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Tiago José Moreno Cornélio do Carmo Martins Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas Faculdade de Ciências da Saúde Universidade Fernando Pessoa Porto, 2012

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Tiago José Moreno Cornélio do Carmo Martins

Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações

dentárias anteriores com resinas compostas

Faculdade de Ciências da Saúde

Universidade Fernando Pessoa

Porto, 2012

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Tiago José Moreno Cornélio do Carmo Martins

Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações

dentárias anteriores com resinas compostas

Faculdade de Ciências da Saúde

Universidade Fernando Pessoa

Porto, 2012

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Tiago José Moreno Cornélio do Carmo Martins

Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações

dentárias anteriores com resinas compostas

Tese apresentada

à Universidade Fernando Pessoa

como parte dos requisitos para a

obtenção do grau de Mestre em Medicina Dentária

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Resumo

A estética e a beleza têm sido uma preocupação do Homem desde a antiguidade, facto

visível em diversos achados históricos. Na sociedade actual o apelo e a demanda pela

estética crescem cada vez mais, sendo o sorriso uma ferramenta essencial na construção

da tão procurada beleza. Existem materiais e técnicas que nos permitem proporcionar

uma notável melhoria na aparência do indivíduo, através de tratamentos que têm uma

repercussão directa na sua qualidade de vida.

Definir o que é “belo” ou o que é a “beleza” desde muito cedo se percebeu que são

conceitos difíceis de definir objectivamente, pois são definições imbuídas de

subjectividade, variáveis com o meio cultural, espacial, temporal e o ambiente

socioeconómico em que o indivíduo está inserido.

A concepção do sorriso ideal é feita tendo como base alguns critérios objectivos

mensuráveis. As proporções da maioria dos sorrisos belos aproximam-se, mas não

coincidem com as proporções douradas. É importante adaptar as regras a cada caso

individual. O conhecimento da anatomia da face, das estruturas peri-orais e dos dentes

em particular é vital para a integração estética de uma reabilitação com resinas

compostas no sector anterior.

Além das características físicas das resinas compostas, importantes para o sucesso

funcional de um procedimento restaurador, também as características ópticas como a

cor, translucidez, opalescência e fluorescência, são muito relevantes para alcançar os

resultados estéticos desejados.

Assim, cabe ao profissional ter conhecimentos das características dentárias, da sua

morfologia básica, bem como das propriedades que as resinas compostas possuem de

modo a poder biomimetizar os dentes naturais.

O objectivo deste trabalho foi realizar uma pesquisa bibliográfica de forma a

sistematizar os pontos importantes a ter em conta quer na reanatomização, quer na

mimetização estética e funcional de uma reabilitação do sector anterior com resinas

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compostas. Este tema torna-se importante e útil dado que estes conhecimentos podem

ser aplicados diariamente na prática clínica.

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Abstract

Since ancient times, aesthetics and beauty have been a concern of man. That is possible

to prove with historical findings in different civilizations. As such, the oral aesthetics

attracted the interest of the people in various periods of the history. In today's society

the aesthetic appeal has been growing larger and the smile is an essential tool in

building of beauty. Thus, the several materials and techniques allow us to provide

anotable improvement in the individual appearance. These treatments have a direct

impact on individual´s quality of life.

Defining what is "beautiful" or what is "beauty", since very early the people realized

that the concept is impossible to define objectively, because they are subjective

definitions, depending to the individual culture, space and socio-economic

environmment.

The conception of the ideal smile is based on some objective criteria. The proportions of

the most beautiful smiles are close to the golden proportion. It is important to adapt the

rules to each individual case. The knowledge of the anatomy of the face, the peri-oral

structures and the teeth are very important for aesthetic integration to the anterior teeth

sector rehabilitation with resin-based composites.

In addition to the physical properties of resin-based composites, the optical properties

such as color, translucency, opalescence and fluorescence are also a very important to

achieve the desired aesthetic outcome.

Thus, the professional must know the characteristics and morphology of teeth, as well

as the properties of resin-based composites in order to mimic the natural teeth.

The purpose of this work was a bibliographic review in order to systematize the

important points to take into account on the teeth re-contour and to mimic the aesthetic

and functional rehabilitation with resin-based composites. This issue becomes very

important and useful because this knowledge can be applied in daily practice.

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Dedicatória

A Deus,

Aos meus Pais, Irmão e Avós

Agradeço aos meus Pais do fundo do coração tudo o que fizeram por mim, porque sem

vocês não seria possível alcançar esta grande Vitória...

Penso que este seja o melhor presente que vos poderia oferecer, de modo a agradecer e

vossa dedicação, amor, palavras sábias, apoio...

Porque não existem palavras para agradecer tudo o que por mim fizeram...

Assim, quero dedicar-vos este trabalho,

em que empenho toda a minha dedicação, esforço, trabalho, amor...

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Agradecimentos

Estando perto de terminar esta fase da minha vida, não posso de deixar de agradecer às

pessoas que contribuíram para a minha formação, como profissional bem como

Homem. Assim agradeço:

A Deus, por tudo o que me ofereçes e pelo que tenho conquistado, graças a Ti! A Ti

devo, agradeço e ofereço esta Vitória!

Aos meus Pais, por todos os valores que me transmitiram, pela educação, amor, carinho,

confiança, apoio que sempre me transmitiram. A vós devo este Mestrado, pois sem

vocês não seria possível a realização do meu sonho.

Ao meu irmão, Filipe Martins, antes de seres o Melhor Binómio do Mundo...és o

Melhor Irmão que podia ter! Agradeço assim, a tua constante presença, amor, apoio,

tudo o que me ensinaste e continuarás a ensinar, pelos magníficos casos clínicos que

juntos realizamos, tentando sempre aperfeiçoar-nos cada vez mais...

À minha Avó, todo o carinho, amor que sempre me deste, bem como a tua dedicação e

preocupação que por mim tens...agradeço tudo o que fizeste e fazes por mim!

Ao meu Avô, todo o carinho, amor que sempre me deste e sei que continuarás a olhar

sempre por mim!

À Mestre Liliana Teixeira, pela sua superior orientação, por tudo o que me ensinou ao

longo destes anos, pela simpatia com que sempre me acolheu, tornando assim a

realização deste trabalho muito mais simples. Pela confiança que sempre me transmitiu,

pela profissional e ser humano que é...e que pretendo seguir!

Aos Professores Alexandrine Carvalho, Hélder Oliveira, Patrícia Manarte, Joana

Domingues e Sandra Gavinha pela oportunidade que me deram de participar na

realização de casos clínicos mais complexos nos quais através da sua sabedoria pude

aprender como realizar e obter tratamentos de excelência. A todos agradeço as horas

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extra aulas dispendidas para me ensinar. A todos levo no coração como colegas e

amigos!

A dois jovens Professores, Alexandrine Carvalho e Hélder Oliveira, a quem muito

agradeço por tudo o que me ensinaram! São pessoas que muito admiro quer como seres

humanos quer como excelentes profissionais que são...os conselhos sempre amigos que

me deram, assim como a confiança que sempre me transmitiram...as horas dispendidas

na ajuda da realização de trabalhos...a simpatia e amizade que sempre demonstraram!

Sei que vão continuar a ser dois brilhantes profissionais...que pretendo seguir...dos quais

muito me orgulho de ter sido aluno... e ser amigo!

A todos os meus amigos e colegas, obrigado pelos bons momentos que passamos juntos

durante esta fase, bem como pela vossa amizade...

Ao meu amigo Cristiano Alves, pela tua amizade, por tudo o que me ensinaste... pela

confiança que me transmitiste...pelo profissional que pretendo seguir...e pelo professor

que para mim já és!

Aos verdadeiros amigos...

Aos professores de forma geral, que de alguma maneira contribuíram para a minha

formação durante estes cinco anos.

Aos Professores: Abel Salgado, Adolfo Magalhães, Alexandra Martins, Alexandrine

Carvalho, Ana Gonçalves, Ana Teles, Ana Rita Nóbrega, Beatriz Monteiro, Carlos

Falcão, Carlos Silva, Claúdia Barbosa, Duarte Guimarães, Hélder Oliveira, Joana

Domingues, Jorge Pereira, José Frias Bulhosa, Liliana Teixeira, Luís Martins, Miguel

Guimarães, Miguel Matos, Natália Vasconcelos, Patrícia Manarte, Sandra Faria, Sandra

Gavinha, Susana Coelho, pelos ensinamentos e conhecimentos que me transmitiram,

adquiridos com a experiência... pela humildade que me transmitiram...pela

dedicação...por serem um exemplo de profissionais de excelência que pretendo seguir!

A todos levo no coração...na verdade, é com grande orgulho que digo que fui vosso

aluno! Muito Obrigado!

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Índice Geral

Introdução........................................................................................................................1

Materiais e métodos.........................................................................................................4

Desenvolvimento

I. Resinas Compostas - História e evolução..............................................................5

II. Composição das resinas compostas.......................................................................6

1. Matriz orgânica................................................................................................6

2. As partículas de carga inorgânica....................................................................7

3. Agentes de união matriz orgânica/carga inorgânica........................................7

4. Sistemas iniciadores/activadores.....................................................................8

5. Pigmentos inorgânicos e opacificadores.........................................................8

III. Classificação segundo o tipo de partículas...........................................................8

1. Macropartículadas............................................................................................9

2. Micropartículadas.............................................................................................9

3. Microhíbridas..................................................................................................10

4. Nanopartículadas............................................................................................10

IV. Conceito de estética dentária..............................................................................12

V. Morfologia do sector anterior..............................................................................15

1. Das fórmulas aos padrões de “beleza” e “estética”........................................15

2. Morfologia dentária........................................................................................16

3. Tipos de dentes...............................................................................................16

3.1. Dentes quadrados....................................................................................17

3.2. Dentes triangulares..................................................................................17

3.3. Dentes ovoides........................................................................................17

4. A “Proporção Divina”: a procura do “belo”...................................................18

VI. Integração estética...............................................................................................22

VII. A luz natural, a cor e a sua percepção................................................................23

1. A luz natural...................................................................................................23

2. A cor e a sua percepção..................................................................................25

3. Componentes da cor.......................................................................................26

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3.1. Matiz.......................................................................................................27

3.2. Saturação ou croma.................................................................................28

3.3. Luminosidade ou valor...........................................................................30

VIII. Propriedades ópticas dos dentes e resinas compostas......................................33

1. Opalescência...................................................................................................34

2. Opacidade.......................................................................................................36

3. Translucidez....................................................................................................38

4. Transparência..................................................................................................44

5. Fluorescência..................................................................................................45

IX. Caso clínico.........................................................................................................50

1. Ceram•X™ Duo (Dentsply®).......................................................................51

2. Descrição do caso.........................................................................................51

Conclusão......................................................................................................................56

Referências bibliográficas............................................................................................57

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Índice de figuras

Figura 1: Scanning electron micrographs das partículas da componente inorgânica das

resinas compostas. A. Scanning electron micrographs de resinas compostas

microhíbridas, x1000 de ampliação (adaptado de Lopes, 2004). B. Scanning electron

micrographs de resinas compostas nanopartículadas, x8000 de ampliação (adaptado de

Lopes, 2004)....................................................................................................................11

Figura 2: Morfologia básica dos diferentes tipos de dentes. A. Morfologia básica do

dente quadrado. B. Morfologia básica do dente triangular. C. Morfologia básica do

dente ovoide (adaptado de Kina e Bruguera, 2008)........................................................17

Figura 3: “Proporção Divina”. A. Numa vista frontal a relação entre a superfície visível

do incisivo lateral e o incisivo central é de 1:1,618, enquanto que a relação da superfície

visível do incisivo central com a parte do canino que é visível é de 1,618:0,618. O

incisivo central é o dente mais proeminente no sorriso (adaptado de Magne e Belser,

2004). B. Preston´s proportion. Proporção dentária ideal desenvolvida por Preston em

1993 (adaptado de Shetty et al., 2011)............................................................................18

Figura 4: Proporção “Divina”. A. Proporção dentária ideal para o incisivo central

superior e o incisivo lateral superior. B. Proporção dentária ideal entre o incisivo lateral

superior e o canino (adaptado de McLaren et al.,

2009)................................................................................................................................19

Figura 5: Comparação das dimensões dentárias relativas de homens e mulheres

segundo os estudos de Sterrett e seus colaboradores (adaptado de Magne e Belser,

2004)................................................................................................................................20

Figura 6: Dimensões dentárias relativas para homens e mulheres de acordo com os

estudos realizados por Sterrett et al. (adaptado de Magne e Belser, 2004)....................22

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Figura 7: Esquema do espectro electromagnético. O espectro de luz visível compreende

diversos comprimentos de onda compreendidos entre 380 nm e 760 nm (adaptado de

Kina e Bruguera, 2008)...................................................................................................23

Figura 8: Associação entre o intervalo de comprimento de onda com a cor que é

visualizada pelo olho humano. A cada comprimento de onda corresponde uma cor. A

cor que é visualizada pelo olho humano resulta do fenómeno de reflexão por parte do

objecto visualizado. As diferentes reflexões do diversos intervalos de comprimento de

onda originam a observação das diferentes cores (adaptado de Kina e Bruguera,

2008)................................................................................................................................23

Figura 9: Fenómenos que permitem a percepção da cor dos dentes naturais. A luz ao

incidir sobre o dente pode ser transmitida, reflectida e absorvida (adaptado de Marques

et al., 2005)......................................................................................................................24

Figura 10: A e B. Influência das diferentes condições luminosas na percepção da cor. O

mesmo dente foi fotografado com a mesma abertura do diafragma e velocidade, apenas

em condições luminosas diferentes. De realçar os diferentes aspectos que o mesmo

dente apresenta perante situações luminosas e fundos diferentes (adaptado de Marques

et al., 2005)......................................................................................................................25

Figura 11: “Árvore de Munsell” (adaptado de Kina e Bruguera, 2008)........................27

Figura 12: Diferentes matizes básicas. A matiz constitui a base de uma cor (adaptado

de Kina e Bruguera, 2008)...............................................................................................28

Figura 13: Escala Lumin® Vacuum (VITA). A escala está dividida em quatro matizes

básicas: A (castanho), B (amarelo), C (cinzento) e D (rosa) (adaptado de Kina e

Bruguera, 2008)...............................................................................................................28

Figura 14: Diferentes graus de saturação. À esquerda: matiz verde com maior grau de

saturação, isto é, maior quantidade de pigmento; à direita: matiz verde com menor grau

