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FACULDADE DE INFORMÁTICA E ADMINISTRAÇÃO PAULISTA DANIEL CESAR EVELYN DE OLIVEIRA SOUZA UTILIZANDO A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA LIDERANÇA DE PROJETOS São Paulo 2008

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FACULDADE DE INFORMÁTICA E ADMINISTRAÇÃO PAULISTA

DANIEL CESAR

EVELYN DE OLIVEIRA SOUZA

UTILIZANDO A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA

LIDERANÇA DE PROJETOS

São Paulo

2008

DANIEL CESAR

EVELYN DE OLIVEIRA SOUZA

UTILIZANDO A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA

LIDERANÇA DE PROJETOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Informática e Administração Paulista, como um dos requisitos para conclusão do Curso de MBA Gestão de Projetos - PMI

Orientador: Prof. Ms. Antonio Augusto Barbosa Camargos

São Paulo

2008

DANIEL CESAR

EVELYN DE OLIVEIRA SOUZA

UTILIZANDO A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA LIDERANÇA

DE PROJETOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Informática e Administração Paulista, como um dos requisitos para conclusão do Curso de MBA Gestão de Projetos - PMI

Aprovada em ____________ de 200_

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ms. Antonio Augusto Barbosa Camargos Orientador

Prof.(ª) Ms. ou Dr. Componente da Banca

Prof.(ª) Ms. ou Dr. Componente da Banca

“Em qualquer trabalho, a diferença entre o excelente, o medíocre e o ruim está, na maioria dos casos, em se ter a imaginação e a disciplina para recriar-se todos os dias”. - Tom Peters

Dedicamos esse trabalho a nossos amigos e

familiares que nos incentivaram e apoiaram em

toda a trajetória. Em especial, eu Evelyn, dedico a

minha mãe Jane pelo exemplo de garra e coragem

e por ser a razão do meu viver. Eu, Daniel, dedico

também a Camila por toda força e alegria.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus por mais um desafio

superado, ao amigo Tiago Tadeu Santos Cruz

pela ajuda no desenvolvimento desse trabalho, a

Aline Hatadani pelas revisões e sugestões. Eu

Daniel, agradeço a Rogério Gustavo com quem

aprendi como um bom líder é importante para o

sucesso e para a motivação dos seus

colaboradores. Agradecemos também ao

orientador Augusto Camargos pela orientação.

RESUMO

A economia atual força as empresas a investir em inovação para que seja possível serem dominadoras em novos mercados ou conseguir um diferencial competitivo no mercado em que já se encontram. Por esta razão, há a necessidade constante de desenvolver novas idéias e colocá-las em prática. O nível de sucesso para isto aumenta dramaticamente ao se utilizar melhores práticas de gestão de projetos. Mas estas práticas vão além de cumprir prazos, custos e padrões de qualidade, devem se ater também ao aprimoramento da gestão de pessoas, a identificação e formação de líderes. Sendo assim, a liderança unida a inteligência emocional, são habilidades de suma importância para os gestores no desenvolvimento de suas atividades diárias, pois sua função é organizar o trabalho, dividindo e acompanhando as atividades de cada colaborador, de maneira a maximizar o uso dos recursos humanos. As pessoas respondem e respeitam seu líder, mediante sua postura, assim, a maneira como elas serão conduzidas pode afetar diretamente o sucesso do projeto. A autoridade de um líder pode ser alcançada através de seu carisma, e a habilidade de liderar ou guiar as pessoas pode ser desenvolvida, apesar de estar diretamente relacionada com suas características psicológicas. Visto que o líder se encontra em evidência, suas atitudes são analisadas constantemente, por isso, ele deve sempre pensar no bem comum da equipe, do projeto e da empresa. Este trabalho descreve para o gestor um conjunto de boas práticas para a melhoria da Gestão de Projetos, estabelecido pelo Guia PMBOK®, baseado em técnicas de liderança e inteligência emocional. Palavras-chave: Liderança, Inteligência Emocional, Gestão de Projetos, Guia PMBOK®.

ABSTRACT The current economy forces the companies to invest in innovation in order to be able to dominate new markets or reach a competitive differential in the market which they already are. For this reason, there is a need to develop new ideas and put them into practice. The level of success for this increases dramatically when you use best practices of project management. But these practices go beyond fulfilling stated periods, costs and standards of quality, they should also stick to improve the management of people, identification and training of leaders. Thus, the leadership united with emotional intelligence, are skills extremely important for managers to develop their daily activities, because their function is to organize the work, sharing and monitoring the activities of each employee in order to maximize the use of humans resources. The people respond and respect their leader through his posture, so the way how they will be conducted can affect directly the success of the project. The authority of a leader can be reached through his charisma and ability to lead or guide people can be developed, despite of being directly related to their psychological characteristics. Since the leader is in evidence, their attitudes are constantly analyzed, so he must think always about the team’s goals, the project and the company. This work describes to the manager a set of best practices for improving the Project Management, established by the PMBOK ® Guide, based on leadership and emotional intelligence techniques. Keywords: Leadership, Emotional Intelligence, Project Management, PMBOK® Guide.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Pirâmide de Maslow..................................................................................42

Figura 2 - Nível típico de custos e de pessoal do projeto ao longo do seu ciclo

de vida.......................................................................................................................52

Figura 3 - Influência das partes interessadas ao longo do tempo. ............................53

Figura 4 - A relação entre as partes interessadas e o projeto. ..................................55

Figura 5 - Organização por projeto............................................................................56

Figura 6 - Mapeamento entre os grupos de processos de gerenciamento de

projetos e o ciclo. ......................................................................................................62

Figura 7 - Visão geral do gerenciamento de recursos humanos do projeto. .............64

Figura 8 - Planejamento de recursos humanos: Entradas, ferramentas e

técnicas, e saídas......................................................................................................65

Figura 9 - Formatos de definição de funções e responsabilidade. ............................67

Figura 10 - Contratar ou mobilizar a equipe do projeto: Entradas, ferramentas e

técnicas, e saídas......................................................................................................69

Figura 11 - Desenvolver a equipe do projeto: Entradas, ferramentas e técnicas,

e saídas.....................................................................................................................71

Figura 12 - Gerenciar a equipe do projeto: Entradas, ferramentas e técnicas, e

saídas........................................................................................................................74

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tipos de lideranças ................................................................................25

Tabela 2 - Atitudes positivas e negativas quanto à geração de empatia .................44

Tabela 3 - Relação dos principais práticas de liderança..........................................77

Tabela 4 - Atributos mais citados de um líder..........................................................79

Tabela 5 - Contabilização inteligência emocional entre homens e mulheres ..........83

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................12

1 - LIDERANÇA...................................... ..................................................................18

1.1 - Definições Gerais de Liderança..................... ...............................................18

1.2 - Outras Definições de Liderança............... ....................................................22

1.3 - Habilidades da Liderança ..................... ........................................................23

1.4 - Processos de Liderança ....................... ........................................................24

1.5 - Tipos de Líderes e Estilos de Liderança ...... ...............................................25

1.5.1 - Tipos de Líderes .......................... ........................................................25

1.5.2 - Estilos de Liderança...................... ......................................................26

1.6 - Tipos de Líderes e Estilos de Liderança ...... ...............................................31

2 - INTELIGÊNCIA................................... .............................................32

2.1 - Definições e Tipos de Inteligência ................. ..............................................32

2.2 - Inteligência Emocional....................... ...........................................................36

2.2.1 - Autoconsciência ........................... .......................................................38

2.2.2 - Auto-regulação ..................................... ...............................................39

2.2.3 - Motivação ................................. ............................................................40

2.2.4 - Empatia................................... ..............................................................43

2.2.5 - Relacionamentos ........................... ......................................................45

3 - GESTÃO DE PROJETOS ............................. .....................................................49

3.1 - Projeto .......................................... ..................................................................50

3.1.1 - Partes Interessadas no Projeto ............ ..............................................54

3.1.2 - Estrutura da organização.................. ..................................................55

3.2 - Gestão de Projetos ............................... .........................................................57

3.2.1 - Processos................................. ............................................................60

3.2.2 - Gestão dos Recursos Humanos do Projeto .... ..................................62

4 - NA PRÁTICA DA LIDERANÇA, INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E GESTÃO

DE PROJETOS.........................................................................................................77

4.1 - Aplicando Inteligência Emocional e Gestão de Proj etos em Liderança ...77

4.2 - Resultado das pesquisas.......................... ....................................................82

4.2.1 - Resultado da pesquisa geral ............... ...............................................83

4.2.2 - No ponto de vista de dois líderes......... ..............................................88

4.3 - Fechamento do desenvolvimento do tema ............ .....................................91

CONCLUSÃO .......................................... .................................................................92

REFERÊNCIAS.........................................................................................................95

ANEXO .....................................................................................................................99

12

INTRODUÇÃO

“A liderança é a capacidade de conseguir que as pessoas façam o que não querem fazer e gostem de fazê-lo”. (Harry Truman) “Qualquer um pode zangar-se, isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa, não é fácil”. (Aristóteles)

A presente pesquisa se configura como Trabalho de Conclusão de Curso de pós-

graduação em Gestão de Projetos Segundo as Práticas do PMI da Faculdade de

Informática e Administração Paulista e apresenta suas justificativas para a escolha do

tema, bem como a sua delimitação. Com a finalidade de contribuir para a produção

científica e atingir certo grau de aprofundamento acadêmico, a pesquisa foi realizada

pelos alunos Daniel César e Evelyn de Oliveira Souza do curso de Gestão de Projetos

Segundo as Práticas do PMI. Alguma pesquisa prévia se fez para a sua elaboração

pelos estudantes empenhados na pesquisa. Grande parte do projeto inspira-se, no

entanto, numa tentativa de avaliar e propor melhorias para a área em que atua os

pesquisadores.

Delimitação do tema

Para analisar a influência da Inteligência Emocional sobre a liderança e como o

PMBOK® pode auxiliar o líder em suas atividades com a equipe, circunscrito às áreas

de Administração e Psicologia, a presente pesquisa se organizou em torno de quatro

capítulos. O primeiro capítulo apresenta as principais definições sobre liderança,

fazendo uma avaliação dos estilos de liderança existentes e o significado de cada um

dos estilos. Em segundo lugar, é feita uma análise sobre os tipos de inteligência, sobre

o que é emoção, culminando para o assunto Inteligência Emocional, suas definições,

sua composição e o que é necessário para aprimorar esse tipo de inteligência. Num

terceiro momento, é apresentado o que é a Gestão de Projetos, utilizando como

material o PMBOK® do PMI em sua versão 2004. Passeia-se por todas as áreas de

13

conhecimento, porém dar-se-á maior destaque para a área de Recursos Humanos que

está diretamente ligada à formação e com o dia-a-dia de uma equipe.

Finalizando, na quarta e ultima parte do desenvolvimento são feitas analises a partir

dos questionários aplicados, das entrevistas realizadas com gestores, além de dados

colhidos de pesquisas já realizadas nesses assuntos, no mercado e em outros

trabalhos acadêmicos, com isso pretende-se, além de dar uma visão mais prática e real

desses assuntos, levantar os problemas e como a inteligência emocional poderia ser

utilizada para auxiliar nesses problemas.

Justificativas para a pesquisa

Afora o interesse pessoal dos pesquisadores, o tema se impõe pela recorrência das

discussões sobre liderança, sobre as dificuldades de liderar. No Brasil é assunto

obrigatório em todos os círculos, neste começo da primeira década do século XXI, pela

contribuição que uma pesquisa desta natureza pode emprestar à compreensão do real

papel do curso numa sociedade marcadamente composta de pessoas carentes de

formação acadêmica e profissional, além de um crescente número de desempregados.

Há total relevância científica nesse projeto de pesquisa uma vez que os cursos de

Administração / Gestão no Brasil, têm ainda uma procura muito grande, mas não a

correspondente oferta de empregos após a formação destes alunos, bem como uma

não competente formação para a ocupação de cargos e empregos oferecidos no

mercado, principalmente pelo fato da necessidade, muitas vezes, de maturação da

pessoa para encarar um cargo de liderança. Essa pesquisa pode, então, contribuir,

entre outras coisas, para discutir sobre uma outra ótica a liderança. Dando ênfase as

emoções, seu controle para a tomada de decisão, o trabalho aborda sobre outro prisma

necessidades não só de um líder, mas de qualquer pessoa, já que sendo seres

humanos, estamos associados a emoções a todo o momento.

Por outro lado, a relevância social da pesquisa se mostra pelo fato de que o estudo

permitirá ajudar na resposta a uma pergunta básica: Como a árdua tarefa de liderar

14

pessoas pode ser melhor executada? Ao mesmo tempo, a pesquisa poderá ajudar a

compreender as diferentes visões que esse assunto dá sobre os envolvidos, isso é, a

visão de quem lidera e de quem é liderado. Crendo na sua real importância, a pesquisa

visa analisar a relação líder e liderado no âmbito de projeto para, de alguma forma,

ajudar a sociedade em sua busca de cidadania plena, a partir do que é oferecido à

população, especificamente na cidade de São Paulo.

O interesse pessoal dos pesquisadores advém do fato de militarem na área da

importância das emoções no dia-a-dia. Os pesquisadores se interessam grandemente

pelos processos de liderança e no poder que as emoções têm positivamente e

negativamente sobre esses processos e principalmente quanto à sua postura em prol

de se envolverem mais efetivamente com o objeto de sua investigação.

A despeito de a pesquisa roçar quase sempre o pioneirismo, pela quase inexistência de

estudos na área (especialmente no Brasil), o tema se mostra de execução viável,

primeiro, pela existência de fontes a serem consultadas; segundo, pelo apoio que os

pesquisadores receberam da instituição e pelos estudos teóricos já desenvolvidos nesta

área.

Referencial teórico

Quando se trata de Inteligência Emocional é impossível não fazer uso dos estudos do

Dr. Daniel Golleman que em seu livro Inteligência Emocional – A teoria revolucionária

que redefine o que é ser inteligente descreve o que é e qual a importância da

Inteligência Emocional.

Outros autores como Resende, Maximiano, Covey, Chiavenato e Kotler também foram

de grande importância para esse trabalho, fornecendo contribuições com relação a

competências humanas (no caso de Resende, 2003), motivação (Maximiano, 2008),

liderança (Covey, 2003, Chiavenato, 2004).

Vale um destaque para Kotler (2002) que é um nome muito conhecido na área da

administração, além de, Peter Drucker, considerado um guru da administração que,

15

com seus estudos fez evoluir o segmento administração e claro não poderia ser

deixado de fora nesse trabalho.

No que se refere à Gestão de Projetos, foi utilizado o PMBOK (2004) que é o Guia

desenvolvido pelo PMI (Project Manegement Institute) que traz as áreas de

conhecimentos, entradas e saídas de processos para Gestão de Projetos em geral.

Para esse trabalho a ênfase foi dada a área de conhecimento de Recursos Humanos,

por estar mais envolvida com liderança, formação de equipes, entre outros que serão

discutidos na seção correspondente.

Além desses, alguns outros autores, pesquisas na Internet foram utilizadas para compor

todos os conceitos aqui descritos, sendo referenciados em momentos oportunos desse

trabalho.

Problema

A pesquisa será realizada a partir do seguinte problema central (ou pergunta-chave, ou

ainda a questão principal a ser respondida com a sua pesquisa):

De que forma a Inteligência Emocional pode auxiliar na liderança de projetos?

Hipótese

Com base na questão (problema) central, a pesquisa apresenta a seguinte hipótese de

trabalho:

A Inteligência Emocional pode auxiliar uma vez que o líder poderá controlar melhor

seus impulsos, tomando melhores decisões aprendendo com os desafios diários. Além

disso, poderá auxiliar na formação de sua equipe, motivando os colaboradores e

enxergando as qualidades e potenciais de cada um, utilizando essas qualidades para o

sucesso do projeto.

16

Objetivos

Para a apresentação mais clara dos objetivos dessa pesquisa a problemática (questão

central) norteadora da pesquisa, bem como a hipótese de trabalho (resposta provisória)

foi o “fio de Ariadne” deste TCC, em fase de apresentação para a banca examinadora.

A partir da questão central o objetivo deste TCC é:

• Entender de que forma a Inteligência Emocional pode auxiliar na liderança de

projetos

• Ter uma visão de como as pessoas enxergam os assuntos Liderança e

Inteligência Emocional

• Como evoluir nesses assuntos melhorando a qualidade da liderança

Procedimentos metodológicos

A pesquisa seguiu etapas próprias, a partir da hipótese norteadora. Para a coleta de

dados foram necessários instrumentos adequados, bem como foram empregadas

técnicas aprendidas durante o curso para a efetiva análise dos dados coletados. Foram,

portanto, adotados os seguintes procedimentos:

a) Leitura de textos de orientação teórico-metodológica;

b) Aplicação de testes e questionários;

c) Análise geral dos resultados.

Além disso, vale ressaltar ainda:

• Amostras: A pesquisa de múltipla escolha foi realizada com 100 pessoas de

diferentes idades, áreas de atuação e sexo. Além dessa pesquisa, foi realizada

uma outra pesquisa, na forma discursiva, com duas outras pessoas que

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possuem cargos gerenciais (gerente de TI e Superintendente) de empresas

diferentes.

• Instrumentos: questionários e entrevistas.

• Procedimentos: Foi passado por e-mail para conhecidos que desempenham

papeis de liderança e ainda na FIAP (unidade Paulista) para as turmas de PMI,

um questionário com 40 questões de múltipla escolha sobre Liderança e

Inteligência Emocional.

Além disso, foram passados para dois líderes de equipes (gerente e

superintendente) questões para dissertar sobre o tema, dando opiniões sobre o

dia-a-dia e suas visões sobre o assunto.

Limitações

Em seu trabalho, o pesquisador corre vários riscos. O primeiro deles é o de trabalhar no

domínio, às vezes, fluido da interdisciplinaridade, colocando-se logo sob o fogo cruzado

dos estudiosos de cada uma destas áreas. Mais difícil, no entanto, pela natureza da

pesquisa, é a obtenção de respostas satisfatórias, o que só será superado com uma

empática relação com os examinadores da banca. Mesmo consciente destas

dificuldades, os pesquisadores realizaram a pesquisa, sabedores de que as lacunas

poderão, depois de percebidas, serem devidamente preenchidas por pesquisas

posteriores.

