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Anno I

M

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RIO DE JANEIRO, 14 DE SETEMBRO DE 1898

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QJ^yt /tf cZJy^1'-

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N. 48 CXs

ma '/a

mÊkPUBLICAÇÃO DIÁRIA ILLUSTRADA

Redàcção: RUA DA ASSEMBLÉA, 46RIO DE JANEIRO — BRAZIL

PROPRIEDADE DE

GASTOU & ALVES

ASSIGNATURAS:Trimestre ....Semestre . . . .Numero avulso. .Numero atrazado

12g000 réis2415000 reis

200 reisSOO reis

ESTADOS E ESTRANGEIROTrimestreSemestre

. 13$000 réis268000 reis

Quando ella aqui chegou, ha poucomais de um mez, nós outros — rapazesamadores de boas vozes — disscmos-lhecoisas bonitas e logo ella, pelo seu talentoe pela sua educação de artista, fez-nos mu-dar as gentilezas em sinceras phrases deelogio.

Depois veio a selecta platéia do Lyrico

que a tratou com o carinho de que ella sefez merecedora; é comnosco todo o publicocomprehendeu que a pátria de Carlos Gomes,o grande orchestrador do Guarany, trans-formára-se em viveiros d-aves canoras e asharmonias das pautas para instrumentosencontravam, também, instrumentação na

garganta apaixonada de almas eleitas.

Que vale como artista a nossa formosa

patrícia todos nós sabemos, e a critica,sendo severa, n&o lhe negou os dotes rarose a seriedade dos estudos. Não acerescen-taremos mais ao que cVella já dissemos, porser supérfluo e mesmo, pondo de parte amodéstia, insignificante por desautorisado.Mas, tratando-se da sua testa artística, arealisar-se hoje com a dulcissima encar-nação de (Margarida— a eterna illudida

do amor —é dever d'O Mercúrio prestarhomenagem a quem tanto honra o nomebrazileiro levando ás almas dos sensíveiso luar harmonioso das sonatas e aoscorações delicados o perfume balsamieodas árias.

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O MERCÚRIO

EXPEDIENTE

Fica vedada aos annunciantes a repro-ducção dos desenhos impressos nas paginasdo "O Mercúrio", sem que para isso hajaaccordo prévio. f.

Nao nos responsabilisarernos por assi-gnaturas angariadas por agentes, cujos nomesnão sejam previamente annunciados n'estasecção.

Toda a correspondência deve ser diri-gida á Redacção do "O Mercúrio", rua d*As-sembléa 46, Capital Federal.

HSOÜHRTHS

E' de bohemio inconsciente ou de gatunopreten cioso.

Que é uma ltçfip para que nào tenhamais bòa-fé com os homens? E' de soltei-r.ona despeitada.

Que se fosse minha (ilha desancava-lhe os quartos? E' de burguez desencader-nadamente bilioso.

Que fez muito bem, que devia deixar-se levar juntamente com a cédula? E' re-voltante, é devasso, é estúpido.

O que, então?Que deu-me assumpto para uma chro-

nica sem redundar no que outros disseram?E1 egoísta, mas é a verdade. Ora aquiestá.

Lip.

Esta diminuição rápida das moléstiascontagiosas é devida ao grande empregode antiseptícos, taes como o Laurénol queé um chloruro-sulfo-boricado absoluta-mente isempto de mercúrio e, portanto, deum emprego fácil e seguro por não pre-cisar de cuidados com as creanças e os ani-mães caseiros.

*

Vamos dar ao leitor uma agradável no-ticia. Sergipe, a terra do Sr. Sylvio Ro-mero, é, talvez, a única parte do Brasil ondeexistem mais mulheres que homens. Leiao nosso artigo Publicações e verá.

Que deliciosa terra ! Porque não mu-dam para lá o Congresso í...

