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FACULDADE UNIDA DE CAMPINAS FACUNICAMPS CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA DÉBORA LUDMILLA BOMFIM VALVERDE JEDIEL DE OLIVEIRA SALDANHA ORLANDO FILHO RIBEIRO DE SOUSA OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO COM ÊNFASE NO USO INDISCRIMINADO DOS ANALGÉSICOS DE VENDA LIVRE GOIÂNIA - GOIÁS 2019/1

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FACULDADE UNIDA DE CAMPINAS – FACUNICAMPS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

DÉBORA LUDMILLA BOMFIM VALVERDE

JEDIEL DE OLIVEIRA SALDANHA

ORLANDO FILHO RIBEIRO DE SOUSA

OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO COM ÊNFASE NO USO

INDISCRIMINADO DOS ANALGÉSICOS DE VENDA LIVRE

GOIÂNIA - GOIÁS

2019/1

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DÉBORA LUDMILLA BOMFIM VALVERDE

JEDIEL DE OLIVEIRA SALDANHA

ORLANDO FILHO RIBEIRO DE SOUSA

OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO COM ÊNFASE NO USO

INDISCRIMINADO DOS ANALGÉSICOS DE VENDA LIVRE

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como

requisito para nota da disciplina TCC, necessária para a

graduação do Curso de Farmácia da Faculdade Unida de

Campinas – FacUnicamps.

Orientação da Profª Drª: Arissa Felipe Borges

GOIÂNIA – GOIÁS

2019/1

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OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO COM ÊNFASE NO USO

INDISCRIMINADO DOS ANALGÉSICOS DE VENDA LIVRE

THE RISKS OF SELF-MEDICATION WITH EMPHASIS ON THE

INDISCRIMINATED USE OF ANALGESICS OF FREE SALE

DÉBORA LUDMILLA BOMFIM VALVERDE1, JEDIEL DE OLIVEIRA

SALDANHA2, ORLANDO FILHO RIBEIRO DE SOUSA

3, ARISSA FELIPE

BORGES41

RESUMO A automedicação, no Brasil, mostra-se presente de forma preocupante, isso porque, muitas das vezes, acontece

de maneira irresponsável, vez que inúmeros usuários a fazem sem orientação adequada. É também estimulada

por propagandas na mídia, faz parte da cultura da sociedade brasileira utilizar medicamentos por conta própria

ou indicado por amigos, parentes. Neste trabalho objetivou-se identificar a quantidade de analgésicos vendidos

em uma drogaria de Goiânia e através de revisão bibliográfica, analisou-se a automedicação no Brasil, seus

riscos e suas consequências. Este estudo foi feito a partir pesquisas realizada sem bases de dados tais como

Google acadêmico, Scielo e SIBiUSP, utilizando os seguintes descritores: analgésicos, reações adversas,

automedicação, atenção farmacêutica, medicamentos isentos de prescrição e intoxicação. Ainda o levantamento

de dados da venda de analgésicos cartelados em loja comercial na Capital goiana cujos resultados demonstraram

a dipirona como analgésico mais vendido, medicamento este que apesar de seguro apresenta efeitos adversos

imprevisíveis. A revisão bibliográfica revela grandes índices de automedicação com os analgésicos no topo das

vendas e de uso indiscriminado. Portanto recomenda-se uma maior conscientização da população a respeito da

atenção farmacêutica, direito do consumidor que deve ser requisitado, substituindo-se assim a automedicação

pela prescrição farmacêutica, vez que este profissional é capaz de prevenir o uso incorreto de medicamentos, que

apesar de seguros podem oferecer riscos ao usuário.

Palavras-chave: Automedicação. Analgésicos. Atenção farmacêutica.

ABSTRACT: Self-medication, in Brazil, is present in a worrying way; this is because, many times, it happens irresponsibly,

since many users do it without proper guidance. Moreover, it is stimulated by advertisements in the media; it is

part of the culture of Brazilian society to use medicines on its own or indicated by friends, relatives. This study

aims to identify the quantity of analgesics sold in a drugstore in Goiania, through bibliographic review, to

analyze self-medication in Brazil, risks and consequences. This study was done from researches conducted in

databases such as Google academic, Scielo and SIBiUSP, using the following descriptors: analgesics, adverse

reactions, self-medication, pharmaceutical care, and prescription and intoxication drugs. Also the data

collection of the sale of painkillers cartel in a commercial store in the Capital of the state of Goias whose results

demonstrated dipyrone as the best-selling analgesic, a drug that is prohibited in the United States due to the

potential to cause fatal agranulocytosis. The literature review reveals high rates of self-medication with

analgesics at the top of sales and their indiscriminate use. Therefore, it is recommended to raise the population's

awareness about pharmaceutical care, consumer's right to be requested, and, replacing self-medication with

pharmaceutical prescription, since this professional is able to prevent the misuse of medications, although safe,

potential risks to the user.

Keywords: Self-medication. Analgesics. Pharmaceutical attention

1Acadêmica do Curso de Farmácia da FacUnicamps. E-mail: [email protected]

2Acadêmico do Curso de Farmácia da FacUnicamps. E-mail: [email protected]

3Acadêmico do Curso de Farmácia da FacUnicamps. E-mail: [email protected]

4Professora Doutora do Curso de Farmácia da FacUnicamps. E-mail: [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

A automedicação é a utilização de medicamentos por conta própria ou na indicação de

pessoas não habilitadas para o tratamento de doenças, cujos sintomas são percebidos pelo

usuário sem avaliação do profissional de saúde, médico ou odontólogo (MS, 1998).

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2007), os

medicamentos são itens que possuem a função de diagnosticar, curar ou prevenir doenças,

produzidos de acordo com padrões técnicos pré-estabelecidos, que visam garantir que esses

produtos tenham efeito curativo desejado.

