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FACULDADE ALFREDO NASSER INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA LEITURA: ALGUMAS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS Neirivane Félix de Brito APARECIDA DE GOIÂNIA 2010

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FACULDADE ALFREDO NASSER INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

LEITURA: ALGUMAS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS

Neirivane Félix de Brito

APARECIDA DE GOIÂNIA 2010

NEIRIVANE FÉLIX DE BRITO

LEITURA: ALGUMAS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS

Artigo Científico apresentado ao Instituto Superior

de Educação da Faculdade Alfredo Nasser, sob

orientação da ProfªMsCristiane Roque como

requisito para a conclusão da Licenciatura Plena

em Pedagogia.

APARECIDA DE GOIÂNIA 2010

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

LEITURA: ALGUMAS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS

___________ de __________ de2010.

NOTA:_______

EXAMINADORAS

___________________________________________________ Orientadora: ProfªMs. Cristiane Roque

___________________________________________________ Leitor (a) 1: ProfªMs.

___________________________________________________ Leitor (a) 2: Profª

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Um livro é como uma janela. Quem não o lê, é

como alguém que ficou distante da janela e só

pode ver uma pequena parte da paisagem. (Kahlil

Gibran)

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LEITURA: ALGUMAS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS

Neirivane Félix de Brito

*

Cristiane Roque**

Resumo:O saber ler não se restringe apenas na decodificação depalavras, mas, em observar o mundo à sua volta e saber qual a mensagem que a leitura quer transmitir para o leitor. Com a importância que a leitura tem na vida das pessoas, dentro e fora da escola, fica evidente qual o papel de cada um diante desta problemática. Para compreender tal fato, este estudo trazuma pesquisa bibliográfica, que aborda algumas informações sobre a temática da leitura; pautado em alguns autores, que expõem os seus conhecimentos em relação ao assunto. Tem por objetivo fazer uma reflexão acerca da literatura escolhida,a respeito do que é leitura nas suas várias maneiras, tais como: (decodificação de palavras), leitura de mundo (observação do que passa ao seu redor), e trata também sobre o letramento e suas implicações, sendo que este último é apresentado de maneira breve,evidenciando que há uma ligação entre leitura e letramento. Como resultado, percebeu-se que o aperfeiçoamento da leitura é um processo lento e, para atingir níveis altos, é preciso que se inicie na infância. Embora nem todos tenham essa possibilidade, mas na fase adulta eles podem adquirir este hábito. O leitor é, na maioriadas vezes, fruto domeio social que está inserido, para que existam leitores,os alunos e os professores precisamtrabalhar de forma conjunta, em prol de melhorias. E, em especial, é necessário que os professores adotem medidas diferenciadas, para facilitar o melhor desempenho dos alunos, através do ato de ler, possibilitando assim o acesso destes aos livros. Palavras-chave: Leitura.Decodificação.Letramento. Leitor.

INTRODUÇÃO

Nomundopós capitalismo, onde a competitividade é muito grande, faz-

senecessário que os constituintes da sociedade, busquemcadavez mais

conhecimentos, para nãoserem excluídos. Para adquirirconhecimento,primeiro

precisa que a pessoa não tenha resistências aos desafios colocados à sua frente.

Um deles é o ato de ler, pois não existe forma mais concreta para se

enquadrardentrodos padrões exigidos pela sociedade,porqueé na leitura queos

mundos se encontram. Embora ler não seja somente decodificar a escrita, mas

entender o que as palavras querem dizer,ler também é compreender o mundo à sua

volta.

* Acadêmica do 8º período do Curso de Pedagogia da Faculdade Alfredo Nasser.

** Orientadora do artigo.

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A leitura traz ao leitor novasperspectivas, faz deste um grande conhecedor,

torna-o capaz de trilhar por vários trajetos, sem que este se sinta alheios, às

situações vividas. O leitor se torna diferente dos demais, porque o seuconhecimento

não está restrito, ele busca cada vez mais conhecimentos. A importância ou a falta

dela, que algumas pessoas dão para o hábito deler,relaciona-se com o meio social

de cada indivíduo, que faz sua própria história de leitura.

Enquanto alguns cultivam este hábito, outros não têm se quer a oportunidade

de pegar em um livro, para desenvolver este hábito devido à falta de incentivo, que

alguns não receberam no decorrer de suas vidas. O ensino de leitura deve começar

em casa no seio familiar, porque a criança se espelha nos adultos que estão à sua

volta e, com isso, ela chega à escola com um hábito positivo, que contribuirá e muito

para a vida escolar.

A escola contribui para a formação do leitor, com a intermediaçãodos

professores. Neste trabalho,será evidenciado que há necessidade de se criar

pessoas que pensam,refletem,questionam, opinam de maneiraincisiva. Mas, para

que isso se torne uma realidade, é necessárioum trabalho que enfoque a

importância da leitura, uma forma de encontrar um caminho e despertar os alunos e

demais interessadosna busca pelo ato de ler.

Relativamente a essa temática, este trabalho apresentaumapesquisa

bibliográfica, que serviu como base para análises e reflexões, sobre o processo de

formação do leitor, destacam os seguintes teóricos: Martins (1994),Geraldi

(2000),Orlandi(2001), PCN’s(1997), Soares(1998). Esses autores mostram suas

ideias sobre o tema a ser discutido, enfocando o papel da escola na aquisição de

leitura, mostra quais os benefícios que este processotraz para todos os envolvidos.

O estudo aborda também o letramento e o seu papel dentro da leitura, mostra

sua história e alguns benefícios que trouxe para a língua portuguesa. Sendo a leitura

como uma ponte, queliga o leitorao autor,este por sua vez, se vê como um gerador

de sonhos, criador de expectativas. O leitor é levado a questionar as suas próprias

vivências, partindo da idéia de que a leitura abre novos horizontes, e o desperta para

uma nova dimensão,antes desconhecida.

