expressão corporal

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texto dissertativo sobre a expressão corporal

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CENTRO DE ESTUDOS AVANADOS EM PS-GRADUAO E PESQUISA CESAP

FACULDADE AFONSO CLUDIO

PS-GRADUAO EM ARTE NA EDUCAO

GILMRIO GOIS DE SOUZA

AS LINGUAGENS ARTSTICAS: TEATRO, DANA, MSICA E ARTES VISUAIS, COMO EXPRESSO CORPORAL DO EDUCANDO.

SALVADOR

2015

GILMRIO GOIS DE SOUZA

AS LINGUAGENS ARTSTICAS: TEATRO, DANA, MSICA E ARTES VISUAIS, COMO EXPRESSO CORPORAL DO EDUCANDO.

Trabalho solicitado como pr-requisito de avaliao final na Reintegrao de Curso na disciplina Expresso Corporal da Ps Graduao em Arte na Educao da CESAP.SALVADOR

2015AS LINGUAGENS ARTSTICAS: TEATRO, DANA, MSICA E ARTES VISUAIS, COMO EXPRESSO CORPORAL DO EDUCANDO.A educao uma das aes que definem nossa humanidade: o ser humano rompe seus status animalesco indo alm dos seus instintos ao compreender, reelaborar, refletir, criar, recriar, criticar, aprender e ensinar. Existem outras caractersticas distintivas do ser humano, como por exemplo a necessidade do suprfluo: a admirao diante de um belo por do sol, a necessidade de apreciao da beleza, o incmodo diante da desorganizao, o espanto diante do inusitado,a reflexo sobre as diferenas entre outras coisas. So situaes vividas pelo ser humano ao longo de sua vida, pois somos constitudos de dimenses ticas, emocionais, fsicas, cognitivas, sociais e estticas.

So essas caractersticas pluridimensionais do ser humano que justificam por si s a importncia da Arte no processo de educao. Mas alm desse, talvez o principal, h outros fatores que valem a pena ser mencionado.

A arte expresso cultural. O conhecimento da arte produzida em sua prpria cultura permite ao sujeito conhecer-se a si mesmo.

A arte processo histrico. As produes de artes so percepes histricas que mantm conexes com os indivduos de diferentes pocas capazes de intervir modificando o entendimento do futuro.

Portanto, um argumento em defesa da Arte na educao seria a importncia do desenvolvimento cognitivo dos aprendizes pois o conhecimento em artes amplia as possibilidades de compreenso de mundo. importante salientar que o ensino de Arte j est presente na escola a um tempo considervel e, infelizmente, observa-se que existem poucos professores realmente aptos a lidar com a Arte-educao e que, como resultado dessa falta de conhecimento so levados a adotar uma prtica pedaggica que se baseia em modelos a serem reproduzidos pelos alunos. notrio que cada professor traz em si caractersticas prprias, resultados de suas experincias e saberes construdos ao longo da vida. Tudo isso refletir em sua prtica pedaggica, reproduzindo a sua viso de mundo. Mas isso no determina que os modelos de ensino adotados pelo professor devam levar o aluno a reproduzir a viso de mundo do seu mestre. E, nesse contexto que a Arte-educao novamente se apresenta de maneira fundamental: a partir do momento em que trabalha a expresso do aluno e sua criatividade, permite a ele que construa a sua prpria viso de mundo, e junto, o seu aprendizado.

preciso que antes que o professor trabalhe uma proposta de atividade de Arte com seus alunos, o professor a conhea, tenha experimentado algo artstico, afinal, a proposta antes de fazer sentido para os alunos, deve fazer sentido primeiro para o professor. Precisamos fugir de exerccios mecnicos que se baseiam em modelos mais rgidos ou aplicaes de tcnicas de reproduo de trabalhos. preciso adotar materiais diversos, um espao adequado, quando possvel, mas, sobretudo se faz necessrio a adoo de uma prtica educativa que saiba acompanhar, estimular e valorizar as produes artsticas e culturais do aluno em todo o seu processo criativo.

importante ainda salientar que uma boa prtica pedaggica necessita explorar as diversas linguagens artsticas, envolvendo msica, dana e teatro, deixando de focar apenas nas artes visuais, conforme o Parmetro Curricular Nacional PCN de Arte (1997).As linguagens artsticas so meios que o artista ou o autor se preocupa em transmitir seu ponto de vista, expressando sua opinio, e as vezes, no tem o intuito direto de influenciar o pblico, mas somente expressar sua espontaneidade.Sendo assim a Msica se apresenta como um rico material a ser explorado em sala de aula, uma vez que trabalha com a ateno, concentrao e o ritmo. Vale ressaltar que a msica ainda se constitui um meio interessante de proporcionar aos alunos o conhecimento de culturas e etnias.Ao lado da Msica, pra no dizer inseparvel, vem a Dana, uma linguagem artstica corporal e indispensvel na escola. Propicia atividades ldicas e prazerosas, alm de permitir a descoberta ou a investigao da expressividade, do movimento e da motricidade; ampliando tambm as possibilidades de comunicao alm da fala.