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de saturação, isto é, menor quantidade de pigmento (adaptado de Kina e Bruguera,

2008)................................................................................................................................29

Figura 15: A. Escala Lumin® Vacuum (VITA). A escala apresenta quatro níveis de

saturação para cada matiz básica (adaptado de Kina e Bruguera, 2008). B. Escala

Vitapan 3D-Master. A escala está ordenada de acordo com cinco níveis de

luminosidade. Depois de seleccionada a luminosidade escolhe-se a saturação (1,0; 1,5;

2,0; 2,5 e 3,0) e em seguida a matiz (L, amarelado; R, avermelhado; M, médio)...........29

Figura 16: Diversos graus de luminosidade. À esquerda: menor luminosidade. À

direita: maior luminosidade (adaptado de Kina e Bruguera,

2008)................................................................................................................................30

Figura 17: A. O terço médio do incisivo central apresenta um brilho máximo. O terço

cervical um brilho intermédio. O terço incisal apresenta valores menores de

luminosidade devido a uma grande absorção da luz e alta translucidez. B. Dentes

naturais que demostram as variações da luminosidade ao longo da coroa. O terço médio

apresenta uma luminosidade ou brilho máximo (adaptado de Magne e Belser,

2004)................................................................................................................................31

Figura 18: Dois incisivos centrais com dimensões idênticas, mas com valores de

luminosidade diferentes (adaptado de Magne e Belser, 2004)........................................31

Figura 19: Escala Lumin® Vacuum (VITA) ordenada por ordem decrescente de

luminosidade (adaptado de Kina e Bruguera, 2008).......................................................32

Figura 20: Camadas de esmalte cromático e acromático podem ser usadas para áreas

específicas do dente para criar um gradiente de matiz, saturação e luminosidade, assim

como a translucidez (adaptado de Fahl et al., 1995).......................................................33

Figura 21: Corpos de prova em resina composta para dentina (A), esmalte cromático

(B) e esmalte acromático (C) sob luz reflectida (adaptado de Villarroel et al., 2005)....33

A  B 

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Figura 22: A e B. Pedra opal. A. Imagem da pedra opal sobre a incidência de luz. De

realçar a reflexão de luz com tons de azul-cinzento. B. Imagem da pedra opal sobre luz

transmitida. A pedra muda de cor para tons de amarelo, demonstrando a sua capacidade

opalescente. C. Bordo incisal do incisivo central superior. De realçar o halo opalescente

com tons de azul (adaptado de Kina e Bruguera, 2008)..................................................35

Figura 23: Colocação de uma resina composta opalescente com elevada translucidez

(Filtek Supreme XT™ EA1, 3M/ESPE®) de modo a reproduzir o efeito opalescente do

bordo incisal (adaptado de Melo et al., 2005a)...............................................................36

Figura 24: Diferentes saturações da dentina. A saturação da dentina aumenta com a

idade (adaptado de Villarroel et al., 2011)......................................................................39

Figura 25: Comparação das propriedades ópticas dos dentes. A. Dente jovem. O dente

jovem apresenta menor saturação, maior luminosidade e apresenta translucidez do

bordo incisal. B. Dente de um idoso. O dente de um idoso apresenta maior opacidade,

menor luminosidade e a transparência do esmalte aumenta devido à menor quantidade

de esmalte existente (adaptado de Ceram•X™, 2003)....................................................40

Figura 26: Corte de um incisivo central. Comportamento de translucidez de acordo

com a espessura do esmalte dentário. A. Bordo incisal apresenta maior quantidade de

esmalte, logo maior translucidez. B. Terço médio apresenta menor quantidade de

esmalte que o bordo incisal, logo tem menor translucidez. C. O terço cervical é a região

do dente que apresenta menor quantidade de esmalte, logo não apresenta translucidez,

mas transparência (adaptado de Villarroel et al., 2005)..................................................41

Figura 27: Corpos de prova em resina composta com a mesma espessura. A. Resina

composta com menor translucidez (mais opaca). B. Resina composta com maior

translucidez (menos opaca) (adaptado de Ryan et al., 2010)..........................................44

Figura 28: Imagem representativa de três fenómenos ópticos de luz. A. Transparência;

B. Translucidez; C. Opacidade (adaptado de Villarroel et al., 2011).............................44

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Figura 29: A e B. Fotografias para avaliar as propriedades ópticas dos dentes e dos

materiais restauradores. C. A fotografia demonstra os diferentes valores de

fluorescência entre o dente natural e a resina composta, com a utilização de luz de

Wood. O bordo incisal e terço médio do 11 apresenta resina composta com um valor de

fluorescência menor do que o dente natural (adaptado de Kina e Bruguera, 2008)........45

Figura 30: Comparação da fluorescência de diferentes marcas comerciais de resinas

compostas com o dente natural. As resinas compostas com fluorescência mais similar ao

dente natural (A) apresentam melhores resultados estéticos (adaptado de Marques et al.,

2005)................................................................................................................................47

Figura 31: Fluorescência das camadas de resina composta das diferentes marcas

comerciais sob incidência de luz de Wood (4 Seasons™, Charisma™, Esthet X™,

Filtek Supreme XT™, Opallis™ e Vit-l-escence™). D. Camada de dentina. E. Camada

de esmalte. T. Camada de translúcido. DET. Sobreposição das três camadas de resina

composta (adaptado de Takahashi, 2007)........................................................................49

Figura 32: Comparação dos valores de fluorescência de diversas resinas compostas de

diversas marcas comerciais sob incidência de luz de Wood: Admira™ (Voco®),

Charisma™ (Kulzer®), Esthet X™ (Dentsply®) e Tetric-Ceram™ (Ivoclar-Vivadent®).

A. Admira™ (Voco®). O valor de fluorescência é inferior ao valor do dente natural. B.

Charisma™ (Kulzer®). O valor de fluorescência é inferior ao valor do dente natural. C.

Esthet X™ (Dentsply®). O valor de fluorescência é semelhante ao dente natural. D.

Tetric-Ceram™ (Ivoclar-Vivadent®). O valor de fluorescência é superior ao valor do

dente natural (adaptado de Busato et al., 2006)..............................................................50

Figura 33: Cores disponíveis na escala do Ceram•X™ Duo (Dentsply®) (adaptado de

Ceram•X™, 2003)...........................................................................................................51

Figura 34: A. Comparação da fluorescência existente entre as resinas compostas:

Ceram•X™ Duo (Dentsply®) e outras marcas comerciais. B. Relação entre a

luminosidade (valor), saturação (croma) e translucidez (adaptado de Ceram•X™,

2003)………....................................................................................................................51

C  D 

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Figura 35: Presença de diastema central, agenesia do 12, dente 22 microdôntico com

assimetria da margem gengival e restaurações com compósitos com alterações de forma

e inadaptadas nas margens dos dentes 11 e 21................................................................52

Figura 36: Planeamento das proporções dentárias. As proporções foram calculadas

tendo considerado a largura do 21 como correcta. Deste modo, foram realizados

cálculos com base neste valor, tendo em conta a proporção entre altura/largura do dente

e deste com o incisivo lateral e canino. A vermelho: dimensões reais. A verde:

dimensões ideais. Em baixo: largura. Em cima: altura....................................................53

Figura 37: Planeamento do caso clínico, com os objectivos finais do tratamento de

acordo com as especificidades do paciente. A cor vermelho: ameloplastia. A cor branco:

aumento do dente com resina composta. A cor azul: margem gengival.........................53

Figura 38: Enceramento de diagnóstico.........................................................................53

Figura 39: A. Placa termoplástica para a realização dos pontos sangrantes, para

posterior gengivoplastia. B. Uma semana após a gengivoplastia....................................54

Figura 40: Escolha de cor. Para o terço cervical cervical foi seleccionada a cor E3; para

o terço médio foi escolhida a cor E2; para o terço incisal foi seleccionada a cor E1; foi

também escolhida para a face mesial a cor D1. Todas as cores foram seleccionadas

através da escala Ceram•X™ Duo (Dentsply®)..............................................................54

Figura 41: Chave de silicone para a colocação das camadas de resina composta. A

chave de silicone permite visualizar as dimensões e forma dos dentes determinadas

anteriormente no enceramento de diagnóstico................................................................55

Figura 42: Resultado final do tratamento.......................................................................55

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Índice de gráficos

Gráfico 1: Gráfico comparativo de opacidades de diversas marcas comerciais, em qu

as camadas correspondem à cor A2 da escala VITA (adaptado de Ceram•X™,

2003)................................................................................................................................37

Gráfico 2: Gráfico que compara a translucidez de resinas compostas de diferentes

marcas comerciais (adaptado de Ryan et al., 2010)........................................................43

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Índice de tabelas

Tabela 1: Classificação das resinas compostas segundo a sua viscosidade (adaptado de

Melo Júnior et al., 2011).................................................................................................12

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Abreviaturas e siglas

% - percentagem

AACD - American Academy of Cosmetic Dentistry

ANOVA – teste estatístico de variância

Bis-GMA - bisfenol-A glicidil metacrilato

d. C. – depois de Cristo

EDGMA - etilenoglicol-dimetacrilato

g/mol – gramas por mol

mm – milimetro

Mpa – Mega Pascal

nm – nanometro

TEGMA - trietilenoglicol dimetacrilato

μm – micrómetro

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

1  

Introdução

O termo estética deriva do “aisthetike” e foi definida por Baumgarten (1735) como “a

ciência de como as coisas são interpretadas através dos sentidos” (Geissberger, 2010).

Segundo Bottino, “através da história da humanidade, a relação com a beleza tem sido

frequentemente Religiosa..., logo a beleza tem sido considerada como o que se

aproxima da Divinidade” (Bottino et al., 2001).

A estética e a beleza têm sido uma preocupação do Homem desde a antiguidade, facto

visível em diversos achados históricos do mesmo período. Como tal, a estética a nível

oral, também desde muito cedo suscitou o interesse das populações. Foram

referenciadas diversos achados de civilizações antigas, em que se notava a preocupação

visível em substituir dentes perdidos. No império romano, a falta de um dente tinha um

impacto social muito significativo. Para tal, utilizavam arames para repor dentes, pedras

esculpidas em marfim e até peças em ouro de modo a substituir um dente (Bottino et al.,

2001; Ahmad, 2005; Geissberger, 2010).

Segundo Hume (1987) “a beleza está nos olhos de quem observa”. Esta frase de Hume

refere que não existe uma definição universalmente aceite para a definir o que é “belo”

ou a “beleza”, isto é, depende do observador.

Para Davis (2007) a beleza está na subtil imperfeição da natureza.

Assim, desde a antiguidade que o termo “estético” ou “belo” é alvo de enorme

controvérsia. Ninguém consegue definir de forma consensual o que é “estético” ou

“inestético” ou o que é “belo” ou “feio”. Estes parâmetros estão imbuídos de tal

subjectividade, sendo impossível defini-los de forma objectiva. Um bom exemplo da

preocupação pela beleza e a estética é a antiga civilização grega e romana. Nessa altura

os conceitos da “beleza”, “harmonia”, “proporção” estavam instaladas quer na

população, quer nas obras dos seus grandes artistas (Kina e Bruguera, 2008).

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2  

Durante vários séculos o Homem procurou a beleza perfeita e a proporção ideal. Os

egípcios construíram grandes pirâmides, onde as suas pedras respeitavam um valor de

proporção: 1,618. Em 1200 d.C., Leonardo Fibonacci, um ilustre matemático italiano,

criou a série com o seu nome, em que um número é igual à soma dos seus dois números

anteriores. Contudo, esta sequência tinha algo de particular, a proporção em média era

1,618 (Bottino et al., 2001). Em 1500 d.C., Leonardo da Vinci, grande artista e

anatomista, realizou diversos estudos em corpos humanos, concluindo que nenhuma

outra coisa respeitava mais a “proporção divina” do que o próprio corpo humano, sendo

por ele considerada a obra prima de Deus. A análise dos seus estudos levaram Leonardo

da Vinci a concluir que tudo no corpo humano respeita esta proporção (Bottino et al.,

2001).

Na verdade, um sorriso bonito deve ser harmonioso, simétrico e bem proporcionado,

sendo dessa forma algo de agradável aos nossos sentidos, proporcionando uma sensação

agradável (Geissberger, 2010).

Segundo Teixeira et al. (2008) “a estética vem adquirindo um papel cada vez mais

importante na nossa sociedade, sendo a busca do sorriso ideal um objectivo para

alcançar sucesso profissional, económico, afectivo e social”.

A Medicina Dentária tem evoluído muito ao longo do tempo. A evolução dos materiais

dentários tem sido utilizada a favor do Homem e deste modo, têm vindo a surgir

materiais como as resinas compostas que apresentam características físicas muito

semelhantes ao dente natural. Desta forma é possível obter resultados que melhor

biomimetizam a dentição natural, podendo assim considerar-se tratamentos mais

“estéticos”.

A concepção do sorriso ideal deve ser feita tendo como base critérios clínicos

objectivos/mensuráveis e critérios subjectivos inerentes ao paciente. Para o planeamento

de uma alteração estética e funcional do sector anterior devem-se medir diversos

parâmetros, adequá-los à personalidade e à concepção do que é “belo” para o paciente

(Kina e Bruguera, 2008).

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

3  

O autor desta tese escolheu o tema supramencionado, motivado pela melhor

compreensão da morfologia do sector anterior, pelas propriedades ópticas dos dentes e

como biomimetizar estas características com restaurações em resinas compostas.

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

4  

Materiais e métodos

A presente monografia com o título “Parâmetros a considerar para a optimização

estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas” pretende avaliar

como as diferentes propriedades ópticas dos dentes e das resinas compostas podem

influenciar o resultado estético final de uma reabilitação do sector anterior. Para tal

realizou-se uma pesquisa bibliográfica com base em artigos científicos e livros, com a

limitação temporal de 1973 a 2011 e limitação linguística em inglês, espanhol e

português. Foram consultadas as bibliotecas da Faculdade de Ciências da Saúde da

Universidade Fernando Pessoa e Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do

Porto. A pesquisa bibliográfica utilizou os motores de busca PubMed, Embase e Science

Direct com as seguintes palavras-chave: “Color”, “Composite Resins”, “Aesthetics”,

“Optical properties”, “Dental Fluorescence”, “Golden proportion”.

