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FACULDADE PRESBITERIANA AUGUSTO GALVÃO CURSO ENGENHARIA AMBIENTAL ANÁLISE DAS TÉCNICAS APLICADAS PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO NA REGIÃO DE CAMPO FORMOSO-BA LEONARDO PEREIRA CARVALHO CAMPO FORMOSO-BA 2014

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FACULDADE PRESBITERIANA AUGUSTO GALVÃO

CURSO ENGENHARIA AMBIENTAL

ANÁLISE DAS TÉCNICAS APLICADAS PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS

DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO NA REGIÃO DE CAMPO FORMOSO-BA

LEONARDO PEREIRA CARVALHO

CAMPO FORMOSO-BA

2014

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LEONARDO PEREIRA CARVALHO

ANÁLISE DAS TÉCNICAS APLICADAS PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS

DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO NA REGIÃO DE CAMPO FORMOSO-BA

Trabalho de conclusão de curso

apresentado à Faculdade Presbiteriana

Augusto Galvão como requisito para

obtenção de titulo em Engenharia

Ambiental e Sanitária.

Orientador: Marcos Fábio Oliveira Marques

CAMPO FORMOSO-BA

2014

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C331a Carvalho, Leonardo Pereira.

Análise das Técnicas Aplicadas Para Recuperação de Áreas Degradadas Pela Mineração na Região de Campo Formoso-BA. /Leonardo Pereira Carvalho. – 2014. 79 f. : il. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária) – Faculdade Presbiteriana Augusto Galvão – Campo Formoso – BA, 2014.

Orientação: Marcos Fábio de Oliveira Marques 1. Técnicas de Recuperação de Áreas Degradadas. 2. Impactos Ambientais 3. Plano de Recuperação de Áreas degradadas.

CDD: 333.73098161

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LEONARDO PEREIRA CARVALHO

ANÁLISE DAS TÉCNICAS APLICADAS PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS

DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO NA REGIÃO DE CAMPO FORMOSO-BA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Faculdade Presbiteriana Augusto Galvão como

requisito para obtenção de titulo em Engenharia

Ambiental e Sanitária.

Orientador: Marcos Fábio Oliveira Marques

Aprovado em__________de_______________________de_____________

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Prof. Dr° Marcos Fábio Oliveira Marques (Orientador)

___________________________________________

Prof. Dr° Francisco Ricardo Duarte

___________________________________________

Prof. M.a Thaisi Caroline Tavares de Oliveira

___________________________________________

Prof. M.a Janaina dos Reis Miranda

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pela vida, por me proporcionar saúde e disposição para

seguir em frente e conquistar os meus objetivos.

A minha família, principalmente a meu pai José em memória, a minha mãe

Josenalva e minha irmã Gessy pela força, pela dedicação e ajuda nas horas difíceis

e por acreditar em mim e estarem sempre presentes nos bons e maus momentos.

A meu professor orientador Marcos Fábio pela ajuda e pela paciência para me

orientar nessa jornada.

Aos professores Ronaldo e Victor pela colaboração na coleta de dados e

informações da pesquisa.

Aos meus colegas Robson e Samy por se disponibilizarem a gastar um pouco dos

seus tempos para ajudar a coletar dados para esse trabalho e a todos aqueles que

de forma direta e indireta colaboraram para essa realização.

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ANÁLISE DAS TÉCNICAS APLICADAS PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS

DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO NA REGIÃO DE CAMPO FORMOSO-BA

RESUMO

As atividades de mineração alteram significativamente o meio ambiente, mas são de

grande importância para o desenvolvimento social e econômico. Neste sentido, são

elaborados os Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs) que

caracterizam a área do empreendimento, identificando os principais impactos e as

medidas e técnicas que devem ser adotadas para reduzi-los. A região de Campo

Formoso-BA possui uma grande disponibilidade de minérios, o qual tem atraído

empresas de mineração. A exploração de tais recursos exige a ocupação e uso do

solo para estabelecimento das atividades minerais, potencialmente degradadoras.

Este estudo teve como objetivo realizar o levantamento das técnicas de recuperação

aplicadas em áreas de mineração na região de Campo Formoso, Bahia. Para coleta

dos dados foram feitas pesquisa de campo em áreas mineradas, análise dos PRADs

e entrevistas semi-estruturadas com os responsáveis técnicos das empresas. Nesta

pesquisa foram verificados que as principais técnicas de recuperação aplicadas na

região de Campo Formoso possuem o objetivo de minimizar o impacto visual e evitar

acidentes de trabalho, entre elas o plantio de eucaliptos em faixas próximas as

cavas de mineração e a conformação topográfica que melhora a paisagem

degradada e evita deslizamentos de materiais das bancas e taludes. Apesar das

particularidades de cada atividade mineral e das diferenças e especificidades do

meio ambiente local, não houve distinção significativa das técnicas de recuperação

aplicadas nas áreas de estudos, sendo normalmente utilizadas técnicas de baixo

custo econômico e operacional.

Palavras-chave: Impactos ambientais, plano de recuperação, técnicas de

recuperação.

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ANALYSIS TECHNIQUES APPLIED FOR RECOVERY OF DEGRADED AREAS

BY REGION OF MINING CAMPO FORMOSO-BA

ABTRACT

Mining activities significantly alter the environment, but are of great importance for

social and economic development. In this sense, they are drawn Recovery Plans of

degraded areas ( PRADs ) that characterize the area of the project, identifying key

impacts and what measures and techniques that should be taken to reduce them.

The region of Campo Formoso, Bahia has a large availability of minerals, which has

attracted mining companies. The exploitation of these resources requires the

occupation and use of land for establishment of potentially degrading mineral

activities, this study aimed to survey the recovery techniques applied in areas of

mining in the region of Campo Formoso, Bahia. For data collection fieldwork were

done in mined areas, analysis of PRADs and semi -structured interviews with the

technical management of a company. These surveys were checked that the main

recovery techniques applied in the region of Campo Formoso have to minimize the

visual impact and avoid accidents, such as the planting of eucalyptus in nearby

tracks armhole mining and topographical conformation that improves the degraded

landscape and prevents slips materials of bunkers and slopes. Although the specifics

of each mineral activity and differences and specificities of the local environment,

there was no significant difference of recovery techniques applied in mining of study,

being commonly used techniques of low economic and operational cost.

Keywords: Environmental Impacts, recovery plan, recovery techniques.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 _ Distribuição espacial das áreas de mineração estudadas.................... 33

FIGURA 2 _ Mineração de Cromo, Zona das Grotas de Campo Formoso-BA......... 34

FIGURA 3 _ Mineração de Calcário, Zona da Caatinga de Campo Formoso-BA..... 35

FIGURA 4 _ Mineração de Pedras, Zona das Grotas de Campo Formoso-BA........ 37

FIGURA 5 _ Mineração de Areia, Zona das Grotas de Campo Formoso-BA........... 38

FIGURA 6 _ (A) taludes na mineração de cromo, (B) mineração de calcário e (C)

mineração de pedras................................................................................................. 46

FIGURA 7 _ Área de mineração de areia em Campo Formoso-BA.......................... 49

FIGURA 8 _ Viveiro de mudas para recuperação ambiental na mineração de cromo,

(A) preparo das mudas e (B) preparo do solo........................................................... 51

FIGURA 9 _ Conformação topográfica, mineração de cromo no município de Campo

Formoso, Bahia......................................................................................................... 52

FIGURA 10 _ Área de mineração de pedras em Campo Formoso, Bahia................ 53

FIGURA 11 _ Área de mineração de areia em Campo Formoso, Bahia................... 53

FIGURA 12 _ Plantio de eucalipto em regiões de mineração de Campo Formoso-BA.

A mineração de pedras; B mineração de cromo....................................................... 57

FIGURA 13 _ Barragem provenientes da mineração em Campo Formoso-BA........ 58

FIGURA 14 _ Plantio de eucalipto para redução do impacto visual de área de

mineração em Campo Formoso-BA.......................................................................... 60

FIGURA 15 _ Plantio de eucalipto para redução do impacto visual de área de

mineração em Campo Formoso-BA. A Plantio em linha; B plantio adensado próximo

as lavras; C plantio próximo as barragens de rejeito................................................ 61

FIGURA 16 _ Conformação topográfica ineficiente, com sinais de deslizamentos e

desprendimento de pedras em área de mineração em Campo Formoso-BA........... 62

FIGURA 17 _ Conformação topográfica ineficiente, em Campo Formoso-BA. Talude

de corte mineração de pedras................................................................................... 62

FIGURA 18_ Talude de corte mineração de pedras com sinais de desmoronamento.

................................................................................................................................... 63

FIGURA 19 _ (A) Sistema de drenagem de água ineficiente mineração de areia; (B)

formação de erosões, e risco de assoreamento de rios............................................ 63

A

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 _ Atividades minerais e aspectos relacionados ao plano de recuperação

de áreas degradadas em quatro áreas no município de Campo Formoso,

Bahia......................................................................................................................... 42

TABELA 2 _ Classificação dos tipos de técnicas de recuperação de áreas

degradadas pela mineração na região de Campo Formoso,

BA.............................................................................................................................. 59

TABELA 3 _ Temporalidade das técnicas aplicadas para recuperação de áreas

degradadas pela mineração na região de Campo Formoso..................................... 64

TABELA 4 _ Custo para cultivo de 01 hectare de área revegetada com gramíneas,

leguminosas, arbustos e árvores............................................................................... 65

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SUMÁRIO

1 INTRODUCÃO ....................................................................................................... 11

2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA .................................................................................. 13

2.1 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E ÁREA DEGRADADA .................................... 13

2.2 TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ....................... 15

2.2.1 Regeneração natural ................................................................................. 15

2.2.2 Modelos e técnicas de recuperação baseados na nucleação ............. 17

2.2.3 Técnicas de revegetação de taludes ..................................................... 21

2.2.4 Geotecnia aplicada à mineração ............................................................ 24

2.3 PRAD EM ÁREAS DE MINERAÇÃO ............................................................... 26

2.3.1 Disposições Legais ................................................................................. 26

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 31

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................. 31

3.2 OBSERVAÇÕES DE CAMPO ANÁLISE DOS PLANOS DE RECUPERAÇÃO

DAS ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO ............................................... 32

3.2.1 Mineração de Cromo (Área 1)................................................................. 33

3.2.2 Mineração de Calcário (Área 2) .............................................................. 35

3.2.3 Mineração de Pedras Para Construção Civil (Área 3) .......................... 36

3.2.4 Mineração de Areia (Área 4) ................................................................... 37

3.3 AVALIAÇÃO DAS TÉCNICAS ADOTADAS .................................................... 39

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 41

4.1 RECEPÇÃO DOS EMPREENDEDORES ........................................................ 41

4.2 ATIVIDADES MINERAIS EM QUATROS ÁREAS EM CAMPO FORMOSO,

BAHIA: ASPECTOS GERAIS ................................................................................ 41

4.3 MEDIDAS E TÉCNICAS ADOTADAS ............................................................. 45

4.3.1 Técnicas e medidas de recuperação ambiental aplicada .................... 45

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4.3.2 Técnicas de recuperação preventivas e medidas de controle de

Impactos Visuais .............................................................................................. 51

4.4 RELAÇÕES DOS TIPOS DE TÉCNICAS APLICADAS NAS ÁREAS DE

ESTUDO ................................................................................................................ 59

4.5 TEMPO DE APLICAÇÃO DAS TÉCNICAS ..................................................... 63

4.6 CUSTOS MÉDIOS DAS TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DESCRITAS NOS

PRADs ................................................................................................................... 65

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 67

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69

ANEXOS ................................................................................................................... 76

APÊNDICE (A): FICHA DE COLETA DADOS ......................................................... 77

APÊNDICE (B) FICHA DE ENTREVISTAS .............................................................. 77

APÊNDICE (C) ANÁLISE DOS DADOS CONSTANTES NOS PRADS

DISPONIBILIZADOS ................................................................................................ 78

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1 INTRODUCÃO

A evolução humana ocorreu, principalmente, devido a grande capacidade que

o homem possui em ocupar e explorar uma diversidade de ecossistemas, o ser

humano é a única espécie que ocupa e explora os diversos habitats espalhados pelo

mundo, essa grande capacidade de adaptação ao meio, fez do homem o principal

causador de danos ambientais (ARAUJO e OLIVA, 2012).

O ser humano é capaz de extrair da natureza diversos tipos de minérios, para

fabricar inúmeros produtos e equipamentos que atendem a crescente demanda

populacional. A mineração foi uma das grandes responsáveis pela evolução

tecnológica e humana, através da extração, domínio e aplicação dos diversos tipos

minerais, o homem conseguiu fabricar, construir e desenvolver carros, aviões,

máquinas; prédios e edifícios cada vez maiores e resistentes; equipamentos

eletrônicos como computadores, celulares, televisores e outras diversidades de

produtos (NEHRING, 2012).

De fato a mineração contribuiu para evolução humana, mas na mesma

medida que ocorreu essa evolução houve também um significativo aumento da

degradação ambiental, pois a mineração possui uma alta capacidade de alterar o

meio ambiente natural, atividade essa que tende a diminuir a produtividade e a

qualidade ambiental, que necessitará da aplicação de medidas para sua

recuperação (TEIXEIRA et al., 1999). Na região do município de Campo Formoso os

impactos positivos e negativos da exploração da atividade mineral são bem visíveis,

o poder público executivo da cidade se beneficia com o aumento significativo da

arrecadação de impostos, mais empregos são gerados para os campo-formosenses.

Por outro lado as atividades minerais vêm descaracterizando e modificando a

paisagem, as serras, a vegetação e consequentemente comprometendo a biota

local.

A economia e a renda do município de Campo Formoso baseiam-se no

comércio local, lojas varejista e atacadista, mercado de alimentos, agronegócio,

extração e comercialização de pedras preciosas e a participação efetiva da

mineração, dentre os fatores que proporcionaram o desenvolvimento da mineração

estão os fatores geomorfológicos que formou minérios de grande valor econômico

como o cromo, manganês, calcário e pedras preciosas como a esmeralda e ametista

(COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DO VALE DO SÃO FRANCISCO, 2009).

