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FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE CURSO DE AGRONOMIA PRODUÇÃO DE MUDAS DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM DIFERENTES SUBSTRATOS JOSEF ZANTEDESCHI TARONE SORRISO MT 2014

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FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE CURSO DE AGRONOMIA

PRODUÇÃO DE MUDAS DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM DIFERENTES SUBSTRATOS

JOSEF ZANTEDESCHI TARONE

SORRISO – MT 2014

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JOSEF ZANTEDESCHI TARONE

PRODUÇÃO DE MUDAS DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM DIFERENTES SUBSTRATOS

Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso ao Curso de Agronomia da Faculdade Centro Mato-grossense – FACEM, para obtenção do título de Bacharel em Agronomia sob a orientação do Prof. Kater Edi Jacomasso

SORRISO – MT 2014

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DEDICATÓRIA

Aos meus queridos pais José Luís e Maria Dirce por sempre terem acreditado em mim e me incentivado a persistir sempre.

Para minha amada noiva Aline Bosa por me apoiar em todos os momentos e sempre estar ao meu lado perante as dificuldades acreditando que seria possível alcançar esse sonho.

Dedico com muito amor a todos meus familiares e amigos a realização deste sonho que também pertence a vocês que de maneira direta ou indireta contribuíram de para que fosse alcançado.

.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus

por ter me possibilitado estar firme durante toda essa difícil trajetória.

Agradeço ao meu orientador professor Kater Edi Jacomasso, pela amizade e pelo apoio para realização desse projeto.

A esta instituição, direção e funcionários que fazem de todo o possível para que tenhamos a melhor qualidade de ensino durante os anos de graduação.

A todos professores que passaram no decorrer do período da graduação e que certamente ficarão gravados na memória seja por sua rigidez ou pelos muitos momentos de descontração que vivemos nas longas e intermináveis noites de aula.

Aos meus colegas, que tenho certeza poder chamá-los de amigos pois durante esse tempo vivemos muitas situações que ficarão na memória, pois sem o apoio e amizade de todos a realização desse sonho não seria possível. Obrigado a todos.

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“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível”.

Charles Chaplin

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RESUMO

A alface, entre as hortaliças folhosas é a que possui maior aceitação de consumo, rico em vitamina A e sais minerais, possui grande impacto no mercado deste segmento, podendo ser produzido durante todo o ano. Para que a espécie expresse todo seu potencial genético é necessário produzir mudas de qualidade. O uso de substrato maximiza a produção de mudas e diminui os custos com tratamentos fitossanitários. O presente trabalho traz como objetivo, a avaliação do desempenho de subtratos na produção de mudas de alface. O experimento foi realizado em casa de vegetação na cidade de Sorriso-MT. Foi utilizado o delineamento de blocos ao acaso com quatro tratamentos e seis repetições. Os tratamentos utilizados foram distribuído da seguinte maneira: T 1 - casca de pinus, turfa, vermiculita, superfosfato simples, nitrato de potássio e produtos formulados por terceiros; T 2 - turfa de sphagno, vermiculita expandida, calcário dolomítico, gesso agrícola e fertilizantes a base de NPK.; T 3 - casca e serragem de pinus, cinza, esterco e cama de aves, fibra recuperada, vermiculita expandida, carvão vegetal e fibra de coco; T 4 - foi substrato orgânico contendo 60% de terra preta, 20% de esterco e 20% de serragem. Foi avaliado comprimento de raiz, numero de folhas e peso de massa fresca. Para as características avaliadas, concluiu-se que: Os tratamentos T1 e T2 por conterem micro e macronutrientes em sua formulação obtiveram as melhores médias em todas as variáveis avaliadas. Palavras chave: hortaliças, potencial genético, desempenho.

