expositor novembro 2009 · 2019-12-21 · jornal mensal da igreja metodista • novembro de 2009...

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Jornal mensal da Igreja Metodista Novembro de 2009 Ano 123 número 11 Palavra Episcopal Pela Seara Missões Doutrinas Entrevista Cultura Um novo céu e uma nova terra Breve estudo sobre Escatologia e o livro do Apocalipse de João. Páginas 8 e 9 Projeto Sol África O Culto e as Crianças Nosso viver no mundo Nossa vida testemu- nha a nossa fé. Você concorda com isso? Página 3 Discípulas em ação Os Congressos das Federações Metodis- tas de Mulheres Página 5 Família Metodista Solidária A Festa da Família em Aracaju, Sergipe. Página 11 Sola Scriptura Neste novo estudo da série Doutrinas, um olhar sobre as Escrituras Sagradas Página 12 Vocação pastoral Um pastor recém- formado entrevista um experiente bispo metodista Página 14 Wesley, por ele mesmo Uma nova seleção de textos extraídos do Diário de John Wesley Página 15 Abertas as inscrições para o Concurso Crianças Metodistas Compositoras. Regulamento no site www.metodista.org.br Sede Nacional Igreja Metodista Unida/EUA A esperança de um novo tempo para a Igreja Metodista em Angola e Moçambique. Páginas 10 e 11 A importância da participação das crianças na celebração ao Senhor. Página 13.

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Jornal mensal da Igreja Metodista • Novembro de 2009 • Ano 123 • número 11

Palavra Episcopal

Pela Seara

Missões

Doutrinas

Entrevista

Cultura

Um novo céu e uma nova terraBreve estudo sobre Escatologia e o livro do Apocalipse de João. Páginas 8 e 9

Projeto Sol África O Culto eas Crianças

Nosso viverno mundo

Nossa vida testemu-nha a nossa fé. Vocêconcorda com isso?

Página 3

Discípulas em ação

Os Congressos dasFederações Metodis-tas de Mulheres

Página 5

Família MetodistaSolidária

A Festa da Famíliaem Aracaju, Sergipe.

Página 11

Sola Scriptura

Neste novo estudoda série Doutrinas,um olhar sobre asEscrituras Sagradas

Página 12

Vocação pastoral

Um pastor recém-formado entrevistaum experiente bispometodista

Página 14

Wesley, porele mesmo

Uma nova seleção detextos extraídos doDiário de John Wesley

Página 15

Abertas as inscrições para o

Concurso Crianças Metodistas

Compositoras. Regulamento no

site www.metodista.org.br

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A esperança de um novo tempo para a IgrejaMetodista em Angola e Moçambique. Páginas 10 e 11

A importância da participação das crianças nacelebração ao Senhor. Página 13.

Novembro 20092 Palavra do leitor

Presidente do Colégio Episcopal: Bispo João Carlos LopesConselho Editorial: Magali Cunha, José Aparecido, Elias Colpini, Paulo RobertoSalles Garcia e Zacarias Gonçalves de Oliveira Júnior.Jornalista Responsável: Suzel Tunes (MTb 19311 SP)Assistente de comunicação: José Geraldo Magalhães JúniorCorrespondência: Avenida Piassanguaba nº 3031 Planalto Paulista - São Paulo - SPCEP 04060-004 - Tel.: (11) 2813-8600 Fax: (11) 2813-8632home: www.metodista.org.br e-mail: [email protected]

A redação é responsável, de acordo com a lei, por toda matéria publicada e, sendoassim, reserva a si a escolha de colaborações para a publicação. As publicações assinadassão responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião

do jornal. Propriedade da Associação da Igreja Metodista.

Órgão oficial da Igreja Metodista, editado mensalmente sob a responsabilidade do Colégio EpiscopalFundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário Rev. John James Ransom

A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada em convênio com o

Instituto Metodista de Ensino Superior, que cuida da diagramação e

distribuição do periódico. O conteúdo editorial é definido pela Sede Nacional

da Igreja Metodista.

Editoração eletrônica: Maria Zélia Firmino de Sá

Projeto Gráfico: Alexander Libonatto Fernandez

Impressão: Gráfica e Editora Rudcolor

Assinaturas e Renovações

Fone: (11) 4366-5537

e-mail: [email protected]

Rua do Sacramento n. 230 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo - SP

CEP 09640-000 www.metodista.br/editora

Editorial

Narcisismo econsumismo religiosoExcelente texto (publicado no Expositor Cristão de outubro

de 2009). Ao ler nos transportamos para uma varanda no altoda montanha, ali tomamos um chá com biscoitos e somos en-sinados, exortados, curados. Sim, estamos alimentando umacultura narcisista e maníaca. Muitas pessoas doentes pelo fa-natismo, pela troca com o divino, pela ansiedade do aqui eagora, do ter sobre o ser.

Na atualidade percebo isso. As pessoas querem o resultadoagora, querem jogar com o divino, querem negociar, mas nãoquerem se relacionar. Não querem uma fé bíblica, neotes-tamentária, não querem o fruto do Espírito. Preferem uma fé maisjudaica, mais nacionalista, indivisível, única, reacionária. Não sefala em paz, se fala em guerra, no inimigo. A ênfase não está nagraça, está na disputa, no crescimento sem cuidado, númerosfazem a nossa agenda.

Creio que ainda dá tempo de mudar esse quadro. Homens emulheres comprometidos com a simplicidade e profundidade doevangelho não podem se calar. Precisam anunciar a mensagem detransformação. Terão trabalho, mas Deus vai confirmar a cada diaa sua palavra que não voltará vazia.

Com o tempo muitos entenderão que Deus não é porque faz,mas faz porque é. Entenderão que Deus quer se relacionar, maisdo que dar presentes todo dia. Perceberão que Deus não é comer-ciante, nem usurpador, mas o Criador que se alegra com sua cria-ção, sobretudo com seus filhos,que quer ao cair da tarde ou pelamanhã, chamar pelo nosso nome.

Que ventinho bom sopra aqui, hein?Pastor Walkimar Gomes, por e-mail.

Mudança de telefone

Comunico o novo numero telefônico da Casa Pastoral da IgrejaMetodista em Fátima do Sul, MS. (67) - 3467 - 5032

Pastor José do Carmo (Zé do Egito), por e-mail

Errata

Na edição de Outubro informamos, erroneamente, que o irmãoJoão Augusto Rosa (falecido em agosto de 2009), pai da irmãIvete Rosa de Azevedo, era também o pai do bispo João Alves(que, na verdade, apenas fez a gentileza de nos informar o fale-cimento do sr. João Augusto Rosa). Foi um lamentável equívoco,pelo qual pedimos desculpas. O bispo João e dona Ivete são ir-mãos, de fato, mas tão somente no Senhor.

Vejo o Expositor Cristão jáem processo de diagramação (amontagem das páginas na Edito-ra), com um estudo sobreEscatologia como tema de capa,e eis que a revista semanal Veja,de circulação nacional, traz suacapa com o título “O fim domundo”. Naturalmente, a publi-cação não tem o interesse dediscutir teologia, mas de divulgarmais um filme apocalíptico queestá entrando em cartaz, basea-do numa suposta profecia maia(?!) datando o fim do mundo noano de 2012 (mais uma!). Mas éinteressante observar como, vezpor outra, o assunto volta à bai-la, seja por meio da divulgaçãode um livro, um filme ou o apare-cimento de mais um “vidente”:na verdade, o ser humano, emtodos os tempos e lugares, cons-ciente de sua finitude, buscarespostas sobre o “fim”. Numaenquete realizada pelo site denossa Igreja (www.metodista.org.br), Escatologia também foi otema mais votado para inspirarnovos estudos.

Você pode até estranharque, em pleno mês de novem-bro, já nos aproximando do Na-tal, o tema de capa do jornalseja Apocalipse e não Advento.Creio, no entanto, que se vocêler o estudo e, especialmente, oslivros sugeridos para apro-fundamento, concordará queambos os temas estão muito li-gados. Afinal, como diz o teólo-go alemão Jürgen Moltmann,“em Cristo ressuscitado o futurojá começou”. É pela graça deJesus, Deus conosco que aquinasceu, viveu e venceu a morte,que esperamos novos céus enova terra. A pastora e profes-sora Suely Xavier ressalta que,tanto no Antigo como no NovoTestamento a vida eterna é ofe-recida à humanidade por Cristo.Este estudo da pastora Suely

Apocalipse e Adventovocê pode ler na página 12; émais um dá série “Doutrinas”.Ela aborda dois dos “25 Artigosde Religião” do metodismo – So-bre a suficiência das Santas Es-crituras e sobre o Antigo Testa-mento – e alerta que AT e NTdevem ser compreendidos emsua complementaridade. Artigoproduzido ao longo do mês deoutubro, certamente a pastoralembrou-se de Lutero ao es-crevê-lo: “Sola Scriptura” (so-mente a Escritura) foi um dosprincípios fundamentais daReforma Protestante comemo-rada no dia 31.

Às vezes nós nos esquece-mos de que ler a Bíblia é umprivilégio que nem todo mundotem. Nos seminários teológicosde Moçambique, por exemplo,rapazes e moças que se prepa-ram para o ministério pastoralmuitas vezes precisam compar-tilhar uma única Bíblia. Livrosteológicos em português tam-bém são raros. O projeto SOLÁfrica (Solidariedade com aÁfrica) é uma oportunidademaravilhosa que temos, comocristãos(ãs) e metodistas bra-sileiros(as), de contribuir coma formação teológica e aevangelização de Angola eMoçambique, países africanosde língua portuguesa. Leia areportagem das páginas 10 e11 e ore também pelos missio-nários brasileiros atualmenteem Moçambique: a pastoraMaísa e os profissionais desaúde Cláudia e Eduardo.

Para onde olharmos, vere-mos que temos muito o quefazer. A esperança escatológicanão é passiva. Como nos dizum livros estudados, espera-mos enquanto caminhamos.Vamos em frente.

Suzel [email protected]

Novembro 2009 3Palavra Episcopal

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Bispo Rozalino Domingos

Após meditar nas instruçõesde Jesus, comecei a pensarcomo colocá-las em prática emnossas atividades com crianças,como lidar com a natureza quevai se destruindo, que atitudetomar no que diz respeito ao serhumano, seja qual for a suaraça. Pensei também na situa-ção indígena e nas pessoas donosso norte e nordeste brasileiroe não esqueci do nosso lindo sulbrasileiro abatido por tempesta-des e também por São Paulo.

Todos nós procuramos co-nhecer a realidade do localonde estamos vivendo. Emmeio a tantas coisas boastambém nos deparamos comsofrimentos e desafios. Quemundo é este? Quantas vidasdesconcertadas, pessoas quenão se relacionam bem e comoa maldade do ser humano temafetado a própria natureza!

