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0 FACULDADE DO MÉDIO PARNAÍBA ESPECIALIZAÇÃO EM FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA A VALORIZAÇÃO DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA NO ENSINO FUNDAMENTAL NA VISÃO DE PAULO FREIRE CAXIAS-MA 2010

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FACULDADE DO MÉDIO PARNAÍBA ESPECIALIZAÇÃO EM FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA

A VALORIZAÇÃO DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA NO ENSINO FUNDAMENTAL NA VISÃO DE PAULO FREIRE

CAXIAS-MA 2010

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MILENE FERNANDES DA SILVA PEREIRA

A VALORIZAÇÃO DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA NO ENSINO FUNDAMENTAL NA VISÃO DE PAULO FREIRE

Artigo apresentado como requisito para obtenção do

Certificado de Conclusão do Curso Especialização em

Filosofia Contemporânea pela Faculdade do Médio

Parnaíba – Campus Caxias-Ma.

Orientadora: Profª Francisca Jelma da Cruz Sousa.

CAXIAS-MA

2010

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SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................... 03

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................03

2 DESENVOLVIMENTO ...........................................................................................05

2.1 Reflexões sobre a educação................................................................................09

2.2 Quem é o Educador para Paulo Freire................................................................14

2.3 Ensinar para Freire..............................................................................................15

2.4 Quem são os educandos para Paulo Freire .........................................................17

2.5 Reflexões sobre a Filosofia da Educação ...........................................................19

3 CONCLUSÃO..........................................................................................................22

REFERÊNCIAS ..........................................................................................................23

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A VALORIZAÇÃO DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA NO ENSINO

FUNDAMENTAL NA VISÃO DE PAULO FREIRE1

PEREIRA, Milene Fernandes da Silva2

RESUMO: O presente trabalho teve como objeto de investigação a importância da filosofia contemporânea no ensino fundamental baseando no método e suas praticas educativas de Paulo Freire. Teve-se como pressuposto fundamental para discorrer o assunto em pauta o método de educação de Paulo Freire, método este que tem como visão primordial a educação de no ensino fundamental, onde neste método o autor expõe a essencialidade do componente estético da formação do educador e educando. O presente trabalho surgiu da preocupação a partir do meu interesse pela filosofia voltada para o ensino fundamental, Onde se percebeu que alguns alunos não gostam de filosofia por não ter o verdadeiro conhecimento filosófico e não sebe ler e dialogar, a falta de aproximação entre professor e educando, que é de extrema importância na vida do aluno. Para alcançar o objetivo proposto utilizou-se para realização deste estudo a pesquisa bibliográfica através de leituras em livros e periódicos especializados. O presente trabalho encontra-se estruturado da seguinte forma: inicialmente descreveu-se aos saberes necessários á praticas educativas de Paulo Freire; em seguida delineou-se as fases de aplicação do método, pressupostos do método, por último teceu-se as considerações finais sobre o trabalho. Palavras - Chave: A Valorização; Filosofia; Paulo Freire; Educador; Ensino Fundamental.

1 INTRODUÇÃO

Percebemos hoje certa desvalorização da Filosofia que é vista, muitas vezes, como

um saber que não apresenta resultados imediatos, logo, não tem utilidade para a sociedade,

que reivindica para si, conhecimentos científicos que possam trazer benefícios práticos para a

vida.

Mas ela se faz necessária para todos, pois no mundo globalizado de hoje, o homem

não pára mais para refletir sobre sua condição humana, já que seus esforços estão voltados à

busca incessante pela tecnologia e isso vem fazendo com que ele se subordine cada vez mais à

máquina onde “... de criador o homem passou a ser criatura de sua criação (...)” (Maia, 1998),

___________________________ 1Artigo Científico Apresentado ao Curso de Pós Graduação em Filosofia Contemporânea como Pré Requisito Necessário para Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), sob Orientação da Professora Especialista Jelma da Cruz Sousa. 2 Estudante do Curso de Pós Graduação em Filosofia Contemporânea , da Faculdade do Médio Parnaíba – FAMEP, Caxias – MA.

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perdendo desta forma o seu humanismo, sem pensarmos com isso em uma relação

maniqueísta entre o homem e a tecnologia.

É mister então, o retorno da atitude filosófica, que é caracterizada pela indagação,

principalmente nos problemas que concernem à educação, visto que a mesma, vem sofrendo

muitas transformações no decorrer do período histórico, que estão sendo acompanhadas de

forma crítica por alguns educadores mas que necessitam da atenção de todos os demais, pois

precisamos entender a escola que tínhamos e temos para saber então, a que queremos e lutar

para que a mesma seja efetivada (MORAES; MONTEIRO, 2002).

Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo analisar a importância da

valorização da Filosofia Contemporânea no Ensino Fundamental, apoiada nas práticas

metodológicas de Paulo Freire. Práticas educativas que têm uma visão primordial fazer com

que o aluno tenha um conhecimento filosófico amplo, que venha servir de subsídios nas suas

questões que vivenciam ou que venha a vivenciar no futuro. Favorecendo seus

desenvolvimentos e idéias próprias conceito, éticos, direito deveres, e acima de tudo seu

próprio valor. Para alcançar o objetivo proposto utilizou-se a pesquisa de revisão bibliográfica

co abordagem de natureza qualitativa.

Entendemos, portanto, que seja indispensável que aos alunos do ensino fundamental

seja ofertado uma boa disciplina de Filosofia, para que eles possam atuar posteriormente, de

forma mais crítica, numa realidade educacional complexa e que muitas vezes escamoteia suas

finalidades. É essencial que estes professores em potencial se mantenham em vigilância

crítica diante da realidade. E esta vigilância crítica é propiciada pelo estudo da Filosofia que é

ministrada pelos professores de Filosofia da Educação devendo estes, portanto, guiarem seus

alunos à construção de suas consciências filosóficas para que desta forma, eles possam atuar

na realidade educacional como mais que professores, na verdade, como educadores.

Dados esses procedimentos como razões suficientes para justificar o presente estudo

bem como o objetivo geral da pesquisa trata-se de valorizar a filosofia contemporânea e

propiciar ao aluno do ensino fundamental obter uma visão filosófica ampla, especificamente

atingir com essa pesquisa é o despertar ao aluno o gosto pela filosofia contemporânea

adquirindo novos conhecimentos e compreender a filosofia em sala de aula, buscando

respostas científicas para os problemas mencionados.