Este trabalho está dividido em duaspartes. A primeira trata da leitura e suas

concepções; na segunda parte discute-se oletramento e suas implicações no

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processo de aquisição de leitura. E assim, constrói-se o sentido de leitura em todo o

trabalho, uma visão completa desta temática, apoiada em teorias.

Discutindo e compreendendo a leitura

Falar de leitura não é uma tarefa fácil, pois engloba uma série de fatores,

entre eles, a necessidade que as pessoas sentem de se inserir na sociedade, esta

por sua vez, possibilita essa inserção. De acordo com Martins (1994, p. 30) “’o ato

de ler se refere tanto a algo escrito quanto a outros tipos de expressão do fazer

humano, caracterizando-se também como acontecimento histórico e estabelecendo

uma relação igualmente histórica entre o leitor e o que é lido”.

Essas afirmações compreendem que ler está além das concepções

cotidianas, é entender o que se colocaà sua frente e, assim o leitor passa a ser um

sujeito crítico em relação à leitura, também é levado à prática deste ato e suas

concepções e vivências do “mundo exterior”. Assim, como existem pessoas que

gostam de jogar futebol e, seguem este ritual categoricamente, há pessoas que

seguem um ritual de leitura com uma grande intensidade.

Essaspessoas as que são chamadas leitoras não contentam em ler um, dois,

três livros por mês, estão sempre em busca de mais. De acordo com Britto (2003, p.

103), a relação do leitor com a leitura se funde dentro de algumas concepções

implícitas. “Haveria na leitura um processo de investimento libidinoso, de

envolvimento erótico, que permitiria ao leitor transformar a leitura numa fonte

inesgotável de prazer”.

Os chamados leitores investem em conhecimento, para que barreiras

culturais sejam quebradas, e ele conheça outro viver, diferente do habitual. Não se

pode exigir que todos gostem de ler, pois é necessário que haja um fluir diferente de

todos; a leitura não pode ser forçada, empurrada e, quem ganha com isso, é o leitor,

é quem deve buscar e se envolver. Segundo Britto (2003, p. 104) “leitura é fonte

inesgotável de prazer” o prazer que o leitor sente ao se deparar com uma infinidade

de coisas novas,que faz essas novidades se sobressaiam em relação ao que esteja

inserido dentro de si e venha acrescentar mais aos possíveis leitores.

O leitor estabelece uma relação com os livros e há uma ligação entre ambos,

eles se tornam dependentes um do outro e esta ligação se perpetua continuamente

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sem interrupções. Pode ser observado também que as melhorias estão

condicionadas, pois buscam conjuntamente estabelecer esta ligação de ambas as

partes. A leitura tem uma capacidade de levar o leitor a refletir sobre conceitos e

ideias apresentadas a ele, tem uma oportunidade de formar suas concepções,

sendo independente e sendo questionador. Argumenta com maior facilidade, porque

tem embasamento para este ato.

Nas escolas, professores trabalham com o intuito de formar seres pensantes,

que não aceitam tudo o que lhes é imposto(a ele), este é um trabalho que exige

muito dos profissionais de educação, que têm a função de trabalhar com o aluno

novas perspectivas e inovar a visão deste.Ler é,antes de tudo, partilhar

conhecimentos, é ter prazer em se ver ou não dentro do enredo do livro, a leitura é

como um escape cuja prática pode levarao êxtase, embora esteja relacionado como

estado de espírito de cada leitor, este é capaz de viajar por um mundo

desconhecido, experimentando novas sensações.

A leitura passa a fazer parte da vida das pessoas, mesmo que de forma

involuntária, pois esta conduzirá as pessoas por seus caminhos. É através dela que

o falar de um indivíduo pode ser mudado, pois traz novos conhecimentos, e sua

linguagem será enriquecida, passa a olhar a vida e o mundo ao seu redor de forma

diferenciada. Um texto sempre tem algo a acrescentar aos leitores, não importa

quem seja, é capaz dedespertar sonhos, acrescentar vida, expectativas para

aqueles que se colocam passivos à sua prática, o leitor é um ser que está sempre

em busca de algo novo, que possa deixá-lo saciado.

De acordo com Britto (2003), o ato de ler e o prazer se tornam aliados e, ao

mesmo tempo separados, ler para alguns é como um escape, que leva a prática da

leitura ao "êxtase", mas a fonte de prazer que a leitura transmite para o leitor, é

relacionado com o texto e com o estado de espírito do leitor, se este não estiver

bem, a leitura não irá agradá-lo. É através dessas sensações que o leitor "viaja" e é

capaz de ir muito além das suas possibilidades. Possibilidades essas que estão

reservadas em seu subconsciente que podem ser despertadas a qualquer momento,

através de textos lidos.

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O processo de formação do leitor

A formação de um leitor não se restringe ao ambiente escolar, pois formar um

leitor está relacionado com o mundo em que vive. Uma ligação entre quem lê com

que escreve, pois a informação interna ao texto, não exclusivas do escritor, mas

muitas leituras que ele fez antes. Além disso, o leitor contribui também com essas

informações, pois traz consigo uma bagagem do meio social, em que está inserido,

fazendo com que o sentido da leitura não se perca durante a caminhada.

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 57),

Uma prática constante de leitura na escola deve admitir várias leituras, pois outra concepção que deve ser superada é a do mito da interpretação única,fruto do pressuposto de que o significado está dado no texto. O significado, no entanto, constrói-se pelo esforço de interpretação do leitor, a partir não só do que está escrito, mas do conhecimentoque traz para o texto. É necessário que o professor tente compreender o que por trás dos diferentes sentidos atribuídos pelos alunos aos textos: às vezes é porque jogou com as palavraspara provocar interpretações múltiplas; às vezes é porque o texto é difícilou confuso; às vezes é porque o leitor tem pouco conhecimento sobre o assunto tratado e, a despeito do seu esforço, compreende mal.