A grande realidade é esta:o nosso viver no mundo teriae tem que ser através de umviver íntimo com Cristo. Liga-do com Cristo nenhum ser hu-mano ficará fora da situaçãopoderosa de Deus.

Jesus teve um viver íntimocom os discípulos e se torna-ram amigos, Pedro e os de-mais apóstolos seguiram osensinos de Jesus e proclama-ram as “Boas Novas” de salva-ção e assim a mais linda histó-ria do amor de Deus invadiu omundo todo.

Jesus discipulou os seus dis-cípulos, mas o caminho paraesta prática ainda não foi des-coberto por nossas lideranças.Não estou fazendo uma críticadesairosa, mas é o que tenhonotado em nossas atividadescristãs metodistas. Às vezes,tudo é feito maravilhosamente,mas (que pena!), fica faltandoo tempero do amor.

Louvo a Deus pelo trabalhodesenvolvido com crianças e asatividades sociais com as maiscarentes, louvo a Deus pelocarinho e atividades com osjuvenis, louvo a Deus pelaatenção que sempre foi dadaaos jovens, mulheres, homens eas pessoas da melhor idade,

Nosso Viver no Mundo e Ser Cristão(João 15.14)

louvo a Deus pela sua obra eseus obreiros.

Precisamos entender quenão podemos ver somente ascousas erradas e nada realizar,importante é contribuir, a fimde que o mundo seja melhor. Onosso viver pode ensinar uma,duas ou muitas pessoas a vi-verem de maneira diferente.Você concorda?

Sempre haverá momentosem que, nas nossas andanças eno contato com outras pesso-as, vamos ouvir o seguinte:não tenho tempo para ensinar,orientar, discipular, me faltacapacidade. Tanto para o ho-mem como para a mulher seriamuito bom buscar preparo afim de desempenhar uma de-terminada tarefa, lógico, isto

é muito importante. Existemoutras pessoas que necessitamde ajuda, não devemos seregoístas e conservar conheci-mentos somente para nossoprazer. Em Gálatas 6.6, Paulo,apóstolo de Jesus Cristo, dis-se: “E o que é instruído naPalavra reparta de todos osseus bens com aquele que oinstruiu”. Quero crer que bensnão é somente o alimento parao corpo ou algo financeiro ematerial, mas também capaci-dade de orientar e discipularoutra pessoa. Especialmente umcristão ou cristã sabe o queCristo fez e ensinou e como éde suma importância repartir o

que possui através do testemu-nho de vida cada dia.

Muitas pessoas falam bem,esbanjam conhecimentos e aolado delas tantas vidas nadaaprendem como deviam, levammais tempo para encontrar ocaminho, para ter a vida feliz eabundante que Jesus ensinou,caminho de paz, de liberdade,de poder, de pureza, de relaçãocom Deus, de confiança e espe-rança. Quantas cousas vamosouvindo e pensamos como deveser, então, o nosso viver nestemundo, pois não é nada agradá-vel o relacionamento dos paísesricos e pobres, é muito triste asituação causada pela posturado sistema social no mundo.

Queremos uma nação forte,que ofereça segurança para

cada ser humano, seja na zonarural ou na cidade, e pergunta-mos: onde se encontra a nossaparticipação? Sabemos que nos-sa participação encontra-se mis-turada com tantas cousas desa-gradáveis em meio a grandesviolências, a fome, pobreza, si-tuação econômica, crescimentopopulacional, questão salarialaos trabalhadores. Se nada fi-zermos para solucionar proble-mas, vamos nos tornando em-pobrecidos, enfrentando crime,morte, carência na educação evidas jogadas na marginalidade.

A pergunta continua: ondese encontra a nossa participa-ção? Qual o desejo de Deus para

o ser humano neste mundo? Aproposta de Deus é levar o serhumano em busca do verdadeirosentido de viver neste mundovitoriosamente, a despeito detantos problemas. Você concor-da com o que estou falando?

Ao meditarmos na Palavrade Deus em Mateus 19.20aprendemos que precisamosfazer discípulos e ensiná-los afazer o mesmo. Para aprimora-mento e auxílio sabemos quepodemos procurar orientaçõescomo fazer discípulos ou comoensinar. Mas existe algo impor-tante que vou repartir comvocê, nunca esqueça: não im-porta se uma pessoa seja pobreou rica, tenha cultura ou não, omais importante é o estilo devida e sendo cristã tem quesaber como viver diante deDeus. Uma vida cristã sabe queo seu viver ensina a viver deacordo com o exemplo de Je-sus Cristo. O importante é serJesus no falar, no olhar, no ou-vir, no andar e no viver. É mui-to importante sermos vidasmoldadas pelas mãos de Deusatravés de Cristo e na açãogloriosa do Espírito Santo.

Para sermos testemunhas,muitas pessoas necessitam debons exemplos. Nossas lutas,anos de experiências, dificulda-des na família trabalhadas pornós, momentos difíceis enfrenta-dos e a maneira como lidamoscom estas coisas nos dão créditopara auxiliar tantas vidas aonosso redor sobre a melhor ma-neira de viver neste mundo.

O testemunho de nossas vi-tórias contribui a fim de queoutras pessoas sejam auxiliadasa entrarem e experimentarem ajornada de transformação. Nos-sa maneira de viver nos leva atermos uma vida generosa comoutras pessoas, aceitá-las nãosó de palavras senão de ação,pois é impossível auxiliar al-guém sem antes aceitarmos to-talmente a pessoa.

Todos nós somos convidadosa darmos nossa participação embusca do melhor caminho diantedos desafios que o mundo nosapresenta. “Não vos conformeiscom este mundo”. Nosso viverno mundo é sermos cristãos/ãspara contribuirmos em algo boma fim de que outras pessoaspossam experimentar “qual sejaa boa, agradável, e perfeitavontade de Deus”. Através dasua vida, o Senhor Deus conti-nua em ação.

Após caminhar com seus discípulos, opartilhar do pão em Emaús.

Novembro 20094 Oficial

A Faculdade de Teologia da IgrejaMetodista (FTIM), Rudge Ramos, São Ber-nardo do Campo, SP, torna público o presenteedital dando conhecimento sobre quais sãoos documentos e os critérios para o ProcessoSeletivo de candidatos/as recomendados/aspelas Regiões Eclesiásticas para o Curso Te-ológico Pastoral (curso na modalidade livre,em regime semipresencial).

Das vagas1. A quantia de novas vagas oferecidas

para o ingresso no Curso Teológico Pastoral(CTP) da Faculdade de Teologia da IgrejaMetodista para o ano de 2010 é 25 (vintee cinco), sendo todas destinadas a novos/as estudantes. Considera-se como novo/aestudante todos/as que não tenham sematriculado no Curso anteriormente, inclu-sive quem obteve classificação para matri-cular-se em outros anos mas não o fez.

Da participação no Processo Seletivo2. A Faculdade de Teologia realiza um

Processo Seletivo entre os/as candidatos/as ao Curso Teológico Pastoral. Para parti-cipar do processo:

2.1 – É responsabilidade da RegiãoEclesiástica:

- enviar à FTIM a relação de nomes econtatos (e-mails e telefones) de cada can-didato/a até 13 (treze) de novembro/09,impreterivelmente;

- aplicar o exame seletivo no dia 05(cinco) de dezembro/09 para os/as candi-datos/as que constam na relação enviadaà FTIM;

- devolver os exames à FTIM até o dia09 de dezembro/09 impreterivelmente.

2.2. – É responsabilidade do/a candi-dato/a:

– solicitar à Comissão Ministerial Regio-nal de sua Região Eclesiástica uma reco-mendação para candidatar-se ao CTP;

– procurar informar-se se a Região estácumprindo as obrigações descritas em 2.1;

– fazer o exame seletivo no dia 05(cinco) de dezembro/09, em local e horá-rio marcados pelo órgão responsável peloPrograma de Orientação Vocacional de cadaRegião.

Da classificação3. O critério para classificação será a

pontuação obtida no exame seletivo reali-zado em cada Região, no dia 05 de dezem-bro/09.

4. Diante de uma eventual necessidadede desempate, os critérios utilizados serão:1 – priorizar o/a candidato/a que tenhamais idade; 2 – permanecendo o empate,

Edital 2010Processo Seletivo do CursoTeológico Pastoral (CTP)

priorizar o/a candidato/a que há mais tem-po esteja como membro da IgrejaMetodista; 3 – permanecendo ainda o empa-te, uma comissão de três pessoas, nomea-das pelo Reitor da FTIM, re-examinará oexame seletivo e definirá o desempate.

5. Garante-se a cada Região Eclesiásti-ca, inicialmente, o ingresso dos dois can-didatos/as que obtiverem as duas melho-res classificações dentre os/as da Regiãoque os/as recomendou.

6. Independentemente da Região Ecle-siástica que os/as recomendou, sucessiva-mente ingressarão os/as demais classifica-dos/as, até se esgotarem as vagas aindadisponíveis.

7. O resultado do exame seletivo serádivulgado em 15 (quinze) de dezembro/09por meio do site da FTIM (www.metodista.br/fateo).

Do ingresso8. Os/as candidatos/as aprovados/as

no exame seletivo deverão encaminhar àFaculdade de Teologia da Igreja Metodista,a tempo de chegarem à FTIM imprete-rivelmente até o dia 15 de janeiro/10, 01(uma) cópia simples de cada um dos se-guintes documentos:

8.1 - Cédula de Identidade (RG)8.2 - Certificado de Conclusão no Ensi-

no Médio (2º grau)8.3 - Histórico Escolar do Curso Médio

(2º grau)8.4 - Duas fotos 3x4 recentes8.5 - Endereço eletrônico (e-mail), en-

dereço postal completo e telefones de con-tato digitados em uma folha de sulfite ta-manho A4

8.6 - Comprovação (cópia de documen-to ou declaração por autoridade) da datade seu ingresso como membro da IgrejaMetodista

8.7 - Um texto (no máximo duas pági-nas) no qual explique os motivos que o/alevaram a querer fazer o Curso TeológicoPastoral.

9. Cada Região Eclesiástica deverá en-caminhar à Faculdade de Teologia da Igre-ja Metodista (por meio da CoordenaçãoRegional de Ação Missionária [COREAM]) umarelação com o nome dos/as alunos/as re-comendados/as para o 1º ano do CTP até15 (quinze) de janeiro/10 impreterivel-mente. Só poderá ser recomendado/a o/a candidato/a: a) que tenha demonstradovocação ministerial; b) membro de efetivaparticipação na Igreja Metodista nos últi-mos quatro anos, pelo menos; c) com no

mínimo 24 anos de idade em fevereiro de2009; d) que tenha concluído com aprova-ção o Programa de Orientação Vocacional;ou um período prévio equivalente a esse acritério da Região; ou, ainda, tenha umanomeação pastoral há mais de dois anos;e) que tenha habilidade para participar doensino a distância, com o compromisso deutilização semanal de comunicação eletrô-nica (internet); f) que tenha sido aprova-do/a no exame seletivo, realizado em 05(cinco) de dezembro/09.

