explosoes poeiras siteanest r3 (1)

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  • Preveno e Controle dos Riscos com Poeiras Explosivas R3.

    Eng. Ary de S CREA SP 69064 fone (051) 9982 6564 e-mail [email protected] fl. 1/39

    INTRODUO. Neste trabalho procuramos enfocar os efeitos dos incndios e exploses que acontecem com

    poeiras em suspenso ou acumuladas ao longo das jornadas de trabalho. Inicialmente, daremos

    um enfoque tcnico, abrangendo os materiais objeto de nosso trabalho.

    Como nossa atividade est bastante vinculada agroindstria e indstria de MDF e MDP,

    nossos exemplos so destas reas. Porm, lembramos que situaes to ou mais graves com

    poeiras explosivas acontecem tambm nas indstrias qumica, farmacutica e metal mecnica,

    dentre outras.

    Eng. Ary de S

    Especialista em controle de poeiras explosivas, higiene ocupacional e ventilao industrial

    End. [email protected].

    Fones 51 3212 3427 / 9982 6564

    Atualmente, com a implementao da NR 33, bem como das reas classificadas, temos sido

    consultados com frequncia sobre os efeitos das poeiras explosivas nos Espaos Confinados, e

    nas reas classificadas bem como sobre os efeitos das substncias txicas ali presentes ou

    formadas durante trabalhos realizados nestes espaos. Resolvemos incrementar nosso trabalho,

    destacando o item 12 para abordar estes temas sob nosso ponto de vista na segurana e sade

    do trabalho.

    Temas por demais importantes, pois, em funo das dificuldades existentes para uma

    evacuao rpida, a ocorrncia de situaes de risco provocadas podem redundar em

    eventos fatais para os ocupantes, como tem sido noticiado na mdia nos ltimos tempos.

    Ainda sobre os questionamentos, podemos asseverar, sem sombra de dvidas, que estes

    episdios, quando ocorrem em espaos confinados, tm efeitos largamente ampliados, em face

    da resistncia oferecida ao crescimento dos fenmenos causados pelo aumento das presses

    internas geradas pela expanso gasosa dos combustveis na forma de poeiras, gases ou vapores

    combustveis. Isto ocorre em virtude da resistncia oferecida pelos materiais usados em sua

    construo, culminando em destruies que podem inviabilizar o empreendimento. Ver imagens

    abaixo referentes a acidente em uma agroindstria no item 4.3. destrutividade de exploses

    com poeiras deste trabalho.

    O porqu destas situaes: partculas de poeiras decantadas e em combusto (fogo sem

    chama), ou com um foco de calor presente, em um espao confinado, se evolucionadas por

    qualquer ocorrncia, como um movimento brusco no ambiente que provoque agitao na

    zona e que seja suficiente para coloc-las em suspenso e contato intimo. Por j haver, no

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    ambiente, os trs elementos necessrios para a exploso, esta ocorrer inicialmente como uma

    micro exploso, de pequena proporo, mas suficiente para provocar agitao nas cercanias,

    onde mais material depositado colocado em suspenso. Ento, ocorrero exploses sucessivas

    e que percorrero os elementos de transferncia e movimentao da carga, efetuando

    exploses cada vez mais rigorosas, com um crescimento passvel de provocar a destruio das

    construes atravs dos elementos de interligao das instalaes (transportadores de esteiras,

    redlers, roscas transportadoras e tubulaes de ventilao).

    Abaixo, grficos de sinistros com poeiras ocorridos em todo o mundo e sua principais causas.

    Trabalho elaborado por empresa especializada nesta rea.

    Fontes da revista STAHL

    Neste grfico, atualizado, podemos verificar as ocorrncias, registradas em todo o planeta, de

    exploso de gros, sendo cada parcela referente a um tipo de poeira explosiva. As poeiras de

    madeira lideram os eventos, sendo seguidas pelas de origem vegetal: os gros alimentcios.

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    Fontes da revista STAHL

    Neste grfico, podemos verificar os fatores responsveis pelos eventos, que tm sua

    predominncia nas situaes de fascas mecnicas, isto , fascas provocadas nas ocorrncias

    de paradas de manuteno onde o uso de ferramentas de corte, solda, esmerilhamento, etc.,

    so comuns. Os demais fatores so de menor proporo, porm, compem o cenrio atual no

    planeta.

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    DEFINIES.

    Em um complexo industrial, no qual se processam produtos na forma de gros, durante os

    processamentos podem ser geradas finas poeiras pelo atrito entre eles. Se os gros tiverem

    propriedades combustveis, estas poeiras podem ser explosivas. Um teste prtico exposto neste

    trabalho, no Item 3., poder ajudar a definir suas propriedades.

    Caso estas poeiras produzidas entrem em suspenso ou fiquem depositadas sobre estruturas ou

    locais de difcil acesso, elas podero se transformar em elementos combustveis, isto , que

    podem entrar em combusto quando atendido o tringulo do fogo: material combustvel,

    oxignio e foco calorfico.

    Na sequncia, apresentamos, de forma sucinta, os fenmenos de incndios e exploses, bem

    como a interao entre eles.

    1. INCNDIOS

    Os incndios ocorrem com quaisquer materiais combustveis; porm, para que isso acontea,

    necessrio que a quantidade de material combustvel seja muito grande e que as partculas

    tenham pouco espao entre si, impedindo um contato direto e abundante com o oxignio do

    ar. As partculas devem, entretanto, estar afastadas entre si, de maneira que, apesar da

    existncia da fonte de ignio e da consequente combusto local, no seja permitida a

    propagao instantnea do calor de combusto s partculas localizadas nas camadas mais

    internas, devido insuficincia de ar. Desta forma, a queima se d por camadas, em locais

    onde as poeiras estejam depositadas ao longo das jornadas de trabalho, ou em uma das

    seguintes formas:

    Empilhadas.

    Armazenadas em tulha.

    Depsitos.

    Outros.

    A ignio que ocorre em camadas deve ser controlada com cuidado, para evitar que o

    material depositado em estruturas, tubulaes e locais de difcil visualizao e limpeza seja

    colocado em suspenso, formando a nuvem de poeira, que evoluir para exploso, pois h, no

    ambiente, os fatores de deflagrao da mesma, isto , fogo e energia. O incndio por

    camadas, outrossim, de difcil extino, podendo se prolongar por vrias horas aps sua

    extino.

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    2. EXPLOSES

    Ocorrem frequentemente em unidades processadoras em referncia, onde as poeiras tenham

    propriedades combustveis; necessrio, porm, que as mesmas estejam dispersas no ar e em

    concentraes adequadas. Isto ocorre em pontos das instalaes onde haja moagem,

    descarga, movimentao, transporte, etc., desde que sem controle de exausto e que,

    obviamente, existam os fatores desencadeantes.

    Geralmente, ocorrem em instalaes onde so processados:

    Farinhas de: trigo, milho, soja, cereais, e mais uma grande gama de produtos agrcolas, sendo

    alguns destacados no item 6.5.1.

    Ainda particulados: acar, arroz, ch, cacau, couro, carvo, madeira, enxofre, magnsio,

    eletro metal (ligas).

    Gases: inflamveis, dentro dos limites preconizados na NR.16. LIE (limite inferior de

    explosividade) e LSE (limite superior de explosividade). Devem merecer cuidados semelhantes

    aos das poeiras, observando-se que as suas reaes so mais rpidas e devastadoras do que as

    das poeiras.

    2.1. EXPLOSES PRIMRIAS E SECUNDRIAS

    A poeira depositada ao longo do tempo nos mais diversos locais da planta industrial, quando

    agitada ou colocada em suspenso e na presena de uma fonte de ignio com energia

    suficiente para a primeira deflagrao, poder explodir, causando vibraes subsequentes pela

    onda de choque. Isto far com que mais p depositado entre em suspenso e mais exploses

    aconteam, cada qual mais devastadora do que a anterior, causando prejuzos irreversveis ao

    patrimnio, paradas no processo produtivo... E, o que pior, vidas so ceifadas ou ficam alijadas

    de sua capacidade laborativa, com as consequncias por todos conhecidas (incapacidades

    totais e permanentes).

    3. TRANSFORMAO DE INCNDIO EM EXPLOSO

    A mudana de incndio para exploso pode ocorrer facilmente, desde que poeiras

    depositadas nas cercanias do fogo sejam agitadas, entrem em suspenso e ganhem

    concentrao mnima. Como o local j contm os ingredientes necessrios, o prximo passo o

    desencadeamento das subsequentes exploses. Ao contrrio, se as poeiras em suspenso

    causam uma exploso, as partculas de poeira que esto queimando saem da suspenso e

    espalham o fogo. Nestes termos, os danos podem ser consideravelmente maiores, evoluindo,

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    ainda, para incndios aps a destruio dos elementos resistentes, das maquinarias e dos

    condutos de movimentao do gro.

    Fruto de nosso trabalho, durante um levantamento em que ocorreu exploso com poeiras, onde

    fomos contratados para investigar as causas, efetuamos o ensaio abaixo, a fim de averiguar a

    quantidade de poeira gerada durante o processo, uma vez que, nestas condies, houve o

    acidente com grande destruio.

    A amostra tomada esquerda, em quantidade de 500 gr., foi passada por peneiras, resultando

    na quantidade de 70 gr. Portanto, a gerao de poeira corresponde a (70/500)x 100=14%.

    Posteriormente, testamos sua combustividade, no que obtivemos xito. Portanto, trata-se de uma

    poeira explosiva e com quantidade significativa de p gerada na movimentao.

    ENSAIO DE COMBUSTIVIDADE COM POEIRAS.

    Este ensaio visa qualificar e quantificar, em caso de urgncia, o p em uma amostra, bem como

    demonstrar suas caractersticas inflamveis. um teste prtico, que nos fornece parmetros em

    quantidade de material por unidade de volume e informa se o produto inflamvel.

    O exemplo ilustrado foi obtido em uma de nossas avaliaes. Em um caso de exploso de silos

    de armazenagem de malte, ocorrida longe de centros tecnolgicos, precisvamos conferir se o

    p teria propriedades inflamveis, pois, se tivesse, seria o elemento responsvel pela exploso, o

    que se confirmou.

    O material no prato esquerda, com 500g de gros de malte, aps passar por uma

    peneira resultou em 70g de p ( direita), poeira esta de propriedades inflamveis,

    obtida em laboratrio para ensaio, para fins de testes de explosividade.

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    Teste de combustividade do material. Embora no haja contato entre a chama e o

    material depositado no disco de amianto, o p libera seus volteis que, com um fator

    inicializante adequado, podem entrar em combusto, ou, em ambientes confinados,

    resultar em exploses.