18

1 - LIDERANÇA

1.1 - Definições Gerais de Liderança

Há muitos anos se discute o que é liderança. Assim, fatores como o mercado e as

próprias pessoas vêm reformulando o seu conceito, que têm sido estudado e entendido

como um traço de personalidade, que depende da aprendizagem social do individuo, e

que pode ser treinada e aperfeiçoada.

“Liderança não é dominação, mas a habilidade de influenciar as pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força do caráter”. (HUNTER, 2006, pg. 18)

Já o dicionário define habilidade como uma capacidade aprendida ou adquirida. Mas o

mito mais perigoso é o de que há um fator genético na liderança e que as pessoas

simplesmente possuem ou não determinadas qualidades carismáticas. Na verdade,

acontece o oposto. Os líderes são feitos, em vez de nascerem líderes.

A maioria das organizações é super gerenciada e sub-liderada. Segundo Covey (2003),

a liderança não é o mesmo que gerenciamento. O gerenciamento possui uma visão

voltada para os métodos, como fazer da melhor maneira e dessa forma os gerentes

possuem o seu foco nos sistemas, processos e tecnologias. Ainda em gerenciamento,

Kotler (2002) diz que o gerenciamento possui o foco em planejar, elaborar orçamentos,

organizar, contratar funcionários, controlar e resolver problemas. Já a liderança lida com

objetivos e metas, focando nas pessoas, na equipe, criando uma visão de futuro, além

disso, a liderança está associada à capacidade de persuadir pessoas a aceitar idéias

novas e implementá-las. Sendo assim, segundo Chiavenato (2004) a liderança deve

ocorrer antes do gerenciamento.

Por ter seu foco nas pessoas, a liderança deve organizar os recursos para caminharem

na direção correta, monitorando as mudanças no meio social e tomando as devidas

ações para a correta execução das atividades. Para Covey (2003), “gerenciar é fazer as

coisas do jeito certo; liderar é fazer as coisas certas”.

Conforme Goleman (2000, pg. 108) em termos de administração da própria carreira,

talvez não haja nada mais essencial do que reconhecer nossos mais profundos

19

sentimentos sobre o que fazemos e que mudanças nos deixariam mais

verdadeiramente satisfeitos com o que fazemos.

No inicio da administração como uma ciência até o final do século XIX o líder, ou

comumente chamado gerente era o responsável por ditar as regras, definir o que seus

funcionários poderiam ou não fazer para alcançar os objetivos da organização, muitas

vezes ditando o dia-a-dia pela política do medo e deixando os funcionários a margem

da possibilidade decisória. Com o passar do tempo essa mentalidade foi alterando-se

permitindo que os funcionários tivessem maior participação. Essa mudança ocorreu a

partir da segunda metade do século XX, onde se começou a ter uma maior

preocupação com as relações humanas, o que deu ao líder um caráter mais humano

considerando aspectos comportamentais e psicológicos da equipe liderada por ele.

Existem muitos pontos de vista sobre o que é liderança. Para uns é quando A provoca

B para fazer aquilo que A deseja ser feito, para outros é quando B provoca A a fazer o

que A deseja, porque é bom para B, já outros entendem que liderança ocorre quando A

estabelece condições para que B possa desempenhar suas atividades, ter

responsabilidades para executar o que A e B acreditem ser necessário, ou ainda o

simples fato de influenciar outra pessoa que por si só, é uma ação de liderança.

Como se pode perceber existem muitas correntes que tentam explicar o que é

liderança, utilizando como base as definições explicitadas anteriormente.

Para Douglas McGregor (1973) existem dois tipos de teoria sobre Gestão de Pessoas:

a Teoria X, mais focada na tarefa e a Teoria Y, mais focada em relacionamento e

comportamento humano. No X podemos derivar os líderes tiranos que com foco

exclusivo no resultado, não se importam com as pessoas, com o social. Já o Y

podemos entender como os líderes democráticos, que com seu carisma fazem as

coisas acontecerem na sua equipe.

“Grupos diferentes da população que trabalha devem ser gerenciados de maneiras diferentes e em ocasiões diferentes. Cada vez mais os “empregados” precisam ser gerenciados como “parceiros”. E está na definição de parceria que todos os parceiros são iguais. E também que não se pode dar ordens a eles. É preciso persuadi-los. Portanto, o gerenciamento de pessoas, é, cada vez mais, um “trabalho de marketing”. E em marketing não se começa com pergunta “O que nós queremos?” Ma questiona-se: “O que quer a outra parte? Quais são seus valores? Quais são suas metas? O que ela considera resultados?” E isto não é “Teoria X”, nem a “Teoria Y”, tampouco qualquer outra teoria especifica de gerenciamento de pessoas.

20

Pode ser que tenhamos de redefinir juntos a tarefa. Ela pode não ser “gerenciar o trabalho de pessoas”. O ponto de partida, tanto na teoria quanto na prática, pode ser “gerenciar para desempenho”. Ele pode ser uma redefinição de resultados, assim como os pontos de partida do condutor da orquestra e do técnico de futebol são a contagem. Talvez a produtividade do trabalhador do conhecimento se torne o centro do gerenciamento de pessoas, assim como o trabalho na produtividade do trabalhador braçal tornou-se o centro do gerenciamento de pessoas há cem anos, isto é, desde Frederick W. Taylor. Isto irá exigir uma hipótese muito diferente a respeito de pessoas em organizações e seu trabalho: Não se “gerencia” pessoas. A tarefa é liderar pessoas. A meta é tornar produtivos as forças e o conhecimento específicos de cada pessoa. “(DRUCKER, 2003, pg. 28)

Segundo SOTO (2002), essas definições não esgotam o conteúdo do termo líder,

porque na vida real o líder não fica na tentativa de mandar ou influir, o líder executa ou

faz executar algo.

No mundo industrial, diretor, chefe ou líder é aquele que dirige um grupo para alcançar

seus objetivos, coordenando, impulsionando, de forma conveniente e respeitando certa

autonomia, dando informações e controlando os resultados obtidos como responsável

por esses resultados.

A escola francesa também nos traz suas definições sobre a liderança, na opinião de

Manuel Peña, “comando é um termo que lembra uma coletividade, isto é, conjunto de

indivíduos que possuem conhecimentos gerais, técnicos e profissionais que lhes

permitem chegar aos níveis da hierarquia. Mas o termo comando implica, sobretudo,

um sentido social que contém uma atividade dirigente, de condução, de um grupo social

determinado. O termo supõe conhecimentos gerais e qualidades profissionais de certo

nível, ou seja, certa cultura”. (tradução de Soto, Eduardo - Comportamento

Organizacional, pg. 212)

Em síntese a liderança tem como objetivo levar as pessoas a um objetivo seja esse

objetivo de uma pessoa, ou de algo maior, como um plano estratégico de uma

empresa, por exemplo, não importa qual seja esse objetivo, existe alguém que

direciona a equipe para alcançar o objetivo, tentando aproveitar as qualidades, forças

de cada um disponível em sua equipe, essa pessoa é chamada líder. Porém, a

exigência final da liderança eficaz é a conquista da confiança. Se não for assim, não

haverá seguidores. E a única definição de um líder é alguém que tem seguidores.

21

E cada vez mais essa liderança está envolvida com grandes desafios, onde se pode

destacar:

• Gerar o equilíbrio diário entre produtividade necessária e a motivação de sua

equipe para o alcance dessa produtividade.

• Buscar a melhoria contínua e o desenvolvimento de seus processos e

pessoas.

Sem a liderança, uma organização seria somente uma confusão de pessoas e

máquinas, assim como uma orquestra sem um maestro seria apenas um conjunto de

músicos e instrumentos.

Liderança é a realização de uma meta por meio da direção de colaboradores humanos.

O homem que comanda com sucesso seus colaboradores para alcançar finalidades

específicas é um líder. Um grande líder é aquele que tem essa capacidade dia após

dia, ano após ano, numa grande variedade de situações.

Mas a liderança não é algo novo, caminha por toda a história da humanidade. Em todos

os momentos pessoas surgiram para comandara as demais para o alcance de

objetivos, sejam esses objetivos de expansão ou manutenção de territórios, onde

podemos destacar as guerras e seus inúmeros líderes como, por exemplo, Napoleão

Bonaparte, Alexandre O Grande, Adolf Hitler, Gengis Khan, na política com John

Kennedy, Joseph Stalin, Winston Churchill, Franklin Delano Roosevelt, Martin Luther

King Jr, na religião com Moisés, Gandhi, Budha, Madre Teresa De Calcutá, porém

dentre todos os líderes citados, Jesus Cristo é o maior líder que já existiu.

A lista de líderes na história da humanidade é enorme, mas não só de grandes feitos

que marcam épocas que reside a liderança, numa equipe que desenvolve sistemas,

numa empresa que extraí petróleo, na loja de confecção de um shopping, em todo lugar

existem pessoas que dirigem, coordenam outras, mas qual seria a natureza da

liderança?

Foram feitos inúmeros estudos com o intuito de entender a natureza da liderança, as

primeiras tentaram identificar as características que separavam líderes de não líderes e

de líderes bem e mal sucedidos.

22

O líder é o responsável pelo crescimento e declínio de qualquer coisa, pois geralmente,

as pessoas se demitem de seus chefes e não da empresa.

Alguns estudos focaram em fatores da personalidade como inteligência, ambição e

agressividade, já outras analisaram no foco físico como estatura e constituição, porém

nenhum estudo foi efetivamente conclusivo na determinação de um conjunto estável de

atributos nos diferentes grupos e tarefas, assim sendo, não é uma fórmula, uma receita

aplicável universalmente para gerir um líder.

Mas é certo que, apesar de importante, a liderança não é tudo, é necessário planejar e

organizar as atividades, o papel primário do líder é influenciar os demais, mas um líder

forte pode ser um mau gerente se erros no planejamento levarem as pessoas para a

direção errada, sendo assim, um líder bem sucedido têm que possuir outros atributos

que não apenas a sua capacidade de movimentar as pessoas para um objetivo, ele

deve ter a direção a se tomar e ter a capacidade de controlar a fim de conseguir tomar

ações de correção para alcançar um objetivo.

1.2 - Outras Definições de Liderança

Existem três perspectivas fundamentais que são definidas como:

• Meta liderança: Cria um ‘movimento’ em um sentido muito amplo, pois vincula

os indivíduos ao ambiente por intermédio da visão do líder, liberando energia e

criando seguidores entusiastas, dando ênfase aos níveis do ‘espírito’ e da

identidade, isto é, o alguém a mais e o algo a mais que formam a visão e o

propósito por trás de todos os outros níveis de liderança.

• Macro liderança: O papel do líder na criação de uma organização bem

sucedida se cumpre de duas maneiras: descobrir caminhos e construir a cultura. O

descobrir caminhos pode se resumir em como encontrar a via para um futuro com

êxito. A construir a cultura pode ser visto como atrair outras pessoas para uma

organização dotada de propósitos, isto é, aquela capaz de progredir ao longo do

caminho descoberto ou de explorar plenamente as oportunidades atuais

23

existentes. A atividade da macro liderança pode influenciar as pessoas ao ligá-las

a uma entidade – seja toda a organização ou apenas uma divisão, departamento

ou grupo. O líder influencia o indivíduo ao fornecer para os subordinados, repostas

a questões como: O que faz a organização? Onde eu me encaixo nela? Como eu

sou avaliado e julgado? O que esperam de mim? Por que eu devo me

comprometer? O líder cria membros comprometidos com a organização no

processo. Neste caso, o foco é nas questões no nível das crenças, valores e papel

da identidade: isto é, o porquê e quem por trás do onde, quando, o que e como.

• Micro liderança: Centra sua atenção na escolha do estilo de liderança, para

gerar uma atmosfera de trabalho eficaz e obter uma cooperação para conseguir

realizar o trabalho mediante o ajuste do estilo de cada um às dimensões da tarefa

e ao comportamento da organização. A escolha do estilo de liderança depende em

particular dos subordinados e o trabalho a ser feito, sendo assim, situacional e

contingente. O líder direciona as pessoas nas organizações na execução de um

trabalho ou uma tarefa especifica. Se o estilo de liderança está corretamente

afinado, as pessoas desempenham de boa vontade e numa atmosfera de trabalho

eficiente. Endereça principalmente questões no nível do ambiente, comportamento

e capacidade, isto é, onde, quando, o que e como.

Os âmbitos da liderança micro, macro e meta devem ser definidos e coordenados para

produzir ações organizacionais eficazes. O líder dirige as pessoas de para o

cumprimento de uma tarefa ou trabalho concreto. Se o estilo de liderança foi escolhido

corretamente, os subordinados agiram de forma eficaz.

1.3 - Habilidades da Liderança

Segundo Soto (2002), uma liderança bem sucedida depende de comportamentos,

habilidades e ações apropriadas e não de características pessoais. Ele divide essas

habilidades em três conjuntos, são eles:

24

• Habilidade Técnica: Refere-se ao conhecimento e capacidade de uma pessoa

em qualquer tipo de processo ou técnica. Habilidades de contadores, engenheiros,

fabricantes de ferramentas, são exemplos de habilidades técnicas. Um ponto de

destaque é que conforme as pessoas são promovidas, as habilidades técnicas

tornam-se menos importantes conforme vão subindo na hierarquia.

• Habilidade Humana: Capacidade de trabalhar eficazmente com pessoas para

obter resultados no trabalho em equipe e essa habilidade independe do grau

hierárquico que o líder esteja.

• Habilidade Conceitual: Capacidade de pensar em termos de modelos, marcos

e relações, tornando-se cada vez mais imprescindível conforme se sobe na

hierarquia.

Em resumo, segundo Davis, a habilidade conceitual tem a ver com as idéias, a humana

com as pessoas e a técnica com as coisas.

Conforme foi visto, um líder precisa possuir essas três habilidades com doses

diferenciadas conforme o grau hierárquico que possuí.

1.4 - Processos de Liderança

Definir os atributos que fazem uma pessoa ser um líder bem sucedido é algo muito

complicado, existem pessoas capazes de cativar as demais, incentivá-las, mas não

consegue fazer as pessoas caminharem de encontro ao objetivo, possui muita

competência, mas mesmo assim não é capaz de converter essa competência em

liderança. O processo de liderança não se concentra nesses pontos supracitados, ele

traz três grupos que combinados geram a liderança, são eles: líderes, seguidores e

situações.

Podemos entender a liderança apenas por meio de uma avaliação das características

importantes dessas três forças e dos modos pelos quais se interagem.

25

1.5 - Tipos de Líderes e Estilos de Liderança

Os tipos de líderes e os estilos de liderança são de suma importância para peças

fundamentais no estudo dos comportamentos do líder.

O tipo está mais ligado a traços da personalidade enquanto que os estilos de liderança

estão mais ligados ao que o líder faz.

1.5.1 - Tipos de Líderes

Segundo Belluzzo (2002), os tipos de líderes dividem-se em autocrático, democrático e

liberal, conforme demonstra a tabela abaixo:

Tabela 1 - Tipos de lideranças

SITUAÇÃO AUTOCRÁTICO DEMOCRÁTICO LIBERAL

Decisões Decide sozinho Equipe toma decisões, o

líder assiste e participa

Equipes tomam

decisões,

participação mínima

do líder

Programas de

Trabalho

Determina como deve ser

executado

Equipe delineia os

procedimentos e o líder

apóia

Líder esclarece

dúvidas quando

necessário

Divisão do

trabalho

Determina quem deve

executar e o que

Equipe decide sobre a

decisão

O líder não participa

Participação do

líder

É “pessoal”, domina

elogios e críticas

É participativo e objetivo,

elogios/críticas

compartilhados

Participa somente

quando solicitado

FONTE: BELLUZZO, 2002.

Os tipos de líderes mostrado na tabela acima serão explicados em detalhe:

• Autocrático: É aquele que decide tudo, não dividindo com sua equipe as

decisões, não colhendo opiniões. É centralizador e rígido no processo de

26

execução das atividades. Não vê seus colaboradores como pessoas, por isso não

está preocupado com as questões psicológicas, motivacionais, é o estilo “quem

manda aqui sou eu”, vendo as pessoas como mero recurso para a execução das

atividades.

• Democrático: É o estilo oposto ao autocrático, esse líder debate as decisões

que irá tomar com sua equipe tentando-se chegar a um consenso para a tomada

das decisões. Dessa forma esse tipo de liderança vê o lado mais humano de seus

colaboradores, não vendo apenas como um recurso.

• Liberal: No liberal os subordinados possuem plenos poderes de decisão, sendo

a participação do líder pequena, servindo mais como um contribuinte na decisão

do que tomando a decisão final.

1.5.2 - Estilos de Liderança

Atualmente líderes e gestores vivem em um contexto organizacional que exige de cada

um deles diferentes estilos de lideranças para atingir suas metas e objetivos dentro da

equipe. Cada funcionário ou cada situação merece um estilo diferente de seu líder para

solução de problemas ou condução de projetos. Em uma pesquisa realizada por Mary

Fontayne e Ruth Jacobs, da Hay/McBer, chegou-se a seis fatores, sendo eles:

1. Flexibilidade: Colaboradores se sentem livres para inovar questões

burocráticas antigas e ultrapassadas.

2. Responsabilidade: As pessoas assumem as obrigações da organização.

3. Padrões: O nível em que as pessoas estabelecem processos e padrões nas

atividades cotidianas.

27

4. Recompensas: A exatidão sobre o feedback do desempenho e aptidão para

recompensas.

5. Clareza: A compreensão exata que as pessoas têm sobre a missão e os

valores da empresa.

6. Comprometimento: O nível de comprometimento que as pessoas têm para

com um objetivo comum. O quanto elas estão propensas a se doar por esta

causa.

Essas capacidades conduzem a seis estilos de liderança, considerados estilos

ressonantes: o visionário, o agregador, o democrático, o conselheiro, e dissonantes: o

despótico e o agressivo:

• Visionário

O líder visionário é aquele que direciona as pessoas com um entusiasmo vibrante

a uma visão clara, fazendo com que realmente acreditem nela e explica como e

porque os esforços das pessoas contribuem para a grande missão da

organização. Geralmente os líderes com este estilo, são empáticos, auto-seguros

e estimulantes, e por esta razão, conseguem causar grandes mudanças.

