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FABIANO CARLOS DO NASCIMENTO AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO COM O PESO CORPORAL E A PROPENSÃO ÁS DESORDENS ALIMENTARES EM ATLETAS DE GINÁSTICA RÍTMICA DE ELITE Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do Título de Mestre Profissional em Fisiologia do Exercício São Paulo 2008

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FABIANO CARLOS DO NASCIMENTO

AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO COM O PESO CORPORAL E A PROPENSÃOÁS DESORDENS ALIMENTARES EM ATLETAS DE GINÁSTICA RÍTMICA DE

ELITE

Tese apresentada à UniversidadeFederal de São Paulo – EscolaPaulista de Medicina, paraobtenção do Título de MestreProfissional em Fisiologia doExercício

São Paulo2008

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FABIANO CARLOS DO NASCIMENTO

AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO COM O PESO CORPORA L E A PROPENSÃOÁS DESORDENS ALIMENTARES EM ATLETAS DE GINÁSTICA RÍTMICA DE

ELITE

Tese apresentada à UniversidadeFederal de São Paulo – EscolaPaulista de Medicina, para obtençãodo Título de Mestre Profissional peloPrograma de em Fisiologia doExercício.

Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos daSilva.Co-Orientadores: Prof. Dr. FernandoRoberto de Oliveira e Profa. Ms. Dorade Castro Agulhon Segura.

São Paulo2008

iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINAMESTRADO PROFISSIONAL EM FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

Chefe do Departamento: Prof. Dr. Sérgio Luiz Domingues Cravo

Coordenador do Curso de Pós-graduação: Profa. Dra. Helena BoncianiNader.

Coordenador do Programa de Mestrado Profissional em Fisiologia doExercício: Dr. Antonio Carlos da Silva .

iv

FABIANO CARLOS DO NASCIMENTO

Presidente da Banca: Prof. Dr. Antonio Carlos da Silva

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dra. Telma Aparecida Costa

Prof. Dr. João Fernando Laurito Gagliardi

Prof. Dra. Marília Andrade Papa

Prof. Dr. Jorge Perrout de Lima

v

Dedicatótria

Dedico este trabalho a minha

família e aos meus pais Odair e

Glaci Nascimento e em especial a

minha esposa Dora e sempre

companheira e meus filhos João

Antonio e Isadora pelo apoio,

compreensão, paciência, confiança

e principalmente pela oportunidade

de estar aqui completando mais

uma etapa de minha vida.

vi

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus

por essa oportunidade e a minha

esposa que foi a primeira a sonhar

com este momento, que muitas

vezes abdicou de seus sonhos

para realizar os meus e também

participou como co-orientadora.

Aos meus filhos, João Antonio e

Isadora que apesar de serem

pequenos me incentivaram da

maneira deles.

Ao meu orientador, Dr. Antonio

Carlos da Silva e meu Co-

Orientador, Dr. Fernando R. De

Oliveira, pela dedicação, leitura

atenta e orientação segura que me

permitiram chegar finalmente ao

termino deste trabalho.

Enfim... A todos aqueles que

contribuíram de forma direta ou

indireta à realização deste

trabalho, de maneira particular

expresso minha gratidão.

vii

Sumário

Dedicatória........................................................................................

Agradecimentos................................................................................

Lista de abreviaturas ........................................................................

Resumo.............................................................................................

1 INTRODUÇÃO...............................................................................

1.1 Objetivos.....................................................................................

1.1.1 Objetivo Geral..........................................................................

1.1.2 Objetivo Específico..................................................................

1.2 Justificativa ................................................................................

1.2.1 Hipóteses.................................................................................

1.2.2 Delimitação..............................................................................

1.2.3 Limitações................................................................................

2 REVISÃO DE LITERATURA..........................................................

3 MÉTODOS.....................................................................................

4 RESULTADOS.................... ...........................................................

5 DISCUSSÃO..................................................................................

6 CONCLUSÕES..............................................................................

7 ANEXOS .......................................................................................

8 REFERÊNCIAS.............................................................................

Abstract

v

vi

viii

ix

1

3

3

3

3

4

4

4

6

12

15

23

29

30

34

40

viii

Lista de abreviaturas e símbolos

GR: Ginástica Rítmica.

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMC: Índice de Massa Corporal

PR: Paraná

TCA: Transtorno de Comportamento Alimentar

TCAP: Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica

UNIPAR: Universidade Paranaense

ix

Resumo

Na ginástica rítmica preconiza-se que ginastas sejam mais leves e mais

magras do que outras meninas da mesma idade, sendo que esta busca pelo

perfil atlético adequado pode resultar em danos sérios para a saúde. A estreita

relação entre imagem corporal e desempenho físico faz com que essas

adolescentes sejam um grupo particularmente vulnerável a instalação de

desordens alimentares, tendo em vista a ênfase dada ao controle de peso.

Objetivo: Analisar a satisfação com o peso corporal em atletas da ginástica

rítmica e a real necessidade dessa preocupação. Metodologia: Foram

avaliadas 12 atletas de elite e 12 escolares com idade entre 13 e 15 ano s,

todas com menarca. Foram realizadas medidas antropométricas (massa

corporal, estatura e índice de massa corporal) e do consumo energético

através do recordatório alimentar de 3 dias. Adicionalmente foi aplicado um

questionário fechado sobre a satisfação com o peso atual. Resultados:

Mostraram valores de massa corporal, bem como o IMC das ginastas abaixo

dos referidos na literatura, a ingestão calórica valores abaixo dos preconizadospela RDA e o nível de satisfação corporal de 41,6 %. Conclusão: Foram

apresentados valores reduzidos, abaixo dos recomendados e a busca para a

redução de peso alertaram que a problemática com relação à imagem corporal

e seus possíveis distúrbios poderiam ser evitados, através de uma boa

orientação profissional, prevenindo patologias, seqüelas emocionais e até

mesmo um baixo rendimento esportivo.

1 INTRODUÇÃO

A Ginástica Rítmica (GR) é uma modalidade essencialmente

feminina, que requer um alto nível de desenvolvimento da harmonia entre o belo e o

virtuoso, objetivando a perfeição técnica de execução de movimentos complexos com

o corpo e com os aparelhos (Laffranchi, 2001).

A GR é uma modalidade esportiva de alta dificuldade técnica, em

que o alto nível de desempenho é comumente alcançado em idade muito jovem, de

maneira que pressupõe a necessidade do início do treinamento tão cedo quanto

possível (Miyashiro, 2003).

Trata-se de uma modalidade em que são manifestadas, em

conjunto, as possibilidades estéticas da atleta. Na sua prática, são utilizados os

seguintes aparelhos: bola, corda, arco, fita, um par de massas e as mãos livres,

através dos quais são obtidas harmoniosas combinações, várias formas de trajetória e

ritmo, com dificuldades técnicas ilimitáveis (Vieira, 1982). O acompanhamento musical,

juntamente com os elementos corporais e dos aparelhos, completa a tríade

fundamental da modalidade, sendo que os aspectos estéticos da atleta influenciam o

desempenho neste esporte (Takada; Lourenço, 2004).

Este esporte é praticado apenas por mulheres em nível de

competição e geralmente, os treinamentos iniciam-se em média dos 6 anos de idade.

Nessa idade, as crianças possuem um potencial desenvolvimentista para estar no

estágio amadurecido da maior parte das habilidades motoras fundamentais. A

introdução de aparelhos deve ser feita de forma lúdica para que a criança vá se

adaptando às características de cada um. Sendo que a partir dos 15anos a atleta deve

estar pronta e no auge de sua performance desportiva (Martins; Ladewig, 2004).

Devido a GR ser um esporte que requer elegância, leveza, agilidade

e movimentos delicados, preconiza-se que as atletas sejam mais leves e mais magras

do que outras meninas da mesma idade (Vilardi et al., 2001). Assim, as atletas

desenvolvem o anseio do corpo perfeito, com tendência a submete rem-se a dietas

rigorosas e, muitas vezes, inapropriadas, além de treinarem por várias horas todos os

dias.