• Já em outros jornaes outros chronistasglosaram o conto de cupido da rua de So-rocaba, de que tanto fallaram os diários,espécie nova de conto do vigário... do amôrpregado habilmente á facilidade das meni-nas e á creduiidade das futuras sogras.

já mesmo Bob, monosyllabo tri-let-tnço que por pequeno e tênue não encobreOlavo Biiac, o adorável fabricante d'aquel-

,les deliciosos bonboris-fondanés que só ellesabe fazer e rebuçar na Gazela; já Bob,dizia eu, surprehendeu-se com humour denão ter carregado o Tenorio contista (semin para nao pffender o pessoal da Umani-dack sem h) em vez de simplesmente os du-zentos mil réis da noiva, logo de uma as-sentada os duzentos mil e sessenta réis damesma, o que seria de uma só cajadadamatar dois coelhos, segundo diz o saberdo provérbio e se é que se possa chamarcoelho a uma cédula de duzentos e a algu-

Y*tta ::cousa;máis..... Mas,.,., já os meus collegas de classe

gfesaram o caso e, n'esse idem, ao que vemo Mesmo aqui tratado por mim, o menosb&m humorisado e o mais infimo de todosos mm representantes, como se escreve emtóí;go acedidos e como se diz na modes-tia de um -brinde de mesa.

Sim Para que ?... Dizer o que;?.,..Dizer que como peçaíoi uma das ,me-

lhores pregadas á soffreguiidào e á levian-dade de uma rapariga desejosa de obedien-cia á Eseriptura? E' perverso,

Que é a prova da corrupção social e daíragilidad- do eterno feminino? Iy acca-cict no.

Que é bem feito, que não fosse tola ?E' familiar demais, é de comadrismo devisinhança ede bairro.

Que é bom saber-se o. nu mero da casa.e .as .horas em que costuma estar a j.aneíía?

=11

ífe:

K>.r~j

DOTHSO desenho que aqui reproduzimos é o

de um parasita recentemente descoberto eque vive, como se estivesse em suas quin-tais., no nosso rosto.

A seiencia deu-lhe o pom-poso nome de Demodex Folli-culorum, o que lhe dá ares deimportância quando elle é, nadamais, nada menos, que o insigni-ficante ponto negro da coroa dospequeninos tumores cebaceos quecrescem na ponta dos nossos na-rizes, nas conchas das nossas ore-lhas e na pelle das nossas fa-ces, tumores a que chamamos —cravos.

Este Demodex que o nosso desenhorepresenta augmentado, ao microscópio,150 vezes do seu tamanho natural, temapparencias de um sapinhò e de uma la-garta, não obstante o seu nenhum paren-tesco com tão dissimilhantes seres. Quan-do penetra em nossa pelle é difílcilmentevisível sob uma lente commum; depois, á.proporção que engorda e cresce, torna-sepercebivel a olhos desarmados, menos nasua fôrma. E-- o menos inoffensivo dosparasitas, porque nem siquer, como o seuprimo que penetra nos dedos dos pés, pro-voca coçadellas e inflammações.

Urna moderna estatística parisiensedemonstra da maneira a mais indiscutívelque, graças ao cuidado da hygiçne privada,as moléstias mais terrivelmente contagio-sas perderam para cirna âc 1 y da mia viru-Ienna . . • ... , .

Luiz Luechesi, o assassino da impera-triz Elisabeth, é um rapaz loiro, quasi im-berbe, de 24 annos de edade, estatura me-diana e traços physionomicos muito insi-nuantes. Sua mSi, italiana de naseimento,vivia em Paris onde travou relações comum indivíduo da sua nacionalidade e do

qual teve esse filho. Luiza Luechesi, erao nome dVlla, descurou immenso da edu-cação do seu filho que, embora pobre, po-deria ter seguido uma profissão honesta;mas desde cedo o menor Luiz mostroudecidida tendência para as vadiagens e osvicios.

Depois de uma longa e accidentadaexistência em Paris, Luiza retirou-se comseu filho para Borgo San Dominico, em suapátria. Em 1894 foi Luiz chamado ao ser-viço do exercito italiano, ao qual esqui-vou-se, fugindo para a Suissa, onde a po-íicia lhe poz a mão e o repatriou. Assimagarrado, teve de jurar bandeira rio regi-mento de cavaliaria de Monferrato em quea nSo ser a prisão soffrida pela fuga, ne-nhuma falta commetteu digna de attèncâò.Tendo terminado o tempo do voluntariadoLuechesi entregou-se a uma existênciairregular, empregando-seem diversos servi-ços e prestes desempregando-se, até quecomeçou a freqüentar as reuniões" anar-chistas de diversos clubs italianos.