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ABSTRACT

The lettuce (Lactuca sativa L.), among the leafy vegetables is the one that has greater acceptance consumption in it's line, rich in minerals and vitamin A, has great impact on the market in this segment, being able to be produced all year round. For the species to express all their genetic potential is necessary to produce quality seedlings. The use of substrate maximizes the production of seedlings and reduces the cost of phytosanitary treatments. This work has as objective the evaluation of the performance substrates for the production of lettuce seedlings. The experiment was conducted in a greenhouse in the city of Sorriso-MT. Utilizing randomized blocks method with four treatments and six replications. The treatments utilized were distributed as follows: T 1 - pine bark, peat, vermiculite, superphosphate, potassium nitrate and products by a third party; T 2 - sphagno peat, expanded vermiculite, limestone, gypsum and fertilizer NPK .; T 3 - bark and sawdust pine, ash, manure and bedding birds, recovered fiber, expanded vermiculite, charcoal and coconut fiber; T 4 - was organic substrate containing 60% of black earth, 20% manure and 20% sawdust. Was evaluated root length, number of leaves and fresh mass weight. For the characteristics, it was concluded that: The T1 and T2 to contain micronutrients and macronutrients in their formulation had the best averages in all the variables.

Keywords: vegetables, genetic potential, performance.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Delineamento da área experimetal .......................................................... 17 Figura 2 – Médias da variável comprimento de raiz (CR) ......................................... 21 Figura 3 – Médias da variável número de folhas (NF) .............................................. 21 Figura 4 – Médias da variável peso de massa fresca (MF) ...................................... 22

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LISTAS DE TABELA

Tabela 1 – Resumo da análise de variância em blocos ao acaso de características avaliadas em alface ................................................................................ 19

Tabela 2 – Teste comparativo de médias de mudas de alface cultivadas em diferntes substratos ................................................................................ 20

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12 1 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 13 1.1 CULTIVARES DISPONÍVEIS NO MERCADO BRASILEIRO ............................. 14 1.1.1 Repolhuda Lisa ............................................................................................... 14

1.1.2 Repolhuda Crespa ou Americana ................................................................. 14 1.1.3 Solta Lisa ........................................................................................................ 14 1.1.4 Solta Crespa ................................................................................................... 14 1.2 SUBSTRATO ...................................................................................................... 15

1.3 BANDEJAS ......................................................................................................... 15 1.4 SEMENTES ......................................................................................................... 16 2 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 17 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 19 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 23 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24 ANEXO ..................................................................................................................... 26

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INTRODUÇÃO

Para se ter um bom desempenho nos canteiros, a etapa da produção das

mudas é uma das mais importantes, pois a qualidade da muda é indispensável para

que no plantio, em diferentes regiões e diferentes condições de clima, o percentual

de sobrevivência e a produtividade seja o maior possível. Se for ignorada essa etapa

haverá uma influência negativa no desempenho final das plantas, levando em conta

que se o desenvolvimento das mudas for abaixo do esperado, consequentemente

resultará em qualidade baixa, aumento do tempo de duração do ciclo e elevado

custo final da produção (ECHER et al., 2007).

Com isso surge como alternativa a substituição do solo por substratos na

formação das mudas e isso tem proporcionado aumentos substanciais de

produtividade e qualidade. Na produção de mudas, podemos considerar o substrato

como o elemento mais complexo, pois ao mesmo tempo em que pode elevar

exponencialmente a produção da muda, também pode causar irregularidades de

germinação, má formação da planta e até a não germinação. O substrato deve

apresentar todas as propriedades químicas, físicas e biológicas apropriadas para

que haja um crescimento pleno de raízes e parte aérea da planta (SETUBAL &

AFONSO NETO, 2000).

De acordo com Filgueira (2000), um bom substrato comercial deve estar livre

da presença de solo comum, pois esse solo dificulta a retirada da muda da bandeja,

contem fitopatógenos e pode conter sementes de plantas daninhas.

Em 1985 teve início a utilização de bandejas de isopor para a produção de

mudas, permitindo então uniformidade, controle fitossanitário, maior qualidade das

plantas, aumento de rendimentos e diminuição de gastos com sementes e

consequentemente houve uma redução no tempo de produção possibilitando mais

colheitas durante o ano (FILGUEIRA, 2008).

Levando em consideração o contexto apresentado, o trabalho teve como

objetivo avaliar qual substrato obteve melhor desempenho na produção de mudas

de alface (Lactuca sativa L.) em bandejas de poliestireno.