É um esporte cuja avaliação é realizada através da percepção pelos

árbitros da imagem que a ginasta demonstra na quadra, através da execução dos

2

movimentos (Takada; Lourenço, 2004). Assim, mesmo não estando explícito no

Código de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica, um fator que

intrinsecamente é avaliado é a estética da atleta. Desse modo, um bom desempenho

também pode ser influenciado pelo nível de massa corporal da competidora.

Em todo grupo das ginásticas existe um risco aumentado de

desenvolvimento de anorexia nervosa e atlética e bulimia nervosa (Sundgot, 1994),

aumentado, atualmente nas adolescentes em geral. O aumento da pressão cultural

para as formas magras tem induzido muitas jovens, já com peso normal ou baixo, a

desejarem perdê-lo. Cerca de dois terços das adolescentes relatam insatisfação com

seu peso corporal (Moore, 1993).

O modelo de beleza imposto pela sociedade atual corresponde a um

corpo magro sem, contudo, considerar aspectos relacionados com a saúde e as

diferentes constituições físicas da população. Esses padrões distorcidos de beleza

acarretam um número cada vez maior de adolescentes que se submetem a dietas para

controle do peso corporal, ao excesso de exercícios físicos e uso indiscriminado de

laxantes, diuréticos e drogas anorexígenas (Oliveira et al., 2003).

Deste modo, é gerada a necessidade de coadunar o seu corpo com

o ideal cultural, uma vez que existe uma insatisfação com a imagem e o peso corporal.

Assim, são freqüentemente adaptados comportamentos patológicos de controlo de

peso, tais como, a ingestão alimentar reduzida, o exercício excessivo, o vômito auto-

induzido e a utilização de laxantes e/ou diuréticos (Harris; Greco, 1990).

O meio científico tem apresentado um crescente interesse orientado

para as desordens de foro alimentar em atletas. Vários estudos apontam que as

atletas são mais susceptíveis a sofrer de desordens alimentares do que adolescentes

não atletas (Sundgot-Borgen, 1994), na medida em que o desporto consiste numa

subcultura que possivelmente amplifica as pressões socioculturais para a magreza

(Striegle-Moore et al., 1986). Isto porque, as atletas, nomeadamente as ginastas, na

qualidade de membros da nossa sociedade, também estão expostas às pressões

sociais para alcançar o chamado corpo ideal (Johnson, 1994).

Apesar de a ciência atual demonstrar este interesse pela satisfação

com o peso corporal e a complexa etiologia das desordens alimentares em atletas,

pouco ainda se sabe acerca do assunto (Rudd; Grandjean, 1996). No Brasil,

particularmente, há poucos estudos sobre o tema com atletas de elite.

3

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Verificar a relação entre a satisfação com o peso corporal e a

propensão para as desordens alimentares em jovens atletas de ginástica rítmica.

1.1.2. Objetivos Específicos

a) Investigar a satisfação com o peso corporal em jovens praticantes

de ginástica rítmica;

b) Analisar a relação entre o índice de massa corporal e a satisfação

com o peso corporal;

c) Investigar a percepção do peso das praticantes de ginástica

rítmica e relacioná-la com a satisfação do peso corporal;

d) Investigar a propensão para as desordens alimentares em jovens

praticantes de ginástica rítmica.

1.2 Justificativa

Muito se fala na atualidade sobre as desordens alimentares

acometendo adolescentes, entretanto, é mais comum o assunto estar voltado para

profissões como modelos e jóqueis. Porém, o grande número de adolescentes

ginastas que se submetem a dietas inapropriadas e rigorosas, além de treinamento

físico exacerbado, está norteando pesquisadores a realizarem estudos objetivando o

quanto estes aspectos influenciam na saúde geral do corpo de forma imediata,

comprometendo inclusive o desempenho desportivo, e em longo prazo, através de

estudos longitudinais, comprometendo a estrutura corpórea em idades em que a atleta

nem mesmo será praticante do esporte atual, desenvolvendo seqüelas crônicas

importantes e irreversíveis

Afinal, as atletas de GR consistem numa subcultura que amplifica as

pressões socioculturais para a magreza. Também nomeadas como ginastas, na

qualidade de membros da nossa sociedade na fase da adolescência , estão expostas

às exigências da modalidade para alcançar o chamado corpo ideal e obter a melhor

4

performance em treinos e principalmente em competições em níveis nacionais e

internacionais.

Desta forma, o estudo voltado para a avaliação da satisfação do

peso corporal com a propensão a desordens alimentares em adolescentes atletas de

elite de GR se faz de fundamental importância, sendo indiscutível a necessidade de

alertar este grupo sobre os cuidados necessários e reais com o próprio corpo com a

finalidade de evitar sérias desordens alimentares que se não diagnosticadas e

resolvidas acabarão por comprometer o bom rendimento da atleta e sua saúde futura.

1.2.1 Hipóteses:

a) As atletas de GR do grupo de elite dão excessiva ênfase a seu

peso corporal com o objetivo de melhorar seu desempenho nos treinamentos e

competições.

b) O IMC é uma referencia para estabelecer o estado de saúde e a

satisfação de peso corporal para as atletas de GR de elite é um critério primordial,

pessoal e também um critério para avaliação dos juízes nas competições.

c) As atletas dão como referencia apenas a satisfação corporal não

tendo percepção dos possíveis problemas que podem levar a dietas rigorosas sem

auxilio profissional.

d) As atletas de GR de elite não têm conhecimento mais

aprofundado sobre possíveis desordens alimentares por motivo de satisfação corporal

podendo levar a varias patologias.

1.2.2 Delimitação:

Foram avaliadas atletas de elite de Ginástica Rítmica (GR),

paranaenses, com idade de 13 e 15 anos, maturadas, e escolares de mesma idade

como grupo controle. Além de medidas antropométricas, foram aplicados questionários

com itens sobre a satisfação com o peso corporal.

1.2.3 Limitações:

- O emprego de um recordatório alimentar para analisar o consumo

energético, o que pode levar a possíveis erros de respostas das adolescentes;

5

- Aspectos subjetivos nas respostas sobre a satisfação com o peso

atual.

6

2 REVISÃO DA LITERATURA

O nível técnico da Ginástica Rítmica tem evoluído

significativamente, graças à seriedade do trabalho realizado pelas técnicas brasileiras,

e apoio recebido de técnicos e coreógrafos provenientes de países onde a GR é mais

desenvolvida, principalmente da Europa. Aos poucos a modalidade vem se

popularizando em nosso país, o número de praticantes cresce a cada ano, locais

oferecidos para a sua prática têm aumentado e tem melhorado bastante o nível dos

profissionais especializados, cujo número é ainda relativamente pequeno. Porém,

mesmo com os bons resultados conquistados em competições internacionais, ainda

são encontradas muitas dificuldades para um maior desenvolvimento este esporte no

Brasil (Lanaro Filho; Böhme, 2001).

As autoras do livro intitulado “Escola de campeãs: ginástica rítmica

desportiva” (Róbeva; Rankélova, 1991), fazem referência à Bulgária, país que deteve a

hegemonia da GR por muitos anos em razão da grande capacidade das suas técnicas.

Estas consideram três estágios distintos para o período compreendido da iniciação das

ginastas até a obtenção do alto nível de desempenho, que pode ser considerado como

a detecção, a seleção e a promoção dos talentos para a GR. O primeiro deve ser

realizado fundamentado em testes nos quais é importante observar o desenvolvimento

muscular, pernas longas, a expressão e a flexibilidade. O segundo estágio deve ser

realizado em razão da conduta nas primeiras competições, da plasticidade, da

concepção estética, da assimilação dos conteúdos propostos e de testes que permitam

verificar graus de flexibilidade e força. O terceiro estágio avalia os fatores qualitativos

a partir da capacidade de enfrentar novas situações.

