fases históricas do sistema bancário brasileiro · pdf file4 século xix...

50
Fases históricas do sistema bancário brasileiro Fernando Nogueira da Costa Professor do IE-UNICAMP http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

Upload: vancong

Post on 07-Feb-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Fases históricas do sistema bancário brasileiro

Fernando Nogueira da Costa Professor do IE-UNICAMP

http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

Page 2: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

2

Fases históricas do sistema bancário brasileiro

Page 3: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Fases da história da moeda e dos bancos no Brasil

Primeiro Estágio: 1808-1905

Page 4: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

4

século XIX (1808-1905) •  Indefinição do padrão monetário

(metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação do Banco do Brasil, banco do governo com “crise de identidade” entre: 1.  assumir a “coisa pública” ou 2.  atuar de acordo com as “regras do mercado”,

desde seu primeiro nascimento.

•  Criação da Caixa Econômica Federal em 1861.

Page 5: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

5

padrão monetário oscilante •  Estágio secular, indo de 1808 a 1921, isto é,

desde a primeira fundação do Banco do Brasil até sua transformação efetiva em semi-autoridade monetária, após sua última fundação, em 1905.

•  A economia brasileira oscilou entre: 1.  a moeda mercadoria (ouro) –

ou papel-moeda conversível com estritas regras de reserva aurífera – e

2.  as diversas tentativas estatais de emissão de moeda fiduciária, para cobrir déficits.

Page 6: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

6

inexistência de sistema bancário •  A rigor não se pode falar que havia

sistema bancário, mesmo subdesenvolvido, pois os poucos bancos existentes, em praças locais, logo emprestavam todos os recursos próprios.

•  Em tal economia, a quantidade de moeda, quando lastreada, era determinada fora do setor bancário por:

1.  fluxos de comércio externo, 2.  investimentos estrangeiros ou 3.  produção de ouro.

Page 7: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Fases da história da moeda e dos bancos no Brasil

Segundo Estágio: 1905-1930

Page 8: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

8

1905-1930 •  Abertura financeira ao exterior, permitindo:

–  o ingresso de capitais externos; –  o predomínio de bancos estrangeiros; –  as duas experiências brasileiras do século passado

com o padrão-ouro: a Caixa de Conversão (1906-1914) e a Caixa de Estabilização (1926-1930);

•  Nesse período, surgiram também as condições institucionais necessárias para a criação da moeda bancária: uso generalizado de cheque, câmara de compensação e carteira de redesconto e, conseqüentemente, o descolamento da fração bancária do capital cafeeiro.

Page 9: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

9

reforma bancária de 1921 •  Por pressão dos nacionalistas, em reação à

fuga de capitais realizadas no período pré-guerra, que colocou fim à primeira das duas experiências brasileiras do século passado com o padrão-ouro, isto é, a da Caixa de Conversão (1906-1914), começou a se colocar restrições legislativas à livre entrada (e saída) dos bancos estrangeiros.

•  A reforma bancária de 1921 resultou em: –  criação de câmara de compensação de cheques e –  abertura de carteira de redescontos no Banco do Brasil,

para redescontar títulos de outros bancos.

Page 10: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

10

fim das experiências com padrão-ouro

•  Quando as ondas de liquidez internacional se esvaíram, respectivamente, com a I Guerra Mundial e com a Crise de 1929, as experiências com o padrão-ouro findaram.

•  A partir de então, nunca mais houve experiência com moeda conversível em ouro, no Brasil.

•  Mas ocorreram ainda tentativas de câmbio fixo, atrelando a moeda nacional a alguma paridade estável com o padrão monetário hegemônico: o dólar.

Page 11: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Fases da história da moeda e dos bancos no Brasil

Terceiro Estágio: 1930-1945

Page 12: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

12

1930-1945 •  Embora tenha ocorrido debate sobre

a criação de banco central no Brasil, inclusive com a vinda de missão de apoio inglesa, em 1931, os fatos que mais marcaram a história bancária brasileira, entre 1930 e 1945, foram:

1.  a socialização das perdas bancárias, devido à crise de 1929,

2.  a imposição da reserva de mercado, no varejo bancário, em favor dos bancos brasileiros,

3.  a legislação liberal propícia a fundações de bancos, 4.  o início do uso de bancos públicos (federais e

estaduais) para atuação desenvolvimentista.

