FABIO PACHECO

OS IMPACTOS SOBRE A MORFOLOGIA URBANA E EQUTPAMENTOSURBANOS COM A INSTALACAO DO PARQUE TANGUA

CURITIUA-PR

CURITfBA2002

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.FACULDADES DE CrENCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

CURSO DE GEOGRAFIA

OS IMPACTOS SOBRE A MORFOLOGIA URBANA E EQUIPAMENTOSURBANOS COM A INSTALACAO DO PARQUE TANGUA.

CURITIBA-PR

Monografia apresentada como requisitoparcial para conclusao da gradua~iio noCurso de Geografia da UniversidadeTuiuti do ParanaOrientadora: Oirce Grando Diaz San tis

CURITIBA2002

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.~ o_"~~_~,,_,.,,,.,"m.'W'_~'·'''.'.'''.'.'_''''''''=.~ FACULDADE DE CIENCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

CURSO DE GEOGRAFIA

TERMO DE APROV ACAO

OS IMPACTOS SOBRE A MORFOLOGIA URBANA E EQUlPAMENTOSURBANOS COM A INSTALACAO DO PARQUE TANGUA, CURITBA - PR

por

FABIO PACHECO

Monografia aprovada com men~ao-B- como requisito parcial para obtcn~ao de titulode Bacharel em Geografia com enfase em Geoprocessamento, pela Banca Examinadorarom ada peJos professores:

prOf(')' ~_~--'------O--= _Membro da Banca

prof(a)_~N._-~;;:;'A~;,-~2f~~~-=-:~~------·-~a

Curitiba,iil,?,de .... 'n..<'..;.x."""''Q.-r.o. de 2003

P.4S

SUMARIO

I. INTRODUCAO ....

2.0 MUNICfPIO DE CURlTlBA ...

2.1 BAIRRO PILARZINHO ..

2.2 BAIRRO TABOAO ..

3. AREAS PROTEGlDAS: UNrDADES DE CONSERVACAO ..

3.1 A IMPORTANCIA DOS PARQUES URBANOS PARA 0 MUNicipIO DE

CURITIBA. ..

3.20 PARQUE TANGUA ..

3.3 PROJETO E IMPLANT A(;AO DO PAR QUE TANGUA ....

4. MORFOLOGIA URBANA NO ENTORNO DO l'ARQIJE TANGUA ..

5. EQUn'AMENTOS URBANOS ..

6. PERCEPCAO DA POPULACAO DA AREA EM ESTUDO ..

7. CONCLUSAO ..

01

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29

L1STA DE MAPAS E PRANCBAS

MAPA 01 - LocaJizayao da arca em estudo em relayao ao Estado do Parana.. 03

MAPA 02 - Planimetria da area em estudo .... 04

PRANCHA 0 I - 0 Parque Tangua .. 13

PRANCHA 02 - Tipologia construtiva antes e ap6s a implantal;ao do Parque Tangua .... 18

PRANCHA 03 - Novas construyocs no entorno do Parque Tangua .. 19

PRANCHA 04 - Condominios construidos no entomo do Parque Tangua.. 20

PRANCI-IA 05 - Equipamentos urbanos no eolorno do Parque Tangmi.. 23

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 - Escolaridade.. 24

QUADRO 02 - Tempo de moradia no entomo do Parque Tangua.. 25

QUADRO 03 - Onde voce morava antes de habitaT 0 entomo do Parque Tangua.. 25

QUADRO 04 - A instala((ao do Parque Tangua contribuiu para a melhoria de sua vida e

de sua familia ... 26

QUADRO 05 - A instalayao do Parque Tangua contribuiu para qual melhoria .. 26

QUADRO 06 - Com que frequencia voce vai aD Parque Tangua.. 27

QUADRO 07 - Sentimento em relayao a visualiz3y3.0 e/ou visita ao Parque Tangua "'" 27

QUADRO 08 - Sentimento em reiac;ao a visualiz3yao e/ou visita aD Parque Tangmi dos

moradores do entomo com tempo de moradia inferior a cinco anos .. 28

iii

RESUMO

A monografia apresentada sc rcfeTe aos impactos sobre a morfologia urbana eequiparnentos urbanos com instalac;ao do Parque Tangua no Municipio de Curitiba-Pr. Ametodologia utilizada foi visitas de campo, aplicac;ao de um qucstiomirio junto it populac;ao doenloma do parque, revisao bibliognifica e recursos computacionais. 0 Parque Tangua foiinaugurado no ano de 1996 com intuito de preservar 0 cursa do rio BarigUi, juntamente comos parques TingOi e BarigUi. 0 parque encontra-se localizado na regiao norte de Curitiba,abrangendo parte dos bairres Pilarzinho e Tabollo. Antes da constrUl;ao do Parque Tangu:l,existia no local apenas uma pedreira desativada, ruas de terra, pOlleas residencias e matas decapoeira em todD 0 redor da area. A instalayao do Parque Tangua fez com que ocorresse, emseu entomo, urna valorizayao imobiliaria e, por conseqOencia, urna rnudanya no perfil datipologia construtiva das residencias. Sao inurneras as construyoes em andamento no local,varios sao os sobrados que vern sendo incorporados a paisagem urbana, assim como 0 numerode condominios fechados, de alto padrao, rcccntcmcnte construidos. Comparando as antigasresidencias com as novas construyoes, constata-se que 0 padrJ.o das moradias estaaumentando, motivo este que sugere urn aumento de pessoas com maior poder aquisitivo nolocal. Em rclayao aos equipamentos urbanos, a Prefeitura Municipal de Curitiba criou urnalinha de onibus especial, a Linha Turismo - Jardineira, que percorre os principais pontos deintcresse turistico de Curitiba, entre eles, 0 Parque Tangua. Ak:m deste onibus, servem aolocal as linhas Nilo Pcvanha e Vila Nori. 0 policiamento no entomo do parque e constante,realizado tanto pelo Policia Militar do Parana, quanto pela Guarda Municipal de Curitiba, quealem de realizar as rondas, possui urn posto pennanente instalado junto ao parque. Na area emestudo, nao existe nenhurna creche ou cseola municipal, tam bern nao oeorre a existencia depostos de saudc para atendimento a populayao local. A percepvao dos moradores em relavaoao Parque Tangwi e a de que a instalayao deste foi positiva em varios aspectos, entre eles, 0

aumento da seguranya e da infra-estrutura no local. A instalayao do Parque Tangua teve urnefcito rcnovador no padrao das residencias em seu entomo e inseriu novos equipamentosurbanos no local, porern tica evidente a ocupayao do local por pessoas de maior poderaquisitivo, ocorrendo assirn urn segregay3.o social pela valorizayao dos irnoveis.

Palavras-chave: Parque Tangmi, morfologia urbana, equipamentos urbanos, percepy3.o.

iv

1.INTRODUCAo

Nota~se de grande relevancia para 0 ge6grafo entcnder as modificayoes ocorridas no

espayo urbano das cidades e se estas sao positivas para a populay3o. Gloria da Anunciay3.o

Alves in CARLOS diz: "( ... ) buscar entender 0 mundo em que vivemos para poder apootar as

possibilidades de mudanc;as que contribuam para 0 avant;:o de nossa civilizayao e larefa da

ciencia. Como ge6grafos procurarnos atingir essa diretriz pelo estudo do espac;o" (Carlos,

200 I, p. 95).

Este trabalho tern como foco principal 0 interesse de ressaltar a importancia da

organizaC;3o do espayO urbano, de como ele se modi fica e adquire novas feiyoes em

determinado momento, tendo como estudo de caso, 0 impacto sobre a morfologia urbana e

equipamentos urbanos com a instalayao do Parque Tangua no Municipio de Curitiba.

CORREA ressalta que:

(..) a comp/exidade da a(/ao dos agentes sociais inc/IIi prdtica.~ que levmn a /JmCOllstante processo de reorganiza~{jo espadal que se faz via incorporw;iio de nomsdreas ao e,',paf(o urhano, dellsijicaf(ao do usa do solo, deteriora~'ao de certa.\' areas,renol'apio urbana, relocm;ao diferenciada da infra-estrutura e IIIlldan~'a, coercilil'aOil nao, do cOlllelldo social e econ6mico de deferminadas dreas da cidade (Correa,1999, p. II).