10. De posse dos documentos enviadospelos/as candidatos/as (itens de 8.1 a 8.7)e das recomendações regionais (item 9), aFTIM efetivará o cadastro dos/as alunos/as, sendo a assinatura da matrícula res-ponsabilidade de cada aluno/a durante oprimeiro período de aulas presenciais.

Das informações gerais11. O primeiro encontro presencial em

2010 está marcado para o período de 01 a13 de março. Informações sobre o cursopodem ser encontradas na página eletrônicada FTIM: www.metodista.br/fateo ou pelotelefone: (11) 4366-5976.

12. O endereço postal da FTIM paraenvio de documentos é:

Faculdade de Teologia – Ed. ÔmegaRef.: Secretaria do CTPA/C: Nara K. CazzolatoR. do Sacramento, 230 – Rudge RamosCEP: 09640-000São Bernardo do Campo / SP

13. O endereço eletrônico da FTIM parasolicitação e/ou envio de informações so-bre o Processo Seletivo do CTP é[email protected].

14. Este Edital atende ao exposto noitem 2.6 (“Critérios e normas processuaispara o ingresso no Curso Teológico Pastoral(CTP) da FTIM, São Bernardo do Campo”)do regulamento aprovado pelo ColégioEpiscopal e publicado no Expositor Cristãode novembro de 2000, página 05.

Faculdade de Teologiada Igreja Metodista

São Bernardo do Campo-SP,outubro de 2009.

Prof. Rui de Souza JosgrilbergReitor

Profa. Blanches de PaulaCoordenadora

Novembro 2009 5Pela Seara

Entre os dias 9 e12 de outubro, quatroregiões eclesiásticasda Igreja Metodistarealizaram congressosdas FederaçõesMetodistas de Mulhe-res. Além de elege-rem novas diretoriaspara o biênio 2010/2011, os congressosforam momentos decongraçamento, refle-xão e ação.

As mulheres metodistas da 2ª RE encontraram-se no município de Viamão,Rio Grande do Sul, para refletirem sobre “Espiritualidade e Cidadania”. Todaa programação foi elaborada chamando as discípulas de Jesus ao seu compro-misso com a sociedade e o meio ambiente. Houve palestras sobre amoralização da política e o compromisso cristão do(a) eleitor(a), o Estatutodo Idoso e as perspectivas dos(as) aposentados(as) e até sobre desenvolvimen-to sustentável, após a qual cada participante ganhou um pedacinho de sabãofeito com óleo de cozinha e a respectiva receita para fazer em casa.

No Congresso da Remne não faltou a característica animação das mulheresnordestinas, mesmo entre as delegações que precisaram viajar até 19 horaspara chegar ao evento. Cidadania também esteve na ordem do dia. Toda aprogramação baseou-se no tema “Mulheres Metodistas. Discípulas unindo va-lores, fortalecendo a cidadania”, que contou com a presença da bispa e mé-dica Marisa de Freitas falando sobre Saúde Integral.

As congressistas do Congresso Regional de Mulheresda 3ª Região se reuniram em Atibaia. Quase 180 mu-lheres inspiradas com o texto bíblico de Provérbios4.20-22 estiveram presentes na ocasião. Além daspalestras e oficinas oferecidas no evento houve o lan-çamento do livro “Escrevendo a Nossa História”, quereúne relatos de vida de mulheres que “fizeram a di-ferença” na Igreja e Sociedade.

O Congresso da 6ª Região, realizado no RecantoMetodista “Bispo Dawsey” em Telemâco Borba, PR, contoucom a participação de 94 mulheres em um clima de muitaespiritualidade (foto acima). A programação, além daeleição da nova diretoria, foi um encontro decapacitação e confraternização. A presença da pastora Suely Xavier dos Santosrepresentando o “Centro Otília Chaves”, causou bastante impacto pela exposiçãodos projetos totalmente voltado para o bem estar, capacitação e valorização dasmulheres. O Centro Otília Chaves, ligado ao Programa de Extensão da Faculdadede Teologia da Universidade Metodista de São Paulo, foi criado para integrar ostemas gênero, família e sociedade. Ele oferece anualmente um curso decapacitação para mulheres metodistas e acaba de inaugurar seu próprio site(www.centrootiliachaves.com.br), por meio do qual oferecerá estudos e cursosonline. A coordenadora do Centro Otilia Chaves, pastora Margarida Ribeiro,também está fazendo um giro pelos concílios de mulheres para lançar seu livroRastros e Rostos do Protestantismo Brasileiro: uma historiografia de mulheresmetodistas. Resultado de sua pesquisa de doutorado em Ciências da Religião,o livro visibiliza a atuação de mulheres no protestantismo brasileiro, sobretudoentre os anos 30 até 1970/71, quando mulheres metodistas passaram a seradmitidas ao ministério pastoral.

Agenda dos próximos Congressos:

Primeira Região: 19 a 22/11 informações: [email protected];Quarta Região: 29/10 à 1/11 no Seminário Borda do Campo em

Barbacena – MG. Informações: Marlussi Sathler Rosa Guimarães (31) 3293-2282 / 8608-7603.

Quinta Região: 31/10 a 2/11 Homens e Mulheres. Local: São José doRio Preto / SP. Rema: o acontece nos dias 31 de outubro a 02 de novembrode 2009 na cidade de Porto Velho, nas dependências da Escola MajorGuapindaia.

Discípulas em açãoOs Congressos Regionais das Federações Metodistas

de Mulheres

Fala, Criança!

A Anna Júlia sempre foi aquela criança quedemonstrava prazer nas coisas de Deus: gosta-va de ir a igreja, de cantar os hinos, orava,brincava de imitar o pastor dirigindo os cultos...e os tios, amigos que visitavam sua casa, ti-nham que fazer as vezes da congregação queela mandava levantar, erguer as mãos, fecharos olhos, chamando-os de “comunidade”. Nãohavia dúvidas de que essa menina iria morarno céu. Até o dia em que ela disse à mãe quenão queria mais ir morar no céu.

A mãe em pânico ligou pro pai, no trabalho,e ele, ao chegar em casa, conversou com amenina sobre as belezas do céu. Mas ela con-tinuava a dizer:

– Tudo bem, mas eu não vou, não!Ele disse que o pessoal da igreja, dos

quais ela gostava tanto, ia estar todo lá nocéu, que sua família também estaria toda reu-nida lá, os coleguinhas mais queridos, todosos animais lindos... que teria muita brincadei-ra, muita alegria... mas a tudo ela respondia:

– Mas eu não vou, não.Os pais pediram ao tio e a tia, que tinham

pela menina um carinho especial, que conver-sassem sobre o assunto com ela. O tio queri-do disse que estaria lá com ela todo o tempo.Ela continuou dizendo:

– Tudo bem, mais eu não vou, não.A tia, teóloga e educadora, tentou explicar

o céu na linguagem da criança, descrevendo assuas maravilhas mas mesmo assim ela conti-nuava respondendo:

– Tudo bem, mas eu não vou, não.Até que o pai, em sua segunda conversa,

resolveu perguntar porque ela não queria ir. Ea resposta:

– Porque no céu não vai ter televisão praeu poder assistir a novela.

Sem muitos rodeios o pai afirmou:– Pode deixar que eu levo a televisão pra

você! E ainda levo o DVD, você pode escolheruns filmes aí que eu levo também.

Com um sorriso maravilhoso ela respon-deu:

– Então eu vou levar o seu radinho.É que o pai dela gosta de ouvir rádio à

noite: ela estava tentando retribuir o carinho.Anna Júlia Peluci Gibaja – aos 4 anos, é

da Igreja Metodista de Santa Tereza em BeloHorizonte, MG

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Novembro 20096 Pela Seara

Mais de 350 irmãos(ã) estiveram reunidos para comemorar o42º aniversário da Igreja Metodista em Joaquim Inácio, Campi-nas, SP, da forma mais espiritual, missionária e alegre possível.

O Pr.Marcio Aurélio de Souza Silva realizou nosso batismoanual, e com alegria louvamos a Deus por receber no ano 104novos membros. Destacamos o trabalho dos seminaristas de nossaigreja, Alexandre, Jeferson, Diego e Fernando.

Alegramo-nos, pois esse é o maior crescimento de nossa igre-ja até hoje. Em 2008 recebemos 54 membros, em 2009 o Senhoracrescentou 104, e queremos em 2010 alcançar 208 novos mem-bros. Ore por nós para que possamos honrar nosso Senhor.

Secretaria da Igreja Local

Joaquim Inácio:batismo e festa

Lazer e evangelismoem Avanhandava

Para comemorar o Dia das Crianças, o Ministério de Trabalhocom Crianças da Igreja Metodista em Avanhandava-SP, pastoreadapelo Rev. Davis Daniel, realizou no dia 03 de outubro uma “Ruade Recreio” evangelística. Estiveram presentes aproximadamente100 crianças e 50 adultos. Foi uma grande festa com camas-elás-ticas, piscina de bolinha, algodão doce, pipoca, cachorro-quentee refrigerante à vontade.

O mais importante é que foi revelado o amor que Deus temreservado a cada criança. No final da história, contada por fantoche,muitas crianças aceitaram o apelo querendo esse Jesus amoroso.

Silmeire Ferreira Daniel

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lgação

Novembro 2009 7Pela Seara

Negritude e FéA Pastoral Regional de Combate ao Racismo da 1ª Região Ecle-

siástica realiza o Encontro Negritude, Justiça e Fé – Caminhospara a não violência, no dia 14 de novembro. O evento ocorre naIgreja Metodista Central de Volta Redonda, à rua Paulo de Frontin,276, Bairro Aterrado, Volta Redonda, das 9 às 17 horas. Pastorese pastoras, líderes de grupos societários e demais ministériosregionais têm a oportunidade de discutir temas de grande impor-tância para a Igreja e Sociedade, à luz da Palavra de Deus.

Contatos: Maria da Fé: 7655-7122 / Dayse Ellen: 8316-8429Pastora Laiza: 7160-6071/ Sede Regional:87334065926911405

Indígenas metodistasparticipam do 37º

EMOMEMAGOO EMOMEMAGO, Encontro da Mocidade Metodista do Mato

Grosso (o nome é ainda do tempo em que o Mato Grosso era uno,hoje temos dois: Mato Grosso do Sul e Mato Grosso) aconteceanualmente entre os dias 10 e 12 de outubro, pois temos dois fe-riados: o de 11 de outubro (criação do estado do MS) e do Dia daCriança.

O encontro deste ano aconteceu em Bataguassu – MS, commais de quatrocentos participantes e dentre eles um grupo dedezesseis indígenas Kaiowá/Guarani dos quais seis já são mem-bros da Igreja Metodista, participantes da Missão MetodistaTapeporã (Caminho Bom), sendo dois casais, um jovem, trêscrianças e oito adolescentes, além do pastor e da pastora.