Os sons nos acompanham desde o tero materno e junto com o ritmo e a msica so elementos que nos acompanham por toda a vida. Atravs da msica o indivduo desenvolve a sua expresso, comunicao, percepo e integra o seu corpo ao ambiente, por meio do movimento que ocorre atravs da dana. A importncia da msica e da dana na educao reconhecida tambm por Amorim (2005, p. 21) quando afirma que:

[...] as atividades com msica so um meio de expresso e de conhecimento acessveis s crianas, inclusive aquelas que apresentam necessidades especiais, que por sinal so extremamente sensveis. A linguagem musical atrelada a dana so canais que desenvolvem a expresso, o autoconhecimento e o equilbrio, sendo um dos poderosos meios de interao social.

Assim, a dana e a msica se apresentam como um rico material a ser explorado em sala de aula, uma vez que trabalha a expressividade, ateno, concentrao, ritmo, movimento, motricidade e tantas outras coisas que proporcionam o conhecimento de culturas e etnias.

Outra linguagem artstica o Teatro. Segundo Bonfim e Pereira (2010) de fundamental importncia no processo de formao da criana que ela experimente o fazer teatral, uma vez que ele fornece bases para se trabalhar a criatividade, a socializao, a integrao, a imaginao, a flexibilidade, as emoes e a memria, por exemplo. A criana ao ingressar na escola, est num momento propcio ao desenvolvimento da sua capacidade de teatralizao, e cabe a escola, por meio do arte-educador ou do professor, oferecer condies para que essa capacidade se desenvolva satisfatoriamente.O educando em sua fase inicial est sempre aberto ao ldico e ao faz de conta, isso o momento propcio ao desenvolvimento da capacidade de teatralizao e cabe a escola, por meio do arte-educador, oferecer condies para que essa capacidade se desenvolva. Nesse aspecto preciso se estar atento s posturas tomadas na sala de aula. A criana pequena tem muito desenvolvido o seu potencial imaginativo, algumas vezes incorpora os seus personagens preferidos, seus brinquedos ou animais.

O jogo dramtico uma modalidade artstica fundamental no processo de formao da criana, uma vez que ele fornece bases para se trabalhar a criatividade, a socializao, a integrao, a imaginao, a flexibilidade, as emoes, o corpo, a memria. (BONFIM e PEREIRA, 2010, p. 36)

Mas o professor precisa saber lidar com os jogos dramticos. Um gesto, uma palavra pode vir tanto a estimular o potencial imaginativo da criana como tambm pod-la. Assim, os jogos dramticos devem ser bem utilizados e acompanhados pelo professor. No entanto esses jogos no devem se basear apenas nas falas previamente decoradas e incansavelmente ensaiadas para apresentaes. O jogo acontece quando o educando representa a seu modo, expressando de fato seus sentimentos.

E por ultimo, mas no menos conhecida, as Artes Visuais, que segundo o PCN compreendem o desenho, pintura, colagem, gravura, modelagem, vdeo, fotografia, histria em quadrinho e produo informatizada. (BRASIL, 1997)

Trabalhar com todas essas linguagens artsticas permite no apenas ao professor contribuir para o desenvolvimento do aluno, explorar a sua potencialidade e expressividade, mas tambm outra oportunidade de realizar uma atividade prazerosa e com competncias bem definidas na sala de aula.Diante de tal importncia que a Arte assume na educao e nos processos pedaggicos, pode-se fazer uma reviso crtica do que a escola tem alcanado em termos de ensino da Arte. Temos conseguido valorizar nos alunos sua expressividade e potencial criativo? Temos sabido perceber, compreender e avaliar suas ideias sobre linguagens artsticas? Temos desenvolvido nosso prprio percurso em arte de tal modo que conheamos os contedos, os objetivos e os mtodos para ensinar cada uma das linguagens artsticas?

Pensando ainda sobre esse aspecto, as indagaes prosseguem: Temos tido suficiente bagagem terico-conceitual para identificar o momento que cada educando vivencia em sua construo de conhecimento sobre a arte e fazer intervenes que lhe permitam avanar? Temos sabido incentivar a formao cultural de nossos educandos e ajud-los a perceberem-se como sujeitos de cultura?Diante de tantos questionamentos resta-nos apreciar o momento que estamos vivenciando. Um momento histrico de grande importncia na educao como um todo: o desafio de superar concepes tecnicistas e utilitaristas, mas tambm de ir alm do deixar fazer e da livre expresso apenas; para reconhecer que a arte tem caractersticas prprias que devem ser melhor conhecidas pelos educadores, que tem objetivos prprios e seus prprios mtodos.

O ensino de arte est sendo reconstrudo, no com base no que aprendeu-se na escola em pocas passadas, no na tentativa de cobrir os erros e acertar a todo custo, mas o ensino de arte est sendo reconstrudo com base no conhecimento que se propaga na cultural do agora, na valorizao das nossas matrizes de origem tnica, na consolidao da socializao.REFERNCIASBOMFIM, Patrcia Vieira. PEREIRA Lcia Helena. As diversas possibilidades de expresso artstica na prtica pedaggica. Editora Brasiliense, So Paulo, 1999.BRASIL. Parmetros Curriculares Nacionais Arte, 1997.