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

5  

Desenvolvimento

I. Resinas Compostas - História e evolução

O grande objectivo das resinas compostas e de outros materiais restauradores é

reproduzir e mimetizar as características anatómicas e estéticas do dente natural.

Em 1958, Bowen introduziu como material restaurador o bisfenol-A, uma resina

epóxica. Segundo o mesmo autor, este material restaurador apresentava como

desvantagens a sua grande contracção de polimerização e o seu tempo de endurecimento

incompatível com a sua aplicação clínica em boca. Desta forma, Bowen associou

radicais de metacrilato, formando a molécula bisfenol-A glicidil metacrilato, designada

por Bis GMA. Esta nova molécula era constituída por uma parte de resina epóxica e por

radicais livres de metacrilato, permitindo uma menor contracção de polimerização e um

tempo de polimerização adequado à aplicação em boca.

Já em 1955, Buonocore desenvolveu o ataque ácido no esmalte, facto esse que permitiu

o desenvolvimento das restaurações mais estéticas, pois resolveu a infiltração nas

restaurações com margens de esmalte.

Em 1966, Bowen em colaboração com Paffenbarger e Sweeney, após terem sido

acrescentadas partículas de carga como forma de aumentar a resistência, foram também

desenvolvidas e introduzidas partículas de silício com um agente silano. Este silano

promovia uma união química entre as partículas inorgânicas e a matriz de Bis GMA,

aumentando desta forma a resistência da resina composta (Marques et al., 2005).

Inicialmente as resinas compostas foram desenvolvidas para restaurações de dentes

anteriores, devido à sua elevada estética. Contudo, com o aumento dos requisitos

estéticos, começaram a ser utilizadas também em restaurações em dentes posteriores.

As primeiras resinas compostas apresentavam-se sobre a forma de duas pastas, uma

pasta base e uma pasta catalizadora. A sua activação era assim química tal como as

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6  

resinas acrílicas utilizadas em restaurações nessa época (Marques et al., 2005). Em

1964, surgiu a primeira resina composta sob a forma pó/líquido com o nome comercial

Advent™ (3M®) .

Um dos saltos qualitativos na evolução das restaurações em compósito foi conseguido

com o desenvolvimento dos sistemas adesivos e com o emprego da nanotecnologia que

possibilitou o surgimento das resinas com nanopartículas.

II. Composição das resinas compostas

Actualmente as resinas compostas são constituídas principalmente por: matriz orgânica,

carga inorgânica, um agente de união matriz orgânica/carga inorgânica, sistemas

iniciadores/activadores, pigmentos e opacificadores.

1. Matriz orgânica

A matriz orgânica pode ser constituída por bisphenol glicidil metacrilato (Bis GMA) ou

poliuretano. Como estes compostos apresentavam uma elevada viscosidade, foram

adicionados monómeros que possuem baixa viscosidade, portanto mais flexíveis, como

o trietilenoglicol dimetacrilato (TEGMA) e etilenoglicol-dimetacrilato (EDGMA), bem

como oligoetilenoglicóis de metacrilatos. A composição e variabilidade da matriz

orgânica têm influência na polimerização, no grau e conversão de monómeros em

polímeros, na viscosidade, absorção de água (Ferracane, 1995; Moszner e Salz, 2001).

Os monómeros com elevado peso molecular como o Bis GMA, que possui 512 g/mol,

apresenta uma viscosidade de 500000 a 800000 mPa.s., enquanto que o TEGMA que

apresenta um baixo peso molecular (286 g/mol) e apresenta uma viscosidade média de

100 mPa.s (Moszner e Salz, 2001). Desta forma, torna-se muito importante conhecer a

composição monomérica de uma resina composta, pois a viscosidade dos monómeros

da matriz orgânica influencia a contracção de polimerização. Monómeros com elevado

peso molecular, ou seja, com maior viscosidade, apresentam menor contracção de

polimerização. Por outro lado, monómeros com baixo peso molecular, isto é, com

menor viscosidade apresentam uma contracção de polimerização mais pronunciada

(Moszner e Salz, 2001; Puckett et al. 2007).

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

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2. As partículas de carga inorgânica

A constituição do conteúdo inorgânico da resina composta confere-lhe melhores

propriedades mecânicas (aumenta a dureza, resistência à fractura, compressão, abrasão e

módulo de elasticidade), menor contracção de polimerização, menor coeficiente de

expansão térmica e menor absorção de água. Contudo, o tamanho das partículas

influencia o resultado estético final. Assim, quanto maior o tamanho das partículas

incorporadas à carga inorgânica menor o resultado estético final, pois partículas maiores

resultam em restaurações com textura superficial mais rugosa e menos polida

(Ferracane, 1995; Manhart, 2000; Burgess, 2002; Terry, 2004).

Segundo Fortin e Vargas (2000), o tamanho das partículas tem um efeito directamente

proporcional com a rugosidade superficial de uma restauração.

A carga inorgânica é constituída na maioria dos casos por partículas de quartzo (sílica

cristalina), silicato vítreo (sílica com metais: zinco, zircónia, lítio, alumínio) e sílica

coloidal. Inicialmente eram utilizadas sílica fundida, fosfato de cálcio fundido e esferas

de vidro (Hirata, 2001; Lopes, 2004; Puckett et al. 2007; Cardoso et al., 2008).

3. Agentes de união matriz orgânica/carga inorgânica

O agente de união apresenta como função a união entre a matriz orgânica e a carga

inorgânica. O silano constitui o agente de união mais utilizado nas resinas compostas. O

silano é uma molécula bipolar que se liga às partículas inorgânicas por ligações iónicas

e à matriz orgânica (resina) por ligações químicas. As partículas inorgânicas são

revestidas por agentes de união que promovem um ligação covalente com a matriz

orgânica (Belvedere, 2001; Moszner, 2001; Craig e Powers, 2004; Bayne, 2005). Os

silanos são muito importantes para a durabilidade de uma resina composta. Durante a

polimerização, a tensão que é exercida à restauração é transferida para a carga

inorgânica e não para a matriz orgânica, menos resistente. A transferência é promovida

pelo silano. O silano impede a separação da matriz orgânica da carga inorgânica,

prevenindo desta forma a formação de bolhas de ar (local onde a água se armazena) que

diminuem a resistência mecânica das restaurações (Bayne, 2005).

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4. Sistemas iniciadores/activadores

Os sistemas iniciadores/activadores são substâncias químicas que quando são excitados

promovem o início da polimerização. As resinas compostas químicamente activadas à

base de Bis GMA apresentam como agente iniciador o peróxido de benzoila e como

agente activador uma amina terciária (N-dimetil-p-toluidina). As resinas compostas

fotopolimerizáveis apresentam na sua constituição uma substância que é fotosensível, a

canforoquinona ou a diquetona (agente iniciador) e uma amina terciária (agente

redutor). A canforoquinona é uma diacetona que possui a capacidade de absorver

energia do espectro de luz visível (espectro azul) com comprimentos de onda entre 400

a 500 nm. Após a excitação pela luz esta reage com a amina terciária, formando radicais

livres que são capazes de romper as ligações duplas dos radicais de metacrilato da

molécula de Bis GMA, responsáveis pelo inicio da polimerização (Craig e Powers,

2004).

5. Pigmentos inorgânicos e opacificadores

Os pigmentos inorgânicos são adicionados com o objectivo de adquirir uma cor para a

resina composta semelhante à cor e translucidez da estrutura dentária. Entre os

pigmentos incorporados evidenciam-se o bário, boro, estrôncio, zircónio, entre outros

(Burgess, 2002; Moszner, 2001). O uso excessivo destes pigmentos pode diminuir as

propriedades ópticas da resina composta, como a translucidez, fluorescência e

opacidade (Fortin e Vargas, 2000).

III. Classificação de resinas compostas segundo o tipo de partículas

As resinas compostas apresentam partículas inorgânicas que podem variar de acordo

com o tamanho, forma, composição, alterando desta forma as suas propriedades físicas

e mecânicas.

As resinas compostas podem ser classificadas quanto ao tamanho de partículas que

incorporam na sua carga inorgânica. De acordo com o seu tamanho são classificadas

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

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em: macropartículadas, micropartículadas, híbridas, microhíbridas, nanopartículadas e

nanohíbridas (Ferracane, 1995; Terry, 2004; Phillips, 2005).

De acordo com a quantidade de partículas, as propriedades de resistência e estética vão

alterando as suas características. As resinas compostas com um alto teor de carga

inorgânica apresentam valores elevados de resistência mecânica (módulo de flexão),

resistência à fractura e ainda elevados módulo de elasticidade (Li et al., 1985; Htang et

al., 1995). Para uma resina composta poder ser aplicada em dentes posteriores deve

apresentar no mínimo 60% de carga inorgânica, de modo a apresentar um módulo de

elasticidade superior à dentina, isto é, 18,5 Mpa (Braem et al., 1996). Contudo, estas

resinas compostas altamente resistentes apresentam piores propriedades em termos de

acabamento e polimento finais. Por outro lado, as resinas compostas com menor

quantidade de componente inorgânica, ou seja, menor quantidade de partículas,

apresentam menor resistência mecânica e melhores resultados estéticos. Desta forma, as

resinas compostas com menor quantidade de partículas são as mais indicadas para

restaurações do sector anterior (Hirata, 2001; Melo Júnior et al., 2011).

1. Macropartículadas

As primeiras resinas compostas que surgiram no mercado eram macropartículadas.

Estas resinas compostas foram assim designadas devido ao tamanho das partículas de

carga inorgânica que apresentavam. As dimensões das partículas está compreendido

entre 10 a 100 μm, o que representa 60% do volume total da resina (Ferracane, 1995). O

elevado tamanho das partículas de quartzo não permitiam a incorporação de partículas

de menor tamanho e desta forma uma superfície regular. As restaurações realizadas com

estas resinas compostas não apresentavam boas propriedades ópticas.

2. Micropartículadas

As resinas compostas micropartículadas surgiram no mercado com o objectivo de

melhorar as propriedades das resinas compostas existentes até ao momento. As

micropartículas são constituídas por sílica coloidal ou sílica amorfa com tamanho

compreendido entre 0,02 e 0,1 μm, com 20% a 60% do volume total da resina composta

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(Puckett et al., 2007). Segundo Lopes (2004) e Melo Júnior et al. (2011) os compósitos

micropartículados apresentam uma alta estética devido a poder obter-se um bom

polimento.

3. Microhíbridas

As resinas compostas microhíbridas ou híbridas são uma mistura de micropartículas

com macropartículas, possuíndo desta forma propriedades dos dois tipos de partículas

incorporadas (Figura 1A.). Apresentam na maioria dos casos 10% a 20% em peso de

micropartículas de sílica coloidal e 50% a 60% em macropartículas de vidro de metais

pesados. Estas resinas compostas apresentam uma percentagem de carga que

corresponde a 75% a 80% do seu peso. O que diferencia uma resina composta

microhíbrida de uma híbrida é a sua maior quantidade de micropartículas relativamente

a macropartículas (Melo Júnior et al., 2011). Assim, as resinas compostas microhíbridas

permitem um melhor polimento e ainda excelentes propriedades mecânicas (Lopes,

2004; Puckett et al., 2007; Melo Júnior et al., 2011).

4. Nanopartículadas

As resinas compostas designadas como nanopartículadas apresentam partículas com

dimensões de nanoescala (Figura 1B.). Assim, apenas deverão ser classificadas como

resinas compostas nanopartículadas aquelas que apresentam partículas com dimensões

compreendidas entre 1 a 10 nm (nanometro) (Chen et al., 2006). Em algumas resinas

compostas as partículas inorgânicas encontram-se sob duas formas: uma forma dispersa

composta por partículas de sílica com um diâmetro de 20 nm e uma forma aderida

composta por nanoclusters de zircónia e sílica com um tamanho de 75 nm (Hirata,

2001; Lopes, 2004; Ward, 2005; Cardoso et al., 2008). Os nanoclusters nada mais são

do que pequenas aglomerações de nanopartículas, que ocorrem devido à sua elevada

tensão superficial bem como ao seu desgate abrasivo (Mitra et al., 2003; Davis, 2003;

Ward, 2005).

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

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Tabela 1: Classificação das resinas compostas segundo a sua viscosidade (adaptado de

Melo Júnior et al., 2011).

A diversidade de tamanho das partículas (macropartículas, microhíbridas,

micropartículas e nanopartículas) e a infinidade de marcas comerciais diversificaram

muito, tanto as indicações quanto as propriedades físicas (Antonson et al., 2011).

Dentro das diversas características físicas das resinas compostas, o polimento

superficial das restaurações é um factor essencial para o sucesso clínico, pois uma

superfície rugosa pode provocar restaurações com alterações de cor e de brilho

(Antonson et al., 2011; Grossmann et al., 2004; Uctasli et al., 2007), micro-infiltrações

e cáries secundárias devido à perda da integridade marginal (Kantoski et al., 2009);

além de promover a acumulação de placa bacteriana, influenciando desta forma a saúde

periodontal dos pacientes (Kawai et al., 2001).

A introdução de partículas de tamanho nanométrico nos compósitos híbridos tem

permitido combinar características mecânicas com um procedimento mais fácil de

polimento, resultando numa menor rugosidade superficial (Baseren, 2004; Silva et al.,

2010). Entretanto, as evidências experimentais sobre o procedimento de polimento em

materiais nanohíbridos ainda é bastante escassa (Yesil et al., 2008).

IV. Conceito de estética dentária

Um dos primeiros autores que se dedicou a definir a estética dentária foi Pilkington.

Segundo Pilkington (1936), a estética dentária é “a ciência de copiar ou mimetizar o

nosso trabalho com a natureza, tornando a nossa arte inaparente” (Baratieri et al.,

1998).

Para Marques e seus colaboradores (2005), a estética dentária é “a arte de imitar a

natureza nas suas formas, texturas, cores e beleza”.

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

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Na verdade, a estética dentária tem um grande impacto na estética facial, pois o andar

inferior da face tem grande relevância na estética e aparência facial (Mack, 1996).

A estética dentária é algo de pessoal, por isso subjectivo, evoluindo ao longo das

diferentes épocas, diferente de pessoa para pessoa e de cultura para cultura. Contudo,

existem alguns parâmetros que podem ser medidos, avaliados e considerados para se

obter um sorriso agradável (Baratieri et al., 1998; Geissberger, 2010).

A estética dentária apresenta como principais objectivos a obtenção de dentes com

proporções adequadas no que diz respeito a si e aos dentes adjacentes, bem como a

integração harmónica dos dentes com as restantes estruturas peri orais (gengiva, lábios e

face) do paciente (Kina e Bruguera, 2008).

