonte

MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

Graacutefico 2

Graacutefico 3

-

-

Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1

WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia ao Idoso Belo

Horizonte MG 2012 a 2014helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip 54

Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 56

Quadro 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida

por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 60

LISTA DE TABELAS

1 - Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 44

2 - Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 45

3 - Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 47

4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 49

5 - Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 50

6 - Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

7 - Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 51

8 - Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de

QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 53

9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os

domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014 55

10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua

sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 59

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APS - Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede

AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption

AVE - Acidente Vascular Encefaacutelico

BH

CRPI

-

-

Belo Horizonte

Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara

DP - Desvio-padratildeo

EEUFMG - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais

G1 - Grupo com qualidade de vida boa e satisfeito com a sauacutede ou QV

boasatisfeito

G2 - Grupo com qualidade de vida ruim e insatisfeito com a sauacutede ou

QV ruiminsatisfeito

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95

IQ - Intervalo Interquartil

NEPCDH - Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento

Humano

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

OR - Odds Ratio

PA - Pressatildeo Arterial

PAD - Pressatildeo Arterial Diastoacutelica

PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica

PHQ-2 - The Patient Health Questionnaire-2

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

QVG - Qualidade de Vida Geral

Sm - Salaacuterio Miacutenimo

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

WHO - World Health Organization

WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

WHOQOL Group - World Health Organization Quality of Life Group

WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Contextualizaccedilatildeo do problema 16

12 Objetivo 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21

21 Envelhecimento populacional 21

22

221

Qualidade de vida do idoso 23

Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a promoccedilatildeo da sauacutede

24

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos 27

3 METODOLOGIA 31

31 Tipo de estudo 31

32 Aacuterea e local do estudo 31

33

331

332

Populaccedilatildeo do estudo 31

Caacutelculo amostral 31

Criteacuterios de seleccedilatildeo 32

34 Coleta de dados 33

35 Variaacuteveis do estudo 33

351 Variaacutevel dependente 33

352 Variaacuteveis independentes 34

353 Instrumentos para a coleta de dados 34

36

37

Anaacutelise dos dados 40

Questotildees eacutetico-legais 41

SUMAacuteRIO

4 RESULTADOS 43

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada 43

42 Anaacutelise multivariada 57

5 DISCUSSAtildeO 61

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas 61

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas 63

53 Caracteriacutesticas comportamentais 69

54

55

56

Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada 71

Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref 80

Limitaccedilotildees do estudo 84

6 CONCLUSOtildeES 86

REFEREcircNCIAS 89

ANEXOS 103

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Contextualizaccedilatildeo do problema

O envelhecimento populacional eacute um fenocircmeno mundial e de acordo com o

Censo realizado em 2010 97 da populaccedilatildeo brasileira eacute constituiacuteda por idosos

(BRASIL 2010) Aleacutem disso projeccedilotildees indicam que em 2020 o Brasil seraacute o sexto paiacutes

do mundo em nuacutemero de idosos com o grupo etaacuterio de maior crescimento o de 75 anos

ou mais (BRASIL 2010 FALLER et al 2010) Jaacute em 2050 estima-se que 227 da

populaccedilatildeo brasileira teratildeo 60 anos ou mais deixando o paiacutes como a quinta naccedilatildeo em

nuacutemero de idosos com um contingente superior a 64 milhotildees de pessoas (BRASIL

2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o Censo Demograacutefico de

2010 o mesmo possui uma populaccedilatildeo total de 2375151 pessoas sendo esta

representada por 299047 idosos (BRASIL 2010) Ou seja o municiacutepio tambeacutem se

encontra em processo de envelhecimento populacional sendo 126 de sua populaccedilatildeo

composta por idosos

Contudo natildeo haacute marcadores sociais econocircmicos ou bioloacutegicos que delimitem a

fronteira pela qual um indiviacuteduo deve ser classificado como idoso (LOURENCcedilO 2006)

Assim do ponto de vista do tempo cronoloacutegico eacute considerado idoso o indiviacuteduo com 60

anos ou mais em paiacuteses em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em paiacuteses

desenvolvidos (OMS 2002) Esta diferenccedila estaacute relacionada com a maior expectativa

de vida nos paiacuteses desenvolvidos (TAMAI et al 2011)

Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2002) enquanto a Franccedila demorou

115 anos para dobrar sua populaccedilatildeo de idosos na China isto ocorreraacute em apenas 27

anos Este mesmo fenocircmeno estaacute ocorrendo em outros paiacuteses em desenvolvimento

como eacute o caso do Brasil onde o processo de envelhecimento estaacute acontecendo mais

rapidamente do que em muitos paiacuteses desenvolvidos combinado com um contexto

institucional instaacutevel e um ambiente econocircmico desfavoraacutevel gerando condiccedilotildees que

fazem o processo muito mais complicado (LEBRAtildeO DUARTE 2003)

O envelhecimento populacional ocorreu nos paiacuteses desenvolvidos depois dos

mesmos terem reduzido desigualdades sociais e econocircmicas e implementado

17

estrateacutegias institucionais de acesso aos serviccedilos de sauacutede Ao contraacuterio na Ameacuterica

Latina e em outros paiacuteses em desenvolvimento esse processo comeccedilou a ocorrer em

meio a economias fraacutegeis e crescentes niacuteveis de pobreza contraindo mais do que

expandindo o acesso aos serviccedilos de sauacutede e recursos coletivamente financiados

(LEBRAtildeO DUARTE 2003)

Esta realidade eacute preocupante pois projeccedilotildees demograacuteficas indicam que 640

de todas as pessoas mais velhas vivem em locais menos desenvolvidos um nuacutemero que

deveraacute aproximar-se a 800 ateacute 2050 (UNITED NATIONS 2012)

Com relaccedilatildeo ao Brasil o aumento do contingente de idosos teve iniacutecio na deacutecada

de 60 Isso ocorreu quando a queda nas taxas de fecundidade comeccedilou a alterar a

estrutura etaacuteria do paiacutes estreitando progressivamente a base da piracircmide

populacional juntamente com um importante aumento da longevidade no paiacutes (ALVES

RODRIGUES 2005)

Essa raacutepida transiccedilatildeo demograacutefica que ocorreu no Brasil no seacuteculo XX

acompanhou intensas transformaccedilotildees no padratildeo de morbimortalidade Essas

mudanccedilas satildeo consequecircncia da transiccedilatildeo epidemioloacutegica que se caracteriza pela

diminuiccedilatildeo acentuada da morbidade e mortalidade por doenccedilas infecciosas e

parasitaacuterias com as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis assumindo uma tendecircncia

inversa ou seja de aumento (BARRETO CARMO 2007)

Tanto nos paiacuteses desenvolvidos como nos paiacuteses em desenvolvimento as

doenccedilas e agravos crocircnicos natildeo transmissiacuteveis satildeo significativos podendo causar

incapacidade e reduzir a qualidade de vida dos idosos Em relaccedilatildeo aos paiacuteses em

desenvolvimento segundo a OMS (2002) ateacute o ano de 2020 as condiccedilotildees crocircnicas

seratildeo responsaacuteveis por 60 da carga global de doenccedila Assim accedilotildees de promoccedilatildeo da

sauacutede e de mudanccedila de haacutebitos de vida podem diminuir as consequecircncias dessas

doenccedilas (LEBRAtildeO 2007)

Diante desse quadro a longevidade propicia a vivecircncia de uma situaccedilatildeo ambiacutegua

que eacute o desejo de viver cada vez mais e ao mesmo tempo o temor de viver em meio

agrave incapacidade e agrave dependecircncia (CAMPOLINA DINI CICONELLI 2011)

Ademais demais surge uma seacuterie de questotildees como o aumento de gastos na

sauacutede devido agraves doenccedilas crocircnicas Isso tambeacutem eacute um alerta para o fato de que quanto

mais idosos mais precisaremos de poliacuteticas puacuteblicas que permitam um envelhecimento

18

saudaacutevel agrave populaccedilatildeo ou seja que garanta a qualidade de vida do idoso (FALLER et al

2010)

As iniciativas do Governo Federal em prol das pessoas idosas se iniciaram nos

anos 70 Poreacutem apenas em 1994 foi instituiacuteda a primeira Poliacutetica Nacional voltada para

esse grupo Assim a Poliacutetica Nacional do Idoso (PNI) promulgada em 1994 e

regulamentada pelo Decreto n 1948 de 03 de junho de 1996 assegura direitos sociais

agrave pessoa idosa (BRASIL 1999 FERNANDES SOARES 2012) Esta Poliacutetica assume que

o principal problema que pode afetar o idoso eacute a perda de sua capacidade funcional

isto eacute a perda das habilidades fiacutesicas e mentais necessaacuterias para a realizaccedilatildeo de suas

atividades baacutesicas e instrumentais da vida diaacuteria (SILVESTRE NETO MENEZES 2003)

Em 2006 a PortariaGM nordm 399 apresentou as Diretrizes do Pacto pela Sauacutede nas

quais estatildeo contempladas trecircs dimensotildees pela Vida em Defesa do SUS e de Gestatildeo A

Sauacutede do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida como

consequecircncia da dinacircmica demograacutefica do paiacutes (BRASIL 2006) Espera-se que o idoso

tenha condiccedilotildees de usufruir das conquistas trazidas pela longevidade garantindo

padrotildees de qualidade de vida que permitam a sua autonomia e funcionalidade

Diante da realidade inquestionaacutevel da transiccedilatildeo demograacutefica e suas

consequecircncias encontra-se em voga uma preocupaccedilatildeo em se discutir a qualidade de

vida nesse macro ambiente populacional Trata-se de um conceito complexo admitindo

uma variedade de significados a partir de distintas abordagens teoacutericas e inuacutemeros

meacutetodos para medida do conceito (KIMURA SILVA 2009)

Segundo a OMS (1995) a qualidade de vida eacute definida como ldquo[] a percepccedilatildeo

que o indiviacuteduo tem de sua posiccedilatildeo na vida dentro do contexto de sua cultura e do

sistema de valores de onde vive e em relaccedilatildeo a seus objetivos expectativas padrotildees

e preocupaccedilotildeesrdquo Tambeacutem pode ser considerado ldquo[] um conceito de ampla

abrangecircncia afetado de modos complexos pela sauacutede fiacutesica da pessoa seu estado

psicoloacutegico niacutevel de dependecircncia relacionamentos sociais e relacionamentos com os

mais importantes aspectos dentro do seu ambienterdquo (WHOQOL 1995)

A existecircncia de diversas ameaccedilas agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo geriaacutetrica

por exemplo riscos de queda abandono familiar baixo poder aquisitivo comorbidades

e polifarmaacutecia traz implicaccedilotildees importantes para a famiacutelia a comunidade o sistema de

sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso (SILVA 2012) Acrescentam-se ainda as

19

incapacidades funcionais que ocasionam maior vulnerabilidade e dependecircncia na

velhice contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Aleacutem disso de um modo geral a sauacutede funcional do idoso tem sido associada agrave

qualidade de vida ao conviacutevio social agrave condiccedilatildeo intelectual ao estado emocional e agraves

atitudes A capacidade funcional tem atraiacutedo atenccedilatildeo crescente pois a incapacidade

acarreta o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas e das dificuldades para manter a

autonomia durante a velhice (VIDMAR et al 2011)

Assim a manutenccedilatildeo da capacidade funcional do idoso pode ter implicaccedilotildees para

a sua qualidade de vida pois permite que o indiviacuteduo se mantenha na comunidade

desfrutando a sua independecircncia ateacute as idades mais avanccediladas Ao contraacuterio o

comprometimento de sua capacidade funcional tem implicaccedilotildees importantes para a

famiacutelia a comunidade para o sistema de sauacutede e para a vida do proacuteprio idoso uma vez

que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependecircncia na velhice

contribuindo para a diminuiccedilatildeo do bem-estar dos idosos (MACHADO 2010)

Por outro lado fatores como sauacutede e boa funccedilatildeo fiacutesica autoestima autoeficaacutecia

autonomia coerecircncia o proacuteprio ambiente fiacutesico social econocircmico e espiritual tambeacutem

tecircm sido considerados chaves para uma boa qualidade de vida entre idosos (SOARES et

al 2013)

Portanto as pessoas em todo o mundo estatildeo alcanccedilando idades muito avanccediladas

Ainda que muitas delas levem uma vida ativa um nuacutemero cada vez maior exigiraacute

cuidados para incapacidades produzidas por doenccedilas crocircnicas que exigem serviccedilos de

cuidados ao longo do curso de vida e que afetam a qualidade de vida Muitas foram as

conquistas em termos de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Entretanto para se

acompanhar a revoluccedilatildeo da longevidade haacute um imperativo que se impotildee o

desenvolvimento de uma cultura de cuidado que seja economicamente viaacutevel e

universal (CIL 2013)

Diante de todos os aspectos supracitados emerge a questatildeo para o

desenvolvimento do presente estudo Quais fatores contribuem para a manutenccedilatildeo da

qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de referecircncia em Belo

Horizonte

Observa-se escassez de estudos no municiacutepio com a populaccedilatildeo de idosos A

falta de evidecircncias epidemioloacutegicas sobre a magnitude desse problema acarreta

20

importantes consequecircncias econocircmicas e cliacutenicas limitando o planejamento de accedilotildees e

avaliaccedilotildees da atenccedilatildeo aos idosos

Perante essa realidade Fernandes (2013) propocircs o desenvolvimento de um

modelo teoacuterico do cuidado ao idoso na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede de Belo Horizonte a

partir da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) Os

resultados da pesquisa permitiram constatar que as accedilotildees de cuidado na perspectiva de

rede tecircm um espaccedilo de (in) visibilidade que interage com prioridades com as accedilotildees

centrais e marcadoras do cuidado na APS Assim as interaccedilotildees que marcam o territoacuterio

e os modos de operacionalizar essa rede se repercutem nas accedilotildees de cuidado no

atendimento e na construccedilatildeo de sentidos para as realidades de cuidado

Portanto o delineamento de poliacuteticas especiacuteficas para esse segmento etaacuterio vem

sendo apontado como altamente necessaacuterio pela comunidade cientiacutefica Se quisermos

que a crescente populaccedilatildeo com mais de 60 anos continue ativa participante e

produtiva na sociedade fica evidente a importacircncia de atentarmos natildeo apenas para os

aspectos bioloacutegicos e psicoloacutegicos na assistecircncia aos idosos mas tambeacutem sociais

ambientais e espirituais (LOW MOLZAHN 2007)

As transformaccedilotildees demograacuteficas e epidemioloacutegicas com o consequente aumento

das doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo marcadas pelo avanccedilo da tecnologia em

detrimento da melhoria das condiccedilotildees de vida e cogitadas para as proacuteximas deacutecadas

tornam fundamental estudos com enfoque no envelhecimento

Com isso esse estudo poderaacute contribuir na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias especiacuteficas

em prol da promoccedilatildeo de um envelhecimento ativo e saudaacutevel fortalecendo a PNI

12 Objetivo

Investigar os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos cadastrados e

ativos em um centro de referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais

21

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

21 Envelhecimento populacional

Um dos fenocircmenos de maior impacto no iniacutecio deste novo seacuteculo eacute o

envelhecimento da populaccedilatildeo mundial que impotildee mudanccedilas profundas nos modos de

pensar e viver a velhice na sociedade (ALEY 2007 BRASIL 2010)

Em relaccedilatildeo ao Brasil a expectativa de vida em 1940 foi projetada para 455

anos chegando a 727 anos em 2008 (272 anos de vida a mais) Em 2050 espera-se

alcanccedilar o patamar de 8129 anos o niacutevel atual de expectativa de vida na Islacircndia

(818) China (822) e Japatildeo (826) (BRASIL 2010)

Entretanto eacute importante ressaltar que existem basicamente quatro tipos de

idade definidas na literatura A idade cronoloacutegica mensura a passagem do tempo

decorrido em dias meses e anos desde o nascimento A idade bioloacutegica considera as

modificaccedilotildees corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de

desenvolvimento A idade social tem relaccedilatildeo agrave obtenccedilatildeo de haacutebitos e status social pelo

indiviacuteduo Finalmente a idade psicoloacutegica eacute a relaccedilatildeo que existe entre a idade

cronoloacutegica e as capacidades psicoloacutegicas (NERI 2008 SCHNEIDER IRIGARAY 2008)

Poreacutem a definiccedilatildeo de idade mais utilizada eacute a cronoloacutegica Dessa forma pode-se

dizer que a associaccedilatildeo do envelhecimento agrave idade cronoloacutegica aproxima-se tambeacutem do

conceito de longevidade entendida como o nuacutemero de anos vividos por uma pessoa ou

ao nuacutemero de anos que em meacutedia os indiviacuteduos de uma mesma geraccedilatildeo ou coorte

viveratildeo definindo-se como geraccedilatildeo ou coorte o conjunto de receacutem-nascidos em um

mesmo momento ou mesmo periacuteodo de tempo (CARVALHO GARCIA 2003)

Tambeacutem se verifica na literatura gerontoloacutegica brasileira a classificaccedilatildeo dos idosos

em idosos jovens ndash de 60 a 79 anos e idosos longevos ndash acima de 80 anos (SANTOS et

al 2013)

Assim projeccedilotildees demograacuteficas estimam que a cada ano acrescenta-se 650 mil

indiviacuteduos maiores de 60 anos agrave populaccedilatildeo Entretanto observa-se que a maioria dos

idosos atinge a longevidade com uma carga significativa de complicaccedilotildees advindas de

doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis como por exemplo hipertensatildeo arterial e

diabetes mellitus No entanto as patologias crocircnicas mais prevalentes nos idosos

22

podem ser adequadamente manejadas muitas vezes fora de instituiccedilotildees hospitalares

ou asilares destacando-se os serviccedilos prestados na APS que segundo diretrizes deve

ser responsaacutevel por aproximadamente 800 dos cuidados de sauacutede prestados agrave

comunidade (OMS 2004)

Como exemplo de estudos populacionais com avaliaccedilatildeo multidimensional de

idosos no acircmbito internacional em Coimbra Portugal desde 2010 existe a pesquisa

intitulada ldquoOs muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbrardquo que estuda os

vaacuterios aspectos relacionados ao envelhecimento Os autores do estudo concluiacuteram que

os serviccedilos de sauacutede voltados aos idosos permitem reduzir as internaccedilotildees e os custos

associados melhorando a qualidade de vida dessa populaccedilatildeo Aleacutem disso constatou-se

que eacute essencial uma intervenccedilatildeo integrada dos setores de sauacutede e social com o intuito

de responder agraves necessidades deste grupo populacional preocupando-se com a

promoccedilatildeo do envelhecimento ativo (RODRIGUES LOUREIRO SILVA 2009)

Do mesmo modo na Gratilde-Bretanha em 2009 foi publicado o estudo

ldquoPerceptions o factive ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole

population samplesrdquo (em portuguecircs ldquoPercepccedilotildees do envelhecimento ativo na

Gratilde-Bretanha divergecircncias entre minorias eacutetnicas e amostras de toda a populaccedilatildeordquo)

que teve como objetivo identificar percepccedilotildees e associaccedilotildees com o envelhecimento

ativo entre as diversas etnias de idosos na Gratilde-Bretanha O estudo verificou a

importacircncia da existecircncia de modelos poliacuteticos com enfoque no envelhecimento ativo e

na qualidade de vida do idoso sendo ambos os temas de extrema importacircncia

(BOWLING 2009)

No Brasil pode-se citar o Projeto Epidoso (RAMOS 2003) o projeto SABE

(Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento) (LEBRAtildeO DUARTE 2003) sendo ambos

realizados em Satildeo Paulo e o Projeto Bambuiacute (LIMA-COSTA et al 2002) em Minas

Gerais

Portanto dessa forma fica evidente que ldquoo prolongamento da vida eacute uma

aspiraccedilatildeo de qualquer sociedade No entanto soacute pode ser considerado como uma real

conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vidardquo

(VERAS 2009)

23

22 Qualidade de vida do idoso

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida pode ser considerado um conceito amplo e de

difiacutecil definiccedilatildeo Sua terminologia varia segundo os diversos autores que utilizam

sinocircnimos como ldquosentido da vidardquo ldquofelicidaderdquo ldquoestado funcionalrdquo ldquoajustamento

socialrdquo ldquosatisfaccedilatildeordquo ldquosauacutederdquo ldquobem-estarrdquo entre muitos outros que satildeo tatildeo abstratos

quanto os anteriores e portanto geram imprecisatildeo e falta de clareza (GUSMAtildeO 2004)

Segundo Fleck et al (2008) a definiccedilatildeo proposta pela OMS supracitada eacute a que

melhor traduz a abrangecircncia do constructo qualidade de vida e portanto eacute hoje uma

das definiccedilotildees mais utilizadas

Especificamente na aacuterea da sauacutede quando visto no sentido ampliado o

conceito de qualidade de vida se apoia na compreensatildeo das necessidades humanas

fundamentais materiais e espirituais e possui no conceito de promoccedilatildeo da sauacutede seu

maior foco (MINAYO HARTZ BUSS 2000)

Diante da necessidade de uma definiccedilatildeo do conceito e do desenvolvimento de

instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida com base cientiacutefica a OMS reuniu um

conjunto de peritos (World Health Organization Quality of Life Group ndash WHOQOL

Group) para responder a esta necessidade numa perspectiva transcultural

(CANAVARRO et al 2005)

Dessa forma chegou-se a um conceito dinacircmico e multidimensional que estaacute

relacionado com uma variedade de aspectos como a capacidade funcional o niacutevel

socioeconocircmico o estado emocional a interaccedilatildeo social a atividade intelectual o

autocuidado o suporte familiar o proacuteprio estado de sauacutede os valores culturais eacuteticos

e a religiosidade o estilo de vida a satisfaccedilatildeo com o emprego eou com atividades

diaacuterias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al 2005)

No entanto reforccedila-se que o termo em questatildeo eacute subjetivo pois as

necessidades podem mudar de um indiviacuteduo para outro assim como as necessidades

de hoje podem natildeo ser as necessidades de amanhatilde (KURCGANT 2010)

Aleacutem do mais cabe ressaltar o fato do envelhecimento estar associado com

estigmas negativos os quais tecircm como um de seus pilares o decliacutenio bioloacutegico

ocasionalmente acompanhado de doenccedilas e dificuldades funcionais com o avanccedilar da

idade As representaccedilotildees sociais construiacutedas em torno da velhice estatildeo fortemente

24

associadas agrave doenccedila e agrave dependecircncia aceitas como caracteriacutesticas normais e

inevitaacuteveis desta fase (BRASIL 2010)

Mediante ao exposto observa-se o surgimento de grandes desafios em relaccedilatildeo

agrave implementaccedilatildeo de estrateacutegias vaacutelidas de intervenccedilatildeo em programas

gerontogeriaacutetricos ou poliacuteticas sociais que tenham a meta de promover o bem-estar

dos idosos garantindo assim natildeo soacute uma sobrevida maior mas tambeacutem uma boa

qualidade de vida (FLECK CHACHAMOVICH TRENTINI 2003)

No cenaacuterio brasileiro pesquisas concernentes agrave avaliaccedilatildeo da qualidade de vida

em idosos vecircm sendo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de vaacuterios instrumentos o que

dificulta a comparaccedilatildeo dos resultados obtidos (FLORIANO DALGALARRONDO 2007

GAMPEL KARSCH FERREIRA 2010 MARTINS et al 2009 NUNES MENEZES

ALCHIERI 2010)

Entre esses instrumentos destacam-se aqueles elaborados pelo grupo WHOQOL

da OMS o WHOQOL-100 o WHOQOL-bref e o WHOQOL-old Os mesmos trazem

consigo trecircs aspectos essenciais quanto ao constructo da qualidade de vida a

subjetividade a multidimensionalidade e a presenccedila de dimensotildees positivas (por

exemplo mobilidade) e negativas (por exemplo dor) Atualmente satildeo os instrumentos

mais utilizados no cenaacuterio mundial para avaliaccedilatildeo da qualidade de vida no idoso