Alguns materiais como livros, revistas entre outros, são de grande importância

para que todos alcancem uma maior intimidade com os objetos de leitura. A busca

pela leitura está relacionada com a necessidade que todos têm de construir o

conhecimento. Os objetos que podem contribuir para a formação de um leitor são

descartados por uma minoria, entra assim em contraste com uma maioria que não

tem acesso a estes objetos. É através destes que muitos se familiarizam com a

escrita e abre-se um novo horizonte à sua frente, há uma ligação entre aqueles que

jogame aqueles beneficiados.

O ato de ler permite a descoberta de características comuns e diferenças entre os indivíduos, grupos sociais, as várias culturas; incentiva tanto a fantasia como a consciência da realidade objetiva, proporcionando elementos para uma postura crítica, apontando alternativas. (MARTINS, 1994, p.29).

A leitura é um achado, e o leitor fica como uma criança que curiosa para

saber o que tem dentro do embrulho do presente. E esta curiosidade só é saciada

quando este abre o embrulho, no caso da leitura é quando os livros se abrem e

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revelam um novo mundo, novas histórias, expectativas e despertamsentimentos, o

leitor se depara com o imaginável e o inimaginável.

É importante ressaltar que, tratando do leitor ainda criança, sua atenção

estará voltada para as imagens trazidas pelos livros porque irá chamar sua atenção.

Quando uma criança pega em um livro, a sua atenção se voltou para a capa do livro

e o que ele está mostrando a ela, isso faz com que abra o objeto em questão e um

novo mundo se apresenta para ela, e com isso, fica claro que a importância do

próprio leitor em escolher sua leitura.

As expectativas concernentes aos textos irão depender do leitor, podendo ser

boa ou ruim, pois a sua opinião incidirá sobre a leitura feita, para uma melhor

concepção de vida dentro das sociedades.Segundo Britto(2003, p.103) "ficam

melhores libertas de um estado de alienação, o que possibilita seu engajamento a

partir da vontade despertada pela própria leitura, em movimentos de solidariedade

ou de transformação da sociedade".

Algumas questões são inerentes: será importante mesmo ler? O que traz de

benefícios para nossas vidas? É possível adquirir conhecimento sem leitura? As

respostas para essas questões, só podem ser dadas por aqueles que leem

diariamente porque estes estarão expondo suas opiniões enquanto sujeito leitor e

assim fazendo com que os não leitores acordem para a prática de ler.

Quem lê é privilegiado, e quem não lê fica excluído, uma vez que ele não faz

parte da classe dos letrados (chama-se letrado porque este conhece a escrita e a

compreende). O gosto pela leitura não está ligado à classe social, qualquer pessoa

pode ler e gostar, mas pelo impulso que lhe é dado em alguma fase da vida,

direcionando-se para o alcance de um maior patamar. Segundo Freire (2001, p.14):

As pessoas, primeiro, lêem o mundo à sua volta, de forma detalhada, essa é a leitura de mundo onde não há palavras e escritas, onde é possível que se distancie do que é feito normalmente. No esforço de re-tomar a infância distante, a que já me referi, buscando a compreensão do meu ato de ler o mundo particular em que me movia, permitam-me repetir, re-crio, re-vivo, no texto que escrevo, a experiência vivida no momento em que ainda não lia a palavra.

Quando Freire fala a respeito de leitura de mundo, ele coloca que todos são

leitores,até mesmo aqueles que não compreendem a escrita, mas observam o seu

mundo e o analisa dentro de suas concepções.

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O ato de ler é como tecer uma colcha, cada pedaço terá que ser feito de

forma lenta e detalhada, com a prática do ato de ler, não é de um dia para o outro,

mas através de um processo lento, que traz resultados significativos. A leitura é um

dos caminhos para adquirir conhecimento, ela forma a consciência de leitor, que

antes possivelmente não era servido de influências eevidências alheias, trazidas a

ele por meio da escrita, e também, da leitura. Cada indivíduo possui conhecimentos

prévios, guardados no subconsciente que podem ser despertados através do ato de

ler.

A pessoa que sabe ler leva vantagem quanto ao que não sabe, pois consegue

ver o mundo em sua volta de diferentes formas. E um profissional que domina e

compreende a escrita a leitura, é considerado elevado, tem uma ascensão em busca

do conhecimento.A leitura se divide em três fases diferentes, são elas: sensorial,

emocional e racional. A leitura sensorial é a leitura que faz parte da vida do ser

humano, desde seu início. Ela é muito mais que um amontoado de palavras, ela é

capaz de despertar sentidos, que estão no inconsciente de quem lê. Deacordo com

Martins (1994, p. 42):

A leitura sensorial vai, portanto, dando a conhecer o leitor, o que ele gosta ou não, mesmo inconscientemente, sem a necessidade de racionalizações, justificativas, apenas porque impressiona a visão, a audição, o tato, o olfato ou o paladar.

A leitura emocional é aquela em que todas as emoções são despertadas. Ao

fazer uma leitura, o leitor acaba se envolvendo com o texto, esse envolvimento se dá

de forma intimista, pois o leitor se vê como o personagem da história. As

circunstâncias dizem muita coisa e, é através destas, que são despertados

sentimentos que antes pareciam mortos ou esquecidos. Embora, nem todos os

leitores tenham disposição para se envolverem com a história do texto, há alguns

que se deixam levar pelo seu enredo. As ações do leitor estão condicionadas com

seu mundo exterior, o ato de ler deixa à mostra as características do leitor, porque

através da leitura, deixará exposto seu sentimento, poisliga a leitura com o meio

social.

Associar-se com o meio social e com sua formação de caráter, porqueele traz

consigo uma bagagem, o que facilita sua absorção da leitura. O ser humano

dificilmente conseguirá "matar" os seus sentimentos, pois o ser humano já nasce

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com a capacidade de amar, odiar, entre outros sentimentos que Ihes são peculiares.

Martins (1994, p. 52) afirma que:

Na leitura emocional emerge a empatia, tendência ou sentir o que se sentiria caso estivéssemos na situação e circunstâncias experimentadas por outros, isto é, na pele de outra pessoa ou mesmo de um animal, de um objeto, de uma personagem de ficção. Um processo de participação efetiva numa realidade alheia fora de nós.

