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  • 8/14/2019 Extra Mercado de Trabalho

    1/8

    extraNovembro de 2008

    extraJornal-laboratrio do Curso de

    Comunicao Social da Unisul

    Tubaro | Ano 14 | Nmero 4 | Novembro de 2008

    Novo nichoCom o desenvolvimento

    vem a necessidade de

    novos profissionaisPg.7

    Estgio caminho parao mercado de trabalho

    Pg.6

    As dificuldades paraconseguir um emprego

    Pg.4

  • 8/14/2019 Extra Mercado de Trabalho

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    extraNovembro de 20082 OPINIOOPINIOOPINIOOPINIOOPINIO

    Cenrio do mundo do trabalhoGraziela Bez Batti

    editado por Agcom

    Meados de 1970, o diploma de umcurso superior era a garantia de emprego.Hoje, estudar, fazer um curso superior,usufruir um diploma, arrumar um bomemprego, trabalhar por algumas dcadas,se aposentar e curtir a vida a beira mar, osonho ou conquista de poucos. Cena,cmera, ao...O cenrio mudou. No quevoc deva apagar este sonho, mas ocenrio atual de um trabalhador umacontnua evoluo.

    Pensar que aps o trmino da faculdadevoc estar livre do estudo simplesmentedecretar a morte carreira profissional. Anecessidade faz com que voc esteja

    apenas iniciando no mercado de trabalhoe que, a partir de agora, o dever sempreestudar e se atualizar. Nesta era dainformao, velocidade e orientao pararesultados, as pessoas esto cada vez maisatnitas com a rapidez das mudanas. Jno basta ser especialista em uma nicarea. necessrio conhecimento,experincia e ser realmente o melhor.

    Segundo consultores e autores delivros bem-sucedidos estamos vivendo aera dos multi-especialistas. Voc deve serespecialista em administrao, finanas,informtica, idiomas, relacionamento(esta, por sua vez, a mais importante edifcil), etc. O objetivo entender de tudoe a nica maneira de domin-los atravs

    do estudo e constante aprendizado, a fimde se destacar e garantir o sucesso.

    Estamos chegando em 2009, com ummercado de trabalho repleto de dentistas,psiclogos, advogados, mdicos,engenheiros, enfim, as tradicionaisprofisses concorridssimas. A chance ea oportunidade do momento sediferenciar neste mercado. No possvelanunciar frmulas, regras ou sugestes,pois desde a poca das cavernas, e entretodos os continentes do mundo, o serhumano foi criado para lutar, com garra edeterminao, pelas vontades que elemesmo dispe. Como diz Domenico DeMasi, em seu livro cio Criativo, o futuro

    pertence a quem souber libertar-se da idiatradicional do trabalho como obrigaoou dever, e for capaz de apostar numamistura de atividade em que o trabalho seconfundir com o tempo livre, com oestudo e o lazer; o futuro de quemexercitar o cio criativo.

    Filipi Ghedin

    editado por Agcom

    O estgio a porta que possibilita aentrada para o to disputado mercadode trabalho. Por incrvel que parea, onmero de vagas disponibilizadas maior que o nmero de candidatos. Arealidade que as pessoas fazem-se dedesinformadas para esconder aincapacidade de buscar umaoportunidade.

    Os empregadores tambm tm culpa

    no cartrio. Nas entrevistas de empregoperguntam se o candidato tem ou tevealguma experincia no ramo ao qualpretende ingressar. Como afirmar queuma pessoa experiente se o estgio uma porta que empresas lacram para noter despesas extras? Penso que os atuaispatres esqueceram que foram jovens eque tambm eram esperanosos para ter

    uma oportunidade na vida. Algum osajudou a ser o que so, porque ningumconsegue experincia por conta prpria.Sempre tem uma pessoa que transmiteseus conhecimentos, e a partir deles asidias so assimiladas e possivelmentetransformadas.

    necessrio que haja umavalorizao do estgio, porque umaporta de acesso ao mercado de trabalho.Os empregadores precisam estar cientesque suas empresas so tambm escolas.Um jovem estagirio pode ser uma futurapea de grande importncia para o local

    onde trabalha. Para isso, os patres tmque deixar de visar interesses pessoais esim os coletivos. Com isso, eles ganhamdedicados funcionrios. E os recm-chegados ao mercado de trabalho, umachance de demonstrar o seu valor. Essa a frmula do sucesso.

    Textos e fotos: alunos do 6 Semestre/Prof. Cludio Toldo | Edio: alunos do 7 Semestre/Prof. Ildo Silva | Opinio: alunos do 7Semestre/Prof. Darlete Cardoso | Diagramao: Davi Carrer, 6 fase/Jornalismo | Planejamento Grfico: Lucas Lemos, 6 fase/

    Jornalismo | Capa: Emin Ozkan/Banco de dados SXC.hu | Contracapa: Alan Olivo, Camila Silvano, Cristiani Mariot, Lilian Silva, MiguelFurghestti, Michele Ayres e Rafael Nandi, 4 Semestre de Publicidade e Propaganda/Prof. Valria Braga

    Coordenadora do Curso de Comunicao Social: Prof. Darlete Cardoso

    Coordenador do Jornal-laboratrio: Prof. Cludio Toldo | Impresso: Grfica Soller

    Reitor: Gerson Luiz Joner da Silveira | Vice-Reitor e Pr-Reitor Acadmico: SebastioSalsio Herdt | Chefe de Gabinete e Secretrio-Geral da Reitoria: Fabian Martins de CastroPr-Reitor de Administrao: Marcus Vincius Antocles da Silva Ferreira

    Curso de ComunicaoSocial

    Fale com a gente!

    ESPAO DO LEITOR

    O Extra precisa da sua opinio

    [email protected]

    (48)3621-3303

    Jornal-laboratrio do Curso de Comunicao Social Jornalismo da Unisul, Campus Tubaroextra

    Ateno surge na juventude

    O ciclo de representao funcional edo processo de independncia do ser-humano, tanto para sua vida quanto paraa sociedade em queatua, seguindo anormalidade, comeamj na adolescncia. Porisso, durante ajuventude que desper-tam as primeirasatenes para osrumos que se querseguir na vida.

    Os fatores histri-cos e a posio finan-ceira da famlia contammuito nos caminhos que o jovem devetomar.