    As misturas combustveis finamente pulverizadas so, em geral, muito perigosas. Os depsitos de

    poeiras combustveis sobre vigas e mquinas em torno dos locais de transferncia no transporte

    so suscetveis de incendiar com chamas. Ao entrarem em ignio, as poeiras combustveis

    suspensas no ar podem produzir fortes exploses. Por outra parte, se as poeiras so agentes

    oxidantes e se acumulam sobre superfcies combustveis, o processo de combusto se acelera

    consideravelmente no caso de incndio. Se um agente oxidante finamente pulverizado

    misturado com outras poeiras combustveis, a violncia da exploso resultante ser muito mais

    grave do que se faltasse tal agente oxidante. Para sufocar ou deter os incndios ou

    deflagraes de poeiras combustveis se empregam materiais inertes, tais como a pedra cal,

    gases inertes, etc.

    Embora as exploses de poeiras tenham se contabilizado desde 1795 e os mtodos para

    control-las tenham sido publicados, ainda hoje elas seguem produzindo graves acidentes. Em

    menos de uma semana, no ms de dezembro de 1977, produziram-se importantes exploses em

    armazns de gros, com 54 vtimas fatais. Nos meses seguintes, foram contabilizadas outras

    exploses, com nmero adicional de mortes.

    O ensaio acima serve como parmetro para quantificao do material que gerado em uma

    planta, durante sua movimentao e processamento. As imagens foram feitas durante uma

    anlise que efetuamos em indstria que sofreu processos de exploso. Assim, pudemos definir as

    concentraes de poeiras passveis de se formar e, no caso das exploses, quantificar seus

    efeitos destruidores, como se fosse uma carga explosiva previamente definida para implodir um

    prdio, uma ponte, etc.

    3.1. FATORES QUE INFLUEM SOBRE A EXPLOSO DE P

    A possibilidade da exploso de uma nuvem de p est condicionada dimenso de suas

    partculas e sua concentrao, s impurezas, concentrao de oxignio e potncia da

    fonte de ignio.

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    As exploses de p se produzem frequentemente em srie. Muitas vezes, a deflagrao inicial

    muito pequena em quantidade; porm, possui suficiente intensidade para colocar o p das

    cercanias em suspenso ou romper peas de mquinas ou instalaes dentro do edifcio, como

    os coletores de p, com o que se criam nuvens cada vez maiores, atravs das quais podem se

    propagar exploses secundrias e tercirias, cada qual mais devastadora do que a anterior.

    No raro produzir-se uma srie de exploses, as quais se propaguem de um edifcio a outro,

    desde que haja comunicao por elementos de transporte entre eles, como esteiras,

    tubulaes, elevadores de canecas, roscas transportadoras, dentre outros.

    O perigo de uma classe determinada de poeira est relacionado com sua facilidade de ignio

    e com a gravidade da exploso resultante. Para tal, foi desenvolvido nos EUA um equipamento

    experimental para testar poeiras explosivas, com sensores diversos que permitem conhecer as

    caractersticas das poeiras explosivas. A sensibilidade de ignio se d em funo da

    temperatura de ignio e da energia necessria, enquanto que a gravidade da exploso vem

    determinada pela presso mxima de exploso e pela mxima velocidade de crescimento da

    presso. Para facilitar as comparaes dos dados de explosividade derivados dos ensaios

    mencionados, todos os resultados se relacionam com uma poeira de carvo conhecida como

    Pittsburg, tomando-se uma amostra com concentrao de 0,5 kg/m3 (kg de p de carvo por

    m3 de ar), exceto nos ps metlicos.

    3.1.1. DIMENSES DA PARTCULA.

    Quanto menor for a dimenso da partcula de p, torna-se mais fcil para a nuvem entrar em

    ignio, visto ser maior a superfcie exposta por unidade de peso da matria (superfcie

    especfica). As dimenses da partcula influem tambm sobre a velocidade de crescimento da

    presso: para uma dada concentrao de p em peso, um p formado por partculas grossas

    mostra uma velocidade de aumento de presso mais baixa do que o mesmo p fino. A

    concentrao mnima necessria para que haja exploso, a temperatura de ignio e a

    energia necessria para a ignio, por sua vez, diminuem conforme se reduz a dimenso da

    partcula de p. Numerosos estudos indicam este efeito em grande variedade de poeiras.

    A dimenso da partcula faz aumentar tambm a capacidade eltrica das nuvens de p, ou

    seja, o tamanho das cargas eltricas que podem se acumular na partcula da nuvem. Como a

    capacidade eltrica dos slidos se d em funo de sua superfcie, a possibilidade que se

    produzam descargas eletrostticas de suficiente intensidade para colocar em ignio a nuvem

    de p aumenta ao se reduzir a dimenso mdia da partcula. Porm, para que se produzam

    descargas eletrostticas, so requeridas, dentre outros, considerveis quantidades de p em

    grandes volumes, com foras dieltricas relativamente altas, e, consequentemente, longos

    perodos de relaxao. A causa de uma exploso de p tambm pode ser atribuda a outros

    fatores, a no ser que existam provas definitivas a demonstrar ter sido esta a causa provvel.

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    3.1.2. CONCENTRAO.

    Como acontece com os vapores e os gases inflamveis, existe uma margem especfica de

    concentrao de p dentro da qual pode ocorrer a exploso.

    Os valores da concentrao podem se expressar em peso por unidade de volume, embora, ao

    no se conhecer a dimenso da partcula da amostra, esta expresso seja pouco significativa.

    Os valores apresentados no ensaio acima foram obtidos na passagem do p atravs de uma

    peneira com malha de 200 mesh, que corresponde a partculas ou = a 74 microns, tamanho

    ideal para o fenmeno de exploses. A pureza da amostra, a concentrao de O2, a potncia

    da fonte de ignio, a turbulncia da nuvem e a uniformidade da disperso influem tambm

    nos limites inferiores de explosividade da nuvem (LIE).

    O limite superior de explosividade (LSE) das nuvens de p no foi determinado devido a

    dificuldades experimentais; tambm se questiona se ele existe para poeiras e, do ponto de vista

    prtico, sua utilidade duvidosa. As curvas que se obtm ao relacionar graficamente a Pmp. e

    a Vmp. com a concentrao demonstram que estes valores so mnimos no limite inferior de

    explosividade e que, depois, aumentam at seu valor mximo, ao dar-se a concentrao tima,

    em cujo ponto comeam a diminuir lentamente. Igualmente se verifica que a Pmp. e a Vmp.

    no se do precisamente em igual concentrao. O efeito destrutivo se determina em primeiro

    lugar pela Vmp.

    Observa-se que as exploses mais violentas se produzem com uma concentrao ligeiramente

    superior necessria para que se tenha a reao com todo o oxignio existente na atmosfera.

    As concentraes menores geram menos calor e criam menores presses de ponta. Com

    concentraes maiores das que causam exploses violentas, a absoro do calor pela poeira

    no queimada devido ao excesso presente no ambiente, bem como seu grau de umidade,

    podem ser as razes para que se produzam presses menores de exploso do que as indicadas

    nas tabelas em referncia (item 6.5.4).

    3.1.3. UMIDADE

    A umidade contida nas partculas de p faz com que seja necessrio aumentar a temperatura

    de ignio, devido ao calor absorvido, para a vaporizao da gua contida nelas. A umidade

    do ar tem pouco efeito sobre a deflagrao. Depois que se produz a ignio, existe, porm,

    uma relao direta entre o contedo de umidade, a energia mnima necessria para a ignio,

    a concentrao de exploso mnima, a Pmp. e a Vmp. Por exemplo, a temperatura de ignio

    do amido de milho pode aumentar at 50 C. com um aumento de umidade de 1,6 a 12,5%. Do

    ponto de vista prtico, a umidade no pode ser considerada como meio efetivo de preveno

    contra exploses, pois a maior parte das fontes de ignio proporciona energia suficiente para

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    aquecer e evaporar a umidade que pode estar presente no p. Para que a umidade seja um

    meio de proteo provisrio, ela deve ser extremamente alta (a partcula dever estar

    encharcada), a fim de que o a energia convencional no seja suficiente para a evaporao,

    volatilizao e inflamao da mesma.

    3.1.4. MATERIAIS INERTES.

    A presena de um slido inerte no p reduz a combustividade do mesmo, pois absorve calor.

    Porm, a quantidade necessria para impedir a exploso considerada maior do que as

    concentraes que podem ser encontradas ou toleradas como corpos estranhos ao processo. A

    adio de corpos inertes reduz a Vmp. e aumenta a concentrao mnima de p necessria

    para a exploso. Um exemplo a pulverizao de rocha nas minas de carvo para impedir as

    exploses dos ps combustveis. Geralmente a pulverizao se faz na entrada das minas com

    uma concentrao de poeira de rocha de 65% da quantidade total do p.

    O gs inerte eficaz na preveno das exploses de ps, uma vez que dilui o O2 a uma

    concentrao muito baixa. Ao selecionar o gs inerte mais adequado, deve-se cuidar para que

    este no reacione com o p; o caso de certas poeiras metlicas que reacionam com o CO2

    ou com o N2. Neste caso, deve se usar o Hlio(He) ou Argnio (A).

    3.1.5. CONCENTRAO DE O2, TURBULNCIA E EFEITO DE GASES INFLAMVEIS.

    As variaes da concentrao do O2 afetam a facilidade de ignio das nuvens de p e suas

    presses de exploso. Ao diminuir a presso parcial de O2, a energia necessria para exploso

    aumenta; a temperatura, tambm; e as Pmp., diminuem. O tipo de gs inerte empregado como

    diluente para reduzir a concentrao do O2 tem um efeito aparentemente relacionado com a

    capacidade molar.

    A combusto do p se produz na superfcie das partculas. A velocidade de reao, portanto,

    depende do ntimo contato do p com o O2. Por este motivo, o fator turbulncia propicia

    exploses mais violentas do que as ocorridas em atmosferas mais tranquilas.

    A adio de uma pequena quantidade de gs inflamvel nuvem de p pe em ignio o

    aerossol resultante, reforando a violncia da exploso, sobretudo a baixas concentraes. As

    Vmp. resultantes so mais altas do que as previsveis em condies normais. Sem contar o p, a

    frao restante do total do combustvel suspenso no ar, representada pelo vapor inflamvel,

    estaria, por si s, abaixo de seu (LIE). Em algumas operaes de secagem que impliquem na

    evaporao de uma substncia inflamvel extrada da poeira combustvel, se produzem

    exploses muito mais violentas do que as consideradas apenas pelo vapor inflamvel. Tm

    acontecido, ainda, exploses em misturas de vapor inflamvel-p combustvel-ar em que a

    proporo da mistura de ar vapor estava abaixo do (LIE). Ante tal situao, necessrio prever

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    medidas de proteo especial, tal como a diluio com gs inerte, utilizao de supressores de

    exploso, instalao de elementos de ventilao de grandes dimenses e adoo de mtodos

    cuidadosamente estudados de eliminao da eletricidade esttica (aterramento).

