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1 FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE CURSO DE AGRONOMIA COMPARAÇÃO DE FUNGICIDAS NO MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA (Phakopsora pachyrhizi) NO MUNICIPIO DE SORRISO- MT, SAFRA 2011/2012 DENIS DE BARROS GEMELLI SORRISO- MT JUNHO DE 2012

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FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE

CURSO DE AGRONOMIA

COMPARAÇÃO DE FUNGICIDAS NO MANEJO DA FERRUGEM

ASIÁTICA (Phakopsora pachyrhizi) NO MUNICIPIO DE SORRISO-

MT, SAFRA 2011/2012

DENIS DE BARROS GEMELLI

SORRISO- MT

JUNHO DE 2012

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FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE

CURSO DE AGRONOMIA

COMPARAÇAO DE FUNGICIDAS NO MANEJO DA FERRUGEM

ASIÁTICA (Phakopsora pachyrhizi) NO MUNICIPIO DE SORRISO-

MT, SAFRA 2011/2012

DENIS DE BARROS GEMELLI

Monografia apresentada ao

curso de Agronomia da Faculdade Centro Mato-Grossense (FACEM) como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Bacharel em Agronomia, sob a orientação do ProfoEng. Agr. M. Sc. Dárcio Carvalho Borges.

SORRISO- MT

JUNHO DE 2012

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DEDICO

Primeiramente a DEUS por me conceder a benção da Vida.

Aos meus Pais, DANIELE, GERCY (In memorian) e

LEONILDO por estarem juntos comigo nesta fase tão

importante da minha vida.

Aos irmãos DIANA, GEDHAN E GISELE pelo apoio e

compreensão nos momentos difíceis que passei.

Aos avôs, DENIZ E NEIVA pelo apoio e carinho.

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Como Zaqueu eu quero subir, mais alto que eu puder, só pra Te ver, olhar para Ti, e chamar Sua atenção para mim!

(Regis Danese)

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AGRADECIMENTOS

A DEUS por me dar a vida e a oportunidade de adquirir o conhecimento.

A minha Mãe DANIELE em especial por ser minha companheira nas horas boas e

ruins, me guiando e me alertando sobre os desafios da vida.

A FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE – FACEM pela oportunidade de

realizar o curso de agronomia.

Ao meu orientador de estágio LEONIR DIAS DOS SANTOS pelo conhecimento

passado e pela amizade adquirida, o meu muito obrigado!

Ao meu orientador DÁRCIO CARVALHO BORGES, pelo exemplo de pessoa,

ensinamentos e incentivo.

A professora JACQUELINE ENEQUIO, pela grande ajuda na interpretação de dados

e pela amizade.

Ao professor ARIEL B. LAACES pela orientação de formatação.

Ao professor EDER MOREIRA pelos conselhos, ajuda, orientação e acima de tudo

competência e profissionalismo.

Aos meus amigos RONEI SIQUEIRA, RUDINEI JANISSEK, PABLO JEAN

CERUTTI, LUDEMIR J. B. CIOATO, TIEGO XAVIER, EDSON DIAS, MATHEUS

MOTTA, CARLOS CAPITANIO, pelo companheirismo amizade e força nas horas

difíceis agradeço de coração.

Ao meu tio DARCI MAZIERO pelo apoio, incentivo e grande amizade que tenho.

Ao grupo BEDIN na pessoa do IVAN BEDIN e LUCIANO BEDIN por ter me dado a

oportunidade de estágio.

Aos meus amigos ROMAN DREWS e NAUDE DREWS pelo grande apoio, força, e

acima de tudo a grande amizade de todos esses anos juntos, muitíssimo obrigado.

A minha família por estar sempre ao meu lado torcendo por mim.

E a todas as pessoas aqui não mencionadas que de uma forma ou outra me

ajudaram a concluir esta fase tão importante da minha vida. Sou muito grato.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ................................................................................................... i

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... ii

LISTA DE QUADROS ................................................................................................ iii

LISTA DE ANEXO ..................................................................................................... iv

RESUMO ..................................................................................................................... v

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 3

2.1 Ferrugem asiática da soja .................................................................................. 3

2.1.1 Sintomatologia e taxonomia ............................................................................... 4

2.1.2 Etiologia .............................................................................................................. 5

2.1.3 Epidemiologia ..................................................................................................... 6

2.1.4 Resistência genética no controle da ferrugem asiática da soja .......................... 6

2.2 Controle químico ................................................................................................. 7

2.3 Danos ................................................................................................................... 9

3 MATERIAIS E METODOS ..................................................................................... 11

3.1 Caracterização da pesquisa ............................................................................. 11

3.2 Métodos .............................................................................................................. 11

3.2.1 Revisão Bibliográfica ..................................................................................... 11

3.2.2 Pesquisa experimental ................................................................................... 11

4 RESULTADOS E DISCUSÕES ............................................................................. 15

5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 23

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 24

7 ANEXO ................................................................................................................... 27

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Média dos tratamentos, representando as características

analisadas..................................................................................................................15

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Representando a Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença

(AACPD) sobre a variável incidência.........................................................................16

Figura 2. Representando a Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença

(AACPD) sobre a variável Severidade.......................................................................17

Figura 3. Representando o Índice de área foliar (LAI) sobre a primeira avaliação em

estádio fenológico V6 em Sorriso – MT......................................................................19

Figura 4. Representando o Índice de área foliar (LAI 1) sobre a segunda avaliação

em estádio fenológico R1 em Sorriso – MT...............................................................20

Figura 5. Representando o Índice de área foliar (LAI 2) sobre a terceira avaliação

em estádio fenológico R5 em Sorriso – MT...............................................................21

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Ingredientes ativos a serem usados no experimento com suas

respectivas doses.......................................................................................................13

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LISTA DE ANEXO

Anexo A - Croqui do experimento: Avaliação de fungicidas no controle da ferrugem

asiática da soja...........................................................................................................29

Anexo B - Resumo da analise de variância com quadrado médio, representando os

tratamentos, os blocos e o resíduo, bem como o grau de liberdade (GL), coeficiente

de variância (CV%) e a Média....................................................................................30

Anexo C - Fotos da condução do experimento.........................................................30

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RESUMO

GEMELLI, D. B. Comparação de fungicidas no manejo da ferrugem asiática da

soja (Phakopsora pachyrhizi) no município de sorriso - mt, safra 2011/2012.