Contudo, os medicamentos ocupam o primeiro lugar entre os agentes causadores de

intoxicações em seres humanos e o segundo nos registros de mortes por intoxicação. A cada

20 segundos, um paciente dá entrada nos hospitais brasileiros com quadro de intoxicação

provocado pelo uso incorreto de medicamento. (BRASIL, 2010).

No contexto social e econômico, a população identifica na farmácia a primeira opção

em solucionar um problema de saúde, buscando o bem-estar e a qualidade de vida. Esse

processo nada mais é do que a automedicação, introduzida nos costumes da sociedade

brasileira. Esse hábito pode ocorrer de forma inadequada pela facilidade como são acessados

alguns medicamentos, a exemplo dos analgésicos que não necessitam de receita médica para

serem adquiridos, estimulando a automedicação (NASCIMENTO, VALDÃO, 2012).

Um dos fatores que aumenta o consumo indiscriminado de medicamentos no Brasil é a

quantidade de produtos novos lançados no mercado com a ajuda da propaganda, simbolizando

a saúde que os mesmos representam. Com a ausência do profissional farmacêutico no centro

de atendimento comercial, a figura do medicamento fica prejudicada, passando a apenas

representar um bem de consumo e não da saúde. As indústrias farmacêuticas gastam montas

vultosas com a publicidade e marketing de seus produtos visando aumentar o poder de

consumo dos mesmos (LYRA JR et al., 2008).

Medicamentos Isentos de Prescrição Médica (MIP’s) caracteriza a classe terapêutica

mais utilizada pelos pacientes por não precisarem de receita médica para ser comprados.

Devido à precariedade da saúde pública e dificuldade ao acesso do serviço médico, que

induzem os pacientes a procurar farmácia e automedicarem (FERNANDES,

CEMBRANELLI, 2014).

O profissional farmacêutico é peça fundamental no processo da orientação da

população por ser responsável pelo uso correto dos medicamentos. A sua formação possibilita

a orientação aos pacientes com a dispensação segura. A atenção farmacêutica - na hora do

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atendimento - é fundamental, tem importante relevância por orientar o paciente como usar o

medicamento na dose correta, sobre o tempo de tratamento, além de orientar quanto aos riscos

e benefícios da medicação, dependendo do caso, orientar o paciente a procurar uma unidade

de saúde mais próxima (SOTERIO, SANTOS, 2016).

Considerando o perigo da intoxicação pelos MIP’s e a facilidade na compra dos

mesmos, é de grande importância reconhecer os riscos da automedicação, promover o uso

racional de medicamentos, enfatizar a importância do farmacêutico no combate à sua prática.

2. OBJETIVO GERAL

O objetivo deste trabalho é o de levantar a quantidade de medicamentos analgésicos

vendidos numa farmácia da Capital goiana. E por meio de revisão bibliográfica avaliar a

automedicação no Brasil, seus riscos, consequências e a maneira como ocorre. Além disso, foi

descrito o nível de orientação que os usuários possuem sobre os medicamentos isentos de

prescrição, reações adversas, interações medicamentosas que podem ocorrer no uso deste tipo

de consumo de remédios.

3. METODOLOGIA

Neste estudo é realizada revisão da literatura, e, como instrumento de pesquisa artigos,

livros e publicações científicas nacionais e internacionais, no que concerne à temática da

automedicação no Brasil, com ênfase no uso indiscriminado de analgésicos cuja venda é livre.

A pesquisa utiliza bases de dados tais como Google acadêmico, Scielo e SIBiUSP com os

termos de indexação - em português e inglês - “analgésicos, reações adversas, automedicação,

atenção farmacêutica, medicamentos isentos de prescrição e intoxicação. Analisa-se o número

de vendas dos analgésicos cartelados - classificados como de venda livre no período de março

de 2018 a março de 2019, em farmácia localizada na cidade de Goiânia, GO. Os dados foram

obtidos por meio do controle de estoque mantido pela drogaria.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

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4.1 Medicamentos Isentos de Prescrição

Os MIPs, (do inglês Over the Counter) que, em tradução livre, significa "sobre o

balcão", são medicamentos que não necessitam da prescrição, bastante comercializados.

Entretanto, na condição de medicamentos podem aliviar sintomas, até trazerem efeitos

curativos, também, causar reações adversas (PIO, 2014).

Segundo a ANVISA (2016), os MIPs são medicamentos disponíveis amplamente ao

público sem a necessidade de prescrição médica/odontológica e devem possuir

necessariamente alguns critérios tais como baixo potencial de toxicidade e interações

medicamentosas, além de ser utilizado por pouco tempo, não apresentar potencial tal como o

de gerar dependência física ou psíquica, dentre outros fatores.

Segundo a RDC nº 98 de 01/08/2016, o medicamento, para ser enquadrado como MIP,

deve estar há pelo menos 10 anos no mercado, sendo que cinco desses (no Brasil) na condição

de medicamento sob prescrição médica ou cinco anos, no exterior, enquanto medicamento

isento da prescrição. Além disso, deve apresentar janela terapêutica segura, possuir indicação

para o tratamento de doenças não graves, que não apresentem evolução ou evolução rápida,

sendo que os sinais clínicos devem ser perceptíveis ao paciente sem a necessidade de

monitoramento médico.

De acordo a resolução da ANVISA RDC nº41, os MIPs poderão estar acessíveis aos

clientes nas gôndolas de farmácias e drogarias de todo Brasil. Porém, devem estar separados

de produtos correlatos tais como cosméticos, por exemplo, devem estar organizados,

identificados pela Denominação Comum Brasileira (DCB) ou Denominação Comum

Internacional (DCI). Além disso, o local precisa conter a seguinte informação exposta em

cartaz: “Medicamentos podem causar efeitos indesejados. Evite automedicação: informe-se

com o farmacêutico” (MOTA et al., 2012).