    Uns seguindo as suas tendnciasfamiliares, outros amparados economica-mente pelos pais para buscarem o sonhodo futuro, de qualquer maneira, na maioria,so estes os beneficiados na seleo do

    Peterson Crippa

    editado por Agcom

    Todos querem um lugar ao sol

    A cada seis meses mesma coisa. Uma levade novos profissionais, em dezenas de reasde atuao, desponta no mercado. Seus perfisso variados. Tm objetivos mltiplos. Mastodos tm o mesmo desejo:um lugar ao sol. Cursar oensino superior e ter odiploma em mos no mais garantia de ter umbom emprego.A mxima batida, mas ainda vale.

    A ordem cronol-

    gicaaltera-se. O manualde boa conduta diz queestudamos, trabalhamos,nos aposentamosparaentocurtirmos a vida. No mais assim queas coisas acontecem. Hoje vemos homens de30 anos, que sem instruo educacional,

    Marcos Dalmoro

    editado por Agcom

    A importnciado estgio

    dia-a-dia. Por outro lado, h muitos queno gozam desta realidade. E so estes jovens que mais sofrem na corrida pelo

    ouro.Sem contar que, em

    muitos casos, estevalioso metal quepossuem, ainda no a verdadeira aspiraoprofissional que dese- java quando criana,pois desde cedo soobrigados a sair caa do po de cadadia e custe o quecustar.

    Contudo, trabalhar uma atividade queenvolve e pode provocar diferentessensaes no Homem. Sempre trazdignidade e propicia doses de respon-sabil idades que podem servir comoimportante tesouro no futuro. Ainda mais,quando se busca a satisfao profissional.

    Atividadeprodutoraenvolve eprovoca

    diferentessensaes

    dependem dos pais para sobreviver. E senhorescom at 70 anos que batalham pelo po de cadadia. Ou at idosos com mais de 60 anos queiniciam uma faculdade. Com a globalizao, o

    mundo mudou. O jeito dese levar a vida diferentee precisamos nos localizarneste mundo novo.

    Foi-se o tempo em quea palavra trabalho esta-valigada tortura. Ficounos livros de histria. Hoje

    ele serve de instrumentode sobrevivncia. Todosprecisam desta ferramentade prazer e ardor. Trabalho

    sinnimo de profissionais realizados.E ainstruo acadmica ainda o melhor caminhopara o bom profissional.

    Instruoacadmicaainda o

    melhor caminho

    para o bomprofissional

    Empresastambm soespao para

    aprendizagem

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    extraNovembro de 2008

    Passo a passo das profisses emquatro etapas fundamentais

    Davi Carrer

    editado por Marcos Dalmoro

    3TRABALHOTRABALHOTRABALHOTRABALHOTRABALHO

    Enquanto algumas pessoastentam parar de trabalhar, se apo-sentando, outras correm atrs doprimeiro emprego. Esta a realida-de em que universitrios e analfa-

    betos sentam lado a lado. Quandoa questo procurar emprego, tra-balhar ou se aposentar todos pas-sam pelo mesmo processo. O mer-cado de trabalho est cada vez maisconcorrido, exigindo mo-de-obraqualificada. Segundo pesquisa doIBGE/2007, os principais desta-

    ques da evoluo do mercado detrabalho nas regies metropolitanasmostra que apenas 2,1% das pes-soas ocupadas tm at um ano deestudos, enquanto aqueles que tmmais de oito anos de estudo so71,8%.

    Existe uma distncia no nvel

    educacional entre os mais velhose os mais novos. Uma outra pes-quisa do IBGE/ 2006 mostra que,dentre os trabalhadores com maisde 50 anos de idade, 70,5% possuioito anos ou mais de estudos.Apenas 54,2% da populao quetrabalha est nesta faixa. Esta dife-

    rena se percebe ainda no nmerode pessoas que trabalham e que temat um ano de estudos, ou seja,6,2% da populao com mais de 50anos e apenas 2,4% com menos. Umciclo de asceno profissional eaposentadoria que todos os diasabre-se ou fecha-se.

    Primeiroemprego

    A estudante de Psicologia

    Camila Furlan, de 20 anos, est procura do primeiro emprego.Mesmo ouvindo constantemente aspessoas falarem que deveria estartrabalhando, Camila d prioridadeaos estudos. J fiz cadastros,entreguei currculo, mas agora pareide correr atrs porque meus estudosesto exigindo maior ateno,explica. Camila no tira a razo dequem incentiva a inserir-se nomercado de trabalho o quanto antes,porque ela j encontra dificuldadespor no ter experincia. As pessoasprocuram funcionrios com ex-perincia e, como no tenho, fico de

    Oportunidade

    Fiquei seis meses atrs deemprego, quando consegui mostreideterminao persistncia e o quesabia fazer, no s o que eranecessrio, mas qualquer coisapara melhorar o servio, explica ofinalizador de arte de uma grficade Cocal do Sul, Crysthian CremaZomer, de 20 anos. Estudante deArtes Visuais, ele entende queestes foram fatores fundamentaispara se manter no emprego, queest h um ano.

    Seu sonho abrir um negcioprprio, criar uma independnciaprofissional, mas quer aproveitaras oportunidades antes disso e

    aprender o mximo para depoisaplicar seus conhecimentos.

    H dois anos como auxiliar deRecursos Humanos, em Cricima,Joyce Zuchinall i pretendecontinuar os estudos mesmo

    Experincia

    H 12 anos na mesma funoo motorista de nibus FbioHonrio, de 31 anos, vive para o

    trabalho. No tenho dia e nemhora, quando me chamam eu tenhoque estar pronto. O meu tempolivre quando assisto ao Jornaldo Almoo. Com o Ensino Mdiocompleto, Honrio tem doisempregos, o mais antigo naprefeitura municipal de Cocal doSul transportando estudantes ata Unisul de Tubaro. O segundo na Empresa Unio de Tranportes,

    Aposentadoria

    Luzia Marcolino Silveira, noauge de seus 59 anos, tem comoescolaridade o primeiro ano do

    ensino mdio. Faltando apenassete meses para se aposentar, elafaz faxina na casa de sua irm, masno trabalha s pela aposenta-doria e sim porque gosta. Se tiversade quero continuar trabalhan-

    fora, reclama. A estudante gostariade trabalhar na sua rea, aPsicologia, ou ao menos comosecretria ou recepcionista, j quepossui cursos profissionalizantescomo telefonista, atendimento e

    telemarketing. Sem emprego, Camiladepende do apoio dos pais. Duranteo dia ouve msica, estuda parafaculdade, acessa a Internet eprincipalmente l, uma de suaspaixes.