Em um d'estes ficou deliberado o as-sassinato do rei Humberto, trama que apolícia descobriu em tempo e activou aperseguição contra os que d'elle faziamparte. Sendo Luechesi um dos indigi-tados d'este projectaçio attentaclo, fugiupara a Suissa, onde o destino da impera-triz Elisabeth teceu a coincidência dresseencontro no momento em que o vesameo

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O MERCÚRIOJ

premeditava um crime que o fizesse notávelentre os mais celebres anárchistas.

Luc.chesi havia convertido em estyleteuma aguçada lima de aço e sabendo que aimperatriz Elisabeth se achava em Gene-bra, escolheu-a, indifferentemente, parasua victima, por que, como elle o confessacom o maior desplanto,a sua idéa era matarum poderoso, fosse qual fosse, comtantoque o seu nome conseguisse a veneraçãodos seus sanguinários companheiros d'estacruzada negra da Morte.

«

Livra?

Foi a legenda de uma das muito espí-ntuosas paginas no nosso inimitável Raul.Por inadvertencia a pagina não explica ámaioria dos nossos leitores o que ella visae somos obrigados a fazel-o para contentarperguntas.

E' o caso que o nosso chronista dosRisos de Caveira referiu-se, em sua ultimachronica, a este feio, rude e insipido com-mercio de flores feito por marmanjos.

No dia seguinte, ou dias depois,a secção de .4 Pedidos de um collega nossoservia de vasadouro a nojento idiotismoimpresso sob a assignatura collectiva dos—. Floristas — e no qual, entre bobagenssoezes, havia referencias á moralidade pu-blica !

D'ahi o titulo da pagina — Um Catãode esquina e a razão dViquelle Livra! tra-tando-se de tão ferozes basbaques!

Os nossos collegas do Jornal do Com-mercio reclamaram contra o máo serviçoda Jardim Botânico que, attendendo aoprejudicial capricho de alguns passageiros,torna as viagens dos seus comboios de ele-ctricos uma tortura para os que teem o seutempo contado. Lembram os nossos di-gnos collegas o que se usa em Buda-Pesth,onde é notável a rede de tracçüo eíectrica.Alli estilo estabelecidos pontos de parada,em distancias equivalentes, de maneira asatisfazer os passageiros, e nós lembraremosque o mesmo se faz em Berlin e n'Americado Norte.

Si a commodidade do publico fosseseriamente respeitada n'esta capital, a Jar-dim Botânico ha muito tempo teria postoem pratica esse systema, que é o únicoadmissível. Mas, aqui, as emprezas sóattendem aos dividendos e os poderes com-petentes a nada attendem porque de nadaentendem ou iiSo querem entender.

O povo que pague c não bufe.

Quadro Chorographíeo de Sergipe

0 pouco espaço nas suas columnas naopermitte ao Zhícrcurio ser extenso e minu-cioso nas apreciações de obras 1 literáriasou didacticas que lhe são diariamente re-méttídas.

Não teem razão, portanto, as queixasque auetores é editores formulam contranós quando, referindo-se ao Mercúrio, di-zem que elle.deu sobre este ou aquelle livrouma noticia assimsinha — e mostram como polegar e o indicador o espaço que oceu-paria a noticia de oito ou dez linhas.

Temos agora, por exemplo, enrique-cendo nossa estante o Quadro Chorogru-phico de Sergipe do Sr. Laudelino Freire,professor do Collegio Militar, trabalho quemerecia exame e apreciação minuciosas,para que podessemos apontar as qualida-des e senões que lhe encontrámos mas quenol-o impede o espantalho da falta de es-paço que o Gastão nos empurra pelos olhostodos os dias.

De passagem, porém, diremos que olivro do Sr. Laudelino, para o gênero aque é destinado, preenche regularmente osseus fins, impondo-se aos que cLelle teemnecessidade, pela riqueza de informaçõesseguras e cuidado com que foi confeccio-nado.

A linguagem sã, clara e precisa, a ex-posição fácil, a concatenaçSo de noticias,informações e descripções extrahidas, se-gundo o auetor, de documentos ofliciaes,süo elementos valiosissimos pelos quaes sepode avaliar da utilidade e vantagens quese adquire com a leitura do Quadro Cho-rographico de Sergipe.

