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Extinções em Massa Autores: David Rodrigues Pereira Sandra Guedes Gavinhos

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Page 1: Extinções em massa

Extinções em Massa

Autores: David Rodrigues Pereira Sandra Guedes Gavinhos

Page 2: Extinções em massa

Conceito de Extinção

•  De forma muito simplificada podemos definir extinção como o desaparecimento do último representante de um taxon. Para um paleontólogo corresponde à mais recente ocorrência de um determinado fóssil.

•  Extinções de fundo e as extinções de massa.

Tornaram-se um dos critérios utilizados para definir o quadro geocronológico.

Adaptado de University of California Museum of Paleontology (2005)

Page 3: Extinções em massa

História da Terra

Adaptado de Press, F.; Siever (2001)

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Os Primórdios da Vida – A Era Pré-Câmbrica

Pré - Câmbrico Câmbrico Ordovicico Silurico Devónico Carbónico Pérmico Triásico Jurássico Cretácico Terciário Quaternário

A Terra formou-se há cerca de 4600 milhões de anos data que marca o início da Era Pré-Câmbrica. Cerca de 300 milhões de anos mais tarde formou-se o oceano e só depois os continentes. A vida terá surgido há cerca de 3800 milhões de anos.

In Darling, D. In Gore, P. (1999)

Page 5: Extinções em massa

Explosão Câmbrica

Pré - Câmbrico Câmbrico Ordovicico Silurico Devónico Carbónico Pérmico Triásico Jurássico Cretácico Terciário Quaternário

Há cerca de 570 milhões de anos o planeta possuía características atmosféricas semelhantes às actuais. As placas continentais formavam uma massa continental – Gonduana. No final do período Câmbrico ocorre a primeira extinção em massa.

In Purves et al (2002)

Autor: Miller, D. W. In página web do Smithsonian

Page 6: Extinções em massa

Pré - Câmbrico Câmbrico Ordovicico Silurico Devónico Carbónico Pérmico Triásico Jurássico Cretácico Terciário Quaternário

Ordovícico

Caracteriza-se por uma irradiação de organismos marinhos, especialmente os filtradores (braquiópodes e moluscos). As licopodiáceas e as cavalinhas colonizaram ambientes terrestres húmidos. No final, extinção de 75% das espécies marinhas.

In Palmer, D. (2000)

Fóssil de cavalinha

Page 7: Extinções em massa

Pré - Câmbrico Câmbrico Ordovicico Silurico Devónico Carbónico Pérmico Triásico Jurássico Cretácico Terciário Quaternário

Silúrico A vida marinha aparenta uma recuperação, mas não surgiu nenhum novo grupo de animais marinhos. Nos continentes surgem os primeiros animais terrestres – artrópodes. Verificou-se um aumento das zonas de recife, o que juntamente com a presença de evaporitos, é um forte indicador de que o clima deste período deve ter sido quente.

In página web UCDavis, (2004)

Zosterophyllum e equivalente actual

Page 8: Extinções em massa

Pré - Câmbrico Câmbrico Ordovicico Silurico Devónico Carbónico Pérmico Triásico Jurássico Cretácico Terciário Quaternário

Devónico Forte irradiação de corais e cefalópodes de concha. No final deste período todos os grupos de peixes estavam representados. Surgem as primeiras gimnospérmicas. Os primeiros fósseis de aranhas e outros insectos, assim como de anfíbios semelhantes a peixes, datam desta altura. O clima era quente e árido. Deslocação do Gonduana para norte. Novamente uma extinção de cerca de 75% das espécies marinhas marcou o final do período.

In Purves et al, (2002)

Peixe dipnóico, género Dipterus.

Page 9: Extinções em massa

Carbónico

Pré - Câmbrico Câmbrico Ordovicico Silurico Devónico Carbónico Pérmico Triásico Jurássico Cretácico Terciário Quaternário

Formação de grandes florestas pantanosas que deram origem às bacias sedimentares ricas em carvão existentes na Europa central. As mudanças climáticas do fim deste período aumentaram a humidade e conduziram a um arrefecimento dos mares. Ocorre a grande glaciação gonduaniana. Os insectos desenvolveram asas, os anfíbios evoluíram tendo um dos ramos originado os répteis.

In Palmer, D. (2000)

Page 10: Extinções em massa

Pérmico

Pré - Câmbrico Câmbrico Ordovicico Silurico Devónico Carbónico Pérmico Triásico Jurássico Cretácico Terciário Quaternário

Grande desenvolvimento ao nível dos insectos. Surgem três grandes grupos de répteis, que constituem a base evolutiva dos dinossáurios, os répteis actuais, as aves e os mamíferos.

As erupções vulcânicas são intensas e as cinzas daí resultantes taparam a luz solar arrefecendo o clima, dando origem ao maior período glacial da história da Terra.

Termina a Era Paleozóica.

