explicativo revisÃo auxÍlio-acidente para 50%

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PRESTADOR JURÍDICO ASSES. E CONSULTORIA AGOSTO 2005 http://prestadorjuridico.adv.br Email´s: [email protected] ou [email protected] MSN: [email protected] Fone: (0xx11) 8142-1431

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Page 1: EXPLICATIVO REVISÃO AUXÍLIO-ACIDENTE PARA 50%

PRESTADOR JURÍDICO

ASSES. E CONSULTORIAAGOSTO 2005

http://prestadorjuridico.adv.br

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MATERIAL: REVISÃO AUXÍLIO-ACIDENTE PARA 50%

EXPLICATIVO REVISÃO AUXÍLIO-ACIDENTE PARA 50%

1. Evolução legislativa

Era esta a norma inserta no artigo 6º, §1º da Lei de Acidentes do Trabalho (Lei n. 6.367 de 21.10.76):

Art. 6º (...)

§1º O auxílio-acidente, mensal, vitalício e independente de qualquer remuneração ou outro benefício não relacionado ao mesmo acidente, será concedido, mantido e reajustado na forma do regime de Previdência Social do INPS e corresponderá a 40% (quarenta por cento) do valor de que trata o inciso II do artigo 5º desta Lei, observado o disposto no §4º do mesmo artigo.

Vigente a Lei n. 8.213/91, assim dispôs na letra de seu artigo 86, §1º:

Art. 86. O auxílio-acidente será concedido ao segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente de trabalho, resultar seqüela que implique:

§1º O auxílio-acidente, mensal e vitalício, corresponderá respectivamente às situações previstas nos incisos I, II e III deste artigo, a 30% (trinta por cento), 40% (quarenta por cento) ou 60% (sessenta por cento) do salário-de-contribuição do segurado vigente no dia do acidente, não podendo ser inferior a esse percentual do seu salário-de-benefício.

A Lei n. 9.032, de 29.4.95, trouxe a seguinte modificação na legislação acidentária:

Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza que impliquem em redução da capacidade funcional.

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§1º O auxílio-acidente mensal e vitalício corresponderá a 50% (cinqüenta por cento) do salário-de-benefício do segurado.

Assim, com a edição da Lei n. 8.213/91 – alterada pela Lei n. 9.032/95 – houve majoração no coeficiente utilizado no cálculo da Renda Mensal dos benefícios acidentários.

Ocorre que a Autarquia Previdenciária – em total afronta aos beneficiários da Previdência Social – não elevou a Renda Mensal dos benefícios em manutenção.

Tal proceder vem causando prejuízo aos segurados projetando-se esta diferença mês a mês nos benefícios acidentários concedidos antes de 29.4.1995.2. Da competência da Justiça Estadual para conciliar e julgar as demandas que versem sobre reajuste de benefício acidentário

Registramos, inicialmente, que embora não haja razão para excluir da

competência da Justiça Federal os litígios decorrentes de benefício acidentário quando intentados em face do INSS, temos que reconhecer que a jurisprudência nesse sentido é tranqüila, estando a matéria pacificada no Supremo Tribunal Federal, conforme muito bem demonstrado na decisão do Min. Moreira Alves no RE n. 205.886-6/SP (DJ 17.4.98) ¹

Portanto, de acordo com o entendimento predominante, o art. 109, I, da Constituição Federal de 1988, expressamente exclui do âmbito da Justiça Federal a competência para conhecer das demandas que versem sobre acidente do trabalho, competindo, portanto, à Justiça Estadual processar e julgar ações desta natureza, não obstante se referentes à majoração do coeficiente de cálculo do benefício.

Assim, a Justiça Estadual é competente para conciliar e julgar as ações de revisão de benefício acidentário.

3. Auxílio-acidente – Majoração do percentual para 50% do salário-de-benefício – Incidência da lei nova mais benéfica

Discute-se, sobre o direito daqueles que eram beneficiários de auxílio-

acidente, desde época anterior ao advento da Lei n. 9.032/95, a verem o percentual elevado para 50% do salário-de-benefício.