A justificativa principal desta monografia se veri fica na necessidade, do poder publico

e da populayao da area afelada pela implantayao do Parque Tangua, de oblerem estudos que

apontem os impactos positivos e/ou negativos decorrentes desta implantay3.o, buscando assim,

compreender e analisar esta intervenyao, dados pela percepyao, apropriayao e utilizayao do

espayO urbano, Portanto, 0 objetivo geral do esludo compreende a avaliayao dos impactos

sobre a morfologia urbana e equipamenlos urbanos da area estudada, e mais especificarnenle,

avaliar se a implantayao do Parque Tangua modificou 0 padrao das rcsidencias na area em

estudo, verificando tambem, se existiram alterayoes nos equipamentos urbanos no local em

estudo.

Sobre 0 aspecto de wna possivel modificayao da morfologia urbana em urn

determinado espayo, Saint-Clair Cordeiro da Trindade Jr. in CARLOS diz que:

(...) a forma e 11ma.~peclO I'isil'el de llfua delerminada coisa, correspol1de a 11111objelO 011 a 11m arranjo ordenado de objelOs, Villa casa, lima favela, lima jahrica,11m distrito industrial sao formas espaciais. Cada forma pos,wi /JIll significado.weial. Freqiiellfcmente, a forma permanece apas ser criada e IIsada para

(le.~empenIUiro popel para 0 qualfiJi pro(/lIzi(/a (Carlos, 2001, p. 133-134).

QutTO objetivo relevante e avaliar a percepC;80 da populac;ao local com relayao ao

Parque Tangua, uma vez que cssa e a principal atingida com as modificacroes no espac;o

urbano, CORREA descreve:

(..) consideralllo~' a eidUl/e COIIIO espar;o IIrbano. Sua analise gcogrcijica e leila dediforenfes IIIOd05. de aeordo CO/II as din:r.\'as correntes do pensamelllo geograjico.Assim. par eXl!mplo. 0 espm;o urbano pode sltr analisado como 11mC0l1jll11l0 depuntos, iiI/lias e areas. Pode ser abordado a partir do percepr;iio qlle sellshabitante,\' 011algulls Segmemos tem dele e de .wa,~partes (Correa, 1999, p, 6).

A metodologia aplieada no trabalho eonsistiu no mapeamenlo digital da area em

estudo com base em dados existentes da Coordenacrao da Regi80 Mctropolitana de Curitiba -

COMEC e da Secretaria de Estado do Meio Ambicnte e Recursos Hidricos - SEMA (MAPAS

01 c02), utilizando-se do programa Computer Aided Designer - CAD para se razer as

modificacroes necessarias; aplicayao de entrevistas e qucstion11rios junto aos moradores do

loeal; visitas de campo na area em estudo, que compreende urn total de 1.660.000 m2 no

entorno do Parque Tangua; e revisao bibliogrMica dos assuntos abordados.

Esta monograi1a esta dividida em sete capitulos: introduyao; 0 Municipio de Curitiba,

desercvcndo alguns dos aspectos da cidadc e mais especificamente, sobre os bairros da area

em estudo, Pilarzinho e Taboao; areas protegidas: lInidades de conserva~ao, ressaltando a

imponancia dos parques urbanos para 0 Municipio de Curitiba, e 0 Parque Tangua,

descrevendo suas panicularidades, 0 seu projeto e sua implantaC;80; morrologia urbana,

caracterizando 0 tipo de aglorneraC;8o urbana do entorno do Parque Tangmi; equipamentos

urbanos, relatando quais existem na area em estudo; percepy80 da popula~ao da area em

estudo em rela~ao ao Parque Tangua, aplicando-se urn questiom'trio junto aos moradores e

conclusao.

I

Iv1APA.02: PLANIMETRIA DA AREA DE ESTUDO

RIOS

N

LEGENDA:

D AREA DE ESTUDO 1~ PARQUE TANGUA

,2'6:l RUAS E LOTEAMENTOS

FIGURA ILUSTRATIVA SEM RELAyl\O DE ESCALA

Fonte: MODIFICADO DE COMEC (2000)

2. 0 M UN IciPIO DE CURITIBA

Curitiba, capital do Estado do Parana, esm localizada ao Sui do Brasil, com Latitude

Sui de 25° 25' 48" e Longitude Oeste de 49° 16' \5" em sell marco zero. Com uma altitude

media de 908 metros acima do nlve1 do mar, sua area compreende 432.418 km2, sendo sua

extensao de 20 quilometros na dire~ao leste~oeste e de 35 quilumetros oa dire<;iio norte~sul. A

cidade de Curitiba possui uma popula<;iio, de acordo com 0 censo do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatistica - IBOE (2000), de 1.587.315. Seu indice pluviometrico anual e de

1500 mm. A temperatura media e de 21°C no verao, e 13°C no inverno.

o clima do Planalto de Curitiba, de acordo com a c\assifica<;ao de Wladimir Koppen, eCIb - Clima Subtropical Umido (Mesotermico), com media do mes mais quente inferior a

22°C e do mcs rna is frio inferior a ISoC, sem estac;ao seca, verao brando, chuva bern

distribuida durante 0 ano e geadas severas demasiadamente fTequentes (WONS, 1994).

Curitiba e drenada pela bacia do Rio Igua~u, principalmente peios afluentes da

margem direita: Rio Atuba, Rio Bacacheri, Rio Belem, Rio Ponta Grossa, Rio Agua Verde,

Rio Irai, Rio Fonnosa, Rio Tangua, Rio Barigui, Rio Passo do Fran~a, entre outros.

A cidade esta situada numa regiao planaltica, com sua regiao metropolitana limitada

pela serra do Mar. Curitiba e centro de grande impoItincia comercial como mercado da fertil

regiao que se estende em seus arredores. 0 £luxo comercial com 0 exterior e feito atraves do

porto de Paranagua, ao qual esta ligada por estrada de ferro e rodovia que atravessam a serra

do Mar.

As primeiras expedi~oes de bandeirantes it regiao foram motivadas pela descoberta de

ouro, mas sua eremera importancia foi logo superada peio contato com os campos abertos do

suI, onde existia enonne quantidade de gado bovino semi-selvagem que os tropeiros passararn

a conduzir para Sao Paulo. Essa atividade foi marcando a ocupa~ao do territorio, que rnais

tarde foi complementada com a extrac;ao da erva-mate silvestre. Fundada em 1654, a cidade

cresceu tendo como elemento coadjuvante a explora~ao da madeira das florestas de arauciuia

vizinhas, de grande riqueza. Desde 1831 e capital do Parana, separado de Sao Paulo como

provincia autonoma em 1853.

o desenvolvimento de Curitiba deve muito ao indice de imibTfac;aOeuropeia do seculo

passado: alernaes no periodo J 830-60, italianos a partir de 1870, poioneses e ucranianos no

final do seculo, complementados por arabes e japoneses no comec;o do seculo XX. 0

desenvolvimento posterior do plantio de eafe no oeste paranaense tambem teve urn papcl

importante no crescimento da capital.

Nas ultimas decadas, Curitiba ganhou prestigio nacional e internacional pela

criatividade com que resolveu ou equacionol! seus problemas urbanos e ambientais. A

qualidade de vida, a cficiencia dos transportes, a propon;ao de areas verdes por habitante mais

alta que em qualquer outra cidade brasileira, a coleta seletiva de lixo, sao apenas alguns dos

clementos que marcam a preOCllpal(aO ecologica dos curitibanos.

A isso se deve acrescentar um planejamento urbanistico invcjavel e a constru~50 de

alguns predios publicos como a Opera do Arame e 0 Jardim Botanico, que se destacam no

panorama de uma arquitetura brasileira dominada por caixotes de vidro e cimcnto ou por

fachadas falsificadas. Capital ecologica do Brasil, Curitiba possui uma arca verde por

habitante de 52 mZ em urn total de 21 milhocs de m2• 0 programa "Lixo que nao e lixo", que

em 1990 recebeu 0 premio do Programa das Na~oes Unidas para 0 Meio-Ambiente -

PNUMA, conseguiu separar 419 mil toneladas de lixo recichivel desde a sua impiantm;ao, em

1989. A politica de transportes publicos, mais conhecida pe\a agilidade do chamado onibus

"Ligeirinho", e oulro importante instrumento para diminuir a poluic;ao, ja que, em sua

racionalidade. pode diminuir 0 uso de caITOS particulares nu ida e volta do trabalho. A politica

ambiental da prefcitura c completada com a constru~ao de parques, bosques, jardinetes e

pra~as dentro do peri metro urbano (Enciclopedia Microsoft Encarta. 2001).

