faculdade de medicina de marÍlia julia rosana pereira … · 2020. 6. 15. · julia rosana pereira...

91
FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA TAVARES CASTANHEIRA EFEITOS DA VITAMINA C NO ESTRESSE OXIDATIVO E CONTROLE GLICÊMICO NA DOENÇA DE CHAGAS EM MODELO MURINO MARÍLIA-SP 2016

Upload: others

Post on 27-Aug-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA

JULIA ROSANA PEREIRA TAVARES CASTANHEIRA

EFEITOS DA VITAMINA C NO ESTRESSE OXIDATIVO E

CONTROLE GLICÊMICO NA DOENÇA DE CHAGAS

EM MODELO MURINO

MARÍLIA-SP

2016

Page 2: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira

Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico na doença de Chagas em

modelo murino

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Acadêmico em “Saúde e Envelhecimento” da Faculdade de Medicina de Marília, para obtenção do título de Mestre. Área de conhecimento: Saúde e Envelhecimento. Orientadora: Profa. Dra. Luciamáre Perinetti Alves Martins Coorientadora: Profa Dra. Elane de Fátima Taipeiro

MARÍLIA-SP

2016

Page 3: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

Autorizo a reprodução parcial ou total deste trabalho, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade de Medicina de Marília

Castanheira, Julia Rosana Pereira Tavares. Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico na doença de Chagas em modelo murino / Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira. - - Marília, 2016. 89f. Orientadora: Profa. Dra. Luciamáre Perinetti Alves Martins. Coorientadora: Profa Dra. Elane de Fátima Taipeiro. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Saúde e Envelhecimento) - Faculdade de Medicina de Marília.

1. Ácido ascórbico. 2. Doença de Chagas. 3. Antioxidantes. 4. Glucose. 5. Estresse oxidativo. 6. Óxido nítrico.

C346e

Page 4: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira

Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico na doença de Chagas em

modelo murino

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Acadêmico em “Saúde e Envelhecimento” da Faculdade de Medicina de Marília para obtenção do título de mestre. Área de conhecimento: Saúde e Envelhecimento.

Comissão Examinadora:

Profa. Dra. Luciamáre Perinetti Alves Martins

Faculdade de Medicina de Marília

Prof. Dr. Rinaldo Henrique Aguillar da Silva

Faculdade de Medicina de Marília

Profa. Dra. Patrícia de Souza Rossignoli

Universidade Estadual Paulista - Unesp de Marília

Data da Aprovação:___________________________

Page 5: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

À Deus, por estar sempre presente na minha vida!

Me abençoando e dando forças para perseverar!

A minha querida irmã Aurinha, que mesmo não

estando mais entre nós, continua sendo meu maior

exemplo de amor, dedicação, carinho e paciência...

Você sempre estará no meu coração e no meu

pensamento! Muitas saudades... Com amor...

Page 6: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

AGRADECIMENTOS Ao meu Senhor Jesus Cristo, o amado da minha alma, autor da minha fé e minha esperança!

Ao meu querido marido Júlio, por estar sempre presente, incentivando e apoiando com

paciência e compreensão nos momentos difíceis. Agradeço a Deus por tê-lo em minha vida!

Aos meus amados filhos Mateus e Tiago, presentes de Deus e meus maiores incentivadores.

Essa conquista é nossa!

Aos meus pais, Arnon e Áurea, que me ensinaram o caminho em que deveria andar, no Temor

do Senhor, desde pequena. Pela dedicação, carinho e apoio constante durante a minha vida.

À todos os meus queridos familiares, em especial meus irmãos Silvia e João Henrique.

À Profª Drª Luciamáre Perinetti Alves Martins, minha orientadora e amiga. Sem sua presença,

apoio, incentivo e paciência não conseguiria esse conquista. O prêmio é nosso!! Obrigada pela

oportunidade de aprendizado, por sua dedicação, profissionalismo, competência, compreensão

e amizade.

A Profª Drª Elane de Fátima Taipeiro (in memoriam), co-orientadora pelos ensinamentos,

auxílio, dedicação, paciência, amizade e fundamental apoio durante todos os momentos desse

trabalho. Destacando a ajuda técnica viabilizando a execução dos experimentos.

A sua ausência tão repentina e inesperada é uma perda irreparável!! Fica um grande exemplo

de dedicação e competência!

Aos Professores Dr. Agnaldo Bruno Chies e Regildo Márcio Gonçalves da Silva por

importante contribuição no desenvolvimento desta pesquisa.

Aos membros da banca examinadora, Profº Dr. Rinaldo Henrique Aguillar da Silva e Profª

Drª Patrícia de Souza Rossignoli pela disponibilidade e atenção, gentilmente contribuindo

para finalização desse trabalho.

Ao Profº Dr Altino Luiz Silva Therezo pela viabilização e auxílio nas análises histológicas.

Page 7: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

Ao Profº Dr Sebastião Carvalho por todo o acompanhamento na realização das análises

estatísticas.

Aos acadêmicos do curso de medicina, Hamilton Rocha Júnior , Victhor Z. Wajsman e Yoichi

Konno pela colaboração com o cuidado e tratamento com os animais, fase inicial e primordial

dessa pesquisa. Vocês foram demais!!

À todos os amigos do laboratório de Parasitologia da Famema: Profº Dr. Roberto Castanho,

Andréia, Rosângela, Maurício e Leo, por esse tempo que passamos juntos, pelo

companheirismo e ajuda constantes.

Aos professores do Curso do Mestrado Acadêmico da Famema, pela dedicação e valiosos

ensinamentos; aos colegas de turma, em especial à Michelly pelo companherismo e amizade e

aos secretários, Amauri e Fabrício pelo apoio e grande ajuda.

À minha amiga-irmã Ligia, pela presença constante, apoio, companheirismo e carinho. Voce é

mais que especial!

Ao meu amigo-irmão Wilson, pelo incentivo constante em todos esses anos de grande

amizade. Valeu por tudo, amigo!

À Dani amiga-filha, ao Luiz e Airton, pelo apoio constante, compreensão e amizade.

À Priscila, do laboratório de Farmacologia da Famema, pela ajuda e carinho.

À Vanessa, a Cris e ao Carlos pela ajuda sem igual na diagramação.

Enfim, agradeço a todos que me ajudaram de uma forma ou de outra, não somente durante

esse trabalho, mas em toda a minha vida.

Minha sincera gratidão!

Page 8: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

“Confie no Senhor de todo o seu coração e

não se apóie na sua própria inteligência.

Lembre-se de Deus em tudo o que fizer e Ele

lhe mostrará o caminho certo”.

Provérbios 3: 5-6

Page 9: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

RESUMO

Introdução: A doença de Chagas (DC) é uma doença parasitária causada pelo protozoário

flagelado Trypanosoma cruzi. A evolução da DC compreende a fase aguda e a crônica, sendo

que, nesta última, acontecem manifestações da doença nas formas cardíacas e digestivas. A

atividade inflamatória desempenha papel fundamental, aumentando a concentração dos

radicais livres no organismo, sendo necessários compostos antioxidantes para diminuir o

estresse oxidativo minimizando as seqüelas da doença. A vitamina C é um antioxidante

hidrossolúvel que pode neutralizar os radicais livres, mas é discutível seu efeito anti/pro

oxidante e anti/pro - inflamatório. Pesquisas mostram que a suplementação com a vitamina C

pode, nesta patologia, interferir sobre o controle glicêmico do organismo. Objetivo: Avaliar o

efeito da suplementação da vitamina C no processo inflamatório, nas defesas antioxidantes e

no controle glicêmico durante a evolução da doença de Chagas. Métodos: 144 camundongos

“Swiss” machos foram divididos em 12 lotes de 12 animais. Os lotes INFA/C, INFC/C,

INFA/A e INFC/A foram infectados com a cepa QM2 de T. cruzi, e os lotes NINFA/C,

NINFC/C, NINFA/A e NINFC/A não foram infectados.Os lotes INFA/C, INFC/C, NINFA/C

e NINFC/C receberam a água suplementada com a vitamina C e os outros receberam água

sem suplementação.Os grupos INFA/C,INFA/A, NINFA/C e NINFA/A receberam tratamento

por 60 dias, fase aguda e os grupos INFC/C,INFC/A,NINFC/C e NINFC/A receberam

tratamento por 180 dias, fase crônica. Foram realizados estudos da parasitemia,

histopatológico e testes bioquímicos. Resultados e conclusões: Os resultados obtidos nesta

pesquisa mostraram que a forma de suplementação com a vitamina C foi eficaz em sua

concentração plasmática. A parasitemia do grupo INFA/C foi menor que do grupo INFA/A

até o 43º dia pós- infecção, porém sem diferença estatisticamente significativa. No

histopatológico os animais do grupo INFA/C e INFC/C apresentaram maior infecção e

inflamação tecidual nas fases aguda e crônica. Observou-se a influência da vitamina C na

síntese do NO, aumentando a sua biodisponibilidade, e como conseqüência a sua

concentração nos grupos suplementados. Em relação ao estresse oxidativo observou-se que

na fase aguda a vitamina C não aumentou a GSH nos grupos suplementados, porém

potencializou a defesa antioxidante determinada pelos GS embora não tenha sido observado

aumento estatisticamente significativo da FRAP. Todavia na fase crônica observou-se que a

diminuição do GSH e FRAP nos grupos infectados está relacionada com a progressão da

doença de Chagas. A glicemia e a insulina foram menores nos grupos infectados no início da

infecção, com diferenças estatisticamente significativas, entretanto no grupo não infectado e

Page 10: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

suplementado foi observado níveis de insulina menores quando comparado aos demais

grupos, bem como menor deposição de glicogênio hepático. Os resultados demonstraram

oscilações do metabolismo da glicose que podem ser observados no índice de sensibilidade a

insulina (QUICKI) com aumento da hemoglobina glicada no grupo NINFA/C e no glicogênio

hepático, que diminuiu no INFA/C, ambas as alterações estatisticamente significativas em

relação ao NINFA/A.

Palavras-chave: Ácido ascórbico. Doença de Chagas. Antioxidantes. Glucose. Estresse

oxidativo. Óxido nítrico.

Page 11: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

ABSTRACT

Introduction: Chagas disease (DC) is a parasitic disease caused by Trypanosoma cruzi, a

flagellate protozoan. The evolution of DC comprises acute and chronic phases, and in the

latter, the manifestations of the disease occur in cardiac and digestive forms. The

inflammatory activity plays a key role in increasing the concentration of free radicals in the

body, and antioxidants compounds were required to reduce oxidative stress minimizing the

sequelae of the disease. Vitamin C is a water-soluble antioxidant that can neutralize free

radicals, but it is debatable its anti/pro oxidant and anti/ pro - inflammatory effect. Researches

show that supplementation with vitamin C can interfere with body glycemic control in this

pathology. Objective: Evaluate the effect of vitamin C supplementation in inflammatory

processes, antioxidant defenses and blood glucose control during the evolution of Chagas’

disease. Method: 144 male "Swiss" mice were divided into 12 groups of 12 animals. The

groups INFA/C, INFC/C, INFA/A and INFC/A were infected with T. cruzi QM2 strain, and

groups NINFA/C, NINFC/C, NINFA/A and NINFC/A were not infected. The groups

INFA/C, INFC/C, NINFA/C and NINFC/C received water supplemented with vitamin C and

the others groups received water without supplementation. To study the acute phase, the

groups INFA/C, INFA/A, NINFA/C and NINFA/A received the treatment for 60 days, and to

study the chronic phase, the groups INFC/C, INFC/A, NINFC/C and NINFC/A received the

treatment for 180 days. Parasitemia, histopathological studies and biochemical tests were

performed. Results and conclusions: The results showed that the form of vitamin C

supplementation was effective in plasma concentrations. The parasitaemia of INFA/C group

was lower than the group INFA/A until 43º days post-infection, although no statistically

significant difference. In the histopathological study, animals of groups INFA/C and INFC/C

showed higher infection and tissue inflammation in acute and chronic phases. There was

observed the influence of vitamin C in the synthesis of NO, increasing their bioavailability, as

result of its concentration in the supplemented groups. In relation to oxidative stress, it was

observed that in the acute phase, vitamin C did not increase GSH in the supplemented groups,

but enhanced the antioxidant defense determined by GS although it was not observed

statistically significant increase in FRAP. However, in chronic phase it was observed that

decrease in GSH and FRAP in infected groups was related to the progression of Chagas’

disease. Blood glucose and insulin were lower in groups infected in early phase of the

infection, with differences statistically significant, however in the supplemented and not

Page 12: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

infected group was observed lower insulin levels when compared to other groups, as well as

less deposition of liver glycogen. The results showed glucose metabolism oscillations that can

be observed in the insulin sensitivity index (QUICKI) with increased of glycated hemoglobin

in NINFA/C group and in liver glycogen, which decreased in the INFA/C, both changes were

statistically significant from the NINFA/A.

Key-words: Acid ascorbic. Chagas’ disease. Antioxidants. Glucose. Oxidative stress. Nitric

oxide.

Page 13: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura1-Representação esquemática do ciclo de vida do protozoário flagelado

Trypanosoma cruzi...............................................................................................................

20

Figura 2-Reação de oxidação do ácido ascórbico em ácido dehidroascórbico.................... 22

Figura 3 - Cinética da atividade antioxidante da solução de vitamina C em 12 horas......... 30

Figura 4- Curva parasitêmica pela média logarítmica do nº de tripomastigotas/5µl de

sangue do grupo INFA/C e INFA/A durante a fase aguda da infecção pelo T. cruzi do 8º

ao 61º dia..............................................................................................................................

39

Figura 5- Fotos de cortes histológicos realizados pela técnica de Hematoxilina- Eosina

em camundongos experimentalmente infectados pela cepa QM2 de T. cruzi e tratados

com vitamina C durante a fase aguda da doença de Chagas................................................

42

Figura 6- Fotos de cortes histológicos realizados pela técnica de Hematoxilina- Eosina

em camundongos experimentalmente infectados pela cepa QM2 de T. cruzi durante a

fase crônica da doença de Chagas, sendo A, B e C em animais tratados com vitamina C

e D, E e F tratados com água................................................................................................

45

Figura 7- Evolução da produção de óxido nítrico (NO) na fase aguda (15, 30 e 60 dias) e

na fase crônica (180 dias) .................................................................................................

48

Figura 8- Valores médios e desvio padrão para as determinações das concentrações de

vitamina C no plasma entre os grupos experimentais da fase aguda. .................................

51

Figura 9- Valores médios e desvio padrão para as determinações das concentrações de

vitamina C no plasma entre os grupos experimentais na fase crônica................................

51

Figura 10- Valores médios e desvio padrão para as determinações de Glutationa

reduzida (GSH) entre os grupos experimentais da fase aguda.............................................

52

Figura 11- Valores médios e desvio padrão para as determinações de Glutationa

reduzida (GSH) entre os grupos experimentais na fase crônica...........................................

52

Figura 12- Valores médios e desvio padrão para as determinações da Capacidade

antioxidante do plasma (FRAP) entre os grupos experimentais da fase aguda...................

53

Figura 13- Valores médios e desvio padrão para as determinações da Capacidade

antioxidante do plasma (FRAP) entre os grupos experimentais na fase

crônica..................................................................................................................................

53

Figura 14- Valores médios e desvio padrão para as determinações da Contribuição da

vitamina C à Capacidade antioxidante do plasma (FRAP) entre os grupos experimentais

na fase aguda........................................................................................................................

54

Page 14: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

Figura 15- Valores médios e desvio padrão para as determinações da Contribuição da

vitamina C à Capacidade antioxidante do plasma (FRAP) entre os grupos experimentais

na fase crônica......................................................................................................................

54

Figura 16- Valores médios e desvio padrão para as determinações dos grupamentos

sulfidrilas totais (GS) entre os grupos experimentais na fase aguda....................................

55

Figura 17- Valores médios e desvio padrão para as determinações dos grupamentos

sulfidrilas totais (GS) entre os grupos experimentais na fase crônica..................................

55

Figura 18- Determinações da glicemia na evolução da fase aguda (15, 30 e 60 dias) e na

fase crônica (180 dias) .........................................................................................................

59

Figura 19- Determinações das concentrações de insulina na evolução da fase aguda (15,

30 e 60 dias) e na fase crônica (180 dias) ...........................................................................

59

Figura 20- Determinações do índice de sensibilidade à insulina (QUICKI) na evolução

da fase aguda (15, 30 e 60 dias) e na fase crônica (180 dias) .............................................

61

Figura 21-Valores médios e desvio padrão das concentrações de Glicogênio hepático

entre os grupos experimentais da fase aguda. .....................................................................

62

Figura 22- Valores médios e desvio padrão das determinações de Glicogênio hepático

entre os grupos experimentais na fase crônica.....................................................................

62

Figura 23- Valores médios e desvio padrão das determinações de Hemoglobina glicada

para os grupos experimentais na fase aguda........................................................................

63

Figura 24- Valores médios e desvio padrão das determinações de Hemoglobina glicada

para os grupos experimentais na fase crônica......................................................................

63

Page 15: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Identificação dos grupos estudados nas fases aguda e crônica............................ 28

Tabela 2- Distribuição dos lotes em grupos estudados e o número de animais analisados

em cada grupo nos períodos das fases aguda e crônica.......................................................

29

Tabela 3-Taxa de mortalidade na fase aguda e crônica....................................................... 38

Tabela 4- Estudo da parasitemia durante a fase aguda apresentada pela parasitemia

média e média logaritmica dos grupos infectados INFA/C e INFA/A................................

39

Tabela 5- Análise histológica realizada no coração, cólon, músculo esquelético, pâncreas

e fígado durante a fase aguda em camundongos experimentalmente infectados pelo

Trypanosoma cruzi QM2 tratados com vitamina C (INFA/C) e com água (INFA/A)........

41

Tabela 6- Análise histológica realizada no coração, cólon, músculo esquelético, pâncreas

e fígado durante a fase aguda em camundongos não infectados pelo Trypanosoma cruzi

e tratados com vitamina C (NINFA/C) e com água

(NINFA/A)...........................................................................................................................

41

Tabela 7- Análise histológica realizada no coração, cólon, músculo esquelético, pâncreas

e fígado durante a fase crônica em camundongos experimentalmente infectados pelo

Trypanosoma cruzi QM2 tratados com vitamina C (INFC/C) e com água

(INFC/A)..............................................................................................................................

43

Tabela 8- Análise histológica realizada no coração, cólon, músculo esquelético, pâncreas

e fígado durante a fase crônica em camundongos não infectados pelo Trypanosoma cruzi

e tratados com vitamina C (NINFC/C) e com água

(NINFC/A)...........................................................................................................................

44

Tabela 9- Valores médios, desvio padrão e análise estatística da concentração de NO no

15º, 30º e 60º dias pós-infecção nos grupos experimentais da fase aguda ..........................

47

Tabela 10- Valores médios, desvio padrão e análise estatística da concentração de NO

no 180º dias pós-infecção nos grupos experimentais da fase crônica..................................

47

Tabela 11- Valores médios, desvio padrão e análise estatística, mostrando as

comparações significantes dos parâmetos bioquímicos determinados na fase aguda nos

diferentes grupos experimentais infectados pela cepa QM2 do Trypanosoma cruzi...........

49

Tabela 12- Valores médios, desvio padrão e análise estatística, mostrando as

comparações significantes dos parâmetos bioquímicos determinados na fase crônica nos

diferentes grupos experimentais infectados pela cepa QM2 do Trypanosoma

cruzi......................................................................................................................................

50

Page 16: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

Tabela 13- Valores médios de glicemia, insulina, hemoglobina glicada e glicogênio no

15º, 30º e 60º dias.................................................................................................................

57

Tabela 14- Valores médios de glicemia, insulina, hemoglobina glicada e glicogênio no

180º dia (final da fase crônica) ............................................................................................