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Analisar as técnicas de recuperação aplicadas em áreas de mineração na

região de Campo Formoso é de grande importância, pois tal atividade é bastante

executada por empresas de mineração que foram atraídas pela grande

disponibilidade de minérios no município. O estabelecimento dessas empresas de

mineração exigiu a ocupação e uso do solo local, fazendo com que atividades

humanas antes de baixo impacto fossem substituídas por atividades minerais

potencialmente degradadoras que ocasionam impactos sociais, visuais, aceleração

dos processos erosivos, inundações, reconfiguração do solo e outros.

Com a função de equilibrar a exploração mineral com a degradação ambiental

gerada são elaborados e aplicados os Planos de Recuperação de Áreas

Degradadas (PRADs), que dentre outros vários aspectos ambientais, englobam um

conjunto de técnicas que mitigam o impacto ambiental provocado por tais atividades.

Dessa forma, atendendo a legislação brasileira, que obriga as empresas a reparar os

danos ambientais causado, sujeitando também aos infratores sanções penais para

pessoas físicas ou administrativas para pessoas jurídicas (BRASIL, 1988).

Visando analisar tais planos de recuperação, bem como as áreas de

mineração da região de estudo, esta pesquisa teve com objetivo fazer um estudo

sobre as técnicas de recuperação aplicadas nas minerações de cromo, calcário,

pedras para construção civil e areia que são as principais áreas de mineração na

região de Campo Formoso, Bahia, além de mencionar os tipos de técnicas aplicadas

nesta pesquisa destacam-se as formas que essas técnicas são aplicadas, os

profissionais que estão envolvidos nos processos, os custos e investimentos, os

materiais e o tempo de aplicação das técnicas, mencionando se são aplicadas

antes, durante ou depois dos processes de minerações e lavra.

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2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

2.1 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E ÁREA DEGRADADA

O conceito de degradação ambiental, segundo Sánchez (2006) aborda

múltiplos significados e está relacionado a fatores que interferem no equilíbrio

ecológico do meio abiótico e biótico, como: perda de capital natural, perda de

funções ambientais, alteração nas paisagens e o risco a saúde e a segurança das

pessoas, podendo ser considerada como um processo de descaracterização e

degeneração do meio ambiente provocado por alterações de ordem física, química

ou biológica que comprometam a fauna, flora e consequentemente o equilíbrio

ecológico.

Apesar da expressão “degradação da qualidade ambiental” ser bastante

antiga, essa mesma ganhou força por volta de 1986, quando foram estabelecidas no

Brasil as primeiras diretrizes básicas para elaboração dos estudos de impactos

ambientais (EIA) e relatórios de impactos ambientais (RIMA) (SÁNCHEZ 1993).

Meneguzzo (2006) ressalta que degradação ambiental não deve ser

confundida com impacto ambiental, sendo que a principal diferença entre esses

termos está no fato de que a degradação ambiental é um fenômeno exclusivamente

adverso, enquanto o termo impacto ambiental pode se referir tanto a um aspecto

positivo como negativo.

A luz da legislação ambiental brasileira a terminologia degradação

normalmente está associada à alteração adversa no meio que afeta equilíbrio

ecológico e ambiental, através da publicação da Lei 6938 de 31 de agosto de 1981,

artigo terceiro parágrafo II, “entende-se por degradação da qualidade ambiental, a

alteração adversa das características do meio ambiente”.

Alguns autores relacionam degradação ambiental com processos que

ocasionam a própria degradação do solo, Lal (1998) define degradação do solo

como a perda da capacidade produtiva ou potencial do mesmo.

Willians et al. (1990, p.13) comenta que a degradação do solo conduz a

degradação ambiental, que pode ser entendida como um evento que “ocorre quando

há perda de adaptação às características físicas, químicas e biológicas e é

inviabilizado o desenvolvimento socioeconômico”.

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Relacionando também a degradação ambiental a degradação do solo, Guerra

e Cunha (1996) consideram que a degradação ambiental é decorrente das

frequentes alterações não planejadas no uso, ocupação e manejo inadequado do

solo deteriorando significativamente a qualidade ambiental.

Sánchez (2006) a degradação do solo ocorre quando há “alteração das

propriedades do solo que acarrete efeitos negativos sobre uma ou várias funções do

solo, a saúde humana ou o meio ambiente”.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da NBR

10703, define degradação do solo como sendo a “alteração adversa das

características do solo em relação aos seus diversos usos possíveis, tanto os

estabelecidos em planejamento, como os potenciais”.

O Decreto Federal 97.632/89 conceitua degradação ambiental como sendo

“processos resultantes de danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se

reduzem algumas de suas propriedades, tais como a qualidade produtiva dos

recursos naturais” (BRASIL, 1989). Analisando o termo degradação proposto por

esse decreto, Bitar (1997 p. 26) cita que no caso de atividades decorrentes da

mineração, a degradação pode ser entendida como os “processos resultantes de

danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas

propriedades, tais como a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos

ambientais”.

Zuquette et al. (2013) consideram que a degradação ambiental pode estar

associada a alguns problemas comuns na mineração como a retirada de material

geológico (escavação e erosão), acréscimo de material (aterro e disposição de

rejeitos) e compactação do solo.

Segundo Bitar (1997) a aplicação dos conceitos da degradação proposto pela

ABNT na maioria dos casos considera a impossibilidade de aplicação da restauração

em razão dos grandes volumes de materiais escavados e transferidos para outros

locais durante a atividade de mineração, induzindo a utilização do termo

recuperação propriamente dita (no sentido da estabilização das áreas degradadas)

ou à reabilitação (no sentido de conferir outro uso para as áreas degradadas).

O conceito de área degrada pode sofrer algumas modificações de acordo

com a área de conhecimento e de estudo em questão, assim na área biológica,

esses conceitos estão mais ligados aos aspectos relacionados à evolução de

ecossistemas, onde essas alterações são resultantes de atividades humanas e que

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não podem ser corrigidas rapidamente. Do ponto de vista da Engenharia Civil,

certamente o conceito de solo degradado deve estar relacionado com a alteração da

capacidade em se manter coeso e como meio físico de suporte, por exemplo, para

edificações e estradas (EMBRAPA, 2008).

Na área da mineração, diante da variedade de conceitos de áreas degradas

a NBR 13030, que trata sobre a elaboração e apresentação de projetos de

reabilitação de áreas degradadas pela mineração, define área degradada como

“aquela com diversos graus de alteração dos fatores bióticos e abióticos, causados

pelas atividades de mineração”.

2.2 TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Segundo a Lei Federal N° 9.985, de 18 de julho de 2000, em seu art. 2,

Paragrafo XIII recuperação é a “restituição de um ecossistema ou de uma população

silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua

condição original” (BRASIL, SINUC 2000). Esse termo recuperação muitas vezes é

confundido com restauração, analisando ainda a mesma lei em seu art. 2, Parágrafo

XIV, podemos diferenciar tais conceitos, uma vez que quando falamos de

restauração não basta estabelecer determinadas funções ecológicas de um

ecossistema, restaurar é deixar tal ecossistema, bem como o conjunto de suas

populações o mais próximo possível da sua condição original.

Sánchez (2006) entende que a recuperação de áreas degradadas “é o

resultado da aplicação de técnicas de manejo visando tornar uma área degradada

apta para um novo uso produtivo”.

“A recuperação de áreas degradadas consiste no restabelecimento do

equilíbrio dos processos físicos e/ou químicos e/ou biológicos, permitindo o uso da

área após a interrupção dos mecanismos que levaram a degradação” (ZUQUETTE

et al., 2013 p. 591).

2.2.1 Regeneração natural

A regeneração natural consiste no estudo da composição florística das

estruturas das plantas e da regeneração natural, sendo fundamental para a

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elaboração e aplicação dos planos de manejo permitindo um aproveitamento

racional e permanente das florestas (CARVALHO, 1982).

A regeneração natural pode ser uma técnica bastante útil para recuperação

ambiental, principalmente quando a degradação não for muito intensa e quando

existir nas proximidades fragmentos florestais que sirvam como banco de sementes

naturais para recuperação dos locais degradados através da sucessão ecológica

(CECONI, 2010).

A legislação ambiental considera em alguns casos á aplicação da

regeneração natural como técnica de recuperação de áreas degradadas, segundo a

Instrução Normativa n° 4 de 2011 estabelecida pelo IBAMA, considera em seu art. 1°

parágrafo 4° que “A depender das condições da área a ser recuperada e das demais

condições apontadas na análise técnica, poderá ser estimulada e conduzida a

regeneração natural da vegetação nativa” (IBAMA, 2011).

Zuquette et al. (2013) consideram dois aspectos de recuperação

fundamentais na retomado do equilíbrio ambiental em áreas degradadas, que

podem acorrer tanto de forma natural, como também através de intervenções

antrópicas, no primeiro aspecto a atenuação natural consiste em uma resposta

natural de sistemas hidrológicos à contaminação, onde processos físicos, químicos e

biológicos reduzem a toxidade, mobilidade, volume e concentração de

contaminantes no solo ou na água e já o segundo aspecto consiste no conjunto de

ações necessárias ao retorno do equilíbrio ambiental em uma área degradada,

essas ações podem ser tanto técnicas de revegetação, como por obras geotécnicas.

Quando a degradação é intensa se faz necessária aplicação de técnicas

complementares à regeneração natural, para uma maior eficácia na recuperação

ambiental e utilização das melhores técnicas, devem ser levados em conta os

recursos, custos e o tempo para execução do plano e dos objetivos, fazer o

diagnóstico da área de influência direta e indireta, levantar o maior número de dados

possíveis e conhecer os fatores físicos, químicos e biológicos que interagem naquele

determinado ambiente (MARTINS, 2009).

A seleção de espécies para restauração florestal é uma técnica prioritária e

quase sempre é adotada em PRADs, segundo Salomão et al. (2013 p. 140):

A identificação de espécies-chave, que são aquelas que controlam a estrutura da comunidade devido à sua abundância, distribuição

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espacial, biomassa, porte ou cobertura e que influenciam a ocorrência das demais espécies associadas, é de fundamental importância para o sucesso da restauração florestal em áreas degradadas, principalmente por mineração a céu aberto.

2.2.2 Modelos e técnicas de recuperação baseados na nucleação

Os programas de restauração tradicionais são elaborados com alguns vícios

que comprometem a eficiência do modelo de conservação in situ: uma visão

fortemente dendrológica, utilizando quase exclusivamente espécies arbóreas e

exóticas, propiciando a contaminação biológica local e potencializando a degradação

(REIS et al., 2003).

Visando melhorar os modelos de recuperação ambiental tradicionais, novas

técnicas foram desenvolvidas e vêm trazendo resultados satisfatórios como

apontados em diversos trabalhos, dentre essas, as técnicas que se baseiam em

modelos de nucleação, que dispõem às plantas de forma adequada, considerando

suas características fitossociológicas, tolerância a luz solar, exigência há nutrientes

no solo dentre outros aspectos, tem sido cada vez mais utilizadas na recuperação de

áreas degradadas.

A nucleação é entendida como a capacidade de uma espécie em propiciar

uma significativa melhoria nas qualidades ambientais, permitindo aumento da

probabilidade de ocupação deste ambiente por outras espécies (YARRANTON e

MORRISON, 1974).

Para Martins (2009) o modelo por nucleação envolve diversas técnicas que

atuando juntas aumentam significativamente a eficiência na recuperação ambiental,

dentre tais técnicas podemos citar: Ilhas vegetativas, poleiros naturais e artificiais,

transposição de galhada, transposição do banco de sementes e transposição da

chuva de sementes. O princípio da nucleação baseia-se em estudos que mostram

que a vegetação remanescente em uma área degradada, representada por

pequenos fragmentos ou até mesmo por árvores isoladas, atua como núcleo de

expansão da vegetação, por atrair animais que participam da dispersão de

sementes.

Reis et al. (2003) introduz inúmeras técnicas utilizadas no modelo de

nucleação inferindo que técnicas básicas de nucleação são tratadas no sentido de

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avaliar a melhor forma de aplicá-las em áreas degradadas, proporcionando uma

maior diversidade para que ocorra uma estabilização o mais rapidamente possível.

2.2.2.1 Produção de mudas

A produção de mudas nativas pode ser realizada através da adoção de

algumas técnicas: a coleta da chuva de semente, resgate de plântulas,

beneficiamento e armazenamento ou técnicas de viveiros.

Para Quintela (1996) a chuva de semente é o componente de maior

importância na dinâmica da recomposição florestal.

O resgate de plântulas é uma técnica que pode ser empregada em áreas que

houve uma supressão da mata nativa, principalmente no caso da mineração. Silva et

al. (2011 p. 1) consideram que o resgate de plântulas pode ser definido “como a

retirada de espécies arbustivo-arbóreas nativas que regeneram em fragmentos

florestais, levando-os para adaptação e desenvolvimento em viveiro ou diretamente

para o campo”.

O Ministério do Meio Ambiente - MMA (2008) reconhece a importância da

colheita, beneficiamento e armazenamento de sementes florestais para recuperação

de áreas degradadas considerando que a coleta de sementes deve ser feita de

árvores selecionadas, principalmente as chamadas árvores mãe que apresentam

características superiores às demais, tais sementes devem ser armazenadas

adequadamente, se necessário devem ser feita uma limpeza e a secagem para o

armazenamento correto e posteriormente serem produzidas com qualidade.

Para eficácia dessas técnicas que envolvem a produção de mudas nativas

para recuperação de áreas degradadas, os viveiros para tais produções devem ser

gerenciados de forma adequada, por meio de técnicos habilitados para executar

determinada função.

2.2.2.2 Ilhas de diversidades vegetativas

As ilhas de diversidade são caracterizadas por serem pequenos núcleos onde

estarão incluídas as formas de vida das espécies vegetais e suas adaptações aos

estágios sucessionais (pioneiras, oportunistas, climácicas, ervas, arbustos,

arvoretas, árvores, lianas e epífitas). Esses locais possibilitam a dispersão de

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propágulos necessários para a ocupação do restante do terreno, não sendo

necessária atuação em todo o local, simplificando, dessa forma, o processo de

recuperação (REIS et al., 1999).