Sendo um dos estilos mais eficazes, conduz cada uma das competências

emocionais. Faz com que as pessoas que trabalham para este estilo de liderança

aumentem o seu compromisso com as metas e estratégias da organização,

ficando bem claro para todos, os padrões para o sucesso da empresa e suas

recompensas. Quanto a flexibilidade, este tipo de líder determina o que ele precisa

e deixa as pessoas livres para determinarem os meios como atingirão esses

resultados, podendo usar sua criatividade, inovação e correr riscos controlados.

Quando as coisas estão sem rumo, esse estilo é eficaz, pois traça uma diretiva e

compartilha com seus liderados uma nova visão para longo prazo. Por outro lado,

pode tornar-se ineficiente se ao tentar ser visionário ele acabe sendo despótico

28

por usar sua autoridade, acabando com o senso de igualdade de uma equipe

eficiente.

• Agregador

O líder agregador é aquele que mantêm os colaboradores felizes e cria harmonia

entre eles, passando a controlá-los através da construção de fortes laços

emocionais e conseguindo forte lealdade de sua equipe. Este estilo de líder

acredita que as pessoas vêm primeiro, propondo valores individuais e suas

emoções mais do que as tarefas e objetivos, por este motivo, se comunica muito,

compartilhando idéias e inspiração. Sendo a empatia, comunicação e construir

relacionamentos suas principais características emocionais.

Com relação à flexibilidade, há confiança um no outro, permitindo inovações, não

impondo censuras desnecessárias de como o funcionário deve fazer o seu

trabalho, dando às pessoas liberdade para realizar seu trabalho da maneira que

elas pensam ser a mais eficaz.

O estilo agregador é recomendável em quase todas as situações, principalmente

quando é preciso construir a harmonia da equipe, levantar a moral, melhorar a

comunicação ou corrigir a quebra de confiança, não é recomendável para

situações em que as pessoas necessitam de uma diretriz clara, em virtude disso,

este estilo de liderança é utilizado em comum acordo com o visionário, no qual, a

união dos dois consegue um forte equilíbrio de como conduzir uma equipe.

• Democrático

O líder democrático é aquele que tem como característica forçar um consenso

através da participação, incentivando as pessoas a opinarem e assim obtendo

mais informações e com o tempo dedicado, aceitando suas idéias, construindo

confiança, respeito e comprometimento. Suas principais características são:

comunicação, liderança de equipes e colaboração. Se a equipe não for

competente ou não tiver informações suficientes para oferecer sólidos conselhos

29

este modelo torna-se ineficiente. Já que este estilo de liderança busca muito o

consenso, muitas informações, o tempo de resposta para uma decisão pode ser

um problema em se tratando de um mundo competitivo como o que vivemos,

podendo fazer com que se perca muitas possibilidades.

• Conselheiro

O estilo conselheiro tem como ponto focal desenvolver as pessoas para o futuro,

fazendo com que elas tentem juntamente com o líder atingir os objetivos

esperados. Tem como principais características emocionais o auto-conhecimento,

a empatia e desenvolver os outros.

Como este tipo de liderança escuta as pessoas para então conhecê-las melhor,

ajudando a identificar seus pontos fortes e fracos, integrando com suas aspirações

pessoais e profissionais, o líder auxilia seus funcionários a definir metas para eles

mesmos e assim desenvolverem um plano de ação para atingi-las. Esses líderes

discutem muito as responsabilidades de cada um e fornece bastantes informações

e feedbacks para sua equipe.

Segundo estudos, esse estilo melhora o clima organizacional, pois realiza

diálogos, possui a sensibilidade de observar e se importa com seus

colaboradores, tendo uma forte idéia sobre sua importância para a organização.

Porém para Goleman esse é um dos estilos menos utilizados devido à velocidade

do dia-a-dia que não permite postergar ações para que se discuta, gere e

compartilhe conhecimentos com todos.

Este tipo de liderança é ineficiente se o líder não tiver experiência o bastante para

conduzir este processo de aperfeiçoamento, mas é muito eficiente quando há

comprometimento com a mudança e o desenvolvimento pessoal.

• Despótico

O líder com este estilo de liderança zela pelos padrões da empresa demandando

submissão e obediência imediatas, possui iniciativa e autocontrole guiando seus

30

subordinados para a execução e alcance de metas. Tem como característica a

insensibilidade moral e aos sentimentos dos seus liderados, o que pode gerar

conflitos e transtornos ao líder, não sendo aconselhado ser muito utilizado.

Como o estilo despótico não se preocupa com os sentimentos de sua equipe,

funciona melhor quando a organização passa por uma crise e necessita de uma

grande mudança de direção em pouco tempo, conseguindo quebrar hábitos de

trabalhos mal executados e ir de encontro às pessoas.

• Agressivo

O líder agressivo é aquele que tem como objetivo pessoal fazer as coisas

melhores e mais rápidas exigindo o mesmo de todos seus colaboradores. Este

estabelece desempenhos extremamente altos, apontando os desempenhos fracos

exigindo sempre mudanças. Se o desempenho não é alto, outras pessoas que

atinjam suas expectativas são nomeadas para o cargo. E como este tipo de líder

não se preocupa em dar feedback para sua equipe, quando algo não está fluindo

bem, ele simplesmente reestrutura, não se importando em demitir o funcionário.

Esse tipo de líder é impaciente e não empático, consegue visualizar a real

situação da organização, direciona a equipe a alcançar os resultados esperados e

possui iniciativa, mostrando o que quer de sua equipe através do seu próprio

exemplo.

Seus colaboradores se sentem coagidos pelas porções morais e exigências e nem

sempre este líder é claro com as normas de trabalho, pois ele acredita que todos

devem compreendê-lo e copiá-lo. Por ter um perfil exigente, as pessoas não

acreditam que podem fazer seu trabalho como acreditam que deve, nem que

estão aptos a tomar alguma iniciativa, tornando o trabalho rotineiro e repetitivo.

Para a equipe em que todos estão auto motivados, este estilo pode ser

interessante, pois apresentam serem competentes e necessitam de pouca

orientação ou coordenação. Porém, é aconselhável utilizá-lo em conjunto com

outro estilo de liderança para diminuir seu impacto sobre o clima organizacional.

31

1.6 - A Interação Entre os Estilos de Liderança

Em seu livro, Leadership that gets results Goleman (2000) diz que um líder utiliza uma

ou mais das seis abordagens expostas, realizando ajustes nas situações do dia-a-dia

para atingir os melhores resultados possíveis, segundo ele muitas vezes de forma

imperceptível.

Tem o melhor clima e desempenho organizacional aqueles que dominam quatro ou

mais, principalmente as de impacto positivo: Visionário, Agregador, Conselheiro e

Democrático.

Para Goleman, Boyatzis e McKee os líderes mais eficientes conseguem analisar as

pessoas, e dessa forma sabem qual a melhor postura que devem adotar para

determinada equipe e situação e não apenas aplicar de qualquer forma as abordagens

que foram explicitadas anteriormente.

É um consenso dos especialistas no assunto que nenhum líder possui todos os estilos

de liderança, mas se o líder contar em sua equipe de colaboradores com diferentes

estilos, esses podem auxiliá-lo no dia-a-dia, deslocando o colaborador na execução de

determinada atividade na qual esse possui perfil.

O trabalho desenvolvido por eles defende que a genética determina uma pré-disposição

da pessoa no papel de liderança, porém eles acreditam que uma pessoa pode

desenvolver os atributos de líder e aprender a inteligência emocional, com esforço esse

gene inexistente pode não atrapalhar no final.

32

2 - INTELIGÊNCIA

2.1 - Definições e Tipos de Inteligência

A inteligência possui variados ramos e ainda é um mistério em muitos pontos que

inúmeros estudos tentam compreender como esse complicado mecanismo funciona.

Existe também uma área que trabalha no desenvolvimento de inteligência para

computadores tomarem decisões, denominada inteligência artificial têm como finalidade

desenvolver máquinas capazes de simular a inteligência humana. (Enciclopédia

Larousse, Vol. 13, pg. 3188)

Dentro da inteligência humana temos muitas separações, por exemplo, temos a

inteligência emocional, a inteligência social, além de outras, que trabalham interligadas,

sendo utilizadas no dia-a-dia do ser humano e que, segundo especialistas, nos

diferencia dos demais animais, mas o que significa inteligência?

Segundo Sacconi (1996) a inteligência é a capacidade de compreender relações, de

aprender, conceber, compreender, enfim a inteligência nos faz evoluir, cada fato do

nosso dia-a-dia nos faz aprender e faz com que tomemos ações baseadas nessa

“bagagem”.

Em reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo (publicação de 08/12/2006)

existem basicamente 10 tipos de inteligência, cada uma delas com sua característica,

que são:

• Lingüística

Esse tipo de inteligência é marcado pelo gosto pelas palavras e histórias. Jogos

de palavras intrigam e a pessoa é um leitor ávido, conseqüentemente possuindo

um bom vocabulário.

Nesse tipo de inteligência revela a capacidade de comunicação de interpretação

do mundo através das palavras, pode-se dizer que esse tipo de inteligência é a

inteligência dos escritores e poetas.

33

• Matemática

Nesse tipo de inteligência, a pessoa busca entender relações entre coisas

diferentes. Gosta de figuras, problemas abstratos, jogos de desafios e quebra-

cabeças, apreciando padrões, categorias e sistemas.

• Visual

Percebe as cores, formas e texturas. Provavelmente usa imagens para ajudar a

memória, e diagramas, mapas e rabiscos quando faz anotações. Pode ter

habilidade para desenhar, pintar ou esculpir.

• Física

Gostam de exercícios físicos, esportes e dança. Tem uma tendência a ficar de pé

na primeira oportunidade, seja numa reunião ou numa festa e aprende

arregaçando as mangas e entrando em ação.

• Musical

Está sintonizado aos sons e aos ritmos, lembra bem músicas e melodias. A

música tem grande impacto no seu estado de espírito.

Esta inteligência se manifesta através da habilidade para compor ou reproduzir

uma peça musical. Inclui discriminação de sons, habilidade para perceber temas

musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e timbre, e habilidade para produzir

e/ou reproduzir música.

• Social

Também denominada intrapessoal pode ser descrita como uma habilidade pare

entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações e

34

desejos de outras pessoas. Bons exemplos que possuem essa inteligência são

professores, políticos e vendedores.

• Emocional

Essa inteligência tem como foco o acesso aos próprios sentimentos, sonhos e

idéias, discriminando-os e lançando mão para a solução de problemas pessoais. É

o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprias,

a capacidade para formular uma imagem precisa de si próprio e a habilidade para

usar essa imagem para funcionar de forma efetiva.

• Ambiental

Nesse tipo de inteligência há uma fascinação pela natureza e enxerga nela coisas

que passam despercebidas a outras que não possuem essa inteligência tão

aflorada.

• Espiritual

Gosta de se confrontar com as questões fundamentais da existência, tendendo a

agir de acordo com os seus princípios, possivelmente questionando os modos

ditos normais de se comportar.

• Prática

Gosta de fazer as coisas acontecerem. Costuma ser convocado para consertar ou

montar coisas ou para encontrar soluções. Enquanto outros debatem o que

precisa ser feito, pessoas com essa inteligência aflorada preferem ir à luta,

colocando a mão na massa.

35

Outra separação possível de inteligência foi dada pelo psicólogo Howard Gardner, que

dividiu a inteligência em sete tipos que se integram, essas inteligências são:

1. Verbal ou lingüística: Habilidade de lidar com palavras.

2. Lógico-Matemática: Capacidade de resolver problemas envolvendo números.

3. Cinestésia Corporal: Capacidade de usar o próprio corpo de forma hábil,

diferente.

4. Espacial: Noção de espaço e direção.

5. Musical: Capacidade de organizar os sons de uma forma criativa.

6. Interpessoal: Habilidade de compreender os outros.

7. Intrapessoal: Capacidade de relacionamento consigo mesmo.

Ambas as divisões são bem próximas, ficando a primeira com algumas divisões que

não são tratadas em separado por Gardner (1993).

Como já foi dito anteriormente, no nosso dia-a-dia colocamos todas essas inteligências

em prática, podemos ter mais forte uma do que outra, mas de qualquer modo a união

delas é que forma o que comumente chamamos de inteligência. Como se pode

perceber esse conceito vai muito além do simples exame de QI (Quoeficiente de

Inteligência) que incapaz de medir todas as inteligências, ficando mais voltado a

matemática, a lógica.

Neste trabalho iremos abordar mais profundamente a inteligência emocional, que

apesar de não ser um assunto tão novo, já que em 1995, Daniel Goleman já publicava

livros sobre esse assunto, a inteligência emocional é desconhecida de muita gente.

No mundo atual de constante stress o desenvolvimento da inteligência emocional é de

grande valia e no contexto de projeto é de suma importância para permitir um maior

controle das emoções, de um autoconhecimento, num ambiente de constante mudança,

de necessidades, prazos e de pessoas, não se abater, não se levar pelo calor de um

momento são ações que podem levar ao sucesso.

36

2.2 - Inteligência Emocional

“Qualquer um pode zangar-se, isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa, não é fácil”. (Aristóteles)

Saber gerenciar as emoções não é nada fácil, a única certeza é que as emoções vêm e

quanto a isso não temos o que fazer aquela frustração, aquele nervosismo estamos

fadados a sentir todo o tipo de sentimento, mas como esses sentimentos influenciarão,

seja positivamente ou negativamente, depende apenas da pessoa que está a sentir e é

nesse gerenciar que de modo geral a inteligência emocional está situada.

Uma das funções principais dos lideres é fazer com que as emoções coletivas sigam

para direções positivas, gerando entusiasmo e otimismo, assim como cultivar um

ambiente de cooperação e confiança, fazendo com que as emoções negativas não

surjam e com elas problemas oriundos, por exemplo, da irritação, da ansiedade que

perturbam fortemente o ambiente de trabalho, por tirarem a atenção dos colaboradores

das tarefas que necessitam desempenhar.

Estudos demonstraram que a parcela do tempo no qual as pessoas sentem emoções

positivas, é um bom indicador do grau de satisfação dos colaboradores, diminuindo

assim a probabilidade dos empregados saírem da empresa.

Antes de Goleman, pai dos estudos da Inteligência Emocional, os sentimentos eram

considerados apenas como fator da personalidade, parte da natureza humana que

determina ou explica o comportamento de uma pessoa numa determinada situação.

Conforme Goleman (2001) as emoções podem ser controladas pelo cérebro, como

popularmente é dito, a inteligência é fruto do cérebro, já a emoção do coração. Existe

uma influência desses dois pontos que eram vistos como independentes, dessa forma a

inteligência pode controlar as emoções e estas por sua vez podem afetar a inteligência.

A emoção é gerada por fenômenos externos que são captados por nossos sentidos,

que por sua vez são percebidos, interpretados e decodificados pelo cérebro. A

decodificação é que gera a emoção, porém o controle dessa emoção vem de outra

função do cérebro chamada de racionalização. Em contra partida, a emoção têm um

efeito desorganizador ou perturbador da inteligência, tirando essa de sua normalidade.

37

Segundo Resende (2003), podemos caracterizar a inteligência emocional das seguintes

formas:

• Saber controlar a irritação, nervosismo e agressividade, mantendo-se calmo

numa discussão.

• Dosar entusiasmo e euforia, mantendo o bom humor em situações

complicadas.

• Administrar expectativas exageradas e ambições.

• Fazer concessões em relação aos seus próprios interesses.

• Saber “engolir sapos” para preservar relações.

Agir com inteligência emocional é permitir que o otimismo supere o pessimismo, a

persistência supere o desanimo, que a alta estima vença a baixa estima.

Uma pessoa com baixa estima deve buscar de forma consciente suas virtudes e

valores, empreendendo ações a serem reconhecidas e dessa forma melhorar sua auto-

estima. O sentimento de otimismo pode ser trabalhado deixando de ser influenciado por

pessoas derrotistas, negativistas, que vivem se queixando do mundo.

Com a orientação de um líder emocionalmente inteligente, os colaboradores sentem-se

apoiados, sentem-se a vontade para compartilhar suas idéias, aprender e tomar

decisões de forma colaborativa.

Porém, se o líder não for emocionalmente inteligente, os seus colaboradores seguirão

apenas as rotinas do dia-a-dia, fazendo apenas o essencial, ao em invés de inovarem,

de compartilharem seus conhecimentos. Se o líder não fizer uso de uma boa dose de

sentimentos, esse até poderá dirigir, mas não realmente liderar.

Não são tarefas fáceis, precisam de treinamento, autoconhecimento, buscando os

pontos fracos e melhorando-os com ações positivas, fazendo com que as influências

externas não tenham tanta força.

A inteligência emocional está baseada em cinco dimensões de competência que são:

1. Autoconsciência

2. Auto-regulação

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3. Motivação

4. Empatia

5. Relacionamentos

2.2.1 - Autoconsciência

A consciência dos próprios sentimentos, a percepção de como os outros vêm você,

pode influenciar nas decisões que são tomadas diariamente por um líder.

Uma autoconsciência forte permite o monitoramento, a observação de si próprio,

permitindo compreender os sentimentos negativos e o que os motiva. Sabendo quais

são as raízes, pode-se adotar ações para mudanças de comportamento, alcançando-se

os resultados. Sem a autoconsciência faltarão informações para tomar as decisões de

forma eficientes.

Em suma o primeiro passo é se conhecer, ter consciência das deficiências, limitações,

dificuldades para depois traçar os caminhos para superar as barreiras, como diria o

provérbio chinês, uma jornada começa no primeiro passo, isso vale também para a

jornada de mudança interna, com a sabedoria de encarar os problemas e a força de

alterar-se para melhor se adaptar aos problemas.