Sorriso – MT, 2012. p.294. Trabalho conclusão de curso (FACEM) Faculdade Centro

Mato Grossense.

A soja esta entre as principais oleaginosas do agronegócio brasileiro. Sua

produção pode ser afetada por várias doenças, entre elas a ferrugem asiática da

soja causada pelo fungo Phakopsora Pachyrhizi, constatada em níveis epidêmicos

no Brasil desde o ano de 2001. O presente trabalho teve como objetivo fazer a

comparação entre três fungicidas no controle da ferrugem da soja no município de

Sorriso – MT, além de analisar o desenvolvimento do patógeno a fim de buscar

melhores formas de controle, alertar sobre a importância do manejo preventivo e

curativo da ferrugem asiática da soja evitando a proliferação do fungo nas lavouras

da região. O experimento foi realizado na Fazenda Riograndense situada a 18 km do

município de Sorriso – Mato Grosso. O experimento foi conduzido na forma de DBC

(Delineamento de blocos casualizados) com quatro tratamentos e seis repetições, a

variedade de soja utilizada foi TMG 132.Para as avaliações foram utilizadas a

mistura de três fungicidas comerciais (piraclostrobina + epoxiconazole; a

azoxystrobina + ciproconazole; e a trifloxystrobina + protioconazole) contrastado

com o tratamento testemunha. Os parâmetros utilizados para as avaliações foram o

LAI (índice de área foliar), o progresso temporal da doença, usado a incidência e

severidade foliar, produtividade e a eficiência de controle entre os tratamentos

testados. O experimento revelou o fungicida Fox como sendo o de melhor controle

da ferrugem asiática, bem como o com a maior produtividade. Devido ao grande

potencial de dano econômico causado pela ferrugem asiática na soja faz-se

necessário o estudo mais aprofundado do efeito dos fungicidas em relação ao

patógeno em estudo.

Palavras - chave: Soja, Phakopsora Pachyrhizi, Controle, fungicida.

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ABSTRACT

GEMELLI, D. B. Comparação de fungicidas no manejo da ferrugem asiática da

soja (phakopsora pachyrhizi) no municipio de sorriso-mt, safra 2011/2012.

Sorriso – MT, 2012. p.294. Trabalho conclusão de curso (FACEM) Faculdade Centro

Mato Grossense.

The soybean oil is among the main Brazilian agribusiness. Its production can be

affected by various diseases, including the Asian soybean rust caused by

Phakopsora pachyrhizi, found at epidemic levels in Brazil since 2001. This study

aimed to compare the three fungicides to control soybean rust in the municipality of

Sorriso - MT, and analyze the development of the pathogen in order to seek better

ways to control, warn of the importance of managing preventive and curative Asian

soybean rust preventing the proliferation of the fungus in crops in the region. The

experiment was conducted at Fazenda Riograndense located 18 kilometers from the

municipality of Sorriso - Mato Grosso. The experiment was conducted in the form of

DBC (Design of a randomized block design) with four treatments and six repetitions,

the soybean variety was used TMG 132. To assessments used were a mixture of

three commercial fungicides (pyraclostrobin + epoxiconazole, azoxystrobin +

cyproconazole the ; and trifloxystrobina protioconazole +) contrasted with the control

treatment. The parameters used for evaluation were the LAI (leaf area index), the

temporal progress of the disease, used the incidence and severity of leaf productivity

and efficiency of control between treatments. The experiment revealed the fungicide

Fox as the best control of soybean rust as well as with higher productivity. Because

of the potential economic damage caused by rust in soybeans is necessary to further

study the effect of fungicides against the pathogen under study.

Key - words: Soybean, Phakopsora pachyrhizi, control, fungicide.

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1 INTRODUÇÃO

O grande desafio para a agricultura hoje em dia é atender a demanda de

alimentos em relação ao crescimento populacional, isso pode ocorrer de duas

maneiras uma é aumentando a área cultivada, porém já está chegando ao seu

limites de expansão e o outro é o aumento da produtividade por hectare (MOREIRA,

2009).

A soja (Glycine max L.) é uma espécie originária da Ásia, que vem sendo

cultivada há centenas de anos. Atualmente está presente no mundo inteiro, devido

sua capacidade de adaptação a diferentes condições climáticas se tornando uma

das principais plantas cultivadas no mundo (SOUZA, 2007).

Mesmo tendo uma grande evolução no campo do melhoramento da soja, um

dos principais fatores para o aparecimento de novas doenças é a monocultura

juntamente com práticas de manejo inadequadas (REIS, 2011).

A falta de informações mais aprofundadas e esclarecedoras a respeito das

doenças no Brasil impulsionou a instalação de diversas bases experimentais

espalhadas pelo país.

De acordo com os estudos de Yorinori (2001) as doenças fungicas são

diagnosticadas mais facilmente nas regiões mais quentes e chuvosas do Brasil

como, por exemplo, nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Bahia.

Atualmente o uso de sementes de boa qualidade e tratadas, bem como a

aplicação de fungicidas foliares são as medidas mais eficazes para o controle,

prevenção e conseqüentemente a diminuição da incidência das doenças nas safras

subseqüentes (REIS, 2011).

A ferrugem asiática da soja causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi é

considerada uma das principais doenças que interferem no desenvolvimento da

cultura da soja. Partindo da sua origem no continente asiático, relatos apontam que

a sua primeira aparição ocorreu no Japão em 1902 (Reis et al, 2004) e foi se

disseminando para o resto do mundo com o passar dos anos devido sua alta

capacidade de disseminação.

As estratégias de manejo são inúmeras, devendo ser usadas de forma

integrada afim de minimizar o progresso da doença durante o ciclo da soja. O

genético é a estratégia mais eficiente e barata para o produtor, lembrado que

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existem poucos materiais resistentes no mercado atual, outra forma de controle é o

controle químico sendo utilizado em grande escala em nossa região, sem o controle

químico praticamente inviabiliza a produção da cultura

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Revisão bibliográfica se define como o processo de pesquisa e análise do

que já foi publicado permitindo uma abrangência maior sobre o tema escolhido.