(FLECK 2000 FLECK et al 2008)

221 Poliacuteticas puacuteblicas que favorecem o envelhecimento ativo e a

promoccedilatildeo da sauacutede

A qualidade de vida do idoso estaacute intimamente relacionada com o conceito de

envelhecimento ativo Segundo a OMS (2005) envelhecimento ativo eacute o processo de

otimizaccedilatildeo das oportunidades de sauacutede participaccedilatildeo e seguranccedila com o objetivo de

melhorar a qualidade de vida agrave medida que as pessoas ficam mais velhas

No acircmbito internacional a Poliacutetica do Envelhecimento Ativo da OMS tem a

sauacutede como um de seus pilares baacutesicos e as accedilotildees neste acircmbito devem considerar a

manutenccedilatildeo em niacuteveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para

doenccedilas crocircnicas e decliacutenio funcional e elevaccedilatildeo dos fatores de proteccedilatildeo (OMS 2005)

Assim essa poliacutetica reconhece os idosos em sua diversidade e a

25

heterogeneidade dos fatores envolvidos no processo de envelhecimento Aleacutem disso

objetiva primordialmente aumentar a qualidade de vida dos indiviacuteduos que

envelhecem incluindo aqueles que possuem incapacidades e requerem auxiacutelio para

realizaccedilatildeo de suas atividades cotidianas (BATISTA ALMEIDA LANCMAN 2011)

O Envelhecimento Ativo tem como princiacutepios relevantes o incentivo agrave

interdependecircncia e solidariedade entre geraccedilotildees a criaccedilatildeo de ambientes amistosos

para os idosos a reduccedilatildeo de iniquidades entre homens e mulheres a extinccedilatildeo de

formas de discriminaccedilatildeo de idade o reconhecimento da diversidade das populaccedilotildees em

processo de envelhecimento a promoccedilatildeo de accedilotildees intersetoriais a manutenccedilatildeo da

autonomia e independecircncia dos idosos (OMS 2005)

A partir da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL 1988) os idosos comeccedilaram a

ser alvo das Poliacuteticas Puacuteblicas Posteriormente a Poliacutetica Nacional do Idoso (BRASIL

1994 1996) gerou condiccedilotildees para integraccedilatildeo e participaccedilatildeo efetiva do idoso na

sociedade e promoccedilatildeo de sua autonomia vetando qualquer forma de discriminaccedilatildeo

contra a pessoa idosa

A Portaria 1395GM criou a Poliacutetica de Sauacutede do Idoso (BRASIL 1999) Satildeo

propoacutesitos desta Poliacutetica a promoccedilatildeo do envelhecimento saudaacutevel e a melhoria eou

manutenccedilatildeo ao maacuteximo da capacidade funcional a fim de garantir aos idosos a

permanecircncia no meio em que vivem de forma independente

Portanto qualquer poliacutetica destinada aos idosos deve levar em conta a

capacidade funcional a necessidade de autonomia de participaccedilatildeo de cuidado e de

autossatisfaccedilatildeo Aleacutem disso deve incentivar fundamentalmente a prevenccedilatildeo o

cuidado e a atenccedilatildeo integral agrave sauacutede baseando-se na qualidade de vida e no

envelhecimento ativo (VERAS 2009)

No Brasil constituem algumas das diretrizes da Poliacutetica Nacional de Sauacutede da

Pessoa Idosa promoccedilatildeo do envelhecimento ativo e saudaacutevel atenccedilatildeo integral

integrada agrave sauacutede da pessoa idosa estiacutemulo agraves accedilotildees intersetoriais visando agrave

integralidade da atenccedilatildeo apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL

1996)

Tais diretrizes satildeo bons exemplos das preocupaccedilotildees com a promoccedilatildeo do

envelhecimento ativo com a manutenccedilatildeo e a melhoria ao maacuteximo da capacidade

funcional dos idosos com a prevenccedilatildeo de doenccedilas com a recuperaccedilatildeo da sauacutede dos

26

que adoecem e com a reabilitaccedilatildeo daqueles que venham a ter a sua capacidade

funcional restringida (GORDILHO et al 2000)

Em 2003 por meio da Lei n 10741 foi criado o Estatuto do Idoso que tem como

objetivo assegurar facilidades e oportunidades para preservaccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e

mental aperfeiccediloamento moral espiritual intelectual e social dos idosos

No ano de 2006 por meio da Portaria n 2528 foi aprovada a Poliacutetica Nacional

de Sauacutede da Pessoa Idosa cuja finalidade eacute manter recuperar e promover a autonomia

e a independecircncia dos indiviacuteduos idosos

Diante do exposto eacute de fundamental importacircncia implementar e otimizar

recursos que favoreccedilam o envelhecimento ativo como forma de promoccedilatildeo de sauacutede da

pessoa idosa

Como exemplo bem sucedido de programas que buscam a qualidade de vida do

idoso no contexto internacional mencionam-se as poliacuteticas puacuteblicas para a populaccedilatildeo

idosa do Canadaacute Espanha Itaacutelia Portugal e Alemanha e seus programas ldquoActive

Livingrdquo (Alberta Canadaacute) ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo (Porto Portugal) ldquoProjeto

Bem-Estarrdquo (Terranuova Itaacutelia) dentre outros que mostram que eacute possiacutevel promover

o envelhecimento saudaacutevel (BENEDETTI 2008)

O programa ldquoActive Livingrdquo do Canadaacute promove a atividade fiacutesica para o idoso

com o intuito de melhorar a sauacutede e a qualidade de vida para essa populaccedilatildeo aleacutem de

abordar a prevenccedilatildeo de doenccedilas crocircnicas (ASRPWF 2012)

Enquanto o programa ldquoNo Porto a Vida eacute Longardquo de Portugal conta com 700

idosos inscritos residentes na cidade do Porto O programa consiste na praacutetica de

atividade fiacutesica regular e orientada Aleacutem disso mensalmente se realiza uma atividade

de acircmbito cultural luacutedico eou social de forma a diversificar o leque de atividades e de

abordagens para essa faixa etaacuteria (PORTUGAL 2006)

Portanto locais que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo de idosos satildeo

fundamentais para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida nessa faixa etaacuteria e do

envelhecimento ativo Sendo assim as poliacuteticas puacuteblicas devem incentivar esse tipo de

estrateacutegia

A promoccedilatildeo da sauacutede eacute definida como o processo de capacitaccedilatildeo da comunidade

para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e sauacutede incluindo uma maior

participaccedilatildeo no controle deste processo Assim eacute possiacutevel observar a ligaccedilatildeo

27

estabelecida entre sauacutede e qualidade de vida e a ecircnfase na criaccedilatildeo de ambientes

favoraacuteveis agrave sauacutede e desenvolvimento de habilidades pessoais (VERAS CALDAS

2004)

Aleacutem disso a promoccedilatildeo da sauacutede representa uma estrateacutegia promissora para

enfrentar os muacuteltiplos problemas de sauacutede que afetam as populaccedilotildees humanas e seus

entornos neste final de seacuteculo Assim a promoccedilatildeo da sauacutede modernamente eacute a

constataccedilatildeo do papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condiccedilotildees de

sauacutede Portanto sustenta-se no entendimento que a sauacutede eacute produto de um amplo

espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida (BUSS 2000)

Com isso as accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede do idoso devem contemplar os

inuacutemeros problemas que afetam a qualidade de vida dos idosos Agraves poliacuteticas puacuteblicas

cabe garantir os direitos fundamentais (habitaccedilatildeo renda alimentaccedilatildeo) e desenvolver

accedilotildees voltadas agraves necessidades especiacuteficas da populaccedilatildeo idosa como centros de

convivecircncia assistecircncia especializada agrave sauacutede centros-dia serviccedilos de apoio domiciliar

ao idoso programa de medicamentos universidades da terceira idade dentre outros

(VERAS CALDAS 2004)

Em relaccedilatildeo ao estado de Minas Gerais no ano de 2002 foi criada no acircmbito da

Secretaria de Estado da Sauacutede de Minas Gerais a Coordenadoria de Atenccedilatildeo ao Idoso

que tem por finalidade planejar coordenar e implantar as poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo

agrave populaccedilatildeo da terceira idade Ressalta-se que nesse Estado haacute aproximadamente 23

milhotildees de pessoas idosas que corresponde a 84 da populaccedilatildeo geral (BRASIL

2010)

23 Centros de referecircncia e de convivecircncia para os idosos

Um centro de referecircncia para a pessoa idosa deve ter como caracteriacutestica o

cuidado integral do idoso baseando-se nas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para essa faixa

etaacuteria (VERAS CALDAS 2004) Nesse sentido o Hospital das Cliacutenicas (HC) da UFMG

em Belo Horizonte foi pioneiro no ensino pesquisa e extensatildeo na aacuterea de

envelhecimento em Minas Gerais desde 1996 atraveacutes do Nuacutecleo de Geriatria e

Gerontologia da UFMG Assim o HC possui o Instituto Jenny de Andrade Faria que eacute a

sede do Programa de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Idoso e tem como premissas a integralidade

28

do cuidado e a integraccedilatildeo com a Secretaria Municipal de SauacutedePBH Secretaria

Estadual de SauacutedeMG e Ministeacuterio da Sauacutede (UFMG 2014)

O local possui uma aacuterea construiacuteda de 2000 metros quadrados com 27

consultoacuterios adaptados e informatizados ginaacutesio de reabilitaccedilatildeo de fisioterapia com

piscina para hidroterapia sala de reabilitaccedilatildeo cognitiva casa para treino de atividades

de vida diaacuteria domiciliares sala para densitometria oacutessea auditoacuterio com capacidade

para 60 pessoas aleacutem de diversas salas de aula para dinacircmica de grupo e capacitaccedilatildeo

Tem a capacidade de atendimento de 1000 primeiras consultasmecircs 800 consultas

subsequentesmecircs e 600 consultassessotildees de reabilitaccedilatildeomecircs totalizando 2400

procedimentos na forma de consultas por mecircs exclusivamente para os idosos do

municiacutepio (UFMG 2014)

Jaacute um centro de convivecircncia para o idoso eacute um espaccedilo privilegiado de encontros

e interaccedilotildees mediadas por intenccedilotildees pedagoacutegicas voltadas para a pessoa idosa

considerando toda a sua multidimensionalidade Com isso o local deve se basear numa

concepccedilatildeo de cuidado que privilegie a reintegraccedilatildeo soacutecio-poliacutetica cultural do idoso em

conformidade com a Poliacutetica Nacional do Idoso O objetivo da implantaccedilatildeo de um

centro de convivecircncia deve ser atender aos idosos de um local definido promovendo o

fortalecimento de praacuteticas associativas produtivas e promocionais e restituir ao idoso

o seu sentimento de cidadania (SILVA 2003)

Portanto no municiacutepio de Belo Horizonte existe o Centro de Referecircncia da

Pessoa Idosa Vereador Seacutergio Ferrara (CRPI) que funciona como um centro de

referecircncia para os idosos do municiacutepio tendo como um dos seus objetivos promover a

qualidade de vida do idoso

Nesse contexto o Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa de Belo Horizonte (CRPI)

reflete a vitoacuteria de vaacuterios grupos de convivecircncia do municiacutepio que se uniram para

pleitear junto ao governo municipal a criaccedilatildeo de um espaccedilo de convivecircncia para os

idosos em Belo Horizonte Entatildeo surgiu a oportunidade de destinar um espaccedilo puacuteblico

ocioso (ldquoClube Tancredatildeordquo) para utilizaccedilatildeo por idosos Teve iniacutecio a luta dos idosos de

BH para conquistarem este espaccedilo

O CRPI eacute um equipamento puacuteblico intersetorial da Prefeitura de Belo Horizonte

desenvolvido atraveacutes da Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal

Adjunta de Direitos de Cidadania e Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa (BELO

29

HORIZONTE 2013)

O CRPI oferece serviccedilos e programas voltados para a promoccedilatildeo e a defesa dos

direitos da pessoa idosa Este Centro traz em seu bojo estudos pesquisas e

documentaccedilatildeo sobre o processo de envelhecimento

De acordo com site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte este equipamento

tem como objetivos e compromissos

Desenvolver accedilotildees educativas visando agrave promoccedilatildeo da cidadania e

inclusatildeo social da pessoa idosa

Promover a socializaccedilatildeo e convivecircncia intergeracional

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa e

elevaccedilatildeo de sua autoestima

Possibilitar a participaccedilatildeo da pessoa idosa como protagonista de sua

histoacuteria

O CRPI oferece os seguintes ProjetosServiccedilos

Academia da Cidade

Academia Ceacuteu AbertoSauacutede na Praccedila

Danccedila de salatildeo

Danccedila cigana

Danccedila Secircnior

Coral

Lian Gong

InformaacuteticaInclusatildeo Digital

Pintura em Tecido

Pintura em Tela

Projeto EJA-BH (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

Show de Talentos

Tarde Danccedilante (Baile)

Vida Ativa

Biodanza

O CRPI oferece atividades distintas nos diferentes dias da semana e os idosos

podem participar das atividades conciliando o seu interesse e a disponibilidade de

30

vagas

Assim o propoacutesito do CRPI eacute favorecer o desenvolvimento de atividades que

preservem a qualidade de vida a funcionalidade e a manutenccedilatildeo de um estilo de vida

saudaacutevel capazes de prevenir o decliacutenio cognitivo (BELO HORIZONTE 2013)

31

3 METODOLOGIA

RSO METODOLOacuteG

31 Tipo de estudo

Os fatores associados agrave qualidade de vida em idosos foram investigados atraveacutes

de um estudo transversal Esse trabalho eacute um dos subprojetos da pesquisa ldquoQualidade

de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH)

32 Aacuterea e local do estudo

A presente pesquisa foi desenvolvida no municiacutepio de Belo Horizonte Minas

Gerais O municiacutepio conta com cerca de 300000 idosos que representam 126 da

populaccedilatildeo total (BELO HORIZONTE 2013)

O local do estudo foi um centro de referecircncia em Belo Horizonte que possui 590

idosos cadastrados e ativos nos diferentes programas ofertados

33 Populaccedilatildeo do estudo

A populaccedilatildeo do estudo eacute composta por todos os idosos matriculados e ativos nos

diferentes programas desse centro de referecircncia totalizando 590 pessoas

331 Caacutelculo Amostral

A unidade amostral foi representada por idosos que participam do centro de

referecircncia em Belo Horizonte Minas Gerais que totaliza 590 pessoas O caacutelculo do

tamanho amostral foi realizado por meio de uma foacutermula que avalia uma amostra

miacutenima que garanta confianccedila adequada e margem de erro maacutexima aleacutem do tamanho

populacional e a estimativa do percentual de idosos dentro da caracteriacutestica desejada

Aleacutem disto foram utilizados o erro amostral ( d ) e uma confianccedila na estimaccedilatildeo dessa

probabilidade

32

Assim para estimaccedilatildeo de idosos cuja qualidade de vida eacute boa e estatildeo satisfeitos

com sua sauacutede o tamanho da amostra geral ( ) foi determinado a partir da foacutermula

descrita a seguir pela Figura 1 (MINGOTI et al 2000)

FIGURA 1 Formula de Caacutelculo do Tamanho Amostral (AAS populaccedilatildeo infinita)

A foacutermula da Figura 1 eacute determinada pela margem de erro maacutexima

preacute-estabelecida ( ) uma confianccedila na estimativa ( ) proporccedilatildeo na populaccedilatildeo (p)

O valor de eacute o valor absoluto da ordenada da distribuiccedilatildeo normal

padronizada que deixa abaixo dele aacuterea igual agrave metade de 100 ndash confianccedila desejada

Por exemplo se a confianccedila eacute de 95 o valor de seraacute igual a ou seja valor

absoluto que deixa abaixo dele aacuterea igual a 25

Neste estudo o caacutelculo amostral baseou-se na proporccedilatildeo de 79 de indiviacuteduos

cujo niacutevel de qualidade de vida foi considerado satisfatoacuterio (TRENTINI 2004) com um

niacutevel de significacircncia de 5 e margem de erro de cinco pontos percentuais estimando

o tamanho da amostra em 179 idosos Considerando-se 200 de possiacuteveis perdas a

amostra final totalizou em 215 idosos

Ao todo foram coletados dados de 269 idosos O valor expressivamente acima

do valor calculado justifica-se pela ideia inicial de se realizar um censo dos idosos do

local Aleacutem disso o caacutelculo foi realizado considerando a populaccedilatildeo de idosos do

municiacutepio de Belo Horizonte por natildeo existir na literatura brasileira estudos similares a

esse em centros de referecircncias para idosos

332 Criteacuterio de seleccedilatildeo

Como criteacuterios de inclusatildeo consideraram-se pessoas de ambos os sexos com

idade igual ou superior a 60 anos cadastrados e frequentadores do centro de

referecircncia que concordaram em participar da pesquisa e que responderam agrave

n

2

2 )1(

d

ppzn

d 2z

2z

2z 5z

33

entrevista

Os criteacuterios de exclusatildeo satildeo pessoas com idade abaixo de 60 anos de idade que

realizam alguma atividade no local e os idosos que natildeo manifestaram desejo em

participar da pesquisa

34 Coleta de dados

Este estudo utilizou um banco de dados parcialmente jaacute coletado por integrantes

do Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano da Escola

de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPCDHEEUFMG)

A coleta de dados no centro de referecircncia iniciou em Janeiro de 2012 Devido agrave

realizaccedilatildeo de obras no local a coleta foi suspensa em Agosto de 2012 e retomada em

Novembro de 2013 mantendo-se ateacute Maio de 2014 A mesma foi realizada por uma

equipe previamente treinada composta por bolsistas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica

selecionadas do Curso de Graduaccedilatildeo em Enfermagem e Nutriccedilatildeo aleacutem de uma

mestranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de

Minas Gerais sob supervisatildeo de membros do NEPCDH

Os participantes foram abordados pelas bolsistas enquanto esperavam por

alguma atividade nos turnos da manhatilde e da tarde conforme disponibilidade de cada

entrevistadora

Todas as perguntas foram realizadas atraveacutes de entrevista e para padronizaccedilatildeo

da mesma foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa o Manual do Entrevistador

(SOARES et al 2013)

35 Variaacuteveis do estudo

351 Variaacutevel dependente

A variaacutevel dependente do estudo consistiu na qualidade de vida avaliada por

meio do instrumento WHOQOL-bref

34

352 Variaacuteveis independentes

As variaacuteveis independentes do estudo foram as variaacuteveis demograacuteficas

socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais que constam no questionaacuterio aplicado

atraveacutes de perguntas e testes descritos a seguir

353 Instrumentos para a coleta de dados

WHOQOL-bref

Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a versatildeo abreviada em portuguecircs

do instrumento de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

WHOQOL-bref A escolha desse instrumento eacute justificada pela literatura que mostra

boa resposta do instrumento agrave qualidade de vida dos idosos (HWANG et al 2003

MEIRELLES et al 2010) Durante a entrevista foram seguidas as recomendaccedilotildees da

OMS sobre os procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-bref

O instrumento abreviado de qualidade de vida da OMS o WHOQOL-bref possui

26 itens sendo duas questotildees que avaliam a percepccedilatildeo da qualidade de vida geral

(QVG) e das condiccedilotildees de sauacutede e as 24 restantes representam cada uma das 24

facetas que compotildeem o instrumento original (WHOQOL-100) sendo divididas em

quatro domiacutenios 1) Fiacutesico 2) Psicoloacutegico 3) Relaccedilotildees sociais e 4) Meio ambiente (OMS

1998a)

Diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas eacute avaliada a partir

de quatro questotildees no WHOQOL-bref cada faceta eacute avaliada por apenas uma questatildeo

aquela que mais altamente se correlacionou com o escore total calculado pela meacutedia

de todas as facetas (OMS 1998a)

O WHOQOL-bref possui cinco escalas de respostas do tipo Likert que variam de

ldquomuito ruim a muito bomrdquo (escala de avaliaccedilatildeo) ldquomuito insatisfeito a muito satisfeitordquo

(escala de avaliaccedilatildeo) ldquonada a extremamenterdquo (escala de intensidade) ldquonada a

completamenterdquo (escala de capacidade) e ldquonunca a semprerdquo (escala de frequecircncia)

(FLECK et al 1999) Cada domiacutenio eacute composto por questotildees cujas pontuaccedilotildees das

respostas variam entre 1 e 5

35

O escore meacutedio em cada um dos domiacutenios indica a percepccedilatildeo do indiviacuteduo

quanto agrave sua satisfaccedilatildeo em cada um dos aspectos em sua vida relacionando-se com

sua qualidade de vida Quanto maior a pontuaccedilatildeo melhor essa percepccedilatildeo

As caracteriacutesticas psicomeacutetricas do WHOQOL-bref preencheram os criteacuterios de

consistecircncia interna validade discriminante validade de criteacuterio validade concorrente

e fidedignidade teste-reteste Esse instrumento alia um bom desempenho psicomeacutetrico

com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa uacutetil para ser usado em

estudos que se propotildee avaliar qualidade de vida no Brasil (FLECK et al 2000)

Ressalta-se que a versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL-bref foi traduzido

e validado no paiacutes por Fleck et al (2000) a partir de um estudo com 250 pacientes do

Hospital das Cliacutenicas de Porto Alegre e em 50 voluntaacuterios saudaacuteveis desenvolvido pelo

Grupo de Estudos em Qualidade de Vida da OMS no Brasil pertencente ao

Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul sob a coordenaccedilatildeo do Dr Marcelo Pio de Almeida (OMS 1998b c)

Mini Exame do Estado Mental

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de cogniccedilatildeo o mesmo seraacute analisado atraveacutes do Mini Exame

do Estado Mental (MEEM) que provavelmente eacute o instrumento mais utilizado

mundialmente para a funccedilatildeo cognitiva possuindo versotildees em diversas liacutenguas e paiacuteses

O instrumento jaacute foi validado no Brasil e fornece informaccedilotildees sobre diferentes

paracircmetros cognitivos contendo questotildees agrupadas em sete categorias cada uma

delas planejada com o objetivo de avaliar funccedilotildees cognitivas especiacuteficas como a

orientaccedilatildeo temporal (5 pontos) orientaccedilatildeo espacial (5 pontos) registro de trecircs

palavras (3 pontos) atenccedilatildeo e caacutelculo (5 pontos) recordaccedilatildeo das trecircs palavras (3

pontos) linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto)

O escore do MEEM pode variar de um miacutenimo de 0 pontos o qual indica o maior

grau de comprometimento cognitivo dos indiviacuteduos ateacute um total maacuteximo de 30 pontos

o qual por sua vez corresponde a melhor capacidade cognitiva (CHAVES 2006 2008)

Segundo Chaves (2006 2008) o ponto de corte eacute frequentemente ajustado para

o niacutevel educacional porque um uacutenico corte pode perder casos entre pessoas de

educaccedilatildeo mais alta e gerar falsos positivos entre aqueles com baixo niacutevel de

36

escolaridade Assim baseando-se em outros estudos optou-se por adotar os seguintes

pontos de corte 13 para analfabetos 18 para ateacute oito anos de escolaridade 26 para

mais de oito anos de escolaridade (BERTOLUCCI et al 1994 MELLO HADDAD

DELLAROZA 2012)

Dados sociodemograacuteficos e econocircmicos

Para coleta de dados sociodemograacuteficos e econocircmicos seraacute utilizado o

Formulaacuterio de Dados Sociodemograacuteficos cujas variaacuteveis pesquisadas seratildeo idade

estado civil filhos escolaridade e dados da situaccedilatildeo socioeconocircmica e familiar como

descritos a seguir

- Sexo

Essa variaacutevel foi categorizada em feminino e masculino integrando o modelo

univariado

- Idade

A idade do entrevistado foi calculada subtraindo a data da coleta de dados e a

data de nascimento relatada e posteriormente agrupada em trecircs grupos etaacuterios 60 a

