fascículo giambattista bodoni

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gIAMBATTISTA bODONI 3 G ianbattist a Bodoni

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Trabalho experimental da pós-graduação. Orientação do professor Claudio Ferlauto.

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gIAMBATTISTA bODONI3

Gianbattista

Bodoni

PREFÁCIO ao

MANUALE TIPOGRAFICO

Tradução de Dorothée de Bruchard

Dos quatro aspectos de que parece derivar a beleza de um caractere, oprimeiro é a regularidade. A análise do alfabeto de qualquer língua vaipermitir que se encontre traços similares num grande número de letrasdistintas e mostrar que todas podem ser compostas de poucas partesidênticas, diversamente combinadas e dispostas. Se tomarmos a média de tudoo que não serve para distinguir uma letra da outra, e acentuarmos tantoquanto possível as diferenças mais necessárias a esta distinção,conseguiremos fixar, para determinar a forma de todas as letras, uma lei euma regra de que surgem uma semelhança sem ambigüidade, uma variedade semdissonância, uma igualdade e simetria sem confusão.

Em segundo lugar, vêm a nitidez e o polimento, oriundos da perfeição dosburis e da fundição perfeita dos caracteres.

A terceira condição é o bom gosto, que escolhe as formas mais agradáveis eque mais correspondem ao espírito da nação e do século. A moda reina naescrita como em todas as coisas, impondo-lhe regras, razoáveis ou não. Noentanto, quando não houver nenhum bom motivo e quando a moda nos deixarlivres, o bom gosto será guiado pela simplicidade ˜ não a simplicidadegrosseira que se manifestaria em traços uniformemente espessos ˜ mas por umasimplicidade agradável e de boa qualidade, como a que observamos noharmonioso contraste de luzes e sombras jogando naturalmente em todo escritofeito com uma pena bem apontada e firme.

A graça é o quarto e último requisito para completar a beleza de umcaractere. Sabe-se que é difícil dizer no que consiste o que há de atraente,encantador e delicioso naquilo que chamamos de graça. Mas como ela sempredeve tender a parecer natural e inerente, deve fugir à afetação e aoesforço, a ponto de não estar errado procurá-la no que há de mais raro emais perfeito, no que parece ser um puro dom de Deus e de uma feliznatureza, embora ela geralmente não seja senão fruto de longos exercícios edo hábito, o qual torna tão fáceis as coisas mais difíceis que, mesmo sempensar, realizamo-las com perfeição.

Um caractere será então tanto mais bonito quanto possuir regularidade,nitidez, bom gosto e graça.

Só com muito amor posso falar da arte tipográfica.

A idéia do belo certamente não deve ser confundinda com a do bem e a doútil. Essas três idéias são contudo como que três diferentes aspectos de umasó e única coisa considerada por três lados distintos.

As mais magníficas edições são, na verdade, edições de luxo mais que de usocorrente, e é verdade que o luxo acompanha naturalmente as riquezas.

Mas no que diremos que consiste a beleza? Em duas coisas, talvez, mais doiê i i f í i d l

Nascido em Saluzzo, na Itália, de uma fa-mília de impressores, trabalhou para ogrão-duque de Parma. Criou o tipo quetraz seu nome, caracterizado pelo contras-te entre traços leves e fortes. Publicou edi-ções refinadas de clássicos gregos, lati-nos, italianos e franceses, muito admira-das pelos tipógrafos embora criticadas pe-los literatos pelos -erros ortográficos quecontinham. Em 1818, sua viúva publica-va em dois volumes, somando 543 pági-nas, seu Manuale Tipográfico, que ele pre-parara ao longo de 50 anos. (D. B.)

PREFÁCIO ao

MANUALE TIPOGRAFICO

Tradução de Dorothée de Bruchard

Dos quatro aspectos de que parece derivar a beleza de um caractere, oprimeiro é a regularidade. A análise do alfabeto de qualquer língua vaipermitir que se encontre traços similares num grande número de letrasdistintas e mostrar que todas podem ser compostas de poucas partesidênticas, diversamente combinadas e dispostas. Se tomarmos a média de tudoo que não serve para distinguir uma letra da outra, e acentuarmos tantoquanto possível as diferenças mais necessárias a esta distinção,conseguiremos fixar, para determinar a forma de todas as letras, uma lei euma regra de que surgem uma semelhança sem ambigüidade, uma variedade semdissonância, uma igualdade e simetria sem confusão.

Em segundo lugar, vêm a nitidez e o polimento, oriundos da perfeição dosburis e da fundição perfeita dos caracteres.