    A situao mais complicadapara Rafael Grah Nazrio. Oestudante de Jornalismo, com 24anos, est desempregado. Em umaidade que seria comum j se firmarem uma profisso, ele ainda buscaalgo na sua rea de atuao e queseja compatvel com as suas idias.Faltam oportunidades em minhacidade. As rdios de Garopaba, on-

    de moro, no tm programas bemelaborados e que chamem a aten-o do pblico, j os jornais impres-sos so superficiais, no trabalhamcom os problemas e acontecimentosda cidade e regio, justifica.

    depois de se formar emAdministrao. Tenho planos defazer uma especializao no

    exterior, se der certo, claro,sendo que depois disso estareisempre me renovando atravs decursos e talvez outrasespecializaes, pois paracontinuar ativo no mercado necessrio se reciclar, ressalta.

    Joyce, acredita que obteve oemprego principalmente pelo fatode cursar uma faculdade, quenormalmente um fator que pesaem qualquer currculo, mas depoisde conseguir a vaga, acredita noser o bastante. Para se manter noemprego foi necessrio acima detudo comprometimento, saber lidarcom as pessoas, ser responsvel

    e gostar do que faz. Estou semprepronta para aprender edesenvolver as tarefas que sorepassadas, com eficincia ecompetncia, comenta intusias-mada.

    Autoretrato: Rafael Nazrio

    Rafael: Faltam oportunidadesem minha cidade. As rdios deGaropaba, onde moro, no tmprogramas bem elaborados e quechamem a ateno do pblico

    do, fazendo o que fao, poisenquanto estou no servio nofico pensando em besteira,enfatiza.

    Luzia garante que uma boafuncionria, responsvel, faz o

    servio da maneira correta e comvontade. Ela d muito valor carteira de trabalho assinada, quelhe concede inmeros direitos.Atravs dela consegui meaposentar, que algo que eu

    em que est h seis anos. Atuacomo motorista. Adoro o quefao porque gosto de nibus, demotor. Alm do mais, gosto detodo dia estar em um lugardiferente e de trabalhar com

    pessoas, acrescenta.O motorista trabalha desde os

    13 anos, quando foi empregadoem uma oficina de chapeao epintura. Durante todo esteperodo ele aprendeu que s vezes preciso ter jogo de cintura paraagentar o emprego. A gente temque ser malandro, pois se vocfacilitar algum vai querer tomar oseu lugar, revela. Ele ainda templanos para o futuro, mas no seimagina mudando de funo, nomximo trocar o nibus por uma

    mquina pesada (retro-escava-deira, patrola).

    J o assessor de ComunicaoSocial e professor, Jos CarlosVirtuoso, de 45 anos, d mais valorao tempo livre. Gosto de me

    encontrar com os amigos, darateno famlia, ler um bom livroe ver um bom filme, explica.Jornalista, com mestrado emCincias Ambientais, ele gostamuito do que faz, sobretudo,trabalhar com comunicao socialem uma universidade. Pretendoseguir em frente nesta rea, talvezfazer um doutorado e investir maisna pesquisa acadmica, acres-centa.

    Zeca, como tratado por todosem seu ambiente de trabalho, trazum vasto currculo profissional,alm de muitos contatos, o que o

    ajudou 12 anos atrs a conseguiruma vaga na universidade.Trabalhei em locais como o JornalO Estado (Florianpolis), o DirioCatarinense e o Colgio Marista.Em cada um deles a responsa-bilidade e o comprometimentoforam fundamentais para memanter empregado, comenta.

    Com 50 anos, o design grficoOlmar da Silva Vieira Jnior jamaisparou de se aperfeioar. Fizvrios cursos na rea grfica ehoje curso a quarta fase de Gestoem Marketing, revela. Amo oque fao e hoje sou realizadoprofissionalmente e pessoalmente

    por isso. Trs coisas sofundamentais hoje em dia: gostardo que faz, se atualizar sempre ecurtir a famlia e os amigos,ressalta.

    aguardava h muito tempo,principalmente para ajudar com asdespesas da casa, reflete.

    Sua irm, Asioli MariaMarcolino Paulo, com 70 anos,est aposentada h 12. Sem saberescrever, apenas ler, ela encerrousuas atividades como merendeiraem uma escola municipal de Cocaldo Sul. J trabalhei em vrios

    locais, mas o que mais gostei foida liberdade na cozinha que tinhal no colgio, comenta. Depoisde aposentada eu pude descansar,ficar em casa e fazer o que gosto,cozinhar para mim e meu marido.

    Foto: Davi Carrer

    Foto: Davi Carrer

    Fbio vive para o trabalho,momentos de descano so raros

    Olmar buscaaperfeioamento para estarsempre atualizado

    Foto: Zeca Virtuoso

    Asioli (esquerda) e Luzia: juntas no descanso

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    Jovens tm mais dificuldadespara conseguir um emprego

    Gislaine Fernandes

    editado por Treissi Amorim

    4 JOJOJOJOJOVENSVENSVENSVENSVENS

    Os jovens so o grupo da populao brasileiracom maior dificuldade em encontrar um emprego. Aparticipao da populao de 16 a 24 anos, no totalde ocupados, caiu de 26,3% em 1992 para 23,1% em2006. Tambm foi registrado um recuo na taxa de par-ticipao do jovem, nesta faixa etria, da populaoeconomicamente ativa (PEA) de 69,7% para 67,9%.Os dados so da pesquisa Emprego, Desenvolvimen-to Humano e Trabalho Decente - A Experincia Brasi-leira Recente, realizada pela Comisso Econmica paraa Amrica Latina e o Caribe (Cepal), o Programa dasNaes Unidas para o Desenvolvimento e a Organi-zao Internacional do Trabalho, todas agncias daOrganizao das Naes Unidas (ONU).

    Foto: Jon Wisbey/Banco de dados SXC.hu

    ROTATIVIDADE conseguncia do desempregoA queda da participao dos

    jovens na populao, segundo osdados obtidos pela Cepal, reflexode um envelhecimento populacionalcausado pela baixa fecundidade euma maior expectativa de vida. Outrarazo para o alto desemprego entreeles a grande rotatividade.Arrumam um trabalho, saem, depois

    c o n s e g u e moutro, mas nose estabele-cem. por isso que polticas como oprograma Primeiro Emprego so ina-dequadas. No adianta dar subsdi-os para uma empresa contratar um jovem sem qualificao. Comoconcluso do trabalho, a Cepal

    recomenda ao governo lanar maisprojetos para inserir o jovem no mer-cado de trabalho. Ainda segundo oestudo, as dificuldades de encon-trar emprego no se resume ao Bra-sil, realidade na Amrica Latina.

