cultura mato grossense a4 2

MATO GROSSOSeu Povo

SUA CULTURA.JOO ANTONIO PEREIRA

GUIRATINGA-MT, SETEMBRO/2009

MATO GROSSO: SEU POVO, SUA CULTURA 2010

SUMRIO

1. INTRODUO ............................................................................................................................... 3 2. CULTURA MATO-GROSSENSE .................................................................................................. 3 3. PATRIMNIO CULTURAL .......................................................................................................... 4 4. BENS IMATERIAIS ....................................................................................................................... 5 7. CURURU ...................................................................................................................................... 11 8. SIRIRI - ORIGENS ...................................................................................................................... 12 9. BOI-A- SERRA ............................................................................................................................. 14 10. RASQUEADO ............................................................................................................................. 15 11. OS MASCARADOS DE POCON ............................................................................................. 16 12. CARNAVAL GUIRATINGUENSE: BLOCO DOS CARETAS ................................................ 17 13. CARNAVAL GUIRATINGUENSE: BLOCO DOS SUJOS ...................................................... 19 14. VIOLA DE COCHO .................................................................................................................... 22 15. SMBOLOS DE MATO GROSSO ............................................................................................. 23 BANDEIRA DE MT .......................................................................................................................... 23 16. BRASO DE ARMAS DE MT ................................................................................................... 24 HINO DE MT .................................................................................................................................... 24 17. LITERATURA ............................................................................................................................. 25 18. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................... 28

2 Joo Antonio Pereira


1. INTRODUO

Este trabalho apenas um ensaio daquilo que pretendo concluir brevemente. O objetivo maior colocar uma ferramenta atualizada sobre a Histria e Geografia de Mato Grosso nas mos de nossos alunos, promovendo algumas reflexes acerca da ocupao e produo do espao mato-grossense. uma verso preliminar e carece de reviso, voc pode ajudar enviando suas crticas e sugestes visando melhor-la, no entanto, espero contribuir de alguma forma para melhor compreenso do momento, da forma e das foras que promoveram a ocupao e produo do espao geogrfico, desse estado com dimenses continentais bem como caracterizar as relaes entre seus principais agentes.

Num futuro prximo este material ter tambm documentos de poca e exerccios nos moldes dos vestibulares das mais distintas universidades brasileiras bem como do novo ENEM. Como outrora bradou o poeta: Vem vamos embora que esperar no saber quem sabe faz a hora, no espera acontecer. Esta a sua hora, esse o seu tempo! Tome as rdeas do seu destino, pois voc especial, quem te deu a vida, destruiu a forma, no tem outro igual.

Brevemente quero ouvir o relato de sua histria de sucesso, pois voc estrela, nasceu para brilhar e ningum ofuscar seu brilho. Bons estudos! At a vitria!

2. CULTURA MATO-GROSSENSE

Conceito: Cultura um todo complexo que abarca conhecimentos, crenas, artes, moral, leis, costumes e outras capacidades e hbitos adquiridos pelo homem como integrante da sociedade (Edward B. Tylor)A cultura aquilo que menos espao ocupa na memria; quanto mais se tem, na



maior parte dos indivduos, mais leves, soltos, independentes e livres se tornam1.

Se o conceito de cultura se baseia nos costumes e valores de uma sociedade, no devemos confundir cultura com manifestaes artsticas, pois a arte apenas parte deste universo colossal que a variedade do saber do homem. O termo cultura, para a maioria das pessoas indica um alto nvel artstico ou intelectual, o progresso da arte e da cincia, a literatura, a filosofia, a expresso do gnio de um povo.

Para o cientista social, o conceito engloba tudo isso e muito mais. A cultura se manifesta em obras de arte ou de erudio, mas tambm na cozinha e nas roupas, na natureza das relaes familiares e sociais, no sistema de valores, na educao, na idia do bem e do mal, na maneira de construir casas, nas aspiraes e na confiana no futuro, na atitude em relao a estrangeiros. Seguem alguns conceitos de cientistas ao longo dos tempos:

Geertz - Conjunto de significados em termos dos quais os seres humanos interpretam as suas experincias ou reorientam as suas aes. Goodenough - Formas atravs das quais as pessoas organizam as suas experincias sobre o mundo real. Max Weber - Cultura tudo aquilo que o ser humano acrescenta natureza!Buono, Bowdich e Lewis - Um sistema de conhecimentos, de padres apreendidos, de percepo, de crenas, de avaliaes e de aes. Edward B. Tylor - Cultura um todo complexo que abarca conhecimentos, crenas, artes, moral, leis, costumes e outras capacidades e hbitos adquiridos pelo homem como integrante da sociedade.

Mato Grosso, um Estado que nasceu subjugado pelo imperialismo europeu e que foi desde o princpio espoliado pelo capitalismo daqueles que se intitulam colonizadores, um dos poucos estados brasileiros onde se identifica uma pureza cultural e uma fidelidade da terra na preservao das suas razes. bem verdade que as razes culturais mato-grossenses refletem as influncias dos que aqui aportaram com o nico objetivo de expanso de domnios territoriais e de se apossarem da matria-prima, prpria do seu subsolo e, imprescindvel para garantir e sustentar o processo capitalista que j se desenvolvia no alm mar.

lcito afirmarmos que a par do interesse imperialista e capitalista da nossa colonizao, foram fincados nessa poca os alicerces do processo cultural mato-grossense, que, alm da influncia europia, sintetiza uma mestiagem de outros grupos tnicos, com o ndio, dono por direito dessas terras, e o negro, agregado ao espao geogrfico por contingncia do processo histrico da formao econmico-social brasileira.

Portanto, a cultura mato-grossense espelha uma sntese cultural dos vrios grupos tnicos, tambm responsveis pela prpria caracterstica racial do povo mato-grossense. Dentro dessa tica pode-se evidenciar a incluso do branco, do ndio e do negro nos diversos segmentos culturais do Estado, quer na cultura popular, literatura, artes plsticas, teatro, msica, artesanato, ou mesmo nos saborosos pratos da tradicional culinria mato-grossense.

3. PATRIMNIO CULTURAL

Entende-se por patrimnio cultural toda a produo humana, de ordem emocional, intelectual, material e imaterial, independente de sua origem, poca natureza ou aspecto formal, que 1 Lus Reginaldo Silva4 Joo Antonio Pereira

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propicie o conhecimento e a conscincia do homem sobre si mesmo e sobre o mundo que o rodeia. Esse conceito se conjuga com o prprio conceito de cultura, entendida como um sistema interdependente e ordenado de atividades humanas na sua dinmica, em que no se separam as condies do meio ambiente daquelas do fazer do homem; em que no se deve privilegiar o produto habitao, templo, artefato, dana, canto, palavra em detrimento das condies histricas, scio-econmicas, tnicas e ecolgicas em que tal produto se encontra inserido.

As leis e decretos sobre o patrimnio cultural de um pas, de um estado ou de um municpio tem por objetivos desenvolver e implementar mecanismos e instrumentos de gesto voltados para a preservao destes bens culturais. Com elas os grupos sociais estaro promovendo a acessibilidade a estes bens; fomentando o desenvolvimento tecnolgico na rea de patrimnio; promovendo a co-responsabilidade em preservao; a gerao de conhecimento; a sistematizao de informaes e sua difuso; estaro fortalecendo a ao fiscalizadora e promovendo aes integradas voltadas para o desenvolvimento social, econmico e cultural destas sociedades. Cabe ressaltar que entende-se por bem cultural todo bem material ou imaterial, significativo como produto e testemunho de tradio artstica e/ou histrica, ou como manifestao da dinmica cultural de um povo ou de uma regio. Consideram-se como bens culturais obras arquitetnicas, plsticas, literrias, musicais, conjuntos urbanos, stios arqueolgicos, expresses do patrimnio imaterial, etc.

Em seu sentido amplo, bens culturais compreendem todo testemunho do homem e seu meio, apreciado em si mesmo, sem estabelecer limitaes derivadas de sua propriedade, uso, antiguidade, ou valor econmico. Os bens culturais podem ser divididos em trs grandes categorias: bens materiais, bens imateriais e bens naturais.

4. BENS IMATERIAIS

Trata-se de tradies e tcnicas do fazer e do saber fazer humanos, como polir, esculpir, construir, cozinhar, tecer, pintar, etc. (patrimnio intelectual); as expresses do sentimento individual ou coletivo, como as manifestaes folclricas e religiosas, a msica, a literatura, a dana, o teatro, etc. (patrimnio emocional). Mato Grosso um estado riqussimo em manifestaes de Cultura Popular, o mais legtimo legado de nosso Patrimnio Imaterial. Do modo de fazer a gastronomia, o artesanato, as danas, lendas e contos esto a sntese das heranas mato-grossenses, principalmente, do ndio e do negro e mais recentemente dos migrantes mestios de norte a sul do Brasil.

Lendas e Crendices Mato-grossenses

Para o historiador Paulo Pitaluga Costa e Silva, marcante a transferncia de lendas de outras regies. Nesse ecletismo de crena, nasceu a ambigidade da f, isto , contra o P de Garrafa, Pai do Mato, Minhoco do Pari, Lobisomem, etc., as rezas e oraes catlicas. O psicolgico do mato-grossense forjado dentro dessas crenas e tambm do sortilgio mouro-cigano. Tais povos se mesclaram muito com a populao ribeirinha. Isso explica o gosto pela dana, msica, cores fortes, brincos de argola de ouro, truco espanhol e impetuosidades romnticas. Me do Morro, Cracach, Piraputanga Dourada, Alavanca de Ouro, o Minhoco do Pari e o Boi-a-Serra so algumas lendas regionais que vem sendo transmitidas de gerao a gerao, seja atravs de literatura (destaca-se as produes de Dunga Rodrigues). Como difusores populares destas estrias esto nomes como Prof. Benedito Campos, Ditinho, o arte-educador Vital Siqueira (usa o personagem Comadre Pitu), dentre tantos outros nomes.


