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Universidade Aberta do Nordeste e Ensino a Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha. É proibida a duplicação ou reprodução deste fascículo. Cópia não autorizada é Crime. 15 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Interpretação, Literatura, Redação, Inglês e Espanhol Paulo Sérgio Lobão, Pedro Fernandes, Rivaldo Coelho e Sousa Nunes Enem 2011_Fasciculo 15.indd 225 Enem 2011_Fasciculo 15.indd 225 27/09/2011 10:23:28 27/09/2011 10:23:28

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Caro EstudanteNeste fascículo, dando continuidade ao trabalho desenvolvido ao longo dos fascículos 3, 7 e 11, finalizaremos o tra-

balho com os Dez Mandamentos da Interpretação textual. Nas Múltiplas Linguagens, abordaremos a LInguagem da

Pintura. Na Produção textual, trataremos do parágrafo final da Redação: a conclusão e os 10 conselhos para sair-se bem

na prova de redação do Enem. Nas línguas estrangeiras modernas, apontaremos as técnicas que devemos pôr em

prática na interpretação de um texto.

Bons estudos!

Objeto do Conhecimento

Os dez mandamentos da interpretação textualCaro estudante, a leitura de um texto não é um mero ato de decifrar símbolos. O ato de ler envolve não apenas a decodificação da mensagem, mas também a interação com o texto, produzindo sentidos durante a leitura. É nes-se processo que se estabelece a interpretação textual, ha-bilidade muito exigida pelo Enem e a chave para um bom resultado nesse exame. Muitas vezes, os elementos neces-sários para a resposta certa de uma questão encontram-se no próprio enunciado e, por nervosismo ou açodamento, o candidato não os percebe e erra. Faltam-lhe hábito de leitura e discernimento para enfrentar as questões com desembaraço e eficiência.

Para interpretar bem um texto, o candidato precisa ti-rar o maior rendimento possível da leitura. O Enem é ela-borado nessa perspectiva, pois a competência leitora é o que mais se exige do candidato.

Sabe-se que não existe fórmula mágica para garantir uma boa interpretação de texto. Ler qualitativamente e manter-se atualizado acerca dos fatos nacionais e interna-cionais é um excelente exercício. O Enem também deman-da a capacidade de ler gráficos, imagens, mapas e tabelas e de extrair desses elementos os dados para responder a certas questões. Mas a leitura do texto literário represen-ta um desafio maior, naturalmente por ter uma lingua-gem própria, que exige sensibilidade e argúcia especiais do candidato. Por isso é fundamental acostumar-se a ler textos literários em prosa e em versos a fim de aguçar a percepção e a sensibilidade. Apresentamos a seguir os dez mandamentos da interpretação textual elaborados pelo estudioso da nossa língua e gramático Evanildo Bechara.

Os dez mandamentos para análise de textos1. Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato

com o assunto; a segunda para observar como o texto está articulado, desenvolvido.

2. Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma conclusão ou, ainda, uma falsa oposição.

3. Sublinhar, em cada parágrafo, a ideia mais importante (tópico frasal).

4. Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do que foi pedido.

5. Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto etc., para não se confundir no momento de responder a questão.

6. Escrever, ao lado de cada parágrafo ou de cada estrofe, a ideia mais importante contida neles.

7. Não levar em consideração o que o autor quis dizer, e sim o que ele disse, escreveu.

8. Se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, deve-se examinar com atenção a introdução e/ou a conclusão.

9. Se o enunciado mencionar argumentação, deve preo-cupar-se com o desenvolvimento.

10. Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que re-metem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos etc.).

Compreensão e interpretação de texto

Compreensão ou intelecção de texto - consiste em ana-lisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar dados do texto. O enunciado normalmente assim se apresenta:

As considerações do autor se voltam para ...Segundo o texto está correta ...De acordo com o texto, está correta ...Tendo em vista o texto, é correto ... O autor sugere ainda que ... O autor afirma que ...

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Interpretação de texto - consiste em saber o que se infe-re (conclui) do que está escrito. O enunciado normalmen-te é encontrado da seguinte maneira:

O texto possibilita o entendimento de que...Com apoio no texto, infere-se que...O texto encaminha o leitor para...Pretende o texto mostrar que o leitor ...O texto possibilita deduzir-se que ...

Gramática Escolar da Língua Portuguesa, Evanildo Bechara, Editora Nova Fronteira, 2010.

Questão Comentada

|C7-H22|Leia o poema de Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa, para resolver a questão seguinte.

OUTONO

Quando, Lídia, vier o nosso Outono Com o Inverno que há nele, reservemosUm pensamento, não para a futura Primavera, que é de outrém, Nem para o Estio, de quem somos mortos, Senão para o que fica do que passa, O amarelo atual que as folhas vivem E as torna diferentes.

Fernando Pessoa. Odes, de Ricardo Reis. Lisboa: Ática, 1959. p. 108.

A temática central desse poema constitui:a) um lamento pela passagem inexorável da vida humana.b) uma crítica aos que preconizam o fruir da existência.c) o carpe diem.d) a ratificação de que as fases da vida humana são tão circula-

res quanto as da natureza.e) a reversibilidade do ciclo da vida terrena.

Solução comentada: Ricardo Reis foi criado por Fernando Pessoa como um poeta de formação clássica. Por isso, sua obra trabalha temas da poesia greco-latina. O poema se constrói fun-damentalmente com termos concretos ou figuras referentes às estações do ano: outono, inverno, estio, primavera, folha, amarelo etc. “Outono” aparece ligado ao possessivo nosso. Quando se fala em “nosso outono”, vemos que os termos “primavera, outono, in-verno” e “estio” não indicam mais as estações do ano, mas as fases da existência. O poeta dirige-se, então, a Lídia não para falar das estações do ano, mas da existência humana. A expressão “quan-do vier” mostra que ambos não estão ainda no outono da vida, na idade madura, mas que ele virá “inexoravelmente” (pronuncie o x com som de z; significa implacavelmente). Eis, então, os pri-meiros temas subjacentes a esse texto: a fugacidade do tempo e a efemeridade da juventude. Ao comparar a existência humana às estações do ano, poderíamos pensar que o poeta quer mostrar que as fases da existência humana são circulares como as épocas do ano, que se sucedem indefinidamente. No entanto, as figuras “que é de outrem”, “de quem somos mortos”, “para o que fica do que passa” manifestam o tema da irreversibilidade das fases da vida humana. Uma fase vivida por um indivíduo não volta mais para ele. O termo “futura”, referindo-se a “primavera”, mos-

tra que a circularidade na humanidade é diferente da que ocorre na natureza. O que se sucede na humanidade são as ge-rações. Por isso, diz o poeta que a futura primavera é de outrem. Poderíamos pensar, então, que se trata de um lamento pela ine-vitabilidade da madureza e da velhice (observe-se que o inverno já está contido no outono: “com o inverno que há nele”) e pela inexorabilidade da morte. No entanto, a articulação das figuras do texto não permite depreender esse tema. Com efeito, o poeta diz a Lídia que, quando o outono vier, não se deve pensar na pri-mavera ou no estio, ou seja, na juventude e na idade em que se está em pleno vigor, já que os jovens são outros (“primavera, que é de outrem”) e a idade de plena força já passou (“estio, de quem somos mortos”), mas naquilo que o tempo deixa quando pas-sa: “o amarelo das folhas”. Nos países onde as estações são bem marcadas, as folhas amarelecem no outono, antes de caírem. O amarelo não é pior nem melhor que o verde que elas exi-bem na primavera e no verão, é apenas diferente. O poeta quer mostrar que, na vida, perde-se também o viço da juventude e adquire-se o tom amarelo da proximidade da morte. Essa fase, no entanto, não é melhor nem pior que as outras quadras da existência, é diferente. O poema não é, portanto, um lamento. É um convite para aproveitar cada uma das fases da vida no que elas têm de específico, de singular, de diferente. O tema central do poema é, portanto, o carpe diem (aproveita o momento), tema frequente na poesia de Horácio, autor latino que é um dos mode-los de Ricardo Reis. Ao mostrar a irreversibilidade das fases da existência humana em oposição à reversibilidade das estações da natureza, o poeta quer assinalar que o homem precisa fruir, gozar cada um dos instantes da vida.