Na utilização de uma grande diversidade e densidades de espécies arbóreas,

essas ilhas serviriam como “trampolins” para restaurar a conectividade entre os

fragmentos e auxiliar o processo de restauração de florestas nativas (KAGEYAMA et

al., 2003).

Reis et al. (2003) destacam ainda que a efetividade do conjunto de núcleos

criados através das ilhas de alta diversidade ocorre quando o planejamento desses

núcleos prevê uma contínua produção de alimento durante todo o ano da forma mais

diversificada possível.

2.2.2.3 Poleiros naturais e artificiais

Dias (2008, p.14) destaca que “os poleiros atuam, dependendo de sua forma,

tamanho e estrutura, como corredores ou como trampolins ecológicos, dentro de

uma nova perspectiva de manejo ambiental das paisagens”.

Neste sentido, Reis et al. (2003), destacam alguns trabalhos realizados por

diversos autores que demonstram a eficiência dos poleiros. McClanahan e Wolfe

(1993) verificaram que em área altamente fragmentada, os poleiros para avifauna

(árvores mortas erguidas) aceleraram a sucessão inicial, aumentando a diversidade

de espécies e a quantidade de sementes em 150 vezes, principalmente de espécies

pioneiras.

Segundo Soares (2009) os poleiros podem ser naturais quando são obtidos

através do plantio de árvores que possuam características adequadas, como copa

favorável para o pouso de aves e morcegos, sombreamento e frutos como atrativo a

esses animais ou artificiais quando são construídos pelo homem através da fixação

de varas de bambu, postes de eucalipto ou árvores mortas.

2.2.2.4 Transposição de galhada

Atrair a fauna, principalmente às dispersoras de semente é um processo

fundamental dentro de qualquer plano de recuperação de áreas degradadas, a

presença de pequenos animais e insetos é sugerida pela literatura, para melhorar a

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ciclagem dos nutrientes em áreas degradadas. Neste sentido, a transposição de

galhada ou galharia propicia uma técnica para atração desses animais. Mariot et al.

(2008) diz que as pilhas de galhos criam um microhabitat sombreado e úmido,

propício ao desenvolvimento de plântulas, insetos, aves que, atraídas pelos insetos,

muitas vezes trazem uma chuva de sementes; alguns galhos rebrotam; e servem de

abrigo para uma fauna de pequenos vertebrados.

Costa (2011) ressalta que as pilhas de galhos podem funcionar como abrigos

artificiais, atraindo potenciais dispersores de sementes secundários, o que

potencialmente abreviaria o processo de regeneração de um ambiente degradado,

porém em seus resultados a autora considerou a técnica de galhadas ineficiente,

gerando outra hipótese de pesquisa que se baseia na quantidade e no tamanho

dessas pilhas de galhos, alertando que esses fatores podem alterar o resultado e

tornar o método ineficiente.

Araujo et al. (2012) concluíram em seu trabalho sobre aplicação da técnica de

galharia que tal técnica apresentou sucesso, entretanto, sugeriu os autores o

consórcio de outras técnicas nucleadoras para aumentar a eficiência da galharia e

proporcionar ao ambiente degradado uma alta biodiversidade no menor tempo.

2.2.2.5 Transposição da chuva de sementes e do banco de sementes

O banco de sementes é considerado um sistema dinâmico, cujo estoque

acumulado é variável de acordo com o balanço entre entradas e saídas. As entradas

são provenientes da chuva de sementes, devido atuação da dispersão e as saídas,

que por sua vez, podem ocorrer através da morte, predação de sementes, respostas

fisiológicas, geneticamente controladas, ligadas a estímulos ambientais (luz,

temperatura, umidade, etc.) (GASPARINO et al., 2006)

Segundo Kageyama e Gandara (2003) antes da escolha das técnicas de

revegetações e do modelo adotado na recuperação é de suma importância à análise

do banco de sementes do solo local, ou do banco de sementes de espécies

pioneiras de áreas de remanescente florestais próximas que podem funcionar como

fonte de sementes não pioneiras.

Araújo (2002 p. 3) define: a chuva de sementes representa as que chegam ao solo através de mecanismos de dispersão. Estas

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sementes podem chegar da própria área ou de áreas mais afastadas, dependendo da espécie e do tipo de dispersão.

Segundo Resende (2011 p.4) “a ecologia funcional do banco de sementes na

revegetação de áreas degradadas vem sendo estudada, sobretudo em áreas que

sofrem perturbações”. Esses estudos são de grande importância para a recuperação

de áreas de mineração onde as atividades de lavra provocam perturbações intensas,

descaracterizando o ambiente local e dificultando a sucessão ecológica.

2.2.3 Técnicas de revegetação de taludes

A revegetação de taludes é de modo geral mais lenta e difícil se comparamos

a outras áreas onde o solo não foi tão modificado, os taludes apresentam

características pedológicas desfavoráveis à recuperação ambiental como: elevada

declividade, baixa fertilidade, baixa retenção de água, exposição da rocha matriz e

riscos de deslizamentos que podem ocasionar acidentes graves, esses taludes

podem ser de origem natural ou de origem antrópica no caso os rodoviários e

principalmente os decorrentes da atividade de mineração.

Para Golder (2003) apud Vieira (2010) as operações realizadas em uma mina

descaracterizam o meio ambiente local e provocam algumas alterações na

declividade, no comprimento e nas drenagens naturais dos taludes, tornando essa

nova superfície instável podendo ocasionar movimentos de massa em taludes de

corte e de aterro, subsidência de escavações subterrâneas e processos erosivos.

Os taludes de mineração podem ser divididos em dois grupos; os de corte

formados quando são efetuados cortes para retirada de minérios, rejeitos ou

abertura de canais, estes taludes geralmente são mais compactados e apresentam

baixa fertilidade, devido principalmente à retirada das camadas superficiais ricas em

matéria orgânica e os taludes de aterro formados a partir da deposição de camadas

de solo provenientes dos taludes de corte, são menos compactados, mais férteis,

porém mais sucessivos a ação de processos erosivos (MARTINS, 2009).

O processo para recuperação de taludes pode ser dividido em três etapas

com características distintas, na primeira etapa é prioritária a estabilização dos

taludes, na segunda escolhem-se quais técnicas serão adotadas e na última etapa

ocorre a revegetação e aplicação das técnicas escolhidas.

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Antes da aplicação das técnicas de recuperação é fundamental sistematizar

os taludes, deixá-los em um nível de inclinação adequado, mais estáveis e

resistentes a deslizamentos e erosões, nesta etapa exige à participação mais efetiva

dos profissionais ligados a área da engenharia civil do que os profissionais da área

da engenharia ambiental que são mais efetivos nas etapas posteriores.

Segundo Oliveira Júnior (2001) para uma maior estabilidade dos taludes deve

ser levado em consideração à inclinação máxima dos taludes, a drenagem e a

revegetação.

A escolha das técnicas de recuperação de taludes depende dos objetivos

estabelecidos, do tempo e principalmente do custo e o dinheiro disponível. As

principais técnicas utilizadas nesse tipo de recuperação são:

2.2.3.1 A revegetação com mantas e sacos de aniagem

Esta técnica consiste no recobrimento do solo com mantas visando à

estabilização do terreno, evitando desprendimento de materiais que compõem o

solo, nesta técnica podem ser utilizadas mantas de origem orgânica biodegradáveis

compostas por materiais vegetais que são decompostos rapidamente e servem de

adubo para o desenvolvimento da vegetação ou mantas sintéticas, permeáveis e

não biodegradáveis que protegem o solo, porém dificultam o estabelecimento de

espécies arbustivas. É comum a utilização de mantas naturais ou geotêxteis

sintéticos, que se decompõem e auxiliam na estabilidade da vegetação que se

forma, além de controlar os processos erosivos (THONSON e INGOLD, 1986).

Fortes et al. (2001) utilizaram um tipo de manta biodegradável em seus

estudos, denominada de tela vegetal ARP, que demonstra o rápido recobrimento

vegetal propiciado por tal técnica. Após 15 dias da instalação da ARP 430,

observou-se, o crescimento das primeiras plantas, decorridos 30 dias verificou-se

que 50% da área já estavam coberta e após 77 dias de instalação da tela verificou-

se que vegetação já representava 90% da área, formando um tapete verde nos

taludes da área revegetada.

A aplicação dos sacos de aniagem consiste no preenchimento do saco com

um substrato constituído de capim picado, terra, esterco, fertilizantes químicos e

sementes. Esses substratos podem ser constituídos por vários tipos de sementes,

nativas ou exóticas, dispostos sobre o talude, que podem ser colocados em

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sequências continuas cobrindo toda a área, ou em sequências alternadas, formando

um mosaico, onde o modo de aplicação dependerá dos objetivos e a disponibilidade

de recursos por parte do empreendedor (FERNANDES, 2004).

2.2.3.2 Utilização de placas de gramíneas

É uma técnica bastante indicada para taludes, principalmente quando a

necessidade de cobrir o solo, para evitar erosões e assoreamento, ou quando o

aspecto visual é objetivo prioritário, essas placas proporcionam um resultado rápido

na cobertura do solo, porém são geralmente caras e exige uma manutenção

adequada. Segundo Fernandes (2004) a utilização de placas de grama é uma

alternativa versátil que fornece bom recobrimento do solo, proteção da camada

superior do solo contra o impacto direto das gotas de chuva e a ação eólica.

Nos estudos realizados por Souza e Seixas (2001) a utilização de gramas

“Batatais” proporcionaram resultados positivos, por serem de fácil instalação,

reduzirem a produção de sedimentos e possuírem o menor custo entre os tipos de

coberturas realizadas em sua pesquisa.

2.2.3.3 Hidrossemeadura

Verdyol (2002) apud Basso (2008) a hidrossemeadura é uma técnica de

revestimento vegetal para estabilização do solo, realizado através do lançamento de

uma solução de sementes e água por um jato de alta pressão que adere às

sementes a superfícies íngremes como os taludes de corte.

Assim como todas as outras técnicas de recuperação, a hidrossemeadura

possui vantagens e desvantagens. Fernandez (2004) ressalta as principais

vantagens estão no rápido crescimento e a economia para grandes áreas, sendo

eficazes principalmente em locais de difícil acesso, tornando-o os custos envolvidos

no processo relativamente baixo. Como desvantagens podem ser citadas a

disponibilidade de fontes de água nas proximidades, manutenção e mão-de-obra

para recobrimento de falhas e a dificuldade de estabelecimento de espécies

espontâneas.

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2.2.3.4 Plantio em covas

Utilizado como uma técnica complementar só deve ser adotada após a

consideração de alguns aspectos, segundo Martins (2009) não deve ser utilizada em

taludes muito inclinados, nem com espécies de grande porte de fácil tombamento ou

que produzam frutos grandes, recomenda-se o uso de espécies de pequeno porte,

principalmente as fixadoras de nitrogênio.

Segundo o DNIT (2006) a produção de mudas para o plantio em taludes pode

ser de bambu, de capim limão ou vetiver obtidas na região, plantadas em covas

alinhadas da ordem 30cmx30cmx30cm em curva de nível, com espaçamentos

recomendados pelos estudos do solo e adubados com 100g de NPK 10-10-10 e 50g

de calcário, esterco de gado (curtido) da ordem de 50% do volume da cova.

Como vantagens para essa técnica, ressaltam-se a economia para pequenas

áreas, não necessita de mão de obra qualificada e a utilização dessa técnica

favorece a entrada de novas espécies aumentando a biodiversidade. Como

desvantagem, destaca-se o aporte considerável de recursos para grandes áreas e o

baixo rendimento em áreas íngremes (FERNANDES, 2004).

2.2.4 Geotecnia aplicada à mineração

As aplicações de geotécnicas são fundamentais para manter a estabilidade

do solo, o remodelamento do terreno evita a atuação de processos erosivos,

melhoram os sistemas de drenagens de barragens e taludes que são muito comuns

em áreas de mineração. As geotécnicas podem compreender desde medidas de

nivelamento simples até obras de engenharia e reconfiguração do solo complexas. A

geotécnica é uma área do conhecimento complexa e envolvem conceitos técnicos e

procedimentos referentes à Mecânica dos Solos e das Rochas, Engenharia e

Geologia (SANTOS et al., 1990). Além disso, a NBR 13030 cita esses aspectos

geotécnicos como requisitos essenciais para elaboração do PRAD. Há duas

principais aplicações da Geotécnia em áreas de mineração:

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2.2.4.1 Reconformação topográfica

É uma técnica que consiste em reconfigurar a topografia de locais que

sofreram modificações na paisagem e em suas estruturas, como nas áreas onde

ocorre a mineração, com o objetivo de deixá-las mais estáveis e resistentes às

tensões de cisalhamento e aos processos erosivos. O retaludamento é uma forma

de reconformação topográfica muito utilizada na mineração. Devido as suas

características e morfologia, os taludes tendem a ser mais sucessíveis aos fatores

erosivos, assim devem-se adotar medidas para evitar essa instabilidade. Segundo

Trichês e Thives (2010) um talude pode ser considerado como potencialmente

instável a partir do momento em que as tensões cisalhantes originárias de esforços

instabilizadores sejam maiores que as resistências ao cisalhamento do material,

permitindo a sua ruptura e a sua instabilização.

A literatura sugere algumas recomendações para estabilização de taludes, de

modo que a topografia fique o mais próxima possível da topografia primitiva, dentre

essas podemos citar: a altura máxima dos taludes de escavação que devem ter no

máximo 8m de altura (AUGUSTO FILHO e VIRGILI, 1998), a inclinação longitudinal

das bermas deve ser de no máximo 5% (BITAR, 1997).

Os taludes de corte e aterro necessitam, além da drenagem, ser protegidos de maneira eficiente para evitar a formação de focos erosivos e deslizamento. As técnicas e produtos a serem utilizados dependem de vários fatores, como: inclinação do talude, suscetibilidade a erosão, tipo de proteção desejada (definitiva ou temporária), altura do talude, tipo de drenagem, etc. O uso da técnica inadequada irá comprometer a segurança do talude, por isso é necessário obter todas as informações para escolher a técnica e produto corretos (TRICHÊS e THIVES, 2010 p.54).