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Festas de Santos

Nas cidades mais antigas de Mato Grosso so grande promotoras das manifestaes da Cultura Popular as festas de santo. Muitas, como as em louvor a So Benedito, a Nossa Senhora do Rosrio e ao Divino Esprito Santo, lembram o tempo do Imprio, e seu organizadores (festeiros) so titulados de reis, rainhas, juzes e outros cargos alusivos. Na regio chamada Baixada Cuiabana as maiores festas so as em louvor a So Benedito, (geralmente realizada na ltima semana de junho e com o encerramento no 1 domingo de julho) e ao Senhor Divino. A primeira em Cuiab marcada por almoos e jantares regionais e bailes populares. J a segunda costuma ser liderada pela alta sociedade cuiabana.

Nas cidades histricas de Vila Bela de Santssima Trindade e Nossa Senhora do Livramento, ambas com alto ndice de negros, mantm-se o registro da Dana do Congo em honra a Nossa Senhora do Rosrio. Ladainhas (rezas cantadas) avanando madrugadas e a passagem de bandeiras para arrecadar donativos para a realizao das festas tambm so tradicionais em todo o Estado.

Artesanato: O artesanato mato-grossense reflete o dia-a-dia e os costumes de vida do prprio artista. Destacam-se os ceramistas de So Gonalo-Beira-Rio, as redeiras de Vrzea Grande, as mulheres de Fibra de Nova Olmpia, o artesanato em madeira e as biojias (sementes diversas) do norte e mdio norte do Estado, alm do artesanato indgena, fora do Araguaia e mdio-Araguaia. Este segmento vem ganhando qualidade para comercializao internacional com programas desenvolvidos pela Secretaria de Indstria, Comrcio e Minerao de Mato Grosso e pelo Sebrae. Organizados em associaes e cooperativas, os arteses avanam com exposies e feiras permanentes.

Folguedos: As danas e msicas do universo da Cultura Popular Mato-grossense, conforme o pesquisador da cultura mato-grossense, compositor e cantor nativista, Milton Pereira de Pinho - o Guapo sofrem duas grandes influncias, A autctone onde a instrumentalizao e a musicalidade so de origem local, fruto do choque cultural entre ndios da regio, negros escravizados e brancos colonizadores, desenvolvida nos primeiros anos de fundao das cidades ribeirinhas e a platina. A musicalidade foram trazidas para a regio no processo da colonizao, via Esturio do Prata, no sculo XIX, principalmente logo aps a Guerra da Trplice Aliana, (Guerra do Paraguai). Vale acrescentar que a expanso da recepo migratria ps anos 1960 do sculo XX, ampliou ainda mais o acesso aos mais diversos ritmos de msicas e danas de manifestos coletivos.

Instrumentos Tradicionais:

Viola de Cocho viola feita de madeira ribeirinha como o sar, com cordas que nos tempos antigos era de origem animal como tripas de macaco. Principal instrumento do cururu e outros folguedos da regio pantaneira, foi tombado pelo Estado e pelo Governo Federal como Patrimnio Histrico Imaterial. Em Mato Grosso o incentivo a produo e ensino do instrumento vem se dando atravs do incentivo a curso para jovens e pela Orquestra de Mato Grosso, criada em 2005, e, a nica do mundo a utilizar o instrumento entre os principais naipes.

Ganz Pedao de bambu serrilhado tocado com um pedao de osso ou bambu. Um dos principais instrumentos do Siriri e do Cururu.

Mocho Banco alto de madeira e couro.


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Bruaca Bolsa de couro revestida com palha seca.

Adulfo - Pandeiro quadrado feito de couro.

P de Bode - Acordeom de oito baixos trazido e difundido pelos migrantes da fronteira sul-americana.

5. BENS MATERIAIS

Entende-se por bens materiais os stios e achados arqueolgicos (patrimnio arqueolgico); as formaes rurais e urbanas (patrimnio urbanstico); os agenciamentos paisagsticos (patrimnio paisagstico); os bens mveis, como objetos de arte, objetos utilitrios, documentos arquivsticos e iconogrficos (patrimnio artstico); e os bens imveis, como edificaes rurais e urbanas (patrimnio arquitetnico). Citamos abaixo alguns bens materiais do Estado de Mato Grosso:

Centro Histrico de Cuiab: A rea compreendida como o antigo centro da capital mato-grossense foi tombado em nvel federal em 01 de outubro de 1987. A homologao do tombamento deu-se somente em 04 de novembro de 1992, em Ato assinado pelo Ministro da Cultura. A necessidade de se preservar parte da rea urbana, construda entre os sculos XVIII e XIX, motivou o tombamento de 62,7 hectares (13 hectares na rea tombada e o restante no entorno) contendo aproximadamente 1.000 imveis.

Casa do Alferes - Imvel histrico localizado no centro antigo de Cuiab. Numa parceria entre a Prefeitura de Cuiab e governos federal e estadual, em 2006, foi revitalizado e transformado no Museu da Imagem e do Som de Cuiab.

Palcio da Instruco - Prdio construdo em 1913, para servir rea da educao, em Cuiab. imvel tombado pelo Patrimnio Histrico e Artstico Nacional, e foi recuperado e revitalizado em 2005. Atualmente sede da Biblioteca Pblica Estadual Estevo de Mendona e do Conselho Estadual de Cultura.

Igreja Nossa Senhora da Guia. Antiga capela localizada no Distrito da Guia, em Cuiab. Representa parte da histria do Distrito, regio que abrigou muitos garimpeiros em busca de alternativas s lavras do Cuiab h 275 anos. A construo rstica de adobe e taipa-de-pilo (material feito base de barro, restos de madeira e ossos), recuperada e revitalizada em janeiro de 2008.

Casa Baro de Melgao - Imvel histrico do sc. XVIII, em Cuiab, que abriga o Instituto Histrico e Geogrfico de Mato Grosso e a Academia Mato-grossense de Letras desde a dcada de 1930. Foi recuperado e revitalizado em 2006, permitindo, desta forma, sua adequada ocupao e utilizao. Imvel histrico do sc. XVIII, em Cuiab, que abriga o Instituto Histrico e Geogrfico de Mato Grosso e a Academia Mato-grossense de Letras desde a dcada de 1930. Foi recuperado e revitalizado em 2006, permitindo, desta forma, sua adequada ocupao e utilizao.

Ponte de Ferro do Coxip - A Ponte de Ferro do Rio Coxip foi construda em 1896, em Cuiab. Foi importada da Frana, adotando o sistema construtivo Eiffel. A sua montagem representou um marco nas relaes comerciais de Mato Grosso, viabilizando a penetrao de capitais, mercadorias, tcnicos e imigrantes europeus. Foi destruda por uma enchente em 1995. Em 2006 foi feito um trabalho de recuperao das ferragens que estavam submersas no leito e nas margens do Coxip,


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sendo entregue comunidade cuiabana em 2008.

Igreja Nossa Senhora do Rosrio e So Benedito - A mais antiga igreja erguida no Estado (h citaes desde 1736). Foi minuciosamente restaurada, desde os altares e imagens rigorosamente cuidados por especialistas nacionais e locais em arte sacra, s grossas paredes de adobe que foram expostas ao seu estado mais original. Foram trs anos de trabalhos e muita histria desvendada, do assoalho ao telhado. Foi reaberta em 21 de junho de 2006.

Clube Feminino - Antigo clube da sociedade cuiabana. O local guarda a memria de grandes bailes que reuniam a sociedade. J serviu de biblioteca pblica municipal e hoje abriga a Secretaria Municipal de Cultura de Cuiab. Foi recuperado e revitalizado pela Prefeitura de Cuiab, com apoio do governo estadual, em 2006.

Igreja Nosso Senhor dos Passos - Imvel histrico localizado no antigo centro de Cuiab. Revitalizado, foi entregue sociedade no dia 07 de fevereiro de 2006. O restauro foi realizado em regime de parceria envolvendo o IPHAN Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional e o Governo de Mato Grosso.

Arquivo Pblico do Estado - Local que abriga o maior acervo histrico de Mato Grosso. Est localizado na cidade de Cuiab em edifcio construdo na dcada de 1940, no perodo do Estado Novo e ocupado por outros rgos pblicos ao longo da histria.

Museu Histrico de Mato Grosso - Prdio centenrio que abrigava o Thesouro do Estado, localizado na Praa da Repblica, em Cuiab. Foi reinaugurado em 2006, passando a abrigar o Museu Histrico de Mato Grosso, recebendo equipamentos, iluminao e mobilirio para a instalao do acervo de mais de 9 mil peas entre filatelia, objetos ornamentais, documentos textuais, iconogrficos, medalhas e condecoraes, mobilirios, numismtica e obras de arte.

