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FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL - FACIPLAC ARQUITETURA E URBANISMO RAPHAELA NASCIMENTO DE MORAES CENTRO DE ACOLHIMENTO PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA Gama – DF Dez./2018

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FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL

DO PLANALTO CENTRAL - FACIPLAC

ARQUITETURA E URBANISMO

RAPHAELA NASCIMENTO DE MORAES

CENTRO DE ACOLHIMENTO

PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

Gama – DF Dez./2018

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RAPHAELA NASCIMENTO DE MORAES

CENTRO DE ACOLHIMENTO PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

Trabalho de conclusão de curso

apresentado como parte das atividades

para obtenção do título de Bacharel, do

curso de Arquitetura e Urbanismo da

FACIPLC- Faculdades Integradas da

União Educacional do Planalto Central.

Orientador: Marcelo Barbosa Monteiro.

Gama – DF Dez./2018

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CENTRO DE ACOLHIMENTO

PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

Trabalho de conclusão de curso

apresentado como parte das atividades

para obtenção do título de Bacharel, do

curso de Arquitetura e Urbanismo da

FACIPLC- Faculdades Integradas da

União Educacional do Planalto Central.

Gama DF, 08 de dezembro de 2018.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Prof. Orientador Marcelo Barbosa Monteiro

____________________________________________

Prof. Angelina Nardelli Quaglia Berçott

__________________________________________

Prof. Fernando de Oliveira

__________________________________________

Prof. Márcio Viana

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Dedico este trabalho à Deus, à minha

família, em especial à minha mãe por todo

incentivo, aos meus avós por toda

inspiração e ao Lucas D. por toda ajuda. A

todos que, com muito carinho е apoio, não

mediram esforços para me ajudar até que

eu chegasse a esta etapa da minha vida.

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter me ajudado a realizar este trabalho final de

graduação, por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. À minha

família que me apoiou em cada semestre, estando ao meu lado em vários

momentos da vida acadêmica, em especial à minha mãe que estava sempre ao

meu lado e me dando forças e sempre desejando o melhor pra mim. Ao Lucas D.

por ter passado todas as madrugadas ao meu lado, por me ajudar nas maquetes

e por tantas vezes dividir a carga comigo. Ao meu orientador que me ajudou a

realizar o projeto, me incentivando. E a todos que de maneira direta ou indireta

contribuíram para a realização deste trabalho.

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Sumário

ÍNDICE DE ABREVIATURAS ....................................................................................... 7

INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9

1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 11

REVISÃO FONTE .......................................................................................................... 11

REVISÃO LEGISLAÇÃO ................................................................................................. 11

2. PROBLEMATIZAÇÃO............................................................................................. 13

3. OBJETIVO ............................................................................................................... 13

4. OBJETO E DEMANDA............................................................................................ 14

4.1 DEMANDA .............................................................................................................. 16

5. ESTADO DA ARTE ................................................................................................. 17

THE BRIDGE HOMELESS ASSISTANCE CENTER ............................................................. 17

OFICINA BORACEA ....................................................................................................... 19

ASSOCIAÇÃO CASA SANTO ANDRÉ ............................................................................... 20

6. CIDADE .................................................................................................................... 22

7. ANÁLISE DO SÍTIO ................................................................................................. 24

8. PROGRAMA DE NECESSIDADES ........................................................................ 29

ORGANOGRAMA........................................................................................................... 30

FLUXOGRAMA PRIMÁRIO .............................................................................................. 33

FLUXOGRAMA SECUNDÁRIO ......................................................................................... 34

................................................................................................................................... 34

9. O PROJETO............................................................................................................. 35

.................................................................................................................................... 439

CONCLUSÃO .............................................................................................................. 44

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 45

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ÍNDICE DE ABREVIATURAS

COMITÊ POP RUA – Comitê Intersetorial da Política Municipal para População em

Situação de Rua

DF – Distrito Federal

SDH – Secretaria de Direitos Humanos

PDTU - Plano Diretor de Transporte Urbano

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

SEDESTMIDH – Secretaria de Estado do Trabalho, Desenvolvimento Social,

Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.

LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social

SUAS – Sistema Único de Assistência Social

COE – Código de Obras E Edificações

PDOT – Plano Diretor de Ordenamento Territorial

NBR – Norma Brasileira

LUOS – Lei Complementar de Uso e Ocupação do Solo

CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social

CENTRO POP – Centro de Referência para População em Situação de Rua

CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social

NOVACAP – Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil

ST – Setor

DML – Depósito De Material De Limpeza.

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RESUMO

Este Trabalho apresenta um projeto de Centro de Acolhimento para Pessoas em

Situação de Rua. A partir da observação das dificuldades enfrentadas por pessoas

que estão em situação de vulnerabilidade social, verificou-se a necessidade do

projeto arquitetônico de um abrigo. Para tanto, elencou-se os padrões estabelecidos

pelas normatizações técnicas, como por exemplo, a Tipificação Nacional dos

Serviços Socioassistenciais. Acredita-se que o melhor entendimento do assunto,

possa contribuir para crescimento dos projetos arquitetônicos e ressocialização

dessas pessoas.

Palavras-chave: Resumo; Centro de Acolhimento; Pessoas em Situação de Rua,

Arquitetura.

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INTRODUÇÃO

A opção pelo projeto, Centro de Acolhimento para Pessoas em Situação de

Rua, foi baseada na vivência familiar em cuidados e acolhimento de pessoas em

situações de vulnerabilidade social, que segundo o Comitê POPrua (2015) a

problemática relativa a população em situação de rua não se registra apenas no

Brasil. E um fenômeno do mundo contemporâneo que vem agravando dia a dia. A

cidade escolhida para implantar o projeto foi Taguatinga - DF, por ser uma das

cidades onde mais se concentram pessoas em situação de rua. O tema será

destinado a Adultos e Famílias em situação de vulnerabilidade social.