A capital paranacnse, forma juntamentc com oulros 24 municipios, a Regiao

Metropolitana de Curitiba ~ RMC, da qual Curitiba e 0 municipio polo. Seus limites sao:

Campo Magro, Ahnirante Tamandare, Colombo, Araucaria, Campo Largo, Fazenda Rio

Grande, Sao Jose dos Pinhais e Pinhais.

De acordo com 0 Instituto de Pesquisa e Planejarnento Urbano de Curitiba - lPPUC

(2002), Curitiba e a unica capital que vern acompanhando 0 crescimento dos bairros desde a

decada de 70. Isto acontece porque desde esta cpoca, 0 rBGE tem um acordo com 0 [PPUC

que faz coincidir a delimita~ao dos dislritos censitarios (divisao que 0 IBGE adota para

apJicaC;ao do censo) com a divisao dos baiITos da cidadc. Desta forma, 0 lPPUC POSsU! toda a

serie historica do cresci menlo dos bairros nos ultimos 30 anos.

Os bairros de Curitiba, de acordo 0 IPPUC (2002), sao os scguinles: Campo do

Santana, Cax.imba, Ganchinho, Sitio Cercado, Umbarit, Abranches, Atuba, Bacacheri, Bairro

Alto, Barreirinha, Boa Vista, Cachoeira, Pilarzinho, Santa Candida, Sao Louen~o, Taboao,

Taruma, Tingui, Alto Boqueirao, Boqueirao, Hauer, Xaxim, Cajuru, Capao da Imbuia,

Guabirotuba, Jardim das Americas, Uberaba, Ah", Alto da Gloria, Alto da XV, Batel,

Bigorrilho, Bom Retiro, Cabral, Centro, Centro Civico, Cristo Rei, Hugo Lange, lardim

Botanico, lardim Social, luveve, Merces, Prado Velho, Rebow;as, Sao Francisco, Capao

Raso, Cidade Industrial, Pinheirinho, Tatuquara, Agua Verde, Cidade Industrial, Fanny,

Fazendinha, Guaira, Lindoia, Novo Mundo, Parol in, Portao, Santa Quiteria, Sao Miguel, Vila

lzabel, Augusta, Butiatuvinha, Campina do Siqueira, Campo Comprido, Cascatinha, Cidade

Industrial, Lamenha Pequena, Mossungue, Orleans, Riviera, Santa Felicidade, Santo Imkio,

Sao Braz, Sao Joao, Seminario e Vista Alegre.

Considerando-se que a area de estudo do entomo do Parque Tangua compreende

parcelas dos bairros Pilarzinho e Taboao, estes serao abordados nos topicos it seguir.

2.1 BAIRRO PILARZINHO

A fonnayao do bairro Pilarzinho comeyOU a ocorrer em 1792, com a construyiio da

capelinha de Pilar, demolida em 1932, data da construyao da capel a atual. No local existiam

apenas extensas chacaras de imigrantes alemaes, onde se explorava a terra com ° cultivo de

cereais, plantac;ao de honaliyas e criayao de gado.

o nome do bairro Pilarzinho e uma decorrencia da devoyao de seus primeiros

habitantes e colonizadores, provavelmente de origem espanhola, it Nossa Senhora do Pilar.

Nao se tern qualquer noticia sobre a existcncia de um pequeno pilar, ou scja, urn "pilarLinho"

na regiao, sendo atestada pelo historiador Ermelino de Leao, em seu Diciomirio Historico e

Geognifico do Parana, a tese de quc 0 nome do bairro viera da santa padroeira dos espanhois.

A mudanya de Pilar para Pilarzinho pode Icr decorrido de uma forma carinhosa que os

moradores chamavam 0 lugar em que viviam ou em funyao do reduzido tamanho da capel a de

Nossa Senhora do Pilar.

Urna peculiaridadc destc bairro curitibano, c a prescm;a de uma cruz, conhecida em

Curitiba, como a Cruz do Pilarzinho. A hisloria do surgimento da cruz remonta aos tempos

dos primeiros colonizadores do Parana, que usavam a cruz como simbolo de conquista e posse

de terra. Construida em madeira, era scm pre rcnovada pel os moradores, quc passaram a ve-la

como um sinal da f6 crista e como urn documento historico. Ninguem sabe ao certo quando e

por quem ela foi levantada na atllal rua Hugo Simas, esquina corn Raposo Tavares.

o Pilarzinho esui localizado na regiao norte de Curitiba e faz divisa com os bairros

Sao Joao, Vista Alegre, Born Retiro, Sao Louren~o. Abranches e Taboao e com 0 municipio

de Almirante Tamandarc.

De acordo com 0 ultimo censo do lBOE (2000), 0 referido bairro possui uma area de

713,10 hectares (2000) e eonta com uma popula,llo total (2000) de 27.907, sendo que a taxa

de crescimento (199612000) foi de 2,28%, acima da media do municipio de Curitiba, que roi

de 1,82%. 0 Pilarzinho conta com 8.929 domicilios (2000), com uma media de 3,12

moradores em cada.

Em reia9ao ao ponto inicial do bairro, ele come9a na confiuencia das ruas Nilo

Pe<;anha e Claudio Manoel da Costa. Segue pelas ruas Desembargador Hugo Simas, Santa

Cecilia, Joao Tschannerl, Antonio Costa, Rua 3 do lardim Roma, sem nome, Rio 8arigui,

Ruas Particular Gava, Eugenio Flor, Joao Oava, Joao Eneas de Sa, Nilo Pe~anha, ate 0 ponto

inicial (IPPUC, 2002).

2.2 BAIRRO TABOAO

A origem do nome "Tahoao" e desconhecida ate mesmo pel os mais antigos moradores

do bairro. Alguns acham que foi por causa de uma tromba d'agua que caiu hi, oUlros, que urna

grossa t<ibua teria originado seu nome. 0 bairro Taboao delimita-se com os bairros Abranches

e Pilarzinho e pelo municipio de Alrnirante Tamandarc. Como curiosidade, foi nessa regiao

que ocorreu a abertura do segundo cartario mais antigo de Curitiba, 0 Cartario Distrital de

Sao Casemiro do Taboao que, desde 12 de maio de 1891, vern registralldo a historia da capital

paranaense.

o bairro Taboao conla com uma area, de acordo com 0 censo do IBGE (2000), de

171,50 hectares. Sua populm;ao total c de 2.668 pessoas (2000), possuindo urna taxa de

crescimento (1996/2000) de 3,49%. 0 bairro possui 832 domicilios (2000), com urna media

de 3,21 moradores em cada urn. Este numero e um pouco acima da media da cidade de

Curitiba, que e de 2,93 moradores em cada domicilio.

o ponto inicial do baiITo encolltra-se na Ponte da Rodovia dos Minerios sabre 0 Rio

Barigui. Segue pela Rodovia dos Minerios, rua scm nome, Rua Des. Jose Carlos Ribeiro

Ribas, Rua Particular Gava, Rio Barigui, ate 0 ponto inicial (IPPUC, 2002).

3. AREAS PROTEGlDAS: UNlDADES DE CONSERVA<;:AO

A Constituiyao de 1988 reconhece que e direito de lodos 0 meio ambienle

ccologicamente preservado, utilizado como urn hem comum. Desta maneira, a 39ao que

degrada ou polui 0 meio amhiente deve seT control ada pelo Poder Publico, evitando ou

reparando os danos que possam seT causados.