Seminrio da Conceio - Um dos mais antigos bens imveis de Cuiab (datado de 1882) a sede do Museu de Arte Sacra, fechado desde 1988. Foi alvo de recuperao e revitalizao de 2004 a 2007. Uma parte importante do passado religioso mato-grossense foi recuperada pelo arteso Ariston Paulino. So milhares de fragmentos da antiga Catedral do Senhor Bom Jesus de Cuiab, que formaram altares do sc. XVIII (altar de Santa Terezinha em estilo rococ e um dos altares do Cruzeiro em estilo barroco, alm do neoclssico altar de So Miguel - sculo 19). Os acervos remanescentes da antiga Catedral do Senhor Bom Jesus e Igreja de Nossa Senhora do Rosrio, contam com cerca de 4.300 peas entre imagens sacras, paramentos, alfaias, altares e vesturios picos, inclusive, parte de objetos pessoais do Arcebispo Dom Aquino Correia.

Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho - Imvel tombado pelo patrimnio histrico estadual. Comeou a ser construdo em 1918 e, em 1955, passou por sua primeira reforma. Em 2004, o Governo do Estado revitalizou o imvel que se encontra disposio e uso pela Cria Metropolitana de Cuiab.

Centro Histrico de Diamantino - Uma das principais referncias histricas do Estado a cidade de Diamantino, motivo que levou necessidade de tombamento, por parte do Governo do Estado, em 2006, na tentativa de preservar parte do que j foi o rico patrimnio arquitetnico e histrico do lugar. Alguns imveis esto em bom estado de conservao, o que motiva a sociedade local a sonhar com a recuperao de seus antigos casares.


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Casa Cannica de Diamantino. Imvel de interesse histrico e que marca a presena dos jesutas em Mato Grosso. Localizado em Diamantino, foi recuperado e entregue comunidade em fins de 2007.

Relgio da Fonte - Localizado em Nossa Senhora do Livramento, o Relgio da Fonte Pblica, juntamente com a Praa Central e a Igreja Matriz formam um belo conjunto arquitetnico. O Relgio da Fonte foi idealizado pelo Frei Salvador Roquette em 1945, com o objetivo de oferecer gua de qualidade populao e um referencial de tempo, suprindo a carncia do povo que, na poca, no contava com rede de distribuio de gua.

Centro Cultural Cadeia Pblica - O Centro Cultural Cadeia Pblica, em Santo Antnio de Leverger, imvel (datado de 1925) tombado pelo patrimnio histrico estadual. Foi recuperado e revitalizado em 2007.

Igreja Nossa Senhora da Guia Em Vrzea Grande, trata-se da primeira capela da cidade, e foi revitalizada em 2004. Hoje integra o roteiro de procisses das principais festas religiosas da regio, alm de ser um ponto turstico da cidade.

Igreja Nossa Senhora da Conceio - Localizada na localidade de Passagem da Conceio, em Vrzea Grande. A igreja centenria foi revitalizada, fortalecendo a regio como um dos principais pontos de turismo histrico da Baixada Cuiabana.

6. MANIFESTAES POPULARES:

Siriri - Dana das mais populares do folclore mato-grossense, praticada especialmente nas periferias das cidades e na zona rural da regio chamada Baixada Cuiabana (vrios municpios no entorno da Capital) e Cceres, fazendo parte das festas de batizados, casamentos e festejos religiosos. uma dana que lembra os divertimentos indgenas.

Cururu O cururu, na cuiabania, dana de roda, s para homens, ao som de desafio cantado, com acompanhamento instrumental da viola de cocho e o ganz.

Dana do Congo - Tambm chamada Congadas. de origem autenticamente africana. Esta dana geralmente fazia parte das comemoraes festivas de Nossa Senhora do Rosrio e de So Benedito.

Boi-a-Serra - um folguedo encontrado em Mato Grosso, que tem como temtica o boi.

Cavalhada - A Cavalhada uma batalha que se trava entre os mouros e os cristos (segundo reza a tradio).

Dana dos Mascarados - A Dana dos Mascarados uma rplica da Contradana europia mesclada com influncias atravs dos tempos com as danas afros e indgenas.

Caretas - No perodo de carnaval a tradio na cidade de Guiratinga um desfile de mascarados em que nada do corpo mostrado.

Chorado - Dana afro da regio de Vila Bela da Santssima Trindade.

Curuss - Conforme o pesquisador cultural Mrio Friedlnder, Curuss a denominao atual que


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se d a uma dana brincadeira de origem chiquitana que ocorre no municpio de Porto Esperidio.

Dana do Zinho Preto - A Dana do Zinho Preto ou Dana Cabocla, existe em Jauru, desde a dcada de 1970, tendo sido trazida da cidade de Mantenpolis, no Esprito Santo, por Jos Alves Batista - o Zinho Preto, criador da dana.

Folia de Reis Folguedo popular de origem portuguesa em que um grupo de folies carregando bandeiras, pede esmolas para a festa dos Reis Magos.

Pastorinhas ou Pastoril - Folguedo comum em Barra do Garas, regio do Vale do Araguaia.

Cateret - Dana de origem africana da regio do Congo, trazida ao Brasil por escravos daquela regio. Foi disseminada na regio sudeste e Estado de Gois.

Catira - Considerada a mais contundente expresso rural originada do Lundu, ao lado do Cateret, Cururu Paulista, Arrasta-P, Balano, Calango Mineiro, Pagode e etc.

Polca Paraguaia Ritmo que surgiu na Bacia Platina. O gnero Polca, de origem eslava (polka) designao dada a dana rpida. A Polca um ritmo que veio da sntese das msicas espanholas e a interpretao impulsiva do povo paraguaio.

Guarnia - De origem paraguaia foi criada em 1925. Guarnia significa paixo, amor, desejo e tudo que romntico e buclico. A guarnia uma das expresses musicais mais fortes do cone sul e Mato Grosso conheceu-a desde o incio.

Santa F ou Chopin - Dana platina, da Provncia de Santa F (Argentina) implanta-se nos msicos da regio pantaneira e fronteiria, com tcnica peculiar. A tcnica do teclado, tanto do acordeom, harmnica, p-de-bode (sanfona de oito baixos), tem uma profunda desenvoltura na sua mo esquerda aqui no Estado, pois no se iguala em nenhuma parte do Brasil.

Troika Pantaneira - Expresso coreogrfica criada em Baro de Melgao, pelo professor Joo Cludio Gonalves.

Chamam - O chamam, em Mato Grosso desenvolveu-se mais na regio pantaneira do municpio de Coxim, hoje inserido em Mato Grosso do Sul, onde criou conotao prpria e tornou-se o chamame pantaneiro, pois os temas musicais estavam ligados com a regio. De acordo com o pesquisador cultural Guapo, se diz que o chamame igual ao trote preguioso de um cavalo nas campanas, como seu dono no dorso, sem pressa de chegar ao rancho.

Lambada - De origem paraense. Suas razes so o carimb/sirimb e a cmbia colombiana, ambas de origem negra. A lambada j era cantada e tocada (pois tambm instrumental) desde meados de 1960, com os cantores Pinduca e Carlos Martins. Em 1999, na regio do municpio de Pocon, msicos regionais misturam toada de siriri e lambada, surgindo ento o ritmo denominado popularmente de lambado.

Ladainha - uma cantoria que tambm conhecida pelo nome de ladainha de beira-de-rio. Trata-se de resto de Canto Gregoriano que plasmou na populao do Cerrado e da Baixada Cuiabana, criando conotao prpria comum nas rezas de festas de santo.


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Dana dos Lenos - Esta dana originou-se na cidade pantaneira de Baro de Melgao, sendo criada por D. Leodina Oliveira da Silva. expresso cultural tirada de um dos passos do siriri, chamado de Barco do Alemo. Os bailarinos danam ao ritmo de rasqueado ao som de acordeom, violo e percusso. A dana uma declarao singela de amor.

Rasqueado Cuiabano - Definio da palavra rasqueado: ... arrastar as unhas ou um s polegar sobre as cordas, sem as pontear. (Acordes em glissados, rpidos, rasgado, rasgadinho, rasgueado e rasgueo) - Dicionrio Musical Brasileiro - Mrio de Andrade. O pesquisador da cultura mato-grossense, compositor e cantor nativista Milton Pereira de Pinho (o Guapo) escreveu que o ritmo comeou aps o fim da Guerra da Trplice Aliana (Guerra do Paraguai), quando os prisioneiros e refugiados da Retomada de Corumb ficaram confinados margem direita do Rio Cuiab, atualmente cidade de Vrzea Grande".

Moda de Viola - Em Mato Grosso facilmente encontrada em toda extenso araguaiana, trazida pelos migrantes de Minas Gerais, So Paulo e Gois, onde muito comum. Msica Nordestina - A msica nordestina influenciou Mato Grosso em toda regio do Vale do Araguaia e norte do Estado, principalmente depois da fundao de Braslia.Danas Gauchescas - Os migrantes de origem sulistas mantm e difundem seus ritmos em Mato Grosso mantendo em todo o estado CTGs - Centro de Tradies Gachas. Algumas

7. CURURU

O cururu um folguedo popular, dos mais antigos de Cuiab, podendo se apresentar como roda de cantoria e dana e realizado tanto em festas religiosas quanto profanas.Antigamente a dificuldade de comunicao entre os jovens enamorados era grande, pois os costumes dos pais eram muito rgidos. Quando as reunies sociais aconteciam, os versos e toadas feitos pelos cantadores de viola no cururu, muitas vezes improvisados, eram uma forma de se declararem.

Origem do termo Cururu: ainda incerta, mas a hiptese mais defendida a de que viria dos ndios bororos. Isto porque, entre os ndios, havia a cerimnia do bacururu, celebrada entre clamores e algazarra grande.