    H alguns anos o desempe-nho era melhor frente competiti-vidade, analisa Harrison Marcon,sapateiro de Tubaro. Nos diasde hoje s sobreviver quem tiveruma estrutura formada e quem formuito profissional. No existe maismercado para amador. Ou entracom tudo, investindo forte, ou vaitrabalhar de empregado.

    A concorrncia est acirrada,

    ento o diferencial continua sendoo excelente atendimento e quemnegociar melhor com seus forne-cedores, conseguindo o melhorpreo. Ele comenta ainda que o

    Olhar do comerciantesobre o mercado atual

    Centro Comercial deTubaro valoriza regio

    O momento muito positivopara a economia. A regio recebediversas obras que vo melhorarsua estrutura. Inaugurado recen-temente, o Centro Comercial de

    Tubaro, empreendimento daEraldo Construes, est localiza-do s margens da BR-101, no quil-metro 333, com mais de 3,4 mil metrosde rea construda.

    Segundo o presidente da Asso-ciao empresarial de Tubaro(ACIT), Eduardo Nunes, o empre-srio e idealizador do projeto, EraldoTadeu da Rosa (dono da Eraldo Ca-minhes), ganha destaque por pro-porcionar mais possibilidades denegcios ao municpio. O Eraldo,construindo o novo centro comer-cial, est com o esprito valorizadopor investir na cidade.

    De acordo com Nunes, a inici-ativa do empresrio digna de co-memorao. Acreditar em nossacidade e regio o princpio paraque o desenvolvimento acontea.Por isso, s temos a agradecer edesejar sucesso em mais estafase, sada.

    Para se ter uma idia, o centrocomercial gera mais de 200 empre-gos diretos e outros 500 postos detrabalho de forma indireta. O mo-derno empreendimento acom-panha o desenvolvimento da re-gio. Segundo o presidente da C-mara de Dirigentes Lojistas (CDL)de Tubaro, Walmor Jung Jnior, o

    Centro Comercial Tubaro veio acalhar com o crescimento estrutu-ral atual. "Com as obras de infra-estrutura na regio (duplicao daBR-101 e a instalao do Aeropor-to Regional Sul, em Jaguaruna) a

    comrcio para quem gosta fasci-nante. Quem tem uma estruturaformada e for muito profissional sesobressair. Isso vale para os queprocuram emprego. Eu amo essavida de comerciante, todos os diastemos novas conquistas. Adorodesafios, ver quanto foi vendidono final do dia, superar metas, issotudo me fascina. Meus tios e avseram comerciantes, por isso est

    no sangue. Procuro colocar metaspara os funcionrios ficarem inte-ressados e se empenharem ematender bem e venderem mais, ex-plica Marcon.

    Foto: Martin Billings/Banco de dados SXC.hu

    AMRICA LATINA Dificuldades de encontrar emprego nessa fase da vida no se resume ao Brasil

    cidade precisa de investimentos.Walmor tambm ressalta a iniciati-va louvvel e parabeniza o empre-srio Eraldo que, por acreditar naregio, diversifica seus negcios.

    Ele tambm destacou a impor-tante participao da CDL no pro-grama Primeiro Emprego, desen-volvido pelo Ministrio doTrabalho e ministrado em Tubaronuma parceria do Sine com aFundao Barriga Verde. O curso destinado a pessoas de 16 a 24anos, desempregadas ou semregistro em carteira.

    Conforme o presidente da CDL,a entidade est apoiando o cursopor entender que ele vem ao en-contro dos propsitos da cmaraem promover a qualificao. A CDLj tem parceria com o Ncleo deEducao Profissional (NEP) na re-alizao de cursos de vendas e pro-move o Programa de Qualificaodo Varejo (PQV) no auditrio dainstituio. "Tudo um somatrioque tem como objetivo principaloferecer ao mercado de trabalhopessoas qualificadas, que atendambem os clientes, conclui

    Segundo o comerciante de Tu-baro, Antnio Cavagnoli, dono daPastelaria Scala, muito difcil en-contrarmos pessoas qualificadaspara proporcionar o atendimentonecessrio aos nossos clientes.Mesmo que a gente explique nofazem que nem a gente. Estamos em

    conteno de gastos, e para issodemitimos duas funcionrias. Ago-ra minha mulher e minha filha meajudam a comandar a lanchonete, eprecisei aumentar o preo dossalgados, explica o comerciante.

    Cesar da Silva, diretor doSistema Nacional de Empregos(Sine) de Tubaro, diz que as crticasao Programa Primeiro Emprego so,muitas vezes, injustas por conside-rarem que este se resume a colocarjovens em empresas dando isenofiscal. "A imprensa d nfase questo da subveno, mas essa apenas uma parte do programa edepende do interesse das empresas.Temos hoje 141.943 jovenscolocados no mercado via PrimeiroEmprego e outros 334.268 que estosendo qualificados pelo projeto.

    Damos mais nfase questo daqualificao, afirma.

    O marceneiro Jonas de FariasBorges, 17 anos, fez sua carteira detrabalho recentemente e est felizpor ter conseguido um emprego.Terei minha carteira assinada naPlanejar Mveis, onde comecei halgumas semanas. Tenho certezaque passarei no teste, pois ganheibastante experincia fazendo bicosna marcenaria do meu vizinho,relata Jonas.

    Comerciante de calados emTubaro, Harrison Marcon, 33 anos,

    diz dar oportunidade para aspessoas que procuram o primeirotrabalho. Nossas lojas ficamabertas s pessoas sem experincia.At preferimos assim, pois podemosensin-las do nosso modo, evitandoque venham com vcios de outroslugares. A maioria de nossasfuncionrias no tinha experincianenhuma com calados, assimconseguimos mold-las da formaque queramos. Investimos empalestras motivacionais, em cursosprofissionalizantes, alm da prticaaqui dentro, enfatiza Marcon.