Dessa maneira, a Constituic;ao dcstacou algumas obriguc;oes ao Poder Publico com 0

intuito de prescrvar 0 meio ambienle, fazendo com estc pratique 390es e promova a adequm;ao

dos uscs de bens ambientais privativo aos interesses de lodos. Uma das obrigayoes previstas ea definiyao de quais espac;os territoriais e quais de seus componentes devem seT protegidos.

Quando 0 Poder Publico individualiza os espa90s it sercm protcgidos, criando urn

Parque, uma Reserva, com area dernarcada ou determinada, corn finalidade propria, esta

sendo criada uma unidade de conservayao. Estas unidades sao uma especializayiio dos espayos

protegidos, possuindo regras proprias de uso e rnanejo. Os Parques foram as prirneiras

unidades de protey3o e conservay30 criadas pelo Direito Brasileiro, podendo ser implantados

peln Uniao, Estados ou Municipios.

Os parques tern a finalidade de preservar 0 ambiente, evitando a degradayao natural e a

intervenyao artificial que possa altern-Io. Ah~m destas finalidades, cabe aos parques a proteyao

da fauna, da flora e das belezas naturais do local em que foi criado.

Par intermedio da Lei nO 9.804, de 03 de janeiro de 2000, a Prefeitura Municipal de

Curitiba - PMC criou 0 Sistema de Unidades de Conservayao, classificando as areas verdes do

municipio:

Areas /10 Municipio de propriedade pI/hUea ou pril'Q(/a, eom earaeterisficaslIafUrais de relevaflle valor ambien/a/ Oll de.,·/inadas 00 mo pl/bUeo, legalmemeim/ifllfdas, com oNelivos e limiles dejini(/os, sob c()lIdi~'(}es especiais deadmil1isfrariio e IIS0. os qllais aplicam-se garanlias de cOlISerl'ar.;iio, prOlet;iio ou

II/jfiza~'iio pi/biica (Prefcitura Municipal de Curitiba, 2002).

3.1 A IMPORTANCIA DOS PARQUIlS URBANOS NO MUNICiPIO DE

CURlTlBA

Fazendo~se urn breve resumo, a respeito das principais atribuiyoes dos parques e

bosques, em urn detenninado munjcipio, destacam~se as seguintes: protcyao de [undos de

vale~ saneamento e controle da vazao dos riDs; restaurayao e preservayao da fauna e da flora;

manutent;ao do equilibrio do c1ima; reduyao da poiuiyao dos cursos d'agua; quebra de

artificialidade e monotonia da cidade; lazer c recreayao em areas equipadas; e preserv3t;aO da

memoria e da cultura.

De acordo com 0 IPPUC (2002), os parques e bosques de Curitiba originam-se da

necessidade de solucionar problemas arnbientais, agravados pelo proccsso de urbanizayao,

tais como: enchentes peri6dicas, poiuiy30 de cursos d'agua, degradayao de areas verdes e

Ocupa90es irregulares em areas de risco.

o precursor dos parques na cidade de Curitiba fbi 0 Passeio Publico, que resolveu na

epoca de sua impiantaQao, 02 de majo de 1886, 0 problema de saneamento da area de

cxtravasamento do Rio Belem. Este parque conta com uma area de 69.285 m2 e, estando

localizado na regiao central de Curitiba, contribui diretamente com a arborizal(ao da cidade

em uma area de intenso movimento de pessoas e de grande tnifego de veiculos.

o segundo parque implantado em Curitiba foi 0 Parque Sao LourenQo, que tinha como

objetivo preservar 0 do fundo de vale do Rio Belem, na zona norte da cidade. Sua

inaugura9ao ocorreu em 1972 pelo enta~ prefeito Jaime Lerner. Hoje, sao vinte e seis parques

e bosques, ou 21 miihoes de metros quadrados de area verde, 52 metros quadrados por

habitante.

Em reial(ao ao equilibrio ambiental, aos parques e bosques curitibanos atribui-se

participa9ao essencial, sendo que os mais importantes sao os parques iineares, que preservam

os rios Barigo.i, Belem, Tguayu e Passauna. Os parques implantados nas areas de abrangencia

dessas bacias foram responsaveis pela contenyao das enchentes, saneamento dos rios e

preservaQao de arcas verdes. A exemp!o, os parques lineares construidos ao longo do Rio

Barigui, evidenciam a preocupayao com a continuidade da politica de preservayao dos rios,

sendo que, a intenyiio da construQao dos parques 8arigui, Tingu! e Tangua em seu percurso e

a de preserva-lo da nascente ate sua foz .. Sao 42 quilometros de extensao, desde a divisa com

o municipio de Almirante Tamandare, ate 0 extremo sui da cidade, onde 0 BarigOi desemboca

no Rio Igua~u.

A criayao de parques em Curitiba tambem serviu para solucionar 0 problema com a

dcvasta~ao ambiental provocada pela minernyao de calcario e granito em areas na regiao norte

da cidade. Parqucs como 0 Tangua, a Universidade Livre do Meio Ambiente e a Pedreira

Paulo Leminsky transformaram anligas areas de explorayao mineral em espayos publicos de

lazer e educ3yao ambiental.

Outras importantes atribuiyoes silo cumpridas pel os parques e bosques de Curitiba. 0

Bosque Alemao, por exemplo, fonna urn conjunto hannonioso que envolve preservayao de

fundo de vale, proteyao da mala nativa, equipamentos de cultura e lazer. Este bosque conta

com urn mirantc e urn caminho aberto em meio as arvores, levando a uma casa de madeira na

qual sao conladas historias infantis. A intenyao somente de preservar a natureza e de se criar

areas de lazer a popuimyao nao condizern com a totalidade dos pareis atuais que podern ser

atribuidos aos parques curitibanos que, como por excmplo, podern traduzir um aurnento da

economia nos locais de implantayao, melhoria da imagem da cidade e urn aumento de

residencias de valor rnais e1evado nas proximidades dos parques, evitando tambern as

invasoes.

o historico de impiantayao dos parques urbanos de Curitiba, de acordo com 0 lPPUC

(2002), constitui-se nas seguintes dalas: 1886 Passeio Publico - 69.286m2; 1972 Parque

Barreirinha - 275.380m2; Parque BarigOi - Bacia do Rio BarigOi - 1.400.000m~~ Parque Silo

Lourenyo - Bacia do Rio Belem - 203.918m2; 1974 Bosque Dr. Martin Lutero (da Boa Vista)-

11.682m2; 1978 Parque Iguayu e 20016gico de Curitiba - Bacia do Rio Iguayu - 8.264.3 16m2;

Bosque Joao Paulo II (do Papa) - Bacia do Rio Belem - 48.000m'; 1981 Bosque do Capao do

Imbuia - 42.417m'; 1986 Bosque Gutierrez - 18.000m'; 1988 Parque Gal. Ibere de Mattos-

Bacacheri- 152.000 m2; 1989 Parque Reinhard Maack -78.000m2~ 1990 Parque das Pedreiras

- 103.500m2; 1991 Parquc Passauna - Bacia do Rio Passauna - 6.500.000m2; Jardim Botanico

- 278.000m'; Bosque do Pilarzinho - 28. 146m'; 1992 Bosque Zaninelli - 36.794m'; 1994

Parque dos Tropeiros - 173.474m2; Parque Diadema - 112.000m2; Parque Caiua - 46.000m2;

Parque Tingui - Bacia do Rio BarigOi - 380.000rn2; Bosque de Portugal - 20.850m2; 1995

Bosque da Fazendinha - 72.851m2; 1996 Bosque Alemao - 40.000m2; I30sque Italiano _

23.540m2 e Parque Tangua - Bacia do Rio Barigui - 235.000m2

3.20 PARQUE TANGUA

Inaugurado em novembro de 1996,0 Parque Tangua. cujo nome significa "Baia das

Conchas" em lingua indigena local, ocupa uma area de 235.000 m~, formando com os Parques

BarigOi e TingOi, urn conjunto que prctende preservar 0 Rio BarigOi, desde a divisa de

Curitiba com Almirante Tamandare ale a BR 277. 0 parque situa-se fla regiao norte da capital

paranaensc, abrangendo parte dos bairros do Pilarzinho c do Taboao.