O Cururueiro: Em sua maioria, o cururueiro de origem muito humilde. Seu conhecimento vem sendo transmitido pelos pais e avs atravs da linguagem oral. Possuem canto anasalado e sotaque tpico que torna o seu cantar quase indecifrvel, criando entre eles mundo prprio, de misticismo e beleza.

Elementos do Cururu: O cururu consiste em, no mnimo, dois cantadores, sempre do sexo masculino: um tocando a viola de cocho e o outro o ganz. Mesmo quando o grupo de cururueiros grande, cantam sempre em duplas. O cururueiro, poeta do verso muitas vezes improvisado, da carreira e da toada, pode participar da roda apenas cantando. Eles se dividem segundo sua prpria linguagem, em cururueiros, sabedores das coisas e em cantadores de "lari-la-r". Cada dupla "puxa" a toada no seu prprio compasso e, entre uma e outra, faz o baixo, que uma nota prolongada com que finalizam a cantoria.


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Coreografia: Quando os cururueiros, munidos de suas violas de cocho e ganzs se renem, em pblico, para tocar, colocam-se em p, em crculo ou semicrculo, afinam suas violas que vo sempre dar o ritmo para o ganz e em dupla iniciam a cantoria. Aps completarem a toada, arrematam com o baixo. H grupos que, enquanto as duplas vo cantando, os demais, tambm em duplas e sempre tocando, vo entrando na roa danando euforicamente, com

volteios e sapateados fortes. Quando os cururueiros terminam de cantar, comea a dana arrodeada, ou seja, a funo, que consiste em fechar p crculo rodando no sentido do brao da viola, dando dois passos mais longos para frente, um breve pausa, juntando os ps para a mudana do passo, tudo sempre no mesmo ritmo e com a marcao dos ps produzindo um mesmo som. Se um cantador quiser entrar na roda, ele dever posicionar-se por trs de quem est cantando no momento, no quebrando assim a seqncia da mesma.

Indumentria: O cururueiro s usa roupa especial quando participa de um grupo que se apresenta uniformizado. Fora disso, se ele estiver numa festa, estar bem arrumado, com roupa de passeio. O importante para ele estar limpo e decentemente trajado. comum o uso de chapu para se proteger do sereno.

O Cururu nas festas tradicionais: Em Mato Grosso, numa festa tradicional em que se comemora um santo, torna-se indispensvel a presena de um grupo de cururu, convite de um dos festeiros.

Os cururueiros seguem um ritual que vai desde a louvao do santo ou dos santos diante do altar, passando pelo levantamento do mastro e terminando com a descida do mesmo. Instrumentos tradicionais: Viola de Cocho, Ganz e adufe.

8. SIRIRI - ORIGENS

A tentativa de se descobrir a origem do termo "Siriri" ainda no foi concluda. Em depoimentos colhidos entre tocadores e danadores (assim so conhecidos) de Cuiab e redondezas, alguns afirmaram que o nome se refere movimentao de cupins alados, conhecidos por siriri, que saem da terra em dias de chuva.

Coreografia: Segundo alguns antigos cantadores, a dana foi inspirada nos ndios da regio, mas tambm no h certeza quanto a isto. Para a pesquisadora Julieta de Andrade, "o Siriri uma suite de danas de expresso hispano-lusitana, fortemente aculturada, no ritmo e andamento, com expresso africana bantu".

Indumentria: No existe um traje especial para se danar o Siriri, visto que ele pode ser tocado em qualquer festa ou reunio. Quando uma mulher vai a uma festa e tem certeza que vai danar o siriri, obviamente, a "produo visual" mais caprichada. Geralmente as mulheres do preferncia



s saias rodadas que, alm de dar mais mobilidade, ainda surtem um efeito muito bonito na roda.

A Dana: Onde quer que seja executado, o siriri comea com o som dos instrumentos que formam um grupo separado - dos tocadores, enquanto os demais integrantes, se posicionando para danar, vo se movimentando e batendo palmas ao ritmo da msica - so os danadores. Cantam o baixo, ou seja, um lari, l, i s no incio, que serve de preparao. Logo um cantador comea um verso que no demora a ser respondido por todos os danadores.

Ex: Cantador:

"Quem quer ver moa bonita, vai na casa de Capim"(2x)Resposta dos danadores: "Na casa de teia tem, mas no bonita assim" (2x)

Os pares so formados por cavalheiros e damas ou s damas que vo danando de acordo com as letras e acabam transmitindo atravs de gestos as suas mensagens. Os "tiradores" tocam e cantam, enquanto o grupo, danando sempre, responde aos versos.

Tipos de Ciriri: Basicamente, existem dois tipos de Siriri como formao

inicial: o de fileira, e o de roda. O que acontece aps estas formaes depende

muito da moda que ser cantada. Geralmente danam em nmero para no haver desencontros. Independente disso, alguns gestos so

sempre observados durante a dana: bater palmas, estalar os dedos, bater os ps, erguer os braos para o alto, mos na cintura, gingados e rodadas sobre os ps.

Modas e Coreografia do Siriri: As composies de versos simples tm geralmente como temtica a natureza, o amor, o trabalho e a ecologia. Algumas so feitas de improviso, mas muitas esto h muito na memria dos danadores. A seguir apresentamos uma moda tradicional e a descrio da coreografia que acompanha seus versos. Se chama "A folha da bananeira":

"Oi l, oi l, oi l, l, l, A folha da bananeiraQue caiu no serenoOi , que cai sereno



No namora o moo branco. s moreno, s moreno

No namora o moo branco" Este um Siriri de Fileira, tambm conhecido como "Siriri de um", por ser danado separado um do outro. So formadas duas fileiras, que ficam uma em frente da outra, deixando entre elas um espao de, aproximadamente, dois metros. Aqui, todos os pares danam, porm sem se tocar. Ficam um ao lado do outro, danando com sapateados, pulos e volteios. Instrumentos utilizados: Viola de Cocho, Ganz e Mocho

9. BOI-A- SERRA

Em vrias regies do Brasil encontramos manifestaes folclricas que falam sobre a vida e a morte de bois bravos e vaqueiros destemidos. Temos, no Maranho, o Boi--Serra; em Santa Catarina, o Boi-de-mamo, no Par, a Dana do Boi, em So Paulo e em Mato Grosso; o Boi--Serra; Luiz Cmara Cascudo, em seu "Dicionrio do Folclore Brasileiro", nos fala sobre a origem dessas danas no Brasil: "Pelas regies da pecuria, vive uma literatura oral louvando o boi, suas faanhas, agilidade; fora, deciso. Desde fins do sculo XVIII os touros valentes tiveram poemas annimos, realando-lhes as aventuras bravias."

Houve tempo em que o Boi--Serra foi muito difundido em Mato Grosso, principalmente nas localidades de Santo Antnio do Leverger, Varginha, Carrapicho, Engenho Velho, Bom Sucesso e Maravilha, onde existiam grandes canaviais e a atividade econmica predominante eram os engenhos de acar. A dana do Boi--Serra hoje, consegue ainda manter suas caractersticas iniciais apenas na localidade de Varginha, no municpio de Santo Antnio do Leverger. L as pessoas ainda cantam uma toada que conta toda a trajetria de vida e morte de um boi que capturado por destemidos vaqueiros, enquanto danam. Em outras localidades, como em Cuiab e Santo Antnio do Leverger, encontramos a dana do Boi--Serra j muito modificada, ou inserida num outro folguedo popular: o Siriri. Instrumentos utilizados: Viola de Cocho, Ganz e Mocho

O Boi--Serra um folguedo do carnaval mato-grossense. Durante os festejos do carnaval, as pessoas brincavam ou ainda brincam, em alguns lugares, o Siriri, o Entrudo, o Boi--Serra e tambm o Cururu, que uma manifestao quase sempre ligada religiosidade do povo. Porm, segundo alguns tiradores, o Boi--Serra pode ser danado em qualquer festa.

O Boi: Figura principal da dana, confeccionado pelos prprios membros da comunidade. 0 encarregado da misso de fazer o Boi para a festa comea a reunir o material com antecedncia. Esse material consiste basicamente em: Algumas ripas de madeira ,algumas taquaras, barbante ou cip,a carcaa da cabea de um boi, um cobertor grande ou um pedao de chito florido

Enfeites Para o Boi: As ripas de madeira devem ser finas, pois todo o material tem que ser muito



leve para facilitar a movimentao da pessoa que carrega o Boi. A carcaa deve ser bem seca pelo mesmo motivo, quanto mais seca, mais leve. Para a cabea do Boi tambm pode-se usar outro material, qualquer armao que se parea com uma cabea de Boi, pode ser inclusive confeccionada de gesso. Para enfeit-lo, costuma-se usar flores de papel, brilhos, fitas, enfim, isso depende muito do gosto e dos recursos de que a comunidade dispe. Com as ripas e taquaras feita uma armao, tudo muito bem amarrado para que fique firme. As ripas de madeira formam o "lombo do Boi" e tm o comprimento aproximado ao do animal que se procura imitar. Os arcos, que do o formado arredondado ao corpo do Boi, so feitos de taquara por serem mais flexveis.

Os Nomes dos Bois: Bico de Brasa, Jacar, Veado, Ema e Macaco. comum, nas localidades onde existem a dana do Boi--Serra, o responsvel por sua confeco dar o nome ao boi. Este nome dado atravs de alguma caracterstica que o mesmo tenha, ou seja, devido cor do tecido que o reveste, ao brilho deste ou a alguma parte cmica da figura do boi.

