ey growth barometer 2017 na era digital como em … em darwin, cooperar é o segredo do sucesso...

1
Apresenta O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) tornou-se célebre por sua obra a respeito da evolução das espécies. Uma de suas teorias – a de que na Natureza vence o mais forte e é este que consegue perpetuar seus genes – foi usada por muito tempo por algumas pessoas para justificar a desenfreada competição entre os homens. Contudo, esta é uma grande distorção. No caso dos seres humanos, Darwin sublinhou que seu sucesso teve muito mais a ver com a cooperação. Confusão semelhante se verifica hoje entre os que anunciam a mais nova frente da batalha do Século: entre humanos e máquinas. Neste caso, também prevalecerá a cooperação. Na era digital como em Darwin, cooperar é o segredo do sucesso Estudo recente da EY, anunciado em junho, dá uma ideia do que pensam os empreendedores — a principal força-motriz do mundo dos negócios — a respeito do tema. Segundo o EY Growth Barometer 2017, que ouviu 2.340 líderes de empresas de médio porte em 30 países, o cenário para a adoção da tecnologia de Automação Robótica de Processos (RPA, na sigla em inglês) não tem nada de catastrófico. Metade dos executivos que responderam à pesquisa disse que a adoção da RPA resultará, de forma geral, em uma redução de pessoal inferior a 10% — mas estudos e a experiência das empresas mostram que, em alguns casos, como em atividades repetitivas, a redução tende a ser bem superior, de até 80%. A pesquisa também aponta que estes empreendedores querem contratar: mais de um quarto (27%) dos entrevistados planeja aumentar sua equipe permanente, enquanto 14% consideram ampliar o número de profissionais de meio-período. Quando instigados a elencar os fatores críticos para atender seus anseios de crescimento, os empresários disseram que as pessoas (23%) são a prioridade. O capital humano aparece à frente do aprimoramento das operações (21%), da eliminação da burocracia (12%) e da busca por acordos vantajosos (8%). Em suma, o estudo aponta que os líderes destas empresas estão usando a tecnologia para acelerar o crescimento, melhorar a produtividade e aumentar a lucratividade, mas também para atrair e reter talentos. Mostra também que eles planejam uma adoção seletiva da RPA para trazer maior eficiência a algumas operações; mas como um complemento ao talento humano, e não como um substituto. É verdade que a robotização, aliada a um conjunto de outras tecnologias disruptivas, implica transformações profundas no mundo que conhecemos. À medida que processos se tornam mais inteligentes, um conjunto de atividades pouco a pouco deixa de ser desempenhado por seres humanos. Isso acontece porque a fundamentação econômica subjacente torna o processo inexorável. Hardware e software juntos realizam o trabalho de centenas ou milhares de pessoas, em geral com precisão e qualidade muito superiores. Além disso, as máquinas e os programas de computador praticamente não se desgastam com o passar do tempo. E, como se tudo isso não bastasse, elas não precisam de pausa – podem trabalhar 24 horas, sete dias por semana. A EY acredita que essa tomada de terreno por parte da tecnologia se dará em áreas de “back-office” ou “front office” – inicialmente no conjunto infindável de tarefas manuais e rotineiras, sobretudo administrativas que requerem pouca estratégia e planejamento. Uma boa parcela da mão-de-obra, Acesse ey.com.br/rpa Para o naturalista inglês Charles Darwin, a capacidade de o ser humano cooperar em larga escala foi fundamental para seu sucesso evolutivo. Na era digital, uma nova onda de colaboração se descortina: homens e mulheres trabalharão juntos em tarefas que exigirão, cada vez mais, conhecimento, estratégia e planejamento; mas com o diferencial de que terão as máquinas a seu lado. dentro de poucos anos, de fato não se ocupará mais com essas questões, deixando-as a cargo de robôs, que trabalharão como assistentes responsáveis por estas atividades. No início, o efeito notável será a redução de custos operacionais acompanhada da ampliação da capacidade humana com ganhos em eficiência, acurácia e produtividade. Em seguida, será natural a combinação de analytics avançado e inteligência artificial, que levará a decisões mais certeiras e de melhor qualidade, focando-se majoritariamente em pontos ótimos de máximo retorno e menor risco, custo e “lead time”. “Isso nos permitirá atuar sobre um enorme campo a ser explorado pelo capital humano, onde tarefas consideradas mais nobres, como o desenvolvimento de estratégias, a produção de conhecimento e o planejamento de longo prazo requererão a combinação única de lógica e sentimentos, exclusivas ao ser humano”, diz Ricardo Vilanova, sócio de Consultoria da EY. Num mundo que se transforma tão profunda e rapidamente, concentrar esforços de homens e mulheres em tarefas mais inteligentes representa um diferenciador importante. A própria pesquisa Growth Barometer mostra que os líderes confessam que dividem seu tempo hoje de uma forma que não consideram adequada: 80% para resolver os problemas do presente e 20% para planejar o futuro. O que eles querem, entretanto, é o contrário. Um quarto dos entrevistados gostaria de dedicar apenas 20% ao dia-a-dia da operação e 80% ao futuro. Essa mudança no modo de administrar o negócio requer das empresas maior atenção às equipes, bem como exige dos profissionais o aprimoramento de suas competências. Melhorar aptidões estratégicas, desenvolver o pensamento abstrato, aprender novos conceitos (sustentabilidade, gestão focada no cliente, tecnologias emergentes, estatística e análise de dados, entre outros) e aprimorar a capacidade de cooperar entre as equipes de homens e máquinas não são mais opcionais. Para Darwin, a capacidade de cooperar em larga escala é uma das principais explicações para o sucesso evolutivo da espécie humana. Vê-se, por fim, que nada mudou. Em sua jornada de adaptação ao meio, os homens continuam a mudar, tornando-se mais inteligentes – só que desta vez estarão em cooperação com as máquinas.

