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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA KATHLYN SCHAFRANSKI EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS DE FOLHAS DE AMOREIRA PRETA (Morus nigra L.) E ENCAPSULAMENTO EM ESFERAS DE ALGINATO DISSERTAÇÃO PONTA GROSSA 2019

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA

KATHLYN SCHAFRANSKI

EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS

DE FOLHAS DE AMOREIRA PRETA (Morus nigra L.) E

ENCAPSULAMENTO EM ESFERAS DE ALGINATO

DISSERTAÇÃO

PONTA GROSSA

2019

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KATHLYN SCHAFRANSKI

EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS

DE FOLHAS DE AMOREIRA PRETA (Morus nigra L.) E

ENCAPSULAMENTO EM ESFERAS DE ALGINATO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, para obtenção do título de Mestre em Biotecnologia. Orientador: Prof. Dr. Eduardo Sidinei Chaves Coorientador: Prof. Dr. Matheus Pereira Postigo

PONTA GROSSA

2019

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Ficha catalográfica elaborada pelo Departamento de Biblioteca da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Ponta Grossa n.18/19

Elson Heraldo Ribeiro Junior. CRB-9/1413. 11/03/2019.

S296 Schafranski, Kathlyn

Extração e caracterização de compostos fenólicos de folhas de amoreira preta (Morus nigra L.) e encapsulamento em esferas de alginato. / Kathlyn Schafranski, 2019.

100 f.; il. 30 cm. Orientador: Prof. Dr. Eduardo Sidinei Chaves Coorientador: Prof. Dr. Matheus Pereira Postigo

Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) - Programa de Pós-Graduação em

Biotecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Ponta Grossa, 2019.

1. Amora. 2. Cápsulas (Farmácia). 3. Fenóis. 4. Flavonóides. 4. Secagem. I. Chaves, Eduardo Sidinei. II. Postigo, Matheus Pereira. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. IV. Título.

CDD 660.6

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Título de Dissertação Nº 1/2019

EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS DE FOLHAS DE AMOREIRA PRETA (Morus nigra L.) E ENCAPSULAMENTO EM ESFERAS

DE ALGINATO

por

Kathlyn Schafranski

Esta dissertação foi apresentada às 9 horas de 25 de fevereiro de 2019, na sala do

mini auditório bloco C, como requisito parcial para a obtenção do título de MESTRE

EM BIOTECNOLOGIA, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. O candidato

foi arguido pela Banca Examinadora, composta pelos professores abaixo assinados.

Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho APROVADO.

Prof. Dr. Luiz Gustavo Lacerda (UEPG) Profa. Dra. Alessandra Cristine Novak Sydney (UTFPR)

Prof. Dr. Matheus Pereira Postigo (UTFPR)

Coorientador e presidente da banca

Visto da Coordenadora:

Profa. Dra. Juliana Vitória Messias Bittencourt

Coordenadora do PPGBIOTEC UTFPR – Câmpus Ponta Grossa

- A FOLHA DE APROVAÇÃO ASSINADA ENCONTRA-SE ARQUIVADA NA SECRETARIA DO CURSO -

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela vida, por sua infinita bondade e pela natureza. Assim como

agradeço pela oportunidade que tem me dado de evoluir um pouco a cada dia.

A minha mãezinha Soeli Oliveira dos Santos que sozinha foi e é pai e mãe ao

mesmo tempo. Reconheço sua luta e acima de tudo seu amor na minha criação.

A minha família querida, aos meus irmãos e sobrinhos pelo amor, carinho e

apoio.

Ao meu marido João Vieira Junior que sempre me apoiou, agradeço pelo

carinho, pelo amor e por me fazer feliz.

Ao professor Dr.° Eduardo Sidinei Chaves pela orientação, amizade e incentivo.

Sou muita grata pelos ensinamentos, sabedoria e conselhos, obrigada por ser uma

inspiração para todos nós e por nos mostrar que sempre podemos ir além.

Ao professor Dr.° Matheus Pereira Postigo pela coorientação e contribuição

com seus conhecimentos.

À professora Dr.ª Alessandra Cristine Novack Sydney por todo apoio prestado

e auxílio na parte dos compostos bioativos.

À minha amiga Klaiani Bez Fontana pela amizade, carinho e apoio.

A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e à

coordenadora prof.ª Dr.ª Juliana Vitoria Messias Bittencourt.

À UTFPR Campus Ponta Grossa por ser a responsável pela minha formação

desde a graduação.

À UFSC pela acolhida ao ceder seu espaço.

À CAPES pelo incentivo financeiro da bolsa de pesquisa.

A todos que de alguma forma contribuíram para a realização desta pesquisa,

meus singelos agradecimentos.

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RESUMO

SCHAFRANSKI, Kathlyn. Extração e caracterização de compostos fenólicos de folhas de amoreira preta (Morus nigra L.) e encapsulamento em esferas de alginato. 2019. 100 f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Ponta Grossa, 2019.

A amoreira preta (Morus nigra L.), é uma planta de origem asiática, aclimatizada no Brasil, e suas folhas são utilizadas como infusões, devido a propriedades benéficas à saúde. Sua ação antioxidante e anticancerígena tem sido demonstrada e podem ser atribuídas à presença de compostos fenólicos na planta. Entretanto, essa classe de compostos possui baixa estabilidade e uma das alternativas de conservação da bioatividade destes compostos pode ser o encapsulamento. O objetivo deste trabalho é a extração de compostos fenólicos de folhas de amoreira preta para posterior encapsulamento em esferas de alginato de cálcio. As condições de extração para obtenção dos extratos aquosos de folhas de Morus nigra foram otimizadas por meio de um delineamento experimental, no qual foram avaliadas condições de temperatura de secagem, temperatura de infusão e tempo de extração, monitorando o conteúdo fenólico total (CFT). Foram determinadas concentrações de CFT, flavonoides, flavonóis, orto-difenólicos, atividade antioxidante frente ao radical DPPH· e capacidade redutora total dos extratos. Identificação e quantificação de compostos fenólicos por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à espectrometria de massas (LC-ESI-MS/MS). Foram determinadas concentrações de minerais. A atividade antimicrobiana dos extratos também foi realizada. Os extratos foram encapsulados em esferas de alginato de cálcio e avaliados em termos do CFT, por testes de eficiência de encapsulamento, liberação do princípio ativo em água, estabilidade ao armazenamento e caracterização das esferas. Entre as condições avaliadas as extrações mais eficientes ocorreram em folhas que foram expostas a menores temperaturas de secagem e maiores temperaturas de infusão. Os extratos apresentaram concentrações apreciáveis de classes fenólicas e atividade antioxidante. A análise por LC-ESI-MS/MS permitiu identificar substância fenólica ainda não relatada na literatura até o momento. Além disso 10 elementos minerais foram determinados em concentrações significativas, entre eles o potássio, ferro e manganês. A eficiência de encapsulamento do CFT para esferas secas e úmidas foi de 95,1 ± 1,4 e 81,7 ± 0,8 % respectivamente. As imagens do MEV para esferas secas mostraram que o extrato e a secagem afetaram a morfologia das esferas. Os espectros de FTIR das esferas em branco e carregadas com extrato revelaram compatibilidade entre os compostos fenólicos e a matriz de alginato. Dos 81 dias de estocagem as esferas secas mantidas a 4 ± 1°C apresentaram estabilidade em CFT até 36 dias, entretanto leve decaimento no CFT foram observadas até o fim do período. Para as esferas úmidas mantidas a 4°C o CFT manteve-se estável nas primeiras quatro semanas. Assim, o encapsulamento de extratos de amoreira preta em esferas de alginato é uma técnica promissora para promover ação protetora sobre os compostos fenólicos. Palavras-chave: Folhas de amoreira preta. Compostos fenólicos. Encapsulamento.

Esferas de alginato.

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ABSTRACT

SCHAFRANSKI, Kathlyn. Extraction and characterization of phenolic compounds of black mulberry leaves (Morus nigra L.) and encapsulation in alginate beads. 2019. 100 p. Thesis (Master Degree in Biotechnology) - Federal University of Technology - Paraná, Ponta Grossa, 2019. Black mulberry (Morus nigra L.) is a plant of Asian origin, acclimatized in Brazil, and its leaves are used as infusions, due to beneficial health properties. Its antioxidant and anticancer action has been demonstrated and can be attributed to the presence of phenolic compounds in the plant. However, this class of compounds has low stability and one of the alternatives of conservation of the bioactivity of these compounds can be the encapsulation. The objective of this work is the extraction of phenolic compounds from leaves of black mulberry for later encapsulation in spheres of calcium alginate. Initially, aqueous extracts of Morus nigra leaves were prepared through an experimental design to determine the best conditions of drying and infusion temperatures and extraction time regarding their total phenolic content (CFT). Concentrations of CFT, flavonoids, flavonols, ortho-diphenols, antioxidant activity against DPPH radical and total extractive capacity were determined. Identification and quantification of phenolic compounds by high performance liquid chromatography coupled to mass spectrometry (LC-ESI-MS / MS). Concentrations of minerals were determined. The antimicrobial activity of the extracts was also performed. The extracts were encapsulated in calcium alginate beads and evaluated in terms of CFT, encapsulation efficiency tests, release of the active principle in water, storage stability and ball characterization. Among the evaluated conditions the most efficient extractions occurred in leaves that were exposed to lower drying temperatures and higher infusion temperatures. The extracts showed appreciable concentrations of phenolic classes and antioxidant activity. Analysis by LC-ESI-MS / MS allowed to identify phenolic substance not yet reported in the literature to date. In addition 10 mineral elements were determined in significant concentrations, among them potassium, iron and manganese. The encapsulation efficiency of CFT for dry and wet spheres was 95.1 ± 1.4 and 81.7 ± 0.8% respectively. SEM images for dry spheres showed that the extract and drying affected the morphology of the spheres. FTIR spectra of beads loaded with extract showed compatibility between the phenolic compounds and the alginate matrix. Along the 81 days of storage, the dried spheres kept at 4 °C showed stability in CFT up to 36 days, however small changes in CFT were observed until the end of the period. For moist spheres stored at 4 °C, CFT remained stable for the first four weeks. Thus, the encapsulation of black mulberry extracts in alginate beads is a promising technique to promote protective action of phenolic compounds. Keywords: Black mulberry leaves. Phenolic compounds. Encapsulation. Beads alginate.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Relação entre metabolismo primário e secundário em plantas. ................ 16

Figura 2 - Classificação dos compostos fenólicos. .................................................... 18

Figura 3 - Diferenças nas estruturas fenólicas. ......................................................... 19

Figura 4 - Ilustração esquemática para a microencapsulação de compostos ........... 24

Figura 5 - Estrutura do alginato. ................................................................................ 27

Figura 6 - Processo de gelificação iônica do alginato de sódio ................................. 29

Figura 7 - Esquema representativo do encapsulamento de extrato aquosos de folhas de Morus nigra L. em alginato. ....................................................................... 42

Figura 8 - Esquema representativo do teste de estabilidade das esferas úmidas e secas. ........................................................................................................................ 44

Figura 9 - Cromatograma das análises de LC-ESI-MS/MS em extratos de folhas de amoreira preta. ..................................................................................................... 58

Figura 10 - Concentração inibitória mínima (CIM) de extratos de folhas de Morus nigra L. ...................................................................................................................... 61

Figura 11 - Micrografias MEV das esferas de alginato. ............................................. 68

Figura 12 - Fotografias das esferas de alginato úmidas em branco e dopadas com extrato de folhas de amoreira preta. .......................................................................... 69

Figura 13 - Espectro de infravermelho das esferas de alginato em branco (A) e dopadas com extrato de folhas de amoreira preta (B). ............................................. 70

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Efeito da temperatura de secagem, temperatura de infusão e tempo no conteúdo fenólico total de folhas de amoreira preta. ............................................ 49

Gráfico 2 - Valores preditos versus valores observados pelo conteúdo fenólico total............................................................................................................................ 50

Gráfico 3 - Gráficos de superfície de resposta para conteúdo fenólico total em função de: Temperatura de secagem versus Temperatura de infusão (A); Temperatura de secagem versus Tempo (B); Temperatura de infusão versus Tempo (C). ................................................................................................................ 51

Gráfico 4 - Influência da concentração do alginato de sódio no conteúdo fenólico total de extratos de amoreira preta encapsulados. .................................................... 65

Gráfico 5 - Cinética de liberação de compostos fenólicos em água das esferas úmida e secas dopadas com extrato de folhas de amoreira preta. Os resultados são representados em termos de média ± desvio padrão. ........................................ 72

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Planejamento experimental fatorial com as variáveis e níveis de variação para extração de compostos fenólicos totais em folhas de Morus nigra. .... 33

Tabela 2- Analitos e fragmentos utilizados para identificação de compostos fenólicos em folhas de amoreira preta....................................................................... 37

Tabela 3- Valores médios e desvio padrão do conteúdo fenólico total de extratos aquosos de folhas de amoreira preta. ....................................................................... 47

Tabela 4- Estimativa dos efeitos para o conteúdo fenólico total. ............................... 48

Tabela 5- Tabela da ANOVA para o conteúdo fenólico total. .................................... 52

Tabela 6- Valores médios e desvio padrão da composição fenólica (classes) dos extratos aquosos de Morus nigra L., e capacidade redutora total e capacidade antioxidante. .............................................................................................................. 54

Tabela 7- Parâmetros de desempenho analítico para determinação de compostos fenólicos por LC-ESI-MS/MS. .................................................................................... 56

Tabela 8- Valores médios e desvio padrão dos compostos fenólicos identificados e quantificados por LC-ESI-MS/MS em extratos de folhas de amoreira preta. ......... 57

Tabela 9- Figuras de mérito para determinação de minerais por ICP MS e fotometria de chama. ................................................................................................. 62

Tabela 10- Concentração de minerais em folhas de amoreira preta expressos como média ± desvio padrão. ................................................................................... 63

Tabela 11- Estabilidade do conteúdo fenólico total das esferas secas dopadas com extrato de folhas de amoreira preta durante 81 dias de armazenamento a 4 ± 1°C e temperatura ambiente (25 ± 6°C). Os resultados são representados em termos de média ± desvio padrão. ............................................................................ 73

Tabela 12- Estabilidade do conteúdo fenólico total em esferas úmidas dopadas com extrato de folhas de amoreira preta durante 81 dias de armazenamento a 4 ± 1°C e temperatura ambiente (25 ± 6°C) no extrato e em soro. Os resultados são representados em termos de média ± desvio padrão ............................................... 74

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11

2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 13

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 13

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 13

3 REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................. 14

3.1 AMOREIRA PRETA (Morus nigra L.) .................................................................. 14

3.2 EXTRATOS DE FOLHAS DE AMOREIRA PRETA ............................................. 14

3.3 COMPOSTOS BIOATIVOS ................................................................................. 16

3.4 COMPOSTOS FENÓLICOS ............................................................................... 17

3.5 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE .............................................................................. 20

3.6 MICRONUTRIENTES MINERAIS ....................................................................... 21

3.7 TÉCNICAS DE SECAGEM DE VEGETAIS ......................................................... 22

3.9 ENCAPSULAMENTO DE COMPOSTOS BIOATIVOS ....................................... 24

3.10 ENCAPSULANTES ........................................................................................... 26

3.11 ENCAPSULAMENTO COM ALGINATO DE SÓDIO ......................................... 27

3.12 GELIFICAÇÃO IÔNICA EXTERNA DAS ESFERAS DE ALGINATO ................ 28

4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 31

4.1 REAGENTES E SOLUÇÕES .............................................................................. 31

4.2 AMOSTRAS ........................................................................................................ 31

4.3 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL E PREPARO DO EXTRATO ..................... 32

4.5 QUANTIFICAÇÃO DE CLASSES DE COMPOSTOS FENÓLICOS EM

EXTRATOs DE FOLHAS DE AMOREIRA PRETA ................................................... 34

4.5.1 Determinação do Conteúdo Fenólico Total (CFT) ............................................ 34

4.5.2 Determinação de Flavonoides Totais ............................................................... 34

4.5.3 Determinação de Flavonóis Totais ................................................................... 35

4.5.4 Quantificação de Orto - difenólicos................................................................... 35

4.6 ANÁLISE DE COMPOSTOS FENÓLICOS POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA

COM ESPECTRÔMETRO DE MASSA (LC-ESI-MS/MS) ......................................... 36

4.7 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DOS EXTRATOS ................................................. 37

4.7.1 Sequestro de Radicais Livres (DPPH•) ............................................................. 37

4.7.2 Capacidade Redutora Total .............................................................................. 38

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4.8 AÇÚCAR REDUTOR........................................................................................... 39

4.9 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA .......................................................................... 39

4.10 DETERMINAÇÃO DE MINERAIS ..................................................................... 40

4.11 ENCAPSULAMENTO DOS COMPOSTOS FENÓLICOS EM ESFERAS DE

ALGINATO ................................................................................................................ 41

4.11.1 Eficiência de Encapsulamento (EE) ............................................................... 42

4.11.2 Caracterização das Esferas de Alginato de Cálcio ......................................... 43

4.11.3 Estudo Cinético da Liberação de Compostos Fenólicos em Água ................. 43

4.11.4 Teste de Estabilidade ..................................................................................... 44

4.12 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................... 45

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 46

5.1 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL ................................................................... 46

5.3 ANÁLISE DO PERFIL FENÓLICO DOS EXTRATOS POR LC-ESI-MS/MS ....... 55

5.3.1 Parâmetros de Desempenho Analítico para Análise ........................................ 55

5.3.2 Perfil Fenólico dos Extratos de Amoreira Preta ................................................ 57

5.4 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA .......................................................................... 60

5.5 DETERMINAÇÃO DE MINERAIS ....................................................................... 62

5.5.1 Parâmetros de Desempenho Analítico para os Minerais.................................. 62

5.5.2 Perfil Mineral dos Extratos de Amoreira Preta .................................................. 63

5.6 ENCAPSULAMENTO DE COMPOSTOS FENÓLICOS EM ESFERAS DE

ALGINATO ................................................................................................................ 65

5.6.1 Eficiência de Encapsulamento ......................................................................... 66

5.6.2 Caracterização das Esferas de Alginato de Cálcio ........................................... 67

5.6.3 Teste de Liberação In Vitro .............................................................................. 71

5.6.4 Teste de Estabilidade ....................................................................................... 72

6 CONCLUSÕES ................................................................................................... 76

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 78

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11

1 INTRODUÇÃO

Os compostos fenólicos são uma ampla classe de bioativos, resultantes do

metabolismo secundário das plantas em resposta a estresses bióticos e abióticos, tais

como seca, umidade, insetos e plantas hospedeiras. Eles podem ser definidos como

compostos químicos que possuem como estrutura básica um anel aromático com um

ou mais substituintes hidroxila, são classificados com base no número de unidades de

fenol na molécula, e nesta classe destacam-se os flavonoides e os ácidos fenólicos.