    Dificuldades paraarrumar emprego

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    extraNovembro de 2008 5ESTESTESTESTESTABILIDABILIDABILIDABILIDABILIDADEADEADEADEADE

    Jussimara Moraes

    editado por Treissi Amorim

    Grande parte da populaosonha com um trabalho fixo. Aque-le que tem um horrio definido, rea-lizando apenas as suas funes eterminando a carreira profissional,se aposentando no mesmo empre-go. A busca da estabilidade muitogrande, porm, com a competitivi-dade, preciso ter uma formao.Para muitos cargos o ensino mdiono mais suficiente. preciso iralm e se especializar. Hoje existem

    alternativas como cursar umtcnico, faculdade e at mesmo fazerprovas de concurso pblico.Salrios altos, benefcios oferecidospara alimentao e transporte sofatores que atraem na hora de deci-dir que curso fazer para entrar nomercado de trabalho.

    Estamos passando por um ver-dadeiro perodo de crise, principal-mente quando falamos da mo-de-obra no qualificada. Isso tem tra-zido como conseqncia um perfilde candidato com instabilidade pro-fissional, na qual a carteira de tra-balho um histrico de vrios em-

    Ficar com a vaga requer muito estudoJilvanio Lippert da Silva, 37

    anos, natural de Torres, RS, atu-almente mora em Braslia, DF, for-mado em Contabilidade. concursado e est satisfeito como emprego que tem. Aos 26 anosfoi aprovado para o cargo deauditor-fiscal da Receita Federal.Estou em Braslia por opo. Napoca do concurso fiz para SoPaulo. Consegui, posteriormente,minha transferncia para o RioGrande do Sul, e depois, pedi para

    vir para Braslia, para fugir do friodo sul, comenta. Teve seuprimeiro emprego aos 16 anos.Logo depois entrou na faculdade.Desde ento tomou a deciso deestudar para concursos pblicos.O motivo era o melhor custo-benefcio e ter estabilidade. Paraconseguir o que eu inicieiganhando no servio pblico, eulevaria muitos anos para ganhar nainiciativa privada.

    Segundo informaes no sitewww.pessoas.hsw.uol.com.br, abusca de estabilidade no empre-go, bons salrios e a possibilidadede crescimento na carreira so os

    principais fatores que atraem nopas, todos os anos, cerca de cin-co milhes de pessoas que se ins-crevem em concursos pblicos. Ossalrios iniciais variam de acordocom o nvel de escolaridade dos

    pregos de pouco tempo. dessamaneira que a psicloga organiza-cional Jussara da Silva Moraes, quetrabalha com recrutamento eseleo de funcionrios, vatualmente o mercado de trabalho.

    Com carteira assinada, traba-lhei trs meses em um supermerca-do de Cricima. Sem ser registradofui: cobrador de nibus por cincomeses; montador de mveis porcinco; carpinteiro, pedreiro e pin-tor por trs; montador de bicicletadurante trs meses; entre outrosque no lembro. Essas so algu-

    mas das experincias de GiovaniBottini, brasileiro, 26 anos, quemora na Itlia h trs anos.

    Em fase de adaptao no novopas, comeou a executar a funotambm exercida no Brasil, na reada construo civil, mas sempre in-tercalando com outras atividades.Trabalhou durante cinco dias naproduo de sorvetes, dois dias emuma loja de produtos da Nasa, porum ms foi pizzaiolo e agora, j fazum ano, tem a prpria empresa deconstruo, na qual presta servi-os de pedreiro, pintor e carpinteirocom uma equipe. O nico proble-

    ma na construo a concor-rncia.

    Giovani no se v trabalhandoem um s lugar durante anos. Issono existe, no acredito em contosde fada. Quando se trabalha muitotempo numa empresa, nesse per-odo normal ficar doente, ter quesair ou tirar umas frias para ir aoBrasil, e esse um motivo que aempresa usa para demitir funcio-nrios, ressalta. Para ele, o mer-cado de trabalho um negcio queno deve ser seguido apenas emuma profisso. No procuro es-

    tabilidade, gosto de mudar,procurar e aprender coisas novas.Ele j pensou vrias vezes emvoltar para o Brasil e montar umbar.

    A preocupao em ter um tra-balho estvel, e assim ter um curr-culo bom, no a de Giovani. Sque para as empresas, um dos fato-res que conta muito o tempo quea pessoa permaneceu no empregoanterior. difcil contratar algumque no pra por muito tempo emum trabalho. Para a psiclogaJussara, o empregado ideal aque-le que faz uma histria dentro da

    Foto: Jussimara Moraes

    CONCURSO No perodo da manh, der se dedica aos estudos

    candidatos. Para cargos de nvelmdio, como tcnico judicirio, es-criturrio e oficial de justia, o sa-lrio inicial gira em torno de R$ 2mil. Para os de nvel superior (ana-lista judicirio, auditor fiscal da re-ceita federal, agente da polcia fe-deral, etc.), o valor para o incio dotrabalho chega a R$ 7 mil.

    Para ser aprovado em um con-curso pblico no to fcil assim, preciso saber muito de portu-gus, matemtica, alm das especifi-

    cidades da prova para o cargoescolhido. Jilvanio estudou porconta prpria. Aos 24 anos fez oprimeiro concurso para o Banco doBrasil, sendo reprovado. Segundoele, estudou pouco, chegando concluso de que milagres noexistem, e a sim, comeou a estu-dar para valer. Pegava as melhoresapostilas e estudava durante ho-ras diariamente. Para isso foi preci-so abdicar de algumas coisas. Ti-nha seu trabalho, porm, para termais tempo para o estudo, deixoude namorar, sair para festas, ir aoparque, fazer compras, visitar pa-rentes, etc. O meu mundo passou

    a ser as apostilas. Tambm no ou-via msicas. Quando eu escutavaalguma coisa, eram as lies e pa-lestras em udio, ressalta.

    Na segunda prova, foi aprova-do para policial rodovirio federal,

    e continuou estudando. No tercei-ro concurso para tcnico da Recei-ta Federal teve aprovao, traba-lhou por um tempo, mas mesmoassim deu continuidade aos estu-dos. Quando finalmente foi apro-vado para auditor-fiscal da ReceitaFederal do Brasil, seu emprego atu-al, parou de estudar para concur-sos. Jilvanio no quis parar na pri-meira aprovao. Me consideroobstinado, se eu parasse, teria algome dizendo que eu no tinha con-

    dies de conseguir algo melhor,ou um sinal de acomodao.Jilvanio explica que a estabili-

    dade necessria para evitar osmandos e desmandos dos polti-cos. Poder fazer o trabalho comiseno, mesmo que issosignifique ir contra aos interessesde polticos e fortes gruposempresariais, seja autuando estesgrupos, mandando para cadeia, ousimplesmente podendo fazer seuservio honestamente sem quealgum poltico diga: Faa isso ouestar demitido.