O professor tem que estar ciente de suas atitudes que podem influenciar

profundamente na vida do aluno positivo ou negativamente, e entender, em certas ocasiões,

pontos falhos do aluno tem que ajudá-lo, com humildade e tolerância proporcionando o

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dialogo entre ambos amando todos de maneira iguais, essa postura ética é essencial para o

professor que é chamada de ética universal do ser humano, o homem e a mulher para o autor

são os únicos seres capazes de com alegria e esperança de suas mudanças, pois ao ensinar se

aprende e aprendendo se ensina.

2 Desenvolvimento

Define-se o Período Contemporâneo da Filosofia como aquele em que se consuma a

superação do positivismo, entendido globalmente como a crença no desaparecimento dos

problemas que sustentaram a meditação filosófica através dos tempos, graças ao progresso das

ciências. Apenas para explicitar o que tenho em mira, tal superação está consumada na

Alemanha na altura da Primeira Guerra Mundial, quando há de novo uma corrente filosófica

dominante, o neokantismo, principal marco referencial da Filosofia contemporânea naquele

país (PAIM, 2007).

Partindo deste pressuposto, qual seria o objetivo principal da filosofia contemporânea

no ensino fundamental? Nada mais natural, portanto, que substituir a preocupação central com

os conteúdos por uma identificação das competências que, se imagina, e as quais terão as

necessidade de adquirir em seu processo de ensino fundamental, priorizando as experiências

sociais de cada aluno. É nesse sentido que o conhecimento da filosofia mera alcançar e

aprimorar uma visão critica do aluno em um objetivo em si mesmo, mas que passa a ser

compreendido como um instrumento para a compreensão do mundo.

O que levou a fazer esta pesquisa foi o interesse pelas novas práticas filosóficas

educativas, que basta mudar a forma de condução das aulas no sentido de priorizar as

necessidade do aluno e discutir e analisar suas questões, almejando uma mudança cultural,

social e política do educando, pois estamos vivendo em uma época em que a sociedade sofre

grandes transformações rápidas, no qual, as pessoas são capazes de alcançar e muitas vezes

imprevisíveis, em todos os setores, classe sociais e culturais da vida humana. Pois, faz se

necessário dizer que a filosofia é extremamente necessária na construção da aprendizagem

do aluno e obter um conhecimento seguro.

E nos levam aos questionamentos que levará a avaliar nossas formas de vida, e que se

forem, de fato, as melhores escolhas para nós, elas serão mantidas tal e qual se apresentam,

não teríamos o que temer. “Se considerássemos também que, caso descubramos que nossas

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formas de vida não são as melhores escolhas, teríamos a possibilidade de modificá-las,

tornando nossas vidas melhores, pensar por si mesma”, capaz de refletir sobre seu processo

social e de buscar caminhos para construir novas formas de vida.

O principal objetivo da filosofia é promover a sociedade para que as pessoas possam

viver melhor, nos apontando os caminhos de multiplicidade de maneiras de pensar e nos

levando aos conceitos de formas de acontecimento na ação da criação. Consiste em

reaprender a ver o mundo, e nos possibilita levantar soluções, proporcionando um olhar

vivenciado de forma critica, atuante decisivo em todas as ações, planejamento projeto e

concepções da vida prática.

A realidade do educando no sentido de compreender as diferenças culturais e as

distâncias lingüísticas existentes na escola para que o educador possa planejar e executar o

curso, selecionar os objetivos educacionais, os métodos de ensino e a própria avaliação do

processo ensino-aprendizagem. A realidade que o aluno conhece e vive não é somente aquela

empiricamente apreendida; é também, a realidade sonhada, a das idéias, das crenças, das

emoções, das aspirações, das fantasias, dos desejos (FREIRE, 1979).

O docente quando tenta conhecer a realidade do aluno costuma dar mais importância

aos aspectos empíricos que constituem uma parte desta realidade, e impõe a ela um

significado diferente do que o aluno lhe atribui. Desconhece as dimensões simbólicas da

realidade, sem o quê é impossível ter acesso ao mundo do educando e visão sobre ele. Para

Freire, a comunicação não é apenas fundamental nas relações humanas, mas a inter-relação de

seus elementos básicos permite certa autonomia ao processo educativo. O esquema

comunicativo básico na relação educador - educando deve ser uma relação social igualitária e

dialogal, que produza conhecimento (LIMA, 1996, p.621).

A pedagogia da autonomia nos revela a essência do grandioso educador cujo

objetivo voltado para a construção da formação do professor e suas relações com o educando,

suas reflexões criticas do processo de busca educativas, sem duvidas foi uma das maiores

inspirações de Freire que introduz essa obra esclarecendo suas razões para analisar as praticas

pedagógicas dos professores em relação á autonomia de ser e de saber do educando,

priorizando as necessidades e as praticas educativas, e o conhecimento que o aluno traz para

a sala de aula.

Segundo Freire (1996), enfatizar que o pensamento do professor não é superior e

nem mais inteligente, porque pode dominar o conhecimento que o aluno ainda não domina,

mas o aluno participa da mesma forma do processo da construção da aprendizagem.

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O educador tem que amar o que faz e a sua profissão e saber amar, e acima de tudo

querer bem os educando dedicar-se doar-se e trocar experiências gostar de aprender incentivar

a aprendizagem sentindo prazer em ver seu aluno descobrindo os conhecimentos, nunca

descartar as possibilidades a respeito dos saberes do educando como falsa separação radical

entre seriedade do professor e a afetividade do aluno, com muita responsabilidade e ética,

competente segurança e generoso, não rejeitar qualquer discriminação entre raça classe e meio

social cultural e econômico (FREIRE, 1996).

Em fim precisando estar sempre disposto para ouvir e dialogar fazendo momento de

liberdades para seus alunos possa debater e compreender suas aulas, percebendo os

problemas educativos da sociedade, e seus principais pontos cardeais a rigorosidade

metódica, a pesquisa, a ética e estética o melhor a competência profissional, o respeito pelos

saberes do educando e o reconhecimento de suas identidades social e cultural.