Especificamente no caso da GR, por tratar-se de uma modalidade

esportiva relativamente jovem, ainda são poucos os estudos realizados que

apresentam dados relativos às suas características, sejam elas morfológicas,

metabólicas, motoras ou psicológicas (Lanaro Filho; Böhme, 2001).

As atletas de elite da Ginástica Rítmica costumam estar submetidas

a um alto nível de estresse, provenientes da pressão para manter um baixo peso

corporal para a obtenção de bons resultados e também da necessidade de se atingir

metas, através do maior número de exercícios técnicos corretos no decorrer dos

treinamentos (Takada; Lourenç o, 2004).

7

As ginastas de competição são selecionadas, de acordo com

determinadas características corporais (ombros baixos e estreitos, abdome e pélvis

estreitos, coluna reta e membros inferiores mais longos do que os membros

superiores), e submetidas a planos alimentares especiais, de forma a evitar qualquer

aumento de peso. Considerando que o peso corporal influencia substancialmente a

resistência e os índices de força, as ginastas revelam-se “elegantes”, uma vez que

retratam figuras longilíneas e de reduzido peso corporal (Weimann et al., 2000).

Segundo Vilardi et al. (2001), atletas do sexo feminino, que praticam

esportes que exigem um peso corporal baixo como as ginásticas, possuem tipicamente

uma dieta hipocalórica e um intenso gasto energético durante o treinamento físico e no

próprio evento competitivo.

Manter o peso ou diminuí-lo passa a ser extremamente importante

para as atletas que desejam continuar praticando o esporte e estas, muitas vezes, não

atentam para possíveis efeitos colaterais que podem surgir na busca do peso

desejado, efeitos que podem resultar em falhas no crescimento, atraso na puberdade,

esgotamento das reservas de glicogênio e fadiga (Mcmurray; Anderson, 1996).

Segundo Duarte (1993), o peso tende a aumentar após a menarca,

devido ao crescimento e desenvolvimento geral do corpo e, principalmente, devido ao

aumento nos depósitos de gordura, em função da maior atuação do estrogênio e da

progesterona. A insatisfação com o peso corporal em atletas da Ginástica Rítmica

pode surgir neste período, já que o esporte exige das atletas um nível de peso muito

reduzido, comparado com jovens não atletas (Laffranchi, 2001).

Para atingir o alto nível de performance exigido pelas regras do

Código de Pontuação, é necessário que as atletas se dediquem v ários anos ao

esporte, o que implica um começo na atividade com pouca idade, na GR não há idade

para encerrar a carreira desde que a atleta se encontre em condições reais de

treinamento e competição (Takada; Lourenço , 2004).

Róbeva e Rankélova (1991) e Llobet (1998) preconizam que a idade

mais conveniente para a inserção na GR é entre 6 e 8 anos, em razão da capacidade

de compreensão para a aprendizagem dos movimentos específicos da modalidade,

cuja complexidade é relativamente alta.

Os números de fatores ambientais que intervêm no processo de

crescimento é muito variado e não há dúvidas de que um dos mais importantes é a

nutrição, ainda mais quando o assunto envolve treinamento físico (Saito, 1992). O

8

conhecimento da importância dos hábitos de saúde e da prática de atividade física

bem direcionada também é imprescindível para a manutenção da saúde (Moretto,

1990).

Assumir o novo corpo de adulto, durante a adolescência e se

identificar com ele nas novas funções é, antes de tudo, admitir a perda do corpo

infantil, esta perda ocorreria simultaneamente à posse de nova identidade corporal.

Onde os adolescentes passam por mudanças importantes que os levam ao

amadurecimento bio-psicosocial, ainda mais quando essas mudanças sofrem

influência de uma prática exaustiva de atividade física (Sinkkonen et al., 1998).

Para Neumark-sztainer et al. (1999), o processo de aquisição de

uma identidade própria passando da fase de dependência para independência e o

relacionamento grupal fora de casa pode trazer alterações importantes na alimentação

de adolescentes, ainda, a imagem corporal exerce grande influência sobre os hábitos

de saúde. Braggion et al. (2000) corroboram que durante a adolescência a

preocupação com o porte físico e a aparência corporal é um dos problemas mais

importantes.

A imagem corporal tem sido descrita como a capacidade de

representação mental do próprio corpo pertinente a cada indivíduo, sendo que esta

imagem envolve aspectos relacionados à estrutura (como peso e altura), bem como à

aparência de forma geral, entre vários outros componentes psicológicos e físicos da

imagem corporal (Viviani et al., 1997).

Segundo Benedikt et al. (1998), a aprovação e aceitação por parte

dos pais e amigos, dos seus hábitos dietéticos e de seleção de alimentos, têm muita

importância para os adolescentes. A influência é tamanha que, mesmo sendo esta

uma etapa onde a demanda de nutrientes está aumentada, eles consideram que os

bons hábitos alimentares não são uma prioridade, apesar dos benefícios a curto e em

longo prazo (Pavon et al., 1992).

Nos últimos anos, o meio científico tem apresentado um crescente

interesse orientado para as desordens de foro alimentar em adolescentes, sobretudo

em atletas, por despenderem maior energia. Desse modo, vários estudos defendem

que as atletas são mais susceptíveis a sofrer de desordens alimentares que as não

atletas (Sundgot, 1994), na medida em que a modalidade consiste numa subcultura

que possivelmente amplifica as pressões socioculturais para a magreza ( Striegle-

Moore et al., 1986).

9

Tais atitud es por essa busca da magreza podem desencadear

comportamentos nomeados como transtornos do comportamento alimentar (TCAs),

que compreendem a anorexia e a bulimia nervosa, e os chamados transtornos

alimentares não específicos entre os quais se ressalta o transtorno de compulsão

alimentar periódica (TCAP) (Cordás; Castilho, 1994).

Esses transtornos possuem causas múltiplas, que incluem fatores

genéticos, ambientais e comportamentais. As pessoas acometidas por anorexia

nervosa e bulimia nervosa apresentam, em comum, preocupação excessiva com peso

e dieta, além de insatisfação e distorção de sua imagem corporal, onde são resistentes

ao tratamento (Oliveira et al., 2003).

A anorexia nervosa é caracterizada por grande restrição alimentar

auto-imposta a fim de obter perda exagerada de peso. A busca da magreza é orientada

por comportamentos que incluem a redução de alguns alimentos e ou a utilização de

métodos de purgação auto-induzidos, ou ainda, a prática compulsiva de atividades

físicas. Como sintomas mais comuns, os pacientes apresentam manutenção do peso

corporal inferior a 85% do que é considerado adequado para estatura e a idade, medo

mórbido de engordar, alteração na percepção da imagem corporal, distúrbios mentais,

desmineralização óssea, perda de massa muscular e gordura corporal, irregularidades

digestivas, arritmias cardíacas, desidratação, intolerância ao frio, cabelos finos e fracos,

entre outros (Katch; Mcardle, 1996).

A bulimia nervosa apresenta como principal característica episódios

de ingestão alimentar incontrolável, seguidos por algum tipo de purgação. Nessa

doença observa-se a prática de consumir uma quantidade de alimento muito superior a

que seria ingerida pela maioria das pessoas em um período de tempo em ocasiões

semelhantes, acompanhado de sensação de perda de controle. Essa sensação leva a

condutas extremas, como a provocação de vômito, o uso abusivo de laxantes e ou

diuréticos, prática excessiva de atividade física, além de dietas extremas ou jejuns,

objetivando evitar as possíveis conseqüências do alimento que foi consumido em

excesso. Como principais efeitos dessas práticas observam-se a perda de fluidos e

eletrólitos durante a purgação (desidratação), desequilíbrio ácido/básico, desequilíbrio

eletrolítico, arritmias cardíacas, diminuição na concentração de potássio sérico

(principal cátion responsável pela contração muscular), distúrbios gastrintestinais,

aumento da glândula parótida, erosão e perda de esmalte dentário (Vilardi et al., 2001).