Segundo Ferreira (2012), a questão da população de rua esta relacionada ao

capitalismo excludente que gera o processo de exclusão social. A própria evolução

do capitalismo possibilitou deslocamentos migratórios em função da busca de

emprego e renda, o que muitas vezes não dá certo, fazendo com que a pessoa não

tenha outra escolha, a não ser tentar encontrar abrigo na rua.

Segundo Secretaria de Direitos Humanos - SDH (2013), a população em

situação de rua no mundo é contextualizada de maneira mais ampla, abrangendo

um público diferente do que conhecemos no Brasil, os sem-abrigo não são apenas

aqueles que moram na rua, mas segundo Aires (2011), o termo sem-abrigo

contempla também aqueles que vivem em habitações precárias, superlotadas, em

vias de despejo por atraso de aluguel, entre outras situações de vulnerabilidade.

No Brasil, a preocupação com essa população começou em 2004 com a

criação da Política Nacional da Assistência Social, em 2009 foi feito o I Censo da

Pesquisa Nacional Sobre a População em Situação de Rua, onde foi identificado

31.922 pessoas em situação de rua, distribuída em 71 cidades. Segundo SDH

(2013) o grande crescimento populacional do DF, a concentração de renda e o valor

simbólico que Brasília representa para os brasileiros, onde é conhecida como a terra

da oportunidade, são fatores que contribuem para que o DF seja uns dos Estados

que mais concentra a população em situação de rua.

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A cidade escolhida para a implantação do Centro de Acolhimento para

Pessoas em Situação de Rua foi Taguatinga (RA III), segundo PDTU (2010) por

haver diferentes tipos de modais de transporte, por ser um dos locais de maior

concentração de pessoas em situação de rua (12%) e por estar próximo a cidade

com maior índice dessa população, Águas Claras (27%).

A existência de Centros de Acolhimento para Pessoas em Situação de Rua

no Brasil, segundo pesquisa realizada pelo IBGE (2013), levando em conta toda a

população atendida, o índice de casas - lar e abrigos institucionais existentes nas

cidades brasileiras é de 34% dos municípios brasileiros. Especificamente para a

população em situação de rua, existem apenas 482 unidades em 300 municípios.

Alguns Estados como Norte e Nordeste não têm nenhuma unidade desse serviço

para pessoas em vulnerabilidade social.

Em Brasília, segundo a Secretaria de Estado do Trabalho, Desenvolvimento

Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos – SEDESTMIDH (2018),

existem cerca de 800 vagas divididas em 15 Unidades de Acolhimento Institucional

para adultos e famílias, mulheres, idosos e pessoas com deficiência.

O sistema construtivo escolhido para a construção do Centro de Acolhimento

foi de estrutura metálica e vedações em placas de concreto pré-moldado. Quanto a

eficiência energética será utilizada o sistema de automação que Braga (2007)

propõe, onde possibilita o acionamento e desligamento de equipamentos como a

iluminação e ventilação, com o objetivo de impedir que estes permaneçam ligados

em ambientes desocupados. No que tange, o conforto ambiental, as estratégias

adotadas serão: ventilação cruzada, telhado jardim em um dos blocos, utilização de

brises móveis em fachadas com maior incidência solar e vegetação ao longo de todo

o edifício.

Conclui-se que a problemática relativa a população em situação de rua tem

crescido cada dia mais. Embora atualmente haja algumas Políticas Públicas, Leis e

Normatizações que tratam a respeito desse assunto, nem tudo é colocado em

prática. Quanto ao projeto, Centro de Acolhimento para Pessoas em Situação,

diante a pesquisa feita, percebeu-se que hoje em dia não possuem equipamentos,

dessa tipologia, com estrutura que ofereça conforto, qualidade e o acolhimento

necessário para essas pessoas. A escolha da cidade foi baseada na maior

localização de pessoas em situação de rua e em suas proximidades.

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1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Revisão Fonte

A Secretaria dos Direitos Humanos possui um estudo interessante sobre

população em situação de rua, o Diálogos Sobre a População em Situação de Rua

no Brasil e na Europa: experiências do Distrito Federal, Paris e Londres, publicado

em 2013. Esta obra é o fruto de uma parceria entre Brasil e União Europeia, que

culminou no Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais, que abrange três campos

temáticos, entre eles está a promoção e proteção dos direitos da população em

situação de rua. Desenvolvido no período de 2007 a 2013. Esse estudo foi muito

importante para a execução do presente projeto com informações bem detalhadas.

O Projeto Renovando a Cidadania, publicado em 2011, faz parte de uma

parceria do Programa Providência de Elevação da Renda Familiar juntamente

com pesquisadores da Universidade de Brasília, e teve por objetivos realizar um

senso da população de rua do DF, identificar o perfil dessa população e mapear

as entidades que interagem com esse público. Essa pesquisa foi essencial para

o conhecimento mais aprofundado da realidade dessa população.

Revisão Legislação

Devido à complexidade do acolhimento de adultos e famílias em situação de

rua, foram criadas legislações e políticas públicas para regulamentar a rede

Socioassistencial. A Lei 8.742, de 1993 – Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS)

visa a garantia de vida, a redução de danos e a prevenção da incidência de riscos. A

Lei 7.053, de 2009 – Política Nacional para a População em Situação de Rua, que

dispõe de diretrizes, objetivos e preceitos previstos em diversas normas que

asseguram os direitos do público alvo. A Resolução CNAS nº 109, de 2009 – Aprova

a Tipificação nacional de Serviços Socioassistenciais, organizando-os por níveis de

complexidade do SUAS.

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No que tange as legislações que regem a construção do Centro de Acolhimento para

Pessoas em Situação de Rua. A Lei 6.138, de 2018 – Código de Obras e

Edificações (COE) , é o instrumento fundamental e básico que regula obras e

edificações públicas e particulares em todo o território do Distrito Federal e disciplina

procedimentos de controle urbano, licenciamento e fiscalização. A Lei 10.257, de

2001 – Estatuto das Cidades, estabelece normas de ordem pública e interesse

social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da

segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

A Lei Complementar nº 803, de 2009 - O PDOT tem por finalidade propiciar o

pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e rural e o uso

socialmente justo e ecologicamente equilibrado de seu território, de forma a

assegurar o bem-estar de seus habitantes. A Lei 5.027, de 1966 – Código Sanitário,

tem por finalidade zelar pelas condições sanitárias em todo o seu território, em

perfeita concordância com as normas nacionais.