O uso correto dessas substâncias além de desafogar o Sistema Único de Saúde (SUS),

pode proporcionar melhor qualidade de vida para o usuário, garantir maior agilidade no

atendimento ao paciente e possibilitar que recursos públicos sejam geridos de forma mais

eficiente na saúde pública (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE

MEDICAMENTOS SEM PRESCRIÇÃO, 2019).

Dentre os MIPs mais utilizados no Brasil têm-se os analgésicos não narcóticos e

antipiréticos; antiácidos, antiflatulentos e carminativos, analgésicos tópicos, vitamina C,

antirreumáticos, dentre outros. O preocupante são as intoxicações que essas substâncias

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podem causar quando utilizadas de maneira incorreta, sem auxílio de um profissional da

saúde e que podem levar esses usuários a internações (FREITAS et al., 2017).

Os MIPs são aprovados pelas entidades reguladoras para tratar enfermidades e

sintomas considerados menores, portanto, o paciente deve ser orientado sobre o descrito nas

bulas e rótulos destes medicamentos, indicados para o tratamento de sintomas como dores de

cabeça, febre, tosse, aftas, dor de garganta, dentre outros (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA

INDÚSTRIA DE MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO, 2019).

Pode-se afirmar que são soluções rápidas dos problemas de saúde para muitas pessoas,

porém, apesar destes não necessitarem de prescrição é altamente recomendável que se procure

orientação farmacêutica antes da aquisição dos mesmos. Isso porque o uso irracional pode

trazer riscos à saúde do indivíduo, como reações alérgicas e sintomas inesperados (PINTO et

al., 2015).

Em estudo realizado por Pinto et al. (2015) revela que diversos clientes da drogaria

pesquisada utilizavam medicamentos sem receita médica e não liam a bula, o que pode gerar

complicações pelo uso incorreto de fármacos como, por exemplo, o paracetamol que pode

gerar reações adversas (graves) relacionadas à toxicidade no fígado.

O questionamento central sobre os MIPs é o quão informado o usuário destes estará

com relação às reações adversas e interações medicamentosas que estes medicamentos podem

causar, tendo em vista que as pessoas utilizam analgésicos e anti-inflamatórios,

concomitantemente aliado a medicamentos sob prescrição como os anti-hipertensivos, por

exemplo, isso pode ser danoso para o paciente porque o uso de anti-inflamatórios não

esteroides - (AINES) em conjunto aos anti-hipertensivos pode trazer reações graves devido ao

fato de que a síntese renal de prostaglandina é inibida e há uma retenção de fluídos orgânicos

e sódio (SOUZA; PEREIRA; SARAIVA, 2018)

4.2 O uso indiscriminado de analgésicos

A dor é algo difícil de ser definido porque é subjetiva, manifestação do organismo de

algo que não está funcionando bem, alerta de alguma coisa fora do normal. É uma resposta a

trauma, inflamação ou câncer. Também pode ser causada devido à infecção ou lesão cerebral

dentre outros fatores (HANG et al., 2012). Os analgésicos estão entre os medicamentos mais

utilizados pela população, principalmente aqueles contendo dipirona, paracetamol e ácido

acetilsalicílico, são úteis no alívio de sintomas como dor e febre, mas não necessariamente

responsáveis por promover efeito curativo. Por trazerem uma atenuação dos problemas,

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muitas vezes, os usuários utilizam dosagens acima do indicado, o que traz enorme risco para

reações adversas e toxicológicas (BARBOSA et al., 2012).

A população em geral tem utilizado da automedicação, hábito que demonstra tensão

por poder causar maior estresse ao cotidiano já agitado. Entretanto, o uso exagerado de

analgésicos pode cronificar algumas manifestações clínicas, tais como a cefaleia (ARRAIS et

al., 2016).

Arrais et al. (2016) demonstraram que dos 57.424 medicamentos referidos pelos

entrevistados, 8.545 (17%) foram usados por automedicação, dentre estes a classe terapêutica

mais consumida foi a dos analgésicos, com 33,4%, seguidos pelos relaxantes musculares e

anti-inflamatórios. Os fármacos mais consumidos por automedicação foram a dipirona,

associação em dose fixa cafeína-orfenadrina-dipirona e paracetamol. Além disso, foi

observado que a prática de automedicação é habitual entre as mulheres e pode estar

relacionado ao fato de sofrerem mais frequentemente dores de cabeça, musculares e

enxaquecas. Então, desde a juventude, utilizam em maior quantidade os analgésicos e

relaxantes musculares para atenuar a dor durante a menorreia e a cólica menstrual.

A maior parte do número de intoxicações é ocasionada pelo uso de medicamentos, o

percentual de ocorrências causadas por esse motivo, de acordo com estudo do Centro de

Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Unicamp é de 33,62%, número bastante

superior ao de atendimentos a pessoas vítimas de picadas por animais peçonhentos.

Um estudo feito sobre intoxicações, em Campina Grande–PB, no período de 2005 a

2007, demonstrou que 15,3% dos casos de intoxicações foram causados por medicamentos.

Em números absolutos o total de ocorrências foi de 4.430, aquelas causadas por

medicamentos somaram 679. Classificando-se por princípio ativo têm-se os analgésicos e

AINES em segundo lugar no número de casos com 10,6%, dentre eles, os mais frequentes são

o ácido acetilsalicílico, o diclofenaco, a dipirona e o paracetamol (MORAIS et al., 2008).

É evidente que os analgésicos e os AINES desempenham importante papel no

tratamento de sintomas presentes no dia a dia das pessoas proporcionando melhor qualidade

de vida, mas os MIPs também podem causar complicações quando utilizados em associação e

isso carece de estudos devido à escassez na literatura sobre o tema (FREITAS et al., 2017).