2.2.4.2 Implantação de sistemas de drenagem

Os sistemas de drenagens de águas superficiais são operações geotécnicas

muito importantes na mineração, pois a presença de água no interior das

explorações minerais dificulta a extração mineral e podem provocar instabilidades

graves no processo, assim a drenagem de águas visam diminuir esses efeitos

danosos, através do isolamento da exploração e da remoção das águas nas cavas

para evitar danos internos (BASTOS, 2000).

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Devido às inúmeras dificuldades que a água pode ocasionar no processo de

extração mineral as empresas de mineração pensam, desde a fase de pesquisa até

a de pós-fechamento, em abordar, com ferramentas apropriadas, os problemas que

a água pode ocasionar, desenhado e implementado as medidas preventivas e

corretivas mais adequadas (SOUSA, 2001).

2.3 PRAD EM ÁREAS DE MINERAÇÃO

2.3.1 Disposições Legais

A obrigação para implantação de planos de recuperação de áreas

degradadas em mineração decorreu principalmente da potencialidade que essas

atividades possuem para geração de impactos ambientais, nesse sentido a

Resolução CONAMA 01 de 1986 definiu quais os empreendimentos que necessitam

de licenças ambientais para o desenvolvimento de suas atividades, dentre tais

atividades encontram-se a mineração no parágrafo IX, art. 2° desta resolução.

Segundo Zuquette et al. (2013) à atividade mineradora altera

significativamente as características do meio ambiente, principalmente no que diz

respeito à remoção da vegetação, alteração da superfície topográfica e da

paisagem, rebaixamento do lençol freático e geração de resíduos.

A partir da promulgação da Constituição de 1988 onde ficou estabelecido em

seu art. 225 que o meio ambiente deve ser mantido de forma ecologicamente

equilibrado para que seja assegurado o bem das presentes e futuras gerações,

assim tornou-se mais que obrigatório, para o desenvolvimento de atividades

potencialmente poluidoras, a necessidade de reparar o dano ambiental, para que

seja cumprida a prerrogativa constitucional de que todos têm direito ao ambiente

ecologicamente equilibrado.

O parágrafo 2º da Carta Magna de 1988 estabelece que “Aquele que explorar

recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo

com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei”.

O Decreto Federal 97.632 de 1989 estabelece em seu art. 1, parágrafo único

que para os empreendimentos já existentes, o plano de recuperação da área

degradada deverá ser apresentado ao órgão ambiental competente, no prazo

máximo de 180 dias.

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Para elaboração de projetos para recuperação de áreas degradas é bastante

utilizado a instrução normativa n° 4 de 2011 do IBAMA, que estabelece exigências

mínimas para elaboração de PRAD. Os principais aspectos relacionados a tal

instrução normativa são:

No artigo 1° consta que “O PRAD deverá reunir informações, diagnósticos,

levantamentos e estudos que permitam a avaliação da degradação ou alteração e a

consequente definição de medidas adequadas à recuperação da área”. Em seu art.

2º o PRAD deverá informar os métodos e técnicas a serem empregados, propor

medidas que assegurem a proteção das áreas degradadas proteger e conservar o

solo e os recursos hídricos, elaborar planilha com o detalhamento dos custos de

todas as atividades, além de apresentar embasamento teórico que contemple as

variáveis ambientais e seu funcionamento similar ao dos ecossistemas da região. As

recomendações do capitulo IV e V da referida instrução normativa do IBAMA serão

descritas e comentadas abaixo.

2.3.3.1 Prioridade no plantio de espécies nativas

A instrução normativa n° 04 de 2011 do IBAMA recomenda o uso de espécies

nativas no processo de recuperação, que dentre as diversas espécies vegetais

propostas para implantação deveram ser priorizadas aquelas espécies comuns da

região onde se pretende aplicar o projeto, inclusive as ameaçadas de extinção, esta

recomendação, ressalta a importância que as espécies nativas possuem para

efetividade do PRAD, tanto no que se refere à importância ecológica, bem como a

importância econômica, uma vez que as espécies nativas já estão mais adaptadas

às condições ambientais locais o que a tornam mais eficazes no seu

desenvolvimento, diminuindo assim os custos com manutenções.

2.3.3.2 Respeito às particularidades e especificidades locais

Os trabalhos, pesquisas, informações técnicas e os atos normativos

disponíveis que respeitem as especificidades e particularidades de cada região

deverão ser considerados, principalmente no processo de plantio de mudas,

auxiliando na definição do número de indivíduos de espécies nativas que serão

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utilizadas por hectare, essas recomendações além de fomentar o desenvolvimento

científico, compatibiliza as espécies utilizadas com a fitofisionomia local.

2.3.3.3 Utilização de espécies com mecanismos de dispersão zoocórica

Recomendação para utilização de espécies locais com síndrome de dispersão

zoocórica, espécies essas que além de atrair a avifauna, são de grande importância

na disseminação de sementes, bem como aumenta o fluxo gênico de

remanescentes florestais próximos às áreas onde se pretende aplicar o plano de

recuperação.

2.3.3.4 Priorizar técnicas e métodos menos impactantes

Utilização de métodos e produtos que causem o menor impacto possível,

quando necessário, para o controle de espécies invasoras, pragas e doenças. A

utilização de inseticidas e fertilizantes químicos podem prejudicar o sucesso do

plano de recuperação, uma vez que tais produtos podem atrapalhar o processo de

polinização e a dispersão de sementes, devendo ser observado sempre que

necessário as particularidades e as normas aplicadas a cada caso.

2.3.3.5 Monitoramento e prazo de avaliação dos PRADs simplificados

O monitoramento no caso de PRAD simplificado é de 03 (três) anos após sua

implantação, podendo ser prorrogado por igual período. Devendo ser apresentados,

pelo interessado, relatórios semestrais, ficando isento da apresentação de relatório

pequenos proprietários rurais e agricultores familiares conforme a Lei n°. 4.771, de

15 de setembro de 1965.

2.3.3.6 Vistorias

As vistorias serão de competência do IBAMA, que executarão por meio de

processos de amostragem nas áreas degradadas ou alteradas em processo de

recuperação. A efetividade de tal vistoria será pelo IBAMA que poderá utilizar-se de

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recursos tecnológicos, para verificação das medidas adotadas e para quitação do

Termo de Compromisso firmado entre as partes interessadas.

2.3.3.7 Alterações no plano

O empreendedor ou responsável técnico pelo plano mediante a qualquer

alteração técnica prevista no PRAD ou no PRAD simplificado deverá ser

encaminhada ao IBAMA com antecedência mínima de 90 dias, onde tal órgão fará

análise técnica e jugará as justificativas para alterações do plano.

2.3.3.8 Quanto aos relatórios de avaliações

O relatório de avaliação deverá ser apresentado ao final da execução do

PRAD, devendo conter indicativos do grau de efetividade das medidas adotadas, no

contexto da bacia, ou microbacia que envolve a área do plano. O IBAMA, após a

apresentação do relatório de avaliação, manifestar-se-á conclusivamente, nos

prazos definidos pela legislação. O responsável técnico deverá comunicar eventuais

problemas e irregularidades no processo de recuperação, sob pena de

responsabilidade prevista pelo Decreto nº. 6.514, de 22 de julho de 2008.

Outra legislação pertinente quando se trata de recuperação de áreas

degradadas pela mineração é a NBR 13030 de 1999 que apresenta diretrizes sobre

a elaboração e apresentação de projeto de reabilitação de áreas degradadas pela

mineração, dentre os seus principais requisitos e aspectos pode-se citar:

Desenvolvimento de soluções para atender as exigências de qualidade

ambiental das áreas após sua reabilitação;

Incluir sempre justificação fundamentada das ações integrantes do projeto;

Utilizar as características consultivas e comportamentais do sistema ambiental

local;

Incluir programas de monitoramento;

As atividades de controle ambiental devem estar previstas nas fases de

planejamento, implantação, lavra e abandono do empreendimento;

Descrição geral do empreendimento;

Diagnóstico ambiental;

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Impactos ambientais;

Aptidão e intenção de uso futuro;

Conformação topográfica e paisagística;

Ações emergências para riscos de acidentes ambientais;

Renuncia do título de lavra;

Programa de acompanhamento e monitoramento;

Fluxograma de execução;

Cronograma executivo.

Para Bitar (1997) a NBR 13030 pode ser resumida, a partir da identificação e

avaliação inicial, nos seguintes aspectos:

O diagnóstico ambiental, os impactos ambientais, a aptidão e intenção de uso futuro, a conformação topográfica e paisagística, o programa de acompanhamento e monitoramento das medidas, cronograma, referências bibliográficas, equipe técnica e os anexos necessários (desenhos, fotografias, mapas, planilhas de custo, entre outros) (BITAR, 1997d, p. 36).

A NBR 13030 consta de diversas diretrizes a fim de auxiliar as mineradoras a

fazerem uma exploração adequada dos recursos minerais, compatibilizando os

ganhos econômicos com a necessidade de se recuperar as condições ambientais

mínimas dessas áreas para um uso futuro adequado.

Analisando as bibliografias especializadas, as legislações e os autores que

discutem a temática, nota-se que existem diversas técnicas de recuperação de área

degradada (RAD) que podem ser muito bem aplicadas em áreas de mineração,

diminuindo os impactos ambientais e proporcionando um ambiente mais adequado

às populações circunvizinhas, porém muitas vezes essas técnicas não são aplicadas

de forma adequada e não cumprem o seu fim que é recuperar ambientes e mitigar

impactos.

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3 METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo está inserida na Região do Pimenonte norte do Itapicuru, no

município de Campo Formoso-BA. Situa-se na porção nordeste central do Estado da

Bahia, abrangendo uma área territorial com 7.258,676 km2 há uma distância de 420

km da capital Salvador. Esta área vem sendo utilizada há muitos anos para extração

de minérios.

O município de Campo Formoso possui duas bacias hidrográficas

importantes: a bacia do Rio Salitre com uma área total de 13.467,93 km² e a bacia

do Rio Itapicuru que possui uma área total de 37.000Km². Este município apresenta

um regime pluviométrico médio anual de 900 mm e a temperatura média em torno

de 23°C (CASTRO et al., 2012).

Campo Formoso possui tipos de vegetações distintas, sendo caracterizadas

em três zonas fitogeográficas, as zona das grotas, zona dos tabuleiros e zona da

caatinga que se diferenciam devido as suas características particulares de relevo e

clima. A zona da caatinga se situa na parte norte do município, incluída na bacia do

rio salitre, um importante rio que percorre pela zona da caatinga campoformosense

em direção ao rio São Francisco, essa é a maior das zonas, abriga em sua maioria

espécies vegetais de porte baixo e médio, espécies caducifólias e algumas poucas

que não perdem a folhagem como o juazeiro, espécies espinhosas comuns,

cactáceas (FERREIRA, 2010).

Nas encostas e topos de serras encontra-se à Floresta Estacional

semidecídua, um remanescente de Mata Atlântica, localizada na parte ocidente do

município, o clima nessa área, sofre uma influência direta das serras da Jacobina,

que o deixa úmido e ameno, além de intensificar o regime pluviométrico na área que

atinge uma média de 900 mm anuais, essas características proporcionaram um

ambiente adequado ao desenvolvimento de espécies de porte médio e alto, como o

Myracrodruon balansae (pau-ferro), e o Tabebuia impetiginosa, Tabebuia

chrysotricha (Ipê roxo e amarelo), respectivamente, tornando as regiões serranas

que rodeiam a sede do município ricas em diversidade de espécies vegetais e

animais (FERREIRA, 2013).

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A zona dos tabuleiros sofre influência direta da região da Chapada

Diamantina, planaltos e depressões formadas pelas rochas carbônicas. Esse

ambiente cárstico proporciona à formação de inúmeras grutas e cavernas de grande

beleza cênica que atrai turistas de todo o mundo. Os domínios vegetais

predominantes são espécies arbustivas-arbóreas da caatinga (FERREIRA, 2010).

A vegetação nativa da região “é composta basicamente de arbustos e árvores

de pequeno porte como o Leiteiro (Peschieria affinis), Murici (Birsonima sericea) e

Lixeira (Curatella americana). Além da palmeira denominada Licuri (Syagrus

coronata) se sobressai na paisagem local, principalmente nas áreas rurais próximas

à zona urbana (COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DO VALE DO SÃO

FRANCISCO, 2009 p. 642)”.

A região de estudo é rica em fontes minerais, suas características

geomorfológicas possibilitaram a formação de um grande gama de minérios, dentre

os principais tipos são encontrados: cromo, calcário, areia, ametista, amianto, argila,

calcita, citrino, quartzo, esmeralda, tungstênio, manganês, salitre e uma diversidade

de pedras para construção. (CASTRO et al., 2012).

Os critérios utilizados se basearam em observação de campo e análise dos

planos de recuperação das empresas de mineração.

3.2 OBSERVAÇÕES DE CAMPO ANÁLISE DOS PLANOS DE RECUPERAÇÃO

DAS ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO

As observações em campo foram realizadas no período de 14 de outubro a 4

de novembro de 2013. As áreas visitadas compreenderam:

Figura 1: Distribuição espacial das áreas de mineração estudadas.

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Fonte: Google Earth. 12/12/2013.

3.2.1 Mineração de Cromo (Área 1)

Área 1 – Minas de cromo, localizadas no povoado de Brejo Grande e Santo

Antônio, município de Campo Formoso-BA. Essas minas estão situadas nas

coordenadas geográficas 10°32’23’’ S e 40°24’29’’ O. Inseridas na região das Zonas

das Grotas, encontram-se parcialmente ativas, o tipo de mineração é a céu aberto,

com uso de explosivos.

As minas que compreendem a mineração de cromo estão situadas na região

da zona das grotas do município de Campo Formoso, localizando-se numa faixa

continua de direção geral norte-sul nas encostas da serra da Jacobina, denominada

de serra de Santo Antônio parte norte da Folha de Campo Formoso SC-24-N-IV,

Carta do Brasil, escala 1:100.000 (IBGE, 2010) (Figura 2).

Figura 2: Mineração de Cromo, Zona das Grotas de Campo Formoso-BA.

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Fonte: Google Earth. 12/12/2013.