A participação deste grupo só foi possível graças a uma ofer-ta generosa de uma irmã de Ribeirão Preto, SP, que cobriu partedas despesas de transporte e da ajuda da Igreja Central de Dou-rados e Igreja anfitriã. A participação deste grupo foi uma opor-tunidade dos indígenas conhecerem um pouco mais da IgrejaMetodista e ao mesmo tempo dos metodistas conhecerem umpouco mais do trabalho que nossa Igreja faz junto a este povo.Gostaríamos apenas de deixar registrado que a participação destegrupo no encontro trouxe uma visualização melhor do povo indí-gena e o comprometimento da Igreja Metodista com os mesmos,inclusive com manifestação direta feita pelo preletor Erik Farley.E ainda a participação do grupo na programação (com destaquepara a homenagem ao Rev. Getro) e nas atividades de lazer: fi-camos em segundo lugar no Voley por apenas um ponto e as me-ninas em primeiro no Futsal.Informaram: Pastores Paulo e Ima, Missão Metodista Tapeporã

Tarde feliz em AporáNo dia 11 de outubro, no Loteamento Lagoa da Rainha, conhe-

cido por “Casinhas”, a Igreja Metodista em Aporá/BA, realizou oevento “TARDE FELIZ”, que contou com a presença de várias cri-anças, as quais puderam se divertir e se alegrar com a participa-ção dos palhaços PIME e PUMA (irmão Márcio e Felipe) e suaspanicats (Jamili/Eduarda/Gicelma). Sob a Coordenação dos irmãosLuis Almeida, Renata Vasconcelos, Georgea, Taciane, Cibele,Edneide, Rosa, Zé Roberto, Jeane, Roberta e Edleide; ao final,foram distribuídos muitos brinquedos e sorvete a todas as crian-ças. Agradecemos ao nosso Deus que honrou o evento, fazendocom que as coisas podem ser possíveis mediante nossa fé e dis-posição.

Colaboração: Irmão Wilson

Linha diretaComunicação com crianças e adolescentes é

preocupação de educadores(as) metodistas

Numa época em que as crianças são cercadas de informaçõesdesde que nascem e começam a dominar os recursos dainformática mal aprendem os primeiros passos, é fácil compreen-der o tema do 17º Encontro Nacional de Pessoas que trabalhamcom Crianças e Adolescentes, ocorrido em setembro (de 25 a 27),na Faculdade de Teologia da Universidade Metodista. O temaComunicação com crianças e adolescentes inspirou todas as ofi-cinas realizadas pelo evento. O impacto da mídia, o relaciona-mento com adolescentes, a linguagem da música, a questão dainclusão e a importância da Escola Dominical foram alguns dostemas destacados pelo Encontro, por meio de palestras e oficinas.

Projeto Cenáculo para Crianças

As oficinas foram valiosos momentos de criação nos quais osparticipantes puderam refletir, dialogar e criar atividades para otrabalho com crianças e adolescentes. Uma das propostas maisdesafiadoras foi a possibilidade de se criar um “Cenáculo dasCrianças”, uma versão do tradicional devocionário “No Cenáculo”com textos escritos pelas próprias crianças. A idéia, lançada naOficina da educadora Telma Cezar Martins, está, agora, em fasede maturação.

Todo a programação do encontro estará disponível paradownload no site da Igreja Metodista (www.metodista.org.br) . Eo próximo encontro já está marcado: será nos dias 24, 25 e 26 desetembro de 2010.

Informou: Elci Pereira Lima, Coordenadora Nacional deTrabalho com Crianças

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ação

Novembro 20098 Capa

Para a maioria das pessoas, as palavras apocalipse eescatologia estão associadas a imagens de destruição e caos: gran-des desastres, guerras sangrentas, morte, horror, o planeta envoltoem chamas. E quando vemos as manchetes dos jornais nos falan-do de aumento da violência, das guerras e desastres ambientais,do desamor que faz até irmãos matarem irmãos e filhos matarempais, não é raro que alguém exclame: é o fim do mundo!

“Fim do mundo” é o ob-jeto de estudo daescatologia, na origem gregada palavra: éschatos significa“as coisas dos últimos tem-pos”. Mas, acredite: a men-sagem da escatologia cristãnão é de destruição, mas deesperança.

Já a palavra apocalipse,também de origem grega,significa “revelação”, o queaté nos parece contraditó-rio: afinal, a linguagem sim-bólica com a qual o livro foiescrito às vezes parece maisocultar do que revelar. Muitagente acha que, por trás dasmisteriosas imagens doApocalipse de João, escon-dem-se previsões de fatoshistóricos e políticos. Háquem busque o Apocalipsecomo um guia de acontecimentos futuros – o que o reduziria, la-mentavelmente, a uma espécie de “Nostradamus cristão”... Nestalinha de interpretação podemos encontrar livros e até filmes, comoa conhecida série “Deixados para Trás”.

Contudo, qualquer interpretação sobre o livro de Apocalipseficará incompleta sem o conhecimento da época e das pessoaspara as quais o texto foi originalmente escrito. E o que pode nossurpreender logo de cara é saber que o Apocalipse de João não foio único livro apocalíptico a ser escrito.

Fruto de tempos difíceis

Existe uma grande quantidade de livros escritos entre 250a.C. e 100 d.C. que, por seu estilo literário e temática, são clas-sificados como “apocalípticos”. O último livro do Novo Testamentocomeça exatamente com essa palavra, que acabou transformando-se em título. Mas os livros de Daniel, Ezequiel e Zacarias tambémsão considerados como literatura apocalíptica, sem contar váriosoutros textos que acabaram não entrando no cânon bíblico.

A apocalíptica foi um movimento cultural que exerceu gran-de influência sobre os judeus e cristãos do primeiro século. Estemovimento – e os livros que dele resultaram – trazem caracterís-ticas em comum, como, por exemplo, o dualismo. Por influênciasdo Zoroastrismo, religião vinda da Pérsia, bem e mal são vistos

Um novo céu e uma nova terraBreve estudo sobre Escatologia e o livro do Apocalipse

Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não

existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus,

ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono,dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão

povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a

morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas

passaram. (Apoc. 21:1-4)

neste período em lados opostos e bem definidos, numa eternaluta pelo poder. “O mundo é visto como palco desta batalha etodos os seres, os humanos e os angélicos estão divididos emgrupos antagônicos. No pensamento apocalíptico desenvolve-se,desta forma, uma estrutura dualista de entender o mundo poroposições e soluções radicais. As forças do bem e do mal se opo-rão sem trégua até o desfecho escatológico, o seja, o tempo do

fim”, diz o professor PauloNogueira, do Programa dePós Graduação em Ciênci-as da Religião da Univer-sidade Metodista de SãoPaulo, em seu livro O queé Apocalipse.

Valtair Afonso Miran-da, também professor daMetodista e do SeminárioTeológico Batista do Suldo Brasil, explica que a li-teratura apocalíptica temo tom pessimista dequem já não vê nenhumapossibilidade de soluçãopara as crises no planoda história. Toda a espe-rança é depositada na in-tervenção divina. Ao con-trário dos textosproféticos, afirma Valtairno livro O que é

Escatologia, os apocalípticos imaginam um futuro que independeda participação das pessoas. “Na profecia, as afirmações sobreo futuro têm como alvo mudá-lo através de alguma alteração nopresente dos ouvintes. O futuro, para o profeta, é aberto, poisele acredita que o amanhã dependerá da forma como sua men-sagem será recebida pelo povo. Quando ele anuncia que umadesgraça se abaterá sobre a nação, sua intenção é produzir ar-rependimento a fim de que essa desgraça não venha efetivamen-te a acontecer. (...) Para o apocalíptico, as coisas já estão de-terminadas por Deus. Não há como alterar a presente ordem. Ofuturo é algo que Deus um dia irá revelar. O alvo, nesse caso, élevar os ouvintes a perseverarem com paciência enquanto aguar-dam o futuro. Não tem a intenção primeira de influir no presen-te”. Segundo o professor e pastor Valtair, a causa desse pessi-mismo quanto ao presente é o contexto de sofrimento e opressãoque está por trás de grande parte desse universo literário.

Escrita em tempo de opressão e perseguição, a literaturaapocalíptica é, portanto, um grito de protesto, aflição, mas tam-bém de esperança. Outra característica interessante dos textosapocalípticos é que seus autores ligavam a salvação à história dopovo. Para eles, salvação não era uma questão individual, masnacional. Era o povo de Deus que precisava ser salvo, e não oindivíduo em separado.

Imagens de destruição são associadas ao livro de Apocalipse

Novembro 2009 9Capa

João, prisioneiro de Patmos

O escritor do livro de Apocalipse é identificadosimplesmente como João. Ao escrever o livro, emmeados de 90-96 da era cristã, ele se encontravapreso na ilha de Patmos, um elevado rochoso loca-lizado no mar Egeu, muito usado pelos romanoscomo colônia penal.

Segundo o professor Paulo Nogueira, oApocalipse de João é uma obra redigida para moti-var comunidades judaico-cristãs do 1º século que sesentiam ameaçadas no mundo opressivo e violentodo Mediterrâneo dominado por Roma. “Mas a formade oferecer respostas ao leitor não é ingenuamenteotimista; ao contrário, João mergulha seu leitor emimagens que espelham a violência vivenciada poreles no dia a dia”, diz ele. Sucedem-se imagensde guerras, fome, pestes e catástrofes na lingua-gem mítica característica dos textos apocalípticos.Para os cristãos e cristãs dos tempos de hoje, re-conhece o teólogo, é uma mensagem de difícil com-preensão. “Para nós não faz sentido nem gera qual-quer esperança dizer que seremos salvos quandoDeus destruir toda a natureza e eliminar todos osnossos inimigos. O Deus desta obra não é todocaracterizado por amor e perdão. A divisão entre os seus “san-tos” e os pecadores está definitivamente estabelecida. Como aprópria obra diz no seu fechamento: “O malfeitor continue fazen-do o mal, o sujo continue a sujar-se; todavia o justo continuepraticando a justiça e o santo santifique-se ainda mais” (Ap.22.11) Estas palavras, ensina o professor, devem ser compreen-didas na perspectiva do dualismo apocalíptico que é próprio dotexto e de sua época.