A Medicina Dentária Estética tem intervenção na modificação da aparência das

estruturas orais do paciente, em conjugação com a prevenção e tratamento de problemas

estruturais, funcionais e biológicos (Geissberger, 2010).

Segundo Okuda (1997), torna-se essencial a realização de questionários de anamnese

específicos para a realização de tratamentos estéticos bem sucedidos, pois através destes

é possível identificar as reais necessidades psicoemocionais do paciente, bem como,

verificar a existência de um padrão estético individual que possa auxiliar na condução

de um tratamento adequado.

Segundo Baratieri et al. (1998), apenas 30% a 40% dos pacientes que apresentam uma

desarmonia no seu sorriso, se apresentam incomodados por tal desarmonia. Desta

forma, torna-se necessário que o profissional perceba as expectativas do paciente, para

que não sejam realizados tratamentos em dentes que não necessitam, apenas por padrões

estéticos que são difíceis de alcançar. Cabe assim, ao profissional orientar o paciente

para o tratamento mais adequado. Um dos objectivos das restaurações dos dentes do

sector anterior é mimetizar ao máximo os dentes naturais para que seja o menos

perceptível possível. Para isso torna-se de grande importância a correcta selecção dos

materiais a utilizar. As resinas compostas vieram abrir novas possibilidades de

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14  

tratamento, podendo substituir tratamentos menos conservadores, como coroas de

prótese fixa, obtendo-se tratamentos que biomimetizam a dentição natural.

Durante vários anos, a Medicina Dentária estava mais preocupada com a prevenção e o

tratamento dos problemas dos dentes e gengivas. Com o avanço e desenvolvimento dos

materiais dentários, como o aparecimento de materiais restauradores da cor dentária,

assim como a descoberta de agentes branquedores, a estética começou a ser uma

preocupação cada vez maior por parte dos profissionais e pacientes (Geissberger, 2010).

Os autores Rosentiel e Rashid (2002) realizaram um estudo que visava avaliar as

preferências em relação a factores de estética (entre os quais: proporção dentária,

presença/ausência de desvios da linha média, presença/ausência de diastema central e

ameias incisais). Para tal foram apresentadas diversas fotografias, de modo a permitir

avaliar a sua percepção quanto à estética dentária. Foram inquiridos 1934 individuos,

sendo obtidos os seguintes resultados: quase 90% dos indivíduos “preferem muito” ou

“preferem” apresentar um sorriso sem diastema e mais de 80% prefere um sorriso sem

discrepâncias da linha média inferiores a 3 mm. Segundo os autores, os indivíduos

inquiridos também preferem dentes que apresentem ameias incisais com ângulos mais

abertos, bem como, dentes mais brancos.

Em 2004, a American Academy of Cosmetic Dentistry (AACD) realizou um estudo em

que avaliava o grau de satisfação da sua população com o seu sorriso, concluindo que

apenas 50% dos cidadãos americanos estavam satisfeitos com o seu sorriso

(Geissberger, 2010).

Em 2005, a AACD realizou outro estudo onde concluíu que ocorreu um aumento de

12,5% dos casos relacionados com motivações estéticas, num prazo de apenas cinco

anos (Geissberger, 2010).

Segundo Kreidler et al. (2005) num estudo realizado em pacientes sobre estética

dentária, verificaram que 5% dos pacientes por eles entrevistados gostariam de mudar

alguma coisa no seu sorriso e nos dentes, contudo não sabiam explicar como seria essa

alteração. Desse grupo de inquiridos que desejavam alterar alguma coisa no seu sorriso,

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

15  

75% eram homens com idade superior a 51 anos. Segundo os mesmos autores, qualquer

tratamento que afecte o sorriso deve ser adequadamente planeado e explicado ao

paciente.

Segundo um estudo realizado por Samorodnitzky Naveh (2008), que avaliou os pontos

de satisfação de estética dentária por parte dos pacientes, a principal causa de

preocupação está relacionada com a cor dentária, seguido pelo grau de alinhamento

dentário.

V. Morfologia do sector anterior

1. Das fórmulas aos padrões de “Beleza” e “Estética”

Desde a antiguidade, diversos estudiosos em formulações matemáticas e grandes artistas

tentaram encontrar proporções (fórmulas) que definissem padrões estéticos e com

harmonia. Assim sendo, inúmeros artistas ao longo dos anos tentaram estabelecer um

fórmula matemática de “beleza”. Essa fórmula objectiva de “beleza” foi impossível de

estabelecer.

O conceito de “beleza” depende de cultura para cultura e de observador para

observador. Como estes conceitos são difíceis de estabelecer, surgiu o conceito de

“harmonia”. A “harmonia” pode ser definida como aquilo que é agradável aos nossos

olhos e sentidos. Assim sendo, a harmonia constitui um aspecto importante no resultado

estético de qualquer objecto ou tratamento (Magne e Belser, 2004; Kina e Bruguera,

2008).

O “equilíbrio” é outro conceito de grande relevo na estética dentária. O “equilíbrio”

pode ser simplesmente definido como uma linha ténue que separa o “harmonioso” do

“não harmonioso” e é essa linha que constitui o “equilíbrio” (Magne e Belser, 2004;

Fradeani, 2006; Kina e Bruguera, 2008).

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

16  

Na verdade, os profissionais devem preocupar-se sobretudo em alcançar os conceitos de

“harmonia” e “equilíbrio” dos seus tratamentos, e não com a estética, que se trata de

algo com maior subjectividade.

2. Morfologia dentária

A morfologia dos dentes naturais que se encontra na natureza é determinada por

parâmetros que vão além de uma mera preocupação estética. A restauração dos dentes

que procurem uma integração estética natural devem respeitar os princípios que tenham

como objectivo a função e saúde do dente e como tal do próprio paciente (Marques et

al., 2005).

A morfologia dentária é uma característica individual, sendo uma característica

individualizadora de um indivíduo. Não existem duas pessoas com características

dentárias completamente iguais entre si (Kina e Bruguera, 2008).

O sector antero superior é aquele que levanta mais impacto no sorriso. Assim, qualquer

tratamento que envolva esta área deve ser devidamente planeado, incluindo no estudo o

impacto na estética facial (Magne e Belser, 2004; Fradeani, 2006; Kina e Bruguera,

2008).

A morfologia dentária está relacionada com género e personalidade do indivíduo.

Diversos autores ao longo dos anos conceberam teorias mais ou menos complexas que

relacionam estes factos. Segundo esta teoria, os homens apresentam dentes quadrados

ou triangulares, enquanto as mulheres apresentam predominantemente os dentes com

uma forma ovoide. Quanto à personalidade, as teorias defendidas ainda não se

apresentam científicamente sustentadas, sendo desta forma não comprovadas (Kina e

Bruguera, 2008).

3. Tipos de dentes

Para se obter um bom resultado final importa conhecer os materiais disponíveis e as

técnicas adequadas a cada situação. Conhecer a anatomia e a morfologia dos dentes é

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Par

 

vital

2005

A m

exter

2006

Figu

dente

dente

3.1.D

Os d

pouc

origi

3.2. D

Os d

quad

outra

3.3. D

râmetros a con

e fundame

5b).

morfologia d

rnos em trê

6; Davis, 20

ura 2: Morf

e quadrado

e ovoide (ad

Dentes quad

dentes quadr

co arredonda

ina as ameia

Dentes tria

dentes trian

drado e mai

as formas (F

Dentes ovo

nsiderar para

ental para o

dos dentes p

s tipos: den

07; Kina e B

fologia bási

. B. Morfo

daptado de K

drados

rados apres

ados. Os bo

as gengivais

angulares

ngulares apr

iores do qu

Figura 2B.)

oides

a optimização

o sucesso d

pode ser di

ntes quadrad

Bruguera, 2

ica dos dife

ologia básic

Kina e Brug

sentam os â

ordos proxim

s fechadas (

resentam o

e o dente o

(Kina e Bru

o estética de recompostas

17

de qualquer

ividida de a

dos, triangu

2008).

ferentes tipo

ca do dente

guera, 2008

ângulos mes

mais são pa

(Figura 2A.)

os ângulos

ovoide. Este

uguera, 200

estaurações de

r tratament

acordo com

ulares e ovo

os de dente

e triangular

8).

sial e distal

aralelos ou s

) (Kina e Br

mesial e d

es ângulos

08).

entárias anteri

o restaurad

m o seu con

oides (Figu

s. A. Morfo

r. C. Morfo

l rectos ou

suavemente

ruguera, 200

distal semel

são mais ag

iores com resi

dor (Melo e

ntorno e ân

ura 2) (Frad

fologia bási

ologia básic

em alguns

e convexos

08).

lhantes ao

gudos do q

inas

et al.,

ngulos

deani,

ca do

ca do

casos

o que

dente

que as

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Par

 

Apre

arred

local

centr

4. A

A “p

intro

Lom

largu

conc

1973

Exist

super

basea

mate

Figu

do in

visív

incis

2004

1993

râmetros a con

esentam o

dondados. A

liza-se no p

ro, originan

A “Proporçã

proporção

duzida na

mbardi. Segu

ura dos dent

eito foi po

3; Lombardi

tem diversa

riores de m

ada na teor

emáticas (Sh

ura 3: “Prop

ncisivo later

vel do incis

ivo central

4). B. Presto

3 (adaptado

nsiderar para

bordo inc

As faces pro

ponto médio

do uma form

ão Divina”

divina” in

área da M

undo este au

tes, pois est

steriorment

i, 1974; Lev

as proporçõ

modo a que

ria da existê

hetty et al.,

porção Divi

ral e o incis

sivo central

é o dente

on´s propor

de Shetty e

a optimização

cisal arredo

oximais são

o proximal.

ma convexa

: a procura

nicialmente

Medicina D

utor, deve e

ta relação af

te desenvolv

vin, 1978; M

ões descritas

sejam agra

ência de um

2011).

na”. A. Num

ivo central

com a par

mais proem

rtion. Propo

et al., 2011)

A

o estética de recompostas

18

ondado, as

o ligeiramen

Numa visã

a (Figura 2C

a do “belo”

definida p

Dentária na

existir uma

fecta a perc

vido e estu

Magne e Bel

s na literatu

adáveis ao o

ma relação

ma vista fro

é de 1:1,61

rte do cani

minente no

orção dentá

.

A

estaurações de

ssim como

nte arredond

ão lateral a f

C.) (Kina e B

por Leonar

a década se

relação pro

cepção visua

udado por L

lser, 2004; K

ura para o

olho human

entre a bel

ontal a relaç

8, enquanto

no que é v

sorriso (ad

ária ideal de

entárias anteri

ângulos

dadas e o po

face vestibu

Bruguera, 2

rdo da Vi

etenta do s

oporcional e

al e estética

Levin em 1

Kina e Brug

tamanho do

no. A “prop

eza da natu

ção entre a s

o que a relaç

visível é de

aptado de M

esenvolvida

iores com resi

mesial e

onto de con

ular é eleva

2008).

inci, apena

século XX

entre a altur

a do sorriso

1978 (Lomb

guera, 2008

os dentes a

porção divi

ureza e fórm

superfície v

ção da supe

e 1,618:0,61

Magne e B

a por Presto

inas

distal

ntacto

ada ao

as foi

X, por

ra e a

. Este

bardi,

).

antero

na” é

mulas

visível

erfície

18. O

Belser,

on em

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Par

 

Na v

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um d

Segu

1993

2011

De a

irreal

Brug

De a

um e

(Mag

Estud

propo

dos p

Figu

super

super

Segu

verif

latera

râmetros a con

verdade, é

luto, pois a

dos pâramet

undo diverso

3; Magne e

1).

acordo com

lístico, pois

guera, 2008)

acordo com

excessivo e

gne e Belser

dos recente

orções dent

próprios pro

ura 4: Prop

rior e o inci

rior e o can

undo o estud

fica a existê

al superior.

nsiderar para

importante

apenas repre

tros (largura

os autores, a

e Belser, 20

m Preston e

s não apres

).

o mesmo

streitament

r, 2004).

es afirmam

tárias que se

ofissionais (

porção “Div

isivo lateral

nino (adapta

do de Presto

ência da “pr

No mesmo

a optimização

destacar q

esentam a p

a) (Fradeani

a “proporçã

004; Kina e

seus colab

senta reprod

autor, se a

o e uma co

que se a “

eriam consi

(Rosentiel e

vina”. A. P

l superior. B

do de McLa

on (1993) e

roporção div

o estudo, ve

o estética de recompostas

19

que estas p

proporção v

i, 2006).

ão divina” r

e Bruguera

boradores, a

dutibilidade

“proporção

ompressão d

“proporção

ideradas me

et al., 2000;

Proporção d

B. Proporçã

aren et al., 2

e seus colab

vina” entre

erificaram ta

estaurações de

proporções

visível num

aramente ex

, 2008; Mc

a “proporçã

e na popula

o divina” fo

do segment

divina” fo

enos estétic

Rosentiel e

dentária ide

ão dentária i

2009).

boradores, a

o incisivo c

ambém a ex

entárias anteri

não represe

ma vista fron

xiste na pop

cLaren et a

ão divina”

ção (Presto

osse cumpri

to lateral da

osse aplicad

as por parte

e Rashid, 20

eal para o

ideal entre o

penas em 1

central supe

xistência da

iores com resi

entam um

ntal e apen

pulação (Pre

al., 2009; L

é um parâm

on, 1973; K

ida iria pro

a arcada ma

da, resultari

e dos pacien

002).

incisivo ce

o incisivo l

17% dos cas

erior e o inc

a proporção

inas

valor

nas de

eston,

Levin,

metro

Kina e

vocar

axilar

ia em

ntes e

entral

ateral

sos se

cisivo

entre

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Par

 

o inc

era in

Verif

1993

numa

do in

(Shet

Os e

pode

mesm

refer

A re

dime

Figu

segun

Em 1

intuit

Do g

resul

P

râmetros a con

cisivo latera

nexistente.

ficando que

3, Preston c

a vista front

ncisivo cent

tty et al., 20

estudos de

em ajudar n

mos autore

rência mais

elação da la

ensão de cad

ura 5: Com

ndo os estu

1999, Sterre

to de avalia

grupo de ind

ltados obtid

Hom

Mulh

Proporção lar

nsiderar para

al superior e

e a “propor

criou a sua

tal, a largur

tral superior

011).