O método de exploração na área é o de lavra a céu aberto, com o uso de

explosivos e explorações mecânicas, a substância mineral principal desejada é o

minério de cromo (Cromita), bastante utilizada na fabricação de cintas metálicas e

em processos da metalurgia.

O processo de desenvolvimento da lavra é bem complexo e envolvem

diversas camadas de minerais de características físicas e químicas distintas, pode-

se simplificar a descrição do processo de lavra da seguinte forma, primeiro são

abertas cavas para retirada do minério onde também são feitas bermas para o

transporte do material através do uso de tratores e caminhões, depois de retirado o

minério é selecionado, retirando-se o rejeito para deposição nas bancas e o minério

concentrado é transportado para o pátio da usina de beneficiamento, onde a matéria

prima é selecionada e o produto final é gerado, Cromita Concentrada com teores

médios de Cr²O³ = 42%, SiO² = 8,5% e Cr/Fe = 1,8% e uma granulometria de 30#

(mesh).

Para essa área de mineração foi disponibilizado pela empresa que executa

as atividades minerais o PRAD, que descreve a forma de desenvolvimento do

empreendimento, demonstra como foi e continua sendo feito o diagnóstico

ambiental, análise dos impactos ambientais, o programa de controle ambiental e

aptidão e vocação para uso futuro do solo que ajudou na coleta dos dados para essa

pesquisa.

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3.2.2 Mineração de Calcário (Área 2)

Área 2 – Minas de Calcário, localizadas no povoado de Tiquara, município de

Campo Formoso-BA. Inseridas na região da Zona da Caatinga, encontram-se

atualmente ativas, o tipo de mineração é a céu aberto com o uso de explosivos.

A área onde é extraído o calcário fica situada na zona da caatinga do

município de Campo Formoso, mas precisamente nas coordenadas 10°29’18’’S e

40°33’07 O, atualmente existem duas minas ativas, assim como a maioria das minas

de calcário do Brasil, é a céu aberto e ocorrem através do uso de detonações de

explosivos e do uso de equipamentos e máquinas para retirada do minério.

Figura 3: Mineração de Calcário, zona da Caatinga de Campo Formoso-BA.

Fonte: Google Earth. 12/12/2013.

O calcário, que possui como principal constituinte a Calcita (CaCO³) é um

mineral que pode ser utilizado em vários processos produtivos nas indústrias de

papel, vidro, metalurgia e para fabricação de cimento.

O calcário pode ser utilizado para indústrias da construção, material para

agregados, cimento, cal e até rochas ornamentais. As rochas carbonatadas e seus

produtos são também usados como fluxantes, fundentes, matéria-prima para as

indústrias de vidro, refratários, carga, agentes para remover enxofre, fósforo e outros

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na indústria siderúrgica, abrasivos, corretivos de solos, ingredientes em processos

químicos, dentre outros (SAMPAIO e ALMEIDA, 2005).

No caso da mina em estudo a principal destinação é a indústria de

processamento e fabricação de cimento, onde o principal constituinte para sua

fabricação é o carbonato de magnésio (MgCO³) e o carbonato de cálcio, ou calcita

(CaCO³). O cimento é produzido através da mistura de calcário com argilas, numa

proporção de 4:1, moída e levada a fornos a temperaturas de cerca de 1.450 ºC para

produção do clinquer, um produto intermediário que acrescentado a outros aditivos

são então moídos até obter um pó fino, que é o cimento (SOUZA, 2006).

O processo de extração e lavra do mineral passa primeiramente pela

remoção da camada superficial do solo, onde são feitas perfurações na rocha para

serem posteriormente detonadas através de explosivos, após esse processo as

rochas em tamanhos variados são levados diretamente à fábrica, onde ocorre todo o

processo de beneficamente do mineral.

3.2.3 Mineração de Pedras Para Construção Civil (Área 3)

Área 3 – Minas de exploração de pedras para construção civil, localizadas na

cidade de Campo Formoso-BA. Situadas nas coordenadas geográficas 10°31’08’’ S

e 40°18’54’’O. Inseridas na região da Zona das Grotas, essas minas são a céu

aberto, encontram-se atualmente ativas, o tipo de mineração é a céu aberto sem o

uso de explosivos.

A mineração de pedras está situada na zona das grotas do município de

Campo Formoso, é a mineração mais próxima do perímetro urbano, por este motivo,

apesar de não ser tão grande é uma das que vem sofrendo mais críticas por sua

atividade. O principal produto mineral são rochas duráveis e inalteráveis na qual são

fragmentadas e utilizadas para construção civil.

Figura 4: Mineração de pedras, Zona das Grotas de Campo Formoso-BA.

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Fonte: Google Earth. 12/12/2013.

O modo de extração mineral desta área é a céu aberto sem o uso de

explosivos, os principais equipamentos utilizados na fase de extração são

ferramentas manuais, picaretas e carrinhos de mão, as rochas que vão sendo

desprendidas do solo são fragmentadas e empilhadas para serem recolhidas por

máquinas e caminhões.

O aumento de sua produção está diretamente ligada à expansão urbana, a

construção de casas, prédios e obras públicas geram uma demanda por pedras e

aceleram o processo de extração que tornam o local, cada vez, mais perigoso.

3.2.4 Mineração de Areia (Área 4)

Área 4 – Minas de exploração de areia, localizadas próximas ao povoado de

Xique-xique, munícipio de Campo Formoso-BA. Situadas nas coordenadas

geográficas 10°32’13’’ S e 40°26’19’’O. Inseridas na Zona das Grotas, o tipo de

mineração é a céu aberto, e encontram-se parcialmente ativas e não fazem uso de

explosivos.

A área de extração de areia esta situada na zona das grotas do município de

Campo Formoso, não faz uso de materiais explosivos nem de equipamentos

grandiosos para retirada mineral, a retirada de areia é feita de forma manual, com

uso e equipamentos rústicos com pás e enxadas (Figura 5).

A composição mineral do solo local favorece a exploração de areia

principalmente nos períodos chuvosos quando as gotas da chuva desprendem

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facilmente as partículas de areia do solo e a enxurrada da água carreia o material

particulado que se depositam nos locais mais baixos.

Figura 5: Mineração de Areia, Zona das Grotas de Campo Formoso-BA.

Fonte: Google Earth. 12/12/2013.

O processo de extração de areia começa com a retirada da vegetação e da

camada superior do solo, rica em matéria orgânica, depois do solo descoberto são

efetuadas operações manuais de escavações até a formação de pilhas de areia que

posteriormente são colocadas em caminhões para o transporte.

Por ser uma atividade diretamente ligada a construção civil, a expansão

urbana da cidade de Campo Formoso, bem como o desenvolvimento de obras

públicas recentes, como: pavimentação de estradas, construção de casas populares

e obras saneamento básico vem intensificando a exploração de areia no local

nesses últimos anos.

Para obtenção dos dados e informações de campo, foram utilizados os

procedimentos metodológicos de Bitar (1997), com adaptações para realidade local:

a) Utilização de ficha de dados aplicada no campo, com o objetivo de registrar as

principais informações referentes aos tipos de técnicas aplicadas e adequação ao

contexto legal (Apêndice A). Em cada área visitada, essas fichas de coleta de

dados, continham alguns questionamentos para ajudar na caracterização da área de

estudo, nessas fichas também continha uma tabela simples com duas colunas, uma

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para registras os fatores de degradação e outra para as medidas mitigadoras,

preenchendo a tabela de acordo com os fatos e informações presenciados e

observados no campo.

b) Aplicação de questionários aos responsáveis técnicos que atuam na recuperação de

áreas degradadas nas empresas de mineração, com o objetivo geral de avaliar os

tipos de profissionais, suas áreas de formação e seus níveis de informação com

relação as questões ambientais, bem como o grau de relevância que esses

profissionais dão para aplicação das técnicas de recuperação (Apêndice B).

Os questionários continham perguntas simples que estimulavam os entrevistados a

relatar de acordo com suas experiências profissionais casos de sucesso na

recuperação ambiental de áreas degradadas por sua empresa, às tecnologias que

foram utilizadas e principalmente as técnicas e os métodos aplicados.

c) Análise dos planos de recuperação de áreas degradadas, onde foram solicitadas as

empresas de minerações os seus respectivos PRADs, principalmente aqueles

decorrentes de atividades iguais ou inferiores há 10 anos, onde esses PRADs mais

novos informariam com mais clareza a situação real dos locais de acordos com as

legislações mais recentes, que devido aos crescentes debates sobre a temática

ambiental estão cada vez mais rígidas e evoluídas para uma melhor conservação

ambiental. Os planos utilizados pelas mineradoras foram avaliados considerando o

processo de recuperação da área através das medidas adotadas pelas empresas de

mineração e a variedade de técnicas possivelmente utilizadas (Apêndice C).

3.3 AVALIAÇÃO DAS TÉCNICAS ADOTADAS

Analisando as áreas de estudo através de observações de campo, análise de

plano de recuperação e aplicação de questionários aos responsáveis técnicos pelos

empreendimentos, foi levantada as principais medidas e técnicas mitigadoras

utilizadas para recuperação ambiental nas áreas estudadas de mineração na região

de Campo Formoso, essas medidas e técnicas foram classificadas em duas

categorias, na primeira delas foi feito um levantamento das técnicas de recuperação

ambiental que visam o equilíbrio ambiental e facilitam os processos de sucessão

ecológica, já na segunda foram classificadas as técnicas e medidas mitigadoras de

impactos ambientais que visam à prevenção contra risco a acidentes de trabalho,

gastos com produção e diminuição do impacto visual.

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Através dessa classificação foi realizado um levantamento das técnicas que

mitigam os impactos ambientais negativos ocasionadas pelo empreendimento,

favorecendo a sucessão ecológica, de modo que essas intervenções possibilitam ao

meio ambiente a capacidade para se regenerar através do seu poder de resiliência,

como exemplo dessa classificação pode-se citar as técnicas de revegetações que

estabilizam o solo e o preparam para o aparecimento de outras espécies mais

exigentes.

No estudo foram também quantificadas as técnicas de recuperação

preventivas e controle de impacto visual, contemplando medidas emergenciais,

aplicadas apenas em certas situações e as técnicas de caráter preventivo

necessárias para que distúrbios ambientais não venham a comprometer a produção

mineral a estabilidade física do ambiente e a prevenção contra riscos e acidentes de

trabalho, nessa classe a sucessão ecológica e a recuperação ambiental,

propriamente dita, fica em segundo plano, como exemplo dessa classificação

podemos citar as geotécnicas que visam estabilizar o solo e conter

desmoronamentos nas áreas lavradas e também nas áreas de deposição de rejeitos,

como os taludes

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 RECEPÇÃO DOS EMPREENDEDORES

Dentre as áreas definidas para o estudo, apenas uma dessas, o profissional

responsável se dispôs a apresentar o plano de recuperação e contribuir com o

levantamento de informações, nas outras áreas não foram disponibilizado PRADs,

apenas foram permitidas visitas de campo e análise visual do modo de extração e

das medidas de recuperação ambiental.

A primeira reação dos empreendedores quando foi solicitada a apresentação

do plano, ou permissão para realização de pesquisas nas áreas foram de não

disponibilização de dados. Estes dados são essenciais, pois podem dizer muito

sobre a conformidade legal entre as atividades de extração e as técnicas de

recuperação adotadas. Na maioria dos casos quando a empresa não apresenta um

plano de recuperação, ou sequer adota algumas medidas de recuperação, essas

empresas dificultam a entrega de informações, por outro lado quando os

empreendimentos estão em conformidade com a legislação e apresentam planos de

recuperação, ou ao menos adotam algumas medidas de recuperação esses dados

são mais facilmente disponibilizados.

4.2 ATIVIDADES MINERAIS EM QUATROS ÁREAS EM CAMPO FORMOSO,

BAHIA: ASPECTOS GERAIS

Foi verificado que dentre as quatro áreas investigadas uma destina-se a

atividades minerais relacionadas a ligas metálicas e três associadas à construção

civil. Nessas áreas, as aplicações das técnicas de recuperação ambiental estão

geralmente ligadas a aspectos de reconfiguração do solo, contenção de taludes e

revegetações. Além desses preceitos se considera o tipo de atividade que é

desenvolvido, relacionado com o tamanho do empreendimento e os seus objetivos.

As aplicações dessas técnicas podem variar e serem executadas de formas

diferentes, algumas dessas áreas contém planos de recuperação ambiental, equipes

técnicas e utilizam equipamentos mais modernos, outras só apresentam

equipamentos básicos e não dispõem de um plano completo de recuperação

ambiental, adequado as especificidades dessas áreas (Tabela 1).

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No município de Campo Formoso existem diversas fontes de exploração

mineral, dentre essas fontes, as maiores, tanto na questão econômica quanto na

geração de impactos ambientais, são as minerações de cromo, calcário, pedras e

areia (CASTRO et al., 2012).

Tabela 1: Atividades minerais e aspectos relacionados ao plano de recuperação de

áreas degradadas em quatro áreas no município de Campo Formoso, Bahia.

ÁREAS/ Agregação da

mineração

Elaboração

de PRAD

Disponibilização

do PRAD

Equipe

Técnica

Profissional

Responsável

Área 1: Liga metálica

cromo. x x x x

Área 2: Construção Civil

calcário. x x x

Área 3: Construção Civil

pedras. x

Área 4: Construção Civil

areia. x

Fonte: Pesquisa do Autor- 2014

As técnicas de recuperação são essenciais para o retorno do equilíbrio

ambiental em áreas degradadas, mas geralmente essa recuperação em áreas

mineradas são complexas e necessitam de um envolvimento múltiplo entre os

empresários e seus respectivos responsáveis técnicos, poder público e a sociedade

civil. Apesar de todas as áreas estudadas terem um profissional responsável pelo

empreendimento, nota-se que apenas aquelas que possuem uma equipe técnica da

área ambiental em seu grupo profissional possuem um PRAD, áreas (1) e (2) e

mesmo com esse documento, com uma equipe técnica disponível para executá-lo e

com a fiscalização dos órgãos ambientais, nem todas as técnicas descritas no plano

são devidamente aplicadas no campo, essa dificuldade em recuperar o meio

ambiente só aumenta para as pequenas empresas áreas (3) e (4), que não possuem

profissionais especializados e muitas vezes destinam funções ambientais para

trabalhadores de outras áreas do conhecimento, dificultando a aplicação e a

efetividade das técnicas de recuperação aplicadas na região de Campo Formoso.