10

É o temor doentio ao acúmulo de gordura corporal que distingue o

bulímico de qualquer pessoa que possa comer de forma exagerada. Sendo diferente do

anoréxico, cuja magreza extrema põe em evidência a existência de um problema, o

bulímico possui peso normal ou leve sobrepeso. Estima-se que a bulimia nervosa na

população feminina, em adolescentes e jovens adultas, fica entre 1 a 4% por ser uma

doença que se mantém oculta durante anos (Morandé; Carreira, 1998).

Para Rigotti et al. (1984), a significativa restrição energética e a

conseqüente perda de peso em curto espaço de tempo produzem diminuição na taxa

metabólica basal, além de prejuízos das funções músculo-esquelético, cardiovascular,

endócrina, termorregulatória e dificuldade de atenção e concentração.

Entre os sintomas psicológicos, embora não se tenha um papel

definido, para Oliveira et al. (2003), o indivíduo freqüentemente apresenta ansiedade,

depressão, baixa estima, irritabilidade, intolerância à frustração, humor lábil, que

trazem diversas conseqüências à vida social, efetiva e profissional. Ainda , o ambiente

esportivo pode ser um meio ampliador de pressões socioculturais motivadas pelo ideal

de corpo magro.

Em atletas, embora a prevalência de anorexia nervosa e bulimia

nervosa ainda não sejam suficientemente conhecidas, sobretudo no Brasil, pesqui sas

realizadas demonstraram freqüência aumentada (de 15 a 62%), sobretudo em certas

modalidades desportivas, como as ginásticas (Rudd; Grandjean, 1996).

A estreita relação entre imagem corporal e desempenho físico faz

com que as atletas sejam um grupo particularmente vulnerável a instalação desses

transtornos, como anorexia nervosa e bulimia nervosa, tendo em vista a ênfase dada

ao controle de peso (Rosen; Hough, 1998). Estudos recentes citam a influência

exercida pelos treinadores, patrocinadores e familiares, por meio de seus comentários

relativos ao peso e a forma das atletas, fazendo instalação de comportamentos

alimentares anormais (Cobb et al., 2003).

E ainda, dietas restritivas em idade precoce, e sem a supervisão de

um profissional pode desencadear problemas sérios, causando danos importantes à

saúde e ao desempenho atlético (Mclean et al., 2001).

West (1998), analisando 42 atletas de ginástica, verificou que a

maioria (62%) estava usando práticas alimentares inadequadas. A prática de restrição

alimentar que já não é recomendada a jovens não atletas, é prejudicial às atletas, pois

pode levar a um déficit calórico prolongado e ao desequilíbrio eletrolítico, que tem como

11

conseqüência a desnutrição e o comprometimento do desempenho físico (Loucks et al.,

1989; Oliveira et al., 2003).

Segundo Safran et al. (2002), a coexistência de TCA, amenorréia e a

osteoporose caracterizam a tríade da mulher atleta. Onde os desenvolvimentos de

padrões alimentares anormais podem levar a disfunção menstrual, que leva a

osteoporose sendo necessário um controle dessas alterações. Cada componente

dessa tríade pode interferir no desempenho físico e, ainda, causar morbidade ou

mesmo mortalidade (Oliveira et al., 2003).

A população de modo geral, e em especial atletas e seus

treinadores, precisam ser esclarecidos quanto aos componentes de risco que

precedem a instalação de desordens alimentares, para que possam ser diagnosticadas

precocemente e combatidas, impedindo assim, a instalação de quadros graves de TCA

(Oliveira et al., 2003; Short, 1996).

Para Kopp-Woodroffe et al. (1999), o risco para o desenvolvimento

de distúrbios alimentares é maior se a restrição alimentar não for supervisionada por

um profissional experiente. O perigo destas dietas é que normalmente as necessidades

energéticas não são alcançadas, estando aumentadas pelo treinamento físico e, em se

tratando de atletas adolescentes, as necessidades de nutrientes são ainda maiores.

12

3 MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa descritiva podendo ser caracterizado

como sendo Ex Post Facto a qual foi avaliada a satisfação com o peso corporal e a

propensão às desordens alimentares em atletas de ginástica rítmica de elite.

A avaliação e coleta de dados foram realizadas no mês de novembro

de 2007, na cidade de Toledo -Paraná, em uma Clínica Fisioterápica Universitária em

dia previamente marcado. Em ambos os grupos, foi esclarecido o objetivo do estudo e

o caráter voluntário e anônimo do questionário.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

Envolvendo Seres Humanos da UNIPAR e todos os participantes da avaliação

assinaram termo de consentimento livre e esclarecido.

A amostra constou com 24 jovens, subdivididas em dois grupos:

Grupo 1 - Doze atletas de elite, com nível para competições

nacionais e internacionais, da modalidade Ginástica Rítmica (GR), sendo algumas

destas estão na Seleção Brasileira de GR Infantil e Adulta e todas fazem parte da

Seleção Paranaense de GR, como titulares ou suplentes, com idade de 13 e 15 anos

(14,45 ± 0,88 anos). Essas atletas iniciaram a prática esportiva da GR entre os 6 e 8

anos de idade, e desde então, seguem disciplinadamente a rotina de treinamentos,

tendo um período de treinamento diário no período, na cidade de Toledo -Paraná e que

já obtiveram menarca. Todas as atletas referiram nunca ter praticado outro desporto,

porém, em 2 dias/semana durante 2 horas as adolescentes no período do treino fazem

aula de ballet. A rotina dos treinamentos era cumprida por 5 horas/dia durante 6

dias/semana, composta por exercícios de alongamento, fortalecimento, equilíbrio,

coordenação e repetições das séries para competições;

Grupo 2 - Doze escolares do sexo feminino (grupo controle) da

mesma faixa etária (14,25 ± 0,97 anos) (grupo 2), de uma escola particular confecional

da mesma cidade, estas foram selecionadas de acordo com os seguintes critérios de

inclusão: presença da menarca, média de idade próxima a das atletas, aparentemente

não obesas e que não praticavam nenhuma atividade física extra-escolar e sendo

como critério de exclusão: ausência de menarca, idade abaixo de 13 anos e acima de

15 anos, que tenham perfil aparente de obesidade e que pratiquem alguma atividade

física extra-escolar. A análise sócio-econômica das atletas de GR e das Escolares

13

mostrou que 30,5% da amostra pertenciam à classe B; enquanto 69,5% à classe C,

segundo classificação da Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado

(ABIPEME, 2004)

Ambos os grupos tinham menarca estabelecida, sendo que a idade

média de aquisição para as atletas foi de 13,08 ± 0,97 anos. Enquanto, que para as

escolares foi de 12,67± 0,97 anos. As atletas e escolares apresentavam menstruação

mensal.

Nenhuma atleta referiu fazer uso de suplementos de vitaminas,

complemento alimentar ou algum medicamento durante o período do estudo.

Foram utilizados os seguintes procedimentos para a avaliação

antropométrica (Petroski, 1999):

-Massa corporal (kg): através de uma balança elétrica marca Filizola,

a qual as adolescentes deveriam estar com o mínimo de roupa possível.

-Estatura (cm): através de um estadiômetro da marca Lange, onde

as atletas deveriam manter posição ereta e olhar no horizonte.

-Índice de massa corporal: através da fórmula de QUETELET (peso.

estatura-²).

Adicionalmente foi aplicado um questionário sobre a satisfação com

o peso corporal para os 2 grupos. O mesmo foi composto por questões com respostas

fechadas, com perguntas sobre: idade, presença de menarca, satisfação com o peso

atual, realização de dietas, indicação das mesmas, acompanhamento profissional e

resultados adquiridos (Anexo 01).