Segundo o estudo de SOTERIO & SANTOS (2016), em Goiás, os antitérmicos foram os mais

utilizados, os anti-inflamatórios mencionados com maior frequência. A tendência de consumo

de três fármacos utilizados como analgésicos (paracetamol, ácido acetilsalicílico e dipirona) é

variada. Em Santa Catarina, o mais utilizado foi o paracetamol; no Rio de Janeiro, dipirona;

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no Rio Grande do Sul ácido acetilsalicílico. Em Goiás, notou-se elevada utilização de dipirona

(SOTERIO; SANTOS, 2016).

Os analgésicos fazem parte dos (MIPs), de acordo SOUZA et al. (2018) o seu uso,

concomitante com outros tipos de medicamentos, pode causar inúmeras complicações na

saúde do usuário e o fator mais relevante é que muitos destes pacientes desconhecem esses

riscos.

Os analgésicos são medicamentos de venda livre, mas isso não significa que não

ofereçam nenhum risco ao usuário, por isso ser preciso atentar às possíveis reações adversas e

interações medicamentosas que possam causar (NEVES, 2011).

4.3 A toxicidade dos analgésicos

4.3.1. Os inibidores da ciclooxigenase

Os analgésicos, antipiréticos, assim como os anti-inflamatórios não esteroides

(AINES) de venda livre estão entre os medicamentos mais consumidos em todo o mundo.

Dentre essas substâncias temos o paracetamol; dipirona sódica; ibuprofeno; ácido

acetilsalicílico; dipirona sódica combinada com citrato de orfenadrina e cafeína anidra

(BATLOUNI, 2010).

Esses fármacos exercem ação de alívio, como também no tratamento das dores, febres,

inflamações, dores pós-operatórias, cólicas menstruais, cefaleias, enxaquecas, dores

odontológicas, lesões, entorses, traumas e outros (RANG et al., 2016).

Mesmo sabendo que há diferenças individuais entre cada fármaco, seu mecanismo de

ação principal consiste na inibição da ciclooxigenase (COX), principal enzima que catalisa a

conversão de ácido araquidônico em prostaglandinas e tromboxanos (SANTOS, MORAES,

2014; RANG et al., 2016).

Foram identificadas duas isoformas da COX. Uma a COX-1 e a COX-2, também, uma

variante da COX-1, ou seja, a COX-3 (SANTOS, MORAES, 2014). A COX-1 é constitutiva,

essencial na manutenção da fisiologia de muitos tecidos, incluindo o controle do fluxo

sanguíneo renal, homeostasia, mucosa gastrointestinal, funções pulmonares, cardiovasculares,

sistema nervoso central, função plaquetária, reprodutiva e respostas autoimunes

(SANDOVAL et al., 2018).

A COX-2 é induzida, se expressa durante processos inflamatórios por estímulos como

citocinas (interleucina-1, interleucina-2 e do fator de necrose tumoral), endotoxina e fatores

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de crescimento, como também nas células envolvidas nesse processo, macrófagos, monócitos

e sinoviócitos. Estando presente nos rins, sistema nervoso central e endotélio vascular

(SANDOVAL et al., 2018). A COX-3, variante da COX-1 é encontrada no sistema nervoso

central, no coração e na aorta, sendo inibida pelo paracetamol (SANTOS, MORAES, 2014).

A toxicidade causada por esses fármacos, como os efeitos indesejáveis, se dá pela

inibição da COX-1, já a ação anti-inflamatória, analgésica e antitérmica está relacionada à

inibição da COX-2. Os que antagonizam a COX-1 também inibem a formação de

tromboxanos, elevando assim o risco de sangramentos e alterações no trato gastrointestinal

(SEABRA, 2015; RANG et al., 2016,). O ácido acetilsalicílico bloqueia irreversivelmente as

enzimas COX-1 e COX-2, inibindo a produção de tromboxanos e agregação plaquetária

(BARBOSA, 2013; RANG et al., 2016).

O uso desses fármacos de forma irracional, por longos períodos, também as pessoas

idosas ou em tratamento de doenças que exigem doses elevadas, pode acarretar resultados

desagradáveis na medula óssea, rim, trato gastrintestinal, fígado, baço, sangue, dentre outros,

devido às prostaglandinas serem citoprotetoras gástricas, plaquetária e fazer a autorregulação

vascular renal (RANG et al., 2016).

A maior parte dessas substâncias inibem tanto a COX-1 quanto a COX-2, podendo

existir inibidores seletivos e não seletivos das COXs. O fato de os inibidores seletivos da

COX-2 apresentar baixos efeitos adversos gastrointestinais não significa ser bem tolerados

como o esperado, podendo precipitar os problemas que ainda estão por aparecer

(BAUTLOUNI, 2010; RANG et al., 2016).

4.3.2 O Paracetamol

4.3.2.1 Apresentação

O paracetamol ou acetaminofeno é analgésico, antipirético, possui pequena ação anti-

inflamatória, usado para o alívio das dores e redução da febre. É um dos analgésicos mais

utilizados na atualidade, especialmente por crianças e pacientes gestantes por apresentar

baixas reações adversas e pouca interação medicamentosa, como também por ser um

medicamento isento de prescrição (MIPs). O fácil acesso ao paracetamol e o desconhecimento

da população quanto a seus efeitos tem favorecido os casos de intoxicação. Sua apresentação

é variada, em formas de comprimidos, gotas e xaropes (SEBBEN, et al., 2010; DANTAS,

2013; REIS, BRAGA, PAVANELLI, 2017).

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4.3.2.2 Farmacocinética

O paracetamol tem como local de absorção o trato gastrointestinal. A concentração

plasmática após a administração varia entre 40 e 60 minutos, sendo 30 minutos em formas

líquidas. O metabolismo é hepático e a excreção renal. A analgesia acontece por meio da

elevação do limiar da dor e a antipirese da ação no centro hipotalâmico que regula a

temperatura (SEBBEN, et al., 2010; DANTAS, 2013; REIS, BRAGA, PAVANELLI, 2017).