Leituras do Apocalipse hoje

Em nossa época, também é grande o interesse pelo fim dostempos; os nossos também são tempos de crise. O pastor Valtairdestaca que cada geração cristã se achou a última sobre a faceda terra. “Sentiam que a situação nunca esteve tão caótica. Astrevas nunca foram tão escuras. O mal nunca se fez tão presente.As desgraças nunca foram tão comuns. A perseguição nunca foitão intensa. O amor nunca foi tão frio. A fome nunca doeu tanto.O desemprego nunca foi tão acentuado. A imoralidade nunca foitão aberta. Cada geração se imaginou presenteada com o privi-légio de viver os piores dias, para receber os melhores, que vi-riam logo a seguir. São as dores do parto que introduzirão os diasmaravilhosos do paraíso. A história continuou, é claro, demons-trando que a maldade poderia ser pior, as trevas poderiam sermais escuras. Novas desgraças apareceriam. A criatividade daterra e seus habitantes humanos em produzir mazelas se mostra-ria infinita. Nossos avós diziam que as desgraças que ouviampelo rádio eram sinal de que fim estava próximo. Atualmente,ouvimos a mesma coisa. Possivelmente, todos os cristãos filhosde Deus da história tiveram a mesma sensação.(...)”

Desde as primeiras comunidades cristãs, diz o professor, aspercepções escatológicas, como um pêndulo de relógio, pendiam orapara a iminência do fim, ora para seu adiamento. Esporadicamen-te, os autores cristãos buscavam manter esse equilíbrioescatológico acentuando um ou outro lado. “Se as igrejas estives-sem se acomodando às suas vidas, a ponto de esquecer sua missãona terra, os líderes cristãos acentuavam a oposição da sociedadee a iminência do fim do mundo. Se eles viessem a sofrer algumaperseguição, a ponto de parar a caminhada por imaginar que ofim já estava às portas, os líderes cristãos acentuavam a neces-sidade de que eventos viessem a acontecer antes que o grande diachegasse”, explica ele. Equilíbrio é a palavra de ordem. “A idéiado fim não nos deixa parar. Esperamos, enquanto andamos”.

Esperança na diversidade

O teólogo alemão Jürgen Moltmann, que viveu ohorror da Segunda Guerra Mundial, não gosta depensar o “juízo final” como a “solução final divina”para a história humana. “Solução final” era o termoutilizado pelos nazistas para se referirem ao exter-mínio de judeus nos campos de concentração. “Aescatologia sempre teria a ver com o fim, com oúltimo dia, a última palavra, o último ato: Deus tema última palavra”, diz Moltmann. “Porém, se aescatologia fosse isto e apenas isto, então seriamelhor despedir-se dela, pois as ‘ últimas coisas´estragam o gosto pelas “penúltimas coisas” e o ´fimda história´ sonhado ou ansiado rouba-nos a liberda-de nas muitas possibilidades da história e a tolerân-cia em relação às suas imperfeições e proviso-riedades. Então não mais se suporta a vida terrena,limitada e vulnerável, e se destrói a sua beleza frágilpor meio da ultimação escatológica. Quem urge o fimdeixa a vida escapar” . Para o teólogo, a escatologiacristã nada tem a ver com tais “soluções finais”apocalípticas, pois o seu tema não é “o fim”, e sim,antes, a “nova criação” de todas as coisas. “Aescatologia cristã é a esperança rememorada dodespertamento do Cristo crucificado e, por esta ra-

zão, fala do novo começo em meio ao fim fatal”.Para o pastor e missionário metodista Levy Bastos, que estu-

dou a obra de Moltmann, compreender o juízo final como o começoda Nova Criação de todas as coisas implica numa urgente mudançade foco: “os cristãos não podem aguardar o futuro como aculminação das catástrofes climáticas, das guerras entre povos,de hecatombes nucleares. Estes acontecimentos devem ser inter-pretados como sinais negadores da vontade de Deus, contra osquais os filhos e filhas de Deus devem se posicionar”. “Esteposicionar-se diante dos ´descaminhos´ dos seres humanos, emvez de ´militantismo´ inconseqüente, deve ser percebido comosaudável experiência de santidade no mundo”, diz ele.

Suzel Tunes

Para saber mais

LivrosO que é escatologia? - Valtair Afonso Miranda.ColeçãoTeologia ao alcance de todos – MK Editora -O que é apocalipse - Paulo Nogueira - EditoraBrasilienseA vinda de Deus - Escatologia Cristã - JürgenMoltmann- Editora Unisinos

ArtigosA sinfonia da esperança: da importância da escato-di-versidade para uma pastoral da esperança por HelmutRenders – Revista Caminhando nº 14

O futuro na Promessa. Perspectivas da escatologia deJürgen Moltmann - Levy da Costa Bastos – Revista de Es-tudos de Religião, v. 23, n. 36, 249-257, jan./jun. 2009

Estudos digitalizados na Biblioteca Metodista onLine (http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/ebooks2.asp)Revista Em Marcha de 1972 com o tema O livro doApocalipse – Estudos escritos pelo Rev. Ely Eser BarretoCésar.Apostila “Estudo Introdutório aos Apocalipses” do Ins-tituto Metodista Teológico João Ramos Jr. – Estudosescritos pelo Rev. Western Clay Peixoto

Muitas pessoas interpretam oApocalipse como um guia deacontecimentos futuros.Segundo o professor PauloNogueira, este tipo de interpre-tação que se convencionouchamar de fundamentalistaganhou até expressão num filmemuito divulgado chamado“Deixados para Trás”, inspiradoem livro do mesmo título

Novembro 200910 Missões

E me pôs

nos lábios

um novo

cântico,

um hino de

louvor a

nosso

Deus....

“Só tenho motivos para agradecer a Deus pelo Projeto SOLÁfrica”, diz o Rev. Salvador Bacar Catine, Diretor de EducaçãoCristã e Evangelização da Igreja Metodista Unida emMoçambique (foto acima). Ele nem precisava expressar seu con-tentamento com palavras. Seu largo sorriso já diria tudo. O Re-verendo Salvador esteve no Brasil entre os dias 19 e 23 de ou-tubro para participar de uma reunião de avaliação do SOL África– Solidariedade com a África – projeto de apoio à educação te-ológica de Angola e Moçambique, desenvolvido pela Faculdade deTeologia da Igreja Metodista no Brasil/Universidade Metodista deSão Paulo (FaTeo) em parceria com a Igreja Metodista nestesdois países e com a Junta Geral de Educação Superior e Minis-térios da Igreja Metodista Unida nos Estados Unidos.

Em sua primeira visita ao Brasil, o pastor afirma que se sentiuem casa ainda no aeroporto e atribui à proximidade afetiva ecultural entre Brasil e África um dos grandes fatores de sucesso doprojeto. O Rev. Salvador conta que nenhum dos países vizinhosque circundam Moçambique fala português, o que dificulta o inter-câmbio de experiências e material de ensino. “Sentimo-nos iso-lados e nosso desenvolvimento em termos de literatura é muitoreduzido”. Ele explica que há poucos livros de produção local, emportuguês, e muitas necessidades às quais a Igreja Metodista emMoçambique busca atender. Aids, gravidez precoce, desempregoe falta de motivação dos jovens para prosseguir nos estudos sãoalguns dos problemas que pedem a ação missionária da IgrejaMetodista. E missão requer capacitação.

Pelo Projeto SOL África, atuais e futuros professores/as emseminários teológicos metodistas em Angola e Moçambique passamum período de três meses no Brasil, na FaTeo, realizando estudostutorados e observação de salas de aula nas áreas de Bíblia, Teo-logia Sistemática e Estudos Wesleyanos. Retornam ao país de ori-gem com a mala repleta de materiais de ensino, entre Bíblias, li-vros acadêmicos, revistas de estudo bíblico e CDs. O Rev. Salvadorrecebeu materiais didáticos para Escola Dominical e Escola Bíblicade Férias como quem encontra um tesouro de valor incalculável. Echegou a se emocionar quando ganhou de presente uma Bíblia deEstudos. É fácil entender: em Moçambique não há Bíblias suficientessequer para os/as estudantes de seminários teológicos, que preci-sam compartilhar as poucas edições disponíveis.

Mas o que mais anima o Diretor de Educação Cristã é acapacitação de pessoal e a possibilidade de formação contínua, oque pode dar uma nova perspectiva para a educação teológica naÁfrica. Ele conta que, dos 140 pastores e pastoras que atuam emMoçambique, não chega a 30 o número daqueles/as que têm gra-duação e 15 os/as que cursaram mestrado, e não necessariamenteem Teologia. “Moçambique não tem nenhuma Faculdade de Teolo-gia, a maioria fez licenciatura em outras áreas”. Uma saída, dizele, é estudar Teologia no Zimbábue ou na África do Sul, o que

Projeto SOL ÁfricaEsperança de um novo tempo para a Igreja Metodista em Angola e Moçambique

requer pelo menos um ano de adaptação prévia e aprendizagemdo idioma, o inglês. No Brasil, tão logo o/a estudante chega àFaculdade, ele/a já inicia o estudo dos conteúdos, o que repre-senta economia de tempo e recursos.

Desde 2008 já passaram pelo projeto 12 pastores e pastoras,dos quais oito já concluíram os estudos. Apesar da curta tempo-rada no Brasil, apenas três meses, a mudança na qualidade doensino pôde ser sentida de imediato. ”Houve um impacto nomodo como eles preparam as lições e transmitem as matérias.Muitos não tinham nenhuma experiência com o ensino antes deserem nomeados para atuar no seminário. Depois desse períodode estudos na FaTeo, eles melhoraram muito a capacidade de en-sinar”, atesta Salvador. Para ele, ainda mais animador é saberque os/as professores/as que passaram pelo programa SOL Áfricasão potenciais multiplicadores dos conhecimentos que adquiriram.“Nos encontros com outros pastores, eles já estão trocando ex-periências. Eles podem formar outros professores. E a vinda dedocentes da FaTeo à Africa, já agendada para o próximo ano, nosdará ainda maior impulso.”

muitos verão

essas coisas,

temerão

e confiarão

no SENHOR”

(Salmo

40:1-3).

“O objetivo do trabalho conjunto de Brasil, África e EstadosUnidos é fazer discípulos de Cristo para a atuação no mundo”, dizSaul Espino (acima), representante da Junta Geral de Educação Su-perior e Ministérios da Igreja Metodista Unida dos EUA, uma dasparceiras do projeto. Ele veio ao Brasil para conhecer os resulta-dos apresentados pelo projeto e ficou animado com o que viu eouviu. ”Estamos desenvolvendo líderes que se capacitem em seucontexto. Neste processo, a literatura que se envia do Brasil émuito efetiva. O curso na FaTeo provê os elementos básicos paratreinar líderes que, depois, replicarão seus conhecimentos naÁfrica de língua portuguesa. É um esforço que se multiplica”.

O Rev. Saul explica que o programa tem custo relativamentebaixo comparado às possibilidades de aproveitamento e multipli-cação dos treinamentos recebidos, potencializadas pela proximi-dade cultural dos países. “Falando com os representantes deAngola e Moçambique chego à conclusão que o laço fraternal émuito intenso entre as pessoas de fala portuguesa. São países quetêm histórias e também muitos sonhos comuns”. Para ele, estarelação com o Brasil, “país que cresce economicamente e emprestígio” é de vital importância. Além da hospitalidade (“chegaraqui é como encontrar família”) o Rev. Saul afirma que um outroaspecto da FaTeo que chama a atenção é seu alto nível educativoe teológico. “Este projeto é um presente de Deus ao mundo. Adisposição da FaTeo de oferecer ajuda para caminhar com os ir-mãos e irmãs de Angola e Moçambique me enche de alegria”. Dolado americano, a disponibilidade é a mesma: ”Minha recomenda-

Novembro 2009 11Missões

ção pessoal é que o programa continue eque se possa expandir, que se multipliqueo treinamento”.