Resposta correta: c

Para Fixar

|C7-H22|01. “Na Idade Média, ao contrário da festa oficial, o carnaval era o

triunfo de uma espécie de liberação temporária da verdade dominante e do regime vigente, da abolição provisória de todas as relações hierárquicas, privilégios e tabus”.

M. Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento. São Paulo, Hucitec: Brasília: Ed. da UnB, 1987.

Indique o item em que as festas oficiais da Idade Média são caracterizadas de acordo com o que se depreende do texto.

a) Nessas festas, elaboravam-se formas especiais de comunica-ção, francas e irrestritas, impregnadas de uma simbologia da alegre relatividade das verdades e autoridades no poder.

b) Essas festas tinham por finalidade a consagração da desigual-dade; nelas, as distinções hierárquicas destacavam-se inten-cionalmente.

c) Eram autênticas festas do tempo futuro, das alternâncias e renovações.

d) Essas festas opunham-se a toda perpetuação, a toda regu-lamentação e aperfeiçoamento, apontavam para um ideal utópico.

e) Contrastando com a excepcional segmentação em estados e corporações da vida diária, essas festividades sustavam a apli-cação dos códigos correntes de etiqueta e comportamento.

|C5-H16|02. A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diver-

sos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros

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acho que nem não misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. De cada vi-vimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim é que eu con-to. O senhor é bondoso de me ouvir. Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe.

João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. Nova Fronteira, 2001.

Considere estas afirmações sobre o excerto da obra de Gui-marães Rosa.

I. Assumindo um tom proverbial, o narrador personagem ex-plicita que irá relatar feitos heroicos e grandiosos vivenciados por outra personagem;

II. Por meio do emprego do discurso indireto livre, o narrador quer transmitir suas vivências a fim de melhor compreendê-las;

III. Ao justificar o aspecto descontínuo de sua narrativa, o narra-dor faz uso do recurso metalinguístico.

Está(ão) correta(s):a) apenas I e II. b) apenas II e III.c) apenas I. d) apenas II.e) apenas III.

Fique de Olho

Três erros capitais na análise de textos

1. ExtrapolaçãoÉ o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta o que não está escrito. Muitas vezes são fatos, mas que não estão expressos no texto. Deve-se ater somente ao que está relatado.

2. Redução É o fato de se valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade.

Deixa-se de considerar o texto como um todo para se ater apenas à parte dele.

3. Contradição É o fato de se entender justamente o contrário do que está escrito. É bom que se tome cuidado com algumas pala-vras, como: “pode”; “deve”; “não”; verbo “ser” etc.

Objeto do Conhecimento

Linguagem não verbal – Pintura“Quanta coisa eu contaria se pudesseE soubesse ao menos a língua como a cor...”

Candido Portinari

Ao longo da história da humanidade, nenhuma sociedade, por mais primitiva que fosse, deixou de exprimir através das artes seus valores, sentimentos, concepções, rituais, crenças, pensamentos, ideologias e representações esté-ticas da realidade. Essa necessidade simbólica de mani-festar a vida em sua pluralidade de significações constitui o fundamento da produção artística. Desde as primeiras formas de arte até a produção contemporânea, a arte vem ocupando um espaço significativo no contexto de todas as sociedades humanas.

Guernica, Pablo Picasso.

Quando imprimiu suas representações nas cavernas (Pintura Rupestre), o ser humano começou a se valer do signo visual para esboçar sua percepção do mundo e da sua própria realidade, expressando crenças comuns e exercendo papel fundamental em rituais da comunidade.

cultura.culturamix.com

Com o surgimento das nações obedecendo a uma hierarquia clara, a arte assumiu uma posição privilegiada. Estava a serviço dos ricos, para embelezar palácios, presti-giando as conquistas dos governantes. Também serviu ao propósito das religiões organizadas, decorando templos e recontando mitos religiosos por meio de imagens.

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As transformações sociais e tecnológicas influenciaram o ar-tista de diferentes modos. O processo de intercâmbio cultural e o contexto social foram responsáveis pelas profundas mudanças na produção artística, gerando a diversidade cultural, a criação de novas técnicas e o surgimento de estilos. Assim, o contexto de produção de uma obra pode nos oferecer pistas importantes sobre o seu significado e sobre as intenções de quem a produ-ziu. Tomemos como exem-plo a pintura renascentista, produzida no Renascimento – período da História em que a arte traz o ser humano para o centro dos acontecimentos, recriando os ideais da Antigui-dade Greco-latina. Observe a tela de Rafael Sanzio, pintada entre 1509-1511.

Entrecortada, portanto, pelo contexto cultural, pela religião, pela ideologia e pela realidade social a criação artística procura ser reveladora desse conjunto de fatores, exprimindo o olhar individual do artista bem como repre-sentando valores e costumes de uma determinada época, estabelecendo, por meio de obras, uma releitura do am-biente sociocultural e uma reflexão sobre o contexto em que está inserida.

Um olhar sobre o panorama estético da pinturaA prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias tem dado destaque a algumas correntes estéticas em suas últimas edições, dentre elas merecem a atenção do ves-tibulando o Renascimento, o Expressionismo, o Impres-sionismo, o Cubismo, o Surrealismo, a Pintura Modernista brasileira, o Pop Art. Embora esses temas tenham uma cer-ta recorrência, vale ressaltar que o conhecimento sobre os diferentes momentos da produção plástica na história da arte é indiscutivelmente um instrumento que garantirá o sucesso do candidato. Façamos então uma rápida incur-são pelos diferentes momentos da pintura.

A Pintura no RenascimentoOs artistas do Renascimen-to compartilhavam da fi-losofia humanística, que colocava o homem e as re-alizações da humanidade no centro de todas as coi-sas (o Antropocentrismo). Essa visão está ilustrada pelos desenhos e estudos anatômicos de Leonardo da Vinci (1452-1519), prin-cipalmente no desenho “Proporções da imagem do ho-mem” (segundo Vitruvius), mais conhecido como “O ho-mem vitruviano”. Observe a imagem acima.

A visão do homem como medida de todas as coi-sas disseminou-se pelas artes plásticas, produzindo uma substancial mudança de mentalidade na concepção das artes em relação à Idade Média. Esse novo conceito chega ao apogeu com o Renascimento, o termo propõe “uma renovação filosófica, artística, econômica e política, recriando, na Europa, uma sociedade organizada a partir de princípios da Antiguidade Clássica”. (ABAURRE, Maria Luiza. p.112). Nas obras dos grandes mestres gregos e ro-manos, os renascentistas buscaram as fontes para definir a poética de sua arte, baseando-se no princípio aristoté-lico da mimese como fundamento da produção artística.

