faculdade de letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/relatorioprosodia_resumo.pdf · 2014. 12. 23. ·...

83
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Prosódia Seminário de pós-graduação em Linguística Relatório Sónia Frota Junho, 2010

Upload: others

Post on 17-Mar-2021

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Prosoacutedia Seminaacuterio de poacutes-graduaccedilatildeo em Linguiacutestica

Relatoacuterio

Soacutenia Frota Junho 2010

Relatoacuterio elaborado para a admissatildeo a provas de agregaccedilatildeo nos termos do disposto na al iacutenea b ) do ar t igo 5 ordm e da aliacutenea b) do nordm 2 do artigo 8ordm do Decreto-Lei nordm 2392007 publicado no Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf seacuterie Nordm 116 de 19 de Junho de 2007

Iacutendice 1 Introduccedilatildeo 11 O objecto do Relatoacuterio 12 A estrutura do Relatoacuterio

779

2 O ensino da Prosoacutedia no Departamento de Linguiacutestica Geral e Romacircnica

10

3 O seminaacuterio de Foneacutetica Prosoacutedia 31 A poacutes-graduaccedilatildeo em Linguiacutestica 32 Integraccedilatildeo do seminaacuterio de Prosoacutedia na poacutes-graduaccedilatildeo 33 Objectivos do seminaacuterio

15151819

4 O programa do seminaacuterio de Prosoacutedia 41 Programa 42 Bibliografia geral 43 Consideraccedilotildees sobre o programa e bibliografia 44 Planificaccedilatildeo das mateacuterias

2021222627

5 Os meacutetodos de ensino 51 Metodologias e recursos 52 Avaliaccedilatildeo

282830

6 Os conteuacutedos e seu desenvolvimento 61 Noccedilotildees fundamentais de prosoacutedia 62 Constituintes prosoacutedicos 63 Ritmo 64 Melodia 65 Prosoacutedia e significado 66 Prosoacutedia e aquisiccedilatildeo da liacutengua

31313543516472

7 Anexo Bibliografia alargada

83

Prosoacutedia 7

4 O PROGRAMA DO SEMINAacuteRIO DE PROSOacuteDIA Nesta secccedilatildeo satildeo apresentados o programa a bibliografia geral e a planificaccedilatildeo das mateacuterias por horas lectivas O programa proposto estaacute pensado para 45 horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio de acordo com o Relatoacuterio de Adequaccedilatildeo de Mestrado de 2006 e as Normas Regulamentares do Doutoramento em Linguiacutestica de 2007 Sempre que possiacutevel pretende-se que entre 3 a 5 horas lectivas sejam preenchidas com conferecircncias proferidas por especialistas na aacuterea 41 PROGRAMA

SEMINAacuteRIO DE FONEacuteTICA PROSOacuteDIA Programa

1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a

estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e

entoaccedilatildeo 2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis 3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

8 Soacutenia Frota

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico 42 BIBLIOGRAFIA GERAL Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em

portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

Prosoacutedia 9

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (eds) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2002) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (eds) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

10 Soacutenia Frota

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In IH Faria amp MJ Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no PE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (eds) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (eds) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Gout A A Christophe amp J Morgan (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Prosoacutedia 11

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A study based on speech resynthesis JASA 105 512-521

Ramus F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition 73 265-292

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp J SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (eds) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

12 Soacutenia Frota

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

43 CONSIDERACcedilOtildeES SOBRE O PROGRAMA E A BIBLIOGRAFIA O programa encontra-se organizado em seis moacutedulos O primeiro constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes

Os moacutedulos dois trecircs e quatro satildeo respectivamente dedicados aos constituintes prosoacutedicos ao ritmo e agrave melodia Apesar de formarem moacutedulos autoacutenomos esta apresentaccedilatildeo sequencial favorece a compreensatildeo da organizaccedilatildeo sonora da linguagem como uma estruturaccedilatildeo em constituintes que se manifesta em diversos domiacutenios da mateacuteria sonora desde os fenoacutemenos de sacircndi agraves relaccedilotildees de proeminecircncia e fenoacutemenos riacutetmicos e agrave distribuiccedilatildeo dos eventos tonais que compotildeem as melodias A estrutura interna de cada um dos trecircs moacutedulos parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio e da aplicaccedilatildeo de instrumentos elementares de anaacutelise prosoacutedica para a problematizaccedilatildeo de questotildees especiacuteficas e a exploraccedilatildeo de potenciais caminhos para a construccedilatildeo de respostas aos problemas e hipoacuteteses levantados Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial

Os dois uacuteltimos moacutedulos do programa tambeacutem autoacutenomos entre si pressupotildeem todavia os conhecimentos e competecircncias anteriormente adquiridos Nestes dois moacutedulos constituecircncia prosoacutedica ritmo e entoaccedilatildeo satildeo trabalhados na perspectiva do processamento da liacutengua (moacutedulo 5) e da aquisiccedilatildeo da liacutengua (moacutedulo 6) No primeiro caso salienta-se o papel da prosoacutedia no processamento lexical e sintaacutectico No segundo caso realccedila-se o contributo da prosoacutedia para a aquisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo do proacuteprio desenvolvimento prosoacutedico Aqui como anteriormente faz-se especial referecircncia a estudos sobre o Portuguecircs

Prosoacutedia 13

Atravessa todo o programa uma forte componente experimental pois pretende-se de acordo com os objectivos do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 33) uma compreensatildeo activa do componente prosoacutedico da linguagem atraveacutes do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de estudo da prosoacutedia e da sua aplicaccedilatildeo em pequenos projectos de investigaccedilatildeo A bibliografia geral apresentada obedece a trecircs criteacuterios fundamentais acompanhando as linhas de organizaccedilatildeo do programa acima descritas (i) a inclusatildeo de bibliografia de niacutevel introdutoacuterio e de niacutevel intermeacutedio e avanccedilado (ii) a selecccedilatildeo de textos que privilegiam a caracterizaccedilatildeo prosoacutedica do Portuguecircs no quadro da comparaccedilatildeo entre liacutenguas juntamente com textos sobre liacutenguas diversas em ambos os casos fazendo recurso a um quadro teoacuterico homogeacuteneo e utilizando metodologias experimentais (iii) a acessibilidade dos textos especialmente atraveacutes de recursos bibliograacuteficos on-line A bibliografia geral eacute disponibilizada no ano anterior ao do funcionamento do seminaacuterio juntamente com o programa No decurso do funcionamento do seminaacuterio para cada moacutedulo do programa satildeo indicadas referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Estas referecircncias na sua maior parte constam da bibliografia geral inicialmente disponibilizada Todavia podem surgir novos textos a indicar ao longo do seminaacuterio que pelo seu caraacutecter extremamente especiacutefico orientado para determinada mateacuteria ou por terem sido recentemente produzidospublicados ou por corresponderem a interesses particulares de alunos natildeo foram incluiacutedos na bibliografia geral Entenda-se pois a bibliografia como um espaccedilo com abertura e flexibilidade ajustaacutevel a necessidades conjunturais No final do seminaacuterio eacute fornecida aos alunos uma bibliografia alargada (em Anexo) 44 PLANIFICACcedilAtildeO DAS MATEacuteRIAS A distribuiccedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos por horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio segue o seguinte plano Conteuacutedos Horas

lectivas1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes

prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica

3

14 Soacutenia Frota

12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis

6

3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

9

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

9

5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

6

6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico

7~9

Conferecircncias (moacutedulos 2 a 6) 3~5 Total de horas lectivas 45

As horas lectivas atribuiacutedas a cada moacutedulo variam em 6 a 9 (isto eacute 2 a 3 sessotildees de 3 horas cada) agrave excepccedilatildeo do primeiro moacutedulo de introduccedilatildeo geral ao seminaacuterio As horas efectivas atribuiacutedas ao moacutedulo seis dependem da integraccedilatildeo no programa de duas ou trecircs conferecircncias na aacuterea de especialidade do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 32 e introduccedilatildeo agrave secccedilatildeo 4) Estas conferecircncias podem contribuir para qualquer um dos moacutedulos dois a seis do programa Excepto no caso das conferecircncias e dos ajustes de horaacuterio que elas possam implicar as horas lectivas satildeo organizadas em sessotildees de 3 horas ao longo do semestre

Prosoacutedia 15

5 OS MEacuteTODOS DE ENSINO 51 METODOLOGIAS E RECURSOS Em conformidade com os objectivos do seminaacuterio explicitados na secccedilatildeo 33 o ensino articula a apresentaccedilatildeo de conteuacutedos e sua problematizaccedilatildeo e discussatildeo com a exemplificaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas experimentais de estudo da prosoacutedia e o exerciacutecio da sua aplicaccedilatildeo As sessotildees do seminaacuterio funcionam assim combinando os formatos de conferecircncia (exposiccedilatildeo problematizaccedilatildeo discussatildeo) e de workshop (propostas exemplificaccedilatildeo exerciacutecios aplicaccedilatildeo a novos casos discussatildeo) Os conteuacutedos de cada moacutedulo satildeo perspectivados como o resultado de questotildees de investigaccedilatildeo e discutidos como despoletadores de novas questotildees Assim os alunos satildeo conduzidos a assumir as perspectivas do investigador ndash como aquele que coloca as questotildees e traccedila um percurso experimental na busca das respostas ndash e do utilizador do conhecimento cientiacutefico o profissional que no desempenho da sua actividade necessita de conhecimento especializado e do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de anaacutelise produtoras de informaccedilatildeo especiacutefica Esta abordagem visa promover o desenvolvimento das competecircncias necessaacuterias agrave produccedilatildeo de investigaccedilatildeo autoacutenoma na aacuterea da prosoacutedia eou agrave praacutetica de actividades que exigem conhecimentos especializados nesta aacuterea A concretizaccedilatildeo das formas de ensino que acabei de expor exige a disponibilizaccedilatildeo de recursos vaacuterios particularmente nos domiacutenios do suporte informaacutetico e laboratorial Todas as sessotildees do seminaacuterio implicam a utilizaccedilatildeo de equipamento multimeacutedia ndash computador projector viacutedeo sistema de som ndash exigindo uma sala preparada para este efeito Programas de anaacutelise e siacutentese de fala bem como de apresentaccedilatildeo de estiacutemulos para tarefas de percepccedilatildeo satildeo utilizados tanto na exemplificaccedilatildeo de casos de estudo como nos exerciacutecios realizados Destacam-se em particular os seguintes programas Praat desenvolvido por Paul Boersma e David Weenink (Institute of Phonetic Sciences University of Amsterdam) e de distribuiccedilatildeo gratuita (httpwwwpraatorg) SpeechStation2 da Sensimetrics (httpwwwsenscom) existente no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab SuperLab Pro da Cedrus (httpwwwsuperlabcom) tambeacutem disponiacutevel no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab Habit (httphabitcmbucdavisedu) de

16 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo gratuita Satildeo ainda recursos utilizados os sistemas de anotaccedilatildeo prosoacutedica ToBI adaptados a diferentes liacutenguas httpwwwlingohio-stateedu~tobiame_tobi httpprosodia upfeducat_tobien httpwwwfl ulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm O suporte laboratorial do seminaacuterio eacute garantido pelo Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tendo os alunos acesso a todos os equipamentos disponiacuteveis bem como a corpora e bases de dados e beneficiando da orientaccedilatildeo praacutetica de doutorandos e bolseiros de investigaccedilatildeo associados ao laboratoacuterio 52 AVALIACcedilAtildeO De acordo com o Regulamento de Estudos poacutes-graduados da UL (httpwwwflulptlexregulamento_pgpdf ) a avaliaccedilatildeo do seminaacuterio eacute expressa no no intervalo de 10 a 20 valores da escala inteira de 0 a 20 Os alunos podem optar por um de dois modelos de trabalho final de seminaacuterio (i) a realizaccedilatildeo de um trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio (estudo piloto) ou (ii) a apreciaccedilatildeo criacutetica de um artigo sobre um estudo experimental Os alunos que pretendem concluir o ciclo de estudos com a elaboraccedilatildeo de uma dissertaccedilatildeo de natureza cientiacutefica ou de um trabalho de projecto original satildeo incentivados a optar pelo modelo (i) O modelo (ii) eacute direccionado para alunos que pretendem realizar um estaacutegio de natureza profissional e respectivo relatoacuterio (ver Normas regulamentares do mestrado Linguiacutestica httpwwwflulpt dlgrptensinociclo2programas0_Mestr_Ling_Regulamentodoc) O tema do trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio poderaacute ser escolhido entre os temas de trabalho apresentados pela docente ao longo do semestre ou proposto pelo aluno Para a escolha do tema satildeo ponderados o seu interesse para o projecto de investigaccedilatildeo pessoal do aluno a exequibilidade do trabalho no tempo disponiacutevel (habitualmente cerca de 5 semanas) os recursos e o apoio necessaacuterios agrave execuccedilatildeo do trabalho O trabalho deve ser individual original e especialmente realizado para o seminaacuterio podendo todavia integrar um projecto de investigaccedilatildeo pessoal jaacute em curso especialmente no caso dos estudantes de doutoramento A orientaccedilatildeo do trabalho cabe agrave docente do seminaacuterio podendo membros da equipa do Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tambeacutem sob sua orientaccedilatildeo apoiar o aluno na realizaccedilatildeo do trabalho

Prosoacutedia 17

Dada a sua natureza de estudo piloto o trabalho deve explorar uma abordagem experimental do tema escolhido com uma recolha de dados de dimensatildeo pequena mas suficiente para problematizar o sucesso da abordagem utilizada e abrir caminhos de investigaccedilatildeo futura Numa fase intermeacutedia da realizaccedilatildeo do trabalho este eacute apresentado e discutido oralmente O formato final do trabalho eacute o formato de um artigo com o nuacutemero maacuteximo de 15 paacuteginas A avaliaccedilatildeo do trabalho eacute feita com base nos seguintes paracircmetros enquadramento do tema na literatura da especialidade meacuterito da abordagem experimental escolhida domiacutenio dos meacutetodos e teacutecnicas experimentais capacidade de analisar os dados e extrair implicaccedilotildees dos resultados dessa anaacutelise No que respeita ao modelo (ii) o artigo a apreciar eacute escolhido a partir de uma lista apresentada pela docente O formato final da apreciaccedilatildeo criacutetica eacute o de um parecer com o nuacutemero maacuteximo de 8 paacuteginas Da apreciaccedilatildeo criacutetica a elaborar pelo aluno devem constar um resumo do artigo a discussatildeo da sua relevacircncia face ao enquadramento na literatura em que se situa a pertinecircncia das questotildees de investigaccedilatildeo que examina a propriedade da metodologia utilizada para esse efeito e a importacircncia dos resultados obtidos e suas implicaccedilotildees para estudos posteriores A avaliaccedilatildeo do seminaacuterio corresponde agrave avaliaccedilatildeo obtida no trabalho final 6 OS CONTEUacuteDOS E SEU DESENVOLVIMENTO

Nenhum vento sopra a favor

de quem natildeo sabe para onde ir

Seacuteneca

Things should be made as simple

as possible

but not any simpler

Albert Einstein

Para cada moacutedulo do programa do seminaacuterio de Prosoacutedia apresenta-se um sumaacuterio das mateacuterias abordadas indicam-se potenciais linhas de investigaccedilatildeo e listam-se referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Como referido anteriormente (secccedilatildeo 43) a estrutura interna de cada moacutedulo parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio para a problematizaccedilatildeo de questotildees particulares de investigaccedilatildeo Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs

18 Soacutenia Frota

(variedade standard falada na regiatildeo de Lisboa) num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial 61 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

O primeiro moacutedulo do programa constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia

em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes O papel desempenhado pela estrutura prosoacutedica enquanto elemento organizador das sequecircncias de fala encontra-se bem estabelecido na literatura A estrutura prosoacutedica agrupa fragmentos da cadeia falada em constituintes prosoacutedicos hierarquicamente organizados delimitados por fronteiras e caracterizados por proeminecircncias de diferentes niacuteveis (Figura 1)

Figura 1 Exemplificaccedilatildeo de estrutura prosoacutedica da siacutelaba ao sintagma entoacional Os constituintes prosoacutedicos satildeo marcados por constelaccedilotildees de propriedades que constituem a maior fonte de evidecircncia empiacuterica para a estrutura prosoacutedica Entre

Prosoacutedia 19

estas propriedades contam-se os fenoacutemenos que mostram que a realizaccedilatildeo de segmentos (ou de tons no caso de liacutenguas tonais) eacute afectada pela estrutura prosoacutedica fenoacutemenos de sacircndi (1a) fenoacutemenos de reforccedilo inicial de constituinte (1b) ou de alongamento final de constituinte (Figura 2) Tambeacutem os fenoacutemenos riacutetmicos satildeo sensiacuteveis agrave estrutura prosoacutedica por exemplo a forma como situaccedilotildees de antagonismo acentual motivadas pela proximidade de duas siacutelabas proeminentes satildeo resolvidas (ou natildeo) depende da organizaccedilatildeo prosoacutedica das duas siacutelabas num mesmo constituinte ou em constituintes diferentes (2) Tanto a realizaccedilatildeo dos eventos tonais que fazem a entoaccedilatildeo de uma sequecircncia de fala como a sua distribuiccedilatildeo reflectem a estrutura prosoacutedica por exemplo a altura relativa de um tom depende da sua realizaccedilatildeo dentro de um mesmo constituinte dos tons precedentes ou como o tom inicial de um novo constituinte prosoacutedico (3) e certos padrotildees de ocorrecircncia de eventos tonais satildeo indicadores do tipo de estrutura prosoacutedica da sequecircncia de fala a que se associam (4) (1) a [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[z] [ccedil S] jornalista[S] ]I b [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[S] ]IP [ [awS] jornalista[S] ]I

Figura 2 Alongamento final em fronteira de sintagma

b

40

45

50

55

60

σ

MV SF CF

Speakers

Test-word 1A

_ ]φ

_ ] Ι

fonoloacutegico e sintagma entoacional na palavra progressiva Duraccedilatildeo meacutedia da siacutelaba toacutenica e poacutes-toacutenica em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo da palavra para 3 informantes (Frota 2000 p192)

(2) a [thirteen men] φ Tennessee]φ won

20 Soacutenia Frota

(3) o

o

o o

o ]

) uma grande subida dos preccedilos

gt [uma grande subida]φ [dos preccedilos]φ

A implementaccedilatildeo de propriedades riacutetmicas e meloacutedicas mostra que a

[ ] [ H H H H H (4 T T T T T T T gt [uma grande subida dos preccedilos]φ estrutura prosoacutedica tem um papel relevante para a organizaccedilatildeo riacutetmica e entoacional das liacutenguas A estrutura prosoacutedica estabelece a cadeia de proeminecircncias e as fronteiras disponiacuteveis como pontos de associaccedilatildeo de eventos tonais Os eventos tonais de tipo culminativo ou acentual (acentos tonais) ligam-se a elementos da cadeia de proeminecircncias designadamente a cabeccedilas dos constituintes prosoacutedicos contribuindo para a realizaccedilatildeo dessas proeminecircncias Os eventos tonais de tipo demarcativo ou de fronteira ligam-se agraves margens dos constituintes prosoacutedicos (Figura 3) A estrutura entoacional relaciona-se assim com a organizaccedilatildeo em constituintes prosoacutedicos

Figura 3 Estrutura prosoacutedica e eventos tonais

Prosoacutedia 21

As propriedades que assinalam a estrutura prosoacutedica satildeo usadas no

ibliografia especiacutefica

processamento lexical na desambiguaccedilatildeo sintaacutectica (ver moacutedulo 5) ou na identificaccedilatildeo de unidades morfossintaacutecticas e de unidades fonoloacutegicas no processo de aquisiccedilatildeo da liacutengua (ver moacutedulo 6) B

and focus in European Portuguese Phonological phrasing

Ladd D

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS

CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS tuguecircs

ica e niacuteveis

O moacutedulo dois do programa eacute dedicado ao estudo de constituintes

constituintes (5b)

rota S (2000) ProsodyF

and intonation New York Garland Publishing Chap 1 Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma

entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076 R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Chap 1-2 Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition

2007 Mouton) Chap 1-2 6 221 Domiacutenios prosoacutedicos no Por22 Sobre a natureza da estrutura prosoacuted23 Como definir um domiacutenio constituintes prosoacutedicos Satildeo particularmente considerados os constituintes acima da palavra dada a sua relevacircncia para os fenoacutemenos riacutetmicos e entoacionais e a liacutengua em anaacutelise para este estudo de constituintes prosoacutedicos eacute o Portuguecircs Europeu Partindo da abordagem da fonologia prosoacutedica em que os constituintesprosoacutedicos resultam da aplicaccedilatildeo de mecanismos de interface entre morfossintaxe e fonologia modulada por restriccedilotildees de natureza puramente fonoloacutegica eacute apresentada a construccedilatildeo dos constituintes sintagma fonoloacutegico (φ e sintagma entoacional (I) em diversas liacutenguas Esta construccedilatildeo eacute reveladora dos dois grandes princiacutepios de organizaccedilatildeo prosoacutedica das sequecircncias de fala o princiacutepio demarcativo que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as margens de constituintes (5a) e o princiacutepio do agrupamento que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as relaccedilotildees existentes entre

22 Soacutenia Frota

(5) a Alinhame

margens de umnto entre as margens de um dado constituinte sintaacutectico e as

dado constituinte prosoacutedico

ini Direita XP

constituintes adjacentes ompl odifi

eza fonoloacutegica que operam sobre os onstituintes prosoacutedicos dizem respeito aos factores tamanho peso balanccedilo e s)sim

(Ghini 1993) Direita XP ( ω ω ω ω ω ) φ

ω )φ

φ (

eg sintagma fonoloacutegico Japonecircs Esquerda XP Chi Mw

b Relaccedilatildeo entre cabeccedilas e(cabeccedilac emento cabeccedilam cador etc)

eg sintagma fonoloacutegico Papago Chichewa Wrap XP

Tipicamente as restriccedilotildees de naturc(a etria como ilustrado em (6) (6) Sintagma fonoloacutegico Italiano

( ω ω )φ ( ω )φ ( ω )φ ( )φ ( ( ω ω ω ω ω )φ ( ω ω )φ ( ω ω ω )φ

φ ( lowast( ω ω ) ω ω ) ω ) φ )

lowast( ω ω ω φ

)φ (

(

( ω ω ) φ lowast( ω ω ω ω )φ ( ω )φ

lowast( ω )φ ( ω )φ ( ω ω )φ ω ) φ

oloacutegico e do sintagm entoacional no Portuguecircs Europeu e satildeo descritas as propriedades foneacutetic

e uma cabeccedila lexical agrupando a cabeccedila e todos os elemen

Neste quadro eacute estudada a formaccedilatildeo do sintagma fona

as e fonoloacutegicas que assinalam estes constituintes Para ambos os constituintes mostra-se a relevacircncia do princiacutepio de agrupamento e o efeito de restriccedilotildees fonoloacutegicas

A formaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico no PE refere o domiacutenio sintaacutectico da projecccedilatildeo maacutexima d

tos no seu lado natildeo recursivo num mesmo φ Este φ pode ainda conter um constituinte sintaacutectico seguinte pertencente ao mesmo domiacutenio se este constituinte natildeo tiver condiccedilotildees para formar um φ por si soacute Tais condiccedilotildees satildeo fonologicamente determinadas por uma restriccedilatildeo de tamanho miacutenimo segundo a qual um φ deveraacute conter mais material do que uma palavra prosoacutedica O elemento mais proeminente de φ eacute a sua uacuteltima palavra prosoacutedica ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita do constituinte como na generalidade das

Prosoacutedia 23

liacutenguas com a ordem sintaacutectica cabeccedila-complemento A demonstraccedilatildeo empiacuterica desta anaacutelise assenta em evidecircncias duracionais ligadas a fenoacutemenos riacutetmicos (Figura 4) em evidecircncias segmentais resultantes da (natildeo)aplicaccedilatildeo de sacircndi vocaacutelico tambeacutem devido a restriccedilotildees riacutetmicas (7) e em evidecircncias entoacionais de distribuiccedilatildeo de acentos tonais (ver (4) acima)

Figura 4 O sintagma fonoloacutegico e o alongamento da 1ordf de duas siacutelabas toacutenicas adjacentes numa situaccedilatildeo de antagonismo acentual dentro de um mesmo φ [ ]

(7) Vog de φ a

negrito ais afectadas a sublinhado siacutelaba toacutenica em maiacutesculas cabeccedila

[ o danccedilaRIno ] φ [ Ama ] φ [ a bailarina russa ] φ danccedilarinama (ltdanccedilarino+ama)

[ o bailaRIno ] φ [ ANda SEMpre ] φ [ de limusine preta ] φ

emarcativo no mapeamento quer

leccionando a margem direita quer seleccionando a margem esquerda (ver respect

okbailarinanda (ltbailarino+anda)

A aplicaccedilatildeo do princiacutepio dse

ivamente (8a) e (8b) ) resulta numa estrutura prosoacutedica que natildeo permite dar conta das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas acima descritas1 Na 1 Importa notar que em linha com o observado para outras liacutenguas romacircnicas as cabeccedilas lexicais apenas contam como cabeccedilas prosoacutedicas quando na sua posiccedilatildeo natildeo marcada (no caso do adjectivo quando no lado recursivo ndash ver Nespor amp Vogel 1986)

24 Soacutenia Frota

ilustraccedilatildeo em (8) a organizaccedilatildeo prosoacutedica natildeo marcada corresponde a (8a) em i e a (8b) em ii ou seja corresponde a um padratildeo de agrupamento de N e A separadamente de PP

(8) [ N [ A ]AP PP ]NP ii [ A N PP ]NP

)

A formaccedilatildeo do sintagma entoacional (I) no PE refere o domiacutenio de uma

ccedilatildeo em Is no PE dispotildee de forte evidecircncia empiacuterica Vaacuterios noacuteme

interpretaccedilotildees (ateacute ao nono ano como modificador de alunas ou como

i (a) ( )φ ( )φ ( φ

) (b) ( )φ( φ ( )φ ( )φ( )φ

frase raiz distinguindo todas as expressotildees natildeo estruturalmente a ela ligadas como expressotildees parenteacuteticas toacutepicos ou outros suplementos2 Estas uacuteltimas formam Is independentes enquanto todos os φs no domiacutenio da frase raiz satildeo agrupados num mesmo I Decorre deste mapeamento que os constituintes presentes num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador Os sintagmas entoacionais satildeo sujeitos a condiccedilotildees fonoloacutegicas que interagem com os mecanismos de mapeamento produzindo a organizaccedilatildeo prosoacutedica em Is de uma sequecircncia de fala Estas condiccedilotildees regulam o peso dos Is constituintes longos tendem a ser divididos prefere-se constituintes balanceados ou o constituinte mais longo agrave direita O elemento mais proeminente de I eacute o seu uacuteltimo φ ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita A organizafe nos de sacircndi aplicam-se no domiacutenio de I (veja-se (1) acima e tambeacutem (9) Este eacute o domiacutenio do alongamento final preacute-fronteira (jaacute ilustrado na Figura 2) e tambeacutem do locus de ocorrecircncia de pausa O sintagma entoacional tem ainda uma definiccedilatildeo meloacutedica precisa ele constitui o domiacutenio da melodia miacutenima dado que apenas a cabeccedila de I requere obrigatoriamente um acento tonal e apenas a fronteira direita de I eacute obrigatoriamente marcada por um tom de fronteira Na Figura 5 ilustra-se o contraste entre [as alunas] produzido como um φ ou como um I evidenciado pela realizaccedilatildeo da fricativa e pela curva meloacutedica e correspondendo a diferentes estruturas sintaacutecticas com diferentes

expressatildeo adverbial temporal caracterizadora de toda a acccedilatildeo)

2 Dependendo da abordagem sintaacutectica seguida o domiacutenio para a formaccedilatildeo de I tem sido identificado como Extended Projection of VP ou como Comma Phrase (veja-se por exemplo Elordieta et al 2005 ou Selkirk 2005) Segue-se no seminaacuterio a abordagem mais claacutessica sem entrar na discussatildeo da anaacutelise sintaacutectica das diferentes estruturas

Prosoacutedia 25

(9) a [ a[z] aluna[z] obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

b [ a[z] aluna[S] ]I [ ateacute onde pensamo[S] e sabemo[S] ]I [ obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

ento em Is eacute document licaacutevel pela referecircncia do constituinte mais longo agrave direita

I I

rie s acional no

E

Figura 5 Evidecircncias segmentais e entoacionais para I

O papel das restriccedilotildees fonoloacutegicas na determinaccedilatildeo do fraseamado em (10) note-se o contraste entre (a) e (b) exp

p (10) a [ O galatilde andava de porsche ]I

a [ O galatilde ]I [ andava de porsche ]I a [ O galatilde andava ] [ de porsche ]

b [ O poeta cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I b [ O poeta ] [ cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I Ib [ O poeta cantou ]I [ uma manhatilde angelical perturbadora ]I

O Quadro 1 (extraiacutedo de Frota no prelo) sintetiza as prop dade

foneacuteticas e fonoloacutegicas do sintagma fonoloacutegico e do sintagma entoP

26 Soacutenia Frota

rties Segmental Durational Tonal Prominence

Quadro 1 Estrutura prosoacutedica do PE propriedades de φ e I (Frota no prelo)

PropePhP NO NO NO Rightmost (default)

el

PhP heads constrain the output of vowsandhi

stress Domain forstrengthening

IP Domain for many segmental processes Domain for

oclitics

Final lengthening IP-edge Locus of

Domain for pitch accent distribution IP heads require a

lt)

resyllabification Left edge reducedforms of prare highly disfavoured

pauses pitch accent Right edge requires boundary tone Left edge optionally marked

Rightmost (defauFocus prominence (not positional)

co

Os ca em

constituintes entoacionais podem ser implementados diferentemente nas

Figura 6 Organizaccedilatildeo prosoacutedica em constituintes entoacionais variaccedilatildeo entre liacutenguasvariedades Tamanho (curtolongo) e

mplexidade (natildeo ramificado ramificaccedilatildeo simples ramificaccedilatildeodupla)

muacuteltiplos factores que regulam a organizaccedilatildeo prosoacutedi

Prosoacutedia 27

gramaacuteticas fonoloacutegicas das liacutenguas mesmo no caso de liacutenguas proacuteximas ou ateacute de va

tura prosoacutedica permanecem todavia

da combinaccedilatildeo de restriccedilotildees fonoloacutegicas com mecanismos

te da estrutura morfossintaacutectica eacute pouco profunda

riedades da mesma liacutengua Esta diversidade eacute ilustrada pelo comportamento do Castelhano Catalatildeo Italiano Portuguecircs Europeu do Norte (Braga) e Portuguecircs Europeu de Lisboa no que respeita agrave divisatildeo de uma frase SVO em dois constituintes (S) (VO) face a factores como o tamanho em siacutelabas e a complexidade sintaacutectica e prosoacutedica (Figura 6)

O quadro de anaacutelise em constituintes prosoacutedicos atraacutes exposto tem dado resultados profiacutecuos para o conhecimento da estrutura prosoacutedica das liacutenguas Duas questotildees essenciais sobre a natureza da estru

em aberto existem diferentes tipos de estrutura prosoacutedica ou uma uacutenica estrutura que governa fenoacutemenos tatildeo variados como os referidos acima como eacute definido um constituinte prosoacutedico (existe equivalecircncia entre constituintes e niacuteveis na estrutura) A primeira questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo das diferentes abordagens da estrutura prosoacutedica que tecircm sido propostas na literatura designadamente uma estrutura que resulta de interface entre a fonologia e outros componentes da gramaacutetica (a linha dominante no acircmbito da fonologia prosoacutedica) ou uma estrutura que eacute definida exclusivamente com base em fenoacutemenos de entoaccedilatildeo ou de proeminecircncia e cujos constituintes resultam apenas das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas que os caracterizam (abordagem comum no acircmbito dos estudos entoacionais) A resposta para esta questatildeo eacute fundamentalmente empiacuterica e passa pela aplicaccedilatildeo de paradigmas experimentais em que os diferentes factores satildeo controlados e testados e em que mais do que um tipo de propriedade marcadora da estrutura prosoacutedica eacute examinado A segunda questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo da ausecircncia de recursividade na estrutura prosoacutedica Na maioria das abordagens a estrutura prosoacutedica diferentemenTodavia algumas formas limitadas de recursividade tem sido propostas fazendo com que natildeo exista uma correspondecircncia directa entre niacuteveis de constituecircncia prosoacutedica e niacuteveis de fraseamento prosoacutedico Dado que as pistas para a organizaccedilatildeo prosoacutedica tendem a assinalar diferenccedilas entre niacuteveis a definiccedilatildeo dos constituintes prosoacutedicos resulta menos clara Mais uma vez a resposta exige trabalho experimental direccionado para a procura de diferenccedilas de tipo (apontando para categorias prosoacutedicas distintas) versus diferenccedilas de

28 Soacutenia Frota

grau (apontando para formas de organizaccedilatildeo prosoacutedica de instacircncias de uma mesma categoria) No que especificamente respeita ao PE eacute crucial estudar-se a organizaccedilatildeo prosoacutedica em outras variedades para aleacutem da variedade standard e verificar ateacute que ponto as propriedades caracterizadoras dos sintagmas fonoloacutegico e entoacional (Quadro 1 acima) tecircm caraacutecter geral na liacutengua O caso do sintagma fonoloacutegico eacute especialmente relevante dada a ausecircncia de evidecircncias segmentais duracionais e tonais proacuteprias que assim caracterizam a manifestaccedilatildeo subtil deste constituinte no PE quando comparada com outras liacutenguas (eg Nespor amp Vogel 1986 Hayes amp Lahiri 1991 Ghini 1993 entre outros) Bibliografia especiacutefica DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational

dic and syntactic structure In S Frota J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series

Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Frota S

Ghini osal Toronto Working Papers in

Hayes

Phrasing in Romance The role of prosoM Vigaacuterio amp M

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143 (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Caps 2-3

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291 M (1993) φ-formation in Italian a new propLinguistics 122 41ndash79

B amp A Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Inkelas S amp D Zec (1995) Syntax-phonology Interface In JA Goldsmith (ed) The Handbook of Phonological Theory Cambridge Mass Blackwell 535-549

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Prosoacutedia 29

63 RITMO 3 RITMO 1 Noccedilotildees de ritmo

es abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia iacutetmico classes ou contiacutenuo

ar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs loraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

dedicado ao estudo do ritmo Satildeo ritmo na menos e

332 Diferent3 Espaccedilo r3

34 Analis35 Correlaccedilotildees e exp O moacutedulo trecircs do programa eacute apresentadas diferentes noccedilotildees de ritmo sublinhando-se o lugar doorganizaccedilatildeo prosoacutedica das liacutenguas e o conjunto variado de fenoacutepropriedades que podem contribuir para a sensaccedilatildeo de ritmo Trabalham-se estudos de produccedilatildeo e percepccedilatildeo do ritmo no Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas Como vimos no moacutedulo 1 a estrutura prosoacutedica define uma cadeia de proeminecircncias ao mesmo tempo que os domiacutenios prosoacutedicos regulam a aplicaccedilatildeo de fenoacutemenos riacutetmicos Uma noccedilatildeo possiacutevel de ritmo eacute a estruturaccedilatildeo das proeminecircncias em sequecircncias de fala Para esta estruturaccedilatildeo contribuem as cabeccedilas dos diferentes constituintes prosoacutedicos (Figura 1) desde a siacutelaba toacutenica da cada palavra prosoacutedica ateacute agrave cabeccedila do sintagma entoacional bem como as suas propriedades de implementaccedilatildeo foneacutetica (duraccedilatildeo intensidade movimentos de F0 devidos agrave presenccedila de acentos tonais) Contribuem ainda os fenoacutemenos riacutetmicos que tendem a implementar uma certa alternacircncia entre posiccedilotildees fortes e fracas como os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de antagonismo acentual (ver (2) e Figura 1 acima) ou os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de intervalos de sequecircncias aacutetonas (11) Contribuem tambeacutem os fenoacutemenos de reforccedilo que visam garantir a proeminecircncia das cabeccedilas face agraves natildeo cabeccedilas como a colocaccedilatildeo do constituinte mais pesado no limite direito do sintagma fonoloacutegico ou do sintagma entoacional (12) ou a existecircncia de restriccedilotildees de peso na diferenciaccedilatildeo entre siacutelaba toacutenica e siacutelabas aacutetonas (mesmo em liacutenguas em que o peso silaacutebico natildeo constitui um factor relevante para a o acento ndash 13) Para fenoacutemenos deste tipo o domiacutenio prosoacutedico maacuteximo eacute o sintagma entoacional (I) pois tanto antagonismos como intervalos de sequecircncias aacutetonas natildeo satildeo resolvidos se quebrados por fronteiras de I

30 Soacutenia Frota

(11)

ann on ce I

2) ca] φ ] φ

3) Siacutelaba toacutenica em maiuacutesculas siacutelaba pesada a negrito

u peso relativos de um dad equecircncia estatildeo propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas

onstitui uma pista acuacutestica importante para o acento de alavra (Figura 7) bem como para a proeminecircncia de I A sonoridade dos gmen

[Gi i n lo da] (1 a [Maximiliano Ze b [Zeca Maximiliano (1

a canCcedilAtildeO OacuteRfatildeo b CRIacuteticatildeo Entre os factores que contam para a proeminecircncia o

o elemento numa sNo PE a duraccedilatildeo cpse tos definida por paracircmetros articulatoacuterios e acuacutesticos contribui para o peso (14) tal como a posiccedilatildeo relativa da cabeccedila na sequecircncia (15a) ou o tamanho e complexidade fonoloacutegicas dos elementos combinados (15b)

Figura 7 Duraccedilotildees da siacutelaba e acento

Prosoacutedia 31

(14) a ping pong vb tic tac vs tac tic

iluacute e Steacutefano com se e disseram [aacutegua-peacute] vs

O Joatildeo comprou segundo me disseram [aacutegua]

ritmo nas liacutenguas eacute com base em unidades

oacutecronas A abordagem tradicional do ritmo assenta na ideia de isocronia e

onoloacutegicos Esta abordagem deu origem a uma nova

s pong ping (15) a Steacutefano e Mariluacute vs Mar b O Joatildeo prou gundo m Uma outra noccedilatildeo importante para a caracterizaccedilatildeo doa isocronia isto eacute a sensaccedilatildeo de que o ritmo se constroacutei ispropotildee trecircs classes riacutetmicas em funccedilatildeo do tipo de isocronia ritmo silaacutebico com base na isocronia silaacutebica (de que seria exemplo o Italiano) ritmo acentual com base na isocronia entre intervalos acentuais (de que seria exemplo o Inglecircs) ritmo moraico com base na isocronia entre moras (de que seria exemplo o Japonecircs) A proposta inicial de classes riacutetmicas parte da intuiccedilatildeo linguiacutestica dando origem a deacutecadas de estudos foneacuteticos Todavia a existecircncia efectiva de unidades isoacutecronas realizadas foneticamente ficou por demonstrar Numa outra linha de estudos mostrou-se com sucesso que liacutenguas atribuiacutedas a diferentes classes satildeo distinguidas perceptivamente enquanto que liacutenguas atribuiacutedas a uma mesma classe natildeo o satildeo A visatildeo de que as sensaccedilotildees de ritmo captadas perceptivamente resultam de combinaccedilotildees de propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas tem sido dominante nos estudos flinha de estudos foneacutetico-fonoloacutegicos em que correlatos acuacutesticos para propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas satildeo procurados no sinal de fala Dos trecircs grandes tipos de propriedades inicialmente propostos por Dauer (1983 1987) ndash estrutura silaacutebica reduccedilatildeo vocaacutelica relaccedilatildeo entre entoaccedilatildeo e proeminecircncia ndash os dois primeiros tecircm merecido particular atenccedilatildeo A correlaccedilatildeo estabelecida entre estas propriedades e as classes riacutetmicas eacute apresentada em (16) (16) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica + -

Acentual Silaacutebico Moraico b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - Acentual Silaacutebico Moraico

32 Soacutenia Frota

A busca de correlatos acuacutesticos para estas propriedades que possam r para a explicaccedilatildeo dos resu ados p rceptivos de diferenciaccedilatildeo riacutetmica

diferentes

Variabilidade de iC - + Proporccedilatildeo de iV -

V

ritm a o no acirc deste enquadramento d ional baseada na isocronia o

ortuguecircs do Brasil (PB) tem sido referenciado como possuindo um ritmo

contribui lt etem dado origem a muacuteltiplas medidas do ritmo com sucessos(criticamente revistas em Arvaniti 2009) Todas elas partem da duraccedilatildeo de intervalos vocaacutelicos (iV) e consonacircnticos (iC) e medem variabilidade destes intervalos num dado domiacutenio ou a proporccedilatildeo destes num dado domiacutenio Se parece ser claro que pelo menos algumas destas medidas efectivamente captam diferenccedilas riacutetmicas tambeacutem parece ser claro que o espaccedilo riacutetmico que definem nem sempre caracteriza classes riacutetmicas diferenciadas sugerindo por vezes um contiacutenuo riacutetmico Veja-se a correlaccedilatildeo entre estas medidas e as propriedades em (16) acima (17) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica +

+ -

b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - + Variabilidade de i - O o do Portuguecircs eacute aqui analis d mbito foneacutetico-fonoloacutegico Na abordagem tra icPacentual um ritmo silaacutebico ou um ritmo misto dependendo dos autores e dos criteacuterios considerados Jaacute o PE tem sido caracterizado como tendo um ritmo acentual A abordagem que busca a razatildeo de ser das sensaccedilotildees de ritmo nas propriedades presentes na liacutengua e procura correlatos acuacutesticos para essas propriedades conduz a resultados diversos Uma vez controladas as diferenccedilas de velocidade de fala os ritmos das duas variedades apresentam-se acusticamente distintos de acordo com as medidas de variabilidade de iC e de proporccedilatildeo de iV3 o ritmo do PE define-se como misto entre acentual e silaacutebico agrupando-se numa dimensatildeo com o Inglecircs ou o Neerlandecircs e noutra com o Italiano ou o Castelhano o ritmo do PB define-se como misto entre silaacutebico e moraico (Figura 8) Estes resultados satildeo congruentes com as propriedades

3 A variabilidade de iV tal como noutros estudos para vaacuterias liacutenguas natildeo proporciona resultados robustos (eg Arvaniti 2009)

Prosoacutedia 33

foneacutetico-fonoloacutegicas das duas variedades Considerando uma mesma estrutura silaacutebica fonoloacutegica no PE assiste-se ao apagamento de vogais aacutetonas originando sequecircncias de consonantes enquanto no PB ocorrem fenoacutemenos de simplificaccedilatildeo silaacutebica como a epecircntese ou o apagamento da consoante em coda no existe reduccedilatildeo vocaacutelica generalizada enquanto no BP a reduccedilatildeo eacute limitada no PE os eventos tonais reforccedilam a proeminecircncia enquanto no BP entoaccedilatildeo e acento satildeo mais independentes Todavia a identificaccedilatildeo de liacutenguas mistas coloca de novo a questatildeo da existecircncia de classes riacutetmicas ou de um contiacutenuo Por outro lado ainda a presenccedila de um conflito de classificaccedilatildeo entre medidas acuacutesticas levanta a questatildeo de se determinar a sua relevacircncia relativa na percepccedilatildeo

Figura 8 Distribuiccedilatildeo de PE e PB no espaccedilo riacutetmico definido povariabilidade de iC e proporccedilatildeo de iV juntamente comliacutenguas analisadas em Ramus et al 1999

r as

Os trabalhos sobre a percepccedilatildeo do ritmo mostram com clareza que

propriedad para a discriminaccedil anco de

nguas testado permite examinar o estatuto de uma liacutengua acusticamente mista que

es riacutetmicas satildeo utilizadas tanto por adultos como por bebeacutesatildeo entre liacutenguas A relevacircncia da inclusatildeo do Portuguecircs no b

liacuteem as medidas acuacutesticas satildeo conflituantes apontando para classificaccedilotildees diferentes No estudo realizado com o Portuguecircs eacute tambeacutem testada a relevacircncia da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo

34 Soacutenia Frota

Os resultados perceptivos mostram que o PE e o Neerlandecircs satildeo discriminados do mesmo modo que o Castelhano e o Neerlandecircs ou o PB e o

davia na experiecircncia em que as quatro liacutenguasvariedades satildeo duzidas a duas hipoacuteteses de escolha para os sujeitos PE e PB natildeo satildeo scrim

] iV eacute um A natildeo ere que xistiraacute um ponto criacutetico na proporccedilatildeo de iV apontando para uma eventual

Neerlandecircs Toredi inados revelando que a distacircncia perceptiva entre PE e PB eacute inferior agrave distacircncia entre PE e Neerlandecircs (Figura 9) Quando apenas PE e PB satildeo testados para duas hipoacuteteses de escolha dos sujeitos continua a natildeo existir discriminaccedilatildeo salvo na condiccedilatildeo em que a entoaccedilatildeo eacute preservada Conclui-se assim que o contributo da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo riacutetmica depende das liacutenguas isto eacute das propriedades do sistema entoacional das liacutenguas a contrastar sendo especialmente importante no caso do PE e PB mas quase irrelevante por exemplo para o PE e o Neerlandecircs

Figura 9 Percepccedilatildeo do ritmo do Portuguecircs (Frota Vigaacuterio amp Martins 2002b) [ N1 PE1 C1 PB1 N2 PE 2 C2 PB2

A distinccedilatildeo perceptiva entre PE e Neerlandecircs sugere que a proporccedilatildeo de paracircmetro perceptivamente mais saliente do que a variabilidade de iC

distinccedilatildeo entre PE e PB (a natildeo ser na condiccedilatildeo com entoaccedilatildeo) sugefronteira perceptiva talvez proacutexima da diferenccedila entre ritmo acentual e ritmo silaacutebico (Figura 10)

Prosoacutedia 35

Figura 10 Ritmo correlatos acuacutesticos e percepccedilatildeo

O estudo do ritmo do Portuguecircs do ponto de vista da produccedilatildeo e daite ilustrar alguns dos procedimentos experime

percepccedilatildeo perm ntais utilizados m estudos sobre ritmo Para a produccedilatildeo ilustra formas de construccedilatildeo de

corpora equilibra atildeo bem como aplicaccedilatildeo de criteacuterios de segmentaccedilatildeo acuacutestica para a mediccedilatildeo de duraccedilotildees no

natildeo apenas as

edos e controlados face aos factores em observaccedil

asinal de fala Para a percepccedilatildeo ilustra a criaccedilatildeo de estiacutemulos manipulados por filtragem na frequecircncia e aplanamento tonal a aplicaccedilatildeo de tarefas perceptivas de tipo AX e a mediccedilatildeo de sensibilidade na discriminaccedilatildeo (d) A investigaccedilatildeo apresentada e discutida neste moacutedulo do programa deve ser problematizada na sequecircncia da seguinte pergunta fundamental para o entendimento do ritmo nas liacutenguas constitui o ritmo um princiacutepio organizador da linguagem ou trata-se antes de um epifenoacutemeno de outras propriedades das liacutenguas Parece certo que vaacuterias propriedades linguiacutesticas efoneacutetico-fonoloacutegicas e prosoacutedicas referidas anteriormente mas tambeacutem certas propriedades lexicais e sintaacutecticas (ver Mehler amp Nespor 2004) se correlacionam com diferenccedilas riacutetmicas sugerindo a anaacutelise de que estas derivam daquelas Todavia tambeacutem parece natildeo menos certo que evidecircncias para um princiacutepio estruturador da linguagem possivelmente ancorado em princiacutepios gerais da organizaccedilatildeo perceptiva emergem com frequecircncia agrupando estiacutemulos em constituintes de padratildeo alternante e tendencialmente repetitivo por exemplo a sequecircncia sonora do som de um reloacutegio eacute percebida com a estrutura (tic tac) (tic tac) (tic tac) e natildeo (tic) (tac tic) (tac tic tac) e a

36 Soacutenia Frota

segmentaccedilatildeo de note book worm depende tudo o resto sendo idecircntico do padratildeo alternante gerado nas siacutelabas anteriores com L H L H L a favorecer (note) (bookworm) e H L H L HL a favorecer (notebook) (worm) (Dilley amp McAuley 2008) Estatildeo em curso programas de investigaccedilatildeo que pela anaacutelise de liacutenguas tipologicamente diferentes em relaccedilatildeo agraves formas como codificam proeminecircncia e estruturaccedilatildeo prosoacutedica e pela relaccedilatildeo que estabelecem com os resultados da organizaccedilatildeo perceptiva de sinais natildeo linguiacutesticos poderatildeo vir a trazer avanccedilos significativos para o entendimento do ritmo na linguagem (eg Mehler Nespor e colegas White e colegas Arvaniti entre outros) No caso especiacutefico do ritmo do Portuguecircs faltam estudos acuacutesticos em outras variedades para aleacutem da variedade standard metodologicamente comparaacuteveis que permitam uma visatildeo relacional integrada da estrutura prosoacutedica propriedades riacutetmicas e entoacionais No domiacutenio da percepccedilatildeo seria importante testar directamente o par PE Castelhano bem como o par PB Castelhano para determinar se a variabilidade de iC desempenha algum papel na discriminaccedilatildeo riacutetmica Um outro campo de investigaccedilatildeo a explorar eacute o da evoluccedilatildeo do ritmo abordado a partir da relaccedilatildeo entre PE e PB e experimentalmente operacionalizado a partir das correlaccedilotildees atestadas entre propriedades riacutetmicas e propriedades fonoloacutegicas e lexicais Bibliografia especiacutefica Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs

Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

AD

rvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63 auer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics

auer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In

Delgad Editorial Caminho Caps 4-5

Frota S aacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no

Frota S thmic distinctions the

11 51-62 D

Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274 o Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentationand lexical processing Journal of Memory and Language 59 294-311 amp M VigPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555 amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhy

EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Prosoacutedia 37

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena Mateus amp C Nunes Correia (orgs) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A

Ramus 73 265-292

eds) Phonetics and

4 MEL 1 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 2 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo

ntoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 4 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

ia A partir da papel diferenciado nas liacutenguas eacute

nal Os strumentos fundamentais para uma anaacutelise fonoloacutegica e foneacutetica da entoaccedilatildeo

para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

Mehler J amp M Nespor (2004) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

study based on speech resynthesis JASA 105 512-521 F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (Phonology Interactions and interrelations Amsterdam John Benjamins 137-158

64 MELODIA

ODIA4443 Analisar a e4 O moacutedulo quatro do programa centra-se no estudo da melodconstataccedilatildeo de que a melodia desempenha umapresentada a noccedilatildeo de liacutengua entoacional em contraste com liacutengua toinsatildeo descritos no quadro da abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional e postos em praacutetica atraveacutes da anaacutelise da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Trabalham-se as propriedades entoacionais do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas com destaque para as liacutenguas romacircnicas

38 Soacutenia Frota

Na sua dimensatildeo linguiacutestica o papel da melodia nas liacutenguas caracteriza-se por uma distinccedilatildeo fundamental entre as configuraccedilotildees meloacutedicas que determinam significados lexicais e contrastes gramaticais ndash presentes nas

s tons de

Figura 11 Contorno de F0 da sequecircncia O MUacutesico comPOcircS uma opeREta Ela inspiROU-o e respectiva anaacutelise fonoloacutegica (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas)

liacutenguas tonais ndash e as configuraccedilotildees meloacutedicas que veiculam significados natildeo lexicais e contrastes sintagmaacuteticos ndash as uacutenicas presentes nas liacutenguas entoacionais Por entoaccedilatildeo refere-se assim configuraccedilotildees meloacutedicas natildeo lexicais de natureza linguiacutestica associadas a significados ao niacutevel fraacutesico como a distinccedilatildeo entre tipos de frase ou outras distinccedilotildees pragmaacuteticas e discursivas (eg actos de fala estrutura informacional) A entoaccedilatildeo eacute fonologicamente formada por uma sequecircncia de categorias tonais e foneticamente representada pelo contorno de F0 As categorias tonais relacionam-se com aspectos independentes da estrutura prosoacutedica da liacutengua (ver Figura 3 acima) Os eventos tonais da entoaccedilatildeo satildeo tons altos (H) ou baixos (L) que formam dois grandes tipos de categorias os acentos tonais associados a elementos proeminentes (cabeccedilas na estrutura prosoacutedica) e oconstituinte geralmente associados a fronteiras de constituintes prosoacutedicos Veja-se na Figura 11 uma ilustraccedilatildeo dos primeiros identificados com um e dos segundos identificados com diacriacuteticos especiacuteficos consoante o tipo de constituinte a que estatildeo ligados (no caso pois trata-se de tons de fronteira de sintagma entoacional)

Prosoacutedia 39

Os eventos tonais podem ser simples ou monotonais (como H ou L na Figura 11) ou complexos (como H+L na Figura 11) Faz ainda parte da organizaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo para aleacutem da sequecircncia de categorias tonais a sua estruturaccedilatildeo de proeminecircncias no domiacutenio de um sintagma entoacional distinguem-se o acento nuclear (atribuiacutedo agrave cabeccedila prosoacutedica maacutexima) o(s) acento(s) preacute-nuclear(es) (caso existam cabeccedilas prosoacutedicas em posiccedilatildeo preacute-nuclear) e o acento poacutes-nuclear (atribuiacutedo a uma cabeccedila prosoacutedica poacutes-nuclear) Este uacuteltimo tipo de acento tonal apenas pode ocorrer em casos em que a cabeccedila de I natildeo corresponda agrave cabeccedila do sintagma fonoloacutegico mais agrave direita ou seja em casos de proeminecircncia prosoacutedica marcada que habitualmente identificam instacircncias de focalizaccedilatildeo prosoacutedica Esta estrutura entoacional estaacute representada em (18a) O exemplo (18b) mostra a implementaccedil la Figura 12 com um cteriacutestica do acento poacute

uradas) e representaccedilatildeo foneacutetica (o contorno de F0) eacute gulada por duas formas de implementaccedilatildeo foneacutetica da sequecircncia tonal a

o espraiamento de um tom ao longo da resenccedila de um outro tom (ver Figura 13)

atildeo desta estrutura entoacional na sequecircncia ilustrada pefoco prosoacutedico natildeo final Note-se a reduccedilatildeo foneacutetica caras-nuclear

(18) a

s w s w T T T

preacute-nuclear nuclear poacutes-nuclear

b

s

w s w (H) H+L H+L

A relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo (sequecircncia de categorias tonais estrutreinterpolaccedilatildeo entre dois alvos tonais ecadeia segmental ateacute agrave p

40 Soacutenia Frota

Figura 12 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo pinTOR canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) om foco em lsquomanhatildersquo (produzida em resposta agrave pergunta Foi

Juntamente com a implementaccedilatildeo foneacutetica tonal por interpolaccedilatildeo ou por espraimento a realizaccedilatildeo efectiva de um tom depende de linhas de referecircncia tonal estabelecidas por constituinte prosoacutedico e da posiccedilatildeo relativa do tom no constituinte face a tons precedentes e subsequentes (ver exemplo (3) do Moacutedulo

cuma noite angelical que o artista cantou)

Figura 13 Relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica e representaccedilatildeo foneacutetica da entoaccedilatildeo

Prosoacutedia 41

1) um tom natildeo inicial eacute realizado num niacutevel mais baixo que o tom precedente (relaccedilatildeo de downstep) um tom inicial de constituinte eacute realizado num niacutevel mais alto que os tons imediatamente precedentes de outro constituinte (relaccedilatildeo de reset) um tom de fronteira final retoma a linha de referecircncia do constituinte prosoacutedico que assinala (relaccedilatildeo de upstep) Assim a altura foneacutetica de um tom eacute relativa e contextualmente determinada Na dimensatildeo temporal a sincronizaccedilatildeo entre as categorias tonais e a cadeia segmental em que elas se realizam eacute natildeo apenas determinada pela associaccedilatildeo fonoloacutegica de um evento tonal a uma dada posiccedilatildeo prosoacutedica (cabeccedila ou fronteira) mas tambeacutem pela coordenaccedilatildeo foneacutetica entre alvo tonal e elemento segmental como ilustrado na Figura 13 Esta coordenaccedilatildeo pode assumir a forma de alinhamento tardio ou de alinhamento inicial factor foneacutetico dependente d nteiras rosoacutedicas de ura do evento tonal Na

e vaacuterios outros factores como a proximidade de frooutros eventos tonais ou a proacutepria estrutp

Figura 11 apresenta-se uma ilustraccedilatildeo do alinhamento tardio tiacutepico do tom asterisco no acento tonal H+L no PE em relaccedilatildeo agrave siacutelaba toacutenica Para aleacutem do alinhamento foneacutetico a sincronizaccedilatildeo entre categorias tonais e cadeia segmental eacute ainda caracterizada por fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal Geralmente os fenoacutemenos deste tipo descritos nas liacutenguas satildeo estritamente de natureza tonal com liacutenguas a privilegiarem a compressatildeo tonal face a uma cadeia segmental curta (como eacute o caso do Inglecircs) e liacutenguas a privilegiarem a truncaccedilatildeo tonal em contexto idecircntico (como o Huacutengaro ou Italiano de Palermo) No caso do PE a acomodaccedilatildeo tonal parece fazer-se fundamentalmente agrave custa de fenoacutemenos de natureza segmental isto eacute a cadeia

gmense tal eacute estendida para acomodar os tons seja por alongamento ou epecircntese Esta uacuteltima estrateacutegia eacute ilustrada na Figura 14 O Quadro 2 sintetiza as dimensotildees cruciais para a anaacutelise da entoaccedilatildeo num liacutengua entoacional como o Inglecircs o Italiano ou o Portuguecircs A primeira dimensatildeo ndash a relaccedilatildeo entre estrutura entoacional e estrutura prosoacutedica ndash jaacute foi explorada anteriormente O trabalho sobre a entoaccedilatildeo do PE efectuado em seminaacuterio explora fundamentalmente as dimensotildees dois e trecircs que constituem com a primeira o nuacutecleo central da fonologia entoacional de uma liacutengua

42 Soacutenia Frota

100100

160

220

280

340

400

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H H + L L H

e l a f o i v e r o m a r

4

Figura 14 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) O tom de fronteira eacute realizado na vogal epenteacutetica

Quadro 2 Dimensotildees para anaacutelise da entoaccedilatildeo

Estrutura prosoacutedica Constituintes (proeminecircncias e fronteiras) Leacutexico entoacional Inventaacuterio de acentos tonais e tons de

constituintes e respectivos significados Domiacutenio relevante para a Constituinte prosoacutedico distribuiccedilatildeo de acentos tonais Restriccedilotildees distribucionais Restriccedilotildees sobre a ocorrecircnciacombinaccedilatildeo

de eventos tonais Implementaccedilatildeo foneacutetica Espraiamentointerpolaccedilatildeo alinhamento

linhas de referecircncia fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal

e

artindo do Quadro 3 Com o recurso agrave audiccedilatildeo da sequecircncia e agrave representaccedilatildeo o co gundo

passo tuais

Sessotildees de anaacutelise entoacional aplicada satildeo realizadas com materiais do PE O grande objectivo eacute a caracterizaccedilatildeo dos principais tipos fraacutesicos e dalgumas distinccedilotildees pragmaacutetico-discursivas no que respeita ao leacutexico entoacional Num primeiro passo a anaacutelise centra-se nos contornos nucleares pd ntorno de F0 elabora-se a transcriccedilatildeo tonal fonoloacutegica Num se

toda a sequecircncia eacute analisada incluindo a parte preacute-nuclear e evenquestotildees de fraseamento prosoacutedico e entoacional

Prosoacutedia 43

Quadro 3 Melodias do nucleares mais frequent

Portuguecircs transes (adaptado de

criccedilatildeo realizaccedilatildeo e significado dos contornos Frota no prelo)

44 Soacutenia Frota 44 Soacutenia Frota

A demonstraccedilatildeo de que os eventos tonais no PE como em outras liacutenguas se comportam como morfemas que codificam informaccedilatildeo semacircntico-pragmaacutetica eacute ilustrada com dois exemplos o contraste entre declarativa e interrogativa global em que eacute o tom de fronteira que carrega a funccedilatildeo distintiva (Figuras 15a-15b) o contraste entre interrogativa global neutra e interrogativa focalizada em que eacute o acento nuclear que estabelece a distinccedilatildeo (Figuras 15b-16)

Figura 15 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo(siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) (a) produzida como uma declarativa (b) produzida como uma interrogativa global

Prosoacutedia 45

Figura 16 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo produzida como uma interrogativa focalizada (no contexto Eu li aquele poema mas natildeo me recordo que parte do dia o poeta descreve como angelical)

A an iacuteda permite

verificar que r e um tom e fronteira final de I a que apenas eacute acrescentado um evento tonal inicial nesse esmo domiacutenio (Figura 17) Por outras palavras o domiacutenio relevante para a

Figura 17 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa maraviLHOsa do lagareiro produzida como uma declarativa neutra

aacutelise de toda a sequecircncia parte preacute-nuclear inclu a melodia no PE eacute constituiacuteda pelo acento tonal nuclea

dm

46 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo de acentos tonais no PE eacute o sintagma entoacional as palavras prosoacutedicas internas a I mesmo as cabeccedilas de sintagma fonoloacutegico (como gravava e maravilhosa na Figura 17) natildeo tecircm de ser tonalmente acentuadas As dimensotildees referidas no Quadro 2 acima satildeo naturalmente tambeacutem dimensotildees de variaccedilatildeo entre liacutenguas e variedades e portanto factores a ter em conta para a tipologia prosoacutedica A variaccedilatildeo no fraseamento entoacional entre liacutenguas romacircnicas jaacute referida no Moacutedulo 2 (ver Figura 6) exemplifica a relaccedilatildeo entre estrutura prosoacutedica e estrutura entoacional como uma dimensatildeo de variaccedilatildeo No Quadro 4 mostra-se a distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares no constituinte entoacional inicial de uma sequecircncia com subida de continuaccedilatildeo entre liacutenguas romacircnicas Os resultados apontam para dois grupos de liacutenguas consoante a predominacircncia de acentos de tipo ascendente ou de tipo descende

L+H L+H H+L L

nte

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares () por liacutenguavariedade e falante (Frota et al 2007)

Cat NM PG

97 100

0 0

3 0

0 0

Sp LM MR

27 5

73 95

0 0

0 0

SEP AG MC

0 0

57 11

43 89

0 0

NEP MI MS

19 0

57 0

7 14

17 86

It LC LD

47 41

0 0

0 59

53 0

Um outro exemplo de variaccedilatildeo entoacional eacute o caso de diferenccedilas sisteacutemicas em que eventos tonais distintos satildeo usados nos mesmos contextos O contraste entre as interrogativas na variedade standard do PE e na variedade do norte falada em Braga ou na variedade meridional falada em Castro Verde (Alentejo) eacute ilustrativo H+L eacute o acento nuclear na primeira e L o acento nuclear n caracteriza a variedad mportamento

isto Veja-se o contraste entre a Figura 14 acima (variedade standard) e a

as segundas LH eacute o tom de fronteira na primeira Le meridional e a variedade do norte apresenta um co

mFigura 18

Prosoacutedia 47

Figura 18 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo produzido por um falante da variedade meridional (Castro Verde Alentejo ndash Cruz amp Frota 2010)

Para aleacutem de diferenccedilas no leacutexico entoacional utilizado p

omiacutenio relevante para atribuiccedilatildeo de acentos todem surgir

diferenccedilas no d onais Ao contraacuterio do EP (variedade standard) que eacute caract o m istribuiccedilatildeo esparsa de acentos tonais dado te o iacutenio relevante outras liacutenguas romacircnicas apresentam uma distri is rica apontando para constituintes prosoacutedicos mais baixos como o rele te Esse eacute tam de outras variedades da Portug o a variedade do norte (Braga) Veja-se o contraste entre a Figura 17 acima e a Figura 19

19 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa produzida por um falante da variedade do norte

(Braga)

erizad por u a dr I como dombuiccedilatildeo madomiacutenio van beacutem o caso

uecircs com

FiguramaraviLHOsa do lagareiro

48 Soacutenia Frota

Apesar do ganho em termos de investigaccedilatildeo sobre liacutenguas diversificadas metodologicamente comparaacutevel que representou a abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional (eg Jun 2005 no prelo) permanecem questotildees fundamentais em aberto na fonologia entoacional que importa discutir (ver a este propoacutesito Ladd 19962008) Uma destas questotildees diz respeito agrave proacutepria natureza da entoaccedilatildeo e agrave definiccedilatildeo das categorias fonoloacutegicas da entoaccedilatildeo O facto da entoaccedilatildeo conter simultaneamente elementos discretos (linguiacutesticos) e gradientes (paralinguiacutesticos) dificulta a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais Por outro lado ainda a divisatildeo de trabalho entre o que pertence agrave implementaccedilatildeo foneacutetica e agrave representaccedilatildeo fonoloacutegica das categorias

tambeacutem nem sempre eacute clara Veja-se o exemplo do alinhamento onal ser

deter as s tonais) fazendo com que uma mesma

ento on-line tecircm issores (Sudhoff et al 2006)

No caso especiacutefico da entoaccedilatildeo do Portuguecircs trabalhos experimentais orientados para a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais satildeo todavia escassos (vejam-se os estudos de Faleacute amp Faria e de Frota) Trabalhos deste tipo bem como estudos de variaccedilatildeo entoacional na liacutengua relacionando produccedilatildeo e percepccedilatildeo satildeo fundamentais para o conhecimento do sistema entoacional do Portuguecircs e para o conhecimento da tipologia prosoacutedica das liacutenguas Bibliografia especiacutefica

entoacionaist a relaccedilatildeo temporal entre alvos tonais e a cadeia segmental pode

minada por factores diversos (como a distacircncia para fronteiras prosoacutedicou a presenccedilaausecircncia de outros eventocategoria tonal possa apresentar alinhamentos diferentes todavia algumas liacutenguas parecem explorar contrastes de alinhamento associando-os a significados distintos o que sugere a existecircncia de categorias tonais diferentes distinguidas precisamente por alinhamentos diferentes A identificaccedilatildeo de quais as diferenccedilas entoacionais que satildeo fonologizadas nas liacutenguas passa necessariamente por abordagens experimentais com metodologias que testem a relaccedilatildeo entre variaccedilatildeo na forma foneacutetica e atribuiccedilatildeo de significado entoacional Tarefas perceptivas semanticamente motivadas ou em que informaccedilatildeo

conta bem como estudos de processamcontextual seja tida emproporcionado resultados prom

Cruz ese

ion and Perception TIE4 Stockholm M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portugu

Product

Prosoacutedia 49

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000a) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000b) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Chap 5

Frota S (2002a) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002b) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chap 2

Frota S (2010) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Hellmuth S (2007) The relationship between prosodic structure and pitch accent distribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing) 24 291-316

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2ordf ediccedilatildeo 2008) Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology

In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp 06) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New Gruyter

iana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

J SchlieBer (20York Mouton de

VhttpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

50 Soacutenia Frota

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da

Vigaacuterio

ology edited by W L Wetzels) 115-137

65 PR

signifi

sintaacutecta que nstituintes

forma de abordar esta questatildeo consiste na anaacutelise do processamento de frases

produccedil

resulta ccedilatildeo prosoacutedica natildeo eacute obrigatoacuteria Todavia e a

especiacutef

estrutu o recurso agrave introduccedilatildeo de

qual os a essas fronteiras se encontram estruturalmente

determmoveram do interior para o litoral bloqueando a interpretaccedilatildeo de que as

Linguagem Re(habilitar) 45 35-64 M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phon

OSOacuteDIA E SIGNIFICADO 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

O quinto moacutedulo do programa eacute dedicado ao contributo da prosoacutedia para o cado na perspectiva do processamento da liacutengua Destaca-se o estudo de

sequecircncias ambiacuteguas e o papel da prosoacutedia no processamento lexical e ico Satildeo apresentados e discutidos trabalhos experimentais que examinam statildeo da segmentaccedilatildeo do sinal de fala em palavras e co

sintagmaacuteticos tanto por adultos como por bebeacutes e crianccedilas Uma das questotildees centrais para o estudo da linguagem eacute perceber como

o contiacutenuo sonoro eacute segmentado em palavras e unidades sintagmaacuteticas Uma

ambiacuteguas ou de frases com ambiguidades temporaacuterias Estudos de produccedilatildeo de frases estruturalmente ambiacuteguas em diferentes liacutenguas mostram que em

otildees naturais quando os falantes natildeo satildeo explicitamente confrontados com a ambiguidade estes enunciados nem sempre satildeo desambiguados Estes

dos mostram que a desambiguaquando ela ocorre existe congruecircncia entre a prosoacutedia produzida interpretaccedilatildeo pretendida isto eacute os falantes utilizam as configuraccedilotildees prosoacutedicas

icas que reflectem os significados contrastantes Veja-se um exemplo de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica na Figura 20 No PE a desambiguaccedilatildeo de enunciados

ralmente ambiacuteguos eacute geralmente obtida comfronteiras de sintagma entoacional que bloqueiam a interpretaccedilatildeo segundo a

constituintes adjacentes ligados No exemplo da Figura 20 a fronteira de I em populaccedilotildees (19b)

ina que a uacutenica interpretaccedilatildeo possiacutevel eacute aquela em que as populaccedilotildees se

Prosoacutedia 51

populaccedilotildees que satildeo do interior foram para o litoral interpretaccedilatildeo esta apenas vel caso natildeo exista fronteira de I a sdisponiacute eguir a populaccedilotildees (19a)

ra o litoral

Figura 20 Desambiguaccedilatildeo prosoacutedica da sequecircncia estruturalmente ambiacutegua Deslocaram-se as populaccedilotildees do interior pa(Vigaacuterio 2003)

(19) a [deslocaram-se [as populaccedilotildees [do interior]PP]NP [para o litoral]PP]VP [ [deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ [do interior]φ [para o litoral]φ]I b [deslocaram-se [as populaccedilotildees]NP [do interior]PP [para o litoral]PP]VP [[deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ]I [[do interior]φ [para o litoral]φ]I

Este recurso agrave fronteira de I e natildeo a uma fronteira prosoacutedica mais baixa ou a um outro mecanismo prosoacutedico como a distribuiccedilatildeo de acentos tonais eacute gramaticalmente motivado Os constituintes agrupados num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador que natildeo estaacute disponiacutevel entre Is (ver Moacutedulo 2) A opcionalidade da utilizaccedilatildeo deste recurso tambeacutem eacute gramaticalmente motivada esta fronteira de I natildeo resulta directamente do mapeamento sintaxe-fonologia pois em (19) todos os constituintes se encontram no domiacutenio da mesma frase raiz mas da promoccedilatildeo de uma fronteira de sintagma fonoloacutegico para fins de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica Um caso claacutessico de ambiguidade estrutural eacute o da ligaccedilatildeo local ou natildeo local de oraccedilotildees relativas (Figura 21) Estas estruturas de tipo NP1 NP2 RC (oraccedilatildeo relativa) tecircm sido extensivamente estudadas em diferentes liacutenguas e

52 Soacutenia Frota

recorrendo a diferentes paradigmas experimentais Os resultados obtidos parecem mostrar que as preferecircncias pela ligaccedilatildeo local ou pela ligaccedilatildeo natildeo local ariam de liacutengua para liacutengua mesmo no caso da leitura silenciosa em que os

falantes projectam a liacutengua os resultados nte do contraste

entre estudconfirma

ituintes longos tendem a mo ento dos constituin

Figura 21 Ligaccedilatildeo de oraccedilotildees relativas e prosoacutedia

das liacutenguas romacircnicas apesar de diferenccedilas prosoacutedicas notoacuterias como o domiacutenio

v a prosoacutedia impliacutecita Para uma mesm

podem todavia depender da metodologia utilizada designadameos off-line e estudos on-line Os vaacuterios trabalhos tecircm ainda

do a importacircncia de factores prosoacutedicos como a extensatildeo dos constituintes para a ligaccedilatildeo preferencial da relativa const

tivar fronteiras prosoacutedicas afectando as possibilidades de agrupamtes

Uma questatildeo importante em aberto nesta linha de investigaccedilatildeo diz respeito agraves razotildees que conduzem agraves diferentes preferecircncias entre liacutenguas designadamente em estudos off-line A sintaxe bem como o sistema prosoacutedico das liacutenguas e a forma como ambos interagem satildeo candidatos fortes para proporcionar uma resposta Todavia liacutenguas como o Inglecircs o Japonecircs ou o Mandarim com diferenccedilas sintaacutecticas importantes (por exemplo a ordem NP1 NP2 RC em Inglecircs vs a ordem RC NP2 NP1 em Mandarim) e diferentes sistemas prosoacutedicos (o Inglecircs eacute uma liacutengua entoacional o Japonecircs eacute uma liacutengua com acento tonal lexicalmente determinado e o Mandarim eacute uma liacutengua tonal) apresentam a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo baixa Por outro lado a maioria

Prosoacutedia 53

de distribuiccedilatildeo de acentos tonais as formas de marcaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico ou mesmo as formas de implementaccedilatildeo da proeminecircncia (com o PE e o Francecircs com propriedades prosoacutedicas diferenciadas entre si e tambeacutem distintas das do Italiano Castelhano ou Portuguecircs do Brasil) apresenta a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo alta Abordagens experimentais em que propriedades sintaacutecticas e prosoacutedicas bem como o mapeamento sintaxe-fonologia sejam tidas em conta para cada liacutengua e na comparaccedilatildeo entre liacutenguas satildeo certamente necessaacuterias para uma melhor compreensatildeo da interpretaccedilatildeo destas estruturas Sequecircncias com ambiguidades temporaacuterias tecircm apontado para um papel relevante da prosoacutedia no processamento A presenccedila de certas propriedades prosoacutedicas condiciona quer o acesso lexical quer o processamento sintaacutectico antes da ocorrecircncia de outros elementos desambiguadores A Figura 22 ilustra umassumi

a representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no acesso lexical que tem sido da em vaacuterios estudos

Figura 22 Fronteiras prosoacutedicas e acesso lexical Em ambiguidades lexicais locais como as em (20) a ausecircncia de uma fronteira prosoacutedica superior ao niacutevel da palavra (20a) introduz atrasos no processamento face a sequecircncias semelhantes mas natildeo ambiacuteguas Pelo contraacuterio na presenccedila de tal fronteira prosoacutedica (20b) o reconhecimento lexical na sequecircncia ambiacutegua e na natildeo ambiacutegua efectua-se em tempos idecircnticos (Christophe et al 2004)

54 Soacutenia Frota

(20) a [un chat grincheux]φ chat chagrin ne [un chat drogue]φ chat b [le gros chat]φ [grimpaithellip = [le gros chat]φ [dressaithellip Tambeacutem em casos como em (21) a presenccedila de uma fronteira de φ desambigua entre os candidatos lexicais possiacuteveis mas jaacute a presenccedila de uma fronteira de niacutevel de palavra como em (22) natildeo parece ser suficiente para produzir desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) Este conjunto de resultados sugere que o acesso lexical se processa no domiacutenio prosoacutedico do sintagma fonoloacutegico (2 a [o rolo de fita cola]φ [ficou b [o rolo de fita]φ [cola]φ [figuras (22) a [para quem discorrer]φ [sobre este tema b [para quem diz correr]φ [dez quiloacutemetros

1)

O estudo do papel da prosoacutedia no processamento lexical eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimentais como tarefas de monotorizaccedilatildeo de palavra (Word-monitoring) de detecccedilatildeo de fonema inicial de palavra ou de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas (Completion) A Figura 23 mostra uma representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico Enunciados localmente ambiacuteguos mas com diferentes estruturas prosoacutedicas produzidos por falantes natildeo conscientes da ambiguidade tendem a ser desambiguados com sucesso pelos ouvintes As propriedades prosoacutedicas que conduzem agrave desambiguaccedilatildeo podem todavia diferir entre liacutenguas por exemplo no Francecircs a fronteira de sintagma fonoloacutegico parece ser suficiente (Milotte et al 2007) enquanto no Portuguecircs Europeu apenas a fronteira de sintagma entoacional produz desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) O mente um caso o outro

s exemplos em (23) e (24) ilustram respectivae (23) a le petit chien]φ mord la laisse b le petit chien mort]φ sera enterreacutehellip (24) a uma vez chegado o professor]I comeccedilaram b uma vez chegado]I o professor comeccedilou

Prosoacutedia 55

Figura 23 Fronteiras prosoacutedicas e processamento sintaacutectico

natildeo soacute um exame mais e o Francecircs se distingue

laramente do PE no que respeita agrave marcaccedilatildeo prosoacutedica do sintagma fonoloacutegico

entais off-line e on-line omo

1996 Houmlhle 2009) Apresentam-se aqui dois estudos ilustrativos da tilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas por bebeacutes e crianccedilas nos domiacutenios do acesso

biguidade

Estas diferenccedilas entre liacutenguas requerem

detalhado das propriedades prosoacutedicas do input (ondcndash ver Moacutedulos 2 e 4) mas tambeacutem estudos entre liacutenguas com metodologias exactamente comparaacuteveis O estudo do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimc as tarefas de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas de detecccedilatildeo de palavra (Word-detection) e de registo do movimento dos olhos A exploraccedilatildeo de pistas prosoacutedicas para aceder a diversos tipos de unidades e estruturas linguiacutesticas natildeo eacute uma possibilidade exclusiva de falantes adultos A investigaccedilatildeo existente indica que o input disponibiliza pistas (foneacuteticas prosoacutedicas estatiacutesticas) para fronteira de palavra tipo de categoria de palavras aspectos diversos da estrutura sintaacutectica e que os bebeacutes e crianccedilas exploram estas pistas no processo de aquisiccedilatildeo e desenvolvimento da liacutengua O papel da informaccedilatildeo prosoacutedica neste processo parece ser determinante (Morgan amp Demuthulexical e do processamento sintaacutectico da am

56 Soacutenia Frota

A importacircncia para a segmentaccedilatildeo do sinal de fala da presenccedila de uma biguidade lexical local eacute

xaminada na performance de bebeacutes aprendentes do Inglecircs e de bebeacutes aprendentes do Francecircs (respectivamente Gout et al 2004 e Millotte et al no prelo) Os bebeacutes satildeo expostos a estiacutemulos como os em (25) no quadro da aplicaccedilatildeo do paradigma experimental do movimento preferencial da cabeccedila (Head-turn preference procedure) na sua variante condicionada Os resultados mostram que aos 10 meses de idade os bebeacutes ingleses jaacute distinguem entre monossiacutelabos e dissiacutelabos enquanto os bebeacutes franceses apenas o fazem aos 16 meses de idade Para aleacutem de confirmarem desde muito cedo uma capacidade para a computaccedilatildeo de informaccedilatildeo prosoacutedica e sua utilizaccedilatildeo como pista na aquisiccedilatildeo lexical estes resultados apontam para diferenccedilas entre liacutenguas (tal como no caso dos estudos com adultos) A indicaccedilatildeo de que as pistas para segmentaccedilatildeo de palavra poderatildeo ser mais fortes no Inglecircs do que no Francecircs principalmente devido agraves relaccedilotildees de proeminecircncia entre siacutelabas e ao padratildeo acentual domondicionar o passo do desenvolvimento da liacutengua

bal]φ confegravere un air solennel au chacircteau

omo os em (26)

Kipper-NOM quarto-LOC entra

fronteira de sintagma fonoloacutegico em situaccedilotildees de ame

inante (ver Moacutedulo 3) sugerem diferenccedilas no input que podem c

(25) a The church with the most paper spires is heavenly The man with the least pay]φ perspires constantly b La rangeacutee de balcons fait face au cloicirctre du monastegravere La grande salle de Num outro estudo a relevacircncia da prosoacutedia para a segmentaccedilatildeo do sinal em situaccedilotildees de ambiguidade lexical eacute estudada com crianccedilas coreanas entre os 2 e os 5 anos de idade (Choi amp Mazuka 2003) Em enunciados ca posiccedilatildeo da fronteira prosoacutedica a seguir ou antes de ka eacute crucial para a segmentaccedilatildeo lexical As crianccedilas satildeo expostas a duas imagens diferentes e eacute-lhes pedida a escolha da imagem correspondente ao estiacutemulo sonoro Os resultados mostram que as crianccedilas identificam correctamente os itens lexicais natildeo havendo diferenccedila significativa entre a performance de crianccedilas e de adultos (26) a Khipher ka ] pang e tˆlacutegayo Kipper entra num quarto

Prosoacutedia 57

b Khipher] kapang e tˆlacutegayo Kipper entra no saco

Kipper saco-LOC entra No mesmo estudo eacute ainda testada a utilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas em situaccedilotildees de ambiguidade estrutural Em enunciados como os em (27) a presenccedila ou ausecircncia de fronteira prosoacutedica a seguir a kirin determina respectivamente a interpretaccedilatildeo deste elemento como o sujeito da frase ou como parte do objecto As pistas prosoacutedicas associadas agrave presenccedila da fronteira satildeo as mesmas que caracterizam a situaccedilatildeo de ambiguidade lexical Os resultados mostram que crianccedilas ateacute aos 4 anos natildeo conseguem efectuar a desambiguaccedilatildeo e que crianccedilas de 5-6 anos tecircm uma performance superior agraves primeiras mas ainda significativamente diferente da dos adultos (27) a kirin ] kwaja macutegacuteyo (A) girafa come (o) bolo

girafa bolo come

b kirin kwaja ] macutegacuteyo (Algueacutem) come (o) bolo em forma de girafa

Estes resultados confirmam a existecircncia de uma capacidade para omputar e usar a prosoacutedia e revelam que a diferenccedila entre os casos de

a dificuldades no de uma liacutengua

ista prosoacutedico primeira

arcam margens de constituintes a demonstraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo destas

cambiguidade lexical e os de ambiguidade estrutural eacute devidaprocessamento sintaacutectico Tratando-se o Coreano tipologicamente diferente do Inglecircs e do Francecircs do ponto de vpois as propriedades que nas uacuteltimas assinalam proeminecircncia nampropriedades constitui uma evidecircncia para um papel generalizado da prosoacutedia no processamento (para aleacutem das especificidades das liacutenguas) Bibliografia especiacutefica Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2 Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological

phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Fodor J 2002 Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

58 Soacutenia Frota

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Synt c disambiguation the role oeaning

acti f Barcelona

004) Phonological phrase boundaries e 51

oumlhle mecha n first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

aia M E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late

(1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology

mbiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com satildeo I ito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos Porto

Intonation editado por P Prieto) 249-278

prosoacutedia para a quisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo

ento prosoacutedico Aqui como anteriormente destacam-se abalhos experimentais sobre as questotildees em anaacutelise e faz-se especial referecircncia

ente a presenccedila de uma sensibilidade precoce a propriedades prosoacutedicas e que aponta para que as

prosody Workshop on Prosody and MGout A A Christophe amp J Morgan (2

constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Languag548-567

H B (2009) Bootstrapping nisms i

Mpreferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish Journal of Portuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Millotte S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal prosody constrains word segmentation in French 16-month-olds Journal of Portuguese Linguistics 9-2

Millotte S A Reneacute R Wales amp A Christophe (2008) Phonological phrase boundaries constrain the on-line syntactic analysis of spoken sentences Journal of Experimental Psychology Learning Memory amp Cognition 34 874-885

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nespor M M T Guasti amp A Christophe

Berlin Akademie Verlag 1-26 Vigaacuterio M (1997) Processos de desa

adveacuterbios de exclu n A Brpara Oacutescar Lopes Campo das Letras pp 855-868

ropean Portuguese Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in EuCatalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance

66 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico O sexto e uacuteltimo moacutedulo do programa trata do contributo daado proacuteprio desenvolvimtra estudos sobre o Portuguecircs

Existe uma vasta literatura que demonstra empiricam

Prosoacutedia 59

crianccedilas estejam equipadas com um mecanismo de processamento do sinal de nput) inicialmente sintonizfala (i ado para informaccedilatildeo prosoacutedica (eg Morgan

prosoacutedi o sinal de fala em

processo tornou-se conhecido como

icas mais investigadas estatildeo as que se relacionam om o ritmo sendo que para o ritmo podem contribuir diversos factores desde a

uiccedilatildeo dos padrotildees acentuais e de proeminecircncia a diferentes niacuteveis s tonais a forma acuacutestica como a

e combinaccedilatildeo segmental entre o 3) Estudos como o de Nazzi et al (1998)

receacutem-nascidos conseguem discriminar liacutenguas s diferentes mas natildeo liacutenguas agrupadas

tmicamente na mesma classe Em (28) apresenta-se uma siacutentese dos

1986 Morgan amp Demuth 1996 Jusczyk 1997 Houmlhle 2009) Pistas prosoacutedicas associadas a propriedades como o acento as proeminecircncias e fronteiras

cas o ritmo e a entoaccedilatildeo ajudam o bebeacute a segmentarunidades linguiacutesticas e podem contribuir para a sua categorizaccedilatildeo4 Este

bootstrapping prosoacutedico e tem sido investigado como uma das abordagens que visa contribuir para a compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da liacutengua (Figura 24)

Figura 24 Do sinal para a gramaacutetica

Entre as pistas prosoacutedcdistribprosoacutedicos a proacutepria distribuiccedilatildeo dos eventoproeminecircncia eacute realizada ou os padrotildees dconsoantes e vogais (ver Moacuteduldemonstram que bebeacutes pertencentes a classes riacutetmicariresultados de estudos de discriminaccedilatildeo riacutetmica com bebeacutes

4 Ver tambeacutem o moacutedulo 5 para uma ilustraccedilatildeo de como as propriedades prosoacutedicas contribuem para a segmentaccedilatildeo do input

60 Soacutenia Frota

(28) Tipo riacutetmico Liacutenguas Discriminaccedilatildeo Acentual Silaacutebico

InglecircsItaliano radic InglecircsCastelhano radic

Figura 25 s

A relaccedilatildeo entr s linguiacutesticas tem sido xplorada nas abordagens de bootstrapping (Figura 25) Foi proposto por xempl

A correlaccedilatildeo existente entre a posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma

RussoFrancecircs radic Inglecircs+Neerlandecircs Italiano+Castelhano radic Acentual Moraico InglecircsJaponecircs radic NeerlandecircsJaponecircs radic Acentual Acentual InglecircsNeerlandecircs X Silaacutebico Silaacutebico CastelhanoCatalatildeo X Acen+Sil Acen+Sil Inglecircs+Italiano Neerlandecircs+Castelhano X Estes resultados constituem uma evidecircncia forte de que os bebeacutes estatildeo equipados com mecanismos perceptivos especialmente sensiacuteveis a propriedades riacutetmicas do sinal de fala que permitem a identificaccedilatildeo dessas propriedades

Do sinal para a gramaacutetica o papel das propriedades riacutetmica

e propriedades riacutetmicas e unidadeee o que pistas riacutetmicas estatildeo na base do bootstrapping prosoacutedico da ordem de palavras da segmentaccedilatildeo de palavras e sua categorizaccedilatildeo ou do tipo de reportoacuterio silaacutebico (Nespor et al 1996 Christophe et al 2003 Jusczyk et al 1999 Nazzi et al 2006 Christophe et al 2008 Mehler amp Nespor 2002 Vigaacuterio et al 2003)

fonoloacutegico (inicial ou final) e a ordem sintaacutectica entre cabeccedila e complemento

Prosoacutedia 61

nas liacutenguas (ver Moacutedulo 2) permite associar o padratildeo riacutetmico em (29a) com a ordem cabeccedila-complemento e o padratildeo riacutetmico em (29b) com a ordem complemento-cabeccedila Trabalhos experimentais demonstram que os bebeacutes tecircm as capacidades perceptivas necessaacuterias para computar estas pistas riacutetmicas dado que discriminam entre sinais de fala segmentalmente idecircnticos mas

om uas

e ritmo acentual como o Inglecircs o Neerlandecircs ou o Alematildeo o padratildeo trocaico

ras mais longas Estas correlaccedilotildees permitem gerar as espectativas de segmentaccedilatildeo do sinal de fala em (30) uma segmentaccedilatildeo inicial baseada no acento ou mais propriamente no peacute binaacuterio trocaico (e com tendecircncia para palavras mais curtas) em liacutenguas de ritmo acentual e uma segmentaccedilatildeo inicial baseada na siacutelaba (e posteriormente com tendecircncia para palavras mais longas) em liacutenguas de ritmo silaacutebico Estudos experimentais confirmam que bebeacutes ingleses neerlandeses e alematildees segmentam precocemente palavras trocaicas (mas natildeo palavras jacircmbicas) e bebeacutes franceses falham a segmentaccedilatildeo de dissiacutelabos comeccedilando por reconhecer monossiacutelabos e integrando as duas siacutelabas numa mesma unidade apenas mais tarde (Houmlhle 2009) (30) a Ritmo acentual [ x x (xs xw) x x ] padratildeo trocaico gtgt palavra curta

b Ritmo silaacutebico [ x x (x) x x x ] siacutelaba gtgt palavra longa

prosodicamente diferentes no que respeita agrave posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma fonoloacutegico (eg Christophe et al 2003) (29) a [ hellip (ws)φ (ws)φ (ws)φ hellip ]I b [ hellip (sw)φ (sw)φ (sw)φ hellip ]I As propriedades riacutetmicas das liacutenguas estatildeo tambeacutem correlacionadas cpadrotildees de proeminecircncia ao niacutevel lexical e com tamanho de palavra Em liacutengd(sw) eacute dominante ao contraacuterio do que sucede por exemplo no Francecircs ou no Portuguecircs Europeu5 Paralelamente liacutenguas de ritmo acentual possuem palavras mais curtas enquanto liacutenguas de ritmo silaacutebico ou moraico possuem palav

o Cutler amp Carter (1987) cerca de 96 das palavras lexicais do Inglecircs comeccedilam por

siacutelaba toacutenica 80 das palavras lexicais satildeo monossiacutelabos No PE apenas 25 das palavras lexicais comeccedilam por siacutelaba toacutenica 71 das palavras lexicais possuem 3 ou mais siacutelabas (contagem em types obtida sobre uma secccedilatildeo da FrePOP ndash Frota et al 2010)

5 Segund

62 Soacutenia Frota

O facto de palavras funcionais serem habitualmente itens muito frequentes na liacutengua com forma monossilaacutebica sem acento e localizados mas margens de unidades prosoacutedicas (designadamente de sintagmas fonoloacutegicos e entoacionais) permite que os bebeacutes possam extrair estas regularidades compil

os e formatos silaacutebicos mais imples (Quadro 5) Esta correlaccedilatildeo permite que o ritmo ajude a crianccedila a

o da liacutengua Por sua vez o tipo de s formatos de palavra sendo mais um

ctor a contribuir para as estrateacutegias de segmentaccedilatildeo em (30) sistemas

ando uma lista destes elementos muito frequentes e identificando-os com palavras funcionais quando ocorrem nas fronteiras de constituintes prosoacutedicos Vaacuterios trabalhos experimentais mostram que os bebeacutes pouco depois do primeiro ano satildeo jaacute capazes de identificar categorias de palavras (Christophe et al 2008) As propriedades riacutetmicas correlacionam-se ainda com o tipo de reportoacuterio silaacutebico da liacutengua (ver Moacutedulo 3) As liacutenguas de ritmo acentual possuem tipicamente reportoacuterios silaacutebicos vastos com muitos tipos e grande complexidade silaacutebica pelo contraacuterio liacutenguas de ritmo silaacutebico tendem a possuir reportoacuterios mais pequenos com menos tipsdeterminar o tipo de reportoacuterio silaacutebicreportoacuterio silaacutebico correlaciona-se com ofasilaacutebicos complexos possibilitam mais diversidade com menos siacutelabas logo palavras mais pequenas sistemas silaacutebicos simples necessitam de mais siacutelabas para realizar contrastes lexicais logo palavras mais longas (Mehler amp Nespor 2002) Quadro 5 Propriedades de sistemas silaacutebicos complexos e sistemas silaacutebicos simples (Vigaacuterio et al 2003)

Syllable types English Dutch Spanish French EP Number 16 19 9 - 6 Most frequent () CV 34 CV 36 CV 58 CV 56 CV 65

CVC 30 CVC 32 CVC 22 CVC 19 CVC 16 VC 15 VC 15 CCV 6 V 10 V 11 V 8 CVCC 6 V 6 CCV 7 CCV 5 CVCC6 V 2 VC 3

Closed syllables () 56 59 30 26 19 CC(C) () --- 14 --- --- 6

Prosoacutedia 63

Estudos do desenvolvimento prosoacutedico infantil na perspectiva da produccedilatildeo e linguisticamente informados satildeo ainda recentes No que respeita agrave quisiccedilatildeo do sistema entoacional apenas um pequeno conjunto de liacutenguas foi

o Po Europ

eerlandecircs por um desenvolvimento entoacional mais tardio No primeiro

Figura 26 Produccedilatildeo de dois chamamentos consecutivos chamamento

aainda considerado Os resultados disponiacuteveis apontam para diferenccedilas entre liacutenguas com o Castelhano o Catalatildeo e rtuguecircs eu a serem caracterizados por um desenvolvimento entoacional precoce e o Inglecircs e Nconjunto de liacutenguas as crianccedilas mostram dominar um leacutexico entoacional proacuteximo do do adulto com o uso apropriado das diferentes melodias para veicular significados e mostram ainda um desenvolvimento na produccedilatildeo dos padrotildees de alinhamento e escalonamento tonal bem antes do iniacutecio do estaacutedio das duas palavras ou seja da produccedilatildeo de enunciados com combinaccedilatildeo de palavras (Snow 2006 Chen amp Fikkert 2007 Prieto amp Vanrell 2007 Frota amp Vigaacuterio 2008) As Figuras 26 e 27 ilustram o uso apropriado de diferentes melodias por uma crianccedila portuguesa com 20 meses que inicia o estaacutedio de duas palavras aos 26 meses

100100

200

300

400

500

600

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2 2 5

H H H L

t i t o t i t o

4 4

cantado seguido de chamamento insistente

64 Soacutenia Frota

150150

240

330

420

510

600

Fund

amen

tal f

requ

enc

0 0 5 1 1 5 2 2 5

Figura 27 Sequecircncia de respostas agrave pergunta do adulto Sabes quem eacute esta repetida por este apoacutes a primeira resposta da crianccedila declarativa neutra seguida de declarativa focalizada

No caso do chamamento verifica-se a produccedilatildeo pragmaticamente adequada do chamamento cantado em primeiro lugar com a selecccedilatildeo correcta dos tons de fronteira que fazem a distinccedilatildeo entre os dois tipos de chamamento No caso da declarativa em resposta agrave pergunta verifica-se a produccedilatildeo inicial de uma declarativa neutra substituiacuteda para uma declarativa focalizada na resposta agrave

nte o

a

ormas mono (eg Francecircs Portuguecircs) As ropriedades prosoacutedicas de enunciados de uma soacute palavra e de enunciados ultipalavra fornecem pistas para o estatuto prosoacutedico das siacutelabas (ou peacutes) e das

equecircncias de palavras que os constituem (Fikkert 1994 Odorico amp Carubbi

repeticcedilatildeo da pergunta por parte do adulto com um constraste de alinhamento do tom H associado a esta distinccedilatildeo pragmaacutetica (ver Moacutedulo 4 designadameQuadro 3)

Se parece natildeo existir uma correlaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento sintaacutectico os estudos atraacutes referidos apontam para umcorrelaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento lexical dadoque o primeiro surge associado a saltos significativos no tamanho do leacutexico produzido

Trabalhos sobre o desenvolvimento da estrutura prosoacutedica a partir de dados de produccedilatildeo tecircm tambeacutem revelado diferenccedilas entre liacutenguas Destaca-se oformato das primeiras palavras com liacutenguas em que o formato de peacute binaacuterio domina (eg Inglecircs Neerlandecircs Japonecircs) e liacutenguas em que f

ssilaacutebicas monomoraicas prevalecem pms

y (H

z)

H + L L H + L L

t a t aacute t a t aacute

4 4

Prosoacutedia 65

2003 Berens amp Gout 2005 Demuth amp McCullough 2008) O estudo destas istas permite determinar se um dado elemento eacute ou natildeo tratado como uma

palavra prosoacutedica ou como um sintagma entoacional e se dois ou mais elementos se encontram prosodicamente integrados numa mesma unidade ou prosodicamente separados em unidades diferentes Por outras palavras um tal estudo permite determinar as propriedades da estrutura prosoacutedica dos enunciados produzidos e o seu desenvolvimento Por exemplo a presenccedila de truncamento inicial de palavras dissilaacutebicas no PE ou a sua produccedilatildeo com duas siacutelabas mas em que cada uma das siacutelabas apresenta um acento tonal (1PAsyl) sugerem fortemente que num estaacutedio inicial a siacutelaba estaacute a ser tratada pela crianccedila como uma palavra prosoacutedica e que a integraccedilatildeo de duas (ou mais) siacutelabas na mesma palavra prosoacutedica acontece num estaacutedio posterior quando quer o truncamento quer o acento tonal por siacutelaba quase desaparecem dando lugar a uma sequecircncia de siacutelabas produzida com um uacutenico acento tonal

isyl_1PA) (Figura 28)

ura 28 Estrateacutegias na produccedilatildeo de alvos dissilaacutebicos (1) ateacute

o 4) mostra que estas produccedilotildees satildeo formadas por sequecircncias de

p

(d

Fig104 (2) de 105 a 108 Dados de Luma (Frota 2010)

De uma forma similar a ausecircncia de integraccedilatildeo prosoacutedica nos primeiros enunciados multipalavra revelada pela presenccedila de pistas como pausas ou reset (ver Moacutedulconstituintes prosoacutedicos de uma uacutenica palavra (Figura 29) que contrastam com sequecircncias de palavras integradas num mesmo constituinte prosoacutedico (Figura 30) Naturalmente a ausecircnciapresenccedila de integraccedilatildeo prosoacutedica tem

66 Soacutenia Frota

consequecircncias natildeo soacute para o conhecimento do processo de desenvolvimento prosoacutedico mas tambeacutem para o conhecimento da emergecircncia da sintaxe

Figura 29 Enunciado Mamatilde olha produzido com dois sintagmas entoacionais (109)

100100

180

260

340

420

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2

H L H H

m a m atilde o l h a

4 4

Figura 30 Enunciado Mamatilde olha produzido num uacutenico sintagma entoacional (111)

D ocesso de aquisiccedilatildeo

a liacuteng d

ada a complexidade dos factores envolvidos no prua apoacutes deacutecadas de investigaccedilatildeo no domiacutenio da percepccedilatildeo e dos

trabalhos mais recentes no acircmbito da produccedilatildeo o conhecimento do papel da prosoacutedia neste processo eacute ainda fragmentaacuterio Muitos percursos de investigaccedilatildeo permanecem por explorar como os que a seguir se referem a tiacutetulo

200200

260

320

380

440

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H + L L

m a m atilde o l h a

4

Prosoacutedia 67

exemplificativo Diferentes propriedades riacutetmicas parecem determinar diferentes estrateacutegias de segmentaccedilatildeo nas liacutenguas (ver (30) acima) e os formatos de palavra inicialmente produzidos parecem correlacionar-se com essas estrateacutegias Todavia a relaccedilatildeo entre unidades de segmentaccedilatildeo na percepccedilatildeo no primeiro ano de vida e as unidades linguiacutesticas da produccedilatildeo inicial no segundo ano de

ida encontra-se por determinar Nos uacuteltimos anos tem surgido evidecircncia crescente para a importacircncia das propriedades do input no processo de aquisiccedilatildeo Mas a demonstraccedilatildeo de que a segmentaccedilatildeo lexical eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Inglecircs do que em bebeacutes aprendentes do Francecircs devido a propriedades especiacuteficas do input presentes numa liacutengua e ausentes noutra ou de que o desenvolvimento entoacional eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Catalatildeo ou do Portuguecircs do que em bebeacutes aprendentes do Inglecircs ou do Neerlandecircs devido a propriedades do input encontra-se ainda por fazer O Portuguecircs Europeu neste campo constitui um importante objecto de teste devido agrave combinaccedilatildeo de propriedades prosoacutedicas que o caracteriza a mistura de elementos riacutetmicos silaacutebicos e acentuais (ver Moacutedulo 3) a presenccedila de elementos entoacionais semelhantes a outras liacutenguas romacircnicas (como o acent senccedila espar is ndash ver Moacutedulo 4) A realizaccedilatildeo de investigaccedilatildeo experimental com dados do PE nos domiacutenios da discriminaccedilatildeo riacutetmica por bebeacutes poderia pois dar um contributo para o entendimento de quais as propriedades riacutetmicas mais salientes para os mecanismos perceptivos das crianccedilas Tambeacutem a investigaccedilatildeo das estrateacutegias de segmentaccedilatildeo lexical em bebeacutes aprendentes do PE em comparaccedilatildeo com os estudos jaacute existentes poderia dar um contributo para a associaccedilatildeo entre propriedades riacutetmicas e unidades de segmentaccedilatildeo inicial nas liacutenguas A exploraccedilatildeo de algumas destas linhas de investigaccedilatildeo estaacute prevista no acircmbito do projecto Development of prosodic structure and intonation presentemente em curso no CLUL Bibliografia especiacutefica

v

o poacutes-nuclear) a par de elementos entoacionais diferentes (como a presa de acentos tona

Behre

2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

ns H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Chen A amp P Fikkert (

Christophe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The case of the head-direction parameter Developmental Science 6 211-220

68 Soacutenia Frota

Christophe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1 amp 2) 61-75

Demuth K amp E McCullough (2008) The prosodic (re)organization of childrenrsquos early English articles Journal of Child Language 36 173-200

Fikkert Paula (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL Frota S (2010) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation

tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Frota S M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

faces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

dorico L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-word n children First Language 23(1) 97-116

rieto P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings

Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa Jusczyk P W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press Jusczyk P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word

segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 159-207 Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In

A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006) Early segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Inter

Outterances in Italia

Pof ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prosoacutedia 69

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23 months Child Development 77(2) 281-296

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass

Ambraz

Andrad iana (1994) Sineacuterese dieacuterese e estrutura silaacutebica In Actas do

ol 2 317-347

ic Typology The Phonology

494

Cascadilla Press 809-821 7 ANEXO

BIBLIOGRAFIA ALARGADA

aitis G (2010) Nuclear Intonation in Swedish Evidence from Experimental-Phonetic Studies and a Comparison with German Lund Lund University press

Andrade A (1984) Acoustic study of vowel duration in European Portuguese (based on one subject) Relatoacuterios do Grupo de Foneacutetica e Fonologia nordm 5 Lisboa INIC

Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

e E amp M C VIX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica 31-42 Lisboa APLColibri

Arvaniti A (1994) Acoustic features of Greek rhythmic structure Journal of Phonetics 22 239ndash268

Arvaniti A (2007) On the presence of final lowering in British and American English In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter V

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Arvaniti A amp M Baltazini (2005) Intonational Analysis and Prosodic Annotation of Greek Spoken Corpora In Sun-Ah Jun (ed) Prosodof Intonation and Phrasing Oxford OUP 84-117

Arvaniti A amp S Godjevac (2003) The origins and scope of final lowering in English and Greek In MJ Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Science Barcelona UAB 1077-80

Auer P (1991) ldquoStress-Timingrdquo vs ldquoSyllable-Timingrdquo from a Typological Point of View In B Palek amp P Janota (eds) Proceedings of LPrsquo90 Charles University Press 292-305

Baltazani M (2006) Focusing prosodic phrasing and hiatus resolution in Greek In L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 473-

70 Soacutenia Frota

Beckman M amp J Edwards (1990) Lengthenings and shortenings and the nature of prosodic constituency In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in

Beckm

Beckm letcher (1992) Prosodic structure and tempo in a sonority model of articulatory dynamics In Gerard J Docherty amp D Robert Ladd (eds) Papers in Laboratory Phonology II Cambridge CUP 68ndash86

eckman M J Hirschberg amp S Shattuck-Hufnagel (2005) The Original ToBI d the Evolution of the ToBI Framework In Sun-Ah Jun (ed)

y of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

ehrens H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Laboratory Phonology I Cambridge CUP 179ndash200

Beckman M amp J Edwards (1994) Articulatory evidence for differentiating stress categories In Patricia Keating (ed) Papers in Laboratory Phonology III Cambridge CUP 7ndash33

an M amp J Pierrehumbert (1986) Intonational Structure in Japanese and English Phonology Yearbook 3 255ndash310

an M J Edwards amp J F

BSystem anProsodic Typology The PhonologUniversity Press 9-54

B

Blevins J (1995) The Syllable in Phonological Theory In J Goldsimth (ed) The Handbook of Phonological Theory Oxford Blackwell 206-244

Boersma P amp D Weenink (2008) Praat doing phonetics by computer (version 5023) httpwwwpraatorg

Brandatildeo de Carvalho J (1989) Phonological conditions on Portuguese clitic

Bruce G (1977) Swedish word accents in sentence perspective Lund Gleerup

bridge CUP 70-87

ts Journal of the Acoustical Society of America 120

Cambieerdam LOT Dissertation Series 32

Casper43(2) 127-161

Chen A in English In Proceedings of Eurospeech Geneva 97-100

placement on syntactic evidence for stress and rhythmical patterns Linguistics 27 405-436

Byrd D A Kaun S Narayanan amp E Saltzman (2000) Phrasal signatures in articulation In M B Broe amp J Pierrehumbert (eds) Papers in Laboratory Phonology V Cam

Byrd D J Krivopic amp S Lee (2006) How far how long On the temporal scope of prosodic boundary effec(3) 1589-1599

r-Langeveld T (2000) Temporal marking of accents and boundaries PhD Thesis University of Amst

Carlson K L Frazier C Clifton Jr (2009) How prosody constrains comprehensionA limited effect of prosodic packaging Lingua 1191066ndash1082

s J (2000) Experiments on the meaning of four types of single-accent intonation patterns in Dutch Language and Speech

Chahal D amp S Hellmuth (in press) The intonation of Lebanese and Egyptian Arabic In Sun-Ah Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford OUP

(2003) Reaction Time as an Indicator of Discrete Intonational Contrasts

Prosoacutedia 71

Chen A amp P Fikkert (2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Christose of the head-direction parameter

Christo5

7

Cruz-Fh PhD Dissertation Manchester University

e

DrsquoImpe ets and their

DrsquoImpe How many levels of phrasing Evidence from

DrsquoImpe House (1997) Perception of questions and statements in

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

phe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The caDevelopmental Science 6 211-220

phe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1-2) 61-7

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-54

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Cruz M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portuguese Production and Perception TIE4 Stockholm

Cruz-Ferreira M (1980) Basic intonational and grammatical patterns of Portuguese and English questions MA Dissertation University of Manchester

erreira M (1983) Non-native comprehension of intonation patterns in Portuguese and in Englis

Cruz-Ferreira M (1998) Intonation in European Portuguese In D Hirst amp A Di Cristo (eds) Intonation Systems A Survey of Twenty Languages CambridgCambridge University Press 167-178

rio M (2000) The role of perception in defining tonal targalignment PhD Dissertation Ohio State University

rio M amp B Gili Fivela (2003)two varieties of Italian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 130-144

rio M amp DNeapolitan Italian Eurospeech rsquo97 251ndash254

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Dainora A (2006) Modelling intonation in English In L Goldstein D H Whalen amp Catherine T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 107-132

Dasher R amp D Bolinger (1982) On pre-accentual lengthening Journal of the International Phonetic Association 12 58-69

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

72 Soacutenia Frota

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

gia Tomo XXIV 1-11

Demuth e prosodic (re)organization of childrenrsquos

Den Os sertation Utrecht

DePaoltic study Journal of Phonetics 36 406-422

guage 59 294-311

on 27 27-33

a Lisboa

Elordie onational

oa

Faleacute I tonational Contrasts in

Faleacute I requests in European Portuguese

Fernansidade Estadual de Campinas

Fikkert J Freitas (1998) Acquisition of syllable structure constraints Evidence from Dutch and Portuguese In Proceedings of the GALA97

Delgado Martins M R (1973) Anaacutelise acuacutestica das vogais toacutenicas em Portuguecircs Boletim de Filologia Tomo XXII 303-314

Delgado Martins M R (1975) Vogais e consoantes do Portuguecircs estatiacutestica de ocorrecircncia duraccedilatildeo e intensidade Boletim de Filolo

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

Demuth K (2006) Crosslinguistic perspectives on the Development of Prosodic Words Introduction Language and Speech 49(2) 129-135

K amp E McCullough (2008) Thearly English articles Journal of Child Language 36 173-200

E (1988) Rhythm and tempo of Dutch and Italian PhD DisRijksniversiteit

is R A M Vihman amp S Kunnari (2008) Prosody in production at the onset of word use A cross-linguis

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentation and lexical processing Journal of Memory and Lan

Dimitrova S (1997) Bulgarian Speech Rhythm Stress-Timed or Syllable-Timed Journal of the International Phonetic Associati

Ellison M amp M C Viana (1996) Antagonismo e elisatildeo das vogais aacutetonas em PE Actas do XI Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de LinguiacutesticAPLColibri Vol III 261ndash282

ta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intphrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica (Special issue on Boundaries in intonational phonology ed by Merle Horne amp Marc van Oostendorp) 59 110-143

Faleacute I (1995) Fragmento da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu as Estruturas Coordenadas MA Dissertation Universidade de Lisb

Faleacute I (2005) Percepccedilatildeo e Reconhecimento da Informaccedilatildeo Entoacional em Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

amp I H Faria (2006) Categorical Perception of InEuropean Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

amp I H Faria (2007) Imperatives orders and intonation In Proceedings of the 16th International Congress of Phonetic Sciences 1041-1044

des F (2007) Ordem Focalizaccedilatildeo e Preenchimento em Portuguecircs Sintaxe e Prosoacutedia PhD Dissertation Univer

Fikkert P (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL

P amp M

Prosoacutedia 73

Conference on Language Acquisition Edinburgh University of Edinburgh 217-222

Fodor J (2002) Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

s N Munaro amp R van de Vijver

Frota S nd

of an E of Athens 127ndash130

ue on

Frota S tuguese

ngua Portuguesa

Freitas M J (1997) Aquisiccedilatildeo da Estrutura Silaacutebica do Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

Frota S (1996) Prosodic Phrases and European Portuguese in search of evidence In A Bisetti L Brugegrave J Costa R Goedeman(eds) Proceedings of ConSole 3 Leiden SOLE 47ndash69

(1997) Association Alignment and Meaning the tonal sequence HL aFocus in European Portuguese In A Botinis G Kouroupetroglou amp G Carayiannis (eds) Intonation Theory Models and ApplicationsmdashProceedings

SCA Workshop Athens ESCAUniversity

Frota S (2000a) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2000b) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma Actas do XV Encontro teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs)

Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2002a) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 (Special issIntonation in Romance edited by J Ignacio Hualde) 113-146

(2002b) Tonal association and target alignment in European Pornuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002c) The Prosody of Focus a Case-Study with Cross-Linguistic Implications In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 319-322

Frota S (2003a) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2003b) The phonological status of initial peaks in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 133-152

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio amp A Villava Gramaacutetica da Liacute6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (2010a) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

74 Soacutenia Frota

Frota S (2010b) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A

Frota S accedilatildeo no

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena

Frota es of European

European Portuguese Third

Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Mateus amp C Nunes Correia (eds) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varietiPortuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation inConference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa httpwwwflulptLaboratorioFoneticatextsTIE3EarlyIntonationEPfpdf

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das

Frota S Vigaacuterio (2007) The phonetics

eory) 131-153

duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp Mand phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Th

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Prosoacutedia 75

Frota Sde Lisboa

M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade httpfrepopflulpt

Gerken

Gili Fi d Perception The Case of Pisa

Gordonsodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

Gout A l phrase boundaries

Grabe rrelates of Rhythmic Class In C

Grabe Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV

Grice ian implications for

Grφnnu

Gussen

Gussen

Gut Ul

Language and Speech 34(4) 299-318

L amp R Aslin (2005) Thirty Years of Research on Infant Speech Perception The Legacy of Peter W Jusczyk Language Learning and Development 1(1) 5-21

Ghini M (1993) φ-formation in Italian a new proposal Toronto Working Papers in Linguistics 122 41ndash79

vela B (2008) Intonation in Production anItalian Alessandria Edizione dellrsquoOrso

M K (2005) Intonational Phonology of Chickasaw In Sun-Ah Jun (ed) ProUniversity Press 301-330

A Christophe amp J Morgan (2004) Phonologicaconstrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

E amp E L Low (2000) Acoustic CoGussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 515-546

E amp P Warren (1995) Stress shift do speakers do it or do listeners hear it In BCambridge CUP 95ndash110

M (1995) The intonation of interrogation in Palermo Italintonation theory Tuumlbingen Niemeyer

m N amp M C Viana (1999) Aspects of European Portuguese Intonation In ICPhS 99 San Francisco Vol3 1997-2000

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

hoven C (1984) On the Grammar and Semantics of Sentence Accents Dordrecht Foris

Gussenhoven C (1993) The Dutch foot and the chanted call Journal of Linguistics 29 37-63

hoven C (1999) Discreteness and Gradience in Intonational Contrasts Language and Speech 42(2-3) 283-305

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

rike and Jan-Torsten Milde (2002) The Prosody of Nigerian English In Speech Prosody 2002 Proceedings Aix-en-Provence 367-370

Halleacute P B Boysson-Bardies amp M Vihman (1991) Beginnings of prosodic organization intonation and duration patterns of disyllables produced by Japanese and French infants

76 Soacutenia Frota

Hayes B (1995) Metrical Stress Theory Principles and case studies Chicago The University of Chicago Press

Hayes B amp A Lahiri (1991a) Bengali Intonational Phonology Natural Language

Hayesrg L Nord amp R Carlson (eds) Music Language Speech

Hellmudams A Cooper F Parrill amp T Wier (eds) Proceedings from the 40th

Hellmu nship between prosodic structure and pitch accent

91-316

Homae no amp G Taga (2007) Prosodic processing in the

Horne Linguistics 28 959-981

Hume odel of the Interplay of Speech Perception and

Jordatildeo oacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

Jun S- on the laryngeal gesture in Korean In

Jun S-A (2003) The effect of phrase length and speech rate on prosodic phrasing In

Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin

Jun S- University Press

and Linguistic Theory 9 47ndash96

B amp A Lahiri (1991b) Durationally specified intonation in English and Bengali In J Sundbeand Brain Basingstoke Macmillan 78-91

th S (2004) Prosodic weight and phonological phrasing in Cairene Arabic In N AAnnual Meeting of the Chicago Linguistics Society 97-111

th S (2007) The relatiodistribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 2

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

F H Watanabe T Nakadeveloping brain Neuroscience Research 59 29-39

Merle (1990) Empirical evidence for a deletion formulation of the rhythm rule in English

House David (1990) Tonal Perception in Speech Lund Lund University press

E amp K Johnson (2001) A MPhonology In E Hume amp K Johnson (eds) The Role of Speech Perception in Phonology New York Academic Press 3-26

R (2009) A estrutura prosUm estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

A (1995) Asymmetrical prosodic effectsB Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 235-253

Jun S-A (1996) The Phonetics and Phonology of Korean Prosody Intonational Phonology and Prosodic Structure New York Garland Publishing

M J Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Sciences Barcelona UAB 483ndash486

Jun S-A (2005a) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (2005b) Korean Intonational Phonology and Prosodic Transcription In S-A Jun (ed) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford OUP 201-229

Jun S-A (2007) The intermediate phrase in Korean Evidence from sentence processing In T Riad amp CMouton de Gruyter Vol 2 143-167

A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford

Prosoacutedia 77

Jusczyk Peter W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press

P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 1

Jusczyk59-207

3th International Conference on Turkish Linguistics

Kainad honological nature of prosodic

Kaplan 1978) Methods amp Designs Tables

Keating initial articulatory

Kohler ings of the

ences of the Estonian SSR

Ladd D f Intonational Phonology

nter-

Ladd D tonational emphasis continuous

Lehiste

Acquisition Cambridge University Press

Maia Mnal of

Major razilian Portuguese Journal of Phonetics 9

Manriq17-128

Kabak B amp A Revithiadou (2006) The Phonology of Clitic Groups Prosodic Recursivity Revisited Paper given at The 1Uppsala

a E (2009) The phonetic and pboundaries evidence from Modern Greek PhD Dissertation University of Edinburgh

H L N A Macmillan amp C D Creelman (of drsquo for variable-standard discrimination paradigms Behavior Research Methods amp Instrumentation 10(6) 796-813

P T Cho C Fougeron amp C-S Hsu (2003) Domain-strengthening in four languages In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 145-163

K J (1987) Categorical Pitch Perception In Uuml Vicks (ed) Proceed11th International Congress of Phonetic Sciences Volume 5331-333 Tallinn Academy of Sci

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements oIn M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Ladd D R amp J M Scobbie (2003) External sandhi as gestural overlap Couevidence from Sardinian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 164-182

R amp R Morton (1997) The perception of inor categorical Journal of Phonetics 25 313ndash342

I (1970) Suprasegmentals Cambridge MA The MIT Press

Levelt C amp R Van de Vijver (2004) Syllable types in cross-linguistic and developmental grammars In R Kager J Pater amp W Zonneveld (eds) Constraints in Phonological

Li W Y Yang (2009) Perception of prosodic hierarchical boundaries in Mandarin Chinese sentences Neuroscience 158 (4)1416-1425

Lloyd J (1940) Speech Signals in Telephony London

E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late preferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish JourPortuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Roy C (1981) Stress-timing in B343-351

ue A MB amp A Signorini (1983) Segmental duration and rhythm in Spanish Journal of Phonetics 11 1

78 Soacutenia Frota

Mata A I (1999) Para o estudo da entoaccedilatildeo em fala espontacircnea e preparada no Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

M H amp E Andrade (2000) The PMateus honology of Portuguese Oxford Oxford

as

Mehler n

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988)

Millottsody constrains word segmentation in French 16-month-olds

Millott98-909

Moraes J (1992) Dureacutee Intrinsegraveque de Martin

Morais Barb ie portugaise Lisboa Junta de

Morgan J L (1996) A rhy preverbal speech segmentation Journal of

Morgan

of Phonetics 37 29-45

Early

Nazzi T J

766

logy In I Roca (ed) Logical

Nespor Berlin Mouton de Gruyter

University Press

Mateus M H amp M R Delgado Martins (1982) Contribuiccedilatildeo para o estudo dvogais aacutetonas [acute] e [u] no Portuguecircs Europeu Biblos Vol LVIII 111ndash128

J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language IA Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

e S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal proJournal of Portuguese Linguistics 9-2

e S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 8

Moniz H (2006) Contributo para a caracterizaccedilatildeo dos mecanismos de (dis)fluecircncia em Portuguecircs Europeu MA Dissertation Universidade de Lisboa

s Voyelles du Portugais Breacutesilien In P (ed) Melanges Leacuteon Phonetique Phonostylistique Linguistique et Litterature 367-377 Toronto Editions Meacutelodie

osa J (1965) Etudes de phonologInvestigaccedilotildees do Ultramar

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

thmic bias in Memory and Language 35 666-688

J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nakai S S Kunnari A Turk K Suomi amp R Ylitalo (2009) Utterance-final lengthening and quantity in Northern Finnish Journal

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006)segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newbornstowards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonoIssues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

M (1999) Stress Domains In Word Prosodic Systems in the Languages of Europe Harry van der Hust (ed) 117-159

Prosoacutedia 79

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2ordf ediccedilatildeo publicada em 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The

man Proceedings of the International Symposium on Tonal

Odorico ord

Peperkao MA Dissertation University of Amsterdam

Pierreh d their alignment In M Horne (ed)

n

Pierreh

an Press

nal of Acoustical Society of America 90

Prieto P (2002) Entonacioacute In J Solagrave M R Lloret J Mascaroacute amp M P Saldanya

Prieto

Nespor M amp I Vogel (1989) On clashes and lapses Phonology 6 69ndash116

Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Niebuhr O amp K J Kohler (2004) Perception and Cognitive Processing of Tonal Alignment in GerAspects of Languages Emphasis on Tone Languages Beijing 155-158

L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-wutterances in Italian children First Language 23(1) 97-116

mp S (1992) La Risoluzione delle Aritmie nella Fonologia Ritmica dellrsquoItalian

Peperkamp S (1997) Prosodic Words The Hague Holland Academic Graphics HIL Dissertations 34

Pierrehumbert J (1980) The phonology and phonetics of English intonation PhD Dissertation MIT

umbert J (2000) Tonal elements anProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 11-36

Pierrehumbert J amp J Hirschberg (1990) The meaning of intonational contours in the interpretation of discourse In PR Cohen et al (eds) Intentions iCommunication Cambridge Mass MIT Press 271ndash311

umbert J amp M Beckman (1988) Japanese Tone Structure Cambridge Mass MIT Press

Pierrehumbert J amp SA Steele (1989) Categories of tonal alignment in English Phonetica 46 181ndash196

Pike K L (1945) The intonation of American English Ann Arbor University of Michig

Price P M Ostendorf S Shattuck-Hufnagel amp C Fong (1991) The use of prosody in syntactic disambiguation In Jour372-377

(eds) Gramagravetica del catalagrave contemporani Barcelona Empuacuteries Volum 1 393-462

Prieto P (2004) Fonegravetica i fonologia Els sons del catalagrave Barcelona Editorial UOC

P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

80 Soacutenia Frota

Ramus F (2002) Language discrimination by newborns Teasing apart phonotactic rhythmic and intonational cues Annual Review of Language Acquisition 2 85-

Ramus ues A

Ramus 999) Correlates of linguistic rhythm in speech

Sandler

prehension Springer

2519-2522

unication 41 71-80

dentification and lexical access In G Altmann amp R

Selkirk On derived domains in sentence phonology Phonology Yearbook 3

Selkirkrdrsquos paper In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in Laboratory

115

F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cstudy based on speech resynthesis JASA 105 512-521

F M Nespor amp J Mehler (1Cognition 73 265-292

Rietveld T J Haan L Heijmans amp C Gussenhoven (2002) Explaining attitudinal ratings of Dutch rising contours Morphological structure vs the Frequency Code Phonetica 59 180-194

Salverda A D Dahan amp J McQueen (2003) The role of prosodic boundaries in the resolution of lexical embedding in speech comprehension Cognition 90 51-89

W (2006) Phonology phonetics and the nondominant hand in L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 185-212

Sandler W amp D Lillo-Martin (2006) Sign Language and Linguistic Universals Cambridge CUP

Sandler W amp M Nespor (1999) Prosody in Israeli Sign Language Language and Speech 42 (2-3) 143-176

Savino M amp M Grice (in press) The perception of intonational contrasts in Italian In S Frota G Elordieta amp P Prieto (eds) Prosodic categories Production Perception and Com

Schiller N O A S Meyer R H Baayen amp W JM Levelt (1996) A Comparison of Lexeme and Speech Syllable in Dutch Journal of Quantitative Linguistics 3(1) 8-28

Schneider K G Dogil amp B Moumlbius (2009) German Boundary tones show Categorical Perception and a Perceptual Magnet Effect when presented in different contexts In Proceedings of Interspeech Brighton

Schouten B E Gerrits amp A van Hessen (2003) The end of categorical perception as we know it Speech Comm

Segui J E Dupoux amp J Mehler (1990) The role of the syllable in speech segmentation phoneme iSillcock (eds) Cognitive Models of Speech Processing Cambridge Mass MIT Press

Selkirk E (1984) Phonology and Syntax the relation between sound and structure Cambridge Mass MIT Press

E (1986)371ndash405

E (1990) On the nature of prosodic constituency comments on Beckman and EdwaPhonology I Cambridge CUP 179ndash200

Prosoacutedia 81

Selkirk E (1996) The Prosodic Structure of Function Words In J L Morgan amp K Demuth (eds) Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition

SelkirkProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce)

Selkirk glish In S Frota M

Shaked syntactic and phonological constraints in Hebrew

Shattuc importance of phonological transcription in

Shattucle of prosodic structure In Merle Horne (ed) Prosody

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23

Sudoof er S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp

Tenani guecircs do brasil implicaccedilotildees para a

Trucke On the relation between syntactic phrases and phonological

Trucke

Turk A ufnagel (2000) Word-boundary-related duration patterns in

Turk A 7) Multiple targets of phrase-final lengthening

van He R S Kirsner (2004) Phonetic or phonological contrasts in Dutch

Mahwah Lawrence Erlbaum Associates 187-213

E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Dordrecht Kluwer 231-261

E (2005) Comments on Intonational Phrasing in EnVigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

A (2007) Competingprosodic phrasing The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 169-199

k-Hufnagel S (1995) The empirical approaches to ldquostress shiftrdquo versus ldquoearly accentrdquo comments on Grabe and Warren and Vogel Bunnell and Hoskins In B Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 128ndash 140

k-Hufnagel S (2000) Phrase-level phonology in speech production planning Evidence for the roTheory and Experiment Dordrecht Kluwer Academic Publishers 201-229

months Child Development 77(2) 281-296

f S D Lenertovaacute R MeyJ SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

L (2002) Domiacutenios prosoacutedicos no Portuprosoacutedia e para a aplicaccedilatildeo de processos fonoloacutegicos PhD dissertation Universidade Estadual de Campinas

nbrodt H (1999) phrases Linguistic Inquiry 30 219ndash255

nbrodt H (2002) Upstep and embedded register levels Phonology 19 77-120

Truckenbrodt H (2007) Upstep on edge tones and on nuclear accents In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter Vol 2 349-386

Turk A amp J R Sawusch (1997) The domain of accentual lenthening in American English Journal of Phonetics 25 25-41

amp S Shattuck-HEnglish Journal of Phonetics 28 397-440

amp S Shattuck-Hufnagel (200in American English words Journal of Phonetics 35 445-472

uven V ampboundary tones In Linguistics in the Netherlands 21 102-113 AmsterdamPhiladelphia John Benjamins

82 Soacutenia Frota

Vanrell M (2007) A tonal scaling contrast in Majorcan Catalan interrogatives Journal of Portuguese Linguistics 6(1) 147-178 (Special issue Prosody in Ibero-Romance and related languages ed by G Elordieta and M Vigaacuterio)

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

Viana M C (1987) Para a siacutentese da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Dissertaccedilatildeo para acesso agrave categoria de Investigador Auxiliar Lisboa CLUL-INIC

httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

M (1998) Aspectos da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu estruturas com adveacuter

Vigaacuteriobio de exclusatildeo e negaccedilatildeo fraacutesica Braga CEHUM

465-477 Lisboa APLColibri

stics 2-2 (Special Issue on Portuguese

ial Issue Crosslinguistic Perspectives on the Development of Prosodic

Vigaacuterio m signal to grammar Rhythm and the th

sterdam John Benjamins 137-158

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

Vigaacuterio M (2003) The Prosodic Word in European Portuguese BerlinNew York Mouton de Gruyter

Vigaacuterio M (2009) The Prosodic Word Group as a domain of prosodic hierarchy Paper given at the Sixth Old Conference in Phonology (OCP6) Univ Edinburgh

Vigaacuterio M amp I Faleacute (1994) A Siacutelaba no Portuguecircs Fundamental uma descriccedilatildeo e algumas consideraccedilotildees de ordem teoacuterica In Actas do IX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese LinguiPhonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M M J Freitas amp S Frota (2006) Grammar and frequency effects in the acquisition of prosodic words in European Portuguese Language and Speech (SpecWords edited by K Demuth) 49(2) 175-203

M S Frota amp M J Freitas (2003) Froacquisition of syllable structure Proceedings of the 27 Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

Wenk B amp F Wioland (1982) Is French really syllable-timed Journal of Phonetics 10 193-216

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (eds) Phonetics and Phonology Interactions and interrelations Am

Prosoacutedia 83

Wightman CW S Shattuck-Hufnagel M Ostendorf amp P J Price (1992) Segmental durations in the vicinity of prosodic phrase boundaries Journal of the Acoustical Society of America 91 (3) 1707-1717

Zerbian S (2007) Phonological phrasing in Northern Sotho (Bantu) The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing edited by S Frota amp P Prieto) 24

Zsiga Eers in

233-262

(1995) An acoustic and electropalatographic study of lexical and postlexical palatalization in American English In B Connell amp A Arvaniti (eds) PapLaboratory Phonology IV Cambridge CUP 282-302

  • Prosoacutedia
    • Relatoacuterio
    • Soacutenia Frota
      • Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa
        • Conteuacutedos
          • Estrutura prosoacutedica
            • Leacutexico entoacional
            • Restriccedilotildees distribucionais
            • Implementaccedilatildeo foneacutetica
              • Bibliografia alargada
Page 2: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em

Relatoacuterio elaborado para a admissatildeo a provas de agregaccedilatildeo nos termos do disposto na al iacutenea b ) do ar t igo 5 ordm e da aliacutenea b) do nordm 2 do artigo 8ordm do Decreto-Lei nordm 2392007 publicado no Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf seacuterie Nordm 116 de 19 de Junho de 2007

Iacutendice 1 Introduccedilatildeo 11 O objecto do Relatoacuterio 12 A estrutura do Relatoacuterio

779

2 O ensino da Prosoacutedia no Departamento de Linguiacutestica Geral e Romacircnica

10

3 O seminaacuterio de Foneacutetica Prosoacutedia 31 A poacutes-graduaccedilatildeo em Linguiacutestica 32 Integraccedilatildeo do seminaacuterio de Prosoacutedia na poacutes-graduaccedilatildeo 33 Objectivos do seminaacuterio

15151819

4 O programa do seminaacuterio de Prosoacutedia 41 Programa 42 Bibliografia geral 43 Consideraccedilotildees sobre o programa e bibliografia 44 Planificaccedilatildeo das mateacuterias

2021222627

5 Os meacutetodos de ensino 51 Metodologias e recursos 52 Avaliaccedilatildeo

282830

6 Os conteuacutedos e seu desenvolvimento 61 Noccedilotildees fundamentais de prosoacutedia 62 Constituintes prosoacutedicos 63 Ritmo 64 Melodia 65 Prosoacutedia e significado 66 Prosoacutedia e aquisiccedilatildeo da liacutengua

31313543516472

7 Anexo Bibliografia alargada

83

Prosoacutedia 7

4 O PROGRAMA DO SEMINAacuteRIO DE PROSOacuteDIA Nesta secccedilatildeo satildeo apresentados o programa a bibliografia geral e a planificaccedilatildeo das mateacuterias por horas lectivas O programa proposto estaacute pensado para 45 horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio de acordo com o Relatoacuterio de Adequaccedilatildeo de Mestrado de 2006 e as Normas Regulamentares do Doutoramento em Linguiacutestica de 2007 Sempre que possiacutevel pretende-se que entre 3 a 5 horas lectivas sejam preenchidas com conferecircncias proferidas por especialistas na aacuterea 41 PROGRAMA

SEMINAacuteRIO DE FONEacuteTICA PROSOacuteDIA Programa

1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a

estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e

entoaccedilatildeo 2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis 3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

8 Soacutenia Frota

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico 42 BIBLIOGRAFIA GERAL Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em

portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

Prosoacutedia 9

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (eds) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2002) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (eds) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

10 Soacutenia Frota

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In IH Faria amp MJ Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no PE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (eds) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (eds) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Gout A A Christophe amp J Morgan (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Prosoacutedia 11

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A study based on speech resynthesis JASA 105 512-521

Ramus F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition 73 265-292

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp J SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (eds) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

12 Soacutenia Frota

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

43 CONSIDERACcedilOtildeES SOBRE O PROGRAMA E A BIBLIOGRAFIA O programa encontra-se organizado em seis moacutedulos O primeiro constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes

Os moacutedulos dois trecircs e quatro satildeo respectivamente dedicados aos constituintes prosoacutedicos ao ritmo e agrave melodia Apesar de formarem moacutedulos autoacutenomos esta apresentaccedilatildeo sequencial favorece a compreensatildeo da organizaccedilatildeo sonora da linguagem como uma estruturaccedilatildeo em constituintes que se manifesta em diversos domiacutenios da mateacuteria sonora desde os fenoacutemenos de sacircndi agraves relaccedilotildees de proeminecircncia e fenoacutemenos riacutetmicos e agrave distribuiccedilatildeo dos eventos tonais que compotildeem as melodias A estrutura interna de cada um dos trecircs moacutedulos parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio e da aplicaccedilatildeo de instrumentos elementares de anaacutelise prosoacutedica para a problematizaccedilatildeo de questotildees especiacuteficas e a exploraccedilatildeo de potenciais caminhos para a construccedilatildeo de respostas aos problemas e hipoacuteteses levantados Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial

Os dois uacuteltimos moacutedulos do programa tambeacutem autoacutenomos entre si pressupotildeem todavia os conhecimentos e competecircncias anteriormente adquiridos Nestes dois moacutedulos constituecircncia prosoacutedica ritmo e entoaccedilatildeo satildeo trabalhados na perspectiva do processamento da liacutengua (moacutedulo 5) e da aquisiccedilatildeo da liacutengua (moacutedulo 6) No primeiro caso salienta-se o papel da prosoacutedia no processamento lexical e sintaacutectico No segundo caso realccedila-se o contributo da prosoacutedia para a aquisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo do proacuteprio desenvolvimento prosoacutedico Aqui como anteriormente faz-se especial referecircncia a estudos sobre o Portuguecircs

Prosoacutedia 13

Atravessa todo o programa uma forte componente experimental pois pretende-se de acordo com os objectivos do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 33) uma compreensatildeo activa do componente prosoacutedico da linguagem atraveacutes do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de estudo da prosoacutedia e da sua aplicaccedilatildeo em pequenos projectos de investigaccedilatildeo A bibliografia geral apresentada obedece a trecircs criteacuterios fundamentais acompanhando as linhas de organizaccedilatildeo do programa acima descritas (i) a inclusatildeo de bibliografia de niacutevel introdutoacuterio e de niacutevel intermeacutedio e avanccedilado (ii) a selecccedilatildeo de textos que privilegiam a caracterizaccedilatildeo prosoacutedica do Portuguecircs no quadro da comparaccedilatildeo entre liacutenguas juntamente com textos sobre liacutenguas diversas em ambos os casos fazendo recurso a um quadro teoacuterico homogeacuteneo e utilizando metodologias experimentais (iii) a acessibilidade dos textos especialmente atraveacutes de recursos bibliograacuteficos on-line A bibliografia geral eacute disponibilizada no ano anterior ao do funcionamento do seminaacuterio juntamente com o programa No decurso do funcionamento do seminaacuterio para cada moacutedulo do programa satildeo indicadas referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Estas referecircncias na sua maior parte constam da bibliografia geral inicialmente disponibilizada Todavia podem surgir novos textos a indicar ao longo do seminaacuterio que pelo seu caraacutecter extremamente especiacutefico orientado para determinada mateacuteria ou por terem sido recentemente produzidospublicados ou por corresponderem a interesses particulares de alunos natildeo foram incluiacutedos na bibliografia geral Entenda-se pois a bibliografia como um espaccedilo com abertura e flexibilidade ajustaacutevel a necessidades conjunturais No final do seminaacuterio eacute fornecida aos alunos uma bibliografia alargada (em Anexo) 44 PLANIFICACcedilAtildeO DAS MATEacuteRIAS A distribuiccedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos por horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio segue o seguinte plano Conteuacutedos Horas

lectivas1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes

prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica

3

14 Soacutenia Frota

12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis

6

3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

9

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

9

5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

6

6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico

7~9

Conferecircncias (moacutedulos 2 a 6) 3~5 Total de horas lectivas 45

As horas lectivas atribuiacutedas a cada moacutedulo variam em 6 a 9 (isto eacute 2 a 3 sessotildees de 3 horas cada) agrave excepccedilatildeo do primeiro moacutedulo de introduccedilatildeo geral ao seminaacuterio As horas efectivas atribuiacutedas ao moacutedulo seis dependem da integraccedilatildeo no programa de duas ou trecircs conferecircncias na aacuterea de especialidade do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 32 e introduccedilatildeo agrave secccedilatildeo 4) Estas conferecircncias podem contribuir para qualquer um dos moacutedulos dois a seis do programa Excepto no caso das conferecircncias e dos ajustes de horaacuterio que elas possam implicar as horas lectivas satildeo organizadas em sessotildees de 3 horas ao longo do semestre

Prosoacutedia 15

5 OS MEacuteTODOS DE ENSINO 51 METODOLOGIAS E RECURSOS Em conformidade com os objectivos do seminaacuterio explicitados na secccedilatildeo 33 o ensino articula a apresentaccedilatildeo de conteuacutedos e sua problematizaccedilatildeo e discussatildeo com a exemplificaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas experimentais de estudo da prosoacutedia e o exerciacutecio da sua aplicaccedilatildeo As sessotildees do seminaacuterio funcionam assim combinando os formatos de conferecircncia (exposiccedilatildeo problematizaccedilatildeo discussatildeo) e de workshop (propostas exemplificaccedilatildeo exerciacutecios aplicaccedilatildeo a novos casos discussatildeo) Os conteuacutedos de cada moacutedulo satildeo perspectivados como o resultado de questotildees de investigaccedilatildeo e discutidos como despoletadores de novas questotildees Assim os alunos satildeo conduzidos a assumir as perspectivas do investigador ndash como aquele que coloca as questotildees e traccedila um percurso experimental na busca das respostas ndash e do utilizador do conhecimento cientiacutefico o profissional que no desempenho da sua actividade necessita de conhecimento especializado e do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de anaacutelise produtoras de informaccedilatildeo especiacutefica Esta abordagem visa promover o desenvolvimento das competecircncias necessaacuterias agrave produccedilatildeo de investigaccedilatildeo autoacutenoma na aacuterea da prosoacutedia eou agrave praacutetica de actividades que exigem conhecimentos especializados nesta aacuterea A concretizaccedilatildeo das formas de ensino que acabei de expor exige a disponibilizaccedilatildeo de recursos vaacuterios particularmente nos domiacutenios do suporte informaacutetico e laboratorial Todas as sessotildees do seminaacuterio implicam a utilizaccedilatildeo de equipamento multimeacutedia ndash computador projector viacutedeo sistema de som ndash exigindo uma sala preparada para este efeito Programas de anaacutelise e siacutentese de fala bem como de apresentaccedilatildeo de estiacutemulos para tarefas de percepccedilatildeo satildeo utilizados tanto na exemplificaccedilatildeo de casos de estudo como nos exerciacutecios realizados Destacam-se em particular os seguintes programas Praat desenvolvido por Paul Boersma e David Weenink (Institute of Phonetic Sciences University of Amsterdam) e de distribuiccedilatildeo gratuita (httpwwwpraatorg) SpeechStation2 da Sensimetrics (httpwwwsenscom) existente no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab SuperLab Pro da Cedrus (httpwwwsuperlabcom) tambeacutem disponiacutevel no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab Habit (httphabitcmbucdavisedu) de

16 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo gratuita Satildeo ainda recursos utilizados os sistemas de anotaccedilatildeo prosoacutedica ToBI adaptados a diferentes liacutenguas httpwwwlingohio-stateedu~tobiame_tobi httpprosodia upfeducat_tobien httpwwwfl ulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm O suporte laboratorial do seminaacuterio eacute garantido pelo Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tendo os alunos acesso a todos os equipamentos disponiacuteveis bem como a corpora e bases de dados e beneficiando da orientaccedilatildeo praacutetica de doutorandos e bolseiros de investigaccedilatildeo associados ao laboratoacuterio 52 AVALIACcedilAtildeO De acordo com o Regulamento de Estudos poacutes-graduados da UL (httpwwwflulptlexregulamento_pgpdf ) a avaliaccedilatildeo do seminaacuterio eacute expressa no no intervalo de 10 a 20 valores da escala inteira de 0 a 20 Os alunos podem optar por um de dois modelos de trabalho final de seminaacuterio (i) a realizaccedilatildeo de um trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio (estudo piloto) ou (ii) a apreciaccedilatildeo criacutetica de um artigo sobre um estudo experimental Os alunos que pretendem concluir o ciclo de estudos com a elaboraccedilatildeo de uma dissertaccedilatildeo de natureza cientiacutefica ou de um trabalho de projecto original satildeo incentivados a optar pelo modelo (i) O modelo (ii) eacute direccionado para alunos que pretendem realizar um estaacutegio de natureza profissional e respectivo relatoacuterio (ver Normas regulamentares do mestrado Linguiacutestica httpwwwflulpt dlgrptensinociclo2programas0_Mestr_Ling_Regulamentodoc) O tema do trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio poderaacute ser escolhido entre os temas de trabalho apresentados pela docente ao longo do semestre ou proposto pelo aluno Para a escolha do tema satildeo ponderados o seu interesse para o projecto de investigaccedilatildeo pessoal do aluno a exequibilidade do trabalho no tempo disponiacutevel (habitualmente cerca de 5 semanas) os recursos e o apoio necessaacuterios agrave execuccedilatildeo do trabalho O trabalho deve ser individual original e especialmente realizado para o seminaacuterio podendo todavia integrar um projecto de investigaccedilatildeo pessoal jaacute em curso especialmente no caso dos estudantes de doutoramento A orientaccedilatildeo do trabalho cabe agrave docente do seminaacuterio podendo membros da equipa do Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tambeacutem sob sua orientaccedilatildeo apoiar o aluno na realizaccedilatildeo do trabalho

Prosoacutedia 17

Dada a sua natureza de estudo piloto o trabalho deve explorar uma abordagem experimental do tema escolhido com uma recolha de dados de dimensatildeo pequena mas suficiente para problematizar o sucesso da abordagem utilizada e abrir caminhos de investigaccedilatildeo futura Numa fase intermeacutedia da realizaccedilatildeo do trabalho este eacute apresentado e discutido oralmente O formato final do trabalho eacute o formato de um artigo com o nuacutemero maacuteximo de 15 paacuteginas A avaliaccedilatildeo do trabalho eacute feita com base nos seguintes paracircmetros enquadramento do tema na literatura da especialidade meacuterito da abordagem experimental escolhida domiacutenio dos meacutetodos e teacutecnicas experimentais capacidade de analisar os dados e extrair implicaccedilotildees dos resultados dessa anaacutelise No que respeita ao modelo (ii) o artigo a apreciar eacute escolhido a partir de uma lista apresentada pela docente O formato final da apreciaccedilatildeo criacutetica eacute o de um parecer com o nuacutemero maacuteximo de 8 paacuteginas Da apreciaccedilatildeo criacutetica a elaborar pelo aluno devem constar um resumo do artigo a discussatildeo da sua relevacircncia face ao enquadramento na literatura em que se situa a pertinecircncia das questotildees de investigaccedilatildeo que examina a propriedade da metodologia utilizada para esse efeito e a importacircncia dos resultados obtidos e suas implicaccedilotildees para estudos posteriores A avaliaccedilatildeo do seminaacuterio corresponde agrave avaliaccedilatildeo obtida no trabalho final 6 OS CONTEUacuteDOS E SEU DESENVOLVIMENTO

Nenhum vento sopra a favor

de quem natildeo sabe para onde ir

Seacuteneca

Things should be made as simple

as possible

but not any simpler

Albert Einstein

Para cada moacutedulo do programa do seminaacuterio de Prosoacutedia apresenta-se um sumaacuterio das mateacuterias abordadas indicam-se potenciais linhas de investigaccedilatildeo e listam-se referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Como referido anteriormente (secccedilatildeo 43) a estrutura interna de cada moacutedulo parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio para a problematizaccedilatildeo de questotildees particulares de investigaccedilatildeo Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs

18 Soacutenia Frota

(variedade standard falada na regiatildeo de Lisboa) num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial 61 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

O primeiro moacutedulo do programa constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia

em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes O papel desempenhado pela estrutura prosoacutedica enquanto elemento organizador das sequecircncias de fala encontra-se bem estabelecido na literatura A estrutura prosoacutedica agrupa fragmentos da cadeia falada em constituintes prosoacutedicos hierarquicamente organizados delimitados por fronteiras e caracterizados por proeminecircncias de diferentes niacuteveis (Figura 1)

Figura 1 Exemplificaccedilatildeo de estrutura prosoacutedica da siacutelaba ao sintagma entoacional Os constituintes prosoacutedicos satildeo marcados por constelaccedilotildees de propriedades que constituem a maior fonte de evidecircncia empiacuterica para a estrutura prosoacutedica Entre

Prosoacutedia 19

estas propriedades contam-se os fenoacutemenos que mostram que a realizaccedilatildeo de segmentos (ou de tons no caso de liacutenguas tonais) eacute afectada pela estrutura prosoacutedica fenoacutemenos de sacircndi (1a) fenoacutemenos de reforccedilo inicial de constituinte (1b) ou de alongamento final de constituinte (Figura 2) Tambeacutem os fenoacutemenos riacutetmicos satildeo sensiacuteveis agrave estrutura prosoacutedica por exemplo a forma como situaccedilotildees de antagonismo acentual motivadas pela proximidade de duas siacutelabas proeminentes satildeo resolvidas (ou natildeo) depende da organizaccedilatildeo prosoacutedica das duas siacutelabas num mesmo constituinte ou em constituintes diferentes (2) Tanto a realizaccedilatildeo dos eventos tonais que fazem a entoaccedilatildeo de uma sequecircncia de fala como a sua distribuiccedilatildeo reflectem a estrutura prosoacutedica por exemplo a altura relativa de um tom depende da sua realizaccedilatildeo dentro de um mesmo constituinte dos tons precedentes ou como o tom inicial de um novo constituinte prosoacutedico (3) e certos padrotildees de ocorrecircncia de eventos tonais satildeo indicadores do tipo de estrutura prosoacutedica da sequecircncia de fala a que se associam (4) (1) a [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[z] [ccedil S] jornalista[S] ]I b [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[S] ]IP [ [awS] jornalista[S] ]I

Figura 2 Alongamento final em fronteira de sintagma

b

40

45

50

55

60

σ

MV SF CF

Speakers

Test-word 1A

_ ]φ

_ ] Ι

fonoloacutegico e sintagma entoacional na palavra progressiva Duraccedilatildeo meacutedia da siacutelaba toacutenica e poacutes-toacutenica em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo da palavra para 3 informantes (Frota 2000 p192)

(2) a [thirteen men] φ Tennessee]φ won

20 Soacutenia Frota

(3) o

o

o o

o ]

) uma grande subida dos preccedilos

gt [uma grande subida]φ [dos preccedilos]φ

A implementaccedilatildeo de propriedades riacutetmicas e meloacutedicas mostra que a

[ ] [ H H H H H (4 T T T T T T T gt [uma grande subida dos preccedilos]φ estrutura prosoacutedica tem um papel relevante para a organizaccedilatildeo riacutetmica e entoacional das liacutenguas A estrutura prosoacutedica estabelece a cadeia de proeminecircncias e as fronteiras disponiacuteveis como pontos de associaccedilatildeo de eventos tonais Os eventos tonais de tipo culminativo ou acentual (acentos tonais) ligam-se a elementos da cadeia de proeminecircncias designadamente a cabeccedilas dos constituintes prosoacutedicos contribuindo para a realizaccedilatildeo dessas proeminecircncias Os eventos tonais de tipo demarcativo ou de fronteira ligam-se agraves margens dos constituintes prosoacutedicos (Figura 3) A estrutura entoacional relaciona-se assim com a organizaccedilatildeo em constituintes prosoacutedicos

Figura 3 Estrutura prosoacutedica e eventos tonais

Prosoacutedia 21

As propriedades que assinalam a estrutura prosoacutedica satildeo usadas no

ibliografia especiacutefica

processamento lexical na desambiguaccedilatildeo sintaacutectica (ver moacutedulo 5) ou na identificaccedilatildeo de unidades morfossintaacutecticas e de unidades fonoloacutegicas no processo de aquisiccedilatildeo da liacutengua (ver moacutedulo 6) B

and focus in European Portuguese Phonological phrasing

Ladd D

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS

CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS tuguecircs

ica e niacuteveis

O moacutedulo dois do programa eacute dedicado ao estudo de constituintes

constituintes (5b)

rota S (2000) ProsodyF

and intonation New York Garland Publishing Chap 1 Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma

entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076 R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Chap 1-2 Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition

2007 Mouton) Chap 1-2 6 221 Domiacutenios prosoacutedicos no Por22 Sobre a natureza da estrutura prosoacuted23 Como definir um domiacutenio constituintes prosoacutedicos Satildeo particularmente considerados os constituintes acima da palavra dada a sua relevacircncia para os fenoacutemenos riacutetmicos e entoacionais e a liacutengua em anaacutelise para este estudo de constituintes prosoacutedicos eacute o Portuguecircs Europeu Partindo da abordagem da fonologia prosoacutedica em que os constituintesprosoacutedicos resultam da aplicaccedilatildeo de mecanismos de interface entre morfossintaxe e fonologia modulada por restriccedilotildees de natureza puramente fonoloacutegica eacute apresentada a construccedilatildeo dos constituintes sintagma fonoloacutegico (φ e sintagma entoacional (I) em diversas liacutenguas Esta construccedilatildeo eacute reveladora dos dois grandes princiacutepios de organizaccedilatildeo prosoacutedica das sequecircncias de fala o princiacutepio demarcativo que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as margens de constituintes (5a) e o princiacutepio do agrupamento que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as relaccedilotildees existentes entre

22 Soacutenia Frota

(5) a Alinhame

margens de umnto entre as margens de um dado constituinte sintaacutectico e as

dado constituinte prosoacutedico

ini Direita XP

constituintes adjacentes ompl odifi

eza fonoloacutegica que operam sobre os onstituintes prosoacutedicos dizem respeito aos factores tamanho peso balanccedilo e s)sim

(Ghini 1993) Direita XP ( ω ω ω ω ω ) φ

ω )φ

φ (

eg sintagma fonoloacutegico Japonecircs Esquerda XP Chi Mw

b Relaccedilatildeo entre cabeccedilas e(cabeccedilac emento cabeccedilam cador etc)

eg sintagma fonoloacutegico Papago Chichewa Wrap XP

Tipicamente as restriccedilotildees de naturc(a etria como ilustrado em (6) (6) Sintagma fonoloacutegico Italiano

( ω ω )φ ( ω )φ ( ω )φ ( )φ ( ( ω ω ω ω ω )φ ( ω ω )φ ( ω ω ω )φ

φ ( lowast( ω ω ) ω ω ) ω ) φ )

lowast( ω ω ω φ

)φ (

(

( ω ω ) φ lowast( ω ω ω ω )φ ( ω )φ

lowast( ω )φ ( ω )φ ( ω ω )φ ω ) φ

oloacutegico e do sintagm entoacional no Portuguecircs Europeu e satildeo descritas as propriedades foneacutetic

e uma cabeccedila lexical agrupando a cabeccedila e todos os elemen

Neste quadro eacute estudada a formaccedilatildeo do sintagma fona

as e fonoloacutegicas que assinalam estes constituintes Para ambos os constituintes mostra-se a relevacircncia do princiacutepio de agrupamento e o efeito de restriccedilotildees fonoloacutegicas

A formaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico no PE refere o domiacutenio sintaacutectico da projecccedilatildeo maacutexima d

tos no seu lado natildeo recursivo num mesmo φ Este φ pode ainda conter um constituinte sintaacutectico seguinte pertencente ao mesmo domiacutenio se este constituinte natildeo tiver condiccedilotildees para formar um φ por si soacute Tais condiccedilotildees satildeo fonologicamente determinadas por uma restriccedilatildeo de tamanho miacutenimo segundo a qual um φ deveraacute conter mais material do que uma palavra prosoacutedica O elemento mais proeminente de φ eacute a sua uacuteltima palavra prosoacutedica ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita do constituinte como na generalidade das

Prosoacutedia 23

liacutenguas com a ordem sintaacutectica cabeccedila-complemento A demonstraccedilatildeo empiacuterica desta anaacutelise assenta em evidecircncias duracionais ligadas a fenoacutemenos riacutetmicos (Figura 4) em evidecircncias segmentais resultantes da (natildeo)aplicaccedilatildeo de sacircndi vocaacutelico tambeacutem devido a restriccedilotildees riacutetmicas (7) e em evidecircncias entoacionais de distribuiccedilatildeo de acentos tonais (ver (4) acima)

Figura 4 O sintagma fonoloacutegico e o alongamento da 1ordf de duas siacutelabas toacutenicas adjacentes numa situaccedilatildeo de antagonismo acentual dentro de um mesmo φ [ ]

(7) Vog de φ a

negrito ais afectadas a sublinhado siacutelaba toacutenica em maiacutesculas cabeccedila

[ o danccedilaRIno ] φ [ Ama ] φ [ a bailarina russa ] φ danccedilarinama (ltdanccedilarino+ama)

[ o bailaRIno ] φ [ ANda SEMpre ] φ [ de limusine preta ] φ

emarcativo no mapeamento quer

leccionando a margem direita quer seleccionando a margem esquerda (ver respect

okbailarinanda (ltbailarino+anda)

A aplicaccedilatildeo do princiacutepio dse

ivamente (8a) e (8b) ) resulta numa estrutura prosoacutedica que natildeo permite dar conta das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas acima descritas1 Na 1 Importa notar que em linha com o observado para outras liacutenguas romacircnicas as cabeccedilas lexicais apenas contam como cabeccedilas prosoacutedicas quando na sua posiccedilatildeo natildeo marcada (no caso do adjectivo quando no lado recursivo ndash ver Nespor amp Vogel 1986)

24 Soacutenia Frota

ilustraccedilatildeo em (8) a organizaccedilatildeo prosoacutedica natildeo marcada corresponde a (8a) em i e a (8b) em ii ou seja corresponde a um padratildeo de agrupamento de N e A separadamente de PP

(8) [ N [ A ]AP PP ]NP ii [ A N PP ]NP

)

A formaccedilatildeo do sintagma entoacional (I) no PE refere o domiacutenio de uma

ccedilatildeo em Is no PE dispotildee de forte evidecircncia empiacuterica Vaacuterios noacuteme

interpretaccedilotildees (ateacute ao nono ano como modificador de alunas ou como

i (a) ( )φ ( )φ ( φ

) (b) ( )φ( φ ( )φ ( )φ( )φ

frase raiz distinguindo todas as expressotildees natildeo estruturalmente a ela ligadas como expressotildees parenteacuteticas toacutepicos ou outros suplementos2 Estas uacuteltimas formam Is independentes enquanto todos os φs no domiacutenio da frase raiz satildeo agrupados num mesmo I Decorre deste mapeamento que os constituintes presentes num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador Os sintagmas entoacionais satildeo sujeitos a condiccedilotildees fonoloacutegicas que interagem com os mecanismos de mapeamento produzindo a organizaccedilatildeo prosoacutedica em Is de uma sequecircncia de fala Estas condiccedilotildees regulam o peso dos Is constituintes longos tendem a ser divididos prefere-se constituintes balanceados ou o constituinte mais longo agrave direita O elemento mais proeminente de I eacute o seu uacuteltimo φ ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita A organizafe nos de sacircndi aplicam-se no domiacutenio de I (veja-se (1) acima e tambeacutem (9) Este eacute o domiacutenio do alongamento final preacute-fronteira (jaacute ilustrado na Figura 2) e tambeacutem do locus de ocorrecircncia de pausa O sintagma entoacional tem ainda uma definiccedilatildeo meloacutedica precisa ele constitui o domiacutenio da melodia miacutenima dado que apenas a cabeccedila de I requere obrigatoriamente um acento tonal e apenas a fronteira direita de I eacute obrigatoriamente marcada por um tom de fronteira Na Figura 5 ilustra-se o contraste entre [as alunas] produzido como um φ ou como um I evidenciado pela realizaccedilatildeo da fricativa e pela curva meloacutedica e correspondendo a diferentes estruturas sintaacutecticas com diferentes

expressatildeo adverbial temporal caracterizadora de toda a acccedilatildeo)

2 Dependendo da abordagem sintaacutectica seguida o domiacutenio para a formaccedilatildeo de I tem sido identificado como Extended Projection of VP ou como Comma Phrase (veja-se por exemplo Elordieta et al 2005 ou Selkirk 2005) Segue-se no seminaacuterio a abordagem mais claacutessica sem entrar na discussatildeo da anaacutelise sintaacutectica das diferentes estruturas

Prosoacutedia 25

(9) a [ a[z] aluna[z] obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

b [ a[z] aluna[S] ]I [ ateacute onde pensamo[S] e sabemo[S] ]I [ obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

ento em Is eacute document licaacutevel pela referecircncia do constituinte mais longo agrave direita

I I

rie s acional no

E

Figura 5 Evidecircncias segmentais e entoacionais para I

O papel das restriccedilotildees fonoloacutegicas na determinaccedilatildeo do fraseamado em (10) note-se o contraste entre (a) e (b) exp

p (10) a [ O galatilde andava de porsche ]I

a [ O galatilde ]I [ andava de porsche ]I a [ O galatilde andava ] [ de porsche ]

b [ O poeta cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I b [ O poeta ] [ cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I Ib [ O poeta cantou ]I [ uma manhatilde angelical perturbadora ]I

O Quadro 1 (extraiacutedo de Frota no prelo) sintetiza as prop dade

foneacuteticas e fonoloacutegicas do sintagma fonoloacutegico e do sintagma entoP

26 Soacutenia Frota

rties Segmental Durational Tonal Prominence

Quadro 1 Estrutura prosoacutedica do PE propriedades de φ e I (Frota no prelo)

PropePhP NO NO NO Rightmost (default)

el

PhP heads constrain the output of vowsandhi

stress Domain forstrengthening

IP Domain for many segmental processes Domain for

oclitics

Final lengthening IP-edge Locus of

Domain for pitch accent distribution IP heads require a

lt)

resyllabification Left edge reducedforms of prare highly disfavoured

pauses pitch accent Right edge requires boundary tone Left edge optionally marked

Rightmost (defauFocus prominence (not positional)

co

Os ca em

constituintes entoacionais podem ser implementados diferentemente nas

Figura 6 Organizaccedilatildeo prosoacutedica em constituintes entoacionais variaccedilatildeo entre liacutenguasvariedades Tamanho (curtolongo) e

mplexidade (natildeo ramificado ramificaccedilatildeo simples ramificaccedilatildeodupla)

muacuteltiplos factores que regulam a organizaccedilatildeo prosoacutedi

Prosoacutedia 27

gramaacuteticas fonoloacutegicas das liacutenguas mesmo no caso de liacutenguas proacuteximas ou ateacute de va

tura prosoacutedica permanecem todavia

da combinaccedilatildeo de restriccedilotildees fonoloacutegicas com mecanismos

te da estrutura morfossintaacutectica eacute pouco profunda

riedades da mesma liacutengua Esta diversidade eacute ilustrada pelo comportamento do Castelhano Catalatildeo Italiano Portuguecircs Europeu do Norte (Braga) e Portuguecircs Europeu de Lisboa no que respeita agrave divisatildeo de uma frase SVO em dois constituintes (S) (VO) face a factores como o tamanho em siacutelabas e a complexidade sintaacutectica e prosoacutedica (Figura 6)

O quadro de anaacutelise em constituintes prosoacutedicos atraacutes exposto tem dado resultados profiacutecuos para o conhecimento da estrutura prosoacutedica das liacutenguas Duas questotildees essenciais sobre a natureza da estru

em aberto existem diferentes tipos de estrutura prosoacutedica ou uma uacutenica estrutura que governa fenoacutemenos tatildeo variados como os referidos acima como eacute definido um constituinte prosoacutedico (existe equivalecircncia entre constituintes e niacuteveis na estrutura) A primeira questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo das diferentes abordagens da estrutura prosoacutedica que tecircm sido propostas na literatura designadamente uma estrutura que resulta de interface entre a fonologia e outros componentes da gramaacutetica (a linha dominante no acircmbito da fonologia prosoacutedica) ou uma estrutura que eacute definida exclusivamente com base em fenoacutemenos de entoaccedilatildeo ou de proeminecircncia e cujos constituintes resultam apenas das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas que os caracterizam (abordagem comum no acircmbito dos estudos entoacionais) A resposta para esta questatildeo eacute fundamentalmente empiacuterica e passa pela aplicaccedilatildeo de paradigmas experimentais em que os diferentes factores satildeo controlados e testados e em que mais do que um tipo de propriedade marcadora da estrutura prosoacutedica eacute examinado A segunda questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo da ausecircncia de recursividade na estrutura prosoacutedica Na maioria das abordagens a estrutura prosoacutedica diferentemenTodavia algumas formas limitadas de recursividade tem sido propostas fazendo com que natildeo exista uma correspondecircncia directa entre niacuteveis de constituecircncia prosoacutedica e niacuteveis de fraseamento prosoacutedico Dado que as pistas para a organizaccedilatildeo prosoacutedica tendem a assinalar diferenccedilas entre niacuteveis a definiccedilatildeo dos constituintes prosoacutedicos resulta menos clara Mais uma vez a resposta exige trabalho experimental direccionado para a procura de diferenccedilas de tipo (apontando para categorias prosoacutedicas distintas) versus diferenccedilas de

28 Soacutenia Frota

grau (apontando para formas de organizaccedilatildeo prosoacutedica de instacircncias de uma mesma categoria) No que especificamente respeita ao PE eacute crucial estudar-se a organizaccedilatildeo prosoacutedica em outras variedades para aleacutem da variedade standard e verificar ateacute que ponto as propriedades caracterizadoras dos sintagmas fonoloacutegico e entoacional (Quadro 1 acima) tecircm caraacutecter geral na liacutengua O caso do sintagma fonoloacutegico eacute especialmente relevante dada a ausecircncia de evidecircncias segmentais duracionais e tonais proacuteprias que assim caracterizam a manifestaccedilatildeo subtil deste constituinte no PE quando comparada com outras liacutenguas (eg Nespor amp Vogel 1986 Hayes amp Lahiri 1991 Ghini 1993 entre outros) Bibliografia especiacutefica DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational

dic and syntactic structure In S Frota J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series

Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Frota S

Ghini osal Toronto Working Papers in

Hayes

Phrasing in Romance The role of prosoM Vigaacuterio amp M

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143 (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Caps 2-3

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291 M (1993) φ-formation in Italian a new propLinguistics 122 41ndash79

B amp A Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Inkelas S amp D Zec (1995) Syntax-phonology Interface In JA Goldsmith (ed) The Handbook of Phonological Theory Cambridge Mass Blackwell 535-549

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Prosoacutedia 29

63 RITMO 3 RITMO 1 Noccedilotildees de ritmo

es abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia iacutetmico classes ou contiacutenuo

ar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs loraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

dedicado ao estudo do ritmo Satildeo ritmo na menos e

332 Diferent3 Espaccedilo r3

34 Analis35 Correlaccedilotildees e exp O moacutedulo trecircs do programa eacute apresentadas diferentes noccedilotildees de ritmo sublinhando-se o lugar doorganizaccedilatildeo prosoacutedica das liacutenguas e o conjunto variado de fenoacutepropriedades que podem contribuir para a sensaccedilatildeo de ritmo Trabalham-se estudos de produccedilatildeo e percepccedilatildeo do ritmo no Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas Como vimos no moacutedulo 1 a estrutura prosoacutedica define uma cadeia de proeminecircncias ao mesmo tempo que os domiacutenios prosoacutedicos regulam a aplicaccedilatildeo de fenoacutemenos riacutetmicos Uma noccedilatildeo possiacutevel de ritmo eacute a estruturaccedilatildeo das proeminecircncias em sequecircncias de fala Para esta estruturaccedilatildeo contribuem as cabeccedilas dos diferentes constituintes prosoacutedicos (Figura 1) desde a siacutelaba toacutenica da cada palavra prosoacutedica ateacute agrave cabeccedila do sintagma entoacional bem como as suas propriedades de implementaccedilatildeo foneacutetica (duraccedilatildeo intensidade movimentos de F0 devidos agrave presenccedila de acentos tonais) Contribuem ainda os fenoacutemenos riacutetmicos que tendem a implementar uma certa alternacircncia entre posiccedilotildees fortes e fracas como os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de antagonismo acentual (ver (2) e Figura 1 acima) ou os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de intervalos de sequecircncias aacutetonas (11) Contribuem tambeacutem os fenoacutemenos de reforccedilo que visam garantir a proeminecircncia das cabeccedilas face agraves natildeo cabeccedilas como a colocaccedilatildeo do constituinte mais pesado no limite direito do sintagma fonoloacutegico ou do sintagma entoacional (12) ou a existecircncia de restriccedilotildees de peso na diferenciaccedilatildeo entre siacutelaba toacutenica e siacutelabas aacutetonas (mesmo em liacutenguas em que o peso silaacutebico natildeo constitui um factor relevante para a o acento ndash 13) Para fenoacutemenos deste tipo o domiacutenio prosoacutedico maacuteximo eacute o sintagma entoacional (I) pois tanto antagonismos como intervalos de sequecircncias aacutetonas natildeo satildeo resolvidos se quebrados por fronteiras de I

30 Soacutenia Frota

(11)

ann on ce I

2) ca] φ ] φ

3) Siacutelaba toacutenica em maiuacutesculas siacutelaba pesada a negrito

u peso relativos de um dad equecircncia estatildeo propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas

onstitui uma pista acuacutestica importante para o acento de alavra (Figura 7) bem como para a proeminecircncia de I A sonoridade dos gmen

[Gi i n lo da] (1 a [Maximiliano Ze b [Zeca Maximiliano (1

a canCcedilAtildeO OacuteRfatildeo b CRIacuteticatildeo Entre os factores que contam para a proeminecircncia o

o elemento numa sNo PE a duraccedilatildeo cpse tos definida por paracircmetros articulatoacuterios e acuacutesticos contribui para o peso (14) tal como a posiccedilatildeo relativa da cabeccedila na sequecircncia (15a) ou o tamanho e complexidade fonoloacutegicas dos elementos combinados (15b)

Figura 7 Duraccedilotildees da siacutelaba e acento

Prosoacutedia 31

(14) a ping pong vb tic tac vs tac tic

iluacute e Steacutefano com se e disseram [aacutegua-peacute] vs

O Joatildeo comprou segundo me disseram [aacutegua]

ritmo nas liacutenguas eacute com base em unidades

oacutecronas A abordagem tradicional do ritmo assenta na ideia de isocronia e

onoloacutegicos Esta abordagem deu origem a uma nova

s pong ping (15) a Steacutefano e Mariluacute vs Mar b O Joatildeo prou gundo m Uma outra noccedilatildeo importante para a caracterizaccedilatildeo doa isocronia isto eacute a sensaccedilatildeo de que o ritmo se constroacutei ispropotildee trecircs classes riacutetmicas em funccedilatildeo do tipo de isocronia ritmo silaacutebico com base na isocronia silaacutebica (de que seria exemplo o Italiano) ritmo acentual com base na isocronia entre intervalos acentuais (de que seria exemplo o Inglecircs) ritmo moraico com base na isocronia entre moras (de que seria exemplo o Japonecircs) A proposta inicial de classes riacutetmicas parte da intuiccedilatildeo linguiacutestica dando origem a deacutecadas de estudos foneacuteticos Todavia a existecircncia efectiva de unidades isoacutecronas realizadas foneticamente ficou por demonstrar Numa outra linha de estudos mostrou-se com sucesso que liacutenguas atribuiacutedas a diferentes classes satildeo distinguidas perceptivamente enquanto que liacutenguas atribuiacutedas a uma mesma classe natildeo o satildeo A visatildeo de que as sensaccedilotildees de ritmo captadas perceptivamente resultam de combinaccedilotildees de propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas tem sido dominante nos estudos flinha de estudos foneacutetico-fonoloacutegicos em que correlatos acuacutesticos para propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas satildeo procurados no sinal de fala Dos trecircs grandes tipos de propriedades inicialmente propostos por Dauer (1983 1987) ndash estrutura silaacutebica reduccedilatildeo vocaacutelica relaccedilatildeo entre entoaccedilatildeo e proeminecircncia ndash os dois primeiros tecircm merecido particular atenccedilatildeo A correlaccedilatildeo estabelecida entre estas propriedades e as classes riacutetmicas eacute apresentada em (16) (16) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica + -

Acentual Silaacutebico Moraico b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - Acentual Silaacutebico Moraico

32 Soacutenia Frota

A busca de correlatos acuacutesticos para estas propriedades que possam r para a explicaccedilatildeo dos resu ados p rceptivos de diferenciaccedilatildeo riacutetmica

diferentes

Variabilidade de iC - + Proporccedilatildeo de iV -

V

ritm a o no acirc deste enquadramento d ional baseada na isocronia o

ortuguecircs do Brasil (PB) tem sido referenciado como possuindo um ritmo

contribui lt etem dado origem a muacuteltiplas medidas do ritmo com sucessos(criticamente revistas em Arvaniti 2009) Todas elas partem da duraccedilatildeo de intervalos vocaacutelicos (iV) e consonacircnticos (iC) e medem variabilidade destes intervalos num dado domiacutenio ou a proporccedilatildeo destes num dado domiacutenio Se parece ser claro que pelo menos algumas destas medidas efectivamente captam diferenccedilas riacutetmicas tambeacutem parece ser claro que o espaccedilo riacutetmico que definem nem sempre caracteriza classes riacutetmicas diferenciadas sugerindo por vezes um contiacutenuo riacutetmico Veja-se a correlaccedilatildeo entre estas medidas e as propriedades em (16) acima (17) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica +

+ -

b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - + Variabilidade de i - O o do Portuguecircs eacute aqui analis d mbito foneacutetico-fonoloacutegico Na abordagem tra icPacentual um ritmo silaacutebico ou um ritmo misto dependendo dos autores e dos criteacuterios considerados Jaacute o PE tem sido caracterizado como tendo um ritmo acentual A abordagem que busca a razatildeo de ser das sensaccedilotildees de ritmo nas propriedades presentes na liacutengua e procura correlatos acuacutesticos para essas propriedades conduz a resultados diversos Uma vez controladas as diferenccedilas de velocidade de fala os ritmos das duas variedades apresentam-se acusticamente distintos de acordo com as medidas de variabilidade de iC e de proporccedilatildeo de iV3 o ritmo do PE define-se como misto entre acentual e silaacutebico agrupando-se numa dimensatildeo com o Inglecircs ou o Neerlandecircs e noutra com o Italiano ou o Castelhano o ritmo do PB define-se como misto entre silaacutebico e moraico (Figura 8) Estes resultados satildeo congruentes com as propriedades

3 A variabilidade de iV tal como noutros estudos para vaacuterias liacutenguas natildeo proporciona resultados robustos (eg Arvaniti 2009)

Prosoacutedia 33

foneacutetico-fonoloacutegicas das duas variedades Considerando uma mesma estrutura silaacutebica fonoloacutegica no PE assiste-se ao apagamento de vogais aacutetonas originando sequecircncias de consonantes enquanto no PB ocorrem fenoacutemenos de simplificaccedilatildeo silaacutebica como a epecircntese ou o apagamento da consoante em coda no existe reduccedilatildeo vocaacutelica generalizada enquanto no BP a reduccedilatildeo eacute limitada no PE os eventos tonais reforccedilam a proeminecircncia enquanto no BP entoaccedilatildeo e acento satildeo mais independentes Todavia a identificaccedilatildeo de liacutenguas mistas coloca de novo a questatildeo da existecircncia de classes riacutetmicas ou de um contiacutenuo Por outro lado ainda a presenccedila de um conflito de classificaccedilatildeo entre medidas acuacutesticas levanta a questatildeo de se determinar a sua relevacircncia relativa na percepccedilatildeo

Figura 8 Distribuiccedilatildeo de PE e PB no espaccedilo riacutetmico definido povariabilidade de iC e proporccedilatildeo de iV juntamente comliacutenguas analisadas em Ramus et al 1999

r as

Os trabalhos sobre a percepccedilatildeo do ritmo mostram com clareza que

propriedad para a discriminaccedil anco de

nguas testado permite examinar o estatuto de uma liacutengua acusticamente mista que

es riacutetmicas satildeo utilizadas tanto por adultos como por bebeacutesatildeo entre liacutenguas A relevacircncia da inclusatildeo do Portuguecircs no b

liacuteem as medidas acuacutesticas satildeo conflituantes apontando para classificaccedilotildees diferentes No estudo realizado com o Portuguecircs eacute tambeacutem testada a relevacircncia da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo

34 Soacutenia Frota

Os resultados perceptivos mostram que o PE e o Neerlandecircs satildeo discriminados do mesmo modo que o Castelhano e o Neerlandecircs ou o PB e o

davia na experiecircncia em que as quatro liacutenguasvariedades satildeo duzidas a duas hipoacuteteses de escolha para os sujeitos PE e PB natildeo satildeo scrim

] iV eacute um A natildeo ere que xistiraacute um ponto criacutetico na proporccedilatildeo de iV apontando para uma eventual

Neerlandecircs Toredi inados revelando que a distacircncia perceptiva entre PE e PB eacute inferior agrave distacircncia entre PE e Neerlandecircs (Figura 9) Quando apenas PE e PB satildeo testados para duas hipoacuteteses de escolha dos sujeitos continua a natildeo existir discriminaccedilatildeo salvo na condiccedilatildeo em que a entoaccedilatildeo eacute preservada Conclui-se assim que o contributo da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo riacutetmica depende das liacutenguas isto eacute das propriedades do sistema entoacional das liacutenguas a contrastar sendo especialmente importante no caso do PE e PB mas quase irrelevante por exemplo para o PE e o Neerlandecircs

Figura 9 Percepccedilatildeo do ritmo do Portuguecircs (Frota Vigaacuterio amp Martins 2002b) [ N1 PE1 C1 PB1 N2 PE 2 C2 PB2

A distinccedilatildeo perceptiva entre PE e Neerlandecircs sugere que a proporccedilatildeo de paracircmetro perceptivamente mais saliente do que a variabilidade de iC

distinccedilatildeo entre PE e PB (a natildeo ser na condiccedilatildeo com entoaccedilatildeo) sugefronteira perceptiva talvez proacutexima da diferenccedila entre ritmo acentual e ritmo silaacutebico (Figura 10)

Prosoacutedia 35

Figura 10 Ritmo correlatos acuacutesticos e percepccedilatildeo

O estudo do ritmo do Portuguecircs do ponto de vista da produccedilatildeo e daite ilustrar alguns dos procedimentos experime

percepccedilatildeo perm ntais utilizados m estudos sobre ritmo Para a produccedilatildeo ilustra formas de construccedilatildeo de

corpora equilibra atildeo bem como aplicaccedilatildeo de criteacuterios de segmentaccedilatildeo acuacutestica para a mediccedilatildeo de duraccedilotildees no

natildeo apenas as

edos e controlados face aos factores em observaccedil

asinal de fala Para a percepccedilatildeo ilustra a criaccedilatildeo de estiacutemulos manipulados por filtragem na frequecircncia e aplanamento tonal a aplicaccedilatildeo de tarefas perceptivas de tipo AX e a mediccedilatildeo de sensibilidade na discriminaccedilatildeo (d) A investigaccedilatildeo apresentada e discutida neste moacutedulo do programa deve ser problematizada na sequecircncia da seguinte pergunta fundamental para o entendimento do ritmo nas liacutenguas constitui o ritmo um princiacutepio organizador da linguagem ou trata-se antes de um epifenoacutemeno de outras propriedades das liacutenguas Parece certo que vaacuterias propriedades linguiacutesticas efoneacutetico-fonoloacutegicas e prosoacutedicas referidas anteriormente mas tambeacutem certas propriedades lexicais e sintaacutecticas (ver Mehler amp Nespor 2004) se correlacionam com diferenccedilas riacutetmicas sugerindo a anaacutelise de que estas derivam daquelas Todavia tambeacutem parece natildeo menos certo que evidecircncias para um princiacutepio estruturador da linguagem possivelmente ancorado em princiacutepios gerais da organizaccedilatildeo perceptiva emergem com frequecircncia agrupando estiacutemulos em constituintes de padratildeo alternante e tendencialmente repetitivo por exemplo a sequecircncia sonora do som de um reloacutegio eacute percebida com a estrutura (tic tac) (tic tac) (tic tac) e natildeo (tic) (tac tic) (tac tic tac) e a

36 Soacutenia Frota

segmentaccedilatildeo de note book worm depende tudo o resto sendo idecircntico do padratildeo alternante gerado nas siacutelabas anteriores com L H L H L a favorecer (note) (bookworm) e H L H L HL a favorecer (notebook) (worm) (Dilley amp McAuley 2008) Estatildeo em curso programas de investigaccedilatildeo que pela anaacutelise de liacutenguas tipologicamente diferentes em relaccedilatildeo agraves formas como codificam proeminecircncia e estruturaccedilatildeo prosoacutedica e pela relaccedilatildeo que estabelecem com os resultados da organizaccedilatildeo perceptiva de sinais natildeo linguiacutesticos poderatildeo vir a trazer avanccedilos significativos para o entendimento do ritmo na linguagem (eg Mehler Nespor e colegas White e colegas Arvaniti entre outros) No caso especiacutefico do ritmo do Portuguecircs faltam estudos acuacutesticos em outras variedades para aleacutem da variedade standard metodologicamente comparaacuteveis que permitam uma visatildeo relacional integrada da estrutura prosoacutedica propriedades riacutetmicas e entoacionais No domiacutenio da percepccedilatildeo seria importante testar directamente o par PE Castelhano bem como o par PB Castelhano para determinar se a variabilidade de iC desempenha algum papel na discriminaccedilatildeo riacutetmica Um outro campo de investigaccedilatildeo a explorar eacute o da evoluccedilatildeo do ritmo abordado a partir da relaccedilatildeo entre PE e PB e experimentalmente operacionalizado a partir das correlaccedilotildees atestadas entre propriedades riacutetmicas e propriedades fonoloacutegicas e lexicais Bibliografia especiacutefica Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs

Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

AD

rvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63 auer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics

auer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In

Delgad Editorial Caminho Caps 4-5

Frota S aacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no

Frota S thmic distinctions the

11 51-62 D

Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274 o Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentationand lexical processing Journal of Memory and Language 59 294-311 amp M VigPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555 amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhy

EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Prosoacutedia 37

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena Mateus amp C Nunes Correia (orgs) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A

Ramus 73 265-292

eds) Phonetics and

4 MEL 1 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 2 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo

ntoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 4 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

ia A partir da papel diferenciado nas liacutenguas eacute

nal Os strumentos fundamentais para uma anaacutelise fonoloacutegica e foneacutetica da entoaccedilatildeo

para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

Mehler J amp M Nespor (2004) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

study based on speech resynthesis JASA 105 512-521 F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (Phonology Interactions and interrelations Amsterdam John Benjamins 137-158

64 MELODIA

ODIA4443 Analisar a e4 O moacutedulo quatro do programa centra-se no estudo da melodconstataccedilatildeo de que a melodia desempenha umapresentada a noccedilatildeo de liacutengua entoacional em contraste com liacutengua toinsatildeo descritos no quadro da abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional e postos em praacutetica atraveacutes da anaacutelise da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Trabalham-se as propriedades entoacionais do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas com destaque para as liacutenguas romacircnicas

38 Soacutenia Frota

Na sua dimensatildeo linguiacutestica o papel da melodia nas liacutenguas caracteriza-se por uma distinccedilatildeo fundamental entre as configuraccedilotildees meloacutedicas que determinam significados lexicais e contrastes gramaticais ndash presentes nas

s tons de

Figura 11 Contorno de F0 da sequecircncia O MUacutesico comPOcircS uma opeREta Ela inspiROU-o e respectiva anaacutelise fonoloacutegica (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas)

liacutenguas tonais ndash e as configuraccedilotildees meloacutedicas que veiculam significados natildeo lexicais e contrastes sintagmaacuteticos ndash as uacutenicas presentes nas liacutenguas entoacionais Por entoaccedilatildeo refere-se assim configuraccedilotildees meloacutedicas natildeo lexicais de natureza linguiacutestica associadas a significados ao niacutevel fraacutesico como a distinccedilatildeo entre tipos de frase ou outras distinccedilotildees pragmaacuteticas e discursivas (eg actos de fala estrutura informacional) A entoaccedilatildeo eacute fonologicamente formada por uma sequecircncia de categorias tonais e foneticamente representada pelo contorno de F0 As categorias tonais relacionam-se com aspectos independentes da estrutura prosoacutedica da liacutengua (ver Figura 3 acima) Os eventos tonais da entoaccedilatildeo satildeo tons altos (H) ou baixos (L) que formam dois grandes tipos de categorias os acentos tonais associados a elementos proeminentes (cabeccedilas na estrutura prosoacutedica) e oconstituinte geralmente associados a fronteiras de constituintes prosoacutedicos Veja-se na Figura 11 uma ilustraccedilatildeo dos primeiros identificados com um e dos segundos identificados com diacriacuteticos especiacuteficos consoante o tipo de constituinte a que estatildeo ligados (no caso pois trata-se de tons de fronteira de sintagma entoacional)

Prosoacutedia 39

Os eventos tonais podem ser simples ou monotonais (como H ou L na Figura 11) ou complexos (como H+L na Figura 11) Faz ainda parte da organizaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo para aleacutem da sequecircncia de categorias tonais a sua estruturaccedilatildeo de proeminecircncias no domiacutenio de um sintagma entoacional distinguem-se o acento nuclear (atribuiacutedo agrave cabeccedila prosoacutedica maacutexima) o(s) acento(s) preacute-nuclear(es) (caso existam cabeccedilas prosoacutedicas em posiccedilatildeo preacute-nuclear) e o acento poacutes-nuclear (atribuiacutedo a uma cabeccedila prosoacutedica poacutes-nuclear) Este uacuteltimo tipo de acento tonal apenas pode ocorrer em casos em que a cabeccedila de I natildeo corresponda agrave cabeccedila do sintagma fonoloacutegico mais agrave direita ou seja em casos de proeminecircncia prosoacutedica marcada que habitualmente identificam instacircncias de focalizaccedilatildeo prosoacutedica Esta estrutura entoacional estaacute representada em (18a) O exemplo (18b) mostra a implementaccedil la Figura 12 com um cteriacutestica do acento poacute

uradas) e representaccedilatildeo foneacutetica (o contorno de F0) eacute gulada por duas formas de implementaccedilatildeo foneacutetica da sequecircncia tonal a

o espraiamento de um tom ao longo da resenccedila de um outro tom (ver Figura 13)

atildeo desta estrutura entoacional na sequecircncia ilustrada pefoco prosoacutedico natildeo final Note-se a reduccedilatildeo foneacutetica caras-nuclear

(18) a

s w s w T T T

preacute-nuclear nuclear poacutes-nuclear

b

s

w s w (H) H+L H+L

A relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo (sequecircncia de categorias tonais estrutreinterpolaccedilatildeo entre dois alvos tonais ecadeia segmental ateacute agrave p

40 Soacutenia Frota

Figura 12 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo pinTOR canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) om foco em lsquomanhatildersquo (produzida em resposta agrave pergunta Foi

Juntamente com a implementaccedilatildeo foneacutetica tonal por interpolaccedilatildeo ou por espraimento a realizaccedilatildeo efectiva de um tom depende de linhas de referecircncia tonal estabelecidas por constituinte prosoacutedico e da posiccedilatildeo relativa do tom no constituinte face a tons precedentes e subsequentes (ver exemplo (3) do Moacutedulo

cuma noite angelical que o artista cantou)

Figura 13 Relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica e representaccedilatildeo foneacutetica da entoaccedilatildeo

Prosoacutedia 41

1) um tom natildeo inicial eacute realizado num niacutevel mais baixo que o tom precedente (relaccedilatildeo de downstep) um tom inicial de constituinte eacute realizado num niacutevel mais alto que os tons imediatamente precedentes de outro constituinte (relaccedilatildeo de reset) um tom de fronteira final retoma a linha de referecircncia do constituinte prosoacutedico que assinala (relaccedilatildeo de upstep) Assim a altura foneacutetica de um tom eacute relativa e contextualmente determinada Na dimensatildeo temporal a sincronizaccedilatildeo entre as categorias tonais e a cadeia segmental em que elas se realizam eacute natildeo apenas determinada pela associaccedilatildeo fonoloacutegica de um evento tonal a uma dada posiccedilatildeo prosoacutedica (cabeccedila ou fronteira) mas tambeacutem pela coordenaccedilatildeo foneacutetica entre alvo tonal e elemento segmental como ilustrado na Figura 13 Esta coordenaccedilatildeo pode assumir a forma de alinhamento tardio ou de alinhamento inicial factor foneacutetico dependente d nteiras rosoacutedicas de ura do evento tonal Na

e vaacuterios outros factores como a proximidade de frooutros eventos tonais ou a proacutepria estrutp

Figura 11 apresenta-se uma ilustraccedilatildeo do alinhamento tardio tiacutepico do tom asterisco no acento tonal H+L no PE em relaccedilatildeo agrave siacutelaba toacutenica Para aleacutem do alinhamento foneacutetico a sincronizaccedilatildeo entre categorias tonais e cadeia segmental eacute ainda caracterizada por fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal Geralmente os fenoacutemenos deste tipo descritos nas liacutenguas satildeo estritamente de natureza tonal com liacutenguas a privilegiarem a compressatildeo tonal face a uma cadeia segmental curta (como eacute o caso do Inglecircs) e liacutenguas a privilegiarem a truncaccedilatildeo tonal em contexto idecircntico (como o Huacutengaro ou Italiano de Palermo) No caso do PE a acomodaccedilatildeo tonal parece fazer-se fundamentalmente agrave custa de fenoacutemenos de natureza segmental isto eacute a cadeia

gmense tal eacute estendida para acomodar os tons seja por alongamento ou epecircntese Esta uacuteltima estrateacutegia eacute ilustrada na Figura 14 O Quadro 2 sintetiza as dimensotildees cruciais para a anaacutelise da entoaccedilatildeo num liacutengua entoacional como o Inglecircs o Italiano ou o Portuguecircs A primeira dimensatildeo ndash a relaccedilatildeo entre estrutura entoacional e estrutura prosoacutedica ndash jaacute foi explorada anteriormente O trabalho sobre a entoaccedilatildeo do PE efectuado em seminaacuterio explora fundamentalmente as dimensotildees dois e trecircs que constituem com a primeira o nuacutecleo central da fonologia entoacional de uma liacutengua

42 Soacutenia Frota

100100

160

220

280

340

400

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H H + L L H

e l a f o i v e r o m a r

4

Figura 14 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) O tom de fronteira eacute realizado na vogal epenteacutetica

Quadro 2 Dimensotildees para anaacutelise da entoaccedilatildeo

Estrutura prosoacutedica Constituintes (proeminecircncias e fronteiras) Leacutexico entoacional Inventaacuterio de acentos tonais e tons de

constituintes e respectivos significados Domiacutenio relevante para a Constituinte prosoacutedico distribuiccedilatildeo de acentos tonais Restriccedilotildees distribucionais Restriccedilotildees sobre a ocorrecircnciacombinaccedilatildeo

de eventos tonais Implementaccedilatildeo foneacutetica Espraiamentointerpolaccedilatildeo alinhamento

linhas de referecircncia fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal

e

artindo do Quadro 3 Com o recurso agrave audiccedilatildeo da sequecircncia e agrave representaccedilatildeo o co gundo

passo tuais

Sessotildees de anaacutelise entoacional aplicada satildeo realizadas com materiais do PE O grande objectivo eacute a caracterizaccedilatildeo dos principais tipos fraacutesicos e dalgumas distinccedilotildees pragmaacutetico-discursivas no que respeita ao leacutexico entoacional Num primeiro passo a anaacutelise centra-se nos contornos nucleares pd ntorno de F0 elabora-se a transcriccedilatildeo tonal fonoloacutegica Num se

toda a sequecircncia eacute analisada incluindo a parte preacute-nuclear e evenquestotildees de fraseamento prosoacutedico e entoacional

Prosoacutedia 43

Quadro 3 Melodias do nucleares mais frequent

Portuguecircs transes (adaptado de

criccedilatildeo realizaccedilatildeo e significado dos contornos Frota no prelo)

44 Soacutenia Frota 44 Soacutenia Frota

A demonstraccedilatildeo de que os eventos tonais no PE como em outras liacutenguas se comportam como morfemas que codificam informaccedilatildeo semacircntico-pragmaacutetica eacute ilustrada com dois exemplos o contraste entre declarativa e interrogativa global em que eacute o tom de fronteira que carrega a funccedilatildeo distintiva (Figuras 15a-15b) o contraste entre interrogativa global neutra e interrogativa focalizada em que eacute o acento nuclear que estabelece a distinccedilatildeo (Figuras 15b-16)

Figura 15 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo(siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) (a) produzida como uma declarativa (b) produzida como uma interrogativa global

Prosoacutedia 45

Figura 16 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo produzida como uma interrogativa focalizada (no contexto Eu li aquele poema mas natildeo me recordo que parte do dia o poeta descreve como angelical)

A an iacuteda permite

verificar que r e um tom e fronteira final de I a que apenas eacute acrescentado um evento tonal inicial nesse esmo domiacutenio (Figura 17) Por outras palavras o domiacutenio relevante para a

Figura 17 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa maraviLHOsa do lagareiro produzida como uma declarativa neutra

aacutelise de toda a sequecircncia parte preacute-nuclear inclu a melodia no PE eacute constituiacuteda pelo acento tonal nuclea

dm

46 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo de acentos tonais no PE eacute o sintagma entoacional as palavras prosoacutedicas internas a I mesmo as cabeccedilas de sintagma fonoloacutegico (como gravava e maravilhosa na Figura 17) natildeo tecircm de ser tonalmente acentuadas As dimensotildees referidas no Quadro 2 acima satildeo naturalmente tambeacutem dimensotildees de variaccedilatildeo entre liacutenguas e variedades e portanto factores a ter em conta para a tipologia prosoacutedica A variaccedilatildeo no fraseamento entoacional entre liacutenguas romacircnicas jaacute referida no Moacutedulo 2 (ver Figura 6) exemplifica a relaccedilatildeo entre estrutura prosoacutedica e estrutura entoacional como uma dimensatildeo de variaccedilatildeo No Quadro 4 mostra-se a distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares no constituinte entoacional inicial de uma sequecircncia com subida de continuaccedilatildeo entre liacutenguas romacircnicas Os resultados apontam para dois grupos de liacutenguas consoante a predominacircncia de acentos de tipo ascendente ou de tipo descende

L+H L+H H+L L

nte

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares () por liacutenguavariedade e falante (Frota et al 2007)