O professor tem que estar ciente de suas atitudes pode influenciar profundamente na

vida do aluno positivo ou negativamente, e entender, em certas ocasiões, pontos falhos do

aluno tem que ajudá-lo, com humildade e tolerância proporcionando o diálogo entre ambos

amando todos de maneira iguais, essa postura ética é essencial para o professor que é

chamada de ética universal do ser humano, o homem e a mulher para o autor são os únicos

seres capazes de com alegria e esperança de suas mudanças, pois ao ensinar se aprende e

aprendendo se ensina.

O educador tem que amar o que faz e a sua profissão e saber amar, e acima de tudo

querer bem os educando dedicar-se doar-se e trocar experiências gostar de aprender incentivar

a aprendizagem sentindo prazer em ver seu aluno descobrindo os conhecimentos, nunca

descartar as possibilidades a respeito dos saberes do educando como falsa separação radical

entre seriedade do professor e a afetividade do aluno, com muita responsabilidade e ética,

competente segurança e generoso, não rejeitar qualquer discriminação entre raça classe e meio

social cultural e econômico (FREIRE, 1979).

Em fim precisando estar sempre disposto para ouvir e dialogar fazendo momento de

liberdades para seus alunos possa debater e compreender suas aulas, percebendo os

problemas educativos da sociedade, e seus principais pontos cardeais a rigorosidade

metódica, a pesquisa, a ética e estética o melhor a competência profissional, o respeito pelos

saberes do educando e o reconhecimento de suas identidades social e cultural.

O professor tem que estar ciente de suas atitudes pode influenciar profundamente na

vida do aluno positivo ou negativamente, e entender, em certas ocasiões, pontos falhos do

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aluno tem que ajudá-lo, com humildade e tolerância proporcionando o dialogo entre ambos

amando todos de maneira igual, essa postura ética é essencial para o professor que é

chamada de ética universal do ser humano, o homem e a mulher para o autor são os únicos

seres capazes de com alegria e esperança de suas mudanças, pois ao ensinar se aprende e

aprendendo se ensina.

O método proposto por Paulo Freire sugere e estimula a inserção do adulto iletrado no

seu contexto social e político, na sua realidade, promovendo o despertar para a cidadania

plena e transformação social (FREIRE, 1982).

Este método consiste de três momentos dialéticos e interdisciplinarmente entrelaçados:

a) A investigação - temática pela qual aluno e professor buscam, no universo vocabular do

aluno

b) A tematização - momento da tomada de consciência do mundo, através da análise dos

significados sociais dos temas e palavra; e da sociedade onde ele vive as palavras e temas

centrais de sua biografia;

c) A problematização – etapa na qual eles buscam superar uma primeira visão mágica por uma

visão crítica, partindo para a transformação do contexto vivido.

Pressupostos do método no processo de Estudo da Realidade (fala do educando) e a

Organização dos Dados (fala do educador). Surgem os temas geradores, extraídos da

problematização e da prática de vida dos educandos. Os conteúdos de ensino são resultados de

uma metodologia dialógica. Por isso cada pessoa, cada grupo envolvido na ação pedagógica

dispõe em si próprio, ainda que de forma rudimentar, dos conteúdos necessários dos quais

partes.

Partindo deste pressuposto Barreto (1998, p. 4) descreve que:

[...] o importante não é transmitir conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma de relação com a experiência vivida, por isto a transmissão de conteúdos estruturados fora do contexto social do educando é considerada “invasão cultural” ou “depósito de informações”, ou seja, não emergiu do saber popular. Portanto, antes de qualquer coisa, é preciso conhecer o aluno enquanto individuo inserido num contexto social de onde deverá sair o conteúdo a ser trabalhado.

Faz-se necessário dizer que é de extrema importância que o educador seja um autor

construtor, facilitador, e formadores de conteúdos em um processo de construção de

conhecimentos e aprendizagem criando as possibilidades em troca de ensinamentos, sendo

conhecedor de suas necessidades de acordo com suas realidades de sua vida social cultural e

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política sem quaisquer formas de discriminação aceitando os riscos e desafios inovando, com

muita ética e responsabilidade, e o mais importante amar o que faz e conhecer o educando

partindo desta afirmação podemos trabalhar o conteúdo que nos almejamos como

educadores.

2.1 Reflexões sobre a Educação

Para Paulo Freire é preciso considerar a realidade social que está pautada na trama das

relações e das correlações de forças que formam a totalidade social. É preciso perceber as

particularidades na totalidade, porque nenhum fato ou fenômeno se justifica por si mesmo,

isolado do contexto social onde é gerado e se desenvolve.

O homem e a mulher como seres sociais são capazes de agir, de representar sua ação e

expressá-la de modo objetivado. No momento de criar e recriar a realidade procuram

representá-la. No entanto, o discurso que os homens e mulheres fazem da sua situação

concreta é conflituoso, visto que o lugar que ocupam na sociedade também o é. Seus discursos

são submetidos a pressões particulares de interesses de classes sociais. Dessa forma, as

representações ideológicas são determinadas pelas estruturas das relações sociais.

É a unidade dialética que gera um atuar e um pensar críticos sobre a realidade para

transformá-la. A consciência crítica é anárquica. Não poderá conduzir à desordem. Entretanto,

não é a conscientização que pode levar o povo a “fanatismos destrutivos”. Pelo contrário,

somente a conscientização poderá inseri-lo no processo histórico, como sujeito, evitando os

fanatismos e propiciando uma visão crítica da realidade, evitando, assim, o medo da

liberdade. No entender de Paulo Freire (2002, p. 24), “O medo da liberdade, de que

necessariamente não tem consciência o seu portador, o faz ver o que não existe”.

O compromisso, próprio da existência humana, só existe no engajamento com a

realidade e só assim ele é verdadeiro. A neutralidade frente aos valores, ao histórico, ao

mundo, acaba por refletir o medo que se tem de revelar o compromisso contra os homens, sua

humanização, por parte daqueles que se dizem neutros. Estão “comprometidos” consigo

mesmo, com seus interesses e como este não é um compromisso real e verdadeiro, assumem

uma neutralidade impossível.

Faz-se necessário reconhecer a humanização não apenas como viabilidade ontológica,

mas como realidade histórica. Humanização e desumanização estão inseridas na história num

contexto real, concreto e são possibilidades dos homens como seres inconclusos e conscientes

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de sua inconclusão.