58

Page 17: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAT Enzima catalase CO2 Dióxido de Carbono Cu+ Íon cobre CEUA Comissão de Ética no Uso de Animais DC Doença de Chagas DM2 Diabetes Mellitus DNA Ácido Desoxirribonucléico DPPH 2,2-difenil-1-picrilhidrazil

Capacidade doadora de H+ para o radical estável dpi Dias pós infecção ERN Espécies reativas de nitrogênio ERO Espécies reativas de oxigênio Fe2+ Íon ferroso Fe3+ Íon férrico FRAP Ferric – Reducing Ability of Plasm

(Habilidade Plasmática de Reduzir o sal férrico) GPX Glutationona peroxidase GS Grupamentos Sulfidrila GSH Glutationa reduzida GSSH Glutationa oxidada Hb Hemoglobina HO2���� radical hidroperoxila IL Interleucina INF Interferon

Page 18: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

INFA/A Infectados agudo tratado com água INFA/C Infectados agudo suplementado com vitamina C INFC/A Infectados crônico tratado com água INFC/C Infectados crônico suplementado com vitamina C QUICKI Quantitative Insulin Sensitivity Check Index NINFA/A Não infectado agudo tratado com água NINFA/C Não infectado agudo suplementado com vitamina C NINFC/A Não infectado crônico tratado com água NINFC/C Não infectado crônico suplementado com vitamina C NO Óxido Nítrico NO2 Nitrato NO3 Nitrito NO2���� Dióxido de Nitrogênio NK Natural Killer O2���� Superóxido OH���� Hidroxila SOD Enzima superóxido dismutase TGF Fator de crescimento tumoral TNF Fator de necrose tumoral Th Linfócito T auxiliador (LT Helper)

Page 19: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 19

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 26

2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................ 26

2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 26

2.2.1 Determinar o efeito da suplementação com vitamina C no processo inflamatório

desencadeado pelo T. cruzi por meio da parasitemia, análise histopatológica e concentração

do óxido nítrico (NO). .......................................................................................................... 26

2.2.2 Determinar a concentração da vitamina C, glutationa reduzida (GSH), capacidade

antioxidante do plasma (FRAP) e grupamentos sulfídrilas totais do plasma (GS) como

defesa antioxidante do sangue em função da suplementação com vitamina C na infecção

pelo T. cruzi. ......................................................................................................................... 26

2.2.3 Determinar a influencia da vitamina C nas concentrações de glicemia, insulinemia,

hemoglobina glicada e glicogênio hepático e sua possível ação na multiplicação do T. cruzi.

.............................................................................................................................................. 26

3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 27

3.1 Animais utilizados .......................................................................................................... 27

3.2 Infecção dos animais ...................................................................................................... 27

3.3 Identificação dos grupos ................................................................................................. 27

3.4 Distribuição dos grupos .................................................................................................. 28

3.5 Forma de Tratamento...................................................................................................... 29

3.5.1 Cálculo da suplementação da água com vitamina C ............................................... 29

3.5.2 Demonstração da estabilidade da atividade antioxidante da vitamina C na água de

suplementação .................................................................................................................. 30

3.6 Estudo da parasitemia ..................................................................................................... 31

3.7 Estudo histopatológico e bioquímico ............................................................................. 31

3.7.1 Análise histopatológica ........................................................................................... 31

3.7.2 Análises Bioquímicas .............................................................................................. 32

4 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................. 37

5 RESULTADOS .................................................................................................................... 38

5.1. Os resultados obtidos para verificar o efeito da vitamina C na mortalidade e no

processo inflamatório desencadeado pela infecção do T. cruzi estão apresentados abaixo. 38

5.1.1 Taxa de mortalidade ................................................................................................ 38

Page 20: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

5.1.2 Determinação da parasitemia................................................................................... 38

5.1.3 Estudo histopatológico ............................................................................................ 40

5.1.4 Determinação das concentrações plasmáticas de óxido nítrico total (NO) ............. 46

5.2 Determinação da dinâmica da defesa antioxidante do sangue em função da

suplementação com vitamina C na infecção pelo T. cruzi ................................................... 48

5.2.1 Os resultados das análises bioquímicas obtidos para as fases aguda e crônica estão

apresentados nas Tabela 11 e 12 e Figuras de 8 a 17 respectivamente. .......................... 48

5.3. Determinação da influencia da vitamina C no controle glicêmico e sua possível ação na

multiplicação do T.cruzi ...................................................................................................... 56

5.3.1 Determinação da glicemia, insulina, hemoglobina glicada e glicogênio hepático .. 56

6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 64

6.1 Efeitos da suplementação com vitamina C no processo inflamatório desencadeado pelo

T. cruzi .................................................................................................................................. 64

6.2 Avaliação da dinâmica da defesa antioxidante do sangue em função da suplementação

com vitamina C na infecção pelo T. cruzi. ........................................................................... 67

6.3 Influencia da vitamina C no controle glicêmico e sua possível ação na multiplicação do

T. cruzi .................................................................................................................................. 71

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 75

8 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 76

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 77

Page 21: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

19

1 INTRODUÇÃO

Os países em desenvolvimento, assim como os emergentes, têm apresentado um

crescimento nas áreas sociais e da saúde, o que tem contribuído para o aumento da

longevidade de sua população, estimando-se que em 2025 a população de idosos atinja quase

2 bilhões de indivíduos. Considerando que o idoso pode apresentar alterações imunológicas,

prevê-se um aumento de doenças crônicas como as infecciosas, inflamatórias e neoplasias.1

Portanto, a morbidade em geral e as doenças infecciosas crônicas vêm acompanhando

tal situação, na qual podemos incluir a doença de Chagas.2

A doença de Chagas (DC) foi descoberta pelo médico sanitarista Carlos Chagas em

19093 e, ainda hoje, se constitui em uma endemia preocupante, uma vez que 16 a 18 milhões

de indivíduos podem estar acometidos na América Latina.2 No Brasil, aproximadamente, três

milhões de indivíduos encontram-se na fase crônica da doença.4

Por ser uma doença do continente americano é também denominada tripanossomíase

americana, sendo causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, que pode acometer

homens, animais domésticos e selvagens, como hospedeiros definitivos e principais

reservatórios. A transmissão vetorial se dá por insetos hematófagos da família Reduviide e

subfamília Triatominae, popularmente conhecida como “barbeiros”. Atualmente, no Brasil a

principal espécie transmissora, Triatoma infestans está sob controle. Porém, existem outros

mecanismos de transmissão como a transfusão sanguínea, oral (alimentos contaminados) e

congênita.2,5

A infecção vetorial ocorre quando o barbeiro realiza a hematofagia e elimina em suas

fezes as formas tripomastigotas metacíclicas que penetram pelo local da picada e interagem

com células fagocitárias da pele ou mucosa. Neste local, intracelularmente, ocorre a

transformação dos tripomastigotas em amastigotas e inicia-se o processo de multiplicação por

meio de divisão binária. Em seguida, ocorre a diferenciação dos amastigotas em

tripomastigotas, que, rompendo a membrana da célula hospedeira, são liberados caindo na

corrente sanguínea.5 As formas tripomastigotas não possuem capacidade de divisão celular,

mas são altamente infectantes, capazes de parasitar diferentes tipos celulares, incluindo

macrófagos, células musculares lisas e estriadas, inclusive fibroblastos.6

Page 22: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

20

Figura 1 – Representação esquemática do ciclo de vida do protozoário flagelado

Trypanosoma cruzi

A fase aguda da doença é caracterizada por intensa multiplicação e invasão de células,

sendo geralmente assintomática. No entanto, alguns indivíduos podem apresentar

sintomatologia como: chagoma de inoculação ou sinal Romanã, febre, adenopatia

generalizada, edema, hepatoesplenomegalia, miocardite e meningoencefalite nos casos

severos.7 Esse período se estende de 6 a 8 semanas, apresenta uma elevada parasitemia em

que o parasita pode ser encontrado nas formas tripomastigotas circulantes no sangue e formas

amastigotas nos tecidos de órgãos acometidos.8,9

Nesses órgãos atingidos a presença dos parasitas e a ruptura dos ninhos de amastigotas

promovem um quadro inflamatório com predomínio de células mononucleares próximas das

células parasitadas rompidas. A inflamação tende a diminuir após a fase aguda.10

O parasitismo intenso observado na fase aguda é controlado pela resposta imune contra

o T. cruzi levando a fase crônica com baixo parasitismo. Na fase crônica cerca de 70% dos

pacientes não apresentam sintomas clínicos, sendo conhecida como forma indeterminada.

Contudo, aproximadamente 30% desenvolvem sintomatologia em um período que varia de 10

a 30 anos após a infecção, apresentando principalmente as formas clínicas cardíacas e

digestivas podendo apresentar cardiomegalia, megaesôfago e/ou megacólon; com lesões

irreversíveis desencadeadas pela atividade inflamatória.11,12

Page 23: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

21

Como resposta imune no hospedeiro vertebrado observa-se ativação de células B

levando a produção de níveis substanciais de anticorpos e ativação de linfócitos T CD4+ e

CD8+.13 Também há ativação inespecífica de células natural killer (NK) células dendríticas

(DC) e macrófagos que desempenham um papel fundamental na resistência à infecção14, com

a produção de citocinas pró-inflamatórias como interferon-δ (IFN-δ); interleucina 12 (IL-12) e

o fator de necrose tumoral-α (TNF-α). O IFN-δ tem um papel importante na ativação de

macrófagos, quando produzirão elevados níveis de óxido nítrico (NO) que irão controlar a

replicação do parasita.15

No sangue periférico também foi demonstrado que a infecção crônica induz um estado

pró-inflamatório com produção de citocinas do tipo Th1. Além disso, ocorre a supressão de

citocinas com atividade anti-inflamatória do tipo Th2, como IL-4 e IL-10.16,17,18 As citocinas

produzidas então estimulam a liberação de outros mediadores inflamatórios como espécies

reativas de oxigênio (ERO) e espécies reativas de nitrogênio (ERN).19 Sendo assim, os

processos inflamatórios promovem o aumento da concentração dos radicais livres, uma vez

que no organismo, os mesmos são produzidos naturalmente através de processos metabólicos

oxidativos20.

Radicais livres são átomos e moléculas que têm um ou mais elétrons isolados, ou seja,

não pareados na sua última órbita, livres para se ligar a qualquer outro elétron, sendo por isso,

extremamente reativos, os quais podem ser gerados por fontes exógenas ou endógenas 21,22, 23

Os principais radicais livres observados nesses processos são: superóxido (O2•), hidroxila

(OH•), radical hidroperoxila (HO2•), óxido nítrico (NO•) e o dióxido de nitrogênio

(NO2•).21,22 O radical hidroxila é o mais reativo promovendo lesões nas moléculas celulares e

o peróxido de hidrogênio pode atravessar a membrana nuclear e danificar o DNA. 23,24

A doença de Chagas, sendo uma doença inflamatória induz as células fagocitárias,

principalmente neutrófilos e macrófagos a produzir os radicais superóxidos (O2•) e óxido

nítrico (NO•) como parte do mecanismo de defesa imunológica, a fim de eliminar o parasita.

Essa produção torna-se excessiva provocando lesões nos tecidos. 22

Pesquisas atuais têm demonstrado que o aumento do estresse oxidativo acompanha a

avanço da doença de Chagas 25,26,27 e que tem sido eficaz o uso de elementos antioxidantes,

podendo influenciar na evolução da doença.27

Quando as ERO e ERN são produzidas em excesso, ou por longos períodos, podem

exercer efeitos tóxicos que danificam as células e tecidos, resultando na disfunção dos

processos fisiológicos.28 O estresse oxidativo ocorre quando as defesas antioxidantes

endógenas tornam-se insuficientes frente à excessiva produção de ERO e ERN, ficando os

Page 24: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

22

componentes celulares desprotegidos, podendo causar perturbações nos mecanismos de

sinalização celular normal.29 As EROs podem oxidar proteínas, lipídios e DNA, podendo

atingir qualquer componente celular, porém a membrana é um dos mais suscetíveis em

decorrência da lipoperoxidação.20,24,28 Para combater esses radicais livres, principalmente em

condições inflamatórias, e diminuir o estresse oxidativo o organismo necessita utilizar

compostos antioxidantes, na tentativa de minimizar as seqüelas da doença.26,30,31,32.

Os sistemas biológicos utilizam moléculas e enzimas como antioxidantes que podem

ser endógenos enzimáticos como a glutationa peroxidase (GPx), catalase (CAT) e superóxido

dismutase (SOD) e não enzimáticos como a glutationa (GSH). Além desses, o organismo

utiliza aqueles provenientes da dieta como: α – tocoferol (vitamina E), β caroteno (pro-

vitamina A) , ácido ascórbico (vitamina C) e compostos fenólicos (flavonóides).26

A vitamina C, ou ácido ascórbico, é um nutriente essencial ao organismo, pois

apresenta inúmeras propriedades fisiológicas. Os humanos não podem sintetizar o ácido

ascórbico, sendo necessário obtê-lo a partir da dieta e a sua deficiência leva ao

desenvolvimento do escorbuto. Ela se apresenta sob duas formas: ácido ascórbico (AA) ou

ascorbato que é a forma reduzida e o ácido dehidroascórbico (DHA), que é a forma oxidada.

A síntese do DHA a partir do AA ocorre através da reação de oxidação, onde dois elétrons

são removidos, dando origem primeiro ao radical ascorbil e posteriormente ao ácido

dehidroascórbico (DHA). Ambas as formas reduzidas e oxidadas são transportadas através

das membranas celulares; porém a forma reduzida é fisiologicamente mais ativa e é mais

encontrada no plasma e tecido. 29,33,34,35

Figura 2 – Reação de oxidação do ácido ascórbico em ácido dehidroascórbico.

Adaptado de Levine et al., 1999.

A vitamina C ou ascorbato é um antioxidante dietético hidrossolúvel, sendo um

potente agente redutor, pois pode doar elétrons a serem sequestrados por uma variedade de

Page 25: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

23

espécies oxidantes e de radicais livres reativos. A vitamina C sequestra de forma eficaz os

radicais hidroxila, peroxila e superóxidos.36

Entretanto, o ascorbato pode atuar como pró-oxidante potencializando a reação de

Fenton, na qual a presença de metais transição Fe2+ e Cu1+ reagem com o peróxido de

hidrogênio levando a formação de radical hidroxila.29,37

Várias pesquisas têm sido realizadas para verificar o efeito pró-oxidante 34,38,39 e anti-

próinflamatório 40,41 da vitamina C, uma vez que as propriedades antioxidantes estão bem

estabelecidas.36,42,43. Estudos de revisão de Carr e Frei38 investigaram o papel da vitamina C em 44

pesquisas e mostraram que em 38 havia uma redução dos marcadores oxidativos, em 14 não

foram observados qualquer alteração e em apenas seis demonstrou-se aumento ao dano

oxidativo após suplementação com vitamina C.

Da mesma forma, Duarte e Lunec 39 após revisarem alguns estudos sobre os efeitos da

vitamina C observaram que a maioria apresentou uma redução no dano oxidativo ao DNA ou

efeito nulo enquanto apenas alguns estudos apresentaram aumento nas lesões.

Estudos de Padayatti et al 34 mostraram que a intervenção da vitamina C não

apresentou mudança nos marcadores de oxidação ou benefício clínico sugerindo que o

ascorbato pode agir como antioxidante ou pró-oxidante dependendo de sua dosagem e

concentração.

Jialal e Singh 40 avaliaram a vitamina C, e efeitos sob biomarcadores de inflamação e

mostraram que a suplementação venosa com vitamina C melhora a vasoreatividade na

disfunção endotelial, o que não foi confirmado na suplementação oral. Mikirova et al. 41

concluiram que altas doses intravenosas de ascorbato podem reduzir a inflamação em

pacientes com câncer.

Neste contexto, pesquisas de Fisher e Naughton 44 relataram que a elevada ingestão de

ácido ascórbico, acima do recomendado, pode ser prejudicial em pacientes que sofrem de

condições inflamatórias crônicas.

Mação et al.27 administraram 500 mg de vitamina C e 800 UI de vitamina E em

pacientes crônicos portadores da doença de Chagas por um período de seis meses, e

mostraram que o estresse oxidativo foi controlado no miocárdio, possivelmente pela ação

antioxidante das vitaminas.

Tavares 35, ao investigar as funções de vitamina C também relatou ações antioxidantes

e pró-oxidantes, as quais são determinadas principalmente pela concentração local da

vitamina, a presença ou ausência de metais de transição e pelo potencial redox da célula.

Page 26: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

24

De acordo com Nightingale et al.45 a terapia oral com vitamina C também pode

aumentar a biodisponibilidade de NO, concordando com pesquisas de Jackson et al. 46 os

quais relataram que fisiologicamente, o aumento da concentração do NO só ocorreria em altas

concentrações de ácido ascórbico.

Tal efeito pode ser importante na doença de Chagas, pois estudos de Ribeiro et al.47

mostraram que altas concentrações de NO causaram maiores danos ao DNA das células

cardíacas e esplênicas. Para Arantes et al.,48 o NO seria o mediador final dos danos neuronais

da doença de Chagas aguda.

Pesquisas experimentais realizadas anteriormente pelo nosso grupo demonstraram que

a suplementação com vitamina C não foi capaz de proteger contra o estresse oxidativo,

promovendo o aumento do processo inflamatório, causando maior dano aos tecidos, tanto na

fase aguda quanto na crônica da doença de Chagas, bem como o aumento da peroxidação

lipídica, inferindo que a vitamina C agiu como pró-oxidante e pró-inflamatório para estes

animais.49,50,51

A infecção pelo T. cruzi produz uma resposta inflamatória que pode influenciar

diversos processos, entre eles a resistência à insulina, sugerindo que alguns parâmetros

metabólicos possam estar alterados no hospedeiro. Neste sentido, em humanos, há evidências

de comprometimento funcional e anatômico do pâncreas, tanto na fase aguda quanto na

crônica.52,53,54 Além disso, estudos anteriores demonstraram que pacientes chagásicos

apresentaram níveis elevados de glicose no sangue e uma predisposição alta para o

desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) em comparação com indivíduos

saudáveis.55,56 Porém outros estudos não demonstraram maior prevalência de Diabetes

Mellitus ou alterações em teste de tolerância oral à glicose em chagásicos,57,58,59 ou no índice

de resistência à insulina.60

Em modelo murino, Tanowitz et al.61 demonstraram que ratos diabéticos infectados

com T. cruzi apresentavam aumento da parasitemia. Por sua vez, Nagajyothi et al.62,63

relataram que camundongos infectados com T. cruzi apresentavam hipoglicemia, apesar dos

níveis aumentados de glucagon. Coombs et al.64 também monstraram que níveis de insulina

diminuíram na fase aguda da infecção pelo T. cruzi em ratos, como resposta para níveis muito

baixos de glicose neste período da doença; o qual em muitos casos é fator preditivo de

mortalidade.

A suplementação com vitamina C pode influenciar o controle glicêmico do organismo,

sendo que alguns estudos 65,66 relataram que níveis plasmáticos elevados de ácido ascórbico

Page 27: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

25

retardaram a resposta da insulina às variações nos níveis de glicose de indivíduos

normoglicêmicos prolongando a hiperglicemia prandial.67 Por outro lado, a interelação entre

estes fatores são complexos, uma vez que as concentrações de vitamina C no organismo não

dependem apenas da ingestão, mas também da glicemia e concentrações de insulina

plasmática.68

Embora, no senso comum, a suplementação antioxidante tenha benefício, o que tem

tornado seu uso indiscriminado, as evidências obtidas com suplementação de vitamina C

sugerem cautela. Portanto, este trabalho propõe-se a avaliar a ação da vitamina C, na

dosagem equivalente a 500 mg de ácido ascórbico/dia, nos processos inflamatórios, na defesa

antioxidante e no controle glicêmico de camundongos sadios e infectados experimentalmente

com a cepa QM2 de T. cruzi na fase aguda e crônica da doença de Chagas.

Page 28: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

26

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar o efeito da suplementação da vitamina C nos processos inflamatórios, nas

defesas antioxidantes e no controle glicêmico, durante a evolução da doença de Chagas

experimental.

2.2 Objetivos Específicos

2.2.1 Determinar o efeito da suplementação com vitamina C no processo inflamatório

desencadeado pelo T. cruzi por meio da parasitemia, análise histopatológica e concentração

do óxido nítrico (NO).