Cat NM PG

97 100

0 0

3 0

0 0

Sp LM MR

27 5

73 95

0 0

0 0

SEP AG MC

0 0

57 11

43 89

0 0

NEP MI MS

19 0

57 0

7 14

17 86

It LC LD

47 41

0 0

0 59

53 0

Um outro exemplo de variaccedilatildeo entoacional eacute o caso de diferenccedilas sisteacutemicas em que eventos tonais distintos satildeo usados nos mesmos contextos O contraste entre as interrogativas na variedade standard do PE e na variedade do norte falada em Braga ou na variedade meridional falada em Castro Verde (Alentejo) eacute ilustrativo H+L eacute o acento nuclear na primeira e L o acento nuclear n caracteriza a variedad mportamento

isto Veja-se o contraste entre a Figura 14 acima (variedade standard) e a

as segundas LH eacute o tom de fronteira na primeira Le meridional e a variedade do norte apresenta um co

mFigura 18

Prosoacutedia 47

Figura 18 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo produzido por um falante da variedade meridional (Castro Verde Alentejo ndash Cruz amp Frota 2010)

Para aleacutem de diferenccedilas no leacutexico entoacional utilizado p

omiacutenio relevante para atribuiccedilatildeo de acentos todem surgir

diferenccedilas no d onais Ao contraacuterio do EP (variedade standard) que eacute caract o m istribuiccedilatildeo esparsa de acentos tonais dado te o iacutenio relevante outras liacutenguas romacircnicas apresentam uma distri is rica apontando para constituintes prosoacutedicos mais baixos como o rele te Esse eacute tam de outras variedades da Portug o a variedade do norte (Braga) Veja-se o contraste entre a Figura 17 acima e a Figura 19

19 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa produzida por um falante da variedade do norte

(Braga)

erizad por u a dr I como dombuiccedilatildeo madomiacutenio van beacutem o caso

uecircs com

FiguramaraviLHOsa do lagareiro

48 Soacutenia Frota

Apesar do ganho em termos de investigaccedilatildeo sobre liacutenguas diversificadas metodologicamente comparaacutevel que representou a abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional (eg Jun 2005 no prelo) permanecem questotildees fundamentais em aberto na fonologia entoacional que importa discutir (ver a este propoacutesito Ladd 19962008) Uma destas questotildees diz respeito agrave proacutepria natureza da entoaccedilatildeo e agrave definiccedilatildeo das categorias fonoloacutegicas da entoaccedilatildeo O facto da entoaccedilatildeo conter simultaneamente elementos discretos (linguiacutesticos) e gradientes (paralinguiacutesticos) dificulta a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais Por outro lado ainda a divisatildeo de trabalho entre o que pertence agrave implementaccedilatildeo foneacutetica e agrave representaccedilatildeo fonoloacutegica das categorias

tambeacutem nem sempre eacute clara Veja-se o exemplo do alinhamento onal ser

deter as s tonais) fazendo com que uma mesma

ento on-line tecircm issores (Sudhoff et al 2006)

No caso especiacutefico da entoaccedilatildeo do Portuguecircs trabalhos experimentais orientados para a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais satildeo todavia escassos (vejam-se os estudos de Faleacute amp Faria e de Frota) Trabalhos deste tipo bem como estudos de variaccedilatildeo entoacional na liacutengua relacionando produccedilatildeo e percepccedilatildeo satildeo fundamentais para o conhecimento do sistema entoacional do Portuguecircs e para o conhecimento da tipologia prosoacutedica das liacutenguas Bibliografia especiacutefica

entoacionaist a relaccedilatildeo temporal entre alvos tonais e a cadeia segmental pode

minada por factores diversos (como a distacircncia para fronteiras prosoacutedicou a presenccedilaausecircncia de outros eventocategoria tonal possa apresentar alinhamentos diferentes todavia algumas liacutenguas parecem explorar contrastes de alinhamento associando-os a significados distintos o que sugere a existecircncia de categorias tonais diferentes distinguidas precisamente por alinhamentos diferentes A identificaccedilatildeo de quais as diferenccedilas entoacionais que satildeo fonologizadas nas liacutenguas passa necessariamente por abordagens experimentais com metodologias que testem a relaccedilatildeo entre variaccedilatildeo na forma foneacutetica e atribuiccedilatildeo de significado entoacional Tarefas perceptivas semanticamente motivadas ou em que informaccedilatildeo

conta bem como estudos de processamcontextual seja tida emproporcionado resultados prom

Cruz ese

ion and Perception TIE4 Stockholm M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portugu

Product

Prosoacutedia 49

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000a) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000b) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Chap 5

Frota S (2002a) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002b) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chap 2

Frota S (2010) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Hellmuth S (2007) The relationship between prosodic structure and pitch accent distribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing) 24 291-316

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2ordf ediccedilatildeo 2008) Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology

In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp 06) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New Gruyter

iana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

J SchlieBer (20York Mouton de

VhttpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

50 Soacutenia Frota

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da

Vigaacuterio

ology edited by W L Wetzels) 115-137

65 PR

signifi

sintaacutecta que nstituintes

forma de abordar esta questatildeo consiste na anaacutelise do processamento de frases

produccedil

resulta ccedilatildeo prosoacutedica natildeo eacute obrigatoacuteria Todavia e a

especiacutef

estrutu o recurso agrave introduccedilatildeo de

qual os a essas fronteiras se encontram estruturalmente

determmoveram do interior para o litoral bloqueando a interpretaccedilatildeo de que as

Linguagem Re(habilitar) 45 35-64 M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phon

OSOacuteDIA E SIGNIFICADO 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

O quinto moacutedulo do programa eacute dedicado ao contributo da prosoacutedia para o cado na perspectiva do processamento da liacutengua Destaca-se o estudo de

sequecircncias ambiacuteguas e o papel da prosoacutedia no processamento lexical e ico Satildeo apresentados e discutidos trabalhos experimentais que examinam statildeo da segmentaccedilatildeo do sinal de fala em palavras e co

sintagmaacuteticos tanto por adultos como por bebeacutes e crianccedilas Uma das questotildees centrais para o estudo da linguagem eacute perceber como

o contiacutenuo sonoro eacute segmentado em palavras e unidades sintagmaacuteticas Uma

ambiacuteguas ou de frases com ambiguidades temporaacuterias Estudos de produccedilatildeo de frases estruturalmente ambiacuteguas em diferentes liacutenguas mostram que em

otildees naturais quando os falantes natildeo satildeo explicitamente confrontados com a ambiguidade estes enunciados nem sempre satildeo desambiguados Estes

dos mostram que a desambiguaquando ela ocorre existe congruecircncia entre a prosoacutedia produzida interpretaccedilatildeo pretendida isto eacute os falantes utilizam as configuraccedilotildees prosoacutedicas

icas que reflectem os significados contrastantes Veja-se um exemplo de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica na Figura 20 No PE a desambiguaccedilatildeo de enunciados

ralmente ambiacuteguos eacute geralmente obtida comfronteiras de sintagma entoacional que bloqueiam a interpretaccedilatildeo segundo a

constituintes adjacentes ligados No exemplo da Figura 20 a fronteira de I em populaccedilotildees (19b)

ina que a uacutenica interpretaccedilatildeo possiacutevel eacute aquela em que as populaccedilotildees se

Prosoacutedia 51

populaccedilotildees que satildeo do interior foram para o litoral interpretaccedilatildeo esta apenas vel caso natildeo exista fronteira de I a sdisponiacute eguir a populaccedilotildees (19a)

ra o litoral

Figura 20 Desambiguaccedilatildeo prosoacutedica da sequecircncia estruturalmente ambiacutegua Deslocaram-se as populaccedilotildees do interior pa(Vigaacuterio 2003)

(19) a [deslocaram-se [as populaccedilotildees [do interior]PP]NP [para o litoral]PP]VP [ [deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ [do interior]φ [para o litoral]φ]I b [deslocaram-se [as populaccedilotildees]NP [do interior]PP [para o litoral]PP]VP [[deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ]I [[do interior]φ [para o litoral]φ]I

Este recurso agrave fronteira de I e natildeo a uma fronteira prosoacutedica mais baixa ou a um outro mecanismo prosoacutedico como a distribuiccedilatildeo de acentos tonais eacute gramaticalmente motivado Os constituintes agrupados num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador que natildeo estaacute disponiacutevel entre Is (ver Moacutedulo 2) A opcionalidade da utilizaccedilatildeo deste recurso tambeacutem eacute gramaticalmente motivada esta fronteira de I natildeo resulta directamente do mapeamento sintaxe-fonologia pois em (19) todos os constituintes se encontram no domiacutenio da mesma frase raiz mas da promoccedilatildeo de uma fronteira de sintagma fonoloacutegico para fins de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica Um caso claacutessico de ambiguidade estrutural eacute o da ligaccedilatildeo local ou natildeo local de oraccedilotildees relativas (Figura 21) Estas estruturas de tipo NP1 NP2 RC (oraccedilatildeo relativa) tecircm sido extensivamente estudadas em diferentes liacutenguas e

52 Soacutenia Frota

recorrendo a diferentes paradigmas experimentais Os resultados obtidos parecem mostrar que as preferecircncias pela ligaccedilatildeo local ou pela ligaccedilatildeo natildeo local ariam de liacutengua para liacutengua mesmo no caso da leitura silenciosa em que os

falantes projectam a liacutengua os resultados nte do contraste

entre estudconfirma

ituintes longos tendem a mo ento dos constituin

Figura 21 Ligaccedilatildeo de oraccedilotildees relativas e prosoacutedia

das liacutenguas romacircnicas apesar de diferenccedilas prosoacutedicas notoacuterias como o domiacutenio

v a prosoacutedia impliacutecita Para uma mesm

podem todavia depender da metodologia utilizada designadameos off-line e estudos on-line Os vaacuterios trabalhos tecircm ainda

do a importacircncia de factores prosoacutedicos como a extensatildeo dos constituintes para a ligaccedilatildeo preferencial da relativa const

tivar fronteiras prosoacutedicas afectando as possibilidades de agrupamtes

Uma questatildeo importante em aberto nesta linha de investigaccedilatildeo diz respeito agraves razotildees que conduzem agraves diferentes preferecircncias entre liacutenguas designadamente em estudos off-line A sintaxe bem como o sistema prosoacutedico das liacutenguas e a forma como ambos interagem satildeo candidatos fortes para proporcionar uma resposta Todavia liacutenguas como o Inglecircs o Japonecircs ou o Mandarim com diferenccedilas sintaacutecticas importantes (por exemplo a ordem NP1 NP2 RC em Inglecircs vs a ordem RC NP2 NP1 em Mandarim) e diferentes sistemas prosoacutedicos (o Inglecircs eacute uma liacutengua entoacional o Japonecircs eacute uma liacutengua com acento tonal lexicalmente determinado e o Mandarim eacute uma liacutengua tonal) apresentam a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo baixa Por outro lado a maioria

Prosoacutedia 53

de distribuiccedilatildeo de acentos tonais as formas de marcaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico ou mesmo as formas de implementaccedilatildeo da proeminecircncia (com o PE e o Francecircs com propriedades prosoacutedicas diferenciadas entre si e tambeacutem distintas das do Italiano Castelhano ou Portuguecircs do Brasil) apresenta a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo alta Abordagens experimentais em que propriedades sintaacutecticas e prosoacutedicas bem como o mapeamento sintaxe-fonologia sejam tidas em conta para cada liacutengua e na comparaccedilatildeo entre liacutenguas satildeo certamente necessaacuterias para uma melhor compreensatildeo da interpretaccedilatildeo destas estruturas Sequecircncias com ambiguidades temporaacuterias tecircm apontado para um papel relevante da prosoacutedia no processamento A presenccedila de certas propriedades prosoacutedicas condiciona quer o acesso lexical quer o processamento sintaacutectico antes da ocorrecircncia de outros elementos desambiguadores A Figura 22 ilustra umassumi

a representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no acesso lexical que tem sido da em vaacuterios estudos

Figura 22 Fronteiras prosoacutedicas e acesso lexical Em ambiguidades lexicais locais como as em (20) a ausecircncia de uma fronteira prosoacutedica superior ao niacutevel da palavra (20a) introduz atrasos no processamento face a sequecircncias semelhantes mas natildeo ambiacuteguas Pelo contraacuterio na presenccedila de tal fronteira prosoacutedica (20b) o reconhecimento lexical na sequecircncia ambiacutegua e na natildeo ambiacutegua efectua-se em tempos idecircnticos (Christophe et al 2004)

54 Soacutenia Frota

(20) a [un chat grincheux]φ chat chagrin ne [un chat drogue]φ chat b [le gros chat]φ [grimpaithellip = [le gros chat]φ [dressaithellip Tambeacutem em casos como em (21) a presenccedila de uma fronteira de φ desambigua entre os candidatos lexicais possiacuteveis mas jaacute a presenccedila de uma fronteira de niacutevel de palavra como em (22) natildeo parece ser suficiente para produzir desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) Este conjunto de resultados sugere que o acesso lexical se processa no domiacutenio prosoacutedico do sintagma fonoloacutegico (2 a [o rolo de fita cola]φ [ficou b [o rolo de fita]φ [cola]φ [figuras (22) a [para quem discorrer]φ [sobre este tema b [para quem diz correr]φ [dez quiloacutemetros

1)

O estudo do papel da prosoacutedia no processamento lexical eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimentais como tarefas de monotorizaccedilatildeo de palavra (Word-monitoring) de detecccedilatildeo de fonema inicial de palavra ou de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas (Completion) A Figura 23 mostra uma representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico Enunciados localmente ambiacuteguos mas com diferentes estruturas prosoacutedicas produzidos por falantes natildeo conscientes da ambiguidade tendem a ser desambiguados com sucesso pelos ouvintes As propriedades prosoacutedicas que conduzem agrave desambiguaccedilatildeo podem todavia diferir entre liacutenguas por exemplo no Francecircs a fronteira de sintagma fonoloacutegico parece ser suficiente (Milotte et al 2007) enquanto no Portuguecircs Europeu apenas a fronteira de sintagma entoacional produz desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) O mente um caso o outro

s exemplos em (23) e (24) ilustram respectivae (23) a le petit chien]φ mord la laisse b le petit chien mort]φ sera enterreacutehellip (24) a uma vez chegado o professor]I comeccedilaram b uma vez chegado]I o professor comeccedilou

Prosoacutedia 55

Figura 23 Fronteiras prosoacutedicas e processamento sintaacutectico

natildeo soacute um exame mais e o Francecircs se distingue

laramente do PE no que respeita agrave marcaccedilatildeo prosoacutedica do sintagma fonoloacutegico

entais off-line e on-line omo

1996 Houmlhle 2009) Apresentam-se aqui dois estudos ilustrativos da tilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas por bebeacutes e crianccedilas nos domiacutenios do acesso

biguidade

Estas diferenccedilas entre liacutenguas requerem

detalhado das propriedades prosoacutedicas do input (ondcndash ver Moacutedulos 2 e 4) mas tambeacutem estudos entre liacutenguas com metodologias exactamente comparaacuteveis O estudo do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimc as tarefas de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas de detecccedilatildeo de palavra (Word-detection) e de registo do movimento dos olhos A exploraccedilatildeo de pistas prosoacutedicas para aceder a diversos tipos de unidades e estruturas linguiacutesticas natildeo eacute uma possibilidade exclusiva de falantes adultos A investigaccedilatildeo existente indica que o input disponibiliza pistas (foneacuteticas prosoacutedicas estatiacutesticas) para fronteira de palavra tipo de categoria de palavras aspectos diversos da estrutura sintaacutectica e que os bebeacutes e crianccedilas exploram estas pistas no processo de aquisiccedilatildeo e desenvolvimento da liacutengua O papel da informaccedilatildeo prosoacutedica neste processo parece ser determinante (Morgan amp Demuthulexical e do processamento sintaacutectico da am

56 Soacutenia Frota

A importacircncia para a segmentaccedilatildeo do sinal de fala da presenccedila de uma biguidade lexical local eacute

xaminada na performance de bebeacutes aprendentes do Inglecircs e de bebeacutes aprendentes do Francecircs (respectivamente Gout et al 2004 e Millotte et al no prelo) Os bebeacutes satildeo expostos a estiacutemulos como os em (25) no quadro da aplicaccedilatildeo do paradigma experimental do movimento preferencial da cabeccedila (Head-turn preference procedure) na sua variante condicionada Os resultados mostram que aos 10 meses de idade os bebeacutes ingleses jaacute distinguem entre monossiacutelabos e dissiacutelabos enquanto os bebeacutes franceses apenas o fazem aos 16 meses de idade Para aleacutem de confirmarem desde muito cedo uma capacidade para a computaccedilatildeo de informaccedilatildeo prosoacutedica e sua utilizaccedilatildeo como pista na aquisiccedilatildeo lexical estes resultados apontam para diferenccedilas entre liacutenguas (tal como no caso dos estudos com adultos) A indicaccedilatildeo de que as pistas para segmentaccedilatildeo de palavra poderatildeo ser mais fortes no Inglecircs do que no Francecircs principalmente devido agraves relaccedilotildees de proeminecircncia entre siacutelabas e ao padratildeo acentual domondicionar o passo do desenvolvimento da liacutengua

bal]φ confegravere un air solennel au chacircteau

omo os em (26)

Kipper-NOM quarto-LOC entra

fronteira de sintagma fonoloacutegico em situaccedilotildees de ame

inante (ver Moacutedulo 3) sugerem diferenccedilas no input que podem c

(25) a The church with the most paper spires is heavenly The man with the least pay]φ perspires constantly b La rangeacutee de balcons fait face au cloicirctre du monastegravere La grande salle de Num outro estudo a relevacircncia da prosoacutedia para a segmentaccedilatildeo do sinal em situaccedilotildees de ambiguidade lexical eacute estudada com crianccedilas coreanas entre os 2 e os 5 anos de idade (Choi amp Mazuka 2003) Em enunciados ca posiccedilatildeo da fronteira prosoacutedica a seguir ou antes de ka eacute crucial para a segmentaccedilatildeo lexical As crianccedilas satildeo expostas a duas imagens diferentes e eacute-lhes pedida a escolha da imagem correspondente ao estiacutemulo sonoro Os resultados mostram que as crianccedilas identificam correctamente os itens lexicais natildeo havendo diferenccedila significativa entre a performance de crianccedilas e de adultos (26) a Khipher ka ] pang e tˆlacutegayo Kipper entra num quarto

Prosoacutedia 57

b Khipher] kapang e tˆlacutegayo Kipper entra no saco

Kipper saco-LOC entra No mesmo estudo eacute ainda testada a utilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas em situaccedilotildees de ambiguidade estrutural Em enunciados como os em (27) a presenccedila ou ausecircncia de fronteira prosoacutedica a seguir a kirin determina respectivamente a interpretaccedilatildeo deste elemento como o sujeito da frase ou como parte do objecto As pistas prosoacutedicas associadas agrave presenccedila da fronteira satildeo as mesmas que caracterizam a situaccedilatildeo de ambiguidade lexical Os resultados mostram que crianccedilas ateacute aos 4 anos natildeo conseguem efectuar a desambiguaccedilatildeo e que crianccedilas de 5-6 anos tecircm uma performance superior agraves primeiras mas ainda significativamente diferente da dos adultos (27) a kirin ] kwaja macutegacuteyo (A) girafa come (o) bolo

girafa bolo come

b kirin kwaja ] macutegacuteyo (Algueacutem) come (o) bolo em forma de girafa

Estes resultados confirmam a existecircncia de uma capacidade para omputar e usar a prosoacutedia e revelam que a diferenccedila entre os casos de

a dificuldades no de uma liacutengua

ista prosoacutedico primeira

arcam margens de constituintes a demonstraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo destas

cambiguidade lexical e os de ambiguidade estrutural eacute devidaprocessamento sintaacutectico Tratando-se o Coreano tipologicamente diferente do Inglecircs e do Francecircs do ponto de vpois as propriedades que nas uacuteltimas assinalam proeminecircncia nampropriedades constitui uma evidecircncia para um papel generalizado da prosoacutedia no processamento (para aleacutem das especificidades das liacutenguas) Bibliografia especiacutefica Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2 Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological

phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Fodor J 2002 Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

58 Soacutenia Frota

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Synt c disambiguation the role oeaning

acti f Barcelona

004) Phonological phrase boundaries e 51

oumlhle mecha n first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

aia M E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late

(1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology

mbiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com satildeo I ito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos Porto

Intonation editado por P Prieto) 249-278

prosoacutedia para a quisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo

ento prosoacutedico Aqui como anteriormente destacam-se abalhos experimentais sobre as questotildees em anaacutelise e faz-se especial referecircncia

ente a presenccedila de uma sensibilidade precoce a propriedades prosoacutedicas e que aponta para que as

prosody Workshop on Prosody and MGout A A Christophe amp J Morgan (2

constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Languag548-567

H B (2009) Bootstrapping nisms i

Mpreferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish Journal of Portuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Millotte S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal prosody constrains word segmentation in French 16-month-olds Journal of Portuguese Linguistics 9-2

Millotte S A Reneacute R Wales amp A Christophe (2008) Phonological phrase boundaries constrain the on-line syntactic analysis of spoken sentences Journal of Experimental Psychology Learning Memory amp Cognition 34 874-885

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nespor M M T Guasti amp A Christophe

Berlin Akademie Verlag 1-26 Vigaacuterio M (1997) Processos de desa

adveacuterbios de exclu n A Brpara Oacutescar Lopes Campo das Letras pp 855-868

ropean Portuguese Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in EuCatalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance

66 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico O sexto e uacuteltimo moacutedulo do programa trata do contributo daado proacuteprio desenvolvimtra estudos sobre o Portuguecircs

Existe uma vasta literatura que demonstra empiricam

Prosoacutedia 59

crianccedilas estejam equipadas com um mecanismo de processamento do sinal de nput) inicialmente sintonizfala (i ado para informaccedilatildeo prosoacutedica (eg Morgan

prosoacutedi o sinal de fala em

processo tornou-se conhecido como

icas mais investigadas estatildeo as que se relacionam om o ritmo sendo que para o ritmo podem contribuir diversos factores desde a

uiccedilatildeo dos padrotildees acentuais e de proeminecircncia a diferentes niacuteveis s tonais a forma acuacutestica como a

e combinaccedilatildeo segmental entre o 3) Estudos como o de Nazzi et al (1998)

receacutem-nascidos conseguem discriminar liacutenguas s diferentes mas natildeo liacutenguas agrupadas

tmicamente na mesma classe Em (28) apresenta-se uma siacutentese dos

1986 Morgan amp Demuth 1996 Jusczyk 1997 Houmlhle 2009) Pistas prosoacutedicas associadas a propriedades como o acento as proeminecircncias e fronteiras

cas o ritmo e a entoaccedilatildeo ajudam o bebeacute a segmentarunidades linguiacutesticas e podem contribuir para a sua categorizaccedilatildeo4 Este

bootstrapping prosoacutedico e tem sido investigado como uma das abordagens que visa contribuir para a compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da liacutengua (Figura 24)

Figura 24 Do sinal para a gramaacutetica

Entre as pistas prosoacutedcdistribprosoacutedicos a proacutepria distribuiccedilatildeo dos eventoproeminecircncia eacute realizada ou os padrotildees dconsoantes e vogais (ver Moacuteduldemonstram que bebeacutes pertencentes a classes riacutetmicariresultados de estudos de discriminaccedilatildeo riacutetmica com bebeacutes

4 Ver tambeacutem o moacutedulo 5 para uma ilustraccedilatildeo de como as propriedades prosoacutedicas contribuem para a segmentaccedilatildeo do input

60 Soacutenia Frota

(28) Tipo riacutetmico Liacutenguas Discriminaccedilatildeo Acentual Silaacutebico

InglecircsItaliano radic InglecircsCastelhano radic

Figura 25 s

A relaccedilatildeo entr s linguiacutesticas tem sido xplorada nas abordagens de bootstrapping (Figura 25) Foi proposto por xempl

A correlaccedilatildeo existente entre a posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma

RussoFrancecircs radic Inglecircs+Neerlandecircs Italiano+Castelhano radic Acentual Moraico InglecircsJaponecircs radic NeerlandecircsJaponecircs radic Acentual Acentual InglecircsNeerlandecircs X Silaacutebico Silaacutebico CastelhanoCatalatildeo X Acen+Sil Acen+Sil Inglecircs+Italiano Neerlandecircs+Castelhano X Estes resultados constituem uma evidecircncia forte de que os bebeacutes estatildeo equipados com mecanismos perceptivos especialmente sensiacuteveis a propriedades riacutetmicas do sinal de fala que permitem a identificaccedilatildeo dessas propriedades

Do sinal para a gramaacutetica o papel das propriedades riacutetmica

e propriedades riacutetmicas e unidadeee o que pistas riacutetmicas estatildeo na base do bootstrapping prosoacutedico da ordem de palavras da segmentaccedilatildeo de palavras e sua categorizaccedilatildeo ou do tipo de reportoacuterio silaacutebico (Nespor et al 1996 Christophe et al 2003 Jusczyk et al 1999 Nazzi et al 2006 Christophe et al 2008 Mehler amp Nespor 2002 Vigaacuterio et al 2003)

fonoloacutegico (inicial ou final) e a ordem sintaacutectica entre cabeccedila e complemento

Prosoacutedia 61

nas liacutenguas (ver Moacutedulo 2) permite associar o padratildeo riacutetmico em (29a) com a ordem cabeccedila-complemento e o padratildeo riacutetmico em (29b) com a ordem complemento-cabeccedila Trabalhos experimentais demonstram que os bebeacutes tecircm as capacidades perceptivas necessaacuterias para computar estas pistas riacutetmicas dado que discriminam entre sinais de fala segmentalmente idecircnticos mas

om uas

e ritmo acentual como o Inglecircs o Neerlandecircs ou o Alematildeo o padratildeo trocaico

ras mais longas Estas correlaccedilotildees permitem gerar as espectativas de segmentaccedilatildeo do sinal de fala em (30) uma segmentaccedilatildeo inicial baseada no acento ou mais propriamente no peacute binaacuterio trocaico (e com tendecircncia para palavras mais curtas) em liacutenguas de ritmo acentual e uma segmentaccedilatildeo inicial baseada na siacutelaba (e posteriormente com tendecircncia para palavras mais longas) em liacutenguas de ritmo silaacutebico Estudos experimentais confirmam que bebeacutes ingleses neerlandeses e alematildees segmentam precocemente palavras trocaicas (mas natildeo palavras jacircmbicas) e bebeacutes franceses falham a segmentaccedilatildeo de dissiacutelabos comeccedilando por reconhecer monossiacutelabos e integrando as duas siacutelabas numa mesma unidade apenas mais tarde (Houmlhle 2009) (30) a Ritmo acentual [ x x (xs xw) x x ] padratildeo trocaico gtgt palavra curta

b Ritmo silaacutebico [ x x (x) x x x ] siacutelaba gtgt palavra longa

prosodicamente diferentes no que respeita agrave posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma fonoloacutegico (eg Christophe et al 2003) (29) a [ hellip (ws)φ (ws)φ (ws)φ hellip ]I b [ hellip (sw)φ (sw)φ (sw)φ hellip ]I As propriedades riacutetmicas das liacutenguas estatildeo tambeacutem correlacionadas cpadrotildees de proeminecircncia ao niacutevel lexical e com tamanho de palavra Em liacutengd(sw) eacute dominante ao contraacuterio do que sucede por exemplo no Francecircs ou no Portuguecircs Europeu5 Paralelamente liacutenguas de ritmo acentual possuem palavras mais curtas enquanto liacutenguas de ritmo silaacutebico ou moraico possuem palav

o Cutler amp Carter (1987) cerca de 96 das palavras lexicais do Inglecircs comeccedilam por

siacutelaba toacutenica 80 das palavras lexicais satildeo monossiacutelabos No PE apenas 25 das palavras lexicais comeccedilam por siacutelaba toacutenica 71 das palavras lexicais possuem 3 ou mais siacutelabas (contagem em types obtida sobre uma secccedilatildeo da FrePOP ndash Frota et al 2010)

5 Segund

62 Soacutenia Frota

O facto de palavras funcionais serem habitualmente itens muito frequentes na liacutengua com forma monossilaacutebica sem acento e localizados mas margens de unidades prosoacutedicas (designadamente de sintagmas fonoloacutegicos e entoacionais) permite que os bebeacutes possam extrair estas regularidades compil

os e formatos silaacutebicos mais imples (Quadro 5) Esta correlaccedilatildeo permite que o ritmo ajude a crianccedila a

o da liacutengua Por sua vez o tipo de s formatos de palavra sendo mais um

ctor a contribuir para as estrateacutegias de segmentaccedilatildeo em (30) sistemas

ando uma lista destes elementos muito frequentes e identificando-os com palavras funcionais quando ocorrem nas fronteiras de constituintes prosoacutedicos Vaacuterios trabalhos experimentais mostram que os bebeacutes pouco depois do primeiro ano satildeo jaacute capazes de identificar categorias de palavras (Christophe et al 2008) As propriedades riacutetmicas correlacionam-se ainda com o tipo de reportoacuterio silaacutebico da liacutengua (ver Moacutedulo 3) As liacutenguas de ritmo acentual possuem tipicamente reportoacuterios silaacutebicos vastos com muitos tipos e grande complexidade silaacutebica pelo contraacuterio liacutenguas de ritmo silaacutebico tendem a possuir reportoacuterios mais pequenos com menos tipsdeterminar o tipo de reportoacuterio silaacutebicreportoacuterio silaacutebico correlaciona-se com ofasilaacutebicos complexos possibilitam mais diversidade com menos siacutelabas logo palavras mais pequenas sistemas silaacutebicos simples necessitam de mais siacutelabas para realizar contrastes lexicais logo palavras mais longas (Mehler amp Nespor 2002) Quadro 5 Propriedades de sistemas silaacutebicos complexos e sistemas silaacutebicos simples (Vigaacuterio et al 2003)

Syllable types English Dutch Spanish French EP Number 16 19 9 - 6 Most frequent () CV 34 CV 36 CV 58 CV 56 CV 65

CVC 30 CVC 32 CVC 22 CVC 19 CVC 16 VC 15 VC 15 CCV 6 V 10 V 11 V 8 CVCC 6 V 6 CCV 7 CCV 5 CVCC6 V 2 VC 3

Closed syllables () 56 59 30 26 19 CC(C) () --- 14 --- --- 6

Prosoacutedia 63

Estudos do desenvolvimento prosoacutedico infantil na perspectiva da produccedilatildeo e linguisticamente informados satildeo ainda recentes No que respeita agrave quisiccedilatildeo do sistema entoacional apenas um pequeno conjunto de liacutenguas foi

o Po Europ

eerlandecircs por um desenvolvimento entoacional mais tardio No primeiro

Figura 26 Produccedilatildeo de dois chamamentos consecutivos chamamento

aainda considerado Os resultados disponiacuteveis apontam para diferenccedilas entre liacutenguas com o Castelhano o Catalatildeo e rtuguecircs eu a serem caracterizados por um desenvolvimento entoacional precoce e o Inglecircs e Nconjunto de liacutenguas as crianccedilas mostram dominar um leacutexico entoacional proacuteximo do do adulto com o uso apropriado das diferentes melodias para veicular significados e mostram ainda um desenvolvimento na produccedilatildeo dos padrotildees de alinhamento e escalonamento tonal bem antes do iniacutecio do estaacutedio das duas palavras ou seja da produccedilatildeo de enunciados com combinaccedilatildeo de palavras (Snow 2006 Chen amp Fikkert 2007 Prieto amp Vanrell 2007 Frota amp Vigaacuterio 2008) As Figuras 26 e 27 ilustram o uso apropriado de diferentes melodias por uma crianccedila portuguesa com 20 meses que inicia o estaacutedio de duas palavras aos 26 meses

100100

200

300

400

500

600

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2 2 5

H H H L

t i t o t i t o

4 4

cantado seguido de chamamento insistente

64 Soacutenia Frota

150150

240

330

420

510

600

Fund

amen

tal f

requ

enc

0 0 5 1 1 5 2 2 5

Figura 27 Sequecircncia de respostas agrave pergunta do adulto Sabes quem eacute esta repetida por este apoacutes a primeira resposta da crianccedila declarativa neutra seguida de declarativa focalizada

No caso do chamamento verifica-se a produccedilatildeo pragmaticamente adequada do chamamento cantado em primeiro lugar com a selecccedilatildeo correcta dos tons de fronteira que fazem a distinccedilatildeo entre os dois tipos de chamamento No caso da declarativa em resposta agrave pergunta verifica-se a produccedilatildeo inicial de uma declarativa neutra substituiacuteda para uma declarativa focalizada na resposta agrave

nte o

a

ormas mono (eg Francecircs Portuguecircs) As ropriedades prosoacutedicas de enunciados de uma soacute palavra e de enunciados ultipalavra fornecem pistas para o estatuto prosoacutedico das siacutelabas (ou peacutes) e das

equecircncias de palavras que os constituem (Fikkert 1994 Odorico amp Carubbi

repeticcedilatildeo da pergunta por parte do adulto com um constraste de alinhamento do tom H associado a esta distinccedilatildeo pragmaacutetica (ver Moacutedulo 4 designadameQuadro 3)

Se parece natildeo existir uma correlaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento sintaacutectico os estudos atraacutes referidos apontam para umcorrelaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento lexical dadoque o primeiro surge associado a saltos significativos no tamanho do leacutexico produzido

Trabalhos sobre o desenvolvimento da estrutura prosoacutedica a partir de dados de produccedilatildeo tecircm tambeacutem revelado diferenccedilas entre liacutenguas Destaca-se oformato das primeiras palavras com liacutenguas em que o formato de peacute binaacuterio domina (eg Inglecircs Neerlandecircs Japonecircs) e liacutenguas em que f

ssilaacutebicas monomoraicas prevalecem pms

y (H

z)

H + L L H + L L

t a t aacute t a t aacute

4 4

Prosoacutedia 65

2003 Berens amp Gout 2005 Demuth amp McCullough 2008) O estudo destas istas permite determinar se um dado elemento eacute ou natildeo tratado como uma

palavra prosoacutedica ou como um sintagma entoacional e se dois ou mais elementos se encontram prosodicamente integrados numa mesma unidade ou prosodicamente separados em unidades diferentes Por outras palavras um tal estudo permite determinar as propriedades da estrutura prosoacutedica dos enunciados produzidos e o seu desenvolvimento Por exemplo a presenccedila de truncamento inicial de palavras dissilaacutebicas no PE ou a sua produccedilatildeo com duas siacutelabas mas em que cada uma das siacutelabas apresenta um acento tonal (1PAsyl) sugerem fortemente que num estaacutedio inicial a siacutelaba estaacute a ser tratada pela crianccedila como uma palavra prosoacutedica e que a integraccedilatildeo de duas (ou mais) siacutelabas na mesma palavra prosoacutedica acontece num estaacutedio posterior quando quer o truncamento quer o acento tonal por siacutelaba quase desaparecem dando lugar a uma sequecircncia de siacutelabas produzida com um uacutenico acento tonal

isyl_1PA) (Figura 28)

ura 28 Estrateacutegias na produccedilatildeo de alvos dissilaacutebicos (1) ateacute

o 4) mostra que estas produccedilotildees satildeo formadas por sequecircncias de

p

(d

Fig104 (2) de 105 a 108 Dados de Luma (Frota 2010)

De uma forma similar a ausecircncia de integraccedilatildeo prosoacutedica nos primeiros enunciados multipalavra revelada pela presenccedila de pistas como pausas ou reset (ver Moacutedulconstituintes prosoacutedicos de uma uacutenica palavra (Figura 29) que contrastam com sequecircncias de palavras integradas num mesmo constituinte prosoacutedico (Figura 30) Naturalmente a ausecircnciapresenccedila de integraccedilatildeo prosoacutedica tem

66 Soacutenia Frota

consequecircncias natildeo soacute para o conhecimento do processo de desenvolvimento prosoacutedico mas tambeacutem para o conhecimento da emergecircncia da sintaxe

Figura 29 Enunciado Mamatilde olha produzido com dois sintagmas entoacionais (109)

100100

180

260

340

420

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2

H L H H

m a m atilde o l h a

4 4

Figura 30 Enunciado Mamatilde olha produzido num uacutenico sintagma entoacional (111)

D ocesso de aquisiccedilatildeo

a liacuteng d

ada a complexidade dos factores envolvidos no prua apoacutes deacutecadas de investigaccedilatildeo no domiacutenio da percepccedilatildeo e dos

trabalhos mais recentes no acircmbito da produccedilatildeo o conhecimento do papel da prosoacutedia neste processo eacute ainda fragmentaacuterio Muitos percursos de investigaccedilatildeo permanecem por explorar como os que a seguir se referem a tiacutetulo

200200

260

320

380

440

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H + L L

m a m atilde o l h a

4

Prosoacutedia 67

exemplificativo Diferentes propriedades riacutetmicas parecem determinar diferentes estrateacutegias de segmentaccedilatildeo nas liacutenguas (ver (30) acima) e os formatos de palavra inicialmente produzidos parecem correlacionar-se com essas estrateacutegias Todavia a relaccedilatildeo entre unidades de segmentaccedilatildeo na percepccedilatildeo no primeiro ano de vida e as unidades linguiacutesticas da produccedilatildeo inicial no segundo ano de

ida encontra-se por determinar Nos uacuteltimos anos tem surgido evidecircncia crescente para a importacircncia das propriedades do input no processo de aquisiccedilatildeo Mas a demonstraccedilatildeo de que a segmentaccedilatildeo lexical eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Inglecircs do que em bebeacutes aprendentes do Francecircs devido a propriedades especiacuteficas do input presentes numa liacutengua e ausentes noutra ou de que o desenvolvimento entoacional eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Catalatildeo ou do Portuguecircs do que em bebeacutes aprendentes do Inglecircs ou do Neerlandecircs devido a propriedades do input encontra-se ainda por fazer O Portuguecircs Europeu neste campo constitui um importante objecto de teste devido agrave combinaccedilatildeo de propriedades prosoacutedicas que o caracteriza a mistura de elementos riacutetmicos silaacutebicos e acentuais (ver Moacutedulo 3) a presenccedila de elementos entoacionais semelhantes a outras liacutenguas romacircnicas (como o acent senccedila espar is ndash ver Moacutedulo 4) A realizaccedilatildeo de investigaccedilatildeo experimental com dados do PE nos domiacutenios da discriminaccedilatildeo riacutetmica por bebeacutes poderia pois dar um contributo para o entendimento de quais as propriedades riacutetmicas mais salientes para os mecanismos perceptivos das crianccedilas Tambeacutem a investigaccedilatildeo das estrateacutegias de segmentaccedilatildeo lexical em bebeacutes aprendentes do PE em comparaccedilatildeo com os estudos jaacute existentes poderia dar um contributo para a associaccedilatildeo entre propriedades riacutetmicas e unidades de segmentaccedilatildeo inicial nas liacutenguas A exploraccedilatildeo de algumas destas linhas de investigaccedilatildeo estaacute prevista no acircmbito do projecto Development of prosodic structure and intonation presentemente em curso no CLUL Bibliografia especiacutefica

v

o poacutes-nuclear) a par de elementos entoacionais diferentes (como a presa de acentos tona

Behre

2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

ns H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Chen A amp P Fikkert (

Christophe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The case of the head-direction parameter Developmental Science 6 211-220

68 Soacutenia Frota

Christophe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1 amp 2) 61-75

Demuth K amp E McCullough (2008) The prosodic (re)organization of childrenrsquos early English articles Journal of Child Language 36 173-200

Fikkert Paula (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL Frota S (2010) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation

tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Frota S M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

faces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

dorico L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-word n children First Language 23(1) 97-116

rieto P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings

Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa Jusczyk P W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press Jusczyk P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word

segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 159-207 Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In

A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006) Early segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Inter

Outterances in Italia

Pof ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prosoacutedia 69

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23 months Child Development 77(2) 281-296

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass

Ambraz

Andrad iana (1994) Sineacuterese dieacuterese e estrutura silaacutebica In Actas do

ol 2 317-347

ic Typology The Phonology

494

Cascadilla Press 809-821 7 ANEXO

BIBLIOGRAFIA ALARGADA

aitis G (2010) Nuclear Intonation in Swedish Evidence from Experimental-Phonetic Studies and a Comparison with German Lund Lund University press

Andrade A (1984) Acoustic study of vowel duration in European Portuguese (based on one subject) Relatoacuterios do Grupo de Foneacutetica e Fonologia nordm 5 Lisboa INIC

Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

e E amp M C VIX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica 31-42 Lisboa APLColibri

Arvaniti A (1994) Acoustic features of Greek rhythmic structure Journal of Phonetics 22 239ndash268

Arvaniti A (2007) On the presence of final lowering in British and American English In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter V

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Arvaniti A amp M Baltazini (2005) Intonational Analysis and Prosodic Annotation of Greek Spoken Corpora In Sun-Ah Jun (ed) Prosodof Intonation and Phrasing Oxford OUP 84-117

Arvaniti A amp S Godjevac (2003) The origins and scope of final lowering in English and Greek In MJ Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Science Barcelona UAB 1077-80

Auer P (1991) ldquoStress-Timingrdquo vs ldquoSyllable-Timingrdquo from a Typological Point of View In B Palek amp P Janota (eds) Proceedings of LPrsquo90 Charles University Press 292-305

Baltazani M (2006) Focusing prosodic phrasing and hiatus resolution in Greek In L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 473-

70 Soacutenia Frota

Beckman M amp J Edwards (1990) Lengthenings and shortenings and the nature of prosodic constituency In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in

Beckm

Beckm letcher (1992) Prosodic structure and tempo in a sonority model of articulatory dynamics In Gerard J Docherty amp D Robert Ladd (eds) Papers in Laboratory Phonology II Cambridge CUP 68ndash86

eckman M J Hirschberg amp S Shattuck-Hufnagel (2005) The Original ToBI d the Evolution of the ToBI Framework In Sun-Ah Jun (ed)

y of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

ehrens H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Laboratory Phonology I Cambridge CUP 179ndash200

Beckman M amp J Edwards (1994) Articulatory evidence for differentiating stress categories In Patricia Keating (ed) Papers in Laboratory Phonology III Cambridge CUP 7ndash33

an M amp J Pierrehumbert (1986) Intonational Structure in Japanese and English Phonology Yearbook 3 255ndash310

an M J Edwards amp J F

BSystem anProsodic Typology The PhonologUniversity Press 9-54

B

Blevins J (1995) The Syllable in Phonological Theory In J Goldsimth (ed) The Handbook of Phonological Theory Oxford Blackwell 206-244

Boersma P amp D Weenink (2008) Praat doing phonetics by computer (version 5023) httpwwwpraatorg

Brandatildeo de Carvalho J (1989) Phonological conditions on Portuguese clitic

Bruce G (1977) Swedish word accents in sentence perspective Lund Gleerup

bridge CUP 70-87

ts Journal of the Acoustical Society of America 120

Cambieerdam LOT Dissertation Series 32

Casper43(2) 127-161

Chen A in English In Proceedings of Eurospeech Geneva 97-100

placement on syntactic evidence for stress and rhythmical patterns Linguistics 27 405-436

Byrd D A Kaun S Narayanan amp E Saltzman (2000) Phrasal signatures in articulation In M B Broe amp J Pierrehumbert (eds) Papers in Laboratory Phonology V Cam

Byrd D J Krivopic amp S Lee (2006) How far how long On the temporal scope of prosodic boundary effec(3) 1589-1599

r-Langeveld T (2000) Temporal marking of accents and boundaries PhD Thesis University of Amst

Carlson K L Frazier C Clifton Jr (2009) How prosody constrains comprehensionA limited effect of prosodic packaging Lingua 1191066ndash1082

s J (2000) Experiments on the meaning of four types of single-accent intonation patterns in Dutch Language and Speech

Chahal D amp S Hellmuth (in press) The intonation of Lebanese and Egyptian Arabic In Sun-Ah Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford OUP

(2003) Reaction Time as an Indicator of Discrete Intonational Contrasts

Prosoacutedia 71

Chen A amp P Fikkert (2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Christose of the head-direction parameter

Christo5

7

Cruz-Fh PhD Dissertation Manchester University

e

DrsquoImpe ets and their

DrsquoImpe How many levels of phrasing Evidence from

DrsquoImpe House (1997) Perception of questions and statements in

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

phe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The caDevelopmental Science 6 211-220

phe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1-2) 61-7

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-54

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Cruz M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portuguese Production and Perception TIE4 Stockholm

Cruz-Ferreira M (1980) Basic intonational and grammatical patterns of Portuguese and English questions MA Dissertation University of Manchester

erreira M (1983) Non-native comprehension of intonation patterns in Portuguese and in Englis

Cruz-Ferreira M (1998) Intonation in European Portuguese In D Hirst amp A Di Cristo (eds) Intonation Systems A Survey of Twenty Languages CambridgCambridge University Press 167-178

rio M (2000) The role of perception in defining tonal targalignment PhD Dissertation Ohio State University

rio M amp B Gili Fivela (2003)two varieties of Italian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 130-144

rio M amp DNeapolitan Italian Eurospeech rsquo97 251ndash254

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Dainora A (2006) Modelling intonation in English In L Goldstein D H Whalen amp Catherine T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 107-132

Dasher R amp D Bolinger (1982) On pre-accentual lengthening Journal of the International Phonetic Association 12 58-69

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

72 Soacutenia Frota

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

gia Tomo XXIV 1-11

Demuth e prosodic (re)organization of childrenrsquos

Den Os sertation Utrecht

DePaoltic study Journal of Phonetics 36 406-422

guage 59 294-311

on 27 27-33

a Lisboa

Elordie onational

oa

Faleacute I tonational Contrasts in

Faleacute I requests in European Portuguese

Fernansidade Estadual de Campinas

Fikkert J Freitas (1998) Acquisition of syllable structure constraints Evidence from Dutch and Portuguese In Proceedings of the GALA97

Delgado Martins M R (1973) Anaacutelise acuacutestica das vogais toacutenicas em Portuguecircs Boletim de Filologia Tomo XXII 303-314

Delgado Martins M R (1975) Vogais e consoantes do Portuguecircs estatiacutestica de ocorrecircncia duraccedilatildeo e intensidade Boletim de Filolo

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

Demuth K (2006) Crosslinguistic perspectives on the Development of Prosodic Words Introduction Language and Speech 49(2) 129-135

K amp E McCullough (2008) Thearly English articles Journal of Child Language 36 173-200

E (1988) Rhythm and tempo of Dutch and Italian PhD DisRijksniversiteit

is R A M Vihman amp S Kunnari (2008) Prosody in production at the onset of word use A cross-linguis

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentation and lexical processing Journal of Memory and Lan

Dimitrova S (1997) Bulgarian Speech Rhythm Stress-Timed or Syllable-Timed Journal of the International Phonetic Associati

Ellison M amp M C Viana (1996) Antagonismo e elisatildeo das vogais aacutetonas em PE Actas do XI Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de LinguiacutesticAPLColibri Vol III 261ndash282

ta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intphrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica (Special issue on Boundaries in intonational phonology ed by Merle Horne amp Marc van Oostendorp) 59 110-143

Faleacute I (1995) Fragmento da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu as Estruturas Coordenadas MA Dissertation Universidade de Lisb

Faleacute I (2005) Percepccedilatildeo e Reconhecimento da Informaccedilatildeo Entoacional em Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

amp I H Faria (2006) Categorical Perception of InEuropean Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

amp I H Faria (2007) Imperatives orders and intonation In Proceedings of the 16th International Congress of Phonetic Sciences 1041-1044

des F (2007) Ordem Focalizaccedilatildeo e Preenchimento em Portuguecircs Sintaxe e Prosoacutedia PhD Dissertation Univer

Fikkert P (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL

P amp M

Prosoacutedia 73

Conference on Language Acquisition Edinburgh University of Edinburgh 217-222

Fodor J (2002) Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

s N Munaro amp R van de Vijver

Frota S nd

of an E of Athens 127ndash130

ue on

Frota S tuguese

ngua Portuguesa

Freitas M J (1997) Aquisiccedilatildeo da Estrutura Silaacutebica do Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

Frota S (1996) Prosodic Phrases and European Portuguese in search of evidence In A Bisetti L Brugegrave J Costa R Goedeman(eds) Proceedings of ConSole 3 Leiden SOLE 47ndash69

(1997) Association Alignment and Meaning the tonal sequence HL aFocus in European Portuguese In A Botinis G Kouroupetroglou amp G Carayiannis (eds) Intonation Theory Models and ApplicationsmdashProceedings

SCA Workshop Athens ESCAUniversity

Frota S (2000a) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2000b) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma Actas do XV Encontro teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs)

Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2002a) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 (Special issIntonation in Romance edited by J Ignacio Hualde) 113-146

(2002b) Tonal association and target alignment in European Pornuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002c) The Prosody of Focus a Case-Study with Cross-Linguistic Implications In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 319-322

Frota S (2003a) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2003b) The phonological status of initial peaks in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 133-152

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio amp A Villava Gramaacutetica da Liacute6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (2010a) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

74 Soacutenia Frota

Frota S (2010b) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A

Frota S accedilatildeo no

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena

Frota es of European

European Portuguese Third

Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Mateus amp C Nunes Correia (eds) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varietiPortuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation inConference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa httpwwwflulptLaboratorioFoneticatextsTIE3EarlyIntonationEPfpdf

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das

Frota S Vigaacuterio (2007) The phonetics

eory) 131-153

duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp Mand phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Th

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Prosoacutedia 75

Frota Sde Lisboa

M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade httpfrepopflulpt

Gerken

Gili Fi d Perception The Case of Pisa

Gordonsodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

Gout A l phrase boundaries

Grabe rrelates of Rhythmic Class In C

Grabe Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV

Grice ian implications for

Grφnnu

Gussen

Gussen

Gut Ul

Language and Speech 34(4) 299-318

L amp R Aslin (2005) Thirty Years of Research on Infant Speech Perception The Legacy of Peter W Jusczyk Language Learning and Development 1(1) 5-21

Ghini M (1993) φ-formation in Italian a new proposal Toronto Working Papers in Linguistics 122 41ndash79

vela B (2008) Intonation in Production anItalian Alessandria Edizione dellrsquoOrso

M K (2005) Intonational Phonology of Chickasaw In Sun-Ah Jun (ed) ProUniversity Press 301-330

A Christophe amp J Morgan (2004) Phonologicaconstrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

E amp E L Low (2000) Acoustic CoGussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 515-546

E amp P Warren (1995) Stress shift do speakers do it or do listeners hear it In BCambridge CUP 95ndash110

M (1995) The intonation of interrogation in Palermo Italintonation theory Tuumlbingen Niemeyer

m N amp M C Viana (1999) Aspects of European Portuguese Intonation In ICPhS 99 San Francisco Vol3 1997-2000

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

hoven C (1984) On the Grammar and Semantics of Sentence Accents Dordrecht Foris

Gussenhoven C (1993) The Dutch foot and the chanted call Journal of Linguistics 29 37-63

hoven C (1999) Discreteness and Gradience in Intonational Contrasts Language and Speech 42(2-3) 283-305

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

rike and Jan-Torsten Milde (2002) The Prosody of Nigerian English In Speech Prosody 2002 Proceedings Aix-en-Provence 367-370

Halleacute P B Boysson-Bardies amp M Vihman (1991) Beginnings of prosodic organization intonation and duration patterns of disyllables produced by Japanese and French infants

76 Soacutenia Frota

Hayes B (1995) Metrical Stress Theory Principles and case studies Chicago The University of Chicago Press

Hayes B amp A Lahiri (1991a) Bengali Intonational Phonology Natural Language

Hayesrg L Nord amp R Carlson (eds) Music Language Speech

Hellmudams A Cooper F Parrill amp T Wier (eds) Proceedings from the 40th

Hellmu nship between prosodic structure and pitch accent

91-316

Homae no amp G Taga (2007) Prosodic processing in the

Horne Linguistics 28 959-981

Hume odel of the Interplay of Speech Perception and

Jordatildeo oacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

Jun S- on the laryngeal gesture in Korean In

Jun S-A (2003) The effect of phrase length and speech rate on prosodic phrasing In

Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin

Jun S- University Press

and Linguistic Theory 9 47ndash96

B amp A Lahiri (1991b) Durationally specified intonation in English and Bengali In J Sundbeand Brain Basingstoke Macmillan 78-91

th S (2004) Prosodic weight and phonological phrasing in Cairene Arabic In N AAnnual Meeting of the Chicago Linguistics Society 97-111

th S (2007) The relatiodistribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 2

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

F H Watanabe T Nakadeveloping brain Neuroscience Research 59 29-39

Merle (1990) Empirical evidence for a deletion formulation of the rhythm rule in English

House David (1990) Tonal Perception in Speech Lund Lund University press

E amp K Johnson (2001) A MPhonology In E Hume amp K Johnson (eds) The Role of Speech Perception in Phonology New York Academic Press 3-26

R (2009) A estrutura prosUm estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

A (1995) Asymmetrical prosodic effectsB Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 235-253

Jun S-A (1996) The Phonetics and Phonology of Korean Prosody Intonational Phonology and Prosodic Structure New York Garland Publishing

M J Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Sciences Barcelona UAB 483ndash486

Jun S-A (2005a) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (2005b) Korean Intonational Phonology and Prosodic Transcription In S-A Jun (ed) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford OUP 201-229

Jun S-A (2007) The intermediate phrase in Korean Evidence from sentence processing In T Riad amp CMouton de Gruyter Vol 2 143-167

A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford

Prosoacutedia 77

Jusczyk Peter W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press

P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 1

Jusczyk59-207

3th International Conference on Turkish Linguistics

Kainad honological nature of prosodic

Kaplan 1978) Methods amp Designs Tables

Keating initial articulatory

Kohler ings of the

ences of the Estonian SSR

Ladd D f Intonational Phonology

nter-

Ladd D tonational emphasis continuous

Lehiste

Acquisition Cambridge University Press

Maia Mnal of

Major razilian Portuguese Journal of Phonetics 9

Manriq17-128

Kabak B amp A Revithiadou (2006) The Phonology of Clitic Groups Prosodic Recursivity Revisited Paper given at The 1Uppsala

a E (2009) The phonetic and pboundaries evidence from Modern Greek PhD Dissertation University of Edinburgh

H L N A Macmillan amp C D Creelman (of drsquo for variable-standard discrimination paradigms Behavior Research Methods amp Instrumentation 10(6) 796-813

P T Cho C Fougeron amp C-S Hsu (2003) Domain-strengthening in four languages In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 145-163

K J (1987) Categorical Pitch Perception In Uuml Vicks (ed) Proceed11th International Congress of Phonetic Sciences Volume 5331-333 Tallinn Academy of Sci

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements oIn M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Ladd D R amp J M Scobbie (2003) External sandhi as gestural overlap Couevidence from Sardinian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 164-182

R amp R Morton (1997) The perception of inor categorical Journal of Phonetics 25 313ndash342

I (1970) Suprasegmentals Cambridge MA The MIT Press

Levelt C amp R Van de Vijver (2004) Syllable types in cross-linguistic and developmental grammars In R Kager J Pater amp W Zonneveld (eds) Constraints in Phonological

Li W Y Yang (2009) Perception of prosodic hierarchical boundaries in Mandarin Chinese sentences Neuroscience 158 (4)1416-1425

Lloyd J (1940) Speech Signals in Telephony London

E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late preferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish JourPortuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Roy C (1981) Stress-timing in B343-351

ue A MB amp A Signorini (1983) Segmental duration and rhythm in Spanish Journal of Phonetics 11 1

78 Soacutenia Frota

Mata A I (1999) Para o estudo da entoaccedilatildeo em fala espontacircnea e preparada no Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

M H amp E Andrade (2000) The PMateus honology of Portuguese Oxford Oxford

as

Mehler n

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988)

Millottsody constrains word segmentation in French 16-month-olds

Millott98-909

Moraes J (1992) Dureacutee Intrinsegraveque de Martin

Morais Barb ie portugaise Lisboa Junta de

Morgan J L (1996) A rhy preverbal speech segmentation Journal of

Morgan

of Phonetics 37 29-45

Early

Nazzi T J

766

logy In I Roca (ed) Logical

Nespor Berlin Mouton de Gruyter

University Press

Mateus M H amp M R Delgado Martins (1982) Contribuiccedilatildeo para o estudo dvogais aacutetonas [acute] e [u] no Portuguecircs Europeu Biblos Vol LVIII 111ndash128

J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language IA Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

e S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal proJournal of Portuguese Linguistics 9-2

e S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 8

Moniz H (2006) Contributo para a caracterizaccedilatildeo dos mecanismos de (dis)fluecircncia em Portuguecircs Europeu MA Dissertation Universidade de Lisboa

s Voyelles du Portugais Breacutesilien In P (ed) Melanges Leacuteon Phonetique Phonostylistique Linguistique et Litterature 367-377 Toronto Editions Meacutelodie

osa J (1965) Etudes de phonologInvestigaccedilotildees do Ultramar

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

thmic bias in Memory and Language 35 666-688

J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nakai S S Kunnari A Turk K Suomi amp R Ylitalo (2009) Utterance-final lengthening and quantity in Northern Finnish Journal

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006)segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newbornstowards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonoIssues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

M (1999) Stress Domains In Word Prosodic Systems in the Languages of Europe Harry van der Hust (ed) 117-159

Prosoacutedia 79

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2ordf ediccedilatildeo publicada em 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The

man Proceedings of the International Symposium on Tonal

Odorico ord

Peperkao MA Dissertation University of Amsterdam

Pierreh d their alignment In M Horne (ed)

n

Pierreh

an Press

nal of Acoustical Society of America 90

Prieto P (2002) Entonacioacute In J Solagrave M R Lloret J Mascaroacute amp M P Saldanya

Prieto

Nespor M amp I Vogel (1989) On clashes and lapses Phonology 6 69ndash116

Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Niebuhr O amp K J Kohler (2004) Perception and Cognitive Processing of Tonal Alignment in GerAspects of Languages Emphasis on Tone Languages Beijing 155-158

L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-wutterances in Italian children First Language 23(1) 97-116

mp S (1992) La Risoluzione delle Aritmie nella Fonologia Ritmica dellrsquoItalian

Peperkamp S (1997) Prosodic Words The Hague Holland Academic Graphics HIL Dissertations 34

Pierrehumbert J (1980) The phonology and phonetics of English intonation PhD Dissertation MIT

umbert J (2000) Tonal elements anProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 11-36

Pierrehumbert J amp J Hirschberg (1990) The meaning of intonational contours in the interpretation of discourse In PR Cohen et al (eds) Intentions iCommunication Cambridge Mass MIT Press 271ndash311

umbert J amp M Beckman (1988) Japanese Tone Structure Cambridge Mass MIT Press

Pierrehumbert J amp SA Steele (1989) Categories of tonal alignment in English Phonetica 46 181ndash196

Pike K L (1945) The intonation of American English Ann Arbor University of Michig

Price P M Ostendorf S Shattuck-Hufnagel amp C Fong (1991) The use of prosody in syntactic disambiguation In Jour372-377

(eds) Gramagravetica del catalagrave contemporani Barcelona Empuacuteries Volum 1 393-462

Prieto P (2004) Fonegravetica i fonologia Els sons del catalagrave Barcelona Editorial UOC

P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

80 Soacutenia Frota

Ramus F (2002) Language discrimination by newborns Teasing apart phonotactic rhythmic and intonational cues Annual Review of Language Acquisition 2 85-

Ramus ues A

Ramus 999) Correlates of linguistic rhythm in speech

Sandler

prehension Springer

2519-2522

unication 41 71-80

dentification and lexical access In G Altmann amp R

Selkirk On derived domains in sentence phonology Phonology Yearbook 3

Selkirkrdrsquos paper In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in Laboratory

115

F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cstudy based on speech resynthesis JASA 105 512-521

F M Nespor amp J Mehler (1Cognition 73 265-292

Rietveld T J Haan L Heijmans amp C Gussenhoven (2002) Explaining attitudinal ratings of Dutch rising contours Morphological structure vs the Frequency Code Phonetica 59 180-194

Salverda A D Dahan amp J McQueen (2003) The role of prosodic boundaries in the resolution of lexical embedding in speech comprehension Cognition 90 51-89

W (2006) Phonology phonetics and the nondominant hand in L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 185-212

Sandler W amp D Lillo-Martin (2006) Sign Language and Linguistic Universals Cambridge CUP

Sandler W amp M Nespor (1999) Prosody in Israeli Sign Language Language and Speech 42 (2-3) 143-176

Savino M amp M Grice (in press) The perception of intonational contrasts in Italian In S Frota G Elordieta amp P Prieto (eds) Prosodic categories Production Perception and Com

Schiller N O A S Meyer R H Baayen amp W JM Levelt (1996) A Comparison of Lexeme and Speech Syllable in Dutch Journal of Quantitative Linguistics 3(1) 8-28

Schneider K G Dogil amp B Moumlbius (2009) German Boundary tones show Categorical Perception and a Perceptual Magnet Effect when presented in different contexts In Proceedings of Interspeech Brighton

Schouten B E Gerrits amp A van Hessen (2003) The end of categorical perception as we know it Speech Comm

Segui J E Dupoux amp J Mehler (1990) The role of the syllable in speech segmentation phoneme iSillcock (eds) Cognitive Models of Speech Processing Cambridge Mass MIT Press

Selkirk E (1984) Phonology and Syntax the relation between sound and structure Cambridge Mass MIT Press

E (1986)371ndash405

E (1990) On the nature of prosodic constituency comments on Beckman and EdwaPhonology I Cambridge CUP 179ndash200

Prosoacutedia 81

Selkirk E (1996) The Prosodic Structure of Function Words In J L Morgan amp K Demuth (eds) Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition

SelkirkProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce)

Selkirk glish In S Frota M

Shaked syntactic and phonological constraints in Hebrew

Shattuc importance of phonological transcription in

Shattucle of prosodic structure In Merle Horne (ed) Prosody

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23

Sudoof er S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp

Tenani guecircs do brasil implicaccedilotildees para a

Trucke On the relation between syntactic phrases and phonological

Trucke

Turk A ufnagel (2000) Word-boundary-related duration patterns in

Turk A 7) Multiple targets of phrase-final lengthening

van He R S Kirsner (2004) Phonetic or phonological contrasts in Dutch

Mahwah Lawrence Erlbaum Associates 187-213

E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Dordrecht Kluwer 231-261

E (2005) Comments on Intonational Phrasing in EnVigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

A (2007) Competingprosodic phrasing The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 169-199

k-Hufnagel S (1995) The empirical approaches to ldquostress shiftrdquo versus ldquoearly accentrdquo comments on Grabe and Warren and Vogel Bunnell and Hoskins In B Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 128ndash 140

k-Hufnagel S (2000) Phrase-level phonology in speech production planning Evidence for the roTheory and Experiment Dordrecht Kluwer Academic Publishers 201-229

months Child Development 77(2) 281-296

f S D Lenertovaacute R MeyJ SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

L (2002) Domiacutenios prosoacutedicos no Portuprosoacutedia e para a aplicaccedilatildeo de processos fonoloacutegicos PhD dissertation Universidade Estadual de Campinas

nbrodt H (1999) phrases Linguistic Inquiry 30 219ndash255

nbrodt H (2002) Upstep and embedded register levels Phonology 19 77-120

Truckenbrodt H (2007) Upstep on edge tones and on nuclear accents In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter Vol 2 349-386

Turk A amp J R Sawusch (1997) The domain of accentual lenthening in American English Journal of Phonetics 25 25-41

amp S Shattuck-HEnglish Journal of Phonetics 28 397-440

amp S Shattuck-Hufnagel (200in American English words Journal of Phonetics 35 445-472

uven V ampboundary tones In Linguistics in the Netherlands 21 102-113 AmsterdamPhiladelphia John Benjamins

82 Soacutenia Frota

Vanrell M (2007) A tonal scaling contrast in Majorcan Catalan interrogatives Journal of Portuguese Linguistics 6(1) 147-178 (Special issue Prosody in Ibero-Romance and related languages ed by G Elordieta and M Vigaacuterio)

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

Viana M C (1987) Para a siacutentese da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Dissertaccedilatildeo para acesso agrave categoria de Investigador Auxiliar Lisboa CLUL-INIC

httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

M (1998) Aspectos da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu estruturas com adveacuter

Vigaacuteriobio de exclusatildeo e negaccedilatildeo fraacutesica Braga CEHUM

465-477 Lisboa APLColibri

stics 2-2 (Special Issue on Portuguese

ial Issue Crosslinguistic Perspectives on the Development of Prosodic

Vigaacuterio m signal to grammar Rhythm and the th

sterdam John Benjamins 137-158

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

Vigaacuterio M (2003) The Prosodic Word in European Portuguese BerlinNew York Mouton de Gruyter

Vigaacuterio M (2009) The Prosodic Word Group as a domain of prosodic hierarchy Paper given at the Sixth Old Conference in Phonology (OCP6) Univ Edinburgh

Vigaacuterio M amp I Faleacute (1994) A Siacutelaba no Portuguecircs Fundamental uma descriccedilatildeo e algumas consideraccedilotildees de ordem teoacuterica In Actas do IX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese LinguiPhonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M M J Freitas amp S Frota (2006) Grammar and frequency effects in the acquisition of prosodic words in European Portuguese Language and Speech (SpecWords edited by K Demuth) 49(2) 175-203

M S Frota amp M J Freitas (2003) Froacquisition of syllable structure Proceedings of the 27 Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

Wenk B amp F Wioland (1982) Is French really syllable-timed Journal of Phonetics 10 193-216

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (eds) Phonetics and Phonology Interactions and interrelations Am

Prosoacutedia 83

Wightman CW S Shattuck-Hufnagel M Ostendorf amp P J Price (1992) Segmental durations in the vicinity of prosodic phrase boundaries Journal of the Acoustical Society of America 91 (3) 1707-1717

Zerbian S (2007) Phonological phrasing in Northern Sotho (Bantu) The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing edited by S Frota amp P Prieto) 24

Zsiga Eers in

233-262

(1995) An acoustic and electropalatographic study of lexical and postlexical palatalization in American English In B Connell amp A Arvaniti (eds) PapLaboratory Phonology IV Cambridge CUP 282-302

  • Prosoacutedia
    • Relatoacuterio
    • Soacutenia Frota
      • Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa
        • Conteuacutedos
          • Estrutura prosoacutedica
            • Leacutexico entoacional
            • Restriccedilotildees distribucionais
            • Implementaccedilatildeo foneacutetica
              • Bibliografia alargada
Page 3: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em

Iacutendice 1 Introduccedilatildeo 11 O objecto do Relatoacuterio 12 A estrutura do Relatoacuterio

779

2 O ensino da Prosoacutedia no Departamento de Linguiacutestica Geral e Romacircnica

10

3 O seminaacuterio de Foneacutetica Prosoacutedia 31 A poacutes-graduaccedilatildeo em Linguiacutestica 32 Integraccedilatildeo do seminaacuterio de Prosoacutedia na poacutes-graduaccedilatildeo 33 Objectivos do seminaacuterio

15151819

4 O programa do seminaacuterio de Prosoacutedia 41 Programa 42 Bibliografia geral 43 Consideraccedilotildees sobre o programa e bibliografia 44 Planificaccedilatildeo das mateacuterias

2021222627

5 Os meacutetodos de ensino 51 Metodologias e recursos 52 Avaliaccedilatildeo

282830

6 Os conteuacutedos e seu desenvolvimento 61 Noccedilotildees fundamentais de prosoacutedia 62 Constituintes prosoacutedicos 63 Ritmo 64 Melodia 65 Prosoacutedia e significado 66 Prosoacutedia e aquisiccedilatildeo da liacutengua

31313543516472

7 Anexo Bibliografia alargada

83

Prosoacutedia 7

4 O PROGRAMA DO SEMINAacuteRIO DE PROSOacuteDIA Nesta secccedilatildeo satildeo apresentados o programa a bibliografia geral e a planificaccedilatildeo das mateacuterias por horas lectivas O programa proposto estaacute pensado para 45 horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio de acordo com o Relatoacuterio de Adequaccedilatildeo de Mestrado de 2006 e as Normas Regulamentares do Doutoramento em Linguiacutestica de 2007 Sempre que possiacutevel pretende-se que entre 3 a 5 horas lectivas sejam preenchidas com conferecircncias proferidas por especialistas na aacuterea 41 PROGRAMA

SEMINAacuteRIO DE FONEacuteTICA PROSOacuteDIA Programa

1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a

estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e

entoaccedilatildeo 2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis 3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

8 Soacutenia Frota

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico 42 BIBLIOGRAFIA GERAL Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em

portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

Prosoacutedia 9

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (eds) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2002) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (eds) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

10 Soacutenia Frota

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In IH Faria amp MJ Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no PE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (eds) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (eds) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Gout A A Christophe amp J Morgan (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Prosoacutedia 11

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A study based on speech resynthesis JASA 105 512-521

Ramus F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition 73 265-292

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp J SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (eds) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

12 Soacutenia Frota

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

43 CONSIDERACcedilOtildeES SOBRE O PROGRAMA E A BIBLIOGRAFIA O programa encontra-se organizado em seis moacutedulos O primeiro constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes

Os moacutedulos dois trecircs e quatro satildeo respectivamente dedicados aos constituintes prosoacutedicos ao ritmo e agrave melodia Apesar de formarem moacutedulos autoacutenomos esta apresentaccedilatildeo sequencial favorece a compreensatildeo da organizaccedilatildeo sonora da linguagem como uma estruturaccedilatildeo em constituintes que se manifesta em diversos domiacutenios da mateacuteria sonora desde os fenoacutemenos de sacircndi agraves relaccedilotildees de proeminecircncia e fenoacutemenos riacutetmicos e agrave distribuiccedilatildeo dos eventos tonais que compotildeem as melodias A estrutura interna de cada um dos trecircs moacutedulos parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio e da aplicaccedilatildeo de instrumentos elementares de anaacutelise prosoacutedica para a problematizaccedilatildeo de questotildees especiacuteficas e a exploraccedilatildeo de potenciais caminhos para a construccedilatildeo de respostas aos problemas e hipoacuteteses levantados Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial

Os dois uacuteltimos moacutedulos do programa tambeacutem autoacutenomos entre si pressupotildeem todavia os conhecimentos e competecircncias anteriormente adquiridos Nestes dois moacutedulos constituecircncia prosoacutedica ritmo e entoaccedilatildeo satildeo trabalhados na perspectiva do processamento da liacutengua (moacutedulo 5) e da aquisiccedilatildeo da liacutengua (moacutedulo 6) No primeiro caso salienta-se o papel da prosoacutedia no processamento lexical e sintaacutectico No segundo caso realccedila-se o contributo da prosoacutedia para a aquisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo do proacuteprio desenvolvimento prosoacutedico Aqui como anteriormente faz-se especial referecircncia a estudos sobre o Portuguecircs

Prosoacutedia 13

Atravessa todo o programa uma forte componente experimental pois pretende-se de acordo com os objectivos do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 33) uma compreensatildeo activa do componente prosoacutedico da linguagem atraveacutes do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de estudo da prosoacutedia e da sua aplicaccedilatildeo em pequenos projectos de investigaccedilatildeo A bibliografia geral apresentada obedece a trecircs criteacuterios fundamentais acompanhando as linhas de organizaccedilatildeo do programa acima descritas (i) a inclusatildeo de bibliografia de niacutevel introdutoacuterio e de niacutevel intermeacutedio e avanccedilado (ii) a selecccedilatildeo de textos que privilegiam a caracterizaccedilatildeo prosoacutedica do Portuguecircs no quadro da comparaccedilatildeo entre liacutenguas juntamente com textos sobre liacutenguas diversas em ambos os casos fazendo recurso a um quadro teoacuterico homogeacuteneo e utilizando metodologias experimentais (iii) a acessibilidade dos textos especialmente atraveacutes de recursos bibliograacuteficos on-line A bibliografia geral eacute disponibilizada no ano anterior ao do funcionamento do seminaacuterio juntamente com o programa No decurso do funcionamento do seminaacuterio para cada moacutedulo do programa satildeo indicadas referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Estas referecircncias na sua maior parte constam da bibliografia geral inicialmente disponibilizada Todavia podem surgir novos textos a indicar ao longo do seminaacuterio que pelo seu caraacutecter extremamente especiacutefico orientado para determinada mateacuteria ou por terem sido recentemente produzidospublicados ou por corresponderem a interesses particulares de alunos natildeo foram incluiacutedos na bibliografia geral Entenda-se pois a bibliografia como um espaccedilo com abertura e flexibilidade ajustaacutevel a necessidades conjunturais No final do seminaacuterio eacute fornecida aos alunos uma bibliografia alargada (em Anexo) 44 PLANIFICACcedilAtildeO DAS MATEacuteRIAS A distribuiccedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos por horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio segue o seguinte plano Conteuacutedos Horas

lectivas1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes

prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica

3

14 Soacutenia Frota

12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis

6

3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

9

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

9

5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

6

6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico

7~9

Conferecircncias (moacutedulos 2 a 6) 3~5 Total de horas lectivas 45

As horas lectivas atribuiacutedas a cada moacutedulo variam em 6 a 9 (isto eacute 2 a 3 sessotildees de 3 horas cada) agrave excepccedilatildeo do primeiro moacutedulo de introduccedilatildeo geral ao seminaacuterio As horas efectivas atribuiacutedas ao moacutedulo seis dependem da integraccedilatildeo no programa de duas ou trecircs conferecircncias na aacuterea de especialidade do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 32 e introduccedilatildeo agrave secccedilatildeo 4) Estas conferecircncias podem contribuir para qualquer um dos moacutedulos dois a seis do programa Excepto no caso das conferecircncias e dos ajustes de horaacuterio que elas possam implicar as horas lectivas satildeo organizadas em sessotildees de 3 horas ao longo do semestre

Prosoacutedia 15

5 OS MEacuteTODOS DE ENSINO 51 METODOLOGIAS E RECURSOS Em conformidade com os objectivos do seminaacuterio explicitados na secccedilatildeo 33 o ensino articula a apresentaccedilatildeo de conteuacutedos e sua problematizaccedilatildeo e discussatildeo com a exemplificaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas experimentais de estudo da prosoacutedia e o exerciacutecio da sua aplicaccedilatildeo As sessotildees do seminaacuterio funcionam assim combinando os formatos de conferecircncia (exposiccedilatildeo problematizaccedilatildeo discussatildeo) e de workshop (propostas exemplificaccedilatildeo exerciacutecios aplicaccedilatildeo a novos casos discussatildeo) Os conteuacutedos de cada moacutedulo satildeo perspectivados como o resultado de questotildees de investigaccedilatildeo e discutidos como despoletadores de novas questotildees Assim os alunos satildeo conduzidos a assumir as perspectivas do investigador ndash como aquele que coloca as questotildees e traccedila um percurso experimental na busca das respostas ndash e do utilizador do conhecimento cientiacutefico o profissional que no desempenho da sua actividade necessita de conhecimento especializado e do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de anaacutelise produtoras de informaccedilatildeo especiacutefica Esta abordagem visa promover o desenvolvimento das competecircncias necessaacuterias agrave produccedilatildeo de investigaccedilatildeo autoacutenoma na aacuterea da prosoacutedia eou agrave praacutetica de actividades que exigem conhecimentos especializados nesta aacuterea A concretizaccedilatildeo das formas de ensino que acabei de expor exige a disponibilizaccedilatildeo de recursos vaacuterios particularmente nos domiacutenios do suporte informaacutetico e laboratorial Todas as sessotildees do seminaacuterio implicam a utilizaccedilatildeo de equipamento multimeacutedia ndash computador projector viacutedeo sistema de som ndash exigindo uma sala preparada para este efeito Programas de anaacutelise e siacutentese de fala bem como de apresentaccedilatildeo de estiacutemulos para tarefas de percepccedilatildeo satildeo utilizados tanto na exemplificaccedilatildeo de casos de estudo como nos exerciacutecios realizados Destacam-se em particular os seguintes programas Praat desenvolvido por Paul Boersma e David Weenink (Institute of Phonetic Sciences University of Amsterdam) e de distribuiccedilatildeo gratuita (httpwwwpraatorg) SpeechStation2 da Sensimetrics (httpwwwsenscom) existente no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab SuperLab Pro da Cedrus (httpwwwsuperlabcom) tambeacutem disponiacutevel no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab Habit (httphabitcmbucdavisedu) de

16 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo gratuita Satildeo ainda recursos utilizados os sistemas de anotaccedilatildeo prosoacutedica ToBI adaptados a diferentes liacutenguas httpwwwlingohio-stateedu~tobiame_tobi httpprosodia upfeducat_tobien httpwwwfl ulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm O suporte laboratorial do seminaacuterio eacute garantido pelo Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tendo os alunos acesso a todos os equipamentos disponiacuteveis bem como a corpora e bases de dados e beneficiando da orientaccedilatildeo praacutetica de doutorandos e bolseiros de investigaccedilatildeo associados ao laboratoacuterio 52 AVALIACcedilAtildeO De acordo com o Regulamento de Estudos poacutes-graduados da UL (httpwwwflulptlexregulamento_pgpdf ) a avaliaccedilatildeo do seminaacuterio eacute expressa no no intervalo de 10 a 20 valores da escala inteira de 0 a 20 Os alunos podem optar por um de dois modelos de trabalho final de seminaacuterio (i) a realizaccedilatildeo de um trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio (estudo piloto) ou (ii) a apreciaccedilatildeo criacutetica de um artigo sobre um estudo experimental Os alunos que pretendem concluir o ciclo de estudos com a elaboraccedilatildeo de uma dissertaccedilatildeo de natureza cientiacutefica ou de um trabalho de projecto original satildeo incentivados a optar pelo modelo (i) O modelo (ii) eacute direccionado para alunos que pretendem realizar um estaacutegio de natureza profissional e respectivo relatoacuterio (ver Normas regulamentares do mestrado Linguiacutestica httpwwwflulpt dlgrptensinociclo2programas0_Mestr_Ling_Regulamentodoc) O tema do trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio poderaacute ser escolhido entre os temas de trabalho apresentados pela docente ao longo do semestre ou proposto pelo aluno Para a escolha do tema satildeo ponderados o seu interesse para o projecto de investigaccedilatildeo pessoal do aluno a exequibilidade do trabalho no tempo disponiacutevel (habitualmente cerca de 5 semanas) os recursos e o apoio necessaacuterios agrave execuccedilatildeo do trabalho O trabalho deve ser individual original e especialmente realizado para o seminaacuterio podendo todavia integrar um projecto de investigaccedilatildeo pessoal jaacute em curso especialmente no caso dos estudantes de doutoramento A orientaccedilatildeo do trabalho cabe agrave docente do seminaacuterio podendo membros da equipa do Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tambeacutem sob sua orientaccedilatildeo apoiar o aluno na realizaccedilatildeo do trabalho

Prosoacutedia 17

Dada a sua natureza de estudo piloto o trabalho deve explorar uma abordagem experimental do tema escolhido com uma recolha de dados de dimensatildeo pequena mas suficiente para problematizar o sucesso da abordagem utilizada e abrir caminhos de investigaccedilatildeo futura Numa fase intermeacutedia da realizaccedilatildeo do trabalho este eacute apresentado e discutido oralmente O formato final do trabalho eacute o formato de um artigo com o nuacutemero maacuteximo de 15 paacuteginas A avaliaccedilatildeo do trabalho eacute feita com base nos seguintes paracircmetros enquadramento do tema na literatura da especialidade meacuterito da abordagem experimental escolhida domiacutenio dos meacutetodos e teacutecnicas experimentais capacidade de analisar os dados e extrair implicaccedilotildees dos resultados dessa anaacutelise No que respeita ao modelo (ii) o artigo a apreciar eacute escolhido a partir de uma lista apresentada pela docente O formato final da apreciaccedilatildeo criacutetica eacute o de um parecer com o nuacutemero maacuteximo de 8 paacuteginas Da apreciaccedilatildeo criacutetica a elaborar pelo aluno devem constar um resumo do artigo a discussatildeo da sua relevacircncia face ao enquadramento na literatura em que se situa a pertinecircncia das questotildees de investigaccedilatildeo que examina a propriedade da metodologia utilizada para esse efeito e a importacircncia dos resultados obtidos e suas implicaccedilotildees para estudos posteriores A avaliaccedilatildeo do seminaacuterio corresponde agrave avaliaccedilatildeo obtida no trabalho final 6 OS CONTEUacuteDOS E SEU DESENVOLVIMENTO

Nenhum vento sopra a favor

de quem natildeo sabe para onde ir

Seacuteneca

Things should be made as simple

as possible

but not any simpler

Albert Einstein

Para cada moacutedulo do programa do seminaacuterio de Prosoacutedia apresenta-se um sumaacuterio das mateacuterias abordadas indicam-se potenciais linhas de investigaccedilatildeo e listam-se referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Como referido anteriormente (secccedilatildeo 43) a estrutura interna de cada moacutedulo parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio para a problematizaccedilatildeo de questotildees particulares de investigaccedilatildeo Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs

18 Soacutenia Frota

(variedade standard falada na regiatildeo de Lisboa) num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial 61 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

O primeiro moacutedulo do programa constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia

em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes O papel desempenhado pela estrutura prosoacutedica enquanto elemento organizador das sequecircncias de fala encontra-se bem estabelecido na literatura A estrutura prosoacutedica agrupa fragmentos da cadeia falada em constituintes prosoacutedicos hierarquicamente organizados delimitados por fronteiras e caracterizados por proeminecircncias de diferentes niacuteveis (Figura 1)

Figura 1 Exemplificaccedilatildeo de estrutura prosoacutedica da siacutelaba ao sintagma entoacional Os constituintes prosoacutedicos satildeo marcados por constelaccedilotildees de propriedades que constituem a maior fonte de evidecircncia empiacuterica para a estrutura prosoacutedica Entre

Prosoacutedia 19

estas propriedades contam-se os fenoacutemenos que mostram que a realizaccedilatildeo de segmentos (ou de tons no caso de liacutenguas tonais) eacute afectada pela estrutura prosoacutedica fenoacutemenos de sacircndi (1a) fenoacutemenos de reforccedilo inicial de constituinte (1b) ou de alongamento final de constituinte (Figura 2) Tambeacutem os fenoacutemenos riacutetmicos satildeo sensiacuteveis agrave estrutura prosoacutedica por exemplo a forma como situaccedilotildees de antagonismo acentual motivadas pela proximidade de duas siacutelabas proeminentes satildeo resolvidas (ou natildeo) depende da organizaccedilatildeo prosoacutedica das duas siacutelabas num mesmo constituinte ou em constituintes diferentes (2) Tanto a realizaccedilatildeo dos eventos tonais que fazem a entoaccedilatildeo de uma sequecircncia de fala como a sua distribuiccedilatildeo reflectem a estrutura prosoacutedica por exemplo a altura relativa de um tom depende da sua realizaccedilatildeo dentro de um mesmo constituinte dos tons precedentes ou como o tom inicial de um novo constituinte prosoacutedico (3) e certos padrotildees de ocorrecircncia de eventos tonais satildeo indicadores do tipo de estrutura prosoacutedica da sequecircncia de fala a que se associam (4) (1) a [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[z] [ccedil S] jornalista[S] ]I b [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[S] ]IP [ [awS] jornalista[S] ]I

Figura 2 Alongamento final em fronteira de sintagma

b

40

45

50

55

60

σ

MV SF CF

Speakers

Test-word 1A

_ ]φ

_ ] Ι

fonoloacutegico e sintagma entoacional na palavra progressiva Duraccedilatildeo meacutedia da siacutelaba toacutenica e poacutes-toacutenica em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo da palavra para 3 informantes (Frota 2000 p192)

(2) a [thirteen men] φ Tennessee]φ won

20 Soacutenia Frota

(3) o

o

o o

o ]

) uma grande subida dos preccedilos

gt [uma grande subida]φ [dos preccedilos]φ

A implementaccedilatildeo de propriedades riacutetmicas e meloacutedicas mostra que a

[ ] [ H H H H H (4 T T T T T T T gt [uma grande subida dos preccedilos]φ estrutura prosoacutedica tem um papel relevante para a organizaccedilatildeo riacutetmica e entoacional das liacutenguas A estrutura prosoacutedica estabelece a cadeia de proeminecircncias e as fronteiras disponiacuteveis como pontos de associaccedilatildeo de eventos tonais Os eventos tonais de tipo culminativo ou acentual (acentos tonais) ligam-se a elementos da cadeia de proeminecircncias designadamente a cabeccedilas dos constituintes prosoacutedicos contribuindo para a realizaccedilatildeo dessas proeminecircncias Os eventos tonais de tipo demarcativo ou de fronteira ligam-se agraves margens dos constituintes prosoacutedicos (Figura 3) A estrutura entoacional relaciona-se assim com a organizaccedilatildeo em constituintes prosoacutedicos

Figura 3 Estrutura prosoacutedica e eventos tonais

Prosoacutedia 21

As propriedades que assinalam a estrutura prosoacutedica satildeo usadas no

ibliografia especiacutefica

processamento lexical na desambiguaccedilatildeo sintaacutectica (ver moacutedulo 5) ou na identificaccedilatildeo de unidades morfossintaacutecticas e de unidades fonoloacutegicas no processo de aquisiccedilatildeo da liacutengua (ver moacutedulo 6) B

and focus in European Portuguese Phonological phrasing

Ladd D

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS

CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS tuguecircs

ica e niacuteveis

O moacutedulo dois do programa eacute dedicado ao estudo de constituintes

constituintes (5b)

rota S (2000) ProsodyF

and intonation New York Garland Publishing Chap 1 Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma

entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076 R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Chap 1-2 Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition

2007 Mouton) Chap 1-2 6 221 Domiacutenios prosoacutedicos no Por22 Sobre a natureza da estrutura prosoacuted23 Como definir um domiacutenio constituintes prosoacutedicos Satildeo particularmente considerados os constituintes acima da palavra dada a sua relevacircncia para os fenoacutemenos riacutetmicos e entoacionais e a liacutengua em anaacutelise para este estudo de constituintes prosoacutedicos eacute o Portuguecircs Europeu Partindo da abordagem da fonologia prosoacutedica em que os constituintesprosoacutedicos resultam da aplicaccedilatildeo de mecanismos de interface entre morfossintaxe e fonologia modulada por restriccedilotildees de natureza puramente fonoloacutegica eacute apresentada a construccedilatildeo dos constituintes sintagma fonoloacutegico (φ e sintagma entoacional (I) em diversas liacutenguas Esta construccedilatildeo eacute reveladora dos dois grandes princiacutepios de organizaccedilatildeo prosoacutedica das sequecircncias de fala o princiacutepio demarcativo que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as margens de constituintes (5a) e o princiacutepio do agrupamento que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as relaccedilotildees existentes entre

22 Soacutenia Frota

(5) a Alinhame

margens de umnto entre as margens de um dado constituinte sintaacutectico e as

dado constituinte prosoacutedico

ini Direita XP

constituintes adjacentes ompl odifi

eza fonoloacutegica que operam sobre os onstituintes prosoacutedicos dizem respeito aos factores tamanho peso balanccedilo e s)sim

(Ghini 1993) Direita XP ( ω ω ω ω ω ) φ

ω )φ

φ (

eg sintagma fonoloacutegico Japonecircs Esquerda XP Chi Mw

b Relaccedilatildeo entre cabeccedilas e(cabeccedilac emento cabeccedilam cador etc)

eg sintagma fonoloacutegico Papago Chichewa Wrap XP

Tipicamente as restriccedilotildees de naturc(a etria como ilustrado em (6) (6) Sintagma fonoloacutegico Italiano

( ω ω )φ ( ω )φ ( ω )φ ( )φ ( ( ω ω ω ω ω )φ ( ω ω )φ ( ω ω ω )φ

φ ( lowast( ω ω ) ω ω ) ω ) φ )

lowast( ω ω ω φ

)φ (

(

( ω ω ) φ lowast( ω ω ω ω )φ ( ω )φ

lowast( ω )φ ( ω )φ ( ω ω )φ ω ) φ

oloacutegico e do sintagm entoacional no Portuguecircs Europeu e satildeo descritas as propriedades foneacutetic

e uma cabeccedila lexical agrupando a cabeccedila e todos os elemen

Neste quadro eacute estudada a formaccedilatildeo do sintagma fona

as e fonoloacutegicas que assinalam estes constituintes Para ambos os constituintes mostra-se a relevacircncia do princiacutepio de agrupamento e o efeito de restriccedilotildees fonoloacutegicas

A formaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico no PE refere o domiacutenio sintaacutectico da projecccedilatildeo maacutexima d

tos no seu lado natildeo recursivo num mesmo φ Este φ pode ainda conter um constituinte sintaacutectico seguinte pertencente ao mesmo domiacutenio se este constituinte natildeo tiver condiccedilotildees para formar um φ por si soacute Tais condiccedilotildees satildeo fonologicamente determinadas por uma restriccedilatildeo de tamanho miacutenimo segundo a qual um φ deveraacute conter mais material do que uma palavra prosoacutedica O elemento mais proeminente de φ eacute a sua uacuteltima palavra prosoacutedica ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita do constituinte como na generalidade das

Prosoacutedia 23

liacutenguas com a ordem sintaacutectica cabeccedila-complemento A demonstraccedilatildeo empiacuterica desta anaacutelise assenta em evidecircncias duracionais ligadas a fenoacutemenos riacutetmicos (Figura 4) em evidecircncias segmentais resultantes da (natildeo)aplicaccedilatildeo de sacircndi vocaacutelico tambeacutem devido a restriccedilotildees riacutetmicas (7) e em evidecircncias entoacionais de distribuiccedilatildeo de acentos tonais (ver (4) acima)

Figura 4 O sintagma fonoloacutegico e o alongamento da 1ordf de duas siacutelabas toacutenicas adjacentes numa situaccedilatildeo de antagonismo acentual dentro de um mesmo φ [ ]

(7) Vog de φ a

negrito ais afectadas a sublinhado siacutelaba toacutenica em maiacutesculas cabeccedila

[ o danccedilaRIno ] φ [ Ama ] φ [ a bailarina russa ] φ danccedilarinama (ltdanccedilarino+ama)

[ o bailaRIno ] φ [ ANda SEMpre ] φ [ de limusine preta ] φ

emarcativo no mapeamento quer

leccionando a margem direita quer seleccionando a margem esquerda (ver respect

okbailarinanda (ltbailarino+anda)

A aplicaccedilatildeo do princiacutepio dse

ivamente (8a) e (8b) ) resulta numa estrutura prosoacutedica que natildeo permite dar conta das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas acima descritas1 Na 1 Importa notar que em linha com o observado para outras liacutenguas romacircnicas as cabeccedilas lexicais apenas contam como cabeccedilas prosoacutedicas quando na sua posiccedilatildeo natildeo marcada (no caso do adjectivo quando no lado recursivo ndash ver Nespor amp Vogel 1986)

24 Soacutenia Frota

ilustraccedilatildeo em (8) a organizaccedilatildeo prosoacutedica natildeo marcada corresponde a (8a) em i e a (8b) em ii ou seja corresponde a um padratildeo de agrupamento de N e A separadamente de PP

(8) [ N [ A ]AP PP ]NP ii [ A N PP ]NP

)

A formaccedilatildeo do sintagma entoacional (I) no PE refere o domiacutenio de uma

ccedilatildeo em Is no PE dispotildee de forte evidecircncia empiacuterica Vaacuterios noacuteme

interpretaccedilotildees (ateacute ao nono ano como modificador de alunas ou como

i (a) ( )φ ( )φ ( φ

) (b) ( )φ( φ ( )φ ( )φ( )φ

frase raiz distinguindo todas as expressotildees natildeo estruturalmente a ela ligadas como expressotildees parenteacuteticas toacutepicos ou outros suplementos2 Estas uacuteltimas formam Is independentes enquanto todos os φs no domiacutenio da frase raiz satildeo agrupados num mesmo I Decorre deste mapeamento que os constituintes presentes num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador Os sintagmas entoacionais satildeo sujeitos a condiccedilotildees fonoloacutegicas que interagem com os mecanismos de mapeamento produzindo a organizaccedilatildeo prosoacutedica em Is de uma sequecircncia de fala Estas condiccedilotildees regulam o peso dos Is constituintes longos tendem a ser divididos prefere-se constituintes balanceados ou o constituinte mais longo agrave direita O elemento mais proeminente de I eacute o seu uacuteltimo φ ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita A organizafe nos de sacircndi aplicam-se no domiacutenio de I (veja-se (1) acima e tambeacutem (9) Este eacute o domiacutenio do alongamento final preacute-fronteira (jaacute ilustrado na Figura 2) e tambeacutem do locus de ocorrecircncia de pausa O sintagma entoacional tem ainda uma definiccedilatildeo meloacutedica precisa ele constitui o domiacutenio da melodia miacutenima dado que apenas a cabeccedila de I requere obrigatoriamente um acento tonal e apenas a fronteira direita de I eacute obrigatoriamente marcada por um tom de fronteira Na Figura 5 ilustra-se o contraste entre [as alunas] produzido como um φ ou como um I evidenciado pela realizaccedilatildeo da fricativa e pela curva meloacutedica e correspondendo a diferentes estruturas sintaacutecticas com diferentes

expressatildeo adverbial temporal caracterizadora de toda a acccedilatildeo)

2 Dependendo da abordagem sintaacutectica seguida o domiacutenio para a formaccedilatildeo de I tem sido identificado como Extended Projection of VP ou como Comma Phrase (veja-se por exemplo Elordieta et al 2005 ou Selkirk 2005) Segue-se no seminaacuterio a abordagem mais claacutessica sem entrar na discussatildeo da anaacutelise sintaacutectica das diferentes estruturas

Prosoacutedia 25

(9) a [ a[z] aluna[z] obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

b [ a[z] aluna[S] ]I [ ateacute onde pensamo[S] e sabemo[S] ]I [ obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

ento em Is eacute document licaacutevel pela referecircncia do constituinte mais longo agrave direita

I I

rie s acional no

E

Figura 5 Evidecircncias segmentais e entoacionais para I

O papel das restriccedilotildees fonoloacutegicas na determinaccedilatildeo do fraseamado em (10) note-se o contraste entre (a) e (b) exp

p (10) a [ O galatilde andava de porsche ]I

a [ O galatilde ]I [ andava de porsche ]I a [ O galatilde andava ] [ de porsche ]

b [ O poeta cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I b [ O poeta ] [ cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I Ib [ O poeta cantou ]I [ uma manhatilde angelical perturbadora ]I

O Quadro 1 (extraiacutedo de Frota no prelo) sintetiza as prop dade

foneacuteticas e fonoloacutegicas do sintagma fonoloacutegico e do sintagma entoP

26 Soacutenia Frota

rties Segmental Durational Tonal Prominence

Quadro 1 Estrutura prosoacutedica do PE propriedades de φ e I (Frota no prelo)

PropePhP NO NO NO Rightmost (default)

el

PhP heads constrain the output of vowsandhi

stress Domain forstrengthening

IP Domain for many segmental processes Domain for

oclitics

Final lengthening IP-edge Locus of

Domain for pitch accent distribution IP heads require a

lt)

resyllabification Left edge reducedforms of prare highly disfavoured

pauses pitch accent Right edge requires boundary tone Left edge optionally marked

Rightmost (defauFocus prominence (not positional)

co

Os ca em

constituintes entoacionais podem ser implementados diferentemente nas

Figura 6 Organizaccedilatildeo prosoacutedica em constituintes entoacionais variaccedilatildeo entre liacutenguasvariedades Tamanho (curtolongo) e

mplexidade (natildeo ramificado ramificaccedilatildeo simples ramificaccedilatildeodupla)

muacuteltiplos factores que regulam a organizaccedilatildeo prosoacutedi

Prosoacutedia 27

gramaacuteticas fonoloacutegicas das liacutenguas mesmo no caso de liacutenguas proacuteximas ou ateacute de va

tura prosoacutedica permanecem todavia

da combinaccedilatildeo de restriccedilotildees fonoloacutegicas com mecanismos

te da estrutura morfossintaacutectica eacute pouco profunda

riedades da mesma liacutengua Esta diversidade eacute ilustrada pelo comportamento do Castelhano Catalatildeo Italiano Portuguecircs Europeu do Norte (Braga) e Portuguecircs Europeu de Lisboa no que respeita agrave divisatildeo de uma frase SVO em dois constituintes (S) (VO) face a factores como o tamanho em siacutelabas e a complexidade sintaacutectica e prosoacutedica (Figura 6)

O quadro de anaacutelise em constituintes prosoacutedicos atraacutes exposto tem dado resultados profiacutecuos para o conhecimento da estrutura prosoacutedica das liacutenguas Duas questotildees essenciais sobre a natureza da estru

em aberto existem diferentes tipos de estrutura prosoacutedica ou uma uacutenica estrutura que governa fenoacutemenos tatildeo variados como os referidos acima como eacute definido um constituinte prosoacutedico (existe equivalecircncia entre constituintes e niacuteveis na estrutura) A primeira questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo das diferentes abordagens da estrutura prosoacutedica que tecircm sido propostas na literatura designadamente uma estrutura que resulta de interface entre a fonologia e outros componentes da gramaacutetica (a linha dominante no acircmbito da fonologia prosoacutedica) ou uma estrutura que eacute definida exclusivamente com base em fenoacutemenos de entoaccedilatildeo ou de proeminecircncia e cujos constituintes resultam apenas das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas que os caracterizam (abordagem comum no acircmbito dos estudos entoacionais) A resposta para esta questatildeo eacute fundamentalmente empiacuterica e passa pela aplicaccedilatildeo de paradigmas experimentais em que os diferentes factores satildeo controlados e testados e em que mais do que um tipo de propriedade marcadora da estrutura prosoacutedica eacute examinado A segunda questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo da ausecircncia de recursividade na estrutura prosoacutedica Na maioria das abordagens a estrutura prosoacutedica diferentemenTodavia algumas formas limitadas de recursividade tem sido propostas fazendo com que natildeo exista uma correspondecircncia directa entre niacuteveis de constituecircncia prosoacutedica e niacuteveis de fraseamento prosoacutedico Dado que as pistas para a organizaccedilatildeo prosoacutedica tendem a assinalar diferenccedilas entre niacuteveis a definiccedilatildeo dos constituintes prosoacutedicos resulta menos clara Mais uma vez a resposta exige trabalho experimental direccionado para a procura de diferenccedilas de tipo (apontando para categorias prosoacutedicas distintas) versus diferenccedilas de

28 Soacutenia Frota

grau (apontando para formas de organizaccedilatildeo prosoacutedica de instacircncias de uma mesma categoria) No que especificamente respeita ao PE eacute crucial estudar-se a organizaccedilatildeo prosoacutedica em outras variedades para aleacutem da variedade standard e verificar ateacute que ponto as propriedades caracterizadoras dos sintagmas fonoloacutegico e entoacional (Quadro 1 acima) tecircm caraacutecter geral na liacutengua O caso do sintagma fonoloacutegico eacute especialmente relevante dada a ausecircncia de evidecircncias segmentais duracionais e tonais proacuteprias que assim caracterizam a manifestaccedilatildeo subtil deste constituinte no PE quando comparada com outras liacutenguas (eg Nespor amp Vogel 1986 Hayes amp Lahiri 1991 Ghini 1993 entre outros) Bibliografia especiacutefica DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational

dic and syntactic structure In S Frota J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series

Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Frota S

Ghini osal Toronto Working Papers in

Hayes

Phrasing in Romance The role of prosoM Vigaacuterio amp M

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143 (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Caps 2-3

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291 M (1993) φ-formation in Italian a new propLinguistics 122 41ndash79

B amp A Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Inkelas S amp D Zec (1995) Syntax-phonology Interface In JA Goldsmith (ed) The Handbook of Phonological Theory Cambridge Mass Blackwell 535-549

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Prosoacutedia 29

63 RITMO 3 RITMO 1 Noccedilotildees de ritmo

es abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia iacutetmico classes ou contiacutenuo

ar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs loraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

dedicado ao estudo do ritmo Satildeo ritmo na menos e

332 Diferent3 Espaccedilo r3

34 Analis35 Correlaccedilotildees e exp O moacutedulo trecircs do programa eacute apresentadas diferentes noccedilotildees de ritmo sublinhando-se o lugar doorganizaccedilatildeo prosoacutedica das liacutenguas e o conjunto variado de fenoacutepropriedades que podem contribuir para a sensaccedilatildeo de ritmo Trabalham-se estudos de produccedilatildeo e percepccedilatildeo do ritmo no Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas Como vimos no moacutedulo 1 a estrutura prosoacutedica define uma cadeia de proeminecircncias ao mesmo tempo que os domiacutenios prosoacutedicos regulam a aplicaccedilatildeo de fenoacutemenos riacutetmicos Uma noccedilatildeo possiacutevel de ritmo eacute a estruturaccedilatildeo das proeminecircncias em sequecircncias de fala Para esta estruturaccedilatildeo contribuem as cabeccedilas dos diferentes constituintes prosoacutedicos (Figura 1) desde a siacutelaba toacutenica da cada palavra prosoacutedica ateacute agrave cabeccedila do sintagma entoacional bem como as suas propriedades de implementaccedilatildeo foneacutetica (duraccedilatildeo intensidade movimentos de F0 devidos agrave presenccedila de acentos tonais) Contribuem ainda os fenoacutemenos riacutetmicos que tendem a implementar uma certa alternacircncia entre posiccedilotildees fortes e fracas como os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de antagonismo acentual (ver (2) e Figura 1 acima) ou os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de intervalos de sequecircncias aacutetonas (11) Contribuem tambeacutem os fenoacutemenos de reforccedilo que visam garantir a proeminecircncia das cabeccedilas face agraves natildeo cabeccedilas como a colocaccedilatildeo do constituinte mais pesado no limite direito do sintagma fonoloacutegico ou do sintagma entoacional (12) ou a existecircncia de restriccedilotildees de peso na diferenciaccedilatildeo entre siacutelaba toacutenica e siacutelabas aacutetonas (mesmo em liacutenguas em que o peso silaacutebico natildeo constitui um factor relevante para a o acento ndash 13) Para fenoacutemenos deste tipo o domiacutenio prosoacutedico maacuteximo eacute o sintagma entoacional (I) pois tanto antagonismos como intervalos de sequecircncias aacutetonas natildeo satildeo resolvidos se quebrados por fronteiras de I

30 Soacutenia Frota

(11)

ann on ce I

2) ca] φ ] φ

3) Siacutelaba toacutenica em maiuacutesculas siacutelaba pesada a negrito

u peso relativos de um dad equecircncia estatildeo propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas

onstitui uma pista acuacutestica importante para o acento de alavra (Figura 7) bem como para a proeminecircncia de I A sonoridade dos gmen

[Gi i n lo da] (1 a [Maximiliano Ze b [Zeca Maximiliano (1

a canCcedilAtildeO OacuteRfatildeo b CRIacuteticatildeo Entre os factores que contam para a proeminecircncia o

o elemento numa sNo PE a duraccedilatildeo cpse tos definida por paracircmetros articulatoacuterios e acuacutesticos contribui para o peso (14) tal como a posiccedilatildeo relativa da cabeccedila na sequecircncia (15a) ou o tamanho e complexidade fonoloacutegicas dos elementos combinados (15b)

Figura 7 Duraccedilotildees da siacutelaba e acento

Prosoacutedia 31

(14) a ping pong vb tic tac vs tac tic

iluacute e Steacutefano com se e disseram [aacutegua-peacute] vs

O Joatildeo comprou segundo me disseram [aacutegua]

ritmo nas liacutenguas eacute com base em unidades

oacutecronas A abordagem tradicional do ritmo assenta na ideia de isocronia e

onoloacutegicos Esta abordagem deu origem a uma nova

s pong ping (15) a Steacutefano e Mariluacute vs Mar b O Joatildeo prou gundo m Uma outra noccedilatildeo importante para a caracterizaccedilatildeo doa isocronia isto eacute a sensaccedilatildeo de que o ritmo se constroacutei ispropotildee trecircs classes riacutetmicas em funccedilatildeo do tipo de isocronia ritmo silaacutebico com base na isocronia silaacutebica (de que seria exemplo o Italiano) ritmo acentual com base na isocronia entre intervalos acentuais (de que seria exemplo o Inglecircs) ritmo moraico com base na isocronia entre moras (de que seria exemplo o Japonecircs) A proposta inicial de classes riacutetmicas parte da intuiccedilatildeo linguiacutestica dando origem a deacutecadas de estudos foneacuteticos Todavia a existecircncia efectiva de unidades isoacutecronas realizadas foneticamente ficou por demonstrar Numa outra linha de estudos mostrou-se com sucesso que liacutenguas atribuiacutedas a diferentes classes satildeo distinguidas perceptivamente enquanto que liacutenguas atribuiacutedas a uma mesma classe natildeo o satildeo A visatildeo de que as sensaccedilotildees de ritmo captadas perceptivamente resultam de combinaccedilotildees de propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas tem sido dominante nos estudos flinha de estudos foneacutetico-fonoloacutegicos em que correlatos acuacutesticos para propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas satildeo procurados no sinal de fala Dos trecircs grandes tipos de propriedades inicialmente propostos por Dauer (1983 1987) ndash estrutura silaacutebica reduccedilatildeo vocaacutelica relaccedilatildeo entre entoaccedilatildeo e proeminecircncia ndash os dois primeiros tecircm merecido particular atenccedilatildeo A correlaccedilatildeo estabelecida entre estas propriedades e as classes riacutetmicas eacute apresentada em (16) (16) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica + -

Acentual Silaacutebico Moraico b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - Acentual Silaacutebico Moraico

32 Soacutenia Frota

A busca de correlatos acuacutesticos para estas propriedades que possam r para a explicaccedilatildeo dos resu ados p rceptivos de diferenciaccedilatildeo riacutetmica

diferentes

Variabilidade de iC - + Proporccedilatildeo de iV -

V

ritm a o no acirc deste enquadramento d ional baseada na isocronia o

ortuguecircs do Brasil (PB) tem sido referenciado como possuindo um ritmo

contribui lt etem dado origem a muacuteltiplas medidas do ritmo com sucessos(criticamente revistas em Arvaniti 2009) Todas elas partem da duraccedilatildeo de intervalos vocaacutelicos (iV) e consonacircnticos (iC) e medem variabilidade destes intervalos num dado domiacutenio ou a proporccedilatildeo destes num dado domiacutenio Se parece ser claro que pelo menos algumas destas medidas efectivamente captam diferenccedilas riacutetmicas tambeacutem parece ser claro que o espaccedilo riacutetmico que definem nem sempre caracteriza classes riacutetmicas diferenciadas sugerindo por vezes um contiacutenuo riacutetmico Veja-se a correlaccedilatildeo entre estas medidas e as propriedades em (16) acima (17) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica +

+ -

b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - + Variabilidade de i - O o do Portuguecircs eacute aqui analis d mbito foneacutetico-fonoloacutegico Na abordagem tra icPacentual um ritmo silaacutebico ou um ritmo misto dependendo dos autores e dos criteacuterios considerados Jaacute o PE tem sido caracterizado como tendo um ritmo acentual A abordagem que busca a razatildeo de ser das sensaccedilotildees de ritmo nas propriedades presentes na liacutengua e procura correlatos acuacutesticos para essas propriedades conduz a resultados diversos Uma vez controladas as diferenccedilas de velocidade de fala os ritmos das duas variedades apresentam-se acusticamente distintos de acordo com as medidas de variabilidade de iC e de proporccedilatildeo de iV3 o ritmo do PE define-se como misto entre acentual e silaacutebico agrupando-se numa dimensatildeo com o Inglecircs ou o Neerlandecircs e noutra com o Italiano ou o Castelhano o ritmo do PB define-se como misto entre silaacutebico e moraico (Figura 8) Estes resultados satildeo congruentes com as propriedades

3 A variabilidade de iV tal como noutros estudos para vaacuterias liacutenguas natildeo proporciona resultados robustos (eg Arvaniti 2009)

Prosoacutedia 33

foneacutetico-fonoloacutegicas das duas variedades Considerando uma mesma estrutura silaacutebica fonoloacutegica no PE assiste-se ao apagamento de vogais aacutetonas originando sequecircncias de consonantes enquanto no PB ocorrem fenoacutemenos de simplificaccedilatildeo silaacutebica como a epecircntese ou o apagamento da consoante em coda no existe reduccedilatildeo vocaacutelica generalizada enquanto no BP a reduccedilatildeo eacute limitada no PE os eventos tonais reforccedilam a proeminecircncia enquanto no BP entoaccedilatildeo e acento satildeo mais independentes Todavia a identificaccedilatildeo de liacutenguas mistas coloca de novo a questatildeo da existecircncia de classes riacutetmicas ou de um contiacutenuo Por outro lado ainda a presenccedila de um conflito de classificaccedilatildeo entre medidas acuacutesticas levanta a questatildeo de se determinar a sua relevacircncia relativa na percepccedilatildeo

Figura 8 Distribuiccedilatildeo de PE e PB no espaccedilo riacutetmico definido povariabilidade de iC e proporccedilatildeo de iV juntamente comliacutenguas analisadas em Ramus et al 1999

r as

Os trabalhos sobre a percepccedilatildeo do ritmo mostram com clareza que

propriedad para a discriminaccedil anco de

nguas testado permite examinar o estatuto de uma liacutengua acusticamente mista que

es riacutetmicas satildeo utilizadas tanto por adultos como por bebeacutesatildeo entre liacutenguas A relevacircncia da inclusatildeo do Portuguecircs no b

liacuteem as medidas acuacutesticas satildeo conflituantes apontando para classificaccedilotildees diferentes No estudo realizado com o Portuguecircs eacute tambeacutem testada a relevacircncia da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo

34 Soacutenia Frota

Os resultados perceptivos mostram que o PE e o Neerlandecircs satildeo discriminados do mesmo modo que o Castelhano e o Neerlandecircs ou o PB e o

davia na experiecircncia em que as quatro liacutenguasvariedades satildeo duzidas a duas hipoacuteteses de escolha para os sujeitos PE e PB natildeo satildeo scrim

] iV eacute um A natildeo ere que xistiraacute um ponto criacutetico na proporccedilatildeo de iV apontando para uma eventual

Neerlandecircs Toredi inados revelando que a distacircncia perceptiva entre PE e PB eacute inferior agrave distacircncia entre PE e Neerlandecircs (Figura 9) Quando apenas PE e PB satildeo testados para duas hipoacuteteses de escolha dos sujeitos continua a natildeo existir discriminaccedilatildeo salvo na condiccedilatildeo em que a entoaccedilatildeo eacute preservada Conclui-se assim que o contributo da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo riacutetmica depende das liacutenguas isto eacute das propriedades do sistema entoacional das liacutenguas a contrastar sendo especialmente importante no caso do PE e PB mas quase irrelevante por exemplo para o PE e o Neerlandecircs

Figura 9 Percepccedilatildeo do ritmo do Portuguecircs (Frota Vigaacuterio amp Martins 2002b) [ N1 PE1 C1 PB1 N2 PE 2 C2 PB2

A distinccedilatildeo perceptiva entre PE e Neerlandecircs sugere que a proporccedilatildeo de paracircmetro perceptivamente mais saliente do que a variabilidade de iC

distinccedilatildeo entre PE e PB (a natildeo ser na condiccedilatildeo com entoaccedilatildeo) sugefronteira perceptiva talvez proacutexima da diferenccedila entre ritmo acentual e ritmo silaacutebico (Figura 10)

Prosoacutedia 35

Figura 10 Ritmo correlatos acuacutesticos e percepccedilatildeo

O estudo do ritmo do Portuguecircs do ponto de vista da produccedilatildeo e daite ilustrar alguns dos procedimentos experime

percepccedilatildeo perm ntais utilizados m estudos sobre ritmo Para a produccedilatildeo ilustra formas de construccedilatildeo de

corpora equilibra atildeo bem como aplicaccedilatildeo de criteacuterios de segmentaccedilatildeo acuacutestica para a mediccedilatildeo de duraccedilotildees no

natildeo apenas as

edos e controlados face aos factores em observaccedil

asinal de fala Para a percepccedilatildeo ilustra a criaccedilatildeo de estiacutemulos manipulados por filtragem na frequecircncia e aplanamento tonal a aplicaccedilatildeo de tarefas perceptivas de tipo AX e a mediccedilatildeo de sensibilidade na discriminaccedilatildeo (d) A investigaccedilatildeo apresentada e discutida neste moacutedulo do programa deve ser problematizada na sequecircncia da seguinte pergunta fundamental para o entendimento do ritmo nas liacutenguas constitui o ritmo um princiacutepio organizador da linguagem ou trata-se antes de um epifenoacutemeno de outras propriedades das liacutenguas Parece certo que vaacuterias propriedades linguiacutesticas efoneacutetico-fonoloacutegicas e prosoacutedicas referidas anteriormente mas tambeacutem certas propriedades lexicais e sintaacutecticas (ver Mehler amp Nespor 2004) se correlacionam com diferenccedilas riacutetmicas sugerindo a anaacutelise de que estas derivam daquelas Todavia tambeacutem parece natildeo menos certo que evidecircncias para um princiacutepio estruturador da linguagem possivelmente ancorado em princiacutepios gerais da organizaccedilatildeo perceptiva emergem com frequecircncia agrupando estiacutemulos em constituintes de padratildeo alternante e tendencialmente repetitivo por exemplo a sequecircncia sonora do som de um reloacutegio eacute percebida com a estrutura (tic tac) (tic tac) (tic tac) e natildeo (tic) (tac tic) (tac tic tac) e a

36 Soacutenia Frota

segmentaccedilatildeo de note book worm depende tudo o resto sendo idecircntico do padratildeo alternante gerado nas siacutelabas anteriores com L H L H L a favorecer (note) (bookworm) e H L H L HL a favorecer (notebook) (worm) (Dilley amp McAuley 2008) Estatildeo em curso programas de investigaccedilatildeo que pela anaacutelise de liacutenguas tipologicamente diferentes em relaccedilatildeo agraves formas como codificam proeminecircncia e estruturaccedilatildeo prosoacutedica e pela relaccedilatildeo que estabelecem com os resultados da organizaccedilatildeo perceptiva de sinais natildeo linguiacutesticos poderatildeo vir a trazer avanccedilos significativos para o entendimento do ritmo na linguagem (eg Mehler Nespor e colegas White e colegas Arvaniti entre outros) No caso especiacutefico do ritmo do Portuguecircs faltam estudos acuacutesticos em outras variedades para aleacutem da variedade standard metodologicamente comparaacuteveis que permitam uma visatildeo relacional integrada da estrutura prosoacutedica propriedades riacutetmicas e entoacionais No domiacutenio da percepccedilatildeo seria importante testar directamente o par PE Castelhano bem como o par PB Castelhano para determinar se a variabilidade de iC desempenha algum papel na discriminaccedilatildeo riacutetmica Um outro campo de investigaccedilatildeo a explorar eacute o da evoluccedilatildeo do ritmo abordado a partir da relaccedilatildeo entre PE e PB e experimentalmente operacionalizado a partir das correlaccedilotildees atestadas entre propriedades riacutetmicas e propriedades fonoloacutegicas e lexicais Bibliografia especiacutefica Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs

Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

AD

rvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63 auer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics

auer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In

Delgad Editorial Caminho Caps 4-5

Frota S aacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no

Frota S thmic distinctions the

11 51-62 D

Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274 o Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentationand lexical processing Journal of Memory and Language 59 294-311 amp M VigPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555 amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhy

EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Prosoacutedia 37

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena Mateus amp C Nunes Correia (orgs) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A

Ramus 73 265-292

eds) Phonetics and

4 MEL 1 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 2 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo

ntoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 4 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

ia A partir da papel diferenciado nas liacutenguas eacute

nal Os strumentos fundamentais para uma anaacutelise fonoloacutegica e foneacutetica da entoaccedilatildeo

para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

Mehler J amp M Nespor (2004) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

study based on speech resynthesis JASA 105 512-521 F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (Phonology Interactions and interrelations Amsterdam John Benjamins 137-158

64 MELODIA

ODIA4443 Analisar a e4 O moacutedulo quatro do programa centra-se no estudo da melodconstataccedilatildeo de que a melodia desempenha umapresentada a noccedilatildeo de liacutengua entoacional em contraste com liacutengua toinsatildeo descritos no quadro da abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional e postos em praacutetica atraveacutes da anaacutelise da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Trabalham-se as propriedades entoacionais do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas com destaque para as liacutenguas romacircnicas

38 Soacutenia Frota

Na sua dimensatildeo linguiacutestica o papel da melodia nas liacutenguas caracteriza-se por uma distinccedilatildeo fundamental entre as configuraccedilotildees meloacutedicas que determinam significados lexicais e contrastes gramaticais ndash presentes nas

s tons de

Figura 11 Contorno de F0 da sequecircncia O MUacutesico comPOcircS uma opeREta Ela inspiROU-o e respectiva anaacutelise fonoloacutegica (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas)

liacutenguas tonais ndash e as configuraccedilotildees meloacutedicas que veiculam significados natildeo lexicais e contrastes sintagmaacuteticos ndash as uacutenicas presentes nas liacutenguas entoacionais Por entoaccedilatildeo refere-se assim configuraccedilotildees meloacutedicas natildeo lexicais de natureza linguiacutestica associadas a significados ao niacutevel fraacutesico como a distinccedilatildeo entre tipos de frase ou outras distinccedilotildees pragmaacuteticas e discursivas (eg actos de fala estrutura informacional) A entoaccedilatildeo eacute fonologicamente formada por uma sequecircncia de categorias tonais e foneticamente representada pelo contorno de F0 As categorias tonais relacionam-se com aspectos independentes da estrutura prosoacutedica da liacutengua (ver Figura 3 acima) Os eventos tonais da entoaccedilatildeo satildeo tons altos (H) ou baixos (L) que formam dois grandes tipos de categorias os acentos tonais associados a elementos proeminentes (cabeccedilas na estrutura prosoacutedica) e oconstituinte geralmente associados a fronteiras de constituintes prosoacutedicos Veja-se na Figura 11 uma ilustraccedilatildeo dos primeiros identificados com um e dos segundos identificados com diacriacuteticos especiacuteficos consoante o tipo de constituinte a que estatildeo ligados (no caso pois trata-se de tons de fronteira de sintagma entoacional)

Prosoacutedia 39

Os eventos tonais podem ser simples ou monotonais (como H ou L na Figura 11) ou complexos (como H+L na Figura 11) Faz ainda parte da organizaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo para aleacutem da sequecircncia de categorias tonais a sua estruturaccedilatildeo de proeminecircncias no domiacutenio de um sintagma entoacional distinguem-se o acento nuclear (atribuiacutedo agrave cabeccedila prosoacutedica maacutexima) o(s) acento(s) preacute-nuclear(es) (caso existam cabeccedilas prosoacutedicas em posiccedilatildeo preacute-nuclear) e o acento poacutes-nuclear (atribuiacutedo a uma cabeccedila prosoacutedica poacutes-nuclear) Este uacuteltimo tipo de acento tonal apenas pode ocorrer em casos em que a cabeccedila de I natildeo corresponda agrave cabeccedila do sintagma fonoloacutegico mais agrave direita ou seja em casos de proeminecircncia prosoacutedica marcada que habitualmente identificam instacircncias de focalizaccedilatildeo prosoacutedica Esta estrutura entoacional estaacute representada em (18a) O exemplo (18b) mostra a implementaccedil la Figura 12 com um cteriacutestica do acento poacute

uradas) e representaccedilatildeo foneacutetica (o contorno de F0) eacute gulada por duas formas de implementaccedilatildeo foneacutetica da sequecircncia tonal a

o espraiamento de um tom ao longo da resenccedila de um outro tom (ver Figura 13)

atildeo desta estrutura entoacional na sequecircncia ilustrada pefoco prosoacutedico natildeo final Note-se a reduccedilatildeo foneacutetica caras-nuclear

(18) a

s w s w T T T

preacute-nuclear nuclear poacutes-nuclear

b

s

w s w (H) H+L H+L

A relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo (sequecircncia de categorias tonais estrutreinterpolaccedilatildeo entre dois alvos tonais ecadeia segmental ateacute agrave p

40 Soacutenia Frota

Figura 12 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo pinTOR canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) om foco em lsquomanhatildersquo (produzida em resposta agrave pergunta Foi

Juntamente com a implementaccedilatildeo foneacutetica tonal por interpolaccedilatildeo ou por espraimento a realizaccedilatildeo efectiva de um tom depende de linhas de referecircncia tonal estabelecidas por constituinte prosoacutedico e da posiccedilatildeo relativa do tom no constituinte face a tons precedentes e subsequentes (ver exemplo (3) do Moacutedulo

cuma noite angelical que o artista cantou)

Figura 13 Relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica e representaccedilatildeo foneacutetica da entoaccedilatildeo

Prosoacutedia 41

1) um tom natildeo inicial eacute realizado num niacutevel mais baixo que o tom precedente (relaccedilatildeo de downstep) um tom inicial de constituinte eacute realizado num niacutevel mais alto que os tons imediatamente precedentes de outro constituinte (relaccedilatildeo de reset) um tom de fronteira final retoma a linha de referecircncia do constituinte prosoacutedico que assinala (relaccedilatildeo de upstep) Assim a altura foneacutetica de um tom eacute relativa e contextualmente determinada Na dimensatildeo temporal a sincronizaccedilatildeo entre as categorias tonais e a cadeia segmental em que elas se realizam eacute natildeo apenas determinada pela associaccedilatildeo fonoloacutegica de um evento tonal a uma dada posiccedilatildeo prosoacutedica (cabeccedila ou fronteira) mas tambeacutem pela coordenaccedilatildeo foneacutetica entre alvo tonal e elemento segmental como ilustrado na Figura 13 Esta coordenaccedilatildeo pode assumir a forma de alinhamento tardio ou de alinhamento inicial factor foneacutetico dependente d nteiras rosoacutedicas de ura do evento tonal Na

e vaacuterios outros factores como a proximidade de frooutros eventos tonais ou a proacutepria estrutp

Figura 11 apresenta-se uma ilustraccedilatildeo do alinhamento tardio tiacutepico do tom asterisco no acento tonal H+L no PE em relaccedilatildeo agrave siacutelaba toacutenica Para aleacutem do alinhamento foneacutetico a sincronizaccedilatildeo entre categorias tonais e cadeia segmental eacute ainda caracterizada por fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal Geralmente os fenoacutemenos deste tipo descritos nas liacutenguas satildeo estritamente de natureza tonal com liacutenguas a privilegiarem a compressatildeo tonal face a uma cadeia segmental curta (como eacute o caso do Inglecircs) e liacutenguas a privilegiarem a truncaccedilatildeo tonal em contexto idecircntico (como o Huacutengaro ou Italiano de Palermo) No caso do PE a acomodaccedilatildeo tonal parece fazer-se fundamentalmente agrave custa de fenoacutemenos de natureza segmental isto eacute a cadeia

gmense tal eacute estendida para acomodar os tons seja por alongamento ou epecircntese Esta uacuteltima estrateacutegia eacute ilustrada na Figura 14 O Quadro 2 sintetiza as dimensotildees cruciais para a anaacutelise da entoaccedilatildeo num liacutengua entoacional como o Inglecircs o Italiano ou o Portuguecircs A primeira dimensatildeo ndash a relaccedilatildeo entre estrutura entoacional e estrutura prosoacutedica ndash jaacute foi explorada anteriormente O trabalho sobre a entoaccedilatildeo do PE efectuado em seminaacuterio explora fundamentalmente as dimensotildees dois e trecircs que constituem com a primeira o nuacutecleo central da fonologia entoacional de uma liacutengua

42 Soacutenia Frota

100100

160

220

280

340

400

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H H + L L H

e l a f o i v e r o m a r

4

Figura 14 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) O tom de fronteira eacute realizado na vogal epenteacutetica

Quadro 2 Dimensotildees para anaacutelise da entoaccedilatildeo

Estrutura prosoacutedica Constituintes (proeminecircncias e fronteiras) Leacutexico entoacional Inventaacuterio de acentos tonais e tons de

constituintes e respectivos significados Domiacutenio relevante para a Constituinte prosoacutedico distribuiccedilatildeo de acentos tonais Restriccedilotildees distribucionais Restriccedilotildees sobre a ocorrecircnciacombinaccedilatildeo

de eventos tonais Implementaccedilatildeo foneacutetica Espraiamentointerpolaccedilatildeo alinhamento

linhas de referecircncia fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal

e

artindo do Quadro 3 Com o recurso agrave audiccedilatildeo da sequecircncia e agrave representaccedilatildeo o co gundo

passo tuais

Sessotildees de anaacutelise entoacional aplicada satildeo realizadas com materiais do PE O grande objectivo eacute a caracterizaccedilatildeo dos principais tipos fraacutesicos e dalgumas distinccedilotildees pragmaacutetico-discursivas no que respeita ao leacutexico entoacional Num primeiro passo a anaacutelise centra-se nos contornos nucleares pd ntorno de F0 elabora-se a transcriccedilatildeo tonal fonoloacutegica Num se

toda a sequecircncia eacute analisada incluindo a parte preacute-nuclear e evenquestotildees de fraseamento prosoacutedico e entoacional

Prosoacutedia 43

Quadro 3 Melodias do nucleares mais frequent

Portuguecircs transes (adaptado de

criccedilatildeo realizaccedilatildeo e significado dos contornos Frota no prelo)

44 Soacutenia Frota 44 Soacutenia Frota

A demonstraccedilatildeo de que os eventos tonais no PE como em outras liacutenguas se comportam como morfemas que codificam informaccedilatildeo semacircntico-pragmaacutetica eacute ilustrada com dois exemplos o contraste entre declarativa e interrogativa global em que eacute o tom de fronteira que carrega a funccedilatildeo distintiva (Figuras 15a-15b) o contraste entre interrogativa global neutra e interrogativa focalizada em que eacute o acento nuclear que estabelece a distinccedilatildeo (Figuras 15b-16)

Figura 15 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo(siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) (a) produzida como uma declarativa (b) produzida como uma interrogativa global

Prosoacutedia 45

Figura 16 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo produzida como uma interrogativa focalizada (no contexto Eu li aquele poema mas natildeo me recordo que parte do dia o poeta descreve como angelical)

A an iacuteda permite

verificar que r e um tom e fronteira final de I a que apenas eacute acrescentado um evento tonal inicial nesse esmo domiacutenio (Figura 17) Por outras palavras o domiacutenio relevante para a

Figura 17 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa maraviLHOsa do lagareiro produzida como uma declarativa neutra

aacutelise de toda a sequecircncia parte preacute-nuclear inclu a melodia no PE eacute constituiacuteda pelo acento tonal nuclea

dm

46 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo de acentos tonais no PE eacute o sintagma entoacional as palavras prosoacutedicas internas a I mesmo as cabeccedilas de sintagma fonoloacutegico (como gravava e maravilhosa na Figura 17) natildeo tecircm de ser tonalmente acentuadas As dimensotildees referidas no Quadro 2 acima satildeo naturalmente tambeacutem dimensotildees de variaccedilatildeo entre liacutenguas e variedades e portanto factores a ter em conta para a tipologia prosoacutedica A variaccedilatildeo no fraseamento entoacional entre liacutenguas romacircnicas jaacute referida no Moacutedulo 2 (ver Figura 6) exemplifica a relaccedilatildeo entre estrutura prosoacutedica e estrutura entoacional como uma dimensatildeo de variaccedilatildeo No Quadro 4 mostra-se a distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares no constituinte entoacional inicial de uma sequecircncia com subida de continuaccedilatildeo entre liacutenguas romacircnicas Os resultados apontam para dois grupos de liacutenguas consoante a predominacircncia de acentos de tipo ascendente ou de tipo descende

L+H L+H H+L L

nte

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares () por liacutenguavariedade e falante (Frota et al 2007)

Cat NM PG

97 100

0 0

3 0

0 0

Sp LM MR

27 5

73 95

0 0

0 0

SEP AG MC

0 0

57 11

43 89

0 0

NEP MI MS

19 0

57 0

7 14

17 86

It LC LD

47 41

0 0

0 59

53 0

Um outro exemplo de variaccedilatildeo entoacional eacute o caso de diferenccedilas sisteacutemicas em que eventos tonais distintos satildeo usados nos mesmos contextos O contraste entre as interrogativas na variedade standard do PE e na variedade do norte falada em Braga ou na variedade meridional falada em Castro Verde (Alentejo) eacute ilustrativo H+L eacute o acento nuclear na primeira e L o acento nuclear n caracteriza a variedad mportamento

isto Veja-se o contraste entre a Figura 14 acima (variedade standard) e a

as segundas LH eacute o tom de fronteira na primeira Le meridional e a variedade do norte apresenta um co

mFigura 18

Prosoacutedia 47

Figura 18 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo produzido por um falante da variedade meridional (Castro Verde Alentejo ndash Cruz amp Frota 2010)

Para aleacutem de diferenccedilas no leacutexico entoacional utilizado p

omiacutenio relevante para atribuiccedilatildeo de acentos todem surgir

diferenccedilas no d onais Ao contraacuterio do EP (variedade standard) que eacute caract o m istribuiccedilatildeo esparsa de acentos tonais dado te o iacutenio relevante outras liacutenguas romacircnicas apresentam uma distri is rica apontando para constituintes prosoacutedicos mais baixos como o rele te Esse eacute tam de outras variedades da Portug o a variedade do norte (Braga) Veja-se o contraste entre a Figura 17 acima e a Figura 19

19 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa produzida por um falante da variedade do norte

(Braga)

erizad por u a dr I como dombuiccedilatildeo madomiacutenio van beacutem o caso

uecircs com

FiguramaraviLHOsa do lagareiro

48 Soacutenia Frota

Apesar do ganho em termos de investigaccedilatildeo sobre liacutenguas diversificadas metodologicamente comparaacutevel que representou a abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional (eg Jun 2005 no prelo) permanecem questotildees fundamentais em aberto na fonologia entoacional que importa discutir (ver a este propoacutesito Ladd 19962008) Uma destas questotildees diz respeito agrave proacutepria natureza da entoaccedilatildeo e agrave definiccedilatildeo das categorias fonoloacutegicas da entoaccedilatildeo O facto da entoaccedilatildeo conter simultaneamente elementos discretos (linguiacutesticos) e gradientes (paralinguiacutesticos) dificulta a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais Por outro lado ainda a divisatildeo de trabalho entre o que pertence agrave implementaccedilatildeo foneacutetica e agrave representaccedilatildeo fonoloacutegica das categorias

tambeacutem nem sempre eacute clara Veja-se o exemplo do alinhamento onal ser

deter as s tonais) fazendo com que uma mesma

ento on-line tecircm issores (Sudhoff et al 2006)

No caso especiacutefico da entoaccedilatildeo do Portuguecircs trabalhos experimentais orientados para a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais satildeo todavia escassos (vejam-se os estudos de Faleacute amp Faria e de Frota) Trabalhos deste tipo bem como estudos de variaccedilatildeo entoacional na liacutengua relacionando produccedilatildeo e percepccedilatildeo satildeo fundamentais para o conhecimento do sistema entoacional do Portuguecircs e para o conhecimento da tipologia prosoacutedica das liacutenguas Bibliografia especiacutefica

entoacionaist a relaccedilatildeo temporal entre alvos tonais e a cadeia segmental pode

minada por factores diversos (como a distacircncia para fronteiras prosoacutedicou a presenccedilaausecircncia de outros eventocategoria tonal possa apresentar alinhamentos diferentes todavia algumas liacutenguas parecem explorar contrastes de alinhamento associando-os a significados distintos o que sugere a existecircncia de categorias tonais diferentes distinguidas precisamente por alinhamentos diferentes A identificaccedilatildeo de quais as diferenccedilas entoacionais que satildeo fonologizadas nas liacutenguas passa necessariamente por abordagens experimentais com metodologias que testem a relaccedilatildeo entre variaccedilatildeo na forma foneacutetica e atribuiccedilatildeo de significado entoacional Tarefas perceptivas semanticamente motivadas ou em que informaccedilatildeo

conta bem como estudos de processamcontextual seja tida emproporcionado resultados prom

Cruz ese

ion and Perception TIE4 Stockholm M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portugu

Product

Prosoacutedia 49

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000a) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000b) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Chap 5

Frota S (2002a) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002b) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chap 2

Frota S (2010) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Hellmuth S (2007) The relationship between prosodic structure and pitch accent distribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing) 24 291-316

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2ordf ediccedilatildeo 2008) Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology

In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp 06) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New Gruyter

iana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

J SchlieBer (20York Mouton de

VhttpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

50 Soacutenia Frota

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da

Vigaacuterio

ology edited by W L Wetzels) 115-137

65 PR

signifi

sintaacutecta que nstituintes

forma de abordar esta questatildeo consiste na anaacutelise do processamento de frases

produccedil

resulta ccedilatildeo prosoacutedica natildeo eacute obrigatoacuteria Todavia e a

especiacutef

estrutu o recurso agrave introduccedilatildeo de

qual os a essas fronteiras se encontram estruturalmente

determmoveram do interior para o litoral bloqueando a interpretaccedilatildeo de que as

Linguagem Re(habilitar) 45 35-64 M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phon

OSOacuteDIA E SIGNIFICADO 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

O quinto moacutedulo do programa eacute dedicado ao contributo da prosoacutedia para o cado na perspectiva do processamento da liacutengua Destaca-se o estudo de

sequecircncias ambiacuteguas e o papel da prosoacutedia no processamento lexical e ico Satildeo apresentados e discutidos trabalhos experimentais que examinam statildeo da segmentaccedilatildeo do sinal de fala em palavras e co

sintagmaacuteticos tanto por adultos como por bebeacutes e crianccedilas Uma das questotildees centrais para o estudo da linguagem eacute perceber como

o contiacutenuo sonoro eacute segmentado em palavras e unidades sintagmaacuteticas Uma

ambiacuteguas ou de frases com ambiguidades temporaacuterias Estudos de produccedilatildeo de frases estruturalmente ambiacuteguas em diferentes liacutenguas mostram que em

otildees naturais quando os falantes natildeo satildeo explicitamente confrontados com a ambiguidade estes enunciados nem sempre satildeo desambiguados Estes

dos mostram que a desambiguaquando ela ocorre existe congruecircncia entre a prosoacutedia produzida interpretaccedilatildeo pretendida isto eacute os falantes utilizam as configuraccedilotildees prosoacutedicas

icas que reflectem os significados contrastantes Veja-se um exemplo de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica na Figura 20 No PE a desambiguaccedilatildeo de enunciados

ralmente ambiacuteguos eacute geralmente obtida comfronteiras de sintagma entoacional que bloqueiam a interpretaccedilatildeo segundo a

constituintes adjacentes ligados No exemplo da Figura 20 a fronteira de I em populaccedilotildees (19b)

ina que a uacutenica interpretaccedilatildeo possiacutevel eacute aquela em que as populaccedilotildees se

Prosoacutedia 51

populaccedilotildees que satildeo do interior foram para o litoral interpretaccedilatildeo esta apenas vel caso natildeo exista fronteira de I a sdisponiacute eguir a populaccedilotildees (19a)

ra o litoral

Figura 20 Desambiguaccedilatildeo prosoacutedica da sequecircncia estruturalmente ambiacutegua Deslocaram-se as populaccedilotildees do interior pa(Vigaacuterio 2003)

(19) a [deslocaram-se [as populaccedilotildees [do interior]PP]NP [para o litoral]PP]VP [ [deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ [do interior]φ [para o litoral]φ]I b [deslocaram-se [as populaccedilotildees]NP [do interior]PP [para o litoral]PP]VP [[deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ]I [[do interior]φ [para o litoral]φ]I

Este recurso agrave fronteira de I e natildeo a uma fronteira prosoacutedica mais baixa ou a um outro mecanismo prosoacutedico como a distribuiccedilatildeo de acentos tonais eacute gramaticalmente motivado Os constituintes agrupados num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador que natildeo estaacute disponiacutevel entre Is (ver Moacutedulo 2) A opcionalidade da utilizaccedilatildeo deste recurso tambeacutem eacute gramaticalmente motivada esta fronteira de I natildeo resulta directamente do mapeamento sintaxe-fonologia pois em (19) todos os constituintes se encontram no domiacutenio da mesma frase raiz mas da promoccedilatildeo de uma fronteira de sintagma fonoloacutegico para fins de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica Um caso claacutessico de ambiguidade estrutural eacute o da ligaccedilatildeo local ou natildeo local de oraccedilotildees relativas (Figura 21) Estas estruturas de tipo NP1 NP2 RC (oraccedilatildeo relativa) tecircm sido extensivamente estudadas em diferentes liacutenguas e

52 Soacutenia Frota

recorrendo a diferentes paradigmas experimentais Os resultados obtidos parecem mostrar que as preferecircncias pela ligaccedilatildeo local ou pela ligaccedilatildeo natildeo local ariam de liacutengua para liacutengua mesmo no caso da leitura silenciosa em que os

falantes projectam a liacutengua os resultados nte do contraste

entre estudconfirma

ituintes longos tendem a mo ento dos constituin

Figura 21 Ligaccedilatildeo de oraccedilotildees relativas e prosoacutedia

das liacutenguas romacircnicas apesar de diferenccedilas prosoacutedicas notoacuterias como o domiacutenio

v a prosoacutedia impliacutecita Para uma mesm

podem todavia depender da metodologia utilizada designadameos off-line e estudos on-line Os vaacuterios trabalhos tecircm ainda

do a importacircncia de factores prosoacutedicos como a extensatildeo dos constituintes para a ligaccedilatildeo preferencial da relativa const

tivar fronteiras prosoacutedicas afectando as possibilidades de agrupamtes

Uma questatildeo importante em aberto nesta linha de investigaccedilatildeo diz respeito agraves razotildees que conduzem agraves diferentes preferecircncias entre liacutenguas designadamente em estudos off-line A sintaxe bem como o sistema prosoacutedico das liacutenguas e a forma como ambos interagem satildeo candidatos fortes para proporcionar uma resposta Todavia liacutenguas como o Inglecircs o Japonecircs ou o Mandarim com diferenccedilas sintaacutecticas importantes (por exemplo a ordem NP1 NP2 RC em Inglecircs vs a ordem RC NP2 NP1 em Mandarim) e diferentes sistemas prosoacutedicos (o Inglecircs eacute uma liacutengua entoacional o Japonecircs eacute uma liacutengua com acento tonal lexicalmente determinado e o Mandarim eacute uma liacutengua tonal) apresentam a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo baixa Por outro lado a maioria

Prosoacutedia 53

de distribuiccedilatildeo de acentos tonais as formas de marcaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico ou mesmo as formas de implementaccedilatildeo da proeminecircncia (com o PE e o Francecircs com propriedades prosoacutedicas diferenciadas entre si e tambeacutem distintas das do Italiano Castelhano ou Portuguecircs do Brasil) apresenta a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo alta Abordagens experimentais em que propriedades sintaacutecticas e prosoacutedicas bem como o mapeamento sintaxe-fonologia sejam tidas em conta para cada liacutengua e na comparaccedilatildeo entre liacutenguas satildeo certamente necessaacuterias para uma melhor compreensatildeo da interpretaccedilatildeo destas estruturas Sequecircncias com ambiguidades temporaacuterias tecircm apontado para um papel relevante da prosoacutedia no processamento A presenccedila de certas propriedades prosoacutedicas condiciona quer o acesso lexical quer o processamento sintaacutectico antes da ocorrecircncia de outros elementos desambiguadores A Figura 22 ilustra umassumi

a representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no acesso lexical que tem sido da em vaacuterios estudos

Figura 22 Fronteiras prosoacutedicas e acesso lexical Em ambiguidades lexicais locais como as em (20) a ausecircncia de uma fronteira prosoacutedica superior ao niacutevel da palavra (20a) introduz atrasos no processamento face a sequecircncias semelhantes mas natildeo ambiacuteguas Pelo contraacuterio na presenccedila de tal fronteira prosoacutedica (20b) o reconhecimento lexical na sequecircncia ambiacutegua e na natildeo ambiacutegua efectua-se em tempos idecircnticos (Christophe et al 2004)

54 Soacutenia Frota

(20) a [un chat grincheux]φ chat chagrin ne [un chat drogue]φ chat b [le gros chat]φ [grimpaithellip = [le gros chat]φ [dressaithellip Tambeacutem em casos como em (21) a presenccedila de uma fronteira de φ desambigua entre os candidatos lexicais possiacuteveis mas jaacute a presenccedila de uma fronteira de niacutevel de palavra como em (22) natildeo parece ser suficiente para produzir desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) Este conjunto de resultados sugere que o acesso lexical se processa no domiacutenio prosoacutedico do sintagma fonoloacutegico (2 a [o rolo de fita cola]φ [ficou b [o rolo de fita]φ [cola]φ [figuras (22) a [para quem discorrer]φ [sobre este tema b [para quem diz correr]φ [dez quiloacutemetros

1)

O estudo do papel da prosoacutedia no processamento lexical eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimentais como tarefas de monotorizaccedilatildeo de palavra (Word-monitoring) de detecccedilatildeo de fonema inicial de palavra ou de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas (Completion) A Figura 23 mostra uma representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico Enunciados localmente ambiacuteguos mas com diferentes estruturas prosoacutedicas produzidos por falantes natildeo conscientes da ambiguidade tendem a ser desambiguados com sucesso pelos ouvintes As propriedades prosoacutedicas que conduzem agrave desambiguaccedilatildeo podem todavia diferir entre liacutenguas por exemplo no Francecircs a fronteira de sintagma fonoloacutegico parece ser suficiente (Milotte et al 2007) enquanto no Portuguecircs Europeu apenas a fronteira de sintagma entoacional produz desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) O mente um caso o outro

s exemplos em (23) e (24) ilustram respectivae (23) a le petit chien]φ mord la laisse b le petit chien mort]φ sera enterreacutehellip (24) a uma vez chegado o professor]I comeccedilaram b uma vez chegado]I o professor comeccedilou

Prosoacutedia 55

Figura 23 Fronteiras prosoacutedicas e processamento sintaacutectico

natildeo soacute um exame mais e o Francecircs se distingue

laramente do PE no que respeita agrave marcaccedilatildeo prosoacutedica do sintagma fonoloacutegico

entais off-line e on-line omo

1996 Houmlhle 2009) Apresentam-se aqui dois estudos ilustrativos da tilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas por bebeacutes e crianccedilas nos domiacutenios do acesso

biguidade

Estas diferenccedilas entre liacutenguas requerem

detalhado das propriedades prosoacutedicas do input (ondcndash ver Moacutedulos 2 e 4) mas tambeacutem estudos entre liacutenguas com metodologias exactamente comparaacuteveis O estudo do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimc as tarefas de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas de detecccedilatildeo de palavra (Word-detection) e de registo do movimento dos olhos A exploraccedilatildeo de pistas prosoacutedicas para aceder a diversos tipos de unidades e estruturas linguiacutesticas natildeo eacute uma possibilidade exclusiva de falantes adultos A investigaccedilatildeo existente indica que o input disponibiliza pistas (foneacuteticas prosoacutedicas estatiacutesticas) para fronteira de palavra tipo de categoria de palavras aspectos diversos da estrutura sintaacutectica e que os bebeacutes e crianccedilas exploram estas pistas no processo de aquisiccedilatildeo e desenvolvimento da liacutengua O papel da informaccedilatildeo prosoacutedica neste processo parece ser determinante (Morgan amp Demuthulexical e do processamento sintaacutectico da am

56 Soacutenia Frota

A importacircncia para a segmentaccedilatildeo do sinal de fala da presenccedila de uma biguidade lexical local eacute

xaminada na performance de bebeacutes aprendentes do Inglecircs e de bebeacutes aprendentes do Francecircs (respectivamente Gout et al 2004 e Millotte et al no prelo) Os bebeacutes satildeo expostos a estiacutemulos como os em (25) no quadro da aplicaccedilatildeo do paradigma experimental do movimento preferencial da cabeccedila (Head-turn preference procedure) na sua variante condicionada Os resultados mostram que aos 10 meses de idade os bebeacutes ingleses jaacute distinguem entre monossiacutelabos e dissiacutelabos enquanto os bebeacutes franceses apenas o fazem aos 16 meses de idade Para aleacutem de confirmarem desde muito cedo uma capacidade para a computaccedilatildeo de informaccedilatildeo prosoacutedica e sua utilizaccedilatildeo como pista na aquisiccedilatildeo lexical estes resultados apontam para diferenccedilas entre liacutenguas (tal como no caso dos estudos com adultos) A indicaccedilatildeo de que as pistas para segmentaccedilatildeo de palavra poderatildeo ser mais fortes no Inglecircs do que no Francecircs principalmente devido agraves relaccedilotildees de proeminecircncia entre siacutelabas e ao padratildeo acentual domondicionar o passo do desenvolvimento da liacutengua

bal]φ confegravere un air solennel au chacircteau

omo os em (26)

Kipper-NOM quarto-LOC entra

fronteira de sintagma fonoloacutegico em situaccedilotildees de ame

inante (ver Moacutedulo 3) sugerem diferenccedilas no input que podem c

(25) a The church with the most paper spires is heavenly The man with the least pay]φ perspires constantly b La rangeacutee de balcons fait face au cloicirctre du monastegravere La grande salle de Num outro estudo a relevacircncia da prosoacutedia para a segmentaccedilatildeo do sinal em situaccedilotildees de ambiguidade lexical eacute estudada com crianccedilas coreanas entre os 2 e os 5 anos de idade (Choi amp Mazuka 2003) Em enunciados ca posiccedilatildeo da fronteira prosoacutedica a seguir ou antes de ka eacute crucial para a segmentaccedilatildeo lexical As crianccedilas satildeo expostas a duas imagens diferentes e eacute-lhes pedida a escolha da imagem correspondente ao estiacutemulo sonoro Os resultados mostram que as crianccedilas identificam correctamente os itens lexicais natildeo havendo diferenccedila significativa entre a performance de crianccedilas e de adultos (26) a Khipher ka ] pang e tˆlacutegayo Kipper entra num quarto

Prosoacutedia 57

b Khipher] kapang e tˆlacutegayo Kipper entra no saco

Kipper saco-LOC entra No mesmo estudo eacute ainda testada a utilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas em situaccedilotildees de ambiguidade estrutural Em enunciados como os em (27) a presenccedila ou ausecircncia de fronteira prosoacutedica a seguir a kirin determina respectivamente a interpretaccedilatildeo deste elemento como o sujeito da frase ou como parte do objecto As pistas prosoacutedicas associadas agrave presenccedila da fronteira satildeo as mesmas que caracterizam a situaccedilatildeo de ambiguidade lexical Os resultados mostram que crianccedilas ateacute aos 4 anos natildeo conseguem efectuar a desambiguaccedilatildeo e que crianccedilas de 5-6 anos tecircm uma performance superior agraves primeiras mas ainda significativamente diferente da dos adultos (27) a kirin ] kwaja macutegacuteyo (A) girafa come (o) bolo

girafa bolo come

b kirin kwaja ] macutegacuteyo (Algueacutem) come (o) bolo em forma de girafa

Estes resultados confirmam a existecircncia de uma capacidade para omputar e usar a prosoacutedia e revelam que a diferenccedila entre os casos de

a dificuldades no de uma liacutengua

ista prosoacutedico primeira

arcam margens de constituintes a demonstraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo destas

cambiguidade lexical e os de ambiguidade estrutural eacute devidaprocessamento sintaacutectico Tratando-se o Coreano tipologicamente diferente do Inglecircs e do Francecircs do ponto de vpois as propriedades que nas uacuteltimas assinalam proeminecircncia nampropriedades constitui uma evidecircncia para um papel generalizado da prosoacutedia no processamento (para aleacutem das especificidades das liacutenguas) Bibliografia especiacutefica Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2 Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological

phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Fodor J 2002 Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

58 Soacutenia Frota

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Synt c disambiguation the role oeaning

acti f Barcelona

004) Phonological phrase boundaries e 51

oumlhle mecha n first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

aia M E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late

(1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology

mbiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com satildeo I ito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos Porto

Intonation editado por P Prieto) 249-278

prosoacutedia para a quisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo

ento prosoacutedico Aqui como anteriormente destacam-se abalhos experimentais sobre as questotildees em anaacutelise e faz-se especial referecircncia

ente a presenccedila de uma sensibilidade precoce a propriedades prosoacutedicas e que aponta para que as

prosody Workshop on Prosody and MGout A A Christophe amp J Morgan (2

constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Languag548-567

H B (2009) Bootstrapping nisms i

Mpreferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish Journal of Portuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Millotte S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal prosody constrains word segmentation in French 16-month-olds Journal of Portuguese Linguistics 9-2

Millotte S A Reneacute R Wales amp A Christophe (2008) Phonological phrase boundaries constrain the on-line syntactic analysis of spoken sentences Journal of Experimental Psychology Learning Memory amp Cognition 34 874-885

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nespor M M T Guasti amp A Christophe

Berlin Akademie Verlag 1-26 Vigaacuterio M (1997) Processos de desa

adveacuterbios de exclu n A Brpara Oacutescar Lopes Campo das Letras pp 855-868

ropean Portuguese Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in EuCatalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance

66 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico O sexto e uacuteltimo moacutedulo do programa trata do contributo daado proacuteprio desenvolvimtra estudos sobre o Portuguecircs

Existe uma vasta literatura que demonstra empiricam

Prosoacutedia 59

crianccedilas estejam equipadas com um mecanismo de processamento do sinal de nput) inicialmente sintonizfala (i ado para informaccedilatildeo prosoacutedica (eg Morgan

prosoacutedi o sinal de fala em

processo tornou-se conhecido como

icas mais investigadas estatildeo as que se relacionam om o ritmo sendo que para o ritmo podem contribuir diversos factores desde a

uiccedilatildeo dos padrotildees acentuais e de proeminecircncia a diferentes niacuteveis s tonais a forma acuacutestica como a

e combinaccedilatildeo segmental entre o 3) Estudos como o de Nazzi et al (1998)

receacutem-nascidos conseguem discriminar liacutenguas s diferentes mas natildeo liacutenguas agrupadas

tmicamente na mesma classe Em (28) apresenta-se uma siacutentese dos

1986 Morgan amp Demuth 1996 Jusczyk 1997 Houmlhle 2009) Pistas prosoacutedicas associadas a propriedades como o acento as proeminecircncias e fronteiras

cas o ritmo e a entoaccedilatildeo ajudam o bebeacute a segmentarunidades linguiacutesticas e podem contribuir para a sua categorizaccedilatildeo4 Este

bootstrapping prosoacutedico e tem sido investigado como uma das abordagens que visa contribuir para a compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da liacutengua (Figura 24)

Figura 24 Do sinal para a gramaacutetica

Entre as pistas prosoacutedcdistribprosoacutedicos a proacutepria distribuiccedilatildeo dos eventoproeminecircncia eacute realizada ou os padrotildees dconsoantes e vogais (ver Moacuteduldemonstram que bebeacutes pertencentes a classes riacutetmicariresultados de estudos de discriminaccedilatildeo riacutetmica com bebeacutes

4 Ver tambeacutem o moacutedulo 5 para uma ilustraccedilatildeo de como as propriedades prosoacutedicas contribuem para a segmentaccedilatildeo do input

60 Soacutenia Frota

(28) Tipo riacutetmico Liacutenguas Discriminaccedilatildeo Acentual Silaacutebico

InglecircsItaliano radic InglecircsCastelhano radic

Figura 25 s

A relaccedilatildeo entr s linguiacutesticas tem sido xplorada nas abordagens de bootstrapping (Figura 25) Foi proposto por xempl

A correlaccedilatildeo existente entre a posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma

RussoFrancecircs radic Inglecircs+Neerlandecircs Italiano+Castelhano radic Acentual Moraico InglecircsJaponecircs radic NeerlandecircsJaponecircs radic Acentual Acentual InglecircsNeerlandecircs X Silaacutebico Silaacutebico CastelhanoCatalatildeo X Acen+Sil Acen+Sil Inglecircs+Italiano Neerlandecircs+Castelhano X Estes resultados constituem uma evidecircncia forte de que os bebeacutes estatildeo equipados com mecanismos perceptivos especialmente sensiacuteveis a propriedades riacutetmicas do sinal de fala que permitem a identificaccedilatildeo dessas propriedades

Do sinal para a gramaacutetica o papel das propriedades riacutetmica

e propriedades riacutetmicas e unidadeee o que pistas riacutetmicas estatildeo na base do bootstrapping prosoacutedico da ordem de palavras da segmentaccedilatildeo de palavras e sua categorizaccedilatildeo ou do tipo de reportoacuterio silaacutebico (Nespor et al 1996 Christophe et al 2003 Jusczyk et al 1999 Nazzi et al 2006 Christophe et al 2008 Mehler amp Nespor 2002 Vigaacuterio et al 2003)

fonoloacutegico (inicial ou final) e a ordem sintaacutectica entre cabeccedila e complemento

Prosoacutedia 61

nas liacutenguas (ver Moacutedulo 2) permite associar o padratildeo riacutetmico em (29a) com a ordem cabeccedila-complemento e o padratildeo riacutetmico em (29b) com a ordem complemento-cabeccedila Trabalhos experimentais demonstram que os bebeacutes tecircm as capacidades perceptivas necessaacuterias para computar estas pistas riacutetmicas dado que discriminam entre sinais de fala segmentalmente idecircnticos mas

om uas

e ritmo acentual como o Inglecircs o Neerlandecircs ou o Alematildeo o padratildeo trocaico

ras mais longas Estas correlaccedilotildees permitem gerar as espectativas de segmentaccedilatildeo do sinal de fala em (30) uma segmentaccedilatildeo inicial baseada no acento ou mais propriamente no peacute binaacuterio trocaico (e com tendecircncia para palavras mais curtas) em liacutenguas de ritmo acentual e uma segmentaccedilatildeo inicial baseada na siacutelaba (e posteriormente com tendecircncia para palavras mais longas) em liacutenguas de ritmo silaacutebico Estudos experimentais confirmam que bebeacutes ingleses neerlandeses e alematildees segmentam precocemente palavras trocaicas (mas natildeo palavras jacircmbicas) e bebeacutes franceses falham a segmentaccedilatildeo de dissiacutelabos comeccedilando por reconhecer monossiacutelabos e integrando as duas siacutelabas numa mesma unidade apenas mais tarde (Houmlhle 2009) (30) a Ritmo acentual [ x x (xs xw) x x ] padratildeo trocaico gtgt palavra curta

b Ritmo silaacutebico [ x x (x) x x x ] siacutelaba gtgt palavra longa

prosodicamente diferentes no que respeita agrave posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma fonoloacutegico (eg Christophe et al 2003) (29) a [ hellip (ws)φ (ws)φ (ws)φ hellip ]I b [ hellip (sw)φ (sw)φ (sw)φ hellip ]I As propriedades riacutetmicas das liacutenguas estatildeo tambeacutem correlacionadas cpadrotildees de proeminecircncia ao niacutevel lexical e com tamanho de palavra Em liacutengd(sw) eacute dominante ao contraacuterio do que sucede por exemplo no Francecircs ou no Portuguecircs Europeu5 Paralelamente liacutenguas de ritmo acentual possuem palavras mais curtas enquanto liacutenguas de ritmo silaacutebico ou moraico possuem palav

o Cutler amp Carter (1987) cerca de 96 das palavras lexicais do Inglecircs comeccedilam por

siacutelaba toacutenica 80 das palavras lexicais satildeo monossiacutelabos No PE apenas 25 das palavras lexicais comeccedilam por siacutelaba toacutenica 71 das palavras lexicais possuem 3 ou mais siacutelabas (contagem em types obtida sobre uma secccedilatildeo da FrePOP ndash Frota et al 2010)

5 Segund

62 Soacutenia Frota

O facto de palavras funcionais serem habitualmente itens muito frequentes na liacutengua com forma monossilaacutebica sem acento e localizados mas margens de unidades prosoacutedicas (designadamente de sintagmas fonoloacutegicos e entoacionais) permite que os bebeacutes possam extrair estas regularidades compil

os e formatos silaacutebicos mais imples (Quadro 5) Esta correlaccedilatildeo permite que o ritmo ajude a crianccedila a

o da liacutengua Por sua vez o tipo de s formatos de palavra sendo mais um

ctor a contribuir para as estrateacutegias de segmentaccedilatildeo em (30) sistemas

ando uma lista destes elementos muito frequentes e identificando-os com palavras funcionais quando ocorrem nas fronteiras de constituintes prosoacutedicos Vaacuterios trabalhos experimentais mostram que os bebeacutes pouco depois do primeiro ano satildeo jaacute capazes de identificar categorias de palavras (Christophe et al 2008) As propriedades riacutetmicas correlacionam-se ainda com o tipo de reportoacuterio silaacutebico da liacutengua (ver Moacutedulo 3) As liacutenguas de ritmo acentual possuem tipicamente reportoacuterios silaacutebicos vastos com muitos tipos e grande complexidade silaacutebica pelo contraacuterio liacutenguas de ritmo silaacutebico tendem a possuir reportoacuterios mais pequenos com menos tipsdeterminar o tipo de reportoacuterio silaacutebicreportoacuterio silaacutebico correlaciona-se com ofasilaacutebicos complexos possibilitam mais diversidade com menos siacutelabas logo palavras mais pequenas sistemas silaacutebicos simples necessitam de mais siacutelabas para realizar contrastes lexicais logo palavras mais longas (Mehler amp Nespor 2002) Quadro 5 Propriedades de sistemas silaacutebicos complexos e sistemas silaacutebicos simples (Vigaacuterio et al 2003)

Syllable types English Dutch Spanish French EP Number 16 19 9 - 6 Most frequent () CV 34 CV 36 CV 58 CV 56 CV 65

CVC 30 CVC 32 CVC 22 CVC 19 CVC 16 VC 15 VC 15 CCV 6 V 10 V 11 V 8 CVCC 6 V 6 CCV 7 CCV 5 CVCC6 V 2 VC 3

Closed syllables () 56 59 30 26 19 CC(C) () --- 14 --- --- 6

Prosoacutedia 63

Estudos do desenvolvimento prosoacutedico infantil na perspectiva da produccedilatildeo e linguisticamente informados satildeo ainda recentes No que respeita agrave quisiccedilatildeo do sistema entoacional apenas um pequeno conjunto de liacutenguas foi

o Po Europ

eerlandecircs por um desenvolvimento entoacional mais tardio No primeiro

Figura 26 Produccedilatildeo de dois chamamentos consecutivos chamamento

aainda considerado Os resultados disponiacuteveis apontam para diferenccedilas entre liacutenguas com o Castelhano o Catalatildeo e rtuguecircs eu a serem caracterizados por um desenvolvimento entoacional precoce e o Inglecircs e Nconjunto de liacutenguas as crianccedilas mostram dominar um leacutexico entoacional proacuteximo do do adulto com o uso apropriado das diferentes melodias para veicular significados e mostram ainda um desenvolvimento na produccedilatildeo dos padrotildees de alinhamento e escalonamento tonal bem antes do iniacutecio do estaacutedio das duas palavras ou seja da produccedilatildeo de enunciados com combinaccedilatildeo de palavras (Snow 2006 Chen amp Fikkert 2007 Prieto amp Vanrell 2007 Frota amp Vigaacuterio 2008) As Figuras 26 e 27 ilustram o uso apropriado de diferentes melodias por uma crianccedila portuguesa com 20 meses que inicia o estaacutedio de duas palavras aos 26 meses

100100

200

300

400

500

600

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2 2 5

H H H L

t i t o t i t o

4 4

cantado seguido de chamamento insistente

64 Soacutenia Frota

150150

240

330

420

510

600

Fund

amen

tal f

requ

enc

0 0 5 1 1 5 2 2 5

Figura 27 Sequecircncia de respostas agrave pergunta do adulto Sabes quem eacute esta repetida por este apoacutes a primeira resposta da crianccedila declarativa neutra seguida de declarativa focalizada

No caso do chamamento verifica-se a produccedilatildeo pragmaticamente adequada do chamamento cantado em primeiro lugar com a selecccedilatildeo correcta dos tons de fronteira que fazem a distinccedilatildeo entre os dois tipos de chamamento No caso da declarativa em resposta agrave pergunta verifica-se a produccedilatildeo inicial de uma declarativa neutra substituiacuteda para uma declarativa focalizada na resposta agrave

nte o

a

ormas mono (eg Francecircs Portuguecircs) As ropriedades prosoacutedicas de enunciados de uma soacute palavra e de enunciados ultipalavra fornecem pistas para o estatuto prosoacutedico das siacutelabas (ou peacutes) e das

equecircncias de palavras que os constituem (Fikkert 1994 Odorico amp Carubbi

repeticcedilatildeo da pergunta por parte do adulto com um constraste de alinhamento do tom H associado a esta distinccedilatildeo pragmaacutetica (ver Moacutedulo 4 designadameQuadro 3)

Se parece natildeo existir uma correlaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento sintaacutectico os estudos atraacutes referidos apontam para umcorrelaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento lexical dadoque o primeiro surge associado a saltos significativos no tamanho do leacutexico produzido

Trabalhos sobre o desenvolvimento da estrutura prosoacutedica a partir de dados de produccedilatildeo tecircm tambeacutem revelado diferenccedilas entre liacutenguas Destaca-se oformato das primeiras palavras com liacutenguas em que o formato de peacute binaacuterio domina (eg Inglecircs Neerlandecircs Japonecircs) e liacutenguas em que f

ssilaacutebicas monomoraicas prevalecem pms

y (H

z)

H + L L H + L L

t a t aacute t a t aacute

4 4

Prosoacutedia 65

2003 Berens amp Gout 2005 Demuth amp McCullough 2008) O estudo destas istas permite determinar se um dado elemento eacute ou natildeo tratado como uma

palavra prosoacutedica ou como um sintagma entoacional e se dois ou mais elementos se encontram prosodicamente integrados numa mesma unidade ou prosodicamente separados em unidades diferentes Por outras palavras um tal estudo permite determinar as propriedades da estrutura prosoacutedica dos enunciados produzidos e o seu desenvolvimento Por exemplo a presenccedila de truncamento inicial de palavras dissilaacutebicas no PE ou a sua produccedilatildeo com duas siacutelabas mas em que cada uma das siacutelabas apresenta um acento tonal (1PAsyl) sugerem fortemente que num estaacutedio inicial a siacutelaba estaacute a ser tratada pela crianccedila como uma palavra prosoacutedica e que a integraccedilatildeo de duas (ou mais) siacutelabas na mesma palavra prosoacutedica acontece num estaacutedio posterior quando quer o truncamento quer o acento tonal por siacutelaba quase desaparecem dando lugar a uma sequecircncia de siacutelabas produzida com um uacutenico acento tonal

isyl_1PA) (Figura 28)

ura 28 Estrateacutegias na produccedilatildeo de alvos dissilaacutebicos (1) ateacute

o 4) mostra que estas produccedilotildees satildeo formadas por sequecircncias de

p

(d

Fig104 (2) de 105 a 108 Dados de Luma (Frota 2010)

De uma forma similar a ausecircncia de integraccedilatildeo prosoacutedica nos primeiros enunciados multipalavra revelada pela presenccedila de pistas como pausas ou reset (ver Moacutedulconstituintes prosoacutedicos de uma uacutenica palavra (Figura 29) que contrastam com sequecircncias de palavras integradas num mesmo constituinte prosoacutedico (Figura 30) Naturalmente a ausecircnciapresenccedila de integraccedilatildeo prosoacutedica tem

66 Soacutenia Frota

consequecircncias natildeo soacute para o conhecimento do processo de desenvolvimento prosoacutedico mas tambeacutem para o conhecimento da emergecircncia da sintaxe

Figura 29 Enunciado Mamatilde olha produzido com dois sintagmas entoacionais (109)

100100

180

260

340

420

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2

H L H H

m a m atilde o l h a

4 4

Figura 30 Enunciado Mamatilde olha produzido num uacutenico sintagma entoacional (111)

D ocesso de aquisiccedilatildeo

a liacuteng d

ada a complexidade dos factores envolvidos no prua apoacutes deacutecadas de investigaccedilatildeo no domiacutenio da percepccedilatildeo e dos

trabalhos mais recentes no acircmbito da produccedilatildeo o conhecimento do papel da prosoacutedia neste processo eacute ainda fragmentaacuterio Muitos percursos de investigaccedilatildeo permanecem por explorar como os que a seguir se referem a tiacutetulo

200200

260

320

380

440

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H + L L

m a m atilde o l h a

4

Prosoacutedia 67

exemplificativo Diferentes propriedades riacutetmicas parecem determinar diferentes estrateacutegias de segmentaccedilatildeo nas liacutenguas (ver (30) acima) e os formatos de palavra inicialmente produzidos parecem correlacionar-se com essas estrateacutegias Todavia a relaccedilatildeo entre unidades de segmentaccedilatildeo na percepccedilatildeo no primeiro ano de vida e as unidades linguiacutesticas da produccedilatildeo inicial no segundo ano de

ida encontra-se por determinar Nos uacuteltimos anos tem surgido evidecircncia crescente para a importacircncia das propriedades do input no processo de aquisiccedilatildeo Mas a demonstraccedilatildeo de que a segmentaccedilatildeo lexical eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Inglecircs do que em bebeacutes aprendentes do Francecircs devido a propriedades especiacuteficas do input presentes numa liacutengua e ausentes noutra ou de que o desenvolvimento entoacional eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Catalatildeo ou do Portuguecircs do que em bebeacutes aprendentes do Inglecircs ou do Neerlandecircs devido a propriedades do input encontra-se ainda por fazer O Portuguecircs Europeu neste campo constitui um importante objecto de teste devido agrave combinaccedilatildeo de propriedades prosoacutedicas que o caracteriza a mistura de elementos riacutetmicos silaacutebicos e acentuais (ver Moacutedulo 3) a presenccedila de elementos entoacionais semelhantes a outras liacutenguas romacircnicas (como o acent senccedila espar is ndash ver Moacutedulo 4) A realizaccedilatildeo de investigaccedilatildeo experimental com dados do PE nos domiacutenios da discriminaccedilatildeo riacutetmica por bebeacutes poderia pois dar um contributo para o entendimento de quais as propriedades riacutetmicas mais salientes para os mecanismos perceptivos das crianccedilas Tambeacutem a investigaccedilatildeo das estrateacutegias de segmentaccedilatildeo lexical em bebeacutes aprendentes do PE em comparaccedilatildeo com os estudos jaacute existentes poderia dar um contributo para a associaccedilatildeo entre propriedades riacutetmicas e unidades de segmentaccedilatildeo inicial nas liacutenguas A exploraccedilatildeo de algumas destas linhas de investigaccedilatildeo estaacute prevista no acircmbito do projecto Development of prosodic structure and intonation presentemente em curso no CLUL Bibliografia especiacutefica

v

o poacutes-nuclear) a par de elementos entoacionais diferentes (como a presa de acentos tona

Behre

2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

ns H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Chen A amp P Fikkert (

Christophe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The case of the head-direction parameter Developmental Science 6 211-220

68 Soacutenia Frota

Christophe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1 amp 2) 61-75

Demuth K amp E McCullough (2008) The prosodic (re)organization of childrenrsquos early English articles Journal of Child Language 36 173-200

Fikkert Paula (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL Frota S (2010) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation

tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Frota S M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

faces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

dorico L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-word n children First Language 23(1) 97-116

rieto P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings

Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa Jusczyk P W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press Jusczyk P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word

segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 159-207 Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In

A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006) Early segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Inter

Outterances in Italia

Pof ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prosoacutedia 69

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23 months Child Development 77(2) 281-296

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass

Ambraz

Andrad iana (1994) Sineacuterese dieacuterese e estrutura silaacutebica In Actas do

ol 2 317-347

ic Typology The Phonology

494

Cascadilla Press 809-821 7 ANEXO

BIBLIOGRAFIA ALARGADA

aitis G (2010) Nuclear Intonation in Swedish Evidence from Experimental-Phonetic Studies and a Comparison with German Lund Lund University press

Andrade A (1984) Acoustic study of vowel duration in European Portuguese (based on one subject) Relatoacuterios do Grupo de Foneacutetica e Fonologia nordm 5 Lisboa INIC

Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

e E amp M C VIX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica 31-42 Lisboa APLColibri

Arvaniti A (1994) Acoustic features of Greek rhythmic structure Journal of Phonetics 22 239ndash268

Arvaniti A (2007) On the presence of final lowering in British and American English In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter V

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Arvaniti A amp M Baltazini (2005) Intonational Analysis and Prosodic Annotation of Greek Spoken Corpora In Sun-Ah Jun (ed) Prosodof Intonation and Phrasing Oxford OUP 84-117

Arvaniti A amp S Godjevac (2003) The origins and scope of final lowering in English and Greek In MJ Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Science Barcelona UAB 1077-80

Auer P (1991) ldquoStress-Timingrdquo vs ldquoSyllable-Timingrdquo from a Typological Point of View In B Palek amp P Janota (eds) Proceedings of LPrsquo90 Charles University Press 292-305

Baltazani M (2006) Focusing prosodic phrasing and hiatus resolution in Greek In L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 473-

70 Soacutenia Frota

Beckman M amp J Edwards (1990) Lengthenings and shortenings and the nature of prosodic constituency In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in

Beckm

Beckm letcher (1992) Prosodic structure and tempo in a sonority model of articulatory dynamics In Gerard J Docherty amp D Robert Ladd (eds) Papers in Laboratory Phonology II Cambridge CUP 68ndash86

eckman M J Hirschberg amp S Shattuck-Hufnagel (2005) The Original ToBI d the Evolution of the ToBI Framework In Sun-Ah Jun (ed)

y of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

ehrens H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Laboratory Phonology I Cambridge CUP 179ndash200

Beckman M amp J Edwards (1994) Articulatory evidence for differentiating stress categories In Patricia Keating (ed) Papers in Laboratory Phonology III Cambridge CUP 7ndash33

an M amp J Pierrehumbert (1986) Intonational Structure in Japanese and English Phonology Yearbook 3 255ndash310

an M J Edwards amp J F

BSystem anProsodic Typology The PhonologUniversity Press 9-54

B

Blevins J (1995) The Syllable in Phonological Theory In J Goldsimth (ed) The Handbook of Phonological Theory Oxford Blackwell 206-244

Boersma P amp D Weenink (2008) Praat doing phonetics by computer (version 5023) httpwwwpraatorg

Brandatildeo de Carvalho J (1989) Phonological conditions on Portuguese clitic

Bruce G (1977) Swedish word accents in sentence perspective Lund Gleerup

bridge CUP 70-87

ts Journal of the Acoustical Society of America 120

Cambieerdam LOT Dissertation Series 32

Casper43(2) 127-161

Chen A in English In Proceedings of Eurospeech Geneva 97-100

placement on syntactic evidence for stress and rhythmical patterns Linguistics 27 405-436

Byrd D A Kaun S Narayanan amp E Saltzman (2000) Phrasal signatures in articulation In M B Broe amp J Pierrehumbert (eds) Papers in Laboratory Phonology V Cam

Byrd D J Krivopic amp S Lee (2006) How far how long On the temporal scope of prosodic boundary effec(3) 1589-1599

r-Langeveld T (2000) Temporal marking of accents and boundaries PhD Thesis University of Amst

Carlson K L Frazier C Clifton Jr (2009) How prosody constrains comprehensionA limited effect of prosodic packaging Lingua 1191066ndash1082

s J (2000) Experiments on the meaning of four types of single-accent intonation patterns in Dutch Language and Speech

Chahal D amp S Hellmuth (in press) The intonation of Lebanese and Egyptian Arabic In Sun-Ah Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford OUP

(2003) Reaction Time as an Indicator of Discrete Intonational Contrasts

Prosoacutedia 71

Chen A amp P Fikkert (2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Christose of the head-direction parameter

Christo5

7

Cruz-Fh PhD Dissertation Manchester University

e

DrsquoImpe ets and their

DrsquoImpe How many levels of phrasing Evidence from

DrsquoImpe House (1997) Perception of questions and statements in

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

phe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The caDevelopmental Science 6 211-220

phe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1-2) 61-7

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-54

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Cruz M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portuguese Production and Perception TIE4 Stockholm

Cruz-Ferreira M (1980) Basic intonational and grammatical patterns of Portuguese and English questions MA Dissertation University of Manchester

erreira M (1983) Non-native comprehension of intonation patterns in Portuguese and in Englis

Cruz-Ferreira M (1998) Intonation in European Portuguese In D Hirst amp A Di Cristo (eds) Intonation Systems A Survey of Twenty Languages CambridgCambridge University Press 167-178

rio M (2000) The role of perception in defining tonal targalignment PhD Dissertation Ohio State University

rio M amp B Gili Fivela (2003)two varieties of Italian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 130-144

rio M amp DNeapolitan Italian Eurospeech rsquo97 251ndash254

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Dainora A (2006) Modelling intonation in English In L Goldstein D H Whalen amp Catherine T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 107-132

Dasher R amp D Bolinger (1982) On pre-accentual lengthening Journal of the International Phonetic Association 12 58-69

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

72 Soacutenia Frota

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

gia Tomo XXIV 1-11

Demuth e prosodic (re)organization of childrenrsquos

Den Os sertation Utrecht

DePaoltic study Journal of Phonetics 36 406-422

guage 59 294-311

on 27 27-33

a Lisboa

Elordie onational

oa

Faleacute I tonational Contrasts in

Faleacute I requests in European Portuguese

Fernansidade Estadual de Campinas

Fikkert J Freitas (1998) Acquisition of syllable structure constraints Evidence from Dutch and Portuguese In Proceedings of the GALA97

Delgado Martins M R (1973) Anaacutelise acuacutestica das vogais toacutenicas em Portuguecircs Boletim de Filologia Tomo XXII 303-314

Delgado Martins M R (1975) Vogais e consoantes do Portuguecircs estatiacutestica de ocorrecircncia duraccedilatildeo e intensidade Boletim de Filolo

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

Demuth K (2006) Crosslinguistic perspectives on the Development of Prosodic Words Introduction Language and Speech 49(2) 129-135

K amp E McCullough (2008) Thearly English articles Journal of Child Language 36 173-200

E (1988) Rhythm and tempo of Dutch and Italian PhD DisRijksniversiteit

is R A M Vihman amp S Kunnari (2008) Prosody in production at the onset of word use A cross-linguis

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentation and lexical processing Journal of Memory and Lan

Dimitrova S (1997) Bulgarian Speech Rhythm Stress-Timed or Syllable-Timed Journal of the International Phonetic Associati

Ellison M amp M C Viana (1996) Antagonismo e elisatildeo das vogais aacutetonas em PE Actas do XI Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de LinguiacutesticAPLColibri Vol III 261ndash282

ta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intphrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica (Special issue on Boundaries in intonational phonology ed by Merle Horne amp Marc van Oostendorp) 59 110-143

Faleacute I (1995) Fragmento da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu as Estruturas Coordenadas MA Dissertation Universidade de Lisb

Faleacute I (2005) Percepccedilatildeo e Reconhecimento da Informaccedilatildeo Entoacional em Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

amp I H Faria (2006) Categorical Perception of InEuropean Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

amp I H Faria (2007) Imperatives orders and intonation In Proceedings of the 16th International Congress of Phonetic Sciences 1041-1044

des F (2007) Ordem Focalizaccedilatildeo e Preenchimento em Portuguecircs Sintaxe e Prosoacutedia PhD Dissertation Univer

Fikkert P (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL

P amp M

Prosoacutedia 73

Conference on Language Acquisition Edinburgh University of Edinburgh 217-222

Fodor J (2002) Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

s N Munaro amp R van de Vijver

Frota S nd

of an E of Athens 127ndash130

ue on

Frota S tuguese

ngua Portuguesa

Freitas M J (1997) Aquisiccedilatildeo da Estrutura Silaacutebica do Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

Frota S (1996) Prosodic Phrases and European Portuguese in search of evidence In A Bisetti L Brugegrave J Costa R Goedeman(eds) Proceedings of ConSole 3 Leiden SOLE 47ndash69

(1997) Association Alignment and Meaning the tonal sequence HL aFocus in European Portuguese In A Botinis G Kouroupetroglou amp G Carayiannis (eds) Intonation Theory Models and ApplicationsmdashProceedings

SCA Workshop Athens ESCAUniversity

Frota S (2000a) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2000b) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma Actas do XV Encontro teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs)

Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2002a) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 (Special issIntonation in Romance edited by J Ignacio Hualde) 113-146

(2002b) Tonal association and target alignment in European Pornuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002c) The Prosody of Focus a Case-Study with Cross-Linguistic Implications In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 319-322

Frota S (2003a) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2003b) The phonological status of initial peaks in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 133-152

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio amp A Villava Gramaacutetica da Liacute6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (2010a) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

74 Soacutenia Frota

Frota S (2010b) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A

Frota S accedilatildeo no

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena

Frota es of European

European Portuguese Third

Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Mateus amp C Nunes Correia (eds) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varietiPortuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation inConference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa httpwwwflulptLaboratorioFoneticatextsTIE3EarlyIntonationEPfpdf

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das

Frota S Vigaacuterio (2007) The phonetics

eory) 131-153

duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp Mand phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Th

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Prosoacutedia 75

Frota Sde Lisboa

M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade httpfrepopflulpt

Gerken

Gili Fi d Perception The Case of Pisa

Gordonsodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

Gout A l phrase boundaries

Grabe rrelates of Rhythmic Class In C

Grabe Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV

Grice ian implications for

Grφnnu

Gussen

Gussen

Gut Ul

Language and Speech 34(4) 299-318

L amp R Aslin (2005) Thirty Years of Research on Infant Speech Perception The Legacy of Peter W Jusczyk Language Learning and Development 1(1) 5-21

Ghini M (1993) φ-formation in Italian a new proposal Toronto Working Papers in Linguistics 122 41ndash79

vela B (2008) Intonation in Production anItalian Alessandria Edizione dellrsquoOrso

M K (2005) Intonational Phonology of Chickasaw In Sun-Ah Jun (ed) ProUniversity Press 301-330

A Christophe amp J Morgan (2004) Phonologicaconstrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

E amp E L Low (2000) Acoustic CoGussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 515-546

E amp P Warren (1995) Stress shift do speakers do it or do listeners hear it In BCambridge CUP 95ndash110

M (1995) The intonation of interrogation in Palermo Italintonation theory Tuumlbingen Niemeyer

m N amp M C Viana (1999) Aspects of European Portuguese Intonation In ICPhS 99 San Francisco Vol3 1997-2000

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

hoven C (1984) On the Grammar and Semantics of Sentence Accents Dordrecht Foris

Gussenhoven C (1993) The Dutch foot and the chanted call Journal of Linguistics 29 37-63

hoven C (1999) Discreteness and Gradience in Intonational Contrasts Language and Speech 42(2-3) 283-305

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

rike and Jan-Torsten Milde (2002) The Prosody of Nigerian English In Speech Prosody 2002 Proceedings Aix-en-Provence 367-370

Halleacute P B Boysson-Bardies amp M Vihman (1991) Beginnings of prosodic organization intonation and duration patterns of disyllables produced by Japanese and French infants

76 Soacutenia Frota

Hayes B (1995) Metrical Stress Theory Principles and case studies Chicago The University of Chicago Press

Hayes B amp A Lahiri (1991a) Bengali Intonational Phonology Natural Language

Hayesrg L Nord amp R Carlson (eds) Music Language Speech

Hellmudams A Cooper F Parrill amp T Wier (eds) Proceedings from the 40th

Hellmu nship between prosodic structure and pitch accent

91-316

Homae no amp G Taga (2007) Prosodic processing in the

Horne Linguistics 28 959-981

Hume odel of the Interplay of Speech Perception and

Jordatildeo oacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

Jun S- on the laryngeal gesture in Korean In

Jun S-A (2003) The effect of phrase length and speech rate on prosodic phrasing In

Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin

Jun S- University Press

and Linguistic Theory 9 47ndash96

B amp A Lahiri (1991b) Durationally specified intonation in English and Bengali In J Sundbeand Brain Basingstoke Macmillan 78-91

th S (2004) Prosodic weight and phonological phrasing in Cairene Arabic In N AAnnual Meeting of the Chicago Linguistics Society 97-111

th S (2007) The relatiodistribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 2

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

F H Watanabe T Nakadeveloping brain Neuroscience Research 59 29-39

Merle (1990) Empirical evidence for a deletion formulation of the rhythm rule in English

House David (1990) Tonal Perception in Speech Lund Lund University press

E amp K Johnson (2001) A MPhonology In E Hume amp K Johnson (eds) The Role of Speech Perception in Phonology New York Academic Press 3-26

R (2009) A estrutura prosUm estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

A (1995) Asymmetrical prosodic effectsB Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 235-253

Jun S-A (1996) The Phonetics and Phonology of Korean Prosody Intonational Phonology and Prosodic Structure New York Garland Publishing

M J Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Sciences Barcelona UAB 483ndash486

Jun S-A (2005a) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (2005b) Korean Intonational Phonology and Prosodic Transcription In S-A Jun (ed) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford OUP 201-229

Jun S-A (2007) The intermediate phrase in Korean Evidence from sentence processing In T Riad amp CMouton de Gruyter Vol 2 143-167

A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford

Prosoacutedia 77

Jusczyk Peter W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press

P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 1

Jusczyk59-207

3th International Conference on Turkish Linguistics

Kainad honological nature of prosodic

Kaplan 1978) Methods amp Designs Tables

Keating initial articulatory

Kohler ings of the

ences of the Estonian SSR

Ladd D f Intonational Phonology

nter-

Ladd D tonational emphasis continuous

Lehiste

Acquisition Cambridge University Press

Maia Mnal of

Major razilian Portuguese Journal of Phonetics 9

Manriq17-128

Kabak B amp A Revithiadou (2006) The Phonology of Clitic Groups Prosodic Recursivity Revisited Paper given at The 1Uppsala

a E (2009) The phonetic and pboundaries evidence from Modern Greek PhD Dissertation University of Edinburgh

H L N A Macmillan amp C D Creelman (of drsquo for variable-standard discrimination paradigms Behavior Research Methods amp Instrumentation 10(6) 796-813

P T Cho C Fougeron amp C-S Hsu (2003) Domain-strengthening in four languages In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 145-163

K J (1987) Categorical Pitch Perception In Uuml Vicks (ed) Proceed11th International Congress of Phonetic Sciences Volume 5331-333 Tallinn Academy of Sci

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements oIn M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Ladd D R amp J M Scobbie (2003) External sandhi as gestural overlap Couevidence from Sardinian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 164-182

R amp R Morton (1997) The perception of inor categorical Journal of Phonetics 25 313ndash342

I (1970) Suprasegmentals Cambridge MA The MIT Press

Levelt C amp R Van de Vijver (2004) Syllable types in cross-linguistic and developmental grammars In R Kager J Pater amp W Zonneveld (eds) Constraints in Phonological

Li W Y Yang (2009) Perception of prosodic hierarchical boundaries in Mandarin Chinese sentences Neuroscience 158 (4)1416-1425

Lloyd J (1940) Speech Signals in Telephony London

E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late preferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish JourPortuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Roy C (1981) Stress-timing in B343-351

ue A MB amp A Signorini (1983) Segmental duration and rhythm in Spanish Journal of Phonetics 11 1

78 Soacutenia Frota

Mata A I (1999) Para o estudo da entoaccedilatildeo em fala espontacircnea e preparada no Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

M H amp E Andrade (2000) The PMateus honology of Portuguese Oxford Oxford

as

Mehler n

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988)

Millottsody constrains word segmentation in French 16-month-olds

Millott98-909

Moraes J (1992) Dureacutee Intrinsegraveque de Martin

Morais Barb ie portugaise Lisboa Junta de

Morgan J L (1996) A rhy preverbal speech segmentation Journal of

Morgan

of Phonetics 37 29-45

Early

Nazzi T J

766

logy In I Roca (ed) Logical

Nespor Berlin Mouton de Gruyter

University Press

Mateus M H amp M R Delgado Martins (1982) Contribuiccedilatildeo para o estudo dvogais aacutetonas [acute] e [u] no Portuguecircs Europeu Biblos Vol LVIII 111ndash128

J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language IA Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

e S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal proJournal of Portuguese Linguistics 9-2

e S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 8

Moniz H (2006) Contributo para a caracterizaccedilatildeo dos mecanismos de (dis)fluecircncia em Portuguecircs Europeu MA Dissertation Universidade de Lisboa

s Voyelles du Portugais Breacutesilien In P (ed) Melanges Leacuteon Phonetique Phonostylistique Linguistique et Litterature 367-377 Toronto Editions Meacutelodie

osa J (1965) Etudes de phonologInvestigaccedilotildees do Ultramar

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

thmic bias in Memory and Language 35 666-688

J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nakai S S Kunnari A Turk K Suomi amp R Ylitalo (2009) Utterance-final lengthening and quantity in Northern Finnish Journal

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006)segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newbornstowards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonoIssues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

M (1999) Stress Domains In Word Prosodic Systems in the Languages of Europe Harry van der Hust (ed) 117-159

Prosoacutedia 79

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2ordf ediccedilatildeo publicada em 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The

man Proceedings of the International Symposium on Tonal

Odorico ord

Peperkao MA Dissertation University of Amsterdam

Pierreh d their alignment In M Horne (ed)

n

Pierreh

an Press

nal of Acoustical Society of America 90

Prieto P (2002) Entonacioacute In J Solagrave M R Lloret J Mascaroacute amp M P Saldanya

Prieto

Nespor M amp I Vogel (1989) On clashes and lapses Phonology 6 69ndash116

Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Niebuhr O amp K J Kohler (2004) Perception and Cognitive Processing of Tonal Alignment in GerAspects of Languages Emphasis on Tone Languages Beijing 155-158

L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-wutterances in Italian children First Language 23(1) 97-116

mp S (1992) La Risoluzione delle Aritmie nella Fonologia Ritmica dellrsquoItalian

Peperkamp S (1997) Prosodic Words The Hague Holland Academic Graphics HIL Dissertations 34

Pierrehumbert J (1980) The phonology and phonetics of English intonation PhD Dissertation MIT

umbert J (2000) Tonal elements anProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 11-36

Pierrehumbert J amp J Hirschberg (1990) The meaning of intonational contours in the interpretation of discourse In PR Cohen et al (eds) Intentions iCommunication Cambridge Mass MIT Press 271ndash311

umbert J amp M Beckman (1988) Japanese Tone Structure Cambridge Mass MIT Press

Pierrehumbert J amp SA Steele (1989) Categories of tonal alignment in English Phonetica 46 181ndash196

Pike K L (1945) The intonation of American English Ann Arbor University of Michig

Price P M Ostendorf S Shattuck-Hufnagel amp C Fong (1991) The use of prosody in syntactic disambiguation In Jour372-377

(eds) Gramagravetica del catalagrave contemporani Barcelona Empuacuteries Volum 1 393-462

Prieto P (2004) Fonegravetica i fonologia Els sons del catalagrave Barcelona Editorial UOC

P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

80 Soacutenia Frota

Ramus F (2002) Language discrimination by newborns Teasing apart phonotactic rhythmic and intonational cues Annual Review of Language Acquisition 2 85-

Ramus ues A

Ramus 999) Correlates of linguistic rhythm in speech

Sandler

prehension Springer

2519-2522

unication 41 71-80

dentification and lexical access In G Altmann amp R

Selkirk On derived domains in sentence phonology Phonology Yearbook 3

Selkirkrdrsquos paper In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in Laboratory

115

F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cstudy based on speech resynthesis JASA 105 512-521

F M Nespor amp J Mehler (1Cognition 73 265-292

Rietveld T J Haan L Heijmans amp C Gussenhoven (2002) Explaining attitudinal ratings of Dutch rising contours Morphological structure vs the Frequency Code Phonetica 59 180-194

Salverda A D Dahan amp J McQueen (2003) The role of prosodic boundaries in the resolution of lexical embedding in speech comprehension Cognition 90 51-89

W (2006) Phonology phonetics and the nondominant hand in L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 185-212

Sandler W amp D Lillo-Martin (2006) Sign Language and Linguistic Universals Cambridge CUP

Sandler W amp M Nespor (1999) Prosody in Israeli Sign Language Language and Speech 42 (2-3) 143-176

Savino M amp M Grice (in press) The perception of intonational contrasts in Italian In S Frota G Elordieta amp P Prieto (eds) Prosodic categories Production Perception and Com

Schiller N O A S Meyer R H Baayen amp W JM Levelt (1996) A Comparison of Lexeme and Speech Syllable in Dutch Journal of Quantitative Linguistics 3(1) 8-28

Schneider K G Dogil amp B Moumlbius (2009) German Boundary tones show Categorical Perception and a Perceptual Magnet Effect when presented in different contexts In Proceedings of Interspeech Brighton

Schouten B E Gerrits amp A van Hessen (2003) The end of categorical perception as we know it Speech Comm

Segui J E Dupoux amp J Mehler (1990) The role of the syllable in speech segmentation phoneme iSillcock (eds) Cognitive Models of Speech Processing Cambridge Mass MIT Press

Selkirk E (1984) Phonology and Syntax the relation between sound and structure Cambridge Mass MIT Press

E (1986)371ndash405

E (1990) On the nature of prosodic constituency comments on Beckman and EdwaPhonology I Cambridge CUP 179ndash200

Prosoacutedia 81

Selkirk E (1996) The Prosodic Structure of Function Words In J L Morgan amp K Demuth (eds) Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition

SelkirkProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce)

Selkirk glish In S Frota M

Shaked syntactic and phonological constraints in Hebrew

Shattuc importance of phonological transcription in

Shattucle of prosodic structure In Merle Horne (ed) Prosody

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23

Sudoof er S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp

Tenani guecircs do brasil implicaccedilotildees para a

Trucke On the relation between syntactic phrases and phonological

Trucke

Turk A ufnagel (2000) Word-boundary-related duration patterns in

Turk A 7) Multiple targets of phrase-final lengthening

van He R S Kirsner (2004) Phonetic or phonological contrasts in Dutch

Mahwah Lawrence Erlbaum Associates 187-213

E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Dordrecht Kluwer 231-261

E (2005) Comments on Intonational Phrasing in EnVigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

A (2007) Competingprosodic phrasing The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 169-199

k-Hufnagel S (1995) The empirical approaches to ldquostress shiftrdquo versus ldquoearly accentrdquo comments on Grabe and Warren and Vogel Bunnell and Hoskins In B Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 128ndash 140

k-Hufnagel S (2000) Phrase-level phonology in speech production planning Evidence for the roTheory and Experiment Dordrecht Kluwer Academic Publishers 201-229

months Child Development 77(2) 281-296

f S D Lenertovaacute R MeyJ SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