Page 13: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Fases da história da moeda e dos bancos no Brasil

Quarto Estágio: 1946-1964

Page 14: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

14

1945-1964 •  Fim da fase competitiva e

início do processo de concentração bancária;

•  Criação de novas instituições financeiras – SUMOC, BNDE e financeiras, até a reforma financeira de 1964, quando inclusive o Banco Central do Brasil foi criado – com prioridade concedida ao financiamento do surto de desenvolvimento econômico.

Page 15: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

15

origem dos principais bancos •  A origem dos principais bancos,

no Brasil, ocorreu antes de 1945, quando as barreiras à entrada, para brasileiros, eram baixas.

•  Exigia-se pouco volume de capital e a tecnologia bancária era acessível.

•  Durante a 2ª Guerra Mundial, quase dobrou o número de bancos: de 354 em 1940 para 663 em 1944.

Page 16: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

16

processo de concentração •  A partir de então, já se trata da evolução de sistema

bancário, com processo de concentração simultâneo ao de ampliação da rede nacional de agências.

•  Em 1964, 20 anos depois, já tinha se reduzido para a metade (328) o número de bancos, mais 10 anos, em 1974, para um terço (106).

•  Este número se manteve até a abertura neoliberal, quando, entre 1988 e 1994, se multiplicou por quase três vezes (271).

•  Mas com a crise bancária, a privatização, a desnacionalização e a concentração, o setor bancário brasileiro reduziu-se para 167 bancos múltiplos e comerciais, em 2002, e, finalmente, 161 em 2006.

Page 17: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Número de instituições financeiras

17

Page 18: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

18

quarto estágio da história monetária e bancária brasileira

1.  Introdução da exigência de reservas bancárias fracionárias sobre os depósitos.

2.  Antes, sem exigências de reservas legais, a oferta de moeda tornava-se elástica com o multiplicador monetário sendo determinado: 1.  pela demanda de crédito, 2.  pelos pagamentos de empréstimos e 3.  pela prudência (ou aversão ao risco) dos banqueiros.

3.  Depósitos possuídos como forma líquida de manutenção da riqueza.

4.  Uso das ordens de transferências de depósitos como meio mais comum de troca.

5. Cheques mais aceitos pela rede comercial. 6. Rede bancária se expandindo em nível nacional.

Page 19: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

19

grupos econômicos (ou familiares) dos banqueiros

•  Vários banqueiros emprestavam para os próprios grupos econômicos (ou familiares) em condições privilegiadas, prática proibida a partir da reforma bancária do regime militar, em 1964.

•  Quando os passivos dos bancos começaram a tomar a forma de depósitos transferíveis por cheques, a moeda criada pelos empréstimos bancários, usualmente, vazava menos do sistema bancário, elevando a capacidade de empréstimos dos bancos.

•  Mas eles eram ainda intermediários passivos, isto é, sem ativar a demanda de crédito, apenas atendiam-na, emprestando até o limite de seus depósitos.

Page 20: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

20

alternativas de financiamento em longo prazo

•  Nesse período, apenas as seguintes alternativas de financiamento em longo prazo estavam disponíveis: 1.  o autofinanciamento via

capitalização interna das empresas e 2.  o financiamento externo às empresas,

•  seja pela absorção de recursos estrangeiros, •  seja pelo uso de recursos públicos.

Page 21: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

21

fontes de fundos para processo de industrialização

1.  A primeira era o setor público: diretamente pelo setor financeiro estatal (IFPF, BCE) ou via incentivos fiscais e manutenção de subsídios cambiais à importação de equipamentos.

2.  A segunda era o setor externo, principalmente no financiamento de importações.

3.  Finalmente, a terceira possibilidade era as empresas recorrerem ao próprio autofinanciamento.

•  Esse podia se dar: 1.  pelo aumento da participação societária

de matrizes ou associadas, 2.  através do ingresso de capital externo

(IDE – investimento direto externo), ou 3.  pela utilização de lucros retidos, depreciação e reservas.