    Eder Policarpo est decidido,quer ser concursado. Aos 31 anos,

    formado em Farmcia, trabalha naprofisso de segunda a sbado das13h s 21h30. No perodo da ma-nh tem se dedicado aos estudos.H uns dez anos fez quatro provaspara concurso, no foi aprovado em

    nenhuma delas. Seus estudos noforam o o suficiente. Tomou a deci-so de reiniciar os estudos. Muitaspessoas de sua famlia soconcursadas e sempre deram incen-

    tivos para que fizesse o mesmo. Aoiniciar uma famlia, viu que estar noservio pblico traz estabilidade ecerta garantia para si, com salriodigno, principalmente pensando nofuturo.

    O farmacutico considera o ramomuito competitivo, no sentido devendas, quanto s diferenas devalores de uma farmcia para outra.Gosto do meu trabalho, mas penso

    na minha famlia, e queroestabilidade. Eder no tem nenhumconcurso em vista, est estudandoas matrias gerais e quando sair umde seu interesse vai estudar asmatrias especficas.

    Trabalhadores brasileirosbuscam estabilidade no emprego

    empresa e que acima de tudo saibatrabalhar em equipe. Ter uma com-petncia tcnica importante, noentanto o diferencial o comporta-mento, a flexibilidade. "O que fazum profissional entrar na empresa a competncia e o que o faz sair o comportamento. A tcnica podeser aprimorada atravs de treina-mentos, mas um comportamentoinadequado dificilmente pode sercorrigido, observa a psicloga.

    Giovani no pensa dessa for-ma. O dia que eu tiver um currcu-lo bom, j estarei velho, e velho

    eles tambm no contratam. E noquero trabalhar pra ningum, que-ro ter meu prprio negcio. Eleainda comenta que acaba se can-sando do trabalho, e s vezes tro-ca porque em outro ser melhor re-munerado.

    J Mara Renata Gabriel, 21anos, tcnica em qumica e estudan-te de Qumica Industrial desde os18 anos, trabalha com carteira assi-nada. Foi contratada em uma far-mcia de manipulao onde ficoudois anos e 10 meses, sendo demi-tida sem justa causa. Ela procuraestabilidade. Ter feito o tcnico foi

    muito bom para sua carreira profis-sional. Com ele soube realmente oque queria seguir. Gosto de qu-mica por ser uma rea com vriosseguimentos, podendo trabalharcom cermica, alimento, anlisequmica, controle de qualidade,entre outros, afirma a estudante.

    O curso tcnico uma boa es-tratgia para ter uma profisso eentrar no mercado de trabalho.Uma vantagem o custo baixopara quem no tem condies defazer uma faculdade. Mara umexemplo. Fez o tcnico, conseguiu

    o emprego, e com o dinheiro queganhava comeou a fazer faculda-de. Para a acadmica, muito im-portante ter trabalhado duranteanos no mesmo lugar, principal-mente na concorrncia, para con-seguir um novo emprego. Issomostra que um profissional bom,se fosse outro com menos tempo,apenas meses, de se pensar quealguma coisa no conseguiu cum-prir. Pelo tempo que fiquei, quemme entrevistar vai entender que euconsegui cumprir o exigido e querealizei bem o que me pediam,salienta Mara.

  • 8/14/2019 Extra Mercado de Trabalho

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    extraNovembro de 20086

    Estgio prepara jovens paraingresso no mercado de trabalhoSuellen Souza

    editado por Sueli Berschinock

    EMPREGOEMPREGOEMPREGOEMPREGOEMPREGO

    Trabalho informal torna-se alternativa de sustentoJulie Menegaz

    editado por Sueli Berschinock

    Sair da universidade semtrabalho garantido, semexperincia, um medo queassombra grande parte dosestudantes. Uma das soluesencontradas foi o estgio, nesseperodo que o acadmico pode sedestacar e conquistar a vaga tosonhada.

    Mas o que estgio? O Serviode Atendimento ao Aluno (Saiac)considera estgio as atividades de

    aprendizagem profissional, social ecultural do estudante naparticipao em situaes reais detrabalho proporcionadas porpessoas jurdicas de direito privado,rgos da administrao pblica einstituies de ensino, sempre sobresponsabilidade e coordenao daInstituio a que pertence, para odesenvolvimento de atividadesrelacionadas sua rea deformao profissional.

    O estgio no emprego. umcomplemento no aprendizado docurso de nvel superior. O estgiopode ser: curricular obrigatrio,aquele que est previsto na proposta

    pedaggica (grade curricular) docurso e deve ser realizado peloacadmico; e curricular noobrigatrio, aquele que o acadmicoprocura por interesse prprio, masque deve estar relacionado reade estudos do curso.

    Segundo a Associao Brasi-

    leira de Estgio, o Brasil tem hoje1,1 milho de estagirios. Mas porque importante para o estudantefazer estgio?

    Segundo a psicloga daAssessoria de DesenvolvimentoHumano e Profissional (ADHP) daUnisul, Luciana Silveira de Souza, atravs do estgio que o alunopode vivenciar a prtica. O estgiodeve atender aos critrios e perfildo curso e, ainda, deve ser umespao onde o aluno consigaarticular a teoria e a prtica. Esteaprendizado que vai alm dos

    espaos oferecidos pelaUniversidade capaz de propor-cionar experincia profissional epropiciar ao aluno o desenvol-vimento de competncias, comopr-atividade, criatividade, trabalhoem equipe, entre outras, alm de

    apontar possibilidades importantesna construo de sua carreira. Comos estgios, o aluno poderantecipar o conhecimento sobresalrios, benefcios, oportunidadesde carreira e capacitao.

    Fora de vontade e esprito deluta por seus ideais so fatores que

    ajudam tanto no estgio quanto naconquista de uma vaga, revela apsicloga. O fato de o alunobuscar uma motivao maior para asua formao o primeiro passopara a conquista profissional e almdisso diminui a distncia entre oingresso e a formatura. Asmudanas que o estagirio passadurante este perodo resultam numprocesso de reestruturao, muitasvezes positiva e produtiva. Nasorganizaes o resultado destareestruturao requer respostasrpidas. A capacidade de adaptar-

    se rapidamente s novas situaestraz como conseqncias odesenvolvimento e a incorporaode novas tecnologias e modelos degesto que possam garantirsucesso organizacional eprofissional, competncias alturado trabalho. As culturas existentesnas empresas so conhecimentos,habilidades e valores que seaprendem no dia a dia. Com aexperincia do estgio, o alunopoder concretizar na prtica estasexperincias.