    3.1.6. FONTES DE IGNIO DAS NUVENS DE POEIRA

    As nuvens de poeira podem incendiar-se pela ao de chamas abertas, luzes, produtos

    defumadores, arcos eltricos, filamentos incandescentes, fascas de frico, condutos de vapor

    de alta presso e outras superfcies quentes, fascas eletrostticas, aquecimento espontneo,

    solda e corte oxi-acetilnico e fascas procedentes destas operaes. A maior parte das

    temperaturas necessrias para pr em ignio as nuvens de p, que est nas tabelas, situa-se

    entre 300 e 600 C. e a grande maioria das potncias est entre 10 e 40 milijoules.

    Comparando-se estes dados com as energias de ignio necessrias para inflamar vapores, que

    so de 0,2 a 10 milijoules, verifica-se que as poeiras necessitam de 20 a 50 vezes mais energia do

    que os gases.

    Como a temperatura e a fonte de ignio necessrias para explodir poeiras so muito mais

    baixas do que as produzidas pela maior parte das fontes de ignio comuns, a eliminao de

    todas as fontes um principio bsico na preveno de acidentes por exploso. Estas fontes

    esto identificadas e descritas nas normas NFPA.

    3.2. EFEITOS DA VELOCIDADE DE AUMENTO DE PRESSO.

    A Vmp. pode definir-se como a relao entre o aumento de presso de exploso e o perodo de

    tempo em que sucede. o fator mais importante para avaliar os riscos de uma poeira e

    determinar a gravidade da sua deflagrao.

    Tambm importante como dado para calcular as dimenses dos elementos de ventilao

    para casos de exploso. Uma Vmp. (velocidade mxima de aumento de presso)

    demasiadamente alta indica, com frequncia, que a instalao dos elementos de ventilao

    so ineficientes. Os dados empricos de ge. (gravidade de exploso) tabelados acima so

    indicadores de grande valor na anlise do projeto. ndices entre 2 e 4 demonstram a

    necessidade de elementos de ventilao muito grandes, alm de cuidado da resistncia do

    edifcio e dos equipamentos das mquinas. Um ndice maior do que 4 exclui, na maioria dos

    casos, a possibilidade de projetar-se um sistema de alvio de exploses e exige o emprego de

    dispositivos de proteo com o uso de gases inertes e outros sistemas de supresso de exploses.

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    3.2.1. PRESSES INTERNAS.

    As presses mostradas nas tabelas acima so, em sua grande maioria, maiores do que 3,5

    kg/cm2 e, em alguns casos, chegam a 7 kg/cm2. Considerando que uma parede comum

    projetada para resistir a presses de 0,07 kg/cm2, fica evidente que no seria prtico construir

    edifcios que pudessem resistir a tais fenmenos.

    Uma das razes pelas quais o grau de destruio de muitas exploses de p no chega a ser

    maior reside no fato de que o p no se encontra dispersado uniformemente atravs do volume

    circundante. Raras vezes se incendeia uma nuvem de p em condies ideais para a formao

    de presses observadas empiricamente.

    3.2.2. EFEITOS DA DURAO DA SOBREPRESSO

    O tempo durante o qual a sobre presso atua sobre o espao circundante est intimamente

    relacionado com a presso mxima e com a velocidade mxima de aumento de presso. A

    rea que fica abaixo da curva de presso-tempo determina o impulso total exercido. O impulso

    total, e no a fora exercida em um dado momento, que determina a grandeza da

    destruio. A relao entre a destrutividade e o impulso total demonstra, em parte, porque as

    exploses de p, que, em geral, tm velocidades de aumento de presso mais baixas do que as

    exploses de gases, podem ser mais destrutivas.

    4. DEFLAGRAO E DETONAO

    4.1. DEFLAGRAO

    o fenmeno de exploso que ocorre com velocidade de chama de 1 a 100 m/s e o que

    acontece com maior freqncia nas indstrias.

    4.2. DETONAO

    o fenmeno de exploso em que a velocidade da chama igual ou superior velocidade do

    som, chegando aos 1000 m/s. No caso das exploses em cadeia, a deflagrao inicial evolui

    para detonao nas fases posteriores.

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    4.3. DESTRUTIVIDADE DAS EXPLOSES DE POEIRAS.

    Embora a destrutividade das exploses de poeiras dependa fundamentalmente da Vmp., outros

    fatores intervm, como a presso mxima desenvolvida durante a sobre presso, o grau de

    confinamento do volume da exploso e a concentrao de oxignio.

    Exploses recentes causadas por poeiras de cereais. Neste caso, os danos provocados

    foram aos pavilhes, aos equipamentos de beneficiamento e aos elementos

    transportadores, o que evidencia que a exploso iniciou dentro, internamente, ganhando

    propagao e aumentando seus efeitos at atingir os pavilhes, que foram os ltimos

    atingidos pela exploso.

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    5. GASES TXICOS.

    As chamas e os efeitos do aumento de presso numa exploso no so os nicos problemas a

    enfrentar.

    Na atmosfera do evento ocorre uma deficincia de oxignio e a formao de gases txicos em

    virtude da combusto, particularmente o CO. A concentrao de gases pode ser

    suficientemente alta durante alguns momentos e, assim causar inconscincia, ainda que

    momentnea, s pessoas presentes e conduzi-las morte por asfixia.

    Desta feita, o ingresso nestes locais s deve acontecer por pessoas treinadas e com

    equipamento autnomo de ar mandado.

    6. ANLISE DE UM MODELO SIMULADO:

    Um dos locais mais suscetveis a eventos desastrosos nas plantas de gros so os tneis

    subterrneos, com a movimentao e transporte dos cereais sob as moegas de gros. Nestes,

    esto localizados os transportadores responsveis pelo recolhimento do cereal e seu destino

    planta. Durante a movimentao e as mudanas de direo, os gros se fragmentam, gerando,

    pelo atrito entre eles, uma poeira muito fina e muito inflamvel. Este o local onde mais ocorrem

    acidentes com exploses nas plantas da agroindstria. Isto ocorre porque tais indstrias no

    esto providas de equipamentos de controle de emisses areas localizadas, e o p gerado

    com o tempo vai se depositando sobre as estruturas, o piso e as paredes. Quando movimentado

    e em presena de calor, pode evoluir para exploses.

    6.1. Simulao de uma exploso com poeiras de cereais.

    Este exemplo visa levar ao leigo o conhecimento de situaes que, quando ocorrem, provocam

    estragos imensos e at a morte de ocupantes. O modelo testado representa um tnel de moega

    de gros com dimenses usuais. A concluso deste exemplo visa conduzir o leitor aos valores das

    exploses causadas pelo crescimento das ondas geradas e contidas pelo tnel.

    Como dimenses, adotaremos um tnel de movimentao com 2 m de altura por 1,5 m de

    largura por 30 m de comprimento, localizado sob as moegas, a uma profundidade que varia de

    6 a 20 m.

    Para caracterizar bem nosso exemplo e suas conseqncias, adotaremos quatro tipos de

    poeiras, comuns nestas plantas da agroindstria: arroz, milho, soja e trigo.

    Os dados informados na tabela N. I, em negrito, foram retirados das tabelas anexas a este

    trabalho, da NFPA no item 6.5.4. tabela de poeiras explosivas.

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    Dados:

    Tnel de descarga da moega com: 2 x 1,5 x 30 m.

    Volume interno do tnel = 90 m3

    rea interna das paredes do tnel = 210 m2

    Peso de Mat. = Material necessrio para uma exploso =Conc. x v.

    arroz = 50,3 x 90 = 4527grs. ou 5,57 kg. de p por exploso.

    milho = 25 x 90 = 2250 grs. ou 2,25 kg. de p por exploso.

    soja = 35,5 x 90 = 3195grs. ou 3,195 kg. de p por exploso.

    trigo = 65 x 90 = 5850grs. ou 5,87 kg. de p por exploso.

    P.Int. = Presso interna exercida no sistema pela exploso = Pmp. x 10 = Kg/m2

    P.par. = Presso exercida nas paredes durante a exploso = Pmp. x S/1000 = Toneladas Fora

    sobre a superfcie do tnel

    P.h. = Presso da exploso sobre o homem com S=1m2 = Pmp./1000 = Toneladas Fora exercida

    sobre um operrio envolvido no evento.

    6.2. Tabelas de referncia do fenmeno causado pelos trs gros testados.

    - - - Kg/cm2 Kg/cm

    2 C Joules Gr./m

    3

    Tipo de p Ie Si Ge Pmp Vmp T E Conc.

    Arroz 0,3 0,5 0,5 3,3 49 510 0,10 50,3

    Milho 6,9 2,3 3,9 5,27 218,15 480 0,04 25

    Soja 0,7 0,6 1,1 6,6 56 550 0,10 35,5

    Trigo 2,6 1,0 2,6 6,43 154,8 500 0,06 65

    Tabela I

    Kg. kg./m

    2 Ton. Ton.

    Tipo de p P.mat. P.int. P. par P.h. ie si ge.

    Arroz 5,6 33 6930 33 M M M

    Milho 2,25 52,7 11067 74 F F MF

    Soja 3,2 66 13860 66 M M F

    Trigo 5,9 64,3 13503 68 F F MF

    Tabela II Efeito das exploses do exemplo

    Tipo da Exploso ie. si ge.

    (P) Pequena 0,1 0,2 0,5

    (M) Moderada 0,1 - 1,0 0,2 - 1,0 0,5 - 1,0

    (F) Forte 1,0 - 10 1,0 - 5,0 1,0 - 2,0

    (MF) Muito forte 10 5,0 2,0

    Tabela III, Reatados para anlise comparativa, parmetros de comparao.

    6.4. Concluses:

    6.4.1. Ordem de grandeza dos produtos.

    Comparando os nossos valores com os ndices da tabela parmetro, temos que:

    ie (ndice de explosividade) seqncia em ordem crescente: arroz, soja, trigo e milho.

    si (sensibilidade de ignio) seqncia em ordem crescente: arroz, soja, trigo e milho.

    ge (grau de explosividade) seqncia em ordem crescente: arroz, soja, trigo e milho.

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    Concluindo que o p de milho o que produz efeitos mais catastrficos no tnel analisado,

    seguido pelo trigo, pela soja e pelo arroz (menor ndice), os quais tambm provocam resultados

    danosos.

    A tabela I apresenta a compilao dos dados conforme as tabelas de propriedades dos cereais,

    anexas a este trabalho (item 6.5.4); a tabela II retrata nosso exemplo para as situaes

    adotadas; e a tabela III compara os dados e indica, para cada produto, seu grau de segurana,

    a ser observado na proteo.