4.3.2.3 Interações medicamentosas e contraindicações

O paracetamol aumenta a absorção da metoclopramida, com os contraceptivos orais

ocorrem à diminuição do nível sérico e a isoniazida tem o efeito aumentado (BARRETO et

al., 2010). Quando administrado com anticoagulantes cumarínicos e indandiônicos eleva os

riscos de sangramento e com a zidovudina há elevação do efeito do paracetamol e a redução

da atividade da mesma (NUNES et al., 2010).

4.3.2.4 Reações adversas e toxicidade

Quando utilizado por prescrição médica as possíveis reações adversas são mínimas,

em alguns casos pode apresentar erupção cutânea, cólica abdominal, diminuição da produção

de urina, náusea, reação anafilática, dentre outros (SEBBEN, et al., 2010; BARRETO et al.,

2010; BIZAO, 2014).

A quantidade diária que pode ser usada é de até 325mg, a 1g para adultos, não

ultrapassando 4g ao dia. E para crianças 10mg/kg não ultrapassando cinco doses por dia. Em

casos de pacientes com alcoolismo crônico, entre 2g a 3g - ao dia - são suficientes para causar

lesão hepática. A administração, com doses acima de 10g, em adultos, e 150mg/kg, nas

crianças, causa hepatotoxicidade (BIZAO, 2014; REIS, BRAGA, PAVANELLI, 2017).

No momento da metabolização hepática são produzidos metabólitos tóxicos em baixas

quantidades e o sistema defensivo do próprio fígado destrói esses metabólitos. Entretanto,

quando o paciente se automedica com doses elevadas há o aumento dessas substâncias tóxicas

e o fígado não consegue degradá-las, ocasionando danos hepáticos. O metabólito hepatotóxico

é o N-acetil-p-benzoquinona imina (SANTOS, MORAES, 2014).

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O paciente intoxicado por paracetamol, nas primeiras 24 horas, manifesta-se

assintomático ou exibe sintomas tais como náuseas, vômitos e dores na região epigástrica.

Após 72 horas pode vir a evoluir com dores na região do hipocôndrio direito. O período entre

72 horas a cinco dias apresenta a hepatotoxicidade, podendo evoluir para a falência hepática

aguda. Os sintomas variam dependendo do grau de disfunção hepática, levando até aos

quadros de encefalopatia, coma e transtornos de coagulação. Os exames confirmatórios

observam a elevação extrema das enzimas hepáticas como às transaminases, além de

alterações nas bilirrubinas totais e tempo de protrombina (SEBBEN, 2010; BIZAO, 2014).

Na análise da concentração sérica do paracetamol, o resultado avalia o grau de

hepatotoxidade podendo indicar o uso do antídoto específico (n-acetilcisteina). A

insuficiência hepática aguda pode levar o paciente a óbito. Se tratada a tempo, a recuperação é

completa, com regeneração total do tecido hepático entre cinco e sete dias ou até duas

semanas (SEBBEN, 2010; BIZAO, 2014).

4.3.3 A Dipirona Sódica

4.3.3.1 Apresentação

A dipirona ou metamizol tem ação de antipirético, analgésico e espasmolítico, é um

derivado pirazolônico, com baixa ação anti-inflamatória. Sua apresentação farmacêutica as

drágeas, comprimidos, soluções, gotas, xaropes, supositórios, injetáveis e associações com

outras composições. No Brasil, tem grande importância na prática clínica para o tratamento

dos sintomas da dengue (KNAPPMANN, MELO, 2010; GARCEZ et al., 2018).

4.3.3.2 Farmacocinética

A posologia da dipirona em adultos, por via oral, é de 500mg a 1000mg, num período

de 4 horas a 6 horas, não excedendo 3000mg a 4000mg. Em crianças, 20mg/kg a 250mg,

dependendo do peso corporal, em período entre 6 horas e 8 horas (NUNES et al., 2010).

O seu efeito acontece por volta de 30 a 60 minutos, após administrada por via oral,

geralmente, perdura cerca de 4 horas a 6 horas. A biodisponibilidade absoluta da 4-metil-

amino-antipirina (MAA) por via oral é de aproximadamente 90%, não havendo alteração, se

administrado juntamente com alimentos. A sua absorção ocorre no trato gastrointestinal,

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sendo rapidamente hidrolisada pelo suco gástrico em sua porção ativa, MAA. A dipirona tem

quatro metabólitos; 4-formil-amino-antipirina (4-FAA); 4-metil-amino-antipirina (4-MAA);

4-amino-antipirina (4-AA); e o 4-acetil-amino-antipirina (4-AAA). É metabolizada no fígado,

sendo excretada por via renal (PIGOZZO, 2014).

4.3.3.3 Interações medicamentosas e contraindicações

A dipirona reduz o efeito da ciclosporina. Quando administrada com alopurinol tem

seu tempo de meia vida elevado, com o lítio e metotrexato acontece elevação dos níveis

plasmáticos (NUNES et al., 2010). É contraindicado seu uso em pacientes portadores de

alterações sanguíneas, insuficiência hepática e renal, como também hipertensão arterial grave,

dentre outras (NUNES et al., 2010; GRACEZ et al., 2018).

4.3.3.4 Reações adversas e toxicidade

Em países, como os Estados Unidos, o uso da dipirona sódica foi proibido devido seu

efeito supressor na medula óssea, podendo levar à anemia aplásica e agranulocitose

(KENAPPMANN; MELO, 2010).

Pode causar reações adversas como doenças cutâneas graves, síndromes de Stevens-

Johnson, agranulocitose, nefrite intertiscial, choque anafilático, arritmias cardíacas,

broncoespasmos, queda ou aumento da pressão sanguínea, anemia aplásica, reações alérgicas,

náuseas, vômitos e edema (NUNES et al., 2010; PIGOZZO, 2014).