Page 22: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

22

sistema de crédito em curto prazo pré 1964

1.  descontos de duplicatas comerciais e financiamentos de capital de giro, efetuados pelos “velhos” bancos comerciais.

2.  financiamento ao consumo de bens duráveis, produzidos pela indústria nascente, pela criação de algumas financeiras.

3.  empréstimos das instituições financeiras públicas (IFPF, BCE).

Page 23: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

23

papel de autoridade monetária •  Neste período, antes da reforma bancária de 1964,

a SUMOC dividia o papel de autoridade monetária com o Banco do Brasil.

•  O Banco do Brasil, às vésperas dessa reforma bancária, detinha posição dominante no sistema bancário brasileiro.

•  Se, de 1945 a 1961, sua participação no mercado de depósitos à vista oscilou, anualmente, entre 35% e 45%, nos anos de crise pré-golpe militar – 1962 e 1963 – elevou-se para 51% e 49%, respectivamente, e em 1964 atingiu 60%.

Page 24: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Fases da história da moeda e dos bancos no Brasil

Quinto Estágio: 1965-1987

Page 25: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

25

1964-1988 •  “Repressão financeira”, que modernizou e

fortaleceu o sistema bancário nacional, através de:

1.  reformas monetária, habitacional e do mercado de capitais;

2.  indução do processo de concentração bancária e conglomeração financeira;

3.  estímulo à internacionalização dos bancos públicos e privados nacionais.

Page 26: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

26

quinto estágio da história monetária e bancária brasileira

•  Iniciou-se quando se criou o Banco Central do Brasil, que efetivamente impôs exigência de reserva sobre os bancos, buscando regular os empréstimos bancários e recuperar o controle sobre o saldo monetário.

•  Em 1970, o Banco Central do Brasil começou a usar operações de open market ou empréstimos de liquidez para ajustar as reservas bancárias, acentuando seu poder sobre a oferta de moeda.

•  Sob forte influência monetarista, seus técnicos passaram a tentar modelar, formalmente, o sistema monetário, inspirando-se em modelos de base monetária – multiplicador monetário em que supunham:

1.  controle sobre reservas bancárias (RB/MP) e 2.  rígidas relações papel-moeda / depósitos (PMPP/DV).

Page 27: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

27

regime de alta inflação e moeda indexada

•  Durante três décadas – de 1964 a 1994 –, perdurou o regime de alta inflação, 10 anos mais longo que o próprio regime militar!

•  Devido ao mecanismo de proteção via correção monetária aplicada às aplicações e aos empréstimos, inicialmente restrito aos efetuados em longo prazo, e, depois, com o progressivo encurtamento de prazos, sua contrapartida foi o regime monetário com a chamada “moeda indexada”.

•  Foi situação extremamente lucrativa aos bancos, envolvidos em captação de “dinheiro a custo zero” (depósitos à vista e floating – disponibilidades líquidas) para aplicarem em ativos (empréstimos ou títulos de dívida pública) com correção monetária.

Page 28: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

28

sub-fases nesse estágio da história bancária brasileira

•  A primeira (1964-1974) foi a do processo de tentativa-e-erro no esforço tecnocrata de transplantar o modelo norte-americano de segmentação de instituições financeiras, –  isolando os velhos banqueiros e –  propiciando o surgimento de novos aventureiros

no breve boom do mercado de capitais (bolsa de valores) e na permanente expansão do mercado (aberto) de dinheiro (open market).

•  A segunda (1974-1988), demandada aos velhos banqueiros a incorporação de negócios falidos dos novos, foi a do processo de concentração, conglomeração e internacionalização.

•  A visão neoliberal já hegemônica nas instituições multilaterais achava que vigorava, no Brasil, o processo de repressão (apenas) financeira.

Page 29: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Fases da história da moeda e dos bancos no Brasil

Sexto Estágio: 1988-1994

Page 30: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

30

1988-1994 •  Após a Constituinte, houve a liberalização

financeira com:

1.  liberalização do mercado bancário com o fim da exigência de carta-patente,

2. abertura à entrada de capital externo com o fim da reserva de mercado, e

3.  facilidade para se criar “bancos múltiplos”, principalmente para corretoras e distribuidoras.