    6.4.2. Efeitos nos operrios envolvidos.

    Antes de tecermos nossos comentrios, anexamos a esta um quadro resumo dos efeitos das

    exploses nos elementos envolvidos em sinistros:

    6.4.3. Efeito de exploses em seres humanos

    PRESSO ( bar ) PARA PESSOAS

    0,35 3500 mmca Limite ruptura tmpano

    0,70/0,85 7000 a 8500 mmCa Limite danos nos pulmes

    1,05/1,4 10500 a 14000 mmCa Ruptura tmpano 50% casos

    2,11/2,95 21100 a 29500 mmCa Limite mortal

    2,95/4,00 29500 a 40000 mmCa Morte 50% dos casos

    4,0/5,0 40000 a 50000 Morte 100% dos casos

    6.5. Conseqncias.

    Em nosso exemplo, com presses internas de at 3,3 kg/cm ou 30000 mmCa, teramos a morte

    de 50% dos envolvido na planta de arroz; nas demais, todos morreriam.

    6.5.1. Danos ao patrimnio.

    EFEITO DE EXPLOSES EM ESTRUTURAS

    PRESSO ( bar ) Efeito em

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    6.5.2. Processos e origens de acidentes recentes.

    PROCESSO % FONTE %

    Armazenagem 21,3 Fasca metlica 29,6

    Moagem 13,1 Ptos. incandescentes 9,3

    Transport. mecnicos 11 Desc. eletrosttica 9,3

    Filtragem 11 Frico 8,9

    Secagem 8,6 Chama aberta 8,2

    Combusto 6,2 Superfcies aquecidas 6,5

    Mistura 5,2 Autocombusto 5,8

    Polimento, Revto. 5,2 Soldagem, equt. ele. 8,2

    Outros 18,6 Outros 14,1

    Total 100% total 100%

    6.5.3. Da Simulao.

    No nosso exemplo prtico, todos os materiais analisados seriam catastrficos para as

    edificaes, equipamentos e participantes do evento.

    6.5.4. Tabela de algumas poeiras explosivas ensaiadas nos laboratrios da

    NFPA.

    6.5.4.1. POEIRAS AGRCOLAS

    Poeira Ie. Si. Ge. Pmp Vmp T1 T2 E C P Acar em p 9,6 4 2,4 7,6 350 370 400(3) 0,03 46,7 - Algodo bruto 0,1 0,1 0,1 5,1 28 520 - 1,9 519 C21

    Alho desidratado 0,2 0,2 1,2 4 91 360 - 0,24 104 - Amido de milho 9,5 2,8 3,4 7,4 525 400 - 0,04 46,7 -

    Amido de milho malha 325

    23,2 4,3 5,4 10 665 390 350 0,03 41,5 C11

    Amido de trigo 17,7 5,2 3,4 7 455 430 - 0,03 46,7 C12 Amido de trigo tratado 35 10,6 3,3 8,2 455 380 - 0,03 31,1 -

    Arroz 0,3 0,5 0,5 3,3 49 510 450 0,1 88,2 - Cacau

    19% gordura 0,6 0,5 1,1 4,8 84 510 240 0,1 77,8 -

    Caf Instantneo 0,1 0,1 0,1 4,8 35 410 350 - 290 -

    Caf torrado 0,1 0,2 0,1 2,7 10,5 720 270 0,2 88,2 C17

    Canela 5,8 2,5 2,3 8,5 273 440 230 0,03 62,2 - Casca de amndoa 0,3 0,9 0,3 7,1 98 450 210 0,08 67,4 - Casca de amendoim 4 2 2 8,2 560 460 210 0,05 46,7 -

    Casca de arroz 2,7 1,6 1,7 7,6 280 450 220 0,05 57 - Casca de coco 4,2 2 2,1 8,1 2,9 470 220 0,06 36,3 -

    Casca de noz de cacau

    13,7 3,6 3,8 5,4 231 470 370 0,03 41,5 -

    Casca de semente de pssego

    7,1 3,1 2,3 8,1 329 440 210 0,05 31,1 -

    Casca noz preta 5,1 3 1,7 7,9 280 450 220 0,05 31,1 - Cebola desidratada 0,1 0,1 0,1 2,5 35 410 - - 135 -

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    Celulose 2,8 1 2,8 9,1 315 480 270 0,08 57,4 C13 Celulose alfa 10 2,7 4 8,2 560 410 300 0,04 46,7 -

    Ch seco 0,1 0,1 =0,1 3,4 28 580 340 (2) - -

    Clara de ovo 0,1 0,1 0,2 4,1 35 610 - 0,7 145 -

    Dextrina de milho cru 12,1 3,1 3,9 8,7 385 410 390 0,04 41,5 - Erva de cereais 0,1 0,1 0,1 4,6 28 620 230 0,8 208 -

    Farinha de alfafa 0,1(4) 0,1(4) 1,2 4,6 77 530 - 0,3 109 - Farinha de ervilha 4 1,8 2,2 4,8 133 560 260 0,04 51,9 - Farinha de pinho

    branco 9,9 3,1 3,2 7,9 385 470 260 0,04 36,3 -

    Farinha de soja 0,7 0,6 1,1 6,6 56 550 340 0,1 62,2 C15 Farinha de trigo 4,1 1,5 2,7 6,8 196 440 440 0,06 51,9 -

    Farinha semente de algodo

    1,1 0,9 1,2 7,3 154 540 - 0,08 57,4 -

    Fcula de batata dextrinada

    20,9 5,1 4,1 8,4 560 440 - 0,03 46,7 -

    Folhas de crisntemo moda

    0,4 0,6 0,6 6,7 105 460 210 0,08 104 -

    Goma arbica 1,1 0,7 1,6 5,9 105 500 260 0,1 62,2 - Goma de glten de

    trigo - 1 - - - 520 - 0,08 51,9 C15

    Gro de caf 0,1 0,1 0,1 2,3 10,5 650 280 0,3 156 C17

    Leite desnatado 1,4 1,6 0,9 6,7 161 490 200 0,05 51,9 N15 Linho verde 0,2 0,7 0,3 7,6 105 430 230 0,08 81 -

    Malte de cevada 5,5 2,6 2,1 6,7 308 400 250 0,04 57 - Milho 6,9 2,3 3 7,9 420 400 250 0,04 57 -

    Musgo de turfa secado ao sol

    2 2 1 7,3 154 460 240 0,05 46,7 -

    Musgo irlands 0,1 0,1 0,1 2,5 28 480 230 - - -

    Palha de trigo 5 1,6 3,1 8,2 420 470 220 0,05 57 - Pectina 10,3 2,2 4,7 9,2 560 410 200 0,04 77,8 -

    Pele de ctricos 0,6 0,7 0,9 3,6 84 500 330 0,1 62,2 - Pelugem de celulose 8,7 2,3 3,8 7,8 490 460 260 0,04 57 C13

    P cereal trigo inverno, milho e aveia

    9,2 2,8 3,3 9,2 490 430 230 0,03 57 -

    P de cortia -10 3,6 3,3 6,7 525 460 210 0,04 36,3 - Protena de soja 4 1,2 3,3 6,9 455 540 - 0,06 51,9 C15

    Sacarose 9,6 4 2,4 7,6 350 370 400(3) 0,03 46,7 - Sacarose pura 3,3 1,1 3 5,3 175 420 470(3) 0,1 46,7 -

    Semente erva azul 0,1 0,1 0,1 3,6 28 490 180 0,3 301 -

    Semente cereja 4,4 2 2,2 7,9 308 430 220 0,08 31,1 - semente de damasco 1,9 1,6 1,2 7,6 280 440 230 0,08 36,3 - Smola de espiga de

    milho 5,5 2,5 2,2 8,9 259 450 240 0,05 46,7 -

    Talo tabaco 0,1 0,1 0,1 3,7 28 420 230 (2) - -

    Trigo bruto 2,6 1 2,6 5 154 500 220 0,06 67,4 -

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    6.5.4.2. POEIRAS CARBONFERAS

    Poeira Ie. Si. Ge. Pmp Vmp T1 T2 E C P Alcatro 4 2,8 1,4 5,8 266 630 - 0,03 46,7 -

    Alcatro carvo betuminoso

    10 4 2,8 6,2 420 710 - 0,02 36,3 -

    Asfalto de petrleo 6,2 2,8 2,2 6 350 510 550 0,04 36,3 - Carvo antracita 0,1 0,1 - - - 730 - 0,1 67,4 -

    Carvo betuminoso 4,1 2,2 1,8 7,1 280 610 180 0,03 51,9 - Carvo de Pittsburgh (mina experimental)

    1 1 1 6,3 161 610 170 0,06 57 -

    Carvo vegetal lignito ativado

    0,1(4) 0,1(4) - 2,9 7 670 370 - 2074 -

    Carvo de mistura de madeiras

    1,3 1,4 0,9 5,8 91 530 180 0,02 145 -

    Carvo ativado de lodos cidos de

    petrleo

    0,1(4) 0,1(4) - - - 760 490 - - -

    Coque de petrleo 0,1(4) 0,1(4) - - 14 670 - - 1037 - Eletrodo de carbono 0,1(4) 0,1(4) 2,2 - - - 710 - - -

    Clisolita de Utah 1,1 6,9 1,5 5,5 315 580 500 0,03 20,7 - Grafite 0,1(4) 0,1 - - - (5) 580 - - -

    Lignito da Califrnia 10 5 3,8 6,6 560 450 200 0,03 31,1 -

    Negro de fumo 0,1(4) 0,1 - - - 730 - - - -

    (1) Os valores desta coluna indicam a porcentagem de oxignio, enquanto que o prefixo lateral indica o gs diluente. Ex.: C13 = diluio de at 13% de O2 com CO2. Os prefixos so: C= CO2, N= N2, A= Argnio, H= Hlio. (2) No se produz ignio a 8,3 J. (3) A ignio sobrevm com chama. (4) Designao de riscos por incndio.

    7. MTODOS DE PROTEO CONTRA EXPLOSES DE POEIRAS.

    7.1. MEDIDAS DE SEGURANA.

    Industrialmente, precaues devem ser tomadas na presena de fontes de ignio. Em alguns

    casos, as mesmas esto presentes por fazerem parte do processo, como o caso dos secadores

    de cereal que usam o fogo direto na secagem. A proteo no poder ser obtida aps o incio

    de uma exploso ou incndio.

    Portanto, conclui-se que no pode ser feita uma generalizao de mtodos de proteo em

    relao ao risco de exploso, porque tais mtodos dependero das propriedades da poeira,

    tipo de projeto, planta industrial, equipamentos existentes, risco de instalaes vizinhas e valor do

    equipamento em risco.

    Por estes motivos, os mtodos so agrupados em seis categorias, mas os mesmos no so todos

    alternativos: alguns, se usados em conjunto, podem conferir mais segurana indstria foco.

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    7.1.1. CONFINAMENTO.