São abundantes na natureza podendo ser considerados o maior grupo de

antioxidantes naturais, importantes na prevenção do estresse oxidativo e doenças

crônicas (KHODDAMI; WILKES; ROBERTS, 2013).

As folhas de Morus nigra L., comumente conhecida como amoreira preta, suas

folhagens são abundantes e possuem papel importante na produção de seda,

principalmente na China. São usadas na medicina tradicional, apresentam valor

agronômico por servirem de biomassa para alimentação de gado, assim como

alimento humano na forma de bebidas, infusões, corantes naturais e outros alimentos

(PARK et al, 2013; WU et al, 2013).

Estudos com as folhas deste gênero embora escassos, correlacionam agentes

bioativos como os compostos fenólicos com diversas ações biológicas, tais como

antimicrobianas, antialergênicas, efeitos antidepressivos e neuroprotetores

acompanhados do decréscimo do estresse oxidativo (KATSUBE et al, 2009;

ENKHMAA et al, 2005; HARAUMA et al, 2007; ZENI et al, 2017; DALMAGRO et al,

2017).

Apesar das folhas de amoreira preta apresentarem altos níveis de compostos

fenólicos, estes são instáveis e podem ser degradados quando submetidos a

processamentos de conservação e armazenamento, principalmente quando expostos

ao oxigênio e temperaturas elevadas. Tradicionalmente o processo de conservação

mais empregado na produção de chás e extratos biológicos de plantas envolve a

secagem em estufa ou liofilização. Katsube e colaboradores (2009) chamam a

atenção para que sejam estudadas as condições de processamento das folhas de

amoreira e que preservem a capacidade antioxidante e na concentração de

compostos fenólicos.

Atualmente novas técnicas como o encapsulamento vêm surgindo para

preservar a atividade biológica, alcançar a liberação controlada de compostos

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12

bioativos, além de mascarar aromas indesejáveis, como o sabor amargo e a

adstringência de natureza fenólica. O encapsulamento consiste em aprisionar os

componentes ativos dentro de um material polimérico, permitindo assim maior

proteção contra agentes externos. Os polímeros mais usuais são a maltodextrina,

goma arábica, quitosana e o alginato de sódio. As matrizes utilizadas como

encapsulantes devem possuir determinados requisitos como baixo preço,

simplicidade de manuseio, biodegradabilidade, biocompatibilidade e boa capacidade

de armazenamento (PETERS et al, 2011; DELADINO et al, 2008; STOJANOVIC et al,

2012).

Neste contexto o objetivo deste trabalho é a extração e caracterização de

compostos fenólicos de folhas de amoreira preta (Morus nigra L.) para posterior

encapsulamento em esferas de alginato de cálcio, almejando-se aumentar a

valorização destas como fonte natural e promissora de compostos fenólicos, bem

como o aumento da sua estabilidade por meio do encapsulamento em alginato.

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13

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Extração e caracterização de compostos fenólicos de folhas de amoreira preta

Morus nigra L., para posterior encapsulamento em esferas de alginato de sódio.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Otimizar o processo de extração dos compostos fenólicos analisando as

variáveis temperatura de secagem das folhas, temperatura de infusão e

tempo de extração.

Quantificar a concentração de compostos fenólicos totais, flavonoides

totais, flavonóis totais, orto-difenólicos, capacidade redutora total,

capacidade antioxidante e açúcar redutor dos extratos aquosos por

metodologias espectrofotométricas;

Identificar e quantificar os principais constituintes fenólicos, testar o

potencial antimicrobiano e determinar a concentração de minerais nos

extratos aquosos de folhas de amoreira preta

Estudar a eficiência de encapsulamento e a liberação dos compostos

fenólicos in vitro, caracterizar as esferas de alginato e avaliar a estabilidade

do conteúdo fenólico total dos encapsulados durante o armazenamento em

diferentes condições de estocagem.

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14

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 AMOREIRA PRETA (Morus nigra L.)

A Morus nigra L., também conhecida como amoreira preta, é uma espécie

vegetal que pertence ao gênero Morus, da família Moraceae. A planta é originária da

Ásia com produção de frutos mais intensa e abundante na Ásia Menor. No Brasil essa

planta apresenta-se absolutamente adaptada ao clima (CRUZ, 1979). Este gênero é

composto por cerca de 24 espécies e uma subespécie, sendo relatadas

aproximadamente 100 variedades (TUTIN et al, 1996).

A amoreira preta pode alcançar de 4 a 5 m de altura; as folhas são de coloração

verde-clara e bastante espessas (MORGAN, 1982). Podem ser encontradas em

regiões temperadas e subtropicais, mas são capazes de variar em diversas condições

climáticas, topográficas e de solo (ERCISLI; ORHAN, 2007). Conforme Vijayan (2010),

tradicionalmente a amoreira preta tem sido cultivada por suas folhas servirem como

alimento para o bicho da seda (Bombyx mori L.) e como árvores ornamentais.

Na medicina tradicional chinesa as folhas da amoreira preta têm sido

amplamente utilizadas como antiflogístico, hepatoprotetor, hipotensor, antipirético,

analgésico, diurético, expectorante, e também contra sintomas da diabetes

(NOMURA, 1988; CHEN et al, 1995) bem como utilizadas no tratamento de anemia e

artrite (OZGEN et al, 2009).

Seus frutos são comestíveis de sabor doce a ligeiramente ácidos e quando

maduros apresentam coloração vermelho-escura chegando à tonalidade preta

(MORGAN, 1982). São consumidos frescos ou processados, como geleias, sumos,

xaropes, bebidas, frutos secos, podendo ainda ser utilizados na produção de corantes

naturais (GUNDOGDU et al, 2011).

3.2 EXTRATOS DE FOLHAS DE AMOREIRA PRETA

Devido à busca constante do uso de ingredientes naturais os extratos vegetais

têm ganhado popularidade nos últimos anos. De acordo com Oliveira e Akisue (1997),

os extratos vegetais são elaborações concentradas com aspectos variados

provenientes de matérias-primas vegetais secas passíveis de tratamentos prévios ou

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não (ação por enzimas ou moagem). Esses meios complexos envolvem processos

com solventes que podem separar compostos específicos ou parte deles.

Os extratos vegetais mais comuns são os chás ou infusões de ervas. O

consumo dessas bebidas é mundialmente distribuído e extremamente popular em

diversos países asiáticos, sul-americanos e europeus, em virtude de vários benefícios

à saúde e às funções fisiológicas (BETTUZZI et al, 2006; BANSAL et al, 2012).

Wu e colaboradores (2013) reportaram que o extrato fenólico da folha de

amoreira possui a capacidade de diminuir o acúmulo de lipídios hepáticos por meio

da ativação da via de sinalização da proteína quinase. Além disso, outros estudos

indicaram que os extratos de folhas do mesmo gênero Morus poderiam ser utilizados

na prevenção de doenças assinaladas por inflamações crônicas através da inibição

do fator de transcrição nuclear (PARK et al, 2013) e no tratamento de diabetes tipo 2

e outras doenças cardiovasculares (JESZKA-SKOWRON et al, 2014).

As folhas de amoreira são de uso habitual em certos países da Ásia, inclusive

o pó da folha é adicionado ao trigo para elaboração da paratha (massa folhada), um

item muito comum da culinária indiana (SRIVASTAVA et al, 2003). Já na Coreia e

Japão a procura das folhas para infusões e sucos aumentou significativamente nos

últimos anos (DESMUKH et al, 1993; KATSUBE et al, 2010; THABTI et al, 2012). No

Brasil é utilizada no tratamento de diabetes, problemas cardiovasculares, para aliviar

os sintomas do climatério e cefaleia, obesidade e gota (OLIVEIRA et al, 2013).

Um fator extremamente relevante é a avaliação de segurança dos extratos de

folhas de amoreira preta. De acordo com experimentos de Figueredo e colaboradores

(2018), que realizaram estudo da toxicidade oral aguda e subaguda em ratos Wistar,

o extrato foi administrado nas doses de 500, 750 e 1000 mg / kg por 28 dias. Neste

caso as folhas de amoreira preta não apresentaram efeitos tóxicos significativos

quando administradas oralmente a ratos machos e fêmeas.

Há um crescente interesse no estudo estrutural e farmacológico dos

compostos fenólicos, cujas biomoléculas são encontradas em várias espécies da

família Moraceae (NOMURA E HANO, 1994; HUNYADI et al, 2013; SÁNCHEZ-

SALCEDO et al, 2015a). Estudos de Doi e colaboradores (2001) e Kim e

colaboradores (1999), com folhas de M. alba, demonstraram a presença de diversos

constituintes fenólicos, entre eles, os flavonoides e flavo-glicosídeos como a

quercetina.

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3.3 COMPOSTOS BIOATIVOS

As plantas produzem metabólitos secundários (MS), decorrentes do

mecanismo de defesa contra herbívoros, microrganismos e plantas competidoras,

como artefato de atração para agentes polinizadores e animais disseminadores de

sementes ou sistemas de proteção contra radiações danosas como a radiação

ultravioleta (UV). Os MS são produzidos durante a fotossíntese e ainda que não

participem de modo direto nos processos de crescimento, desenvolvimento e

reprodução como os metabólitos primários, são primordiais para a sobrevivência da

planta e perpetuação de sua espécie (Figura 1). São elementos biologicamente ativos

com habilidades de interferir a nível molecular no organismo. Assim, a ação desses

compostos presentes em alimentos vegetais na conservação da saúde humana tem

sido alvo de diversos estudos nos últimos anos (MARTINS et al, 2016; SILVA et al,

2010; WINK, 2016).

Figura 1- Relação entre metabolismo primário e secundário em plantas.

Fonte: Adaptado de Martins et al. (2015).

O conhecimento sobre os compostos bioativos influenciou o conceito de

alimentos funcionais. Segundo a ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária)

compostos bioativos são os nutrientes e não nutrientes que possuem ação no

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metabolismo ou fisiológico específico. Neste cenário a palavra saúde ganha um novo

sentido no conhecimento dos alimentos, de modo que a alimentação apropriada não

somente preocupa-se em fornecer energia e nutrientes essenciais, como ressalta a

importância dos compostos bioativos, uma vez que são capazes de exercer efeitos

fisiológicos benéficos, podendo prevenir ou reduzir o risco do desenvolvimento de

doenças cardiovasculares, câncer, infecções intestinais, hipertensão, osteoporose,

doenças neurodegenerativas e enfermidades inflamatórias (CARRATU; SANZINI,

2005; COSTA; JORGE, 2011).

Civilizações passadas já utilizavam plantas para fins terapêuticos como

tratamento de primeira escolha, levando em consideração evidências aparentes no

corpo, bem como observaram a toxicidade conforme a dose. Entretanto, os povos não

compreendiam a razão desses efeitos e tampouco a composição das plantas

(HALBERSTEIN, 2005; MURRAY; PIZZORNO, 1998; PETROVSKA, 2012). Hoje

sabe-se que as plantas possuem milhares de compostos químicos biologicamente

ativos funcionando em harmonia e contribuindo com uma gama de bioatividades. A

comunidade científica tem se concentrado identificação de moléculas bioativas em

uma diversidade de plantas, assim como suas propriedades e mecanismos de ação

(AGARWAL et al, 2010; ALVES-SILVA et al, 2013; ASGARPANAH; KAZEMIVASH,

2012; ASL; HOSSEINZADEH, 2008, BAKKALI et al, 2008, KANAFANI; PERFECT,

2008; RANA et al, 2011; SHER, 2009; SHOJAII; FARD, 2012; SILVA et al, 2011;

SINGH et al, 2010).

3.4 COMPOSTOS FENÓLICOS

Os compostos fenólicos são um importante grupo de metabólitos secundários.

Conforme Hernández e Prieto Gonzáles (1999), são substâncias que possuem grupos

benzênicos que possuem no mínimo um de seus hidrogênios substituídos por

grupamentos hidroxila. Na natureza são encontrados em abundância e abrangem

desde moléculas simples até outras com alto grau de polimerização. Mais de 8000

compostos fenólicos já foram identificados em plantas (DAI; MUMPER, 2010). A

finalidade destes compostos está associada com inibição ou ativação de uma vasta

diversidade de sistemas enzimáticos, como quelantes de metais ou podendo

sequestrar radicais livres (GARBISA et al, 2001; RUSSO et al, 2000).

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O termo “fenólicos” engloba um grupo superabundante e diversificado de

compostos químicos, que são subdivididos de acordo com o número de subunidades

de fenol presentes na molécula, classificados entre polifenóis e fenóis simples

(GIADA, 2013). As principais classes e subclasses de compostos fenólicos podem ser

observadas na Figura 2.

Figura 2- Classificação dos compostos fenólicos.

Fonte: Adaptado de LUTHRIA (2006).

A multiplicidade de estruturas dos compostos fenólicos ocorre graças à grande

diversidade de combinações que sucedem na natureza, que podem ser categorizadas

em inúmeras classes. Entre os compostos fenólicos, existem moléculas simples, como

ácidos fenólicos ou estruturas complexas, como taninos hidrolisáveis (Figura 3)

(HARBORNE et al, 1999). São fontes de substâncias fenólicas as frutas cítricas, frutas

vermelhas, legumes, vegetais e outras plantas, constituídas principalmente de ácidos

fenólicos, flavonoides e taninos (PIMENTEL et al, 2005).

Os flavonoides correspondem à classe fenólica mais importante e variada entre

os produtos de origem vegetal. Apresentam uma rica diversidade estrutural, possuindo

um esqueleto de 15 carbonos em sua estrutura química, que consiste de dois anéis

aromáticos chamados A e B ligados através de um anel pirano chamado

C. Modificações nesta estrutura básica tais como hidroxilação, metilação, acilação e

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glicosilação podem dar origens a diversas classes de flavonoides (MACHADO et al.,

2008). São compostos que possuem boa capacidade antioxidante natural atuando no

bloqueio de espécies reativas de oxigênio (EROs) por ação inibitória de enzimas ou

como quelantes de traços de elementos envolvidos na produção de radicais livres

(TOMINAGA et al, 2006).

Figura 3- Diferenças nas estruturas fenólicas.

Fonte: Adaptado Soto et al. (2015).

A comunidade científica tem se concentrado na extração de compostos

fenólicos principalmente de folhas de diversas fontes vegetais (SANTOS-GOMES et

al, 2003; ALARA et al, 2018; SUMERE et al, 2018; IRAKLI et al, 2018)

Entretanto, outros estudos concentram-se em estudar as propriedades

bioativas dos extratos, como atividades antioxidantes (RADOJKOVIĆ et al, 2016;

SÁNCHEZ-SALCEDO et al, 2015a), atividade antimicrobiana (HUSSAIN et al, 2010;

KOZŁOWSKA et al, 2015; ONITSUKA et al, 2019) e ação citotóxica (KOCKA et al,

2018; FIGUEREDO et al, 2018).

Esforços com o objetivo de identificar compostos fenólicos em folhas de

amoreira têm sido realizados (DUGO et al, 2009; THABTI et al, 2012). Estes fatos

corroboram para a valorização deste material vegetal uma vez que indicam

expressamente a bioatividade intrínseca reforçando o desenvolvimento de produtos

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oriundos da folha como chás, bebidas fortificadas e fitoquímicos (NAM; JANG;

SHIBAMOTO, 2012).

Apesar de utilizada na medicina popular, são limitados os estudos no que diz

respeito à composição fenólica, farmacológica e avaliação das propriedades

biológicas das folhas de M. nigra. Em sua maioria as pesquisas são voltadas aos frutos

dessa espécie.