Mas não são apenas os/as irmãos/asafricanos que se beneficiam com o ProjetoSOL África. ”Nossa Junta também apren-de neste processo”, destaca Saul Espino.Para toda a comunidade da FaTeo, a con-vivência com irmãos e irmãs vindos dooutro lado do oceano também tem sidouma rica oportunidade de aprendizado, in-tercâmbio cultural e comunhão fraterna. Ea próxima etapa do projeto já estáagendada: em junho de 2010 um grupo deprofessores brasileiros ministrará um cur-so na África. “SOL - Solidariedade com aÁfrica é uma oportunidade da vivência doEvangelho entre culturas diferentes, mascom um alvo em comum:a vida. A oportu-nidade de aprendizado mútuo com pasto-res/as angolanos/as e moçambicanos/asaqui na Faculdade, bem como nos seus pa-íses de origem, tem ampliado os horizon-tes da missão, do pastoreio e da valoriza-ção da educação teológica que envolvecontexto, vida e fé”, diz a professora epastora Blanches de Paula, coordenadorado projeto na Faculdade de Teologia. Parao reitor, Rev. Rui de Souza Josgrilberg,num momento em que o mundo está cadavez mais integrado, é um privilégio paraa Faculdade da Igreja Metodista esta possibilidade de estabelecerparcerias e encontrar novos interlocutores. “Esperamos que os pa-íses africanos de língua portuguesa desenvolvam autonomia naprodução teológica”, diz ele.

No sábado 19 de setembro de 2009, a IM Central em Aracajurealizou a Festa da Família Metodista, organizada e idealizadapelo ministério de ação social como uma gincana chamada Festadas Nações. Cada grupo societário representou um país, forman-do as equipes China (juvenis), Itália (jovens), África do Sul (ho-mens) e México (mulheres), querealizaram tarefas como apresen-tação de dança e comida típicas,curiosidades, participação embrincadeiras, arrecadação de pro-dutos de limpeza e higiene pesso-al e de renda através da vendadas comidas típicas dos países.Participaram da festa 91 pessoasao todo, dentre os quais havia 10visitantes. A equipe vencedora dagincana foi a da Sociedade deMulheres. Foram arrecadados 221itens de higiene pessoal e limpe-za e um valor de R$ 175,50 queirão compor a Oferta Nacional deAção Social, juntamente com ovalor de R$ 30,00, saldo da via-gem ao CONJUME 2009, doadopelas sociedades de juvenis e jo-vens. Desse valor, R$ 105,00 se-rão destinados à ação social daREMNE, que neste ano destinaráos recursos à Escola MariluseMaia em Fortaleza, e R$ 100,00

Festa da Família Metodista em Aracajuserão destinados às ações sociais da igreja local (Projeto Sombrae Água Fresca, entre outras ações). Já os produtos arrecadadosserão entregues a um abrigo de meninas.

Ministério de Comunicação

Igreja Metodista Central em Aracaju

Da equerda para a direita: Demétrio Henrique Soares, assistente do Programa de Relações Institucionaisda FaTeo; Rev. Saul Espino, representante da Junta Geral de Educação Superior e Ministérios da IgrejaMetodista Unida dos EUA; Rev. Almeida Lembra, da Igreja Metodista em Angola; Revda Renilda Martins,coordenadora de Educação Cristã da Igreja Metodista no Brasil; Rev Salvador Catine, da Igreja Metodistaem Moçambique; Revda Joana D´Arc, Secretária para Vida e Missão da Igreja Metodista no Brasil e bispoStanley Moraes, secretário do Colégio Episcopal da Igreja Metodista no Brasil..

Como o autor do Salmo 40, Angola e Moçambique ainda po-dem dizer que “são pobres e necessitados”. Mas, tal como osalmista, eles também têm a certeza de que, por intermédio daunião de irmãos e irmãs metodistas de outros países, o Senhorestá cuidando deles.

Texto e fotos Suzel Tunes

Div

ulg

ação

Novembro 200912 Doutrinas

“Naqueles dias a palavra do Senhor era mui rara” (1Sm 3,1b).Este trecho das Escrituras está no contexto do chamado deSamuel, o qual descreve no relato anterior que a casa de Eli haviase corrompido, e em seqüência é narrada a visão de Samuel. Éimportante destacar que nesta visão Samuel ouve o chamado deDeus e responde: “Eis-me aqui”.

Pensando neste texto e nos padrões doutrinários estabelecidospor Wesley, nos Vinte e Cinco Artigos de Religião, especialmenteos artigos 5 e 6, talvez estejamos vivendo um tempo em quetambém a palavra do Senhor tem sido rara. Por isso, Ele temchamado mulheres e homens para compreender melhor sua vonta-de, ouvir sua voz e responder ao seu chamado através de suaPalavra. Mas, qual tem sido a nossa resposta?

Para responder a contento esta pergunta, precisamos “conhe-cer e prosseguir em conhecer o Senhor” (Os 6,6). E isso só épossível por meio da leitura e do estudo da Bíblia. Os artigosmencionados demonstram o que representa aPalavra de Deus no contexto cotidiano dascomunidades de fé.

O artigo 5, Da suficiência das Santas Es-crituras, orienta sobre o fato de que as Escri-turas são suficientes para ensinar cristãos ecristãs sobre o que é necessário para a salva-ção, a saber, a Bíblia apresenta Deus atuandona vida de pessoas através da libertação, sal-vação e concedendo vida digna. Assim, a Bíbliadeve ser lida como um todo, ou seja, deGênesis a Apocalipse, pois nela encontramosorientações para a nossa conduta cristã.

Nesta perspectiva, o artigo 6 deixa bem claro aproporcionalidade de importância do Antigo e Novo Testamentos.Este artigo, Do Antigo Testamento, destaca que: “o Antigo Testa-mento não está em contradição com o Novo, pois tanto no Antigocomo no Novo Testamento a vida eterna é oferecida à humanida-de por Cristo, que é o único mediador entre Deus e o homem(sic)(...), portanto não se deve dar ouvidos àqueles que dizem queos patriarcas tinham em vista somente promessas transitórias”.Nesta orientação, observamos que o referencial doutrinário daIgreja não privilegia uma parte da Escritura em detrimento daoutra, pelo contrário, compreende a complementaridade emutualidade entre ambos os Testamentos.

Sobre a parcialidade das Escrituras, podemos destacar quedurante muito tempo, cristãos/ãs, de um modo geral, privilegia-ram a figura paulina como referencial de fé, a quem poderíamoschamar mais de “paulinos” do que “cristãos”, uma vez que Paulohavia se tornado o modelo para a vida de muitos. Uma leituradistorcida de Paulo legitimava um modo de pensar bem diferentedaquele pregado pelo próprio Apóstolo, como, por exemplo, quan-do ele diz: “eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio deDeus” (1Co 3,6). Por conseguinte, Paulo descreve que ele é apenasservo do Senhor, e faz a sua parte. Ele aponta para Deus o resul-tado daquilo que ele plantou. Portanto, uma leitura literal do tex-to, descontextualizada e sem critério, deixou muitas pessoas amercê de um “cristianismo paulino” excludente e hierarquizado,conforme a leitura equivocada do/a “intérprete”, principalmentecom relação às mulheres.

No relato acima vemos o distanciamento da orientação doutri-nária da Igreja, com referência aos Artigos 5 e 6. Mais recente-mente, esta visão estreita tem se voltado para o Antigo Testamen-to (AT). Se antes havia até um certo medo de ler e interpretar oAT, agora, o que ocorre é uma volta aos preceitos do textoveterotestamentário sem a disposição de olhar para o contexto eobservar que certas práticas são estritamente relacionadas àcultura daquele povo, naquele lugar, para aquela época.

Sola Scriptura “Da Suficiência das Santas Escrituras para salvação” e “Do Antigo Testamento”

(Artigos 5 e 6 dos Vinte e Cinco Artigos de Religião)

Hoje assistimos ao crescimento de modismos inspirados noAntigo Testamento, e que não fazem mais sentido depois de JesusCristo. Seja no uso do shofar, ou da bandeira de Israel e símbolosdesta cultura, o que está acontecendo é uma judaização do cris-tianismo. Se antes o cristianismo paulino era a “regra de fé”,agora, o Antigo Testamento, descontextualizado, passa a ser opano de fundo para orientar a vida e as celebrações cúlticas.

A nossa doutrina (sim, nós temos uma doutrina!), na perspec-tiva dos Artigos 5 e 6, dos Vinte e Cinco Artigos de Religião, noslembra que não há como servirmos a Deus, e nos deixarmos “le-var por qualquer vento de doutrina”. Deste modo, precisamosaprender a ler as Escrituras e saber que nelas há cerimônias, ritose preceitos civis que não se aplicam aos nossos dias, mas nosajudam a compreender o contexto da época para, a partir daí,trazer para atualidade, como demonstra claramente o artigo 6:“Embora a lei dada por Deus a Moisés, quanto às cerimônias e ri-

tos, não se aplique a cristãos, nem tãopouco os seus preceitos civis devam ser ne-cessariamente aceitos por qualquer governo,nenhum cristão está isento de obedecer aosmandamentos chamados morais”.

Nos primeiros séculos do cristianismo, oteólogo Marcião tentou produzir um cânon daEscritura. Ele foi o primeiro a tentar fazerisso, mas a sua teologia não compreendia enão aceitava a complementaridade entre osdois Testamentos; por isso, ele propôs umcânon com o Evangelho de Lucas, sem o relatodo nascimento e da infância de Jesus, e dez

cartas Paulinas, sem as cartas pastorais. Há muitos cristãos/ãstambém produzindo seu próprio cânon, o que contradiz a nossadoutrina ou o nosso referencial de fé, que é a Palavra de Deus comoum todo. Para o estudioso da Bíblia chamado Gerhard von Rad, o ATe NT se interpretam mutuamente. O AT deve ser interpretado emdireção a Cristo e o NT deve ser entendido como continuidade doanúncio dos atos salvíficos de Deus. O que nos ajuda a entender otexto como um todo, e não de maneira parcial.

Como nos tempos de Samuel, hoje também a palavra do Se-nhor tem sido “mui rara”, isso porque não somente há uma faltade leitura da Bíblia, como também interpretações parciais, paralegitimar um determinado comportamento. Somente com o retor-no às Escrituras, como proposto por Lutero, é possível haver umaconversão ao projeto salvífico de Deus.