A referência à cultura clás-sica (mitologia) foi outro aspecto importante na produção renascentista. Observe, ao lado, a tela Baco e Ariadne de Ticiano (1485-1576) como exem-plo perfeito da estética renascentista.

Essa obra foi inspirada na história de dois amantes es-crita por Oviedo e Catulo. A tela revela o momento em que Baco, o deus do vinho, encontra Ariadne, filha do rei de Creta. Esta, que depois de ajudar seu namorado Teseu a escapar do labirinto do Minotauro, foi abandonada na ilha de Naxos. É quando entra Baco, numa carruagem puxada por guepardos, acompanhada de uma multicolorida corte de bêbados.

A Pintura ExpressionistaO Expressionismo foi uma corrente artística concentra-da especialmente na Alemanha, entre os anos de 1905 e 1930. Esses artistas tentaram transmitir sua arte, utilizando uma forma psicológica em que pudessem expressar seus sentimentos íntimos, mais do que o mundo exterior o fa-zia. Era uma pintura pessoal e intensamente apaixonada. O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pin-tura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos hu-manos. Utilizando cores, dá forma plástica ao amor, ao ci-úme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento, predomi-nando os valores emocionais sobre os intelectuais. Assim, o artista utiliza a tela como um meio de comunicação para manifestar suas emoções. As pinceladas eram rápidas, de-monstrando enorme vitalidade.

Um dos grandes inspiradores dos pintores expressio-nistas foi Van Gogh, com suas técnicas e cores extraordiná-rias. Dentre os expressionistas mais importantes, citamos também Heckel e Schiele.

Um dos grandes representantes dessa estética foi o pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944) cujos qua-dros e obra gráfica, tristes e angustiantes representações, baseadas em suas obsessões e frustrações pessoais, abri-ram o caminho para o desenvolvimento do Expressionis-mo. A sua obra mais conhecida é O grito (1893).

passeiweb.com

pt.wikipedia.org

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O Grito exprime grandiosamente o mais elementar de-sespero humano. É um retrato arquetípico do sentimento de desamparo a que o ser humano está sujeito. Daí a sua forte impressão sobre quem quer que o olhe.

A Pintura ImpressionistaO Impressionismo foi um movimento artístico que re-

volucionou profundamente a pintura e deu início às gran-des tendências da arte no século XX.

Principais características da pintura impressionista* A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos ad-quirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol. * As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar imagens. * As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam.* Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares.* As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mis-tura das tintas na paleta do pintor. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o re-sultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se óptica.

Um dos mais importantes nomes da pintura impressio-nista foi Claude Monet. Foi uma de suas pinturas, Impres-são: Nascer do Sol, que deu nome ao movimento artístico impressionista. Veja a tela.

A Pintura CubistaA tela Les demoiselles d’ Avignon, ao lado, do pintor espanhol Pablo Pi-casso, em 1907, deu início ao movimento cubista. Os representantes dessa estética opõem-se à ob-jetividade e à linearidade da arte de herança clás-sica e realista. Propondo novas experiências para a arte com uma nova perspectiva, os artistas desconstro-em a matéria estética, representando-a em diferentes pla-nos geométricos e ângulos retos, com espaços múltiplos e descontínuos, que se interceptam e se sucedem.

Essa obra de Picasso retrata prostitutas em um bordel em Barcelona. A modernidade da tela resulta de uma série estratégias artísticas e audaciosas. Corpos e fundo são re-duzidos a formas geométricas. Há pouco senso de profun-didade espacial. E a perspectiva deslocada é perturbadora, forçando o olhar do espectador a se mover pelo quadro em busca de sentido. É possível notar a influência de más-caras africanas, observada em alguns rostos.

Outras correntes estéticasA Pintura SurrealistaNascido da psicanálise, este movimento artístico pretende

transpor para as artes plás-ticas o mundo dos sonhos/ pesadelos. Salvador Dalí foi, sem dúvida, o maior pintor surrealista. Observe a tela de Salvador Dalí A Persistên-cia da Memória (1931).

A Pintura AbstracionistaO Abstraccionismo é a arte não figurativa. Ela pode, tal como afirma Kandinsky, sugerir emoções através das cores ou, simplesmente, como defende Mondrian, não traduzir coisa nenhuma, porque a arte deve, somente, ser bela. Observe a tela a seguir de Wassily Kandisnky (1866 – 1944)

Amarelo, vermelho, azul, 1925Óleo sobre tela128 x 201,5 cm

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A Pintura Modernista BrasileiraA Pintura de Tarsila do Amaral

O crítico de arte Jacob Klintowitz foi preciso ao afirmar que Tarsila do Amaral tornou-se o símbolo de um acontecimento do qual esteve ausente: a Semana de Arte Moderna. Tarsila, espírito inquieto, despontou à margem da Semana, integrando-se ao ideário moder-nista tempos depois, primeiro com

obras de influências nitidamente cubistas e mais tarde com as estranhas figuras da chamada fase antropofágica. Suas telas são influenciadas pelo Cubismo e Surrealismo, mas im-pregnadas de uma brasilidade que se manifesta sobretudo nas cores, que Carlos Drummond tão bem definiu: “O ama-relo vivo, o rosa violáceo, o azul pureza, o verde cantante”. A última fase foi a do engajamento, em que chegou a ser presa por causa de suas ideias políticas. Observe a tela aci-ma – Abaporu – símbolo do Movimento da Antropofagia – de Tarsila do Amaral.

A Pintura de Candido PortinariCandido Portinari, o mais co-nhecido pintor da história do país tornou-se, para o povo brasileiro, sinônimo de arte. Esta identificação de um artis-ta com a própria essência de sua atividade é o maior reco-nhecimento público imaginá-vel. Na história recente da arte, poucos artistas obtiveram esta

identificação popular entre o fazer e a natureza da atividade, como é o notável caso, por exemplo, de Vincent Van Gogh, com o século XIX, e Pablo Picasso, com o século XX. Sua obra guarda traços do Expressionismo e do Cubismo. Outro fun-damento presente em suas obras foi o abstracionismo geo-métrico. A temática social revela-se como um fio condutor de quase toda a sua obra. Esse caráter social associado ao trágico é possível de se observar na série denominada Retirantes (Fi-gura acima).

Questão Comentada

|C4-H13, H14|Observe a tela de Jean-Michel Basquiat pro-duzida na década de 80.Definir Basquiat é a definição do indefiní-vel: de certo modo, encontramos nesse artista toda a complexidade de Nova Ior-que dos anos 70, uma mescla de origens e culturas, com especial incidência para a cultura afro-latina, que começa a expres-sar-se nas ruas.A respeito da leitura da tela, é possível inferir que:I. se trata de uma releitura de natureza intertextual denomina-

da paráfrase;II. a técnica utilizada por Basquiat lembra o grafite, a arte das ruas;

III. a tela apresenta um tom irreverente, rebelde e vanguardista, identificada com o público urbano.

Está correto o que se diz em:a) I apenas. b) I e II.c) I, II e III. d) II e III.e) I e III.