“A revisão bibliográfica não produz conhecimento novo. Ela apenas supre

as deficiências de conhecimento do pesquisador no tema de pesquisa”

(WAZLAWICK, 2009).

De acordo com Bergamin Filho & Amorim (1996), a palavra dano, significa

toda ou qualquer redução na quantidade ou na qualidade da produção levando por

conseqüência a redução financeira por unidade de área.

Ibracon (2001) em seus estudos sobre normas e procedimentos de

contabilidade definem prejuízo como sendo:

Prejuízo ou perda - corresponde a evento econômico diminutivo ao patrimônio líquido, não

associado com atividades relacionadas com a cessão ou aquisição de bens ou direitos, incluindo as baixas de bens ou direitos que perderam a utilidade para a empresa, mas não se limitando a elas. O conceito de prejuízo ou perda é de elemento líquido, ou seja, após redução das eventuais receitas dos correspondentes bens ou direitos.

2.1 FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA

Segundo Embrapa (2010) o grau de importância econômica de cada doença

depende das condições climáticas que podem variar de ano para ano e de região

para região e em cada safra. Algumas doenças podem ocasionar danos de até

100%, caso medidas preventivas e corretivas de controle não sejam adotadas. Os

danos advindo das doenças, tem aumentado a cada ano, devido ao comodismo de

certos produtores, juntamente com a falta de um acompanhamento técnico em

áreas de risco.

Segundo estudos de Yorinori (2005), a ferrugem asiática mais conhecida

como ferrugem da soja causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, teve sua

primeira aparição no Japão, isso em 1902, não demorou muito para ela se espalhar

por todo o continente asiático.

Em 2001 foi relatado o primeiro caso de ferrugem na América do sul,

primeiramente no Paraguai não demorando muito para chegar ao Brasil (MOREL,

2001 apud MOREIRA 2008). Posteriormente nos anos seguintes na Argentina

(2002), Bolívia (2003), Uruguai (2004) (BALARDIN et al 2005, apud MOREIRA

2009).

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Na safra de 2001/2002, foi relatado no Brasil os primeiros casos de ferrugem

asiática da soja no estado do Paraná, primeiramente diagnosticada como ferrugem

americana causada pelo fungo Phakopsora meibomiae esta por sua vez menos

agressiva que a Phakopsora Pachyrhizi. Atualmente, praticamente 100% das

lavouras produtoras de soja do Brasil apresentam infecções do fungo Phakopsora

pachyrhizi (YORINORI, 2004 apud VIERO, 2008).

“Na safra 2005/2006, o dano estimado em função da ferrugem foi de

1.500.000 de toneladas de grãos o que equivale a uma perda (incluindo os danos e

custos de controle) de 1,75 bilhões de dólares” (ROESSING, 2006).

Na safra de 2011/2012 a ferrugem asiática foi detectada em todas as regiões

do estado de Mato Grosso, inclusive no Vale do Araguaia região onde tinha pouca

incidência de ferrugem (FUNDAÇÃO, 2012).

2.1.1 Sintomatologia e taxonomia

Os sintomas da ferrugem são representados por minúsculos pontos

marrons, mais escuros que o tecido foliar das folhas, podendo possuir coloração

esverdeada, com correspondente protuberância (urédios) localizada na parte inferior

da folhas. As folhas infectadas amarelam, secam e caem prematuramente,

provocando a deficiência na granação, má formação das vagens, abortamento das

flores e redução na produtividade (ALMEIDA et al., 2005).

Normalmente as primeiras lesões ocorrem nas folhas inferiores da planta,

tanto na parte superior quanto na inferior, porém com uma freqüência maior de

infecção na parte inferior da folha devido ao maior acúmulo de gotículas de água

pelo processo de condensação (MONTEITH & BUTLER, 1979 apud MOREIRA,

2009).

Segundo Moreira (2009) a visualização dos poros a olho nu, facilita a sua

correta identificação não confundindo com sintomas de pústula bacteriana.

Almeida et al., (2005) comentam que existe dois tipos de sintomas os do tipo

TAN estes por sua vez ocorrem em variedades susceptíveis com grande número de

esporos com pústulas amarelas, o outro é sintoma do tipo RB, ocorre em variedades

resistentes com menos produção de esporos.

“O fungo pertence ao Reino Fungi, Divisão Basidiomycota, Classe

Urediniomycetes, Sub-classe Incertae sedis, Ordem Uredinales, Família

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Phakopsoraceae, Gênero Phakopsora e Espécie Phakopsora pachyrhizi “(INDEX

FUNGORUM, 2010 & KIRK et al., 2001 apud MARIANO, N. 2011).

2.1.2 Etiologia

A década de 80 deu-se início aos estudos sobre os agentes causais da

ferrugem asiática da soja sendo que na época era considerada apenas uma única

espécie e várias populações do fungo Phakopsora (VIERO, 2008).

Em seus estudos sobre patogenicidade Bromfield, Melching e Kingslover

(1980) relatam que fazendo inoculações e comparando populações do fungo

Phakopsora é possível distinguir populações diferentes, como por exemplo,

populações vindas do ocidente possuem menor agressividade e lesões necróticas

extensivas (tipo RB) se comparadas com as populações vindas da Ásia que

produzem lesões sem áreas necróticas (tipo TAN).

Para aprimorar os conhecimentos sobre a taxonomia do fungo Phakopsora

pachyrhizi, Anahosur & Waller citados por Mariano consideram que:

Não é conhecida a fase de pícnia e écio. A urédia é hipófila, subepidérmica, tornando–se errompentes, é densa, espalhada e recobre quase que completamente a superfície foliar. Possui coloração avermelhada e as lesões apresentam de 0-4 mm de diâmetro. As paráfises são numerosas, algumas vezes curvadas, hialinas a sub-hialinas, e possuem de 25-45 µm de comprimento e 8-13 µm de largura. O perídio é angular, a parede é fina e possui 10-15x8-12 µm de dimensões. Os urediniósporos são globosos ou sub-globosos, algumas vezes elipsóides de coloração alaranjada e são equinulados. Os poros germinativos são distribuídos nos urediniósporos, possuem parede fina e suas dimensões são de 20-28x18-22 µm. A télia é hipófila, subepidérmica tornando errompente, distribuída aleatoriamente ou agregada, regular a circundante, pequena, com coloração marrom escura e possui 0-15x0-25 µm de dimensões. Os telióporos são agregados aderidos lateralmente, algumas vezes clavados a oblongos, possui coloração marrom-alaranjada, paredes lisas, são unicelulares com um curto pedicelo e suas dimensões são de 18-30x6-12 µm (2011).