In Purves et al, (2002)

Page 11: Extinções em massa

Triásico

Pré - Câmbrico Câmbrico Ordovicico Silurico Devónico Carbónico Pérmico Triásico Jurássico Cretácico Terciário Quaternário

A Pangeia divide-se em vários continentes e o nível médio das águas do mar sobe. A vida diversifica-se surgindo novas linhagens, nomeadamente de plantas com semente (predomínio das coníferas), anfíbios (tartarugas e rãs), répteis e mamíferos. O fim do período foi marcado por uma extinção em massa que eliminou 65% das espécies vivas.

In Palmer, D. (2000)

Dois fósseis de dinossáurio do género Coelophysis.

Page 12: Extinções em massa

Jurássico

Pré - Câmbrico Câmbrico Ordovicico Silurico Devónico Carbónico Pérmico Triásico Jurássico Cretácico Terciário Quaternário

Ocorre uma grande diversificação evolutiva. O clima é quente e húmido o que propicia um grande desenvolvimento de foraminíferos, esponjas e algas. Os peixes ósseos dominam os oceanos e surgem as primeiras salamandras e lagartos. Domínio dos répteis terrestres, destacando-se os dinossáurios . Aparecimento das primeiras aves a partir de répteis voadores e vários grupos de mamíferos aparecem também pela primeira vez.

In Palmer, D. (2000)

Fóssil de dinossáurio herbívoro - estegossauro.

Page 13: Extinções em massa

Cretácico

Pré - Câmbrico Câmbrico Ordovicico Silurico Devónico Carbónico Pérmico Triásico Jurássico Cretácico Terciário Quaternário

O nível médio das águas do mar subiu e a Terra ficou com um clima mais quente e húmido. Os invertebrados marinhos aumentaram de número e em diversidade de espécies. Os dinossáurios continuaram a dominar os ecossistemas terrestres. Surgem as angiospérmicas.

In Palmer, D. (2000)

Fóssil de angiospérmica - Archaefructus.

Os dinossáurios, entre muitos outros seres vivos, extinguem-se no final deste período .

Amonite

Page 14: Extinções em massa

Pré - Câmbrico Câmbrico Ordovicico Silurico Devónico Carbónico Pérmico Triásico Jurássico Cretácico Terciário Quaternário

Cenozóico Com uma duração de 65 milhões de anos, esta é a mais curta das eras geológicas. Subdivide-se nos períodos Terciário e Quaternário. A posição dos continentes é semelhante à actual. Grande irradiação dos mamíferos e um domínio das angiospérmicas.

O ser humano assume um papel preponderante em todos os ecossistemas, muitas vezes com impacto negativo.

Pegada de hominídeo bípede Laetoli, Tanzânia, cerca de 3,6 m.a.

In Palmer, D. (2000)

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As Grandes Extinções

Em termos clássicos são reconhecidas cinco principais extinções em massa:

•  Na Era Paleozóica, na passagem do Ordovícico para o Silúrico;

•  Na Era Paleozóica na passagem do Devónico para o Carbónico;

•  Na passagem da Era Paleozóica para a Era Mesozóica, conhecida como a extinção P-T (Pérmico-Triásico);

•  Na Era Mesozóica na passagem do Triásico para o Jurássico;

•  Na passagem da Era Mesozóica para a Cenozóica, conhecida como extinção K-T (Cretácico-Terciário).

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•  As extinções em massa têm um papel ambivalente. Por um lado são destruidoras, mas revelam também uma face inesperada: capacidade de criação. Através das extinções em massa, as alterações ecológicas influenciam as dinâmicas que permitem a evolução das espécies e até um aumento da biodiversidade.

As Grandes Extinções e Biodiversidade

Wikipedia (2006)

Page 17: Extinções em massa

As Causas

•  Alterações no nível das águas do mar; •  Actividade vulcânica intensa; •  Impacto de corpos extraterrestres. adaptado de Palmer, D. (2000)

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Extinção P-T – A mãe de todas as extinções

Ter-se-ão extinguido 57% de todas as famílias de seres vivos, 95% de todas as espécies marinhas. A fauna paleozóica foi muito atingida, perdendo-se essencialmente carnívoros e animais recifais. A extinção P-T coincide com o evento de maior actividade vulcânica da história da Terra, provavelmente associada a alterações ocorridas na interface manto-núcleo. As erupções originaram extensas planícies basálticas, como é o caso da que pode ser encontrada na Sibéria. Encontrou-se uma grande abundância de fósseis de fungos em sedimentos terrestres no limite P-T, o que parece indicar elevada actividade de decomposição de matéria orgânica. Em 2003, surgiram evidências que parecem ser conclusivas, sobre a ocorrência de um impacto de um meteorito.

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Extinção K-T A extinção K-T foi global, afectando todos os continentes e oceanos. Várias teorias duvidosas surgiram. No entanto, as hipóteses mais aceites são: - o impacto de um asteróide - Alvarez et al (1980) existência de grandes quantidade de um metal raro - o irídio- no limite K-T - Descoberta da cratera de Chicxulub, na península do Iucatão, no México - intensa actividade vulcânica - a pluma poderá ter atingido a superfície na mesma altura, nomeadamente a existência das vastas planícies basálticas do Decão, na Índia.