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1 REVISÃO DE LITERATURA

A área plantada e o consumo de hortaliças folhosas no Brasil são muito

grandes, porém a cultura de alface que é fonte principalmente de vitamina A, além

de sais minerais, se destaca em relação as outras sendo a mais plantada e

consumida (MARQUES et al., 2003).

Para se ter sucesso em uma produção agrícola, a produção de mudas de

boa qualidade é essencial, pois mudas mal formadas originarão plantas com baixa

produtividade, ou seja não será aproveitada toda a capacidade genética que a planta

pode oferecer (OLIVEIRA et al., 1993). Como atualmente a alface é uma das

hortaliças mais plantadas no Brasil, devido a sua boa adaptação a todos os climas e

baixo custo de produção, faz com que a cultura tenha a preferência dos pequenos

produtores (LIMA, 2005).

Gerando cerca de cinco empregos diretos por hectare, contribui na geração

de renda principalmente do pequeno produtor, que normalmente investe em

propriedades próximas aos grandes centros consumidores, pois a cultura se mostra

muito frágil ao transporte e tempo de armazenamento (COSTA & SALA, 2005).

Justamente por não tolerar longos períodos de armazenamento e por

possuir ciclo curto, a cultura pode ser produzida durante o ano todo, em todas as

regiões e diferentes condições edafoclimáticas. É uma planta herbácea que possui

caule curto onde se prendem as folhas que são a parte comestível, estas podem ser

lisas ou crespas e formar ou não cabeça, sua coloração varia do verde escuro até o

verde amarelado mas também pode ser encontrada na cor roxa (FILGUEIRA, 2008).

A utilização de bandejas de poliestireno expandido e de substratos na

produção de mudas auxilia na economia do produtor de diversas maneiras, como

com a economia de água, menor custo com substratos, maior produção de mudas

em menores espaços e também deve se levar em consideração que a muda

produzida através de substratos terá melhor qualidade e consequentemente

necessitará de menos tratamentos fitossanitários (OLIVEIRA et al., 1993).

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1.1 CULTIVARES DISPONÍVEIS NO MERCADO BRASILEIRO

O mercado brasileiro atualmente conta com um número expressivo de

cultivares de alface que pode ser agrupado em cinco tipos morfológicos principais,

com base na formação de cabeça e tipos de folhas (COSTA & SALA, 2005).

1.1.1 Repolhuda Lisa

Apresenta folhas lisas, com nervuras pouco salientes, delicadas e macias e

com aspecto oleoso “manteiga” formando uma cabeça típica e compacta. Os

cultivares mais comuns são Áurea, Aurélia, Aurora, Babá de Verão, Boston Branca,

etc (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA, 2009).

1.1.2 Repolhuda Crespa ou Americana

Folhas crespas, consistentes e crocantes, cabeça grande e bem compacta.

Os cultivares mais comuns são América Delícia, Crespa Repolhuda, Grandes Lagos,

Bounty Empire, Lucy Brown, etc. (EMBRAPA, 2009)

1.1.3 Solta Lisa

Folhas lisas e soltas, relativamente delicadas e sem formação de cabeça

compacta. Os cultivares mais comuns são Babá, Babá de Verão, Monalisa AG 819,

Regina, Vitória de Verão, etc (EMBRAPA, 2009)

1.1.4 Solta Crespa

Essa variedade apresenta folhas grandes e crespas, textura macia mas

consistente, sem formação de cabeça e pode se apresentar nas cores verde ou

roxa. Os cultivares mais comuns na cor verde são Brisa, Elba, Marianne, Marisa AG

216, Itapuã 401, etc. Já as cultivares mais comuns na cor roxa são Maravilha Quatro

Estações, Mimosa Vermelha, Vera, Rossimo, Vermelha Ruby, etc (EMBRAPA,

2009).

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1.2 SUBSTRATO

O substrato é um insumo básico que substitui o solo para a produção com

qualidade, geralmente são resíduos agro industriais (cascas, fibras, etc.), isso torna

seu uso atraente, pois também pode se entrar no aspecto da preservação ambiental

através da reciclagem de resíduos (KAMPF, 2002).