Os urédios normalmente aparecem na face inferior das folhas, porém,

podem aparecer na parte superior. No início, os urédios, possuem cor castanho-

clara passando para a cor castanho-escuro, abre-se um minúsculo poro por onde

serão lançados os urediniósporos. Os urediniósporos possuem cor hialiana,

passando pela cor bege e após serem laçados acumulam-se ao redor dos urédios

ou são transportados pelo vento. Conforme o avanço da esporulação o tecido foliar

ao redor dos primeiros urédios adquire coloração intensa, passando de castanho-

claro à castanho-avermelhada, formando assim as lesões estas facilmente

observada a olho nu .(ALMEIDA et al., 2005).

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2.1.3 Epidemiologia

O fungo P. pachyrizi por ser considerado um parasita obrigatório, a

perpetuação da espécie depende de hospedeiros existentes na natureza. Existe

mais ou menos 42 gêneros da família Fabaceae obtendo um total de 95 espécies

como hospedeiros do fungo (ZAMBOLIM, apud MARIANO, N 2011).

Anahosur & Waller apud Junior (2011) comenta que a temperatura ideal para

a germinação máxima dos urediniósporos é de 20ºC e um tempo de 0-18 horas para

a infecção máxima. Para os urediniósporos germinarem, necessitam de um total de

duas horas no escuro e a 20 ºC após a germinação penetram na cutícula em um

período de sete horas. O fungo necessita de um espaço de tempo de nove dias e

quatro semanas após a infecção para que ocorra a formação uredinial e a

esporulação. A doença aparece com maior intensidade em áreas úmidas. Cultivares

resistentes tem sido produzido através da indução da mutação

Também, Zambolim (2006) em seus estudos relata que nas regiões mais

quentes é mais difícil aparecer a doença, ou quando aparece, não desenvolve de

forma explosiva. As regiões com altitude superior a 700 metros são mais favoráveis

à ocorrência da doença devido às temperaturas noturnas mais amenas associadas a

um maior número de horas de orvalho. Regiões mais baixas, porém com chuvas

bem distribuídas, também são favoráveis para um desenvolvimento mais rápido da

doença.

Segundo Ulgalde (2005), para que ocorra uma epidemia severa é necessário

um período de 10 horas de molhamento foliar com temperaturas de 16º a 28º C,

juntamente com um período de exposição solar em torno de 10 a 12 Horas.

2.1.4 Resistência genética no controle da ferrugem asiática da soja

Um dos maiores desafios para a pesquisa atual no campo da genética é sem

dúvida a obtenção de cultivares resistentes ao fungo responsável pela ferrugem

asiática da soja (OLIVEIRA et al.,apud VIERO, 2008).

Na ausência de cultivares com total resistência a ferrugem asiática da soja a

utilização de cultivares com resistência parcial vêem se mostrado uma estratégia

eficiente na redução do patógeno na área, e reduzindo assim o número de

aplicações de fungicidas na área que no cerrado do mato-grosso existe casos de

três ou mais aplicações no caso de pivô central (ULGALDE, 2005).

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Os genes denominados Rpp1, Rpp2, Rpp3 e Rpp4 foram identificados

através de introduções em plantas como sendo os genes responsáveis pela

resistência ao fungo causador da ferrugem asiática, porém devido à grande

variabilidade do patógeno a estabilidade da resistência é duvidosa (Hartman et al.

Apud GODOY & CANTERI, 2004b).

“Embora haja o conhecimento de fontes de resistência, nenhum desses

genes tem sido empregado em cultivares comerciais devido a evidências de

ocorrência de raças fisiológicas de P. pachyrhizi” (ALVES, apud VIERO, 2008).

2.2 CONTROLE QUÍMICO

Para o controle da ferrugem asiática da soja é necessário integrar várias

estratégias de manejo, a fim de evitar ou minimizar as perdas causadas pelo fungo.

Quando a doença já está em processo infeccioso, até o momento a forma de

controle mais eficaz é o controle químico com a utilização de fungicidas dos grupos

triazóis e estrobilurinas, por obter melhores resultados no controle da doença

(BRUINSMA & NETO,2012 )

Zambolim (2006) cita que após o aparecimento dos primeiros sintomas e

sinais da ferrugem, se não for realizada a aplicação de fungicidas recomendados

pode acarretar em redução de produtividade caso as condições climáticas forem

favoráveis para o desenvolvimento do fungo.

A época de aplicação, quantidades de aplicações e as dosagens a serem

aplicadas, dependem do estádio fenológico em que foi constatada a ocorrência da

doença na lavoura (ZAMBOLIM, 2006).

Segundo Viero (2008) os fungicidas são responsáveis pela inibição do

crescimento do fungo.

Para facilitar a tomada de decisão dos responsáveis pela assistência técnica,

vários estudos estão sendo realizados na área da classificação dos fungicidas. De

acordo com a sua eficiência no controle da ferrugem asiática da soja, os estudos

mostram que os fungicidas pertencentes aos grupos químicos dos triazóis e

estrobilurina apresentam um melhor controle do fungo Phakopsora pachyrhizi do que

os demais fungicidas pertencentes a outros grupos químicos (ROESE & FILHO,

apud SOARES et al., 2009).

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Apartir do ano 2000 deu-se inicio a utilização de misturas de fungicidas para

o controle de doenças fungicas. Essas misturas normalmente são compostas de

dois fungicidas com princípios ativos diferentes, como é no caso da mistura de um

triazol com uma estrobilurina esta por sua vez, tendo como característica principal a

estabilidade sobre a ação solar o que juntamente com o triazol potencializa o efeito

do produto, sendo esta mistura normalmente mais eficiente que um grupo químico

isolado (MACIEL & CHAVES, 2007).