Essas percepções provem dos cinco sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar)

que são as portas de entradas para obtenção de todas as informações sobre o mundo,

porém os nossos sentidos sofrem uma espécie de filtro, esse filtro faz com que sejam

perdidas informações que não são registradas, segundo Weisinger (2001) a

autoconsciência age sobre esse filtro, permitindo uma melhor captação de informações

de si e dos outros, permitindo assim uma avaliação melhor.

Nessa avaliação é de suma importância analisar as reações, tanto físicas quanto

mentais, das situações e o impacto que elas tiveram sobre o humor, sobre a

capacidade de tomar decisões. Reviver as situações pode ser de grande valia nesse

processo de entendimento, refletindo sobre os fatos num momento de mais calma.

39

2.2.2 - Auto-regulação

A auto-regulação trata das mudanças, correções nos rumos que precisamos fazer

quando acontecem situações no nosso dia-a-dia. Pessoas com essa capacidade

conseguem administrar-se melhor nas situações que “tiram do sério”, sabendo agir com

calma a elas.

Segundo Goleman (2002) existem seis pontos para a auto-regulação ou autogestão,

são eles:

1. Autocontrole: Pessoas dotadas de autocontrole conseguem administrar os

impulsos negativos, as perturbações, conseguindo inclusive canalizar esses

sentimentos de uma forma proveitosa.

Manter a calma diante de uma crise, diante de muita pressão demonstra um

autocontrole, pois se consegue dominar os impulsos, conseguindo tomar decisões

importantes mesmo diante de situações adversas.

2. Transparência: A transparência é a exposição de seus sentimentos, crenças,

diante de todos, é mostrar como você realmente é.

Pessoas transparentes assumem seus erros perante todos, não se escondendo e

quando vê atitudes antiéticas de outras pessoas prefere confrontar a se esconder.

3. Adaptabilidade: Capacidade de adaptar-se a situação, sendo flexível para

conseguir atender uma demanda, entender uma situação.

Pessoas com essa capacidade conseguem dar conta de múltiplas tarefas,

mantendo o foco no resultado, com a mesma energia, com o mesmo animo e

conseguem ser maleáveis diante de novas realidades.

4. Superação: Pessoas que não se contentam com a mesma situação sempre

querendo evoluir, ser desafiadas e chegar a um novo patamar, buscando

continuamente o aprimoramento de sua performance, aprendendo continuamente.

40

Estabelecem metas desafiadoras, mas se preocupam que essas metas sejam

viáveis, avaliando os riscos presentes.

5. Iniciativa: Aproveita oportunidades ou cria oportunidades ao invés de esperar

passivamente por elas. Não hesitam em ultrapassar limites para conseguir

melhorar as possibilidades de uma conquista futura.

Pessoas assim possuem a consciência de possuir o que é preciso para controlar

seu próprio destino.

6. Otimismo: Vê as coisas de modo positivo, nas perdas enxerga oportunidades e

não ameaças.

Entre o “copo meio vazio” ou “copo meio cheio” preferem o meio cheio, esperando

sempre que coisas boas acontecerão no futuro.

As pessoas que possuem auto-regulação conseguem “dar a volta por cima” mais

depressa, já aqueles que não a possuem tão desenvolvida tendem a ter mais

dificuldades de se recuperar dos problemas e afundam-se em sentimentos de incerteza

e de tristeza.

2.2.3 - Motivação

A motivação indica as causas ou motivos que produzem um determinado

comportamento, é a energia que movimenta o comportamento, possuindo três

propriedades que são:

• Direção: Objetivo do comportamento;

• Intensidade: Magnitude da motivação;

• Permanência: Duração dessa energia.

A motivação é de suma importância para manter a determinação, alcançando as metas

planejadas. Com essa habilidade as pessoas tendem a ser mais produtivas e eficazes,

41

buscando forças para desempenhar suas atividades, porém não há um estado geral de

motivação, isso é, a motivação é para algo especifico, por exemplo, uma pessoa está

motivada a praticar esportes e não está motivada para fazer uma aula de idiomas.

“O comportamento é sempre motivado por alguma causa interna ao próprio individuo ou alguma causa externa, do ambiente. A motivação, no modelo de comportamento, é sinônimo da relação de causa e efeito no comportamento das pessoas. Não significa entusiasmo, significa apenas que todo o comportamento sempre tem uma causa”. (Maximiano, 2008, pg. 252).

Desde os gregos o homem levanta hipóteses sobre o conteúdo da motivação. Naquela

época as discussões baseavam-se no conceito de felicidade. Nos dias atuais as teorias

continuam se baseando nas antigas idéias e atualmente existem quatro hipóteses que

tentam levantar as raízes da motivação humana. São elas:

• Homem econômico-racional: A motivação vem da perspectiva de ganho,

oriundo principalmente dos bens materiais.

Segundo essa hipótese, as recompensas materiais são as que oferecem maior

atrativo as pessoas.

• Homem social: A motivação vem do reconhecimento e da aceitação dos outros

que estão ao seu redor, preferem a glória a recompensas materiais.

Essa hipótese dá importância à idéia que o grupo tem papel importante no

desenvolvimento das pessoas, por necessidade de aceitação, por medo da

rejeição, as pessoas agem dentro dos padrões estabelecidos, a recompensa

maior nessa hipótese é estar bem com o grupo que se faz parte.

• Homem auto-realizador: A motivação vem da realização interior. Não importa

o dinheiro ou o que as pessoas irão pensar e sim a felicidade intima.

Nesse sentido a recompensa maior é o que a pessoa julga ser importante.

• Homem complexo: Essa hipótese está amarrada à idéia de complexidade do

ser humano e dessa forma não há como dar uma única explicação para a

motivação. Sendo assim, todas as hipóteses anteriores devem ser levadas em

42

consideração e, além disso, entre outros fatores a motivação está ligada a

necessidades humanas. Existem muitas teorias que visam explicar essas

necessidades, uma bem conhecida nesse sentido é a de Maslow.

Segundo Maslow (1943) as necessidades humanas dividem-se em cinco grupos como

demonstra a figura abaixo:

Figura 1 - Pirâmide de Maslow

FONTE: http://novo-mundo.org/log/wp-content/uploads/maslow.jpg

1. Necessidades Fisiológicas: São as necessidades de alimentação, proteção,

repouso, exercícios, entre outras orgânicas.

2. Necessidades de Segurança: Proteção contra ameaças, como por exemplo,

perda de emprego, integridade física e sobrevivência.

3. Necessidades Sociais: Amizade, afeto, interação e aceitação dentro de um

grupo e da sociedade.

4. Necessidade de Estima: Necessidade de auto-estima e por parte das outras

pessoas.

43

5. Necessidade de Auto-realização: Necessidade de utilizar aptidões e

habilidades para o autodesenvolvimento e para a realização pessoal.

Conforme essa visão, as pessoas estão em processo de desenvolvimento contínuo,

estando motivadas a crescer, a progredir ao longo das necessidades.

No mundo das emoções, que claro não está à parte das definições acima mencionadas,

uma vez que todos os pontos acima incidem sobre as emoções, a automotivação

consiste em dirigir emoções a serviço de um objetivo, a partir das preferências pessoais

mais profundas.

É uma habilidade essencial para uma pessoa manter-se determinada a alcançar suas

metas, ter iniciativa, ficar sempre no controle da situação e usar a criatividade na busca

de soluções.

2.2.4 - Empatia

A empatia é a capacidade de identificar-se com outra pessoa, compartilhar com ela os

sentimentos, aceitando cada um do jeito que é.

É mais que natural que as pessoas se sintam mais vontade de trabalhar com pessoas

que se possui empatia, elas sentem mais inclinadas a concordar, a cooperar com quem

elas possuem uma afeição.

Desenvolver a empatia significa que se desenvolve um sentimento de vinculo entre as

pessoas, com isso as pessoas irão a sua direção e não contra você.

Segundo Albrecht (2006) existe atitudes que destroem a empatia, que são chamadas

de atitudes tóxicas e atitudes que renovam a empatia, que são chamadas de salutares.

Abaixo segue uma tabela com comparação de algumas atitudes capazes de destruir ou

criar empatia.

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Tabela 2 - Atitudes positivas e negativas quanto à geração de empatia

Tóxicas (atitudes negativas) Salutares (atitudes positivas)

Buscar excessiva aprovação Falar e agir com afirmação

Mudar de assunto caprichosamente Ater-se ao assunto

Fulminar idéias Adiar o julgamento. Ouvir

Dar conselhos indesejados Oferecer informações e idéias

Induzir culpa nos outros Persuadir honestamente; Negociar.

Quebrar promessas e acordos Só prometer o que vai cumprir

Interromper com freqüência Ouvir os outros

Queixar-se demais Fazer sugestões construtivas

Insistir em fazer do seu jeito Ceder, ajudar os outros.

Ridicularizar os outros Apoiar os outros; simpatizar.

Monopolizar a conversa Compartilhar o “tempo no ar”

Gabar-se Compartilhar o sucesso alheio

FONTE: KARL ALBRECHT - INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, 2006, PÁGINA 124.

Se analisarmos os pontos listados na tabela, são situações que vemos todos os dias

conosco ou com os outros, sendo assim é necessário se policiar para não tomar

atitudes que intoxiquem a empatia tão necessária no dia-a-dia.

Existem duas oportunidades de se gerar a empatia que são a experiência momentânea

com a pessoa e a outra é a manutenção que permite que o relacionamento se

mantenha saudável com o tempo. Ainda para Albrecht existem três tipos específicos de

comportamento que geram empatia, são eles:

• Atenção

Os seres humanos gostam de serem ouvidos, levados a sério, os que caem no

fingimento logo demonstram traços disso e acabam por perder a confiança do

outro, sendo assim esse deve ser um processo natural.

Para ajudar a gerar empatia no quesito atenção a postura corporal, a inclinação

física e os gestos contam muito. Esses pontos são chamados de regulagem não

verbal.

45

Existe também a regulagem verbal onde o habito de refletir sobre as palavras,

expressões e utilização de figuras de linguagem se destacam como pontos de

geração de empatia.

• Apreciação

Ação de aceitar as pessoas como elas são, mesmo possuindo idéias diferentes da

sua. A apreciação faz com que, mesmo com as diferenças possa coexistir

pacificamente, com ausência de rejeição e animosidade.

Na forma verbal o uso da chamada “linguagem limpa”, evitando assim o sarcasmo,

os dogmatismos, entre outros.

Quando você respeita as idéias dos outros, as outras pessoas ficam mais

suscetíveis a ouvir as idéias que você tem.

• Afirmação

Torna-se mais fácil apreciar, respeitar e sentir-se próximo de pessoas que você

compartilhe idéias e valores daquelas que vocês discordam totalmente.

Segundo Albrecht (2006) os seres humanos buscam a auto-afirmação em três

níveis que são: amabilidade, capacidade e dignidade.

As pessoas buscam afeto, respeito por aquilo que é capaz de fazer e ser

reconhecido como pessoa digna.

Para o especialista em motivação Dale Carnegie (1981) as pessoas são famintas

por “insumos emocionais” do tipo reconhecimento, aceitação, aplauso, entre

outros. Quando se proporciona isso a alguém, esse alguém passa a ter empatia

por você.

2.2.5 - Relacionamentos

Segundo o Dr. Deroni Sabbi a arte do relacionamento é, em grande parte, a habilidade

de lidar bem com os sentimentos, de dar e receber afeto, de ouvir e se fazer ouvir e de

interagir de maneira harmônica e produtiva. Estas habilidades são a base de

46

sustentação de popularidade, liderança e eficiência interpessoal. São fundamentais

para liderar, negociar e solucionar divergências, para a cooperação e para o trabalho

em equipe. Pessoas com essa habilidade são mais eficazes nas situações de interação.

Para utilizar esta habilidade em alta performance é necessário saber dar e receber

feedback de uma maneira eficaz, assertiva e autêntica, além de saber ouvir e reagir

positivamente às críticas.

A arte de se relacionar é de grande importância, como foi dito anteriormente somos

seres que vivemos em grupo e dessa forma precisamos nos relacionar com os demais

para conseguirmos alcançar os nossos objetivos. Goleman (2002) define seis pontos

para administrar relacionamentos, são eles:

1. Inspiração: Com a inspiração o líder consegue instigar as pessoas a ter uma

visão empolgante e compartilhada da situação.

Nesse ponto, o líder que possui a inspiração desenvolvida é a personificação

daquilo que pede aos demais, possuindo a capacidade de tornar o trabalho mais

estimulante.

2. Influência: Pode-se definir influência da seguinte forma:

“Poder de produzir efeitos por causa do prestigio social que desfruta ou da posição econômico-financeira que sustenta. Capacidade de afetar o caráter, o comportamento, a crença, a opinião ou as ações de alguém”. (SACCONI, 1996, pg. 395).

Dessa forma, a influência é a capacidade de o líder fazer com que os outros façam

as atividades necessárias, obter apoio de outras pessoas, gerando-se assim uma

rede de apoio. Os líderes que possuem a influência aflorada tendem a ser

persuasivos e envolventes no tato com um grupo.

3. Desenvolvimento dos demais: Imprescindível para o trabalho em grupo, o

líder deve ter a preocupação de desenvolver as demais pessoas de sua equipe,

para isso são utilizados feedbacks quando oportuno e de forma construtiva.

É de suma importância que seja de forma construtiva, pois um feedback mal feito

para destruir o relacionamento, o que é péssimo para um trabalho em equipe.

47

O líder precisa possuir a sensibilidade de observar os pontos fortes e fracos de

seus colaboradores, gerando um ambiente propicio para o desenvolvimento dos

pontos fracos e utilização dos pontos fortes. Com essa visão, o líder poderá

montar equipes de trabalho onde na ajuda mutua pode-se desenvolver as equipes.

Um líder com a preocupação de desenvolver os demais são mentores ou coachs

naturais.

4. Catalisação de mudanças: Os líderes com essa capacidade sabem

reconhecer a necessidade de transformação e o mais importante, não têm medo

de mudar.

Encontram formas práticas de implementar as mudanças, superando os

obstáculos que impedem as mudanças de ocorrerem. No mundo atual, onde as

mudanças ocorrem com muita freqüência, ter essa capacidade é importantíssimo

para não perder oportunidades, não vendo ou não promovendo as mudanças

necessárias para adequar-se a uma nova realidade que se apresente.

5. Gerenciamento de conflitos: No dia-a-dia os conflitos existem, sejam por

diferentes pontos de vista sobre determinado problema ou por diferenças culturais,

pessoais.

Os conflitos possuem aspectos positivos e negativos, positivos no sentido de

poder elevar um entendimento, vendo pontos não antes vistos, porém pode-se

desestabilizar uma equipe, gerar um “racha” o que é muito prejudicial, pois

prejudica os esforços da equipe.

Um líder precisa fazer com que todas as partes falem, dêem suas visões e

compreendam os diferentes pontos de vistas presentes e assim chegar a um

denominador comum, conduzindo os esforços de seus colaboradores em direção

a esse denominador comum.

6. Trabalho em equipe: Saber trabalhar em equipe é um desafio para um líder,

com essa capacidade produze-se um ambiente de solidariedade, amistosidade,

gerando-se uma atmosfera onde o trabalho ocorre de forma respeitosa,

48

colaborativa, dando inclusive identidade ao grupo, que trabalhará mais unido em

pró do objetivo comum.

Um líder preocupado com o trabalho em equipe investe seu tempo no

desenvolvimento e no constante fortalecimento das relações entre os

colaboradores.

Um bom líder precisa trabalhar esses pontos para que seu grupo trabalhe de forma

mais harmônica. Cuidar dos pontos internos e externos, separar um tempo para cuidar

dos relacionamentos, se comunicando com os demais para prover um entendimento do

que precisa ser feito, obter apoio para a execução dos trabalhos e fazer com que todos

cheguem ao objetivo comum.

Esses são pontos que ajudam o líder a obter sucesso no seu dia-a-dia, porém esses

não são os únicos pontos para se obter o sucesso, um planejamento e

acompanhamento bem feitos, saber o que fazer saber quantificar isso, buscando

qualidade e antevendo os riscos que podem ocorrer durante as tarefas são pontos

muito importantes também e que serão discutidos a frente nesse trabalho.

49

3 - GESTÃO DE PROJETOS

As empresas estão buscando cada vez mais inovações, melhorando seu desempenho

para adquirir um diferencial competitivo devido às exigências do mercado que tem se

tornado bastante dinâmico a cada dia. Uma empresa é considerada líder, quando ela

esta sempre reinventando, aprimorando seu negócio focando no seu produto, serviço

ou resultado exclusivo. Por tudo isso, há a necessidade constante de desenvolver

novas idéias e colocá-las em prática, executando-as através de um bom planejamento,

e o termo utilizado para isso são projetos.

Uma gestão de projetos eficaz conduz ao sucesso qualquer atividade que se

caracterize como um projeto, isto é, que tenha um início, meio e fim. Um estudo

conduzido pelo DOD (Department of Defense of United States) indicou que 75% de

todos os grandes projetos fracassam e sua principal causa é devida a um

gerenciamento fraco, ou seja, o problema não é de desempenho técnico, mas sim da

baixa importância aplicada à gestão de projetos. (DOD, 2005)

Segundo Stoner (1999), gerenciar ou administrar é um processo de planejar, organizar,

liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, de gerir pessoas, projetos e

de usar todos os recursos disponíveis para alcançar objetivos esclarecidos.

“As abordagens da administração nessa nova era se alicerçam sobre recentes tendências que estão se manifestando no pensamento administrativo, como a ênfase na participação e comprometimento das pessoas e o foco na produtividade e na competitividade. A busca da excelência está por trás dessas preocupações”. (CHIAVENATO, 2004, pg. 34)

Em uma estrutura organizacional com uma cultura de gerenciamento por projetos o

gerente do projeto tem total autoridade com relação à administração das pessoas

alocadas para trabalhar no projeto e à definição de prioridades, pois esta estrutura é

definida a partir de projetos deixando de lado o trabalho hierárquico, funcional. Tendo

segundo Lessa (2006) como característica principal uma estrutura vertical, estabelecida

para cada projeto, no qual, todos os membros da equipe se reportam diretamente ao

gerente de projeto.