Para ela, os fatores circunstanciais da leitura influem no tipo da resposta dada

ao texto. Ou seja, depende das condições do leitor para com o texto, para que as

evidências emocionais se sobressaiam e não sejam reprimidas.Em contraposição às

leituras sensorial e emocional, entra em cena a leitura racional. De acordo com

Martins (1994) “Leitura é coisa séria, dizem os intelectuais. Relacioná-las com

nossas experiências sensoriais e emocionais diminuem sua significação, revela

ignorância” (62).

Esta é uma leitura que reprime sentimentos, não deixa aflorar as emoções do

leitor, este, por sua vez, se torna como uma máquina, porque foi ensinado a não se

envolver com o texto lido. Como a formação de um leitor depende e muito do meio

em que está inserido, observa-se que a escola, a casa, a família e os professores

têm funções igualitárias para a formação do leitor, na escola e fora dela.

A família precisa, desde muito cedo, incentivar as crianças a lerem, para que

estas criem um hábito de leitura e, possivelmente, venham refletir de modo

significativo para sua formação enquanto alunos e enquanto homens. Este por sua

vez, dependerá de seus professores para continuar com os hábitos cultivados até

então.

A transformação cultural de uma pessoa e de um lugar depende em grande

parte de seus hábitos de leitura. De forma geral, ela traz a motivação para

ultrapassar os limites impostos pela sociedade. Não importa como a leitura feita:

sensorial, emocional ou racional, o que importa é que estas variantes de leitura

acrescentam para cada leitor, individualmente, pois ninguém é igual, e isso remete

na interpretação da leitura feita, que pode mudar ou não as concepções do indivíduo

enquanto leitor observador. A classe dominante dispõe de maior acesso as

informações e se sobressaem em relação aos menos favorecidos.

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Segundo Lajolo (1987, p. 10)

[...] uma sociedade de classes em que interesses divergentes se entrechocam, com a predominância de alguns deles sobre os demais,privilegia sobremaneira o texto escrito como objeto de leitura.A escrita, historicamente, representa uma conquista sobre a memória, instrumento predominante nas sociedades ágrafas. A acumulação do conhecimento através da palavra escrita tem sido apropriada pelas classes que detêm o poder dentro de uma sociedade.

Como uma grande maioria não dispõe de recursos financeiros para se incluir

no quadro de leitores, estas ficam a espreita, para poder adequar dentro das

condições necessárias para a formação de um leitor, espera uma melhor condição

para a reversão da sua história. De acordo com Lajolo (1987, p. 11), as

desigualdades sociais dividem os homens em sujeitos “cultos e incultos”. A

desigualdade citada pela autora se refere ao domínio do código escrito, uma vez que

a não aquisição da escrita faz com que haja um domínio dos que sabem sobre

aqueles que não sabem. Ainda que expõe que:

A desvalorização daqueles que não conseguem utilizar o código escrito implica consequentemente o desprestígio de todas as outras leituras que os mesmos podem realizar. Determina ainda um conceito de texto limitado à língua escrita, seja verbal ou não, em que está implícito o exercício de um código social para organizar sentidos através de alguma substância física.

É necessário que se faça um planejamento junto à comunidade; com

implantações de bibliotecas públicas, para que haja acesso da população à leitura, e

os livros precisam estar ao alcance dos alunos, para que se tenha maior intimidade

com eles e, assim, que o hábito de ler cresça à cada dia, melhorando o

relacionamento dos possíveis leitores com os livros e o seu crescimento intelectual

também será maior.A revista Nova Escola (2010, p.51) traz modelos que funcionam,

quando colocados em prática como:

É muito comum cada sala de Educação infantil ter um cantinho de leitura, com uma pequena estante. O ideal é que todo o acervo fique ao alcance das crianças (perto do chão e sem obstáculos entre obras e leitores).

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Embora a revista cite a educação infantil, essa observação também pode ser

aplicada a qualquer outro leitor, mesmo que não seja uma criança, pois adultos

precisam ter liberdade para escolher o livro a ser lido.Na rede pública,os alunos não

têm a mesma liberdade que os alunos da rede particular, pois os títulos dos livros

são impostos pela escola, de maneira que os alunos não têm muitas opções e

escolhas para ler.

As escolhas feitas por possíveis leitores refletem de maneira significativa em

suas vidas. Assim como alguns buscam através da leitura uma mudança de vida

outros a deixam porpensaremque ela não acrescenta em suas vidas expectativas

pré-estabelecidas; muitos buscam crescimento financeiro,mas quando não

encontram no ato de ler, deixam-na paracorrerem atrás de seus objetivos

capitalistas.

Lajolo (1987, p. 52) afirma que:

[...] a desvalorização da leitura se relaciona ao fato de que talvez esta como atividade intelectual, não proporcione acumulação de capital. Essa situação se vincula à própria constituição do regime capitalista, que marginalizao intelectual, único agente que não gera lucro com os objetivos que produz.

Essa afirmação de Lajolo mostra que o interesse para a classe dominante só

é bom quando traz algum benefício financeiro. Evidencia sua maior importância para

aqueles que nada têm, mas buscam um possível crescimento capitalista.

Leitura na escola: algumas contribuições

Quais as contribuições que a leitura traz para a escola? É necessário ler para

aprender? As questões, as respostas são trazidas por teóricos, expostos no estudo,

que afirmam sua necessidade e sua importância dentro da vida escolar. Para formar

leitores, a escola começa com um critério imprescindível: o gosto pela leitura. O

gostar de ler está relacionado com as inspirações registradas pelo aluno no decorrer

de sua vida até o presente momento. Momento este, que pode mudar suas as

concepções em relação à leitura praticada. Alguns leem porque gostam, outros

porque são obrigados.