A NBR 9050:2015, visa a acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e

equipamentos urbanos. A NBR 15.575:2007, fornece os requisitos para o

aproveitamento de água de chuva de coberturas em áreas urbanas para fins não

potáveis. A NBR 15.220:2003, estabelece as definições e os correspondentes

símbolos e unidades de termos relacionados com o desempenho térmico de

edificações. Projeto de Lei Complementar nº 79, de 2013, que aprova a Lei de Uso e

Ocupação do Solo do Distrito Federal (LUOS) para regular o uso e ocupação do solo

para ordenar o desenvolvimento urbano sustentável, concebido como parte do

processo contínuo de planejamento territorial e urbano.

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2. PROBLEMATIZAÇÃO

Embora atualmente haja muitas Normas e Políticas Públicas, nem tudo é

feito. Durante da pesquisa feita sobre o assunto, Centro de Acolhimento para

Pessoas em Situação de Rua, verificou-se que os equipamentos dessa tipologia

hoje em dia oferecem apenas um lugar para pernoitar.

Portanto, o projeto será não apenas para a pessoa que está em situação de

vulnerabilidade social possa dormir e ter um lugar para guardar seus pertences, mas

será também um lugar onde os acolhidos terão oportunidade de se profissionalizar

em alguma área, através de cursos e capacitações que serão oferecidos.

3. OBJETIVO

Desenvolver projeto arquitetônico preliminar de um Centro de Acolhimento

para Adultos e Famílias em Situação de Rua, levando em conta suas

particularidades, com atenção em leis, normas e tipificações desse assunto, para

oferecer conforto, qualidade de vida e oportunidade de reinserção social para

pessoas em situação de vulnerabilidade social.

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4. OBJETO E DEMANDA

A população em situação de rua é definida pelo Ministério de

Desenvolvimento Social e Combate à Fome como sendo um grupo populacional

heterogêneo, caracterizado por sua condição de pobreza extrema, pela

interrupção ou fragilidade dos vínculos familiares e pela falta de moradia

convencional regular. São pessoas compelidas a habitar logradouros públicos

(ruas, praças, cemitérios, etc.), áreas degradadas (galpões e prédios

abandonados, ruínas, etc.) e, ocasionalmente, utilizar abrigos e albergues para

pernoitar.

Algumas pessoas que vivem em situação de rua frequentam, ainda que de

forma esporádica, os abrigos, locais que oferecem infraestrutura para o

acolhimento, alimentação, banho e espaço de convivência. Há também serviços

realizados pelo poder público como encaminhamento aos diversos serviços

prestados aos que estão nas ruas.

Segundo a SDH (2013) Estar nas ruas não é um movimento atual na

sociedade. Percorrer distâncias, migrar, perambular, não possuir residência fixa é

uma dinâmica social relatada desde a Grécia antiga. A denominação “situação de

rua” só pôde advir após a sedentarização e a construção de moradias familiares ou

individuais da humanidade. Em épocas nômades tal concepção seria impossível.

Stoffels (1977) fez extensa pesquisa acerca do histórico do fenômeno situação de

rua, afirmando que a história da organização do estado e da cidade é paralela a da

situação de rua, visto que foi por meio das desapropriações de terras para o

crescimento das cidades que elas conheceram o aumento de mendigos e

indigentes, nas ruas da Grécia Antiga.

Segundo a SDH (2013), Durante a Idade Média, os itinerantes e mendigos

eram considerados pessoas perigosas, de má índole, sempre se configurando como

partes segregadas do conjunto social. Autoras como Frangella (2009) e Silva (2006)

afirmam que mesmo com os diferentes tratamentos das pessoas em situação de rua

nos diversos períodos históricos, a característica da apartação social e territorial é

transversal.

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Por outro lado, ao longo da história brasileira, segundo SDH (2013) houve e

há as obras de caridade, geralmente comandadas por igrejas ou associações de

senhoras com abordagens assistencialistas para remediar os pobres e sofridos,

dentre os quais as pessoas em situação de rua O modelo assistencialista foi,

também, até a década de 1990, emprestado pelo Estado na política de Assistência

Social. Durante a redemocratização do país, iniciada na década de 1980, a atuação

dos movimentos sociais foi fertilizada em busca da construção de políticas públicas

que garantissem a concretização da nova Constituição Federal de 1988. A

população em situação de rua, nesta efervescência se torna pauta de debates e

políticas públicas.

Visando a continuidade da expansão do cofinanciamento dos serviços

socioassistenciais para a população em situação de rua, o Ministério de

Desenvolvimento Social - MDS aprovou a Portaria nº 139, de 28 de junho de 2012,

que altera a Portaria nº 843, de 28 de dezembro de 2010, que dispõe sobre o

cofinanciamento federal dos serviços ofertados pelos CREAS e Centros Pop e dá

outras providências. No mesmo intuito, foi aprovada no ano seguinte pelo Conselho

Nacional de Assistência Social - CNAS a Resolução nº 09, de 18 de abril de 2013,

que trata da expansão qualificada dos Serviços Socioassistenciais de Proteção

Social Especial para o Serviço Especializado em Abordagem Social, Serviço

Especializado para Pessoas em Situação de Rua; para o Reordenamento dos

Serviços de Acolhimento Institucional e para os Serviços de Acolhimento em

República para Pessoas em Situação de Rua.