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A conscientização para a necessidade de recuperar o meio ambiente

degradado deve começar pelos empresários, de modo que esses disponibilizem

todos os recursos necessários para a elaboração de um plano de ação, a equipe

técnica que executará os planos e os equipamentos e máquinas que serão utilizadas

para recuperação de áreas degradadas, a partir da elaboração e execução do plano

de recuperação (BARTH,1989 apud BITAR, 1997). O poder público, através de seus

órgãos competentes devem orientar sobre os requisitos legais e as normas que

devem ser seguidas e principalmente fiscalizar esses empreendimentos de modo

que seja garantida a extração mineral com os preceitos legais e a mitigação dos

impactos ambientais negativos, a sociedade, por sua vez, deve cobrar tanto do

poder público como das empresas de mineração procedimentos claros para a

correta execução dos trabalhos e a conservação ambiental da área, prevenido dos

riscos a saúde e o bem estar que essas atividades podem gerar para as populações

afetadas de forma direta e indireta.

Para uma correta execução das técnicas de recuperação ambiental e para

que sejam cumpridas as metas e os objetivos do plano, são feitos os estudos de

impactos ambientais com o objetivo de identificar as melhores técnicas aplicáveis e

os custos gerados para o empreendedor. Para isso é fundamental o compromisso e

a compreensão do empreendedor da necessidade em se aplicar tais técnicas, bem

como elaboração de um plano de fechamento de mina que facilite as medidas

adotadas, disponibilizando recursos que garantam a adequação do local para uso

futuro do solo, reduzindo custos operacionais e cumprindo a legislação ambiental

competente. Como cita Bitar, 1997:

Os procedimentos para aplicação eficaz do plano podem ser sintetizados no estabelecimento do compromisso do empreendedor com os trabalhos de recuperação, na avaliação detalhada da área degradada, como a identificação dos processos de degradação e os impactos, na definição dos objetivos, resultados e metas da recuperação e na elaboração de um plano ou projeto de recuperação, compreendendo a escolha dos métodos e técnicas que serão empregados na recuperação, descrição dos procedimentos e medidas, manutenção, monitoramento e os recursos humanos, materiais e financeiros que serão necessários (BITAR, 1997 p.36).

Segundo a análise do PRAD disponibilizado da mineração do cromo (área 1)

o empreendimento pode ser considerado de grande porte com uma produção de

cerca de 169.000 t/anos de concentrado de cromita.

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As atividades para extração de calcário (área 2) possuem plano de

recuperação de áreas degradadas (PRAD), porém não foi disponibilizado para a

presente pesquisa, no campo foi observado que existe uma pequena equipe de

profissionais responsáveis pela área ambiental que atuam no processo e

estabelecem algumas medidas que visam à mitigação dos danos ambientais, os

principais impactos positivos gerados pelo empreendimento é a geração de

empregos diretos e aumento da arrecadação de impostos, nos negativos podemos

citar a geração de ruído no ar e vibrações no solo, emissão de material particulado,

compactação do solo e alteração na paisagem natural.

Os principais riscos ambientais observados na mineração de pedras (área3)

é o perigo de desmoronamento que podem provocar acidentes de trabalho, durante

a visita de campo foi observado que a maioria dos trabalhadores não utiliza EPIs e

poucas são as obras de contenção de encostas. Segundo Nogueira (2006) a não

utilização de EPI da forma correta é um ato inseguro e muito perigoso,

principalmente quando se expõem os olhos e as vias respiratórias aos riscos as

quais estão sujeitas e isso deve ser levado em consideração nos argumentos com

os trabalhadores para que os mesmos se conscientizem da necessidade de utilizar

os EPIs.

No local não existe uma equipe de profissionais da área ambiental, apenas

um profissional que cuida de alguns aspectos para retirada dos materiais, assim

como em boa parte das minerações de matéria prima para a construção civil do

Brasil, essa mineração é formada por pequenos empresários e trabalhadores de

baixa renda, que retiram dessa área o sustento de suas famílias, um problema

ambiental e social. Segundo Barreto (2001) apud Farias (2002) o perfil do setor de

mineração de materiais para construção civil no Brasil é composto por 95% de

pequenas e médias minerações. Estima-se que em 1992 existiam em torno de

16.528 pequenas empresas, com produção mineral de US$ 1,98 bilhões, em geral

atuando em regiões metropolitanas na extração de material para construção civil.

Os principais impactos ambientais provocados por essa atividade mineral na

área estudada são no meio físico, retirada da cobertura vegetal, reconfiguração do

solo provocando compactação e poluição visual, no meio biótico há a diminuição de

habitats intensificado pela pelo desflorestamento que afeta diretamente a flora e a

fauna local, no meio antrópico os impactos negativos estão relacionados ao risco de

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acidentes de trabalho e inspiração de poeira, os impactos positivos estão na geração

de empregos e renda para populações carentes.

As extrações de areia (área 4) são executadas por pequenas empresas e

profissionais com pouca noção de conservação ambiental, os principais impactos

ambientais observados nas visitas de campo são a nível local, área diretamente

afetada, onde se destaca o desmatamento da vegetação nativa, que além de reduzir

as espécies da flora afetam a fauna local, a formação de erosões que acabam

carreando materiais particulados até um curso d’água próximo, intensificando seu

processo de assoreamento, alteração da paisagem local e compactação do solo

pela passagem de carros pesados. Devido as grandes alterações ambientais locais

há uma necessidade para que se adotem medidas e técnicas que reduzam tais

alterações danosas no meio ambiente.

Embora a extração de areia seja necessária, ela deve ser feita de maneira a minimizar os impactos ambientais, principalmente os da paisagem. Os impactos causados ao meio ambiente pela mineração podem ser abrandados por meio da revegetação. A vegetação protege o solo dos danos causados pela exposição ao sol e às chuvas, evitando a degradação ambiental (DIAS e REIS, 2003. pag.6).

Nessas áreas de mineração de areia, formada por pequenos empresários e

sem a atuação de profissionais especializados em meio ambiente, alguns

responsáveis pelo empreendimento tem a consciência de que devem ser adotados

mais métodos que venham a conciliar a exploração mineral com a conservação do

solo, porém necessitam de mais conhecimentos e incentivos para que a extração

desses recursos não seja tão intensiva a ponto de não ser viável a diminuição dos

impactos ambientais.

4.3 MEDIDAS E TÉCNICAS ADOTADAS

4.3.1 Técnicas e medidas de recuperação ambiental aplicada

4.3.1.1 Revegetações de taludes

Das quatro áreas estudadas em três existem taludes maiores que três

metros de altura, mineração de cromo (A), calcário (B) e pedras (C) (Figura 6),

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dessas apenas uma (mineração de cromo) desenvolve técnicas de revegetação de

taludes. Dentre as diversas técnicas que poderiam ser utilizadas como, sacos de

aniagem, matas biodegradáveis, placas de gramas ou hidrossemeadura é utilizada o

plantio em covas que não são muito indicadas para esse tipo de terreno.

Figura 6: (A) taludes na mineração de cromo, (B) mineração de calcário e (C)

mineração de pedras.

Os plantios de mudas em covas em taludes são descritas pela literatura

como técnicas complementares, pois não apresentam uma boa cobertura de solo e

podem se desenvolver de forma inadequada (MARTINS, 2009), porém o técnico

responsável pela área justificou que utilizam essa técnica porque é mais econômica

e os taludes não apresentam uma inclinação muito elevada depois que são feitas a

sistematização do terreno.

A B

C

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Os taludes são áreas essenciais para aplicação de técnicas de recuperação,

esses locais normalmente estão mais sujeitos às intempéries, erosões hídricas e

eólicas que comprometem sua estabilidade, para reduzir tais efeitos em suas

estruturas, na mineração de cromo são feitas sistematizações dos taludes, que

devem possuir uma inclinação com 33° com a horizontal e nunca superior ao ângulo

de repouso do material depositado, após essa etapa de sistematização, são

colocadas e espalhadas nos taludes terras vegetais (ricas em M.O), esse processo é

fundamental, pois esses locais são compostos normalmente com materiais de

granulometria grossa (pedras). Depois de preparado o terreno para o plantio os

técnicos colocam os piquetes na maioria das vezes em forma de linha, nesses locais

são abertas as covas com as dimensões de 40x40x60 m para o plantio das mudas

produzidas no viveiro ou compradas de outros locais. Após abertura das covas é

feita a adubação composta por esterco, terra vegetal e concentrado contendo

magnésio, fósforo e silicato de cálcio.

O plantio das espécies de plantas nos taludes, assim como nas demais

áreas, geralmente ocorre nos períodos chuvosos que duram cerca de seis meses,

entre novembro e janeiro no verão e maio a julho no inverno, nesses períodos na

região ocorrem às precipitações, reduzindo os custos com recursos humanos e

materiais para irrigação das plantas, além disso, nesse período se obtêm um maior

rendimento das espécies transplantadas.

O IBAMA (1990) recomenda que para uma melhor revegetação e

estabilização, os taludes de minerações devem ser subdivididos em patamares, para

redução da velocidade de escoamento da água, as bermas devem conter uma leve

inclinação no sentido transversal sua declividade devem ter 2% no sentido

longitudinal.

4.3.1.2 Revegetações de áreas lavradas e barragens de rejeitos

A técnica foi observada na área (1), referente a mineração de cromo,

diferentemente dos processos de sistematização e revegetação de taludes, nesses

locais o processo de recuperação só ocorre após sessarem às atividades de

extração mineral, quando ocorre o chamado fechamento da mina. Nas barragens de

rejeito mais antigas onde já foram adotadas técnicas de recuperação, foi utilizado o

plantio de placas de gramas e hoje a maioria encontram-se revegetadas, esses

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locais para disposição de rejeitos foram construídos com material coluvionar e argila

proveniente do desmonte de lavras mais antigas, possuem uma altura de 8 metros e

uma largura de 12 metros. Além do plantio de gramas depois da conformação

topográfica são plantadas mudas de plantas (exóticas e nativas) em covas com

40x40x60 m, adubadas com esterco, concentrado com silicato de cálcio, fósforo e

magnésio e terra vegetal, provenientes dos solos retirados das áreas lavradas, numa

proporção de 3:2, três partes de terra vegetal para uma parte de esterco e uma de

minerais.

As revegetações de áreas lavradas são muito importantes no processo de

recuperação ambiental onde são desenvolvidas atividades de mineração, essas

atividades descaracterizam intensamente o meio ambiente e o consórcio de técnicas

de conformação topográficas com a revegetação são fundamentais para o retorno

dos processos de sucessão ecológica (AMARAL et al., 2010), assim o objetivo

principal é compatibilizar a degradação com os custos envolvidos no processo, de

forma que as revegetações venham a favorecer a sucessão natural por meio da

inclusão consorciada de espécies pioneiras, secundárias e clímax.

Para que a sucessão ecológica aconteça através da regeneração natural há

necessidade de superar barreiras como a ausência de propágulos, polinizadores e

dispersores, banco de sementes para colonização, devendo-se evitar a predação de

sementes e plântulas jovens e facilitar a atuação consorciada de simbiontes como

micorrizas e rizobactérias com as plantas (IPAM, 2010).

4.3.1.3 Armazenamento de solos e do banco de sementes

Das áreas estudadas, duas utilizam de tal técnica de recuperação, nas

minas de exploração de areia (área 4) onde esses processos estão em fase inicial e

nas minas de cromo (área 1) onde esse trabalho já é executado e ocorrem

primeiramente com a estocagem dos solos provenientes dos trabalhos de

escavações e depósitos controlados de estéril, que são posteriormente utilizados na

recuperação de áreas degradadas, principalmente nas áreas onde ocorrerem os

trabalhos de lavra. A remoção desse solo é feita progressivamente a exploração da

lavra e a retirada de matéria só é feita em locais necessários para a expansão dos

serviços minerais.

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Figura 7: Área de mineração de areia em Campo Formoso-BA.

Um importante aspecto para recuperação de um ambiente degradado a uma

condição em que seja possível o equilíbrio ecológico é proporcionar meios para que

o solo possa se desenvolver e através dele possam surgir espécies vegetais dando

início a sucessão ecológica e diversificação do ecossistema. Na mineração ocorre a

constante reconfiguração do solo, o revolvimento de suas camadas pode

comprometer o desenvolvimento de espécies vegetais, nesse sentido o

armazenamento de solo para posterior utilização é fundamental para o retorno do

equilíbrio ambiental (ALMEIDA, 2006).

O armazenamento do solo que é retirado para extração mineral para sua

posterior utilização é de grande importância na sucessão ecológica, esses solos

contém uma grande variedade de sementes, muitas vezes nativas e bem adaptadas

as condições ambientais locais que aceleram o processo de recuperação, além

disso, as camadas superiores de solo são ricas em matéria orgânica e micro-

organismos, a junção desses fatores aumenta a eficiência do processo de

recuperação. A simbiose planta + bactérias diazotróficas + fungos micorrízicos

adquire a capacidade de incorporar C e N ao solo, sendo mais indicadas para

aumentar o conteúdo de matéria orgânica de solos degradados ou mesmo de

sistemas produtivos em condições de baixa fertilidade (FRANCO et al., 2003).

Para seu correto armazenamento a céu aberto o solo deve estar livre de

contaminantes, apesar de ser uma técnica de grande importância na recuperação

ambiental na mineração, a estocagem e utilização do solo de forma inadequada

A

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podem comprometer a eficiência dessa técnica, nas áreas (1) e (4) que fazem uso

dessa técnica foi evidenciado durante a pesquisa de campo um erro muito comum

durante a estocagem do solo para recuperação. Segundo Alvarenga et al. (1998)

durante a retirada e armazenamento de solos para recuperação não se deve

misturar as camadas superficiais com as subsuperficiais, essa misturas de

horizontes dificultam a recomposição do perfil original do solo, além disso os solos

nas áreas estudadas estão expostos a fatores erosivos que comprometem a sua

eficácia.