L (2002) Domiacutenios prosoacutedicos no Portuprosoacutedia e para a aplicaccedilatildeo de processos fonoloacutegicos PhD dissertation Universidade Estadual de Campinas

nbrodt H (1999) phrases Linguistic Inquiry 30 219ndash255

nbrodt H (2002) Upstep and embedded register levels Phonology 19 77-120

Truckenbrodt H (2007) Upstep on edge tones and on nuclear accents In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter Vol 2 349-386

Turk A amp J R Sawusch (1997) The domain of accentual lenthening in American English Journal of Phonetics 25 25-41

amp S Shattuck-HEnglish Journal of Phonetics 28 397-440

amp S Shattuck-Hufnagel (200in American English words Journal of Phonetics 35 445-472

uven V ampboundary tones In Linguistics in the Netherlands 21 102-113 AmsterdamPhiladelphia John Benjamins

82 Soacutenia Frota

Vanrell M (2007) A tonal scaling contrast in Majorcan Catalan interrogatives Journal of Portuguese Linguistics 6(1) 147-178 (Special issue Prosody in Ibero-Romance and related languages ed by G Elordieta and M Vigaacuterio)

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

Viana M C (1987) Para a siacutentese da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Dissertaccedilatildeo para acesso agrave categoria de Investigador Auxiliar Lisboa CLUL-INIC

httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

M (1998) Aspectos da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu estruturas com adveacuter

Vigaacuteriobio de exclusatildeo e negaccedilatildeo fraacutesica Braga CEHUM

465-477 Lisboa APLColibri

stics 2-2 (Special Issue on Portuguese

ial Issue Crosslinguistic Perspectives on the Development of Prosodic

Vigaacuterio m signal to grammar Rhythm and the th

sterdam John Benjamins 137-158

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

Vigaacuterio M (2003) The Prosodic Word in European Portuguese BerlinNew York Mouton de Gruyter

Vigaacuterio M (2009) The Prosodic Word Group as a domain of prosodic hierarchy Paper given at the Sixth Old Conference in Phonology (OCP6) Univ Edinburgh

Vigaacuterio M amp I Faleacute (1994) A Siacutelaba no Portuguecircs Fundamental uma descriccedilatildeo e algumas consideraccedilotildees de ordem teoacuterica In Actas do IX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese LinguiPhonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M M J Freitas amp S Frota (2006) Grammar and frequency effects in the acquisition of prosodic words in European Portuguese Language and Speech (SpecWords edited by K Demuth) 49(2) 175-203

M S Frota amp M J Freitas (2003) Froacquisition of syllable structure Proceedings of the 27 Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

Wenk B amp F Wioland (1982) Is French really syllable-timed Journal of Phonetics 10 193-216

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (eds) Phonetics and Phonology Interactions and interrelations Am

Prosoacutedia 83

Wightman CW S Shattuck-Hufnagel M Ostendorf amp P J Price (1992) Segmental durations in the vicinity of prosodic phrase boundaries Journal of the Acoustical Society of America 91 (3) 1707-1717

Zerbian S (2007) Phonological phrasing in Northern Sotho (Bantu) The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing edited by S Frota amp P Prieto) 24

Zsiga Eers in

233-262

(1995) An acoustic and electropalatographic study of lexical and postlexical palatalization in American English In B Connell amp A Arvaniti (eds) PapLaboratory Phonology IV Cambridge CUP 282-302

  • Prosoacutedia
    • Relatoacuterio
    • Soacutenia Frota
      • Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa
        • Conteuacutedos
          • Estrutura prosoacutedica
            • Leacutexico entoacional
            • Restriccedilotildees distribucionais
            • Implementaccedilatildeo foneacutetica
              • Bibliografia alargada
Page 4: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em

Prosoacutedia 7

4 O PROGRAMA DO SEMINAacuteRIO DE PROSOacuteDIA Nesta secccedilatildeo satildeo apresentados o programa a bibliografia geral e a planificaccedilatildeo das mateacuterias por horas lectivas O programa proposto estaacute pensado para 45 horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio de acordo com o Relatoacuterio de Adequaccedilatildeo de Mestrado de 2006 e as Normas Regulamentares do Doutoramento em Linguiacutestica de 2007 Sempre que possiacutevel pretende-se que entre 3 a 5 horas lectivas sejam preenchidas com conferecircncias proferidas por especialistas na aacuterea 41 PROGRAMA

SEMINAacuteRIO DE FONEacuteTICA PROSOacuteDIA Programa

1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a

estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e

entoaccedilatildeo 2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis 3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

8 Soacutenia Frota

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico 42 BIBLIOGRAFIA GERAL Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em

portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

Prosoacutedia 9

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (eds) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2002) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (eds) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

10 Soacutenia Frota

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In IH Faria amp MJ Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no PE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (eds) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (eds) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Gout A A Christophe amp J Morgan (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Prosoacutedia 11

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A study based on speech resynthesis JASA 105 512-521

Ramus F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition 73 265-292

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp J SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (eds) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

12 Soacutenia Frota

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

43 CONSIDERACcedilOtildeES SOBRE O PROGRAMA E A BIBLIOGRAFIA O programa encontra-se organizado em seis moacutedulos O primeiro constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes

Os moacutedulos dois trecircs e quatro satildeo respectivamente dedicados aos constituintes prosoacutedicos ao ritmo e agrave melodia Apesar de formarem moacutedulos autoacutenomos esta apresentaccedilatildeo sequencial favorece a compreensatildeo da organizaccedilatildeo sonora da linguagem como uma estruturaccedilatildeo em constituintes que se manifesta em diversos domiacutenios da mateacuteria sonora desde os fenoacutemenos de sacircndi agraves relaccedilotildees de proeminecircncia e fenoacutemenos riacutetmicos e agrave distribuiccedilatildeo dos eventos tonais que compotildeem as melodias A estrutura interna de cada um dos trecircs moacutedulos parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio e da aplicaccedilatildeo de instrumentos elementares de anaacutelise prosoacutedica para a problematizaccedilatildeo de questotildees especiacuteficas e a exploraccedilatildeo de potenciais caminhos para a construccedilatildeo de respostas aos problemas e hipoacuteteses levantados Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial

Os dois uacuteltimos moacutedulos do programa tambeacutem autoacutenomos entre si pressupotildeem todavia os conhecimentos e competecircncias anteriormente adquiridos Nestes dois moacutedulos constituecircncia prosoacutedica ritmo e entoaccedilatildeo satildeo trabalhados na perspectiva do processamento da liacutengua (moacutedulo 5) e da aquisiccedilatildeo da liacutengua (moacutedulo 6) No primeiro caso salienta-se o papel da prosoacutedia no processamento lexical e sintaacutectico No segundo caso realccedila-se o contributo da prosoacutedia para a aquisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo do proacuteprio desenvolvimento prosoacutedico Aqui como anteriormente faz-se especial referecircncia a estudos sobre o Portuguecircs

Prosoacutedia 13

Atravessa todo o programa uma forte componente experimental pois pretende-se de acordo com os objectivos do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 33) uma compreensatildeo activa do componente prosoacutedico da linguagem atraveacutes do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de estudo da prosoacutedia e da sua aplicaccedilatildeo em pequenos projectos de investigaccedilatildeo A bibliografia geral apresentada obedece a trecircs criteacuterios fundamentais acompanhando as linhas de organizaccedilatildeo do programa acima descritas (i) a inclusatildeo de bibliografia de niacutevel introdutoacuterio e de niacutevel intermeacutedio e avanccedilado (ii) a selecccedilatildeo de textos que privilegiam a caracterizaccedilatildeo prosoacutedica do Portuguecircs no quadro da comparaccedilatildeo entre liacutenguas juntamente com textos sobre liacutenguas diversas em ambos os casos fazendo recurso a um quadro teoacuterico homogeacuteneo e utilizando metodologias experimentais (iii) a acessibilidade dos textos especialmente atraveacutes de recursos bibliograacuteficos on-line A bibliografia geral eacute disponibilizada no ano anterior ao do funcionamento do seminaacuterio juntamente com o programa No decurso do funcionamento do seminaacuterio para cada moacutedulo do programa satildeo indicadas referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Estas referecircncias na sua maior parte constam da bibliografia geral inicialmente disponibilizada Todavia podem surgir novos textos a indicar ao longo do seminaacuterio que pelo seu caraacutecter extremamente especiacutefico orientado para determinada mateacuteria ou por terem sido recentemente produzidospublicados ou por corresponderem a interesses particulares de alunos natildeo foram incluiacutedos na bibliografia geral Entenda-se pois a bibliografia como um espaccedilo com abertura e flexibilidade ajustaacutevel a necessidades conjunturais No final do seminaacuterio eacute fornecida aos alunos uma bibliografia alargada (em Anexo) 44 PLANIFICACcedilAtildeO DAS MATEacuteRIAS A distribuiccedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos por horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio segue o seguinte plano Conteuacutedos Horas

lectivas1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes

prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica

3

14 Soacutenia Frota

12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis

6

3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

9

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

9

5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

6

6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico

7~9

Conferecircncias (moacutedulos 2 a 6) 3~5 Total de horas lectivas 45

As horas lectivas atribuiacutedas a cada moacutedulo variam em 6 a 9 (isto eacute 2 a 3 sessotildees de 3 horas cada) agrave excepccedilatildeo do primeiro moacutedulo de introduccedilatildeo geral ao seminaacuterio As horas efectivas atribuiacutedas ao moacutedulo seis dependem da integraccedilatildeo no programa de duas ou trecircs conferecircncias na aacuterea de especialidade do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 32 e introduccedilatildeo agrave secccedilatildeo 4) Estas conferecircncias podem contribuir para qualquer um dos moacutedulos dois a seis do programa Excepto no caso das conferecircncias e dos ajustes de horaacuterio que elas possam implicar as horas lectivas satildeo organizadas em sessotildees de 3 horas ao longo do semestre

Prosoacutedia 15

5 OS MEacuteTODOS DE ENSINO 51 METODOLOGIAS E RECURSOS Em conformidade com os objectivos do seminaacuterio explicitados na secccedilatildeo 33 o ensino articula a apresentaccedilatildeo de conteuacutedos e sua problematizaccedilatildeo e discussatildeo com a exemplificaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas experimentais de estudo da prosoacutedia e o exerciacutecio da sua aplicaccedilatildeo As sessotildees do seminaacuterio funcionam assim combinando os formatos de conferecircncia (exposiccedilatildeo problematizaccedilatildeo discussatildeo) e de workshop (propostas exemplificaccedilatildeo exerciacutecios aplicaccedilatildeo a novos casos discussatildeo) Os conteuacutedos de cada moacutedulo satildeo perspectivados como o resultado de questotildees de investigaccedilatildeo e discutidos como despoletadores de novas questotildees Assim os alunos satildeo conduzidos a assumir as perspectivas do investigador ndash como aquele que coloca as questotildees e traccedila um percurso experimental na busca das respostas ndash e do utilizador do conhecimento cientiacutefico o profissional que no desempenho da sua actividade necessita de conhecimento especializado e do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de anaacutelise produtoras de informaccedilatildeo especiacutefica Esta abordagem visa promover o desenvolvimento das competecircncias necessaacuterias agrave produccedilatildeo de investigaccedilatildeo autoacutenoma na aacuterea da prosoacutedia eou agrave praacutetica de actividades que exigem conhecimentos especializados nesta aacuterea A concretizaccedilatildeo das formas de ensino que acabei de expor exige a disponibilizaccedilatildeo de recursos vaacuterios particularmente nos domiacutenios do suporte informaacutetico e laboratorial Todas as sessotildees do seminaacuterio implicam a utilizaccedilatildeo de equipamento multimeacutedia ndash computador projector viacutedeo sistema de som ndash exigindo uma sala preparada para este efeito Programas de anaacutelise e siacutentese de fala bem como de apresentaccedilatildeo de estiacutemulos para tarefas de percepccedilatildeo satildeo utilizados tanto na exemplificaccedilatildeo de casos de estudo como nos exerciacutecios realizados Destacam-se em particular os seguintes programas Praat desenvolvido por Paul Boersma e David Weenink (Institute of Phonetic Sciences University of Amsterdam) e de distribuiccedilatildeo gratuita (httpwwwpraatorg) SpeechStation2 da Sensimetrics (httpwwwsenscom) existente no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab SuperLab Pro da Cedrus (httpwwwsuperlabcom) tambeacutem disponiacutevel no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab Habit (httphabitcmbucdavisedu) de

16 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo gratuita Satildeo ainda recursos utilizados os sistemas de anotaccedilatildeo prosoacutedica ToBI adaptados a diferentes liacutenguas httpwwwlingohio-stateedu~tobiame_tobi httpprosodia upfeducat_tobien httpwwwfl ulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm O suporte laboratorial do seminaacuterio eacute garantido pelo Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tendo os alunos acesso a todos os equipamentos disponiacuteveis bem como a corpora e bases de dados e beneficiando da orientaccedilatildeo praacutetica de doutorandos e bolseiros de investigaccedilatildeo associados ao laboratoacuterio 52 AVALIACcedilAtildeO De acordo com o Regulamento de Estudos poacutes-graduados da UL (httpwwwflulptlexregulamento_pgpdf ) a avaliaccedilatildeo do seminaacuterio eacute expressa no no intervalo de 10 a 20 valores da escala inteira de 0 a 20 Os alunos podem optar por um de dois modelos de trabalho final de seminaacuterio (i) a realizaccedilatildeo de um trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio (estudo piloto) ou (ii) a apreciaccedilatildeo criacutetica de um artigo sobre um estudo experimental Os alunos que pretendem concluir o ciclo de estudos com a elaboraccedilatildeo de uma dissertaccedilatildeo de natureza cientiacutefica ou de um trabalho de projecto original satildeo incentivados a optar pelo modelo (i) O modelo (ii) eacute direccionado para alunos que pretendem realizar um estaacutegio de natureza profissional e respectivo relatoacuterio (ver Normas regulamentares do mestrado Linguiacutestica httpwwwflulpt dlgrptensinociclo2programas0_Mestr_Ling_Regulamentodoc) O tema do trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio poderaacute ser escolhido entre os temas de trabalho apresentados pela docente ao longo do semestre ou proposto pelo aluno Para a escolha do tema satildeo ponderados o seu interesse para o projecto de investigaccedilatildeo pessoal do aluno a exequibilidade do trabalho no tempo disponiacutevel (habitualmente cerca de 5 semanas) os recursos e o apoio necessaacuterios agrave execuccedilatildeo do trabalho O trabalho deve ser individual original e especialmente realizado para o seminaacuterio podendo todavia integrar um projecto de investigaccedilatildeo pessoal jaacute em curso especialmente no caso dos estudantes de doutoramento A orientaccedilatildeo do trabalho cabe agrave docente do seminaacuterio podendo membros da equipa do Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tambeacutem sob sua orientaccedilatildeo apoiar o aluno na realizaccedilatildeo do trabalho

Prosoacutedia 17

Dada a sua natureza de estudo piloto o trabalho deve explorar uma abordagem experimental do tema escolhido com uma recolha de dados de dimensatildeo pequena mas suficiente para problematizar o sucesso da abordagem utilizada e abrir caminhos de investigaccedilatildeo futura Numa fase intermeacutedia da realizaccedilatildeo do trabalho este eacute apresentado e discutido oralmente O formato final do trabalho eacute o formato de um artigo com o nuacutemero maacuteximo de 15 paacuteginas A avaliaccedilatildeo do trabalho eacute feita com base nos seguintes paracircmetros enquadramento do tema na literatura da especialidade meacuterito da abordagem experimental escolhida domiacutenio dos meacutetodos e teacutecnicas experimentais capacidade de analisar os dados e extrair implicaccedilotildees dos resultados dessa anaacutelise No que respeita ao modelo (ii) o artigo a apreciar eacute escolhido a partir de uma lista apresentada pela docente O formato final da apreciaccedilatildeo criacutetica eacute o de um parecer com o nuacutemero maacuteximo de 8 paacuteginas Da apreciaccedilatildeo criacutetica a elaborar pelo aluno devem constar um resumo do artigo a discussatildeo da sua relevacircncia face ao enquadramento na literatura em que se situa a pertinecircncia das questotildees de investigaccedilatildeo que examina a propriedade da metodologia utilizada para esse efeito e a importacircncia dos resultados obtidos e suas implicaccedilotildees para estudos posteriores A avaliaccedilatildeo do seminaacuterio corresponde agrave avaliaccedilatildeo obtida no trabalho final 6 OS CONTEUacuteDOS E SEU DESENVOLVIMENTO

Nenhum vento sopra a favor

de quem natildeo sabe para onde ir

Seacuteneca

Things should be made as simple

as possible

but not any simpler

Albert Einstein

Para cada moacutedulo do programa do seminaacuterio de Prosoacutedia apresenta-se um sumaacuterio das mateacuterias abordadas indicam-se potenciais linhas de investigaccedilatildeo e listam-se referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Como referido anteriormente (secccedilatildeo 43) a estrutura interna de cada moacutedulo parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio para a problematizaccedilatildeo de questotildees particulares de investigaccedilatildeo Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs

18 Soacutenia Frota

(variedade standard falada na regiatildeo de Lisboa) num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial 61 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

O primeiro moacutedulo do programa constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia

em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes O papel desempenhado pela estrutura prosoacutedica enquanto elemento organizador das sequecircncias de fala encontra-se bem estabelecido na literatura A estrutura prosoacutedica agrupa fragmentos da cadeia falada em constituintes prosoacutedicos hierarquicamente organizados delimitados por fronteiras e caracterizados por proeminecircncias de diferentes niacuteveis (Figura 1)

Figura 1 Exemplificaccedilatildeo de estrutura prosoacutedica da siacutelaba ao sintagma entoacional Os constituintes prosoacutedicos satildeo marcados por constelaccedilotildees de propriedades que constituem a maior fonte de evidecircncia empiacuterica para a estrutura prosoacutedica Entre

Prosoacutedia 19

estas propriedades contam-se os fenoacutemenos que mostram que a realizaccedilatildeo de segmentos (ou de tons no caso de liacutenguas tonais) eacute afectada pela estrutura prosoacutedica fenoacutemenos de sacircndi (1a) fenoacutemenos de reforccedilo inicial de constituinte (1b) ou de alongamento final de constituinte (Figura 2) Tambeacutem os fenoacutemenos riacutetmicos satildeo sensiacuteveis agrave estrutura prosoacutedica por exemplo a forma como situaccedilotildees de antagonismo acentual motivadas pela proximidade de duas siacutelabas proeminentes satildeo resolvidas (ou natildeo) depende da organizaccedilatildeo prosoacutedica das duas siacutelabas num mesmo constituinte ou em constituintes diferentes (2) Tanto a realizaccedilatildeo dos eventos tonais que fazem a entoaccedilatildeo de uma sequecircncia de fala como a sua distribuiccedilatildeo reflectem a estrutura prosoacutedica por exemplo a altura relativa de um tom depende da sua realizaccedilatildeo dentro de um mesmo constituinte dos tons precedentes ou como o tom inicial de um novo constituinte prosoacutedico (3) e certos padrotildees de ocorrecircncia de eventos tonais satildeo indicadores do tipo de estrutura prosoacutedica da sequecircncia de fala a que se associam (4) (1) a [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[z] [ccedil S] jornalista[S] ]I b [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[S] ]IP [ [awS] jornalista[S] ]I

Figura 2 Alongamento final em fronteira de sintagma

b

40

45

50

55

60

σ

MV SF CF

Speakers

Test-word 1A

_ ]φ

_ ] Ι

fonoloacutegico e sintagma entoacional na palavra progressiva Duraccedilatildeo meacutedia da siacutelaba toacutenica e poacutes-toacutenica em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo da palavra para 3 informantes (Frota 2000 p192)

(2) a [thirteen men] φ Tennessee]φ won

20 Soacutenia Frota

(3) o

o

o o

o ]

) uma grande subida dos preccedilos

gt [uma grande subida]φ [dos preccedilos]φ

A implementaccedilatildeo de propriedades riacutetmicas e meloacutedicas mostra que a

[ ] [ H H H H H (4 T T T T T T T gt [uma grande subida dos preccedilos]φ estrutura prosoacutedica tem um papel relevante para a organizaccedilatildeo riacutetmica e entoacional das liacutenguas A estrutura prosoacutedica estabelece a cadeia de proeminecircncias e as fronteiras disponiacuteveis como pontos de associaccedilatildeo de eventos tonais Os eventos tonais de tipo culminativo ou acentual (acentos tonais) ligam-se a elementos da cadeia de proeminecircncias designadamente a cabeccedilas dos constituintes prosoacutedicos contribuindo para a realizaccedilatildeo dessas proeminecircncias Os eventos tonais de tipo demarcativo ou de fronteira ligam-se agraves margens dos constituintes prosoacutedicos (Figura 3) A estrutura entoacional relaciona-se assim com a organizaccedilatildeo em constituintes prosoacutedicos

Figura 3 Estrutura prosoacutedica e eventos tonais

Prosoacutedia 21

As propriedades que assinalam a estrutura prosoacutedica satildeo usadas no

ibliografia especiacutefica

processamento lexical na desambiguaccedilatildeo sintaacutectica (ver moacutedulo 5) ou na identificaccedilatildeo de unidades morfossintaacutecticas e de unidades fonoloacutegicas no processo de aquisiccedilatildeo da liacutengua (ver moacutedulo 6) B

and focus in European Portuguese Phonological phrasing

Ladd D

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS

CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS tuguecircs

ica e niacuteveis

O moacutedulo dois do programa eacute dedicado ao estudo de constituintes

constituintes (5b)

rota S (2000) ProsodyF

and intonation New York Garland Publishing Chap 1 Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma

entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076 R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Chap 1-2 Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition

2007 Mouton) Chap 1-2 6 221 Domiacutenios prosoacutedicos no Por22 Sobre a natureza da estrutura prosoacuted23 Como definir um domiacutenio constituintes prosoacutedicos Satildeo particularmente considerados os constituintes acima da palavra dada a sua relevacircncia para os fenoacutemenos riacutetmicos e entoacionais e a liacutengua em anaacutelise para este estudo de constituintes prosoacutedicos eacute o Portuguecircs Europeu Partindo da abordagem da fonologia prosoacutedica em que os constituintesprosoacutedicos resultam da aplicaccedilatildeo de mecanismos de interface entre morfossintaxe e fonologia modulada por restriccedilotildees de natureza puramente fonoloacutegica eacute apresentada a construccedilatildeo dos constituintes sintagma fonoloacutegico (φ e sintagma entoacional (I) em diversas liacutenguas Esta construccedilatildeo eacute reveladora dos dois grandes princiacutepios de organizaccedilatildeo prosoacutedica das sequecircncias de fala o princiacutepio demarcativo que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as margens de constituintes (5a) e o princiacutepio do agrupamento que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as relaccedilotildees existentes entre

22 Soacutenia Frota

(5) a Alinhame

margens de umnto entre as margens de um dado constituinte sintaacutectico e as

dado constituinte prosoacutedico

ini Direita XP

constituintes adjacentes ompl odifi

eza fonoloacutegica que operam sobre os onstituintes prosoacutedicos dizem respeito aos factores tamanho peso balanccedilo e s)sim

(Ghini 1993) Direita XP ( ω ω ω ω ω ) φ

ω )φ

φ (

eg sintagma fonoloacutegico Japonecircs Esquerda XP Chi Mw

b Relaccedilatildeo entre cabeccedilas e(cabeccedilac emento cabeccedilam cador etc)

eg sintagma fonoloacutegico Papago Chichewa Wrap XP

Tipicamente as restriccedilotildees de naturc(a etria como ilustrado em (6) (6) Sintagma fonoloacutegico Italiano

( ω ω )φ ( ω )φ ( ω )φ ( )φ ( ( ω ω ω ω ω )φ ( ω ω )φ ( ω ω ω )φ

φ ( lowast( ω ω ) ω ω ) ω ) φ )

lowast( ω ω ω φ

)φ (

(

( ω ω ) φ lowast( ω ω ω ω )φ ( ω )φ

lowast( ω )φ ( ω )φ ( ω ω )φ ω ) φ

oloacutegico e do sintagm entoacional no Portuguecircs Europeu e satildeo descritas as propriedades foneacutetic

e uma cabeccedila lexical agrupando a cabeccedila e todos os elemen

Neste quadro eacute estudada a formaccedilatildeo do sintagma fona

as e fonoloacutegicas que assinalam estes constituintes Para ambos os constituintes mostra-se a relevacircncia do princiacutepio de agrupamento e o efeito de restriccedilotildees fonoloacutegicas

A formaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico no PE refere o domiacutenio sintaacutectico da projecccedilatildeo maacutexima d

tos no seu lado natildeo recursivo num mesmo φ Este φ pode ainda conter um constituinte sintaacutectico seguinte pertencente ao mesmo domiacutenio se este constituinte natildeo tiver condiccedilotildees para formar um φ por si soacute Tais condiccedilotildees satildeo fonologicamente determinadas por uma restriccedilatildeo de tamanho miacutenimo segundo a qual um φ deveraacute conter mais material do que uma palavra prosoacutedica O elemento mais proeminente de φ eacute a sua uacuteltima palavra prosoacutedica ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita do constituinte como na generalidade das

Prosoacutedia 23

liacutenguas com a ordem sintaacutectica cabeccedila-complemento A demonstraccedilatildeo empiacuterica desta anaacutelise assenta em evidecircncias duracionais ligadas a fenoacutemenos riacutetmicos (Figura 4) em evidecircncias segmentais resultantes da (natildeo)aplicaccedilatildeo de sacircndi vocaacutelico tambeacutem devido a restriccedilotildees riacutetmicas (7) e em evidecircncias entoacionais de distribuiccedilatildeo de acentos tonais (ver (4) acima)

Figura 4 O sintagma fonoloacutegico e o alongamento da 1ordf de duas siacutelabas toacutenicas adjacentes numa situaccedilatildeo de antagonismo acentual dentro de um mesmo φ [ ]

(7) Vog de φ a

negrito ais afectadas a sublinhado siacutelaba toacutenica em maiacutesculas cabeccedila

[ o danccedilaRIno ] φ [ Ama ] φ [ a bailarina russa ] φ danccedilarinama (ltdanccedilarino+ama)

[ o bailaRIno ] φ [ ANda SEMpre ] φ [ de limusine preta ] φ

emarcativo no mapeamento quer

leccionando a margem direita quer seleccionando a margem esquerda (ver respect

okbailarinanda (ltbailarino+anda)

A aplicaccedilatildeo do princiacutepio dse

ivamente (8a) e (8b) ) resulta numa estrutura prosoacutedica que natildeo permite dar conta das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas acima descritas1 Na 1 Importa notar que em linha com o observado para outras liacutenguas romacircnicas as cabeccedilas lexicais apenas contam como cabeccedilas prosoacutedicas quando na sua posiccedilatildeo natildeo marcada (no caso do adjectivo quando no lado recursivo ndash ver Nespor amp Vogel 1986)

24 Soacutenia Frota

ilustraccedilatildeo em (8) a organizaccedilatildeo prosoacutedica natildeo marcada corresponde a (8a) em i e a (8b) em ii ou seja corresponde a um padratildeo de agrupamento de N e A separadamente de PP

(8) [ N [ A ]AP PP ]NP ii [ A N PP ]NP

)

A formaccedilatildeo do sintagma entoacional (I) no PE refere o domiacutenio de uma

ccedilatildeo em Is no PE dispotildee de forte evidecircncia empiacuterica Vaacuterios noacuteme

interpretaccedilotildees (ateacute ao nono ano como modificador de alunas ou como

i (a) ( )φ ( )φ ( φ

) (b) ( )φ( φ ( )φ ( )φ( )φ

frase raiz distinguindo todas as expressotildees natildeo estruturalmente a ela ligadas como expressotildees parenteacuteticas toacutepicos ou outros suplementos2 Estas uacuteltimas formam Is independentes enquanto todos os φs no domiacutenio da frase raiz satildeo agrupados num mesmo I Decorre deste mapeamento que os constituintes presentes num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador Os sintagmas entoacionais satildeo sujeitos a condiccedilotildees fonoloacutegicas que interagem com os mecanismos de mapeamento produzindo a organizaccedilatildeo prosoacutedica em Is de uma sequecircncia de fala Estas condiccedilotildees regulam o peso dos Is constituintes longos tendem a ser divididos prefere-se constituintes balanceados ou o constituinte mais longo agrave direita O elemento mais proeminente de I eacute o seu uacuteltimo φ ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita A organizafe nos de sacircndi aplicam-se no domiacutenio de I (veja-se (1) acima e tambeacutem (9) Este eacute o domiacutenio do alongamento final preacute-fronteira (jaacute ilustrado na Figura 2) e tambeacutem do locus de ocorrecircncia de pausa O sintagma entoacional tem ainda uma definiccedilatildeo meloacutedica precisa ele constitui o domiacutenio da melodia miacutenima dado que apenas a cabeccedila de I requere obrigatoriamente um acento tonal e apenas a fronteira direita de I eacute obrigatoriamente marcada por um tom de fronteira Na Figura 5 ilustra-se o contraste entre [as alunas] produzido como um φ ou como um I evidenciado pela realizaccedilatildeo da fricativa e pela curva meloacutedica e correspondendo a diferentes estruturas sintaacutecticas com diferentes

expressatildeo adverbial temporal caracterizadora de toda a acccedilatildeo)

2 Dependendo da abordagem sintaacutectica seguida o domiacutenio para a formaccedilatildeo de I tem sido identificado como Extended Projection of VP ou como Comma Phrase (veja-se por exemplo Elordieta et al 2005 ou Selkirk 2005) Segue-se no seminaacuterio a abordagem mais claacutessica sem entrar na discussatildeo da anaacutelise sintaacutectica das diferentes estruturas

Prosoacutedia 25

(9) a [ a[z] aluna[z] obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

b [ a[z] aluna[S] ]I [ ateacute onde pensamo[S] e sabemo[S] ]I [ obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

ento em Is eacute document licaacutevel pela referecircncia do constituinte mais longo agrave direita

I I

rie s acional no

E

Figura 5 Evidecircncias segmentais e entoacionais para I

O papel das restriccedilotildees fonoloacutegicas na determinaccedilatildeo do fraseamado em (10) note-se o contraste entre (a) e (b) exp

p (10) a [ O galatilde andava de porsche ]I

a [ O galatilde ]I [ andava de porsche ]I a [ O galatilde andava ] [ de porsche ]

b [ O poeta cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I b [ O poeta ] [ cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I Ib [ O poeta cantou ]I [ uma manhatilde angelical perturbadora ]I

O Quadro 1 (extraiacutedo de Frota no prelo) sintetiza as prop dade

foneacuteticas e fonoloacutegicas do sintagma fonoloacutegico e do sintagma entoP

26 Soacutenia Frota

rties Segmental Durational Tonal Prominence

Quadro 1 Estrutura prosoacutedica do PE propriedades de φ e I (Frota no prelo)

PropePhP NO NO NO Rightmost (default)

el

PhP heads constrain the output of vowsandhi

stress Domain forstrengthening

IP Domain for many segmental processes Domain for

oclitics

Final lengthening IP-edge Locus of

Domain for pitch accent distribution IP heads require a

lt)

resyllabification Left edge reducedforms of prare highly disfavoured

pauses pitch accent Right edge requires boundary tone Left edge optionally marked

Rightmost (defauFocus prominence (not positional)

co

Os ca em

constituintes entoacionais podem ser implementados diferentemente nas

Figura 6 Organizaccedilatildeo prosoacutedica em constituintes entoacionais variaccedilatildeo entre liacutenguasvariedades Tamanho (curtolongo) e

mplexidade (natildeo ramificado ramificaccedilatildeo simples ramificaccedilatildeodupla)

muacuteltiplos factores que regulam a organizaccedilatildeo prosoacutedi

Prosoacutedia 27

gramaacuteticas fonoloacutegicas das liacutenguas mesmo no caso de liacutenguas proacuteximas ou ateacute de va

tura prosoacutedica permanecem todavia

da combinaccedilatildeo de restriccedilotildees fonoloacutegicas com mecanismos

te da estrutura morfossintaacutectica eacute pouco profunda

riedades da mesma liacutengua Esta diversidade eacute ilustrada pelo comportamento do Castelhano Catalatildeo Italiano Portuguecircs Europeu do Norte (Braga) e Portuguecircs Europeu de Lisboa no que respeita agrave divisatildeo de uma frase SVO em dois constituintes (S) (VO) face a factores como o tamanho em siacutelabas e a complexidade sintaacutectica e prosoacutedica (Figura 6)

O quadro de anaacutelise em constituintes prosoacutedicos atraacutes exposto tem dado resultados profiacutecuos para o conhecimento da estrutura prosoacutedica das liacutenguas Duas questotildees essenciais sobre a natureza da estru

em aberto existem diferentes tipos de estrutura prosoacutedica ou uma uacutenica estrutura que governa fenoacutemenos tatildeo variados como os referidos acima como eacute definido um constituinte prosoacutedico (existe equivalecircncia entre constituintes e niacuteveis na estrutura) A primeira questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo das diferentes abordagens da estrutura prosoacutedica que tecircm sido propostas na literatura designadamente uma estrutura que resulta de interface entre a fonologia e outros componentes da gramaacutetica (a linha dominante no acircmbito da fonologia prosoacutedica) ou uma estrutura que eacute definida exclusivamente com base em fenoacutemenos de entoaccedilatildeo ou de proeminecircncia e cujos constituintes resultam apenas das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas que os caracterizam (abordagem comum no acircmbito dos estudos entoacionais) A resposta para esta questatildeo eacute fundamentalmente empiacuterica e passa pela aplicaccedilatildeo de paradigmas experimentais em que os diferentes factores satildeo controlados e testados e em que mais do que um tipo de propriedade marcadora da estrutura prosoacutedica eacute examinado A segunda questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo da ausecircncia de recursividade na estrutura prosoacutedica Na maioria das abordagens a estrutura prosoacutedica diferentemenTodavia algumas formas limitadas de recursividade tem sido propostas fazendo com que natildeo exista uma correspondecircncia directa entre niacuteveis de constituecircncia prosoacutedica e niacuteveis de fraseamento prosoacutedico Dado que as pistas para a organizaccedilatildeo prosoacutedica tendem a assinalar diferenccedilas entre niacuteveis a definiccedilatildeo dos constituintes prosoacutedicos resulta menos clara Mais uma vez a resposta exige trabalho experimental direccionado para a procura de diferenccedilas de tipo (apontando para categorias prosoacutedicas distintas) versus diferenccedilas de

28 Soacutenia Frota

grau (apontando para formas de organizaccedilatildeo prosoacutedica de instacircncias de uma mesma categoria) No que especificamente respeita ao PE eacute crucial estudar-se a organizaccedilatildeo prosoacutedica em outras variedades para aleacutem da variedade standard e verificar ateacute que ponto as propriedades caracterizadoras dos sintagmas fonoloacutegico e entoacional (Quadro 1 acima) tecircm caraacutecter geral na liacutengua O caso do sintagma fonoloacutegico eacute especialmente relevante dada a ausecircncia de evidecircncias segmentais duracionais e tonais proacuteprias que assim caracterizam a manifestaccedilatildeo subtil deste constituinte no PE quando comparada com outras liacutenguas (eg Nespor amp Vogel 1986 Hayes amp Lahiri 1991 Ghini 1993 entre outros) Bibliografia especiacutefica DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational

dic and syntactic structure In S Frota J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series

Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Frota S

Ghini osal Toronto Working Papers in

Hayes

Phrasing in Romance The role of prosoM Vigaacuterio amp M

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143 (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Caps 2-3

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291 M (1993) φ-formation in Italian a new propLinguistics 122 41ndash79

B amp A Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Inkelas S amp D Zec (1995) Syntax-phonology Interface In JA Goldsmith (ed) The Handbook of Phonological Theory Cambridge Mass Blackwell 535-549

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Prosoacutedia 29

63 RITMO 3 RITMO 1 Noccedilotildees de ritmo

es abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia iacutetmico classes ou contiacutenuo

ar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs loraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

dedicado ao estudo do ritmo Satildeo ritmo na menos e

332 Diferent3 Espaccedilo r3

34 Analis35 Correlaccedilotildees e exp O moacutedulo trecircs do programa eacute apresentadas diferentes noccedilotildees de ritmo sublinhando-se o lugar doorganizaccedilatildeo prosoacutedica das liacutenguas e o conjunto variado de fenoacutepropriedades que podem contribuir para a sensaccedilatildeo de ritmo Trabalham-se estudos de produccedilatildeo e percepccedilatildeo do ritmo no Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas Como vimos no moacutedulo 1 a estrutura prosoacutedica define uma cadeia de proeminecircncias ao mesmo tempo que os domiacutenios prosoacutedicos regulam a aplicaccedilatildeo de fenoacutemenos riacutetmicos Uma noccedilatildeo possiacutevel de ritmo eacute a estruturaccedilatildeo das proeminecircncias em sequecircncias de fala Para esta estruturaccedilatildeo contribuem as cabeccedilas dos diferentes constituintes prosoacutedicos (Figura 1) desde a siacutelaba toacutenica da cada palavra prosoacutedica ateacute agrave cabeccedila do sintagma entoacional bem como as suas propriedades de implementaccedilatildeo foneacutetica (duraccedilatildeo intensidade movimentos de F0 devidos agrave presenccedila de acentos tonais) Contribuem ainda os fenoacutemenos riacutetmicos que tendem a implementar uma certa alternacircncia entre posiccedilotildees fortes e fracas como os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de antagonismo acentual (ver (2) e Figura 1 acima) ou os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de intervalos de sequecircncias aacutetonas (11) Contribuem tambeacutem os fenoacutemenos de reforccedilo que visam garantir a proeminecircncia das cabeccedilas face agraves natildeo cabeccedilas como a colocaccedilatildeo do constituinte mais pesado no limite direito do sintagma fonoloacutegico ou do sintagma entoacional (12) ou a existecircncia de restriccedilotildees de peso na diferenciaccedilatildeo entre siacutelaba toacutenica e siacutelabas aacutetonas (mesmo em liacutenguas em que o peso silaacutebico natildeo constitui um factor relevante para a o acento ndash 13) Para fenoacutemenos deste tipo o domiacutenio prosoacutedico maacuteximo eacute o sintagma entoacional (I) pois tanto antagonismos como intervalos de sequecircncias aacutetonas natildeo satildeo resolvidos se quebrados por fronteiras de I

30 Soacutenia Frota

(11)

ann on ce I

2) ca] φ ] φ

3) Siacutelaba toacutenica em maiuacutesculas siacutelaba pesada a negrito

u peso relativos de um dad equecircncia estatildeo propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas

onstitui uma pista acuacutestica importante para o acento de alavra (Figura 7) bem como para a proeminecircncia de I A sonoridade dos gmen

[Gi i n lo da] (1 a [Maximiliano Ze b [Zeca Maximiliano (1

a canCcedilAtildeO OacuteRfatildeo b CRIacuteticatildeo Entre os factores que contam para a proeminecircncia o

o elemento numa sNo PE a duraccedilatildeo cpse tos definida por paracircmetros articulatoacuterios e acuacutesticos contribui para o peso (14) tal como a posiccedilatildeo relativa da cabeccedila na sequecircncia (15a) ou o tamanho e complexidade fonoloacutegicas dos elementos combinados (15b)

Figura 7 Duraccedilotildees da siacutelaba e acento

Prosoacutedia 31

(14) a ping pong vb tic tac vs tac tic

iluacute e Steacutefano com se e disseram [aacutegua-peacute] vs

O Joatildeo comprou segundo me disseram [aacutegua]

ritmo nas liacutenguas eacute com base em unidades

oacutecronas A abordagem tradicional do ritmo assenta na ideia de isocronia e

onoloacutegicos Esta abordagem deu origem a uma nova

s pong ping (15) a Steacutefano e Mariluacute vs Mar b O Joatildeo prou gundo m Uma outra noccedilatildeo importante para a caracterizaccedilatildeo doa isocronia isto eacute a sensaccedilatildeo de que o ritmo se constroacutei ispropotildee trecircs classes riacutetmicas em funccedilatildeo do tipo de isocronia ritmo silaacutebico com base na isocronia silaacutebica (de que seria exemplo o Italiano) ritmo acentual com base na isocronia entre intervalos acentuais (de que seria exemplo o Inglecircs) ritmo moraico com base na isocronia entre moras (de que seria exemplo o Japonecircs) A proposta inicial de classes riacutetmicas parte da intuiccedilatildeo linguiacutestica dando origem a deacutecadas de estudos foneacuteticos Todavia a existecircncia efectiva de unidades isoacutecronas realizadas foneticamente ficou por demonstrar Numa outra linha de estudos mostrou-se com sucesso que liacutenguas atribuiacutedas a diferentes classes satildeo distinguidas perceptivamente enquanto que liacutenguas atribuiacutedas a uma mesma classe natildeo o satildeo A visatildeo de que as sensaccedilotildees de ritmo captadas perceptivamente resultam de combinaccedilotildees de propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas tem sido dominante nos estudos flinha de estudos foneacutetico-fonoloacutegicos em que correlatos acuacutesticos para propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas satildeo procurados no sinal de fala Dos trecircs grandes tipos de propriedades inicialmente propostos por Dauer (1983 1987) ndash estrutura silaacutebica reduccedilatildeo vocaacutelica relaccedilatildeo entre entoaccedilatildeo e proeminecircncia ndash os dois primeiros tecircm merecido particular atenccedilatildeo A correlaccedilatildeo estabelecida entre estas propriedades e as classes riacutetmicas eacute apresentada em (16) (16) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica + -

Acentual Silaacutebico Moraico b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - Acentual Silaacutebico Moraico

32 Soacutenia Frota

A busca de correlatos acuacutesticos para estas propriedades que possam r para a explicaccedilatildeo dos resu ados p rceptivos de diferenciaccedilatildeo riacutetmica

diferentes

Variabilidade de iC - + Proporccedilatildeo de iV -

V

ritm a o no acirc deste enquadramento d ional baseada na isocronia o

ortuguecircs do Brasil (PB) tem sido referenciado como possuindo um ritmo

contribui lt etem dado origem a muacuteltiplas medidas do ritmo com sucessos(criticamente revistas em Arvaniti 2009) Todas elas partem da duraccedilatildeo de intervalos vocaacutelicos (iV) e consonacircnticos (iC) e medem variabilidade destes intervalos num dado domiacutenio ou a proporccedilatildeo destes num dado domiacutenio Se parece ser claro que pelo menos algumas destas medidas efectivamente captam diferenccedilas riacutetmicas tambeacutem parece ser claro que o espaccedilo riacutetmico que definem nem sempre caracteriza classes riacutetmicas diferenciadas sugerindo por vezes um contiacutenuo riacutetmico Veja-se a correlaccedilatildeo entre estas medidas e as propriedades em (16) acima (17) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica +

+ -

b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - + Variabilidade de i - O o do Portuguecircs eacute aqui analis d mbito foneacutetico-fonoloacutegico Na abordagem tra icPacentual um ritmo silaacutebico ou um ritmo misto dependendo dos autores e dos criteacuterios considerados Jaacute o PE tem sido caracterizado como tendo um ritmo acentual A abordagem que busca a razatildeo de ser das sensaccedilotildees de ritmo nas propriedades presentes na liacutengua e procura correlatos acuacutesticos para essas propriedades conduz a resultados diversos Uma vez controladas as diferenccedilas de velocidade de fala os ritmos das duas variedades apresentam-se acusticamente distintos de acordo com as medidas de variabilidade de iC e de proporccedilatildeo de iV3 o ritmo do PE define-se como misto entre acentual e silaacutebico agrupando-se numa dimensatildeo com o Inglecircs ou o Neerlandecircs e noutra com o Italiano ou o Castelhano o ritmo do PB define-se como misto entre silaacutebico e moraico (Figura 8) Estes resultados satildeo congruentes com as propriedades

3 A variabilidade de iV tal como noutros estudos para vaacuterias liacutenguas natildeo proporciona resultados robustos (eg Arvaniti 2009)

Prosoacutedia 33

foneacutetico-fonoloacutegicas das duas variedades Considerando uma mesma estrutura silaacutebica fonoloacutegica no PE assiste-se ao apagamento de vogais aacutetonas originando sequecircncias de consonantes enquanto no PB ocorrem fenoacutemenos de simplificaccedilatildeo silaacutebica como a epecircntese ou o apagamento da consoante em coda no existe reduccedilatildeo vocaacutelica generalizada enquanto no BP a reduccedilatildeo eacute limitada no PE os eventos tonais reforccedilam a proeminecircncia enquanto no BP entoaccedilatildeo e acento satildeo mais independentes Todavia a identificaccedilatildeo de liacutenguas mistas coloca de novo a questatildeo da existecircncia de classes riacutetmicas ou de um contiacutenuo Por outro lado ainda a presenccedila de um conflito de classificaccedilatildeo entre medidas acuacutesticas levanta a questatildeo de se determinar a sua relevacircncia relativa na percepccedilatildeo

Figura 8 Distribuiccedilatildeo de PE e PB no espaccedilo riacutetmico definido povariabilidade de iC e proporccedilatildeo de iV juntamente comliacutenguas analisadas em Ramus et al 1999

r as

Os trabalhos sobre a percepccedilatildeo do ritmo mostram com clareza que

propriedad para a discriminaccedil anco de

nguas testado permite examinar o estatuto de uma liacutengua acusticamente mista que

es riacutetmicas satildeo utilizadas tanto por adultos como por bebeacutesatildeo entre liacutenguas A relevacircncia da inclusatildeo do Portuguecircs no b

liacuteem as medidas acuacutesticas satildeo conflituantes apontando para classificaccedilotildees diferentes No estudo realizado com o Portuguecircs eacute tambeacutem testada a relevacircncia da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo

34 Soacutenia Frota

Os resultados perceptivos mostram que o PE e o Neerlandecircs satildeo discriminados do mesmo modo que o Castelhano e o Neerlandecircs ou o PB e o

davia na experiecircncia em que as quatro liacutenguasvariedades satildeo duzidas a duas hipoacuteteses de escolha para os sujeitos PE e PB natildeo satildeo scrim

] iV eacute um A natildeo ere que xistiraacute um ponto criacutetico na proporccedilatildeo de iV apontando para uma eventual

Neerlandecircs Toredi inados revelando que a distacircncia perceptiva entre PE e PB eacute inferior agrave distacircncia entre PE e Neerlandecircs (Figura 9) Quando apenas PE e PB satildeo testados para duas hipoacuteteses de escolha dos sujeitos continua a natildeo existir discriminaccedilatildeo salvo na condiccedilatildeo em que a entoaccedilatildeo eacute preservada Conclui-se assim que o contributo da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo riacutetmica depende das liacutenguas isto eacute das propriedades do sistema entoacional das liacutenguas a contrastar sendo especialmente importante no caso do PE e PB mas quase irrelevante por exemplo para o PE e o Neerlandecircs

Figura 9 Percepccedilatildeo do ritmo do Portuguecircs (Frota Vigaacuterio amp Martins 2002b) [ N1 PE1 C1 PB1 N2 PE 2 C2 PB2

A distinccedilatildeo perceptiva entre PE e Neerlandecircs sugere que a proporccedilatildeo de paracircmetro perceptivamente mais saliente do que a variabilidade de iC

distinccedilatildeo entre PE e PB (a natildeo ser na condiccedilatildeo com entoaccedilatildeo) sugefronteira perceptiva talvez proacutexima da diferenccedila entre ritmo acentual e ritmo silaacutebico (Figura 10)

Prosoacutedia 35

Figura 10 Ritmo correlatos acuacutesticos e percepccedilatildeo

O estudo do ritmo do Portuguecircs do ponto de vista da produccedilatildeo e daite ilustrar alguns dos procedimentos experime

percepccedilatildeo perm ntais utilizados m estudos sobre ritmo Para a produccedilatildeo ilustra formas de construccedilatildeo de

corpora equilibra atildeo bem como aplicaccedilatildeo de criteacuterios de segmentaccedilatildeo acuacutestica para a mediccedilatildeo de duraccedilotildees no

natildeo apenas as

edos e controlados face aos factores em observaccedil

asinal de fala Para a percepccedilatildeo ilustra a criaccedilatildeo de estiacutemulos manipulados por filtragem na frequecircncia e aplanamento tonal a aplicaccedilatildeo de tarefas perceptivas de tipo AX e a mediccedilatildeo de sensibilidade na discriminaccedilatildeo (d) A investigaccedilatildeo apresentada e discutida neste moacutedulo do programa deve ser problematizada na sequecircncia da seguinte pergunta fundamental para o entendimento do ritmo nas liacutenguas constitui o ritmo um princiacutepio organizador da linguagem ou trata-se antes de um epifenoacutemeno de outras propriedades das liacutenguas Parece certo que vaacuterias propriedades linguiacutesticas efoneacutetico-fonoloacutegicas e prosoacutedicas referidas anteriormente mas tambeacutem certas propriedades lexicais e sintaacutecticas (ver Mehler amp Nespor 2004) se correlacionam com diferenccedilas riacutetmicas sugerindo a anaacutelise de que estas derivam daquelas Todavia tambeacutem parece natildeo menos certo que evidecircncias para um princiacutepio estruturador da linguagem possivelmente ancorado em princiacutepios gerais da organizaccedilatildeo perceptiva emergem com frequecircncia agrupando estiacutemulos em constituintes de padratildeo alternante e tendencialmente repetitivo por exemplo a sequecircncia sonora do som de um reloacutegio eacute percebida com a estrutura (tic tac) (tic tac) (tic tac) e natildeo (tic) (tac tic) (tac tic tac) e a

36 Soacutenia Frota

segmentaccedilatildeo de note book worm depende tudo o resto sendo idecircntico do padratildeo alternante gerado nas siacutelabas anteriores com L H L H L a favorecer (note) (bookworm) e H L H L HL a favorecer (notebook) (worm) (Dilley amp McAuley 2008) Estatildeo em curso programas de investigaccedilatildeo que pela anaacutelise de liacutenguas tipologicamente diferentes em relaccedilatildeo agraves formas como codificam proeminecircncia e estruturaccedilatildeo prosoacutedica e pela relaccedilatildeo que estabelecem com os resultados da organizaccedilatildeo perceptiva de sinais natildeo linguiacutesticos poderatildeo vir a trazer avanccedilos significativos para o entendimento do ritmo na linguagem (eg Mehler Nespor e colegas White e colegas Arvaniti entre outros) No caso especiacutefico do ritmo do Portuguecircs faltam estudos acuacutesticos em outras variedades para aleacutem da variedade standard metodologicamente comparaacuteveis que permitam uma visatildeo relacional integrada da estrutura prosoacutedica propriedades riacutetmicas e entoacionais No domiacutenio da percepccedilatildeo seria importante testar directamente o par PE Castelhano bem como o par PB Castelhano para determinar se a variabilidade de iC desempenha algum papel na discriminaccedilatildeo riacutetmica Um outro campo de investigaccedilatildeo a explorar eacute o da evoluccedilatildeo do ritmo abordado a partir da relaccedilatildeo entre PE e PB e experimentalmente operacionalizado a partir das correlaccedilotildees atestadas entre propriedades riacutetmicas e propriedades fonoloacutegicas e lexicais Bibliografia especiacutefica Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs

Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

AD

rvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63 auer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics

auer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In

Delgad Editorial Caminho Caps 4-5

Frota S aacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no

Frota S thmic distinctions the

11 51-62 D

Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274 o Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentationand lexical processing Journal of Memory and Language 59 294-311 amp M VigPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555 amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhy

EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Prosoacutedia 37

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena Mateus amp C Nunes Correia (orgs) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A

Ramus 73 265-292

eds) Phonetics and

4 MEL 1 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 2 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo

ntoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 4 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

ia A partir da papel diferenciado nas liacutenguas eacute

nal Os strumentos fundamentais para uma anaacutelise fonoloacutegica e foneacutetica da entoaccedilatildeo

para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

Mehler J amp M Nespor (2004) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

study based on speech resynthesis JASA 105 512-521 F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (Phonology Interactions and interrelations Amsterdam John Benjamins 137-158

64 MELODIA

ODIA4443 Analisar a e4 O moacutedulo quatro do programa centra-se no estudo da melodconstataccedilatildeo de que a melodia desempenha umapresentada a noccedilatildeo de liacutengua entoacional em contraste com liacutengua toinsatildeo descritos no quadro da abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional e postos em praacutetica atraveacutes da anaacutelise da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Trabalham-se as propriedades entoacionais do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas com destaque para as liacutenguas romacircnicas

38 Soacutenia Frota

Na sua dimensatildeo linguiacutestica o papel da melodia nas liacutenguas caracteriza-se por uma distinccedilatildeo fundamental entre as configuraccedilotildees meloacutedicas que determinam significados lexicais e contrastes gramaticais ndash presentes nas

s tons de

Figura 11 Contorno de F0 da sequecircncia O MUacutesico comPOcircS uma opeREta Ela inspiROU-o e respectiva anaacutelise fonoloacutegica (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas)

liacutenguas tonais ndash e as configuraccedilotildees meloacutedicas que veiculam significados natildeo lexicais e contrastes sintagmaacuteticos ndash as uacutenicas presentes nas liacutenguas entoacionais Por entoaccedilatildeo refere-se assim configuraccedilotildees meloacutedicas natildeo lexicais de natureza linguiacutestica associadas a significados ao niacutevel fraacutesico como a distinccedilatildeo entre tipos de frase ou outras distinccedilotildees pragmaacuteticas e discursivas (eg actos de fala estrutura informacional) A entoaccedilatildeo eacute fonologicamente formada por uma sequecircncia de categorias tonais e foneticamente representada pelo contorno de F0 As categorias tonais relacionam-se com aspectos independentes da estrutura prosoacutedica da liacutengua (ver Figura 3 acima) Os eventos tonais da entoaccedilatildeo satildeo tons altos (H) ou baixos (L) que formam dois grandes tipos de categorias os acentos tonais associados a elementos proeminentes (cabeccedilas na estrutura prosoacutedica) e oconstituinte geralmente associados a fronteiras de constituintes prosoacutedicos Veja-se na Figura 11 uma ilustraccedilatildeo dos primeiros identificados com um e dos segundos identificados com diacriacuteticos especiacuteficos consoante o tipo de constituinte a que estatildeo ligados (no caso pois trata-se de tons de fronteira de sintagma entoacional)

Prosoacutedia 39

Os eventos tonais podem ser simples ou monotonais (como H ou L na Figura 11) ou complexos (como H+L na Figura 11) Faz ainda parte da organizaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo para aleacutem da sequecircncia de categorias tonais a sua estruturaccedilatildeo de proeminecircncias no domiacutenio de um sintagma entoacional distinguem-se o acento nuclear (atribuiacutedo agrave cabeccedila prosoacutedica maacutexima) o(s) acento(s) preacute-nuclear(es) (caso existam cabeccedilas prosoacutedicas em posiccedilatildeo preacute-nuclear) e o acento poacutes-nuclear (atribuiacutedo a uma cabeccedila prosoacutedica poacutes-nuclear) Este uacuteltimo tipo de acento tonal apenas pode ocorrer em casos em que a cabeccedila de I natildeo corresponda agrave cabeccedila do sintagma fonoloacutegico mais agrave direita ou seja em casos de proeminecircncia prosoacutedica marcada que habitualmente identificam instacircncias de focalizaccedilatildeo prosoacutedica Esta estrutura entoacional estaacute representada em (18a) O exemplo (18b) mostra a implementaccedil la Figura 12 com um cteriacutestica do acento poacute

uradas) e representaccedilatildeo foneacutetica (o contorno de F0) eacute gulada por duas formas de implementaccedilatildeo foneacutetica da sequecircncia tonal a

o espraiamento de um tom ao longo da resenccedila de um outro tom (ver Figura 13)

atildeo desta estrutura entoacional na sequecircncia ilustrada pefoco prosoacutedico natildeo final Note-se a reduccedilatildeo foneacutetica caras-nuclear

(18) a

s w s w T T T

preacute-nuclear nuclear poacutes-nuclear

b

s

w s w (H) H+L H+L

A relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo (sequecircncia de categorias tonais estrutreinterpolaccedilatildeo entre dois alvos tonais ecadeia segmental ateacute agrave p

40 Soacutenia Frota

Figura 12 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo pinTOR canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) om foco em lsquomanhatildersquo (produzida em resposta agrave pergunta Foi

Juntamente com a implementaccedilatildeo foneacutetica tonal por interpolaccedilatildeo ou por espraimento a realizaccedilatildeo efectiva de um tom depende de linhas de referecircncia tonal estabelecidas por constituinte prosoacutedico e da posiccedilatildeo relativa do tom no constituinte face a tons precedentes e subsequentes (ver exemplo (3) do Moacutedulo

cuma noite angelical que o artista cantou)

Figura 13 Relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica e representaccedilatildeo foneacutetica da entoaccedilatildeo

Prosoacutedia 41

1) um tom natildeo inicial eacute realizado num niacutevel mais baixo que o tom precedente (relaccedilatildeo de downstep) um tom inicial de constituinte eacute realizado num niacutevel mais alto que os tons imediatamente precedentes de outro constituinte (relaccedilatildeo de reset) um tom de fronteira final retoma a linha de referecircncia do constituinte prosoacutedico que assinala (relaccedilatildeo de upstep) Assim a altura foneacutetica de um tom eacute relativa e contextualmente determinada Na dimensatildeo temporal a sincronizaccedilatildeo entre as categorias tonais e a cadeia segmental em que elas se realizam eacute natildeo apenas determinada pela associaccedilatildeo fonoloacutegica de um evento tonal a uma dada posiccedilatildeo prosoacutedica (cabeccedila ou fronteira) mas tambeacutem pela coordenaccedilatildeo foneacutetica entre alvo tonal e elemento segmental como ilustrado na Figura 13 Esta coordenaccedilatildeo pode assumir a forma de alinhamento tardio ou de alinhamento inicial factor foneacutetico dependente d nteiras rosoacutedicas de ura do evento tonal Na

e vaacuterios outros factores como a proximidade de frooutros eventos tonais ou a proacutepria estrutp

Figura 11 apresenta-se uma ilustraccedilatildeo do alinhamento tardio tiacutepico do tom asterisco no acento tonal H+L no PE em relaccedilatildeo agrave siacutelaba toacutenica Para aleacutem do alinhamento foneacutetico a sincronizaccedilatildeo entre categorias tonais e cadeia segmental eacute ainda caracterizada por fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal Geralmente os fenoacutemenos deste tipo descritos nas liacutenguas satildeo estritamente de natureza tonal com liacutenguas a privilegiarem a compressatildeo tonal face a uma cadeia segmental curta (como eacute o caso do Inglecircs) e liacutenguas a privilegiarem a truncaccedilatildeo tonal em contexto idecircntico (como o Huacutengaro ou Italiano de Palermo) No caso do PE a acomodaccedilatildeo tonal parece fazer-se fundamentalmente agrave custa de fenoacutemenos de natureza segmental isto eacute a cadeia

gmense tal eacute estendida para acomodar os tons seja por alongamento ou epecircntese Esta uacuteltima estrateacutegia eacute ilustrada na Figura 14 O Quadro 2 sintetiza as dimensotildees cruciais para a anaacutelise da entoaccedilatildeo num liacutengua entoacional como o Inglecircs o Italiano ou o Portuguecircs A primeira dimensatildeo ndash a relaccedilatildeo entre estrutura entoacional e estrutura prosoacutedica ndash jaacute foi explorada anteriormente O trabalho sobre a entoaccedilatildeo do PE efectuado em seminaacuterio explora fundamentalmente as dimensotildees dois e trecircs que constituem com a primeira o nuacutecleo central da fonologia entoacional de uma liacutengua

42 Soacutenia Frota

100100

160

220

280

340

400

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H H + L L H

e l a f o i v e r o m a r

4

Figura 14 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) O tom de fronteira eacute realizado na vogal epenteacutetica

Quadro 2 Dimensotildees para anaacutelise da entoaccedilatildeo

Estrutura prosoacutedica Constituintes (proeminecircncias e fronteiras) Leacutexico entoacional Inventaacuterio de acentos tonais e tons de

constituintes e respectivos significados Domiacutenio relevante para a Constituinte prosoacutedico distribuiccedilatildeo de acentos tonais Restriccedilotildees distribucionais Restriccedilotildees sobre a ocorrecircnciacombinaccedilatildeo

de eventos tonais Implementaccedilatildeo foneacutetica Espraiamentointerpolaccedilatildeo alinhamento

linhas de referecircncia fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal

e

artindo do Quadro 3 Com o recurso agrave audiccedilatildeo da sequecircncia e agrave representaccedilatildeo o co gundo

passo tuais

Sessotildees de anaacutelise entoacional aplicada satildeo realizadas com materiais do PE O grande objectivo eacute a caracterizaccedilatildeo dos principais tipos fraacutesicos e dalgumas distinccedilotildees pragmaacutetico-discursivas no que respeita ao leacutexico entoacional Num primeiro passo a anaacutelise centra-se nos contornos nucleares pd ntorno de F0 elabora-se a transcriccedilatildeo tonal fonoloacutegica Num se

toda a sequecircncia eacute analisada incluindo a parte preacute-nuclear e evenquestotildees de fraseamento prosoacutedico e entoacional

Prosoacutedia 43

Quadro 3 Melodias do nucleares mais frequent

Portuguecircs transes (adaptado de

criccedilatildeo realizaccedilatildeo e significado dos contornos Frota no prelo)

44 Soacutenia Frota 44 Soacutenia Frota

A demonstraccedilatildeo de que os eventos tonais no PE como em outras liacutenguas se comportam como morfemas que codificam informaccedilatildeo semacircntico-pragmaacutetica eacute ilustrada com dois exemplos o contraste entre declarativa e interrogativa global em que eacute o tom de fronteira que carrega a funccedilatildeo distintiva (Figuras 15a-15b) o contraste entre interrogativa global neutra e interrogativa focalizada em que eacute o acento nuclear que estabelece a distinccedilatildeo (Figuras 15b-16)

Figura 15 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo(siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) (a) produzida como uma declarativa (b) produzida como uma interrogativa global

Prosoacutedia 45

Figura 16 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo produzida como uma interrogativa focalizada (no contexto Eu li aquele poema mas natildeo me recordo que parte do dia o poeta descreve como angelical)

A an iacuteda permite

verificar que r e um tom e fronteira final de I a que apenas eacute acrescentado um evento tonal inicial nesse esmo domiacutenio (Figura 17) Por outras palavras o domiacutenio relevante para a

Figura 17 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa maraviLHOsa do lagareiro produzida como uma declarativa neutra

aacutelise de toda a sequecircncia parte preacute-nuclear inclu a melodia no PE eacute constituiacuteda pelo acento tonal nuclea

dm

46 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo de acentos tonais no PE eacute o sintagma entoacional as palavras prosoacutedicas internas a I mesmo as cabeccedilas de sintagma fonoloacutegico (como gravava e maravilhosa na Figura 17) natildeo tecircm de ser tonalmente acentuadas As dimensotildees referidas no Quadro 2 acima satildeo naturalmente tambeacutem dimensotildees de variaccedilatildeo entre liacutenguas e variedades e portanto factores a ter em conta para a tipologia prosoacutedica A variaccedilatildeo no fraseamento entoacional entre liacutenguas romacircnicas jaacute referida no Moacutedulo 2 (ver Figura 6) exemplifica a relaccedilatildeo entre estrutura prosoacutedica e estrutura entoacional como uma dimensatildeo de variaccedilatildeo No Quadro 4 mostra-se a distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares no constituinte entoacional inicial de uma sequecircncia com subida de continuaccedilatildeo entre liacutenguas romacircnicas Os resultados apontam para dois grupos de liacutenguas consoante a predominacircncia de acentos de tipo ascendente ou de tipo descende

L+H L+H H+L L

nte

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares () por liacutenguavariedade e falante (Frota et al 2007)

Cat NM PG

97 100

0 0

3 0

0 0

Sp LM MR

27 5

73 95

0 0

0 0

SEP AG MC

0 0

57 11

43 89

0 0

NEP MI MS

19 0

57 0

7 14

17 86

It LC LD

47 41

0 0

0 59

53 0

Um outro exemplo de variaccedilatildeo entoacional eacute o caso de diferenccedilas sisteacutemicas em que eventos tonais distintos satildeo usados nos mesmos contextos O contraste entre as interrogativas na variedade standard do PE e na variedade do norte falada em Braga ou na variedade meridional falada em Castro Verde (Alentejo) eacute ilustrativo H+L eacute o acento nuclear na primeira e L o acento nuclear n caracteriza a variedad mportamento

isto Veja-se o contraste entre a Figura 14 acima (variedade standard) e a

as segundas LH eacute o tom de fronteira na primeira Le meridional e a variedade do norte apresenta um co

mFigura 18

Prosoacutedia 47

Figura 18 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo produzido por um falante da variedade meridional (Castro Verde Alentejo ndash Cruz amp Frota 2010)

Para aleacutem de diferenccedilas no leacutexico entoacional utilizado p

omiacutenio relevante para atribuiccedilatildeo de acentos todem surgir

diferenccedilas no d onais Ao contraacuterio do EP (variedade standard) que eacute caract o m istribuiccedilatildeo esparsa de acentos tonais dado te o iacutenio relevante outras liacutenguas romacircnicas apresentam uma distri is rica apontando para constituintes prosoacutedicos mais baixos como o rele te Esse eacute tam de outras variedades da Portug o a variedade do norte (Braga) Veja-se o contraste entre a Figura 17 acima e a Figura 19

19 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa produzida por um falante da variedade do norte

(Braga)

erizad por u a dr I como dombuiccedilatildeo madomiacutenio van beacutem o caso

uecircs com

FiguramaraviLHOsa do lagareiro

48 Soacutenia Frota

Apesar do ganho em termos de investigaccedilatildeo sobre liacutenguas diversificadas metodologicamente comparaacutevel que representou a abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional (eg Jun 2005 no prelo) permanecem questotildees fundamentais em aberto na fonologia entoacional que importa discutir (ver a este propoacutesito Ladd 19962008) Uma destas questotildees diz respeito agrave proacutepria natureza da entoaccedilatildeo e agrave definiccedilatildeo das categorias fonoloacutegicas da entoaccedilatildeo O facto da entoaccedilatildeo conter simultaneamente elementos discretos (linguiacutesticos) e gradientes (paralinguiacutesticos) dificulta a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais Por outro lado ainda a divisatildeo de trabalho entre o que pertence agrave implementaccedilatildeo foneacutetica e agrave representaccedilatildeo fonoloacutegica das categorias

tambeacutem nem sempre eacute clara Veja-se o exemplo do alinhamento onal ser

deter as s tonais) fazendo com que uma mesma

ento on-line tecircm issores (Sudhoff et al 2006)

No caso especiacutefico da entoaccedilatildeo do Portuguecircs trabalhos experimentais orientados para a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais satildeo todavia escassos (vejam-se os estudos de Faleacute amp Faria e de Frota) Trabalhos deste tipo bem como estudos de variaccedilatildeo entoacional na liacutengua relacionando produccedilatildeo e percepccedilatildeo satildeo fundamentais para o conhecimento do sistema entoacional do Portuguecircs e para o conhecimento da tipologia prosoacutedica das liacutenguas Bibliografia especiacutefica

entoacionaist a relaccedilatildeo temporal entre alvos tonais e a cadeia segmental pode

minada por factores diversos (como a distacircncia para fronteiras prosoacutedicou a presenccedilaausecircncia de outros eventocategoria tonal possa apresentar alinhamentos diferentes todavia algumas liacutenguas parecem explorar contrastes de alinhamento associando-os a significados distintos o que sugere a existecircncia de categorias tonais diferentes distinguidas precisamente por alinhamentos diferentes A identificaccedilatildeo de quais as diferenccedilas entoacionais que satildeo fonologizadas nas liacutenguas passa necessariamente por abordagens experimentais com metodologias que testem a relaccedilatildeo entre variaccedilatildeo na forma foneacutetica e atribuiccedilatildeo de significado entoacional Tarefas perceptivas semanticamente motivadas ou em que informaccedilatildeo

conta bem como estudos de processamcontextual seja tida emproporcionado resultados prom

Cruz ese

ion and Perception TIE4 Stockholm M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portugu

Product

Prosoacutedia 49

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000a) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000b) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Chap 5

Frota S (2002a) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002b) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chap 2

Frota S (2010) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Hellmuth S (2007) The relationship between prosodic structure and pitch accent distribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing) 24 291-316

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2ordf ediccedilatildeo 2008) Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology

In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp 06) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New Gruyter

iana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

J SchlieBer (20York Mouton de

VhttpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

50 Soacutenia Frota

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da

Vigaacuterio

ology edited by W L Wetzels) 115-137

65 PR

signifi

sintaacutecta que nstituintes

forma de abordar esta questatildeo consiste na anaacutelise do processamento de frases

produccedil

resulta ccedilatildeo prosoacutedica natildeo eacute obrigatoacuteria Todavia e a

especiacutef

estrutu o recurso agrave introduccedilatildeo de

qual os a essas fronteiras se encontram estruturalmente

determmoveram do interior para o litoral bloqueando a interpretaccedilatildeo de que as

Linguagem Re(habilitar) 45 35-64 M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phon

OSOacuteDIA E SIGNIFICADO 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

O quinto moacutedulo do programa eacute dedicado ao contributo da prosoacutedia para o cado na perspectiva do processamento da liacutengua Destaca-se o estudo de

sequecircncias ambiacuteguas e o papel da prosoacutedia no processamento lexical e ico Satildeo apresentados e discutidos trabalhos experimentais que examinam statildeo da segmentaccedilatildeo do sinal de fala em palavras e co

sintagmaacuteticos tanto por adultos como por bebeacutes e crianccedilas Uma das questotildees centrais para o estudo da linguagem eacute perceber como

o contiacutenuo sonoro eacute segmentado em palavras e unidades sintagmaacuteticas Uma

ambiacuteguas ou de frases com ambiguidades temporaacuterias Estudos de produccedilatildeo de frases estruturalmente ambiacuteguas em diferentes liacutenguas mostram que em

otildees naturais quando os falantes natildeo satildeo explicitamente confrontados com a ambiguidade estes enunciados nem sempre satildeo desambiguados Estes

dos mostram que a desambiguaquando ela ocorre existe congruecircncia entre a prosoacutedia produzida interpretaccedilatildeo pretendida isto eacute os falantes utilizam as configuraccedilotildees prosoacutedicas

icas que reflectem os significados contrastantes Veja-se um exemplo de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica na Figura 20 No PE a desambiguaccedilatildeo de enunciados

ralmente ambiacuteguos eacute geralmente obtida comfronteiras de sintagma entoacional que bloqueiam a interpretaccedilatildeo segundo a

constituintes adjacentes ligados No exemplo da Figura 20 a fronteira de I em populaccedilotildees (19b)

ina que a uacutenica interpretaccedilatildeo possiacutevel eacute aquela em que as populaccedilotildees se

Prosoacutedia 51

populaccedilotildees que satildeo do interior foram para o litoral interpretaccedilatildeo esta apenas vel caso natildeo exista fronteira de I a sdisponiacute eguir a populaccedilotildees (19a)

ra o litoral

Figura 20 Desambiguaccedilatildeo prosoacutedica da sequecircncia estruturalmente ambiacutegua Deslocaram-se as populaccedilotildees do interior pa(Vigaacuterio 2003)

(19) a [deslocaram-se [as populaccedilotildees [do interior]PP]NP [para o litoral]PP]VP [ [deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ [do interior]φ [para o litoral]φ]I b [deslocaram-se [as populaccedilotildees]NP [do interior]PP [para o litoral]PP]VP [[deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ]I [[do interior]φ [para o litoral]φ]I

Este recurso agrave fronteira de I e natildeo a uma fronteira prosoacutedica mais baixa ou a um outro mecanismo prosoacutedico como a distribuiccedilatildeo de acentos tonais eacute gramaticalmente motivado Os constituintes agrupados num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador que natildeo estaacute disponiacutevel entre Is (ver Moacutedulo 2) A opcionalidade da utilizaccedilatildeo deste recurso tambeacutem eacute gramaticalmente motivada esta fronteira de I natildeo resulta directamente do mapeamento sintaxe-fonologia pois em (19) todos os constituintes se encontram no domiacutenio da mesma frase raiz mas da promoccedilatildeo de uma fronteira de sintagma fonoloacutegico para fins de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica Um caso claacutessico de ambiguidade estrutural eacute o da ligaccedilatildeo local ou natildeo local de oraccedilotildees relativas (Figura 21) Estas estruturas de tipo NP1 NP2 RC (oraccedilatildeo relativa) tecircm sido extensivamente estudadas em diferentes liacutenguas e

52 Soacutenia Frota

recorrendo a diferentes paradigmas experimentais Os resultados obtidos parecem mostrar que as preferecircncias pela ligaccedilatildeo local ou pela ligaccedilatildeo natildeo local ariam de liacutengua para liacutengua mesmo no caso da leitura silenciosa em que os

falantes projectam a liacutengua os resultados nte do contraste

entre estudconfirma

ituintes longos tendem a mo ento dos constituin

Figura 21 Ligaccedilatildeo de oraccedilotildees relativas e prosoacutedia

das liacutenguas romacircnicas apesar de diferenccedilas prosoacutedicas notoacuterias como o domiacutenio

v a prosoacutedia impliacutecita Para uma mesm

podem todavia depender da metodologia utilizada designadameos off-line e estudos on-line Os vaacuterios trabalhos tecircm ainda

do a importacircncia de factores prosoacutedicos como a extensatildeo dos constituintes para a ligaccedilatildeo preferencial da relativa const

tivar fronteiras prosoacutedicas afectando as possibilidades de agrupamtes

Uma questatildeo importante em aberto nesta linha de investigaccedilatildeo diz respeito agraves razotildees que conduzem agraves diferentes preferecircncias entre liacutenguas designadamente em estudos off-line A sintaxe bem como o sistema prosoacutedico das liacutenguas e a forma como ambos interagem satildeo candidatos fortes para proporcionar uma resposta Todavia liacutenguas como o Inglecircs o Japonecircs ou o Mandarim com diferenccedilas sintaacutecticas importantes (por exemplo a ordem NP1 NP2 RC em Inglecircs vs a ordem RC NP2 NP1 em Mandarim) e diferentes sistemas prosoacutedicos (o Inglecircs eacute uma liacutengua entoacional o Japonecircs eacute uma liacutengua com acento tonal lexicalmente determinado e o Mandarim eacute uma liacutengua tonal) apresentam a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo baixa Por outro lado a maioria

Prosoacutedia 53

de distribuiccedilatildeo de acentos tonais as formas de marcaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico ou mesmo as formas de implementaccedilatildeo da proeminecircncia (com o PE e o Francecircs com propriedades prosoacutedicas diferenciadas entre si e tambeacutem distintas das do Italiano Castelhano ou Portuguecircs do Brasil) apresenta a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo alta Abordagens experimentais em que propriedades sintaacutecticas e prosoacutedicas bem como o mapeamento sintaxe-fonologia sejam tidas em conta para cada liacutengua e na comparaccedilatildeo entre liacutenguas satildeo certamente necessaacuterias para uma melhor compreensatildeo da interpretaccedilatildeo destas estruturas Sequecircncias com ambiguidades temporaacuterias tecircm apontado para um papel relevante da prosoacutedia no processamento A presenccedila de certas propriedades prosoacutedicas condiciona quer o acesso lexical quer o processamento sintaacutectico antes da ocorrecircncia de outros elementos desambiguadores A Figura 22 ilustra umassumi

a representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no acesso lexical que tem sido da em vaacuterios estudos

Figura 22 Fronteiras prosoacutedicas e acesso lexical Em ambiguidades lexicais locais como as em (20) a ausecircncia de uma fronteira prosoacutedica superior ao niacutevel da palavra (20a) introduz atrasos no processamento face a sequecircncias semelhantes mas natildeo ambiacuteguas Pelo contraacuterio na presenccedila de tal fronteira prosoacutedica (20b) o reconhecimento lexical na sequecircncia ambiacutegua e na natildeo ambiacutegua efectua-se em tempos idecircnticos (Christophe et al 2004)

54 Soacutenia Frota

(20) a [un chat grincheux]φ chat chagrin ne [un chat drogue]φ chat b [le gros chat]φ [grimpaithellip = [le gros chat]φ [dressaithellip Tambeacutem em casos como em (21) a presenccedila de uma fronteira de φ desambigua entre os candidatos lexicais possiacuteveis mas jaacute a presenccedila de uma fronteira de niacutevel de palavra como em (22) natildeo parece ser suficiente para produzir desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) Este conjunto de resultados sugere que o acesso lexical se processa no domiacutenio prosoacutedico do sintagma fonoloacutegico (2 a [o rolo de fita cola]φ [ficou b [o rolo de fita]φ [cola]φ [figuras (22) a [para quem discorrer]φ [sobre este tema b [para quem diz correr]φ [dez quiloacutemetros

1)

O estudo do papel da prosoacutedia no processamento lexical eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimentais como tarefas de monotorizaccedilatildeo de palavra (Word-monitoring) de detecccedilatildeo de fonema inicial de palavra ou de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas (Completion) A Figura 23 mostra uma representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico Enunciados localmente ambiacuteguos mas com diferentes estruturas prosoacutedicas produzidos por falantes natildeo conscientes da ambiguidade tendem a ser desambiguados com sucesso pelos ouvintes As propriedades prosoacutedicas que conduzem agrave desambiguaccedilatildeo podem todavia diferir entre liacutenguas por exemplo no Francecircs a fronteira de sintagma fonoloacutegico parece ser suficiente (Milotte et al 2007) enquanto no Portuguecircs Europeu apenas a fronteira de sintagma entoacional produz desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) O mente um caso o outro

s exemplos em (23) e (24) ilustram respectivae (23) a le petit chien]φ mord la laisse b le petit chien mort]φ sera enterreacutehellip (24) a uma vez chegado o professor]I comeccedilaram b uma vez chegado]I o professor comeccedilou

Prosoacutedia 55

Figura 23 Fronteiras prosoacutedicas e processamento sintaacutectico

natildeo soacute um exame mais e o Francecircs se distingue

laramente do PE no que respeita agrave marcaccedilatildeo prosoacutedica do sintagma fonoloacutegico

entais off-line e on-line omo

1996 Houmlhle 2009) Apresentam-se aqui dois estudos ilustrativos da tilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas por bebeacutes e crianccedilas nos domiacutenios do acesso

biguidade

Estas diferenccedilas entre liacutenguas requerem

detalhado das propriedades prosoacutedicas do input (ondcndash ver Moacutedulos 2 e 4) mas tambeacutem estudos entre liacutenguas com metodologias exactamente comparaacuteveis O estudo do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimc as tarefas de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas de detecccedilatildeo de palavra (Word-detection) e de registo do movimento dos olhos A exploraccedilatildeo de pistas prosoacutedicas para aceder a diversos tipos de unidades e estruturas linguiacutesticas natildeo eacute uma possibilidade exclusiva de falantes adultos A investigaccedilatildeo existente indica que o input disponibiliza pistas (foneacuteticas prosoacutedicas estatiacutesticas) para fronteira de palavra tipo de categoria de palavras aspectos diversos da estrutura sintaacutectica e que os bebeacutes e crianccedilas exploram estas pistas no processo de aquisiccedilatildeo e desenvolvimento da liacutengua O papel da informaccedilatildeo prosoacutedica neste processo parece ser determinante (Morgan amp Demuthulexical e do processamento sintaacutectico da am

56 Soacutenia Frota

A importacircncia para a segmentaccedilatildeo do sinal de fala da presenccedila de uma biguidade lexical local eacute

xaminada na performance de bebeacutes aprendentes do Inglecircs e de bebeacutes aprendentes do Francecircs (respectivamente Gout et al 2004 e Millotte et al no prelo) Os bebeacutes satildeo expostos a estiacutemulos como os em (25) no quadro da aplicaccedilatildeo do paradigma experimental do movimento preferencial da cabeccedila (Head-turn preference procedure) na sua variante condicionada Os resultados mostram que aos 10 meses de idade os bebeacutes ingleses jaacute distinguem entre monossiacutelabos e dissiacutelabos enquanto os bebeacutes franceses apenas o fazem aos 16 meses de idade Para aleacutem de confirmarem desde muito cedo uma capacidade para a computaccedilatildeo de informaccedilatildeo prosoacutedica e sua utilizaccedilatildeo como pista na aquisiccedilatildeo lexical estes resultados apontam para diferenccedilas entre liacutenguas (tal como no caso dos estudos com adultos) A indicaccedilatildeo de que as pistas para segmentaccedilatildeo de palavra poderatildeo ser mais fortes no Inglecircs do que no Francecircs principalmente devido agraves relaccedilotildees de proeminecircncia entre siacutelabas e ao padratildeo acentual domondicionar o passo do desenvolvimento da liacutengua

bal]φ confegravere un air solennel au chacircteau

omo os em (26)

Kipper-NOM quarto-LOC entra

fronteira de sintagma fonoloacutegico em situaccedilotildees de ame

inante (ver Moacutedulo 3) sugerem diferenccedilas no input que podem c

(25) a The church with the most paper spires is heavenly The man with the least pay]φ perspires constantly b La rangeacutee de balcons fait face au cloicirctre du monastegravere La grande salle de Num outro estudo a relevacircncia da prosoacutedia para a segmentaccedilatildeo do sinal em situaccedilotildees de ambiguidade lexical eacute estudada com crianccedilas coreanas entre os 2 e os 5 anos de idade (Choi amp Mazuka 2003) Em enunciados ca posiccedilatildeo da fronteira prosoacutedica a seguir ou antes de ka eacute crucial para a segmentaccedilatildeo lexical As crianccedilas satildeo expostas a duas imagens diferentes e eacute-lhes pedida a escolha da imagem correspondente ao estiacutemulo sonoro Os resultados mostram que as crianccedilas identificam correctamente os itens lexicais natildeo havendo diferenccedila significativa entre a performance de crianccedilas e de adultos (26) a Khipher ka ] pang e tˆlacutegayo Kipper entra num quarto

Prosoacutedia 57

b Khipher] kapang e tˆlacutegayo Kipper entra no saco

Kipper saco-LOC entra No mesmo estudo eacute ainda testada a utilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas em situaccedilotildees de ambiguidade estrutural Em enunciados como os em (27) a presenccedila ou ausecircncia de fronteira prosoacutedica a seguir a kirin determina respectivamente a interpretaccedilatildeo deste elemento como o sujeito da frase ou como parte do objecto As pistas prosoacutedicas associadas agrave presenccedila da fronteira satildeo as mesmas que caracterizam a situaccedilatildeo de ambiguidade lexical Os resultados mostram que crianccedilas ateacute aos 4 anos natildeo conseguem efectuar a desambiguaccedilatildeo e que crianccedilas de 5-6 anos tecircm uma performance superior agraves primeiras mas ainda significativamente diferente da dos adultos (27) a kirin ] kwaja macutegacuteyo (A) girafa come (o) bolo

girafa bolo come

b kirin kwaja ] macutegacuteyo (Algueacutem) come (o) bolo em forma de girafa

Estes resultados confirmam a existecircncia de uma capacidade para omputar e usar a prosoacutedia e revelam que a diferenccedila entre os casos de

a dificuldades no de uma liacutengua

ista prosoacutedico primeira

arcam margens de constituintes a demonstraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo destas

cambiguidade lexical e os de ambiguidade estrutural eacute devidaprocessamento sintaacutectico Tratando-se o Coreano tipologicamente diferente do Inglecircs e do Francecircs do ponto de vpois as propriedades que nas uacuteltimas assinalam proeminecircncia nampropriedades constitui uma evidecircncia para um papel generalizado da prosoacutedia no processamento (para aleacutem das especificidades das liacutenguas) Bibliografia especiacutefica Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2 Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological

phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Fodor J 2002 Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

58 Soacutenia Frota

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Synt c disambiguation the role oeaning

acti f Barcelona

004) Phonological phrase boundaries e 51

oumlhle mecha n first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

aia M E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late

(1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology

mbiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com satildeo I ito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos Porto

Intonation editado por P Prieto) 249-278

prosoacutedia para a quisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo

ento prosoacutedico Aqui como anteriormente destacam-se abalhos experimentais sobre as questotildees em anaacutelise e faz-se especial referecircncia

ente a presenccedila de uma sensibilidade precoce a propriedades prosoacutedicas e que aponta para que as

prosody Workshop on Prosody and MGout A A Christophe amp J Morgan (2

constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Languag548-567

H B (2009) Bootstrapping nisms i

Mpreferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish Journal of Portuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Millotte S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal prosody constrains word segmentation in French 16-month-olds Journal of Portuguese Linguistics 9-2

Millotte S A Reneacute R Wales amp A Christophe (2008) Phonological phrase boundaries constrain the on-line syntactic analysis of spoken sentences Journal of Experimental Psychology Learning Memory amp Cognition 34 874-885

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nespor M M T Guasti amp A Christophe

Berlin Akademie Verlag 1-26 Vigaacuterio M (1997) Processos de desa

adveacuterbios de exclu n A Brpara Oacutescar Lopes Campo das Letras pp 855-868

ropean Portuguese Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in EuCatalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance

66 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico O sexto e uacuteltimo moacutedulo do programa trata do contributo daado proacuteprio desenvolvimtra estudos sobre o Portuguecircs

Existe uma vasta literatura que demonstra empiricam

Prosoacutedia 59

crianccedilas estejam equipadas com um mecanismo de processamento do sinal de nput) inicialmente sintonizfala (i ado para informaccedilatildeo prosoacutedica (eg Morgan

prosoacutedi o sinal de fala em

processo tornou-se conhecido como

icas mais investigadas estatildeo as que se relacionam om o ritmo sendo que para o ritmo podem contribuir diversos factores desde a

uiccedilatildeo dos padrotildees acentuais e de proeminecircncia a diferentes niacuteveis s tonais a forma acuacutestica como a

e combinaccedilatildeo segmental entre o 3) Estudos como o de Nazzi et al (1998)

receacutem-nascidos conseguem discriminar liacutenguas s diferentes mas natildeo liacutenguas agrupadas

tmicamente na mesma classe Em (28) apresenta-se uma siacutentese dos

1986 Morgan amp Demuth 1996 Jusczyk 1997 Houmlhle 2009) Pistas prosoacutedicas associadas a propriedades como o acento as proeminecircncias e fronteiras

cas o ritmo e a entoaccedilatildeo ajudam o bebeacute a segmentarunidades linguiacutesticas e podem contribuir para a sua categorizaccedilatildeo4 Este

bootstrapping prosoacutedico e tem sido investigado como uma das abordagens que visa contribuir para a compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da liacutengua (Figura 24)

Figura 24 Do sinal para a gramaacutetica

Entre as pistas prosoacutedcdistribprosoacutedicos a proacutepria distribuiccedilatildeo dos eventoproeminecircncia eacute realizada ou os padrotildees dconsoantes e vogais (ver Moacuteduldemonstram que bebeacutes pertencentes a classes riacutetmicariresultados de estudos de discriminaccedilatildeo riacutetmica com bebeacutes

4 Ver tambeacutem o moacutedulo 5 para uma ilustraccedilatildeo de como as propriedades prosoacutedicas contribuem para a segmentaccedilatildeo do input

60 Soacutenia Frota

(28) Tipo riacutetmico Liacutenguas Discriminaccedilatildeo Acentual Silaacutebico

InglecircsItaliano radic InglecircsCastelhano radic

Figura 25 s

A relaccedilatildeo entr s linguiacutesticas tem sido xplorada nas abordagens de bootstrapping (Figura 25) Foi proposto por xempl

A correlaccedilatildeo existente entre a posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma

RussoFrancecircs radic Inglecircs+Neerlandecircs Italiano+Castelhano radic Acentual Moraico InglecircsJaponecircs radic NeerlandecircsJaponecircs radic Acentual Acentual InglecircsNeerlandecircs X Silaacutebico Silaacutebico CastelhanoCatalatildeo X Acen+Sil Acen+Sil Inglecircs+Italiano Neerlandecircs+Castelhano X Estes resultados constituem uma evidecircncia forte de que os bebeacutes estatildeo equipados com mecanismos perceptivos especialmente sensiacuteveis a propriedades riacutetmicas do sinal de fala que permitem a identificaccedilatildeo dessas propriedades

Do sinal para a gramaacutetica o papel das propriedades riacutetmica

e propriedades riacutetmicas e unidadeee o que pistas riacutetmicas estatildeo na base do bootstrapping prosoacutedico da ordem de palavras da segmentaccedilatildeo de palavras e sua categorizaccedilatildeo ou do tipo de reportoacuterio silaacutebico (Nespor et al 1996 Christophe et al 2003 Jusczyk et al 1999 Nazzi et al 2006 Christophe et al 2008 Mehler amp Nespor 2002 Vigaacuterio et al 2003)

fonoloacutegico (inicial ou final) e a ordem sintaacutectica entre cabeccedila e complemento

Prosoacutedia 61

nas liacutenguas (ver Moacutedulo 2) permite associar o padratildeo riacutetmico em (29a) com a ordem cabeccedila-complemento e o padratildeo riacutetmico em (29b) com a ordem complemento-cabeccedila Trabalhos experimentais demonstram que os bebeacutes tecircm as capacidades perceptivas necessaacuterias para computar estas pistas riacutetmicas dado que discriminam entre sinais de fala segmentalmente idecircnticos mas

om uas

e ritmo acentual como o Inglecircs o Neerlandecircs ou o Alematildeo o padratildeo trocaico

ras mais longas Estas correlaccedilotildees permitem gerar as espectativas de segmentaccedilatildeo do sinal de fala em (30) uma segmentaccedilatildeo inicial baseada no acento ou mais propriamente no peacute binaacuterio trocaico (e com tendecircncia para palavras mais curtas) em liacutenguas de ritmo acentual e uma segmentaccedilatildeo inicial baseada na siacutelaba (e posteriormente com tendecircncia para palavras mais longas) em liacutenguas de ritmo silaacutebico Estudos experimentais confirmam que bebeacutes ingleses neerlandeses e alematildees segmentam precocemente palavras trocaicas (mas natildeo palavras jacircmbicas) e bebeacutes franceses falham a segmentaccedilatildeo de dissiacutelabos comeccedilando por reconhecer monossiacutelabos e integrando as duas siacutelabas numa mesma unidade apenas mais tarde (Houmlhle 2009) (30) a Ritmo acentual [ x x (xs xw) x x ] padratildeo trocaico gtgt palavra curta

b Ritmo silaacutebico [ x x (x) x x x ] siacutelaba gtgt palavra longa

prosodicamente diferentes no que respeita agrave posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma fonoloacutegico (eg Christophe et al 2003) (29) a [ hellip (ws)φ (ws)φ (ws)φ hellip ]I b [ hellip (sw)φ (sw)φ (sw)φ hellip ]I As propriedades riacutetmicas das liacutenguas estatildeo tambeacutem correlacionadas cpadrotildees de proeminecircncia ao niacutevel lexical e com tamanho de palavra Em liacutengd(sw) eacute dominante ao contraacuterio do que sucede por exemplo no Francecircs ou no Portuguecircs Europeu5 Paralelamente liacutenguas de ritmo acentual possuem palavras mais curtas enquanto liacutenguas de ritmo silaacutebico ou moraico possuem palav

o Cutler amp Carter (1987) cerca de 96 das palavras lexicais do Inglecircs comeccedilam por

siacutelaba toacutenica 80 das palavras lexicais satildeo monossiacutelabos No PE apenas 25 das palavras lexicais comeccedilam por siacutelaba toacutenica 71 das palavras lexicais possuem 3 ou mais siacutelabas (contagem em types obtida sobre uma secccedilatildeo da FrePOP ndash Frota et al 2010)

5 Segund

62 Soacutenia Frota

O facto de palavras funcionais serem habitualmente itens muito frequentes na liacutengua com forma monossilaacutebica sem acento e localizados mas margens de unidades prosoacutedicas (designadamente de sintagmas fonoloacutegicos e entoacionais) permite que os bebeacutes possam extrair estas regularidades compil

os e formatos silaacutebicos mais imples (Quadro 5) Esta correlaccedilatildeo permite que o ritmo ajude a crianccedila a

o da liacutengua Por sua vez o tipo de s formatos de palavra sendo mais um

ctor a contribuir para as estrateacutegias de segmentaccedilatildeo em (30) sistemas

ando uma lista destes elementos muito frequentes e identificando-os com palavras funcionais quando ocorrem nas fronteiras de constituintes prosoacutedicos Vaacuterios trabalhos experimentais mostram que os bebeacutes pouco depois do primeiro ano satildeo jaacute capazes de identificar categorias de palavras (Christophe et al 2008) As propriedades riacutetmicas correlacionam-se ainda com o tipo de reportoacuterio silaacutebico da liacutengua (ver Moacutedulo 3) As liacutenguas de ritmo acentual possuem tipicamente reportoacuterios silaacutebicos vastos com muitos tipos e grande complexidade silaacutebica pelo contraacuterio liacutenguas de ritmo silaacutebico tendem a possuir reportoacuterios mais pequenos com menos tipsdeterminar o tipo de reportoacuterio silaacutebicreportoacuterio silaacutebico correlaciona-se com ofasilaacutebicos complexos possibilitam mais diversidade com menos siacutelabas logo palavras mais pequenas sistemas silaacutebicos simples necessitam de mais siacutelabas para realizar contrastes lexicais logo palavras mais longas (Mehler amp Nespor 2002) Quadro 5 Propriedades de sistemas silaacutebicos complexos e sistemas silaacutebicos simples (Vigaacuterio et al 2003)

Syllable types English Dutch Spanish French EP Number 16 19 9 - 6 Most frequent () CV 34 CV 36 CV 58 CV 56 CV 65

CVC 30 CVC 32 CVC 22 CVC 19 CVC 16 VC 15 VC 15 CCV 6 V 10 V 11 V 8 CVCC 6 V 6 CCV 7 CCV 5 CVCC6 V 2 VC 3

Closed syllables () 56 59 30 26 19 CC(C) () --- 14 --- --- 6

Prosoacutedia 63

Estudos do desenvolvimento prosoacutedico infantil na perspectiva da produccedilatildeo e linguisticamente informados satildeo ainda recentes No que respeita agrave quisiccedilatildeo do sistema entoacional apenas um pequeno conjunto de liacutenguas foi

o Po Europ

eerlandecircs por um desenvolvimento entoacional mais tardio No primeiro

Figura 26 Produccedilatildeo de dois chamamentos consecutivos chamamento

aainda considerado Os resultados disponiacuteveis apontam para diferenccedilas entre liacutenguas com o Castelhano o Catalatildeo e rtuguecircs eu a serem caracterizados por um desenvolvimento entoacional precoce e o Inglecircs e Nconjunto de liacutenguas as crianccedilas mostram dominar um leacutexico entoacional proacuteximo do do adulto com o uso apropriado das diferentes melodias para veicular significados e mostram ainda um desenvolvimento na produccedilatildeo dos padrotildees de alinhamento e escalonamento tonal bem antes do iniacutecio do estaacutedio das duas palavras ou seja da produccedilatildeo de enunciados com combinaccedilatildeo de palavras (Snow 2006 Chen amp Fikkert 2007 Prieto amp Vanrell 2007 Frota amp Vigaacuterio 2008) As Figuras 26 e 27 ilustram o uso apropriado de diferentes melodias por uma crianccedila portuguesa com 20 meses que inicia o estaacutedio de duas palavras aos 26 meses

100100

200

300

400

500

600

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2 2 5

H H H L

t i t o t i t o

4 4

cantado seguido de chamamento insistente

64 Soacutenia Frota

150150

240

330

420

510

600

Fund

amen

tal f

requ

enc

0 0 5 1 1 5 2 2 5

Figura 27 Sequecircncia de respostas agrave pergunta do adulto Sabes quem eacute esta repetida por este apoacutes a primeira resposta da crianccedila declarativa neutra seguida de declarativa focalizada

No caso do chamamento verifica-se a produccedilatildeo pragmaticamente adequada do chamamento cantado em primeiro lugar com a selecccedilatildeo correcta dos tons de fronteira que fazem a distinccedilatildeo entre os dois tipos de chamamento No caso da declarativa em resposta agrave pergunta verifica-se a produccedilatildeo inicial de uma declarativa neutra substituiacuteda para uma declarativa focalizada na resposta agrave

nte o

a

ormas mono (eg Francecircs Portuguecircs) As ropriedades prosoacutedicas de enunciados de uma soacute palavra e de enunciados ultipalavra fornecem pistas para o estatuto prosoacutedico das siacutelabas (ou peacutes) e das

equecircncias de palavras que os constituem (Fikkert 1994 Odorico amp Carubbi

repeticcedilatildeo da pergunta por parte do adulto com um constraste de alinhamento do tom H associado a esta distinccedilatildeo pragmaacutetica (ver Moacutedulo 4 designadameQuadro 3)

Se parece natildeo existir uma correlaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento sintaacutectico os estudos atraacutes referidos apontam para umcorrelaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento lexical dadoque o primeiro surge associado a saltos significativos no tamanho do leacutexico produzido

Trabalhos sobre o desenvolvimento da estrutura prosoacutedica a partir de dados de produccedilatildeo tecircm tambeacutem revelado diferenccedilas entre liacutenguas Destaca-se oformato das primeiras palavras com liacutenguas em que o formato de peacute binaacuterio domina (eg Inglecircs Neerlandecircs Japonecircs) e liacutenguas em que f

ssilaacutebicas monomoraicas prevalecem pms

y (H

z)

H + L L H + L L

t a t aacute t a t aacute

4 4

Prosoacutedia 65

2003 Berens amp Gout 2005 Demuth amp McCullough 2008) O estudo destas istas permite determinar se um dado elemento eacute ou natildeo tratado como uma

palavra prosoacutedica ou como um sintagma entoacional e se dois ou mais elementos se encontram prosodicamente integrados numa mesma unidade ou prosodicamente separados em unidades diferentes Por outras palavras um tal estudo permite determinar as propriedades da estrutura prosoacutedica dos enunciados produzidos e o seu desenvolvimento Por exemplo a presenccedila de truncamento inicial de palavras dissilaacutebicas no PE ou a sua produccedilatildeo com duas siacutelabas mas em que cada uma das siacutelabas apresenta um acento tonal (1PAsyl) sugerem fortemente que num estaacutedio inicial a siacutelaba estaacute a ser tratada pela crianccedila como uma palavra prosoacutedica e que a integraccedilatildeo de duas (ou mais) siacutelabas na mesma palavra prosoacutedica acontece num estaacutedio posterior quando quer o truncamento quer o acento tonal por siacutelaba quase desaparecem dando lugar a uma sequecircncia de siacutelabas produzida com um uacutenico acento tonal

isyl_1PA) (Figura 28)

ura 28 Estrateacutegias na produccedilatildeo de alvos dissilaacutebicos (1) ateacute

o 4) mostra que estas produccedilotildees satildeo formadas por sequecircncias de

p

(d

Fig104 (2) de 105 a 108 Dados de Luma (Frota 2010)

De uma forma similar a ausecircncia de integraccedilatildeo prosoacutedica nos primeiros enunciados multipalavra revelada pela presenccedila de pistas como pausas ou reset (ver Moacutedulconstituintes prosoacutedicos de uma uacutenica palavra (Figura 29) que contrastam com sequecircncias de palavras integradas num mesmo constituinte prosoacutedico (Figura 30) Naturalmente a ausecircnciapresenccedila de integraccedilatildeo prosoacutedica tem

66 Soacutenia Frota

consequecircncias natildeo soacute para o conhecimento do processo de desenvolvimento prosoacutedico mas tambeacutem para o conhecimento da emergecircncia da sintaxe

Figura 29 Enunciado Mamatilde olha produzido com dois sintagmas entoacionais (109)

100100

180

260

340

420

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2

H L H H

m a m atilde o l h a

4 4

Figura 30 Enunciado Mamatilde olha produzido num uacutenico sintagma entoacional (111)

D ocesso de aquisiccedilatildeo

a liacuteng d

ada a complexidade dos factores envolvidos no prua apoacutes deacutecadas de investigaccedilatildeo no domiacutenio da percepccedilatildeo e dos

trabalhos mais recentes no acircmbito da produccedilatildeo o conhecimento do papel da prosoacutedia neste processo eacute ainda fragmentaacuterio Muitos percursos de investigaccedilatildeo permanecem por explorar como os que a seguir se referem a tiacutetulo

200200

260

320

380

440

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H + L L

m a m atilde o l h a

4

Prosoacutedia 67

exemplificativo Diferentes propriedades riacutetmicas parecem determinar diferentes estrateacutegias de segmentaccedilatildeo nas liacutenguas (ver (30) acima) e os formatos de palavra inicialmente produzidos parecem correlacionar-se com essas estrateacutegias Todavia a relaccedilatildeo entre unidades de segmentaccedilatildeo na percepccedilatildeo no primeiro ano de vida e as unidades linguiacutesticas da produccedilatildeo inicial no segundo ano de

ida encontra-se por determinar Nos uacuteltimos anos tem surgido evidecircncia crescente para a importacircncia das propriedades do input no processo de aquisiccedilatildeo Mas a demonstraccedilatildeo de que a segmentaccedilatildeo lexical eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Inglecircs do que em bebeacutes aprendentes do Francecircs devido a propriedades especiacuteficas do input presentes numa liacutengua e ausentes noutra ou de que o desenvolvimento entoacional eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Catalatildeo ou do Portuguecircs do que em bebeacutes aprendentes do Inglecircs ou do Neerlandecircs devido a propriedades do input encontra-se ainda por fazer O Portuguecircs Europeu neste campo constitui um importante objecto de teste devido agrave combinaccedilatildeo de propriedades prosoacutedicas que o caracteriza a mistura de elementos riacutetmicos silaacutebicos e acentuais (ver Moacutedulo 3) a presenccedila de elementos entoacionais semelhantes a outras liacutenguas romacircnicas (como o acent senccedila espar is ndash ver Moacutedulo 4) A realizaccedilatildeo de investigaccedilatildeo experimental com dados do PE nos domiacutenios da discriminaccedilatildeo riacutetmica por bebeacutes poderia pois dar um contributo para o entendimento de quais as propriedades riacutetmicas mais salientes para os mecanismos perceptivos das crianccedilas Tambeacutem a investigaccedilatildeo das estrateacutegias de segmentaccedilatildeo lexical em bebeacutes aprendentes do PE em comparaccedilatildeo com os estudos jaacute existentes poderia dar um contributo para a associaccedilatildeo entre propriedades riacutetmicas e unidades de segmentaccedilatildeo inicial nas liacutenguas A exploraccedilatildeo de algumas destas linhas de investigaccedilatildeo estaacute prevista no acircmbito do projecto Development of prosodic structure and intonation presentemente em curso no CLUL Bibliografia especiacutefica

v

o poacutes-nuclear) a par de elementos entoacionais diferentes (como a presa de acentos tona

Behre

2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

ns H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Chen A amp P Fikkert (

Christophe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The case of the head-direction parameter Developmental Science 6 211-220

68 Soacutenia Frota

Christophe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1 amp 2) 61-75

Demuth K amp E McCullough (2008) The prosodic (re)organization of childrenrsquos early English articles Journal of Child Language 36 173-200

Fikkert Paula (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL Frota S (2010) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation

tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Frota S M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

faces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

dorico L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-word n children First Language 23(1) 97-116

rieto P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings

Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa Jusczyk P W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press Jusczyk P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word

segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 159-207 Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In

A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006) Early segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Inter

Outterances in Italia

Pof ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prosoacutedia 69

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23 months Child Development 77(2) 281-296

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass

Ambraz

Andrad iana (1994) Sineacuterese dieacuterese e estrutura silaacutebica In Actas do

ol 2 317-347

ic Typology The Phonology

494

Cascadilla Press 809-821 7 ANEXO

BIBLIOGRAFIA ALARGADA

aitis G (2010) Nuclear Intonation in Swedish Evidence from Experimental-Phonetic Studies and a Comparison with German Lund Lund University press

Andrade A (1984) Acoustic study of vowel duration in European Portuguese (based on one subject) Relatoacuterios do Grupo de Foneacutetica e Fonologia nordm 5 Lisboa INIC

Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

e E amp M C VIX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica 31-42 Lisboa APLColibri

Arvaniti A (1994) Acoustic features of Greek rhythmic structure Journal of Phonetics 22 239ndash268

Arvaniti A (2007) On the presence of final lowering in British and American English In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter V

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Arvaniti A amp M Baltazini (2005) Intonational Analysis and Prosodic Annotation of Greek Spoken Corpora In Sun-Ah Jun (ed) Prosodof Intonation and Phrasing Oxford OUP 84-117

Arvaniti A amp S Godjevac (2003) The origins and scope of final lowering in English and Greek In MJ Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Science Barcelona UAB 1077-80

Auer P (1991) ldquoStress-Timingrdquo vs ldquoSyllable-Timingrdquo from a Typological Point of View In B Palek amp P Janota (eds) Proceedings of LPrsquo90 Charles University Press 292-305

Baltazani M (2006) Focusing prosodic phrasing and hiatus resolution in Greek In L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 473-

70 Soacutenia Frota

Beckman M amp J Edwards (1990) Lengthenings and shortenings and the nature of prosodic constituency In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in

Beckm

Beckm letcher (1992) Prosodic structure and tempo in a sonority model of articulatory dynamics In Gerard J Docherty amp D Robert Ladd (eds) Papers in Laboratory Phonology II Cambridge CUP 68ndash86

eckman M J Hirschberg amp S Shattuck-Hufnagel (2005) The Original ToBI d the Evolution of the ToBI Framework In Sun-Ah Jun (ed)

y of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

ehrens H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Laboratory Phonology I Cambridge CUP 179ndash200

Beckman M amp J Edwards (1994) Articulatory evidence for differentiating stress categories In Patricia Keating (ed) Papers in Laboratory Phonology III Cambridge CUP 7ndash33

an M amp J Pierrehumbert (1986) Intonational Structure in Japanese and English Phonology Yearbook 3 255ndash310

an M J Edwards amp J F

BSystem anProsodic Typology The PhonologUniversity Press 9-54

B

Blevins J (1995) The Syllable in Phonological Theory In J Goldsimth (ed) The Handbook of Phonological Theory Oxford Blackwell 206-244

Boersma P amp D Weenink (2008) Praat doing phonetics by computer (version 5023) httpwwwpraatorg

Brandatildeo de Carvalho J (1989) Phonological conditions on Portuguese clitic

Bruce G (1977) Swedish word accents in sentence perspective Lund Gleerup

bridge CUP 70-87

ts Journal of the Acoustical Society of America 120

Cambieerdam LOT Dissertation Series 32

Casper43(2) 127-161

Chen A in English In Proceedings of Eurospeech Geneva 97-100

placement on syntactic evidence for stress and rhythmical patterns Linguistics 27 405-436

Byrd D A Kaun S Narayanan amp E Saltzman (2000) Phrasal signatures in articulation In M B Broe amp J Pierrehumbert (eds) Papers in Laboratory Phonology V Cam

Byrd D J Krivopic amp S Lee (2006) How far how long On the temporal scope of prosodic boundary effec(3) 1589-1599

r-Langeveld T (2000) Temporal marking of accents and boundaries PhD Thesis University of Amst

Carlson K L Frazier C Clifton Jr (2009) How prosody constrains comprehensionA limited effect of prosodic packaging Lingua 1191066ndash1082

s J (2000) Experiments on the meaning of four types of single-accent intonation patterns in Dutch Language and Speech

Chahal D amp S Hellmuth (in press) The intonation of Lebanese and Egyptian Arabic In Sun-Ah Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford OUP

(2003) Reaction Time as an Indicator of Discrete Intonational Contrasts

Prosoacutedia 71

Chen A amp P Fikkert (2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Christose of the head-direction parameter

Christo5

7

Cruz-Fh PhD Dissertation Manchester University

e

DrsquoImpe ets and their

DrsquoImpe How many levels of phrasing Evidence from

DrsquoImpe House (1997) Perception of questions and statements in

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

phe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The caDevelopmental Science 6 211-220

phe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1-2) 61-7

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-54

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Cruz M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portuguese Production and Perception TIE4 Stockholm

Cruz-Ferreira M (1980) Basic intonational and grammatical patterns of Portuguese and English questions MA Dissertation University of Manchester

erreira M (1983) Non-native comprehension of intonation patterns in Portuguese and in Englis

Cruz-Ferreira M (1998) Intonation in European Portuguese In D Hirst amp A Di Cristo (eds) Intonation Systems A Survey of Twenty Languages CambridgCambridge University Press 167-178

rio M (2000) The role of perception in defining tonal targalignment PhD Dissertation Ohio State University

rio M amp B Gili Fivela (2003)two varieties of Italian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 130-144

rio M amp DNeapolitan Italian Eurospeech rsquo97 251ndash254

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Dainora A (2006) Modelling intonation in English In L Goldstein D H Whalen amp Catherine T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 107-132

Dasher R amp D Bolinger (1982) On pre-accentual lengthening Journal of the International Phonetic Association 12 58-69

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

72 Soacutenia Frota

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

gia Tomo XXIV 1-11

Demuth e prosodic (re)organization of childrenrsquos

Den Os sertation Utrecht

DePaoltic study Journal of Phonetics 36 406-422

guage 59 294-311

on 27 27-33

a Lisboa

Elordie onational

oa

Faleacute I tonational Contrasts in

Faleacute I requests in European Portuguese

Fernansidade Estadual de Campinas

Fikkert J Freitas (1998) Acquisition of syllable structure constraints Evidence from Dutch and Portuguese In Proceedings of the GALA97

Delgado Martins M R (1973) Anaacutelise acuacutestica das vogais toacutenicas em Portuguecircs Boletim de Filologia Tomo XXII 303-314

Delgado Martins M R (1975) Vogais e consoantes do Portuguecircs estatiacutestica de ocorrecircncia duraccedilatildeo e intensidade Boletim de Filolo

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

Demuth K (2006) Crosslinguistic perspectives on the Development of Prosodic Words Introduction Language and Speech 49(2) 129-135

K amp E McCullough (2008) Thearly English articles Journal of Child Language 36 173-200

E (1988) Rhythm and tempo of Dutch and Italian PhD DisRijksniversiteit

is R A M Vihman amp S Kunnari (2008) Prosody in production at the onset of word use A cross-linguis

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentation and lexical processing Journal of Memory and Lan

Dimitrova S (1997) Bulgarian Speech Rhythm Stress-Timed or Syllable-Timed Journal of the International Phonetic Associati

Ellison M amp M C Viana (1996) Antagonismo e elisatildeo das vogais aacutetonas em PE Actas do XI Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de LinguiacutesticAPLColibri Vol III 261ndash282

ta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intphrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica (Special issue on Boundaries in intonational phonology ed by Merle Horne amp Marc van Oostendorp) 59 110-143

Faleacute I (1995) Fragmento da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu as Estruturas Coordenadas MA Dissertation Universidade de Lisb

Faleacute I (2005) Percepccedilatildeo e Reconhecimento da Informaccedilatildeo Entoacional em Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

amp I H Faria (2006) Categorical Perception of InEuropean Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

amp I H Faria (2007) Imperatives orders and intonation In Proceedings of the 16th International Congress of Phonetic Sciences 1041-1044

des F (2007) Ordem Focalizaccedilatildeo e Preenchimento em Portuguecircs Sintaxe e Prosoacutedia PhD Dissertation Univer

Fikkert P (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL

P amp M

Prosoacutedia 73

Conference on Language Acquisition Edinburgh University of Edinburgh 217-222

Fodor J (2002) Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

s N Munaro amp R van de Vijver

Frota S nd

of an E of Athens 127ndash130

ue on

Frota S tuguese

ngua Portuguesa

Freitas M J (1997) Aquisiccedilatildeo da Estrutura Silaacutebica do Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

Frota S (1996) Prosodic Phrases and European Portuguese in search of evidence In A Bisetti L Brugegrave J Costa R Goedeman(eds) Proceedings of ConSole 3 Leiden SOLE 47ndash69

(1997) Association Alignment and Meaning the tonal sequence HL aFocus in European Portuguese In A Botinis G Kouroupetroglou amp G Carayiannis (eds) Intonation Theory Models and ApplicationsmdashProceedings

SCA Workshop Athens ESCAUniversity

Frota S (2000a) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2000b) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma Actas do XV Encontro teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs)

Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2002a) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 (Special issIntonation in Romance edited by J Ignacio Hualde) 113-146

(2002b) Tonal association and target alignment in European Pornuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002c) The Prosody of Focus a Case-Study with Cross-Linguistic Implications In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 319-322

Frota S (2003a) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2003b) The phonological status of initial peaks in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 133-152

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio amp A Villava Gramaacutetica da Liacute6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (2010a) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

74 Soacutenia Frota

Frota S (2010b) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A

Frota S accedilatildeo no

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena

Frota es of European

European Portuguese Third

Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Mateus amp C Nunes Correia (eds) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varietiPortuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation inConference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa httpwwwflulptLaboratorioFoneticatextsTIE3EarlyIntonationEPfpdf

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das

Frota S Vigaacuterio (2007) The phonetics

eory) 131-153

duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp Mand phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Th

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Prosoacutedia 75

Frota Sde Lisboa

M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade httpfrepopflulpt

Gerken

Gili Fi d Perception The Case of Pisa

Gordonsodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

Gout A l phrase boundaries

Grabe rrelates of Rhythmic Class In C

Grabe Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV

Grice ian implications for

Grφnnu

Gussen

Gussen

Gut Ul

Language and Speech 34(4) 299-318

L amp R Aslin (2005) Thirty Years of Research on Infant Speech Perception The Legacy of Peter W Jusczyk Language Learning and Development 1(1) 5-21

Ghini M (1993) φ-formation in Italian a new proposal Toronto Working Papers in Linguistics 122 41ndash79

vela B (2008) Intonation in Production anItalian Alessandria Edizione dellrsquoOrso

M K (2005) Intonational Phonology of Chickasaw In Sun-Ah Jun (ed) ProUniversity Press 301-330

A Christophe amp J Morgan (2004) Phonologicaconstrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

E amp E L Low (2000) Acoustic CoGussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 515-546

E amp P Warren (1995) Stress shift do speakers do it or do listeners hear it In BCambridge CUP 95ndash110

M (1995) The intonation of interrogation in Palermo Italintonation theory Tuumlbingen Niemeyer

m N amp M C Viana (1999) Aspects of European Portuguese Intonation In ICPhS 99 San Francisco Vol3 1997-2000

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

hoven C (1984) On the Grammar and Semantics of Sentence Accents Dordrecht Foris

Gussenhoven C (1993) The Dutch foot and the chanted call Journal of Linguistics 29 37-63

hoven C (1999) Discreteness and Gradience in Intonational Contrasts Language and Speech 42(2-3) 283-305

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

rike and Jan-Torsten Milde (2002) The Prosody of Nigerian English In Speech Prosody 2002 Proceedings Aix-en-Provence 367-370

Halleacute P B Boysson-Bardies amp M Vihman (1991) Beginnings of prosodic organization intonation and duration patterns of disyllables produced by Japanese and French infants

76 Soacutenia Frota

Hayes B (1995) Metrical Stress Theory Principles and case studies Chicago The University of Chicago Press

Hayes B amp A Lahiri (1991a) Bengali Intonational Phonology Natural Language

Hayesrg L Nord amp R Carlson (eds) Music Language Speech

Hellmudams A Cooper F Parrill amp T Wier (eds) Proceedings from the 40th

Hellmu nship between prosodic structure and pitch accent

91-316

Homae no amp G Taga (2007) Prosodic processing in the

Horne Linguistics 28 959-981

Hume odel of the Interplay of Speech Perception and

Jordatildeo oacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

Jun S- on the laryngeal gesture in Korean In

Jun S-A (2003) The effect of phrase length and speech rate on prosodic phrasing In

Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin

Jun S- University Press

and Linguistic Theory 9 47ndash96

B amp A Lahiri (1991b) Durationally specified intonation in English and Bengali In J Sundbeand Brain Basingstoke Macmillan 78-91

th S (2004) Prosodic weight and phonological phrasing in Cairene Arabic In N AAnnual Meeting of the Chicago Linguistics Society 97-111

th S (2007) The relatiodistribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 2

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

F H Watanabe T Nakadeveloping brain Neuroscience Research 59 29-39

Merle (1990) Empirical evidence for a deletion formulation of the rhythm rule in English

House David (1990) Tonal Perception in Speech Lund Lund University press

E amp K Johnson (2001) A MPhonology In E Hume amp K Johnson (eds) The Role of Speech Perception in Phonology New York Academic Press 3-26

R (2009) A estrutura prosUm estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

A (1995) Asymmetrical prosodic effectsB Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 235-253

Jun S-A (1996) The Phonetics and Phonology of Korean Prosody Intonational Phonology and Prosodic Structure New York Garland Publishing

M J Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Sciences Barcelona UAB 483ndash486

Jun S-A (2005a) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (2005b) Korean Intonational Phonology and Prosodic Transcription In S-A Jun (ed) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford OUP 201-229

Jun S-A (2007) The intermediate phrase in Korean Evidence from sentence processing In T Riad amp CMouton de Gruyter Vol 2 143-167

A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford

Prosoacutedia 77

Jusczyk Peter W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press

P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 1

Jusczyk59-207

3th International Conference on Turkish Linguistics

Kainad honological nature of prosodic

Kaplan 1978) Methods amp Designs Tables

Keating initial articulatory

Kohler ings of the

ences of the Estonian SSR

Ladd D f Intonational Phonology

nter-

Ladd D tonational emphasis continuous

Lehiste

Acquisition Cambridge University Press

Maia Mnal of

Major razilian Portuguese Journal of Phonetics 9

Manriq17-128

Kabak B amp A Revithiadou (2006) The Phonology of Clitic Groups Prosodic Recursivity Revisited Paper given at The 1Uppsala

a E (2009) The phonetic and pboundaries evidence from Modern Greek PhD Dissertation University of Edinburgh

H L N A Macmillan amp C D Creelman (of drsquo for variable-standard discrimination paradigms Behavior Research Methods amp Instrumentation 10(6) 796-813

P T Cho C Fougeron amp C-S Hsu (2003) Domain-strengthening in four languages In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 145-163

K J (1987) Categorical Pitch Perception In Uuml Vicks (ed) Proceed11th International Congress of Phonetic Sciences Volume 5331-333 Tallinn Academy of Sci

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements oIn M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Ladd D R amp J M Scobbie (2003) External sandhi as gestural overlap Couevidence from Sardinian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 164-182

R amp R Morton (1997) The perception of inor categorical Journal of Phonetics 25 313ndash342

I (1970) Suprasegmentals Cambridge MA The MIT Press

Levelt C amp R Van de Vijver (2004) Syllable types in cross-linguistic and developmental grammars In R Kager J Pater amp W Zonneveld (eds) Constraints in Phonological

Li W Y Yang (2009) Perception of prosodic hierarchical boundaries in Mandarin Chinese sentences Neuroscience 158 (4)1416-1425

Lloyd J (1940) Speech Signals in Telephony London

E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late preferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish JourPortuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Roy C (1981) Stress-timing in B343-351

ue A MB amp A Signorini (1983) Segmental duration and rhythm in Spanish Journal of Phonetics 11 1

78 Soacutenia Frota

Mata A I (1999) Para o estudo da entoaccedilatildeo em fala espontacircnea e preparada no Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

M H amp E Andrade (2000) The PMateus honology of Portuguese Oxford Oxford

as

Mehler n

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988)

Millottsody constrains word segmentation in French 16-month-olds

Millott98-909

Moraes J (1992) Dureacutee Intrinsegraveque de Martin

Morais Barb ie portugaise Lisboa Junta de

Morgan J L (1996) A rhy preverbal speech segmentation Journal of

Morgan

of Phonetics 37 29-45

Early

Nazzi T J

766

logy In I Roca (ed) Logical

Nespor Berlin Mouton de Gruyter

University Press

Mateus M H amp M R Delgado Martins (1982) Contribuiccedilatildeo para o estudo dvogais aacutetonas [acute] e [u] no Portuguecircs Europeu Biblos Vol LVIII 111ndash128

J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language IA Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

e S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal proJournal of Portuguese Linguistics 9-2

e S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 8

Moniz H (2006) Contributo para a caracterizaccedilatildeo dos mecanismos de (dis)fluecircncia em Portuguecircs Europeu MA Dissertation Universidade de Lisboa

s Voyelles du Portugais Breacutesilien In P (ed) Melanges Leacuteon Phonetique Phonostylistique Linguistique et Litterature 367-377 Toronto Editions Meacutelodie

osa J (1965) Etudes de phonologInvestigaccedilotildees do Ultramar

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

thmic bias in Memory and Language 35 666-688

J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nakai S S Kunnari A Turk K Suomi amp R Ylitalo (2009) Utterance-final lengthening and quantity in Northern Finnish Journal

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006)segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newbornstowards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonoIssues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

M (1999) Stress Domains In Word Prosodic Systems in the Languages of Europe Harry van der Hust (ed) 117-159

Prosoacutedia 79

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2ordf ediccedilatildeo publicada em 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The

man Proceedings of the International Symposium on Tonal

Odorico ord

Peperkao MA Dissertation University of Amsterdam

Pierreh d their alignment In M Horne (ed)

n

Pierreh

an Press

nal of Acoustical Society of America 90

Prieto P (2002) Entonacioacute In J Solagrave M R Lloret J Mascaroacute amp M P Saldanya

Prieto

Nespor M amp I Vogel (1989) On clashes and lapses Phonology 6 69ndash116

Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Niebuhr O amp K J Kohler (2004) Perception and Cognitive Processing of Tonal Alignment in GerAspects of Languages Emphasis on Tone Languages Beijing 155-158

L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-wutterances in Italian children First Language 23(1) 97-116

mp S (1992) La Risoluzione delle Aritmie nella Fonologia Ritmica dellrsquoItalian

Peperkamp S (1997) Prosodic Words The Hague Holland Academic Graphics HIL Dissertations 34

Pierrehumbert J (1980) The phonology and phonetics of English intonation PhD Dissertation MIT

umbert J (2000) Tonal elements anProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 11-36

Pierrehumbert J amp J Hirschberg (1990) The meaning of intonational contours in the interpretation of discourse In PR Cohen et al (eds) Intentions iCommunication Cambridge Mass MIT Press 271ndash311

umbert J amp M Beckman (1988) Japanese Tone Structure Cambridge Mass MIT Press

Pierrehumbert J amp SA Steele (1989) Categories of tonal alignment in English Phonetica 46 181ndash196

Pike K L (1945) The intonation of American English Ann Arbor University of Michig

Price P M Ostendorf S Shattuck-Hufnagel amp C Fong (1991) The use of prosody in syntactic disambiguation In Jour372-377

(eds) Gramagravetica del catalagrave contemporani Barcelona Empuacuteries Volum 1 393-462

Prieto P (2004) Fonegravetica i fonologia Els sons del catalagrave Barcelona Editorial UOC

P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

80 Soacutenia Frota

Ramus F (2002) Language discrimination by newborns Teasing apart phonotactic rhythmic and intonational cues Annual Review of Language Acquisition 2 85-

Ramus ues A

Ramus 999) Correlates of linguistic rhythm in speech

Sandler

prehension Springer

2519-2522

unication 41 71-80

dentification and lexical access In G Altmann amp R

Selkirk On derived domains in sentence phonology Phonology Yearbook 3

Selkirkrdrsquos paper In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in Laboratory

115

F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cstudy based on speech resynthesis JASA 105 512-521

F M Nespor amp J Mehler (1Cognition 73 265-292

Rietveld T J Haan L Heijmans amp C Gussenhoven (2002) Explaining attitudinal ratings of Dutch rising contours Morphological structure vs the Frequency Code Phonetica 59 180-194

Salverda A D Dahan amp J McQueen (2003) The role of prosodic boundaries in the resolution of lexical embedding in speech comprehension Cognition 90 51-89

W (2006) Phonology phonetics and the nondominant hand in L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 185-212

Sandler W amp D Lillo-Martin (2006) Sign Language and Linguistic Universals Cambridge CUP

Sandler W amp M Nespor (1999) Prosody in Israeli Sign Language Language and Speech 42 (2-3) 143-176

Savino M amp M Grice (in press) The perception of intonational contrasts in Italian In S Frota G Elordieta amp P Prieto (eds) Prosodic categories Production Perception and Com

Schiller N O A S Meyer R H Baayen amp W JM Levelt (1996) A Comparison of Lexeme and Speech Syllable in Dutch Journal of Quantitative Linguistics 3(1) 8-28

Schneider K G Dogil amp B Moumlbius (2009) German Boundary tones show Categorical Perception and a Perceptual Magnet Effect when presented in different contexts In Proceedings of Interspeech Brighton

Schouten B E Gerrits amp A van Hessen (2003) The end of categorical perception as we know it Speech Comm

Segui J E Dupoux amp J Mehler (1990) The role of the syllable in speech segmentation phoneme iSillcock (eds) Cognitive Models of Speech Processing Cambridge Mass MIT Press

Selkirk E (1984) Phonology and Syntax the relation between sound and structure Cambridge Mass MIT Press

E (1986)371ndash405

E (1990) On the nature of prosodic constituency comments on Beckman and EdwaPhonology I Cambridge CUP 179ndash200

Prosoacutedia 81

Selkirk E (1996) The Prosodic Structure of Function Words In J L Morgan amp K Demuth (eds) Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition

SelkirkProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce)

Selkirk glish In S Frota M

Shaked syntactic and phonological constraints in Hebrew

Shattuc importance of phonological transcription in

Shattucle of prosodic structure In Merle Horne (ed) Prosody

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23

Sudoof er S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp

Tenani guecircs do brasil implicaccedilotildees para a

Trucke On the relation between syntactic phrases and phonological

Trucke

Turk A ufnagel (2000) Word-boundary-related duration patterns in

Turk A 7) Multiple targets of phrase-final lengthening

van He R S Kirsner (2004) Phonetic or phonological contrasts in Dutch

Mahwah Lawrence Erlbaum Associates 187-213

E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Dordrecht Kluwer 231-261

E (2005) Comments on Intonational Phrasing in EnVigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

A (2007) Competingprosodic phrasing The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 169-199

k-Hufnagel S (1995) The empirical approaches to ldquostress shiftrdquo versus ldquoearly accentrdquo comments on Grabe and Warren and Vogel Bunnell and Hoskins In B Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 128ndash 140

k-Hufnagel S (2000) Phrase-level phonology in speech production planning Evidence for the roTheory and Experiment Dordrecht Kluwer Academic Publishers 201-229

months Child Development 77(2) 281-296

f S D Lenertovaacute R MeyJ SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

L (2002) Domiacutenios prosoacutedicos no Portuprosoacutedia e para a aplicaccedilatildeo de processos fonoloacutegicos PhD dissertation Universidade Estadual de Campinas

nbrodt H (1999) phrases Linguistic Inquiry 30 219ndash255

nbrodt H (2002) Upstep and embedded register levels Phonology 19 77-120

Truckenbrodt H (2007) Upstep on edge tones and on nuclear accents In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter Vol 2 349-386

Turk A amp J R Sawusch (1997) The domain of accentual lenthening in American English Journal of Phonetics 25 25-41

amp S Shattuck-HEnglish Journal of Phonetics 28 397-440

amp S Shattuck-Hufnagel (200in American English words Journal of Phonetics 35 445-472

uven V ampboundary tones In Linguistics in the Netherlands 21 102-113 AmsterdamPhiladelphia John Benjamins

82 Soacutenia Frota

Vanrell M (2007) A tonal scaling contrast in Majorcan Catalan interrogatives Journal of Portuguese Linguistics 6(1) 147-178 (Special issue Prosody in Ibero-Romance and related languages ed by G Elordieta and M Vigaacuterio)

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

Viana M C (1987) Para a siacutentese da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Dissertaccedilatildeo para acesso agrave categoria de Investigador Auxiliar Lisboa CLUL-INIC

httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

M (1998) Aspectos da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu estruturas com adveacuter

Vigaacuteriobio de exclusatildeo e negaccedilatildeo fraacutesica Braga CEHUM

465-477 Lisboa APLColibri

stics 2-2 (Special Issue on Portuguese

ial Issue Crosslinguistic Perspectives on the Development of Prosodic

Vigaacuterio m signal to grammar Rhythm and the th

sterdam John Benjamins 137-158

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

Vigaacuterio M (2003) The Prosodic Word in European Portuguese BerlinNew York Mouton de Gruyter

Vigaacuterio M (2009) The Prosodic Word Group as a domain of prosodic hierarchy Paper given at the Sixth Old Conference in Phonology (OCP6) Univ Edinburgh

Vigaacuterio M amp I Faleacute (1994) A Siacutelaba no Portuguecircs Fundamental uma descriccedilatildeo e algumas consideraccedilotildees de ordem teoacuterica In Actas do IX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese LinguiPhonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M M J Freitas amp S Frota (2006) Grammar and frequency effects in the acquisition of prosodic words in European Portuguese Language and Speech (SpecWords edited by K Demuth) 49(2) 175-203

M S Frota amp M J Freitas (2003) Froacquisition of syllable structure Proceedings of the 27 Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

Wenk B amp F Wioland (1982) Is French really syllable-timed Journal of Phonetics 10 193-216

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (eds) Phonetics and Phonology Interactions and interrelations Am

Prosoacutedia 83

Wightman CW S Shattuck-Hufnagel M Ostendorf amp P J Price (1992) Segmental durations in the vicinity of prosodic phrase boundaries Journal of the Acoustical Society of America 91 (3) 1707-1717

Zerbian S (2007) Phonological phrasing in Northern Sotho (Bantu) The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing edited by S Frota amp P Prieto) 24

Zsiga Eers in

233-262

(1995) An acoustic and electropalatographic study of lexical and postlexical palatalization in American English In B Connell amp A Arvaniti (eds) PapLaboratory Phonology IV Cambridge CUP 282-302

  • Prosoacutedia
    • Relatoacuterio
    • Soacutenia Frota
      • Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa
        • Conteuacutedos
          • Estrutura prosoacutedica
            • Leacutexico entoacional
            • Restriccedilotildees distribucionais
            • Implementaccedilatildeo foneacutetica
              • Bibliografia alargada
Page 5: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em

8 Soacutenia Frota

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico 42 BIBLIOGRAFIA GERAL Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em

portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

Prosoacutedia 9

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (eds) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2002) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (eds) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

10 Soacutenia Frota

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In IH Faria amp MJ Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no PE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (eds) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (eds) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Gout A A Christophe amp J Morgan (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Prosoacutedia 11

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A study based on speech resynthesis JASA 105 512-521

Ramus F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition 73 265-292

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp J SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (eds) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

12 Soacutenia Frota

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

43 CONSIDERACcedilOtildeES SOBRE O PROGRAMA E A BIBLIOGRAFIA O programa encontra-se organizado em seis moacutedulos O primeiro constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes

Os moacutedulos dois trecircs e quatro satildeo respectivamente dedicados aos constituintes prosoacutedicos ao ritmo e agrave melodia Apesar de formarem moacutedulos autoacutenomos esta apresentaccedilatildeo sequencial favorece a compreensatildeo da organizaccedilatildeo sonora da linguagem como uma estruturaccedilatildeo em constituintes que se manifesta em diversos domiacutenios da mateacuteria sonora desde os fenoacutemenos de sacircndi agraves relaccedilotildees de proeminecircncia e fenoacutemenos riacutetmicos e agrave distribuiccedilatildeo dos eventos tonais que compotildeem as melodias A estrutura interna de cada um dos trecircs moacutedulos parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio e da aplicaccedilatildeo de instrumentos elementares de anaacutelise prosoacutedica para a problematizaccedilatildeo de questotildees especiacuteficas e a exploraccedilatildeo de potenciais caminhos para a construccedilatildeo de respostas aos problemas e hipoacuteteses levantados Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial

Os dois uacuteltimos moacutedulos do programa tambeacutem autoacutenomos entre si pressupotildeem todavia os conhecimentos e competecircncias anteriormente adquiridos Nestes dois moacutedulos constituecircncia prosoacutedica ritmo e entoaccedilatildeo satildeo trabalhados na perspectiva do processamento da liacutengua (moacutedulo 5) e da aquisiccedilatildeo da liacutengua (moacutedulo 6) No primeiro caso salienta-se o papel da prosoacutedia no processamento lexical e sintaacutectico No segundo caso realccedila-se o contributo da prosoacutedia para a aquisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo do proacuteprio desenvolvimento prosoacutedico Aqui como anteriormente faz-se especial referecircncia a estudos sobre o Portuguecircs

Prosoacutedia 13

Atravessa todo o programa uma forte componente experimental pois pretende-se de acordo com os objectivos do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 33) uma compreensatildeo activa do componente prosoacutedico da linguagem atraveacutes do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de estudo da prosoacutedia e da sua aplicaccedilatildeo em pequenos projectos de investigaccedilatildeo A bibliografia geral apresentada obedece a trecircs criteacuterios fundamentais acompanhando as linhas de organizaccedilatildeo do programa acima descritas (i) a inclusatildeo de bibliografia de niacutevel introdutoacuterio e de niacutevel intermeacutedio e avanccedilado (ii) a selecccedilatildeo de textos que privilegiam a caracterizaccedilatildeo prosoacutedica do Portuguecircs no quadro da comparaccedilatildeo entre liacutenguas juntamente com textos sobre liacutenguas diversas em ambos os casos fazendo recurso a um quadro teoacuterico homogeacuteneo e utilizando metodologias experimentais (iii) a acessibilidade dos textos especialmente atraveacutes de recursos bibliograacuteficos on-line A bibliografia geral eacute disponibilizada no ano anterior ao do funcionamento do seminaacuterio juntamente com o programa No decurso do funcionamento do seminaacuterio para cada moacutedulo do programa satildeo indicadas referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Estas referecircncias na sua maior parte constam da bibliografia geral inicialmente disponibilizada Todavia podem surgir novos textos a indicar ao longo do seminaacuterio que pelo seu caraacutecter extremamente especiacutefico orientado para determinada mateacuteria ou por terem sido recentemente produzidospublicados ou por corresponderem a interesses particulares de alunos natildeo foram incluiacutedos na bibliografia geral Entenda-se pois a bibliografia como um espaccedilo com abertura e flexibilidade ajustaacutevel a necessidades conjunturais No final do seminaacuterio eacute fornecida aos alunos uma bibliografia alargada (em Anexo) 44 PLANIFICACcedilAtildeO DAS MATEacuteRIAS A distribuiccedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos por horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio segue o seguinte plano Conteuacutedos Horas

lectivas1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes

prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica

3

14 Soacutenia Frota

12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis

6

3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

9

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

9

5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

6

6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico

7~9

Conferecircncias (moacutedulos 2 a 6) 3~5 Total de horas lectivas 45

As horas lectivas atribuiacutedas a cada moacutedulo variam em 6 a 9 (isto eacute 2 a 3 sessotildees de 3 horas cada) agrave excepccedilatildeo do primeiro moacutedulo de introduccedilatildeo geral ao seminaacuterio As horas efectivas atribuiacutedas ao moacutedulo seis dependem da integraccedilatildeo no programa de duas ou trecircs conferecircncias na aacuterea de especialidade do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 32 e introduccedilatildeo agrave secccedilatildeo 4) Estas conferecircncias podem contribuir para qualquer um dos moacutedulos dois a seis do programa Excepto no caso das conferecircncias e dos ajustes de horaacuterio que elas possam implicar as horas lectivas satildeo organizadas em sessotildees de 3 horas ao longo do semestre

Prosoacutedia 15

5 OS MEacuteTODOS DE ENSINO 51 METODOLOGIAS E RECURSOS Em conformidade com os objectivos do seminaacuterio explicitados na secccedilatildeo 33 o ensino articula a apresentaccedilatildeo de conteuacutedos e sua problematizaccedilatildeo e discussatildeo com a exemplificaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas experimentais de estudo da prosoacutedia e o exerciacutecio da sua aplicaccedilatildeo As sessotildees do seminaacuterio funcionam assim combinando os formatos de conferecircncia (exposiccedilatildeo problematizaccedilatildeo discussatildeo) e de workshop (propostas exemplificaccedilatildeo exerciacutecios aplicaccedilatildeo a novos casos discussatildeo) Os conteuacutedos de cada moacutedulo satildeo perspectivados como o resultado de questotildees de investigaccedilatildeo e discutidos como despoletadores de novas questotildees Assim os alunos satildeo conduzidos a assumir as perspectivas do investigador ndash como aquele que coloca as questotildees e traccedila um percurso experimental na busca das respostas ndash e do utilizador do conhecimento cientiacutefico o profissional que no desempenho da sua actividade necessita de conhecimento especializado e do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de anaacutelise produtoras de informaccedilatildeo especiacutefica Esta abordagem visa promover o desenvolvimento das competecircncias necessaacuterias agrave produccedilatildeo de investigaccedilatildeo autoacutenoma na aacuterea da prosoacutedia eou agrave praacutetica de actividades que exigem conhecimentos especializados nesta aacuterea A concretizaccedilatildeo das formas de ensino que acabei de expor exige a disponibilizaccedilatildeo de recursos vaacuterios particularmente nos domiacutenios do suporte informaacutetico e laboratorial Todas as sessotildees do seminaacuterio implicam a utilizaccedilatildeo de equipamento multimeacutedia ndash computador projector viacutedeo sistema de som ndash exigindo uma sala preparada para este efeito Programas de anaacutelise e siacutentese de fala bem como de apresentaccedilatildeo de estiacutemulos para tarefas de percepccedilatildeo satildeo utilizados tanto na exemplificaccedilatildeo de casos de estudo como nos exerciacutecios realizados Destacam-se em particular os seguintes programas Praat desenvolvido por Paul Boersma e David Weenink (Institute of Phonetic Sciences University of Amsterdam) e de distribuiccedilatildeo gratuita (httpwwwpraatorg) SpeechStation2 da Sensimetrics (httpwwwsenscom) existente no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab SuperLab Pro da Cedrus (httpwwwsuperlabcom) tambeacutem disponiacutevel no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab Habit (httphabitcmbucdavisedu) de

16 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo gratuita Satildeo ainda recursos utilizados os sistemas de anotaccedilatildeo prosoacutedica ToBI adaptados a diferentes liacutenguas httpwwwlingohio-stateedu~tobiame_tobi httpprosodia upfeducat_tobien httpwwwfl ulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm O suporte laboratorial do seminaacuterio eacute garantido pelo Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tendo os alunos acesso a todos os equipamentos disponiacuteveis bem como a corpora e bases de dados e beneficiando da orientaccedilatildeo praacutetica de doutorandos e bolseiros de investigaccedilatildeo associados ao laboratoacuterio 52 AVALIACcedilAtildeO De acordo com o Regulamento de Estudos poacutes-graduados da UL (httpwwwflulptlexregulamento_pgpdf ) a avaliaccedilatildeo do seminaacuterio eacute expressa no no intervalo de 10 a 20 valores da escala inteira de 0 a 20 Os alunos podem optar por um de dois modelos de trabalho final de seminaacuterio (i) a realizaccedilatildeo de um trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio (estudo piloto) ou (ii) a apreciaccedilatildeo criacutetica de um artigo sobre um estudo experimental Os alunos que pretendem concluir o ciclo de estudos com a elaboraccedilatildeo de uma dissertaccedilatildeo de natureza cientiacutefica ou de um trabalho de projecto original satildeo incentivados a optar pelo modelo (i) O modelo (ii) eacute direccionado para alunos que pretendem realizar um estaacutegio de natureza profissional e respectivo relatoacuterio (ver Normas regulamentares do mestrado Linguiacutestica httpwwwflulpt dlgrptensinociclo2programas0_Mestr_Ling_Regulamentodoc) O tema do trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio poderaacute ser escolhido entre os temas de trabalho apresentados pela docente ao longo do semestre ou proposto pelo aluno Para a escolha do tema satildeo ponderados o seu interesse para o projecto de investigaccedilatildeo pessoal do aluno a exequibilidade do trabalho no tempo disponiacutevel (habitualmente cerca de 5 semanas) os recursos e o apoio necessaacuterios agrave execuccedilatildeo do trabalho O trabalho deve ser individual original e especialmente realizado para o seminaacuterio podendo todavia integrar um projecto de investigaccedilatildeo pessoal jaacute em curso especialmente no caso dos estudantes de doutoramento A orientaccedilatildeo do trabalho cabe agrave docente do seminaacuterio podendo membros da equipa do Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tambeacutem sob sua orientaccedilatildeo apoiar o aluno na realizaccedilatildeo do trabalho

Prosoacutedia 17

Dada a sua natureza de estudo piloto o trabalho deve explorar uma abordagem experimental do tema escolhido com uma recolha de dados de dimensatildeo pequena mas suficiente para problematizar o sucesso da abordagem utilizada e abrir caminhos de investigaccedilatildeo futura Numa fase intermeacutedia da realizaccedilatildeo do trabalho este eacute apresentado e discutido oralmente O formato final do trabalho eacute o formato de um artigo com o nuacutemero maacuteximo de 15 paacuteginas A avaliaccedilatildeo do trabalho eacute feita com base nos seguintes paracircmetros enquadramento do tema na literatura da especialidade meacuterito da abordagem experimental escolhida domiacutenio dos meacutetodos e teacutecnicas experimentais capacidade de analisar os dados e extrair implicaccedilotildees dos resultados dessa anaacutelise No que respeita ao modelo (ii) o artigo a apreciar eacute escolhido a partir de uma lista apresentada pela docente O formato final da apreciaccedilatildeo criacutetica eacute o de um parecer com o nuacutemero maacuteximo de 8 paacuteginas Da apreciaccedilatildeo criacutetica a elaborar pelo aluno devem constar um resumo do artigo a discussatildeo da sua relevacircncia face ao enquadramento na literatura em que se situa a pertinecircncia das questotildees de investigaccedilatildeo que examina a propriedade da metodologia utilizada para esse efeito e a importacircncia dos resultados obtidos e suas implicaccedilotildees para estudos posteriores A avaliaccedilatildeo do seminaacuterio corresponde agrave avaliaccedilatildeo obtida no trabalho final 6 OS CONTEUacuteDOS E SEU DESENVOLVIMENTO

Nenhum vento sopra a favor

de quem natildeo sabe para onde ir

Seacuteneca

Things should be made as simple

as possible

but not any simpler

Albert Einstein

Para cada moacutedulo do programa do seminaacuterio de Prosoacutedia apresenta-se um sumaacuterio das mateacuterias abordadas indicam-se potenciais linhas de investigaccedilatildeo e listam-se referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Como referido anteriormente (secccedilatildeo 43) a estrutura interna de cada moacutedulo parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio para a problematizaccedilatildeo de questotildees particulares de investigaccedilatildeo Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs

18 Soacutenia Frota

(variedade standard falada na regiatildeo de Lisboa) num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial 61 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

O primeiro moacutedulo do programa constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia

em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes O papel desempenhado pela estrutura prosoacutedica enquanto elemento organizador das sequecircncias de fala encontra-se bem estabelecido na literatura A estrutura prosoacutedica agrupa fragmentos da cadeia falada em constituintes prosoacutedicos hierarquicamente organizados delimitados por fronteiras e caracterizados por proeminecircncias de diferentes niacuteveis (Figura 1)

Figura 1 Exemplificaccedilatildeo de estrutura prosoacutedica da siacutelaba ao sintagma entoacional Os constituintes prosoacutedicos satildeo marcados por constelaccedilotildees de propriedades que constituem a maior fonte de evidecircncia empiacuterica para a estrutura prosoacutedica Entre

Prosoacutedia 19

estas propriedades contam-se os fenoacutemenos que mostram que a realizaccedilatildeo de segmentos (ou de tons no caso de liacutenguas tonais) eacute afectada pela estrutura prosoacutedica fenoacutemenos de sacircndi (1a) fenoacutemenos de reforccedilo inicial de constituinte (1b) ou de alongamento final de constituinte (Figura 2) Tambeacutem os fenoacutemenos riacutetmicos satildeo sensiacuteveis agrave estrutura prosoacutedica por exemplo a forma como situaccedilotildees de antagonismo acentual motivadas pela proximidade de duas siacutelabas proeminentes satildeo resolvidas (ou natildeo) depende da organizaccedilatildeo prosoacutedica das duas siacutelabas num mesmo constituinte ou em constituintes diferentes (2) Tanto a realizaccedilatildeo dos eventos tonais que fazem a entoaccedilatildeo de uma sequecircncia de fala como a sua distribuiccedilatildeo reflectem a estrutura prosoacutedica por exemplo a altura relativa de um tom depende da sua realizaccedilatildeo dentro de um mesmo constituinte dos tons precedentes ou como o tom inicial de um novo constituinte prosoacutedico (3) e certos padrotildees de ocorrecircncia de eventos tonais satildeo indicadores do tipo de estrutura prosoacutedica da sequecircncia de fala a que se associam (4) (1) a [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[z] [ccedil S] jornalista[S] ]I b [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[S] ]IP [ [awS] jornalista[S] ]I

Figura 2 Alongamento final em fronteira de sintagma

b

40

45

50

55

60

σ

MV SF CF

Speakers

Test-word 1A

_ ]φ

_ ] Ι

fonoloacutegico e sintagma entoacional na palavra progressiva Duraccedilatildeo meacutedia da siacutelaba toacutenica e poacutes-toacutenica em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo da palavra para 3 informantes (Frota 2000 p192)

(2) a [thirteen men] φ Tennessee]φ won

20 Soacutenia Frota

(3) o

o

o o

o ]

) uma grande subida dos preccedilos

gt [uma grande subida]φ [dos preccedilos]φ

A implementaccedilatildeo de propriedades riacutetmicas e meloacutedicas mostra que a

[ ] [ H H H H H (4 T T T T T T T gt [uma grande subida dos preccedilos]φ estrutura prosoacutedica tem um papel relevante para a organizaccedilatildeo riacutetmica e entoacional das liacutenguas A estrutura prosoacutedica estabelece a cadeia de proeminecircncias e as fronteiras disponiacuteveis como pontos de associaccedilatildeo de eventos tonais Os eventos tonais de tipo culminativo ou acentual (acentos tonais) ligam-se a elementos da cadeia de proeminecircncias designadamente a cabeccedilas dos constituintes prosoacutedicos contribuindo para a realizaccedilatildeo dessas proeminecircncias Os eventos tonais de tipo demarcativo ou de fronteira ligam-se agraves margens dos constituintes prosoacutedicos (Figura 3) A estrutura entoacional relaciona-se assim com a organizaccedilatildeo em constituintes prosoacutedicos

Figura 3 Estrutura prosoacutedica e eventos tonais

Prosoacutedia 21

As propriedades que assinalam a estrutura prosoacutedica satildeo usadas no

ibliografia especiacutefica

processamento lexical na desambiguaccedilatildeo sintaacutectica (ver moacutedulo 5) ou na identificaccedilatildeo de unidades morfossintaacutecticas e de unidades fonoloacutegicas no processo de aquisiccedilatildeo da liacutengua (ver moacutedulo 6) B

and focus in European Portuguese Phonological phrasing

Ladd D

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS

CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS tuguecircs

ica e niacuteveis

O moacutedulo dois do programa eacute dedicado ao estudo de constituintes

constituintes (5b)

rota S (2000) ProsodyF

and intonation New York Garland Publishing Chap 1 Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma

entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076 R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Chap 1-2 Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition

2007 Mouton) Chap 1-2 6 221 Domiacutenios prosoacutedicos no Por22 Sobre a natureza da estrutura prosoacuted23 Como definir um domiacutenio constituintes prosoacutedicos Satildeo particularmente considerados os constituintes acima da palavra dada a sua relevacircncia para os fenoacutemenos riacutetmicos e entoacionais e a liacutengua em anaacutelise para este estudo de constituintes prosoacutedicos eacute o Portuguecircs Europeu Partindo da abordagem da fonologia prosoacutedica em que os constituintesprosoacutedicos resultam da aplicaccedilatildeo de mecanismos de interface entre morfossintaxe e fonologia modulada por restriccedilotildees de natureza puramente fonoloacutegica eacute apresentada a construccedilatildeo dos constituintes sintagma fonoloacutegico (φ e sintagma entoacional (I) em diversas liacutenguas Esta construccedilatildeo eacute reveladora dos dois grandes princiacutepios de organizaccedilatildeo prosoacutedica das sequecircncias de fala o princiacutepio demarcativo que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as margens de constituintes (5a) e o princiacutepio do agrupamento que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as relaccedilotildees existentes entre

22 Soacutenia Frota

(5) a Alinhame

margens de umnto entre as margens de um dado constituinte sintaacutectico e as

dado constituinte prosoacutedico

ini Direita XP

constituintes adjacentes ompl odifi

eza fonoloacutegica que operam sobre os onstituintes prosoacutedicos dizem respeito aos factores tamanho peso balanccedilo e s)sim

(Ghini 1993) Direita XP ( ω ω ω ω ω ) φ

ω )φ

φ (

eg sintagma fonoloacutegico Japonecircs Esquerda XP Chi Mw

b Relaccedilatildeo entre cabeccedilas e(cabeccedilac emento cabeccedilam cador etc)

eg sintagma fonoloacutegico Papago Chichewa Wrap XP

Tipicamente as restriccedilotildees de naturc(a etria como ilustrado em (6) (6) Sintagma fonoloacutegico Italiano

( ω ω )φ ( ω )φ ( ω )φ ( )φ ( ( ω ω ω ω ω )φ ( ω ω )φ ( ω ω ω )φ

φ ( lowast( ω ω ) ω ω ) ω ) φ )

lowast( ω ω ω φ

)φ (

(

( ω ω ) φ lowast( ω ω ω ω )φ ( ω )φ

lowast( ω )φ ( ω )φ ( ω ω )φ ω ) φ

oloacutegico e do sintagm entoacional no Portuguecircs Europeu e satildeo descritas as propriedades foneacutetic

e uma cabeccedila lexical agrupando a cabeccedila e todos os elemen

Neste quadro eacute estudada a formaccedilatildeo do sintagma fona

as e fonoloacutegicas que assinalam estes constituintes Para ambos os constituintes mostra-se a relevacircncia do princiacutepio de agrupamento e o efeito de restriccedilotildees fonoloacutegicas

A formaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico no PE refere o domiacutenio sintaacutectico da projecccedilatildeo maacutexima d

tos no seu lado natildeo recursivo num mesmo φ Este φ pode ainda conter um constituinte sintaacutectico seguinte pertencente ao mesmo domiacutenio se este constituinte natildeo tiver condiccedilotildees para formar um φ por si soacute Tais condiccedilotildees satildeo fonologicamente determinadas por uma restriccedilatildeo de tamanho miacutenimo segundo a qual um φ deveraacute conter mais material do que uma palavra prosoacutedica O elemento mais proeminente de φ eacute a sua uacuteltima palavra prosoacutedica ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita do constituinte como na generalidade das

Prosoacutedia 23

liacutenguas com a ordem sintaacutectica cabeccedila-complemento A demonstraccedilatildeo empiacuterica desta anaacutelise assenta em evidecircncias duracionais ligadas a fenoacutemenos riacutetmicos (Figura 4) em evidecircncias segmentais resultantes da (natildeo)aplicaccedilatildeo de sacircndi vocaacutelico tambeacutem devido a restriccedilotildees riacutetmicas (7) e em evidecircncias entoacionais de distribuiccedilatildeo de acentos tonais (ver (4) acima)

Figura 4 O sintagma fonoloacutegico e o alongamento da 1ordf de duas siacutelabas toacutenicas adjacentes numa situaccedilatildeo de antagonismo acentual dentro de um mesmo φ [ ]

(7) Vog de φ a

negrito ais afectadas a sublinhado siacutelaba toacutenica em maiacutesculas cabeccedila

[ o danccedilaRIno ] φ [ Ama ] φ [ a bailarina russa ] φ danccedilarinama (ltdanccedilarino+ama)

[ o bailaRIno ] φ [ ANda SEMpre ] φ [ de limusine preta ] φ

emarcativo no mapeamento quer

leccionando a margem direita quer seleccionando a margem esquerda (ver respect

okbailarinanda (ltbailarino+anda)

A aplicaccedilatildeo do princiacutepio dse

ivamente (8a) e (8b) ) resulta numa estrutura prosoacutedica que natildeo permite dar conta das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas acima descritas1 Na 1 Importa notar que em linha com o observado para outras liacutenguas romacircnicas as cabeccedilas lexicais apenas contam como cabeccedilas prosoacutedicas quando na sua posiccedilatildeo natildeo marcada (no caso do adjectivo quando no lado recursivo ndash ver Nespor amp Vogel 1986)

24 Soacutenia Frota

ilustraccedilatildeo em (8) a organizaccedilatildeo prosoacutedica natildeo marcada corresponde a (8a) em i e a (8b) em ii ou seja corresponde a um padratildeo de agrupamento de N e A separadamente de PP

(8) [ N [ A ]AP PP ]NP ii [ A N PP ]NP

)

A formaccedilatildeo do sintagma entoacional (I) no PE refere o domiacutenio de uma

ccedilatildeo em Is no PE dispotildee de forte evidecircncia empiacuterica Vaacuterios noacuteme

interpretaccedilotildees (ateacute ao nono ano como modificador de alunas ou como

i (a) ( )φ ( )φ ( φ

) (b) ( )φ( φ ( )φ ( )φ( )φ

frase raiz distinguindo todas as expressotildees natildeo estruturalmente a ela ligadas como expressotildees parenteacuteticas toacutepicos ou outros suplementos2 Estas uacuteltimas formam Is independentes enquanto todos os φs no domiacutenio da frase raiz satildeo agrupados num mesmo I Decorre deste mapeamento que os constituintes presentes num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador Os sintagmas entoacionais satildeo sujeitos a condiccedilotildees fonoloacutegicas que interagem com os mecanismos de mapeamento produzindo a organizaccedilatildeo prosoacutedica em Is de uma sequecircncia de fala Estas condiccedilotildees regulam o peso dos Is constituintes longos tendem a ser divididos prefere-se constituintes balanceados ou o constituinte mais longo agrave direita O elemento mais proeminente de I eacute o seu uacuteltimo φ ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita A organizafe nos de sacircndi aplicam-se no domiacutenio de I (veja-se (1) acima e tambeacutem (9) Este eacute o domiacutenio do alongamento final preacute-fronteira (jaacute ilustrado na Figura 2) e tambeacutem do locus de ocorrecircncia de pausa O sintagma entoacional tem ainda uma definiccedilatildeo meloacutedica precisa ele constitui o domiacutenio da melodia miacutenima dado que apenas a cabeccedila de I requere obrigatoriamente um acento tonal e apenas a fronteira direita de I eacute obrigatoriamente marcada por um tom de fronteira Na Figura 5 ilustra-se o contraste entre [as alunas] produzido como um φ ou como um I evidenciado pela realizaccedilatildeo da fricativa e pela curva meloacutedica e correspondendo a diferentes estruturas sintaacutecticas com diferentes

expressatildeo adverbial temporal caracterizadora de toda a acccedilatildeo)

2 Dependendo da abordagem sintaacutectica seguida o domiacutenio para a formaccedilatildeo de I tem sido identificado como Extended Projection of VP ou como Comma Phrase (veja-se por exemplo Elordieta et al 2005 ou Selkirk 2005) Segue-se no seminaacuterio a abordagem mais claacutessica sem entrar na discussatildeo da anaacutelise sintaacutectica das diferentes estruturas

Prosoacutedia 25

(9) a [ a[z] aluna[z] obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

b [ a[z] aluna[S] ]I [ ateacute onde pensamo[S] e sabemo[S] ]I [ obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

ento em Is eacute document licaacutevel pela referecircncia do constituinte mais longo agrave direita

I I

rie s acional no

E

Figura 5 Evidecircncias segmentais e entoacionais para I

O papel das restriccedilotildees fonoloacutegicas na determinaccedilatildeo do fraseamado em (10) note-se o contraste entre (a) e (b) exp

p (10) a [ O galatilde andava de porsche ]I

a [ O galatilde ]I [ andava de porsche ]I a [ O galatilde andava ] [ de porsche ]

b [ O poeta cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I b [ O poeta ] [ cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I Ib [ O poeta cantou ]I [ uma manhatilde angelical perturbadora ]I

O Quadro 1 (extraiacutedo de Frota no prelo) sintetiza as prop dade

foneacuteticas e fonoloacutegicas do sintagma fonoloacutegico e do sintagma entoP

26 Soacutenia Frota

rties Segmental Durational Tonal Prominence

Quadro 1 Estrutura prosoacutedica do PE propriedades de φ e I (Frota no prelo)

PropePhP NO NO NO Rightmost (default)

el

PhP heads constrain the output of vowsandhi

stress Domain forstrengthening

IP Domain for many segmental processes Domain for

oclitics

Final lengthening IP-edge Locus of

Domain for pitch accent distribution IP heads require a

lt)

resyllabification Left edge reducedforms of prare highly disfavoured

pauses pitch accent Right edge requires boundary tone Left edge optionally marked

Rightmost (defauFocus prominence (not positional)

co

Os ca em

constituintes entoacionais podem ser implementados diferentemente nas

Figura 6 Organizaccedilatildeo prosoacutedica em constituintes entoacionais variaccedilatildeo entre liacutenguasvariedades Tamanho (curtolongo) e

mplexidade (natildeo ramificado ramificaccedilatildeo simples ramificaccedilatildeodupla)

muacuteltiplos factores que regulam a organizaccedilatildeo prosoacutedi

Prosoacutedia 27

gramaacuteticas fonoloacutegicas das liacutenguas mesmo no caso de liacutenguas proacuteximas ou ateacute de va

tura prosoacutedica permanecem todavia

da combinaccedilatildeo de restriccedilotildees fonoloacutegicas com mecanismos

te da estrutura morfossintaacutectica eacute pouco profunda

riedades da mesma liacutengua Esta diversidade eacute ilustrada pelo comportamento do Castelhano Catalatildeo Italiano Portuguecircs Europeu do Norte (Braga) e Portuguecircs Europeu de Lisboa no que respeita agrave divisatildeo de uma frase SVO em dois constituintes (S) (VO) face a factores como o tamanho em siacutelabas e a complexidade sintaacutectica e prosoacutedica (Figura 6)

O quadro de anaacutelise em constituintes prosoacutedicos atraacutes exposto tem dado resultados profiacutecuos para o conhecimento da estrutura prosoacutedica das liacutenguas Duas questotildees essenciais sobre a natureza da estru

em aberto existem diferentes tipos de estrutura prosoacutedica ou uma uacutenica estrutura que governa fenoacutemenos tatildeo variados como os referidos acima como eacute definido um constituinte prosoacutedico (existe equivalecircncia entre constituintes e niacuteveis na estrutura) A primeira questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo das diferentes abordagens da estrutura prosoacutedica que tecircm sido propostas na literatura designadamente uma estrutura que resulta de interface entre a fonologia e outros componentes da gramaacutetica (a linha dominante no acircmbito da fonologia prosoacutedica) ou uma estrutura que eacute definida exclusivamente com base em fenoacutemenos de entoaccedilatildeo ou de proeminecircncia e cujos constituintes resultam apenas das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas que os caracterizam (abordagem comum no acircmbito dos estudos entoacionais) A resposta para esta questatildeo eacute fundamentalmente empiacuterica e passa pela aplicaccedilatildeo de paradigmas experimentais em que os diferentes factores satildeo controlados e testados e em que mais do que um tipo de propriedade marcadora da estrutura prosoacutedica eacute examinado A segunda questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo da ausecircncia de recursividade na estrutura prosoacutedica Na maioria das abordagens a estrutura prosoacutedica diferentemenTodavia algumas formas limitadas de recursividade tem sido propostas fazendo com que natildeo exista uma correspondecircncia directa entre niacuteveis de constituecircncia prosoacutedica e niacuteveis de fraseamento prosoacutedico Dado que as pistas para a organizaccedilatildeo prosoacutedica tendem a assinalar diferenccedilas entre niacuteveis a definiccedilatildeo dos constituintes prosoacutedicos resulta menos clara Mais uma vez a resposta exige trabalho experimental direccionado para a procura de diferenccedilas de tipo (apontando para categorias prosoacutedicas distintas) versus diferenccedilas de

28 Soacutenia Frota

grau (apontando para formas de organizaccedilatildeo prosoacutedica de instacircncias de uma mesma categoria) No que especificamente respeita ao PE eacute crucial estudar-se a organizaccedilatildeo prosoacutedica em outras variedades para aleacutem da variedade standard e verificar ateacute que ponto as propriedades caracterizadoras dos sintagmas fonoloacutegico e entoacional (Quadro 1 acima) tecircm caraacutecter geral na liacutengua O caso do sintagma fonoloacutegico eacute especialmente relevante dada a ausecircncia de evidecircncias segmentais duracionais e tonais proacuteprias que assim caracterizam a manifestaccedilatildeo subtil deste constituinte no PE quando comparada com outras liacutenguas (eg Nespor amp Vogel 1986 Hayes amp Lahiri 1991 Ghini 1993 entre outros) Bibliografia especiacutefica DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational

dic and syntactic structure In S Frota J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series

Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Frota S

Ghini osal Toronto Working Papers in

Hayes

Phrasing in Romance The role of prosoM Vigaacuterio amp M

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143 (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Caps 2-3

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291 M (1993) φ-formation in Italian a new propLinguistics 122 41ndash79

B amp A Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Inkelas S amp D Zec (1995) Syntax-phonology Interface In JA Goldsmith (ed) The Handbook of Phonological Theory Cambridge Mass Blackwell 535-549

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Prosoacutedia 29

63 RITMO 3 RITMO 1 Noccedilotildees de ritmo

es abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia iacutetmico classes ou contiacutenuo

ar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs loraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

dedicado ao estudo do ritmo Satildeo ritmo na menos e

332 Diferent3 Espaccedilo r3

34 Analis35 Correlaccedilotildees e exp O moacutedulo trecircs do programa eacute apresentadas diferentes noccedilotildees de ritmo sublinhando-se o lugar doorganizaccedilatildeo prosoacutedica das liacutenguas e o conjunto variado de fenoacutepropriedades que podem contribuir para a sensaccedilatildeo de ritmo Trabalham-se estudos de produccedilatildeo e percepccedilatildeo do ritmo no Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas Como vimos no moacutedulo 1 a estrutura prosoacutedica define uma cadeia de proeminecircncias ao mesmo tempo que os domiacutenios prosoacutedicos regulam a aplicaccedilatildeo de fenoacutemenos riacutetmicos Uma noccedilatildeo possiacutevel de ritmo eacute a estruturaccedilatildeo das proeminecircncias em sequecircncias de fala Para esta estruturaccedilatildeo contribuem as cabeccedilas dos diferentes constituintes prosoacutedicos (Figura 1) desde a siacutelaba toacutenica da cada palavra prosoacutedica ateacute agrave cabeccedila do sintagma entoacional bem como as suas propriedades de implementaccedilatildeo foneacutetica (duraccedilatildeo intensidade movimentos de F0 devidos agrave presenccedila de acentos tonais) Contribuem ainda os fenoacutemenos riacutetmicos que tendem a implementar uma certa alternacircncia entre posiccedilotildees fortes e fracas como os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de antagonismo acentual (ver (2) e Figura 1 acima) ou os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de intervalos de sequecircncias aacutetonas (11) Contribuem tambeacutem os fenoacutemenos de reforccedilo que visam garantir a proeminecircncia das cabeccedilas face agraves natildeo cabeccedilas como a colocaccedilatildeo do constituinte mais pesado no limite direito do sintagma fonoloacutegico ou do sintagma entoacional (12) ou a existecircncia de restriccedilotildees de peso na diferenciaccedilatildeo entre siacutelaba toacutenica e siacutelabas aacutetonas (mesmo em liacutenguas em que o peso silaacutebico natildeo constitui um factor relevante para a o acento ndash 13) Para fenoacutemenos deste tipo o domiacutenio prosoacutedico maacuteximo eacute o sintagma entoacional (I) pois tanto antagonismos como intervalos de sequecircncias aacutetonas natildeo satildeo resolvidos se quebrados por fronteiras de I

30 Soacutenia Frota

(11)

ann on ce I

2) ca] φ ] φ

3) Siacutelaba toacutenica em maiuacutesculas siacutelaba pesada a negrito

u peso relativos de um dad equecircncia estatildeo propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas

onstitui uma pista acuacutestica importante para o acento de alavra (Figura 7) bem como para a proeminecircncia de I A sonoridade dos gmen

[Gi i n lo da] (1 a [Maximiliano Ze b [Zeca Maximiliano (1

a canCcedilAtildeO OacuteRfatildeo b CRIacuteticatildeo Entre os factores que contam para a proeminecircncia o

o elemento numa sNo PE a duraccedilatildeo cpse tos definida por paracircmetros articulatoacuterios e acuacutesticos contribui para o peso (14) tal como a posiccedilatildeo relativa da cabeccedila na sequecircncia (15a) ou o tamanho e complexidade fonoloacutegicas dos elementos combinados (15b)

Figura 7 Duraccedilotildees da siacutelaba e acento

Prosoacutedia 31

(14) a ping pong vb tic tac vs tac tic

iluacute e Steacutefano com se e disseram [aacutegua-peacute] vs

O Joatildeo comprou segundo me disseram [aacutegua]

ritmo nas liacutenguas eacute com base em unidades

oacutecronas A abordagem tradicional do ritmo assenta na ideia de isocronia e

onoloacutegicos Esta abordagem deu origem a uma nova

s pong ping (15) a Steacutefano e Mariluacute vs Mar b O Joatildeo prou gundo m Uma outra noccedilatildeo importante para a caracterizaccedilatildeo doa isocronia isto eacute a sensaccedilatildeo de que o ritmo se constroacutei ispropotildee trecircs classes riacutetmicas em funccedilatildeo do tipo de isocronia ritmo silaacutebico com base na isocronia silaacutebica (de que seria exemplo o Italiano) ritmo acentual com base na isocronia entre intervalos acentuais (de que seria exemplo o Inglecircs) ritmo moraico com base na isocronia entre moras (de que seria exemplo o Japonecircs) A proposta inicial de classes riacutetmicas parte da intuiccedilatildeo linguiacutestica dando origem a deacutecadas de estudos foneacuteticos Todavia a existecircncia efectiva de unidades isoacutecronas realizadas foneticamente ficou por demonstrar Numa outra linha de estudos mostrou-se com sucesso que liacutenguas atribuiacutedas a diferentes classes satildeo distinguidas perceptivamente enquanto que liacutenguas atribuiacutedas a uma mesma classe natildeo o satildeo A visatildeo de que as sensaccedilotildees de ritmo captadas perceptivamente resultam de combinaccedilotildees de propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas tem sido dominante nos estudos flinha de estudos foneacutetico-fonoloacutegicos em que correlatos acuacutesticos para propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas satildeo procurados no sinal de fala Dos trecircs grandes tipos de propriedades inicialmente propostos por Dauer (1983 1987) ndash estrutura silaacutebica reduccedilatildeo vocaacutelica relaccedilatildeo entre entoaccedilatildeo e proeminecircncia ndash os dois primeiros tecircm merecido particular atenccedilatildeo A correlaccedilatildeo estabelecida entre estas propriedades e as classes riacutetmicas eacute apresentada em (16) (16) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica + -

Acentual Silaacutebico Moraico b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - Acentual Silaacutebico Moraico

32 Soacutenia Frota

A busca de correlatos acuacutesticos para estas propriedades que possam r para a explicaccedilatildeo dos resu ados p rceptivos de diferenciaccedilatildeo riacutetmica

diferentes

Variabilidade de iC - + Proporccedilatildeo de iV -

V

ritm a o no acirc deste enquadramento d ional baseada na isocronia o

ortuguecircs do Brasil (PB) tem sido referenciado como possuindo um ritmo

contribui lt etem dado origem a muacuteltiplas medidas do ritmo com sucessos(criticamente revistas em Arvaniti 2009) Todas elas partem da duraccedilatildeo de intervalos vocaacutelicos (iV) e consonacircnticos (iC) e medem variabilidade destes intervalos num dado domiacutenio ou a proporccedilatildeo destes num dado domiacutenio Se parece ser claro que pelo menos algumas destas medidas efectivamente captam diferenccedilas riacutetmicas tambeacutem parece ser claro que o espaccedilo riacutetmico que definem nem sempre caracteriza classes riacutetmicas diferenciadas sugerindo por vezes um contiacutenuo riacutetmico Veja-se a correlaccedilatildeo entre estas medidas e as propriedades em (16) acima (17) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica +

+ -

b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - + Variabilidade de i - O o do Portuguecircs eacute aqui analis d mbito foneacutetico-fonoloacutegico Na abordagem tra icPacentual um ritmo silaacutebico ou um ritmo misto dependendo dos autores e dos criteacuterios considerados Jaacute o PE tem sido caracterizado como tendo um ritmo acentual A abordagem que busca a razatildeo de ser das sensaccedilotildees de ritmo nas propriedades presentes na liacutengua e procura correlatos acuacutesticos para essas propriedades conduz a resultados diversos Uma vez controladas as diferenccedilas de velocidade de fala os ritmos das duas variedades apresentam-se acusticamente distintos de acordo com as medidas de variabilidade de iC e de proporccedilatildeo de iV3 o ritmo do PE define-se como misto entre acentual e silaacutebico agrupando-se numa dimensatildeo com o Inglecircs ou o Neerlandecircs e noutra com o Italiano ou o Castelhano o ritmo do PB define-se como misto entre silaacutebico e moraico (Figura 8) Estes resultados satildeo congruentes com as propriedades

3 A variabilidade de iV tal como noutros estudos para vaacuterias liacutenguas natildeo proporciona resultados robustos (eg Arvaniti 2009)

Prosoacutedia 33

foneacutetico-fonoloacutegicas das duas variedades Considerando uma mesma estrutura silaacutebica fonoloacutegica no PE assiste-se ao apagamento de vogais aacutetonas originando sequecircncias de consonantes enquanto no PB ocorrem fenoacutemenos de simplificaccedilatildeo silaacutebica como a epecircntese ou o apagamento da consoante em coda no existe reduccedilatildeo vocaacutelica generalizada enquanto no BP a reduccedilatildeo eacute limitada no PE os eventos tonais reforccedilam a proeminecircncia enquanto no BP entoaccedilatildeo e acento satildeo mais independentes Todavia a identificaccedilatildeo de liacutenguas mistas coloca de novo a questatildeo da existecircncia de classes riacutetmicas ou de um contiacutenuo Por outro lado ainda a presenccedila de um conflito de classificaccedilatildeo entre medidas acuacutesticas levanta a questatildeo de se determinar a sua relevacircncia relativa na percepccedilatildeo

Figura 8 Distribuiccedilatildeo de PE e PB no espaccedilo riacutetmico definido povariabilidade de iC e proporccedilatildeo de iV juntamente comliacutenguas analisadas em Ramus et al 1999

r as

Os trabalhos sobre a percepccedilatildeo do ritmo mostram com clareza que

propriedad para a discriminaccedil anco de

nguas testado permite examinar o estatuto de uma liacutengua acusticamente mista que

es riacutetmicas satildeo utilizadas tanto por adultos como por bebeacutesatildeo entre liacutenguas A relevacircncia da inclusatildeo do Portuguecircs no b

liacuteem as medidas acuacutesticas satildeo conflituantes apontando para classificaccedilotildees diferentes No estudo realizado com o Portuguecircs eacute tambeacutem testada a relevacircncia da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo

34 Soacutenia Frota

Os resultados perceptivos mostram que o PE e o Neerlandecircs satildeo discriminados do mesmo modo que o Castelhano e o Neerlandecircs ou o PB e o

davia na experiecircncia em que as quatro liacutenguasvariedades satildeo duzidas a duas hipoacuteteses de escolha para os sujeitos PE e PB natildeo satildeo scrim

] iV eacute um A natildeo ere que xistiraacute um ponto criacutetico na proporccedilatildeo de iV apontando para uma eventual

Neerlandecircs Toredi inados revelando que a distacircncia perceptiva entre PE e PB eacute inferior agrave distacircncia entre PE e Neerlandecircs (Figura 9) Quando apenas PE e PB satildeo testados para duas hipoacuteteses de escolha dos sujeitos continua a natildeo existir discriminaccedilatildeo salvo na condiccedilatildeo em que a entoaccedilatildeo eacute preservada Conclui-se assim que o contributo da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo riacutetmica depende das liacutenguas isto eacute das propriedades do sistema entoacional das liacutenguas a contrastar sendo especialmente importante no caso do PE e PB mas quase irrelevante por exemplo para o PE e o Neerlandecircs

Figura 9 Percepccedilatildeo do ritmo do Portuguecircs (Frota Vigaacuterio amp Martins 2002b) [ N1 PE1 C1 PB1 N2 PE 2 C2 PB2

A distinccedilatildeo perceptiva entre PE e Neerlandecircs sugere que a proporccedilatildeo de paracircmetro perceptivamente mais saliente do que a variabilidade de iC

distinccedilatildeo entre PE e PB (a natildeo ser na condiccedilatildeo com entoaccedilatildeo) sugefronteira perceptiva talvez proacutexima da diferenccedila entre ritmo acentual e ritmo silaacutebico (Figura 10)

Prosoacutedia 35

Figura 10 Ritmo correlatos acuacutesticos e percepccedilatildeo

O estudo do ritmo do Portuguecircs do ponto de vista da produccedilatildeo e daite ilustrar alguns dos procedimentos experime

percepccedilatildeo perm ntais utilizados m estudos sobre ritmo Para a produccedilatildeo ilustra formas de construccedilatildeo de

corpora equilibra atildeo bem como aplicaccedilatildeo de criteacuterios de segmentaccedilatildeo acuacutestica para a mediccedilatildeo de duraccedilotildees no

natildeo apenas as

edos e controlados face aos factores em observaccedil

asinal de fala Para a percepccedilatildeo ilustra a criaccedilatildeo de estiacutemulos manipulados por filtragem na frequecircncia e aplanamento tonal a aplicaccedilatildeo de tarefas perceptivas de tipo AX e a mediccedilatildeo de sensibilidade na discriminaccedilatildeo (d) A investigaccedilatildeo apresentada e discutida neste moacutedulo do programa deve ser problematizada na sequecircncia da seguinte pergunta fundamental para o entendimento do ritmo nas liacutenguas constitui o ritmo um princiacutepio organizador da linguagem ou trata-se antes de um epifenoacutemeno de outras propriedades das liacutenguas Parece certo que vaacuterias propriedades linguiacutesticas efoneacutetico-fonoloacutegicas e prosoacutedicas referidas anteriormente mas tambeacutem certas propriedades lexicais e sintaacutecticas (ver Mehler amp Nespor 2004) se correlacionam com diferenccedilas riacutetmicas sugerindo a anaacutelise de que estas derivam daquelas Todavia tambeacutem parece natildeo menos certo que evidecircncias para um princiacutepio estruturador da linguagem possivelmente ancorado em princiacutepios gerais da organizaccedilatildeo perceptiva emergem com frequecircncia agrupando estiacutemulos em constituintes de padratildeo alternante e tendencialmente repetitivo por exemplo a sequecircncia sonora do som de um reloacutegio eacute percebida com a estrutura (tic tac) (tic tac) (tic tac) e natildeo (tic) (tac tic) (tac tic tac) e a

36 Soacutenia Frota

segmentaccedilatildeo de note book worm depende tudo o resto sendo idecircntico do padratildeo alternante gerado nas siacutelabas anteriores com L H L H L a favorecer (note) (bookworm) e H L H L HL a favorecer (notebook) (worm) (Dilley amp McAuley 2008) Estatildeo em curso programas de investigaccedilatildeo que pela anaacutelise de liacutenguas tipologicamente diferentes em relaccedilatildeo agraves formas como codificam proeminecircncia e estruturaccedilatildeo prosoacutedica e pela relaccedilatildeo que estabelecem com os resultados da organizaccedilatildeo perceptiva de sinais natildeo linguiacutesticos poderatildeo vir a trazer avanccedilos significativos para o entendimento do ritmo na linguagem (eg Mehler Nespor e colegas White e colegas Arvaniti entre outros) No caso especiacutefico do ritmo do Portuguecircs faltam estudos acuacutesticos em outras variedades para aleacutem da variedade standard metodologicamente comparaacuteveis que permitam uma visatildeo relacional integrada da estrutura prosoacutedica propriedades riacutetmicas e entoacionais No domiacutenio da percepccedilatildeo seria importante testar directamente o par PE Castelhano bem como o par PB Castelhano para determinar se a variabilidade de iC desempenha algum papel na discriminaccedilatildeo riacutetmica Um outro campo de investigaccedilatildeo a explorar eacute o da evoluccedilatildeo do ritmo abordado a partir da relaccedilatildeo entre PE e PB e experimentalmente operacionalizado a partir das correlaccedilotildees atestadas entre propriedades riacutetmicas e propriedades fonoloacutegicas e lexicais Bibliografia especiacutefica Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs

Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

AD

rvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63 auer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics

auer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In

Delgad Editorial Caminho Caps 4-5

Frota S aacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no

Frota S thmic distinctions the

11 51-62 D

Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274 o Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentationand lexical processing Journal of Memory and Language 59 294-311 amp M VigPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555 amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhy

EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Prosoacutedia 37

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena Mateus amp C Nunes Correia (orgs) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A

Ramus 73 265-292

eds) Phonetics and

4 MEL 1 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 2 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo

ntoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 4 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

ia A partir da papel diferenciado nas liacutenguas eacute

nal Os strumentos fundamentais para uma anaacutelise fonoloacutegica e foneacutetica da entoaccedilatildeo

para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

Mehler J amp M Nespor (2004) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

study based on speech resynthesis JASA 105 512-521 F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (Phonology Interactions and interrelations Amsterdam John Benjamins 137-158

64 MELODIA

ODIA4443 Analisar a e4 O moacutedulo quatro do programa centra-se no estudo da melodconstataccedilatildeo de que a melodia desempenha umapresentada a noccedilatildeo de liacutengua entoacional em contraste com liacutengua toinsatildeo descritos no quadro da abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional e postos em praacutetica atraveacutes da anaacutelise da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Trabalham-se as propriedades entoacionais do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas com destaque para as liacutenguas romacircnicas

38 Soacutenia Frota

Na sua dimensatildeo linguiacutestica o papel da melodia nas liacutenguas caracteriza-se por uma distinccedilatildeo fundamental entre as configuraccedilotildees meloacutedicas que determinam significados lexicais e contrastes gramaticais ndash presentes nas

s tons de

Figura 11 Contorno de F0 da sequecircncia O MUacutesico comPOcircS uma opeREta Ela inspiROU-o e respectiva anaacutelise fonoloacutegica (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas)

liacutenguas tonais ndash e as configuraccedilotildees meloacutedicas que veiculam significados natildeo lexicais e contrastes sintagmaacuteticos ndash as uacutenicas presentes nas liacutenguas entoacionais Por entoaccedilatildeo refere-se assim configuraccedilotildees meloacutedicas natildeo lexicais de natureza linguiacutestica associadas a significados ao niacutevel fraacutesico como a distinccedilatildeo entre tipos de frase ou outras distinccedilotildees pragmaacuteticas e discursivas (eg actos de fala estrutura informacional) A entoaccedilatildeo eacute fonologicamente formada por uma sequecircncia de categorias tonais e foneticamente representada pelo contorno de F0 As categorias tonais relacionam-se com aspectos independentes da estrutura prosoacutedica da liacutengua (ver Figura 3 acima) Os eventos tonais da entoaccedilatildeo satildeo tons altos (H) ou baixos (L) que formam dois grandes tipos de categorias os acentos tonais associados a elementos proeminentes (cabeccedilas na estrutura prosoacutedica) e oconstituinte geralmente associados a fronteiras de constituintes prosoacutedicos Veja-se na Figura 11 uma ilustraccedilatildeo dos primeiros identificados com um e dos segundos identificados com diacriacuteticos especiacuteficos consoante o tipo de constituinte a que estatildeo ligados (no caso pois trata-se de tons de fronteira de sintagma entoacional)

Prosoacutedia 39

Os eventos tonais podem ser simples ou monotonais (como H ou L na Figura 11) ou complexos (como H+L na Figura 11) Faz ainda parte da organizaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo para aleacutem da sequecircncia de categorias tonais a sua estruturaccedilatildeo de proeminecircncias no domiacutenio de um sintagma entoacional distinguem-se o acento nuclear (atribuiacutedo agrave cabeccedila prosoacutedica maacutexima) o(s) acento(s) preacute-nuclear(es) (caso existam cabeccedilas prosoacutedicas em posiccedilatildeo preacute-nuclear) e o acento poacutes-nuclear (atribuiacutedo a uma cabeccedila prosoacutedica poacutes-nuclear) Este uacuteltimo tipo de acento tonal apenas pode ocorrer em casos em que a cabeccedila de I natildeo corresponda agrave cabeccedila do sintagma fonoloacutegico mais agrave direita ou seja em casos de proeminecircncia prosoacutedica marcada que habitualmente identificam instacircncias de focalizaccedilatildeo prosoacutedica Esta estrutura entoacional estaacute representada em (18a) O exemplo (18b) mostra a implementaccedil la Figura 12 com um cteriacutestica do acento poacute

uradas) e representaccedilatildeo foneacutetica (o contorno de F0) eacute gulada por duas formas de implementaccedilatildeo foneacutetica da sequecircncia tonal a

o espraiamento de um tom ao longo da resenccedila de um outro tom (ver Figura 13)

atildeo desta estrutura entoacional na sequecircncia ilustrada pefoco prosoacutedico natildeo final Note-se a reduccedilatildeo foneacutetica caras-nuclear

(18) a

s w s w T T T

preacute-nuclear nuclear poacutes-nuclear

b

s

w s w (H) H+L H+L

A relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo (sequecircncia de categorias tonais estrutreinterpolaccedilatildeo entre dois alvos tonais ecadeia segmental ateacute agrave p

40 Soacutenia Frota

Figura 12 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo pinTOR canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) om foco em lsquomanhatildersquo (produzida em resposta agrave pergunta Foi

Juntamente com a implementaccedilatildeo foneacutetica tonal por interpolaccedilatildeo ou por espraimento a realizaccedilatildeo efectiva de um tom depende de linhas de referecircncia tonal estabelecidas por constituinte prosoacutedico e da posiccedilatildeo relativa do tom no constituinte face a tons precedentes e subsequentes (ver exemplo (3) do Moacutedulo

cuma noite angelical que o artista cantou)

Figura 13 Relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica e representaccedilatildeo foneacutetica da entoaccedilatildeo

Prosoacutedia 41

1) um tom natildeo inicial eacute realizado num niacutevel mais baixo que o tom precedente (relaccedilatildeo de downstep) um tom inicial de constituinte eacute realizado num niacutevel mais alto que os tons imediatamente precedentes de outro constituinte (relaccedilatildeo de reset) um tom de fronteira final retoma a linha de referecircncia do constituinte prosoacutedico que assinala (relaccedilatildeo de upstep) Assim a altura foneacutetica de um tom eacute relativa e contextualmente determinada Na dimensatildeo temporal a sincronizaccedilatildeo entre as categorias tonais e a cadeia segmental em que elas se realizam eacute natildeo apenas determinada pela associaccedilatildeo fonoloacutegica de um evento tonal a uma dada posiccedilatildeo prosoacutedica (cabeccedila ou fronteira) mas tambeacutem pela coordenaccedilatildeo foneacutetica entre alvo tonal e elemento segmental como ilustrado na Figura 13 Esta coordenaccedilatildeo pode assumir a forma de alinhamento tardio ou de alinhamento inicial factor foneacutetico dependente d nteiras rosoacutedicas de ura do evento tonal Na

e vaacuterios outros factores como a proximidade de frooutros eventos tonais ou a proacutepria estrutp

Figura 11 apresenta-se uma ilustraccedilatildeo do alinhamento tardio tiacutepico do tom asterisco no acento tonal H+L no PE em relaccedilatildeo agrave siacutelaba toacutenica Para aleacutem do alinhamento foneacutetico a sincronizaccedilatildeo entre categorias tonais e cadeia segmental eacute ainda caracterizada por fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal Geralmente os fenoacutemenos deste tipo descritos nas liacutenguas satildeo estritamente de natureza tonal com liacutenguas a privilegiarem a compressatildeo tonal face a uma cadeia segmental curta (como eacute o caso do Inglecircs) e liacutenguas a privilegiarem a truncaccedilatildeo tonal em contexto idecircntico (como o Huacutengaro ou Italiano de Palermo) No caso do PE a acomodaccedilatildeo tonal parece fazer-se fundamentalmente agrave custa de fenoacutemenos de natureza segmental isto eacute a cadeia

gmense tal eacute estendida para acomodar os tons seja por alongamento ou epecircntese Esta uacuteltima estrateacutegia eacute ilustrada na Figura 14 O Quadro 2 sintetiza as dimensotildees cruciais para a anaacutelise da entoaccedilatildeo num liacutengua entoacional como o Inglecircs o Italiano ou o Portuguecircs A primeira dimensatildeo ndash a relaccedilatildeo entre estrutura entoacional e estrutura prosoacutedica ndash jaacute foi explorada anteriormente O trabalho sobre a entoaccedilatildeo do PE efectuado em seminaacuterio explora fundamentalmente as dimensotildees dois e trecircs que constituem com a primeira o nuacutecleo central da fonologia entoacional de uma liacutengua

42 Soacutenia Frota

100100

160

220

280

340

400

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H H + L L H

e l a f o i v e r o m a r

4

Figura 14 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) O tom de fronteira eacute realizado na vogal epenteacutetica

Quadro 2 Dimensotildees para anaacutelise da entoaccedilatildeo

Estrutura prosoacutedica Constituintes (proeminecircncias e fronteiras) Leacutexico entoacional Inventaacuterio de acentos tonais e tons de

constituintes e respectivos significados Domiacutenio relevante para a Constituinte prosoacutedico distribuiccedilatildeo de acentos tonais Restriccedilotildees distribucionais Restriccedilotildees sobre a ocorrecircnciacombinaccedilatildeo

de eventos tonais Implementaccedilatildeo foneacutetica Espraiamentointerpolaccedilatildeo alinhamento

linhas de referecircncia fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal

e

artindo do Quadro 3 Com o recurso agrave audiccedilatildeo da sequecircncia e agrave representaccedilatildeo o co gundo

passo tuais

Sessotildees de anaacutelise entoacional aplicada satildeo realizadas com materiais do PE O grande objectivo eacute a caracterizaccedilatildeo dos principais tipos fraacutesicos e dalgumas distinccedilotildees pragmaacutetico-discursivas no que respeita ao leacutexico entoacional Num primeiro passo a anaacutelise centra-se nos contornos nucleares pd ntorno de F0 elabora-se a transcriccedilatildeo tonal fonoloacutegica Num se

toda a sequecircncia eacute analisada incluindo a parte preacute-nuclear e evenquestotildees de fraseamento prosoacutedico e entoacional

Prosoacutedia 43

Quadro 3 Melodias do nucleares mais frequent

Portuguecircs transes (adaptado de

criccedilatildeo realizaccedilatildeo e significado dos contornos Frota no prelo)

44 Soacutenia Frota 44 Soacutenia Frota

A demonstraccedilatildeo de que os eventos tonais no PE como em outras liacutenguas se comportam como morfemas que codificam informaccedilatildeo semacircntico-pragmaacutetica eacute ilustrada com dois exemplos o contraste entre declarativa e interrogativa global em que eacute o tom de fronteira que carrega a funccedilatildeo distintiva (Figuras 15a-15b) o contraste entre interrogativa global neutra e interrogativa focalizada em que eacute o acento nuclear que estabelece a distinccedilatildeo (Figuras 15b-16)

Figura 15 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo(siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) (a) produzida como uma declarativa (b) produzida como uma interrogativa global

Prosoacutedia 45

Figura 16 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo produzida como uma interrogativa focalizada (no contexto Eu li aquele poema mas natildeo me recordo que parte do dia o poeta descreve como angelical)

A an iacuteda permite

verificar que r e um tom e fronteira final de I a que apenas eacute acrescentado um evento tonal inicial nesse esmo domiacutenio (Figura 17) Por outras palavras o domiacutenio relevante para a

Figura 17 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa maraviLHOsa do lagareiro produzida como uma declarativa neutra

aacutelise de toda a sequecircncia parte preacute-nuclear inclu a melodia no PE eacute constituiacuteda pelo acento tonal nuclea

dm

46 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo de acentos tonais no PE eacute o sintagma entoacional as palavras prosoacutedicas internas a I mesmo as cabeccedilas de sintagma fonoloacutegico (como gravava e maravilhosa na Figura 17) natildeo tecircm de ser tonalmente acentuadas As dimensotildees referidas no Quadro 2 acima satildeo naturalmente tambeacutem dimensotildees de variaccedilatildeo entre liacutenguas e variedades e portanto factores a ter em conta para a tipologia prosoacutedica A variaccedilatildeo no fraseamento entoacional entre liacutenguas romacircnicas jaacute referida no Moacutedulo 2 (ver Figura 6) exemplifica a relaccedilatildeo entre estrutura prosoacutedica e estrutura entoacional como uma dimensatildeo de variaccedilatildeo No Quadro 4 mostra-se a distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares no constituinte entoacional inicial de uma sequecircncia com subida de continuaccedilatildeo entre liacutenguas romacircnicas Os resultados apontam para dois grupos de liacutenguas consoante a predominacircncia de acentos de tipo ascendente ou de tipo descende

L+H L+H H+L L

nte

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares () por liacutenguavariedade e falante (Frota et al 2007)

Cat NM PG

97 100

0 0

3 0

0 0

Sp LM MR

27 5

73 95

0 0

0 0

SEP AG MC

0 0

57 11

43 89

0 0

NEP MI MS

19 0

57 0

7 14

17 86

It LC LD

47 41

0 0

0 59

53 0

Um outro exemplo de variaccedilatildeo entoacional eacute o caso de diferenccedilas sisteacutemicas em que eventos tonais distintos satildeo usados nos mesmos contextos O contraste entre as interrogativas na variedade standard do PE e na variedade do norte falada em Braga ou na variedade meridional falada em Castro Verde (Alentejo) eacute ilustrativo H+L eacute o acento nuclear na primeira e L o acento nuclear n caracteriza a variedad mportamento

isto Veja-se o contraste entre a Figura 14 acima (variedade standard) e a

as segundas LH eacute o tom de fronteira na primeira Le meridional e a variedade do norte apresenta um co

mFigura 18

Prosoacutedia 47

Figura 18 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo produzido por um falante da variedade meridional (Castro Verde Alentejo ndash Cruz amp Frota 2010)