Para verificar o consumo energético recorreu-se a um recordatório

alimentar aplicado em 3 dias/semana, sendo 2 dias úteis e 1 de final de semana,

dividido em 5 refeições: café da manhã, lanche da manhã (tudo o que foi ingerido entre

o café e o almoço), almoço, lanche da tarde (tudo o que foi ingerido entre o almoço e o

jantar) e jantar (inclusive o que foi ingerido pós-jantar) (Anexo 02). Esse método de

avaliação dietética é o mais utilizado para calcular a ingestão energética, tanto

quantitativamente quanto qualitativamente, de uma pessoa ou população. Para

aplicação do método, o indivíduo deveria anotar todos os alimentos ingeridos em um

determinado tempo, com sua respectiva quantidade. Os alimentos ingeridos foram

descritos em medidas caseiras e posteriormente convertidos para gramas e mililitros

(Pinheiro et al., 1998).

14

Para o cálculo da quantidade calórica ingerida foi utilizado o

Programa de Apoio à Nutrição (Nutwin) do Departamento de Informática da

Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Os dados foram tratados com procedimentos de estatística descritiva

e inferencial. Assim, foram calculadas as médias, desvios padrão e percentagens.

Recorreu-se ao Teste Qüi -quadrado para independência – nível 5% de significância

(95% de confiabilidade), 1 grau de liberdade (2 linhas -1) x (2 colunas -1) = 2-1 x 2-1 =

1 GL, para comparar ver o grau e associação entre as variáveis com a satisfação

corporal e para comparar o número de satisfeitos e não satisfeitos com o peso corporal

nos dois grupos.

Foi empregado o teste de Kolmogorov-Smirnov para a verificação da

normalidade dos dados. O grau de associação entra as variáveis em escala razão foi

verificada através da correlação simples de Pearson Outras comparações forma feitas

através do teste de Qui-quadrado.

15

4 RESULTADOS

Como critério de comparação foi utilizado um grupo controle de 12

escolares do sexo feminino, com idade aproximada (14,25 ± 0,97) (grupo 2).

A idade média de menarca para as atletas foi de 13,08 ± 0,7 anos.

Enquanto que, para as escolares, foi de 12,67 ± 0,8 anos. As atletas e escolares

apresentavam menstruação mensal.

Nenhuma atleta ou escolar referiu fazer uso de suplementos de

vitaminas, complemento alimentar ou algum medicamento durante o período do estudo.

A variável alvo deste estudo, a satisfação com o peso corporal,

obtido através de um questionário fechado apresentou uma satisfação

significativamente maior do grupo 2 quando comparado ao grupo 1. Das 12 avaliadas

do grupo 2, das escolares, 8 (66,6%) relataram estar satisfeitas com o pes o atual,

contudo, o grupo 1, das atletas, somente 5 (41,6%) adolescentes relataram satisfação.

As 4 escolares (grupo2) que se pronunciaram insatisfeitas com o

peso, 3 (75%) já fizeram uso de dietas, porém, não acompanhadas ou sequer

indicadas por profissionais (médico endocrinologista ou nutricionista). Já das 7 atletas

insatisfeitas (grupo 1), todas já buscaram a redução de peso por meio de dietas ;

destas, somente 3 (42,8%) tiveram acompanhamento de um profissional da nutrição,

as outras 4 (57,1%) buscaram dietas descritas por meio eletrônico (internet) e a

difundiram entre si ou simplesmente deixaram de se alimentar adequadamente,

restringindo-se de comer principalmente massas e açucares. Todas as adolescentes

deste estudo referiram nunca ter utilizado medicamentos para a redução de peso.

Quando a pergunta foi se as adolescentes alcançaram suas metas

através das dietas escolhidas, do grupo 2 nenhuma demonstrou contentamento com os

resultados, não conseguindo reduzir peso com a medida adotada. Já o grupo 1, 4

atletas (75%) alcançou a redução do peso até o objetivo estipulado, dado interessante

é que destas 4 atletas, 3 eram as que recebiam acompanhamento profissional.

Na analise da satisfação do peso correlacionada ao IMC, nota -se

que as atletas e escolares que possuíam menor IMC foram as que relataram

satisfação.

16

Quadro 1 - Desvios padrões do grupo 1 e grupo 2.

Grupo

Variável Atletas de GR Escolares

Estatura (cm) 154,25 ± 5,7 161,41 ± 5,8

Peso (kg) 37,94 ± 5,1 47,86 ± 5,4

IMC (Kg/.m-2) 16 ± 1,1 18,33 ± 1,2

Ingestão calórica (Kcal) 1447,75 ± 426,6 1703,83 ± 430

Neste quadro os desvios-padrão estão numa faixa que indicam que,

exceto na ingestão calórica, os grupos de coleta são homogêneos.

1 – Distribuição da amostra – Praticantes de Ginástica Rítmica e Escolares.

A distribuição segundo o gráfico ficou de forma bem clara sendo a

presença de 2 grupos um de atletas de GR e o segundo grupo sendo o grupo controle

de Escolares, sendo que cada grupo é composto de 12 integrantes.

17

2 - Satisfação com o peso corporal em jovens praticantes de Ginástica Rítmica -

Praticantes de Ginástica Rítmica x Escolares .

Para o gráfico 2 que tem a relação entre satisfação do peso corporal

de atletas de GR e Escolares foi verificado que num total de uma amostra de um n=24,

46% da amostra não esta satisfeita com seu peso corporal num total de 11 integrantes

e 54% ou seja 13 participantes estão satisfeitos com seu peso corporal.

Estatística: Satisfação com o peso corporal - Praticante GR x

Escolares

Teste Qüi -quadrado para independência – nível 5% de significância

(95% de confiabilidade), 1 grau de liberdade (2 linhas -1) x (2 colunas -1) = 2-1 x 2-1 =

1 GL.

Valor de P = 0,2191 – Não há relação significativa entre ser ou não

do grupo da GRD com a satisfação pessoal.

18

3- Relação com a satisfação com o peso corporal - Praticantes de ginástica

rítmica

Segundo o gráfico 42% das atletas de GR, ou seja, 5 atletas estão

satisfeitas com o peso corporal e 58% delas num grupo de 12 ou seja 7 a tletas não

apresentaram satisfação com o peso corporal. Sendo assim a maioria das atletas de

GR não estão satisfeitas com o seu peso corporal.

4- Distribuição dos índices de IMC – Praticantes de GR

19

Teste Qüi -quadrado para independência – nível 5% de significância

(95% de confiabilidade), 2 grau de liberdade (3 linhas -1) x (2 colunas -1) = 3-1 x 2-1 =

2 GL.

Valor de P = 0,0145. – Há relação significativa entre o IMC e a

satisfação da percepção do peso do grupo da GRD.

Suposições para este teste:

Segundo o gráfico 4 apresenta que na faixa de 14 e 15% de IMC

34% das atletas de GR de elite estão abaixo do esperado segundo a OMS, sendo a

porcentagem desejada segundo o órgão é de 24%.

Sendo 58% das atletas de GR apresentaram um IMC de 16 a 17%

sendo caracterizado abaixo do esperado pela mesma organização.

Apresentando um IMC de 18% ou mais em torno de 8% das atletas

de GR de elite esta próxima a normalidade aceita pelo OMS sendo um padrão normal

de 24% de IMC.

5 - Correlação Ingestão Calórica / IMC

_____ = Linear (Ingestão calórica) ◊ = Atletas de GR

Segundo OMS uma ingestão calórica diária recomendada seria em

torno de 2000 Kcal, necessitando ser aumentada dependendo do gasto energético.

O gráfico 5 relata que apenas 2 atletas de GR consomem na média

de 2000 a 2500 Kcal. Dez atletas de GR estão tendo uma ingestão abaixo do

20

recomendado pela OMS ou seja estão sujeitas a apresentarem algum distúrbios

alimentares.

Pelo cálculo do R (coeficiente de correlação de Pearson), não houve

correlação significativa entre as variáveis.