As reações adversas de grande importância são a anemia aplásica e agranulocitose,

mesmo com pouca ocorrência dos casos. A agranulocitose provoca a falta ou redução de

leucócitos granulócitos como os neutrófilos, basófilos e eosinófilos, subtipos da célula

sanguínea glóbulos brancos. Confirma-se a agranulocitose considerando 500 células/mm3de

sangue. O paciente diagnosticado com agranulocitose devido ao uso prolongado da dipirona

apresenta sintomas de calafrios, cefaleia, dor de garganta e febre. Apresentando esses

sintomas, o tratamento com a dipirona deve ser interrompido, passando à contagem de células

sanguíneas, o tratamento com corticosteroides, antibióticos e estimuladores de colônias

granulocíticas (PIGOZZO, 2014).

A dipirona pode também causar certa toxicidade medular que está relacionada com a

anemia aplásica, doença rara hematológica, por produzir células insuficientes na medula

óssea. Afeta glóbulos vermelho, brancos e plaquetas (VARGAS, 2013).

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4.3.4 O Ibuprofeno

4.3.4.1 Apresentação

O ibuprofeno é um anti-inflamatório não esteroide, analgésico e antitérmico. Derivado

do ácido fenilpropânico, podendo ser encontrado nas formas tópicas de creme, gel, suspensão

oral, grânulos em saches, supositórios e gotas. Utilizado tanto para o tratamento quanto para o

alívio da febre, cefaleia, cólicas menstruais, artrite reumatoide, mialgias, fraturas, luxações,

dores agudas ou crônicas, dor muscular, dentre outras (SEABRA, 2015).

4.3.4.2 Farmacocinética

A posologia do ibuprofeno para adultos, como antipirético, é de 200mg a 400mg, a

cada 4 horas ou 6 horas, como anti-inflamatório é de 300mg, a cada 6 horas a 8 horas, ou

400mg a 800mg, entre 3 a 4 vezes ao dia. Para crianças a dose antipirética é de 5 a 10mg/kg, a

cada 6 horas, como anti-inflamatório é de 20 a 40mg/kg, fracionados em três ou quatro doses,

não ultrapassando 40mg/kg ao dia (BRUNTON et al., 2010).

O ibuprofeno, administrado por via oral, é rapidamente absorvido no trato

gastrointestinal, exercendo sua ação por cerca de 30 minutos. E 99% do ibuprofeno estão

ligados a proteínas plasmáticas, seu metabolismo é hepático sendo que 90% são

metabolizados em derivados hidroxilados ou carboxilados. A excreção é renal e a meia vida é

de aproximadamente 2 horas (NUNES et al., 2010; BRUNTON et al., 2010; SEABRA, 2015).

4.3.4.3 Interações medicamentosas e contraindicações

O ibuprofeno pode prejudicar a ação dos diuréticos e anti-hipertensivos; com relação

ao metotrexato pode acontecer a supressão da medula óssea; aliado à varfarina aumenta o

risco de sangramento. Como também pode interferir na ação antiplaquetária do ácido

acetilsalicílico (BRUNTON et al., 2010).

Adicionado do álcool aumenta os riscos de sangramento gastrointestinal; se utilizado

juntamente com a ciclosporina aumenta os riscos de nefro toxicidade. Seu uso deve ser

evitado por pacientes com alteração no processo de coagulação, pois o ibuprofeno pode

prolongar o tempo de sangramento também nos pacientes portadores de pólipos nasais e

angiodema (NUNES et al., 2010).

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4.3.4.4 Reações adversas e toxicidade

O paciente em uso com ibuprofeno pode ter vômito, problemas gastrointestinais,

ulcera péptica, dor de cabeça e diarreia (SEABRA, 2015). As reações adversas menos

relatadas são redução do número de plaquetas, erupção cutânea, visão turva, tontura,

disfunção ocular, dentre outras (BRUNTON et al., 2010).

Nos casos de dosagem a mais os sintomas são o aumento de potássio no sangue,

bradicardia, hipotensão, dores abdominais, insuficiência renal aguda, excesso de acidez no

sangue e insuficiência respiratória. O tratamento é feito com esvaziamento gástrico por meio

da lavagem, ou êmese forçada, no período de 30 minutos a 60 minutos após a ingestão,

administrando também carvão ativado para diminuir a absorção (NUNES et al., 2010).

4.3.5 O Ácido Acetilsalicílico

4.3.5.1 Apresentação

O ácido acetilsalicílico (AAS) foi um dos primeiros fármacos sintetizados sendo ainda

bastante utilizado em todo mundo como analgésico, antitérmico, antiagregante plaquetário e

anti-inflamatório. Hoje em dia seu uso clínico é mais voltado como um fármaco

cardiovascular, mas também é utilizado para dores variadas, sejam leves ou moderadas

(BARBOSA, 2013; RANG et al., 2016).

4.3.5.2 Farmacocinética

A posologia do AAS para crianças vai depender do peso corporal, sendo de 10mg/kg a

15mg/kg, a cada 4 horas a 6 horas, e, nos adultos vai depender da indicação, como

antiplaquetário de 81mg a 325mg, por dia, para fins analgésico e antitérmico 325mg a 650mg,

a cada 4 horas a 6 horas. Para resultados antirreumáticos de 3,5g a 5,5g não ultrapassando

essa dosagem (BARBOSA, 2013).

O AAS é um ácido fraco facilitando a sua passagem pela mucosa. É absorvido pelo

trato gastrointestinal, porém, a maior parte é absorvida no íleo por conta das microvilosidades.

É prontamente hidrolisado pelas enzimas esterases, localizadas no trato gastrointestinal,

especialmente no fígado, ocasionando salicilato, sendo que 75% são metabolizados no fígado.

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Ele se liga de 70% a 90%das proteínas e a meia vida do AAS é de 15 minutos a 20 minutos,

alcançando a concentração máxima no plasma entre 1 hora a 2 horas. Já o seu metabólito

salicilato com baixas doses segue a meia vida de 4 horas. Se administradas altas doses, a meia

vida pode durar até 15 horas. A excreção é por via renal (BARBOSA, 2013; RANG et al.,

2016).