3.5 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE

Antioxidantes são compostos capazes de retardar a velocidade da oxidação

através de um ou mais mecanismos impedindo a formação de radicais livres e

complexação de metais. A atividade antioxidante de compostos fenólicos deve-se

principalmente às suas propriedades de oxido-redução desempenhando um papel

significativo na absorção e neutralização de radicais livres, atuando como quelante de

oxigênio triplete e singlete ou ainda na decomposição de peróxidos (ANTUNES;

CANHOS, 1984; BRENNA; PAGLIARINI, 2001; ZHENG; WANG, 2001; FENNEMA,

1993).

Existem duas classes de antioxidantes: os que possuem atividade enzimática

e os que não a possuem. Na primeira classe, estão as substâncias que possuem

capacidade de impedir o início da oxidação capturando moléculas instáveis. Entre os

antioxidantes que não detém atividade enzimática, encontram-se moléculas que

possuem afinidade com espécies radicalares, portanto são consumidas ao longo da

reação. Esta divisão engloba os antioxidantes naturais e os sintéticos (MOREIRA;

MANCINI, 2004).

Ainda que o organismo possua defesas antioxidantes endógenas reais no

combate ao excesso de radicais livres, pressupõe-se que possam existir falhas e

consequentemente a formação constante de radicais livres. Portanto, o consumo de

antioxidantes através da dieta é fundamental na manutenção da saúde. Muitas

doenças como o câncer, diabetes, artrite, doenças do coração, podem estar

diretamente ligadas aos danos promovidos por formas reativas de oxigênio. Os

radicais livres também estão intimamente ligados aos processos de envelhecimento

do corpo (BRENNA; PAGLIARINI, 2001). Um maior consumo de alimentos ricos em

compostos fenólicos possui forte relação entre a baixa incidência de doenças

crônicas (HERTOG et al, 1993).

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) relaciona que doenças pertinentes a

idade, tais como diabetes, câncer, distúrbios cardiovasculares e neurodegenerativas

são as principais causas de mortalidade e morbidade. De acordo com Herrero e

colaboradores (2008), o estresse oxidativo é visto como um evento patológico, onde

as células não são capazes de neutralizar os efeitos prejudiciais das espécies reativas

de oxigênio.

Os compostos bioativos de natureza fenólica têm sido o ponto central de

pesquisas acerca de novos compostos e bioprodutos para retardar ou impedir a

oxidação de substratos intracelulares (ESCOTÉ et al, 2012; LEÓN-GONZÁLEZ et al,

2014).

3.6 MICRONUTRIENTES MINERAIS

Além dos compostos bioativos presentes nas plantas e ervas medicinais, os

constituintes inorgânicos também auxiliam no bom funcionamento do organismo.

Portanto, é de extrema relevância que essas concentrações sejam analisados nas

folhas de amoreira. Os minerais são elementos que estão envolvidos em muitas

funções fisiológicas e bioquímicas, tais como equilíbrio ácido-base e consequente

manutenção do pH, transmissão de impulsos nervosos, pressão osmótica, auxílio na

regulação de diversas enzimas, podendo a carência de minerais afetar seriamente o

organismo (GERNAND et al, 2016).

Micronutrientes são definidos como elementos ou compostos necessários em

quantidades pequenas para o corpo, e incluem as vitaminas e os minerais. São

divididos em macrominerais, aqueles cuja necessidade diária é maior que 100 mg, e

microminerais, aqueles que possuem necessidade inferior a este valor. Os

macrominerais compreendem o cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K), sódio (Na),

cloro (Cl), fósforo (P) e enxofre (S), enquanto os microminerais são iodo (I), zinco (Zn),

selênio (Se), ferro (Fe), manganês (Mn), cobre (Cu), cobalto (Co), molibdênio (Mo),

flúor (F), cromo (Cr) e boro (B) (LUKASKI, 2004; DUTRA-DE- OLIVEIRA E MARCHINI,

1998).

A família Moraceae contém quantidades apreciáveis de minerais. Entretanto,

estudos da composição mineral da espécie Morus nigra ainda são escassos.

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3.7 TÉCNICAS DE SECAGEM DE VEGETAIS

A secagem possivelmente é um dos métodos mais antigos de preservação de

alimentos pós-colheita empregados pelo homem. Este processo baseia-se na retirada

de água de um material, com transferência de calor e massa, ou seja, conserva o

material restringindo a umidade presente, sendo uma tecnologia de baixo custo que

geralmente leva a poucas alterações sensoriais e nutritivas (ERBAY; ICIER, 2010;

ONWUDE et al, 2016).

A principal vantagem desse método é facilitar o armazenamento e transporte,

uma vez que dispensa o uso de refrigeração, assim como facilita outras operações

unitárias como a moagem e mistura. Além disso, a planta fresca possui altas

concentrações de atividade de água, ambiente favorável à multiplicação microbiana e

às reações enzimáticas, possibilitando a deterioração ou até mesmo podendo

degradar o princípio ativo da planta. Consequentemente, a estocagem e a

comercialização in natura destes materiais não são viáveis (MUJUMDAR; LAW,

2010).

A liofilização é um exemplo de secagem artificial considerada nobre na

conservação de produtos farmacêuticos e alimentares, no qual o material previamente

congelado é desidratado a baixa temperatura e pressões negativas, ocorrendo assim

a sublimação dos micros cristais de gelo sem romper as estruturas das moléculas,

melhorando a estabilidade, indicada para amostras sensíveis ao calor (CARPENTER

et al, 1999).

A secagem artificial faz emprego de secadores ou estufas onde o calor é

produzido artificialmente. Essa tecnologia apresenta vantagens significativas, entre

elas a não dependência de condições climáticas, maior controle de temperatura,

umidade e corrente do ar e maximização da qualidade nutricional (GALLALI et al,

2000; RAMANA MURTHY, 2009).

A secagem em estufa com circulação de ar é um método simples e apresenta

baixo custo de manutenção. Nela o material é disposto uniformemente em bandejas

com temperaturas e tempo controlados através de um termostato. Todavia, como se

trata de um tratamento com ar quente podem implicar na degradação térmica de

certos compostos bioativos (MRKIC et al, 2006).

Takuya e colaboradores (2009) chamam a atenção para que sejam estudadas

as condições de processamento das folhas de amoreira e na preservação da

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capacidade antioxidante e efetiva de compostos fenólicos, uma vez que a secagem

frequentemente é usada na fabricação de chás e outros derivados.

3.8 MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS

Os compostos bioativos de natureza fenólica podem ser categorizados em

relação de seu conteúdo total, quantificação individual ou de um grupo ou classe de

compostos fenólicos (MOURE et al, 2001). Essas análises são influenciadas pelo

conteúdo do composto, a metodologia de extração empregada, a grandeza da

amostra, a duração e tipo de estocagem, bem como o padrão empregado e a presença

de interferentes como proteínas, açúcares redutores e ácido ascórbico (SHAHIDI;

NACZK, 1995).

De acordo com Benvenuti e colaboradores (2004), Kapasakalidis e

colaboradores (2006), analisando-se uma mesma espécie de fruta, os conteúdos em

fenóis totais encontrados estão correlacionados ao tempo de crescimento, variedade,

propriedades climáticas e ambientais, local geográfico e técnicas de agronomia

realizadas. Tendo em vista o tratamento da amostra, podem haver interferências de

luz, temperatura e dos métodos de extração. Em virtude da pluralidade de sistemas

metabólicos na geração de substâncias fenólicas é difícil fazer uma estimativa da

concentração nos tecidos vegetais de maneira absoluta (EVARISTO E LEITÃO,

2001).

Alguns métodos já testados e validados para determinação de compostos

fenólicos são: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) (GRANATO;

KATAYAMA; CASTRO, 2011); HPLC acoplado com espectrometria de massas

(SLATNAR et al, 2014); cromatografia gasosa (WANG; ZUO, 2011); HPLC acoplado

com espectrometria de massa com alta resolução e biossensores (PORTACCIO et al,

2006).

Recentemente, a HPLC acoplada a um detector de arranjo de diodos com

espectrometria de massas mostrou-se a melhor ferramenta para separar e identificar

fenóis e derivados em várias amostras. Desse modo, tal técnica propicia uma

quantidade abundante de informações qualitativas e quantitativas (GONZALEZ-

MOLINA et al, 2010; SIMIRGIOTIS et al, 2009).

A espectrofotometria é uma técnica muito utilizada na quantificação de

compostos fenólicos, em razão de sua simplicidade, rapidez e baixo custo. Contudo

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apresenta desvantagem, pois permite somente uma estimativa do conteúdo de fenóis

totais, onde não há diferenciação dos compostos individualmente. Além disso, por

tratar-se de substâncias complexas nas mais variadas matrizes e oscilações reativas

dos fenóis aos reagentes dos ensaios, um vasto espectro de metodologias é

empregado, o que pode levar a resultados errôneos e não comparáveis (IGNAT et al,

2011).

3.9 ENCAPSULAMENTO DE COMPOSTOS BIOATIVOS

O encapsulamento é uma técnica na qual partículas, tais como pigmentos,

enzimas, ou conservantes são envoltas em cápsulas. A substância encapsulada é

chamada de recheio ou núcleo, e a substância que compõe a cápsula é o

encapsulante, cobertura ou parede. As partículas são classificadas conforme seu

tamanho: macrocápsulas (>5000 μm), microcápsulas (0,2-5000 μm) e nanocápsulas

(< 0,2 μm) (SUAVE et al, 2006). Estudos trazem técnicas para processar, fabricar e

aplicar diferentes estruturas, com formatos e tamanhos controlados (PETERS et al,

2011; DICKINSON; 2012; ASSIS et al, 2012; EZHILARASI et al, 2013).

As cápsulas podem ser definidas conforme sua forma em dois grupos: no

primeiro, o núcleo é claramente localizado na região central, rodeado por um filme

definido e contínuo do material de parede. Tais partículas podem ser vistas como um

sistema do tipo reservatório, o que as configura como microcápsulas ou cápsulas. Já

o segundo grupo é considerado como um sistema matricial, no qual o núcleo

apresenta-se disperso de maneira uniforme em uma matriz, configurando as

microesferas ou esferas (Figura 4) (AZEREDO, 2005).

Figura 4- Ilustração esquemática para a microencapsulação de compostos

Fonte: Adaptado de Matté; Rosa (2013).

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A diferença básica entre microcápsulas e microesferas é que nestas últimas

uma pequena fração do material encapsulado mantém-se exposta na superfície, o que

usualmente não ocorre na verdadeira encapsulação. Porém, o termo encapsulamento

engloba tanto a formação microcápsulas quanto a de microesferas (DEPYPERE,

2003).

De acordo com Suave e colaboradores (2006), ao definir o método mais

adequado deve-se levar em conta o tipo de material ativo, do destino e dos meios

utilizados para que exista a liberação desejada. Basicamente a diferença entre as

técnicas efetivas está na maneira como será envolvido ou aprisionado o material ativo

pelo agente encapsulante, dado que a conjunção entre o material e o agente ativo

pode ser de caráter físico, químico ou físico-químico. Spray-dryer, spray-cooling,

pulverização em banho térmico, leito fluidizado, extrusão centrífuga com múltiplos

orifícios, co-cristalização e liofilização são exemplos de técnicas que utilizam meios

físicos. Já os métodos químicos vão desde inclusão molecular à polimerização

interfacial. Finalmente, metodologias físico-químicas envolvem coacervação,

emulsificação seguida de evaporação do solvente, pulverização em agente formador

de reticulação e inclusão lipossômica (RABELLO, 2009; SUAVE et al, 2006).

As biomoléculas fenólicas apresentam vulnerabilidade a ambientes oxidantes,

como por exemplo quando expostas à luz, oxigênio e umidade, já que apresentam

insaturações em suas estruturas moleculares. Dessa forma, para aumentar a

estabilidade de estocagem elas podem ser encapsuladas o que também as torna

viáveis a utilização pelo fabricante e assegurando benefícios aos consumidores. O

processo de encapsulamento não só estabiliza esses compostos bioativos como

também colabora para mascarar aromas indesejáveis, englobando o sabor amargo e

a adstringência de fenólicos (GOUIN, 2004; NEDOVIC et al, 2011;).

O encapsulamento de bioativos fenólicos são de extrema importância para as

indústrias farmacêuticas, de alimentos funcionais e cosméticos (SANGUANSRI et al.,

2013). Muitas das técnicas de encapsulamento são fundamentadas em processos de

secagem, pois a maioria dos extratos que possuem bioatividade são líquidos. Logo, a

liofilização e a secagem por pulverização são tecnologias bastante utilizadas, a

primeira indicada para compostos sensíveis ao calor, conservando praticamente

intactas as propriedades desses componentes, e a segunda usualmente utilizada por

causa do baixo custo e flexibilidade (FANG; BHANDARI, 2010; CEBALLOS et al,

2012).

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Posteriormente, muitas pesquisas foram realizadas a fim de otimizar o

encapsulamento de compostos fenólicos, como o caso do extrato de erva mate

(DELADINO et al, 2008), extratos de folhas de oliva (KOSARAJU et al, 2006) e

extratos fenólicos de amoras (LAINE et al, 2008).

3.10 ENCAPSULANTES

A natureza do material encapsulante é um fator determinante no sucesso da

encapsulação e na estabilidade das cápsulas e esferas. Segundo Gharsallaoui e

colaboradores (2007), a seleção da matriz depende de uma série de fatores:

propriedades químicas e físicas do núcleo e da parede, os quais devem ser

compatíveis, fatores econômicos e o agente encapsulante deve possibilitar uma

liberação controlada e conter a volatilização de compostos, apresentar boas

propriedades de formação de filme, baixa viscosidade, ser solúvel em água e

preferencialmente de baixo custo.

Vários são os materiais que podem ser utilizados para encapsulamento para

fins alimentícios e farmacológicos, mas usualmente utilizam-se os polissacarídeos,

pois apresentam uma grande diversidade e baixo custo. Entre eles estão

maltodextrina, goma arábica, amidos hidrofobicamente modificados e quitosana, do

mesmo modo que suas misturas (Quadro 1) (RAY et al, 2016).

Quadro 1- Classes de substâncias utilizadas como encapsulantes de ingredientes alimentares.

Classe Matriz Métodos de encapsulamento aplicáveis

Glicídios Amido, maltodextrinas, amidos modificados, sacarose, ciclodextrinas

Atomização, extrusão, coacervação, inclusões complexas

Celulose Carboximetilcelulose, metilcelulose, etilcelulose, nitrocelulose,

acetilcelulose

Coacervação, atomização, filmes comestíveis

Gomas Goma arábica, ágar, alginato de sódio, carragena

Atomização, método com seringa

Lipídeos Cera, parafina, cera de abelha, diacilglicerol, óleos, ácidos graxos

Emulsão, formação de filmes

Proteínas Glúten, caseína, gelatina, albumina, hemoglobina, peptídeos

Emulsão, atomização

Fonte: adaptado de Desai; Park (2005).

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Para promover as características morfológicas que favoreçam a eficiência de

encapsulação, estabilidade durante a estocagem, grau de proteção do núcleo e

características microscópicas da superfície, é comum também a utilização de blendas

poliméricas (GBASSI; VANDAMME, 2012). Assim como a utilização de combinações

de métodos de encapsulamento.

3.11 ENCAPSULAMENTO COM ALGINATO DE SÓDIO

O alginato de sódio é um polissacarídeo que recobre extracelularmente

algumas espécies de bactérias e na matriz intercelular de algas marrons encontradas

em ambientes aquáticos. Sua descoberta em algas marrons ocorreu no final do século

XIX, tornando-se um produto de grande importância comercial, podendo atingir de 40

a 60% de peso seco (HAY et al, 2010). Os primeiros estudos voltados a extração de

alginatos destas algas foram realizados pelo químico inglês E.C.C. Stanford em 1883,

onde observou a formação de uma substância gelatinosa na digestão com carbonato

de sódio (MEDINA; LEDO, 2010).

Apresentam características estruturais de copolímeros lineares constituídos de

ácidos α-L-gulurônicos e β-D-manurônicos com ligações 1-4 de composição e

sequência abundantemente variáveis (Figura 5). Sua característica polianiônica é fruto

dos grupos carboxílicos que aparecem ao longo da cadeia. Especificamente a

composição e dimensão das sequências, assim como a massa das moléculas, são

determinantes nas propriedades dos alginatos (DRAGET; TAYLOR, 2011).

Figura 5- Estrutura do alginato.

Fonte: Oliveira et al. (2017).

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Estudos recentes de encapsulamento evidenciaram a possibilidade de

aumentar a estabilidade de compostos fenólicos preservando sua bioatividade

(BELŠČAK-CVITANOVIĆ et al, 2011; DELADINO et al, 2013; LÓPEZ-CÓRDOBA et

al, 2014). Como um biopolímero natural o alginato de sódio é considerado

biocompatível, possuindo ação gelificante e espessante, biodegradabilidade, baixa

toxicidade, baixo custo, simplicidade de uso, demonstrando proteção efetiva quando

empregado como material de revestimento. Como consequência resulta em máxima

eficiência na preservação de compostos fenólicos extraídos de plantas (DELADINO et

al, 2008; STOJANOVIC et al, 2012).

3.12 GELIFICAÇÃO IÔNICA EXTERNA DAS ESFERAS DE ALGINATO

Muitos estudos reportaram o desenvolvimento de diferentes técnicas para

produzir partículas eficientes, à exemplo a secagem por atomização (PICOT;

LACROIX, 2004), gelificação iônica com o emprego de polissacarídeos associados a

íons cálcio (MAESTRELLI et al, 2008) e união de métodos como leito fluidizado mais

coacervação complexa (LAMBERT; WEINBRECK; KLEEREBEZEM, 2008),

coacervação complexa mais secagem por spray drying (BARACAT et al, 2004;

OLIVEIRA et al, 2007) gelificação iônica e complexação eletrostática (GBASSI et al,

2011).