    Os estagirios concordam que aexperincia vlida. A acadmica deJornalismo, Fabiana Pangrcio,

    estagiria do Servio Integrado deComunicao da Unisul (SIC), afirmaque o estgio proporciona a prticado que se aprende na sala de aula.Na minha rea, o jornalismo, oestgio importante para estar emcontato com os profissionais que jesto atuando, alm de ter a

    oportunidade de ver como funcionao mercado de trabalho.

    Laise Costa, estudante defarmcia e estagiria no Servio deAtendimento Interno a Sade(SAIS), enfatiza que atravs doestgio que o conhecimento ampliado. O estgio proporcionainterao com os pacientes e aindanos d a possibilidade de colocarem prtica tudo o que aprendemosem sala de aula, afirma.

    O estgio o momento ondesurgem as dvidas, comenta oestudante de medicina, Marcos

    Okada. Eu considero esse perodoo mais importante, porque quandosurgem as dvidas e o momento

    Trabalhar sem cobranas,

    durante poucas horas por dia eapenas quando quiser. Essas soalgumas das caractersticas quegeralmente so associadas aotrabalho informal. Elas, porm,muitas vezes no identificam arealidade dos que dependem desteramo do mercado para sobreviver.

    D-se o nome de empregoinformal quele em que no existevnculo entre patro e funcionrio(carteira assinada), no h empresalegalizada (CNPJ), no existerecolhimento de impostos ebenefcios. Normalmente o setorinformal est ligado aos ramos docomrcio, alimentao e na

    prestao de servios, comovendedores de sanduches,diaristas e outros, que por algummotivo permanecem na informa-lidade.

    Segundo o Instituto Brasileiro

    de Geografia e Estatstica (IBGE), otrabalho informal cresceu duranteos anos 90. Nos seis primeiros anosda dcada a informalidade passou

    de 40% para 47,5%. Depois de umabreve estabilidade, a criseeconmica de 1998 e 1999 empurrouo porcentual para a faixa de 50%,onde permaneceu at 2002.

    E o trabalho informal no Brasilno pra de crescer. De acordo coma Organizao Internacional doTrabalho (OIT), o Brasil o 4 pascom um dos maiores mercadosinformais do mundo, represen-tando 40% do PIB nacional, eatinge hoje, 58,1% dos ocupadosno pas, o que representa 38,1milhes de pessoas.

    Os empregos informais sopercebidos principalmente em

    grandes cidades por causa dasmigraes rurais para essas, pelasmudanas que ocorrem diariamenteno mercado de trabalho, e aindapela grande quantidade de desem-pregados que existem nestas

    cidades. Como forma de conseguira sobrevivncia da famlia, muitaspessoas optam pelos trabalhosinformais, j que as empresas

    buscam cada vez mais mo-de-obraqualificada e se tornam maisexigentes.

    Esse o caso de Gustavo Lima,que, aps a chegada de novas

    mquinas, foi despedido de uma

    montadora no estado do Paran.Por conta disso, veio buscar emSanta Catarina uma nova vida. Notendo oportunidades, passou avender brinquedos pelas cidades.O mercado nos exclui de uma forma

    muito cruel, mas a gente acaba sevirando para poder viver, comentao vendedor.

    Para muitos estudiosos, o

    crescimento do trabalho informalest ligado presso competitivaque a abertura da economiacausou no setor industrial. Paraganhar competitividade na mo-de-obra, a indstria buscoutecnologias mais modernas, queempregam menos pessoas, eessas, por sua vez, com grau maiselevado de qualificao. Com isso,os desempregados da indstriaacabaram direcionando-se para osetor de servios, como ocomrcio. O efeito geral destefenmeno foi o de aumentar o graude informalidade da economia. "Ademanda de mo-de-obra mudou,

    com maior utilizao de trabalhoqualificado e menor de no-qualificado. Muitas pessoasencontraram oportunidades juntoao mercado informal. Isto ocorreuparalelamente modernizao

    tecnolgica da indstria, afirmao professor de economia, CludioPinter.

    incorreto afirmar que os

    trabalhadores informais estotrabalhando de forma ilegal oucriminosa, pois somente nocontribuem com a arrecadao deimpostos e de benefcios, nopossuindo, portanto, nenhumapoio de valores do governo comoo FGTS, o INSS, SeguroDesemprego e outros. O grandeproblema gerado pelo trabalhoinformal que o trabalhador ficadesprotegido das leis trabalhistas,aposentadorias e do governo, que atingido financeiramente naPrevidncia Social, pois a maioriados trabalhadores informais nocontribui para a Previdncia.

    O preconceito enfrentado pordiversos trabalhadores do setor,pois a maioria das pessoas aindapensa que o que eles fazem forada lei. So vistos como malandrosque no querem trabalhar.

    LAISE COSTA coloca em prtica o que aprendeu em sala de aula

    Foto: SIC/Unisul

    que temos para aprimorar o nossoconhecimento.

    Mas no s o estudante queganha com os estgios. Asempresas tambm so beneficiadas,tendo a oportunidade de lapidar ostalentos e construir o profissionaldesejado. O vnculo entre auniversidade e as empresas alm defortalecer as relaes, favorece oaprendizado, finaliza Luciana.

    No dia 25 de setembro de 2008a lei do estagirio teve algumasmudanas que vo desde a cargahorria at o direito a frias

    remuneradas. Para consultar asalteraes s o estagirio acessaro site www.estagiarios.com.

    Brasil o 4 pasno ranking dos

    mercadosinformais do

    mundo

    Capacidade deadaptar-se s

    novas situaesgarante sucesso

    profissional

  • 8/14/2019 Extra Mercado de Trabalho

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    extraNovembro de 2008 7

    Universidades oferecem novoscursos de formao superior

    Bruna Borges

    editado por Sueli Berschinock

    FUTUROFUTUROFUTUROFUTUROFUTURO

    A crescente competitividade nomercado de trabalho tem feito comque muitas pessoas busquem emnovas profisses a chance deconseguir um bom emprego. Com asaturao de vagas em profissescomuns, como mdico, enfermeiro,advogado, assistente social, psic-logo, entre outras, comeam aaparecer cursos mais especficos.Alm disso, as universidades estopercebendo as necessidades do

    mercado e criando cursos queformem profissionais aptos a supri-las.