Page 31: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

31

criação de multibancos •  A “abertura à concorrência” não enfrentou

grande resistência, pois foi compensada pela possibilidade de criação de multibancos, ou seja, a legalização de situação existente de fato, mas não de direito.

•  No início dos anos 90, houve diferentes estratégias de ajustamento dos bancos à liberalização financeira.

•  Em contexto internacional de abertura financeira, cada grupo de bancos tratou de explorar seu “nicho de mercado”.

Page 32: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

32

bancos de negócios •  Houve possibilidade de mobilidade ascensional,

em termos de rentabilidade.

•  Pequenos bancos, com poucos funcionários, sem rede de agências e clientela varejista, mas com selecionada clientela de grande fortuna, inclusive em nível internacional, obtinham ganhos até acima de 50% sobre o patrimônio líquido ao ano!

•  Nas instituições menores, aplicar o próprio patrimônio também dava lucros, para quem tinha poucos ativos imobilizados.

•  Ganhos com privatização, reestruturação de empresas e administração de fundos de investidores estrangeiros reforçaram a rentabilidade desses bancos que optaram por operar no mercado de capitais, e não no mercado de crédito.

Page 33: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Fases da história da moeda e dos bancos no Brasil

Sétimo Estágio: 1995-2002

Page 34: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

34

1995-2002 •  Da aventura liberalizante, com

–  o impacto da estabilização inflacionária, em 1994, –  a breve bolha de consumo, e –  a longa sobrevalorização da moeda nacional,

da eleição até a reeleição de FHC, •  restou estágio transitório de crise bancária.

•  Crise bancária com: 1.  liquidação de grandes bancos privados nacionais; 2.  privatização de bancos estaduais; 3.  reestruturação patrimonial das instituições financeiras

públicas federais; 4.  concentração bancária; 5.  desnacionalização bancária.

Page 35: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

35

fim da reserva de mercado bancário •  No final dos anos 90´s, um século depois,

após mais uma política deflacionista, assistiu-se, novamente, o ponto de partida: –  uma crise bancária e –  o recurso à desnacionalização.

•  Além da tendência à concentração, verificou-se a progressiva desnacionalização do setor bancário brasileiro, que tinha usufruído, na era desenvolvimentista, desde os anos 30, de “reserva de mercado”.

•  Na era neoliberal, a reserva de mercado bancário passou a ser considerada supérflua.

Page 36: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

36

novo regime monetário •  Com a queda da inflação, desapareceu

também a “moeda indexada”.

•  Mas novo regime monetário foi, de fato, implantado somente a partir de 1999, com:

1.  mudança do regime de câmbio fixo para regime de câmbio flexível,

2.  adoção de regime de metas de inflação e 3.  política fiscal com metas de superávit primário.

Page 37: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Fases da história da moeda e dos bancos no Brasil

Oitavo Estágio: 2003-2010

Page 38: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

38

2003-2010 •  acesso popular a bancos:

1.  “bancarização”: abertura de contas correntes simplificadas.

2.  acesso a crédito em consignação, crédito aos consumidores, e ao microcrédito.

3.  ganho de economia de escala com fusões e aquisições.

4.  elevação da competitividade dos bancos brasileiros.

Page 39: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Bancarização

39

Page 40: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Rede de atendimento

40

Page 41: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Atendimento bancário no país - dependências

41

Page 42: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

Transações bancárias por origem

42

Page 43: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

43

clientes de bancos de varejo em dezembro de 2006 (em milhões)

68,7 milhões de correntistas ou 66%

Page 44: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

44

Page 45: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

45

Page 46: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

46

Page 47: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

47

Page 48: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

48

relação crédito / PIB

FHC LULA

O estoque total de crédito do atingiu R$ 1.529 bilhões, em junho de 2010, passando a representar 45,7 % do PIB.

Page 49: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

49

relações dívida / PIB vs. crédito / PIB

42,8%

34,7%

Page 50: Fases históricas do sistema bancário brasileiro · PDF file4 século XIX (1808-1905) • Indefinição do padrão monetário (metalista ou papelista), refletindo na criação-destruição-recriação

http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

[email protected]