Segundo Muller (2000), empresas que produzem substratos utilizam

materiais de origem mineral como solos, vermiculita, perlita e linhito, também

utilizam materiais de origem orgânica como turfas, estercos, casca de pinus, fibra de

coco e casca de arroz carbonizada, que são elaborados então em diversas

formulações e misturas que variam de acordo com cada empresa e necessidades

dos clientes.

Em função das diferenças na sua composição e proporções, poucos

detalhes ainda são conhecidos no que diz respeito às características químicas,

físicas e microbiológicas dos substratos, pois isso altera suas características, a

biomassa microbiana do solo ou substrato atua como agente de transformação e é a

parte viva da matéria orgânica (MINAMI, 1995). Por meio de sua fase sólida o

substrato deve servir como meio de manutenção mecânica para o sistema radicular

e estabilidade da planta, em sua fase líquida transporte de água e nutrientes, já em

sua fase gasosa suprir o oxigênio e intermediar o transporte de dióxido de carbono

entre as raízes e o ar externo (CARNEIRO, 1995).

O substrato ainda deve estar livre de qualquer substância em concentração

que venha se tornar tóxica para a planta, de pragas, plantas indesejadas e

principalmente fitopatógenos (CARNEIRO, 1995; MINAMI, 1995). Portanto pode se

considerar a escolha do substrato como uma decisão muito importante para o

sucesso da fase de criação de mudas.

1.3 BANDEJAS

No ano de 1985 iniciou-se no Brasil a utilização de bandejas de isopor para

a produção de mudas, o que permitiu uma produção de mudas com mais qualidade,

uniformidade, melhor controle fitossanitário, aumento de rendimentos para o

produtor e diminuição nos gastos com sementes (FILGUEIRA, 2008). Junto a todos

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esses benefícios, também veio a redução no tempo de produção no cultivo de

hortaliças (MARQUES et al., 2003).

Segundo Dematte & Souza (1995), a quantidade de células existentes nas

bandejas é variada, sendo elas: 72; 128; 200 e 288 células, que são utilizados para

diversas atividades como avaliação de lamina d´agua para irrigação, substratos,

qualidade de mudas, etc.

De acordo com Echer et al., (2000) existe a preferência de bandejas com

200 e com 288 células para a produção de mudas de alface (Lactuca sativa L.),

viveiristas optam por bandejas com maiores números de células, pois há maior

aproveitamento de espaço e de substratos facilitando também a irrigação e tratos

necessários.

1.4 SEMENTES

A produção de mudas de uma cultura não depende só do substrato, mas

também depende da semente que será utilizada, essas sementes devem ter a

capacidade de germinação uniforme, assim como devem se adaptar as variações

das condições ambientais, pois temperaturas mais elevadas associadas a baixa

qualidade e vigor da semente podem reduzir a produtividade e, em consequência

disso, a redução de lucros do produtor (MARCOS FILHO, 2005).

A temperatura que é considerada ótima para que as sementes germinem é

em torno de 20°C e grande maioria de cultivares não consegue germinar se a

temperatura estiver acima dos 30°C, pois temperaturas altas afetam a germinação

das sementes e reduzem significativamente a porcentagem de germinação, portanto

dependendo da época, local e temperaturas apresentadas, a germinação pode ser

considerada falha ou até nula (NASCIMENTO, 2002; CANTLIFFE, 2002).

Como foi descrito por Marcos Filho (2005), a qualidade da semente depende

também do estado nutricional das plantas que a produziram, pois a adubação das

plantas influencia positivamente sua produção e, como a qualidade da semente não

pode ser melhorada durante o armazenamento, ela deve vir com essa característica

desde a sua produção.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Viveiro Sorriso, em ambiente protegido

(ANEXO A), localizado na Av. Perimetral Sudoeste, n° 854 no Jardim Alvorada, na

cidade de Sorriso/MT.