50

O principal objetivo do Project Management Institute (PMI) tem sido a definição das

melhores práticas em projetos, sendo assim, criou o Guia PMBOK® (Project

Management Book Of Knowledge), que “identifica a soma do conjunto de

conhecimentos à profissão de gerência de projetos”. (PMBOK, 2004, pg. 3)

3.1 - Projeto

Segundo o Guia PMBOK®, projeto é “um esforço temporário empreendido para criar

um produto, serviço ou resultado exclusivo” (PMBOK, 2004, pg. 5). No contexto de um

projeto ser sempre único, elimina-se a hipótese de que qualquer trabalho seja repetido,

sendo assim, deve-se ter um começo e um fim bem definidos, normalmente é

conduzido por pessoas, e tem o objetivo de atingir metas estabelecidas dentro de

parâmetros de prazo, custo e qualidade. Como característica de projetos que integra

este conceito de temporário e exclusivo temos a elaboração progressiva. Ou seja,

significa desenvolver em etapas e continuar por incrementos, não podendo ser

confundida com aumento do escopo. Isto deve ser feito continuamente de maneira

detalhada e cuidadosa para uma definição exata do que será o projeto e quais as

atividades necessárias para chegar a sua conclusão. Geralmente, discussões acerca

de projetos são freqüentes.

Devido o dinamismo e a competitividade em diversos seguimentos de mercado torna-se

necessário que os executivos estejam freqüentemente inovando, reinventando, criando

novos rumos, e como um meio de atingir o plano estratégico de uma organização os

projetos são fundamentais. No entanto, este direcionamento deve ser colocado em

prática, através de definição de metas e ações, conforme exemplos citados no Guia

PMBOK®:

• Desenvolver um novo produto ou serviço

• Efetuar mudança de estrutura, de pessoal ou estilo organizacional

• Realizar um projeto de um novo veículo de transporte

• Desenvolver ou adquirir um novo sistema de informação ou modificado

• Construir um prédio ou instalação

51

• Construir um sistema de abastecimento de água para a comunidade

• Realizar uma campanha para um cargo político

• Implementar um novo procedimento ou processo de negócios

• Atender a uma cláusula contratual

Os projetos são um meio de organizar atividades que não podem ser abordadas dentro

dos limites operacionais normais da organização e muitas destas atividades podem ser

encaradas como essenciais para sua sobrevivência.

Normalmente os projetos são autorizados como um resultado de uma ou mais

considerações estratégicas como:

• Uma demanda de mercado

• Uma necessidade organizacional

• Uma solicitação de um cliente

• Um avanço tecnológico

• Um requisito legal ou estabelecimento de diretrizes

O ciclo de vida e organização é o conjunto de fases de um projeto e descreve o

ambiente no qual os projetos operam. A equipe de gerenciamento de projetos deve

compreender este conceito mais amplo para que possa selecionar as fases do ciclo de

vida, os processos, as ferramentas e técnicas adequadas. Gerenciar as atividades do

dia-a-dia do projeto é necessário, mas não suficiente, para garantir o sucesso.

De um modo geral, as empresas fazem isso com o intuito de ter uma melhor

visualização de seus projetos de longo prazo e ter um gerenciamento mais eficaz de

cada fase, pois dividi-lo em pequenas partes, torna-se mais fácil gerenciar e executar. O

que determina a transição de uma fase para outra é alguma forma de transferência

técnica ou entrega. Por esta razão, as entregas de uma fase geralmente são revisadas,

para garantir que estejam exatas, completas e aprovadas para que se possa seguir

para a fase seguinte. Porém, normalmente a fase seguinte é iniciada mesmo sem a

aprovação da fase anterior, havendo uma sobreposição de fases denominada

paralelismo.

52

Esta transição de fase também é chamada de saída de fase, passagem de estágio ou

ponto de término (PMBOK, 2004, pg. 22). Os ciclos de vida dos projetos para cada fase

definem:

• O trabalho técnico que deve ser realizado;

• Quando as entregas devem ser geradas e como são revisadas, verificadas e

validadas;

• Quem está envolvido;

• Como controlá-la e aprová-la.

O objetivo é determinar a viabilidade da continuação do projeto e identificar e corrigir

erros com um custo aceitável.

Embora muitos ciclos de vida do projeto possuam nomes de fases semelhantes, com

entregas semelhantes, poucos ciclos de vida são idênticos e a quantidade de fases e os

produtos de cada uma variam de acordo com o projeto dependendo muito da equipe

que o elabora.

Observe na figura a seguir um exemplo de ciclo de projeto:

Figura 2 - Nível típico de custos e de pessoal do p rojeto ao longo do seu ciclo de vida

FONTE: PMBOK 2004, PÁGINA 21

53

A Figura 2 mostra um gráfico de um ciclo de vida válido para a maioria dos projetos e

faz uma comparação entre o nível de custo e de pessoal e o tempo de execução das

fases. Os níveis de custo e de pessoal são baixos no início, atingem o valor máximo

durante as fases intermediárias e caem rapidamente conforme o projeto é finalizado.

Isto ocorre porque a fase de inicio é composta por poucas pessoas e é quando se

planeja como será a execução do projeto, custos, tempo, quantidade de pessoas

necessárias, entre outros fatores. Nas fases intermediárias, as pessoas são contratadas

e o que foi planejado é executado gerando aumento significativo no custo. Na fase final,

como grande parte das atividades já foi executada algumas pessoas são desligadas do

projeto.

O nível de incertezas é mais alto no início do projeto, assim como a capacidade das

partes interessadas de influenciarem as características finais do projeto contribuindo

para o aumento do custo com mudanças e com a correção de erros no decorrer do

projeto, conforme ilustrado na figura abaixo:

Figura 3 - Influência das partes interessadas ao lo ngo do tempo

FONTE: PMBOK 2004, PÁGINA 21

54

3.1.1 - Partes Interessadas no Projeto

As partes interessadas ou envolvidas no projeto, também conhecidas como

stakeholders, são “pessoas e organizações ativamente envolvidas no projeto ou

aqueles cujos interesses podem ser afetados, de forma positiva ou negativa, como

resultado da execução ou do término do projeto” (PMBOK, 2004, pg. 26). É primordial

que a equipe de gestão do projeto identifique as partes interessadas, e defina quais

suas necessidades e expectativas, pois eles exercem influencia sobre os objetivos e

resultados do projeto.

Há diversos níveis de responsabilidade e autoridade em um projeto podendo mudar

durante seu ciclo de vida. As principais partes interessadas em todos os projetos têm os

seguintes papéis:

• Gerente de projetos: Responsável pela gestão do projeto

• Cliente/Usuário: Pessoa ou organização que utilizará o produto do projeto

incluindo todas as camadas que de alguma maneira o utilizará

• Organização executora: Empresa cujos colaboradores estão mais diretamente

envolvidos na execução do projeto

• Membros da equipe do projeto: Grupo de pessoas que está executando o

trabalho do projeto

• Equipe de gerenciamento de projetos: Membros da equipe que estão

envolvidos diretamente nas atividades de gestão do projeto

• Patrocinador: Pessoa ou grupo que provê os recursos financeiros para o

projeto

• Influenciadores: Pessoas ou grupos que podem influenciar, de forma positiva

ou negativa o andamento do projeto, não estando diretamente relacionadas à

aquisição ou uso do produto do projeto.

• PMO: Se tiver responsabilidade direta ou indireta pelo resultado do projeto,

existindo na organização executora, pode ser uma parte interessada.

A figura a seguir ilustra a relação entre as partes interessadas e a equipe do projeto:

55

Figura 4 - A relação entre as partes interessadas e o projeto

FONTE: PMBOK 2004, PÁGINA 25

É fundamental para o sucesso do projeto que todas as partes interessadas tenham uma

boa comunicação e se compreendam, por isso, o relacionamento entre as partes deve

ser preservado e procurar sempre ser mantido de maneira amigável.

3.1.2 - Estrutura da organização

Geralmente a estrutura de uma organização executora limita a disponibilidade de

recursos em um âmbito de uma estrutura funcional em relação a uma estrutura por

projeto, também conhecida como estrutura projetizada, com diversas estruturas

matriciais intermediárias. Sendo assim, vemos que existem diversas formas de

organizar uma equipe para a execução de um projeto, porém para este trabalho iremos

considerar o modelo de estrutura projetizada, que diferentemente da estrutura

funcional, elimina a estrutura de trabalho hierárquico com cargos fixos e o gerente do

projeto possui grande independência e autoridade com relação à administração das

pessoas alocadas para trabalhar no projeto e à definição de prioridades.

56

O gerente de projeto tem extrema importância neste modelo de estrutura e as pessoas

o têm como líder principal.

Na hierarquia orientada por projetos o executivo analisa as necessidades do negócio,

expõe suas idéias e projetos que precisam ser executados em função disso. Nesta

estrutura o gerente de projeto é responsável por concretizar estas idéias e montar uma

equipe para executá-lo. A figura abaixo extraída do Guia PMBOK® mostra este tipo de

hierarquia:

Figura 5 - Organização por projeto

FONTE: PMBOK 2004, PÁGINA 29

Normalmente, em uma organização com este tipo de estrutura, os membros da equipe

trabalham juntos no mesmo local, fazendo com que as competências e habilidades de

cada um sejam compartilhadas pelo grupo. Mas podemos visualizar isto sendo tanto

como uma fraqueza ou como uma oportunidade, pois as diversidades podem gerar

conflitos entre os colaboradores ou ser vista como uma possibilidade de criar artefatos

mais criativos e multidisciplinares. Neste caso, cabe ao gestor do projeto, se

responsabilizar pelo clima do grupo.

57

Outro tipo de estrutura muito utilizada é o matricial, podendo ser fraca, balanceada ou

forte, mas mantêm o princípio básico da orientação a projetos. Neste modelo, há

diversas áreas e funções, e também tem um núcleo de gerência de projeto que pode

utilizar recursos das outras áreas para compor uma equipe ou se isolar do restante da

organização.

3.2 - Gestão de Projetos

Gestão de projeto é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas

para projetar atividades do projeto a fim de atingir ou exceder as necessidades e

expectativas dos clientes e demais partes interessadas. Uma vez definido o que é

projeto, é necessário conduzi-lo à sua execução, sendo assim, deve estar acordado

entre todos os envolvidos com o projeto assuntos sobre escopo, prazo, custo e

qualidade.

Segundo o PMBOK (2004), o gerenciamento de projetos é distribuído em nove áreas de

conhecimento, no qual, cada uma delas descreve seus respectivos processos a fim de

garantir que as metas planejadas sejam atingidas.

• Gerência da Integração de Projeto: Consiste no desenvolvimento e a

execução do plano do projeto, e o controle geral de mudanças. Preocupa-se com

os processos necessários para assegurar que sejam coordenados

adequadamente os diversos elementos do projeto, tendo por objetivo realizar

negociações de conflitos entre objetivos e alternativas do projeto.

• Gerência do Escopo do projeto: Consiste na iniciação, planejamento,

definição, verificação e controle de mudanças do escopo. Descreve os processos

para que somente as atividades necessárias sejam realizadas para o

encerramento do projeto, tendo por objetivo definir, monitorar e controlar o que

deve e o que não deve estar incluso no projeto.

58

• Gerência do Tempo do Projeto: Consiste na definição, ordenação e estimativa

de duração das atividades, e da elaboração, monitoramento e controle de

cronogramas. Administra a duração do projeto, visando garantir o término do

projeto dentro do prazo previsto.

• Gerência do Custo do Projeto: Consiste no planejamento de recursos,

estimativa, orçamento e controle de custos. Define processos, visando garantir

que o projeto seja executado dentro do orçamento aprovado.

• Gerência da Qualidade do Projeto: Consiste no planejamento, garantia e

controle de qualidade. Descreve os processos, visando garantir que o projeto

satisfará as necessidades e as exigências contratadas de todos os envolvidos.

• Gerência dos Recursos Humanos do Projeto: Consiste no planejamento

organizacional, alocação de pessoal e desenvolvimento de equipe. Visa utilizar a

melhor forma possível, a força de trabalho das pessoas envolvidas no projeto,

garantindo seu melhor aproveitamento.

• Gerência das Comunicações do Projeto: Consiste no planejamento da

comunicação, distribuição da informação, incluindo a comunicação sobre o

andamento e resultados no ciclo de vida do projeto, relatório de acompanhamento

e encerramento administrativo. Garante a geração apropriada e adequada, a

captura, distribuição, armazenamento e recuperação das informações para as

pessoas certas no momento exato em que elas forem necessárias.

• Gerência dos Riscos do Projeto: Consiste na identificação, quantificação,

tratamento e controle de tratamento de riscos. Visa identificar, analisar e

responder aos riscos existentes, maximizando os resultados de ocorrências

positivas e minimizando as conseqüências de ocorrências negativas que possam

comprometer o andamento do projeto ou impactar os resultados não planejados.

59

• Gerência das Aquisições do Projeto: Consiste no planejamento de solicitação

e aquisição, seleção de fornecedores, solicitação de propostas e administração e

encerramento de contratos. Define os processos que tem por objetivo obter

produtos e serviços externos à organização.

Devido o foco deste trabalho, a disciplina de Recursos Humanos terá uma pesquisa

mais profunda, conforme processos descritos a seguir.

Alguns princípios de Administração Geral que são importantes e influentes para a

Gestão de Projetos baseadas em relacionamento entre pessoas e organizações são

considerados pelo Guia PMBOK®, como:

• Liderança: Preocupa-se com as diretivas para a equipe, desenvolvendo uma

missão e estabelecendo estratégias, alinhando a equipe e as atividades para

alcançá-la através de palavras e ações, com motivação e inspiração, fazendo com

que os colaboradores estejam dispostos a cooperar e a resistir às adversidades

que surgem no decorrer do projeto. A liderança e a inteligência emocional

geralmente encontram-se em comum acordo, no que diz respeito à necessidade

de guiar a equipe em prol de um objetivo, porém isto não é primordial apenas para

um gerente de projeto, pois esta habilidade pode ser desenvolvida também por

outros membros da equipe podendo existir vários profissionais com perfis de

liderança.

• Comunicação: É de fundamental importância para a gestão de projetos, pois

pode ser realizada de diversas formas, escrita, oral, gestual. Comunicar envolve

troca de informações.

• Negociação: Significa discutir com vários envolvidos no projeto com o objetivo

de se chegar a um acordo e acontece em todas as fases, por isso, é fundamental

para o dia-a-dia de um gerente de projeto, o conhecimento de como conduzi-la e o

auxilio das competências de inteligência emocional podem ser de grande ajuda. A

60

negociação envolve uma série de fatores que a influenciam: Informação, Tempo e

Poder. Quanto mais informações as partes envolvidas tiverem umas das outras,

mais fácil será satisfazer suas necessidades e conseguir que todas as partes

sejam beneficiadas com o resultado da negociação. Para o pesquisador Stark

(2004), o tempo, quanto mais urgente for uma negociação, maior os riscos dela

não ser satisfatória. E para o poder, se alguém tiver algum tipo de poder em

relação ao outro, isto pode prejudicar o resultado ganha/ganha.

• Solução de Problemas: Solucionar problemas é umas das atividades mais

comum no dia-a-dia de um gerente de projeto e o seu objetivo é que o problema

seja finalizado com sucesso. Para o Guia PMBOK®, a solução de problemas

envolve duas fases: a identificação do problema e a tomada de decisão para

solucioná-lo. A primeira identifica e analisa as causas e conseqüências do

problema, a segunda propõe diversas soluções para ele, sendo assim, é

necessário analisar qual é a melhor delas e executá-la, devendo sempre aceitar a

opinião de sua equipe para as decisões.

• Influência na organização: É a habilidade de conseguir com que as coisas

sejam feitas, para isso, é necessário que o gerente de projeto conheça bem a

organização.

3.2.1 - Processos

Segundo o PMBOK 2004, a gestão de projetos trabalha sua execução de acordo com o

processo, é uma série de ações executadas por pessoas que geram um resultado, e

categorizam-se em:

• Processos de gerência de projetos: Responsáveis pela descrição e a

organização do trabalho do projeto.

61

• Processos orientados ao produto: Responsáveis pela especificação e a

criação do produto do projeto.

Os cinco grupos de processos são:

• Processos de iniciação: Definem e autorizam o inicio ou uma fase do projeto.

• Processos de planejamento: Definem e refinam os objetivos e planeja a ação

necessária para atingir os objetivos e o escopo do projeto.

• Processos de execução: Integram e gerenciam pessoas e outros recursos

para realizar o plano de gerenciamento do projeto.

• Processos de monitoramento e controle: Monitoram e medem

freqüentemente o progresso para identificar variações em relação ao plano de

gerenciamento do projeto, caso haja divergências, pode-se tomar ações corretivas

quando necessário para atender seus objetivos.

• Processos de encerramento: Verificam e formalizam a aceitação do produto,

serviço ou resultado gerado e conduz o projeto ou uma fase do projeto para um

final organizadamente.

Um conceito para a interação entre os processos de gerenciamento de projetos é o

ciclo PDCA (plan - do - check - act, ou seja, planejar – fazer – verificar - agir), o ciclo

aprimorado pode ser aplicado aos inter-relacionamentos dentro ou entre os grupos de

processos. O “planejar” do ciclo PDCA, corresponde ao grupo de processos de

planejamento. O “fazer” corresponde ao grupo de processos de execução e o “verificar

e agir” corresponde ao grupo de processos de monitoramento e controle. No mais, o

Grupo de processos de iniciação inicia esses ciclos e o Grupo de processos de

encerramento os finaliza.

62

A figura a seguir mostra o mapeamento entre os grupos de processo e o ciclo PDCA

definidos acima:

Figura 6 - Mapeamento entre os grupos de processos de gerenciamento de projetos e o ciclo

PDCA FONTE: PMBOK 2004, PÁGINA 40

3.2.2 - Gestão dos Recursos Humanos do Projeto

Os recursos humanos podem ser considerados como estratégicos para o sucesso na

grande maioria dos projetos. O Guia PMBOK® define que a gestão dos Recursos

Humanos inclui os processos que organizam e gerenciam a equipe do projeto,

possibilitando uma utilização mais efetiva de todos os envolvidos no projeto, sendo:

patrocinadores ou sponsors, clientes, organização executora, entre outros.