Alguns alunos leem por prazer, e isto fica evidente, quando ele se familiariza

com o livro, sua reação diferencia-se dos demais, fica radiante, pois está diante de

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algo que lhe traz prazer. A leitura contribui para o desenvolvimento e aquisição do

conhecimento que é cobrado dos alunos e da vida fora da escola. Não ter

conhecimento é excluir-se dos diferentes contextos, é como se não existisse, até

mesmo por desconhecimento. Quando o aluno é estimulado a praticar a leitura, é

porque o professor sabe que este hábito irá facilitar a apreensão dos conteúdos

aplicados e, que por sua vez, é feito através da escrita e da leitura.

Quando o aluno é praticante da leitura, este é levado a refletir e a questionar

os sentidos do texto. As contribuições para o leitor é o abrir de novos horizontes para

sua vida escolar. Pois como afirma, os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN

(1997, p. 23) “Valorizar a leitura como fonte de informações é via de acesso aos

mundos criados pela literatura e possibilidade de fruição estética sendo capazes de

recorrer aos materiais escritos em função de diferentes objetivos".

Existem, porém, outros aspectos que influenciam para que o leitor cada vez

se interesse pela prática de leitura, como: escolher o tema, os livros, os gêneros sem

imposições feitas por seus professores. De acordo com Martins (1994, p. 34):

A função do educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas de criar condições para o educando realizar a sua própria aprendizagem, conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo as dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta. Assim criar condições de leitura não implica apenas alfabetizar ou propiciar acesso aos livros.

Na maioria das escolas é priorizado o ensino da escrita e da gramática,

esquecem que sem o conhecimento de leitura, fica muito mais difícil para o que

alunocompreenda o seu conteúdo. A aprendizagem do conteúdo, aplicado a este

depende, em partes, da leitura que o aluno faz e interpreta mediante as

circunstâncias.

Na escola, muitas vezes, as leituras são previstas, selecionadas e impostas

aos alunos. Não se possibilitam momentos de leitura em que o leitor faz a sua

escolha, para o exercício da fruição. Deste modo, a relação texto/leitor fica afetada

por uma prática leitora forçada, uma obrigação. Conforme Orlandi (2001, p. 44)

Na escola, a colocação das leituras previstas (possíveis com ou razoáveis) por um texto escamoteiam, em geral, o fato de que se dá uma leitura prevista para ele, como se o texto por si, a suscitasse inteiramente. Exclui-se, dessa forma, qualquer relação do texto, e do leitor, com o contexto histórico, social, cultural e ideológico.

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Neste sentido, é necessário que o professor do ensino fundamental atente

para o gosto de leitura de seus alunos, e com isso possa intermediar esta relação

com o livro, proporcionando ao aluno momentos prazerosos, para que essa prática

se perpetue, até que este esteja com os seus caminhos na leitura bem firmados. O

aluno tem em seu professor um espelho, e este lhe seguirá como um discípulo, por

isso precisa transmitir seus conhecimentos em relação à leitura e quais os benefícios

que esta prática traz.

A formação intelectual do aluno dependerá do que for ensinado a ele nas

séries iniciais. Como já foi dito, é necessário que o aluno sinta o prazer e se delicie

com as palavras, que elas querem tanto dizer, este está sempre buscando o novo

Formar leitores é algo que requer, portanto, condições favoráveis para a prática da leitura e que não se restringe apenas aos recursos materiais disponíveis, pois na verdade o uso que se faz dos livros e demais impressos é o aspecto mais determinante para o desenvolvimento da prática e do gosto pela leitura. (BRASIL, 1997, p.58)

A leitura na escola é abrangente, do ponto de vista de que é necessário

ler, embora, nem todos estão aptos ou sentem atraídos por essa prática tão

importante e significativa para o aluno. A função do professor é tornar seus alunos

críticos, capazes de questionar, debater e ressignificar os sentidos. E com essa

postura, o professor proporcionará autonomia para que seus alunos se coloquem

como sujeitos críticos mediante a leitura feita, sem a sua intervenção.

Nas escolas públicas os professores encontram dificuldades para ministrarem

as aulas de compreensão de textos, de acesso à leitura. As razões são muitas, uma

delas é a falta de motivação que acompanha os alunos, quando estes ingressam na

escola. Estes alunos desmotivados trazem consigo marcas da vida social a que

pertencem. Para mudar este quadro é preciso que eles comecem em casa, sendo

incentivados por seus familiares e, assim sendo, rompe paradigmas, muda sua

própria história de vida.

O professor tem uma grande responsabilidade, enquanto mediador no ensino

da leitura, e é preciso que esteja engajado juntamente com seu aluno, para que

consiga estabelecer seus objetivos enquanto educador, que entusiame seu aluno

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enquanto expectador. O professor precisa ter consciência de seu papel, pois, o

desenvolvimento de aluno depende muito do que ele passa para este.

É preciso que haja uma ligação do professor para com o texto e para com o

aluno; e juntos consigam ultrapassar as barreiras que existem dentro desses

objetivos, que é a formação do aluno como leitor. É necessário que o aluno crie sua

história de leitura, tomando como base os adultos, pessoas de sua convivência

como seus próprios professores e pais.

O que vale para as escolas é a linguagem escrita, e a verbal fica em segundo

plano, ou seja, todas as outras formas de linguagem estão no âmbito inferior.

Conforme Orlandi (2001, p. 44):

A contribuição disso está no professor que pode modificar as condições de produção de leitura do aluno:de um lado propiciando-lhe que construa sua história de leituras;de outro ,estabelecendo, quando necessário,as relações intertextuais,resgatando a história dos sentidos dos textos.

A autora enfatiza a importância do professor e a necessidade que o próprio

aluno deve ter em criar sua história. O aluno é livre para construir o seu mundo de

leitura e apreensões obtidas mediante o ato de ler. Cabe aos professores buscarem

um novo rumo para a criação deste hábito no âmbito escolar. O professor é que

conhece as necessidades, o que pode mudar, pode melhorar dentro das

circunstâncias apresentadas no ambiente escolar. Segundo os PCNs (BRASIL,

1997, p. 45)

Toda proposta de leitura em voz alta precisa fazer sentido dentro da atividade na qual se insere; É interessante, por exemplo, dar conhecimento do assunto previamente, fazer com que os alunos levantem hipóteses sobre o tema a partir do título; Ao propor atividades de leitura convém sempre explicitar os objetivos e preparar os alunos.