4.3.5.3 Interações medicamentosas e contraindicações

O AAS deve ser evitado por pacientes que serão submetidos a processos cirúrgicos,

sendo preciso suspender seu uso dez dias antes da cirurgia. É contraindicado para pacientes

que apresentam sensibilidade a salicilatos, úlceras gástricas, doença hemorrágica,

trombocitopenia e crianças com doença viral aguda, dentre outras. Aumenta o efeito e o nível

sérico do metotrexato, como também dos hipoglicemiantes orais (BARRETO et al., 2010;

BARBOSA, 2013).

A biodisponibilidade de muitos AINES pode diminuir se administrado

concomitantemente com o AAS, além de aumentar o risco de hemorragia gastrintestinal

(BARBOSA, 2013). O AAS antagoniza a ação de alguns anti-hipertensivos e urucosúricos,

como exemplo a probenecida e sulfimpirazona. Ocorre o deslocamento das proteínas

plasmáticas, como a varfarina que tem seu efeito potencializado aumentando a concentração,

pois sua ação sobre as plaquetas interfere no equilíbrio (RANG et al., 2016).

4.3.5.4 Reações adversas e toxicidade

O AAS pode causar a síndrome de Reyer, doença grave e rara em crianças, após

enfermidade viral aguda, como catapora, vírus da gripe, que se define como encefalopatia

hepática. Os primeiros sintomas são a respiração ofegante, vômito, convulsões e perda da

consciência. A utilização do AAS com superdosagens pode vir a desenvolver o salicilismo,

caracterizado com os sintomas, vertigem, diminuição da audição, confusão, mental, em alguns

casos, ter vômitos e náuseas. Pode apresentar náuseas, diarreia, disfunção plaquetária,

hemorragia oculta, úlcera péptica, alergia, dor no estômago, dentre outras (BARRETO et al.,

2010; BARBOSA, 2013; RANG et al., 2016).

O paciente pode apresentar distúrbios gastrointestinais, administrado juntamente com

álcool, aumenta o risco de desenvolver úlceras e hemorragia maciça. Na intoxicação aguda, os

casos mais comuns são de crianças com tentativa de suicídio onde os salicilatos desacoplam a

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fosforilação oxidativa, ao transportar mais oxigênio, consequentemente, aumentando a

produção de dióxido de carbono (BARBOSA, 2013; RANG et al., 2016).

O uso contínuo de AAS em doses elevadas pode desenvolver sangramento gástrico,

muitas vezes indolor e não diagnosticado, com deficiência de ferro, o que leva à anemia.

O indivíduo tratado com AAS, no exame de endoscopia, normalmente pode revelar lesões

ulcerativas, hemorragia na mucosa gástrica, muitas vezes, necrose focal (BRUNTON et al.,

2010).

4.3.6 Dipirona sódica + Citrato de orfenadrina mais Cafeína anidra

A dipirona sódica, associada com o citrato de orfenadrina, combinada com a cafeína

anidra tem como indicações dores associadas a contrações musculares de processos

traumáticos, inflamatórios como também cefaleia, sendo encontrada na forma de gotas e

comprimidos (DIAS et al., 2012). A cafeína é um alcaloide, faz parte do grupo das

metilxantinas que intensifica a ação analgésica. A orfenadrina exerce ação colinérgica central,

sendo relaxante muscular e possui pouca ação anti-histamínica (FERNANDES et al., 2012).

A cafeína pode inibir ou reduzir o efeito dos betabloqueadores e os anticoncepcionais

aumenta a ação da cafeína. A cafeína bloqueia a ação cardiovascular da adenosina, pode

reduzir as concentrações séricas do lítio e aumentar os efeitos da clozapina. A orfenadrina

deve intensificar a ação dos anticolinérgicos, diminuir o efeito das fenotiazinas, aumentar a

biodisponibilidade do atenolol, com os diuréticos, podem levar à alteração da diurese (DIAS

et al., 2012).

4.4 A atuação do farmacêutico quanto ao uso indiscriminado desses medicamentos

A Assistência Farmacêutica no Brasil pode ser considerada um conjunto de

procedimentos necessários à prevenção e recuperação da saúde, tanto individual como

coletiva, centralizada no medicamento, que engloba atividades de pesquisa, produção,

distribuição, armazenamento, prescrição e dispensação. Nesta última, compreendendo o ato

de orientar e o uso adequado dos medicamentos, sendo exclusiva do profissional farmacêutico

que desempenha uma função muito importante na Assistência Farmacêutica, sendo o

profissional que tem formação técnico-cientifica nas áreas biológicas e exatas. A Organização

Mundial da Saúde (OMS) reconhece que esse é o profissional com melhor capacitação para

gerir as ações destinadas à melhoria do acesso e promoção do uso racional dos medicamentos,

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o que o torna indispensável para a organização dos serviços de apoio e desenvolvimento na

Assistência Farmacêutica (SANTOS; ROSA; LEITE, 2017).

Diante deste novo contexto de prática profissional, quando a preocupação com o bem-

estar do paciente passa a ser o fundamento das ações, o farmacêutico é responsável por somar

esforços junto a outros profissionais de saúde, buscando a melhoria do serviço prestado à

comunidade. Às vezes, o conceito de Atenção Farmacêutica pode ser confundido com o da

Assistência Farmacêutica. A primeira se refere à garantia de acesso aos medicamentos, a

outra, a correta utilização dos mesmos, nesta última, se enquadrando uma especialidade

privativa do farmacêutico (SANTOS; ROSA; LEITE, 2017).

Os MIPs só fazem sentido em sua venda quando comprados com a indicação de um

profissional que esteja habilitado. O farmacêutico aparece como ferramenta para auxiliar na

melhor escolha do tratamento, contribuindo com a informação certa, minimizando o uso da

medicação errada que pode causar prejuízos ao paciente (BORTOLON; KARNIKOWSKI;

ASSIS, 2007).