69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais

- Naturalidade

Refere-se ao local de registro do nascimento Apoacutes foi categorizado em Belo

Horizonte e Regiatildeo Metropolitana interior de Minas Gerais e outros locais

- Estado civil

Categorias casadouniatildeo estaacutevel viuacutevo separado ou divorciado e solteiro

- Religiatildeo

Categorias catoacutelica evangeacutelica espiacuterita sem religiatildeo e outra

- Escolaridade

Frequentou a escola (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo quantos anos de estudo concluiacutedo

As respostas foram categorizadas a posteriori em analfabeto e alfabetizados Foram

considerados analfabetos os que relataram possuir menos de um ano de estudo Os

alfabetizados foram categorizados em menos de quatro anos de estudo ou mais de

quatro anos de estudo

- Ocupaccedilatildeo atual

37

Trabalha atualmente (sim ou natildeo) se ldquosimrdquo especificar A variaacutevel dicotocircmica

entrou no modelo univariado

- Aposentadoria

Eacute aposentado (sim ou natildeo) As variaacuteveis dicotocircmicas entraram no modelo

univariado

- Tipo de aposentadoria

Tipo de aposentadoria (idade tempo de serviccedilo invalidez) Cada variaacutevel teve

como resposta sim ou natildeo entrando no modelo univariado

- Renda familiar

Refere-se ao valor bruto da renda familiar e posteriormente categorizado em

le 1 salaacuterio miacutenimo 1 minus2 salaacuterios miacutenimos 2 minus3 salaacuterios miacutenimos 3 minus5 salaacuterios

miacutenimos gt 5 salaacuterios miacutenimos

- Moradia e nuacutemero de cocircmodos

Possui casa proacutepria (sim ou natildeo) nuacutemero de cocircmodos (1 cocircmodo 2 a 3

cocircmodos 4 a 5 cocircmodos 6 ou mais cocircmodos) possui banheiro (sim ou natildeo) possui

rede de esgoto (sim ou natildeo) possui aacutegua encanada (sim ou natildeo)

Variaacuteveis cliacutenicas e comportamentais

Para avaliar as variaacuteveis cliacutenicas alguns testes validados e questionaacuterios foram

aplicados descritos a seguir

- The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Esse instrumento eacute uma versatildeo abreviada do Patient Health Questionnaire

Depression Module (PHQ-9) para rastreamento de depressatildeo na populaccedilatildeo Possui

duas questotildees que avaliam anedonia (pouco interesse ou prazer em fazer as coisas)

e frequecircnciade humor deprimido (se sentindo mais triste deprimido ou sem

esperanccedila) nas uacuteltimas duas semanas Para cada questatildeo os entrevistados escolhem

entre as quatro respostas disponiacuteveis (nenhuma vez por vaacuterios dias por mais de uma

semana quase todos os dias) com um escore de 0 a 3 pontos A pontuaccedilatildeo total varia

de 0 a 6 pontos quanto maior o escore maior a severidade dos sintomas depressivos

Para este estudo adotou-se o ponto de corte ge 3 (sensibilidade 83 especificidade

92) que sugere provaacutevel depressatildeo (KROENKE SPITZER WILLIAMS 2003)

38

- The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption (AUDIT-C)

Esse instrumento trata-se da versatildeo abreviada do instrumento original AUDIT-10

questotildees Em sua versatildeo adaptada o AUDIT-C se aproxima do desempenho do

AUDIT-10 questotildees e estaacute estruturado nas suas trecircs primeiras perguntas As assertivas

perguntam sobre a frequecircncia quantidade habitual consumida e frequecircncia de

ingestatildeo excessiva de seis ou mais copos de bebida alcooacutelica em um uacutenico momento Eacute

pontuado numa escala de 0 a 12 pontos que varia de 0 a 4 pontos para cada resposta

Ao final daacute-se a soma total das opccedilotildees assinaladas um escore 0 indica ldquonenhum uso de

aacutelcool nos uacuteltimos 12 mesesrdquo Com base em estudos preacutevios de validaccedilatildeo um escore ge

4 para homens e ge 3 para mulheres sugere abuso de aacutelcool (SILVA 2008) e foram

adotados como criteacuterio neste estudo Geralmente quanto maior o escore do AUDIT-C

mais provaacutevel que a bebida esteja afetando a sauacutede e a seguranccedila do entrevistado

- Tabagismo

Refere-se ao haacutebito de fumar atualmente (sim ou natildeo) ex-fumante (sim ou

natildeo) quantidade de cigarros fumados por dia (menos de 10 cigarros mais de 10

cigarros) tempo de tabagismo (menos de 2 anos de 2 a 10 anos mais de 10 anos) As

respostas foram categorizadas em natildeo tabagistas (nunca fumaram) tabagistas

(fumam atualmente) e ex-tabagistas (jaacute foram fumantes)

- Praacutetica de atividade fiacutesica

Refere-se agrave pratica de atividade fiacutesica (sim ou natildeo) modalidade e frequecircncia

(nunca 4 a 7xsemana 2 a 3xsemana 1xsemana)

- Comorbidades

Refere-se a presenccedila de algum problema de sauacutede (sim ou natildeo)

- Pressatildeo arterial sistecircmica (PA)

A afericcedilatildeo da pressatildeo arterial seguiu as recomendaccedilotildees do VI Relatoacuterio da Joint

National Committee (2004) da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensatildeo Arterial (BRASIL

2010) que definem a forma correta de afericcedilatildeo indireta desse paracircmetro diagnoacutestico

A pressatildeo arterial foi aferida com o idoso sentado apoacutes cinco minutos de

repouso mediante meacutetodo auscultatoacuterio indireto com esfigmomanocircmetro de mercuacuterio

devidamente testado e calibrado estando o braccedilo apoiado na altura do precoacuterdio

Pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD) foram baseadas na

primeira e quinta fase dos sons de Korotkoff respectivamente

39

Foram considerados hipertensos aqueles idosos com a meacutedia de trecircs afericcedilotildees

da PAS ge 140 mmHg eou PAD ge 90 mmHg eou autorrelato de diagnoacutestico meacutedico

preacutevio de pressatildeo arterial elevada sob uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Os dados obtidos foram categorizados em variaacuteveis dicotocircmicas (normotenso e

hipertenso)

- Uso de medicamento

Refere-se ao uso de tratamento medicamentoso (sim ou natildeo) e qual medicaccedilatildeo

- Histoacuteria familiar de doenccedila

Refere-se agrave histoacuteria familiar de algumas das patologias descritas - hipertensatildeo

arterial sistecircmica diabetes mellitus cacircncer acidente vascular encefaacutelico (AVE) infarto

agudo do miocaacuterdio (IAM) hipercolesterolemia transtorno mentaldepressatildeo

obesidade e demecircncia em parentes considerando pais irmatildeos avoacutes e tios As

categorias consideradas foram ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo

Dados antropomeacutetricos

As medidas antropomeacutetricas foram realizadas durante a entrevista e obtidas

segundo recomendaccedilotildees padronizadas (LOHMAN et al 1988)

- Peso

Os indiviacuteduos foram pesados em balanccedila devidamente calibrada da marca

Filizola Utilizaram roupas leves (excluindo calccedilas jeans e agasalhos pesados) e

estavam sem sapatos Permaneceram de peacute no meio da balanccedila com o peso do corpo

distribuiacutedo igualmente sobre os peacutes A medida foi registrada com precisatildeo de 01 kg

- Estatura

A medida foi aferida com o indiviacuteduo sem sapatos e sem meias posicionado de

peacute sobre a superfiacutecie do estadiocircmetro e de costas para a escala meacutetrica com os peacutes

paralelos e os tornozelos juntos O estadiocircmetro foi confeccionado no local do estudo

com a precisatildeo de uma fita milimetrada e apropriada para este tipo de estudo As

naacutedegas ombros e a parte posterior da cabeccedila tocavam a reacutegua e os braccedilos

permaneciam soltos ao longo do corpo Com a matildeo sob o queixo a cabeccedila era

posicionada de forma que a parte inferior da oacuterbita ocular permanecesse no mesmo

plano do orifiacutecio externo do ouvido (plano de Frankfort) A reacutegua era deslizada ateacute o

40

topo da cabeccedila sem empurraacute-la para baixo A medida foi indicada em voz alta ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo

- Iacutendice de massa corpoacuterea (IMC)

O IMC foi obtido a partir da seguinte razatildeo IMC = peso (kg) estatura2 (m)

sendo categorizado de acordo com o preconizado pela Associaccedilatildeo Dieteacutetica

norte-americana (ADA 1994) para idosos menor do que 22 ndash baixo peso entre 22 e 27

ndash eutrofia maior do que 27 ndash sobrepeso

- Circunferecircncia de quadril

Com o individuo de peacute e em posiccedilatildeo ereta com o auxiacutelio de uma fita meacutetrica

flexiacutevel e inextensiacutevel circundou-se a fita na extensatildeo maacutexima das naacutedegas

- Circunferecircncia da cintura

Para a tomada da medida o indiviacuteduo permanecia ereto com o abdocircmen

relaxado braccedilos soltos e peacutes juntos A fita meacutetrica inelaacutestica foi colocada ao redor do

indiviacuteduo em plano horizontal no ponto meacutedio entre a parte inferior da costela e a parte

superior da crista iliacuteaca Aferiu-se a medida no final de uma expiraccedilatildeo normal ateacute o

miliacutemetro mais proacuteximo O ponto de corte da circunferecircncia da cintura para o sexo

feminino foi maior ou igual a 80 cm e para o sexo masculino foi maior ou igual a 88 cm

segundo preconizaccedilatildeo da OMS (1997)

- Relaccedilatildeo cintura- quadril (RCQ)

Foi calculada atraveacutes da razatildeo entre a circunferecircncia da cintura e a

circunferecircncia do quadril encontradas (cmcm) Foi considerado RCQ elevado quando o

valor encontrado foi maior do que 085 em mulheres e maior do que 1 em homens de

acordo com o preconizado pela OMS (1998)

O instrumento de coleta de dados se encontra na iacutentegra no ANEXO 1

Ressalta-se que foi realizado preacute-teste do questionaacuterio para verificaccedilatildeo de

inconsistecircncias nas perguntas e dificuldade de entendimento dos idosos

36 Anaacutelise dos dados

Os dados foram inseridos digitados duplamente e analisados utilizando-se o

programa SPSS 200 (Statistical Package for the Social Sciences)

A anaacutelise dos dados foi inicialmente feita atraveacutes de teacutecnicas descritivas

41

expressa como meacutedia plusmn desvio-padratildeo (DP) eou mediana com intervalo interquartil

(IQ Q3-Q1) para variaacuteveis contiacutenuas e como proporccedilotildees ou percentagens para as

categoacutericas A anaacutelise de normalidade das variaacuteveis contiacutenuas foi feita pelos testes de

Kolmogorov-Smirnov ou Shapiro-Wilk conforme apropriado

Na estatiacutestica descritiva as variaacuteveis contiacutenuas foram comparadas entre os

grupos utilizando o teste T-Student de amostras independentes ou o teste de anaacutelise de

variacircncia (ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo) complementada

quando necessaacuterio pelo teste de Tukey para as variaacuteveis parameacutetricas e o teste

U-Mann-Whitney ou a ANOVA natildeo parameacutetrica de Kruskal-Wallis para as variaacuteveis natildeo

parameacutetricas conforme apropriado As variaacuteveis categoacutericas foram comparadas pelo

teste de qui-quadrado ou teste Exato de Fisher conforme apropriado Na modelagem

estatiacutestica adotou-se um niacutevel criacutetico de valor ple020 para entrada no modelo

multivariado

Regressatildeo logiacutestica Forward foi utilizado no modelo multivariado para identificar

as associaccedilotildees entre qualidade de vida e variaacuteveis independentes As variaacuteveis foram

introduzidas uma a uma e mantidas no modelo aquelas que apresentaram plt005 Os

valores obtidos foram expressos em odds ratio e seus respectivos intervalos de

confianccedila de 95 (IC 95)

Para analisar a existecircncia ou natildeo de correlaccedilatildeo entre o escore QVG e os domiacutenios

do WHOQOL-bref utilizou-se o teste de correlaccedilatildeo de Spearman-Rho

A anaacutelise dos dados foi racionalizada por meio da definiccedilatildeo de dois grupos em

relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo da qualidade de vida e agrave satisfaccedilatildeo com a sauacutede (qualidade de vida

boasatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo

ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede - G1 e qualidade de vida

ruiminsatisfeito - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou

ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito

insatisfeitosrdquo com sua sauacutede - G2)

37 Questotildees eacutetico-legais

A pesquisa foi encaminhada ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade

Federal de Minas Gerais (COEP) com solicitaccedilatildeo de dispensa do Termo de

42

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) exclusivo para essa dissertaccedilatildeo pois o TCLE

do estudo ldquoQualidade de vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos

acompanhados nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede de Belo Horizonterdquo (ANEXO 2) jaacute estava

sendo utilizado para a coleta de dados

O estudo foi aprovado pelo COEP atraveacutes do parecer n 614405 (ANEXO 3)

Aleacutem disso o projeto seguiu a resoluccedilatildeo 46612 da Comissatildeo Nacional de Eacutetica em

Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Sauacutede (CNS)

Jaacute o parecer de aprovaccedilatildeo no COEP da pesquisa ldquoQualidade de vida e perfil

sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos acompanhados nas Unidades Baacutesicas de

Sauacutede de Belo Horizonterdquo eacute o de n 00150410000-10 (ANEXO 4)

43

4 RESULTADOS

41 Anaacutelise descritiva e anaacutelise univariada

De acordo com o caacutelculo amostral o valor miacutenimo necessaacuterio para se garantir

representatividade amostral era de 215 questionaacuterios Ao todos foram coletados 269

questionaacuterios os quais foram revisados um a um Destes ocorreram doze perdas -

cinco devido ao WHOQOL-bref conter mais de 20 natildeo respondido e sete por serem

pessoas com idade menor que 60 anos Assim com as perdas amostrais totalizaram-se

257 questionaacuterios completos e analisados

Para melhor visualizaccedilatildeo da amostra estudada segundo caracteriacutesticas

demograacuteficas socioeconocircmicas cliacutenicas e comportamentais foram propostas tabelas

com uma siacutentese das anaacutelises descritivas e univariadas das variaacuteveis de interesse as

quais seratildeo discutidas a posteriori

44

TABELA 1 ndash Caracteriacutesticas demograacuteficas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado)

Nota BH - Belo Horizonte MG - Minas Gerais QV - Qualidade de Vida RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito

satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No grupo pesquisado predominam mulheres pessoas idosas natildeo casadas

oriundas do interior de MG e que professam a religiatildeo catoacutelica Aleacutem disso embora a

proporccedilatildeo de idosos jovens (ateacute 69 anos) e idosos ateacute 79 anos entre os investigados

fosse idecircntica apenas a variaacutevel idade apresentou diferenccedila estatisticamente

significativa entre as proporccedilotildees em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com a

sauacutede medida pelo instrumento WHOQOL-bref

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total

N=257 ()

G1

(satisfeito)

N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito)

N=94 () p-valora

Sexo

Homem 175 178 170 0876

Mulher 825 822 830

Idade (anos)

60-69 447 393 543 0025

70-79 447 472 404

ge 80 105 135 53

Naturalidade (n=256)

BH ou RMBH 316 356 247 0144

Interior MG 609 564 688

Outros 74 80 65

Situaccedilatildeo conjugal

Ausecircncia de cocircnjuge 638 626 660 0587

Presenccedila de cocircnjuge 362 374 340

Religiatildeo

Catoacutelico 724 730 713 0945

Evangeacutelico 136 135 138

Outros 140 135 149

45

TABELA 2 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo

Alfabetizado 899 896 904 0827

Analfabeto 101 104 96

Escolaridade (anos)

lt4 214 190 255 0220

ge4 786 810 745

Trabalha atualmente

Sim 226 258 170 0106

Natildeo 774 742 830

Aposentadoria

Sim 802 798 809 0832

Natildeo 198 202 191

Tipo de Aposentadoria (n=205)

Idade 459 457 461 0594

Tempo de serviccedilo 424 442 395

Invalidez 117 101 145

Renda familiar (sm)

lt 1 191 180 211 0342

1 ˫ 3 402 385 433

3 ˫ 5 279 280 278

ge 5 127 155 78

Casa proacutepria

Sim 883 914 830 0043

Natildeo 117 86 170

Nuacutemero de cocircmodos

1 ndash 3 148 141 160 0688

4 ou mais 852 859 840

Saneamento baacutesico

Rede de esgoto 984 988 979 0625

Banheiro 1000 1000 1000 -

Aacutegua encanada 996 1000 989 0366

Arranjo domiciliar

Mora sozinho 202 202 202 0995

Mora acompanhado 798 798 798

46

Nota QV - Qualidade de Vida sm - salaacuterio miacutenimo G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida

ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo

ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

A maioria dos idosos eacute alfabetizada possuiacute quatro anos ou mais de estudo natildeo

trabalha atualmente e eacute aposentada Aleacutem disso predominam idosos que moram

acompanhados que recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos que possuem casa proacutepria

com quatro ou mais cocircmodos e com condiccedilotildees de saneamento adequadas

De todas as caracteriacutesticas socioeconocircmicas investigadas quando se compara a

satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede apenas a posse da casa proacutepria apresentou

diferenccedila estatisticamente significativa entre as suas proporccedilotildees

47

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N =257)

(Continua)

Histoacuteria familiar de doenccedila (n=252)

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 675 594 815 lt0001

Neoplasia 532 513 565 0419

Hipercolesterolemia(n=250) 492 447 571 0057

Diabetes mellitus 417 375 489 0077

Infarto agudo do miocaacuterdio 417 400 446 0479

Acidente vascular encefaacutelico 373 325 457 0038

Transtorno mental 357 288 478 0002

Obesidade 254 225 304 0164

Demecircncia 167 156 185 0558

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Nordm comorbidades

Zero 97 129 43 lt0001

1-2 572 620 489

3-4 268 227 340

5 ou mais 62 25 128

Comorbidade autorreferida

Hipertensatildeo arterial sistecircmica 634 558 766 0001

Dislipidemia 265 276 245 0583

Diabetes mellitus 237 190 319 0019

Doenccedilas sistema osteomuscular e Conjuntivo 233

172

340

0002

Doenccedilas da glacircndula tireoide 160 141 191 0288

Cardiopatias 105 74 160 0030

Doenccedilas sistema respiratoacuterio 62 31 117 0006

Tratamento medicamentoso (n=256)

Sim 848 828 882 0252

Natildeo 152 172 118

Medicamento (n=253)

Anti-hipertensivo 597 528 717 0003

Hipolipemiante 225 224 228 0932

Hipoglicemiante oral 217 180 283 0057

Diureacutetico 213 168 293 0019

Reposiccedilatildeo hormocircnio Tireoidiano 150

137

174

0425

Antidepressivo 150 118 207 0058

AINEs 107 81 152 0077

48

TABELA 3 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

(Conclusatildeo)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota AINEs - antiinflamatoacuterios natildeo esteroides MEEM - Mini-Exame do Estado Mental PA - Pressatildeo

arterial PHQ - The Patient Health Questionnaire QV - Qualidade de Vida RCQ - Razatildeo cintura-quadril G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo

com sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

No que se refere agraves caracteriacutesticas cliacutenicas a maioria dos idosos possui pelo

menos uma patologia e fazem uso de algum medicamento sendo a patologia de maior

prevalecircncia a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) seguida de dislipidemia e diabetes

mellitus Referente ao niacutevel cognitivo grande parte o possui preservado Em relaccedilatildeo

aos dados antropomeacutetricos a maioria dos idosos apresentaram sobrepeso e valores

elevados de relaccedilatildeo cintura-quadril

Considerando todas as caracteriacutesticas cliacutenicas investigadas quando se compara

a satisfaccedilatildeo e a qualidade de vida em sauacutede em relaccedilatildeo agrave diferenccedila entre as

proporccedilotildees apresentou diferenccedila estatisticamente significativa o nuacutemero de

comorbidades hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas do sistema

osteomuscular e conjuntivo depressatildeo cardiopatias doenccedilas do sistema respiratoacuterio

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

Niacutevel cognitivo (MEEM)

Alterado 167 178 149 0549

Preservado 833 822 851

PHQ-2 total

ge 3 97 43 191 lt0001

lt 3 903 957 809

PA aferida (n=234)

Normotenso 628 631 624 0911

Hipertenso 372 369 376

Iacutendice de massa corpoacuterea

lt22 116 121 108 0456

22-27 376 401 333

gt27 508 478 559

RCQ

Normal 455 436 489 0404

Elevado 545 564 515

49

uso de anti-hipertensivo uso de diureacutetico e histoacuterico familiar positivo para hipertensatildeo

arterial sistecircmica acidente vascular encefaacutelico e transtorno mental

TABELA 4 - Relaccedilatildeo entre hipertensos autorreferidos e pressatildeo arterial aferida Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 248)

Variaacutevel HAS

Total N=248

()

PA alterada

Sim

N=87

()

Natildeo

N=161

()

Natildeo 343 259 741

Sim 657 399 601

Nota PA ndash Pressatildeo arterial HAS ndash Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

A tabela 4 correlaciona o diagnoacutestico autorreferido de HAS e a pressatildeo arterial

aferida Chama atenccedilatildeo o fato de mais de um terccedilo dos idosos estarem com a pressatildeo

arterial alterada sendo mais de um quarto dos idosos que se diziam normotensos e

quase dois quintos dos sabidamente hipertensos

50

TABELA 5 ndash Caracteriacutesticas comportamentais segundo grupos de qualidade de vidasatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014 (N = 257)

a p-valor diferenccedilas das proporccedilotildees (teste qui-quadrado ou Exato de Fisher)

Nota QV - Qualidade de Vida AUDIT-C - The Alcohol Use Disorders Identification Test-Consumption G1 - autorrelato de qualidade de vida ldquoboardquo ou ldquomuito boardquo e estatildeo ldquosatisfeitosrdquo ou ldquomuito satisfeitosrdquo com

sua sauacutede G2 - autorrelato de qualidade de vida ldquonem ruim nem boardquo ldquoruimrdquo ou ldquomuito ruimrdquo e estatildeo ldquonem satisfeitos nem insatisfeitosrdquo ldquoinsatisfeitosrdquo ou ldquomuito insatisfeitosrdquo com sua sauacutede

QV e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede

Variaacuteveis

Total N=257 ()

G1

(satisfeito) N=163 ()

G2

(natildeo satisfeito) N=94 () p-valora

AUDIT-C (n=253)

Negativo 905 913 891 0570

Positivo 95 87 109

Tabagismo

Tabagista 39 37 43 0664

Natildeo tabagista 642 663 606

Ex-tabagista 319 301 351

Nuacutemero de cigarros que fuma ou

jaacute fumou (n=92)

Menos de 10 cigarrosdia 543 600 459 0185

Mais de 10 cigarrosdia 457 400 541

Tempo de tabagismo (n=90)

Menos de 10 anos 244 226 270 0634

Mais de 10 anos 756 774 730

Atividade fiacutesica

Sim 926 951 883 0045

Natildeo 74 49 117

Tipo de atividade fiacutesica

Caminhada 677 712 617 0118

Exerciacutecio aeroacutebico 650 693 574 0055

Liang gong ou Yoga 202 190 223 0523

Danccedila 101 129 53 0053

Hidroginaacutestica 66 86 32 0094

Biodanza 43 37 53 0537

Outros 175 202 128 0129

Frequecircncia da atividade fiacutesica

4-7 vezes por semana 280 337 181 0008

1-3 vezes por semana 630 601 681

Nunca 89 61 138

51

A tabela 5 traz as caracteriacutesticas comportamentais investigadas Os resultados

apontam que apenas a atividade fiacutesica mostrou-se significativamente associada agrave

qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede entre as suas proporccedilotildees