Solução comentada: A tela de Jean-Michel Basquiat propõe uma releitura irreverente, ousada, rebelde e urbana da obra Mona Lisa do renascentista Leonardo da Vinci. A pose, os cabelos e o sorriso permitem estabelecer esse diálogo de natureza inter-textual em um contexto sociocultural diferente, promovendo aproximações e distanciamentos, fato que não a torna uma pará-frase da tela original, já que há uma intenção diversa ao propósito estabelecido por Da Vinci. Note que a técnica utilizada pelo artis-ta lembra o grafite, a arte das ruas, dos grandes centros urbanos, reforçando a ideia de rebeldia. Essa evocação proposta pelo pin-tor, que se utiliza de códigos e matizes relativamente acessíveis, situa a tela na produção artística contemporânea, constituída de uma linguagem visual singular cuja fonte remonta ao espaço es-tético das ruas, contexto cultural que foi tomado como matéria estética da arte urbana.

Resposta correta: d

Para Fixar

|C4-H13|03. Sobre a relação entre arte, ciência e natureza, leia o texto de

Max Bill. “A pintura concreta elimina toda e qualquer representação na-

turalista; serve-se exclusivamente dos elementos fundamentais da pintura, a cor e a forma da superfície. Sua essência é, assim, a completa emancipação de todo modelo natural; criação pura”.

BILL, Max apud CHILVERS, Ian. Dicionário Oxford de Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 122.

Analise as imagens que estão dispostas nas alternativas e as-sinale a que corresponde à ideia de arte concreta no Brasil.

a)

Alfredo Volpi – Faixas e mastros (1973)

b)

Tarsila do Amaral – Carnaval em Madureira (1924)

c)

Ivan Serpa – Formas (1951)

d)

Ismael Nery – Duas Reproduções (1930)

e)

Tarsila do Amaral – Composição (1930)

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|C4-H14|04. Leia o poema e responda.

NOTURNOO mar soprava sinosos sinos secavam as floresas flores eram cabeças de santos.

Minha memória cheia de palavrasmeus pensamentos procurando fantasmasmeus pesadelos atrasados de muitas noites.

De madrugada, meus pensamentos soltosvoaram como telegramase as janelas acesas toda a noiteo retrato da mortafez esforços desesperados para fugir.

MELO NETO, João Cabral de. João Cabral de Melo Neto – obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 45. © herdeiros by João Cabral de Melo Neto.

Com base na leitura do texto, é possível inferir que há uma clara referência a uma vanguarda estética de que é exemplo a seguinte tela:

a) b)

c) d)

e)

Fique de Olho

O Pop Art

Movimento principalmente americano e britânico, sua de-nominação foi empregada pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para designar os produtos da cultura popular da civilização ocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados Unidos.Com raízes no dadaísmo de Marcel Duchamp, o Pop Art começou a tomar forma no final da década de 1950, quan-do alguns artistas, após estudarem os símbolos e produtos do mundo da propaganda nos Estados Unidos, passaram a transformá-los em tema de suas obras. Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura popu-lar, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da Segunda Guerra. Sua icono-grafia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da publicidade.

Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos, ilustrações e designs, usando como materiais principais, tinta acrílica, poliéster, látex, produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do cotidia-no em tamanho consideravelmen-te grande, transformando o real em hiper-real. Mas ao mesmo tempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoia-va e necessitava dos objetos de con-sumo, nos quais se inspirava e muitas vezes algumas obras influenciavam o consumo de certos produtos, como aconteceu por exemplo, com as Sopas Campbell, de Andy Warhol, um dos principais artistas da Pop Art.

Objeto do Conhecimento

A Redação no EnemO PARÁGRAFO DE CONCLUSÃOCaro estudante, nos dois fascículos anteriores de Lingua-gens, Códigos e suas Tecnologias, tratamos da estrutura dos parágrafos de introdução e desenvolvimento. Agora, vamos nos dedicar à finalização de seu texto, preparando-o bem para escrever o parágrafo de conclusão.

A conclusão é a parte final do texto, em que há o fecha-mento das ideias discutidas, com a retomada do assunto principal ou da tese de forma finalizadora, acrescentando-se necessariamente propostas de solução ao problema discutido ao longo do texto, conforme está escrito na Competência 5 do Enem:

Elaborar proposta de intervenção para o problema aborda-do, demonstrando respeito aos direitos humanos.

A proposta de solução ou intervenção, de modo al-gum, deve estar desconectada ou desarticulada do restante do texto. Ela deve privilegiar, antes de tudo, a unidade dos argumentos, sendo consequência natural da abordagem ou discussão realizada, das provas e argumentos apresentados.

Muitos candidatos perdem pontos importantes em suas redações, porque chegam cansados ao final da prova e querem simplesmente “se livrar” do texto, redigindo de

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qualquer maneira o último parágrafo. É importante lem-brar, no entanto, que o parágrafo de conclusão é o último a ser lido pela banca, gerando a impressão final antes de a nota ser lançada. Assim, é de suma importância caprichar nesse fechamento, de modo a impressionar o corretor no último momento antes de ele atribuir um valor a seu texto.

Entre os erros mais frequentes com relação à conclusão, destacam-se os textos que apresentam, nesse parágrafo, apenas uma frase, porque não há mais linhas ou tempo para um apro-fundamento das ideias. A fim de que esse tipo de problema não aconteça com você, é preciso praticar bastante, cronometrando o tempo e contando as linhas, em uma folha padronizada. Além disso, um bom planejamento antes de começar a es-crever garante que você esteja mais atento à necessidade de reservar certo tempo e determinada quantidade de linhas para cada parte de seu texto.

É preciso, enfim, ter cuidado com o momento de transi-ção entre o último parágrafo de argumentação e o parágra-fo conclusivo. Um mecanismo interessante para evitar uma transição abrupta entre desenvolvimento e conclusão é rea-firmar a tese ou ponto de vista defendido (cuidado para não introduzir novos argumentos) e propor uma solução inova-dora para o problema discutido ao longo do texto, com base nos argumentos apresentados. É importante tomar cuidado para não fazer sugestões utópicas e vagas como “cada um deve fazer a sua parte para um mundo melhor”. Devem tam-bém ser evitados clichês, frases feitas e ditados populares, bem como conclusões exageradamente enfáticas, repletas de interrogações ou exclamações.

Resumindo, como devo concluir minha redação?Você só pode concluir sua redação depois de ter feito sua argumentação. Portanto, a conclusão, para ser lógica, deve ser elaborada de maneira a seguir, coerentemente, o que foi exposto nos parágrafos anteriores. A conclusão é o des-fecho necessário em relação àquilo que você argumentou. Trata-se de pura lógica.

Assim, você deve sugerir na sua redação uma solução para o problema discutido. Essa solução nunca é mágica, isto é, nunca deve passar uma ideia de que o problema é facilmente resolvido, pois seria simplificar, de maneira ex-cessiva, uma realidade muito complexa.

É muito comum, por exemplo, os alunos dizerem que a culpa é do governo, para praticamente tudo que abor-dam. Não se deve esquecer que a sociedade organizada também tem poder e, por isso, pode (e deve) buscar solu-ções para os seus problemas, inclusive cobrando de seus representantes (o governo, deputados ...) ações concretas para o assunto em pauta.

Erro geralmente cometido na conclusãoO candidato discute, de forma dolorosa, o notório proble-ma da fome no mundo e finaliza suas considerações afir-mando que, com fé e coragem, o ser humano, dentro de pouco tempo, fará com que ela desapareça.

Fique atento!