A orientação farmacêutica, nos dias atuais, é vista como uma realidade irreversível,

considerada parte integrante dos sistemas de saúde. Para o usuário que procura a farmácia, por

ser de acesso fácil e gratuito, o que mais lhe interessa é a opinião segura do farmacêutico.

Para o Sistema Único de Saúde (SUS), a indicação farmacêutica pode trazer vantagens na

orientação sobre medicamentos, ajudando a racionalizar o uso, evitar erros na terapêutica e

diminuir os riscos associados à automedicação, além de melhorar o sistema de saúde como

um todo por reduzir custos com consultas médicas (BARTOLON; KARNIKOWSKI; ASSIS,

2007).

O farmacêutico sabe dados detalhados dos medicamentos e suas reações, sendo capaz

de fornecer informações privilegiadas da ação dos mesmos. Com essa capacidade o

farmacêutico faz a análise sintomática do paciente por meio da entrevista, observa os

sintomas, acompanha corretamente, dentro de sua competência da medicação necessária

(NASCIMENTO, VALDÃO, 2012).

Segundo Zubioli (2000), além dos sintomas deve ser analisado a faixa etária, início e

duração dos sintomas, grau de severidade, descrição aguda ou crônica, fatores agravantes ou

que aliviam e presença de tratamentos anteriores. Fazem-se necessárias informações sobre o

paciente tais como se é lactente, criança, adulto ou idoso, sexo, se é alérgico a algum

medicamento, reações adversas às drogas. Quanto aos sintomas que reaparecem com muita

frequência, não identificados com facilidade, cabe ao profissional farmacêutico orientar o

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usuário a procurar um médico, pois o medicamento incorreto, ou mau uso dele, poderá trazer

sérios danos ao paciente (NASCIMENTO; VALDÃO, 2012).

Uma das medidas adotadas contra a prática da automedicação e que contribuiu para o

uso racional de medicamentos foi a Resolução 586 de 29 de agosto 2013, que estabeleceu a

prescrição farmacêutica sobre medicamentos de venda livre. Assim, a prescrição farmacêutica

tornou de grande importância e tem transformado a automedicação em prescrição, realizada

sob alguns critérios, o que favorece o uso racional. Assim, o farmacêutico precisa assumir a

responsabilidade de promotor de saúde, auxiliando a população, contribuindo para o

descongestionamento da saúde pública (FERNANDES; CEMBRANELLI, 2014).

5. LEVANTAMENTO DE DADOS

Nesta pesquisa foi realizado um levantamento em drogaria de Goiânia localizada na

Região Oeste do município, quando e aonde obteve a quantidade de vendas dos analgésicos

cartelados mais vendidos. O período analisado caracterizou um ano, com base no controle de

estoque mantido pela farmácia, dentre eles, o mais vendido foi a dipirona, seguida pelo

paracetamol e ibuprofeno, por fim o ácido acetilsalicílico. A Figura 1 demonstra os valores

obtidos em porcentagem.

Figura 1 – Analgésicos mais vendidos em uma drogaria localizada na Região Oeste de

Goiânia.

No Brasil, tem-se a tradição da prescrição e uso de dipirona baseada na crença de que

esta possua eficiência maior do que outros analgésicos e antitérmicos e que suas reações

adversas são muito raras. Entretanto, não se recomenda a dipirona como primeira escolha a

20,60%

17,70%

19,80%

42%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%

Paracetamol

Ácido Acetilsalicílico

Ibuprofeno

Dipirona

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pacientes com dor ou febre, que possam ter acesso a outros fármacos considerados mais

seguros quanto à previsibilidade de reações adversas (WANNMACHER, 2005).

Grande parte da população não conhece os riscos que os medicamentos podem trazer,

e isso inclui o paracetamol que é um medicamento seguro para a sua utilização, porém, ele

pode trazer complicações se utilizado de maneira indiscriminada, sendo necessário que os

consumidores sejam instruídos e educados, inclusive, pelo profissional capacitado para isso,

ou seja, o farmacêutico para se alcançar a efetividade terapêutica (VIEIRA, FRANÇA, 2015).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os MIPs vieram para facilitar e melhorar a qualidade de vida da população, podendo

ser adquiridos sem a necessidade da consulta médica, vez que o acesso ao médico é

dificultado às pessoas mais carentes. O Sistema Único de Saúde (SUS) está sobrecarregado.

Em diversas situações o paciente apresenta quadro clínico não grave, que pode ser resolvido

ali mesmo a partir do farmacêutico na drogaria.

Porém, algo preocupante para a saúde pública acontece no Brasil que é automedicação

imprudente, onde o paciente utiliza destes medicamentos sem nenhum tipo de orientação e

por vezes de forma muito exacerbada e que tem gerado intoxicações. Os MIPs são

considerados seguros para utilização sem prescrição, mas o seu uso indiscriminado pode

trazer riscos inclusive para aqueles que fazem uso de outros medicamentos como os tarjados.

Este estudo verificou o exacerbado consumo de analgésicos no cotidiano das pessoas.

Observa-se que, na farmácia, onde foi feito o levantamento de dados a dipirona foi a mais

vendida. Entretanto apesar de ser um medicamento seguro ele possui efeitos adversos

imprevisíveis. Sendo assim, sugere-se a necessidade de maior conscientização da população

brasileira quanto ao uso dos MIPs e a busca da atenção farmacêutica. Esta atenção, além de

ser um direito do consumidor, deve ser requisitada, pois, no local de compra e consumo o

profissional será capaz de garantir a correta orientação a respeito do uso de medicamentos.

Assim, a automedicação deve ser substituída pela prescrição profissional, para que o

farmacêutico possa orientar, de maneira adequada, o consumidor que muitas das vezes está

alheio aos riscos inerentes à utilização de medicamentos.

7. REFERÊNCIAS

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