2.2.2 Determinar a concentração da vitamina C, glutationa reduzida (GSH), capacidade

antioxidante do plasma (FRAP) e grupamentos sulfídrilas totais do plasma (GS) como

defesa antioxidante do sangue em função da suplementação com vitamina C na infecção pelo

T. cruzi.

2.2.3 Determinar a influencia da vitamina C nas concentrações de glicemia, insulinemia,

hemoglobina glicada e glicogênio hepático e sua possível ação na multiplicação do T. cruzi.

Page 29: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

27

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Animais utilizados

Nesta pesquisa foram utilizados 144 camundongos “Swiss” machos de 20 dias de

idade, pesando aproximadamente 25 gramas (grs). Esses animais foram divididos em lotes de

12 camundongos e mantidos em 12 gaiolas de 33x40x16,5cm no Biotério de Manutenção do

Laboratório de Parasitologia onde receberam ração padrão Nuvilab® (Anexo 1) e água

(suplementada ou não com vitamina C) ad libitum. Foram aclimatados em temperatura de

25ºC com fotoperíodo claro/escuro de 12 horas. A forma de tratamento, cuidados e eutanásia

dos camundongos seguiu as normas da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA).

Projeto aprovado no CEUA nº 1253/13, em 28/06/2013 (Anexo 2).

3.2 Infecção dos animais

Seis grupos de animais foram inoculados, por via intraperitoneal, com 5,0 x 104 formas

tripomastigotas da cepa QM2 de T. cruzi, caracterizada por Martins et al.69, a partir do sangue

proveniente de outro camundongo previamente infectado.

3.3 Identificação dos grupos

Os animais foram separados, aleatoriamente, e identificados da seguinte forma (Tabela

1):

Page 30: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

28

Tabela 1 - Identificação dos grupos estudados nas fases aguda e crônica

FASE AGUDA

INFECTADOS NÃO INFECTADOS

INFA/C

Infectado agudo suplementado com vit. C

NINFA/C

Não infectado agudo suplementado com vit. C

INFA/A

Infectado agudo tratado com água

NINFA/A

Não infectado agudo tratado com água

FASE CRÔNICA

INFECTADOS NÃO INFECTADOS

INFC/C

Infectado crônico suplementado com vit. C

NINFC/C

Não infectado crônico suplementado com vit.C

INFC/A

Infectado crônico tratado com água

NINFC/A

Não infectado crônico tratado com água

3.4 Distribuição dos grupos

Para o estudo da fase aguda foram separados 2 grupos de 48 animais cada, sendo um

grupo de 48 camundongos denominado Lote 1, o qual foi dividido em 4 grupos de 12 animais

para o estudo da glicemia, insulinemia, óxido nítrico(NO) e um segundo grupo de 48 animais,

denominado Lote 2, o qual também foi dividido em 4 grupos de 12 animais para o estudo da

taxa de mortalidade, parasitemia, análise histopatológica e as determinações bioquímicas

(concentração plasmática de vitamina C, capacidade antioxidante do plasma (FRAP),

grupamentos sulfidrilas totais do plasma (GS), determinação da glutationa reduzida (GSH) e

glicogênio hepático e hemoglobina glicada).

- Para o estudo da fase crônica foi utilizado um grupo de 48 camundongos,

denominado Lote 3, o qual foi dividido em 4 grupos de 12 animais para a realização das

mesmas determinações da fase aguda com exceção da parasitemia.

No total foram obtidos 12 grupos de 12 animais cada, sendo que 6 grupos foram

infectados e 6 grupos não foram infectados.

Page 31: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

29

Tabela 2 - Distribuição dos lotes em grupos estudados e o número de animais analisados em cada grupo nos períodos das fases aguda e crônica.

FASE AGUDA

LOTE 1

INFA/C INFA/A NINFA/C NINFA/A

15 DIAS 4* 4* 4* 4*

30 DIAS 4* 4* 4* 4*

60 DIAS 4* 4* 4* 4*

LOTE 2

60 DIAS 12* 12* 12* 12*

FASE CRÔNICA

LOTE 3

INFC/C INFC/A NINFC/C NINFC/A

180 DIAS 12* 12* 12* 12*

*numero de animais por grupo

3.5 Forma de Tratamento

Para os camundongos dos grupos INFA/C, INFC/C, NINFA/C e NINFC/C foi

oferecida água suplementada com o equivalente a 500 mg/dia vitamina C e ração Nuvilab®

ad libitum. Para suplementar a água a ser oferecida aos camundongos foi utilizado Cewin®

gotas Sanifi-Aventis Laboratory (Anexo 3), cuja apresentação de vitamina C é de 200 mg/ml.

Os grupos INFA/A, INFC/A, NINFA/A e NINFC/A receberam água e ração Nuvilab®

ad libitum padronizada pelo Biotério Central da Famema para alimentação dos animais.

Os grupos INFA/C, INFA/A, NINFA/C e NINFA/A receberam esse tratamento por 60

dias; e os grupos INFC/C, INFC/A, NINFC/C e NINFC/A receberam por 180 dias.

3.5.1 Cálculo da suplementação da água com vitamina C

A dosagem equivalente a 500 mg/dia de vitamina C foi determinada considerando

pesquisas prévias.49,50,51 Desta forma, foi fornecido aos camundongos dosagem equivalente a

Page 32: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

30

500mg/dia considerando o peso médio dos camundongos, que é de, aproximadamente, 25 grs,

bem como o volume da ingesta diária que é ao redor de 5 mL. Portanto, foram diluídos 0,5

mL desse medicamento em 3000 mL de água, e distribuídos 500 mL nos bebedouros dos

grupos experimentais, sendo a solução trocada a cada 12 horas.

O bebedouro que serviu de recipiente para a água suplementada foi envolvido em

papel alumínio para evitar a oxidação pela luz.da vitamina C, mantendo a estabilidade da

solução.

3.5.2 Demonstração da estabilidade da atividade antioxidante da vitamina C na água de

suplementação

A avaliação da estabilidade da ação antioxidante da vitamina C na água oferecida aos

animais suplementados mostrou uma boa conservação após a realização da solução. A solução

recém-preparada apresentava 47.5 % de capacidade doadora de H+ para o radical estável

DPPH, a qual correspondeu a 34% no prazo de 6 horas e a 22.3 % ao final das 12 horas

(Figura 3).

Figura 3 - Cinética da atividade antioxidante da solução de vitamina C em 12 horas.

A estabilidade da atividade antioxidante da Vitamina C na água utilizada nos

bebedouros para suplementação dos animais durante o período de 12 horas foi demonstrada

determinada pela capacidade doadora de H+ para o radical estável DPPH (2,2-difenil-1-

picrilhidrazil).70 O DPPH apresenta máxima absorbância à 517nm, que decresce na presença

de moléculas doadoras de H+, indicado pela mudança da coloração roxa para amarelo. Os

experimentos foram realizados em triplicata para fins estatísticos, utilizando a solução de 1mL

Page 33: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

31

de tampão acetato (pH 5,5 e 100mM), 1mL de etanol P.A., 500µL de solução de DPPH

(250µM) e de 50 da amostra de suplementação nos intervalos de tempo 0, 3, 6, 9 e 12 horas.

A Vitamina C reagiu com o radical DPPH por um período de 30 minutos em ambiente de

pouca luminosidade e em seguida submetidos à leitura em espectrofotômetro UV-Vis num

comprimento de onda de 517nm. O cálculo da atividade antioxidante foi realizado de acordo

com a fórmula: Atividade antioxidante (%) = [(Acontrole – Aamostra) / Acontrole] x 100; onde

Aamostra é a absorbância das amostras após 30 minutos e Acontrole é a absorbância do DPPH.

3.6 Estudo da parasitemia

Foi realizado durante a fase aguda da infecção. Desta forma, durante 60 dias foi

determinada, duas vezes por semana, a parasitemia de seis camundongos de cada grupo

infectado, utilizando sangue periférico caudal de acordo com o método de Brener71, iniciando

no 8º dia após a infecção, totalizando-se 16 contagens para cada animal. Esses animais foram

escolhidos aleatoriamente e mantidos em gaiolas isoladas até o final do estudo parasitêmico

recebendo normalmente o tratamento até o fim da fase aguda.

3.7 Estudo histopatológico e bioquímico

Para o estudo histopatológico e bioquímico os animais foram eutanasiados com CO2

no 60º dia para o estudo da fase aguda e aos 180º dias para o estudo da fase crônica.

3.7.1 Análise histopatológica

Os animais do Lote 2 foram eutanasiados por CO2 e foi coletado um fragmento de

coração, cólon, músculo esquelético da coxa, pâncreas e fígado de todos os camundongos dos

grupos INFA/C, INFA/A, NINFA/C e NINFA/A no 60º dia após a infecção para o estudo da

fase aguda e no 180º dia os camundongos do Lote 3, dos grupos INFC/C, INFC/A, NINFC/C

e NINFC/A para o estudo da fase crônica. O material recolhido foi conservado em frascos

plásticos contendo formol 10%; após, os tecidos foram embebidos em parafina e cortados em

seções de 5µm de espessura, corados pela hematoxilina-eosina para análise e examinados, em

esquema cego, sob um microscópio óptico com uma ampliação de 400x. Foi utilizada uma

escala semiquantitativa de zero a três cruzes para graduar o processo inflamatório, ninhos de

amastigotas e necrose, sendo considerado: “zero”- ausência de inflamação, ninhos de

Page 34: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

32

amastigotas e necrose; “+”- inflamação discreta, raros ninhos de amastigotas e necrose; “++”-

inflamação moderada, moderado número de ninhos de amastigotas e necrose; e “+++”-

inflamação intensa, frequentes ninhos de amastigotas e necrose.

3.7.2 Análises Bioquímicas

3.7.2.1 Obtenção e Preparo do material

- Lote 1: Para a realização das determinações da glicemia foi coletado uma gota de

sangue da cauda dos animais semanalmente. Para as determinações da insulina e óxido nítrico

(NO), 4 animais de cada grupo foram eutanasiados por CO2 no 15º, 30º e 60º dias após a

infecção e o sangue coletado por punção cardíaca.

- Lote 2: Para a determinação plasmática da vitamina C, GSH reduzida, FRAP, GS e

hemoglobina glicada, os animais foram eutanasiados por CO2 no 60º dias após a infecção e o

sangue coletado por punção cardíaca em heparina. Para a dosagem de glicogênio hepático um

fragmento do fígado foi imediatamente congelado em nitrogênio líquido e, posteriormente,

armazenado à -80°C.

- Lote 3: Para a realização das determinações da glicemia foi coletado uma gota de

sangue da cauda semanalmente a partir do 60º pós-infecção até completar 180 dias. Para a

determinação da insulinemia, NO, hemoglobina glicada, concentração plasmática da vitamina

C, GSH reduzida, FRAP e GS, os animais foram eutanasiados por CO2 no 180º dias pós-

infecção. Para a dosagem de glicogênio hepático um fragmento do fígado foi imediatamente

congelado em nitrogênio líquido e, posteriormente, armazenado à -80°C.

Imediatamente após a coleta do sangue foi realizado o hemolisado para determinação

da GSH reduzida. Para tanto, foi realizada a adição de 50 µL de sangue em 500 µL de água

destilada. Deste hemolisado foram utilizados 200 µL para a determinação da concentração de

hemoglobina (Hb) pelo método do reagente da solução de Drabkin.72 Ao volume restante

foram adicionados 3,0 mL de solução precipitante (1,67 g de HPO3, 0,2 g de Na2-EDTA e 30

g NaCl em 100 mL de água deionizada), deixado em repouso no gelo por 5 minutos e, em

seguida, centrifugado à 2000 rpm por 2 minutos a 4º C. O sobrenadante foi utilizado para a

determinação da GSH. Um branco foi preparado pela adição de 2,0 mL de água em 3,0 mL de

solução precipitante e submetido ao mesmo procedimento.

Page 35: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

33

O restante do sangue foi centrifugado a 3.000 rpm por 5 minutos a 4º C e uma porção

de 200 µL de plasma foi imediatamente acidificada com 800 µL de ácido tricloroacético 5%

para a determinação de ácido ascórbico. O volume restante do plasma foi armazenado à -80°C

para uso nas demais análises bioquímicas.

Um fragmento do fígado foi imediatamente congelado em nitrogênio líquido e,

posteriormente, armazenado à -80°C para posterior dosagem de glicogênio hepático.

3.7.2.2 Determinações Bioquímicas

3.7.2.2.1 Determinação das concentrações plasmáticas de óxido nítrico (NO) total (NO2/NO3)

O sangue foi retirado usando heparina como anticoagulante e, após centrifugação por

10 minutos, 3000 rpm e 4º C, utilizou-se o plasma obtido para o ensaio. Para determinação do

NO total (NO2/NO3)73,74 foi utilizado como meio de reação uma mistura de tampão fosfato de

sódio 20 Mm pH 7,4, cofator NADPH (concentração final 1,8 µM) e enzima Nitrato redutase

de Aspergillus (Sigma) na concentração de 0,1U/mL. Em paralelo, uma curva padrão de

nitrato de sódio (0 a 140 µM) foi submetida às mesmas condições do ensaio das amostras. As

amostras e a curva padrão foram incubadas por 2 horas em banho maria à 37ºC. Após este

período de incubação adicionou-se, à cada amostra, uma solução de Phenazina metasulfato

(80 µM) e o material foi incubado novamente no escuro por 30 minutos. Foi realizada, em

seguida, a precipitação protéica adicionando soluções de Sulfato de zinco (0,5 M em etanol

50%) e Carbonato de sódio (0,5M). O material foi centrifugado a 12000 rpm por 10 minutos à

4º C e coletou-se o sobrenadante para proceder à coloração com o Reagentes de Griess I

(sulfanilamida 1% em HCl 3N) e o Reagente de Griess II (naftiletilenodiamina 0,1% em HCl

3N). Depois de decorridos 10 minutos de reação, no escuro à temperatura ambiente, o

material foi centrifugado novamente e foi coletado o sobrenadante para leitura das amostras e

da curva padrão, em espectrofotômetro leitor de microplacas em 540nm. A concentração das

amostras foi calculada utilizando a curva padrão e expressa em µM/L.

Page 36: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

34

3.7.2.2.2 Determinação das concentrações plasmáticas de ácido ascórbico (vitamina C)

A concentração de ácido ascórbico foi determinada no plasma de acordo com

Schaffert e Kingsley.75 Para tanto, 100 µL de solução contendo 2,4-dinitrofenilhidrazina

(2%), tiouréia (10%) e sulfato de cobre (1%) foram adicionados a 300 µL do plasma

acidificado em ácido tricloacético a 5%. Esse material foi mantido em banho-maria 37˚C por

4 horas e, posteriormente, colocado em banho de gelo. A seguir foram acrescentados 200 µL

de ácido sulfúrico (85%). A reação foi realizada por 20 minutos, em temperatura ambiente e

no escuro, e a leitura feita em espectrofotômetro a 515 nm, e as concentrações das amostras

foram obtidas comparando com uma curva padrão (0 a 4.0 mg/dL) de ácido ascórbico

submetida ao mesmo procedimento.

A contribuição relativa do ácido ascórbico (%) para a capacidade antioxidante total do

plasma (FRAP) foi determinada a partir da atividade relativa de 2,0 para a vitamina C como

determinada por Benzie e Strain.76

3.7.2.2.3 Determinação da glutationa reduzida (GSH)

A concentração de glutationa foi determinada pelo método colorimétrico desenvolvido

por Beutler77 que se baseia na redução do ácido 5,5´-dithiobis (2-acido nitrobenzoico)

(DTNB) que, na presença de glutationa, origina um composto amarelo, cuja densidade óptica

é medida em 412 nm.

Para a leitura no espectrofotômetro em 412 nm, foram colocados 800 µL de fosfato de

sódio 0,3M seguidos de 200 µL do hemolisado e foi registrada a DO-1. O mesmo

procedimento foi realizado no tubo branco. Em seguida foram adicionados 100 µL de DTNB

e a DO-2 foi registrada. A concentração de GSH foi expressa em µmol/g de Hb, considerando

o coeficiente de absorção molar para o DTNB==13,600 cm-1 M-1.78

3.7.2.2.4 Determinação da capacidade antioxidante plasmática pelo método “Ferric Reducing

Ability of Plasma” (FRAP)

O método, descrito por Benzie e Strain76, baseia-se na capacidade dos antioxidantes

plasmáticos em reduzir os íons Fe+++ em Fe++ na presença de 2,4,6 tripyridyl-s-triazine em pH

baixo com a formação de Tripyridil-s-triazine que possui coloração azul. O reagente foi

preparado pela adição de 25 ml de tampão acetato de pH 3,6 (0,3M), 2,5 ml de 2,4,6

Page 37: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

35

tripyridyl-s-triazine 10mM em HCl 40mM e 2,5 ml de FeCl3.6H2O 20mM. Foram colocados

300µl do reagente em uma cubeta que foi submetida a banho-maria 37o C durante 5 minutos.

Foi realizada a leitura óptica (DO-1) desta solução em 593nm. Em seguida foram adicionados

10µl da amostra seguidos de 30µl de H2O. Após exatos 10 minutos em banho-maria 37oC, a

DO-2 foi lida em 593nm. A variação de DO entre leitura final e a inicial para cada amostra foi

utilizada para determinação da capacidade antioxidante do plasma por comparação da

absorbância do teste com a absorbância de soluções de Fe++ de concentrações conhecidas

(100-1000 µmol/l) que foram testadas em paralelo.

3.7.2.2.5 Grupamentos Sulfidrila totais em plasma (GS)

Foi utilizada a metodologia p roposta por Sedlak e Lindsay79 utilizando o reagente de

Ellman (ácido 5,5´-dithiobis (2-acido nitrobenzoico; DTNB). Os grupamentos tióis reagiram

com o DTNB formando um complexo, que absorve luz a 412 nm.

Uma alíquota de 50 µL do plasma foi misturada em 1 mL de tampão Tris-EDTA (1 mM),

sendo feita uma primeira leitura a 412 (A1).

Após essa leitura foi adicionado 20 µL de 5,5´- ditiobis ácido 2-nitrobenzóico (DTNB)

10 mM, diluído em metanol. Após 15 minutos à temperatura ambiente e ao abrigo da luz, foi

realizado uma nova leitura (A2). O branco (B) foi composto de DTNB e tampão Tris-EDTA.

Os grupamentos sulfidrila totais foram calculados utilizando o coeficiente de absorção molar

para o DTNB=13,600 cm-1 M-1.78

3.7.2.2.6 Determinação da glicemia

Foi utilizado o monitor Advantage , com suas respectivas fitas, e a concentração de

glicose plasmática (mg. dl-1) foi determinada a partir do princípio de bioamperometria, no

qual a glicose é transformada pela glicose desidrogenase em glicolactona. A determinação da

glicose foi realizada após um jejum alimentar de cinco horas, de acordo com Ayala80

semanalmente durante a fase aguda da infecção e a cada 15 dias durante a fase crônica.

Page 38: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

36

3.7.2.2.7 Determinação da insulinemia

Foi determinada, após jejum alimentar de cinco horas80 por meio do kit ELISA para

RAT / Mouse INSULIN da Mercodia(Sweden) aos 15º, 30º e 60º dias pós infecção na fase

aguda e ao 180º dias para a fase crônica.

3.7.2.2.8 Avaliação da Sensibilidade Insulínica periférica pelo Modelo “Quantitative Insulin

Sensitivity Check Index” (QUICKI)

Este método 81,82 baseia-se na homeostasia, considerando uma relação entre insulina e

glicemia no estado de jejum. Os valores das duas variáveis sofrem uma transformação

logarítmica para normalizar a grande variabilidade dos valores, principalmente da insulina,

permitindo a obtenção do índice com a seguinte fórmula:

QUICKI = 1 ÷ (Log insulina + Log glicemia)

3.7.2.2.9 Determinação do Glicogênio hepático

A extração do glicogênio foi realizada por meio da digestão do fígado (amostras de 50

a 100 mg) em uma solução de KOH (6N), à temperatura de 100ºC e precipitação com etanol

(95%).83 Após este processo, foi adicionado K2SO4 (10%). O material foi então centrifugado

(3000 rpm, à 4º C por 3 minutos) e, ao precipitado foi adicionado 2,5 ml de água destilada e

ressuspenso. A solução resultante foi submetida à reação de fenol-sulfúrico84 que produz uma

coloração laranja, determinada em 490 nm.