Figurantes da Dana: Boi, Chamadores do Boi, Toreador, Mascarado, Cabea de Ap

10. RASQUEADO

A palavra rasqueado tem como significado "arrastar as unhas ou um s polegar sobre as cordas, sem as pontear". Em Mato Grosso, a expresso musical Rasqueado Cuiabano ou Dana Popular Mato-Grossense, traz no seu processo histrico toda uma saga, que comeou aps o fim da Guerra da Trplice Aliana (Guerra do Paraguai), quando os prisioneiros da Retomada de Corumb ficaram confinados margem direita do Rio Cuiab, atualmente cidade de Vrzea Grande.

Logo aps o final do conflito, estes prisioneiros no voltaram para seu pas de origem, aqui permanecendo e espalhando-se ao longo do rio, miscigenando-se e interando-se vida dos ribeirinhos. Essa integrao resultou em vrias influncias como as danas folclricas polca paraguaia (pulsante e larga, modulada no compasso binrio-composto) e o siriri mato-grossense e(saltitante, com percusso forte, de origem negro-bantu). A fuso dessas duas danas resultou o Pr-Rasqueado.

O pr-rasqueado limitou-se aos acordes de siriri/cururu, devido ao seu desenvolvimento na viola-de-cocho, nos chamados Tchinfrins (bailes de quiaa), onde as formas musicais receberam diversas designaes como: liso, crespo, rebua-e-tchua. Destacaram-se grupos musicais voltados ao tema, com o por exemplo o Conjunto Serenata, Zulmira Canavarro, Dunga Rodrigues, Banda do Mestre Incio, Albertino, Bejamim Ribeiro, nardinho (acordeonista), Cinco Morenos.

Quanto a melodia e rtmo, o pr-rasqueado alternou-se por algum tempo com facetas duplas, isto : toadas de siriri apareciam como rasqueado e todas de rasqueado como siriri. Com a proclamao da Repblica e a necessidade do maior entendimento entre as duas classes (ribeirinhos e elite imperial), surgiu a oportunidade da popularizao do rasqueado. Os senhores da classe imperial precisavam serem eleitos pelo voto do povo. Isto levou os coronis a buscar uma msica que trouxesse a populao para as praas. Iniciando-se, ento, a assimilao do rtmo popular, denominado rasqueado.

O rasqueado desperta com maior intensidade na populao da periferia das cidades, quando comea a ser executado com os hinos de santos (acompanhando Bandeira do Senhor Divino, So Benedito, Procisso de So Joo. Etc), indo aparecer nos chamados Ch com Bolo.A elite social abobinou o rasqueado primeira vista, considerando-o coisa de gente de beira de rio.



Esse quadro comeou a mudar nas dcadas de 20 e 30, onde Honrio Simaringo, Antonio Garcia, Conjunto Serenata e at o piano de Zulmira Canavarros e Dunga Rodrigues conseguiram infiltrar o rasqueado nas noites de saraus e, tambm com o endosso das famlias cuiabanas mais abastadas, que enviavam seus filhos para concluir o 3 grau em Assuncion e Argentina (no existiam faculdades nessa poca em Cuiab), os quais voltavam trazendo partituras de polca semelhantes ao rasqueado. Havia tambm a poltica po e circo, onde a msica escolhida para ser executada nos comcios, festas deveria ser aquela preferida pelo povo que no caso era o rasqueado. O rasqueado, ento, consolidou-se como a dana popular mato-grossense, hoje o rasqueado lota shows e eventos mostrando seu valor.

11. OS MASCARADOS DE POCON

Mscaras, chapus enfeitados com plumas espelhos e muito brilho e roupas bordadas com lantejoulas e cores fortes expressam a alegria dessa dana que composta por 32 cavalheiros. Eles se movimentam com passos fortes e graciosos, coreografia exigente sendo uma para cada msica diferente. So divididas em 12 execues cada uma com caracterstica sua particular. A primeira denominada Entrada ou Cavalinho, os integrantes danam como se fossem crianas brincando. Em outra prestam homenagem em devoo a So Benedito.

A dana uma das mais antigas de Mato Grosso. Desde 1915 a tradio dos Mascarados passada de pai para filho. Foi concebida sob a influncia dos costumes indgenas, espanhol e portugus. Atualmente est organizado em grupo mirim (5 a 11 anos), adolescentes (13 a 15 anos), jovens (15 a 17 anos), adultos (17 a 20 anos) e veteranos. Somente as crianas e jovens que esto na escola participam. A Dana muito realizada em festas tradicionais religiosas do estado, principalmente nas festas de So Benedito e Esprito Santo no dia da Iluminao. J se transformou em atrao turstica devido ao seu valor

cultural para Pocon e Mato Grosso.



No se sabe ao certo de onde veio nem quem a introduziu no pantanal. uma dana que sem dvida vem dos costumes dos ndios, enriquecidas pelos colonizadores espanhis e portugueses que aqui chegaram. Os participantes so somente homens devido ao grande esforo fsico requerido, devido ao ritmo e passos largos que esta dana exige, usam mscaras para no serem identificados, seus chapus so enfeitados com plumas, espelhos e outros enfeites.

Cada participante prepara sua roupa que so enfeitadas e bordadas com lantejoulas e muito brilho, fazendo-se com que cada roupa fique mais bonita que outra. Os danantes desempenham a funo de dama e de gal. A dana composta de doze partes diferentes, que podem ser executadas individualmente.

Desde 1915, o primeiro marcante - Senhor DANIEL MARTINS LEO foi o responsvel para que esta dana fosse sendo transmitida de pai para filho, hoje ela tem a grande influncia de parentesco. So compostos de doze pares e trs balizas na frente, onde a do meio carrega o mastro e um gal sozinho na frente leva o standart - que a identificao do grupo. Para que essa dana se realize, necessrio a presena animadora da Banda Municipal, que faz o acompanhamento musical e tambm anima todas as festa tradicionais religiosas e cvicas de Pocon.

12. CARNAVAL GUIRATINGUENSE: BLOCO DOS CARETAS

O carnaval brasileiro uma festa popular que canta e encanta as aventuras e desventuras do povo. Nesse pas que possui um esprito meio irreverente ao estilo de um moleque travesso, dormimos ao som do batuque do samba, acordamos pvidos com a notcia de uma nova doena que se alastra rapidamente causando inmeras mortes e vivemos embriagados pelo sabor da vitria do time do corao; e assim, entre uma revolta do sistema penitencirio falido e um seqestro ou a amarga constatao da falncia das instituies pblicas, e das velhas e tradicionais profisses, vamos

brincando de ser feliz...

Como num passe de mgica, pierrs e colombinas roubam a cena: se esquecem das tristezas ocasionadas pela ltima chuva quando o barraco foi junto com a enxurrada; do arroz que acabou antes mesmo do almoo; do armazm que ainda no pagou; e vai... E se transforma em frao de segundos num Mega Star; vaidade pura; a noite j finda e



novamente voltamos a ser o que sempre fomos; Joss e Joes da Silva, vivendo meio que para contrariar as leis da fsica na corda bamba do salrio mnimo, regado a infeco hospitalar.

Esta festa que uma verdadeira psicose foi a frmula encontrada pelos politiqueiros de planto desde a antiguidade europia para acalmar os nimos dos mais rebeldes; Po e circo sempre apaziguou at mesmo os mais exaltados e como no poderia ser diferente, aportou na Terra Brasilis atravs do entrudo em pleno sculo XVIII.

Contudo, o carnaval organizado em blocos, cordes ou escolas de samba s surgiria no final do sculo XIX e de l pra c, este que sempre foi um dos principais marcos do calendrio turstico brasileiro, criou asas e

ganhou o mundo se transformando numa das maiores festas do planeta, envolvendo um espetculo que a mais pura sntese entre arte e folclore.

Capitalistas por excelncia, nossos empresrios sentiram o faro do lucro farto e aparentemente fcil, passaram ento a investir largamente nestas festividades, reinventaram o

carnaval e se o mesmo ganhou em brilho, perdeu e muito na sua essncia. neste sentido que os carnavais guiratinguense vm conquistando cada vez mais espao na mdia regional, por ser um carnaval que remonta s mais profundas razes do povo brasileiro, um carnaval verdadeiramente democrtico onde verdadeiramente todos podem participar.

Sob o rudo desafinado de tambores a sorte lanada; gritos ecoam ao vento trazendo consigo pura magia; o medo das crianas se confunde com a

euforia dos jovens, adolescentes e adultos animados por dois blocos irreprochveis: Caretas e Sujos.

Esta tradio iniciou-se na dcada de trinta e ao longo dos anos foi consolidando uma identidade marcante e conquistando um espao diferenciado entre os carnavais brasileiro. A festa no se traduz unicamente no momento de exploso do carnaval, ela comea muito antes, comea no projeto individual de cada mscara, no preparo da argila, para mold-la, no preparo da massa de



papel picado e cola que vai revestir a argila metamorfoseando-a at a fase de um singular acabamento. Esta festa da carne2 comea invariavelmente quarenta dias antes da Semana Santa, nos meses de fevereiro ou maro, para os integrantes do Bloco dos Caretas, no entanto, esta festa comea assim que termina a ltima festa.. Nas mos de crianas, jovens e adultos com muita criatividade, gradativamente as mscaras vo ganhando forma e vida prpria culminado com o momento em que o folio adiciona seus adereos a mesma dando um toque pessoal no acabamento.

Cada etapa das atividades uma aventura a parte, a singularidade das fantasias algo impressionante aos poucos a expectativa vai tomando conta de seus integrantes cada dia que se aproxima o to esperado evento.