Para aleacutem de diferenccedilas no leacutexico entoacional utilizado p

omiacutenio relevante para atribuiccedilatildeo de acentos todem surgir

diferenccedilas no d onais Ao contraacuterio do EP (variedade standard) que eacute caract o m istribuiccedilatildeo esparsa de acentos tonais dado te o iacutenio relevante outras liacutenguas romacircnicas apresentam uma distri is rica apontando para constituintes prosoacutedicos mais baixos como o rele te Esse eacute tam de outras variedades da Portug o a variedade do norte (Braga) Veja-se o contraste entre a Figura 17 acima e a Figura 19

19 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa produzida por um falante da variedade do norte

(Braga)

erizad por u a dr I como dombuiccedilatildeo madomiacutenio van beacutem o caso

uecircs com

FiguramaraviLHOsa do lagareiro

48 Soacutenia Frota

Apesar do ganho em termos de investigaccedilatildeo sobre liacutenguas diversificadas metodologicamente comparaacutevel que representou a abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional (eg Jun 2005 no prelo) permanecem questotildees fundamentais em aberto na fonologia entoacional que importa discutir (ver a este propoacutesito Ladd 19962008) Uma destas questotildees diz respeito agrave proacutepria natureza da entoaccedilatildeo e agrave definiccedilatildeo das categorias fonoloacutegicas da entoaccedilatildeo O facto da entoaccedilatildeo conter simultaneamente elementos discretos (linguiacutesticos) e gradientes (paralinguiacutesticos) dificulta a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais Por outro lado ainda a divisatildeo de trabalho entre o que pertence agrave implementaccedilatildeo foneacutetica e agrave representaccedilatildeo fonoloacutegica das categorias

tambeacutem nem sempre eacute clara Veja-se o exemplo do alinhamento onal ser

deter as s tonais) fazendo com que uma mesma

ento on-line tecircm issores (Sudhoff et al 2006)

No caso especiacutefico da entoaccedilatildeo do Portuguecircs trabalhos experimentais orientados para a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais satildeo todavia escassos (vejam-se os estudos de Faleacute amp Faria e de Frota) Trabalhos deste tipo bem como estudos de variaccedilatildeo entoacional na liacutengua relacionando produccedilatildeo e percepccedilatildeo satildeo fundamentais para o conhecimento do sistema entoacional do Portuguecircs e para o conhecimento da tipologia prosoacutedica das liacutenguas Bibliografia especiacutefica

entoacionaist a relaccedilatildeo temporal entre alvos tonais e a cadeia segmental pode

minada por factores diversos (como a distacircncia para fronteiras prosoacutedicou a presenccedilaausecircncia de outros eventocategoria tonal possa apresentar alinhamentos diferentes todavia algumas liacutenguas parecem explorar contrastes de alinhamento associando-os a significados distintos o que sugere a existecircncia de categorias tonais diferentes distinguidas precisamente por alinhamentos diferentes A identificaccedilatildeo de quais as diferenccedilas entoacionais que satildeo fonologizadas nas liacutenguas passa necessariamente por abordagens experimentais com metodologias que testem a relaccedilatildeo entre variaccedilatildeo na forma foneacutetica e atribuiccedilatildeo de significado entoacional Tarefas perceptivas semanticamente motivadas ou em que informaccedilatildeo

conta bem como estudos de processamcontextual seja tida emproporcionado resultados prom

Cruz ese

ion and Perception TIE4 Stockholm M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portugu

Product

Prosoacutedia 49

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000a) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000b) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Chap 5

Frota S (2002a) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002b) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chap 2

Frota S (2010) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Hellmuth S (2007) The relationship between prosodic structure and pitch accent distribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing) 24 291-316

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2ordf ediccedilatildeo 2008) Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology

In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp 06) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New Gruyter

iana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

J SchlieBer (20York Mouton de

VhttpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

50 Soacutenia Frota

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da

Vigaacuterio

ology edited by W L Wetzels) 115-137

65 PR

signifi

sintaacutecta que nstituintes

forma de abordar esta questatildeo consiste na anaacutelise do processamento de frases

produccedil

resulta ccedilatildeo prosoacutedica natildeo eacute obrigatoacuteria Todavia e a

especiacutef

estrutu o recurso agrave introduccedilatildeo de

qual os a essas fronteiras se encontram estruturalmente

determmoveram do interior para o litoral bloqueando a interpretaccedilatildeo de que as

Linguagem Re(habilitar) 45 35-64 M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phon

OSOacuteDIA E SIGNIFICADO 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

O quinto moacutedulo do programa eacute dedicado ao contributo da prosoacutedia para o cado na perspectiva do processamento da liacutengua Destaca-se o estudo de

sequecircncias ambiacuteguas e o papel da prosoacutedia no processamento lexical e ico Satildeo apresentados e discutidos trabalhos experimentais que examinam statildeo da segmentaccedilatildeo do sinal de fala em palavras e co

sintagmaacuteticos tanto por adultos como por bebeacutes e crianccedilas Uma das questotildees centrais para o estudo da linguagem eacute perceber como

o contiacutenuo sonoro eacute segmentado em palavras e unidades sintagmaacuteticas Uma

ambiacuteguas ou de frases com ambiguidades temporaacuterias Estudos de produccedilatildeo de frases estruturalmente ambiacuteguas em diferentes liacutenguas mostram que em

otildees naturais quando os falantes natildeo satildeo explicitamente confrontados com a ambiguidade estes enunciados nem sempre satildeo desambiguados Estes

dos mostram que a desambiguaquando ela ocorre existe congruecircncia entre a prosoacutedia produzida interpretaccedilatildeo pretendida isto eacute os falantes utilizam as configuraccedilotildees prosoacutedicas

icas que reflectem os significados contrastantes Veja-se um exemplo de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica na Figura 20 No PE a desambiguaccedilatildeo de enunciados

ralmente ambiacuteguos eacute geralmente obtida comfronteiras de sintagma entoacional que bloqueiam a interpretaccedilatildeo segundo a

constituintes adjacentes ligados No exemplo da Figura 20 a fronteira de I em populaccedilotildees (19b)

ina que a uacutenica interpretaccedilatildeo possiacutevel eacute aquela em que as populaccedilotildees se

Prosoacutedia 51

populaccedilotildees que satildeo do interior foram para o litoral interpretaccedilatildeo esta apenas vel caso natildeo exista fronteira de I a sdisponiacute eguir a populaccedilotildees (19a)

ra o litoral

Figura 20 Desambiguaccedilatildeo prosoacutedica da sequecircncia estruturalmente ambiacutegua Deslocaram-se as populaccedilotildees do interior pa(Vigaacuterio 2003)

(19) a [deslocaram-se [as populaccedilotildees [do interior]PP]NP [para o litoral]PP]VP [ [deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ [do interior]φ [para o litoral]φ]I b [deslocaram-se [as populaccedilotildees]NP [do interior]PP [para o litoral]PP]VP [[deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ]I [[do interior]φ [para o litoral]φ]I

Este recurso agrave fronteira de I e natildeo a uma fronteira prosoacutedica mais baixa ou a um outro mecanismo prosoacutedico como a distribuiccedilatildeo de acentos tonais eacute gramaticalmente motivado Os constituintes agrupados num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador que natildeo estaacute disponiacutevel entre Is (ver Moacutedulo 2) A opcionalidade da utilizaccedilatildeo deste recurso tambeacutem eacute gramaticalmente motivada esta fronteira de I natildeo resulta directamente do mapeamento sintaxe-fonologia pois em (19) todos os constituintes se encontram no domiacutenio da mesma frase raiz mas da promoccedilatildeo de uma fronteira de sintagma fonoloacutegico para fins de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica Um caso claacutessico de ambiguidade estrutural eacute o da ligaccedilatildeo local ou natildeo local de oraccedilotildees relativas (Figura 21) Estas estruturas de tipo NP1 NP2 RC (oraccedilatildeo relativa) tecircm sido extensivamente estudadas em diferentes liacutenguas e

52 Soacutenia Frota

recorrendo a diferentes paradigmas experimentais Os resultados obtidos parecem mostrar que as preferecircncias pela ligaccedilatildeo local ou pela ligaccedilatildeo natildeo local ariam de liacutengua para liacutengua mesmo no caso da leitura silenciosa em que os

falantes projectam a liacutengua os resultados nte do contraste

entre estudconfirma

ituintes longos tendem a mo ento dos constituin

Figura 21 Ligaccedilatildeo de oraccedilotildees relativas e prosoacutedia

das liacutenguas romacircnicas apesar de diferenccedilas prosoacutedicas notoacuterias como o domiacutenio

v a prosoacutedia impliacutecita Para uma mesm

podem todavia depender da metodologia utilizada designadameos off-line e estudos on-line Os vaacuterios trabalhos tecircm ainda

do a importacircncia de factores prosoacutedicos como a extensatildeo dos constituintes para a ligaccedilatildeo preferencial da relativa const

tivar fronteiras prosoacutedicas afectando as possibilidades de agrupamtes

Uma questatildeo importante em aberto nesta linha de investigaccedilatildeo diz respeito agraves razotildees que conduzem agraves diferentes preferecircncias entre liacutenguas designadamente em estudos off-line A sintaxe bem como o sistema prosoacutedico das liacutenguas e a forma como ambos interagem satildeo candidatos fortes para proporcionar uma resposta Todavia liacutenguas como o Inglecircs o Japonecircs ou o Mandarim com diferenccedilas sintaacutecticas importantes (por exemplo a ordem NP1 NP2 RC em Inglecircs vs a ordem RC NP2 NP1 em Mandarim) e diferentes sistemas prosoacutedicos (o Inglecircs eacute uma liacutengua entoacional o Japonecircs eacute uma liacutengua com acento tonal lexicalmente determinado e o Mandarim eacute uma liacutengua tonal) apresentam a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo baixa Por outro lado a maioria

Prosoacutedia 53

de distribuiccedilatildeo de acentos tonais as formas de marcaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico ou mesmo as formas de implementaccedilatildeo da proeminecircncia (com o PE e o Francecircs com propriedades prosoacutedicas diferenciadas entre si e tambeacutem distintas das do Italiano Castelhano ou Portuguecircs do Brasil) apresenta a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo alta Abordagens experimentais em que propriedades sintaacutecticas e prosoacutedicas bem como o mapeamento sintaxe-fonologia sejam tidas em conta para cada liacutengua e na comparaccedilatildeo entre liacutenguas satildeo certamente necessaacuterias para uma melhor compreensatildeo da interpretaccedilatildeo destas estruturas Sequecircncias com ambiguidades temporaacuterias tecircm apontado para um papel relevante da prosoacutedia no processamento A presenccedila de certas propriedades prosoacutedicas condiciona quer o acesso lexical quer o processamento sintaacutectico antes da ocorrecircncia de outros elementos desambiguadores A Figura 22 ilustra umassumi

a representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no acesso lexical que tem sido da em vaacuterios estudos

Figura 22 Fronteiras prosoacutedicas e acesso lexical Em ambiguidades lexicais locais como as em (20) a ausecircncia de uma fronteira prosoacutedica superior ao niacutevel da palavra (20a) introduz atrasos no processamento face a sequecircncias semelhantes mas natildeo ambiacuteguas Pelo contraacuterio na presenccedila de tal fronteira prosoacutedica (20b) o reconhecimento lexical na sequecircncia ambiacutegua e na natildeo ambiacutegua efectua-se em tempos idecircnticos (Christophe et al 2004)

54 Soacutenia Frota

(20) a [un chat grincheux]φ chat chagrin ne [un chat drogue]φ chat b [le gros chat]φ [grimpaithellip = [le gros chat]φ [dressaithellip Tambeacutem em casos como em (21) a presenccedila de uma fronteira de φ desambigua entre os candidatos lexicais possiacuteveis mas jaacute a presenccedila de uma fronteira de niacutevel de palavra como em (22) natildeo parece ser suficiente para produzir desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) Este conjunto de resultados sugere que o acesso lexical se processa no domiacutenio prosoacutedico do sintagma fonoloacutegico (2 a [o rolo de fita cola]φ [ficou b [o rolo de fita]φ [cola]φ [figuras (22) a [para quem discorrer]φ [sobre este tema b [para quem diz correr]φ [dez quiloacutemetros

1)

O estudo do papel da prosoacutedia no processamento lexical eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimentais como tarefas de monotorizaccedilatildeo de palavra (Word-monitoring) de detecccedilatildeo de fonema inicial de palavra ou de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas (Completion) A Figura 23 mostra uma representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico Enunciados localmente ambiacuteguos mas com diferentes estruturas prosoacutedicas produzidos por falantes natildeo conscientes da ambiguidade tendem a ser desambiguados com sucesso pelos ouvintes As propriedades prosoacutedicas que conduzem agrave desambiguaccedilatildeo podem todavia diferir entre liacutenguas por exemplo no Francecircs a fronteira de sintagma fonoloacutegico parece ser suficiente (Milotte et al 2007) enquanto no Portuguecircs Europeu apenas a fronteira de sintagma entoacional produz desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) O mente um caso o outro

s exemplos em (23) e (24) ilustram respectivae (23) a le petit chien]φ mord la laisse b le petit chien mort]φ sera enterreacutehellip (24) a uma vez chegado o professor]I comeccedilaram b uma vez chegado]I o professor comeccedilou

Prosoacutedia 55

Figura 23 Fronteiras prosoacutedicas e processamento sintaacutectico

natildeo soacute um exame mais e o Francecircs se distingue

laramente do PE no que respeita agrave marcaccedilatildeo prosoacutedica do sintagma fonoloacutegico

entais off-line e on-line omo

1996 Houmlhle 2009) Apresentam-se aqui dois estudos ilustrativos da tilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas por bebeacutes e crianccedilas nos domiacutenios do acesso

biguidade

Estas diferenccedilas entre liacutenguas requerem

detalhado das propriedades prosoacutedicas do input (ondcndash ver Moacutedulos 2 e 4) mas tambeacutem estudos entre liacutenguas com metodologias exactamente comparaacuteveis O estudo do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimc as tarefas de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas de detecccedilatildeo de palavra (Word-detection) e de registo do movimento dos olhos A exploraccedilatildeo de pistas prosoacutedicas para aceder a diversos tipos de unidades e estruturas linguiacutesticas natildeo eacute uma possibilidade exclusiva de falantes adultos A investigaccedilatildeo existente indica que o input disponibiliza pistas (foneacuteticas prosoacutedicas estatiacutesticas) para fronteira de palavra tipo de categoria de palavras aspectos diversos da estrutura sintaacutectica e que os bebeacutes e crianccedilas exploram estas pistas no processo de aquisiccedilatildeo e desenvolvimento da liacutengua O papel da informaccedilatildeo prosoacutedica neste processo parece ser determinante (Morgan amp Demuthulexical e do processamento sintaacutectico da am

56 Soacutenia Frota

A importacircncia para a segmentaccedilatildeo do sinal de fala da presenccedila de uma biguidade lexical local eacute

xaminada na performance de bebeacutes aprendentes do Inglecircs e de bebeacutes aprendentes do Francecircs (respectivamente Gout et al 2004 e Millotte et al no prelo) Os bebeacutes satildeo expostos a estiacutemulos como os em (25) no quadro da aplicaccedilatildeo do paradigma experimental do movimento preferencial da cabeccedila (Head-turn preference procedure) na sua variante condicionada Os resultados mostram que aos 10 meses de idade os bebeacutes ingleses jaacute distinguem entre monossiacutelabos e dissiacutelabos enquanto os bebeacutes franceses apenas o fazem aos 16 meses de idade Para aleacutem de confirmarem desde muito cedo uma capacidade para a computaccedilatildeo de informaccedilatildeo prosoacutedica e sua utilizaccedilatildeo como pista na aquisiccedilatildeo lexical estes resultados apontam para diferenccedilas entre liacutenguas (tal como no caso dos estudos com adultos) A indicaccedilatildeo de que as pistas para segmentaccedilatildeo de palavra poderatildeo ser mais fortes no Inglecircs do que no Francecircs principalmente devido agraves relaccedilotildees de proeminecircncia entre siacutelabas e ao padratildeo acentual domondicionar o passo do desenvolvimento da liacutengua

bal]φ confegravere un air solennel au chacircteau

omo os em (26)

Kipper-NOM quarto-LOC entra

fronteira de sintagma fonoloacutegico em situaccedilotildees de ame

inante (ver Moacutedulo 3) sugerem diferenccedilas no input que podem c

(25) a The church with the most paper spires is heavenly The man with the least pay]φ perspires constantly b La rangeacutee de balcons fait face au cloicirctre du monastegravere La grande salle de Num outro estudo a relevacircncia da prosoacutedia para a segmentaccedilatildeo do sinal em situaccedilotildees de ambiguidade lexical eacute estudada com crianccedilas coreanas entre os 2 e os 5 anos de idade (Choi amp Mazuka 2003) Em enunciados ca posiccedilatildeo da fronteira prosoacutedica a seguir ou antes de ka eacute crucial para a segmentaccedilatildeo lexical As crianccedilas satildeo expostas a duas imagens diferentes e eacute-lhes pedida a escolha da imagem correspondente ao estiacutemulo sonoro Os resultados mostram que as crianccedilas identificam correctamente os itens lexicais natildeo havendo diferenccedila significativa entre a performance de crianccedilas e de adultos (26) a Khipher ka ] pang e tˆlacutegayo Kipper entra num quarto

Prosoacutedia 57

b Khipher] kapang e tˆlacutegayo Kipper entra no saco

Kipper saco-LOC entra No mesmo estudo eacute ainda testada a utilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas em situaccedilotildees de ambiguidade estrutural Em enunciados como os em (27) a presenccedila ou ausecircncia de fronteira prosoacutedica a seguir a kirin determina respectivamente a interpretaccedilatildeo deste elemento como o sujeito da frase ou como parte do objecto As pistas prosoacutedicas associadas agrave presenccedila da fronteira satildeo as mesmas que caracterizam a situaccedilatildeo de ambiguidade lexical Os resultados mostram que crianccedilas ateacute aos 4 anos natildeo conseguem efectuar a desambiguaccedilatildeo e que crianccedilas de 5-6 anos tecircm uma performance superior agraves primeiras mas ainda significativamente diferente da dos adultos (27) a kirin ] kwaja macutegacuteyo (A) girafa come (o) bolo

girafa bolo come

b kirin kwaja ] macutegacuteyo (Algueacutem) come (o) bolo em forma de girafa

Estes resultados confirmam a existecircncia de uma capacidade para omputar e usar a prosoacutedia e revelam que a diferenccedila entre os casos de

a dificuldades no de uma liacutengua

ista prosoacutedico primeira

arcam margens de constituintes a demonstraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo destas

cambiguidade lexical e os de ambiguidade estrutural eacute devidaprocessamento sintaacutectico Tratando-se o Coreano tipologicamente diferente do Inglecircs e do Francecircs do ponto de vpois as propriedades que nas uacuteltimas assinalam proeminecircncia nampropriedades constitui uma evidecircncia para um papel generalizado da prosoacutedia no processamento (para aleacutem das especificidades das liacutenguas) Bibliografia especiacutefica Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2 Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological

phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Fodor J 2002 Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

58 Soacutenia Frota

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Synt c disambiguation the role oeaning

acti f Barcelona

004) Phonological phrase boundaries e 51

oumlhle mecha n first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

aia M E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late

(1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology

mbiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com satildeo I ito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos Porto

Intonation editado por P Prieto) 249-278

prosoacutedia para a quisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo

ento prosoacutedico Aqui como anteriormente destacam-se abalhos experimentais sobre as questotildees em anaacutelise e faz-se especial referecircncia

ente a presenccedila de uma sensibilidade precoce a propriedades prosoacutedicas e que aponta para que as

prosody Workshop on Prosody and MGout A A Christophe amp J Morgan (2

constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Languag548-567

H B (2009) Bootstrapping nisms i

Mpreferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish Journal of Portuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Millotte S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal prosody constrains word segmentation in French 16-month-olds Journal of Portuguese Linguistics 9-2

Millotte S A Reneacute R Wales amp A Christophe (2008) Phonological phrase boundaries constrain the on-line syntactic analysis of spoken sentences Journal of Experimental Psychology Learning Memory amp Cognition 34 874-885

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nespor M M T Guasti amp A Christophe

Berlin Akademie Verlag 1-26 Vigaacuterio M (1997) Processos de desa

adveacuterbios de exclu n A Brpara Oacutescar Lopes Campo das Letras pp 855-868

ropean Portuguese Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in EuCatalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance

66 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico O sexto e uacuteltimo moacutedulo do programa trata do contributo daado proacuteprio desenvolvimtra estudos sobre o Portuguecircs

Existe uma vasta literatura que demonstra empiricam

Prosoacutedia 59

crianccedilas estejam equipadas com um mecanismo de processamento do sinal de nput) inicialmente sintonizfala (i ado para informaccedilatildeo prosoacutedica (eg Morgan

prosoacutedi o sinal de fala em

processo tornou-se conhecido como

icas mais investigadas estatildeo as que se relacionam om o ritmo sendo que para o ritmo podem contribuir diversos factores desde a

uiccedilatildeo dos padrotildees acentuais e de proeminecircncia a diferentes niacuteveis s tonais a forma acuacutestica como a

e combinaccedilatildeo segmental entre o 3) Estudos como o de Nazzi et al (1998)

receacutem-nascidos conseguem discriminar liacutenguas s diferentes mas natildeo liacutenguas agrupadas

tmicamente na mesma classe Em (28) apresenta-se uma siacutentese dos

1986 Morgan amp Demuth 1996 Jusczyk 1997 Houmlhle 2009) Pistas prosoacutedicas associadas a propriedades como o acento as proeminecircncias e fronteiras

cas o ritmo e a entoaccedilatildeo ajudam o bebeacute a segmentarunidades linguiacutesticas e podem contribuir para a sua categorizaccedilatildeo4 Este

bootstrapping prosoacutedico e tem sido investigado como uma das abordagens que visa contribuir para a compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da liacutengua (Figura 24)

Figura 24 Do sinal para a gramaacutetica

Entre as pistas prosoacutedcdistribprosoacutedicos a proacutepria distribuiccedilatildeo dos eventoproeminecircncia eacute realizada ou os padrotildees dconsoantes e vogais (ver Moacuteduldemonstram que bebeacutes pertencentes a classes riacutetmicariresultados de estudos de discriminaccedilatildeo riacutetmica com bebeacutes

4 Ver tambeacutem o moacutedulo 5 para uma ilustraccedilatildeo de como as propriedades prosoacutedicas contribuem para a segmentaccedilatildeo do input

60 Soacutenia Frota

(28) Tipo riacutetmico Liacutenguas Discriminaccedilatildeo Acentual Silaacutebico

InglecircsItaliano radic InglecircsCastelhano radic

Figura 25 s

A relaccedilatildeo entr s linguiacutesticas tem sido xplorada nas abordagens de bootstrapping (Figura 25) Foi proposto por xempl

A correlaccedilatildeo existente entre a posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma

RussoFrancecircs radic Inglecircs+Neerlandecircs Italiano+Castelhano radic Acentual Moraico InglecircsJaponecircs radic NeerlandecircsJaponecircs radic Acentual Acentual InglecircsNeerlandecircs X Silaacutebico Silaacutebico CastelhanoCatalatildeo X Acen+Sil Acen+Sil Inglecircs+Italiano Neerlandecircs+Castelhano X Estes resultados constituem uma evidecircncia forte de que os bebeacutes estatildeo equipados com mecanismos perceptivos especialmente sensiacuteveis a propriedades riacutetmicas do sinal de fala que permitem a identificaccedilatildeo dessas propriedades

Do sinal para a gramaacutetica o papel das propriedades riacutetmica

e propriedades riacutetmicas e unidadeee o que pistas riacutetmicas estatildeo na base do bootstrapping prosoacutedico da ordem de palavras da segmentaccedilatildeo de palavras e sua categorizaccedilatildeo ou do tipo de reportoacuterio silaacutebico (Nespor et al 1996 Christophe et al 2003 Jusczyk et al 1999 Nazzi et al 2006 Christophe et al 2008 Mehler amp Nespor 2002 Vigaacuterio et al 2003)

fonoloacutegico (inicial ou final) e a ordem sintaacutectica entre cabeccedila e complemento

Prosoacutedia 61

nas liacutenguas (ver Moacutedulo 2) permite associar o padratildeo riacutetmico em (29a) com a ordem cabeccedila-complemento e o padratildeo riacutetmico em (29b) com a ordem complemento-cabeccedila Trabalhos experimentais demonstram que os bebeacutes tecircm as capacidades perceptivas necessaacuterias para computar estas pistas riacutetmicas dado que discriminam entre sinais de fala segmentalmente idecircnticos mas

om uas

e ritmo acentual como o Inglecircs o Neerlandecircs ou o Alematildeo o padratildeo trocaico

ras mais longas Estas correlaccedilotildees permitem gerar as espectativas de segmentaccedilatildeo do sinal de fala em (30) uma segmentaccedilatildeo inicial baseada no acento ou mais propriamente no peacute binaacuterio trocaico (e com tendecircncia para palavras mais curtas) em liacutenguas de ritmo acentual e uma segmentaccedilatildeo inicial baseada na siacutelaba (e posteriormente com tendecircncia para palavras mais longas) em liacutenguas de ritmo silaacutebico Estudos experimentais confirmam que bebeacutes ingleses neerlandeses e alematildees segmentam precocemente palavras trocaicas (mas natildeo palavras jacircmbicas) e bebeacutes franceses falham a segmentaccedilatildeo de dissiacutelabos comeccedilando por reconhecer monossiacutelabos e integrando as duas siacutelabas numa mesma unidade apenas mais tarde (Houmlhle 2009) (30) a Ritmo acentual [ x x (xs xw) x x ] padratildeo trocaico gtgt palavra curta

b Ritmo silaacutebico [ x x (x) x x x ] siacutelaba gtgt palavra longa

prosodicamente diferentes no que respeita agrave posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma fonoloacutegico (eg Christophe et al 2003) (29) a [ hellip (ws)φ (ws)φ (ws)φ hellip ]I b [ hellip (sw)φ (sw)φ (sw)φ hellip ]I As propriedades riacutetmicas das liacutenguas estatildeo tambeacutem correlacionadas cpadrotildees de proeminecircncia ao niacutevel lexical e com tamanho de palavra Em liacutengd(sw) eacute dominante ao contraacuterio do que sucede por exemplo no Francecircs ou no Portuguecircs Europeu5 Paralelamente liacutenguas de ritmo acentual possuem palavras mais curtas enquanto liacutenguas de ritmo silaacutebico ou moraico possuem palav

o Cutler amp Carter (1987) cerca de 96 das palavras lexicais do Inglecircs comeccedilam por

siacutelaba toacutenica 80 das palavras lexicais satildeo monossiacutelabos No PE apenas 25 das palavras lexicais comeccedilam por siacutelaba toacutenica 71 das palavras lexicais possuem 3 ou mais siacutelabas (contagem em types obtida sobre uma secccedilatildeo da FrePOP ndash Frota et al 2010)

5 Segund

62 Soacutenia Frota

O facto de palavras funcionais serem habitualmente itens muito frequentes na liacutengua com forma monossilaacutebica sem acento e localizados mas margens de unidades prosoacutedicas (designadamente de sintagmas fonoloacutegicos e entoacionais) permite que os bebeacutes possam extrair estas regularidades compil

os e formatos silaacutebicos mais imples (Quadro 5) Esta correlaccedilatildeo permite que o ritmo ajude a crianccedila a

o da liacutengua Por sua vez o tipo de s formatos de palavra sendo mais um

ctor a contribuir para as estrateacutegias de segmentaccedilatildeo em (30) sistemas

ando uma lista destes elementos muito frequentes e identificando-os com palavras funcionais quando ocorrem nas fronteiras de constituintes prosoacutedicos Vaacuterios trabalhos experimentais mostram que os bebeacutes pouco depois do primeiro ano satildeo jaacute capazes de identificar categorias de palavras (Christophe et al 2008) As propriedades riacutetmicas correlacionam-se ainda com o tipo de reportoacuterio silaacutebico da liacutengua (ver Moacutedulo 3) As liacutenguas de ritmo acentual possuem tipicamente reportoacuterios silaacutebicos vastos com muitos tipos e grande complexidade silaacutebica pelo contraacuterio liacutenguas de ritmo silaacutebico tendem a possuir reportoacuterios mais pequenos com menos tipsdeterminar o tipo de reportoacuterio silaacutebicreportoacuterio silaacutebico correlaciona-se com ofasilaacutebicos complexos possibilitam mais diversidade com menos siacutelabas logo palavras mais pequenas sistemas silaacutebicos simples necessitam de mais siacutelabas para realizar contrastes lexicais logo palavras mais longas (Mehler amp Nespor 2002) Quadro 5 Propriedades de sistemas silaacutebicos complexos e sistemas silaacutebicos simples (Vigaacuterio et al 2003)

Syllable types English Dutch Spanish French EP Number 16 19 9 - 6 Most frequent () CV 34 CV 36 CV 58 CV 56 CV 65

CVC 30 CVC 32 CVC 22 CVC 19 CVC 16 VC 15 VC 15 CCV 6 V 10 V 11 V 8 CVCC 6 V 6 CCV 7 CCV 5 CVCC6 V 2 VC 3

Closed syllables () 56 59 30 26 19 CC(C) () --- 14 --- --- 6

Prosoacutedia 63

Estudos do desenvolvimento prosoacutedico infantil na perspectiva da produccedilatildeo e linguisticamente informados satildeo ainda recentes No que respeita agrave quisiccedilatildeo do sistema entoacional apenas um pequeno conjunto de liacutenguas foi

o Po Europ

eerlandecircs por um desenvolvimento entoacional mais tardio No primeiro

Figura 26 Produccedilatildeo de dois chamamentos consecutivos chamamento

aainda considerado Os resultados disponiacuteveis apontam para diferenccedilas entre liacutenguas com o Castelhano o Catalatildeo e rtuguecircs eu a serem caracterizados por um desenvolvimento entoacional precoce e o Inglecircs e Nconjunto de liacutenguas as crianccedilas mostram dominar um leacutexico entoacional proacuteximo do do adulto com o uso apropriado das diferentes melodias para veicular significados e mostram ainda um desenvolvimento na produccedilatildeo dos padrotildees de alinhamento e escalonamento tonal bem antes do iniacutecio do estaacutedio das duas palavras ou seja da produccedilatildeo de enunciados com combinaccedilatildeo de palavras (Snow 2006 Chen amp Fikkert 2007 Prieto amp Vanrell 2007 Frota amp Vigaacuterio 2008) As Figuras 26 e 27 ilustram o uso apropriado de diferentes melodias por uma crianccedila portuguesa com 20 meses que inicia o estaacutedio de duas palavras aos 26 meses

100100

200

300

400

500

600

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2 2 5

H H H L

t i t o t i t o

4 4

cantado seguido de chamamento insistente

64 Soacutenia Frota

150150

240

330

420

510

600

Fund

amen

tal f

requ

enc

0 0 5 1 1 5 2 2 5

Figura 27 Sequecircncia de respostas agrave pergunta do adulto Sabes quem eacute esta repetida por este apoacutes a primeira resposta da crianccedila declarativa neutra seguida de declarativa focalizada

No caso do chamamento verifica-se a produccedilatildeo pragmaticamente adequada do chamamento cantado em primeiro lugar com a selecccedilatildeo correcta dos tons de fronteira que fazem a distinccedilatildeo entre os dois tipos de chamamento No caso da declarativa em resposta agrave pergunta verifica-se a produccedilatildeo inicial de uma declarativa neutra substituiacuteda para uma declarativa focalizada na resposta agrave

nte o

a

ormas mono (eg Francecircs Portuguecircs) As ropriedades prosoacutedicas de enunciados de uma soacute palavra e de enunciados ultipalavra fornecem pistas para o estatuto prosoacutedico das siacutelabas (ou peacutes) e das

equecircncias de palavras que os constituem (Fikkert 1994 Odorico amp Carubbi

repeticcedilatildeo da pergunta por parte do adulto com um constraste de alinhamento do tom H associado a esta distinccedilatildeo pragmaacutetica (ver Moacutedulo 4 designadameQuadro 3)

Se parece natildeo existir uma correlaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento sintaacutectico os estudos atraacutes referidos apontam para umcorrelaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento lexical dadoque o primeiro surge associado a saltos significativos no tamanho do leacutexico produzido

Trabalhos sobre o desenvolvimento da estrutura prosoacutedica a partir de dados de produccedilatildeo tecircm tambeacutem revelado diferenccedilas entre liacutenguas Destaca-se oformato das primeiras palavras com liacutenguas em que o formato de peacute binaacuterio domina (eg Inglecircs Neerlandecircs Japonecircs) e liacutenguas em que f

ssilaacutebicas monomoraicas prevalecem pms

y (H

z)

H + L L H + L L

t a t aacute t a t aacute

4 4

Prosoacutedia 65

2003 Berens amp Gout 2005 Demuth amp McCullough 2008) O estudo destas istas permite determinar se um dado elemento eacute ou natildeo tratado como uma

palavra prosoacutedica ou como um sintagma entoacional e se dois ou mais elementos se encontram prosodicamente integrados numa mesma unidade ou prosodicamente separados em unidades diferentes Por outras palavras um tal estudo permite determinar as propriedades da estrutura prosoacutedica dos enunciados produzidos e o seu desenvolvimento Por exemplo a presenccedila de truncamento inicial de palavras dissilaacutebicas no PE ou a sua produccedilatildeo com duas siacutelabas mas em que cada uma das siacutelabas apresenta um acento tonal (1PAsyl) sugerem fortemente que num estaacutedio inicial a siacutelaba estaacute a ser tratada pela crianccedila como uma palavra prosoacutedica e que a integraccedilatildeo de duas (ou mais) siacutelabas na mesma palavra prosoacutedica acontece num estaacutedio posterior quando quer o truncamento quer o acento tonal por siacutelaba quase desaparecem dando lugar a uma sequecircncia de siacutelabas produzida com um uacutenico acento tonal

isyl_1PA) (Figura 28)

ura 28 Estrateacutegias na produccedilatildeo de alvos dissilaacutebicos (1) ateacute

o 4) mostra que estas produccedilotildees satildeo formadas por sequecircncias de

p

(d

Fig104 (2) de 105 a 108 Dados de Luma (Frota 2010)

De uma forma similar a ausecircncia de integraccedilatildeo prosoacutedica nos primeiros enunciados multipalavra revelada pela presenccedila de pistas como pausas ou reset (ver Moacutedulconstituintes prosoacutedicos de uma uacutenica palavra (Figura 29) que contrastam com sequecircncias de palavras integradas num mesmo constituinte prosoacutedico (Figura 30) Naturalmente a ausecircnciapresenccedila de integraccedilatildeo prosoacutedica tem

66 Soacutenia Frota

consequecircncias natildeo soacute para o conhecimento do processo de desenvolvimento prosoacutedico mas tambeacutem para o conhecimento da emergecircncia da sintaxe

Figura 29 Enunciado Mamatilde olha produzido com dois sintagmas entoacionais (109)

100100

180

260

340

420

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2

H L H H

m a m atilde o l h a

4 4

Figura 30 Enunciado Mamatilde olha produzido num uacutenico sintagma entoacional (111)

D ocesso de aquisiccedilatildeo

a liacuteng d

ada a complexidade dos factores envolvidos no prua apoacutes deacutecadas de investigaccedilatildeo no domiacutenio da percepccedilatildeo e dos

trabalhos mais recentes no acircmbito da produccedilatildeo o conhecimento do papel da prosoacutedia neste processo eacute ainda fragmentaacuterio Muitos percursos de investigaccedilatildeo permanecem por explorar como os que a seguir se referem a tiacutetulo

200200

260

320

380

440

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H + L L

m a m atilde o l h a

4

Prosoacutedia 67

exemplificativo Diferentes propriedades riacutetmicas parecem determinar diferentes estrateacutegias de segmentaccedilatildeo nas liacutenguas (ver (30) acima) e os formatos de palavra inicialmente produzidos parecem correlacionar-se com essas estrateacutegias Todavia a relaccedilatildeo entre unidades de segmentaccedilatildeo na percepccedilatildeo no primeiro ano de vida e as unidades linguiacutesticas da produccedilatildeo inicial no segundo ano de

ida encontra-se por determinar Nos uacuteltimos anos tem surgido evidecircncia crescente para a importacircncia das propriedades do input no processo de aquisiccedilatildeo Mas a demonstraccedilatildeo de que a segmentaccedilatildeo lexical eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Inglecircs do que em bebeacutes aprendentes do Francecircs devido a propriedades especiacuteficas do input presentes numa liacutengua e ausentes noutra ou de que o desenvolvimento entoacional eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Catalatildeo ou do Portuguecircs do que em bebeacutes aprendentes do Inglecircs ou do Neerlandecircs devido a propriedades do input encontra-se ainda por fazer O Portuguecircs Europeu neste campo constitui um importante objecto de teste devido agrave combinaccedilatildeo de propriedades prosoacutedicas que o caracteriza a mistura de elementos riacutetmicos silaacutebicos e acentuais (ver Moacutedulo 3) a presenccedila de elementos entoacionais semelhantes a outras liacutenguas romacircnicas (como o acent senccedila espar is ndash ver Moacutedulo 4) A realizaccedilatildeo de investigaccedilatildeo experimental com dados do PE nos domiacutenios da discriminaccedilatildeo riacutetmica por bebeacutes poderia pois dar um contributo para o entendimento de quais as propriedades riacutetmicas mais salientes para os mecanismos perceptivos das crianccedilas Tambeacutem a investigaccedilatildeo das estrateacutegias de segmentaccedilatildeo lexical em bebeacutes aprendentes do PE em comparaccedilatildeo com os estudos jaacute existentes poderia dar um contributo para a associaccedilatildeo entre propriedades riacutetmicas e unidades de segmentaccedilatildeo inicial nas liacutenguas A exploraccedilatildeo de algumas destas linhas de investigaccedilatildeo estaacute prevista no acircmbito do projecto Development of prosodic structure and intonation presentemente em curso no CLUL Bibliografia especiacutefica

v

o poacutes-nuclear) a par de elementos entoacionais diferentes (como a presa de acentos tona

Behre

2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

ns H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Chen A amp P Fikkert (

Christophe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The case of the head-direction parameter Developmental Science 6 211-220

68 Soacutenia Frota

Christophe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1 amp 2) 61-75

Demuth K amp E McCullough (2008) The prosodic (re)organization of childrenrsquos early English articles Journal of Child Language 36 173-200

Fikkert Paula (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL Frota S (2010) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation

tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Frota S M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

faces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

dorico L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-word n children First Language 23(1) 97-116

rieto P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings

Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa Jusczyk P W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press Jusczyk P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word

segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 159-207 Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In

A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006) Early segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Inter

Outterances in Italia

Pof ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prosoacutedia 69

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23 months Child Development 77(2) 281-296

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass

Ambraz

Andrad iana (1994) Sineacuterese dieacuterese e estrutura silaacutebica In Actas do

ol 2 317-347

ic Typology The Phonology

494

Cascadilla Press 809-821 7 ANEXO

BIBLIOGRAFIA ALARGADA

aitis G (2010) Nuclear Intonation in Swedish Evidence from Experimental-Phonetic Studies and a Comparison with German Lund Lund University press

Andrade A (1984) Acoustic study of vowel duration in European Portuguese (based on one subject) Relatoacuterios do Grupo de Foneacutetica e Fonologia nordm 5 Lisboa INIC

Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

e E amp M C VIX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica 31-42 Lisboa APLColibri

Arvaniti A (1994) Acoustic features of Greek rhythmic structure Journal of Phonetics 22 239ndash268

Arvaniti A (2007) On the presence of final lowering in British and American English In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter V

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Arvaniti A amp M Baltazini (2005) Intonational Analysis and Prosodic Annotation of Greek Spoken Corpora In Sun-Ah Jun (ed) Prosodof Intonation and Phrasing Oxford OUP 84-117

Arvaniti A amp S Godjevac (2003) The origins and scope of final lowering in English and Greek In MJ Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Science Barcelona UAB 1077-80

Auer P (1991) ldquoStress-Timingrdquo vs ldquoSyllable-Timingrdquo from a Typological Point of View In B Palek amp P Janota (eds) Proceedings of LPrsquo90 Charles University Press 292-305

Baltazani M (2006) Focusing prosodic phrasing and hiatus resolution in Greek In L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 473-

70 Soacutenia Frota

Beckman M amp J Edwards (1990) Lengthenings and shortenings and the nature of prosodic constituency In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in

Beckm

Beckm letcher (1992) Prosodic structure and tempo in a sonority model of articulatory dynamics In Gerard J Docherty amp D Robert Ladd (eds) Papers in Laboratory Phonology II Cambridge CUP 68ndash86

eckman M J Hirschberg amp S Shattuck-Hufnagel (2005) The Original ToBI d the Evolution of the ToBI Framework In Sun-Ah Jun (ed)

y of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

ehrens H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Laboratory Phonology I Cambridge CUP 179ndash200

Beckman M amp J Edwards (1994) Articulatory evidence for differentiating stress categories In Patricia Keating (ed) Papers in Laboratory Phonology III Cambridge CUP 7ndash33

an M amp J Pierrehumbert (1986) Intonational Structure in Japanese and English Phonology Yearbook 3 255ndash310

an M J Edwards amp J F

BSystem anProsodic Typology The PhonologUniversity Press 9-54

B

Blevins J (1995) The Syllable in Phonological Theory In J Goldsimth (ed) The Handbook of Phonological Theory Oxford Blackwell 206-244

Boersma P amp D Weenink (2008) Praat doing phonetics by computer (version 5023) httpwwwpraatorg

Brandatildeo de Carvalho J (1989) Phonological conditions on Portuguese clitic

Bruce G (1977) Swedish word accents in sentence perspective Lund Gleerup

bridge CUP 70-87

ts Journal of the Acoustical Society of America 120

Cambieerdam LOT Dissertation Series 32

Casper43(2) 127-161

Chen A in English In Proceedings of Eurospeech Geneva 97-100

placement on syntactic evidence for stress and rhythmical patterns Linguistics 27 405-436

Byrd D A Kaun S Narayanan amp E Saltzman (2000) Phrasal signatures in articulation In M B Broe amp J Pierrehumbert (eds) Papers in Laboratory Phonology V Cam

Byrd D J Krivopic amp S Lee (2006) How far how long On the temporal scope of prosodic boundary effec(3) 1589-1599

r-Langeveld T (2000) Temporal marking of accents and boundaries PhD Thesis University of Amst

Carlson K L Frazier C Clifton Jr (2009) How prosody constrains comprehensionA limited effect of prosodic packaging Lingua 1191066ndash1082

s J (2000) Experiments on the meaning of four types of single-accent intonation patterns in Dutch Language and Speech

Chahal D amp S Hellmuth (in press) The intonation of Lebanese and Egyptian Arabic In Sun-Ah Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford OUP

(2003) Reaction Time as an Indicator of Discrete Intonational Contrasts

Prosoacutedia 71

Chen A amp P Fikkert (2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Christose of the head-direction parameter

Christo5

7

Cruz-Fh PhD Dissertation Manchester University

e

DrsquoImpe ets and their

DrsquoImpe How many levels of phrasing Evidence from

DrsquoImpe House (1997) Perception of questions and statements in

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

phe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The caDevelopmental Science 6 211-220

phe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1-2) 61-7

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-54

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Cruz M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portuguese Production and Perception TIE4 Stockholm

Cruz-Ferreira M (1980) Basic intonational and grammatical patterns of Portuguese and English questions MA Dissertation University of Manchester

erreira M (1983) Non-native comprehension of intonation patterns in Portuguese and in Englis

Cruz-Ferreira M (1998) Intonation in European Portuguese In D Hirst amp A Di Cristo (eds) Intonation Systems A Survey of Twenty Languages CambridgCambridge University Press 167-178

rio M (2000) The role of perception in defining tonal targalignment PhD Dissertation Ohio State University

rio M amp B Gili Fivela (2003)two varieties of Italian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 130-144

rio M amp DNeapolitan Italian Eurospeech rsquo97 251ndash254

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Dainora A (2006) Modelling intonation in English In L Goldstein D H Whalen amp Catherine T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 107-132

Dasher R amp D Bolinger (1982) On pre-accentual lengthening Journal of the International Phonetic Association 12 58-69

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

72 Soacutenia Frota

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

gia Tomo XXIV 1-11

Demuth e prosodic (re)organization of childrenrsquos

Den Os sertation Utrecht

DePaoltic study Journal of Phonetics 36 406-422

guage 59 294-311

on 27 27-33

a Lisboa

Elordie onational

oa

Faleacute I tonational Contrasts in

Faleacute I requests in European Portuguese

Fernansidade Estadual de Campinas

Fikkert J Freitas (1998) Acquisition of syllable structure constraints Evidence from Dutch and Portuguese In Proceedings of the GALA97

Delgado Martins M R (1973) Anaacutelise acuacutestica das vogais toacutenicas em Portuguecircs Boletim de Filologia Tomo XXII 303-314

Delgado Martins M R (1975) Vogais e consoantes do Portuguecircs estatiacutestica de ocorrecircncia duraccedilatildeo e intensidade Boletim de Filolo

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

Demuth K (2006) Crosslinguistic perspectives on the Development of Prosodic Words Introduction Language and Speech 49(2) 129-135

K amp E McCullough (2008) Thearly English articles Journal of Child Language 36 173-200

E (1988) Rhythm and tempo of Dutch and Italian PhD DisRijksniversiteit

is R A M Vihman amp S Kunnari (2008) Prosody in production at the onset of word use A cross-linguis

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentation and lexical processing Journal of Memory and Lan

Dimitrova S (1997) Bulgarian Speech Rhythm Stress-Timed or Syllable-Timed Journal of the International Phonetic Associati

Ellison M amp M C Viana (1996) Antagonismo e elisatildeo das vogais aacutetonas em PE Actas do XI Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de LinguiacutesticAPLColibri Vol III 261ndash282

ta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intphrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica (Special issue on Boundaries in intonational phonology ed by Merle Horne amp Marc van Oostendorp) 59 110-143

Faleacute I (1995) Fragmento da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu as Estruturas Coordenadas MA Dissertation Universidade de Lisb

Faleacute I (2005) Percepccedilatildeo e Reconhecimento da Informaccedilatildeo Entoacional em Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

amp I H Faria (2006) Categorical Perception of InEuropean Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

amp I H Faria (2007) Imperatives orders and intonation In Proceedings of the 16th International Congress of Phonetic Sciences 1041-1044

des F (2007) Ordem Focalizaccedilatildeo e Preenchimento em Portuguecircs Sintaxe e Prosoacutedia PhD Dissertation Univer

Fikkert P (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL

P amp M

Prosoacutedia 73

Conference on Language Acquisition Edinburgh University of Edinburgh 217-222

Fodor J (2002) Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

s N Munaro amp R van de Vijver

Frota S nd

of an E of Athens 127ndash130

ue on

Frota S tuguese

ngua Portuguesa

Freitas M J (1997) Aquisiccedilatildeo da Estrutura Silaacutebica do Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

Frota S (1996) Prosodic Phrases and European Portuguese in search of evidence In A Bisetti L Brugegrave J Costa R Goedeman(eds) Proceedings of ConSole 3 Leiden SOLE 47ndash69

(1997) Association Alignment and Meaning the tonal sequence HL aFocus in European Portuguese In A Botinis G Kouroupetroglou amp G Carayiannis (eds) Intonation Theory Models and ApplicationsmdashProceedings

SCA Workshop Athens ESCAUniversity

Frota S (2000a) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2000b) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma Actas do XV Encontro teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs)

Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2002a) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 (Special issIntonation in Romance edited by J Ignacio Hualde) 113-146

(2002b) Tonal association and target alignment in European Pornuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002c) The Prosody of Focus a Case-Study with Cross-Linguistic Implications In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 319-322

Frota S (2003a) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2003b) The phonological status of initial peaks in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 133-152

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio amp A Villava Gramaacutetica da Liacute6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (2010a) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

74 Soacutenia Frota

Frota S (2010b) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A

Frota S accedilatildeo no

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena

Frota es of European

European Portuguese Third

Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Mateus amp C Nunes Correia (eds) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varietiPortuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation inConference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa httpwwwflulptLaboratorioFoneticatextsTIE3EarlyIntonationEPfpdf

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das

Frota S Vigaacuterio (2007) The phonetics

eory) 131-153

duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp Mand phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Th

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Prosoacutedia 75

Frota Sde Lisboa

M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade httpfrepopflulpt

Gerken

Gili Fi d Perception The Case of Pisa

Gordonsodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

Gout A l phrase boundaries

Grabe rrelates of Rhythmic Class In C

Grabe Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV

Grice ian implications for

Grφnnu

Gussen

Gussen

Gut Ul

Language and Speech 34(4) 299-318

L amp R Aslin (2005) Thirty Years of Research on Infant Speech Perception The Legacy of Peter W Jusczyk Language Learning and Development 1(1) 5-21

Ghini M (1993) φ-formation in Italian a new proposal Toronto Working Papers in Linguistics 122 41ndash79

vela B (2008) Intonation in Production anItalian Alessandria Edizione dellrsquoOrso

M K (2005) Intonational Phonology of Chickasaw In Sun-Ah Jun (ed) ProUniversity Press 301-330

A Christophe amp J Morgan (2004) Phonologicaconstrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

E amp E L Low (2000) Acoustic CoGussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 515-546

E amp P Warren (1995) Stress shift do speakers do it or do listeners hear it In BCambridge CUP 95ndash110

M (1995) The intonation of interrogation in Palermo Italintonation theory Tuumlbingen Niemeyer

m N amp M C Viana (1999) Aspects of European Portuguese Intonation In ICPhS 99 San Francisco Vol3 1997-2000

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

hoven C (1984) On the Grammar and Semantics of Sentence Accents Dordrecht Foris

Gussenhoven C (1993) The Dutch foot and the chanted call Journal of Linguistics 29 37-63

hoven C (1999) Discreteness and Gradience in Intonational Contrasts Language and Speech 42(2-3) 283-305

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

rike and Jan-Torsten Milde (2002) The Prosody of Nigerian English In Speech Prosody 2002 Proceedings Aix-en-Provence 367-370

Halleacute P B Boysson-Bardies amp M Vihman (1991) Beginnings of prosodic organization intonation and duration patterns of disyllables produced by Japanese and French infants

76 Soacutenia Frota

Hayes B (1995) Metrical Stress Theory Principles and case studies Chicago The University of Chicago Press

Hayes B amp A Lahiri (1991a) Bengali Intonational Phonology Natural Language

Hayesrg L Nord amp R Carlson (eds) Music Language Speech

Hellmudams A Cooper F Parrill amp T Wier (eds) Proceedings from the 40th

Hellmu nship between prosodic structure and pitch accent

91-316

Homae no amp G Taga (2007) Prosodic processing in the

Horne Linguistics 28 959-981

Hume odel of the Interplay of Speech Perception and

Jordatildeo oacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

Jun S- on the laryngeal gesture in Korean In

Jun S-A (2003) The effect of phrase length and speech rate on prosodic phrasing In

Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin

Jun S- University Press

and Linguistic Theory 9 47ndash96

B amp A Lahiri (1991b) Durationally specified intonation in English and Bengali In J Sundbeand Brain Basingstoke Macmillan 78-91

th S (2004) Prosodic weight and phonological phrasing in Cairene Arabic In N AAnnual Meeting of the Chicago Linguistics Society 97-111

th S (2007) The relatiodistribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 2

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

F H Watanabe T Nakadeveloping brain Neuroscience Research 59 29-39

Merle (1990) Empirical evidence for a deletion formulation of the rhythm rule in English

House David (1990) Tonal Perception in Speech Lund Lund University press

E amp K Johnson (2001) A MPhonology In E Hume amp K Johnson (eds) The Role of Speech Perception in Phonology New York Academic Press 3-26

R (2009) A estrutura prosUm estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

A (1995) Asymmetrical prosodic effectsB Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 235-253

Jun S-A (1996) The Phonetics and Phonology of Korean Prosody Intonational Phonology and Prosodic Structure New York Garland Publishing

M J Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Sciences Barcelona UAB 483ndash486

Jun S-A (2005a) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (2005b) Korean Intonational Phonology and Prosodic Transcription In S-A Jun (ed) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford OUP 201-229

Jun S-A (2007) The intermediate phrase in Korean Evidence from sentence processing In T Riad amp CMouton de Gruyter Vol 2 143-167

A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford

Prosoacutedia 77

Jusczyk Peter W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press

P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 1

Jusczyk59-207

3th International Conference on Turkish Linguistics

Kainad honological nature of prosodic

Kaplan 1978) Methods amp Designs Tables

Keating initial articulatory

Kohler ings of the

ences of the Estonian SSR

Ladd D f Intonational Phonology

nter-

Ladd D tonational emphasis continuous

Lehiste

Acquisition Cambridge University Press

Maia Mnal of

Major razilian Portuguese Journal of Phonetics 9

Manriq17-128

Kabak B amp A Revithiadou (2006) The Phonology of Clitic Groups Prosodic Recursivity Revisited Paper given at The 1Uppsala

a E (2009) The phonetic and pboundaries evidence from Modern Greek PhD Dissertation University of Edinburgh

H L N A Macmillan amp C D Creelman (of drsquo for variable-standard discrimination paradigms Behavior Research Methods amp Instrumentation 10(6) 796-813

P T Cho C Fougeron amp C-S Hsu (2003) Domain-strengthening in four languages In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 145-163

K J (1987) Categorical Pitch Perception In Uuml Vicks (ed) Proceed11th International Congress of Phonetic Sciences Volume 5331-333 Tallinn Academy of Sci

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements oIn M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Ladd D R amp J M Scobbie (2003) External sandhi as gestural overlap Couevidence from Sardinian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 164-182

R amp R Morton (1997) The perception of inor categorical Journal of Phonetics 25 313ndash342

I (1970) Suprasegmentals Cambridge MA The MIT Press

Levelt C amp R Van de Vijver (2004) Syllable types in cross-linguistic and developmental grammars In R Kager J Pater amp W Zonneveld (eds) Constraints in Phonological

Li W Y Yang (2009) Perception of prosodic hierarchical boundaries in Mandarin Chinese sentences Neuroscience 158 (4)1416-1425

Lloyd J (1940) Speech Signals in Telephony London

E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late preferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish JourPortuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Roy C (1981) Stress-timing in B343-351

ue A MB amp A Signorini (1983) Segmental duration and rhythm in Spanish Journal of Phonetics 11 1

78 Soacutenia Frota

Mata A I (1999) Para o estudo da entoaccedilatildeo em fala espontacircnea e preparada no Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

M H amp E Andrade (2000) The PMateus honology of Portuguese Oxford Oxford

as

Mehler n

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988)

Millottsody constrains word segmentation in French 16-month-olds

Millott98-909

Moraes J (1992) Dureacutee Intrinsegraveque de Martin

Morais Barb ie portugaise Lisboa Junta de

Morgan J L (1996) A rhy preverbal speech segmentation Journal of

Morgan

of Phonetics 37 29-45

Early

Nazzi T J

766

logy In I Roca (ed) Logical

Nespor Berlin Mouton de Gruyter

University Press

Mateus M H amp M R Delgado Martins (1982) Contribuiccedilatildeo para o estudo dvogais aacutetonas [acute] e [u] no Portuguecircs Europeu Biblos Vol LVIII 111ndash128

J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language IA Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

e S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal proJournal of Portuguese Linguistics 9-2

e S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 8

Moniz H (2006) Contributo para a caracterizaccedilatildeo dos mecanismos de (dis)fluecircncia em Portuguecircs Europeu MA Dissertation Universidade de Lisboa

s Voyelles du Portugais Breacutesilien In P (ed) Melanges Leacuteon Phonetique Phonostylistique Linguistique et Litterature 367-377 Toronto Editions Meacutelodie

osa J (1965) Etudes de phonologInvestigaccedilotildees do Ultramar

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

thmic bias in Memory and Language 35 666-688

J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nakai S S Kunnari A Turk K Suomi amp R Ylitalo (2009) Utterance-final lengthening and quantity in Northern Finnish Journal

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006)segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newbornstowards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonoIssues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

M (1999) Stress Domains In Word Prosodic Systems in the Languages of Europe Harry van der Hust (ed) 117-159

Prosoacutedia 79

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2ordf ediccedilatildeo publicada em 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The

man Proceedings of the International Symposium on Tonal

Odorico ord

Peperkao MA Dissertation University of Amsterdam

Pierreh d their alignment In M Horne (ed)

n

Pierreh

an Press

nal of Acoustical Society of America 90

Prieto P (2002) Entonacioacute In J Solagrave M R Lloret J Mascaroacute amp M P Saldanya

Prieto

Nespor M amp I Vogel (1989) On clashes and lapses Phonology 6 69ndash116

Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Niebuhr O amp K J Kohler (2004) Perception and Cognitive Processing of Tonal Alignment in GerAspects of Languages Emphasis on Tone Languages Beijing 155-158

L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-wutterances in Italian children First Language 23(1) 97-116

mp S (1992) La Risoluzione delle Aritmie nella Fonologia Ritmica dellrsquoItalian

Peperkamp S (1997) Prosodic Words The Hague Holland Academic Graphics HIL Dissertations 34

Pierrehumbert J (1980) The phonology and phonetics of English intonation PhD Dissertation MIT

umbert J (2000) Tonal elements anProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 11-36

Pierrehumbert J amp J Hirschberg (1990) The meaning of intonational contours in the interpretation of discourse In PR Cohen et al (eds) Intentions iCommunication Cambridge Mass MIT Press 271ndash311

umbert J amp M Beckman (1988) Japanese Tone Structure Cambridge Mass MIT Press

Pierrehumbert J amp SA Steele (1989) Categories of tonal alignment in English Phonetica 46 181ndash196

Pike K L (1945) The intonation of American English Ann Arbor University of Michig

Price P M Ostendorf S Shattuck-Hufnagel amp C Fong (1991) The use of prosody in syntactic disambiguation In Jour372-377

(eds) Gramagravetica del catalagrave contemporani Barcelona Empuacuteries Volum 1 393-462

Prieto P (2004) Fonegravetica i fonologia Els sons del catalagrave Barcelona Editorial UOC

P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

80 Soacutenia Frota

Ramus F (2002) Language discrimination by newborns Teasing apart phonotactic rhythmic and intonational cues Annual Review of Language Acquisition 2 85-

Ramus ues A

Ramus 999) Correlates of linguistic rhythm in speech

Sandler

prehension Springer

2519-2522

unication 41 71-80

dentification and lexical access In G Altmann amp R

Selkirk On derived domains in sentence phonology Phonology Yearbook 3

Selkirkrdrsquos paper In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in Laboratory

115

F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cstudy based on speech resynthesis JASA 105 512-521

F M Nespor amp J Mehler (1Cognition 73 265-292

Rietveld T J Haan L Heijmans amp C Gussenhoven (2002) Explaining attitudinal ratings of Dutch rising contours Morphological structure vs the Frequency Code Phonetica 59 180-194

Salverda A D Dahan amp J McQueen (2003) The role of prosodic boundaries in the resolution of lexical embedding in speech comprehension Cognition 90 51-89

W (2006) Phonology phonetics and the nondominant hand in L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 185-212

Sandler W amp D Lillo-Martin (2006) Sign Language and Linguistic Universals Cambridge CUP

Sandler W amp M Nespor (1999) Prosody in Israeli Sign Language Language and Speech 42 (2-3) 143-176

Savino M amp M Grice (in press) The perception of intonational contrasts in Italian In S Frota G Elordieta amp P Prieto (eds) Prosodic categories Production Perception and Com

Schiller N O A S Meyer R H Baayen amp W JM Levelt (1996) A Comparison of Lexeme and Speech Syllable in Dutch Journal of Quantitative Linguistics 3(1) 8-28

Schneider K G Dogil amp B Moumlbius (2009) German Boundary tones show Categorical Perception and a Perceptual Magnet Effect when presented in different contexts In Proceedings of Interspeech Brighton

Schouten B E Gerrits amp A van Hessen (2003) The end of categorical perception as we know it Speech Comm

Segui J E Dupoux amp J Mehler (1990) The role of the syllable in speech segmentation phoneme iSillcock (eds) Cognitive Models of Speech Processing Cambridge Mass MIT Press

Selkirk E (1984) Phonology and Syntax the relation between sound and structure Cambridge Mass MIT Press

E (1986)371ndash405

E (1990) On the nature of prosodic constituency comments on Beckman and EdwaPhonology I Cambridge CUP 179ndash200

Prosoacutedia 81

Selkirk E (1996) The Prosodic Structure of Function Words In J L Morgan amp K Demuth (eds) Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition

SelkirkProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce)

Selkirk glish In S Frota M

Shaked syntactic and phonological constraints in Hebrew

Shattuc importance of phonological transcription in

Shattucle of prosodic structure In Merle Horne (ed) Prosody

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23

Sudoof er S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp

Tenani guecircs do brasil implicaccedilotildees para a

Trucke On the relation between syntactic phrases and phonological

Trucke

Turk A ufnagel (2000) Word-boundary-related duration patterns in

Turk A 7) Multiple targets of phrase-final lengthening

van He R S Kirsner (2004) Phonetic or phonological contrasts in Dutch

Mahwah Lawrence Erlbaum Associates 187-213

E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Dordrecht Kluwer 231-261

E (2005) Comments on Intonational Phrasing in EnVigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

A (2007) Competingprosodic phrasing The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 169-199

k-Hufnagel S (1995) The empirical approaches to ldquostress shiftrdquo versus ldquoearly accentrdquo comments on Grabe and Warren and Vogel Bunnell and Hoskins In B Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 128ndash 140

k-Hufnagel S (2000) Phrase-level phonology in speech production planning Evidence for the roTheory and Experiment Dordrecht Kluwer Academic Publishers 201-229

months Child Development 77(2) 281-296

f S D Lenertovaacute R MeyJ SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

L (2002) Domiacutenios prosoacutedicos no Portuprosoacutedia e para a aplicaccedilatildeo de processos fonoloacutegicos PhD dissertation Universidade Estadual de Campinas

nbrodt H (1999) phrases Linguistic Inquiry 30 219ndash255

nbrodt H (2002) Upstep and embedded register levels Phonology 19 77-120

Truckenbrodt H (2007) Upstep on edge tones and on nuclear accents In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter Vol 2 349-386

Turk A amp J R Sawusch (1997) The domain of accentual lenthening in American English Journal of Phonetics 25 25-41

amp S Shattuck-HEnglish Journal of Phonetics 28 397-440

amp S Shattuck-Hufnagel (200in American English words Journal of Phonetics 35 445-472

uven V ampboundary tones In Linguistics in the Netherlands 21 102-113 AmsterdamPhiladelphia John Benjamins

82 Soacutenia Frota

Vanrell M (2007) A tonal scaling contrast in Majorcan Catalan interrogatives Journal of Portuguese Linguistics 6(1) 147-178 (Special issue Prosody in Ibero-Romance and related languages ed by G Elordieta and M Vigaacuterio)

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

Viana M C (1987) Para a siacutentese da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Dissertaccedilatildeo para acesso agrave categoria de Investigador Auxiliar Lisboa CLUL-INIC

httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

M (1998) Aspectos da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu estruturas com adveacuter

Vigaacuteriobio de exclusatildeo e negaccedilatildeo fraacutesica Braga CEHUM

465-477 Lisboa APLColibri

stics 2-2 (Special Issue on Portuguese

ial Issue Crosslinguistic Perspectives on the Development of Prosodic

Vigaacuterio m signal to grammar Rhythm and the th

sterdam John Benjamins 137-158

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

Vigaacuterio M (2003) The Prosodic Word in European Portuguese BerlinNew York Mouton de Gruyter

Vigaacuterio M (2009) The Prosodic Word Group as a domain of prosodic hierarchy Paper given at the Sixth Old Conference in Phonology (OCP6) Univ Edinburgh

Vigaacuterio M amp I Faleacute (1994) A Siacutelaba no Portuguecircs Fundamental uma descriccedilatildeo e algumas consideraccedilotildees de ordem teoacuterica In Actas do IX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese LinguiPhonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M M J Freitas amp S Frota (2006) Grammar and frequency effects in the acquisition of prosodic words in European Portuguese Language and Speech (SpecWords edited by K Demuth) 49(2) 175-203

M S Frota amp M J Freitas (2003) Froacquisition of syllable structure Proceedings of the 27 Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

Wenk B amp F Wioland (1982) Is French really syllable-timed Journal of Phonetics 10 193-216

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (eds) Phonetics and Phonology Interactions and interrelations Am

Prosoacutedia 83

Wightman CW S Shattuck-Hufnagel M Ostendorf amp P J Price (1992) Segmental durations in the vicinity of prosodic phrase boundaries Journal of the Acoustical Society of America 91 (3) 1707-1717

Zerbian S (2007) Phonological phrasing in Northern Sotho (Bantu) The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing edited by S Frota amp P Prieto) 24

Zsiga Eers in

233-262

(1995) An acoustic and electropalatographic study of lexical and postlexical palatalization in American English In B Connell amp A Arvaniti (eds) PapLaboratory Phonology IV Cambridge CUP 282-302

  • Prosoacutedia
    • Relatoacuterio
    • Soacutenia Frota
      • Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa
        • Conteuacutedos
          • Estrutura prosoacutedica
            • Leacutexico entoacional
            • Restriccedilotildees distribucionais
            • Implementaccedilatildeo foneacutetica
              • Bibliografia alargada
Page 6: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em

Prosoacutedia 9

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (eds) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2002) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (eds) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

10 Soacutenia Frota

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In IH Faria amp MJ Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no PE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (eds) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (eds) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Gout A A Christophe amp J Morgan (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Prosoacutedia 11

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A study based on speech resynthesis JASA 105 512-521

Ramus F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition 73 265-292

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp J SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (eds) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

12 Soacutenia Frota

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

43 CONSIDERACcedilOtildeES SOBRE O PROGRAMA E A BIBLIOGRAFIA O programa encontra-se organizado em seis moacutedulos O primeiro constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes

Os moacutedulos dois trecircs e quatro satildeo respectivamente dedicados aos constituintes prosoacutedicos ao ritmo e agrave melodia Apesar de formarem moacutedulos autoacutenomos esta apresentaccedilatildeo sequencial favorece a compreensatildeo da organizaccedilatildeo sonora da linguagem como uma estruturaccedilatildeo em constituintes que se manifesta em diversos domiacutenios da mateacuteria sonora desde os fenoacutemenos de sacircndi agraves relaccedilotildees de proeminecircncia e fenoacutemenos riacutetmicos e agrave distribuiccedilatildeo dos eventos tonais que compotildeem as melodias A estrutura interna de cada um dos trecircs moacutedulos parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio e da aplicaccedilatildeo de instrumentos elementares de anaacutelise prosoacutedica para a problematizaccedilatildeo de questotildees especiacuteficas e a exploraccedilatildeo de potenciais caminhos para a construccedilatildeo de respostas aos problemas e hipoacuteteses levantados Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial

Os dois uacuteltimos moacutedulos do programa tambeacutem autoacutenomos entre si pressupotildeem todavia os conhecimentos e competecircncias anteriormente adquiridos Nestes dois moacutedulos constituecircncia prosoacutedica ritmo e entoaccedilatildeo satildeo trabalhados na perspectiva do processamento da liacutengua (moacutedulo 5) e da aquisiccedilatildeo da liacutengua (moacutedulo 6) No primeiro caso salienta-se o papel da prosoacutedia no processamento lexical e sintaacutectico No segundo caso realccedila-se o contributo da prosoacutedia para a aquisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo do proacuteprio desenvolvimento prosoacutedico Aqui como anteriormente faz-se especial referecircncia a estudos sobre o Portuguecircs

Prosoacutedia 13

Atravessa todo o programa uma forte componente experimental pois pretende-se de acordo com os objectivos do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 33) uma compreensatildeo activa do componente prosoacutedico da linguagem atraveacutes do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de estudo da prosoacutedia e da sua aplicaccedilatildeo em pequenos projectos de investigaccedilatildeo A bibliografia geral apresentada obedece a trecircs criteacuterios fundamentais acompanhando as linhas de organizaccedilatildeo do programa acima descritas (i) a inclusatildeo de bibliografia de niacutevel introdutoacuterio e de niacutevel intermeacutedio e avanccedilado (ii) a selecccedilatildeo de textos que privilegiam a caracterizaccedilatildeo prosoacutedica do Portuguecircs no quadro da comparaccedilatildeo entre liacutenguas juntamente com textos sobre liacutenguas diversas em ambos os casos fazendo recurso a um quadro teoacuterico homogeacuteneo e utilizando metodologias experimentais (iii) a acessibilidade dos textos especialmente atraveacutes de recursos bibliograacuteficos on-line A bibliografia geral eacute disponibilizada no ano anterior ao do funcionamento do seminaacuterio juntamente com o programa No decurso do funcionamento do seminaacuterio para cada moacutedulo do programa satildeo indicadas referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Estas referecircncias na sua maior parte constam da bibliografia geral inicialmente disponibilizada Todavia podem surgir novos textos a indicar ao longo do seminaacuterio que pelo seu caraacutecter extremamente especiacutefico orientado para determinada mateacuteria ou por terem sido recentemente produzidospublicados ou por corresponderem a interesses particulares de alunos natildeo foram incluiacutedos na bibliografia geral Entenda-se pois a bibliografia como um espaccedilo com abertura e flexibilidade ajustaacutevel a necessidades conjunturais No final do seminaacuterio eacute fornecida aos alunos uma bibliografia alargada (em Anexo) 44 PLANIFICACcedilAtildeO DAS MATEacuteRIAS A distribuiccedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos por horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio segue o seguinte plano Conteuacutedos Horas

lectivas1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes

prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica

3

14 Soacutenia Frota

12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis

6

3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

9

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

9

5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

6

6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico

7~9

Conferecircncias (moacutedulos 2 a 6) 3~5 Total de horas lectivas 45

As horas lectivas atribuiacutedas a cada moacutedulo variam em 6 a 9 (isto eacute 2 a 3 sessotildees de 3 horas cada) agrave excepccedilatildeo do primeiro moacutedulo de introduccedilatildeo geral ao seminaacuterio As horas efectivas atribuiacutedas ao moacutedulo seis dependem da integraccedilatildeo no programa de duas ou trecircs conferecircncias na aacuterea de especialidade do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 32 e introduccedilatildeo agrave secccedilatildeo 4) Estas conferecircncias podem contribuir para qualquer um dos moacutedulos dois a seis do programa Excepto no caso das conferecircncias e dos ajustes de horaacuterio que elas possam implicar as horas lectivas satildeo organizadas em sessotildees de 3 horas ao longo do semestre

Prosoacutedia 15

5 OS MEacuteTODOS DE ENSINO 51 METODOLOGIAS E RECURSOS Em conformidade com os objectivos do seminaacuterio explicitados na secccedilatildeo 33 o ensino articula a apresentaccedilatildeo de conteuacutedos e sua problematizaccedilatildeo e discussatildeo com a exemplificaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas experimentais de estudo da prosoacutedia e o exerciacutecio da sua aplicaccedilatildeo As sessotildees do seminaacuterio funcionam assim combinando os formatos de conferecircncia (exposiccedilatildeo problematizaccedilatildeo discussatildeo) e de workshop (propostas exemplificaccedilatildeo exerciacutecios aplicaccedilatildeo a novos casos discussatildeo) Os conteuacutedos de cada moacutedulo satildeo perspectivados como o resultado de questotildees de investigaccedilatildeo e discutidos como despoletadores de novas questotildees Assim os alunos satildeo conduzidos a assumir as perspectivas do investigador ndash como aquele que coloca as questotildees e traccedila um percurso experimental na busca das respostas ndash e do utilizador do conhecimento cientiacutefico o profissional que no desempenho da sua actividade necessita de conhecimento especializado e do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de anaacutelise produtoras de informaccedilatildeo especiacutefica Esta abordagem visa promover o desenvolvimento das competecircncias necessaacuterias agrave produccedilatildeo de investigaccedilatildeo autoacutenoma na aacuterea da prosoacutedia eou agrave praacutetica de actividades que exigem conhecimentos especializados nesta aacuterea A concretizaccedilatildeo das formas de ensino que acabei de expor exige a disponibilizaccedilatildeo de recursos vaacuterios particularmente nos domiacutenios do suporte informaacutetico e laboratorial Todas as sessotildees do seminaacuterio implicam a utilizaccedilatildeo de equipamento multimeacutedia ndash computador projector viacutedeo sistema de som ndash exigindo uma sala preparada para este efeito Programas de anaacutelise e siacutentese de fala bem como de apresentaccedilatildeo de estiacutemulos para tarefas de percepccedilatildeo satildeo utilizados tanto na exemplificaccedilatildeo de casos de estudo como nos exerciacutecios realizados Destacam-se em particular os seguintes programas Praat desenvolvido por Paul Boersma e David Weenink (Institute of Phonetic Sciences University of Amsterdam) e de distribuiccedilatildeo gratuita (httpwwwpraatorg) SpeechStation2 da Sensimetrics (httpwwwsenscom) existente no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab SuperLab Pro da Cedrus (httpwwwsuperlabcom) tambeacutem disponiacutevel no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab Habit (httphabitcmbucdavisedu) de

16 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo gratuita Satildeo ainda recursos utilizados os sistemas de anotaccedilatildeo prosoacutedica ToBI adaptados a diferentes liacutenguas httpwwwlingohio-stateedu~tobiame_tobi httpprosodia upfeducat_tobien httpwwwfl ulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm O suporte laboratorial do seminaacuterio eacute garantido pelo Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tendo os alunos acesso a todos os equipamentos disponiacuteveis bem como a corpora e bases de dados e beneficiando da orientaccedilatildeo praacutetica de doutorandos e bolseiros de investigaccedilatildeo associados ao laboratoacuterio 52 AVALIACcedilAtildeO De acordo com o Regulamento de Estudos poacutes-graduados da UL (httpwwwflulptlexregulamento_pgpdf ) a avaliaccedilatildeo do seminaacuterio eacute expressa no no intervalo de 10 a 20 valores da escala inteira de 0 a 20 Os alunos podem optar por um de dois modelos de trabalho final de seminaacuterio (i) a realizaccedilatildeo de um trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio (estudo piloto) ou (ii) a apreciaccedilatildeo criacutetica de um artigo sobre um estudo experimental Os alunos que pretendem concluir o ciclo de estudos com a elaboraccedilatildeo de uma dissertaccedilatildeo de natureza cientiacutefica ou de um trabalho de projecto original satildeo incentivados a optar pelo modelo (i) O modelo (ii) eacute direccionado para alunos que pretendem realizar um estaacutegio de natureza profissional e respectivo relatoacuterio (ver Normas regulamentares do mestrado Linguiacutestica httpwwwflulpt dlgrptensinociclo2programas0_Mestr_Ling_Regulamentodoc) O tema do trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio poderaacute ser escolhido entre os temas de trabalho apresentados pela docente ao longo do semestre ou proposto pelo aluno Para a escolha do tema satildeo ponderados o seu interesse para o projecto de investigaccedilatildeo pessoal do aluno a exequibilidade do trabalho no tempo disponiacutevel (habitualmente cerca de 5 semanas) os recursos e o apoio necessaacuterios agrave execuccedilatildeo do trabalho O trabalho deve ser individual original e especialmente realizado para o seminaacuterio podendo todavia integrar um projecto de investigaccedilatildeo pessoal jaacute em curso especialmente no caso dos estudantes de doutoramento A orientaccedilatildeo do trabalho cabe agrave docente do seminaacuterio podendo membros da equipa do Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tambeacutem sob sua orientaccedilatildeo apoiar o aluno na realizaccedilatildeo do trabalho

Prosoacutedia 17

Dada a sua natureza de estudo piloto o trabalho deve explorar uma abordagem experimental do tema escolhido com uma recolha de dados de dimensatildeo pequena mas suficiente para problematizar o sucesso da abordagem utilizada e abrir caminhos de investigaccedilatildeo futura Numa fase intermeacutedia da realizaccedilatildeo do trabalho este eacute apresentado e discutido oralmente O formato final do trabalho eacute o formato de um artigo com o nuacutemero maacuteximo de 15 paacuteginas A avaliaccedilatildeo do trabalho eacute feita com base nos seguintes paracircmetros enquadramento do tema na literatura da especialidade meacuterito da abordagem experimental escolhida domiacutenio dos meacutetodos e teacutecnicas experimentais capacidade de analisar os dados e extrair implicaccedilotildees dos resultados dessa anaacutelise No que respeita ao modelo (ii) o artigo a apreciar eacute escolhido a partir de uma lista apresentada pela docente O formato final da apreciaccedilatildeo criacutetica eacute o de um parecer com o nuacutemero maacuteximo de 8 paacuteginas Da apreciaccedilatildeo criacutetica a elaborar pelo aluno devem constar um resumo do artigo a discussatildeo da sua relevacircncia face ao enquadramento na literatura em que se situa a pertinecircncia das questotildees de investigaccedilatildeo que examina a propriedade da metodologia utilizada para esse efeito e a importacircncia dos resultados obtidos e suas implicaccedilotildees para estudos posteriores A avaliaccedilatildeo do seminaacuterio corresponde agrave avaliaccedilatildeo obtida no trabalho final 6 OS CONTEUacuteDOS E SEU DESENVOLVIMENTO

Nenhum vento sopra a favor

de quem natildeo sabe para onde ir

Seacuteneca

Things should be made as simple

as possible

but not any simpler

Albert Einstein

Para cada moacutedulo do programa do seminaacuterio de Prosoacutedia apresenta-se um sumaacuterio das mateacuterias abordadas indicam-se potenciais linhas de investigaccedilatildeo e listam-se referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Como referido anteriormente (secccedilatildeo 43) a estrutura interna de cada moacutedulo parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio para a problematizaccedilatildeo de questotildees particulares de investigaccedilatildeo Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs

18 Soacutenia Frota

(variedade standard falada na regiatildeo de Lisboa) num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial 61 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

O primeiro moacutedulo do programa constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia

em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes O papel desempenhado pela estrutura prosoacutedica enquanto elemento organizador das sequecircncias de fala encontra-se bem estabelecido na literatura A estrutura prosoacutedica agrupa fragmentos da cadeia falada em constituintes prosoacutedicos hierarquicamente organizados delimitados por fronteiras e caracterizados por proeminecircncias de diferentes niacuteveis (Figura 1)

Figura 1 Exemplificaccedilatildeo de estrutura prosoacutedica da siacutelaba ao sintagma entoacional Os constituintes prosoacutedicos satildeo marcados por constelaccedilotildees de propriedades que constituem a maior fonte de evidecircncia empiacuterica para a estrutura prosoacutedica Entre

Prosoacutedia 19

estas propriedades contam-se os fenoacutemenos que mostram que a realizaccedilatildeo de segmentos (ou de tons no caso de liacutenguas tonais) eacute afectada pela estrutura prosoacutedica fenoacutemenos de sacircndi (1a) fenoacutemenos de reforccedilo inicial de constituinte (1b) ou de alongamento final de constituinte (Figura 2) Tambeacutem os fenoacutemenos riacutetmicos satildeo sensiacuteveis agrave estrutura prosoacutedica por exemplo a forma como situaccedilotildees de antagonismo acentual motivadas pela proximidade de duas siacutelabas proeminentes satildeo resolvidas (ou natildeo) depende da organizaccedilatildeo prosoacutedica das duas siacutelabas num mesmo constituinte ou em constituintes diferentes (2) Tanto a realizaccedilatildeo dos eventos tonais que fazem a entoaccedilatildeo de uma sequecircncia de fala como a sua distribuiccedilatildeo reflectem a estrutura prosoacutedica por exemplo a altura relativa de um tom depende da sua realizaccedilatildeo dentro de um mesmo constituinte dos tons precedentes ou como o tom inicial de um novo constituinte prosoacutedico (3) e certos padrotildees de ocorrecircncia de eventos tonais satildeo indicadores do tipo de estrutura prosoacutedica da sequecircncia de fala a que se associam (4) (1) a [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[z] [ccedil S] jornalista[S] ]I b [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[S] ]IP [ [awS] jornalista[S] ]I

Figura 2 Alongamento final em fronteira de sintagma

b

40

45

50

55

60

σ

MV SF CF

Speakers

Test-word 1A

_ ]φ

_ ] Ι

fonoloacutegico e sintagma entoacional na palavra progressiva Duraccedilatildeo meacutedia da siacutelaba toacutenica e poacutes-toacutenica em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo da palavra para 3 informantes (Frota 2000 p192)

(2) a [thirteen men] φ Tennessee]φ won

20 Soacutenia Frota

(3) o

o

o o

o ]

) uma grande subida dos preccedilos

gt [uma grande subida]φ [dos preccedilos]φ

A implementaccedilatildeo de propriedades riacutetmicas e meloacutedicas mostra que a

[ ] [ H H H H H (4 T T T T T T T gt [uma grande subida dos preccedilos]φ estrutura prosoacutedica tem um papel relevante para a organizaccedilatildeo riacutetmica e entoacional das liacutenguas A estrutura prosoacutedica estabelece a cadeia de proeminecircncias e as fronteiras disponiacuteveis como pontos de associaccedilatildeo de eventos tonais Os eventos tonais de tipo culminativo ou acentual (acentos tonais) ligam-se a elementos da cadeia de proeminecircncias designadamente a cabeccedilas dos constituintes prosoacutedicos contribuindo para a realizaccedilatildeo dessas proeminecircncias Os eventos tonais de tipo demarcativo ou de fronteira ligam-se agraves margens dos constituintes prosoacutedicos (Figura 3) A estrutura entoacional relaciona-se assim com a organizaccedilatildeo em constituintes prosoacutedicos

Figura 3 Estrutura prosoacutedica e eventos tonais

Prosoacutedia 21

As propriedades que assinalam a estrutura prosoacutedica satildeo usadas no

ibliografia especiacutefica

processamento lexical na desambiguaccedilatildeo sintaacutectica (ver moacutedulo 5) ou na identificaccedilatildeo de unidades morfossintaacutecticas e de unidades fonoloacutegicas no processo de aquisiccedilatildeo da liacutengua (ver moacutedulo 6) B

and focus in European Portuguese Phonological phrasing

Ladd D

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS

CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS tuguecircs

ica e niacuteveis

O moacutedulo dois do programa eacute dedicado ao estudo de constituintes

constituintes (5b)

rota S (2000) ProsodyF

and intonation New York Garland Publishing Chap 1 Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma

entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076 R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Chap 1-2 Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition

2007 Mouton) Chap 1-2 6 221 Domiacutenios prosoacutedicos no Por22 Sobre a natureza da estrutura prosoacuted23 Como definir um domiacutenio constituintes prosoacutedicos Satildeo particularmente considerados os constituintes acima da palavra dada a sua relevacircncia para os fenoacutemenos riacutetmicos e entoacionais e a liacutengua em anaacutelise para este estudo de constituintes prosoacutedicos eacute o Portuguecircs Europeu Partindo da abordagem da fonologia prosoacutedica em que os constituintesprosoacutedicos resultam da aplicaccedilatildeo de mecanismos de interface entre morfossintaxe e fonologia modulada por restriccedilotildees de natureza puramente fonoloacutegica eacute apresentada a construccedilatildeo dos constituintes sintagma fonoloacutegico (φ e sintagma entoacional (I) em diversas liacutenguas Esta construccedilatildeo eacute reveladora dos dois grandes princiacutepios de organizaccedilatildeo prosoacutedica das sequecircncias de fala o princiacutepio demarcativo que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as margens de constituintes (5a) e o princiacutepio do agrupamento que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as relaccedilotildees existentes entre

22 Soacutenia Frota

(5) a Alinhame

margens de umnto entre as margens de um dado constituinte sintaacutectico e as

dado constituinte prosoacutedico

ini Direita XP

constituintes adjacentes ompl odifi

eza fonoloacutegica que operam sobre os onstituintes prosoacutedicos dizem respeito aos factores tamanho peso balanccedilo e s)sim

(Ghini 1993) Direita XP ( ω ω ω ω ω ) φ

ω )φ

φ (

eg sintagma fonoloacutegico Japonecircs Esquerda XP Chi Mw

b Relaccedilatildeo entre cabeccedilas e(cabeccedilac emento cabeccedilam cador etc)

eg sintagma fonoloacutegico Papago Chichewa Wrap XP

Tipicamente as restriccedilotildees de naturc(a etria como ilustrado em (6) (6) Sintagma fonoloacutegico Italiano

( ω ω )φ ( ω )φ ( ω )φ ( )φ ( ( ω ω ω ω ω )φ ( ω ω )φ ( ω ω ω )φ

φ ( lowast( ω ω ) ω ω ) ω ) φ )

lowast( ω ω ω φ

)φ (

(

( ω ω ) φ lowast( ω ω ω ω )φ ( ω )φ

lowast( ω )φ ( ω )φ ( ω ω )φ ω ) φ

oloacutegico e do sintagm entoacional no Portuguecircs Europeu e satildeo descritas as propriedades foneacutetic

e uma cabeccedila lexical agrupando a cabeccedila e todos os elemen

Neste quadro eacute estudada a formaccedilatildeo do sintagma fona

as e fonoloacutegicas que assinalam estes constituintes Para ambos os constituintes mostra-se a relevacircncia do princiacutepio de agrupamento e o efeito de restriccedilotildees fonoloacutegicas

A formaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico no PE refere o domiacutenio sintaacutectico da projecccedilatildeo maacutexima d

tos no seu lado natildeo recursivo num mesmo φ Este φ pode ainda conter um constituinte sintaacutectico seguinte pertencente ao mesmo domiacutenio se este constituinte natildeo tiver condiccedilotildees para formar um φ por si soacute Tais condiccedilotildees satildeo fonologicamente determinadas por uma restriccedilatildeo de tamanho miacutenimo segundo a qual um φ deveraacute conter mais material do que uma palavra prosoacutedica O elemento mais proeminente de φ eacute a sua uacuteltima palavra prosoacutedica ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita do constituinte como na generalidade das

Prosoacutedia 23

liacutenguas com a ordem sintaacutectica cabeccedila-complemento A demonstraccedilatildeo empiacuterica desta anaacutelise assenta em evidecircncias duracionais ligadas a fenoacutemenos riacutetmicos (Figura 4) em evidecircncias segmentais resultantes da (natildeo)aplicaccedilatildeo de sacircndi vocaacutelico tambeacutem devido a restriccedilotildees riacutetmicas (7) e em evidecircncias entoacionais de distribuiccedilatildeo de acentos tonais (ver (4) acima)

Figura 4 O sintagma fonoloacutegico e o alongamento da 1ordf de duas siacutelabas toacutenicas adjacentes numa situaccedilatildeo de antagonismo acentual dentro de um mesmo φ [ ]

(7) Vog de φ a

negrito ais afectadas a sublinhado siacutelaba toacutenica em maiacutesculas cabeccedila

[ o danccedilaRIno ] φ [ Ama ] φ [ a bailarina russa ] φ danccedilarinama (ltdanccedilarino+ama)

[ o bailaRIno ] φ [ ANda SEMpre ] φ [ de limusine preta ] φ

emarcativo no mapeamento quer

leccionando a margem direita quer seleccionando a margem esquerda (ver respect

okbailarinanda (ltbailarino+anda)

A aplicaccedilatildeo do princiacutepio dse

ivamente (8a) e (8b) ) resulta numa estrutura prosoacutedica que natildeo permite dar conta das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas acima descritas1 Na 1 Importa notar que em linha com o observado para outras liacutenguas romacircnicas as cabeccedilas lexicais apenas contam como cabeccedilas prosoacutedicas quando na sua posiccedilatildeo natildeo marcada (no caso do adjectivo quando no lado recursivo ndash ver Nespor amp Vogel 1986)

24 Soacutenia Frota

ilustraccedilatildeo em (8) a organizaccedilatildeo prosoacutedica natildeo marcada corresponde a (8a) em i e a (8b) em ii ou seja corresponde a um padratildeo de agrupamento de N e A separadamente de PP

(8) [ N [ A ]AP PP ]NP ii [ A N PP ]NP

)

A formaccedilatildeo do sintagma entoacional (I) no PE refere o domiacutenio de uma

ccedilatildeo em Is no PE dispotildee de forte evidecircncia empiacuterica Vaacuterios noacuteme

interpretaccedilotildees (ateacute ao nono ano como modificador de alunas ou como

i (a) ( )φ ( )φ ( φ

) (b) ( )φ( φ ( )φ ( )φ( )φ

frase raiz distinguindo todas as expressotildees natildeo estruturalmente a ela ligadas como expressotildees parenteacuteticas toacutepicos ou outros suplementos2 Estas uacuteltimas formam Is independentes enquanto todos os φs no domiacutenio da frase raiz satildeo agrupados num mesmo I Decorre deste mapeamento que os constituintes presentes num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador Os sintagmas entoacionais satildeo sujeitos a condiccedilotildees fonoloacutegicas que interagem com os mecanismos de mapeamento produzindo a organizaccedilatildeo prosoacutedica em Is de uma sequecircncia de fala Estas condiccedilotildees regulam o peso dos Is constituintes longos tendem a ser divididos prefere-se constituintes balanceados ou o constituinte mais longo agrave direita O elemento mais proeminente de I eacute o seu uacuteltimo φ ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita A organizafe nos de sacircndi aplicam-se no domiacutenio de I (veja-se (1) acima e tambeacutem (9) Este eacute o domiacutenio do alongamento final preacute-fronteira (jaacute ilustrado na Figura 2) e tambeacutem do locus de ocorrecircncia de pausa O sintagma entoacional tem ainda uma definiccedilatildeo meloacutedica precisa ele constitui o domiacutenio da melodia miacutenima dado que apenas a cabeccedila de I requere obrigatoriamente um acento tonal e apenas a fronteira direita de I eacute obrigatoriamente marcada por um tom de fronteira Na Figura 5 ilustra-se o contraste entre [as alunas] produzido como um φ ou como um I evidenciado pela realizaccedilatildeo da fricativa e pela curva meloacutedica e correspondendo a diferentes estruturas sintaacutecticas com diferentes

expressatildeo adverbial temporal caracterizadora de toda a acccedilatildeo)

2 Dependendo da abordagem sintaacutectica seguida o domiacutenio para a formaccedilatildeo de I tem sido identificado como Extended Projection of VP ou como Comma Phrase (veja-se por exemplo Elordieta et al 2005 ou Selkirk 2005) Segue-se no seminaacuterio a abordagem mais claacutessica sem entrar na discussatildeo da anaacutelise sintaacutectica das diferentes estruturas

Prosoacutedia 25

(9) a [ a[z] aluna[z] obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

b [ a[z] aluna[S] ]I [ ateacute onde pensamo[S] e sabemo[S] ]I [ obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

ento em Is eacute document licaacutevel pela referecircncia do constituinte mais longo agrave direita

I I

rie s acional no

E

Figura 5 Evidecircncias segmentais e entoacionais para I

O papel das restriccedilotildees fonoloacutegicas na determinaccedilatildeo do fraseamado em (10) note-se o contraste entre (a) e (b) exp

p (10) a [ O galatilde andava de porsche ]I

a [ O galatilde ]I [ andava de porsche ]I a [ O galatilde andava ] [ de porsche ]

b [ O poeta cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I b [ O poeta ] [ cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I Ib [ O poeta cantou ]I [ uma manhatilde angelical perturbadora ]I

O Quadro 1 (extraiacutedo de Frota no prelo) sintetiza as prop dade

foneacuteticas e fonoloacutegicas do sintagma fonoloacutegico e do sintagma entoP

26 Soacutenia Frota

rties Segmental Durational Tonal Prominence

Quadro 1 Estrutura prosoacutedica do PE propriedades de φ e I (Frota no prelo)

PropePhP NO NO NO Rightmost (default)

el

PhP heads constrain the output of vowsandhi

stress Domain forstrengthening

IP Domain for many segmental processes Domain for

oclitics

Final lengthening IP-edge Locus of

Domain for pitch accent distribution IP heads require a

lt)

resyllabification Left edge reducedforms of prare highly disfavoured

pauses pitch accent Right edge requires boundary tone Left edge optionally marked

Rightmost (defauFocus prominence (not positional)

co

Os ca em

constituintes entoacionais podem ser implementados diferentemente nas

Figura 6 Organizaccedilatildeo prosoacutedica em constituintes entoacionais variaccedilatildeo entre liacutenguasvariedades Tamanho (curtolongo) e

mplexidade (natildeo ramificado ramificaccedilatildeo simples ramificaccedilatildeodupla)

muacuteltiplos factores que regulam a organizaccedilatildeo prosoacutedi

Prosoacutedia 27

gramaacuteticas fonoloacutegicas das liacutenguas mesmo no caso de liacutenguas proacuteximas ou ateacute de va

tura prosoacutedica permanecem todavia

da combinaccedilatildeo de restriccedilotildees fonoloacutegicas com mecanismos

te da estrutura morfossintaacutectica eacute pouco profunda

riedades da mesma liacutengua Esta diversidade eacute ilustrada pelo comportamento do Castelhano Catalatildeo Italiano Portuguecircs Europeu do Norte (Braga) e Portuguecircs Europeu de Lisboa no que respeita agrave divisatildeo de uma frase SVO em dois constituintes (S) (VO) face a factores como o tamanho em siacutelabas e a complexidade sintaacutectica e prosoacutedica (Figura 6)

O quadro de anaacutelise em constituintes prosoacutedicos atraacutes exposto tem dado resultados profiacutecuos para o conhecimento da estrutura prosoacutedica das liacutenguas Duas questotildees essenciais sobre a natureza da estru

em aberto existem diferentes tipos de estrutura prosoacutedica ou uma uacutenica estrutura que governa fenoacutemenos tatildeo variados como os referidos acima como eacute definido um constituinte prosoacutedico (existe equivalecircncia entre constituintes e niacuteveis na estrutura) A primeira questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo das diferentes abordagens da estrutura prosoacutedica que tecircm sido propostas na literatura designadamente uma estrutura que resulta de interface entre a fonologia e outros componentes da gramaacutetica (a linha dominante no acircmbito da fonologia prosoacutedica) ou uma estrutura que eacute definida exclusivamente com base em fenoacutemenos de entoaccedilatildeo ou de proeminecircncia e cujos constituintes resultam apenas das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas que os caracterizam (abordagem comum no acircmbito dos estudos entoacionais) A resposta para esta questatildeo eacute fundamentalmente empiacuterica e passa pela aplicaccedilatildeo de paradigmas experimentais em que os diferentes factores satildeo controlados e testados e em que mais do que um tipo de propriedade marcadora da estrutura prosoacutedica eacute examinado A segunda questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo da ausecircncia de recursividade na estrutura prosoacutedica Na maioria das abordagens a estrutura prosoacutedica diferentemenTodavia algumas formas limitadas de recursividade tem sido propostas fazendo com que natildeo exista uma correspondecircncia directa entre niacuteveis de constituecircncia prosoacutedica e niacuteveis de fraseamento prosoacutedico Dado que as pistas para a organizaccedilatildeo prosoacutedica tendem a assinalar diferenccedilas entre niacuteveis a definiccedilatildeo dos constituintes prosoacutedicos resulta menos clara Mais uma vez a resposta exige trabalho experimental direccionado para a procura de diferenccedilas de tipo (apontando para categorias prosoacutedicas distintas) versus diferenccedilas de

28 Soacutenia Frota

grau (apontando para formas de organizaccedilatildeo prosoacutedica de instacircncias de uma mesma categoria) No que especificamente respeita ao PE eacute crucial estudar-se a organizaccedilatildeo prosoacutedica em outras variedades para aleacutem da variedade standard e verificar ateacute que ponto as propriedades caracterizadoras dos sintagmas fonoloacutegico e entoacional (Quadro 1 acima) tecircm caraacutecter geral na liacutengua O caso do sintagma fonoloacutegico eacute especialmente relevante dada a ausecircncia de evidecircncias segmentais duracionais e tonais proacuteprias que assim caracterizam a manifestaccedilatildeo subtil deste constituinte no PE quando comparada com outras liacutenguas (eg Nespor amp Vogel 1986 Hayes amp Lahiri 1991 Ghini 1993 entre outros) Bibliografia especiacutefica DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational

dic and syntactic structure In S Frota J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series

Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Frota S

Ghini osal Toronto Working Papers in

Hayes

Phrasing in Romance The role of prosoM Vigaacuterio amp M

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143 (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Caps 2-3

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291 M (1993) φ-formation in Italian a new propLinguistics 122 41ndash79

B amp A Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Inkelas S amp D Zec (1995) Syntax-phonology Interface In JA Goldsmith (ed) The Handbook of Phonological Theory Cambridge Mass Blackwell 535-549

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Prosoacutedia 29

63 RITMO 3 RITMO 1 Noccedilotildees de ritmo

es abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia iacutetmico classes ou contiacutenuo

ar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs loraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

dedicado ao estudo do ritmo Satildeo ritmo na menos e

332 Diferent3 Espaccedilo r3

34 Analis35 Correlaccedilotildees e exp O moacutedulo trecircs do programa eacute apresentadas diferentes noccedilotildees de ritmo sublinhando-se o lugar doorganizaccedilatildeo prosoacutedica das liacutenguas e o conjunto variado de fenoacutepropriedades que podem contribuir para a sensaccedilatildeo de ritmo Trabalham-se estudos de produccedilatildeo e percepccedilatildeo do ritmo no Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas Como vimos no moacutedulo 1 a estrutura prosoacutedica define uma cadeia de proeminecircncias ao mesmo tempo que os domiacutenios prosoacutedicos regulam a aplicaccedilatildeo de fenoacutemenos riacutetmicos Uma noccedilatildeo possiacutevel de ritmo eacute a estruturaccedilatildeo das proeminecircncias em sequecircncias de fala Para esta estruturaccedilatildeo contribuem as cabeccedilas dos diferentes constituintes prosoacutedicos (Figura 1) desde a siacutelaba toacutenica da cada palavra prosoacutedica ateacute agrave cabeccedila do sintagma entoacional bem como as suas propriedades de implementaccedilatildeo foneacutetica (duraccedilatildeo intensidade movimentos de F0 devidos agrave presenccedila de acentos tonais) Contribuem ainda os fenoacutemenos riacutetmicos que tendem a implementar uma certa alternacircncia entre posiccedilotildees fortes e fracas como os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de antagonismo acentual (ver (2) e Figura 1 acima) ou os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de intervalos de sequecircncias aacutetonas (11) Contribuem tambeacutem os fenoacutemenos de reforccedilo que visam garantir a proeminecircncia das cabeccedilas face agraves natildeo cabeccedilas como a colocaccedilatildeo do constituinte mais pesado no limite direito do sintagma fonoloacutegico ou do sintagma entoacional (12) ou a existecircncia de restriccedilotildees de peso na diferenciaccedilatildeo entre siacutelaba toacutenica e siacutelabas aacutetonas (mesmo em liacutenguas em que o peso silaacutebico natildeo constitui um factor relevante para a o acento ndash 13) Para fenoacutemenos deste tipo o domiacutenio prosoacutedico maacuteximo eacute o sintagma entoacional (I) pois tanto antagonismos como intervalos de sequecircncias aacutetonas natildeo satildeo resolvidos se quebrados por fronteiras de I

30 Soacutenia Frota

(11)

ann on ce I

2) ca] φ ] φ

3) Siacutelaba toacutenica em maiuacutesculas siacutelaba pesada a negrito

u peso relativos de um dad equecircncia estatildeo propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas

onstitui uma pista acuacutestica importante para o acento de alavra (Figura 7) bem como para a proeminecircncia de I A sonoridade dos gmen

[Gi i n lo da] (1 a [Maximiliano Ze b [Zeca Maximiliano (1

a canCcedilAtildeO OacuteRfatildeo b CRIacuteticatildeo Entre os factores que contam para a proeminecircncia o

o elemento numa sNo PE a duraccedilatildeo cpse tos definida por paracircmetros articulatoacuterios e acuacutesticos contribui para o peso (14) tal como a posiccedilatildeo relativa da cabeccedila na sequecircncia (15a) ou o tamanho e complexidade fonoloacutegicas dos elementos combinados (15b)

Figura 7 Duraccedilotildees da siacutelaba e acento

Prosoacutedia 31

(14) a ping pong vb tic tac vs tac tic

iluacute e Steacutefano com se e disseram [aacutegua-peacute] vs

O Joatildeo comprou segundo me disseram [aacutegua]

ritmo nas liacutenguas eacute com base em unidades

oacutecronas A abordagem tradicional do ritmo assenta na ideia de isocronia e

onoloacutegicos Esta abordagem deu origem a uma nova

s pong ping (15) a Steacutefano e Mariluacute vs Mar b O Joatildeo prou gundo m Uma outra noccedilatildeo importante para a caracterizaccedilatildeo doa isocronia isto eacute a sensaccedilatildeo de que o ritmo se constroacutei ispropotildee trecircs classes riacutetmicas em funccedilatildeo do tipo de isocronia ritmo silaacutebico com base na isocronia silaacutebica (de que seria exemplo o Italiano) ritmo acentual com base na isocronia entre intervalos acentuais (de que seria exemplo o Inglecircs) ritmo moraico com base na isocronia entre moras (de que seria exemplo o Japonecircs) A proposta inicial de classes riacutetmicas parte da intuiccedilatildeo linguiacutestica dando origem a deacutecadas de estudos foneacuteticos Todavia a existecircncia efectiva de unidades isoacutecronas realizadas foneticamente ficou por demonstrar Numa outra linha de estudos mostrou-se com sucesso que liacutenguas atribuiacutedas a diferentes classes satildeo distinguidas perceptivamente enquanto que liacutenguas atribuiacutedas a uma mesma classe natildeo o satildeo A visatildeo de que as sensaccedilotildees de ritmo captadas perceptivamente resultam de combinaccedilotildees de propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas tem sido dominante nos estudos flinha de estudos foneacutetico-fonoloacutegicos em que correlatos acuacutesticos para propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas satildeo procurados no sinal de fala Dos trecircs grandes tipos de propriedades inicialmente propostos por Dauer (1983 1987) ndash estrutura silaacutebica reduccedilatildeo vocaacutelica relaccedilatildeo entre entoaccedilatildeo e proeminecircncia ndash os dois primeiros tecircm merecido particular atenccedilatildeo A correlaccedilatildeo estabelecida entre estas propriedades e as classes riacutetmicas eacute apresentada em (16) (16) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica + -

Acentual Silaacutebico Moraico b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - Acentual Silaacutebico Moraico

32 Soacutenia Frota

A busca de correlatos acuacutesticos para estas propriedades que possam r para a explicaccedilatildeo dos resu ados p rceptivos de diferenciaccedilatildeo riacutetmica

diferentes

Variabilidade de iC - + Proporccedilatildeo de iV -

V

ritm a o no acirc deste enquadramento d ional baseada na isocronia o

ortuguecircs do Brasil (PB) tem sido referenciado como possuindo um ritmo

contribui lt etem dado origem a muacuteltiplas medidas do ritmo com sucessos(criticamente revistas em Arvaniti 2009) Todas elas partem da duraccedilatildeo de intervalos vocaacutelicos (iV) e consonacircnticos (iC) e medem variabilidade destes intervalos num dado domiacutenio ou a proporccedilatildeo destes num dado domiacutenio Se parece ser claro que pelo menos algumas destas medidas efectivamente captam diferenccedilas riacutetmicas tambeacutem parece ser claro que o espaccedilo riacutetmico que definem nem sempre caracteriza classes riacutetmicas diferenciadas sugerindo por vezes um contiacutenuo riacutetmico Veja-se a correlaccedilatildeo entre estas medidas e as propriedades em (16) acima (17) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica +

+ -

b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - + Variabilidade de i - O o do Portuguecircs eacute aqui analis d mbito foneacutetico-fonoloacutegico Na abordagem tra icPacentual um ritmo silaacutebico ou um ritmo misto dependendo dos autores e dos criteacuterios considerados Jaacute o PE tem sido caracterizado como tendo um ritmo acentual A abordagem que busca a razatildeo de ser das sensaccedilotildees de ritmo nas propriedades presentes na liacutengua e procura correlatos acuacutesticos para essas propriedades conduz a resultados diversos Uma vez controladas as diferenccedilas de velocidade de fala os ritmos das duas variedades apresentam-se acusticamente distintos de acordo com as medidas de variabilidade de iC e de proporccedilatildeo de iV3 o ritmo do PE define-se como misto entre acentual e silaacutebico agrupando-se numa dimensatildeo com o Inglecircs ou o Neerlandecircs e noutra com o Italiano ou o Castelhano o ritmo do PB define-se como misto entre silaacutebico e moraico (Figura 8) Estes resultados satildeo congruentes com as propriedades

3 A variabilidade de iV tal como noutros estudos para vaacuterias liacutenguas natildeo proporciona resultados robustos (eg Arvaniti 2009)

Prosoacutedia 33

foneacutetico-fonoloacutegicas das duas variedades Considerando uma mesma estrutura silaacutebica fonoloacutegica no PE assiste-se ao apagamento de vogais aacutetonas originando sequecircncias de consonantes enquanto no PB ocorrem fenoacutemenos de simplificaccedilatildeo silaacutebica como a epecircntese ou o apagamento da consoante em coda no existe reduccedilatildeo vocaacutelica generalizada enquanto no BP a reduccedilatildeo eacute limitada no PE os eventos tonais reforccedilam a proeminecircncia enquanto no BP entoaccedilatildeo e acento satildeo mais independentes Todavia a identificaccedilatildeo de liacutenguas mistas coloca de novo a questatildeo da existecircncia de classes riacutetmicas ou de um contiacutenuo Por outro lado ainda a presenccedila de um conflito de classificaccedilatildeo entre medidas acuacutesticas levanta a questatildeo de se determinar a sua relevacircncia relativa na percepccedilatildeo

Figura 8 Distribuiccedilatildeo de PE e PB no espaccedilo riacutetmico definido povariabilidade de iC e proporccedilatildeo de iV juntamente comliacutenguas analisadas em Ramus et al 1999

r as

Os trabalhos sobre a percepccedilatildeo do ritmo mostram com clareza que

propriedad para a discriminaccedil anco de

nguas testado permite examinar o estatuto de uma liacutengua acusticamente mista que

es riacutetmicas satildeo utilizadas tanto por adultos como por bebeacutesatildeo entre liacutenguas A relevacircncia da inclusatildeo do Portuguecircs no b

liacuteem as medidas acuacutesticas satildeo conflituantes apontando para classificaccedilotildees diferentes No estudo realizado com o Portuguecircs eacute tambeacutem testada a relevacircncia da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo

34 Soacutenia Frota

Os resultados perceptivos mostram que o PE e o Neerlandecircs satildeo discriminados do mesmo modo que o Castelhano e o Neerlandecircs ou o PB e o

davia na experiecircncia em que as quatro liacutenguasvariedades satildeo duzidas a duas hipoacuteteses de escolha para os sujeitos PE e PB natildeo satildeo scrim

] iV eacute um A natildeo ere que xistiraacute um ponto criacutetico na proporccedilatildeo de iV apontando para uma eventual

Neerlandecircs Toredi inados revelando que a distacircncia perceptiva entre PE e PB eacute inferior agrave distacircncia entre PE e Neerlandecircs (Figura 9) Quando apenas PE e PB satildeo testados para duas hipoacuteteses de escolha dos sujeitos continua a natildeo existir discriminaccedilatildeo salvo na condiccedilatildeo em que a entoaccedilatildeo eacute preservada Conclui-se assim que o contributo da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo riacutetmica depende das liacutenguas isto eacute das propriedades do sistema entoacional das liacutenguas a contrastar sendo especialmente importante no caso do PE e PB mas quase irrelevante por exemplo para o PE e o Neerlandecircs

Figura 9 Percepccedilatildeo do ritmo do Portuguecircs (Frota Vigaacuterio amp Martins 2002b) [ N1 PE1 C1 PB1 N2 PE 2 C2 PB2

A distinccedilatildeo perceptiva entre PE e Neerlandecircs sugere que a proporccedilatildeo de paracircmetro perceptivamente mais saliente do que a variabilidade de iC

distinccedilatildeo entre PE e PB (a natildeo ser na condiccedilatildeo com entoaccedilatildeo) sugefronteira perceptiva talvez proacutexima da diferenccedila entre ritmo acentual e ritmo silaacutebico (Figura 10)

Prosoacutedia 35

Figura 10 Ritmo correlatos acuacutesticos e percepccedilatildeo

O estudo do ritmo do Portuguecircs do ponto de vista da produccedilatildeo e daite ilustrar alguns dos procedimentos experime

percepccedilatildeo perm ntais utilizados m estudos sobre ritmo Para a produccedilatildeo ilustra formas de construccedilatildeo de

corpora equilibra atildeo bem como aplicaccedilatildeo de criteacuterios de segmentaccedilatildeo acuacutestica para a mediccedilatildeo de duraccedilotildees no

natildeo apenas as

edos e controlados face aos factores em observaccedil

asinal de fala Para a percepccedilatildeo ilustra a criaccedilatildeo de estiacutemulos manipulados por filtragem na frequecircncia e aplanamento tonal a aplicaccedilatildeo de tarefas perceptivas de tipo AX e a mediccedilatildeo de sensibilidade na discriminaccedilatildeo (d) A investigaccedilatildeo apresentada e discutida neste moacutedulo do programa deve ser problematizada na sequecircncia da seguinte pergunta fundamental para o entendimento do ritmo nas liacutenguas constitui o ritmo um princiacutepio organizador da linguagem ou trata-se antes de um epifenoacutemeno de outras propriedades das liacutenguas Parece certo que vaacuterias propriedades linguiacutesticas efoneacutetico-fonoloacutegicas e prosoacutedicas referidas anteriormente mas tambeacutem certas propriedades lexicais e sintaacutecticas (ver Mehler amp Nespor 2004) se correlacionam com diferenccedilas riacutetmicas sugerindo a anaacutelise de que estas derivam daquelas Todavia tambeacutem parece natildeo menos certo que evidecircncias para um princiacutepio estruturador da linguagem possivelmente ancorado em princiacutepios gerais da organizaccedilatildeo perceptiva emergem com frequecircncia agrupando estiacutemulos em constituintes de padratildeo alternante e tendencialmente repetitivo por exemplo a sequecircncia sonora do som de um reloacutegio eacute percebida com a estrutura (tic tac) (tic tac) (tic tac) e natildeo (tic) (tac tic) (tac tic tac) e a

36 Soacutenia Frota

segmentaccedilatildeo de note book worm depende tudo o resto sendo idecircntico do padratildeo alternante gerado nas siacutelabas anteriores com L H L H L a favorecer (note) (bookworm) e H L H L HL a favorecer (notebook) (worm) (Dilley amp McAuley 2008) Estatildeo em curso programas de investigaccedilatildeo que pela anaacutelise de liacutenguas tipologicamente diferentes em relaccedilatildeo agraves formas como codificam proeminecircncia e estruturaccedilatildeo prosoacutedica e pela relaccedilatildeo que estabelecem com os resultados da organizaccedilatildeo perceptiva de sinais natildeo linguiacutesticos poderatildeo vir a trazer avanccedilos significativos para o entendimento do ritmo na linguagem (eg Mehler Nespor e colegas White e colegas Arvaniti entre outros) No caso especiacutefico do ritmo do Portuguecircs faltam estudos acuacutesticos em outras variedades para aleacutem da variedade standard metodologicamente comparaacuteveis que permitam uma visatildeo relacional integrada da estrutura prosoacutedica propriedades riacutetmicas e entoacionais No domiacutenio da percepccedilatildeo seria importante testar directamente o par PE Castelhano bem como o par PB Castelhano para determinar se a variabilidade de iC desempenha algum papel na discriminaccedilatildeo riacutetmica Um outro campo de investigaccedilatildeo a explorar eacute o da evoluccedilatildeo do ritmo abordado a partir da relaccedilatildeo entre PE e PB e experimentalmente operacionalizado a partir das correlaccedilotildees atestadas entre propriedades riacutetmicas e propriedades fonoloacutegicas e lexicais Bibliografia especiacutefica Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs

Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

AD

rvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63 auer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics

auer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In

Delgad Editorial Caminho Caps 4-5

Frota S aacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no

Frota S thmic distinctions the

11 51-62 D

Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274 o Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentationand lexical processing Journal of Memory and Language 59 294-311 amp M VigPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555 amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhy

EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Prosoacutedia 37

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena Mateus amp C Nunes Correia (orgs) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A

Ramus 73 265-292

eds) Phonetics and

4 MEL 1 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 2 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo

ntoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 4 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

ia A partir da papel diferenciado nas liacutenguas eacute

nal Os strumentos fundamentais para uma anaacutelise fonoloacutegica e foneacutetica da entoaccedilatildeo

para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

Mehler J amp M Nespor (2004) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

study based on speech resynthesis JASA 105 512-521 F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (Phonology Interactions and interrelations Amsterdam John Benjamins 137-158

64 MELODIA

ODIA4443 Analisar a e4 O moacutedulo quatro do programa centra-se no estudo da melodconstataccedilatildeo de que a melodia desempenha umapresentada a noccedilatildeo de liacutengua entoacional em contraste com liacutengua toinsatildeo descritos no quadro da abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional e postos em praacutetica atraveacutes da anaacutelise da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Trabalham-se as propriedades entoacionais do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas com destaque para as liacutenguas romacircnicas

38 Soacutenia Frota

Na sua dimensatildeo linguiacutestica o papel da melodia nas liacutenguas caracteriza-se por uma distinccedilatildeo fundamental entre as configuraccedilotildees meloacutedicas que determinam significados lexicais e contrastes gramaticais ndash presentes nas

s tons de

Figura 11 Contorno de F0 da sequecircncia O MUacutesico comPOcircS uma opeREta Ela inspiROU-o e respectiva anaacutelise fonoloacutegica (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas)

liacutenguas tonais ndash e as configuraccedilotildees meloacutedicas que veiculam significados natildeo lexicais e contrastes sintagmaacuteticos ndash as uacutenicas presentes nas liacutenguas entoacionais Por entoaccedilatildeo refere-se assim configuraccedilotildees meloacutedicas natildeo lexicais de natureza linguiacutestica associadas a significados ao niacutevel fraacutesico como a distinccedilatildeo entre tipos de frase ou outras distinccedilotildees pragmaacuteticas e discursivas (eg actos de fala estrutura informacional) A entoaccedilatildeo eacute fonologicamente formada por uma sequecircncia de categorias tonais e foneticamente representada pelo contorno de F0 As categorias tonais relacionam-se com aspectos independentes da estrutura prosoacutedica da liacutengua (ver Figura 3 acima) Os eventos tonais da entoaccedilatildeo satildeo tons altos (H) ou baixos (L) que formam dois grandes tipos de categorias os acentos tonais associados a elementos proeminentes (cabeccedilas na estrutura prosoacutedica) e oconstituinte geralmente associados a fronteiras de constituintes prosoacutedicos Veja-se na Figura 11 uma ilustraccedilatildeo dos primeiros identificados com um e dos segundos identificados com diacriacuteticos especiacuteficos consoante o tipo de constituinte a que estatildeo ligados (no caso pois trata-se de tons de fronteira de sintagma entoacional)

Prosoacutedia 39

Os eventos tonais podem ser simples ou monotonais (como H ou L na Figura 11) ou complexos (como H+L na Figura 11) Faz ainda parte da organizaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo para aleacutem da sequecircncia de categorias tonais a sua estruturaccedilatildeo de proeminecircncias no domiacutenio de um sintagma entoacional distinguem-se o acento nuclear (atribuiacutedo agrave cabeccedila prosoacutedica maacutexima) o(s) acento(s) preacute-nuclear(es) (caso existam cabeccedilas prosoacutedicas em posiccedilatildeo preacute-nuclear) e o acento poacutes-nuclear (atribuiacutedo a uma cabeccedila prosoacutedica poacutes-nuclear) Este uacuteltimo tipo de acento tonal apenas pode ocorrer em casos em que a cabeccedila de I natildeo corresponda agrave cabeccedila do sintagma fonoloacutegico mais agrave direita ou seja em casos de proeminecircncia prosoacutedica marcada que habitualmente identificam instacircncias de focalizaccedilatildeo prosoacutedica Esta estrutura entoacional estaacute representada em (18a) O exemplo (18b) mostra a implementaccedil la Figura 12 com um cteriacutestica do acento poacute

uradas) e representaccedilatildeo foneacutetica (o contorno de F0) eacute gulada por duas formas de implementaccedilatildeo foneacutetica da sequecircncia tonal a

o espraiamento de um tom ao longo da resenccedila de um outro tom (ver Figura 13)

atildeo desta estrutura entoacional na sequecircncia ilustrada pefoco prosoacutedico natildeo final Note-se a reduccedilatildeo foneacutetica caras-nuclear

(18) a

s w s w T T T

preacute-nuclear nuclear poacutes-nuclear

b

s

w s w (H) H+L H+L

A relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo (sequecircncia de categorias tonais estrutreinterpolaccedilatildeo entre dois alvos tonais ecadeia segmental ateacute agrave p

40 Soacutenia Frota

Figura 12 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo pinTOR canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) om foco em lsquomanhatildersquo (produzida em resposta agrave pergunta Foi

Juntamente com a implementaccedilatildeo foneacutetica tonal por interpolaccedilatildeo ou por espraimento a realizaccedilatildeo efectiva de um tom depende de linhas de referecircncia tonal estabelecidas por constituinte prosoacutedico e da posiccedilatildeo relativa do tom no constituinte face a tons precedentes e subsequentes (ver exemplo (3) do Moacutedulo

cuma noite angelical que o artista cantou)

Figura 13 Relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica e representaccedilatildeo foneacutetica da entoaccedilatildeo

Prosoacutedia 41

1) um tom natildeo inicial eacute realizado num niacutevel mais baixo que o tom precedente (relaccedilatildeo de downstep) um tom inicial de constituinte eacute realizado num niacutevel mais alto que os tons imediatamente precedentes de outro constituinte (relaccedilatildeo de reset) um tom de fronteira final retoma a linha de referecircncia do constituinte prosoacutedico que assinala (relaccedilatildeo de upstep) Assim a altura foneacutetica de um tom eacute relativa e contextualmente determinada Na dimensatildeo temporal a sincronizaccedilatildeo entre as categorias tonais e a cadeia segmental em que elas se realizam eacute natildeo apenas determinada pela associaccedilatildeo fonoloacutegica de um evento tonal a uma dada posiccedilatildeo prosoacutedica (cabeccedila ou fronteira) mas tambeacutem pela coordenaccedilatildeo foneacutetica entre alvo tonal e elemento segmental como ilustrado na Figura 13 Esta coordenaccedilatildeo pode assumir a forma de alinhamento tardio ou de alinhamento inicial factor foneacutetico dependente d nteiras rosoacutedicas de ura do evento tonal Na

e vaacuterios outros factores como a proximidade de frooutros eventos tonais ou a proacutepria estrutp

Figura 11 apresenta-se uma ilustraccedilatildeo do alinhamento tardio tiacutepico do tom asterisco no acento tonal H+L no PE em relaccedilatildeo agrave siacutelaba toacutenica Para aleacutem do alinhamento foneacutetico a sincronizaccedilatildeo entre categorias tonais e cadeia segmental eacute ainda caracterizada por fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal Geralmente os fenoacutemenos deste tipo descritos nas liacutenguas satildeo estritamente de natureza tonal com liacutenguas a privilegiarem a compressatildeo tonal face a uma cadeia segmental curta (como eacute o caso do Inglecircs) e liacutenguas a privilegiarem a truncaccedilatildeo tonal em contexto idecircntico (como o Huacutengaro ou Italiano de Palermo) No caso do PE a acomodaccedilatildeo tonal parece fazer-se fundamentalmente agrave custa de fenoacutemenos de natureza segmental isto eacute a cadeia

gmense tal eacute estendida para acomodar os tons seja por alongamento ou epecircntese Esta uacuteltima estrateacutegia eacute ilustrada na Figura 14 O Quadro 2 sintetiza as dimensotildees cruciais para a anaacutelise da entoaccedilatildeo num liacutengua entoacional como o Inglecircs o Italiano ou o Portuguecircs A primeira dimensatildeo ndash a relaccedilatildeo entre estrutura entoacional e estrutura prosoacutedica ndash jaacute foi explorada anteriormente O trabalho sobre a entoaccedilatildeo do PE efectuado em seminaacuterio explora fundamentalmente as dimensotildees dois e trecircs que constituem com a primeira o nuacutecleo central da fonologia entoacional de uma liacutengua

42 Soacutenia Frota

100100

160

220

280

340

400

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H H + L L H

e l a f o i v e r o m a r

4

Figura 14 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) O tom de fronteira eacute realizado na vogal epenteacutetica

Quadro 2 Dimensotildees para anaacutelise da entoaccedilatildeo

Estrutura prosoacutedica Constituintes (proeminecircncias e fronteiras) Leacutexico entoacional Inventaacuterio de acentos tonais e tons de

constituintes e respectivos significados Domiacutenio relevante para a Constituinte prosoacutedico distribuiccedilatildeo de acentos tonais Restriccedilotildees distribucionais Restriccedilotildees sobre a ocorrecircnciacombinaccedilatildeo

de eventos tonais Implementaccedilatildeo foneacutetica Espraiamentointerpolaccedilatildeo alinhamento

linhas de referecircncia fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal

e

artindo do Quadro 3 Com o recurso agrave audiccedilatildeo da sequecircncia e agrave representaccedilatildeo o co gundo

passo tuais

Sessotildees de anaacutelise entoacional aplicada satildeo realizadas com materiais do PE O grande objectivo eacute a caracterizaccedilatildeo dos principais tipos fraacutesicos e dalgumas distinccedilotildees pragmaacutetico-discursivas no que respeita ao leacutexico entoacional Num primeiro passo a anaacutelise centra-se nos contornos nucleares pd ntorno de F0 elabora-se a transcriccedilatildeo tonal fonoloacutegica Num se

toda a sequecircncia eacute analisada incluindo a parte preacute-nuclear e evenquestotildees de fraseamento prosoacutedico e entoacional

Prosoacutedia 43

Quadro 3 Melodias do nucleares mais frequent

Portuguecircs transes (adaptado de

criccedilatildeo realizaccedilatildeo e significado dos contornos Frota no prelo)

44 Soacutenia Frota 44 Soacutenia Frota

A demonstraccedilatildeo de que os eventos tonais no PE como em outras liacutenguas se comportam como morfemas que codificam informaccedilatildeo semacircntico-pragmaacutetica eacute ilustrada com dois exemplos o contraste entre declarativa e interrogativa global em que eacute o tom de fronteira que carrega a funccedilatildeo distintiva (Figuras 15a-15b) o contraste entre interrogativa global neutra e interrogativa focalizada em que eacute o acento nuclear que estabelece a distinccedilatildeo (Figuras 15b-16)

Figura 15 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo(siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) (a) produzida como uma declarativa (b) produzida como uma interrogativa global

Prosoacutedia 45

Figura 16 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo produzida como uma interrogativa focalizada (no contexto Eu li aquele poema mas natildeo me recordo que parte do dia o poeta descreve como angelical)

A an iacuteda permite

verificar que r e um tom e fronteira final de I a que apenas eacute acrescentado um evento tonal inicial nesse esmo domiacutenio (Figura 17) Por outras palavras o domiacutenio relevante para a

Figura 17 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa maraviLHOsa do lagareiro produzida como uma declarativa neutra

aacutelise de toda a sequecircncia parte preacute-nuclear inclu a melodia no PE eacute constituiacuteda pelo acento tonal nuclea

dm

46 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo de acentos tonais no PE eacute o sintagma entoacional as palavras prosoacutedicas internas a I mesmo as cabeccedilas de sintagma fonoloacutegico (como gravava e maravilhosa na Figura 17) natildeo tecircm de ser tonalmente acentuadas As dimensotildees referidas no Quadro 2 acima satildeo naturalmente tambeacutem dimensotildees de variaccedilatildeo entre liacutenguas e variedades e portanto factores a ter em conta para a tipologia prosoacutedica A variaccedilatildeo no fraseamento entoacional entre liacutenguas romacircnicas jaacute referida no Moacutedulo 2 (ver Figura 6) exemplifica a relaccedilatildeo entre estrutura prosoacutedica e estrutura entoacional como uma dimensatildeo de variaccedilatildeo No Quadro 4 mostra-se a distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares no constituinte entoacional inicial de uma sequecircncia com subida de continuaccedilatildeo entre liacutenguas romacircnicas Os resultados apontam para dois grupos de liacutenguas consoante a predominacircncia de acentos de tipo ascendente ou de tipo descende

L+H L+H H+L L

nte

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares () por liacutenguavariedade e falante (Frota et al 2007)

Cat NM PG

97 100

0 0

3 0

0 0

Sp LM MR

27 5

73 95

0 0

0 0

SEP AG MC

0 0

57 11

43 89

0 0

NEP MI MS

19 0

57 0

7 14

17 86

It LC LD

47 41

0 0

0 59

53 0

Um outro exemplo de variaccedilatildeo entoacional eacute o caso de diferenccedilas sisteacutemicas em que eventos tonais distintos satildeo usados nos mesmos contextos O contraste entre as interrogativas na variedade standard do PE e na variedade do norte falada em Braga ou na variedade meridional falada em Castro Verde (Alentejo) eacute ilustrativo H+L eacute o acento nuclear na primeira e L o acento nuclear n caracteriza a variedad mportamento

isto Veja-se o contraste entre a Figura 14 acima (variedade standard) e a

as segundas LH eacute o tom de fronteira na primeira Le meridional e a variedade do norte apresenta um co

mFigura 18

Prosoacutedia 47

Figura 18 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo produzido por um falante da variedade meridional (Castro Verde Alentejo ndash Cruz amp Frota 2010)

Para aleacutem de diferenccedilas no leacutexico entoacional utilizado p

omiacutenio relevante para atribuiccedilatildeo de acentos todem surgir

diferenccedilas no d onais Ao contraacuterio do EP (variedade standard) que eacute caract o m istribuiccedilatildeo esparsa de acentos tonais dado te o iacutenio relevante outras liacutenguas romacircnicas apresentam uma distri is rica apontando para constituintes prosoacutedicos mais baixos como o rele te Esse eacute tam de outras variedades da Portug o a variedade do norte (Braga) Veja-se o contraste entre a Figura 17 acima e a Figura 19

19 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa produzida por um falante da variedade do norte

(Braga)

erizad por u a dr I como dombuiccedilatildeo madomiacutenio van beacutem o caso

uecircs com

FiguramaraviLHOsa do lagareiro

48 Soacutenia Frota

Apesar do ganho em termos de investigaccedilatildeo sobre liacutenguas diversificadas metodologicamente comparaacutevel que representou a abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional (eg Jun 2005 no prelo) permanecem questotildees fundamentais em aberto na fonologia entoacional que importa discutir (ver a este propoacutesito Ladd 19962008) Uma destas questotildees diz respeito agrave proacutepria natureza da entoaccedilatildeo e agrave definiccedilatildeo das categorias fonoloacutegicas da entoaccedilatildeo O facto da entoaccedilatildeo conter simultaneamente elementos discretos (linguiacutesticos) e gradientes (paralinguiacutesticos) dificulta a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais Por outro lado ainda a divisatildeo de trabalho entre o que pertence agrave implementaccedilatildeo foneacutetica e agrave representaccedilatildeo fonoloacutegica das categorias

tambeacutem nem sempre eacute clara Veja-se o exemplo do alinhamento onal ser

deter as s tonais) fazendo com que uma mesma

ento on-line tecircm issores (Sudhoff et al 2006)

No caso especiacutefico da entoaccedilatildeo do Portuguecircs trabalhos experimentais orientados para a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais satildeo todavia escassos (vejam-se os estudos de Faleacute amp Faria e de Frota) Trabalhos deste tipo bem como estudos de variaccedilatildeo entoacional na liacutengua relacionando produccedilatildeo e percepccedilatildeo satildeo fundamentais para o conhecimento do sistema entoacional do Portuguecircs e para o conhecimento da tipologia prosoacutedica das liacutenguas Bibliografia especiacutefica

entoacionaist a relaccedilatildeo temporal entre alvos tonais e a cadeia segmental pode

minada por factores diversos (como a distacircncia para fronteiras prosoacutedicou a presenccedilaausecircncia de outros eventocategoria tonal possa apresentar alinhamentos diferentes todavia algumas liacutenguas parecem explorar contrastes de alinhamento associando-os a significados distintos o que sugere a existecircncia de categorias tonais diferentes distinguidas precisamente por alinhamentos diferentes A identificaccedilatildeo de quais as diferenccedilas entoacionais que satildeo fonologizadas nas liacutenguas passa necessariamente por abordagens experimentais com metodologias que testem a relaccedilatildeo entre variaccedilatildeo na forma foneacutetica e atribuiccedilatildeo de significado entoacional Tarefas perceptivas semanticamente motivadas ou em que informaccedilatildeo

conta bem como estudos de processamcontextual seja tida emproporcionado resultados prom

Cruz ese

ion and Perception TIE4 Stockholm M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portugu

Product

Prosoacutedia 49

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000a) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000b) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Chap 5

Frota S (2002a) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002b) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chap 2

Frota S (2010) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Hellmuth S (2007) The relationship between prosodic structure and pitch accent distribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing) 24 291-316

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2ordf ediccedilatildeo 2008) Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology

In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp 06) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New Gruyter

iana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

J SchlieBer (20York Mouton de

VhttpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

50 Soacutenia Frota

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da

Vigaacuterio

ology edited by W L Wetzels) 115-137

65 PR

signifi

sintaacutecta que nstituintes

forma de abordar esta questatildeo consiste na anaacutelise do processamento de frases

produccedil

resulta ccedilatildeo prosoacutedica natildeo eacute obrigatoacuteria Todavia e a

especiacutef

estrutu o recurso agrave introduccedilatildeo de

qual os a essas fronteiras se encontram estruturalmente

determmoveram do interior para o litoral bloqueando a interpretaccedilatildeo de que as

Linguagem Re(habilitar) 45 35-64 M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phon

OSOacuteDIA E SIGNIFICADO 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

O quinto moacutedulo do programa eacute dedicado ao contributo da prosoacutedia para o cado na perspectiva do processamento da liacutengua Destaca-se o estudo de

sequecircncias ambiacuteguas e o papel da prosoacutedia no processamento lexical e ico Satildeo apresentados e discutidos trabalhos experimentais que examinam statildeo da segmentaccedilatildeo do sinal de fala em palavras e co

sintagmaacuteticos tanto por adultos como por bebeacutes e crianccedilas Uma das questotildees centrais para o estudo da linguagem eacute perceber como

o contiacutenuo sonoro eacute segmentado em palavras e unidades sintagmaacuteticas Uma

ambiacuteguas ou de frases com ambiguidades temporaacuterias Estudos de produccedilatildeo de frases estruturalmente ambiacuteguas em diferentes liacutenguas mostram que em

otildees naturais quando os falantes natildeo satildeo explicitamente confrontados com a ambiguidade estes enunciados nem sempre satildeo desambiguados Estes

dos mostram que a desambiguaquando ela ocorre existe congruecircncia entre a prosoacutedia produzida interpretaccedilatildeo pretendida isto eacute os falantes utilizam as configuraccedilotildees prosoacutedicas

icas que reflectem os significados contrastantes Veja-se um exemplo de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica na Figura 20 No PE a desambiguaccedilatildeo de enunciados

ralmente ambiacuteguos eacute geralmente obtida comfronteiras de sintagma entoacional que bloqueiam a interpretaccedilatildeo segundo a

constituintes adjacentes ligados No exemplo da Figura 20 a fronteira de I em populaccedilotildees (19b)

ina que a uacutenica interpretaccedilatildeo possiacutevel eacute aquela em que as populaccedilotildees se

Prosoacutedia 51

populaccedilotildees que satildeo do interior foram para o litoral interpretaccedilatildeo esta apenas vel caso natildeo exista fronteira de I a sdisponiacute eguir a populaccedilotildees (19a)

ra o litoral

Figura 20 Desambiguaccedilatildeo prosoacutedica da sequecircncia estruturalmente ambiacutegua Deslocaram-se as populaccedilotildees do interior pa(Vigaacuterio 2003)

(19) a [deslocaram-se [as populaccedilotildees [do interior]PP]NP [para o litoral]PP]VP [ [deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ [do interior]φ [para o litoral]φ]I b [deslocaram-se [as populaccedilotildees]NP [do interior]PP [para o litoral]PP]VP [[deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ]I [[do interior]φ [para o litoral]φ]I

Este recurso agrave fronteira de I e natildeo a uma fronteira prosoacutedica mais baixa ou a um outro mecanismo prosoacutedico como a distribuiccedilatildeo de acentos tonais eacute gramaticalmente motivado Os constituintes agrupados num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador que natildeo estaacute disponiacutevel entre Is (ver Moacutedulo 2) A opcionalidade da utilizaccedilatildeo deste recurso tambeacutem eacute gramaticalmente motivada esta fronteira de I natildeo resulta directamente do mapeamento sintaxe-fonologia pois em (19) todos os constituintes se encontram no domiacutenio da mesma frase raiz mas da promoccedilatildeo de uma fronteira de sintagma fonoloacutegico para fins de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica Um caso claacutessico de ambiguidade estrutural eacute o da ligaccedilatildeo local ou natildeo local de oraccedilotildees relativas (Figura 21) Estas estruturas de tipo NP1 NP2 RC (oraccedilatildeo relativa) tecircm sido extensivamente estudadas em diferentes liacutenguas e

52 Soacutenia Frota

recorrendo a diferentes paradigmas experimentais Os resultados obtidos parecem mostrar que as preferecircncias pela ligaccedilatildeo local ou pela ligaccedilatildeo natildeo local ariam de liacutengua para liacutengua mesmo no caso da leitura silenciosa em que os

falantes projectam a liacutengua os resultados nte do contraste

entre estudconfirma

ituintes longos tendem a mo ento dos constituin

Figura 21 Ligaccedilatildeo de oraccedilotildees relativas e prosoacutedia

das liacutenguas romacircnicas apesar de diferenccedilas prosoacutedicas notoacuterias como o domiacutenio

v a prosoacutedia impliacutecita Para uma mesm

podem todavia depender da metodologia utilizada designadameos off-line e estudos on-line Os vaacuterios trabalhos tecircm ainda

do a importacircncia de factores prosoacutedicos como a extensatildeo dos constituintes para a ligaccedilatildeo preferencial da relativa const

tivar fronteiras prosoacutedicas afectando as possibilidades de agrupamtes

Uma questatildeo importante em aberto nesta linha de investigaccedilatildeo diz respeito agraves razotildees que conduzem agraves diferentes preferecircncias entre liacutenguas designadamente em estudos off-line A sintaxe bem como o sistema prosoacutedico das liacutenguas e a forma como ambos interagem satildeo candidatos fortes para proporcionar uma resposta Todavia liacutenguas como o Inglecircs o Japonecircs ou o Mandarim com diferenccedilas sintaacutecticas importantes (por exemplo a ordem NP1 NP2 RC em Inglecircs vs a ordem RC NP2 NP1 em Mandarim) e diferentes sistemas prosoacutedicos (o Inglecircs eacute uma liacutengua entoacional o Japonecircs eacute uma liacutengua com acento tonal lexicalmente determinado e o Mandarim eacute uma liacutengua tonal) apresentam a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo baixa Por outro lado a maioria

Prosoacutedia 53

de distribuiccedilatildeo de acentos tonais as formas de marcaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico ou mesmo as formas de implementaccedilatildeo da proeminecircncia (com o PE e o Francecircs com propriedades prosoacutedicas diferenciadas entre si e tambeacutem distintas das do Italiano Castelhano ou Portuguecircs do Brasil) apresenta a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo alta Abordagens experimentais em que propriedades sintaacutecticas e prosoacutedicas bem como o mapeamento sintaxe-fonologia sejam tidas em conta para cada liacutengua e na comparaccedilatildeo entre liacutenguas satildeo certamente necessaacuterias para uma melhor compreensatildeo da interpretaccedilatildeo destas estruturas Sequecircncias com ambiguidades temporaacuterias tecircm apontado para um papel relevante da prosoacutedia no processamento A presenccedila de certas propriedades prosoacutedicas condiciona quer o acesso lexical quer o processamento sintaacutectico antes da ocorrecircncia de outros elementos desambiguadores A Figura 22 ilustra umassumi

a representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no acesso lexical que tem sido da em vaacuterios estudos

Figura 22 Fronteiras prosoacutedicas e acesso lexical Em ambiguidades lexicais locais como as em (20) a ausecircncia de uma fronteira prosoacutedica superior ao niacutevel da palavra (20a) introduz atrasos no processamento face a sequecircncias semelhantes mas natildeo ambiacuteguas Pelo contraacuterio na presenccedila de tal fronteira prosoacutedica (20b) o reconhecimento lexical na sequecircncia ambiacutegua e na natildeo ambiacutegua efectua-se em tempos idecircnticos (Christophe et al 2004)

54 Soacutenia Frota

(20) a [un chat grincheux]φ chat chagrin ne [un chat drogue]φ chat b [le gros chat]φ [grimpaithellip = [le gros chat]φ [dressaithellip Tambeacutem em casos como em (21) a presenccedila de uma fronteira de φ desambigua entre os candidatos lexicais possiacuteveis mas jaacute a presenccedila de uma fronteira de niacutevel de palavra como em (22) natildeo parece ser suficiente para produzir desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) Este conjunto de resultados sugere que o acesso lexical se processa no domiacutenio prosoacutedico do sintagma fonoloacutegico (2 a [o rolo de fita cola]φ [ficou b [o rolo de fita]φ [cola]φ [figuras (22) a [para quem discorrer]φ [sobre este tema b [para quem diz correr]φ [dez quiloacutemetros

1)

O estudo do papel da prosoacutedia no processamento lexical eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimentais como tarefas de monotorizaccedilatildeo de palavra (Word-monitoring) de detecccedilatildeo de fonema inicial de palavra ou de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas (Completion) A Figura 23 mostra uma representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico Enunciados localmente ambiacuteguos mas com diferentes estruturas prosoacutedicas produzidos por falantes natildeo conscientes da ambiguidade tendem a ser desambiguados com sucesso pelos ouvintes As propriedades prosoacutedicas que conduzem agrave desambiguaccedilatildeo podem todavia diferir entre liacutenguas por exemplo no Francecircs a fronteira de sintagma fonoloacutegico parece ser suficiente (Milotte et al 2007) enquanto no Portuguecircs Europeu apenas a fronteira de sintagma entoacional produz desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) O mente um caso o outro

s exemplos em (23) e (24) ilustram respectivae (23) a le petit chien]φ mord la laisse b le petit chien mort]φ sera enterreacutehellip (24) a uma vez chegado o professor]I comeccedilaram b uma vez chegado]I o professor comeccedilou

Prosoacutedia 55

Figura 23 Fronteiras prosoacutedicas e processamento sintaacutectico

natildeo soacute um exame mais e o Francecircs se distingue

laramente do PE no que respeita agrave marcaccedilatildeo prosoacutedica do sintagma fonoloacutegico

entais off-line e on-line omo

1996 Houmlhle 2009) Apresentam-se aqui dois estudos ilustrativos da tilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas por bebeacutes e crianccedilas nos domiacutenios do acesso

biguidade

Estas diferenccedilas entre liacutenguas requerem

detalhado das propriedades prosoacutedicas do input (ondcndash ver Moacutedulos 2 e 4) mas tambeacutem estudos entre liacutenguas com metodologias exactamente comparaacuteveis O estudo do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimc as tarefas de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas de detecccedilatildeo de palavra (Word-detection) e de registo do movimento dos olhos A exploraccedilatildeo de pistas prosoacutedicas para aceder a diversos tipos de unidades e estruturas linguiacutesticas natildeo eacute uma possibilidade exclusiva de falantes adultos A investigaccedilatildeo existente indica que o input disponibiliza pistas (foneacuteticas prosoacutedicas estatiacutesticas) para fronteira de palavra tipo de categoria de palavras aspectos diversos da estrutura sintaacutectica e que os bebeacutes e crianccedilas exploram estas pistas no processo de aquisiccedilatildeo e desenvolvimento da liacutengua O papel da informaccedilatildeo prosoacutedica neste processo parece ser determinante (Morgan amp Demuthulexical e do processamento sintaacutectico da am

56 Soacutenia Frota

A importacircncia para a segmentaccedilatildeo do sinal de fala da presenccedila de uma biguidade lexical local eacute

xaminada na performance de bebeacutes aprendentes do Inglecircs e de bebeacutes aprendentes do Francecircs (respectivamente Gout et al 2004 e Millotte et al no prelo) Os bebeacutes satildeo expostos a estiacutemulos como os em (25) no quadro da aplicaccedilatildeo do paradigma experimental do movimento preferencial da cabeccedila (Head-turn preference procedure) na sua variante condicionada Os resultados mostram que aos 10 meses de idade os bebeacutes ingleses jaacute distinguem entre monossiacutelabos e dissiacutelabos enquanto os bebeacutes franceses apenas o fazem aos 16 meses de idade Para aleacutem de confirmarem desde muito cedo uma capacidade para a computaccedilatildeo de informaccedilatildeo prosoacutedica e sua utilizaccedilatildeo como pista na aquisiccedilatildeo lexical estes resultados apontam para diferenccedilas entre liacutenguas (tal como no caso dos estudos com adultos) A indicaccedilatildeo de que as pistas para segmentaccedilatildeo de palavra poderatildeo ser mais fortes no Inglecircs do que no Francecircs principalmente devido agraves relaccedilotildees de proeminecircncia entre siacutelabas e ao padratildeo acentual domondicionar o passo do desenvolvimento da liacutengua

bal]φ confegravere un air solennel au chacircteau

omo os em (26)

Kipper-NOM quarto-LOC entra

fronteira de sintagma fonoloacutegico em situaccedilotildees de ame

inante (ver Moacutedulo 3) sugerem diferenccedilas no input que podem c

(25) a The church with the most paper spires is heavenly The man with the least pay]φ perspires constantly b La rangeacutee de balcons fait face au cloicirctre du monastegravere La grande salle de Num outro estudo a relevacircncia da prosoacutedia para a segmentaccedilatildeo do sinal em situaccedilotildees de ambiguidade lexical eacute estudada com crianccedilas coreanas entre os 2 e os 5 anos de idade (Choi amp Mazuka 2003) Em enunciados ca posiccedilatildeo da fronteira prosoacutedica a seguir ou antes de ka eacute crucial para a segmentaccedilatildeo lexical As crianccedilas satildeo expostas a duas imagens diferentes e eacute-lhes pedida a escolha da imagem correspondente ao estiacutemulo sonoro Os resultados mostram que as crianccedilas identificam correctamente os itens lexicais natildeo havendo diferenccedila significativa entre a performance de crianccedilas e de adultos (26) a Khipher ka ] pang e tˆlacutegayo Kipper entra num quarto

Prosoacutedia 57

b Khipher] kapang e tˆlacutegayo Kipper entra no saco

Kipper saco-LOC entra No mesmo estudo eacute ainda testada a utilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas em situaccedilotildees de ambiguidade estrutural Em enunciados como os em (27) a presenccedila ou ausecircncia de fronteira prosoacutedica a seguir a kirin determina respectivamente a interpretaccedilatildeo deste elemento como o sujeito da frase ou como parte do objecto As pistas prosoacutedicas associadas agrave presenccedila da fronteira satildeo as mesmas que caracterizam a situaccedilatildeo de ambiguidade lexical Os resultados mostram que crianccedilas ateacute aos 4 anos natildeo conseguem efectuar a desambiguaccedilatildeo e que crianccedilas de 5-6 anos tecircm uma performance superior agraves primeiras mas ainda significativamente diferente da dos adultos (27) a kirin ] kwaja macutegacuteyo (A) girafa come (o) bolo

girafa bolo come

b kirin kwaja ] macutegacuteyo (Algueacutem) come (o) bolo em forma de girafa

Estes resultados confirmam a existecircncia de uma capacidade para omputar e usar a prosoacutedia e revelam que a diferenccedila entre os casos de

a dificuldades no de uma liacutengua

ista prosoacutedico primeira

arcam margens de constituintes a demonstraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo destas

cambiguidade lexical e os de ambiguidade estrutural eacute devidaprocessamento sintaacutectico Tratando-se o Coreano tipologicamente diferente do Inglecircs e do Francecircs do ponto de vpois as propriedades que nas uacuteltimas assinalam proeminecircncia nampropriedades constitui uma evidecircncia para um papel generalizado da prosoacutedia no processamento (para aleacutem das especificidades das liacutenguas) Bibliografia especiacutefica Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2 Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological

phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Fodor J 2002 Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

58 Soacutenia Frota

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Synt c disambiguation the role oeaning

acti f Barcelona

004) Phonological phrase boundaries e 51

oumlhle mecha n first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

aia M E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late

(1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology

mbiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com satildeo I ito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos Porto

Intonation editado por P Prieto) 249-278

prosoacutedia para a quisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo

ento prosoacutedico Aqui como anteriormente destacam-se abalhos experimentais sobre as questotildees em anaacutelise e faz-se especial referecircncia

ente a presenccedila de uma sensibilidade precoce a propriedades prosoacutedicas e que aponta para que as

prosody Workshop on Prosody and MGout A A Christophe amp J Morgan (2

constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Languag548-567

H B (2009) Bootstrapping nisms i

Mpreferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish Journal of Portuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Millotte S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal prosody constrains word segmentation in French 16-month-olds Journal of Portuguese Linguistics 9-2

Millotte S A Reneacute R Wales amp A Christophe (2008) Phonological phrase boundaries constrain the on-line syntactic analysis of spoken sentences Journal of Experimental Psychology Learning Memory amp Cognition 34 874-885

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nespor M M T Guasti amp A Christophe

Berlin Akademie Verlag 1-26 Vigaacuterio M (1997) Processos de desa

adveacuterbios de exclu n A Brpara Oacutescar Lopes Campo das Letras pp 855-868

ropean Portuguese Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in EuCatalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance

66 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico O sexto e uacuteltimo moacutedulo do programa trata do contributo daado proacuteprio desenvolvimtra estudos sobre o Portuguecircs

Existe uma vasta literatura que demonstra empiricam

Prosoacutedia 59

crianccedilas estejam equipadas com um mecanismo de processamento do sinal de nput) inicialmente sintonizfala (i ado para informaccedilatildeo prosoacutedica (eg Morgan

prosoacutedi o sinal de fala em

processo tornou-se conhecido como

icas mais investigadas estatildeo as que se relacionam om o ritmo sendo que para o ritmo podem contribuir diversos factores desde a

uiccedilatildeo dos padrotildees acentuais e de proeminecircncia a diferentes niacuteveis s tonais a forma acuacutestica como a

e combinaccedilatildeo segmental entre o 3) Estudos como o de Nazzi et al (1998)

receacutem-nascidos conseguem discriminar liacutenguas s diferentes mas natildeo liacutenguas agrupadas

tmicamente na mesma classe Em (28) apresenta-se uma siacutentese dos

1986 Morgan amp Demuth 1996 Jusczyk 1997 Houmlhle 2009) Pistas prosoacutedicas associadas a propriedades como o acento as proeminecircncias e fronteiras

cas o ritmo e a entoaccedilatildeo ajudam o bebeacute a segmentarunidades linguiacutesticas e podem contribuir para a sua categorizaccedilatildeo4 Este

bootstrapping prosoacutedico e tem sido investigado como uma das abordagens que visa contribuir para a compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da liacutengua (Figura 24)

Figura 24 Do sinal para a gramaacutetica

Entre as pistas prosoacutedcdistribprosoacutedicos a proacutepria distribuiccedilatildeo dos eventoproeminecircncia eacute realizada ou os padrotildees dconsoantes e vogais (ver Moacuteduldemonstram que bebeacutes pertencentes a classes riacutetmicariresultados de estudos de discriminaccedilatildeo riacutetmica com bebeacutes

4 Ver tambeacutem o moacutedulo 5 para uma ilustraccedilatildeo de como as propriedades prosoacutedicas contribuem para a segmentaccedilatildeo do input

60 Soacutenia Frota

(28) Tipo riacutetmico Liacutenguas Discriminaccedilatildeo Acentual Silaacutebico

InglecircsItaliano radic InglecircsCastelhano radic

Figura 25 s

A relaccedilatildeo entr s linguiacutesticas tem sido xplorada nas abordagens de bootstrapping (Figura 25) Foi proposto por xempl

A correlaccedilatildeo existente entre a posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma

RussoFrancecircs radic Inglecircs+Neerlandecircs Italiano+Castelhano radic Acentual Moraico InglecircsJaponecircs radic NeerlandecircsJaponecircs radic Acentual Acentual InglecircsNeerlandecircs X Silaacutebico Silaacutebico CastelhanoCatalatildeo X Acen+Sil Acen+Sil Inglecircs+Italiano Neerlandecircs+Castelhano X Estes resultados constituem uma evidecircncia forte de que os bebeacutes estatildeo equipados com mecanismos perceptivos especialmente sensiacuteveis a propriedades riacutetmicas do sinal de fala que permitem a identificaccedilatildeo dessas propriedades

Do sinal para a gramaacutetica o papel das propriedades riacutetmica

e propriedades riacutetmicas e unidadeee o que pistas riacutetmicas estatildeo na base do bootstrapping prosoacutedico da ordem de palavras da segmentaccedilatildeo de palavras e sua categorizaccedilatildeo ou do tipo de reportoacuterio silaacutebico (Nespor et al 1996 Christophe et al 2003 Jusczyk et al 1999 Nazzi et al 2006 Christophe et al 2008 Mehler amp Nespor 2002 Vigaacuterio et al 2003)

fonoloacutegico (inicial ou final) e a ordem sintaacutectica entre cabeccedila e complemento

Prosoacutedia 61

nas liacutenguas (ver Moacutedulo 2) permite associar o padratildeo riacutetmico em (29a) com a ordem cabeccedila-complemento e o padratildeo riacutetmico em (29b) com a ordem complemento-cabeccedila Trabalhos experimentais demonstram que os bebeacutes tecircm as capacidades perceptivas necessaacuterias para computar estas pistas riacutetmicas dado que discriminam entre sinais de fala segmentalmente idecircnticos mas

om uas

e ritmo acentual como o Inglecircs o Neerlandecircs ou o Alematildeo o padratildeo trocaico

ras mais longas Estas correlaccedilotildees permitem gerar as espectativas de segmentaccedilatildeo do sinal de fala em (30) uma segmentaccedilatildeo inicial baseada no acento ou mais propriamente no peacute binaacuterio trocaico (e com tendecircncia para palavras mais curtas) em liacutenguas de ritmo acentual e uma segmentaccedilatildeo inicial baseada na siacutelaba (e posteriormente com tendecircncia para palavras mais longas) em liacutenguas de ritmo silaacutebico Estudos experimentais confirmam que bebeacutes ingleses neerlandeses e alematildees segmentam precocemente palavras trocaicas (mas natildeo palavras jacircmbicas) e bebeacutes franceses falham a segmentaccedilatildeo de dissiacutelabos comeccedilando por reconhecer monossiacutelabos e integrando as duas siacutelabas numa mesma unidade apenas mais tarde (Houmlhle 2009) (30) a Ritmo acentual [ x x (xs xw) x x ] padratildeo trocaico gtgt palavra curta

b Ritmo silaacutebico [ x x (x) x x x ] siacutelaba gtgt palavra longa

prosodicamente diferentes no que respeita agrave posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma fonoloacutegico (eg Christophe et al 2003) (29) a [ hellip (ws)φ (ws)φ (ws)φ hellip ]I b [ hellip (sw)φ (sw)φ (sw)φ hellip ]I As propriedades riacutetmicas das liacutenguas estatildeo tambeacutem correlacionadas cpadrotildees de proeminecircncia ao niacutevel lexical e com tamanho de palavra Em liacutengd(sw) eacute dominante ao contraacuterio do que sucede por exemplo no Francecircs ou no Portuguecircs Europeu5 Paralelamente liacutenguas de ritmo acentual possuem palavras mais curtas enquanto liacutenguas de ritmo silaacutebico ou moraico possuem palav

o Cutler amp Carter (1987) cerca de 96 das palavras lexicais do Inglecircs comeccedilam por

siacutelaba toacutenica 80 das palavras lexicais satildeo monossiacutelabos No PE apenas 25 das palavras lexicais comeccedilam por siacutelaba toacutenica 71 das palavras lexicais possuem 3 ou mais siacutelabas (contagem em types obtida sobre uma secccedilatildeo da FrePOP ndash Frota et al 2010)

5 Segund

62 Soacutenia Frota

O facto de palavras funcionais serem habitualmente itens muito frequentes na liacutengua com forma monossilaacutebica sem acento e localizados mas margens de unidades prosoacutedicas (designadamente de sintagmas fonoloacutegicos e entoacionais) permite que os bebeacutes possam extrair estas regularidades compil

os e formatos silaacutebicos mais imples (Quadro 5) Esta correlaccedilatildeo permite que o ritmo ajude a crianccedila a

o da liacutengua Por sua vez o tipo de s formatos de palavra sendo mais um

ctor a contribuir para as estrateacutegias de segmentaccedilatildeo em (30) sistemas

ando uma lista destes elementos muito frequentes e identificando-os com palavras funcionais quando ocorrem nas fronteiras de constituintes prosoacutedicos Vaacuterios trabalhos experimentais mostram que os bebeacutes pouco depois do primeiro ano satildeo jaacute capazes de identificar categorias de palavras (Christophe et al 2008) As propriedades riacutetmicas correlacionam-se ainda com o tipo de reportoacuterio silaacutebico da liacutengua (ver Moacutedulo 3) As liacutenguas de ritmo acentual possuem tipicamente reportoacuterios silaacutebicos vastos com muitos tipos e grande complexidade silaacutebica pelo contraacuterio liacutenguas de ritmo silaacutebico tendem a possuir reportoacuterios mais pequenos com menos tipsdeterminar o tipo de reportoacuterio silaacutebicreportoacuterio silaacutebico correlaciona-se com ofasilaacutebicos complexos possibilitam mais diversidade com menos siacutelabas logo palavras mais pequenas sistemas silaacutebicos simples necessitam de mais siacutelabas para realizar contrastes lexicais logo palavras mais longas (Mehler amp Nespor 2002) Quadro 5 Propriedades de sistemas silaacutebicos complexos e sistemas silaacutebicos simples (Vigaacuterio et al 2003)

Syllable types English Dutch Spanish French EP Number 16 19 9 - 6 Most frequent () CV 34 CV 36 CV 58 CV 56 CV 65

CVC 30 CVC 32 CVC 22 CVC 19 CVC 16 VC 15 VC 15 CCV 6 V 10 V 11 V 8 CVCC 6 V 6 CCV 7 CCV 5 CVCC6 V 2 VC 3

Closed syllables () 56 59 30 26 19 CC(C) () --- 14 --- --- 6

Prosoacutedia 63

Estudos do desenvolvimento prosoacutedico infantil na perspectiva da produccedilatildeo e linguisticamente informados satildeo ainda recentes No que respeita agrave quisiccedilatildeo do sistema entoacional apenas um pequeno conjunto de liacutenguas foi

o Po Europ

eerlandecircs por um desenvolvimento entoacional mais tardio No primeiro

Figura 26 Produccedilatildeo de dois chamamentos consecutivos chamamento

aainda considerado Os resultados disponiacuteveis apontam para diferenccedilas entre liacutenguas com o Castelhano o Catalatildeo e rtuguecircs eu a serem caracterizados por um desenvolvimento entoacional precoce e o Inglecircs e Nconjunto de liacutenguas as crianccedilas mostram dominar um leacutexico entoacional proacuteximo do do adulto com o uso apropriado das diferentes melodias para veicular significados e mostram ainda um desenvolvimento na produccedilatildeo dos padrotildees de alinhamento e escalonamento tonal bem antes do iniacutecio do estaacutedio das duas palavras ou seja da produccedilatildeo de enunciados com combinaccedilatildeo de palavras (Snow 2006 Chen amp Fikkert 2007 Prieto amp Vanrell 2007 Frota amp Vigaacuterio 2008) As Figuras 26 e 27 ilustram o uso apropriado de diferentes melodias por uma crianccedila portuguesa com 20 meses que inicia o estaacutedio de duas palavras aos 26 meses

100100

200

300

400

500

600

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2 2 5

H H H L

t i t o t i t o

4 4

cantado seguido de chamamento insistente

64 Soacutenia Frota

150150

240

330

420

510

600

Fund

amen

tal f

requ

enc

0 0 5 1 1 5 2 2 5

Figura 27 Sequecircncia de respostas agrave pergunta do adulto Sabes quem eacute esta repetida por este apoacutes a primeira resposta da crianccedila declarativa neutra seguida de declarativa focalizada

No caso do chamamento verifica-se a produccedilatildeo pragmaticamente adequada do chamamento cantado em primeiro lugar com a selecccedilatildeo correcta dos tons de fronteira que fazem a distinccedilatildeo entre os dois tipos de chamamento No caso da declarativa em resposta agrave pergunta verifica-se a produccedilatildeo inicial de uma declarativa neutra substituiacuteda para uma declarativa focalizada na resposta agrave

nte o

a

ormas mono (eg Francecircs Portuguecircs) As ropriedades prosoacutedicas de enunciados de uma soacute palavra e de enunciados ultipalavra fornecem pistas para o estatuto prosoacutedico das siacutelabas (ou peacutes) e das

equecircncias de palavras que os constituem (Fikkert 1994 Odorico amp Carubbi

repeticcedilatildeo da pergunta por parte do adulto com um constraste de alinhamento do tom H associado a esta distinccedilatildeo pragmaacutetica (ver Moacutedulo 4 designadameQuadro 3)

Se parece natildeo existir uma correlaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento sintaacutectico os estudos atraacutes referidos apontam para umcorrelaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento lexical dadoque o primeiro surge associado a saltos significativos no tamanho do leacutexico produzido

Trabalhos sobre o desenvolvimento da estrutura prosoacutedica a partir de dados de produccedilatildeo tecircm tambeacutem revelado diferenccedilas entre liacutenguas Destaca-se oformato das primeiras palavras com liacutenguas em que o formato de peacute binaacuterio domina (eg Inglecircs Neerlandecircs Japonecircs) e liacutenguas em que f

ssilaacutebicas monomoraicas prevalecem pms

y (H

z)

H + L L H + L L

t a t aacute t a t aacute

4 4

Prosoacutedia 65

2003 Berens amp Gout 2005 Demuth amp McCullough 2008) O estudo destas istas permite determinar se um dado elemento eacute ou natildeo tratado como uma

palavra prosoacutedica ou como um sintagma entoacional e se dois ou mais elementos se encontram prosodicamente integrados numa mesma unidade ou prosodicamente separados em unidades diferentes Por outras palavras um tal estudo permite determinar as propriedades da estrutura prosoacutedica dos enunciados produzidos e o seu desenvolvimento Por exemplo a presenccedila de truncamento inicial de palavras dissilaacutebicas no PE ou a sua produccedilatildeo com duas siacutelabas mas em que cada uma das siacutelabas apresenta um acento tonal (1PAsyl) sugerem fortemente que num estaacutedio inicial a siacutelaba estaacute a ser tratada pela crianccedila como uma palavra prosoacutedica e que a integraccedilatildeo de duas (ou mais) siacutelabas na mesma palavra prosoacutedica acontece num estaacutedio posterior quando quer o truncamento quer o acento tonal por siacutelaba quase desaparecem dando lugar a uma sequecircncia de siacutelabas produzida com um uacutenico acento tonal

isyl_1PA) (Figura 28)

ura 28 Estrateacutegias na produccedilatildeo de alvos dissilaacutebicos (1) ateacute

o 4) mostra que estas produccedilotildees satildeo formadas por sequecircncias de

p

(d

Fig104 (2) de 105 a 108 Dados de Luma (Frota 2010)

De uma forma similar a ausecircncia de integraccedilatildeo prosoacutedica nos primeiros enunciados multipalavra revelada pela presenccedila de pistas como pausas ou reset (ver Moacutedulconstituintes prosoacutedicos de uma uacutenica palavra (Figura 29) que contrastam com sequecircncias de palavras integradas num mesmo constituinte prosoacutedico (Figura 30) Naturalmente a ausecircnciapresenccedila de integraccedilatildeo prosoacutedica tem

66 Soacutenia Frota

consequecircncias natildeo soacute para o conhecimento do processo de desenvolvimento prosoacutedico mas tambeacutem para o conhecimento da emergecircncia da sintaxe

Figura 29 Enunciado Mamatilde olha produzido com dois sintagmas entoacionais (109)

100100

180

260

340

420

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2

H L H H

m a m atilde o l h a

4 4

Figura 30 Enunciado Mamatilde olha produzido num uacutenico sintagma entoacional (111)

D ocesso de aquisiccedilatildeo

a liacuteng d

ada a complexidade dos factores envolvidos no prua apoacutes deacutecadas de investigaccedilatildeo no domiacutenio da percepccedilatildeo e dos

trabalhos mais recentes no acircmbito da produccedilatildeo o conhecimento do papel da prosoacutedia neste processo eacute ainda fragmentaacuterio Muitos percursos de investigaccedilatildeo permanecem por explorar como os que a seguir se referem a tiacutetulo

200200

260

320

380

440

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H + L L

m a m atilde o l h a

4

Prosoacutedia 67

exemplificativo Diferentes propriedades riacutetmicas parecem determinar diferentes estrateacutegias de segmentaccedilatildeo nas liacutenguas (ver (30) acima) e os formatos de palavra inicialmente produzidos parecem correlacionar-se com essas estrateacutegias Todavia a relaccedilatildeo entre unidades de segmentaccedilatildeo na percepccedilatildeo no primeiro ano de vida e as unidades linguiacutesticas da produccedilatildeo inicial no segundo ano de

ida encontra-se por determinar Nos uacuteltimos anos tem surgido evidecircncia crescente para a importacircncia das propriedades do input no processo de aquisiccedilatildeo Mas a demonstraccedilatildeo de que a segmentaccedilatildeo lexical eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Inglecircs do que em bebeacutes aprendentes do Francecircs devido a propriedades especiacuteficas do input presentes numa liacutengua e ausentes noutra ou de que o desenvolvimento entoacional eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Catalatildeo ou do Portuguecircs do que em bebeacutes aprendentes do Inglecircs ou do Neerlandecircs devido a propriedades do input encontra-se ainda por fazer O Portuguecircs Europeu neste campo constitui um importante objecto de teste devido agrave combinaccedilatildeo de propriedades prosoacutedicas que o caracteriza a mistura de elementos riacutetmicos silaacutebicos e acentuais (ver Moacutedulo 3) a presenccedila de elementos entoacionais semelhantes a outras liacutenguas romacircnicas (como o acent senccedila espar is ndash ver Moacutedulo 4) A realizaccedilatildeo de investigaccedilatildeo experimental com dados do PE nos domiacutenios da discriminaccedilatildeo riacutetmica por bebeacutes poderia pois dar um contributo para o entendimento de quais as propriedades riacutetmicas mais salientes para os mecanismos perceptivos das crianccedilas Tambeacutem a investigaccedilatildeo das estrateacutegias de segmentaccedilatildeo lexical em bebeacutes aprendentes do PE em comparaccedilatildeo com os estudos jaacute existentes poderia dar um contributo para a associaccedilatildeo entre propriedades riacutetmicas e unidades de segmentaccedilatildeo inicial nas liacutenguas A exploraccedilatildeo de algumas destas linhas de investigaccedilatildeo estaacute prevista no acircmbito do projecto Development of prosodic structure and intonation presentemente em curso no CLUL Bibliografia especiacutefica

v

o poacutes-nuclear) a par de elementos entoacionais diferentes (como a presa de acentos tona

Behre

2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

ns H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Chen A amp P Fikkert (

Christophe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The case of the head-direction parameter Developmental Science 6 211-220

68 Soacutenia Frota

Christophe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1 amp 2) 61-75

Demuth K amp E McCullough (2008) The prosodic (re)organization of childrenrsquos early English articles Journal of Child Language 36 173-200

Fikkert Paula (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL Frota S (2010) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation

tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Frota S M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

faces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

dorico L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-word n children First Language 23(1) 97-116

rieto P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings

Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa Jusczyk P W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press Jusczyk P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word

segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 159-207 Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In

A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006) Early segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Inter

Outterances in Italia

Pof ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prosoacutedia 69

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23 months Child Development 77(2) 281-296

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass

Ambraz

Andrad iana (1994) Sineacuterese dieacuterese e estrutura silaacutebica In Actas do

ol 2 317-347

ic Typology The Phonology

494

Cascadilla Press 809-821 7 ANEXO

BIBLIOGRAFIA ALARGADA

aitis G (2010) Nuclear Intonation in Swedish Evidence from Experimental-Phonetic Studies and a Comparison with German Lund Lund University press

Andrade A (1984) Acoustic study of vowel duration in European Portuguese (based on one subject) Relatoacuterios do Grupo de Foneacutetica e Fonologia nordm 5 Lisboa INIC

Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

e E amp M C VIX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica 31-42 Lisboa APLColibri

Arvaniti A (1994) Acoustic features of Greek rhythmic structure Journal of Phonetics 22 239ndash268

Arvaniti A (2007) On the presence of final lowering in British and American English In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter V

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Arvaniti A amp M Baltazini (2005) Intonational Analysis and Prosodic Annotation of Greek Spoken Corpora In Sun-Ah Jun (ed) Prosodof Intonation and Phrasing Oxford OUP 84-117

Arvaniti A amp S Godjevac (2003) The origins and scope of final lowering in English and Greek In MJ Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Science Barcelona UAB 1077-80

Auer P (1991) ldquoStress-Timingrdquo vs ldquoSyllable-Timingrdquo from a Typological Point of View In B Palek amp P Janota (eds) Proceedings of LPrsquo90 Charles University Press 292-305

Baltazani M (2006) Focusing prosodic phrasing and hiatus resolution in Greek In L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 473-

70 Soacutenia Frota

Beckman M amp J Edwards (1990) Lengthenings and shortenings and the nature of prosodic constituency In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in

Beckm

Beckm letcher (1992) Prosodic structure and tempo in a sonority model of articulatory dynamics In Gerard J Docherty amp D Robert Ladd (eds) Papers in Laboratory Phonology II Cambridge CUP 68ndash86

eckman M J Hirschberg amp S Shattuck-Hufnagel (2005) The Original ToBI d the Evolution of the ToBI Framework In Sun-Ah Jun (ed)

y of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

ehrens H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Laboratory Phonology I Cambridge CUP 179ndash200

Beckman M amp J Edwards (1994) Articulatory evidence for differentiating stress categories In Patricia Keating (ed) Papers in Laboratory Phonology III Cambridge CUP 7ndash33

an M amp J Pierrehumbert (1986) Intonational Structure in Japanese and English Phonology Yearbook 3 255ndash310

an M J Edwards amp J F

BSystem anProsodic Typology The PhonologUniversity Press 9-54

B

Blevins J (1995) The Syllable in Phonological Theory In J Goldsimth (ed) The Handbook of Phonological Theory Oxford Blackwell 206-244

Boersma P amp D Weenink (2008) Praat doing phonetics by computer (version 5023) httpwwwpraatorg

Brandatildeo de Carvalho J (1989) Phonological conditions on Portuguese clitic

Bruce G (1977) Swedish word accents in sentence perspective Lund Gleerup

bridge CUP 70-87

ts Journal of the Acoustical Society of America 120

Cambieerdam LOT Dissertation Series 32

Casper43(2) 127-161

Chen A in English In Proceedings of Eurospeech Geneva 97-100

placement on syntactic evidence for stress and rhythmical patterns Linguistics 27 405-436

Byrd D A Kaun S Narayanan amp E Saltzman (2000) Phrasal signatures in articulation In M B Broe amp J Pierrehumbert (eds) Papers in Laboratory Phonology V Cam

Byrd D J Krivopic amp S Lee (2006) How far how long On the temporal scope of prosodic boundary effec(3) 1589-1599

r-Langeveld T (2000) Temporal marking of accents and boundaries PhD Thesis University of Amst

Carlson K L Frazier C Clifton Jr (2009) How prosody constrains comprehensionA limited effect of prosodic packaging Lingua 1191066ndash1082

s J (2000) Experiments on the meaning of four types of single-accent intonation patterns in Dutch Language and Speech

Chahal D amp S Hellmuth (in press) The intonation of Lebanese and Egyptian Arabic In Sun-Ah Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford OUP

(2003) Reaction Time as an Indicator of Discrete Intonational Contrasts

Prosoacutedia 71

Chen A amp P Fikkert (2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Christose of the head-direction parameter

Christo5

7

Cruz-Fh PhD Dissertation Manchester University

e

DrsquoImpe ets and their

DrsquoImpe How many levels of phrasing Evidence from

DrsquoImpe House (1997) Perception of questions and statements in

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

phe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The caDevelopmental Science 6 211-220

phe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1-2) 61-7

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-54

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Cruz M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portuguese Production and Perception TIE4 Stockholm

Cruz-Ferreira M (1980) Basic intonational and grammatical patterns of Portuguese and English questions MA Dissertation University of Manchester

erreira M (1983) Non-native comprehension of intonation patterns in Portuguese and in Englis

Cruz-Ferreira M (1998) Intonation in European Portuguese In D Hirst amp A Di Cristo (eds) Intonation Systems A Survey of Twenty Languages CambridgCambridge University Press 167-178

rio M (2000) The role of perception in defining tonal targalignment PhD Dissertation Ohio State University

rio M amp B Gili Fivela (2003)two varieties of Italian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 130-144

rio M amp DNeapolitan Italian Eurospeech rsquo97 251ndash254

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Dainora A (2006) Modelling intonation in English In L Goldstein D H Whalen amp Catherine T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 107-132

Dasher R amp D Bolinger (1982) On pre-accentual lengthening Journal of the International Phonetic Association 12 58-69

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

72 Soacutenia Frota

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

gia Tomo XXIV 1-11

Demuth e prosodic (re)organization of childrenrsquos

Den Os sertation Utrecht

DePaoltic study Journal of Phonetics 36 406-422

guage 59 294-311

on 27 27-33

a Lisboa

Elordie onational

oa

Faleacute I tonational Contrasts in

Faleacute I requests in European Portuguese

Fernansidade Estadual de Campinas

Fikkert J Freitas (1998) Acquisition of syllable structure constraints Evidence from Dutch and Portuguese In Proceedings of the GALA97

Delgado Martins M R (1973) Anaacutelise acuacutestica das vogais toacutenicas em Portuguecircs Boletim de Filologia Tomo XXII 303-314

Delgado Martins M R (1975) Vogais e consoantes do Portuguecircs estatiacutestica de ocorrecircncia duraccedilatildeo e intensidade Boletim de Filolo

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

Demuth K (2006) Crosslinguistic perspectives on the Development of Prosodic Words Introduction Language and Speech 49(2) 129-135

K amp E McCullough (2008) Thearly English articles Journal of Child Language 36 173-200

E (1988) Rhythm and tempo of Dutch and Italian PhD DisRijksniversiteit

is R A M Vihman amp S Kunnari (2008) Prosody in production at the onset of word use A cross-linguis

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentation and lexical processing Journal of Memory and Lan

Dimitrova S (1997) Bulgarian Speech Rhythm Stress-Timed or Syllable-Timed Journal of the International Phonetic Associati

Ellison M amp M C Viana (1996) Antagonismo e elisatildeo das vogais aacutetonas em PE Actas do XI Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de LinguiacutesticAPLColibri Vol III 261ndash282

ta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intphrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica (Special issue on Boundaries in intonational phonology ed by Merle Horne amp Marc van Oostendorp) 59 110-143

Faleacute I (1995) Fragmento da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu as Estruturas Coordenadas MA Dissertation Universidade de Lisb

Faleacute I (2005) Percepccedilatildeo e Reconhecimento da Informaccedilatildeo Entoacional em Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

amp I H Faria (2006) Categorical Perception of InEuropean Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

amp I H Faria (2007) Imperatives orders and intonation In Proceedings of the 16th International Congress of Phonetic Sciences 1041-1044

des F (2007) Ordem Focalizaccedilatildeo e Preenchimento em Portuguecircs Sintaxe e Prosoacutedia PhD Dissertation Univer

Fikkert P (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL

P amp M

Prosoacutedia 73

Conference on Language Acquisition Edinburgh University of Edinburgh 217-222

Fodor J (2002) Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

s N Munaro amp R van de Vijver

Frota S nd

of an E of Athens 127ndash130

ue on

Frota S tuguese

ngua Portuguesa

Freitas M J (1997) Aquisiccedilatildeo da Estrutura Silaacutebica do Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

Frota S (1996) Prosodic Phrases and European Portuguese in search of evidence In A Bisetti L Brugegrave J Costa R Goedeman(eds) Proceedings of ConSole 3 Leiden SOLE 47ndash69

(1997) Association Alignment and Meaning the tonal sequence HL aFocus in European Portuguese In A Botinis G Kouroupetroglou amp G Carayiannis (eds) Intonation Theory Models and ApplicationsmdashProceedings

SCA Workshop Athens ESCAUniversity

Frota S (2000a) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2000b) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma Actas do XV Encontro teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs)

Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2002a) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 (Special issIntonation in Romance edited by J Ignacio Hualde) 113-146

(2002b) Tonal association and target alignment in European Pornuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002c) The Prosody of Focus a Case-Study with Cross-Linguistic Implications In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 319-322

Frota S (2003a) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2003b) The phonological status of initial peaks in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 133-152

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio amp A Villava Gramaacutetica da Liacute6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (2010a) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

74 Soacutenia Frota

Frota S (2010b) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A

Frota S accedilatildeo no

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena

Frota es of European

European Portuguese Third

Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Mateus amp C Nunes Correia (eds) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varietiPortuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation inConference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa httpwwwflulptLaboratorioFoneticatextsTIE3EarlyIntonationEPfpdf

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das

Frota S Vigaacuterio (2007) The phonetics

eory) 131-153

duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp Mand phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Th

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Prosoacutedia 75

Frota Sde Lisboa

M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade httpfrepopflulpt

Gerken

Gili Fi d Perception The Case of Pisa

Gordonsodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

Gout A l phrase boundaries

Grabe rrelates of Rhythmic Class In C

Grabe Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV

Grice ian implications for

Grφnnu

Gussen

Gussen

Gut Ul

Language and Speech 34(4) 299-318

L amp R Aslin (2005) Thirty Years of Research on Infant Speech Perception The Legacy of Peter W Jusczyk Language Learning and Development 1(1) 5-21

Ghini M (1993) φ-formation in Italian a new proposal Toronto Working Papers in Linguistics 122 41ndash79

vela B (2008) Intonation in Production anItalian Alessandria Edizione dellrsquoOrso

M K (2005) Intonational Phonology of Chickasaw In Sun-Ah Jun (ed) ProUniversity Press 301-330

A Christophe amp J Morgan (2004) Phonologicaconstrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

E amp E L Low (2000) Acoustic CoGussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 515-546

E amp P Warren (1995) Stress shift do speakers do it or do listeners hear it In BCambridge CUP 95ndash110

M (1995) The intonation of interrogation in Palermo Italintonation theory Tuumlbingen Niemeyer

m N amp M C Viana (1999) Aspects of European Portuguese Intonation In ICPhS 99 San Francisco Vol3 1997-2000

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

hoven C (1984) On the Grammar and Semantics of Sentence Accents Dordrecht Foris

Gussenhoven C (1993) The Dutch foot and the chanted call Journal of Linguistics 29 37-63

hoven C (1999) Discreteness and Gradience in Intonational Contrasts Language and Speech 42(2-3) 283-305

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

rike and Jan-Torsten Milde (2002) The Prosody of Nigerian English In Speech Prosody 2002 Proceedings Aix-en-Provence 367-370

Halleacute P B Boysson-Bardies amp M Vihman (1991) Beginnings of prosodic organization intonation and duration patterns of disyllables produced by Japanese and French infants

76 Soacutenia Frota

Hayes B (1995) Metrical Stress Theory Principles and case studies Chicago The University of Chicago Press

Hayes B amp A Lahiri (1991a) Bengali Intonational Phonology Natural Language

Hayesrg L Nord amp R Carlson (eds) Music Language Speech

Hellmudams A Cooper F Parrill amp T Wier (eds) Proceedings from the 40th

Hellmu nship between prosodic structure and pitch accent

91-316

Homae no amp G Taga (2007) Prosodic processing in the

Horne Linguistics 28 959-981

Hume odel of the Interplay of Speech Perception and

Jordatildeo oacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

Jun S- on the laryngeal gesture in Korean In

Jun S-A (2003) The effect of phrase length and speech rate on prosodic phrasing In

Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin

Jun S- University Press

and Linguistic Theory 9 47ndash96

B amp A Lahiri (1991b) Durationally specified intonation in English and Bengali In J Sundbeand Brain Basingstoke Macmillan 78-91

th S (2004) Prosodic weight and phonological phrasing in Cairene Arabic In N AAnnual Meeting of the Chicago Linguistics Society 97-111

th S (2007) The relatiodistribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 2

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

F H Watanabe T Nakadeveloping brain Neuroscience Research 59 29-39

Merle (1990) Empirical evidence for a deletion formulation of the rhythm rule in English

House David (1990) Tonal Perception in Speech Lund Lund University press

E amp K Johnson (2001) A MPhonology In E Hume amp K Johnson (eds) The Role of Speech Perception in Phonology New York Academic Press 3-26

R (2009) A estrutura prosUm estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

A (1995) Asymmetrical prosodic effectsB Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 235-253

Jun S-A (1996) The Phonetics and Phonology of Korean Prosody Intonational Phonology and Prosodic Structure New York Garland Publishing

M J Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Sciences Barcelona UAB 483ndash486

Jun S-A (2005a) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (2005b) Korean Intonational Phonology and Prosodic Transcription In S-A Jun (ed) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford OUP 201-229

Jun S-A (2007) The intermediate phrase in Korean Evidence from sentence processing In T Riad amp CMouton de Gruyter Vol 2 143-167

A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford

Prosoacutedia 77

Jusczyk Peter W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press

P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 1

Jusczyk59-207

3th International Conference on Turkish Linguistics

Kainad honological nature of prosodic

Kaplan 1978) Methods amp Designs Tables

Keating initial articulatory

Kohler ings of the

ences of the Estonian SSR

Ladd D f Intonational Phonology

nter-

Ladd D tonational emphasis continuous

Lehiste

Acquisition Cambridge University Press

Maia Mnal of

Major razilian Portuguese Journal of Phonetics 9

Manriq17-128

Kabak B amp A Revithiadou (2006) The Phonology of Clitic Groups Prosodic Recursivity Revisited Paper given at The 1Uppsala

a E (2009) The phonetic and pboundaries evidence from Modern Greek PhD Dissertation University of Edinburgh

H L N A Macmillan amp C D Creelman (of drsquo for variable-standard discrimination paradigms Behavior Research Methods amp Instrumentation 10(6) 796-813

P T Cho C Fougeron amp C-S Hsu (2003) Domain-strengthening in four languages In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 145-163

K J (1987) Categorical Pitch Perception In Uuml Vicks (ed) Proceed11th International Congress of Phonetic Sciences Volume 5331-333 Tallinn Academy of Sci

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements oIn M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Ladd D R amp J M Scobbie (2003) External sandhi as gestural overlap Couevidence from Sardinian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 164-182

R amp R Morton (1997) The perception of inor categorical Journal of Phonetics 25 313ndash342

I (1970) Suprasegmentals Cambridge MA The MIT Press

Levelt C amp R Van de Vijver (2004) Syllable types in cross-linguistic and developmental grammars In R Kager J Pater amp W Zonneveld (eds) Constraints in Phonological

Li W Y Yang (2009) Perception of prosodic hierarchical boundaries in Mandarin Chinese sentences Neuroscience 158 (4)1416-1425

Lloyd J (1940) Speech Signals in Telephony London

E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late preferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish JourPortuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Roy C (1981) Stress-timing in B343-351

ue A MB amp A Signorini (1983) Segmental duration and rhythm in Spanish Journal of Phonetics 11 1

78 Soacutenia Frota

Mata A I (1999) Para o estudo da entoaccedilatildeo em fala espontacircnea e preparada no Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

M H amp E Andrade (2000) The PMateus honology of Portuguese Oxford Oxford

as

Mehler n

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988)

Millottsody constrains word segmentation in French 16-month-olds

Millott98-909

Moraes J (1992) Dureacutee Intrinsegraveque de Martin

Morais Barb ie portugaise Lisboa Junta de

Morgan J L (1996) A rhy preverbal speech segmentation Journal of

Morgan

of Phonetics 37 29-45

Early

Nazzi T J

766

logy In I Roca (ed) Logical

Nespor Berlin Mouton de Gruyter

University Press

Mateus M H amp M R Delgado Martins (1982) Contribuiccedilatildeo para o estudo dvogais aacutetonas [acute] e [u] no Portuguecircs Europeu Biblos Vol LVIII 111ndash128

J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language IA Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

e S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal proJournal of Portuguese Linguistics 9-2

e S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 8

Moniz H (2006) Contributo para a caracterizaccedilatildeo dos mecanismos de (dis)fluecircncia em Portuguecircs Europeu MA Dissertation Universidade de Lisboa

s Voyelles du Portugais Breacutesilien In P (ed) Melanges Leacuteon Phonetique Phonostylistique Linguistique et Litterature 367-377 Toronto Editions Meacutelodie

osa J (1965) Etudes de phonologInvestigaccedilotildees do Ultramar

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

thmic bias in Memory and Language 35 666-688

J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nakai S S Kunnari A Turk K Suomi amp R Ylitalo (2009) Utterance-final lengthening and quantity in Northern Finnish Journal

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006)segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newbornstowards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonoIssues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

M (1999) Stress Domains In Word Prosodic Systems in the Languages of Europe Harry van der Hust (ed) 117-159

Prosoacutedia 79

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2ordf ediccedilatildeo publicada em 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The

man Proceedings of the International Symposium on Tonal

Odorico ord

Peperkao MA Dissertation University of Amsterdam

Pierreh d their alignment In M Horne (ed)

n

Pierreh

an Press

nal of Acoustical Society of America 90

Prieto P (2002) Entonacioacute In J Solagrave M R Lloret J Mascaroacute amp M P Saldanya

Prieto

Nespor M amp I Vogel (1989) On clashes and lapses Phonology 6 69ndash116

Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Niebuhr O amp K J Kohler (2004) Perception and Cognitive Processing of Tonal Alignment in GerAspects of Languages Emphasis on Tone Languages Beijing 155-158

L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-wutterances in Italian children First Language 23(1) 97-116

mp S (1992) La Risoluzione delle Aritmie nella Fonologia Ritmica dellrsquoItalian

Peperkamp S (1997) Prosodic Words The Hague Holland Academic Graphics HIL Dissertations 34

Pierrehumbert J (1980) The phonology and phonetics of English intonation PhD Dissertation MIT

umbert J (2000) Tonal elements anProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 11-36

Pierrehumbert J amp J Hirschberg (1990) The meaning of intonational contours in the interpretation of discourse In PR Cohen et al (eds) Intentions iCommunication Cambridge Mass MIT Press 271ndash311

umbert J amp M Beckman (1988) Japanese Tone Structure Cambridge Mass MIT Press

Pierrehumbert J amp SA Steele (1989) Categories of tonal alignment in English Phonetica 46 181ndash196

Pike K L (1945) The intonation of American English Ann Arbor University of Michig

Price P M Ostendorf S Shattuck-Hufnagel amp C Fong (1991) The use of prosody in syntactic disambiguation In Jour372-377

(eds) Gramagravetica del catalagrave contemporani Barcelona Empuacuteries Volum 1 393-462

Prieto P (2004) Fonegravetica i fonologia Els sons del catalagrave Barcelona Editorial UOC

P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

80 Soacutenia Frota

Ramus F (2002) Language discrimination by newborns Teasing apart phonotactic rhythmic and intonational cues Annual Review of Language Acquisition 2 85-

Ramus ues A

Ramus 999) Correlates of linguistic rhythm in speech

Sandler

prehension Springer

2519-2522

unication 41 71-80

dentification and lexical access In G Altmann amp R

Selkirk On derived domains in sentence phonology Phonology Yearbook 3

Selkirkrdrsquos paper In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in Laboratory

115

F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cstudy based on speech resynthesis JASA 105 512-521

F M Nespor amp J Mehler (1Cognition 73 265-292

Rietveld T J Haan L Heijmans amp C Gussenhoven (2002) Explaining attitudinal ratings of Dutch rising contours Morphological structure vs the Frequency Code Phonetica 59 180-194

Salverda A D Dahan amp J McQueen (2003) The role of prosodic boundaries in the resolution of lexical embedding in speech comprehension Cognition 90 51-89

W (2006) Phonology phonetics and the nondominant hand in L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 185-212

Sandler W amp D Lillo-Martin (2006) Sign Language and Linguistic Universals Cambridge CUP

Sandler W amp M Nespor (1999) Prosody in Israeli Sign Language Language and Speech 42 (2-3) 143-176

Savino M amp M Grice (in press) The perception of intonational contrasts in Italian In S Frota G Elordieta amp P Prieto (eds) Prosodic categories Production Perception and Com

Schiller N O A S Meyer R H Baayen amp W JM Levelt (1996) A Comparison of Lexeme and Speech Syllable in Dutch Journal of Quantitative Linguistics 3(1) 8-28

Schneider K G Dogil amp B Moumlbius (2009) German Boundary tones show Categorical Perception and a Perceptual Magnet Effect when presented in different contexts In Proceedings of Interspeech Brighton

Schouten B E Gerrits amp A van Hessen (2003) The end of categorical perception as we know it Speech Comm

Segui J E Dupoux amp J Mehler (1990) The role of the syllable in speech segmentation phoneme iSillcock (eds) Cognitive Models of Speech Processing Cambridge Mass MIT Press

Selkirk E (1984) Phonology and Syntax the relation between sound and structure Cambridge Mass MIT Press

E (1986)371ndash405

E (1990) On the nature of prosodic constituency comments on Beckman and EdwaPhonology I Cambridge CUP 179ndash200

Prosoacutedia 81

Selkirk E (1996) The Prosodic Structure of Function Words In J L Morgan amp K Demuth (eds) Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition

SelkirkProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce)

Selkirk glish In S Frota M

Shaked syntactic and phonological constraints in Hebrew

Shattuc importance of phonological transcription in

Shattucle of prosodic structure In Merle Horne (ed) Prosody

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23

Sudoof er S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp

Tenani guecircs do brasil implicaccedilotildees para a

Trucke On the relation between syntactic phrases and phonological

Trucke

Turk A ufnagel (2000) Word-boundary-related duration patterns in

Turk A 7) Multiple targets of phrase-final lengthening

van He R S Kirsner (2004) Phonetic or phonological contrasts in Dutch

Mahwah Lawrence Erlbaum Associates 187-213

E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Dordrecht Kluwer 231-261

E (2005) Comments on Intonational Phrasing in EnVigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

A (2007) Competingprosodic phrasing The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 169-199

k-Hufnagel S (1995) The empirical approaches to ldquostress shiftrdquo versus ldquoearly accentrdquo comments on Grabe and Warren and Vogel Bunnell and Hoskins In B Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 128ndash 140

k-Hufnagel S (2000) Phrase-level phonology in speech production planning Evidence for the roTheory and Experiment Dordrecht Kluwer Academic Publishers 201-229

months Child Development 77(2) 281-296

f S D Lenertovaacute R MeyJ SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

L (2002) Domiacutenios prosoacutedicos no Portuprosoacutedia e para a aplicaccedilatildeo de processos fonoloacutegicos PhD dissertation Universidade Estadual de Campinas

nbrodt H (1999) phrases Linguistic Inquiry 30 219ndash255

nbrodt H (2002) Upstep and embedded register levels Phonology 19 77-120

Truckenbrodt H (2007) Upstep on edge tones and on nuclear accents In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter Vol 2 349-386

Turk A amp J R Sawusch (1997) The domain of accentual lenthening in American English Journal of Phonetics 25 25-41

amp S Shattuck-HEnglish Journal of Phonetics 28 397-440

amp S Shattuck-Hufnagel (200in American English words Journal of Phonetics 35 445-472

uven V ampboundary tones In Linguistics in the Netherlands 21 102-113 AmsterdamPhiladelphia John Benjamins

82 Soacutenia Frota

Vanrell M (2007) A tonal scaling contrast in Majorcan Catalan interrogatives Journal of Portuguese Linguistics 6(1) 147-178 (Special issue Prosody in Ibero-Romance and related languages ed by G Elordieta and M Vigaacuterio)

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

Viana M C (1987) Para a siacutentese da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Dissertaccedilatildeo para acesso agrave categoria de Investigador Auxiliar Lisboa CLUL-INIC

httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

M (1998) Aspectos da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu estruturas com adveacuter

Vigaacuteriobio de exclusatildeo e negaccedilatildeo fraacutesica Braga CEHUM

465-477 Lisboa APLColibri

stics 2-2 (Special Issue on Portuguese

ial Issue Crosslinguistic Perspectives on the Development of Prosodic

Vigaacuterio m signal to grammar Rhythm and the th

sterdam John Benjamins 137-158

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

Vigaacuterio M (2003) The Prosodic Word in European Portuguese BerlinNew York Mouton de Gruyter

Vigaacuterio M (2009) The Prosodic Word Group as a domain of prosodic hierarchy Paper given at the Sixth Old Conference in Phonology (OCP6) Univ Edinburgh

Vigaacuterio M amp I Faleacute (1994) A Siacutelaba no Portuguecircs Fundamental uma descriccedilatildeo e algumas consideraccedilotildees de ordem teoacuterica In Actas do IX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese LinguiPhonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M M J Freitas amp S Frota (2006) Grammar and frequency effects in the acquisition of prosodic words in European Portuguese Language and Speech (SpecWords edited by K Demuth) 49(2) 175-203

M S Frota amp M J Freitas (2003) Froacquisition of syllable structure Proceedings of the 27 Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

Wenk B amp F Wioland (1982) Is French really syllable-timed Journal of Phonetics 10 193-216

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (eds) Phonetics and Phonology Interactions and interrelations Am

Prosoacutedia 83

Wightman CW S Shattuck-Hufnagel M Ostendorf amp P J Price (1992) Segmental durations in the vicinity of prosodic phrase boundaries Journal of the Acoustical Society of America 91 (3) 1707-1717