Localizado em urna regia.o de pedrciras desativadas, 0 Parque Tangua se constitui em

urna das principais atra~oes turisticas de Curitiba (PRANCHA 0 I), possuindo pared5es de

pedras, cascatas c lagos, sendo que urna das atra~5es principais e 0 tuncl com

aproximadamente cinqOcnta metros, escavado em urna de suas paredes rochosas. Unindo 0

lago de urn lado a outro, existe uma passarela de madeira que leva os visitantes ate urn

rnimnte. Dois barcos fazern a travessia do lago passando pelo tunel como as gondolas de

Veneza., de onde foi tirada a inspinu;:ao. 0 parque conta lambem com wn jardim. inaugurado

em 12 dejunho de 1998, reito em homenagem ao artista plastico Poty Lazarotto, falecido no

dia 08 de maio de 1997.

Pode-se dizer que 0 parque em Sl e urn atrativo difereneial, 0 qual traz aos visitantes

imagens de enonne beleza, principalmente para os acostumados a terem como vista diaria

predios e a polui95.0 visual, comuns nas grandes eidades. Alem dos curitibanos e moradores

da regiiio metropolitana, 0 pmque tambem e um grande atmtivo pam muitos turistas que

visitam a cidade de Curitiba.

o referido parque ainda conta com infra-estrutura de lazer como pista de cooper,

ciclovia, lanchonete e dois eSlacionamentos, sendo que seu projeto propoe amplia9ao de sua

lirea para 480.000 m'.

o Parque Tangua possui ainda uma caracteristica interessante: e 0 unico parque "em

dois nlveis" da cidade, isto e, possui uma parte alta (0 alto da pedreira), que pode ser

alcan9ada pela rua Oswaldo Maciel, e uma parte baixa. com aeesso pela rua Dr. Bemben, uma

das travcssas da Rua Domingos Moro - bairro Pilarzinho. Na parte alta ficam a pra9a POly

Lazarotto e 0 mirante, de onde e possive] avistar toda a regiao norte da cidade~ na parte baixa

estao situados 0 lago, 0 tunel artificial eseavado na roeha e 0 ancoradoUfo.

PRANCHA 0 J - 0 Parque Tangua

1'010: Nnni G6is (PMC-SCMS) - 1999

F010: ROI:II!Tio Mnch.1do (I'MC-SCMS) - 1998 Folo: Nnni 06is (I'MC·SCMS)· 1999

Foh.: M~rc" Fcrruci (PMC-SCMS) - 19')8

3.3 PRO.IETO E IMPLANTA(:AO DO PARQUE TANGlJA

Na decada de setenta, em Curitiba, a implantaryao de parques lineares ao longo dos

rios, tinha como principal objetivo a protcyao do sistema natural de drenagem, visando nao 56

solucionar 0 problema das enchentes, como tambem, prcscrvar a vegetac;ao e a fauna da

cidad~. A instalaryuo do Parque Tangmi teve objetivos simiiares, uma vez que tern como

interesse principal a preservac;ao ambiental do curso do rio BangUi, a protec;ao do fundo do

vale e impedir invasoes em arcas de riscos de enchentes. Antes da constrw;:ao do parque,

existia no local uma pedreira desativada, pertencente a familia Gava. 0 motivo pelo qual a

pedreira ceSSOli sell funcionamento e desconhecido, sendo que 0 mais aceito e 0 custo oneroso

da exlrayao. Chcgou a scr cogitada a possibilidade da area scr transformada em um deposito

de lixo, porem a familia Gava acabou doando 0 terreno para a Preteitura Municipal de

Curitiba, que transfonnou a area em parquc. De acordo com SCALISE:

(..) 0 lerrif(jrio, represellfado pela paisagem tal como se mostra e qlle valoriza 0homem, e UI1Irecllrso iiI/ito e, if medida que se descllvolvc, Jazendo-se cada I'ez maisIIrhal/o, /orfla-se mais necessaria pensar nos lIIodos de infer!'ir na sua reciclagem eva/orizaf./iJo. Alguns projetos demol1Stram a possibilidade de infegrar novashabilm;iJes c novas areas Ilirislicas em zonas de hosque, sem danijicar 0 elllOrflO

//Glural. (Scalise, 2001, p. 27)

Entre as intervenr;oes que a autora se rcferc, encontram-se as inLervenyoes

revitalizadoras em areas comerciais degradadas, areas industriais e portmirias abandonadas,

antigas fabricas, usinas, pedreiras, ao longo de cursos d'agua. A intcnyao do projeto do

Parque Tangua, como revitalizador de uma area abandonada as margens do rio Barigui,

refletcm todas as afinnayoes anteriores, tcndo como objetivo nao so a preservayao do refcrido

rio, como tambem, inserir novas habitayoes no local e incentivar 0 turismo.

Para a construyao do Parque Tangua, a Prefeitura Municipal de Curitiba negociou com

as empresas Gava e Cavo os terrenos restantes da qual necessitava. A id6ia inicial da criar;ao

do parque era ocupar inicialmente uma area de 235.000 m2. 0 projeto do parque ainda preY€: a

desapropriayao de outras areas, aumcntando a area total do parque para 450.000 m2

A homologayao da criayao do Parque Tangua ocorreu atraves do decreto municipal

numero 602, destacando em seu artigo segundo a importancia dos parques e bosques para

preservayao do mcio ambiente e conscientizayao da populayao atraves da educayao ambiental,

alem de servirem como areas de recreayao, cultura, esporte e lazer. 0 feferido parque e

adrninistrado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente - SMMA, atraves do

Departamento de Parques e Pral;as - MAPP, localizado na avenida Manoel Ribas, 2727.

No dia 23 de novel1lbro de 1996, a Prefeitura Municipal de Curitiba, entao sob gestao

do prefeilo Rafael Greea, ofieializou a entrega do Parque Tangua para a populayao.

4. MORFOLOGIA URBANA NO ENTORNO DO PARQUE TANGlJA.

A sociedade, em detenninado tempo historico, exerce rnodiftcayoes no espayo em que

vive, definindo novas fOfmas e modificando 0 presente, SANTOS descreve:

o espm;o dew SCI"cOllsiderado como 11mCOlljUI110 de relaqoes realizadas alrol'{!S dejillJ(;8es e de formas que se apre.~'el1tal1lcomo tes/emlll/llo de uma his/oria escrifa porprocessos do passado e do presel1le. /5/0 t!, 0 espm;o se define como um cOl/junlo dejorma.~ represclltalivas de reia(/Jes sociais do passado e do presente e por limareprescillada por relar;iJes sociai!; que estiio acontecendo dianfe do!; /lOSSOS 0/1/05 e

que se lIIollijeslolII alrol'(}s de processos e jilll(;:8es (Santos, 1996, p. 122).

o espayo urbano pode se organizar de fornms diversas de acordo com a a950 que 0

homem exerce sobre ele. A instala~ao de urn hospital, de urna escola, de urna usina eletrica ou

de um parque, pode moditicar 0 espa~o que anteriormente existia no local. SANTOS faz a

seguinte afinna~ao:

(..) aquilo que e criado pela I'ida !Ilia pode ser marfa all imove/. As maneiras deprodllZir mudam as relQ(;iJeselllre a homem e a na/ureza mlldam a dis/ribui£/io do!!obje/os eriados pelo homem para poder produzir e assim reproduzir a slla pnipriaI'ida podem igllalmente I1Il1dar.Basta que uma nom plal1la seja domes/ieada eillcorporadu (I produ('lio para qlle se imponha um nol'O comando sabre 0 tempo eiss() impae ao mesmo /empo localizQ(;i'ies noms, iSl0 C, lima 1101'0 organizQ(;"iiodoe.lpuv·o (Santos, 1996, p. 163).

NOla-se que a modifica~ao das areas no entomo dos parques curitibanos ja vern desde

o ano de 1886, com a instala9ao do primeiro parquc em Curitiba, 0 Passeio Publico, que

passou a servir como op~ao de lazer para a elite curitibana. Este parque desencadeou urn

processo de reurbaniza~ao de suas areas vizinhas, com a construyao de novas ruas, aumento

de infra-estrutura e conseqOente valoriza~ao imobiliaria do local. 0 que antes era uma area

pantanosa e alagadiya, passou a ser procurada pela clite (SEGAWA, 1996).