6 - Associação entre Ingestão e Satisfação Corporal

4

1

2

6

5

2

3

1

Atletas Escolares Atletas Escolares

Satisfeitos Não satisfeitos

GRÁFICO 4 - Satisfação de atletas e escolares em função daingestão calórica

0 |--- 1500 Kcal

1500 |--- 3000Kcal

Pelo teste do qüi-quadrado, com 1 grau de liberdade, não houve

diferença estatística significativa (p=0,1727) entre o grupo de atletas e o grupo de

escolares quanto a satisfação, quando divididos em grupos que co nsomem até

1500kcal e de 1500 a 3000 kcal. Na tabela aparece que a proporção é contrária, sendo

que o numero insuficiente de amostras teve maior peso neste caso. O qüi-quadrado é

um teste mais conhecido e menos exato, e exige que pelo menos 20% dos valores

sejam maiores que 5. Extrapolando as análises, verificou-se, através do teste de

Fisher é mais exato, apesar de que ele também respondeu com um valor p=0.1026, o

que indica igualdade.

21

7- Distribuição da idade de Menarca de atletas e escolares

Foi utilizado o Teste t não pareado, 5% de significância, variâncias

iguais testado pelo teste de F, Normalidade na distribuição de Gauss verificada pelo

método de Kolmogorov and Smirnov.

Tendo como resultado que não há di ferença estatística (p = 0.1735,

ao nível de 5% de significância, com 22 graus de liberdade, entre a idade de menarca

média das atletas (13,1 ± 0,7 anos) e dos escolares (12,7 ± 0,8 anos)

8- Distribuição da ingestão calórica de atletas e escolares

22

Foi utilizado para este, o Teste t não paread o, 5% de significância,

variâncias iguais testado pelo teste de F, Normalidade na distribuição de Gauss

verificada pelo método de Kolmogorov and Smirnov.

Não apresentando diferença estatística (p = 0,2402, ao nível de 5%

de significância, com 22 graus de liberdade, entre a média de ingestão calórica das

atletas (1447,8 ± 426,6 kcal) e dos escolares (1703,8 ± 598,5 kcal) .

9- Distribuição de IMC de atletas e escolares

Foi realizado o Teste t não pareado, 5% de significância, variâncias

iguais testado pelo teste de F, Normalidade na distribuição de Gauss verificada pelo

método de Kolmogorov and Smirnov.

Nesta analise houve diferença estatística (p < 0.0001, ao nível de

5% de significância, com 22 graus de liberdade, entre a média do IMC das atletas (16,0

± 1,1) e dos escolares (18,3 ± 1,2).

23

5 DISCUSSÃO

Para Guedes e Guedes (2000), a principal medida de crescimento

somático é a peso (massa) corporal. Diferente das demais medidas antropométricas,

as dimensões do peso corporal são resultantes da participação do crescimento e de

diferentes tipos de tecido. Entretanto, para se obter informações mais precisas quanto

ao crescimento somático de adolescentes em relação à massa corporal, os valores do

peso corporal devem vir acompanhados de outras medidas. Os índices c orporais mais

comumente envolvidos em estudo deste tipo são os que procuram relacionar o peso

corporal com a estatura. Em razão das facilidades em seus cálculos, o índice de

Quetelet vem sendo o recurso mais utilizado, sendo esta a razão para o seu emprego

no presente estudo.

Apesar de vários estudiosos terem preconizado inúmeras

seqüências de medidas antropométricas, na tentativa de traduzir o crescimento de

crianças e adolescentes, Tanner (1962) aponta a estatura e o peso corporal como os

principais referenciais e também os mais utilizados.

Quanto aos valores de massa corporal e IMC que as atletas e

estudantes deste estudo apresentaram, pode-se constatar que em ambos os grupos os

índices estavam bastante reduzidos, sendo que as ginastas apresentaram valores

ainda menores. Possivelmente, isto se deve não somente à pressão exercida sobre o

componente alimentar, mas principalmente pelo treinamento imposto e pelo perfil

atlético exigido nesta modalidade. Guedes e Guedes (2000) encontraram valores

compatíveis aos das escolares, nas duas variáveis, em uma população de

adolescentes estudantes com a mesma idade da cidade de Londrina – PR.

Ainda, de acordo com pesquisas realizadas nos anos de 2002 e

2003, em todo território brasileiro, foi possível constatar que as adolescentes com

média de idade de 14 anos, possuíam valores de massa corporal diferentes

numericamente, porém não estatisticamente, nas diferentes regiões. Enquanto que os

menores valores foram expressos na região nordeste com peso estimado em 47,0 kg,

os maiores valores foram verificados nas regiões sudeste e sul, com 50,2 kg (IBGE,

2004). Os valores também se diferenciaram quanto ao rendimento monetário e não -

monetário mensal familiar, adolescentes com rendas abaixo de 0,5 salários mínimos

apresentaram peso médio de 46,3kg, já com renda entre 2-5 salários mínimos,

24

rendimento equivalente ao estudo em questão apresentou 52,2kg. Isto levou à

compreensão de que as escolares deste estudo apresentaram valores semelhantes,

porém, as ginastas apresentaram valores bem inferiores, em uma estimativa média de

10 kg abaixo do esperado da Organização Mundial de Saúde.

Tanchev et al. (2000) descrevem que as ginastas apresentam um

peso em média 10 kg abaixo dos valores considerados normais. Takada e Lourenço

(2004) observaram que geralmente as ginastas com melhor desempenho apresentam

as seguintes características: baixo peso corporal, quadril estreito, flexibilidade geral,

início no esporte com pouca idade (cerca de 6 anos), adoção de uma restrição da

ingestão calórica e treinamento de aproximadamente 25 horas por semana. Isto

mesmo entre as atletas pré-púberes. Braggion et al. (2000) também encontraram em

adolescentes estudantes dados considerados normais, a idade avaliada foi de 14 a 17

anos, a massa corporal média foi de 57,2kg e de estatura 163,9cm.

A avaliação da estatura demonstrou valores considerados normais

tanto no grupo de escolares quanto no grupo das atletas. Embora as atletas

apresentassem uma média numérica de estatura inferior, estatisticamente os valores

foram iguais. Valores estes, também encontrados na Pesquisa do IBGE (2004), onde

adolescentes com rendimento familiar de 0,5 salários mínimos demonstraram estatura

média de 154,2cm e com rendimento entre 2-5 salários 159,3cm.

O estudo de Braggion et al. (2000) analisou o consumo alimentar, o

nível de atividade física e a percepção da aparência corporal em 28 adolescentes do

sexo feminino com idade média de 16 anos. Através de uma auto -avaliação da imagem

corporal, verificou-se que as meninas que se enquadraram no perfil autonomeado por

gordas apresentaram valores maiores, porém não significantes de peso, estatura e IMC

e valores significantemente mais altos de adiposidade que os demais grupos

enquadrados como peso normal e magras. O consumo de energia foi menor no grupo

classificado por gordas em relação aos demais e no grupo normal em relação ao grupo

magra. Outro fator da ingestão do grupo “gorda” é o resultado apresentado na auto -

avaliação do peso corporal, que pode estar interferindo na redução da ingestão

alimentar das adolescentes objetivando controlar o peso considerado alto.

Richards et al. (1990) também detectaram uma relação

inversamente proporcional entre peso e satisfação corporal; meninas que

apresentaram peso acima do normal encontraram-se mais insatisfeitas e vice-versa.

Tal achado confirma o encontrado por Fowler (1989), em sua pesquisa com meninas

25

entre 13 e 17 anos de idade, associando estado nutricional, que detectou correlação

estatisticamente significante entre imagem corporal e peso corporal concluindo que a

percepção da imagem corporal está relacionada ao peso corporal. Trabalhos estes,

que corroboram com os achados nas atletas da GR, bem como nas estudantes

participantes deste estudo, que caracterizam que as adolescentes que possuíam maior

peso e IMC, tinham uma pior imagem corporal, bem como a satisfação.