De nada adianta uma conclusão bem escrita, se não for compatível com a argumentação anterior, se contrariar ou ignorar a tese ou desviar-se dela, acrescentando ideia nova que crie expectativa para o leitor.

EXEMPLO DE CONCLUSÃOExemplo de uma possível conclusão para um texto disser-tativo-argumentativo que tenha por tema o problema a que chegou o trânsito brasileiro:

Portanto, a solução para o caos no trânsito nas principais cidades brasileiras implica mudança de cultura e postura dos que fazem o tráfego neste País, o que exige do Poder Público e da sociedade organizada ações permanentes de educação e valorização da vida, por meio de campanhas em escolas, desde o Infantil, voltadas para o respeito às sinalizações; cur-sos de aperfeiçoamento e atualização dos agentes de fiscali-zação. É preciso também investir em engenharia de tráfego e reformar ruas e estradas, além de qualificar os condutores dos sistemas de táxi, lotação e ônibus, intensificando ações edu-cativas voltadas para motociclistas e pedestres. Acrescente-se ainda a necessidade de reforçar as blitze com foco maior no ‘Se beber, não dirija’. Somente assim, os cidadãos brasileiros terão paz e segurança ao transitarem por ruas e avenidas des-te País.

Atenção!

O que se propõe na conclusão como solução deve ter sido discutido como causa do problema no desenvolvimento. Constituiria erro, por exemplo, apontar como uma das soluções para o problema do trânsito investimentos em engenharia de tráfego se não se considerasse, no desen-volvimento, a falta de investimento nesse setor como causa relevante desse problema. Fique atento (a).

Proposta de Redação

Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conheci-mentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertati-vo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o tema A grandeza de uma nação depende da justiça social, apresentando experiência ou proposta de ação social, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Textos motivadores:

Texto I

Estratégia brasileira no combate à pobreza pode servir de exemplo para o Bird

O exemplo brasileiro da adoção de programas de transferência de renda, principalmente o Bolsa Família, deve ser tomado como referência pelo Banco Mundial (Bird), que organiza um plano inter-nacional para a próxima década. O foco do banco é a renovação das estratégias de atuação nas áreas de proteção social e trabalho.O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Rômulo Paes de Sousa, vai representar o

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Texto IVErradicar a pobreza é a segunda abolição

Mais da metade da população brasileira - cerca de 80 milhões de pessoas - vive com menos de US$ 2,00 por dia. Para acabar com a pobreza, seria necessário

investir apenas 0,75% do PIB nacional durante quatro anos.

O Brasil só conseguirá acabar com a pobreza se o novo presidente, a ser eleito em outubro próximo, adotar novas políticas públicas e começar a implantar uma profunda reforma social. A exigência foi um consenso entre os três debatedores do terceiro painel do fórum Brasil em Questão – A Universidade e a Eleição Presidencial, realizado na quarta-feira (20 de março 2010) no Centro Comunitá-rio da UnB.

Brasil nos debates, apresentando o “modelo brasileiro” à direção do banco nesta quarta (27) e sexta-feira (28), durante reuniões em Paris. Além do Brasil, foram convidadas autoridades da Costa Rica, Libéria, China, do Bahrein, dos Estados Unidos e da Rússia.

Quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011 às 19:01

Texto II

País rico é país sem pobreza

BRASILG O V E R N O F E D E R A L

P A Í S R I C O É P A Í S S E M P O B R E Z A

Nova marca do Governo Federal apresentada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).

Texto III

“No plano político, o Governo Federal deve flexibilizar ideologias e ceder espaço à iniciativa privada para, numa cooperação, capita-lizar o agricultor e aumentar a produtividade do campo, levando prosperidade econômica a milhares de pessoas e promovendo justiça social”. (In: O Brasil e a crise de alimentos, por Carlos Mágno Gomes Rocha – estudante)

Olá, caro estudante. Antes de considerarmos nossas ques-tões de hoje, vejamos algumas dicas de Rogers que deve-ríamos pôr em prática antes da análise de cada questão.

1. Faça uma leitura completa do texto para deter-minar a ideia principal e a organização geral das ideias ali presentes. Você não precisa entender cada detalhe do texto para responder às perguntas acerta-damente. É, portanto, um desperdício de tempo ler o texto com a intenção de entender cada detalhe antes de tentar responder às perguntas.

2. Olhe as perguntas para determinar que tipo de questões você deve responder. Cada tipo de pergun-ta é respondido de forma diferente.

3. Encontre a seção no texto que trata cada questão. O tipo de questão lhe dirá, exatamente, onde procurar no texto para encontrar a resposta correta.

• Para questões sobre a ideia principal, olhe nas primeiras linhas de cada parágrafo.

• Para respostas em pormenores, isto é, detalhadas, direta ou indiretamente na pergunta, procure por palavras-chaves no enunciado das questões e faça um scanning para lo-calizar essas palavras no texto.

Fique de Olho

10 CONSELHOS PARA SAIR-SE BEM NA PROVA DE REDAÇÃO DO ENEM

1. Use a norma culta do idioma ao escrever; 2. Para não “zerar” na prova de redação, o texto precisa ter

pelo menos oito linhas e no máximo 30; 3. No tocante ao tempo, procure treinar em casa produzin-

do a redação em, no máximo, uma hora; 4. A redação deve apresentar uma proposta de interven-

ção na sociedade que seja ética; 5. O tema sempre se relaciona a uma das competências

exigidas pela prova objetiva, como, a questão da biodi-versidade e da saúde pública; ou, na área das ciências humanas, questões ligadas à cultura, identidade, cida-dania e democracia;

6. No que se refere ao tema, interprete a proposta com cui-dado para não cometer desvios e falhas de abordagem;

7. Construa um roteiro do que vai abordar, com todos os argumentos e etapas a serem desenvolvidas;

8. Procure utilizar argumentos e referências que envolvam conhecimentos de outras áreas, promovendo a interdis-ciplinaridade;

9. Apresente propostas específicas e aplicáveis, sempre re-lacionadas às causas do problema;

10. Revise atentamente o texto, verificando possíveis erros e repetição de palavras.

Revista Língua, Editora Segmento – www.revistalingua.com.br

Objeto do Conhecimento

A língua estrangeira moderna no Enem – LEM (Inglês)

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• Para perguntas de vocabulário, a pergunta lhe dirá onde a palavra está localizada no texto.

• Para perguntas de compreensão geral, as respostas são encontradas em qualquer lugar no texto.

4. Leia cuidadosamente a parte do texto que contém a resposta. A resposta, provavelmente, estará na mes-ma sentença (ou uma sentença antes ou depois) da palavra-chave ou ideia.

5. Escolha a melhor resposta para cada pergunta dentre as opções. Você pode escolher a melhor res-posta de acordo com o que é dado em cada seção apro-priada do texto. Elimine definitivamente as respostas er-radas e marque sua melhor opção na folha de resposta.

ROGERS, Bruce. TOEFL Success. New Jersey-USA, 1996

Mãos à obra, então.

Questão Comentada

|C2-H5, H7|

WHY MOST HEALTH FOODS ARE A WASTE OF MONEY

A Free Video Presentation.At last, here’s the real reason you can take vitamins, minerals

and herbs by the handful and still suffer poor health.Our diets lack a vital food – and even most alternative doctors

don’t know it!A man with kidney cancer, given days to live, was alive and

well 15 years later thanks to this supplement. It’s the second most popular pain reliever in Germany after aspirin – yet it’s almost unknown in the U.S. Injured athletes who take it get back on the field twice as fast as those who don’t. Studies show the nutrient thins the blood, breaks up blood clots and heals inflamed blood vessels like magic. One mother said her lifelong migraine pro-blem disappeared immediately. And I got rid of a 20-year spastic colon problem!