A Bíblia é instrumento para conhecermos a Deus e nos pautar-mos em nosso cotidiano. Ela nos ajuda a dar razão da nossa fé,que está baseada em Jesus Cristo, filho de Deus, que veio aomundo para salvar todo/a aquele/a que nele crê, e que atua hojena promessa de sua presença através do Espírito Santo. Não se faznecessário voltar a algumas tradições do Antigo Testamento, oulegitimar um determinado comportamento à luz de uma abordagemequivocada de Paulo para sermos cristãos/ãs. O que precisamosé vivenciarmos a simplicidade do Evangelho que nos foi apresen-tado pelo próprio Cristo. O cristianismo é simples, não precisa serreinventado. A vida cristã deve ser vivida no cotidiano por aque-les/as que de fato amam a Deus sobre todas as coisas e ao pró-ximo como a si mesmos.

E que o Deus da Graça, o Deus da Bíblia (Antigo e Novo Tes-tamentos) nos ajude a compreender melhor seu propósito para opovo chamado metodista, para que estejamos sempre prontos aresponder: “Eis-me aqui”. E que no caminho para a perfeição cris-tã, possamos nos lembrar que: “o melhor de tudo é que Deus estáconosco”.

Revda. Suely Xavier dos SantosPastora da IM Jabaquara – 3ª. RE e

Professora de Bíblia (AT) na Faculdade de Teologia – UMESP.

Novembro 2009 13Educação

No culto cristão celebramos, com gratidão e alegria, a grandedádiva de amor revelada na encarnação, na pregação, na mortee na ressurreição do Senhor Jesus. Mas, que espaço as criançastêm nesta celebração?

1. Sobre os “modelos” de participação da criançano culto com os demais membros da Igreja

1.a) As crianças no templo com as pessoas adultasA participação da criança se dá por meio de coreografias,

utilizando na maioria das vezes músicas de adultos, por não sedivulgar e/ou trabalhar músicas infantis.

Em algumas igrejas, o culto do 5º domingo tem ficado reser-vado para a criança, sendo dirigido na maioria das vezes por pro-fessores. Quando a criança participa é utilizada em momentosespecíficos como: leituras bíblicas, oração e cânticos. Vale ressal-tar que mesmo sendo um domingo separado para a participaçãoda criança, ela não tem acesso à preparação da liturgia ou do pro-grama do culto. No chamado “momento do louvor”, sua participa-ção resume-se apenas em apoiar o “Ministério do louvor” empequenos atos. Outras vezes a participação ocorre por meio dedramatizações e/ou em datas especiais que acabam se tornandomais um “show” do que uma celebração a Deus.

Encontramos também algumas igrejas que es-tão se valendo das “crianças prodígios” (que sedestacam por habilidades especiais, diferentes damaioria das outras crianças) para “ministrarem”a palavra, levando-as a serem meras repetidorasde termos, posturas e atos dos adultos.

1.b) As crianças no “cultinho” ou no “cultoinfantil”

Constatamos que na maioria das igrejas ascrianças ficam no templo até o louvor e logo apóssaem para participarem do “cultinho”, onde sãorealizadas atividades como brincadeiras, ensaios,reprodução de vídeos (evangélicos ou não). Tam-bém encontramos igrejas em que as criançasnem entram no templo, ficando excluídas do mo-mento de congregar para prestar culto ao nossoDeus.

1.c) A criança e a Ceia do SenhorEm muitas igrejas a ministração da Ceia

para as crianças é feita separadamente, sendoministrada pelo pastor/a ou leigo/a. Em outras, a participaçãoocorre no templo junto com os adultos desde que sejam orienta-das pelos/as professores/as e familiares sobre o significado dosacramento. Em algumas situações elas não participam da Ceiapor dois motivos: por não serem membros da Igreja ou simples-mente por serem impedidas e/ou não autorizadas pelo/a pastor/a. Também ocorre a substituição da ceia pela festa do amor e emalguns casos encontramos a utilização de apenas um dos elemen-tos da ceia: ministra-se o pão, deixando de servir o vinho (sucode uva!) às crianças.

Alguns pastores/as estipulam idade mínima para que a ceiapossa ser servida.

2. Sobre o problema com o uso de algunstermos, palavras e expressões

2.a) O que é culto?É a reunião para adoração a Deus e celebração da fé da comu-

nidade, que atualiza a memória da ação salvadora de Cristo emfavor do povo no passado e no presente, e onde ocorre instruçãopara as crianças, assim como para as pessoas adultas (Dt. 6.7).

No A.T. a instrução era passada de geração em geração con-forme Deuteronômio 6.

No N.T. a comunidade se reunia para o ensino dos apóstolos,a comunhão, o partir do pão e orações nas casas com toda afamília (At 2.42-47).

A Igreja, as Crianças e o Culto Cristão2.b) Por que culto com crianças?Porque “as crianças são ‘agentes mirins’ da Missão e, como

herdeiras do Reino e parte do povo de Deus, têm o direito deserem educadas na Palavra e no Amor de Deus, de louvá-lo ecultuá-lo, de participar na celebração cúltica.”

O termo ‘culto infantil’ tem em nossa sociedade sentido pe-jorativo, que diminui a importância da participação da criança, eexclui o envolvimento da pessoa adulta no processo.

Da mesma forma, entendemos que o termo ‘cultinho’ é extre-mamente errado e não tem razão de ser utilizado.

Sugestão do grupo: a) que se estude o nome mais adequadopara o culto das crianças. 1: a utilização do termo Culto com Cri-anças. b) que o pastor/a possa participar e ministrar às criançasnos seus cultos; c) que haja um espaço físico adequado, materiale recursos apropriados ao culto que as crianças darão ao Senhor.

2.c) A CriançaÉ a pessoa que está em processo de crescimento físico, emocio-

nal, psíquico, que vai do nascimento até a puberdade. Sugere-seque, para fins de participação no culto para crianças, sejam consi-deradas especialmente as crianças de 4 a 11 anos. Entendemos queas crianças de 0 a 3 anos devem estar sob os cuidados dos pais.

3. A participação das crianças noculto com as demais pessoas da igre-ja e a importância de uma linguagem

apropriada do culto com crianças

Considerando que hoje se utiliza o culto comoespaço para manifestação das múltiplas funções daIgreja, em grande parte desses momentos a lin-guagem é inapropriada para atender as necessida-des específicas da criança.

Por isso, percebe-se a tendência de separar acriança do culto realizado no templo quando o idealseria a reformulação da celebração cúltica a fim deque a criança pudesse sempre ser incluída nestemomento da vida da Igreja. Mas, tendo em vista adificuldade em romper com esse modelo, pensamosem algumas alternativas possíveis paraimplementação de uma linguagem que atenda si-multaneamente a adultos e crianças da comunidadede fé.

Percebemos a necessidade da utilização de umalinguagem que exprima de forma simples e concreta

a verdade do Evangelho; que desenvolva além do verbal o uso dosoutros sentidos corporais; e que considere em seu conteúdo asquestões infantis, tanto no nível do desejo quanto no que é neces-sário ser ensinado. Para isso, é preciso que além das pessoas quetrabalham diretamente com as crianças; pastores e lideranças re-cebam orientação quanto ao uso de uma linguagem mais adequadaao universo infantil e que além da palavra, invista-se em outrasformas de comunicação em que estejam presentes o uso de outrossentidos – olfato, tato, paladar e visão (linguagem multissensorial),que possibilite o diálogo, e contemple a dimensão racional e espi-ritual de seus participantes.

Trabalhando no resgate da ordem litúrgica, e pensando na cri-ança como sujeito que integra a comunidade, faz-se necessáriomarcar tais momentos de forma significativa – história, símbolos,cânticos, recursos visuais, etc. – redimensionando o corpo comoinstrumento de adoração, confissão, louvor, edificação e dedicação.

Ao tornar o culto uma expressão de fé significativa para acriança, desejamos que seja perceptível a ela o desafio de ampliarsua relação com Deus para os outros espaços de sua vivência,provocando mudanças de atitude, reflexão, prática de fé, e cres-cendo no corpo de Cristo que é a Igreja.

Que o Deus misericordioso seja conosco! Aleluia!

Ronan Boechat de Amorim, pastor da Igreja Metodista deVila Isabel, RJ, formado em Licenciatura em Educação Artística

e Mestrando em Teologia.

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Novembro 200914 Entrevista

o findar de mais um ano, muitosjovens de nossa Igreja encerramseus períodos de estudos teológi-cos e iniciam suas carreiras minis-teriais. É momento de agradecer a

Deus e também pedir que o Senhor confir-me e direcione o chamado destes novospastores e pastoras. Para refletir sobre otema da vocação pastoral, o formando deteologia José Geraldo Magalhães Jr. entre-vista o bispo Stanley da Silva Moraes, (àdireita) Secretário Executivo do ColégioEpiscopal da Igreja Metodista.

Como o sr. define vocação? E como foidespertado para a mesma?

É o chamado de Deus para o exercíciode um ministério. O vocacionamento acon-tece em uma comunidade concreta e alcan-ça uma pessoa concreta que tem dons, ta-lentos, expectativas. Ainda bebê, quandocomecei a pronunciar minhas primeiraspalavras, logo comecei a dizer que ia ser“patolo”. Neste momento, podia-se dizer:“é imitação de meu pai e meu avô, queeram pastores. Na adolescência esta voca-ção foi sendo testada. Nela experimentei aconfirmação interior e comunitária. Isto medisse que o que na infância se identificavacomo imitação, não o era em sua essência.Foi um chamado desde o ventre.

Os ensinamentos na fé cristã dos seuspais, Rev. Cláudio Cadorna de Moraes eNoêmia da Silva Moraes, influenciaram nodesenvolvimento de sua vocação pastoral?

Sim. Cresci numa família cristã, abertapara a interferência de Deus. Por isso emminha família, composta de 6 irmãos,aconteceram seis respostas muito diferen-tes ao chamado de Deus. Eu fui para opastorado, e sou o único na família. Umairmã é musicista na Igreja, outro é médicoindigenista, outra é artista cênica e gráfi-ca, com uma grande produção de materialreligioso, outro é educador indígena. Cadaum foi para um lado, mas todos servindo aDeus conforme sua vocação.

No tempo acadêmico, principalmente naárea teológica, o Sr. chegou a vivenciaralguma crise que o levasse a pensar emdesistir da vocação Pastoral?

Eu diria que sempre tive um espíritocrítico, pelo que sempre coloquei em chequetanto minha vocação como minha profissão.No período de estudo isto esteve presente.Mas sempre a vocação pastoral se confir-mou. Dois anos antes de ir para a Faculda-de de Teologia comecei a namorar a Rute.Antes de começarmos a namorar pergunteia ela se queria namorar o Stanley e o Pas-tor. Ela antes de me responder meditoumuito sobre isto. Em vários momentos denosso namoro e noivado ela se perguntouse se sentia chamada para ser esposa depastor. Concluiu que este era também ochamado de Deus para sua vida. A comuni-dade também confirmou este chamado dela.