No local da implanta~ao do Parque Tangua, existia apenas ruas scm pavirnenta~ao,

poucas residcncias, matas de copoeira em todo 0 redor da area e urna pedreira desativada.

Segundo os antigos moradores da area em estudo, a implantw;:ao do referido parque mudou,

na~ s6 0 padrao das residencias, como tambcm aumentou sensivelmente 0 numcro de

moradores no local. 0 Parque Tangua fez com que ocorresse, em seu entomo, uma

valoriza~ao imobiliaria e por conseqij(~ncia, uma mudan~a no perfil da tipologia construtiva.

Em uma reportagem, do jomal Gazeta do Povo, fica evidente a valorizayao da area ao

cntomo do Parque Tangua, demonstrando a mudan~a ocorrida no valor da terra:

Ajamilia Cava do(m cerca de IO() mil metros quadrados de lima area as margem' doRio Barigiji, no Hairro Pilarzinho, que estava deslinada a ser 11mdep6silo de lixo.Hoje, lreS alios depois, a mesma area Jaz parle do Parqlle Tanglla. lim dos maisbe/os da dr/ode. e os terrenos vizini1os, do IOleamento construido pe/a jamflia,tiveram uma I'O/oriza((iio de pelo menos .;O%. (..) Hoje, as areas da regiiio esliioselldo comercializadas a RS f()O,OO 0 melro qlladrado. a direlOr comercial daimobiliaria 2000 OI'alia que. a!em da valorizm;(lo dos terrenos, 0 que aumentolllam/)(Jm }oi a liquidez, a jaci/idade de vender imvveis com um parque do lado(Gazeta do Povo, 02/05/99, p. II).

Atraves das visitas de campo, evidenciou-se inumeras constrw;:5es em andamenlo no

local, assim como, a existencia de varios condominios fechados, de alto paddo, recentemente

construidos. Sao inumeros os sobrados que vern sendo incorporados it paisagem urbana,

contrastando com as antigas residencias. Comparando as anti gas residencias com as novas

constTu~5es, constata-se que 0 padrao das rnoradias esta aurnentando, motivo cstc que sugere

urn aumento de pessoas com maior poder aquisitivo no local (PRANCHAS 02, 03 e 04).

Saint-Clair Cordeiro da Trindade Jr. in CARLOS faz a seguinte coloca~ao:

(..) sendo 0 espa((o a expres.w']()territorializada da sociedade, a maior all menoracesso a arros padroes de CO/1sumose da, em grande parte, pc/a segrega((iio 110espa~o das diven'as classes 011Jra((oes de c/asse. Iss() se ver!fico basicamellte emdecorrellcia da capacidade dijerellcial que coda grupo tem de pagar pe/a residenciaque ocupa, clija caracterislica e de}inida niio s6 pe/o lipo qua/Made como pela/ocaliza((iio (Carlos, 2001, p. 136).

Em rela~ao as ruas da area em estudo, verificou-se que a maioria sc encontram

pavimentadas com lama asfaitica, porem, as duas principais ruas de acesso ao Parque Tangua,

as ruas Domingos Antonio Moro c Dcscmbargador Jose Carlos Ribeiro Ribas, se encontram

esburacadas, possivelmente pelo fato de muitos onibus e caminh5es trafegarcm no local, que

esta proximo a Rodovia dos Minerios. Outro aspecto observado foi que todas as ruas se

encontrarn bern iluminadas e arborizadas.

Antes (constru(j:oes antigas)

PRANCHA 02 - Tipologia cOllstrutiva antes e ap6s a implanta~o do Parque Tangua

Apos (constru~oes reccntcs)

1'010: Fabio l'achcco-2002

Polo: Fabior-~chcoo-2002

---1'010: Filhiol'achcco-2002

,",010:Fabio l'achcco- 2002

PRANCHA 03 - Novas construyoes no entomo do Parque Tangmi

Folo:FAhiol'achN:o-2002

1

FolD:Fabiol'achcco- 2002

FOIO:FlibioPachcco-2002

d Parque Tangua. struidos no entorno 004 - Condomimos con _PRANCHA

~0I0:F'bioPacheco-2002

5. EQUlPAMENTOS URBANOS

o Plano Diretor de Curitiba, desenvolvido a partir do Plano Preliminar de Urbanismo,

de 1965, teve suas diretrizes basicas implantadas na primeira Gestao Lerner (\971-1974).0

principal instrumento de indw;:ao e controle do crescimento da cidade estava no sistema

viario, com as cstruturais, vias linea res de circulalfao que ofereciam transporte coletivo

adcquado. 0 instrumcnto legal para a criacao de areas verdes possibilitou a intervenyao sobre

a localizayao e uso dessas areas, dando-Ihes varias funyoes, t3is como espac;:os de lazer,

reservas de matas nativas, protcy30 de mananciais e de controle de enchentes. Enfim, 0

rcferido plano intToduziu novos cquipamentos uTbanos e pennitiu a criayao de parques

publicos (TR1NDADE, 1997).

Os resultados de todD esse trabalho que vern sendo realizado nos parques de Curitiba

ao longo do tempo, pareccm consolidados com a cfiayao de urna linha de onibus especial (tipo

jardineira), que transfonnou os mais importantes parques da cidade em cOlados pontos

turtstieos. Das vinlc c urna paradas desse roteiro, onzc sao parques. A Linha Turismo circula

de ten;a-feira a domingo e contempia os principais pontos de interesse de Curitiba, entre eles,

o Parque Tangmi. As jardineiras circulam a cada trinta minutos, percorrendo urna distancia

aproximada de 40 km2 em cerea de duas horas.

Em cada ponto, existe urna breve parada para embarque e desembarque de

passageiros. A cartela com 4 (quatro) tiquetes da direito a embarque e tres reembarques. Os

pontos pcrcorridos pelas jardineiras sao: Pra9a Tiradentes, Rua das Flores, Rua 24 horas,

Centro de Conven90es de Curitiba, TeatTo Paiol. Jardim 80tanico, Esta<;:ao Rodoterroviaria,

Passeio Publico c Memorial Arabe, Centro Civico, Bosque Joao Paulo II e Memorial Pol ones,

Bosque Alemao, Universidade Livre do Meio Ambiente, Parque Sao Lourcn<;:o, Opera de

Arame, Parque Tangua, Parque Tingui, Memorial Ucraniano, Portal Italiano, Santa

Felicidade, Parque Bangui, Torre Merces e Setor Historico.

Os horarios que a Linha Turismo possui parada no Parque Tangua sao os seguintes:

10:31,11:01,11:31,12:01,12:31,13:01,13:31, 14:01, 14:31, 15:01, 15:31, 16:01, 16:31,

17:01, 17:31, 18:01, 18:31 e 19:01 (Governo do Estado do Parana, 2002).

A\(~m desta linha, existem tambem outras duas linhas de onibus que servem 0 local:

Nilo Pe<;:anha (Travessa Nestor de Castro - ponto final) e Vila Nori (a partir da Pra<;:a

Tirandentes - centro de Curitiba).

Nota-se que sao varios os estabelecimentos que se instalaram no local apns a

implantacao do parque, entre e\es, varios bares e lanchonetes. Merece destaque a eonstrUl;ao

de dois postos de gasolina presentes na area, que atendem nao s6 os moradores do local, como

os turistas que ali freqi.ientam. Na area em estudo, nao existe nenhuma creche ou escola

municipal, apenas se faz presente uma escola particular - Alegria de Aprender, que atende

criancas com idade inferior ao ingresso no Ensino Fundamental, ou seja, com menos de sete

anos de idade. Na area em estudo, nao ocorre a existeneia de postos de saude para

atendimento da populaeao local.

Em relacao ao policiamento, existem constantes rondas realizadas peJa Guarda

Municipal de Curitiba nos arredores do Parque Tangua, inclusive existindo urn posto

permanente junto ao parque, evitando assirn a aeao de vandalos ou criminosos que possam

agir no local. Desta maneira, nao s6 os turistas, como os pr6prios moradores, sentem-se mais

seguros ao trafegarem peJa regiao (PRANCHA 05).