Sterrett e

na determin

s, a relaçã

estável entr

argura/altura

da dente (M

mparação d

dos de Sterr

ett e seus co

ar a proporç

divíduos est

dos revelar

mens

heres

rgura/altura

a optimização

e o canino e

rção divina

própria reg

ra do incisiv

r e o canino

seus colab

nação da la

o entre a

re os género

a da coroa

Magne e Bels

das dimens

rett et al. (1

olaboradore

ção da largu

tudados fazi

ram que a

a

o estética de recompostas

20

e concluíram

a” é muito

gra de prop

vo lateral su

o deve apres

oradores so

argura/altur

largura e a

os e entre ca

dentária é

ser, 2004).

sões dentár

1999) (adapt

es realizaram

ura/altura d

iam parte 3

a proporçã

estaurações de

m que esta p

difícil de e

orção “Pres

uperior deve

sentar 55%

obre as dim

ra de cada

altura da c

ada dente (F

determinan

rias relativa

tado de Ma

m um estud

dos dentes a

3% de hom

ão (em val

entárias anteri

proporção c

encontrar na

ston´s prop

e apresentar

da largura

mensões de

dente. De

coroa dentá

Figura 5).

nte na perc

as de hom

gne e Belse

do com 71 in

antero super

mens e 67%

lores médi

iores com resi

considerada

a população

portion”, em

r 66% da la

do mesmo

entárias rela

acordo co

ária estabele

cepção visu

mens e mul

er, 2004).

ndivíduos c

riores (Figu

de mulhere

ios) em re

inas

ideal

o, em

m que

argura

dente

ativas

om os

ece a

ual da

lheres

com o

ura 5).

es. Os

elação

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

21  

largura/altura era para os incisivos centrais de 85% nos homens e 86% nas mulheres;

nos incisivos laterais de 76% nos homens e 79% nas mulheres e para os caninos 77%

nos homens e 81% nas mulheres (Sterrett et al., 1999).

Nos estudos de Sterrett et al. (1999), estes autores concluíram que os incisivos centrais

são maiores relativamente aos incisivos laterais cerca de 2 a 3 mm (em altura e largura).

Os mesmos autores concluíram também que os incisivos centrais são maiores em

largura relativamente aos caninos cerca de 1 a 1,5 mm e que os caninos são maiores do

que os incisivos laterais cerca de 1 a 1,5 mm (em altura e largura) (Figura 6).

Ward e Rosenstiel desenvolveram em 2000 um novo conceito “Recurring Esthetic

Dental” (RED), com o objectivo de determinar as larguras ideais dos dentes antero

superiores, baseada na altura dos incisivos centrais superiores e na distância inter

canina. Deste modo, dividiram o dentes em cinco grupos: “very tall”, “tall”, “normal”,

“short” e “very short”. Segundo Ward, os dentes classificados como “very tall”

apresentam uma proporção de 62%; os dentes classificados como “tall” apresentam uma

proporção de 66%; “normal” apresentam uma proporção dentária de 70%; “short” com

uma proporção dentária de 75% e “very short” com uma proporção de 80% (Rosentiel

et al., 2000; Ward, 2007; Ward, 2008).

Em 2011, Shetty et al. realizaram um estudo com o objectivo de estudar a existência da

proporção “Recurring Esthetic Dental”, proposta por Ward e Rosenstiel em 2000, numa

população da Índia com sorrisos considerados como agradáveis. Os dentes foram

divididos em três categorias. Os resultados obtidos demonstraram que a proporção

“Recurring Esthetic Dental” não é visível nos dentes naturais.

Estes resultados são similares a um estudo realizado por Shreenivasan em 2008, que

conclui que a “Recurring Esthetic Dental” não existe na população. Concluiu ainda, que

os valores obtidos para a largura dos dentes antero superiores apresentam-se mais perto

da proporção “Golden Percentage” desenvolvida por Snow em 1999 (Murthy e Ramani,

2008).

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Par

 

Figu

acord

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torna

respe

2008

segui

VI. I

A ha

dos p

do so

Belse

É im

expe

maio

pacie

râmetros a con

ura 6: Dime

do com os e

do em certa

a-se necessá

eitem um pr

8). Desta for

ir todos os p

Integração

armonia ger

parâmetros

orriso (alto

er, 2004).

mportante co

ctativas e d

or integraçã

ente e profis

nsiderar para

ensões dent

estudos real

as situações

ário criar de

rincípio ess

rma é possí

parâmetros

o estética

ral de um t

estéticos d

o, médio, b

onhecer o “i

desejos quan

ão estética d

ssional (Fra

a optimização

tárias relati

izados por S

s impossíve

entes com l

sencial: a ha

ível obter u

ideais de es

tratamento

evem consi

aixo), a ida

ideal estétic

nto ao tratam

do tratamen

adeani, 2006

o estética de recompostas

22

ivas (em m

Sterrett et a

el cumprir

largura/altu

armonia (M

um sorriso h

stética dentá

deve consid

iderar diver

ade, o tipo

co” do pacie

mento. Ape

nto realizad

6).

Homens

Mulheres

estaurações de

ilimetros) p

al. (adaptado

completam

ura (proporç

Magne e Bels

harmónico,

ária.

derar divers

rsos parâme

de face e

ente de mod

enas deste m

do, permitin

s

entárias anteri

para homen

o de Magne

mente a “pro

ções) adequ

ser, 2004; K

sendo por v

sos aspecto

etros entre o

a personal

do a avaliar

modo é poss

ndo a satisf

iores com resi

ns e mulher

e e Belser, 2

oporção div

uadas, isto é

Kina e Brug

vezes impos

os e a integ

os quais: a

lidade (Mag

r também as

sível atingir

fação do pr

inas

res de

2004).

vina”,

é, que

guera,

ssível

gração

linha

gne e

s suas

r uma

róprio

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Par

 

VII.

1. A

De f

porqu

onda

elect

é cap

2001

comp

Figu

diver

Kina

Figu

visua

cor q

objec

onda

râmetros a con

A luz natu

A luz natura

forma a com

ue existe lu

a. Embora

tromagnétic

paz de sens

1a; Sproull,

preendido e

ura 7: Esque

rsos compri

a e Bruguera

ura 8: Asso

alizada pelo

que é visual

cto visualiz

a originam a

Frequência Frequência Frequência

nsiderar para

ural, a cor

al

mpreender o

uz. A luz na

o olho hum

co, apenas u

sibilizar a r

, 2001b).

entre 380 nm

ema do espe

imentos de

a, 2008).

ociação ent

o olho hum

lizada pelo

zado. As dif

a observação

(nm) (nm) (nm)

a optimização

e a sua per

o que é a c

atural é con

mano receb

uma pequen

retina, perm

O espectr

m e 760 nm

ectro electro

onda comp

tre o interv

mano. A cad

olho huma

ferentes refl

o das difere

o estética de recompostas

23

rcepção

cor torna-se

nstituída por

ba todos os

na porção de

mitindo dest

ro de luz

de comprim

omagnético

preendidos

valo de com

da comprim

ano resulta

flexões do d

entes cores (

Luz Luz Luz

estaurações de

necessário

r cores com

s comprime

este espectro

ta forma a

que é visí

mento de on

o. O espectro

entre 380 n

mprimento

mento de ond

do fenómen

diversos int

(adaptado d

entárias anteri

perceber q

m diversos c

entos de on

o (o espectr

percepção

ível ao olh

nda (Figura

o de luz vis

nm e 760 n

de onda co

da correspo

no de reflex

ervalos de

de Kina e Br

Cor Cor Cor

iores com resi

que só exist

compriment

nda do esp

ro de luz vi

da cor (Sp

ho humano

7).

sível compre

nm (adaptad

om a cor q

onde uma c

xão por par

comprimen

ruguera, 200

inas

te cor

tos de

pectro

sível)

proull,

o está

eende

do de

que é

cor. A

rte do

nto de

08).

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Par

 

O co

princ

visua

essen

dente

Segu

parec

A luz

de ab

“bele

(Van

Figu

incid

et al.

A esp

dente

corre

duran

tecid

vitali

ao de

na pe

râmetros a con

onceito de c

cipal elemen

alizar os ob

nciais na pe

e e do obser

undo Melo e

cerá diferen

z ao incidir

bsorção, re

eza” natural

nini, 2001; M

ura 9: Fenó

dir sobre o d

., 2005).

pessura dos

e natural. A

elação do es

nte os proce

do dentário

idade pulpa

ente, como

ercepção da

nsiderar para

cor não est

nto para a f

bjectos, a

ercepção da

rvador (Van

et al. (2005

nte em cada

sobre os de

flexão e re

l do dente,

Marques et

ómenos que

dente pode

s diversos te

Assim, a e

smalte, den

essos de ref

muito im

ar interfere d

os lábios, g

a cor (Vanin

a optimização

tá relaciona

formação d

sua textura

a cor de um

nini, 2001).

) um mesm

uma das co

entes pode s

efracção (Fi

isto é, pelo

al., 2005).

permitem

ser transmi

ecidos dentá

expressão c

ntina e polpa

fração e refl

mportante ne

directament

gengiva e o

ni, 1996; Ma

o estética de recompostas

24

ado com um

da cor é a lu

a, a forma

m dente dep

mo objecto, o

ondições de

sofrer vários

igura 9). E

o policromat

a percepção

itida, reflect

ários influen

cromática d

a e ainda p

flexão. Além

esta correla

te na aparên

o fundo escu

arques et al

estaurações de

ma propried

uz (Pedrosa

e a cor. A

pendem da

observado s

iluminação

s fenómeno

stes fenóm

tismo que é

o da cor do

tida e absor

ncia também

dos dentes,

ela relação

m do esmalt

ação, uma

ncia dos den

uro da cavi

l., 2005).

R

A

Re

Tran

entárias anteri

dade física

a, 2003). A

Assim send

fonte lumin

sob diferent

o.

os entre os q

enos são re

é visível nos

os dentes na

rvida (adapt

m a percepç

isto é, a c

destas estru

te e dentina

vez que a

ntes. O amb

dade oral ta

eflexão 

bsorção 

efracção 

nsmissão 

iores com resi

dos objecto

A luz permit

do, os elem

nosa, do pr

tes fontes d

quais: fenóm

esponsáveis

s dentes na

aturais. A lu

tado de Ma

ção da cor d

cor é dada

uturas com

a, a polpa é

a vitalidad

biente envol

ambém inte

inas

os. O

te-nos

mentos

róprio

de luz,

menos

s pela

turais

uz ao

arques

de um

a pela

a luz

outro

de/não

lvente

ervêm

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Par

 

A co

absor

super

(Figu

Figu

mesm

em c

dente

et al.

2. A

A co

a obt

râmetros a con

or dos diver

rção e refl

rficial da r

ura 9 e 10) (

ura 10: A e

mo dente fo

condições l

e apresenta

., 2005).

A cor e a sua

or é consider

tenção de um

nsiderar para

rsos materia

lexão da lu

restauração

(Dietschi, 1

B. Influênc

oi fotografad

luminosas d

perante sit

a percepção

rada pela m

m resultado

a optimização

ais restaurad

uz. A inter

é a respo

995; Vanin

cia das difer

do com a m

diferentes. D

uações lum

o

maior parte d

o estético de

o estética de recompostas

25

dores també

racção da

onsável pel

ni, 1996; Ma

rentes condi

mesma abert

De realçar

minosas e fu

dos profissi

e uma restau

estaurações de

ém é influe

fonte lumi

lo resultado

arques et al.

ições lumin

tura do diaf

os diferen

undos difere

ionais o elem

uração (Mag

entárias anteri

enciada pelo

nosa com

o “natural”

, 2005).

osas na perc

fragma e ve

tes aspecto

entes (adapt

mento mais

gne e Belser

iores com resi

os fenómen

a camada

” da restau

cepção da c

elocidade, ap

os que o m

tado de Ma

s importante

r, 2004).

inas

nos de

mais

uração

cor. O

penas

mesmo

arques

e para

A

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

26  

Contudo, se os outros componentes não forem respeitados, o resultado final não irá ser

o pretendido (Preston, 1985; Vanini, 2001; Magne e Belser, 2004).

Os dentes naturais podem apresentar uma gama enorme de diferentes cores dependendo

da quantidade de luz a que está sujeito (Baratieri et al., 1995).

As cores manifestam-se mediante ondas electromagnéticas que estimulam a retina e a

interpretação destas pelo cérebro (Melo et al., 2005; Marques et al., 2005).

Este fenómeno leva a que alguns autores considerem que a cor não se trata apenas de

um fenómeno físico (reflexão, transmissão), mas também de um fenómeno psíquico que

está dependente da interpretação subjectiva do observador (Preston e Bergen, 1980;

Marques et al., 2005).

O estímulo visual que permite diferenciar as diferentes cores realiza-se em dois tipos de

células da superfície da retina: os cones e os bastonetes. De acordo com a fisiologia da

visão, os cones presentes em menor quantidade, são responsáveis pela visualização de

uma imagem a cores. Pelo contrário, os bastonetes presentes em maior quantidade

permitem visualizar imagens a preto e branco. Os bastonetes são também responsáveis

pela visão em profundidade dos objectos e pela visualização de imagens em condições

de pouca luminosidade (Melo et al., 2005; Marques et al., 2005).

A interpretação da cor resulta assim de três processos que se originam durante a

exposição dos olhos à luz: estimulação, sensação e percepção (Ahmad, 1999).

A falta de conhecimento sobre a composição da cor dos dentes e de reconhecimento da

complexidade de uma escolha de cor correcta com os materiais restauradores

disponíveis, pode originar em resultados “inestéticos”(Vanini, 2001).