A mistura de piraclostrobina + epoxiconazole, com o nome comercial Opera

produto da empresa BASF, possui ação sistêmica, pertencente aos grupos químicos

estrobilurina e triazol respectivamente. O ingrediente ativo EPOXICONAZOL atua na

inibição da bio-sintese do ergosterol cujo qual faz parte da membrana celular do

fungo já o outro atua no transporte de elétrons para as mitocôndrias inibindo a

formação de ATP (BASF, 2012).

Para a soja esta mistura é recomendada para as seguintes doenças:

Crestamento-Bacteriano Cercospora kikuchii; Mancha-parda Septoria glycines;

Mancha alvo Corynespora cassicola; Ferrugem da soja Phakopsora pachyrhizi; Mela

Rhizoctonia solani; Antracnose Colletrotrichum truncatum (BASF, 2012).

Outra mistura utilizada é a trifloxistrobina + protioconazole, com o nome

comercial Fox da empresa Bayer cropScience, é um fungicida mesostêmico e

sistêmico aplicado na cultura de algodão, feijão, soja e trigo (FOX, 2012).

Para o controle da ferrugem-asiática da soja com esta mistura, é

recomendado fazer o monitoramento da lavoura e a partir dos primeiros sintomas

fazer a aplicação, ou de forma preventiva em estádio R1. A segunda aplicação é

recomendado a aplicação de 15 a 21 dias após a primeira mesmo sem a presença

de ferrugem (FOX, 2012).

Priori xtra é um fungicida sistêmico, usado em pulverizações preventivas e

corretivas, para o controle de doenças da parte aérea das culturas da soja e do trigo.

Na cultura da soja para o controle da ferrugem asiática é recomendado utilizar 300

ml de produto comercial/há, sendo que a 1º aplicação deforma preventiva seguida

de uma segunda aplicação se necessário (PRIORI XTRA, 2012)

Priori xtra está registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento − (MAPA) sob nº: 04903, possui em sua composição Azoxistrobina e

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Ciproconazol um triazol juntamente com uma estrobilurina, sua formulação é do tipo

suspensão concentrada (PRIORI XTRA, 2012).

2.3 DANOS

Segundo Embrapa (2009) cada vez mais as doenças que incidem sobre a

cultura da soja Glycine max (L.) Merr. vêem assumindo papel importante na

definição da produtividade da cultura.

O potencial produtivo da cultura da soja é estimado em torno de 4.000

Kg/há, porém difícilmente é alcançado (REZENDE & JULIATTI, 2010).

A incidência de doenças tem provocado elevado grau de dano econômico, a

cultura da soja. “No Brasil, já foram constatadas aproximadamente 42 doenças

causadas por fungos, nematóides, bactérias e vírus” (YORINORI, 1986).

Desde a sua primeira aparição no Brasil no ano de 2001, a ferrugem asiática

da soja vem ocupando as primeiras posições do ranking de doenças mais

impactantes para a cultura da soja. Desde as primeiras epidemias já se soma um

total de custo ferrugem de U$$ 13 Bilhões dados divulgados pelo Consórcio

Antiferrugem (CAF) (GODOY et al, 2009).

A ferrugem asiática da soja é considerada uma das principais doenças da

cultura da soja, devido sua alta capacidade de disseminação e dispersão, causando

necrose e queda dos folíolos, reduzindo o índice de área foliar e conseqüentemente

os componentes de rendimento (VIERO, 2008).

Nas safras de 2001/02 a 2005/06, os estados mais afetados foram: BA, GO,

MG, MT, MS, PR, SP e RS (ZAMBOLIM, 2006).

“A redução de grãos provocada pela ferrugem asiática da soja correspondeu

aproximadamente 4,5% da safra brasileira de soja em 2006/2007, o que equivale a

2.670.000 de toneladas de grãos ” (GODOY et al., apud VIERO, 2008).

Na safra 2011/2012 os prejuízos segundo a Associação dos Produtores de

Soja e Milho de Mato Grosso citado por Fundação (2012) chegam a

aproximadamente 700 milhões.

Madalosso et al. (2006) relatam em seus estudos que os danos podem variar

de 10 a 75 %. Yorinori et al. (2003) citado por Ulgalde (2005) comenta que a

ferrugem asiática atinge o seu maior percentual de dano quando esta apresenta um

alto grau de severidade a fim de promover a desfolha prematura das folhas

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reduzindo assim sua taxa de fotossíntese, conseqüentemente diminuindo a sua

produtividade. O mesmo autor ainda relata que no Paraguai nos primeiros casos da

doença, acarretou para os produtores perdas acima de 1.100 Kg/Há.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa caracterizou se por ter um enfoque qualitativo e quantitativo.

A diversidade existente entre os trabalhos qualitativos e enumera um conjunto de características essenciais capazes de identificar uma pesquisa desse tipo, como o ambiente natural como fonte direta de dados, o caráter descritivo, o significado que as pessoas dão a vida e ás coisas como preocupação do investigador e o enfoque indutivo. (GODOY, apud NEVES, 1996).

A pesquisa quantitativa permite a oportunidade da mensuração de hábitos,

reações e atitudes que podem ser expressas estatisticamente. Tem como suas

características básicas a utilização da teoria para desenvolver as hipóteses e as

variáveis da pesquisa; emprega, geralmente, para a análise dos dados, instrumental

estatístico; usa, como instrumento para coleta de dados, questionários estruturados,

elaborados com questões fechadas, testes e checklists, aplicados a partir de

entrevistas individuais, apoiadas (DENZIN; LINCOLN, 2005; NEVES, 1996; HAYATI;

KARAMI; SLEE, 2006).

3.2 MÉTODOS

Dentro dos métodos de pesquisa, foram utilizados a revisão bibliográfica e a

pesquisa experimental a campo.