Upload: dinhxuyen

Post on 27-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: EY Growth Barometer 2017 Na era digital como em … em Darwin, cooperar é o segredo do sucesso Estudo recente da EY, anunciado em junho, dá uma ideia do que pensam os empreendedores

A p re s e n ta

O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) tornou-se célebre por sua obra a respeito da evolução das espécies. Uma de suas teorias – a de que na Natureza vence o mais forte e é este que consegue perpetuar seus genes – foi usada por muito tempo por algumas pessoas para justificar a desenfreada competição entre os homens. Contudo, esta é uma grande distorção. No caso dos seres humanos, Darwin sublinhou que seu sucesso teve muito mais a ver com a cooperação. Confusão semelhante se verifica hoje entre os que anunciam a mais nova frente da batalha do Século: entre humanos e máquinas. Neste caso, também prevalecerá a cooperação.

Na era digital como em Darwin, cooperar é o segredo do sucesso

Estudo recente da EY, anunciado em junho, dá uma ideia do que pensam os empreendedores — a principal força-motriz do mundo dos negócios — a respeito do tema. Segundo o EY Growth Barometer 2017, que ouviu 2.340 líderes de empresas de médio porte em 30 países, o cenário para a adoção da tecnologia de Automação Robótica de Processos (RPA, na sigla em inglês) não tem nada de catastrófico. Metade dos executivos que responderam à pesquisa disse que a adoção da RPA resultará, de forma geral, em uma redução de pessoal inferior a 10% — mas estudos e a experiência das empresas mostram que, em alguns casos, como em atividades repetitivas, a redução tende a ser bem superior, de até 80%.

A pesquisa também aponta que estes empreendedores querem contratar: mais de um quarto (27%) dos entrevistados planeja aumentar sua equipe permanente, enquanto 14% consideram ampliar o número de profissionais de meio-período. Quando instigados a elencar os fatores críticos para atender seus anseios de crescimento, os empresários disseram que as pessoas (23%) são a prioridade. O capital humano aparece à frente do aprimoramento das operações (21%), da eliminação da burocracia (12%) e da busca por acordos vantajosos (8%).