A seguir nas tabelas 6 7 e 8 verificam-se a distribuiccedilatildeo das frequecircncias para as

variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de

Vida Geral

TABELA 6 ndash Frequecircncia para as variaacuteveis WHOQOL-1 e WHOQOL-2 Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Muito ruim Ruim Nem ruim

nem bom Bom

Muito

Bom

WHOQOL-1

Como avaliaria sua

qualidade de vida

WHOQOL-2

Quatildeo satisfeito (a) estaacute com a sua sauacutede

n 3 5 49 140 60

12 19 191 545 233

Muito

insatisfeito Insatisfeito

Nem

satisfeito nem

insatisfeito

Satisfeito Muito

Satisfeito

n 3 21 40 145 48

12 82 156 564 187

Nota WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

TABELA 7 ndash Anaacutelise descritiva dos domiacutenios do WHOQOL-bref e da Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Domiacutenio Meacutedia DP Miacuten Maacutex 1ordm Q 2ordm Q 3ordm Q

Fiacutesico 6391 962 3929 8929 5714 6429 7143

Psicoloacutegico 6405 1083 2083 9583 5833 6250 7083 Relaccedilotildees sociais 6790 1790 000 10000 5833 6667 7917

Meio ambiente 1444 196 850 1950 1350 1450 1600

QVG 5257 774 2752 7133 4731 5214 5779

Nota DP - Desvio-padratildeo Maacutex - Maacuteximo Miacuten - Miacutenimo Q - Quartil QVG - Qualidade de Vida Geral

52

GRAacuteFICO 1 - Boxplot dos domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais

Meio ambiente e Qualidade de Vida Geral Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a

2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

53

TABELA 8 ndash Valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupo de QVSatisfaccedilatildeo Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota teste ANOVA parameacutetrica com um criteacuterio de classificaccedilatildeo dagger Diferenccedilas significativas entre as meacutedias dos grupos (plt005) estatildeo identificadas com letra

em sobrescrito (teste de Tukey) Teste T-Student ANOVA - Anaacutelise de Variacircncia DP - Desvio-padratildeo IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

Variaacuteveis

QVG

Meacutedia DP IC 95 p-valor p tendecircncia linear

WHOQOL-1dagger Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Vida

Muito ruim (a) 5132 894 2911 - 7352 lt0001 lt0001

Ruim (b) 4186 (de) 1159 2746 - 5625

Nem ruim nem boa (c) 4869 (de) 666 4678 - 5060

Boa (d) 5232 (bce) 689 5117 - 5348

Muito boa (e) 5729 (bcd) 742 5537 - 5920

WHOQOL-2dagger

Satisfaccedilatildeo com a sauacutede

Muito insatisfeito (A) 4793 899 2561 - 7026 lt0001 lt0001

Insatisfeito (B) 4743 (DE) 730 4411 - 5075

Nem satisfeito nem insatisfeito (C) 5019 (E) 508 4857 - 5181

Satisfeito (D) 5229 (BE) 767 5103 - 5355

Muito satisfeito (E) 5796 (BCD) 712 5589 - 6003

Grupo de QVSatisfaccedilatildeo QV boa satisfaccedilatildeo sauacutede (G1) 5460 764 5342 - 5578 lt0001 -

QV ruim insatisfaccedilatildeo sauacutede (G2) 4906 660 4771 - 5041

54

GRAacuteFICO 2 - Boxplot dos valores do escore QVG segundo variaacuteveis WHOQOL-1 WHOQOL-2 e grupos de QVSatisfaccedilatildeoCentro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte

MG 2012 a 2014

Nota QV - Qualidade de Vida QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL - World Health

Organization Quality of Life

WHOQOL-1

muito boaboanem ruim nem boaruimmuito ruim

QV

G

1000

800

600

400

200

00

WHOQOL-2

muito satisfeitosatisfeitonem satisfeito nem insatisfeito

insatisfeitomuito insatisfeito

QV

G

1000

800

600

400

200

00

QV boa e satisfeito sauacutede

simnatildeo

QV

G

1000

800

600

400

200

00

55

TABELA 9 - Correlaccedilatildeo de Spearmanrsquos-Rho dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios do WHOQOL-bref Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa

Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Variaacuteveis Domiacutenios

Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees

sociais

Meio

ambiente

Rho QVG 0655 0722 0842 0622

Nota plt0001 QVG - Qualidade de Vida Geral WHOQOL-bref - World Health Organization Quality of Life-bref

Escala de classificaccedilatildeo Rho - (r) lt 02 correlaccedilatildeo muito fraca e despreziacutevel 02 a 039 correlaccedilatildeo fraca 04 a 069 correlaccedilatildeo moderada 07 a 089 correlaccedilatildeo forte 09 a 10

correlaccedilatildeo muito forte a perfeita (BRYMAN et al 1992)

A tabela 9 evidencia que os domiacutenios relaccedilotildees sociais e psicoloacutegico

apresentam forte correlaccedilatildeo com a QVG enquanto os domiacutenio fiacutesico e meio

ambiente apresentam moderada relaccedilatildeo com a QVG

56

GRAacuteFICO 3 - Graacuteficos de dispersatildeo dos escores de Qualidade de Vida Geral entre os domiacutenios Fiacutesico Psicoloacutegico Relaccedilotildees sociais e Meio ambiente Centro de

Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014

Nota QVG - Qualidade de Vida Geral

57

42 Anaacutelise multivariada

As caracteriacutesticas individuais e familiares que se mostraram associadas (plt020)

com a qualidade de vida na anaacutelise univariada foram

Idade

Naturalidade

Trabalham atualmente

Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Nuacutemero de comorbidades

HAS

Diabetes mellitus

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Cardiopatias

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio

Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos

Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral

Antidepressivos

Anti-inflamatoacuterio natildeo esteroide

Recalcificante

Histoacuteria familiar (HF) positiva para hipertensatildeo arterial sistecircmica

HF positiva para acidente vascular encefaacutelico (AVE)

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia

HF positiva para diabetes mellitus

HF positiva para obesidade

PHQ-2 total

Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica

Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica

58

Caminhada

Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila

Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Na tabela 10 satildeo apresentados os resultados da anaacutelise multivariada das

caracteriacutesticas sociodemograacuteficas econocircmicas cliacutenicas e comportamentais entre os

idosos que frequentam o centro de referecircncia em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e a

satisfaccedilatildeo com a sauacutede Mostraram-se negativamente associadas com a qualidade de

vida e a satisfaccedilatildeo com a sauacutede as seguintes caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (ser

oriundo do interior de MG) cliacutenicas (ter 5 ou mais comorbidades ter doenccedila do

aparelho respiratoacuterio suspeita de depressatildeo ao PHQ-2 ter histoacuterico familiar positivo

para HAS) e positivamente associada agrave caracteriacutestica comportamental (realizar

atividade fiacutesica na frequecircncia de 1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana)

59

TABELA 10 - Modelo final de regressatildeo logiacutestica tendo qualidade de vida e satisfaccedilatildeo com sua sauacutede como variaacutevel dependente Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo

Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

Nota BH - Belo Horizonte IC 95 - Intervalo de confianccedila de 95 MG - Minas Gerais OR ndash Odds ratio PHQ - The Patient Health Questionnaire RMBH - Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Valor de p

estatiacutestica de Hosmer amp Lemeshow = 07536

No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos fatores associados agrave qualidade de

vida

Variaacuteveis OR IC (95) p-valor

Naturalidade

BH ou RMBH 100 (ref)

Interior MG 046 024 - 090 0023

Outros 081 023 - 286 0746

Nuacutemero de comorbidades

Zero 100 (ref)

1-2 069 021 - 230 0546

3-4 035 010 - 127 0111

5 ou mais 015 003 - 085 0032

Doenccedilas sistema respiratoacuterio autorreferida

Natildeo 100 (ref)

Sim 025 007 - 094 0040

Histoacuteria familiar de hipertensatildeo arterial

Natildeo 100 (ref)

Sim 035 017 - 070 0003

PHQ-2 total

lt 3 100 (ref)

ge 3 018 006 - 050 0001

Frequecircncia da atividade fiacutesica

Nunca 100 (ref)

1-3 vezes por semana 358 127 - 1015 0016

4-7 vezes por semana 946 289 - 3099 lt 0001

60

QUADRO 1 - Siacutentese das variaacuteveis independentes que se associaram agrave qualidade de vida por meio dos modelos univariado e multivariado Centro de Referecircncia da Pessoa

Idosa Belo Horizonte MG 2012 a 2014 (N = 257)

MODELO UNIVARIADO (plt020) MODELO MULTIVARIADO

Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Idade

Naturalidade Ser natural do interior de MG

Caracteriacutesticas econocircmicas

Trabalha atualmente Casa proacutepria

Nuacutemero de cocircmodos

Caracteriacutesticas cliacutenicas Nuacutemero de comorbidades Ter 5 ou mais comorbidades

HAS

Diabetes mellitus Cardiopatias

Doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo

Doenccedilas do sistema respiratoacuterio Ter alguma doenccedila do sistema respiratoacuterio

Depressatildeo Doenccedilas do sistema genitourinaacuterio

Anti-hipertensivos Diureacuteticos

Hipoglicemiante oral Antidepressivos

Antiinflamatoacuterios natildeo esteroide

Recalcificante

PHQ-2 total PHQ-2 total ge 3

HF positiva para HAS HF positiva para AVE

HF positiva para transtorno mental

HF positiva para hipercolesterolemia HF positiva para diabetes mellitus HF positiva para obesidade

HF positivo para HAS

Caracteriacutesticas comportamentais Nuacutemero de cigarros que fuma ou fumava

Praacutetica de atividade fiacutesica Frequecircncia que realiza atividade fiacutesica Frequecircncia de atividade fiacutesica (1-3 xsem e

4-7x sem)

Caminhada Exerciacutecio aeroacutebico

Danccedila Hidroginaacutestica

Outros tipos de atividade fiacutesica

Nota Variaacuteveis de interesse inversamente associadas agrave qualidade de vida por meio da anaacutelise bull multivariada Variaacuteveis de interesse diretamente associadas agrave qualidade de vida por meio bull

da anaacutelise multivariada PHQ - The Patient Health Questionnaire

61

5 DISCUSSAtildeO

Os resultados deste estudo permitiram delinear o perfil sociodemograacutefico

econocircmico cliacutenico e comportamental dos idosos pesquisados assim como avaliar sua

qualidade de vida com determinaccedilatildeo de possiacuteveis preditores

51 Caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e econocircmicas

As caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos idosos do CRPI evidenciaram uma

predominacircncia do sexo feminino sendo a maioria (894) de 60 a 79 anos

equiparando-se a outros estudos brasileiros com a populaccedilatildeo idosa (JOIA RUIZ

DONALISIO 2007 MORAES SOUZA 2005 PASKULIN MOLZAHN 2007 PEREIRA et

al 2011 SAUERESSIG et al 2007) O predomiacutenio de mulheres em relaccedilatildeo aos homens

(825 e 175 respectivamente) tambeacutem corrobora estudos estrangeiros com

idosos (HALVORSRUD et al 2010 JAKOBSSON HALLBERG WESTERGREN 2004

LOW MOLZAHN KALFOSS 2008)

A feminizaccedilatildeo da velhice eacute considerada como um dos desafios de uma populaccedilatildeo

em processo de envelhecimento que se encontra em uma posiccedilatildeo de fragilidade e

vulnerabilidade (OMS 2005) No Brasil em 1991 a populaccedilatildeo feminina representava

540 do contingente de pessoas com idade avanccedilada elevando para 551 em 2000

e 555 em 2010 Ou seja para cada 100 mulheres idosas em 2010 havia 819 homens

idosos ao passo que em 1991 essa relaccedilatildeo era de 100 para 852 (BRASIL 2010)

Como possiacuteveis fatores que explicam essa maior expectativa de vida entre as

mulheres podem-se citar o menor consumo de bebidas alcooacutelicas e tabaco entre as

mulheres em relaccedilatildeo aos homens reduccedilatildeo da mortalidade materna e diferenccedilas na

exposiccedilatildeo a fatores de risco para mortalidade por causas externas tais como acidentes

de tracircnsito homiciacutedios e outros (CAMARANO KANSO MELLO 2004a)

Em referecircncia ao estado civil a maioria dos idosos do CRPI natildeo tem cocircnjuge

(638) Com isso pode-se dizer que essa variaacutevel natildeo refletiu os achados

demograacuteficos do Brasil em que haacute maior proporccedilatildeo de idosos casados ou em uniatildeo

estaacutevel (CAMARANO et al 2005) Portanto neste estudo a proporccedilatildeo de idosos que

tem cocircnjuge (362) mostrou-se inferior agrave meacutedia nacional que foi de 531 em 1995

62

(CAMARANO 1999 CAMARANO et al 2005)

A ausecircncia de parceiro eacute uma condiccedilatildeo que contribui para a chegada da

senilidade sem o apoio de cocircnjuge eou filhos caso algum idoso venha desenvolver

algum tipo de dependecircncia (VERAS 2003)

Sobre a religiatildeo as categorias identificadas ajustam-se com as mais incidentes

na populaccedilatildeo brasileira Entre os idosos estudados a maioria era catoacutelica (724) o

que corrobora outros estudos (PASKULIN 2006 BRASIL 2010)

Particularmente entre os idosos o aspecto religioso tem grande influecircncia nessa

fase da vida pois lhes permite estabelecer um elo entre as limitaccedilotildees e o

aproveitamento de suas potencialidades ou quando isso natildeo ocorre ajuda-os a vencer

com mais facilidade essa uacuteltima etapa da vida Portanto o envelhecimento possui uma

relaccedilatildeo iacutentima com a espiritualidade nos seus mais diferentes aspectos Poreacutem

percebe-se que haacute uma escassez de pesquisas sobre espiritualidade em idosos

(LUCCHETTI et al 2011)

Quanto agrave escolaridade evidenciou-se alto niacutevel educacional da amostra

estudada na qual 899 dos idosos satildeo alfabetizados e 786 possuiacuteam mais de

quatro anos de estudo Segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) no Brasil a

porcentagem de idosos alfabetizados eacute menor do que o encontrado no estudo (735)

Contudo em Belo Horizonte o valor eacute similar (872 dos idosos do municiacutepio satildeo

alfabetizados) sendo que somente 92 dos idosos do municiacutepio satildeo analfabetos

A menor escolaridade meacutedia nesse segmento populacional eacute comum sendo

considerado um reflexo da desigualdade de acesso agraves instituiccedilotildees de ensino no paiacutes

Lembra-se que nas deacutecadas de 1930 ateacute pelo menos os anos 1950 o ensino

fundamental (compreendido pelo ensino primaacuterio e ginasial na eacutepoca) era restrito a

segmentos sociais especiacuteficos inclusive havendo diferenciaccedilatildeo entre os sexos Ateacute os

anos de 1960 os homens possuiacuteam maior acessibilidade agrave escola do que as mulheres

(BRASIL 2010)

No que diz respeito agrave renda ocorreu o predomiacutenio de um a trecircs salaacuterios miacutenimos

(402) equiparando-se a meacutedia de renda dessa populaccedilatildeo no Brasil (6825 dos

idosos do paiacutes recebem de um a trecircs salaacuterios miacutenimos) Entretanto estatiacutesticas

apontam a evoluccedilatildeo favoraacutevel do rendimento meacutedio nominal da populaccedilatildeo idosa entre

os Censos de 1991 e 2010 (BRASIL 2010) Uma das possiacuteveis explicaccedilotildees se baseia na

63

correlaccedilatildeo moderada entre a renda familiar e a escolaridade do indiviacuteduo ou seja

observa-se que sendo maior a renda tambeacutem ocorre um maior niacutevel de escolaridade

(anos de estudo)

Aleacutem disso dados do Censo Demograacutefico de 2010 sugerem uma inversatildeo na

relaccedilatildeo de dependecircncia das famiacutelias tendo verificado que 624 dos responsaacuteveis

pelos domiciacutelios possuem 60 anos ou mais Por isso reconhece-se a importacircncia dos

benefiacutecios previdenciaacuterios que operam como um seguro de renda vitaliacutecio Ainda o

fato do idoso continuar trabalhando pode proporcionar uma participaccedilatildeo ativa na

sociedade e minimizar o isolamento e a discriminaccedilatildeo (BRASIL 2010)

No que se refere agrave moradia a proporccedilatildeo de entrevistados que referiram possuir

casa proacutepria foi superior ao encontrado no Brasil (883 e 610 respectivamente)

segundo o Censo do IBGE (BRASIL 2010) Esses resultados podem evidenciar que a

maioria dos idosos acumulou ao longo dos anos algum patrimocircnio Aleacutem disso as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico desses domiciacutelios mostraram-se adequado em toda a

amostra

Atualmente no Brasil existem poliacuteticas puacuteblicas que permitem que idosos

tenham acesso aos bens coletivos como moradia e saneamento baacutesico especialmente

em centros urbanos O artigo 9ordm da Lei 1074103 diz que ldquoEacute obrigaccedilatildeo do Estado

garantir a pessoa idosa a proteccedilatildeo agrave vida e agrave sauacutede mediante efetivaccedilatildeo de poliacuteticas

sociais puacuteblicas que permitem um envelhecimento saudaacutevel e em condiccedilotildees de

dignidaderdquo

Em referecircncia ao arranjo domiciliar segundo o Censo 2010 no Brasil 131 dos

idosos responsaacuteveis pelo domiciacutelio moravam sozinhos (BRASIL 2010) dado inferior ao

encontrado no estudo (202)

52 Caracteriacutesticas cliacutenicas

Com relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas cliacutenicas observou-se que quase a totalidade dos

idosos informou ter algum problema de sauacutede (902) porcentagem muito superior agrave

meacutedia nacional No Brasil segundo dados do IBGE o nuacutemero de idosos que declararam

ter pelo menos uma doenccedila crocircnica foi de 787 em 1998 passando para 755 em

2003 sendo que 644 tinham mais de uma patologia (BRASIL 2009)

64

Sobre as comorbidades relatadas os dados estatildeo de acordo com as tabelas de

frequecircncia das principais doenccedilas informadas pelos idosos sendo a HAS

indiscutivelmente a morbidade mais comum nesse segmento populacional

(VASCONCELOS et al 2005) Em um estudo realizado nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede

do Distrito Noroeste de Belo Horizonte 81 dos idosos relataram ter HAS (SOARES et

al 2013)

No que concerne aos outros agravos a dislipidemia e o diabetes mellitus

tambeacutem tiveram prevalecircncia consideraacutevel (265 e 237 respectivamente) assim

como histoacuterico familiar positivo (492 e 417 respectivamente) tambeacutem

confirmando dados do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)

De acordo com a SOCERJ (2004) nos idosos eacute encontrada uma alta prevalecircncia

de dislipidemia maior que na pessoa de meia idade sendo que em torno de 25 dos

homens e 42 das mulheres acima de 65 anos apresentam colesterol seacuterico maior do

que 240 mgdL (elevado)

A incidecircncia do diabetes mellitus eacute crescente nos idosos em niacutevel mundial aleacutem

de apresentar elevada morbimortalidade e diminuiccedilatildeo da qualidade de vida Eacute

importante melhorar o acompanhamento dos idosos diabeacuteticos pois o impacto na

reduccedilatildeo de expectativa de vida eacute consideraacutevel O acompanhamento pode ser realizado

por meio da prevenccedilatildeo dos fatores de risco identificaccedilatildeo de pessoas com alto risco

para diabetes e de casos natildeo diagnosticados para tratamento aleacutem da intensificaccedilatildeo do

controle de pacientes com o diagnoacutestico para a prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees agudas e

crocircnicas (BRASIL 2006)

Assim o tratamento do idoso com diabetes deve obedecer aos mesmos

princiacutepios dos natildeo idosos Contudo devem-se considerar os aspectos que diferenciam

os idosos das outras faixas etaacuterias Natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas de que o controle

glicecircmico rigoroso em idosos evita eventos cardiovasculares pois a terapia

intensificada em idosos com diabetes estaacute associada ao maior risco de hipoglicemia

(SBD 2013-2014) Portanto o tratamento do agravo deve ser realizado com cautela na

populaccedilatildeo de idosos com o intuito de prevenir as complicaccedilotildees da patologia

Eacute importante ressaltar que as trecircs morbidades mais prevalentes nesse estudo ndash

HAS diabetes e dislipidemia satildeo condiccedilotildees cliacutenicas crocircnicas que frequentemente se

associam (SBD 2013-2014)

65

Com relaccedilatildeo ao histoacuterico familiar aleacutem das patologias supracitadas a neoplasia

apresentou prevalecircncia importante (532) Atualmente o cacircncer eacute a doenccedila que mais

causa mortes no mundo em consequecircncia da alta prevalecircncia da morbidade nos

idosos Diante dessa evidecircncia a patologia tem sido alvo de inuacutemeras pesquisas entre

as quais se descobriu sua relaccedilatildeo com a hereditariedade Sabe-se que as neoplasias

em geral decorrem de alteraccedilotildees em oncogenes em genes pertencentes ao grupo

supressor tumoral ou em genes do grupo que repara o DNA (DANTAS et al 2009)

Este estudo ainda corroborou a literatura sobre o uso frequente de

medicamentos principalmente os anti-hipertensivos (597 e 213 para os

diureacuteticos) justificado pelo fato da hipertensatildeo ser a condiccedilatildeo crocircnica autorreferida

mais frequente entre os idosos (LOYOLA FILHO et al 2005 LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006 VASCONCELOS et al 2005) Tambeacutem foi encontrado uso

expressivo de hipolipemiantes (217) hipoglicemiantes orais (225)

antidepressivos (15) aleacutem de 51 dos idosos fazerem uso de insulina confirmando

a importacircncia das outras patologias citadas

Entretanto a prevalecircncia estimada do uso de medicamentos na amostra

estudada (848) foi superior agrave encontrada em estudo realizado na Regiatildeo

Metropolitana de Belo Horizonte que foi igual a 721 (LOYOLA FILHO UCHOA

LIMA-COSTA 2006)

A polifarmaacutecia presente entre os idosos eacute apontada pela literatura como um

problema de sauacutede puacuteblica Neste sentido eacute recomendaacutevel que a mesma seja sempre

pesquisada e evitada quando possiacutevel Isso se justifica porque a mesma influencia no

metabolismo do idoso aleacutem de ser o principal fator de risco para reaccedilotildees adversas

podendo comprometer ainda mais o estado de sauacutede e a necessidade nutricional do

idoso Aleacutem disso haacute o problema da subdosagem superdosagem e natildeo adesatildeo agrave

prescriccedilatildeo meacutedica (LUCCHETTI et al 2010)

Sobre o elevado uso de anti-hipertensivos alguns autores alertam quanto ao

manejo da hipotensatildeo ortostaacutetica na populaccedilatildeo geriaacutetrica decorrente dos efeitos

colaterais do uso de agentes hipotensores Assim a avaliaccedilatildeo cliacutenica individualizada eacute

desejaacutevel evitando risco de quedas e siacutencopes (CHEUNG SOMAN TAMURA 2011

POON BRAUN 2005)

Neste estudo tambeacutem foi constatado melhor controle dos niacuteveis pressoacutericos

66

quando comparado com o Brasil e outros paiacuteses - 372 dos idosos apresentaram PA

aferida alterada e 601 dos idosos que relataram hipertensatildeo estavam com a PA

controlada Acredita-se que essa quantidade expressiva de hipertensos controlados

justifica o motivo pelo qual a PA aferida natildeo entrou na anaacutelise multivariada do estudo

enquanto a HAS e os principais medicamentos utilizados para controle da mesma

entraram

Estudo realizado no Brasil mostrou que apenas 342 dos pacientes

ambulatoriais possuiacuteam pressatildeo arterial controlada e em 65 a pressatildeo arterial

sistoacutelica encontrava-se acima dos valores recomendados (BATISTA et al 2005) Em

outro estudo 761 dos entrevistados encontravam-se com niacuteveis tensionais

inadequados (MOREIRA et al 2008)