    Quando se produz uma exploso de p, se formam produtos gasosos e se libera calor, que faz

    aumentar a temperatura do ar contido no recinto. Como os gases expandem-se ao aquecerem,

    exercem presses destrutivas no espao circundante, a no ser que se proporcionem reas de

    alvio suficientes para evacuar os gases quentes antes que atinjam nveis de presso perigosos.

    Desta forma, um sistema de alvio adequado deve ser previsto, para aliviar os gases formados no

    incio, evitando danos maiores. Em algumas situaes, estas medidas no so prticas, sendo

    aconselhado processar estas operaes em ambientes abertos, atmosferas inertes ou

    supressores automticos. Os supressores consistem em um sistema formado por detectores de

    presso ou de chamas e um agente extintor, que deve atuar rapidamente na fase incipiente de

    exploso.

    7.1.2. INERTIZAO.

    Uma das medidas adotadas para reduzir os efeitos das exploses a inertizao, isto , reduo

    da quantidade de oxignio no espao.

    Os ensaios levantados indicam que a reduo do O2 na atmosfera de trabalho e uma mistura

    de poeira inerte ou a umidificao no p combustvel reduzem a Pmp. e a Vmp., como pode ser

    visto nas curvas abaixo. Elas mostram poeiras de amido de milho concentrado a 0,5 kg/m3 de ar.

    Em relao presso de exploso, uma ligeira reduo na concentrao de O2, a adio de

    uma pequena quantidade de p inerte ou a umidade reduzem os efeitos.

    7.1.3. MINIMIZAO DA FORMAO DE NUVENS.

    Deve ser dada ateno eliminao completa das poeiras dos edifcios que compe a planta

    industrial, pois as exploses secundrias nos prdios vizinhos so potencialmente mais

    destruidoras. A acumulao de poeira pode ser prevenida combinando-se um bom projeto de

    limpeza.

    Quando h formao de depsitos de poeira, a limpeza deve ser feita tanto mais cedo quanto

    possvel. Quando ps se acumulam com exceo das unidades previstas para o seu

    armazenamento, tais como silos , os depsitos destes ps devem ser removidos regularmente.

    Esta exigncia se aplica tambm para unidades de despoeiramento como: filtros, ciclones,

    precipitadores, cmaras inerciais, etc., que recebem e acumulam as poeiras coletadas. Estas

    devem ser retiradas nos intervalos definidos para no causarem entupimento e consequente

    vazamento das poeiras para o ambiente.

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    7.1.4. SUPERDIMENSIONAMENTO

    Face ao alto custo inicial e s peridicas manutenes exigidas por um superdimensionamento

    estrutural e dos equipamentos, esse mtodo somente recomendvel em situaes onde outros

    mtodos alternativos no so interessantes, pela localizao particular de certas unidades.

    7.1.5. ESTANQUEIDADE.

    Uma exploso de p pode gerar presses na ordem de at 7 kg/cm2 em recintos fechados,

    como em linhas de transporte pneumtico, redlers, silos, roscas transportadoras, etc. Portanto,

    para evitar danos maiores, estes elementos devem prover vlvulas de alvio contra aumento de

    presses. Um recinto fabril raramente resistiria a tal presso; as mximas de edificaes so da

    ordem de 0,07 kg/cm2, portanto, devem ter telhados, aberturas, portas e outros itens de

    resistncia inferior aos da construo, sob pena de haver perdas totais em tais eventos.

    7.1.6. ATMOSFERAS INERTES

    As exploses de poeiras podem ser prevenidas com o emprego de gases ou poeiras inertes, os

    quais reduzem a concentrao de oxignio no interior do prdio, de maneira que no haja

    propagao de chama atravs da nuvem de p.

    8. EQUIPAMENTOS DE CONTROLE.

    8.1. SUPRESSO AUTOMTICA

    Existem no mercado empresas especializadas em sistemas de controle de riscos por poeiras

    explosivas. Estes sistemas possuem um sensor de chama em um ponto localizado em regies de

    risco, que, quando identifica uma chama ou fasca, aciona um dispositivo que libera substncias

    adequadas ou gua na linha ou equipamento, interferindo na propagao do foco.

    O mecanismo de disperso do agente supressor deve funcionar a alta velocidade, para chegar

    a milsimos de segundos ao recinto. A atuao do equipamento deve ser inicializada pelo

    prprio sensor, para evitar defasamento.

    O agente supressor deve ser disperso em forma de neblina ou p muito fino, com grande

    rapidez, aproveitando a prpria fora da exploso inicial. Dois tipos so conhecidos:

    8.1.1. FRGEIS.

    So constitudos por depsitos de fina parede, nos quais se introduz uma carga explosiva, que

    detonada por um sensor. Como o recipiente no pressurizado, a carga explosiva rompe as

    paredes do depsito, liberando substncias adequadas interrupo do processo.

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    8.1.2. PRESSURIZADOS.

    Extintores de grande velocidade de descarga contm agente supressor sob presso de

    nitrognio. A abertura por carga explosiva e mais lenta do que o agente frgil, porm,

    adequada para presses mdias ou lentas.

    O agente supressor deve apresentar as seguintes caractersticas: lquido compatvel com o

    processo de combusto, ps especficos ou agentes halogenados. Esta substncia dever estar

    dentro de um recipiente selado, colocado na parte superior do pavilho, e deve descarregar

    rapidamente seu contedo atravs de detonador acionado eletricamente em presena de

    fogo.

    8.2. ALGUMAS VANTAGENS DESTE PROCESSO:

    A exploso pode ser evitada.

    A atmosfera inerte pode ser empregada para controle e extino de incndios os quais podem

    se desenvolver na poeira.

    Pode ser usado onde o mtodo de ventilao ineficiente.

    8.3. ALGUMAS DESVANTAGENS:

    Rgido controle para a manuteno da composio do gs e dos sensores e custo mais elevado

    do que para a implantao do sistema de ventilao local exaustora.

    9. VENTILAO

    INTRODUO.

    A ventilao de operaes, processos e equipamentos dos quais emanam contaminantes tem

    se tornado, mais modernamente, uma importante ferramenta no campo de controle da

    poluio do ar e da segurana patrimonial. O controle adequado da poluio do ar tem incio

    com uma adequada ventilao das operaes e dos processos poluidores da atmosfera, que

    tambm concorrem com os riscos de explosividade, no caso das poeiras. Segue-se a escolha

    adequada de um equipamento para a coleta dos poluentes captados pelo sistema de

    ventilao.

    A ventilao tem sido utilizada tradicionalmente no campo da higiene do trabalho, no s para

    evitar a disperso de contaminantes no ambiente industrial, como tambm para promover a

    diluio das concentraes de poluentes e para a manuteno e promoo do conforto

    trmico. Em qualquer dos campos de utilizao, a importncia da ventilao industrial de

    grande amplitude, e seus conceitos bsicos devem ser bem conhecidos e sedimentados para

    possibilitar sua adequada utilizao.

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    9.1. VGL, VENTILAO GERAL DILUIDORA.

    A ventilao geral diluidora o mtodo de insuflar ou exaurir ar em um ambiente ocupacional,

    a fim de promover uma reduo na concentrao de poluentes nocivos. Essa reduo ocorre

    uma vez que, ao introduzirmos ar limpo, e no poludo, em um ambiente contendo certa massa

    de um determinado poluente, faremos com que essa massa seja dispersa ou diluda em um

    volume maior de ar, reduzindo, portanto, a concentrao desses poluentes. A primeira

    observao a ser feita a de que esse mtodo de ventilao no impede a emisso dos

    poluentes para o ambiente de trabalho, mas simplesmente os dilui a valores adequados.

    Existem empresas que, na busca de uma soluo de menor custo, executam sistemas de injeo

    de ar nos locais poeirentos. Porm, esta medida no efetiva no aspecto segurana, uma vez

    que locais de difcil acesso no so ventiladas e ali poder ocorrer um evento danoso. Ainda,

    por serem sistemas a baixas velocidades, em funo de reas grandes para a passagem do ar,

    acabam no arrastando as poeiras que sedimentam em locais diversos e que, se acionadas,

    podem evoluir para as indesejveis exploses.

    9.2. VLE, VENTILAO LOCAL EXAUSTORA.

    As medidas de ventilao local exautora nos processos de gerao de p, alm de usarem

    menores vazes, evitam que o p se disperse no ambiente, formando depsitos indesejveis

    sobre estruturas, tubulaes e muitos outros locais de difcil acesso, porm, com enorme

    potencial de incndio e exploses.

    Desta forma, medidas devem ser observadas no sentido de se adequar um eficiente sistema

    exaustor para os locais onde haja formao de p. Estas medidas, quando tomadas na fase

    projeto, so as que melhor satisfazem, alm de minimizar o custo de implantao, pois evitam

    arranjos improvisados e pouco eficientes. Entretanto, em uma planta existente, um bom

    projetista poder, com bom senso, conciliar sistemas seguros.

    9.3. CUIDADOS NO PROJETO

    importante a observao de medidas de orientao na anlise das situaes para a

    implementao das medidas de proteo coletivas nas instalaes com poeiras explosivas.

    9.3.1. ESTADO FSICO DO POLUENTE

    Para a coleta de gases e vapores, os equipamentos de controle mais usualmente utilizados so

    as torres de absoro, os leitos de adsoro, os condensadores e os incineradores. A coleta de

    material particulado, slido ou lquido, , em geral, feita com coletores inerciais, coletores

    centrfugos, filtros de mangas e lavadores.

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    9.3.1.1. GRAU DE LIMPEZA DESEJADO

    A eficincia de coleta a ser atendida pelo elemento de separao do ar carreador definido

    pelos rgos controladores dos estados e da unio, e devem ser observados quando da

    definio do equipamento pois, se as emisses areas estiverem acima do limites, podero

    ocorrer interdies em face do aumento das emisses interferindo na qualidade do ar.

    A eficincia dos equipamentos de controle depende de vrias propriedades do poluente e do

    gs carreador. A escolha deve ser feita em funo do que requerido em termos de eficincia

    final do sistema abaixo elencados.

    9.3.1.2. COMPOSIO QUMICA

    S merece considerao quando afeta as propriedades fsicas e qumicas do gs carreador. As

    propriedades qumicas so importantes quando h a possibilidade de ocorrerem reaes

    qumicas entre o gs carreador, o contaminante e o coletor.

    9.3.1.3. TEMPERATURA

    As principais influncias da temperatura so sobre o volume do gs carreador e sobre os

    materiais de construo do coletor. O volume tem consequncias sobre o tamanho do coletor

    que, dessa forma, provocar alteraes no custo do equipamento. A temperatura tambm

    afetar a viscosidade e a umidade da poeira.

    9.3.1.4. VISCOSIDADE

    As principais influncias da viscosidade se relacionam com o aumento da potncia requerida

    para ignio e com a alterao que provocar na eficincia em coletar o material particulado,

    empastando o equipamento e tornando difcil sua manuteno.