Ao visualizar o inédito viável como um sonho, uma utopia, como algo que se

concretiza no cotidiano, o homem e a mulher começam a desvelar a sua libertação como

realidade possível de ser alcançada. O estar no mundo significa empenharem-se em ações,

reflexões e lutas. O homem e a mulher oprimidos, abstratos, a - históricos, passam a fazer

parte do mundo, com uma percepção consciente, crítica e participativa, o que representa sua

vocação ontológica. Diz Freire (2001, p. 85):

Nunca falo da utopia como uma impossibilidade que, às vezes, pode dar certo. Menos ainda, jamais falo da utopia como refúgio dos que não atuam ou [como] inalcançável pronúncia de quem apenas devaneia. Falo da utopia, pelo contrário, como necessidade fundamental do ser humano. Faz parte de sua natureza, histórica e socialmente constituindo-se, que homens e mulheres não prescindam em condições normais, do sonho e da utopia.

De acordo com a utopia vivemos em um mundo socialmente capaz de designar que as

pessoas existiriam em uma sociedade perfeita, onde imaginaria na qual todos os cidadãos

seria iguais e viveria em uma harmonia, que seria uma necessidade essencial do ser humano,

com essa definição tentamos passar um plano que não entendemos e não podemos penetrar, se

dizermos que a vida é uma utopia, seria então inverdades para uns , mas encontrarmos outros

que concordariam com este ideal, e podemos perguntar o que seria verdadeiramente real?.

Vygotsky aponta que construir conhecimento implica numa ação partilhada, que

implica num processo de mediação entre sujeitos. Nessa perspectiva, a interação social é

condição indispensável para a aprendizagem. A heterogeneidade do grupo enriquece o

diálogo, a cooperação e a informação, ampliando conseqüentemente as capacidades

individuais. As relações sociais se convergem em funções mentais.

Do ponto de vista do processo de formação da mente humana, Vygotsky (1991a, p.64)

evidencia o processo de internalização, que consiste em várias transformações:

a) Uma operação que inicialmente representa uma atividade externa é reconstruída e começa a ocorrer internamente. [...] b) Um processo interpessoal é transformado num processo intrapessoal. Todas as funções no desenvolvimento da criança aparecem duas vezes: primeiro, no nível social, e, depois, no nível individual; primeiro, entre pessoas (interpsicológica), e, depois, no interior da criança (intrapsicológica). [...] c) A transformação de um processo interpessoal num processo intrapessoal é o resultado de uma longa série de eventos ocorridos ao longo do desenvolvimento.

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Assim, a partir da mediação do outro ocorre o desenvolvimento dos níveis superiores

da mente. Através da mediação a criança se apropria dos modos de comportamento e da

cultura, representativos da história da humanidade.

Vygotsky afirma o desenvolvimento cultural como desenvolvimento social, mas não

no sentido literal do desenvolvimento das aptidões latentes e, muitas vezes, vindas de fora.

Mais freqüentemente, o deslocamento de estruturas do exterior para o interior: uma relação de

ontogenia e filogenia diferente da ocorrida no desenvolvimento orgânico. No

desenvolvimento orgânico, a filogenia é potencial e é repetida na ontogenia. No

desenvolvimento social, existe uma interação real entre filogenia e ontogenia e essa interação

constitui a principal força impulsionadora de todo o desenvolvimento.

A proposição da educação como um ato dialógico por Paulo Freire e da linguagem

como principal elemento mediador no processo educacional por Vygotsky, traz como ponto

comum a centralidade do diálogo na ação pedagógica.

Paulo Freire defende a educação como ato dialógico, destacando a necessidade de uma

razão dialógica comunicativa onde o ato de conhecer e de pensar estariam diretamente

relacionados. O conhecimento seria um ato histórico, gnosiológico, lógico e também

dialógico.

Paulo Freire (1985) destaca o diálogo como a forma mais segura para a educação e a

libertação de todos os homens, opressores e oprimidos. A forma imperativa de transmissão do

conhecimento, característica do modelo tradicional, só faz, segundo ele, reforçar a dominação

cultural e política, impedindo a conscientização dos homens.

Acredita na arte do diálogo, na contraposição de idéias que leva a outras idéias. Em sua teoria

fica claro que o diálogo consiste em uma relação horizontal e não vertical entre as pessoas

envolvidas em uma relação.

De acordo com Vygotsky (1991b), são estreitas as relações que ligam o pensamento

humano à linguagem, uma vez que os significados das palavras, que são construídos

socialmente, cumprem tanto a ação de representação quanto a de generalização, o que permite

a reconstrução do real ao nível do simbólico. Essa reconstrução representa a condição de

criação de um universo cultural e a construção de sistemas lógicos de pensamento, que

possibilitam a elaboração de sistemas explicativos da realidade. Do mesmo modo, essa dupla

função permite a comunicação da experiência individual e coletiva.

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Vygotsky (1991b, p. 131-132) conclui que:

A relação entre o pensamento e a palavra é um processo vivo: o pensamento nasce através das palavras. Uma palavra desprovida de pensamento é uma coisa morta, e um pensamento não expresso por palavras permanece uma sombra. A relação entre eles não é, no entanto, algo já formado e constante; surge ao longo do desenvolvimento e também se modifica. [...] As palavras desempenham um papel central não só no desenvolvimento do pensamento, mas também na evolução histórica da consciência como um todo. Uma palavra é um microcosmo da consciência humana.

A noção da construção do conhecimento de ambos tem o mesmo ponto de partida e de

chegada. Freire aponta como ponto de partida as necessidades populares e Vygotsky, os

conhecimentos espontâneos; os dois apontam o conhecimento científico como ponto de chegada.

Paulo Freire aponta o conhecimento como produto das relações entre os seres humanos e

destes com o mundo. Os seres humanos devem buscar respostas para os desafios encontrados

nestas relações. Para isso devem reconhecer a questão, compreende-la e imaginar formas de

responde-la adequadamente. Daí outras questões se colocam e novos desafios aparecem. Assim se

constitui o conhecimento, ou seja, a partir das necessidades humanas. Conhecer, na teoria

freireana, é uma aventura pessoal num contexto social. Paulo Freire aponta ainda o conhecimento

relacional. Diz ele (2001, p. 53):

O envolvimento necessário da curiosidade humana gera, indiscutivelmente, achados que, no fundo, são ora objetos cognoscíveis em processo de desvelamento, ora o próprio processo relacional, que abre possibilidades aos sujeitos da relação da produção de inter-conhecimentos. O conhecimento relacional, no fundo, inter-relacional, “molhado” de intuições, adivinhações, desejos, aspirações, dúvidas, medo a que não falta, porém, razão também, tem qualidade diferente do conhecimento que se tem do objeto apreendido na sua substantividade pelo esforço da curiosidade epistemológica.