A participao popular to intensa que em Guiratinga o carnaval acontece duas vezes por ano. Alm da tradicional festa que ocorre no ms de fevereiro, a populao comemora seu aniversrio com o contagiante Carnaguira, ocasio em que a cidade invadida por folies das mais diversas partes do pas.A histria do Bloco dos Caretas est intimamente ligada a histria de Guiratinga e de sua gente, virou um patrimnio pblico e muito tem contribudo com a economia local e regional gerando emprego e renda para diversos segmentos da sociedade sul mato-grossense.

Em todo pais, o carnaval festejado no sbado, domingo, segunda e tera-feira anteriores aos quarentas dias que vo da quarta-feira de cinzas ao domingo de Pscoa. Em Guiratinga comemorado tambm por ocasio das comemoraes do aniversrio da cidade com o nome de Carnaguira que acontece geralmente n o final de semana que antecede o dia 02 de agosto.

O Carnaguira uma micareta a exemplo do que acontece em vrias cidades dos estados do Nordeste, o chamado "carnaval fora de poca" como o Fortal, em Fortaleza; o Carnatal em Natal; a Micaroa em Joo Pessoa; o Recifolia, em Recife; o Micaru, em Caruaru entre outros. As passeatas, a mscara, o talco, os shows pirotcnicos e artsticos e a liberdade de expresso entre as pessoas, refreada durante o ano todo, caracterizam o carnaval guiratinguense que se transformou assim, numa celebrao ordeira de carter cultural e a cada ano atrai

mais turistas ao municpio.

13. CARNAVAL GUIRATINGUENSE: BLOCO DOS SUJOS

2 No se sabe ao certo qual a origem da palavra carnaval. Na opinio de Antenor Nascentes, se aplicava originariamente tera-feira gorda, a partir de quando a Igreja Catlica proibia o consumo de carne. Outros etimlogos propem como origem o baixo latim carnelevamen, modificado mais tarde em carne, vale! que significaria "adeus, carne!"



Singular pela pluralidade cultural, gerada pelo hibridismo etnogrfico, racial, social e religioso desde os mais remotos perodos da histria, o povo brasileiro se orgulha pelo maravilhoso patrimnio cultural de natureza imaterial, que sobrevive graas a fora e a resistncia dos mais diversos grupos sociais que lutam para preservar a sua identidade cultural, atravs da prtica de costumes e cultos de suas crenas e valores.

Essa resistncia sobreviveu a evoluo industrial, resiste ao processo de globalizao e ao poder com que atua a indstria cultural nos meios de comunicao de massa, levando a populao ao consumo de modismos pueris e de uma uniformidade lastimvel.

A cultura popular, entretanto, alheia a esses interesses e mecanismos, consegue manter com integridade, seus valores, merecendo das instituies ligadas cultura, uma ateno muito especial e necessria. O tradicional Bloco dos Sujos3guiratinguense

provoca uma euforia por onde passa; contagia a todos com seu jeito irreverente e criativo...

Olhares sorrateiros, nervosismo, excitao, som ritmado de tambores, cores, fantasia... Santa folia; vida gerando vida e inebriando a alma, cinzas que ficam na quarta, na quinta, nas esquinas, no ventre das meninas... Cinzas que nos fazem sentirem renovados, brincando de rei, de anjo mau, de soldado, vo compondo a mesma sinfonia...

Mscara que esconde o que sempre fomos e revelam por vezes o que gostaramos de sempre ter sido. Mscaras das sociedades, mscaras das mortes anunciadas, mscaras das mortes institucionalizadas, mscaras da sede fabricada, mscaras da fome mal contada...

Mscara de natal, mscaras do sonho bom de carnaval, entre miangas, tangas e plumas, ressuscita D. Cazuza que brada forte a seus servos: Brasil:Mostre sua Cara! E todos ensandecidos, embasbacados e narcisos cantam os encantos e desencantos desta Terra Santa: Guiratinga.

Iguais em tudo na vida, fadados s mesmas sinas de outros tantos severinos, o Bloco dos Sujos seria a reao natural da populao feminina inicialmente maior de dezoito anos ao fato de no poderem se divertir no Bloco dos Caretas4. O nome do bloco foi a extenso natural do apelido carinhoso de uma seus integrante. O talco, a gua e a irreverncia so marcas registradas desse 3 Existem blocos com essa denominao em todas as regies brasileiras, no entanto constata-se que os primeiros registros remontam a 1904, poca de apologia da limpeza na nova sociedade capitalista, moldada a partir do exemplo europeu do incio do sculo XX. Em Guiratinga as primeiras manifestaes desse bloco datam de 1970, ocasio em que um grupo de mulheres se organizam vestidas com um macaco e capuz vermelho, sendo substitudos sucessivamente por um camisolo vermelho e preto, depois por um vestido de boneca e finalmente pelo tradicional roupo de chita que permanece at hoje.



bloco nas tradicionais passagens pelas ruas de Guiratinga.

Inicialmente este bloco realizava visitas a residncias familiares e eram muito bem recebidas, geralmente com farofa, caipirinha, churrasco, cerveja, etc... Ao longo dos anos, porm pela falta de considerao de alguns integrantes que se aproveitavam do fato de estarem descaracterizados e aprontavam verdadeiras traquinagens, as atividades passaram a se resumirem a infindveis passeios pelas ruas do municpio culminando no ltimo dia com um almoo ou churrasco entre todos os participantes. Atualmente, alm das mulheres, jovens, adultos e crianas de todas as idades milhares de adeptos

passaram a acompanhar esse bloco que representa um dos cones de nosso municpio.

O Bloco dos Sujos se traduz numa demonstrao genuna de que verdadeiramente, cultura popular emana do povo e se constitui na mais pura expresso do jeito de ser e de viver de uma

cidade ou de uma nao.

Em todo pais, o carnaval

festejado no sbado, domingo,

segunda e tera-feira anteriores aos

quarentas dias que vo da quarta-

feira de cinzas ao domingo de

Pscoa. Em Guiratinga

comemorado tambm por ocasio

das comemoraes do aniversrio

da cidade com o nome de

Carnaguira que acontece

geralmente n o final de semana que antecede o dia 02 de agosto.

O Carnaguira uma micareta a exemplo do que acontece em vrias cidades dos estados do Nordeste, o chamado "carnaval fora de poca" como o Fortal, em Fortaleza; o Carnatal em Natal; a Micaroa em Joo Pessoa; o Recifolia, em Recife; o Micaru, em Caruaru entre outros. As passeatas, a mscara, o talco, os shows pirotcnicos e artsticos e a liberdade de expresso entre as pessoas, 4 Grupo carnavalesco exclusivamente masculino criado na dcada de 1930 no municpio de Guiratinga-MT, seus integrantes se caracterizavam com mscaras construdas com papel mach, pinhola, talco e adereos. Atualmente permitida a presena de mulheres e sua passagem pelas ruas inconfundvel.21 Joo Antonio Pereira


refreada durante o ano todo, caracterizam o carnaval guiratinguense que se transformou assim, numa celebrao ordeira de carter cultural e a cada ano atrai mais turistas ao municpio.

14. VIOLA DE COCHO

A viola-de-cocho um instrumento musical do grupo dos alades curtos, produzida por mestres artesos, violeiros e cururueiros. Acompanhada pelo ganz e o tamboril ou mocho, tocada nas rodas de cururu e siriri, em homenagem aos santos catlicos ou por simples divertimento.

A produo da viola-de-cocho uma atividade que guarda conhecimentos especficos dominados por esses artesos. Aps a escolha da madeira, corta-se o tronco em duas partes planas. Com um molde risca-se a madeira na qual ser escavada a caixa de ressonncia. Uma vez entalhado o corpo do instrumento, colado o tampo e, em seguida, so afixados o cavalete, o espelho, as cravelhas e o rastilho para que, ento, sejam colocados os trastes e as cordas. Com forma e sonoridade singulares, a viola-de-cocho possui sempre cinco ordens de cordas, denominadas prima, contra, corda do meio, canotio e resposta. So

afinadas de dois modos distintos, canotio solto e canotio preso: de baixo para cima, r, l, mi, r, sol; e r, l, mi, d, sol

A palavra cocho, para o homem do campo, identifica uma tora de madeira escavada, formando uma espcie de recipiente. O cocho muito utilizado por exemplo para se colocar sal para o gado nas pastagens das fazendas. A viola de cocho, encontrada no pantanal do Mato Grosso, recebe este nome porque confeccionada em um tronco de madeira inteirio, esculpido no formato de uma viola e escavado na parte que corresponde caixa de ressonncia. Nesse "cocho" afixado um tampo e as partes que caracterizam o instrumento, como o cavalete, o espelho (escala), o rastilho e as cravelhas.

Algumas violas possuem um pequeno furo circular no tampo, outras no. A viola sem furo coisa recente. Um violeiro justificava que a viola com furo dava muito trabalho, porque sempre entravam, por este furo, aranhas ou outros bichos, prejudicando o som do instrumento. J os

violeiros antigos preferem-na com o furo, pois, no dizer de um deles, o furo "pr voiz fic mais sorta, sem o furo a zoada fica presa"

Este instrumento sempre se apresenta com cinco ordens de cordas simples; bem antigamente, com quatro simples e um par de cordas. Tradicionalmente so vrias as madeiras utilizadas: para o corpo do instrumento, a Ximbuva e o Sar; para o tampo, raiz de Figueira branca; e para as demais peas, o Cedro. Recentemente porm outras madeiras tm sido empregadas na sua construo.