Zerbian S (2007) Phonological phrasing in Northern Sotho (Bantu) The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing edited by S Frota amp P Prieto) 24

Zsiga Eers in

233-262

(1995) An acoustic and electropalatographic study of lexical and postlexical palatalization in American English In B Connell amp A Arvaniti (eds) PapLaboratory Phonology IV Cambridge CUP 282-302

  • Prosoacutedia
    • Relatoacuterio
    • Soacutenia Frota
      • Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa
        • Conteuacutedos
          • Estrutura prosoacutedica
            • Leacutexico entoacional
            • Restriccedilotildees distribucionais
            • Implementaccedilatildeo foneacutetica
              • Bibliografia alargada
Page 7: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em

10 Soacutenia Frota

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In IH Faria amp MJ Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no PE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (eds) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (eds) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Gout A A Christophe amp J Morgan (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Prosoacutedia 11

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A study based on speech resynthesis JASA 105 512-521

Ramus F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition 73 265-292

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp J SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (eds) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

12 Soacutenia Frota

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

43 CONSIDERACcedilOtildeES SOBRE O PROGRAMA E A BIBLIOGRAFIA O programa encontra-se organizado em seis moacutedulos O primeiro constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes

Os moacutedulos dois trecircs e quatro satildeo respectivamente dedicados aos constituintes prosoacutedicos ao ritmo e agrave melodia Apesar de formarem moacutedulos autoacutenomos esta apresentaccedilatildeo sequencial favorece a compreensatildeo da organizaccedilatildeo sonora da linguagem como uma estruturaccedilatildeo em constituintes que se manifesta em diversos domiacutenios da mateacuteria sonora desde os fenoacutemenos de sacircndi agraves relaccedilotildees de proeminecircncia e fenoacutemenos riacutetmicos e agrave distribuiccedilatildeo dos eventos tonais que compotildeem as melodias A estrutura interna de cada um dos trecircs moacutedulos parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio e da aplicaccedilatildeo de instrumentos elementares de anaacutelise prosoacutedica para a problematizaccedilatildeo de questotildees especiacuteficas e a exploraccedilatildeo de potenciais caminhos para a construccedilatildeo de respostas aos problemas e hipoacuteteses levantados Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial

Os dois uacuteltimos moacutedulos do programa tambeacutem autoacutenomos entre si pressupotildeem todavia os conhecimentos e competecircncias anteriormente adquiridos Nestes dois moacutedulos constituecircncia prosoacutedica ritmo e entoaccedilatildeo satildeo trabalhados na perspectiva do processamento da liacutengua (moacutedulo 5) e da aquisiccedilatildeo da liacutengua (moacutedulo 6) No primeiro caso salienta-se o papel da prosoacutedia no processamento lexical e sintaacutectico No segundo caso realccedila-se o contributo da prosoacutedia para a aquisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo do proacuteprio desenvolvimento prosoacutedico Aqui como anteriormente faz-se especial referecircncia a estudos sobre o Portuguecircs

Prosoacutedia 13

Atravessa todo o programa uma forte componente experimental pois pretende-se de acordo com os objectivos do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 33) uma compreensatildeo activa do componente prosoacutedico da linguagem atraveacutes do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de estudo da prosoacutedia e da sua aplicaccedilatildeo em pequenos projectos de investigaccedilatildeo A bibliografia geral apresentada obedece a trecircs criteacuterios fundamentais acompanhando as linhas de organizaccedilatildeo do programa acima descritas (i) a inclusatildeo de bibliografia de niacutevel introdutoacuterio e de niacutevel intermeacutedio e avanccedilado (ii) a selecccedilatildeo de textos que privilegiam a caracterizaccedilatildeo prosoacutedica do Portuguecircs no quadro da comparaccedilatildeo entre liacutenguas juntamente com textos sobre liacutenguas diversas em ambos os casos fazendo recurso a um quadro teoacuterico homogeacuteneo e utilizando metodologias experimentais (iii) a acessibilidade dos textos especialmente atraveacutes de recursos bibliograacuteficos on-line A bibliografia geral eacute disponibilizada no ano anterior ao do funcionamento do seminaacuterio juntamente com o programa No decurso do funcionamento do seminaacuterio para cada moacutedulo do programa satildeo indicadas referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Estas referecircncias na sua maior parte constam da bibliografia geral inicialmente disponibilizada Todavia podem surgir novos textos a indicar ao longo do seminaacuterio que pelo seu caraacutecter extremamente especiacutefico orientado para determinada mateacuteria ou por terem sido recentemente produzidospublicados ou por corresponderem a interesses particulares de alunos natildeo foram incluiacutedos na bibliografia geral Entenda-se pois a bibliografia como um espaccedilo com abertura e flexibilidade ajustaacutevel a necessidades conjunturais No final do seminaacuterio eacute fornecida aos alunos uma bibliografia alargada (em Anexo) 44 PLANIFICACcedilAtildeO DAS MATEacuteRIAS A distribuiccedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos por horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio segue o seguinte plano Conteuacutedos Horas

lectivas1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes

prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica

3

14 Soacutenia Frota

12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis

6

3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

9

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

9

5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

6

6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico

7~9

Conferecircncias (moacutedulos 2 a 6) 3~5 Total de horas lectivas 45

As horas lectivas atribuiacutedas a cada moacutedulo variam em 6 a 9 (isto eacute 2 a 3 sessotildees de 3 horas cada) agrave excepccedilatildeo do primeiro moacutedulo de introduccedilatildeo geral ao seminaacuterio As horas efectivas atribuiacutedas ao moacutedulo seis dependem da integraccedilatildeo no programa de duas ou trecircs conferecircncias na aacuterea de especialidade do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 32 e introduccedilatildeo agrave secccedilatildeo 4) Estas conferecircncias podem contribuir para qualquer um dos moacutedulos dois a seis do programa Excepto no caso das conferecircncias e dos ajustes de horaacuterio que elas possam implicar as horas lectivas satildeo organizadas em sessotildees de 3 horas ao longo do semestre

Prosoacutedia 15

5 OS MEacuteTODOS DE ENSINO 51 METODOLOGIAS E RECURSOS Em conformidade com os objectivos do seminaacuterio explicitados na secccedilatildeo 33 o ensino articula a apresentaccedilatildeo de conteuacutedos e sua problematizaccedilatildeo e discussatildeo com a exemplificaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas experimentais de estudo da prosoacutedia e o exerciacutecio da sua aplicaccedilatildeo As sessotildees do seminaacuterio funcionam assim combinando os formatos de conferecircncia (exposiccedilatildeo problematizaccedilatildeo discussatildeo) e de workshop (propostas exemplificaccedilatildeo exerciacutecios aplicaccedilatildeo a novos casos discussatildeo) Os conteuacutedos de cada moacutedulo satildeo perspectivados como o resultado de questotildees de investigaccedilatildeo e discutidos como despoletadores de novas questotildees Assim os alunos satildeo conduzidos a assumir as perspectivas do investigador ndash como aquele que coloca as questotildees e traccedila um percurso experimental na busca das respostas ndash e do utilizador do conhecimento cientiacutefico o profissional que no desempenho da sua actividade necessita de conhecimento especializado e do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de anaacutelise produtoras de informaccedilatildeo especiacutefica Esta abordagem visa promover o desenvolvimento das competecircncias necessaacuterias agrave produccedilatildeo de investigaccedilatildeo autoacutenoma na aacuterea da prosoacutedia eou agrave praacutetica de actividades que exigem conhecimentos especializados nesta aacuterea A concretizaccedilatildeo das formas de ensino que acabei de expor exige a disponibilizaccedilatildeo de recursos vaacuterios particularmente nos domiacutenios do suporte informaacutetico e laboratorial Todas as sessotildees do seminaacuterio implicam a utilizaccedilatildeo de equipamento multimeacutedia ndash computador projector viacutedeo sistema de som ndash exigindo uma sala preparada para este efeito Programas de anaacutelise e siacutentese de fala bem como de apresentaccedilatildeo de estiacutemulos para tarefas de percepccedilatildeo satildeo utilizados tanto na exemplificaccedilatildeo de casos de estudo como nos exerciacutecios realizados Destacam-se em particular os seguintes programas Praat desenvolvido por Paul Boersma e David Weenink (Institute of Phonetic Sciences University of Amsterdam) e de distribuiccedilatildeo gratuita (httpwwwpraatorg) SpeechStation2 da Sensimetrics (httpwwwsenscom) existente no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab SuperLab Pro da Cedrus (httpwwwsuperlabcom) tambeacutem disponiacutevel no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab Habit (httphabitcmbucdavisedu) de

16 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo gratuita Satildeo ainda recursos utilizados os sistemas de anotaccedilatildeo prosoacutedica ToBI adaptados a diferentes liacutenguas httpwwwlingohio-stateedu~tobiame_tobi httpprosodia upfeducat_tobien httpwwwfl ulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm O suporte laboratorial do seminaacuterio eacute garantido pelo Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tendo os alunos acesso a todos os equipamentos disponiacuteveis bem como a corpora e bases de dados e beneficiando da orientaccedilatildeo praacutetica de doutorandos e bolseiros de investigaccedilatildeo associados ao laboratoacuterio 52 AVALIACcedilAtildeO De acordo com o Regulamento de Estudos poacutes-graduados da UL (httpwwwflulptlexregulamento_pgpdf ) a avaliaccedilatildeo do seminaacuterio eacute expressa no no intervalo de 10 a 20 valores da escala inteira de 0 a 20 Os alunos podem optar por um de dois modelos de trabalho final de seminaacuterio (i) a realizaccedilatildeo de um trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio (estudo piloto) ou (ii) a apreciaccedilatildeo criacutetica de um artigo sobre um estudo experimental Os alunos que pretendem concluir o ciclo de estudos com a elaboraccedilatildeo de uma dissertaccedilatildeo de natureza cientiacutefica ou de um trabalho de projecto original satildeo incentivados a optar pelo modelo (i) O modelo (ii) eacute direccionado para alunos que pretendem realizar um estaacutegio de natureza profissional e respectivo relatoacuterio (ver Normas regulamentares do mestrado Linguiacutestica httpwwwflulpt dlgrptensinociclo2programas0_Mestr_Ling_Regulamentodoc) O tema do trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio poderaacute ser escolhido entre os temas de trabalho apresentados pela docente ao longo do semestre ou proposto pelo aluno Para a escolha do tema satildeo ponderados o seu interesse para o projecto de investigaccedilatildeo pessoal do aluno a exequibilidade do trabalho no tempo disponiacutevel (habitualmente cerca de 5 semanas) os recursos e o apoio necessaacuterios agrave execuccedilatildeo do trabalho O trabalho deve ser individual original e especialmente realizado para o seminaacuterio podendo todavia integrar um projecto de investigaccedilatildeo pessoal jaacute em curso especialmente no caso dos estudantes de doutoramento A orientaccedilatildeo do trabalho cabe agrave docente do seminaacuterio podendo membros da equipa do Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tambeacutem sob sua orientaccedilatildeo apoiar o aluno na realizaccedilatildeo do trabalho

Prosoacutedia 17

Dada a sua natureza de estudo piloto o trabalho deve explorar uma abordagem experimental do tema escolhido com uma recolha de dados de dimensatildeo pequena mas suficiente para problematizar o sucesso da abordagem utilizada e abrir caminhos de investigaccedilatildeo futura Numa fase intermeacutedia da realizaccedilatildeo do trabalho este eacute apresentado e discutido oralmente O formato final do trabalho eacute o formato de um artigo com o nuacutemero maacuteximo de 15 paacuteginas A avaliaccedilatildeo do trabalho eacute feita com base nos seguintes paracircmetros enquadramento do tema na literatura da especialidade meacuterito da abordagem experimental escolhida domiacutenio dos meacutetodos e teacutecnicas experimentais capacidade de analisar os dados e extrair implicaccedilotildees dos resultados dessa anaacutelise No que respeita ao modelo (ii) o artigo a apreciar eacute escolhido a partir de uma lista apresentada pela docente O formato final da apreciaccedilatildeo criacutetica eacute o de um parecer com o nuacutemero maacuteximo de 8 paacuteginas Da apreciaccedilatildeo criacutetica a elaborar pelo aluno devem constar um resumo do artigo a discussatildeo da sua relevacircncia face ao enquadramento na literatura em que se situa a pertinecircncia das questotildees de investigaccedilatildeo que examina a propriedade da metodologia utilizada para esse efeito e a importacircncia dos resultados obtidos e suas implicaccedilotildees para estudos posteriores A avaliaccedilatildeo do seminaacuterio corresponde agrave avaliaccedilatildeo obtida no trabalho final 6 OS CONTEUacuteDOS E SEU DESENVOLVIMENTO

Nenhum vento sopra a favor

de quem natildeo sabe para onde ir

Seacuteneca

Things should be made as simple

as possible

but not any simpler

Albert Einstein

Para cada moacutedulo do programa do seminaacuterio de Prosoacutedia apresenta-se um sumaacuterio das mateacuterias abordadas indicam-se potenciais linhas de investigaccedilatildeo e listam-se referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Como referido anteriormente (secccedilatildeo 43) a estrutura interna de cada moacutedulo parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio para a problematizaccedilatildeo de questotildees particulares de investigaccedilatildeo Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs

18 Soacutenia Frota

(variedade standard falada na regiatildeo de Lisboa) num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial 61 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

O primeiro moacutedulo do programa constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia

em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes O papel desempenhado pela estrutura prosoacutedica enquanto elemento organizador das sequecircncias de fala encontra-se bem estabelecido na literatura A estrutura prosoacutedica agrupa fragmentos da cadeia falada em constituintes prosoacutedicos hierarquicamente organizados delimitados por fronteiras e caracterizados por proeminecircncias de diferentes niacuteveis (Figura 1)

Figura 1 Exemplificaccedilatildeo de estrutura prosoacutedica da siacutelaba ao sintagma entoacional Os constituintes prosoacutedicos satildeo marcados por constelaccedilotildees de propriedades que constituem a maior fonte de evidecircncia empiacuterica para a estrutura prosoacutedica Entre

Prosoacutedia 19

estas propriedades contam-se os fenoacutemenos que mostram que a realizaccedilatildeo de segmentos (ou de tons no caso de liacutenguas tonais) eacute afectada pela estrutura prosoacutedica fenoacutemenos de sacircndi (1a) fenoacutemenos de reforccedilo inicial de constituinte (1b) ou de alongamento final de constituinte (Figura 2) Tambeacutem os fenoacutemenos riacutetmicos satildeo sensiacuteveis agrave estrutura prosoacutedica por exemplo a forma como situaccedilotildees de antagonismo acentual motivadas pela proximidade de duas siacutelabas proeminentes satildeo resolvidas (ou natildeo) depende da organizaccedilatildeo prosoacutedica das duas siacutelabas num mesmo constituinte ou em constituintes diferentes (2) Tanto a realizaccedilatildeo dos eventos tonais que fazem a entoaccedilatildeo de uma sequecircncia de fala como a sua distribuiccedilatildeo reflectem a estrutura prosoacutedica por exemplo a altura relativa de um tom depende da sua realizaccedilatildeo dentro de um mesmo constituinte dos tons precedentes ou como o tom inicial de um novo constituinte prosoacutedico (3) e certos padrotildees de ocorrecircncia de eventos tonais satildeo indicadores do tipo de estrutura prosoacutedica da sequecircncia de fala a que se associam (4) (1) a [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[z] [ccedil S] jornalista[S] ]I b [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[S] ]IP [ [awS] jornalista[S] ]I

Figura 2 Alongamento final em fronteira de sintagma

b

40

45

50

55

60

σ

MV SF CF

Speakers

Test-word 1A

_ ]φ

_ ] Ι

fonoloacutegico e sintagma entoacional na palavra progressiva Duraccedilatildeo meacutedia da siacutelaba toacutenica e poacutes-toacutenica em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo da palavra para 3 informantes (Frota 2000 p192)

(2) a [thirteen men] φ Tennessee]φ won

20 Soacutenia Frota

(3) o

o

o o

o ]

) uma grande subida dos preccedilos

gt [uma grande subida]φ [dos preccedilos]φ

A implementaccedilatildeo de propriedades riacutetmicas e meloacutedicas mostra que a

[ ] [ H H H H H (4 T T T T T T T gt [uma grande subida dos preccedilos]φ estrutura prosoacutedica tem um papel relevante para a organizaccedilatildeo riacutetmica e entoacional das liacutenguas A estrutura prosoacutedica estabelece a cadeia de proeminecircncias e as fronteiras disponiacuteveis como pontos de associaccedilatildeo de eventos tonais Os eventos tonais de tipo culminativo ou acentual (acentos tonais) ligam-se a elementos da cadeia de proeminecircncias designadamente a cabeccedilas dos constituintes prosoacutedicos contribuindo para a realizaccedilatildeo dessas proeminecircncias Os eventos tonais de tipo demarcativo ou de fronteira ligam-se agraves margens dos constituintes prosoacutedicos (Figura 3) A estrutura entoacional relaciona-se assim com a organizaccedilatildeo em constituintes prosoacutedicos

Figura 3 Estrutura prosoacutedica e eventos tonais

Prosoacutedia 21

As propriedades que assinalam a estrutura prosoacutedica satildeo usadas no

ibliografia especiacutefica

processamento lexical na desambiguaccedilatildeo sintaacutectica (ver moacutedulo 5) ou na identificaccedilatildeo de unidades morfossintaacutecticas e de unidades fonoloacutegicas no processo de aquisiccedilatildeo da liacutengua (ver moacutedulo 6) B

and focus in European Portuguese Phonological phrasing

Ladd D

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS

CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS tuguecircs

ica e niacuteveis

O moacutedulo dois do programa eacute dedicado ao estudo de constituintes

constituintes (5b)

rota S (2000) ProsodyF

and intonation New York Garland Publishing Chap 1 Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma

entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076 R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Chap 1-2 Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition

2007 Mouton) Chap 1-2 6 221 Domiacutenios prosoacutedicos no Por22 Sobre a natureza da estrutura prosoacuted23 Como definir um domiacutenio constituintes prosoacutedicos Satildeo particularmente considerados os constituintes acima da palavra dada a sua relevacircncia para os fenoacutemenos riacutetmicos e entoacionais e a liacutengua em anaacutelise para este estudo de constituintes prosoacutedicos eacute o Portuguecircs Europeu Partindo da abordagem da fonologia prosoacutedica em que os constituintesprosoacutedicos resultam da aplicaccedilatildeo de mecanismos de interface entre morfossintaxe e fonologia modulada por restriccedilotildees de natureza puramente fonoloacutegica eacute apresentada a construccedilatildeo dos constituintes sintagma fonoloacutegico (φ e sintagma entoacional (I) em diversas liacutenguas Esta construccedilatildeo eacute reveladora dos dois grandes princiacutepios de organizaccedilatildeo prosoacutedica das sequecircncias de fala o princiacutepio demarcativo que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as margens de constituintes (5a) e o princiacutepio do agrupamento que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as relaccedilotildees existentes entre

22 Soacutenia Frota

(5) a Alinhame

margens de umnto entre as margens de um dado constituinte sintaacutectico e as

dado constituinte prosoacutedico

ini Direita XP

constituintes adjacentes ompl odifi

eza fonoloacutegica que operam sobre os onstituintes prosoacutedicos dizem respeito aos factores tamanho peso balanccedilo e s)sim

(Ghini 1993) Direita XP ( ω ω ω ω ω ) φ

ω )φ

φ (

eg sintagma fonoloacutegico Japonecircs Esquerda XP Chi Mw

b Relaccedilatildeo entre cabeccedilas e(cabeccedilac emento cabeccedilam cador etc)

eg sintagma fonoloacutegico Papago Chichewa Wrap XP

Tipicamente as restriccedilotildees de naturc(a etria como ilustrado em (6) (6) Sintagma fonoloacutegico Italiano

( ω ω )φ ( ω )φ ( ω )φ ( )φ ( ( ω ω ω ω ω )φ ( ω ω )φ ( ω ω ω )φ

φ ( lowast( ω ω ) ω ω ) ω ) φ )

lowast( ω ω ω φ

)φ (

(

( ω ω ) φ lowast( ω ω ω ω )φ ( ω )φ

lowast( ω )φ ( ω )φ ( ω ω )φ ω ) φ

oloacutegico e do sintagm entoacional no Portuguecircs Europeu e satildeo descritas as propriedades foneacutetic

e uma cabeccedila lexical agrupando a cabeccedila e todos os elemen

Neste quadro eacute estudada a formaccedilatildeo do sintagma fona

as e fonoloacutegicas que assinalam estes constituintes Para ambos os constituintes mostra-se a relevacircncia do princiacutepio de agrupamento e o efeito de restriccedilotildees fonoloacutegicas

A formaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico no PE refere o domiacutenio sintaacutectico da projecccedilatildeo maacutexima d

tos no seu lado natildeo recursivo num mesmo φ Este φ pode ainda conter um constituinte sintaacutectico seguinte pertencente ao mesmo domiacutenio se este constituinte natildeo tiver condiccedilotildees para formar um φ por si soacute Tais condiccedilotildees satildeo fonologicamente determinadas por uma restriccedilatildeo de tamanho miacutenimo segundo a qual um φ deveraacute conter mais material do que uma palavra prosoacutedica O elemento mais proeminente de φ eacute a sua uacuteltima palavra prosoacutedica ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita do constituinte como na generalidade das

Prosoacutedia 23

liacutenguas com a ordem sintaacutectica cabeccedila-complemento A demonstraccedilatildeo empiacuterica desta anaacutelise assenta em evidecircncias duracionais ligadas a fenoacutemenos riacutetmicos (Figura 4) em evidecircncias segmentais resultantes da (natildeo)aplicaccedilatildeo de sacircndi vocaacutelico tambeacutem devido a restriccedilotildees riacutetmicas (7) e em evidecircncias entoacionais de distribuiccedilatildeo de acentos tonais (ver (4) acima)

Figura 4 O sintagma fonoloacutegico e o alongamento da 1ordf de duas siacutelabas toacutenicas adjacentes numa situaccedilatildeo de antagonismo acentual dentro de um mesmo φ [ ]

(7) Vog de φ a

negrito ais afectadas a sublinhado siacutelaba toacutenica em maiacutesculas cabeccedila

[ o danccedilaRIno ] φ [ Ama ] φ [ a bailarina russa ] φ danccedilarinama (ltdanccedilarino+ama)

[ o bailaRIno ] φ [ ANda SEMpre ] φ [ de limusine preta ] φ

emarcativo no mapeamento quer

leccionando a margem direita quer seleccionando a margem esquerda (ver respect

okbailarinanda (ltbailarino+anda)

A aplicaccedilatildeo do princiacutepio dse

ivamente (8a) e (8b) ) resulta numa estrutura prosoacutedica que natildeo permite dar conta das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas acima descritas1 Na 1 Importa notar que em linha com o observado para outras liacutenguas romacircnicas as cabeccedilas lexicais apenas contam como cabeccedilas prosoacutedicas quando na sua posiccedilatildeo natildeo marcada (no caso do adjectivo quando no lado recursivo ndash ver Nespor amp Vogel 1986)

24 Soacutenia Frota

ilustraccedilatildeo em (8) a organizaccedilatildeo prosoacutedica natildeo marcada corresponde a (8a) em i e a (8b) em ii ou seja corresponde a um padratildeo de agrupamento de N e A separadamente de PP

(8) [ N [ A ]AP PP ]NP ii [ A N PP ]NP

)

A formaccedilatildeo do sintagma entoacional (I) no PE refere o domiacutenio de uma

ccedilatildeo em Is no PE dispotildee de forte evidecircncia empiacuterica Vaacuterios noacuteme

interpretaccedilotildees (ateacute ao nono ano como modificador de alunas ou como

i (a) ( )φ ( )φ ( φ

) (b) ( )φ( φ ( )φ ( )φ( )φ

frase raiz distinguindo todas as expressotildees natildeo estruturalmente a ela ligadas como expressotildees parenteacuteticas toacutepicos ou outros suplementos2 Estas uacuteltimas formam Is independentes enquanto todos os φs no domiacutenio da frase raiz satildeo agrupados num mesmo I Decorre deste mapeamento que os constituintes presentes num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador Os sintagmas entoacionais satildeo sujeitos a condiccedilotildees fonoloacutegicas que interagem com os mecanismos de mapeamento produzindo a organizaccedilatildeo prosoacutedica em Is de uma sequecircncia de fala Estas condiccedilotildees regulam o peso dos Is constituintes longos tendem a ser divididos prefere-se constituintes balanceados ou o constituinte mais longo agrave direita O elemento mais proeminente de I eacute o seu uacuteltimo φ ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita A organizafe nos de sacircndi aplicam-se no domiacutenio de I (veja-se (1) acima e tambeacutem (9) Este eacute o domiacutenio do alongamento final preacute-fronteira (jaacute ilustrado na Figura 2) e tambeacutem do locus de ocorrecircncia de pausa O sintagma entoacional tem ainda uma definiccedilatildeo meloacutedica precisa ele constitui o domiacutenio da melodia miacutenima dado que apenas a cabeccedila de I requere obrigatoriamente um acento tonal e apenas a fronteira direita de I eacute obrigatoriamente marcada por um tom de fronteira Na Figura 5 ilustra-se o contraste entre [as alunas] produzido como um φ ou como um I evidenciado pela realizaccedilatildeo da fricativa e pela curva meloacutedica e correspondendo a diferentes estruturas sintaacutecticas com diferentes

expressatildeo adverbial temporal caracterizadora de toda a acccedilatildeo)

2 Dependendo da abordagem sintaacutectica seguida o domiacutenio para a formaccedilatildeo de I tem sido identificado como Extended Projection of VP ou como Comma Phrase (veja-se por exemplo Elordieta et al 2005 ou Selkirk 2005) Segue-se no seminaacuterio a abordagem mais claacutessica sem entrar na discussatildeo da anaacutelise sintaacutectica das diferentes estruturas

Prosoacutedia 25

(9) a [ a[z] aluna[z] obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

b [ a[z] aluna[S] ]I [ ateacute onde pensamo[S] e sabemo[S] ]I [ obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

ento em Is eacute document licaacutevel pela referecircncia do constituinte mais longo agrave direita

I I

rie s acional no

E

Figura 5 Evidecircncias segmentais e entoacionais para I

O papel das restriccedilotildees fonoloacutegicas na determinaccedilatildeo do fraseamado em (10) note-se o contraste entre (a) e (b) exp

p (10) a [ O galatilde andava de porsche ]I

a [ O galatilde ]I [ andava de porsche ]I a [ O galatilde andava ] [ de porsche ]

b [ O poeta cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I b [ O poeta ] [ cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I Ib [ O poeta cantou ]I [ uma manhatilde angelical perturbadora ]I

O Quadro 1 (extraiacutedo de Frota no prelo) sintetiza as prop dade

foneacuteticas e fonoloacutegicas do sintagma fonoloacutegico e do sintagma entoP

26 Soacutenia Frota

rties Segmental Durational Tonal Prominence

Quadro 1 Estrutura prosoacutedica do PE propriedades de φ e I (Frota no prelo)

PropePhP NO NO NO Rightmost (default)

el

PhP heads constrain the output of vowsandhi

stress Domain forstrengthening

IP Domain for many segmental processes Domain for

oclitics

Final lengthening IP-edge Locus of

Domain for pitch accent distribution IP heads require a

lt)

resyllabification Left edge reducedforms of prare highly disfavoured

pauses pitch accent Right edge requires boundary tone Left edge optionally marked

Rightmost (defauFocus prominence (not positional)

co

Os ca em

constituintes entoacionais podem ser implementados diferentemente nas

Figura 6 Organizaccedilatildeo prosoacutedica em constituintes entoacionais variaccedilatildeo entre liacutenguasvariedades Tamanho (curtolongo) e

mplexidade (natildeo ramificado ramificaccedilatildeo simples ramificaccedilatildeodupla)

muacuteltiplos factores que regulam a organizaccedilatildeo prosoacutedi

Prosoacutedia 27

gramaacuteticas fonoloacutegicas das liacutenguas mesmo no caso de liacutenguas proacuteximas ou ateacute de va

tura prosoacutedica permanecem todavia

da combinaccedilatildeo de restriccedilotildees fonoloacutegicas com mecanismos

te da estrutura morfossintaacutectica eacute pouco profunda

riedades da mesma liacutengua Esta diversidade eacute ilustrada pelo comportamento do Castelhano Catalatildeo Italiano Portuguecircs Europeu do Norte (Braga) e Portuguecircs Europeu de Lisboa no que respeita agrave divisatildeo de uma frase SVO em dois constituintes (S) (VO) face a factores como o tamanho em siacutelabas e a complexidade sintaacutectica e prosoacutedica (Figura 6)

O quadro de anaacutelise em constituintes prosoacutedicos atraacutes exposto tem dado resultados profiacutecuos para o conhecimento da estrutura prosoacutedica das liacutenguas Duas questotildees essenciais sobre a natureza da estru

em aberto existem diferentes tipos de estrutura prosoacutedica ou uma uacutenica estrutura que governa fenoacutemenos tatildeo variados como os referidos acima como eacute definido um constituinte prosoacutedico (existe equivalecircncia entre constituintes e niacuteveis na estrutura) A primeira questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo das diferentes abordagens da estrutura prosoacutedica que tecircm sido propostas na literatura designadamente uma estrutura que resulta de interface entre a fonologia e outros componentes da gramaacutetica (a linha dominante no acircmbito da fonologia prosoacutedica) ou uma estrutura que eacute definida exclusivamente com base em fenoacutemenos de entoaccedilatildeo ou de proeminecircncia e cujos constituintes resultam apenas das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas que os caracterizam (abordagem comum no acircmbito dos estudos entoacionais) A resposta para esta questatildeo eacute fundamentalmente empiacuterica e passa pela aplicaccedilatildeo de paradigmas experimentais em que os diferentes factores satildeo controlados e testados e em que mais do que um tipo de propriedade marcadora da estrutura prosoacutedica eacute examinado A segunda questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo da ausecircncia de recursividade na estrutura prosoacutedica Na maioria das abordagens a estrutura prosoacutedica diferentemenTodavia algumas formas limitadas de recursividade tem sido propostas fazendo com que natildeo exista uma correspondecircncia directa entre niacuteveis de constituecircncia prosoacutedica e niacuteveis de fraseamento prosoacutedico Dado que as pistas para a organizaccedilatildeo prosoacutedica tendem a assinalar diferenccedilas entre niacuteveis a definiccedilatildeo dos constituintes prosoacutedicos resulta menos clara Mais uma vez a resposta exige trabalho experimental direccionado para a procura de diferenccedilas de tipo (apontando para categorias prosoacutedicas distintas) versus diferenccedilas de

28 Soacutenia Frota

grau (apontando para formas de organizaccedilatildeo prosoacutedica de instacircncias de uma mesma categoria) No que especificamente respeita ao PE eacute crucial estudar-se a organizaccedilatildeo prosoacutedica em outras variedades para aleacutem da variedade standard e verificar ateacute que ponto as propriedades caracterizadoras dos sintagmas fonoloacutegico e entoacional (Quadro 1 acima) tecircm caraacutecter geral na liacutengua O caso do sintagma fonoloacutegico eacute especialmente relevante dada a ausecircncia de evidecircncias segmentais duracionais e tonais proacuteprias que assim caracterizam a manifestaccedilatildeo subtil deste constituinte no PE quando comparada com outras liacutenguas (eg Nespor amp Vogel 1986 Hayes amp Lahiri 1991 Ghini 1993 entre outros) Bibliografia especiacutefica DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational

dic and syntactic structure In S Frota J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series

Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Frota S

Ghini osal Toronto Working Papers in

Hayes

Phrasing in Romance The role of prosoM Vigaacuterio amp M

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143 (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Caps 2-3

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291 M (1993) φ-formation in Italian a new propLinguistics 122 41ndash79

B amp A Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Inkelas S amp D Zec (1995) Syntax-phonology Interface In JA Goldsmith (ed) The Handbook of Phonological Theory Cambridge Mass Blackwell 535-549

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Prosoacutedia 29

63 RITMO 3 RITMO 1 Noccedilotildees de ritmo

es abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia iacutetmico classes ou contiacutenuo

ar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs loraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

dedicado ao estudo do ritmo Satildeo ritmo na menos e

332 Diferent3 Espaccedilo r3

34 Analis35 Correlaccedilotildees e exp O moacutedulo trecircs do programa eacute apresentadas diferentes noccedilotildees de ritmo sublinhando-se o lugar doorganizaccedilatildeo prosoacutedica das liacutenguas e o conjunto variado de fenoacutepropriedades que podem contribuir para a sensaccedilatildeo de ritmo Trabalham-se estudos de produccedilatildeo e percepccedilatildeo do ritmo no Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas Como vimos no moacutedulo 1 a estrutura prosoacutedica define uma cadeia de proeminecircncias ao mesmo tempo que os domiacutenios prosoacutedicos regulam a aplicaccedilatildeo de fenoacutemenos riacutetmicos Uma noccedilatildeo possiacutevel de ritmo eacute a estruturaccedilatildeo das proeminecircncias em sequecircncias de fala Para esta estruturaccedilatildeo contribuem as cabeccedilas dos diferentes constituintes prosoacutedicos (Figura 1) desde a siacutelaba toacutenica da cada palavra prosoacutedica ateacute agrave cabeccedila do sintagma entoacional bem como as suas propriedades de implementaccedilatildeo foneacutetica (duraccedilatildeo intensidade movimentos de F0 devidos agrave presenccedila de acentos tonais) Contribuem ainda os fenoacutemenos riacutetmicos que tendem a implementar uma certa alternacircncia entre posiccedilotildees fortes e fracas como os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de antagonismo acentual (ver (2) e Figura 1 acima) ou os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de intervalos de sequecircncias aacutetonas (11) Contribuem tambeacutem os fenoacutemenos de reforccedilo que visam garantir a proeminecircncia das cabeccedilas face agraves natildeo cabeccedilas como a colocaccedilatildeo do constituinte mais pesado no limite direito do sintagma fonoloacutegico ou do sintagma entoacional (12) ou a existecircncia de restriccedilotildees de peso na diferenciaccedilatildeo entre siacutelaba toacutenica e siacutelabas aacutetonas (mesmo em liacutenguas em que o peso silaacutebico natildeo constitui um factor relevante para a o acento ndash 13) Para fenoacutemenos deste tipo o domiacutenio prosoacutedico maacuteximo eacute o sintagma entoacional (I) pois tanto antagonismos como intervalos de sequecircncias aacutetonas natildeo satildeo resolvidos se quebrados por fronteiras de I

30 Soacutenia Frota

(11)

ann on ce I

2) ca] φ ] φ

3) Siacutelaba toacutenica em maiuacutesculas siacutelaba pesada a negrito

u peso relativos de um dad equecircncia estatildeo propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas

onstitui uma pista acuacutestica importante para o acento de alavra (Figura 7) bem como para a proeminecircncia de I A sonoridade dos gmen

[Gi i n lo da] (1 a [Maximiliano Ze b [Zeca Maximiliano (1

a canCcedilAtildeO OacuteRfatildeo b CRIacuteticatildeo Entre os factores que contam para a proeminecircncia o

o elemento numa sNo PE a duraccedilatildeo cpse tos definida por paracircmetros articulatoacuterios e acuacutesticos contribui para o peso (14) tal como a posiccedilatildeo relativa da cabeccedila na sequecircncia (15a) ou o tamanho e complexidade fonoloacutegicas dos elementos combinados (15b)

Figura 7 Duraccedilotildees da siacutelaba e acento

Prosoacutedia 31

(14) a ping pong vb tic tac vs tac tic

iluacute e Steacutefano com se e disseram [aacutegua-peacute] vs

O Joatildeo comprou segundo me disseram [aacutegua]

ritmo nas liacutenguas eacute com base em unidades

oacutecronas A abordagem tradicional do ritmo assenta na ideia de isocronia e

onoloacutegicos Esta abordagem deu origem a uma nova

s pong ping (15) a Steacutefano e Mariluacute vs Mar b O Joatildeo prou gundo m Uma outra noccedilatildeo importante para a caracterizaccedilatildeo doa isocronia isto eacute a sensaccedilatildeo de que o ritmo se constroacutei ispropotildee trecircs classes riacutetmicas em funccedilatildeo do tipo de isocronia ritmo silaacutebico com base na isocronia silaacutebica (de que seria exemplo o Italiano) ritmo acentual com base na isocronia entre intervalos acentuais (de que seria exemplo o Inglecircs) ritmo moraico com base na isocronia entre moras (de que seria exemplo o Japonecircs) A proposta inicial de classes riacutetmicas parte da intuiccedilatildeo linguiacutestica dando origem a deacutecadas de estudos foneacuteticos Todavia a existecircncia efectiva de unidades isoacutecronas realizadas foneticamente ficou por demonstrar Numa outra linha de estudos mostrou-se com sucesso que liacutenguas atribuiacutedas a diferentes classes satildeo distinguidas perceptivamente enquanto que liacutenguas atribuiacutedas a uma mesma classe natildeo o satildeo A visatildeo de que as sensaccedilotildees de ritmo captadas perceptivamente resultam de combinaccedilotildees de propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas tem sido dominante nos estudos flinha de estudos foneacutetico-fonoloacutegicos em que correlatos acuacutesticos para propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas satildeo procurados no sinal de fala Dos trecircs grandes tipos de propriedades inicialmente propostos por Dauer (1983 1987) ndash estrutura silaacutebica reduccedilatildeo vocaacutelica relaccedilatildeo entre entoaccedilatildeo e proeminecircncia ndash os dois primeiros tecircm merecido particular atenccedilatildeo A correlaccedilatildeo estabelecida entre estas propriedades e as classes riacutetmicas eacute apresentada em (16) (16) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica + -

Acentual Silaacutebico Moraico b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - Acentual Silaacutebico Moraico

32 Soacutenia Frota

A busca de correlatos acuacutesticos para estas propriedades que possam r para a explicaccedilatildeo dos resu ados p rceptivos de diferenciaccedilatildeo riacutetmica

diferentes

Variabilidade de iC - + Proporccedilatildeo de iV -

V

ritm a o no acirc deste enquadramento d ional baseada na isocronia o

ortuguecircs do Brasil (PB) tem sido referenciado como possuindo um ritmo

contribui lt etem dado origem a muacuteltiplas medidas do ritmo com sucessos(criticamente revistas em Arvaniti 2009) Todas elas partem da duraccedilatildeo de intervalos vocaacutelicos (iV) e consonacircnticos (iC) e medem variabilidade destes intervalos num dado domiacutenio ou a proporccedilatildeo destes num dado domiacutenio Se parece ser claro que pelo menos algumas destas medidas efectivamente captam diferenccedilas riacutetmicas tambeacutem parece ser claro que o espaccedilo riacutetmico que definem nem sempre caracteriza classes riacutetmicas diferenciadas sugerindo por vezes um contiacutenuo riacutetmico Veja-se a correlaccedilatildeo entre estas medidas e as propriedades em (16) acima (17) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica +

+ -

b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - + Variabilidade de i - O o do Portuguecircs eacute aqui analis d mbito foneacutetico-fonoloacutegico Na abordagem tra icPacentual um ritmo silaacutebico ou um ritmo misto dependendo dos autores e dos criteacuterios considerados Jaacute o PE tem sido caracterizado como tendo um ritmo acentual A abordagem que busca a razatildeo de ser das sensaccedilotildees de ritmo nas propriedades presentes na liacutengua e procura correlatos acuacutesticos para essas propriedades conduz a resultados diversos Uma vez controladas as diferenccedilas de velocidade de fala os ritmos das duas variedades apresentam-se acusticamente distintos de acordo com as medidas de variabilidade de iC e de proporccedilatildeo de iV3 o ritmo do PE define-se como misto entre acentual e silaacutebico agrupando-se numa dimensatildeo com o Inglecircs ou o Neerlandecircs e noutra com o Italiano ou o Castelhano o ritmo do PB define-se como misto entre silaacutebico e moraico (Figura 8) Estes resultados satildeo congruentes com as propriedades

3 A variabilidade de iV tal como noutros estudos para vaacuterias liacutenguas natildeo proporciona resultados robustos (eg Arvaniti 2009)

Prosoacutedia 33

foneacutetico-fonoloacutegicas das duas variedades Considerando uma mesma estrutura silaacutebica fonoloacutegica no PE assiste-se ao apagamento de vogais aacutetonas originando sequecircncias de consonantes enquanto no PB ocorrem fenoacutemenos de simplificaccedilatildeo silaacutebica como a epecircntese ou o apagamento da consoante em coda no existe reduccedilatildeo vocaacutelica generalizada enquanto no BP a reduccedilatildeo eacute limitada no PE os eventos tonais reforccedilam a proeminecircncia enquanto no BP entoaccedilatildeo e acento satildeo mais independentes Todavia a identificaccedilatildeo de liacutenguas mistas coloca de novo a questatildeo da existecircncia de classes riacutetmicas ou de um contiacutenuo Por outro lado ainda a presenccedila de um conflito de classificaccedilatildeo entre medidas acuacutesticas levanta a questatildeo de se determinar a sua relevacircncia relativa na percepccedilatildeo

Figura 8 Distribuiccedilatildeo de PE e PB no espaccedilo riacutetmico definido povariabilidade de iC e proporccedilatildeo de iV juntamente comliacutenguas analisadas em Ramus et al 1999

r as

Os trabalhos sobre a percepccedilatildeo do ritmo mostram com clareza que

propriedad para a discriminaccedil anco de

nguas testado permite examinar o estatuto de uma liacutengua acusticamente mista que

es riacutetmicas satildeo utilizadas tanto por adultos como por bebeacutesatildeo entre liacutenguas A relevacircncia da inclusatildeo do Portuguecircs no b

liacuteem as medidas acuacutesticas satildeo conflituantes apontando para classificaccedilotildees diferentes No estudo realizado com o Portuguecircs eacute tambeacutem testada a relevacircncia da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo

34 Soacutenia Frota

Os resultados perceptivos mostram que o PE e o Neerlandecircs satildeo discriminados do mesmo modo que o Castelhano e o Neerlandecircs ou o PB e o

davia na experiecircncia em que as quatro liacutenguasvariedades satildeo duzidas a duas hipoacuteteses de escolha para os sujeitos PE e PB natildeo satildeo scrim

] iV eacute um A natildeo ere que xistiraacute um ponto criacutetico na proporccedilatildeo de iV apontando para uma eventual

Neerlandecircs Toredi inados revelando que a distacircncia perceptiva entre PE e PB eacute inferior agrave distacircncia entre PE e Neerlandecircs (Figura 9) Quando apenas PE e PB satildeo testados para duas hipoacuteteses de escolha dos sujeitos continua a natildeo existir discriminaccedilatildeo salvo na condiccedilatildeo em que a entoaccedilatildeo eacute preservada Conclui-se assim que o contributo da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo riacutetmica depende das liacutenguas isto eacute das propriedades do sistema entoacional das liacutenguas a contrastar sendo especialmente importante no caso do PE e PB mas quase irrelevante por exemplo para o PE e o Neerlandecircs

Figura 9 Percepccedilatildeo do ritmo do Portuguecircs (Frota Vigaacuterio amp Martins 2002b) [ N1 PE1 C1 PB1 N2 PE 2 C2 PB2

A distinccedilatildeo perceptiva entre PE e Neerlandecircs sugere que a proporccedilatildeo de paracircmetro perceptivamente mais saliente do que a variabilidade de iC

distinccedilatildeo entre PE e PB (a natildeo ser na condiccedilatildeo com entoaccedilatildeo) sugefronteira perceptiva talvez proacutexima da diferenccedila entre ritmo acentual e ritmo silaacutebico (Figura 10)

Prosoacutedia 35

Figura 10 Ritmo correlatos acuacutesticos e percepccedilatildeo

O estudo do ritmo do Portuguecircs do ponto de vista da produccedilatildeo e daite ilustrar alguns dos procedimentos experime

percepccedilatildeo perm ntais utilizados m estudos sobre ritmo Para a produccedilatildeo ilustra formas de construccedilatildeo de

corpora equilibra atildeo bem como aplicaccedilatildeo de criteacuterios de segmentaccedilatildeo acuacutestica para a mediccedilatildeo de duraccedilotildees no

natildeo apenas as

edos e controlados face aos factores em observaccedil

asinal de fala Para a percepccedilatildeo ilustra a criaccedilatildeo de estiacutemulos manipulados por filtragem na frequecircncia e aplanamento tonal a aplicaccedilatildeo de tarefas perceptivas de tipo AX e a mediccedilatildeo de sensibilidade na discriminaccedilatildeo (d) A investigaccedilatildeo apresentada e discutida neste moacutedulo do programa deve ser problematizada na sequecircncia da seguinte pergunta fundamental para o entendimento do ritmo nas liacutenguas constitui o ritmo um princiacutepio organizador da linguagem ou trata-se antes de um epifenoacutemeno de outras propriedades das liacutenguas Parece certo que vaacuterias propriedades linguiacutesticas efoneacutetico-fonoloacutegicas e prosoacutedicas referidas anteriormente mas tambeacutem certas propriedades lexicais e sintaacutecticas (ver Mehler amp Nespor 2004) se correlacionam com diferenccedilas riacutetmicas sugerindo a anaacutelise de que estas derivam daquelas Todavia tambeacutem parece natildeo menos certo que evidecircncias para um princiacutepio estruturador da linguagem possivelmente ancorado em princiacutepios gerais da organizaccedilatildeo perceptiva emergem com frequecircncia agrupando estiacutemulos em constituintes de padratildeo alternante e tendencialmente repetitivo por exemplo a sequecircncia sonora do som de um reloacutegio eacute percebida com a estrutura (tic tac) (tic tac) (tic tac) e natildeo (tic) (tac tic) (tac tic tac) e a

36 Soacutenia Frota

segmentaccedilatildeo de note book worm depende tudo o resto sendo idecircntico do padratildeo alternante gerado nas siacutelabas anteriores com L H L H L a favorecer (note) (bookworm) e H L H L HL a favorecer (notebook) (worm) (Dilley amp McAuley 2008) Estatildeo em curso programas de investigaccedilatildeo que pela anaacutelise de liacutenguas tipologicamente diferentes em relaccedilatildeo agraves formas como codificam proeminecircncia e estruturaccedilatildeo prosoacutedica e pela relaccedilatildeo que estabelecem com os resultados da organizaccedilatildeo perceptiva de sinais natildeo linguiacutesticos poderatildeo vir a trazer avanccedilos significativos para o entendimento do ritmo na linguagem (eg Mehler Nespor e colegas White e colegas Arvaniti entre outros) No caso especiacutefico do ritmo do Portuguecircs faltam estudos acuacutesticos em outras variedades para aleacutem da variedade standard metodologicamente comparaacuteveis que permitam uma visatildeo relacional integrada da estrutura prosoacutedica propriedades riacutetmicas e entoacionais No domiacutenio da percepccedilatildeo seria importante testar directamente o par PE Castelhano bem como o par PB Castelhano para determinar se a variabilidade de iC desempenha algum papel na discriminaccedilatildeo riacutetmica Um outro campo de investigaccedilatildeo a explorar eacute o da evoluccedilatildeo do ritmo abordado a partir da relaccedilatildeo entre PE e PB e experimentalmente operacionalizado a partir das correlaccedilotildees atestadas entre propriedades riacutetmicas e propriedades fonoloacutegicas e lexicais Bibliografia especiacutefica Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs

Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

AD

rvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63 auer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics

auer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In

Delgad Editorial Caminho Caps 4-5

Frota S aacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no

Frota S thmic distinctions the

11 51-62 D

Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274 o Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentationand lexical processing Journal of Memory and Language 59 294-311 amp M VigPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555 amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhy

EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Prosoacutedia 37

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena Mateus amp C Nunes Correia (orgs) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A

Ramus 73 265-292

eds) Phonetics and

4 MEL 1 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 2 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo

ntoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 4 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

ia A partir da papel diferenciado nas liacutenguas eacute

nal Os strumentos fundamentais para uma anaacutelise fonoloacutegica e foneacutetica da entoaccedilatildeo

para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

Mehler J amp M Nespor (2004) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

study based on speech resynthesis JASA 105 512-521 F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (Phonology Interactions and interrelations Amsterdam John Benjamins 137-158

64 MELODIA

ODIA4443 Analisar a e4 O moacutedulo quatro do programa centra-se no estudo da melodconstataccedilatildeo de que a melodia desempenha umapresentada a noccedilatildeo de liacutengua entoacional em contraste com liacutengua toinsatildeo descritos no quadro da abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional e postos em praacutetica atraveacutes da anaacutelise da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Trabalham-se as propriedades entoacionais do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas com destaque para as liacutenguas romacircnicas

38 Soacutenia Frota

Na sua dimensatildeo linguiacutestica o papel da melodia nas liacutenguas caracteriza-se por uma distinccedilatildeo fundamental entre as configuraccedilotildees meloacutedicas que determinam significados lexicais e contrastes gramaticais ndash presentes nas

s tons de

Figura 11 Contorno de F0 da sequecircncia O MUacutesico comPOcircS uma opeREta Ela inspiROU-o e respectiva anaacutelise fonoloacutegica (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas)

liacutenguas tonais ndash e as configuraccedilotildees meloacutedicas que veiculam significados natildeo lexicais e contrastes sintagmaacuteticos ndash as uacutenicas presentes nas liacutenguas entoacionais Por entoaccedilatildeo refere-se assim configuraccedilotildees meloacutedicas natildeo lexicais de natureza linguiacutestica associadas a significados ao niacutevel fraacutesico como a distinccedilatildeo entre tipos de frase ou outras distinccedilotildees pragmaacuteticas e discursivas (eg actos de fala estrutura informacional) A entoaccedilatildeo eacute fonologicamente formada por uma sequecircncia de categorias tonais e foneticamente representada pelo contorno de F0 As categorias tonais relacionam-se com aspectos independentes da estrutura prosoacutedica da liacutengua (ver Figura 3 acima) Os eventos tonais da entoaccedilatildeo satildeo tons altos (H) ou baixos (L) que formam dois grandes tipos de categorias os acentos tonais associados a elementos proeminentes (cabeccedilas na estrutura prosoacutedica) e oconstituinte geralmente associados a fronteiras de constituintes prosoacutedicos Veja-se na Figura 11 uma ilustraccedilatildeo dos primeiros identificados com um e dos segundos identificados com diacriacuteticos especiacuteficos consoante o tipo de constituinte a que estatildeo ligados (no caso pois trata-se de tons de fronteira de sintagma entoacional)

Prosoacutedia 39

Os eventos tonais podem ser simples ou monotonais (como H ou L na Figura 11) ou complexos (como H+L na Figura 11) Faz ainda parte da organizaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo para aleacutem da sequecircncia de categorias tonais a sua estruturaccedilatildeo de proeminecircncias no domiacutenio de um sintagma entoacional distinguem-se o acento nuclear (atribuiacutedo agrave cabeccedila prosoacutedica maacutexima) o(s) acento(s) preacute-nuclear(es) (caso existam cabeccedilas prosoacutedicas em posiccedilatildeo preacute-nuclear) e o acento poacutes-nuclear (atribuiacutedo a uma cabeccedila prosoacutedica poacutes-nuclear) Este uacuteltimo tipo de acento tonal apenas pode ocorrer em casos em que a cabeccedila de I natildeo corresponda agrave cabeccedila do sintagma fonoloacutegico mais agrave direita ou seja em casos de proeminecircncia prosoacutedica marcada que habitualmente identificam instacircncias de focalizaccedilatildeo prosoacutedica Esta estrutura entoacional estaacute representada em (18a) O exemplo (18b) mostra a implementaccedil la Figura 12 com um cteriacutestica do acento poacute

uradas) e representaccedilatildeo foneacutetica (o contorno de F0) eacute gulada por duas formas de implementaccedilatildeo foneacutetica da sequecircncia tonal a

o espraiamento de um tom ao longo da resenccedila de um outro tom (ver Figura 13)

atildeo desta estrutura entoacional na sequecircncia ilustrada pefoco prosoacutedico natildeo final Note-se a reduccedilatildeo foneacutetica caras-nuclear

(18) a

s w s w T T T

preacute-nuclear nuclear poacutes-nuclear

b

s

w s w (H) H+L H+L

A relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo (sequecircncia de categorias tonais estrutreinterpolaccedilatildeo entre dois alvos tonais ecadeia segmental ateacute agrave p

40 Soacutenia Frota

Figura 12 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo pinTOR canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) om foco em lsquomanhatildersquo (produzida em resposta agrave pergunta Foi

Juntamente com a implementaccedilatildeo foneacutetica tonal por interpolaccedilatildeo ou por espraimento a realizaccedilatildeo efectiva de um tom depende de linhas de referecircncia tonal estabelecidas por constituinte prosoacutedico e da posiccedilatildeo relativa do tom no constituinte face a tons precedentes e subsequentes (ver exemplo (3) do Moacutedulo

cuma noite angelical que o artista cantou)

Figura 13 Relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica e representaccedilatildeo foneacutetica da entoaccedilatildeo

Prosoacutedia 41

1) um tom natildeo inicial eacute realizado num niacutevel mais baixo que o tom precedente (relaccedilatildeo de downstep) um tom inicial de constituinte eacute realizado num niacutevel mais alto que os tons imediatamente precedentes de outro constituinte (relaccedilatildeo de reset) um tom de fronteira final retoma a linha de referecircncia do constituinte prosoacutedico que assinala (relaccedilatildeo de upstep) Assim a altura foneacutetica de um tom eacute relativa e contextualmente determinada Na dimensatildeo temporal a sincronizaccedilatildeo entre as categorias tonais e a cadeia segmental em que elas se realizam eacute natildeo apenas determinada pela associaccedilatildeo fonoloacutegica de um evento tonal a uma dada posiccedilatildeo prosoacutedica (cabeccedila ou fronteira) mas tambeacutem pela coordenaccedilatildeo foneacutetica entre alvo tonal e elemento segmental como ilustrado na Figura 13 Esta coordenaccedilatildeo pode assumir a forma de alinhamento tardio ou de alinhamento inicial factor foneacutetico dependente d nteiras rosoacutedicas de ura do evento tonal Na

e vaacuterios outros factores como a proximidade de frooutros eventos tonais ou a proacutepria estrutp

Figura 11 apresenta-se uma ilustraccedilatildeo do alinhamento tardio tiacutepico do tom asterisco no acento tonal H+L no PE em relaccedilatildeo agrave siacutelaba toacutenica Para aleacutem do alinhamento foneacutetico a sincronizaccedilatildeo entre categorias tonais e cadeia segmental eacute ainda caracterizada por fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal Geralmente os fenoacutemenos deste tipo descritos nas liacutenguas satildeo estritamente de natureza tonal com liacutenguas a privilegiarem a compressatildeo tonal face a uma cadeia segmental curta (como eacute o caso do Inglecircs) e liacutenguas a privilegiarem a truncaccedilatildeo tonal em contexto idecircntico (como o Huacutengaro ou Italiano de Palermo) No caso do PE a acomodaccedilatildeo tonal parece fazer-se fundamentalmente agrave custa de fenoacutemenos de natureza segmental isto eacute a cadeia

gmense tal eacute estendida para acomodar os tons seja por alongamento ou epecircntese Esta uacuteltima estrateacutegia eacute ilustrada na Figura 14 O Quadro 2 sintetiza as dimensotildees cruciais para a anaacutelise da entoaccedilatildeo num liacutengua entoacional como o Inglecircs o Italiano ou o Portuguecircs A primeira dimensatildeo ndash a relaccedilatildeo entre estrutura entoacional e estrutura prosoacutedica ndash jaacute foi explorada anteriormente O trabalho sobre a entoaccedilatildeo do PE efectuado em seminaacuterio explora fundamentalmente as dimensotildees dois e trecircs que constituem com a primeira o nuacutecleo central da fonologia entoacional de uma liacutengua

42 Soacutenia Frota

100100

160

220

280

340

400

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H H + L L H

e l a f o i v e r o m a r

4

Figura 14 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) O tom de fronteira eacute realizado na vogal epenteacutetica

Quadro 2 Dimensotildees para anaacutelise da entoaccedilatildeo

Estrutura prosoacutedica Constituintes (proeminecircncias e fronteiras) Leacutexico entoacional Inventaacuterio de acentos tonais e tons de

constituintes e respectivos significados Domiacutenio relevante para a Constituinte prosoacutedico distribuiccedilatildeo de acentos tonais Restriccedilotildees distribucionais Restriccedilotildees sobre a ocorrecircnciacombinaccedilatildeo

de eventos tonais Implementaccedilatildeo foneacutetica Espraiamentointerpolaccedilatildeo alinhamento

linhas de referecircncia fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal

e

artindo do Quadro 3 Com o recurso agrave audiccedilatildeo da sequecircncia e agrave representaccedilatildeo o co gundo

passo tuais

Sessotildees de anaacutelise entoacional aplicada satildeo realizadas com materiais do PE O grande objectivo eacute a caracterizaccedilatildeo dos principais tipos fraacutesicos e dalgumas distinccedilotildees pragmaacutetico-discursivas no que respeita ao leacutexico entoacional Num primeiro passo a anaacutelise centra-se nos contornos nucleares pd ntorno de F0 elabora-se a transcriccedilatildeo tonal fonoloacutegica Num se

toda a sequecircncia eacute analisada incluindo a parte preacute-nuclear e evenquestotildees de fraseamento prosoacutedico e entoacional

Prosoacutedia 43

Quadro 3 Melodias do nucleares mais frequent

Portuguecircs transes (adaptado de

criccedilatildeo realizaccedilatildeo e significado dos contornos Frota no prelo)

44 Soacutenia Frota 44 Soacutenia Frota

A demonstraccedilatildeo de que os eventos tonais no PE como em outras liacutenguas se comportam como morfemas que codificam informaccedilatildeo semacircntico-pragmaacutetica eacute ilustrada com dois exemplos o contraste entre declarativa e interrogativa global em que eacute o tom de fronteira que carrega a funccedilatildeo distintiva (Figuras 15a-15b) o contraste entre interrogativa global neutra e interrogativa focalizada em que eacute o acento nuclear que estabelece a distinccedilatildeo (Figuras 15b-16)

Figura 15 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo(siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) (a) produzida como uma declarativa (b) produzida como uma interrogativa global

Prosoacutedia 45

Figura 16 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo produzida como uma interrogativa focalizada (no contexto Eu li aquele poema mas natildeo me recordo que parte do dia o poeta descreve como angelical)

A an iacuteda permite

verificar que r e um tom e fronteira final de I a que apenas eacute acrescentado um evento tonal inicial nesse esmo domiacutenio (Figura 17) Por outras palavras o domiacutenio relevante para a

Figura 17 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa maraviLHOsa do lagareiro produzida como uma declarativa neutra

aacutelise de toda a sequecircncia parte preacute-nuclear inclu a melodia no PE eacute constituiacuteda pelo acento tonal nuclea

dm

46 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo de acentos tonais no PE eacute o sintagma entoacional as palavras prosoacutedicas internas a I mesmo as cabeccedilas de sintagma fonoloacutegico (como gravava e maravilhosa na Figura 17) natildeo tecircm de ser tonalmente acentuadas As dimensotildees referidas no Quadro 2 acima satildeo naturalmente tambeacutem dimensotildees de variaccedilatildeo entre liacutenguas e variedades e portanto factores a ter em conta para a tipologia prosoacutedica A variaccedilatildeo no fraseamento entoacional entre liacutenguas romacircnicas jaacute referida no Moacutedulo 2 (ver Figura 6) exemplifica a relaccedilatildeo entre estrutura prosoacutedica e estrutura entoacional como uma dimensatildeo de variaccedilatildeo No Quadro 4 mostra-se a distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares no constituinte entoacional inicial de uma sequecircncia com subida de continuaccedilatildeo entre liacutenguas romacircnicas Os resultados apontam para dois grupos de liacutenguas consoante a predominacircncia de acentos de tipo ascendente ou de tipo descende

L+H L+H H+L L

nte

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares () por liacutenguavariedade e falante (Frota et al 2007)

Cat NM PG

97 100

0 0

3 0

0 0

Sp LM MR

27 5

73 95

0 0

0 0

SEP AG MC

0 0

57 11

43 89

0 0

NEP MI MS

19 0

57 0

7 14

17 86

It LC LD

47 41

0 0

0 59

53 0

Um outro exemplo de variaccedilatildeo entoacional eacute o caso de diferenccedilas sisteacutemicas em que eventos tonais distintos satildeo usados nos mesmos contextos O contraste entre as interrogativas na variedade standard do PE e na variedade do norte falada em Braga ou na variedade meridional falada em Castro Verde (Alentejo) eacute ilustrativo H+L eacute o acento nuclear na primeira e L o acento nuclear n caracteriza a variedad mportamento

isto Veja-se o contraste entre a Figura 14 acima (variedade standard) e a

as segundas LH eacute o tom de fronteira na primeira Le meridional e a variedade do norte apresenta um co

mFigura 18

Prosoacutedia 47

Figura 18 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo produzido por um falante da variedade meridional (Castro Verde Alentejo ndash Cruz amp Frota 2010)

Para aleacutem de diferenccedilas no leacutexico entoacional utilizado p

omiacutenio relevante para atribuiccedilatildeo de acentos todem surgir

diferenccedilas no d onais Ao contraacuterio do EP (variedade standard) que eacute caract o m istribuiccedilatildeo esparsa de acentos tonais dado te o iacutenio relevante outras liacutenguas romacircnicas apresentam uma distri is rica apontando para constituintes prosoacutedicos mais baixos como o rele te Esse eacute tam de outras variedades da Portug o a variedade do norte (Braga) Veja-se o contraste entre a Figura 17 acima e a Figura 19

19 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa produzida por um falante da variedade do norte

(Braga)

erizad por u a dr I como dombuiccedilatildeo madomiacutenio van beacutem o caso

uecircs com

FiguramaraviLHOsa do lagareiro

48 Soacutenia Frota

Apesar do ganho em termos de investigaccedilatildeo sobre liacutenguas diversificadas metodologicamente comparaacutevel que representou a abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional (eg Jun 2005 no prelo) permanecem questotildees fundamentais em aberto na fonologia entoacional que importa discutir (ver a este propoacutesito Ladd 19962008) Uma destas questotildees diz respeito agrave proacutepria natureza da entoaccedilatildeo e agrave definiccedilatildeo das categorias fonoloacutegicas da entoaccedilatildeo O facto da entoaccedilatildeo conter simultaneamente elementos discretos (linguiacutesticos) e gradientes (paralinguiacutesticos) dificulta a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais Por outro lado ainda a divisatildeo de trabalho entre o que pertence agrave implementaccedilatildeo foneacutetica e agrave representaccedilatildeo fonoloacutegica das categorias

tambeacutem nem sempre eacute clara Veja-se o exemplo do alinhamento onal ser

deter as s tonais) fazendo com que uma mesma

ento on-line tecircm issores (Sudhoff et al 2006)

No caso especiacutefico da entoaccedilatildeo do Portuguecircs trabalhos experimentais orientados para a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais satildeo todavia escassos (vejam-se os estudos de Faleacute amp Faria e de Frota) Trabalhos deste tipo bem como estudos de variaccedilatildeo entoacional na liacutengua relacionando produccedilatildeo e percepccedilatildeo satildeo fundamentais para o conhecimento do sistema entoacional do Portuguecircs e para o conhecimento da tipologia prosoacutedica das liacutenguas Bibliografia especiacutefica

entoacionaist a relaccedilatildeo temporal entre alvos tonais e a cadeia segmental pode

minada por factores diversos (como a distacircncia para fronteiras prosoacutedicou a presenccedilaausecircncia de outros eventocategoria tonal possa apresentar alinhamentos diferentes todavia algumas liacutenguas parecem explorar contrastes de alinhamento associando-os a significados distintos o que sugere a existecircncia de categorias tonais diferentes distinguidas precisamente por alinhamentos diferentes A identificaccedilatildeo de quais as diferenccedilas entoacionais que satildeo fonologizadas nas liacutenguas passa necessariamente por abordagens experimentais com metodologias que testem a relaccedilatildeo entre variaccedilatildeo na forma foneacutetica e atribuiccedilatildeo de significado entoacional Tarefas perceptivas semanticamente motivadas ou em que informaccedilatildeo

conta bem como estudos de processamcontextual seja tida emproporcionado resultados prom

Cruz ese

ion and Perception TIE4 Stockholm M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portugu

Product

Prosoacutedia 49

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000a) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000b) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Chap 5

Frota S (2002a) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002b) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chap 2

Frota S (2010) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Hellmuth S (2007) The relationship between prosodic structure and pitch accent distribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing) 24 291-316

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2ordf ediccedilatildeo 2008) Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology

In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp 06) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New Gruyter

iana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

J SchlieBer (20York Mouton de

VhttpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

50 Soacutenia Frota

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da

Vigaacuterio

ology edited by W L Wetzels) 115-137

65 PR

signifi

sintaacutecta que nstituintes

forma de abordar esta questatildeo consiste na anaacutelise do processamento de frases

produccedil

resulta ccedilatildeo prosoacutedica natildeo eacute obrigatoacuteria Todavia e a

especiacutef

estrutu o recurso agrave introduccedilatildeo de

qual os a essas fronteiras se encontram estruturalmente

determmoveram do interior para o litoral bloqueando a interpretaccedilatildeo de que as

Linguagem Re(habilitar) 45 35-64 M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phon

OSOacuteDIA E SIGNIFICADO 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

O quinto moacutedulo do programa eacute dedicado ao contributo da prosoacutedia para o cado na perspectiva do processamento da liacutengua Destaca-se o estudo de

sequecircncias ambiacuteguas e o papel da prosoacutedia no processamento lexical e ico Satildeo apresentados e discutidos trabalhos experimentais que examinam statildeo da segmentaccedilatildeo do sinal de fala em palavras e co

sintagmaacuteticos tanto por adultos como por bebeacutes e crianccedilas Uma das questotildees centrais para o estudo da linguagem eacute perceber como

o contiacutenuo sonoro eacute segmentado em palavras e unidades sintagmaacuteticas Uma

ambiacuteguas ou de frases com ambiguidades temporaacuterias Estudos de produccedilatildeo de frases estruturalmente ambiacuteguas em diferentes liacutenguas mostram que em

otildees naturais quando os falantes natildeo satildeo explicitamente confrontados com a ambiguidade estes enunciados nem sempre satildeo desambiguados Estes

dos mostram que a desambiguaquando ela ocorre existe congruecircncia entre a prosoacutedia produzida interpretaccedilatildeo pretendida isto eacute os falantes utilizam as configuraccedilotildees prosoacutedicas

icas que reflectem os significados contrastantes Veja-se um exemplo de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica na Figura 20 No PE a desambiguaccedilatildeo de enunciados

ralmente ambiacuteguos eacute geralmente obtida comfronteiras de sintagma entoacional que bloqueiam a interpretaccedilatildeo segundo a

constituintes adjacentes ligados No exemplo da Figura 20 a fronteira de I em populaccedilotildees (19b)

ina que a uacutenica interpretaccedilatildeo possiacutevel eacute aquela em que as populaccedilotildees se

Prosoacutedia 51

populaccedilotildees que satildeo do interior foram para o litoral interpretaccedilatildeo esta apenas vel caso natildeo exista fronteira de I a sdisponiacute eguir a populaccedilotildees (19a)

ra o litoral

Figura 20 Desambiguaccedilatildeo prosoacutedica da sequecircncia estruturalmente ambiacutegua Deslocaram-se as populaccedilotildees do interior pa(Vigaacuterio 2003)

(19) a [deslocaram-se [as populaccedilotildees [do interior]PP]NP [para o litoral]PP]VP [ [deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ [do interior]φ [para o litoral]φ]I b [deslocaram-se [as populaccedilotildees]NP [do interior]PP [para o litoral]PP]VP [[deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ]I [[do interior]φ [para o litoral]φ]I

Este recurso agrave fronteira de I e natildeo a uma fronteira prosoacutedica mais baixa ou a um outro mecanismo prosoacutedico como a distribuiccedilatildeo de acentos tonais eacute gramaticalmente motivado Os constituintes agrupados num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador que natildeo estaacute disponiacutevel entre Is (ver Moacutedulo 2) A opcionalidade da utilizaccedilatildeo deste recurso tambeacutem eacute gramaticalmente motivada esta fronteira de I natildeo resulta directamente do mapeamento sintaxe-fonologia pois em (19) todos os constituintes se encontram no domiacutenio da mesma frase raiz mas da promoccedilatildeo de uma fronteira de sintagma fonoloacutegico para fins de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica Um caso claacutessico de ambiguidade estrutural eacute o da ligaccedilatildeo local ou natildeo local de oraccedilotildees relativas (Figura 21) Estas estruturas de tipo NP1 NP2 RC (oraccedilatildeo relativa) tecircm sido extensivamente estudadas em diferentes liacutenguas e

52 Soacutenia Frota

recorrendo a diferentes paradigmas experimentais Os resultados obtidos parecem mostrar que as preferecircncias pela ligaccedilatildeo local ou pela ligaccedilatildeo natildeo local ariam de liacutengua para liacutengua mesmo no caso da leitura silenciosa em que os

falantes projectam a liacutengua os resultados nte do contraste

entre estudconfirma

ituintes longos tendem a mo ento dos constituin

Figura 21 Ligaccedilatildeo de oraccedilotildees relativas e prosoacutedia

das liacutenguas romacircnicas apesar de diferenccedilas prosoacutedicas notoacuterias como o domiacutenio

v a prosoacutedia impliacutecita Para uma mesm

podem todavia depender da metodologia utilizada designadameos off-line e estudos on-line Os vaacuterios trabalhos tecircm ainda

do a importacircncia de factores prosoacutedicos como a extensatildeo dos constituintes para a ligaccedilatildeo preferencial da relativa const

tivar fronteiras prosoacutedicas afectando as possibilidades de agrupamtes

Uma questatildeo importante em aberto nesta linha de investigaccedilatildeo diz respeito agraves razotildees que conduzem agraves diferentes preferecircncias entre liacutenguas designadamente em estudos off-line A sintaxe bem como o sistema prosoacutedico das liacutenguas e a forma como ambos interagem satildeo candidatos fortes para proporcionar uma resposta Todavia liacutenguas como o Inglecircs o Japonecircs ou o Mandarim com diferenccedilas sintaacutecticas importantes (por exemplo a ordem NP1 NP2 RC em Inglecircs vs a ordem RC NP2 NP1 em Mandarim) e diferentes sistemas prosoacutedicos (o Inglecircs eacute uma liacutengua entoacional o Japonecircs eacute uma liacutengua com acento tonal lexicalmente determinado e o Mandarim eacute uma liacutengua tonal) apresentam a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo baixa Por outro lado a maioria

Prosoacutedia 53

de distribuiccedilatildeo de acentos tonais as formas de marcaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico ou mesmo as formas de implementaccedilatildeo da proeminecircncia (com o PE e o Francecircs com propriedades prosoacutedicas diferenciadas entre si e tambeacutem distintas das do Italiano Castelhano ou Portuguecircs do Brasil) apresenta a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo alta Abordagens experimentais em que propriedades sintaacutecticas e prosoacutedicas bem como o mapeamento sintaxe-fonologia sejam tidas em conta para cada liacutengua e na comparaccedilatildeo entre liacutenguas satildeo certamente necessaacuterias para uma melhor compreensatildeo da interpretaccedilatildeo destas estruturas Sequecircncias com ambiguidades temporaacuterias tecircm apontado para um papel relevante da prosoacutedia no processamento A presenccedila de certas propriedades prosoacutedicas condiciona quer o acesso lexical quer o processamento sintaacutectico antes da ocorrecircncia de outros elementos desambiguadores A Figura 22 ilustra umassumi

a representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no acesso lexical que tem sido da em vaacuterios estudos

Figura 22 Fronteiras prosoacutedicas e acesso lexical Em ambiguidades lexicais locais como as em (20) a ausecircncia de uma fronteira prosoacutedica superior ao niacutevel da palavra (20a) introduz atrasos no processamento face a sequecircncias semelhantes mas natildeo ambiacuteguas Pelo contraacuterio na presenccedila de tal fronteira prosoacutedica (20b) o reconhecimento lexical na sequecircncia ambiacutegua e na natildeo ambiacutegua efectua-se em tempos idecircnticos (Christophe et al 2004)

54 Soacutenia Frota

(20) a [un chat grincheux]φ chat chagrin ne [un chat drogue]φ chat b [le gros chat]φ [grimpaithellip = [le gros chat]φ [dressaithellip Tambeacutem em casos como em (21) a presenccedila de uma fronteira de φ desambigua entre os candidatos lexicais possiacuteveis mas jaacute a presenccedila de uma fronteira de niacutevel de palavra como em (22) natildeo parece ser suficiente para produzir desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) Este conjunto de resultados sugere que o acesso lexical se processa no domiacutenio prosoacutedico do sintagma fonoloacutegico (2 a [o rolo de fita cola]φ [ficou b [o rolo de fita]φ [cola]φ [figuras (22) a [para quem discorrer]φ [sobre este tema b [para quem diz correr]φ [dez quiloacutemetros

1)

O estudo do papel da prosoacutedia no processamento lexical eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimentais como tarefas de monotorizaccedilatildeo de palavra (Word-monitoring) de detecccedilatildeo de fonema inicial de palavra ou de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas (Completion) A Figura 23 mostra uma representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico Enunciados localmente ambiacuteguos mas com diferentes estruturas prosoacutedicas produzidos por falantes natildeo conscientes da ambiguidade tendem a ser desambiguados com sucesso pelos ouvintes As propriedades prosoacutedicas que conduzem agrave desambiguaccedilatildeo podem todavia diferir entre liacutenguas por exemplo no Francecircs a fronteira de sintagma fonoloacutegico parece ser suficiente (Milotte et al 2007) enquanto no Portuguecircs Europeu apenas a fronteira de sintagma entoacional produz desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) O mente um caso o outro

s exemplos em (23) e (24) ilustram respectivae (23) a le petit chien]φ mord la laisse b le petit chien mort]φ sera enterreacutehellip (24) a uma vez chegado o professor]I comeccedilaram b uma vez chegado]I o professor comeccedilou

Prosoacutedia 55

Figura 23 Fronteiras prosoacutedicas e processamento sintaacutectico

natildeo soacute um exame mais e o Francecircs se distingue

laramente do PE no que respeita agrave marcaccedilatildeo prosoacutedica do sintagma fonoloacutegico

entais off-line e on-line omo

1996 Houmlhle 2009) Apresentam-se aqui dois estudos ilustrativos da tilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas por bebeacutes e crianccedilas nos domiacutenios do acesso

biguidade

Estas diferenccedilas entre liacutenguas requerem

detalhado das propriedades prosoacutedicas do input (ondcndash ver Moacutedulos 2 e 4) mas tambeacutem estudos entre liacutenguas com metodologias exactamente comparaacuteveis O estudo do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimc as tarefas de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas de detecccedilatildeo de palavra (Word-detection) e de registo do movimento dos olhos A exploraccedilatildeo de pistas prosoacutedicas para aceder a diversos tipos de unidades e estruturas linguiacutesticas natildeo eacute uma possibilidade exclusiva de falantes adultos A investigaccedilatildeo existente indica que o input disponibiliza pistas (foneacuteticas prosoacutedicas estatiacutesticas) para fronteira de palavra tipo de categoria de palavras aspectos diversos da estrutura sintaacutectica e que os bebeacutes e crianccedilas exploram estas pistas no processo de aquisiccedilatildeo e desenvolvimento da liacutengua O papel da informaccedilatildeo prosoacutedica neste processo parece ser determinante (Morgan amp Demuthulexical e do processamento sintaacutectico da am

56 Soacutenia Frota

A importacircncia para a segmentaccedilatildeo do sinal de fala da presenccedila de uma biguidade lexical local eacute

xaminada na performance de bebeacutes aprendentes do Inglecircs e de bebeacutes aprendentes do Francecircs (respectivamente Gout et al 2004 e Millotte et al no prelo) Os bebeacutes satildeo expostos a estiacutemulos como os em (25) no quadro da aplicaccedilatildeo do paradigma experimental do movimento preferencial da cabeccedila (Head-turn preference procedure) na sua variante condicionada Os resultados mostram que aos 10 meses de idade os bebeacutes ingleses jaacute distinguem entre monossiacutelabos e dissiacutelabos enquanto os bebeacutes franceses apenas o fazem aos 16 meses de idade Para aleacutem de confirmarem desde muito cedo uma capacidade para a computaccedilatildeo de informaccedilatildeo prosoacutedica e sua utilizaccedilatildeo como pista na aquisiccedilatildeo lexical estes resultados apontam para diferenccedilas entre liacutenguas (tal como no caso dos estudos com adultos) A indicaccedilatildeo de que as pistas para segmentaccedilatildeo de palavra poderatildeo ser mais fortes no Inglecircs do que no Francecircs principalmente devido agraves relaccedilotildees de proeminecircncia entre siacutelabas e ao padratildeo acentual domondicionar o passo do desenvolvimento da liacutengua

bal]φ confegravere un air solennel au chacircteau

omo os em (26)

Kipper-NOM quarto-LOC entra

fronteira de sintagma fonoloacutegico em situaccedilotildees de ame

inante (ver Moacutedulo 3) sugerem diferenccedilas no input que podem c

(25) a The church with the most paper spires is heavenly The man with the least pay]φ perspires constantly b La rangeacutee de balcons fait face au cloicirctre du monastegravere La grande salle de Num outro estudo a relevacircncia da prosoacutedia para a segmentaccedilatildeo do sinal em situaccedilotildees de ambiguidade lexical eacute estudada com crianccedilas coreanas entre os 2 e os 5 anos de idade (Choi amp Mazuka 2003) Em enunciados ca posiccedilatildeo da fronteira prosoacutedica a seguir ou antes de ka eacute crucial para a segmentaccedilatildeo lexical As crianccedilas satildeo expostas a duas imagens diferentes e eacute-lhes pedida a escolha da imagem correspondente ao estiacutemulo sonoro Os resultados mostram que as crianccedilas identificam correctamente os itens lexicais natildeo havendo diferenccedila significativa entre a performance de crianccedilas e de adultos (26) a Khipher ka ] pang e tˆlacutegayo Kipper entra num quarto

Prosoacutedia 57

b Khipher] kapang e tˆlacutegayo Kipper entra no saco

Kipper saco-LOC entra No mesmo estudo eacute ainda testada a utilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas em situaccedilotildees de ambiguidade estrutural Em enunciados como os em (27) a presenccedila ou ausecircncia de fronteira prosoacutedica a seguir a kirin determina respectivamente a interpretaccedilatildeo deste elemento como o sujeito da frase ou como parte do objecto As pistas prosoacutedicas associadas agrave presenccedila da fronteira satildeo as mesmas que caracterizam a situaccedilatildeo de ambiguidade lexical Os resultados mostram que crianccedilas ateacute aos 4 anos natildeo conseguem efectuar a desambiguaccedilatildeo e que crianccedilas de 5-6 anos tecircm uma performance superior agraves primeiras mas ainda significativamente diferente da dos adultos (27) a kirin ] kwaja macutegacuteyo (A) girafa come (o) bolo

girafa bolo come

b kirin kwaja ] macutegacuteyo (Algueacutem) come (o) bolo em forma de girafa

Estes resultados confirmam a existecircncia de uma capacidade para omputar e usar a prosoacutedia e revelam que a diferenccedila entre os casos de

a dificuldades no de uma liacutengua

ista prosoacutedico primeira

arcam margens de constituintes a demonstraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo destas

cambiguidade lexical e os de ambiguidade estrutural eacute devidaprocessamento sintaacutectico Tratando-se o Coreano tipologicamente diferente do Inglecircs e do Francecircs do ponto de vpois as propriedades que nas uacuteltimas assinalam proeminecircncia nampropriedades constitui uma evidecircncia para um papel generalizado da prosoacutedia no processamento (para aleacutem das especificidades das liacutenguas) Bibliografia especiacutefica Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2 Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological

phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Fodor J 2002 Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

58 Soacutenia Frota

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Synt c disambiguation the role oeaning

acti f Barcelona

004) Phonological phrase boundaries e 51

oumlhle mecha n first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

aia M E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late

(1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology

mbiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com satildeo I ito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos Porto

Intonation editado por P Prieto) 249-278

prosoacutedia para a quisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo

ento prosoacutedico Aqui como anteriormente destacam-se abalhos experimentais sobre as questotildees em anaacutelise e faz-se especial referecircncia

ente a presenccedila de uma sensibilidade precoce a propriedades prosoacutedicas e que aponta para que as

prosody Workshop on Prosody and MGout A A Christophe amp J Morgan (2

constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Languag548-567

H B (2009) Bootstrapping nisms i

Mpreferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish Journal of Portuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Millotte S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal prosody constrains word segmentation in French 16-month-olds Journal of Portuguese Linguistics 9-2

Millotte S A Reneacute R Wales amp A Christophe (2008) Phonological phrase boundaries constrain the on-line syntactic analysis of spoken sentences Journal of Experimental Psychology Learning Memory amp Cognition 34 874-885

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nespor M M T Guasti amp A Christophe

Berlin Akademie Verlag 1-26 Vigaacuterio M (1997) Processos de desa

adveacuterbios de exclu n A Brpara Oacutescar Lopes Campo das Letras pp 855-868

ropean Portuguese Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in EuCatalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance

66 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico O sexto e uacuteltimo moacutedulo do programa trata do contributo daado proacuteprio desenvolvimtra estudos sobre o Portuguecircs

Existe uma vasta literatura que demonstra empiricam

Prosoacutedia 59

crianccedilas estejam equipadas com um mecanismo de processamento do sinal de nput) inicialmente sintonizfala (i ado para informaccedilatildeo prosoacutedica (eg Morgan

prosoacutedi o sinal de fala em

processo tornou-se conhecido como

icas mais investigadas estatildeo as que se relacionam om o ritmo sendo que para o ritmo podem contribuir diversos factores desde a

uiccedilatildeo dos padrotildees acentuais e de proeminecircncia a diferentes niacuteveis s tonais a forma acuacutestica como a

e combinaccedilatildeo segmental entre o 3) Estudos como o de Nazzi et al (1998)

receacutem-nascidos conseguem discriminar liacutenguas s diferentes mas natildeo liacutenguas agrupadas

tmicamente na mesma classe Em (28) apresenta-se uma siacutentese dos

1986 Morgan amp Demuth 1996 Jusczyk 1997 Houmlhle 2009) Pistas prosoacutedicas associadas a propriedades como o acento as proeminecircncias e fronteiras

cas o ritmo e a entoaccedilatildeo ajudam o bebeacute a segmentarunidades linguiacutesticas e podem contribuir para a sua categorizaccedilatildeo4 Este

bootstrapping prosoacutedico e tem sido investigado como uma das abordagens que visa contribuir para a compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da liacutengua (Figura 24)

Figura 24 Do sinal para a gramaacutetica

Entre as pistas prosoacutedcdistribprosoacutedicos a proacutepria distribuiccedilatildeo dos eventoproeminecircncia eacute realizada ou os padrotildees dconsoantes e vogais (ver Moacuteduldemonstram que bebeacutes pertencentes a classes riacutetmicariresultados de estudos de discriminaccedilatildeo riacutetmica com bebeacutes

4 Ver tambeacutem o moacutedulo 5 para uma ilustraccedilatildeo de como as propriedades prosoacutedicas contribuem para a segmentaccedilatildeo do input

60 Soacutenia Frota

(28) Tipo riacutetmico Liacutenguas Discriminaccedilatildeo Acentual Silaacutebico

InglecircsItaliano radic InglecircsCastelhano radic

Figura 25 s

A relaccedilatildeo entr s linguiacutesticas tem sido xplorada nas abordagens de bootstrapping (Figura 25) Foi proposto por xempl

A correlaccedilatildeo existente entre a posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma

RussoFrancecircs radic Inglecircs+Neerlandecircs Italiano+Castelhano radic Acentual Moraico InglecircsJaponecircs radic NeerlandecircsJaponecircs radic Acentual Acentual InglecircsNeerlandecircs X Silaacutebico Silaacutebico CastelhanoCatalatildeo X Acen+Sil Acen+Sil Inglecircs+Italiano Neerlandecircs+Castelhano X Estes resultados constituem uma evidecircncia forte de que os bebeacutes estatildeo equipados com mecanismos perceptivos especialmente sensiacuteveis a propriedades riacutetmicas do sinal de fala que permitem a identificaccedilatildeo dessas propriedades

Do sinal para a gramaacutetica o papel das propriedades riacutetmica

e propriedades riacutetmicas e unidadeee o que pistas riacutetmicas estatildeo na base do bootstrapping prosoacutedico da ordem de palavras da segmentaccedilatildeo de palavras e sua categorizaccedilatildeo ou do tipo de reportoacuterio silaacutebico (Nespor et al 1996 Christophe et al 2003 Jusczyk et al 1999 Nazzi et al 2006 Christophe et al 2008 Mehler amp Nespor 2002 Vigaacuterio et al 2003)

fonoloacutegico (inicial ou final) e a ordem sintaacutectica entre cabeccedila e complemento

Prosoacutedia 61

nas liacutenguas (ver Moacutedulo 2) permite associar o padratildeo riacutetmico em (29a) com a ordem cabeccedila-complemento e o padratildeo riacutetmico em (29b) com a ordem complemento-cabeccedila Trabalhos experimentais demonstram que os bebeacutes tecircm as capacidades perceptivas necessaacuterias para computar estas pistas riacutetmicas dado que discriminam entre sinais de fala segmentalmente idecircnticos mas

om uas

e ritmo acentual como o Inglecircs o Neerlandecircs ou o Alematildeo o padratildeo trocaico

ras mais longas Estas correlaccedilotildees permitem gerar as espectativas de segmentaccedilatildeo do sinal de fala em (30) uma segmentaccedilatildeo inicial baseada no acento ou mais propriamente no peacute binaacuterio trocaico (e com tendecircncia para palavras mais curtas) em liacutenguas de ritmo acentual e uma segmentaccedilatildeo inicial baseada na siacutelaba (e posteriormente com tendecircncia para palavras mais longas) em liacutenguas de ritmo silaacutebico Estudos experimentais confirmam que bebeacutes ingleses neerlandeses e alematildees segmentam precocemente palavras trocaicas (mas natildeo palavras jacircmbicas) e bebeacutes franceses falham a segmentaccedilatildeo de dissiacutelabos comeccedilando por reconhecer monossiacutelabos e integrando as duas siacutelabas numa mesma unidade apenas mais tarde (Houmlhle 2009) (30) a Ritmo acentual [ x x (xs xw) x x ] padratildeo trocaico gtgt palavra curta

b Ritmo silaacutebico [ x x (x) x x x ] siacutelaba gtgt palavra longa

prosodicamente diferentes no que respeita agrave posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma fonoloacutegico (eg Christophe et al 2003) (29) a [ hellip (ws)φ (ws)φ (ws)φ hellip ]I b [ hellip (sw)φ (sw)φ (sw)φ hellip ]I As propriedades riacutetmicas das liacutenguas estatildeo tambeacutem correlacionadas cpadrotildees de proeminecircncia ao niacutevel lexical e com tamanho de palavra Em liacutengd(sw) eacute dominante ao contraacuterio do que sucede por exemplo no Francecircs ou no Portuguecircs Europeu5 Paralelamente liacutenguas de ritmo acentual possuem palavras mais curtas enquanto liacutenguas de ritmo silaacutebico ou moraico possuem palav

o Cutler amp Carter (1987) cerca de 96 das palavras lexicais do Inglecircs comeccedilam por

siacutelaba toacutenica 80 das palavras lexicais satildeo monossiacutelabos No PE apenas 25 das palavras lexicais comeccedilam por siacutelaba toacutenica 71 das palavras lexicais possuem 3 ou mais siacutelabas (contagem em types obtida sobre uma secccedilatildeo da FrePOP ndash Frota et al 2010)

5 Segund

62 Soacutenia Frota

O facto de palavras funcionais serem habitualmente itens muito frequentes na liacutengua com forma monossilaacutebica sem acento e localizados mas margens de unidades prosoacutedicas (designadamente de sintagmas fonoloacutegicos e entoacionais) permite que os bebeacutes possam extrair estas regularidades compil

os e formatos silaacutebicos mais imples (Quadro 5) Esta correlaccedilatildeo permite que o ritmo ajude a crianccedila a

o da liacutengua Por sua vez o tipo de s formatos de palavra sendo mais um

ctor a contribuir para as estrateacutegias de segmentaccedilatildeo em (30) sistemas

ando uma lista destes elementos muito frequentes e identificando-os com palavras funcionais quando ocorrem nas fronteiras de constituintes prosoacutedicos Vaacuterios trabalhos experimentais mostram que os bebeacutes pouco depois do primeiro ano satildeo jaacute capazes de identificar categorias de palavras (Christophe et al 2008) As propriedades riacutetmicas correlacionam-se ainda com o tipo de reportoacuterio silaacutebico da liacutengua (ver Moacutedulo 3) As liacutenguas de ritmo acentual possuem tipicamente reportoacuterios silaacutebicos vastos com muitos tipos e grande complexidade silaacutebica pelo contraacuterio liacutenguas de ritmo silaacutebico tendem a possuir reportoacuterios mais pequenos com menos tipsdeterminar o tipo de reportoacuterio silaacutebicreportoacuterio silaacutebico correlaciona-se com ofasilaacutebicos complexos possibilitam mais diversidade com menos siacutelabas logo palavras mais pequenas sistemas silaacutebicos simples necessitam de mais siacutelabas para realizar contrastes lexicais logo palavras mais longas (Mehler amp Nespor 2002) Quadro 5 Propriedades de sistemas silaacutebicos complexos e sistemas silaacutebicos simples (Vigaacuterio et al 2003)

Syllable types English Dutch Spanish French EP Number 16 19 9 - 6 Most frequent () CV 34 CV 36 CV 58 CV 56 CV 65

CVC 30 CVC 32 CVC 22 CVC 19 CVC 16 VC 15 VC 15 CCV 6 V 10 V 11 V 8 CVCC 6 V 6 CCV 7 CCV 5 CVCC6 V 2 VC 3

Closed syllables () 56 59 30 26 19 CC(C) () --- 14 --- --- 6

Prosoacutedia 63

Estudos do desenvolvimento prosoacutedico infantil na perspectiva da produccedilatildeo e linguisticamente informados satildeo ainda recentes No que respeita agrave quisiccedilatildeo do sistema entoacional apenas um pequeno conjunto de liacutenguas foi

o Po Europ

eerlandecircs por um desenvolvimento entoacional mais tardio No primeiro

Figura 26 Produccedilatildeo de dois chamamentos consecutivos chamamento

aainda considerado Os resultados disponiacuteveis apontam para diferenccedilas entre liacutenguas com o Castelhano o Catalatildeo e rtuguecircs eu a serem caracterizados por um desenvolvimento entoacional precoce e o Inglecircs e Nconjunto de liacutenguas as crianccedilas mostram dominar um leacutexico entoacional proacuteximo do do adulto com o uso apropriado das diferentes melodias para veicular significados e mostram ainda um desenvolvimento na produccedilatildeo dos padrotildees de alinhamento e escalonamento tonal bem antes do iniacutecio do estaacutedio das duas palavras ou seja da produccedilatildeo de enunciados com combinaccedilatildeo de palavras (Snow 2006 Chen amp Fikkert 2007 Prieto amp Vanrell 2007 Frota amp Vigaacuterio 2008) As Figuras 26 e 27 ilustram o uso apropriado de diferentes melodias por uma crianccedila portuguesa com 20 meses que inicia o estaacutedio de duas palavras aos 26 meses

100100

200

300

400

500

600

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2 2 5

H H H L

t i t o t i t o

4 4

cantado seguido de chamamento insistente

64 Soacutenia Frota

150150

240

330

420

510

600

Fund

amen

tal f

requ

enc

0 0 5 1 1 5 2 2 5

Figura 27 Sequecircncia de respostas agrave pergunta do adulto Sabes quem eacute esta repetida por este apoacutes a primeira resposta da crianccedila declarativa neutra seguida de declarativa focalizada

No caso do chamamento verifica-se a produccedilatildeo pragmaticamente adequada do chamamento cantado em primeiro lugar com a selecccedilatildeo correcta dos tons de fronteira que fazem a distinccedilatildeo entre os dois tipos de chamamento No caso da declarativa em resposta agrave pergunta verifica-se a produccedilatildeo inicial de uma declarativa neutra substituiacuteda para uma declarativa focalizada na resposta agrave

nte o

a

ormas mono (eg Francecircs Portuguecircs) As ropriedades prosoacutedicas de enunciados de uma soacute palavra e de enunciados ultipalavra fornecem pistas para o estatuto prosoacutedico das siacutelabas (ou peacutes) e das

equecircncias de palavras que os constituem (Fikkert 1994 Odorico amp Carubbi

repeticcedilatildeo da pergunta por parte do adulto com um constraste de alinhamento do tom H associado a esta distinccedilatildeo pragmaacutetica (ver Moacutedulo 4 designadameQuadro 3)

Se parece natildeo existir uma correlaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento sintaacutectico os estudos atraacutes referidos apontam para umcorrelaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento lexical dadoque o primeiro surge associado a saltos significativos no tamanho do leacutexico produzido

Trabalhos sobre o desenvolvimento da estrutura prosoacutedica a partir de dados de produccedilatildeo tecircm tambeacutem revelado diferenccedilas entre liacutenguas Destaca-se oformato das primeiras palavras com liacutenguas em que o formato de peacute binaacuterio domina (eg Inglecircs Neerlandecircs Japonecircs) e liacutenguas em que f

ssilaacutebicas monomoraicas prevalecem pms

y (H

z)

H + L L H + L L

t a t aacute t a t aacute

4 4

Prosoacutedia 65

2003 Berens amp Gout 2005 Demuth amp McCullough 2008) O estudo destas istas permite determinar se um dado elemento eacute ou natildeo tratado como uma

palavra prosoacutedica ou como um sintagma entoacional e se dois ou mais elementos se encontram prosodicamente integrados numa mesma unidade ou prosodicamente separados em unidades diferentes Por outras palavras um tal estudo permite determinar as propriedades da estrutura prosoacutedica dos enunciados produzidos e o seu desenvolvimento Por exemplo a presenccedila de truncamento inicial de palavras dissilaacutebicas no PE ou a sua produccedilatildeo com duas siacutelabas mas em que cada uma das siacutelabas apresenta um acento tonal (1PAsyl) sugerem fortemente que num estaacutedio inicial a siacutelaba estaacute a ser tratada pela crianccedila como uma palavra prosoacutedica e que a integraccedilatildeo de duas (ou mais) siacutelabas na mesma palavra prosoacutedica acontece num estaacutedio posterior quando quer o truncamento quer o acento tonal por siacutelaba quase desaparecem dando lugar a uma sequecircncia de siacutelabas produzida com um uacutenico acento tonal

isyl_1PA) (Figura 28)

ura 28 Estrateacutegias na produccedilatildeo de alvos dissilaacutebicos (1) ateacute

o 4) mostra que estas produccedilotildees satildeo formadas por sequecircncias de

p

(d

Fig104 (2) de 105 a 108 Dados de Luma (Frota 2010)

De uma forma similar a ausecircncia de integraccedilatildeo prosoacutedica nos primeiros enunciados multipalavra revelada pela presenccedila de pistas como pausas ou reset (ver Moacutedulconstituintes prosoacutedicos de uma uacutenica palavra (Figura 29) que contrastam com sequecircncias de palavras integradas num mesmo constituinte prosoacutedico (Figura 30) Naturalmente a ausecircnciapresenccedila de integraccedilatildeo prosoacutedica tem

66 Soacutenia Frota

consequecircncias natildeo soacute para o conhecimento do processo de desenvolvimento prosoacutedico mas tambeacutem para o conhecimento da emergecircncia da sintaxe

Figura 29 Enunciado Mamatilde olha produzido com dois sintagmas entoacionais (109)

100100

180

260

340

420

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2

H L H H

m a m atilde o l h a

4 4

Figura 30 Enunciado Mamatilde olha produzido num uacutenico sintagma entoacional (111)

D ocesso de aquisiccedilatildeo

a liacuteng d

ada a complexidade dos factores envolvidos no prua apoacutes deacutecadas de investigaccedilatildeo no domiacutenio da percepccedilatildeo e dos

trabalhos mais recentes no acircmbito da produccedilatildeo o conhecimento do papel da prosoacutedia neste processo eacute ainda fragmentaacuterio Muitos percursos de investigaccedilatildeo permanecem por explorar como os que a seguir se referem a tiacutetulo

200200

260

320

380

440

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H + L L

m a m atilde o l h a

4

Prosoacutedia 67

exemplificativo Diferentes propriedades riacutetmicas parecem determinar diferentes estrateacutegias de segmentaccedilatildeo nas liacutenguas (ver (30) acima) e os formatos de palavra inicialmente produzidos parecem correlacionar-se com essas estrateacutegias Todavia a relaccedilatildeo entre unidades de segmentaccedilatildeo na percepccedilatildeo no primeiro ano de vida e as unidades linguiacutesticas da produccedilatildeo inicial no segundo ano de

ida encontra-se por determinar Nos uacuteltimos anos tem surgido evidecircncia crescente para a importacircncia das propriedades do input no processo de aquisiccedilatildeo Mas a demonstraccedilatildeo de que a segmentaccedilatildeo lexical eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Inglecircs do que em bebeacutes aprendentes do Francecircs devido a propriedades especiacuteficas do input presentes numa liacutengua e ausentes noutra ou de que o desenvolvimento entoacional eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Catalatildeo ou do Portuguecircs do que em bebeacutes aprendentes do Inglecircs ou do Neerlandecircs devido a propriedades do input encontra-se ainda por fazer O Portuguecircs Europeu neste campo constitui um importante objecto de teste devido agrave combinaccedilatildeo de propriedades prosoacutedicas que o caracteriza a mistura de elementos riacutetmicos silaacutebicos e acentuais (ver Moacutedulo 3) a presenccedila de elementos entoacionais semelhantes a outras liacutenguas romacircnicas (como o acent senccedila espar is ndash ver Moacutedulo 4) A realizaccedilatildeo de investigaccedilatildeo experimental com dados do PE nos domiacutenios da discriminaccedilatildeo riacutetmica por bebeacutes poderia pois dar um contributo para o entendimento de quais as propriedades riacutetmicas mais salientes para os mecanismos perceptivos das crianccedilas Tambeacutem a investigaccedilatildeo das estrateacutegias de segmentaccedilatildeo lexical em bebeacutes aprendentes do PE em comparaccedilatildeo com os estudos jaacute existentes poderia dar um contributo para a associaccedilatildeo entre propriedades riacutetmicas e unidades de segmentaccedilatildeo inicial nas liacutenguas A exploraccedilatildeo de algumas destas linhas de investigaccedilatildeo estaacute prevista no acircmbito do projecto Development of prosodic structure and intonation presentemente em curso no CLUL Bibliografia especiacutefica

v

o poacutes-nuclear) a par de elementos entoacionais diferentes (como a presa de acentos tona

Behre

2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

ns H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Chen A amp P Fikkert (

Christophe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The case of the head-direction parameter Developmental Science 6 211-220

68 Soacutenia Frota

Christophe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1 amp 2) 61-75

Demuth K amp E McCullough (2008) The prosodic (re)organization of childrenrsquos early English articles Journal of Child Language 36 173-200

Fikkert Paula (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL Frota S (2010) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation

tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Frota S M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

faces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

dorico L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-word n children First Language 23(1) 97-116

rieto P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings

Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa Jusczyk P W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press Jusczyk P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word

segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 159-207 Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In

A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006) Early segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Inter

Outterances in Italia

Pof ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prosoacutedia 69

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23 months Child Development 77(2) 281-296

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass

Ambraz

Andrad iana (1994) Sineacuterese dieacuterese e estrutura silaacutebica In Actas do

ol 2 317-347

ic Typology The Phonology

494

Cascadilla Press 809-821 7 ANEXO

BIBLIOGRAFIA ALARGADA

aitis G (2010) Nuclear Intonation in Swedish Evidence from Experimental-Phonetic Studies and a Comparison with German Lund Lund University press

Andrade A (1984) Acoustic study of vowel duration in European Portuguese (based on one subject) Relatoacuterios do Grupo de Foneacutetica e Fonologia nordm 5 Lisboa INIC

Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

e E amp M C VIX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica 31-42 Lisboa APLColibri

Arvaniti A (1994) Acoustic features of Greek rhythmic structure Journal of Phonetics 22 239ndash268

Arvaniti A (2007) On the presence of final lowering in British and American English In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter V

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Arvaniti A amp M Baltazini (2005) Intonational Analysis and Prosodic Annotation of Greek Spoken Corpora In Sun-Ah Jun (ed) Prosodof Intonation and Phrasing Oxford OUP 84-117

Arvaniti A amp S Godjevac (2003) The origins and scope of final lowering in English and Greek In MJ Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Science Barcelona UAB 1077-80

Auer P (1991) ldquoStress-Timingrdquo vs ldquoSyllable-Timingrdquo from a Typological Point of View In B Palek amp P Janota (eds) Proceedings of LPrsquo90 Charles University Press 292-305

Baltazani M (2006) Focusing prosodic phrasing and hiatus resolution in Greek In L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 473-

70 Soacutenia Frota

Beckman M amp J Edwards (1990) Lengthenings and shortenings and the nature of prosodic constituency In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in

Beckm

Beckm letcher (1992) Prosodic structure and tempo in a sonority model of articulatory dynamics In Gerard J Docherty amp D Robert Ladd (eds) Papers in Laboratory Phonology II Cambridge CUP 68ndash86

eckman M J Hirschberg amp S Shattuck-Hufnagel (2005) The Original ToBI d the Evolution of the ToBI Framework In Sun-Ah Jun (ed)

y of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

ehrens H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Laboratory Phonology I Cambridge CUP 179ndash200

Beckman M amp J Edwards (1994) Articulatory evidence for differentiating stress categories In Patricia Keating (ed) Papers in Laboratory Phonology III Cambridge CUP 7ndash33

an M amp J Pierrehumbert (1986) Intonational Structure in Japanese and English Phonology Yearbook 3 255ndash310

an M J Edwards amp J F

BSystem anProsodic Typology The PhonologUniversity Press 9-54

B

Blevins J (1995) The Syllable in Phonological Theory In J Goldsimth (ed) The Handbook of Phonological Theory Oxford Blackwell 206-244

Boersma P amp D Weenink (2008) Praat doing phonetics by computer (version 5023) httpwwwpraatorg

Brandatildeo de Carvalho J (1989) Phonological conditions on Portuguese clitic

Bruce G (1977) Swedish word accents in sentence perspective Lund Gleerup

bridge CUP 70-87

ts Journal of the Acoustical Society of America 120

Cambieerdam LOT Dissertation Series 32

Casper43(2) 127-161

Chen A in English In Proceedings of Eurospeech Geneva 97-100

placement on syntactic evidence for stress and rhythmical patterns Linguistics 27 405-436

Byrd D A Kaun S Narayanan amp E Saltzman (2000) Phrasal signatures in articulation In M B Broe amp J Pierrehumbert (eds) Papers in Laboratory Phonology V Cam

Byrd D J Krivopic amp S Lee (2006) How far how long On the temporal scope of prosodic boundary effec(3) 1589-1599

r-Langeveld T (2000) Temporal marking of accents and boundaries PhD Thesis University of Amst

Carlson K L Frazier C Clifton Jr (2009) How prosody constrains comprehensionA limited effect of prosodic packaging Lingua 1191066ndash1082

s J (2000) Experiments on the meaning of four types of single-accent intonation patterns in Dutch Language and Speech

Chahal D amp S Hellmuth (in press) The intonation of Lebanese and Egyptian Arabic In Sun-Ah Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford OUP

(2003) Reaction Time as an Indicator of Discrete Intonational Contrasts

Prosoacutedia 71

Chen A amp P Fikkert (2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Christose of the head-direction parameter

Christo5

7

Cruz-Fh PhD Dissertation Manchester University

e

DrsquoImpe ets and their

DrsquoImpe How many levels of phrasing Evidence from

DrsquoImpe House (1997) Perception of questions and statements in

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

phe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The caDevelopmental Science 6 211-220

phe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1-2) 61-7

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-54

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Cruz M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portuguese Production and Perception TIE4 Stockholm

Cruz-Ferreira M (1980) Basic intonational and grammatical patterns of Portuguese and English questions MA Dissertation University of Manchester

erreira M (1983) Non-native comprehension of intonation patterns in Portuguese and in Englis

Cruz-Ferreira M (1998) Intonation in European Portuguese In D Hirst amp A Di Cristo (eds) Intonation Systems A Survey of Twenty Languages CambridgCambridge University Press 167-178

rio M (2000) The role of perception in defining tonal targalignment PhD Dissertation Ohio State University

rio M amp B Gili Fivela (2003)two varieties of Italian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 130-144

rio M amp DNeapolitan Italian Eurospeech rsquo97 251ndash254

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Dainora A (2006) Modelling intonation in English In L Goldstein D H Whalen amp Catherine T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 107-132

Dasher R amp D Bolinger (1982) On pre-accentual lengthening Journal of the International Phonetic Association 12 58-69

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

72 Soacutenia Frota

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

gia Tomo XXIV 1-11

Demuth e prosodic (re)organization of childrenrsquos

Den Os sertation Utrecht

DePaoltic study Journal of Phonetics 36 406-422

guage 59 294-311

on 27 27-33

a Lisboa

Elordie onational

oa

Faleacute I tonational Contrasts in

Faleacute I requests in European Portuguese

Fernansidade Estadual de Campinas

Fikkert J Freitas (1998) Acquisition of syllable structure constraints Evidence from Dutch and Portuguese In Proceedings of the GALA97

Delgado Martins M R (1973) Anaacutelise acuacutestica das vogais toacutenicas em Portuguecircs Boletim de Filologia Tomo XXII 303-314

Delgado Martins M R (1975) Vogais e consoantes do Portuguecircs estatiacutestica de ocorrecircncia duraccedilatildeo e intensidade Boletim de Filolo

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

Demuth K (2006) Crosslinguistic perspectives on the Development of Prosodic Words Introduction Language and Speech 49(2) 129-135

K amp E McCullough (2008) Thearly English articles Journal of Child Language 36 173-200

E (1988) Rhythm and tempo of Dutch and Italian PhD DisRijksniversiteit

is R A M Vihman amp S Kunnari (2008) Prosody in production at the onset of word use A cross-linguis

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentation and lexical processing Journal of Memory and Lan

Dimitrova S (1997) Bulgarian Speech Rhythm Stress-Timed or Syllable-Timed Journal of the International Phonetic Associati

Ellison M amp M C Viana (1996) Antagonismo e elisatildeo das vogais aacutetonas em PE Actas do XI Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de LinguiacutesticAPLColibri Vol III 261ndash282

ta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intphrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica (Special issue on Boundaries in intonational phonology ed by Merle Horne amp Marc van Oostendorp) 59 110-143

Faleacute I (1995) Fragmento da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu as Estruturas Coordenadas MA Dissertation Universidade de Lisb

Faleacute I (2005) Percepccedilatildeo e Reconhecimento da Informaccedilatildeo Entoacional em Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

amp I H Faria (2006) Categorical Perception of InEuropean Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

amp I H Faria (2007) Imperatives orders and intonation In Proceedings of the 16th International Congress of Phonetic Sciences 1041-1044

des F (2007) Ordem Focalizaccedilatildeo e Preenchimento em Portuguecircs Sintaxe e Prosoacutedia PhD Dissertation Univer

Fikkert P (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL

P amp M

Prosoacutedia 73

Conference on Language Acquisition Edinburgh University of Edinburgh 217-222

Fodor J (2002) Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

s N Munaro amp R van de Vijver

Frota S nd

of an E of Athens 127ndash130

ue on

Frota S tuguese

ngua Portuguesa

Freitas M J (1997) Aquisiccedilatildeo da Estrutura Silaacutebica do Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

Frota S (1996) Prosodic Phrases and European Portuguese in search of evidence In A Bisetti L Brugegrave J Costa R Goedeman(eds) Proceedings of ConSole 3 Leiden SOLE 47ndash69

(1997) Association Alignment and Meaning the tonal sequence HL aFocus in European Portuguese In A Botinis G Kouroupetroglou amp G Carayiannis (eds) Intonation Theory Models and ApplicationsmdashProceedings

SCA Workshop Athens ESCAUniversity

Frota S (2000a) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2000b) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma Actas do XV Encontro teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs)

Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2002a) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 (Special issIntonation in Romance edited by J Ignacio Hualde) 113-146

(2002b) Tonal association and target alignment in European Pornuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002c) The Prosody of Focus a Case-Study with Cross-Linguistic Implications In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 319-322

Frota S (2003a) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2003b) The phonological status of initial peaks in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 133-152

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio amp A Villava Gramaacutetica da Liacute6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (2010a) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

74 Soacutenia Frota

Frota S (2010b) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A

Frota S accedilatildeo no

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena

Frota es of European

European Portuguese Third

Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Mateus amp C Nunes Correia (eds) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varietiPortuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation inConference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa httpwwwflulptLaboratorioFoneticatextsTIE3EarlyIntonationEPfpdf

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das

Frota S Vigaacuterio (2007) The phonetics

eory) 131-153

duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp Mand phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Th

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Prosoacutedia 75

Frota Sde Lisboa

M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade httpfrepopflulpt

Gerken

Gili Fi d Perception The Case of Pisa

Gordonsodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

Gout A l phrase boundaries

Grabe rrelates of Rhythmic Class In C

Grabe Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV

Grice ian implications for

Grφnnu

Gussen

Gussen

Gut Ul

Language and Speech 34(4) 299-318

L amp R Aslin (2005) Thirty Years of Research on Infant Speech Perception The Legacy of Peter W Jusczyk Language Learning and Development 1(1) 5-21

Ghini M (1993) φ-formation in Italian a new proposal Toronto Working Papers in Linguistics 122 41ndash79

vela B (2008) Intonation in Production anItalian Alessandria Edizione dellrsquoOrso

M K (2005) Intonational Phonology of Chickasaw In Sun-Ah Jun (ed) ProUniversity Press 301-330

A Christophe amp J Morgan (2004) Phonologicaconstrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

E amp E L Low (2000) Acoustic CoGussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 515-546

E amp P Warren (1995) Stress shift do speakers do it or do listeners hear it In BCambridge CUP 95ndash110

M (1995) The intonation of interrogation in Palermo Italintonation theory Tuumlbingen Niemeyer

m N amp M C Viana (1999) Aspects of European Portuguese Intonation In ICPhS 99 San Francisco Vol3 1997-2000

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

hoven C (1984) On the Grammar and Semantics of Sentence Accents Dordrecht Foris

Gussenhoven C (1993) The Dutch foot and the chanted call Journal of Linguistics 29 37-63

hoven C (1999) Discreteness and Gradience in Intonational Contrasts Language and Speech 42(2-3) 283-305

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

rike and Jan-Torsten Milde (2002) The Prosody of Nigerian English In Speech Prosody 2002 Proceedings Aix-en-Provence 367-370

Halleacute P B Boysson-Bardies amp M Vihman (1991) Beginnings of prosodic organization intonation and duration patterns of disyllables produced by Japanese and French infants

76 Soacutenia Frota

Hayes B (1995) Metrical Stress Theory Principles and case studies Chicago The University of Chicago Press

Hayes B amp A Lahiri (1991a) Bengali Intonational Phonology Natural Language

Hayesrg L Nord amp R Carlson (eds) Music Language Speech

Hellmudams A Cooper F Parrill amp T Wier (eds) Proceedings from the 40th

Hellmu nship between prosodic structure and pitch accent

91-316

Homae no amp G Taga (2007) Prosodic processing in the

Horne Linguistics 28 959-981

Hume odel of the Interplay of Speech Perception and

Jordatildeo oacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

Jun S- on the laryngeal gesture in Korean In

Jun S-A (2003) The effect of phrase length and speech rate on prosodic phrasing In

Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin

Jun S- University Press

and Linguistic Theory 9 47ndash96

B amp A Lahiri (1991b) Durationally specified intonation in English and Bengali In J Sundbeand Brain Basingstoke Macmillan 78-91

th S (2004) Prosodic weight and phonological phrasing in Cairene Arabic In N AAnnual Meeting of the Chicago Linguistics Society 97-111

th S (2007) The relatiodistribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 2

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

F H Watanabe T Nakadeveloping brain Neuroscience Research 59 29-39

Merle (1990) Empirical evidence for a deletion formulation of the rhythm rule in English

House David (1990) Tonal Perception in Speech Lund Lund University press

E amp K Johnson (2001) A MPhonology In E Hume amp K Johnson (eds) The Role of Speech Perception in Phonology New York Academic Press 3-26

R (2009) A estrutura prosUm estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

A (1995) Asymmetrical prosodic effectsB Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 235-253

Jun S-A (1996) The Phonetics and Phonology of Korean Prosody Intonational Phonology and Prosodic Structure New York Garland Publishing

M J Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Sciences Barcelona UAB 483ndash486

Jun S-A (2005a) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (2005b) Korean Intonational Phonology and Prosodic Transcription In S-A Jun (ed) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford OUP 201-229

Jun S-A (2007) The intermediate phrase in Korean Evidence from sentence processing In T Riad amp CMouton de Gruyter Vol 2 143-167

A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford

Prosoacutedia 77

Jusczyk Peter W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press

P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 1

Jusczyk59-207

3th International Conference on Turkish Linguistics

Kainad honological nature of prosodic

Kaplan 1978) Methods amp Designs Tables

Keating initial articulatory

Kohler ings of the

ences of the Estonian SSR

Ladd D f Intonational Phonology

nter-

Ladd D tonational emphasis continuous

Lehiste

Acquisition Cambridge University Press

Maia Mnal of

Major razilian Portuguese Journal of Phonetics 9

Manriq17-128

Kabak B amp A Revithiadou (2006) The Phonology of Clitic Groups Prosodic Recursivity Revisited Paper given at The 1Uppsala

a E (2009) The phonetic and pboundaries evidence from Modern Greek PhD Dissertation University of Edinburgh

H L N A Macmillan amp C D Creelman (of drsquo for variable-standard discrimination paradigms Behavior Research Methods amp Instrumentation 10(6) 796-813

P T Cho C Fougeron amp C-S Hsu (2003) Domain-strengthening in four languages In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 145-163

K J (1987) Categorical Pitch Perception In Uuml Vicks (ed) Proceed11th International Congress of Phonetic Sciences Volume 5331-333 Tallinn Academy of Sci

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements oIn M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Ladd D R amp J M Scobbie (2003) External sandhi as gestural overlap Couevidence from Sardinian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 164-182

R amp R Morton (1997) The perception of inor categorical Journal of Phonetics 25 313ndash342

I (1970) Suprasegmentals Cambridge MA The MIT Press

Levelt C amp R Van de Vijver (2004) Syllable types in cross-linguistic and developmental grammars In R Kager J Pater amp W Zonneveld (eds) Constraints in Phonological

Li W Y Yang (2009) Perception of prosodic hierarchical boundaries in Mandarin Chinese sentences Neuroscience 158 (4)1416-1425

Lloyd J (1940) Speech Signals in Telephony London

E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late preferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish JourPortuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Roy C (1981) Stress-timing in B343-351

ue A MB amp A Signorini (1983) Segmental duration and rhythm in Spanish Journal of Phonetics 11 1

78 Soacutenia Frota

Mata A I (1999) Para o estudo da entoaccedilatildeo em fala espontacircnea e preparada no Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

M H amp E Andrade (2000) The PMateus honology of Portuguese Oxford Oxford

as

Mehler n

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988)

Millottsody constrains word segmentation in French 16-month-olds

Millott98-909

Moraes J (1992) Dureacutee Intrinsegraveque de Martin

Morais Barb ie portugaise Lisboa Junta de

Morgan J L (1996) A rhy preverbal speech segmentation Journal of

Morgan

of Phonetics 37 29-45

Early

Nazzi T J

766

logy In I Roca (ed) Logical

Nespor Berlin Mouton de Gruyter

University Press

Mateus M H amp M R Delgado Martins (1982) Contribuiccedilatildeo para o estudo dvogais aacutetonas [acute] e [u] no Portuguecircs Europeu Biblos Vol LVIII 111ndash128

J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language IA Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

e S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal proJournal of Portuguese Linguistics 9-2

e S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 8

Moniz H (2006) Contributo para a caracterizaccedilatildeo dos mecanismos de (dis)fluecircncia em Portuguecircs Europeu MA Dissertation Universidade de Lisboa

s Voyelles du Portugais Breacutesilien In P (ed) Melanges Leacuteon Phonetique Phonostylistique Linguistique et Litterature 367-377 Toronto Editions Meacutelodie

osa J (1965) Etudes de phonologInvestigaccedilotildees do Ultramar

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

thmic bias in Memory and Language 35 666-688

J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nakai S S Kunnari A Turk K Suomi amp R Ylitalo (2009) Utterance-final lengthening and quantity in Northern Finnish Journal

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006)segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newbornstowards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonoIssues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

M (1999) Stress Domains In Word Prosodic Systems in the Languages of Europe Harry van der Hust (ed) 117-159

Prosoacutedia 79

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2ordf ediccedilatildeo publicada em 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The

man Proceedings of the International Symposium on Tonal

Odorico ord

Peperkao MA Dissertation University of Amsterdam

Pierreh d their alignment In M Horne (ed)

n

Pierreh

an Press

nal of Acoustical Society of America 90

Prieto P (2002) Entonacioacute In J Solagrave M R Lloret J Mascaroacute amp M P Saldanya

Prieto

Nespor M amp I Vogel (1989) On clashes and lapses Phonology 6 69ndash116

Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Niebuhr O amp K J Kohler (2004) Perception and Cognitive Processing of Tonal Alignment in GerAspects of Languages Emphasis on Tone Languages Beijing 155-158

L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-wutterances in Italian children First Language 23(1) 97-116

mp S (1992) La Risoluzione delle Aritmie nella Fonologia Ritmica dellrsquoItalian

Peperkamp S (1997) Prosodic Words The Hague Holland Academic Graphics HIL Dissertations 34

Pierrehumbert J (1980) The phonology and phonetics of English intonation PhD Dissertation MIT

umbert J (2000) Tonal elements anProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 11-36

Pierrehumbert J amp J Hirschberg (1990) The meaning of intonational contours in the interpretation of discourse In PR Cohen et al (eds) Intentions iCommunication Cambridge Mass MIT Press 271ndash311

umbert J amp M Beckman (1988) Japanese Tone Structure Cambridge Mass MIT Press

Pierrehumbert J amp SA Steele (1989) Categories of tonal alignment in English Phonetica 46 181ndash196

Pike K L (1945) The intonation of American English Ann Arbor University of Michig

Price P M Ostendorf S Shattuck-Hufnagel amp C Fong (1991) The use of prosody in syntactic disambiguation In Jour372-377

(eds) Gramagravetica del catalagrave contemporani Barcelona Empuacuteries Volum 1 393-462

Prieto P (2004) Fonegravetica i fonologia Els sons del catalagrave Barcelona Editorial UOC

P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

80 Soacutenia Frota

Ramus F (2002) Language discrimination by newborns Teasing apart phonotactic rhythmic and intonational cues Annual Review of Language Acquisition 2 85-

Ramus ues A

Ramus 999) Correlates of linguistic rhythm in speech

Sandler

prehension Springer

2519-2522

unication 41 71-80

dentification and lexical access In G Altmann amp R

Selkirk On derived domains in sentence phonology Phonology Yearbook 3

Selkirkrdrsquos paper In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in Laboratory

115

F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cstudy based on speech resynthesis JASA 105 512-521

F M Nespor amp J Mehler (1Cognition 73 265-292

Rietveld T J Haan L Heijmans amp C Gussenhoven (2002) Explaining attitudinal ratings of Dutch rising contours Morphological structure vs the Frequency Code Phonetica 59 180-194

Salverda A D Dahan amp J McQueen (2003) The role of prosodic boundaries in the resolution of lexical embedding in speech comprehension Cognition 90 51-89

W (2006) Phonology phonetics and the nondominant hand in L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 185-212

Sandler W amp D Lillo-Martin (2006) Sign Language and Linguistic Universals Cambridge CUP

Sandler W amp M Nespor (1999) Prosody in Israeli Sign Language Language and Speech 42 (2-3) 143-176

Savino M amp M Grice (in press) The perception of intonational contrasts in Italian In S Frota G Elordieta amp P Prieto (eds) Prosodic categories Production Perception and Com

Schiller N O A S Meyer R H Baayen amp W JM Levelt (1996) A Comparison of Lexeme and Speech Syllable in Dutch Journal of Quantitative Linguistics 3(1) 8-28

Schneider K G Dogil amp B Moumlbius (2009) German Boundary tones show Categorical Perception and a Perceptual Magnet Effect when presented in different contexts In Proceedings of Interspeech Brighton

Schouten B E Gerrits amp A van Hessen (2003) The end of categorical perception as we know it Speech Comm

Segui J E Dupoux amp J Mehler (1990) The role of the syllable in speech segmentation phoneme iSillcock (eds) Cognitive Models of Speech Processing Cambridge Mass MIT Press

Selkirk E (1984) Phonology and Syntax the relation between sound and structure Cambridge Mass MIT Press

E (1986)371ndash405

E (1990) On the nature of prosodic constituency comments on Beckman and EdwaPhonology I Cambridge CUP 179ndash200

Prosoacutedia 81

Selkirk E (1996) The Prosodic Structure of Function Words In J L Morgan amp K Demuth (eds) Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition

SelkirkProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce)

Selkirk glish In S Frota M

Shaked syntactic and phonological constraints in Hebrew

Shattuc importance of phonological transcription in

Shattucle of prosodic structure In Merle Horne (ed) Prosody

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23

Sudoof er S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp

Tenani guecircs do brasil implicaccedilotildees para a

Trucke On the relation between syntactic phrases and phonological

Trucke

Turk A ufnagel (2000) Word-boundary-related duration patterns in

Turk A 7) Multiple targets of phrase-final lengthening

van He R S Kirsner (2004) Phonetic or phonological contrasts in Dutch

Mahwah Lawrence Erlbaum Associates 187-213

E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Dordrecht Kluwer 231-261

E (2005) Comments on Intonational Phrasing in EnVigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

A (2007) Competingprosodic phrasing The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 169-199

k-Hufnagel S (1995) The empirical approaches to ldquostress shiftrdquo versus ldquoearly accentrdquo comments on Grabe and Warren and Vogel Bunnell and Hoskins In B Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 128ndash 140

k-Hufnagel S (2000) Phrase-level phonology in speech production planning Evidence for the roTheory and Experiment Dordrecht Kluwer Academic Publishers 201-229

months Child Development 77(2) 281-296

f S D Lenertovaacute R MeyJ SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

L (2002) Domiacutenios prosoacutedicos no Portuprosoacutedia e para a aplicaccedilatildeo de processos fonoloacutegicos PhD dissertation Universidade Estadual de Campinas

nbrodt H (1999) phrases Linguistic Inquiry 30 219ndash255

nbrodt H (2002) Upstep and embedded register levels Phonology 19 77-120

Truckenbrodt H (2007) Upstep on edge tones and on nuclear accents In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter Vol 2 349-386

Turk A amp J R Sawusch (1997) The domain of accentual lenthening in American English Journal of Phonetics 25 25-41

amp S Shattuck-HEnglish Journal of Phonetics 28 397-440

amp S Shattuck-Hufnagel (200in American English words Journal of Phonetics 35 445-472

uven V ampboundary tones In Linguistics in the Netherlands 21 102-113 AmsterdamPhiladelphia John Benjamins

82 Soacutenia Frota

Vanrell M (2007) A tonal scaling contrast in Majorcan Catalan interrogatives Journal of Portuguese Linguistics 6(1) 147-178 (Special issue Prosody in Ibero-Romance and related languages ed by G Elordieta and M Vigaacuterio)

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

Viana M C (1987) Para a siacutentese da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Dissertaccedilatildeo para acesso agrave categoria de Investigador Auxiliar Lisboa CLUL-INIC

httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

M (1998) Aspectos da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu estruturas com adveacuter

Vigaacuteriobio de exclusatildeo e negaccedilatildeo fraacutesica Braga CEHUM

465-477 Lisboa APLColibri

stics 2-2 (Special Issue on Portuguese

ial Issue Crosslinguistic Perspectives on the Development of Prosodic

Vigaacuterio m signal to grammar Rhythm and the th

sterdam John Benjamins 137-158

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

Vigaacuterio M (2003) The Prosodic Word in European Portuguese BerlinNew York Mouton de Gruyter

Vigaacuterio M (2009) The Prosodic Word Group as a domain of prosodic hierarchy Paper given at the Sixth Old Conference in Phonology (OCP6) Univ Edinburgh

Vigaacuterio M amp I Faleacute (1994) A Siacutelaba no Portuguecircs Fundamental uma descriccedilatildeo e algumas consideraccedilotildees de ordem teoacuterica In Actas do IX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese LinguiPhonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M M J Freitas amp S Frota (2006) Grammar and frequency effects in the acquisition of prosodic words in European Portuguese Language and Speech (SpecWords edited by K Demuth) 49(2) 175-203

M S Frota amp M J Freitas (2003) Froacquisition of syllable structure Proceedings of the 27 Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

Wenk B amp F Wioland (1982) Is French really syllable-timed Journal of Phonetics 10 193-216

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (eds) Phonetics and Phonology Interactions and interrelations Am

Prosoacutedia 83

Wightman CW S Shattuck-Hufnagel M Ostendorf amp P J Price (1992) Segmental durations in the vicinity of prosodic phrase boundaries Journal of the Acoustical Society of America 91 (3) 1707-1717

Zerbian S (2007) Phonological phrasing in Northern Sotho (Bantu) The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing edited by S Frota amp P Prieto) 24

Zsiga Eers in

233-262

(1995) An acoustic and electropalatographic study of lexical and postlexical palatalization in American English In B Connell amp A Arvaniti (eds) PapLaboratory Phonology IV Cambridge CUP 282-302

  • Prosoacutedia
    • Relatoacuterio
    • Soacutenia Frota
      • Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa
        • Conteuacutedos
          • Estrutura prosoacutedica
            • Leacutexico entoacional
            • Restriccedilotildees distribucionais
            • Implementaccedilatildeo foneacutetica
              • Bibliografia alargada
Page 8: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em

Prosoacutedia 11

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A study based on speech resynthesis JASA 105 512-521

Ramus F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition 73 265-292

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp J SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (eds) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

12 Soacutenia Frota

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

43 CONSIDERACcedilOtildeES SOBRE O PROGRAMA E A BIBLIOGRAFIA O programa encontra-se organizado em seis moacutedulos O primeiro constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes

Os moacutedulos dois trecircs e quatro satildeo respectivamente dedicados aos constituintes prosoacutedicos ao ritmo e agrave melodia Apesar de formarem moacutedulos autoacutenomos esta apresentaccedilatildeo sequencial favorece a compreensatildeo da organizaccedilatildeo sonora da linguagem como uma estruturaccedilatildeo em constituintes que se manifesta em diversos domiacutenios da mateacuteria sonora desde os fenoacutemenos de sacircndi agraves relaccedilotildees de proeminecircncia e fenoacutemenos riacutetmicos e agrave distribuiccedilatildeo dos eventos tonais que compotildeem as melodias A estrutura interna de cada um dos trecircs moacutedulos parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio e da aplicaccedilatildeo de instrumentos elementares de anaacutelise prosoacutedica para a problematizaccedilatildeo de questotildees especiacuteficas e a exploraccedilatildeo de potenciais caminhos para a construccedilatildeo de respostas aos problemas e hipoacuteteses levantados Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial

Os dois uacuteltimos moacutedulos do programa tambeacutem autoacutenomos entre si pressupotildeem todavia os conhecimentos e competecircncias anteriormente adquiridos Nestes dois moacutedulos constituecircncia prosoacutedica ritmo e entoaccedilatildeo satildeo trabalhados na perspectiva do processamento da liacutengua (moacutedulo 5) e da aquisiccedilatildeo da liacutengua (moacutedulo 6) No primeiro caso salienta-se o papel da prosoacutedia no processamento lexical e sintaacutectico No segundo caso realccedila-se o contributo da prosoacutedia para a aquisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo do proacuteprio desenvolvimento prosoacutedico Aqui como anteriormente faz-se especial referecircncia a estudos sobre o Portuguecircs

Prosoacutedia 13

Atravessa todo o programa uma forte componente experimental pois pretende-se de acordo com os objectivos do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 33) uma compreensatildeo activa do componente prosoacutedico da linguagem atraveacutes do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de estudo da prosoacutedia e da sua aplicaccedilatildeo em pequenos projectos de investigaccedilatildeo A bibliografia geral apresentada obedece a trecircs criteacuterios fundamentais acompanhando as linhas de organizaccedilatildeo do programa acima descritas (i) a inclusatildeo de bibliografia de niacutevel introdutoacuterio e de niacutevel intermeacutedio e avanccedilado (ii) a selecccedilatildeo de textos que privilegiam a caracterizaccedilatildeo prosoacutedica do Portuguecircs no quadro da comparaccedilatildeo entre liacutenguas juntamente com textos sobre liacutenguas diversas em ambos os casos fazendo recurso a um quadro teoacuterico homogeacuteneo e utilizando metodologias experimentais (iii) a acessibilidade dos textos especialmente atraveacutes de recursos bibliograacuteficos on-line A bibliografia geral eacute disponibilizada no ano anterior ao do funcionamento do seminaacuterio juntamente com o programa No decurso do funcionamento do seminaacuterio para cada moacutedulo do programa satildeo indicadas referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Estas referecircncias na sua maior parte constam da bibliografia geral inicialmente disponibilizada Todavia podem surgir novos textos a indicar ao longo do seminaacuterio que pelo seu caraacutecter extremamente especiacutefico orientado para determinada mateacuteria ou por terem sido recentemente produzidospublicados ou por corresponderem a interesses particulares de alunos natildeo foram incluiacutedos na bibliografia geral Entenda-se pois a bibliografia como um espaccedilo com abertura e flexibilidade ajustaacutevel a necessidades conjunturais No final do seminaacuterio eacute fornecida aos alunos uma bibliografia alargada (em Anexo) 44 PLANIFICACcedilAtildeO DAS MATEacuteRIAS A distribuiccedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos por horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio segue o seguinte plano Conteuacutedos Horas

lectivas1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes

prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica

3

14 Soacutenia Frota

12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis

6

3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

9

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

9

5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

6

6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico

7~9

Conferecircncias (moacutedulos 2 a 6) 3~5 Total de horas lectivas 45

As horas lectivas atribuiacutedas a cada moacutedulo variam em 6 a 9 (isto eacute 2 a 3 sessotildees de 3 horas cada) agrave excepccedilatildeo do primeiro moacutedulo de introduccedilatildeo geral ao seminaacuterio As horas efectivas atribuiacutedas ao moacutedulo seis dependem da integraccedilatildeo no programa de duas ou trecircs conferecircncias na aacuterea de especialidade do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 32 e introduccedilatildeo agrave secccedilatildeo 4) Estas conferecircncias podem contribuir para qualquer um dos moacutedulos dois a seis do programa Excepto no caso das conferecircncias e dos ajustes de horaacuterio que elas possam implicar as horas lectivas satildeo organizadas em sessotildees de 3 horas ao longo do semestre

Prosoacutedia 15

5 OS MEacuteTODOS DE ENSINO 51 METODOLOGIAS E RECURSOS Em conformidade com os objectivos do seminaacuterio explicitados na secccedilatildeo 33 o ensino articula a apresentaccedilatildeo de conteuacutedos e sua problematizaccedilatildeo e discussatildeo com a exemplificaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas experimentais de estudo da prosoacutedia e o exerciacutecio da sua aplicaccedilatildeo As sessotildees do seminaacuterio funcionam assim combinando os formatos de conferecircncia (exposiccedilatildeo problematizaccedilatildeo discussatildeo) e de workshop (propostas exemplificaccedilatildeo exerciacutecios aplicaccedilatildeo a novos casos discussatildeo) Os conteuacutedos de cada moacutedulo satildeo perspectivados como o resultado de questotildees de investigaccedilatildeo e discutidos como despoletadores de novas questotildees Assim os alunos satildeo conduzidos a assumir as perspectivas do investigador ndash como aquele que coloca as questotildees e traccedila um percurso experimental na busca das respostas ndash e do utilizador do conhecimento cientiacutefico o profissional que no desempenho da sua actividade necessita de conhecimento especializado e do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de anaacutelise produtoras de informaccedilatildeo especiacutefica Esta abordagem visa promover o desenvolvimento das competecircncias necessaacuterias agrave produccedilatildeo de investigaccedilatildeo autoacutenoma na aacuterea da prosoacutedia eou agrave praacutetica de actividades que exigem conhecimentos especializados nesta aacuterea A concretizaccedilatildeo das formas de ensino que acabei de expor exige a disponibilizaccedilatildeo de recursos vaacuterios particularmente nos domiacutenios do suporte informaacutetico e laboratorial Todas as sessotildees do seminaacuterio implicam a utilizaccedilatildeo de equipamento multimeacutedia ndash computador projector viacutedeo sistema de som ndash exigindo uma sala preparada para este efeito Programas de anaacutelise e siacutentese de fala bem como de apresentaccedilatildeo de estiacutemulos para tarefas de percepccedilatildeo satildeo utilizados tanto na exemplificaccedilatildeo de casos de estudo como nos exerciacutecios realizados Destacam-se em particular os seguintes programas Praat desenvolvido por Paul Boersma e David Weenink (Institute of Phonetic Sciences University of Amsterdam) e de distribuiccedilatildeo gratuita (httpwwwpraatorg) SpeechStation2 da Sensimetrics (httpwwwsenscom) existente no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab SuperLab Pro da Cedrus (httpwwwsuperlabcom) tambeacutem disponiacutevel no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab Habit (httphabitcmbucdavisedu) de

16 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo gratuita Satildeo ainda recursos utilizados os sistemas de anotaccedilatildeo prosoacutedica ToBI adaptados a diferentes liacutenguas httpwwwlingohio-stateedu~tobiame_tobi httpprosodia upfeducat_tobien httpwwwfl ulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm O suporte laboratorial do seminaacuterio eacute garantido pelo Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tendo os alunos acesso a todos os equipamentos disponiacuteveis bem como a corpora e bases de dados e beneficiando da orientaccedilatildeo praacutetica de doutorandos e bolseiros de investigaccedilatildeo associados ao laboratoacuterio 52 AVALIACcedilAtildeO De acordo com o Regulamento de Estudos poacutes-graduados da UL (httpwwwflulptlexregulamento_pgpdf ) a avaliaccedilatildeo do seminaacuterio eacute expressa no no intervalo de 10 a 20 valores da escala inteira de 0 a 20 Os alunos podem optar por um de dois modelos de trabalho final de seminaacuterio (i) a realizaccedilatildeo de um trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio (estudo piloto) ou (ii) a apreciaccedilatildeo criacutetica de um artigo sobre um estudo experimental Os alunos que pretendem concluir o ciclo de estudos com a elaboraccedilatildeo de uma dissertaccedilatildeo de natureza cientiacutefica ou de um trabalho de projecto original satildeo incentivados a optar pelo modelo (i) O modelo (ii) eacute direccionado para alunos que pretendem realizar um estaacutegio de natureza profissional e respectivo relatoacuterio (ver Normas regulamentares do mestrado Linguiacutestica httpwwwflulpt dlgrptensinociclo2programas0_Mestr_Ling_Regulamentodoc) O tema do trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio poderaacute ser escolhido entre os temas de trabalho apresentados pela docente ao longo do semestre ou proposto pelo aluno Para a escolha do tema satildeo ponderados o seu interesse para o projecto de investigaccedilatildeo pessoal do aluno a exequibilidade do trabalho no tempo disponiacutevel (habitualmente cerca de 5 semanas) os recursos e o apoio necessaacuterios agrave execuccedilatildeo do trabalho O trabalho deve ser individual original e especialmente realizado para o seminaacuterio podendo todavia integrar um projecto de investigaccedilatildeo pessoal jaacute em curso especialmente no caso dos estudantes de doutoramento A orientaccedilatildeo do trabalho cabe agrave docente do seminaacuterio podendo membros da equipa do Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tambeacutem sob sua orientaccedilatildeo apoiar o aluno na realizaccedilatildeo do trabalho

Prosoacutedia 17

Dada a sua natureza de estudo piloto o trabalho deve explorar uma abordagem experimental do tema escolhido com uma recolha de dados de dimensatildeo pequena mas suficiente para problematizar o sucesso da abordagem utilizada e abrir caminhos de investigaccedilatildeo futura Numa fase intermeacutedia da realizaccedilatildeo do trabalho este eacute apresentado e discutido oralmente O formato final do trabalho eacute o formato de um artigo com o nuacutemero maacuteximo de 15 paacuteginas A avaliaccedilatildeo do trabalho eacute feita com base nos seguintes paracircmetros enquadramento do tema na literatura da especialidade meacuterito da abordagem experimental escolhida domiacutenio dos meacutetodos e teacutecnicas experimentais capacidade de analisar os dados e extrair implicaccedilotildees dos resultados dessa anaacutelise No que respeita ao modelo (ii) o artigo a apreciar eacute escolhido a partir de uma lista apresentada pela docente O formato final da apreciaccedilatildeo criacutetica eacute o de um parecer com o nuacutemero maacuteximo de 8 paacuteginas Da apreciaccedilatildeo criacutetica a elaborar pelo aluno devem constar um resumo do artigo a discussatildeo da sua relevacircncia face ao enquadramento na literatura em que se situa a pertinecircncia das questotildees de investigaccedilatildeo que examina a propriedade da metodologia utilizada para esse efeito e a importacircncia dos resultados obtidos e suas implicaccedilotildees para estudos posteriores A avaliaccedilatildeo do seminaacuterio corresponde agrave avaliaccedilatildeo obtida no trabalho final 6 OS CONTEUacuteDOS E SEU DESENVOLVIMENTO

Nenhum vento sopra a favor

de quem natildeo sabe para onde ir

Seacuteneca

Things should be made as simple

as possible

but not any simpler

Albert Einstein

Para cada moacutedulo do programa do seminaacuterio de Prosoacutedia apresenta-se um sumaacuterio das mateacuterias abordadas indicam-se potenciais linhas de investigaccedilatildeo e listam-se referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Como referido anteriormente (secccedilatildeo 43) a estrutura interna de cada moacutedulo parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio para a problematizaccedilatildeo de questotildees particulares de investigaccedilatildeo Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs

18 Soacutenia Frota

(variedade standard falada na regiatildeo de Lisboa) num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial 61 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

O primeiro moacutedulo do programa constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia

em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes O papel desempenhado pela estrutura prosoacutedica enquanto elemento organizador das sequecircncias de fala encontra-se bem estabelecido na literatura A estrutura prosoacutedica agrupa fragmentos da cadeia falada em constituintes prosoacutedicos hierarquicamente organizados delimitados por fronteiras e caracterizados por proeminecircncias de diferentes niacuteveis (Figura 1)

Figura 1 Exemplificaccedilatildeo de estrutura prosoacutedica da siacutelaba ao sintagma entoacional Os constituintes prosoacutedicos satildeo marcados por constelaccedilotildees de propriedades que constituem a maior fonte de evidecircncia empiacuterica para a estrutura prosoacutedica Entre

Prosoacutedia 19

estas propriedades contam-se os fenoacutemenos que mostram que a realizaccedilatildeo de segmentos (ou de tons no caso de liacutenguas tonais) eacute afectada pela estrutura prosoacutedica fenoacutemenos de sacircndi (1a) fenoacutemenos de reforccedilo inicial de constituinte (1b) ou de alongamento final de constituinte (Figura 2) Tambeacutem os fenoacutemenos riacutetmicos satildeo sensiacuteveis agrave estrutura prosoacutedica por exemplo a forma como situaccedilotildees de antagonismo acentual motivadas pela proximidade de duas siacutelabas proeminentes satildeo resolvidas (ou natildeo) depende da organizaccedilatildeo prosoacutedica das duas siacutelabas num mesmo constituinte ou em constituintes diferentes (2) Tanto a realizaccedilatildeo dos eventos tonais que fazem a entoaccedilatildeo de uma sequecircncia de fala como a sua distribuiccedilatildeo reflectem a estrutura prosoacutedica por exemplo a altura relativa de um tom depende da sua realizaccedilatildeo dentro de um mesmo constituinte dos tons precedentes ou como o tom inicial de um novo constituinte prosoacutedico (3) e certos padrotildees de ocorrecircncia de eventos tonais satildeo indicadores do tipo de estrutura prosoacutedica da sequecircncia de fala a que se associam (4) (1) a [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[z] [ccedil S] jornalista[S] ]I b [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[S] ]IP [ [awS] jornalista[S] ]I

Figura 2 Alongamento final em fronteira de sintagma

b

40

45

50

55

60

σ

MV SF CF

Speakers

Test-word 1A

_ ]φ

_ ] Ι

fonoloacutegico e sintagma entoacional na palavra progressiva Duraccedilatildeo meacutedia da siacutelaba toacutenica e poacutes-toacutenica em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo da palavra para 3 informantes (Frota 2000 p192)

(2) a [thirteen men] φ Tennessee]φ won

20 Soacutenia Frota

(3) o

o

o o

o ]

) uma grande subida dos preccedilos

gt [uma grande subida]φ [dos preccedilos]φ

A implementaccedilatildeo de propriedades riacutetmicas e meloacutedicas mostra que a

[ ] [ H H H H H (4 T T T T T T T gt [uma grande subida dos preccedilos]φ estrutura prosoacutedica tem um papel relevante para a organizaccedilatildeo riacutetmica e entoacional das liacutenguas A estrutura prosoacutedica estabelece a cadeia de proeminecircncias e as fronteiras disponiacuteveis como pontos de associaccedilatildeo de eventos tonais Os eventos tonais de tipo culminativo ou acentual (acentos tonais) ligam-se a elementos da cadeia de proeminecircncias designadamente a cabeccedilas dos constituintes prosoacutedicos contribuindo para a realizaccedilatildeo dessas proeminecircncias Os eventos tonais de tipo demarcativo ou de fronteira ligam-se agraves margens dos constituintes prosoacutedicos (Figura 3) A estrutura entoacional relaciona-se assim com a organizaccedilatildeo em constituintes prosoacutedicos

Figura 3 Estrutura prosoacutedica e eventos tonais

Prosoacutedia 21

As propriedades que assinalam a estrutura prosoacutedica satildeo usadas no

ibliografia especiacutefica

processamento lexical na desambiguaccedilatildeo sintaacutectica (ver moacutedulo 5) ou na identificaccedilatildeo de unidades morfossintaacutecticas e de unidades fonoloacutegicas no processo de aquisiccedilatildeo da liacutengua (ver moacutedulo 6) B

and focus in European Portuguese Phonological phrasing

Ladd D

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS

CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS tuguecircs

ica e niacuteveis

O moacutedulo dois do programa eacute dedicado ao estudo de constituintes

constituintes (5b)

rota S (2000) ProsodyF

and intonation New York Garland Publishing Chap 1 Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma

entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076 R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Chap 1-2 Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition

2007 Mouton) Chap 1-2 6 221 Domiacutenios prosoacutedicos no Por22 Sobre a natureza da estrutura prosoacuted23 Como definir um domiacutenio constituintes prosoacutedicos Satildeo particularmente considerados os constituintes acima da palavra dada a sua relevacircncia para os fenoacutemenos riacutetmicos e entoacionais e a liacutengua em anaacutelise para este estudo de constituintes prosoacutedicos eacute o Portuguecircs Europeu Partindo da abordagem da fonologia prosoacutedica em que os constituintesprosoacutedicos resultam da aplicaccedilatildeo de mecanismos de interface entre morfossintaxe e fonologia modulada por restriccedilotildees de natureza puramente fonoloacutegica eacute apresentada a construccedilatildeo dos constituintes sintagma fonoloacutegico (φ e sintagma entoacional (I) em diversas liacutenguas Esta construccedilatildeo eacute reveladora dos dois grandes princiacutepios de organizaccedilatildeo prosoacutedica das sequecircncias de fala o princiacutepio demarcativo que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as margens de constituintes (5a) e o princiacutepio do agrupamento que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as relaccedilotildees existentes entre

22 Soacutenia Frota

(5) a Alinhame

margens de umnto entre as margens de um dado constituinte sintaacutectico e as

dado constituinte prosoacutedico

ini Direita XP

constituintes adjacentes ompl odifi

eza fonoloacutegica que operam sobre os onstituintes prosoacutedicos dizem respeito aos factores tamanho peso balanccedilo e s)sim

(Ghini 1993) Direita XP ( ω ω ω ω ω ) φ

ω )φ

φ (

eg sintagma fonoloacutegico Japonecircs Esquerda XP Chi Mw

b Relaccedilatildeo entre cabeccedilas e(cabeccedilac emento cabeccedilam cador etc)

eg sintagma fonoloacutegico Papago Chichewa Wrap XP

Tipicamente as restriccedilotildees de naturc(a etria como ilustrado em (6) (6) Sintagma fonoloacutegico Italiano

( ω ω )φ ( ω )φ ( ω )φ ( )φ ( ( ω ω ω ω ω )φ ( ω ω )φ ( ω ω ω )φ

φ ( lowast( ω ω ) ω ω ) ω ) φ )

lowast( ω ω ω φ

)φ (

(

( ω ω ) φ lowast( ω ω ω ω )φ ( ω )φ

lowast( ω )φ ( ω )φ ( ω ω )φ ω ) φ

oloacutegico e do sintagm entoacional no Portuguecircs Europeu e satildeo descritas as propriedades foneacutetic

e uma cabeccedila lexical agrupando a cabeccedila e todos os elemen

Neste quadro eacute estudada a formaccedilatildeo do sintagma fona

as e fonoloacutegicas que assinalam estes constituintes Para ambos os constituintes mostra-se a relevacircncia do princiacutepio de agrupamento e o efeito de restriccedilotildees fonoloacutegicas

A formaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico no PE refere o domiacutenio sintaacutectico da projecccedilatildeo maacutexima d

tos no seu lado natildeo recursivo num mesmo φ Este φ pode ainda conter um constituinte sintaacutectico seguinte pertencente ao mesmo domiacutenio se este constituinte natildeo tiver condiccedilotildees para formar um φ por si soacute Tais condiccedilotildees satildeo fonologicamente determinadas por uma restriccedilatildeo de tamanho miacutenimo segundo a qual um φ deveraacute conter mais material do que uma palavra prosoacutedica O elemento mais proeminente de φ eacute a sua uacuteltima palavra prosoacutedica ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita do constituinte como na generalidade das

Prosoacutedia 23

liacutenguas com a ordem sintaacutectica cabeccedila-complemento A demonstraccedilatildeo empiacuterica desta anaacutelise assenta em evidecircncias duracionais ligadas a fenoacutemenos riacutetmicos (Figura 4) em evidecircncias segmentais resultantes da (natildeo)aplicaccedilatildeo de sacircndi vocaacutelico tambeacutem devido a restriccedilotildees riacutetmicas (7) e em evidecircncias entoacionais de distribuiccedilatildeo de acentos tonais (ver (4) acima)

Figura 4 O sintagma fonoloacutegico e o alongamento da 1ordf de duas siacutelabas toacutenicas adjacentes numa situaccedilatildeo de antagonismo acentual dentro de um mesmo φ [ ]

(7) Vog de φ a

negrito ais afectadas a sublinhado siacutelaba toacutenica em maiacutesculas cabeccedila

[ o danccedilaRIno ] φ [ Ama ] φ [ a bailarina russa ] φ danccedilarinama (ltdanccedilarino+ama)

[ o bailaRIno ] φ [ ANda SEMpre ] φ [ de limusine preta ] φ

emarcativo no mapeamento quer

leccionando a margem direita quer seleccionando a margem esquerda (ver respect

okbailarinanda (ltbailarino+anda)

A aplicaccedilatildeo do princiacutepio dse

ivamente (8a) e (8b) ) resulta numa estrutura prosoacutedica que natildeo permite dar conta das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas acima descritas1 Na 1 Importa notar que em linha com o observado para outras liacutenguas romacircnicas as cabeccedilas lexicais apenas contam como cabeccedilas prosoacutedicas quando na sua posiccedilatildeo natildeo marcada (no caso do adjectivo quando no lado recursivo ndash ver Nespor amp Vogel 1986)

24 Soacutenia Frota

ilustraccedilatildeo em (8) a organizaccedilatildeo prosoacutedica natildeo marcada corresponde a (8a) em i e a (8b) em ii ou seja corresponde a um padratildeo de agrupamento de N e A separadamente de PP

(8) [ N [ A ]AP PP ]NP ii [ A N PP ]NP

)

A formaccedilatildeo do sintagma entoacional (I) no PE refere o domiacutenio de uma

ccedilatildeo em Is no PE dispotildee de forte evidecircncia empiacuterica Vaacuterios noacuteme

interpretaccedilotildees (ateacute ao nono ano como modificador de alunas ou como

i (a) ( )φ ( )φ ( φ

) (b) ( )φ( φ ( )φ ( )φ( )φ

frase raiz distinguindo todas as expressotildees natildeo estruturalmente a ela ligadas como expressotildees parenteacuteticas toacutepicos ou outros suplementos2 Estas uacuteltimas formam Is independentes enquanto todos os φs no domiacutenio da frase raiz satildeo agrupados num mesmo I Decorre deste mapeamento que os constituintes presentes num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador Os sintagmas entoacionais satildeo sujeitos a condiccedilotildees fonoloacutegicas que interagem com os mecanismos de mapeamento produzindo a organizaccedilatildeo prosoacutedica em Is de uma sequecircncia de fala Estas condiccedilotildees regulam o peso dos Is constituintes longos tendem a ser divididos prefere-se constituintes balanceados ou o constituinte mais longo agrave direita O elemento mais proeminente de I eacute o seu uacuteltimo φ ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita A organizafe nos de sacircndi aplicam-se no domiacutenio de I (veja-se (1) acima e tambeacutem (9) Este eacute o domiacutenio do alongamento final preacute-fronteira (jaacute ilustrado na Figura 2) e tambeacutem do locus de ocorrecircncia de pausa O sintagma entoacional tem ainda uma definiccedilatildeo meloacutedica precisa ele constitui o domiacutenio da melodia miacutenima dado que apenas a cabeccedila de I requere obrigatoriamente um acento tonal e apenas a fronteira direita de I eacute obrigatoriamente marcada por um tom de fronteira Na Figura 5 ilustra-se o contraste entre [as alunas] produzido como um φ ou como um I evidenciado pela realizaccedilatildeo da fricativa e pela curva meloacutedica e correspondendo a diferentes estruturas sintaacutecticas com diferentes

expressatildeo adverbial temporal caracterizadora de toda a acccedilatildeo)

2 Dependendo da abordagem sintaacutectica seguida o domiacutenio para a formaccedilatildeo de I tem sido identificado como Extended Projection of VP ou como Comma Phrase (veja-se por exemplo Elordieta et al 2005 ou Selkirk 2005) Segue-se no seminaacuterio a abordagem mais claacutessica sem entrar na discussatildeo da anaacutelise sintaacutectica das diferentes estruturas

Prosoacutedia 25

(9) a [ a[z] aluna[z] obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

b [ a[z] aluna[S] ]I [ ateacute onde pensamo[S] e sabemo[S] ]I [ obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

ento em Is eacute document licaacutevel pela referecircncia do constituinte mais longo agrave direita

I I

rie s acional no

E

Figura 5 Evidecircncias segmentais e entoacionais para I

O papel das restriccedilotildees fonoloacutegicas na determinaccedilatildeo do fraseamado em (10) note-se o contraste entre (a) e (b) exp

p (10) a [ O galatilde andava de porsche ]I

a [ O galatilde ]I [ andava de porsche ]I a [ O galatilde andava ] [ de porsche ]

b [ O poeta cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I b [ O poeta ] [ cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I Ib [ O poeta cantou ]I [ uma manhatilde angelical perturbadora ]I

O Quadro 1 (extraiacutedo de Frota no prelo) sintetiza as prop dade

foneacuteticas e fonoloacutegicas do sintagma fonoloacutegico e do sintagma entoP

26 Soacutenia Frota

rties Segmental Durational Tonal Prominence

Quadro 1 Estrutura prosoacutedica do PE propriedades de φ e I (Frota no prelo)

PropePhP NO NO NO Rightmost (default)

el

PhP heads constrain the output of vowsandhi

stress Domain forstrengthening

IP Domain for many segmental processes Domain for

oclitics

Final lengthening IP-edge Locus of

Domain for pitch accent distribution IP heads require a

lt)

resyllabification Left edge reducedforms of prare highly disfavoured

pauses pitch accent Right edge requires boundary tone Left edge optionally marked

Rightmost (defauFocus prominence (not positional)

co

Os ca em

constituintes entoacionais podem ser implementados diferentemente nas

Figura 6 Organizaccedilatildeo prosoacutedica em constituintes entoacionais variaccedilatildeo entre liacutenguasvariedades Tamanho (curtolongo) e

mplexidade (natildeo ramificado ramificaccedilatildeo simples ramificaccedilatildeodupla)

muacuteltiplos factores que regulam a organizaccedilatildeo prosoacutedi

Prosoacutedia 27

gramaacuteticas fonoloacutegicas das liacutenguas mesmo no caso de liacutenguas proacuteximas ou ateacute de va

tura prosoacutedica permanecem todavia

da combinaccedilatildeo de restriccedilotildees fonoloacutegicas com mecanismos

te da estrutura morfossintaacutectica eacute pouco profunda

riedades da mesma liacutengua Esta diversidade eacute ilustrada pelo comportamento do Castelhano Catalatildeo Italiano Portuguecircs Europeu do Norte (Braga) e Portuguecircs Europeu de Lisboa no que respeita agrave divisatildeo de uma frase SVO em dois constituintes (S) (VO) face a factores como o tamanho em siacutelabas e a complexidade sintaacutectica e prosoacutedica (Figura 6)

O quadro de anaacutelise em constituintes prosoacutedicos atraacutes exposto tem dado resultados profiacutecuos para o conhecimento da estrutura prosoacutedica das liacutenguas Duas questotildees essenciais sobre a natureza da estru

em aberto existem diferentes tipos de estrutura prosoacutedica ou uma uacutenica estrutura que governa fenoacutemenos tatildeo variados como os referidos acima como eacute definido um constituinte prosoacutedico (existe equivalecircncia entre constituintes e niacuteveis na estrutura) A primeira questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo das diferentes abordagens da estrutura prosoacutedica que tecircm sido propostas na literatura designadamente uma estrutura que resulta de interface entre a fonologia e outros componentes da gramaacutetica (a linha dominante no acircmbito da fonologia prosoacutedica) ou uma estrutura que eacute definida exclusivamente com base em fenoacutemenos de entoaccedilatildeo ou de proeminecircncia e cujos constituintes resultam apenas das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas que os caracterizam (abordagem comum no acircmbito dos estudos entoacionais) A resposta para esta questatildeo eacute fundamentalmente empiacuterica e passa pela aplicaccedilatildeo de paradigmas experimentais em que os diferentes factores satildeo controlados e testados e em que mais do que um tipo de propriedade marcadora da estrutura prosoacutedica eacute examinado A segunda questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo da ausecircncia de recursividade na estrutura prosoacutedica Na maioria das abordagens a estrutura prosoacutedica diferentemenTodavia algumas formas limitadas de recursividade tem sido propostas fazendo com que natildeo exista uma correspondecircncia directa entre niacuteveis de constituecircncia prosoacutedica e niacuteveis de fraseamento prosoacutedico Dado que as pistas para a organizaccedilatildeo prosoacutedica tendem a assinalar diferenccedilas entre niacuteveis a definiccedilatildeo dos constituintes prosoacutedicos resulta menos clara Mais uma vez a resposta exige trabalho experimental direccionado para a procura de diferenccedilas de tipo (apontando para categorias prosoacutedicas distintas) versus diferenccedilas de

28 Soacutenia Frota

grau (apontando para formas de organizaccedilatildeo prosoacutedica de instacircncias de uma mesma categoria) No que especificamente respeita ao PE eacute crucial estudar-se a organizaccedilatildeo prosoacutedica em outras variedades para aleacutem da variedade standard e verificar ateacute que ponto as propriedades caracterizadoras dos sintagmas fonoloacutegico e entoacional (Quadro 1 acima) tecircm caraacutecter geral na liacutengua O caso do sintagma fonoloacutegico eacute especialmente relevante dada a ausecircncia de evidecircncias segmentais duracionais e tonais proacuteprias que assim caracterizam a manifestaccedilatildeo subtil deste constituinte no PE quando comparada com outras liacutenguas (eg Nespor amp Vogel 1986 Hayes amp Lahiri 1991 Ghini 1993 entre outros) Bibliografia especiacutefica DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational

dic and syntactic structure In S Frota J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series

Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Frota S

Ghini osal Toronto Working Papers in

Hayes

Phrasing in Romance The role of prosoM Vigaacuterio amp M

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143 (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Caps 2-3

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291 M (1993) φ-formation in Italian a new propLinguistics 122 41ndash79

B amp A Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Inkelas S amp D Zec (1995) Syntax-phonology Interface In JA Goldsmith (ed) The Handbook of Phonological Theory Cambridge Mass Blackwell 535-549

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Prosoacutedia 29

63 RITMO 3 RITMO 1 Noccedilotildees de ritmo

es abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia iacutetmico classes ou contiacutenuo

ar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs loraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

dedicado ao estudo do ritmo Satildeo ritmo na menos e

332 Diferent3 Espaccedilo r3

34 Analis35 Correlaccedilotildees e exp O moacutedulo trecircs do programa eacute apresentadas diferentes noccedilotildees de ritmo sublinhando-se o lugar doorganizaccedilatildeo prosoacutedica das liacutenguas e o conjunto variado de fenoacutepropriedades que podem contribuir para a sensaccedilatildeo de ritmo Trabalham-se estudos de produccedilatildeo e percepccedilatildeo do ritmo no Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas Como vimos no moacutedulo 1 a estrutura prosoacutedica define uma cadeia de proeminecircncias ao mesmo tempo que os domiacutenios prosoacutedicos regulam a aplicaccedilatildeo de fenoacutemenos riacutetmicos Uma noccedilatildeo possiacutevel de ritmo eacute a estruturaccedilatildeo das proeminecircncias em sequecircncias de fala Para esta estruturaccedilatildeo contribuem as cabeccedilas dos diferentes constituintes prosoacutedicos (Figura 1) desde a siacutelaba toacutenica da cada palavra prosoacutedica ateacute agrave cabeccedila do sintagma entoacional bem como as suas propriedades de implementaccedilatildeo foneacutetica (duraccedilatildeo intensidade movimentos de F0 devidos agrave presenccedila de acentos tonais) Contribuem ainda os fenoacutemenos riacutetmicos que tendem a implementar uma certa alternacircncia entre posiccedilotildees fortes e fracas como os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de antagonismo acentual (ver (2) e Figura 1 acima) ou os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de intervalos de sequecircncias aacutetonas (11) Contribuem tambeacutem os fenoacutemenos de reforccedilo que visam garantir a proeminecircncia das cabeccedilas face agraves natildeo cabeccedilas como a colocaccedilatildeo do constituinte mais pesado no limite direito do sintagma fonoloacutegico ou do sintagma entoacional (12) ou a existecircncia de restriccedilotildees de peso na diferenciaccedilatildeo entre siacutelaba toacutenica e siacutelabas aacutetonas (mesmo em liacutenguas em que o peso silaacutebico natildeo constitui um factor relevante para a o acento ndash 13) Para fenoacutemenos deste tipo o domiacutenio prosoacutedico maacuteximo eacute o sintagma entoacional (I) pois tanto antagonismos como intervalos de sequecircncias aacutetonas natildeo satildeo resolvidos se quebrados por fronteiras de I

30 Soacutenia Frota

(11)

ann on ce I

2) ca] φ ] φ

3) Siacutelaba toacutenica em maiuacutesculas siacutelaba pesada a negrito

u peso relativos de um dad equecircncia estatildeo propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas

onstitui uma pista acuacutestica importante para o acento de alavra (Figura 7) bem como para a proeminecircncia de I A sonoridade dos gmen

[Gi i n lo da] (1 a [Maximiliano Ze b [Zeca Maximiliano (1

a canCcedilAtildeO OacuteRfatildeo b CRIacuteticatildeo Entre os factores que contam para a proeminecircncia o

o elemento numa sNo PE a duraccedilatildeo cpse tos definida por paracircmetros articulatoacuterios e acuacutesticos contribui para o peso (14) tal como a posiccedilatildeo relativa da cabeccedila na sequecircncia (15a) ou o tamanho e complexidade fonoloacutegicas dos elementos combinados (15b)

Figura 7 Duraccedilotildees da siacutelaba e acento

Prosoacutedia 31

(14) a ping pong vb tic tac vs tac tic

iluacute e Steacutefano com se e disseram [aacutegua-peacute] vs

O Joatildeo comprou segundo me disseram [aacutegua]

ritmo nas liacutenguas eacute com base em unidades

oacutecronas A abordagem tradicional do ritmo assenta na ideia de isocronia e

onoloacutegicos Esta abordagem deu origem a uma nova

s pong ping (15) a Steacutefano e Mariluacute vs Mar b O Joatildeo prou gundo m Uma outra noccedilatildeo importante para a caracterizaccedilatildeo doa isocronia isto eacute a sensaccedilatildeo de que o ritmo se constroacutei ispropotildee trecircs classes riacutetmicas em funccedilatildeo do tipo de isocronia ritmo silaacutebico com base na isocronia silaacutebica (de que seria exemplo o Italiano) ritmo acentual com base na isocronia entre intervalos acentuais (de que seria exemplo o Inglecircs) ritmo moraico com base na isocronia entre moras (de que seria exemplo o Japonecircs) A proposta inicial de classes riacutetmicas parte da intuiccedilatildeo linguiacutestica dando origem a deacutecadas de estudos foneacuteticos Todavia a existecircncia efectiva de unidades isoacutecronas realizadas foneticamente ficou por demonstrar Numa outra linha de estudos mostrou-se com sucesso que liacutenguas atribuiacutedas a diferentes classes satildeo distinguidas perceptivamente enquanto que liacutenguas atribuiacutedas a uma mesma classe natildeo o satildeo A visatildeo de que as sensaccedilotildees de ritmo captadas perceptivamente resultam de combinaccedilotildees de propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas tem sido dominante nos estudos flinha de estudos foneacutetico-fonoloacutegicos em que correlatos acuacutesticos para propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas satildeo procurados no sinal de fala Dos trecircs grandes tipos de propriedades inicialmente propostos por Dauer (1983 1987) ndash estrutura silaacutebica reduccedilatildeo vocaacutelica relaccedilatildeo entre entoaccedilatildeo e proeminecircncia ndash os dois primeiros tecircm merecido particular atenccedilatildeo A correlaccedilatildeo estabelecida entre estas propriedades e as classes riacutetmicas eacute apresentada em (16) (16) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica + -

Acentual Silaacutebico Moraico b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - Acentual Silaacutebico Moraico

32 Soacutenia Frota

A busca de correlatos acuacutesticos para estas propriedades que possam r para a explicaccedilatildeo dos resu ados p rceptivos de diferenciaccedilatildeo riacutetmica

diferentes

Variabilidade de iC - + Proporccedilatildeo de iV -

V

ritm a o no acirc deste enquadramento d ional baseada na isocronia o

ortuguecircs do Brasil (PB) tem sido referenciado como possuindo um ritmo

contribui lt etem dado origem a muacuteltiplas medidas do ritmo com sucessos(criticamente revistas em Arvaniti 2009) Todas elas partem da duraccedilatildeo de intervalos vocaacutelicos (iV) e consonacircnticos (iC) e medem variabilidade destes intervalos num dado domiacutenio ou a proporccedilatildeo destes num dado domiacutenio Se parece ser claro que pelo menos algumas destas medidas efectivamente captam diferenccedilas riacutetmicas tambeacutem parece ser claro que o espaccedilo riacutetmico que definem nem sempre caracteriza classes riacutetmicas diferenciadas sugerindo por vezes um contiacutenuo riacutetmico Veja-se a correlaccedilatildeo entre estas medidas e as propriedades em (16) acima (17) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica +

+ -

b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - + Variabilidade de i - O o do Portuguecircs eacute aqui analis d mbito foneacutetico-fonoloacutegico Na abordagem tra icPacentual um ritmo silaacutebico ou um ritmo misto dependendo dos autores e dos criteacuterios considerados Jaacute o PE tem sido caracterizado como tendo um ritmo acentual A abordagem que busca a razatildeo de ser das sensaccedilotildees de ritmo nas propriedades presentes na liacutengua e procura correlatos acuacutesticos para essas propriedades conduz a resultados diversos Uma vez controladas as diferenccedilas de velocidade de fala os ritmos das duas variedades apresentam-se acusticamente distintos de acordo com as medidas de variabilidade de iC e de proporccedilatildeo de iV3 o ritmo do PE define-se como misto entre acentual e silaacutebico agrupando-se numa dimensatildeo com o Inglecircs ou o Neerlandecircs e noutra com o Italiano ou o Castelhano o ritmo do PB define-se como misto entre silaacutebico e moraico (Figura 8) Estes resultados satildeo congruentes com as propriedades

3 A variabilidade de iV tal como noutros estudos para vaacuterias liacutenguas natildeo proporciona resultados robustos (eg Arvaniti 2009)

Prosoacutedia 33

foneacutetico-fonoloacutegicas das duas variedades Considerando uma mesma estrutura silaacutebica fonoloacutegica no PE assiste-se ao apagamento de vogais aacutetonas originando sequecircncias de consonantes enquanto no PB ocorrem fenoacutemenos de simplificaccedilatildeo silaacutebica como a epecircntese ou o apagamento da consoante em coda no existe reduccedilatildeo vocaacutelica generalizada enquanto no BP a reduccedilatildeo eacute limitada no PE os eventos tonais reforccedilam a proeminecircncia enquanto no BP entoaccedilatildeo e acento satildeo mais independentes Todavia a identificaccedilatildeo de liacutenguas mistas coloca de novo a questatildeo da existecircncia de classes riacutetmicas ou de um contiacutenuo Por outro lado ainda a presenccedila de um conflito de classificaccedilatildeo entre medidas acuacutesticas levanta a questatildeo de se determinar a sua relevacircncia relativa na percepccedilatildeo

Figura 8 Distribuiccedilatildeo de PE e PB no espaccedilo riacutetmico definido povariabilidade de iC e proporccedilatildeo de iV juntamente comliacutenguas analisadas em Ramus et al 1999

r as

Os trabalhos sobre a percepccedilatildeo do ritmo mostram com clareza que

propriedad para a discriminaccedil anco de

nguas testado permite examinar o estatuto de uma liacutengua acusticamente mista que

es riacutetmicas satildeo utilizadas tanto por adultos como por bebeacutesatildeo entre liacutenguas A relevacircncia da inclusatildeo do Portuguecircs no b

liacuteem as medidas acuacutesticas satildeo conflituantes apontando para classificaccedilotildees diferentes No estudo realizado com o Portuguecircs eacute tambeacutem testada a relevacircncia da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo

34 Soacutenia Frota

Os resultados perceptivos mostram que o PE e o Neerlandecircs satildeo discriminados do mesmo modo que o Castelhano e o Neerlandecircs ou o PB e o

davia na experiecircncia em que as quatro liacutenguasvariedades satildeo duzidas a duas hipoacuteteses de escolha para os sujeitos PE e PB natildeo satildeo scrim

] iV eacute um A natildeo ere que xistiraacute um ponto criacutetico na proporccedilatildeo de iV apontando para uma eventual

Neerlandecircs Toredi inados revelando que a distacircncia perceptiva entre PE e PB eacute inferior agrave distacircncia entre PE e Neerlandecircs (Figura 9) Quando apenas PE e PB satildeo testados para duas hipoacuteteses de escolha dos sujeitos continua a natildeo existir discriminaccedilatildeo salvo na condiccedilatildeo em que a entoaccedilatildeo eacute preservada Conclui-se assim que o contributo da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo riacutetmica depende das liacutenguas isto eacute das propriedades do sistema entoacional das liacutenguas a contrastar sendo especialmente importante no caso do PE e PB mas quase irrelevante por exemplo para o PE e o Neerlandecircs

Figura 9 Percepccedilatildeo do ritmo do Portuguecircs (Frota Vigaacuterio amp Martins 2002b) [ N1 PE1 C1 PB1 N2 PE 2 C2 PB2

A distinccedilatildeo perceptiva entre PE e Neerlandecircs sugere que a proporccedilatildeo de paracircmetro perceptivamente mais saliente do que a variabilidade de iC

distinccedilatildeo entre PE e PB (a natildeo ser na condiccedilatildeo com entoaccedilatildeo) sugefronteira perceptiva talvez proacutexima da diferenccedila entre ritmo acentual e ritmo silaacutebico (Figura 10)

Prosoacutedia 35

Figura 10 Ritmo correlatos acuacutesticos e percepccedilatildeo

O estudo do ritmo do Portuguecircs do ponto de vista da produccedilatildeo e daite ilustrar alguns dos procedimentos experime

percepccedilatildeo perm ntais utilizados m estudos sobre ritmo Para a produccedilatildeo ilustra formas de construccedilatildeo de

corpora equilibra atildeo bem como aplicaccedilatildeo de criteacuterios de segmentaccedilatildeo acuacutestica para a mediccedilatildeo de duraccedilotildees no

natildeo apenas as

edos e controlados face aos factores em observaccedil

asinal de fala Para a percepccedilatildeo ilustra a criaccedilatildeo de estiacutemulos manipulados por filtragem na frequecircncia e aplanamento tonal a aplicaccedilatildeo de tarefas perceptivas de tipo AX e a mediccedilatildeo de sensibilidade na discriminaccedilatildeo (d) A investigaccedilatildeo apresentada e discutida neste moacutedulo do programa deve ser problematizada na sequecircncia da seguinte pergunta fundamental para o entendimento do ritmo nas liacutenguas constitui o ritmo um princiacutepio organizador da linguagem ou trata-se antes de um epifenoacutemeno de outras propriedades das liacutenguas Parece certo que vaacuterias propriedades linguiacutesticas efoneacutetico-fonoloacutegicas e prosoacutedicas referidas anteriormente mas tambeacutem certas propriedades lexicais e sintaacutecticas (ver Mehler amp Nespor 2004) se correlacionam com diferenccedilas riacutetmicas sugerindo a anaacutelise de que estas derivam daquelas Todavia tambeacutem parece natildeo menos certo que evidecircncias para um princiacutepio estruturador da linguagem possivelmente ancorado em princiacutepios gerais da organizaccedilatildeo perceptiva emergem com frequecircncia agrupando estiacutemulos em constituintes de padratildeo alternante e tendencialmente repetitivo por exemplo a sequecircncia sonora do som de um reloacutegio eacute percebida com a estrutura (tic tac) (tic tac) (tic tac) e natildeo (tic) (tac tic) (tac tic tac) e a

36 Soacutenia Frota

segmentaccedilatildeo de note book worm depende tudo o resto sendo idecircntico do padratildeo alternante gerado nas siacutelabas anteriores com L H L H L a favorecer (note) (bookworm) e H L H L HL a favorecer (notebook) (worm) (Dilley amp McAuley 2008) Estatildeo em curso programas de investigaccedilatildeo que pela anaacutelise de liacutenguas tipologicamente diferentes em relaccedilatildeo agraves formas como codificam proeminecircncia e estruturaccedilatildeo prosoacutedica e pela relaccedilatildeo que estabelecem com os resultados da organizaccedilatildeo perceptiva de sinais natildeo linguiacutesticos poderatildeo vir a trazer avanccedilos significativos para o entendimento do ritmo na linguagem (eg Mehler Nespor e colegas White e colegas Arvaniti entre outros) No caso especiacutefico do ritmo do Portuguecircs faltam estudos acuacutesticos em outras variedades para aleacutem da variedade standard metodologicamente comparaacuteveis que permitam uma visatildeo relacional integrada da estrutura prosoacutedica propriedades riacutetmicas e entoacionais No domiacutenio da percepccedilatildeo seria importante testar directamente o par PE Castelhano bem como o par PB Castelhano para determinar se a variabilidade de iC desempenha algum papel na discriminaccedilatildeo riacutetmica Um outro campo de investigaccedilatildeo a explorar eacute o da evoluccedilatildeo do ritmo abordado a partir da relaccedilatildeo entre PE e PB e experimentalmente operacionalizado a partir das correlaccedilotildees atestadas entre propriedades riacutetmicas e propriedades fonoloacutegicas e lexicais Bibliografia especiacutefica Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs

Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

AD

rvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63 auer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics

auer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In

Delgad Editorial Caminho Caps 4-5

Frota S aacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no

Frota S thmic distinctions the

11 51-62 D

Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274 o Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentationand lexical processing Journal of Memory and Language 59 294-311 amp M VigPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555 amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhy

EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Prosoacutedia 37

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena Mateus amp C Nunes Correia (orgs) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A

Ramus 73 265-292

eds) Phonetics and

4 MEL 1 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 2 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo

ntoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 4 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

ia A partir da papel diferenciado nas liacutenguas eacute

nal Os strumentos fundamentais para uma anaacutelise fonoloacutegica e foneacutetica da entoaccedilatildeo

para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

Mehler J amp M Nespor (2004) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

study based on speech resynthesis JASA 105 512-521 F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (Phonology Interactions and interrelations Amsterdam John Benjamins 137-158

64 MELODIA

ODIA4443 Analisar a e4 O moacutedulo quatro do programa centra-se no estudo da melodconstataccedilatildeo de que a melodia desempenha umapresentada a noccedilatildeo de liacutengua entoacional em contraste com liacutengua toinsatildeo descritos no quadro da abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional e postos em praacutetica atraveacutes da anaacutelise da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Trabalham-se as propriedades entoacionais do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas com destaque para as liacutenguas romacircnicas

38 Soacutenia Frota

Na sua dimensatildeo linguiacutestica o papel da melodia nas liacutenguas caracteriza-se por uma distinccedilatildeo fundamental entre as configuraccedilotildees meloacutedicas que determinam significados lexicais e contrastes gramaticais ndash presentes nas

s tons de

Figura 11 Contorno de F0 da sequecircncia O MUacutesico comPOcircS uma opeREta Ela inspiROU-o e respectiva anaacutelise fonoloacutegica (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas)

liacutenguas tonais ndash e as configuraccedilotildees meloacutedicas que veiculam significados natildeo lexicais e contrastes sintagmaacuteticos ndash as uacutenicas presentes nas liacutenguas entoacionais Por entoaccedilatildeo refere-se assim configuraccedilotildees meloacutedicas natildeo lexicais de natureza linguiacutestica associadas a significados ao niacutevel fraacutesico como a distinccedilatildeo entre tipos de frase ou outras distinccedilotildees pragmaacuteticas e discursivas (eg actos de fala estrutura informacional) A entoaccedilatildeo eacute fonologicamente formada por uma sequecircncia de categorias tonais e foneticamente representada pelo contorno de F0 As categorias tonais relacionam-se com aspectos independentes da estrutura prosoacutedica da liacutengua (ver Figura 3 acima) Os eventos tonais da entoaccedilatildeo satildeo tons altos (H) ou baixos (L) que formam dois grandes tipos de categorias os acentos tonais associados a elementos proeminentes (cabeccedilas na estrutura prosoacutedica) e oconstituinte geralmente associados a fronteiras de constituintes prosoacutedicos Veja-se na Figura 11 uma ilustraccedilatildeo dos primeiros identificados com um e dos segundos identificados com diacriacuteticos especiacuteficos consoante o tipo de constituinte a que estatildeo ligados (no caso pois trata-se de tons de fronteira de sintagma entoacional)

Prosoacutedia 39

Os eventos tonais podem ser simples ou monotonais (como H ou L na Figura 11) ou complexos (como H+L na Figura 11) Faz ainda parte da organizaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo para aleacutem da sequecircncia de categorias tonais a sua estruturaccedilatildeo de proeminecircncias no domiacutenio de um sintagma entoacional distinguem-se o acento nuclear (atribuiacutedo agrave cabeccedila prosoacutedica maacutexima) o(s) acento(s) preacute-nuclear(es) (caso existam cabeccedilas prosoacutedicas em posiccedilatildeo preacute-nuclear) e o acento poacutes-nuclear (atribuiacutedo a uma cabeccedila prosoacutedica poacutes-nuclear) Este uacuteltimo tipo de acento tonal apenas pode ocorrer em casos em que a cabeccedila de I natildeo corresponda agrave cabeccedila do sintagma fonoloacutegico mais agrave direita ou seja em casos de proeminecircncia prosoacutedica marcada que habitualmente identificam instacircncias de focalizaccedilatildeo prosoacutedica Esta estrutura entoacional estaacute representada em (18a) O exemplo (18b) mostra a implementaccedil la Figura 12 com um cteriacutestica do acento poacute

uradas) e representaccedilatildeo foneacutetica (o contorno de F0) eacute gulada por duas formas de implementaccedilatildeo foneacutetica da sequecircncia tonal a

o espraiamento de um tom ao longo da resenccedila de um outro tom (ver Figura 13)

atildeo desta estrutura entoacional na sequecircncia ilustrada pefoco prosoacutedico natildeo final Note-se a reduccedilatildeo foneacutetica caras-nuclear

(18) a

s w s w T T T

preacute-nuclear nuclear poacutes-nuclear

b

s

w s w (H) H+L H+L

A relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo (sequecircncia de categorias tonais estrutreinterpolaccedilatildeo entre dois alvos tonais ecadeia segmental ateacute agrave p

40 Soacutenia Frota

Figura 12 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo pinTOR canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) om foco em lsquomanhatildersquo (produzida em resposta agrave pergunta Foi

Juntamente com a implementaccedilatildeo foneacutetica tonal por interpolaccedilatildeo ou por espraimento a realizaccedilatildeo efectiva de um tom depende de linhas de referecircncia tonal estabelecidas por constituinte prosoacutedico e da posiccedilatildeo relativa do tom no constituinte face a tons precedentes e subsequentes (ver exemplo (3) do Moacutedulo

cuma noite angelical que o artista cantou)

Figura 13 Relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica e representaccedilatildeo foneacutetica da entoaccedilatildeo

Prosoacutedia 41

1) um tom natildeo inicial eacute realizado num niacutevel mais baixo que o tom precedente (relaccedilatildeo de downstep) um tom inicial de constituinte eacute realizado num niacutevel mais alto que os tons imediatamente precedentes de outro constituinte (relaccedilatildeo de reset) um tom de fronteira final retoma a linha de referecircncia do constituinte prosoacutedico que assinala (relaccedilatildeo de upstep) Assim a altura foneacutetica de um tom eacute relativa e contextualmente determinada Na dimensatildeo temporal a sincronizaccedilatildeo entre as categorias tonais e a cadeia segmental em que elas se realizam eacute natildeo apenas determinada pela associaccedilatildeo fonoloacutegica de um evento tonal a uma dada posiccedilatildeo prosoacutedica (cabeccedila ou fronteira) mas tambeacutem pela coordenaccedilatildeo foneacutetica entre alvo tonal e elemento segmental como ilustrado na Figura 13 Esta coordenaccedilatildeo pode assumir a forma de alinhamento tardio ou de alinhamento inicial factor foneacutetico dependente d nteiras rosoacutedicas de ura do evento tonal Na

e vaacuterios outros factores como a proximidade de frooutros eventos tonais ou a proacutepria estrutp

Figura 11 apresenta-se uma ilustraccedilatildeo do alinhamento tardio tiacutepico do tom asterisco no acento tonal H+L no PE em relaccedilatildeo agrave siacutelaba toacutenica Para aleacutem do alinhamento foneacutetico a sincronizaccedilatildeo entre categorias tonais e cadeia segmental eacute ainda caracterizada por fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal Geralmente os fenoacutemenos deste tipo descritos nas liacutenguas satildeo estritamente de natureza tonal com liacutenguas a privilegiarem a compressatildeo tonal face a uma cadeia segmental curta (como eacute o caso do Inglecircs) e liacutenguas a privilegiarem a truncaccedilatildeo tonal em contexto idecircntico (como o Huacutengaro ou Italiano de Palermo) No caso do PE a acomodaccedilatildeo tonal parece fazer-se fundamentalmente agrave custa de fenoacutemenos de natureza segmental isto eacute a cadeia

gmense tal eacute estendida para acomodar os tons seja por alongamento ou epecircntese Esta uacuteltima estrateacutegia eacute ilustrada na Figura 14 O Quadro 2 sintetiza as dimensotildees cruciais para a anaacutelise da entoaccedilatildeo num liacutengua entoacional como o Inglecircs o Italiano ou o Portuguecircs A primeira dimensatildeo ndash a relaccedilatildeo entre estrutura entoacional e estrutura prosoacutedica ndash jaacute foi explorada anteriormente O trabalho sobre a entoaccedilatildeo do PE efectuado em seminaacuterio explora fundamentalmente as dimensotildees dois e trecircs que constituem com a primeira o nuacutecleo central da fonologia entoacional de uma liacutengua

42 Soacutenia Frota

100100

160

220

280

340

400

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H H + L L H

e l a f o i v e r o m a r

4

Figura 14 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) O tom de fronteira eacute realizado na vogal epenteacutetica

Quadro 2 Dimensotildees para anaacutelise da entoaccedilatildeo

Estrutura prosoacutedica Constituintes (proeminecircncias e fronteiras) Leacutexico entoacional Inventaacuterio de acentos tonais e tons de

constituintes e respectivos significados Domiacutenio relevante para a Constituinte prosoacutedico distribuiccedilatildeo de acentos tonais Restriccedilotildees distribucionais Restriccedilotildees sobre a ocorrecircnciacombinaccedilatildeo

de eventos tonais Implementaccedilatildeo foneacutetica Espraiamentointerpolaccedilatildeo alinhamento

linhas de referecircncia fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal

e

artindo do Quadro 3 Com o recurso agrave audiccedilatildeo da sequecircncia e agrave representaccedilatildeo o co gundo

passo tuais

Sessotildees de anaacutelise entoacional aplicada satildeo realizadas com materiais do PE O grande objectivo eacute a caracterizaccedilatildeo dos principais tipos fraacutesicos e dalgumas distinccedilotildees pragmaacutetico-discursivas no que respeita ao leacutexico entoacional Num primeiro passo a anaacutelise centra-se nos contornos nucleares pd ntorno de F0 elabora-se a transcriccedilatildeo tonal fonoloacutegica Num se

toda a sequecircncia eacute analisada incluindo a parte preacute-nuclear e evenquestotildees de fraseamento prosoacutedico e entoacional

Prosoacutedia 43

Quadro 3 Melodias do nucleares mais frequent

Portuguecircs transes (adaptado de

criccedilatildeo realizaccedilatildeo e significado dos contornos Frota no prelo)

44 Soacutenia Frota 44 Soacutenia Frota

A demonstraccedilatildeo de que os eventos tonais no PE como em outras liacutenguas se comportam como morfemas que codificam informaccedilatildeo semacircntico-pragmaacutetica eacute ilustrada com dois exemplos o contraste entre declarativa e interrogativa global em que eacute o tom de fronteira que carrega a funccedilatildeo distintiva (Figuras 15a-15b) o contraste entre interrogativa global neutra e interrogativa focalizada em que eacute o acento nuclear que estabelece a distinccedilatildeo (Figuras 15b-16)

Figura 15 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo(siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) (a) produzida como uma declarativa (b) produzida como uma interrogativa global

Prosoacutedia 45

Figura 16 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo produzida como uma interrogativa focalizada (no contexto Eu li aquele poema mas natildeo me recordo que parte do dia o poeta descreve como angelical)

A an iacuteda permite

verificar que r e um tom e fronteira final de I a que apenas eacute acrescentado um evento tonal inicial nesse esmo domiacutenio (Figura 17) Por outras palavras o domiacutenio relevante para a

Figura 17 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa maraviLHOsa do lagareiro produzida como uma declarativa neutra

aacutelise de toda a sequecircncia parte preacute-nuclear inclu a melodia no PE eacute constituiacuteda pelo acento tonal nuclea

dm

46 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo de acentos tonais no PE eacute o sintagma entoacional as palavras prosoacutedicas internas a I mesmo as cabeccedilas de sintagma fonoloacutegico (como gravava e maravilhosa na Figura 17) natildeo tecircm de ser tonalmente acentuadas As dimensotildees referidas no Quadro 2 acima satildeo naturalmente tambeacutem dimensotildees de variaccedilatildeo entre liacutenguas e variedades e portanto factores a ter em conta para a tipologia prosoacutedica A variaccedilatildeo no fraseamento entoacional entre liacutenguas romacircnicas jaacute referida no Moacutedulo 2 (ver Figura 6) exemplifica a relaccedilatildeo entre estrutura prosoacutedica e estrutura entoacional como uma dimensatildeo de variaccedilatildeo No Quadro 4 mostra-se a distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares no constituinte entoacional inicial de uma sequecircncia com subida de continuaccedilatildeo entre liacutenguas romacircnicas Os resultados apontam para dois grupos de liacutenguas consoante a predominacircncia de acentos de tipo ascendente ou de tipo descende

L+H L+H H+L L

nte

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares () por liacutenguavariedade e falante (Frota et al 2007)

Cat NM PG

97 100

0 0

3 0

0 0

Sp LM MR

27 5

73 95

0 0

0 0

SEP AG MC

0 0

57 11

43 89

0 0

NEP MI MS

19 0

57 0

7 14

17 86

It LC LD

47 41

0 0

0 59

53 0

Um outro exemplo de variaccedilatildeo entoacional eacute o caso de diferenccedilas sisteacutemicas em que eventos tonais distintos satildeo usados nos mesmos contextos O contraste entre as interrogativas na variedade standard do PE e na variedade do norte falada em Braga ou na variedade meridional falada em Castro Verde (Alentejo) eacute ilustrativo H+L eacute o acento nuclear na primeira e L o acento nuclear n caracteriza a variedad mportamento

isto Veja-se o contraste entre a Figura 14 acima (variedade standard) e a

as segundas LH eacute o tom de fronteira na primeira Le meridional e a variedade do norte apresenta um co

mFigura 18

Prosoacutedia 47

Figura 18 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo produzido por um falante da variedade meridional (Castro Verde Alentejo ndash Cruz amp Frota 2010)

Para aleacutem de diferenccedilas no leacutexico entoacional utilizado p

omiacutenio relevante para atribuiccedilatildeo de acentos todem surgir

diferenccedilas no d onais Ao contraacuterio do EP (variedade standard) que eacute caract o m istribuiccedilatildeo esparsa de acentos tonais dado te o iacutenio relevante outras liacutenguas romacircnicas apresentam uma distri is rica apontando para constituintes prosoacutedicos mais baixos como o rele te Esse eacute tam de outras variedades da Portug o a variedade do norte (Braga) Veja-se o contraste entre a Figura 17 acima e a Figura 19

19 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa produzida por um falante da variedade do norte

(Braga)

erizad por u a dr I como dombuiccedilatildeo madomiacutenio van beacutem o caso

uecircs com

FiguramaraviLHOsa do lagareiro

48 Soacutenia Frota

Apesar do ganho em termos de investigaccedilatildeo sobre liacutenguas diversificadas metodologicamente comparaacutevel que representou a abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional (eg Jun 2005 no prelo) permanecem questotildees fundamentais em aberto na fonologia entoacional que importa discutir (ver a este propoacutesito Ladd 19962008) Uma destas questotildees diz respeito agrave proacutepria natureza da entoaccedilatildeo e agrave definiccedilatildeo das categorias fonoloacutegicas da entoaccedilatildeo O facto da entoaccedilatildeo conter simultaneamente elementos discretos (linguiacutesticos) e gradientes (paralinguiacutesticos) dificulta a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais Por outro lado ainda a divisatildeo de trabalho entre o que pertence agrave implementaccedilatildeo foneacutetica e agrave representaccedilatildeo fonoloacutegica das categorias

tambeacutem nem sempre eacute clara Veja-se o exemplo do alinhamento onal ser

deter as s tonais) fazendo com que uma mesma

ento on-line tecircm issores (Sudhoff et al 2006)

No caso especiacutefico da entoaccedilatildeo do Portuguecircs trabalhos experimentais orientados para a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais satildeo todavia escassos (vejam-se os estudos de Faleacute amp Faria e de Frota) Trabalhos deste tipo bem como estudos de variaccedilatildeo entoacional na liacutengua relacionando produccedilatildeo e percepccedilatildeo satildeo fundamentais para o conhecimento do sistema entoacional do Portuguecircs e para o conhecimento da tipologia prosoacutedica das liacutenguas Bibliografia especiacutefica

entoacionaist a relaccedilatildeo temporal entre alvos tonais e a cadeia segmental pode

minada por factores diversos (como a distacircncia para fronteiras prosoacutedicou a presenccedilaausecircncia de outros eventocategoria tonal possa apresentar alinhamentos diferentes todavia algumas liacutenguas parecem explorar contrastes de alinhamento associando-os a significados distintos o que sugere a existecircncia de categorias tonais diferentes distinguidas precisamente por alinhamentos diferentes A identificaccedilatildeo de quais as diferenccedilas entoacionais que satildeo fonologizadas nas liacutenguas passa necessariamente por abordagens experimentais com metodologias que testem a relaccedilatildeo entre variaccedilatildeo na forma foneacutetica e atribuiccedilatildeo de significado entoacional Tarefas perceptivas semanticamente motivadas ou em que informaccedilatildeo

conta bem como estudos de processamcontextual seja tida emproporcionado resultados prom

Cruz ese

ion and Perception TIE4 Stockholm M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portugu

Product

Prosoacutedia 49

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000a) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000b) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Chap 5

Frota S (2002a) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002b) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chap 2

Frota S (2010) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Hellmuth S (2007) The relationship between prosodic structure and pitch accent distribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing) 24 291-316

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2ordf ediccedilatildeo 2008) Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology

In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp 06) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New Gruyter

iana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

J SchlieBer (20York Mouton de

VhttpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

50 Soacutenia Frota

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da

Vigaacuterio

ology edited by W L Wetzels) 115-137

65 PR

signifi

sintaacutecta que nstituintes

forma de abordar esta questatildeo consiste na anaacutelise do processamento de frases

produccedil

resulta ccedilatildeo prosoacutedica natildeo eacute obrigatoacuteria Todavia e a

especiacutef

estrutu o recurso agrave introduccedilatildeo de

qual os a essas fronteiras se encontram estruturalmente

determmoveram do interior para o litoral bloqueando a interpretaccedilatildeo de que as

Linguagem Re(habilitar) 45 35-64 M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phon

OSOacuteDIA E SIGNIFICADO 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

O quinto moacutedulo do programa eacute dedicado ao contributo da prosoacutedia para o cado na perspectiva do processamento da liacutengua Destaca-se o estudo de

sequecircncias ambiacuteguas e o papel da prosoacutedia no processamento lexical e ico Satildeo apresentados e discutidos trabalhos experimentais que examinam statildeo da segmentaccedilatildeo do sinal de fala em palavras e co

sintagmaacuteticos tanto por adultos como por bebeacutes e crianccedilas Uma das questotildees centrais para o estudo da linguagem eacute perceber como

o contiacutenuo sonoro eacute segmentado em palavras e unidades sintagmaacuteticas Uma

ambiacuteguas ou de frases com ambiguidades temporaacuterias Estudos de produccedilatildeo de frases estruturalmente ambiacuteguas em diferentes liacutenguas mostram que em

otildees naturais quando os falantes natildeo satildeo explicitamente confrontados com a ambiguidade estes enunciados nem sempre satildeo desambiguados Estes

dos mostram que a desambiguaquando ela ocorre existe congruecircncia entre a prosoacutedia produzida interpretaccedilatildeo pretendida isto eacute os falantes utilizam as configuraccedilotildees prosoacutedicas

icas que reflectem os significados contrastantes Veja-se um exemplo de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica na Figura 20 No PE a desambiguaccedilatildeo de enunciados

ralmente ambiacuteguos eacute geralmente obtida comfronteiras de sintagma entoacional que bloqueiam a interpretaccedilatildeo segundo a

constituintes adjacentes ligados No exemplo da Figura 20 a fronteira de I em populaccedilotildees (19b)

ina que a uacutenica interpretaccedilatildeo possiacutevel eacute aquela em que as populaccedilotildees se

Prosoacutedia 51

populaccedilotildees que satildeo do interior foram para o litoral interpretaccedilatildeo esta apenas vel caso natildeo exista fronteira de I a sdisponiacute eguir a populaccedilotildees (19a)

ra o litoral

Figura 20 Desambiguaccedilatildeo prosoacutedica da sequecircncia estruturalmente ambiacutegua Deslocaram-se as populaccedilotildees do interior pa(Vigaacuterio 2003)

(19) a [deslocaram-se [as populaccedilotildees [do interior]PP]NP [para o litoral]PP]VP [ [deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ [do interior]φ [para o litoral]φ]I b [deslocaram-se [as populaccedilotildees]NP [do interior]PP [para o litoral]PP]VP [[deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ]I [[do interior]φ [para o litoral]φ]I

Este recurso agrave fronteira de I e natildeo a uma fronteira prosoacutedica mais baixa ou a um outro mecanismo prosoacutedico como a distribuiccedilatildeo de acentos tonais eacute gramaticalmente motivado Os constituintes agrupados num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador que natildeo estaacute disponiacutevel entre Is (ver Moacutedulo 2) A opcionalidade da utilizaccedilatildeo deste recurso tambeacutem eacute gramaticalmente motivada esta fronteira de I natildeo resulta directamente do mapeamento sintaxe-fonologia pois em (19) todos os constituintes se encontram no domiacutenio da mesma frase raiz mas da promoccedilatildeo de uma fronteira de sintagma fonoloacutegico para fins de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica Um caso claacutessico de ambiguidade estrutural eacute o da ligaccedilatildeo local ou natildeo local de oraccedilotildees relativas (Figura 21) Estas estruturas de tipo NP1 NP2 RC (oraccedilatildeo relativa) tecircm sido extensivamente estudadas em diferentes liacutenguas e

52 Soacutenia Frota

recorrendo a diferentes paradigmas experimentais Os resultados obtidos parecem mostrar que as preferecircncias pela ligaccedilatildeo local ou pela ligaccedilatildeo natildeo local ariam de liacutengua para liacutengua mesmo no caso da leitura silenciosa em que os

falantes projectam a liacutengua os resultados nte do contraste

entre estudconfirma

ituintes longos tendem a mo ento dos constituin

Figura 21 Ligaccedilatildeo de oraccedilotildees relativas e prosoacutedia

das liacutenguas romacircnicas apesar de diferenccedilas prosoacutedicas notoacuterias como o domiacutenio

v a prosoacutedia impliacutecita Para uma mesm

podem todavia depender da metodologia utilizada designadameos off-line e estudos on-line Os vaacuterios trabalhos tecircm ainda

do a importacircncia de factores prosoacutedicos como a extensatildeo dos constituintes para a ligaccedilatildeo preferencial da relativa const

tivar fronteiras prosoacutedicas afectando as possibilidades de agrupamtes

Uma questatildeo importante em aberto nesta linha de investigaccedilatildeo diz respeito agraves razotildees que conduzem agraves diferentes preferecircncias entre liacutenguas designadamente em estudos off-line A sintaxe bem como o sistema prosoacutedico das liacutenguas e a forma como ambos interagem satildeo candidatos fortes para proporcionar uma resposta Todavia liacutenguas como o Inglecircs o Japonecircs ou o Mandarim com diferenccedilas sintaacutecticas importantes (por exemplo a ordem NP1 NP2 RC em Inglecircs vs a ordem RC NP2 NP1 em Mandarim) e diferentes sistemas prosoacutedicos (o Inglecircs eacute uma liacutengua entoacional o Japonecircs eacute uma liacutengua com acento tonal lexicalmente determinado e o Mandarim eacute uma liacutengua tonal) apresentam a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo baixa Por outro lado a maioria

Prosoacutedia 53

de distribuiccedilatildeo de acentos tonais as formas de marcaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico ou mesmo as formas de implementaccedilatildeo da proeminecircncia (com o PE e o Francecircs com propriedades prosoacutedicas diferenciadas entre si e tambeacutem distintas das do Italiano Castelhano ou Portuguecircs do Brasil) apresenta a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo alta Abordagens experimentais em que propriedades sintaacutecticas e prosoacutedicas bem como o mapeamento sintaxe-fonologia sejam tidas em conta para cada liacutengua e na comparaccedilatildeo entre liacutenguas satildeo certamente necessaacuterias para uma melhor compreensatildeo da interpretaccedilatildeo destas estruturas Sequecircncias com ambiguidades temporaacuterias tecircm apontado para um papel relevante da prosoacutedia no processamento A presenccedila de certas propriedades prosoacutedicas condiciona quer o acesso lexical quer o processamento sintaacutectico antes da ocorrecircncia de outros elementos desambiguadores A Figura 22 ilustra umassumi

a representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no acesso lexical que tem sido da em vaacuterios estudos

Figura 22 Fronteiras prosoacutedicas e acesso lexical Em ambiguidades lexicais locais como as em (20) a ausecircncia de uma fronteira prosoacutedica superior ao niacutevel da palavra (20a) introduz atrasos no processamento face a sequecircncias semelhantes mas natildeo ambiacuteguas Pelo contraacuterio na presenccedila de tal fronteira prosoacutedica (20b) o reconhecimento lexical na sequecircncia ambiacutegua e na natildeo ambiacutegua efectua-se em tempos idecircnticos (Christophe et al 2004)

54 Soacutenia Frota

(20) a [un chat grincheux]φ chat chagrin ne [un chat drogue]φ chat b [le gros chat]φ [grimpaithellip = [le gros chat]φ [dressaithellip Tambeacutem em casos como em (21) a presenccedila de uma fronteira de φ desambigua entre os candidatos lexicais possiacuteveis mas jaacute a presenccedila de uma fronteira de niacutevel de palavra como em (22) natildeo parece ser suficiente para produzir desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) Este conjunto de resultados sugere que o acesso lexical se processa no domiacutenio prosoacutedico do sintagma fonoloacutegico (2 a [o rolo de fita cola]φ [ficou b [o rolo de fita]φ [cola]φ [figuras (22) a [para quem discorrer]φ [sobre este tema b [para quem diz correr]φ [dez quiloacutemetros

1)

O estudo do papel da prosoacutedia no processamento lexical eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimentais como tarefas de monotorizaccedilatildeo de palavra (Word-monitoring) de detecccedilatildeo de fonema inicial de palavra ou de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas (Completion) A Figura 23 mostra uma representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico Enunciados localmente ambiacuteguos mas com diferentes estruturas prosoacutedicas produzidos por falantes natildeo conscientes da ambiguidade tendem a ser desambiguados com sucesso pelos ouvintes As propriedades prosoacutedicas que conduzem agrave desambiguaccedilatildeo podem todavia diferir entre liacutenguas por exemplo no Francecircs a fronteira de sintagma fonoloacutegico parece ser suficiente (Milotte et al 2007) enquanto no Portuguecircs Europeu apenas a fronteira de sintagma entoacional produz desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) O mente um caso o outro

s exemplos em (23) e (24) ilustram respectivae (23) a le petit chien]φ mord la laisse b le petit chien mort]φ sera enterreacutehellip (24) a uma vez chegado o professor]I comeccedilaram b uma vez chegado]I o professor comeccedilou

Prosoacutedia 55

Figura 23 Fronteiras prosoacutedicas e processamento sintaacutectico

natildeo soacute um exame mais e o Francecircs se distingue

laramente do PE no que respeita agrave marcaccedilatildeo prosoacutedica do sintagma fonoloacutegico

entais off-line e on-line omo

1996 Houmlhle 2009) Apresentam-se aqui dois estudos ilustrativos da tilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas por bebeacutes e crianccedilas nos domiacutenios do acesso

biguidade

Estas diferenccedilas entre liacutenguas requerem

detalhado das propriedades prosoacutedicas do input (ondcndash ver Moacutedulos 2 e 4) mas tambeacutem estudos entre liacutenguas com metodologias exactamente comparaacuteveis O estudo do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimc as tarefas de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas de detecccedilatildeo de palavra (Word-detection) e de registo do movimento dos olhos A exploraccedilatildeo de pistas prosoacutedicas para aceder a diversos tipos de unidades e estruturas linguiacutesticas natildeo eacute uma possibilidade exclusiva de falantes adultos A investigaccedilatildeo existente indica que o input disponibiliza pistas (foneacuteticas prosoacutedicas estatiacutesticas) para fronteira de palavra tipo de categoria de palavras aspectos diversos da estrutura sintaacutectica e que os bebeacutes e crianccedilas exploram estas pistas no processo de aquisiccedilatildeo e desenvolvimento da liacutengua O papel da informaccedilatildeo prosoacutedica neste processo parece ser determinante (Morgan amp Demuthulexical e do processamento sintaacutectico da am

56 Soacutenia Frota

A importacircncia para a segmentaccedilatildeo do sinal de fala da presenccedila de uma biguidade lexical local eacute

xaminada na performance de bebeacutes aprendentes do Inglecircs e de bebeacutes aprendentes do Francecircs (respectivamente Gout et al 2004 e Millotte et al no prelo) Os bebeacutes satildeo expostos a estiacutemulos como os em (25) no quadro da aplicaccedilatildeo do paradigma experimental do movimento preferencial da cabeccedila (Head-turn preference procedure) na sua variante condicionada Os resultados mostram que aos 10 meses de idade os bebeacutes ingleses jaacute distinguem entre monossiacutelabos e dissiacutelabos enquanto os bebeacutes franceses apenas o fazem aos 16 meses de idade Para aleacutem de confirmarem desde muito cedo uma capacidade para a computaccedilatildeo de informaccedilatildeo prosoacutedica e sua utilizaccedilatildeo como pista na aquisiccedilatildeo lexical estes resultados apontam para diferenccedilas entre liacutenguas (tal como no caso dos estudos com adultos) A indicaccedilatildeo de que as pistas para segmentaccedilatildeo de palavra poderatildeo ser mais fortes no Inglecircs do que no Francecircs principalmente devido agraves relaccedilotildees de proeminecircncia entre siacutelabas e ao padratildeo acentual domondicionar o passo do desenvolvimento da liacutengua

bal]φ confegravere un air solennel au chacircteau

omo os em (26)

Kipper-NOM quarto-LOC entra

fronteira de sintagma fonoloacutegico em situaccedilotildees de ame

inante (ver Moacutedulo 3) sugerem diferenccedilas no input que podem c

(25) a The church with the most paper spires is heavenly The man with the least pay]φ perspires constantly b La rangeacutee de balcons fait face au cloicirctre du monastegravere La grande salle de Num outro estudo a relevacircncia da prosoacutedia para a segmentaccedilatildeo do sinal em situaccedilotildees de ambiguidade lexical eacute estudada com crianccedilas coreanas entre os 2 e os 5 anos de idade (Choi amp Mazuka 2003) Em enunciados ca posiccedilatildeo da fronteira prosoacutedica a seguir ou antes de ka eacute crucial para a segmentaccedilatildeo lexical As crianccedilas satildeo expostas a duas imagens diferentes e eacute-lhes pedida a escolha da imagem correspondente ao estiacutemulo sonoro Os resultados mostram que as crianccedilas identificam correctamente os itens lexicais natildeo havendo diferenccedila significativa entre a performance de crianccedilas e de adultos (26) a Khipher ka ] pang e tˆlacutegayo Kipper entra num quarto

Prosoacutedia 57

b Khipher] kapang e tˆlacutegayo Kipper entra no saco

Kipper saco-LOC entra No mesmo estudo eacute ainda testada a utilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas em situaccedilotildees de ambiguidade estrutural Em enunciados como os em (27) a presenccedila ou ausecircncia de fronteira prosoacutedica a seguir a kirin determina respectivamente a interpretaccedilatildeo deste elemento como o sujeito da frase ou como parte do objecto As pistas prosoacutedicas associadas agrave presenccedila da fronteira satildeo as mesmas que caracterizam a situaccedilatildeo de ambiguidade lexical Os resultados mostram que crianccedilas ateacute aos 4 anos natildeo conseguem efectuar a desambiguaccedilatildeo e que crianccedilas de 5-6 anos tecircm uma performance superior agraves primeiras mas ainda significativamente diferente da dos adultos (27) a kirin ] kwaja macutegacuteyo (A) girafa come (o) bolo

girafa bolo come

b kirin kwaja ] macutegacuteyo (Algueacutem) come (o) bolo em forma de girafa

Estes resultados confirmam a existecircncia de uma capacidade para omputar e usar a prosoacutedia e revelam que a diferenccedila entre os casos de

a dificuldades no de uma liacutengua

ista prosoacutedico primeira

arcam margens de constituintes a demonstraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo destas

cambiguidade lexical e os de ambiguidade estrutural eacute devidaprocessamento sintaacutectico Tratando-se o Coreano tipologicamente diferente do Inglecircs e do Francecircs do ponto de vpois as propriedades que nas uacuteltimas assinalam proeminecircncia nampropriedades constitui uma evidecircncia para um papel generalizado da prosoacutedia no processamento (para aleacutem das especificidades das liacutenguas) Bibliografia especiacutefica Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2 Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological

phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Fodor J 2002 Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

58 Soacutenia Frota

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Synt c disambiguation the role oeaning

acti f Barcelona

004) Phonological phrase boundaries e 51

oumlhle mecha n first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

aia M E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late

(1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology

mbiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com satildeo I ito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos Porto

Intonation editado por P Prieto) 249-278

prosoacutedia para a quisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo

ento prosoacutedico Aqui como anteriormente destacam-se abalhos experimentais sobre as questotildees em anaacutelise e faz-se especial referecircncia

ente a presenccedila de uma sensibilidade precoce a propriedades prosoacutedicas e que aponta para que as

prosody Workshop on Prosody and MGout A A Christophe amp J Morgan (2

constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Languag548-567

H B (2009) Bootstrapping nisms i

Mpreferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish Journal of Portuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Millotte S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal prosody constrains word segmentation in French 16-month-olds Journal of Portuguese Linguistics 9-2

Millotte S A Reneacute R Wales amp A Christophe (2008) Phonological phrase boundaries constrain the on-line syntactic analysis of spoken sentences Journal of Experimental Psychology Learning Memory amp Cognition 34 874-885

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nespor M M T Guasti amp A Christophe

Berlin Akademie Verlag 1-26 Vigaacuterio M (1997) Processos de desa

adveacuterbios de exclu n A Brpara Oacutescar Lopes Campo das Letras pp 855-868

ropean Portuguese Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in EuCatalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance

66 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico O sexto e uacuteltimo moacutedulo do programa trata do contributo daado proacuteprio desenvolvimtra estudos sobre o Portuguecircs

Existe uma vasta literatura que demonstra empiricam

Prosoacutedia 59

crianccedilas estejam equipadas com um mecanismo de processamento do sinal de nput) inicialmente sintonizfala (i ado para informaccedilatildeo prosoacutedica (eg Morgan

prosoacutedi o sinal de fala em

processo tornou-se conhecido como

icas mais investigadas estatildeo as que se relacionam om o ritmo sendo que para o ritmo podem contribuir diversos factores desde a

uiccedilatildeo dos padrotildees acentuais e de proeminecircncia a diferentes niacuteveis s tonais a forma acuacutestica como a

e combinaccedilatildeo segmental entre o 3) Estudos como o de Nazzi et al (1998)

receacutem-nascidos conseguem discriminar liacutenguas s diferentes mas natildeo liacutenguas agrupadas

tmicamente na mesma classe Em (28) apresenta-se uma siacutentese dos

1986 Morgan amp Demuth 1996 Jusczyk 1997 Houmlhle 2009) Pistas prosoacutedicas associadas a propriedades como o acento as proeminecircncias e fronteiras

cas o ritmo e a entoaccedilatildeo ajudam o bebeacute a segmentarunidades linguiacutesticas e podem contribuir para a sua categorizaccedilatildeo4 Este

bootstrapping prosoacutedico e tem sido investigado como uma das abordagens que visa contribuir para a compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da liacutengua (Figura 24)

Figura 24 Do sinal para a gramaacutetica

Entre as pistas prosoacutedcdistribprosoacutedicos a proacutepria distribuiccedilatildeo dos eventoproeminecircncia eacute realizada ou os padrotildees dconsoantes e vogais (ver Moacuteduldemonstram que bebeacutes pertencentes a classes riacutetmicariresultados de estudos de discriminaccedilatildeo riacutetmica com bebeacutes

4 Ver tambeacutem o moacutedulo 5 para uma ilustraccedilatildeo de como as propriedades prosoacutedicas contribuem para a segmentaccedilatildeo do input

60 Soacutenia Frota

(28) Tipo riacutetmico Liacutenguas Discriminaccedilatildeo Acentual Silaacutebico

InglecircsItaliano radic InglecircsCastelhano radic

Figura 25 s

A relaccedilatildeo entr s linguiacutesticas tem sido xplorada nas abordagens de bootstrapping (Figura 25) Foi proposto por xempl

A correlaccedilatildeo existente entre a posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma

RussoFrancecircs radic Inglecircs+Neerlandecircs Italiano+Castelhano radic Acentual Moraico InglecircsJaponecircs radic NeerlandecircsJaponecircs radic Acentual Acentual InglecircsNeerlandecircs X Silaacutebico Silaacutebico CastelhanoCatalatildeo X Acen+Sil Acen+Sil Inglecircs+Italiano Neerlandecircs+Castelhano X Estes resultados constituem uma evidecircncia forte de que os bebeacutes estatildeo equipados com mecanismos perceptivos especialmente sensiacuteveis a propriedades riacutetmicas do sinal de fala que permitem a identificaccedilatildeo dessas propriedades

Do sinal para a gramaacutetica o papel das propriedades riacutetmica

e propriedades riacutetmicas e unidadeee o que pistas riacutetmicas estatildeo na base do bootstrapping prosoacutedico da ordem de palavras da segmentaccedilatildeo de palavras e sua categorizaccedilatildeo ou do tipo de reportoacuterio silaacutebico (Nespor et al 1996 Christophe et al 2003 Jusczyk et al 1999 Nazzi et al 2006 Christophe et al 2008 Mehler amp Nespor 2002 Vigaacuterio et al 2003)

fonoloacutegico (inicial ou final) e a ordem sintaacutectica entre cabeccedila e complemento

Prosoacutedia 61

nas liacutenguas (ver Moacutedulo 2) permite associar o padratildeo riacutetmico em (29a) com a ordem cabeccedila-complemento e o padratildeo riacutetmico em (29b) com a ordem complemento-cabeccedila Trabalhos experimentais demonstram que os bebeacutes tecircm as capacidades perceptivas necessaacuterias para computar estas pistas riacutetmicas dado que discriminam entre sinais de fala segmentalmente idecircnticos mas

om uas

e ritmo acentual como o Inglecircs o Neerlandecircs ou o Alematildeo o padratildeo trocaico

ras mais longas Estas correlaccedilotildees permitem gerar as espectativas de segmentaccedilatildeo do sinal de fala em (30) uma segmentaccedilatildeo inicial baseada no acento ou mais propriamente no peacute binaacuterio trocaico (e com tendecircncia para palavras mais curtas) em liacutenguas de ritmo acentual e uma segmentaccedilatildeo inicial baseada na siacutelaba (e posteriormente com tendecircncia para palavras mais longas) em liacutenguas de ritmo silaacutebico Estudos experimentais confirmam que bebeacutes ingleses neerlandeses e alematildees segmentam precocemente palavras trocaicas (mas natildeo palavras jacircmbicas) e bebeacutes franceses falham a segmentaccedilatildeo de dissiacutelabos comeccedilando por reconhecer monossiacutelabos e integrando as duas siacutelabas numa mesma unidade apenas mais tarde (Houmlhle 2009) (30) a Ritmo acentual [ x x (xs xw) x x ] padratildeo trocaico gtgt palavra curta

b Ritmo silaacutebico [ x x (x) x x x ] siacutelaba gtgt palavra longa

prosodicamente diferentes no que respeita agrave posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma fonoloacutegico (eg Christophe et al 2003) (29) a [ hellip (ws)φ (ws)φ (ws)φ hellip ]I b [ hellip (sw)φ (sw)φ (sw)φ hellip ]I As propriedades riacutetmicas das liacutenguas estatildeo tambeacutem correlacionadas cpadrotildees de proeminecircncia ao niacutevel lexical e com tamanho de palavra Em liacutengd(sw) eacute dominante ao contraacuterio do que sucede por exemplo no Francecircs ou no Portuguecircs Europeu5 Paralelamente liacutenguas de ritmo acentual possuem palavras mais curtas enquanto liacutenguas de ritmo silaacutebico ou moraico possuem palav

o Cutler amp Carter (1987) cerca de 96 das palavras lexicais do Inglecircs comeccedilam por

siacutelaba toacutenica 80 das palavras lexicais satildeo monossiacutelabos No PE apenas 25 das palavras lexicais comeccedilam por siacutelaba toacutenica 71 das palavras lexicais possuem 3 ou mais siacutelabas (contagem em types obtida sobre uma secccedilatildeo da FrePOP ndash Frota et al 2010)

5 Segund

62 Soacutenia Frota

O facto de palavras funcionais serem habitualmente itens muito frequentes na liacutengua com forma monossilaacutebica sem acento e localizados mas margens de unidades prosoacutedicas (designadamente de sintagmas fonoloacutegicos e entoacionais) permite que os bebeacutes possam extrair estas regularidades compil

os e formatos silaacutebicos mais imples (Quadro 5) Esta correlaccedilatildeo permite que o ritmo ajude a crianccedila a

o da liacutengua Por sua vez o tipo de s formatos de palavra sendo mais um

ctor a contribuir para as estrateacutegias de segmentaccedilatildeo em (30) sistemas

ando uma lista destes elementos muito frequentes e identificando-os com palavras funcionais quando ocorrem nas fronteiras de constituintes prosoacutedicos Vaacuterios trabalhos experimentais mostram que os bebeacutes pouco depois do primeiro ano satildeo jaacute capazes de identificar categorias de palavras (Christophe et al 2008) As propriedades riacutetmicas correlacionam-se ainda com o tipo de reportoacuterio silaacutebico da liacutengua (ver Moacutedulo 3) As liacutenguas de ritmo acentual possuem tipicamente reportoacuterios silaacutebicos vastos com muitos tipos e grande complexidade silaacutebica pelo contraacuterio liacutenguas de ritmo silaacutebico tendem a possuir reportoacuterios mais pequenos com menos tipsdeterminar o tipo de reportoacuterio silaacutebicreportoacuterio silaacutebico correlaciona-se com ofasilaacutebicos complexos possibilitam mais diversidade com menos siacutelabas logo palavras mais pequenas sistemas silaacutebicos simples necessitam de mais siacutelabas para realizar contrastes lexicais logo palavras mais longas (Mehler amp Nespor 2002) Quadro 5 Propriedades de sistemas silaacutebicos complexos e sistemas silaacutebicos simples (Vigaacuterio et al 2003)

Syllable types English Dutch Spanish French EP Number 16 19 9 - 6 Most frequent () CV 34 CV 36 CV 58 CV 56 CV 65

CVC 30 CVC 32 CVC 22 CVC 19 CVC 16 VC 15 VC 15 CCV 6 V 10 V 11 V 8 CVCC 6 V 6 CCV 7 CCV 5 CVCC6 V 2 VC 3

Closed syllables () 56 59 30 26 19 CC(C) () --- 14 --- --- 6

Prosoacutedia 63

Estudos do desenvolvimento prosoacutedico infantil na perspectiva da produccedilatildeo e linguisticamente informados satildeo ainda recentes No que respeita agrave quisiccedilatildeo do sistema entoacional apenas um pequeno conjunto de liacutenguas foi

o Po Europ

eerlandecircs por um desenvolvimento entoacional mais tardio No primeiro

Figura 26 Produccedilatildeo de dois chamamentos consecutivos chamamento

aainda considerado Os resultados disponiacuteveis apontam para diferenccedilas entre liacutenguas com o Castelhano o Catalatildeo e rtuguecircs eu a serem caracterizados por um desenvolvimento entoacional precoce e o Inglecircs e Nconjunto de liacutenguas as crianccedilas mostram dominar um leacutexico entoacional proacuteximo do do adulto com o uso apropriado das diferentes melodias para veicular significados e mostram ainda um desenvolvimento na produccedilatildeo dos padrotildees de alinhamento e escalonamento tonal bem antes do iniacutecio do estaacutedio das duas palavras ou seja da produccedilatildeo de enunciados com combinaccedilatildeo de palavras (Snow 2006 Chen amp Fikkert 2007 Prieto amp Vanrell 2007 Frota amp Vigaacuterio 2008) As Figuras 26 e 27 ilustram o uso apropriado de diferentes melodias por uma crianccedila portuguesa com 20 meses que inicia o estaacutedio de duas palavras aos 26 meses

100100

200

300

400

500

600

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2 2 5

H H H L

t i t o t i t o

4 4

cantado seguido de chamamento insistente

64 Soacutenia Frota

150150

240

330

420

510

600

Fund

amen

tal f

requ

enc

0 0 5 1 1 5 2 2 5

Figura 27 Sequecircncia de respostas agrave pergunta do adulto Sabes quem eacute esta repetida por este apoacutes a primeira resposta da crianccedila declarativa neutra seguida de declarativa focalizada

No caso do chamamento verifica-se a produccedilatildeo pragmaticamente adequada do chamamento cantado em primeiro lugar com a selecccedilatildeo correcta dos tons de fronteira que fazem a distinccedilatildeo entre os dois tipos de chamamento No caso da declarativa em resposta agrave pergunta verifica-se a produccedilatildeo inicial de uma declarativa neutra substituiacuteda para uma declarativa focalizada na resposta agrave

nte o

a

ormas mono (eg Francecircs Portuguecircs) As ropriedades prosoacutedicas de enunciados de uma soacute palavra e de enunciados ultipalavra fornecem pistas para o estatuto prosoacutedico das siacutelabas (ou peacutes) e das

equecircncias de palavras que os constituem (Fikkert 1994 Odorico amp Carubbi

repeticcedilatildeo da pergunta por parte do adulto com um constraste de alinhamento do tom H associado a esta distinccedilatildeo pragmaacutetica (ver Moacutedulo 4 designadameQuadro 3)

Se parece natildeo existir uma correlaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento sintaacutectico os estudos atraacutes referidos apontam para umcorrelaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento lexical dadoque o primeiro surge associado a saltos significativos no tamanho do leacutexico produzido

Trabalhos sobre o desenvolvimento da estrutura prosoacutedica a partir de dados de produccedilatildeo tecircm tambeacutem revelado diferenccedilas entre liacutenguas Destaca-se oformato das primeiras palavras com liacutenguas em que o formato de peacute binaacuterio domina (eg Inglecircs Neerlandecircs Japonecircs) e liacutenguas em que f

ssilaacutebicas monomoraicas prevalecem pms

y (H

z)

H + L L H + L L

t a t aacute t a t aacute

4 4

Prosoacutedia 65

2003 Berens amp Gout 2005 Demuth amp McCullough 2008) O estudo destas istas permite determinar se um dado elemento eacute ou natildeo tratado como uma

palavra prosoacutedica ou como um sintagma entoacional e se dois ou mais elementos se encontram prosodicamente integrados numa mesma unidade ou prosodicamente separados em unidades diferentes Por outras palavras um tal estudo permite determinar as propriedades da estrutura prosoacutedica dos enunciados produzidos e o seu desenvolvimento Por exemplo a presenccedila de truncamento inicial de palavras dissilaacutebicas no PE ou a sua produccedilatildeo com duas siacutelabas mas em que cada uma das siacutelabas apresenta um acento tonal (1PAsyl) sugerem fortemente que num estaacutedio inicial a siacutelaba estaacute a ser tratada pela crianccedila como uma palavra prosoacutedica e que a integraccedilatildeo de duas (ou mais) siacutelabas na mesma palavra prosoacutedica acontece num estaacutedio posterior quando quer o truncamento quer o acento tonal por siacutelaba quase desaparecem dando lugar a uma sequecircncia de siacutelabas produzida com um uacutenico acento tonal

isyl_1PA) (Figura 28)

ura 28 Estrateacutegias na produccedilatildeo de alvos dissilaacutebicos (1) ateacute

o 4) mostra que estas produccedilotildees satildeo formadas por sequecircncias de

p

(d

Fig104 (2) de 105 a 108 Dados de Luma (Frota 2010)

De uma forma similar a ausecircncia de integraccedilatildeo prosoacutedica nos primeiros enunciados multipalavra revelada pela presenccedila de pistas como pausas ou reset (ver Moacutedulconstituintes prosoacutedicos de uma uacutenica palavra (Figura 29) que contrastam com sequecircncias de palavras integradas num mesmo constituinte prosoacutedico (Figura 30) Naturalmente a ausecircnciapresenccedila de integraccedilatildeo prosoacutedica tem

66 Soacutenia Frota

consequecircncias natildeo soacute para o conhecimento do processo de desenvolvimento prosoacutedico mas tambeacutem para o conhecimento da emergecircncia da sintaxe

Figura 29 Enunciado Mamatilde olha produzido com dois sintagmas entoacionais (109)

100100

180

260

340

420

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2

H L H H

m a m atilde o l h a

4 4

Figura 30 Enunciado Mamatilde olha produzido num uacutenico sintagma entoacional (111)

D ocesso de aquisiccedilatildeo

a liacuteng d

ada a complexidade dos factores envolvidos no prua apoacutes deacutecadas de investigaccedilatildeo no domiacutenio da percepccedilatildeo e dos

trabalhos mais recentes no acircmbito da produccedilatildeo o conhecimento do papel da prosoacutedia neste processo eacute ainda fragmentaacuterio Muitos percursos de investigaccedilatildeo permanecem por explorar como os que a seguir se referem a tiacutetulo

200200

260

320

380

440

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H + L L

m a m atilde o l h a

4

Prosoacutedia 67

exemplificativo Diferentes propriedades riacutetmicas parecem determinar diferentes estrateacutegias de segmentaccedilatildeo nas liacutenguas (ver (30) acima) e os formatos de palavra inicialmente produzidos parecem correlacionar-se com essas estrateacutegias Todavia a relaccedilatildeo entre unidades de segmentaccedilatildeo na percepccedilatildeo no primeiro ano de vida e as unidades linguiacutesticas da produccedilatildeo inicial no segundo ano de

ida encontra-se por determinar Nos uacuteltimos anos tem surgido evidecircncia crescente para a importacircncia das propriedades do input no processo de aquisiccedilatildeo Mas a demonstraccedilatildeo de que a segmentaccedilatildeo lexical eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Inglecircs do que em bebeacutes aprendentes do Francecircs devido a propriedades especiacuteficas do input presentes numa liacutengua e ausentes noutra ou de que o desenvolvimento entoacional eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Catalatildeo ou do Portuguecircs do que em bebeacutes aprendentes do Inglecircs ou do Neerlandecircs devido a propriedades do input encontra-se ainda por fazer O Portuguecircs Europeu neste campo constitui um importante objecto de teste devido agrave combinaccedilatildeo de propriedades prosoacutedicas que o caracteriza a mistura de elementos riacutetmicos silaacutebicos e acentuais (ver Moacutedulo 3) a presenccedila de elementos entoacionais semelhantes a outras liacutenguas romacircnicas (como o acent senccedila espar is ndash ver Moacutedulo 4) A realizaccedilatildeo de investigaccedilatildeo experimental com dados do PE nos domiacutenios da discriminaccedilatildeo riacutetmica por bebeacutes poderia pois dar um contributo para o entendimento de quais as propriedades riacutetmicas mais salientes para os mecanismos perceptivos das crianccedilas Tambeacutem a investigaccedilatildeo das estrateacutegias de segmentaccedilatildeo lexical em bebeacutes aprendentes do PE em comparaccedilatildeo com os estudos jaacute existentes poderia dar um contributo para a associaccedilatildeo entre propriedades riacutetmicas e unidades de segmentaccedilatildeo inicial nas liacutenguas A exploraccedilatildeo de algumas destas linhas de investigaccedilatildeo estaacute prevista no acircmbito do projecto Development of prosodic structure and intonation presentemente em curso no CLUL Bibliografia especiacutefica

v

o poacutes-nuclear) a par de elementos entoacionais diferentes (como a presa de acentos tona

Behre

2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

ns H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Chen A amp P Fikkert (

Christophe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The case of the head-direction parameter Developmental Science 6 211-220

68 Soacutenia Frota

Christophe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1 amp 2) 61-75

Demuth K amp E McCullough (2008) The prosodic (re)organization of childrenrsquos early English articles Journal of Child Language 36 173-200

Fikkert Paula (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL Frota S (2010) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation

tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Frota S M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

faces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

dorico L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-word n children First Language 23(1) 97-116

rieto P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings

Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa Jusczyk P W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press Jusczyk P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word

segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 159-207 Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In

A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006) Early segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Inter

Outterances in Italia

Pof ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prosoacutedia 69

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23 months Child Development 77(2) 281-296

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass

Ambraz

Andrad iana (1994) Sineacuterese dieacuterese e estrutura silaacutebica In Actas do

ol 2 317-347

ic Typology The Phonology

494

Cascadilla Press 809-821 7 ANEXO

BIBLIOGRAFIA ALARGADA

aitis G (2010) Nuclear Intonation in Swedish Evidence from Experimental-Phonetic Studies and a Comparison with German Lund Lund University press

Andrade A (1984) Acoustic study of vowel duration in European Portuguese (based on one subject) Relatoacuterios do Grupo de Foneacutetica e Fonologia nordm 5 Lisboa INIC

Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

e E amp M C VIX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica 31-42 Lisboa APLColibri

Arvaniti A (1994) Acoustic features of Greek rhythmic structure Journal of Phonetics 22 239ndash268

Arvaniti A (2007) On the presence of final lowering in British and American English In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter V

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Arvaniti A amp M Baltazini (2005) Intonational Analysis and Prosodic Annotation of Greek Spoken Corpora In Sun-Ah Jun (ed) Prosodof Intonation and Phrasing Oxford OUP 84-117

Arvaniti A amp S Godjevac (2003) The origins and scope of final lowering in English and Greek In MJ Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Science Barcelona UAB 1077-80

Auer P (1991) ldquoStress-Timingrdquo vs ldquoSyllable-Timingrdquo from a Typological Point of View In B Palek amp P Janota (eds) Proceedings of LPrsquo90 Charles University Press 292-305

Baltazani M (2006) Focusing prosodic phrasing and hiatus resolution in Greek In L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 473-

70 Soacutenia Frota

Beckman M amp J Edwards (1990) Lengthenings and shortenings and the nature of prosodic constituency In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in

Beckm

Beckm letcher (1992) Prosodic structure and tempo in a sonority model of articulatory dynamics In Gerard J Docherty amp D Robert Ladd (eds) Papers in Laboratory Phonology II Cambridge CUP 68ndash86

eckman M J Hirschberg amp S Shattuck-Hufnagel (2005) The Original ToBI d the Evolution of the ToBI Framework In Sun-Ah Jun (ed)

y of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

ehrens H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Laboratory Phonology I Cambridge CUP 179ndash200

Beckman M amp J Edwards (1994) Articulatory evidence for differentiating stress categories In Patricia Keating (ed) Papers in Laboratory Phonology III Cambridge CUP 7ndash33

an M amp J Pierrehumbert (1986) Intonational Structure in Japanese and English Phonology Yearbook 3 255ndash310

an M J Edwards amp J F

BSystem anProsodic Typology The PhonologUniversity Press 9-54

B

Blevins J (1995) The Syllable in Phonological Theory In J Goldsimth (ed) The Handbook of Phonological Theory Oxford Blackwell 206-244

Boersma P amp D Weenink (2008) Praat doing phonetics by computer (version 5023) httpwwwpraatorg

Brandatildeo de Carvalho J (1989) Phonological conditions on Portuguese clitic

Bruce G (1977) Swedish word accents in sentence perspective Lund Gleerup

bridge CUP 70-87

ts Journal of the Acoustical Society of America 120

Cambieerdam LOT Dissertation Series 32

Casper43(2) 127-161

Chen A in English In Proceedings of Eurospeech Geneva 97-100

placement on syntactic evidence for stress and rhythmical patterns Linguistics 27 405-436

Byrd D A Kaun S Narayanan amp E Saltzman (2000) Phrasal signatures in articulation In M B Broe amp J Pierrehumbert (eds) Papers in Laboratory Phonology V Cam

Byrd D J Krivopic amp S Lee (2006) How far how long On the temporal scope of prosodic boundary effec(3) 1589-1599

r-Langeveld T (2000) Temporal marking of accents and boundaries PhD Thesis University of Amst

Carlson K L Frazier C Clifton Jr (2009) How prosody constrains comprehensionA limited effect of prosodic packaging Lingua 1191066ndash1082

s J (2000) Experiments on the meaning of four types of single-accent intonation patterns in Dutch Language and Speech

Chahal D amp S Hellmuth (in press) The intonation of Lebanese and Egyptian Arabic In Sun-Ah Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford OUP

(2003) Reaction Time as an Indicator of Discrete Intonational Contrasts

Prosoacutedia 71

Chen A amp P Fikkert (2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Christose of the head-direction parameter

Christo5

7

Cruz-Fh PhD Dissertation Manchester University

e

DrsquoImpe ets and their

DrsquoImpe How many levels of phrasing Evidence from

DrsquoImpe House (1997) Perception of questions and statements in

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

phe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The caDevelopmental Science 6 211-220

phe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1-2) 61-7

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-54

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Cruz M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portuguese Production and Perception TIE4 Stockholm

Cruz-Ferreira M (1980) Basic intonational and grammatical patterns of Portuguese and English questions MA Dissertation University of Manchester

erreira M (1983) Non-native comprehension of intonation patterns in Portuguese and in Englis

Cruz-Ferreira M (1998) Intonation in European Portuguese In D Hirst amp A Di Cristo (eds) Intonation Systems A Survey of Twenty Languages CambridgCambridge University Press 167-178

rio M (2000) The role of perception in defining tonal targalignment PhD Dissertation Ohio State University

rio M amp B Gili Fivela (2003)two varieties of Italian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 130-144

rio M amp DNeapolitan Italian Eurospeech rsquo97 251ndash254

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Dainora A (2006) Modelling intonation in English In L Goldstein D H Whalen amp Catherine T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 107-132

Dasher R amp D Bolinger (1982) On pre-accentual lengthening Journal of the International Phonetic Association 12 58-69

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

72 Soacutenia Frota

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

gia Tomo XXIV 1-11

Demuth e prosodic (re)organization of childrenrsquos

Den Os sertation Utrecht

DePaoltic study Journal of Phonetics 36 406-422

guage 59 294-311

on 27 27-33

a Lisboa

Elordie onational

oa

Faleacute I tonational Contrasts in

Faleacute I requests in European Portuguese

Fernansidade Estadual de Campinas

Fikkert J Freitas (1998) Acquisition of syllable structure constraints Evidence from Dutch and Portuguese In Proceedings of the GALA97

Delgado Martins M R (1973) Anaacutelise acuacutestica das vogais toacutenicas em Portuguecircs Boletim de Filologia Tomo XXII 303-314

Delgado Martins M R (1975) Vogais e consoantes do Portuguecircs estatiacutestica de ocorrecircncia duraccedilatildeo e intensidade Boletim de Filolo

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

Demuth K (2006) Crosslinguistic perspectives on the Development of Prosodic Words Introduction Language and Speech 49(2) 129-135

K amp E McCullough (2008) Thearly English articles Journal of Child Language 36 173-200

E (1988) Rhythm and tempo of Dutch and Italian PhD DisRijksniversiteit

is R A M Vihman amp S Kunnari (2008) Prosody in production at the onset of word use A cross-linguis

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentation and lexical processing Journal of Memory and Lan

Dimitrova S (1997) Bulgarian Speech Rhythm Stress-Timed or Syllable-Timed Journal of the International Phonetic Associati

Ellison M amp M C Viana (1996) Antagonismo e elisatildeo das vogais aacutetonas em PE Actas do XI Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de LinguiacutesticAPLColibri Vol III 261ndash282

ta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intphrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica (Special issue on Boundaries in intonational phonology ed by Merle Horne amp Marc van Oostendorp) 59 110-143

Faleacute I (1995) Fragmento da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu as Estruturas Coordenadas MA Dissertation Universidade de Lisb

Faleacute I (2005) Percepccedilatildeo e Reconhecimento da Informaccedilatildeo Entoacional em Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

amp I H Faria (2006) Categorical Perception of InEuropean Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

amp I H Faria (2007) Imperatives orders and intonation In Proceedings of the 16th International Congress of Phonetic Sciences 1041-1044

des F (2007) Ordem Focalizaccedilatildeo e Preenchimento em Portuguecircs Sintaxe e Prosoacutedia PhD Dissertation Univer

Fikkert P (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL

P amp M

Prosoacutedia 73

Conference on Language Acquisition Edinburgh University of Edinburgh 217-222

Fodor J (2002) Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

s N Munaro amp R van de Vijver

Frota S nd

of an E of Athens 127ndash130

ue on

Frota S tuguese

ngua Portuguesa

Freitas M J (1997) Aquisiccedilatildeo da Estrutura Silaacutebica do Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

Frota S (1996) Prosodic Phrases and European Portuguese in search of evidence In A Bisetti L Brugegrave J Costa R Goedeman(eds) Proceedings of ConSole 3 Leiden SOLE 47ndash69

(1997) Association Alignment and Meaning the tonal sequence HL aFocus in European Portuguese In A Botinis G Kouroupetroglou amp G Carayiannis (eds) Intonation Theory Models and ApplicationsmdashProceedings

SCA Workshop Athens ESCAUniversity

Frota S (2000a) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2000b) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma Actas do XV Encontro teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs)

Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2002a) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 (Special issIntonation in Romance edited by J Ignacio Hualde) 113-146

(2002b) Tonal association and target alignment in European Pornuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002c) The Prosody of Focus a Case-Study with Cross-Linguistic Implications In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 319-322

Frota S (2003a) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2003b) The phonological status of initial peaks in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 133-152

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio amp A Villava Gramaacutetica da Liacute6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (2010a) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

74 Soacutenia Frota

Frota S (2010b) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A

Frota S accedilatildeo no

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena

Frota es of European

European Portuguese Third

Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Mateus amp C Nunes Correia (eds) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varietiPortuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation inConference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa httpwwwflulptLaboratorioFoneticatextsTIE3EarlyIntonationEPfpdf

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das

Frota S Vigaacuterio (2007) The phonetics

eory) 131-153

duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp Mand phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Th

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Prosoacutedia 75

Frota Sde Lisboa

M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade httpfrepopflulpt

Gerken

Gili Fi d Perception The Case of Pisa

Gordonsodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

Gout A l phrase boundaries

Grabe rrelates of Rhythmic Class In C

Grabe Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV

Grice ian implications for

Grφnnu

Gussen

Gussen

Gut Ul

Language and Speech 34(4) 299-318

L amp R Aslin (2005) Thirty Years of Research on Infant Speech Perception The Legacy of Peter W Jusczyk Language Learning and Development 1(1) 5-21

Ghini M (1993) φ-formation in Italian a new proposal Toronto Working Papers in Linguistics 122 41ndash79

vela B (2008) Intonation in Production anItalian Alessandria Edizione dellrsquoOrso

M K (2005) Intonational Phonology of Chickasaw In Sun-Ah Jun (ed) ProUniversity Press 301-330

A Christophe amp J Morgan (2004) Phonologicaconstrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

E amp E L Low (2000) Acoustic CoGussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 515-546

E amp P Warren (1995) Stress shift do speakers do it or do listeners hear it In BCambridge CUP 95ndash110

M (1995) The intonation of interrogation in Palermo Italintonation theory Tuumlbingen Niemeyer

m N amp M C Viana (1999) Aspects of European Portuguese Intonation In ICPhS 99 San Francisco Vol3 1997-2000

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

hoven C (1984) On the Grammar and Semantics of Sentence Accents Dordrecht Foris

Gussenhoven C (1993) The Dutch foot and the chanted call Journal of Linguistics 29 37-63

hoven C (1999) Discreteness and Gradience in Intonational Contrasts Language and Speech 42(2-3) 283-305

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

rike and Jan-Torsten Milde (2002) The Prosody of Nigerian English In Speech Prosody 2002 Proceedings Aix-en-Provence 367-370

Halleacute P B Boysson-Bardies amp M Vihman (1991) Beginnings of prosodic organization intonation and duration patterns of disyllables produced by Japanese and French infants

76 Soacutenia Frota

Hayes B (1995) Metrical Stress Theory Principles and case studies Chicago The University of Chicago Press

Hayes B amp A Lahiri (1991a) Bengali Intonational Phonology Natural Language

Hayesrg L Nord amp R Carlson (eds) Music Language Speech

Hellmudams A Cooper F Parrill amp T Wier (eds) Proceedings from the 40th

Hellmu nship between prosodic structure and pitch accent

91-316

Homae no amp G Taga (2007) Prosodic processing in the

Horne Linguistics 28 959-981

Hume odel of the Interplay of Speech Perception and

Jordatildeo oacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

Jun S- on the laryngeal gesture in Korean In

Jun S-A (2003) The effect of phrase length and speech rate on prosodic phrasing In

Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin

Jun S- University Press

and Linguistic Theory 9 47ndash96

B amp A Lahiri (1991b) Durationally specified intonation in English and Bengali In J Sundbeand Brain Basingstoke Macmillan 78-91

th S (2004) Prosodic weight and phonological phrasing in Cairene Arabic In N AAnnual Meeting of the Chicago Linguistics Society 97-111

th S (2007) The relatiodistribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 2

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

F H Watanabe T Nakadeveloping brain Neuroscience Research 59 29-39

Merle (1990) Empirical evidence for a deletion formulation of the rhythm rule in English

House David (1990) Tonal Perception in Speech Lund Lund University press

E amp K Johnson (2001) A MPhonology In E Hume amp K Johnson (eds) The Role of Speech Perception in Phonology New York Academic Press 3-26

R (2009) A estrutura prosUm estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

A (1995) Asymmetrical prosodic effectsB Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 235-253

Jun S-A (1996) The Phonetics and Phonology of Korean Prosody Intonational Phonology and Prosodic Structure New York Garland Publishing

M J Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Sciences Barcelona UAB 483ndash486

Jun S-A (2005a) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (2005b) Korean Intonational Phonology and Prosodic Transcription In S-A Jun (ed) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford OUP 201-229

Jun S-A (2007) The intermediate phrase in Korean Evidence from sentence processing In T Riad amp CMouton de Gruyter Vol 2 143-167

A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford

Prosoacutedia 77

Jusczyk Peter W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press

P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 1

Jusczyk59-207

3th International Conference on Turkish Linguistics

Kainad honological nature of prosodic

Kaplan 1978) Methods amp Designs Tables

Keating initial articulatory

Kohler ings of the

ences of the Estonian SSR

Ladd D f Intonational Phonology

nter-

Ladd D tonational emphasis continuous

Lehiste

Acquisition Cambridge University Press

Maia Mnal of

Major razilian Portuguese Journal of Phonetics 9

Manriq17-128

Kabak B amp A Revithiadou (2006) The Phonology of Clitic Groups Prosodic Recursivity Revisited Paper given at The 1Uppsala

a E (2009) The phonetic and pboundaries evidence from Modern Greek PhD Dissertation University of Edinburgh

H L N A Macmillan amp C D Creelman (of drsquo for variable-standard discrimination paradigms Behavior Research Methods amp Instrumentation 10(6) 796-813

P T Cho C Fougeron amp C-S Hsu (2003) Domain-strengthening in four languages In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 145-163

K J (1987) Categorical Pitch Perception In Uuml Vicks (ed) Proceed11th International Congress of Phonetic Sciences Volume 5331-333 Tallinn Academy of Sci

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements oIn M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Ladd D R amp J M Scobbie (2003) External sandhi as gestural overlap Couevidence from Sardinian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 164-182

R amp R Morton (1997) The perception of inor categorical Journal of Phonetics 25 313ndash342

I (1970) Suprasegmentals Cambridge MA The MIT Press

Levelt C amp R Van de Vijver (2004) Syllable types in cross-linguistic and developmental grammars In R Kager J Pater amp W Zonneveld (eds) Constraints in Phonological

Li W Y Yang (2009) Perception of prosodic hierarchical boundaries in Mandarin Chinese sentences Neuroscience 158 (4)1416-1425

Lloyd J (1940) Speech Signals in Telephony London

E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late preferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish JourPortuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Roy C (1981) Stress-timing in B343-351

ue A MB amp A Signorini (1983) Segmental duration and rhythm in Spanish Journal of Phonetics 11 1

78 Soacutenia Frota

Mata A I (1999) Para o estudo da entoaccedilatildeo em fala espontacircnea e preparada no Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

M H amp E Andrade (2000) The PMateus honology of Portuguese Oxford Oxford

as

Mehler n

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988)

Millottsody constrains word segmentation in French 16-month-olds

Millott98-909

Moraes J (1992) Dureacutee Intrinsegraveque de Martin

Morais Barb ie portugaise Lisboa Junta de

Morgan J L (1996) A rhy preverbal speech segmentation Journal of

Morgan

of Phonetics 37 29-45

Early

Nazzi T J

766

logy In I Roca (ed) Logical

Nespor Berlin Mouton de Gruyter

University Press

Mateus M H amp M R Delgado Martins (1982) Contribuiccedilatildeo para o estudo dvogais aacutetonas [acute] e [u] no Portuguecircs Europeu Biblos Vol LVIII 111ndash128

J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language IA Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

e S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal proJournal of Portuguese Linguistics 9-2

e S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 8

Moniz H (2006) Contributo para a caracterizaccedilatildeo dos mecanismos de (dis)fluecircncia em Portuguecircs Europeu MA Dissertation Universidade de Lisboa

s Voyelles du Portugais Breacutesilien In P (ed) Melanges Leacuteon Phonetique Phonostylistique Linguistique et Litterature 367-377 Toronto Editions Meacutelodie

osa J (1965) Etudes de phonologInvestigaccedilotildees do Ultramar

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

thmic bias in Memory and Language 35 666-688

J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nakai S S Kunnari A Turk K Suomi amp R Ylitalo (2009) Utterance-final lengthening and quantity in Northern Finnish Journal

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006)segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newbornstowards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonoIssues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

M (1999) Stress Domains In Word Prosodic Systems in the Languages of Europe Harry van der Hust (ed) 117-159

Prosoacutedia 79

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2ordf ediccedilatildeo publicada em 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The

man Proceedings of the International Symposium on Tonal

Odorico ord

Peperkao MA Dissertation University of Amsterdam

Pierreh d their alignment In M Horne (ed)

n

Pierreh

an Press

nal of Acoustical Society of America 90

Prieto P (2002) Entonacioacute In J Solagrave M R Lloret J Mascaroacute amp M P Saldanya

Prieto

Nespor M amp I Vogel (1989) On clashes and lapses Phonology 6 69ndash116

Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Niebuhr O amp K J Kohler (2004) Perception and Cognitive Processing of Tonal Alignment in GerAspects of Languages Emphasis on Tone Languages Beijing 155-158

L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-wutterances in Italian children First Language 23(1) 97-116

mp S (1992) La Risoluzione delle Aritmie nella Fonologia Ritmica dellrsquoItalian

Peperkamp S (1997) Prosodic Words The Hague Holland Academic Graphics HIL Dissertations 34

Pierrehumbert J (1980) The phonology and phonetics of English intonation PhD Dissertation MIT

umbert J (2000) Tonal elements anProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 11-36

Pierrehumbert J amp J Hirschberg (1990) The meaning of intonational contours in the interpretation of discourse In PR Cohen et al (eds) Intentions iCommunication Cambridge Mass MIT Press 271ndash311

umbert J amp M Beckman (1988) Japanese Tone Structure Cambridge Mass MIT Press

Pierrehumbert J amp SA Steele (1989) Categories of tonal alignment in English Phonetica 46 181ndash196

Pike K L (1945) The intonation of American English Ann Arbor University of Michig

Price P M Ostendorf S Shattuck-Hufnagel amp C Fong (1991) The use of prosody in syntactic disambiguation In Jour372-377

(eds) Gramagravetica del catalagrave contemporani Barcelona Empuacuteries Volum 1 393-462

Prieto P (2004) Fonegravetica i fonologia Els sons del catalagrave Barcelona Editorial UOC

P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

80 Soacutenia Frota

Ramus F (2002) Language discrimination by newborns Teasing apart phonotactic rhythmic and intonational cues Annual Review of Language Acquisition 2 85-

Ramus ues A

Ramus 999) Correlates of linguistic rhythm in speech

Sandler

prehension Springer

2519-2522

unication 41 71-80

dentification and lexical access In G Altmann amp R

Selkirk On derived domains in sentence phonology Phonology Yearbook 3

Selkirkrdrsquos paper In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in Laboratory

115

F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cstudy based on speech resynthesis JASA 105 512-521

F M Nespor amp J Mehler (1Cognition 73 265-292

Rietveld T J Haan L Heijmans amp C Gussenhoven (2002) Explaining attitudinal ratings of Dutch rising contours Morphological structure vs the Frequency Code Phonetica 59 180-194

Salverda A D Dahan amp J McQueen (2003) The role of prosodic boundaries in the resolution of lexical embedding in speech comprehension Cognition 90 51-89

W (2006) Phonology phonetics and the nondominant hand in L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 185-212

Sandler W amp D Lillo-Martin (2006) Sign Language and Linguistic Universals Cambridge CUP

Sandler W amp M Nespor (1999) Prosody in Israeli Sign Language Language and Speech 42 (2-3) 143-176

Savino M amp M Grice (in press) The perception of intonational contrasts in Italian In S Frota G Elordieta amp P Prieto (eds) Prosodic categories Production Perception and Com

Schiller N O A S Meyer R H Baayen amp W JM Levelt (1996) A Comparison of Lexeme and Speech Syllable in Dutch Journal of Quantitative Linguistics 3(1) 8-28

Schneider K G Dogil amp B Moumlbius (2009) German Boundary tones show Categorical Perception and a Perceptual Magnet Effect when presented in different contexts In Proceedings of Interspeech Brighton

Schouten B E Gerrits amp A van Hessen (2003) The end of categorical perception as we know it Speech Comm

Segui J E Dupoux amp J Mehler (1990) The role of the syllable in speech segmentation phoneme iSillcock (eds) Cognitive Models of Speech Processing Cambridge Mass MIT Press

Selkirk E (1984) Phonology and Syntax the relation between sound and structure Cambridge Mass MIT Press

E (1986)371ndash405

E (1990) On the nature of prosodic constituency comments on Beckman and EdwaPhonology I Cambridge CUP 179ndash200

Prosoacutedia 81

Selkirk E (1996) The Prosodic Structure of Function Words In J L Morgan amp K Demuth (eds) Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition

SelkirkProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce)

Selkirk glish In S Frota M

Shaked syntactic and phonological constraints in Hebrew

Shattuc importance of phonological transcription in

Shattucle of prosodic structure In Merle Horne (ed) Prosody

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23

Sudoof er S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp

Tenani guecircs do brasil implicaccedilotildees para a

Trucke On the relation between syntactic phrases and phonological

Trucke

Turk A ufnagel (2000) Word-boundary-related duration patterns in

Turk A 7) Multiple targets of phrase-final lengthening

van He R S Kirsner (2004) Phonetic or phonological contrasts in Dutch

Mahwah Lawrence Erlbaum Associates 187-213

E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Dordrecht Kluwer 231-261

E (2005) Comments on Intonational Phrasing in EnVigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

A (2007) Competingprosodic phrasing The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 169-199

k-Hufnagel S (1995) The empirical approaches to ldquostress shiftrdquo versus ldquoearly accentrdquo comments on Grabe and Warren and Vogel Bunnell and Hoskins In B Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 128ndash 140

k-Hufnagel S (2000) Phrase-level phonology in speech production planning Evidence for the roTheory and Experiment Dordrecht Kluwer Academic Publishers 201-229

months Child Development 77(2) 281-296

f S D Lenertovaacute R MeyJ SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

L (2002) Domiacutenios prosoacutedicos no Portuprosoacutedia e para a aplicaccedilatildeo de processos fonoloacutegicos PhD dissertation Universidade Estadual de Campinas

nbrodt H (1999) phrases Linguistic Inquiry 30 219ndash255

nbrodt H (2002) Upstep and embedded register levels Phonology 19 77-120

Truckenbrodt H (2007) Upstep on edge tones and on nuclear accents In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter Vol 2 349-386

Turk A amp J R Sawusch (1997) The domain of accentual lenthening in American English Journal of Phonetics 25 25-41

amp S Shattuck-HEnglish Journal of Phonetics 28 397-440

amp S Shattuck-Hufnagel (200in American English words Journal of Phonetics 35 445-472

uven V ampboundary tones In Linguistics in the Netherlands 21 102-113 AmsterdamPhiladelphia John Benjamins

82 Soacutenia Frota

Vanrell M (2007) A tonal scaling contrast in Majorcan Catalan interrogatives Journal of Portuguese Linguistics 6(1) 147-178 (Special issue Prosody in Ibero-Romance and related languages ed by G Elordieta and M Vigaacuterio)

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

Viana M C (1987) Para a siacutentese da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Dissertaccedilatildeo para acesso agrave categoria de Investigador Auxiliar Lisboa CLUL-INIC

httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

M (1998) Aspectos da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu estruturas com adveacuter

Vigaacuteriobio de exclusatildeo e negaccedilatildeo fraacutesica Braga CEHUM

465-477 Lisboa APLColibri

stics 2-2 (Special Issue on Portuguese

ial Issue Crosslinguistic Perspectives on the Development of Prosodic

Vigaacuterio m signal to grammar Rhythm and the th

sterdam John Benjamins 137-158

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

Vigaacuterio M (2003) The Prosodic Word in European Portuguese BerlinNew York Mouton de Gruyter

Vigaacuterio M (2009) The Prosodic Word Group as a domain of prosodic hierarchy Paper given at the Sixth Old Conference in Phonology (OCP6) Univ Edinburgh

Vigaacuterio M amp I Faleacute (1994) A Siacutelaba no Portuguecircs Fundamental uma descriccedilatildeo e algumas consideraccedilotildees de ordem teoacuterica In Actas do IX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese LinguiPhonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M M J Freitas amp S Frota (2006) Grammar and frequency effects in the acquisition of prosodic words in European Portuguese Language and Speech (SpecWords edited by K Demuth) 49(2) 175-203

M S Frota amp M J Freitas (2003) Froacquisition of syllable structure Proceedings of the 27 Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

Wenk B amp F Wioland (1982) Is French really syllable-timed Journal of Phonetics 10 193-216

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (eds) Phonetics and Phonology Interactions and interrelations Am

Prosoacutedia 83

Wightman CW S Shattuck-Hufnagel M Ostendorf amp P J Price (1992) Segmental durations in the vicinity of prosodic phrase boundaries Journal of the Acoustical Society of America 91 (3) 1707-1717

Zerbian S (2007) Phonological phrasing in Northern Sotho (Bantu) The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing edited by S Frota amp P Prieto) 24

Zsiga Eers in

233-262

(1995) An acoustic and electropalatographic study of lexical and postlexical palatalization in American English In B Connell amp A Arvaniti (eds) PapLaboratory Phonology IV Cambridge CUP 282-302

  • Prosoacutedia
    • Relatoacuterio
    • Soacutenia Frota
      • Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa
        • Conteuacutedos
          • Estrutura prosoacutedica
            • Leacutexico entoacional
            • Restriccedilotildees distribucionais
            • Implementaccedilatildeo foneacutetica
              • Bibliografia alargada
Page 9: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em

12 Soacutenia Frota

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

43 CONSIDERACcedilOtildeES SOBRE O PROGRAMA E A BIBLIOGRAFIA O programa encontra-se organizado em seis moacutedulos O primeiro constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes

Os moacutedulos dois trecircs e quatro satildeo respectivamente dedicados aos constituintes prosoacutedicos ao ritmo e agrave melodia Apesar de formarem moacutedulos autoacutenomos esta apresentaccedilatildeo sequencial favorece a compreensatildeo da organizaccedilatildeo sonora da linguagem como uma estruturaccedilatildeo em constituintes que se manifesta em diversos domiacutenios da mateacuteria sonora desde os fenoacutemenos de sacircndi agraves relaccedilotildees de proeminecircncia e fenoacutemenos riacutetmicos e agrave distribuiccedilatildeo dos eventos tonais que compotildeem as melodias A estrutura interna de cada um dos trecircs moacutedulos parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio e da aplicaccedilatildeo de instrumentos elementares de anaacutelise prosoacutedica para a problematizaccedilatildeo de questotildees especiacuteficas e a exploraccedilatildeo de potenciais caminhos para a construccedilatildeo de respostas aos problemas e hipoacuteteses levantados Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial

Os dois uacuteltimos moacutedulos do programa tambeacutem autoacutenomos entre si pressupotildeem todavia os conhecimentos e competecircncias anteriormente adquiridos Nestes dois moacutedulos constituecircncia prosoacutedica ritmo e entoaccedilatildeo satildeo trabalhados na perspectiva do processamento da liacutengua (moacutedulo 5) e da aquisiccedilatildeo da liacutengua (moacutedulo 6) No primeiro caso salienta-se o papel da prosoacutedia no processamento lexical e sintaacutectico No segundo caso realccedila-se o contributo da prosoacutedia para a aquisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo do proacuteprio desenvolvimento prosoacutedico Aqui como anteriormente faz-se especial referecircncia a estudos sobre o Portuguecircs

Prosoacutedia 13

Atravessa todo o programa uma forte componente experimental pois pretende-se de acordo com os objectivos do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 33) uma compreensatildeo activa do componente prosoacutedico da linguagem atraveacutes do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de estudo da prosoacutedia e da sua aplicaccedilatildeo em pequenos projectos de investigaccedilatildeo A bibliografia geral apresentada obedece a trecircs criteacuterios fundamentais acompanhando as linhas de organizaccedilatildeo do programa acima descritas (i) a inclusatildeo de bibliografia de niacutevel introdutoacuterio e de niacutevel intermeacutedio e avanccedilado (ii) a selecccedilatildeo de textos que privilegiam a caracterizaccedilatildeo prosoacutedica do Portuguecircs no quadro da comparaccedilatildeo entre liacutenguas juntamente com textos sobre liacutenguas diversas em ambos os casos fazendo recurso a um quadro teoacuterico homogeacuteneo e utilizando metodologias experimentais (iii) a acessibilidade dos textos especialmente atraveacutes de recursos bibliograacuteficos on-line A bibliografia geral eacute disponibilizada no ano anterior ao do funcionamento do seminaacuterio juntamente com o programa No decurso do funcionamento do seminaacuterio para cada moacutedulo do programa satildeo indicadas referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Estas referecircncias na sua maior parte constam da bibliografia geral inicialmente disponibilizada Todavia podem surgir novos textos a indicar ao longo do seminaacuterio que pelo seu caraacutecter extremamente especiacutefico orientado para determinada mateacuteria ou por terem sido recentemente produzidospublicados ou por corresponderem a interesses particulares de alunos natildeo foram incluiacutedos na bibliografia geral Entenda-se pois a bibliografia como um espaccedilo com abertura e flexibilidade ajustaacutevel a necessidades conjunturais No final do seminaacuterio eacute fornecida aos alunos uma bibliografia alargada (em Anexo) 44 PLANIFICACcedilAtildeO DAS MATEacuteRIAS A distribuiccedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos por horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio segue o seguinte plano Conteuacutedos Horas

lectivas1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes

prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica

3

14 Soacutenia Frota

12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis

6

3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

9

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

9

5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

6

6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico

7~9

Conferecircncias (moacutedulos 2 a 6) 3~5 Total de horas lectivas 45

As horas lectivas atribuiacutedas a cada moacutedulo variam em 6 a 9 (isto eacute 2 a 3 sessotildees de 3 horas cada) agrave excepccedilatildeo do primeiro moacutedulo de introduccedilatildeo geral ao seminaacuterio As horas efectivas atribuiacutedas ao moacutedulo seis dependem da integraccedilatildeo no programa de duas ou trecircs conferecircncias na aacuterea de especialidade do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 32 e introduccedilatildeo agrave secccedilatildeo 4) Estas conferecircncias podem contribuir para qualquer um dos moacutedulos dois a seis do programa Excepto no caso das conferecircncias e dos ajustes de horaacuterio que elas possam implicar as horas lectivas satildeo organizadas em sessotildees de 3 horas ao longo do semestre

Prosoacutedia 15

5 OS MEacuteTODOS DE ENSINO 51 METODOLOGIAS E RECURSOS Em conformidade com os objectivos do seminaacuterio explicitados na secccedilatildeo 33 o ensino articula a apresentaccedilatildeo de conteuacutedos e sua problematizaccedilatildeo e discussatildeo com a exemplificaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas experimentais de estudo da prosoacutedia e o exerciacutecio da sua aplicaccedilatildeo As sessotildees do seminaacuterio funcionam assim combinando os formatos de conferecircncia (exposiccedilatildeo problematizaccedilatildeo discussatildeo) e de workshop (propostas exemplificaccedilatildeo exerciacutecios aplicaccedilatildeo a novos casos discussatildeo) Os conteuacutedos de cada moacutedulo satildeo perspectivados como o resultado de questotildees de investigaccedilatildeo e discutidos como despoletadores de novas questotildees Assim os alunos satildeo conduzidos a assumir as perspectivas do investigador ndash como aquele que coloca as questotildees e traccedila um percurso experimental na busca das respostas ndash e do utilizador do conhecimento cientiacutefico o profissional que no desempenho da sua actividade necessita de conhecimento especializado e do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de anaacutelise produtoras de informaccedilatildeo especiacutefica Esta abordagem visa promover o desenvolvimento das competecircncias necessaacuterias agrave produccedilatildeo de investigaccedilatildeo autoacutenoma na aacuterea da prosoacutedia eou agrave praacutetica de actividades que exigem conhecimentos especializados nesta aacuterea A concretizaccedilatildeo das formas de ensino que acabei de expor exige a disponibilizaccedilatildeo de recursos vaacuterios particularmente nos domiacutenios do suporte informaacutetico e laboratorial Todas as sessotildees do seminaacuterio implicam a utilizaccedilatildeo de equipamento multimeacutedia ndash computador projector viacutedeo sistema de som ndash exigindo uma sala preparada para este efeito Programas de anaacutelise e siacutentese de fala bem como de apresentaccedilatildeo de estiacutemulos para tarefas de percepccedilatildeo satildeo utilizados tanto na exemplificaccedilatildeo de casos de estudo como nos exerciacutecios realizados Destacam-se em particular os seguintes programas Praat desenvolvido por Paul Boersma e David Weenink (Institute of Phonetic Sciences University of Amsterdam) e de distribuiccedilatildeo gratuita (httpwwwpraatorg) SpeechStation2 da Sensimetrics (httpwwwsenscom) existente no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab SuperLab Pro da Cedrus (httpwwwsuperlabcom) tambeacutem disponiacutevel no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab Habit (httphabitcmbucdavisedu) de

16 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo gratuita Satildeo ainda recursos utilizados os sistemas de anotaccedilatildeo prosoacutedica ToBI adaptados a diferentes liacutenguas httpwwwlingohio-stateedu~tobiame_tobi httpprosodia upfeducat_tobien httpwwwfl ulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm O suporte laboratorial do seminaacuterio eacute garantido pelo Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tendo os alunos acesso a todos os equipamentos disponiacuteveis bem como a corpora e bases de dados e beneficiando da orientaccedilatildeo praacutetica de doutorandos e bolseiros de investigaccedilatildeo associados ao laboratoacuterio 52 AVALIACcedilAtildeO De acordo com o Regulamento de Estudos poacutes-graduados da UL (httpwwwflulptlexregulamento_pgpdf ) a avaliaccedilatildeo do seminaacuterio eacute expressa no no intervalo de 10 a 20 valores da escala inteira de 0 a 20 Os alunos podem optar por um de dois modelos de trabalho final de seminaacuterio (i) a realizaccedilatildeo de um trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio (estudo piloto) ou (ii) a apreciaccedilatildeo criacutetica de um artigo sobre um estudo experimental Os alunos que pretendem concluir o ciclo de estudos com a elaboraccedilatildeo de uma dissertaccedilatildeo de natureza cientiacutefica ou de um trabalho de projecto original satildeo incentivados a optar pelo modelo (i) O modelo (ii) eacute direccionado para alunos que pretendem realizar um estaacutegio de natureza profissional e respectivo relatoacuterio (ver Normas regulamentares do mestrado Linguiacutestica httpwwwflulpt dlgrptensinociclo2programas0_Mestr_Ling_Regulamentodoc) O tema do trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio poderaacute ser escolhido entre os temas de trabalho apresentados pela docente ao longo do semestre ou proposto pelo aluno Para a escolha do tema satildeo ponderados o seu interesse para o projecto de investigaccedilatildeo pessoal do aluno a exequibilidade do trabalho no tempo disponiacutevel (habitualmente cerca de 5 semanas) os recursos e o apoio necessaacuterios agrave execuccedilatildeo do trabalho O trabalho deve ser individual original e especialmente realizado para o seminaacuterio podendo todavia integrar um projecto de investigaccedilatildeo pessoal jaacute em curso especialmente no caso dos estudantes de doutoramento A orientaccedilatildeo do trabalho cabe agrave docente do seminaacuterio podendo membros da equipa do Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tambeacutem sob sua orientaccedilatildeo apoiar o aluno na realizaccedilatildeo do trabalho

Prosoacutedia 17

Dada a sua natureza de estudo piloto o trabalho deve explorar uma abordagem experimental do tema escolhido com uma recolha de dados de dimensatildeo pequena mas suficiente para problematizar o sucesso da abordagem utilizada e abrir caminhos de investigaccedilatildeo futura Numa fase intermeacutedia da realizaccedilatildeo do trabalho este eacute apresentado e discutido oralmente O formato final do trabalho eacute o formato de um artigo com o nuacutemero maacuteximo de 15 paacuteginas A avaliaccedilatildeo do trabalho eacute feita com base nos seguintes paracircmetros enquadramento do tema na literatura da especialidade meacuterito da abordagem experimental escolhida domiacutenio dos meacutetodos e teacutecnicas experimentais capacidade de analisar os dados e extrair implicaccedilotildees dos resultados dessa anaacutelise No que respeita ao modelo (ii) o artigo a apreciar eacute escolhido a partir de uma lista apresentada pela docente O formato final da apreciaccedilatildeo criacutetica eacute o de um parecer com o nuacutemero maacuteximo de 8 paacuteginas Da apreciaccedilatildeo criacutetica a elaborar pelo aluno devem constar um resumo do artigo a discussatildeo da sua relevacircncia face ao enquadramento na literatura em que se situa a pertinecircncia das questotildees de investigaccedilatildeo que examina a propriedade da metodologia utilizada para esse efeito e a importacircncia dos resultados obtidos e suas implicaccedilotildees para estudos posteriores A avaliaccedilatildeo do seminaacuterio corresponde agrave avaliaccedilatildeo obtida no trabalho final 6 OS CONTEUacuteDOS E SEU DESENVOLVIMENTO

Nenhum vento sopra a favor

de quem natildeo sabe para onde ir

Seacuteneca

Things should be made as simple

as possible

but not any simpler

Albert Einstein

Para cada moacutedulo do programa do seminaacuterio de Prosoacutedia apresenta-se um sumaacuterio das mateacuterias abordadas indicam-se potenciais linhas de investigaccedilatildeo e listam-se referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Como referido anteriormente (secccedilatildeo 43) a estrutura interna de cada moacutedulo parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio para a problematizaccedilatildeo de questotildees particulares de investigaccedilatildeo Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs

18 Soacutenia Frota

(variedade standard falada na regiatildeo de Lisboa) num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial 61 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

O primeiro moacutedulo do programa constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia

em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes O papel desempenhado pela estrutura prosoacutedica enquanto elemento organizador das sequecircncias de fala encontra-se bem estabelecido na literatura A estrutura prosoacutedica agrupa fragmentos da cadeia falada em constituintes prosoacutedicos hierarquicamente organizados delimitados por fronteiras e caracterizados por proeminecircncias de diferentes niacuteveis (Figura 1)

Figura 1 Exemplificaccedilatildeo de estrutura prosoacutedica da siacutelaba ao sintagma entoacional Os constituintes prosoacutedicos satildeo marcados por constelaccedilotildees de propriedades que constituem a maior fonte de evidecircncia empiacuterica para a estrutura prosoacutedica Entre

Prosoacutedia 19

estas propriedades contam-se os fenoacutemenos que mostram que a realizaccedilatildeo de segmentos (ou de tons no caso de liacutenguas tonais) eacute afectada pela estrutura prosoacutedica fenoacutemenos de sacircndi (1a) fenoacutemenos de reforccedilo inicial de constituinte (1b) ou de alongamento final de constituinte (Figura 2) Tambeacutem os fenoacutemenos riacutetmicos satildeo sensiacuteveis agrave estrutura prosoacutedica por exemplo a forma como situaccedilotildees de antagonismo acentual motivadas pela proximidade de duas siacutelabas proeminentes satildeo resolvidas (ou natildeo) depende da organizaccedilatildeo prosoacutedica das duas siacutelabas num mesmo constituinte ou em constituintes diferentes (2) Tanto a realizaccedilatildeo dos eventos tonais que fazem a entoaccedilatildeo de uma sequecircncia de fala como a sua distribuiccedilatildeo reflectem a estrutura prosoacutedica por exemplo a altura relativa de um tom depende da sua realizaccedilatildeo dentro de um mesmo constituinte dos tons precedentes ou como o tom inicial de um novo constituinte prosoacutedico (3) e certos padrotildees de ocorrecircncia de eventos tonais satildeo indicadores do tipo de estrutura prosoacutedica da sequecircncia de fala a que se associam (4) (1) a [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[z] [ccedil S] jornalista[S] ]I b [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[S] ]IP [ [awS] jornalista[S] ]I

Figura 2 Alongamento final em fronteira de sintagma

b

40

45

50

55

60

σ

MV SF CF

Speakers

Test-word 1A

_ ]φ

_ ] Ι

fonoloacutegico e sintagma entoacional na palavra progressiva Duraccedilatildeo meacutedia da siacutelaba toacutenica e poacutes-toacutenica em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo da palavra para 3 informantes (Frota 2000 p192)

(2) a [thirteen men] φ Tennessee]φ won

20 Soacutenia Frota

(3) o

o

o o

o ]

) uma grande subida dos preccedilos

gt [uma grande subida]φ [dos preccedilos]φ

A implementaccedilatildeo de propriedades riacutetmicas e meloacutedicas mostra que a

[ ] [ H H H H H (4 T T T T T T T gt [uma grande subida dos preccedilos]φ estrutura prosoacutedica tem um papel relevante para a organizaccedilatildeo riacutetmica e entoacional das liacutenguas A estrutura prosoacutedica estabelece a cadeia de proeminecircncias e as fronteiras disponiacuteveis como pontos de associaccedilatildeo de eventos tonais Os eventos tonais de tipo culminativo ou acentual (acentos tonais) ligam-se a elementos da cadeia de proeminecircncias designadamente a cabeccedilas dos constituintes prosoacutedicos contribuindo para a realizaccedilatildeo dessas proeminecircncias Os eventos tonais de tipo demarcativo ou de fronteira ligam-se agraves margens dos constituintes prosoacutedicos (Figura 3) A estrutura entoacional relaciona-se assim com a organizaccedilatildeo em constituintes prosoacutedicos

Figura 3 Estrutura prosoacutedica e eventos tonais

Prosoacutedia 21

As propriedades que assinalam a estrutura prosoacutedica satildeo usadas no

ibliografia especiacutefica

processamento lexical na desambiguaccedilatildeo sintaacutectica (ver moacutedulo 5) ou na identificaccedilatildeo de unidades morfossintaacutecticas e de unidades fonoloacutegicas no processo de aquisiccedilatildeo da liacutengua (ver moacutedulo 6) B

and focus in European Portuguese Phonological phrasing

Ladd D

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS

CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS tuguecircs

ica e niacuteveis

O moacutedulo dois do programa eacute dedicado ao estudo de constituintes

constituintes (5b)

rota S (2000) ProsodyF

and intonation New York Garland Publishing Chap 1 Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma

entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076 R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Chap 1-2 Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition

2007 Mouton) Chap 1-2 6 221 Domiacutenios prosoacutedicos no Por22 Sobre a natureza da estrutura prosoacuted23 Como definir um domiacutenio constituintes prosoacutedicos Satildeo particularmente considerados os constituintes acima da palavra dada a sua relevacircncia para os fenoacutemenos riacutetmicos e entoacionais e a liacutengua em anaacutelise para este estudo de constituintes prosoacutedicos eacute o Portuguecircs Europeu Partindo da abordagem da fonologia prosoacutedica em que os constituintesprosoacutedicos resultam da aplicaccedilatildeo de mecanismos de interface entre morfossintaxe e fonologia modulada por restriccedilotildees de natureza puramente fonoloacutegica eacute apresentada a construccedilatildeo dos constituintes sintagma fonoloacutegico (φ e sintagma entoacional (I) em diversas liacutenguas Esta construccedilatildeo eacute reveladora dos dois grandes princiacutepios de organizaccedilatildeo prosoacutedica das sequecircncias de fala o princiacutepio demarcativo que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as margens de constituintes (5a) e o princiacutepio do agrupamento que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as relaccedilotildees existentes entre

22 Soacutenia Frota

(5) a Alinhame

margens de umnto entre as margens de um dado constituinte sintaacutectico e as

dado constituinte prosoacutedico

ini Direita XP

constituintes adjacentes ompl odifi

eza fonoloacutegica que operam sobre os onstituintes prosoacutedicos dizem respeito aos factores tamanho peso balanccedilo e s)sim

(Ghini 1993) Direita XP ( ω ω ω ω ω ) φ

ω )φ

φ (

eg sintagma fonoloacutegico Japonecircs Esquerda XP Chi Mw

b Relaccedilatildeo entre cabeccedilas e(cabeccedilac emento cabeccedilam cador etc)

eg sintagma fonoloacutegico Papago Chichewa Wrap XP

Tipicamente as restriccedilotildees de naturc(a etria como ilustrado em (6) (6) Sintagma fonoloacutegico Italiano

( ω ω )φ ( ω )φ ( ω )φ ( )φ ( ( ω ω ω ω ω )φ ( ω ω )φ ( ω ω ω )φ

φ ( lowast( ω ω ) ω ω ) ω ) φ )

lowast( ω ω ω φ

)φ (

(

( ω ω ) φ lowast( ω ω ω ω )φ ( ω )φ

lowast( ω )φ ( ω )φ ( ω ω )φ ω ) φ

oloacutegico e do sintagm entoacional no Portuguecircs Europeu e satildeo descritas as propriedades foneacutetic

e uma cabeccedila lexical agrupando a cabeccedila e todos os elemen

Neste quadro eacute estudada a formaccedilatildeo do sintagma fona

as e fonoloacutegicas que assinalam estes constituintes Para ambos os constituintes mostra-se a relevacircncia do princiacutepio de agrupamento e o efeito de restriccedilotildees fonoloacutegicas

A formaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico no PE refere o domiacutenio sintaacutectico da projecccedilatildeo maacutexima d

tos no seu lado natildeo recursivo num mesmo φ Este φ pode ainda conter um constituinte sintaacutectico seguinte pertencente ao mesmo domiacutenio se este constituinte natildeo tiver condiccedilotildees para formar um φ por si soacute Tais condiccedilotildees satildeo fonologicamente determinadas por uma restriccedilatildeo de tamanho miacutenimo segundo a qual um φ deveraacute conter mais material do que uma palavra prosoacutedica O elemento mais proeminente de φ eacute a sua uacuteltima palavra prosoacutedica ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita do constituinte como na generalidade das

Prosoacutedia 23

liacutenguas com a ordem sintaacutectica cabeccedila-complemento A demonstraccedilatildeo empiacuterica desta anaacutelise assenta em evidecircncias duracionais ligadas a fenoacutemenos riacutetmicos (Figura 4) em evidecircncias segmentais resultantes da (natildeo)aplicaccedilatildeo de sacircndi vocaacutelico tambeacutem devido a restriccedilotildees riacutetmicas (7) e em evidecircncias entoacionais de distribuiccedilatildeo de acentos tonais (ver (4) acima)

Figura 4 O sintagma fonoloacutegico e o alongamento da 1ordf de duas siacutelabas toacutenicas adjacentes numa situaccedilatildeo de antagonismo acentual dentro de um mesmo φ [ ]

(7) Vog de φ a

negrito ais afectadas a sublinhado siacutelaba toacutenica em maiacutesculas cabeccedila

[ o danccedilaRIno ] φ [ Ama ] φ [ a bailarina russa ] φ danccedilarinama (ltdanccedilarino+ama)

[ o bailaRIno ] φ [ ANda SEMpre ] φ [ de limusine preta ] φ

emarcativo no mapeamento quer

leccionando a margem direita quer seleccionando a margem esquerda (ver respect

okbailarinanda (ltbailarino+anda)

A aplicaccedilatildeo do princiacutepio dse

ivamente (8a) e (8b) ) resulta numa estrutura prosoacutedica que natildeo permite dar conta das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas acima descritas1 Na 1 Importa notar que em linha com o observado para outras liacutenguas romacircnicas as cabeccedilas lexicais apenas contam como cabeccedilas prosoacutedicas quando na sua posiccedilatildeo natildeo marcada (no caso do adjectivo quando no lado recursivo ndash ver Nespor amp Vogel 1986)

24 Soacutenia Frota

ilustraccedilatildeo em (8) a organizaccedilatildeo prosoacutedica natildeo marcada corresponde a (8a) em i e a (8b) em ii ou seja corresponde a um padratildeo de agrupamento de N e A separadamente de PP

(8) [ N [ A ]AP PP ]NP ii [ A N PP ]NP

)

A formaccedilatildeo do sintagma entoacional (I) no PE refere o domiacutenio de uma

ccedilatildeo em Is no PE dispotildee de forte evidecircncia empiacuterica Vaacuterios noacuteme

interpretaccedilotildees (ateacute ao nono ano como modificador de alunas ou como

i (a) ( )φ ( )φ ( φ

) (b) ( )φ( φ ( )φ ( )φ( )φ

frase raiz distinguindo todas as expressotildees natildeo estruturalmente a ela ligadas como expressotildees parenteacuteticas toacutepicos ou outros suplementos2 Estas uacuteltimas formam Is independentes enquanto todos os φs no domiacutenio da frase raiz satildeo agrupados num mesmo I Decorre deste mapeamento que os constituintes presentes num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador Os sintagmas entoacionais satildeo sujeitos a condiccedilotildees fonoloacutegicas que interagem com os mecanismos de mapeamento produzindo a organizaccedilatildeo prosoacutedica em Is de uma sequecircncia de fala Estas condiccedilotildees regulam o peso dos Is constituintes longos tendem a ser divididos prefere-se constituintes balanceados ou o constituinte mais longo agrave direita O elemento mais proeminente de I eacute o seu uacuteltimo φ ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita A organizafe nos de sacircndi aplicam-se no domiacutenio de I (veja-se (1) acima e tambeacutem (9) Este eacute o domiacutenio do alongamento final preacute-fronteira (jaacute ilustrado na Figura 2) e tambeacutem do locus de ocorrecircncia de pausa O sintagma entoacional tem ainda uma definiccedilatildeo meloacutedica precisa ele constitui o domiacutenio da melodia miacutenima dado que apenas a cabeccedila de I requere obrigatoriamente um acento tonal e apenas a fronteira direita de I eacute obrigatoriamente marcada por um tom de fronteira Na Figura 5 ilustra-se o contraste entre [as alunas] produzido como um φ ou como um I evidenciado pela realizaccedilatildeo da fricativa e pela curva meloacutedica e correspondendo a diferentes estruturas sintaacutecticas com diferentes

expressatildeo adverbial temporal caracterizadora de toda a acccedilatildeo)

2 Dependendo da abordagem sintaacutectica seguida o domiacutenio para a formaccedilatildeo de I tem sido identificado como Extended Projection of VP ou como Comma Phrase (veja-se por exemplo Elordieta et al 2005 ou Selkirk 2005) Segue-se no seminaacuterio a abordagem mais claacutessica sem entrar na discussatildeo da anaacutelise sintaacutectica das diferentes estruturas

Prosoacutedia 25

(9) a [ a[z] aluna[z] obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

b [ a[z] aluna[S] ]I [ ateacute onde pensamo[S] e sabemo[S] ]I [ obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

ento em Is eacute document licaacutevel pela referecircncia do constituinte mais longo agrave direita

I I

rie s acional no

E

Figura 5 Evidecircncias segmentais e entoacionais para I

O papel das restriccedilotildees fonoloacutegicas na determinaccedilatildeo do fraseamado em (10) note-se o contraste entre (a) e (b) exp

p (10) a [ O galatilde andava de porsche ]I

a [ O galatilde ]I [ andava de porsche ]I a [ O galatilde andava ] [ de porsche ]

b [ O poeta cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I b [ O poeta ] [ cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I Ib [ O poeta cantou ]I [ uma manhatilde angelical perturbadora ]I

O Quadro 1 (extraiacutedo de Frota no prelo) sintetiza as prop dade

foneacuteticas e fonoloacutegicas do sintagma fonoloacutegico e do sintagma entoP

26 Soacutenia Frota

rties Segmental Durational Tonal Prominence

Quadro 1 Estrutura prosoacutedica do PE propriedades de φ e I (Frota no prelo)

PropePhP NO NO NO Rightmost (default)

el

PhP heads constrain the output of vowsandhi

stress Domain forstrengthening

IP Domain for many segmental processes Domain for

oclitics

Final lengthening IP-edge Locus of

Domain for pitch accent distribution IP heads require a

lt)

resyllabification Left edge reducedforms of prare highly disfavoured

pauses pitch accent Right edge requires boundary tone Left edge optionally marked

Rightmost (defauFocus prominence (not positional)

co

Os ca em

constituintes entoacionais podem ser implementados diferentemente nas

Figura 6 Organizaccedilatildeo prosoacutedica em constituintes entoacionais variaccedilatildeo entre liacutenguasvariedades Tamanho (curtolongo) e

mplexidade (natildeo ramificado ramificaccedilatildeo simples ramificaccedilatildeodupla)

muacuteltiplos factores que regulam a organizaccedilatildeo prosoacutedi

Prosoacutedia 27

gramaacuteticas fonoloacutegicas das liacutenguas mesmo no caso de liacutenguas proacuteximas ou ateacute de va

tura prosoacutedica permanecem todavia

da combinaccedilatildeo de restriccedilotildees fonoloacutegicas com mecanismos

te da estrutura morfossintaacutectica eacute pouco profunda

riedades da mesma liacutengua Esta diversidade eacute ilustrada pelo comportamento do Castelhano Catalatildeo Italiano Portuguecircs Europeu do Norte (Braga) e Portuguecircs Europeu de Lisboa no que respeita agrave divisatildeo de uma frase SVO em dois constituintes (S) (VO) face a factores como o tamanho em siacutelabas e a complexidade sintaacutectica e prosoacutedica (Figura 6)

O quadro de anaacutelise em constituintes prosoacutedicos atraacutes exposto tem dado resultados profiacutecuos para o conhecimento da estrutura prosoacutedica das liacutenguas Duas questotildees essenciais sobre a natureza da estru

em aberto existem diferentes tipos de estrutura prosoacutedica ou uma uacutenica estrutura que governa fenoacutemenos tatildeo variados como os referidos acima como eacute definido um constituinte prosoacutedico (existe equivalecircncia entre constituintes e niacuteveis na estrutura) A primeira questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo das diferentes abordagens da estrutura prosoacutedica que tecircm sido propostas na literatura designadamente uma estrutura que resulta de interface entre a fonologia e outros componentes da gramaacutetica (a linha dominante no acircmbito da fonologia prosoacutedica) ou uma estrutura que eacute definida exclusivamente com base em fenoacutemenos de entoaccedilatildeo ou de proeminecircncia e cujos constituintes resultam apenas das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas que os caracterizam (abordagem comum no acircmbito dos estudos entoacionais) A resposta para esta questatildeo eacute fundamentalmente empiacuterica e passa pela aplicaccedilatildeo de paradigmas experimentais em que os diferentes factores satildeo controlados e testados e em que mais do que um tipo de propriedade marcadora da estrutura prosoacutedica eacute examinado A segunda questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo da ausecircncia de recursividade na estrutura prosoacutedica Na maioria das abordagens a estrutura prosoacutedica diferentemenTodavia algumas formas limitadas de recursividade tem sido propostas fazendo com que natildeo exista uma correspondecircncia directa entre niacuteveis de constituecircncia prosoacutedica e niacuteveis de fraseamento prosoacutedico Dado que as pistas para a organizaccedilatildeo prosoacutedica tendem a assinalar diferenccedilas entre niacuteveis a definiccedilatildeo dos constituintes prosoacutedicos resulta menos clara Mais uma vez a resposta exige trabalho experimental direccionado para a procura de diferenccedilas de tipo (apontando para categorias prosoacutedicas distintas) versus diferenccedilas de

28 Soacutenia Frota

grau (apontando para formas de organizaccedilatildeo prosoacutedica de instacircncias de uma mesma categoria) No que especificamente respeita ao PE eacute crucial estudar-se a organizaccedilatildeo prosoacutedica em outras variedades para aleacutem da variedade standard e verificar ateacute que ponto as propriedades caracterizadoras dos sintagmas fonoloacutegico e entoacional (Quadro 1 acima) tecircm caraacutecter geral na liacutengua O caso do sintagma fonoloacutegico eacute especialmente relevante dada a ausecircncia de evidecircncias segmentais duracionais e tonais proacuteprias que assim caracterizam a manifestaccedilatildeo subtil deste constituinte no PE quando comparada com outras liacutenguas (eg Nespor amp Vogel 1986 Hayes amp Lahiri 1991 Ghini 1993 entre outros) Bibliografia especiacutefica DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational

dic and syntactic structure In S Frota J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series

Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Frota S

Ghini osal Toronto Working Papers in

Hayes

Phrasing in Romance The role of prosoM Vigaacuterio amp M

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143 (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Caps 2-3

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291 M (1993) φ-formation in Italian a new propLinguistics 122 41ndash79

B amp A Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Inkelas S amp D Zec (1995) Syntax-phonology Interface In JA Goldsmith (ed) The Handbook of Phonological Theory Cambridge Mass Blackwell 535-549

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Prosoacutedia 29

63 RITMO 3 RITMO 1 Noccedilotildees de ritmo

es abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia iacutetmico classes ou contiacutenuo

ar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs loraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

dedicado ao estudo do ritmo Satildeo ritmo na menos e

332 Diferent3 Espaccedilo r3

34 Analis35 Correlaccedilotildees e exp O moacutedulo trecircs do programa eacute apresentadas diferentes noccedilotildees de ritmo sublinhando-se o lugar doorganizaccedilatildeo prosoacutedica das liacutenguas e o conjunto variado de fenoacutepropriedades que podem contribuir para a sensaccedilatildeo de ritmo Trabalham-se estudos de produccedilatildeo e percepccedilatildeo do ritmo no Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas Como vimos no moacutedulo 1 a estrutura prosoacutedica define uma cadeia de proeminecircncias ao mesmo tempo que os domiacutenios prosoacutedicos regulam a aplicaccedilatildeo de fenoacutemenos riacutetmicos Uma noccedilatildeo possiacutevel de ritmo eacute a estruturaccedilatildeo das proeminecircncias em sequecircncias de fala Para esta estruturaccedilatildeo contribuem as cabeccedilas dos diferentes constituintes prosoacutedicos (Figura 1) desde a siacutelaba toacutenica da cada palavra prosoacutedica ateacute agrave cabeccedila do sintagma entoacional bem como as suas propriedades de implementaccedilatildeo foneacutetica (duraccedilatildeo intensidade movimentos de F0 devidos agrave presenccedila de acentos tonais) Contribuem ainda os fenoacutemenos riacutetmicos que tendem a implementar uma certa alternacircncia entre posiccedilotildees fortes e fracas como os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de antagonismo acentual (ver (2) e Figura 1 acima) ou os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de intervalos de sequecircncias aacutetonas (11) Contribuem tambeacutem os fenoacutemenos de reforccedilo que visam garantir a proeminecircncia das cabeccedilas face agraves natildeo cabeccedilas como a colocaccedilatildeo do constituinte mais pesado no limite direito do sintagma fonoloacutegico ou do sintagma entoacional (12) ou a existecircncia de restriccedilotildees de peso na diferenciaccedilatildeo entre siacutelaba toacutenica e siacutelabas aacutetonas (mesmo em liacutenguas em que o peso silaacutebico natildeo constitui um factor relevante para a o acento ndash 13) Para fenoacutemenos deste tipo o domiacutenio prosoacutedico maacuteximo eacute o sintagma entoacional (I) pois tanto antagonismos como intervalos de sequecircncias aacutetonas natildeo satildeo resolvidos se quebrados por fronteiras de I

30 Soacutenia Frota

(11)

ann on ce I

2) ca] φ ] φ

3) Siacutelaba toacutenica em maiuacutesculas siacutelaba pesada a negrito

u peso relativos de um dad equecircncia estatildeo propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas

onstitui uma pista acuacutestica importante para o acento de alavra (Figura 7) bem como para a proeminecircncia de I A sonoridade dos gmen

[Gi i n lo da] (1 a [Maximiliano Ze b [Zeca Maximiliano (1

a canCcedilAtildeO OacuteRfatildeo b CRIacuteticatildeo Entre os factores que contam para a proeminecircncia o

o elemento numa sNo PE a duraccedilatildeo cpse tos definida por paracircmetros articulatoacuterios e acuacutesticos contribui para o peso (14) tal como a posiccedilatildeo relativa da cabeccedila na sequecircncia (15a) ou o tamanho e complexidade fonoloacutegicas dos elementos combinados (15b)

Figura 7 Duraccedilotildees da siacutelaba e acento

Prosoacutedia 31

(14) a ping pong vb tic tac vs tac tic

iluacute e Steacutefano com se e disseram [aacutegua-peacute] vs

O Joatildeo comprou segundo me disseram [aacutegua]

ritmo nas liacutenguas eacute com base em unidades

oacutecronas A abordagem tradicional do ritmo assenta na ideia de isocronia e

onoloacutegicos Esta abordagem deu origem a uma nova

s pong ping (15) a Steacutefano e Mariluacute vs Mar b O Joatildeo prou gundo m Uma outra noccedilatildeo importante para a caracterizaccedilatildeo doa isocronia isto eacute a sensaccedilatildeo de que o ritmo se constroacutei ispropotildee trecircs classes riacutetmicas em funccedilatildeo do tipo de isocronia ritmo silaacutebico com base na isocronia silaacutebica (de que seria exemplo o Italiano) ritmo acentual com base na isocronia entre intervalos acentuais (de que seria exemplo o Inglecircs) ritmo moraico com base na isocronia entre moras (de que seria exemplo o Japonecircs) A proposta inicial de classes riacutetmicas parte da intuiccedilatildeo linguiacutestica dando origem a deacutecadas de estudos foneacuteticos Todavia a existecircncia efectiva de unidades isoacutecronas realizadas foneticamente ficou por demonstrar Numa outra linha de estudos mostrou-se com sucesso que liacutenguas atribuiacutedas a diferentes classes satildeo distinguidas perceptivamente enquanto que liacutenguas atribuiacutedas a uma mesma classe natildeo o satildeo A visatildeo de que as sensaccedilotildees de ritmo captadas perceptivamente resultam de combinaccedilotildees de propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas tem sido dominante nos estudos flinha de estudos foneacutetico-fonoloacutegicos em que correlatos acuacutesticos para propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas satildeo procurados no sinal de fala Dos trecircs grandes tipos de propriedades inicialmente propostos por Dauer (1983 1987) ndash estrutura silaacutebica reduccedilatildeo vocaacutelica relaccedilatildeo entre entoaccedilatildeo e proeminecircncia ndash os dois primeiros tecircm merecido particular atenccedilatildeo A correlaccedilatildeo estabelecida entre estas propriedades e as classes riacutetmicas eacute apresentada em (16) (16) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica + -

Acentual Silaacutebico Moraico b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - Acentual Silaacutebico Moraico

32 Soacutenia Frota

A busca de correlatos acuacutesticos para estas propriedades que possam r para a explicaccedilatildeo dos resu ados p rceptivos de diferenciaccedilatildeo riacutetmica

diferentes

Variabilidade de iC - + Proporccedilatildeo de iV -

V

ritm a o no acirc deste enquadramento d ional baseada na isocronia o

ortuguecircs do Brasil (PB) tem sido referenciado como possuindo um ritmo

contribui lt etem dado origem a muacuteltiplas medidas do ritmo com sucessos(criticamente revistas em Arvaniti 2009) Todas elas partem da duraccedilatildeo de intervalos vocaacutelicos (iV) e consonacircnticos (iC) e medem variabilidade destes intervalos num dado domiacutenio ou a proporccedilatildeo destes num dado domiacutenio Se parece ser claro que pelo menos algumas destas medidas efectivamente captam diferenccedilas riacutetmicas tambeacutem parece ser claro que o espaccedilo riacutetmico que definem nem sempre caracteriza classes riacutetmicas diferenciadas sugerindo por vezes um contiacutenuo riacutetmico Veja-se a correlaccedilatildeo entre estas medidas e as propriedades em (16) acima (17) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica +

+ -

b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - + Variabilidade de i - O o do Portuguecircs eacute aqui analis d mbito foneacutetico-fonoloacutegico Na abordagem tra icPacentual um ritmo silaacutebico ou um ritmo misto dependendo dos autores e dos criteacuterios considerados Jaacute o PE tem sido caracterizado como tendo um ritmo acentual A abordagem que busca a razatildeo de ser das sensaccedilotildees de ritmo nas propriedades presentes na liacutengua e procura correlatos acuacutesticos para essas propriedades conduz a resultados diversos Uma vez controladas as diferenccedilas de velocidade de fala os ritmos das duas variedades apresentam-se acusticamente distintos de acordo com as medidas de variabilidade de iC e de proporccedilatildeo de iV3 o ritmo do PE define-se como misto entre acentual e silaacutebico agrupando-se numa dimensatildeo com o Inglecircs ou o Neerlandecircs e noutra com o Italiano ou o Castelhano o ritmo do PB define-se como misto entre silaacutebico e moraico (Figura 8) Estes resultados satildeo congruentes com as propriedades

3 A variabilidade de iV tal como noutros estudos para vaacuterias liacutenguas natildeo proporciona resultados robustos (eg Arvaniti 2009)

Prosoacutedia 33

foneacutetico-fonoloacutegicas das duas variedades Considerando uma mesma estrutura silaacutebica fonoloacutegica no PE assiste-se ao apagamento de vogais aacutetonas originando sequecircncias de consonantes enquanto no PB ocorrem fenoacutemenos de simplificaccedilatildeo silaacutebica como a epecircntese ou o apagamento da consoante em coda no existe reduccedilatildeo vocaacutelica generalizada enquanto no BP a reduccedilatildeo eacute limitada no PE os eventos tonais reforccedilam a proeminecircncia enquanto no BP entoaccedilatildeo e acento satildeo mais independentes Todavia a identificaccedilatildeo de liacutenguas mistas coloca de novo a questatildeo da existecircncia de classes riacutetmicas ou de um contiacutenuo Por outro lado ainda a presenccedila de um conflito de classificaccedilatildeo entre medidas acuacutesticas levanta a questatildeo de se determinar a sua relevacircncia relativa na percepccedilatildeo

Figura 8 Distribuiccedilatildeo de PE e PB no espaccedilo riacutetmico definido povariabilidade de iC e proporccedilatildeo de iV juntamente comliacutenguas analisadas em Ramus et al 1999

r as

Os trabalhos sobre a percepccedilatildeo do ritmo mostram com clareza que

propriedad para a discriminaccedil anco de

nguas testado permite examinar o estatuto de uma liacutengua acusticamente mista que

es riacutetmicas satildeo utilizadas tanto por adultos como por bebeacutesatildeo entre liacutenguas A relevacircncia da inclusatildeo do Portuguecircs no b

liacuteem as medidas acuacutesticas satildeo conflituantes apontando para classificaccedilotildees diferentes No estudo realizado com o Portuguecircs eacute tambeacutem testada a relevacircncia da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo

34 Soacutenia Frota

Os resultados perceptivos mostram que o PE e o Neerlandecircs satildeo discriminados do mesmo modo que o Castelhano e o Neerlandecircs ou o PB e o

davia na experiecircncia em que as quatro liacutenguasvariedades satildeo duzidas a duas hipoacuteteses de escolha para os sujeitos PE e PB natildeo satildeo scrim

] iV eacute um A natildeo ere que xistiraacute um ponto criacutetico na proporccedilatildeo de iV apontando para uma eventual

Neerlandecircs Toredi inados revelando que a distacircncia perceptiva entre PE e PB eacute inferior agrave distacircncia entre PE e Neerlandecircs (Figura 9) Quando apenas PE e PB satildeo testados para duas hipoacuteteses de escolha dos sujeitos continua a natildeo existir discriminaccedilatildeo salvo na condiccedilatildeo em que a entoaccedilatildeo eacute preservada Conclui-se assim que o contributo da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo riacutetmica depende das liacutenguas isto eacute das propriedades do sistema entoacional das liacutenguas a contrastar sendo especialmente importante no caso do PE e PB mas quase irrelevante por exemplo para o PE e o Neerlandecircs

Figura 9 Percepccedilatildeo do ritmo do Portuguecircs (Frota Vigaacuterio amp Martins 2002b) [ N1 PE1 C1 PB1 N2 PE 2 C2 PB2

A distinccedilatildeo perceptiva entre PE e Neerlandecircs sugere que a proporccedilatildeo de paracircmetro perceptivamente mais saliente do que a variabilidade de iC

distinccedilatildeo entre PE e PB (a natildeo ser na condiccedilatildeo com entoaccedilatildeo) sugefronteira perceptiva talvez proacutexima da diferenccedila entre ritmo acentual e ritmo silaacutebico (Figura 10)

Prosoacutedia 35

Figura 10 Ritmo correlatos acuacutesticos e percepccedilatildeo

O estudo do ritmo do Portuguecircs do ponto de vista da produccedilatildeo e daite ilustrar alguns dos procedimentos experime

percepccedilatildeo perm ntais utilizados m estudos sobre ritmo Para a produccedilatildeo ilustra formas de construccedilatildeo de

corpora equilibra atildeo bem como aplicaccedilatildeo de criteacuterios de segmentaccedilatildeo acuacutestica para a mediccedilatildeo de duraccedilotildees no

natildeo apenas as

edos e controlados face aos factores em observaccedil

asinal de fala Para a percepccedilatildeo ilustra a criaccedilatildeo de estiacutemulos manipulados por filtragem na frequecircncia e aplanamento tonal a aplicaccedilatildeo de tarefas perceptivas de tipo AX e a mediccedilatildeo de sensibilidade na discriminaccedilatildeo (d) A investigaccedilatildeo apresentada e discutida neste moacutedulo do programa deve ser problematizada na sequecircncia da seguinte pergunta fundamental para o entendimento do ritmo nas liacutenguas constitui o ritmo um princiacutepio organizador da linguagem ou trata-se antes de um epifenoacutemeno de outras propriedades das liacutenguas Parece certo que vaacuterias propriedades linguiacutesticas efoneacutetico-fonoloacutegicas e prosoacutedicas referidas anteriormente mas tambeacutem certas propriedades lexicais e sintaacutecticas (ver Mehler amp Nespor 2004) se correlacionam com diferenccedilas riacutetmicas sugerindo a anaacutelise de que estas derivam daquelas Todavia tambeacutem parece natildeo menos certo que evidecircncias para um princiacutepio estruturador da linguagem possivelmente ancorado em princiacutepios gerais da organizaccedilatildeo perceptiva emergem com frequecircncia agrupando estiacutemulos em constituintes de padratildeo alternante e tendencialmente repetitivo por exemplo a sequecircncia sonora do som de um reloacutegio eacute percebida com a estrutura (tic tac) (tic tac) (tic tac) e natildeo (tic) (tac tic) (tac tic tac) e a

36 Soacutenia Frota

segmentaccedilatildeo de note book worm depende tudo o resto sendo idecircntico do padratildeo alternante gerado nas siacutelabas anteriores com L H L H L a favorecer (note) (bookworm) e H L H L HL a favorecer (notebook) (worm) (Dilley amp McAuley 2008) Estatildeo em curso programas de investigaccedilatildeo que pela anaacutelise de liacutenguas tipologicamente diferentes em relaccedilatildeo agraves formas como codificam proeminecircncia e estruturaccedilatildeo prosoacutedica e pela relaccedilatildeo que estabelecem com os resultados da organizaccedilatildeo perceptiva de sinais natildeo linguiacutesticos poderatildeo vir a trazer avanccedilos significativos para o entendimento do ritmo na linguagem (eg Mehler Nespor e colegas White e colegas Arvaniti entre outros) No caso especiacutefico do ritmo do Portuguecircs faltam estudos acuacutesticos em outras variedades para aleacutem da variedade standard metodologicamente comparaacuteveis que permitam uma visatildeo relacional integrada da estrutura prosoacutedica propriedades riacutetmicas e entoacionais No domiacutenio da percepccedilatildeo seria importante testar directamente o par PE Castelhano bem como o par PB Castelhano para determinar se a variabilidade de iC desempenha algum papel na discriminaccedilatildeo riacutetmica Um outro campo de investigaccedilatildeo a explorar eacute o da evoluccedilatildeo do ritmo abordado a partir da relaccedilatildeo entre PE e PB e experimentalmente operacionalizado a partir das correlaccedilotildees atestadas entre propriedades riacutetmicas e propriedades fonoloacutegicas e lexicais Bibliografia especiacutefica Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs

Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

AD

rvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63 auer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics

auer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In

Delgad Editorial Caminho Caps 4-5

Frota S aacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no

Frota S thmic distinctions the

11 51-62 D

Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274 o Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentationand lexical processing Journal of Memory and Language 59 294-311 amp M VigPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555 amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhy

EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Prosoacutedia 37

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena Mateus amp C Nunes Correia (orgs) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A

Ramus 73 265-292

eds) Phonetics and

4 MEL 1 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 2 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo

ntoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 4 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

ia A partir da papel diferenciado nas liacutenguas eacute

nal Os strumentos fundamentais para uma anaacutelise fonoloacutegica e foneacutetica da entoaccedilatildeo

para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

Mehler J amp M Nespor (2004) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

study based on speech resynthesis JASA 105 512-521 F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (Phonology Interactions and interrelations Amsterdam John Benjamins 137-158

64 MELODIA

ODIA4443 Analisar a e4 O moacutedulo quatro do programa centra-se no estudo da melodconstataccedilatildeo de que a melodia desempenha umapresentada a noccedilatildeo de liacutengua entoacional em contraste com liacutengua toinsatildeo descritos no quadro da abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional e postos em praacutetica atraveacutes da anaacutelise da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Trabalham-se as propriedades entoacionais do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas com destaque para as liacutenguas romacircnicas

38 Soacutenia Frota

Na sua dimensatildeo linguiacutestica o papel da melodia nas liacutenguas caracteriza-se por uma distinccedilatildeo fundamental entre as configuraccedilotildees meloacutedicas que determinam significados lexicais e contrastes gramaticais ndash presentes nas

s tons de

Figura 11 Contorno de F0 da sequecircncia O MUacutesico comPOcircS uma opeREta Ela inspiROU-o e respectiva anaacutelise fonoloacutegica (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas)

liacutenguas tonais ndash e as configuraccedilotildees meloacutedicas que veiculam significados natildeo lexicais e contrastes sintagmaacuteticos ndash as uacutenicas presentes nas liacutenguas entoacionais Por entoaccedilatildeo refere-se assim configuraccedilotildees meloacutedicas natildeo lexicais de natureza linguiacutestica associadas a significados ao niacutevel fraacutesico como a distinccedilatildeo entre tipos de frase ou outras distinccedilotildees pragmaacuteticas e discursivas (eg actos de fala estrutura informacional) A entoaccedilatildeo eacute fonologicamente formada por uma sequecircncia de categorias tonais e foneticamente representada pelo contorno de F0 As categorias tonais relacionam-se com aspectos independentes da estrutura prosoacutedica da liacutengua (ver Figura 3 acima) Os eventos tonais da entoaccedilatildeo satildeo tons altos (H) ou baixos (L) que formam dois grandes tipos de categorias os acentos tonais associados a elementos proeminentes (cabeccedilas na estrutura prosoacutedica) e oconstituinte geralmente associados a fronteiras de constituintes prosoacutedicos Veja-se na Figura 11 uma ilustraccedilatildeo dos primeiros identificados com um e dos segundos identificados com diacriacuteticos especiacuteficos consoante o tipo de constituinte a que estatildeo ligados (no caso pois trata-se de tons de fronteira de sintagma entoacional)

Prosoacutedia 39

Os eventos tonais podem ser simples ou monotonais (como H ou L na Figura 11) ou complexos (como H+L na Figura 11) Faz ainda parte da organizaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo para aleacutem da sequecircncia de categorias tonais a sua estruturaccedilatildeo de proeminecircncias no domiacutenio de um sintagma entoacional distinguem-se o acento nuclear (atribuiacutedo agrave cabeccedila prosoacutedica maacutexima) o(s) acento(s) preacute-nuclear(es) (caso existam cabeccedilas prosoacutedicas em posiccedilatildeo preacute-nuclear) e o acento poacutes-nuclear (atribuiacutedo a uma cabeccedila prosoacutedica poacutes-nuclear) Este uacuteltimo tipo de acento tonal apenas pode ocorrer em casos em que a cabeccedila de I natildeo corresponda agrave cabeccedila do sintagma fonoloacutegico mais agrave direita ou seja em casos de proeminecircncia prosoacutedica marcada que habitualmente identificam instacircncias de focalizaccedilatildeo prosoacutedica Esta estrutura entoacional estaacute representada em (18a) O exemplo (18b) mostra a implementaccedil la Figura 12 com um cteriacutestica do acento poacute

uradas) e representaccedilatildeo foneacutetica (o contorno de F0) eacute gulada por duas formas de implementaccedilatildeo foneacutetica da sequecircncia tonal a

o espraiamento de um tom ao longo da resenccedila de um outro tom (ver Figura 13)

atildeo desta estrutura entoacional na sequecircncia ilustrada pefoco prosoacutedico natildeo final Note-se a reduccedilatildeo foneacutetica caras-nuclear

(18) a

s w s w T T T

preacute-nuclear nuclear poacutes-nuclear

b

s

w s w (H) H+L H+L

A relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo (sequecircncia de categorias tonais estrutreinterpolaccedilatildeo entre dois alvos tonais ecadeia segmental ateacute agrave p

40 Soacutenia Frota

Figura 12 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo pinTOR canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) om foco em lsquomanhatildersquo (produzida em resposta agrave pergunta Foi

Juntamente com a implementaccedilatildeo foneacutetica tonal por interpolaccedilatildeo ou por espraimento a realizaccedilatildeo efectiva de um tom depende de linhas de referecircncia tonal estabelecidas por constituinte prosoacutedico e da posiccedilatildeo relativa do tom no constituinte face a tons precedentes e subsequentes (ver exemplo (3) do Moacutedulo

cuma noite angelical que o artista cantou)

Figura 13 Relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica e representaccedilatildeo foneacutetica da entoaccedilatildeo

Prosoacutedia 41

1) um tom natildeo inicial eacute realizado num niacutevel mais baixo que o tom precedente (relaccedilatildeo de downstep) um tom inicial de constituinte eacute realizado num niacutevel mais alto que os tons imediatamente precedentes de outro constituinte (relaccedilatildeo de reset) um tom de fronteira final retoma a linha de referecircncia do constituinte prosoacutedico que assinala (relaccedilatildeo de upstep) Assim a altura foneacutetica de um tom eacute relativa e contextualmente determinada Na dimensatildeo temporal a sincronizaccedilatildeo entre as categorias tonais e a cadeia segmental em que elas se realizam eacute natildeo apenas determinada pela associaccedilatildeo fonoloacutegica de um evento tonal a uma dada posiccedilatildeo prosoacutedica (cabeccedila ou fronteira) mas tambeacutem pela coordenaccedilatildeo foneacutetica entre alvo tonal e elemento segmental como ilustrado na Figura 13 Esta coordenaccedilatildeo pode assumir a forma de alinhamento tardio ou de alinhamento inicial factor foneacutetico dependente d nteiras rosoacutedicas de ura do evento tonal Na

e vaacuterios outros factores como a proximidade de frooutros eventos tonais ou a proacutepria estrutp

Figura 11 apresenta-se uma ilustraccedilatildeo do alinhamento tardio tiacutepico do tom asterisco no acento tonal H+L no PE em relaccedilatildeo agrave siacutelaba toacutenica Para aleacutem do alinhamento foneacutetico a sincronizaccedilatildeo entre categorias tonais e cadeia segmental eacute ainda caracterizada por fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal Geralmente os fenoacutemenos deste tipo descritos nas liacutenguas satildeo estritamente de natureza tonal com liacutenguas a privilegiarem a compressatildeo tonal face a uma cadeia segmental curta (como eacute o caso do Inglecircs) e liacutenguas a privilegiarem a truncaccedilatildeo tonal em contexto idecircntico (como o Huacutengaro ou Italiano de Palermo) No caso do PE a acomodaccedilatildeo tonal parece fazer-se fundamentalmente agrave custa de fenoacutemenos de natureza segmental isto eacute a cadeia

gmense tal eacute estendida para acomodar os tons seja por alongamento ou epecircntese Esta uacuteltima estrateacutegia eacute ilustrada na Figura 14 O Quadro 2 sintetiza as dimensotildees cruciais para a anaacutelise da entoaccedilatildeo num liacutengua entoacional como o Inglecircs o Italiano ou o Portuguecircs A primeira dimensatildeo ndash a relaccedilatildeo entre estrutura entoacional e estrutura prosoacutedica ndash jaacute foi explorada anteriormente O trabalho sobre a entoaccedilatildeo do PE efectuado em seminaacuterio explora fundamentalmente as dimensotildees dois e trecircs que constituem com a primeira o nuacutecleo central da fonologia entoacional de uma liacutengua

42 Soacutenia Frota

100100

160

220

280

340

400

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H H + L L H

e l a f o i v e r o m a r

4

Figura 14 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) O tom de fronteira eacute realizado na vogal epenteacutetica

Quadro 2 Dimensotildees para anaacutelise da entoaccedilatildeo

Estrutura prosoacutedica Constituintes (proeminecircncias e fronteiras) Leacutexico entoacional Inventaacuterio de acentos tonais e tons de

constituintes e respectivos significados Domiacutenio relevante para a Constituinte prosoacutedico distribuiccedilatildeo de acentos tonais Restriccedilotildees distribucionais Restriccedilotildees sobre a ocorrecircnciacombinaccedilatildeo

de eventos tonais Implementaccedilatildeo foneacutetica Espraiamentointerpolaccedilatildeo alinhamento

linhas de referecircncia fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal

e

artindo do Quadro 3 Com o recurso agrave audiccedilatildeo da sequecircncia e agrave representaccedilatildeo o co gundo

passo tuais

Sessotildees de anaacutelise entoacional aplicada satildeo realizadas com materiais do PE O grande objectivo eacute a caracterizaccedilatildeo dos principais tipos fraacutesicos e dalgumas distinccedilotildees pragmaacutetico-discursivas no que respeita ao leacutexico entoacional Num primeiro passo a anaacutelise centra-se nos contornos nucleares pd ntorno de F0 elabora-se a transcriccedilatildeo tonal fonoloacutegica Num se

toda a sequecircncia eacute analisada incluindo a parte preacute-nuclear e evenquestotildees de fraseamento prosoacutedico e entoacional

Prosoacutedia 43

Quadro 3 Melodias do nucleares mais frequent

Portuguecircs transes (adaptado de

criccedilatildeo realizaccedilatildeo e significado dos contornos Frota no prelo)

44 Soacutenia Frota 44 Soacutenia Frota

A demonstraccedilatildeo de que os eventos tonais no PE como em outras liacutenguas se comportam como morfemas que codificam informaccedilatildeo semacircntico-pragmaacutetica eacute ilustrada com dois exemplos o contraste entre declarativa e interrogativa global em que eacute o tom de fronteira que carrega a funccedilatildeo distintiva (Figuras 15a-15b) o contraste entre interrogativa global neutra e interrogativa focalizada em que eacute o acento nuclear que estabelece a distinccedilatildeo (Figuras 15b-16)

Figura 15 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo(siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) (a) produzida como uma declarativa (b) produzida como uma interrogativa global

Prosoacutedia 45

Figura 16 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo produzida como uma interrogativa focalizada (no contexto Eu li aquele poema mas natildeo me recordo que parte do dia o poeta descreve como angelical)

A an iacuteda permite

verificar que r e um tom e fronteira final de I a que apenas eacute acrescentado um evento tonal inicial nesse esmo domiacutenio (Figura 17) Por outras palavras o domiacutenio relevante para a

Figura 17 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa maraviLHOsa do lagareiro produzida como uma declarativa neutra

aacutelise de toda a sequecircncia parte preacute-nuclear inclu a melodia no PE eacute constituiacuteda pelo acento tonal nuclea

dm

46 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo de acentos tonais no PE eacute o sintagma entoacional as palavras prosoacutedicas internas a I mesmo as cabeccedilas de sintagma fonoloacutegico (como gravava e maravilhosa na Figura 17) natildeo tecircm de ser tonalmente acentuadas As dimensotildees referidas no Quadro 2 acima satildeo naturalmente tambeacutem dimensotildees de variaccedilatildeo entre liacutenguas e variedades e portanto factores a ter em conta para a tipologia prosoacutedica A variaccedilatildeo no fraseamento entoacional entre liacutenguas romacircnicas jaacute referida no Moacutedulo 2 (ver Figura 6) exemplifica a relaccedilatildeo entre estrutura prosoacutedica e estrutura entoacional como uma dimensatildeo de variaccedilatildeo No Quadro 4 mostra-se a distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares no constituinte entoacional inicial de uma sequecircncia com subida de continuaccedilatildeo entre liacutenguas romacircnicas Os resultados apontam para dois grupos de liacutenguas consoante a predominacircncia de acentos de tipo ascendente ou de tipo descende

L+H L+H H+L L

nte

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares () por liacutenguavariedade e falante (Frota et al 2007)

Cat NM PG

97 100

0 0

3 0

0 0

Sp LM MR

27 5

73 95

0 0

0 0

SEP AG MC

0 0

57 11

43 89

0 0

NEP MI MS

19 0

57 0

7 14

17 86

It LC LD

47 41

0 0

0 59

53 0

Um outro exemplo de variaccedilatildeo entoacional eacute o caso de diferenccedilas sisteacutemicas em que eventos tonais distintos satildeo usados nos mesmos contextos O contraste entre as interrogativas na variedade standard do PE e na variedade do norte falada em Braga ou na variedade meridional falada em Castro Verde (Alentejo) eacute ilustrativo H+L eacute o acento nuclear na primeira e L o acento nuclear n caracteriza a variedad mportamento

isto Veja-se o contraste entre a Figura 14 acima (variedade standard) e a

as segundas LH eacute o tom de fronteira na primeira Le meridional e a variedade do norte apresenta um co

mFigura 18

Prosoacutedia 47

Figura 18 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo produzido por um falante da variedade meridional (Castro Verde Alentejo ndash Cruz amp Frota 2010)

Para aleacutem de diferenccedilas no leacutexico entoacional utilizado p

omiacutenio relevante para atribuiccedilatildeo de acentos todem surgir

diferenccedilas no d onais Ao contraacuterio do EP (variedade standard) que eacute caract o m istribuiccedilatildeo esparsa de acentos tonais dado te o iacutenio relevante outras liacutenguas romacircnicas apresentam uma distri is rica apontando para constituintes prosoacutedicos mais baixos como o rele te Esse eacute tam de outras variedades da Portug o a variedade do norte (Braga) Veja-se o contraste entre a Figura 17 acima e a Figura 19

19 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa produzida por um falante da variedade do norte

(Braga)

erizad por u a dr I como dombuiccedilatildeo madomiacutenio van beacutem o caso

uecircs com

FiguramaraviLHOsa do lagareiro

48 Soacutenia Frota

Apesar do ganho em termos de investigaccedilatildeo sobre liacutenguas diversificadas metodologicamente comparaacutevel que representou a abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional (eg Jun 2005 no prelo) permanecem questotildees fundamentais em aberto na fonologia entoacional que importa discutir (ver a este propoacutesito Ladd 19962008) Uma destas questotildees diz respeito agrave proacutepria natureza da entoaccedilatildeo e agrave definiccedilatildeo das categorias fonoloacutegicas da entoaccedilatildeo O facto da entoaccedilatildeo conter simultaneamente elementos discretos (linguiacutesticos) e gradientes (paralinguiacutesticos) dificulta a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais Por outro lado ainda a divisatildeo de trabalho entre o que pertence agrave implementaccedilatildeo foneacutetica e agrave representaccedilatildeo fonoloacutegica das categorias

tambeacutem nem sempre eacute clara Veja-se o exemplo do alinhamento onal ser

deter as s tonais) fazendo com que uma mesma

ento on-line tecircm issores (Sudhoff et al 2006)

No caso especiacutefico da entoaccedilatildeo do Portuguecircs trabalhos experimentais orientados para a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais satildeo todavia escassos (vejam-se os estudos de Faleacute amp Faria e de Frota) Trabalhos deste tipo bem como estudos de variaccedilatildeo entoacional na liacutengua relacionando produccedilatildeo e percepccedilatildeo satildeo fundamentais para o conhecimento do sistema entoacional do Portuguecircs e para o conhecimento da tipologia prosoacutedica das liacutenguas Bibliografia especiacutefica

entoacionaist a relaccedilatildeo temporal entre alvos tonais e a cadeia segmental pode

minada por factores diversos (como a distacircncia para fronteiras prosoacutedicou a presenccedilaausecircncia de outros eventocategoria tonal possa apresentar alinhamentos diferentes todavia algumas liacutenguas parecem explorar contrastes de alinhamento associando-os a significados distintos o que sugere a existecircncia de categorias tonais diferentes distinguidas precisamente por alinhamentos diferentes A identificaccedilatildeo de quais as diferenccedilas entoacionais que satildeo fonologizadas nas liacutenguas passa necessariamente por abordagens experimentais com metodologias que testem a relaccedilatildeo entre variaccedilatildeo na forma foneacutetica e atribuiccedilatildeo de significado entoacional Tarefas perceptivas semanticamente motivadas ou em que informaccedilatildeo

conta bem como estudos de processamcontextual seja tida emproporcionado resultados prom

Cruz ese

ion and Perception TIE4 Stockholm M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portugu

Product

Prosoacutedia 49

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000a) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000b) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Chap 5

Frota S (2002a) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002b) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chap 2

Frota S (2010) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Hellmuth S (2007) The relationship between prosodic structure and pitch accent distribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing) 24 291-316

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2ordf ediccedilatildeo 2008) Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology

In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp 06) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New Gruyter

iana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

J SchlieBer (20York Mouton de

VhttpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

50 Soacutenia Frota

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da

Vigaacuterio

ology edited by W L Wetzels) 115-137

65 PR

signifi

sintaacutecta que nstituintes

forma de abordar esta questatildeo consiste na anaacutelise do processamento de frases

produccedil

resulta ccedilatildeo prosoacutedica natildeo eacute obrigatoacuteria Todavia e a

especiacutef

estrutu o recurso agrave introduccedilatildeo de

qual os a essas fronteiras se encontram estruturalmente

determmoveram do interior para o litoral bloqueando a interpretaccedilatildeo de que as

Linguagem Re(habilitar) 45 35-64 M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phon

OSOacuteDIA E SIGNIFICADO 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

O quinto moacutedulo do programa eacute dedicado ao contributo da prosoacutedia para o cado na perspectiva do processamento da liacutengua Destaca-se o estudo de

sequecircncias ambiacuteguas e o papel da prosoacutedia no processamento lexical e ico Satildeo apresentados e discutidos trabalhos experimentais que examinam statildeo da segmentaccedilatildeo do sinal de fala em palavras e co

sintagmaacuteticos tanto por adultos como por bebeacutes e crianccedilas Uma das questotildees centrais para o estudo da linguagem eacute perceber como

o contiacutenuo sonoro eacute segmentado em palavras e unidades sintagmaacuteticas Uma

ambiacuteguas ou de frases com ambiguidades temporaacuterias Estudos de produccedilatildeo de frases estruturalmente ambiacuteguas em diferentes liacutenguas mostram que em

otildees naturais quando os falantes natildeo satildeo explicitamente confrontados com a ambiguidade estes enunciados nem sempre satildeo desambiguados Estes

dos mostram que a desambiguaquando ela ocorre existe congruecircncia entre a prosoacutedia produzida interpretaccedilatildeo pretendida isto eacute os falantes utilizam as configuraccedilotildees prosoacutedicas

icas que reflectem os significados contrastantes Veja-se um exemplo de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica na Figura 20 No PE a desambiguaccedilatildeo de enunciados

ralmente ambiacuteguos eacute geralmente obtida comfronteiras de sintagma entoacional que bloqueiam a interpretaccedilatildeo segundo a

constituintes adjacentes ligados No exemplo da Figura 20 a fronteira de I em populaccedilotildees (19b)

ina que a uacutenica interpretaccedilatildeo possiacutevel eacute aquela em que as populaccedilotildees se

Prosoacutedia 51

populaccedilotildees que satildeo do interior foram para o litoral interpretaccedilatildeo esta apenas vel caso natildeo exista fronteira de I a sdisponiacute eguir a populaccedilotildees (19a)

ra o litoral

Figura 20 Desambiguaccedilatildeo prosoacutedica da sequecircncia estruturalmente ambiacutegua Deslocaram-se as populaccedilotildees do interior pa(Vigaacuterio 2003)

(19) a [deslocaram-se [as populaccedilotildees [do interior]PP]NP [para o litoral]PP]VP [ [deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ [do interior]φ [para o litoral]φ]I b [deslocaram-se [as populaccedilotildees]NP [do interior]PP [para o litoral]PP]VP [[deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ]I [[do interior]φ [para o litoral]φ]I

Este recurso agrave fronteira de I e natildeo a uma fronteira prosoacutedica mais baixa ou a um outro mecanismo prosoacutedico como a distribuiccedilatildeo de acentos tonais eacute gramaticalmente motivado Os constituintes agrupados num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador que natildeo estaacute disponiacutevel entre Is (ver Moacutedulo 2) A opcionalidade da utilizaccedilatildeo deste recurso tambeacutem eacute gramaticalmente motivada esta fronteira de I natildeo resulta directamente do mapeamento sintaxe-fonologia pois em (19) todos os constituintes se encontram no domiacutenio da mesma frase raiz mas da promoccedilatildeo de uma fronteira de sintagma fonoloacutegico para fins de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica Um caso claacutessico de ambiguidade estrutural eacute o da ligaccedilatildeo local ou natildeo local de oraccedilotildees relativas (Figura 21) Estas estruturas de tipo NP1 NP2 RC (oraccedilatildeo relativa) tecircm sido extensivamente estudadas em diferentes liacutenguas e

52 Soacutenia Frota

recorrendo a diferentes paradigmas experimentais Os resultados obtidos parecem mostrar que as preferecircncias pela ligaccedilatildeo local ou pela ligaccedilatildeo natildeo local ariam de liacutengua para liacutengua mesmo no caso da leitura silenciosa em que os

falantes projectam a liacutengua os resultados nte do contraste

entre estudconfirma

ituintes longos tendem a mo ento dos constituin

Figura 21 Ligaccedilatildeo de oraccedilotildees relativas e prosoacutedia

das liacutenguas romacircnicas apesar de diferenccedilas prosoacutedicas notoacuterias como o domiacutenio

v a prosoacutedia impliacutecita Para uma mesm

podem todavia depender da metodologia utilizada designadameos off-line e estudos on-line Os vaacuterios trabalhos tecircm ainda

do a importacircncia de factores prosoacutedicos como a extensatildeo dos constituintes para a ligaccedilatildeo preferencial da relativa const

tivar fronteiras prosoacutedicas afectando as possibilidades de agrupamtes

Uma questatildeo importante em aberto nesta linha de investigaccedilatildeo diz respeito agraves razotildees que conduzem agraves diferentes preferecircncias entre liacutenguas designadamente em estudos off-line A sintaxe bem como o sistema prosoacutedico das liacutenguas e a forma como ambos interagem satildeo candidatos fortes para proporcionar uma resposta Todavia liacutenguas como o Inglecircs o Japonecircs ou o Mandarim com diferenccedilas sintaacutecticas importantes (por exemplo a ordem NP1 NP2 RC em Inglecircs vs a ordem RC NP2 NP1 em Mandarim) e diferentes sistemas prosoacutedicos (o Inglecircs eacute uma liacutengua entoacional o Japonecircs eacute uma liacutengua com acento tonal lexicalmente determinado e o Mandarim eacute uma liacutengua tonal) apresentam a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo baixa Por outro lado a maioria

Prosoacutedia 53

de distribuiccedilatildeo de acentos tonais as formas de marcaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico ou mesmo as formas de implementaccedilatildeo da proeminecircncia (com o PE e o Francecircs com propriedades prosoacutedicas diferenciadas entre si e tambeacutem distintas das do Italiano Castelhano ou Portuguecircs do Brasil) apresenta a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo alta Abordagens experimentais em que propriedades sintaacutecticas e prosoacutedicas bem como o mapeamento sintaxe-fonologia sejam tidas em conta para cada liacutengua e na comparaccedilatildeo entre liacutenguas satildeo certamente necessaacuterias para uma melhor compreensatildeo da interpretaccedilatildeo destas estruturas Sequecircncias com ambiguidades temporaacuterias tecircm apontado para um papel relevante da prosoacutedia no processamento A presenccedila de certas propriedades prosoacutedicas condiciona quer o acesso lexical quer o processamento sintaacutectico antes da ocorrecircncia de outros elementos desambiguadores A Figura 22 ilustra umassumi

a representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no acesso lexical que tem sido da em vaacuterios estudos

Figura 22 Fronteiras prosoacutedicas e acesso lexical Em ambiguidades lexicais locais como as em (20) a ausecircncia de uma fronteira prosoacutedica superior ao niacutevel da palavra (20a) introduz atrasos no processamento face a sequecircncias semelhantes mas natildeo ambiacuteguas Pelo contraacuterio na presenccedila de tal fronteira prosoacutedica (20b) o reconhecimento lexical na sequecircncia ambiacutegua e na natildeo ambiacutegua efectua-se em tempos idecircnticos (Christophe et al 2004)

54 Soacutenia Frota

(20) a [un chat grincheux]φ chat chagrin ne [un chat drogue]φ chat b [le gros chat]φ [grimpaithellip = [le gros chat]φ [dressaithellip Tambeacutem em casos como em (21) a presenccedila de uma fronteira de φ desambigua entre os candidatos lexicais possiacuteveis mas jaacute a presenccedila de uma fronteira de niacutevel de palavra como em (22) natildeo parece ser suficiente para produzir desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) Este conjunto de resultados sugere que o acesso lexical se processa no domiacutenio prosoacutedico do sintagma fonoloacutegico (2 a [o rolo de fita cola]φ [ficou b [o rolo de fita]φ [cola]φ [figuras (22) a [para quem discorrer]φ [sobre este tema b [para quem diz correr]φ [dez quiloacutemetros

1)

O estudo do papel da prosoacutedia no processamento lexical eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimentais como tarefas de monotorizaccedilatildeo de palavra (Word-monitoring) de detecccedilatildeo de fonema inicial de palavra ou de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas (Completion) A Figura 23 mostra uma representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico Enunciados localmente ambiacuteguos mas com diferentes estruturas prosoacutedicas produzidos por falantes natildeo conscientes da ambiguidade tendem a ser desambiguados com sucesso pelos ouvintes As propriedades prosoacutedicas que conduzem agrave desambiguaccedilatildeo podem todavia diferir entre liacutenguas por exemplo no Francecircs a fronteira de sintagma fonoloacutegico parece ser suficiente (Milotte et al 2007) enquanto no Portuguecircs Europeu apenas a fronteira de sintagma entoacional produz desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) O mente um caso o outro

s exemplos em (23) e (24) ilustram respectivae (23) a le petit chien]φ mord la laisse b le petit chien mort]φ sera enterreacutehellip (24) a uma vez chegado o professor]I comeccedilaram b uma vez chegado]I o professor comeccedilou

Prosoacutedia 55

Figura 23 Fronteiras prosoacutedicas e processamento sintaacutectico

natildeo soacute um exame mais e o Francecircs se distingue

laramente do PE no que respeita agrave marcaccedilatildeo prosoacutedica do sintagma fonoloacutegico

entais off-line e on-line omo

1996 Houmlhle 2009) Apresentam-se aqui dois estudos ilustrativos da tilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas por bebeacutes e crianccedilas nos domiacutenios do acesso

biguidade

Estas diferenccedilas entre liacutenguas requerem

detalhado das propriedades prosoacutedicas do input (ondcndash ver Moacutedulos 2 e 4) mas tambeacutem estudos entre liacutenguas com metodologias exactamente comparaacuteveis O estudo do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimc as tarefas de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas de detecccedilatildeo de palavra (Word-detection) e de registo do movimento dos olhos A exploraccedilatildeo de pistas prosoacutedicas para aceder a diversos tipos de unidades e estruturas linguiacutesticas natildeo eacute uma possibilidade exclusiva de falantes adultos A investigaccedilatildeo existente indica que o input disponibiliza pistas (foneacuteticas prosoacutedicas estatiacutesticas) para fronteira de palavra tipo de categoria de palavras aspectos diversos da estrutura sintaacutectica e que os bebeacutes e crianccedilas exploram estas pistas no processo de aquisiccedilatildeo e desenvolvimento da liacutengua O papel da informaccedilatildeo prosoacutedica neste processo parece ser determinante (Morgan amp Demuthulexical e do processamento sintaacutectico da am

56 Soacutenia Frota

A importacircncia para a segmentaccedilatildeo do sinal de fala da presenccedila de uma biguidade lexical local eacute

xaminada na performance de bebeacutes aprendentes do Inglecircs e de bebeacutes aprendentes do Francecircs (respectivamente Gout et al 2004 e Millotte et al no prelo) Os bebeacutes satildeo expostos a estiacutemulos como os em (25) no quadro da aplicaccedilatildeo do paradigma experimental do movimento preferencial da cabeccedila (Head-turn preference procedure) na sua variante condicionada Os resultados mostram que aos 10 meses de idade os bebeacutes ingleses jaacute distinguem entre monossiacutelabos e dissiacutelabos enquanto os bebeacutes franceses apenas o fazem aos 16 meses de idade Para aleacutem de confirmarem desde muito cedo uma capacidade para a computaccedilatildeo de informaccedilatildeo prosoacutedica e sua utilizaccedilatildeo como pista na aquisiccedilatildeo lexical estes resultados apontam para diferenccedilas entre liacutenguas (tal como no caso dos estudos com adultos) A indicaccedilatildeo de que as pistas para segmentaccedilatildeo de palavra poderatildeo ser mais fortes no Inglecircs do que no Francecircs principalmente devido agraves relaccedilotildees de proeminecircncia entre siacutelabas e ao padratildeo acentual domondicionar o passo do desenvolvimento da liacutengua

bal]φ confegravere un air solennel au chacircteau

omo os em (26)

Kipper-NOM quarto-LOC entra

fronteira de sintagma fonoloacutegico em situaccedilotildees de ame

inante (ver Moacutedulo 3) sugerem diferenccedilas no input que podem c

(25) a The church with the most paper spires is heavenly The man with the least pay]φ perspires constantly b La rangeacutee de balcons fait face au cloicirctre du monastegravere La grande salle de Num outro estudo a relevacircncia da prosoacutedia para a segmentaccedilatildeo do sinal em situaccedilotildees de ambiguidade lexical eacute estudada com crianccedilas coreanas entre os 2 e os 5 anos de idade (Choi amp Mazuka 2003) Em enunciados ca posiccedilatildeo da fronteira prosoacutedica a seguir ou antes de ka eacute crucial para a segmentaccedilatildeo lexical As crianccedilas satildeo expostas a duas imagens diferentes e eacute-lhes pedida a escolha da imagem correspondente ao estiacutemulo sonoro Os resultados mostram que as crianccedilas identificam correctamente os itens lexicais natildeo havendo diferenccedila significativa entre a performance de crianccedilas e de adultos (26) a Khipher ka ] pang e tˆlacutegayo Kipper entra num quarto

Prosoacutedia 57

b Khipher] kapang e tˆlacutegayo Kipper entra no saco

Kipper saco-LOC entra No mesmo estudo eacute ainda testada a utilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas em situaccedilotildees de ambiguidade estrutural Em enunciados como os em (27) a presenccedila ou ausecircncia de fronteira prosoacutedica a seguir a kirin determina respectivamente a interpretaccedilatildeo deste elemento como o sujeito da frase ou como parte do objecto As pistas prosoacutedicas associadas agrave presenccedila da fronteira satildeo as mesmas que caracterizam a situaccedilatildeo de ambiguidade lexical Os resultados mostram que crianccedilas ateacute aos 4 anos natildeo conseguem efectuar a desambiguaccedilatildeo e que crianccedilas de 5-6 anos tecircm uma performance superior agraves primeiras mas ainda significativamente diferente da dos adultos (27) a kirin ] kwaja macutegacuteyo (A) girafa come (o) bolo

girafa bolo come

b kirin kwaja ] macutegacuteyo (Algueacutem) come (o) bolo em forma de girafa

Estes resultados confirmam a existecircncia de uma capacidade para omputar e usar a prosoacutedia e revelam que a diferenccedila entre os casos de

a dificuldades no de uma liacutengua

ista prosoacutedico primeira

arcam margens de constituintes a demonstraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo destas

cambiguidade lexical e os de ambiguidade estrutural eacute devidaprocessamento sintaacutectico Tratando-se o Coreano tipologicamente diferente do Inglecircs e do Francecircs do ponto de vpois as propriedades que nas uacuteltimas assinalam proeminecircncia nampropriedades constitui uma evidecircncia para um papel generalizado da prosoacutedia no processamento (para aleacutem das especificidades das liacutenguas) Bibliografia especiacutefica Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2 Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological

phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Fodor J 2002 Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

58 Soacutenia Frota

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Synt c disambiguation the role oeaning

acti f Barcelona

004) Phonological phrase boundaries e 51

oumlhle mecha n first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

aia M E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late

(1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology

mbiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com satildeo I ito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos Porto

Intonation editado por P Prieto) 249-278

prosoacutedia para a quisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo

ento prosoacutedico Aqui como anteriormente destacam-se abalhos experimentais sobre as questotildees em anaacutelise e faz-se especial referecircncia

ente a presenccedila de uma sensibilidade precoce a propriedades prosoacutedicas e que aponta para que as

prosody Workshop on Prosody and MGout A A Christophe amp J Morgan (2

constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Languag548-567

H B (2009) Bootstrapping nisms i

Mpreferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish Journal of Portuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Millotte S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal prosody constrains word segmentation in French 16-month-olds Journal of Portuguese Linguistics 9-2

Millotte S A Reneacute R Wales amp A Christophe (2008) Phonological phrase boundaries constrain the on-line syntactic analysis of spoken sentences Journal of Experimental Psychology Learning Memory amp Cognition 34 874-885

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nespor M M T Guasti amp A Christophe

Berlin Akademie Verlag 1-26 Vigaacuterio M (1997) Processos de desa

adveacuterbios de exclu n A Brpara Oacutescar Lopes Campo das Letras pp 855-868

ropean Portuguese Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in EuCatalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance

66 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico O sexto e uacuteltimo moacutedulo do programa trata do contributo daado proacuteprio desenvolvimtra estudos sobre o Portuguecircs

Existe uma vasta literatura que demonstra empiricam

Prosoacutedia 59

crianccedilas estejam equipadas com um mecanismo de processamento do sinal de nput) inicialmente sintonizfala (i ado para informaccedilatildeo prosoacutedica (eg Morgan

prosoacutedi o sinal de fala em

processo tornou-se conhecido como

icas mais investigadas estatildeo as que se relacionam om o ritmo sendo que para o ritmo podem contribuir diversos factores desde a

uiccedilatildeo dos padrotildees acentuais e de proeminecircncia a diferentes niacuteveis s tonais a forma acuacutestica como a

e combinaccedilatildeo segmental entre o 3) Estudos como o de Nazzi et al (1998)

receacutem-nascidos conseguem discriminar liacutenguas s diferentes mas natildeo liacutenguas agrupadas

tmicamente na mesma classe Em (28) apresenta-se uma siacutentese dos

1986 Morgan amp Demuth 1996 Jusczyk 1997 Houmlhle 2009) Pistas prosoacutedicas associadas a propriedades como o acento as proeminecircncias e fronteiras

cas o ritmo e a entoaccedilatildeo ajudam o bebeacute a segmentarunidades linguiacutesticas e podem contribuir para a sua categorizaccedilatildeo4 Este

bootstrapping prosoacutedico e tem sido investigado como uma das abordagens que visa contribuir para a compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da liacutengua (Figura 24)

Figura 24 Do sinal para a gramaacutetica

Entre as pistas prosoacutedcdistribprosoacutedicos a proacutepria distribuiccedilatildeo dos eventoproeminecircncia eacute realizada ou os padrotildees dconsoantes e vogais (ver Moacuteduldemonstram que bebeacutes pertencentes a classes riacutetmicariresultados de estudos de discriminaccedilatildeo riacutetmica com bebeacutes

4 Ver tambeacutem o moacutedulo 5 para uma ilustraccedilatildeo de como as propriedades prosoacutedicas contribuem para a segmentaccedilatildeo do input

60 Soacutenia Frota

(28) Tipo riacutetmico Liacutenguas Discriminaccedilatildeo Acentual Silaacutebico

InglecircsItaliano radic InglecircsCastelhano radic

Figura 25 s

A relaccedilatildeo entr s linguiacutesticas tem sido xplorada nas abordagens de bootstrapping (Figura 25) Foi proposto por xempl

A correlaccedilatildeo existente entre a posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma

RussoFrancecircs radic Inglecircs+Neerlandecircs Italiano+Castelhano radic Acentual Moraico InglecircsJaponecircs radic NeerlandecircsJaponecircs radic Acentual Acentual InglecircsNeerlandecircs X Silaacutebico Silaacutebico CastelhanoCatalatildeo X Acen+Sil Acen+Sil Inglecircs+Italiano Neerlandecircs+Castelhano X Estes resultados constituem uma evidecircncia forte de que os bebeacutes estatildeo equipados com mecanismos perceptivos especialmente sensiacuteveis a propriedades riacutetmicas do sinal de fala que permitem a identificaccedilatildeo dessas propriedades

Do sinal para a gramaacutetica o papel das propriedades riacutetmica

e propriedades riacutetmicas e unidadeee o que pistas riacutetmicas estatildeo na base do bootstrapping prosoacutedico da ordem de palavras da segmentaccedilatildeo de palavras e sua categorizaccedilatildeo ou do tipo de reportoacuterio silaacutebico (Nespor et al 1996 Christophe et al 2003 Jusczyk et al 1999 Nazzi et al 2006 Christophe et al 2008 Mehler amp Nespor 2002 Vigaacuterio et al 2003)

fonoloacutegico (inicial ou final) e a ordem sintaacutectica entre cabeccedila e complemento

Prosoacutedia 61

nas liacutenguas (ver Moacutedulo 2) permite associar o padratildeo riacutetmico em (29a) com a ordem cabeccedila-complemento e o padratildeo riacutetmico em (29b) com a ordem complemento-cabeccedila Trabalhos experimentais demonstram que os bebeacutes tecircm as capacidades perceptivas necessaacuterias para computar estas pistas riacutetmicas dado que discriminam entre sinais de fala segmentalmente idecircnticos mas

om uas

e ritmo acentual como o Inglecircs o Neerlandecircs ou o Alematildeo o padratildeo trocaico

ras mais longas Estas correlaccedilotildees permitem gerar as espectativas de segmentaccedilatildeo do sinal de fala em (30) uma segmentaccedilatildeo inicial baseada no acento ou mais propriamente no peacute binaacuterio trocaico (e com tendecircncia para palavras mais curtas) em liacutenguas de ritmo acentual e uma segmentaccedilatildeo inicial baseada na siacutelaba (e posteriormente com tendecircncia para palavras mais longas) em liacutenguas de ritmo silaacutebico Estudos experimentais confirmam que bebeacutes ingleses neerlandeses e alematildees segmentam precocemente palavras trocaicas (mas natildeo palavras jacircmbicas) e bebeacutes franceses falham a segmentaccedilatildeo de dissiacutelabos comeccedilando por reconhecer monossiacutelabos e integrando as duas siacutelabas numa mesma unidade apenas mais tarde (Houmlhle 2009) (30) a Ritmo acentual [ x x (xs xw) x x ] padratildeo trocaico gtgt palavra curta

b Ritmo silaacutebico [ x x (x) x x x ] siacutelaba gtgt palavra longa

prosodicamente diferentes no que respeita agrave posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma fonoloacutegico (eg Christophe et al 2003) (29) a [ hellip (ws)φ (ws)φ (ws)φ hellip ]I b [ hellip (sw)φ (sw)φ (sw)φ hellip ]I As propriedades riacutetmicas das liacutenguas estatildeo tambeacutem correlacionadas cpadrotildees de proeminecircncia ao niacutevel lexical e com tamanho de palavra Em liacutengd(sw) eacute dominante ao contraacuterio do que sucede por exemplo no Francecircs ou no Portuguecircs Europeu5 Paralelamente liacutenguas de ritmo acentual possuem palavras mais curtas enquanto liacutenguas de ritmo silaacutebico ou moraico possuem palav

o Cutler amp Carter (1987) cerca de 96 das palavras lexicais do Inglecircs comeccedilam por

siacutelaba toacutenica 80 das palavras lexicais satildeo monossiacutelabos No PE apenas 25 das palavras lexicais comeccedilam por siacutelaba toacutenica 71 das palavras lexicais possuem 3 ou mais siacutelabas (contagem em types obtida sobre uma secccedilatildeo da FrePOP ndash Frota et al 2010)

5 Segund

62 Soacutenia Frota

O facto de palavras funcionais serem habitualmente itens muito frequentes na liacutengua com forma monossilaacutebica sem acento e localizados mas margens de unidades prosoacutedicas (designadamente de sintagmas fonoloacutegicos e entoacionais) permite que os bebeacutes possam extrair estas regularidades compil

os e formatos silaacutebicos mais imples (Quadro 5) Esta correlaccedilatildeo permite que o ritmo ajude a crianccedila a

o da liacutengua Por sua vez o tipo de s formatos de palavra sendo mais um

ctor a contribuir para as estrateacutegias de segmentaccedilatildeo em (30) sistemas

ando uma lista destes elementos muito frequentes e identificando-os com palavras funcionais quando ocorrem nas fronteiras de constituintes prosoacutedicos Vaacuterios trabalhos experimentais mostram que os bebeacutes pouco depois do primeiro ano satildeo jaacute capazes de identificar categorias de palavras (Christophe et al 2008) As propriedades riacutetmicas correlacionam-se ainda com o tipo de reportoacuterio silaacutebico da liacutengua (ver Moacutedulo 3) As liacutenguas de ritmo acentual possuem tipicamente reportoacuterios silaacutebicos vastos com muitos tipos e grande complexidade silaacutebica pelo contraacuterio liacutenguas de ritmo silaacutebico tendem a possuir reportoacuterios mais pequenos com menos tipsdeterminar o tipo de reportoacuterio silaacutebicreportoacuterio silaacutebico correlaciona-se com ofasilaacutebicos complexos possibilitam mais diversidade com menos siacutelabas logo palavras mais pequenas sistemas silaacutebicos simples necessitam de mais siacutelabas para realizar contrastes lexicais logo palavras mais longas (Mehler amp Nespor 2002) Quadro 5 Propriedades de sistemas silaacutebicos complexos e sistemas silaacutebicos simples (Vigaacuterio et al 2003)

Syllable types English Dutch Spanish French EP Number 16 19 9 - 6 Most frequent () CV 34 CV 36 CV 58 CV 56 CV 65

CVC 30 CVC 32 CVC 22 CVC 19 CVC 16 VC 15 VC 15 CCV 6 V 10 V 11 V 8 CVCC 6 V 6 CCV 7 CCV 5 CVCC6 V 2 VC 3

Closed syllables () 56 59 30 26 19 CC(C) () --- 14 --- --- 6

Prosoacutedia 63

Estudos do desenvolvimento prosoacutedico infantil na perspectiva da produccedilatildeo e linguisticamente informados satildeo ainda recentes No que respeita agrave quisiccedilatildeo do sistema entoacional apenas um pequeno conjunto de liacutenguas foi

o Po Europ

eerlandecircs por um desenvolvimento entoacional mais tardio No primeiro

Figura 26 Produccedilatildeo de dois chamamentos consecutivos chamamento

aainda considerado Os resultados disponiacuteveis apontam para diferenccedilas entre liacutenguas com o Castelhano o Catalatildeo e rtuguecircs eu a serem caracterizados por um desenvolvimento entoacional precoce e o Inglecircs e Nconjunto de liacutenguas as crianccedilas mostram dominar um leacutexico entoacional proacuteximo do do adulto com o uso apropriado das diferentes melodias para veicular significados e mostram ainda um desenvolvimento na produccedilatildeo dos padrotildees de alinhamento e escalonamento tonal bem antes do iniacutecio do estaacutedio das duas palavras ou seja da produccedilatildeo de enunciados com combinaccedilatildeo de palavras (Snow 2006 Chen amp Fikkert 2007 Prieto amp Vanrell 2007 Frota amp Vigaacuterio 2008) As Figuras 26 e 27 ilustram o uso apropriado de diferentes melodias por uma crianccedila portuguesa com 20 meses que inicia o estaacutedio de duas palavras aos 26 meses

100100

200

300

400

500

600

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2 2 5

H H H L

t i t o t i t o

4 4

cantado seguido de chamamento insistente

64 Soacutenia Frota

150150

240

330

420

510

600

Fund

amen

tal f

requ

enc

0 0 5 1 1 5 2 2 5

Figura 27 Sequecircncia de respostas agrave pergunta do adulto Sabes quem eacute esta repetida por este apoacutes a primeira resposta da crianccedila declarativa neutra seguida de declarativa focalizada

No caso do chamamento verifica-se a produccedilatildeo pragmaticamente adequada do chamamento cantado em primeiro lugar com a selecccedilatildeo correcta dos tons de fronteira que fazem a distinccedilatildeo entre os dois tipos de chamamento No caso da declarativa em resposta agrave pergunta verifica-se a produccedilatildeo inicial de uma declarativa neutra substituiacuteda para uma declarativa focalizada na resposta agrave

nte o

a

ormas mono (eg Francecircs Portuguecircs) As ropriedades prosoacutedicas de enunciados de uma soacute palavra e de enunciados ultipalavra fornecem pistas para o estatuto prosoacutedico das siacutelabas (ou peacutes) e das

equecircncias de palavras que os constituem (Fikkert 1994 Odorico amp Carubbi

repeticcedilatildeo da pergunta por parte do adulto com um constraste de alinhamento do tom H associado a esta distinccedilatildeo pragmaacutetica (ver Moacutedulo 4 designadameQuadro 3)

Se parece natildeo existir uma correlaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento sintaacutectico os estudos atraacutes referidos apontam para umcorrelaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento lexical dadoque o primeiro surge associado a saltos significativos no tamanho do leacutexico produzido

Trabalhos sobre o desenvolvimento da estrutura prosoacutedica a partir de dados de produccedilatildeo tecircm tambeacutem revelado diferenccedilas entre liacutenguas Destaca-se oformato das primeiras palavras com liacutenguas em que o formato de peacute binaacuterio domina (eg Inglecircs Neerlandecircs Japonecircs) e liacutenguas em que f

ssilaacutebicas monomoraicas prevalecem pms

y (H

z)

H + L L H + L L

t a t aacute t a t aacute

4 4

Prosoacutedia 65

2003 Berens amp Gout 2005 Demuth amp McCullough 2008) O estudo destas istas permite determinar se um dado elemento eacute ou natildeo tratado como uma

palavra prosoacutedica ou como um sintagma entoacional e se dois ou mais elementos se encontram prosodicamente integrados numa mesma unidade ou prosodicamente separados em unidades diferentes Por outras palavras um tal estudo permite determinar as propriedades da estrutura prosoacutedica dos enunciados produzidos e o seu desenvolvimento Por exemplo a presenccedila de truncamento inicial de palavras dissilaacutebicas no PE ou a sua produccedilatildeo com duas siacutelabas mas em que cada uma das siacutelabas apresenta um acento tonal (1PAsyl) sugerem fortemente que num estaacutedio inicial a siacutelaba estaacute a ser tratada pela crianccedila como uma palavra prosoacutedica e que a integraccedilatildeo de duas (ou mais) siacutelabas na mesma palavra prosoacutedica acontece num estaacutedio posterior quando quer o truncamento quer o acento tonal por siacutelaba quase desaparecem dando lugar a uma sequecircncia de siacutelabas produzida com um uacutenico acento tonal

isyl_1PA) (Figura 28)

ura 28 Estrateacutegias na produccedilatildeo de alvos dissilaacutebicos (1) ateacute

o 4) mostra que estas produccedilotildees satildeo formadas por sequecircncias de

p

(d

Fig104 (2) de 105 a 108 Dados de Luma (Frota 2010)

De uma forma similar a ausecircncia de integraccedilatildeo prosoacutedica nos primeiros enunciados multipalavra revelada pela presenccedila de pistas como pausas ou reset (ver Moacutedulconstituintes prosoacutedicos de uma uacutenica palavra (Figura 29) que contrastam com sequecircncias de palavras integradas num mesmo constituinte prosoacutedico (Figura 30) Naturalmente a ausecircnciapresenccedila de integraccedilatildeo prosoacutedica tem

66 Soacutenia Frota

consequecircncias natildeo soacute para o conhecimento do processo de desenvolvimento prosoacutedico mas tambeacutem para o conhecimento da emergecircncia da sintaxe

Figura 29 Enunciado Mamatilde olha produzido com dois sintagmas entoacionais (109)

100100

180

260

340

420

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2

H L H H

m a m atilde o l h a

4 4

Figura 30 Enunciado Mamatilde olha produzido num uacutenico sintagma entoacional (111)

D ocesso de aquisiccedilatildeo

a liacuteng d

ada a complexidade dos factores envolvidos no prua apoacutes deacutecadas de investigaccedilatildeo no domiacutenio da percepccedilatildeo e dos

trabalhos mais recentes no acircmbito da produccedilatildeo o conhecimento do papel da prosoacutedia neste processo eacute ainda fragmentaacuterio Muitos percursos de investigaccedilatildeo permanecem por explorar como os que a seguir se referem a tiacutetulo

200200

260

320

380

440

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H + L L

m a m atilde o l h a

4

Prosoacutedia 67

exemplificativo Diferentes propriedades riacutetmicas parecem determinar diferentes estrateacutegias de segmentaccedilatildeo nas liacutenguas (ver (30) acima) e os formatos de palavra inicialmente produzidos parecem correlacionar-se com essas estrateacutegias Todavia a relaccedilatildeo entre unidades de segmentaccedilatildeo na percepccedilatildeo no primeiro ano de vida e as unidades linguiacutesticas da produccedilatildeo inicial no segundo ano de

ida encontra-se por determinar Nos uacuteltimos anos tem surgido evidecircncia crescente para a importacircncia das propriedades do input no processo de aquisiccedilatildeo Mas a demonstraccedilatildeo de que a segmentaccedilatildeo lexical eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Inglecircs do que em bebeacutes aprendentes do Francecircs devido a propriedades especiacuteficas do input presentes numa liacutengua e ausentes noutra ou de que o desenvolvimento entoacional eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Catalatildeo ou do Portuguecircs do que em bebeacutes aprendentes do Inglecircs ou do Neerlandecircs devido a propriedades do input encontra-se ainda por fazer O Portuguecircs Europeu neste campo constitui um importante objecto de teste devido agrave combinaccedilatildeo de propriedades prosoacutedicas que o caracteriza a mistura de elementos riacutetmicos silaacutebicos e acentuais (ver Moacutedulo 3) a presenccedila de elementos entoacionais semelhantes a outras liacutenguas romacircnicas (como o acent senccedila espar is ndash ver Moacutedulo 4) A realizaccedilatildeo de investigaccedilatildeo experimental com dados do PE nos domiacutenios da discriminaccedilatildeo riacutetmica por bebeacutes poderia pois dar um contributo para o entendimento de quais as propriedades riacutetmicas mais salientes para os mecanismos perceptivos das crianccedilas Tambeacutem a investigaccedilatildeo das estrateacutegias de segmentaccedilatildeo lexical em bebeacutes aprendentes do PE em comparaccedilatildeo com os estudos jaacute existentes poderia dar um contributo para a associaccedilatildeo entre propriedades riacutetmicas e unidades de segmentaccedilatildeo inicial nas liacutenguas A exploraccedilatildeo de algumas destas linhas de investigaccedilatildeo estaacute prevista no acircmbito do projecto Development of prosodic structure and intonation presentemente em curso no CLUL Bibliografia especiacutefica

v

o poacutes-nuclear) a par de elementos entoacionais diferentes (como a presa de acentos tona

Behre

2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

ns H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Chen A amp P Fikkert (

Christophe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The case of the head-direction parameter Developmental Science 6 211-220

68 Soacutenia Frota

Christophe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1 amp 2) 61-75

Demuth K amp E McCullough (2008) The prosodic (re)organization of childrenrsquos early English articles Journal of Child Language 36 173-200

Fikkert Paula (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL Frota S (2010) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation

tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Frota S M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

faces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

dorico L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-word n children First Language 23(1) 97-116

rieto P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings

Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa Jusczyk P W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press Jusczyk P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word

segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 159-207 Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In

A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006) Early segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Inter

Outterances in Italia

Pof ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prosoacutedia 69

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23 months Child Development 77(2) 281-296

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass

Ambraz

Andrad iana (1994) Sineacuterese dieacuterese e estrutura silaacutebica In Actas do

ol 2 317-347

ic Typology The Phonology

494

Cascadilla Press 809-821 7 ANEXO

BIBLIOGRAFIA ALARGADA

aitis G (2010) Nuclear Intonation in Swedish Evidence from Experimental-Phonetic Studies and a Comparison with German Lund Lund University press

Andrade A (1984) Acoustic study of vowel duration in European Portuguese (based on one subject) Relatoacuterios do Grupo de Foneacutetica e Fonologia nordm 5 Lisboa INIC

Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

e E amp M C VIX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica 31-42 Lisboa APLColibri

Arvaniti A (1994) Acoustic features of Greek rhythmic structure Journal of Phonetics 22 239ndash268

Arvaniti A (2007) On the presence of final lowering in British and American English In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter V

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Arvaniti A amp M Baltazini (2005) Intonational Analysis and Prosodic Annotation of Greek Spoken Corpora In Sun-Ah Jun (ed) Prosodof Intonation and Phrasing Oxford OUP 84-117

Arvaniti A amp S Godjevac (2003) The origins and scope of final lowering in English and Greek In MJ Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Science Barcelona UAB 1077-80

Auer P (1991) ldquoStress-Timingrdquo vs ldquoSyllable-Timingrdquo from a Typological Point of View In B Palek amp P Janota (eds) Proceedings of LPrsquo90 Charles University Press 292-305

Baltazani M (2006) Focusing prosodic phrasing and hiatus resolution in Greek In L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 473-

70 Soacutenia Frota

Beckman M amp J Edwards (1990) Lengthenings and shortenings and the nature of prosodic constituency In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in

Beckm

Beckm letcher (1992) Prosodic structure and tempo in a sonority model of articulatory dynamics In Gerard J Docherty amp D Robert Ladd (eds) Papers in Laboratory Phonology II Cambridge CUP 68ndash86

eckman M J Hirschberg amp S Shattuck-Hufnagel (2005) The Original ToBI d the Evolution of the ToBI Framework In Sun-Ah Jun (ed)

y of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

ehrens H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Laboratory Phonology I Cambridge CUP 179ndash200

Beckman M amp J Edwards (1994) Articulatory evidence for differentiating stress categories In Patricia Keating (ed) Papers in Laboratory Phonology III Cambridge CUP 7ndash33

an M amp J Pierrehumbert (1986) Intonational Structure in Japanese and English Phonology Yearbook 3 255ndash310

an M J Edwards amp J F

BSystem anProsodic Typology The PhonologUniversity Press 9-54

B

Blevins J (1995) The Syllable in Phonological Theory In J Goldsimth (ed) The Handbook of Phonological Theory Oxford Blackwell 206-244

Boersma P amp D Weenink (2008) Praat doing phonetics by computer (version 5023) httpwwwpraatorg

Brandatildeo de Carvalho J (1989) Phonological conditions on Portuguese clitic

Bruce G (1977) Swedish word accents in sentence perspective Lund Gleerup

bridge CUP 70-87

ts Journal of the Acoustical Society of America 120

Cambieerdam LOT Dissertation Series 32

Casper43(2) 127-161

Chen A in English In Proceedings of Eurospeech Geneva 97-100

placement on syntactic evidence for stress and rhythmical patterns Linguistics 27 405-436

Byrd D A Kaun S Narayanan amp E Saltzman (2000) Phrasal signatures in articulation In M B Broe amp J Pierrehumbert (eds) Papers in Laboratory Phonology V Cam

Byrd D J Krivopic amp S Lee (2006) How far how long On the temporal scope of prosodic boundary effec(3) 1589-1599

r-Langeveld T (2000) Temporal marking of accents and boundaries PhD Thesis University of Amst

Carlson K L Frazier C Clifton Jr (2009) How prosody constrains comprehensionA limited effect of prosodic packaging Lingua 1191066ndash1082

s J (2000) Experiments on the meaning of four types of single-accent intonation patterns in Dutch Language and Speech

Chahal D amp S Hellmuth (in press) The intonation of Lebanese and Egyptian Arabic In Sun-Ah Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford OUP

(2003) Reaction Time as an Indicator of Discrete Intonational Contrasts

Prosoacutedia 71

Chen A amp P Fikkert (2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Christose of the head-direction parameter

Christo5

7

Cruz-Fh PhD Dissertation Manchester University

e

DrsquoImpe ets and their

DrsquoImpe How many levels of phrasing Evidence from

DrsquoImpe House (1997) Perception of questions and statements in

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

phe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The caDevelopmental Science 6 211-220

phe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1-2) 61-7

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-54

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Cruz M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portuguese Production and Perception TIE4 Stockholm

Cruz-Ferreira M (1980) Basic intonational and grammatical patterns of Portuguese and English questions MA Dissertation University of Manchester

erreira M (1983) Non-native comprehension of intonation patterns in Portuguese and in Englis

Cruz-Ferreira M (1998) Intonation in European Portuguese In D Hirst amp A Di Cristo (eds) Intonation Systems A Survey of Twenty Languages CambridgCambridge University Press 167-178

rio M (2000) The role of perception in defining tonal targalignment PhD Dissertation Ohio State University

rio M amp B Gili Fivela (2003)two varieties of Italian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 130-144

rio M amp DNeapolitan Italian Eurospeech rsquo97 251ndash254

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Dainora A (2006) Modelling intonation in English In L Goldstein D H Whalen amp Catherine T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 107-132

Dasher R amp D Bolinger (1982) On pre-accentual lengthening Journal of the International Phonetic Association 12 58-69

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

72 Soacutenia Frota

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

gia Tomo XXIV 1-11

Demuth e prosodic (re)organization of childrenrsquos

Den Os sertation Utrecht

DePaoltic study Journal of Phonetics 36 406-422

guage 59 294-311

on 27 27-33

a Lisboa

Elordie onational

oa

Faleacute I tonational Contrasts in

Faleacute I requests in European Portuguese

Fernansidade Estadual de Campinas

Fikkert J Freitas (1998) Acquisition of syllable structure constraints Evidence from Dutch and Portuguese In Proceedings of the GALA97

Delgado Martins M R (1973) Anaacutelise acuacutestica das vogais toacutenicas em Portuguecircs Boletim de Filologia Tomo XXII 303-314

Delgado Martins M R (1975) Vogais e consoantes do Portuguecircs estatiacutestica de ocorrecircncia duraccedilatildeo e intensidade Boletim de Filolo

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

Demuth K (2006) Crosslinguistic perspectives on the Development of Prosodic Words Introduction Language and Speech 49(2) 129-135

K amp E McCullough (2008) Thearly English articles Journal of Child Language 36 173-200

E (1988) Rhythm and tempo of Dutch and Italian PhD DisRijksniversiteit

is R A M Vihman amp S Kunnari (2008) Prosody in production at the onset of word use A cross-linguis

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentation and lexical processing Journal of Memory and Lan

Dimitrova S (1997) Bulgarian Speech Rhythm Stress-Timed or Syllable-Timed Journal of the International Phonetic Associati

Ellison M amp M C Viana (1996) Antagonismo e elisatildeo das vogais aacutetonas em PE Actas do XI Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de LinguiacutesticAPLColibri Vol III 261ndash282

ta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intphrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica (Special issue on Boundaries in intonational phonology ed by Merle Horne amp Marc van Oostendorp) 59 110-143

Faleacute I (1995) Fragmento da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu as Estruturas Coordenadas MA Dissertation Universidade de Lisb

Faleacute I (2005) Percepccedilatildeo e Reconhecimento da Informaccedilatildeo Entoacional em Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

amp I H Faria (2006) Categorical Perception of InEuropean Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

amp I H Faria (2007) Imperatives orders and intonation In Proceedings of the 16th International Congress of Phonetic Sciences 1041-1044

des F (2007) Ordem Focalizaccedilatildeo e Preenchimento em Portuguecircs Sintaxe e Prosoacutedia PhD Dissertation Univer

Fikkert P (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL

P amp M

Prosoacutedia 73

Conference on Language Acquisition Edinburgh University of Edinburgh 217-222

Fodor J (2002) Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

s N Munaro amp R van de Vijver

Frota S nd

of an E of Athens 127ndash130

ue on

Frota S tuguese

ngua Portuguesa

Freitas M J (1997) Aquisiccedilatildeo da Estrutura Silaacutebica do Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

Frota S (1996) Prosodic Phrases and European Portuguese in search of evidence In A Bisetti L Brugegrave J Costa R Goedeman(eds) Proceedings of ConSole 3 Leiden SOLE 47ndash69

(1997) Association Alignment and Meaning the tonal sequence HL aFocus in European Portuguese In A Botinis G Kouroupetroglou amp G Carayiannis (eds) Intonation Theory Models and ApplicationsmdashProceedings

SCA Workshop Athens ESCAUniversity

Frota S (2000a) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2000b) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma Actas do XV Encontro teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs)

Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2002a) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 (Special issIntonation in Romance edited by J Ignacio Hualde) 113-146

(2002b) Tonal association and target alignment in European Pornuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002c) The Prosody of Focus a Case-Study with Cross-Linguistic Implications In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 319-322

Frota S (2003a) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2003b) The phonological status of initial peaks in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 133-152

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio amp A Villava Gramaacutetica da Liacute6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (2010a) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

74 Soacutenia Frota

Frota S (2010b) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A

Frota S accedilatildeo no

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena

Frota es of European

European Portuguese Third

Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Mateus amp C Nunes Correia (eds) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varietiPortuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation inConference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa httpwwwflulptLaboratorioFoneticatextsTIE3EarlyIntonationEPfpdf

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das

Frota S Vigaacuterio (2007) The phonetics

eory) 131-153

duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp Mand phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Th

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Prosoacutedia 75

Frota Sde Lisboa

M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade httpfrepopflulpt

Gerken

Gili Fi d Perception The Case of Pisa

Gordonsodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

Gout A l phrase boundaries

Grabe rrelates of Rhythmic Class In C

Grabe Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV

Grice ian implications for

Grφnnu

Gussen

Gussen

Gut Ul

Language and Speech 34(4) 299-318

L amp R Aslin (2005) Thirty Years of Research on Infant Speech Perception The Legacy of Peter W Jusczyk Language Learning and Development 1(1) 5-21

Ghini M (1993) φ-formation in Italian a new proposal Toronto Working Papers in Linguistics 122 41ndash79

vela B (2008) Intonation in Production anItalian Alessandria Edizione dellrsquoOrso

M K (2005) Intonational Phonology of Chickasaw In Sun-Ah Jun (ed) ProUniversity Press 301-330

A Christophe amp J Morgan (2004) Phonologicaconstrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

E amp E L Low (2000) Acoustic CoGussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 515-546

E amp P Warren (1995) Stress shift do speakers do it or do listeners hear it In BCambridge CUP 95ndash110

M (1995) The intonation of interrogation in Palermo Italintonation theory Tuumlbingen Niemeyer

m N amp M C Viana (1999) Aspects of European Portuguese Intonation In ICPhS 99 San Francisco Vol3 1997-2000

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

hoven C (1984) On the Grammar and Semantics of Sentence Accents Dordrecht Foris

Gussenhoven C (1993) The Dutch foot and the chanted call Journal of Linguistics 29 37-63

hoven C (1999) Discreteness and Gradience in Intonational Contrasts Language and Speech 42(2-3) 283-305

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

rike and Jan-Torsten Milde (2002) The Prosody of Nigerian English In Speech Prosody 2002 Proceedings Aix-en-Provence 367-370

Halleacute P B Boysson-Bardies amp M Vihman (1991) Beginnings of prosodic organization intonation and duration patterns of disyllables produced by Japanese and French infants

76 Soacutenia Frota

Hayes B (1995) Metrical Stress Theory Principles and case studies Chicago The University of Chicago Press

Hayes B amp A Lahiri (1991a) Bengali Intonational Phonology Natural Language

Hayesrg L Nord amp R Carlson (eds) Music Language Speech

Hellmudams A Cooper F Parrill amp T Wier (eds) Proceedings from the 40th

Hellmu nship between prosodic structure and pitch accent

91-316

Homae no amp G Taga (2007) Prosodic processing in the

Horne Linguistics 28 959-981

Hume odel of the Interplay of Speech Perception and

Jordatildeo oacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

Jun S- on the laryngeal gesture in Korean In

Jun S-A (2003) The effect of phrase length and speech rate on prosodic phrasing In

Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin

Jun S- University Press

and Linguistic Theory 9 47ndash96

B amp A Lahiri (1991b) Durationally specified intonation in English and Bengali In J Sundbeand Brain Basingstoke Macmillan 78-91

th S (2004) Prosodic weight and phonological phrasing in Cairene Arabic In N AAnnual Meeting of the Chicago Linguistics Society 97-111

th S (2007) The relatiodistribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 2

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

F H Watanabe T Nakadeveloping brain Neuroscience Research 59 29-39

Merle (1990) Empirical evidence for a deletion formulation of the rhythm rule in English

House David (1990) Tonal Perception in Speech Lund Lund University press

E amp K Johnson (2001) A MPhonology In E Hume amp K Johnson (eds) The Role of Speech Perception in Phonology New York Academic Press 3-26

R (2009) A estrutura prosUm estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

A (1995) Asymmetrical prosodic effectsB Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 235-253

Jun S-A (1996) The Phonetics and Phonology of Korean Prosody Intonational Phonology and Prosodic Structure New York Garland Publishing

M J Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Sciences Barcelona UAB 483ndash486

Jun S-A (2005a) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (2005b) Korean Intonational Phonology and Prosodic Transcription In S-A Jun (ed) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford OUP 201-229

Jun S-A (2007) The intermediate phrase in Korean Evidence from sentence processing In T Riad amp CMouton de Gruyter Vol 2 143-167

A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford

Prosoacutedia 77

Jusczyk Peter W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press

P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 1

Jusczyk59-207

3th International Conference on Turkish Linguistics

Kainad honological nature of prosodic

Kaplan 1978) Methods amp Designs Tables

Keating initial articulatory

Kohler ings of the

ences of the Estonian SSR

Ladd D f Intonational Phonology

nter-

Ladd D tonational emphasis continuous

Lehiste

Acquisition Cambridge University Press

Maia Mnal of

Major razilian Portuguese Journal of Phonetics 9

Manriq17-128

Kabak B amp A Revithiadou (2006) The Phonology of Clitic Groups Prosodic Recursivity Revisited Paper given at The 1Uppsala

a E (2009) The phonetic and pboundaries evidence from Modern Greek PhD Dissertation University of Edinburgh

H L N A Macmillan amp C D Creelman (of drsquo for variable-standard discrimination paradigms Behavior Research Methods amp Instrumentation 10(6) 796-813

P T Cho C Fougeron amp C-S Hsu (2003) Domain-strengthening in four languages In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 145-163

K J (1987) Categorical Pitch Perception In Uuml Vicks (ed) Proceed11th International Congress of Phonetic Sciences Volume 5331-333 Tallinn Academy of Sci

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements oIn M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Ladd D R amp J M Scobbie (2003) External sandhi as gestural overlap Couevidence from Sardinian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 164-182

R amp R Morton (1997) The perception of inor categorical Journal of Phonetics 25 313ndash342

I (1970) Suprasegmentals Cambridge MA The MIT Press

Levelt C amp R Van de Vijver (2004) Syllable types in cross-linguistic and developmental grammars In R Kager J Pater amp W Zonneveld (eds) Constraints in Phonological

Li W Y Yang (2009) Perception of prosodic hierarchical boundaries in Mandarin Chinese sentences Neuroscience 158 (4)1416-1425

Lloyd J (1940) Speech Signals in Telephony London

E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late preferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish JourPortuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Roy C (1981) Stress-timing in B343-351

ue A MB amp A Signorini (1983) Segmental duration and rhythm in Spanish Journal of Phonetics 11 1

78 Soacutenia Frota

Mata A I (1999) Para o estudo da entoaccedilatildeo em fala espontacircnea e preparada no Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

M H amp E Andrade (2000) The PMateus honology of Portuguese Oxford Oxford

as

Mehler n

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988)

Millottsody constrains word segmentation in French 16-month-olds

Millott98-909

Moraes J (1992) Dureacutee Intrinsegraveque de Martin

Morais Barb ie portugaise Lisboa Junta de

Morgan J L (1996) A rhy preverbal speech segmentation Journal of

Morgan

of Phonetics 37 29-45

Early

Nazzi T J

766

logy In I Roca (ed) Logical

Nespor Berlin Mouton de Gruyter

University Press

Mateus M H amp M R Delgado Martins (1982) Contribuiccedilatildeo para o estudo dvogais aacutetonas [acute] e [u] no Portuguecircs Europeu Biblos Vol LVIII 111ndash128

J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language IA Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

e S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal proJournal of Portuguese Linguistics 9-2

e S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 8

Moniz H (2006) Contributo para a caracterizaccedilatildeo dos mecanismos de (dis)fluecircncia em Portuguecircs Europeu MA Dissertation Universidade de Lisboa

s Voyelles du Portugais Breacutesilien In P (ed) Melanges Leacuteon Phonetique Phonostylistique Linguistique et Litterature 367-377 Toronto Editions Meacutelodie

osa J (1965) Etudes de phonologInvestigaccedilotildees do Ultramar

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

thmic bias in Memory and Language 35 666-688

J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nakai S S Kunnari A Turk K Suomi amp R Ylitalo (2009) Utterance-final lengthening and quantity in Northern Finnish Journal

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006)segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newbornstowards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonoIssues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

M (1999) Stress Domains In Word Prosodic Systems in the Languages of Europe Harry van der Hust (ed) 117-159

Prosoacutedia 79

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2ordf ediccedilatildeo publicada em 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The

man Proceedings of the International Symposium on Tonal

Odorico ord

Peperkao MA Dissertation University of Amsterdam

Pierreh d their alignment In M Horne (ed)

n

Pierreh

an Press

nal of Acoustical Society of America 90

Prieto P (2002) Entonacioacute In J Solagrave M R Lloret J Mascaroacute amp M P Saldanya

Prieto

Nespor M amp I Vogel (1989) On clashes and lapses Phonology 6 69ndash116

Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Niebuhr O amp K J Kohler (2004) Perception and Cognitive Processing of Tonal Alignment in GerAspects of Languages Emphasis on Tone Languages Beijing 155-158

L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-wutterances in Italian children First Language 23(1) 97-116

mp S (1992) La Risoluzione delle Aritmie nella Fonologia Ritmica dellrsquoItalian

Peperkamp S (1997) Prosodic Words The Hague Holland Academic Graphics HIL Dissertations 34

Pierrehumbert J (1980) The phonology and phonetics of English intonation PhD Dissertation MIT

umbert J (2000) Tonal elements anProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 11-36

Pierrehumbert J amp J Hirschberg (1990) The meaning of intonational contours in the interpretation of discourse In PR Cohen et al (eds) Intentions iCommunication Cambridge Mass MIT Press 271ndash311

umbert J amp M Beckman (1988) Japanese Tone Structure Cambridge Mass MIT Press

Pierrehumbert J amp SA Steele (1989) Categories of tonal alignment in English Phonetica 46 181ndash196

Pike K L (1945) The intonation of American English Ann Arbor University of Michig

Price P M Ostendorf S Shattuck-Hufnagel amp C Fong (1991) The use of prosody in syntactic disambiguation In Jour372-377

(eds) Gramagravetica del catalagrave contemporani Barcelona Empuacuteries Volum 1 393-462

Prieto P (2004) Fonegravetica i fonologia Els sons del catalagrave Barcelona Editorial UOC

P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

80 Soacutenia Frota

Ramus F (2002) Language discrimination by newborns Teasing apart phonotactic rhythmic and intonational cues Annual Review of Language Acquisition 2 85-

Ramus ues A

Ramus 999) Correlates of linguistic rhythm in speech

Sandler

prehension Springer

2519-2522

unication 41 71-80

dentification and lexical access In G Altmann amp R

Selkirk On derived domains in sentence phonology Phonology Yearbook 3

Selkirkrdrsquos paper In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in Laboratory

115

F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cstudy based on speech resynthesis JASA 105 512-521

F M Nespor amp J Mehler (1Cognition 73 265-292

Rietveld T J Haan L Heijmans amp C Gussenhoven (2002) Explaining attitudinal ratings of Dutch rising contours Morphological structure vs the Frequency Code Phonetica 59 180-194

Salverda A D Dahan amp J McQueen (2003) The role of prosodic boundaries in the resolution of lexical embedding in speech comprehension Cognition 90 51-89

W (2006) Phonology phonetics and the nondominant hand in L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 185-212

Sandler W amp D Lillo-Martin (2006) Sign Language and Linguistic Universals Cambridge CUP

Sandler W amp M Nespor (1999) Prosody in Israeli Sign Language Language and Speech 42 (2-3) 143-176

Savino M amp M Grice (in press) The perception of intonational contrasts in Italian In S Frota G Elordieta amp P Prieto (eds) Prosodic categories Production Perception and Com

Schiller N O A S Meyer R H Baayen amp W JM Levelt (1996) A Comparison of Lexeme and Speech Syllable in Dutch Journal of Quantitative Linguistics 3(1) 8-28

Schneider K G Dogil amp B Moumlbius (2009) German Boundary tones show Categorical Perception and a Perceptual Magnet Effect when presented in different contexts In Proceedings of Interspeech Brighton

Schouten B E Gerrits amp A van Hessen (2003) The end of categorical perception as we know it Speech Comm

Segui J E Dupoux amp J Mehler (1990) The role of the syllable in speech segmentation phoneme iSillcock (eds) Cognitive Models of Speech Processing Cambridge Mass MIT Press

Selkirk E (1984) Phonology and Syntax the relation between sound and structure Cambridge Mass MIT Press

E (1986)371ndash405

E (1990) On the nature of prosodic constituency comments on Beckman and EdwaPhonology I Cambridge CUP 179ndash200

Prosoacutedia 81

Selkirk E (1996) The Prosodic Structure of Function Words In J L Morgan amp K Demuth (eds) Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition

SelkirkProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce)

Selkirk glish In S Frota M

Shaked syntactic and phonological constraints in Hebrew

Shattuc importance of phonological transcription in

Shattucle of prosodic structure In Merle Horne (ed) Prosody

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23

Sudoof er S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp

Tenani guecircs do brasil implicaccedilotildees para a

Trucke On the relation between syntactic phrases and phonological

Trucke

Turk A ufnagel (2000) Word-boundary-related duration patterns in

Turk A 7) Multiple targets of phrase-final lengthening

van He R S Kirsner (2004) Phonetic or phonological contrasts in Dutch

Mahwah Lawrence Erlbaum Associates 187-213

E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Dordrecht Kluwer 231-261

E (2005) Comments on Intonational Phrasing in EnVigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

A (2007) Competingprosodic phrasing The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 169-199

k-Hufnagel S (1995) The empirical approaches to ldquostress shiftrdquo versus ldquoearly accentrdquo comments on Grabe and Warren and Vogel Bunnell and Hoskins In B Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 128ndash 140

k-Hufnagel S (2000) Phrase-level phonology in speech production planning Evidence for the roTheory and Experiment Dordrecht Kluwer Academic Publishers 201-229

months Child Development 77(2) 281-296

f S D Lenertovaacute R MeyJ SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

L (2002) Domiacutenios prosoacutedicos no Portuprosoacutedia e para a aplicaccedilatildeo de processos fonoloacutegicos PhD dissertation Universidade Estadual de Campinas

nbrodt H (1999) phrases Linguistic Inquiry 30 219ndash255

nbrodt H (2002) Upstep and embedded register levels Phonology 19 77-120

Truckenbrodt H (2007) Upstep on edge tones and on nuclear accents In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter Vol 2 349-386

Turk A amp J R Sawusch (1997) The domain of accentual lenthening in American English Journal of Phonetics 25 25-41

amp S Shattuck-HEnglish Journal of Phonetics 28 397-440

amp S Shattuck-Hufnagel (200in American English words Journal of Phonetics 35 445-472

uven V ampboundary tones In Linguistics in the Netherlands 21 102-113 AmsterdamPhiladelphia John Benjamins

82 Soacutenia Frota

Vanrell M (2007) A tonal scaling contrast in Majorcan Catalan interrogatives Journal of Portuguese Linguistics 6(1) 147-178 (Special issue Prosody in Ibero-Romance and related languages ed by G Elordieta and M Vigaacuterio)

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

Viana M C (1987) Para a siacutentese da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Dissertaccedilatildeo para acesso agrave categoria de Investigador Auxiliar Lisboa CLUL-INIC

httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

M (1998) Aspectos da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu estruturas com adveacuter

Vigaacuteriobio de exclusatildeo e negaccedilatildeo fraacutesica Braga CEHUM

465-477 Lisboa APLColibri

stics 2-2 (Special Issue on Portuguese

ial Issue Crosslinguistic Perspectives on the Development of Prosodic

Vigaacuterio m signal to grammar Rhythm and the th

sterdam John Benjamins 137-158

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

Vigaacuterio M (2003) The Prosodic Word in European Portuguese BerlinNew York Mouton de Gruyter

Vigaacuterio M (2009) The Prosodic Word Group as a domain of prosodic hierarchy Paper given at the Sixth Old Conference in Phonology (OCP6) Univ Edinburgh

Vigaacuterio M amp I Faleacute (1994) A Siacutelaba no Portuguecircs Fundamental uma descriccedilatildeo e algumas consideraccedilotildees de ordem teoacuterica In Actas do IX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese LinguiPhonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M M J Freitas amp S Frota (2006) Grammar and frequency effects in the acquisition of prosodic words in European Portuguese Language and Speech (SpecWords edited by K Demuth) 49(2) 175-203

M S Frota amp M J Freitas (2003) Froacquisition of syllable structure Proceedings of the 27 Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

Wenk B amp F Wioland (1982) Is French really syllable-timed Journal of Phonetics 10 193-216

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (eds) Phonetics and Phonology Interactions and interrelations Am

Prosoacutedia 83

Wightman CW S Shattuck-Hufnagel M Ostendorf amp P J Price (1992) Segmental durations in the vicinity of prosodic phrase boundaries Journal of the Acoustical Society of America 91 (3) 1707-1717

Zerbian S (2007) Phonological phrasing in Northern Sotho (Bantu) The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing edited by S Frota amp P Prieto) 24

Zsiga Eers in

233-262

(1995) An acoustic and electropalatographic study of lexical and postlexical palatalization in American English In B Connell amp A Arvaniti (eds) PapLaboratory Phonology IV Cambridge CUP 282-302

  • Prosoacutedia
    • Relatoacuterio
    • Soacutenia Frota
      • Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa
        • Conteuacutedos
          • Estrutura prosoacutedica
            • Leacutexico entoacional
            • Restriccedilotildees distribucionais
            • Implementaccedilatildeo foneacutetica
              • Bibliografia alargada
Page 10: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em

Prosoacutedia 13

Atravessa todo o programa uma forte componente experimental pois pretende-se de acordo com os objectivos do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 33) uma compreensatildeo activa do componente prosoacutedico da linguagem atraveacutes do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de estudo da prosoacutedia e da sua aplicaccedilatildeo em pequenos projectos de investigaccedilatildeo A bibliografia geral apresentada obedece a trecircs criteacuterios fundamentais acompanhando as linhas de organizaccedilatildeo do programa acima descritas (i) a inclusatildeo de bibliografia de niacutevel introdutoacuterio e de niacutevel intermeacutedio e avanccedilado (ii) a selecccedilatildeo de textos que privilegiam a caracterizaccedilatildeo prosoacutedica do Portuguecircs no quadro da comparaccedilatildeo entre liacutenguas juntamente com textos sobre liacutenguas diversas em ambos os casos fazendo recurso a um quadro teoacuterico homogeacuteneo e utilizando metodologias experimentais (iii) a acessibilidade dos textos especialmente atraveacutes de recursos bibliograacuteficos on-line A bibliografia geral eacute disponibilizada no ano anterior ao do funcionamento do seminaacuterio juntamente com o programa No decurso do funcionamento do seminaacuterio para cada moacutedulo do programa satildeo indicadas referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Estas referecircncias na sua maior parte constam da bibliografia geral inicialmente disponibilizada Todavia podem surgir novos textos a indicar ao longo do seminaacuterio que pelo seu caraacutecter extremamente especiacutefico orientado para determinada mateacuteria ou por terem sido recentemente produzidospublicados ou por corresponderem a interesses particulares de alunos natildeo foram incluiacutedos na bibliografia geral Entenda-se pois a bibliografia como um espaccedilo com abertura e flexibilidade ajustaacutevel a necessidades conjunturais No final do seminaacuterio eacute fornecida aos alunos uma bibliografia alargada (em Anexo) 44 PLANIFICACcedilAtildeO DAS MATEacuteRIAS A distribuiccedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos por horas lectivas de tipo teoacuterico-praacuteticoseminaacuterio segue o seguinte plano Conteuacutedos Horas

lectivas1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes

prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica

3

14 Soacutenia Frota

12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis

6

3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

9

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

9

5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

6

6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico

7~9

Conferecircncias (moacutedulos 2 a 6) 3~5 Total de horas lectivas 45

As horas lectivas atribuiacutedas a cada moacutedulo variam em 6 a 9 (isto eacute 2 a 3 sessotildees de 3 horas cada) agrave excepccedilatildeo do primeiro moacutedulo de introduccedilatildeo geral ao seminaacuterio As horas efectivas atribuiacutedas ao moacutedulo seis dependem da integraccedilatildeo no programa de duas ou trecircs conferecircncias na aacuterea de especialidade do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 32 e introduccedilatildeo agrave secccedilatildeo 4) Estas conferecircncias podem contribuir para qualquer um dos moacutedulos dois a seis do programa Excepto no caso das conferecircncias e dos ajustes de horaacuterio que elas possam implicar as horas lectivas satildeo organizadas em sessotildees de 3 horas ao longo do semestre