As concentrações das amostras foram obtidas por meio da comparação com um

controle padrão de glicose (0.02%) a partir do qual foram calculadas as concentrações do

glicogênio hepático (µmol de unidades glicosil-glicose.g de tecido-1).

3.7.2.2.10 Determinação da concentração de hemoglobina glicada

Foi determinada, após jejum alimentar de cinco horas80

, por meio do kit da Biosystens

(Spain) no 60º dias pós infecção na fase aguda e ao 180º dias para a fase crônica.

Page 39: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

37

4 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para avaliar os resultados do efeito de vitamina C na evolução da parasitemia, foi

realizada a Análise de Variância para Medidas Repetidas, um fator, com nível de significância

de 5% (p < 0,05). 85

Para os demais parâmetros, devido à natureza das variáveis em estudo, no resumo dos

dados utilizou-se média e desvio-padrão. A normalidade dos dados foi verificada por meio do

teste de Shapiro-Wilk (SW). Para as comparações entre três ou mais grupos utilizou-se o teste

de análise de variância paramétrica um fator (ANOVA), complementada pelo teste de Tukey

(variâncias homogêneas) ou Games-Howell (variâncias heterogêneas); quando em ao menos

um dos grupos em comparação não se verificou a normalidade dos dados, utilizou-se a análise

de variância não-paramétrica de Kruskal-Wallis(KW), com valor p calculado pelo método de

Monte Carlo, complementada pelo teste de comparações múltiplas de Dunn, ajustado para o

número de comparações (Armitage e Berry85, software SPSS 21,86). Adotou-se o nível de

significância de 5% de probabilidade para a rejeição da hipótese de nulidade em todos os

testes.

Page 40: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

38

5 RESULTADOS

5.1. Os resultados obtidos para verificar o efeito da vitamina C na mortalidade e no processo inflamatório desencadeado pela infecção do T. cruzi estão apresentados abaixo.

5.1.1 Taxa de mortalidade

Durante a fase aguda e crônica foram observadas as seguintes taxas de mortalidade:

Tabela 3 – Taxa de mortalidade na fase aguda e crônica

Fase aguda

Grupos INFA/C INFA/A NINFA/C NINFA/A

Mortalidade 1* (8,33%)** 3* (25,0%)** 1* (8,33%)** 1* (8,33%)**

Fase crônica

Grupos INFC/C INFC/A NINFC/C NINFC/A

Mortalidade 3* (25,0%)** 6* (50,0%)** Zero Zero

*Número de animais **Porcentagem

Pode-se observar que o maior número de mortes ocorreu no grupo infectado que não

recebeu suplementação, tanto na fase aguda (INFA/A) quanto na crônica (INFC/A).

5.1.2 Determinação da parasitemia

Foram analisados ao microscópio ótico e a curva de parasitemia foi plotada para cada

grupo experimental empregando a média logarítmica da parasitemia detectadas dos animais,

que está expressa em números de tripomastigotas por 5µL de sangue. A Tabela 1 apresenta a

parasitemia média em 5µL de sangue e a média logarítmica dos grupos INFA/C e INFA/A.

Page 41: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

39

Tabela 4 - Estudo da parasitemia durante a fase aguda apresentada pela parasitemia média e média logaritmica dos grupos infectados INFA/C e INFA/A

INFA/C* INFA/A*

Contagem Dia pós

infecção Parasitemia média em

5µL

Log da parasitemia

Parasitemia média em

5µL

Log da parasitemia

1 8 334 2,52 146 2,16

2 12 956 2,98 831 2,92

3 15 1955 3,29 4112 3,61

4 19 5244 3,72 8410 3,92

5 22 6403 3,81 4052 3,61

6 25 3499 3,54 10787 4,03

7 29 3893 3,59 9398 3,97

8 33 4975 3,70 1504 3,18

9 36 3932 3,59 2410 3,38

10 40 1772 3,25 1010 3,00

11 43 2143 3,33 740 2,87

12 47 1521 3,18 2038 3,31

13 50 2110 3,32 2481 3,39

14 54 1277 3,11 1544 3,19

15 57 1702 3,23 1413 3,15

16 61 2306 3,36 1390 3,14

*ANOVA de medidas repetidas (p > 0,05)

A Figura 4 abaixo apresenta a curva parasitêmica destes grupos no decorrer da fase aguda.

Figura 4- Curva parasitêmica pela média logarítmica do nº de tripomastigotas/5µl de sangue do grupo INFA/C e INFA/A durante a fase aguda da infecção pelo T. cruzi do 8º ao 61º dia

Page 42: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

40

Os resultados obtidos no estudo da parasitemia da fase aguda não apresentaram

diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos ao longo do período analisado

(p>0,05). Entretanto, a Figura 2 demonstra que os animais do grupo INFA/C apresentaram

parasitemia inicial maior em relação ao grupo INFA/A, porém a partir do 12º dia a

multiplicação dos tripomastigotas aumentou no grupo INFA/A atingindo seu pico no 25º dia.

Até o 30º dia o grupo INFA/C apresentou uma parasitemia diminuída em relação ao INFA/A.

Porém, a partir do 47º dia não se observa diferença entre as parasitemias dos dois grupos até

60º dia ou final da fase aguda.

5.1.3 Estudo histopatológico

Os resultados da análise histopatológica na fase aguda estão expressos nas Tabelas 5 e

6 e figura 5, e para a fase crônica nas Tabelas 7 e 8 e figura 6.

Page 43: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

41

Tabela 5 - Análise histológica realizada no coração, cólon, músculo esquelético, pâncreas e fígado durante a fase aguda em camundongos experimentalmente infectados pelo Trypanosoma cruzi QM2 tratados com vitamina C (INFA/C) e com água (INFA/A)

INFA/C INFA/A Inflamação

% (11)* Necrose % (11)*

Amastigotas % (11)*

Inflamação % (9)*

Necrose % (9)*

Amastigotas % (9)*

Coração + 63,6% (7) --- 18,1% (2) 33,3% (3) --- 11,1% (1)

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Cólon + 81,9% (9) --- 54,5% (6) 44,4% (4) --- 22,2% (2)

++ 9,1% (1) --- 9,1% (1) 11,1% (1) --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Musc. Esquel.

+ 18,2% (2) 36,7% (4) 9,1% (1) 55,5% (5) 55,5% (5) 22,2% (2)

++ 54,5% (6) 9,1% (1) --- 44,4% (4) 33,3% (3) ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Pâncreas + 72,7% (8) --- --- 33,3% (3) --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Fígado + 90,9% (10) --- --- 44,4% (4) 11,1% (1) ---

++ 9,1% (1) --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

“%” indicam a porcentagem de camundongos com inflamação, necrose ou amastigotas em cada grupo

( )* indicam o número absoluto de animais em cada grupo.

Tabela 6 - Análise histológica realizada no coração, cólon, músculo esquelético, pâncreas e fígado durante a fase aguda em camundongos não infectados pelo Trypanosoma cruzi e tratados com vitamina C (NINFA/C) e com água (NINFA/A).

“%” indicam a porcentagem de camundongos com inflamação, necrose ou amastigotas em cada grupo

( )* indicam o número absoluto de animais em cada grupo.

NINFA/C NINFA/A Inflamação

% (11)* Necrose % (11)*

Amastigotas % (11)*

Inflamação % (11)*

Necrose % (11)*

Amastigotas % (11)*

Coração + --- --- --- --- --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Cólon + --- --- --- --- --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Musc. Esquel.

+ --- --- --- --- --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Pâncreas + --- --- --- --- --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Fígado + 18,2% (2) --- --- 9,1% (1) --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Page 44: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

42

Figura 5 - Fotos de cortes histológicos realizados pela técnica de Hematoxilina- Eosina em camundongos experimentalmente infectados pela cepa QM2 de T. cruzi e tratados com vitamina C durante a fase aguda da doença de Chagas

A - Corte de cólon evidenciando formas amastigotas de T. cruzi. B - Corte de cólon evidenciando formas de amastigotas de T. cruzi na camada muscular. C - Corte de coração evidenciando formas de amastigotas de T.

cruzi. D - Corte de cólon evidenciando formas de amastigotas de T. cruzi na camada muscular. E – Corte de músculo estriado evidenciando moderado processo inflamatório. F – Corte de músculo estriado evidenciando moderado processo inflamatório e necrose. G – Corte de fígado evidenciando moderado processo inflamatório. H – Corte do pâncreas evidenciando discreto processo inflamatório.

Page 45: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

43

Nos resultados da análise histológica da fase aguda (Tabela 5 e Figura 5) foi observado

que os grupos de animais infectados INFA/C e INFA/A apresentaram inflamação em todos os

tecidos examinados. Todavia, os animais do grupo INFA/C apresentaram processo

inflamatório em maior número de animais de intensidade discreta a moderada quando

comparado com o grupo INFA/A em coração, cólon, pâncreas e fígado, entretanto em

músculo esquelético foi observado que os animais do grupo INFA/A apresentaram maior

número de animais com processo inflamatório variando de discreto a moderado. Embora não

infectados, os animais dos grupos NINFA/C e NINFA/A (Tabela 6) apresentaram inflamação

discreta em fígado.

Tabela 7 - Análise histológica realizada no coração, cólon, músculo esquelético, pâncreas e fígado durante a fase crônica em camundongos experimentalmente infectados pelo Trypanosoma cruzi QM2 tratados com vitamina C (INFC/C) e com água (INFC/A)

“%” indicam a porcentagem de camundongos com inflamação, necrose ou amastigotas em cada grupo

( )* indicam o número absoluto de animais em cada grupo.

INFC/C INFC/A

Inflamação % (9)*

Necrose % (9)*

Amastigotas % (9)*

Inflamação % (6)*

Necrose % (6)*

Amastigotas % (6)*

Coração + 22,2% (2) --- --- 16,6% (1) --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Cólon + 55,5% (5) --- 22,2%(2) --- --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Musc. Esquel.

+ 44,4% (4) --- --- 16,6% (1) 16,6% (1) 16,6% (1)

++ --- --- --- 33,3% (2) --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Pâncreas + --- --- --- --- --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Fígado + --- --- --- --- --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Page 46: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

44

Tabela 8 - Análise histológica realizada no coração, cólon, músculo esquelético, pâncreas e fígado durante a fase crônica em camundongos não infectados pelo Trypanosoma cruzi e tratados com vitamina C (NINFC/C) e com água (NINFC/A)

NINFC/C NINFC/A

Inflamação % (12)*

Necrose % (12)*

Amastigotas % (12)*

Inflamação % (12)*

Necrose % (12)*

Amastigotas % (12)*

Coração + --- --- --- --- --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Cólon + --- --- --- --- --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Musc. Esquel.

+ --- --- --- --- --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Pâncreas + --- --- --- --- --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

Fígado + --- --- --- --- --- ---

++ --- --- --- --- --- ---

+++ --- --- --- --- --- ---

“%” indicam a porcentagem de camundongos com inflamação, necrose ou amastigotas em cada grupo

( )* indicam o número absoluto de animais em cada grupo.

Page 47: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

45

Figura 6 - Fotos de cortes histológicos realizados pela técnica de Hematoxilina- Eosina em camundongos experimentalmente infectados pela cepa QM2 de T. cruzi durante a fase crônica da doença de Chagas, sendo A, B e C em animais tratados com vitamina C e D, E e F tratados com água

A - Corte de cólon evidenciando formas amastigotas T. cruzi (seta). B – Corte de cólon evidenciando formas amastigotas T. cruzi (seta). C – Corte de cólon evidenciando discreto processo inflamatório (seta). D - Corte de músculo esquelético evidenciando formas amastigotas de T. cruzi (seta). E – Corte de músculo estriado evidenciando moderado processo inflamatório. F – Corte de músculo estriado evidenciando moderado processo inflamatório.

Page 48: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

46

Na fase crônica a análise histológica (Tabelas 7 e 8 e Figura 6) apresentou uma

diminuição acentuada do processo inflamatório com relação à fase aguda. Sendo que no

coração, o grupo INFC/C apresentou processo inflamatório em um maior número de animais

do que no grupo INFC/A; no cólon só o grupo INFC/C apresentou inflamação discreta e

ninhos de amastigotas; porém no músculo esquelético o grupo INFC/A apresentou inflamação

de discreta a moderada, ninhos de amastigotas e necrose discreta, mais intensa do que em

INFC/C. O pâncreas e fígado não apresentaram acometimentos em nenhum dos grupos.

Observamos tanto na fase aguda como na fase crônica, que a intensidade de danos e

números de animais acometidos com processo inflamatório no músculo esquelético foi maior

comparado ao coração; e que no músculo esquelético os animais que receberam água

(INFA/A e INFC/A) foram mais atingidos que os animais que foram tratados com vitamina C

(INFA/C e INFC/C), uma vez que em coração, cólon, pâncreas e fígado os animais tratados

com vitamina C (INFA/C e INFC/C) foram mais acometidos que os tratados somente com

água (INFA/A e INFC/A).

5.1.4 Determinação das concentrações plasmáticas de óxido nítrico total (NO)

Os resultados das determinações do óxido nítrico nas fases aguda e crônica estão

expressos nas Tabelas 9 e 10 e Figura 7.

Page 49: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

47

Tabela 9 - Valores médios, desvio padrão e análise estatística da concentração de NO no 15º, 30º e 60º dias pós-infecção nos grupos experimentais da fase aguda

* número de animais analisados em cada grupo e dia de estudo 1 Teste de Kruskal-Wallis ; 2 ANOVA um fator

Tabela 10 - Valores médios, desvio padrão e análise estatística da concentração de NO no 180º dias pós-infecção nos grupos experimentais da fase crônica

Dias pós-infecção

NO (µM/L) Análise estatística

INFC/C(9)* INFC/A(6)* NINFC/C(11)* NINFC/A(12)*

180º 30.38 (11.26)

30.66 (14.8)

15.50 (14.84)

7.96 (7.22)

p < 0.051

INFC/C X INFC/A X NINFC/C (p > 0.05); NINF/C X NINFC/A (p > 0.05); INFC/C X NINFC/A (p <0.05); INFC/A X NINFC/A (p < 0.05)

* número de animais analisados em cada grupo 1 ANOVA um fator

Dias pós-infecção

NO (µM/L) Análise estatística

INFA/C(4)* INFA/A(4)* NINFA/C(4)* NINFA/A(4)*

15º

180.4 (212.6)

225.7 (184.3)

55.14 (62.2)

11.3 (6.3)

p < 0.051

INFA/C X INFA/A X NINFA/C (p > 0,05); INFA/C X NINFA/C X NINFA/A (p > 0,05); INFA/A X NINFA/A (p < 0,05)

30º

84.21 (32.8)

26.1 (24.0)

2.41 (2.2)

4.43 (4.1)

p < 0.052

INFA/C X INFA/A (p > 0,05); INFA/A X NINFA/C X NINFA/A (p > 0,05); INFA/C X NINFA/C (p < 0,05); INFA/C X NINFA/A (p < 0,05)

60º

41.09 (38.8)

14.5 (8.9)

30.62 (32.2)

4.68 (4.1)

p < 0.052

INFA/C X INFA/A X NINFA/C (p > 0.05); INFA/A X NINFA/C (p > 0.05); INFA/C X NINFA/A (p < 0.05)

Page 50: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

48

Figura 7 - Evolução da produção de óxido nítrico (NO) na fase aguda (15, 30 e 60 dias) e na fase crônica (180 dias)

Os resultados apresentados na Tabela 9 e Figura 7 indicam que no 15º dia após infecção

o valor de NO do grupo INFA/A foi maior seguido dos grupos INFA/C e NINFA/C, porém os

resultados não foram estatisticamente significativos (p>0,05). Houve significância estatística

entre os grupos INFA/A e NINFA/A (p<0,05).

No 30º dia, o valor de NO no grupo INFA/A diminuiu em relação ao grupo INFA/C,

embora sem diferenças estastísticas. Entre o grupo INFA/C e os grupos NINFA/C e NINFA/A

foi observado diferença estatisticamente significativa.

No final da fase aguda (60º dia) houve diferença estatisticamente significativa entre o

grupo INFA/C e o NINFA/A.

Para o final da fase crônica (Tabela 10 e Figura 7), foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas entre os grupos INFC/C e INFC/A em relação ao NINFC/A.

5.2 Determinação da dinâmica da defesa antioxidante do sangue em função da

suplementação com vitamina C na infecção pelo T. cruzi

5.2.1 Os resultados das análises bioquímicas obtidos para as fases aguda e crônica estão

apresentados nas Tabela 11 e 12 e Figuras de 8 a 17 respectivamente.

Page 51: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

49

Tabela 11 - Valores médios, desvio padrão e análise estatística, mostrando as comparações significantes dos parâmetros bioquímicos determinados na fase aguda nos diferentes grupos experimentais infectados pela cepa QM2 do Trypanosoma cruzi

Parâmetro

INFA/C

INFA/A

NINFA/C

NINFA/A

Análise estatística

Vitamina C (µM/L)

75.23 (23.29)

35.57 (3.64)

58.17 (19.53)

42.40 (7.23)

p < 0.051

INFA/A X NINFA/A (p>0,05); NINFA/A X NINFA/C X INFA/C (p>0,05); INFA/C X INFA/A (p<0.05); INFA/A X NINFA/C (p<0.05); INFA/C X NINFA/A (p < 0,05)

GSH (µM/g Hb)

6.93 (1.78)

7.71 (1.53)

5.35 (1.50)

5.85 (1.89)

p < 0.051

NINFA/C X NINFA/A (p > 0,05); NINFA/A X INFA/C X INFA/A (p>0,05); NINFA/C X INFA/C (p < 0,05); NINFA/C X INFA/A (p < 0,05);

FRAP (µM/L)

1625.0 (372.6)

1331.0 (459.2)

1657.0 (448.7)

1485.0 (643.5)

p > 0.051

Contribuição da vitamina C ao FRAP

(%)

10.74 (7.98)

6.0 (2.36)

8.27 (6.13)

6.8 (3.54)

p > 0.051

GS

(µM/L)

144.59 (29.03)

92.73

(41.23)

121.10 (31.41)

50.31

(30.44)

p < 0.052

INFA/C X NINFA/C (p > 0,05); INFA/A X NINFA/C (p > 0,05); INFA/C X INFA/A ( p < 0,05); INFA/C X NINFA/A (p < 0,05); NINFA/C X NINFA/A (p < 0,05);

INFA/A X NINFA/A (p < 0,05) 1 Teste de Kruskal-Wallis; 2 ANOVA um fator

Page 52: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

50

Tabela 12 - Valores médios, desvio padrão e análise estatística, mostrando as comparações significantes dos parâmetros bioquímicos determinados na fase crônica nos diferentes grupos experimentais infectados pela cepa QM2 do Trypanosoma cruzi.