O método de encapsulamento habitualmente utilizado é a extrusão via

gelificação externa. O método de extrusão envolve a dispersão do material do núcleo

em uma massa fundida de um carboidrato, a qual é lançada, através de uma seringa,

em direção a um líquido desidratante que endurece a cobertura formando assim

microgotas ou gotas, estando seu tamanho sujeito ao diâmetro do orifício e da

velocidade de saída do material. Este processo de endurecimento ocorre por

diferentes meios como a evaporação do solvente, difusão do solvente ou reação

química (CHAN et al, 2009).

A técnica de gelificação iônica pode ser realizada de duas maneiras: interna ou

externa (difusão). Na gelificação há formação reticular dos grupos carboxílicos da

cadeia polimérica do hidrocolóide, estabelecendo zonas de junção que servem de

apoio para a estrutura tridimensional dos géis. Certos fatores podem interferir na

geração das zonas de junção, como a temperatura, presença de íons e até mesmo a

própria estrutura do hidrocolóide. Os hidrocolóides aniônicos, sobretudo os alginatos,

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podem ser empregados para a encapsulação por extrusão, devido à sua habilidade

de formar géis em contato com soluções salinas (BUREY et al, 2008).

A gelificação iônica interna é baseada na produção de partículas mediante

adição de sais de cálcio de modo direto na solução polimérica contendo material de

recheio, ou seja, dispersão de uma fase aquosa envolvendo um agente reticulador em

sua forma inativa e o biopolímero. No momento em que há a redução de pH do meio

ou a adição de um ácido orgânico, o qual penetra na fase aquosa, o agente de

reticulação ioniza, que resulta na gelificação (COOK et al, 2012; HU; AZADI;

ARDEKANI, 2015).

A produção de microgéis pelo processo de gelificação iônica externa consiste

na formação de grânulos que possuem a solução de alginato e o constituinte a ser

encapsulado, com auxílio de um dispositivo extrusor de gotejamento sobre uma

solução iônica em concentrações pré-determinadas (Figura 6).

Figura 6- Processo de gelificação iônica do alginato de sódio

Fonte: Paredes-Juarez et al. (2014).

Imediatamente as partículas solidificam-se, com início na face exterior, onde

ocorre a reação de íons divalentes com as cadeias biopoliméricas, com carga

negativa, formando estruturas tridimensionais firmes, com concentração de água

elevada, difundindo para o centro da partícula, proporcionando um meio favorável à

reticulação do exterior para o interior, que podem conter níveis satisfatórios do ativo

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encapsulado e partículas de diferentes formas e tamanhos (HELGERUD et al, 2009;

SCHOUBBEN et al, 2010; SMRDEL et al, 2008). Após o processo de gelificação iônica

do alginato de sódio, este denomina-se alginato de cálcio.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 REAGENTES E SOLUÇÕES

Os reagentes utilizados na realização das análises de cromatografia como

ácido fórmico e metanol foram de grau cromatográfico. Os padrões catequina, ácidos

gálico, cafeico, p-cumárico, ferúlico, salicílico, vanílico, siríngico, protocatecuico,

quercetina, umbeliferona foram obtidos na Sigma-Aldrich (St. Louis, Missouri, USA).

Todos os reagentes apresentaram pureza maior do que 95 %. Reagentes de Folin-

Ciocalteu, 2,2-difenil-1-picrilhidrazila (DPPH•), metanol, ácido fórmico e alginato de

sódio foram obtidos na Sigma-Aldrich (São Paulo, Brasil).

Todos os reagentes utilizados foram de grau analítico. Cloreto de ferro (III)

hexahidratado (FeCl3.6H2O), ferricianeto de potássio (K3[Fe (CN)6]), sulfato de cobre

pentahidratado (CuSO4.5H2O), tartarato duplo de sódio e potássio (KNaC4H4O6·4H2O)

e glicose anidra foram adquiridos da Alfhatec (Rio de Janeiro, Brasil). Carbonato de

sódio, Cloreto de alumínio hexahidratado (AlCl3.6H2O), nitrito de sódio (NaNO2), álcool

etílico, 2,3,5-trifenil cloreto de tetrazólio, isobutanol (C4H10O) e citrato de

sódio tribásico (Na3C6H5O7. 2H2O) foram adquiridos da Vetec (Rio de Janeiro, Brasil).

Molibdato de sódio diidratado (Na2MoO4.2H2O) e hidróxido de sódio (NaOH), foram

adquiridos da Dinâmica (São Paulo, Brasil). Ácido clorídrico foi adquirido da Biotec

(São Paulo, Brasil). Acetato de sódio anidro (C2H3NaO2) foi adquirido da Proquimios

(Rio de Janeiro, Brasil). O caldo infusão cérebro e coração foi adquirido da Kasvi (São

Paulo, Brasil). A água ultrapura com resistividade 1,75 MΩ/cm, purificada em

purificador (GEHAKA Master All 2000 system, Brasil) foi utilizada no preparo das

amostras e soluções. Uma solução estoque multielementar ICP-3 (Perkin-Elmer)

contendo 1000 mg mL-1 dos analitos Si, Cu, Zn, V, Ni, Al, K, Mg e Mn, foi utilizada para

o preparo das soluções de calibrações. Peróxido de hidrogênio e ácido nítrico

bidestilado foram adquiridos da Merck (São Paulo, Brasil) usados para a digestão das

amostras para posterior determinação da concentração dos minerais.

4.2 AMOSTRAS

Folhas da amoreira preta (Morus nigra L.), jovens totalmente expandidas, com

pecíolo, livres de pragas e doenças e de uma mesma árvore, foram coletadas no

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período da manhã, tempo nublado com temperatura de 18°C na região de Ponta

Grossa em setembro de 2017. Todo material foi inicialmente armazenado em sacos

plásticos e imediatamente transportado até o Laboratório de Métodos Instrumentais

da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa. No

laboratório, o material foi higienizado por lavagem em água corrente e posteriormente

em água destilada, deixadas em repouso para escorrer o excesso de água e

posteriormente aplicados os tratamentos térmicos para desidratação das folhas.

As amostras foram desidratadas em estufa de circulação de ar forçado (Fanem,

320-SE) com temperatura regulada para 50 ± 1, 75± 1 e 100 ± 1°C (limites inferiores,

ponto central e limites superiores do planejamento experimental respectivamente) e

pesadas até a massa constante. Em seguida foram moídas em moinho analítico

(Quimis®, São Paulo, Brasil) e passadas em peneira com diâmetro < 0,71 mm para

obtenção de um pó fino, e em seguida armazenadas em refrigerador a -6 ± 1°C em

tubos do tipo falcon escuros protegidos da luz até o momento das análises.

4.3 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL E PREPARO DO EXTRATO

Utilizou-se o planejamento experimental fatorial 2³ totalizando-se 8 corridas

com ponto central em triplicata (Tabela 1) para investigação dos efeitos das variáveis

independentes: temperatura de secagem, temperatura de infusão e tempo de extração

sobre a variável dependente (conteúdo fenólico total). Essas condições foram

determinadas após resultados preliminares os quais indicaram a influência da

temperatura de secagem, da temperatura de infusão e do tempo na extração dos

compostos fenólicos.

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Tabela 1- Planejamento experimental fatorial com as variáveis e níveis de variação para extração de compostos fenólicos totais em folhas de Morus nigra.

Ensaios Temperatura de secagem (°C) Temperatura de infusão (°C) Tempo (min)

1 1 (50 ± 1,0)

1 (70 ± 0,1) 1 (10)

2 -1 (100 ± 1,0) 1 (70 ± 0,1) 1 (10)

3 1 (50 ± 1,0) -1 (96 ± 0,1) 1 (10)

4 -1 (100 ± 1,0) -1 (96 ± 0,1) 1 (10)

5 1 (50 ± 1,0) 1 (70 ± 0,1) -1 (30)

6 -1 (100 ± 1,0) 1 (70 ± 0,1) -1 (30)

7 1 (50 ± 1,0) -1 (96 ± 0,1) -1 (30)

8 -1 (100 ± 1,0) -1 (96 ± 0,1) -1 (30)

9 0 (75 ± 1,0) 0 (83 ± 0,1) 0 (20)

10 0 (75 ± 1,0) 0 (83 ± 0,1) 0 (20)

11 0 (75 ± 1,0) 0 (83 ± 0,1) 0 (20)

Fonte: a autora.

Os extratos foram preparados utilizando-se 0,5 g de matéria seca em pó das

folhas de amoreira preta em 25 mL de água ultrapura. As extrações foram realizadas

em banho Ultratermostático (Solab SL 152) com tempo e temperatura ajustados

conforme Tabela 3. Os extratos foram centrifugados por 3 min a 2325 g (Lab 1000,

Modelo DMO4125) em temperatura ambiente e em seguida o sobrenadante

armazenado em tubos do tipo falcon escuros para posterior análise. A determinação

da concentração do conteúdo fenólico total foi realizado imediatamente após a

extração.

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4.5 QUANTIFICAÇÃO DE CLASSES DE COMPOSTOS FENÓLICOS EM

EXTRATOS DE FOLHAS DE AMOREIRA PRETA

4.5.1 Determinação Do Conteúdo Fenólico Total (CFT)

O CFT de extratos das folhas da amoreira preta foi determinado seguindo o

procedimento de Folin-Ciocalteu com algumas modificações (SINGLETON et al,

1999). Uma alíquota de 100 μL do extrato, 500 μL de água e 500 μL de uma solução

aquosa do reagente Folin-Ciocalteau (1:3 v/v) foram misturados em tubo de ensaio.

As amostras foram agitadas e após 5 min foram adicionados 500 μL de Na2CO3 (10%

m/v), deixando-se repousar durante 1 h. Após realização de varredura prévia, que

revelou máximo em 720 nm a absorbância da amostra foi medida em

espectrofotômetro UV-vis (FEMTO 800 XI, Brasil) em cubeta de vidro com caminho

óptico de 1 cm.

Uma curva de calibração foi preparada com ácido gálico (R 2 = 0,9974) na faixa

de concentração de 25 a 600 mg L-1. O experimento foi realizado em triplicata e os

resultados expressos como média ± desvio padrão em mg de ácido gálico equivalente

por g de amostra seca (mg GAE g-1).

4.5.2 Determinação De Flavonoides Totais

A quantificação da concentração de flavonoides foi realizada em triplicata por

meio de leitura em espectrofotômetro, com base em uma curva de calibração

construída pela diluição de uma solução padrão de catequina (R² = 0,9966) e os

resultados são expressos como média ± desvio padrão em mg de catequina

equivalente por g de amostra seca (mg CAE g-1). Para tal, uma alíquota de 250 μL da

amostra de extrato previamente diluído, seguidos de 2720 μL de etanol (30%v/v) e

120 μL de uma solução de nitrito de sódio (0,5 mol L -1) foram misturados em um tubo

de ensaio e após 5 min adicionou-se 120 μL de uma solução de cloreto de alumínio

hexaidratado (0,3 mol L-1). Decorridos 5 min adicionou-se 800 μL de uma solução de

hidróxido de sódio (1mol L-1), homogeneizando-se manualmente. A absorbância foi

medida a 510 nm (LEES; FRANCIS, 1972).

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4.5.3 Determinação De Flavonóis Totais

O conteúdo de flavonóis foi estimado usando o método colorimétrico descrito

por Yermakov et al. (1987) com adaptações, em que uma alíquota de 1140 μL do

extrato de folhas de amoreira preta diluído em água ultrapura na proporção (1:20),

seguida de 1140 μL de uma solução etanólica de cloreto de alumínio hexahidratado a

2% m/v e de 1700 μL de acetato de sódio (0,6 mol L-1). Os tubos foram agitados por

20 s em vórtex e após 2,5 h de reação à temperatura ambiente, a absorbância foi

monitorada no comprimento de onda de 420 nm em espectrofotômetro. A linha de

base do equipamento foi registrada com uma solução com todos os reagentes nas

proporções utilizadas, com exceção da amostra, substituída por água ultrapura. Para

quantificação dos flavonóis dos extratos uma curva analítica (R²=0,9865) foi

construída com quercetina na faixa de concentração de 6 a 60 mg L-1. A análise foi

realizada em triplicata e os resultados expressos como média ± desvio padrão em mg

de quercetina equivalente por g de amostra seca (mg QE g-1).

4.5.4 Quantificação De Orto - difenólicos

A concentração de orto - difenólicos foi avaliada conforme metodologia descrita

por Durán et al. (1991). Para isso, uma alíquota de 800 μL do extrato diluído em água

ultrapura (1:20 v/v) foi adicionada a 3200 μL de uma solução alcoólica a 5% m/v de

molibidato de sódio dihidratado. A mistura foi agitada e permaneceu reagindo durante

25 min. A absorbância foi registrada em espectrofotômetro, no comprimento de onda

de 370 nm. A linha de base do equipamento foi registrada utilizando uma solução com

todos os reagentes nas proporções utilizadas com exceção da amostra, substituída

por água ultrapura. A concentração de compostos orto-difenólicos presentes no

extrato foi calculada a partir de uma curva analítica (R²=0,9993) de ácido cafeico na

faixa de concentração de 10 a 140 mg L-1. O experimento foi realizado em triplicata e

os resultados expressos como média ± desvio padrão em mg de ácido cafeico

equivalentes por g de amostra seca (mg ACE g-1).

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4.6 ANÁLISE DE COMPOSTOS FENÓLICOS POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA

COM ESPECTRÔMETRO DE MASSA (LC-ESI-MS/MS)

Realizou-se extrações em triplicata, onde preparou-se os extratos foliares da

amoreira preta como no item 4.3 e em seguida foram adicionadas de 5 mL de metanol

acidificado em pH 2,0 e desengorduradas com auxílio de banho de ultrassom. Em

seguida, estes foram submetidos a três ciclos de partição com éter etílico, e os

sobrenadantes combinados foram submetidos a arraste com nitrogênio para remoção

completa dos solventes. Os extratos residuais foram suspensos em metanol e seus

volumes aferidos para 1 mL, centrifugados a 14000 rpm por 4 minutos (Eppendorf

22331, Hamburgo Alemanha). Após diluição de 10 vezes em metanol: água (70:30

v/v) foram injetados em sistema de cromatografia líquida acoplado ao detector de

massas em tandem LC-ESI-MS/MS (Agilent Technologies, Waldbronn, Alemanha).

A avaliação dos compostos foi executada em sistema cromatográfico acoplado

a um espectrômetro de massas com analisador triploquadrupolo e ion trap linear, que

foi utilizado em conjunto com ionização por eletrospray em modo negativo. Os

compostos fenólicos foram separados em coluna Synergi TM (4.0 μm, 2.0 x 150 mm

d.i.; Phenomenex, USA). A fase móvel consistiu de uma solução de metanol 95 % v/v

e água 5 % v/v (A) e ácido fórmico 0,1 % v/v (B). A separação foi realizada a 30 °C

utilizando eluição por gradiente, segmentado de acordo com as seguintes etapas: 0 –

5 min, 10 % A; 5 – 7 min, 90 % A; 7 – 10 min, 90 % A; 10 – 17 min, 10 % A. O fluxo

utilizado foi de 250 µl min-1 e volume de injeção de 10 μL. As leituras foram

observadas utilizando monitoramento de reações múltiplas (MRM). A identificação dos

compostos foi realizada com base no tempo de retenção, íon precursor e seus

fragmentos através da comparação com os respectivos padrões disponíveis

comercialmente. A otimização dos parâmetros do espectrômetro de massas foi

realizada por infusão direta de soluções contendo os compostos de interesse

individualmente, apresentados na Tabela 2. O software Analyst versão 1.6.2 foi

utilizado para aquisição e tratamento dos dados. A quantificação foi realizada

monitorando um íon quantitativo selecionado para cada composto e utilizando curvas

de calibração construídas em razão dos compostos previamente identificados com os

valores da área do pico do analito versus a concentração. Os limites de detecção (LD)

e limites de quantificação (LQ) foram obtidos a partir da relação sinal ruído de 3:1 e

10:1, respectivamente (RIBANI et al, 2004). As concentrações dos compostos nas

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amostras foram expressas como média ± desvio padrão em mg g -1 de pó seco de

folhas de amoreira preta.

Tabela 2- Analitos e fragmentos utilizados para identificação de compostos fenólicos em folhas de amoreira preta.

Composto Ion precursor (m/z) Q1 Ion precursor (m/z) Q3 Tempo de retenção (min)

Ácido Protocatecuico 136,900 109,000 6,95 Ácido 4-

hidroximetilbenzóico 150,899 104,200 8,84

Ácido clorogênico 352,863 187,800 9,19

Ácido cafeico 178,834 131,300 9,45

Ácido vanílico 166,831 148,500 9,65

Ácido siríngico 196,862 119,600 10,01

Ácido p -cumárico 163,040 119,000 10,46

Ácido ferúlico 192,856 129,700 10,73

Umbeliferona 160,802 129,500 10,78

Quercetina 301,010 149,300 10,84

Ácido salicílico 136,900 91,100 10,99

Ácido elágico 300,813 142,500 11,71

Fonte: a autora.