A terceira condição é o bom gosto, que escolhe as formas mais agradáveis eque mais correspondem ao espírito da nação e do século. A moda reina naescrita como em todas as coisas, impondo-lhe regras, razoáveis ou não. Noentanto, quando não houver nenhum bom motivo e quando a moda nos deixarlivres, o bom gosto será guiado pela simplicidade ˜ não a simplicidadegrosseira que se manifestaria em traços uniformemente espessos ˜ mas por umasimplicidade agradável e de boa qualidade, como a que observamos noharmonioso contraste de luzes e sombras jogando naturalmente em todo escritofeito com uma pena bem apontada e firme.

A graça é o quarto e último requisito para completar a beleza de umcaractere. Sabe-se que é difícil dizer no que consiste o que há de atraente,encantador e delicioso naquilo que chamamos de graça. Mas como ela sempredeve tender a parecer natural e inerente, deve fugir à afetação e aoesforço, a ponto de não estar errado procurá-la no que há de mais raro emais perfeito, no que parece ser um puro dom de Deus e de uma feliznatureza, embora ela geralmente não seja senão fruto de longos exercícios edo hábito, o qual torna tão fáceis as coisas mais difíceis que, mesmo sempensar, realizamo-las com perfeição.

Um caractere será então tanto mais bonito quanto possuir regularidade,nitidez, bom gosto e graça.

Só com muito amor posso falar da arte tipográfica.

A idéia do belo certamente não deve ser confundinda com a do bem e a doútil. Essas três idéias são contudo como que três diferentes aspectos de umasó e única coisa considerada por três lados distintos.

As mais magníficas edições são, na verdade, edições de luxo mais que de usocorrente, e é verdade que o luxo acompanha naturalmente as riquezas.

Mas no que diremos que consiste a beleza? Em duas coisas, talvez, mais doiê i i f í i d l

prefácio aomanualetipograficoTradu o de Dor oth e de BruchardDos quatro aspectos de que parece derivar abeleza de um caractere, o primeiro é a regula-ridade. A análise do alfabeto de qualquer lín-gua vai permitir que se encontre traços simila-res num grande número de letras distintas emostrar que todas podem ser compostas depoucas partes idênticas, diversamente combi-nadas e dispostas. Se tomarmos a média de tudoo que não serve para distinguir uma letra daoutra, e acentuarmos tanto quanto possível asdiferenças mais necessárias a esta distinção,conseguiremos fixar, para determinar a formade todas as letras, uma lei e uma regra de quesurgem uma semelhança sem ambigüidade,uma variedade sem dissonância, uma igualda-de e simetria sem confusão. Em segundo lu-gar, vêm a nitidez e o polimento, oriundos daperfeição dos buris e da fundição perfeita doscaracteres. A terceira condição é o bom gosto,que escolhe as formas mais agradáveis e quemais correspondem ao espírito da nação e doséculo. A moda reina na escrita como em to-das as coisas, impondo-lhe regras, razoáveisou não. No entanto, quando não houver ne-nhum bom motivo e quando a moda nos dei-xar livres, o bom gosto será guiado pela sim-

pre-fácioaoman-ualetipo-grá-fico

prefácio aomanualetipograficoTradu o de Dor oth e de BruchardDos quatro aspectos de que parece derivar abeleza de um caractere, o primeiro é a regula-ridade. A análise do alfabeto de qualquer lín-gua vai permitir que se encontre traços simila-res num grande número de letras distintas emostrar que todas podem ser compostas depoucas partes idênticas, diversamente combi-nadas e dispostas. Se tomarmos a média de tudoo que não serve para distinguir uma letra daoutra, e acentuarmos tanto quanto possível asdiferenças mais necessárias a esta distinção,conseguiremos fixar, para determinar a formade todas as letras, uma lei e uma regra de quesurgem uma semelhança sem ambigüidade,uma variedade sem dissonância, uma igualda-de e simetria sem confusão. Em segundo lu-gar, vêm a nitidez e o polimento, oriundos daperfeição dos buris e da fundição perfeita doscaracteres. A terceira condição é o bom gosto,que escolhe as formas mais agradáveis e quemais correspondem ao espírito da nação e doséculo. A moda reina na escrita como em to-das as coisas, impondo-lhe regras, razoáveisou não. No entanto, quando não houver ne-nhum bom motivo e quando a moda nos dei-xar livres, o bom gosto será guiado pela sim-