Contudo eacute importante ressaltar que 259 dos idosos que natildeo relataram

hipertensatildeo estavam com a PA aferida alterada Estudos comprovam que o

subdiagnoacutestico da HAS eacute frequente principalmente por se tratar de condiccedilatildeo

essencialmente assintomaacutetica Com isso a HAS tem como consequecircncia efeitos

deleteacuterios no sistema cardiovascular ao longo de deacutecadas antes do seu diagnoacutestico

(PEDROSA DRAGER 2008 BRASIL 2006)

Referente ao niacutevel cognitivo o mesmo estaacute preservado em 833 dos idosos do

estudo Esse valor expressivo de idosos sem evidecircncias de deacuteficit cognitivo pode estar

relacionado com o fato dos idosos que frequentam o CRPI serem ativos e

independentes Isso se comprova por praticamente 100 dos idosos do local (9961)

apresentarem pontuaccedilatildeo maacutexima no iacutendice KATZ (natildeo evidenciado nesse estudo

devido ao resultado ter apresentado somente um idoso dependente impossibilitando

anaacutelise dicotocircmica) O iacutendice KATZ se refere agraves atividades de vida diaacuteria (AVDrsquos) que o

idoso tem ou natildeo dificuldade para fazer sozinho ndash banhar-se vestir-se higiene pessoal

transferecircncia continecircncia dos esfiacutencteres e alimentar-se (KATZ et al 1963)

O conceito de cogniccedilatildeo tem sido construiacutedo com base em um conjunto de

elementos obtidos desde simples observaccedilotildees de comportamento ateacute inferecircncias sobre

os mais altos niacuteveis de raciociacutenio humano Com isso o termo cogniccedilatildeo eacute empregado

para descrever toda a esfera do funcionamento mental Esse domiacutenio implica a

habilidade de sentir pensar perceber lembrar raciocinar formar estruturas complexas

de pensamento e a capacidade de produzir respostas agraves solicitaccedilotildees e aos estiacutemulos

67

externos (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Embora as funccedilotildees cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade os

processos baseados em habilidades cristalizadas como conhecimento verbal e

compreensatildeo continuam mantidos ou melhoram com o envelhecimento Em

contrapartida processos baseados em habilidades fluidas tais como tarefas

aprendidas mas natildeo executadas sofrem decliacutenio (ANTUNES et al 2006)

Contudo o diagnoacutestico de comprometimento cognitivo eacute tarefa complexa e ainda

natildeo bem sistematizada na populaccedilatildeo de idosos Os quadros leves de comprometimento

cognitivo satildeo frequentes passando muitas vezes despercebidos havendo uma

necessidade de distinguir entre manifestaccedilotildees iniciais de doenccedila e modificaccedilotildees

associadas com o processo fisioloacutegico do envelhecimento Aleacutem disso fatores

educacionais de sauacutede e de personalidade bem como do niacutevel intelectual global e

capacidades mentais especiacuteficas do indiviacuteduo podem contribuir para o decliacutenio gradual

das funccedilotildees cognitivas (OLIVEIRA GORETTI PEREIRA 2006)

Portanto a cogniccedilatildeo vai aleacutem da aquisiccedilatildeo de conhecimento sendo um processo

que tem como material a informaccedilatildeo do meio em que vivemos e o que estaacute registrado

na nossa memoacuteria Com base nisso ao longo da uacuteltima deacutecada foram identificados

alguns fatores de risco que podem aumentar a predisposiccedilatildeo de um indiviacuteduo ao

prejuiacutezo cognitivo Dentre esses se destacam idade gecircnero histoacuterico familiar trauma

craniano niacutevel educacional tabagismo etilismo estresse mental aspectos nutricionais

e socializaccedilatildeo (ANTUNES et al 2006)

Poreacutem os motivos que levam ao surgimento do deacuteficit cognitivo ao longo dos

anos ainda natildeo estatildeo bem estabelecidos Todavia algumas propostas tecircm sido

levantadas dentre elas a reduccedilatildeo da velocidade no processamento de informaccedilotildees

decreacutescimo de atenccedilatildeo deacuteficit sensorial reduccedilatildeo da capacidade de memoacuteria de

trabalho prejuiacutezo na funccedilatildeo do lobo frontal e na funccedilatildeo neurotransmissora aleacutem da

deterioraccedilatildeo da circulaccedilatildeo sanguiacutenea central e da barreira hematoencefaacutelica (ANTUNES

et al 2006 MELLO et al 2012)

Ainda as consequecircncias da incapacidade cognitiva em idosos satildeo diversas como

deixar de tomar a medicaccedilatildeo de acordo com a prescriccedilatildeo sair sozinho e se perder

incapacidade para realizaccedilatildeo das AVDrsquos etc Portanto o estudo do envelhecimento

fisioloacutegico e patoloacutegico do ponto de vista cognitivo eacute objeto de interesse crescente no

68

mundo inteiro embora o nuacutemero de trabalhos nessa aacuterea seja relativamente pequeno

para tatildeo importante tema Diante desse fato as desordens mentais comprometem

20 da populaccedilatildeo idosa dentre as quais se destaca a demecircncia (ABBOTT 2004) Para

a OMS (2002) a participaccedilatildeo em atividades fiacutesicas leves e moderadas pode retardar os

decliacutenios funcionais

A avaliaccedilatildeo nutricional do idoso apresenta caracteriacutesticas particulares que as

diferencia da avaliaccedilatildeo nutricional dos demais grupos populacionais (SOUZA et al

2013) Assim em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos uma quantidade expressiva de

idosos apresentaram sobrepeso (508 com IMC maior do que 27) e RCQ elevada

(545)

O sobrepeso eacute o acuacutemulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado

provocado por desequiliacutebrio nutricional associado ou natildeo a distuacuterbios geneacuteticos ou

endoacutecrino-metaboacutelicos (DUARTE REIS 2012) A obesidade eacute uma doenccedila crocircnica que

vem sendo tratada como uma epidemia mundial responsaacutevel por aumento substancial

da morbimortalidade o que a torna um grave problema de sauacutede puacuteblica em ascensatildeo

(MANCINI 2010)

O IMC eacute o indicador antropomeacutetrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional

por ser uma medida facilmente aplicaacutevel natildeo invasiva e de baixo custo Poreacutem em

idosos seu emprego apresenta controveacutersias em funccedilatildeo do decreacutescimo de estatura

acuacutemulo de tecido adiposo reduccedilatildeo da massa corporal magra e diminuiccedilatildeo da

quantidade de aacutegua no organismo Com isso vem sendo muito discutido o uso do IMC

e dos limites de normalidade adotados para anaacutelise de desnutriccedilatildeo sobrepeso e

obesidade em idosos (SOUZA et al 2013)

Portanto existem controveacutersias em relaccedilatildeo ao significado do sobrepeso em idosos

e o seu impacto o qual parece ser menor do que o observado para adultos quanto agrave

mortalidade (SANTOS SICHIERI 2005) Aleacutem disso estudo realizado nos EUA verificou

que essa condiccedilatildeo quando comparada ao baixo peso nessa faixa etaacuteria pode ser

protetora para a ocorrecircncia de mortalidade (GRABOWSKI ELLIS 2001)

A gordura corporal no idoso tende a ser centralizada tornando-a mais visceral

especialmente em mulheres (FREITAS XAVIER 2011) Esse acuacutemulo de tecido adiposo

na regiatildeo da cintura eacute considerado um fator de risco que pode predizer complicaccedilotildees

nessa faixa etaacuteria como por exemplo a HAS e o Diabetes Mellitus (SANTOS SICHIERI

69

2005 LIMA DUARTE 2013)

53 Caracteriacutesticas comportamentais

Sobre as caracteriacutesticas comportamentais estudadas a literatura assinala

deficiecircncias e desvalorizaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em diagnosticar

precocemente o alcoolismo na populaccedilatildeo longeva e reforccedila que nas ciecircncias sociais haacute

menor importacircncia ao consumo excessivo de bebida alcooacutelica como um problema social

contemporacircneo (NEVES 2004)

A prevalecircncia de idosos alcoolistas no caso do estudo (95) pode estar

subestimada uma vez que essa populaccedilatildeo tende natildeo informar a dependecircncia alcooacutelica

por motivos de culpa vergonha e discriminaccedilatildeo principalmente entre as mulheres

(SILVA 2012) Aleacutem disso muitas pessoas natildeo percebem o consumo de bebida

alcooacutelica como um problema para a sauacutede e conviacutevio social natildeo reconhecendo assim

a necessidade de mudanccedila nesse haacutebito de vida (HULSE 2002)

Poreacutem o uso crescente e abusivo de bebida alcooacutelica contribui para o

envelhecimento precoce e aumento de complicaccedilotildees cliacutenicas O consumo abusivo eou

dependecircncia de bebida alcooacutelica estaacute associado ao aumento da incidecircncia de fraturas

pela ocorrecircncia de instabilidade postural e quedas durante o periacuteodo de intoxicaccedilatildeo

aumento nas taxas de acidentes automotores interaccedilatildeo medicamentosa maior

sensibilidade aos efeitos da bebida alcooacutelica deacuteficit cognitivo e comportamental

(SILVA 2008)

No que se refere ao tabagismo a prevalecircncia na amostra estudada (39)

mostrou-se inferior agrave observada em outras investigaccedilotildees como por exemplo os

estudos realizados em Satildeo Paulo (ZAITUNE et al 2012) na Regiatildeo Metropolitana de

Belo Horizonte (LIMA-COSTA 2004) no Rio Grande do Sul (SAUERESSIG et al 2007)

e no Municiacutepio de Bambuiacute Minas Gerais (PEIXOTO FIRMO LIMA-COSTA 2006) que

revelaram prevalecircncias de fumantes em idosos de 122 128 183 e 187

respectivamente

Com relaccedilatildeo agrave quantidade de cigarros fumados 457 dos idosos relataram

fumar mais de 10 cigarros por dia Eacute importante ressaltar que quanto maior o consumo

maior tende a ser a dependecircncia pelo fato da nicotina ser uma droga psicoestimulante

70

A dopamina a norepinefrina e outros hormocircnios psicoativos liberados com o ato de

fumar datildeo ao tabagista uma sensaccedilatildeo prazerosa e tranquilizante A

nicotinodependecircncia assim como a exposiccedilatildeo continuada a outras drogas leva agrave

neuroadaptaccedilatildeo e consequentemente agrave necessidade de aumento do consumo para a

obtenccedilatildeo do mesmo efeito (ROSEMBERG ROSEMBERG MORAES 2003)

O estudo tambeacutem identificou que 319 dos idosos eram ex-tabagistas De

acordo com a literatura as provaacuteveis justificativas de se cessar o tabagismo incluem o

surgimento de agravos que levam agrave recomendaccedilatildeo de cessaccedilatildeo do consumo de

cigarros a maior probabilidade de oacutebito precoce dos fumantes (LIMA-COSTA 2004

PEREIRA BARRETO PASSOS 2008) a atual e crescente preocupaccedilatildeo com a sauacutede

levando a adotar comportamentos mais saudaacuteveis e o efeito de coorte visto que em

geraccedilotildees mais antigas o tabagismo havia sido menos prevalente que apoacutes a Segunda

Guerra Mundial (LIMA-COSTA 2004)

Entretanto 756 dos idosos fumam ou fumaram por mais de 10 anos O

tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento tanto diretamente

atraveacutes de mecanismos mediados por radicais livres quanto indiretamente atraveacutes de

condiccedilotildees patoloacutegicas correlacionadas (GOULART et al 2010)

Aleacutem disso estudos mostram que idosos natildeo fumantes tecircm uma expectativa de

vida maior do que a de idosos fumantes Ao mesmo tempo a suspensatildeo do fumo eacute

acompanhada mesmo nos idosos por um aumento no tempo de sobrevida em virtude

da reduccedilatildeo dos danos bioloacutegicos induzidos pelo tabagismo (GOULART et al 2010)

Quanto ao tipo de atividade fiacutesica praticada pelos idosos observou-se maior

aderecircncia agrave caminhada (677) corroborando outros estudos (PASKULIN 2006

ZAITUNE et al 2007) Isso provavelmente se deve por ser uma atividade mais

acessiacutevel e popular e que pode ser praticada em distintas intensidades e em qualquer

lugar (GILES-CORTI DONOVAN 2003 HALLAL et al 2003)

Quando avaliada a frequecircncia da atividade fiacutesica predominou a frequecircncia de

uma a trecircs vezes por semana (63) Com base em recomendaccedilotildees internacionais o

Ministeacuterio da Sauacutede considera a pessoa ativa como aquela que pratica atividade

vigorosa em trecircs dias ou mais por semana com duraccedilatildeo de 20 minutos ou mais por

sessatildeo ou atividade moderada ou caminhada em cinco dias ou mais por semana de 30

minutos ou mais de duraccedilatildeo por sessatildeo ou qualquer atividade somada (caminhada

71

moderada ou vigorosa) que resulte numa frequecircncia igual ou maior que cinco dias por

semana e com duraccedilatildeo igual ou maior que 150 minutos por semana (BRASIL 2004)

Diante desses achados eacute importante ressaltar que a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo

da Sauacutede (PNPS) prioriza diversas accedilotildees no campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel atividade

fiacutesica prevenccedilatildeo do uso do tabaco e do aacutelcool O Programa Academia da Sauacutede criado

em abril de 2011 visa agrave promoccedilatildeo de atividade fiacutesica e tem meta de expansatildeo para 4

mil municiacutepios ateacute 2015 Entre as accedilotildees de enfrentamento do tabagismo destacam-se

as accedilotildees regulatoacuterias como proibiccedilatildeo da propaganda de cigarros e advertecircncias sobre

o risco de problemas nos maccedilos do produto No campo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel o

incentivo ao aleitamento materno tem sido uma importante iniciativa do MS ao lado do

Guia Alimentar para a Populaccedilatildeo Brasileira da rotulagem dos alimentos e dos acordos

com a induacutestria para a eliminaccedilatildeo das gorduras trans e recentemente para a reduccedilatildeo

de sal nos alimentos (BRASIL 2011)

54 Fatores associados agrave qualidade de vida na amostra estudada

No que diz respeito aos possiacuteveis preditores de qualidade de vida este estudo

confirmou a natureza multifatorial do fenocircmeno em evidecircncia sendo a qualidade de

vida influenciada tanto por fatores sociodemograacuteficos quanto cliacutenicos e

comportamentais

Assim as variaacuteveis que influenciaram a qualidade de vida dos idosos incluiacuteram

Naturalidade

Em comparaccedilatildeo com a pessoa idosa que veio do interior ser da regiatildeo

metropolitana de Belo Horizonte mais do que dobra (218) a chance de um idoso

considerar sua qualidade de vida boa

No que se refere ao predomiacutenio de idosos provenientes do interior de Minas

Gerais na amostra estudada (609) ressalta-se que o auge do crescimento

populacional de Belo Horizonte ocorreu na deacutecada de 1950 com 7 de crescimento

meacutedio ao ano como resultado do crescimento econocircmico ocorrido principalmente no

setor industrial (MARQUES RODRIGUES 2006)

72

Dessa forma pode-se sugerir que um contingente consideraacutevel dos idosos

estudados naquela eacutepoca seguiu o movimento migratoacuterio acompanhando suas

famiacutelias que buscavam melhores condiccedilotildees de vida e em BH permaneceram

constituindo famiacutelia ou natildeo

Aleacutem disso a literatura aponta que fatores demograacuteficos influenciam no

estabelecimento de diferentes estilos de vida e influencia na qualidade de vida do idoso

(BORIM BARROS NERI 2012)

Martins et al (2007) realizaram um estudo na Paraiacuteba para investigar se em

comparaccedilatildeo com o meio urbano o ambiente rural oferece condiccedilotildees mais vantajosas

para os que envelhecem inseridos nesse contexto proporcionando a percepccedilatildeo de

melhor qualidade de vida utilizando o mesmo instrumento desse estudo ndash o

WHOQOL-bref

A pesquisa verificou que entre os idosos moradores do ambiente rural e os

idosos do meio urbano natildeo houve diferenccedila estatisticamente significativa no iacutendice de

QVG em funccedilatildeo do ambiente em que vivem Contudo ao se avaliar os domiacutenios do

instrumento os iacutendices nos domiacutenios social e psicoloacutegico foram maiores no ambiente

rural do que no ambiente urbano enquanto nos domiacutenios fiacutesico e meio ambiente os

idosos da zona urbana mostraram iacutendices maiores poreacutem sem diferenccedilas

estatisticamente significativas (MARTINS et al 2007)

Jaacute o trabalho de Sequeira e Silva (2002) realizado em Portugal concluiu que o

ambiente rural oferece melhores condiccedilotildees para o envelhecimento do que o meio

urbano

Outro estudo realizado em Portugal que tambeacutem avaliou a qualidade de vida

atraveacutes do WHOQOL-bref constatou que os idosos que residem em meio rural

apresentaram meacutedia superior no WHOQOL-bref quando comparados com os resultados

obtidos pelos idosos de meio urbano (FERREIRA 2009)

Aleacutem disso Lopes (2004) realizou uma comparaccedilatildeo entre idosos do meio rural e

do meio urbano em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida e suporte social Foram verificadas

diferenccedila significativas entre as amostras tendo observado niacuteveis mais elevados de

qualidade de vida nos idosos do meio rural Uma das justificativas para o achado eacute que

os laccedilos de vizinhanccedila e sociabilidade satildeo maiores na zona rural Aleacutem disso os idosos

que vivem no interior tecircm maior niacutevel de autonomia provavelmente associada agrave vida

73

mais ativa que levam

Portanto de acordo com o resultado encontrado nesse estudo pode-se inferir

que os idosos provenientes do interior de MG consideravam sua qualidade de vida

superior quando residiam nas cidades do interior Assim ao migrarem para a capital

pode ter ocorrido uma queda na qualidade de vida dessa populaccedilatildeo o que justifica a

associaccedilatildeo encontrada

Comorbidades

Encontrou-se que natildeo ter nenhuma doenccedila multiplica por 667 a chance de uma

pessoa considerar sua qualidade de vida boa quando comparado aos idosos com cinco

ou mais comorbidades

Atualmente um dos fatores preocupantes no idoso eacute a sua sauacutede global o que

torna as comorbidades um tema de fundamental importacircncia Assim a prevenccedilatildeo e a

promoccedilatildeo da sauacutede podem evitar decliacutenios funcionais e oferecer uma melhor qualidade

de vida aos idosos (ZASLAVSKY GUS 2002)

Entretanto o processo de envelhecimento natildeo estaacute necessariamente

relacionado a doenccedilas e incapacidades mas as doenccedilas crocircnico-degenerativas satildeo

frequentemente encontradas entre os idosos Assim a tendecircncia atual eacute termos um

nuacutemero crescente de indiviacuteduos idosos que apesar de viverem mais apresentam

maiores condiccedilotildees crocircnicas E o aumento no nuacutemero de doenccedilas crocircnicas estaacute

diretamente relacionado com maior incapacidade funcional (ALVES et al 2007)

Ao mesmo tempo muitas condiccedilotildees crocircnicas tambeacutem tecircm relaccedilatildeo com as

escolhas de estilo de vida como o tabagismo o consumo de aacutelcool o comportamento

sexual dieta inadequada e inatividade fiacutesica aleacutem da predisposiccedilatildeo geneacutetica (VERAS

2011)

Estudos nacionais e internacionais demonstram associaccedilotildees importantes entre

doenccedilas crocircnicas incapacidade funcional e qualidade de vida dos idosos (ROSA et al

2003 ALVES et al 2007 FREDMAN MARTIN 2000)

Assim os achados desse estudo corroboram os dados de um estudo realizado

em Satildeo Paulo que encontrou que o aumento do nuacutemero de doenccedilas crocircnicas impacta

diretamente na qualidade de vida dos idosos em vaacuterios aspectos (CAMPOLINA DINI

74

CICONELLI 2011)

Como os idosos satildeo pacientes que frequentemente possuem muacuteltiplas doenccedilas

crocircnicas e utilizam cuidados de diferentes especialidades meacutedicas fica evidente que

focar apenas em uma doenccedila como ocorre na maioria das vezes natildeo eacute a medida mais

adequada Assim a melhor opccedilatildeo eacute estruturar modelos que funcionem de modo

integrado e consigam dar conta de toda a gama de cuidados (VERAS 2011)

A incidecircncia de comorbidades crocircnicas nos idosos aleacutem de gerar gastos para sua

prevenccedilatildeo tratamento e recuperaccedilatildeo tambeacutem traz a conotaccedilatildeo da invalidez Com isso

consequentemente ser possuidor de uma doenccedila crocircnica pode ser motivo tambeacutem de

isolamento eou afastamento do conviacutevio social No entanto a presenccedila de uma ou

mais enfermidades crocircnicas nem sempre significa que o idoso natildeo possa conservar sua

autonomia e realizar atividades de maneira independente estando ela sob controle e

com um adequado acompanhamento de sauacutede (VERAS 2007)

Como resposta ao desafio das DCNT o Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil tem

implementado importantes poliacuteticas de enfrentamento dessas doenccedilas com destaque

para a Organizaccedilatildeo da Vigilacircncia de DCNT cujo objetivo eacute conhecer a distribuiccedilatildeo a

magnitude e a tendecircncia das doenccedilas crocircnicas seus agravos e seus fatores de risco

aleacutem de apoiar as poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo agrave sauacutede Nos uacuteltimos anos ocorreu

uma importante expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede que hoje cobre cerca de 60

da populaccedilatildeo brasileira As equipes atuam em territoacuterio definido com populaccedilatildeo

adstrita realizando accedilotildees de promoccedilatildeo vigilacircncia em sauacutede prevenccedilatildeo e assistecircncia

aleacutem de acompanhamento longitudinal dos usuaacuterios o que eacute fundamental na melhoria

da resposta ao tratamento dos usuaacuterios com DCNT (BRASIL 2011)

Outro destaque refere-se agrave expansatildeo da atenccedilatildeo farmacecircutica e agrave distribuiccedilatildeo

gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensatildeo e diabetes O governo tambeacutem

lanccedilou em 2011 o Programa Brasil sem Miseacuteria que pretende reduzir a pobreza

destacando accedilotildees para o enfrentamento de doenccedilas crocircnicas (BRASIL 2011)

Portanto o objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT eacute o de promover o

desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas efetivas integradas

sustentaacuteveis e baseadas em evidecircncias para a prevenccedilatildeo e o controle das DCNT e seus

fatores de risco e fortalecer os serviccedilos de sauacutede voltados agraves doenccedilas crocircnicas O Plano

aborda os quatro principais grupos de doenccedilas (circulatoacuterias cacircncer respiratoacuterias

75

crocircnicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificaacuteveis (tabagismo aacutelcool

inatividade fiacutesica alimentaccedilatildeo natildeo saudaacutevel e obesidade) e define diretrizes e accedilotildees

em a) vigilacircncia informaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e monitoramento b) promoccedilatildeo da sauacutede c)

cuidado integral (BRASIL 2011)

Aleacutem disso Alves et al (2007) concluiacuteram no estudo que realizaram que a

prevenccedilatildeo e o controle das doenccedilas crocircnicas podem melhorar as atividades e

consequentemente promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos

Portanto a compreensatildeo de que se deve investir no idoso saudaacutevel mesmo

aquele com doenccedila crocircnica e em tratamento ndash ou seja a maioria dos idosos da nossa

sociedade eacute uma visatildeo contemporacircnea que os gestores da aacuterea deveriam aplicar A

ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas na populaccedilatildeo idosa eacute sem duacutevida de grande

magnitude Cabe-nos saber entretanto o quanto tais patologias os impedem de

exercer suas atividades rotineiras de forma independente e autocircnoma (VERAS 2011)

Doenccedila do aparelho respiratoacuterio

Encontrou-se que os idosos que natildeo possuem doenccedilas do aparelho respiratoacuterio

tem 4 vezes a chance de informar qualidade de vida boa quando comparados com

idosos que autorreferiram ter alguma doenccedila respiratoacuteria

Entre as causas de morbidade e mortalidade em idosos a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica (DPOC) se destaca devido agrave sua alta prevalecircncia e ao seu caraacuteter

progressivo Compreende duas entidades a bronquite crocircnica e o enfisema pulmonar

sendo que o tabagismo eacute a sua principal causa (JARDIM et al 2003)