4.7 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DOS EXTRATOS

4.7.1 Sequestro De Radicais Livres (DPPH•)

A determinação da atividade antioxidante pelo método DPPH baseia-se na

redução deste radical livre, relativamente estável, DPPH (2,2 difenil-1-picrilhidrazila),

em solução metanólica, o qual, na presença de antioxidantes doadores de hidrogênio,

captura elétrons destes, mudando a coloração de violeta para amarela, passando para

sua forma estável, DPPH-H. A capacidade antioxidante foi determinada segundo

método proposto por Brand-Williams e colaboradores (1995) e Boroski e

colaboradores (2011), com algumas modificações. Os extratos da folha da amoreira

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preta foram pipetados em volumes crescentes (50, 100, 150 e 200 μL) avolumados

para 200 μL, em seguida adicionados 3 mL da solução metanólica de DPPH (0,1192

mmol L-1). Após 30 min de reação em temperatura ambiente e ao abrigo da luz,

efetuou-se a leitura da absorbância em espectrofotômetro a 517 nm.

A capacidade de captura do radical foi determinada a partir do cálculo IC50

(Equação 1), o qual estima a concentração de antioxidante necessária para inibir 50%

do radical DPPH.

% 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑖𝑏𝑖çã𝑜 = (1 − (𝐴𝑏𝑠517 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎

𝐴𝑏𝑠517 𝑏𝑟𝑎𝑛𝑐𝑜)) ∗ 100 = (1)

Com os resultados obtidos na equação 1, foi possível realizar a curva da

atividade antioxidante em função da concentração do extrato, e assim calculado por

regressão linear a concentração necessária para a obtenção do IC50, ou seja, 50% da

atividade antioxidante. Todos os ensaios foram realizados em triplicatas e foram

expressos como média ± desvio padrão.

4.7.2 Capacidade Redutora Total

A capacidade redutora total (CRT) foi analisada pelo método de Folin Ciocalteu

modificado por Berker e colaboradores (2013). Este método considera o potencial de

redução de antioxidantes solúveis em água e também os de origem lipofílica dos

extratos. Inicialmente, isobutanol foi utilizado para diluir o reagente de Folin Ciocalteu

na proporção de 1:2 (v/v), sendo utilizados 75 μL desta solução com 50 μL dos

extratos das folhas de amoreira preta previamente diluídos em acetona, seguidos de

875 μL de uma solução de NaOH (0,10 mol L-1) e 1500 μL de água ultrapura. A mistura

resultante foi agitada em vortex por 10 segundos. Depois de 20 min de reação, a

absorbância foi registrada 665 nm contra um branco (água ultrapura), em

espectrômetro. Quercetina foi utilizada como padrão para a curva analítica (R²=

0,9983). A análise foi realizada em triplicata e os resultados expressos como média ±

desvio padrão em mg de quercetina equivalente por g de amostra seca (mg QE g-1).

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4.8 AÇÚCAR REDUTOR

O procedimento de Lane-Eynon é baseado na capacidade dos açúcares

redutores como a glicose e frutose reduzirem o cobre na solução cuproalcalina. Os

açúcares redutores possuem grupos carbonílico e cetônico livres, que detêm a

capacidade de oxidar-se na presença de agentes oxidantes. Consequentemente por

ser um potencial interferente nas análises de fenólicos totais, faz-se necessária essa

determinação. As análises foram feitas segundo Lane e Eynon (1934). A solução de

Fehling foi primeiramente padronizada utilizando-se uma solução de glicose a 1% m/v.

A partir disso, calculou-se o fator de conversão para ser usado como parâmetro nas

análises das amostras em questão.

4.9 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA

A determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi realizada por

microdiluição, de acordo com os procedimentos recomendados pelo Clinical and

Laboratory Standards Institute (CLSI, 2012). A atividade antimicrobiana será testada

frente as bactérias Escherichia coli (051), Pseudomonas aeruginosa (079) e Bacillus

cereus (047) depositadas no banco de cepas da Universidade Tecnológica Federal do

Paraná- Campus Ponta Grossa. Os inóculos foram padronizados em tubos contendo

5 mL de solução salina a 0,9% m/v esterilizada. A suspensão microbiana foi ajustada

em espectrofotômetro com comprimento de onda a 625 nm, o qual equivale a 105

UFC/mL (Unidade Formadora de Colônia).

Foram preparadas soluções estoque dos extratos de folhas de amoreira preta

na concentração de 20.000 µg mL-1 diluídos em água purificada estéril. Em uma placa

de 96 poços o extrato foi diluído em série (2.500; 1.250; 625; 312,5; 156,2; 78; 39;

19,5; 9,8; 4,9 e 2,45 µg mL-1) em caldo BHI (do inglês: Brain Heart Infusion)

esterilizado, 10 μL do inóculo de cada microrganismo foram adicionados em todos os

poços em suas respectivas placas. Como controle negativo da atividade

antimicrobiana foi utilizado clorhexidina a 0,12% m/v e positivo somente o caldo BHI.

As placas foram incubadas em estufa a 35 ± 1ºC e o crescimento bacteriano foi

indicado pela adição de 50 μL do corante microbiológico 2,3,5-trifenil cloreto de

tetrazólio (0,05% m/v) em cada poço. Bactérias viáveis reduzem o corante mudando

sua coloração para rosa e a CIM foi definida como a menor concentração da

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substância que inibiu a mudança de coloração do corante microbiológico. Cada cepa

foi testada em microplaca distinta, e todos os testes foram realizados em triplicata.

4.10 DETERMINAÇÃO DE MINERAIS

Todas as análises foram conduzidas em um espectrômetro de massa com

plasma indutivamente acoplado (ICP-MS) da Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC), modelo Elan 6000, equipado com vaporizador eletrotérmico, modelo HGA

600 MS, com amostrador automático para líquidos, modelo AS-60 (Perkin ElmerSciex,

Thornhill, Canada). Gás argônio fornecidos pela White Martins (Santa Catarina, Brasil)

com pureza de 99,996% foi utilizado como gás carreador e gerador do plasma. No

Quadro 2 são descritas as condições operacionais ICP-MS. As condições

operacionais do ICP-MS encontram-se na Quadro 2.

Quadro 2- Condições operacionais do ICP-MS.

Potência de radiofrequência 1100 W

Cone Sampler/ skimmer Pt

Medida do Sinal Peak Hopping

Unidade de medida Área do pico

Resolução 0,7 u (10 % altura do pico)

Varreduras por leitura 1

Dwell time 25 ms

Leituras por replicata 55

Replicatas 3

Vazão do gás nebulizador 1,2 L min-1

Fonte: a autora.

Para o preparo das amostras utilizou-se de 0,3 g pesadas diretamente em

frascos de politetrafluoretileno (PTFE), adicionados de 4 mL de ácido nítrico e 2 mL

de peróxido de hidrogênio, e levadas a digestão em forno digestor assistida por micro-

ondas modelo DGT 100 Plus (Provecto Analítica) a 600 W. Posteriormente foram

avolumados para 30 mL e diluídas adequadamente para análise por ICP-MS.

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41

A determinação de potássio foi realizada em fotômetro de chama modelo 610

MS (Analyser).

4.11 ENCAPSULAMENTO DOS COMPOSTOS FENÓLICOS EM ESFERAS DE

ALGINATO

A influência do alginato de sódio no encapsulamento de compostos fenólicos

foi avaliada a partir de diferentes proporções do alginato de sódio (1;1,5 e 2% m/v).

As esferas de alginato foram obtidas dissolvendo o alginato de sódio na concentração

otimizada em 100 mL de extrato de folhas de amoreira preta obtido nas condições

ótimas de extração. Uma vez homogeneizada, foi realizada a extrusão da solução

através de uma ponteira universal de 200 µL (Kasvi) com auxílio de uma bomba

peristáltica (Watson Marlon 12OS) com fluxo de 50 μL min-1, à temperatura de 25 ±

2°C, sendo gotejada em uma solução de CaCl2 (2 mols L-1). As esferas foram mantidas

em banho gelificante para endurecer por 3 horas e depois filtradas e lavadas com

água destilada (Figura 7). Finalmente, foram pesadas e armazenadas em frascos

âmbar. As esferas também foram obtidas em branco, ou seja, apenas com água

ultrapura.

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Figura 7- Esquema representativo do encapsulamento de extrato aquosos de folhas de Morus nigra L. em alginato.

Fonte: a autora.

Após obtenção dos encapsulados, as esferas foram divididas em esferas

úmidas e secas, as primeiras sendo mantidas em líquido (tanto no próprio extrato de

amoreira preta quanto em soro fisiológico) e as segunda parte sendo desidratadas em

estufa a 40 ± 0,1°C posteriormente armazenadas em frascos âmbar e mantidas em

dessecador com sílica a 4 ± 2°C até o momento das análises.

Para análises de compostos fenólicos totais do extrato encapsulado,

aproximadamente 1 g de esferas foi dissolvido em uma solução aquosa de citrato de

sódio (5 g/100 ml) sob agitação em vórtex a 37 ± 2°C. Posteriormente a concentração

de CFT foi determinada conforme item 4.5.1.

4.11.1 Eficiência De Encapsulamento (EE)

A porcentagem de eficiência de encapsulamento (EE) foi calculada usando a

Equação 2 (ARRIOLA et al, 2016).

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𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑐𝑎𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝐸𝐸, %) = (𝐿𝐿0

⁄ ) 𝑥 100 (2)

Onde L é a composição fenólica total (CFT) na solução de citrato de sódio de

esferas de alginato dissolvidas e o L0 a CFT no extrato otimizado inicial.

O CFT carregado nas esferas foi determinado em triplicata como descrito

anteriormente no item 4.5.1. A EE das esferas de alginato úmidas e nas esferas

desidratadas foram determinadas imediatamente após o encapsulamento.

4.11.2 Caracterização Das Esferas De Alginato De Cálcio

Microscopia eletrônica de varredura (MEV)

As características morfológicas das esferas foram obtidas através de um

microscópio eletrônico de varredura (Tescan, Vega 3 LMU), operando numa tensão

de aceleração de 15 kV, acoplado a um espectroscópio de energia dispersiva (EDS)

(AZTec Energy X-Act, Oxford). As amostras foram recobertas com ouro por sputtering,

devido a esse preparo da amostra, apenas as esferas desidratadas puderam ser

analisadas.

Espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR)

Foram utilizadas técnicas com pastilha de KBr. O experimento de FTIR foi

realizado em um espectrofotômetro da marca Shimadzu, modelo IR Prestige-21 com

transformada de Fourier da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

4.11.3 Estudo Cinético Da Liberação De Compostos Fenólicos Em Água

O estudo da cinética de liberação de fenóis em água permite observar o tempo

e a porcentagem de liberação do princípio ativo. Massa de esferas úmidas (25 g) e

esferas secas (0,6 g) foram colocadas em um béquer com 125 mL de água ultrapura.

O sistema foi mantido na temperatura ambiente, sob agitação. Após certos intervalos

de tempo (0, 5, 10, 20, 30, 60, 90, 120, 180 e 240 min) retirou-se uma alíquota e estas

foram analisadas frente a concentração de fenóis totais utilizando o ensaio Folin-

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Ciocalteau descrito anteriormente. Os experimentos foram realizados em triplicata. A

porcentagem de compostos fenólicos liberados em água foi calculada conforme

Equação 3.

𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑒𝑛ó𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠 𝑙𝑖𝑏𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠 (%) = (𝑀𝑡

𝑀∞⁄ ) 𝑥 100 (3)

Onde (Mt / M∞) representa a fração de massa liberada no tempo t (Mt) em

relação à massa máxima de fenólicos que seria liberada no tempo t =∞ (ARRIOLA et

al, 2016).

4.11.4 Teste De Estabilidade

A estabilidade das esferas úmidas foi verificada em 4 condições experimentais

diferentes, as quais foram armazenadas em frascos âmbar com soro fisiológico 0,9%

m/v e também no próprio extrato de folhas de amoreira preta, mantidos em geladeira

a 4 ± 0,1°C e em temperatura ambiente. As esferas secas foram armazenadas em

frasco âmbar em geladeira a 4 ± 0,1°C e em temperatura ambiente (Figura 8).

Figura 8- Esquema representativo do teste de estabilidade das esferas úmidas e secas.

Fonte: a autora.

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Esferas em branco foram mantidas nas mesmas condições para minimizar

interferências na análise de fenóis. As medidas de compostos fenólicos totais foram

realizadas em triplicata em intervalos de tempo de 7 dias inicialmente e depois a cada

15 dias perfazendo um total de 81 dias.

4.12 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Todas as metodologias foram realizadas individualmente e em triplicata. Os

resultados foram expressos pela média ± desvio padrão. A análise estatística foi

realizada utilizando os softwares Sasm-Agri, Origin® 8 e Statistica versão 10 (Statsoft,

Tulsa, OK, EUA). Os resultados obtidos foram submetidos a análise de variância

(ANOVA), assumindo p<0,05 (5%) seguida de comparação de médias pelo teste

Tukey.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL

Visando simular a preparação natural de chá de folhas de amoreira preta a

agua foi escolhida como solvente de extrator. Outro motivo da escolha de extração

aquosa é que um dos maiores desafios na extração de compostos bioativos naturais

é a toxicidade alta dos solventes orgânicos e na quantidade de resíduos gerados.

Dessa forma seria o protocolo mais adequado uma vez que posteriormente esses

extratos seriam encapsulados (CHEMAT; VIAN; CRAVOTTO, 2012).

O conteúdo fenólico total, em relação às variáveis independentes temperatura

de secagem, temperatura de infusão e tempo de extração está apresentado na Tabela

3. Houve diferença estatística (p<0,001) entre as amostras, variando de 16,96 ± 0,15

a 5,73 ± 0,33 mg GAE g-1. A literatura traz alguns estudos sobre a M. nigra, entretanto

não foram encontrados trabalhos de avaliação dos compostos fenólicos totais através

da extração com água nestes moldes de análise. Resultados semelhantes foram

reportados por outros autores que encontraram em folhas de M. nigra coletadas na

Espanha, estudo em que utilizou-se extração assistida por ultrassom e metanol

aquoso acidificado com éter, resultando em valores de CFT entre 13,48 ± 0,46 e 16,13

± 0,55 mg GAE g-1 (SÁNCHEZ-SALCEDO et al, 2015b).

Um estudo revelou que solventes com alta polaridade, como a água podem

resultar em extratos com impurezas, como ácidos orgânicos e açúcares redutores

podendo interferir na quantificação dos compostos fenólicos (VIZZOTTO; PEREIRA,

2011). A fim de não superestimar o conteúdo de fenólicos totais, foi realizada análise

de açúcar redutor (AR) nos extratos aquosos de folhas de amoreira preta, as quais

demonstraram valor muito baixo de AR de 0,03 ± 0,01 mg g-1. Dessa forma, considera-

se que as leituras de valores de compostos fenólicos não foram afetadas pela

concentração de açúcares redutores, já que essa concentração encontra-se dentro

dos limites de desvio padrão das análises.

Kim e colaboradores (2014), encontraram 23,2 mg GAE g-1 em extratos

metanólicos de folhas de amoreira branca coletadas nas províncias da Coreia

(Daejeon) no período de setembro. Valores superiores de CFT (21,05 e 23,34 mg GAE

g-1) foram relatados por Koyu e colaboradores (2017) em seus experimentos com

extração assistida por ultrassom, utilizando água subcrítica em frutos de Morus nigra.

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Entretanto características ambientais, parte da planta utilizada, tipo de solo, espécie,

região de cultivo e condições de extração exercem grande influência na composição

fenólica (DALMAGRO et al, 2018; KATSUBE et al, 2009; MEMON et al, 2010;

ERCISLI; ORHAM, 2008).

Tabela 3- Valores médios e desvio padrão do conteúdo fenólico total de extratos aquosos de folhas de amoreira preta.

Ensaios Temperatura de

secagem (°C) Temperatura de

infusão (°C) Tempo (min)

Conteúdo Fenólico Total (mg GAE g-1)

1 1 (50 ± 1,0) 1 (70 ± 0,1) 1 (10) 12,59 ± 0,54c

2 -1 (100 ± 1,0) 1 (70 ± 0,1) 1 (10) 5,73 ± 0,33g

3 1 (50 ± 1,0) -1 (96 ± 0,1) 1 (10) 16,61 ± 0,53a

4 -1 (100 ± 1,0) -1 (96 ± 0,1) 1 (10) 8,09 ± 0,26ef

5 1 (50 ± 1,0) 1 (70 ± 0,1) -1 (30) 14,28 ± 0,34b

6 -1 (100 ± 1,0) 1 (70 ± 0,1) -1 (30) 7,09 ± 0,29f

7 1 (50 ± 1,0) -1 (96 ± 0,1) -1 (30) 16,96 ± 0,15a

8 -1 (100 ± 1,0) -1 (96 ± 0,1) -1 (30) 8,98 ± 0,24e

9 0 (75 ± 1,0) 0 (83 ± 0,1) 0 (20) 11,30 ± 0,45d

p-valor (ANOVA) <0,001

Letras distintas na mesma coluna indicam diferença estatística significativa ao nível de 5% pelo teste de Tukey. Fonte: a autora.