3. Componentes da cor

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Par

 

Ao l

quan

um s

da co

Figu

De a

que c

Belse

Mais

não f

Segu

aspec

3.1. M

A ma

comp

outra

râmetros a con

longo da h

ntificar a cor

sistema de c

or (Lombard

ura 11: “Árv

acordo com

constitui a

er, 2004; Ki

s tarde a tran

foi incluída

undo Freitas

ctos essenci

Matiz

atiz de um

primento de

a (Figura 12

nsiderar para

história, te

r. Desta for

cores “sistem

di, 1973; M

vore de Mu

Munsell, a

própria cor

ina e Brugu

nslucidez fo

no sistema

s et al. (200

iais: matiz,

dente corre

e onda refle

2).

a optimização

ntaram est

ma, Albert

ma de cores

Marques et al

nsell” (adap

a cor é con

r, a saturaçã

uera, 2008).

oi considera

de cores cr

08) para a co

saturação, l

sponde à co

ectido. A m

o estética de recompostas

27

tabelecer-se

Munsell, ar

s de Munse

l., 2005; Ki

ptado de Ki

nstituída por

ão ou croma

ada como a

riado por M

orrecta sele

luminosidad

or do própri

matiz permi

estaurações de

e fórmulas

rtista norte

ell” que se b

na e Brugue

na e Brugue

r três comp

a e a lumin

quarta dime

unsell (Kin

ecção de cor

de e transluc

io dente. A

ite distingu

Siste

entárias anteri

para perce

americano,

baseava na p

era, 2008).

era, 2008).

ponentes ess

nosidade ou

ensão da co

a e Bruguer

r é necessár

cidez.

matiz corre

ir uma “fam

ema de cores

iores com resi

eber, detec

propôs em

percepção v

senciais: a

u valor (Ma

or. Esta dime

ra, 2008).

rio avaliar q

esponde à l

mília” de c

s de Munsel

inas

ctar e

1961

visual

matiz

gne e

ensão

quatro

uz do

cor de

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Par

 

Figu

de K

A ma

de u

matiz

base

Belse

Figu

básic

Brug

3.2. S

A sat

ou s

(Lom

2008

râmetros a con

ura 12: Dife

Kina e Brugu

atiz é a dim

uma matiz

zes básicos

de uma c

er, 2004; Da

ura 13: Esc

cas: A (ca

guera, 2008)

Saturação

turação ou

eja, represe

mbardi, 1973

8; Freitas et

nsiderar para

erentes mat

uera, 2008).

mensão da co

básica. Na

: A (castanh

or existent

avis, 2007;

ala Lumin®

astanho), B

).

ou croma

croma é a d

enta a quan

3; Sproull, 2

al., 2008).

a optimização

tizes básica

or mais fáci

a escala Lu

ho), B (ama

e (Figura 1

Kina e Bru

® Vacuum (

B (amarelo)

dimensão da

ntidade de

2001a; Mag

o estética de recompostas

28

s. A matiz

il de perceb

umin® Vacu

arelo), C (ci

13) (Lomb

uguera, 2008

(VITA). A e

, C (cinzen

a cor que re

pigmento d

gne e Belser

estaurações de

constitui a

ber, pois a c

uum (VITA

inzento) e D

ardi, 1973;

8).

escala está

nto) e D (r

epresenta o

de uma dad

r, 2004; Da

entárias anteri

base de um

construção d

A) existem

D (rosa). A m

Sproull, 2

dividida em

rosa) (adap

grau de sat

da cor (ma

avis, 2007; K

iores com resi

ma cor (ada

de uma cor

quatro ton

matiz const

2001a; Mag

m quatro ma

ptado de K

turação da m

atiz) (Figur

Kina e Brug

inas

ptado

parte

ns de

titui a

gne e

atizes

Kina e

matiz,

a 14)

guera,

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Par

 

Para

inten

Figu

satur

de sa

2008

No d

meno

incis

esma

Na e

Exist

núme

quan

15A.

Figu

satur

Vitap

lumin

2,0; 2

râmetros a con

Marques

nsidade da m

ura 14: Dife

ração, isto é

aturação, is

8).

dente natura

or espessur

al apresent

alte, atenuan

escala de co

tem diferen

eros (A1, A

ntidade de p

.) (Lombard

ura 15: A.

ração para

pan 3D-M

nosidade. D

2,5 e 3,0) e

nsiderar para

e seus col

matiz.

erentes grau

é, maior qua

sto é, meno

al os valore

ra de esmal

ta valores

ndo a satura

or VITA a

ntes níveis d

A2, A3, A4)

pigmento ca

di, 1973; Ma

Escala Lum

cada matiz

Master. A e

Depois de s

em seguida

a optimização

laboradores

us de satura

antidade de

or quantida

s de saturaç

lte, tornado

de saturaçã

ação da dent

saturação e

de saturação

). Para a me

astanho do

agne e Bels

min® Vacuu

z básica (a

escala está

eleccionada

a a matiz (L

o estética de recompostas

29

s (2005), a

ação. À esq

pigmento;

ade de pigm

ção são ma

o mais visív

ão menores

tina (Davis,

está presen

o para a me

esma matiz

que a cor A

ser, 2004; D

um (VITA)

adaptado de

á ordenada

a a luminos

L, amarelado

estaurações de

a saturação

querda: mati

à direita: m

mento (adap

is elevados

vel a dentin

s, pois apre

, 2007).

nte nas difer

sma matiz (

z, A, existe

A4 que poss

Davis, 2007;

). A escala

e Kina e B

a de acord

sidade escol

o; R, averm

entárias anteri

ou croma

iz verde com

matiz verde

ptado de K

no terço ce

na. Por out

esenta maio

rentes grad

(cor), sendo

a cor A1 qu

sui maior s

Kina e Bru

apresenta q

Bruguera, 2

do com c

lhe-se a satu

elhado; M,

iores com resi

a correspon

m maior gr

com menor

Kina e Brug

ervical, dev

tro lado, o

or espessur

dações da e

o codificada

que possui m

saturação (F

uguera, 2008

quatro níve

2008). B. E

cinco nívei

turação (1,0

médio).

B

inas

nde à

rau de

r grau

guera,

vido à

terço

ra do

scala.

as por

menor

Figura

8).

eis de

Escala

is de

0; 1,5;

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Par

 

3.3. L

A lum

ausen

cor é

uma

lumin

uma

lumin

Magn

A lu

lumin

dime

Pequ

a lum

de b

respe

lumin

Figu

direit

A lum

Um d

com

mais

branc

râmetros a con

Luminosid

minosidade

nte de mati

é capaz de

cor aprese

nosidade, s

cor aprese

nosidade, p

ne e Belser,

uminosidade

nosidade ou

ensão da cor

uenas difere

minosidade

bastonetes

ectivamente

nosidade (M

ura 16: Div

ta: maior lu

minosidade

dente com m

menor lum

correctam

co (Figura 1

nsiderar para

ade ou valo

e ou valor co

z. A lumino

reflectir ou

enta uma g

ignificando

enta uma g

pois absorv

, 2004; Dav

e permite

u valor cons

r torna-se a

enças na ma

for a corre

do que co

e, isto resu

Marques et a

versos grau

uminosidad

e de um den

maior lumin

minosidade o

ente a lum

17B.) (Fahl

a optimização

or

onstitui uma

osidade con

u absorver. D

grande quan

o que reflect

grande quan

ve muita luz

vis, 2007; K

distinguir

stitui o com

mais difícil

atiz e na sat

cta. Como

ones, numa

ulta numa

al., 2005).

us de lumin

de (adaptado

nte pode se

nosidade ap

ou valor (Fig

inosidade d

et al., 1995

o estética de recompostas

30

a proprieda

ntempla a qu

Desta form

ntidade de

te muita luz

ntidade de

z (Figura 1

Kina e Brugu

o claro do

mponente ma

l de definir

turação são

a retina hum

a quantidad

maior per

nosidade. À

o de Kina e

er usada par

parece ao o

gura 18) (M

devem utili

5; Kina e Br

estaurações de

ade acromát

uantidade d

ma, quando u

branco, ess

z. Ao contr

preto, sign

16) (Lomba

uera, 2008).

o escuro (M

ais importan

(Magne e B

pouco perc

mana apres

de de 100

rcepção po

À esquerda

Bruguera, 2

ra criar ilus

bservador m

Magne e Bel

izar-se foto

ruguera, 200

entárias anteri

ica, isto é, u

de luz que u

um determi

se objecto

ário, quand

nifica que

ardi, 1973;

Marques e

nte da cor. N

Belser, 2004

ceptíveis ao

enta uma m

milhões p

or parte do

: menor l

2008).

sões de tam

mais largo d

lser, 2004).

grafias em

08).

iores com resi

uma proprie

uma determ

inado objec

apresenta m

do um objec

apresenta p

Sproull, 2

et al., 2005

Na verdade

4).

olho huma

maior quant

para 7 mi

o observad

luminosidad

manho e pos

do que um

Para se obs

tons de pr

inas

edade

minada

cto de

muita

cto de

pouca

001a;

5). A

e, esta

ano se

tidade

ilhões

dor à

de. À

sição.

dente

servar

reto e

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Par

 

Figu

cervi

lumin

natur

médi

2004

Figu

lumin

Na v

propo

apres

interm

râmetros a con

ura 17: A. O

ical tem um

nosidade d

rais que de

io apresenta

4).

ura 18: Do

nosidade di

verdade, as

orcionais, o

senta um b

médio, dev

nsiderar para

O terço méd

m brilho i

devido a um

emonstram

a uma lumi

ois incisivo

iferentes (ad

s dimensõe

ou seja, quan

brilho máxi

ido à presen

a optimização

dio do incis

ntermédio.

ma grande

as variaçõe

inosidade o

s centrais

daptado de M

es de cor

nto menor a

imo (Figur

nça da dent

Brilho mínim

Brilho interm

Brilho máxim

o estética de recompostas

31

sivo central

O terço i

absorção d

es da lumin

ou brilho m

com dimen

Magne e Be

de luminos

a saturação

ra 17A.). O

tina radicul

mo

médio

mo

estaurações de

l apresenta

incisal apre

da luz e al

nosidade ao

máximo (ada

nsões idênt

elser, 2004)

sidade e s

maior é a lu

O terço cer

ar, que é re

entárias anteri

um brilho m

esenta valo

lta transluc

o longo da

aptado de M

ticas, mas

.

aturação sã

uminosidad

rvical apres

esponsável p

iores com resi

máximo; o

ores menore

cidez. B. D

a coroa. O

Magne e B

com valore

ão inversam

de. O terço m

senta um b

pelo aumen

inas

terço

es de

Dentes

terço

Belser,

es de

mente

médio

brilho

nto da

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Par

 

satur

apres

uma

De a

trans

da tr

reflec

feixe

visua

Figu

lumin

A esc

é, pa

facto

coloc

uma

lumin

C1, C

escal

escal

râmetros a con

ração e com

senta um b

elevada abs

acordo com

slucidez, dev

ransmissão d

ctir a luz.

es luminoso

alizado mai

ura 19: Es

nosidade (a

cala VITA

ara uma dete

o, vai restri

car a escala

sequência

nosidade pa

C2, D4, A3

las que já

las destacam

nsiderar para

mo conseq

rilho mínim

sorção da lu

Villarroel

vido ao fac

de luz, enqu

Pelo contrá

os proporcio

s branco.

scala Lumin

adaptado de

está habitua

erminada m

ingir a esco

a Vita segun

de claro/es

ara valores

, B3, A3,5,

se encontra

m-se: Lumin

B1  A1  A2 

a optimização

quência uma

mo, pois ap

uz (Magne e

et al. (2005

to da transl

uanto a lum

ário, um de

ona um alto

n® Vacuum

Kina e Bru

almente ord

matiz existem

olha apenas

ndo a sua lu

scuro. A seq

menores d

B4, C3, A4

am ordenad

n® Vacuum

D2  B2  C1

o estética de recompostas

32

a diminuiç

presenta alto

e Belser, 20

5) quanto m

lucidez con

minosidade s

ente opales

o valor ou lu

m (VITA)

uguera, 2008

denada segu

m os diverso

s a estas du

uminosidade

quência de

de luminosid

4 e C4 (Kin

das de aco

m (Figura 19)

C2 D4 A3

estaurações de

ção na lum

o grau de t

004).

maior a lum

sistir na pro

ser originad

cente, ou s

uminosidad

ordenada p

8).

undo a sua m

os graus de

uas dimensõ

e é colocar

acordo com

dade deverá

na e Brugue

rdo com a

) e Vitapan

B3 A3,5 B4

entárias anteri

minosidade.

translucidez

inosidade, m

opriedade ó

da pela capa

seja, com a

de ao dente,

por ordem

matiz e a su

saturação (

ões da cor.

as diferente

m os valore

á ser: B1, A

era, 2008). E

luminosida

3D-Master

C3 A4 C4 

iores com resi

O terço in

z promovid

menor o gr

óptica que re

acidade do

alta reflexão

pois tende

decrescent

ua saturação

(Figura 13)

. Uma form

es cores seg

es mais alt

A1, A2, D2

Existem div

dade. Entre

r (Figura 15

inas

ncisal

da por

au de

esulta

dente

o dos

a ser

te de

o, isto

. Este

ma de

gundo

os de

2, B2,

versas

estas

B.).

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Par

 

Figu

espec

como

Figu

(B) e

VIII

O co

se es

1993

trans

graus

comp

et al.

râmetros a con

ura 20: Cam

cíficas do d

o a transluc

ura 21: Cor

e esmalte ac

I. Proprieda

onhecimento

ssenciais pa

3; Vanini, 1

smitida ou

s de transm

postas com

., 1995).

nsiderar para

madas de es

dente para c

idez (adapta

rpos de pro

cromático (C

ades óptica

o das caract

ara obter u

996). Como

refractada p

missão de l

valores dif

a optimização

.

smalte crom

criar um gra

ado de Fahl

va em resin

C) sob luz r

as dos dente

terísticas da

um resultado

o referido a

pela estrutu

luz do dent

ferentes de t

o estética de recompostas

33

mático e acr

adiente de m

l et al., 1995

na compost

reflectida (a

es e resinas

a cor e o fen

o natural c

anteriorment

uta dentária

te natural,

translucidez

estaurações de

romático po

matiz, satur

5).

ta para dent

adaptado de

s composta

nómeno de

com resinas

te, a luz po

a. De modo

torna-se im

z e opacidad

C

entárias anteri

odem ser u

ração e lum

tina (A), es

Villarroel e

s

transmissão

s compostas

de ser abso

o a consegu

mportante o

de (Magne

iores com resi

usadas para

minosidade, a

smalte crom

et al., 2005)

o da luz tor

s (Magne e

orvida, refle

uir os difer

o uso de re

et al. 1993;

inas

áreas

assim

mático

).

rnam-

et al.,

ctida,

rentes

esinas

; Fahl

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

34  

A interacção da luz com os diversos tecidos dentários origina diversos fenómenos

ópticos que podem ser visualizados nos dentes naturais (Vanini, 1996; 2001).