PRANCHA 05 - Equipamentos urbanos no entorno do Parque Tangua

Foto; F!lbioPachcco-2002

Linha Turismo - Jardincira

Onibus Nilo P~al1ha

Escola Alegria de Aprender

Posto da Guarda Municipal de Curitiba

6. PERCEPC;:AO DA POPULAC;:AO DA AREA EM ESTUDO

A importancia de se realizar urn estudo sobre a percep9ao da populayao, em algum

determinado espayO, e ressaltada por SANTOS:

(..) a geograjia da percepr;iio e do comportamento e lima do.\"novas tendellcias dalIos.m disciplina. Ela deve muito a contrihui{:iio da psico!ogia e da psicologia social.ajimdomel1lo desla abordagem !'em do jato de que cada individuo {em /Jf1IO mOl/eira

espedjica de apreender 0 espo((o, mas fumbern de 0 avaliar (Santos, 1996, p. 67).

Para avaliar a percep9ao dos moradores do entomo do Parque Tangua, realizou-se a

aplic3yao de urn questiomlrio, em anexo, junto a trinta e oito pessoas, nas datas de

30108/2002, 31/0812002 e 06/0912002. As ruas, onde foram entrevistados os moradores, se

enconlram situadas dentro da area em estudo no entomo do Parque Tangmi, e sao as

seguintes: Oswaldo Maciel, Cecilia Mikosz, Eleonora Branco Garcia, Des. Jose Carlos

Ribeiro Ribas, Prod6cirno Lago, Lory Lunardon e Veronica Mickosz Bodzinski, estas

situadas no bairro Taboao. No bairro Pilarzinho, as ruas foram: Agostinho Grubba, Lucia Filla

Pampuche, Francisco Pilatti, Eugenio Flor, Domingos Antonio Moro, Gildo Arcari, Bernardo

Bennan, Margarida de Conto Gava e Dr. Bemben.

Em relayao a escolaridade dos entrevistados, em primeiro lugar ficou a de Ensino

Medio cornpleto, com 36,84% das pessoas entrevistadas. Merece destaque tambern as pessoas

corn 0 Ensino fundamental e Curso Superior completo, com urn total 15,79%. Nenhurna

pessoa se disse analfabeta.

QUADRO 01 - ESCOLARIDADE:

ESCOLARIOADE RESPOSTAS %

Analfabeto

Ensino Fundamental incompleto

0.00

10,53

Ensino Medio completo 14

Ensino Fundamental completo

Ensino Medio incomplcto

Superior incomplcto

Superior completo

15.79

13,16

36,84

7.89

15.79

38TOTAL

Fonte. Fab10 Pacheco - PesqUlsa reahzada nos dl3s 30/08/02, 31/08/02 e 06/09/02

100

A pergunta seguinte, foi 0 tempo de moradia das pessoas no entomo do Parque

Tanguu, sendo que a mais representativa roi 0 tempo de menos de 5 anos, com 44,74% dos

moradores. Em segundo lugar ficou as pessoas que residem no local a mais de 10 anos, com

34,21 dos entrevistados.

QUADRD 02 - TEMPO DE MORADIA NO ENTORNO DO PARQUE TANGUA:

TEMPO DE MORADIA RESPOSTAS %

Menos de 5 anos 17 44,74

Entre 5 c 10 rolOS 8 21,05

Mais de 10 anos 13 34,21

TOTAL 38 100, ,Fonte. Fl.lbloPacheco - PesqUlsa realtzada nos dlas -,0IOS/02, -,1IOS/02 e 06109/02

Em reJayao a pergunta de onde as pessoas moravam antes de viver no entomo do

Parque Tanguu, a maioria respondeu que vivia no mesmo bairro, considerando-se as pessoas

que ja. moravam no local antes da implantayao do parque, com 52,63% dos entrevistados. A

res posta das pessoas que moravam em outro bairro antes de habitar 0 local chegou a 36,84%

dos moradores. Apenas quatro entrevistados afinnaram ter vindo de Dutra Cidade ou de outro

Estado para 0 seu atual local de moradia.

QUADRO 03 - ONDE YOCE MORAYA ANTES DE HABITAR 0 ENTORNO DO PARQUE

TANGUA:

ONDE YOCE MORAYA

14 36,84

RESPOSTAS %

;vlesmo BaitTo 20 52,63

Outro BaitTo

Outra Cidadc 7,90

Outro ESlado 2,63

TOTAL 38 100

Fonte. Fabio Pacheco PcsqUisa rea.1lzada nos dil.IS 30/0S/02, 31/08/02 e 06109102

A proxima pergunta roi referenle a melhoria causada na vida das pessoas e de suas

familias decorrentes da instalayi'io do Parque Tangmi. Urn total de 73,68% dos entrevistados

apontaram que a instala9i'io do rerendo parque trouxe melhorias para eles e para suas familias.

QUADRO 04 - A INSTALA<;:Ao DO PARQUE TANGUA CONTRlBUIU PARA A MELHORlA

DE SUA VIDA E DE SUA FAMiLIA:

CONTRlBUI<;:Ao PARA RESPOSTAS %

MELHORIA DE VIDA

Sim 28 73,68

N50 10 26,32

TOTAL 38 100, ,Fonte. Fabio Pacheco I csqUlsa reahzada nos dms 30/08/02, oJ 1/08102 e 06/09/02

Em relm;ao a questao qual a(s) melhoria(s) que 0 Parque Tangua trouxe para 0

entrevistado e sua familia, foram respondidas pelas 28 pessoas que responderam "sirn" na

questao anterior. As mais apontadas foram as seguintes: seguran93 e residir proximo it uma

area verde preservada. com 26 indic390CS cada uma~ maior estrutura, como escolas, bares,

lanchonetes, entre ~Uiros, ficou com 24 indic3lfOeS; a existencia de infra-estrutura basica

(agua, luz, esgoto, pavimenta9ao) teve 22 indic390CS. A resposta do sistema de transporte

coletivo teve 20 indica90es e a tranqo.ilidade obteve 14 indicayoes.

Com relayao a tranqUilidade, os moradores entrevistados relataram que aos finais de

selllana os ruidos sonoros sao intensos, principalmente os oriundos dos carros (milsicas) e

cmitidos pelos pr6prios frequentadores do parquc. Outras respostas apontadas pel os

moradores foram 0 ar puro do local, 0 lazer. a beleza estetica, 0 turismo. aleITI de outras razoes

pessoais.

MELHORIA

QUADRO 05 - A INSTALA<;:Ao DO I'ARQUE TANGUA CONTRIBUIU PARA QUAL

MELHORIA:

%

Seguram;a

Maior estrutura

RESPOSTAS

26

24

92,86

85,71

Infra~estrutura basica

Transporte colClivo

Proximidade de area verde

20

22

26

52,63

78,57

92,86

TOTAL

Tranquilidade

Outta

14

10

28

36,84

26,32

100

Fonte. FabIO Pacheco - PcsqUisa realtzada nos dlas 30/08/02, 31/08/02 e 06/09/02

o proximo aspecto abordado junto aos moradores e a frequencia com que visitavam 0

Parque Tangml, e obteve-se os seguintes resultados: mais de uma vez por semana ficou com

34,21% dos entrevistados e uma vez por scm ana com 31,58%. Uma curiosidade e a de que

nenhum dos moradores entrevistados aftrmou ir ao Parque Tangua diariamentc. Os moradores

que afinnaram nao frequenlar 0 Parque Tangua chegou a 18,42%.

QUADRO 06 - COM QUE FREQOENCIA vocE VAl AO PARQUE TANGUA:

38

FREQUENCIA RESPUSTAS

18,42

Todos as dias 0,00

Mais de uma vez par semana 13 34,21

12 31,58Uma vez par semana

Ullla vez a cada quinze dias 5,26

Ullla vez par mes 10,53

Nao frcqucnta

TOTAL

Fontc. Fabio Pacheco - Pcsquisa reahzada nos dms 30/08/02, 31/08/02 c 06/09/02

A ultima questao abordada foi 0 sentirnento que os entrevistados tern ao visualizar

e/ou frcquentar 0 Parque Tangmi. A grande maioria dos entrevistados, com 78,95%,

consideram positivo (prazeroso) 0 fato de visualizar e de se freqUentar 0 Parque Tangua.