A utilização de diferentes solventes orgânicos na extração de compostos

fenólicos de folhas de amoreira dificulta a comparação dos resultados dos diferentes

trabalhos publicados. A concentração de compostos fenólicos em folhas de amoreira

preta foi superior quando comparada a outras infusões de plantas medicinais:

valeriana 9,8 ± 0,3 mg GAE g-1 (Valeriana officinalis L.), anil verde 15,9 ± 0,4 mg GAE

g-1 (Pimpinella anisum L.), flor da paixão 14,9 ± 1,2 mg GAE g-1 (Passiflora

incarnata L.) e camomila 6,0 ± 0,4 mg GAE g-1 (Matricaria chamomilla L.) (HERRERA

et al, 2018).

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Menor temperatura de secagem (50°C), maior temperatura de infusão (96°C) e

tempos de infusão de 10 e 30 minutos respectivamente, apresentaram maiores

conteúdos de compostos fenólicos totais, conforme os dados da Tabela 3.

Para entender melhor o comportamento do sistema, a Tabela 4 fornece

resultados sobre os efeitos das variáveis e os coeficientes de regressão e assim é

possível verificar se os fatores (variáveis independentes) foram significativos.

Tabela 4- Estimativa dos efeitos para o conteúdo fenólico total.

Fonte: a autora.

O p-valor pode variar de 0 a 1 e simboliza a probabilidade ou chance de o efeito

observado pelas variáveis ser devido ao acaso, e não aos fatores que estão sendo

analisados. Para que os efeitos observados sejam significativos estatisticamente o p-

valor deve ser menor ou igual a 0,05 assumindo como margem de segurança 5% de

chances de erro (FERREIRA; PATINO, 2015). Portanto estatisticamente para o

método do conteúdo fenólico total, o modelo experimental, a curvatura e todas as

variáveis independentes (temperatura de secagem, temperatura de infusão e tempo)

foram significativas.

A quantidade de compostos fenólicos presentes teve uma queda média de 8%

na secagem das folhas em temperatura de 100ºC em relação à temperatura de 50ºC.

Ao utilizar temperatura de infusão a 96°C o CFT aumentou é em média 3% do que em

temperatura de 70°C. Os efeitos da temperatura de secagem sobre a estabilidade de

compostos fenólicos também foram investigados por Larrauri e colaboradores

(1997), que ao analisarem o CFT em cascas de bagaço de uva vermelha, observaram

Fatores Efeito Erro padrão

tcalc p-valor Limite de confiança (-95%)

Limite de confiança (+95%)

Temperatura de secagem (°C) -7,6400 0,1511 -50,5657 0,0000 -7,9574 -7,3226

Temperatura de infusão (°C) 2,7383 0,1511 18,1238 0,0000 2,4209 3,0558

Tempo (min) 1,0733 0,1511 7,1039 0,0000 0,7559 1,3908

Interação temperaturas de secagem e infusão (°C)

0,6150 0,1510 4,0704 0,0007 0,9324 0,2975

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que a secagem em estufa a 60°C não afetou a estabilidade, mas houve uma redução

considerável do CFT quando secas a 100°C.

Com o Gráfico de Pareto (Gráfico 1) é possível uma melhor compreensão visual

do comportamento do CFT em relação as variáveis independentes e suas interações.

A linha em vermelho indica a região onde as variáveis devem alcançar para

demonstrar significância estatística. Deste modo pode-se visualizar que as variáveis

temperatura de secagem, temperatura de infusão e tempo foram significativas para o

conteúdo fenólico total, assim como as interações entre a temperatura de secagem

das folhas e a temperatura de infusão, como também entre temperatura de infusão e

o tempo de extração.

Gráfico 1- Efeito da temperatura de secagem, temperatura de infusão e tempo no conteúdo fenólico total de folhas de amoreira preta.

Fonte: a autora.

A Reta de Equalidade (Gráfico 2) é outra maneira de representar a

confiabilidade do modelo estatístico proposto. Segundo Oldoni e colaboradores

(2015), esta reta estabelece relações entre os valores observados com os valores

preditos pelo modelo. Assim quanto menor for a dispersão dos valores observados

em relação à reta que representa os valores preditos, melhor e mais ajustado é

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considerado o modelo estatístico. É possível afirmar que houve pouca dispersão dos

valores observados em relação a reta de valores preditos, confirmando assim o bom

ajuste do modelo.

Gráfico 2- Valores preditos versus valores observados pelo conteúdo fenólico total.

Fonte: a autora.

Esta análise pode ser confirmada pelo gráfico de superfície de resposta

(Gráfico 3) o qual avalia a influência de duas variáveis independentes em relação a

resposta desejada.

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Gráfico 3- Gráficos de superfície de resposta para conteúdo fenólico total em função de: Temperatura de secagem versus Temperatura de infusão (A); Temperatura de secagem versus Tempo (B); Temperatura de infusão versus Tempo (C).

Fonte: a autora.

Analisando os gráficos de superfície de resposta é possível observar que todos

os gráficos apresentaram inclinação ascendente, as regiões ótimas de extração estão

localizadas onde se obtém as maiores concentrações de CFT. Como não foi

observado uma curvatura significativa, procura-se a condição em direção da região

ótima de extração. A realização de novos experimentos, deslocando os experimentos

em direção a condição ótima não é possível, já que a temperatura máxima de extração

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é limitada pelo banho ultratermostático e além disso o objetivo deste estudo é simular

o preparo natural e caseiro de uma infusão das folhas de amoreira preta.

Conforme pode ser observado no Gráfico 3, a temperatura de secagem foi a

variável independente (fator) que obteve maior significância dentre os três fatores

analisados, sendo que a sua significância é atribuída à condição +1, que se refere à

utilização da temperatura de secagem das folhas a 50°C. A temperatura de infusão foi

a segunda variável independente (fator) que obteve maior efeito e a sua significância

é atribuída à condição -1, demonstrando que é mais significativo utilizar uma

temperatura de infusão a 96°C do que 70°C, que no caso deste estudo, foi a matriz

que apresentou maior percentual de conteúdo fenólico total. Embora o tempo tenha

se mostrado significativo estatisticamente, seu efeito é muito menos pronunciado do

que o efeito dos dois outros fatores principais, sendo que um menor tempo implicaria

em menor gasto de energia.

A Tabela 5 apresenta de forma reduzida a tabela da ANOVA para o conteúdo

fenólico total onde todos os parâmetros foram significativos para um nível de 99% de

intervalo de confiança. O coeficiente de correlação foi de R²=0,9932 indicando que o

modelo foi predito e foi adequado.

Tabela 5- Tabela da ANOVA para o conteúdo fenólico total.

Fatores Soma dos quadrados

Graus de liberdade

Quadrado médio

F-calculado p-valor

Temperatura de secagem (°C) 350,2176 1 350,2176 2410,6708 0,0000

Temperatura de infusão (°C) 44,9908 1 44,9908 309,6876 0,0000

Tempo (min) 6,9123 1 6,9123 47,5796 0,0000

Interação temperaturas de secagem e infusão (°C)

2,2694 1 2,2694 15,6207 0,0009

Erro 2,7603 19 0,1453

Total SS 408,3895 26

Fonte: a autora.

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Temperaturas de secagem elevadas podem provocar alterações físicas e

químicas que influenciam a estabilidade dos fitoquímicos encontrados na amostra. Os

resultados deste estudo são coerentes com os de Sagrin e Chong (2013), embora em

outros moldes de secagem, relataram uma queda de 11,949 ± 0.847% na

concentração de compostos fenólicos em folhas de bananeira, quando em

temperatura de secagem foi aumentada de 50 para 60°C.

De forma oposta à que acontece na temperatura de secagem, na infusão

temperaturas elevadas podem auxiliar na extração de fenólicos. O aquecimento

possibilita uma permeabilidade maior das paredes celulares, consequentemente a

solubilidade e a difusão dos compostos a serem extraídos são aumentados além da

diminuição da viscosidade dos solventes o que facilitaria a extração (OLIVEIRA,

2014).

Recentemente Casagrande e seus colaboradores (2018) ao investigarem a

influência da temperatura de extração no conteúdo fenólico total em alecrim do campo,

observaram que ao aumentar a temperatura de 40 para 80°C resultou em um aumento

de 50% no CFT. Rajha e colaboradores (2014), por meio de um planejamento fatorial

para otimizar a extração etanólica em amostras de uvas alcançaram maior

quantificação de CFT a temperatura de extração de 94°C.

5.2 COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DOS EXTRATOS DE

AMOREIRA PRETA

As melhores condições de extração obtidas pelas quantificações de CFT,

temperatura de secagem a 50°C, temperatura de infusão a 96°C e tempo de extração

de 10 minutos, foram fixadas para análise das diferentes metodologias. Nesta

condição foram realizadas análises de flavonoides totais, orto-difenólicos, flavonóis

totais, capacidade redutora total, açúcares redutores e capacidade antioxidante. Os

resultados são apresentados na Tabela 6.

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Tabela 6- Valores médios e desvio padrão da composição fenólica (classes) dos extratos aquosos de Morus nigra L., e capacidade redutora total e capacidade antioxidante.

Equivalente de Catequina (CAE); Equivalente de Ácido Cafeico (ACE); Equivalente de Quercetina (QE). Fonte: a autora.

Thabti e colaboradores (2012) constataram concentração de flavonoides totais

de 1,93 a 3,98 mg RE g-1 (Equivalente de Rutina) em folhas de diferentes espécies de

amoreira com extração água/metanol (1: 1, v / v) em banho maria a 80°C por 15

minutos. Os resultados obtidos indicam que as concentrações de flavonoides totais

foram de 4,01 ± 0,16 mg CAE g-1, sendo estes semelhantes aos relatados na literatura.

A literatura descreve os flavonoides como um grupo de compostos conhecidos

por sua ação antioxidativa. Essa capacidade antioxidante tem grande ligação com a

parte estrutural do flavonoide, ou seja, o número de substituintes hidroxil é um dos

fatores que definem o quão forte será tal atividade. Assim, os flavonoides reagem com

muitos radicais livres estabelecendo agrupamentos estáveis através da junção das

ligações duplas de suas cadeias carbônicas (PINHEIRO; JUSTINO 2012).

A concentração de flavonóis totais nos extratos de folha de amoreira preta

foram de 2,67 ± 0,13 mg QE g-1. Não foram reportados na literatura resultados para

concentração de flavonóis totais por espectrofotometria em folhas de nenhuma

espécie de amoreira. Entretanto resultados superiores de flavonóis totais entre

5,60 ± 0,20 a 6,64 ± 0,43 mg QE g- 1 foram observados em extratos aquosos de

rooibos vermelhos (Aspalathus linearis) (SANTOS et al, 2016). Os flavonóis são uma

classe de flavonoides bastante disseminado no reino vegetal, moléculas importantes

na eliminação de radicais livres, ou seja, são significativos na promoção da saúde

(PIETTA, 2000).

A concentração de orto-difenólicos foi de 2,83 ± 0,25 mg ACE g-1 em folhas de

M. nigra. Concentrações reduzidas deste composto são esperados uma vez que, é

responsável pelo escurecimento de infusões. Ao estudarem chás de Camellia

sinensis, Granato e colaboradores (2014), encontraram valores de 336 a 586 mg L-1

para orto-difenólicos e observaram ainda que a exposição a grandes tempos de

Flavonoides totais (mg CAE g-1)

Flavonóis totais (mg QE g-1)

Orto-difenólicos (mg ACE g-1)

Capacidade Redutora total (mg QE g-1)

DPPH (IC50

mg ml-1)

4,01 ± 0,16 2,67 ± 0,13 2,83 ± 0,25 27,69 ± 0,46 0,94 ± 0,12

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oxidação pode gerar menores concentrações deste composto. Segundo Ramsden e

Riley (2014), os orto-difenóis podem ser formados a partir da ação das enzimas

catecolases que possuem cobre no centro ativo atuando no interior de células

vegetais, animais e de fungos.

Os valores encontrados para a capacidade redutora total e IC50 foram de 27,69

± 0,46 mg QE g-1 e 0,94 ± 0,12 mg mL-1 respectivamente. Mazimba e colaboradores

(2011), demonstraram uma atividade antioxidante superior em extratos metanólicos

da casca de M. nigra com IC50 de 71,2 a 73,1 μg. mL-1. Resultados semelhantes foram

registrados por Dalmagro e colaboradores (2018), que observaram valores de

atividade antioxidante em extratos aquosos de folhas de amoreira preta de IC50 de

1,25 mg mL-1. Um estudo realizado anteriormente para o ensaio com DPPH revelou

que extratos metanólicos de M. alba exibiram atividade antioxidante de 6,65 mg mL-1

e para extrato aquoso apresentou atividade de 5,59 mg mL-1 (THABTI et al, 2014).

Essa capacidade antioxidante em extratos aquosos de folhas de Morus nigra

tem sido demonstrada em estudos in vivo. Volpato e colaboradores (2011), verificaram

que uma dose de 400 mg/kg/dia ofertada a ratas Wistar grávidas diabéticas e não

diabéticas. Além de apresentarem redução nas taxas de colesterol total, colesterol

LDL (low density lipoproteins) e triglicerídeos, foi observado também que a oferta do

extrato aquoso elevou os níveis sanguíneos da enzima superóxido dismutase,

demonstrando que os extratos aquosos das folhas de amoreira preta apresentam

ação antioxidante.

5.3 ANÁLISE DO PERFIL FENÓLICO DOS EXTRATOS POR LC-ESI-MS/MS

5.3.1 Parâmetros De Desempenho Analítico Para Análise

A faixa linear, o coeficiente de determinação, os limites de detecção (LOD) e

quantificação (LOQ) e desvio padrão relativo (RSD) obtidos a partir dos dados de

calibração dos padrões utilizados nas análises por LC-ESI-MS/MS são apresentados

na Tabela 7.

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Tabela 7- Parâmetros de desempenho analítico para determinação de compostos fenólicos por LC-ESI-MS/MS.

Composto Faixa linear (mg L-1)

R² LOD (mg L-1) LOQ (mg L-1) RSD (%)

Ácido Protocatecuico 0,08 - 1,00 0,9957 0,021 0,068 0,969 Ácido 4-

hidroximetilbenzóico 0,05 - 6,18 0,9978 0,001 0,003 2,676

Ácido clorogênico 0,03 - 2,36 0,9952 0,003 0,009 7,619

Ácido cafeico 0,05 - 4,00 0,9917 0,015 0,050 4,553

Ácido vanílico 0,40 - 3,00 0,9852 0,007 0,022 5,279

Ácido siríngico 0,08 - 6,00 0,9958 0,001 0,002 1,138

Ácido p-cumárico 0,31- 4,08 0,9937 0,001 0,005 1,819

Ácido ferúlico 0,06 - 0,61 0,9946 0,007 0,025 9,698

Umbeliferona 0,08 - 6,06 0,9903 0,010 0,035 9,183

Quercetina 0,08 - 3,21 0,9973 0,011 0,036 0,819

Ácido salicílico 0,10 - 4,00 0,9955 0,004 0,013 1,559

Ácido elágico 0,05 - 6,00 0,9995 0,010 0,020 1,610

Fonte: a autora

Coeficientes de correlação maiores do que 0,99 foram obtidos, exceto para o

padrão ácido vanílico, indicando boas correlações entre as concentrações dos

compostos investigados e as áreas das bandas, no intervalo estudado das curvas de

calibração.

Conforme Ribani e colaboradores (2004), o limite de detecção é definido como

a menor concentração do composto que está sendo analisado e que pode ser

detectado, mas não necessariamente quantificado pelo método experimental, já o

limite de quantificação é caracterizado como a menor concentração do composto sob

as condições experimentais estabelecidas que pode ser quantificado.

A precisão do método proposto foi avaliada por meio do desvio padrão relativo

(RSD), o qual apresentou resultados entre 0,819% e 9,698%, demonstrando uma boa

precisão.

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5.3.2 Perfil Fenólico Dos Extratos De Amoreira Preta

Os extratos de folhas amoreira preta também foram identificados e

quantificados por LC-ESI-MS/MS. As concentrações dos compostos, os íons

precursores juntamente com o tempo de retenção estão descritos na Tabela 8 e

cromatogramas Figura 9.

Tabela 8- Valores médios e desvio padrão dos compostos fenólicos identificados e quantificados por LC-ESI-MS/MS em extratos de folhas de amoreira preta.

Pico Composto Concentração (mg g-1)

Ion precursor (m/z) Q1

Ion precursor (m/z) Q3

Tempo de retenção (min)

1 Ácido protocatecuico 1,247 ± 0,068 136,900 109,000 6,95

2 Ácido 4-

hidroximetilbenzóico 0,062 ± 0,003 150,899 104,200 8,84

3 Ácido clorogênico 0,029 ± 0,003 352,863 187,800 9,19

4 Ácido cafeico 0,142 ± 0,015 178,834 131,300 9,45

5 Ácido vanílico 0,030 ± 0,002 166,831 148,500 9,65

6 Ácido siríngico 0,007 ± 0,001 196,862 119,600 10,01

7 Ácido p-cumárico 0,004 ± 0,001 163,040 119,000 10,46

8 Ácido ferúlico 0,096 ± 0,004 192,856 129,700 10,73

9 Umbeliferona 0,261 ± 0,009 160,802 129,500 10,78

10 Quercetina 2,429 ± 0,538 301,010 149,300 10,84

11 Ácido salicílico 0,028 ± 0,002 136,900 91,100 10,99

12 Ácido elágico 0,045 ± 0,001 300,813 142,500 11,71

Fonte: a autora.

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Figura 9- Cromatograma das análises de LC-ESI-MS/MS em extratos de folhas de amoreira preta.

Numeração dos picos: 1, ácido protocatecuico; 2, ácido 4-hidroximetilbenzóico; 3, Ácido clorogênico; 4, ácido cafeico; 5, ácido vanílico; 6, ácido siríngico; 7, ácido p-cumárico; 8, ácido ferúlico; 9, umbeliferona; 10, quercetina; 11, ácido salicílico; 12, ácido elágico. Fonte: a autora.

A quercetina (10) foi o composto majoritário encontrado no extrato de folhas de

amoreira preta em uma concentração aproximada de 2,429 mg g-1 por peso seco da

amostra. Segundo estudos a quercetina é um flavonoide que possui grande ação

anticancerígena principalmente reduzindo os sistemas associados a tumores,

englobando estresse oxidativo, morte celular e metástase. Tais funções biológicas

relacionadas a quercetina tem chamado a atenção como um potente coadjuvante na

quimioterapia (BAGHEL et al, 2016). Certos autores identificaram a quercetina como

um dos componentes mais abundantes em folhas de amoreira (ENKHMAA et al,

2005; KATSUBE et al, 2006). Pesquisas com camundongos evidenciaram que o

consumo dietético de folhas de amoreira atenuou o desenvolvimento de lesões

ateroscleróticas, sendo esses efeitos atribuídos à quercetina (ENKHMAA et al, 2005).

O segundo composto em maior quantidade foi o ácido protocatecuico com

concentração de 1,247 ± 0,068 mg g-1 por peso seco da amostra. Valores inferiores

foram reportados por Radojković e colaboradores (2016) em seus estudos com

extratos de folhas de Morus nigra e alba obtidos por maceração e fluido supercrítico,

tendo quantificado concentrações de ácido protocatecuico de 0,4365 a 0,7369 mg g-

1. Recentemente Nastić e colaboradores (2018) também identificaram este composto

em folhas de Morus nigra comercializadas na Sérvia. Este ácido fenólico, derivado do

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ácido benzóico, tem sido estudado por suas propriedades antioxidantes, a qual foi

determinada in vitro por meio da quelação de íons metálicos e eliminação de espécies

reativas de oxigênio (LI et al, 2011).

O ácido cafeico é um composto fenólico que também possui ação antioxidante,

atua principalmente na neutralização de radicais livres que possam causar danos

oxidativos nas membranas celulares. É um dos ácidos hidroxicinâmicos bastante

difundidos e podem ser encontrados em diversas formas como ésteres e amidas

(GÜLÇIN, 2006). Conforme a Tabela 10 o ácido cafeico (4) apresentou-se em

quantidades significativas no extrato de folhas de amoreira preta com 0,142 ± 0,015

mg g-1. De acordo com Thabti e colaboradores (2012), os quais em suas pesquisas

com extratos metanólicos de folhas de amoreira branca constataram que o ácido

cafeico era majoritário (15,8401 mg g-1). Há vários relatos deste composto como

constituintes em folhas de Morus alba e Morus nigra (RADOJKOVIC et al, 2016;

THABTI et al, 2012), enquanto que em extratos de dimetilsulfóxido de frutos de Morus

nigra este ácido não foi encontrado (TURAN et al, 2017).

Ácido ferúlico (8) apresentou concentração de 0,096 ± 0,004 mg g-1. Memon e

colaboradores (2010), não detectaram em extratos metanólicos utilizando LC-MS-MS

de folhas de Morus alba e nigra cultivadas no Paquistão. Apesar disso em folhas de

Morus leavigata utilizando metanol e banho ultrassônico na extração de compostos

fenólicos obtiveram valores para ácido ferúlico de 0,134 mg g-1, resultados similares

aos descritos neste trabalho. Mas a vantagem da utilização da água como solvente

extrator viabiliza para aplicações futuras pois não é tóxico e não gera resíduos.

Outros derivados do ácido benzóico foram encontrados nos extratos foliares da

amoreira preta, como os ácidos vanílico, siríngico, 4-hidroximetilbenzoico, salicílico e

elágico em menores concentrações. Foram encontrados também os ácidos p-

cumárico e clorogênico que são derivados do ácido cinâmico. Os ácidos clorogênico,

vanílico, siríngico e p-cumárico já haviam sido relatados na literatura como

constituintes em folhas de Morus nigra (MEMON et al, 2010; RADOJKOVIC et al,

2012; RADOJKOVIC et al, 2016; SANCHEZ-SALCEDO et al, 2015b; DALMAGRO et

al, 2018). Em contrapartida os ácidos 4-hidroximetilbenzoico, salicílico e elágico não

foram mencionados nesta espécie em nenhum trabalho cientifico.

O composto umbeliferona (9) com concentração de 0,261 ± 0,009 mg g-1,

destacou-se por ser a terceira substância em maior quantidade, sendo a primeira vez

que a umbeliferona é relatada em folhas da espécie de Morus nigra L. Dugo e

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colaboradores (2009), em seus estudos com extratos etanólicos de folhas de Morus

alba obtidos por maceração utilizando sistema de HPLC acoplado a um espectrômetro

de massas, também identificaram essa molécula. A umbeliferona é uma cumarina, e

esta, por sua vez, é um metabólito fenólico, sintetizada principalmente por plantas

podendo fornecer defesa contra patógenos e atuando na regulação do estresse

oxidativo e hormonal (BOURGAUD et al, 2006). Diversas ações biológicas são

atribuídas a esses compostos, tais como atividade antifúngica, atenuação de danos

renais e propriedades antioxidantes (PAN et al, 2017; GARUD; KULKARNI, 2017;

HOULT; PAYA, 1996).

5.4 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA

A confirmação da concentração inibitória mínima dos extratos foi verificada

após a adição do corante microbiológico nos poços e havendo formação de coloração

vermelha evidencia-se o crescimento microbiano. Neste caso, a conclusão seria de

que o extrato não é capaz de inibir o crescimento do microrganismo avaliado. Por

outro lado, quando apresentaram alteração de cor possuem ação bactericida

(GABRIELSON et al, 2002). Os valores de CIM dos extratos contra as bactérias E.

coli, P. aeruginosa e B. cereus estão apresentados na Figura 10. O extrato de folhas

de amoreira preta apresentou ação bactericida frente as bactérias analisadas com

valores de CIM de 625 e 1250 µg mL-1, sendo mais suscetível para a bactéria P.

aeruginosa.

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Figura 10. Concentração inibitória mínima (CIM) de extratos de folhas de Morus nigra L.

Fonte: a autora.

A busca por agentes antibacterianos naturais tem sido extensivamente

explorada principalmente para preservação biológica de alimentos assim como no

combate a várias patologias humanas e síndromes de imunodeficiência, em razão do

uso indiscriminado de antibióticos tornando as bactérias resistentes a agentes

quimioterápicos (MO et al, 2008; YAP et al, 2014).

Valores de CIM de 400 µg mL-1 foram descritos por Omidiran e colaboradores

(2012) ao testarem extratos aquosos de folhas de M. alba contra P. aeruginosa. Este

mesmo autor relata valores de CIM de 600 µg mL-1 contra E. coli. Sucos frescos de

amora (M. nigra) também demonstraram efeito bactericida contra bactérias Gram

positivas e negativas (KHALID; FAWAD; AHMED, 2011).

Os extratos de amoreira preta podem ser promissores como agentes

antimicrobianos naturais pois foram capazes de inibir a bactéria gram-negativa como

as bactérias gram-positivas avaliadas.

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5.5 DETERMINAÇÃO DE MINERAIS

5.5.1 Parâmetros De Desempenho Analítico Para Os Minerais

Os limites de detecção (LOD) e quantificação (LOQ) obtidos para a

determinação de minerais em folhas de amoreira preta, são apresentados na Tabela

9. O LOD na ordem de mg Kg-1 foi calculado considerando 3 vezes o desvio padrão

de dez leituras do branco da amostra dividido pelo valor da inclinação da curva. Os

valores obtidos de LD variaram entre 0,03 e 1,80 mg Kg-1 demonstrando que a

sensibilidade do método proposto é adequada. Para os limites de quantificação (LOQ)

os cálculos são definidos como 3,3 vezes o LOD.

Os valores para o desvio padrão relativo (RSD) em todos os elementos

apresentaram-se menores que que 10%, indicando boa precisão do método. A faixa

linear foi de 1 a 200 ug/L para todos os elementos exceto para potássio, pois o

equipamento faz a calibração com um único padrão de 100 mg L-1.

Tabela 9- Figuras de mérito para determinação de minerais por ICP MS e fotometria de chama.

Elementos LOD (mg Kg-1) LOQ (mg Kg-1)

Co 0,03 0,10

Ni 0,03 0,10

Al 0,30 1,00

Mn 1,80 6,00

Zn 0,15 0,50

Cu 0,06 0,18

Mg 0,04 0,12

V 0,40 1,30

Fe 0,40 1,30

K 0,30 1,00

Fonte: a autora.

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5.5.2 Perfil Mineral Dos Extratos De Amoreira Preta

Os resultados dos perfis minerais do extrato de folhas de Morus nigra estão

apresentadas na Tabela 10. As análises foram realizadas em triplicata e os resultados

são expressos como média ± desvio padrão.

Entre os elementos microminerais determinados, cobre (Cu), ferro (Fe), zinco

(Zn), vanádio (V), cobalto (Co), níquel (Ni), alumínio (Al) e manganês (Mn), as

concentrações mais altas foram determinadas para ferro na concentração de 579,85

± 0,68 mg Kg-1. Já em relação aos nutrientes necessários à saúde em maior

quantidade, os macrominerais, potássio (K) e magnésio (Mg) e apresentaram

concentrações de 913,33 ± 11,55 e 691,80 ± 21,91 mg Kg-1, respectivamente, sendo

potássio o elemento predominante entre todos os minerais analisados.

Tabela 10- Concentração de minerais em folhas de amoreira preta expressos como média ± desvio padrão.

Elementos mg Kg-1 de amostra seca

Co 0,08 ± 0,01

Ni 0,44 ± 0,04

Al 77,55 ± 7,12

Mn 119,84 ± 9,01

Zn 22,94 ± 0,13

Cu 4,74 ± 0,18

Mg 691,80 ± 21,91

V 0,79 ± 0,05

Fe 579,85 ± 0,68

K 28333,5 ± 577,15

Fonte: a autora.

Yigit colaboradores (2010), ao estudarem o conteúdo mineral de folhas de

Morus nigra coletadas em uma região da Turquia, usando um método de fluorescência

por raios-X constaram valores de potássio 15902,1 ± 213,0 ppm, inferiores aos

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encontrados neste trabalho. Entretanto essas concentrações podem variar de acordo

com diferentes de espécies, práticas agrícolas, região, condições de solo e clima. A

predominância do potássio é observada em diversos trabalhos na literatura

relacionadas a investigação de minerais em plantas, uma vez que essa espécie

metálica é vital para muitos processos nos vegetais, tais como ativação de sistemas

enzimáticos, participação na fotossíntese e respiração, atividade estomática e

regulação osmótica (HOLDAWAY-CLARKE; HEPLE 2003; KIM et al, 2010). O

potássio é indispensável ao organismo humano pois participa do equilíbrio ácido-base,

balanço hídrico, age na conversão da glicose em glicogênio e na condução de

impulsos nervosos (HE; MACGREGOR, 2001).

Os resultados para o conteúdo de magnésio 691,80 ± 21,91 mg Kg-1 são

superiores aos reportados para folhas de Morus alba em um estudo de variação

sazonal, em que foram relatadas concentrações de magnésio de 4,4 a 4,8 mg Kg-1 de

matéria seca (VENTO et al, 2017). Para os frutos de Morus alba e Morus nigra foram

descritos valores desse mineral de 1,06 mg g-1 de matéria seca (ERCISLI; ORHAN,

2007). A concentração observada neste estudo demonstra que os extratos de

amoreira preta são uma fonte abundante desta espécie metálica. A recomendação de

ingestão diária de magnésio é de 310 a 320 mg para homens e 400 a 420 mg para

mulheres (INSTITUTE OF MEDICINE, 1997). O consumo de aproximadamente 58 g

ao dia de folhas de amoreira preta poderia suprir 10% da ingestão diária recomendada

de magnésio.

Uma ocorrência bastante oportuna investigada nos extratos foliares de

amoreira preta é a concentração de ferro ser bem maior que a de manganês, pois,

estudos indicam que o ferro e o manganês competem pelos mesmos transportadores

sistêmicos. Além disso, quando a concentração de manganês é superior pode levar a

um desequilíbrio homeostático de ferro no organismo (FITSANAKIS et al, 2010).

Investigações sobre a composição mineral de frutos de Morus nigra por

espectroscopia de absorção atômica revelaram concentrações de zinco e cobre de 32

e 4 mg Kg-1 respectivamente, concentrações que são semelhantes aos avaliados

neste estudo (ERCISLI; ORHAN, 2007).

Recentemente Sánchez-Salcedo e colaboradores (2015), ao avaliarem a

concentração de minerais em quatro clones de frutos de Morus nigra por

espectrometria de emissão atômica com plasma acoplado indutivamente, observaram

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valores para níquel de 1,22 ± 0,13 a 2,68 ± 0,24 mg Kg-1 e para alumínio 17,95 ± 1,67

a 38,66 ± 2,82 mg Kg-1, esses resultados diferem dos encontrados no presente estudo.

5.6 ENCAPSULAMENTO DE COMPOSTOS FENÓLICOS EM ESFERAS DE

ALGINATO

A fim de verificar a melhor concentração de alginato de sódio no

encapsulamento de compostos fenólicos em folhas de amoreira preta, avaliando-se

CFT mais altos foram testadas três formulações do mesmo, os resultados são

apresentados no Gráfico 4. As análises de fenólicos totais foram realizadas com as

esferas úmidas após 30 minutos de gelificação iônica e as médias comparadas pelo

teste de Tukey. Resultados expressos por mg equivalente de ácido gálico (GAE) por

grama de esfera úmida.

Gráfico 4- Influência da concentração do alginato de sódio no conteúdo fenólico total de extratos de amoreira preta encapsulados.

Médias seguidas de letras distintas diferem significativamente entre si pelo Teste de Tukey a nível de 5% de probabilidade. Fonte: a autora.

Esses resultados podem ser explicados por causa do poder gelificante do

alginato pelo modelo “egg box” ou caixa de ovos proposto por Grant e colaboradores

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(1973). Vale ressaltar que o alginato é composto por unidades de ácido β-D-

manurônico (M) e do seu epímero alfa-L-gulurônico (G) ligados por ligações

glicosídicas do tipo 1 →4, conferindo-lhes composição e estrutura sequencial variável.

No modelo “egg box” a forma linear do alginato modifica-se ao reagir com íons de

cálcio divalentes, formando uma rede tridimensional, por sua vez pode ser composta

por blocos MG, GG ou MM. A razão entre o conteúdo de blocos dita a flexibilidade da

cadeia, assim, a configuração MG é a mais flexível e a GG confere maior rigidez ao

alginato (HELGERUD et al, 2009).

Deste modo a baixa concentração do CFT do alginato a 1%, pode ser explicado

pela migração significativa de compostos fenólicos para a solução de cloreto de cálcio,

por causa da fragilidade dos géis formados o composto ativo não se manteve se na

rede polimérica. Enquanto que em concentração de alginato a 1,5% conferiu maior

rigidez as esferas, contribuindo para um melhor encapsulamento dos compostos

fenólicos. Desta forma a concentração de 1,5% foi fixada para o encapsulamento de

compostos fenólicos.

5.6.1 Eficiência De Encapsulamento

A eficiência de encapsulamento de compostos fenólicos de folhas de amoreira

preta em esferas de alginato apresentaram valores de 81,7 ± 0,8 % para esferas

úmidas e 95,1 ± 1,4 % para esferas secas.

Estes resultados estão de acordo com os de Deladino e colaboradores (2013)

quando relataram o processo de encapsulamento de fenólicos de extratos da erva

mate (Ilex paraguariensis), em que obtiveram resultados de eficiência de

encapsulamento entre 81,69 ± 4,26 % e 90,39 ± 4,57%. Encapsulamento de

compostos fenólicos de extratos de diferentes plantas medicinais utilizando como

material de parede alginato e quitosana também apresentaram eficiência acima de 80

% (BELŠČAK-CVITANOVIĆ et al, 2011).

Essa pequena perda de compostos fenólicos observada no presente estudo

possivelmente ocorre no gotejamento do alginato na solução de cloreto de cálcio, fato

este também relatado por outros autores, os quais atribuem esse mecanismo de ação

à formação porosa das esferas de alginato decorrente de compostos de baixo peso

molecular do polímero (BAJPAI; TANKHIWALE, 2006; DELADINO et al, 2008).

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67

5.6.2 Caracterização Das Esferas De Alginato De Cálcio

Microscopia eletrônica de varredura (MEV)

A morfologia da superfície das esferas de alginato desidratadas em estufa

preparadas com extrato de folhas de amoreira preta e em branco (sem a presença de

extrato) foi analisada por microscopia eletrônica de varredura (MEV). As micrografias

do MEV são apresentadas na Figura 11. As esferas secas apresentaram diâmetro

médio de aproximadamente 0,9 ± 0,1 mm, com morfologia esferoide. Os resultados

mostraram que as esferas carregadas com extrato possuem morfologia de superfície

diferente das esferas em branco, as quais apresentaram uma superfície levemente

mais lisa.

Algumas fissuras podem ser observadas provavelmente em decorrência do

processo de secagem das esferas. Além disso, apresentaram pontos esbranquiçados

possivelmente pela presença de íons cálcio que não foram totalmente eliminados no

processo de lavagem após a formação dos grânulos. Em algumas esferas pode-se

verificar a existência de pontos achatados, provavelmente em decorrência das esferas

no processo de secagem ficarem muito próximas umas das outras chegando a

deformar a esfera.

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Figura 11- Micrografias MEV das esferas de alginato.

Esferas em branco: A (1) aumento de 50x; A (2) aumento de 150x; A (3) aumento de 250x. Esferas com extrato de folhas de M. nigra: B (1) aumento de 50x; B (2) aumento de 150x; B (3) aumento de 250x. Fonte: a autora.

As fotografias das esferas úmidas com extrato e sem o extrato de folhas de

amoreira preta são apresentadas na Figura 12. As esferas apresentaram diâmetro

médio aproximadamente de 2,8 ± 0,2 mm. Os grânulos exibiram estrutura esférica,

lisa e de tamanho homogêneo, de coloração esbranquiçada e semitransparente.

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Figura 12- Fotografias das esferas de alginato úmidas em branco e dopadas com extrato de folhas de amoreira preta.

Esferas úmidas em branco: (A); esferas carregadas: (B). Fonte: a autora.

Não foi possível realizar a microscopia eletrônica de varredura nas esferas

úmidas pois no processo de metalização com recobrimento de ouro, o mesmo não

adere à superfície da esfera devido a umidade, que também pode danificar o

equipamento.

Espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR)

As esferas de alginato em branco e as esferas com extrato de folhas de

amoreira preta foram caracterizadas através da análise de seus principais

grupamentos funcionais, por espectroscopia de infravermelho (FTIR), conforme

ilustrado na Figura 13. A análise espectrofotométrica das esferas em branco e dopada

revelaram que em geral estas permaneceram inalteradas, ou seja, a ausência de

interações químicas entre os compostos fenólicos e o alginato poderia indicar que este

é um material compatível para encapsular compostos bioativos de natureza fenólica

(CHAN et al, 2010; STOJANOVIC et al, 2012; CHO et al, 2014).

Os espectros de FTIR exibem bandas características do alginato de cálcio. A

banda próxima a 3500 cm-1 corresponde ao estiramento do grupamento hidroxila

possivelmente envolvido em ligações de hidrogênio, além da existência de sinais

principais aproximadamente em 1650 cm-1, o qual é atribuído ao estiramento de

grupos carbonila e a banda próxima a 1000 cm-1 devido ao estiramento -C-O-C-.

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Figura 13- Espectro de infravermelho das esferas de alginato em branco (A) e dopadas com extrato de folhas de amoreira preta (B).

Fonte: a autora.

A alta similaridade entre os dois espectros apresentados deve-se

provavelmente à baixa concentração dos compostos fenólicos em relação ao alginato.

Contudo, pode ser observada uma pequena protuberância no sinal de hidroxilas das

esferas carregadas (indicada pela seta). Esta pode ser interpretada como uma

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pequena contribuição dos grupos hidroxila fenólicos do extrato de folhas de amoreira

preta, cuja frequência é levemente diferente.

5.6.3 Teste De Liberação In Vitro

O perfil de liberação do conteúdo fenólico total em água a partir das esferas de

alginato úmidas e secas com extrato de folhas de amoreira preta estão apresentadas

no Gráfico 5. O estudo da cinética de liberação do CFT permite observar que nos

primeiros 120 min há uma taxa de liberação crescente para ambas as esferas e que

após esse período, a taxa de liberação permanece constante para as esferas úmidas

até completar 240 min. Comportamento semelhante de liberação foi relatado por

Arriola e colaboradores (2016), que avaliaram o encapsulamento do extrato aquoso

de folhas de Stevia rebaudiana Bertoni com alginato, onde a liberação de CFT tanto

para esferas úmidas quanto liofilizadas permaneceram constantes entre 210 a 240

min.

No entanto pode-se observar que as esferas úmidas levam menos tempo (120

min) para atingir seu máximo de liberação (70%), enquanto que as esferas secas

continuam a liberar compostos fenólicos em 180 min atingindo um platô com liberação

de 80% de CFT. Essa característica de liberação dos grânulos de alginato tem sido

atribuída à sua estrutura porosa (LUPO et al, 2015).

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Gráfico 5- Cinética de liberação de compostos fenólicos em água das esferas úmida e secas dopadas com extrato de folhas de amoreira preta. Os resultados são representados em termos de média ± desvio padrão.

Fonte: a autora.

Nos primeiros 30 min a liberação de CFT das esferas secas foi baixa (cerca de

25%), porém em 90 min pode-se observar uma liberação de 50%. Esse fato pode ser

justificado pela integridade da malha de alginato, a qual permanece durante os

primeiros instantes e que posteriormente sofre um rearranjo o que permite a liberação

da substância encapsulada. Kikuchi e colaboradores (1997), obtiveram resultados

semelhantes com teste de liberação com matriz de alginato. Segundo Wu e Brazel

(2008) a liberação do composto bioativo em grânulos secos é amplamente controlada

pelo inchaço das esferas, sendo menos significativo nas esferas úmidas. As esferas

demonstraram potencial para serem utilizadas como sistema para liberação

controlada de compostos fenólicos totais.

5.6.4 Teste De Estabilidade

A avaliação do CFT das esferas de alginato de cálcio secas durante 81 dias de

armazenamento a 4 ± 1°C e em temperatura ambiente (25 ± 6 °C) é mostrada na

Tabela 11. A concentração de compostos fenólicos das esferas de alginato secas

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mantidas a 4°C variou de 74,3 ± 0,5 a 66,3 ± 0,3 mg GAE g-1 de esfera seca,

proporcional a um decréscimo de 10,8 % ao final do período de armazenamento, e os

encapsulados acondicionados em temperatura ambiente a variação do CFT foi de

74,3 ± 0,5 a 62,6 ± 0,4 mg GAE g-1 de esfera seca, correspondendo a uma redução

na concentração de compostos fenólicos de 15, 7% ao final do tempo de

armazenamento.

Não foram observadas nos primeiros 36 dias diferenças significativas (p <0,05)

no CFT nas esferas mantidas a 4 ± 1°C, entretanto o decréscimo do CFT a partir do

66 aos 81 dias foi mínimo, indicando que o alginato de sódio aliado à temperatura

reduzida pode ter possibilitado uma ação protetora sobre os compostos fenólicos

encapsulados. De forma distinta, as esferas mantidas em temperatura ambiente

mantiveram-se estáveis durante as primeiras quatro semanas, porém após esse

período a queda na concentração de compostos fenólicos foi mais significativa. Maier

e colaboradores (2009), também observaram perdas de compostos fenólicos em

microcápsulas de extrato de bagaço de uva, sendo tais perdas maiores em

armazenamento a 25°C do que em 4°C.

Tabela 11- Estabilidade do conteúdo fenólico total das esferas secas dopadas com extrato de folhas de amoreira preta durante 81 dias de armazenamento a 4 ± 1°C e temperatura ambiente (25 ± 6°C). Os resultados são representados em termos de média ± desvio padrão.

Conteúdo Fenólico Total (mg GAE g-1 esfera seca)

Tempo (dias) Armazenamento a 4°C Temperatura ambiente

0 74,3 ± 0,5 a 74,3 ± 0,5 a

7 73,8 ± 0,2 a 73,5 ± 0,2 a

14 73,5 ± 0,1 a 73,3 ± 0,3 a

21 72,7 ± 0,7 a 72,9 ± 0,5 a

36 72,3 ± 0,4 a 65,0 ± 0,8 b

66 69,9 ± 3,5 ab 64,4 ± 0,4 b

81 66,3 ± 0,3 b 62,6 ± 0,4 c

Letras distintas na mesma coluna indicam diferença estatística significativa ao nível de 5% pelo teste de Tukey. Fonte: a autora.

Perdas maiores que mostradas neste trabalho foram reportadas por Jimenez-

Aguilar e colaboradores (2011), em seus estudos de estabilidade de compostos

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fenólicos de açaí e mirtilo secos por pulverização, os quais relataram perdas de 33%

de CFT após 4 semanas de armazenamento a 25°C. De maneira análoga, em

secagem por pulverização de bayberry as perdas de compostos fenólicos (após 6

meses de armazenamento a 4 e 25°C) foram de 6% e 37%, respectivamente (FANG;

BHANDARI, 2011).

A avaliação do CFT das esferas de alginato de cálcio úmidas durante 81 dias

de armazenamento a 4 ± 1°C e em temperatura ambiente 25 ± 6°C, mantidas no

próprio extrato de folhas de amoreira e em soro são mostradas na Tabela 12. As

esferas úmidas foram mantidas em meio líquido justamente para não perder a

umidade. No presente trabalho é notável a diferença na concentração de compostos

fenólicos entre esferas secas e úmidas, esta última apresentando concentração de

umidade significativamente alta (96%), e a perda de massa após secagem das esferas

acaba concentrando os fenólicos aprisionados nos grânulos (STOJANOVIC et al,

2012).

É nítida a degradação do conteúdo fenólico total nas esferas úmidas mantidas

em soro fisiológico armazenadas a 4 ± 1°C (5,35 ± 0,04 a 1,03 ± 0,06 mg GAE g-1

esfera úmida) e temperatura ambiente 25 ± 6°C (5,35 ± 0,04 a 0,86 ± 0,01 mg GAE g-

1 esfera úmida) o que corresponde a perdas de 80,7 e 83,9 % respectivamente até o

ultimo dia de análise. Esse fato pode ser atribuído a alta concentração de água contida

nas esferas, assim como a liberação dos fenólicos para o meio externo.

Tabela 12- Estabilidade do conteúdo fenólico total em esferas úmidas dopadas com extrato de folhas de amoreira preta durante 81 dias de armazenamento a 4 ± 1°C e temperatura ambiente (25 ± 6°C) no extrato e em soro. Os resultados são representados em termos de média ± desvio padrão

Conteúdo Fenólico Total (mg GAE g-1 esfera úmida)

Tempo (dias) 4°C/ Soro T. ambiente/ Soro 4°C/ Extrato T. ambiente/ Extrato

0 5,35 ± 0,04 a 5,35 ± 0,04 a 5,35 ± 0,04 b 5,35 ± 0,04 b

7 2,65 ± 0,04 b 2,56 ± 0,02 b 6,32 ± 0,09 a 5,74 ± 0,05 a

14 2,60 ± 0,02 b 2,55 ± 0,03 b 6,12 ± 0,25 a 5,68 ± 0,00 a

21 2,01 ± 0,02 c 2,23 ± 0,06 c 6,33 ± 0,05 a 5,75 ± 0,04 a

36 1,60 ± 0,08 d 1,45 ± 0,06 d 5,30 ± 0,07 b 5,10 ± 0,14 bc

66 1,43 ± 0,01 d 1,32 ± 0,11 d 5,15 ± 0,11 b 4,97 ± 0,17 c

81 1,03 ± 0,06 e 0,86 ± 0,01 e 5,07 ± 0,03 b 4,31 ± 0,02 d

Letras distintas na mesma coluna indicam diferença estatística significativa ao nível de 5% pelo teste de Tukey. Fonte: a autora.

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A concentração de compostos fenólicos para as esferas mantidas no próprio

extrato de folhas de amoreira preta variou de 5,35 ± 0,04 a 5,07 ± 0,03 para os

grânulos armazenados a 4°C e 5,35 ± 0,04 a 4,31 ± 0,02 mg GAE g-1 esfera úmida

para as armazenadas em temperatura ambiente, ao longo de 81 dias. A estabilidade

do CFT para ambas temperaturas se manteve durante 21 dias de armazenamento.

Mas uma perda maior ao fim dos 81 dias foi registrada para os encapsulados que

permaneceram a temperatura ambiente (19,4%) do que a 4°C (5,2%).

O aumento na concentração de compostos fenólicos observado após uma

semana de armazenamento pode ser resultado da morfologia porosa da esfera e a

concentração do meio circundante estimulando a difusão dos compostos fenólicos. De

acordo com Chan e colaboradores (2009) e Gombotz e Wee (2012), esse evento

ocorre em consequência dos compostos ativos solúveis em água, como os compostos

fenólicos, possuírem a facilidade de difundir-se para o interior e exterior da solução de

armazenamento de forma mútua.

Recentemente Arriola e colaboradores (2016) investigaram a estabilidade dos

compostos fenólicos encapsulados a partir de extrato de Stevia rebaudiana utilizando

alginato de sódio como material de parede, e durante 30 dias de armazenamento a

4°C não observaram decréscimo no CFT e atribuíram esta ação protetora ao polímero

alginato de sódio.

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6 CONCLUSÕES

De acordo com os resultados apresentados ao longo deste estudo, pode-se

concluir que foi possível realizar a extração de compostos fenólicos de folhas de

amoreira preta Morus nigra L. para posterior encapsulamento em esferas de alginato

de sódio.

Foi possível otimizar o processo de extração dos compostos fenólicos

analisando algumas variáveis: a variável temperatura de secagem das folhas de

amoreira preta apresentou forte impacto no conteúdo fenólico total, indicando que em

temperaturas mais baixas (50ºC) de secagem em estufa podem preservar esse

composto bioativo. A temperatura de infusão também exibiu grande influência na

extração de compostos fenólicos e neste caso, temperaturas mais elevadas

proporcionaram melhores extrações.

Ao contrário, para a variável tempo não foram constatados efeitos significativos

na extração de compostos fenólicos, desta forma um menor tempo implicaria em

menor gasto energético.

Muitas classes de compostos fenólicos são indicativas de bioatividades. Além

de encontradas concentrações significativas de compostos fenólicos totais nos

extratos foliares de M. nigra, assim como flavonóis, flavonoides e orto-difenólicos. Os

extratos exibiram boa capacidade antioxidante.

A análise por LC-ESI-MS/MS permitiu a identificação de 12 compostos de

natureza fenólica que podem ser associados à atividade antioxidante das folhas de

amoreira preta, entre eles, o ácido protocatecuico, quercetina, ácido cafeico, ácido 4-

hidroximetilbenzóico e em especial ao composto umbeliferona identificado e

quantificado de forma inédita, até onde se sabe, nas folhas de Morus nigra L., havendo

relatos desta substância na literatura apenas para as folhas de Morus alba L.

O extrato de folhas de amoreira preta apresentou ação bactericida frente as

bactérias E. coli, P. aeruginosa e B. cereus, sendo a P. aeruginosa a bactéria mais

suscetível ao extrato.

Foram constatadas que as folhas de M. nigra são ricas em micronutrientes

minerais, entre os 10 elementos determinados o potássio, ferro, manganês e

magnésio exibiram as maiores concentrações.

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Em relação ao encapsulamento dos compostos fenólicos, entre as três

concentrações de alginato de sódio testadas, a intermediária contribuiu para melhor

encapsulamento do CFT e melhores esferas foram obtidas.

Valores elevados de eficiência de encapsulamento do CFT foram observados

tanto para esferas secas como para as esferas úmidas. A gelificação iônica mostrou-

se um método simples, de fácil reprodução, barato e eficiente para a produção do

encapsulados de alginato.

As micrografias de MEV revelaram que os compostos fenólicos afetaram a

morfologia da superfície das esferas dopadas com os mesmos, em comparação com

as esferas em branco. As esferas dopadas com o extrato apresentaram superfície

rugosa, com algumas fissuras provavelmente em decorrência da secagem em estufa,

assim como o tamanho da esfera diminuiu significativamente após a desidratação.

Foi possível verificar pelas análises de FTIR ausência de interações químicas

entre os compostos fenólicos e o alginato, indício de que este é um material

compatível para encapsular compostos bioativos de natureza fenólica.

Nos estudos de liberação dos compostos fenólicos encapsulados verificou-se

uma liberação do CFT mais rápida e menos significativa para esferas úmidas do que

para as secas, resultante possivelmente da diferença de integridade da malha de

alginato de cálcio. Esses resultados permitem inferir que a porcentagem liberada é

adequada para diferentes aplicações finais.

Nos testes de estabilidade para esferas secas o CFT manteve-se estável até

36 dias armazenadas a 4 ± 1°C. Entretanto, até o final dos 81 dias as alterações

fenólicas foram imperceptíveis. Para as esferas úmidas mantidas em soro fisiológico

o CFT exibiu decréscimos significativos nos primeiros 7 dias. Contudo, as esferas

úmidas mantidas no próprio extrato de folhas de amoreira preta armazenadas a 4 ±

1°C e temperatura ambiente (25 ± 6°C) mantiveram-se estáveis durante 21 dias de

armazenamento.

Por fim este estudo demonstrou que os extratos de folhas de amoreira preta

são fontes ricas de compostos bioativos, principalmente de natureza fenólica e que o

alginato de sódio pode ser um bom agente encapsulante fornecendo boa proteção e

liberação controlada do princípio ativo, permitindo sua incorporação em alimentos,

nutraceuticos e em cosméticos. A técnica de encapsulamento em esferas de alginato

é um método que deve ser explorado mais intensamente, para que os compostos

bioativos permaneçam durante o processamento.

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