    Pode-se citar exemplos de novoscursos oferecidos por todo o Brasil.O curso de Midiologia, daUniversidade Estadual de Campinas(Unicamp), uma das habilitaesem comunicao social e nasceupara aprofundar conhecimentos emuma rea que estudada super-ficialmente nas graduaes de Rdioe TV, Jornalismo e Publicidade ePropaganda, segundo informaesdo site www.vestibular.brasilescola.-com.

    A Universidade Federal da Bahia

    (UFBA) disponibiliza o curso deEngenharia de Minas. O profissionalformado nesta graduao trabalhacom a explorao de minerais,procurando alternativas para nocausar danos ao meio ambiente. oresponsvel pela pesquisa, extraoe beneficiamento dos minerais,como explicado no prprio site dainstituio: www.portal.ufba.br.

    A Universidade de So Paulo(USP) oferece a graduao em FsicaComputacional. Segundo informa-es do site da universidade, estenovo curso formar profissionais degrande competitividade no mercado,

    capazes tanto de atuar em pesquisacomo de repassar eficientemente talconhecimento para o setor produ-tivo. Alm deste, a universidade trazo novo curso de InformticaBiomdica, que forma profissionaisaptos a trabalhar em pesquisamdica e biolgica de desenvolvi-mento de produtos ou de pesquisacientfica, na criao e no geren-ciamento de sistemas de informa-es de pronturios mdicos

    Os estudantes, recm forman-dos no Ensino Mdio, tm apossibilidade de ingressar emcarreiras totalmente novas e poucoexploradas com grandes chances de

    crescimento profissional. Por outrolado, o maior nmero de opesdisponveis pode dificultar aindamais a escolha destes jovensquanto carreira que pretendemseguir.

    As profisses ligadas Tecnologia da Informao sedestacam e cresce o nmero deprofissionais especializados nestarea. Os computadores no apenasautomatizam operaes como atempos atrs, mas transmitem earmazenam informaes importan-tes para diversos segmentos. Asempresas precisam entender que ainformao um patrimnio, umapea fundamental aos seusnegcios. A Tecnologia da Informa-o o meio que torna as informa-es acessveis e utilizveis, explica

    Emerson Alecrim, formado emCincia da Computao e dono dosite www.infowester.com.

    Alecrim ressalta tambm o fatode se investir em profissionais queentendam as necessidades daempresa e possam implementar emanter as melhores prticascomputacionais, desta forma evita-se fazer investimentos inadequados,

    A Pesquisa Nacional porAmostra de Domiclio (Pnad),realizada em 2006 pelo Instituto

    Brasileiro de Geografia e Estatstica(IBGE), mostra que, em 2006, 5,8milhes de brasileiros freqentavamo ensino superior, cursos demestrado e doutorado. O nmerorepresenta um acrscimo de 13,2%

    Foto: Bruna Borges

    FUTURO PROMISSOR Profissionais com formao na rea de Tecnologia da Informao acreditam nas boas possibilidades da carreira

    Profisses ligadas TI se destacam

    Empresas exigem superqualificao profissionalem relao ao ano anterior. Com basenestes dados, pode-se perceber quea exigncia de qualificao do

    profissional cada vez maior. Porisso, o crescente nmero de estu-dantes se especializando para aconquista da melhor oportunidadede trabalho ou apenas um empregoque lhe permita adquirir os ele-

    mentos bsicos para seu sustento.O fato de existirem muitos candi-datos para poucas vagas permite

    que as empresas exijam cada vezmais qualificao dos candidatos auma funo. Por outro lado, aqualificao profissional umaexigncia de mercado para que oprofissional se mantenha atualizado

    e competitivo, por isso a EducaoProfissional tornou-se um setor emexpanso e a tendncia aumentar

    cada vez mais, avalia FabianeFrancisconi, gerente do Ncleo deEducao Profissional (NEP), doServio Nacional de AprendizagemComercial (Senac) em entrevista parao site www.sinpro-rs.org.br.

    que no tragam nenhum retornopara a empresa. Ele acredita numfuturo promissor para aqueles quedecidirem seguir carreira na rea deTI, mas enfatiza que somente teroboas oportunidades aqueles querealmente se prepararem. pessimista quanto aos profissionaisque j esto trabalhando na rea:Atualmente, muitas empresas tmvagas nas reas de TI nopreenchidas por no conseguiremencontrar profissionais preparados.Pelo menos no curto prazo, no hexpectativa desse cenrio mudar.

    Sobre a expanso das profissesrelacionadas s reas de TI, Alecrimdiz no ver necessariamente osurgimento de novas profisses,mas sim uma maior demanda emdeterminados segmentos. Arquite-tura da informao, desenvol-vimento de jogos e informticamdica so alguns exemplos dereas que tm tido cada vez mais

    procura destes profissionais,ressalta.

    Eder Cachoeira, diretor daempresa Tecmedia Internet Design,desenvolvedora de sites e sistemaspara Internet, faz questo deselecionar os candidatos aprogramadores web para trabalharna sua empresa. Ele diz que ocritrio que mais pesa na deciso decontratar um candidato oconhecimento que ele tem sobre afuno e se esse conhecimentosupre as necessidades da empresa.Em segundo lugar, analisa a

    experincia profissional docandidato e por ltimo a sua posturadurante a entrevista. A forma comose comporta, como responde sperguntas, mostra caractersticasque a pessoa pode apresentar nodia-a-dia de trabalho, conclui oempresrio.

    Segundo Adriana Beal, Enge-nheira Eletrnica, autora de dois

    livros sobre informaes nasorganizaes, "o principal benefcioque a tecnologia da informao trazpara as organizaes a suacapacidade de melhorar a qualidadee a disponibilidade de informaese conhecimentos importantes paraa empresa, seus clientes efornecedores. Os sistemas deinformao mais modernos oferecems empresas oportunidades semprecedentes para a melhoria dosprocessos internos e dos serviosprestados ao consumidor final",explica a engenheira, que tambm

    MBA em Administrao Estratgiade Sistemas de Informao, no sitewww.guiarh.com.br.

    A estudante de Sistemas deInformao, Tayse Cascaes, 19anos, diz que comeou a seinteressar pela rea por influnciado namorado e com o tempo foi seidentificando cada vez mais com aprofisso.

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