4.3.1.4 Técnicas de viveiro e coleta da chuva de sementes

Técnicas essenciais para produção de mudas e revegetação de áreas

degradadas, esse tipo de técnica é desenvolvida nas minas de cromo (área 1) e

calcário (área 2), nas minas de cromo são cultivadas espécies exóticas e nativas, em

uma proporção de 80% de espécies nativas, um número muito bom que cumpre as

determinações legais descritas na instrução normativa n° 4 de IBAMA, sendo entre

as espécies nativas que melhor se adaptaram as modificações antrópicas no meio

foram a jurema, o Calumbi, Caneleiro e o Vilão, além dessas espécies nativas, outro

ponto positivo é que também são preparadas mudas de espécies frutíferas

essenciais para atração da avifauna e de outras espécies dispersoras como os

morcegos que se alimenta de frutos.

As espécies nativas da região que se conseguiu produzir no viveiro (área 1)

são derivadas de sementes coletadas de locais ainda conservados, esse processo

é denominado de coleta de chuva de semente e é uma técnica bastante útil na

recuperação das espécies locais. Já as espécies que só se reproduzem por mudas,

e não por sementes, são coletadas no campo e recebem tratos culturais no viveiro

antes de serem transplantadas para áreas degradadas, processo esse denominado

de transplante de plântulas.

Dentro do viveiro (área 1) o processo de produção de mudas, dependendo

da espécie pode ser mais demorado, necessitando de alguns cuidados, muitas

espécies de plantas precisam que seja feita a quebra de dormência para sua

germinação, isso é feito com uso de água morna e a temperatura depende da

espécie. Depois da quebra de dormência as sementes são depositadas em sacos

plásticos para o desenvolvimento das mudas, o solo para o desenvolvimento contém

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esterco de boi e rejeito de concentração, numa proporção de 3:2, ou seja, três partes

de terra vegetal para uma parte de adubo e outra parte com um concentrado de

fósforo, magnésio e silicato de cálcio.

Figura 8: Viveiro de mudas para recuperação ambiental na mineração de cromo, (A)

preparo das mudas e (B) preparo do solo

A germinação varia entre 8 e 21 dias, dependendo muito da espécie de

planta e da qualidade da semente, dai a necessidade para se obter boas sementes,

reduzindo custos operacionais, depois de germinada a plântula permanece no

viveiro durante um tempo que varia entre 60 a 120 dias, chegando a uma altura

média de cerca de 30 cm, durante esse período as plantas recebem cuidados como

limpeza de ervas daninhas e cuidados contra pragas e a irrigação é feita através de

aspersores do tipo orvalho.

4.3.2 Técnicas de recuperação preventivas e medidas de controle de Impactos

Visuais

4.3.2.1 Conformação topográfica e paisagística

Algumas atividades minerais desenvolvidas na região de Campo Formoso

são recentes e datam de menos de dez anos, nesse exemplo estão às atividades

desenvolvidas nas minas de pedras (área 3) e areia (área 4) para construção civil,

no entanto outras existem a mais de vinte anos, no caso das atividades nas minas

de cromo (área 1) e calcário (área 2), e suas atividades já descaracterizam bastante

as paisagens locais, por serem mais antigas, essas atividades seguiram legislações

B A

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ambientais menos exigentes. Nas minas de extração de cromo (Figura 9), por

exemplo, os procedimentos utilizados para conformação topográfica e disposição do

rejeito da época seguiram mais critérios econômicos e de segurança do que critérios

ambientais, o depósito de estéril proveniente das lavras devia ser localizado o mais

próximo possível das cavas devido ao custo de transporte desse material estéril,

como critério de segurança, a fim de evitar risco de acidentes, a distância das cavas

para os locais de disposição de rejeitos devem obedecer a um limite segurança

determinado segundo a pesquisa geológica.

Na mineração de cromo (área 1) depois de escolhido o local de disposição

do material estéril são formadas pilhas com bancadas que variam de oito metros de

altura e bermas de doze metros de largura para que o material fique bem

consolidado de modo que não ocorram riscos de deslizamentos, outro método

utilizado para fixação e coesão das bancas é a construção drenagens de águas para

evitar erosões e desprendimento de matérias.

Os principais cuidados utilizados para manutenção e estabilidade topográfica

dessas áreas são a arrumação desse material, que é realizada de forma estratégica

com a mistura de materiais grosseiros e finos evitando a formação de zonas de

escorregamento e o limite de altura máxima das pilhas e o tamanho das bancadas

projetadas para um melhor repouso do material depositado evitando a atuação dos

agentes erosivos.

Figura 9: Conformação topográfica, mineração de cromo no município de Campo

Formoso, Bahia.

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Na mineração de pedras não há procedimentos para conformação

topográfica e os locais apresentam sérios riscos de deslizamentos e

desprendimentos de materiais que podem ocasionar acidentes sérios nos

trabalhadores (Figura 10).

Figura 10: Área de mineração de pedras em Campo Formoso, Bahia.

Na área onde ocorre a mineração de areia (Figura 11) o material retirado do

solo é vendido, o único sistema de conformação topográfica verificada é à

disposição da camada superior do solo em bacas pequenas que devido as suas

características físico-químicas favorecem a sucessão ecológica, porém o material

depositado é insuficiente para recuperação total da área.

Figura 11: Área de mineração de areia em Campo Formoso, Bahia.

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4.3.2.2 Instalações de sistemas de drenagem e reutilização de águas

Na área de mineração de cromo (área 1) as águas de percolação e pluviais

bombeadas de dentro das cavas são canalizadas juntamente com as provenientes

dos drenos das pilhas de rejeito para as bacias de decantação, situadas próximas as

áreas de lavra que depois de tratadas são reutilizadas no processo reduzindo os

custos com água, nas demais áreas mineração de calcário ( área 2), pedra (área 3)

e areia (área 4), não foram visualizadas sistemas de drenagens de água durante as

visitas de campo.

Para uma melhor drenagem das águas os formatos das bancas de estéreis

(área 1) devem acompanhar o relevo e as bancadas ter uma inclinação de 2% para

dentro e um 1% ao longo dela orientando a água a seguir até os drenos e desses

para as barragens de decantação, os drenos são feitos de alvenaria e contém

pedras com diâmetro de aproximadamente 30 cm para reduzir a velocidade da água

e evitar problemas de deslizamentos de terra, desprendimento de materiais, erosões

e assoreamento de rios.

Nas atividades de minerações se exige uma grande movimentação de solo,

que precisam ser reajustadas com inclinações apropriadas para atenuar processos

erosivos, aliado a construção de sistemas de drenagem para um melhor

direcionamento da água da chuva reduzindo a erosão hídrica (ALMEIDA, 2002).

Os sistemas de drenagens e reutilização de água nas minas de cromo

podem ser considerados com medidas mitigadoras de impactos ambientais, que

garantem a estabilidade dos terrenos, asseguram melhores condições de trabalho,

evitando acidentes e reduzem os custos com água. Apesar de não ser uma técnica

de recuperação ambiental é uma medida que proporciona o controle dos intempéries

ambientais e auxilia as demais técnicas de recuperação a alcançar o seu fim.

Na área de mineração de areia (área 4) a falta de um sistema de drenagem

vem comprometendo a estabilidade do terreno, formando erosões, que nos períodos

chuvosos acabam carreando sedimentos para um corpo hídrico próximo. Segundo

Willians (1991) a recuperação nas áreas de minerações de areia só é possível com o

controle dos taludes e o direcionamento das águas através de sistemas de

drenagens, compostos de canaletas e redutores de velocidade que contornem o

empreendimento e retenham os sólidos e diminua os agentes erosivos.

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Um dos grandes problemas ambientais provocados pela mineração é o

escoamento desordenado das águas superficiais que acabam carreando grande

quantidade de resíduos sólidos das áreas de disposição de rejeitos, formando

erosões e a depender da intensidade até voçorocas, indo para em rios e corpos

d’água próximos que acabam ficando assoreados e com menor capacidade de

armazenamento. Nas áreas de mineração de areia (área 4) de Campo Formoso é

necessária a adoção de medidas mitigadoras urgente para que processos erosivos

de degradações provocados pelo escoamento desordenado de água não se

intensifiquem impactando ainda mais de forma negativa a área.

4.3.2.3 Controle de poeiras e poluentes

As minas de cromo (área 1) e calcário (área 2) utilizam as medidas

cautelares para o controle de poeira e poluentes não sendo presenciadas nas

demais áreas de estudo, tais medidas possuem caráter mitigador de impactos que

visam assegurar a saúde dos trabalhadores, portanto não possuem caráter de

recuperação das características ambientais da área, mas são de fundamental

importância para o desenvolvimento do trabalho, pois são medidas preventivas de

competência do empreendedor durante a etapa de operação dos serviços.

Na extração de areia são expelidos muitos materiais particulados que podem

vir a prejudicar a saúde dos trabalhadores, nessa área de estudo não foram

visualizadas medidas que venham a reduzir o desprendimento de pó de solo durante

a extração mineral, sendo fundamental que o empreendedor disponibilize

equipamentos de proteção individual aos seus funcionários e faça o umedecimento

da área, tal iniciativa aumentará os custos de produção, porém reduzirá a

probabilidade dos trabalhadores obterem doenças respiratórias.

Nas áreas (1) e (2) os impactos na atmosfera tem como consequência a

geração de poeiras dos serviços de lavra, trânsito de veículos e os gases através do

funcionamento de máquinas e equipamentos, como medida de controle contra

poeira e pó são utilizados equipamentos de proteção individual (EPI) e são feitas

manutenções nas estradas motoniveladoras e umedecimento com aspersão de água

através de carros pipas. A resolução CONAMA 03 de 1990 estabelece os padrões

de qualidade do ar para cada tipo de atividade, na mineração esse controle de

poluentes é parte condicionante pra obtenção da licença ambiental, pois essas

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atividades costumam emitir grandes volumes de particulados na atmosfera afetando

o sistema respiratório dos trabalhadores, que deveriam fazer o uso de equipamentos

proteção individual, no entanto o uso desses equipamentos muitas vezes é omitido

por esses trabalhadores que acabam ficando expostos aos riscos.

4.3.2.4 Controle de detonações e explosivos

Nas minas estudadas duas dispõem de mecanismos de exploração

utilizando de explosivos, as minas cromo (área 1) e de calcário (área 2), para

garantir que esses ruídos e vibrações não venham a comprometer a estabilidade do

terreno e o risco de acidentes provocados de desprendimento de materiais é

desenvolvido os planos de controle de cargas de explosivos. Em áreas de mineração

muitos são os ruídos, vibrações e estrondos provocados pelos diversos

equipamentos e em alguns casos explosivos utilizados na extração mineral (IBAMA,

2001).

As detonações de explosivos para extração mineral podem provocar uma

grande instabilidade nos taludes e nas áreas de lavra, podem provocar potenciais

riscos de acidentes mecânicos, nesse sentido as detonações (área 1) são feitas em

horários pré-determinados de modo que os funcionários fiquem livres de acidentes e

também antes das detonações são feitos estudos de controle de carga para evitar

que sejam utilizadas de forma exagerada e provoquem acidentes.

4.3.2.5 Plantio de Eucaliptos

Dentre as áreas estudadas em Campo Formoso, apenas uma (mineração de

areia) não utiliza do plantio eucalipto como medida de revegetação (Figura 11 a e b).

O uso de eucalipto (Eucalyptus ssp.) nos processos de revegetação de áreas

degradadas pela mineração, apesar de não ser proibido pela legislação não é a

melhor alternativa para o estabelecimento da sucessão ecológica, além do mais a

legislação ambiental brasileira através do artigo 6º da norma regulamentadora n° 4

de 2011, estabelecida pelo IBAMA, determina que seja preferível sempre à utilização

de espécies nativas e que favoreçam o processo de sucessão ecológica do local,

sendo o eucalipto uma espécie exótica, originária da Austrália e inibe a sucessão

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ecológica, permitindo só o crescimento de espécies que não lhe ofereçam

competição.

O uso de eucaliptos na mineração se justifica por essas espécies possuírem

um rápido crescimento se comparada a espécies nativas, possui uma copa em que

seus galhos se concentram em sua parte superior, reduzem os ruídos gerados por

máquinas e motores, é uma espécie pouco exigente e quase que não pegam pragas

tornando-se muito boa para redução de custos operacionais, como poda, adubações

e controle de insetos. O gênero arbóreo do eucalipto (Eucalyptus ssp.), porém

possui grande capacidade de adaptação a diversos tipos de climas e solos, suas

mudas são resistentes e apresentam um crescimento rápido (ALMEIDA, 2002).

Além de reduzir custos operacionais o eucalipto proporciona uma

diminuição do impacto visual, em minerações desenvolvidas em serras, por

exemplo, os eucaliptos são plantados nas laterais das cavas (Figura 12), formando

uma espécie de cinturão verde que reduzem significativamente o tamanho da cava

para quem vê de longe.

Figura 12: Plantio de eucalipto em regiões de mineração de Campo Formoso-BA. A

mineração de pedras; B mineração de cromo.

B

A

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4.3.2.6 Reabilitação de cavas antigas

Na mineração de cromo a maioria das cavas são utilizadas para captar água

(Figura 13) para serem bombeadas e levadas até o beneficiamento do minério, que

necessita de grande quantidade desse recurso. Essas barragens diminuem os

custos com água e por serem próximas reduzem também os custos com energia,

sendo fundamentais no processo de produção mineral, as cavas mais antigas e

distantes das máquinas de beneficiamento, foram cedidas para empresas que

distribuem água para o uso das comunidades próximas e também para

dessedentação de animais.

Figura 13: Barragem provenientes da mineração em Campo Formoso-BA.

Nas cavas o processo de recuperação é parcial, só é possível em cavas onde

os taludes apresentam solo friável, materiais estéril, ou rejeito do beneficiamento,

sendo possível a vegetação, nos demais locais são aproveitados como reservatórios

de água, como a área foi aproveitada para outro fim diferente do original visando a

estabilidade ambiental, dizemos que nesses locais ocorre a reabilitação. Que

segundo a Companhia Vale do Rio Doce é entendida como a busca de uma

condição ambiental estável, a ser obtida em conformidade com os valores estéticos

e sociais da circunvizinhança (BRASIL MINERAL, 2004).