Desta maneira, apresentam medida para facilitar a apreensão da leitura,

direcionada para os alunos através dos professores. Estas medidas são de grande

importância, porque a partir daí, o professor terá um direcionamento para a

elaboração da aula de leitura, essas medidas influenciarão em muito o

desenvolvimento e o crescimento dos alunos.

Leitura colaborativa

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A leitura colaborativa tem a função de fazer com que os alunos participem da

aula. Estes são estimulados a refletirem sobre o texto e a darem suas respectivas

opiniões. Com essa alternativa o aluno participa da aula e sem perceber é

observado e analisado enquanto aluno.

Alternativas que os PCNs (1997, p. 58-59) trazem para os professores são os

projetos de leitura, que com seus objetivos, visam melhorar seus trabalhos:

Dispor de umaboa biblioteca na escola;

Dispor, nos ciclos iniciais, de um acervo de classe com livros e outros materiais de leitura;

Planejaras atividades diárias garantindo que as aulas de leitura tenham a mesma importância que as demais;

Possibilitar aos alunos o empréstimo de livros na escola. Bons textos podem ter o poder de provocar momentos de leitura junto com outras pessoas da casa-principalmente quando se trata de histórias tradicionais já conhecidas;

Organizar momentos de leitura livre em que o professor também leia. Para os alunos não acostumados com a participação em atos de leitura, que não conhecem o valor que possui,é fundamental ver seu professor envolvido com a leitura e com o que conquista por meio dela. Ver alguém seduzido pelo que faz pode despertaro desejode fazer também;

Construir na escola uma política de formação de leitores na qualtodos possam contribuir com sugestões para desenvolver uma prática constante de leitura que envolva o conjunto de unidade escolar.

Estes projetos visam entrelaçar as implicações que envolvem o ensinar. Estas

implicações são leituras, escrita e produção de texto, que estão ligados pelo ato de

ensinar. E têm-se também as atividades permanentes de leitura, que os alunos têm

a liberdade de levar livros para suas casas e, assim,têm um tempo maior com os

livros em um ambiente que favoreça (não que o ambiente escolar não Ihes favoreça,

mas em casa ele se sente mais à vontade) e, com isso, criar um vínculo entre os

alunos e os livros. E estes mesmos que levaram os livros para casa fazem uma

leitura em voz alta na sala de aula.

As impressões dos alunos são ouvidas pelo professor e pelos colegas, que

tem mais uma oportunidade de expressarem os conhecimentos adquiridos dentro

deste contexto. A partir daí se estabelece uma ligação com o objeto em questão,

não se esquecendo, porém de que é necessário cultivar este hábito diariamente com

os alunos. Estes caminharão em direção para um mundo que antes era

19

desconhecido, e assim sendo, crescerão a cada dia mais e mais para que se

concretize o projeto estabelecido por seus professores e a escola.

Letramento: implicações históricas no Brasil

De acordo com Soares (1999), a palavra letramento chegou ao Brasil na

segunda metade dos anos 80. Foi através de um livro da escritora Mary Kato (1986).

Algum tempo depois, no ano de 1988, Leda VerdianiTifouni, distingue alfabetização

de letramento. A partir daí torna-se cada vez mais frequente no discurso escrito e

falado de especialistas. A palavra letramento chegou ao Brasil para que uma

mudança se efetuasse e, que ideias já formadas, pudessem ser mudadas através

desta única palavra letramento, pois, até, então, só se conhecia alfabetizado e

analfabeto.

Segundo Soares (1999), essa palavra tem origem na língua inglesa “literacy”,

que se originou do latim littera (letra). Literacy é o estado ou condição que assume

aquele que aprende a ler e a escrever. A autora aborda algumas ideias acerca da

escrita, evidenciando algumas consequênciasquese referem às questões

sociais,culturais,políticas,econômicas,cognitivas,linguísticas,quer para o grupo social

em que seja introduzida, quer para o indivíduo que aprenda a usá-la.

Esta idéia confirma o que já foi citado em relação à leitura, porque o domínio

da escrita e da leitura juntos fazem um grande efeito, mas separadas o efeito não é

o mesmo. A escrita se completa com a leitura e a leitura contribui para a formação

do leitor, explicita assim, os conhecimentos internalizados e transformando estes em

escrita. A palavra letramento causou uma divisão no estudo da linguística, pois,

trouxe uma renovada e conceituada ideia, que enriqueceu o conceito até então

formado, a respeito de conhecimento em relação a leitura.

Em países desenvolvidos, este termo já era utilizado, buscando sempre o

melhor para o aprendizado e o crescimento através do letramento. De acordo com

Soares (1999), o que esses países querem é saber qual o nível de letramento da

população, uma vez que isso implicana melhoria do conhecimento de suas

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populações. Eles procuram se inteirar do conhecimento da população através de

pesquisas realizadas,que tem como objetivo principal mostrar o que a população faz

com o conhecimento de leitura que elatem.

O que é letramento?

De acordo com Soares (1998), é considerado letrado, aquele que sabe ler,

escrever e consegue interpretar um texto e também redigi-lo. Daí é possível

perceber que este indivíduo, não se restringe apenas a decifrar palavras, mas é

capaz de interpretá-las e agir em benefício próprio e também coletivo, porque estará

inserido no meio cultural e social, podendo assim contestar e dar a sua opinião

quando necessário.

Questiona-sese um analfabeto pode ser considerado letrado? A resposta para

esta pergunta é sim, porque uma pessoa que não lê, mas, compreende o que a

escrita transmite e faz uso desta indiretamente, sabe perfeitamente o que está

acontecendo à sua volta, este faz parte dos letrados. O sujeito letrado é aquele que

tem perspectivas futuras, e busca através deste ato,possibilidades para sua vida,

sendo influenciado no seu vocabulário e na língua escrita. Segundo Soares (1999, p.