Benedikt et al. (1998) encontraram uma porcentagem de 60,7% das

adolescentes de sua amostra insatisfeitas com a imagem corporal e engajadas em

atitudes para redução de peso (dieta principalmente, mas também exercício) sendo que

apenas 13,6% estavam realmente com excesso de peso. Valores superiores aos deste

estudo que encontrou 58,3% ginastas insatisfeitas as quais todas estavam envolvidas

com dietas para redução de peso. Dados menores, porém, não menos preocupantes,

pois neste estudo não foi detectada nenhuma adolescente com excesso de peso e

necessidade de submissão à restrição alimentar.

Nesse sentido, um estudo feito com 442 adolescentes de escola

secundária de 14 a 18 anos, constatou que mais de um quarto das adolescentes já

tinham feito dieta aos 12 anos de idade como forma de controlar o peso ( Moreno;

Thelen, 1995).

Braggion et al. (2000) descrevem que a maioria das adolescentes do

seu estudo que se achavam gordas (83,3 %) comentou já ter feito algum tipo de dieta

para emagrecer, o mesmo não ocorreu com os demais grupos. Analisando a amostra

como um todo, observou-se que 32 % das adolescentes comentaram já ter feito dieta

para emagrecer, o que reforçaria a hipótese de que a percepção da aparência corporal

pode influenciar o consumo alimentar.

O mesmo fato pode ser verificado no presente estudo, das 7 atletas

que se dispuseram insatisfeitas com o peso, todas buscaram redução através de

dietas, as quais nem sempre acompanhadas por profissionais. Essa constatação é de

suma importância para alertar a população que principalmente a fase da adolescência,

que é marcada por profundas mudanças corpóreas, necessita de informações

concretas sobre essa relação do peso com a auto-avaliação da imagem e conseqüente

satisfação, além de priorizar o acompanhamento profissional.

No estudo de Petroski et al. (1999) também houve uma grande

parcela da população alvo apresentando insatisfação corporal. Participaram da amostra

1070 adolescentes escolares, destas 48,2% referiram insatisfação. O maior motivo

26

desta foi que 74,2% das adolescentes julgavam-se com sobrepeso e gostariam de

perdê-lo.

Moore (1993) analisando a satisfação com a massa corporal de

adolescentes destaca valores ainda mais alarmantes no início da metade dos anos 60,

70-80% das adolescentes queriam perder peso. Este nível de insatisfação com a

massa corporal permaneceu inalterado durante duas décadas tanto nos Estados

Unidos quanto na Europa. O estudo ressaltou que 53-69% das meninas adolescentes

com massa corporal normal, em dois estudos europeus e um americano, gostariam

ainda de perder peso.

O período da puberdade é considerado crítico em relação à

insatisfação corporal. Isso, em parte, é devido ao fato de que nessa idade há uma

maior percepção por parte do adolescente em relação às influencias errôneas

provenientes de pais, amigos e mídia sobre questões relacionadas ao corpo (Mccabe;

Ricciardelli, 2005; Bearman et al., 2006).

A adolescência é caracterizada por significante crescimento e

maturação, ocorrendo modificações únicas durante este período da vida e, portanto,

aumento das necessidades nutricionais. Como atletas adolescentes apresentam

necessidades energéticas diferentes das atletas adultas deve-se dar mais atenção não

só à adequação energética, mas também à recomendação protéica e à ingestão de

fluídos antes, durante e após o exercício (Thompson, 1998).

É comum encontrar atletas com um baixo consumo energético frente

às demandas necessárias à prática desportiva. Além disso, suas dietas normalmente

encontra-se em desequilíbrio com relação aos macronutrientes, o que implicaria em

ingestão precária de vitaminas e minerais (Vilardi et al., 2001).

Braggion et al. (2000) encontraram ingestão calórica abaixo das

2200 Kcal/dia preconizadas segundo RDA em 1989 em 28 adolescentes do sexo

feminino, através do recordatório alimentar para analise da ingestão calórica, bem

como na metodologia deste estudo. Verificou-se um consumo médio de 1716,1

kcal/dia. O grupo que se visualizava acima do peso foi o que consumiu menos calorias

(1565,2kcal/dia).

Este estudo também encontrou valores de ingestão calórica baixos,

na média de 1447,75 kcal/dia para as atletas e 1703,83 kcal/dia para as estudantes,

valores numericamente diferentes, porém, estatisticamente iguais.

27

Levantamentos entre adolescentes praticantes de GR também

demonstraram consumo energético abaixo dos recomendados, cerca de 1674,8

kcal/dia (Segura, 2002).

No trabalho de Rosaneli e Donin (2007) através de uma analise do

perfil alimentar de 13 atletas do sexo feminino com idade entre 13 e 17 anos,

praticantes de basquetebol, foram obtidos resultados nada satisfatórios. A avaliação foi

adquirida através dos mesmos procedimentos deste estudo e encontraram uma média

de consumo de 1398,63Kcal/dia, atingindo apenas 63,19% da recomendação pela

RDA.

French et al. (1994), em estudo com 1494 escolares adolescentes

reportaram ingesta baixa em calorias, inadequada para o gasto energético, e uma

grande proporção de meninas que se envolviam com dietas para perda de peso apesar

do índice de massa corporal ter se apresentado normal.

Torna -se importante ressaltar que a avaliação da ingestão calórica

não é uma variável tão simples de ser avaliada em atletas as quais praticam

modalidades esportivas que cultuam um corpo mais longilíneo. Os métodos utilizados

dependem de uma descrição verdadeira dos alimentos ingeridos, fato este que nem

sempre acontece. Segura (2002) descreve que por medo das cobranças impostas pelo

esporte, principalmente norteadas pelos treinadores, atletas omitem o que realmente

ingerem.

Ainda padrões impostos influenciam negativamente o consumo

alimentar, as adolescentes para se manterem dentro dos padrões exigidos chegam a

não fazer refeições importantes como o café da manhã ou o jantar, acarretando ba ixo

consumo de energia e inadequadas proporções entre os nutrientes, ações estas que

teriam grande relação com o peso e aparência corporal, assim como maior freqüência

de dietas e desordens alimentares (French et al., 1994).

Atletas jovens devem ser orientados sobre a importância da

adequação nutricional para melhora da saúde e do desempenho físico. Muitas são

influenciadas por informações erradas, fornecidas por treinadores, familiares, amigos e

alguns meios de comunicação. Para melhora do desempenho físico, as atletas devem

diminuir a percentagem de gordura corporal e, conseqüentemente, aumentar a massa

magra, através de alimentação equilibrada e do aumento da atividade física. Deve -se

demonstrar às atletas, treinadores e familiares o valor de uma nutrição adequada e

seus benefícios (Almeida; Soares, 2003; Thompson, 1998).

28

Segundo Braggion et al. (2000), essa preocupação com o porte

físico e a aparência corporal durante a adolescência é um dos problemas mais

importantes. Sendo que o que está influenciando cada vez mais os adolescentes

atualmente é a forte tendência social e cultural de considerar a magreza com uma

situação ideal de aceitação e êxito (Parham, 1999).

Para Zucker (1985), esportes que preconizam o baixo peso corporal

e supervalorizam a estética, utilizando-a como critério para obtenção de bons

resultados em competições como, por exemplo, nas ginásticas, têm sido indicadas para

pesquisas, como as de maior incidência de transtornos do comportamento alimentar

(TCA) e de comportamentos considerados precursores desses transtornos.

O desenvolvimento dos TCA pode ter início quando a adolescente

se mostra insatisfeita com a auto-imagem, ainda mais quando essa avaliação não

condiz exatamente com a real constatação da massa corporal. Essa busca

desenfreada por emagrecimento e dietas inapropriadas, como os resultados

observados neste estudo é o que mais assusta os pesquisadores. É notório nos

centros de treinamento que as ginastas têm que apresentar um corpo atlético,

tornando-o muito importante na demonstração de um peso corporal atrativo, embora

essas adolescentes não tenham qualquer gordura em excesso de acordo com os

padrões da natureza (Jastrjembskaia; Titov, 1999; Grigg , 1996).