Does it sound incredible that one supplement can help all these diseases – and more? Then ask yourself this: What if you had no vitamins in your diet – none at all? You’d be very sick.

Guess what: this nutrient is just as important as vitamins and you’re getting approximately zero.

Click here to view this important video presentation.

Bottom Line’s Daily Health News. Why most health foods are a waste of money. [Mensagem pessoal]. Mensagem recebida por

[email protected]. Em 25 jul. 2011.

Hoje se sabe da importância de nos alimentarmos bem; de se in-gerir diariamente todos os nutrientes necessários para a promoção da nossa saúde. Ao ler o texto anterior, podemos dizer que:a) há um nutriente mágico que nós não estamos ingerindo dia-

riamente, e que é vital para nossa saúde.b) pessoas que ingerem o nutriente citado no texto, têm se

curado de doenças infectocontagiosas.c) médicos americanos não conhecem essa nova vitamina des-

coberta por cientistas alemães.d) o próprio autor recebeu os benefícios desse nutriente, tendo

sido curado de problemas intestinais.e) se uma pessoa tomar esse suplemento todos os dias, não ha-

verá necessidade de ela tomar mais nenhuma vitamina.

Solução comentada: Pela leitura do texto e, em especial, de seu título, percebemos que, ainda que nos alimentemos bem, ficará faltando um certo nutriente tão importante quanto as vitaminas na promoção de nossa saúde. Embora não se diga no texto qual seja esse nutriente, faz-se menção que ele é responsável pela cura de diversas doenças, desde enxaqueca (migraine) à irritação no intestino (spastic colon problem), que o autor declara ter se curado, o que torna a alternativa D a correta.

Resposta correta: d

Para Fixar

|C2-H5, H6|05. Leia o anúncio abaixo.

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http://www.google.com/intl/en/ads/. Acesso em: 27 jul. 2011.

Podemos dizer que se trata de um(a):a) oportunidade de negócios para quem se cadastrar.b) cadastro de emails particulares.c) uma ferramenta de pesquisa do Google.d) venda de flores em domicílio.e) oportunidade para ganhar mais de $34 com o Google.

|C2-H5|06. Leia o texto a seguir.

M-F MAN ASSAULTED FRIDAY IN SUSPECTED ATTEMPT TO STEAL VEHICLE

Alfred DiazWalla Walla Union-Bulletin

Walla Walla – A Milton-Freewater man was assaulted Friday night in an incident that Sheriff’s deputies believe was an inter-rupted attempt to steal a vehicle.

According to a Walla Walla County Sheriff’s report, David Mar-tinez had driven his son and a friend to the area of Heritage and Detour roads at around 11:30 p.m. to help fix his son’s flat tire.

When the three arrived, they found the driver-side window smashed with a rock and a woman hiding in a ditch about 30 feet away.

While the three questioned the woman, a man appeared from behind a bush and then began leaving the scene with the woman.

http://union-bulletin.com/stories/2011/07/30/m-f-man-assaulted-friday-in-suspected-attempt-to-steal-vehicle. Acesso em: 31 jul. 2011.

Pela leitura do texto, podemos inferir que:a) uma mulher fora agredida na pequena cidade de Milton-

Freewater.b) um homem teve o pneu de seu carro roubado.

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c) a mulher fora violentada.d) um homem que estava escondido atrás de um arbusto cha-

mou o xerife.

e) um homem fora agredido porque, supostamente, impediu um roubo de carro por um casal.

Objeto do Conhecimento

A língua estrangeira moderna no Enem – LEM (Espanhol)

Fique de Olho

Como identificar apergunta

• What is the topic of the passage? • What is the subject of the passage? • What is the main idea of the passage? • What is the author’s main point in

the passage? • With what is the author primarily

concerned? • Which of the following would be

the best title?

Onde encontrar aresposta

A resposta a esse tipo de pergunta pode, normalmente, ser respondi-da olhando-se às primeiras senten-ças de cada parágrafo.

Como responder asperguntas

1. Leia a primeira linha de cada parágrafo.

2. Procure por um tema ou ideia comum nas primeiras linhas.

3. Dê uma ‘olhada’ rápida no resto do texto para verificar se você, real-mente, encontrou a ideia principal.

4. Elimine qualquer resposta que você tem certeza que está errada, e escolha a resposta certa dentre as remanescentes.

Perguntas sobre a ideia principal do texto

É necessário compreender o texto de modo integral.É muito importante que consideremos as ideias que o

autor planteia, em relação com as demais ideias. Não é cor-reto isolar uma e interpretá-la fora do contexto, pois nos expomos a deixar de captar ou captar mal a mensagem do autor. Por exemplo, si lemos em um parágrafo a expres-são: faz muito frio, isso não implica necessariamente que se trate da baixa temperatura; pode ser que o parágrafo precedente tenha dito que certos personagens se acha-vam numa praia tropical onde se dá a chegada de uma pessoa muito agasalhada: neste caso, a expressão assina-lada não passaria de ser uma ironia. É possível também que dita expressão possa assinalar um ponto de comparação a respeito do calor que fez um dia anterior; ou pode tratar-se de uma referência metafórica, se se fala de uma praia deserta onde não haja gente nem casais; ou talvez referir-se a um desencontro amoroso. Os possíveis significados da frase são múltiplos e sua interpretação se deve dar em função a cada contexto ou circunstância. Por isso, a leitura de frases interdependentes está limitada pela mesma in-terdependência, pelo pensamento do autor, e assim reali-zar uma interpretação acertada do texto sem recortar seu alcance nem desbordar seus limites.

Cameron promete reparar “la sociedad rota” tras las protestasEl Gobierno británico revisará las políticas en sectores cla-ves como educación y ayudas sociales.

AGENCIAS - Londres - 15/08/2011El primer ministro británico, David Cameron, durante su discurso en un centro

escolar del distrito de Witney, en el sur de Inglaterra.– ALASTAIR GRANT (AP/ Pool)

El primer ministro británico, David Cameron, ha declarado hoy que su Gobierno reparará la “sociedad rota” para evitar que vuelvan a producirse violentos disturbios como los de la semana pasada, que se saldaron con la muerte de cinco ciu-dadanos y daños materiales por valor de más de 100 millones de libras (alrededor de 114 millones de euros).

El ambicioso proyecto de Cameron prevé mejorar la vida de unas 120.000 familias con dificultades en vista de las elecciones de 2015. Para ello, piensa luchar contra la cultura de las bandas juveniles. Además pondrá en marcha programas familiares y en las escuelas.“[Los disturbios] Han sido una señal de alarma para nuestro país” ha destacado el primer ministro. Cameron ha insisti-do en que las protestas callejeras no tuvieron un carácter racial, ni de reivindicación social.

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El líder de la oposición, el laborista Ed Miliband, ha con-testado que la “falta de moral” de los jóvenes a la que ha aludido el primer ministro no es un rasgo típico de los es-tratos sociales más pobres, con un guiño a otros escánda-los que han sacudido en los últimos meses al Reino Unido, como el caso de las escuchas telefónicas del tabloide News of the World. “Para alejar a los jóvenes de la criminalidad hay que apostar por educación, servicios y empleo”, ha di-cho Miliband, que ha vuelto a pedir, además, la apertura de una investigación pública.