    9.3.1.5. UMIDADE

    A alta umidade contribui para o empastamento das partculas sobre o coletor, principalmente

    nos coletores inerciais, centrfugos e filtros, provocando seu entupimento. Pode, ainda, agravar

    os problemas de corroso, alm de ter grande influncia sobre a resistividade eltrica das

    partculas e, portanto, em sua precipitao eletrosttica. Em adsorso, pode agir como fator

    limitante da capacidade do leito, se este absorver vapor de gua.

    9.3.1.6. COMBUSTIVIDADE

    Quando um gs carreador inflamvel ou explosivo, algumas precaues especiais devem ser

    tomadas. A principal assegurar que se esteja acima do limite superior de explosividade ou

    abaixo do limite inferior de explosividade da mistura. Nesses casos, lavadores so preferidos para

    a captura e separao dos poluentes, e precipitadores eletrostticos raramente so usados.

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    Importante, tambm, existir a possibilidade de se eliminar os poluentes por incinerao, sendo,

    portanto, mais um fator a considerar a fim de serem evitados os riscos de exploso.

    9.3.1.7. REATIVIDADE QUMICA

    A reatividade qumica importante em alguns casos, como, por exemplo, quando se filtra um

    gs contendo compostos de flor com filtros de l de vidro, o que danifica os mesmos. Em geral,

    deve se evitar que haja reao entre o gs e o coletor, de forma a no danific-lo.

    A reatividade qumica se constitui em um fator que pode ser utilizado na coleta do

    contaminante, por exemplo, na absoro qumica. Contudo, pode criar problemas quando o

    contaminante reage com o material de construo do coletor, danificando o mesmo.

    9.3.1.8. CARGA

    A carga eltrica, ou a concentrao do poluente no gs carreador, afetam diferentemente os

    diversos tipos de coletor. Assim que a eficincia de coleta de ciclones aumenta com a carga,

    mas cresce tambm a possibilidade de entupimento daqueles. Alguns equipamentos exigem

    at mesmo a presena de pr-separadores, para evitar a sobrecarga na operao.

    9.3.1.9. HIGROSCOPICIDADE

    importante por influir na possibilidade de entupimento (principalmente em coletores inerciais,

    centrfugos e filtros) por formao de pasta devido absoro de umidade pelas partculas.

    9.4. CAPTADORES

    Um bom captador aquele que consegue aspirar o mximo de substncias com a menor vazo

    de ar. Isto depende do porte do equipamento, da potncia absorvida e do tamanho dos dutos

    de transporte, sendo, entretanto, indispensvel que capture o mximo de substncias

    indesejveis. Deve tambm ser projetado para no prejudicar a operao, manuteno e

    visibilidade do operador, observando-se, porm, que as concentraes fiquem fora dos limites

    de explosividade.

    Os captores podem ser:

    9.4.1. Enclausurantes: este tipo possui todos os lados fechados, inclusive o teto, tendo apenas a

    sada dos poluentes por duto. O ambiente vedado por uma cabine ampla.

    9.4.2. Cabinas fechadas: semelhantes aos enclausurantes, porm, nestas o operrio trabalha

    confinado dentro da cabina. o caso de cabines de jatos de areia e granalha de ao, onde o

    trabalhador fica confinado dentro delas.

    9.4.3. Captores locais: situados em locais onde as emisses sejam fortes. Podem ser envolventes

    (rebolos) ou externos, onde a captao por frestas.

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    A vazo do ar exaurida pelo captor deve ser capaz de arrastar todos os poluentes gerados pela

    fonte, mas no to elevada a ponto de arrastar a matria prima do processo.

    9.5. REDE DE DUTOS:

    A tubulao condutora de ar, dos pontos ao sistema de separao, deve ser bem

    dimensionada, para que no haja depsitos de material ao longo da mesma, nem formao de

    eletricidade esttica. Deve ser provida de janelas de segurana e portas de inspeo. As

    velocidades de controle devem ser bem definidas para no se usar potncia em demasia, mas

    tambm no poder ser to baixas que impliquem na ocupao de grandes reas. Devem ser

    resistentes aos esforos mecnicos das presses envolvidas, s dilataes, ao aterramento, etc.

    9.6. EQUIPAMENTOS DE SEPARAO:

    No item 9.3.1. (estado fsico do poluente), chamamos a ateno para os elementos do projeto

    relativos ao comportamento de materiais que so capturados em um sistema de ventilao

    local exaustora. As mesmas recomendaes so vlidas para o projeto dos separadores ou

    coletores dos poluentes: deve ser compatvel e seguro quanto ao produto em questo, estar

    localizado fora do ambiente fabril e ser seguro contra exploses e incndios.

    Os poluentes exauridos do ambiente de trabalho necessitam, algumas vezes, ser coletados, para

    evitar sua emisso na atmosfera, criando problemas como a poluio area.

    A coleta do poluente pode ser feita por uma srie de equipamentos projetados especificamente

    para este fim. A escolha do equipamento de controle que melhor atenda ao processo

    depender das propriedades do poluente (ver item 9.3.1), e tradicionalmente definido pelo

    bom senso do projetista, que verificar se tal equipamento se adequa no s a realidade

    econmico-financeira da empresa, mas tambm se compatvel com o momento em que o

    pas vive, sem esquecer das emisses, que so controladas por rgos ambientais.

    9.6.1. Via seca.:

    Os equipamentos via seca visam capturar o resduo em sua forma original para posterior

    aproveitamento. Na indstria de raes e transformao de gros, h interesse em captur-los

    na forma seca, devido ao custo da matria prima envolvida, com equipamentos mais simples

    como as cmaras inerciais, os ciclones separadores, etc. Em casos mais sofisticados, onde o

    benefcio justifique, pode se usar equipamentos mais nobres, como os precipitadores

    eletrostticos, os filtros de mangas com limpeza a jato pulsante, etc.

    A literatura tcnica, bem como os fabricantes destes equipamentos, tm recomendaes e

    experincia para defini-los quanto eficincia de coleta, suas caractersticas fsico-qumicas e

    outros itens de interesse da planta.

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    9.6.2. Via mista:

    Materiais de fina granulometria e de baixa densidade apresentam dificuldade de separao nos

    equipamentos tradicionais, deixando passar atmosfera externa grandes quantidades de

    particulados finos, causando indesejveis emisses. Nestes casos, nossa recomendao abater

    o mximo via seca, que ser recuperado para o processo. O resduo final tratado via mida

    para atender aos padres de emisso dos rgos ambientais.

    9.6.3. Via mida:

    Materiais finamente pulverizados ou gasosos, que no apresentem interesse comercial de

    aproveitamento, devem ser, sempre que possvel, em funo de suas caractersticas fsico-

    qumicas, tratados com lavagem. Para tal, a literatura clssica possui uma vasta gama destes

    equipamentos, que so os de menor custo inicial e operacional.

    10. OBSERVNCIA DAS EMISSES EXTERNAS.

    A preocupao final atender aos padres fixados pelas autoridades competentes,

    descartando, no mnimo, o valor teto atmosfera externa ao processo, e se evitando, deste

    modo, as demandas judiciais que hoje inundam os tribunais. Estas simplesmente deixaro de

    existir porque no haver fundamento legal para embasar o pedido.

    Conforme legislao federal, estadual e municipal e orientaes do Ministrio do Trabalho, os

    ambientes internos tm que ser salubres, e os externos, preservados contra emisses indesejveis.

    No ambiente interno, onde esto os trabalhadores expostos, devem ser observadas as Normas

    Regulamentadoras, especificamente a NR 15, que define os limites mximos aos quais podem

    estar expostos os trabalhadores do posto de trabalho.

    10.1. Destinao dos resduos.

    Este item de vital importncia e deve ser analisado levando-se em considerao o

    risco/benefcio (uma exploso ou incndio, em troca do aproveitamento de um pouco de

    material), pois o reaproveitamento implicar em sistemas secos, equipamentos estes mais

    suscetveis de riscos de incndio e exploso, os quais, portanto, devero prever sistemas de

    extino de incndios e sensores de exploso.

    Por outro lado, algumas plantas vendem estes resduos para os agricultores vizinhos, que fazem

    compostagem orgnica, reduzindo a quantidade de insumos necessrios para o

    desenvolvimento de suas lavouras.

    Outra destinao que est se desenvolvendo em plantas as quais disponham de tratamento de

    efluentes lquidos consiste em usar este material orgnico, rico em seus biodigestores, para a

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    gerao de gs combustvel, limpo e impoluvel, que queimado nas caldeiras de gerao de

    vapor.

    Atualmente, o melhor aproveitamento para os resduos slidos gerados nas unidades de

    armazenamento e processamento de gros a utilizao da biomassa como fonte energtica.

    Isto, alm de reduzir os resduos, os transforma em fonte alternativa de energia e ainda gera

    recursos advindos de programas de reduo do efeito estufa.

    11. PROCESSO DA MANUTENO DOS EQUIPAMENTOS.

    Os trabalhos de manuteno devero sempre obedecer ao sistema preventivo. Nas paradas

    que so efetuados os trabalhos de trocas de componentes sujeitos a desgaste ou de vida til

    definida. Nestes trabalhos, sempre providencial o uso de equipes, onde os locais devem, antes,

    ser evacuados de seus resduos. Deve se ventilar os locais atravs de equipamentos portteis e

    molhar bem o local onde se fizer necessrio efetuar trabalhos com abraso ou soldas diversas.

    Lembrar sempre que os maiores acidentes em plantas de cereais ocorreram nos perodos de

    trabalhos de manuteno, e tambm que as poeiras molhadas no so passveis de incndio e

    exploso.

    12. ESPAOS CONFINADOS NR 33.

    12.1. Definies.

    Neste item, focaremos nossa ateno a alguns locais das agroindstrias e dos portos de

    movimentao de gros diversos, onde existem locais subterrneos para movimentao dos

    gros. Nestes locais, h elementos transportadores, transferncias de gros, elevadores de

    canecas e descarga de moegas. So locais para um grande nmero de instalaes desse

    gnero, projetadas para ocupao humana.

    Estes locais necessitam ser acessados muitas

    vezes ao dia, para verificao de fluxo do

    material, abertura ou fechamento manual das

    comportas de descarga dos silos, verificaes

    constantes, para rotinas muito breves, que, s

    vezes, levam apenas alguns minutos, etc.

    Desta feita, analisando a NR 33 e a NBR 14787,

    que definem o Espao Confinado como

    qualquer rea ou ambiente no projetado

    para ocupao humana contnua, que possua meios limitados de entrada e sada, cuja

    ventilao existente insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a

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    deficincia ou enriquecimento de oxignio.