As cavas são reservatórios de água que na região tem duas utilidades,

podem servir para a empresa, ou podem servir como barragem para a sociedade

nos momentos de seca.

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4.4 RELAÇÕES DOS TIPOS DE TÉCNICAS APLICADAS NAS ÁREAS DE ESTUDO

Os resultados da pesquisa demonstram que a maioria das técnicas de

recuperação de áreas degradadas pela mineração na região de Campo Formoso

derivam de dois aspectos chaves, entre esses aspectos estão à aplicação de

técnicas para redução do impacto visual e prevenção contra riscos de acidentes e

técnicas com reduzidos custos de produção e operação (Tabela 2).

Tabela 2: Classificação dos tipos de técnicas de recuperação de áreas degradadas

pela mineração na região de Campo Formoso, BA.

Técnicas de RAD

Técnicas de

Recuperação

Ambiental

Técnicas de recuperação

Preventivas e Controle de

Impacto Visual

Revegetações de taludes 1

Revegetações de áreas lavradas e

barragens de rejeitos 2

Armazenamento de solos e do

banco de sementes 1

Técnicas de viveiro e coleta da

chuva de sementes 2

Conformação topográfica e

paisagística 2

Instalações de sistemas de

drenagem e reutilização de águas 2

Controle de poeiras e poluentes 2

Controle de detonações e

explosivos 2

Plantio de Eucaliptos 3

Reabilitação de cavas antigas 1

Total 6 12

Fonte: Pesquisa do autor-2014

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Verificou-se através da pesquisa que as técnicas que visam à diminuição do

impacto visual, prevenção a acidentes e redução de gastos com produção, são duas

vezes maiores que aquelas destinadas à manutenção do equilíbrio ambiental

favorecendo a sucessão ecológica.

O melhor exemplo da aplicação e efetividade dessas técnicas de diminuição

do impacto visual é o plantio de eucaliptos em linha formando um cinturão verde,

que esconde de observadores distantes, as cavas e taludes provocadas pela

mineração (Figuras 14 e 15 a, b e c). Outra atenuação do impacto visual é o plantio

aleatório de espécies arbóreas que além de providenciar sombra para trabalhadores

reduzem o efeito degradador do empreendimento pelo verde das plantas.

Figura 14: Plantio de eucalipto para redução do impacto visual de área de mineração

em Campo Formoso-BA.

Figura 15: Plantio de eucalipto em Campo Formoso-BA. A Plantio em linha; B plantio

adensado próximo as lavras; C plantio próximo as barragens de rejeito.

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Outras técnicas de recuperação que melhoram as condições paisagísticas e

também proporcionam a diminuição dos riscos de acidentes de trabalho, são as

técnicas de remodelamento topográfico que consistem em terraplanagens para uma

melhor estabilização do terreno e a construção de sistemas de drenagens, um bom

sistema de drenagem evita o desprendimento de solos e pedras, canalizando a água

e evitando a formação de erosões e voçorocas que proporcionam um impacto visual

significativo.

Dentre as áreas estudadas a que apresentou uma maior variedade de

técnicas foi à área de mineração de cromo (área 1), que ainda apresenta algumas

técnicas que visam o estabelecimento da sucessão ecológica e recuperação

ambiental, nas outras áreas (mineração de pedras, areia e calcário) as técnicas

basicamente consistem em redução do impacto visual e instalação de medidas

preventivas, podendo suas técnicas de drenagens de água, remodelamento

topográfico e vegetações serem consideradas insatisfatórias (Figuras 16, 17, 18, 19)

pois não conseguiram cumprir suas funções, sendo visualizado nesses locais inícios

de erosões e remodelamento topográficos ineficientes que apresentam riscos de

deslizamentos.

A B

C

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Figura 16: Conformação topográfica ineficiente, Talude com sinais de deslizamentos

e desprendimento de pedras em área de mineração em Campo Formoso-BA.

Figura 17: Conformação topográfica ineficiente, em Campo Formoso-BA. Talude de

corte mineração de pedras.

Figura 18: Talude de corte mineração de pedras com sinais de desmoronamento.

A

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Figura 19: (A) Sistema de drenagem de água ineficiente mineração de areia; (B)

formação de erosões, e risco de assoreamento de rios.

4.5 TEMPO DE APLICAÇÃO DAS TÉCNICAS

Quanto à temporalidade as medidas e técnicas desenvolvidas podem ser

divididas em três períodos, aquelas que ocorrem durante o processo de lavra e

extração mineral, que têm a finalidade de diminuir e estabilizar os agentes

causadores de impactos e degradação; as que só são executadas após o

fechamento da mina com a finalidade de recuperar e reabilitar as áreas degradadas

para um uso futuro e as técnicas que são executadas em ambos os períodos

durante e após as atividades de lavra.

A B

B

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Tabela 3: Temporalidade das técnicas aplicadas para recuperação de áreas

degradadas pela mineração na região de Campo Formoso

Técnicas de RAD

Aplicadas durante a

atividade mineral

Aplicadas após as

atividades minerais

Revegetações de taludes 2 1

Revegetações de áreas lavradas

e barragens de rejeitos 1 1

Armazenamento de solos e

do banco de sementes 2

Técnicas de viveiro e coleta da

chuva de sementes 1

Conformação topográfica

e paisagística 1

Instalações de sistemas de

drenagem e reutilização de águas 1

Controle de poeiras e poluentes 1

Controle de detonações e explosivos 1

Plantio de Eucaliptos 3 1

Reabilitação de cavas antigas 1 1

Total 14 4

Fonte: Pesquisa do autor-2014

O reduzido número de mediadas empregadas pós-processo de mineração

demonstra a falta de projetos que visam à recuperação quando cessado a extração

mineral, a aplicação de técnicas após os processos de exploração mineral foram

bem menores que as demais e normalmente só acontecem quando as empresas

possuem projetos que destinam verbas para tal sentido. Esses projetos são

comumente chamados de planos de fechamento de mina e são de grande

importância porque garantem que haverá recursos financeiros suficientes para

reduzir os impactos ambientais e tornar a área viável para um novo uso.

Depois de cessadas as atividades minerais, mesmo em áreas que sofreram

modificações permanentes, novas formas de uso da área devem ser viáveis (IBRAM,

2013).

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O plano de fechamento de minas hoje é um fator condicionante para

obtenção de licenças ambientais e vem sendo adicionados aos planos de

recuperação das empresas, mesmo tendo essa obrigação alguns empreendimentos

ainda não possuem planos de fechamento e mina, ou possuem no papel, o que

torna mais difícil a garantia de recuperação dessas áreas após os processos de

mineração, além disso, existe a problemática com minas e cavas antigas que depois

de cessadas as atividades continuam degradadas porque quando estavam em

execução não existia a obrigatoriedade, nem a preocupação em se elaborar o plano

de fechamento de mina.

4.6 CUSTOS MÉDIOS DAS TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DESCRITAS NOS PRADs

Outro ponto crucial para adoção de técnicas e medidas de recuperação das

áreas de mineração na região de Campo Formoso está no custo operacional e

financeiro de cada técnica, sendo preferíveis aquelas que sejam mais econômicas e

que necessitem de menos manutenções. A tabela 4 mostra os custos das técnicas

utilizadas para revegetação de 01 hectare de área degradada na mineração de

cromo. A aplicação dessa técnica visa cumprir um dos requisitos estabelecidos pelos

órgãos ambientais para obtenção das licenças ambientais e é parte integrante e

condicionantes do processo licenciatório.

Tabela 4: Custo para cultivo de 01 hectare de área revegetada com gramíneas,

leguminosas, arbustos e árvores.

Custo de Técnicas

de RAD por hectare

Insumos Preparo de

solo

Plantio Tratos

culturais

Total

Revegetação de

gramíneas e

leguminosas 9.780,00 1.068,00 1.068,00 2.705,60 14.621,60

Revegetação de

arbustos e

árvores 2.032,50 1.851,20 287,10 4.841,60 8.725,30

Fonte: Plano de Recuperação de áreas degradadas, mineração de cromo-2000.

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Verificou-se que um dos fatores mais significativos para adoção de técnicas

de recuperação é custo total de sua aplicação, a necessidade de mão de obra, os

equipamentos, insumos e o monitoramento que cada técnica representa são

questões fundamentais e mais determinantes para as empresas de minerações do

que a eficiência de suas aplicações. Nas áreas estudadas verificou-se que o plantio

direto de mudas de arbustos e gramíneas em taludes é preferível ao uso da

hidrossemeadura que é bem mais cara, porém mais eficiente e rápida nesses locais.

A competição entre os mercados exige das mineradoras uma extração

mineral ao menor custo possível e as técnicas de recuperação fazem parte das

despesas ambientais e também são consideradas e analisadas, segundo Carvalho

(2008, p.140) “as despesas ambientais são todos os gastos efetuados pela empresa,

que tenham relação com o meio ambiente, ocorridos no período, e que não estejam

diretamente relacionados com a atividade produtiva da entidade”.

O somatório das despesas em revegetação em áreas degradadas na

mineração de cromo (área 1), indica um valor total de R$ 23.346,90 por hectare

recuperado (taludes, barragens de rejeito e áreas lavradas), esse valor não é muito

elevado quando se trata de grandes empresas mineradoras (áreas 1 e 2), porém

para as mineradoras das áreas (3 e 4) são considerados altos para o tamanho do

empreendimento, tornando-se inviável a sua execução.

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5 CONCLUSÃO

Apesar de ser uma atividade de significativo impacto ambiental a mineração

ocasiona impactos em escala local mais difícil de recuperarão, porém podem ser

mitigados e com o tempo tornarem-se recuperados, sendo o principal problema que

após o fechamento da lavra as mineradoras não tentam, nem se interessam de

recuperar totalmente a área, pois a maioria dos empreendedores não enxergam que

a recuperação é uma obrigação legal, eles visualizam que recuperação gera custos

que diminuem os seus lucros. Neste sentido, é preferível para as mineradoras o

abandono da área, após mineração ou uso da reabilitação, que na maioria dos

casos consistem apenas na liberação das cavas que em épocas chuvas enchem e

são utilizadas com barragem pela comunidade local.

Com estudo das áreas de minerações na região de Campo Formoso

evidenciou-se que as técnicas de redução de impactos visuais prevalecem sobre as

de recuperação e estabelecimento da sucessão ecológica, porque tiram o olhar da

comunidade para o empreendimento, diminuindo as denúncias aos órgãos

ambientais.

O fator econômico reduz a aplicação de uma maior variedade de técnicas de

recuperação, onde apenas grandes mineradoras áreas (1) e (2), que necessitam de

licenças e passam por fiscalizações de órgãos ambientais mais frequentes, fazem

um maior uso de técnicas de recuperação, uma vez que a aplicação dessas exigem

mais recursos financeiros e humanos, essa relação de número de funcionários da

área ambiental no empreendimento com a variedade de técnicas implantadas na

mineração, foi confirmada pela pesquisa que demonstrou que existe uma maior

variedade de técnicas nas áreas que dispõem de um maior número de profissionais

especializados. Nas pequenas mineradoras áreas (3) e (4) que não dispõem desses

recursos, trabalhadores de outras áreas é quem recebem a tarefa de aplicar as

técnicas de recuperação, prejudicando assim todo o processo, pois a solução para

essas pequenas empresas seria o estudo do local e a utilização de técnicas mais

simples que estimulem a recuperação natural através do poder de resiliência, como

a conservação de fragmentos florestais próximos, o armazenamento do banco de

solo, construção de poleiros artificiais com uso de materiais baratos, a construção de

valetas e canaletas para condução da água e redução da erosão.

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Por fim, vale destacar que os custos financeiros e operacionais com uso de

técnicas ambientais devem ser considerados como parte integrante do processo

produtivo e são fundamentais para o desenvolvimento sustentável que equilibra o

crescimento econômico e social com a conservação ambiental.

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ANEXOS

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APÊNDICE (A): FICHA DE COLETA DADOS

1 Ocupação atual das áreas degradadas e das circunvizinhas

2 Processos de degradação e impactos ambientais observados

3 Impactos e indicadores

4 Medidas mitigadoras adotadas

5 Medidas de monitoramento

6 Métodos e equipamentos empregados

7 Medidas de recuperação e indicadores de desempenho

7.1 Nas frentes de lavra

7.2 Nos depósitos de rejeito

7.3 Nos depósitos de estéreis

7.4 Nas áreas de infra-estruturas

8 Estimativa de custos de recuperação

APÊNDICE (B) FICHA DE ENTREVISTAS

Nome:

Cargo:

1 Qual a atribuição/função da sua instituição na recuperação de áreas degradadas

por mineração? Qual a base legal/missão?

2 Como vê a efetividade dessa atribuição/função nos últimos anos?

3 Poderia citar ações bem sucedidas executadas pela empresa que você trabalha e

as mal sucedidas?

4 O que seria necessário fazer para aprimorar o desempenho da sua instituição no

tema?

5 Sob o ponto de vista tecnológico, poderia citar minerações que implementaram

boas medidas de recuperação? Que tipo?

6 Poderia citar exemplos importantes de antigas áreas de mineração que a

atualmente encontram-se reabilitadas/recuperadas ou ocupadas por outros usos do

solo?

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7 O que você acha sobre a necessidade de aplicar técnicas de recuperação em áreas

de mineração?

8 Observações:

APÊNDICE (C) ANÁLISE DOS DADOS CONSTANTES NOS PRADS DISPONIBILIZADOS

1 Data de elaboração

2 Impactos ambientais identificados/previstos

3 Recuperação prevista

4 Métodos e técnicas

5 Medidas e uso pos mineração

6 Compatibilidade com uso do solo circunvizinho

7 Área total a ser recuperada

8 Prazo e cronograma

9 Custos estimados

10 Observações

11 EIA/RIMA

12 Licenciamento ambiental (órgão)

13 Licenciamento mineral (órgão)

14 Adequação ao plano diretor de mineração

15 Adequação a legislação, municipal, estadual, federal

16 Unidade de conservação