Os Serviços de Acolhimento Institucional (Abrigos Institucionais e Casas de

Passagem) e os Serviços de Acolhimento em República são serviços que integram a

Proteção Social Especial de Alta Complexidade do Sistema Único de Assistência

Social – SUAS”. Esses Serviços ofertam atendimento integral garantindo condições

de estadia, convívio, endereço de referência, acolhimento com privacidade para

pessoas em situação de rua e desabrigo por abandono, migração, ausência de

residência ou pessoas em trânsito e sem condições de auto sustento.

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4.1 Demanda

Segundo Natalino (2016) O Brasil não conta com dados oficiais sobre a

população em situação de rua. Nem o censo demográfico decenal, nem as

contagens populacionais periódicas incluem entre seus objetivos sequer a

averiguação do número total da população não domiciliada. Para contornar essa

dificuldade, diversas iniciativas de âmbito municipal ganharam força ao longo das

últimas décadas.

O censo, como método de pesquisa quantitativa, tem como objetivo principal

a pesquisa do universo de indivíduos em um determinado recorte temporal. O

Projeto Renovando a Cidadania, foi responsável pela pesquisa realizada no Distrito

Federal, em 2011. Nesta época foram encontradas 2.512 pessoas em situação de

rua, sendo:

319 crianças

221 adolescentes

1.972 adultos

Segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2014) tanto o

Abrigo Institucional quanto a Casa de Passagem devem atender 50 pessoas por

instituição, porém através de pesquisas realizadas sobre o assunto, percebe-se que

esse número é inferior ao aplicado em equipamentos de mesma tipologia. Por esse

motivo, também será utilizado como base a capacidade dos equipamentos citados

no estudo de caso, sendo eles:

The Bridge Homeless Assistance Center – 600 vagas

Oficina Boracea – 300 vagas

Associação Casa Santo André – 220 vagas

Portanto, após a análise dos três equipamentos e da Tipificação Nacional de

Serviços Socioassistenciais, através do método quantitativo obteve o valor de 350

vagas para acolhimento de adultos e famílias em situação de vulnerabilidade social,

sendo 200 vagas para homens, 130 vagas para mulheres e 20 para famílias de até 4

pessoas. O equipamento terá em torno de 4 (quatro) mil metros quadrados.

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5. ESTADO DA ARTE

The Bridge Homeless Assistance Center

Autor: Overland Partners

Local: Dallas, Estados Unidos, 2010

O edifício "The Bridge", construído com o objetivo de melhorar o problema da

população sem moradia em Dallas, possui 75.000 m2 incluindo grandes áreas

externas. Possui um programa diversificado que oferece atividades que incluem

dormitórios, setor de apoio para a saúde mental e física, higienização,

consultórios médicos, escritórios de advocacia e aconselhamento, lavanderia,

setor para crianças, biblioteca, refeitório, setor de treinamento, local para cuidado

de animais e um pavilhão de dormitórios ao ar livre.

O programa foi dividido em cinco edifícios posicionados formando um pátio

aberto central com um refeitório como foco, criando um espaço externo com

áreas verdes ao ar livre, amplo e agradável para descanso e convivência. Quase

todos os blocos são térreos estabelecendo uma forte conexão com a praça

aberta central, além disso em consequência dessa particularidade dispensou-se

a necessidade de núcleos de circulação vertical. Apenas as áreas de

acomodação não se situam no térreo possibilitando a sensação de abrigo,

privacidade e segurança imprescindíveis para este uso, conforme as plantas

baixas mostradas nas Figura 2, Figura 3 e Figura 4.

Os materiais construtivos

do projeto consistem

basicamente de tijolos, metal e

vidro. Há muita translucidez e

visibilidade, principalmente no

bloco de acesso que possui

um projeto artístico com

painéis de vidro colorido na

fachada principal, conforme

Figura 1. Figura 1 – The Bridge Homeless Assistance Center

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Figura 2 - Planta Baixa 1º Pavimento

Figura 3 - Planta Baixa 2º Pavimento

Figura 4 - Planta Baixa 3º Pavimento

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Oficina Boracea

Autor: Loeb Capote Arquitetura

Local: São Paulo, Brasil, 2003

O Oficina Boracea foi concebido como parte de um plano de acolhimento.

Localizado na Barra Funda, o edifício possui 17.000 m2 e foi uma readaptação de

antigos galpões de transporte para comportar o programa de abrigo e

acolhimento com espaço para atividades e convívio que visavam a retomada dos

vínculos com a sociedade. Tratava-se de um projeto inovador para este tipo de

programa com a meta de conceber espaços que se diferenciassem das

alternativas existentes de albergue tradicional na cidade de São Paulo.

O projeto abrigava diversos serviços além da função de albergue, com um

núcleo de atendimento de catadores, abrigo especial para idosos, restaurante-

escola, centro de convívio, lavanderia-escola, cursos de alfabetização e tele

centro.

Apesar do projeto ser uma reforma e readaptação de uma estrutura existente,

conforme Figura 6, nota-se que os arquitetos adotaram como partido a

espacialização do programa de uma forma horizontal e fluida. Há uma conexão

dos espaços internos com o exterior através de pátios abertos de convivência.

Os usos mais comunitários como o restaurante, cinema e as oficinas estão

centralizados junto com a praça, enquanto o restante do programa acontece no

perímetro do edifício voltados para o interior, conforme planta mostrada na Figura

5.

Figura 6 - Planta Baixa Figura 5 - Oficina Boracea

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Associação Casa Santo André

Local: Brasília, Brasil, 2005

A Casa Santo André visa dar abrigo às pessoas em situação de rua, com o

objetivo de reinseri-los no âmbito social, familiar e profissional. Possui 220 vagas,

as pessoas são acolhidas por um tempo de 3 a 6 meses, podendo ser estendido

caso haja necessidade.

Tem como finalidade, promover a Assistência Social – em consonância com a

Política Nacional de Assistência Social com atendimentos e defesa e garantia de

direito às pessoas em situação de vulnerabilidade social, de forma gratuita,

planejada, permanente e continuada.