A DPOC eacute ainda pouco diagnosticada no Brasil e os dados epidemioloacutegicos

acerca da doenccedila satildeo escassos A infecccedilatildeo respiratoacuteria tambeacutem vem sendo apontada

como uma das principais causas de morbimortalidade entre os idosos (FRANCISCO et

al 2006)

Do ponto de vista anatocircmico e funcional com o envelhecimento ocorrem

reduccedilatildeo da mobilidade da caixa toraacutecica da elasticidade pulmonar e diminuiccedilatildeo dos

valores da pressatildeo inspiratoacuteria e expiratoacuteria maacuteximos Consequentemente haacute reduccedilatildeo

da eficiecircncia de tosse bem como a diminuiccedilatildeo da mobilidade dos ciacutelios do epiteacutelio

respiratoacuterio (GLEZEN et al 2000)

76

Nas uacuteltimas deacutecadas a incidecircncia de infecccedilotildees agudas do trato respiratoacuterio e de

suas complicaccedilotildees aumentou globalmente bem como a taxa de incidecircncia anual de

pneumonia em indiviacuteduos maiores de 60 anos em diversos paiacuteses As afecccedilotildees

respiratoacuterias agudas satildeo a principal causa de hospitalizaccedilatildeo de pacientes com

condiccedilotildees meacutedicas crocircnicas Variaacuteveis sociodemograacuteficas econocircmicas

comportamentais e algumas comorbidades podem predispor o idoso a doenccedilas

pulmonares em adiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees no status imune associado agrave idade Assim o

diagnoacutestico precoce dos casos e a necessidade de abordagem psicossocial do paciente

satildeo de extrema importacircncia para sua qualidade de vida (JARDIM et al 2003)

Portanto medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede do idoso podem ter

impacto na qualidade de vida e na sobrevida desse grupo etaacuterio visando a reduzir

complicaccedilotildees de doenccedilas pulmonares e prevenir infecccedilotildees comuns virais e bacterianas

no trato respiratoacuterio (FRANCISCO et al 2006)

HF positivo para HAS

Natildeo ter histoacuterico familiar positivo para HAS quase triplica (286) a chance de a

pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

As alteraccedilotildees proacuteprias do envelhecimento juntamente com o HF positivo para o

agravo tornam o idoso mais propenso ao desenvolvimento de HAS sendo esta a

principal doenccedila crocircnica nessa populaccedilatildeo (MIRANDA et al 2002)

No Brasil existem cerca de 17 milhotildees de portadores de HAS sendo esse

nuacutemero crescente e seu aparecimento cada vez mais precoce Do mesmo modo

estima-se que pelo menos 65 dos idosos brasileiros satildeo hipertensos A carga de

doenccedilas representada pela morbimortalidade nos idosos devida agrave doenccedila eacute muito alta

e portanto a HAS eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo

(BRASIL 2006)

A HAS eacute um dos mais importantes fatores de risco para a ocorrecircncia de doenccedilas

como o acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocaacuterdio (PEDROSA DRAGER

2008) Assim o tratamento da HAS no idoso reduz a incidecircncia de deacuteficit cognitivo e

confere proteccedilatildeo cardiovascular nessa populaccedilatildeo (BRASIL 2006)

A HAS eacute caracterizada por um longo curso assintomaacutetico sendo um agravo que

77

exige mudanccedilas no estilo de vida e uso diaacuterio de medicamentos para seu controle Aleacutem

disso por diversas vezes estaacute associada agrave outras comorbidades agrave polifarmaacutecia e ao

maior risco de interaccedilotildees medicamentosas e efeitos adversos na populaccedilatildeo geriaacutetrica

(MIRANDA et al 2002)

Assim a identificaccedilatildeo dos fatores de risco para HAS tal como a hereditariedade

colabora para os avanccedilos na epidemiologia cardiovascular e consequentemente nas

medidas preventivas e terapecircuticas dos altos iacutendices pressoacutericos que abarcam os

tratamentos farmacoloacutegicos e natildeo farmacoloacutegicos (ZAITUNE et al 2006)

Logo para a garantia da qualidade de vida dos idosos eacute importante investir na

prevenccedilatildeo da hipertensatildeo evitando agravos hospitalizaccedilotildees e consequentes gastos

puacuteblicos (PEIXOTO et al 2004)

As intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas tambeacutem tecircm sido apontadas na literatura

pelo baixo custo risco miacutenimo e pela eficaacutecia na diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial Entre

elas estatildeo a reduccedilatildeo do peso corporal a restriccedilatildeo alcooacutelica o abandono do tabagismo

e a praacutetica regular de atividade fiacutesica (ZAITUNE et al 2006 MATTHEWS et al 2006)

Assim conhecer a qualidade de vidados idosos com HAS e com HF positivo para

o agravo remete agrave importacircncia do planejamento e da implementaccedilatildeo de accedilotildees de

responsabilidade das esferas governamentais com embasamento em informaccedilotildees

cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de poliacuteticas puacuteblicas que envolvam a

melhoria da qualidade de vida desses indiviacuteduos (MIRANZI et al 2008)

PHQ-total ge 3

Natildeo ter sinal de depressatildeo ao teste PHQ-2 mais do que quintuplica (555) a

chance de a pessoa idosa considerar sua qualidade de vida boa

A depressatildeo eacute uma patologia multifatorial sendo a doenccedila psiquiaacutetrica mais

comum nos idosos frequentemente sem diagnoacutestico e tratamento aleacutem de ser uma

patologia que afeta significativamente sua qualidade de vida Em 1979 a OMS jaacute

calculava que um em cada dez idosos no mundo sofriam de depressatildeo ou seja 10

dessa populaccedilatildeo (MELLO TEIXEIRA 2011)

Com isso este resultado evidenciou a influecircncia que tem a depressatildeo na

qualidade de vida dos idosos Essa informaccedilatildeo eacute relevante visto que a depressatildeo

78

geriaacutetrica pode passar despercebida por profissionais de sauacutede e familiares sendo

provavelmente subtratada Em adiccedilatildeo seus sintomas debilitantes provocam impacto

negativo no decurso da vida estando associada com o decliacutenio do estado geral de

sauacutede (BRASIL 2007) o que neste estudo evidenciou baixos escores de QVG

Outros estudos tambeacutem evidenciaram correlaccedilatildeo inversa entre qualidade de

vida e depressatildeo atuando como fator de vulnerabilidade para baixos escores na

qualidade de vida de idosos (ANTUNES et al 2005 CARNEIRO et al 2007

FARENZENA et al 2007 SCOCCO FANTONI CAON 2006)

Segundo Fernandes Nascimento e Costa (2010) o despreparo profissional em

diagnosticar depressatildeo na terceira idade contribui para o baixo iacutendice de

reconhecimento de sintomas depressivos tais como ansiedade baixa autoestima

solidatildeo insocircnia desamparo e anedonia e consequente atraso na instituiccedilatildeo

terapecircutica eficaz para a resoluccedilatildeo do problema

Dado o crescente corpo de evidecircncias cientiacuteficas a depressatildeo vem assumindo

papel de destaque entre as comorbidades na velhice Em contrapartida os idosos

podem ser mais susceptiacuteveis agrave negaccedilatildeo da doenccedila decorrente de ter crescido em uma

eacutepoca onde todo transtorno mental era altamente estigmatizada visto como um estado

vergonhoso ou um sinal de fraqueza mental (SHEERAN et al 2010)

Estudo realizado por Conte e Souza (2009) com idosos residentes em Santa

Catarina identificaram como principais fatores de risco para a depressatildeo o abandono

familiar sedentarismo doenccedilas fiacutesicas perdas de entes queridos e fatores econocircmicos

Diante do exposto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados quanto agrave

sauacutede mental em busca do diagnoacutestico de depressatildeo tendo em vista a sua alta

prevalecircncia e a significativa repercussatildeo dela decorrente

Atividade fiacutesica

Finalmente em relaccedilatildeo agrave frequecircncia da praacutetica de atividade fiacutesica nota-se um

gradiente de risco quanto maior a frequecircncia mais os idosos avaliaram positivamente

sua qualidade de vida

No que diz respeito ao haacutebito de se realizar atividade fiacutesica 926 dos idosos

afirmaram realizar alguma Eacute importante ressaltar que a maioria desses idosos estaacute

79

integrada em programas de atividade fiacutesica oferecidos no proacuteprio centro de referecircncia

Na populaccedilatildeo idosa os estudos sobre a temaacutetica se iniciaram em torno das deacutecadas de

30 e 40 do seacuteculo XX comprovando que a incorporaccedilatildeo de um modelo de vida

fisicamente ativo gera vaacuterios benefiacutecios fisioloacutegicos e psicoloacutegicos nos idosos que o

pratica (REIS SOUZA 2011)

A atividade fiacutesica se realizada regularmente e corretamente retarda as perdas

funcionais proporcionando ao idoso autonomia e melhor qualidade de vida Portanto

os programas de atividade fiacutesica para o idoso devem ser direcionados para o seu

desenvolvimento melhoras fiacutesica e funcional aleacutem de ensinaacute-lo sobre o seu proacuteprio

corpo suas limitaccedilotildees e aptidotildees (VIDMAR et al 2011)

Eacute comprovado tambeacutem que os exerciacutecios fiacutesicos diminuem a pressatildeo arterial e os

niacuteveis de glicemia reduzindo de maneira consideraacutevel os riscos de doenccedila arterial

coronariana acidentes vasculares cerebrais entre outros (BRASIL 2006)

Por meio da praacutetica da atividade fiacutesica eacute possiacutevel proporcionar ao idoso o conviacutevio

social e assegurar seus direitos de preservaccedilatildeo de sua sauacutede em condiccedilotildees de

liberdade e dignidade (REIS SOUZA 2011)

Existe evidecircncia de que idosos com haacutebitos de vida saudaacuteveis apresentam menor

prevalecircncia de doenccedilas mentais A demecircncia estaacute entre a principal causa de anos

vividos com incapacidades por levar agrave perda da independecircncia e da autonomia De

acordo com diversos estudos a atividade fiacutesica por exemplo parece ter relaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo dos riscos de demecircncia (BENEDETTI 2008) Assim uma vida ativa melhora a

sauacutede mental e contribui na gerecircncia de desordens

Portanto evidenciou-se que a atividade fiacutesica corresponde a um fator protetor

para a qualidade de vida dos idosos entrevistados Outros estudos tambeacutem observaram

o efeito da atividade fiacutesica na qualidade de vida como por exemplo o estudo

experimental realizado por Antunes et al (2005) com idosos do sexo masculino que

avaliou o efeito de um programa de exerciacutecio aeroacutebico regular sobre os escores de

depressatildeo ansiedade e qualidade de vida Os resultados confirmaram as evidecircncias

cientiacuteficas ao concluiacuterem que a praacutetica de atividade fiacutesica foi capaz de reduzir os escores

de depressatildeo e ansiedade e aumentar o escore de qualidade de vida promovendo a

adoccedilatildeo de melhor haacutebito e estilo de vida

Neri (2007) contribui com essa discussatildeo e relata que a atividade fiacutesica quando

80

praticada regularmente empresta significado e satisfaccedilatildeo agrave existecircncia quer pelo

compromisso e responsabilidade social nela impliacutecitos quer pela oportunidade de

manter conviacutevio social principalmente entre idosos

Logo eacute consensual o fato da atividade fiacutesica poder intervir de forma diferenciada

nos vaacuterios domiacutenios da qualidade de vida em idosos (BROWN FRIEDKIN INOUYE

2004 KOLTYN 2001) atuando como fator preditivo de envelhecimento saudaacutevel

(LIMA-COSTA et al 2009)

55 Domiacutenio meio ambiente do instrumento WHOQOL-bref

O domiacutenio ambiental do instrumento WHOQOL-bref se apresentou

extremamente baixo no estudo ndash meacutedia de 1444 sendo o valor miacutenimo de 850 e o

valor maacuteximo de 1950 em uma pontuaccedilatildeo total de 100 Com isso algumas hipoacuteteses

foram levantadas com o intuito de se buscar possiacuteveis explicaccedilotildees para o fato Os

idosos que frequentam o centro de referecircncia residem no municiacutepio de Belo Horizonte

ou seja em uma capital com aacuterea exclusivamente urbana (BRASIL 2010) Aleacutem disso

a maioria dos idosos do estudo reside na regional Noroeste do municiacutepio

Este domiacutenio refere-se a aspectos como seguranccedila fiacutesica e proteccedilatildeo cuidados

com a sauacutede e sociais (disponibilidade e qualidade) oportunidades de adquirir novas

informaccedilotildees e habilidades participaccedilatildeo e oportunidades de recreaccedilatildeolazer entre

outros

Umbelino (2007) realizou uma pesquisa que avalia o Iacutendice de Qualidade de Vida

Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil entre os anos de 1991 a 2000 O

IQVH eacute formado por cinco indicadores (qualidade da habitaccedilatildeo condiccedilotildees de vida

renda sauacutede e seguranccedila ambiental e serviccedilos sanitaacuterios) aleacutem de mensurar aspectos

relacionados ao desenvolvimento humano e agrave qualidade do ambiente construiacutedo De

acordo com os resultados encontrados o que mais influenciou na diminuiccedilatildeo do IQVH

nas regiotildees metropolitanas foram os indicadores de qualidade da habitaccedilatildeo sauacutede e

seguranccedila ambiental

Esses aspectos estatildeo relacionados com a alta prevalecircncia de doenccedilas

respiratoacuterias e parasitaacuterias sendo estes fortes instrumentos de estimativas indiretas da

qualidade do ar e da aacutegua que a populaccedilatildeo usufrui bem como a mortalidade por causas

81

externas e a violecircncia em seu amplo sentido (UMBELINO 2007)

Ao mesmo tempo no Brasil o Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia possui

o Observatoacuterio das Metroacutepoles que apresenta o Iacutendice de Bem-Estar Urbano (IBEU)

para as regiotildees metropolitanas do paiacutes O objetivo principal do IBEU eacute avaliar as

condiccedilotildees urbanas das regiotildees metropolitanas brasileiras procurando aferir muacuteltiplas

dimensotildees da vida urbana capazes de propiciar qualidade de vida a seus habitantes

(RIO DE JANEIRO 2010)

O IBEU foi construiacutedo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domiciacutelio (PNAD) para os anos de 2001 a 2009 e eacute composto por trecircs dimensotildees (ou

indicadores) indicador de atendimento de serviccedilos coletivos indicador de condiccedilotildees

habitacionais indicador de mobilidade urbana (RIO DE JANEIRO 2010)

O indicador de mobilidade urbana foi o que mais contribuiu para que o iacutendice natildeo

apresentasse aumento tatildeo expressivo uma vez que as condiccedilotildees de mobilidade

avaliadas pelo tempo de deslocamento casa-trabalho pioraram nas regiotildees

metropolitanas brasileiras Poreacutem por se tratar de uma pesquisa domiciliar natildeo haacute por

exemplo informaccedilotildees sobre seguranccedila condiccedilotildees ambientais entre outros aspectos

que satildeo fundamentais para que haja boas condiccedilotildees de bem-estar urbano (RIO DE

JANEIRO 2010)

Em relaccedilatildeo ao municiacutepio de Belo Horizonte Nahas et al (2013) avaliaram o

Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana do municiacutepio (IQVU-BH) O iacutendice foi elaborado

pela Secretaria Municipal de Planejamento para ser um instrumento balizador da

distribuiccedilatildeo de recursos municipais como de forma de tornaacute-los mais equacircnimes

Conforme indicou a pesquisa nenhuma regiatildeo do municiacutepio de Belo Horizonte

atingiu o valor maacuteximo e nem o valor miacutenimo de IQVU Ou seja natildeo existe em BH

condiccedilatildeo de vida que possa ser considerada ideal e nem regiatildeo totalmente desprovida

de recursos Isso se justifica pelo fato de os locais considerados mais nobres tambeacutem

apresentarem problemas principalmente devido ao excesso de tracircnsito e violecircncia Em

contrapartida as aacutereas consideradas mais pobres natildeo apresentaram iacutendice zero porque

os moradores tecircm acesso a serviccedilos e equipamentos Ainda a variaacutevel meio ambiente

apresentou valores mais altos nos limites da aacuterea urbana do municiacutepio ou seja em

locais mais distantes do centro (NAHAS et al 2013)

Aleacutem disso em Belo Horizonte existe o Iacutendice de Vulnerabilidade Social (IVS) O

82

IVS eacute um indicador composto utilizado desde 1998 pela Secretaria Municipal de Sauacutede

que tem como objetivo discriminar populaccedilotildees com maior risco de adoecer e morrer

para direcionar melhor os recursos O IVS foi atualizado em 2012 sendo seus dados

baseados no Censo de 2010 Eacute composto por oito indicadores em duas dimensotildees

Saneamento (percentual de domiciacutelios particulares permanentes com abastecimento

de aacutegua esgotamento sanitaacuterio e destino do lixo inadequado ou ausente) e

Socioeconocircmica (razatildeo de moradores por domiciacutelio percentual de pessoas analfabetas

de domiciacutelios particulares com rendimento per capita ateacute frac12 salaacuterio miacutenimo de pessoas

de raccedilacor parda preta ou indiacutegena e rendimento nominal mensal meacutedio das pessoas

responsaacuteveis invertido) (JUNIOR OLIVEIRA 2012)

A Regional Noroeste de Belo Horizonte eacute a maior regional do municiacutepio em

nuacutemero de moradores possuindo quase 331362 mil habitantes sendo que 5318 eacute

representado por mulheres e 1067 por idosos Essa populaccedilatildeo estaacute distribuiacuteda em

54 bairros e 19 vilas em uma aacuterea de 3821 quilocircmetros quadrados A regional possui

os seguintes Equipamentos Puacuteblicos (BRASIL 2010)

Escolas Municipais 17

Escolas de Educaccedilatildeo Infantil 02

Unidade Municipal de Educaccedilatildeo Infantil 10

Creches Conveniadas 37

Escolas Estaduais 41

Hospitais Puacuteblicos 02

Hospitais Particulares 01

Unidades Baacutesicas de Sauacutede 16

Central de Esterilizaccedilatildeo Distrital 01

Centro de Referecircncia de Assistecircncia Social (CRAS) 04

Centro de Referecircncia do Idoso 01

Centro de Convivecircncia de Sauacutede Mental 01

Centro de Referecircncia da Infacircncia (CRIA) 01

Centro de Referecircncia em Sauacutede Mental (CERSAM) 01

Centro de Treinamento e Reabilitaccedilatildeo (CTR) 01

Farmaacutecia Distrital 01

83

Dessa forma esse nuacutemero de habitantes e essa quantidade de equipamentos

puacuteblicos da regional requerem da Prefeitura de Belo Horizonte investimentos

constantes na qualidade dos serviccedilos ofertados e na seguranccedila da populaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo agrave violecircncia fator que compromete significativamente a seguranccedila do

ambiente pode se dizer que esse eacute um dos temas mais discutidos na atualidade como

um dos fenocircmenos que mais preocupam os habitantes de regiotildees urbanas brasileiras

Atualmente o tema faz parte do cotidiano da vida dos indiviacuteduos de grupos sociais da

miacutedia em geral e das relaccedilotildees entre Estado sociedade e organizaccedilotildees sociais no mundo

e no Brasil (GUIMARAtildeES MIRANDA MACEDO 2007)

Assim Belo Horizonte natildeo foge agrave regra sendo que a taxa de violecircncia geral no

municiacutepio eacute de 1342 para cada 10000 habitantes Entretanto a violecircncia natildeo se

encontra homogeneamente distribuiacuteda exibindo um padratildeo espacial caracteriacutestico ndash

alguns tipos de violecircncia se concentram em bairros mais nobres outros tipos em vilas

e bairros menos favorecidos (DINIZ NAHAS MOSCOVITH 2003)

A violecircncia contra idoso eacute um tema atual e de extrema relevacircncia Pode ser

definida como um fenocircmeno social abrangente agraves vezes difuso e agraves vezes muito

concreto que consiste em preconceitos maus tratos e abusos O abuso contra a

pessoa idosa eacute um problema que remonta a tempos passados e sempre esteve

presente em todos os tipos de sociedade Preconceito e discriminaccedilatildeo satildeo as formas

mais antigas comuns e frequentes de violecircncia contra essa populaccedilatildeo Esse

comportamento estimula a depressatildeo o isolamento e em muitos casos o desejo de

morte nos idosos (BRASIL 2014)

Com isso eacute um fenocircmeno complexo que atinge tanto os paiacuteses desenvolvidos

como os paiacuteses em desenvolvimento Em muitas sociedades diversas expressotildees

dessa violecircncia frequentemente satildeo tratadas como uma forma de agir ldquonormalrdquo

ficando ocultas nos usos nos costumes e nas relaccedilotildees entre as pessoas Tanto no Brasil

como no mundo a violecircncia contra os idosos se expressa nas formas como se

organizam as relaccedilotildees entre os ricos e os pobres entre os gecircneros as raccedilas e os grupos

de idade nas vaacuterias esferas de poder puacuteblico institucional e familiar (GUIMARAtildeES

MIRANDA MACEDO 2007) Sendo assim a violecircncia contra o idoso compromete

significativamente o meio ambiente no qual ele vive

Diante da gravidade dessa situaccedilatildeo em 2014 a Secretaria de Direitos Humanos

84

da Presidecircncia da Repuacuteblica do Brasil publicou o ldquoManual de enfrentamento agrave violecircncia

contra a pessoa idosardquo O objetivo do manual eacute alcanccedilar um puacuteblico amplo de pessoas

que por lei devem respeitar proteger e cuidar dos idosos gestores prestadores de

serviccedilos profissionais de sauacutede e de assistecircncia social operadores do direito agentes

de seguranccedila e familiares (BRASIL 2014)

No que se refere ao municiacutepio de Belo Horizonte segundo o IBGE (BRASIL

2010) a taxa de violecircncia contra o idoso em 2010 foi de 6275 para cada 10000

habitantes (internaccedilotildees na rede puacuteblica de pessoas de 60 anos ou mais por causas

relacionadas agrave possiacutevel agressatildeo por 10 mil habitantes nessa faixa etaacuteria por local de

moradia)

Com isso no municiacutepio anualmente eacute realizada a ldquoCampanha de enfrentamento

da violecircncia contra a pessoa idosardquo coordenada pelo Conselho Municipal do Idoso A

campanha tem por objetivo proteger os direitos dos idosos assegurados pelo Estatuto

do Idoso que defende que ldquotoda a sociedade deve se comprometer em assegurar os

direitos de cidadania dos idosos defender seu direito agrave vida com dignidade e impedir

qualquer tipo de tratamento desumano ou violento que possa provocar situaccedilotildees de

sofrimento ou constrangimentordquo (BRASIL 2003)

Cotidianamente os idosos brasileiros convivem com medo de violecircncias falta de

assistecircncia meacutedica e de hospitais e escassas atividades de lazer aleacutem de anguacutestias com

os baixos valores das aposentadorias e pensotildees (VERAS 2009)

Desse modo deve-se refletir sobre as possiacuteveis causas que afetam

negativamente a qualidade de vida do idoso em relaccedilatildeo ao meio ambiente com o

intuito de se buscar possiacuteveis melhorias

56 Limitaccedilotildees do estudo

O estudo transversal avalia uma determinada situaccedilatildeo em um uacutenico momento

Assim natildeo eacute possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causa e efeito entre as variaacuteveis mas sim

afirmar que existe relaccedilatildeo significativa entre as mesmas

Tambeacutem eacute importante ressaltar que a amostra foi por conveniecircncia o que tem

como consequecircncia a maior chance da natildeo garantia de representatividade da

populaccedilatildeo do estudo Contudo o tamanho amostral expressivamente maior do que o