Almeida e Soares (2003) descrevem a importância de uma

orientação nutricional individualizada para corrigir e se possível prevenir os desajustes

alimentares que ocorrem em períodos de intenso desenvolvimento da atividade física,

pois, principalmente, nestes momentos, as atletas apresentam gasto energético

elevado pelo treinamento a que estão sendo submetidas, períodos estes antecedentes

à campeonatos importantes.

A influência que a auto-imagem corporal exerce sobre os hábitos de

saúde das adolescentes tem sido alvo de muitas pesquisas que envolvem

principalmente a analise do peso corporal e a aparência física. As adolescentes

geralmente se visualizam com mais peso do que possuem e têm forte medo de

engordar e em conseqüência almejam e buscam um controle do seu peso, muitas

vezes não necessários. Esta angústia por engordar é em parte independente do peso

real (Neumark-Sztainer et al., 1999; Parham, 1999; Adami et al., 2005).

29

6 CONCLUSÃO

Sabe-se que saúde e qualidade de vida estão atreladas a uma

condição de vida em que a pessoa é considerada como um ser integral e pleno, sendo

capaz de conter subsídios que dispersem, ao máximo, os fatores negativos aos quais é

submetida. Imagem e prática corporal, bem como alimentação, devem fazer parte

desse universo de saúde e qualidade de vida (Adami et al., 2005).

Tomando como base essa informação e todos os dados

apresentados nesse trabalho, e, relacionando-os com a literatura pesquisada,

concluímos que as massas corporais bem como o IMC das ginastas apresentaram

valores reduzidos, a ingestão calórica valores abaixo dos recomendados e o nível de

satisfação corporal e a busca e realização por dietas para redução de peso alertaram

que a problemática que envolve as adolescentes em relação à imagem corporal e seus

possíveis distúrbios poderia ser profilaticamente evitadas, através de uma boa

orientação profissional, possivelmente prevenindo futuras patologias, seqüelas

emocionais e até mesmo um baixo rendimento esportivo.

Sugere-se ainda para maior conhecimento do tema, estudos

desenvolvidos nesta linha de pesquisa, visto que pouco existe de produção cie ntífica

nacional. Com o presente trabalho, alguns passos foram dados, mas se fazem

necessárias maiores descobertas.

30

7 ANEXOS

ANEXO 01

Questionário de Satisfação com o Peso Corporal

AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO COM O PESO CORPORAL E A PROPENSÃO ÁSDESORDENS ALIMENTARES EM ATLETAS DE GINÁSTICA RÍTMICA DE ELITE

QUESTIONÁRIO:01) NOME:

02) DATA DE NASCIMENTO:

03) Início da pratica da GR:

04) Pratica outro tipo de atividade física?( ) SIM ( ) NÃO

05) Possui menarca?( ) SIM ( ) NÃO

06) Em que idade teve a primeira menstruação?

07) A menstruação é regular?( ) SIM ( ) NÃO

08) Faz uso de uso de suplementos de vitaminas, complemento alimentar ou algummedicamento?( ) SIM ( ) NÃO

09) Você já teve indicação profissional para a realização de dietas?( ) SIM ( ) NÃO

10) Você já fez alguma dieta?( ) SIM ( ) NÃO

11) Caso tenha feito anteriormente alguma dieta, está teve acompanhamentoprofissional (nutricionista ou endocrinologista)?( ) SIM ( ) NÃO

12) Qual foi o meio de aquisição da dieta realizada?( ) indicação de amigos ( ) você mesma inventou a dieta ( ) meios eletrônicosde informação

31

13) Você já utilizou medicamentos para redução de peso?( ) SIM ( ) NÃO

14) Você está fazendo atualmente alguma dieta?( ) SIM ( ) NÃO

15) A dieta teve acompanhamento de algum profissional (nutricionista ouendocrinologista)?( ) SIM ( ) NÃO

16) Você obteve bons resultados com o tratamento realizado?( ) SIM ( ) NÃO

17) Você alcançou suas metas através da dieta escolhida?( ) SIM ( ) NÃO

18) Hoje, você está satisfeita com seu peso?( ) SIM ( ) NÃO

32

ANEXO 02

Recordatório alimentar.

Ingestão de alimentos e líquidos desde a hora em que acorda até a manhã seguinte

Alimentos e

Bebidas

consumidos

Número de porções de cada grupo alimentar

Hora Quantidade Grupo

do leite

Grupo da

carne

Frutas e

vegetais

Pães e

cereais

Gorduras,

doces e

bebidas

alcoólicas

Totais

Fonte: Programa Virtual Nutri – Faculdade de Saúde Pública/USP, 1996

33

ANEXO 03

Dados atletas de GR e Escolares Atletas

ATLETA INICIO NOESPORTE/anos

IDADE Idade damenarca

SATISFAÇÃO ESTATURA PESO IMC INGESTÃOCALÓRICA

1 6 14.3 13 SIM 156 38.2 16 13022 6 13.6 13 154 39.4 17 9723 7 15.5 14 148 35.3 16 14724 8 14.7 14 160 47.2 18 9745 8 13.6 13 SIM 147 32.4 15 12796 7 13.4 12 163 44.9 17 13477 7 14.2 13 SIM 156 37.0 15 20578 6 15.1 14 163 41.9 16 9969 9 15.6 13 SIM 155 32.9 14 1541

10 8 13.4 12 SIM 150 33.3 15 146011 7 14.2 13 148 35.1 16 239012 7 15.8 13 151 37.7 17 1583

Média 7,2 13,1 154,3 16,0 1447,8DesvioPadrão 0,9 0,7 5,7 1,1 426,6CoeficienteVariação 13,1% 5,1% 3,7% 7,1% 29,5%Interpretação Ótimo Ótimo ótimo ótimo Aceitável

EscolaresESCOLARES IDADE Idade

damenarca

SATISFAÇÃO ESTATURA

PESO IMC INGESTÃOCALÓRICA

1 13,2 12 SIM 162 49,2 19 21972 13,5 12 154 43,9 19 10743 14,5 13 SIM 167 55,7 20 18754 15,9 14 SIM 168 50,4 18 22015 14,5 12 170 55,4 19 9766 13,6 13 164 50,9 19 10867 13,4 12 SIM 154 40,1 17 20988 15,8 14 162 48,9 19 24579 14,5 13 SIM 159 41,6 16 1129

10 13,2 12 SIM 160 49,3 19 98711 13,7 13 SIM 152 40,1 17 239012 15,2 12 SIM 165 48,9 18 1976

Média 14,3 12,7 161,4 47,9 18,3 1703,8Desvio Padrão 1,0 0,8 5,8 5,4 1,2 598,5Coeficiente Variação 6,8% 6,1% 3,6% 11,2% 6,3% 35,1%

Interpretação ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO

Muito(acima de30%)significaque o gruponão éhomogêneo

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40

Abstract

Summary: In the rhythmic gymnastics it is extolled that gymnasts must be lighter and

thinner than other girls of the same age, and this search for the appropriate athletic

profile can result in serious damages for the health. The narrow relationship among

corporal image and physical performance can leave those adolescents particularly

vulnerable to the installation of alimentary disorders, tends in view the emphasis given

to the weight control. Objective: To analyze the satisfaction with the corporal weight in

athletes of the rhythmic gymnastics and to real need of that concern. Methodology:

Twelve elite athletes and 12 female schools, with age between 13 and 15 years, were

assessed, all had been had the first menstruation. The anthropometric measures (body

mass, height and body mass index) and the energy consumption, through the reminding

to feed of 3 days, were accomplished. Too was applied a closed questionnaire about

the satisfaction with the actual weight. Results: The results showed values of body

mass, as well as IMC of the gymnasts below referred them in the literature, the

ingestion caloric values below extolled them by RDA and the level of body satisfaction

of 41,6%. Conclusion: To find values below them recommended and the search for t he

weight reduction alerted that the problem with relationship to the body image and your

possible disturbances could be avoided, through a good professional orientation,

preventing pathologies, emotional sequels and even a low sporting revenue.

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