1 Teste de Kruskal-Wallis

Parâmetro

INFC/C

INFC/A

NINFC/C

NINFC/A

Análise estatística

Vitamina C

(µM/L)

62.01

(13.78)

92.13

(38.54)

121.4

(29.20)

52.25

(14.01)

p < 0.051

INFC/C X INFC/A X NINFC/A (p > 0,05); INFC/A X NINFC/C ( p > 0,05);

INFC/C x NINFC/C (p<0.05); NINFC/C x NINFC/A (p<0.05)

GSH

(µM/g Hb)

5.61

(2.09)

4.75

(1.29)

5.14

(1.75)

6.73

(1.48)

p > 0.051

FRAP

(µM/L)

502 (42.17)

530.6 (70.47)

842.6 (273.4)

1459.0 (299.2)

p < 0.051

INF/C X INFC/A (p > 0,05);

INFC/C x NINFC/C (p<0.05); INFC/C x NINFC/A (p<0.05); INFC/A x NINFC/C (p<0.05);

INFC/A x NINFC/A (p<0.05); NINFC/C x NINFC/A (p<0.05);

Contribuição

da vitamina C

ao FRAP (%)

25.89

(8.93)

34.0

(10.94)

33.35

(19.07)

7.63

(2.37)

p < 0.051

INFC/C x INFC/A x NINFC/C (p > 0,05);

INFC/C x NINFC/A (p<0.05); INFC/A x NINFC/A (p<0.05); NINFC/C x NINFC/A (p<0.05)

GS

(µM/L)

205.0

(48.92)

211.5

(86.10)

260.0

(62.18)

48.80

(14.41)

p < 0.051

INFC/C x INFC/A x NINFC/C (p > 0,05); INFC/C x NINFC/A (p<0.05); INFC/A x NINFC/A (p<0.05); NINFC/C x NINFC/A (p<0.05)

Page 53: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

51

Figura 8 - Valores médios e desvio padrão para as determinações das concentrações de vitamina C no plasma entre os grupos experimentais da fase aguda

INFA/C

INFA/A

NINFA/C

NINFA/A

0

50

100

150

micromo/L

A Figura 8 mostra que a forma de suplementação fornecida ao grupo INFA/C induziu

um aumento da concentração plasmática de vitamina C, estatisticamente significante

(p<0,05), em relação aos grupos INFA/A e NINFA/A. Também podemos observar diferença

estatisticamente significativa entre o grupo INFA/A e o NINFA/C.

Figura 9 - Valores médios e desvio padrão para as determinações das concentrações plasmáticas de vitamina C entre os grupos experimentais na fase crônica

INFC/C

INFC/A

NINFC/C

NINFC/A

micromol/L

Na Figura 9 podemos observar que o grupo NINFC/C exibiu maior valor de

concentração plasmática da vitamina C, diferindo de forma estatisticamente significativa

(p<0.05) do grupo INFC/C, bem como do grupo NINFC/A. No entanto, entre os infectados

(INFC/C e INFC/A), a suplementação não alterou a concentração de vitamina C no plasma

(p>0.05), bem como estes não diferiram do grupo NINFC/A.

Page 54: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

52

Figura 10 - Valores médios e desvio padrão para as determinações de Glutationa reduzida (GSH) entre os grupos experimentais da fase aguda

INFA/C

INFA/A

NINFA/C

NINFA/A

0

2

4

6

8

10

Pode-se observar na Figura 10 relativa à Glutationa reduzida, que houve um aumento

significativo (p<0,05) nos grupos INFA/A e INFA/C em relação ao NINFA/C evidenciando

que a resposta da glutationa está relacionada à infecção na fase aguda e que a suplementação

com vitamina C não induziu alterações na concentração de GSH.

Figura 11 - Valores médios e desvio padrão para as determinações de Glutationa reduzida (GSH) entre os grupos experimentais na fase crônica

INFC/C

INFC/A

NINFC/C

NINFC/A

Observa-se que na Figura 11 relativa à Glutationa reduzida (GSH) que o grupo

NINFC/A apresentou os maiores valores, podendo-se inferir que a Glutationa não teve valores

aumentados na infecção em fase crônica seja em resposta à infecção, seja pela suplementação.

As diferenças observadas não foram estatisticamente significativas (p> 0.05).

Page 55: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

53

Figura 12 - Valores médios e desvio padrão para as determinações da Capacidade antioxidante do plasma (FRAP) entre os grupos experimentais da fase aguda

Com relação ao FRAP (Figura 12), foi observado um aumento da capacidade

antioxidante nos grupos suplementados com vitamina C, apesar do mesmo não ser

estatisticamente significativo em relação aos grupos não suplementados, sugerindo que a

forma de suplementação foi eficiente em cooperar com a defesa antioxidante.

Figura 13 - Valores médios e desvio padrão para as determinações do FRAP entre os grupos experimentais na fase crônica

Com relação à capacidade antioxidante do plasma (FRAP) na Figura 13, pode-se

observar que os grupos INFC/C e INFC/A apresentaram valores semelhantes (p>0.05) e

inferiores (p<0.05) ao NINFC/C e NINFC/A. Quanto ao grupo NINFC/A as concentrações

foram semelhantes nas fases aguda e crônica, com valores maiores (p< 0.05) que os demais

Page 56: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

54

grupos da fase crônica. Porém os grupos INFC/C, INFC/A e NINFC/C mostraram

concentrações menores na fase crônica comparadas com a fase aguda percebendo-se uma

diminuição da capacidade antioxidante do plasma.

Figura 14 - Valores médios e desvio padrão para as determinações da Contribuição da vitamina C à Capacidade antioxidante do plasma (FRAP) entre os grupos experimentais da fase aguda

Embora a contribuição da vitamina C ao FRAP não tenha sido estatisticamente

significativa (p>0,05) entre os grupos estudados, as diferenças observadas (Figura 14)

sugerem uma maior contribuição da vitamina C à capacidade antioxidante do plasma nos

grupos suplementados, constatando os resultados observados pelas Figuras 8 e 12.

Figura 15 - Valores médios e desvio padrão para as determinações da Contribuição da vitamina C à Capacidade antioxidante do plasma (FRAP) entre os grupos experimentais na fase crônica

INFC/C

INFC/A

NINFC/C

NINFC/A

Page 57: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

55

Podemos observar na Figura 15 que a contribuição da vitamina C em relação à

capacidade antioxidante do plasma foi menor no grupo NINFC/A e esta diferença foi

estatisticamente significativa em relação a todos os demais grupos (p< 0.05). Os demais

grupos (INFC/C, INFC/A e NINFC/C) não diferiram entre si de forma estatisticamente

significativa (p> 0.05) quanto à contribuição da vitamina C.

Figura 16 - Valores médios e desvio padrão para as determinações dos grupamentos sulfidrilas do plasma (GS) entre os grupos experimentais da fase aguda

INFA/C

INFA/A

NINFA/C

NINFA/A

0

50

100

150

200

micromo/L

A resposta antioxidante relativa à concentração dos grupamentos sulfidrilas do plasma

(GS) (Figura 16) evidenciou que a suplementação com a vitamina C amplificou esta resposta,

uma vez que há diferença estatisticamente significativa (p<0,05) entre o grupo INFA/C em

relação ao INFA/A. O mesmo foi observado entre o NINFA/C e o NINFA/A, com p<0,05.

Figura 17 - Valores médios e desvio padrão para as determinações dos grupamentos sulfidrilas totais (GS) entre os grupos experimentais na fase crônica

INFC/C

INFC/A

NINFC/C

NINFC/A

0

100

200

300

400

micromo/L

Page 58: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

56

Pela Figura 17 foi observado que a resposta antioxidante relativa à concentração de

grupamentos sulfidrilas do plasma evidencia que a infecção continua mobilizando este nível

de defesa, assim como a suplementação com vitamina C amplifica a resposta, uma vez que

houve diferença significativa (p<0.05) entre estes grupos e o grupo NINFC/A. Os demais

grupos não diferiram entre si de forma estatisticamente significativa (p> 0.05).

5.3. Determinação da influencia da vitamina C no controle glicêmico e sua possível ação

na multiplicação do T.cruzi

5.3.1 Determinação da glicemia, insulina, hemoglobina glicada e glicogênio hepático

As Tabelas 13 e 14 apresentam os resultados das determinações de glicemia,

insulinemia, hemoglobina glicada e glicogênio durante a fase aguda e crônica da infecção

chagásica.

Page 59: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

57

Tabela 13 - Valores médios de glicemia, insulina, QUICKI, glicogênio hepático e hemoglobina glicada no 15º, 30º e 60º dias

INFA/C INFA/A NINFA/C NINFA/A Análise estatística

15 dias Glicemia (mg/dL)

(71,00) (23,85)

64,75 (17,58)

99,75 (8,18)

98,50 (9,88)

p < 0,051

INFA/C X INFA/A X NINFA/A (p > 0,05); INFA/C X NINFA/C X NINFA/A (p > 0,05); INFA/A X NINFA/C (p < 0,05)

Insulina (pmol/L)

62.86 (38.32)

85.76 (27.3)

110.11 (48.17)

150.31 (7.45)

p < 0,051

INFA/C X INFA/A X NINFA/C (p > 0,05); INFA/A X NINFA/C X NINFA/A (p > 0,05); INFA/C X NINFA/A (p < 0,05)

QUICKI 0,29

(0,26) 0,35

(0,03) 0,31

(0,03) 0,30 (0,0)

p > 0,051

30 dias Glicemia (mg/dL)

86,00 18,67

106,75 16,28

107,00 19,41

110,00 21,56

p > 0,051

Insulina (pmol/L)

104.68 (16,78)

87.76 (49.28)

76.13 (34,99)

112.01 (52.07)

p > 0,051

QUICKI 0,32 (0,01)

0,53 (0,27)

0,33 (0,03)

0,32 (,02)

p > 0,051

60 dias Glicemia (mg/dL)

114.5 (11.56)

115.50 (4.12)

105.5 (7.14)

121.75 (8.77)

p > 0,051

Insulina (pmol/L)

180.9 (80.88)

155.58 (10.23)

126.75 (92.95)

230,38 (221.03)

p > 0,051

QUICKI 0,29 (0,02)

0,29 (0,01)

0,32 (0,03)

0,29 (0,03)

p > 0,051

Glicogênio (g/100mg de fígado)

0.29 (0.08)

0.34 (0.13)

0.23 (0.08)

0.27 (0.06)

p > 0,051

Hb glicada (%)

6.29 (0.69)

6.00 (1.01)

7.10 (0.83)

5.31 (0.64)

p < 0.051

INFA/C X INFA/A X NINFA/C (p > 0,05); INFA/C X INFA/A X NINFA/A (p > 0,05); NINFA/C x NINFA/A (p< 0.05)

1 ANOVA um fator

Page 60: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

58

Tabela 14 - Valores médios de glicemia, insulina, QUICKI, glicogênio hepático e hemoglobina glicada no 180º dias

INFC/C INFC/A NINFC/C NINFC/A Análise estatística

180 dias Glicemia (mg/dL)

98.56 (16.91)

81.83 (20.36)

99.36 (16.18)

125.4 (14.74)

p < 0.051

INFC/C X INFC/A X NINFC/C (p > 0.05); NINFC/C X NINFC/A (p > 0.05);

INFC/C X NINFC/A (p < 0.05); INFC/A x NINFC/A (p< 0.05)

Insulina (pmol/L)

573.2 (427.9)

200.2 (118.2)

125.0 (62.2)

187.3 (140.1)

p < 0.051

INFC/A X NINFC/C X NINFC/A (p > 0.05); INFC/C X INFC/A X NINFC/A (p>0.05); INFC/C x NINFC/C (p < 0.05);

QUICKI 0,27

(0,05) 0,30

(0,02) 0,32

(0,03) 0,31

(0,05)

p < 0,051

INFC/C X INFC/A X NINFC/A (p > 0.05); INFC/C X NINFC/C X NINFC/A (p>0.05); INFC/C X NINFC/C (p < 0.05)

Glicogênio (g/100mg de fígado)

0.68 (0.25)

0.58 (0.10)

0.25 (0.08)

0.43 (0.27)

p < 0,051

INFC/C X INFC/A X NINFC/A (p > 0 .05); INFC/A X NINFC/A (p > 0.05);

INFC/C X NINFC/C (p < 0.05); INFC/A X NINFC/C (p < 0.05)

Hb glicada (%)

4.77 (1.2)

9.59 (1.37)

4.16 (0.85)

4.12 (0.82)

p < 0,052

INFC/C X NINFC/C X NINFC/A (p > 0,05) INFC/A x NINFC/A (p< 0.05); INFC/A x INFC/C (p< 0.05); INFC/A x NINFC/C (p< 0.05)

1 Teste de Kruskal-Wallis; 2 ANOVA um fator

As Figuras 18, 19 e 20 apresentam a evolução da glicemia, da insulinemia e do índice

de sensibilidade à insulina (QUICKI) ao longo da fase aguda e crônica. As figuras 21 e 22

apresentam os valores para o glicogênio hepático e as Figuras 23 e 24 representam a

Hemoglobina glicada para os grupos experimentais na fase aguda e crônica, respectivamente.

Page 61: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

59

Figura 18 - Determinações da glicemia na evolução da fase aguda (15, 30 e 60 dias) e na fase crônica (180 dias)

15 30 60 180

mg/dL

Figura 19 - Determinações das concentrações de insulina na evolução da fase aguda (15, 30 e 60 dias) e na fase crônica (180 dias)

Page 62: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

60

Na Tabela 13 e Figura 18 pode-se observar que aos 15 dias, início da fase aguda os

menores valores da glicemia ocorreram nos animais do grupo INFA/A, seguido do INFA/C,

porém estas diferenças não foram estatisticamente significativas. Neste dia resultados

estatisticamente significativos foram observados entre INFA/A com NINFA/C.

No 30º dia, foi observado que o menor valor ocorreu no INFA/C seguido de INFA/A,

embora sem resultados estatisticamente significativos entre todos os grupos estudados. No 60º

dia também não houve diferença estatística entre os grupos.

Nos primeiros 15 dias a insulinemia (Figura 19) foi menor no grupo INFA/C seguido

de INFA/A e no 30º dia, o menor valor foi encontrado em NINFA/C seguido de INFA/A e ao

final da fase aguda nos grupos nos NINFA/C seguido de INFA/A.

Para a fase crônica, Tabela 14 e Figura 18, os maiores valores de glicemia foram

observados no grupo NINFC/A, sendo estes valores estatisticamente significativos (p< 0.05)

dos encontrados nos grupos INFC/C e INFC/A.

Com relação à insulinemia Tabela 13 e Figura 19 observaram-se resultados

estatisticamente significativos (p<0.05) entre os grupos INFA/C e NINFA/A nos primeiros 15

dias pos infecção. Na fase crônica (Tabela 14 e Figura 19) uma diferença estatisticamente

significativa (p<0.05) foi observada entre os grupos INFC/C e NINFC/C.

Page 63: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

61

Figura 20 - Determinações do índice de sensibilidade à insulina (QUICKI) na evolução da fase aguda (15, 30 e 60 dias) e na fase crônica (180 dias)

15 30 60180

Na evolução da fase aguda, aos 15 dias pós infecção, o grupo INFA/A apresentou a

maior sensibilidade e o INFA/C a menor, porém estas diferenças não foram estatisticamente

significativas. Aos 30 dias, o INFA/A continuou apresentando maior índice de sensibilidade,

porém novamente, sem significância estatística em relação aos demais. No final da fase

aguda, o grupo NINFA/C apresentou a maior sensibilidade, porém as diferenças em relação

aos demais grupos não foram estatisticamente significativas. Na fase crônica, o índice de

sensibilidade à insulina, mostrou diferenças estatisticamente significativas (p< 0.05) entre os

grupos INFC/C e NINFC/C. Uma vez que este índice é inversamente proporcional à

concentração de insulina, o grupo INFC/C parece exibir uma sensibilidade menor, sugerindo

um efeito negativo decorrente da infecção associada à suplementação.

Page 64: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

62

Figura 21 - Valores médios e desvio padrão das concentrações de Glicogênio hepático entre os grupos experimentais da fase aguda

Figura 22 - Valores médios e desvio padrão das determinações de Glicogênio hepático entre os grupos experimentais na fase crônica

INFC/C

INFC/A

NINFC/C

NINFC/A

A análise da Tabela 13 e Figura 21 demonstra que na fase aguda não houve resultados

estatisticamente significativos do glicogênio hepático entre os grupos estudados.

Para a fase crônica (Tabela 14 e Figura 22) observa-se menor valor no grupo NINFC/C

que apresentou diferenças estatisticamente significativas (p< 0.05) com os grupos INFC/C e

INFC/A.

Page 65: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

63

Figura 23 - Valores médios e desvio padrão das determinações de Hemoglobina glicada para os grupos experimentais na fase aguda

INFA/C

INFA/A

NINFA/C

NINFA/A

% Hb glicada

Figura 24 - Valores médios e desvio padrão das determinações de Hemoglobina glicada para os grupos experimentais na fase crônica

INFC/C

INFC/A

NINFC/C

NINFC/A

Em relação à hemoglobina glicada, foram observadas diferenças estatisticamente

significativas entre os grupos INFA/C e NINFA/C, assim como entre INFA/A e INFA/C e

entre NINFA/A e NINFA/C (p<0.05). Na fase crônica (Figura 24), o maior valor foi

constatado no grupo INFC/A, o qual diferiu de maneira estatisticamente significativa (p<0.05)

dos demais grupos.

Page 66: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

64

6 DISCUSSÃO

6.1 Efeitos da suplementação com vitamina C no processo inflamatório desencadeado

pelo T. cruzi

A infecção pelo T. cruzi se inicia quando há a penetração de formas tripomastigotas no

hospedeiro, podendo ser pela via vetorial, oral, transfusão sanguínea, congênita e acidentes de

laboratório. Assim, após a inoculação destas formas é desencadeada a fase aguda da infecção

com intensa multiplicação dos parasitas e invasão de células, onde o T. cruzi pode ser

encontrado nas formas tripomastigotas no sangue e formas amastigotas nos tecidos de órgãos

acometidos.5,8,9 O T. cruzi é capaz de parasitar diferentes tipos celulares, incluindo

macrófagos, células musculares lisas e estriadas, inclusive fibroblastos.10

Nesta pesquisa foi observado intensa parasitemia com multiplicação dos

tripomastigotas até o 25º dia pós infecção nos grupos INFA/C e INFA/A; porém o grupo

INFA/C apresentou menor parasitemia nesse período em relação ao grupo INFA/A, embora

não significativa estatisticamente. Este resultado sugere que a suplementação com a vitamina

C no grupo INFA/C contribuiu com o sistema imunitário e controlou a multiplicação dos

parasitas, reduzindo o número dos tripomastigotas sanguíneos nesta fase.

A partir do 47º dia não se observou diferença entre as parasitemias dos dois grupos

infectados, mas ocorreu uma menor intensidade da mesma nos dois grupos até o final da fase

aguda, 60º dia. Provavelmente como conseqüência da maior parasitemia encontrada na fase

inicial da infecção, os grupos infectados e tratados com água apresentaram maior mortalidade

dos animais tanto na fase aguda como na crônica, sendo 25% no grupo INFA/A e 50% no

grupo INFC/A.

De acordo com Guarner,87 a fase aguda da infecção pelo T. cruzi se apresenta

generalizada, no interior de várias células, em quase todos os órgãos e suas formas

amastigotas podem ser encontradas em secções histológicas normalmente acompanhadas de

infiltração inflamatória mononuclear. O que concorda com Andrade10 que observou que nos

órgãos atingidos a presença dos parasitas e a ruptura dos ninhos de amastigotas promoveram

um quadro inflamatório com predomínio de células mononucleares próximas das células

parasitárias comprometidas.

Para Francisco,26 a infecção pelo T. cruzi é complexa, pois envolve o parasita, sua

multiplicação intracelular e a interação com os mecanismos da resposta imune, processo que

Page 67: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

65

levam às lesões difusas, que pode ser constatado na análise histológica dos tecidos

acometidos.

Corroborando os estudos acima citados foi observado na análise histológica pela

técnica de hematoxilina eosina que na fase aguda todos os órgãos analisados como coração,

cólon, músculo esquelético, pâncreas e fígado apresentaram processo inflamatório de discreto

a moderado, alguns com necrose e ninhos de amastigotas. O grupo INFA/C, apresentou

processo inflamatório em maior número de animais de intensidade discreta a moderada

quando comparado ao grupo INFA/A, no coração, cólon, pâncreas e fígado, o mesmo não

correu com o músculo esquelético quando o grupo INFA/A apresentou maior número de

animais com processo inflamatório de discreta a moderado; necrose e ninhos de amastigotas.