Os três principais processos da gestão de Recursos Humanos de um projeto segundo o

PMBOK (2004, 199) são:

• Planejamento de recursos humanos: Responsável por identificar e

documentar funções, responsabilidades e relacionamentos hierárquicos do

projeto, além de criar o plano de gerenciamento de pessoal.

63

• Contratar ou mobilizar a equipe do projeto: Responsável por obter recursos

humanos necessários para realizar o projeto.

• Desenvolver a equipe do projeto: Responsável por melhorar as competências

e interação dos membros da equipe aumentando o desempenho do projeto.

• Gerenciar a equipe do projeto: Responsável por acompanhar o desempenho

dos colaboradores fornecendo feedbacks, solucionar problemas e coordenar

mudanças para melhorar desempenho do projeto.

A figura abaixo mostra uma visão geral sobre cada um dos processos:

64

Figura 7 - Visão geral do gerenciamento de recursos humanos do projeto

FONTE: PMBOK 2004, PÁGINA 201

Os três principais processos da Gestão de Recursos Humanos não definem

diretamente o que deve ser feito no projeto, apenas direcionam questões a serem

discutidas pelo gerente de projeto conforme serão descritos em detalhes abaixo:

Planejamento de Recursos Humanos

A atividade responsável por identificar e documentar funções, responsabilidades e

relacionamentos hierárquicos do projeto, além de criar o plano de gerenciamento de

pessoal, pode ser atribuído a alguém ou a um grupo, podendo ser interno ou externo à

organização. Normalmente, este processo é um dos primeiros a ser executado, porém

65

deve ser reformulado e analisado freqüentemente garantindo o atendimento das

exigências.

A figura a seguir apresenta o fluxo de entradas e saídas do Processo de Recursos

Humanos.

Figura 8 - Planejamento de recursos humanos: Entrad as, ferramentas e técnicas, e saídas

FONTE: PMBOK 2004, PÁGINA 203

Entradas do Planejamento de Recursos Humanos

Para o Planejamento de Recursos Humanos são necessárias três entradas: Fatores

ambientais da empresa, Ativos de processos organizacionais e Plano de gerenciamento

de projeto.

a) Os Fatores ambientais da empresa são divididos em cinco:

• Organizacional: Diz respeito aos relacionamentos que o projeto terá com

outras organizações ou departamentos e se são formais ou informais.

• Técnico: Relacionamentos entre as diferentes disciplinas e áreas de

especialização para finalizar o projeto, podem acontecer tanto dentro da fase do

projeto, como entre fases distintas.

66

• Interpessoal: São os relacionamentos, formais ou informais, existentes entre

as pessoas que trabalham na equipe do projeto.

• Logístico: Referente à distância que separa as pessoas, unidades, fusos

horários ou países.

• Político: Relacionamentos entre grupos e pessoas que possuem poder informal

em áreas importantes para o projeto.

Outro tipo de informação necessária diz respeito às restrições que limitam as opções da

equipe do projeto. Como alguns desses exemplos temos: a estrutura organizacional da

empresa, acordos de negociação coletiva e condições econômicas.

b) Para o Planejamento de Recursos Humanos os ativos de processos

organizacionais são divididos em dois segmentos:

• Modelos: Incluem o organograma do projeto, descrições de cargos, avaliações

de desempenho e abordagem padrão para o gerenciamento de conflitos.

• Lista de verificação: Incluem funções e responsabilidades do projeto,

competências típicas, programas de treinamento, regras básicas da equipe,

considerações de segurança, problemas de conformidade e idéias de premiação.

c) O Plano de gerenciamento de projeto possui apenas um segmento:

• Recursos necessários para a atividade: Como parte do processo

Planejamento de recursos humanos são levantados os requisitos preliminares

referentes às pessoas e competências necessárias para os membros da equipe.

67

Ferramentas e Técnicas do Planejamento de Recursos Humanos

As ferramentas e técnicas definidas para o Planejamento de Recursos Humanos são

divididas em três segmentos:

• Organograma e descrições de cargos: São formatos para documentar

funções e responsabilidades dos membros da equipe e geralmente se enquadram

nos tipos de hierarquia, matricial e orientado a texto. Conforme demonstrado na

figura abaixo:

Figura 9 - Formatos de definição de funções e respo nsabilidade

FONTE: PMBOK 2004, PÁGINA 205

• Networking: Onde há interatividade informal com outras pessoas da

organização ou departamento, incluem conversas informais, eventos, almoços,

correspondência pró-ativa.

• Teoria organizacional: Fornece informações relacionadas ao comportamento

de pessoas, equipes e unidades organizacionais.

Saídas do Planejamento de Recursos Humanos

As saídas do processo de Planejamento de Recursos Humanos são:

68

• Funções e responsabilidades: Definem o que cada membro da equipe deve

fazer e em que elas têm poder de decisão definindo também gráficos e diagramas

mostrando qual o nível de contribuição e comprometimento de cada pessoa e para

cada fase.

• Organograma do projeto: Representação gráfica, hierárquica de poder ou

funcional, dos relacionamentos existentes no projeto. Um modelo utilizado para

representar as interações entre cada um da equipe do projeto é Estrutura

Organizacional do Projeto (OBS – Organizational Breakdown Structure).

• Plano de gerenciamento de pessoal: Fundamental para o recrutamento e

seleção de pessoal, tabela de horários, estimar quanto ao espaço físico

necessário para a equipe em cada fase, o planejamento orçamentário da folha de

pagamento, entre outros. Define quando e como os recursos humanos serão

alocados e retirados do projeto.

Contratar ou mobilizar a equipe do projeto

Tem o objetivo de obter os recursos humanos para o projeto.

A figura abaixo apresenta o fluxo de entradas e saídas do Processo de Contratar ou

mobilizar a equipe do projeto.

69

Figura 10 - Contratar ou mobilizar a equipe do proj eto: Entradas, ferramentas e técnicas, e saídas

FONTE: PMBOK 2004, PÁGINA 209

Entradas de Contratar ou mobilizar a equipe do proj eto

As entradas do Processo de Contratar ou mobilizar a equipe do projeto são definidas

por:

• Fatores ambientais da empresa: Capacidade de influenciar ou orientar o

pessoal considerando características como: disponibilidade, capacidade,

experiência, interesses e custo.

• Ativos de processos organizacionais: Políticas, diretrizes ou procedimentos

que controlam o pessoal.

• Funções e responsabilidades: Exigências de habilidades, competências e

posições.

• Organograma do projeto: Fornece uma visão geral sobre o número de

pessoas necessárias para o projeto.

• Plano de gerenciamento pessoal: Juntamente com o cronograma, fornece os

períodos de tempo em que cada colaborador será necessário.

70

Ferramentas e Técnicas de Contratar ou mobilizar a equipe do projeto

As ferramentas e técnicas de Contratar ou mobilizar a equipe do projeto são definidas:

• Pré-designaçao: Quando os membros da equipe do projeto são conhecidos

antecipadamente e o projeto depende da especialização de pessoas específicas.

• Negociação: É uma das técnicas que devem ser utilizadas pelo gerente de

projeto durante a montagem de sua equipe. Dependendo do projeto ele terá que

negociar com áreas funcionais ou outros grupos o compartilhamento ou a

realocação de pessoal.

• Contratação ou mobilização: Quando a empresa não possui todo o pessoal

necessário para a execução do projeto. Pode ser uma decisão estratégica da

organização não ter toda a equipe como funcionários efetivados, porém a

contratação deverá acordar formalmente a prestação de serviço de um indivíduo

ou grupo de indivíduos para a realização de uma tarefa.

• Equipes Virtuais: Grupos de pessoas com um objetivo em comum que

executam suas funções na maior parte do tempo sem se encontrarem

pessoalmente.

Saídas de Contratar ou mobilizar a equipe do projet o

As saídas de Contratar ou mobilizar a equipe do projeto são:

• Designações de pessoal para o projeto: Quando as pessoas adequadas

forem designadas para trabalhar no projeto, sabendo suas funções e

responsabilidades e o tempo que executará cada atividade, integral, parcial ou

variável.

71

• Disponibilidade de recursos: São os períodos de tempo que cada membro da

equipe pode trabalhar no projeto.

• Plano de gerenciamento pessoal (atualizações): Mudanças no plano de

gerenciamento de pessoal conforme pessoas específicas preenchem funções e

responsabilidades no projeto.

Desenvolver a equipe do projeto

Tem como objetivo aumentar o desempenho do projeto, identificando habilidades,

melhorando as competências e interação do grupo, contribuindo para o seu

desenvolvimento. Segundo o Guia PMBOK® (2004), desenvolver a equipe aprimora a

capacidade dos membros da equipe para contribuir individualmente, e aprimora a

capacidade da equipe para funcionar como um time. A seguir, a figura mostra o fluxo de

entradas e saídas do processo de Desenvolver a equipe:

Figura 11 - Desenvolver a equipe do projeto: Entrad as, ferramentas e técnicas, e saídas

FONTE: PMBOK 2004, PÁGINA 212

72

Entradas do Desenvolver a equipe do projeto

As entradas que possibilitam começar o Processo de Desenvolvimento da equipe são

todas saídas do Processo de Contratar ou mobilizar a equipe do projeto:

• Designações de pessoal para o projeto: Conjunto de pessoas adequadas

designadas para trabalhar no projeto.

• Plano de gerenciamento pessoal: Contém quando e como os recursos

humanos serão alocados e retirados da equipe de projeto.

• Disponibilidade de recursos: Informa os momentos que cada membro da

equipe pode participar de atividades do projeto.

Ferramentas e Técnicas do Desenvolver a equipe do p rojeto

De acordo com o Guia PMBOK®, as ferramentas e técnicas do Desenvolver a equipe

são divididas em seis áreas:

• Habilidades de gerenciamento geral: Envolvem habilidades interpessoais

muito importantes para o desenvolver da equipe assim como o relacionamento do

gerente com o funcionário, relacionamento com o grupo e administração da função

de recursos humanos.

• Treinamento: Fator importante para manter a motivação da equipe e mostrar o

quanto a empresa contribui para seu crescimento. Incluindo aumento de

habilidades, conhecimento e capacidade.

• Atividades de formação da equipe: Ações de gerenciamento para melhorar o

desempenho da equipe, tendo como objetivo, melhorar as relações interpessoais

73

dos envolvidos no projeto. Muitas de suas atividades geram, em médio prazo,

melhorias indiretas.

• Regras básicas: Estabelecem expectativas relacionadas ao comportamento

aceitável dos membros da equipe do projeto.

• Agrupamento: Quando os membros do projeto encontram-se no mesmo local

físico, tornado mais fácil a comunicação entre eles e formar um time unido e

eficiente.

• Reconhecimento e premiações: Ações que promovem um comportamento

desejado devendo ser feito de forma direta e clara, podendo ser interpretados

como fatores importantes para a motivação de seus colaboradores e para

demonstrar o quanto à organização observa e valoriza o trabalho de cada um.

Saída do Desenvolver a equipe do projeto

Este processo possui apenas uma saída:

• Avaliação de desempenho da equipe: É o feedback que os gerentes de

projeto fornecem sobre cada um de seus funcionários para a realização da

avaliação de desempenho da empresa.

Gerenciar a equipe do projeto

Tem como objetivo acompanhar o desenvolvimento dos membros da equipe do projeto,

solucionando problemas, fornecendo feedbacks e coordenando mudanças. Abaixo, a

figura apresenta o fluxo de entradas e saídas do processo de Gerenciar a equipe do

projeto:

74

Figura 12 - Gerenciar a equipe do projeto: Entradas , ferramentas e técnicas, e saídas

FONTE: PMBOK 2004, PÁGINA 209

Entradas do Gerenciar a equipe do projeto

As entradas que possibilitam o início do Processo de Gerenciar a equipe do projeto são:

• Ativos de processos organizacionais: Políticas, procedimentos e sistemas da

organização que são utilizados para premiar o pessoal no decorrer do projeto.

• Designações de pessoal para o projeto: Fornece uma lista de pessoas que

serão avaliadas durante esse processo de monitoramento e controle.

• Funções e responsabilidades: Lista usada para monitorar e avaliar o

desempenho da equipe.

• Organograma do projeto: Fornece uma visão sobre as relações hierárquicas

entre os membros da equipe.

• Plano de gerenciamento pessoal: Juntamente com o cronograma, fornece os

períodos de tempo em que cada colaborador será necessário.

75

• Avaliação de desempenho da equipe: Avaliações contínuas formais de

desempenho dos membros da equipe, tomando ações para solucionar problemas,

melhorando interação da equipe.

• Informação sobre o desempenho do trabalho: Oriente e gerencia a

execução do projeto observando diretamente o desempenho dos membros da

equipe.

• Relatórios de desempenho: Fornecem documentação sobre desempenho em

relação ao plano de gerenciamento do projeto, ajudando determinar recursos

necessários, reconhecimentos e premiações e atualização do plano de

gerenciamento de pessoal.

Ferramentas e Técnicas do Gerenciar a equipe do pro jeto

Segundo o Guia PMBOK®, as ferramentas e técnicas do Gerenciar a equipe do projeto

são divididas em quatro áreas:

• Observação e conversa: Usadas para manter contato com o trabalho e

atitudes dos colaboradores.

• Avaliação de desempenho do projeto: Os membros da equipe recebem

feedback das pessoas que supervisionam os seus trabalhos, sendo avaliações

formais e informais de desempenho do projeto dependendo de sua extensão.

• Gerenciamento de conflitos: Deve ser tratado no início e em particular,

usando abordagem direta e colaborativa e se necessário utilizar ações

disciplinares. Se o gerenciamento de conflitos for bem-sucedido, resulta em maior

produtividade e relações de trabalho positivas.

76

• Registro de conflitos: Documenta pessoas responsáveis pro solucionar

problemas específicos em determinada data, ajudando a equipe a monitorar

problemas.

Saída do Gerenciar a equipe do projeto

Este processo possui cinco saídas, sendo elas:

• Mudanças solicitadas: Mudança de pessoal por uma escolha ou eventos,

podendo prejudicar o plano de projeto, ampliando cronograma e estourando o

orçamento.

• Ações corretivas recomendadas: Incluem itens como mudança de pessoal,

treinamento adicional e ações disciplinares.

• Ações preventivas recomendadas: Identifica novos ou possíveis problemas,

desenvolvendo ações preventivas para reduzir a probabilidade ou impacto antes

de ocorrerem.

• Ativos de processos organizacionais (atualizações): Entradas para

avaliações de desempenho organizacional e documentação de lições aprendidas.

• Plano de gerenciamento pessoal (atualizações): Solicitação de ações

corretivas e mudanças aprovadas resultam em atualizações do plano de

gerenciamento de pessoal.

77

4 - NA PRÁTICA DA LIDERANÇA, INTELIGÊNCIA

EMOCIONAL E GESTÃO DE PROJETOS

Após discorreremos sobre a teoria do que é formado, como se classificam a liderança,

inteligência emocional e a gestão de projetos, chega o momento de vermos como isso

ocorre na prática, qual a visão das pessoas, qual estilo de liderança elas mais se

encaixam.

4.1 - Aplicando Inteligência Emocional e Gestão de Projetos

em Liderança

Quais os atributos mais importantes de uma liderança? Na revista eletrônica do

mestrado de administração da UNIMEP há uma tabela das práticas mais citadas de

uma liderança, essas informações foram extraídas da consultoria Cambria Consulting

(2002 pg. 15), segue abaixo uma tabela com os atributos mais lembrados:

Tabela 3 - Relação dos principais práticas de liderança

Práticas Principais % Outras práticas Importantes %

Desenvolver pessoas 64% Cooperar / participar de equipes 36%

Obter resultados 55% Criar equipes 36%

Concentrar-se no cliente 52% Desenvolver soluções criativas 34%

Comunicar-se 52% Criar um ambiente de alto desempenho 32%

Orientar a visão e direção 46% Impulsionar mudanças 32%

Criar laços de

relacionamento comercial

43% Ser um modelo em sua função 29%

Tomar decisões 41% Gerenciar a diversidade / valorizar o

outro

29%

Gerenciar o desempenho 39% Desenvolver estratégias 25%

Influenciar a organização 38% Assumir responsabilidade pelas coisas 23%

FONTE: CAMBRIA CONSULTING, 2002, p.16

78

Como se pode verificar pela tabela, muitas das práticas citadas são relacionadas a

equipe, a pessoas, a prática com maior porcentagem (desenvolver pessoas com 64%) é

o que muitas pessoas esperam que um bom líder faça, que consiga enxergar as

qualidades de cada um, os pontos de melhoria e crie a possibilidade de

desenvolvimento desses pontos. Nesse sentido, o guia PMBOK (2004) na sua área de

conhecimento Recursos Humanos pode auxiliar, tornando esse processo gerenciável.

Dentro da área de Recursos Humanos temos a área 9.3 Desenvolver a equipe do

projeto responsável justamente pelo desenvolvimento da equipe do projeto e nela

existem ferramentas, como por exemplo, treinamentos para o desenvolvimento da

equipe.

Além disso, se deve destacar a prática de obter resultados, onde o trabalho da equipe é

imprescindível para o sucesso, o atendimento do objetivo. Para isso a formação de uma

equipe é de suma importância, nesse sentido o PMBOK (2004) possui o processo 9.2

Contratar ou mobilizar a equipe do projeto que auxilia no processo de formação da

equipe, as negociações necessárias para sua formação.

A formação da equipe é o começo, o primeiro passo para o sucesso de um projeto,

depois a formação, a gestão dessa equipe, onde podemos destacar o processo 9.4

Gerenciar a equipe do projeto , onde se destaca o gerenciamento de conflitos,

conversas (feedback), observação. Isso tudo serve para corrigir os rumos da equipe,

fazendo com que trabalhem em pró da causa comum.

Também a Inteligência Emocional entra como um fator importante nessa equação, pois

com a sensibilidade de observar, entender, com o motivar e tendo a gerência dos

sentimentos nos momentos de grande problemática, pressão, o papel do líder dentro da

equipe como facilitador, maestro, fica mais facilitado. Quando o líder não tem gerencia

sobre seus sentimentos, quando esse não transmite a sua equipe a motivação,

feedback de uma forma que agregue valor aos colaboradores mais dificuldades são

inseridas e mais difícil fica para o líder superar as dificuldades.