O programa foi organizado em cinco unidades em diferentes cidades satélites

do Distrito Federal, cada unidade possui sala para técnicos (Psicólogos e

Assistentes Sociais), sala para o administrativo, banheiros, quartos, salas,

refeitório (Figura 8), cozinha e área de serviço. Na unidade 1 (Sede), localizada

no Gama, possui 1.000 m2 que além dos itens já citados, possui também

recepção geral da organização, espaço para capacitação profissional dos

acolhidos, depósito de alimentos e sala de reunião, conforme Figura 7.

Figura 7 - Planta Baixa Figura 8 - Refeitório

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Conclui-se que o edifício "The Bridge" é uma referência importante para a

compreensão das características de espacialização do programa. O ponto de

maior relevância do projeto é o posicionamento dos edifícios, conforme Figura 9,

proporcionando um espaço acolhedor para permanência e convivência do

público.

Portanto, o projeto se tornou uma referência importante pelos espaços bem

planejados e projetados para o bem-estar do público alvo e também pelas ideias

de concepção de partido de uma forma geral.

Figura 9 - Pátio Central

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6. CIDADE

A cidade escolhida foi Taguatinga, RA III, foi a primeira oficialmente criada

com o propósito de pôr fim aos aglomerados humanos denominados "invasões" que

estavam sendo formados na área urbana de Brasília. Foi implantada em 05 de junho

de 1958 em terras do município de Luziânia - Goiás, na Fazenda Taguatinga, a

oeste de Brasília. Inicialmente foi chamada de "Vila Sarah Kubitschek", logo

depois "Santa Cruz de Taguatinga" e quase foi denominada "Presidente

Kennedy" por ocasião da morte do chefe de estado norte americano sendo, então

por último, escolhido Taguatinga.

Tudo começou quando a Cidade Livre (Núcleo Bandeirante) já estava

superpovoada e as invasões proliferavam diariamente. Chegou-se ao extremo de se

interceptar caminhões na estrada obrigando-os a retornarem às suas cidades de

origem. Foi exatamente nas proximidades desse local, no ponto onde hoje existe a

via de ligação entre Taguatinga e o Núcleo Bandeirante, que se formou um núcleo

habitacional, com aproximadamente mil pessoas na maioria viajantes deixados à

beira da estrada pelos motoristas que, impedidos de atingirem Brasília,

abandonavam seus passageiros entregues à própria sorte.

O traçado da cidade tinha sido previsto por Lúcio Costa anteriormente como

cidade-dormitório para 25 (vinte e cinco) mil habitantes e deveria nascer 10 anos

depois da inauguração de Brasília, porém, um fato inesperado precipitou os

acontecimentos. No Sábado, dia 31 de maio de 1958, o então presidente Juscelino

Kubitschek iria jantar com amigos num dos restaurantes da cidade do Núcleo

Bandeirante os migrantes sabendo disso, reuniram-se em grande massa popular

empunhando faixas com os seguintes dizeres: "Viva a Vila Sara Kubitschek".

O Doutor Israel Pinheiro, na época presidente da NOVACAP, tomando

conhecimento do fato, enviou ao local uma comissão que falou à multidão

prometendo solucionar imediatamente o problema habitacional, instigando assim,

Lúcio Costa a abreviar a conclusão dos projetos da primeira cidade do Distrito

Federal cuja demarcação foi de responsabilidade dos topógrafos Maciel e Décio.

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Em dez dias foram alojados mais de 4.000 (quatro mil) pessoas e todos

receberam seus lotes com direito a ocupação. Cerca de 1.000 (mil) fossas foram

construídas, a rede provisória de água potável foi instalada, o transporte viário

instituído e foi assegurado aos habitantes assistência médica. Aos seis meses já

estavam em funcionamento escolas, hospitais e casas para professores. Os

primeiros loteamentos para moradias tiveram suas construções edificadas em

madeira.

Taguatinga, a capital econômica do Distrito Federal, está entra as vinte

maiores cidades brasileiras. A cidade possui um competitivo sistema de produção

industrial, sua atividade econômica é diversificada, contando com empresas de

comércio atacadista, varejistas, prestação de serviço e indústrias leves. O Comércio

é bastante diversificado, autossuficiente e atrai consumidores das cidades próximas

como Samambaia e Ceilândia.

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7. ANÁLISE DO SÍTIO

Os sítios escolhidos estão inseridos na cidade satélite de Taguatinga,

segundo Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2014) diz que o

Abrigo Institucional deve funcionar em unidade inserida na comunidade com

características residenciais, ambiente acolhedor e estrutura física adequada,

visando o desenvolvimento de relações mais próximas do ambiente familiar. Para

a escolha do sítio ideal foi utilizado o Método Morfológico, analisando as

características funcionais, expressivo simbólico, bioclimatismo, topoceptivo e

econômico financeiro do endereço. O endereço dos sítios escolhidos são:

I. Avenida Águas Claras

II. St. F Norte Qnf 1 Qnc

III. St. J Norte Qnj Ae

Todos os sítios, demonstrado na Figura 10, se encaixam na tipologia

Institucional, onde segundo a LUOS (2017) é permitido exclusivamente o uso

institucional, público ou privado; segundo o mapa de Uso do Solo, porém os

sítios I e III são destinados ao uso Institucional Equipamento Público onde são

desenvolvidas atividades inerentes às políticas públicas setoriais, constituindo

lote de propriedade do Poder Público que abriguem, de forma simultânea ou não,

equipamentos urbanos ou comunitários.

Figura 10 - Macrozoneamento Taguatinga

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O sitio I está localizado em Taguatinga Sul, possui acesso através de uma

avenida principal, via arterial, integrando o objeto com a cidade com mais

facilidade, pois o acesso poderá ser feito por pedestres, transporte particular e

público, o ponto de ônibus mais próximo é na frente do terreno. Possui área total

de aproximadamente 18.700 m2 (Figura 11). Está próximo de um objeto da

mesma tipologia, possui topografia pouco acidentada, com desnível de

aproximadamente 6 metros em seu sentido norte-sul (Figura 12), os ventos

predominantes são da direção leste. Por estar próximo a uma via arterial, onde o

fluxo é intenso, não possui conforto acústico. Quanto a insolação, o sítio possui

edificações em três de suas fachadas, algumas são edificações térreas que não

influencia na insolação e outras são edificações de 2 pavimentos que pouco

influencia na incidência solar no terreno, pois não são próximos e tem um espaço

nos fundos com vegetação.