3.2.1 Revisão Bibliográfica

Wazlawick nos ajuda a entender a definição de revisão bibliográfica como

sendo:

Quando se faz uma pesquisa em que alguma técnica ou abordagem é aplicada a uma área

de conhecimento, é necessário que se faça uma revisão sobre a abordagem em si, sobre a área de

aplicação e principalmente, sobre as aplicações que já foram tentadas com essa abordagem (ou

abordagens semelhantes) na mesma área ou em áreas afins (2009).

3.2.2 Pesquisa experimental

Trata-se da pesquisa onde o pesquisador pode de maneira sucinta

manipular alguns aspectos dentro de condições predefinidas, com o objetivo de

explicar o motivo, causa, para que ocorra determinado fenômeno. A interferência é

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feita sobre a realidade onde a pesquisa se baseia na relação da casualidade com a

realidade (MORAES & MONT'ALVÃO, 1998).

O experimento foi realizado na Fazenda Rio Grandense no município de

Sorriso – MT, sentido leste, seguindo pela rodovia BR 163, km 739, segue pelo setor

industrial sentido Club Sol Nascente, passa ponte rio Lira, segue a estrada principal

ficando a 18 Km após a ponte, ao lado direito da estrada, com as coordenadas

geográficas latitude 12º 31’ 34” S e longitude 55º 43’ 03” W. A cultivar utilizada no

experimento foi a TMG 132 com um ciclo médio de 118 a 125 dias, maturidade

relativa de 8.5. Antes do plantio foi feita a análise de solo. Foi utilizado um conjunto

de plantadeira usap com um trator John Deere 8230. Comparou-se a eficiência dos

fungicidas piraclostrobina + epoxiconazole, azoxistrobina + ciproconazole e

Trifloxistrobina+ Ciproconazole, acrescidos de óleo mineral conforme as

recomendações de cada fabricante. Os tratamentos foram comparados entre si e

com uma testemunha sem aplicação de fungicidas, em avaliações de severidade de

ferrugem, incidência de ferrugem, área abaixo da curva de progresso da doença

(AACPD), produtividade de grãos, índice de área foliar.

O solo apresenta textura argilosa arenosa e o tipo climático na região

segundo a classificação de Koppen é o AWI - clima tropical úmido, com estação

seca bem definida (inverno/verão) e a diferença de temperatura média entre o mês

mais quente (outubro) em torno de 37ºC e o mais frio (junho) em torno de 15ºC. A

precipitação média anual está em torno de 2.233 mm, sendo que 87% deste total

concentram-se no período de outubro a março. A temperatura média anual é de

26ºC. A média da umidade relativa do ar é de 80%.

Os tratos culturais foram realizados de acordo com as recomendações do

responsável técnico da fazenda. O experimento foi realizado em delineamento de

blocos casualizados (DBC) com quatro tratamentos e seis repetições (Quadro 1) e

(Anexo). As unidades experimentais constaram de seis linhas de semeadura com

seis metros de comprimento, perfazendo 18 m2.

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Quadro 1. Ingredientes ativos a serem usados no experimento com suas

respectivas doses.

Ingrediente ativo Produto Comercial Dose L p.c.

há ¹ Dose g i.a.

há ¹

Testemunha Testemunha 0 0

Epoxiconazole + Piraclostrobina Opera 0,5 66,5 + 25

Trifloxistrobina+ Ciproconazole Fox 0,3 45 + 52,5

Azoxystrobina + Ciproconazole Priori Xtra 0,3 60 + 24

As avaliações foram realizadas numa freqüência de 7 dias, com base na

incidência foliar e na severidade, com início no estádio R1, de acordo com a escala

fenológica de Ritchie et al. (1982), adaptada por Yorinori (1996). Foram coletados 30

foliolos por parcela, das quais foram destacados e levados ao Laboratório da

FACEM para posterior avaliação do número total de folíolos (NTF) das plantas de

cada amostra e o número de folíolos doentes (NFD) para posterior cálculo da

percentagem de incidência foliar ((NFD/NTF) x 100). A quantificação da severidade

foi iniciada quando as plantas do tratamento testemunha apresentam 10% de

incidência foliar. Os valores de severidade foram obtidos de folíolos doentes das

plantas das amostras (NFD), o que equivale à área sintomática. O somatório da área

sintomática (∑AS ) de todos os folíolos doentes dividido pelo número total de folíolos

(NTF) da amostra resultou na severidade foliar das plantas de cada unidade

experimental. Posteriormente, calculou-se a área abaixo da curva de progresso da

doença (AACPD), obtidas a partir da integração dos valores de severidade no tempo

(SHANER & FINNEY, 1977; CAMPBELL & MADDEN, 1990):

ii

n

i

iitt

2

yyAACPD 1

11

Onde :

n , o número de avaliações;

y , severidade da doença em um dado momento;

(ti+1 - ti) , representam o intervalo de tempo entre as avaliações

As curvas de progresso foram plotadas usando-se os valores de

incidência e severidade foliar no tempo. Os resultados obtidos nos diferentes

tratamentos (cultivares e épocas) foram submetidos à análise de normalidade dos

erros (teste de Shapiro-Wilk e Kolmogorov-Smirnov) e homogeneidade das

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variâncias (teste de Levene e Cochran). Atendidas as pressuposições, procedeu-se

a análise de variância e posterior comparação de médias pelo teste de Tukey, a 5%

de probabilidade. Adicionalmente, procedeu-se análise de regressão não linear,

testando-se os modelos de progresso temporal: Logístico, Monomolecular e de

Gompertz (CAMPBELL & MADDEN, 1990). Para ajuste das funções, foi usado o

programa estatístico SAS Learning Edition 2.0 (SAS Institute Inc., 2002) e o

programa STATISTICA for Windows versão 6.0 (StatSoft, Tulsa, EUA).

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4 RESULTADOS E DISCUSÕES

As condições climáticas durante a safra 2011/12 foram favoráveis para o

desenvolvimento da cultura e da principal doença, a ferrugem asiática. De modo

geral podemos observar através da tabela abaixo que o experimento resultou em

dados não significativos, as variáveis analisadas propiciam uma gama de

informações importantes para a conclusão do experimento.