A presença de maior processo inflamatório no músculo esquelético dos animais do grupo

INFA/A pode ser devido à maior sensibilidade deste tecido a ação de ROS e RNS, conforme

relatado por Wen et al.88

Para Junqueira,89 na fase aguda da doença de Chagas há uma resposta imune intensa

para controlar a replicação do parasita e conter a infecção para os tecidos, na tentativa de

atenuar o processo inflamatório nos locais da infecção o qual é a principal causa de danos nos

tecidos e perda funcional dos órgãos. De acordo com Ferreira60 a atividade inflamatória

desempenha um papel fundamental, sendo considerado o principal mecanismo de agressão do

miocárdio.

Entretanto, na fase crônica a análise histológica apresentou uma diminuição acentuada

do processo inflamatório com relação à fase aguda.

Os animais do grupo INFA/C apresentaram processo inflamatório em maior número de

animais e de maior intensidade, embora, tenham apresentado uma parasitemia menor até o 30º

dia da infecção, mostrando que a administração da vitamina C por si só não foi capaz de

proteger e conter a inflamação nos órgãos como coração, cólon, pâncreas e fígado. Uma

possível explicação para esta observação pode ser a de que, de acordo com Nightingale et al.45

a terapia oral com ácido ascórbico induz o aumento da biodisponibilidade de NO.

Neste contexto, pesquisas de Jackson et al.46 relataram que o NO está sujeito à rápida

inativação pelo ânion superóxido, um produto do metabolismo oxidativo normal e que

antioxidantes tais como o α tocoferol, glutationa e ácido ascórbico são conhecidos por reagir

com superóxidos. Assim, o ácido ascórbico evitaria a interação do NO com superóxido

controlando sua biodisponibilidade, porém, esse fato tem sido evidenciado fisiologicamente

apenas em altas concentrações de ácido ascórbico, validando deste modo os resultados

encontrados no grupo NINFA/C, que apresentaram valores de NO mais alto que o grupo

Page 68: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

66

NINFA/A aos 15 e 60 dias de tratamento. Entretanto, Fisher e Naughton44 declararam que a

elevada administração de ácido ascórbico pode ser prejudicial em pacientes que sofrem

condições inflamatórias crônicas.

Embora estudos de Saeftel et al.90 mostrarem que o NO é essencial para o controle da

parasitemia durante as primeiras semanas de infecção, quando as células NK, por sua

produção de IFN-δ, ativam as células efetoras, os macrófagos, para induzir iNOs para agir no

controle precoce da replicação dos parasitas, o NO pode ter um efeito deletério durante a

patogênese da doença de Chagas.

Neste estudo foi observado que nos primeiros 15 dias, o grupo INFA/A apresentou

parasitemia mais baixa que INFA/C, mas maior concentração de NO. Porém, no 30º dia o

grupo INFA/A apresentou concentração de NO mais baixa que INFA/C e maior parasitemia,

embora estas diferenças observadas não tenham atingido significância estatística. Desta

forma, foi observado que os animais do grupo INFA/C apresentaram concentração de NO

mais alta por um período maior de tempo, o qual tem efeito lesivo nas membranas das células

conforme pesquisas de Ribeiro et al.47 e Arantes et al.48 que relataram que altas concentrações

de NO provocaram maior dano ao DNA das células cardíacas e esplênicas e que quantidades

excessivas de NO tem efeito pró-inflamatório, o que causa danos aos neurônios durante a fase

aguda e pode favorecer o desenvolvimento de megaesôfago na fase crônica.

Os resultados de NO demonstrados no grupo INFA/A evidenciaram a dinâmica da

imunidade inata desencadeada pelo T. cruzi no início da fase aguda quando ocorre a ativação

sistêmica de citocinas pró-inflamatórias como células Natural Killer (NK) e macrófagos, que

irão produzir IL-12 responsável pela síntese inicial da IFN-δ pelas células NK. O IFN-δ tem

um papel importante na ativação de macrófagos, que expressam iNOs e produzem altas

quantidade de NO que controlarão a replicação do parasita.15,91

Todavia, por volta de duas semanas, a imunidade inata vai sendo substituída pela ação

do sistema imune adaptativo em células TCD8+ e CD4+ e células B produzindo anticorpos

que irão limitar a replicação do parasita de forma independente de NO, com isso sugerindo

que o NO é indispensável durante o início da infecção pelo T. cruzi (os primeiros 20 dias),

quando o sistema imune adaptativo ainda não é eficaz, mas que posteriormente pode se tornar

dispensável,90 o que corrobora os resultados encontrados no final da fase aguda e crônica

quando foi observada diminuição na concentração do NO.

A diminuição da concentração de NO pode ser explicada por pesquisas de Stempin et

al.92 quando demonstraram que a cruzipaina, uma glicoproteína encontrada na membrana das

formas amastigotas e tripomastigotas seria a responsável por estimular a resposta Th2. De

Page 69: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

67

acordo com esses autores, a cruzipaina estimula macrófagos a aumentarem a atividade da

arginase 1, que resulta na secreção de IL-4, IL-10 e TGF-β, citocinas desencadeadoras da

resposta imune supressora Th2.

Desta forma, a cruzipaina altera o metabolismo da arginina, ao induzir a síntese de

arginase 1, a qual irá competir com a iNOS, levando a formação de L-ornitina, que por sua

vez é induzida pelo TGF-β, favorecendo a síntese de poliaminas, substancia essencial para a

replicação intracelular do T. cruzi.92,93 Assim, a diminuição na concentração de NO é

favorável à sobrevivência intracelular do T. cruzi, levando o hospedeiro a iniciar a fase

crônica da doença de Chagas.

Assim, devido à ação da resposta imune, na fase crônica a análise histológica

apresentou uma diminuição acentuada dos ninhos de amastigotas e processo inflamatório em

relação à fase aguda. Veloso94 também encontrou diminuição dos ninhos de amastigotas

quando estudou camundongos infectados pelo T. cruzi na fase crônica.

Em relação ao processo inflamatório, embora os animais que foram suplementados

com a vitamina C apresentassem maior dano tecidual em maior número de animais que os

suplementados com água, a concentração de NO aos 180 dias pós infecção, se apresentou em

níveis semelhantes nestes dois grupos. Provavelmente, a manutenção da maior concentração

de NO durante a fase aguda, como citado anteriormente, influenciou neste resultado. De

acordo com Pissetti et al.,95 pacientes na fase indeterminada da doença exibem concentrações

de NO mais baixa quando comparado com pacientes que apresentavam alterações cardíacas e

digestivas.

6.2 Avaliação da dinâmica da defesa antioxidante do sangue em função da suplementação com vitamina C na infecção pelo T. cruzi.

O estresse oxidativo é definido como um desequilíbrio entre uma geração excessiva de

compostos oxidantes frente à produção insuficiente de mecanismos antioxidantes de defesa.21

Assim, na infecção pelo T. cruzi é observado que os danos encontrados nos hospedeiros são

causados pelo excesso de radicais livres, especialmente pelo metabolismo de espécies reativas

de oxigênio e nitrogênio.30

A formação de radicais livres é resultado do metabolismo de oxigênio, sendo a

mitocôndria a principal fonte geradora por meio do transporte de elétrons,30 sendo produzidos

naturalmente ou por alguma disfunção biológica 22 como processos inflamatórios, no caso, a

Page 70: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

68

doença de Chagas. Assim, alguns estudos têm demonstrado a relação entre estresse oxidativo

e as defesas antioxidantes durante o curso da infecção e progressão da doença de Chagas em

modelos experimentais e em humanos.26

Para combater a formação dos radicais livres e neutralizá-los antes de causar danos ou

amenizar os mesmos, os sistemas biológicos utilizam moléculas e enzimas como

antioxidantes. Como exemplo de antioxidantes endógenos enzimáticos temos a glutationa

peroxidase (GPx), catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD) e não enzimáticos a

glutationa (GSH). Além desses, o organismo utiliza aqueles provenientes da dieta como: - α-

tocoferol (vitamina E), β caroteno (pró-vitamina A), ácido ascórbico (vitamina C) e

compostos fenólicos.26

Assim, alguns estudos têm descrito os possíveis efeitos da suplementação com

antioxidantes exógenos, como vitamina C, vitamina E, carotenóides em indivíduos expostos

a situações de estresse oxidativo.96

Neste contexto, pesquisas de Boni et al.97 relataram que a vitamina C é considerada

como o mais importante antioxidante do fluido extracelular, uma vez que é transportada no

plasma na forma de ácido ascórbico, sendo capturada pelas células do sistema transportador

de glicose e pelo sistema de transporte ativo especifico. No plasma, a vitamina C atua como

agente redutor, doando elétrons para várias espécies reativas, principalmente o peróxido,

eliminando-as antes que reajam com as membranas e as lipoproteínas.

Ainda de acordo com Boni et al.,97 o ácido ascórbico protege contra a peroxidação

lipídica de duas maneiras, uma direta quando elimina os radicais peróxidos antes que eles

iniciem a peroxidação lipídica e outra indireta regenerando a forma ativa da vitamina E e

outros antioxidantes como o β-caroteno, flavonóides e glutationa para que exerçam seu papel

antioxidante.

A forma de suplementação adotada neste estudo mostrou-se eficaz, uma vez que nos

tratamentos observaram-se concentrações plasmáticas de vitamina C diferenciadas entre os

grupos experimentais, as quais se traduziram em efeitos biológicos distintos, que atuaram

sobre o arsenal da defesa antioxidante. A diluição da vitamina C na água a ser administrada

aos animais garantiu a manutenção do nível da mesma, conforme pode ser observado na

Figura 3, corroborando pesquisas de Benke98, que referiram que a preservação dos níveis de

ácido ascórbico no organismo estava relacionada à dose e modo de administração.

Com relaçãos a GSH os resultados evidenciaram que na fase aguda, embora os níveis

de GSH tenham sido maiores nos grupos infectados, a suplementação com vitamina C

Page 71: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

69

diminuiu os níveis deste antioxidante na condição de infecção (INFA/C), bem como na sua

ausência (NINFA/C).

A glutationa (GSH), um tripeptídeo, é a principal linha de defesa presente na maioria

das células, sendo o tiol (-SH) mais abundante no meio intracelular.21 É encontrada na forma

reduzida (GSH) como na forma oxidada (GSSH). Portanto o excesso de GSSH é resultante

de um ambiente mais oxidante, o que favorece a formação de dissulfeto (-SS-) nas proteínas

portadoras de grupamentos –SH. Desta forma, o estresse oxidativo ocorre quando há o

descontrole entre o consumo de GSH e a produção de GSSH em um meio mais oxidante ou

com deficiência do sistema protetor. Entretanto, quando existe o equilíbrio entre o sistema de

óxido-redução, a GSH é regenerada.21,99

Esta linha de defesa é uma resposta importante para o hospedeiro, uma vez que estudos

experimentais têm demonstrado que esta resposta ao T.cruzi envolve a regulação positiva do

sistema de defesa antioxidante através das enzimas GPx, GSH e GSSH.28 Estes resultados

também são corroborados por Wen e Garg100 que demonstraram que o hospedeiro responde à

fase aguda da infecção por mecanismos de “up regulation” do sistema de defesa antioxidante

envolvendo a glutationa. As funções da GSH incluem a manutenção de grupamentos

sulfidrila de proteinas, eliminação de peróxidos e regeneração de vitaminas antioxidantes

como a vitamina C e a vitamina E.101 Há uma constante de reserva da GSH reduzida

especialmente nos eritrócitos, (99,5%) daí a utilização do mesmo para sua análise, sendo

responsável pela homeostase contra o dano oxidativo celular, cujas alterações dos seus níveis

podem indicar o estado oxidante circulante, importante para avaliação do estresse

oxidativo.102

No entanto, Tavares35 relatou propriedades pro oxidantes da vitamina C em doses

farmacológicas, levando ao aumento de radicais livres, portanto, a suplementação

possivelmente desregula este equilibrio no sentido do efeito pro oxidante e a GSH esteja

regenerando a vitamina C quando esta é oxidada intracelularmente a ácido dehidroascórbico

(DHA) ou atuando na defesa contra os efeitos de sua ação pro oxidante.

Na fase crônica, essa defesa não é mais detectada, demonstrando um esgotamento

dessa resposta na sintese de GSH induzida pela infecção, como observado em camundongos

durante a progressão da doença de Chagas, em que esse sistema de defesa não mais responde

ao estresse oxidativo crônico,103 bem como não se observou mais o efeito da vitamina C.

A suplementação na fase aguda propiciou ainda o aumento da capacidade antioxidante

do plasma (FRAP) na presença de vitamina C, transformando o Fe3+ em Fe2+ , embora sem

Page 72: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

70

significancia estatística, sendo que tal aumento em resposta à ingesta de vitamina C já foi

demonstrado.104

Os antioxidantes constituintes do FRAP incluem ácido úrico, ácido ascórbico,

bilirrubina e tiois na fase aquosa.76,105 Porém, o FRAP não é a simples soma das atividades

de suas várias substâncias antioxidantes, pois é influenciada pelas interações entre eles, de

forma que esta cooperação providencia uma proteção amplificada contra os radicais livres.106

Ao avaliar a contribuição da vitamina C ao FRAP, se evidenciou que as maiores

contribuições foram obtidas na condição de suplementação, embora, novamente, essa

constatação não tenha sido corroborada pela análise estatística. Na literatura, a contribuição

da vitamina C ao FRAP tem sido reportada como variando de 10% a 15%,76,107,108 o que

indica, frente aos resultados obtidos na fase aguda dessa pesquisa, que a presença de infecção,

sem suplementação, tenha diminuido estes valores, implicando em um papel importante para

este antioxidante nesta fase da infecção.

Com a evolução da infecção para a fase crônica, as diferenças entre os grupos

suplementados não foram mais observadas quanto à capacidade antioxidante, embora o grupo

NINFC/C tenha apresentado o maior valor que o grupo INFC/C, mas a contribuição da

vitamina C aumentou de forma expressiva em todos os grupos em comparação ao observado

no NINFC/A, indicando uma alteração na dinamica entre os antioxidantes presentes no

plasma.

Outro parâmetro avaliado foram os grupamentos sulfidrilas do plasma (GS), que são a

defesa primária, dando origem de forma eficaz aos antioxidantes do plasma,108 podendo atuar

como “poupadores” das vitaminas C e E, o que possui importantes implicações nos sistemas

de defesa antioxidante que estejam sob continuo estresse mediados pelos radicais livres.

Observou-se na fase aguda, que a suplementação com vitamina C aumentou o GS na

presença ou não da infecção. Como pode-se verificar, o grupo INFA/C apresentou maior

concentração que o INFA/A, com resultados estatisticamente significativos, demonstrando

que a suplementação associada a infecção amplifica esta resposta.

Uma provável explicação para este evento seria o aumento da síntese da proteína

metalotioneina desencadeado pela infecção pelo T. cruzi.109 Ela possui um alto conteúdo de

cisteina, podendo atuar como um antioxidante.110 Sua síntese é induzida por fatores

inflamatórios, IL-6 e intermediários reativos de oxigênio produzidos durante a resposta

inflamatória. Esta proteína possui diversas funções, participando na absorção, armazenamento

e homeostase de metais essenciais como zinco e cobre.111,112 Além disto, o zinco é um

Page 73: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

71

importante regulador da síntese de GSH, e a síntese de metalotioneina responde aos níveis de

zinco, portanto, esta proteína pode influenciar a taxa de síntese de GSH.

A presença da vitamina C parece potencializar este efeito desencadeado pela infecção,

o que pode ser corroborado com evidencias da literatura que relatam o efeito indutor da

vitamina C sobre a síntese da metalotioneína.113 Este efeito persiste na fase crônica,

evidenciando a importância do GS para combater o dano oxidativo nesta patologia.

6.3 Influencia da vitamina C no controle glicêmico e sua possível ação na multiplicação

do T. cruzi

Em humanos, muitos trabalhos têm sido realizados com pacientes chagásicos

demonstrando alterações no metabolismo, na resposta da insulina e, consequentemente, da

glicose. Saldanha et al.53 observaram alterações morfológicas e morfométricos das ilhotas

pancreáticas na fase crônica da doença de Chagas, constatando alterações funcionais levando

a distúrbios da glicemia e insulimenia. Entretanto, Guariento et al.,57 ao realizar o teste de

tolerância oral à glicose em pacientes na forma clínica indeterminada da doença de Chagas

não observaram diferença significativa no valor de glicemia comparado ao grupo controle; no

entanto, os níveis de insulina foram menores comparados ao grupo controle, sugerindo uma

provável relação com a disfunção anatômica do pâncreas.

Os resultados observados nesta pesquisa, em que no início da fase aguda, os animais

infectados apresentaram valores absolutos de glicemia mais baixos que os não infectados,

com resultados estatisticamente significativos, são corroborados com os autores Combs et

al.64 e Hoelscher et al.114 que demonstraram que a infecção pelo T. cruzi em camundongos na

fase aguda resulta em hipoglicemia grave. Tais resultados sugerem que possa ocorrer um

efeito sobre o metabolismo da glicose supostamente devido à invasão do parasita no fígado

causando inflamação hepática e consequentemente, diminuição da produção hepática de

glicose pela gliconeogênese. Outro fato relevante é que as formas tripomastigotas do T. cruzi

não possuem reserva de glicose, e assim, precisam adquiri-la do hospedeiro para sua

sobrevivência.115

Outra hipótese sugerida por Nagajyothi et al.116 é que a hipoglicemia pode ser

resultado do grande aumento de citocinas ativas como uma “tempestade de citocinas” levando

os animais a diminuir o consumo de alimentos, o que em muitos casos é fator preditivo de

mortalidade.

Page 74: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

72

Com relação à insulina, os resultados obtidos nesta pesquisa mostraram que nos

primeiros 15º dias os menores valores foram encontrados nos grupos INFA/C e INFA/A, com

diferenças estatisticamente significativas, coincidindo com os valores da glicemia que

também estavam diminuídos nesse período, levando a um menor estimulo da secreção de

insulina. Esses resultados são corroborados pelas pesquisas de Combs et al.64 que encontraram

níveis de insulina diminuídos na fase inicial da infecção pelo T. cruzi, e concluíram que esta

resposta era consistente com a resposta a níveis muito baixos de glicose neste período.

A resistência à insulina não pode ser desconsiderada na patogênese das disfunções do

metabolismo da glicose na doença de Chagas, uma vez que nesta doença podem estar

relacionada com as co-morbidades como obesidade e Diabetes Mellitus.56

Quando se observa a sensibilidade à insulina (QUICKI) na fase aguda entre os

diferentes tratamentos, embora não se tenha conseguido validação estatística para as

diferenças observadas, pode-se inferir uma tendência dos resultados obtidos.

No início da infecção, os animais do grupo INFA/C exibiram o menor valor de

QUICKI e os INFA/A, a maior. No 30º dia, os animais do grupo INFA/A continuaram a

exibir a maior sensibilidade, porém no 60º dia, final da fase aguda os dois grupos

apresentaram o mesmo valor para este índice. Um fato interessante é que a maior

sensibilidade do grupo INFA/A mostrou-se consistente com menores concentrações de

insulina até o 30º dia, fato este que não foi observado no grupo INFA/C. Neste grupo, tanto o

valor do índice quanto os de insulina mostraram-se baixos no 15º dia, o que pode evidenciar

um efeito da vitamina C neste controle, nos dias iniciais da infecção, onde estas diferenças

foram mais discrepantes.

Apesar do índice de sensibilidade à insulina (QUICKI) não ter apresentado

significância estatística na fase aguda da infecção, foi observado processo inflamatório em

pâncreas principalmente no grupo INFA/C, entretanto não foram observados ninhos de

amastigotas.

Na fase crônica, o grupo INFC/C voltou a apresentar uma sensibilidade à insulina

diminuída, desta vez consistente com a insulina aumentada para este grupo.

Beigsten et al. 66 descreveram que a glicose é o principal estimulador fisiológico para a

liberação da insulina pelas células β do pâncreas, todavia, a glicose e o ácido ascórbico

possuem estrutura similar, assim estes autores sugeriram que o ácido ascórbico inibiria a

secreção da insulina induzida pela glicose possivelmente pela hiperpolarização das células β

do pâncreas sendo esse processo dependente da dose é irreversível, o que explicaria os

Page 75: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

73

resultados no grupo NINF/C aos 30º, 60º e 180º da suplementação, com os menores valores

absolutos de insulina encontrados ao longo do período experimental.