Além das práticas, a Cambria Consulting levantou também quais são os principais

atributos que as pessoas enxergam numa liderança, os atributos mais citados foram:

79

Tabela 4 - Atributos mais citados de um líder

Principais atributos % Outros atributos importantes %

Integridade / sinceridade / ética 77% Iniciativa / orientação para ação 58%

Capacidade de realização 76% Capacidade de comunicação 52%

Habilidade de lidar com pessoas 73% Energia / entusiasmo 50%

Orientação para o aprendizado 73% Habilidade política 50%

Capacidade de direcionar e

controlar

66% Cooperação 48%

Capacidade de influenciar

pessoas

64% Raciocínio analítico 48%

Raciocínio estratégico 64% Responsabilidade /

comprometimento

48%

Compreensão de conceitos 63% Capacidade de julgamento 44%

Flexibilidade / adaptabilidade 61% Capacidade de tomar decisões 44%

Autoconfiança / coragem 60% Conhecimento do negócio 40%

FONTE: CAMBRIA CONSULTING, 2002, p.16

Aqui também se destacam algumas características muito voltadas à inteligência

emocional, a sinceridade necessita de altas doses de inteligência emocional, para que

no momento de pressão não se fale coisas que não deveriam ser ditas. Como foi

descrito na seção de inteligência emocional, a sinceridade precisa de altas doses de

autocontrole, pois dessa forma consegue-se administrar os impulsos negativos, além de

transparência para dizer aquilo que você pensa, da maneira que você é.

A habilidade de lidar com as pessoas e a capacidade de influenciar pessoas também

são atributos de destaque, uma vez que as principais habilidades do líder no seu dia-a-

dia são se comunicar e lhe dar com diferentes pessoas, seus estilos, crenças, etc,

influenciando esses diferentes tipos em pró de uma causa comum.

Nesse sentido a capacidade de relacionamento é de suma importância, os pontos

citados por Goleman (2002) de inspirar, influenciar, fazem com que esses atributos

sejam trabalhados na prática, trazendo para si mais pessoas que trabalharão segundo

os objetivos, cabendo ao líder ainda em suas atribuições com a equipe fazer com que

80

essa trabalhe realmente como uma equipe e saber também gerenciar os conflitos que

possam surgir no decorrer das atividades.

Como se pode notar os pontos abordados pela inteligência emocional estão presentes

nas habilidades, práticas de um líder no seu dia-a-dia, mas além disso, o que muito

influência o dia-a-dia de um líder é o estilo de liderança que ele impõe para a sua

equipe, pois o estilo aplicado pode vir a ser um problema no dia-a-dia com a equipe,

gerando conflitos, desmotivação, o que sem dúvida traz muitos problemas para o líder.

Sendo assim, o estilo de liderança deve ser levado em conta e deve trabalhar junto com

a inteligência emocional para que a liderança ocorra de forma mais tranqüila.

Nesse sentido, a inteligência emocional pode auxiliar os estilos de liderança de seguinte

forma:

1 - Visionário

Auxiliar o líder desse estilo a gerenciar-se melhor não caindo no autoritarismo

quando as coisas saem dos rumos. Sabendo auto-regular, o líder terá

autocontrole diante das situações adversas e aplicando a adaptabilidade para

adaptar-se as mudanças, mantendo-se maleáveis e não autoritários.

Na seção que trata dos estilos de liderança diz que esse estilo quando aplicado

juntamente com o agregador possui melhores resultados. No agregador,

palavras como empatia, construção de relacionamentos, flexibilidade são muito

fortes e são também pontos chave da inteligência emocional.

2 - Agregador

Como foi dito no ponto anterior, esse estilo de liderança possui muitos dos

pontos chaves da inteligência emocional, permitindo assim um equilíbrio maior,

porém possui como problema a falta de diretrizes claras, e nesse aspecto o

compartilhamento com o estilo visionário é tão importante.

81

3 - Democrático

Para esse estilo a aplicação do desenvolvimento da equipe ajudará a capacitar

e informar os colaboradores, o que diminuirá possíveis conflitos decorrentes da

desinformação. Nesse sentido a inteligência emocional auxilia na sensibilidade

de compreender as necessidades da equipe, a estruturação da equipe para

maximizar o conhecimento, compartilhando-o de uma forma melhor.

4 - Conselheiro

Esse é o estilo mais próximo do que se preconiza na inteligência emocional,

motivando a equipe, ouvindo-a, tendo autoconhecimento. Essa abordagem

diminui as chances de conflitos, já que se compreende a necessidade dos

colaboradores, desenvolvendo-os e permitindo ao líder uma visão de toda a

equipe, podendo estruturá-la de uma forma a trabalhar melhor.

Porém esse estilo esbarra no problema experiência, o líder precisa de

experiência para colocá-lo em prática de uma forma eficaz e por ser mais lenta,

pois se discute muito para chegar as soluções, a velocidade do dia-a-dia pode

atrapalhar sua execução.

Esse estilo pode ser utilizado em junção com outro estilo e aos poucos sendo

utilizado para desenvolvimento do pessoal e do próprio líder.

5 - Despótico

Diferentemente do estilo conselheiro, o estilo despótico não possui pilares nos

pontos da inteligência emocional, não são importantes os sentimentos dos

integrantes da equipe. A inclusão de inteligência emocional no líder fará com

que esse estilo acabe alterando-se para um dos estilos já citados.

Porém como foi discutido na seção de estilos de liderança, esse estilo tem sua

serventia, sendo bem aplicado quando a empresa precisa de uma mudança de

rumos e rápida, porém o uso prolongado desse estilo faz com que se perca no

82

futuro, pois os colaboradores não trabalharam motivados, querendo participar

das decisões a serem tomadas.

6 - Agressivo

Para o estilo agressivo a inteligência emocional poderá trazer mais empatia

para relação líder x colaboradores, uma vez que esse estilo voltado a

resultados altos e a substituição de pessoas que não se enquadrem, faz com

que os colaboradores trabalhem por coesão e não por empatia.

A inteligência emocional pode trazer também a percepção do que pode ser

investido para o desenvolvimento da equipe, para que essa trabalhe de forma

mais eficiente.

Dessa forma, podemos avaliar que estilos como agregador, democrático e conselheiro

possuem um maior grau de inteligência emocional envolvido e na relação com a equipe

poderá trazer melhores frutos que os estilos visionários, despótico e agressivo que

demonstram uma baixa inteligência emocional do líder, insatisfação da equipe que

poderá comprometer o objetivo.

Porém os estilos de baixa inteligência emocional possuem cenários onde seu uso

poderá trazer melhores frutos no curto prazo, preparando o terreno para o médio e

longo prazo, mas cabe ao líder saber qual o momento de mudar de estilo para não

comprometer as relações com a equipe, saber observar as pessoas, ter o objetivo em

mente e saber também controlar a si mesmo. Dessa forma, saber o momento de mudar

de estilo de liderança depende de uma inteligência emocional.

4.2 - Resultados das pesquisas

Para esse trabalho foram realizadas algumas pesquisas com pessoas de diferentes

formações, culturas e regiões demográficas, como por exemplo, Fortaleza, Brasília e

Rio de Janeiro. A pesquisa contou com 70 pessoas, sendo 35 homens e 35 mulheres

que responderam a questões sobre inteligência emocional e sobre liderança.

83

Uma segunda pesquisa foi feita com dois gestores, um Gerente de TI e outra

Superintendente de uma grande empresa do ramo de seguros. Nesse caso a pesquisa

diferente da anterior foi dissertativa, permitindo assim que os gestores pudessem

escrever suas experiências, seus pontos de vista sobre liderança e inteligência

emocional.

4.2.1 - Resultado da pesquisa geral

A pesquisa geral foi dividida em duas partes, uma com perguntas sobre inteligência

emocional, à segunda parte com perguntas sobre liderança. Após contabilização das

respostas apresentadas pelas 70 pessoas pesquisadas, chegou-se, com relação à

inteligência emocional, a seguinte quantidade.

Tabela 5 - Contabilização Inteligência Emocional entre homens e mulheres

Homens I.E. a b c d e 1 21 10 2 1 1 2 7 17 10 1 3 3 14 17 1 4 4 14 16 1 5 12 12 10 1 6 9 12 10 3 1 7 15 11 3 6 8 12 13 6 4 9 6 19 9 1 10 8 17 10

Mulheres I.E. a b c d E 1 16 18 1 2 10 18 7 3 4 17 11 2 1 4 1 15 17 2 5 6 19 8 2 6 10 15 8 2 7 11 19 3 1 1 8 10 12 9 4 9 3 20 11 1

10 4 17 13 1

84

Em azul estão as respostas mais dadas para cada uma das 10 questões de inteligência

emocional, no qual a resposta (a) tem peso 5, (b) tem peso 4, (c) tem peso 3, (d) tem

peso 2 e (e) tem peso 1.

Após calcular a quantidade de resposta e os pesos, chegou-se que os 35 homens

tiveram na média 40 pontos e as 35 mulheres tiveram na média 39 pontos.

Ambos estão no range que vai de 31 a 40 pontos e que representa uma inteligência

emocional bem desenvolvida e para desenvolver mais a inteligência emocional a dica

dada é observar as pessoas, para poder ter uma percepção melhor das pessoas, dos

diferentes sentimentos durante o dia e tomar ações conforme as mudanças.

Porém, caberia uma pesquisa mais aprofundada para medir o nível de inteligência

emocional nas pessoas, principalmente medir em momentos de stress ou com

situações reais vividas pelas pessoas, para que assim pudéssemos observar durante os

momentos difíceis quais são as reações.

Na observação do dia-a-dia, é visível que essa inteligência nos momentos complexos

tende a ser baixa, gerando conflitos, isso é, no calor do momento os sentimentos

negativos acabam aflorando-se e a gerencia sobre eles fica debilitada.

É extremamente necessário que as pessoas pensem a respeito desses momentos,

tentando aprender com eles e tenha auto-regulação sobre isso, para mudar os rumos,

corrigindo falhas.

Quanto ao questionário sobre liderança, faremos aqui uma abordagem de avaliar a

questão e não o questionário como um todo, dando uma nota por perfil. As analises

serão feitas a partir da nota que recebeu mais marcações, fazendo ainda comparações

entre as respostas de homens e mulheres.

Os perfis resultantes das questões não fazem parte do escopo desse projeto, pois

retratam perfis de liderança no âmbito religioso, não sendo os mesmos retratados nesse

projeto que segue as definições difundidas pela Administração.

Comparando-se as médias das respostas de homens e mulheres, em muitas questões

houve um equilíbrio, com diferenças menores a 0,25 entre as respostas de homens e

mulheres, em alguns casos houve uma diferença maior, ficando em torno de 0,54 e 0,6.

Valem também ressaltar que na maioria das questões a média ficou em torno de 3,

representando assim a média com relação a pontuação de cada situação.

85

As questões 2 e 5 foram as que tiveram as maiores diferenças, sendo que em ambos

os casos a nota média das mulheres foi maior que a dos homens. A questão número 2

trata se a pessoa é organizada, no caso as mulheres se mostraram mais organizadas o

que é de suma importância no dia-a-dia de um líder, pois sobre ele recai muita

responsabilidade que sem organização acaba atrapalhando-o, e isso pode ser

demonstra do pela média da questão 15 que pergunta se a pessoa possui muitos

atrasos no trabalho em decorrência de muitas atividades em paralelo para serem

executadas. Nessa questão os homens tiveram uma média maior que as mulheres, com

uma organização mais deficitária a realização de muitas tarefas em paralelo faz com

que elas atrasem mais que em relação a pessoas organizadas, porém a média dos

homens ficou pouco abaixo da média da escala de 1 a 5, os homens tiveram como

média 2,46. Sendo assim, mesmo com uma organização mais baixa os homens

pesquisados não tiveram um desempenho tão mal quando o assunto é entregar suas

coisas no prazo. Isso pode ser explicado com uma aceleração nas atividades,

buscando fazer no menor tempo para poder atender outras. E observando no dia-a-dia,

em muitos locais e em alguns momentos isso acaba sendo feito para atender

demandas com prazos curtos, já que os recursos são limitados.

A questão 5 mostra que as mulheres têm maior facilidade em perceber os sentimentos

das pessoas, são mais sensíveis nesse sentido, essa percepção mais apurada é de

grande valia para um líder, pois ele pode tomar ações mais rápidas para corrigir

possíveis problemas antes que se tornem maiores. Nessa questão as mulheres

demonstram uma inteligência emocional mais apurada que os homens, ficando com

uma média de 4,06 em uma escala de 1 a 5.

Uma outra questão que ficou com grande diferença (0,54), foi a questão 9. Essa

questão tratou da facilidade de delegar atividades aos demais, nesse mérito a mulher

possui também uma maior facilidade que o homem ficando com uma média 3,97

enquanto que os homens ficaram com 3,43.

Nesse quesito a média dos homens ficou mais alta que a média, mas a nota das

mulheres demonstrou que na população apurada, as mulheres possuem uma facilidade

maior de delegar o que é muito interessante para uma liderança, pois com uma

quantidade grande de atividades, a delegação é muito importante para não

86

sobrecarregar o líder, para desenvolver um colaborador tanto na atividade, quanto no

senso de responsabilidade e para ter uma probabilidade maior de entregar as

atividades no prazo.

Já a questão 17 ficou com 0,37 de diferença. Essa questão verificava se as pessoas

tinham grande satisfação em estar participando de muitas atividades simultâneas.

Nesse sentido as mulheres obtiveram a maior média 3,60 enquanto os homens ficaram

com 3,23.

Essa questão tem embutida sentimentos como, por exemplo, se sentir útil, de se sentir

reconhecido como uma pessoa que desempenha um bom trabalho e é importante para

o sucesso das atividades desempenhadas pela equipe. O que precisa ser observado é

quanto tantas atividades simultâneas podem influenciar na qualidade dos trabalhos,

pois quanto mais coisas você faz, menos tempo você tem para se dedicar, se

concentrar nelas e com isso pode aumentar a probabilidade de erros, de re-trabalho.

Um bom líder tem que ter isso em mente e distribuir melhor as atividades quando

existem colaboradores que estão muito sobrecarregadas enquanto outros não.

Nesse sentido o líder também precisa estar atento para observar os sinais tanto de

queda de produtividade, quanto de insatisfação, a pessoa pode ficar mais irritada,

podendo daí surgir conflitos na equipe.

Essas foram às questões que tiveram as maiores diferenças entre homens e mulheres,

as demais ficaram com diferença bem menor, representando assim um equilíbrio, não

valendo a pena realizar comparações.

Verificando-se com relação a média conjunta das resposta de homens e mulheres e

comparando com relação a escala de 1 a 5, além da questão 15 que já foi comentada,

as questão 23 e 29 ficaram abaixo de 3 (2,49 e 2,86 respectivamente).

A baixa média da questão 23 é um bom sinal, uma vez que essa questão aborda a

preferência por trabalhar sozinho ao invés de trabalhar em grupo.

Nas seções desse trabalho, nos dizeres de pessoas reconhecidas tanto nos estudos

dos assuntos abordados quanto na história da humanidade deixou claro que um líder

precisa trabalhar em grupo, pois não há líder sem seguidores, sem uma equipe, sem

um grupo, dessa forma, à vontade de trabalhar sozinho acaba criando barreiras,

dificultando o processo. Para quem exerce um cargo de liderança, esse pode não ser

87

um bom líder, atrapalhando a equipe. Já se for um integrante da equipe, pode gerar

algum conflito, pois esse pode ser mais individualista, não sabendo trabalhar em equipe

e nesse caso o líder deverá tomar ações, a fim de desenvolver esse colaborador,

incluindo-o e fazendo esse trabalhar melhor em equipe.

Já a 29 tratou da religiosidade, se as pessoas rezam pelos integrantes de sua equipe,

na média o resultado ficou em 2,86 ficando bem próximo da média, o que até

surpreendeu, já que no dia-a-dia corrido, esse assunto fica negligenciado.

Independente do termo rezar, seria muito interessante que as pessoas torcessem,

rezassem, enfim buscasse o melhor para os outros, assim o ambiente ficaria melhor, o

que repercutiria no desempenho, etc.

A questão 4 que tratou do evitar riscos ficou com uma média acima de 3 (3,17), o que

demonstra um equilíbrio nesse assunto. Um líder deve assumir alguns riscos e tentar

gerenciar esses riscos, controlá-los (no PMBOK existe uma área que trata

especificamente de riscos), pois todo o projeto tem seus riscos, toda inovação, evolução

traz riscos. Um bom líder deve saber medir esses riscos e saber gerenciá-los, controlá-

los e tomar ações rápidas no caso dos imprevisíveis. A inteligência emocional auxilia

nesse sentido, fazendo com que o líder não se desespere e toma ações que podem

piorar a situação e esse controle não é nada fácil e necessita que seja trabalhado

diariamente para desenvolver o emocional para essas situações.

Nesse sentido ainda, a questão 8 tratou da superação de obstáculos e ficou com uma

média alta na casa de 4,23. Saber superar as dificuldades é de suma importância para

uma liderança, pois quando as dificuldades surgem os olhares se voltam para o líder

que precisa, junto com os demais envolvidos, encontrar soluções, assim como no risco,

nesse ponto um líder também precisa de uma inteligência emocional bem apurada,

para deixar fluir as demais inteligências, mantendo a calma e sabendo ouvir os demais

envolvidos.

Mas nessa superação de dificuldade o líder precisa ter uma boa equipe auxiliando-o e

para isso o líder precisa ajudar a desenvolvê-la, conseguir enxergar o potencial e ouvir

a equipe. Esses pontos (questões 6 e 14) obtiveram boas médias (3,83 e 3,56), mas

demonstra que as pessoas pesquisadas sabem observar mais do que ouvir e saber

ouvir é uma atividade importante do líder e que auxilia na tomada de decisões, já que

88

pode trazer outros ângulos do problema, que ele sozinho poderia não observar e nesse

sentido a confiança é importante para ouvir e colocar em prática ou delegar para a

pessoa.