22) “após aprender a ler e a escrever, esses adultos passaram a falar de forma

diferente”, as influências são positivas, uma vez que acrescenta uma mudança

significativa na vida dessas pessoas.

As diferenças existentes entre analfabeto, alfabetizado e letrado são pouco

evidenciadas, pouco se fala dessas diferenças, mas é preciso atentar para essas

diferenças. De acordo com Soares (1999)O analfabeto caracteriza-se por não saber

ler e nem escrever, ele não tem nenhuma habilidade com essas características ele é

excluído da sociedade devidoa essa “deficiência’’, já o alfabetizado é aquele que

obtém conhecimentos, mas não faz uso destes, já o sujeito letrado se coloca para a

sociedade em que está inserido de forma diferenciada das demais, expõe-se para

mudar idéias formadas. Este é um indivíduo livre que quebra barreiras para se

mostrar para o mundo e quem sabe dominá-lo, mediante as circunstâncias

apresentadas a ele.

21

Um adulto pode ser analfabeto, porque marginalizado social e economicamente, mas,se vive em um meio em que a leitura de jornais feita por um alfabetizado,se recebe cartas que outros lêem para ele,se dita cartas para que um alfabetizado as escreva(e é significativo que,em geral,dita usando vocabulário e estruturas próprias da língua escrita),se pede a alguém que lhe leia avisos ou indicações afixados em algum lugar,esse analfabeto é, de certa forma,letrado,porque faz uso da escrita,envolve-se em práticas sociais de leitura e de escrita.(SOARES,1999,p.24)

O letramento não se restringe apenas à escrita,mas vai além desta,é saber

buscar mais variados objetos e imagens informações, que podem estar implícitas no

cotidiano de qualquer indivíduo que busca fazer esta busca.È saber se descobrir nas

mais variadas situações, esta palavra veio para mudar a história de todos os leitores,

fazendo com que este não se restrinja apenas no decodificar,mas dar sentido a tudo

o que se vê.

Ao ler sobre letramento e poderconhecê-lo commais profundidade, percebe-

seque háuma grande diferençaentre o ato de alfabetizare o letramento.Embora este

termo tenha sido colocado há pouco tempo dentro dos estudos,e das buscas por um

melhor ensino no Brasil, nota-se que nos países desenvolvidos já se apresenta

como prioridade nas escolas.

Existe um trabalho onde a prioridade não é apenas alfabetizar, mas mostrar

que a compreensão deve ficar acima de os outros objetivos da escola. Como o Brasil

é um país em desenvolvimento, espera-se uma postura positiva diante destas

necessidades apresentadas por letramento e a sua total aplicação, objetivando

melhorais na educação dos alunos.

O letramento chegou para somar na língua portuguesa, a sua inserção não foi

algo negativo, mas de grande eficácia, uma vez que setêm pontos positivos diante

da sua aceitação. Este novo termo contribui para o ensino e o estudo do que é ler e

o que éapenas decodificarpalavras. Trouxe um novo conceito para a sociedade

linguística, que até então desconheciao termo, em relação ao que era saber ler e

interpretar; houve uma grande reviravolta para todos os envolvidos,chegou para

traçar um novo caminho e, também, criar novos conceitos em relação ao estudo e

compreensão de leitura etambém deletramento.

O letramento é um termo que chegou para mudar o estudo e o modo de

ensinar nas escolas do Brasil. Embora nem todas as escolas se preocupem com a

conscientização dos alunos, de maneira que estes pensem e reflitam sobre o texto

apresentado a eles. Os professores são partes interessadas em buscar um melhor

22

acompanhamento para seus alunos, estes buscamuma forma melhor de entender a

escrita, esse termo veio e está até hoje operando em favor de melhoria da

educação.

A chegada deste termo trouxe uma nova esperança para os educadores,

porque sabem que tem uma melhor condição para ensinar seus alunos, embasada

em procedimentos significativos e operantes, do ponto de vista de quem realmente

se preocupa com a educação, e o amadurecimento dos alunos diante de questões

extracurriculares e curriculares.

Ainda se encontra muitas pessoas que são dotadas da escrita e da leitura e

fazem uso destas, mastem uma grande dificuldade para compreender o que

aspalavras querem dizer, qual a mensagem que os textos transmitem. A não

compreensão do texto escrito afeta o desenvolvimento de grande parte dos

educandos, que ficam a deriva sem poder entenderquais as possibilidades que eles

podem ter diante destes problemas. Não é uma tarefa fácil,pelo contrário, para

reverter esse quadro é necessário que se crie uma política de inovação no ensino de

leitura; assim mudar gradativamente cada item a ser melhorado dentro da educação

no Brasil.

Para tanto, os PCNs (1997) apresentam medidas que, se colocadas em

prática, trarão resultados significativos para a educação. De acordo com este, é

necessário que os alunos sejam conscientizados de que leitura não é apenas

decodificação de palavras, mas compreender a escrita, contextuazliando como uma

realidade.

Algumas crianças chegam às escolas com alguma noção de leitura, mesmo

que estas não consigam interpretar a escrita, elas sabem buscar interpretações pelo

que tem de conhecimento de mundo. O suposto leitor não deve ser limitado, pelo

contrário, deve ser instigado a buscar informações que estão implícitas no texto. De

acordo com osPCNs (1997), é preciso traçar projetos, porque a partir daí, saberão

qual caminho a trilhar para obter resultados satisfatórios. A satisfação em ensinar e

aprender a ler, não ficamrestritos apenas ao aluno ou professor, os dois se

completam diante dos resultados.

Os PCNS oferecem aos professores soluções para um problema, que se

tratado de maneira cuidadosa, obtém-se bons resultados até então não esperados,

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mas, cogitados. É necessário que se busque dentro dos problemas, soluções, pois a

partir daí não restringirá o alcance de todos ao objetivo da conquista da leitura feita

de forma eficaz e concisa. Para isso, o documento mostraainda que para melhorar o

ensino e apreensão da leitura nas escolas, é preciso que se faça um levantamento

de quais as dificuldades que os alunos encontram, e partir deste ponto para buscar

uma maior conquista para ambos.