pre-fácioaoman-ualetipo-grá-fico

i , g , ç p g )odonitanto mais o que mais fielmente se parecerá com estas formas.A conveniência provém de uma combinação de todas as partes, que não devem serreunidas pelo acaso, mas escolhidas para um fim determinado; é ditada pela razão e pode ser claramente definida; assim, vê-mo-la exigir que tudoseja magnífico nas edições de luxo e que, nas edições de elegância mais simples, tudo concorra para a comodidade sem economia mesquinha. Quantoà proporção, assim como parece claro que ela torna as coisas parecidas com certos modelos que trazemos na cabeça e nos servem de regra ˜ como,antigamente, aos escultores a célebre estátua de Polícleto ̃ também parece difícil de definir, em função da grande variedade destas regras nos diversosespíritos. Parece-me apenas sensato ater-se a uma justa medida entre as proporções que notamos serem as mais usadas, com a condição de fazê-locom discernimento. Com efeito, para julgar, por exemplo, a beleza de um livro no que toca à sua altura, largura, espessura, convém considerar o seuformato ̃ in-folio, in-quarto, in-octavo, in-doze ou um formato menor ̃ levando em conta o fato de que nos formatos menores podemos sem inconve-niente usar mais a fantasia. Para a largura das margens, seria um grave erro tomar a média das edições de todo tipo que não passam, no mais das vezes,do fruto de uma sórdida economia. Também não convém basear-se somente nas edições de luxo; mas levar em conta o gênero, já que não convém aedições simplesmente elegantes, por inútil, a suntuosidade das margens exigidas para edições fastuosas. Coloca-se aqui um problema dos maisdifíceis: a arte tipográfica pode encerrar o retângulo da página

GianbattistaBplicidade ˜ não a simplicidade grosseira que se manifestaria em traços uniformemente espessos ˜ mas por uma simplicidade agradável e de boaqualidade, como a que observamos no harmonioso contraste de luzes e sombras jogando naturalmente em todo escrito feito com uma pena bemapontada e firme.A graça é o quarto e último requisito para completar a beleza de um caractere. Sabe-se que é difícil dizer no que consiste o que háde atraente, encantador e delicioso naquilo que chamamos de graça. Mas como ela sempre deve tender a parecer natural e inerente, deve fugir àafetação e ao esforço, a ponto de não estar errado procurá-la no que há de mais raro e mais perfeito, no que parece ser um puro dom de Deus e de umafeliz natureza, embora ela geralmente não seja senão fruto de longos exercícios e do hábito, o qual torna tão fáceis as coisas mais difíceis que,mesmo sem pensar, realizamo-las com perfeição. Um caractere será então tanto mais bonito quanto possuir regularidade, nitidez, bom gosto e graça.Só com muito amor posso falar da arte tipográfica.A idéia do belo certamente não deve ser confundinda com a do bem e a do útil. Essas três idéias sãocontudo como que três diferentes aspectos de uma só e única coisa considerada por três lados distintos. As mais magníficas edições são, na verdade,edições de luxo mais que de uso corrente, e é verdade que o luxo acompanha naturalmente as riquezas. Mas no que diremos que consiste a beleza? Emduas coisas, talvez, mais do que em outras: a conveniência, que satisfaz o espírito quando, pela reflexão, constata que todas as partes de uma obratendem a um só e único objetivo; e a proporção que contenta o olhar, ou melhor dizendo, a memória, que guarda certas imagens e formas e apreciará

i , g , ç p g )odonitanto mais o que mais fielmente se parecerá com estas formas.A conveniência provém de uma combinação de todas as partes, que não devem serreunidas pelo acaso, mas escolhidas para um fim determinado; é ditada pela razão e pode ser claramente definida; assim, vê-mo-la exigir que tudoseja magnífico nas edições de luxo e que, nas edições de elegância mais simples, tudo concorra para a comodidade sem economia mesquinha. Quantoà proporção, assim como parece claro que ela torna as coisas parecidas com certos modelos que trazemos na cabeça e nos servem de regra ˜ como,antigamente, aos escultores a célebre estátua de Polícleto ̃ também parece difícil de definir, em função da grande variedade destas regras nos diversosespíritos. Parece-me apenas sensato ater-se a uma justa medida entre as proporções que notamos serem as mais usadas, com a condição de fazê-locom discernimento. Com efeito, para julgar, por exemplo, a beleza de um livro no que toca à sua altura, largura, espessura, convém considerar o seuformato ̃ in-folio, in-quarto, in-octavo, in-doze ou um formato menor ̃ levando em conta o fato de que nos formatos menores podemos sem inconve-niente usar mais a fantasia. Para a largura das margens, seria um grave erro tomar a média das edições de todo tipo que não passam, no mais das vezes,do fruto de uma sórdida economia. Também não convém basear-se somente nas edições de luxo; mas levar em conta o gênero, já que não convém aedições simplesmente elegantes, por inútil, a suntuosidade das margens exigidas para edições fastuosas. Coloca-se aqui um problema dos maisdifíceis: a arte tipográfica pode encerrar o retângulo da página