Tabela 1. Média dos tratamentos para as características área abaixo da curva de progressão da doença para incidência (AACPDinc), área abaixo da curva de progressão da doença para severidade (AACPD), Índice área foliar na primeira avaliação (LAI), Índice área foliar na segunda avaliação (LAI1), Índice área foliar na terceira avaliação (LAI2), produtividade (PROD).

Tratamento AACPDinc AACPDsev LAI LAI 1 LAI 2 PROD

Testemunha 1 1096,67 a 224.12 a 1183,1 a 502,6 a 2256,9 a 32 sc/ha ab Opera 2 1102,50 a 147,47 b 1437,2 a 587,3 a 2128,5 a 34 sc/ha b

Fox 3 1172.5 a 163,83 b 1066,2 a 1034,2 a 1987,1 a 37,8 sc/há a Priori xtra 4 1085.00 a 139,42 b 945,6 a 557,6 a 1840,3 a 34,8 sc/há b

Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si estatisticamente pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade.

A variável que representa a Área abaixo da curva de progresso da doença

(AACPD) em relação a incidência nos testes realizados não obteve diferença

significativa entre os tratamentos analisados, sendo que a variação do fungicida

‘Fox’ (1172,5) sobre o fungicida ‘Priori Xtra’ (1085) foi de 87,5 não sendo

significativa. A média geral dos tratamentos foi de 1114.16. Comparando o

tratamento testemunha com o tratamento 3 utilizando o produto ‘Fox’, pode-se

observar que houve uma oscilação de 6,4% de diferença entre os tratamentos

mostrando que a incidência de ferrugem no experimento ocorreu de forma

homogenia.

Estatisticamente os dados obtidos através da variável AACPD incidência não

se diferenciaram pelo teste de Duncan (SAS Institute Inc., 2002) como forma

avaliativa. Cunha & Bonaldo (2008) realizando experimento similar com os mesmos

fungicidas, porém na cultura do trigo observaram que o ‘Priori Xtra’ (ciprocolnazole +

azoxystrobin) obteve um controle de 58,45% da AACPD incidência da doença.

Godoy & Canteri apud Viero (2008), comentam que aplicações de fungicidas feitas

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dois dias após o aparecimento do patógeno na área conseguiu reduzir a quantidade

de infecções.

Figura 1. Representando a Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) sobre a variável incidência.

Tratameto 1=Testemunha;Tratamento 2=Opera; Tratamento 3= Fox; Tratamento 4= Priori xtra

Outra variável analisada foi a AACPD em relação a severidade da doença

esta revelou comportamento diferente em relação ao tratamento testemunha

apresentando níveis de severidade maiores que nos outros tratamentos, este fato

pode ser explicado pela ausência de fungicida favorecendo o ataque do patógeno.

As variações que ocorreram para os outros tratamentos não mostraram significância

entre as mesmas, fazendo uma comparação entre os tratamentos Priori Xtra 139,42,

Opera 147,47 e o Fox 163,83 nota-se que a média dos tratamentos é 150,24

demonstrando que os três fungicidas utilizados no experimento para a característica

severidade tiveram resultados parecidos sendo que o tratamento com ‘Priori Xtra’ foi

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o que teve o menor índice de severidade resultando na diminuição do inoculo para

as próximas safras.

Em comparação ao AACPD incidência e a AACPD severidade, o tratamento

com ‘Priori Xtra’ foi o que representou os menores valores. O tratamento testemunha

que na variável de AACPD severidade teve o maior valor na variável de incidência

ficou abaixo dos tratamentos com ‘Opera’ e ‘Fox’.

Estatisticamente apenas o tratamento testemunha foi que se diferenciou dos

demais tratamentos utilizando os testes Duncan 5% (SAS Institute Inc., 2002) como

forma avaliativa. Viero (2008) comenta que as aplicações curativas de piraclostrobin

e epoxiconazol em testes laboratoriais demonstraram que duas horas após a

aplicação foram suficientes para ocorrer o controle do patógeno.

Figura 2. Representando a Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) sobre a variável Severidade.

Tratameto 1=Testemunha;Tratamento 2=Opera; Tratamento 3= Fox; Tratamento 4= Priori xtra

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A primeira avaliação do índice de área foliar (LAI) sendo a terceira variável

analisada observa-se que não houve diferença entre os resultados, dados colhidos

em estádio fenológico V6, de acordo com a Tabela 1.

Alguns pontos importantes devem ser analisados nesta variável (LAI) como,

por exemplo, o tratamento com ‘Opera’ que obteve o maior valor nessa variável

(1437,2 cm²), não se diferenciou do tratamento com o ‘Priori Xtra’ (945,6 cm²) este

de menor valor. As médias dos tratamentos ficaram em 1158,02 cm² mostrando que

na primeira avaliação do índice de área foliar os resultados tiveram comportamentos

similares por estarem no início do ciclo da soja e estarem livres de infestações. A

variação média dos tratamentos ficou em 288,74 cm² mostrando que

estatisticamente entre os dados não houve significância analisados através do teste

de Duncan 5% (SAS Institute Inc., 2002).

O rendimento é sem duvida influenciado pelo Índice de área foliar (LAI).

Alessio (2008) em seus estudos em campo experimental da Universidade de Passo

Fundo utilizando os mesmos fungicidas revelou que a mistura de piraclostrobina +

epoxinazole permitiu uma duração maior de área foliar na planta mesmo que não

tenha diferido estatisticamente.

Ainda relacionado ao Índice de área foliar (LAI) Yorinori citado por Madalosso

(2006) em seu trabalho realizado em área experimental no município de Itaara,

região central do Rio Grande do Sul, comenta que a produtividade da soja está

relacionada com a maior duração de área foliar na planta.

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Figura 3. Representando o Índice de área foliar (LAI) sobre a primeira avaliação em estádio fenológico V6 em Sorriso – MT.

Tratameto 1=Testemunha;Tratamento 2=Opera; Tratamento 3= Fox; Tratamento 4= Priori xtra.