Tais observações são confirmadas por estudos de Johnston e Yen67 quando relataram

que níveis elevados de vitamina C plasmática retardam a resposta da insulina após ingestão de

glicose em indivíduos normoglicêmicos prorrogando a hiperglicemia pós-prandial, uma vez

que altas concentrações de vitamina C plasmática inibem por competição a transferência da

glicose nas células β do pâncreas.

Neste contexto, estudos de Nagajyothi et al.63 encontraram reduzida secreção de

insulina na fase aguda da infecção pelo T. cruzi em camundongos, prosseguindo até a fase

crônica, provavelmente por inflamação pancreática com disfunção das células β do pâncreas,

isso porque encontraram em seu estudo histológico formas amastigotas em células β no

pâncreas, apesar da concentração de glucagon produzido pelas células α estar normal, sendo

inconsistente o aumento da resposta do glucagon na hipoglicemia não ocorrendo

gliconeogênese hepática. Da mesma forma, Santos et al.54 observaram alterações histológicas

e funcionais do pâncreas de hamsters infectados pelo T. cruzi, sendo que a infecção chagásica

experimental causou pancreatite semelhante à doença de Chagas humana, e também

observaram níveis de glicose alterados e uma tendência a hipoinsulinemia nos animais

infectados.

Os resultados do glicogênio hepático obtidos nesta pesquisa mostraram um aumento da

sua concentração no grupo INFA/C em relação ao controle, podendo sugerir uma menor

capacidade de mobilizar esta reserva quando associadas à infecção e a suplementação com

vitamina C. Na fase crônica, os níveis de glicogênio hepático continuaram maiores no grupo

INFC/C, bem como no INFC/A, ambos comparados ao NINFC/C, o qual apresentou a menor

concentração de glicogênio, porém valores de glicemia semelhantes ao NINFC/A. Isto

demonstra o efeito marcante da infecção sobre a capacidade de utilizar esta reserva, uma vez

que os grupos INFC/C e INFC/A apresentaram os menores valores de glicemia quando

comparados ao NINFC/A.

No entanto, o grupo NINFA/C apresentou os maiores valores de hemoglobina glicada

indicando um efeito mais consistente da vitamina C em manter níveis glicêmicos mais

elevados por maiores períodos de tempo, seja atuando sobre a insulina, seja interferindo na

absorção de glicose pelas células. Na fase crônica, o grupo INFC/A apresentou maiores

valores de hemoglobina glicada, embora sem variações na glicemia quando comparado aos

demais grupos.

Page 76: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

74

Com relação à hemoglobina glicada, Ayala117 descreve que em camundongos é

possível que os níveis de glicose e de insulina em jejum não representam um estado basal

estacionário sendo sugestiva a dosagem dos níveis da hemoglobina glicada para confirmação

da tendência da glicemia a longo prazo.

No entanto, outra possibilidade é que o ascorbato ou o ácido dehidroascórbico, que são

considerados poderosos agentes glicantes,118,119 principalmente sob condições oxidantes,

estejam atuando120,121 uma vez que tanto na fase aguda quanto na crônica, os grupos com

maior hemoglobina glicada também exibiram altos valores de vitamina C plasmática. A

importância e possíveis implicações fisiológicas deste mecanismo serão objeto de futuras

investigações.

Portanto, os resultados sugerem um efeito da vitamina C sobre os parâmetros avaliados

na análise do controle glicêmico que podem ter importantes repercussões fisiológicas para os

portadores da doença de Chagas, tanto na fase aguda quanto na sua evolução para a crônica.

Page 77: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

75

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados evidenciaram que:

1. A suplementação controlou a parasitemia entre 15º e o 30º dias pós infeção.

2. Na avaliação do processo inflamatório por meio das determinações de NO e análise histopatológica, foi observado que os animais INFA/C obtiveram um nível maior de inflamação e necrose tecidual. Tal fato pode ser atribuído aos processos inflamatórios, em que os macrófagos são ativados e produzem altos níveis de NO. Também foi confirmado que a vitamina C aumenta a biodisponibilidade do NO nesse processo durante a fase aguda. Na fase crônica, houve diminuição esperada da concentração do NO, porém esta foi maior nos grupos infectados, seguido do NINFC/C e NINFC/A.

3. A forma de suplementação aumentou a concentração plasmática de vitamina C na fase aguda. No entanto, na fase crônica a suplementação foi eficiente apenas na ausência de infecção, o que necessita de maiores investigações.

4. Quanto à GSH, na fase aguda, a infecção aumentou sua concentração no grupo INFA/A. No grupo INFA/C, a diminuição da concentração de GSH sugeriu sua utilização para a regeneração da vitamina C. Na fase crônica, aparentemente, houve diminuição em todos os grupos quando comparados ao controle não infectado.

5. A determinação do FRAP na fase aguda não foi significativamente alterada pela suplementação, embora aumentou a contribuição relativa da vitamina C para esse parâmetro. Na fase crônica, ocorreu diminuição da capacidade antioxidante nos grupos infectados quando comparados aos não infectados, porém com níveis ainda expressivos de contribuição da vitamina C.

6. Pode-se inferir que os níveis de GSH e FRAP observados na fase crônica poderiam estar relacionados com a progressão da doença de Chagas.

7. Na dosagem de GS foi observado que a suplementação com vitamina C aumenta essa resposta na fase aguda e que este nível de defesa continua sendo mobilizado na fase crônica.

8. Quanto à influência da vitamina C nos processos metabólicos e controle glicêmico foi observado que os animais infectados tiveram, no início da infecção, diminuição dos níveis de glicose e insulina comparados aos não infectados. Observou-se ainda que o grupo NINFA/C obteve níveis de insulina menores durante as fases aguda e crônica comparados com os demais grupos, bem como menor deposição de glicogênio hepático. No entanto, ocorreu um aumento expressivo do nível de insulina no grupo INFC/C na fase crônica, o que necessita maior investigação.

9. Na dosagem de hemoglobina glicada também foi observado no grupo NINFA/C valores maiores que os demais na fase aguda. Já na fase crônica houve aumento no grupo INFC/A em relação aos demais.

Page 78: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

76

8 CONCLUSÕES

Nossos resultados podem inferir que a suplementação com vitamina C controla a mortalidade e inicialmente a parasitemia. Contudo ocorre maior intensidade do processo inflamatório e necrose nos tecidos, provavelmente pelo grande aumento dos níveis de NO, principalmente na fase aguda da infecção pelo T. cruzi, sugerindo a hipótese da vitamina C agir como pró-oxidante e pró-inflamatório.

Com relação à defesa antioxidante, a suplementação com a vitamina C se mostrou eficaz, principalmente na fase aguda da infecção, pois apresentou um aumento da GSH, da contribuição ao FRAP e do GS.

Quanto à influência da vitamina C no controle glicêmico, observou-se nos início da infecção uma diminuição nos valores de glicemia e insulinemia, provavelmente devido a intensa multiplicação parasitária neste período da infecção.

Page 79: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

77

REFERÊNCIAS

1. Mota SMQ, Porto TB, Freitas MVC, Nogueira JAQ. Imunossenescência: alterações imunológicas no idoso. RBM Rev Bras Med. 2010;67(6):183-8. 2. Almeida EA, Barbosa Neto RM, Guariento ME, Wanderley JS, Souza ML. Apresentação clínica da Doença de Chagas em indivíduos idosos. Rev Soc Bras Med Trop. 2007;40(3):311-5. 3. Chagas C. Nova tripanozomose humana. Estudos sobre a morfologia e o evolutivo do Schizotrypanum cruzi n.gen, n.sp., agente etiológico de nova entidade mórbida do homem. Mem Inst Oswaldo Cruz. 1909;1:155-219. 4. Coura JR, Dias JCP. Epidemiology, control and surveillance of Chagas disease – 100 years after its Discovery. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2009;104(suppl.1):31-40. 5. Lana M, Tafuri WL. Trypanossoma cruzi e Doença de Chagas. In: Neves DP. Parasitologia humana. 12. ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2011. p. 89-114. 6. Andrade LO, Andrews NW. Lysosomal fusion is essential for the retention of Trypanosoma cruzi inside host cells. J Exp Med. 2004;200(9):1135-43. 7. Coura JR. Chagas disease: what is known and what is needed – a background article. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2007;102(suppl. 1):113-22. 8. Moncayo A. Chagas disease: current Epidemiological trends after the interruption of vectorial and transfusional transmission in the Southern Cone countries. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2003;98(5):577-91. 9. Dias JCP. Notas sobre o Trypanossoma cruzi e suas características bioecológicas, como agente de enfermidades transmitidas por alimentos. Rev Soc Bras Med Trop. 2006;39:370-5. 10. Andrade ZA. Fisiopatogenia da doença de Chagas. Rev Patol Trop. 2000;29(supl.):131-40. 11. Prata A. Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease. Lancet Infect Dis. 2001;1(2):92-100. 12. Tanowitz HB, Kirchhoff LV, Simon D, Morris SA, Weiss LM, Wittner M. Chagas’ disease. Clin Microbiol Rev. 1992;5:400-19. 13. Gazzinelli RT, Denkers EY. Protozoan encounters with Toll-like receptor signalling pathways: implications for host parasitism. Nat Rev Immunol. 2006;6(12):895-906. 14. Akira S, Uematsu S, Takeuchi O. Pathogen recognition and innate immunity. Cell. 2006;124:783–801.

Page 80: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

78

15. Sardinha LR, Elias RM, Mosca T. Contribution of NK, NK gammadelta T, and alfabeta T cell to the gama interferon response requisite for liver protection against Tripanosoma cruzi,

Infect Immun. 2006;74:2031-42. 16. Abel LCJ, Rizzo LV, Ianni B, Albuquerque F, Bacal F, Carrara D, Bocchi EA, Teixeira HC, Mady C, Kalil J, Cunha-Neto E. display Chronic Chagas’ disease cardiomyopathy patients display an increased IFN response to Trypanosoma cruzi infection. J Autoimmun. 2001;17:99-108. 17. Cunha-Neto E, Rizzo LV, Albuquerque F, Abel L, Guilherme L, Bocchi E, Bacal F, Carrara D, Ianni B, Mady C, Kalil J. Cytokine production profile of heart-infiltrating T cells in Chagas’ disease cardiomyopathy. Braz J Med Biol Res. 1998;31:133-137. 18. Gomes JAS, Bahia-Oliveira LM, Rocha MOC, Martins-Filho AO, Gazzinelli G, Correa-Oliveira R. Evidence that development of severe cardiomyopathy in human Chagas’ disease is due to a Th1-specific immune response. Infect Immun. 2003;71:1185-93. 19. Soriano FG, Theobaldo MC, Llimona F, Petroni RC, Rios ECS, Velasco IT. Sepse: estudo da resposta inflamatória: sinalização, participação das células do sistema imunológico, tolerância e intervenções terapêuticas. PLoS ONE. 2013;8(9):17. 20. Soares SE. Phenolic acids as antioxidants. Rev Nutr. 2002;15:71-81. 21. Ferreira ALA, Matsubara LS. Radicais livres: conceitos, doenças relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo. Rev. Assoc. Med. Bras. 1997; 43(1): 61-68. 22. Schneider CD, Oliveira AR. Radicais livres de oxigênio e exercício: mecanismo de formação e adaptação ao treinamento físico. Rev Bras Med Esporte. 2004;10(10):308-13. 23. Reis CN, Freitas WR, Ventura TLB, Kanashiro MM, Muzitano MF, Oliveira DB. Inibição da Produção de Óxido Nítrico e Efeito Citotóxico de Extrato Aquoso de Anona muricataL.

Perspectiv Online Ciênc Biol Sáude [Internet]. 2011 [citado 14 jun 2015];1(2):1-8. Disponível em: http://www.seer.perspectivasonline.com.br/index.php/biologicas_e_saude/article/view/500/412 24. Anderson D. Antioxidant defenses against reactive oxigen species causing gentic and other damage. Mutat Res. 2000;350:103-8. 25. Oliveira FA, Teixeira VPA, Lino Junior RSL, Vinaud MC, Reis MA. Aspectos macroscópicos da Cardiopatia Chagásica Crônica no envelhecimento. Arq Bras Cardiol. 2007;88:486-90. 26. Francisco AF. Estresse oxidativo, defesas antioxidantes e processo inflamatório na fase aguda da doença de Chagas experimental [tese]. Ouro Preto: Universidade Federal de Ouro Preto; 2011. 97 p. 27. Maçao LB, Wilhelm Filho D, Pedrosa RC, Pereira A, Backer SP, Torres MA, Frode, TS Antioxidant therapy attenuates oxidative stress in chronic cardiopathy associated wiyh Chagas` disease. Int J Cardiol. 2007;123:43-9.

Page 81: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

79

28. Gupta S, Wen JJ, Garg NJ. Oxidative Stress in Chagas Disease. Interdiscip Perspect Infect Dis. 2009;2009:190354. doi:10.1155/2009/190354. 29. Cerqueira FM, Medeiros MHG e Ohara A. Antioxidantes dietéticos: controvérsias e perspectivas. Quim Nova. 2007;30(2):441-9. 30. Barbosa KBF, Costa NMB, Alfenas RCG, Paula SO, Minim VPR. Bressan J. Estresse oxidativo: conceito, implicações e fatores modulatórios. Rev Nutr. 2010; 23(4): 629-43. 31. Spada PDS, De Souza GGN, Bortolini GV, Henriques JAP, Salvador M. Antioxidant,mutagenic,and antimutagenic activity of frozen fruits. J Med Food. 2008;11(1):144-51. 32. Aruoma OI. Methodlogical considerations for characterizing potential antioxidant action bioactive components in plant foods. Mutat Res. 2003;523:9-20. 33. Levine M, Rumsey SC, Daruwala R, Park JB, Wang Y. Criteria and recomendations for vitamin C intake. JAMA. 1999:281(15):1415-23. 34. Padayatty SJ, Katz A, Wang Y, Eck P, Kwon O, Lee JH, Chen S, Corpe C, Dutta SK, Levine M. Vitamin C as an antioxidant: evolution of its role in disease prevention. J Am Coll Nutr. 2003;22:18-35. 35. Tavares SDG. Vitamina C, cancro e citoxicidade: marcação e estabilidade in vitro e in vivo [dissertação]. Coimbra: Universidade de Coimbra ; 2010. 95 p. 36. Barreiros ALBS, David JM, David JP. Estresse oxidativo: relação entre geração de espécies reativas e defesa do organismo. Quím Nova. 2006;29:113-23. 37. Halliwell B, Gutteridge JMC. Free radicals in biology and medicine. Oxford: Oxford University Press; 1999. 38. Carr A, Frei B. Does vitamin C act as a pro-oxidant under physiological c onditions? The Faseb J. 1999;13:1007-24. 39. Duarte TL, Lunec J. Review: When is an antioxidant not an antioxidant? A review of novel actions and reactions of vitamin C. Free Radic Res. 2005;39:671-86. 40. Jialal I, Singh U. Is vitamin C an antiinflammatory agent? Am J Clin Nutr. 2006;83:525-6. 41. Mikirova N, Casciari J, Taylor P, Rogers A. Effect of high-dose intravenous vitamin C on inflammation in cancer patients. J Transl Med. 2012; 10:189. doi:10.1186/1479-5876-10-189. 42. Frei B, England L, Ames BN. Ascorbate is an outstanding antioxidant in human blood plasma. Proc Natl Acad Sci U S A. 1989;86:6377-81. 43. Iqbal K, Khan A, Khattak M. Biological significance of ascorbic acid (vitamin C) in human health – a review. Pakistan J Nutr. 2004;3:1-13. 44. Fisher AEO, Naughton DP. A vitamina C contribui para a inflamação através de

Page 82: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

80

mecanismos geradores de radicais: uma nota de advertência. Hipóteses Méd. 2003;61(5-6):657-60. 45. Nightingale AK, Blackman DJ, Field R, Glover NJ, Pegge N, Mumford C, Schmitt M., Ellis G.R., Morris-Thurgood J.A., Frenneaux M.P. Role of nitric oxide and oxidative stress in baroreceptor dysfunction in patients with chronic heart failure. Clin Sci. 2003;104:529-35 46. JacksonTS, Xu,A, Vita,JA, Keaney Jr,JF. Ascorbate prevents the interation of superoxide and nitric oxide only at very high physiological concentrations. Circ Res. 1998;83:916-22. 47. Ribeiro DA, Calvi SA, Picka MM, Persi EC, Caetano PK, Nagoshi LR, Lima, CR, Machado, JM, Salvador, DM. DNA damage and nitric oxide synthesis in experimentally infected Balb/c mice with Trypanosoma cruzi. Exp Parasitol. 2007;116:296-301. 48. Arantes RM, Marche HH, Bahia MT, Cunha FQ, Rossi MA, Silva JS. Interferon-gamma-induced nitric oxide causes intrinsic intestinal denervation in Trypanosoma cruzi-infected mice. Am J Pathol. 2004;164 (4):1361-8. 49. Gusmão AS, Castanho REP, Andrade RFA, Farsetti CM, Mathias AB, Therezo ALS, Martins LPA, Vitamin C effects in mice experimentally infectes with Trypanosoma cruzi

QM2 strain. Rev Soc Bras Med Trop. 2012;45:51-4. 50. Marin RG, Gusmão AS, Castanho REP, Deminice R, Therezo ALS, Jordão Junior AF, Martins LPA. Efeitos da suplementação da vitamina C na fase aguda da doença de Chagas em camundongos infectados pela cepa QM1 de Trypanosoma cruzi. Rev Inst Med Trop São Paulo. 2012;54(6):319-23.50. 51. Marin RG, Gusmão AS, Castanho REP, Dermice R, Therezo ALS, Jordão Junior F, Assis MR, Taipeiro EF, Martins LPA. Efeitos da suplementação da vitamina C na fase crônica da doença de Chagas. Rev Inst Med Trop. São Paulo. 2015;57(3):245-50. 52. Rocha A, Oliveira LCM, Alves RS, Lopes ER. Despopulação neuronal pancreática em chagásicos crônicos. Rev Soc Bras Med Trop. 1998;31:43-9. 51. Marin RG, Gusmão AS, Castanho REP, Dermice R, Therezo ALS, Jordão Junior F, Assis MR, Taipeiro EF, Martins LPA. Efeitos da suplementação da vitamina C na fase crônica da doença de Chagas. Rev Inst Med Trop. São Paulo.2015;57(3):245-50. 53. Saldanha JC, Santos VM, Reis MA, Cunha DF, Teixeira VPA. Morphologic and morphometric evaluation of pancreatic islets in chronic Chagas’Disease. Rev Hosp Clin Fac Med São Paulo. 2001;56:131-8. 54. Santos VM, Lima MA, Cabrine-Santos M, Marquez DS, Pereira GA, Lages-Silva E, Ramirez LE. Functional and histopathological study of the pancreas in hamsters (Mesocrisetus Auratus) infected and reinfected with Trypanosoma Cruzi. Parasitol Res. 2004;94:125-33. 55. Oliveira LC, Juliano Y, Novo NF, Neves MM. Blood glucose and insulin response to intravenous glucose by patients with chronic Chagas’ disease and alcoholism. Braz J Med Biol Res. 1993;26:1187-90.