No sistema de direito positivo brasileiro a lei nova e mais benéfica – vedada à ofensa ao ato jurídico perfeito – tem efeito imediato e geral, alcançando as relações jurídicas que lhes são anteriores, na, nos seus efeitos já

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realizados, mas sim, nos efeitos que, por força da natureza continuada da própria relação, seguem se produzindo a partir da sua vigência.

Assim, a majoração do coeficiente de cálculo introduzida pela Lei n. 9.032/95 aplica-se aos benefícios concedidos sob a égide da legislação pretérita. In casu não há que falar em retroatividade da lei, mas de sua incidência e aplicação imediata, uma vez que os efeitos financeiros projetam-se tão somente para o futuro.

¹ Competência. Reajuste de benefício oriundo de acidente do trabalho. Justiça comum. Há pouco, ao julgar o RE n. 176.532, o Plenário desta Corte reafirmou o entendimento de ambas as Turmas (assim, no RE n. 169.632, 1ª Turma, e no AgRg n. 154.938, 2ª Turma) no sentido de que a competência para julgar causa relativa a reajuste de benefício oriundo de acidente de trabalho é da Justiça Comum, porquanto, se essa Justiça é competente para julgar as causas de acidente de trabalho por força do disposto na parte final do inciso I do artigo 109 da Constituição, será ela igualmente competente para julgar o pedido reajuste desse benefício que é objeto da causa que não deixa de ser relativa a acidente dessa natureza, até porque o acessório segue a sorte do principal. Dessa orientação divergiu o acórdão recorrido. Recurso extraordinário conhecido e provido.

Nesse sentido confira-se o disposto no artigo 6º da Lei de Introdução ao Código Civil – LICC:

“Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.”

Do exposto, tem-se que independentemente do direito ao benefício, o valor deste, por se tratar de prestação de trato sucessivo, deverá sempre obedecer a Lei vigente à época do efetivo pagamento, razão pela qual não há que se falar em violação ao direito adquirido ou ao ato jurídico perfeito. ²

Vale dizer, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça ³ tem entendimento no sentido de que o dispositivo legal que majora o coeficiente utilizado no cálculo da renda mensal deve ser aplicado a todos os benefícios previdenciários, independentemente da norma vigente quando do seu fato gerador, não havendo que falar em retroatividade da lei, mas em sua incidência imediata.

Ademais, o direito subjetivo do beneficiário é o direito ao benefício no valor irredutível que a lei lhe atribua na data do pagamento e, não, ao valor do tempo da concessão. Não se trata de retroatividade da lei nova mais benéfica, mas de aplicação da lei de forma imediata e igualitária.

Ressaltamos, a título de reforço de argumentação, que em tema de benefício previdenciário a lei nova só tem incidência imediata se for mais benéfica ao segurado. A aplicação imediata da lei nova encontra restrição quando a nova regra for prejudicial ao segurado. Se a legislação dá novo tratamento à relação de direito previdenciário, ampliando os direitos do destinatário da norma, esta a ele aproveitará. Caso contrário não. Não há,

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nessa construção normativa, retroatividade, somente aplicação imediata, mas sempre na pressuposição de vantagem ao segurado.

É da jurisprudência, a propósito:

Constitucional, Previdência Social, Auxílio-acidente. I – Percentual majorado pela Lei n. 9.032/95. Inocorrência de ofensa a dispositivo constitucional. II – RE inadmitido. Agravo não provido. (STF, AI n. 306.092, AgR/SC, Agravo Regimental no Agravo de Instrumento, Relator (a): Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, DJ 16.11.2001, p. 00018, decisão unânime)