Vocação pastoral nos dias de hoje

Durante 14 anos pastoreei e lecionei. Fuiprofessor concursado do Rio Grande do Sulaté o dia em que fui eleito Bispo. Na es-cola e na Igreja eu pastoreava e ensinava.Tenho um perfil educador. Deus me chamoupara ser pastor educador.

Qual a importância da vocação pastoralna vida da sua igreja (âmbito nacionale local)?

Deus estabeleceu a Igreja e nela osseus pastores e pastoras. A Igreja nãovive sem pastor ou pastora, porque Deusestabeleceu líderes para seu povo. Paraser pastor ou pastora a pessoa tem queser vocacionado/a. As riquezas e fragilida-des de nossa Igreja têm muito a ver comas fragilidades e riquezas de seu corpopastoral. Há muitos profissionais da fé,que exercem o pastorado, mas não sãovocacionados. Estes fazem da Igreja umamera organização religiosa. A Igreja lide-rada por pessoas vocacionadas faz a dife-rença que Cristo quer.

Qual a importância da vocação pastoralpara a sociedade?

A vida é um supremo dom de Deus.Ele criou o céu, a terra e tudo o que neleshá. A sociedade precisa de pastores e pas-tores que ajudem a viver seu presente,sem perder a consciência da presença deDeus. O/a vocacionado/a tem seu minis-tério no mundo, na sociedade.

A sociedade secularizada oferece menosespaço para o pastor. Vejo neste fato umdesafio para que a vocação pastoral se de-senvolva em sua especificidade. Os pasto-res e pastoras historicamente “se mete-ram” em muitas coisas que não são de suacompetência, e fizeram um grande malpara a sociedade. Hoje o/a pastor/a temque agir naquilo que lhe é próprio para in-terferir positivamente na sociedade.

Uma das primeiras Igrejas que pasto-reou foi em Rio Pardo na 2ª Região. O Sr.chegou enfrentar algum desafio que o le-vasse a pensar em desistir do chamadopastoral?

Trabalhei naquela Igreja por apenasum ano, no último ano de estudos no se-minário. Eu era diácono e pastor titular.Tinha o pastoreio em três cidades, RioPardo, Minas dos Ratos e Minas do Butiá.Era recém casado e eu e Rute visitávamosRio Pardo e mais uma das cidades a cadafim de semana, percorrendo 350km. Euestudava pela manhã no Instituto Teológi-co João Wesley e trabalhava das 15h às23h30. Chegando em casa ia fazer as lei-turas e trabalhos para o seminário. Sába-do ao meio dia saía para estas Igrejas, deonde voltava domingo após o culto da noi-te (após meia noite).

Colocado este contexto, agora res-pondo: Cheguei a um nível de exaustãoque me levou a pensar que não agüenta-ria até o fim. Minhas roupas ficaram“largas”. Perguntei-me: O que Deus estáquerendo me dizer? Mas foi um ano pre-cioso, em que a vocação do jovem casalpastoral se confirmou. O final de semanarenovava nossas forças e esperança. Ter-minei o ano aprovado no ministério pas-toral, com boas notas no Curso de Teolo-gia e com o casamento fortalecido. OSenhor confirmou seu chamado.

Na manhã de 11 de julho de 1991 emJuiz de Fora, MG, ao ser eleito bispo noXV Concílio Geral, a igreja local pôdeparticipar e votar pela primeira vez nahistória, no processo de escolha dos bis-pos. O Sr. acredita que a eleição a bispoem 91 foi um complemento de sua voca-ção pastoral?

Sim. Para mim foi uma confirmação davocação pastoral, agora com o ministériopastoral global, que é o ministério de umbispo. Para mim o episcopado não é umapromoção, mas uma confirmação de pasto-rado. Entres os pastores, Deus chama algunspara presidirem os pastores e a Igreja.

Qual a diferença entre pastorear ovelhas(quando era pastor) e pastores/as (nestecaso como Bispo)?

Considero esta uma resposta difícilde ser dada, pois o assunto é complexo.Quando trabalhei com ovelhas, estive afrente de pessoas que deram o passo dafé e que buscam seu líder espiritual. Opastor é seu líder espiritual. Quando tra-balhei com pastores/as, também traba-lhei com pessoas que deram o passo dafé e que buscam seu líder espiritual, masque têm também interesses e dependên-cia profissional. O pastor sabe que obispo é quem nomeia e tem autoridadesobre ele. Pastorear pastores é o exercí-cio de um pastoreio que tem, além doexercício do carisma pastoral, também oda presidência da instituição eclesiásti-ca. O bispo só exerce seu ministério setem, sobre o corpo pastoral, liderançaespiritual e acolhimento ao modo comoexerce a presidência.

José Geraldo Magalhães Jr.

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Novembro 2009 15Cultura

Agenda

Os Concílios Regionais estão ocorrendo. Oremos em favordas decisões conciliares!

Confira aqui as datas e locais de cada região.

Na Universidade Metodista de São Paulo, reuniu-se o 39º ConcílioRegional da 3ª Região nos dias 30 e 31 de outubro, 1 e 2 denovembro de 2009. O evento aconteceu na Rua do Sacramento,230, Rudge Ramos, São Bernardo do Campo, São Paulo.O 39º Concílio Regional da 1ª Região Eclesiástica ocorreu nosdias 5 a 8 de novembro, no Instituto Metodista de FormaçãoMissionária (Escola de Missões).O 39º Concílio na 4ª Região Eclesiástica, nos dias 12 a 15 denovembro nas dependências do SESC Centro de Turismo deGuarapari, Rodovia do Sol nº 01, Muquiçaba, Guarapari, ES.O 39° Concílio Regional da 2ª Região Eclesiástica se reúne noCentro Marista de Eventos, localizado na BR 158, Km 323, nº 2725– Cerrito, na cidade de Santa Maria, nos dias 19 a 22 de novem-bro de 2009.Nos dias 25 a 29 de novembro acontece o 39º Concílio Regionalna 5ª Região nas dependências do Ipê Park Hotel, Rod. Washing-ton Luís, km 428 – Cedral/São José do Rio Preto, São Paulo.

O XVI Concílio Regional da Região Missionária do Nordeste estámarcado para os dias 27 a 29 de novembro de 2009, nas depen-dências do Hotel Casa Grande Gravatá – Gravatá - PE.II Concílio Regional Ordinário da Região Missionária da Amazôniada Igreja Metodista reuni-se nos dias 3 a 6 de Dezembro de2009 em Manaus-AM. O culto de abertura dar-se-á às 20h, do dia03 de dezembro, no Acampamento Metodista- Km. 11 da BR. 174(Manaus - Boa Vista).O XXX Concílio da Sexta Região está previsto para os dias 10 a13 de dezembro de 2009 em Florianópolis-SC. Morro das Pedras- Praia Hotel.

Concurso Crianças Metodistas Compositoras

As canções sobre EBF, em fita cassete, CD ou CD com arquivomp3, deverão ser entregues, pelo correio ou e-mail, até odia 05/12/2009, na Sede Nacional da Igreja Metodista.As músicas serão divulgadas nacionalmente. O resultado sairáno dia 08/03/2010. Mais informações pelosite www.metodista.org.br

Cristianismo PráticoA Editeo está lançando mais dois livros da série Cristianismo

Prático, que traz a reflexão teológica à vida cotidiana e a experi-ência de fé dos/as leitores/as. Numa linguagem simples, comexemplos concretos, os livros dessa série são ótimos recursos paraa realização de estudos bíblicos em classes de escola dominical egrupos de discipulado. Os livros são:

Inclusão de pessoas com deficiên-cia: Um desafio missionário. O livrode Elizabete Cristina Costa-Renders tra-ta de assunto ainda pouco discutido nasigrejas. Estamos realmente abertospara uma espiritualidade inclusiva,como a de Jesus? E o que significa isso,na prática? Neste livro, Elizabete, que éAssessora Pedagógica para Inclusão naUniversidade Metodista, indica cami-nhos para que as igrejas estejam, real-mente, abertas a todas as pessoas.

Deus conosco: espiritualidade nocotidiano. O livro de Hideíde BritoTorres e Otávio Júlio Torres, pastoresmetodistas, fala do relacionamento en-tre Deus e seus filhos e filhas queridos. E como todo relaciona-mento, ele precisa ser cultivado dia a dia. Por isso, a

espiritualidade não é tema para ficarencerrado dentro dos templos. Eledeve entrar conosco dentro de casa.

O primeiro número da série foi umestudo bíblico sobre I Tessalonicenses:Igreja Testemunha do Evangelho, deJosué Adam Lazier. O segundo número,do professor Luiz Carlos Ramos, foi Em

espírito e em verdade - Curso Prático

de Liturgia.Informações e vendas pela Livraria

da Editeo.Tel (11) 4366-5012/4366-5787 Fax

(11) 4366-5988E-mail: [email protected]

O Diário deJohn Wesley

Acaba de chegar às mãos dos leitores/as: O Diário de John Wesley: o pai dometodismo. A obra, que traz uma seleçãodos principais momentos vividos porWesley, é publicada pela Arte Editorial. Sevocê quiser saber mais sobre a mente e ocoração de Wesley narrado por ele mesmo,acesse o site oficial http://www.diariodejohnwesley.com.br/ e adquira seu exemplar por R$ 62,50.

Na força do discipuladoAcaba de chegar às mãos dos leitores e

leitoras o livro Na Força do Discipuladodo Pr. Paulo Rangel. Segundo o autor, o li-vro não visa questionar métodos de dis-cipulado, mas motivar quem tem um méto-do bíblico e quem ainda não tem. Rangel épastor desde 2000 e atualmente pastoreiaa Igreja Metodista Central em NovaFriburgo. Valor: R$ 7,00 Pedidos pelos te-lefones: (22) 25225854 / 25228358 /9216-8320

Atuação femininaA pastora Margarida Ribeiro estará lançan-

do seu livro Rastros e Rostos do Protestan-tismo Brasileiro: uma historiografia de mu-lheres metodistas. A Revda Margaridaapresenta mulheres atuantes no chamado pro-testantismo histórico, principalmente vincula-das à Igreja Metodista no Brasil. O foco prin-cipal é a década de 30 (ano em que a IgrejaMetodista constituiu-se como instituição autô-noma, desvinculando-se formalmente de suacongênere nos Estados Unidos) até 1970/71,quando mulheres metodistas passam a ser admitidas nopresbiterato. Editado pela Oikos, o livro pode ser adquirido na Li-vraria da Editeo.Rua do Sacramento, 230, Rudge Ramos Tel (11) 4366-5012/4366-5787 Fax (11) 4366-5988 E-mail: [email protected]: http://www.livrariaediteo.com.br/

Novembro 200916 Página da Criança