Por su parte, la Policía considera que en los próximos cuatro años será difícil mantener el orden, tras el recorte del 20% en el presupuesto de las fuerzas de seguridad aprobado por el Gobierno.

Más de 2.800 personas han sido detenidas durante las pro-testas que se originaron a raíz de la muerte de un joven en cir-cunstancias sospechosas en Londres. La violencia y los saqueos se propagaron rápidamente a otras ciudades, como Manchester, Bristol y Birmingham.

www.elpais.es - 16/08/2011

Questão Comentada

|C2-H5|A expressão contida no título do artigo La sociedad rota encontra-se bem representada no fragmento:a) “El ambicioso proyecto de Cameron prevé mejorar la vida de

unas 120.000 familias con dificultades en vista de las eleccio-nes de 2015”.

b) “Para ello, piensa luchar contra la cultura de las bandas juveniles”.c) “Además pondrá en marcha programas familiares y en las es-

cuelas”.d) “violentos disturbios como los de la semana pasada, que se

saldaron con la muerte de cinco ciudadanos y daños mate-riales por valor de más de 100 millones de libras”.

e) “tras el recorte del 20% en el presupuesto de las fuerzas de seguridad aprobado por el Gobierno”.

Solução comentada: A expressão La sociedad rota encontra seu real sentido no fragmento “violentos disturbios como los de la semana pasada, que se saldaron con la muerte de cinco ciu-dadanos y daños materiales por valor de más de 100 millones de libras.” Pois, a sociedade inglesa encontra-se prejudicada por manifestacões violentas, que trouxeram um grande prejuízo de ordem moral e material, sem contar com a perda de vida de ci-dadãos britânicos. O título do artigo tinha a finalidade de sensibi-lizar dita sociedade diante da problemática que se extende pelo país europeu, bem como as autoridades a que tomem medidas cabíveis que contenham a onda de violência.

Resposta correta: d

Para Fixar

|C2-H5|07. Ao analizarmos a expressão La sociedad rota (texto anterior),

em seu contexto, podemos inferir que se trata de:a) A sociedade edificada.b) A sociedade desfeita.c) A sociedade suja.d) A sociedade arrojada.e) A sociedade danificada.

|C2-H6|08. Pelo que se lê no texto, podemos entender que o primeiro

ministro britânico pensa que:a) nos próximos quatro anos será difícil manter a ordem.b) o corte do orçamento aprovado pelo governo favorece o au-

mento da criminalidade.c) os protestos de rua não tiveram um caráter racista ou de rei-

vindicação social.d) os protestos de rua se assemelham ao caso das escutas tele-

fônicas do tabloide News of the World.e) para afastar o jovens da criminalidade deve-se apostar nas

forças de segurança do país.

Fique de Olho

Para obtermos um bom vocabulário é importante conhe-cer os HOMÔNIMOS DE GÉNERO DIFERENTE, que são as pa-lavras que mudam de significado dependendo do gênero. Eis algumas:El cólera (enfermedad) La cólera (ira)El cabeza (jefe) La cabeza (parte del cuerpo) El trompeta (instrumentista) La trompeta (instrumento) El margen (lucro/espacio vacio en una página) La margen (orilla de río o camino)El clave (musical) La clave (resolución)El pez (animal) La pez (resina) El guía (persona que acompaña) La guía (manual/libro) El capital (dinero) La capital (ciudad principal) El corte (del verbo cortar) La corte (de realeza) El frente (militar/de un edificio) La frente (parte de la cara)

El cometa (cuerpo celeste) La cometa (juguete) El orden (secuencia) La orden (religiosa/mando) El cura (sacerdote) La cura (del verbo curar) El parte (mensaje) La parte (porción indeterminada de un todo) El pendiente (adorno para las orejas) La pendiente (cuesta o declive de un terreno) El secante (papel absorvente) La secante (línea secante, de la geometría) El espada (torero) La espada (arma) El radio (metal/mitad del diámetro) La radio (aparato sono-ro/medio de difusión) El delta (terreno comprendido entre los brazos de un río y su desembocadura) La delta (4ª letra del alfabeto griego) El policía (hombre) La policía (corporación)

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a) Desta vez Paulo ficou sem a sobremesa porque foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.

b) Desta vez Paulo não ficou sem a sobremesa, contudo foi proi-bido de jogar futebol durante quinze dias.

c) Desta vez Paulo não ficou sem a sobremesa, portanto foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.

d) Desta vez Paulo ficou sem a sobremesa e foi proibido de jo-gar futebol durante quinze dias.

e) Desta vez Paulo ficou sem a sobremesa, quando foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.

· Utilize o texto abaixo para responder a questão 03.

Dois anúnciosRondó de Efeito – para todas as combinações possíveis

Olhei para ela com toda a força,Disse que ela era boa,Que ela era gostosa,Que ela era bonita pra burro:Não fez efeito.

Virei pirata:Dei em cima de todas as maneiras,Utilizei o bonde, o automóvel, o passeio a pé,Falei de macumba, ofereci pó...À toa: não fez efeito.

Então banquei o sentimental:Fiquei com olheiras,Ajoelhei,Chorei,Me rasguei todo,Fiz versinhos,Cantei as modinhas mais tristes do repertório do Nozinho.Escrevi cartinhas e pra acertar a mão, li Elvira a Morta Virgem(Romance primoroso e por tal forma comovente que ninguémpode lê-lo sem derramar copiosas lágrimas...)Perdi meu tempo: não fez efeito.

Meu Deus que mulher durinha!Foi um buraco na minha vida.Mas eu mato ela na cabeça:Vou lhe mandar uma caixinha de Minorativas,Pastilhas purgativas:É impossível que não faça efeito.

Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira.

|C7-H23|03. Sobre a última estrofe, considere as seguintes inferências:I. Os versos evidenciam a última atitude tomada pelo poeta

objetivando conquistar a moça;II. A forma “mato ela”, embora condenada pela norma culta,

não deve ser considerada errada, pois é legitimada pelo re-gistro coloquial predominante no texto;

III. O humor reside no emprego do termo “efeito”, que agora não se refere apenas à indiferença da jovem.

É(são) correta(s)a) apenas I. b) apenas I e II.c) apenas II e III. d) I, II e III.e) apenas III.

Exercitando para o Enem

|C4-H13|01. Leia o texto a seguir.

(...) Dona Adelaide, a irmã de Quaresma, entrou e convidou-os a irem jantar. A sopa já esfriava na mesa, que fossem!

—O Senhor Ricardo há de nos desculpar, disse a velha se-nhora, a pobreza do nosso jantar. Eu lhe quis fazer um frango com petit-pois, mas Policarpo não deixou. Disse-me que esse tal petit-pois é estrangeiro e que eu o substituísse por guando. Onde é que se viu frango com guando?

Coração dos Outros aventou que talvez fosse bom, seria uma novidade e não fazia mal experimentar.

— É uma mania de seu amigo, Senhor Ricardo, esta de só querer coisas nacionais, e a gente tem que ingerir cada droga, chi!

— Qual, Adelaide, você tem certas ojerizas! A nossa terra, que tem todos os climas do mundo, é capaz de produzir tudo que é necessário para o estômago mais exigente. Você é que deu para implicar.