Mas, como nos não é dado estendermo-nos mais sobre o livro, cremos que presta-mos ao publico e ao auetor, grande serviço(valha a intenção), transcrevendo para aquialgumas palavras com que o competenteSr. Barão dó Rio Branco prefaciou a obra.

Diz elle :d Compêndio elementar e. destinado á

instrucção dos que ainda não podem rece-ber grande, somma de informações' scienti-ficas, o seu livro é forçosamente resumido,mas mesmo assim, simples e despreten-cioso como é, elle constitue uma muitosubstancial descripção histórico-geogra-phica desse canto tfio interessante da bellapátria brasileira. E' bem patente nas pa-gírias que acabo de ler o trabalho de con-densaçtío que ellas necessitaram.

Faltam-me os elementos para a criticaminuciosa cias informações assim compe;

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diadas. Apenas posso apreciar as grandeslinhas da sua expõsiçQõ, e essas merecem oapplauso de qualquer douto na matéria. »

Terminando diremos que o livro éacompanhado de uma minuciosa carta geo-graphica de Sergipe, um bem organizadomappa demonstrativo da distancia das ei-dades e villas entre si e de um quadro esta-tistico da população do bastado.

Por este vimos que ha em Sergipe160.034 niulheres sobre .150.892 homens(salvo seja) ou uma differença para mais de9.142 representantes do sexo fraco.

Si as sergipanas nflo estão muito con-tentes com a sua superioridade numéricano listado, é o caso de lhes aconselharmostomarem as suas precauções para não ves-tir o barrete de Santa Catharina.

Mas, voltando ao livro... agradecemosao auetor. a delicadesa do exemplar comque nos mimoseou.

»$ M.

SPORTRowing

Continuam em apurados ensaios asguarnições que teem de disputar os páreosda regata do Club de Gragoatá.

No programma dessa festa sabemosque deixará de figurar o. páreo de tinasconstando, porém d'elle o. de embarcaçõesa dez remos.

A baleeira Mascotte,. do Club do Bo-

queireto, tripulada, pelos Snrs. Luiz daCunha, Max Diedcricks,, Eduardo.: Motta,.Paulo Rosch, Antenor M!otta e F\, Bugot,sob a patronagem do, Snr. Gustavo dePaula Costa, correrá. n-O; páreo de baleeirasde 6 remos para remadiores wmm,r tendocomo competidores :: 'Ihnithlka e, EMncelle.do Club de Botafogo Ondum &lclca dod,e: Gragoatá, Moé-nm,, «ta kaufàfay e liara oJagunça, do Natação:..

Na mesma regafev será. ínscripto peloClub de Botafogo a csealer Urubu pertéh-cente ao valente ro.mer A. Couto;,;

O Club de Regatas de Icarahy fez en-commenda ao conhecido constructor Her-culano, d'uma baleeira de ó remos, quereceberá o nome de Maurity.

Emquanto fui tua amante tu erasmais carinhoso...

.Mas, aerora, tu és minha mulher.

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INNUNDAÇÓES

a rua Nunes-Eu te conto, filha, eu te conto; tive de atravessai» a hw^ „ _-,.*, _.-,„,!«.,.Machado ; e... o peior nâo foi isso,-o-peior foi a lueta com os carangueiies e <Íssardinhas, que queriam entrar á força nos meus bolsos! Sé para arrancar umsiri do nariz gastei um quarto de hora ....

nmiuammmrammimm

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A MODA

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Vestuário a Centro Artísticoc>if'

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O MERCÚRIO

(5) FOLHETIMOGTAVIO FEUIELET

JüklHII

(Continuação)

Parece que a sua sensibilidade sempre disten-tida e vibrante é avisada por correntes mysteriosas,fazendo-as adivinhar antes de haver comprehendido.Clotilde, quando annunciaram-lhe o Sr. de Lucan,vio-se como que tocada por uma d'essas electricida-des secretas, e, apezar de todas as ohjecçõs contra-rias que lhe tinham o espirito em obsessão, conhe-ceu que era amada e que iam dizer-lh'o. Sentou-sena sua grande poltrona, colhendo com ambas asmãos a seda do vestido, com um gesto de pássaroque bate as azas.