Figura 12 - Sítio I

Figura 11 - Sítio I - Topografia

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O sítio II está localizado no centro norte de Taguatinga, possui acesso

através de uma via coletora, os pontos de ônibus estão a 400 metros, permitindo

assim o acesso direto apenas por transporte particular e por pedestres. Possui

área total de aproximadamente 19.000 m2 (Figura 14) Possui em seu entorno o

Hospital, Fórum e Complexo de Ensino Técnico. Possui topografia plana, com

desnível de aproximadamente 4 metros no seu sentido Leste-Oeste (Figura 13),

os ventos predominantes são da direção leste, possui também em seu entorno

um Parque Ecológico que pode melhorar a ventilação na região. Está localizado

em uma via Coletora, onde o fluxo é menor, então o conforto acústico do sítio é

eficiente. Quanto a insolação, o sítio possui edificações em todas as fachadas,

algumas são edificações térreas que não influencia na insolação e possui o

fórum com 2 pavimentos que interfere pouco na incidência solar no terreno.

Figura 14 - Sítio II

Figura 13 - Sítio II - Topografia

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O sítio III está localizado em Taguatinga Norte, possui acesso através de

uma via coletora, os pontos de ônibus estão a 200 metros, permitindo assim o

acesso direto apenas por transporte particular e por pedestres. Possui área total

de 12.700 m2 (Figura 15). Possui em seu entorno residências, comércios locais e

escolas. Possui topografia pouco acidentada com desnível de aproximadamente

5 metros em seu sentido Leste-Oeste (Figura 16), os ventos predominantes são

da direção leste. Está localizado em uma via Coletora, onde o fluxo é menor,

então a acústica do sítio é eficiente. Quanto a insolação, o sítio possui

edificações em todas as fachadas, algumas são edificações térreas que não

influencia na insolação e possui habitações coletivas com 3 pavimentos que

pode interferir na incidência solar no terreno.

Figura 15 - Sítio III

Figura 16 - Sítio III - Topografia

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Portanto, percebe-se que todos os sítios estão bem localizados quanto a

acesso, a topografia não é muito acidentada, facilitando assim a implantação no

terreno sem muitos movimentos de terra, todos se encaixam na tipologia do

objeto. Porém, no item Econômico Financeiro, onde foi considerado o melhor

entorno, o único que possui essa característica é o sítio II, pois possui em seu

entorno o Hospital Regional da cidade para dar suporte para aquelas pessoas

que estão com algum tipo de enfermidade, Fórum para dar suporte nas questões

jurídicas e Complexo de Ensino Técnico que através de parceria pode oferecer

cursos profissionalizantes para os futuros acolhidos.

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8. PROGRAMA DE NECESSIDADES

Para o programa de necessidades do equipamento proposto, segundo a

Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2014) as edificações devem

ser organizadas de forma a atender aos requisitos previstos nos regulamentos

existentes e às necessidades dos usuários, oferecendo condições de

habitabilidade, higiene, salubridade, segurança, acessibilidade e privacidade,

para isso o Centro de Acolhimento deve possuir os seguintes ambientes:

Quartos com condições de

repouso e privacidade;

Espaço para guarda dos

pertences pessoais de forma

individualizada;

Espaço de estar e convívio;

Sala de jantar/copa;

Instalações sanitárias para

higiene pessoal com

privacidade;

Cozinha/refeitório;

Área de lazer;

Área de serviço;

Ambiente para leitura;

Sala para equipe técnica;

Sala de

coordenação/atividades

administrativas;

Espaço para guarda de

documentos.

Espaço para guarda de

animais domésticos e

equipamentos de trabalho

Com base nas pesquisas realizadas e no programa de necessidades já

existente, decidiu-se que seria criado um programa que não fosse apenas um

local para pernoitar, mas para suprir outras necessidades e oferecer atividades

profissionalizantes que possibilite uma perspectiva maior de reinserção social.

Portanto, será adicionado ao programa:

Triagem

Depósitos

Central de Doações

Ateliês

Bicicletário

Veterinário

Dormitório do plantonista

Salas de Reuniões

Consultório Odontológico

Jardins

Brinquedoteca

Entre outros.

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O programa de necessidades será dividido por setores para melhor

organização. Os setores são:

Setor Técnico e Administrativo: Recepção; Administração; Triagem; Sala

da Psicóloga; Sala da Assistente Social; Central de Doações; Sala de

Reuniões e Arquivo.

Setor de Acolhimento: Dormitórios; Banheiros; Área externa para

lavagem de roupas; refeitório; guarda-volumes; Coordenação e Canil.

Setor Coletivo: Ateliês para atividades em grupo e cursos

profissionalizantes; Sala de Reunião; Bicicletário; Sala de TV; Jardim; Sala

de Leitura, Veterinário e Lavanderia.

Setor de Apoio e Serviços: Cozinha; Depósito; DML; Sanitários; Guarita e

Dormitório do plantonista; Copa e Estar para funcionários.

Organograma

Setor Ambiente Descrição Qtde Área Total

Setor Técnico e

Administrativo

(Responsável em receber

e atender e acompanhar

acolhidos, visitantes e

demandas diversas)

Hall de Entrada Local para receber visitantes e

acolhidos 1

50 m2

Recepção

Recepcionar visitantes,

acolhidos e demandas

diversas.