— Exemplo: a manteiga que fica logo rançosa.— É porque é de leite, se fosse como essas estrangeiras aí,

fabricadas com gorduras de esgotos, talvez não se estragasse... É isto, Ricardo! Não querem nada da nossa terra...

In: Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto, Editora Ática 11ª ed.

Sobre a visão de mundo de Policarpo Quaresma, persona-gem da obra centenária de Lima Barreto, é correto afirmar, de acordo com a passagem examinada que:

a) traduz um nacionalismo crítico e sincero.b) é marcada por um nacionalismo ufanista e xenófobo.c) identifica-se com a da geração condoreira do Romantismo

brasileiro.d) é antropofágica na medida em que se aproxima do progra-

ma literário de Oswald de Andrade.e) traduz a visão do narrador, que corrobora os pensamentos

desse personagem acerca das coisas nacionais.

|C8-H27|02. Leia o texto a seguir.

A incapacidade de ser verdadeiro

Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa di-zendo que vira no campo dois dragões da independência cus-pindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele pro-vou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem a sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe deci-diu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: — Não há o que fazer, Dona Coló. Este menino é mes-mo um caso de poesia.

Carlos Drummond de Andrade. O sorvete e outras histórias.

O período “Desta vez Paulo não só ficou sem a sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias” foi corretamente parafraseado em:

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239Universidade Aberta do Nordeste

|C4-H12, H14|04. Na busca constante pela sua evolução, o ser humano vem

alternando a sua maneira de pensar, de sentir e de criar. Nas últimas décadas do século XVIII e no início do século XIX, os artistas criaram obras em que predominam o equilíbrio e a si-metria de formas e cores, imprimindo um estilo caracterizado pela imagem da respeitabilidade, da sobriedade, do concre-to e do civismo. Esses artistas misturaram o passado ao pre-sente, retratando os personagens da nobreza e da burguesia, além de cenas míticas e histórias cheias de vigor.

RAZOUK, J. J. (Org.). Histórias reais e belas nas telas. Posigraf: 2003.

Atualmente, os artistas apropriam-se de desenhos, charges, grafismos e até ilustrações de livros para compor obras em que se misturam personagens de diferentes épocas, como na seguinte imagem:

a)

O espantalho, Portinari

b)

Mauricio de Sousa

c)

Metamorfose de Narciso, Salvador Dalí

d)

Pintura panfletária russa

e)

Mulheres, flores e araras,Di Cavalcanti

|C4-H12|05. Observe a tela La Rue de la Bavolle in Honfleur (1864) de Claude

Monet.

O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucio-nou profundamente a pintura e deu início às grandes ten-dências da arte no século XX. A obra em destaque é um belo exemplo dessa corrente estética, cujas principais característi-cas estão descritas em:

I. A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adqui-rem ao refletir a luz solar num determinado momento;

II. As cores e tonalidades são obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor, gerando um efeito profundamente técnico;

III. A pintura retrata algo em permanente mutação.

Está correto o que se diz em:a) I e II. b) II e III.c) I, II e III. d) I e III.e) II apenas.

|C4-H13|06. Sobre a tela ao lado, A Negra,

pintado por Tarsila do Amaral em 1923, é possível afirmar que:

a) se constituiu numa manifesta-ção isolada, não podendo ser associada a outras mudanças da cultura brasileira do período.

b) representou a subordinação, sem criatividade, dos padrões da pin-tura brasileira às imposições das correntes internacionais.

c) estava relacionada a uma visão mais ampla de nacionaliza-ção das formas de expressão cultural.

d) foi alvo da crítica de Monteiro Lobato, porque a artista pintou uma mulher negra nua, em desacordo com os padrões mo-rais da época.

e) demonstrou o isolamento do Brasil em relação à sua produ-ção artística já que não passara por inovações.

|C2-H6|07. Leia o texto a seguir.

IT’S ALIVE! IT’S ALIVE!’ MAYBE RIGHT HERE ON EARTH

Jim Wilson / The New York Times

Life out there: Eden in a test tube: To better recognize extraterrestrial life should they come upon it, scientists are working to create simple life forms in a lab. But, as Dennis Overbye reports, they first have to agree what life is.

http://www.nytimes.com/2011/07/28/science/28life.html?ref=science. Acesso em: 31 jul. 2011.

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Marque a alternativa que apresenta a pergunta que estaria ligada diretamente ao assunto do texto acima, e que seria de relevância para o mesmo.

a) Há vida lá fora?b) O que é vida?c) O jardim do Éden realmente existiu?d) São os cientistas deuses?e) Há vida extraterrestre inteligente?

|C2-H5, H7|08. Leia o texto abaixo.

IN WORLD’S EYES, MUCH DAMAGE IS ALREADY DONE

By David E. Sanger

The United States may have saved its credit rating, but world leaders say its reputation may have fal-tered.

http://www.nytimes.com/pages/world/index.html. Acesso em: 01 ago. 2011.

O governo americano finalmente entrou em acordo para a

solução, ainda que parcial, de seu débito. Com base no texto acima, podemos inferir que:

a) David Sanger acredita que os Estados Unidos irão se recupe-rar no prazo de um ano.

b) as bolsas de valores mundiais fecharão em baixa, pelo me-nos, nos próximos sete dias.

c) líderes mundiais acham que a credibilidade do governo americano foi abalada.

d) autoridades mundiais acreditam que o governo americano fez um excelente acordo, por conta da situação em que se encontrava.

e) o acordo alcançado pelo governo americano não terá reper-cussão na sua dívida interna.

|C2-H5|09. Com relação ao texto anterior, a expressão “La cultura de las

bandas juveniles” diz respeito a:a) bandas de músicas.b) gangues.c) grupos de estudo.d) profissionais.e) baderneiros.

Para Fixar

Exercitando para o Enem

01 02 03 04 05 06 07 08

b e c e a e e c

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

b d c b d c b c b e

|C2-H7|10. Observe a imagem e responda.

berli

ch@

gmai

l.com

Viñeta de Erlich, 16/08/2011 - www.elpais.es

Na vinheta, podemos compreender que, de acordo com o passar dos anos, hoje em dia, a rebeldia inglesa:

a) é existente e se dá da mesma maneira.b) é inexistente embora os meios de comunicação sejam avan-

çados, dado o crescimento tecnológico.c) é existente, mas é menos artística.d) é inexistente, mas ainda há adeptos de uma cultura rebelde

arcaica.e) é existente, mas manifesta-se de maneira diferente.

Atenção!! Inscreva-se já e tenha acesso a outros materiais sobreo Enem no www.fdr.com.br/enem2011

Presidente: Luciana Dummar Coordenação da Universidade Aberta do Nordeste: Sérgio FalcãoCoordenação do Curso: Fernanda Denardin e Marcelo Pena Coordenação Editorial: Sara Rebeca AguiarCoordenação Acadêmico-Administrativa: Ana Paula Costa SalminCoordenação de Design Gráfico: Deglaucy Jorge Teixeira

Projeto Gráfico: Dhara Sena e Suzana PazCapa: Suzana PazEditoração Eletrônica: Paulo Henrique do AnjosIlustrações: Aldenir Barbosa, Caio Menescal e João LimaRevisão: Ana Paula Porfírio, Kelly Gurgel, Sara Rebeca Aguiar e Tesoro Hinojosa

Expediente

PromoçãoParceriaApoio Realização

ISBN 978-85-7529-512-0

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