Page 83: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

81

56. Santos VM, Cunha SFC, Teixeira VPA, Monteiro JP, Santos JAM, Santos TAM, Santos LAM, Cunha DF. Freqüência de diabetes mellitus e hiperglicemia em mulheres chagásicas e não-chagásicas. Rev Soc Bras Med Trop. 1999;32:489-96. 57. Guariento ME, Saad MJA, Muscelli EOA, Gontijo JAR. Heterogeneous insulin response to an oral glucose load by patients with indeterminate clinical form of Chagas’ Disease. Braz J Med Biol Res. 1993;26:491-5. 58. Guariento ME, Muscelli EOA, Gontijo JAR. Chronotropic and blood pressure response to oral glucose load in Chagas Disease. São Paulo Med J. 1994;112: 602-6. 59. Geraix J, Ardisson LP, Marcondes-Machado J, Pereira PCM. Clinical and nutritional profile of individuals with Chagas Disease. Braz J Infect Dis. 2007;11:411-4. 60. Ferreira JMBB. Avaliação do metabolismo e atividade inflamatória nas diversas formas evolutivas da doença de Chagas: correlação com disfunção autonômica [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2013. 90 p. 61. Tanowitz HB, Amole B, Hewlett D, Wittner M. Trypanosoma cruzi infection in diabetic mice. Trans R Soc Trop Med Hyg. 1988;82:90-3. 62. Nagajyothi F, Desruisseaux MS, Weiss LM, Chua S, Albanese C, Machado FS Esper L, Lisanti M, Teixeira MM, Scherer PE, Tanowitz HB. Chagas disease, adipose tissue and the metabolic syndrome. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2009;104:219-25. 63. Nagajyothi F, Kuliawat R, Kusminski CM, Machado FS, Desruisseaux MS, Zhao D, Schwartz GJ, Huang H, Albanese C, Lisanti MP, Singh R, Li F, Weiss LM, Factor SM, Pessin JE, Scherer PE, Tanowitz HB. Alterations in glucose homeostasis in a murine model of Chagas disease. Am J Pathol. 2013;182(3):886-94. 64. Combs TP, Salmeida CJGM, Jelicks LA, Schubert W, Lin Y, Jayabalan DS, Zhao D, Braunstein VL, Landskroner-Eiger S, Cordero A, Factor SM, Weiss LM, Lisanti MP, Tanowitz HB, Scherer PE. The adipocyte as an important target cell for infection with Trypanosoma cruzi. J Biol Chem. 2005;280:24085-94 65. Parsey RV, Matteson DR. Ascorbic acid modulation of calcium channels in pancreatic β cells. J Gen Physiol. 1993;102:503-23. 66. Bergsten P, Moura AS, Atwater I, Levine M. Ascorbic acid and insulin secretion in pancreatic islets. J Biol Chem. 1994;269:1041-6. 67. Johnston CS, Yen M F. Megadose of vitamin C delays insulin response to a glucose challenge in normoglycemic adults. Am J Clin Nutr. 1994;60:735-8. 68. Cunninghan FX, Gantie E. Genes and enzymes of carotenoid biosynthesis ins plants. Annu Rev Plant Physiol Plant Mol Biol. 1998;49:557-83. 69. Martins LPA, Marcili A, Castanho REP, Therezo ALS, Oliveira JCP, Suzuki RB, Teixeira MMG, Rosa JA, Sperança MA. Rural Triatoma rubrovaria from southern Brazil Harbors Trypanosoma Cruzi of lineage IIc. Am J Trop Med Hyg. 2008;79:427-34.

Page 84: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

82

70. Brand-Williams W, Cuvelier ME, Berset C. Use of free radical method to evaluate antioxidant activity. Food Sci Technol. 1995;28(1):25-30. 71. Brener Z. Contribuição ao estudo da terapêutica experimental da doença de Chagas [tese]. [Belo Horizonte]: Universidade Federal de Minas Gerais; 1961. 77p. 72. Drabkin D L, Austin HJ. A technique for the analysis of undiluted blood and concentrated hemoglobin solutions. J Biol Chem. 1935;112:105-15. 73. Green LC, Wagner DA, Glogowski J, Skipper PL, Wishnok JS, Tannenbaum SR. Analysis of nitrate, nitrite, and [15N]nitrate in biological fluids. Anal Biochem. 1982;126:131-8. 74. Titheradge MA. The enzymatic measurement of nitrate and nitrite. In: Titheradge MA. Nitric Oxide Protocols (Methods in Molecular Biology). Totowa (NJ) :Humana Press Inc; 1998. v. 100, p. 83-91. 75. Schaffert RR, Kingsley GR. A rapid, simple method for the determination of reduced, dehydro-, and total ascorbic acid in biological material. J Biol Chem. 1955;212:59-68. 76. Benzie IFF, Strain JJ. The reducing ability of plasma (FRAP) as a measure of “antioxidant power”: the FRAP assay. Anal Biochem. 1996;239(1):70-6. 77. Beutler E. Red cell metabolism: a manual of biochemical methods. New York: Grune & Stratton Inc. 1984. 78. Faure P, Lafond JL. Mesearusement of plasma sulphydryl and carbonil groups as a possible indicator of protein oxidation. In: Favier AE, Cadet J, Kalyanaraman B, Fontecave M, Pierre JL, editors. Analyses of free radicals in biological systems. Basel: Birkhauser Verlag; 1995. p. 237-48. 79. Sedlak J, Lindsay RHC. Estimation of total, protein-bound and non protein sulfhydryl groups in tissue with Ellmann’s reagent. Anal Biochem. 1968;25:192–205. 80. Ayala JE, Bracy DP, McGuinness OP, Wasserman DH. Considerations in the design of hyperinsulinemic-euglycemic clamps in the conscious mouse. Diabetes. 2006;55:390-7. 81. Katz A, Nambi SS, Mather K. Quantitative Insulin Sensitivity Check Index (QUICKI): A simple, accurate method for assessing insulin sensitivity in humans. J Clin Endocrinol Metab. 2000;85:2402-10. 82. Chen H, Sullivan G, Quon MJ. Assessing the predictive accuracy of QUICKI as a surrogate index for insulin sensitivity using a calibration model. Diabetes. 2005;54:1914-25. 83. Bidinotto PM, Souza RHS, Moraes G. Hepatic glycogen in eight tropical freshwater teleost fish: Procedure for field determinations of microsamples. Bol Téc CEPTA. 1997;10:53-60. 84. Dubois M, Gilles KA, Hamilton JK, Rebers PA, Smith F. Colorimetric method for determination of sugars and related substances. Anal Chem. 1956;28:350-8.

Page 85: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

83

85. Armitage P, Berry G. Estadística para la investigación biomédica, 3ª ed. Madrid: Harcourt Brace. 1997. 86. SPSS 21,0; 2012© Copyright IBM Corporation 2012 IBM Corporation Route 100 Somers, NY 10589. 87. Guarner J, Bartlett J, Zaki SR, Colley DG, Grijalva MJ, Powell MR. Mouse model for Chagas Disease;immunohistochemical distribuition of different stages of Trypanosoma cruzi

in tissues throughout infection. Am J Trop Med Hyg. 2001;65(2)152-81. 88. Wen J-J, Dhiman M, Whorton EB, Garg NJ. Tissue-specific oxidative imbalance and mitochondrial dysfunction during Trypanosoma cruzi infection in mice. Micobes Infect. 2008;10:1201-9. 89. Junqueira C, Caetano B, Bartholomeu DC, Melo MB, Ropert C, Rodrigues MM, Gazzinelli RT. The endless race between Trypanosoma cruzi and host immunity: lessons for and beyond Chagas disease. Expert Rev Mol Med. 2010;12:e29. doi: 10.1017/S1462399410001560. 90. Saeftel M, Fleischer B, Hoerauf A. Stage-Dependent Role of Nitric Oxide in Control of Trypanosoma cruzi Infection. Infect immun. 2001;69(4):2252–9. 91. Lieke T, Steeg C, Graefe SE, Fleisher B, Jacobs T. Interaction of natural killer cells with Tripanosoma cruzi- infectec fibroblast. Clin Exp Immunol. 2006;145(2):357-64. 92. Stempin CC, Dulgerian LR, Garrido VV, Cerban FM. Arginase in parasict infections: macrophage activation,immunosuppression, and intracelullar signals. J Biomed Biotechnol. 2010;2010:683485. doi: 10.1155/2010/683485. 93. Stempin CC, Tanos TB, Coso OA, Cerb FM. Arginase induction promotes Trypanosoma

cruzi intracellular replication in Cruzipain-treated J774 cells through the activation of multiple signaling pathways. Eur J Immunol. 2004;34:200–9. 94. Veloso VM. Doença de Chagas experimental em cães da raça Beagle: avaliação clínica, parasitológico, histopatológica e molecular [tese]. [Belo Horizonte]: Universidade Federal de Minas Gerais; 2007. 146 p. 95. Pissetti CW, Correia D, Braga TT, Faria GEL, Oliveira RF, Ribeiro BM, Rodrigues DBR, Rodrigues V. Association between the plasma levels of TNF-D, IFN-J, IL-10, nitric oxide and specific IgG isotypes in the clinical forms of chronic Chagas disease. Rev Soc Bras Med Trop. 2009;42(4):425-30. 96. Traber MG, Atkinson J. Vitamin E, antioxidant and nothing more. Free Radical Biol Med. 2007;43(1):4-15. 97. Boni A, Pugliese C, Claudio CC, Patin RV, Oliveira FLC. Vitaminas antioxidantes e prevenção da arteriosclerose na infância. Rev Paul Pediatr. 2010;28(4):373-80. 98. Benke KK. Modelling ascorbic acid level in plasma and its dependence on absorbed dose. J Australasian Coll Nutr Environ Med. 1999;18:11-2.

Page 86: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

84

99. Huber PC, Almeida WP, Fátima A. Glutationa e enzimas relacionadas: papel biológico e importância em processos patológicos. Quím Nova. 2008; 31(5):1170-9. 100. Wen JJ, Garg N. Oxidative modification of mitochondrial respiratory complexes in response to the stress of Trypanosoma cruzi infection. Free Radic Biol Med. 2004; 15;37(12):2072-81. 101. Chan AC, Chow CK, Chiu D. Interaction of antioxidants and their implications in genetic anemia. Proc Soc Exp Biol Med. 1999;222(3):274-82. 102. Schott KL, Charão MF, Valentin,J, Cassol J, Garcia SC, Pomblum VJ, Bohrei D. Influence of deproteinizing acids in erythrocytic reduced glutathione quantification by HPLC-UV. Quim Nova. 2007;30(3):592-6. 103. Pérez-Fuentes R, Torres-Rasgado E, Salgado-Rosas H, Zamora-Ginez I, Sanchez-Guillen MC. The anti-oxidant defence response in individuals with the indeterminate form of Chagas disease (American trypanosomiasis). Ann Trop Med Parasitol. 2008;102(3):189-97. 104. Hamilton IM, Gilmore WS, Benzie IFF, Mulholand CW, Strain JJ. Interactions between vitamins C and E in human subjects. Br J Nutr. 2000;84(3):261-7. 105. Nahrevanian H, Amini M. Nitric oxide functions; an emphasis on its diversity in infectious diseases. Iranian J Basic Med Sci, 2009; 11(4): 197-204. 106. Di Sciascio N, Quarantino CP, Rucci C, Ciaglia P, Mariari MN, Giacomello A. correlation of serum uric acid, cholesterol and triacylglycerol levels. Adv Exp Med Biol. 1994;370:77-8. 107. Vasankari TJ, Kujala UM, Vasankari TM, Vuorimara T, Ahotupa M. Increased serum and LDL antioxidant potential after supplementation in endurance athletes. Am J Clin Nutr. 1997;65:1052-6. 108. Wayner DD, Burton GW, Ingold KU, Barclay LR, Locke SJ. The relative contributions of vitamin E, urate, ascorbate and proteins to the total peroxyl radical-trapping antioxidant activity of human blood plasma. Biochim Biophys Acta. 1987;924(3):408-19. 109. Gonzalez-Meija ME, Torres-Rasgado E, Porchia LM, Salgado HR, Totolhua JL, Ortega A, Hernandez-Kelly LCR, Ruiz-Vivanco G, Báez-Duarte BG. Metallothionein-1 and nitric oxide expression are inversely correlated in a murine modelo of Chagas disease. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2014;109(2):174-81. 110. Sato M, Mehra RK, Bremner I. Measurement of plasma metallothionein-l in the assessment of the zinc status of zinc- defficient and stressed rats. J Nutr. 1993;114:1683-9. 111. Wang WC, Mao H, Ma DD, Yang WX. Characteristics, functions, and applications of metallothionein in aquatic vertebrates. Frontiers Marine Sci. 2014. DOI:10.3389/fmars.2014.00034

Page 87: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

85

112. Waeytens A, De Vos M, Laukens D. Evidence for a potential role of metallothioneins in inflammatory bowel diseases. Mediat Inflamm. 2009;2009:729172. doi: 10.1155/2009/729172. 113. Khalifa OA, Alhusseini NF, Sosa GA, Hemeda SA. Effect of cadmium chloride and / or vitamin "C" on metallothionein gene expression. J Am Sci. 2012;8(10):198-203. 114. Holscher C, Mohrs M, Dai WJ, Kohler G, Ryffel B, Schaub GA, Mossmann H, Brombacher F. Tumor necrosis factor alphamediated toxic shock in Trypanosoma cruzi-infected interleukin 10-deficient mice. Infect Immun. 2000; 68:4075-83. 115. Cazzulo JJ. Aerobic fermentation of glucose by trypanosomatids. FASEB J. 1992;6(13) 3153-61. 116. Nagajyothi F, Zhao D, Machado FS, Weiss LM, Schwartz GJ, Desruisseaux MS, et al. Crucial role of the central leptin receptor in murine Trypanosoma cruzi (Brazil strain) infection. J Infect Dis. 2010;202:1104–13. 117. Ayala JE, Samuel VT, Morton GJ, Obici S, Croniger CM, Shulman GI, Wasserman DH, McGuinness OP. Standard operating procedures for describing and performing metabolic tests of glucose homeostasis in mice. Dis Model Mech. 2010;3:525-34. 118. Linetsky M, Shipova E, Cheng RB, Ortwerth J. Glycation by ascorbic acid oxidation products leads to the aggregation of lens proteins. Biochim Biophys Acta. 2008;1782:22-34. 119. Slight SH, Feather MS, Ortwerth BJ. Glycation of lens proteins by the oxidation products of ascorbic acid. Biochim Biophys Acta. 1990;1038(3):367-74. 120. Nagaraj RH, Sell DR, Prabhakaram M, Ortwerth BJ, Monnier VM. High correlation between pentosidine protein crosslinks and pigmentation implicates ascorbate oxidation in human lens senescence and cataractogenesis. Proc Natl Acad Sci USA. 1991;88:10257-61. 121. Grandhee SK, Monnier VM. Mechanism of formation of the Maillard protein cross-link pentosidine. Glucose, fructose, and ascorbate as pentosidine precursors. J Biol Chem. 1991;266(18):11649-53.

Page 88: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

86

Anexo 1

NUVILAB CR1 IRRADIADA

(Alimento completo para camundongos e ratos)

COMPOSIÇÃO BÁSICA DO PRODUTO: Milho integral moído, farelo de soja, farelo de trigo, carbonato de cálcio, fosfato bicálcico, cloreto de sódio, gordura vegetal, premix vitamínico mineral aminoácido.

NÍVEIS DE GARANTIA POR QUILOGRAMA DO PRODUTO:

Umidade (máx.) 12,50% Proteína Bruta (min.) 22,00% Extrato Etéreo (min.) 5,00% Matéria Mineral (máx.) 10,00% Matéria Fibrosa (máx.) 8,00% Cálcio (máx.) 1,40% Fósforo (min.) 0,60%

ENRIQUECIMENTO POR QUILOGRAMA DO PRODUTO:

VITAMINAS: Vitamina A 13.000 UI, vitamina D3 2.000 UI, vitamina B1 5 mg, vitamina B12 22 mcg, vitamina B2 6 mg, vitamina B6 7 mg, vitamina E 34 mg, vitamina K3 3 mg, niacina 60 mg, biotina 0,05 mg, ácido fólico 1 mg, ácido pantotênico 21 mg, colina 650 mg.

MICROELEMENTOS MINERAIS: Cobre 10 mg, cobalto 1,5 mg, ferro 50 mg, iodo 2 mg, manganês 60 mg, selênio 0,05 mg, zinco 60 mg.

AMINOÁCIDOS: Lisina 100 mg, metionina 300 mg.

ADITIVOS: Antioxidante 100 mg

INDICAÇÃO: Alimento irradiado para camundongos e ratos de laboratório

USO: Administração à vontade através de comedouros suspensos.

CONSERVAÇÃO: Conservar o produto em ambiente Seco e arejado, evitando luz e calor excessivos.

PRAZO DE VALIDADE: 3 meses após data de Fabricação

Rótulo Registrado no Ministério da Agricultura sob n.º PR 4453 00270 – Indústria Brasileira

Page 89: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

87

Anexo 2

Page 90: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

88

Anexo 3

Cewin gotas - Bula

Esta bula é meramente informativa destinada ao público em geral.

Princípio ativo : ácido ascórbico.

Classe terapêutica : vitaminas

Apresentação : Solução oral 200 mg/mL: embalagem com 1 frasco de 20 mL.

Fórmula

Cada mL Cewin Solução oral contém 200 mg de ácido ascórbico. Excipientes: sorbitol, metilparabeno, propilparabeno, hidróxido de sódio, sacarose, fosfato sódio de riboflavina, álcool etílico, aroma artificial de caramelo e água purificada.

Cada 1 mL de Cewin Solução oral equivale a 20 gotas e 1 gota equivale a 10 mg.

Indicação : Este medicamento é destinado ao tratamento de todos os estados em que há deficiência ou aumento das necessidades de vitamina C no organismo. Está também indicado como auxiliar do sistema imunológico (sistema de defesa contra infecções) e ainda nas fases de crescimento.

Farmocinética :

Cewin é um medicamento que possui em sua fórmula uma substância denominada ácido ascórbico ou vitamina C. Cewin combate a deficiência desta vitamina no organismo e auxilia nas funções do sistema imunológico (sistema de defesa contra infecções) e nas fases de crescimento.

Tempo médio de início de ação

Tempo para pico de concentração plasmática do ácido ascórbico após ingestão oral é de 2 a 3 horas.

Quando não Devo Usar Esse Medicamentos:

Cewin não deve ser utilizado por pacientes com reconhecida hipersensibilidade (alergia) ao ácido ascórbico ou a qualquer outro componente do produto e em pacientes com litíase urinária (cálculo nos rins) acompanhada por oxalúria (presença de oxalatos ou ácido oxálico - substâncias que formam os cálculos renais - na urina).

Este medicamento é contraindicado para uso em pacientes com insuficiência renal severa (redução grave da função dos rins).

4. O QUE DEVO SABER ANTES DE USAR ESTE MEDICAMENTO?

Page 91: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA JULIA ROSANA PEREIRA … · 2020. 6. 15. · Julia Rosana Pereira Tavares Castanheira Efeitos da vitamina C no estresse oxidativo e controle glicêmico

89

ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Nos diabéticos as doses de vitamina C podem interferir nos testes de avaliação da glicose na urina sem alterar a glicose no sangue e nestes casos o uso de Cewin deve ser interrompido pelo menos 7 dias antes do exame. A vitamina C pode aumentar a excreção de ferro com o uso de desferoxamina. O uso da vitamina C pode alterar ainda o resultado de alguns outros exames de laboratório (sangue oculto nas fezes, desidrogenase lática, transaminases e bilirrubina).

Gravidez e amamentação Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Populações especiais

Em pacientes com insuficiência renal, Cewin deve ser utilizado somente com orientação e supervisão médica.

Atenção diabéticos: Cewin Solução oral contém açúcar (450 mg de sacarose).

Interações Medicamentosas:

Em pacientes em uso de indivavir (substância para tratamento da AIDS) e doses elevadas de vitamina C, reduziu-se significativamente a concentração sérica (no sangue) de indinavir.

Informe ao seu médico se você está fazendo uso de algum outro medicamento.

Modo de Conservar:

Cewin solução oral deve ser mantido em sua embalagem original, em temperatura ambiente (entre 15 e 30oC). Proteger da luz.

A VITAMINA C, QUANDO EXPOSTA AO AR, PODE TER SUA COLORAÇÃO ALTERADA. PRESERVE A INTEGRIDADE DA EMBALAGEM.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem. Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Após aberto, válido por 30 dias. Características do medicamento

Cewin solução oral é um liquido límpido, viscoso, de coloração amarela, com odor característico de caramelo.