1

10m2

Administração Recepção e Sala do diretor do

equipamento 1

25m2

Triagem Sala destinada ao primeiro

atendimento ao usuário. 2

20m2

Sala da

Psicóloga

Sala para atendimento e

acompanhamento psicológico. 3

18m2

Sala da

Assistente

Social

Sala para atendimento e

acompanhamento social. 3

18m2

Central de

Doações

Sala para arrecadação de

todo tipo de doação 1

10m2

Sala de

Reuniões

Sala destinada para reuniões

de capacitações de

funcionários

2

30m2

Arquivo

Sala de documentos

oficialmente produzidos e

recebidos do equipamento.

1

20m2

Guarita

Área destinada a controlar a

entrada e saída, através do

porteiro.

2

10m2

TOTAL 211m2

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Setor Ambiente Descrição Qtde Área Total

Setor de Acolhimento

(Responsável por

oferecer acolhimento)

Dormitórios Local utilizado para descanso

dos acolhidos 82 820 m2

Banheiros Local destinado às instalações

sanitárias 23 230 m2

Área de

Vigilância

Área destinada a vigilância e

controle do setor 3

18m2

TOTAL 1.068 m2

Setor Ambiente Descrição Qtde Área Total

Setor Coletivo

(Locais de uso coletivo,

responsáveis pela

socialização e

profissionalização dos

acolhidos)

Ateliês Espaço para capacitação

profissional 2

90 m2

Sala de

Reunião Sala para reuniões em grupo. 2

60 m2

Bicicletário

Local destinado ao

armazenamento de bicicletas. 1

10 m2

Sala de TV Ambiente destinado para

assistir TV 1

30 m2

Sala de Leitura Espaço equipado para estudo

e leitura. 1

30 m2

Veterinário

destinado ao atendimento do

animais domésticos. 1

10 m2

Jardim Área destinada a espaços de

convivências ao ar livre 6 1.095 m2

Brinquedoteca Espaço destinado ao lazer das

crianças 1 40 m2

Consultório

Odontológico

destinado para o atendimento

odontológico dos acolhidos. 1

15 m2

Lavanderia

Destinado para lavagem de

roupas pessoais, de cama e

banho.

1

100 m2

Banheiro Local destinado às instalações

sanitárias 2 33 m2

TOTAL 1.513 m2

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Setor Ambiente Descrição Qtde Área Total

Setor de Apoio e

Serviços

(Setor responsável por

toda área de apoio do

objeto)

Cozinha Local destinado ao preparo e

fornecimento das refeições 1

100 m2

Despensa

Espaço destinado ao

armazenamento dos materiais

utilizados na cozinha

1 20m2

Depósito

Destinado ao armazenamento

de alimentos e/ou bens

patrimoniais

2

200m2

DML

Espaço destinado ao

armazenamento de materiais

de limpeza nos setores.

5

10m2

Sanitários Sanitários para o uso dos

funcionários 1 15m2

Refeitório Espaço para as servir

refeições diárias. 1

300 m2

Guarda –

Volume

Local para armazenamento de

pertences pessoais dos

acolhidos.

1

150 m2

Copa e Área de

Funcionários

Espaço destinado aos

funcionários 3

20 m2

Canil Local para acolhimento de

cães. 1 40 m2

Dormitório do

Plantonista

(com sanitário)

Quarto destinado para o

repouso do funcionário de

plantão

3 36 m2

Sala de

Emergência/

Socorrista

Sala destinada aos primeiros

socorros em caso de

emergência

1 12 m2

Vestiário

Funcionários

Local destinado aos

funcionários 2 27 m2

TOTAL 930 m2

Setor Área

Setor Técnico e Administrativo 211 m2

Setor de Acolhimento 1.068 m2

Setor Coletivo 1.513 m2

Setor de Apoio e Serviços 930 m2

TOTAL 3.722 m2

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Fluxograma Primário

Figura 17 - Fluxograma Primário

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Fluxograma Secundário

Figura 18 - Fluxograma Secundário

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9. O PROJETO

O projeto será implantado em Taguatinga, cidade satélite do Distrito

Federal, fica a 21 km do centro de Brasília, foi escolhida por ser uma das cidades

onde mais se concentram a tipologia atendida.

O sítio está localizado no centro de Taguatinga, possui acesso por uma

das principais vias da cidade, possui um ponto de ônibus a 400 metros. Possui

também em seu entorno o Fórum da cidade, o Hospital Regional e um Centro de

Ensino Técnico.

O produto final da implantação do edifício no terreno se deu pelos fatores,

topografia, ao implantar o edifício em um único platô, pois é necessário que o

mesmo seja visto por todos, por isso foram alteradas 4 curvas de nível. E para o

aspecto bioclimático, foi analisado a carta solar e diretrizes da zona bioclimática

4, para que houvesse uma renovação do ar e aproveitamento de luz natural o

edifício terá sua fachada principal voltada para leste. Para atender às diretrizes

da zona bioclimática 4, onde para essa região é necessário sombrear as

aberturas, foi colocado brises nas fachadas leste, oeste e norte, segundo a

necessidade. Os brises serão de alumínio e fixos, para evitar a movimentação

constante das lâminas por diversas pessoas, as aletas dos brises serão em tons

de azul, que transmite a sensação de positividade, confiança e segurança,

sensações importantes para a ressocialização dessas pessoas. As vedações

externas, onde a incidência solar é maior, serão espessas, atendendo às

diretrizes citadas.

O edifício foi dividido em 4 setores, que resultou em 4 volumes com

tamanhos distintos. A composição dos volumes forma um vão, que traz uma

ideia de fechamento visual. No pavimento térreo estão os setores técnico e

administrativo, coletivo, apoio e serviços. Ao adentrar ao edifício é necessário

que passe por uma triagem, o primeiro atendimento ao usuário, logo após é

direcionado ao dormitório para organizar seus pertences mais importantes, o

excedente ficará guardado no guarda volume, localizado nesse mesmo

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pavimento e para aqueles que chegarem com animal de estimação, será

oferecido também um canil para o acolhimento do animal.

Só depois desse primeiro atendimento, que começará o acompanhamento

psicossocial com objetivo de ressocialização, através de reuniões em grupo,

cursos e atendimentos pessoais com psicólogos e assistentes sociais. Será

oferecido também atendimento odontológico para os acolhidos.