Prosoacutedia 15

5 OS MEacuteTODOS DE ENSINO 51 METODOLOGIAS E RECURSOS Em conformidade com os objectivos do seminaacuterio explicitados na secccedilatildeo 33 o ensino articula a apresentaccedilatildeo de conteuacutedos e sua problematizaccedilatildeo e discussatildeo com a exemplificaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas experimentais de estudo da prosoacutedia e o exerciacutecio da sua aplicaccedilatildeo As sessotildees do seminaacuterio funcionam assim combinando os formatos de conferecircncia (exposiccedilatildeo problematizaccedilatildeo discussatildeo) e de workshop (propostas exemplificaccedilatildeo exerciacutecios aplicaccedilatildeo a novos casos discussatildeo) Os conteuacutedos de cada moacutedulo satildeo perspectivados como o resultado de questotildees de investigaccedilatildeo e discutidos como despoletadores de novas questotildees Assim os alunos satildeo conduzidos a assumir as perspectivas do investigador ndash como aquele que coloca as questotildees e traccedila um percurso experimental na busca das respostas ndash e do utilizador do conhecimento cientiacutefico o profissional que no desempenho da sua actividade necessita de conhecimento especializado e do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de anaacutelise produtoras de informaccedilatildeo especiacutefica Esta abordagem visa promover o desenvolvimento das competecircncias necessaacuterias agrave produccedilatildeo de investigaccedilatildeo autoacutenoma na aacuterea da prosoacutedia eou agrave praacutetica de actividades que exigem conhecimentos especializados nesta aacuterea A concretizaccedilatildeo das formas de ensino que acabei de expor exige a disponibilizaccedilatildeo de recursos vaacuterios particularmente nos domiacutenios do suporte informaacutetico e laboratorial Todas as sessotildees do seminaacuterio implicam a utilizaccedilatildeo de equipamento multimeacutedia ndash computador projector viacutedeo sistema de som ndash exigindo uma sala preparada para este efeito Programas de anaacutelise e siacutentese de fala bem como de apresentaccedilatildeo de estiacutemulos para tarefas de percepccedilatildeo satildeo utilizados tanto na exemplificaccedilatildeo de casos de estudo como nos exerciacutecios realizados Destacam-se em particular os seguintes programas Praat desenvolvido por Paul Boersma e David Weenink (Institute of Phonetic Sciences University of Amsterdam) e de distribuiccedilatildeo gratuita (httpwwwpraatorg) SpeechStation2 da Sensimetrics (httpwwwsenscom) existente no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab SuperLab Pro da Cedrus (httpwwwsuperlabcom) tambeacutem disponiacutevel no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab Habit (httphabitcmbucdavisedu) de

16 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo gratuita Satildeo ainda recursos utilizados os sistemas de anotaccedilatildeo prosoacutedica ToBI adaptados a diferentes liacutenguas httpwwwlingohio-stateedu~tobiame_tobi httpprosodia upfeducat_tobien httpwwwfl ulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm O suporte laboratorial do seminaacuterio eacute garantido pelo Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tendo os alunos acesso a todos os equipamentos disponiacuteveis bem como a corpora e bases de dados e beneficiando da orientaccedilatildeo praacutetica de doutorandos e bolseiros de investigaccedilatildeo associados ao laboratoacuterio 52 AVALIACcedilAtildeO De acordo com o Regulamento de Estudos poacutes-graduados da UL (httpwwwflulptlexregulamento_pgpdf ) a avaliaccedilatildeo do seminaacuterio eacute expressa no no intervalo de 10 a 20 valores da escala inteira de 0 a 20 Os alunos podem optar por um de dois modelos de trabalho final de seminaacuterio (i) a realizaccedilatildeo de um trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio (estudo piloto) ou (ii) a apreciaccedilatildeo criacutetica de um artigo sobre um estudo experimental Os alunos que pretendem concluir o ciclo de estudos com a elaboraccedilatildeo de uma dissertaccedilatildeo de natureza cientiacutefica ou de um trabalho de projecto original satildeo incentivados a optar pelo modelo (i) O modelo (ii) eacute direccionado para alunos que pretendem realizar um estaacutegio de natureza profissional e respectivo relatoacuterio (ver Normas regulamentares do mestrado Linguiacutestica httpwwwflulpt dlgrptensinociclo2programas0_Mestr_Ling_Regulamentodoc) O tema do trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio poderaacute ser escolhido entre os temas de trabalho apresentados pela docente ao longo do semestre ou proposto pelo aluno Para a escolha do tema satildeo ponderados o seu interesse para o projecto de investigaccedilatildeo pessoal do aluno a exequibilidade do trabalho no tempo disponiacutevel (habitualmente cerca de 5 semanas) os recursos e o apoio necessaacuterios agrave execuccedilatildeo do trabalho O trabalho deve ser individual original e especialmente realizado para o seminaacuterio podendo todavia integrar um projecto de investigaccedilatildeo pessoal jaacute em curso especialmente no caso dos estudantes de doutoramento A orientaccedilatildeo do trabalho cabe agrave docente do seminaacuterio podendo membros da equipa do Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tambeacutem sob sua orientaccedilatildeo apoiar o aluno na realizaccedilatildeo do trabalho

Prosoacutedia 17

Dada a sua natureza de estudo piloto o trabalho deve explorar uma abordagem experimental do tema escolhido com uma recolha de dados de dimensatildeo pequena mas suficiente para problematizar o sucesso da abordagem utilizada e abrir caminhos de investigaccedilatildeo futura Numa fase intermeacutedia da realizaccedilatildeo do trabalho este eacute apresentado e discutido oralmente O formato final do trabalho eacute o formato de um artigo com o nuacutemero maacuteximo de 15 paacuteginas A avaliaccedilatildeo do trabalho eacute feita com base nos seguintes paracircmetros enquadramento do tema na literatura da especialidade meacuterito da abordagem experimental escolhida domiacutenio dos meacutetodos e teacutecnicas experimentais capacidade de analisar os dados e extrair implicaccedilotildees dos resultados dessa anaacutelise No que respeita ao modelo (ii) o artigo a apreciar eacute escolhido a partir de uma lista apresentada pela docente O formato final da apreciaccedilatildeo criacutetica eacute o de um parecer com o nuacutemero maacuteximo de 8 paacuteginas Da apreciaccedilatildeo criacutetica a elaborar pelo aluno devem constar um resumo do artigo a discussatildeo da sua relevacircncia face ao enquadramento na literatura em que se situa a pertinecircncia das questotildees de investigaccedilatildeo que examina a propriedade da metodologia utilizada para esse efeito e a importacircncia dos resultados obtidos e suas implicaccedilotildees para estudos posteriores A avaliaccedilatildeo do seminaacuterio corresponde agrave avaliaccedilatildeo obtida no trabalho final 6 OS CONTEUacuteDOS E SEU DESENVOLVIMENTO

Nenhum vento sopra a favor

de quem natildeo sabe para onde ir

Seacuteneca

Things should be made as simple

as possible

but not any simpler

Albert Einstein

Para cada moacutedulo do programa do seminaacuterio de Prosoacutedia apresenta-se um sumaacuterio das mateacuterias abordadas indicam-se potenciais linhas de investigaccedilatildeo e listam-se referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Como referido anteriormente (secccedilatildeo 43) a estrutura interna de cada moacutedulo parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio para a problematizaccedilatildeo de questotildees particulares de investigaccedilatildeo Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs

18 Soacutenia Frota

(variedade standard falada na regiatildeo de Lisboa) num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial 61 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

O primeiro moacutedulo do programa constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia

em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes O papel desempenhado pela estrutura prosoacutedica enquanto elemento organizador das sequecircncias de fala encontra-se bem estabelecido na literatura A estrutura prosoacutedica agrupa fragmentos da cadeia falada em constituintes prosoacutedicos hierarquicamente organizados delimitados por fronteiras e caracterizados por proeminecircncias de diferentes niacuteveis (Figura 1)

Figura 1 Exemplificaccedilatildeo de estrutura prosoacutedica da siacutelaba ao sintagma entoacional Os constituintes prosoacutedicos satildeo marcados por constelaccedilotildees de propriedades que constituem a maior fonte de evidecircncia empiacuterica para a estrutura prosoacutedica Entre

Prosoacutedia 19

estas propriedades contam-se os fenoacutemenos que mostram que a realizaccedilatildeo de segmentos (ou de tons no caso de liacutenguas tonais) eacute afectada pela estrutura prosoacutedica fenoacutemenos de sacircndi (1a) fenoacutemenos de reforccedilo inicial de constituinte (1b) ou de alongamento final de constituinte (Figura 2) Tambeacutem os fenoacutemenos riacutetmicos satildeo sensiacuteveis agrave estrutura prosoacutedica por exemplo a forma como situaccedilotildees de antagonismo acentual motivadas pela proximidade de duas siacutelabas proeminentes satildeo resolvidas (ou natildeo) depende da organizaccedilatildeo prosoacutedica das duas siacutelabas num mesmo constituinte ou em constituintes diferentes (2) Tanto a realizaccedilatildeo dos eventos tonais que fazem a entoaccedilatildeo de uma sequecircncia de fala como a sua distribuiccedilatildeo reflectem a estrutura prosoacutedica por exemplo a altura relativa de um tom depende da sua realizaccedilatildeo dentro de um mesmo constituinte dos tons precedentes ou como o tom inicial de um novo constituinte prosoacutedico (3) e certos padrotildees de ocorrecircncia de eventos tonais satildeo indicadores do tipo de estrutura prosoacutedica da sequecircncia de fala a que se associam (4) (1) a [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[z] [ccedil S] jornalista[S] ]I b [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[S] ]IP [ [awS] jornalista[S] ]I

Figura 2 Alongamento final em fronteira de sintagma

b

40

45

50

55

60

σ

MV SF CF

Speakers

Test-word 1A

_ ]φ

_ ] Ι

fonoloacutegico e sintagma entoacional na palavra progressiva Duraccedilatildeo meacutedia da siacutelaba toacutenica e poacutes-toacutenica em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo da palavra para 3 informantes (Frota 2000 p192)

(2) a [thirteen men] φ Tennessee]φ won

20 Soacutenia Frota

(3) o

o

o o

o ]

) uma grande subida dos preccedilos

gt [uma grande subida]φ [dos preccedilos]φ

A implementaccedilatildeo de propriedades riacutetmicas e meloacutedicas mostra que a

[ ] [ H H H H H (4 T T T T T T T gt [uma grande subida dos preccedilos]φ estrutura prosoacutedica tem um papel relevante para a organizaccedilatildeo riacutetmica e entoacional das liacutenguas A estrutura prosoacutedica estabelece a cadeia de proeminecircncias e as fronteiras disponiacuteveis como pontos de associaccedilatildeo de eventos tonais Os eventos tonais de tipo culminativo ou acentual (acentos tonais) ligam-se a elementos da cadeia de proeminecircncias designadamente a cabeccedilas dos constituintes prosoacutedicos contribuindo para a realizaccedilatildeo dessas proeminecircncias Os eventos tonais de tipo demarcativo ou de fronteira ligam-se agraves margens dos constituintes prosoacutedicos (Figura 3) A estrutura entoacional relaciona-se assim com a organizaccedilatildeo em constituintes prosoacutedicos

Figura 3 Estrutura prosoacutedica e eventos tonais

Prosoacutedia 21

As propriedades que assinalam a estrutura prosoacutedica satildeo usadas no

ibliografia especiacutefica

processamento lexical na desambiguaccedilatildeo sintaacutectica (ver moacutedulo 5) ou na identificaccedilatildeo de unidades morfossintaacutecticas e de unidades fonoloacutegicas no processo de aquisiccedilatildeo da liacutengua (ver moacutedulo 6) B

and focus in European Portuguese Phonological phrasing

Ladd D

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS

CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS tuguecircs

ica e niacuteveis

O moacutedulo dois do programa eacute dedicado ao estudo de constituintes

constituintes (5b)

rota S (2000) ProsodyF

and intonation New York Garland Publishing Chap 1 Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma

entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076 R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Chap 1-2 Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition

2007 Mouton) Chap 1-2 6 221 Domiacutenios prosoacutedicos no Por22 Sobre a natureza da estrutura prosoacuted23 Como definir um domiacutenio constituintes prosoacutedicos Satildeo particularmente considerados os constituintes acima da palavra dada a sua relevacircncia para os fenoacutemenos riacutetmicos e entoacionais e a liacutengua em anaacutelise para este estudo de constituintes prosoacutedicos eacute o Portuguecircs Europeu Partindo da abordagem da fonologia prosoacutedica em que os constituintesprosoacutedicos resultam da aplicaccedilatildeo de mecanismos de interface entre morfossintaxe e fonologia modulada por restriccedilotildees de natureza puramente fonoloacutegica eacute apresentada a construccedilatildeo dos constituintes sintagma fonoloacutegico (φ e sintagma entoacional (I) em diversas liacutenguas Esta construccedilatildeo eacute reveladora dos dois grandes princiacutepios de organizaccedilatildeo prosoacutedica das sequecircncias de fala o princiacutepio demarcativo que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as margens de constituintes (5a) e o princiacutepio do agrupamento que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as relaccedilotildees existentes entre

22 Soacutenia Frota

(5) a Alinhame

margens de umnto entre as margens de um dado constituinte sintaacutectico e as

dado constituinte prosoacutedico

ini Direita XP

constituintes adjacentes ompl odifi

eza fonoloacutegica que operam sobre os onstituintes prosoacutedicos dizem respeito aos factores tamanho peso balanccedilo e s)sim

(Ghini 1993) Direita XP ( ω ω ω ω ω ) φ

ω )φ

φ (

eg sintagma fonoloacutegico Japonecircs Esquerda XP Chi Mw

b Relaccedilatildeo entre cabeccedilas e(cabeccedilac emento cabeccedilam cador etc)

eg sintagma fonoloacutegico Papago Chichewa Wrap XP

Tipicamente as restriccedilotildees de naturc(a etria como ilustrado em (6) (6) Sintagma fonoloacutegico Italiano

( ω ω )φ ( ω )φ ( ω )φ ( )φ ( ( ω ω ω ω ω )φ ( ω ω )φ ( ω ω ω )φ

φ ( lowast( ω ω ) ω ω ) ω ) φ )

lowast( ω ω ω φ

)φ (

(

( ω ω ) φ lowast( ω ω ω ω )φ ( ω )φ

lowast( ω )φ ( ω )φ ( ω ω )φ ω ) φ

oloacutegico e do sintagm entoacional no Portuguecircs Europeu e satildeo descritas as propriedades foneacutetic

e uma cabeccedila lexical agrupando a cabeccedila e todos os elemen

Neste quadro eacute estudada a formaccedilatildeo do sintagma fona

as e fonoloacutegicas que assinalam estes constituintes Para ambos os constituintes mostra-se a relevacircncia do princiacutepio de agrupamento e o efeito de restriccedilotildees fonoloacutegicas

A formaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico no PE refere o domiacutenio sintaacutectico da projecccedilatildeo maacutexima d

tos no seu lado natildeo recursivo num mesmo φ Este φ pode ainda conter um constituinte sintaacutectico seguinte pertencente ao mesmo domiacutenio se este constituinte natildeo tiver condiccedilotildees para formar um φ por si soacute Tais condiccedilotildees satildeo fonologicamente determinadas por uma restriccedilatildeo de tamanho miacutenimo segundo a qual um φ deveraacute conter mais material do que uma palavra prosoacutedica O elemento mais proeminente de φ eacute a sua uacuteltima palavra prosoacutedica ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita do constituinte como na generalidade das

Prosoacutedia 23

liacutenguas com a ordem sintaacutectica cabeccedila-complemento A demonstraccedilatildeo empiacuterica desta anaacutelise assenta em evidecircncias duracionais ligadas a fenoacutemenos riacutetmicos (Figura 4) em evidecircncias segmentais resultantes da (natildeo)aplicaccedilatildeo de sacircndi vocaacutelico tambeacutem devido a restriccedilotildees riacutetmicas (7) e em evidecircncias entoacionais de distribuiccedilatildeo de acentos tonais (ver (4) acima)

Figura 4 O sintagma fonoloacutegico e o alongamento da 1ordf de duas siacutelabas toacutenicas adjacentes numa situaccedilatildeo de antagonismo acentual dentro de um mesmo φ [ ]

(7) Vog de φ a

negrito ais afectadas a sublinhado siacutelaba toacutenica em maiacutesculas cabeccedila

[ o danccedilaRIno ] φ [ Ama ] φ [ a bailarina russa ] φ danccedilarinama (ltdanccedilarino+ama)

[ o bailaRIno ] φ [ ANda SEMpre ] φ [ de limusine preta ] φ

emarcativo no mapeamento quer

leccionando a margem direita quer seleccionando a margem esquerda (ver respect

okbailarinanda (ltbailarino+anda)

A aplicaccedilatildeo do princiacutepio dse

ivamente (8a) e (8b) ) resulta numa estrutura prosoacutedica que natildeo permite dar conta das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas acima descritas1 Na 1 Importa notar que em linha com o observado para outras liacutenguas romacircnicas as cabeccedilas lexicais apenas contam como cabeccedilas prosoacutedicas quando na sua posiccedilatildeo natildeo marcada (no caso do adjectivo quando no lado recursivo ndash ver Nespor amp Vogel 1986)

24 Soacutenia Frota

ilustraccedilatildeo em (8) a organizaccedilatildeo prosoacutedica natildeo marcada corresponde a (8a) em i e a (8b) em ii ou seja corresponde a um padratildeo de agrupamento de N e A separadamente de PP

(8) [ N [ A ]AP PP ]NP ii [ A N PP ]NP

)

A formaccedilatildeo do sintagma entoacional (I) no PE refere o domiacutenio de uma

ccedilatildeo em Is no PE dispotildee de forte evidecircncia empiacuterica Vaacuterios noacuteme

interpretaccedilotildees (ateacute ao nono ano como modificador de alunas ou como

i (a) ( )φ ( )φ ( φ

) (b) ( )φ( φ ( )φ ( )φ( )φ

frase raiz distinguindo todas as expressotildees natildeo estruturalmente a ela ligadas como expressotildees parenteacuteticas toacutepicos ou outros suplementos2 Estas uacuteltimas formam Is independentes enquanto todos os φs no domiacutenio da frase raiz satildeo agrupados num mesmo I Decorre deste mapeamento que os constituintes presentes num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador Os sintagmas entoacionais satildeo sujeitos a condiccedilotildees fonoloacutegicas que interagem com os mecanismos de mapeamento produzindo a organizaccedilatildeo prosoacutedica em Is de uma sequecircncia de fala Estas condiccedilotildees regulam o peso dos Is constituintes longos tendem a ser divididos prefere-se constituintes balanceados ou o constituinte mais longo agrave direita O elemento mais proeminente de I eacute o seu uacuteltimo φ ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita A organizafe nos de sacircndi aplicam-se no domiacutenio de I (veja-se (1) acima e tambeacutem (9) Este eacute o domiacutenio do alongamento final preacute-fronteira (jaacute ilustrado na Figura 2) e tambeacutem do locus de ocorrecircncia de pausa O sintagma entoacional tem ainda uma definiccedilatildeo meloacutedica precisa ele constitui o domiacutenio da melodia miacutenima dado que apenas a cabeccedila de I requere obrigatoriamente um acento tonal e apenas a fronteira direita de I eacute obrigatoriamente marcada por um tom de fronteira Na Figura 5 ilustra-se o contraste entre [as alunas] produzido como um φ ou como um I evidenciado pela realizaccedilatildeo da fricativa e pela curva meloacutedica e correspondendo a diferentes estruturas sintaacutecticas com diferentes

expressatildeo adverbial temporal caracterizadora de toda a acccedilatildeo)

2 Dependendo da abordagem sintaacutectica seguida o domiacutenio para a formaccedilatildeo de I tem sido identificado como Extended Projection of VP ou como Comma Phrase (veja-se por exemplo Elordieta et al 2005 ou Selkirk 2005) Segue-se no seminaacuterio a abordagem mais claacutessica sem entrar na discussatildeo da anaacutelise sintaacutectica das diferentes estruturas

Prosoacutedia 25

(9) a [ a[z] aluna[z] obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

b [ a[z] aluna[S] ]I [ ateacute onde pensamo[S] e sabemo[S] ]I [ obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

ento em Is eacute document licaacutevel pela referecircncia do constituinte mais longo agrave direita

I I

rie s acional no

E

Figura 5 Evidecircncias segmentais e entoacionais para I

O papel das restriccedilotildees fonoloacutegicas na determinaccedilatildeo do fraseamado em (10) note-se o contraste entre (a) e (b) exp

p (10) a [ O galatilde andava de porsche ]I

a [ O galatilde ]I [ andava de porsche ]I a [ O galatilde andava ] [ de porsche ]

b [ O poeta cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I b [ O poeta ] [ cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I Ib [ O poeta cantou ]I [ uma manhatilde angelical perturbadora ]I

O Quadro 1 (extraiacutedo de Frota no prelo) sintetiza as prop dade

foneacuteticas e fonoloacutegicas do sintagma fonoloacutegico e do sintagma entoP

26 Soacutenia Frota

rties Segmental Durational Tonal Prominence

Quadro 1 Estrutura prosoacutedica do PE propriedades de φ e I (Frota no prelo)

PropePhP NO NO NO Rightmost (default)

el

PhP heads constrain the output of vowsandhi

stress Domain forstrengthening

IP Domain for many segmental processes Domain for

oclitics

Final lengthening IP-edge Locus of

Domain for pitch accent distribution IP heads require a

lt)

resyllabification Left edge reducedforms of prare highly disfavoured

pauses pitch accent Right edge requires boundary tone Left edge optionally marked

Rightmost (defauFocus prominence (not positional)

co

Os ca em

constituintes entoacionais podem ser implementados diferentemente nas

Figura 6 Organizaccedilatildeo prosoacutedica em constituintes entoacionais variaccedilatildeo entre liacutenguasvariedades Tamanho (curtolongo) e

mplexidade (natildeo ramificado ramificaccedilatildeo simples ramificaccedilatildeodupla)

muacuteltiplos factores que regulam a organizaccedilatildeo prosoacutedi

Prosoacutedia 27

gramaacuteticas fonoloacutegicas das liacutenguas mesmo no caso de liacutenguas proacuteximas ou ateacute de va

tura prosoacutedica permanecem todavia

da combinaccedilatildeo de restriccedilotildees fonoloacutegicas com mecanismos

te da estrutura morfossintaacutectica eacute pouco profunda

riedades da mesma liacutengua Esta diversidade eacute ilustrada pelo comportamento do Castelhano Catalatildeo Italiano Portuguecircs Europeu do Norte (Braga) e Portuguecircs Europeu de Lisboa no que respeita agrave divisatildeo de uma frase SVO em dois constituintes (S) (VO) face a factores como o tamanho em siacutelabas e a complexidade sintaacutectica e prosoacutedica (Figura 6)

O quadro de anaacutelise em constituintes prosoacutedicos atraacutes exposto tem dado resultados profiacutecuos para o conhecimento da estrutura prosoacutedica das liacutenguas Duas questotildees essenciais sobre a natureza da estru

em aberto existem diferentes tipos de estrutura prosoacutedica ou uma uacutenica estrutura que governa fenoacutemenos tatildeo variados como os referidos acima como eacute definido um constituinte prosoacutedico (existe equivalecircncia entre constituintes e niacuteveis na estrutura) A primeira questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo das diferentes abordagens da estrutura prosoacutedica que tecircm sido propostas na literatura designadamente uma estrutura que resulta de interface entre a fonologia e outros componentes da gramaacutetica (a linha dominante no acircmbito da fonologia prosoacutedica) ou uma estrutura que eacute definida exclusivamente com base em fenoacutemenos de entoaccedilatildeo ou de proeminecircncia e cujos constituintes resultam apenas das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas que os caracterizam (abordagem comum no acircmbito dos estudos entoacionais) A resposta para esta questatildeo eacute fundamentalmente empiacuterica e passa pela aplicaccedilatildeo de paradigmas experimentais em que os diferentes factores satildeo controlados e testados e em que mais do que um tipo de propriedade marcadora da estrutura prosoacutedica eacute examinado A segunda questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo da ausecircncia de recursividade na estrutura prosoacutedica Na maioria das abordagens a estrutura prosoacutedica diferentemenTodavia algumas formas limitadas de recursividade tem sido propostas fazendo com que natildeo exista uma correspondecircncia directa entre niacuteveis de constituecircncia prosoacutedica e niacuteveis de fraseamento prosoacutedico Dado que as pistas para a organizaccedilatildeo prosoacutedica tendem a assinalar diferenccedilas entre niacuteveis a definiccedilatildeo dos constituintes prosoacutedicos resulta menos clara Mais uma vez a resposta exige trabalho experimental direccionado para a procura de diferenccedilas de tipo (apontando para categorias prosoacutedicas distintas) versus diferenccedilas de

28 Soacutenia Frota

grau (apontando para formas de organizaccedilatildeo prosoacutedica de instacircncias de uma mesma categoria) No que especificamente respeita ao PE eacute crucial estudar-se a organizaccedilatildeo prosoacutedica em outras variedades para aleacutem da variedade standard e verificar ateacute que ponto as propriedades caracterizadoras dos sintagmas fonoloacutegico e entoacional (Quadro 1 acima) tecircm caraacutecter geral na liacutengua O caso do sintagma fonoloacutegico eacute especialmente relevante dada a ausecircncia de evidecircncias segmentais duracionais e tonais proacuteprias que assim caracterizam a manifestaccedilatildeo subtil deste constituinte no PE quando comparada com outras liacutenguas (eg Nespor amp Vogel 1986 Hayes amp Lahiri 1991 Ghini 1993 entre outros) Bibliografia especiacutefica DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational

dic and syntactic structure In S Frota J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series

Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Frota S

Ghini osal Toronto Working Papers in

Hayes

Phrasing in Romance The role of prosoM Vigaacuterio amp M

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143 (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Caps 2-3

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291 M (1993) φ-formation in Italian a new propLinguistics 122 41ndash79

B amp A Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Inkelas S amp D Zec (1995) Syntax-phonology Interface In JA Goldsmith (ed) The Handbook of Phonological Theory Cambridge Mass Blackwell 535-549

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Prosoacutedia 29

63 RITMO 3 RITMO 1 Noccedilotildees de ritmo

es abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia iacutetmico classes ou contiacutenuo

ar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs loraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

dedicado ao estudo do ritmo Satildeo ritmo na menos e

332 Diferent3 Espaccedilo r3

34 Analis35 Correlaccedilotildees e exp O moacutedulo trecircs do programa eacute apresentadas diferentes noccedilotildees de ritmo sublinhando-se o lugar doorganizaccedilatildeo prosoacutedica das liacutenguas e o conjunto variado de fenoacutepropriedades que podem contribuir para a sensaccedilatildeo de ritmo Trabalham-se estudos de produccedilatildeo e percepccedilatildeo do ritmo no Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas Como vimos no moacutedulo 1 a estrutura prosoacutedica define uma cadeia de proeminecircncias ao mesmo tempo que os domiacutenios prosoacutedicos regulam a aplicaccedilatildeo de fenoacutemenos riacutetmicos Uma noccedilatildeo possiacutevel de ritmo eacute a estruturaccedilatildeo das proeminecircncias em sequecircncias de fala Para esta estruturaccedilatildeo contribuem as cabeccedilas dos diferentes constituintes prosoacutedicos (Figura 1) desde a siacutelaba toacutenica da cada palavra prosoacutedica ateacute agrave cabeccedila do sintagma entoacional bem como as suas propriedades de implementaccedilatildeo foneacutetica (duraccedilatildeo intensidade movimentos de F0 devidos agrave presenccedila de acentos tonais) Contribuem ainda os fenoacutemenos riacutetmicos que tendem a implementar uma certa alternacircncia entre posiccedilotildees fortes e fracas como os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de antagonismo acentual (ver (2) e Figura 1 acima) ou os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de intervalos de sequecircncias aacutetonas (11) Contribuem tambeacutem os fenoacutemenos de reforccedilo que visam garantir a proeminecircncia das cabeccedilas face agraves natildeo cabeccedilas como a colocaccedilatildeo do constituinte mais pesado no limite direito do sintagma fonoloacutegico ou do sintagma entoacional (12) ou a existecircncia de restriccedilotildees de peso na diferenciaccedilatildeo entre siacutelaba toacutenica e siacutelabas aacutetonas (mesmo em liacutenguas em que o peso silaacutebico natildeo constitui um factor relevante para a o acento ndash 13) Para fenoacutemenos deste tipo o domiacutenio prosoacutedico maacuteximo eacute o sintagma entoacional (I) pois tanto antagonismos como intervalos de sequecircncias aacutetonas natildeo satildeo resolvidos se quebrados por fronteiras de I

30 Soacutenia Frota

(11)

ann on ce I

2) ca] φ ] φ

3) Siacutelaba toacutenica em maiuacutesculas siacutelaba pesada a negrito

u peso relativos de um dad equecircncia estatildeo propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas

onstitui uma pista acuacutestica importante para o acento de alavra (Figura 7) bem como para a proeminecircncia de I A sonoridade dos gmen

[Gi i n lo da] (1 a [Maximiliano Ze b [Zeca Maximiliano (1

a canCcedilAtildeO OacuteRfatildeo b CRIacuteticatildeo Entre os factores que contam para a proeminecircncia o

o elemento numa sNo PE a duraccedilatildeo cpse tos definida por paracircmetros articulatoacuterios e acuacutesticos contribui para o peso (14) tal como a posiccedilatildeo relativa da cabeccedila na sequecircncia (15a) ou o tamanho e complexidade fonoloacutegicas dos elementos combinados (15b)

Figura 7 Duraccedilotildees da siacutelaba e acento

Prosoacutedia 31

(14) a ping pong vb tic tac vs tac tic

iluacute e Steacutefano com se e disseram [aacutegua-peacute] vs

O Joatildeo comprou segundo me disseram [aacutegua]

ritmo nas liacutenguas eacute com base em unidades

oacutecronas A abordagem tradicional do ritmo assenta na ideia de isocronia e

onoloacutegicos Esta abordagem deu origem a uma nova

s pong ping (15) a Steacutefano e Mariluacute vs Mar b O Joatildeo prou gundo m Uma outra noccedilatildeo importante para a caracterizaccedilatildeo doa isocronia isto eacute a sensaccedilatildeo de que o ritmo se constroacutei ispropotildee trecircs classes riacutetmicas em funccedilatildeo do tipo de isocronia ritmo silaacutebico com base na isocronia silaacutebica (de que seria exemplo o Italiano) ritmo acentual com base na isocronia entre intervalos acentuais (de que seria exemplo o Inglecircs) ritmo moraico com base na isocronia entre moras (de que seria exemplo o Japonecircs) A proposta inicial de classes riacutetmicas parte da intuiccedilatildeo linguiacutestica dando origem a deacutecadas de estudos foneacuteticos Todavia a existecircncia efectiva de unidades isoacutecronas realizadas foneticamente ficou por demonstrar Numa outra linha de estudos mostrou-se com sucesso que liacutenguas atribuiacutedas a diferentes classes satildeo distinguidas perceptivamente enquanto que liacutenguas atribuiacutedas a uma mesma classe natildeo o satildeo A visatildeo de que as sensaccedilotildees de ritmo captadas perceptivamente resultam de combinaccedilotildees de propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas tem sido dominante nos estudos flinha de estudos foneacutetico-fonoloacutegicos em que correlatos acuacutesticos para propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas satildeo procurados no sinal de fala Dos trecircs grandes tipos de propriedades inicialmente propostos por Dauer (1983 1987) ndash estrutura silaacutebica reduccedilatildeo vocaacutelica relaccedilatildeo entre entoaccedilatildeo e proeminecircncia ndash os dois primeiros tecircm merecido particular atenccedilatildeo A correlaccedilatildeo estabelecida entre estas propriedades e as classes riacutetmicas eacute apresentada em (16) (16) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica + -

Acentual Silaacutebico Moraico b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - Acentual Silaacutebico Moraico

32 Soacutenia Frota

A busca de correlatos acuacutesticos para estas propriedades que possam r para a explicaccedilatildeo dos resu ados p rceptivos de diferenciaccedilatildeo riacutetmica

diferentes

Variabilidade de iC - + Proporccedilatildeo de iV -

V

ritm a o no acirc deste enquadramento d ional baseada na isocronia o

ortuguecircs do Brasil (PB) tem sido referenciado como possuindo um ritmo

contribui lt etem dado origem a muacuteltiplas medidas do ritmo com sucessos(criticamente revistas em Arvaniti 2009) Todas elas partem da duraccedilatildeo de intervalos vocaacutelicos (iV) e consonacircnticos (iC) e medem variabilidade destes intervalos num dado domiacutenio ou a proporccedilatildeo destes num dado domiacutenio Se parece ser claro que pelo menos algumas destas medidas efectivamente captam diferenccedilas riacutetmicas tambeacutem parece ser claro que o espaccedilo riacutetmico que definem nem sempre caracteriza classes riacutetmicas diferenciadas sugerindo por vezes um contiacutenuo riacutetmico Veja-se a correlaccedilatildeo entre estas medidas e as propriedades em (16) acima (17) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica +

+ -

b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - + Variabilidade de i - O o do Portuguecircs eacute aqui analis d mbito foneacutetico-fonoloacutegico Na abordagem tra icPacentual um ritmo silaacutebico ou um ritmo misto dependendo dos autores e dos criteacuterios considerados Jaacute o PE tem sido caracterizado como tendo um ritmo acentual A abordagem que busca a razatildeo de ser das sensaccedilotildees de ritmo nas propriedades presentes na liacutengua e procura correlatos acuacutesticos para essas propriedades conduz a resultados diversos Uma vez controladas as diferenccedilas de velocidade de fala os ritmos das duas variedades apresentam-se acusticamente distintos de acordo com as medidas de variabilidade de iC e de proporccedilatildeo de iV3 o ritmo do PE define-se como misto entre acentual e silaacutebico agrupando-se numa dimensatildeo com o Inglecircs ou o Neerlandecircs e noutra com o Italiano ou o Castelhano o ritmo do PB define-se como misto entre silaacutebico e moraico (Figura 8) Estes resultados satildeo congruentes com as propriedades

3 A variabilidade de iV tal como noutros estudos para vaacuterias liacutenguas natildeo proporciona resultados robustos (eg Arvaniti 2009)

Prosoacutedia 33

foneacutetico-fonoloacutegicas das duas variedades Considerando uma mesma estrutura silaacutebica fonoloacutegica no PE assiste-se ao apagamento de vogais aacutetonas originando sequecircncias de consonantes enquanto no PB ocorrem fenoacutemenos de simplificaccedilatildeo silaacutebica como a epecircntese ou o apagamento da consoante em coda no existe reduccedilatildeo vocaacutelica generalizada enquanto no BP a reduccedilatildeo eacute limitada no PE os eventos tonais reforccedilam a proeminecircncia enquanto no BP entoaccedilatildeo e acento satildeo mais independentes Todavia a identificaccedilatildeo de liacutenguas mistas coloca de novo a questatildeo da existecircncia de classes riacutetmicas ou de um contiacutenuo Por outro lado ainda a presenccedila de um conflito de classificaccedilatildeo entre medidas acuacutesticas levanta a questatildeo de se determinar a sua relevacircncia relativa na percepccedilatildeo

Figura 8 Distribuiccedilatildeo de PE e PB no espaccedilo riacutetmico definido povariabilidade de iC e proporccedilatildeo de iV juntamente comliacutenguas analisadas em Ramus et al 1999

r as

Os trabalhos sobre a percepccedilatildeo do ritmo mostram com clareza que

propriedad para a discriminaccedil anco de

nguas testado permite examinar o estatuto de uma liacutengua acusticamente mista que

es riacutetmicas satildeo utilizadas tanto por adultos como por bebeacutesatildeo entre liacutenguas A relevacircncia da inclusatildeo do Portuguecircs no b

liacuteem as medidas acuacutesticas satildeo conflituantes apontando para classificaccedilotildees diferentes No estudo realizado com o Portuguecircs eacute tambeacutem testada a relevacircncia da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo

34 Soacutenia Frota

Os resultados perceptivos mostram que o PE e o Neerlandecircs satildeo discriminados do mesmo modo que o Castelhano e o Neerlandecircs ou o PB e o

davia na experiecircncia em que as quatro liacutenguasvariedades satildeo duzidas a duas hipoacuteteses de escolha para os sujeitos PE e PB natildeo satildeo scrim

] iV eacute um A natildeo ere que xistiraacute um ponto criacutetico na proporccedilatildeo de iV apontando para uma eventual

Neerlandecircs Toredi inados revelando que a distacircncia perceptiva entre PE e PB eacute inferior agrave distacircncia entre PE e Neerlandecircs (Figura 9) Quando apenas PE e PB satildeo testados para duas hipoacuteteses de escolha dos sujeitos continua a natildeo existir discriminaccedilatildeo salvo na condiccedilatildeo em que a entoaccedilatildeo eacute preservada Conclui-se assim que o contributo da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo riacutetmica depende das liacutenguas isto eacute das propriedades do sistema entoacional das liacutenguas a contrastar sendo especialmente importante no caso do PE e PB mas quase irrelevante por exemplo para o PE e o Neerlandecircs

Figura 9 Percepccedilatildeo do ritmo do Portuguecircs (Frota Vigaacuterio amp Martins 2002b) [ N1 PE1 C1 PB1 N2 PE 2 C2 PB2

A distinccedilatildeo perceptiva entre PE e Neerlandecircs sugere que a proporccedilatildeo de paracircmetro perceptivamente mais saliente do que a variabilidade de iC

distinccedilatildeo entre PE e PB (a natildeo ser na condiccedilatildeo com entoaccedilatildeo) sugefronteira perceptiva talvez proacutexima da diferenccedila entre ritmo acentual e ritmo silaacutebico (Figura 10)

Prosoacutedia 35

Figura 10 Ritmo correlatos acuacutesticos e percepccedilatildeo

O estudo do ritmo do Portuguecircs do ponto de vista da produccedilatildeo e daite ilustrar alguns dos procedimentos experime

percepccedilatildeo perm ntais utilizados m estudos sobre ritmo Para a produccedilatildeo ilustra formas de construccedilatildeo de

corpora equilibra atildeo bem como aplicaccedilatildeo de criteacuterios de segmentaccedilatildeo acuacutestica para a mediccedilatildeo de duraccedilotildees no

natildeo apenas as

edos e controlados face aos factores em observaccedil

asinal de fala Para a percepccedilatildeo ilustra a criaccedilatildeo de estiacutemulos manipulados por filtragem na frequecircncia e aplanamento tonal a aplicaccedilatildeo de tarefas perceptivas de tipo AX e a mediccedilatildeo de sensibilidade na discriminaccedilatildeo (d) A investigaccedilatildeo apresentada e discutida neste moacutedulo do programa deve ser problematizada na sequecircncia da seguinte pergunta fundamental para o entendimento do ritmo nas liacutenguas constitui o ritmo um princiacutepio organizador da linguagem ou trata-se antes de um epifenoacutemeno de outras propriedades das liacutenguas Parece certo que vaacuterias propriedades linguiacutesticas efoneacutetico-fonoloacutegicas e prosoacutedicas referidas anteriormente mas tambeacutem certas propriedades lexicais e sintaacutecticas (ver Mehler amp Nespor 2004) se correlacionam com diferenccedilas riacutetmicas sugerindo a anaacutelise de que estas derivam daquelas Todavia tambeacutem parece natildeo menos certo que evidecircncias para um princiacutepio estruturador da linguagem possivelmente ancorado em princiacutepios gerais da organizaccedilatildeo perceptiva emergem com frequecircncia agrupando estiacutemulos em constituintes de padratildeo alternante e tendencialmente repetitivo por exemplo a sequecircncia sonora do som de um reloacutegio eacute percebida com a estrutura (tic tac) (tic tac) (tic tac) e natildeo (tic) (tac tic) (tac tic tac) e a

36 Soacutenia Frota

segmentaccedilatildeo de note book worm depende tudo o resto sendo idecircntico do padratildeo alternante gerado nas siacutelabas anteriores com L H L H L a favorecer (note) (bookworm) e H L H L HL a favorecer (notebook) (worm) (Dilley amp McAuley 2008) Estatildeo em curso programas de investigaccedilatildeo que pela anaacutelise de liacutenguas tipologicamente diferentes em relaccedilatildeo agraves formas como codificam proeminecircncia e estruturaccedilatildeo prosoacutedica e pela relaccedilatildeo que estabelecem com os resultados da organizaccedilatildeo perceptiva de sinais natildeo linguiacutesticos poderatildeo vir a trazer avanccedilos significativos para o entendimento do ritmo na linguagem (eg Mehler Nespor e colegas White e colegas Arvaniti entre outros) No caso especiacutefico do ritmo do Portuguecircs faltam estudos acuacutesticos em outras variedades para aleacutem da variedade standard metodologicamente comparaacuteveis que permitam uma visatildeo relacional integrada da estrutura prosoacutedica propriedades riacutetmicas e entoacionais No domiacutenio da percepccedilatildeo seria importante testar directamente o par PE Castelhano bem como o par PB Castelhano para determinar se a variabilidade de iC desempenha algum papel na discriminaccedilatildeo riacutetmica Um outro campo de investigaccedilatildeo a explorar eacute o da evoluccedilatildeo do ritmo abordado a partir da relaccedilatildeo entre PE e PB e experimentalmente operacionalizado a partir das correlaccedilotildees atestadas entre propriedades riacutetmicas e propriedades fonoloacutegicas e lexicais Bibliografia especiacutefica Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs

Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

AD

rvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63 auer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics

auer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In

Delgad Editorial Caminho Caps 4-5

Frota S aacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no

Frota S thmic distinctions the

11 51-62 D

Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274 o Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentationand lexical processing Journal of Memory and Language 59 294-311 amp M VigPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555 amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhy

EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Prosoacutedia 37

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena Mateus amp C Nunes Correia (orgs) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A

Ramus 73 265-292

eds) Phonetics and

4 MEL 1 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 2 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo

ntoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 4 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

ia A partir da papel diferenciado nas liacutenguas eacute

nal Os strumentos fundamentais para uma anaacutelise fonoloacutegica e foneacutetica da entoaccedilatildeo

para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

Mehler J amp M Nespor (2004) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

study based on speech resynthesis JASA 105 512-521 F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (Phonology Interactions and interrelations Amsterdam John Benjamins 137-158

64 MELODIA

ODIA4443 Analisar a e4 O moacutedulo quatro do programa centra-se no estudo da melodconstataccedilatildeo de que a melodia desempenha umapresentada a noccedilatildeo de liacutengua entoacional em contraste com liacutengua toinsatildeo descritos no quadro da abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional e postos em praacutetica atraveacutes da anaacutelise da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Trabalham-se as propriedades entoacionais do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas com destaque para as liacutenguas romacircnicas

38 Soacutenia Frota

Na sua dimensatildeo linguiacutestica o papel da melodia nas liacutenguas caracteriza-se por uma distinccedilatildeo fundamental entre as configuraccedilotildees meloacutedicas que determinam significados lexicais e contrastes gramaticais ndash presentes nas

s tons de

Figura 11 Contorno de F0 da sequecircncia O MUacutesico comPOcircS uma opeREta Ela inspiROU-o e respectiva anaacutelise fonoloacutegica (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas)

liacutenguas tonais ndash e as configuraccedilotildees meloacutedicas que veiculam significados natildeo lexicais e contrastes sintagmaacuteticos ndash as uacutenicas presentes nas liacutenguas entoacionais Por entoaccedilatildeo refere-se assim configuraccedilotildees meloacutedicas natildeo lexicais de natureza linguiacutestica associadas a significados ao niacutevel fraacutesico como a distinccedilatildeo entre tipos de frase ou outras distinccedilotildees pragmaacuteticas e discursivas (eg actos de fala estrutura informacional) A entoaccedilatildeo eacute fonologicamente formada por uma sequecircncia de categorias tonais e foneticamente representada pelo contorno de F0 As categorias tonais relacionam-se com aspectos independentes da estrutura prosoacutedica da liacutengua (ver Figura 3 acima) Os eventos tonais da entoaccedilatildeo satildeo tons altos (H) ou baixos (L) que formam dois grandes tipos de categorias os acentos tonais associados a elementos proeminentes (cabeccedilas na estrutura prosoacutedica) e oconstituinte geralmente associados a fronteiras de constituintes prosoacutedicos Veja-se na Figura 11 uma ilustraccedilatildeo dos primeiros identificados com um e dos segundos identificados com diacriacuteticos especiacuteficos consoante o tipo de constituinte a que estatildeo ligados (no caso pois trata-se de tons de fronteira de sintagma entoacional)

Prosoacutedia 39

Os eventos tonais podem ser simples ou monotonais (como H ou L na Figura 11) ou complexos (como H+L na Figura 11) Faz ainda parte da organizaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo para aleacutem da sequecircncia de categorias tonais a sua estruturaccedilatildeo de proeminecircncias no domiacutenio de um sintagma entoacional distinguem-se o acento nuclear (atribuiacutedo agrave cabeccedila prosoacutedica maacutexima) o(s) acento(s) preacute-nuclear(es) (caso existam cabeccedilas prosoacutedicas em posiccedilatildeo preacute-nuclear) e o acento poacutes-nuclear (atribuiacutedo a uma cabeccedila prosoacutedica poacutes-nuclear) Este uacuteltimo tipo de acento tonal apenas pode ocorrer em casos em que a cabeccedila de I natildeo corresponda agrave cabeccedila do sintagma fonoloacutegico mais agrave direita ou seja em casos de proeminecircncia prosoacutedica marcada que habitualmente identificam instacircncias de focalizaccedilatildeo prosoacutedica Esta estrutura entoacional estaacute representada em (18a) O exemplo (18b) mostra a implementaccedil la Figura 12 com um cteriacutestica do acento poacute

uradas) e representaccedilatildeo foneacutetica (o contorno de F0) eacute gulada por duas formas de implementaccedilatildeo foneacutetica da sequecircncia tonal a

o espraiamento de um tom ao longo da resenccedila de um outro tom (ver Figura 13)

atildeo desta estrutura entoacional na sequecircncia ilustrada pefoco prosoacutedico natildeo final Note-se a reduccedilatildeo foneacutetica caras-nuclear

(18) a

s w s w T T T

preacute-nuclear nuclear poacutes-nuclear

b

s

w s w (H) H+L H+L

A relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo (sequecircncia de categorias tonais estrutreinterpolaccedilatildeo entre dois alvos tonais ecadeia segmental ateacute agrave p

40 Soacutenia Frota

Figura 12 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo pinTOR canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) om foco em lsquomanhatildersquo (produzida em resposta agrave pergunta Foi

Juntamente com a implementaccedilatildeo foneacutetica tonal por interpolaccedilatildeo ou por espraimento a realizaccedilatildeo efectiva de um tom depende de linhas de referecircncia tonal estabelecidas por constituinte prosoacutedico e da posiccedilatildeo relativa do tom no constituinte face a tons precedentes e subsequentes (ver exemplo (3) do Moacutedulo

cuma noite angelical que o artista cantou)

Figura 13 Relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica e representaccedilatildeo foneacutetica da entoaccedilatildeo

Prosoacutedia 41

1) um tom natildeo inicial eacute realizado num niacutevel mais baixo que o tom precedente (relaccedilatildeo de downstep) um tom inicial de constituinte eacute realizado num niacutevel mais alto que os tons imediatamente precedentes de outro constituinte (relaccedilatildeo de reset) um tom de fronteira final retoma a linha de referecircncia do constituinte prosoacutedico que assinala (relaccedilatildeo de upstep) Assim a altura foneacutetica de um tom eacute relativa e contextualmente determinada Na dimensatildeo temporal a sincronizaccedilatildeo entre as categorias tonais e a cadeia segmental em que elas se realizam eacute natildeo apenas determinada pela associaccedilatildeo fonoloacutegica de um evento tonal a uma dada posiccedilatildeo prosoacutedica (cabeccedila ou fronteira) mas tambeacutem pela coordenaccedilatildeo foneacutetica entre alvo tonal e elemento segmental como ilustrado na Figura 13 Esta coordenaccedilatildeo pode assumir a forma de alinhamento tardio ou de alinhamento inicial factor foneacutetico dependente d nteiras rosoacutedicas de ura do evento tonal Na

e vaacuterios outros factores como a proximidade de frooutros eventos tonais ou a proacutepria estrutp

Figura 11 apresenta-se uma ilustraccedilatildeo do alinhamento tardio tiacutepico do tom asterisco no acento tonal H+L no PE em relaccedilatildeo agrave siacutelaba toacutenica Para aleacutem do alinhamento foneacutetico a sincronizaccedilatildeo entre categorias tonais e cadeia segmental eacute ainda caracterizada por fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal Geralmente os fenoacutemenos deste tipo descritos nas liacutenguas satildeo estritamente de natureza tonal com liacutenguas a privilegiarem a compressatildeo tonal face a uma cadeia segmental curta (como eacute o caso do Inglecircs) e liacutenguas a privilegiarem a truncaccedilatildeo tonal em contexto idecircntico (como o Huacutengaro ou Italiano de Palermo) No caso do PE a acomodaccedilatildeo tonal parece fazer-se fundamentalmente agrave custa de fenoacutemenos de natureza segmental isto eacute a cadeia

gmense tal eacute estendida para acomodar os tons seja por alongamento ou epecircntese Esta uacuteltima estrateacutegia eacute ilustrada na Figura 14 O Quadro 2 sintetiza as dimensotildees cruciais para a anaacutelise da entoaccedilatildeo num liacutengua entoacional como o Inglecircs o Italiano ou o Portuguecircs A primeira dimensatildeo ndash a relaccedilatildeo entre estrutura entoacional e estrutura prosoacutedica ndash jaacute foi explorada anteriormente O trabalho sobre a entoaccedilatildeo do PE efectuado em seminaacuterio explora fundamentalmente as dimensotildees dois e trecircs que constituem com a primeira o nuacutecleo central da fonologia entoacional de uma liacutengua

42 Soacutenia Frota

100100

160

220

280

340

400

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H H + L L H

e l a f o i v e r o m a r

4

Figura 14 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) O tom de fronteira eacute realizado na vogal epenteacutetica

Quadro 2 Dimensotildees para anaacutelise da entoaccedilatildeo

Estrutura prosoacutedica Constituintes (proeminecircncias e fronteiras) Leacutexico entoacional Inventaacuterio de acentos tonais e tons de

constituintes e respectivos significados Domiacutenio relevante para a Constituinte prosoacutedico distribuiccedilatildeo de acentos tonais Restriccedilotildees distribucionais Restriccedilotildees sobre a ocorrecircnciacombinaccedilatildeo

de eventos tonais Implementaccedilatildeo foneacutetica Espraiamentointerpolaccedilatildeo alinhamento

linhas de referecircncia fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal

e

artindo do Quadro 3 Com o recurso agrave audiccedilatildeo da sequecircncia e agrave representaccedilatildeo o co gundo

passo tuais

Sessotildees de anaacutelise entoacional aplicada satildeo realizadas com materiais do PE O grande objectivo eacute a caracterizaccedilatildeo dos principais tipos fraacutesicos e dalgumas distinccedilotildees pragmaacutetico-discursivas no que respeita ao leacutexico entoacional Num primeiro passo a anaacutelise centra-se nos contornos nucleares pd ntorno de F0 elabora-se a transcriccedilatildeo tonal fonoloacutegica Num se

toda a sequecircncia eacute analisada incluindo a parte preacute-nuclear e evenquestotildees de fraseamento prosoacutedico e entoacional

Prosoacutedia 43

Quadro 3 Melodias do nucleares mais frequent

Portuguecircs transes (adaptado de

criccedilatildeo realizaccedilatildeo e significado dos contornos Frota no prelo)

44 Soacutenia Frota 44 Soacutenia Frota

A demonstraccedilatildeo de que os eventos tonais no PE como em outras liacutenguas se comportam como morfemas que codificam informaccedilatildeo semacircntico-pragmaacutetica eacute ilustrada com dois exemplos o contraste entre declarativa e interrogativa global em que eacute o tom de fronteira que carrega a funccedilatildeo distintiva (Figuras 15a-15b) o contraste entre interrogativa global neutra e interrogativa focalizada em que eacute o acento nuclear que estabelece a distinccedilatildeo (Figuras 15b-16)

Figura 15 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo(siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) (a) produzida como uma declarativa (b) produzida como uma interrogativa global

Prosoacutedia 45

Figura 16 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo produzida como uma interrogativa focalizada (no contexto Eu li aquele poema mas natildeo me recordo que parte do dia o poeta descreve como angelical)

A an iacuteda permite

verificar que r e um tom e fronteira final de I a que apenas eacute acrescentado um evento tonal inicial nesse esmo domiacutenio (Figura 17) Por outras palavras o domiacutenio relevante para a

Figura 17 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa maraviLHOsa do lagareiro produzida como uma declarativa neutra

aacutelise de toda a sequecircncia parte preacute-nuclear inclu a melodia no PE eacute constituiacuteda pelo acento tonal nuclea

dm

46 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo de acentos tonais no PE eacute o sintagma entoacional as palavras prosoacutedicas internas a I mesmo as cabeccedilas de sintagma fonoloacutegico (como gravava e maravilhosa na Figura 17) natildeo tecircm de ser tonalmente acentuadas As dimensotildees referidas no Quadro 2 acima satildeo naturalmente tambeacutem dimensotildees de variaccedilatildeo entre liacutenguas e variedades e portanto factores a ter em conta para a tipologia prosoacutedica A variaccedilatildeo no fraseamento entoacional entre liacutenguas romacircnicas jaacute referida no Moacutedulo 2 (ver Figura 6) exemplifica a relaccedilatildeo entre estrutura prosoacutedica e estrutura entoacional como uma dimensatildeo de variaccedilatildeo No Quadro 4 mostra-se a distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares no constituinte entoacional inicial de uma sequecircncia com subida de continuaccedilatildeo entre liacutenguas romacircnicas Os resultados apontam para dois grupos de liacutenguas consoante a predominacircncia de acentos de tipo ascendente ou de tipo descende

L+H L+H H+L L

nte

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares () por liacutenguavariedade e falante (Frota et al 2007)

Cat NM PG

97 100

0 0

3 0

0 0

Sp LM MR

27 5

73 95

0 0

0 0

SEP AG MC

0 0

57 11

43 89

0 0

NEP MI MS

19 0

57 0

7 14

17 86

It LC LD

47 41

0 0

0 59

53 0

Um outro exemplo de variaccedilatildeo entoacional eacute o caso de diferenccedilas sisteacutemicas em que eventos tonais distintos satildeo usados nos mesmos contextos O contraste entre as interrogativas na variedade standard do PE e na variedade do norte falada em Braga ou na variedade meridional falada em Castro Verde (Alentejo) eacute ilustrativo H+L eacute o acento nuclear na primeira e L o acento nuclear n caracteriza a variedad mportamento

isto Veja-se o contraste entre a Figura 14 acima (variedade standard) e a

as segundas LH eacute o tom de fronteira na primeira Le meridional e a variedade do norte apresenta um co

mFigura 18

Prosoacutedia 47

Figura 18 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo produzido por um falante da variedade meridional (Castro Verde Alentejo ndash Cruz amp Frota 2010)

Para aleacutem de diferenccedilas no leacutexico entoacional utilizado p

omiacutenio relevante para atribuiccedilatildeo de acentos todem surgir

diferenccedilas no d onais Ao contraacuterio do EP (variedade standard) que eacute caract o m istribuiccedilatildeo esparsa de acentos tonais dado te o iacutenio relevante outras liacutenguas romacircnicas apresentam uma distri is rica apontando para constituintes prosoacutedicos mais baixos como o rele te Esse eacute tam de outras variedades da Portug o a variedade do norte (Braga) Veja-se o contraste entre a Figura 17 acima e a Figura 19

19 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa produzida por um falante da variedade do norte

(Braga)

erizad por u a dr I como dombuiccedilatildeo madomiacutenio van beacutem o caso

uecircs com

FiguramaraviLHOsa do lagareiro

48 Soacutenia Frota

Apesar do ganho em termos de investigaccedilatildeo sobre liacutenguas diversificadas metodologicamente comparaacutevel que representou a abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional (eg Jun 2005 no prelo) permanecem questotildees fundamentais em aberto na fonologia entoacional que importa discutir (ver a este propoacutesito Ladd 19962008) Uma destas questotildees diz respeito agrave proacutepria natureza da entoaccedilatildeo e agrave definiccedilatildeo das categorias fonoloacutegicas da entoaccedilatildeo O facto da entoaccedilatildeo conter simultaneamente elementos discretos (linguiacutesticos) e gradientes (paralinguiacutesticos) dificulta a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais Por outro lado ainda a divisatildeo de trabalho entre o que pertence agrave implementaccedilatildeo foneacutetica e agrave representaccedilatildeo fonoloacutegica das categorias

tambeacutem nem sempre eacute clara Veja-se o exemplo do alinhamento onal ser

deter as s tonais) fazendo com que uma mesma

ento on-line tecircm issores (Sudhoff et al 2006)

No caso especiacutefico da entoaccedilatildeo do Portuguecircs trabalhos experimentais orientados para a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais satildeo todavia escassos (vejam-se os estudos de Faleacute amp Faria e de Frota) Trabalhos deste tipo bem como estudos de variaccedilatildeo entoacional na liacutengua relacionando produccedilatildeo e percepccedilatildeo satildeo fundamentais para o conhecimento do sistema entoacional do Portuguecircs e para o conhecimento da tipologia prosoacutedica das liacutenguas Bibliografia especiacutefica

entoacionaist a relaccedilatildeo temporal entre alvos tonais e a cadeia segmental pode

minada por factores diversos (como a distacircncia para fronteiras prosoacutedicou a presenccedilaausecircncia de outros eventocategoria tonal possa apresentar alinhamentos diferentes todavia algumas liacutenguas parecem explorar contrastes de alinhamento associando-os a significados distintos o que sugere a existecircncia de categorias tonais diferentes distinguidas precisamente por alinhamentos diferentes A identificaccedilatildeo de quais as diferenccedilas entoacionais que satildeo fonologizadas nas liacutenguas passa necessariamente por abordagens experimentais com metodologias que testem a relaccedilatildeo entre variaccedilatildeo na forma foneacutetica e atribuiccedilatildeo de significado entoacional Tarefas perceptivas semanticamente motivadas ou em que informaccedilatildeo

conta bem como estudos de processamcontextual seja tida emproporcionado resultados prom

Cruz ese

ion and Perception TIE4 Stockholm M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portugu

Product

Prosoacutedia 49

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000a) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000b) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Chap 5

Frota S (2002a) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002b) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chap 2

Frota S (2010) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Hellmuth S (2007) The relationship between prosodic structure and pitch accent distribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing) 24 291-316

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2ordf ediccedilatildeo 2008) Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology

In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp 06) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New Gruyter

iana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

J SchlieBer (20York Mouton de

VhttpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

50 Soacutenia Frota

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da

Vigaacuterio

ology edited by W L Wetzels) 115-137

65 PR

signifi

sintaacutecta que nstituintes

forma de abordar esta questatildeo consiste na anaacutelise do processamento de frases

produccedil

resulta ccedilatildeo prosoacutedica natildeo eacute obrigatoacuteria Todavia e a

especiacutef

estrutu o recurso agrave introduccedilatildeo de

qual os a essas fronteiras se encontram estruturalmente

determmoveram do interior para o litoral bloqueando a interpretaccedilatildeo de que as

Linguagem Re(habilitar) 45 35-64 M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phon

OSOacuteDIA E SIGNIFICADO 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

O quinto moacutedulo do programa eacute dedicado ao contributo da prosoacutedia para o cado na perspectiva do processamento da liacutengua Destaca-se o estudo de

sequecircncias ambiacuteguas e o papel da prosoacutedia no processamento lexical e ico Satildeo apresentados e discutidos trabalhos experimentais que examinam statildeo da segmentaccedilatildeo do sinal de fala em palavras e co

sintagmaacuteticos tanto por adultos como por bebeacutes e crianccedilas Uma das questotildees centrais para o estudo da linguagem eacute perceber como

o contiacutenuo sonoro eacute segmentado em palavras e unidades sintagmaacuteticas Uma

ambiacuteguas ou de frases com ambiguidades temporaacuterias Estudos de produccedilatildeo de frases estruturalmente ambiacuteguas em diferentes liacutenguas mostram que em

otildees naturais quando os falantes natildeo satildeo explicitamente confrontados com a ambiguidade estes enunciados nem sempre satildeo desambiguados Estes

dos mostram que a desambiguaquando ela ocorre existe congruecircncia entre a prosoacutedia produzida interpretaccedilatildeo pretendida isto eacute os falantes utilizam as configuraccedilotildees prosoacutedicas

icas que reflectem os significados contrastantes Veja-se um exemplo de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica na Figura 20 No PE a desambiguaccedilatildeo de enunciados

ralmente ambiacuteguos eacute geralmente obtida comfronteiras de sintagma entoacional que bloqueiam a interpretaccedilatildeo segundo a

constituintes adjacentes ligados No exemplo da Figura 20 a fronteira de I em populaccedilotildees (19b)

ina que a uacutenica interpretaccedilatildeo possiacutevel eacute aquela em que as populaccedilotildees se

Prosoacutedia 51

populaccedilotildees que satildeo do interior foram para o litoral interpretaccedilatildeo esta apenas vel caso natildeo exista fronteira de I a sdisponiacute eguir a populaccedilotildees (19a)

ra o litoral

Figura 20 Desambiguaccedilatildeo prosoacutedica da sequecircncia estruturalmente ambiacutegua Deslocaram-se as populaccedilotildees do interior pa(Vigaacuterio 2003)

(19) a [deslocaram-se [as populaccedilotildees [do interior]PP]NP [para o litoral]PP]VP [ [deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ [do interior]φ [para o litoral]φ]I b [deslocaram-se [as populaccedilotildees]NP [do interior]PP [para o litoral]PP]VP [[deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ]I [[do interior]φ [para o litoral]φ]I

Este recurso agrave fronteira de I e natildeo a uma fronteira prosoacutedica mais baixa ou a um outro mecanismo prosoacutedico como a distribuiccedilatildeo de acentos tonais eacute gramaticalmente motivado Os constituintes agrupados num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador que natildeo estaacute disponiacutevel entre Is (ver Moacutedulo 2) A opcionalidade da utilizaccedilatildeo deste recurso tambeacutem eacute gramaticalmente motivada esta fronteira de I natildeo resulta directamente do mapeamento sintaxe-fonologia pois em (19) todos os constituintes se encontram no domiacutenio da mesma frase raiz mas da promoccedilatildeo de uma fronteira de sintagma fonoloacutegico para fins de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica Um caso claacutessico de ambiguidade estrutural eacute o da ligaccedilatildeo local ou natildeo local de oraccedilotildees relativas (Figura 21) Estas estruturas de tipo NP1 NP2 RC (oraccedilatildeo relativa) tecircm sido extensivamente estudadas em diferentes liacutenguas e

52 Soacutenia Frota

recorrendo a diferentes paradigmas experimentais Os resultados obtidos parecem mostrar que as preferecircncias pela ligaccedilatildeo local ou pela ligaccedilatildeo natildeo local ariam de liacutengua para liacutengua mesmo no caso da leitura silenciosa em que os

falantes projectam a liacutengua os resultados nte do contraste

entre estudconfirma

ituintes longos tendem a mo ento dos constituin

Figura 21 Ligaccedilatildeo de oraccedilotildees relativas e prosoacutedia

das liacutenguas romacircnicas apesar de diferenccedilas prosoacutedicas notoacuterias como o domiacutenio

v a prosoacutedia impliacutecita Para uma mesm

podem todavia depender da metodologia utilizada designadameos off-line e estudos on-line Os vaacuterios trabalhos tecircm ainda

do a importacircncia de factores prosoacutedicos como a extensatildeo dos constituintes para a ligaccedilatildeo preferencial da relativa const

tivar fronteiras prosoacutedicas afectando as possibilidades de agrupamtes

Uma questatildeo importante em aberto nesta linha de investigaccedilatildeo diz respeito agraves razotildees que conduzem agraves diferentes preferecircncias entre liacutenguas designadamente em estudos off-line A sintaxe bem como o sistema prosoacutedico das liacutenguas e a forma como ambos interagem satildeo candidatos fortes para proporcionar uma resposta Todavia liacutenguas como o Inglecircs o Japonecircs ou o Mandarim com diferenccedilas sintaacutecticas importantes (por exemplo a ordem NP1 NP2 RC em Inglecircs vs a ordem RC NP2 NP1 em Mandarim) e diferentes sistemas prosoacutedicos (o Inglecircs eacute uma liacutengua entoacional o Japonecircs eacute uma liacutengua com acento tonal lexicalmente determinado e o Mandarim eacute uma liacutengua tonal) apresentam a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo baixa Por outro lado a maioria

Prosoacutedia 53

de distribuiccedilatildeo de acentos tonais as formas de marcaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico ou mesmo as formas de implementaccedilatildeo da proeminecircncia (com o PE e o Francecircs com propriedades prosoacutedicas diferenciadas entre si e tambeacutem distintas das do Italiano Castelhano ou Portuguecircs do Brasil) apresenta a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo alta Abordagens experimentais em que propriedades sintaacutecticas e prosoacutedicas bem como o mapeamento sintaxe-fonologia sejam tidas em conta para cada liacutengua e na comparaccedilatildeo entre liacutenguas satildeo certamente necessaacuterias para uma melhor compreensatildeo da interpretaccedilatildeo destas estruturas Sequecircncias com ambiguidades temporaacuterias tecircm apontado para um papel relevante da prosoacutedia no processamento A presenccedila de certas propriedades prosoacutedicas condiciona quer o acesso lexical quer o processamento sintaacutectico antes da ocorrecircncia de outros elementos desambiguadores A Figura 22 ilustra umassumi

a representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no acesso lexical que tem sido da em vaacuterios estudos

Figura 22 Fronteiras prosoacutedicas e acesso lexical Em ambiguidades lexicais locais como as em (20) a ausecircncia de uma fronteira prosoacutedica superior ao niacutevel da palavra (20a) introduz atrasos no processamento face a sequecircncias semelhantes mas natildeo ambiacuteguas Pelo contraacuterio na presenccedila de tal fronteira prosoacutedica (20b) o reconhecimento lexical na sequecircncia ambiacutegua e na natildeo ambiacutegua efectua-se em tempos idecircnticos (Christophe et al 2004)

54 Soacutenia Frota

(20) a [un chat grincheux]φ chat chagrin ne [un chat drogue]φ chat b [le gros chat]φ [grimpaithellip = [le gros chat]φ [dressaithellip Tambeacutem em casos como em (21) a presenccedila de uma fronteira de φ desambigua entre os candidatos lexicais possiacuteveis mas jaacute a presenccedila de uma fronteira de niacutevel de palavra como em (22) natildeo parece ser suficiente para produzir desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) Este conjunto de resultados sugere que o acesso lexical se processa no domiacutenio prosoacutedico do sintagma fonoloacutegico (2 a [o rolo de fita cola]φ [ficou b [o rolo de fita]φ [cola]φ [figuras (22) a [para quem discorrer]φ [sobre este tema b [para quem diz correr]φ [dez quiloacutemetros

1)

O estudo do papel da prosoacutedia no processamento lexical eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimentais como tarefas de monotorizaccedilatildeo de palavra (Word-monitoring) de detecccedilatildeo de fonema inicial de palavra ou de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas (Completion) A Figura 23 mostra uma representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico Enunciados localmente ambiacuteguos mas com diferentes estruturas prosoacutedicas produzidos por falantes natildeo conscientes da ambiguidade tendem a ser desambiguados com sucesso pelos ouvintes As propriedades prosoacutedicas que conduzem agrave desambiguaccedilatildeo podem todavia diferir entre liacutenguas por exemplo no Francecircs a fronteira de sintagma fonoloacutegico parece ser suficiente (Milotte et al 2007) enquanto no Portuguecircs Europeu apenas a fronteira de sintagma entoacional produz desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) O mente um caso o outro

s exemplos em (23) e (24) ilustram respectivae (23) a le petit chien]φ mord la laisse b le petit chien mort]φ sera enterreacutehellip (24) a uma vez chegado o professor]I comeccedilaram b uma vez chegado]I o professor comeccedilou

Prosoacutedia 55

Figura 23 Fronteiras prosoacutedicas e processamento sintaacutectico

natildeo soacute um exame mais e o Francecircs se distingue

laramente do PE no que respeita agrave marcaccedilatildeo prosoacutedica do sintagma fonoloacutegico

entais off-line e on-line omo

1996 Houmlhle 2009) Apresentam-se aqui dois estudos ilustrativos da tilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas por bebeacutes e crianccedilas nos domiacutenios do acesso

biguidade

Estas diferenccedilas entre liacutenguas requerem

detalhado das propriedades prosoacutedicas do input (ondcndash ver Moacutedulos 2 e 4) mas tambeacutem estudos entre liacutenguas com metodologias exactamente comparaacuteveis O estudo do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimc as tarefas de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas de detecccedilatildeo de palavra (Word-detection) e de registo do movimento dos olhos A exploraccedilatildeo de pistas prosoacutedicas para aceder a diversos tipos de unidades e estruturas linguiacutesticas natildeo eacute uma possibilidade exclusiva de falantes adultos A investigaccedilatildeo existente indica que o input disponibiliza pistas (foneacuteticas prosoacutedicas estatiacutesticas) para fronteira de palavra tipo de categoria de palavras aspectos diversos da estrutura sintaacutectica e que os bebeacutes e crianccedilas exploram estas pistas no processo de aquisiccedilatildeo e desenvolvimento da liacutengua O papel da informaccedilatildeo prosoacutedica neste processo parece ser determinante (Morgan amp Demuthulexical e do processamento sintaacutectico da am

56 Soacutenia Frota

A importacircncia para a segmentaccedilatildeo do sinal de fala da presenccedila de uma biguidade lexical local eacute

xaminada na performance de bebeacutes aprendentes do Inglecircs e de bebeacutes aprendentes do Francecircs (respectivamente Gout et al 2004 e Millotte et al no prelo) Os bebeacutes satildeo expostos a estiacutemulos como os em (25) no quadro da aplicaccedilatildeo do paradigma experimental do movimento preferencial da cabeccedila (Head-turn preference procedure) na sua variante condicionada Os resultados mostram que aos 10 meses de idade os bebeacutes ingleses jaacute distinguem entre monossiacutelabos e dissiacutelabos enquanto os bebeacutes franceses apenas o fazem aos 16 meses de idade Para aleacutem de confirmarem desde muito cedo uma capacidade para a computaccedilatildeo de informaccedilatildeo prosoacutedica e sua utilizaccedilatildeo como pista na aquisiccedilatildeo lexical estes resultados apontam para diferenccedilas entre liacutenguas (tal como no caso dos estudos com adultos) A indicaccedilatildeo de que as pistas para segmentaccedilatildeo de palavra poderatildeo ser mais fortes no Inglecircs do que no Francecircs principalmente devido agraves relaccedilotildees de proeminecircncia entre siacutelabas e ao padratildeo acentual domondicionar o passo do desenvolvimento da liacutengua

bal]φ confegravere un air solennel au chacircteau

omo os em (26)

Kipper-NOM quarto-LOC entra

fronteira de sintagma fonoloacutegico em situaccedilotildees de ame

inante (ver Moacutedulo 3) sugerem diferenccedilas no input que podem c

(25) a The church with the most paper spires is heavenly The man with the least pay]φ perspires constantly b La rangeacutee de balcons fait face au cloicirctre du monastegravere La grande salle de Num outro estudo a relevacircncia da prosoacutedia para a segmentaccedilatildeo do sinal em situaccedilotildees de ambiguidade lexical eacute estudada com crianccedilas coreanas entre os 2 e os 5 anos de idade (Choi amp Mazuka 2003) Em enunciados ca posiccedilatildeo da fronteira prosoacutedica a seguir ou antes de ka eacute crucial para a segmentaccedilatildeo lexical As crianccedilas satildeo expostas a duas imagens diferentes e eacute-lhes pedida a escolha da imagem correspondente ao estiacutemulo sonoro Os resultados mostram que as crianccedilas identificam correctamente os itens lexicais natildeo havendo diferenccedila significativa entre a performance de crianccedilas e de adultos (26) a Khipher ka ] pang e tˆlacutegayo Kipper entra num quarto

Prosoacutedia 57

b Khipher] kapang e tˆlacutegayo Kipper entra no saco

Kipper saco-LOC entra No mesmo estudo eacute ainda testada a utilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas em situaccedilotildees de ambiguidade estrutural Em enunciados como os em (27) a presenccedila ou ausecircncia de fronteira prosoacutedica a seguir a kirin determina respectivamente a interpretaccedilatildeo deste elemento como o sujeito da frase ou como parte do objecto As pistas prosoacutedicas associadas agrave presenccedila da fronteira satildeo as mesmas que caracterizam a situaccedilatildeo de ambiguidade lexical Os resultados mostram que crianccedilas ateacute aos 4 anos natildeo conseguem efectuar a desambiguaccedilatildeo e que crianccedilas de 5-6 anos tecircm uma performance superior agraves primeiras mas ainda significativamente diferente da dos adultos (27) a kirin ] kwaja macutegacuteyo (A) girafa come (o) bolo

girafa bolo come

b kirin kwaja ] macutegacuteyo (Algueacutem) come (o) bolo em forma de girafa

Estes resultados confirmam a existecircncia de uma capacidade para omputar e usar a prosoacutedia e revelam que a diferenccedila entre os casos de

a dificuldades no de uma liacutengua

ista prosoacutedico primeira

arcam margens de constituintes a demonstraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo destas

cambiguidade lexical e os de ambiguidade estrutural eacute devidaprocessamento sintaacutectico Tratando-se o Coreano tipologicamente diferente do Inglecircs e do Francecircs do ponto de vpois as propriedades que nas uacuteltimas assinalam proeminecircncia nampropriedades constitui uma evidecircncia para um papel generalizado da prosoacutedia no processamento (para aleacutem das especificidades das liacutenguas) Bibliografia especiacutefica Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2 Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological

phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Fodor J 2002 Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

58 Soacutenia Frota

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Synt c disambiguation the role oeaning

acti f Barcelona

004) Phonological phrase boundaries e 51

oumlhle mecha n first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

aia M E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late

(1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology

mbiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com satildeo I ito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos Porto

Intonation editado por P Prieto) 249-278

prosoacutedia para a quisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo

ento prosoacutedico Aqui como anteriormente destacam-se abalhos experimentais sobre as questotildees em anaacutelise e faz-se especial referecircncia

ente a presenccedila de uma sensibilidade precoce a propriedades prosoacutedicas e que aponta para que as

prosody Workshop on Prosody and MGout A A Christophe amp J Morgan (2

constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Languag548-567

H B (2009) Bootstrapping nisms i

Mpreferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish Journal of Portuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Millotte S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal prosody constrains word segmentation in French 16-month-olds Journal of Portuguese Linguistics 9-2

Millotte S A Reneacute R Wales amp A Christophe (2008) Phonological phrase boundaries constrain the on-line syntactic analysis of spoken sentences Journal of Experimental Psychology Learning Memory amp Cognition 34 874-885

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nespor M M T Guasti amp A Christophe

Berlin Akademie Verlag 1-26 Vigaacuterio M (1997) Processos de desa

adveacuterbios de exclu n A Brpara Oacutescar Lopes Campo das Letras pp 855-868

ropean Portuguese Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in EuCatalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance

66 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico O sexto e uacuteltimo moacutedulo do programa trata do contributo daado proacuteprio desenvolvimtra estudos sobre o Portuguecircs

Existe uma vasta literatura que demonstra empiricam

Prosoacutedia 59

crianccedilas estejam equipadas com um mecanismo de processamento do sinal de nput) inicialmente sintonizfala (i ado para informaccedilatildeo prosoacutedica (eg Morgan

prosoacutedi o sinal de fala em

processo tornou-se conhecido como

icas mais investigadas estatildeo as que se relacionam om o ritmo sendo que para o ritmo podem contribuir diversos factores desde a

uiccedilatildeo dos padrotildees acentuais e de proeminecircncia a diferentes niacuteveis s tonais a forma acuacutestica como a

e combinaccedilatildeo segmental entre o 3) Estudos como o de Nazzi et al (1998)

receacutem-nascidos conseguem discriminar liacutenguas s diferentes mas natildeo liacutenguas agrupadas

tmicamente na mesma classe Em (28) apresenta-se uma siacutentese dos

1986 Morgan amp Demuth 1996 Jusczyk 1997 Houmlhle 2009) Pistas prosoacutedicas associadas a propriedades como o acento as proeminecircncias e fronteiras

cas o ritmo e a entoaccedilatildeo ajudam o bebeacute a segmentarunidades linguiacutesticas e podem contribuir para a sua categorizaccedilatildeo4 Este

bootstrapping prosoacutedico e tem sido investigado como uma das abordagens que visa contribuir para a compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da liacutengua (Figura 24)

Figura 24 Do sinal para a gramaacutetica

Entre as pistas prosoacutedcdistribprosoacutedicos a proacutepria distribuiccedilatildeo dos eventoproeminecircncia eacute realizada ou os padrotildees dconsoantes e vogais (ver Moacuteduldemonstram que bebeacutes pertencentes a classes riacutetmicariresultados de estudos de discriminaccedilatildeo riacutetmica com bebeacutes

4 Ver tambeacutem o moacutedulo 5 para uma ilustraccedilatildeo de como as propriedades prosoacutedicas contribuem para a segmentaccedilatildeo do input

60 Soacutenia Frota

(28) Tipo riacutetmico Liacutenguas Discriminaccedilatildeo Acentual Silaacutebico

InglecircsItaliano radic InglecircsCastelhano radic

Figura 25 s

A relaccedilatildeo entr s linguiacutesticas tem sido xplorada nas abordagens de bootstrapping (Figura 25) Foi proposto por xempl

A correlaccedilatildeo existente entre a posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma

RussoFrancecircs radic Inglecircs+Neerlandecircs Italiano+Castelhano radic Acentual Moraico InglecircsJaponecircs radic NeerlandecircsJaponecircs radic Acentual Acentual InglecircsNeerlandecircs X Silaacutebico Silaacutebico CastelhanoCatalatildeo X Acen+Sil Acen+Sil Inglecircs+Italiano Neerlandecircs+Castelhano X Estes resultados constituem uma evidecircncia forte de que os bebeacutes estatildeo equipados com mecanismos perceptivos especialmente sensiacuteveis a propriedades riacutetmicas do sinal de fala que permitem a identificaccedilatildeo dessas propriedades

Do sinal para a gramaacutetica o papel das propriedades riacutetmica

e propriedades riacutetmicas e unidadeee o que pistas riacutetmicas estatildeo na base do bootstrapping prosoacutedico da ordem de palavras da segmentaccedilatildeo de palavras e sua categorizaccedilatildeo ou do tipo de reportoacuterio silaacutebico (Nespor et al 1996 Christophe et al 2003 Jusczyk et al 1999 Nazzi et al 2006 Christophe et al 2008 Mehler amp Nespor 2002 Vigaacuterio et al 2003)

fonoloacutegico (inicial ou final) e a ordem sintaacutectica entre cabeccedila e complemento

Prosoacutedia 61

nas liacutenguas (ver Moacutedulo 2) permite associar o padratildeo riacutetmico em (29a) com a ordem cabeccedila-complemento e o padratildeo riacutetmico em (29b) com a ordem complemento-cabeccedila Trabalhos experimentais demonstram que os bebeacutes tecircm as capacidades perceptivas necessaacuterias para computar estas pistas riacutetmicas dado que discriminam entre sinais de fala segmentalmente idecircnticos mas

om uas

e ritmo acentual como o Inglecircs o Neerlandecircs ou o Alematildeo o padratildeo trocaico

ras mais longas Estas correlaccedilotildees permitem gerar as espectativas de segmentaccedilatildeo do sinal de fala em (30) uma segmentaccedilatildeo inicial baseada no acento ou mais propriamente no peacute binaacuterio trocaico (e com tendecircncia para palavras mais curtas) em liacutenguas de ritmo acentual e uma segmentaccedilatildeo inicial baseada na siacutelaba (e posteriormente com tendecircncia para palavras mais longas) em liacutenguas de ritmo silaacutebico Estudos experimentais confirmam que bebeacutes ingleses neerlandeses e alematildees segmentam precocemente palavras trocaicas (mas natildeo palavras jacircmbicas) e bebeacutes franceses falham a segmentaccedilatildeo de dissiacutelabos comeccedilando por reconhecer monossiacutelabos e integrando as duas siacutelabas numa mesma unidade apenas mais tarde (Houmlhle 2009) (30) a Ritmo acentual [ x x (xs xw) x x ] padratildeo trocaico gtgt palavra curta

b Ritmo silaacutebico [ x x (x) x x x ] siacutelaba gtgt palavra longa

prosodicamente diferentes no que respeita agrave posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma fonoloacutegico (eg Christophe et al 2003) (29) a [ hellip (ws)φ (ws)φ (ws)φ hellip ]I b [ hellip (sw)φ (sw)φ (sw)φ hellip ]I As propriedades riacutetmicas das liacutenguas estatildeo tambeacutem correlacionadas cpadrotildees de proeminecircncia ao niacutevel lexical e com tamanho de palavra Em liacutengd(sw) eacute dominante ao contraacuterio do que sucede por exemplo no Francecircs ou no Portuguecircs Europeu5 Paralelamente liacutenguas de ritmo acentual possuem palavras mais curtas enquanto liacutenguas de ritmo silaacutebico ou moraico possuem palav

o Cutler amp Carter (1987) cerca de 96 das palavras lexicais do Inglecircs comeccedilam por

siacutelaba toacutenica 80 das palavras lexicais satildeo monossiacutelabos No PE apenas 25 das palavras lexicais comeccedilam por siacutelaba toacutenica 71 das palavras lexicais possuem 3 ou mais siacutelabas (contagem em types obtida sobre uma secccedilatildeo da FrePOP ndash Frota et al 2010)

5 Segund

62 Soacutenia Frota

O facto de palavras funcionais serem habitualmente itens muito frequentes na liacutengua com forma monossilaacutebica sem acento e localizados mas margens de unidades prosoacutedicas (designadamente de sintagmas fonoloacutegicos e entoacionais) permite que os bebeacutes possam extrair estas regularidades compil

os e formatos silaacutebicos mais imples (Quadro 5) Esta correlaccedilatildeo permite que o ritmo ajude a crianccedila a

o da liacutengua Por sua vez o tipo de s formatos de palavra sendo mais um

ctor a contribuir para as estrateacutegias de segmentaccedilatildeo em (30) sistemas

ando uma lista destes elementos muito frequentes e identificando-os com palavras funcionais quando ocorrem nas fronteiras de constituintes prosoacutedicos Vaacuterios trabalhos experimentais mostram que os bebeacutes pouco depois do primeiro ano satildeo jaacute capazes de identificar categorias de palavras (Christophe et al 2008) As propriedades riacutetmicas correlacionam-se ainda com o tipo de reportoacuterio silaacutebico da liacutengua (ver Moacutedulo 3) As liacutenguas de ritmo acentual possuem tipicamente reportoacuterios silaacutebicos vastos com muitos tipos e grande complexidade silaacutebica pelo contraacuterio liacutenguas de ritmo silaacutebico tendem a possuir reportoacuterios mais pequenos com menos tipsdeterminar o tipo de reportoacuterio silaacutebicreportoacuterio silaacutebico correlaciona-se com ofasilaacutebicos complexos possibilitam mais diversidade com menos siacutelabas logo palavras mais pequenas sistemas silaacutebicos simples necessitam de mais siacutelabas para realizar contrastes lexicais logo palavras mais longas (Mehler amp Nespor 2002) Quadro 5 Propriedades de sistemas silaacutebicos complexos e sistemas silaacutebicos simples (Vigaacuterio et al 2003)

Syllable types English Dutch Spanish French EP Number 16 19 9 - 6 Most frequent () CV 34 CV 36 CV 58 CV 56 CV 65

CVC 30 CVC 32 CVC 22 CVC 19 CVC 16 VC 15 VC 15 CCV 6 V 10 V 11 V 8 CVCC 6 V 6 CCV 7 CCV 5 CVCC6 V 2 VC 3

Closed syllables () 56 59 30 26 19 CC(C) () --- 14 --- --- 6

Prosoacutedia 63

Estudos do desenvolvimento prosoacutedico infantil na perspectiva da produccedilatildeo e linguisticamente informados satildeo ainda recentes No que respeita agrave quisiccedilatildeo do sistema entoacional apenas um pequeno conjunto de liacutenguas foi

o Po Europ

eerlandecircs por um desenvolvimento entoacional mais tardio No primeiro

Figura 26 Produccedilatildeo de dois chamamentos consecutivos chamamento

aainda considerado Os resultados disponiacuteveis apontam para diferenccedilas entre liacutenguas com o Castelhano o Catalatildeo e rtuguecircs eu a serem caracterizados por um desenvolvimento entoacional precoce e o Inglecircs e Nconjunto de liacutenguas as crianccedilas mostram dominar um leacutexico entoacional proacuteximo do do adulto com o uso apropriado das diferentes melodias para veicular significados e mostram ainda um desenvolvimento na produccedilatildeo dos padrotildees de alinhamento e escalonamento tonal bem antes do iniacutecio do estaacutedio das duas palavras ou seja da produccedilatildeo de enunciados com combinaccedilatildeo de palavras (Snow 2006 Chen amp Fikkert 2007 Prieto amp Vanrell 2007 Frota amp Vigaacuterio 2008) As Figuras 26 e 27 ilustram o uso apropriado de diferentes melodias por uma crianccedila portuguesa com 20 meses que inicia o estaacutedio de duas palavras aos 26 meses

100100

200

300

400

500

600

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2 2 5

H H H L

t i t o t i t o

4 4

cantado seguido de chamamento insistente

64 Soacutenia Frota

150150

240

330

420

510

600

Fund

amen

tal f

requ

enc

0 0 5 1 1 5 2 2 5

Figura 27 Sequecircncia de respostas agrave pergunta do adulto Sabes quem eacute esta repetida por este apoacutes a primeira resposta da crianccedila declarativa neutra seguida de declarativa focalizada

No caso do chamamento verifica-se a produccedilatildeo pragmaticamente adequada do chamamento cantado em primeiro lugar com a selecccedilatildeo correcta dos tons de fronteira que fazem a distinccedilatildeo entre os dois tipos de chamamento No caso da declarativa em resposta agrave pergunta verifica-se a produccedilatildeo inicial de uma declarativa neutra substituiacuteda para uma declarativa focalizada na resposta agrave

nte o

a

ormas mono (eg Francecircs Portuguecircs) As ropriedades prosoacutedicas de enunciados de uma soacute palavra e de enunciados ultipalavra fornecem pistas para o estatuto prosoacutedico das siacutelabas (ou peacutes) e das

equecircncias de palavras que os constituem (Fikkert 1994 Odorico amp Carubbi

repeticcedilatildeo da pergunta por parte do adulto com um constraste de alinhamento do tom H associado a esta distinccedilatildeo pragmaacutetica (ver Moacutedulo 4 designadameQuadro 3)

Se parece natildeo existir uma correlaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento sintaacutectico os estudos atraacutes referidos apontam para umcorrelaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento lexical dadoque o primeiro surge associado a saltos significativos no tamanho do leacutexico produzido

Trabalhos sobre o desenvolvimento da estrutura prosoacutedica a partir de dados de produccedilatildeo tecircm tambeacutem revelado diferenccedilas entre liacutenguas Destaca-se oformato das primeiras palavras com liacutenguas em que o formato de peacute binaacuterio domina (eg Inglecircs Neerlandecircs Japonecircs) e liacutenguas em que f

ssilaacutebicas monomoraicas prevalecem pms

y (H

z)

H + L L H + L L

t a t aacute t a t aacute

4 4

Prosoacutedia 65

2003 Berens amp Gout 2005 Demuth amp McCullough 2008) O estudo destas istas permite determinar se um dado elemento eacute ou natildeo tratado como uma

palavra prosoacutedica ou como um sintagma entoacional e se dois ou mais elementos se encontram prosodicamente integrados numa mesma unidade ou prosodicamente separados em unidades diferentes Por outras palavras um tal estudo permite determinar as propriedades da estrutura prosoacutedica dos enunciados produzidos e o seu desenvolvimento Por exemplo a presenccedila de truncamento inicial de palavras dissilaacutebicas no PE ou a sua produccedilatildeo com duas siacutelabas mas em que cada uma das siacutelabas apresenta um acento tonal (1PAsyl) sugerem fortemente que num estaacutedio inicial a siacutelaba estaacute a ser tratada pela crianccedila como uma palavra prosoacutedica e que a integraccedilatildeo de duas (ou mais) siacutelabas na mesma palavra prosoacutedica acontece num estaacutedio posterior quando quer o truncamento quer o acento tonal por siacutelaba quase desaparecem dando lugar a uma sequecircncia de siacutelabas produzida com um uacutenico acento tonal

isyl_1PA) (Figura 28)

ura 28 Estrateacutegias na produccedilatildeo de alvos dissilaacutebicos (1) ateacute

o 4) mostra que estas produccedilotildees satildeo formadas por sequecircncias de

p

(d

Fig104 (2) de 105 a 108 Dados de Luma (Frota 2010)

De uma forma similar a ausecircncia de integraccedilatildeo prosoacutedica nos primeiros enunciados multipalavra revelada pela presenccedila de pistas como pausas ou reset (ver Moacutedulconstituintes prosoacutedicos de uma uacutenica palavra (Figura 29) que contrastam com sequecircncias de palavras integradas num mesmo constituinte prosoacutedico (Figura 30) Naturalmente a ausecircnciapresenccedila de integraccedilatildeo prosoacutedica tem

66 Soacutenia Frota

consequecircncias natildeo soacute para o conhecimento do processo de desenvolvimento prosoacutedico mas tambeacutem para o conhecimento da emergecircncia da sintaxe

Figura 29 Enunciado Mamatilde olha produzido com dois sintagmas entoacionais (109)

100100

180

260

340

420

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2

H L H H

m a m atilde o l h a

4 4

Figura 30 Enunciado Mamatilde olha produzido num uacutenico sintagma entoacional (111)

D ocesso de aquisiccedilatildeo

a liacuteng d

ada a complexidade dos factores envolvidos no prua apoacutes deacutecadas de investigaccedilatildeo no domiacutenio da percepccedilatildeo e dos

trabalhos mais recentes no acircmbito da produccedilatildeo o conhecimento do papel da prosoacutedia neste processo eacute ainda fragmentaacuterio Muitos percursos de investigaccedilatildeo permanecem por explorar como os que a seguir se referem a tiacutetulo

200200

260

320

380

440

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H + L L

m a m atilde o l h a

4

Prosoacutedia 67

exemplificativo Diferentes propriedades riacutetmicas parecem determinar diferentes estrateacutegias de segmentaccedilatildeo nas liacutenguas (ver (30) acima) e os formatos de palavra inicialmente produzidos parecem correlacionar-se com essas estrateacutegias Todavia a relaccedilatildeo entre unidades de segmentaccedilatildeo na percepccedilatildeo no primeiro ano de vida e as unidades linguiacutesticas da produccedilatildeo inicial no segundo ano de

ida encontra-se por determinar Nos uacuteltimos anos tem surgido evidecircncia crescente para a importacircncia das propriedades do input no processo de aquisiccedilatildeo Mas a demonstraccedilatildeo de que a segmentaccedilatildeo lexical eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Inglecircs do que em bebeacutes aprendentes do Francecircs devido a propriedades especiacuteficas do input presentes numa liacutengua e ausentes noutra ou de que o desenvolvimento entoacional eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Catalatildeo ou do Portuguecircs do que em bebeacutes aprendentes do Inglecircs ou do Neerlandecircs devido a propriedades do input encontra-se ainda por fazer O Portuguecircs Europeu neste campo constitui um importante objecto de teste devido agrave combinaccedilatildeo de propriedades prosoacutedicas que o caracteriza a mistura de elementos riacutetmicos silaacutebicos e acentuais (ver Moacutedulo 3) a presenccedila de elementos entoacionais semelhantes a outras liacutenguas romacircnicas (como o acent senccedila espar is ndash ver Moacutedulo 4) A realizaccedilatildeo de investigaccedilatildeo experimental com dados do PE nos domiacutenios da discriminaccedilatildeo riacutetmica por bebeacutes poderia pois dar um contributo para o entendimento de quais as propriedades riacutetmicas mais salientes para os mecanismos perceptivos das crianccedilas Tambeacutem a investigaccedilatildeo das estrateacutegias de segmentaccedilatildeo lexical em bebeacutes aprendentes do PE em comparaccedilatildeo com os estudos jaacute existentes poderia dar um contributo para a associaccedilatildeo entre propriedades riacutetmicas e unidades de segmentaccedilatildeo inicial nas liacutenguas A exploraccedilatildeo de algumas destas linhas de investigaccedilatildeo estaacute prevista no acircmbito do projecto Development of prosodic structure and intonation presentemente em curso no CLUL Bibliografia especiacutefica

v

o poacutes-nuclear) a par de elementos entoacionais diferentes (como a presa de acentos tona

Behre

2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

ns H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Chen A amp P Fikkert (

Christophe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The case of the head-direction parameter Developmental Science 6 211-220

68 Soacutenia Frota

Christophe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1 amp 2) 61-75

Demuth K amp E McCullough (2008) The prosodic (re)organization of childrenrsquos early English articles Journal of Child Language 36 173-200

Fikkert Paula (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL Frota S (2010) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation

tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Frota S M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

faces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

dorico L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-word n children First Language 23(1) 97-116

rieto P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings

Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa Jusczyk P W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press Jusczyk P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word

segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 159-207 Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In

A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006) Early segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Inter

Outterances in Italia

Pof ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prosoacutedia 69

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23 months Child Development 77(2) 281-296

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass

Ambraz

Andrad iana (1994) Sineacuterese dieacuterese e estrutura silaacutebica In Actas do

ol 2 317-347

ic Typology The Phonology

494

Cascadilla Press 809-821 7 ANEXO

BIBLIOGRAFIA ALARGADA

aitis G (2010) Nuclear Intonation in Swedish Evidence from Experimental-Phonetic Studies and a Comparison with German Lund Lund University press

Andrade A (1984) Acoustic study of vowel duration in European Portuguese (based on one subject) Relatoacuterios do Grupo de Foneacutetica e Fonologia nordm 5 Lisboa INIC

Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

e E amp M C VIX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica 31-42 Lisboa APLColibri

Arvaniti A (1994) Acoustic features of Greek rhythmic structure Journal of Phonetics 22 239ndash268

Arvaniti A (2007) On the presence of final lowering in British and American English In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter V

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Arvaniti A amp M Baltazini (2005) Intonational Analysis and Prosodic Annotation of Greek Spoken Corpora In Sun-Ah Jun (ed) Prosodof Intonation and Phrasing Oxford OUP 84-117

Arvaniti A amp S Godjevac (2003) The origins and scope of final lowering in English and Greek In MJ Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Science Barcelona UAB 1077-80

Auer P (1991) ldquoStress-Timingrdquo vs ldquoSyllable-Timingrdquo from a Typological Point of View In B Palek amp P Janota (eds) Proceedings of LPrsquo90 Charles University Press 292-305

Baltazani M (2006) Focusing prosodic phrasing and hiatus resolution in Greek In L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 473-

70 Soacutenia Frota

Beckman M amp J Edwards (1990) Lengthenings and shortenings and the nature of prosodic constituency In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in

Beckm

Beckm letcher (1992) Prosodic structure and tempo in a sonority model of articulatory dynamics In Gerard J Docherty amp D Robert Ladd (eds) Papers in Laboratory Phonology II Cambridge CUP 68ndash86

eckman M J Hirschberg amp S Shattuck-Hufnagel (2005) The Original ToBI d the Evolution of the ToBI Framework In Sun-Ah Jun (ed)

y of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

ehrens H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Laboratory Phonology I Cambridge CUP 179ndash200

Beckman M amp J Edwards (1994) Articulatory evidence for differentiating stress categories In Patricia Keating (ed) Papers in Laboratory Phonology III Cambridge CUP 7ndash33

an M amp J Pierrehumbert (1986) Intonational Structure in Japanese and English Phonology Yearbook 3 255ndash310

an M J Edwards amp J F

BSystem anProsodic Typology The PhonologUniversity Press 9-54

B

Blevins J (1995) The Syllable in Phonological Theory In J Goldsimth (ed) The Handbook of Phonological Theory Oxford Blackwell 206-244

Boersma P amp D Weenink (2008) Praat doing phonetics by computer (version 5023) httpwwwpraatorg

Brandatildeo de Carvalho J (1989) Phonological conditions on Portuguese clitic

Bruce G (1977) Swedish word accents in sentence perspective Lund Gleerup

bridge CUP 70-87

ts Journal of the Acoustical Society of America 120

Cambieerdam LOT Dissertation Series 32

Casper43(2) 127-161

Chen A in English In Proceedings of Eurospeech Geneva 97-100

placement on syntactic evidence for stress and rhythmical patterns Linguistics 27 405-436

Byrd D A Kaun S Narayanan amp E Saltzman (2000) Phrasal signatures in articulation In M B Broe amp J Pierrehumbert (eds) Papers in Laboratory Phonology V Cam

Byrd D J Krivopic amp S Lee (2006) How far how long On the temporal scope of prosodic boundary effec(3) 1589-1599

r-Langeveld T (2000) Temporal marking of accents and boundaries PhD Thesis University of Amst

Carlson K L Frazier C Clifton Jr (2009) How prosody constrains comprehensionA limited effect of prosodic packaging Lingua 1191066ndash1082

s J (2000) Experiments on the meaning of four types of single-accent intonation patterns in Dutch Language and Speech

Chahal D amp S Hellmuth (in press) The intonation of Lebanese and Egyptian Arabic In Sun-Ah Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford OUP

(2003) Reaction Time as an Indicator of Discrete Intonational Contrasts

Prosoacutedia 71

Chen A amp P Fikkert (2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Christose of the head-direction parameter

Christo5

7

Cruz-Fh PhD Dissertation Manchester University

e

DrsquoImpe ets and their

DrsquoImpe How many levels of phrasing Evidence from

DrsquoImpe House (1997) Perception of questions and statements in

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

phe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The caDevelopmental Science 6 211-220

phe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1-2) 61-7

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-54

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Cruz M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portuguese Production and Perception TIE4 Stockholm

Cruz-Ferreira M (1980) Basic intonational and grammatical patterns of Portuguese and English questions MA Dissertation University of Manchester

erreira M (1983) Non-native comprehension of intonation patterns in Portuguese and in Englis

Cruz-Ferreira M (1998) Intonation in European Portuguese In D Hirst amp A Di Cristo (eds) Intonation Systems A Survey of Twenty Languages CambridgCambridge University Press 167-178

rio M (2000) The role of perception in defining tonal targalignment PhD Dissertation Ohio State University

rio M amp B Gili Fivela (2003)two varieties of Italian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 130-144

rio M amp DNeapolitan Italian Eurospeech rsquo97 251ndash254

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Dainora A (2006) Modelling intonation in English In L Goldstein D H Whalen amp Catherine T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 107-132

Dasher R amp D Bolinger (1982) On pre-accentual lengthening Journal of the International Phonetic Association 12 58-69

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

72 Soacutenia Frota

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

gia Tomo XXIV 1-11

Demuth e prosodic (re)organization of childrenrsquos

Den Os sertation Utrecht

DePaoltic study Journal of Phonetics 36 406-422

guage 59 294-311

on 27 27-33

a Lisboa

Elordie onational

oa

Faleacute I tonational Contrasts in

Faleacute I requests in European Portuguese

Fernansidade Estadual de Campinas

Fikkert J Freitas (1998) Acquisition of syllable structure constraints Evidence from Dutch and Portuguese In Proceedings of the GALA97

Delgado Martins M R (1973) Anaacutelise acuacutestica das vogais toacutenicas em Portuguecircs Boletim de Filologia Tomo XXII 303-314

Delgado Martins M R (1975) Vogais e consoantes do Portuguecircs estatiacutestica de ocorrecircncia duraccedilatildeo e intensidade Boletim de Filolo

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

Demuth K (2006) Crosslinguistic perspectives on the Development of Prosodic Words Introduction Language and Speech 49(2) 129-135

K amp E McCullough (2008) Thearly English articles Journal of Child Language 36 173-200

E (1988) Rhythm and tempo of Dutch and Italian PhD DisRijksniversiteit

is R A M Vihman amp S Kunnari (2008) Prosody in production at the onset of word use A cross-linguis

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentation and lexical processing Journal of Memory and Lan

Dimitrova S (1997) Bulgarian Speech Rhythm Stress-Timed or Syllable-Timed Journal of the International Phonetic Associati

Ellison M amp M C Viana (1996) Antagonismo e elisatildeo das vogais aacutetonas em PE Actas do XI Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de LinguiacutesticAPLColibri Vol III 261ndash282

ta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intphrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica (Special issue on Boundaries in intonational phonology ed by Merle Horne amp Marc van Oostendorp) 59 110-143

Faleacute I (1995) Fragmento da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu as Estruturas Coordenadas MA Dissertation Universidade de Lisb

Faleacute I (2005) Percepccedilatildeo e Reconhecimento da Informaccedilatildeo Entoacional em Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

amp I H Faria (2006) Categorical Perception of InEuropean Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

amp I H Faria (2007) Imperatives orders and intonation In Proceedings of the 16th International Congress of Phonetic Sciences 1041-1044

des F (2007) Ordem Focalizaccedilatildeo e Preenchimento em Portuguecircs Sintaxe e Prosoacutedia PhD Dissertation Univer

Fikkert P (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL

P amp M

Prosoacutedia 73

Conference on Language Acquisition Edinburgh University of Edinburgh 217-222

Fodor J (2002) Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

s N Munaro amp R van de Vijver

Frota S nd

of an E of Athens 127ndash130

ue on

Frota S tuguese

ngua Portuguesa

Freitas M J (1997) Aquisiccedilatildeo da Estrutura Silaacutebica do Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

Frota S (1996) Prosodic Phrases and European Portuguese in search of evidence In A Bisetti L Brugegrave J Costa R Goedeman(eds) Proceedings of ConSole 3 Leiden SOLE 47ndash69

(1997) Association Alignment and Meaning the tonal sequence HL aFocus in European Portuguese In A Botinis G Kouroupetroglou amp G Carayiannis (eds) Intonation Theory Models and ApplicationsmdashProceedings

SCA Workshop Athens ESCAUniversity

Frota S (2000a) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2000b) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma Actas do XV Encontro teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs)

Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2002a) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 (Special issIntonation in Romance edited by J Ignacio Hualde) 113-146

(2002b) Tonal association and target alignment in European Pornuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002c) The Prosody of Focus a Case-Study with Cross-Linguistic Implications In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 319-322

Frota S (2003a) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2003b) The phonological status of initial peaks in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 133-152

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio amp A Villava Gramaacutetica da Liacute6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (2010a) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

74 Soacutenia Frota

Frota S (2010b) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A

Frota S accedilatildeo no

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena

Frota es of European

European Portuguese Third

Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Mateus amp C Nunes Correia (eds) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varietiPortuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation inConference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa httpwwwflulptLaboratorioFoneticatextsTIE3EarlyIntonationEPfpdf

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das

Frota S Vigaacuterio (2007) The phonetics

eory) 131-153

duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp Mand phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Th

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Prosoacutedia 75

Frota Sde Lisboa

M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade httpfrepopflulpt

Gerken

Gili Fi d Perception The Case of Pisa

Gordonsodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

Gout A l phrase boundaries

Grabe rrelates of Rhythmic Class In C

Grabe Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV

Grice ian implications for

Grφnnu

Gussen

Gussen

Gut Ul

Language and Speech 34(4) 299-318

L amp R Aslin (2005) Thirty Years of Research on Infant Speech Perception The Legacy of Peter W Jusczyk Language Learning and Development 1(1) 5-21

Ghini M (1993) φ-formation in Italian a new proposal Toronto Working Papers in Linguistics 122 41ndash79

vela B (2008) Intonation in Production anItalian Alessandria Edizione dellrsquoOrso

M K (2005) Intonational Phonology of Chickasaw In Sun-Ah Jun (ed) ProUniversity Press 301-330

A Christophe amp J Morgan (2004) Phonologicaconstrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

E amp E L Low (2000) Acoustic CoGussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 515-546

E amp P Warren (1995) Stress shift do speakers do it or do listeners hear it In BCambridge CUP 95ndash110

M (1995) The intonation of interrogation in Palermo Italintonation theory Tuumlbingen Niemeyer

m N amp M C Viana (1999) Aspects of European Portuguese Intonation In ICPhS 99 San Francisco Vol3 1997-2000

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

hoven C (1984) On the Grammar and Semantics of Sentence Accents Dordrecht Foris

Gussenhoven C (1993) The Dutch foot and the chanted call Journal of Linguistics 29 37-63

hoven C (1999) Discreteness and Gradience in Intonational Contrasts Language and Speech 42(2-3) 283-305

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

rike and Jan-Torsten Milde (2002) The Prosody of Nigerian English In Speech Prosody 2002 Proceedings Aix-en-Provence 367-370

Halleacute P B Boysson-Bardies amp M Vihman (1991) Beginnings of prosodic organization intonation and duration patterns of disyllables produced by Japanese and French infants

76 Soacutenia Frota

Hayes B (1995) Metrical Stress Theory Principles and case studies Chicago The University of Chicago Press

Hayes B amp A Lahiri (1991a) Bengali Intonational Phonology Natural Language

Hayesrg L Nord amp R Carlson (eds) Music Language Speech

Hellmudams A Cooper F Parrill amp T Wier (eds) Proceedings from the 40th

Hellmu nship between prosodic structure and pitch accent

91-316

Homae no amp G Taga (2007) Prosodic processing in the

Horne Linguistics 28 959-981

Hume odel of the Interplay of Speech Perception and

Jordatildeo oacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

Jun S- on the laryngeal gesture in Korean In

Jun S-A (2003) The effect of phrase length and speech rate on prosodic phrasing In

Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin

Jun S- University Press

and Linguistic Theory 9 47ndash96

B amp A Lahiri (1991b) Durationally specified intonation in English and Bengali In J Sundbeand Brain Basingstoke Macmillan 78-91

th S (2004) Prosodic weight and phonological phrasing in Cairene Arabic In N AAnnual Meeting of the Chicago Linguistics Society 97-111

th S (2007) The relatiodistribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 2

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

F H Watanabe T Nakadeveloping brain Neuroscience Research 59 29-39

Merle (1990) Empirical evidence for a deletion formulation of the rhythm rule in English

House David (1990) Tonal Perception in Speech Lund Lund University press

E amp K Johnson (2001) A MPhonology In E Hume amp K Johnson (eds) The Role of Speech Perception in Phonology New York Academic Press 3-26

R (2009) A estrutura prosUm estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

A (1995) Asymmetrical prosodic effectsB Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 235-253

Jun S-A (1996) The Phonetics and Phonology of Korean Prosody Intonational Phonology and Prosodic Structure New York Garland Publishing

M J Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Sciences Barcelona UAB 483ndash486

Jun S-A (2005a) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (2005b) Korean Intonational Phonology and Prosodic Transcription In S-A Jun (ed) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford OUP 201-229

Jun S-A (2007) The intermediate phrase in Korean Evidence from sentence processing In T Riad amp CMouton de Gruyter Vol 2 143-167

A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford

Prosoacutedia 77

Jusczyk Peter W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press

P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 1

Jusczyk59-207

3th International Conference on Turkish Linguistics

Kainad honological nature of prosodic

Kaplan 1978) Methods amp Designs Tables

Keating initial articulatory

Kohler ings of the

ences of the Estonian SSR

Ladd D f Intonational Phonology

nter-

Ladd D tonational emphasis continuous

Lehiste

Acquisition Cambridge University Press

Maia Mnal of

Major razilian Portuguese Journal of Phonetics 9

Manriq17-128

Kabak B amp A Revithiadou (2006) The Phonology of Clitic Groups Prosodic Recursivity Revisited Paper given at The 1Uppsala

a E (2009) The phonetic and pboundaries evidence from Modern Greek PhD Dissertation University of Edinburgh

H L N A Macmillan amp C D Creelman (of drsquo for variable-standard discrimination paradigms Behavior Research Methods amp Instrumentation 10(6) 796-813

P T Cho C Fougeron amp C-S Hsu (2003) Domain-strengthening in four languages In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 145-163

K J (1987) Categorical Pitch Perception In Uuml Vicks (ed) Proceed11th International Congress of Phonetic Sciences Volume 5331-333 Tallinn Academy of Sci

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements oIn M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Ladd D R amp J M Scobbie (2003) External sandhi as gestural overlap Couevidence from Sardinian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 164-182

R amp R Morton (1997) The perception of inor categorical Journal of Phonetics 25 313ndash342

I (1970) Suprasegmentals Cambridge MA The MIT Press

Levelt C amp R Van de Vijver (2004) Syllable types in cross-linguistic and developmental grammars In R Kager J Pater amp W Zonneveld (eds) Constraints in Phonological

Li W Y Yang (2009) Perception of prosodic hierarchical boundaries in Mandarin Chinese sentences Neuroscience 158 (4)1416-1425

Lloyd J (1940) Speech Signals in Telephony London

E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late preferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish JourPortuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Roy C (1981) Stress-timing in B343-351

ue A MB amp A Signorini (1983) Segmental duration and rhythm in Spanish Journal of Phonetics 11 1

78 Soacutenia Frota

Mata A I (1999) Para o estudo da entoaccedilatildeo em fala espontacircnea e preparada no Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

M H amp E Andrade (2000) The PMateus honology of Portuguese Oxford Oxford

as

Mehler n

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988)

Millottsody constrains word segmentation in French 16-month-olds

Millott98-909

Moraes J (1992) Dureacutee Intrinsegraveque de Martin

Morais Barb ie portugaise Lisboa Junta de

Morgan J L (1996) A rhy preverbal speech segmentation Journal of

Morgan

of Phonetics 37 29-45

Early

Nazzi T J

766

logy In I Roca (ed) Logical

Nespor Berlin Mouton de Gruyter

University Press

Mateus M H amp M R Delgado Martins (1982) Contribuiccedilatildeo para o estudo dvogais aacutetonas [acute] e [u] no Portuguecircs Europeu Biblos Vol LVIII 111ndash128

J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language IA Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

e S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal proJournal of Portuguese Linguistics 9-2

e S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 8

Moniz H (2006) Contributo para a caracterizaccedilatildeo dos mecanismos de (dis)fluecircncia em Portuguecircs Europeu MA Dissertation Universidade de Lisboa

s Voyelles du Portugais Breacutesilien In P (ed) Melanges Leacuteon Phonetique Phonostylistique Linguistique et Litterature 367-377 Toronto Editions Meacutelodie

osa J (1965) Etudes de phonologInvestigaccedilotildees do Ultramar

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

thmic bias in Memory and Language 35 666-688

J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nakai S S Kunnari A Turk K Suomi amp R Ylitalo (2009) Utterance-final lengthening and quantity in Northern Finnish Journal

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006)segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newbornstowards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonoIssues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

M (1999) Stress Domains In Word Prosodic Systems in the Languages of Europe Harry van der Hust (ed) 117-159

Prosoacutedia 79

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2ordf ediccedilatildeo publicada em 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The

man Proceedings of the International Symposium on Tonal

Odorico ord

Peperkao MA Dissertation University of Amsterdam

Pierreh d their alignment In M Horne (ed)

n

Pierreh

an Press

nal of Acoustical Society of America 90

Prieto P (2002) Entonacioacute In J Solagrave M R Lloret J Mascaroacute amp M P Saldanya

Prieto

Nespor M amp I Vogel (1989) On clashes and lapses Phonology 6 69ndash116

Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Niebuhr O amp K J Kohler (2004) Perception and Cognitive Processing of Tonal Alignment in GerAspects of Languages Emphasis on Tone Languages Beijing 155-158

L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-wutterances in Italian children First Language 23(1) 97-116

mp S (1992) La Risoluzione delle Aritmie nella Fonologia Ritmica dellrsquoItalian

Peperkamp S (1997) Prosodic Words The Hague Holland Academic Graphics HIL Dissertations 34

Pierrehumbert J (1980) The phonology and phonetics of English intonation PhD Dissertation MIT

umbert J (2000) Tonal elements anProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 11-36

Pierrehumbert J amp J Hirschberg (1990) The meaning of intonational contours in the interpretation of discourse In PR Cohen et al (eds) Intentions iCommunication Cambridge Mass MIT Press 271ndash311

umbert J amp M Beckman (1988) Japanese Tone Structure Cambridge Mass MIT Press

Pierrehumbert J amp SA Steele (1989) Categories of tonal alignment in English Phonetica 46 181ndash196

Pike K L (1945) The intonation of American English Ann Arbor University of Michig

Price P M Ostendorf S Shattuck-Hufnagel amp C Fong (1991) The use of prosody in syntactic disambiguation In Jour372-377

(eds) Gramagravetica del catalagrave contemporani Barcelona Empuacuteries Volum 1 393-462

Prieto P (2004) Fonegravetica i fonologia Els sons del catalagrave Barcelona Editorial UOC

P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

80 Soacutenia Frota

Ramus F (2002) Language discrimination by newborns Teasing apart phonotactic rhythmic and intonational cues Annual Review of Language Acquisition 2 85-

Ramus ues A

Ramus 999) Correlates of linguistic rhythm in speech

Sandler

prehension Springer

2519-2522

unication 41 71-80

dentification and lexical access In G Altmann amp R

Selkirk On derived domains in sentence phonology Phonology Yearbook 3

Selkirkrdrsquos paper In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in Laboratory

115

F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cstudy based on speech resynthesis JASA 105 512-521

F M Nespor amp J Mehler (1Cognition 73 265-292

Rietveld T J Haan L Heijmans amp C Gussenhoven (2002) Explaining attitudinal ratings of Dutch rising contours Morphological structure vs the Frequency Code Phonetica 59 180-194

Salverda A D Dahan amp J McQueen (2003) The role of prosodic boundaries in the resolution of lexical embedding in speech comprehension Cognition 90 51-89

W (2006) Phonology phonetics and the nondominant hand in L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 185-212

Sandler W amp D Lillo-Martin (2006) Sign Language and Linguistic Universals Cambridge CUP

Sandler W amp M Nespor (1999) Prosody in Israeli Sign Language Language and Speech 42 (2-3) 143-176

Savino M amp M Grice (in press) The perception of intonational contrasts in Italian In S Frota G Elordieta amp P Prieto (eds) Prosodic categories Production Perception and Com

Schiller N O A S Meyer R H Baayen amp W JM Levelt (1996) A Comparison of Lexeme and Speech Syllable in Dutch Journal of Quantitative Linguistics 3(1) 8-28

Schneider K G Dogil amp B Moumlbius (2009) German Boundary tones show Categorical Perception and a Perceptual Magnet Effect when presented in different contexts In Proceedings of Interspeech Brighton

Schouten B E Gerrits amp A van Hessen (2003) The end of categorical perception as we know it Speech Comm

Segui J E Dupoux amp J Mehler (1990) The role of the syllable in speech segmentation phoneme iSillcock (eds) Cognitive Models of Speech Processing Cambridge Mass MIT Press

Selkirk E (1984) Phonology and Syntax the relation between sound and structure Cambridge Mass MIT Press

E (1986)371ndash405

E (1990) On the nature of prosodic constituency comments on Beckman and EdwaPhonology I Cambridge CUP 179ndash200

Prosoacutedia 81

Selkirk E (1996) The Prosodic Structure of Function Words In J L Morgan amp K Demuth (eds) Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition

SelkirkProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce)

Selkirk glish In S Frota M

Shaked syntactic and phonological constraints in Hebrew

Shattuc importance of phonological transcription in

Shattucle of prosodic structure In Merle Horne (ed) Prosody

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23

Sudoof er S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp

Tenani guecircs do brasil implicaccedilotildees para a

Trucke On the relation between syntactic phrases and phonological

Trucke

Turk A ufnagel (2000) Word-boundary-related duration patterns in

Turk A 7) Multiple targets of phrase-final lengthening

van He R S Kirsner (2004) Phonetic or phonological contrasts in Dutch

Mahwah Lawrence Erlbaum Associates 187-213

E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Dordrecht Kluwer 231-261

E (2005) Comments on Intonational Phrasing in EnVigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

A (2007) Competingprosodic phrasing The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 169-199

k-Hufnagel S (1995) The empirical approaches to ldquostress shiftrdquo versus ldquoearly accentrdquo comments on Grabe and Warren and Vogel Bunnell and Hoskins In B Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 128ndash 140

k-Hufnagel S (2000) Phrase-level phonology in speech production planning Evidence for the roTheory and Experiment Dordrecht Kluwer Academic Publishers 201-229

months Child Development 77(2) 281-296

f S D Lenertovaacute R MeyJ SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

L (2002) Domiacutenios prosoacutedicos no Portuprosoacutedia e para a aplicaccedilatildeo de processos fonoloacutegicos PhD dissertation Universidade Estadual de Campinas

nbrodt H (1999) phrases Linguistic Inquiry 30 219ndash255

nbrodt H (2002) Upstep and embedded register levels Phonology 19 77-120

Truckenbrodt H (2007) Upstep on edge tones and on nuclear accents In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter Vol 2 349-386

Turk A amp J R Sawusch (1997) The domain of accentual lenthening in American English Journal of Phonetics 25 25-41

amp S Shattuck-HEnglish Journal of Phonetics 28 397-440

amp S Shattuck-Hufnagel (200in American English words Journal of Phonetics 35 445-472

uven V ampboundary tones In Linguistics in the Netherlands 21 102-113 AmsterdamPhiladelphia John Benjamins

82 Soacutenia Frota

Vanrell M (2007) A tonal scaling contrast in Majorcan Catalan interrogatives Journal of Portuguese Linguistics 6(1) 147-178 (Special issue Prosody in Ibero-Romance and related languages ed by G Elordieta and M Vigaacuterio)

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

Viana M C (1987) Para a siacutentese da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Dissertaccedilatildeo para acesso agrave categoria de Investigador Auxiliar Lisboa CLUL-INIC

httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

M (1998) Aspectos da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu estruturas com adveacuter

Vigaacuteriobio de exclusatildeo e negaccedilatildeo fraacutesica Braga CEHUM

465-477 Lisboa APLColibri

stics 2-2 (Special Issue on Portuguese

ial Issue Crosslinguistic Perspectives on the Development of Prosodic

Vigaacuterio m signal to grammar Rhythm and the th

sterdam John Benjamins 137-158

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

Vigaacuterio M (2003) The Prosodic Word in European Portuguese BerlinNew York Mouton de Gruyter

Vigaacuterio M (2009) The Prosodic Word Group as a domain of prosodic hierarchy Paper given at the Sixth Old Conference in Phonology (OCP6) Univ Edinburgh

Vigaacuterio M amp I Faleacute (1994) A Siacutelaba no Portuguecircs Fundamental uma descriccedilatildeo e algumas consideraccedilotildees de ordem teoacuterica In Actas do IX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese LinguiPhonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M M J Freitas amp S Frota (2006) Grammar and frequency effects in the acquisition of prosodic words in European Portuguese Language and Speech (SpecWords edited by K Demuth) 49(2) 175-203

M S Frota amp M J Freitas (2003) Froacquisition of syllable structure Proceedings of the 27 Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

Wenk B amp F Wioland (1982) Is French really syllable-timed Journal of Phonetics 10 193-216

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (eds) Phonetics and Phonology Interactions and interrelations Am

Prosoacutedia 83

Wightman CW S Shattuck-Hufnagel M Ostendorf amp P J Price (1992) Segmental durations in the vicinity of prosodic phrase boundaries Journal of the Acoustical Society of America 91 (3) 1707-1717

Zerbian S (2007) Phonological phrasing in Northern Sotho (Bantu) The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing edited by S Frota amp P Prieto) 24

Zsiga Eers in

233-262

(1995) An acoustic and electropalatographic study of lexical and postlexical palatalization in American English In B Connell amp A Arvaniti (eds) PapLaboratory Phonology IV Cambridge CUP 282-302

  • Prosoacutedia
    • Relatoacuterio
    • Soacutenia Frota
      • Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa
        • Conteuacutedos
          • Estrutura prosoacutedica
            • Leacutexico entoacional
            • Restriccedilotildees distribucionais
            • Implementaccedilatildeo foneacutetica
              • Bibliografia alargada
Page 11: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em

14 Soacutenia Frota

12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS 21 Domiacutenios prosoacutedicos no Portuguecircs 22 Sobre a natureza da estrutura prosoacutedica 23 Como definir um domiacutenio constituintes e niacuteveis

6

3 RITMO 31 Noccedilotildees de ritmo 32 Diferentes abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia 33 Espaccedilo riacutetmico classes ou contiacutenuo 34 Analisar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs 35 Correlaccedilotildees e exploraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

9

4 MELODIA 41 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 42 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo 43 Analisar a entoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 44 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

9

5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

6

6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico

7~9

Conferecircncias (moacutedulos 2 a 6) 3~5 Total de horas lectivas 45

As horas lectivas atribuiacutedas a cada moacutedulo variam em 6 a 9 (isto eacute 2 a 3 sessotildees de 3 horas cada) agrave excepccedilatildeo do primeiro moacutedulo de introduccedilatildeo geral ao seminaacuterio As horas efectivas atribuiacutedas ao moacutedulo seis dependem da integraccedilatildeo no programa de duas ou trecircs conferecircncias na aacuterea de especialidade do seminaacuterio (ver secccedilatildeo 32 e introduccedilatildeo agrave secccedilatildeo 4) Estas conferecircncias podem contribuir para qualquer um dos moacutedulos dois a seis do programa Excepto no caso das conferecircncias e dos ajustes de horaacuterio que elas possam implicar as horas lectivas satildeo organizadas em sessotildees de 3 horas ao longo do semestre

Prosoacutedia 15

5 OS MEacuteTODOS DE ENSINO 51 METODOLOGIAS E RECURSOS Em conformidade com os objectivos do seminaacuterio explicitados na secccedilatildeo 33 o ensino articula a apresentaccedilatildeo de conteuacutedos e sua problematizaccedilatildeo e discussatildeo com a exemplificaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas experimentais de estudo da prosoacutedia e o exerciacutecio da sua aplicaccedilatildeo As sessotildees do seminaacuterio funcionam assim combinando os formatos de conferecircncia (exposiccedilatildeo problematizaccedilatildeo discussatildeo) e de workshop (propostas exemplificaccedilatildeo exerciacutecios aplicaccedilatildeo a novos casos discussatildeo) Os conteuacutedos de cada moacutedulo satildeo perspectivados como o resultado de questotildees de investigaccedilatildeo e discutidos como despoletadores de novas questotildees Assim os alunos satildeo conduzidos a assumir as perspectivas do investigador ndash como aquele que coloca as questotildees e traccedila um percurso experimental na busca das respostas ndash e do utilizador do conhecimento cientiacutefico o profissional que no desempenho da sua actividade necessita de conhecimento especializado e do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de anaacutelise produtoras de informaccedilatildeo especiacutefica Esta abordagem visa promover o desenvolvimento das competecircncias necessaacuterias agrave produccedilatildeo de investigaccedilatildeo autoacutenoma na aacuterea da prosoacutedia eou agrave praacutetica de actividades que exigem conhecimentos especializados nesta aacuterea A concretizaccedilatildeo das formas de ensino que acabei de expor exige a disponibilizaccedilatildeo de recursos vaacuterios particularmente nos domiacutenios do suporte informaacutetico e laboratorial Todas as sessotildees do seminaacuterio implicam a utilizaccedilatildeo de equipamento multimeacutedia ndash computador projector viacutedeo sistema de som ndash exigindo uma sala preparada para este efeito Programas de anaacutelise e siacutentese de fala bem como de apresentaccedilatildeo de estiacutemulos para tarefas de percepccedilatildeo satildeo utilizados tanto na exemplificaccedilatildeo de casos de estudo como nos exerciacutecios realizados Destacam-se em particular os seguintes programas Praat desenvolvido por Paul Boersma e David Weenink (Institute of Phonetic Sciences University of Amsterdam) e de distribuiccedilatildeo gratuita (httpwwwpraatorg) SpeechStation2 da Sensimetrics (httpwwwsenscom) existente no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab SuperLab Pro da Cedrus (httpwwwsuperlabcom) tambeacutem disponiacutevel no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab Habit (httphabitcmbucdavisedu) de

16 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo gratuita Satildeo ainda recursos utilizados os sistemas de anotaccedilatildeo prosoacutedica ToBI adaptados a diferentes liacutenguas httpwwwlingohio-stateedu~tobiame_tobi httpprosodia upfeducat_tobien httpwwwfl ulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm O suporte laboratorial do seminaacuterio eacute garantido pelo Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tendo os alunos acesso a todos os equipamentos disponiacuteveis bem como a corpora e bases de dados e beneficiando da orientaccedilatildeo praacutetica de doutorandos e bolseiros de investigaccedilatildeo associados ao laboratoacuterio 52 AVALIACcedilAtildeO De acordo com o Regulamento de Estudos poacutes-graduados da UL (httpwwwflulptlexregulamento_pgpdf ) a avaliaccedilatildeo do seminaacuterio eacute expressa no no intervalo de 10 a 20 valores da escala inteira de 0 a 20 Os alunos podem optar por um de dois modelos de trabalho final de seminaacuterio (i) a realizaccedilatildeo de um trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio (estudo piloto) ou (ii) a apreciaccedilatildeo criacutetica de um artigo sobre um estudo experimental Os alunos que pretendem concluir o ciclo de estudos com a elaboraccedilatildeo de uma dissertaccedilatildeo de natureza cientiacutefica ou de um trabalho de projecto original satildeo incentivados a optar pelo modelo (i) O modelo (ii) eacute direccionado para alunos que pretendem realizar um estaacutegio de natureza profissional e respectivo relatoacuterio (ver Normas regulamentares do mestrado Linguiacutestica httpwwwflulpt dlgrptensinociclo2programas0_Mestr_Ling_Regulamentodoc) O tema do trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio poderaacute ser escolhido entre os temas de trabalho apresentados pela docente ao longo do semestre ou proposto pelo aluno Para a escolha do tema satildeo ponderados o seu interesse para o projecto de investigaccedilatildeo pessoal do aluno a exequibilidade do trabalho no tempo disponiacutevel (habitualmente cerca de 5 semanas) os recursos e o apoio necessaacuterios agrave execuccedilatildeo do trabalho O trabalho deve ser individual original e especialmente realizado para o seminaacuterio podendo todavia integrar um projecto de investigaccedilatildeo pessoal jaacute em curso especialmente no caso dos estudantes de doutoramento A orientaccedilatildeo do trabalho cabe agrave docente do seminaacuterio podendo membros da equipa do Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tambeacutem sob sua orientaccedilatildeo apoiar o aluno na realizaccedilatildeo do trabalho

Prosoacutedia 17

Dada a sua natureza de estudo piloto o trabalho deve explorar uma abordagem experimental do tema escolhido com uma recolha de dados de dimensatildeo pequena mas suficiente para problematizar o sucesso da abordagem utilizada e abrir caminhos de investigaccedilatildeo futura Numa fase intermeacutedia da realizaccedilatildeo do trabalho este eacute apresentado e discutido oralmente O formato final do trabalho eacute o formato de um artigo com o nuacutemero maacuteximo de 15 paacuteginas A avaliaccedilatildeo do trabalho eacute feita com base nos seguintes paracircmetros enquadramento do tema na literatura da especialidade meacuterito da abordagem experimental escolhida domiacutenio dos meacutetodos e teacutecnicas experimentais capacidade de analisar os dados e extrair implicaccedilotildees dos resultados dessa anaacutelise No que respeita ao modelo (ii) o artigo a apreciar eacute escolhido a partir de uma lista apresentada pela docente O formato final da apreciaccedilatildeo criacutetica eacute o de um parecer com o nuacutemero maacuteximo de 8 paacuteginas Da apreciaccedilatildeo criacutetica a elaborar pelo aluno devem constar um resumo do artigo a discussatildeo da sua relevacircncia face ao enquadramento na literatura em que se situa a pertinecircncia das questotildees de investigaccedilatildeo que examina a propriedade da metodologia utilizada para esse efeito e a importacircncia dos resultados obtidos e suas implicaccedilotildees para estudos posteriores A avaliaccedilatildeo do seminaacuterio corresponde agrave avaliaccedilatildeo obtida no trabalho final 6 OS CONTEUacuteDOS E SEU DESENVOLVIMENTO

Nenhum vento sopra a favor

de quem natildeo sabe para onde ir

Seacuteneca

Things should be made as simple

as possible

but not any simpler

Albert Einstein

Para cada moacutedulo do programa do seminaacuterio de Prosoacutedia apresenta-se um sumaacuterio das mateacuterias abordadas indicam-se potenciais linhas de investigaccedilatildeo e listam-se referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Como referido anteriormente (secccedilatildeo 43) a estrutura interna de cada moacutedulo parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio para a problematizaccedilatildeo de questotildees particulares de investigaccedilatildeo Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs

18 Soacutenia Frota

(variedade standard falada na regiatildeo de Lisboa) num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial 61 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

O primeiro moacutedulo do programa constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia

em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes O papel desempenhado pela estrutura prosoacutedica enquanto elemento organizador das sequecircncias de fala encontra-se bem estabelecido na literatura A estrutura prosoacutedica agrupa fragmentos da cadeia falada em constituintes prosoacutedicos hierarquicamente organizados delimitados por fronteiras e caracterizados por proeminecircncias de diferentes niacuteveis (Figura 1)

Figura 1 Exemplificaccedilatildeo de estrutura prosoacutedica da siacutelaba ao sintagma entoacional Os constituintes prosoacutedicos satildeo marcados por constelaccedilotildees de propriedades que constituem a maior fonte de evidecircncia empiacuterica para a estrutura prosoacutedica Entre

Prosoacutedia 19

estas propriedades contam-se os fenoacutemenos que mostram que a realizaccedilatildeo de segmentos (ou de tons no caso de liacutenguas tonais) eacute afectada pela estrutura prosoacutedica fenoacutemenos de sacircndi (1a) fenoacutemenos de reforccedilo inicial de constituinte (1b) ou de alongamento final de constituinte (Figura 2) Tambeacutem os fenoacutemenos riacutetmicos satildeo sensiacuteveis agrave estrutura prosoacutedica por exemplo a forma como situaccedilotildees de antagonismo acentual motivadas pela proximidade de duas siacutelabas proeminentes satildeo resolvidas (ou natildeo) depende da organizaccedilatildeo prosoacutedica das duas siacutelabas num mesmo constituinte ou em constituintes diferentes (2) Tanto a realizaccedilatildeo dos eventos tonais que fazem a entoaccedilatildeo de uma sequecircncia de fala como a sua distribuiccedilatildeo reflectem a estrutura prosoacutedica por exemplo a altura relativa de um tom depende da sua realizaccedilatildeo dentro de um mesmo constituinte dos tons precedentes ou como o tom inicial de um novo constituinte prosoacutedico (3) e certos padrotildees de ocorrecircncia de eventos tonais satildeo indicadores do tipo de estrutura prosoacutedica da sequecircncia de fala a que se associam (4) (1) a [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[z] [ccedil S] jornalista[S] ]I b [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[S] ]IP [ [awS] jornalista[S] ]I

Figura 2 Alongamento final em fronteira de sintagma

b

40

45

50

55

60

σ

MV SF CF

Speakers

Test-word 1A

_ ]φ

_ ] Ι

fonoloacutegico e sintagma entoacional na palavra progressiva Duraccedilatildeo meacutedia da siacutelaba toacutenica e poacutes-toacutenica em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo da palavra para 3 informantes (Frota 2000 p192)

(2) a [thirteen men] φ Tennessee]φ won

20 Soacutenia Frota

(3) o

o

o o

o ]

) uma grande subida dos preccedilos

gt [uma grande subida]φ [dos preccedilos]φ

A implementaccedilatildeo de propriedades riacutetmicas e meloacutedicas mostra que a

[ ] [ H H H H H (4 T T T T T T T gt [uma grande subida dos preccedilos]φ estrutura prosoacutedica tem um papel relevante para a organizaccedilatildeo riacutetmica e entoacional das liacutenguas A estrutura prosoacutedica estabelece a cadeia de proeminecircncias e as fronteiras disponiacuteveis como pontos de associaccedilatildeo de eventos tonais Os eventos tonais de tipo culminativo ou acentual (acentos tonais) ligam-se a elementos da cadeia de proeminecircncias designadamente a cabeccedilas dos constituintes prosoacutedicos contribuindo para a realizaccedilatildeo dessas proeminecircncias Os eventos tonais de tipo demarcativo ou de fronteira ligam-se agraves margens dos constituintes prosoacutedicos (Figura 3) A estrutura entoacional relaciona-se assim com a organizaccedilatildeo em constituintes prosoacutedicos

Figura 3 Estrutura prosoacutedica e eventos tonais

Prosoacutedia 21

As propriedades que assinalam a estrutura prosoacutedica satildeo usadas no

ibliografia especiacutefica

processamento lexical na desambiguaccedilatildeo sintaacutectica (ver moacutedulo 5) ou na identificaccedilatildeo de unidades morfossintaacutecticas e de unidades fonoloacutegicas no processo de aquisiccedilatildeo da liacutengua (ver moacutedulo 6) B

and focus in European Portuguese Phonological phrasing

Ladd D

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS

CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS tuguecircs

ica e niacuteveis

O moacutedulo dois do programa eacute dedicado ao estudo de constituintes

constituintes (5b)

rota S (2000) ProsodyF

and intonation New York Garland Publishing Chap 1 Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma

entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076 R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Chap 1-2 Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition

2007 Mouton) Chap 1-2 6 221 Domiacutenios prosoacutedicos no Por22 Sobre a natureza da estrutura prosoacuted23 Como definir um domiacutenio constituintes prosoacutedicos Satildeo particularmente considerados os constituintes acima da palavra dada a sua relevacircncia para os fenoacutemenos riacutetmicos e entoacionais e a liacutengua em anaacutelise para este estudo de constituintes prosoacutedicos eacute o Portuguecircs Europeu Partindo da abordagem da fonologia prosoacutedica em que os constituintesprosoacutedicos resultam da aplicaccedilatildeo de mecanismos de interface entre morfossintaxe e fonologia modulada por restriccedilotildees de natureza puramente fonoloacutegica eacute apresentada a construccedilatildeo dos constituintes sintagma fonoloacutegico (φ e sintagma entoacional (I) em diversas liacutenguas Esta construccedilatildeo eacute reveladora dos dois grandes princiacutepios de organizaccedilatildeo prosoacutedica das sequecircncias de fala o princiacutepio demarcativo que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as margens de constituintes (5a) e o princiacutepio do agrupamento que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as relaccedilotildees existentes entre

22 Soacutenia Frota

(5) a Alinhame

margens de umnto entre as margens de um dado constituinte sintaacutectico e as

dado constituinte prosoacutedico

ini Direita XP

constituintes adjacentes ompl odifi

eza fonoloacutegica que operam sobre os onstituintes prosoacutedicos dizem respeito aos factores tamanho peso balanccedilo e s)sim

(Ghini 1993) Direita XP ( ω ω ω ω ω ) φ

ω )φ

φ (

eg sintagma fonoloacutegico Japonecircs Esquerda XP Chi Mw

b Relaccedilatildeo entre cabeccedilas e(cabeccedilac emento cabeccedilam cador etc)

eg sintagma fonoloacutegico Papago Chichewa Wrap XP

Tipicamente as restriccedilotildees de naturc(a etria como ilustrado em (6) (6) Sintagma fonoloacutegico Italiano

( ω ω )φ ( ω )φ ( ω )φ ( )φ ( ( ω ω ω ω ω )φ ( ω ω )φ ( ω ω ω )φ

φ ( lowast( ω ω ) ω ω ) ω ) φ )

lowast( ω ω ω φ

)φ (

(

( ω ω ) φ lowast( ω ω ω ω )φ ( ω )φ

lowast( ω )φ ( ω )φ ( ω ω )φ ω ) φ

oloacutegico e do sintagm entoacional no Portuguecircs Europeu e satildeo descritas as propriedades foneacutetic

e uma cabeccedila lexical agrupando a cabeccedila e todos os elemen

Neste quadro eacute estudada a formaccedilatildeo do sintagma fona

as e fonoloacutegicas que assinalam estes constituintes Para ambos os constituintes mostra-se a relevacircncia do princiacutepio de agrupamento e o efeito de restriccedilotildees fonoloacutegicas

A formaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico no PE refere o domiacutenio sintaacutectico da projecccedilatildeo maacutexima d

tos no seu lado natildeo recursivo num mesmo φ Este φ pode ainda conter um constituinte sintaacutectico seguinte pertencente ao mesmo domiacutenio se este constituinte natildeo tiver condiccedilotildees para formar um φ por si soacute Tais condiccedilotildees satildeo fonologicamente determinadas por uma restriccedilatildeo de tamanho miacutenimo segundo a qual um φ deveraacute conter mais material do que uma palavra prosoacutedica O elemento mais proeminente de φ eacute a sua uacuteltima palavra prosoacutedica ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita do constituinte como na generalidade das

Prosoacutedia 23

liacutenguas com a ordem sintaacutectica cabeccedila-complemento A demonstraccedilatildeo empiacuterica desta anaacutelise assenta em evidecircncias duracionais ligadas a fenoacutemenos riacutetmicos (Figura 4) em evidecircncias segmentais resultantes da (natildeo)aplicaccedilatildeo de sacircndi vocaacutelico tambeacutem devido a restriccedilotildees riacutetmicas (7) e em evidecircncias entoacionais de distribuiccedilatildeo de acentos tonais (ver (4) acima)

Figura 4 O sintagma fonoloacutegico e o alongamento da 1ordf de duas siacutelabas toacutenicas adjacentes numa situaccedilatildeo de antagonismo acentual dentro de um mesmo φ [ ]

(7) Vog de φ a

negrito ais afectadas a sublinhado siacutelaba toacutenica em maiacutesculas cabeccedila

[ o danccedilaRIno ] φ [ Ama ] φ [ a bailarina russa ] φ danccedilarinama (ltdanccedilarino+ama)

[ o bailaRIno ] φ [ ANda SEMpre ] φ [ de limusine preta ] φ

emarcativo no mapeamento quer

leccionando a margem direita quer seleccionando a margem esquerda (ver respect

okbailarinanda (ltbailarino+anda)

A aplicaccedilatildeo do princiacutepio dse

ivamente (8a) e (8b) ) resulta numa estrutura prosoacutedica que natildeo permite dar conta das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas acima descritas1 Na 1 Importa notar que em linha com o observado para outras liacutenguas romacircnicas as cabeccedilas lexicais apenas contam como cabeccedilas prosoacutedicas quando na sua posiccedilatildeo natildeo marcada (no caso do adjectivo quando no lado recursivo ndash ver Nespor amp Vogel 1986)

24 Soacutenia Frota

ilustraccedilatildeo em (8) a organizaccedilatildeo prosoacutedica natildeo marcada corresponde a (8a) em i e a (8b) em ii ou seja corresponde a um padratildeo de agrupamento de N e A separadamente de PP

(8) [ N [ A ]AP PP ]NP ii [ A N PP ]NP

)

A formaccedilatildeo do sintagma entoacional (I) no PE refere o domiacutenio de uma

ccedilatildeo em Is no PE dispotildee de forte evidecircncia empiacuterica Vaacuterios noacuteme

interpretaccedilotildees (ateacute ao nono ano como modificador de alunas ou como

i (a) ( )φ ( )φ ( φ

) (b) ( )φ( φ ( )φ ( )φ( )φ

frase raiz distinguindo todas as expressotildees natildeo estruturalmente a ela ligadas como expressotildees parenteacuteticas toacutepicos ou outros suplementos2 Estas uacuteltimas formam Is independentes enquanto todos os φs no domiacutenio da frase raiz satildeo agrupados num mesmo I Decorre deste mapeamento que os constituintes presentes num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador Os sintagmas entoacionais satildeo sujeitos a condiccedilotildees fonoloacutegicas que interagem com os mecanismos de mapeamento produzindo a organizaccedilatildeo prosoacutedica em Is de uma sequecircncia de fala Estas condiccedilotildees regulam o peso dos Is constituintes longos tendem a ser divididos prefere-se constituintes balanceados ou o constituinte mais longo agrave direita O elemento mais proeminente de I eacute o seu uacuteltimo φ ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita A organizafe nos de sacircndi aplicam-se no domiacutenio de I (veja-se (1) acima e tambeacutem (9) Este eacute o domiacutenio do alongamento final preacute-fronteira (jaacute ilustrado na Figura 2) e tambeacutem do locus de ocorrecircncia de pausa O sintagma entoacional tem ainda uma definiccedilatildeo meloacutedica precisa ele constitui o domiacutenio da melodia miacutenima dado que apenas a cabeccedila de I requere obrigatoriamente um acento tonal e apenas a fronteira direita de I eacute obrigatoriamente marcada por um tom de fronteira Na Figura 5 ilustra-se o contraste entre [as alunas] produzido como um φ ou como um I evidenciado pela realizaccedilatildeo da fricativa e pela curva meloacutedica e correspondendo a diferentes estruturas sintaacutecticas com diferentes

expressatildeo adverbial temporal caracterizadora de toda a acccedilatildeo)

2 Dependendo da abordagem sintaacutectica seguida o domiacutenio para a formaccedilatildeo de I tem sido identificado como Extended Projection of VP ou como Comma Phrase (veja-se por exemplo Elordieta et al 2005 ou Selkirk 2005) Segue-se no seminaacuterio a abordagem mais claacutessica sem entrar na discussatildeo da anaacutelise sintaacutectica das diferentes estruturas

Prosoacutedia 25

(9) a [ a[z] aluna[z] obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

b [ a[z] aluna[S] ]I [ ateacute onde pensamo[S] e sabemo[S] ]I [ obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

ento em Is eacute document licaacutevel pela referecircncia do constituinte mais longo agrave direita

I I

rie s acional no

E

Figura 5 Evidecircncias segmentais e entoacionais para I

O papel das restriccedilotildees fonoloacutegicas na determinaccedilatildeo do fraseamado em (10) note-se o contraste entre (a) e (b) exp

p (10) a [ O galatilde andava de porsche ]I

a [ O galatilde ]I [ andava de porsche ]I a [ O galatilde andava ] [ de porsche ]

b [ O poeta cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I b [ O poeta ] [ cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I Ib [ O poeta cantou ]I [ uma manhatilde angelical perturbadora ]I

O Quadro 1 (extraiacutedo de Frota no prelo) sintetiza as prop dade

foneacuteticas e fonoloacutegicas do sintagma fonoloacutegico e do sintagma entoP

26 Soacutenia Frota

rties Segmental Durational Tonal Prominence

Quadro 1 Estrutura prosoacutedica do PE propriedades de φ e I (Frota no prelo)

PropePhP NO NO NO Rightmost (default)

el

PhP heads constrain the output of vowsandhi

stress Domain forstrengthening

IP Domain for many segmental processes Domain for

oclitics

Final lengthening IP-edge Locus of

Domain for pitch accent distribution IP heads require a

lt)

resyllabification Left edge reducedforms of prare highly disfavoured

pauses pitch accent Right edge requires boundary tone Left edge optionally marked

Rightmost (defauFocus prominence (not positional)

co

Os ca em

constituintes entoacionais podem ser implementados diferentemente nas

Figura 6 Organizaccedilatildeo prosoacutedica em constituintes entoacionais variaccedilatildeo entre liacutenguasvariedades Tamanho (curtolongo) e

mplexidade (natildeo ramificado ramificaccedilatildeo simples ramificaccedilatildeodupla)

muacuteltiplos factores que regulam a organizaccedilatildeo prosoacutedi

Prosoacutedia 27

gramaacuteticas fonoloacutegicas das liacutenguas mesmo no caso de liacutenguas proacuteximas ou ateacute de va

tura prosoacutedica permanecem todavia

da combinaccedilatildeo de restriccedilotildees fonoloacutegicas com mecanismos

te da estrutura morfossintaacutectica eacute pouco profunda

riedades da mesma liacutengua Esta diversidade eacute ilustrada pelo comportamento do Castelhano Catalatildeo Italiano Portuguecircs Europeu do Norte (Braga) e Portuguecircs Europeu de Lisboa no que respeita agrave divisatildeo de uma frase SVO em dois constituintes (S) (VO) face a factores como o tamanho em siacutelabas e a complexidade sintaacutectica e prosoacutedica (Figura 6)

O quadro de anaacutelise em constituintes prosoacutedicos atraacutes exposto tem dado resultados profiacutecuos para o conhecimento da estrutura prosoacutedica das liacutenguas Duas questotildees essenciais sobre a natureza da estru

em aberto existem diferentes tipos de estrutura prosoacutedica ou uma uacutenica estrutura que governa fenoacutemenos tatildeo variados como os referidos acima como eacute definido um constituinte prosoacutedico (existe equivalecircncia entre constituintes e niacuteveis na estrutura) A primeira questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo das diferentes abordagens da estrutura prosoacutedica que tecircm sido propostas na literatura designadamente uma estrutura que resulta de interface entre a fonologia e outros componentes da gramaacutetica (a linha dominante no acircmbito da fonologia prosoacutedica) ou uma estrutura que eacute definida exclusivamente com base em fenoacutemenos de entoaccedilatildeo ou de proeminecircncia e cujos constituintes resultam apenas das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas que os caracterizam (abordagem comum no acircmbito dos estudos entoacionais) A resposta para esta questatildeo eacute fundamentalmente empiacuterica e passa pela aplicaccedilatildeo de paradigmas experimentais em que os diferentes factores satildeo controlados e testados e em que mais do que um tipo de propriedade marcadora da estrutura prosoacutedica eacute examinado A segunda questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo da ausecircncia de recursividade na estrutura prosoacutedica Na maioria das abordagens a estrutura prosoacutedica diferentemenTodavia algumas formas limitadas de recursividade tem sido propostas fazendo com que natildeo exista uma correspondecircncia directa entre niacuteveis de constituecircncia prosoacutedica e niacuteveis de fraseamento prosoacutedico Dado que as pistas para a organizaccedilatildeo prosoacutedica tendem a assinalar diferenccedilas entre niacuteveis a definiccedilatildeo dos constituintes prosoacutedicos resulta menos clara Mais uma vez a resposta exige trabalho experimental direccionado para a procura de diferenccedilas de tipo (apontando para categorias prosoacutedicas distintas) versus diferenccedilas de

28 Soacutenia Frota

grau (apontando para formas de organizaccedilatildeo prosoacutedica de instacircncias de uma mesma categoria) No que especificamente respeita ao PE eacute crucial estudar-se a organizaccedilatildeo prosoacutedica em outras variedades para aleacutem da variedade standard e verificar ateacute que ponto as propriedades caracterizadoras dos sintagmas fonoloacutegico e entoacional (Quadro 1 acima) tecircm caraacutecter geral na liacutengua O caso do sintagma fonoloacutegico eacute especialmente relevante dada a ausecircncia de evidecircncias segmentais duracionais e tonais proacuteprias que assim caracterizam a manifestaccedilatildeo subtil deste constituinte no PE quando comparada com outras liacutenguas (eg Nespor amp Vogel 1986 Hayes amp Lahiri 1991 Ghini 1993 entre outros) Bibliografia especiacutefica DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational

dic and syntactic structure In S Frota J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series

Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Frota S

Ghini osal Toronto Working Papers in

Hayes

Phrasing in Romance The role of prosoM Vigaacuterio amp M

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143 (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Caps 2-3

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291 M (1993) φ-formation in Italian a new propLinguistics 122 41ndash79

B amp A Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Inkelas S amp D Zec (1995) Syntax-phonology Interface In JA Goldsmith (ed) The Handbook of Phonological Theory Cambridge Mass Blackwell 535-549

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Prosoacutedia 29

63 RITMO 3 RITMO 1 Noccedilotildees de ritmo

es abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia iacutetmico classes ou contiacutenuo

ar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs loraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

dedicado ao estudo do ritmo Satildeo ritmo na menos e

332 Diferent3 Espaccedilo r3

34 Analis35 Correlaccedilotildees e exp O moacutedulo trecircs do programa eacute apresentadas diferentes noccedilotildees de ritmo sublinhando-se o lugar doorganizaccedilatildeo prosoacutedica das liacutenguas e o conjunto variado de fenoacutepropriedades que podem contribuir para a sensaccedilatildeo de ritmo Trabalham-se estudos de produccedilatildeo e percepccedilatildeo do ritmo no Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas Como vimos no moacutedulo 1 a estrutura prosoacutedica define uma cadeia de proeminecircncias ao mesmo tempo que os domiacutenios prosoacutedicos regulam a aplicaccedilatildeo de fenoacutemenos riacutetmicos Uma noccedilatildeo possiacutevel de ritmo eacute a estruturaccedilatildeo das proeminecircncias em sequecircncias de fala Para esta estruturaccedilatildeo contribuem as cabeccedilas dos diferentes constituintes prosoacutedicos (Figura 1) desde a siacutelaba toacutenica da cada palavra prosoacutedica ateacute agrave cabeccedila do sintagma entoacional bem como as suas propriedades de implementaccedilatildeo foneacutetica (duraccedilatildeo intensidade movimentos de F0 devidos agrave presenccedila de acentos tonais) Contribuem ainda os fenoacutemenos riacutetmicos que tendem a implementar uma certa alternacircncia entre posiccedilotildees fortes e fracas como os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de antagonismo acentual (ver (2) e Figura 1 acima) ou os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de intervalos de sequecircncias aacutetonas (11) Contribuem tambeacutem os fenoacutemenos de reforccedilo que visam garantir a proeminecircncia das cabeccedilas face agraves natildeo cabeccedilas como a colocaccedilatildeo do constituinte mais pesado no limite direito do sintagma fonoloacutegico ou do sintagma entoacional (12) ou a existecircncia de restriccedilotildees de peso na diferenciaccedilatildeo entre siacutelaba toacutenica e siacutelabas aacutetonas (mesmo em liacutenguas em que o peso silaacutebico natildeo constitui um factor relevante para a o acento ndash 13) Para fenoacutemenos deste tipo o domiacutenio prosoacutedico maacuteximo eacute o sintagma entoacional (I) pois tanto antagonismos como intervalos de sequecircncias aacutetonas natildeo satildeo resolvidos se quebrados por fronteiras de I

30 Soacutenia Frota

(11)

ann on ce I

2) ca] φ ] φ

3) Siacutelaba toacutenica em maiuacutesculas siacutelaba pesada a negrito

u peso relativos de um dad equecircncia estatildeo propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas

onstitui uma pista acuacutestica importante para o acento de alavra (Figura 7) bem como para a proeminecircncia de I A sonoridade dos gmen

[Gi i n lo da] (1 a [Maximiliano Ze b [Zeca Maximiliano (1

a canCcedilAtildeO OacuteRfatildeo b CRIacuteticatildeo Entre os factores que contam para a proeminecircncia o

o elemento numa sNo PE a duraccedilatildeo cpse tos definida por paracircmetros articulatoacuterios e acuacutesticos contribui para o peso (14) tal como a posiccedilatildeo relativa da cabeccedila na sequecircncia (15a) ou o tamanho e complexidade fonoloacutegicas dos elementos combinados (15b)

Figura 7 Duraccedilotildees da siacutelaba e acento

Prosoacutedia 31

(14) a ping pong vb tic tac vs tac tic

iluacute e Steacutefano com se e disseram [aacutegua-peacute] vs

O Joatildeo comprou segundo me disseram [aacutegua]

ritmo nas liacutenguas eacute com base em unidades

oacutecronas A abordagem tradicional do ritmo assenta na ideia de isocronia e

onoloacutegicos Esta abordagem deu origem a uma nova

s pong ping (15) a Steacutefano e Mariluacute vs Mar b O Joatildeo prou gundo m Uma outra noccedilatildeo importante para a caracterizaccedilatildeo doa isocronia isto eacute a sensaccedilatildeo de que o ritmo se constroacutei ispropotildee trecircs classes riacutetmicas em funccedilatildeo do tipo de isocronia ritmo silaacutebico com base na isocronia silaacutebica (de que seria exemplo o Italiano) ritmo acentual com base na isocronia entre intervalos acentuais (de que seria exemplo o Inglecircs) ritmo moraico com base na isocronia entre moras (de que seria exemplo o Japonecircs) A proposta inicial de classes riacutetmicas parte da intuiccedilatildeo linguiacutestica dando origem a deacutecadas de estudos foneacuteticos Todavia a existecircncia efectiva de unidades isoacutecronas realizadas foneticamente ficou por demonstrar Numa outra linha de estudos mostrou-se com sucesso que liacutenguas atribuiacutedas a diferentes classes satildeo distinguidas perceptivamente enquanto que liacutenguas atribuiacutedas a uma mesma classe natildeo o satildeo A visatildeo de que as sensaccedilotildees de ritmo captadas perceptivamente resultam de combinaccedilotildees de propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas tem sido dominante nos estudos flinha de estudos foneacutetico-fonoloacutegicos em que correlatos acuacutesticos para propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas satildeo procurados no sinal de fala Dos trecircs grandes tipos de propriedades inicialmente propostos por Dauer (1983 1987) ndash estrutura silaacutebica reduccedilatildeo vocaacutelica relaccedilatildeo entre entoaccedilatildeo e proeminecircncia ndash os dois primeiros tecircm merecido particular atenccedilatildeo A correlaccedilatildeo estabelecida entre estas propriedades e as classes riacutetmicas eacute apresentada em (16) (16) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica + -

Acentual Silaacutebico Moraico b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - Acentual Silaacutebico Moraico

32 Soacutenia Frota

A busca de correlatos acuacutesticos para estas propriedades que possam r para a explicaccedilatildeo dos resu ados p rceptivos de diferenciaccedilatildeo riacutetmica

diferentes

Variabilidade de iC - + Proporccedilatildeo de iV -

V

ritm a o no acirc deste enquadramento d ional baseada na isocronia o

ortuguecircs do Brasil (PB) tem sido referenciado como possuindo um ritmo

contribui lt etem dado origem a muacuteltiplas medidas do ritmo com sucessos(criticamente revistas em Arvaniti 2009) Todas elas partem da duraccedilatildeo de intervalos vocaacutelicos (iV) e consonacircnticos (iC) e medem variabilidade destes intervalos num dado domiacutenio ou a proporccedilatildeo destes num dado domiacutenio Se parece ser claro que pelo menos algumas destas medidas efectivamente captam diferenccedilas riacutetmicas tambeacutem parece ser claro que o espaccedilo riacutetmico que definem nem sempre caracteriza classes riacutetmicas diferenciadas sugerindo por vezes um contiacutenuo riacutetmico Veja-se a correlaccedilatildeo entre estas medidas e as propriedades em (16) acima (17) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica +

+ -

b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - + Variabilidade de i - O o do Portuguecircs eacute aqui analis d mbito foneacutetico-fonoloacutegico Na abordagem tra icPacentual um ritmo silaacutebico ou um ritmo misto dependendo dos autores e dos criteacuterios considerados Jaacute o PE tem sido caracterizado como tendo um ritmo acentual A abordagem que busca a razatildeo de ser das sensaccedilotildees de ritmo nas propriedades presentes na liacutengua e procura correlatos acuacutesticos para essas propriedades conduz a resultados diversos Uma vez controladas as diferenccedilas de velocidade de fala os ritmos das duas variedades apresentam-se acusticamente distintos de acordo com as medidas de variabilidade de iC e de proporccedilatildeo de iV3 o ritmo do PE define-se como misto entre acentual e silaacutebico agrupando-se numa dimensatildeo com o Inglecircs ou o Neerlandecircs e noutra com o Italiano ou o Castelhano o ritmo do PB define-se como misto entre silaacutebico e moraico (Figura 8) Estes resultados satildeo congruentes com as propriedades

3 A variabilidade de iV tal como noutros estudos para vaacuterias liacutenguas natildeo proporciona resultados robustos (eg Arvaniti 2009)

Prosoacutedia 33

foneacutetico-fonoloacutegicas das duas variedades Considerando uma mesma estrutura silaacutebica fonoloacutegica no PE assiste-se ao apagamento de vogais aacutetonas originando sequecircncias de consonantes enquanto no PB ocorrem fenoacutemenos de simplificaccedilatildeo silaacutebica como a epecircntese ou o apagamento da consoante em coda no existe reduccedilatildeo vocaacutelica generalizada enquanto no BP a reduccedilatildeo eacute limitada no PE os eventos tonais reforccedilam a proeminecircncia enquanto no BP entoaccedilatildeo e acento satildeo mais independentes Todavia a identificaccedilatildeo de liacutenguas mistas coloca de novo a questatildeo da existecircncia de classes riacutetmicas ou de um contiacutenuo Por outro lado ainda a presenccedila de um conflito de classificaccedilatildeo entre medidas acuacutesticas levanta a questatildeo de se determinar a sua relevacircncia relativa na percepccedilatildeo

Figura 8 Distribuiccedilatildeo de PE e PB no espaccedilo riacutetmico definido povariabilidade de iC e proporccedilatildeo de iV juntamente comliacutenguas analisadas em Ramus et al 1999

r as

Os trabalhos sobre a percepccedilatildeo do ritmo mostram com clareza que

propriedad para a discriminaccedil anco de

nguas testado permite examinar o estatuto de uma liacutengua acusticamente mista que

es riacutetmicas satildeo utilizadas tanto por adultos como por bebeacutesatildeo entre liacutenguas A relevacircncia da inclusatildeo do Portuguecircs no b

liacuteem as medidas acuacutesticas satildeo conflituantes apontando para classificaccedilotildees diferentes No estudo realizado com o Portuguecircs eacute tambeacutem testada a relevacircncia da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo

34 Soacutenia Frota

Os resultados perceptivos mostram que o PE e o Neerlandecircs satildeo discriminados do mesmo modo que o Castelhano e o Neerlandecircs ou o PB e o

davia na experiecircncia em que as quatro liacutenguasvariedades satildeo duzidas a duas hipoacuteteses de escolha para os sujeitos PE e PB natildeo satildeo scrim

] iV eacute um A natildeo ere que xistiraacute um ponto criacutetico na proporccedilatildeo de iV apontando para uma eventual

Neerlandecircs Toredi inados revelando que a distacircncia perceptiva entre PE e PB eacute inferior agrave distacircncia entre PE e Neerlandecircs (Figura 9) Quando apenas PE e PB satildeo testados para duas hipoacuteteses de escolha dos sujeitos continua a natildeo existir discriminaccedilatildeo salvo na condiccedilatildeo em que a entoaccedilatildeo eacute preservada Conclui-se assim que o contributo da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo riacutetmica depende das liacutenguas isto eacute das propriedades do sistema entoacional das liacutenguas a contrastar sendo especialmente importante no caso do PE e PB mas quase irrelevante por exemplo para o PE e o Neerlandecircs

Figura 9 Percepccedilatildeo do ritmo do Portuguecircs (Frota Vigaacuterio amp Martins 2002b) [ N1 PE1 C1 PB1 N2 PE 2 C2 PB2

A distinccedilatildeo perceptiva entre PE e Neerlandecircs sugere que a proporccedilatildeo de paracircmetro perceptivamente mais saliente do que a variabilidade de iC

distinccedilatildeo entre PE e PB (a natildeo ser na condiccedilatildeo com entoaccedilatildeo) sugefronteira perceptiva talvez proacutexima da diferenccedila entre ritmo acentual e ritmo silaacutebico (Figura 10)

Prosoacutedia 35

Figura 10 Ritmo correlatos acuacutesticos e percepccedilatildeo

O estudo do ritmo do Portuguecircs do ponto de vista da produccedilatildeo e daite ilustrar alguns dos procedimentos experime

percepccedilatildeo perm ntais utilizados m estudos sobre ritmo Para a produccedilatildeo ilustra formas de construccedilatildeo de

corpora equilibra atildeo bem como aplicaccedilatildeo de criteacuterios de segmentaccedilatildeo acuacutestica para a mediccedilatildeo de duraccedilotildees no

natildeo apenas as

edos e controlados face aos factores em observaccedil

asinal de fala Para a percepccedilatildeo ilustra a criaccedilatildeo de estiacutemulos manipulados por filtragem na frequecircncia e aplanamento tonal a aplicaccedilatildeo de tarefas perceptivas de tipo AX e a mediccedilatildeo de sensibilidade na discriminaccedilatildeo (d) A investigaccedilatildeo apresentada e discutida neste moacutedulo do programa deve ser problematizada na sequecircncia da seguinte pergunta fundamental para o entendimento do ritmo nas liacutenguas constitui o ritmo um princiacutepio organizador da linguagem ou trata-se antes de um epifenoacutemeno de outras propriedades das liacutenguas Parece certo que vaacuterias propriedades linguiacutesticas efoneacutetico-fonoloacutegicas e prosoacutedicas referidas anteriormente mas tambeacutem certas propriedades lexicais e sintaacutecticas (ver Mehler amp Nespor 2004) se correlacionam com diferenccedilas riacutetmicas sugerindo a anaacutelise de que estas derivam daquelas Todavia tambeacutem parece natildeo menos certo que evidecircncias para um princiacutepio estruturador da linguagem possivelmente ancorado em princiacutepios gerais da organizaccedilatildeo perceptiva emergem com frequecircncia agrupando estiacutemulos em constituintes de padratildeo alternante e tendencialmente repetitivo por exemplo a sequecircncia sonora do som de um reloacutegio eacute percebida com a estrutura (tic tac) (tic tac) (tic tac) e natildeo (tic) (tac tic) (tac tic tac) e a

36 Soacutenia Frota

segmentaccedilatildeo de note book worm depende tudo o resto sendo idecircntico do padratildeo alternante gerado nas siacutelabas anteriores com L H L H L a favorecer (note) (bookworm) e H L H L HL a favorecer (notebook) (worm) (Dilley amp McAuley 2008) Estatildeo em curso programas de investigaccedilatildeo que pela anaacutelise de liacutenguas tipologicamente diferentes em relaccedilatildeo agraves formas como codificam proeminecircncia e estruturaccedilatildeo prosoacutedica e pela relaccedilatildeo que estabelecem com os resultados da organizaccedilatildeo perceptiva de sinais natildeo linguiacutesticos poderatildeo vir a trazer avanccedilos significativos para o entendimento do ritmo na linguagem (eg Mehler Nespor e colegas White e colegas Arvaniti entre outros) No caso especiacutefico do ritmo do Portuguecircs faltam estudos acuacutesticos em outras variedades para aleacutem da variedade standard metodologicamente comparaacuteveis que permitam uma visatildeo relacional integrada da estrutura prosoacutedica propriedades riacutetmicas e entoacionais No domiacutenio da percepccedilatildeo seria importante testar directamente o par PE Castelhano bem como o par PB Castelhano para determinar se a variabilidade de iC desempenha algum papel na discriminaccedilatildeo riacutetmica Um outro campo de investigaccedilatildeo a explorar eacute o da evoluccedilatildeo do ritmo abordado a partir da relaccedilatildeo entre PE e PB e experimentalmente operacionalizado a partir das correlaccedilotildees atestadas entre propriedades riacutetmicas e propriedades fonoloacutegicas e lexicais Bibliografia especiacutefica Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs

Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

AD

rvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63 auer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics

auer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In

Delgad Editorial Caminho Caps 4-5

Frota S aacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no

Frota S thmic distinctions the

11 51-62 D

Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274 o Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentationand lexical processing Journal of Memory and Language 59 294-311 amp M VigPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555 amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhy

EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Prosoacutedia 37

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena Mateus amp C Nunes Correia (orgs) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A

Ramus 73 265-292

eds) Phonetics and

4 MEL 1 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 2 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo

ntoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 4 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

ia A partir da papel diferenciado nas liacutenguas eacute

nal Os strumentos fundamentais para uma anaacutelise fonoloacutegica e foneacutetica da entoaccedilatildeo

para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

Mehler J amp M Nespor (2004) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

study based on speech resynthesis JASA 105 512-521 F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (Phonology Interactions and interrelations Amsterdam John Benjamins 137-158

64 MELODIA

ODIA4443 Analisar a e4 O moacutedulo quatro do programa centra-se no estudo da melodconstataccedilatildeo de que a melodia desempenha umapresentada a noccedilatildeo de liacutengua entoacional em contraste com liacutengua toinsatildeo descritos no quadro da abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional e postos em praacutetica atraveacutes da anaacutelise da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Trabalham-se as propriedades entoacionais do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas com destaque para as liacutenguas romacircnicas

38 Soacutenia Frota

Na sua dimensatildeo linguiacutestica o papel da melodia nas liacutenguas caracteriza-se por uma distinccedilatildeo fundamental entre as configuraccedilotildees meloacutedicas que determinam significados lexicais e contrastes gramaticais ndash presentes nas

s tons de

Figura 11 Contorno de F0 da sequecircncia O MUacutesico comPOcircS uma opeREta Ela inspiROU-o e respectiva anaacutelise fonoloacutegica (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas)

liacutenguas tonais ndash e as configuraccedilotildees meloacutedicas que veiculam significados natildeo lexicais e contrastes sintagmaacuteticos ndash as uacutenicas presentes nas liacutenguas entoacionais Por entoaccedilatildeo refere-se assim configuraccedilotildees meloacutedicas natildeo lexicais de natureza linguiacutestica associadas a significados ao niacutevel fraacutesico como a distinccedilatildeo entre tipos de frase ou outras distinccedilotildees pragmaacuteticas e discursivas (eg actos de fala estrutura informacional) A entoaccedilatildeo eacute fonologicamente formada por uma sequecircncia de categorias tonais e foneticamente representada pelo contorno de F0 As categorias tonais relacionam-se com aspectos independentes da estrutura prosoacutedica da liacutengua (ver Figura 3 acima) Os eventos tonais da entoaccedilatildeo satildeo tons altos (H) ou baixos (L) que formam dois grandes tipos de categorias os acentos tonais associados a elementos proeminentes (cabeccedilas na estrutura prosoacutedica) e oconstituinte geralmente associados a fronteiras de constituintes prosoacutedicos Veja-se na Figura 11 uma ilustraccedilatildeo dos primeiros identificados com um e dos segundos identificados com diacriacuteticos especiacuteficos consoante o tipo de constituinte a que estatildeo ligados (no caso pois trata-se de tons de fronteira de sintagma entoacional)

Prosoacutedia 39

Os eventos tonais podem ser simples ou monotonais (como H ou L na Figura 11) ou complexos (como H+L na Figura 11) Faz ainda parte da organizaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo para aleacutem da sequecircncia de categorias tonais a sua estruturaccedilatildeo de proeminecircncias no domiacutenio de um sintagma entoacional distinguem-se o acento nuclear (atribuiacutedo agrave cabeccedila prosoacutedica maacutexima) o(s) acento(s) preacute-nuclear(es) (caso existam cabeccedilas prosoacutedicas em posiccedilatildeo preacute-nuclear) e o acento poacutes-nuclear (atribuiacutedo a uma cabeccedila prosoacutedica poacutes-nuclear) Este uacuteltimo tipo de acento tonal apenas pode ocorrer em casos em que a cabeccedila de I natildeo corresponda agrave cabeccedila do sintagma fonoloacutegico mais agrave direita ou seja em casos de proeminecircncia prosoacutedica marcada que habitualmente identificam instacircncias de focalizaccedilatildeo prosoacutedica Esta estrutura entoacional estaacute representada em (18a) O exemplo (18b) mostra a implementaccedil la Figura 12 com um cteriacutestica do acento poacute

uradas) e representaccedilatildeo foneacutetica (o contorno de F0) eacute gulada por duas formas de implementaccedilatildeo foneacutetica da sequecircncia tonal a

o espraiamento de um tom ao longo da resenccedila de um outro tom (ver Figura 13)

atildeo desta estrutura entoacional na sequecircncia ilustrada pefoco prosoacutedico natildeo final Note-se a reduccedilatildeo foneacutetica caras-nuclear

(18) a

s w s w T T T

preacute-nuclear nuclear poacutes-nuclear

b

s

w s w (H) H+L H+L

A relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo (sequecircncia de categorias tonais estrutreinterpolaccedilatildeo entre dois alvos tonais ecadeia segmental ateacute agrave p

40 Soacutenia Frota

Figura 12 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo pinTOR canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) om foco em lsquomanhatildersquo (produzida em resposta agrave pergunta Foi

Juntamente com a implementaccedilatildeo foneacutetica tonal por interpolaccedilatildeo ou por espraimento a realizaccedilatildeo efectiva de um tom depende de linhas de referecircncia tonal estabelecidas por constituinte prosoacutedico e da posiccedilatildeo relativa do tom no constituinte face a tons precedentes e subsequentes (ver exemplo (3) do Moacutedulo

cuma noite angelical que o artista cantou)

Figura 13 Relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica e representaccedilatildeo foneacutetica da entoaccedilatildeo

Prosoacutedia 41

1) um tom natildeo inicial eacute realizado num niacutevel mais baixo que o tom precedente (relaccedilatildeo de downstep) um tom inicial de constituinte eacute realizado num niacutevel mais alto que os tons imediatamente precedentes de outro constituinte (relaccedilatildeo de reset) um tom de fronteira final retoma a linha de referecircncia do constituinte prosoacutedico que assinala (relaccedilatildeo de upstep) Assim a altura foneacutetica de um tom eacute relativa e contextualmente determinada Na dimensatildeo temporal a sincronizaccedilatildeo entre as categorias tonais e a cadeia segmental em que elas se realizam eacute natildeo apenas determinada pela associaccedilatildeo fonoloacutegica de um evento tonal a uma dada posiccedilatildeo prosoacutedica (cabeccedila ou fronteira) mas tambeacutem pela coordenaccedilatildeo foneacutetica entre alvo tonal e elemento segmental como ilustrado na Figura 13 Esta coordenaccedilatildeo pode assumir a forma de alinhamento tardio ou de alinhamento inicial factor foneacutetico dependente d nteiras rosoacutedicas de ura do evento tonal Na

e vaacuterios outros factores como a proximidade de frooutros eventos tonais ou a proacutepria estrutp

Figura 11 apresenta-se uma ilustraccedilatildeo do alinhamento tardio tiacutepico do tom asterisco no acento tonal H+L no PE em relaccedilatildeo agrave siacutelaba toacutenica Para aleacutem do alinhamento foneacutetico a sincronizaccedilatildeo entre categorias tonais e cadeia segmental eacute ainda caracterizada por fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal Geralmente os fenoacutemenos deste tipo descritos nas liacutenguas satildeo estritamente de natureza tonal com liacutenguas a privilegiarem a compressatildeo tonal face a uma cadeia segmental curta (como eacute o caso do Inglecircs) e liacutenguas a privilegiarem a truncaccedilatildeo tonal em contexto idecircntico (como o Huacutengaro ou Italiano de Palermo) No caso do PE a acomodaccedilatildeo tonal parece fazer-se fundamentalmente agrave custa de fenoacutemenos de natureza segmental isto eacute a cadeia

gmense tal eacute estendida para acomodar os tons seja por alongamento ou epecircntese Esta uacuteltima estrateacutegia eacute ilustrada na Figura 14 O Quadro 2 sintetiza as dimensotildees cruciais para a anaacutelise da entoaccedilatildeo num liacutengua entoacional como o Inglecircs o Italiano ou o Portuguecircs A primeira dimensatildeo ndash a relaccedilatildeo entre estrutura entoacional e estrutura prosoacutedica ndash jaacute foi explorada anteriormente O trabalho sobre a entoaccedilatildeo do PE efectuado em seminaacuterio explora fundamentalmente as dimensotildees dois e trecircs que constituem com a primeira o nuacutecleo central da fonologia entoacional de uma liacutengua

42 Soacutenia Frota

100100

160

220

280

340

400

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H H + L L H

e l a f o i v e r o m a r

4

Figura 14 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) O tom de fronteira eacute realizado na vogal epenteacutetica

Quadro 2 Dimensotildees para anaacutelise da entoaccedilatildeo

Estrutura prosoacutedica Constituintes (proeminecircncias e fronteiras) Leacutexico entoacional Inventaacuterio de acentos tonais e tons de

constituintes e respectivos significados Domiacutenio relevante para a Constituinte prosoacutedico distribuiccedilatildeo de acentos tonais Restriccedilotildees distribucionais Restriccedilotildees sobre a ocorrecircnciacombinaccedilatildeo

de eventos tonais Implementaccedilatildeo foneacutetica Espraiamentointerpolaccedilatildeo alinhamento

linhas de referecircncia fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal

e

artindo do Quadro 3 Com o recurso agrave audiccedilatildeo da sequecircncia e agrave representaccedilatildeo o co gundo

passo tuais

Sessotildees de anaacutelise entoacional aplicada satildeo realizadas com materiais do PE O grande objectivo eacute a caracterizaccedilatildeo dos principais tipos fraacutesicos e dalgumas distinccedilotildees pragmaacutetico-discursivas no que respeita ao leacutexico entoacional Num primeiro passo a anaacutelise centra-se nos contornos nucleares pd ntorno de F0 elabora-se a transcriccedilatildeo tonal fonoloacutegica Num se

toda a sequecircncia eacute analisada incluindo a parte preacute-nuclear e evenquestotildees de fraseamento prosoacutedico e entoacional

Prosoacutedia 43

Quadro 3 Melodias do nucleares mais frequent

Portuguecircs transes (adaptado de

criccedilatildeo realizaccedilatildeo e significado dos contornos Frota no prelo)

44 Soacutenia Frota 44 Soacutenia Frota

A demonstraccedilatildeo de que os eventos tonais no PE como em outras liacutenguas se comportam como morfemas que codificam informaccedilatildeo semacircntico-pragmaacutetica eacute ilustrada com dois exemplos o contraste entre declarativa e interrogativa global em que eacute o tom de fronteira que carrega a funccedilatildeo distintiva (Figuras 15a-15b) o contraste entre interrogativa global neutra e interrogativa focalizada em que eacute o acento nuclear que estabelece a distinccedilatildeo (Figuras 15b-16)

Figura 15 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo(siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) (a) produzida como uma declarativa (b) produzida como uma interrogativa global

Prosoacutedia 45

Figura 16 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo produzida como uma interrogativa focalizada (no contexto Eu li aquele poema mas natildeo me recordo que parte do dia o poeta descreve como angelical)

A an iacuteda permite

verificar que r e um tom e fronteira final de I a que apenas eacute acrescentado um evento tonal inicial nesse esmo domiacutenio (Figura 17) Por outras palavras o domiacutenio relevante para a

Figura 17 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa maraviLHOsa do lagareiro produzida como uma declarativa neutra

aacutelise de toda a sequecircncia parte preacute-nuclear inclu a melodia no PE eacute constituiacuteda pelo acento tonal nuclea

dm

46 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo de acentos tonais no PE eacute o sintagma entoacional as palavras prosoacutedicas internas a I mesmo as cabeccedilas de sintagma fonoloacutegico (como gravava e maravilhosa na Figura 17) natildeo tecircm de ser tonalmente acentuadas As dimensotildees referidas no Quadro 2 acima satildeo naturalmente tambeacutem dimensotildees de variaccedilatildeo entre liacutenguas e variedades e portanto factores a ter em conta para a tipologia prosoacutedica A variaccedilatildeo no fraseamento entoacional entre liacutenguas romacircnicas jaacute referida no Moacutedulo 2 (ver Figura 6) exemplifica a relaccedilatildeo entre estrutura prosoacutedica e estrutura entoacional como uma dimensatildeo de variaccedilatildeo No Quadro 4 mostra-se a distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares no constituinte entoacional inicial de uma sequecircncia com subida de continuaccedilatildeo entre liacutenguas romacircnicas Os resultados apontam para dois grupos de liacutenguas consoante a predominacircncia de acentos de tipo ascendente ou de tipo descende

L+H L+H H+L L

nte

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares () por liacutenguavariedade e falante (Frota et al 2007)

Cat NM PG

97 100

0 0

3 0

0 0

Sp LM MR

27 5

73 95

0 0

0 0

SEP AG MC

0 0

57 11

43 89

0 0

NEP MI MS

19 0

57 0

7 14

17 86

It LC LD

47 41

0 0

0 59

53 0

Um outro exemplo de variaccedilatildeo entoacional eacute o caso de diferenccedilas sisteacutemicas em que eventos tonais distintos satildeo usados nos mesmos contextos O contraste entre as interrogativas na variedade standard do PE e na variedade do norte falada em Braga ou na variedade meridional falada em Castro Verde (Alentejo) eacute ilustrativo H+L eacute o acento nuclear na primeira e L o acento nuclear n caracteriza a variedad mportamento

isto Veja-se o contraste entre a Figura 14 acima (variedade standard) e a

as segundas LH eacute o tom de fronteira na primeira Le meridional e a variedade do norte apresenta um co

mFigura 18

Prosoacutedia 47

Figura 18 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo produzido por um falante da variedade meridional (Castro Verde Alentejo ndash Cruz amp Frota 2010)

Para aleacutem de diferenccedilas no leacutexico entoacional utilizado p

omiacutenio relevante para atribuiccedilatildeo de acentos todem surgir

diferenccedilas no d onais Ao contraacuterio do EP (variedade standard) que eacute caract o m istribuiccedilatildeo esparsa de acentos tonais dado te o iacutenio relevante outras liacutenguas romacircnicas apresentam uma distri is rica apontando para constituintes prosoacutedicos mais baixos como o rele te Esse eacute tam de outras variedades da Portug o a variedade do norte (Braga) Veja-se o contraste entre a Figura 17 acima e a Figura 19

19 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa produzida por um falante da variedade do norte

(Braga)

erizad por u a dr I como dombuiccedilatildeo madomiacutenio van beacutem o caso

uecircs com

FiguramaraviLHOsa do lagareiro

48 Soacutenia Frota

Apesar do ganho em termos de investigaccedilatildeo sobre liacutenguas diversificadas metodologicamente comparaacutevel que representou a abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional (eg Jun 2005 no prelo) permanecem questotildees fundamentais em aberto na fonologia entoacional que importa discutir (ver a este propoacutesito Ladd 19962008) Uma destas questotildees diz respeito agrave proacutepria natureza da entoaccedilatildeo e agrave definiccedilatildeo das categorias fonoloacutegicas da entoaccedilatildeo O facto da entoaccedilatildeo conter simultaneamente elementos discretos (linguiacutesticos) e gradientes (paralinguiacutesticos) dificulta a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais Por outro lado ainda a divisatildeo de trabalho entre o que pertence agrave implementaccedilatildeo foneacutetica e agrave representaccedilatildeo fonoloacutegica das categorias

tambeacutem nem sempre eacute clara Veja-se o exemplo do alinhamento onal ser

deter as s tonais) fazendo com que uma mesma

ento on-line tecircm issores (Sudhoff et al 2006)

No caso especiacutefico da entoaccedilatildeo do Portuguecircs trabalhos experimentais orientados para a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais satildeo todavia escassos (vejam-se os estudos de Faleacute amp Faria e de Frota) Trabalhos deste tipo bem como estudos de variaccedilatildeo entoacional na liacutengua relacionando produccedilatildeo e percepccedilatildeo satildeo fundamentais para o conhecimento do sistema entoacional do Portuguecircs e para o conhecimento da tipologia prosoacutedica das liacutenguas Bibliografia especiacutefica

entoacionaist a relaccedilatildeo temporal entre alvos tonais e a cadeia segmental pode

minada por factores diversos (como a distacircncia para fronteiras prosoacutedicou a presenccedilaausecircncia de outros eventocategoria tonal possa apresentar alinhamentos diferentes todavia algumas liacutenguas parecem explorar contrastes de alinhamento associando-os a significados distintos o que sugere a existecircncia de categorias tonais diferentes distinguidas precisamente por alinhamentos diferentes A identificaccedilatildeo de quais as diferenccedilas entoacionais que satildeo fonologizadas nas liacutenguas passa necessariamente por abordagens experimentais com metodologias que testem a relaccedilatildeo entre variaccedilatildeo na forma foneacutetica e atribuiccedilatildeo de significado entoacional Tarefas perceptivas semanticamente motivadas ou em que informaccedilatildeo

conta bem como estudos de processamcontextual seja tida emproporcionado resultados prom

Cruz ese

ion and Perception TIE4 Stockholm M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portugu

Product

Prosoacutedia 49

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000a) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000b) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Chap 5

Frota S (2002a) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002b) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chap 2

Frota S (2010) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Hellmuth S (2007) The relationship between prosodic structure and pitch accent distribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing) 24 291-316

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2ordf ediccedilatildeo 2008) Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology

In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp 06) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New Gruyter

iana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

J SchlieBer (20York Mouton de

VhttpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

50 Soacutenia Frota

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da

Vigaacuterio

ology edited by W L Wetzels) 115-137

65 PR

signifi

sintaacutecta que nstituintes

forma de abordar esta questatildeo consiste na anaacutelise do processamento de frases

produccedil

resulta ccedilatildeo prosoacutedica natildeo eacute obrigatoacuteria Todavia e a

especiacutef

estrutu o recurso agrave introduccedilatildeo de

qual os a essas fronteiras se encontram estruturalmente

determmoveram do interior para o litoral bloqueando a interpretaccedilatildeo de que as

Linguagem Re(habilitar) 45 35-64 M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phon

OSOacuteDIA E SIGNIFICADO 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

O quinto moacutedulo do programa eacute dedicado ao contributo da prosoacutedia para o cado na perspectiva do processamento da liacutengua Destaca-se o estudo de

sequecircncias ambiacuteguas e o papel da prosoacutedia no processamento lexical e ico Satildeo apresentados e discutidos trabalhos experimentais que examinam statildeo da segmentaccedilatildeo do sinal de fala em palavras e co

sintagmaacuteticos tanto por adultos como por bebeacutes e crianccedilas Uma das questotildees centrais para o estudo da linguagem eacute perceber como

o contiacutenuo sonoro eacute segmentado em palavras e unidades sintagmaacuteticas Uma

ambiacuteguas ou de frases com ambiguidades temporaacuterias Estudos de produccedilatildeo de frases estruturalmente ambiacuteguas em diferentes liacutenguas mostram que em

otildees naturais quando os falantes natildeo satildeo explicitamente confrontados com a ambiguidade estes enunciados nem sempre satildeo desambiguados Estes

dos mostram que a desambiguaquando ela ocorre existe congruecircncia entre a prosoacutedia produzida interpretaccedilatildeo pretendida isto eacute os falantes utilizam as configuraccedilotildees prosoacutedicas

icas que reflectem os significados contrastantes Veja-se um exemplo de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica na Figura 20 No PE a desambiguaccedilatildeo de enunciados

ralmente ambiacuteguos eacute geralmente obtida comfronteiras de sintagma entoacional que bloqueiam a interpretaccedilatildeo segundo a

constituintes adjacentes ligados No exemplo da Figura 20 a fronteira de I em populaccedilotildees (19b)

ina que a uacutenica interpretaccedilatildeo possiacutevel eacute aquela em que as populaccedilotildees se

Prosoacutedia 51

populaccedilotildees que satildeo do interior foram para o litoral interpretaccedilatildeo esta apenas vel caso natildeo exista fronteira de I a sdisponiacute eguir a populaccedilotildees (19a)

ra o litoral

Figura 20 Desambiguaccedilatildeo prosoacutedica da sequecircncia estruturalmente ambiacutegua Deslocaram-se as populaccedilotildees do interior pa(Vigaacuterio 2003)

(19) a [deslocaram-se [as populaccedilotildees [do interior]PP]NP [para o litoral]PP]VP [ [deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ [do interior]φ [para o litoral]φ]I b [deslocaram-se [as populaccedilotildees]NP [do interior]PP [para o litoral]PP]VP [[deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ]I [[do interior]φ [para o litoral]φ]I

Este recurso agrave fronteira de I e natildeo a uma fronteira prosoacutedica mais baixa ou a um outro mecanismo prosoacutedico como a distribuiccedilatildeo de acentos tonais eacute gramaticalmente motivado Os constituintes agrupados num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador que natildeo estaacute disponiacutevel entre Is (ver Moacutedulo 2) A opcionalidade da utilizaccedilatildeo deste recurso tambeacutem eacute gramaticalmente motivada esta fronteira de I natildeo resulta directamente do mapeamento sintaxe-fonologia pois em (19) todos os constituintes se encontram no domiacutenio da mesma frase raiz mas da promoccedilatildeo de uma fronteira de sintagma fonoloacutegico para fins de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica Um caso claacutessico de ambiguidade estrutural eacute o da ligaccedilatildeo local ou natildeo local de oraccedilotildees relativas (Figura 21) Estas estruturas de tipo NP1 NP2 RC (oraccedilatildeo relativa) tecircm sido extensivamente estudadas em diferentes liacutenguas e

52 Soacutenia Frota

recorrendo a diferentes paradigmas experimentais Os resultados obtidos parecem mostrar que as preferecircncias pela ligaccedilatildeo local ou pela ligaccedilatildeo natildeo local ariam de liacutengua para liacutengua mesmo no caso da leitura silenciosa em que os

falantes projectam a liacutengua os resultados nte do contraste

entre estudconfirma

ituintes longos tendem a mo ento dos constituin

Figura 21 Ligaccedilatildeo de oraccedilotildees relativas e prosoacutedia

das liacutenguas romacircnicas apesar de diferenccedilas prosoacutedicas notoacuterias como o domiacutenio

v a prosoacutedia impliacutecita Para uma mesm

podem todavia depender da metodologia utilizada designadameos off-line e estudos on-line Os vaacuterios trabalhos tecircm ainda

do a importacircncia de factores prosoacutedicos como a extensatildeo dos constituintes para a ligaccedilatildeo preferencial da relativa const

tivar fronteiras prosoacutedicas afectando as possibilidades de agrupamtes

Uma questatildeo importante em aberto nesta linha de investigaccedilatildeo diz respeito agraves razotildees que conduzem agraves diferentes preferecircncias entre liacutenguas designadamente em estudos off-line A sintaxe bem como o sistema prosoacutedico das liacutenguas e a forma como ambos interagem satildeo candidatos fortes para proporcionar uma resposta Todavia liacutenguas como o Inglecircs o Japonecircs ou o Mandarim com diferenccedilas sintaacutecticas importantes (por exemplo a ordem NP1 NP2 RC em Inglecircs vs a ordem RC NP2 NP1 em Mandarim) e diferentes sistemas prosoacutedicos (o Inglecircs eacute uma liacutengua entoacional o Japonecircs eacute uma liacutengua com acento tonal lexicalmente determinado e o Mandarim eacute uma liacutengua tonal) apresentam a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo baixa Por outro lado a maioria

Prosoacutedia 53

de distribuiccedilatildeo de acentos tonais as formas de marcaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico ou mesmo as formas de implementaccedilatildeo da proeminecircncia (com o PE e o Francecircs com propriedades prosoacutedicas diferenciadas entre si e tambeacutem distintas das do Italiano Castelhano ou Portuguecircs do Brasil) apresenta a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo alta Abordagens experimentais em que propriedades sintaacutecticas e prosoacutedicas bem como o mapeamento sintaxe-fonologia sejam tidas em conta para cada liacutengua e na comparaccedilatildeo entre liacutenguas satildeo certamente necessaacuterias para uma melhor compreensatildeo da interpretaccedilatildeo destas estruturas Sequecircncias com ambiguidades temporaacuterias tecircm apontado para um papel relevante da prosoacutedia no processamento A presenccedila de certas propriedades prosoacutedicas condiciona quer o acesso lexical quer o processamento sintaacutectico antes da ocorrecircncia de outros elementos desambiguadores A Figura 22 ilustra umassumi

a representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no acesso lexical que tem sido da em vaacuterios estudos

Figura 22 Fronteiras prosoacutedicas e acesso lexical Em ambiguidades lexicais locais como as em (20) a ausecircncia de uma fronteira prosoacutedica superior ao niacutevel da palavra (20a) introduz atrasos no processamento face a sequecircncias semelhantes mas natildeo ambiacuteguas Pelo contraacuterio na presenccedila de tal fronteira prosoacutedica (20b) o reconhecimento lexical na sequecircncia ambiacutegua e na natildeo ambiacutegua efectua-se em tempos idecircnticos (Christophe et al 2004)

54 Soacutenia Frota

(20) a [un chat grincheux]φ chat chagrin ne [un chat drogue]φ chat b [le gros chat]φ [grimpaithellip = [le gros chat]φ [dressaithellip Tambeacutem em casos como em (21) a presenccedila de uma fronteira de φ desambigua entre os candidatos lexicais possiacuteveis mas jaacute a presenccedila de uma fronteira de niacutevel de palavra como em (22) natildeo parece ser suficiente para produzir desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) Este conjunto de resultados sugere que o acesso lexical se processa no domiacutenio prosoacutedico do sintagma fonoloacutegico (2 a [o rolo de fita cola]φ [ficou b [o rolo de fita]φ [cola]φ [figuras (22) a [para quem discorrer]φ [sobre este tema b [para quem diz correr]φ [dez quiloacutemetros

1)

O estudo do papel da prosoacutedia no processamento lexical eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimentais como tarefas de monotorizaccedilatildeo de palavra (Word-monitoring) de detecccedilatildeo de fonema inicial de palavra ou de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas (Completion) A Figura 23 mostra uma representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico Enunciados localmente ambiacuteguos mas com diferentes estruturas prosoacutedicas produzidos por falantes natildeo conscientes da ambiguidade tendem a ser desambiguados com sucesso pelos ouvintes As propriedades prosoacutedicas que conduzem agrave desambiguaccedilatildeo podem todavia diferir entre liacutenguas por exemplo no Francecircs a fronteira de sintagma fonoloacutegico parece ser suficiente (Milotte et al 2007) enquanto no Portuguecircs Europeu apenas a fronteira de sintagma entoacional produz desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) O mente um caso o outro

s exemplos em (23) e (24) ilustram respectivae (23) a le petit chien]φ mord la laisse b le petit chien mort]φ sera enterreacutehellip (24) a uma vez chegado o professor]I comeccedilaram b uma vez chegado]I o professor comeccedilou

Prosoacutedia 55

Figura 23 Fronteiras prosoacutedicas e processamento sintaacutectico

natildeo soacute um exame mais e o Francecircs se distingue

laramente do PE no que respeita agrave marcaccedilatildeo prosoacutedica do sintagma fonoloacutegico

entais off-line e on-line omo

1996 Houmlhle 2009) Apresentam-se aqui dois estudos ilustrativos da tilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas por bebeacutes e crianccedilas nos domiacutenios do acesso

biguidade

Estas diferenccedilas entre liacutenguas requerem

detalhado das propriedades prosoacutedicas do input (ondcndash ver Moacutedulos 2 e 4) mas tambeacutem estudos entre liacutenguas com metodologias exactamente comparaacuteveis O estudo do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimc as tarefas de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas de detecccedilatildeo de palavra (Word-detection) e de registo do movimento dos olhos A exploraccedilatildeo de pistas prosoacutedicas para aceder a diversos tipos de unidades e estruturas linguiacutesticas natildeo eacute uma possibilidade exclusiva de falantes adultos A investigaccedilatildeo existente indica que o input disponibiliza pistas (foneacuteticas prosoacutedicas estatiacutesticas) para fronteira de palavra tipo de categoria de palavras aspectos diversos da estrutura sintaacutectica e que os bebeacutes e crianccedilas exploram estas pistas no processo de aquisiccedilatildeo e desenvolvimento da liacutengua O papel da informaccedilatildeo prosoacutedica neste processo parece ser determinante (Morgan amp Demuthulexical e do processamento sintaacutectico da am