² De acordo com o Supremo Tribunal Federal equivocam-se aqueles que defendem que os segurados do Regime Geral de Previdência Social – RGPS têm direito adquirido a certa forma de reajuste, situação bastante comum em relação aos pedidos de manutenção dos benefícios em número de salários mínimos. O STF entendeu nessa hipótese que o segurado não tem direito adquirido ao regime jurídico que foi observado para o cálculo do benefício, o que implica dizer que, mantido o quantum daí resultante, esse regime jurídico pode ser modificado. Portanto, se não há direito adquirido a regime jurídico de um instituto de direito, a lei pode, a qualquer momento, trazer alterações, que alcançarão as situações em curso, como na situação aqui discutida.³ STJ – Embargos de Divergência em Resp n. 238.816-SC – Min. Rel. Gílson Dipp – 3ª Seção – data do julgamento 24.4.2002.Recurso especial. Previdenciário. Revisão de ação acidentária. Competência. Justiça Comum Estadual. Precedentes do STF. Lei mais benéfica. Incidência. Benefícios em manutenção. Possibilidade.

1. Compete à Justiça Estadual processar e julgar ação que tem por objetivo a revisão de benefício previdenciário decorrente de acidente de trabalho (artigo 109, inciso I, da Constituição da República). Precedentes do Supremo Tribunal Federal.

2. No sistema de direito positivo brasileiro, o princípio tempus regit actum se subordina ao do efeito imediato da lei nova, salvo quanto ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e à coisa julgada (Constituição da República, artigo 5º, inciso XXXVI, e LICC, artigo 6º).

3. A lei nova, vedada a ofensa ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e à coisa julgada, tem efeito imediato e geral, alcançando as relações jurídicas que lhes são anteriores, não, nos seus efeitos já realizados, mas, sim, nos efeitos que, por força da natureza continuada da própria relação, seguem se produzindo, a partir da sua vigência.

4. “Léffet immédiat de la loi éter consideré comme la régle ordinaire: la loi nouvelle sápplique, dés sa promulgation, à tous les effets qui résulteront dan l’venir de rapports juridiques nés ou à naítre”. (Lês Conflits de Lois lê Temps, Paul Roubier, Paris, 1929)

5. Indissociável o benefício previdenciário das necessidades vitais básicas da pessoa humana, põe-se na luz da evidência a sua natureza alimentar, a assegurar aos efeitos continuados da relação jurídica a regência da lei nova que lhes recolha a

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produção vinda no tempo de sua eficácia, em se cuidando de norma nova relativa à modificação de percentual dos graus de suficiência do benefício para o atendimento das necessidades básicas do segurado e de sua família.

6. O direito subjetivo do segurado é o direito ao benefício, no valor irredutível que a lei lhe atribua e, não, ao valor do tempo do benefício, como é da natureza alimentar do benefício previdenciário.

7. Recurso especial conhecido e impriovido (STJ, Resp n. 437.583/SC, DJ: 19.12.2002, Min. Hamilton Carvalhido, 6ª Turma)

Apelação Cível – Ação acidentária – INSS – Auxílio-acidente – Reajuste do percentual – Competência – Justiça Estadual a teor do artigo 109, I, da CF/88 – Majoração do percentual para 50% sobre o salário-de-benefício a partir da edição da Lei n. 9.032/95 – Aplicação imediata da legislação mais benéfica ao segurado sem que haja ofensa ao princípio da irretroatividade das leis – Possibilidade – Isenção parcial de custas processuais – Recurso e remessa parcialmente providos.

O art. 109, I, da Constituição Federal/88, expressamente exclui do âmbito da Justiça Federal a competência para conhecer das demandas que versem sobre acidente do trabalho, competindo, portanto, à Justiça Estadual processar e julgar ações desta natureza, não bastante as referentes à majoração de percentual de benefício acidentário, como na situação em tela. A aplicação imediata da lei mais benéfica, editada após o infortúnio originário do benefício acidentário, não fere o princípio da irretroatividade da lei, tendo em vista que não gera efeitos patrimoniais ao segurado, sendo o percentual referente ao auxílio-acidente majorado, apenas, a partir de 28.4.1995, data de entrada em vigor da Lei n. 9.032/95, em razão do caráter social da norma. O órgão ancilar arca, tão somente, com a metade das custas processuais por ele devidas, consoante o art. 33, parágrafo único, do Regulamento de Custas e Emolumentos do Estado. (TJSC – Apelação Cível n. 2003.004593-7, Rel. Dês. Anselmo Cerello. Data da decisão: 8.8.2003)

Assim, a divergência envolvendo a majoração do coeficiente de cálculo considerado no levantamento da renda mensal atual (RMA) dos benefícios acidentários não comporta maiores digressões, uma vez que a Lei 9.032/95 deve incidir imediatamente sobre todos os benefícios, independentemente da lei vigente à época em que foram concedidos.