É muito importante conhecer, perceber e analisar as propriedades ópticas dos dentes

naturais, bem como essas mesmas propriedades dos materiais dentários. Só assim se

conseguirá obter um resultado final harmonioso e estético (Fahl et al., 1995; Akbar et

al. 2002; Fahl, 2010). Assim, a opalescência, opacidade, translucidez, transparência e

fluorescência são conceitos que se revelam muito importantes na estética do resultado

final, sendo estes conceitos desenvolvidos posteriormente. Segundo Felippe et al.

(2003) o profissional deve conhecer e perceber estes fenómenos de modo a obter uma

restauração estética, sendo o mais natural possível para si e para o próprio paciente.

Os parâmetros estéticos das resinas compostas estão intimamente relacionadas com as

interacções da luz com a matéria. Contudo, a escolha da utilização das resinas

compostas para uma restauração não significa por si só que o resultado final seja

estético. Deve ser analisada de forma correcta o comportamento óptico dos dentes

naturais bem como as propriedades dos diversos materiais restauradores. Desta forma, a

escolha da cor de uma resina composta a utilizar numa restauração deve ter

consideração as propriedades ópticas do material, de forma a ser o mais semelhante aos

dentes naturais (Villarroel et al., 2011).

1. Opalescência

A opalescência deve o seu nome à pedra opal onde o efeito óptico é visível (Figura

22A., 22B.). A pedra opal é um tipo de mineral coloidal que apresenta diferentes cores

quando exposta à luz (Kina e Bruguera, 2008).

Quando um objecto opalescente recebe luz, este tem a capacidade de reflectir as ondas

curtas de luz visível (380 nm, azul) e transmitir as ondas longas de luz visível (780 nm,

amarelo) (Kina e Bruguera, 2008).

A opalescência é um fenómeno que é característico de esmalte dentário (Lee et al.,

2005).

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36

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Par

 

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Page 59: Faculdade de Ciências da Saúde Universidade Fernando ...bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/3429/3/T_18051.pdf · cor que é visualizada pelo olho humano resulta do fenómeno de reflexão

Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

38  

muito superior de opacidade. Estes resultados são semelhantes ao dente natural, em que

o esmalte apresenta valores de opacidade menores do que a dentina. Nas restantes

resinas compostas avaliadas no estudo, a diferença de opacidades da resina composta

para “esmalte” e para o corpo da restauração (“dentina”) é menor, o que quer dizer que

pode originar uma restauração com demasiada opacidade, diminuíndo

consequentemente o resultado estético final (Gráfico 1).

Segundo Felippe et al. (2003) a correcta escolha da opacidade tem uma grande

relevância no resultado final. Caso a escolha da opacidade não seja a indicada, pode

levar a que o profissional tenha a tendência a colocar uma espessura exagerada dessa

camada, de modo a obter o resultado esperado. Esta incorrecta escolha da opacidade

pode criar dentes com sobrecontorno e com volume exagerado.

3. Translucidez

O fenómeno de translucidez resulta de um equilíbrio entre os fenómenos de opacidade e

de transparência (Figura 28B.). Desta forma, um objecto translúcido permite a passagem

de luz, isto é, permite a sua passagem, contudo não permite a observação clara de um

objecto por trás deste (Yu e Lee, 2008; Kina e Bruguera, 2008; Yu et al., 2009;

Villarroel et al., 2011). A translucidez é uma propriedade óptica intermediária de corpos

totalmente transparentes e opacos (Villarroel et al., 2005).

Segundo Yu e Lee (2008) a translucidez “… pode ser definida como uma opacidade

parcial ou um estado entre uma completa opacidade e completa transparência”.

Segundo Ryan et al. (2010) a translucidez “… é a capacidade de um material de permitir

a transmissão de luz e deste modo permitir a visualização da aparência do fundo

subjacente através deste”.

A translucidez pode ser especialmente visível nos bordos incisais dos dentes jovens

(Figura 25A.), pois esta zona não apresenta dentina (Kina e Bruguera, 2008).

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o estética de recompostas

39

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011).

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Par

 

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Par

 

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

42  

De acordo com Dietschi (2001) e Baratieri et al. (2002), a camada de resina referente ao

esmalte deverá ser de 0,2 mm a 1 mm, com espessura contínua e preferencialmente de

uma única tonalidade.

Villarroel et al. (2005) realizaram um estudo com o intuito de avaliar e comparar a

translucidez do esmalte dentário e de nove resinas compostas para “esmalte”. Para tal,

confeccionarm 45 corpos de prova de cada resina composta com 5 mm de largura/altura

e 0,6 mm de espessura. O grupo de controlo consistiu em cortes de esmalte humano

com dimensões idênticas aos corpos de prova. O esmalte dentário foi obtido através das

faces vestibular, palatino ou lingual de terceiros molares extraídos recentemente. Para a

análise estatística dos resultados obtidos utilizou-se o teste ANOVA com nível de

significância de 5% (p< 0,05). De acordo com os resultados, a resina composta

Vitalescence™ (Ultradent®) apresentou os valores mais elevados de translucidez,

enquanto que FiltekTM A110 A2E (3M/ESPE®) apresentou os menores valores de

translucidez, apresentando estes dados diferenças estatísticamente significativas em

relação ao esmalte dentário (grupo controlo). As resinas compostas 4 Seasons Enamel

Super Clear™ (Ivoclar-Vivadent®), Miris NT™ (Coltène-Whaledent®), Amelogen PF-

A™ (Ultradent®) e 4 Seasons Enamel Clear™ (Ivoclar-Vivadent®) apresentaram

valores de translucidez sem diferenças estatísticamente significativas em relação ao

esmalte dentário (grupo controlo). Segundo os autores, a maior quantidade de

nanoclusters proporciona melhores resultados estéticos e como tal melhores resultados

em termos de translucidez.

Ryan et al. (2010) realizaram um estudo que compara o fenómeno de translucidez em

diversas resinas compostas. No gráfico 2 é possível ver que o esmalte dentário apresenta

valores de translucidez superiores à dentina. Neste estudo foram comparadas 39 marcas

de materiais restauradores existentes no mercado. As resinas compostas foram divididas

em quatro categorias (“esmalte”, “body” ou “universal”, “dentina” e “opaco”). Os

resultados obtidos demonstraram que as resinas compostas da categoria “dentina” e

“opaco” apresentam uma baixa translucidez; a categoria “body” ou “universal”

apresenta valores médios de translucidez; a categoria “esmalte” apresentou os valores

mais altos de translucidez (Gráfico 2). Os resultados apresentados são estatísticamente

significativos, sendo utilizado o teste “tukey” (p<0.05).

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Par

 

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Camada de comp

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Filtek Supre

vos, sendo u

al. (2004; 2

ade óptica c

mente, foi

de uma resi

gmento, apre

in e Vargas,

pósito “dentina” e

pósito “universal”

pósito “esmalte”

a humana

o estética de recompostas

43

translucide

et al., 2010

e Ryan et a

escence™, T

valores de

sultados, qu

dez mais pa

A resina com

2, enquanto

eme Plus™

utilizado o t

2005), a tra

crucial, com

constatado

ina compos

esenta men

, 2000; Yu e

e “opaca”

estaurações de

z de resina

0).

al. (2010),

TPH3CE™,

translucide

ue as resina

arecidos com

mposta com

o que a q

A2D. Os r

teste “tukey

anslucidez

mparável em

que a tra

sta. Uma re

or propried

e Lee, 2008

entárias anteri

as compost

as resinas

, 4 Seasons

z semelhan

as composta

m os valore

m os valores

que apresen

resultados a

y” (p<0.05)

de uma res

m importânci

anslucidez

esina compo

ade de trans

8).

iores com resi

tas de difer

compostas

s™ B2E e F

ntes ao es

as para “den

es da denti

s de translu

ntou valore

apresentado

).

sina compo

ia com a es

é inversam

osta com g

slucidez (V

inas

rentes

para

Filtek

malte

ntina”

ina: 4

ucidez

es de

os são

osta é

scolha

mente

rande

Vargas

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Par

 

O co

pode

et al.

Figu

comp

trans

4. T

A tra

visua

2004

Figu

Figu

B. Tr

râmetros a con

onhecimento

e ajudar na e

., 2010).

ura 27: Cor

posta com

slucidez (me

ransparênc

ansparência

alização sem

4; Kina e Br

ura 9:

ura 28: Ima

ranslucidez

nsiderar para

o dos valor

escolha dos

rpos de pro

menor tra

enos opaca)

cia

a é o fenóme

m distorção

ruguera, 200

agem repres

; C. Opacid

a optimização

res relativos

compósito

ova em resin

anslucidez (

) (adaptado

eno que per

de um obje

08; Villarro

entativa de

dade (adapta

A

o estética de recompostas

44

s de translu

s de modo

na compost

(mais opac

de Ryan et

rmite a tran

ecto por trás

oel et al., 20

três fenóm

ado de Villa

estaurações de

ucidez das d

a obter resu

ta com a m

ca). B. Res

al., 2010).

nsmissão co

s deste (Fig

11).

menos óptico

arroel et al.,

entárias anteri

diversas res

ultados mais

mesma espes

sina compo

mpleta de l

gura 28A.) (

Ima

os de luz. A

, 2011).

iores com resi

sinas comp

s estéticos (

ssura. A. R

osta com m

luz, permitin

(Magne e B

agem F

A. Transparê

inas

ostas,

(Ryan

Resina

maior

ndo a

Belser,

Figura

ência;

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Par

 

5. Fl

A flu

absor

de on

Quer

uma

1996

A flu

ao de

Com

natur

Woo

29C.

Figu

mate

fluor

Woo

fluor

Para

orgân

origi

râmetros a con

luorescênci

uorescência

rver a energ

nda diferent

r o esmalte

maior fluor

6; Magne, 20

uorescência

ente um bril

mo a fluoresc

rais a radiaç

od, permite a

) (Vanini, 1

ura 29: A e

eriais resta

rescência en

od. O bordo

rescência m

Vanini (1

nicos da de

inar uma flu

nsiderar para

ia

a é o fenó

gia num det

te (Lee et al

quer a den

rescência (1

004; Kina e

a não é um f

lho e vitalid

cência não

ção ultra vio

avaliar a flu

1996; Dietsc

e B. Fotogr

auradores.

ntre o dent

incisal e te

menor do que

996), a flu

entina. Ao p

uorescência

A

a optimização

meno que

terminado c

l., 2005a).

ntina aprese

1:3) gerand

e Bruguera,

fenómeno v

dade maiore

é possível v

ololeta. Esta

uorescência

chi, 2001; M

rafias para

C. A fot

te natural e

erço médio d

e o dente na

uorescência

penetrar no

com um esp

o estética de recompostas

45

resulta da

compriment

entam este

do uma cham

2008).

visível a olh

es (Lee et al

visualizar a

a iluminaçã

do dente na

Magne e Be

avaliar as p

tografia de

e a resina c

do 11 apres

atural (adapt

a de um de

esmalte e a

pectro que v

estaurações de

capacidad

o de onda e

fenómeno,

mada “lumi

ho nu, contu

l., 2005a; 20

olho nu, po

ão denomida

atural e do m

lser, 2004; K

propriedade

emonstra o

composta, c

senta resina

tado de Kin

ente ocorre

atingir a den

varia de bra

entárias anteri

e que um

e emiti-la nu

porém a d

inescência i

udo a fluore

005b).

odem subm

ada de luz “

material res

Kina e Brug

es ópticas d

os diferent

com a utiliz

composta c

na e Bruguer

e devido ao

ntina, a luz

anco intenso

iores com resi

objecto tem

um comprim

dentina apre

interna” (V

rescência co

meter-se os d

“negra” ou l

staurador (F

guera, 2008

dos dentes

ntes valore

zação de lu

com um val

ra, 2008).

aos compon

ultra violet

o a azul clar

inas

m de

mento

esenta

anini,

onfere

dentes

luz de

Figura

8).

e dos

s de

uz de

lor de

nentes

ta vai

ro.

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Par

 

Quan

denti

apen

fluor

De a

relati

enco

fluor

Este

resul

natur

final

pode

fluor

Para

subst

adjac

râmetros a con

nto maior fo

ina apresen

nas compost

rescência (V

acordo com

ivamente ao

ntram amin

rescência.

fenómeno a

lta da escol

ral. Assim s

que o den

em utilizar

rescência da

Lee et al.

tituir a estr

centes, inclu

nsiderar para

or a mineral

nta maiores

to por 2% d

Vanini, 1996

m Matsumo

o esmalte, d

noácidos, n

apresenta g

lha de cor

sendo, a esc

nte possui q

focos com

as resinas co

(2005a), o

rutura dentá

uindo propr

Herc

ulite

XRV

Ena

mel A

2

Herc

ulite

XRV

Den

tin A

2

a optimização

lização da e

valores de

de matéria o

6).

oto et al. (

devido à m

nomeadame

rande impo

com luz ar

colha de co

quando suje

m luz ultra

ompostas a

o objetivo d

ária em fal

riedades com

Rena

mel H

ybrid

A2

o estética de recompostas

46

estrutura den

e fluorescê

orgânica, fa

(1999), a d

maior quanti

ente o tript

ortância no a

rtificial ser

or feita com

eito à luz n

violeta par

utilizar (Ma

de uma res

lta de mod

mo a fluores

Filte

k Z2

50 A

2

Char

isma

A2

estaurações de

ntária meno

ência do qu

acto que jus

dentina apre

dade de col

ofano, resp

aspecto fina

diferente d

m luz artifici

natural. De

ra permitir

agne, 2004;

stauração d

o que se b

scência.

Char

sa

A2

Glac

ier E

name

l A2

entárias anteri

or a fluoresc

ue o esmalt

stifica o seu

esenta maio

lagénio da

ponsável pe

al do tratam

da escolha

ial não repr

esta forma,

visualizar

Miller, 200

e resina co

biomimetize

Poin

t 4 A

2

IT

SA2

iores com resi

cência, por

lte. O esma

u menor gr

or fluoresc

dentina, on

elo alto gra

mento. Este

de cor com

resenta o as

os profissi

o fenómen

04).

omposta est

e com os d

InTen

S A2

Tetric

Cera

m A2

inas

isso a

alte é

au de

cência

nde se

au de

facto,

m luz

specto

ionais

no de

tá em

dentes

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

47  

Figura 30: Comparação da fluorescência de diferentes marcas comerciais de resinas

compostas com o dente natural. As resinas compostas com fluorescência mais similar ao

dente natural (A) apresentam melhores resultados estéticos (adaptado de Marques et al.,

2005).