85

calculado garantiu uma maior confiabilidade da pesquisa

Outras limitaccedilotildees desse trabalho tambeacutem devem ser consideradas a

inexistecircncia de estudos nacionais e internacionais para pontos de corte especiacuteficos na

avaliaccedilatildeo da qualidade de vida impossibilitando estabelecer comparaccedilotildees com outras

investigaccedilotildees a inexistecircncia de estudos nacionais similares a esse em centros de

referecircncia para idosos

86

6 CONCLUSOtildeES

O perfil dos idosos do Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa se caracterizou

como a maioria do sexo feminino (825) proveniente do interior de Minas Gerais

(609) sem cocircnjuge (638) catoacutelico (724) e alfabetizado (899) A faixa etaacuteria

predominante foi de 60 a 79 anos (894) sendo a mesma proporccedilatildeo de idosos entre

60 a 69 anos e entre 70 a 79 anos (447)

Verificou-se que 226 dos idosos trabalhavam atualmente 802 eram

aposentados e 402 possuiacuteam renda de um a trecircs salaacuterios miacutenimos Em relaccedilatildeo agrave

moradia 883 dos entrevistados referiram possuir casa proacutepria apresentando

condiccedilotildees de saneamento baacutesico adequadas Referente ao arranjo domiciliar 798 da

populaccedilatildeo do estudo moram acompanhados

Grande parte dos idosos (902) relatou ter algum problema de sauacutede

prevalecendo HAS (637) dislipidemia (265) Diabetes Mellitus (237)

doenccedilas do sistema osteomuscular e conjuntivo (237) e depressatildeo (179)

Constatou-se ainda que 848 dos idosos faziam uso de pelo menos um

medicamento destacando-se os anti-hipertensivos (597) hipolipemiantes (225)

hipoglicemiantes orais (217) e diureacuteticos (213)

Ainda 95 dos indiviacuteduos relataram fazer uso de bebida alcooacutelica 39

fumavam atualmente e 319 satildeo ex-tabagistas Em relaccedilatildeo agrave praacutetica de atividade

fiacutesica 926 dos idosos relataram realizar alguma sendo que a maioria (63) a

realizam de uma a trecircs vezes por semana

Quando analisado os dados obtidos do instrumento WHOQOL-bref verificou-se

que 778 dos idosos consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa e 751

encontravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua sauacutede Aleacutem disso

constatou-se que 500 dos idosos tiveram uma QVG abaixo de 5214 Eacute importante

ressaltar que o domiacutenio meio ambiente apresentou meacutedia (1444) valor miacutenimo (850)

e valor maacuteximo (1950) muito baixos e proacuteximos

Com relaccedilatildeo ao modelo multivariado proposto os fatores que se associaram

significativamente com a qualidade de vida e com a satisfaccedilatildeo com a sauacutede foram ser

natural do interior de Minas Gerais ter cinco ou mais comorbidades ter alguma doenccedila

do sistema respiratoacuterio histoacuterico familiar positivo para HAS PHQ-2 total com

87

pontuaccedilatildeo maior ou igual a trecircs frequecircncia de atividade fiacutesica de uma a trecircs vezes por

semana e de quatro a sete vezes por semana

Os achados do estudo confirmam o envelhecimento populacional Contudo os

idosos enfrentam vaacuterias dificuldades que comprometem a sua qualidade de vida

Portanto garantir um envelhecimento ativo e saudaacutevel para essa populaccedilatildeo eacute um

grande desafio alvo de diversas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais

O CRPI em Belo Horizonte Minas Gerais eacute um equipamento puacuteblico e

intersetorial da Prefeitura Municipal que busca promover a sauacutede e a qualidade de

vida do idoso por meio de vaacuterias atividades fiacutesicas e de conviacutevio social Assim eacute

importante ressaltar que o CRPI comprovadamente tem uma associaccedilatildeo positiva com a

qualidade de vida dos idosos jaacute que a maioria das atividades fiacutesicas que essa populaccedilatildeo

realiza eacute no proacuteprio local

Com isso fica evidente a importacircncia do local e a necessidade de ampliaccedilatildeo de

ambientes como o CRPI em Belo Horizonte com o intuito de se atingir um quantitativo

mais expressivo de idosos do municiacutepio

Aleacutem disso eacute importante se atentar para o fato de que a avaliaccedilatildeo da qualidade

de vida natildeo pode se restringir agrave avaliaccedilatildeo uacutenica de um momento especiacutefico da vida

Com isso esse estudo foi importante para se conhecer a populaccedilatildeo do CRPI sendo

fundamental a realizaccedilatildeo de uma pesquisa de natureza longitudinal no local para

confirmar ou refutar os achados dessa pesquisa e para o estabelecimento de relaccedilotildees

causais entre as variaacuteveis estudadas

Um achado de extrema relevacircncia foi a alta prevalecircncia de comorbidades na

populaccedilatildeo do estudo especialmente a HAS dislipidemia diabetes e depressatildeo O

estudo confirma portanto um dos maiores desafios no que tange a definiccedilatildeo de

poliacuteticas publicas na aacuterea da sauacutede que deve estar direcionada para o enfrentamento

das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis A abordagem do autocuidado apoiado tem

sido discutida no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede com uma proposta de accedilatildeo para o

acompanhamento e controle da populaccedilatildeo

Essa mudanccedila reforccedila a centralidade e a coordenaccedilatildeo do cuidado da APS no

trabalho em Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Neste modelo o desenho da intervenccedilatildeo

baseia-se na educaccedilatildeo permanente no suporte agrave decisatildeo meacutedica com base em

diretrizes cliacutenicas no atendimento compartilhado no plano de autocuidado em

88

tecnologias de mudanccedila comportamental e na supervisatildeo da cliacutenica meacutedica de

enfermagem e odontoloacutegica (CURITIBA 2012)

Diante de todas essas evidecircncias espera-se que essa pesquisa sirva de subsiacutedio

aos gestores de serviccedilos no planejamento de poliacuteticas puacuteblicas relacionadas ao campo

do envelhecimento populacional agrave sauacutede do idoso nos diferentes acircmbitos da atenccedilatildeo agrave

sauacutede

Aleacutem disso espera-se no niacutevel local que o estudo tenha aplicabilidade direta

para o desenvolvimento das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede para a populaccedilatildeo idosa no

centro de referecircncia tendo em vista o conhecimento das caracteriacutesticas

socioeconocircmicas demograacuteficas cliacutenicas e comportamentais dos idosos que participam

do cotidiano do mesmo aleacutem dos fatores modificaacuteveis que afetam a qualidade de vida

desses idosos

Ainda esse trabalho tambeacutem pode estimular poliacuteticas puacuteblicas que busquem

melhorar as condiccedilotildees do meio ambiente da populaccedilatildeo idosa visto que esse foi o

domiacutenio com valor mais baixo do teste aplicado para avaliar a qualidade de vida

Portanto a manutenccedilatildeo de estudos relacionados ao envelhecimento no local eacute

de fundamental importacircncia para se traccedilar estrateacutegias que favoreccedilam o bem-estar dos

nossos idosos Com isso essa pesquisa pode subsidiar o planejamento e as accedilotildees de

diversos setores da sociedade que trabalham em prol do idoso atuando no conjunto de

variaacuteveis que influenciam negativamente na qualidade de vida dos idosos e

potencializando aquelas que melhoram as condiccedilotildees de vida e de sauacutede dessa

populaccedilatildeo Uma atenccedilatildeo especial deve ser dada aos fatores que potencialmente podem

ser modificados sendo capaz de provocar impacto em direccedilatildeo a um processo de

envelhecimento ativo

89

REFEREcircNCIAS

ABBOTT RD et al Walking and dementia in physical capable elderly men JAMA 2004 292 (12)1447-53

ALBERTA SPORT RECREATION PARKS AND WILDLIFE FOUNDATION - ASRPWF Active Living Strategy Canada 2012 ALEY LPV Qualidade de vida de idosos diabeacuteticos tipo 2 usuaacuterios de um ambulatoacuterio de hospital escola 2007 150 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) - Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2007 ALVES et al A influecircncia das doenccedilas crocircnicas na capacidade funcional dos idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 23(8)1924-1930 ago 2007 ALVES LC RODRIGUES RN Determinantes da autopercepccedilatildeo de sauacutede entre idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Brasil Revista Panamericana de Salud Puacuteblica Washington v 17 n 5-6 p 333-341 2005 AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION (ADA) The nutrition screanning initiative incorporating nutrition screening and interventions into medical practice a monograph for physicians Washington DC US American Academy of Family Physicians National Council on Aging Inc 1994 ANTUNES HKM et alDepression anxiety and quality of life scores in seniors after an endurance exercise program Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 266-271 dec 2005

ANTUNES HKM et al Exerciacutecio fiacutesico e funccedilatildeo cognitiva uma revisatildeo Ver Bras Med Esporte Niteroacutei v 12 n 2 Abr 2006

BARRETO ML CARMO EH Padrotildees de adoecimento e de morte da populaccedilatildeo brasileira os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 12 (Sup) 1779-1790 2007 BATISTA LKC et al Manuseio da doenccedila renal crocircnica em pacientes com hipertensatildeo e diabetes Jornal Brasileiro de Nefrologia Satildeo Paulo v 27 n 1 p 8-13 jun 2005 BATISTA M P P ALMEIDA M H M LANCMAN S Politicas puacuteblicas para a populaccedilatildeo idosa uma revisatildeo com ecircnfase nas accedilotildees de sauacutede Rev Ter Ocup Univ Satildeo Paulo v 22 n 3 p 200-207 setdez 2011 BELO HORIZONTE Secretaria Municipal de Poliacuteticas Sociais Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania Coordenadoria de Direitos da Pessoa Idosa Centro de Referecircncia da Pessoa Idosa Belo Horizonte 2013

90

BENEDETTI TRB et al Atividade fiacutesica e estado de sauacutede mental de idosos Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 42 n 2 Abr 2008 BERTOLUCCI PHF et al O mini-exame do estado mental em uma populaccedilatildeo geral impacto da escolaridade Arquivos de Neuropsiquiatria v 52 n 1 p 1-7 1994 BORIM FSA BARROS MBA NERI AL Autoavaliaccedilatildeo da sauacutede em idosos pesquisa de base populacional no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 28(4)769-780 abr 2012

BOWLING A Perceptions of active ageing in Britain divergences between minority ethnic and whole population samples Oxford Journals v 38 n 6 Ago 2009 BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF Senado Federal 1988

BRASIL Casa Civil Subchefia para assuntos juriacutedicos Lei ndeg 10741 de 1deg de Outubro de 2003 Dispotildees sobre o Estatuto do Idoso e daacute outras providecircncias BrasiacuteliaDF 2003 BRASIL Decreto nordm 1948 Regulamenta a Lei ndeg 8842 de 4 de janeiro de 1994 que dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia DF 1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Censo Demograacutefico 2010 BrasiacuteliaDF 2010 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil 2009 Rio de Janeiro IBGE 2009 152 p (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica 25)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 15 - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica - nordm 16 - Diabetes Mellitus BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Plano de accedilotildees estrateacutegicas para o enfrentamento das Doenccedilas Crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) no Brasil Brasiacutelia DF 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria n ordm 2528 Aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede da Pessoa Idosa Brasiacutelia DF 2006

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria 399GM de 22 de fevereiro 2006 Divulga o Pacto pela Sauacutede 2006 ndash Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto BrasiacuteliaDF 2006 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portaria do Gabinete do Ministro de Estado da

91

Sauacutede de ndeg 1395 de 9 de dezembro de 1999 que aprova a Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Idoso e daacute outras providecircncias Brasiacutelia Diaacuterio Oficial [da] Repuacuteblica Federativa do Brasil no 237-E pp 20-24 13 dez seccedilatildeo 1 BrasiacuteliaDF 1999 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas e Estrateacutegicas Atenccedilatildeo agrave sauacutede da pessoa idosa e envelhecimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 44 p (Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede) (Seacuterie Pactos pela Sauacutede 2006 12) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Envelhecimento e sauacutede da pessoa idosa Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2007 192 p (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos) (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 19) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Coordenaccedilatildeo de Prevenccedilatildeo e Vigilacircncia Inqueacuterito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenccedilas e agravos natildeo transmissiacuteveis Brasil 15 capitais e Distrito Federal 2002-2003 Rio de Janeiro INCA 2004 186 p BRASIL Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Brasil manual de enfrentamento agrave violecircncia contra a pessoa idosa Eacute possiacutevel prevenir Eacute necessaacuterio superar Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica Texto de Maria Ceciacutelia de Souza Minayo mdash Brasiacutelia DF Secretaria de Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica 2014 BROWN C J FRIEDKIN R J INOUYE S K Prevalence and outcomes of low mobility in hospitalized older patients Journal of the American Geriatrics Society v 52 n 8 p 1263-1270 aug 2004 BRYMAN A et al Anaacutelise de dados em ciecircncias sociais introduccedilatildeo agraves teacutecnicas utilizando o SPSS para Windows 1992 BUSS PM Promoccedilatildeo da sauacutede e qualidade de vida Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 5(1)163-177 2000 CAMARANO et al Idosos brasileiros indicadores de condiccedilotildees de vida e de acompanhamento de poliacuteticas Brasiacutelia Presidecircncia da Repuacuteblica 2005 144 p CAMARANO AA KANSO S MELLO JL Como vive o idoso brasileiro In CAMARANO A A (Org) Os novos idosos brasileiros muito aleacutem dos 60 Rio de Janeiro IPEA 2004a cap 1 p 25-73 CAMARANO AA (Org) Muito aleacutem dos 60 os novos idosos brasileiros Rio de Janeiro Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada 1999 382 p

92

CAMPOLINA AG DINI PS CICONELLI RM Impacto da doenccedila crocircnica na qualidade de vida de idosos da comunidade em Satildeo Paulo (SP Brasil) Ciecircnc sauacutede coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 Jun 2011 CANAVARRO MC et al Desenvolvimento dos instrumentos de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida na infecccedilatildeo VIH da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHOQOL-HIV WHOQOL-HIV-BREF) para portuguecircs de Portugal apresentaccedilatildeo de um projecto 2005 11 p CARNEIRO R S Qualidade de vida apoio social e depressatildeo em idosos relaccedilatildeo com habilidades sociais Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica Porto Alegre v 20 n 2 p 229-237 2007 CARVALHO JAM de GARCIA RA O envelhecimento da populaccedilatildeo brasileira um enfoque demograacutefico Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 725-733 maiojun 2003 CENTRO INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE Declaraccedilatildeo do Rio Aleacutem da Prevenccedilatildeo e Tratamento Desenvolvendo uma Cultura do Cuidado em resposta agrave Revoluccedilatildeo da Longevidade Brasil 2013

CHAVES MLF Testes de avaliaccedilatildeo cognitiva Mini-Exame do Estado Mental Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da ABN (perioacutedico na internet) 2006-2008 CHEUNG K L SOMAN S TAMURA M K Special considerations in the management of chronic kidney disease in the elderly DialysisampTransplantation United States v 40 n 6 p 241-243 june 2011 CURITIBA Secretaria Municipal da Sauacutede Autocuidado apoiado manual do profissional de sauacutede 92p Curitiba 2012 DANTAS ELR et al Geneacutetica do cacircncer hereditaacuterio Rev Bras De Cancerologia v 55 n 3 263-69 2009 DINIZ AMA NAHAS MIP MOSCOVITCH SK Anaacutelise espacial da violecircncia urbana em Belo Horizonte uma proposiccedilatildeo metodoloacutegica a partir de informaccedilotildees e indicadores georreferenciados Belo Horizonte 2003 DUARTE SFP REIS LAR Obesidade uma visatildeo multidisciplinar 1 ed Curitiba CRV 2012

ENGELHARDT E et al Idosos institucionalizados rastreamento cognitivo Rev Psiquiatria Cliacutenica Satildeo Paulo v 25 n 2 74-9 1998 FALLER JW et al Qualidade de vida de idosos cadastrados na estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia de Foz do Iguaccedilu-PR Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 14 803-810 2010

93

FARENZENA W P et alQualidade de vida em um grupo de idosos de Veranoacutepolis Revista Kairoacutes Satildeo Paulo v 10 n 2 p 225-243 dez 2007

FERNANDES MTO A Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede para o cuidado agrave pessoa idosa na Atenccedilatildeo Primaacuteria um Modelo Teoacuterico 216f Tese (Tese de Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2013 FERNANDES MTO SOARES SM O desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas de atenccedilatildeo ao idoso no Brasil Rev esc enferm USP Satildeo Paulo v 46 n

6 Dez 2012 FERREIRA ALCBM A qualidade de vida em idosos em diferentes contextos habitacionais a perspectiva do proacuteprio e do seu cuidador 2009 94f Dissertaccedilatildeo (Mestrado Integrado em Psicologia) ndash Faculdade de Psicologia e Ciecircncias da Educaccedilatildeo Universidade de Lisboa Lisboa 2009 FLECK M P A O instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) caracteriacutesticas e perspectivas Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 33-38 2000 FLECK MPA CHACHAMOVICH E TRENTINI CM Projeto WHOQOL-OLD meacutetodo e resultados de grupos focais no Brasil Revista Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 n 6 p 793-799 dez 2003 FLECK MPA et al A avaliaccedilatildeo de qualidade de vida guia para profissionais da sauacutede Porto Alegre Artmed 2008 228 p FLECK MPA et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento abreviado de avaliaccedilatildeo da qualidade de vida ldquoWHOQOL-brefrdquo Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 34 n 2 p 178-183 abr 2000

FLORIANO PJ DALGALARRONDO P Sauacutede mental qualidade de vida e religiatildeo em idosos de um Programa de Sauacutede da Famiacutelia Jornal Brasileiro de Psiquiatria Rio de Janeiro v 56 n 3 p 162-170 2007 FORTIN MF DUCHARME F Os estudos de tipo correlacional In FORTIN M F (Org) O processo de investigaccedilatildeo da concepccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo 3 ed Loures Lusociecircncia 2003 cap 13 p 173-182 FRANCISCO PMSB et al Fatores associados agrave doenccedila pulmonar em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 40(3)428-35 2006 FREEDMAN VA MARTIN LG Contribution of chronic conditions to aggregate changes in old-age functioning Am J Public Health 901755-60 2000 FREITAS EV XAVIER FL Tratado de Geriatria e Gerontologia 3 ed [Sl] Guanabara Koogan 2011

94

GILES-CORTI B DONOVAN RJ Relative influences of individual social environmental and physical environmental correlates of walking American Journal of Public Health Washington v 93 n 9 p 1583-1589 sept 2003 GLEZEN WP et al Impact of respiratory virus infections on persons with chronic underlying conditions JAMA 2000283(4)499-505 GORDILHO A et al Desafios a serem enfrentados no terceiro milecircnio pelo setor sauacutede na atenccedilatildeo integral ao idoso Rio de Janeiro UnATI UERJ 2000

GOULART D et al Tabagismo em idosos Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de

Janeiro v 13 n 2 Aug 2010 GRABOWSKI DC ELLIS JE High body mass index does not predict mortality in older people analysis of the longitudinal study of aging J Am Geriatr Soc v 49

968-79 2001 GUIMARAtildeES SJ MIRANDA JLS MACEDO LTA Violecircncia contra o idoso uma questatildeo social a ser discutida UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAtildeO - III Jornada Internacional de Poliacuteticas Puacuteblicas Questatildeo Social e Desenvolvimento no Seacuteculo XXI Satildeo Luiacutes ndash MA agosto 2007 GUSMAtildeO JL A qualidade de vida da pessoa com hipertensatildeo arterial In PIERIN A M G (Coord) Hipertensatildeo arterial uma proposta para o cuidar Satildeo Paulo Manole 2004 cap 15 p 263-274

HAIR JF Jr et al Anaacutelise de Dados Multivariados 6 ed Upper Saddle River Prentice-Hall 2009 HALLAL PC et al Physical inactivity prevalence and associated variables in Brazilian adults Medicine and Science in Sports and Exercise Hagerstown v 35 n 11 p 1894-1900 nov 2003 HALVORSRUD L et al Quality of life in older Norwegian adults living at home a cross-sectional survey Journal of Research in Nursing London v 17 n 1 p 12-29 oct 2010

HWANG HF et al Suitability of the WHOQOL-bref for community-dwelling older people in Taiwan Age and Ageing Oxford v 32 n 6 p 593-600 Nov 2003

HULSE GK Alcohol drugs and much more in later life Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 24 p 34-41 apr 2002 JAKOBSSON U HALLBERG IR WESTERGREN A Overall and health related quality of life among the oldest old in pain Quality of Life Research v 13 n 1 p 125-136 feb 2004 JARDIM JRB et al Doenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (DPOC) In Prado

95

FC Ramos J Valle JR editores Atualizaccedilatildeo terapecircutica Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2003 p1427-30 JOIA LC RUIZ T DONALISIO MR Condiccedilotildees associadas ao grau de satisfaccedilatildeo com a vida entre a populaccedilatildeo de idosos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 41 n 1 p 131-138 fev 2007 JOINT NATIONAL COMMITTEE The seventh report of the Joint National Committee on prevention detection evaluation and treatment of high blood pressure [sl sn] 2004 87 p (NIH Publication n 04-5230) JUacuteNIOR FGP OLIVEIRA MTC Iacutendice de Vulnerabilidade da Sauacutede de Belo Horizonte compreendendo realidades locais para priorizar a alocaccedilatildeo de recursos e nortear poliacuteticas puacuteblicas Belo Horizonte 2012 KATZ S et al Studies of illness in the aged The index of ADL a standardized measure of biological and psychosocial function JAMA The Journal of the American Medical Association Chicago v 185 n 12 p 914-919 sept 1963 KEMPEN GIJM et al Risk and protective factors of different functional trajectories in older person are these the same The Journals of Gerontology v 61B n 2 p 95-101 2005 KIMURA M SILVA JV Ferrans and Powers quality of life index Rev Esc Enferm USP 43(especial)1098-104 2009 KOLTYN K F The association between physical activity and quality of life in older women Womenrsquos Health Issues New York v 11 n 6 p 471-480 novdec 2001 KROENKE K SPITZER RL WILLIAMS JB The Patient Health Questionnaire-2 validity of a two-item depression screener Medical Care Hagerstown v 41 n 11 p 1284-1292 nov 2003 KURCGANT P Gerenciamento em Enfermagem 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2010 196 p

LEBRAtildeO ML O envelhecimento no Brasil aspectos da transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica Sauacutede Coletiva Satildeo Paulo v 4 n 6 2007

LEBRAtildeO ML DUARTE YAO SABE ndash Sauacutede Bem-estar e Envelhecimento ndash O Projeto Sabe no municiacutepio de Satildeo Paulo uma abordagem inicial Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 255p 2003 LIMA-COSTA MFF A escolaridade afeta igualmente comportamentos prejudiciais agrave sauacutede de idosos e adultos mais jovens Inqueacuterito de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v 13 n 4 p 201-208 dez 2004

96

LIMA-COSTA MFF et al Projeto Bambuiacute um estudo epidemioloacutegico de caracteriacutesticas sociodemograacuteficas suporte social e indicadores de condiccedilatildeo de sauacutede dos idosos em comparaccedilatildeo aos adultos jovens Informe Epidemioloacutegico do SUS Brasiacutelia v 11 n 2 p 91-105 abrjun 2002 LIMA-COSTA MFF et al Comportamentos em sauacutede entre idosos hipertensos Brasil 2006 Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 p 18-26 nov 2009 Suplemento 2 LIMA PV DUARTE SFP Prevalecircncia de obesidade em idosos e sua relaccedilatildeo com hipertensatildeo e diabetes Rev Interscentia v 1 n 3 2013