A visível perturbação de Lucan acabou de dizer-lhe tudo e de encantal-a. Em homens taes, armadosde paixões poderosas, mas severamente refreadas,habituados a dominarem-se, intrépidos e calmos, aperturbação aterra ou encanta.

Depois de dizer-lhe, o que era inútil, que o passoque dava era extraordinário:

Minha senhora, acerescentou, o pedido quelhe vou fazer sei que exige uma resposta reflectida...por isso peço-lhe que não me dê esta resposta hoje,tanto mais quanto ser-me-hia realmente afflictiyoouvil-a da sua bocea, si não me fosse favorável.

Meus Deus ! senhor... disse Clotilde. em vozbaixa.

Sua mãe, minha senhora, a quem tive ahonra de ver hoje de dia, teve a bondade de animar-me, até certo ponto, a nutrir a esperança de que asenhora me tivesse alguma estima... de que, pelomenos, não tivesse contra mim alguma prevenção.Pela minha parte, minha senhora, eu... Meu Deus!amo-a, em summa, e não imagino maior felicidadeno inundo do que a que me pode dar. Conhece-meha bastante tempo. Nada tenho a dizer-lhe a meurespeito. Agora esperarei.

A moça reteve-o com um gesto e procurou fal-lar; mas os olhos arrasaram-se-lhe de lagrimas.Occultou a cabeça nas mãos, e murmurou :

— Desculpe-me ! tenho sido tão pouco feliz!...Não sei o que isso é!

Lucan pôz-se meigamente de joelhos dianted'ella, e quando os seus olhares se encontraram, osseus corações encheram-se de improviso como duastaças.

Falle, meu amigo, continuou ella. Diga-meainda que me ama... Estava tão longe de sup-pôl-o... E porque ?... e desde quando ?

Explicou-lhe o seu engano, a lueta dolorosa en-Ire o seu amôr por ella e a sua amisade por Pedro.

Pobre Pedro ! disse Clotilde. Que excellentehomem !... Realmente não havia nada !

Fèl-a depois sorrir, narrando-lhe o terror e adesconfiança mortal que o tinham invadido no mo-monto cm que pedia-lhe a sentença do seu destino :parecêra-lhe mais do que nunca, nfesse momento,uma creatura encantadora e santa, e tão acimad'elle que a pretençao de ser por ella amado, de serseu marido, parecêra-lhe defepcnte uma como queloucura sacrilega.

Oh meu Deus! disse ella. Que idéa faz entãode mim?... Mette-me medo... pelo contrario,suppunha-me muito simples, muito pequenina parao senhor: dizia commigo mesma que o senhor deviagostar das paixões românticas, das grandes aventu-ras... tem um bocadmho cara d'isso e até repu-tação... e estou tão longe d'ahi!

A este pequeno convite disse-lhe duas palavrasacerca da sua vida passada, banalmánte tempestuosae que apenas lhe deixara desencantos e desgostos.No emtanto, antes de encontral-a, nunca lhe pas-sara pela mente a idéa de casar-se; a respeito deamôr, como a respeito de amisade, tivera sempre aimaginação cheia de certo ideal um tanto roman-tico, é verdade, e temia não encontral-o no casa-mento. Pudera procural-o em outra parte, nasgrandes aventuras, como ella dizia; mas presáva aordem e a dignidade da vida e tinha a infelicidadede não poder viver em guerra com a sua conscien-cia. Essa é que era a sua mocidade tormentosa.

Pergunta-me, continuou com effusão, porqueamo-a... Amo-a, porque foi a senhora a única quereconciliou dentro do meu coração dous sentimentosque o disputaram sempre com crueza feroz : apaixão e a honestidade... Nunca antes de conhe-cel-a, cedia a um destes sentimentos sem ser hor-

rivelmenle digno de compaixão por causa do nu-tro... Pareceram me sempre irreconoiliaveis...Nunca cedi á paixão sem remorso ; nunca lheresisti sem pozar... Forte ou fraco, fui sempreinfeliz e torturado... Foi a senhora a única que mefez comprehender que se podia amar a um tempocom todo o ardor e toda a dignidade da alma, e es-colhi-a porque sabe amar e ser verdadeira, porqueé bella e porque é pura, porque é o dever e o encan-to... o amôr e o respeito... a embriaguez ea paz...Eis ahi porque amo-a.. Eis a mulher e o anjoque a senhora épara mim, Clotilde.