As demais questões não teriam um envolvimento direto para com o tema, não trazendo

mais informações ou ainda ficaram muito próximas de média o que torna o tema

indeterminado, onde mais pesquisas são necessárias, assim como um maior

aprofundamento.

Contudo fica claro que temas como delegar, confiar, ouvir, saber reconhecer,

comunicar, lhe dar com as pessoas, são temas muito fortes dentro da liderança e onde

a inteligência emocional auxilia o líder a conseguir transpor as dificuldades do dia-a-dia,

de diferentes perfis, entre outros, de uma forma mais equilibrada.

4.2.2 - No ponto de vista de dois líderes

A segunda e ultima pesquisa realizada contou com a participação de dois gestores, que

possuem equipes, atividades de liderança, enfim vivem na prática a liderança no dia-a-

dia.

Um trabalha no setor financeiro como gerente de TI e a outra trabalha no ramo de

seguros como superintendente do desenvolvimento comercial. Ambas são áreas de

constantes mudanças, com riscos, com prazos muitas vezes curtos, demandando do

líder um equilíbrio grande para conciliar as atividades, fazer as coisas acontecerem.

Foram feitas ao todo seis perguntas discursivas com o intuito de extrair mais

informações. Segue abaixo as perguntas e a análise das respostas.

1. Como líder de uma equipe, quais são as principai s dificuldades enfrentadas por

você no seu dia-a-dia? Como elas poderiam ser resol vidas?

As dificuldades mencionadas foram os conflitos entre cliente e colaborador e atuar de

forma eficaz na tríplice pessoas x processos x resultados. Em ambos os casos existem

indicadores, objetivos, a busca pelo resultado, a satisfação do cliente.

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Palavras como conhecimento dos processos da Cia, transparência, bom senso e

produtividade estão atrelados às pessoas, aos colaboradores que fazem parte das

equipes de responsabilidade dos líderes, que precisam estar motivadas, desenvolvidas

para que as dificuldades possam ser tratadas de uma melhor forma, melhorando assim

indicadores, produtividade, o ambiente de trabalho.

2. Existem particularidades em sua área de atuação que dificultam a sua

liderança? Se houver, quais são?

Para essa pergunta Rosana respondeu da seguinte forma: “Lidar com pessoas é muito

gratificante, mas exige atenção constante, estudar os comportamentos, entendê-los

para atuar com feedback´s produtivos são desafios que também norteiam a liderança

de qualquer pessoa que tenha foco em gestão de pessoas e também dos resultados

corporativos”

Nessa resposta estão inseridos temas muito fortes da inteligência emocional, estudar o

comportamento, entender e reportar através do feedback estão presentes na seção de

inteligência emocional. Além da dificuldade, lidar com as pessoas, ela dá a resposta

para saber como lidar, de superar a dificuldade e para isso recorre à inteligência

emocional.

Já Rodrigo foca no controle, uma vez que a sua área de atuação muda

constantemente, nesse sentido processos, documentação é de grande importância para

o sucesso das atividades.

3. Como você avaliaria o estilo de liderança promov ido por você? Quais são seus

pontos positivos e os pontos de melhoria?

Ambos as respostas apontaram para um estilo democrático, que leva também a equipe

a responsabilidade pelas decisões tomadas, buscando o comprometimento, a

responsabilidade dos colaboradores.

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Para os pontos fortes e fracos Rosana respondeu que seus pontos fortes são a visão

sistêmica, a gestão de pessoas, foco em resultados e uma liderança educadora, já

como ponto de melhoria a excessiva cobrança, a culpa quando algo não dá certo, a

frustração por querer conhecer muito e não da forma que gostaria.

A forma de atuação aplicada é uma forma de desenvolver a equipe, de mantê-la

motivada. Quanto aos pontos de melhoria a inteligência emocional pode auxiliar no

sentido do autoconhecimento e da auto-regulação para que vá se trabalhando nessas

questões internas para que não influenciem tanto.

4. Qual o impacto das emoções sobre suas decisões? Como você trabalha com

essas emoções na sua liderança?

Nesse ponto a caminhos diferentes, em uma resposta a inteligência emocional não é

levada em consideração, não é vista como algo que possui peso nas decisões, no dia-

a-dia de um líder. Já na outra resposta fica claro o quão importante é a inteligência

emocional para a liderança, Rosana diz que procura entender as entrelinhas dos

comportamentos, as causas raízes, que acha importante haver o equilíbrio e que

estimula o que possui mais a razão a trabalhar a emoção e o que tem mais emoção a

trabalhar a razão.

Nesse ponto aparecem fortemente à autoconsciência e a auto-regulação, para

conhecer quais são os estilos, o que precisa ser mudado e efetivamente implementar

as mudanças.

5. De que forma controlar suas emoções pode auxilia r nas suas atividades de

liderança?

Nas respostas fica claro a necessidade do autocontrole, de perceber, conhecer quais

são as emoções envolvidas no momento. As decisões tomadas à luz das emoções

fortes do momento aumentam a possibilidade de decisões erradas.

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É dada grande importância ao controle emocional, dito como diferencial competitivo na

resposta dada por Rosana, pois as empresas precisam de pessoas equilibradas, além

de saber criar e serem racionais.

6. Quais são os atributos principais que você líder procura nos seus

colaboradores? E na sua opinião, quais atributos os seus colaboradores

procuram em você?

Competência, caráter, vontade de aprender, espírito de servir, foco do cliente, atitude,

amor pelo que faz, dinâmicas, comprometidas foram os atributos citados nas respostas.

Com relação ao que os colaboradores esperam do líder na visão do líder foram a

gestão das pessoas, percebê-los como indivíduos, um exemplo positivo, uma

referência, habilidade de treinar os colaboradores e sinceridade.

4.3 - Fechamento do desenvolvimento do tema

Nas respostas dadas fica clara a necessidade da inteligência emocional, porém esse

não é um assunto dominado, conhecido por todos, como foi também demonstrado nas

questões apresentadas, quando ocorreu um contraste grande entre os dois

entrevistados.

Uma líder que possui o conhecimento e coloca em prática a inteligência emocional

possui uma ferramenta poderosa para lidar com sua equipe e com as pessoas em

geral. Com isso ela consegue ter um feeling de como está sua equipe, escolher a

abordagem certa para lidar com cada pessoa, capacidade de desenvolver melhor a

equipe, fazendo grupos mais coesos e entendendo o que precisa ser treinado.

Além de tudo isso, um líder com inteligência emocional consegue dar e receber melhor

feedback que gerarão insumos para melhorias na equipe. Com uma qualidade melhor

do relacionamento líder x equipe, a liderança poderá ocorrer de uma forma melhor,

contando com um apoio maior da equipe.

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CONCLUSÃO

Este trabalho foi desenvolvido sobre o tripé Liderança, Inteligência Emocional e Gestão

de Projetos. Iniciamos o trabalho descrevendo o que é cada um desses temas, algumas

definições, tipos e processos, dados de suma importância para o entendimento desses

do trabalho.

Com relação à Gestão de Projetos, a ênfase foi dada encima da área de conhecimento

de Recursos Humanos, pois é a que está mais atrelada ao escopo desse trabalho, mas

o PMBOK (2004) define outras áreas que são de suma importância para o correto

desenvolvimento do projeto, pois proporcionarão ferramentas de gerenciamento e

controle do projeto nas diferentes áreas (escopo, prazo, custo, qualidade, riscos, entre

outras).

Após os estudos realizados podemos verificar que a inteligência emocional pode sim

auxiliar o líder de projeto no seu dia-a-dia, pois é um conhecimento considerado como

um diferencial em relação a outros líderes que não reconhecem a importância dessa

inteligência, mas como se pode constatar esse é um assunto não conhecido por todos,

apesar de existirem estudos feitos já há pelo menos mais de uma década por Daniel

Golleman, porém isso pode ser explicado pelo fato da falta de reciclagem de muitos

líderes, que não estão “antenados” nas novidades, principalmente aqueles mais antigos

que trabalham em estruturas mais rígidas, com equipes praticamente imutáveis. Por

estruturas mais rígidas, entende-se a estrutura funcional, com caixas montadas, onde a

diversificação é muito menor que nas estruturas voltadas a projetos.

Mas independente disso fica claro que a inteligência emocional auxilia o líder no seu

dia-a-dia, pois com a inteligência emocional apurada o ambiente de trabalho torna-se

melhor, uma vez que com controle das suas emoções o líder poderá ver qual a melhor

saída para uma determinada situação, com menos afobação, além disso, uma pessoa

não se excederá quando estiver tomada por sentimentos ruins, como por exemplo, a

raiva. Com isso o ambiente de trabalho ficará menos carregado, mais produtivo.

Além disso, a inteligência emocional ajuda o líder a motivar a sua equipe, auxilia no

desenvolvimento das pessoas, com o feedback de melhor qualidade, já que o líder terá

93

uma sensibilidade maior para “enxergar” o perfil de cada um dos seus colaboradores e

com isso direcionar melhor os assuntos, auxilia também na divisão de tarefas, no

agrupamento das pessoas dentro da equipe, para que um integrante da equipe que

possua determinado conhecimento possa disseminar esse conhecimento aos demais,

desenvolvendo assim outros colaboradores, o que facilitará ao líder quando quiser

delegar atividades aos seus colaboradores, uma vez que a sua equipe estará mais

desenvolvida e ele terá um mapeamento de quem poderia melhor desempenhar a

atividade, não sobrecarregando um colaborador e o líder que quando não tem o

mapeamento acaba concentrando mais em si as atividades.

Entrando no assunto de concentrar atividades, tratamos também os estilos de liderança

que os líderes adotam no dia-a-dia. Como foi visto na seção 5 os estilos de liderança

possuem em mais ou menos atributos da inteligência emocional. Um estilo de liderança

que tiver menos inteligência emocional em seus atributos, visto como mais

centralizadores, voltados ao resultado sem se preocupar com a equipe tem suas

utilidades, mas ao longo prazo gera problemas como falta de motivação da equipe,

conflitos, devendo ser evitado.

Cabe então ao líder ter a sensibilidade de aplicar o melhor estilo a determinada equipe,

situação, tendo sempre em mente que a entrega dos produtos ao cliente, o

comprimento do prazo e até o sucesso da pessoa como líder passa pela equipe e essa

precisa ser vista como colaboradora para o sucesso e não como meros executores de

atividades, precisam ser vistos como pessoas que possuem desejos, ansiedades,

qualidades e defeitos e é papel do líder analisar isso e fazer como um maestro à junção

de todos para um trabalho comum em harmonia.

Mas problemas com certeza surgirão, uma vez que os seres humanos não são robôs e

possuem seus altos e baixos, mas quando se estuda e aplica os conhecimentos

voltados para o lado emocional, os momentos de baixo conseguem ser superados mais

rapidamente e, além disso, consegue-se extrair informações para que mudanças sejam

implementadas com o intuito de melhorar. Essa melhoria é algo cíclico, vêm do

autoconhecimento, de saber seus pontos fracos e fortes, se conhecer e da auto-

regulação, para se adaptar as situações que ocorrem e superá-las.

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Já a Gestão de Projetos auxilia o líder na sua gestão, permitindo gerenciar o projeto,

suas atividades, seus recursos, tendo uma visão do andamento, do que foi feito,

quando e por quem. No caso desse trabalho que focou na área de recursos humanos,

que é um processo auxilia na visão geral de atribuir responsabilidades, funções de cada

um dentro do projeto, no desenvolvimento da equipe através de treinamentos, por

exemplo, na contratação de novos colaboradores, enfim o processo faz com que se

siga um padrão e faz com que todos tenham a mesma visão, evitando assim distorções

causadas por diferentes interpretações.

Porém esse trabalho teve limitações, principalmente de tempo e de conhecimentos na

área de psicologia para realizar um maior aprofundamento do tema. Para esse

aprofundamento do tema faz-se necessário averiguar a liderança em mais áreas,

acompanhar de perto as reações dos líderes a determinadas situações do dia-a-dia e

estudar junto com ele situações para melhorar o desempenho. Dessa forma será

possível verificar realmente na prática e traçar um plano de ação para as situações do

dia-a-dia, servindo quem sabe de guia para posteriores eventos, levando ao menos a

reflexão para mudanças de rumo.

Mas com os dados obtidos ficou claro que a inteligência emocional pode auxiliar um

líder de projeto em sua liderança e isso ajudará em muito os autores desse trabalho em

suas atividades diárias, mas fica claro também que para isso precisa ser desenvolvida,

sendo um exercício diário, uma vez que não é algo tão fácil, pois mexe com questões

emocionais que são mais complexas e mais difíceis de compreender e explicar.

95

REFERÊNCIAS

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Conheça os 10 tipos de inteligências

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Acessado em: 03/11/08

99

ANEXOS

Pesquisa de Inteligência Emocional e Liderança

MBA em Gestão de Projetos - Turma: 34PMI

Esta pesquisa tem o intuito de levantar os tipos de inteligência emocional e de liderança mais comuns, realizando análises com os valores encontrados para traçar tendências de estilos dos líderes e futuros líderes e como esses lidam com suas emoções no dia-a-dia.

Por favor, responda com sinceridade, refletindo sobre o seu dia-a-dia e seu modo de ver as coisas, não há respostas certas ou erradas. Obrigado! 1. Geral Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

2. Inteligência Emocional Sou uma pessoa... 1) ...que persiste quando está frente a um novo desafio, não desistindo nas primeiras dificuldades ... ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Jamais 2) ...que procura se colocar no lugar do outro, sendo compreensiva em relação aos momentos difíceis de outra pessoa... ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Jamais 3) ...que consegue manifestar suas emoções de acordo com as pessoas, situações e o momento oportuno... ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Jamais 4) ...que consegue controlar suas emoções, mantendo a calma nos momentos difíceis... ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Jamais 5) ... que tem uma visão realista de si mesmo, com adequada percepção de suas potencialidades e limitações... ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Jamais 6) ...que consegue superar seus sentimentos de frustração quando alguma coisa não dá certo, procurando aprender com as experiências negativas... ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Jamais

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7) ...que quando tem alguma dificuldade com outra pessoa, procura conversar diretamente com ela, evitando fofocas e mal entendido ... ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Jamais 8) ... que é muito difícil perder a paciência com as pessoas de que gosto. Se perco, logo recupero e me arrependo de ter perdido… ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Jamais 9)... que consegue expressar suas opiniões de forma clara e percebe que é ouvida com atenção ... ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Jamais 10) ... que se sente segura diante das outras pessoas... ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Jamais 3. Liderança

Classifique cada uma das afirmações a seguir em uma escala de 1 a 5, sendo 5 quando você estiver de acordo com a afirmação e 1 quando estiver descordando totalmente da afirmação. Marque com um X a nota dada à afirmação.

Nro Afirmação 1 2 3 4 5

1 Dedico um tempo precioso para refletir sobre as futuras possibilidades.

2 Creio que sou uma pessoa muito organizada 3 Outras pessoas já disseram o quanto apreciaram

minha forma de encorajamento

4 Tento evitar os riscos 5 Possuo uma boa percepção de como as pessoas

estão se sentindo

6 Acredito que posso reconhecer os pontos potenciais das pessoas

7 Acredito que possuo mais capacidade para tratar com pessoas do que me dedicar às tarefas rotineiras

8 Eu tendo a superar obstáculos para atingir metas

9 Eu consigo delegar bem as tarefas para as outras pessoas

10 Sou bom em encontrar soluções para os problemas 11 As outras pessoas me vêem como alguém enérgico 12 Possuo um alto grau de confiança nos demais

integrantes da minha equipe / organização

13 Esforço-me para expressar aos demais o meu

101

reconhecimento pelo trabalho 14 As outras pessoas comentam positivamente da minha

capacidade de escutá-las

15 Com freqüência tenho atrasos no meu trabalho, pois tenho muita coisa para fazer.

16 Tenho idéias claras do que precisamos fazer como organização

17 Tenho grande satisfação quando estou envolvido em atividades simultâneas

18 Posso determinar antes quais são os recursos necessários para realizar um projeto

19 Creio que tenho a habilidade de encontrar as palavras certas para motivar as pessoas

20 Quase sempre tenho claro o rumo que deve ser tomado a longo prazo

21 Prefiro concentrar-me no que devemos fazer ao invés de como devemos fazer

22 Creio que sou capaz de estabelecer facilmente relações pessoais de longo prazo

23 Prefiro trabalhar sozinho a trabalhar em grupo

24 Sou muitas vezes capaz de ajudar a organização a trabalhar de forma mais eficiente

25 Gosto de conciliar diferentes pontos de vista 26 Tenho a fé necessária para atingir objetivos que outros

julgam ser impossível

27 Sinto-me mais à vontade quando sou eu quem inicio uma tarefa

28 Sou capaz de quebrar projetos em etapas que precisam ser alcançadas

29 Rezo periodicamente por aqueles que me rodeiam

30 Quando entro em um grupo, os outros tendem a olhar para mim como um líder.

102

Questionário sobre Liderança e Inteligência Emocion al

1. Objetivo

Esse questionário tem como finalidade obter informações sobre as principais dificuldades que os líderes encontram no seu dia-a-dia e como tentam superá-las. Será levado em consideração, além de liderança, as emoções e como elas interagem nas decisões dos líderes.

Essas informações serão compiladas para dar um entendimento mais prático da Inteligência Emocional, sendo utilizado na monografia de conclusão do curso de MBA – Gestão de Projetos da Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP). 2. Questionamentos Cargo: Área de Atuação:

1. Como líder de uma equipe, quais são as principais dificuldades enfrentadas por você no seu dia-a-dia? Como elas poderiam ser resolvidas? 2. Existem particularidades em sua área de atuação que dificultam a sua liderança? Se houver, quais são?

3. Como você avaliaria o estilo de liderança promovido por você? Quais são seus pontos positivos e os pontos de melhoria? 4. Qual o impacto das emoções sobre suas decisões? Como você trabalha com essas emoções na sua liderança? 5. De que forma controlar suas emoções pode auxiliar nas suas atividades de liderança? 6. Quais são os atributos principais que você líder procura nos seus colaboradores? E na sua opinião, quais atributos os seus colaboradores procuram em você?