QUADRO 07 - SENTIMENTO EM RELA(:AO A VISUALlZA(:AO E/OU VISITA AO PARQUE

TANGUA:

SENTlMENTO RESPOSTAS %

Positivo - prnzcr 30 78,95

Indifercn~a 18,42

Negativo - aversao 2,63

TOTAL 38 100

Fontc. Fabio Pacheco - PcsqUlsa reallzada nos dlas 30/08102, 31/08/02 e 06/09/02

Fazcndo-se a inter-relayao dos dados, nota-se que urn total de 88,24% dos moradores,

que residem a menos de cinco anos no cntomo do Parque Tangua, afinnaram que seu

senti mento, quando visualiza e/ou frequenta 0 parque, e positivo.

%

100

QUADRO 08 - SENT1MENTO EM RELA<;Ao A V1SUALlZA<;Ao ElOU V1S1TA AO PARQUE

TANGUA DOS MORADORES DO ENTORNO COM TEMPO DE MORAD1A INFERIOR A

CINCOANOS:

SENT1MENTO RESPOSTAS %

Positivo - prazcr 15 88,24

Indiferentya 11,76

Negativo - aversao 0,00

TOTAL 17 100

Fonte. Fabio Pacheco - Pesqutsa reailzada nos dlas 30/08/02, 31/08/02 e 06/09/02

Fazendo-se urn breve resumo dos dados obtidos na aplicay80 do questiomirio,

verificou-se que a maioria dos moradores entrevistados afinnaram que 0 Parque Tangua

trouxe melhorias para 0 local onde foi criado, principal mente no aspecto do aumento da

seguran9a, da existencia de urna area verde protegida proxima das residencias e do aumento

da estrutura no enlome do parquc. Das trinta e cito pessoas entrevistadas, !rinta sentem urn

scnlimento positivD quando visualizam c/ou freqUentam 0 Parque Tangmi, concluindo-se que

a pcrcepyao dos moradorcs, em sua maioria, e favoravel ao parque. Outro aspecto observado

roi 0 de que dos dezessete moradorcs, com tempo de moradia no entomo do parquc inferior acinco anos, quinze responderam possuir urn sentirnento positivo ao visualizar e/ou frequentar

o Parque Tangua, chegando a quase 90% (88,24%) do total dos noves moradores.

7. CONCLUsAo

A instalayao do Parque Tangua teve urn efeito renovador oa morfologia urbana em sell

enlomo e inseriu novos equipamentos urbanos no locaL Obscrva-se na fuca do enlomo do

parque varios condominics e sobrados recem construidos, inclusive muitos deles estando it

venda. Nota-se evidenle a modificayao de padrao das anti gas residencias com parada as novas,

que possucm urna tipologia construtiva diferente, sendo as novas constrw;oes de padrao

superior as antigas.

Os cquipamentos urbanos inseridos pelo Poder Publico no entome do Parque Tangua

foram a Linha Turismo e urn posto pennanente da Guarda Municipal de Curitiba junto ao

parque. Nao foram inseridos oa area postas de saude e escolas publicas, que scriam beneficos

para a popula~o residente no local.

Nota-se que 0 prop6sito da implantac;ao de parques urbanos com intuito somente de se

prcservar os rios, a natureza e 0 controJe de invasoes em areas de risco, nao condizem com a

totalidade que pode ser atribuido aos parques. Os parques urbanos tam bern servem de

marketing para as cidades, e tornam 0 cntorno de onde foram criados, urn espac;o destinado apessoas de maior poder aquisitivo. Estes espac;os passam a ser alvo de especulac;ao

irnobiliaria, que elevam 0 prec;o dos terrenos e das moradias destes locais, utilizando-se do

slogan "vcnha residir proximo a uma area verde" Mas sornente as pessoas de maior

condic;oes tinanceira tern a oportunidade de residir no local, em detrimento as pessoas menos

favorecidas.

OUlro aspecto importante observado foi 0 de que os antigos moradores do local

liveram suas residencias valorizadas e de acordo com a pesquisa realizada atraves da

aplicac;ao de urn questiomirio, a maioria atinnou que a instalac;ao do Parque Tangmi melhorou

as condic;:oes de suas vidas c de suas farnilias.

A implantac;ao de parques urbanos em regioes perifericas sao beneficas para os antigos

moradores, porem impedem que novos moradores de poder aquisitivo baixo residam nestes

locais, dando esta oportunidade somenle a elite.

REFERENCIAS BffiLIOGRAFICAS:

CARLOS, Ana Fani Alessandri. Ensaios de Geografia Contemporanca Milton Santos:

Obra Rcvisitada. Sao Paulo: Editora da Universidade de Sao Paulo: Hucitec: imprensa

Oficial do Estado, 200 I.

CORREA, Roberto Lobato. 0 Espal;o Urbano. 4a edi~ao, Silo Paulo: Editora Aliea, 1999.

Enciclopedia Microsoft Encarta. "Curitiba, capital ecologica.": 2001

GAZETA DO pOVO. Ediyiio de 02/05/99.

GOVERNO DO EST ADO DO PARANA. Disponivel em http://www.prgov.br acesso em

22.07.02.

INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA. Disponivel

em hUp://www.ippuc.org.br. acesso em 22.07.02, 23.07.02 c 24.07.02.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITfBA. Disponivel em http://www.curitiba.prgov.br.

acesso em 06.08.02 e 07.08.02.

SANTOS, Milton. Espa~o e Metodo, 3' edi~ao, Sao Paulo: Nobel, 1992.

______ ..POI' uma Gcografia Nova. 4~1ediyao, Sao Paulo: Editora Hucitec, 1996.

SCALISE, W. 0 ESIJ3't-O Livre Publico como Instrumento de Construl;ao c Qualific31;30

d~l Paisagcm Urbana. Revista Assentamenlos Humanos, Marilia, v3, n.l, p. 25-32, 2001.

SEGA WA, Hugo. Ao :Imor ao I)ublico: jardins no Brasil. Sao Paulo: Studio

NobeIlFAPESP, 1996.

TRfNDADE, M. C. Cidade hornem natureza. VOla histori.t das politicas ambientais de

Curitiba. Curitiba: Univcrsidadc Livre do Meio Ambiente, 1997.

WONS, laroslaw. Gcografia do Parana. 611 edicrao, Curitiba: Editora Ensino Renovado, 1994.

ANEXO

ENTREVISTA COM OS MORADORES

I. ESCOLARlDADE:

) Analfabeto

) 1° grau incompleto

) 10 grau completo

) 2° grau incompleto

) 2° grau completo

) Superior incompleto

) Superior completo

2. TEMPO DE MORADIA NO ENTORNO DO PARQUE TANGUA:

) Menos de 5 ruloS

( )Entre5clOanos

( ) Mais de 10 anos

3. ONllE VOCE MORAVA ANTES DE VlVER AQUI?

) Mcsmo Bairro

( ) QUlro Bain'o

) Outra Cidade

( ) Qulro Estado

4. A INSTALACAO DO PARQUE TANGUA CONTRIBUIU PARA A MELHORIA DE SUA

VIDA E DE SUA FAMiLIA?

( ) Sirn ( ) Nao

S.SE A RESPOSTA FOI SIM, QUAL A(S) MELHORIA(S)?

) Scguram;:a

) Maior cslmtura, como escolas, bares, lanchonetes, entre oulros estabelecimentos

) Sistema de transportc coletivo

) Exislcncia de infra-cstrutura basica, como agua, iuz, csgolo c pavimclltayuO

) Rcsidir proximo il uma area verde preservada

) Tranqiiilidade

)Outra: _

6. COM QUE FREQOENCIA VOCE VAl AO PARQUE?

) Todos as dias

) Mais de uma vcz por scmana

) Um vez poT semana

) Uma vez a cada Quinze dias

) Ullla vcz por Illes

) Nao rreqiienta

7.0 SEU SENTIMENTO QUANDO VOCE VISUALIZA E/OU FREQUENTA 0 PARQUE

E:) Posirivo - Prazer

) llidilerell~a

( ) Negativo - Avcrsao