    Nesta imagem, v-se um tnel de movimentao de gros em uma agroindstria, com uma

    esteira transportadora a granel, recebendo o material de bicas de descarga. Observe-se a

    gaveta de abertura da moega: este elemento pode ser de acionamento manual ou

    pneumtico, com controle remoto ou com comando manual.

    Esta gaveta movimentada pelo operador que acessa o tnel, em um tempo mximo de cinco

    minutos. Seria uma incoerncia considerar este local como um Espao Confinado, pois ele tem

    espao amplo de movimentao, iluminao, sistemas de exausto de particulados e sistema

    de ventilao geral. Portanto, o ingresso do operrio no deve ser considerado como em um

    Espao Confinado, para o qual necessrio, alm da permisso de entrada, todo um conjunto

    de equipamentos de salvamento e proteo dos trabalhadores.

    Temos, ainda, na definio dos EC, os meios de acesso, que so amplos e formados por escadas

    de acesso tambm amplas. A ventilao existente deve ser adequada, em trocas por hora,

    conforme normas vigentes e seguras, para que a renovao atenda s necessidades humanas

    e, ainda, elimine gases txicos formados por decomposio bacteriana.

    O elemento combustvel (o p gerado na movimentao dos gros de cereal), na forma de

    poeiras finamente pulverizadas, que normalmente evolui nas descargas do silo e nas

    transferncias, se no capturado, passa para o ambiente, enriquecendo a mistura em

    suspenso, e, nesse caso, o risco eminente. Porm, se houver um sistema de controle

    adequado, conforme item 9.2. VLE (ventilao local exaustora) deste trabalho, onde os

    particulados gerados sejam continuamente retirados do local e conduzidos a filtros externos ao

    processo, o ambiente no possuir o combustvel e o risco de incndio e exploso estar

    descartado.

    12.2. reas Classificadas.

    12.2.1. Definio.

    rea classificada uma rea (espao tridimensional) na qual uma atmosfera potencialmente

    explosiva estar presente ou na qual provvel sua ocorrncia, a ponto de exigir precaues

    especiais para a construo instalao e utilizao de equipamentos eltricos.

    No caso deste item, os riscos presentes, quando bem equacionados e eliminados, por sistemas

    adequados de controle ambiental, estaremos eliminando os riscos presentes e quando isto

    ocorrer de forma segura e continua, estaremos eliminando os mesmos e conseqente,mente

    mudando a gradao do risco presente, podendo usar equipamentos adequados a classe.

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    No item 16.4, apresentamos alguns aspectos desta rea ainda pouco conhecida dos projetistas

    e de grande responsabilidade na segurana patrimonial.

    12.3. Identificao dos riscos.

    o processo pelo qual os riscos aos quais os trabalhadores possam estar expostos num espao

    confinado ou rea classificada, so identificados e avaliados.

    Avaliao de um espao confinado inclui o levantamento quantitativo das concentraes das

    substncias prejudiciais ao homem, concentrao do percentual de oxignio, bem como a

    especificao dos testes que devem ser realizados e os critrios que devem ser utilizados.

    Dois elementos comuns nestes espaos merecem ateno especial, em funo de seu risco

    invisvel, aos quais nos deteremos adiante, que so os SH2. (sulfeto de hidrognio)e o Co

    (monxido de carbono), Ambas fatalmente perigosos e letais.

    12.3.1. Gradao dos riscos.

    12.3.1.1. Nvel 1 IPVS (atmosfera iminentemente perigosa a sade ou a vida

    o espao confinado ou area classificada que possui uma condio IPVS, isso inclui, mas no

    est limitado a: deficincia de oxignio, atmosfera inflamvel ou explosiva e/ou concentrao

    de substncias txicas ou mortais para o trabalhador. Sendo exigido emisso de PT especfica

    para a entrada de pessoas e execuo de trabalhos no seu interior.

    12.3.1.2. Nivel 2 no IPVS

    o espao confinado que em funo da natureza dos trabalhos, configurao e atmosfera

    interna tem potencialidade para provocar leso ou qualquer tipo de enfermidade no

    trabalhador se no forem adotadas medidas de controle adequadas. No apresenta qualquer

    condio IPVS. Sendo exigido emisso de PT especfica par a liberao de entrada de pessoas

    e execuo de trabalhos em seu interior.

    12.3.1.3. Nivel 3 eliminados todos rsicos

    um espao confinado em que o perigo potencial no requer nenhuma alterao especfica

    no procedimento normal de trabalho. A entrada de pessoas e execuo de trabalhos em seu

    interior pode ser liberada atravs de emisso de PT, no requer medidas especficas com

    relao a restrio do nmero de pessoas no seu interior, nem tampouco obriga os

    trabalhadores realizao de exame mdico antes da entrada.

    12.4. Sulfeto de hidrognio.

    Outro problema comum nas plantas com EC ou de acesso restrito a formao do sulfeto de

    hidrognio, uma das atmosferas txicas mais perigosas aos trabalhadores, geradas nos processos

    ou provenientes de degradao bacteriana oriunda de animais mortos em decomposio, que

    fazem surgir os sulfetos de hidrognio. comum nas plantas em face da abundncia de

    alimentos, dos quais se servem, e acabam as infestando, sendo necessria sua eliminao em

    face dos diversos problemas que podem gerar para a unidade.

    Em curtumes, nas ETE, os tanques de homogeneizao se tornam espaos confinados, uma vez

    que geram estes gases, os quais so mais pesados do que o ar, e, assim, ficam no fundo dos

    tanques. Caso, inadvertidamente, se adentre nestes espaos, em face da elevada

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    concentrao e de no haver odor caracterstico de ovo podre, como ocorre em baixas

    concentraes, a parada respiratria imediata, caso em que os socorristas somente podero

    acessar o local com respirador artificial, seno, haver outras mortes.

    Na agroindstria, temos duas circunstncias atenuadoras. A primeira a VGD, ou seja, a

    renovao de ar constante, nos locais abaixo do nvel de movimentao, onde so comuns os

    ps de elevadores de canecas. Caso haja, ali, a formao do gs, este no ser renovado,

    devido sua densidade ser maior do que o ar. Neste local, quando em trabalhos de

    manuteno, a atmosfera dever ser monitorada antes do acesso. Em nossos sistemas, dotamos

    os elevadores de canecas, cuja exausto feita no corpo e cria uma presso negativa.

    Previmos uma entrada de ar no fundo deste elevador, retirando continuamente quaisquer gases

    ali formados, na medida em que so gerados.

    12.5. Caractersticas do sulfeto de hidrognio.

    Abaixo, informamos as caractersticas deste gs, que o resultado da decomposio

    bacteriana e que se faz presente em ambientes. Por ser mais pesado do que o ar e, em

    algumas concentraes, inodoro, costuma ser fatal quando inalado sem precauo.

    12.5.1. Exposio contnua a baixas concentraes

    Concentraes de (50 - 100 ppm) geralmente causam irritao das membranas mucosa e

    conjuntiva dos olhos e fadiga; tem odor de ovo podre.

    12.5.2. Concentraes medianas.

    Nas concentraes entre (200 - 300 ppm) podem causar dificuldades respiratrias, levando ao

    desmaio ou coma; tem odor adocicado agradvel.

    12.5.3. Concentraes perigosas.

    Nas concentraes entre (500 a 700 ppm) causam inconscincia e, caso perdure por mais de

    30, pode levar a bito; no detectado pelo olfato, pois inodoro.

    12.5.4. Concentraes Fatais.

    Concentraes acima de (700 ppm) causam morte sbita em face de parada respiratria; no

    detectado pelo olfato, pois inodoro.

    Observamos que este gs apenas um dos mais perigosamente fatais. Porm, muitos outros

    podem intervir na ocupao dos EC. Sugerimos a leitura de nosso trabalho, publicado no site

    da ANEST (Associao Nacional dos Engenheiros de Segurana do Trabalho) e intitulado MEIO

    AMBIENTE DO TRABALHO, CONCEITUAO E PREVENO DE RISCOS.

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    12.6. Monxido de carbono.

    To critico como o sulfeto de hidrognio nos espaos confinados ou de acesso restrito, temos o

    monxido de carbono, que sendo inodoro no percebido no acesso e que tambm pode ser

    rapidamente fatal, e ao qual dedicamos este espao para a conscientizao do leitor.

    Este produto quando em local fechado, sem ventilao, no qual o oxignio exaurido, um

    produto perigoso e em altas concentraes, fatal, nos espaos confinados como o sulfeto de

    hidrognio pode ser formado pelo processo de respirao de animais presentes o aps

    incndios e devem ser bem caracterizados em face de suas conseqncias para o ser humano.

    12.6.1. Exposio contnua a baixas concentraes

    12.6.1.1. Limite de tolerncia (LT) = 39 ppm

    12.6.1.2. Exposio a baixas concentraes.

    Concentraes de (>200 ppm) geralmente causam dor de cabea e mal estar.

    12.6.1.3. Exposio a concentraes medianas.

    Concentraes de (1000 a 2000 ppm) geralmente causam palpitao, taquicardia.

    12.6.1.4. Exposio a concentraes perigosas.

    Concentraes entre ( 2000 a 2500 ppm) :geralmente causam inconscincia

    12.6.1.5. Exposio a concentraes fatais..

    Concentraes acima de (4000 ppm) :geralmente levam a morte

    12.7. Ventilao dos EC.

    Nos Espaos Confinados, durante o trabalho em seu interior, a ventilao de vital importncia

    e deve ser introduzida no escopo das permisses de acesso. Nos locais acima descritos, a

    ventilao deve ser contnua para evitar a formao de gases perigosos e para o conforto

    metablico, mantendo os padres normais de qualidade do ar.

    O sistema de ventilao imprescindvel, como agente de diluio e renovao do ar ou de

    exausto localizada, capturando as poeiras na sua gerao. Como estes locais so de grandes

    dimenses e de construo reforada, que pode suportar altas presses, em caso de acidentes

    com fogo, a destruio torna-se crtica.

    O dimensionamento destas medidas deve ser objeto de estudo pormenorizado em funo dos

    elementos presentes ou gerados nos procedimentos. Para tal, devem ser consultadas as normas

    da ACGIH, ASRAE e outras normas em vigor.

    No item 9 deste trabalho, descrevemos de maneira bastante ampla os processos de aveltilao

    em ambientes sujeitos a poeiras explosivas.

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    12.7.1. VGE Ventilao geral exaustora.

    O tnel serve como conduto de ar, com o exaustor de um lado e a entrada do ar do lado

    oposto. Desta forma, em funo da capacidade de ar exaurido pelo exaustor, criada uma

    renovao constante do ar interior dos tneis, onde so eliminados os componentes de risco

    respiratrio presena humana.

    No item 9 deste trabalho, descrevemos de maneira bastante ampla os processos de aveltilao

    em ambientes sujeitos a poeiras explosivas.