Os PCN’s (1997, p. 58) afirmam que os leitores precisam ser cativados

através de atos simples, mas eficazes como “precisará fazê-los achar que a leitura é

algo que, conquistado plenamente dará autonomia e independência”. Desafiar o

aluno a pensar além do que está à sua frente, faz parte do ato de ensinar a ler.

Estes, porém, afirmam que leituras precisam ser vistas e analisadas, pelos

profissionais, ler não se caracteriza apenas através da oralidade, mas através de

leituras feitas de outras formas.Estas leituras são possíveis, porque todo ser é

dotado dos cinco sentidos, o que faz grande diferença, e isso implica diretamente na

apreensão dos alunos nas aulas de leitura.

Segundo os PCN’s (1997), as escolas precisam criar propostas didáticas para

que se estabeleça uma política de trabalho, que leitura ganhe mais ênfase e

aconteça nas escolas. As propostas apresentadas enfocam a necessidade que

todos têm de buscar trabalhar a leitura com uma maior vontade, tudo isso contribui

de forma eficiente na busca para a formação de leitores. Nas escolas, o trabalho

com leitura, tem menos evidência nas aulas de língua portuguesa do que em outras

matérias. Para isso, os pcnstrazem propostas para uma mudança de leitura e de

leitores no Brasil.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho permitiu concluir que a leitura é uma das maneiras

encontradas pelo homem para se comunicar. Não depende unicamente da fala para

manter contato com outras pessoas, a não leitura fica quase que improvável, pois

esta não é restrita a palavras, pelo contrário, a palavra é um dos meios de se fazer

leitura.

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O ato de ler, primeiramente, liga-se ao mundo que se insere o indivíduo,

posteriormente, aquele quedá novas possibilidades de entendimento, até então

desconhecida pelos leitores. O caminho de busca de aprendizagem de leitura é

longo e trabalhoso, mas traz resultados significativos para os que buscam e são

capazes de superar as barreiras existentes.

Para que haja uma melhoria na busca do ato de ler, é preciso uma união dos

professores, juntamente com as famílias, pois é a parte interessadanas conquistas

de seus filhos enquanto alunos. Os pais precisam estar mais atentos para as

conquistas adquiridas por seus filhos nessa caminhada, a busca e a conquista

envolvem toda a sociedade, porque todos estão passivos a essa prática do ato de

ler. O homem é fruto do meio em que está inserido, por isso ele não está sozinho

durante essa busca diária e necessária.

Em termos de educação, o Brasil cresceu e melhorou muito nos últimos

tempos. Com a chegada do letramento, observa-se que a compreensão sobre leitura

tem sido modificada, e o entendimento tem sido transformado diante de teorias

apresentadas por este termo. O incentivo a busca pela leitura precisa interessar a

todos, pois serão mudados e haverá uma maior aceitação dos menos favorecidos.

Esta é uma realidade que pode mudar gradativamente, todas as vezes que houver a

leitura escrita. Os PCNs (1997) oferecemalguns projetos que visam uma melhoria no

ensino de leitura, e apreensão desta, para que a mudança seja positiva na educação

do Brasil.

Diante de tais situações, existe necessidade de mudanças como foi

evidenciado durante o desenvolvimento do estudo bibliográfico, mas se não houver

disposição de ambas as partes – escola, professor e aluno, para a concretização e

efetivação deste trabalho, não sairá do lugar, permanecerá sem novas conquistas na

educação do Brasil, mesmo havendo as desigualdades sociais, não se pode permitir

que o ato de leitura seja apenas de uma classe social.

Abstract: knowing how to read not only restricted in decoding words, but in to observe

the world around them and know what message she wants to convey to the reader. With the importance that reading has on people's lives, inside and outside school, it becomes clear what role each one facing this problem. To understand this fact, this study provides a literature review, which covers some information on the subject of reading, ruled by some authors, who expose their knowledge on the subject. It aims to reflect on the selected literature, about what is read in its various ways, such as: (word decoding),

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reading world (observation of what passes around), and is also on literacy and their implications, and the latter is presented briefly, showing that there is a connection between reading and literacy. As a result, it was noted that improvements in reading is a slow process and to achieve high levels, it is necessary to start in childhood. While not everyone has that option, but in adult stage they can acquire this habit.The readeris, in most cases, the result of the social environment that is inserted so that there are readers, students and teachers need to work together for the benefit of improvements. And, special, is necessary for teachers to adopt different measures to facilitate better student performance, through the act of reading, thus enabling their access to books. Keywords: Reading. Decoding.Literacy.Reader.

REFERÊNCIAS

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BRITTO, Luiz Percival Leme. Contrao consenso:culturaescrita,educação e

participação, Campinas: Mercado de letras, 2003. (coleção idéias sobre linguagem).

Escola, Nova.Ler na escola. Ed. Abrilano xxv, nº 234, agosto 2010.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam.

41ª ed. São Paulo: Cortez, 2001.

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19ª ed. São Paulo: Brasiliense 1994.

ORLANDI, EniPulcinelli. Discurso e leitura. 6ª ed São Paulo, Cortez, 2001.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros Magda Soares. 2ª ed. 1ª

reimpressão. Belo Horizonte: Autêntica 1998.

AGRADECIMENTOS

Arealização deste trabalho só foi possível porque DEUS esteve comigo o

tempo todo, toda honra seja dada ao DEUS da minha vida, a sabedoria vem dele.

Diante de tal afirmação, quero reiterarmeus agradecimentos a ele, pois seique nunca

me deixou só nesta caminhada. Agradeço ao os meus pais,especialmente,a minha

mãe que sempre nos incentivou aestudar,aos meus irmãos,a minha prima Marina (In

memorian), aos meus amigospela paciência e compreensão.

Não seria justo deixar de fora meus colegase professores,que contribuíram

para o meu crescimento, e que passaram estes anoscomigo, tenho a certeza da

grande ajuda deles, eles foram meus companheiros.

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