Vive-se um momento de profundas transformações. Não se sabe ao certo para onde se

caminha e nem qual o caminho a trilhar. A sociedade atual encontra-se em profunda crise, na

qual somos remetidos a repensar nossos valores e atitudes. Como nos aponta Gramsci, citado

por Gadotti (1998, p. 86), «vivemos um momento histórico no qual o bloco hegemônico

dominante entra em crise, frente à ameaça de um novo bloco histórico».

Nesse contexto incerto, o papel do profissional da educação precisa ser repensado.

Segundo Gadotti (1998), faz-se mister que o professor se assuma enquanto um profissional do

humano, social e político, tomando partido e não sendo omisso, neutro, mas sim definindo

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para si de qual lado está, pois se apoiando nos ideais freire anos, ou se está a favor dos

oprimidos ou contra eles. Posicionando-se então este profissional não mais neutro, pode

ascender à sociedade usando a educação como instrumento de luta, levando a população a

uma consciência crítica que supere o senso comum, todavia não o desconsiderando.

Nessa perspectiva, entende-se que o povo de posse desse saber mais elaborado poderá

vir a ter condições de se proteger contra a exploração das classes dominantes se organizando

para a construção de uma sociedade melhor, menos excludente, e realmente democrática. Não

se pode esperar que tal organização brote espontaneamente, mas sim por meio da educação

que pode caminhar lado a lado com a prática política do povo. Sendo assim, o profissional da

educação assume aqui um papel, sobretudo político.

Educadores e educadoras precisam engajar-se social e politicamente, percebendo as

possibilidades da ação social e cultural na luta pela transformação das estruturas opressivas da

sociedade classista. Para isso, antes de tudo necessitam conhecer a sociedade em que atuam e

o nível social, econômico e cultural de seus alunos e alunas.

Precisam entender também que, analisando dialeticamente, não há conhecimento

absoluto, pois tudo está em constante transformação. Usando os dizeres de Gadotti (1998),

«todo saber traz consigo sua própria superação». Portanto, não há saber nem ignorância

absoluta: há apenas uma relativização do saber ou da ignorância. Por isso, educadores e

educadoras não podem se colocar na posição de ser superiores, que ensinam um grupo de

ignorantes, mas sim na posição humilde daqueles que comunicam um saber relativo a outros

que possuem outro saber relativo.

Como educador engajado em um processo de transformação social necessita-se que

esses profissionais acreditem na educação, e, mesmo não tendo uma visão ingênua,

acreditando que essa sozinha possa transformar a sociedade em que está inserida, e acreditem

que sem ela nenhuma transformação profunda se realizará.

É preciso confiar nessas mudanças e esperar o inesperado, pois como nos diz Edgar

Morin (2001, p. 92):

Na história, temos visto com freqüência, infelizmente, que o possível se torna impossível e podemos pressentir que as mais ricas possibilidades humanas permanecem ainda impossíveis de se realizar. Mas vimos também que o inesperado torna-se possível e se realiza; vimos com freqüência que o improvável se realiza mais do que o provável; saibamos, então, esperar o inesperado e trabalhar pelo improvável.

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No entanto, como professores e professoras se vêem frente a essas questões? Que

espaço reserva para discutir suas funções sociais? Será que no seu dia-a dia, entre uma escola

e outra, fazem tal reflexão ou acabam sucumbindo ao sistema, mergulhando num fazer sem

fim? A sociedade e a escola têm valorizado os profissionais da educação, ou, como nos aponta

Arroyo (2202, p. 9), vêem esses como «um apêndice, um recurso preparado, ou

despreparado?

Sendo assim, objetivou-se com a execução desse trabalho promover discussão teórica

que substanciasse a reflexão dos professores e professoras sobre o papel social de sua

formação, apoiando-se no referencial freireano. Para tal utilizou-se das seguintes

metodologias: pesquisa teórica sobre a importância da filosofia da educação, sobre o papel

social do professor, e sobre a politização do professor enquanto agente de transformação.

2.2 Quem é o Educador para Paulo Freire

É aquele que em sala problematiza é democrático; provoca discussão entre os

participantes, permite conhecer o homem e mulher como sujeitos da história, pois valoriza a

experiência de vida que cada um possui. Deve possuir competência no campo teórica,

competência técnica profissional. Engajamento político. Deve possuir compreensão e

compromisso com a realidade na qual trabalha. Na relação professor aluno, o professor se

coloca em círculo para dialogar e demonstrar igualdade, deixando claro que este apenas é

possuidor de conhecimentos teóricos.

O Educador deve agir como mediador do processo educacional, tem como meta

organizar os conteúdos de forma que se tenham informações de diversas áreas, sem que se

separem, estudando a questão como um todo (FREIRE, 1982).

O professor deve investigar o aluno, deve levar em consideração o conhecimento

prévio deles, encontrando mecanismo de fazer com o que os alunos dialoguem e reflitam

antes aceitar algum conceito como certezas absolutas e inabaláveis. Terá que fazer o exercício

da transferência dos conhecimentos que faça sentido ao ser humano. Para o educador a

motivação e essencial para toda é qualquer atividade humana. Em particular do ponto de vista

do educador não é possível afirmar que um determinado sujeito, esteja motivado para

aprender algo sem que tenha sido capaz de identificar, num segundo, certo grau de

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consciência do valor do aprendizado e do crescimento intelectual. A motivação de ambos,

alunos e mestre está tão ligada que é impossível tratar de uma sem a outra.

Em síntese, o papel do educador segundo Freire (1982), é mediar a aprendizagem,

priorizando, nesse processo, a bagagem de conhecimentos trazida por seus alunos, ajudando-

os a transpor essas informações para o "conhecimento letrado". É aquele que já possui um

conhecimento e não e negado. Problematiza a realidade para compreendê-lo. Participa das

atividades, dialoga com professor.