Em suma, o estudo aponta que os líderes destas empresas estão usando a tecnologia para acelerar o crescimento, melhorar a produtividade e aumentar a lucratividade, mas também para atrair e reter talentos. Mostra também que eles planejam uma adoção seletiva da RPA para trazer maior eficiência a algumas operações; mas como um complemento ao talento humano, e não como um substituto.

É verdade que a robotização, aliada a um conjunto de outras tecnologias disruptivas, implica transformações profundas no mundo que conhecemos. À medida que processos se tornam mais inteligentes, um conjunto de atividades pouco a pouco deixa de ser desempenhado por seres humanos. Isso acontece porque a fundamentação econômica subjacente torna o processo inexorável. Hardware e software juntos realizam o trabalho de centenas ou milhares de pessoas, em geral com precisão e qualidade muito superiores. Além disso, as máquinas e os programas de computador praticamente não se desgastam com o passar do tempo. E, como se tudo isso não bastasse, elas não precisam de pausa – podem trabalhar 24 horas, sete dias por semana.

A EY acredita que essa tomada de terreno por parte da tecnologia se dará em áreas de “back-office” ou “front office” – inicialmente no conjunto infindável de tarefas manuais e rotineiras, sobretudo administrativas que requerem pouca estratégia e planejamento. Uma boa parcela da mão-de-obra,

Acesse ey.com.br/rpa

Para o naturalista inglês Charles Darwin, a capacidade de o ser humano cooperar em larga escala foi fundamental para seu sucesso evolutivo. Na era digital, uma nova onda de colaboração se descortina: homens e mulheres trabalharão juntos em tarefas que exigirão, cada vez mais, conhecimento, estratégia e planejamento; mas com o diferencial de que terão as máquinas a seu lado.

dentro de poucos anos, de fato não se ocupará mais com essas questões, deixando-as a cargo de robôs, que trabalharão como assistentes responsáveis por estas atividades.

No início, o efeito notável será a redução de custos operacionais acompanhada da ampliação da capacidade humana com ganhos em eficiência, acurácia e produtividade. Em seguida, será natural a combinação de analytics avançado e inteligência artificial, que levará a decisões mais certeiras e de melhor qualidade, focando-se majoritariamente em pontos ótimos de máximo retorno e menor risco, custo e “lead time”.

“Isso nos permitirá atuar sobre um enorme campo a ser explorado pelo capital humano, onde tarefas consideradas mais nobres, como o desenvolvimento de estratégias, a produção de conhecimento e o planejamento de longo prazo requererão a combinação única de lógica e sentimentos, exclusivas ao ser humano”, diz Ricardo Vilanova, sócio de Consultoria da EY.

Num mundo que se transforma tão profunda e rapidamente, concentrar esforços de homens e mulheres em tarefas mais inteligentes representa um diferenciador importante. A própria pesquisa Growth Barometer mostra que os líderes confessam que dividem seu tempo hoje de uma forma que não consideram adequada: 80% para resolver os problemas do presente e 20% para planejar o futuro. O que eles querem, entretanto, é o contrário. Um quarto dos entrevistados gostaria de dedicar apenas 20% ao dia-a-dia da operação e 80% ao futuro.

Essa mudança no modo de administrar o negócio requer das empresas maior atenção às equipes, bem como exige dos profissionais o aprimoramento de suas competências. Melhorar aptidões estratégicas, desenvolver o pensamento abstrato, aprender novos conceitos (sustentabilidade, gestão focada no cliente, tecnologias emergentes, estatística e análise de dados, entre outros) e aprimorar a capacidade de cooperar entre as equipes de homens e máquinas não são mais opcionais.

Para Darwin, a capacidade de cooperar em larga escala é uma das principais explicações para o sucesso evolutivo da espécie humana. Vê-se, por fim, que nada mudou. Em sua jornada de adaptação ao meio, os homens continuam a mudar, tornando-se mais inteligentes – só que desta vez estarão em cooperação com as máquinas.