impressa num quadro gracioso, podendo ser infinitamente variado, e acrescentar-lhe mil outros ornamentos, como frisos, vinhetas,florões, cártulas, capitulares ornadas e vinhetas em talho-doce; parece que se podemos deixá-los de lado em edições simples eelegantes em que são inúteis, não devemos fazê-lo em edições do gênero esplêndido. No entanto, vemos que as mais apreciadasedições deste gênero são destituídas de ornamentos e, mais ainda, que Baskerville é elogiado justamente por tê-los inteiramenteabolido. Para bem solucionar este problema é preciso distinguir os diversos ornamentos que, gravados em relevo como as letras,como elas se imprimem em nossas prensas, dos cobres que, seja pela gravura, seja pela tiragem, pertencem a uma arte diferente.Estes só ficam deslocados se mal executados, se sem razão de ser, se não representam nada que fique melhor ali que em outrolugar. Mas, se a um livro impresso do modo mais magnífico e esplêndido vêm juntar-se gravuras trabalhadas com a maiormaestria do desenho e do buril, veremos que elas levam a melhor parte no mérito da edição. Eis por quê é preferível, pela glóriada tipografia, mostrar tudo o que ela pode e tudo o que ela vale sem o seu concurso. É então que se manifestará mais vivamenteo que vimos ser a melhor justificativa para o luxo dos livros: o amor das letras e a consideração pelos autores; amor que pode irde par com o das artes às quais devemos essas estampas tão elas e bem gravadas, mas que será mais manifesto se não se dividir.Acrescentemos que as letras e a filosofia voltam aos poucos o gosto dos que as estudam para a simplicidade e sobriedade, aponto de a beleza mais agradável para eles ser aquela que não se enfeita com nenhum ornamento emprestado. Ora, esta severi-dade no gosto, que reprova a frivolidade assim como o supérfluo, proscreve enquanto brincadeiras de arte estes frisos enquadramentos que permitem ostentar com tanta facilidade a maestriatipográfica. Será portanto mais sensato abster-se deles, salvo talvez noslivros menos ao gosto dos letrados e dirigidos a pessoas de gosto menosrefinado e delicadeza menos exigente. Quanto mais um livro é clássico,mais é conveniente que a beleza dos caracteres apareça sozinha: é nelaque principalmente consiste e soberanamente se expõe a glória da tipo-grafia. Para que um bonito caractere faça bom efeito e sobressaia bemnas páginas, é ainda necessário que ele seja disposto em linhas bemretas de perfeita regularidade, nem apertadas nem espaçadas demais emrelação à sua força, deixando entre as linhas ˜ como entre uma esquadrae outra ˜ e entre as palavras, intervalos iguais, sem esquecer dos diversos signos que vão junto às letras. Também não é precau-ção negligenciável a que consiste, se houver notas de pé de página, em reparti-las igualmente pelas duas páginas opostas: ondequer que se abra o livro, as páginas duplas apresentarão assim uma simetria perfeita. Há que cuidar ainda não só para quenenhuma letra esteja ausente, danificada, empastada de tinta ou suja de borrões, mas também para que a tiragem seja semprehomogênea e não se encontrem duas páginas que não pareçam pertencer à mesma impressão. Tenho esperança de que ninguémmais se queixe de uma tiragem preta, coisa que alguns ainda reprovam. Não se pode, contudo, negar, que quanto mais preta atinta mais ela sobressai na brancura do papel. Com o passar dos anos, o papel desbota e a tinta esmorece, e o esplendor de umabela impressão não deve estar destinado a agradar só enquanto ela for recente. Deixemos agir o tempo, que acabará embotandonossas tintas o necessário para que não as achemos vivas demais. Ora, não há arte em que convenha mais que na tipografia mantero olhar fixado nos séculos por vir; pois não menos para os seus descendentes que para seus contemporâneos o impressor produzsuas obras. E em ninguém mais que no tipógrafo o desejo ardente de ser louvado após a morte pode ser mais útil ao público. É o queo leva a oferecer, às vezes com rejuízo, edições belas e corretas de livros excelentes, providos de tudo o quanto pode torná-los maisproveitosos. No que toca a arte tipográfica propriamente dita, creio ter dito o suficiente para levar cada qual a pensar por si próprioe, partindo dos trabalhos de Sweynheim e Jenson, passando pelos de Manuce, dos Estienne, Vascosan, Giolitti, Plantin, Blaeu,Vitré, dos Elzevir, Hackey, Tonson, Baskerville, Foulis, barra, Didot, até finalmente chegar aos nossos dias, julgar por comparaçãotudo o que foi feito de bom e de melhor, e tudo o que ainda pode ser feito.NOTA: Não me foi possível localizar o original italiano deste prefácio

agradeceria a quem pudesse me indicar onde encontrá-lo e fiz aquiuma tradução indireta da versão francesa editada por Jacques Damase.A versão portuguesa, em bela edição organizada por João Bicker, viua luz em 2001. (Para ambas as referências, vide Bibliografia, seçãoT i p o g r a f i a ) .

Direitos da tradução reservados: Dorothée de Bruchard, 1999.