De acordo com a figura 30 que compara as diferentes fluorescências de diversas marcas

comerciais sujeitas a uma luz ultra violeta, as resinas compostas das marcas comerciais

Renamel Hybrid™ A2 (microhíbrida), Point 4™ A2 (híbrida), InTenS™ A2 e Tetric

Ceram™ A2 (microhíbrida) apresentam valores idênticos ao dente natural. Dentro deste

grupo de resinas compostas a marca comercial Point 4™ A2 (híbrida) é a que apresenta

maior semelhança no valor de fluorescência comparativamente com o dente natural. As

restantes marcas comerciais de resina composta Herculite XRV Enamel™ A2

(microhíbrida), Herculite XRV Dentin™ A2 (microhíbrida), Filtek Z250™ A2

(híbrida), Charisma™ A2 (microhíbrida) e Glacier Enamel™ A2 apresentam valores

inferiores de fluorescência quando comparadas com o dente natural (Marques et al.,

2005).

Schenkel et al. (2004), evidenciam a importância das resinas compostas respeitarem

esta característica, devendo ser o mais parecido ao dente natural. Os mesmos autores

ressalvam o facto do paciente estar submetido ao longo do dia a diferentes fontes

luminosas, com diferentes comprimentos de onda, resultando em diferentes estímulos

luminosos quer no dente quer na restauração. Estes diferentes estímulos luminosos irão

provocar respostas luminosas diferentes (Marques et al., 2005).

Na actualidade, diversos autores defendem que todos os materiais restauradores devem

possuir o fenómeno de fluorescência, de forma a obter resultados que simulem a

estrutura policromática dos dentes naturais (Vanini, 1996; Dietschi, 1997; 2001; Magne

e Belser, 2004).

Segundo Conceição et al. (2005), as resinas compostas sem fenómeno de fluorescência

apresentam uma coloração cinzenta quando submetidos a uma luz ultra violeta. Para os

autores, existem algumas resinas compostas com fluorescência semelhante à estrutura

dentária e outras com valores superiores.

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Parâmetros a considerar para a optimização estética de restaurações dentárias anteriores com resinas compostas

48  

Em 2004, Villarroel et al. realizaram um estudo que comparou a fluorescência de

diversas marcas comerciais de compósitos existentes no mercado com os dentes

naturais. Os autores concluíram que existe uma enorme heterogeneidade de

fluorescências das diversas resinas compostas (Takahashi, 2007).

Para Lee et al. (2005), nem todas as resinas compostas apresentam esta propriedade. Os

autores avaliaram a fluorescência das resinas compostas utilizando um espectofotómetro

e a dentina como valor de referência. Lee e seus colaboradores concluíram que as

resinas compostas das marcas comerciais Gradia Direct™ (microhíbrida), Símile™ e

Vit-L-escence™ (microhíbrida) apresentam fluorescência enquanto que as marcas

comerciais Filtek Supreme™ (nanopartículada) e Palfique Estelite™ (microhíbrida) não

apresentam esta propriedade.

Lee et al. (2006) realizaram um estudo similar, onde se avaliou os graus de opalescência

e fluorescência de diversas resinas compostas com o decorrer da idade. Segundo Lee et

al., os valores encontrados no final do estudo, levaram a concluir que após o tempo de

envelhecimento, os valores de fluorescência eram mínimos, isto é, verificou-se o

desaparecimento desta propriedade.

Em 2007, Takahashi realizou um estudo que avaliava o grau de fluorescência de seis

resinas compostas existentes no mercado (4 Seasons™, Charisma™, Esthet X™, Filtek

Supreme XT™, Opallis™ e Vit-l-escence™) com um grupo controlo em que se incluiu

o esmalte e dentina (Figura 31). Estas resinas compostas eram microhíbridas e

nanopartículadas, com as opacidades de “dentina”, “esmalte” e “translúcido”. Foram

utilizadas as superfícies vestibulares de dez incisivos centrais superiores para realizar

placas de esmalte e dentina separadamente, com 0,5 mm de espessura, 7 mm de

comprimento e 7 mm de altura. Segundo o estudo, apenas as resinas compostas da

marca comercial Charisma™, Esthet X™ e Opallis™ obtiveram valores de

fluorescência semelhantes à dentina. Nenhuma das seis marcas comerciais de resinas

compostas de “esmalte” e “translúcidas” estudadas apresentaram resultados semelhantes

ao esmalte. As resinas compostas “esmalte” e “translúcidas” apresentaram valores de

fluorescência superiores do que a própria dentina (Esthet X™ e 4 Seasons™).

Takahashi no seu estudo avaliou ainda as alterações do grau de fluorescência das resinas

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Par

 

comp

acele

deco

Filtek

enve

Supr

sendo

o re

princ

enve

resin

Figu

come

Filtek

Cam

cama

râmetros a con

postas com

erado. Taka

rrer do tem

k Supreme

lhecimento

reme XT™

o, se forem

esultado est

cipalmente s

lhecimento

nas compost

ura 31: Flu

erciais sob

k Supreme

mada de “es

adas de resin

nsiderar para

m o decorre

ahashi conc

mpo, apresen

XT™ dem

. Contudo,

foi o que

m utilizadas e

tético espe

sobre a inci

acelarado

tas (Takahas

uorescência

incidência

e XT™, O

smalte”. T

na compost

a optimização

er do temp

cluiu que o

ntando valo

monstrou m

este resul

apresentou

estas resina

erado por

idência de lu

existe um

shi, 2007).

a das cama

de luz de

pallis™ e

. Camada

ta (adaptado

o estética de recompostas

49

po, através

o Charisma

ores semelh

menor varia

ltado não

u um grau d

as composta

excesso de

uzes ultra v

ma diminuiç

adas de res

e Wood (4

Vit-l-escen

de “translú

o de Takaha

A

estaurações de

de um pr

a™ apresen

hantes ao es

ação no gra

é muito s

de fluorescê

as o resultad

e fluorescê

violeta. Con

ção dos va

sina compo

Seasons™

nce™). D.

úcido”. DE

ashi, 2007).

entárias anteri

rocesso de

nta maior v

smalte dentá

au de fluor

ignificativo

ência inicia

do final pod

ência da re

ncluíram tam

lores de fl

osta das di

, Charisma

Camada d

ET. Sobrep

iores com resi

envelhecim

variação co

tário, enqua

rescência c

o, pois o F

al menor. A

de não apres

esina comp

mbém que a

luorescência

iferentes m

a™, Esthet

de “dentina

posição das

inas

mento

om o

anto o

om o

Filtek

Assim

sentar

posta,

após o

a das

marcas

X™,

a”. E.

s três

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Par

 

Figu

vária

Char

A. A

Char

Esthe

Tetri

dente

IX.

Caso

Mon

Este

partic

comp

carac

râmetros a con

ura 32: Com

as marcas

risma™ (Ku

Admira™ (V

risma™ (Ku

et X™ (De

ic-Ceram™

e natural (ad

Caso clín

o clínico rea

nteiro, Dra. A

caso clínic

cipação no

posta Ceram

cterísticas re

nsiderar para

mparação do

comerciais

ulzer®), Est

Voco®). O v

ulzer®). O v

entsply®). O

™ (Ivoclar-V

daptado de

nico

alizado por

Alexandrine

co foi realiz

“Global C

m•X™ Duo

elevantes pa

a optimização

os valores d

s sob incid

thet X™ (D

valor de fluo

valor de fluo

O valor de

Vivadent®).

Busato et a

r Tiago Mar

e Carvalho,

zado na Cl

Ceram•X™

o (Dentsply

ara o caso c

o estética de recompostas

50

de fluorescê

dência de

Dentsply®) e

orescência

orescência

fluorescênc

O valor de

al., 2006).

artins, Filipe

Mestre Joa

línica Pedag

Case Conte

y®), facto qu

clínico.

A

estaurações de

ência de div

luz de W

e Tetric-Ce

é inferior a

é inferior a

cia é semel

e fluorescên

e Martins, P

ana Doming

gógica da F

est 2011/20

ue leva à d

entárias anteri

versas resin

Wood: Adm

ram™ (Ivo

o valor do d

o valor do d

lhante ao d

ncia é supe

Prof. Dra. P

gues.

FCS-UFP c

012”. Foi u

descrição re

iores com resi

nas compost

mira™ (Vo

oclar-Vivade

dente natur

dente natur

dente natura

erior ao val

Patrícia Ma

com o intui

utilizada a r

esumida das

inas

tas de

oco®),

ent®).

ral. B.

al. C.

al. D.

or do

anarte

ito da

resina

s suas

D

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Par

 

1. C

O Ce

bom

sistem

trans

dentá

estéti

Figu

Cera

Figu

Cera

lumin

2. D

Pacie

da FC

râmetros a con

eram•X™

eram•X™ D

material pa

ma de dupla

slucidez sim

ário (Figura

ica e també

ura 33: Cor

am•X™, 200

ura 34: A.

am•X™ Du

nosidade (v

escrição do

ente do gén

CS-UFP, co

nsiderar para

Duo (Dent

Duo (Dentsp

ara restaura

a translucid

milar à dent

a 33). A re

ém resistênc

res disponív

03).

Comparaç

uo (Dentsp

valor), satur

o caso

ero masculi

om a expect

a optimização

tsply®)

ply®) é uma

ações do se

dez, isto é, o

tina e três c

esina comp

cia, devido à

veis na esca

ção da fluo

ply®) e ou

ação (croma

ino com 20

tativa de m

o estética de recompostas

51

a resina com

ector anterio

oferece qua

camadas de

posta que c

à tecnologia

ala do Cera

orescência e

utras marc

a) e transluc

anos de ida

melhorar a es

estaurações de

mposta nano

or. Esta res

tro tipos de

e “esmalte”

corresponde

a nano-cerâm

am•X™ Duo

existente en

as comerc

cidez (adap

ade, compar

stética dentá

entárias anteri

o-cerâmica

ina compos

e camadas d

” que mime

e ao esmalt

mica desta r

o (Dentsply

ntre as res

iais. B. R

tado de Cer

receu na Clí

ária e o sorr

iores com resi

constituind

sta apresent

de “dentina”

etizam o es

te apresenta

resina comp

y®) (adaptad

sinas compo

Relação en

ram•X™, 2

ínica Pedag

riso. Realiz

inas

do um

ta um

” com

malte

a alta

posta.

do de

ostas:

tre a

003).

gógica

zou-se

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Par

 

uma

ajust

Diag

Diast

geng

marg

apres

reabi

Plan

Ame

geng

resta

comp

Figu

assim

e ina

râmetros a con

completa a

tável e fotog

gnóstico

tema centra

gival e resta

gens dos den

sentando as

ilitação do s

no de tratam

eloplastia d

givoplastia

aurações fo

posta Ceram

ura 35: Pres

metria da m

adaptadas na

nsiderar para

anamnese, e

grafias (extr

al, agenesia

aurações co

ntes 11 e 2

s vantagens

sector anter

mento

dos dentes

e restauraç

ram realiza

m•X™ Duo

sença de di

argem geng

as margens

a optimização

exame clínic

ra e intra ora

a do 12, den

om compós

1 (Figura 3

s e limitaç

o-superior c

13 (objecti

ões adesiva

adas com

(Dentsply®

iastema cen

gival e resta

dos dentes

o estética de recompostas

52

co e radiogr

ais).

nte 22 micr

sitos com a

5). Foram p

ções das m

com resinas

ivo de mim

as directas

a técnica ®) utilizando

ntral, agenes

aurações com

11 e 21.

estaurações de

ráfico, mon

rodôntico c

alterações d

propostas d

mesmas, tend

s compostas

metizar for

dos dentes

adesiva etc

o a técnica i

sia do 12, d

m compósit

entárias anteri

ntagem em a

com assime

de forma e

iversas opç

do o pacie

s, por motiv

rma do 12

s 11 e 21

ch-and-rinse

incremental

dente 22 m

tos com alte

iores com resi

articulador

etria da ma

inadaptada

ções terapêu

ente optado

vos económi

ausente)

(Figura 37

e e com r

l estratificad

microdôntico

erações de f

inas

semi-

argem

as nas

uticas,

o pela

icos.

e 22;

7). As

resina

da.

o com

forma

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Par

 

Figu

tendo

cálcu

e de

dime

Figu

acord

aume

Figu

râmetros a con

ura 36: Pla

o considera

ulos com ba

este com o

ensões ideai

ura 37: Pla

do com as e

ento do den

ura 38: Ence

nsiderar para

aneamento

ado a largu

ase neste va

o incisivo l

is. Em baixo

aneamento d

especificida

nte com resin

eramento de

a optimização

das propor

ura do 21

alor, tendo e

lateral e ca

o: largura. E

do caso clín

des do paci

na compost

e diagnóstic

o estética de recompostas

53

rções dentár

como corr

em conta a p

anino. A v

Em cima: al

nico, com

iente. A cor

ta. A cor azu

co.

estaurações de

rias. As pr

recta. Dest

proporção e

vermelho: d

ltura.

os objectiv

r vermelho:

ul: margem

entárias anteri

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Conclusão

O grande desejo da estética é alcançar restaurações que reproduzam morfológica, óptica

e biologicamente as estruturas dos dentes naturais, oferecendo ao paciente estética e

função. A questão morfológica e biológica pode ser facilmente alcançada, porém a

reprodução das propriedades ópticas que conferem beleza e naturalidade constitui um

enorme desafio para os profissionais.

Além das características físicas das resinas compostas, importantes para o sucesso

funcional de um procedimento restaurador, também as características ópticas como a

cor, translucidez, opalescência e fluorescência são muito relevantes para alcançar os

resultados estéticos desejados.

Os pacientes que requerem um tratamento restaurador no sector anterior esperam que o

resultado seja o mais estético possível e o menos perceptível no contexto do sorriso.

A última camada de resina de uma restauração directa é a responsável pelo grau de

fluorescência final, independentemente se as camadas subjacentes apresentam ou não

essa propriedade.

As resinas compostas para esmalte e dentina constituíram um grande avanço para a

realização de tratamentos estéticos, permitindo mais facilmente que estes tratamentos

adquiram resultados preditíveis e estéticos em comparação com resinas compostas de

uma só camada.

O conhecimento das características dentárias, da sua morfologia básica, do tipo de

dentes, bem como das propriedades que as resinas compostas possuem, são factores de

grande relevância para atingir a perfeita biomimetização dos dentes naturais.

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