As violas armam-se com quatro cordas de tripa e uma revestida de metal. Atualmente, as cordas de tripa esto sendo substitudas por linhas de pescar - segundo os violeiros, bem inferiores s de tripa



-, devido proibio de caa na regio do pantanal.

A viola de cocho um instrumento bem primitivo, no se sabendo, ao certo, sua origem. Alguns estudiosos defendem a tese de ela derivar-se diretamente do alade rabe. O nmero de trastes ou pontos varia entre dois ou trs. Quando a viola possui trs trastes, o intervalo ente eles de semitom; quando possui dois trastes, o primeiro de tom e o segundo de semitom. Os trastes so feitos de barbantes revestidos com cera de abelha para se fixarem melhor. A colagem das partes feita usando o sumo da batata de Sumar (espcie de orqudea selvagem) ou um grude feito pelo cozimento de "pocas" de piranhas (bexiga natatria, pequena tripa cheia de ar). A viola de cocho usada para o Cururu e o Siriri, funes bem populares em Mato Grosso, assim como para o Rasqueado. Existem duas afinaes, uma se derivando da outra, a "canotio solto" e a "canotio preso".

Por mais de 200 anos teve um papel importantssimo no cotidiano popular, tanto no entretenimento como louvao. Ficou praticamente esquecida em sua regio tpica por muito anos at comear a ser "redescoberta" por msicos de renome internacional como Braz da Viola e Roberto Corra.

15. SMBOLOS DE MATO GROSSO

Durante o perodo colonial, o estado do Mato Grosso acatava, e por assim dizer utilizava dos smbolos oficiais de Portugal. Quando da Proclamao da Independncia, em 1822, o estado passou a respeitar os smbolos oficiais do Imprio Brasileiro.

Com a Proclamao da Repblica (1889), cada um dos estados j existentes ou em fase de criao obtiveram o direito de criar e usar seus prprios smbolos, dentre eles MT.

BANDEIRA DE MT

o mais antigo smbolo oficial do Estado do Mato Grosso. Foi criada pelo General Antonio Maria Coelho atravs do Decreto n.2, de 31 de janeiro de 1890; 73 dias aps a data de criao da Bandeira Brasileira.

A bandeira mato-grossense em muito se parece com a brasileira, principalmente em suas cores, no em sua disposio. formada por um retngulo azul, com losango branco; ao centro uma esfera ou globo verde e uma estrela amarela (cinco pontas) tocando as

extremidades da esfera.

Retngulo Azul: corresponde ao cu, como na bandeira nacional; representa tambm a evoluo de um princpio espiritual, a busca da perfeio.

Losango Branco: lembra o culto mulher, pureza; significa o zodaco alm da paz, da concrdia na poltica e, o otimismo e a virtude no lado psicosocial.

Esfera ou globo Verde: representa a soberania, a grandeza territorial. O verde caracteriza a esperana, a juventude; busca desenvolver a conscincia para a convivncia equilibrada e



sustentvel do homem com o meio ambiente. Estrela Amarela: retrata a humanidade voltada para o firmamento em busca de respostas s perguntas. Este foi um dos mais importantes smbolos dos ideais republicanos. Sua colorao amarelo lembra o ouro, uma das riquezas mato-grossenses.

16. BRASO DE ARMAS DE MT

A frase Virtute Plusquam Auro chama a ateno para o braso estadual, sua traduo diz Pela virtude mais que pelo ouro.

Dom Francisco de Aquino Corra governou o estado no perodo de 1918 a 1922. No incio de seu governo eram muitas as dificuldades, conseqncia da Primeira Guerra Mundial e da gripe espanhola; para tanto o governante buscou na virtude de seus ideais a soluo para os problemas.

Foi durante seu primeiro mandato que Dom Francisco enviou Assemblia Legislativa a proposta de criao de um

Braso de Armas. Enquanto o estado no tinha seu prprio braso, a bandeira era o smbolo do estado. De forma simples e compreensiva, assim composto o Braso de Armas do estado do Mato Grosso.

Escudo em estilo portugus (ponta arredondada) no qual est simbolizado um campo de sinople (verde), uma montanha de ouro (amarelo) e, o restante do escudo tomado pelo cu. Sob o cu um brao armado empunhando uma bandeira com a cruz da Ordem de Cristo. No alto do escudo uma fnix de ouro como timbre. Ladeando o escudo dois ramos, um de seringueira e outro de erva-mate entrelaados pela fita com os dizeres: Virtute Plusquam Auro.

HINO DE MT

Devido a grande extenso territorial do estado no incio de sua formao, abrangendo os municpios de Ponta Por e Guapor, hoje respectivamente anexados ao Mato Grosso do Sul e Rondnia; mesmo havendo o desmembramento dos estados (criao do Mato Grosso do Sul) o Mato Grosso continuou sendo o terceiro maior estado brasileiro.

Assim sendo, justifica-se a referncia das cidades de Corumb e Dourados na letra do hino mato-grossense. Foi Dom Francisco de Aquino Corra o autor da letra da Cano Mato-grossense reconhecida no ano de 1983 como hino oficial do estado. Porm, antes disso, a cano havia sido executada e, 1919, pela primeira vez, na cerimnia do bicentenrio de Cuiab.

Durante longa data, o hino, mesmo no sendo oficial foi cantado nas escolas; a no-oficializao do hino possivelmente tenha ocorrido por fatores polticos diversos advindos dos sucessores de Dom Francisco de Aquino Corra. Com a implantao do Estado Novo todos os smbolos oficiais do estado foram abolidos, restabelecendo-se seu uso em todos os estados, sendo que Mato Grosso s apresentava como smbolo a bandeira e o braso de armas. O hino era oficial para a populao mato-grossense tendo sido oficializado pelo governador Jlio Jos de Campos por meio do Decreto n. 38, de 03 de maio de 1983.

Hino de Mato Grosso - Letra: Dom Aquino Corra - Maestro: Emilio Heine



Limitando, qual novo colosso,O ocidente do imenso Brasil,Eis aqui, sempre em flor. Mato Grosso,Nosso bero glorioso e gentil!Eis a terra das minas faiscantes,Eldorado como outros no hQue o valor de imortais bandeirantesConquistou ao feroz Paiagus!

(BIS)

Salve, terra de amor, terra do ouro,Que sonhara Moreira Cabral!Chova o cu dos seus dons o tesouroSobre ti, bela terra natal!Terra noiva do Sol! Linda terra!A quem l, do teu cu todo azul,Beija, ardente, o astro louro, na serraE abenoa o Cruzeiro do Sul!No teu verde planalto escampado,

E nos teus pantanais como o mar,Vive solto aos milhes, o teu gado,Em mimosas pastagens sem par!

Hvea fina, erva-mate preciosa,Palmas mil, so teus ricos flores,E da fauna e da flora o ndio goza,A opulncia em teus virgens sertes.O diamante sorri nas grupiarasDos teus rios que jorram, a flux,A hulha branca das guas to claras,Em cascatas de fora e de luz.

Dos teus bravos a glria se expandeDe Dourados at Corumb,O ouro deu-te renome to grandePorm mais, nosso amor te dar!Ouve, pois, nossas juras solenesDe fazermos em paz e unio,Teu progresso imortal como a fnixQue ainda timbra o teu nobre braso.

17. LITERATURA

As primeiras manifestaes acerca da regio que seria posteriormente Mato Grosso datam ainda do sculo XVI. Ulrich Schmidl, servindo no exrcito espanhol, descreveu a sua viagem subindo o Rio Paraguai at perto do Chapado dos Parecis em sua obra "Derrotero y Viaje a espan y las ndias", cuja primeira edio escrita em latim, data de 1599. No mesmo sculo, outros conquistadores a servio da Espanha, estiveram no solo mato-grossense e descreveram as suas aventuras, mas que foram publicadas somente no sculo posterior. O Padre Jesuta Antnio Rodrigues, Dom Hernando de Ribera, Domingos Martinez de Irala, Alvar Nues Cabeza de Vaca fizeram interessantes relatos acerca de suas expedies "Paraguay arriba..."

No sculo XVII, praticamente a nica obra produzida que menciona esta regio, ento sob domnio espanhol, foi o Aneles del Descobrimento, Poblacin y Conquista del Rio de la Plata, de Ruy Dias de Gusmn, que permaneceu indita at 1833, apesar de ter sido escrita em 1612.

Publicados no sculo XVIII, temos 4 relaes que, em princpio referem-se a Mato Grosso. So elas Relao e Breve Notcia de um bicho feroz que apareceu gente que foi para o Mato Grosso annimo sem data; Relao curiosa do stio de Gro Par e terras do Mato Grosso... annimo sem data; Relao de chegada que teve a gente de Mato Grosso...annimo de 1754; Relaes e notcias da gente que nesta segunda mono chegou ao stio do Gro Par e s terras do Mato Grosso... escrita por Caetano Paes da Silva e publicado em 1754.

Ainda no sculo XVIII tivemos o primeiro cronista do passado de Mato Grosso, Jos Barbosa de S, iniciando o denominado Ciclo dos Cronistas. Esse licenciado escreveu Relao das povoaes de Cuiab e Mato Grosso de seus princpios at os tempos presentes, escrito em 1755



mas publicada neste sculo. Joaquim da Costa Siqueira, ainda no sculo XVIII escreveu Crnicas do Cuiab, praticamente uma transcrio da obra de Barbosa de S e tambm o seu Compndio Histrico Cronolgico de Cuiab, publicado somente em 1850. Outros cronistas se ativeram a Cuiab e Mato Grosso ainda no primeiro sculo da ocupao mato-grossense: Joo Antnio Cabral com Memrias Cronolgicas da Capitania de Mato Grosso, Jos Gonalves da Fonseca com Notcias da situao de Mato Grosso e Cuiab.