Para a produção de mudas foram utilizadas sementes de alface da

variedade americana Lucy Brown (ANEXO B). Os substratos utilizados para os

tratamentos foram: T1 – Tropstrato (casca de pinus, turfa, vermiculita, superfosfato

simples, nitrato de potássio e produtos formulados por terceiros), T2 – Carolina Soil ll

(turfa de sphagno, vermiculita expandida, calcário dolomítico, gesso agrícola e

fertilizantes a base de NPK), T3 – Tecnomax (casca e serragem de pinus, cinza,

esterco e cama de aves, fibra recuperada, vermiculita expandida, carvão vegetal e

fibra de coco) e T4 – Substrato orgânico (60% de terra preta, 20% de esterco e 20%

de serragem).

Para manejo fitotécnico foram utilizados produto a base de NPK utilizados na

fertirrigação com concentração (13-40-13) para melhor enraizamento,

inseticida/acaricida biológico a base de Abamectina e fungicida sistêmico a base de

Mancozebe.

Foi adotado o delineamento de blocos casualizados (DBC), com quatro

tratamentos e seis repetições. Totalizando 6 bandejas de 200 células, sendo que

cada tratamento ocupou 50 células de cada bandeja (Figura 1).

Figura 1 – Delineamento da área experimetal

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Para a avaliação das características número de folha (NF), comprimento de

raiz (CR) e peso de massa fresca (MF) foram selecionadas 9 mudas aleatórias de

cada parcela 25 dias após a semeadura. As medições de peso de massa fresca e

comprimento de raiz foram feitas com balança de precisão e trena, respectivamente.

Os dados obtidos foram submetidos à Análise de Variância (ANOVA),

havendo significância entre os tratamentos, foi realizado o teste de Tukey ao nível e

1% como demonstra a Tabela 1. As análises estatísticas foram realizadas utilizando

o programa estatístico GENES (CRUZ, 2013).

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 2 apresenta o resumo da ANOVA das variáveis Comprimento de

raiz (CR), Número de folhas (NF) e Massa fresca. Observando os dados é possível

notar que houve interação entre os tratamentos, além de apresentar o coeficiente de

variação (CV%) baixo, indicando que houve boa condução do experimento.

Segundo a Embrapa (2013), um experimento torna-se preciso quando

apresenta o CV% abaixo de 10% e, também, a possibilidade de reproduzi-lo,

obtendo dados semelhantes.

Tabela 1 Resumo da análise de variância em blocos ao acaso de

características avaliadas em alface

FV GL QM

CR NF MF

Blocos 5 0,0885 0,2667 0,0746

Tratamentos 3 3,9531 ** 1,1667 ** 2,9282 **

Resíduo 15 0,0098 0,2 0,008

Média 5,69 4,58 1,89

CV(%) 1,74 9,76 4,74

Obs.: ** significativos a 1% de probabilidade pelo teste f. CR: Comprimento de raiz (cm); NF: Número de folhas e MF: massa fresca (g)

A produção de mudas é uma das etapas mais importantes na produção de

hortaliças influenciando diretamente o desenvolvimento final das cultivares. Portanto

para um bom desenvolvimento de mudas, o substrato utilizado deve fornecer boa

textura, temperatura, arejamento e sustentabilidade radicular, fornecer os nutrientes

necessários nessa fase e conservar a umidade (MENEZES, 1997; MONTEIRO et al.,

2013).

Os dados da Tabela 2 apresentam as médias das variáveis avaliadas nesse

trabalho, nota-se que em todas as variáveis houve interação entre os tratamentos.

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Tabela 2 Teste comparativo de médias de mudas de alface cultivadas em

diferentes substratos

Substrato CR NF MF

T1 – Tropstrato

6,7 a

5,2 a 2,9 a

T2 - Carolina Soil II

6,0 b

4,7 ab 1,7 b

T4 – Orgânico 5,2 c

4,3 ab 1,5 c

T3 – Tecnomax

4,9 d

4,2 b 1,4 c

Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 1% de probabilidade

Ao observarmos as médias avaliadas, podemos perceber que os

tratamentos 1 e 2 obtiveram resultado muito superior aos tratamentos 3 e 4 em

todas as características avaliadas. O desenvolvimento adequado das mudas está

relacionado com o valor nutricional dos compostos do substrato (MINAMI, 2000),

sendo que a nutrição mineral das plantas proporcionará aumento produtivo e

melhora na qualidade final do produto (MORAES, 2006). Tais fatos são constatados

no presente trabalho, visto que, as melhores medias pertencem aos substratos que

possuem em sua formulação quantidades adequadas de micro e macronutrientes.