Educar reflete o elemento central da pedagogia freiriana. Paulo Freire acreditava que a

Educação só cumpriria a sua função fundamental, qual seja, a humanização de mulheres e

homens, caso se transforma- em ferramenta de mudança social. Tinha consciência de que ela

não pode fazer a transformação social, em termos estruturais. Afirmava, porém, que nenhuma

mudança profunda na sociedade aconteceria sem a Educação. Por sua natureza, esse espaço

privilegiado da cultura não deve esperar os desdobramentos econômicos e políticos para

mudar. Para Freire, a Educação sozinha não revoluciona a sociedade, mas ela pode

transformar pessoas para linguagem, é o duplo movimento da existência humana de ler e

transformar o mundo.

2.3 Ensinar para Freire

Não é transmitir conhecimento, mas criar as possibilidades para a produção do saber

precisar pensar certo para só então ensinar e pensar certo deve ensinar os conteúdos mas

também ensinar a pensar certo norteando por este saber deve reforçar a capacidade critica do

educando auxiliando-o a tornar-se criador, investigador, inquieto, rigorosamente curioso,

humilde e persistente

Ensinar exige rigorosidade metódica. O educador na sua pratica docente deve

desenvolver sua a capacidade critica do educando levando em considerações as suas

curiosidade, uma das suas tarefas principais do educador é trabalhar com os educandos a

rigorosidade metódica, portanto o papel do educador não é só apenas ensinar os conteúdos e

sim ensinar a pensar certo essa é umas das condições necessárias éticos e gerador dos seus

próprios conhecimentos vivenciados. Exige pesquisa, na há saber e nem ensino sem pesquisa

porque diante das pesquisas é que encontramos o saber buscando e reprocurando só será

possível o conhecer e o saber, se tivermos a curiosidade e a capacidade de conhecer e saber

estimulando aos conhecimentos dos educando.

Exige respeito aos saberes dos educados. É preciso estabelecer umas intimidades entre

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os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como

indivíduos. Respeitar e utilizar esses saberes.

Exige estéticas e éticas Se, se respeita a natureza do ser humano, o ensino dos

conteúdos não pode dar-se alheio à formação moral do educando. Educar é formar com

estética e ética, só tornamos éticos quando seremos capazes de intervir, valorizar, escolher,

comparar, decidir e de romper, são estas as condições dadas aos seres éticos.

Exige a corporeificação das palavras pelo exemplo os professores ensina os conteúdos

que trabalha com rigorosidade de acordo a pensar certo, pensar certo é fazer certo,

trabalhando em clima de fazer certo buscando seriamente a segurança na sua argumentação

para assegurar o desenvolvimento do pensar do educando partindo daí irá a pensar e fazer

certo. Exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.

Exige reflexão crítica sobre a prática. A prática docente crítica envolve o movimento

decidido e dialético entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O "pensar certo" tem que ser

produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador. Não é transferir

conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.

Exige o reconhecimento de ser condicionado. Equivaler a seres condicionados, mas

conscientes do inacabado, e, por isso, sabemos que podemos ir além dele. Esta é a diferença

entre o ser condicionado e o ser determinado.

Exige respeito à autonomia do ser do educando. O respeito à autonomia e à dignidade

de cada um, é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos

outros. Entre o ser acondicionado e o ser determinado. Exige humildade, tolerância e ação em

conservação dos direitos dos educadores. Exige alegria e esperança. Existe uma estreita

relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a esperança. Exige curiosidade. A

prática da curiosidade chamada à imaginação, a compreensão, As emoções a capacidade de

conjeturar, de conferir. Exige comprometimento Freire ressalta aqui a importância de

aproximar o discurso do desempenho, o discurso teórico à prática, pois afinal o professor é o

exemplo para os alunos.

Em fim exige que todos estes saberes fossem aplicados com muita responsabilidade

humildade, tolerância, respeito, bom senso, reconhecimento generosidade e luta em defesa

dos direitos dos educadores.

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2.4 Quem são os educandos para Paulo Freire

A relação entre a educação enquanto subsistema e o sistema maior são relações

dinâmicas contraditórias. As contradições que caracterizam a sociedade como está sendo,

penetram a intimidade das instituições pedagógica em que a educação sistemática se está

dando e alterando o seu papel ou o seu esforço reprodutor da ideologia dominante.

Do ponto de vista crítico é tão impossível negar a natureza política do processo

educativo quanto negar o caráter educativo do ato político. Quanto mais ganhamos esta

clareza através da prática, mais percebemos a impossibilidade de separar a educação

educador e educando da política e do poder.

Dessa forma, o professor necessita ser um atento pesquisador dos saberes que o aluno

possui – saberes que obteve em sua vida, suas emoções, de suas brincadeiras, suas relações co

o outro e o mundo e fazer dos mesmos “ganchos” para os temas que ensina. Afirmar a uma

classe, por exemplo, que “clima é o conjunto de fenômenos metodológicos que caracterizam o

estado médio da atmosfera em um ponto da superfície terrestre” é convidá-lo á aprendizagem

mecânica.

A aprendizagem significativa, nesse caso, comece com a coleta do que o aluno sabe,

não só sobre o ar e o tempo, a chuva e o vento, o calor e o frio, mas também sobre a vida, o

espaço e as emoções, e usado esses saberes, deles fazer um meio para se explicar os conceitos

desejados.

Os resultados obtidos com esse projeto serão fáceis de serem constatados, que a

valorização da filosofia no ensino fundamental designará que não dá para o aluno pensar

analisar refletir, e questionar suas questões sem os conhecimentos e reflexões filosóficos,

assim como não dá para um professor pedagogo ensinar a disciplina filosofia se ele não tiver

os conhecimentos filosóficos, porque para ensinar filosofia os professores são orientados a

trabalhar os conteúdos que já são dados normalmente, mas de forma flexiva de acordo com

as suas realidades dos seus dia a dia, exercitando dialogo, o aprender a falar, ouvir, e

reconsiderar e ampliar as suas idéias, á serem desenvolvidas nas praticas metodologias para

um bom desempenho do educando.