Analisando o índice de área foliar sob a segunda avaliação (LAI 1) em estádio

fenológico R1, esta também não teve diferença entre os produtos avaliados. O

tratamento que proporcionou a menor desfolha foi o tratamento utilizando o produto

‘Fox’ (1034,2 cm²), contrariando com o experimento de Fiallos (2010) onde este

obteve resultados diferentes, relatando que a mistura de epoxiconazol +

piraclostrobina (Opera) foi mais eficaz no controle da doença, segurando assim

maior número de folhas na planta.

Para a variável LAI 1, o tratamento com o produto ‘Fox’ em relação a

testemunha apresentou maior desfolha, observou-se uma diferença de 531,6 cm2.

embora não tenha diferido estatisticamente. A média dos tratamentos ficou em

670,42 cm2.

Outra comparação que pode ser feita é do tratamento 2 (Opera) cuja a

desfolha é representada pelo valor 587,3 cm² na tabela e o tratamento 4 (Priori Xtra)

com 557,6 cm², observa-se que a diferença é pequena 29,7 cm² mostrando que os

dois tiveram nesta variável resultado semelhante. O valor que representa a

testemunha (502,6 cm²) ficou 25,03 % abaixo da média dos tratamentos, mostrando

que a desfolha do tratamento foi maior.

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Estatisticamente os dados colhidos sob a variável LAI 1 não obtiveram

significância utilizando os testes de Duncan 5% (SAS Institute Inc., 2002) como

forma avaliativa.

Figura 4. Representando o Índice de área foliar (LAI) sobre a segunda avaliação em estádio fenológico R1 em Sorriso – MT.

Tratameto 1=Testemunha;Tratamento 2=Opera; Tratamento 3= Fox; Tratamento 4= Priori xtra.

Na última avaliação realizada com o índice de área foliar (LAI 2) em estádio

fenológico R5, os tratamentos não apresentaram diferença significativa entre si,

sendo que as variações ocorreram entre os valores de 2256,9 cm² (testemunha) e

1840,3 cm² (Priori Xtra). A média dos tratamentos em relação a variável analisada

ficou em 2053,2 cm².

Visualmente no campo pode-se observar que o tratamento sem aplicação de

fungicida (testemunha), teve maior desfolha decorrente ao ataque da ferrugem

asiática da soja, sendo que o tratamento com ‘Priori Xtra’ demonstrou menor

desfolha, Costa (2009) em seu experimento realizado em lavoura comercial, no

município de Tapejara, Rio Grande do Sul, utilizou o produto ‘Priori Xtra’

(azoxistrobina + ciproconazol) no controle da ferrugem asiática da soja, obtendo

resultados satisfatórios em relação ao controle da doença. Estatisticamente não

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houve significância dos dados analisados através dos testes de Duncan 5% como

forma avaliativa.

Figura 5. Representando o Índice de área foliar (LAI 2) sobre a segunda avaliação em estádio fenológico R5 em Sorriso – MT.

Tratameto 1= Testemunha; Tratamento 2= Opera; Tratamento 3= Fox; Tratamento 4 = Priori xtra.

A avaliação em relação a produtividade do experimento, teve comportamento

diferente entre os tratamentos (Tabela 1), sendo que o tratamento testemunha

apresentou menor produtividade (32 sc/ha), o tratamento que teve melhor

produtividade foi o tratamento com o produto ‘Fox’, em sacas por hectare o

tratamento se sobre saiu em relação aos demais resultados com uma produtividade

de 37,8 sacas por hectare. Comparando os tratamentos com o ‘Opera’ (34 sc/ha) e o

‘Priori Xtra’ (34,8 sc/ha) estatisticamente não apresentam diferença significativa.

Fiallos (2010) em sua pesquisa no campo experimental da FAMV/UPF, em Passo

Fundo, RS, na safra de verão 2009-10 relata que a ferrugem asiática causa desfolha

e o se controle é importante visando manter o maior úmero de folíolos na planta para

garantir o máximo de fotossíntese e conseqüentemente maior produtividade.

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Essa possibilidade é defendida por Yorinori (2004) que afirma em seus

estudos que quanto mais cedo ocorre a desfolha, menor será o tamanho de grãos,

resultando assim em um maior o dano na produtividade e na qualidade de grãos.

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5 CONCLUSÕES

Para o controle da ferrugem asiática da soja deve ser feito o monitoramento

periodicamente da lavoura, visando minimizar os danos.

A utilização de fungicidas a base de misturas de triazóis com estrobilurina

demonstrou alto índice de controle como a utilização do produto ‘Fox’ e resultou em

menor desfolha e maior produtividade.

O tratamento testemunha apresentou estatisticamente os maiores resultados

de severidade.

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7 ANEXOS

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Anexo a - Croqui do experimento: Avaliação de fungicidas no controle da ferrugem

asiática da soja.

Delineamento DBC: 1 Cultivar x 4fungicidas X 6 repetição

Deixar 1 linha para dividir as parcelas

Semeadura 6 linhas 6 linhas 6 linhas 6 linhas 6 linhas 6 linhas

1 5 9 13 17 21

6m

T1 T2 T3 T4 T1 T2

2 6 10 14 18 22

6m

T2 T1 T4 T1 T4 T1

3 7 11 15 19 23

6m

T3 T4 T2 T3 T2 T3

4 8 12 16 20 24

6m

T4 T3 T1 T2 T3 T2

Bloco I Bloco II Bloco III Bloco IV Bloco V Bloco VI

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Anexo b - Resumo da analise de variância com quadrado médio, representando os

tratamentos, os blocos e o resíduo, bem como o grau de liberdade (GL), coeficiente de variância (CV%) e a Média.

Característica Quadrado médio

CV% Média Tratamento Bloco Resíduo

GL 3 5 3

AACPDinc 1595,52 ns 21210,64 ns 7728.08 7,85 1.119.028

AACPDsev 2100,2 ns 818.64 ns 399,96 12,2 164.35 LAI 183080,7 ns 101086,0 ns 256836,4 42.60 1189.26

LAI 1 148714,5 ns 154172,1 ns 115612,6 47,4 717.18 LAI 2 678221,0 ns 387740,7 ns 977192,1 48,1 2054.7

PROD 6,9 2,75 0.44 25 2.666 ns: não significativo a 5% de probabilidade.

Anexo c – Fotos da condução do experimento.

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