    12.7.2. VLE Ventilao local exaustora.

    A ventilao local exaustora se faz necessria simultaneamente geral ventiladora, pois, com

    esta, poderemos capturar na fonte e com pouca vazo os particulados, medida que se

    geram nos pontos de transferncia e descarga do material. Assim, os particulados so

    transferidos para fora do local atravs de rede de dutos, interligando todas as tomadas e

    terminando no filtro de mangas, onde separado do ar carreador e descartado na atmosfera,

    isento das partculas e com ndices de emisso conforme estabelece a legislao em vigor, para

    no comprometer as reas lindeiras e a qualidade do ar.

    13. PROCESSOS DE MANUTENO.

    Todas as plantas que processam com poeiras explosivas, devem em seus procedimentos de

    manuteno adotarem os preventivos nunca os corretivos, em primeiro lugar para evitar

    paradas desnecessrias que implicam em perdas da produo e em segundo lugar nas

    programadas so substitudas todas as peas e equipamentos cuja vida til recomendada pelo

    seus fabricantes esteja expirada.

    Inspeo: verificar, em plano especfico, o estado geral dos equipamentos, com cronogramas

    previamente definidos, substituindo peas sujeitas a desgaste antes do trmino de sua vida til.

    Desta forma, em paradas programadas, este trabalho antecede problemas que possam ocorrer,

    comprometendo o equipamento e gerando riscos desnecessrios.

    Lembramos que grande parte dos eventos envolvendo poeiras ocorreu em perodos de

    manuteno, conforme pode ser verificado nas tabelas anexas, no incio deste trabalho,

    quando eram utilizadas ferramentas de corte, desbaste ou soldagem eltrica, confirmando a

    necessidade de se optar pela preventiva.

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    14. INCNDIOS

    Pequenos focos eventuais de fogo, iniciando em locais de atrito eventual, esteiras, redlers, etc.,

    quando em locais de muita poeira, no devem ser extintos com gua ou extintores

    convencionais, nem abafados. Sempre usar gases inertes, pois a movimentao, em atmosfera

    normal, pode causar turbulncia, levantar nuvem e iniciar exploses.

    Pequenos incndios, como vimos, podem gerar grandes exploses. Portanto, a verificao

    constante das instalaes, os atritos de partes mveis e principalmente a ausncia de poeiras

    em suspenso so medidas que podem evitar tragdias, e todos que operam com estes

    elementos devem estar avisados e sempre alertas enquanto nas instalaes.

    15. MTODOS DE PROTEO AO TRABALHADOR

    Os trabalhadores, em funo de suas atividades, devero estar protegidos por EPI, em

    conformidade com as NR.

    Os Equipamentos de Proteo Individual devero ser especificados em funo da atividade, por

    profissionais conhecedores de suas caractersticas e normas regulamentadoras.

    Em instalaes que possuam os sistemas de exausto localizada, como nas descargas de

    caminhes, os EPI respiratrios so dispensados.

    Em situaes de descidas a ambientes confinados, os cuidados devem sempre ser repetidos:

    no descer sem expurgo, descer sempre com acompanhante e com EPI autnomo e dispor de

    equipamento de iamento.

    IDENTIFICAO DOS RISCOS NFPA

    NVEIS DE RISCOS

    Os sistemas de informao de riscos estabelecem quatro classes ou nveis de materiais perigosos:

    15.1. MATERIAIS EXTREMAMENTE PERIGOSOS.

    So os que podem causar a morte ou leses permanentes como consequncia de uma breve

    exposio a eles. So os lquidos volteis inflamveis, gases inflamveis ou materiais detonveis.

    Por sua vez, se classificam em:

    15.1.1. Explosivos e materiais explosivos instveis.

    15.1.2. Materiais com altos nveis de radioatividade.

    15.1.3. Gases muito inflamveis e materiais que emitem vapores extremamente inflamveis.

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    15.1.4 Materiais extremamente txicos, to venenosos que no devem, em nenhum momento,

    entrar em contato com o corpo, por exemplo, o cianureto de hidrognio.

    15.1.5. Materiais extremamente corrosivos para os tecidos vivos, como o bromo, que pode

    causar leses instantaneamente, e o cido hidrofluordrico, que pode penetrar na pele e causar

    queimaduras de recuperao muito lenta nos tecidos mais profundos. Tambm se incluem nesta

    classificao os materiais que podem causar graves leses nos olhos.

    15.1.6. Todos os materiais cujos produtos de combusto ou de decomposio coincidam com as

    descries anteriores.

    15.2. MATERIAIS PERIGOSOS

    Aqueles que, por seus efeitos nocivos, podem causar leses por exposio ou contato,

    retardando o tempo de cura:

    15.2.1. Lquidos e slidos inflamveis.

    15.2.2. Materiais muito txicos que podem causar leses e enfermidades, mas no causam a

    morte, se houver uma exposio moderada a eles.

    15.2.3. Materiais que podem causar a destruio de tecidos, especialmente dos olhos, se no

    eliminados do corpo em prazo muito breve.

    15.2.4. Materiais moderadamente radioativos.

    Os materiais perigosos deste grupo, em casos extremos, podem causar alguma leso

    permanente, contudo, no incapacitante.

    15.3. MATERIAIS MENOS PERIGOSOS

    Podem causar uma leso ou incapacitao temporria, que presumivelmente podem se

    transformar em leses permanentes. So moderadamente combustveis ou auto-reativos e

    incluem:

    15.3.1. Gases lacrimogneos.

    15.3.2. Irritantes fortes.

    15.3.3. Materiais no extremamente txicos.

    15.3.4. Materiais combustveis que necessitam pr-aquecimento para entrar em ignio.

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    15.4. MATERIAIS DE EFEITOS NOCIVOS

    Podem causar uma irritao ou incmodo temporrio, que desaparece ao cessar a exposio;

    so ligeiramente combustveis.

    Observe-se que os materiais classificados como perigosos so os que podem provocar uma

    situao de emergncia; os materiais classificados como menos perigosos tm menos

    probabilidade de provocar uma situao de emergncia, porm, poderiam complicar

    seriamente uma situao de emergncia. Claramente, um lquido combustvel pode no se

    incendiar e, portanto, no causar uma situao de perigo; porm, em presena de um fogo

    originado por outra causa, pode entrar em ignio e aumentar a gravidade da situao

    existente. Nas prticas atuais de etiquetao dos produtos de consumo, os materiais que podem

    causar uma situao de emergncia levam a palavra PERIGO. Os materiais que podem agravar

    uma situao de emergncia geralmente levam as palavras PRECAUO ou ATENO. Nota-se,

    em troca, que os lquidos inflamveis cujos pontos de inflamabilidade se encontram entre 10 e

    30 C levam o sinal de PRECAUO.

    Os sistemas de informao de riscos constituem um compromisso entre as exigncias em conflito:

    a necessidade de uma informao imediata e os detalhes adequados da dita informao. Um

    smbolo de risco, com a caveira e as tbias que se emprega nos venenos, pode ser

    compreendido simples vista; de interpretao imediata. Porm, no explica o grau de

    ameaa do material perigoso, nem se atua por penetrao no corpo pela pele, atravs dos

    pulmes ou por meio do sistema digestivo. Faltam detalhes. Uma folha de dados de risco anexa

    pode proporcionar informao adequada e detalhada; porm, sua leitura requer tempo e boa

    iluminao e deve ser feita antes do acesso.

    16. RECOMENDAES.

    Segundo nossas concluses e vivncia em relao a estes fenmenos, colocamos aqui nossas

    recomendaes para que sejam evitados futuros acidentes com poeiras explosivas. So

    recomendaes genricas, que devem ser observadas quando no existirem.

    16.1. MQUINAS E EQUIPAMENTO

    16.1.1. Enclausuramento eltrico (cabos/ interruptores/ iluminao/ motores/ ferramentas/ ap.

    eltricos).

    16.1.2. Monitor de velocidade em elevadores e correias.

    16.1.3. Sensores de movimento em redler e gruas.

    16.1.4. Sensores de temperatura.

    16.1.4. Sensores de alinhamento/temperatura de rolamento.

    16.1.5. Detectores de embuchamento/ fumaa e gases.

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    16.1.6 Ampermetros com alarme de sobrecarga.

    16.1.7. Proibio de fumar.

    16.1.7. Manuteno preventiva dos rolamentos/ mquinas/ correias/ etc.

    16.1.8. Instalao eltrica classe II diviso I.

    16.1.9. Correias transportadoras resistentes a fogo e antiesttica.

    16.1.10. Inibio de combusto espontnea.

    16.1.11. Pressurizao de painis/ cabine de fora.

    16.2. PROJETOS E SISTEMAS.

    16.2.1. Projetos adequados edificaes, para-raios, inst. eltricas.

    16.2.2. Instalao de sistemas captores / exaustores tneis, galerias, pontos de carga e

    descarga, elevadores e tubulaes.

    16.2.3. Manuteno preventiva transportadores, instalaes eltricas.

    16.2.4. Instalao de detectores de metais elevador caneca, moinhos.

    16.2.5. Elaborao de normas de segurana acesso, operao, manuteno, tipos de

    instalaes eltricas.

    16.3. MEDIDAS GERAIS.

    16.3.1. Limpeza dos ambientes, remoo do p sobre equipamentos.

    16.3.2. Aterramento eltrico dos componentes eletromecnicos e pontos geradores de cargas

    eletrostticas.

    16.3.3. Treinamento pessoal.

    16.3.4. Controle da umidade relativa do ar abaixo de 50% se caracteriza a faixa crtica de

    risco.

    16.3.5. Controle da eletricidade esttica, atravs de sistema de aterramento.

    16.4. CLASSIFICAO DE REAS.

    No que tange classificao, estas reas merecem estudo multidisciplinar quanto definio

    de equipamentos de segurana constantes da NR10. Como estes equipamentos so de difcil

    aquisio e, muitas vezes, nem podem ser adquiridos no Brasil, faz-se necessrio uma avaliao

    isenta da sua real necessidade, isto , averiguar se so realmente necessrios para os locais

    onde se encontram.

    16.4.1. A definio para reas classificadas, segundo conveno.

    A rea Classificada uma rea de espao tridimensional na qual uma atmosfera

    potencialmente explosiva estar presente ou na qual provvel a sua ocorrncia, a ponto de

    exigir precaues especiais para construo, instalao e utilizao de equipamentos

    eltricos.

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    16.4.2. Pronunciamento do Imetro DI 2146 - Atmosferas explosivas assunto "quente"

    O ideal seria evitar qualquer possibilidade de formao de atmosferas explosivas, e, para isto, a

    primeira medida analisar a real necessidade de utilizao de um produto inflamvel e, se

    possvel, substitu-lo por outro que no forme uma atmosfera potencialmente explosiva. Porm,

    se no se puder evitar esta situao, po