Para melhorar a iluminação, no corredor central foi feito uma abertura que

será utilizado como espaço bucólico e de convivência, através de um jardim

interno. Foi feito também uma abertura na brinquedoteca, para criar um espaço

ao ar livre para as crianças, e também possui uma abertura na lavanderia para

área de varal descoberta. No vão central foi aproveitado a abertura feita no

volume superior e foram criados jardim com bancos.

No pavimento superior estão os setores de acolhimento e uma parte do

setor de apoio e serviço, o equipamento tem capacidade para 350 pessoas,

sendo 200 homens, 130 mulheres e 20 famílias até 4 pessoas. Para que

houvesse ventilação e iluminação natural em todos os dormitórios, foram feitas

duas aberturas no volume.

Atendendo a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, onde

limita uma quantidade de 4 pessoas por quarto, para essa tipologia, por isso foi

colocado 2 beliches em cada dormitório. Segundo o Código de Obras e

Edificações – COE, Art. 204, para atender a essa tipologia é necessário no

mínimo 1 sanitário, 1 chuveiro e 1 lavatório para cada 4 unidades. Por atender

diferentes tipologias, e por estarem acomodadas no mesmo volume, foram

colocadas áreas de vigilâncias nas pontas e no centro para dividir essas

tipologias.

Foi colocado também as seguintes áreas de apoio aos funcionários que

trabalham nesse setor, quartos para os plantonistas, área de estar para

funcionários e uma sala de apoio, para que caso aconteça alguma emergência

e/oou acidentes , seja realizado os primeiros socorros.

O material construtivo utilizado foi bloco cerâmico revestido por argamassa.

Quanto ao sistema construtivo, no vão central, foi utilizado laje nervurada para

vencer o vão de 50m, por isso foi necessário apenas um pilar (70x70cm) no

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centro de cada extremidade. As demais lajes, onde não é necessário vencer

grandes vãos, foi utilizado laje maciça com pilares (45x15cm) a cada 6 metros.

No que tange os aspectos de pânico e fuga de incêndio, foram colocadas

3 escadas de emergências, 2 nas extremidades e 1 na circulação central

acompanhada de dois elevadores. Quanto aos reservatórios de água, são 1

superior, acima da caixa de escada central e 1 reservatório inferior.

A forma é composta por 4 volumes semelhantes que se relacionam

através da proximidade, constituindo uma unidade. Foi inspirada nas formas

puras e simples da arquitetura moderna. A composição dos volumes forma um

vão, que traz uma ideia de fechamento visual, a continuidade da forma aparece

de maneira evidente, no volume que está locado na parte superior, com a

continuidade do seu formato. A pregnância é caracterizada pela proximidade e

semelhança das formas, em função dos pesos estarem assimétricos, remetendo

a ideia de cheios e vazios. No simbólico, ao dispor o elemento na parte superior

formando um vão, temos uma ideia de acolhimento e proteção, muito importante

para a tipologia do projeto.

O paisagismo foi utilizado para compor a arquitetura, por isso foi utilizado retas,

inspirado nas linhas de Mondrian, foi utilizado espécies nativas para trazer a cor

através do paisagismo. Possui grandes pavimentações na fachada leste, que se

tornam grandes áreas de convivência ao ar livre, em alguma dessas áreas

foram colocados bancos de concreto e pergolados para controle da iluminação

do sol e proteção da chuva, formando pequenas galerias com a função de

passeio, abrigo ou descanso.

A posição do edifício e a característica do vento predominante da região, amos

na direção leste, e pela umidade relativa do ar ser geralmente seca, foi

necessário instalar esguichos de água automático, para alteração do microclima,

que durante o dia vai umidificar o vento que vem do leste de acordo com a

necessidade. A água utilizada será através de aproveitamento de água pluviais.

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CONCLUSÃO

A pessoa em situação de rua está presente na cidade desde sua

formação. E a reinserção social é, a maioria das vezes, um trabalho muito

difícil, principalmente para quem teve a autoestima reduzida devido a sua atual

situação.

Há várias Políticas Públicas em prol dessa população, porém nenhuma

encontrou uma solução totalmente eficiente e justa para a população em

situação de rua.

A vivência familiar e as pesquisas realizadas sobre o assunto

possibilitaram entender de outra forma o indivíduo que está na rua. Pois

mostram a humanidade dessas pessoas, tornando-as, não um indivíduo

qualquer nas ruas, mas pessoas que sabem o que está acontecendo e

algumas vezes não tem força física, mental ou psicológica para superar essas

dificuldades.

O projeto realizado atende a necessidade, em relação ao espaço

projetado, às tecnologias utilizadas e a demanda. É uma tipologia de média

complexidade e fluxos complexos, com normatizações que influenciam

diretamente o projeto.

O Centro de Acolhimento para Pessoas em Situação de Rua propõe,

além do abrigamento e reinserção social, oferecerá também cursos

profissionalizantes promovendo reinserção social com dignidade. O projeto

arquitetônico é mais uma maneira de ajudar, no aspecto físico, que as

pessoas em situação de rua voltem a ter uma vida digna, para que isso

aconteça, é necessário que haja um trabalho conjunto de várias áreas de

assistências social.

Tendo em vista os aspectos observados conclui-se que é possível fazer

um projeto de um Centro de Acolhimento para Pessoas em Situação de Rua

que ofereça dignidade, pois o acolhimento é uma das propostas para ajudar

essas pessoas a terem um espaço físico que proporciona um pouco mais de

conforto e qualidade de vida

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REFERÊNCIAS

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[s.n.], 2013. p. 14-91.

FRANGELA, Simone. Corpos Urbanos Errantes: Uma Etnografia da Coporalidade de

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SILVA, Maria Lucia Lopes da. Mudanças Recentes no Mundo do Trabalho e o Fenômeno

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(Licenciatura Plena em Pedagogia)- Universidade de Brasília, Brasília-DF, 2012.

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