LOPES PAPL Qualidade de vida e suporte social do idoso no meio rural e no meio urbano um Estudo comparativo e correlacional 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Psicologia) ndash Instituto Superior de Psicologia Aplicada Lisboa 2004 LOURENCcedilO RVR Formaccedilatildeo Humana em geriatria e gerontologia uma perspectiva interdisciplinar UERJ p89-92 2006 LOW G MOLZAHN AE KALFOSS M Quality of life of older adults in Canada and Norway examining the Iowa Model Western Journal of Nursing Research United States v 30 n 4 p 458-476 june 2008

LOW G MOLZAHN AE Predictors of Quality of Life in Old Age A Cross-Validation Study Research in Nursing amp Health v 30 p 141-150 2007 LOYOLA FILHO A I de et al Estudo de base populacional sobre o consumo de medicamentos entre idosos Projeto Bambuiacute Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 21 n 2 p 545-553 marabr 2005 LOYOLA FILHO A I de UCHOA E LIMA-COSTA M F F Estudo epidemioloacutegico de base populacional sobre uso de medicamentos entre idosos na Regiatildeo Metropolitana de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 12 p 2657-2667 dez 2006 LUCCHETTI G et al Fatores associados agrave polifarmaacutecia em idosos institucionalizados Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 13 n 1

2010

LUCCHETTI G et al O idoso e sua espiritualidade impacto sobre diferentes aspectos do envelhecimento Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 14 n 1 2011 MACHADO FN Capacidade e desempenho para a realizaccedilatildeo das Atividades Baacutesicas de Vida Diaacuteria um estudo com idosos dependentes 2010 130f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2010

97

MAGALHAtildeES MM LIMA ACP Noccedilotildees de Probabilidade e Estatiacutestica 6ordf ed IME-USP ED USP 2002 MANCINI MC Tratado de Obesidade Itapevi AC Farmacecircutica 2010 MARQUES D RODRIGUES L Emigrantes e imigrantes de Belo Horizonte em relaccedilatildeo ao restante da RMBH uma aplicaccedilatildeo do meacutetodo ldquoGrade of Member shiprdquo (GoM) In Encontro Nacional de Estudos Populacionais 15 2006 Caxambu 20 p MARTINS et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida subjetiva dos idosos uma comparaccedilatildeo entre os residentes em cidades rurais e urbanas Estud interdiscip envelhec Porto Alegre v 11 p 135-154 2007 MATTEWS KA et al Socioeconomic trajetories and incident hypertension in a biracial cohort of young adults Hypertension 39772-6 2002

MEIRELLES BHS et alCondiccedilotildees associadas agrave qualidade de vida dos idosos com doenccedila crocircnica Cogitare Enfermagem Paranaacute v 15 n 3 p 433-440 julset 2010 MELLO BLD HADDAD MCL DELLAROZA MSG Avaliaccedilatildeo cognitiva de idosos institucionalizados Acta Scientiarum Maringaacute v 34 n 1 p 95-102 Jan-June 2012 MELLO E TEIXEIRA MB Depressatildeo em idosos Revista Sauacutede v 5 n 1 2011 MENEZES AM VICTORA CG RIGATTO M Prevalence and risk factors for chronic bronchitis in Pelotas RS Brazil a population-based study Thorax 199449(12)1217-21 MINAYO MCS HARTZ ZMA BUSS PM Qualidade de vida e sauacutede um debate necessaacuterio Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 5 n 1 p 7-18 2000

MINGOYI SA et al Meacutetodos de Amostragem com Aplicaccedilotildees na Aacuterea Empresarial Belo Horizonte Departamento de Estatiacutestica da UFMG 2000 MIRANDA RD et al Hipertensatildeo arterial no idoso peculiaridades na fisiopatologia no diagnoacutestico e no tratamento Rev Bras Hipertens 9 293-300 2002 MIRANZI SSC et al Qualidade de vida de indiviacuteduos com Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo acompanhados por uma Equipe de Sauacutede da Famiacutelia Texto Contexto Enferm Florianoacutepolis Out-Dez 17(4) 672-9 2008 MORAES JFD de SOUZA VBA Factors associated with the successful aging of the socially-active elderly in the metropolitan region of Porto Alegre Revista Brasileira de Psiquiatria Satildeo Paulo v 27 n 4 p 302-308 dez 2005

98

MOREIRA LB et alConhecimento sobre o tratamento farmacoloacutegico em pacientes com doenccedila renal crocircnica Revista Brasileira de Ciecircncias Farmacecircuticas Satildeo Paulo v 44 n 2 p 315-325 abrjun 2008 NAHAS MIP et al Iacutendice de Qualidade de Vida Urbana de Belo Horizonte (IQVU ndash BH) um instrumento intra-urbaniacutestico de gestatildeo da qualidade de vida Belo Horizonte 1437-51 2013 NERI AL (Org) Qualidade de vida e idade madura 7 ed Campinas Papirus 2007 285 p (Coleccedilatildeo Viva idade) NERI AL (Org) Palavras-chave em gerontologia 3 ed Campinas Aliacutenea 2008 218 p (Coleccedilatildeo Velhice e Sociedade) NEVES DP Alcoolismo acusaccedilatildeo ou diagnoacutestico Cad Sauacutede Puacuteblica V 20 n 1 7-14 janfev 2004

OLIVEIRA AFG Testes estatiacutesticos para comparaccedilatildeo de meacutedias Revista Eletrocircnica Nutritime V 5 n 6 p 777-788 novdez 2008 OLIVEIRA DLC GORETTI LC PEREIRA LSM O desempenho de idoso institucionalizados com alteraccedilotildees cognitivas em atividades de vida diaacuteria e mobilidade estudo piloto Rev bras fisioter V 10 n 1 (2006) 91-96 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE - OMS Envelhecimento Ativo uma Poliacutetica de sauacutede Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Mental Health New Understanding New Hope 1ordf ediccedilatildeo Lisboa Abril de 2002 PASKULIN LMG Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos de um distrito sanitaacuterio de Porto AlegreRS 2006 170 f Tese (Doutorado em Ciecircncias) - Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 PASKULIN LMG MOLZAHN A Quality of life of older adults in Canada and Brazil Western Journal of Nursing Research United States v 29 n 1 p 10-26 feb 2007 PEIXOTO SV FIRMO JOA LIMA-COSTA MFF Condiccedilotildees de sauacutede e tabagismo entre idosos residentes em duas comunidades brasileiras (Projeto Bambuiacute e Belo Horizonte) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 9 p 1925-1934 set 2006 PEIXOTO SV GIATTI L AFRADIQUE ME LIMA-COSTA MF Custo das internaccedilotildees hospitalares entre idosos brasileiros no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede Epidemiol Serv Sauacutede Dez 13(4)46-53 2004 PEDROSA RP DRAGER LF Como diagnosticar e tartar hipertensatildeo arterial

99

sistecircmica Grupo Editorial Moreira Jr v 65 n 12 dez 2008 PEREIRA JC BARRETO SM PASSOS VMA O perfil de sauacutede cardiovascular dos idosos brasileiros precisa melhorar estudo de base populacional Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 91 n 1 p 1-10 jul 2008 PEREIRA RJ et al Influecircncia de fatores soacutecios sanitaacuterios na qualidade de vida dos idosos de um municiacutepio do Sudeste do Brasil Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 16 n 6 p 2907-2917 jun 2011 POON IO BRAUN U High prevalence of orthostatic hypotension and its correlation with potentially causative medications among elderly veterans Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics Oxfordv30 n 2 p 173-178 apr 2005 PORTUGAL Porto lazer No Porto a Vida eacute Longa Portugal 2006 RAMOS LR Fatores determinantes do envelhecimento saudaacutevel em idosos residentes em centro urbano Projeto Epidoso Satildeo Paulo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeirov19 n 3 p 793-798 maiojun 2003

REIS AES SOUZA JA Atividade fiacutesica para idosos Revista de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) v 1 n 1 2011 RIO DE JANEIRO Observatoacuterio das Metroacutepoles Instituto Nacional de Ciecircncia e Tecnologia Iacutendice de Bem-Estar Urbano Rio de Janeiro set 2010 RODRIGUES RMC LOUREIRO LMJ SILVA SMDT Os muitos idosos estudo do envelhecimento em Coimbra Escola Superior de Enfermagem em Coimbra Portugal Coimbra 2009

ROSA TEC et al Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos Rev Sauacutede Puacuteblica 3740-8 2003

ROSEMBERG J ROSEMBERG AMA MORAES MA de Nicotina droga universal Satildeo Paulo Centro de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Secretaria de Estado da Sauacutede de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2003 174 p

SANTOS DM SICHIERI R Iacutendice de massa corporal e indicadores antropomeacutetricos de adiposidade em idosos Rev Sauacutede Puacuteblica v 39 n 2 163-8 2005 SANTOS PM et al Percepccedilatildeo de qualidade de vida entre idosos jovens e longevos praticantes de hidroginaacutestica Revista Brasileira de Qualidade de Vida v 5 p 1-11 2013 SAUERESSIG S et al Prevalecircncia de tabagismo em idosos atendidos pelo Programa de Sauacutede da Famiacutelia em Camaquatilde - RS Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica do Rio

100

Grande do Sul Porto Alegre v 51 n 3 p 173-179 julset 2007 SCHNEIDER RH IRIGARAY TQ O envelhecimento na atualidade aspectos cronoloacutegicos bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais Estudos de Psicologia Campinas v 25 n 4 p 585-593 outdez 2008 SCOCCO P FANTONI G CAON F Role of depressive and cognitive status in self-reported evaluation of quality of life in older people comparing proxy and physician perspectives Age Ageing Oxford v 35 n 2 p 166-171 mar 2006 SEQUEIRA A SILVA MN O Bem Estar da Pessoa Idosa no Meio Rural Anaacutelise Psicoloacutegica Lisboa v 3 p 505-516 2002

SILVA AA da Alcoolismo em idosos Revista Cientiacutefica Eletrocircnica de Psicologia Satildeo Paulo ano VI n 10 maio 2008 6 p

SILVA PAB Fatores associados agrave qualidade de vida de idosos adscritos no Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Minas Gerais 2012 184f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2012 SILVA SD A implantaccedilatildeo de um centro de convivecircncia para pessoas idosas um manual para profissionais e comunidades Rio de Janeiro CRDE UnATI UERJ 2003 57p SILVESTRE JA NETO C MENEZES M Abordagem do idoso em programas de sauacutede da famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica 19839-47 2003

SOARES SM et al Qualidade de Vida e perfil sociodemograacutefico e epidemioloacutegico de idosos atendidos em Unidades Baacutesicas de Sauacutede do Distrito Sanitaacuterio Noroeste de Belo Horizonte Projeto de Pesquisa realizado pelo Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado e Desenvolvimento Humano (NEPCDH) Belo HorizonteMG 2013

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES ndash SBD Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes Satildeo Paulo 2013-2014 SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ndash SOCERJ Recomendaccedilotildees da SOCERJ ndash Manejo Terapecircutico em Cardiogeriatria Revista da SOCERJ v 17 sup B Jun 2004 SOUSA L GALANTE H FIGUEIREDO D Qualidade de vida e bem-estar dos idosos um estudo exploratoacuterio na populaccedilatildeo portuguesa Revista de Sauacutede Puacuteblica v 37 n 3 2003 SOUZA R et al Avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica em idosos estimativas de peso e altura e concordacircncia entre classificaccedilotildees de IMC Rev bras geriatr gerontol Rio de Janeiro v 16 n 1 Mar 2013

101

TAMAI SAB et al Impacto de um programa de promoccedilatildeo da sauacutede na qualidade de vida do idoso Einstein 9 (1 Pt 1)8-13 2011

TRENTINI CM Qualidade de vida em idosos 2004 224f Tese (doutorado) ndash Faculdade de Medicina Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2004

UMBELINO GJM Aplicaccedilatildeo do Iacutendice de Qualidade de Vida Humana (IQVH) nas regiotildees metropolitanas do Brasil Rev Bras Est Pop Satildeo Paulo v 24 n 2 p 339-340 juldez 2007 UNITED NATIONS Ageing New York United Nations 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Nuacutecleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG Instituto Jenny de Andrade Faria Belo Horizonte 2014 VASCONCELOS F F et al Utilizaccedilatildeo medicamentosa por idosos de uma Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia de Fortaleza - CE Acta Paulista de Enfermagem Satildeo Paulo v 18 n 2 p 178-183 abrjun 2005 VECCHIA R D et al Qualidade de vida na terceira idade um conceito subjetivo Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v 8 n 3 p 246-252 set 2005 VERAS RP CALDAS PC Promovendo a sauacutede e a cidadania do idoso o movimento das universidades da terceira idade Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 9(2) 423-432 2004 VERAS R Em busca de uma assistecircncia adequada agrave sauacutede do idoso revisatildeo da literatura e aplicaccedilatildeo de um instrumento de detecccedilatildeo precoce e de previsibilidade de agravos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 19 n 3 p 705-715 maiojun 2003 VERAS R Envelhecimento populacional contemporacircneo demandas desafios e inovaccedilotildees Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 43 n 3 p 548-554 maiojun 2009 VERAS R Estrateacutegias para o enfrentamento das doenccedilas crocircnicas um modelo em que todos ganham Rev Bras Geriatr 14 (4) 779-789 Rio de Janeiro 2011 VERAS R Foacuterum Envelhecimento populacional e as informaccedilotildees de sauacutede do PNAD demandas e desafios contemporacircneos Introduccedilatildeo Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 10 p 2463-2466 out 2007

VIDMAR et al Atividade fiacutesica e qualidade de vida em idosos Revista Sauacutede e Pesquisa v 4 n 3 p 417-424 setdez 2011 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo abreviada em portuguecircs do WHOQOL Versatildeo em

102

portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998a cap 3 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Procedimentos de aplicaccedilatildeo do WHOQOL-100 e do WHOQOL-bref Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998b cap 4 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Desenvolvimento da versatildeo em portuguecircs do WHOQOL-100 Versatildeo em portuguecircs dos instrumentos de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (WHOQOL) 1998c cap 2

WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Envelhecimento ativo uma poliacutetica de sauacutede Traduccedilatildeo de Suzana Gontijo Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede 2005 60 p Traduccedilatildeo de Active ageing a policy framework WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL The World Health Organization Quality of Life assessment Position paper from the World Health Organization Social Science amp Medicine v 41 P 1403-1409 1995 WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL Towards age-friendly primary health care Geneva WHO 2004 30 p (Active Ageing Series) WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE GROUPWHOQOL WHOQOL-bref US Version Washington Universidade de Washington 1997 12 p ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao sedentarismo no lazer em idosos Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 6 p 1329-1338 jun 2007

ZAITUNE MPA et al Fatores associados ao tabagismo em idosos Inqueacuterito de Sauacutede no Estado de Satildeo Paulo (ISA-SP) Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 28 n 3 p 583-595 mar 2012 ZAITUNE MPA et al Hipertensatildeo arterial em idosos prevalecircncia fatores associados e praacuteticas de controle no Municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(2) 285-294 fev 2006

ZASLAVSKY C GUS I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidades Arq Bras Cardiol volume 79 nordm 6 635-9 2002

103

ANEXO 1 ndash INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

World Health Organization Quality of Life-bref

104

105

106

Instrumento de identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo geral dos idosos

Questionaacuterio nordm _______

Data da entrevista _________ Entrevistadora _________________________________

Horaacuterio de iniacutecio ________ Horaacuterio de teacutermino ________

Endereccedilo _____________________________________________________________________

Bairro _________________________________ Nordm _________ Complemento _______

Telefone de contato ________________

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

Nome completo ______________________________________________________________

Sexo M (1) F (2) DN ___ ___ ___ Naturalidade (UF) _____________________

Vocecirc eacute brasileiro (1) sim (2) natildeo

Estado civil (1) Casadouniatildeo estaacutevel (2) Viuacutevo (3) Separado ou divorciado (4) Solteiro

Religiatildeo (1) Catoacutelica (2) Evangeacutelica (3) Espiacuterita (4) Sem religiatildeo (5) Outra

PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO - OCUPACcedilAtildeO E RENDA -

Vocecirc estaacute trabalhando atualmente

Se sim especifique _____________________

(1) sim (2) natildeo

Vocecirc eacute aposentado (1) sim (2) natildeo

Qual eacute o tipo de aposentadoria (1) idade (2) tempo de serviccedilo (3) invalidez

Qual a renda familiar (1) ateacute 1 salaacuterio miacutenimo

(2) entre 1 a 3 salaacuterios miacutenimos

(3) entre 3 a 5 salaacuterios

(4) igual ou maior que 5 salaacuterios miacutenimos

- MORADIA -

Possui casa proacutepria (1) sim (2) natildeo

Nuacutemero de cocircmodos (1) 1 (2) 2-3 (3) 4-5 (4) 6 ou +

Possui banheiro (1) sim (2) natildeo

Possui rede de esgoto (1) sim (2) natildeo

Possui aacutegua encanada (1) sim (2) natildeo

Mora sozinho (1) sim (2) natildeo

Mora acompanhado (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique grau de parentesco ________________________

Nuacutemero de pessoas no domiciacutelio ( ) crianccedilas ( ) adultos ( ) idosos

Cuidador do idoso (1) nenhum (2) cocircnjuge (3) filhos

(4) netos (5) outros ______________________

107

(Continua)

- ESCOLARIDADE -

Vocecirc frequentou a escola (1) sim (2) natildeo

Se sim quantos anos de estudo concluiacutedo _________________

Niacutevel de alfabetizaccedilatildeo (1) analfabeto (2) alfabetizado

HAacuteBITOS ESTILO DE VIDA

- AUDIT-C -

Questatildeo Resposta Pontuaccedilatildeo

Q1 Durante o uacuteltimo ano com qual frequecircncia vocecirc bebeu um copo cheio com bebida alcooacutelica Nem uma uacutenica vez 0 Uma vez por mecircs ou menos 1 De duas a quatro vezes por mecircs 2 De duas a trecircs vezes por semana 3 Quatro ou mais vezes por semana 4

Q2 Durante o uacuteltimo ano quantos copos vocecirc costumou beber em um dia comum Nenhum eu natildeo bebo 0 1 ou 2 0 3 ou 4 1 5 ou 6 2 7 a 9 3 10 ou mais 4

Q3 Durante o uacuteltimo ano houve alguma ocasiatildeo em que vocecirc bebeu 6 ou mais copos cheios de bebida alcooacutelica Qual frequecircncia Nem uma uacutenica vez 0 Menos do que 1 vez por mecircs 1 Cerca de 1 vez por mecircs 2 Semanalmente 3 Diariamente ou quase que diariamente 4

O Alcohol Use DisordersIdentification Test - AUDIT-C (OMS 1990) eacute graduado em uma escala de 0-12 (escores de 0 refletem nenhum uso de aacutelcool) Nos homens um escore de 4 ou mais eacute considerado positivo nas mulheres um escore de 3 ou mais eacute considerado positivo Geralmente quando mais alto o escore do AUDIT-C mais provaacutevel eacute que a bebida estaacute afetando a sauacutede e seguranccedila do paciente

108

(Continua)

- TABAGISMO -

Vocecirc fuma atualmente (1) sim (2) natildeo

Vocecirc jaacute fumou (1) sim (2) natildeo

Quantos cigarros vocecirc

fuma (va) por dia

(1) menos de 10 cigarros (2) mais de 10 cigarros (99) natildeo se aplica

Haacute quanto tempo vocecirc

fuma (va)

(1) menos de 2

anos

(2) de 2 a 10

anos

(3) mais de 10

anos

(99) natildeo se aplica

- ATIVIDADE FIacuteSICA -

Vocecirc pratica atividade fiacutesica (1) sim (2) natildeo

Qual atividade fiacutesica pratica (1) caminhada (2) hidroginaacutestica (3) Liang Gong

(4) aeroacutebica (5) bicicleta (6) outros __________

Frequecircncia (1) 1xsemana

(4) nunca

(2) 2-3xsemana (3) 4-7xsemana

HISTOacuteRIA CLIacuteNICA

Vocecirc tem algum problema de sauacutede (1) sim (2) natildeo

Se sim qual

( ) Neoplasia ( ) Doenccedila cardiacuteaca ( ) Diabetes mellitus ( ) Doenccedilas parasitaacuterias

( ) Doenccedilas respiratoacuterias ( ) Transtorno mental ( ) Doenccedilas osteoarticulares ( ) Doenccedilas renais ( ) Doenccedilas da tireoide ( ) Hipertensatildeo arterial ( ) Dislipidemia ( ) Outras comorbidades ___________________________________________________________________

Faz algum tratamento medicamentoso (1) sim (2) natildeo

Se sim especifique ________________________________________________________________________

Haacute quanto tempo ______ (em anos)

HISTOacuteRIA FAMILIAR

Considerando seus pais irmatildeos avoacutes e tios algueacutem tem ou teve

Acidente vascular encefaacutelico (1) sim (2) natildeo

Diabetes mellitus (1) sim (2) natildeo

Hipercolesterolemia (1) sim (2) natildeo

Hipertensatildeo arterial sistecircmica (1) sim (2) natildeo

Infarto agudo do miocaacuterdio (1) sim (2) natildeo

Obesidade (1) sim (2) natildeo

Cacircncer (1) sim (2) natildeo

Demecircncia (1) sim (2) natildeo

Transtorno mental depressatildeo (1) sim (2) natildeo

109

(Conclusatildeo)

The Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2)

Nas uacuteltimas duas semanas vocecirc se sentiu incomodado com algum dos seguintes problemas

1 Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3 2 Se sentindo mais triste deprimido ou sem esperanccedila Nenhuma vez 0 Por vaacuterios dias 1 Por mais de 1 semana 2 Quase todos os dias 3

AVALIACcedilAtildeO CLIacuteNICA ANTROPOMETRIA

Peso medido (kg) _____________

Estatura aferida (m) ___________

IMC ___________ (kgmsup2)

Circunferecircncia cintura (cm) _________

Circunferecircncia quadril (cm) _________

Relaccedilatildeo cintura-quadril (cmcm) _____

PRESSAtildeO ARTERIAL

Niacuteveis tensionais (aferir com a pessoa sentada de preferecircncia no MSD)

PD 1 ____ mmHg Pressatildeo diastoacutelica meacutedia ________ mmHg PD 2 ____ mmHg PD 3 ____ mmHg

PS 1 ____ mmHg Pressatildeo sistoacutelica meacutedia _________ mmHg PS 2 ____ mmHg PS 3 ____ mmHg

110

ANEXO 2 ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA

PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

111

112

ANEXO 3 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG

113

ANEXO 4 ndash PARECER DE APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA

DA UFMG DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL

SOCIODEMOGRAacuteFICO E EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS

NAS UNIDADES BAacuteSICAS DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

114

ANEXO 5 ndash APROVACcedilAtildeO NO COMITEcirc DE EacuteTICA EM PESQUISA DA SMSABH

DA PESQUISA ldquoQUALIDADE DE VIDA E PERFIL SOCIODEMOGRAacuteFICO E

EPIDEMIOLOacuteGICO DE IDOSOS ACOMPANHADOS NAS UNIDADES BAacuteSICAS

DE SAUacuteDE DE BELO HORIZONTErdquo

Page 10: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 11: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 12: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 13: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 14: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 15: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 16: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 17: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 18: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 19: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 20: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 21: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 22: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 23: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 24: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 25: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 26: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 27: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 28: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 29: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 30: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 31: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 32: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 33: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 34: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 35: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 36: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 37: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 38: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 39: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 40: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 41: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 42: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 43: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 44: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 45: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 46: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 47: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 48: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 49: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 50: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 51: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 52: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 53: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 54: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 55: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 56: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 57: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 58: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 59: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 60: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 61: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 62: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 63: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 64: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 65: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 66: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 67: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 68: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 69: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 70: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 71: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 72: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 73: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 74: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 75: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 76: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 77: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 78: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 79: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 80: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 81: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 82: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 83: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 84: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 85: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 86: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 87: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 88: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 89: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 90: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 91: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 92: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 93: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 94: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 95: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 96: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 97: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 98: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 99: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 100: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 101: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 102: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 103: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 104: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 105: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 106: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 107: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 108: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 109: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 110: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 111: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 112: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 113: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 114: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 115: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …
Page 116: FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE …