extradiÇÃo. conceito É o ato pelo qual um estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso...

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EXTRADIÇÃO EXTRADIÇÃO

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Page 1: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

EXTRADIÇÃOEXTRADIÇÃO

Page 2: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

ConceitoConceito

É o ato pelo qual um Estado entrega É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado, criminoso, à justiça de outro Estado, competente para julgá-lo e puni-lo.competente para julgá-lo e puni-lo.

Page 3: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

Fundamento Jurídico da Fundamento Jurídico da extradiçãoextradição

tratado – tratado – na falta – promessa de reciprocidade na falta – promessa de reciprocidade

ou declaração de reciprocidade.ou declaração de reciprocidade.

Page 4: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

Razões porque se extraditaRazões porque se extradita

interesse da justiça naturalinteresse da justiça natural: os juízes : os juízes naturais do delinqüente são os do lugar naturais do delinqüente são os do lugar onde foi cometido o delito. onde foi cometido o delito. Julgamento Julgamento justojusto, conforme estabelecido no item X, XI , conforme estabelecido no item X, XI da DUDH.da DUDH.

dever de solidariedade entre os dever de solidariedade entre os EstadosEstados: o interesse dos Estados é que em : o interesse dos Estados é que em toda parte, a ordem social seja mantida, as toda parte, a ordem social seja mantida, as leis sejam obedecidas e a justiça respeitada.leis sejam obedecidas e a justiça respeitada.

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Declaração Universal dos Direitos Declaração Universal dos Direitos HumanosHumanos

Art. 10 -Toda pessoa tem direito, em plena Art. 10 -Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.  de qualquer acusação criminal contra ele.  

  Art. 11 -    1. Toda pessoa acusada de um ato Art. 11 -    1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.    necessárias à sua defesa.            2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer         2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do que Tampouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.ato delituoso.

Page 6: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

PrincípiosPrincípios

EspecialidadeEspecialidade: Art. 91, I do EE. O : Art. 91, I do EE. O STF admite pedido de extensão.STF admite pedido de extensão.

Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Estado requerente assuma o compromisso: Estado requerente assuma o compromisso:

I - de não ser o extraditando preso nem I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos anteriores ao pedidoprocessado por fatos anteriores ao pedido

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IdentidadeIdentidade ou Dupla ou Dupla IncriminaçãoIncriminação: : Art. 77, II EE.Art. 77, II EE.

Crime de conspiração = QuadrilhaCrime de conspiração = Quadrilha burla = estelionatoburla = estelionato desfalque = apropriação indébitadesfalque = apropriação indébita

Art. 77. Não se concederá a extradição Art. 77. Não se concederá a extradição quando:quando:

II - o fato que motivar o pedido não for II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; requerente;

Page 8: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

Non bis in idemNon bis in idem: se o indivíduo já : se o indivíduo já foi julgado e condenado pelo mesmo foi julgado e condenado pelo mesmo fato que motivou o pedido. Art. 77, V fato que motivou o pedido. Art. 77, V e art. 88 EE.e art. 88 EE.

Art. 77. Não se concederá a extradição quando Art. 77. Não se concederá a extradição quando     V - o extraditando estiver a responder a V - o extraditando estiver a responder a

processo ou já houver sido condenado ou processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; se fundar o pedido;

Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo pedido baseado no mesmo fato novo pedido baseado no mesmo fato

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ClassificaçãoClassificação

De fato De fato De direitoDe direito AtivaAtiva PassivaPassiva InstrutóriaInstrutória ExecutóriaExecutória

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ProcessoProcesso

Autoridade competente para o Autoridade competente para o pedidopedido: : Poder ExecutivoPoder Executivo

No BrasilNo Brasil: : Ministério das Relações Exteriores, Ministério das Relações Exteriores,

Ministério da Justiça (Ministério da Justiça (Divisão de Divisão de Medidas CompulsóriasMedidas Compulsórias). ).

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Controle JurisdicionalControle Jurisdicional

Pedido contendoPedido contendo:: Identidade do extraditandoIdentidade do extraditando o fato incriminado o fato incriminado a acusação ou condenação a acusação ou condenação

pronunciada pronunciada Acusado - original ou cópia do mandado de Acusado - original ou cópia do mandado de

prisão, ou auto de processo criminal prisão, ou auto de processo criminal equivalente.equivalente.

Condenado - original ou cópia da sentença Condenado - original ou cópia da sentença condenatória condenatória

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Competência:Competência:

Supremo Tribunal Federal – CF art. Supremo Tribunal Federal – CF art. 102, I, g.102, I, g.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:I - processar e julgar, originariamente: g) a extradição solicitada por Estado g) a extradição solicitada por Estado

estrangeiro;estrangeiro;

Ministro relator – determina a prisão Ministro relator – determina a prisão do extraditando.do extraditando.

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DefesaDefesa

não pode adentrar o mérito da não pode adentrar o mérito da acusação, deve ater-se:acusação, deve ater-se:

à à identidade do extraditandoidentidade do extraditando, , à à instrução do pedidoinstrução do pedido, ou , ou à à ilegalidade da extradiçãoilegalidade da extradição à luz à luz

da lei especifica. (que é a lei interna da lei especifica. (que é a lei interna E.E. e tratado se houver)E.E. e tratado se houver)

Page 14: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

Pressupostos para não concessão da Pressupostos para não concessão da

extradição conforme art. 77 do EEextradição conforme art. 77 do EE. . Nacionalidade do ExtraditandoNacionalidade do Extraditando – –

CF art. 5, LICF art. 5, LI Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem

distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:termos seguintes:

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

Page 15: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

O Brasil é competente para julgar e O Brasil é competente para julgar e punir seu nacional por crime punir seu nacional por crime cometido no estrangeiro cometido no estrangeiro

CP art 7CP art 7. . Ficam sujeitos à lei brasileira, embora Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:cometidos no estrangeiro:

II – os crimes: II – os crimes: b) praticados por brasileirob) praticados por brasileiro;;

CPP art. 88CPP art. 88. . Nos processos por crimes praticados Nos processos por crimes praticados fora do território brasileiro será competente o fora do território brasileiro será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por ultimo juízo da Capital do Estado onde houver por ultimo residido o acusado. Se este nunca tiver residido residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.República.

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O fato não é considerado crimeO fato não é considerado crime - - Extradição de um adolescente Extradição de um adolescente reclamado por homicídio no EUAreclamado por homicídio no EUA

Crime políticoCrime político - CF art. 5, LII - CF art. 5, LII LII - não será concedida extradição de LII - não será concedida extradição de

estrangeiro por crime político ou de opinião;estrangeiro por crime político ou de opinião;

Crime de menor potencial ofensivoCrime de menor potencial ofensivo Lei 9099 de 26.09.1995Lei 9099 de 26.09.1995 Art. 61.  Consideram-se infrações penais de menor potencial Art. 61.  Consideram-se infrações penais de menor potencial

ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 pena máxima não superior a 2 (dois) anos(dois) anos, cumulada ou não com multa , cumulada ou não com multa

Competência brasileiraCompetência brasileira: Art. 7º do : Art. 7º do CP e artigos 88, 89, 90 e 91 do CPP.CP e artigos 88, 89, 90 e 91 do CPP.

Page 17: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: cometidos no estrangeiro: I - os crimes:I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito

Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; fundação instituída pelo Poder Público;

c) contra a administração pública, por quem está a seu c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;serviço;

d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;domiciliado no Brasil;

II - os crimes: II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a

reprimir; reprimir; b) praticados por brasileiros;b) praticados por brasileiros; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,

mercantes ou de propriedade privada, quando em território mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.estrangeiro e aí não sejam julgados.

§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.

Page 18: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

Código de Processo PenalCódigo de Processo Penal

Art. 88.  No processo por crimes praticados fora do território Art. 88.  No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusadopor último residido o acusado. Se este . Se este nunca tiver resididonunca tiver residido no Brasil, no Brasil, será competente o juízo da Capital da Repúblicaserá competente o juízo da Capital da República..

Art. 89.  Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas Art. 89.  Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a territoriais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão processados e serão processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcaçãoembarcação, após o crime, ou, , após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado.último em que houver tocado.

Art. 90.  Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro Art. 90.  Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-do espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, correspondente ao território nacional, serão processados e julgados serão processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronavecrime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave..

Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas  estabelecidas  nos arts. 89 e 90, a competência se firmará normas  estabelecidas  nos arts. 89 e 90, a competência se firmará pela prevençãopela prevenção

Page 19: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

Quando o crime estiver prescritoQuando o crime estiver prescrito: : conforme a lei brasileira ou estrangeiraconforme a lei brasileira ou estrangeira

Crime sujeito à tribunal ou juízo de Crime sujeito à tribunal ou juízo de exceçãoexceção..

Respondendo a processo ou já Respondendo a processo ou já condenado no Brasil pelo mesmo fato condenado no Brasil pelo mesmo fato que motivou o pedidoque motivou o pedido. .

Indeferimento do pedidoIndeferimento do pedido – liberdade do – liberdade do extraditando e comunicação ao Estado extraditando e comunicação ao Estado requerenterequerente

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Compromissos quando a Compromissos quando a extradição é deferidaextradição é deferida: art. 91 EE: art. 91 EE

Não punirá o extraditando Não punirá o extraditando por fatos anteriores por fatos anteriores ao pedido, e dele não constantes;ao pedido, e dele não constantes;

que descontará da pena, o período de prisão no que descontará da pena, o período de prisão no Brasil, tal operação leva o nome de Brasil, tal operação leva o nome de DetraçãoDetração;;

transformação transformação em pena privativa de em pena privativa de liberdadeliberdade, uma eventual , uma eventual pena de mortepena de morte;;

não entreganão entrega do extraditando a outro Estado que do extraditando a outro Estado que o reclame sem o reclame sem prévia autorização do Brasilprévia autorização do Brasil..

que não levará em conta a que não levará em conta a motivação políticamotivação política para agravar a pena.para agravar a pena.

Conforme jurisprudência do STF – transformação da pena Conforme jurisprudência do STF – transformação da pena de prisão perpétua em pena máxima admitida pela de prisão perpétua em pena máxima admitida pela legislação brasileira.legislação brasileira.

Page 21: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

Quando vários Estados requerem a Quando vários Estados requerem a extradiçãoextradição: art 79 do EE.: art 79 do EE.

O crime deve ter O crime deve ter sido cometido no sido cometido no território do Estado requerenteterritório do Estado requerente;;

Crime em diversos Estados, Crime em diversos Estados, o o crime mais crime mais gravegrave;;

Gravidade igual – o pedido queGravidade igual – o pedido que chegou em chegou em primeiro lugarprimeiro lugar;;

Estado de Estado de origem ou domicílioorigem ou domicílio se os se os pedidos forem pedidos forem simultâneossimultâneos..

Estado requerente dispõe de um prazo Estado requerente dispõe de um prazo inflexível de inflexível de sessenta sessenta dias para retirar o dias para retirar o extraditado por sua conta, do território extraditado por sua conta, do território nacional, sem o que será solto, não se nacional, sem o que será solto, não se podendo renovar o processo podendo renovar o processo

Page 22: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

Abdução internacionalAbdução internacional

captura do individuo pelo Estado que captura do individuo pelo Estado que pretende julgá-lo. pretende julgá-lo.

Exemplos: Exemplos: 1960 1960 Adolf EichmannAdolf Eichmann (Argentina - (Argentina -

Israel); 1990 Israel); 1990 Humberto Alvarez Humberto Alvarez MachainMachain , acusado do assassinato de , acusado do assassinato de um agente da Drug Enforcement um agente da Drug Enforcement Administration (EUA – México)Administration (EUA – México)

Page 23: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

JurisprudênciasJurisprudências Ext 1051/ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICAExt 1051/ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

EXTRADIÇÃOEXTRADIÇÃORelator(a): Min. MARCO AURÉLIORelator(a): Min. MARCO AURÉLIOJulgamento:  21/05/2009           Órgão Julgador:  Tribunal PlenoJulgamento:  21/05/2009           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno

Ementa Ementa

PROCESSO-CRIME - COMPETÊNCIA - EXTRADIÇÃO. Havendo notícia de PROCESSO-CRIME - COMPETÊNCIA - EXTRADIÇÃO. Havendo notícia de prática delituosa voltada a introduzir tóxico no território do Governo prática delituosa voltada a introduzir tóxico no território do Governo requerente, incumbe ter como de boa origem o pedido de extradição. requerente, incumbe ter como de boa origem o pedido de extradição. EXTRADIÇÃO - PROCESSO-CRIME EM CURSO NO BRASIL. A circunstância EXTRADIÇÃO - PROCESSO-CRIME EM CURSO NO BRASIL. A circunstância de o extraditando ter contra si processo-crime no Judiciário brasileiro de o extraditando ter contra si processo-crime no Judiciário brasileiro não obstaculiza a extradição. EXTRADIÇÃO - não obstaculiza a extradição. EXTRADIÇÃO - DUPLICIDADE DE PEDIDO. DUPLICIDADE DE PEDIDO. Existindo duplicidade de pedido, sendo idênticas as penas previstas Existindo duplicidade de pedido, sendo idênticas as penas previstas para os tipos, define-se a preferência na extradição pelas datas dos para os tipos, define-se a preferência na extradição pelas datas dos pedidos formulados, prevalecendo aquele formalizado em primeiro pedidos formulados, prevalecendo aquele formalizado em primeiro lugar.lugar. EXTRADIÇÃO - EXTRADIÇÃO - DUPLA TIPICIDADE - CONSPIRAÇÃO - CRIME DE DUPLA TIPICIDADE - CONSPIRAÇÃO - CRIME DE QUADRILHA - LAVAGEM DE RECURSOS.QUADRILHA - LAVAGEM DE RECURSOS. Impõe-se a observância da dupla Impõe-se a observância da dupla tipicidade e, assim, o fato de o artigo 288 do Código Penal exigir, para tipicidade e, assim, o fato de o artigo 288 do Código Penal exigir, para a configuração do crime de quadrilha ou bando, a associação de mais a configuração do crime de quadrilha ou bando, a associação de mais de três pessoas. de três pessoas. EXTRADIÇÃO - PRISÃO PERPÉTUA. No deferimento da EXTRADIÇÃO - PRISÃO PERPÉTUA. No deferimento da extradição, deve-se impor cláusula, presente a norma do artigo 75 do extradição, deve-se impor cláusula, presente a norma do artigo 75 do Código Penal e, portanto, a impossibilidade de o extraditando cumprir Código Penal e, portanto, a impossibilidade de o extraditando cumprir pena perpétua cerceadora da liberdade de ir e vir.pena perpétua cerceadora da liberdade de ir e vir.

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Ext 1143 / REPÚBLICA DA CORÉIAExt 1143 / REPÚBLICA DA CORÉIAEXTRADIÇÃOEXTRADIÇÃORelator(a):  Min. JOAQUIM BARBOSARelator(a):  Min. JOAQUIM BARBOSAJulgamento:  01/07/2009           Órgão Julgador:  Tribunal PlenoJulgamento:  01/07/2009           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno

EMENTA: Extradição. Governo da República da Coréia. Existência de tratado EMENTA: Extradição. Governo da República da Coréia. Existência de tratado bilateral. Condições de admissibilidade. Observância. bilateral. Condições de admissibilidade. Observância. Presença da dupla Presença da dupla tipicidadetipicidade. Inocorrência de extinção da punibilidade pela prescrição da . Inocorrência de extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva. Preenchimento dos requisitos formais. Negativa de autoria. pretensão punitiva. Preenchimento dos requisitos formais. Negativa de autoria. Incidência dos arts. 89 e 90 c/c art. 67 da Lei nº 6.815/1980. Aplicação da Súmula Incidência dos arts. 89 e 90 c/c art. 67 da Lei nº 6.815/1980. Aplicação da Súmula nº 421. O pedido de extradição foi formalizado nos autos, com mandado de nº 421. O pedido de extradição foi formalizado nos autos, com mandado de prisão que indica precisamente o local, a data, a natureza e as circunstâncias prisão que indica precisamente o local, a data, a natureza e as circunstâncias dos fatos delituosos atribuídos ao extraditando, transcrevendo os dispositivos dos fatos delituosos atribuídos ao extraditando, transcrevendo os dispositivos legais da ordem jurídica coreana pertinentes ao caso. Observados os requisitos legais da ordem jurídica coreana pertinentes ao caso. Observados os requisitos do art. 77 da Lei n° 6.815/80. Infere-se, dos documentos apresentados junto às do art. 77 da Lei n° 6.815/80. Infere-se, dos documentos apresentados junto às Notas Verbais, que os crimes imputados ao extraditando atendem o requisito da Notas Verbais, que os crimes imputados ao extraditando atendem o requisito da dupla tipicidade e correspondem, no Brasil, aos crimes de estelionato e dupla tipicidade e correspondem, no Brasil, aos crimes de estelionato e defraudação de penhor. A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão defraudação de penhor. A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva não ocorreu nem à luz da legislação coreana, nem da brasileira. punitiva não ocorreu nem à luz da legislação coreana, nem da brasileira. Preenchidos todos os requisitos exigidos pelo art. 80 e parágrafos da Lei Preenchidos todos os requisitos exigidos pelo art. 80 e parágrafos da Lei 6.815/1980 e pelo Tratado de Extradição firmado entre o Brasil e a República da 6.815/1980 e pelo Tratado de Extradição firmado entre o Brasil e a República da Coréia. Coréia. Não cabe, em processo de extradição, o exame do mérito da pretensão Não cabe, em processo de extradição, o exame do mérito da pretensão penal deduzida em juízo no país solicitante, razão por que alegações penal deduzida em juízo no país solicitante, razão por que alegações concernentes à matéria de defesa própria da ação penal, tal como a negativa de concernentes à matéria de defesa própria da ação penal, tal como a negativa de autoria, não elidem o deferimento do pedido.autoria, não elidem o deferimento do pedido. Precedentes. Precedentes. Existência de filha Existência de filha brasileira não é obstáculo à extradição, conforme pacífico entendimento da brasileira não é obstáculo à extradição, conforme pacífico entendimento da Corte. Súmula n° 421Corte. Súmula n° 421. . O tempo de prisão do extraditando no Brasil, por força do O tempo de prisão do extraditando no Brasil, por força do presente pedido, deve ser contabilizado para efeito de detração, na presente pedido, deve ser contabilizado para efeito de detração, na eventualidade de condenação na Coréia.eventualidade de condenação na Coréia. A extradição só será executada após a A extradição só será executada após a conclusão do processo a que o extraditando eventualmente responde no Brasil, conclusão do processo a que o extraditando eventualmente responde no Brasil, ou após o cumprimento da pena aplicada, podendo, no entanto, o Presidente da ou após o cumprimento da pena aplicada, podendo, no entanto, o Presidente da República dispor em contrário, nos termos do art. 67 da Lei n° 6.815/80. Pedido República dispor em contrário, nos termos do art. 67 da Lei n° 6.815/80. Pedido de extradição parcialmente deferido com as restrições indicadas.de extradição parcialmente deferido com as restrições indicadas.

Page 25: EXTRADIÇÃO. Conceito É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado,

Ext 1156 / REINO DA SUÉCIAExt 1156 / REINO DA SUÉCIAEXTRADIÇÃOEXTRADIÇÃORelator(a):  Min. CARLOS BRITTORelator(a):  Min. CARLOS BRITTOJulgamento:  04/06/2009           Órgão Julgador:  Tribunal PlenoJulgamento:  04/06/2009           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno

EMENTA: EXTRADIÇÃO. PROMESSA DE RECIPROCIDADE. EMENTA: EXTRADIÇÃO. PROMESSA DE RECIPROCIDADE. ROUBO COMETIDO COM EMPREGO DE ARMA DE FOGO E EM ROUBO COMETIDO COM EMPREGO DE ARMA DE FOGO E EM CONCURSO DE AGENTES. DUPLA TIPICIDADE. ANUÊNCIA DO CONCURSO DE AGENTES. DUPLA TIPICIDADE. ANUÊNCIA DO EXTRADITANDO. EXAME DA LEGALIDADE DO PEDIDO EXTRADITANDO. EXAME DA LEGALIDADE DO PEDIDO EXTRADITÓRIO. REQUISITOS FORMAIS ATENDIDOS. EXTRADITÓRIO. REQUISITOS FORMAIS ATENDIDOS. EXTRADIÇÃO DEFERIDA. 1. Nos termos da jurisprudência do EXTRADIÇÃO DEFERIDA. 1. Nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a anuência do extraditando ao Supremo Tribunal Federal, a anuência do extraditando ao pedido de entrega não desobriga o Estado requerente do pedido de entrega não desobriga o Estado requerente do atendimento das exigências que timbram o processo atendimento das exigências que timbram o processo extradicional. Noutro falar, a concordância do estrangeiro extradicional. Noutro falar, a concordância do estrangeiro requestado não afasta o exame, por esta nossa Casa de requestado não afasta o exame, por esta nossa Casa de Justiça, da legalidade do pedido de extradição. 2. Na concreta Justiça, da legalidade do pedido de extradição. 2. Na concreta situação dos autos, o pedido de extradição se acha instruído situação dos autos, o pedido de extradição se acha instruído com o mandado de detenção, expedido contra o extraditando, com o mandado de detenção, expedido contra o extraditando, bem assim a Nota Verbal em que o Governo Sueco promete bem assim a Nota Verbal em que o Governo Sueco promete reciprocidade ao Estado Brasileiro.reciprocidade ao Estado Brasileiro. Ademais, o pleito está Ademais, o pleito está fundado em documentos indicadores do local, data e fundado em documentos indicadores do local, data e circunstâncias da conduta delitiva atribuída ao estrangeiro circunstâncias da conduta delitiva atribuída ao estrangeiro requestado, além de vir acompanhado dos pertinentes textos requestado, além de vir acompanhado dos pertinentes textos legais suecos, todos devidamente traduzidos. Pelo que, legais suecos, todos devidamente traduzidos. Pelo que, atendidos os requisitos formais definidos em regramento atendidos os requisitos formais definidos em regramento próprio (Lei nº 6.815/80), é de se deferir o pedido de próprio (Lei nº 6.815/80), é de se deferir o pedido de extradição. 3. Extradição deferida.extradição. 3. Extradição deferida.

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Ext 1161 / REPÚBLICA PORTUGUESAExt 1161 / REPÚBLICA PORTUGUESAEXTRADIÇÃOEXTRADIÇÃORelator(a):  Min. ELLEN GRACIERelator(a):  Min. ELLEN GRACIEJulgamento:  04/06/2009           Órgão Julgador:  Tribunal PlenoJulgamento:  04/06/2009           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno

Ementa Ementa

EXTRADIÇÃO EXECUTÓRIA. OCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. EXTRADIÇÃO EXECUTÓRIA. OCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. ART. 113 DO CPB. AUSÊNCIA DO REQUISITO DA DUPLA ART. 113 DO CPB. AUSÊNCIA DO REQUISITO DA DUPLA PUNIBILIDADE. PEDIDO INDEFERIDO. 1. O Governo de PUNIBILIDADE. PEDIDO INDEFERIDO. 1. O Governo de Portugal pretende a extradição de seu nacional para que Portugal pretende a extradição de seu nacional para que este cumpra o restante da pena que lhe foi imposta, pela este cumpra o restante da pena que lhe foi imposta, pela prática dos crimes de violação e de detenção de arma prática dos crimes de violação e de detenção de arma proibida. 2. Nos termos do art. 113 do Código Penal proibida. 2. Nos termos do art. 113 do Código Penal brasileiro, na hipótese de evasão do condenado, a brasileiro, na hipótese de evasão do condenado, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. 3. No prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. 3. No caso em exame, restando ao extraditando cumprir 19 caso em exame, restando ao extraditando cumprir 19 (dezenove) meses de prisão, o prazo para prescrição da (dezenove) meses de prisão, o prazo para prescrição da pretensão executória é de 4 (quatro) anos, consoante o pretensão executória é de 4 (quatro) anos, consoante o disposto no art. 109, V do CPB. 4. Assim, considerando que disposto no art. 109, V do CPB. 4. Assim, considerando que o extraditando evadiu-se em dezembro de 1993, o extraditando evadiu-se em dezembro de 1993, a a prescrição operou-se em dezembro de 1997. 5. Deste modo, prescrição operou-se em dezembro de 1997. 5. Deste modo, fica prejudicado o presente pedido extradicional, ante a fica prejudicado o presente pedido extradicional, ante a ausência do requisito da dupla punibilidadeausência do requisito da dupla punibilidade. 6. Ante o . 6. Ante o exposto, indefiro a extradição requerida pela República exposto, indefiro a extradição requerida pela República portuguesa.portuguesa.