56 Soacutenia Frota

A importacircncia para a segmentaccedilatildeo do sinal de fala da presenccedila de uma biguidade lexical local eacute

xaminada na performance de bebeacutes aprendentes do Inglecircs e de bebeacutes aprendentes do Francecircs (respectivamente Gout et al 2004 e Millotte et al no prelo) Os bebeacutes satildeo expostos a estiacutemulos como os em (25) no quadro da aplicaccedilatildeo do paradigma experimental do movimento preferencial da cabeccedila (Head-turn preference procedure) na sua variante condicionada Os resultados mostram que aos 10 meses de idade os bebeacutes ingleses jaacute distinguem entre monossiacutelabos e dissiacutelabos enquanto os bebeacutes franceses apenas o fazem aos 16 meses de idade Para aleacutem de confirmarem desde muito cedo uma capacidade para a computaccedilatildeo de informaccedilatildeo prosoacutedica e sua utilizaccedilatildeo como pista na aquisiccedilatildeo lexical estes resultados apontam para diferenccedilas entre liacutenguas (tal como no caso dos estudos com adultos) A indicaccedilatildeo de que as pistas para segmentaccedilatildeo de palavra poderatildeo ser mais fortes no Inglecircs do que no Francecircs principalmente devido agraves relaccedilotildees de proeminecircncia entre siacutelabas e ao padratildeo acentual domondicionar o passo do desenvolvimento da liacutengua

bal]φ confegravere un air solennel au chacircteau

omo os em (26)

Kipper-NOM quarto-LOC entra

fronteira de sintagma fonoloacutegico em situaccedilotildees de ame

inante (ver Moacutedulo 3) sugerem diferenccedilas no input que podem c

(25) a The church with the most paper spires is heavenly The man with the least pay]φ perspires constantly b La rangeacutee de balcons fait face au cloicirctre du monastegravere La grande salle de Num outro estudo a relevacircncia da prosoacutedia para a segmentaccedilatildeo do sinal em situaccedilotildees de ambiguidade lexical eacute estudada com crianccedilas coreanas entre os 2 e os 5 anos de idade (Choi amp Mazuka 2003) Em enunciados ca posiccedilatildeo da fronteira prosoacutedica a seguir ou antes de ka eacute crucial para a segmentaccedilatildeo lexical As crianccedilas satildeo expostas a duas imagens diferentes e eacute-lhes pedida a escolha da imagem correspondente ao estiacutemulo sonoro Os resultados mostram que as crianccedilas identificam correctamente os itens lexicais natildeo havendo diferenccedila significativa entre a performance de crianccedilas e de adultos (26) a Khipher ka ] pang e tˆlacutegayo Kipper entra num quarto

Prosoacutedia 57

b Khipher] kapang e tˆlacutegayo Kipper entra no saco

Kipper saco-LOC entra No mesmo estudo eacute ainda testada a utilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas em situaccedilotildees de ambiguidade estrutural Em enunciados como os em (27) a presenccedila ou ausecircncia de fronteira prosoacutedica a seguir a kirin determina respectivamente a interpretaccedilatildeo deste elemento como o sujeito da frase ou como parte do objecto As pistas prosoacutedicas associadas agrave presenccedila da fronteira satildeo as mesmas que caracterizam a situaccedilatildeo de ambiguidade lexical Os resultados mostram que crianccedilas ateacute aos 4 anos natildeo conseguem efectuar a desambiguaccedilatildeo e que crianccedilas de 5-6 anos tecircm uma performance superior agraves primeiras mas ainda significativamente diferente da dos adultos (27) a kirin ] kwaja macutegacuteyo (A) girafa come (o) bolo

girafa bolo come

b kirin kwaja ] macutegacuteyo (Algueacutem) come (o) bolo em forma de girafa

Estes resultados confirmam a existecircncia de uma capacidade para omputar e usar a prosoacutedia e revelam que a diferenccedila entre os casos de

a dificuldades no de uma liacutengua

ista prosoacutedico primeira

arcam margens de constituintes a demonstraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo destas

cambiguidade lexical e os de ambiguidade estrutural eacute devidaprocessamento sintaacutectico Tratando-se o Coreano tipologicamente diferente do Inglecircs e do Francecircs do ponto de vpois as propriedades que nas uacuteltimas assinalam proeminecircncia nampropriedades constitui uma evidecircncia para um papel generalizado da prosoacutedia no processamento (para aleacutem das especificidades das liacutenguas) Bibliografia especiacutefica Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2 Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological

phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Fodor J 2002 Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

58 Soacutenia Frota

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Synt c disambiguation the role oeaning

acti f Barcelona

004) Phonological phrase boundaries e 51

oumlhle mecha n first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

aia M E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late

(1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology

mbiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com satildeo I ito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos Porto

Intonation editado por P Prieto) 249-278

prosoacutedia para a quisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo

ento prosoacutedico Aqui como anteriormente destacam-se abalhos experimentais sobre as questotildees em anaacutelise e faz-se especial referecircncia

ente a presenccedila de uma sensibilidade precoce a propriedades prosoacutedicas e que aponta para que as

prosody Workshop on Prosody and MGout A A Christophe amp J Morgan (2

constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Languag548-567

H B (2009) Bootstrapping nisms i

Mpreferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish Journal of Portuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Millotte S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal prosody constrains word segmentation in French 16-month-olds Journal of Portuguese Linguistics 9-2

Millotte S A Reneacute R Wales amp A Christophe (2008) Phonological phrase boundaries constrain the on-line syntactic analysis of spoken sentences Journal of Experimental Psychology Learning Memory amp Cognition 34 874-885

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nespor M M T Guasti amp A Christophe

Berlin Akademie Verlag 1-26 Vigaacuterio M (1997) Processos de desa

adveacuterbios de exclu n A Brpara Oacutescar Lopes Campo das Letras pp 855-868

ropean Portuguese Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in EuCatalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance

66 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico O sexto e uacuteltimo moacutedulo do programa trata do contributo daado proacuteprio desenvolvimtra estudos sobre o Portuguecircs

Existe uma vasta literatura que demonstra empiricam

Prosoacutedia 59

crianccedilas estejam equipadas com um mecanismo de processamento do sinal de nput) inicialmente sintonizfala (i ado para informaccedilatildeo prosoacutedica (eg Morgan

prosoacutedi o sinal de fala em

processo tornou-se conhecido como

icas mais investigadas estatildeo as que se relacionam om o ritmo sendo que para o ritmo podem contribuir diversos factores desde a

uiccedilatildeo dos padrotildees acentuais e de proeminecircncia a diferentes niacuteveis s tonais a forma acuacutestica como a

e combinaccedilatildeo segmental entre o 3) Estudos como o de Nazzi et al (1998)

receacutem-nascidos conseguem discriminar liacutenguas s diferentes mas natildeo liacutenguas agrupadas

tmicamente na mesma classe Em (28) apresenta-se uma siacutentese dos

1986 Morgan amp Demuth 1996 Jusczyk 1997 Houmlhle 2009) Pistas prosoacutedicas associadas a propriedades como o acento as proeminecircncias e fronteiras

cas o ritmo e a entoaccedilatildeo ajudam o bebeacute a segmentarunidades linguiacutesticas e podem contribuir para a sua categorizaccedilatildeo4 Este

bootstrapping prosoacutedico e tem sido investigado como uma das abordagens que visa contribuir para a compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da liacutengua (Figura 24)

Figura 24 Do sinal para a gramaacutetica

Entre as pistas prosoacutedcdistribprosoacutedicos a proacutepria distribuiccedilatildeo dos eventoproeminecircncia eacute realizada ou os padrotildees dconsoantes e vogais (ver Moacuteduldemonstram que bebeacutes pertencentes a classes riacutetmicariresultados de estudos de discriminaccedilatildeo riacutetmica com bebeacutes

4 Ver tambeacutem o moacutedulo 5 para uma ilustraccedilatildeo de como as propriedades prosoacutedicas contribuem para a segmentaccedilatildeo do input

60 Soacutenia Frota

(28) Tipo riacutetmico Liacutenguas Discriminaccedilatildeo Acentual Silaacutebico

InglecircsItaliano radic InglecircsCastelhano radic

Figura 25 s

A relaccedilatildeo entr s linguiacutesticas tem sido xplorada nas abordagens de bootstrapping (Figura 25) Foi proposto por xempl

A correlaccedilatildeo existente entre a posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma

RussoFrancecircs radic Inglecircs+Neerlandecircs Italiano+Castelhano radic Acentual Moraico InglecircsJaponecircs radic NeerlandecircsJaponecircs radic Acentual Acentual InglecircsNeerlandecircs X Silaacutebico Silaacutebico CastelhanoCatalatildeo X Acen+Sil Acen+Sil Inglecircs+Italiano Neerlandecircs+Castelhano X Estes resultados constituem uma evidecircncia forte de que os bebeacutes estatildeo equipados com mecanismos perceptivos especialmente sensiacuteveis a propriedades riacutetmicas do sinal de fala que permitem a identificaccedilatildeo dessas propriedades

Do sinal para a gramaacutetica o papel das propriedades riacutetmica

e propriedades riacutetmicas e unidadeee o que pistas riacutetmicas estatildeo na base do bootstrapping prosoacutedico da ordem de palavras da segmentaccedilatildeo de palavras e sua categorizaccedilatildeo ou do tipo de reportoacuterio silaacutebico (Nespor et al 1996 Christophe et al 2003 Jusczyk et al 1999 Nazzi et al 2006 Christophe et al 2008 Mehler amp Nespor 2002 Vigaacuterio et al 2003)

fonoloacutegico (inicial ou final) e a ordem sintaacutectica entre cabeccedila e complemento

Prosoacutedia 61

nas liacutenguas (ver Moacutedulo 2) permite associar o padratildeo riacutetmico em (29a) com a ordem cabeccedila-complemento e o padratildeo riacutetmico em (29b) com a ordem complemento-cabeccedila Trabalhos experimentais demonstram que os bebeacutes tecircm as capacidades perceptivas necessaacuterias para computar estas pistas riacutetmicas dado que discriminam entre sinais de fala segmentalmente idecircnticos mas

om uas

e ritmo acentual como o Inglecircs o Neerlandecircs ou o Alematildeo o padratildeo trocaico

ras mais longas Estas correlaccedilotildees permitem gerar as espectativas de segmentaccedilatildeo do sinal de fala em (30) uma segmentaccedilatildeo inicial baseada no acento ou mais propriamente no peacute binaacuterio trocaico (e com tendecircncia para palavras mais curtas) em liacutenguas de ritmo acentual e uma segmentaccedilatildeo inicial baseada na siacutelaba (e posteriormente com tendecircncia para palavras mais longas) em liacutenguas de ritmo silaacutebico Estudos experimentais confirmam que bebeacutes ingleses neerlandeses e alematildees segmentam precocemente palavras trocaicas (mas natildeo palavras jacircmbicas) e bebeacutes franceses falham a segmentaccedilatildeo de dissiacutelabos comeccedilando por reconhecer monossiacutelabos e integrando as duas siacutelabas numa mesma unidade apenas mais tarde (Houmlhle 2009) (30) a Ritmo acentual [ x x (xs xw) x x ] padratildeo trocaico gtgt palavra curta

b Ritmo silaacutebico [ x x (x) x x x ] siacutelaba gtgt palavra longa

prosodicamente diferentes no que respeita agrave posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma fonoloacutegico (eg Christophe et al 2003) (29) a [ hellip (ws)φ (ws)φ (ws)φ hellip ]I b [ hellip (sw)φ (sw)φ (sw)φ hellip ]I As propriedades riacutetmicas das liacutenguas estatildeo tambeacutem correlacionadas cpadrotildees de proeminecircncia ao niacutevel lexical e com tamanho de palavra Em liacutengd(sw) eacute dominante ao contraacuterio do que sucede por exemplo no Francecircs ou no Portuguecircs Europeu5 Paralelamente liacutenguas de ritmo acentual possuem palavras mais curtas enquanto liacutenguas de ritmo silaacutebico ou moraico possuem palav

o Cutler amp Carter (1987) cerca de 96 das palavras lexicais do Inglecircs comeccedilam por

siacutelaba toacutenica 80 das palavras lexicais satildeo monossiacutelabos No PE apenas 25 das palavras lexicais comeccedilam por siacutelaba toacutenica 71 das palavras lexicais possuem 3 ou mais siacutelabas (contagem em types obtida sobre uma secccedilatildeo da FrePOP ndash Frota et al 2010)

5 Segund

62 Soacutenia Frota

O facto de palavras funcionais serem habitualmente itens muito frequentes na liacutengua com forma monossilaacutebica sem acento e localizados mas margens de unidades prosoacutedicas (designadamente de sintagmas fonoloacutegicos e entoacionais) permite que os bebeacutes possam extrair estas regularidades compil

os e formatos silaacutebicos mais imples (Quadro 5) Esta correlaccedilatildeo permite que o ritmo ajude a crianccedila a

o da liacutengua Por sua vez o tipo de s formatos de palavra sendo mais um

ctor a contribuir para as estrateacutegias de segmentaccedilatildeo em (30) sistemas

ando uma lista destes elementos muito frequentes e identificando-os com palavras funcionais quando ocorrem nas fronteiras de constituintes prosoacutedicos Vaacuterios trabalhos experimentais mostram que os bebeacutes pouco depois do primeiro ano satildeo jaacute capazes de identificar categorias de palavras (Christophe et al 2008) As propriedades riacutetmicas correlacionam-se ainda com o tipo de reportoacuterio silaacutebico da liacutengua (ver Moacutedulo 3) As liacutenguas de ritmo acentual possuem tipicamente reportoacuterios silaacutebicos vastos com muitos tipos e grande complexidade silaacutebica pelo contraacuterio liacutenguas de ritmo silaacutebico tendem a possuir reportoacuterios mais pequenos com menos tipsdeterminar o tipo de reportoacuterio silaacutebicreportoacuterio silaacutebico correlaciona-se com ofasilaacutebicos complexos possibilitam mais diversidade com menos siacutelabas logo palavras mais pequenas sistemas silaacutebicos simples necessitam de mais siacutelabas para realizar contrastes lexicais logo palavras mais longas (Mehler amp Nespor 2002) Quadro 5 Propriedades de sistemas silaacutebicos complexos e sistemas silaacutebicos simples (Vigaacuterio et al 2003)

Syllable types English Dutch Spanish French EP Number 16 19 9 - 6 Most frequent () CV 34 CV 36 CV 58 CV 56 CV 65

CVC 30 CVC 32 CVC 22 CVC 19 CVC 16 VC 15 VC 15 CCV 6 V 10 V 11 V 8 CVCC 6 V 6 CCV 7 CCV 5 CVCC6 V 2 VC 3

Closed syllables () 56 59 30 26 19 CC(C) () --- 14 --- --- 6

Prosoacutedia 63

Estudos do desenvolvimento prosoacutedico infantil na perspectiva da produccedilatildeo e linguisticamente informados satildeo ainda recentes No que respeita agrave quisiccedilatildeo do sistema entoacional apenas um pequeno conjunto de liacutenguas foi

o Po Europ

eerlandecircs por um desenvolvimento entoacional mais tardio No primeiro

Figura 26 Produccedilatildeo de dois chamamentos consecutivos chamamento

aainda considerado Os resultados disponiacuteveis apontam para diferenccedilas entre liacutenguas com o Castelhano o Catalatildeo e rtuguecircs eu a serem caracterizados por um desenvolvimento entoacional precoce e o Inglecircs e Nconjunto de liacutenguas as crianccedilas mostram dominar um leacutexico entoacional proacuteximo do do adulto com o uso apropriado das diferentes melodias para veicular significados e mostram ainda um desenvolvimento na produccedilatildeo dos padrotildees de alinhamento e escalonamento tonal bem antes do iniacutecio do estaacutedio das duas palavras ou seja da produccedilatildeo de enunciados com combinaccedilatildeo de palavras (Snow 2006 Chen amp Fikkert 2007 Prieto amp Vanrell 2007 Frota amp Vigaacuterio 2008) As Figuras 26 e 27 ilustram o uso apropriado de diferentes melodias por uma crianccedila portuguesa com 20 meses que inicia o estaacutedio de duas palavras aos 26 meses

100100

200

300

400

500

600

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2 2 5

H H H L

t i t o t i t o

4 4

cantado seguido de chamamento insistente

64 Soacutenia Frota

150150

240

330

420

510

600

Fund

amen

tal f

requ

enc

0 0 5 1 1 5 2 2 5

Figura 27 Sequecircncia de respostas agrave pergunta do adulto Sabes quem eacute esta repetida por este apoacutes a primeira resposta da crianccedila declarativa neutra seguida de declarativa focalizada

No caso do chamamento verifica-se a produccedilatildeo pragmaticamente adequada do chamamento cantado em primeiro lugar com a selecccedilatildeo correcta dos tons de fronteira que fazem a distinccedilatildeo entre os dois tipos de chamamento No caso da declarativa em resposta agrave pergunta verifica-se a produccedilatildeo inicial de uma declarativa neutra substituiacuteda para uma declarativa focalizada na resposta agrave

nte o

a

ormas mono (eg Francecircs Portuguecircs) As ropriedades prosoacutedicas de enunciados de uma soacute palavra e de enunciados ultipalavra fornecem pistas para o estatuto prosoacutedico das siacutelabas (ou peacutes) e das

equecircncias de palavras que os constituem (Fikkert 1994 Odorico amp Carubbi

repeticcedilatildeo da pergunta por parte do adulto com um constraste de alinhamento do tom H associado a esta distinccedilatildeo pragmaacutetica (ver Moacutedulo 4 designadameQuadro 3)

Se parece natildeo existir uma correlaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento sintaacutectico os estudos atraacutes referidos apontam para umcorrelaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento lexical dadoque o primeiro surge associado a saltos significativos no tamanho do leacutexico produzido

Trabalhos sobre o desenvolvimento da estrutura prosoacutedica a partir de dados de produccedilatildeo tecircm tambeacutem revelado diferenccedilas entre liacutenguas Destaca-se oformato das primeiras palavras com liacutenguas em que o formato de peacute binaacuterio domina (eg Inglecircs Neerlandecircs Japonecircs) e liacutenguas em que f

ssilaacutebicas monomoraicas prevalecem pms

y (H

z)

H + L L H + L L

t a t aacute t a t aacute

4 4

Prosoacutedia 65

2003 Berens amp Gout 2005 Demuth amp McCullough 2008) O estudo destas istas permite determinar se um dado elemento eacute ou natildeo tratado como uma

palavra prosoacutedica ou como um sintagma entoacional e se dois ou mais elementos se encontram prosodicamente integrados numa mesma unidade ou prosodicamente separados em unidades diferentes Por outras palavras um tal estudo permite determinar as propriedades da estrutura prosoacutedica dos enunciados produzidos e o seu desenvolvimento Por exemplo a presenccedila de truncamento inicial de palavras dissilaacutebicas no PE ou a sua produccedilatildeo com duas siacutelabas mas em que cada uma das siacutelabas apresenta um acento tonal (1PAsyl) sugerem fortemente que num estaacutedio inicial a siacutelaba estaacute a ser tratada pela crianccedila como uma palavra prosoacutedica e que a integraccedilatildeo de duas (ou mais) siacutelabas na mesma palavra prosoacutedica acontece num estaacutedio posterior quando quer o truncamento quer o acento tonal por siacutelaba quase desaparecem dando lugar a uma sequecircncia de siacutelabas produzida com um uacutenico acento tonal

isyl_1PA) (Figura 28)

ura 28 Estrateacutegias na produccedilatildeo de alvos dissilaacutebicos (1) ateacute

o 4) mostra que estas produccedilotildees satildeo formadas por sequecircncias de

p

(d

Fig104 (2) de 105 a 108 Dados de Luma (Frota 2010)

De uma forma similar a ausecircncia de integraccedilatildeo prosoacutedica nos primeiros enunciados multipalavra revelada pela presenccedila de pistas como pausas ou reset (ver Moacutedulconstituintes prosoacutedicos de uma uacutenica palavra (Figura 29) que contrastam com sequecircncias de palavras integradas num mesmo constituinte prosoacutedico (Figura 30) Naturalmente a ausecircnciapresenccedila de integraccedilatildeo prosoacutedica tem

66 Soacutenia Frota

consequecircncias natildeo soacute para o conhecimento do processo de desenvolvimento prosoacutedico mas tambeacutem para o conhecimento da emergecircncia da sintaxe

Figura 29 Enunciado Mamatilde olha produzido com dois sintagmas entoacionais (109)

100100

180

260

340

420

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2

H L H H

m a m atilde o l h a

4 4

Figura 30 Enunciado Mamatilde olha produzido num uacutenico sintagma entoacional (111)

D ocesso de aquisiccedilatildeo

a liacuteng d

ada a complexidade dos factores envolvidos no prua apoacutes deacutecadas de investigaccedilatildeo no domiacutenio da percepccedilatildeo e dos

trabalhos mais recentes no acircmbito da produccedilatildeo o conhecimento do papel da prosoacutedia neste processo eacute ainda fragmentaacuterio Muitos percursos de investigaccedilatildeo permanecem por explorar como os que a seguir se referem a tiacutetulo

200200

260

320

380

440

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H + L L

m a m atilde o l h a

4

Prosoacutedia 67

exemplificativo Diferentes propriedades riacutetmicas parecem determinar diferentes estrateacutegias de segmentaccedilatildeo nas liacutenguas (ver (30) acima) e os formatos de palavra inicialmente produzidos parecem correlacionar-se com essas estrateacutegias Todavia a relaccedilatildeo entre unidades de segmentaccedilatildeo na percepccedilatildeo no primeiro ano de vida e as unidades linguiacutesticas da produccedilatildeo inicial no segundo ano de

ida encontra-se por determinar Nos uacuteltimos anos tem surgido evidecircncia crescente para a importacircncia das propriedades do input no processo de aquisiccedilatildeo Mas a demonstraccedilatildeo de que a segmentaccedilatildeo lexical eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Inglecircs do que em bebeacutes aprendentes do Francecircs devido a propriedades especiacuteficas do input presentes numa liacutengua e ausentes noutra ou de que o desenvolvimento entoacional eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Catalatildeo ou do Portuguecircs do que em bebeacutes aprendentes do Inglecircs ou do Neerlandecircs devido a propriedades do input encontra-se ainda por fazer O Portuguecircs Europeu neste campo constitui um importante objecto de teste devido agrave combinaccedilatildeo de propriedades prosoacutedicas que o caracteriza a mistura de elementos riacutetmicos silaacutebicos e acentuais (ver Moacutedulo 3) a presenccedila de elementos entoacionais semelhantes a outras liacutenguas romacircnicas (como o acent senccedila espar is ndash ver Moacutedulo 4) A realizaccedilatildeo de investigaccedilatildeo experimental com dados do PE nos domiacutenios da discriminaccedilatildeo riacutetmica por bebeacutes poderia pois dar um contributo para o entendimento de quais as propriedades riacutetmicas mais salientes para os mecanismos perceptivos das crianccedilas Tambeacutem a investigaccedilatildeo das estrateacutegias de segmentaccedilatildeo lexical em bebeacutes aprendentes do PE em comparaccedilatildeo com os estudos jaacute existentes poderia dar um contributo para a associaccedilatildeo entre propriedades riacutetmicas e unidades de segmentaccedilatildeo inicial nas liacutenguas A exploraccedilatildeo de algumas destas linhas de investigaccedilatildeo estaacute prevista no acircmbito do projecto Development of prosodic structure and intonation presentemente em curso no CLUL Bibliografia especiacutefica

v

o poacutes-nuclear) a par de elementos entoacionais diferentes (como a presa de acentos tona

Behre

2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

ns H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Chen A amp P Fikkert (

Christophe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The case of the head-direction parameter Developmental Science 6 211-220

68 Soacutenia Frota

Christophe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1 amp 2) 61-75

Demuth K amp E McCullough (2008) The prosodic (re)organization of childrenrsquos early English articles Journal of Child Language 36 173-200

Fikkert Paula (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL Frota S (2010) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation

tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Frota S M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

faces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

dorico L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-word n children First Language 23(1) 97-116

rieto P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings

Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa Jusczyk P W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press Jusczyk P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word

segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 159-207 Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In

A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006) Early segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Inter

Outterances in Italia

Pof ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prosoacutedia 69

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23 months Child Development 77(2) 281-296

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass

Ambraz

Andrad iana (1994) Sineacuterese dieacuterese e estrutura silaacutebica In Actas do

ol 2 317-347

ic Typology The Phonology

494

Cascadilla Press 809-821 7 ANEXO

BIBLIOGRAFIA ALARGADA

aitis G (2010) Nuclear Intonation in Swedish Evidence from Experimental-Phonetic Studies and a Comparison with German Lund Lund University press

Andrade A (1984) Acoustic study of vowel duration in European Portuguese (based on one subject) Relatoacuterios do Grupo de Foneacutetica e Fonologia nordm 5 Lisboa INIC

Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

e E amp M C VIX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica 31-42 Lisboa APLColibri

Arvaniti A (1994) Acoustic features of Greek rhythmic structure Journal of Phonetics 22 239ndash268

Arvaniti A (2007) On the presence of final lowering in British and American English In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter V

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Arvaniti A amp M Baltazini (2005) Intonational Analysis and Prosodic Annotation of Greek Spoken Corpora In Sun-Ah Jun (ed) Prosodof Intonation and Phrasing Oxford OUP 84-117

Arvaniti A amp S Godjevac (2003) The origins and scope of final lowering in English and Greek In MJ Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Science Barcelona UAB 1077-80

Auer P (1991) ldquoStress-Timingrdquo vs ldquoSyllable-Timingrdquo from a Typological Point of View In B Palek amp P Janota (eds) Proceedings of LPrsquo90 Charles University Press 292-305

Baltazani M (2006) Focusing prosodic phrasing and hiatus resolution in Greek In L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 473-

70 Soacutenia Frota

Beckman M amp J Edwards (1990) Lengthenings and shortenings and the nature of prosodic constituency In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in

Beckm

Beckm letcher (1992) Prosodic structure and tempo in a sonority model of articulatory dynamics In Gerard J Docherty amp D Robert Ladd (eds) Papers in Laboratory Phonology II Cambridge CUP 68ndash86

eckman M J Hirschberg amp S Shattuck-Hufnagel (2005) The Original ToBI d the Evolution of the ToBI Framework In Sun-Ah Jun (ed)

y of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

ehrens H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Laboratory Phonology I Cambridge CUP 179ndash200

Beckman M amp J Edwards (1994) Articulatory evidence for differentiating stress categories In Patricia Keating (ed) Papers in Laboratory Phonology III Cambridge CUP 7ndash33

an M amp J Pierrehumbert (1986) Intonational Structure in Japanese and English Phonology Yearbook 3 255ndash310

an M J Edwards amp J F

BSystem anProsodic Typology The PhonologUniversity Press 9-54

B

Blevins J (1995) The Syllable in Phonological Theory In J Goldsimth (ed) The Handbook of Phonological Theory Oxford Blackwell 206-244

Boersma P amp D Weenink (2008) Praat doing phonetics by computer (version 5023) httpwwwpraatorg

Brandatildeo de Carvalho J (1989) Phonological conditions on Portuguese clitic

Bruce G (1977) Swedish word accents in sentence perspective Lund Gleerup

bridge CUP 70-87

ts Journal of the Acoustical Society of America 120

Cambieerdam LOT Dissertation Series 32

Casper43(2) 127-161

Chen A in English In Proceedings of Eurospeech Geneva 97-100

placement on syntactic evidence for stress and rhythmical patterns Linguistics 27 405-436

Byrd D A Kaun S Narayanan amp E Saltzman (2000) Phrasal signatures in articulation In M B Broe amp J Pierrehumbert (eds) Papers in Laboratory Phonology V Cam

Byrd D J Krivopic amp S Lee (2006) How far how long On the temporal scope of prosodic boundary effec(3) 1589-1599

r-Langeveld T (2000) Temporal marking of accents and boundaries PhD Thesis University of Amst

Carlson K L Frazier C Clifton Jr (2009) How prosody constrains comprehensionA limited effect of prosodic packaging Lingua 1191066ndash1082

s J (2000) Experiments on the meaning of four types of single-accent intonation patterns in Dutch Language and Speech

Chahal D amp S Hellmuth (in press) The intonation of Lebanese and Egyptian Arabic In Sun-Ah Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford OUP

(2003) Reaction Time as an Indicator of Discrete Intonational Contrasts

Prosoacutedia 71

Chen A amp P Fikkert (2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Christose of the head-direction parameter

Christo5

7

Cruz-Fh PhD Dissertation Manchester University

e

DrsquoImpe ets and their

DrsquoImpe How many levels of phrasing Evidence from

DrsquoImpe House (1997) Perception of questions and statements in

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

phe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The caDevelopmental Science 6 211-220

phe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1-2) 61-7

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-54

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Cruz M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portuguese Production and Perception TIE4 Stockholm

Cruz-Ferreira M (1980) Basic intonational and grammatical patterns of Portuguese and English questions MA Dissertation University of Manchester

erreira M (1983) Non-native comprehension of intonation patterns in Portuguese and in Englis

Cruz-Ferreira M (1998) Intonation in European Portuguese In D Hirst amp A Di Cristo (eds) Intonation Systems A Survey of Twenty Languages CambridgCambridge University Press 167-178

rio M (2000) The role of perception in defining tonal targalignment PhD Dissertation Ohio State University

rio M amp B Gili Fivela (2003)two varieties of Italian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 130-144

rio M amp DNeapolitan Italian Eurospeech rsquo97 251ndash254

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Dainora A (2006) Modelling intonation in English In L Goldstein D H Whalen amp Catherine T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 107-132

Dasher R amp D Bolinger (1982) On pre-accentual lengthening Journal of the International Phonetic Association 12 58-69

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

72 Soacutenia Frota

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

gia Tomo XXIV 1-11

Demuth e prosodic (re)organization of childrenrsquos

Den Os sertation Utrecht

DePaoltic study Journal of Phonetics 36 406-422

guage 59 294-311

on 27 27-33

a Lisboa

Elordie onational

oa

Faleacute I tonational Contrasts in

Faleacute I requests in European Portuguese

Fernansidade Estadual de Campinas

Fikkert J Freitas (1998) Acquisition of syllable structure constraints Evidence from Dutch and Portuguese In Proceedings of the GALA97

Delgado Martins M R (1973) Anaacutelise acuacutestica das vogais toacutenicas em Portuguecircs Boletim de Filologia Tomo XXII 303-314

Delgado Martins M R (1975) Vogais e consoantes do Portuguecircs estatiacutestica de ocorrecircncia duraccedilatildeo e intensidade Boletim de Filolo

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

Demuth K (2006) Crosslinguistic perspectives on the Development of Prosodic Words Introduction Language and Speech 49(2) 129-135

K amp E McCullough (2008) Thearly English articles Journal of Child Language 36 173-200

E (1988) Rhythm and tempo of Dutch and Italian PhD DisRijksniversiteit

is R A M Vihman amp S Kunnari (2008) Prosody in production at the onset of word use A cross-linguis

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentation and lexical processing Journal of Memory and Lan

Dimitrova S (1997) Bulgarian Speech Rhythm Stress-Timed or Syllable-Timed Journal of the International Phonetic Associati

Ellison M amp M C Viana (1996) Antagonismo e elisatildeo das vogais aacutetonas em PE Actas do XI Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de LinguiacutesticAPLColibri Vol III 261ndash282

ta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intphrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica (Special issue on Boundaries in intonational phonology ed by Merle Horne amp Marc van Oostendorp) 59 110-143

Faleacute I (1995) Fragmento da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu as Estruturas Coordenadas MA Dissertation Universidade de Lisb

Faleacute I (2005) Percepccedilatildeo e Reconhecimento da Informaccedilatildeo Entoacional em Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

amp I H Faria (2006) Categorical Perception of InEuropean Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

amp I H Faria (2007) Imperatives orders and intonation In Proceedings of the 16th International Congress of Phonetic Sciences 1041-1044

des F (2007) Ordem Focalizaccedilatildeo e Preenchimento em Portuguecircs Sintaxe e Prosoacutedia PhD Dissertation Univer

Fikkert P (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL

P amp M

Prosoacutedia 73

Conference on Language Acquisition Edinburgh University of Edinburgh 217-222

Fodor J (2002) Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

s N Munaro amp R van de Vijver

Frota S nd

of an E of Athens 127ndash130

ue on

Frota S tuguese

ngua Portuguesa

Freitas M J (1997) Aquisiccedilatildeo da Estrutura Silaacutebica do Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

Frota S (1996) Prosodic Phrases and European Portuguese in search of evidence In A Bisetti L Brugegrave J Costa R Goedeman(eds) Proceedings of ConSole 3 Leiden SOLE 47ndash69

(1997) Association Alignment and Meaning the tonal sequence HL aFocus in European Portuguese In A Botinis G Kouroupetroglou amp G Carayiannis (eds) Intonation Theory Models and ApplicationsmdashProceedings

SCA Workshop Athens ESCAUniversity

Frota S (2000a) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2000b) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma Actas do XV Encontro teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs)

Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2002a) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 (Special issIntonation in Romance edited by J Ignacio Hualde) 113-146

(2002b) Tonal association and target alignment in European Pornuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002c) The Prosody of Focus a Case-Study with Cross-Linguistic Implications In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 319-322

Frota S (2003a) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2003b) The phonological status of initial peaks in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 133-152

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio amp A Villava Gramaacutetica da Liacute6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (2010a) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

74 Soacutenia Frota

Frota S (2010b) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A

Frota S accedilatildeo no

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena

Frota es of European

European Portuguese Third

Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Mateus amp C Nunes Correia (eds) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varietiPortuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation inConference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa httpwwwflulptLaboratorioFoneticatextsTIE3EarlyIntonationEPfpdf

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das

Frota S Vigaacuterio (2007) The phonetics

eory) 131-153

duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp Mand phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Th

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Prosoacutedia 75

Frota Sde Lisboa

M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade httpfrepopflulpt

Gerken

Gili Fi d Perception The Case of Pisa

Gordonsodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

Gout A l phrase boundaries

Grabe rrelates of Rhythmic Class In C

Grabe Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV

Grice ian implications for

Grφnnu

Gussen

Gussen

Gut Ul

Language and Speech 34(4) 299-318

L amp R Aslin (2005) Thirty Years of Research on Infant Speech Perception The Legacy of Peter W Jusczyk Language Learning and Development 1(1) 5-21

Ghini M (1993) φ-formation in Italian a new proposal Toronto Working Papers in Linguistics 122 41ndash79

vela B (2008) Intonation in Production anItalian Alessandria Edizione dellrsquoOrso

M K (2005) Intonational Phonology of Chickasaw In Sun-Ah Jun (ed) ProUniversity Press 301-330

A Christophe amp J Morgan (2004) Phonologicaconstrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

E amp E L Low (2000) Acoustic CoGussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 515-546

E amp P Warren (1995) Stress shift do speakers do it or do listeners hear it In BCambridge CUP 95ndash110

M (1995) The intonation of interrogation in Palermo Italintonation theory Tuumlbingen Niemeyer

m N amp M C Viana (1999) Aspects of European Portuguese Intonation In ICPhS 99 San Francisco Vol3 1997-2000

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

hoven C (1984) On the Grammar and Semantics of Sentence Accents Dordrecht Foris

Gussenhoven C (1993) The Dutch foot and the chanted call Journal of Linguistics 29 37-63

hoven C (1999) Discreteness and Gradience in Intonational Contrasts Language and Speech 42(2-3) 283-305

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

rike and Jan-Torsten Milde (2002) The Prosody of Nigerian English In Speech Prosody 2002 Proceedings Aix-en-Provence 367-370

Halleacute P B Boysson-Bardies amp M Vihman (1991) Beginnings of prosodic organization intonation and duration patterns of disyllables produced by Japanese and French infants

76 Soacutenia Frota

Hayes B (1995) Metrical Stress Theory Principles and case studies Chicago The University of Chicago Press

Hayes B amp A Lahiri (1991a) Bengali Intonational Phonology Natural Language

Hayesrg L Nord amp R Carlson (eds) Music Language Speech

Hellmudams A Cooper F Parrill amp T Wier (eds) Proceedings from the 40th

Hellmu nship between prosodic structure and pitch accent

91-316

Homae no amp G Taga (2007) Prosodic processing in the

Horne Linguistics 28 959-981

Hume odel of the Interplay of Speech Perception and

Jordatildeo oacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

Jun S- on the laryngeal gesture in Korean In

Jun S-A (2003) The effect of phrase length and speech rate on prosodic phrasing In

Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin

Jun S- University Press

and Linguistic Theory 9 47ndash96

B amp A Lahiri (1991b) Durationally specified intonation in English and Bengali In J Sundbeand Brain Basingstoke Macmillan 78-91

th S (2004) Prosodic weight and phonological phrasing in Cairene Arabic In N AAnnual Meeting of the Chicago Linguistics Society 97-111

th S (2007) The relatiodistribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 2

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

F H Watanabe T Nakadeveloping brain Neuroscience Research 59 29-39

Merle (1990) Empirical evidence for a deletion formulation of the rhythm rule in English

House David (1990) Tonal Perception in Speech Lund Lund University press

E amp K Johnson (2001) A MPhonology In E Hume amp K Johnson (eds) The Role of Speech Perception in Phonology New York Academic Press 3-26

R (2009) A estrutura prosUm estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

A (1995) Asymmetrical prosodic effectsB Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 235-253

Jun S-A (1996) The Phonetics and Phonology of Korean Prosody Intonational Phonology and Prosodic Structure New York Garland Publishing

M J Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Sciences Barcelona UAB 483ndash486

Jun S-A (2005a) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (2005b) Korean Intonational Phonology and Prosodic Transcription In S-A Jun (ed) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford OUP 201-229

Jun S-A (2007) The intermediate phrase in Korean Evidence from sentence processing In T Riad amp CMouton de Gruyter Vol 2 143-167

A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford

Prosoacutedia 77

Jusczyk Peter W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press

P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 1

Jusczyk59-207

3th International Conference on Turkish Linguistics

Kainad honological nature of prosodic

Kaplan 1978) Methods amp Designs Tables

Keating initial articulatory

Kohler ings of the

ences of the Estonian SSR

Ladd D f Intonational Phonology

nter-

Ladd D tonational emphasis continuous

Lehiste

Acquisition Cambridge University Press

Maia Mnal of

Major razilian Portuguese Journal of Phonetics 9

Manriq17-128

Kabak B amp A Revithiadou (2006) The Phonology of Clitic Groups Prosodic Recursivity Revisited Paper given at The 1Uppsala

a E (2009) The phonetic and pboundaries evidence from Modern Greek PhD Dissertation University of Edinburgh

H L N A Macmillan amp C D Creelman (of drsquo for variable-standard discrimination paradigms Behavior Research Methods amp Instrumentation 10(6) 796-813

P T Cho C Fougeron amp C-S Hsu (2003) Domain-strengthening in four languages In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 145-163

K J (1987) Categorical Pitch Perception In Uuml Vicks (ed) Proceed11th International Congress of Phonetic Sciences Volume 5331-333 Tallinn Academy of Sci

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements oIn M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Ladd D R amp J M Scobbie (2003) External sandhi as gestural overlap Couevidence from Sardinian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 164-182

R amp R Morton (1997) The perception of inor categorical Journal of Phonetics 25 313ndash342

I (1970) Suprasegmentals Cambridge MA The MIT Press

Levelt C amp R Van de Vijver (2004) Syllable types in cross-linguistic and developmental grammars In R Kager J Pater amp W Zonneveld (eds) Constraints in Phonological

Li W Y Yang (2009) Perception of prosodic hierarchical boundaries in Mandarin Chinese sentences Neuroscience 158 (4)1416-1425

Lloyd J (1940) Speech Signals in Telephony London

E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late preferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish JourPortuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Roy C (1981) Stress-timing in B343-351

ue A MB amp A Signorini (1983) Segmental duration and rhythm in Spanish Journal of Phonetics 11 1

78 Soacutenia Frota

Mata A I (1999) Para o estudo da entoaccedilatildeo em fala espontacircnea e preparada no Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

M H amp E Andrade (2000) The PMateus honology of Portuguese Oxford Oxford

as

Mehler n

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988)

Millottsody constrains word segmentation in French 16-month-olds

Millott98-909

Moraes J (1992) Dureacutee Intrinsegraveque de Martin

Morais Barb ie portugaise Lisboa Junta de

Morgan J L (1996) A rhy preverbal speech segmentation Journal of

Morgan

of Phonetics 37 29-45

Early

Nazzi T J

766

logy In I Roca (ed) Logical

Nespor Berlin Mouton de Gruyter

University Press

Mateus M H amp M R Delgado Martins (1982) Contribuiccedilatildeo para o estudo dvogais aacutetonas [acute] e [u] no Portuguecircs Europeu Biblos Vol LVIII 111ndash128

J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language IA Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

e S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal proJournal of Portuguese Linguistics 9-2

e S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 8

Moniz H (2006) Contributo para a caracterizaccedilatildeo dos mecanismos de (dis)fluecircncia em Portuguecircs Europeu MA Dissertation Universidade de Lisboa

s Voyelles du Portugais Breacutesilien In P (ed) Melanges Leacuteon Phonetique Phonostylistique Linguistique et Litterature 367-377 Toronto Editions Meacutelodie

osa J (1965) Etudes de phonologInvestigaccedilotildees do Ultramar

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

thmic bias in Memory and Language 35 666-688

J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nakai S S Kunnari A Turk K Suomi amp R Ylitalo (2009) Utterance-final lengthening and quantity in Northern Finnish Journal

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006)segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newbornstowards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonoIssues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

M (1999) Stress Domains In Word Prosodic Systems in the Languages of Europe Harry van der Hust (ed) 117-159

Prosoacutedia 79

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2ordf ediccedilatildeo publicada em 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The

man Proceedings of the International Symposium on Tonal

Odorico ord

Peperkao MA Dissertation University of Amsterdam

Pierreh d their alignment In M Horne (ed)

n

Pierreh

an Press

nal of Acoustical Society of America 90

Prieto P (2002) Entonacioacute In J Solagrave M R Lloret J Mascaroacute amp M P Saldanya

Prieto

Nespor M amp I Vogel (1989) On clashes and lapses Phonology 6 69ndash116

Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Niebuhr O amp K J Kohler (2004) Perception and Cognitive Processing of Tonal Alignment in GerAspects of Languages Emphasis on Tone Languages Beijing 155-158

L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-wutterances in Italian children First Language 23(1) 97-116

mp S (1992) La Risoluzione delle Aritmie nella Fonologia Ritmica dellrsquoItalian

Peperkamp S (1997) Prosodic Words The Hague Holland Academic Graphics HIL Dissertations 34

Pierrehumbert J (1980) The phonology and phonetics of English intonation PhD Dissertation MIT

umbert J (2000) Tonal elements anProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 11-36

Pierrehumbert J amp J Hirschberg (1990) The meaning of intonational contours in the interpretation of discourse In PR Cohen et al (eds) Intentions iCommunication Cambridge Mass MIT Press 271ndash311

umbert J amp M Beckman (1988) Japanese Tone Structure Cambridge Mass MIT Press

Pierrehumbert J amp SA Steele (1989) Categories of tonal alignment in English Phonetica 46 181ndash196

Pike K L (1945) The intonation of American English Ann Arbor University of Michig

Price P M Ostendorf S Shattuck-Hufnagel amp C Fong (1991) The use of prosody in syntactic disambiguation In Jour372-377

(eds) Gramagravetica del catalagrave contemporani Barcelona Empuacuteries Volum 1 393-462

Prieto P (2004) Fonegravetica i fonologia Els sons del catalagrave Barcelona Editorial UOC

P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

80 Soacutenia Frota

Ramus F (2002) Language discrimination by newborns Teasing apart phonotactic rhythmic and intonational cues Annual Review of Language Acquisition 2 85-

Ramus ues A

Ramus 999) Correlates of linguistic rhythm in speech

Sandler

prehension Springer

2519-2522

unication 41 71-80

dentification and lexical access In G Altmann amp R

Selkirk On derived domains in sentence phonology Phonology Yearbook 3

Selkirkrdrsquos paper In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in Laboratory

115

F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cstudy based on speech resynthesis JASA 105 512-521

F M Nespor amp J Mehler (1Cognition 73 265-292

Rietveld T J Haan L Heijmans amp C Gussenhoven (2002) Explaining attitudinal ratings of Dutch rising contours Morphological structure vs the Frequency Code Phonetica 59 180-194

Salverda A D Dahan amp J McQueen (2003) The role of prosodic boundaries in the resolution of lexical embedding in speech comprehension Cognition 90 51-89

W (2006) Phonology phonetics and the nondominant hand in L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 185-212

Sandler W amp D Lillo-Martin (2006) Sign Language and Linguistic Universals Cambridge CUP

Sandler W amp M Nespor (1999) Prosody in Israeli Sign Language Language and Speech 42 (2-3) 143-176

Savino M amp M Grice (in press) The perception of intonational contrasts in Italian In S Frota G Elordieta amp P Prieto (eds) Prosodic categories Production Perception and Com

Schiller N O A S Meyer R H Baayen amp W JM Levelt (1996) A Comparison of Lexeme and Speech Syllable in Dutch Journal of Quantitative Linguistics 3(1) 8-28

Schneider K G Dogil amp B Moumlbius (2009) German Boundary tones show Categorical Perception and a Perceptual Magnet Effect when presented in different contexts In Proceedings of Interspeech Brighton

Schouten B E Gerrits amp A van Hessen (2003) The end of categorical perception as we know it Speech Comm

Segui J E Dupoux amp J Mehler (1990) The role of the syllable in speech segmentation phoneme iSillcock (eds) Cognitive Models of Speech Processing Cambridge Mass MIT Press

Selkirk E (1984) Phonology and Syntax the relation between sound and structure Cambridge Mass MIT Press

E (1986)371ndash405

E (1990) On the nature of prosodic constituency comments on Beckman and EdwaPhonology I Cambridge CUP 179ndash200

Prosoacutedia 81

Selkirk E (1996) The Prosodic Structure of Function Words In J L Morgan amp K Demuth (eds) Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition

SelkirkProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce)

Selkirk glish In S Frota M

Shaked syntactic and phonological constraints in Hebrew

Shattuc importance of phonological transcription in

Shattucle of prosodic structure In Merle Horne (ed) Prosody

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23

Sudoof er S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp

Tenani guecircs do brasil implicaccedilotildees para a

Trucke On the relation between syntactic phrases and phonological

Trucke

Turk A ufnagel (2000) Word-boundary-related duration patterns in

Turk A 7) Multiple targets of phrase-final lengthening

van He R S Kirsner (2004) Phonetic or phonological contrasts in Dutch

Mahwah Lawrence Erlbaum Associates 187-213

E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Dordrecht Kluwer 231-261

E (2005) Comments on Intonational Phrasing in EnVigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

A (2007) Competingprosodic phrasing The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 169-199

k-Hufnagel S (1995) The empirical approaches to ldquostress shiftrdquo versus ldquoearly accentrdquo comments on Grabe and Warren and Vogel Bunnell and Hoskins In B Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 128ndash 140

k-Hufnagel S (2000) Phrase-level phonology in speech production planning Evidence for the roTheory and Experiment Dordrecht Kluwer Academic Publishers 201-229

months Child Development 77(2) 281-296

f S D Lenertovaacute R MeyJ SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

L (2002) Domiacutenios prosoacutedicos no Portuprosoacutedia e para a aplicaccedilatildeo de processos fonoloacutegicos PhD dissertation Universidade Estadual de Campinas

nbrodt H (1999) phrases Linguistic Inquiry 30 219ndash255

nbrodt H (2002) Upstep and embedded register levels Phonology 19 77-120

Truckenbrodt H (2007) Upstep on edge tones and on nuclear accents In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter Vol 2 349-386

Turk A amp J R Sawusch (1997) The domain of accentual lenthening in American English Journal of Phonetics 25 25-41

amp S Shattuck-HEnglish Journal of Phonetics 28 397-440

amp S Shattuck-Hufnagel (200in American English words Journal of Phonetics 35 445-472

uven V ampboundary tones In Linguistics in the Netherlands 21 102-113 AmsterdamPhiladelphia John Benjamins

82 Soacutenia Frota

Vanrell M (2007) A tonal scaling contrast in Majorcan Catalan interrogatives Journal of Portuguese Linguistics 6(1) 147-178 (Special issue Prosody in Ibero-Romance and related languages ed by G Elordieta and M Vigaacuterio)

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

Viana M C (1987) Para a siacutentese da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Dissertaccedilatildeo para acesso agrave categoria de Investigador Auxiliar Lisboa CLUL-INIC

httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

M (1998) Aspectos da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu estruturas com adveacuter

Vigaacuteriobio de exclusatildeo e negaccedilatildeo fraacutesica Braga CEHUM

465-477 Lisboa APLColibri

stics 2-2 (Special Issue on Portuguese

ial Issue Crosslinguistic Perspectives on the Development of Prosodic

Vigaacuterio m signal to grammar Rhythm and the th

sterdam John Benjamins 137-158

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

Vigaacuterio M (2003) The Prosodic Word in European Portuguese BerlinNew York Mouton de Gruyter

Vigaacuterio M (2009) The Prosodic Word Group as a domain of prosodic hierarchy Paper given at the Sixth Old Conference in Phonology (OCP6) Univ Edinburgh

Vigaacuterio M amp I Faleacute (1994) A Siacutelaba no Portuguecircs Fundamental uma descriccedilatildeo e algumas consideraccedilotildees de ordem teoacuterica In Actas do IX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese LinguiPhonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M M J Freitas amp S Frota (2006) Grammar and frequency effects in the acquisition of prosodic words in European Portuguese Language and Speech (SpecWords edited by K Demuth) 49(2) 175-203

M S Frota amp M J Freitas (2003) Froacquisition of syllable structure Proceedings of the 27 Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

Wenk B amp F Wioland (1982) Is French really syllable-timed Journal of Phonetics 10 193-216

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (eds) Phonetics and Phonology Interactions and interrelations Am

Prosoacutedia 83

Wightman CW S Shattuck-Hufnagel M Ostendorf amp P J Price (1992) Segmental durations in the vicinity of prosodic phrase boundaries Journal of the Acoustical Society of America 91 (3) 1707-1717

Zerbian S (2007) Phonological phrasing in Northern Sotho (Bantu) The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing edited by S Frota amp P Prieto) 24

Zsiga Eers in

233-262

(1995) An acoustic and electropalatographic study of lexical and postlexical palatalization in American English In B Connell amp A Arvaniti (eds) PapLaboratory Phonology IV Cambridge CUP 282-302

  • Prosoacutedia
    • Relatoacuterio
    • Soacutenia Frota
      • Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa
        • Conteuacutedos
          • Estrutura prosoacutedica
            • Leacutexico entoacional
            • Restriccedilotildees distribucionais
            • Implementaccedilatildeo foneacutetica
              • Bibliografia alargada
Page 12: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em

Prosoacutedia 15

5 OS MEacuteTODOS DE ENSINO 51 METODOLOGIAS E RECURSOS Em conformidade com os objectivos do seminaacuterio explicitados na secccedilatildeo 33 o ensino articula a apresentaccedilatildeo de conteuacutedos e sua problematizaccedilatildeo e discussatildeo com a exemplificaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas experimentais de estudo da prosoacutedia e o exerciacutecio da sua aplicaccedilatildeo As sessotildees do seminaacuterio funcionam assim combinando os formatos de conferecircncia (exposiccedilatildeo problematizaccedilatildeo discussatildeo) e de workshop (propostas exemplificaccedilatildeo exerciacutecios aplicaccedilatildeo a novos casos discussatildeo) Os conteuacutedos de cada moacutedulo satildeo perspectivados como o resultado de questotildees de investigaccedilatildeo e discutidos como despoletadores de novas questotildees Assim os alunos satildeo conduzidos a assumir as perspectivas do investigador ndash como aquele que coloca as questotildees e traccedila um percurso experimental na busca das respostas ndash e do utilizador do conhecimento cientiacutefico o profissional que no desempenho da sua actividade necessita de conhecimento especializado e do domiacutenio de meacutetodos e teacutecnicas de anaacutelise produtoras de informaccedilatildeo especiacutefica Esta abordagem visa promover o desenvolvimento das competecircncias necessaacuterias agrave produccedilatildeo de investigaccedilatildeo autoacutenoma na aacuterea da prosoacutedia eou agrave praacutetica de actividades que exigem conhecimentos especializados nesta aacuterea A concretizaccedilatildeo das formas de ensino que acabei de expor exige a disponibilizaccedilatildeo de recursos vaacuterios particularmente nos domiacutenios do suporte informaacutetico e laboratorial Todas as sessotildees do seminaacuterio implicam a utilizaccedilatildeo de equipamento multimeacutedia ndash computador projector viacutedeo sistema de som ndash exigindo uma sala preparada para este efeito Programas de anaacutelise e siacutentese de fala bem como de apresentaccedilatildeo de estiacutemulos para tarefas de percepccedilatildeo satildeo utilizados tanto na exemplificaccedilatildeo de casos de estudo como nos exerciacutecios realizados Destacam-se em particular os seguintes programas Praat desenvolvido por Paul Boersma e David Weenink (Institute of Phonetic Sciences University of Amsterdam) e de distribuiccedilatildeo gratuita (httpwwwpraatorg) SpeechStation2 da Sensimetrics (httpwwwsenscom) existente no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab SuperLab Pro da Cedrus (httpwwwsuperlabcom) tambeacutem disponiacutevel no Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab Habit (httphabitcmbucdavisedu) de

16 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo gratuita Satildeo ainda recursos utilizados os sistemas de anotaccedilatildeo prosoacutedica ToBI adaptados a diferentes liacutenguas httpwwwlingohio-stateedu~tobiame_tobi httpprosodia upfeducat_tobien httpwwwfl ulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm O suporte laboratorial do seminaacuterio eacute garantido pelo Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tendo os alunos acesso a todos os equipamentos disponiacuteveis bem como a corpora e bases de dados e beneficiando da orientaccedilatildeo praacutetica de doutorandos e bolseiros de investigaccedilatildeo associados ao laboratoacuterio 52 AVALIACcedilAtildeO De acordo com o Regulamento de Estudos poacutes-graduados da UL (httpwwwflulptlexregulamento_pgpdf ) a avaliaccedilatildeo do seminaacuterio eacute expressa no no intervalo de 10 a 20 valores da escala inteira de 0 a 20 Os alunos podem optar por um de dois modelos de trabalho final de seminaacuterio (i) a realizaccedilatildeo de um trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio (estudo piloto) ou (ii) a apreciaccedilatildeo criacutetica de um artigo sobre um estudo experimental Os alunos que pretendem concluir o ciclo de estudos com a elaboraccedilatildeo de uma dissertaccedilatildeo de natureza cientiacutefica ou de um trabalho de projecto original satildeo incentivados a optar pelo modelo (i) O modelo (ii) eacute direccionado para alunos que pretendem realizar um estaacutegio de natureza profissional e respectivo relatoacuterio (ver Normas regulamentares do mestrado Linguiacutestica httpwwwflulpt dlgrptensinociclo2programas0_Mestr_Ling_Regulamentodoc) O tema do trabalho de investigaccedilatildeo de caraacutecter exploratoacuterio poderaacute ser escolhido entre os temas de trabalho apresentados pela docente ao longo do semestre ou proposto pelo aluno Para a escolha do tema satildeo ponderados o seu interesse para o projecto de investigaccedilatildeo pessoal do aluno a exequibilidade do trabalho no tempo disponiacutevel (habitualmente cerca de 5 semanas) os recursos e o apoio necessaacuterios agrave execuccedilatildeo do trabalho O trabalho deve ser individual original e especialmente realizado para o seminaacuterio podendo todavia integrar um projecto de investigaccedilatildeo pessoal jaacute em curso especialmente no caso dos estudantes de doutoramento A orientaccedilatildeo do trabalho cabe agrave docente do seminaacuterio podendo membros da equipa do Laboratoacuterio de Foneacutetica e Baby Lab tambeacutem sob sua orientaccedilatildeo apoiar o aluno na realizaccedilatildeo do trabalho

Prosoacutedia 17

Dada a sua natureza de estudo piloto o trabalho deve explorar uma abordagem experimental do tema escolhido com uma recolha de dados de dimensatildeo pequena mas suficiente para problematizar o sucesso da abordagem utilizada e abrir caminhos de investigaccedilatildeo futura Numa fase intermeacutedia da realizaccedilatildeo do trabalho este eacute apresentado e discutido oralmente O formato final do trabalho eacute o formato de um artigo com o nuacutemero maacuteximo de 15 paacuteginas A avaliaccedilatildeo do trabalho eacute feita com base nos seguintes paracircmetros enquadramento do tema na literatura da especialidade meacuterito da abordagem experimental escolhida domiacutenio dos meacutetodos e teacutecnicas experimentais capacidade de analisar os dados e extrair implicaccedilotildees dos resultados dessa anaacutelise No que respeita ao modelo (ii) o artigo a apreciar eacute escolhido a partir de uma lista apresentada pela docente O formato final da apreciaccedilatildeo criacutetica eacute o de um parecer com o nuacutemero maacuteximo de 8 paacuteginas Da apreciaccedilatildeo criacutetica a elaborar pelo aluno devem constar um resumo do artigo a discussatildeo da sua relevacircncia face ao enquadramento na literatura em que se situa a pertinecircncia das questotildees de investigaccedilatildeo que examina a propriedade da metodologia utilizada para esse efeito e a importacircncia dos resultados obtidos e suas implicaccedilotildees para estudos posteriores A avaliaccedilatildeo do seminaacuterio corresponde agrave avaliaccedilatildeo obtida no trabalho final 6 OS CONTEUacuteDOS E SEU DESENVOLVIMENTO

Nenhum vento sopra a favor

de quem natildeo sabe para onde ir

Seacuteneca

Things should be made as simple

as possible

but not any simpler

Albert Einstein

Para cada moacutedulo do programa do seminaacuterio de Prosoacutedia apresenta-se um sumaacuterio das mateacuterias abordadas indicam-se potenciais linhas de investigaccedilatildeo e listam-se referecircncias bibliograacuteficas especiacuteficas Como referido anteriormente (secccedilatildeo 43) a estrutura interna de cada moacutedulo parte de uma abordagem de niacutevel introdutoacuterio para a problematizaccedilatildeo de questotildees particulares de investigaccedilatildeo Neste percurso a caracterizaccedilatildeo da prosoacutedia do Portuguecircs

18 Soacutenia Frota

(variedade standard falada na regiatildeo de Lisboa) num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas desempenha um papel especial 61 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 1 NOCcedilOtildeES FUNDAMENTAIS DE PROSOacuteDIA 11 Organizaccedilatildeo das sequecircncias linguiacutesticas em constituintes prosoacutedicos a estrutura prosoacutedica 12 Organizaccedilatildeo riacutetmica e organizaccedilatildeo meloacutedica proeminecircncia ritmo e entoaccedilatildeo

O primeiro moacutedulo do programa constitui uma introduccedilatildeo agrave Prosoacutedia

em que satildeo apresentadas as noccedilotildees baacutesicas necessaacuterias ao desenvolvimento dos conteuacutedos presentes nos cinco moacutedulos seguintes O papel desempenhado pela estrutura prosoacutedica enquanto elemento organizador das sequecircncias de fala encontra-se bem estabelecido na literatura A estrutura prosoacutedica agrupa fragmentos da cadeia falada em constituintes prosoacutedicos hierarquicamente organizados delimitados por fronteiras e caracterizados por proeminecircncias de diferentes niacuteveis (Figura 1)

Figura 1 Exemplificaccedilatildeo de estrutura prosoacutedica da siacutelaba ao sintagma entoacional Os constituintes prosoacutedicos satildeo marcados por constelaccedilotildees de propriedades que constituem a maior fonte de evidecircncia empiacuterica para a estrutura prosoacutedica Entre

Prosoacutedia 19

estas propriedades contam-se os fenoacutemenos que mostram que a realizaccedilatildeo de segmentos (ou de tons no caso de liacutenguas tonais) eacute afectada pela estrutura prosoacutedica fenoacutemenos de sacircndi (1a) fenoacutemenos de reforccedilo inicial de constituinte (1b) ou de alongamento final de constituinte (Figura 2) Tambeacutem os fenoacutemenos riacutetmicos satildeo sensiacuteveis agrave estrutura prosoacutedica por exemplo a forma como situaccedilotildees de antagonismo acentual motivadas pela proximidade de duas siacutelabas proeminentes satildeo resolvidas (ou natildeo) depende da organizaccedilatildeo prosoacutedica das duas siacutelabas num mesmo constituinte ou em constituintes diferentes (2) Tanto a realizaccedilatildeo dos eventos tonais que fazem a entoaccedilatildeo de uma sequecircncia de fala como a sua distribuiccedilatildeo reflectem a estrutura prosoacutedica por exemplo a altura relativa de um tom depende da sua realizaccedilatildeo dentro de um mesmo constituinte dos tons precedentes ou como o tom inicial de um novo constituinte prosoacutedico (3) e certos padrotildees de ocorrecircncia de eventos tonais satildeo indicadores do tipo de estrutura prosoacutedica da sequecircncia de fala a que se associam (4) (1) a [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[z] [ccedil S] jornalista[S] ]I b [ a[z] angolana[z] ofereceram especiaria[S] ]IP [ [awS] jornalista[S] ]I

Figura 2 Alongamento final em fronteira de sintagma

b

40

45

50

55

60

σ

MV SF CF

Speakers

Test-word 1A

_ ]φ

_ ] Ι

fonoloacutegico e sintagma entoacional na palavra progressiva Duraccedilatildeo meacutedia da siacutelaba toacutenica e poacutes-toacutenica em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo da palavra para 3 informantes (Frota 2000 p192)

(2) a [thirteen men] φ Tennessee]φ won

20 Soacutenia Frota

(3) o

o

o o

o ]

) uma grande subida dos preccedilos

gt [uma grande subida]φ [dos preccedilos]φ

A implementaccedilatildeo de propriedades riacutetmicas e meloacutedicas mostra que a

[ ] [ H H H H H (4 T T T T T T T gt [uma grande subida dos preccedilos]φ estrutura prosoacutedica tem um papel relevante para a organizaccedilatildeo riacutetmica e entoacional das liacutenguas A estrutura prosoacutedica estabelece a cadeia de proeminecircncias e as fronteiras disponiacuteveis como pontos de associaccedilatildeo de eventos tonais Os eventos tonais de tipo culminativo ou acentual (acentos tonais) ligam-se a elementos da cadeia de proeminecircncias designadamente a cabeccedilas dos constituintes prosoacutedicos contribuindo para a realizaccedilatildeo dessas proeminecircncias Os eventos tonais de tipo demarcativo ou de fronteira ligam-se agraves margens dos constituintes prosoacutedicos (Figura 3) A estrutura entoacional relaciona-se assim com a organizaccedilatildeo em constituintes prosoacutedicos

Figura 3 Estrutura prosoacutedica e eventos tonais

Prosoacutedia 21

As propriedades que assinalam a estrutura prosoacutedica satildeo usadas no

ibliografia especiacutefica

processamento lexical na desambiguaccedilatildeo sintaacutectica (ver moacutedulo 5) ou na identificaccedilatildeo de unidades morfossintaacutecticas e de unidades fonoloacutegicas no processo de aquisiccedilatildeo da liacutengua (ver moacutedulo 6) B

and focus in European Portuguese Phonological phrasing

Ladd D

2 CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS

CONSTITUINTES PROSOacuteDICOS tuguecircs

ica e niacuteveis

O moacutedulo dois do programa eacute dedicado ao estudo de constituintes

constituintes (5b)

rota S (2000) ProsodyF

and intonation New York Garland Publishing Chap 1 Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma

entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio A Villava Gramaacutetica da Liacutengua Portuguesa 6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076 R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

Chap 1-2 Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition

2007 Mouton) Chap 1-2 6 221 Domiacutenios prosoacutedicos no Por22 Sobre a natureza da estrutura prosoacuted23 Como definir um domiacutenio constituintes prosoacutedicos Satildeo particularmente considerados os constituintes acima da palavra dada a sua relevacircncia para os fenoacutemenos riacutetmicos e entoacionais e a liacutengua em anaacutelise para este estudo de constituintes prosoacutedicos eacute o Portuguecircs Europeu Partindo da abordagem da fonologia prosoacutedica em que os constituintesprosoacutedicos resultam da aplicaccedilatildeo de mecanismos de interface entre morfossintaxe e fonologia modulada por restriccedilotildees de natureza puramente fonoloacutegica eacute apresentada a construccedilatildeo dos constituintes sintagma fonoloacutegico (φ e sintagma entoacional (I) em diversas liacutenguas Esta construccedilatildeo eacute reveladora dos dois grandes princiacutepios de organizaccedilatildeo prosoacutedica das sequecircncias de fala o princiacutepio demarcativo que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as margens de constituintes (5a) e o princiacutepio do agrupamento que se manifesta atraveacutes de um mapeamento orientado para as relaccedilotildees existentes entre

22 Soacutenia Frota

(5) a Alinhame

margens de umnto entre as margens de um dado constituinte sintaacutectico e as

dado constituinte prosoacutedico

ini Direita XP

constituintes adjacentes ompl odifi

eza fonoloacutegica que operam sobre os onstituintes prosoacutedicos dizem respeito aos factores tamanho peso balanccedilo e s)sim

(Ghini 1993) Direita XP ( ω ω ω ω ω ) φ

ω )φ

φ (

eg sintagma fonoloacutegico Japonecircs Esquerda XP Chi Mw

b Relaccedilatildeo entre cabeccedilas e(cabeccedilac emento cabeccedilam cador etc)

eg sintagma fonoloacutegico Papago Chichewa Wrap XP

Tipicamente as restriccedilotildees de naturc(a etria como ilustrado em (6) (6) Sintagma fonoloacutegico Italiano

( ω ω )φ ( ω )φ ( ω )φ ( )φ ( ( ω ω ω ω ω )φ ( ω ω )φ ( ω ω ω )φ

φ ( lowast( ω ω ) ω ω ) ω ) φ )

lowast( ω ω ω φ

)φ (

(

( ω ω ) φ lowast( ω ω ω ω )φ ( ω )φ

lowast( ω )φ ( ω )φ ( ω ω )φ ω ) φ

oloacutegico e do sintagm entoacional no Portuguecircs Europeu e satildeo descritas as propriedades foneacutetic

e uma cabeccedila lexical agrupando a cabeccedila e todos os elemen

Neste quadro eacute estudada a formaccedilatildeo do sintagma fona

as e fonoloacutegicas que assinalam estes constituintes Para ambos os constituintes mostra-se a relevacircncia do princiacutepio de agrupamento e o efeito de restriccedilotildees fonoloacutegicas

A formaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico no PE refere o domiacutenio sintaacutectico da projecccedilatildeo maacutexima d

tos no seu lado natildeo recursivo num mesmo φ Este φ pode ainda conter um constituinte sintaacutectico seguinte pertencente ao mesmo domiacutenio se este constituinte natildeo tiver condiccedilotildees para formar um φ por si soacute Tais condiccedilotildees satildeo fonologicamente determinadas por uma restriccedilatildeo de tamanho miacutenimo segundo a qual um φ deveraacute conter mais material do que uma palavra prosoacutedica O elemento mais proeminente de φ eacute a sua uacuteltima palavra prosoacutedica ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita do constituinte como na generalidade das

Prosoacutedia 23

liacutenguas com a ordem sintaacutectica cabeccedila-complemento A demonstraccedilatildeo empiacuterica desta anaacutelise assenta em evidecircncias duracionais ligadas a fenoacutemenos riacutetmicos (Figura 4) em evidecircncias segmentais resultantes da (natildeo)aplicaccedilatildeo de sacircndi vocaacutelico tambeacutem devido a restriccedilotildees riacutetmicas (7) e em evidecircncias entoacionais de distribuiccedilatildeo de acentos tonais (ver (4) acima)

Figura 4 O sintagma fonoloacutegico e o alongamento da 1ordf de duas siacutelabas toacutenicas adjacentes numa situaccedilatildeo de antagonismo acentual dentro de um mesmo φ [ ]

(7) Vog de φ a

negrito ais afectadas a sublinhado siacutelaba toacutenica em maiacutesculas cabeccedila

[ o danccedilaRIno ] φ [ Ama ] φ [ a bailarina russa ] φ danccedilarinama (ltdanccedilarino+ama)

[ o bailaRIno ] φ [ ANda SEMpre ] φ [ de limusine preta ] φ

emarcativo no mapeamento quer

leccionando a margem direita quer seleccionando a margem esquerda (ver respect

okbailarinanda (ltbailarino+anda)

A aplicaccedilatildeo do princiacutepio dse

ivamente (8a) e (8b) ) resulta numa estrutura prosoacutedica que natildeo permite dar conta das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas acima descritas1 Na 1 Importa notar que em linha com o observado para outras liacutenguas romacircnicas as cabeccedilas lexicais apenas contam como cabeccedilas prosoacutedicas quando na sua posiccedilatildeo natildeo marcada (no caso do adjectivo quando no lado recursivo ndash ver Nespor amp Vogel 1986)

24 Soacutenia Frota

ilustraccedilatildeo em (8) a organizaccedilatildeo prosoacutedica natildeo marcada corresponde a (8a) em i e a (8b) em ii ou seja corresponde a um padratildeo de agrupamento de N e A separadamente de PP

(8) [ N [ A ]AP PP ]NP ii [ A N PP ]NP

)

A formaccedilatildeo do sintagma entoacional (I) no PE refere o domiacutenio de uma

ccedilatildeo em Is no PE dispotildee de forte evidecircncia empiacuterica Vaacuterios noacuteme

interpretaccedilotildees (ateacute ao nono ano como modificador de alunas ou como

i (a) ( )φ ( )φ ( φ

) (b) ( )φ( φ ( )φ ( )φ( )φ

frase raiz distinguindo todas as expressotildees natildeo estruturalmente a ela ligadas como expressotildees parenteacuteticas toacutepicos ou outros suplementos2 Estas uacuteltimas formam Is independentes enquanto todos os φs no domiacutenio da frase raiz satildeo agrupados num mesmo I Decorre deste mapeamento que os constituintes presentes num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador Os sintagmas entoacionais satildeo sujeitos a condiccedilotildees fonoloacutegicas que interagem com os mecanismos de mapeamento produzindo a organizaccedilatildeo prosoacutedica em Is de uma sequecircncia de fala Estas condiccedilotildees regulam o peso dos Is constituintes longos tendem a ser divididos prefere-se constituintes balanceados ou o constituinte mais longo agrave direita O elemento mais proeminente de I eacute o seu uacuteltimo φ ou seja a cabeccedila prosoacutedica situa-se agrave direita A organizafe nos de sacircndi aplicam-se no domiacutenio de I (veja-se (1) acima e tambeacutem (9) Este eacute o domiacutenio do alongamento final preacute-fronteira (jaacute ilustrado na Figura 2) e tambeacutem do locus de ocorrecircncia de pausa O sintagma entoacional tem ainda uma definiccedilatildeo meloacutedica precisa ele constitui o domiacutenio da melodia miacutenima dado que apenas a cabeccedila de I requere obrigatoriamente um acento tonal e apenas a fronteira direita de I eacute obrigatoriamente marcada por um tom de fronteira Na Figura 5 ilustra-se o contraste entre [as alunas] produzido como um φ ou como um I evidenciado pela realizaccedilatildeo da fricativa e pela curva meloacutedica e correspondendo a diferentes estruturas sintaacutecticas com diferentes

expressatildeo adverbial temporal caracterizadora de toda a acccedilatildeo)

2 Dependendo da abordagem sintaacutectica seguida o domiacutenio para a formaccedilatildeo de I tem sido identificado como Extended Projection of VP ou como Comma Phrase (veja-se por exemplo Elordieta et al 2005 ou Selkirk 2005) Segue-se no seminaacuterio a abordagem mais claacutessica sem entrar na discussatildeo da anaacutelise sintaacutectica das diferentes estruturas

Prosoacutedia 25

(9) a [ a[z] aluna[z] obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

b [ a[z] aluna[S] ]I [ ateacute onde pensamo[S] e sabemo[S] ]I [ obtiveram boa[z] avaliaccedilotildee[S] ]I

ento em Is eacute document licaacutevel pela referecircncia do constituinte mais longo agrave direita

I I

rie s acional no

E

Figura 5 Evidecircncias segmentais e entoacionais para I

O papel das restriccedilotildees fonoloacutegicas na determinaccedilatildeo do fraseamado em (10) note-se o contraste entre (a) e (b) exp

p (10) a [ O galatilde andava de porsche ]I

a [ O galatilde ]I [ andava de porsche ]I a [ O galatilde andava ] [ de porsche ]

b [ O poeta cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I b [ O poeta ] [ cantou uma manhatilde angelical perturbadora ]I Ib [ O poeta cantou ]I [ uma manhatilde angelical perturbadora ]I

O Quadro 1 (extraiacutedo de Frota no prelo) sintetiza as prop dade

foneacuteticas e fonoloacutegicas do sintagma fonoloacutegico e do sintagma entoP

26 Soacutenia Frota

rties Segmental Durational Tonal Prominence

Quadro 1 Estrutura prosoacutedica do PE propriedades de φ e I (Frota no prelo)

PropePhP NO NO NO Rightmost (default)

el

PhP heads constrain the output of vowsandhi

stress Domain forstrengthening

IP Domain for many segmental processes Domain for

oclitics

Final lengthening IP-edge Locus of

Domain for pitch accent distribution IP heads require a

lt)

resyllabification Left edge reducedforms of prare highly disfavoured

pauses pitch accent Right edge requires boundary tone Left edge optionally marked

Rightmost (defauFocus prominence (not positional)

co

Os ca em

constituintes entoacionais podem ser implementados diferentemente nas

Figura 6 Organizaccedilatildeo prosoacutedica em constituintes entoacionais variaccedilatildeo entre liacutenguasvariedades Tamanho (curtolongo) e

mplexidade (natildeo ramificado ramificaccedilatildeo simples ramificaccedilatildeodupla)

muacuteltiplos factores que regulam a organizaccedilatildeo prosoacutedi

Prosoacutedia 27

gramaacuteticas fonoloacutegicas das liacutenguas mesmo no caso de liacutenguas proacuteximas ou ateacute de va

tura prosoacutedica permanecem todavia

da combinaccedilatildeo de restriccedilotildees fonoloacutegicas com mecanismos

te da estrutura morfossintaacutectica eacute pouco profunda

riedades da mesma liacutengua Esta diversidade eacute ilustrada pelo comportamento do Castelhano Catalatildeo Italiano Portuguecircs Europeu do Norte (Braga) e Portuguecircs Europeu de Lisboa no que respeita agrave divisatildeo de uma frase SVO em dois constituintes (S) (VO) face a factores como o tamanho em siacutelabas e a complexidade sintaacutectica e prosoacutedica (Figura 6)

O quadro de anaacutelise em constituintes prosoacutedicos atraacutes exposto tem dado resultados profiacutecuos para o conhecimento da estrutura prosoacutedica das liacutenguas Duas questotildees essenciais sobre a natureza da estru

em aberto existem diferentes tipos de estrutura prosoacutedica ou uma uacutenica estrutura que governa fenoacutemenos tatildeo variados como os referidos acima como eacute definido um constituinte prosoacutedico (existe equivalecircncia entre constituintes e niacuteveis na estrutura) A primeira questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo das diferentes abordagens da estrutura prosoacutedica que tecircm sido propostas na literatura designadamente uma estrutura que resulta de interface entre a fonologia e outros componentes da gramaacutetica (a linha dominante no acircmbito da fonologia prosoacutedica) ou uma estrutura que eacute definida exclusivamente com base em fenoacutemenos de entoaccedilatildeo ou de proeminecircncia e cujos constituintes resultam apenas das propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas que os caracterizam (abordagem comum no acircmbito dos estudos entoacionais) A resposta para esta questatildeo eacute fundamentalmente empiacuterica e passa pela aplicaccedilatildeo de paradigmas experimentais em que os diferentes factores satildeo controlados e testados e em que mais do que um tipo de propriedade marcadora da estrutura prosoacutedica eacute examinado A segunda questatildeo resulta da problematizaccedilatildeo da ausecircncia de recursividade na estrutura prosoacutedica Na maioria das abordagens a estrutura prosoacutedica diferentemenTodavia algumas formas limitadas de recursividade tem sido propostas fazendo com que natildeo exista uma correspondecircncia directa entre niacuteveis de constituecircncia prosoacutedica e niacuteveis de fraseamento prosoacutedico Dado que as pistas para a organizaccedilatildeo prosoacutedica tendem a assinalar diferenccedilas entre niacuteveis a definiccedilatildeo dos constituintes prosoacutedicos resulta menos clara Mais uma vez a resposta exige trabalho experimental direccionado para a procura de diferenccedilas de tipo (apontando para categorias prosoacutedicas distintas) versus diferenccedilas de

28 Soacutenia Frota

grau (apontando para formas de organizaccedilatildeo prosoacutedica de instacircncias de uma mesma categoria) No que especificamente respeita ao PE eacute crucial estudar-se a organizaccedilatildeo prosoacutedica em outras variedades para aleacutem da variedade standard e verificar ateacute que ponto as propriedades caracterizadoras dos sintagmas fonoloacutegico e entoacional (Quadro 1 acima) tecircm caraacutecter geral na liacutengua O caso do sintagma fonoloacutegico eacute especialmente relevante dada a ausecircncia de evidecircncias segmentais duracionais e tonais proacuteprias que assim caracterizam a manifestaccedilatildeo subtil deste constituinte no PE quando comparada com outras liacutenguas (eg Nespor amp Vogel 1986 Hayes amp Lahiri 1991 Ghini 1993 entre outros) Bibliografia especiacutefica DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational

dic and syntactic structure In S Frota J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series

Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Frota S

Ghini osal Toronto Working Papers in

Hayes

Phrasing in Romance The role of prosoM Vigaacuterio amp M

Elordieta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica 59 (2-3) 110-143 (2000) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Caps 2-3

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varieties of European Portuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291 M (1993) φ-formation in Italian a new propLinguistics 122 41ndash79

B amp A Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Inkelas S amp D Zec (1995) Syntax-phonology Interface In JA Goldsmith (ed) The Handbook of Phonological Theory Cambridge Mass Blackwell 535-549

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2nd edition 2007 Mouton)

Selkirk E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 231-261

Selkirk E (2005) Comments on Intonational Phrasing in English In S Frota M Vigaacuterio amp MJ Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

Prosoacutedia 29

63 RITMO 3 RITMO 1 Noccedilotildees de ritmo

es abordagens do ritmo entre a foneacutetica e a fonologia iacutetmico classes ou contiacutenuo

ar o ritmo na produccedilatildeo e percepccedilatildeo o caso do Portuguecircs loraccedilotildees fonologia leacutexico e evoluccedilatildeo do ritmo

dedicado ao estudo do ritmo Satildeo ritmo na menos e

332 Diferent3 Espaccedilo r3

34 Analis35 Correlaccedilotildees e exp O moacutedulo trecircs do programa eacute apresentadas diferentes noccedilotildees de ritmo sublinhando-se o lugar doorganizaccedilatildeo prosoacutedica das liacutenguas e o conjunto variado de fenoacutepropriedades que podem contribuir para a sensaccedilatildeo de ritmo Trabalham-se estudos de produccedilatildeo e percepccedilatildeo do ritmo no Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas Como vimos no moacutedulo 1 a estrutura prosoacutedica define uma cadeia de proeminecircncias ao mesmo tempo que os domiacutenios prosoacutedicos regulam a aplicaccedilatildeo de fenoacutemenos riacutetmicos Uma noccedilatildeo possiacutevel de ritmo eacute a estruturaccedilatildeo das proeminecircncias em sequecircncias de fala Para esta estruturaccedilatildeo contribuem as cabeccedilas dos diferentes constituintes prosoacutedicos (Figura 1) desde a siacutelaba toacutenica da cada palavra prosoacutedica ateacute agrave cabeccedila do sintagma entoacional bem como as suas propriedades de implementaccedilatildeo foneacutetica (duraccedilatildeo intensidade movimentos de F0 devidos agrave presenccedila de acentos tonais) Contribuem ainda os fenoacutemenos riacutetmicos que tendem a implementar uma certa alternacircncia entre posiccedilotildees fortes e fracas como os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de antagonismo acentual (ver (2) e Figura 1 acima) ou os fenoacutemenos de resoluccedilatildeo de intervalos de sequecircncias aacutetonas (11) Contribuem tambeacutem os fenoacutemenos de reforccedilo que visam garantir a proeminecircncia das cabeccedilas face agraves natildeo cabeccedilas como a colocaccedilatildeo do constituinte mais pesado no limite direito do sintagma fonoloacutegico ou do sintagma entoacional (12) ou a existecircncia de restriccedilotildees de peso na diferenciaccedilatildeo entre siacutelaba toacutenica e siacutelabas aacutetonas (mesmo em liacutenguas em que o peso silaacutebico natildeo constitui um factor relevante para a o acento ndash 13) Para fenoacutemenos deste tipo o domiacutenio prosoacutedico maacuteximo eacute o sintagma entoacional (I) pois tanto antagonismos como intervalos de sequecircncias aacutetonas natildeo satildeo resolvidos se quebrados por fronteiras de I

30 Soacutenia Frota

(11)

ann on ce I

2) ca] φ ] φ

3) Siacutelaba toacutenica em maiuacutesculas siacutelaba pesada a negrito

u peso relativos de um dad equecircncia estatildeo propriedades foneacuteticas e fonoloacutegicas

onstitui uma pista acuacutestica importante para o acento de alavra (Figura 7) bem como para a proeminecircncia de I A sonoridade dos gmen

[Gi i n lo da] (1 a [Maximiliano Ze b [Zeca Maximiliano (1

a canCcedilAtildeO OacuteRfatildeo b CRIacuteticatildeo Entre os factores que contam para a proeminecircncia o

o elemento numa sNo PE a duraccedilatildeo cpse tos definida por paracircmetros articulatoacuterios e acuacutesticos contribui para o peso (14) tal como a posiccedilatildeo relativa da cabeccedila na sequecircncia (15a) ou o tamanho e complexidade fonoloacutegicas dos elementos combinados (15b)

Figura 7 Duraccedilotildees da siacutelaba e acento

Prosoacutedia 31

(14) a ping pong vb tic tac vs tac tic

iluacute e Steacutefano com se e disseram [aacutegua-peacute] vs

O Joatildeo comprou segundo me disseram [aacutegua]

ritmo nas liacutenguas eacute com base em unidades

oacutecronas A abordagem tradicional do ritmo assenta na ideia de isocronia e

onoloacutegicos Esta abordagem deu origem a uma nova

s pong ping (15) a Steacutefano e Mariluacute vs Mar b O Joatildeo prou gundo m Uma outra noccedilatildeo importante para a caracterizaccedilatildeo doa isocronia isto eacute a sensaccedilatildeo de que o ritmo se constroacutei ispropotildee trecircs classes riacutetmicas em funccedilatildeo do tipo de isocronia ritmo silaacutebico com base na isocronia silaacutebica (de que seria exemplo o Italiano) ritmo acentual com base na isocronia entre intervalos acentuais (de que seria exemplo o Inglecircs) ritmo moraico com base na isocronia entre moras (de que seria exemplo o Japonecircs) A proposta inicial de classes riacutetmicas parte da intuiccedilatildeo linguiacutestica dando origem a deacutecadas de estudos foneacuteticos Todavia a existecircncia efectiva de unidades isoacutecronas realizadas foneticamente ficou por demonstrar Numa outra linha de estudos mostrou-se com sucesso que liacutenguas atribuiacutedas a diferentes classes satildeo distinguidas perceptivamente enquanto que liacutenguas atribuiacutedas a uma mesma classe natildeo o satildeo A visatildeo de que as sensaccedilotildees de ritmo captadas perceptivamente resultam de combinaccedilotildees de propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas tem sido dominante nos estudos flinha de estudos foneacutetico-fonoloacutegicos em que correlatos acuacutesticos para propriedades fonoloacutegicas e foneacuteticas satildeo procurados no sinal de fala Dos trecircs grandes tipos de propriedades inicialmente propostos por Dauer (1983 1987) ndash estrutura silaacutebica reduccedilatildeo vocaacutelica relaccedilatildeo entre entoaccedilatildeo e proeminecircncia ndash os dois primeiros tecircm merecido particular atenccedilatildeo A correlaccedilatildeo estabelecida entre estas propriedades e as classes riacutetmicas eacute apresentada em (16) (16) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica + -

Acentual Silaacutebico Moraico b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - Acentual Silaacutebico Moraico

32 Soacutenia Frota

A busca de correlatos acuacutesticos para estas propriedades que possam r para a explicaccedilatildeo dos resu ados p rceptivos de diferenciaccedilatildeo riacutetmica

diferentes

Variabilidade de iC - + Proporccedilatildeo de iV -

V

ritm a o no acirc deste enquadramento d ional baseada na isocronia o

ortuguecircs do Brasil (PB) tem sido referenciado como possuindo um ritmo

contribui lt etem dado origem a muacuteltiplas medidas do ritmo com sucessos(criticamente revistas em Arvaniti 2009) Todas elas partem da duraccedilatildeo de intervalos vocaacutelicos (iV) e consonacircnticos (iC) e medem variabilidade destes intervalos num dado domiacutenio ou a proporccedilatildeo destes num dado domiacutenio Se parece ser claro que pelo menos algumas destas medidas efectivamente captam diferenccedilas riacutetmicas tambeacutem parece ser claro que o espaccedilo riacutetmico que definem nem sempre caracteriza classes riacutetmicas diferenciadas sugerindo por vezes um contiacutenuo riacutetmico Veja-se a correlaccedilatildeo entre estas medidas e as propriedades em (16) acima (17) a Variedade complexidade da estrutura silaacutebica +

+ -

b Reduccedilatildeo vocaacutelica + - + Variabilidade de i - O o do Portuguecircs eacute aqui analis d mbito foneacutetico-fonoloacutegico Na abordagem tra icPacentual um ritmo silaacutebico ou um ritmo misto dependendo dos autores e dos criteacuterios considerados Jaacute o PE tem sido caracterizado como tendo um ritmo acentual A abordagem que busca a razatildeo de ser das sensaccedilotildees de ritmo nas propriedades presentes na liacutengua e procura correlatos acuacutesticos para essas propriedades conduz a resultados diversos Uma vez controladas as diferenccedilas de velocidade de fala os ritmos das duas variedades apresentam-se acusticamente distintos de acordo com as medidas de variabilidade de iC e de proporccedilatildeo de iV3 o ritmo do PE define-se como misto entre acentual e silaacutebico agrupando-se numa dimensatildeo com o Inglecircs ou o Neerlandecircs e noutra com o Italiano ou o Castelhano o ritmo do PB define-se como misto entre silaacutebico e moraico (Figura 8) Estes resultados satildeo congruentes com as propriedades

3 A variabilidade de iV tal como noutros estudos para vaacuterias liacutenguas natildeo proporciona resultados robustos (eg Arvaniti 2009)

Prosoacutedia 33

foneacutetico-fonoloacutegicas das duas variedades Considerando uma mesma estrutura silaacutebica fonoloacutegica no PE assiste-se ao apagamento de vogais aacutetonas originando sequecircncias de consonantes enquanto no PB ocorrem fenoacutemenos de simplificaccedilatildeo silaacutebica como a epecircntese ou o apagamento da consoante em coda no existe reduccedilatildeo vocaacutelica generalizada enquanto no BP a reduccedilatildeo eacute limitada no PE os eventos tonais reforccedilam a proeminecircncia enquanto no BP entoaccedilatildeo e acento satildeo mais independentes Todavia a identificaccedilatildeo de liacutenguas mistas coloca de novo a questatildeo da existecircncia de classes riacutetmicas ou de um contiacutenuo Por outro lado ainda a presenccedila de um conflito de classificaccedilatildeo entre medidas acuacutesticas levanta a questatildeo de se determinar a sua relevacircncia relativa na percepccedilatildeo

Figura 8 Distribuiccedilatildeo de PE e PB no espaccedilo riacutetmico definido povariabilidade de iC e proporccedilatildeo de iV juntamente comliacutenguas analisadas em Ramus et al 1999

r as

Os trabalhos sobre a percepccedilatildeo do ritmo mostram com clareza que

propriedad para a discriminaccedil anco de

nguas testado permite examinar o estatuto de uma liacutengua acusticamente mista que

es riacutetmicas satildeo utilizadas tanto por adultos como por bebeacutesatildeo entre liacutenguas A relevacircncia da inclusatildeo do Portuguecircs no b

liacuteem as medidas acuacutesticas satildeo conflituantes apontando para classificaccedilotildees diferentes No estudo realizado com o Portuguecircs eacute tambeacutem testada a relevacircncia da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo

34 Soacutenia Frota

Os resultados perceptivos mostram que o PE e o Neerlandecircs satildeo discriminados do mesmo modo que o Castelhano e o Neerlandecircs ou o PB e o

davia na experiecircncia em que as quatro liacutenguasvariedades satildeo duzidas a duas hipoacuteteses de escolha para os sujeitos PE e PB natildeo satildeo scrim

] iV eacute um A natildeo ere que xistiraacute um ponto criacutetico na proporccedilatildeo de iV apontando para uma eventual

Neerlandecircs Toredi inados revelando que a distacircncia perceptiva entre PE e PB eacute inferior agrave distacircncia entre PE e Neerlandecircs (Figura 9) Quando apenas PE e PB satildeo testados para duas hipoacuteteses de escolha dos sujeitos continua a natildeo existir discriminaccedilatildeo salvo na condiccedilatildeo em que a entoaccedilatildeo eacute preservada Conclui-se assim que o contributo da entoaccedilatildeo para a discriminaccedilatildeo riacutetmica depende das liacutenguas isto eacute das propriedades do sistema entoacional das liacutenguas a contrastar sendo especialmente importante no caso do PE e PB mas quase irrelevante por exemplo para o PE e o Neerlandecircs

Figura 9 Percepccedilatildeo do ritmo do Portuguecircs (Frota Vigaacuterio amp Martins 2002b) [ N1 PE1 C1 PB1 N2 PE 2 C2 PB2

A distinccedilatildeo perceptiva entre PE e Neerlandecircs sugere que a proporccedilatildeo de paracircmetro perceptivamente mais saliente do que a variabilidade de iC

distinccedilatildeo entre PE e PB (a natildeo ser na condiccedilatildeo com entoaccedilatildeo) sugefronteira perceptiva talvez proacutexima da diferenccedila entre ritmo acentual e ritmo silaacutebico (Figura 10)

Prosoacutedia 35

Figura 10 Ritmo correlatos acuacutesticos e percepccedilatildeo

O estudo do ritmo do Portuguecircs do ponto de vista da produccedilatildeo e daite ilustrar alguns dos procedimentos experime

percepccedilatildeo perm ntais utilizados m estudos sobre ritmo Para a produccedilatildeo ilustra formas de construccedilatildeo de

corpora equilibra atildeo bem como aplicaccedilatildeo de criteacuterios de segmentaccedilatildeo acuacutestica para a mediccedilatildeo de duraccedilotildees no

natildeo apenas as

edos e controlados face aos factores em observaccedil

asinal de fala Para a percepccedilatildeo ilustra a criaccedilatildeo de estiacutemulos manipulados por filtragem na frequecircncia e aplanamento tonal a aplicaccedilatildeo de tarefas perceptivas de tipo AX e a mediccedilatildeo de sensibilidade na discriminaccedilatildeo (d) A investigaccedilatildeo apresentada e discutida neste moacutedulo do programa deve ser problematizada na sequecircncia da seguinte pergunta fundamental para o entendimento do ritmo nas liacutenguas constitui o ritmo um princiacutepio organizador da linguagem ou trata-se antes de um epifenoacutemeno de outras propriedades das liacutenguas Parece certo que vaacuterias propriedades linguiacutesticas efoneacutetico-fonoloacutegicas e prosoacutedicas referidas anteriormente mas tambeacutem certas propriedades lexicais e sintaacutecticas (ver Mehler amp Nespor 2004) se correlacionam com diferenccedilas riacutetmicas sugerindo a anaacutelise de que estas derivam daquelas Todavia tambeacutem parece natildeo menos certo que evidecircncias para um princiacutepio estruturador da linguagem possivelmente ancorado em princiacutepios gerais da organizaccedilatildeo perceptiva emergem com frequecircncia agrupando estiacutemulos em constituintes de padratildeo alternante e tendencialmente repetitivo por exemplo a sequecircncia sonora do som de um reloacutegio eacute percebida com a estrutura (tic tac) (tic tac) (tic tac) e natildeo (tic) (tac tic) (tac tic tac) e a

36 Soacutenia Frota

segmentaccedilatildeo de note book worm depende tudo o resto sendo idecircntico do padratildeo alternante gerado nas siacutelabas anteriores com L H L H L a favorecer (note) (bookworm) e H L H L HL a favorecer (notebook) (worm) (Dilley amp McAuley 2008) Estatildeo em curso programas de investigaccedilatildeo que pela anaacutelise de liacutenguas tipologicamente diferentes em relaccedilatildeo agraves formas como codificam proeminecircncia e estruturaccedilatildeo prosoacutedica e pela relaccedilatildeo que estabelecem com os resultados da organizaccedilatildeo perceptiva de sinais natildeo linguiacutesticos poderatildeo vir a trazer avanccedilos significativos para o entendimento do ritmo na linguagem (eg Mehler Nespor e colegas White e colegas Arvaniti entre outros) No caso especiacutefico do ritmo do Portuguecircs faltam estudos acuacutesticos em outras variedades para aleacutem da variedade standard metodologicamente comparaacuteveis que permitam uma visatildeo relacional integrada da estrutura prosoacutedica propriedades riacutetmicas e entoacionais No domiacutenio da percepccedilatildeo seria importante testar directamente o par PE Castelhano bem como o par PB Castelhano para determinar se a variabilidade de iC desempenha algum papel na discriminaccedilatildeo riacutetmica Um outro campo de investigaccedilatildeo a explorar eacute o da evoluccedilatildeo do ritmo abordado a partir da relaccedilatildeo entre PE e PB e experimentalmente operacionalizado a partir das correlaccedilotildees atestadas entre propriedades riacutetmicas e propriedades fonoloacutegicas e lexicais Bibliografia especiacutefica Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs

Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

AD

rvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63 auer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics

auer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In

Delgad Editorial Caminho Caps 4-5

Frota S aacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoaccedilatildeo no

Frota S thmic distinctions the

11 51-62 D

Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274 o Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentationand lexical processing Journal of Memory and Language 59 294-311 amp M VigPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555 amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhy

EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Prosoacutedia 37

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena Mateus amp C Nunes Correia (orgs) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia

Ramus F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cues A

Ramus 73 265-292

eds) Phonetics and

4 MEL 1 Melodias das liacutenguas liacutenguas tonais e liacutenguas entoacionais 2 Foneacutetica e fonologia da entoaccedilatildeo

ntoaccedilatildeo o caso do Portuguecircs 4 Variaccedilatildeo entoacional variedades do Portuguecircs e liacutenguas romacircnicas

ia A partir da papel diferenciado nas liacutenguas eacute

nal Os strumentos fundamentais para uma anaacutelise fonoloacutegica e foneacutetica da entoaccedilatildeo

para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

Mehler J amp M Nespor (2004) Linguistic rhythm and the acquisition of language In A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonology In I Roca (ed) Logical Issues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

study based on speech resynthesis JASA 105 512-521 F M Nespor amp J Mehler (1999) Correlates of linguistic rhythm in speech Cognition

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (Phonology Interactions and interrelations Amsterdam John Benjamins 137-158

64 MELODIA

ODIA4443 Analisar a e4 O moacutedulo quatro do programa centra-se no estudo da melodconstataccedilatildeo de que a melodia desempenha umapresentada a noccedilatildeo de liacutengua entoacional em contraste com liacutengua toinsatildeo descritos no quadro da abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional e postos em praacutetica atraveacutes da anaacutelise da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Trabalham-se as propriedades entoacionais do Portuguecircs num contexto de comparaccedilatildeo entre liacutenguas com destaque para as liacutenguas romacircnicas

38 Soacutenia Frota

Na sua dimensatildeo linguiacutestica o papel da melodia nas liacutenguas caracteriza-se por uma distinccedilatildeo fundamental entre as configuraccedilotildees meloacutedicas que determinam significados lexicais e contrastes gramaticais ndash presentes nas

s tons de

Figura 11 Contorno de F0 da sequecircncia O MUacutesico comPOcircS uma opeREta Ela inspiROU-o e respectiva anaacutelise fonoloacutegica (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas)

liacutenguas tonais ndash e as configuraccedilotildees meloacutedicas que veiculam significados natildeo lexicais e contrastes sintagmaacuteticos ndash as uacutenicas presentes nas liacutenguas entoacionais Por entoaccedilatildeo refere-se assim configuraccedilotildees meloacutedicas natildeo lexicais de natureza linguiacutestica associadas a significados ao niacutevel fraacutesico como a distinccedilatildeo entre tipos de frase ou outras distinccedilotildees pragmaacuteticas e discursivas (eg actos de fala estrutura informacional) A entoaccedilatildeo eacute fonologicamente formada por uma sequecircncia de categorias tonais e foneticamente representada pelo contorno de F0 As categorias tonais relacionam-se com aspectos independentes da estrutura prosoacutedica da liacutengua (ver Figura 3 acima) Os eventos tonais da entoaccedilatildeo satildeo tons altos (H) ou baixos (L) que formam dois grandes tipos de categorias os acentos tonais associados a elementos proeminentes (cabeccedilas na estrutura prosoacutedica) e oconstituinte geralmente associados a fronteiras de constituintes prosoacutedicos Veja-se na Figura 11 uma ilustraccedilatildeo dos primeiros identificados com um e dos segundos identificados com diacriacuteticos especiacuteficos consoante o tipo de constituinte a que estatildeo ligados (no caso pois trata-se de tons de fronteira de sintagma entoacional)

Prosoacutedia 39

Os eventos tonais podem ser simples ou monotonais (como H ou L na Figura 11) ou complexos (como H+L na Figura 11) Faz ainda parte da organizaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo para aleacutem da sequecircncia de categorias tonais a sua estruturaccedilatildeo de proeminecircncias no domiacutenio de um sintagma entoacional distinguem-se o acento nuclear (atribuiacutedo agrave cabeccedila prosoacutedica maacutexima) o(s) acento(s) preacute-nuclear(es) (caso existam cabeccedilas prosoacutedicas em posiccedilatildeo preacute-nuclear) e o acento poacutes-nuclear (atribuiacutedo a uma cabeccedila prosoacutedica poacutes-nuclear) Este uacuteltimo tipo de acento tonal apenas pode ocorrer em casos em que a cabeccedila de I natildeo corresponda agrave cabeccedila do sintagma fonoloacutegico mais agrave direita ou seja em casos de proeminecircncia prosoacutedica marcada que habitualmente identificam instacircncias de focalizaccedilatildeo prosoacutedica Esta estrutura entoacional estaacute representada em (18a) O exemplo (18b) mostra a implementaccedil la Figura 12 com um cteriacutestica do acento poacute

uradas) e representaccedilatildeo foneacutetica (o contorno de F0) eacute gulada por duas formas de implementaccedilatildeo foneacutetica da sequecircncia tonal a

o espraiamento de um tom ao longo da resenccedila de um outro tom (ver Figura 13)

atildeo desta estrutura entoacional na sequecircncia ilustrada pefoco prosoacutedico natildeo final Note-se a reduccedilatildeo foneacutetica caras-nuclear

(18) a

s w s w T T T

preacute-nuclear nuclear poacutes-nuclear

b

s

w s w (H) H+L H+L

A relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica da entoaccedilatildeo (sequecircncia de categorias tonais estrutreinterpolaccedilatildeo entre dois alvos tonais ecadeia segmental ateacute agrave p

40 Soacutenia Frota

Figura 12 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo pinTOR canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) om foco em lsquomanhatildersquo (produzida em resposta agrave pergunta Foi

Juntamente com a implementaccedilatildeo foneacutetica tonal por interpolaccedilatildeo ou por espraimento a realizaccedilatildeo efectiva de um tom depende de linhas de referecircncia tonal estabelecidas por constituinte prosoacutedico e da posiccedilatildeo relativa do tom no constituinte face a tons precedentes e subsequentes (ver exemplo (3) do Moacutedulo

cuma noite angelical que o artista cantou)

Figura 13 Relaccedilatildeo entre representaccedilatildeo fonoloacutegica e representaccedilatildeo foneacutetica da entoaccedilatildeo

Prosoacutedia 41

1) um tom natildeo inicial eacute realizado num niacutevel mais baixo que o tom precedente (relaccedilatildeo de downstep) um tom inicial de constituinte eacute realizado num niacutevel mais alto que os tons imediatamente precedentes de outro constituinte (relaccedilatildeo de reset) um tom de fronteira final retoma a linha de referecircncia do constituinte prosoacutedico que assinala (relaccedilatildeo de upstep) Assim a altura foneacutetica de um tom eacute relativa e contextualmente determinada Na dimensatildeo temporal a sincronizaccedilatildeo entre as categorias tonais e a cadeia segmental em que elas se realizam eacute natildeo apenas determinada pela associaccedilatildeo fonoloacutegica de um evento tonal a uma dada posiccedilatildeo prosoacutedica (cabeccedila ou fronteira) mas tambeacutem pela coordenaccedilatildeo foneacutetica entre alvo tonal e elemento segmental como ilustrado na Figura 13 Esta coordenaccedilatildeo pode assumir a forma de alinhamento tardio ou de alinhamento inicial factor foneacutetico dependente d nteiras rosoacutedicas de ura do evento tonal Na

e vaacuterios outros factores como a proximidade de frooutros eventos tonais ou a proacutepria estrutp

Figura 11 apresenta-se uma ilustraccedilatildeo do alinhamento tardio tiacutepico do tom asterisco no acento tonal H+L no PE em relaccedilatildeo agrave siacutelaba toacutenica Para aleacutem do alinhamento foneacutetico a sincronizaccedilatildeo entre categorias tonais e cadeia segmental eacute ainda caracterizada por fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal Geralmente os fenoacutemenos deste tipo descritos nas liacutenguas satildeo estritamente de natureza tonal com liacutenguas a privilegiarem a compressatildeo tonal face a uma cadeia segmental curta (como eacute o caso do Inglecircs) e liacutenguas a privilegiarem a truncaccedilatildeo tonal em contexto idecircntico (como o Huacutengaro ou Italiano de Palermo) No caso do PE a acomodaccedilatildeo tonal parece fazer-se fundamentalmente agrave custa de fenoacutemenos de natureza segmental isto eacute a cadeia

gmense tal eacute estendida para acomodar os tons seja por alongamento ou epecircntese Esta uacuteltima estrateacutegia eacute ilustrada na Figura 14 O Quadro 2 sintetiza as dimensotildees cruciais para a anaacutelise da entoaccedilatildeo num liacutengua entoacional como o Inglecircs o Italiano ou o Portuguecircs A primeira dimensatildeo ndash a relaccedilatildeo entre estrutura entoacional e estrutura prosoacutedica ndash jaacute foi explorada anteriormente O trabalho sobre a entoaccedilatildeo do PE efectuado em seminaacuterio explora fundamentalmente as dimensotildees dois e trecircs que constituem com a primeira o nuacutecleo central da fonologia entoacional de uma liacutengua

42 Soacutenia Frota

100100

160

220

280

340

400

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H H + L L H

e l a f o i v e r o m a r

4

Figura 14 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo (siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) O tom de fronteira eacute realizado na vogal epenteacutetica

Quadro 2 Dimensotildees para anaacutelise da entoaccedilatildeo

Estrutura prosoacutedica Constituintes (proeminecircncias e fronteiras) Leacutexico entoacional Inventaacuterio de acentos tonais e tons de

constituintes e respectivos significados Domiacutenio relevante para a Constituinte prosoacutedico distribuiccedilatildeo de acentos tonais Restriccedilotildees distribucionais Restriccedilotildees sobre a ocorrecircnciacombinaccedilatildeo

de eventos tonais Implementaccedilatildeo foneacutetica Espraiamentointerpolaccedilatildeo alinhamento

linhas de referecircncia fenoacutemenos de acomodaccedilatildeo tonal

e

artindo do Quadro 3 Com o recurso agrave audiccedilatildeo da sequecircncia e agrave representaccedilatildeo o co gundo

passo tuais

Sessotildees de anaacutelise entoacional aplicada satildeo realizadas com materiais do PE O grande objectivo eacute a caracterizaccedilatildeo dos principais tipos fraacutesicos e dalgumas distinccedilotildees pragmaacutetico-discursivas no que respeita ao leacutexico entoacional Num primeiro passo a anaacutelise centra-se nos contornos nucleares pd ntorno de F0 elabora-se a transcriccedilatildeo tonal fonoloacutegica Num se

toda a sequecircncia eacute analisada incluindo a parte preacute-nuclear e evenquestotildees de fraseamento prosoacutedico e entoacional

Prosoacutedia 43

Quadro 3 Melodias do nucleares mais frequent

Portuguecircs transes (adaptado de

criccedilatildeo realizaccedilatildeo e significado dos contornos Frota no prelo)

44 Soacutenia Frota 44 Soacutenia Frota

A demonstraccedilatildeo de que os eventos tonais no PE como em outras liacutenguas se comportam como morfemas que codificam informaccedilatildeo semacircntico-pragmaacutetica eacute ilustrada com dois exemplos o contraste entre declarativa e interrogativa global em que eacute o tom de fronteira que carrega a funccedilatildeo distintiva (Figuras 15a-15b) o contraste entre interrogativa global neutra e interrogativa focalizada em que eacute o acento nuclear que estabelece a distinccedilatildeo (Figuras 15b-16)

Figura 15 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo(siacutelabas toacutenicas em maiuacutesculas) (a) produzida como uma declarativa (b) produzida como uma interrogativa global

Prosoacutedia 45

Figura 16 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoo POEta canTOU uma maNHAtilde angeliCALrsquo produzida como uma interrogativa focalizada (no contexto Eu li aquele poema mas natildeo me recordo que parte do dia o poeta descreve como angelical)

A an iacuteda permite

verificar que r e um tom e fronteira final de I a que apenas eacute acrescentado um evento tonal inicial nesse esmo domiacutenio (Figura 17) Por outras palavras o domiacutenio relevante para a

Figura 17 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa maraviLHOsa do lagareiro produzida como uma declarativa neutra

aacutelise de toda a sequecircncia parte preacute-nuclear inclu a melodia no PE eacute constituiacuteda pelo acento tonal nuclea

dm

46 Soacutenia Frota

distribuiccedilatildeo de acentos tonais no PE eacute o sintagma entoacional as palavras prosoacutedicas internas a I mesmo as cabeccedilas de sintagma fonoloacutegico (como gravava e maravilhosa na Figura 17) natildeo tecircm de ser tonalmente acentuadas As dimensotildees referidas no Quadro 2 acima satildeo naturalmente tambeacutem dimensotildees de variaccedilatildeo entre liacutenguas e variedades e portanto factores a ter em conta para a tipologia prosoacutedica A variaccedilatildeo no fraseamento entoacional entre liacutenguas romacircnicas jaacute referida no Moacutedulo 2 (ver Figura 6) exemplifica a relaccedilatildeo entre estrutura prosoacutedica e estrutura entoacional como uma dimensatildeo de variaccedilatildeo No Quadro 4 mostra-se a distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares no constituinte entoacional inicial de uma sequecircncia com subida de continuaccedilatildeo entre liacutenguas romacircnicas Os resultados apontam para dois grupos de liacutenguas consoante a predominacircncia de acentos de tipo ascendente ou de tipo descende

L+H L+H H+L L

nte

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo de tipos de acentos nucleares () por liacutenguavariedade e falante (Frota et al 2007)

Cat NM PG

97 100

0 0

3 0

0 0

Sp LM MR

27 5

73 95

0 0

0 0

SEP AG MC

0 0

57 11

43 89

0 0

NEP MI MS

19 0

57 0

7 14

17 86

It LC LD

47 41

0 0

0 59

53 0

Um outro exemplo de variaccedilatildeo entoacional eacute o caso de diferenccedilas sisteacutemicas em que eventos tonais distintos satildeo usados nos mesmos contextos O contraste entre as interrogativas na variedade standard do PE e na variedade do norte falada em Braga ou na variedade meridional falada em Castro Verde (Alentejo) eacute ilustrativo H+L eacute o acento nuclear na primeira e L o acento nuclear n caracteriza a variedad mportamento

isto Veja-se o contraste entre a Figura 14 acima (variedade standard) e a

as segundas LH eacute o tom de fronteira na primeira Le meridional e a variedade do norte apresenta um co

mFigura 18

Prosoacutedia 47

Figura 18 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoEla FOI VER o MARrsquo produzido por um falante da variedade meridional (Castro Verde Alentejo ndash Cruz amp Frota 2010)

Para aleacutem de diferenccedilas no leacutexico entoacional utilizado p

omiacutenio relevante para atribuiccedilatildeo de acentos todem surgir

diferenccedilas no d onais Ao contraacuterio do EP (variedade standard) que eacute caract o m istribuiccedilatildeo esparsa de acentos tonais dado te o iacutenio relevante outras liacutenguas romacircnicas apresentam uma distri is rica apontando para constituintes prosoacutedicos mais baixos como o rele te Esse eacute tam de outras variedades da Portug o a variedade do norte (Braga) Veja-se o contraste entre a Figura 17 acima e a Figura 19

19 Contorno de F0 da sequecircncia lsquoa LOUra graVAva uma meloDIa produzida por um falante da variedade do norte

(Braga)

erizad por u a dr I como dombuiccedilatildeo madomiacutenio van beacutem o caso

uecircs com

FiguramaraviLHOsa do lagareiro

48 Soacutenia Frota

Apesar do ganho em termos de investigaccedilatildeo sobre liacutenguas diversificadas metodologicamente comparaacutevel que representou a abordagem autossegmental e meacutetrica da fonologia entoacional (eg Jun 2005 no prelo) permanecem questotildees fundamentais em aberto na fonologia entoacional que importa discutir (ver a este propoacutesito Ladd 19962008) Uma destas questotildees diz respeito agrave proacutepria natureza da entoaccedilatildeo e agrave definiccedilatildeo das categorias fonoloacutegicas da entoaccedilatildeo O facto da entoaccedilatildeo conter simultaneamente elementos discretos (linguiacutesticos) e gradientes (paralinguiacutesticos) dificulta a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais Por outro lado ainda a divisatildeo de trabalho entre o que pertence agrave implementaccedilatildeo foneacutetica e agrave representaccedilatildeo fonoloacutegica das categorias

tambeacutem nem sempre eacute clara Veja-se o exemplo do alinhamento onal ser

deter as s tonais) fazendo com que uma mesma

ento on-line tecircm issores (Sudhoff et al 2006)

No caso especiacutefico da entoaccedilatildeo do Portuguecircs trabalhos experimentais orientados para a determinaccedilatildeo das categorias entoacionais satildeo todavia escassos (vejam-se os estudos de Faleacute amp Faria e de Frota) Trabalhos deste tipo bem como estudos de variaccedilatildeo entoacional na liacutengua relacionando produccedilatildeo e percepccedilatildeo satildeo fundamentais para o conhecimento do sistema entoacional do Portuguecircs e para o conhecimento da tipologia prosoacutedica das liacutenguas Bibliografia especiacutefica

entoacionaist a relaccedilatildeo temporal entre alvos tonais e a cadeia segmental pode

minada por factores diversos (como a distacircncia para fronteiras prosoacutedicou a presenccedilaausecircncia de outros eventocategoria tonal possa apresentar alinhamentos diferentes todavia algumas liacutenguas parecem explorar contrastes de alinhamento associando-os a significados distintos o que sugere a existecircncia de categorias tonais diferentes distinguidas precisamente por alinhamentos diferentes A identificaccedilatildeo de quais as diferenccedilas entoacionais que satildeo fonologizadas nas liacutenguas passa necessariamente por abordagens experimentais com metodologias que testem a relaccedilatildeo entre variaccedilatildeo na forma foneacutetica e atribuiccedilatildeo de significado entoacional Tarefas perceptivas semanticamente motivadas ou em que informaccedilatildeo

conta bem como estudos de processamcontextual seja tida emproporcionado resultados prom

Cruz ese

ion and Perception TIE4 Stockholm M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portugu

Product

Prosoacutedia 49

Faleacute I amp I H Faria (2006) Categorical Perception of Intonational Contrasts in European Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

Frota S (2000a) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2000b) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing Chap 5

Frota S (2002a) Tonal association and target alignment in European Portuguese nuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002b) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 113-146

Frota S (2003) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chap 2

Frota S (2010) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

Frota S M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp M Vigaacuterio (2007) The phonetics and phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Theory) 131-153

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

Hayes Bruce amp Aditi Lahiri (1991) Bengali Intonational Phonology Natural Language and Linguistic Theory 9 47ndash96

Hellmuth S (2007) The relationship between prosodic structure and pitch accent distribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing) 24 291-316

Jun S-A (ed) (2006) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2ordf ediccedilatildeo 2008) Ladd D R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements of Intonational Phonology

In M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

Sudooff S D Lenertovaacute R Meyer S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp 06) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New Gruyter

iana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

J SchlieBer (20York Mouton de

VhttpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

50 Soacutenia Frota

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da

Vigaacuterio

ology edited by W L Wetzels) 115-137

65 PR

signifi

sintaacutecta que nstituintes

forma de abordar esta questatildeo consiste na anaacutelise do processamento de frases

produccedil

resulta ccedilatildeo prosoacutedica natildeo eacute obrigatoacuteria Todavia e a

especiacutef

estrutu o recurso agrave introduccedilatildeo de

qual os a essas fronteiras se encontram estruturalmente

determmoveram do interior para o litoral bloqueando a interpretaccedilatildeo de que as

Linguagem Re(habilitar) 45 35-64 M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese Linguistics 2-2 (Special Issue on Portuguese Phon

OSOacuteDIA E SIGNIFICADO 5 PROSOacuteDIA E SIGNIFICADO 51 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por adultos 52 Prosoacutedia e processamento da liacutengua por bebeacutes e crianccedilas

O quinto moacutedulo do programa eacute dedicado ao contributo da prosoacutedia para o cado na perspectiva do processamento da liacutengua Destaca-se o estudo de

sequecircncias ambiacuteguas e o papel da prosoacutedia no processamento lexical e ico Satildeo apresentados e discutidos trabalhos experimentais que examinam statildeo da segmentaccedilatildeo do sinal de fala em palavras e co

sintagmaacuteticos tanto por adultos como por bebeacutes e crianccedilas Uma das questotildees centrais para o estudo da linguagem eacute perceber como

o contiacutenuo sonoro eacute segmentado em palavras e unidades sintagmaacuteticas Uma

ambiacuteguas ou de frases com ambiguidades temporaacuterias Estudos de produccedilatildeo de frases estruturalmente ambiacuteguas em diferentes liacutenguas mostram que em

otildees naturais quando os falantes natildeo satildeo explicitamente confrontados com a ambiguidade estes enunciados nem sempre satildeo desambiguados Estes

dos mostram que a desambiguaquando ela ocorre existe congruecircncia entre a prosoacutedia produzida interpretaccedilatildeo pretendida isto eacute os falantes utilizam as configuraccedilotildees prosoacutedicas

icas que reflectem os significados contrastantes Veja-se um exemplo de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica na Figura 20 No PE a desambiguaccedilatildeo de enunciados

ralmente ambiacuteguos eacute geralmente obtida comfronteiras de sintagma entoacional que bloqueiam a interpretaccedilatildeo segundo a

constituintes adjacentes ligados No exemplo da Figura 20 a fronteira de I em populaccedilotildees (19b)

ina que a uacutenica interpretaccedilatildeo possiacutevel eacute aquela em que as populaccedilotildees se

Prosoacutedia 51

populaccedilotildees que satildeo do interior foram para o litoral interpretaccedilatildeo esta apenas vel caso natildeo exista fronteira de I a sdisponiacute eguir a populaccedilotildees (19a)

ra o litoral

Figura 20 Desambiguaccedilatildeo prosoacutedica da sequecircncia estruturalmente ambiacutegua Deslocaram-se as populaccedilotildees do interior pa(Vigaacuterio 2003)

(19) a [deslocaram-se [as populaccedilotildees [do interior]PP]NP [para o litoral]PP]VP [ [deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ [do interior]φ [para o litoral]φ]I b [deslocaram-se [as populaccedilotildees]NP [do interior]PP [para o litoral]PP]VP [[deslocaram-se]φ [as populaccedilotildees]φ]I [[do interior]φ [para o litoral]φ]I

Este recurso agrave fronteira de I e natildeo a uma fronteira prosoacutedica mais baixa ou a um outro mecanismo prosoacutedico como a distribuiccedilatildeo de acentos tonais eacute gramaticalmente motivado Os constituintes agrupados num mesmo I mantecircm entre si uma relaccedilatildeo de tipo cabeccedila-complemento ou cabeccedila-modificador que natildeo estaacute disponiacutevel entre Is (ver Moacutedulo 2) A opcionalidade da utilizaccedilatildeo deste recurso tambeacutem eacute gramaticalmente motivada esta fronteira de I natildeo resulta directamente do mapeamento sintaxe-fonologia pois em (19) todos os constituintes se encontram no domiacutenio da mesma frase raiz mas da promoccedilatildeo de uma fronteira de sintagma fonoloacutegico para fins de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica Um caso claacutessico de ambiguidade estrutural eacute o da ligaccedilatildeo local ou natildeo local de oraccedilotildees relativas (Figura 21) Estas estruturas de tipo NP1 NP2 RC (oraccedilatildeo relativa) tecircm sido extensivamente estudadas em diferentes liacutenguas e

52 Soacutenia Frota

recorrendo a diferentes paradigmas experimentais Os resultados obtidos parecem mostrar que as preferecircncias pela ligaccedilatildeo local ou pela ligaccedilatildeo natildeo local ariam de liacutengua para liacutengua mesmo no caso da leitura silenciosa em que os

falantes projectam a liacutengua os resultados nte do contraste

entre estudconfirma

ituintes longos tendem a mo ento dos constituin

Figura 21 Ligaccedilatildeo de oraccedilotildees relativas e prosoacutedia

das liacutenguas romacircnicas apesar de diferenccedilas prosoacutedicas notoacuterias como o domiacutenio

v a prosoacutedia impliacutecita Para uma mesm

podem todavia depender da metodologia utilizada designadameos off-line e estudos on-line Os vaacuterios trabalhos tecircm ainda

do a importacircncia de factores prosoacutedicos como a extensatildeo dos constituintes para a ligaccedilatildeo preferencial da relativa const

tivar fronteiras prosoacutedicas afectando as possibilidades de agrupamtes

Uma questatildeo importante em aberto nesta linha de investigaccedilatildeo diz respeito agraves razotildees que conduzem agraves diferentes preferecircncias entre liacutenguas designadamente em estudos off-line A sintaxe bem como o sistema prosoacutedico das liacutenguas e a forma como ambos interagem satildeo candidatos fortes para proporcionar uma resposta Todavia liacutenguas como o Inglecircs o Japonecircs ou o Mandarim com diferenccedilas sintaacutecticas importantes (por exemplo a ordem NP1 NP2 RC em Inglecircs vs a ordem RC NP2 NP1 em Mandarim) e diferentes sistemas prosoacutedicos (o Inglecircs eacute uma liacutengua entoacional o Japonecircs eacute uma liacutengua com acento tonal lexicalmente determinado e o Mandarim eacute uma liacutengua tonal) apresentam a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo baixa Por outro lado a maioria

Prosoacutedia 53

de distribuiccedilatildeo de acentos tonais as formas de marcaccedilatildeo do sintagma fonoloacutegico ou mesmo as formas de implementaccedilatildeo da proeminecircncia (com o PE e o Francecircs com propriedades prosoacutedicas diferenciadas entre si e tambeacutem distintas das do Italiano Castelhano ou Portuguecircs do Brasil) apresenta a mesma preferecircncia pela ligaccedilatildeo alta Abordagens experimentais em que propriedades sintaacutecticas e prosoacutedicas bem como o mapeamento sintaxe-fonologia sejam tidas em conta para cada liacutengua e na comparaccedilatildeo entre liacutenguas satildeo certamente necessaacuterias para uma melhor compreensatildeo da interpretaccedilatildeo destas estruturas Sequecircncias com ambiguidades temporaacuterias tecircm apontado para um papel relevante da prosoacutedia no processamento A presenccedila de certas propriedades prosoacutedicas condiciona quer o acesso lexical quer o processamento sintaacutectico antes da ocorrecircncia de outros elementos desambiguadores A Figura 22 ilustra umassumi

a representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no acesso lexical que tem sido da em vaacuterios estudos

Figura 22 Fronteiras prosoacutedicas e acesso lexical Em ambiguidades lexicais locais como as em (20) a ausecircncia de uma fronteira prosoacutedica superior ao niacutevel da palavra (20a) introduz atrasos no processamento face a sequecircncias semelhantes mas natildeo ambiacuteguas Pelo contraacuterio na presenccedila de tal fronteira prosoacutedica (20b) o reconhecimento lexical na sequecircncia ambiacutegua e na natildeo ambiacutegua efectua-se em tempos idecircnticos (Christophe et al 2004)

54 Soacutenia Frota

(20) a [un chat grincheux]φ chat chagrin ne [un chat drogue]φ chat b [le gros chat]φ [grimpaithellip = [le gros chat]φ [dressaithellip Tambeacutem em casos como em (21) a presenccedila de uma fronteira de φ desambigua entre os candidatos lexicais possiacuteveis mas jaacute a presenccedila de uma fronteira de niacutevel de palavra como em (22) natildeo parece ser suficiente para produzir desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) Este conjunto de resultados sugere que o acesso lexical se processa no domiacutenio prosoacutedico do sintagma fonoloacutegico (2 a [o rolo de fita cola]φ [ficou b [o rolo de fita]φ [cola]φ [figuras (22) a [para quem discorrer]φ [sobre este tema b [para quem diz correr]φ [dez quiloacutemetros

1)

O estudo do papel da prosoacutedia no processamento lexical eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimentais como tarefas de monotorizaccedilatildeo de palavra (Word-monitoring) de detecccedilatildeo de fonema inicial de palavra ou de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas (Completion) A Figura 23 mostra uma representaccedilatildeo possiacutevel do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico Enunciados localmente ambiacuteguos mas com diferentes estruturas prosoacutedicas produzidos por falantes natildeo conscientes da ambiguidade tendem a ser desambiguados com sucesso pelos ouvintes As propriedades prosoacutedicas que conduzem agrave desambiguaccedilatildeo podem todavia diferir entre liacutenguas por exemplo no Francecircs a fronteira de sintagma fonoloacutegico parece ser suficiente (Milotte et al 2007) enquanto no Portuguecircs Europeu apenas a fronteira de sintagma entoacional produz desambiguaccedilatildeo (Frota Severino amp Vigaacuterio 2009) O mente um caso o outro

s exemplos em (23) e (24) ilustram respectivae (23) a le petit chien]φ mord la laisse b le petit chien mort]φ sera enterreacutehellip (24) a uma vez chegado o professor]I comeccedilaram b uma vez chegado]I o professor comeccedilou

Prosoacutedia 55

Figura 23 Fronteiras prosoacutedicas e processamento sintaacutectico

natildeo soacute um exame mais e o Francecircs se distingue

laramente do PE no que respeita agrave marcaccedilatildeo prosoacutedica do sintagma fonoloacutegico

entais off-line e on-line omo

1996 Houmlhle 2009) Apresentam-se aqui dois estudos ilustrativos da tilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas por bebeacutes e crianccedilas nos domiacutenios do acesso

biguidade

Estas diferenccedilas entre liacutenguas requerem

detalhado das propriedades prosoacutedicas do input (ondcndash ver Moacutedulos 2 e 4) mas tambeacutem estudos entre liacutenguas com metodologias exactamente comparaacuteveis O estudo do papel da prosoacutedia no processamento sintaacutectico eacute exemplificado atraveacutes de vaacuterios paradigmas experimc as tarefas de finalizaccedilatildeo de sequecircncias incompletas de detecccedilatildeo de palavra (Word-detection) e de registo do movimento dos olhos A exploraccedilatildeo de pistas prosoacutedicas para aceder a diversos tipos de unidades e estruturas linguiacutesticas natildeo eacute uma possibilidade exclusiva de falantes adultos A investigaccedilatildeo existente indica que o input disponibiliza pistas (foneacuteticas prosoacutedicas estatiacutesticas) para fronteira de palavra tipo de categoria de palavras aspectos diversos da estrutura sintaacutectica e que os bebeacutes e crianccedilas exploram estas pistas no processo de aquisiccedilatildeo e desenvolvimento da liacutengua O papel da informaccedilatildeo prosoacutedica neste processo parece ser determinante (Morgan amp Demuthulexical e do processamento sintaacutectico da am

56 Soacutenia Frota

A importacircncia para a segmentaccedilatildeo do sinal de fala da presenccedila de uma biguidade lexical local eacute

xaminada na performance de bebeacutes aprendentes do Inglecircs e de bebeacutes aprendentes do Francecircs (respectivamente Gout et al 2004 e Millotte et al no prelo) Os bebeacutes satildeo expostos a estiacutemulos como os em (25) no quadro da aplicaccedilatildeo do paradigma experimental do movimento preferencial da cabeccedila (Head-turn preference procedure) na sua variante condicionada Os resultados mostram que aos 10 meses de idade os bebeacutes ingleses jaacute distinguem entre monossiacutelabos e dissiacutelabos enquanto os bebeacutes franceses apenas o fazem aos 16 meses de idade Para aleacutem de confirmarem desde muito cedo uma capacidade para a computaccedilatildeo de informaccedilatildeo prosoacutedica e sua utilizaccedilatildeo como pista na aquisiccedilatildeo lexical estes resultados apontam para diferenccedilas entre liacutenguas (tal como no caso dos estudos com adultos) A indicaccedilatildeo de que as pistas para segmentaccedilatildeo de palavra poderatildeo ser mais fortes no Inglecircs do que no Francecircs principalmente devido agraves relaccedilotildees de proeminecircncia entre siacutelabas e ao padratildeo acentual domondicionar o passo do desenvolvimento da liacutengua

bal]φ confegravere un air solennel au chacircteau

omo os em (26)

Kipper-NOM quarto-LOC entra

fronteira de sintagma fonoloacutegico em situaccedilotildees de ame

inante (ver Moacutedulo 3) sugerem diferenccedilas no input que podem c

(25) a The church with the most paper spires is heavenly The man with the least pay]φ perspires constantly b La rangeacutee de balcons fait face au cloicirctre du monastegravere La grande salle de Num outro estudo a relevacircncia da prosoacutedia para a segmentaccedilatildeo do sinal em situaccedilotildees de ambiguidade lexical eacute estudada com crianccedilas coreanas entre os 2 e os 5 anos de idade (Choi amp Mazuka 2003) Em enunciados ca posiccedilatildeo da fronteira prosoacutedica a seguir ou antes de ka eacute crucial para a segmentaccedilatildeo lexical As crianccedilas satildeo expostas a duas imagens diferentes e eacute-lhes pedida a escolha da imagem correspondente ao estiacutemulo sonoro Os resultados mostram que as crianccedilas identificam correctamente os itens lexicais natildeo havendo diferenccedila significativa entre a performance de crianccedilas e de adultos (26) a Khipher ka ] pang e tˆlacutegayo Kipper entra num quarto

Prosoacutedia 57

b Khipher] kapang e tˆlacutegayo Kipper entra no saco

Kipper saco-LOC entra No mesmo estudo eacute ainda testada a utilizaccedilatildeo de pistas prosoacutedicas em situaccedilotildees de ambiguidade estrutural Em enunciados como os em (27) a presenccedila ou ausecircncia de fronteira prosoacutedica a seguir a kirin determina respectivamente a interpretaccedilatildeo deste elemento como o sujeito da frase ou como parte do objecto As pistas prosoacutedicas associadas agrave presenccedila da fronteira satildeo as mesmas que caracterizam a situaccedilatildeo de ambiguidade lexical Os resultados mostram que crianccedilas ateacute aos 4 anos natildeo conseguem efectuar a desambiguaccedilatildeo e que crianccedilas de 5-6 anos tecircm uma performance superior agraves primeiras mas ainda significativamente diferente da dos adultos (27) a kirin ] kwaja macutegacuteyo (A) girafa come (o) bolo

girafa bolo come

b kirin kwaja ] macutegacuteyo (Algueacutem) come (o) bolo em forma de girafa

Estes resultados confirmam a existecircncia de uma capacidade para omputar e usar a prosoacutedia e revelam que a diferenccedila entre os casos de

a dificuldades no de uma liacutengua

ista prosoacutedico primeira

arcam margens de constituintes a demonstraccedilatildeo da utilizaccedilatildeo destas

cambiguidade lexical e os de ambiguidade estrutural eacute devidaprocessamento sintaacutectico Tratando-se o Coreano tipologicamente diferente do Inglecircs e do Francecircs do ponto de vpois as propriedades que nas uacuteltimas assinalam proeminecircncia nampropriedades constitui uma evidecircncia para um papel generalizado da prosoacutedia no processamento (para aleacutem das especificidades das liacutenguas) Bibliografia especiacutefica Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2 Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological

phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-547

Fodor J 2002 Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

58 Soacutenia Frota

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Synt c disambiguation the role oeaning

acti f Barcelona

004) Phonological phrase boundaries e 51

oumlhle mecha n first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

aia M E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late

(1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology

mbiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com satildeo I ito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos Porto

Intonation editado por P Prieto) 249-278

prosoacutedia para a quisiccedilatildeo de diferentes unidades e estruturas linguiacutesticas a par da caracterizaccedilatildeo

ento prosoacutedico Aqui como anteriormente destacam-se abalhos experimentais sobre as questotildees em anaacutelise e faz-se especial referecircncia

ente a presenccedila de uma sensibilidade precoce a propriedades prosoacutedicas e que aponta para que as

prosody Workshop on Prosody and MGout A A Christophe amp J Morgan (2

constrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Languag548-567

H B (2009) Bootstrapping nisms i

Mpreferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish Journal of Portuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Millotte S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal prosody constrains word segmentation in French 16-month-olds Journal of Portuguese Linguistics 9-2

Millotte S A Reneacute R Wales amp A Christophe (2008) Phonological phrase boundaries constrain the on-line syntactic analysis of spoken sentences Journal of Experimental Psychology Learning Memory amp Cognition 34 874-885

Millotte S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 898-909

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nespor M M T Guasti amp A Christophe

Berlin Akademie Verlag 1-26 Vigaacuterio M (1997) Processos de desa

adveacuterbios de exclu n A Brpara Oacutescar Lopes Campo das Letras pp 855-868

ropean Portuguese Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in EuCatalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance

66 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 6 PROSOacuteDIA E AQUISICcedilAtildeO DA LIacuteNGUA 61 Ritmo e aquisiccedilatildeo da liacutengua 62 Aquisiccedilatildeo da entoaccedilatildeo 63 Desenvolvimento prosoacutedico O sexto e uacuteltimo moacutedulo do programa trata do contributo daado proacuteprio desenvolvimtra estudos sobre o Portuguecircs

Existe uma vasta literatura que demonstra empiricam

Prosoacutedia 59

crianccedilas estejam equipadas com um mecanismo de processamento do sinal de nput) inicialmente sintonizfala (i ado para informaccedilatildeo prosoacutedica (eg Morgan

prosoacutedi o sinal de fala em

processo tornou-se conhecido como

icas mais investigadas estatildeo as que se relacionam om o ritmo sendo que para o ritmo podem contribuir diversos factores desde a

uiccedilatildeo dos padrotildees acentuais e de proeminecircncia a diferentes niacuteveis s tonais a forma acuacutestica como a

e combinaccedilatildeo segmental entre o 3) Estudos como o de Nazzi et al (1998)

receacutem-nascidos conseguem discriminar liacutenguas s diferentes mas natildeo liacutenguas agrupadas

tmicamente na mesma classe Em (28) apresenta-se uma siacutentese dos

1986 Morgan amp Demuth 1996 Jusczyk 1997 Houmlhle 2009) Pistas prosoacutedicas associadas a propriedades como o acento as proeminecircncias e fronteiras

cas o ritmo e a entoaccedilatildeo ajudam o bebeacute a segmentarunidades linguiacutesticas e podem contribuir para a sua categorizaccedilatildeo4 Este

bootstrapping prosoacutedico e tem sido investigado como uma das abordagens que visa contribuir para a compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da liacutengua (Figura 24)

Figura 24 Do sinal para a gramaacutetica

Entre as pistas prosoacutedcdistribprosoacutedicos a proacutepria distribuiccedilatildeo dos eventoproeminecircncia eacute realizada ou os padrotildees dconsoantes e vogais (ver Moacuteduldemonstram que bebeacutes pertencentes a classes riacutetmicariresultados de estudos de discriminaccedilatildeo riacutetmica com bebeacutes

4 Ver tambeacutem o moacutedulo 5 para uma ilustraccedilatildeo de como as propriedades prosoacutedicas contribuem para a segmentaccedilatildeo do input

60 Soacutenia Frota

(28) Tipo riacutetmico Liacutenguas Discriminaccedilatildeo Acentual Silaacutebico

InglecircsItaliano radic InglecircsCastelhano radic

Figura 25 s

A relaccedilatildeo entr s linguiacutesticas tem sido xplorada nas abordagens de bootstrapping (Figura 25) Foi proposto por xempl

A correlaccedilatildeo existente entre a posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma

RussoFrancecircs radic Inglecircs+Neerlandecircs Italiano+Castelhano radic Acentual Moraico InglecircsJaponecircs radic NeerlandecircsJaponecircs radic Acentual Acentual InglecircsNeerlandecircs X Silaacutebico Silaacutebico CastelhanoCatalatildeo X Acen+Sil Acen+Sil Inglecircs+Italiano Neerlandecircs+Castelhano X Estes resultados constituem uma evidecircncia forte de que os bebeacutes estatildeo equipados com mecanismos perceptivos especialmente sensiacuteveis a propriedades riacutetmicas do sinal de fala que permitem a identificaccedilatildeo dessas propriedades

Do sinal para a gramaacutetica o papel das propriedades riacutetmica

e propriedades riacutetmicas e unidadeee o que pistas riacutetmicas estatildeo na base do bootstrapping prosoacutedico da ordem de palavras da segmentaccedilatildeo de palavras e sua categorizaccedilatildeo ou do tipo de reportoacuterio silaacutebico (Nespor et al 1996 Christophe et al 2003 Jusczyk et al 1999 Nazzi et al 2006 Christophe et al 2008 Mehler amp Nespor 2002 Vigaacuterio et al 2003)

fonoloacutegico (inicial ou final) e a ordem sintaacutectica entre cabeccedila e complemento

Prosoacutedia 61

nas liacutenguas (ver Moacutedulo 2) permite associar o padratildeo riacutetmico em (29a) com a ordem cabeccedila-complemento e o padratildeo riacutetmico em (29b) com a ordem complemento-cabeccedila Trabalhos experimentais demonstram que os bebeacutes tecircm as capacidades perceptivas necessaacuterias para computar estas pistas riacutetmicas dado que discriminam entre sinais de fala segmentalmente idecircnticos mas

om uas

e ritmo acentual como o Inglecircs o Neerlandecircs ou o Alematildeo o padratildeo trocaico

ras mais longas Estas correlaccedilotildees permitem gerar as espectativas de segmentaccedilatildeo do sinal de fala em (30) uma segmentaccedilatildeo inicial baseada no acento ou mais propriamente no peacute binaacuterio trocaico (e com tendecircncia para palavras mais curtas) em liacutenguas de ritmo acentual e uma segmentaccedilatildeo inicial baseada na siacutelaba (e posteriormente com tendecircncia para palavras mais longas) em liacutenguas de ritmo silaacutebico Estudos experimentais confirmam que bebeacutes ingleses neerlandeses e alematildees segmentam precocemente palavras trocaicas (mas natildeo palavras jacircmbicas) e bebeacutes franceses falham a segmentaccedilatildeo de dissiacutelabos comeccedilando por reconhecer monossiacutelabos e integrando as duas siacutelabas numa mesma unidade apenas mais tarde (Houmlhle 2009) (30) a Ritmo acentual [ x x (xs xw) x x ] padratildeo trocaico gtgt palavra curta

b Ritmo silaacutebico [ x x (x) x x x ] siacutelaba gtgt palavra longa

prosodicamente diferentes no que respeita agrave posiccedilatildeo da proeminecircncia de sintagma fonoloacutegico (eg Christophe et al 2003) (29) a [ hellip (ws)φ (ws)φ (ws)φ hellip ]I b [ hellip (sw)φ (sw)φ (sw)φ hellip ]I As propriedades riacutetmicas das liacutenguas estatildeo tambeacutem correlacionadas cpadrotildees de proeminecircncia ao niacutevel lexical e com tamanho de palavra Em liacutengd(sw) eacute dominante ao contraacuterio do que sucede por exemplo no Francecircs ou no Portuguecircs Europeu5 Paralelamente liacutenguas de ritmo acentual possuem palavras mais curtas enquanto liacutenguas de ritmo silaacutebico ou moraico possuem palav

o Cutler amp Carter (1987) cerca de 96 das palavras lexicais do Inglecircs comeccedilam por

siacutelaba toacutenica 80 das palavras lexicais satildeo monossiacutelabos No PE apenas 25 das palavras lexicais comeccedilam por siacutelaba toacutenica 71 das palavras lexicais possuem 3 ou mais siacutelabas (contagem em types obtida sobre uma secccedilatildeo da FrePOP ndash Frota et al 2010)

5 Segund

62 Soacutenia Frota

O facto de palavras funcionais serem habitualmente itens muito frequentes na liacutengua com forma monossilaacutebica sem acento e localizados mas margens de unidades prosoacutedicas (designadamente de sintagmas fonoloacutegicos e entoacionais) permite que os bebeacutes possam extrair estas regularidades compil

os e formatos silaacutebicos mais imples (Quadro 5) Esta correlaccedilatildeo permite que o ritmo ajude a crianccedila a

o da liacutengua Por sua vez o tipo de s formatos de palavra sendo mais um

ctor a contribuir para as estrateacutegias de segmentaccedilatildeo em (30) sistemas

ando uma lista destes elementos muito frequentes e identificando-os com palavras funcionais quando ocorrem nas fronteiras de constituintes prosoacutedicos Vaacuterios trabalhos experimentais mostram que os bebeacutes pouco depois do primeiro ano satildeo jaacute capazes de identificar categorias de palavras (Christophe et al 2008) As propriedades riacutetmicas correlacionam-se ainda com o tipo de reportoacuterio silaacutebico da liacutengua (ver Moacutedulo 3) As liacutenguas de ritmo acentual possuem tipicamente reportoacuterios silaacutebicos vastos com muitos tipos e grande complexidade silaacutebica pelo contraacuterio liacutenguas de ritmo silaacutebico tendem a possuir reportoacuterios mais pequenos com menos tipsdeterminar o tipo de reportoacuterio silaacutebicreportoacuterio silaacutebico correlaciona-se com ofasilaacutebicos complexos possibilitam mais diversidade com menos siacutelabas logo palavras mais pequenas sistemas silaacutebicos simples necessitam de mais siacutelabas para realizar contrastes lexicais logo palavras mais longas (Mehler amp Nespor 2002) Quadro 5 Propriedades de sistemas silaacutebicos complexos e sistemas silaacutebicos simples (Vigaacuterio et al 2003)

Syllable types English Dutch Spanish French EP Number 16 19 9 - 6 Most frequent () CV 34 CV 36 CV 58 CV 56 CV 65

CVC 30 CVC 32 CVC 22 CVC 19 CVC 16 VC 15 VC 15 CCV 6 V 10 V 11 V 8 CVCC 6 V 6 CCV 7 CCV 5 CVCC6 V 2 VC 3

Closed syllables () 56 59 30 26 19 CC(C) () --- 14 --- --- 6

Prosoacutedia 63

Estudos do desenvolvimento prosoacutedico infantil na perspectiva da produccedilatildeo e linguisticamente informados satildeo ainda recentes No que respeita agrave quisiccedilatildeo do sistema entoacional apenas um pequeno conjunto de liacutenguas foi

o Po Europ

eerlandecircs por um desenvolvimento entoacional mais tardio No primeiro

Figura 26 Produccedilatildeo de dois chamamentos consecutivos chamamento

aainda considerado Os resultados disponiacuteveis apontam para diferenccedilas entre liacutenguas com o Castelhano o Catalatildeo e rtuguecircs eu a serem caracterizados por um desenvolvimento entoacional precoce e o Inglecircs e Nconjunto de liacutenguas as crianccedilas mostram dominar um leacutexico entoacional proacuteximo do do adulto com o uso apropriado das diferentes melodias para veicular significados e mostram ainda um desenvolvimento na produccedilatildeo dos padrotildees de alinhamento e escalonamento tonal bem antes do iniacutecio do estaacutedio das duas palavras ou seja da produccedilatildeo de enunciados com combinaccedilatildeo de palavras (Snow 2006 Chen amp Fikkert 2007 Prieto amp Vanrell 2007 Frota amp Vigaacuterio 2008) As Figuras 26 e 27 ilustram o uso apropriado de diferentes melodias por uma crianccedila portuguesa com 20 meses que inicia o estaacutedio de duas palavras aos 26 meses

100100

200

300

400

500

600

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2 2 5

H H H L

t i t o t i t o

4 4

cantado seguido de chamamento insistente

64 Soacutenia Frota

150150

240

330

420

510

600

Fund

amen

tal f

requ

enc

0 0 5 1 1 5 2 2 5

Figura 27 Sequecircncia de respostas agrave pergunta do adulto Sabes quem eacute esta repetida por este apoacutes a primeira resposta da crianccedila declarativa neutra seguida de declarativa focalizada

No caso do chamamento verifica-se a produccedilatildeo pragmaticamente adequada do chamamento cantado em primeiro lugar com a selecccedilatildeo correcta dos tons de fronteira que fazem a distinccedilatildeo entre os dois tipos de chamamento No caso da declarativa em resposta agrave pergunta verifica-se a produccedilatildeo inicial de uma declarativa neutra substituiacuteda para uma declarativa focalizada na resposta agrave

nte o

a

ormas mono (eg Francecircs Portuguecircs) As ropriedades prosoacutedicas de enunciados de uma soacute palavra e de enunciados ultipalavra fornecem pistas para o estatuto prosoacutedico das siacutelabas (ou peacutes) e das

equecircncias de palavras que os constituem (Fikkert 1994 Odorico amp Carubbi

repeticcedilatildeo da pergunta por parte do adulto com um constraste de alinhamento do tom H associado a esta distinccedilatildeo pragmaacutetica (ver Moacutedulo 4 designadameQuadro 3)

Se parece natildeo existir uma correlaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento sintaacutectico os estudos atraacutes referidos apontam para umcorrelaccedilatildeo entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento lexical dadoque o primeiro surge associado a saltos significativos no tamanho do leacutexico produzido

Trabalhos sobre o desenvolvimento da estrutura prosoacutedica a partir de dados de produccedilatildeo tecircm tambeacutem revelado diferenccedilas entre liacutenguas Destaca-se oformato das primeiras palavras com liacutenguas em que o formato de peacute binaacuterio domina (eg Inglecircs Neerlandecircs Japonecircs) e liacutenguas em que f

ssilaacutebicas monomoraicas prevalecem pms

y (H

z)

H + L L H + L L

t a t aacute t a t aacute

4 4

Prosoacutedia 65

2003 Berens amp Gout 2005 Demuth amp McCullough 2008) O estudo destas istas permite determinar se um dado elemento eacute ou natildeo tratado como uma

palavra prosoacutedica ou como um sintagma entoacional e se dois ou mais elementos se encontram prosodicamente integrados numa mesma unidade ou prosodicamente separados em unidades diferentes Por outras palavras um tal estudo permite determinar as propriedades da estrutura prosoacutedica dos enunciados produzidos e o seu desenvolvimento Por exemplo a presenccedila de truncamento inicial de palavras dissilaacutebicas no PE ou a sua produccedilatildeo com duas siacutelabas mas em que cada uma das siacutelabas apresenta um acento tonal (1PAsyl) sugerem fortemente que num estaacutedio inicial a siacutelaba estaacute a ser tratada pela crianccedila como uma palavra prosoacutedica e que a integraccedilatildeo de duas (ou mais) siacutelabas na mesma palavra prosoacutedica acontece num estaacutedio posterior quando quer o truncamento quer o acento tonal por siacutelaba quase desaparecem dando lugar a uma sequecircncia de siacutelabas produzida com um uacutenico acento tonal

isyl_1PA) (Figura 28)

ura 28 Estrateacutegias na produccedilatildeo de alvos dissilaacutebicos (1) ateacute

o 4) mostra que estas produccedilotildees satildeo formadas por sequecircncias de

p

(d

Fig104 (2) de 105 a 108 Dados de Luma (Frota 2010)

De uma forma similar a ausecircncia de integraccedilatildeo prosoacutedica nos primeiros enunciados multipalavra revelada pela presenccedila de pistas como pausas ou reset (ver Moacutedulconstituintes prosoacutedicos de uma uacutenica palavra (Figura 29) que contrastam com sequecircncias de palavras integradas num mesmo constituinte prosoacutedico (Figura 30) Naturalmente a ausecircnciapresenccedila de integraccedilatildeo prosoacutedica tem

66 Soacutenia Frota

consequecircncias natildeo soacute para o conhecimento do processo de desenvolvimento prosoacutedico mas tambeacutem para o conhecimento da emergecircncia da sintaxe

Figura 29 Enunciado Mamatilde olha produzido com dois sintagmas entoacionais (109)

100100

180

260

340

420

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1 1 5 2

H L H H

m a m atilde o l h a

4 4

Figura 30 Enunciado Mamatilde olha produzido num uacutenico sintagma entoacional (111)

D ocesso de aquisiccedilatildeo

a liacuteng d

ada a complexidade dos factores envolvidos no prua apoacutes deacutecadas de investigaccedilatildeo no domiacutenio da percepccedilatildeo e dos

trabalhos mais recentes no acircmbito da produccedilatildeo o conhecimento do papel da prosoacutedia neste processo eacute ainda fragmentaacuterio Muitos percursos de investigaccedilatildeo permanecem por explorar como os que a seguir se referem a tiacutetulo

200200

260

320

380

440

500

Fund

amen

tal f

requ

ency

(Hz)

0 0 5 1

H + L L

m a m atilde o l h a

4

Prosoacutedia 67

exemplificativo Diferentes propriedades riacutetmicas parecem determinar diferentes estrateacutegias de segmentaccedilatildeo nas liacutenguas (ver (30) acima) e os formatos de palavra inicialmente produzidos parecem correlacionar-se com essas estrateacutegias Todavia a relaccedilatildeo entre unidades de segmentaccedilatildeo na percepccedilatildeo no primeiro ano de vida e as unidades linguiacutesticas da produccedilatildeo inicial no segundo ano de

ida encontra-se por determinar Nos uacuteltimos anos tem surgido evidecircncia crescente para a importacircncia das propriedades do input no processo de aquisiccedilatildeo Mas a demonstraccedilatildeo de que a segmentaccedilatildeo lexical eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Inglecircs do que em bebeacutes aprendentes do Francecircs devido a propriedades especiacuteficas do input presentes numa liacutengua e ausentes noutra ou de que o desenvolvimento entoacional eacute mais precoce em bebeacutes aprendentes do Catalatildeo ou do Portuguecircs do que em bebeacutes aprendentes do Inglecircs ou do Neerlandecircs devido a propriedades do input encontra-se ainda por fazer O Portuguecircs Europeu neste campo constitui um importante objecto de teste devido agrave combinaccedilatildeo de propriedades prosoacutedicas que o caracteriza a mistura de elementos riacutetmicos silaacutebicos e acentuais (ver Moacutedulo 3) a presenccedila de elementos entoacionais semelhantes a outras liacutenguas romacircnicas (como o acent senccedila espar is ndash ver Moacutedulo 4) A realizaccedilatildeo de investigaccedilatildeo experimental com dados do PE nos domiacutenios da discriminaccedilatildeo riacutetmica por bebeacutes poderia pois dar um contributo para o entendimento de quais as propriedades riacutetmicas mais salientes para os mecanismos perceptivos das crianccedilas Tambeacutem a investigaccedilatildeo das estrateacutegias de segmentaccedilatildeo lexical em bebeacutes aprendentes do PE em comparaccedilatildeo com os estudos jaacute existentes poderia dar um contributo para a associaccedilatildeo entre propriedades riacutetmicas e unidades de segmentaccedilatildeo inicial nas liacutenguas A exploraccedilatildeo de algumas destas linhas de investigaccedilatildeo estaacute prevista no acircmbito do projecto Development of prosodic structure and intonation presentemente em curso no CLUL Bibliografia especiacutefica

v

o poacutes-nuclear) a par de elementos entoacionais diferentes (como a presa de acentos tona

Behre

2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

ns H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Chen A amp P Fikkert (

Christophe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The case of the head-direction parameter Developmental Science 6 211-220

68 Soacutenia Frota

Christophe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1 amp 2) 61-75

Demuth K amp E McCullough (2008) The prosodic (re)organization of childrenrsquos early English articles Journal of Child Language 36 173-200

Fikkert Paula (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL Frota S (2010) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation

tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation in European Portuguese Third Conference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

Frota S M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

Jordatildeo R (2009) A estrutura prosoacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

faces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

dorico L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-word n children First Language 23(1) 97-116

rieto P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings

Um estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa Jusczyk P W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press Jusczyk P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word

segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 159-207 Mehler J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language In

A Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988) A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

Morgan J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006) Early segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Nazzi T J Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newborns towards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-766

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Inter

Outterances in Italia

Pof ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prosoacutedia 69

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23 months Child Development 77(2) 281-296

Vigaacuterio M S Frota amp M J Freitas (2003) From signal to grammar Rhythm and the acquisition of syllable structure Proceedings of the 27th Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass

Ambraz

Andrad iana (1994) Sineacuterese dieacuterese e estrutura silaacutebica In Actas do

ol 2 317-347

ic Typology The Phonology

494

Cascadilla Press 809-821 7 ANEXO

BIBLIOGRAFIA ALARGADA

aitis G (2010) Nuclear Intonation in Swedish Evidence from Experimental-Phonetic Studies and a Comparison with German Lund Lund University press

Andrade A (1984) Acoustic study of vowel duration in European Portuguese (based on one subject) Relatoacuterios do Grupo de Foneacutetica e Fonologia nordm 5 Lisboa INIC

Andrade E amp M C Viana (1989) Ainda sobre o acento e o ritmo em portuguecircs Actas do IV Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APL 3ndash15

e E amp M C VIX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica 31-42 Lisboa APLColibri

Arvaniti A (1994) Acoustic features of Greek rhythmic structure Journal of Phonetics 22 239ndash268

Arvaniti A (2007) On the presence of final lowering in British and American English In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter V

Arvaniti A (2009) Rhythm Timing and the Timing of Rhythm Phonetica 66 46-63

Arvaniti A amp M Baltazini (2005) Intonational Analysis and Prosodic Annotation of Greek Spoken Corpora In Sun-Ah Jun (ed) Prosodof Intonation and Phrasing Oxford OUP 84-117

Arvaniti A amp S Godjevac (2003) The origins and scope of final lowering in English and Greek In MJ Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Science Barcelona UAB 1077-80

Auer P (1991) ldquoStress-Timingrdquo vs ldquoSyllable-Timingrdquo from a Typological Point of View In B Palek amp P Janota (eds) Proceedings of LPrsquo90 Charles University Press 292-305

Baltazani M (2006) Focusing prosodic phrasing and hiatus resolution in Greek In L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 473-

70 Soacutenia Frota

Beckman M amp J Edwards (1990) Lengthenings and shortenings and the nature of prosodic constituency In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in

Beckm

Beckm letcher (1992) Prosodic structure and tempo in a sonority model of articulatory dynamics In Gerard J Docherty amp D Robert Ladd (eds) Papers in Laboratory Phonology II Cambridge CUP 68ndash86

eckman M J Hirschberg amp S Shattuck-Hufnagel (2005) The Original ToBI d the Evolution of the ToBI Framework In Sun-Ah Jun (ed)

y of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

ehrens H amp U Gut (2005) The relationship between prosodic and syntactic organization in early multiword speech Journal of Child Language 32 1-34

Laboratory Phonology I Cambridge CUP 179ndash200

Beckman M amp J Edwards (1994) Articulatory evidence for differentiating stress categories In Patricia Keating (ed) Papers in Laboratory Phonology III Cambridge CUP 7ndash33

an M amp J Pierrehumbert (1986) Intonational Structure in Japanese and English Phonology Yearbook 3 255ndash310

an M J Edwards amp J F

BSystem anProsodic Typology The PhonologUniversity Press 9-54

B

Blevins J (1995) The Syllable in Phonological Theory In J Goldsimth (ed) The Handbook of Phonological Theory Oxford Blackwell 206-244

Boersma P amp D Weenink (2008) Praat doing phonetics by computer (version 5023) httpwwwpraatorg

Brandatildeo de Carvalho J (1989) Phonological conditions on Portuguese clitic

Bruce G (1977) Swedish word accents in sentence perspective Lund Gleerup

bridge CUP 70-87

ts Journal of the Acoustical Society of America 120

Cambieerdam LOT Dissertation Series 32

Casper43(2) 127-161

Chen A in English In Proceedings of Eurospeech Geneva 97-100

placement on syntactic evidence for stress and rhythmical patterns Linguistics 27 405-436

Byrd D A Kaun S Narayanan amp E Saltzman (2000) Phrasal signatures in articulation In M B Broe amp J Pierrehumbert (eds) Papers in Laboratory Phonology V Cam

Byrd D J Krivopic amp S Lee (2006) How far how long On the temporal scope of prosodic boundary effec(3) 1589-1599

r-Langeveld T (2000) Temporal marking of accents and boundaries PhD Thesis University of Amst

Carlson K L Frazier C Clifton Jr (2009) How prosody constrains comprehensionA limited effect of prosodic packaging Lingua 1191066ndash1082

s J (2000) Experiments on the meaning of four types of single-accent intonation patterns in Dutch Language and Speech

Chahal D amp S Hellmuth (in press) The intonation of Lebanese and Egyptian Arabic In Sun-Ah Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford OUP

(2003) Reaction Time as an Indicator of Discrete Intonational Contrasts

Prosoacutedia 71

Chen A amp P Fikkert (2007) Intonation of early two-word utterances in Dutch Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken 315-320

Choi Y amp R Mazuka (2003) Young Childrenrsquos Use of Prosody in Sentence Parsing

Christose of the head-direction parameter

Christo5

7

Cruz-Fh PhD Dissertation Manchester University

e

DrsquoImpe ets and their

DrsquoImpe How many levels of phrasing Evidence from

DrsquoImpe House (1997) Perception of questions and statements in

Journal of Psycholinguistic Research Vol 32 No 2

phe A M Nespor M T Guasti amp Bvan Ooyen (2003) Prosodic structure and syntactic acquisition The caDevelopmental Science 6 211-220

phe A S Millotte S Bernal amp J Lidz (2008) Bootstrapping Lexical and Syntactic Acquisition Language and Speech 51 (1-2) 61-7

Christophe A S Peperkamp C Pallier E Block amp J Mehler (2004) Phonological phrase boundaries constrain lexical access I Adult data Journal of Memory and Language 51 523-54

Cruz M (2009) Gaguez em busca de um padratildeo prosoacutedico e entoacional MA Dissertation Universidade de Lisboa

Cruz M amp S Frota (2010) Sentence Types across Varieties of European Portuguese Production and Perception TIE4 Stockholm

Cruz-Ferreira M (1980) Basic intonational and grammatical patterns of Portuguese and English questions MA Dissertation University of Manchester

erreira M (1983) Non-native comprehension of intonation patterns in Portuguese and in Englis

Cruz-Ferreira M (1998) Intonation in European Portuguese In D Hirst amp A Di Cristo (eds) Intonation Systems A Survey of Twenty Languages CambridgCambridge University Press 167-178

rio M (2000) The role of perception in defining tonal targalignment PhD Dissertation Ohio State University

rio M amp B Gili Fivela (2003)two varieties of Italian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 130-144

rio M amp DNeapolitan Italian Eurospeech rsquo97 251ndash254

DrsquoImperio M G Elordieta S Frota P Prieto amp M Vigaacuterio (2005) Intonational Phrasing in Romance The role of prosodic and syntactic structure In S Frota M Vigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Phonetics amp Phonology Series Berlin Mouton de Gruyter 59-97

Dainora A (2006) Modelling intonation in English In L Goldstein D H Whalen amp Catherine T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 107-132

Dasher R amp D Bolinger (1982) On pre-accentual lengthening Journal of the International Phonetic Association 12 58-69

Dauer R (1983) Stress-timing and syllable-timing reanalyzed Journal of Phonetics 11 51-62

72 Soacutenia Frota

Dauer R (1987) Phonetic and Phonological Components of Language Rhythm In Proceedings of the XIth International Congress of Phonetic Sciences 268-274

gia Tomo XXIV 1-11

Demuth e prosodic (re)organization of childrenrsquos

Den Os sertation Utrecht

DePaoltic study Journal of Phonetics 36 406-422

guage 59 294-311

on 27 27-33

a Lisboa

Elordie onational

oa

Faleacute I tonational Contrasts in

Faleacute I requests in European Portuguese

Fernansidade Estadual de Campinas

Fikkert J Freitas (1998) Acquisition of syllable structure constraints Evidence from Dutch and Portuguese In Proceedings of the GALA97

Delgado Martins M R (1973) Anaacutelise acuacutestica das vogais toacutenicas em Portuguecircs Boletim de Filologia Tomo XXII 303-314

Delgado Martins M R (1975) Vogais e consoantes do Portuguecircs estatiacutestica de ocorrecircncia duraccedilatildeo e intensidade Boletim de Filolo

Delgado Martins M R (2002) Foneacutetica do Portuguecircs Trinta anos de investigaccedilatildeo Lisboa Editorial Caminho

Demuth K (2006) Crosslinguistic perspectives on the Development of Prosodic Words Introduction Language and Speech 49(2) 129-135

K amp E McCullough (2008) Thearly English articles Journal of Child Language 36 173-200

E (1988) Rhythm and tempo of Dutch and Italian PhD DisRijksniversiteit

is R A M Vihman amp S Kunnari (2008) Prosody in production at the onset of word use A cross-linguis

Dilley L amp J McAulley (2008) Distal prosodic context affects word segmentation and lexical processing Journal of Memory and Lan

Dimitrova S (1997) Bulgarian Speech Rhythm Stress-Timed or Syllable-Timed Journal of the International Phonetic Associati

Ellison M amp M C Viana (1996) Antagonismo e elisatildeo das vogais aacutetonas em PE Actas do XI Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de LinguiacutesticAPLColibri Vol III 261ndash282

ta G S Frota amp M Vigaacuterio (2005) Subjects objects and intphrasing in Spanish and Portuguese Studia Linguistica (Special issue on Boundaries in intonational phonology ed by Merle Horne amp Marc van Oostendorp) 59 110-143

Faleacute I (1995) Fragmento da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu as Estruturas Coordenadas MA Dissertation Universidade de Lisb

Faleacute I (2005) Percepccedilatildeo e Reconhecimento da Informaccedilatildeo Entoacional em Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

amp I H Faria (2006) Categorical Perception of InEuropean Portuguese Speech Prosody 2006 Dresden Germany 69-72

amp I H Faria (2007) Imperatives orders and intonation In Proceedings of the 16th International Congress of Phonetic Sciences 1041-1044

des F (2007) Ordem Focalizaccedilatildeo e Preenchimento em Portuguecircs Sintaxe e Prosoacutedia PhD Dissertation Univer

Fikkert P (1994) On the Acquisition of Prosodic Structure Leiden HIL

P amp M

Prosoacutedia 73

Conference on Language Acquisition Edinburgh University of Edinburgh 217-222

Fodor J (2002) Psycholinguistics cannot escape prosody Proceedings of the 1st International Conference on Speech Prosody Universiteacute de Provence 83-88

s N Munaro amp R van de Vijver

Frota S nd

of an E of Athens 127ndash130

ue on

Frota S tuguese

ngua Portuguesa

Freitas M J (1997) Aquisiccedilatildeo da Estrutura Silaacutebica do Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

Frota S (1996) Prosodic Phrases and European Portuguese in search of evidence In A Bisetti L Brugegrave J Costa R Goedeman(eds) Proceedings of ConSole 3 Leiden SOLE 47ndash69

(1997) Association Alignment and Meaning the tonal sequence HL aFocus in European Portuguese In A Botinis G Kouroupetroglou amp G Carayiannis (eds) Intonation Theory Models and ApplicationsmdashProceedings

SCA Workshop Athens ESCAUniversity

Frota S (2000a) Prosody and focus in European Portuguese Phonological phrasing and intonation New York Garland Publishing

Frota S (2000b) Questotildees de associaccedilatildeo e alinhamento tonal implicaccedilotildees para uma Actas do XV Encontro teoria da entoaccedilatildeo In R V Castro amp P Barbosa (orgs)

Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 513-532

Frota S (2002a) Nuclear falls and rises in European Portuguese a phonological analysis of declarative and question intonation Probus 14 (Special issIntonation in Romance edited by J Ignacio Hualde) 113-146

(2002b) Tonal association and target alignment in European Pornuclear falls In C Gussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 387-418

Frota S (2002c) The Prosody of Focus a Case-Study with Cross-Linguistic Implications In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 319-322

Frota S (2003a) Nuacutecleos e Fronteiras uma anaacutelise fonoloacutegica da interrogativa no Portuguecircs Europeu In I Castro amp I Duarte (orgs) Razotildees e Emoccedilatildeo Miscelacircnia de estudos em homenagem a Maria Helena Mira Mateus Lisboa Imprensa Nacional-Casa da Moeda 327-345

Frota S (2003b) The phonological status of initial peaks in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 133-152

Frota S (2004) Constituintes prosoacutedicos (introduccedilatildeo sintagma fonoloacutegico sintagma entoacional) In M H Mateus A M Brito I Duarte I H Faria S Frota G Matos F Oliveira M Vigaacuterio amp A Villava Gramaacutetica da Liacute6ordf ediccedilatildeo revista e aumentada Lisboa Caminho 1059-601066-1076

Frota S (2010a) A focus intonational morpheme in European Portuguese Production and Perception G Elordieta amp P Prieto (eds) Intonation and Meaning Mouton de Gruyter [submitted March 2010 - httpwwwflulpt LaboratorioFoneticatextsFocusIntonationalMorpheme_Frotapdf ]

74 Soacutenia Frota

Frota S (2010b) Prosodic structure in early child speech Evidence from intonation tempo and coda production Workshop on Prosodic Development Universitat Pompeu Fabra Barcelona httpprosodiaupfeduactivitats prosodicdevelopmenthomeprogramphp

Frota S (in press) Prosodic structure constituents and their representations In A

Frota S accedilatildeo no

Frota S amp M Vigaacuterio (2001b) Efeitos de peso no portuguecircs europeu In M Helena

Frota es of European

European Portuguese Third

Cohn C Fougeron amp M Huffman (eds) Handbook of Laboratory Phonology Oxford Oxford University Press Chapter 9

Frota S (in press) The Intonational Phonology of European Portuguese In Sun-Ah-Jun (ed) Prosodic Typology II Oxford Oxford University Press Chapter 2

Frota S C Severino amp M Vigaacuterio (2009) Syntactic disambiguation the role of prosody Workshop on Prosody and Meaning Barcelona

Frota S amp M Vigaacuterio (1995) The intonation of one European Portuguese infant a first approach In I H Faria amp M J Freitas (eds) Studies on the Acquisition of Portuguese Lisboa APLColibri 17-34

amp M Vigaacuterio (2000) Aspectos de prosoacutedia comparada ritmo e entoPE e no PB In R V Castro amp P Barbosa (orgs) Actas do XV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Coimbra APL Vol1 533-555

Frota S amp M Vigaacuterio (2001a) On the correlates of rhythmic distinctions the EuropeanBrazilian Portuguese case Probus 13 247-273

Mateus amp C Nunes Correia (eds) Saberes no Tempo Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos Lisboa Ediccedilotildees Colibri 315ndash333

S amp M Vigaacuterio (2007) Intonational Phrasing in two varietiPortuguese T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Vol I Berlin Mouton de Gruyter 265-291

Frota S amp M Vigaacuterio (2008) Early intonation inConference on Tone and Intonation (TIE3) Lisboa httpwwwflulptLaboratorioFoneticatextsTIE3EarlyIntonationEPfpdf

Frota S amp N Matos (2009) O tempo no tempo um estudo do desenvolvimento das

Frota S Vigaacuterio (2007) The phonetics

eory) 131-153

duraccedilotildees a partir das primeiras palavras In A Fieacuteis amp M A Coutinho (orgs) Textos Seleccionados XXIV Encontro Nacional da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica Lisboa APLColibri 281-295

M DrsquoImperio G Elordieta P Prieto amp Mand phonology of intonational phrasing in Romance In P Prieto J Mascaroacute amp M J Soleacute (eds) Prosodic and Segmental Issues in (Romance) Phonology John Benjamins (Current Issues in Linguistic Th

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002a) Discriminaccedilatildeo entre liacutenguas evidecircncia para classes riacutetmicas In Actas do XVII Encontro da APL Lisboa APLColibri 189-199

Frota S M Vigaacuterio amp F Martins (2002b) Language Discrimination and Rhythm Classes Evidence from Portuguese In Proceedings of Speech Prosody 2002 Aix en Provence 315-318

Prosoacutedia 75

Frota Sde Lisboa

M Vigaacuterio F Martins amp M Cruz (2010) FrePOP (versatildeo 10) Laboratoacuterio de Foneacutetica (CLUL) Faculdade de Letras da Universidade httpfrepopflulpt

Gerken

Gili Fi d Perception The Case of Pisa

Gordonsodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford

Gout A l phrase boundaries

Grabe rrelates of Rhythmic Class In C

Grabe Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV

Grice ian implications for

Grφnnu

Gussen

Gussen

Gut Ul

Language and Speech 34(4) 299-318

L amp R Aslin (2005) Thirty Years of Research on Infant Speech Perception The Legacy of Peter W Jusczyk Language Learning and Development 1(1) 5-21

Ghini M (1993) φ-formation in Italian a new proposal Toronto Working Papers in Linguistics 122 41ndash79

vela B (2008) Intonation in Production anItalian Alessandria Edizione dellrsquoOrso

M K (2005) Intonational Phonology of Chickasaw In Sun-Ah Jun (ed) ProUniversity Press 301-330

A Christophe amp J Morgan (2004) Phonologicaconstrain lexical access II Infant data Journal of Memory and Language 51 548-567

E amp E L Low (2000) Acoustic CoGussenhoven amp N Warner (eds) Laboratory Phonology 7 Berlin New York Mouton de Gruyter 515-546

E amp P Warren (1995) Stress shift do speakers do it or do listeners hear it In BCambridge CUP 95ndash110

M (1995) The intonation of interrogation in Palermo Italintonation theory Tuumlbingen Niemeyer

m N amp M C Viana (1999) Aspects of European Portuguese Intonation In ICPhS 99 San Francisco Vol3 1997-2000

Guasti M T amp M Nespor (1999) Is syntax phonology-free In R Kager amp W Zonneveld (eds) Phrasal phonology Nijmegen Nijmegen University Press 73-98

hoven C (1984) On the Grammar and Semantics of Sentence Accents Dordrecht Foris

Gussenhoven C (1993) The Dutch foot and the chanted call Journal of Linguistics 29 37-63

hoven C (1999) Discreteness and Gradience in Intonational Contrasts Language and Speech 42(2-3) 283-305

Gussenhoven C (2004) The Phonology of Tone and Intonation Cambridge Cambridge University Press

rike and Jan-Torsten Milde (2002) The Prosody of Nigerian English In Speech Prosody 2002 Proceedings Aix-en-Provence 367-370

Halleacute P B Boysson-Bardies amp M Vihman (1991) Beginnings of prosodic organization intonation and duration patterns of disyllables produced by Japanese and French infants

76 Soacutenia Frota

Hayes B (1995) Metrical Stress Theory Principles and case studies Chicago The University of Chicago Press

Hayes B amp A Lahiri (1991a) Bengali Intonational Phonology Natural Language

Hayesrg L Nord amp R Carlson (eds) Music Language Speech

Hellmudams A Cooper F Parrill amp T Wier (eds) Proceedings from the 40th

Hellmu nship between prosodic structure and pitch accent

91-316

Homae no amp G Taga (2007) Prosodic processing in the

Horne Linguistics 28 959-981

Hume odel of the Interplay of Speech Perception and

Jordatildeo oacutedica e a emergecircncia de segmentos em coda no PE

Jun S- on the laryngeal gesture in Korean In

Jun S-A (2003) The effect of phrase length and speech rate on prosodic phrasing In

Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin

Jun S- University Press

and Linguistic Theory 9 47ndash96

B amp A Lahiri (1991b) Durationally specified intonation in English and Bengali In J Sundbeand Brain Basingstoke Macmillan 78-91

th S (2004) Prosodic weight and phonological phrasing in Cairene Arabic In N AAnnual Meeting of the Chicago Linguistics Society 97-111

th S (2007) The relatiodistribution evidence from Egyptian Arabic The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 2

Houmlhle B (2009) Bootstrapping mechanisms in first language acquisition Linguistics 47-2 359-382

F H Watanabe T Nakadeveloping brain Neuroscience Research 59 29-39

Merle (1990) Empirical evidence for a deletion formulation of the rhythm rule in English

House David (1990) Tonal Perception in Speech Lund Lund University press

E amp K Johnson (2001) A MPhonology In E Hume amp K Johnson (eds) The Role of Speech Perception in Phonology New York Academic Press 3-26

R (2009) A estrutura prosUm estudo de caso MA Dissertation Universidade de Lisboa

A (1995) Asymmetrical prosodic effectsB Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 235-253

Jun S-A (1996) The Phonetics and Phonology of Korean Prosody Intonational Phonology and Prosodic Structure New York Garland Publishing

M J Soleacute D Recasens amp J Romero (eds) Proceedings of the 15th International Congress of Phonetic Sciences Barcelona UAB 483ndash486

Jun S-A (2005a) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford Oxford University Press

Jun S-A (2005b) Korean Intonational Phonology and Prosodic Transcription In S-A Jun (ed) Prosodic Typology The Phonology of Intonation and Phrasing Oxford OUP 201-229

Jun S-A (2007) The intermediate phrase in Korean Evidence from sentence processing In T Riad amp CMouton de Gruyter Vol 2 143-167

A (ed) (in press) Prosodic Typology II Oxford Oxford

Prosoacutedia 77

Jusczyk Peter W (1997) The discovery of spoken language Cambridge MIT Press

P W D M Houston amp M Newsome (1999) The beginnings of word segmentation in English-learning infants Cognitive Psychology 39 1

Jusczyk59-207

3th International Conference on Turkish Linguistics

Kainad honological nature of prosodic

Kaplan 1978) Methods amp Designs Tables

Keating initial articulatory

Kohler ings of the

ences of the Estonian SSR

Ladd D f Intonational Phonology

nter-

Ladd D tonational emphasis continuous

Lehiste

Acquisition Cambridge University Press

Maia Mnal of

Major razilian Portuguese Journal of Phonetics 9

Manriq17-128

Kabak B amp A Revithiadou (2006) The Phonology of Clitic Groups Prosodic Recursivity Revisited Paper given at The 1Uppsala

a E (2009) The phonetic and pboundaries evidence from Modern Greek PhD Dissertation University of Edinburgh

H L N A Macmillan amp C D Creelman (of drsquo for variable-standard discrimination paradigms Behavior Research Methods amp Instrumentation 10(6) 796-813

P T Cho C Fougeron amp C-S Hsu (2003) Domain-strengthening in four languages In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 145-163

K J (1987) Categorical Pitch Perception In Uuml Vicks (ed) Proceed11th International Congress of Phonetic Sciences Volume 5331-333 Tallinn Academy of Sci

Ladd D R (1996) Intonational Phonology Cambridge CUP (2nd edition 2008)

R (2000) Bruce Pierrehumbert and the elements oIn M Horne (ed) Prosody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 37-50

Ladd D R amp J M Scobbie (2003) External sandhi as gestural overlap Couevidence from Sardinian In J Local R Ogden amp R Temple (eds) Papers in Laboratory Phonology VI Cambridge CUP 164-182

R amp R Morton (1997) The perception of inor categorical Journal of Phonetics 25 313ndash342

I (1970) Suprasegmentals Cambridge MA The MIT Press

Levelt C amp R Van de Vijver (2004) Syllable types in cross-linguistic and developmental grammars In R Kager J Pater amp W Zonneveld (eds) Constraints in Phonological

Li W Y Yang (2009) Perception of prosodic hierarchical boundaries in Mandarin Chinese sentences Neuroscience 158 (4)1416-1425

Lloyd J (1940) Speech Signals in Telephony London

E Fernaacutendez A Costa amp M C Louranccedilo-Gomes (2007) Early and late preferences in relative clause attachment in Portuguese and Spanish JourPortuguese Linguistics 5-26-1 227-250

Roy C (1981) Stress-timing in B343-351

ue A MB amp A Signorini (1983) Segmental duration and rhythm in Spanish Journal of Phonetics 11 1

78 Soacutenia Frota

Mata A I (1999) Para o estudo da entoaccedilatildeo em fala espontacircnea e preparada no Portuguecircs Europeu PhD Dissertation Universidade de Lisboa

M H amp E Andrade (2000) The PMateus honology of Portuguese Oxford Oxford

as

Mehler n

Mehler J P Jusczyk G Dehaene-Lambertz N Bertoncini amp C Amiel-Tison (1988)

Millottsody constrains word segmentation in French 16-month-olds

Millott98-909

Moraes J (1992) Dureacutee Intrinsegraveque de Martin

Morais Barb ie portugaise Lisboa Junta de

Morgan J L (1996) A rhy preverbal speech segmentation Journal of

Morgan

of Phonetics 37 29-45

Early

Nazzi T J

766

logy In I Roca (ed) Logical

Nespor Berlin Mouton de Gruyter

University Press

Mateus M H amp M R Delgado Martins (1982) Contribuiccedilatildeo para o estudo dvogais aacutetonas [acute] e [u] no Portuguecircs Europeu Biblos Vol LVIII 111ndash128

J amp M Nespor (2002) Linguistic rhythm and the acquisition of language IA Belleti (ed) Structures and beyond Oxford Oxford University Press Vol3 213-222

A percursor of language acquisition in young infants Cognition 29 143-178

e S J Morgan S Margules S Bernal M Dutat amp A Christophe (in press) Phrasal proJournal of Portuguese Linguistics 9-2

e S R Wales amp A Christophe (2007) Phrasal prosody disambiguates syntax Language and Cognitive Processes 22 (6) 8

Moniz H (2006) Contributo para a caracterizaccedilatildeo dos mecanismos de (dis)fluecircncia em Portuguecircs Europeu MA Dissertation Universidade de Lisboa

s Voyelles du Portugais Breacutesilien In P (ed) Melanges Leacuteon Phonetique Phonostylistique Linguistique et Litterature 367-377 Toronto Editions Meacutelodie

osa J (1965) Etudes de phonologInvestigaccedilotildees do Ultramar

Morgan J L (1986) From simple input to complex grammar Cambridge Mass MIT Press

thmic bias in Memory and Language 35 666-688

J L amp K Demuth (1996) Signal to syntax Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition Mahwah NJ LEA

Nakai S S Kunnari A Turk K Suomi amp R Ylitalo (2009) Utterance-final lengthening and quantity in Northern Finnish Journal

Nazzi T G Iakimova J Bertoncini S Freacutedonie amp C Alcantara (2006)segmentation of fluent speech by infants acquiring French Emerging evidence for crosslinguistic differences Journal of Memory and Language 54 283-299

Bertoncini amp J Mehler (1998) Language discrimination by newbornstowards an understanding of the role of rhythm Journal of Experimental Psychology Human Perception and Performance 24 (3) 756-

Nespor M (1990) On the rhythm parameter in phonoIssues in Language Acquisition Dordrecht Foris 157-175

M (1999) Stress Domains In Word Prosodic Systems in the Languages of Europe Harry van der Hust (ed) 117-159

Prosoacutedia 79

Nespor M amp I Vogel (1986) Prosodic Phonology Dordrecht Foris (2ordf ediccedilatildeo publicada em 2007 Mouton)

Nespor M M T Guasti amp A Christophe (1996) Selecting Word Order The

man Proceedings of the International Symposium on Tonal

Odorico ord

Peperkao MA Dissertation University of Amsterdam

Pierreh d their alignment In M Horne (ed)

n

Pierreh

an Press

nal of Acoustical Society of America 90

Prieto P (2002) Entonacioacute In J Solagrave M R Lloret J Mascaroacute amp M P Saldanya

Prieto

Nespor M amp I Vogel (1989) On clashes and lapses Phonology 6 69ndash116

Rhythmic Activation Principle In U Kleinhenz (ed) Interfaces in Phonology Berlin Akademie Verlag 1-26

Niebuhr O amp K J Kohler (2004) Perception and Cognitive Processing of Tonal Alignment in GerAspects of Languages Emphasis on Tone Languages Beijing 155-158

L amp S Carubbi (2003) Prosodic characteristics of early multi-wutterances in Italian children First Language 23(1) 97-116

mp S (1992) La Risoluzione delle Aritmie nella Fonologia Ritmica dellrsquoItalian

Peperkamp S (1997) Prosodic Words The Hague Holland Academic Graphics HIL Dissertations 34

Pierrehumbert J (1980) The phonology and phonetics of English intonation PhD Dissertation MIT

umbert J (2000) Tonal elements anProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce) Dordrecht Kluwer 11-36

Pierrehumbert J amp J Hirschberg (1990) The meaning of intonational contours in the interpretation of discourse In PR Cohen et al (eds) Intentions iCommunication Cambridge Mass MIT Press 271ndash311

umbert J amp M Beckman (1988) Japanese Tone Structure Cambridge Mass MIT Press

Pierrehumbert J amp SA Steele (1989) Categories of tonal alignment in English Phonetica 46 181ndash196

Pike K L (1945) The intonation of American English Ann Arbor University of Michig

Price P M Ostendorf S Shattuck-Hufnagel amp C Fong (1991) The use of prosody in syntactic disambiguation In Jour372-377

(eds) Gramagravetica del catalagrave contemporani Barcelona Empuacuteries Volum 1 393-462

Prieto P (2004) Fonegravetica i fonologia Els sons del catalagrave Barcelona Editorial UOC

P amp M Vanrell (2007) Early intonational development in Catalan Proceedings of ICPhS XVI Saarbruumlcken

Prieto P L Aguilar I Mascaro F J Torres amp M Vanrell (2007) CatToBI httpsenecauabesatlesentonacio

80 Soacutenia Frota

Ramus F (2002) Language discrimination by newborns Teasing apart phonotactic rhythmic and intonational cues Annual Review of Language Acquisition 2 85-

Ramus ues A

Ramus 999) Correlates of linguistic rhythm in speech

Sandler

prehension Springer

2519-2522

unication 41 71-80

dentification and lexical access In G Altmann amp R

Selkirk On derived domains in sentence phonology Phonology Yearbook 3

Selkirkrdrsquos paper In J Kingston amp M Beckman (eds) Papers in Laboratory

115

F amp J Mehler (1999) Language identification with suprasegmental cstudy based on speech resynthesis JASA 105 512-521

F M Nespor amp J Mehler (1Cognition 73 265-292

Rietveld T J Haan L Heijmans amp C Gussenhoven (2002) Explaining attitudinal ratings of Dutch rising contours Morphological structure vs the Frequency Code Phonetica 59 180-194

Salverda A D Dahan amp J McQueen (2003) The role of prosodic boundaries in the resolution of lexical embedding in speech comprehension Cognition 90 51-89

W (2006) Phonology phonetics and the nondominant hand in L Goldstein D H Whalen amp C T Best (eds) Laboratory Phonology 8 Berlin Mouton de Gruyter 185-212

Sandler W amp D Lillo-Martin (2006) Sign Language and Linguistic Universals Cambridge CUP

Sandler W amp M Nespor (1999) Prosody in Israeli Sign Language Language and Speech 42 (2-3) 143-176

Savino M amp M Grice (in press) The perception of intonational contrasts in Italian In S Frota G Elordieta amp P Prieto (eds) Prosodic categories Production Perception and Com

Schiller N O A S Meyer R H Baayen amp W JM Levelt (1996) A Comparison of Lexeme and Speech Syllable in Dutch Journal of Quantitative Linguistics 3(1) 8-28

Schneider K G Dogil amp B Moumlbius (2009) German Boundary tones show Categorical Perception and a Perceptual Magnet Effect when presented in different contexts In Proceedings of Interspeech Brighton

Schouten B E Gerrits amp A van Hessen (2003) The end of categorical perception as we know it Speech Comm

Segui J E Dupoux amp J Mehler (1990) The role of the syllable in speech segmentation phoneme iSillcock (eds) Cognitive Models of Speech Processing Cambridge Mass MIT Press

Selkirk E (1984) Phonology and Syntax the relation between sound and structure Cambridge Mass MIT Press

E (1986)371ndash405

E (1990) On the nature of prosodic constituency comments on Beckman and EdwaPhonology I Cambridge CUP 179ndash200

Prosoacutedia 81

Selkirk E (1996) The Prosodic Structure of Function Words In J L Morgan amp K Demuth (eds) Bootstrapping from speech to grammar in early acquisition

SelkirkProsody Theory and Experiment (Studies presented to Goumlsta Bruce)

Selkirk glish In S Frota M

Shaked syntactic and phonological constraints in Hebrew

Shattuc importance of phonological transcription in

Shattucle of prosodic structure In Merle Horne (ed) Prosody

Snow D (2006) Regression and reorganization of intonation between 6 and 23

Sudoof er S Pappert P Augurzky I Mleinek N Richter amp

Tenani guecircs do brasil implicaccedilotildees para a

Trucke On the relation between syntactic phrases and phonological

Trucke

Turk A ufnagel (2000) Word-boundary-related duration patterns in

Turk A 7) Multiple targets of phrase-final lengthening

van He R S Kirsner (2004) Phonetic or phonological contrasts in Dutch

Mahwah Lawrence Erlbaum Associates 187-213

E (2000) The interaction of constraints on prosodic phrasing In M Horne (ed) Dordrecht Kluwer 231-261

E (2005) Comments on Intonational Phrasing in EnVigaacuterio amp M J Freitas (eds) Prosodies Berlin Mouton de Gruyter 11ndash58

A (2007) Competingprosodic phrasing The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing ed by S Frota amp P Prieto) 24 169-199

k-Hufnagel S (1995) The empirical approaches to ldquostress shiftrdquo versus ldquoearly accentrdquo comments on Grabe and Warren and Vogel Bunnell and Hoskins In B Connell amp A Arvaniti (eds) Papers in Laboratory Phonology IV Cambridge CUP 128ndash 140

k-Hufnagel S (2000) Phrase-level phonology in speech production planning Evidence for the roTheory and Experiment Dordrecht Kluwer Academic Publishers 201-229

months Child Development 77(2) 281-296

f S D Lenertovaacute R MeyJ SchlieBer (2006) Methods in Empirical Prosody Research Berlin amp New York Mouton de Gruyter

L (2002) Domiacutenios prosoacutedicos no Portuprosoacutedia e para a aplicaccedilatildeo de processos fonoloacutegicos PhD dissertation Universidade Estadual de Campinas

nbrodt H (1999) phrases Linguistic Inquiry 30 219ndash255

nbrodt H (2002) Upstep and embedded register levels Phonology 19 77-120

Truckenbrodt H (2007) Upstep on edge tones and on nuclear accents In T Riad amp C Gussenhoven (eds) Tones and Tunes Berlin Mouton de Gruyter Vol 2 349-386

Turk A amp J R Sawusch (1997) The domain of accentual lenthening in American English Journal of Phonetics 25 25-41

amp S Shattuck-HEnglish Journal of Phonetics 28 397-440

amp S Shattuck-Hufnagel (200in American English words Journal of Phonetics 35 445-472

uven V ampboundary tones In Linguistics in the Netherlands 21 102-113 AmsterdamPhiladelphia John Benjamins

82 Soacutenia Frota

Vanrell M (2007) A tonal scaling contrast in Majorcan Catalan interrogatives Journal of Portuguese Linguistics 6(1) 147-178 (Special issue Prosody in Ibero-Romance and related languages ed by G Elordieta and M Vigaacuterio)

Viana M Ceacuteu amp S Frota (2007) Towards a P_ToBI

Viana M C (1987) Para a siacutentese da entoaccedilatildeo do Portuguecircs Dissertaccedilatildeo para acesso agrave categoria de Investigador Auxiliar Lisboa CLUL-INIC

httpwwwflulptdlgrSonseMelodiasP-ToBIP-ToBIhtm (collaborators I Faleacute F Fernandes I Marcarenhas A I Mata H Moniz amp M Vigaacuterio)

Vidal M M amp S Frota (2007) Influecircncia da Entoaccedilatildeo na Compreensatildeo do Discurso em Crianccedilas com Desenvolvimento Normal e Atraso de Desenvolvimento da Linguagem Re(habilitar) 45 35-64

Vigaacuterio M (1997) Processos de desambiguaccedilatildeo prosoacutedica em estruturas com adveacuterbios de exclusatildeo In A Brito et al (orgs) Sentido que a vida faz Estudos para Oacutescar Lopes Porto Campo das Letras pp 855-868

M (1998) Aspectos da Prosoacutedia do Portuguecircs Europeu estruturas com adveacuter

Vigaacuteriobio de exclusatildeo e negaccedilatildeo fraacutesica Braga CEHUM

465-477 Lisboa APLColibri

stics 2-2 (Special Issue on Portuguese

ial Issue Crosslinguistic Perspectives on the Development of Prosodic

Vigaacuterio m signal to grammar Rhythm and the th

sterdam John Benjamins 137-158

Vigaacuterio M (2003) Prosody and sentence disambiguation in European Portuguese Catalan Journal of Linguistics 2 (Special Issue on Romance Intonation editado por P Prieto) 249-278

Vigaacuterio M (2003) The Prosodic Word in European Portuguese BerlinNew York Mouton de Gruyter

Vigaacuterio M (2009) The Prosodic Word Group as a domain of prosodic hierarchy Paper given at the Sixth Old Conference in Phonology (OCP6) Univ Edinburgh

Vigaacuterio M amp I Faleacute (1994) A Siacutelaba no Portuguecircs Fundamental uma descriccedilatildeo e algumas consideraccedilotildees de ordem teoacuterica In Actas do IX Encontro da Associaccedilatildeo Portuguesa de Linguiacutestica

Vigaacuterio M amp S Frota (2003) The intonation of Standard and Northern European Portuguese Journal of Portuguese LinguiPhonology edited by W L Wetzels) 115-137

Vigaacuterio M M J Freitas amp S Frota (2006) Grammar and frequency effects in the acquisition of prosodic words in European Portuguese Language and Speech (SpecWords edited by K Demuth) 49(2) 175-203

M S Frota amp M J Freitas (2003) Froacquisition of syllable structure Proceedings of the 27 Annual Boston University Conference on Language Development Dommerville Mass Cascadilla Press 809-821

Wenk B amp F Wioland (1982) Is French really syllable-timed Journal of Phonetics 10 193-216

White L E Payne amp S L Mattys (2009) Rhythmic and prosodic contrast in Venetan and Sicilian Italian In M Vigaacuterio S Frota amp M J Freitas (eds) Phonetics and Phonology Interactions and interrelations Am

Prosoacutedia 83

Wightman CW S Shattuck-Hufnagel M Ostendorf amp P J Price (1992) Segmental durations in the vicinity of prosodic phrase boundaries Journal of the Acoustical Society of America 91 (3) 1707-1717

Zerbian S (2007) Phonological phrasing in Northern Sotho (Bantu) The Linguistic Review (Special issue on Prosodic Phrasing edited by S Frota amp P Prieto) 24

Zsiga Eers in

233-262

(1995) An acoustic and electropalatographic study of lexical and postlexical palatalization in American English In B Connell amp A Arvaniti (eds) PapLaboratory Phonology IV Cambridge CUP 282-302

  • Prosoacutedia
    • Relatoacuterio
    • Soacutenia Frota
      • Referecircncias Bibliograacuteficas que acompanham o programa do seminaacuterio e que constituem o nuacutecleo da bibliografia fundamental de suporte desse programa
        • Conteuacutedos
          • Estrutura prosoacutedica
            • Leacutexico entoacional
            • Restriccedilotildees distribucionais
            • Implementaccedilatildeo foneacutetica
              • Bibliografia alargada
Page 13: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 14: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 15: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 16: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 17: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 18: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 19: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 20: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 21: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 22: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 23: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 24: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 25: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 26: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 27: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 28: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 29: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 30: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 31: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 32: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 33: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 34: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 35: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 36: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 37: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 38: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 39: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 40: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 41: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 42: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 43: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 44: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 45: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 46: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 47: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 48: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 49: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 50: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 51: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 52: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 53: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 54: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 55: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 56: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 57: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 58: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 59: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 60: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 61: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 62: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 63: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 64: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 65: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 66: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 67: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 68: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 69: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 70: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 71: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 72: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 73: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 74: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 75: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 76: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 77: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 78: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 79: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em
Page 80: Faculdade de Letraslabfon.letras.ulisboa.pt/texts/RelatorioProsodia_Resumo.pdf · 2014. 12. 23. · Adequação de Mestrado, de 2006, e as Normas Regulamentares do Doutoramento em