É levar ao aluno um conhecimento mais amplo de pensar, analisar, avaliar, refletir

sobre suas questões vivenciadas, que irão servir para todas as suas vidas requer, sobretudo,

que os adolescentes adquiram competências para lidar com as situações que vivenciam ou que

venham a vivenciar no futuro. Despertando o gosto pela filosofia contemporânea, adquirindo

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novos conhecimentos para uma compreensão reflexiva, para seu desenvolvimento social e

cultural do aluno.

A presente pesquisa sobre a valorização da filosofia contemporânea no ensino

fundamental, teve um principal foco mostrar a importância da valorização da filosofia aos

adolescentes, voltada para o ensino fundamental, esclarecendo os aspectos dos ensinos

filosóficos contemporâneo, sobre aos saberes necessários á praticas educativas nas escolas de

Caxias, através de orientações teóricas metodológicas ligadas ao cotidiano do aluno, para

tornar o estudo mais significativo optou-se por uma pesquisa bibliográficas em livros, de

Paulo Freire.

Para o desenvolvimento deste trabalho, optou-se pela descrição e pela analise

reflexões nos tratamentos das informações levantadas o que proporcionou expressar os pontos

relevantes por questões norteadoras abordadas, haja vista os resultados possibilitam à

compreensão a importância do tema, dados esses procedimentos como razões suficientes para

justificar o presente estudo bem como buscar respostas científicas para os problemas

mencionados.

Faz-se necessário também, pois, promove a horizontalidade na relação educador-

educando, a valorização de sua cultura, de sua oralidade, pois tem seu caráter humanístico.

Conclui-se, portanto, que as praticas educativas de Freire rompe com a concepção utilitária do

ato educativo.

2.5 Reflexões sobre a Filosofia da Educação

Toda teoria pedagógica tem seus fundamentos baseados num sistema filosófico. É a

filosofia que, expressando uma concepção de homem e de mundo, dá sentido à Pedagogia,

definindo seus objetivos e determinando os métodos da ação educativa. Nesse sentido, não

existe educação neutra. Ao trabalhar na área de educação, é sempre necessário tomar partido,

assumir posições. E toda escolha de uma concepção de educação é, fundamentalmente, o

reflexo da escolha de uma filosofia de vida (Haydt, 1997, p. 23).

Inicia-se então uma discussão sobre a filosofia da educação, buscando referencial que

clarifique sua função na área educacional. A filosofia pode contribuir para que a educação

seja pensada, analisada e refletida, saindo assim do ativismo, ou seja, do fazer pelo fazer, sem

respaldo que norteie o porquê e o para quê destina-se esse fazer.

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Ao pensar filosoficamente, o educador foge da simplicidade, da ingenuidade e das

explicações mágicas ao interpretar os problemas do cotidiano, buscando aprofundar sua

análise, não se satisfazendo com as aparências, buscando a causalidade dos fatos de forma

inquieta e intensa.

Silva (1992, p. 32), em um texto de bastante relevância, discute que professores e

professoras, em seu fazer diário, preocupam-se em demasia com métodos e técnicas em um

verdadeiro endeusamento dessas questões, como se a educação pudesse melhorar a partir da

metodologia de ensino, não querendo aqui minimizar a importância das metodologias; porém,

atentando para que, por vezes, se esquecem de buscar base conceitual que respalde e sustente

tais metodologias, o que deixa bastante explícito na seguinte citação:

[...] qualquer método ou técnica encontra seus fundamentos numa psicologia educacional, o que, por sua vez, encontra seus fundamentos numa filosofia da educação. O culto indiscriminado da técnica somente terá fim quando os professores se lembrarem dessa ligação, ou pelo menos, começarem a refletir sobre certas coisas que, para eles, supostamente são reservadas só para iniciados ou privilegiados. A educação brasileira não precisa de pílulas «metodologicol»; ela precisa, isso sim, é de uma injeção de filosofia e política.

A citação vai ao encontro das idéias de Severino (2001), que nos faz entender que é

tarefa da filosofia da educação «intencionalizar a prática educacional», dando respaldo para

que essa prática seja pensada, refletida, construída e reconstruída, enfim, seja uma prática não

apenas empírica, mas também reflexiva, que se aporte na epistemologia. Para tal, entende que

a filosofia não deve ser vista como uma ciência isolada, mas sim que busca se apoiar em

fundamentos históricos e sociológicos.

Procurando contextualizar o surgimento da filosofia da educação, Severino (2001, p.

121) aponta que o pensar contemporâneo busca na ciência, na razão, a explicação para as

causas primeiras, fugindo de toda espécie de transcendentalismo tão presente no pensar

medieval, sendo assim «o racionalismo naturalista moderno transfigura a cosmovisão da

cultura ocidental e instaura uma avassaladora dessacralização da natureza e da cultura». Fato

este que, antes de tudo, atinge as ciências naturais, e, a seguir, as humanas das quais se

originam as ciências da educação. Nessa perspectiva, a educação passa a ser pensada por meio

da ciência, tendo à filosofia da educação a função de justificar a utilização de recursos

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técnico-científicos que levem ao máximo o desempenho dos sujeitos envolvidos no processo

de ensino e aprendizagem.

A educação brasileira é atingida por essa forma de pensar, segundo Severino (2001,

p.122), nos ideários escolanovistas, que emergem como contraponto à educação tradicional

jesuítica, a qual influencia por séculos a escola brasileira. Para a Escola Nova:

A educação é considerada o único instrumento apropriado para a construção de uma sociedade laica e justa, gerenciada por um aparelho estatal que se inaugura a partir de um projeto político iluministicamente concebido e juridicamente implementado.

O escolanovismo é fortemente influenciado pelas idéias de John Dewey, de quem

Anísio Teixeira é interlocutor no Brasil. As idéias da Escola Nova aportam-se na psicologia

do desenvolvimento, o que faz com que essa disciplina seja, até os dias atuais, bastante

prestigiada nos cursos de formação de professores, de acordo com Mitsuko, citado por

Severino (ídem). A psicologia «genético-estrutural», pensada por Piaget e seus seguidores,

continua influenciando a atualidade educacional brasileira, o que Severino (2001, p. 124)

analisa à luz da filosofia sob o seguinte prisma:

O construtivismo mostra a vinculação entre os processos epistêmicos, psíquicos e

pedagógicos. Por sua configuração categorial e objetivos, o construtivismo propõe a

articulação de uma concepção do sujeito epistêmico com a atividade do sujeito educando,

mediados por um sujeito psíquico.