Ao compararmos o comprimento de raízes notamos que os tratamentos T1 e

T2 são superiores ao T3 (Figura 2). Borges (2014) que realizou experimento

semelhante utilizando alguns substratos parecidos, apresenta dados semelhantes ao

utilizar o mesmo substrato (Tropstrato) na condução de seu experimento. Souza et

al. (2013), também comprovou que o uso do Tropstrato se sobressaiu em relação

aos demais substratos utilizados. Tal resultado está relacionado com os nutrientes

presentes nos substratos T1 e T2, principalmente compostos nitrogenados que

juntamente a aplicação do formulado NPK (13-40-13) propiciaram o

desenvolvimento radicular.

Moraes (2006), explica que para a formação de folhas e raízes necessita de

grande quantia de compostos nitrogenados, isso propicia crescimento vigoroso às

mudas, pois os tecidos meristemáticos possuem metabolismo acelerado,

sintetizando ácidos nucleicos, proteínas, dos quais o nitrogênio é constituinte.

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Figura 2 – Médias da variável comprimento de raiz (CR)

A variável número de folhas, assim como comprimento de raiz, apresenta

medias superiores nos substratos minerais T1 e T2 como mostra a Figura 3. Nessa

variável Souza et al. (2013), notou dados diferentes, onde o número de folhas foi

maior em substratos com compostos orgânicos. Entretanto Moraes (2013), usando

composto mineral Carolina Soil ll obteve maior número de folhas produzidas por

muda.

Figura 3 – Médias da variável número de folhas (NF)

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O fósforo, além de exercer funções estruturais de armazenamento e

fornecimento de energia química como ATP utilizada em reações como fotossíntese,

faz parte de ácidos nucleicos e açúcares e regula atividade metabólica no

cloroplasto. Portanto, a falta de fósforo acarreta redução de síntese proteica e

diminuição do crescimento vegetativo em função da redução do número de folhas

(MORAES, 2006). Tal afirmação explicaria o porquê do tratamento T3 ter obtido as

piores médias, já que este não possui esse nutriente na formulação, enquanto os

demais têm compostos fosfatados.

O peso de massa fresca foi a variável que apresentou maior diferença entre

os tratamentos, tendo como melhor resultado o T1 e o pior o T3 (Figura 4). Nessa

característica, as médias obtidas por Borges (2014) diferem do presente trabalho,

considerando que as médias do tratamento com o substrato Tecnomax

apresentadas por ele, se equipararam as médias do Tropstrato.

Figura 4 – Médias da variável peso de massa fresca (MF)

O peso de massa fresca está relacionado com o equilíbrio dos nutrientes na

planta, sendo que o potássio tem grade influencia. A deficiência desse nutriente

pode interferir na abertura estomática restringindo a assimilação de CO2, interferindo

na produção de fotoassimilados, é necessário na osmorregulação sendo utilizado

para o uso eficiente da água disponível no solo (MORAES, 2006). A perda de massa

fresca está relacionada a deficiência desse macronutriente bem como os demais

que atuam de forma a possibilitar o desenvolvimento saudável das mudas.

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CONCLUSÃO

Os tratamentos T1 e T2 demonstraram melhor desenvolvimento das mudas

em todas as características avaliadas devido a boa formulação do substrato

utilizado, onde este promoveu aeração necessária, conservação da umidade e

disponibilidade dos nutrientes.

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ANEXO

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Anexo A – Estufa viveiro Sorriso

Fonte: Foto tomada pelo autor

Anexo B – Variedade de alface utilizada

Fonte: Foto tomada pelo autor