Ella ouvia-o, inclinada para elle, aspirando-lheas palavras e tendo nos oi lios uma como que admi-ração celestial.

Parece, porém,— quem o não experimentou?— que a felicidade humana não pode attingir certasalturas sem desafiar o raio. Clotilde, no meio doseu êxtase, estremeceu de súbito e erguéu-se. Aca-bava de ouvir um grito abafado, seguido do ruidosurdo de uma queda. Correu, abriu a porta e viu,a dous passos, na sala visinha, Mia estendida nochão.

Comprehendcu que a menina, no momento deentrar, ouvira alguma de suas palavras e que aidéa de ver o logar de seu pae oecupado por outrem,ferindo-a assim dé improviso, subvertera essa almaardente e apaixonada. Clotilde acompanhou-a atéa câmara, para onde a carregaram, e quiz ficar sócom a filha. Cercando-a de dcsvellos, earicias,beijos, não esperava sem cruel angustia o primeiroolhar d'essa menina. Esse olhar íixou-se-lhe aprincipio desvairado, depois com certo assombroferoz; acreança repelliu-a meigamente; recolhia-sedentro em si, e, á proporção que a idéa fixava-se-lhe pela vista, a mãe podia ler em seus olhos umalueta violenta de sentimentos encontrados.

Sou eu que te peço, que te supplico, minhafilha ! murmurava Clotilde, cujas lagrimas cabiamem bágas sobre o formoso semblante pallido da me-nina.

De repente Mia passou-lhe o braço pelo pes-coco, empuxou-a para si, e, abraçando-a ardente-mente :

Fizeste-me muito mal, disse ella, oh ! muitomal! mais do que podes suppòr; 7mas eu amo-temuito... amo-te muito ! quero amar-te... quero!quero sempre.». fica certa !

(Continua.)

-¦.¦I¦I

\

Diversões de SerãoCharadas antigas

Charadas metamorphose

--34- Planta — i\+ i\ = no pescoço.*

> #

2 — 2 — Anda depressa o dia quando se decifra — 2 — Cidade — m -}- cli = de pedra,charadas. •.'— (Zèxè.)

2 — 2— E' uma só moeda, mas declare que sãomuitas.

*

» *

Correspondência

Álclucio — Recebemos e ficamos-lhe muito(Sapho.) gratos;

M. Bobeche.

E os do Zé das Gaitas estão neste desaforo deversos quebrados.:

No mappa, no prato, no buxo,Rotundo, louro e abbadesco,Guardado fôrma um petisco,Mas muitos o querem de fresco.

V. da Batota.

A COZINHA DE FAMÍLIA

jLogogrjpho rápido

3, 8, 5, 4, 8 4,8, i, i, 2, 6, 4, 7, 8Enrouquecido Negocio

Na mythologia.

\# *

Chagadas addieionadsas\ Nas selvas— 2

\ -ti-No snvereiro.

'Dr. H. Rachai)

O AZARCorreio da Fortuna

Para amanhã:

Aqui tens, leitor, os meus palpites para amanhã,Olha que estes são meus.

&>k W$> WW)h«r mJ:\ (m^\&«.

.9 \\ \ V

Ris à Ia duchesse— Desfaz-se n'agua fervendoduas gemmas d'ovos, saí, manteiga fresca, mistu-ra-se-lhe tomates em fatias, um pouco de coininho(ou louro, si se quizer), ostras cruas em bòa quan-tidade e pedaços de nabo. Leva-se o arroz a estepreparo e deixa-se cozerá maneira commum. E'prato para se servir isolado.

((O Mercúrio)) — como diz o seutitulo — c um diário destinado aoaiiiiimcio-péclauie, que é o melhordos nu núncios.

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ALEM DE QUEDA, COICE(CONTO SEM TEXTO)

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... e desde quando o senhor dá-se com elle*?Oh! desde o tempo do "onça"-Esse onça é muito antigo, nâo c? Sempre que se falia em cousas velhasdiz-se que sâo do tempo delle. yeinas