In Palmer, D (2000) Cratera de Chicxulub In Cowen, R (2005) In Purves et al (2002)

Page 20: Extinções em massa

A 6ª Extinção Duas fases: a) fase um – iniciou-se quando os primeiros hominídeos se dispersaram pelo mundo há cerca de 100 mil anos atrás. b) fase dois – teve início há 10 mil anos com a introdução das práticas agrícolas.

Encontramo-nos a viver uma extinção em massa?

In Palmer, D. (2000)

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A 6ª Extinção

A explosão demográfica pós-industrialização em conjunto com a desigual distribuição e consumo de bens no planeta, é a grande causa da Sexta Extinção.

Principais factores: - Desflorestação - Erosão dos solos - Poluição - Uso de combustíveis fósseis - Sobreexploração de recursos naturais - Introdução de espécies exóticas…

Encontramo-nos a viver uma extinção em massa?

In WWF, 2005

Page 22: Extinções em massa

Conservação

Por um lado, a extinção é o destino normal de todas as espécies.

Após cada extinção em massa, ocorre uma eventual recuperação dos efeitos no sentido de a vida reconstituir ou até mesmo ultrapassar a sua diversidade inicial após uma grande mortandade.

A extinção em massa dispersa faunas estáveis e, pode mesmo acolher inovações evolutivas.

Mas por outro lado, Gould (1993) questiona: “Que importância concebível tem para nós a perspectiva de recuperação de uma extinção em massa milhões de anos depois, se toda a nossa espécie, para não falar da nossa linhagem, não espera viver tanto tempo?” (200 mil anos).

Page 23: Extinções em massa

Conservação

“Se todos tratássemos os outros como gostamos de ser tratados, então, a decência e a estabilidade acabariam por prevalecer. Sugiro que efectuemos um tal pacto com o nosso planeta. Ele detém todas as cartas e um imenso poder sobre nós – por isso, semelhante acordo, de que necessitamos desesperadamente, mas não ao nível da sua própria escala de tempo, seria para nós uma bênção e para ele uma indulgência. Seria melhor assinarmos os documentos enquanto ele está disposto a negociar”. (Gould, 1993)

in Solarviews. (2005)

Page 24: Extinções em massa

Discussão em aberto

1) Alguns autores referem a existência de ciclos de extinção com uma duração de 26 a 30 milhões de anos (Sepkoski e Raup, 1986) e 62 a 63 milhões de anos (Rhoder e Muller). Se estiverem correctos apontam uma nova extinção em massa para os próximos 10 milhões de anos.

2) As extinções em massa representam uma taxa muito elevada de selecção natural, em que os seres vivos menos bem adaptados são extintos ou serão o resultado de alterações catastróficas que eliminam, ao acaso, independentemente do seu grau de adaptação (Brenchley, 2002).

Survival of the fittest vs. Survival of the luckiest

Page 25: Extinções em massa

Bibliografia Bocchi, G.; Ceruti, M. (1994). Histórias e origens. Col. História e Biografias. Lisboa. Instituto Piaget. Cowen, R. (2005). History of Life. Blackwell Publishing. 4ª ed. United Kingdom. Foucault, A. (1993). O Clima. História e devir do meio terrestre. Col. Perspectivas ecológicas. Lisboa. Instituto Piaget. Gispert, C. (dir.). (1999). Naturália. A Terra.Evolução.Paleontologia. Vol. 2. Lisboa. Oceano Grupo Editorial, S. A. Gould. Stephen J. (1993).Os oito porquinhos – Ensaios sobre a origem, diversidade e extinção das espécies. Forum da Ciência. Publicações Europa-

América Leakey, Richard; Lewin, Roger.(1996). The Sixth Extinction: patterns of life and the future of human kind. Encore Ed. Massoud, Z. (1992). Terra Viva. Col. Perspectivas ecológicas. Lisboa. Instituto Piaget Muller, R. A.; Rohde, R. A. (2005). Cycles in fossil diversity. Nature 434: 209-210 Palmer, D. (2000). Atlas do Mundo Pré-Histórico. Círculo de Leitores. Purves, W.;Sadava, D.; Orians, G.; Heller, H. (2002). Vida. A Ciência da Biologia. 6ª Ed. São Paulo. Artmed Editora Press, F.; Siever, R. (2001). Understanding Earth. 3ª Ed. New York. W.H. Freeman and Company. Raup, D.; Sepkoski, J. (1986). Periodic extinction of families and genera. Science. 231: 833-836

Internet Darling, D. The Worlds of David Darling. [em linha]. [citado em: 30 Março 2006]. Disponível em URL: www.daviddarling.info/images/Ediacara_Hills.jpg Eldredge, Niles. The Sixth Extinction. ActionBioscience.org.[em linha]. Junho 2001. [citado em 30 Março 2006]. Disponível em URL: www.actionbioscience.org/newfrontiers/elredge2.html. Gore, G. Georgia Perimeter College. [em linha]. 14 Outubro 1995. (revisto em 3 Fevereiro 1999). [citado em: 30 Março 2006].

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