Porém, ao reconhecer a contribuição dessa teoria para a filosofia da educação,

Severino (2001, p. 124) aponta uma crítica ao reducionismo que percebe na mesma:

O construtivismo traz grande contribuição à Filosofia da Educação, sobretudo no

plano epistemológico, ao comprovar que o conhecimento não se dá por intuição ou

representação, mas mediante a construção conceitual. [...] Mas sua proposta filosófico-

educacional esbarra na redução da educação ao processo ensino/aprendizagem, naturalizando-

o por demais, não levando em conta as especificidades políticas das relações sociais aí

envolvidas.

Severino (2001, p.128) prossegue em sua análise criticando também teóricos

cientificistas que delegam a filosofia da educação apenas à «validação da metodologia de

investigação e de expressão do conhecimento científico», tornando-se uma «filosofia das

ciências da educação». Nessa perspectiva, a filosofia da educação traz em si dois aspectos: o

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instrumental e o crítico. Entende-se por instrumental o embasamento teórico que a filosofia

pode oportunizar para a resolução de problemas práticos. Por sua vez, o crítico deve despertar

o constante questionamento sobre a prática. «Para tais teóricos, o conhecimento científico é o

único capaz de verdade e fundamento plausível da ação; qualquer critério do agir humano só

pode ser técnico e funcional, nunca ético, estético ou político».

Essa vertente teórica no campo da filosofia, segundo Severino, não atenta para a

subjetividade presente na área da educação, nem para as ilusões, erros e ideologias que

perpassam a consciência humana, sendo acusada de reducionismo epistemologista ao apoiar-

se apenas na ciência e na técnica. Para Severino (2001, p. 128):

[...] a Filosofia da Educação precisa implementar uma reflexão epistemológica sobre si mesma. [...]. Seu papel é descrever e debater a construção do objeto-educação, pelo sujeito. Sua dupla missão é se justificar e também rearticular os esforços da ciência, para que estes se justifiquem, avaliem e legitimem a atividade epistêmica como processo tecido no texto/contexto da realidade histórico-cultural.

Nessa perspectiva, cabe à filosofia da educação empenhar-se na construção de uma

imagem de homem como sujeito da educação, buscando uma visão integradora que leve em

consideração a historicidade desse ser.

3 CONCLUSÃO

Em Caxias maranhão estima que as pessoas 12% da população com mais de 10 anos

não gosta da disciplina de filosofia por não ter o verdadeiro conhecimento Filosófico,

enquanto que a reformulação do ensino médio no Brasil, estabelecida pela Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional (LDB/96) e regulamentada pelos PCN – Parâmetros Curriculares

Nacionais – e pelas DCN – Diretrizes Curriculares Nacionais –, procurou atender a uma

reconhecida necessidade de atualização da educação brasileira, propondo que o ensino médio

deixasse de ser apenas preparatório para o ensino superior ou profissionalizante e assumisse a

responsabilidade de completar a educação básica. Aprimoramento do educando como ser

humana, a sua formação ética, o desenvolvimento de sua autonomia intelectual e de seu

pensamento crítico, sua preparação De acordo com a LDB/96, o ensino médio passaria a ter

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como objetivos: o para o mundo do trabalho e o desenvolvimento de competências para

continuar seu aprendizado (Art. 35).

A filosofia contemporânea é um bom começo na vida de qualquer cidadão, alem de

tornar um conhecimento prazeroso, é um caminho que ajuda a melhorar a vida das pessoas,

aprimorando o conhecimento geral oferecendo subsídios para refletir , analisar, avaliar de uma

forma carinhosa sobre o mundo.

Durante a infância e adolescência o indivíduo passa por um processo de socialização

aprende o que se ensina o certo e o errado com os pais , provedores e outros que o estima , e

começa agir de acordo com o que é ensinado de acordo com seu senso comum, e a filosofia

nós favorece seus desenvolvimentos de idéias próprias conceitos, éticos, direitos deveres e

acima de tudo seu próprio valor. Vale ressaltar que todo isso vivenciamos os fatos na vida

cotidiana através do questionamento, análise pesquisa e reflexões. Então se define que os

ensinamentos filosóficos são de uma grande importância para os alunos do ensino

fundamental para aprimorar suas dificuldades de pensar e construir seus próprios valores.

Define sua postura como éticos, e por essa ética e realmente inseparável das praticas

educativas, não importa se trabalhamos com jovens ou adultos o importante é que não há

docência sem discência.

Faz-se necessário também, pois, promove a horizontalidade na relação educador e

educando, a valorização de sua cultura, de sua oralidade, pois tem seu caráter humanístico.

Os resultados obtidos com essa pesquisa apontam ao aluno um conhecimento mais

amplo de pensar, analisar, avaliar, refletir sobre suas questões vivenciadas, que irão servir para

todas as suas vidas requer, sobretudo, que os adolescentes adquiram competências para lidar

com as situações que vivenciam ou que venham a vivenciar no futuro, muitas delas novas e

inéditas. Nada mais natural, portanto, que substituir a preocupação central com os conteúdos

por uma identificação das competências que, se imagina, eles terão necessidade de adquirir

em seu processo de ensino no fundamental. Priorizando as suas experiências sociais de cada

aluno. É nesse sentido que o conhecimento da filosofia mera alcançar e aprimorar uma visão

critica do aluno em um objetivo em si mesmo, mas que passa a ser compreendido como um

instrumento para a compreensão do mundo, portanto, as praticas educativas de Freire rompe

com a concepção utilitária do ato educativo.

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REFERÊNCIAS ANTUNES, Celso. Como Transformar Informações em Conhecimento. 2ª edição. Petrópolis – RJ: Editora Vozes, 2001. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 20ª edição; São Paulo: Paz e Terra, 1996. LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação.São Paulo: Cortez, 1990. PAIM, Antonio. A Filosofia Brasileira Contemporânea: Estudos complementares à História das Idéias Filosóficas no Brasil. Vol. VII 2ª edição 2007.

SEVERINO, Antônio Joaquim (2001): «Identidade e tarefas da filosofia da educação», in Educação, sujeito e história, São Paulo, Olho D’água.

SILVA, E. T. (1992): Os (des)caminhos da escola: traumatismo educacionais, 4.ª ed, São Paulo, Cortez.