Escrito no sculo XVIII, mas somente posteriormente publicados, so os inmeros trabalhos acerca de Mato Grosso, relatrios de viagens, demarcaes de fronteiras de autorias dos seringueiros Francisco Jos de Lacerda e Almeida e de Antnio Pires da Silva Pontes. J no principio do sculo XIX o oficial de engenheiros Luz dAlincourt, entre vrios trabalhos nos deixa a Memria da Viagem do Porto de Santos cidade de Cuiab, e Hrcules Florence com Viagem Fluvial do Tiet ao Amazonas. Com ambos os trabalhos se inicia em Mato Grosso o denominado Ciclo dos Viajantes.

Neste sculo tivemos ainda Joaquim ferreira Moutinho que escreveu Noticias sobre a Provncia de Mato Grosso; Bartolomeu Bossi, com Viagem Pintoresco...; Visconde de Beayrepaire-Rohan com Anaes de Mato grosso, publicado na Revista de Instituto Histrico e Geogrfico de So Paulo de 1910; O Dr. Joo Severiano da Fonseca escreveu Viagem ao Redor do Brasil; Karl von den Steinen, cientista alemo que escreveu O Brasil central e outros trabalhos etnogrficos.

Faz ainda parte do Ciclo dos Viajantes, Francis de la Porte Castelnau, que escreveu Expedio s partes centrais da Amrica do Sul. No sculo XIX destacamos tambm a figura erudita de Augusto Leverger, o Baro de Melgao, que com 36 ttulos escrito sobre Mato Grosso, destacamos Apontamentos Cronolgicos da Capitania de Mato Grosso, Vias de Comunicao de Mato Grosso, e Breves Memrias relativas Corografia de Mato Grosso.

Ainda nas primeiras dcadas desse sculo tivemos Estevo de Mendona com sua obra mxima Datas Mato-grossenses:, dentre outros muitos trabalhos histricos por ele nos deixado, alm de obras culturais de inegveis mritos, com a criao da revista O Archivo de 1904 a 1906. Virglio Corra Filho, o maior historiador das coisas do passado mato-grossense, nos legou nada menos que 109 ttulos de obras acerca de Mato Grosso, sem contar as de cunho nacional. Sua grande obra sem dvida a Histria de Mato Grosso, alm de As raias de Mato Grosso, Augusto Leverger o Breto Cuiabanizado, Joaquim Murtinho, Pedro Celestino e outras da mais suma importncia para a historiografia mato-grossense.

Dom Francisco de Aquino Corra, um dos fundadores do Instituto Histrico e Geogrfico de mato Grosso e da Academia Mato-grossense de Letras, foi um dos maiores cultores da lngua prtica, produzindo sermes, poesias, crnicas e histria no mais refinado vernculo. Entre seus trabalhos destacamos: A Fronteira de Mato Grosso com Gois, Cartas Pastorais, Uma flor do Clero cuiabano, Nova et Vetera, Florileguim. Foi D. Aquino Corra o autor da letra do Hino de Mato Grosso. Foi ainda membro da Academia Brasileira de Letras.

O desembargados Jos de Mesquita despontou como um dos grandes leitores mato-grossenses. Jurista, historiador, genealogista, cronista e poeta, escreveu: A Chapada Cuiabana, Joo Poupino Caudas, O Traumaturgo de Serto, Gente e Coisa de Antanho, Terra do Bero e Poema do Guapor. O General Cndido Mariano da Silva Rondon, relatou as suas experincias pelos sertes de Mato Grosso, pacificando ndios e estendendo linhas telegrficas, em



mais de 20 trabalho, todos eles publicados pela Comisso Rondon. Sem dvida, alm do brilhante militar, despertou nas letras mato-grossenses.

Rubens de Mendona, de longe o maior historiador regional mato-grossense dos tempos modernos, poeta sensvel e cronista atento do cotidiano cuiabano, herdou a veia literria de seu pai Estevo de Mendona. Escreveu perto de 50 livros, dentre os quais, as seguintes contribuies para a historiografia, Histria de Mato Grosso, Histria do Comrcio em Mato Grosso, Stiras na Poltica de Mato Grosso, Nos Bastidores da Histria de Mato Grosso, Ruas de Cuiab, na poesia, Cascalho de iluso, Garimpo do meu Sonho, No escafandro da Vida, "Antologia Bororo e Dom Por do Sol. Foi o Secretrio Perptuo do Instituto Histrico e Geogrfico de Mato Grosso at seu falecimento em 1983.

Luz Philipe Pereira Leite, historiador emrito com 37 ttulos publicados a cerca de nossa historiografia regional, escreveu: Vila Maria dos meus amores, Bispo do Imprio, O mdico da Jacobina, Os Capites Generais de Mato Grosso, Trs Sorocabanos no Arraial, dentre outros. Presidiu o Instituto Histrico de Mato Grosso por 20 anos profcua gesto.

Na historiografia mato-grossense destacaram-se ainda: Antnio Corra Costa, Firmo Jos Rodrigues, Joo Barbosa de Faria, Antnio Fernandes de Souza, Francisco Alexandre Ferreira Mendes, Lcio Gomes de Souza, Antnio de Arruda, J. Lucdio Nunes Rondon, Lenine Pvoas, Natalino Ferreira Mendes, Adalto de Alencar, Pe. Jos de Moura e Silva, dentre outros.

A Universidade Federal de Mato Grosso, tem contribudo sobre maneira com a produo historiogrfica, dando uma nfase mais acadmico-cientifca aos trabalhos. Dignos de notas so as professoras Luiza Volpato, Elizabeth Madureira de Siqueira e Lcia Helena Gaeta Aleixo, produzindo obras histricas de excelente nvel cientfico.

Na poesia ainda de destaca Pedro Trouy, Antnio Tolentino de Almeida, Otvio Cunha, Ulisses Cuiabano, Jos Raul Vila, Maria de Arruda Mller, Franklin Cassiano Silva, Carlos Vondoni de Barros, Joo Antnio Neto, Lobivar de Matos, Euricles Mota, Tertuliano Amarlia, silva Freire, Ronaldo Castro, representando uma grande quantidade de sensveis e brilhantes poetas, que em sucessivas geraes, tanto cantaram a terra e a gente mato-grossense.

Destacam-se ainda nas letras de forma geral: Gervsio Leite, Corsndio Monteiro da Silva, Carmindo de Campos, Agrcola Paes de Barros, Carlos Frederico Moura, Domingos Svio Brando Lima, Nilo Pvoas, Isaac Pvoas, Renato Baez, dentre outros.

Essa pliade de literatos, de escritores, poetas e historiadores, que longe dos grandes centros culturais, isolados pela distncia, com a sua capacidade inata de registro, pela erudio, intelectualidade e sensibilidade potica, conseguiram fazer sobressair seus nomes e marcar indelevelmente a sua passagem pelo mundo cultural deste Estado.



18. BIBLIOGRAFIA

ANTUNES, Emlio. Lendas do Rio Cuiab. Cuiab. 1998. ARANTES, Antnio A. O que Cultura Popular. So Paulo: Brasiliense, 1995 - ( Coleo Primeiros Passos) ARRUDA, Antnio, O linguajar Cuiabano e outros Escritos, Cuiab, MT, Ed. do autor. 1998. BRANDO, Carlos R. O que folclore. So Paulo: Brasiliense, 1982 _ (Coleo Primeiros Passos) CASCUDO, Lus da C. Dicionrio Do Folclore Brasileiro. Belo Horizonte - MG, Editora Itatiaia LTDA. 6 Ed. 1988. COLEO MUNICPIOS DE MATO GROSSO, Jaciara. Fundao Jlio Campos, Projeto Memria Viva. FRADE, Cssia. Folclore N. 3. So Paulo: Global, 1997. 2 Ed. Coleo Para Entender FERREIRA, Joo C. V. Mato Grosso e Seus Municpios. Cuiab - MT, 1997. Secretaria de Estado de Educao. LIMA, Josephina P. de Barros. Manifestaes do Artesanato Mato-grossense. Cuiab, 1975/1977 MENDONA, Rubens de. Histria de Mato Grosso. Braslia: Senado Federal, 3 ed. 1981. ______________________ Nos Bastidores da Histria Mato-grossense. Cuiab -MT UFMT,1983. PVOAS, Lenine C. Histria da Cultura Mato-grossense. Cuiab - MT Instituto Histrico e Geogrfico de Mato Grosso, 1994. 2 ed. RODRIGUES, Dunga - "Lendas de Mato Grosso". Cuiab, Ed. Da Autora, 1997.


1. INTRODUO2. CULTURA MATO-GROSSENSE3. PATRIMNIO CULTURAL4. BENS IMATERIAIS7. CURURU 8. SIRIRI - ORIGENS9. BOI-A- SERRA10. RASQUEADO11. OS MASCARADOS DE POCON12. CARNAVAL GUIRATINGUENSE: BLOCO DOS CARETAS13. CARNAVAL GUIRATINGUENSE: BLOCO DOS SUJOS14. VIOLA DE COCHO15. SMBOLOS DE MATO GROSSOBANDEIRA DE MT16. BRASO DE ARMAS DE MTHINO DE MTHino de Mato Grosso - Letra: Dom Aquino Corra - Maestro: Emilio Heine

17. LITERATURA18. BIBLIOGRAFIA

cultura mato grossense a4 2

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