Isso significa dizer que a partir da entrada em vigor da Lei n. 9.032/95 o auxílio-acidente deve ser majorado para 50% do salário-de-benefício.

4. Considerações finais

Como a ação é um direito público subjetivo, os beneficiários de auxílio-acidente, concedido antes do advento da Lei n. 9.032/95, podem movimentar a máquina judiciária, provocando a prestação jurisdicional para majorar o

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coeficiente de cálculo do benefício acidentário para 50% (cinqüenta por cento|) do salário-de-benefício.

Este aumento de percentual não deve, contudo, retroagir à época anterior à vigência da lei mencionada, em virtude do princípio genérico da irretroatividade das leis.

Além disso, convém esclarecer que a tese aqui levantada não afronta o primado do ato jurídico perfeito. Explica-se: as importâncias de natureza previdenciária não representam “prestações fracionadas” de um quantum a receber, mas sim “prestações sucessivas”, irredutíveis e reajustáveis. Assim há incidência imediata da lei nova mais benéfica sobre cada uma delas, sem que se possa falar em ofensa ao direito adquirido ou ao ato jurídico perfeito, insuscetíveis de serem alterados.

O STF decidiu recentemente a respeito da ação das pensionistas que pediam equiparação a 100%, e de certa forma pacificou o entendimento, sendo favorável a aplicação de lei mais benéfica conforme podemos verificar:

Classe / OrigemRE 420551 / SCRECURSO EXTRAORDINÁRIO

Relator(a)Min. - - MARCO AURÉLIO DJ DATA-31/03/2005 P OOO78

Julgamento28/02/2005 DespachoDECISÃO CONFLITO DE LEIS NO TEMPO - APLICAÇÃO IMEDIATA DA NORMA VERSUS APLICAÇÃO RETROATIVA - RELAÇÃO JURÍDICA DE DÉBITO CONTINUADO - PENSÃO POR MORTE - FONTE DE CUSTEIO - MATÉRIA FÁTICA. 1. A Turma Recursal da Seção Judiciária do Estado de Santa Catarina acolheu pedido formulado no recurso, condenando o Instituto Nacional do Seguro Social a "a) revisar o benefício de pensão por morte da parte autora, elevando a renda mensal para 100% do salário-de-benefício, a partir da vigência da Lei nº 9.032/95 (28/04/1995); b) pagar as diferenças das parcelas vencidas, respeitada a prescrição qüinqüenal, com a devida correção monetária(...)" (folha 57). O Colegiado entendeu que as Leis nºs 8.213/91 e 9.032/95 "devem incidir imediatamente sobre todos os benefícios de pensão, independentemente da lei vigente ao tempo do óbito do segurado" (folha 54), não podendo a autarquia previdenciária evocar as garantias constitucionais do direito adquirido e do ato jurídico perfeito. Quanto à necessidade de fonte de custeio, consignou que o "almejado equilíbrio atuarial não significa relação imediata, direta e específica entre determinado benefício previdenciário e as contribuições que supostamente lhe deveriam servir por suporte financeiro" (folha 54). Assentou que alguns benefícios não dependem de carência, de contribuições, para serem concedidos, sobretudo aqueles relacionados à

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assistência social. Por outro lado, registrou não haver preceito na Constituição Federal a exigir que, na lei que importou na criação, majoração ou extensão de benefício, seja criada ou apontada a fonte de custeio. Asseverou ainda que, diante da complexidade dos sistemas orçamentários, tributários e de financiamento da seguridade social, a demonstração de eventual desequilíbrio não pode ficar a cargo dos segurados, sendo ônus da Administração Pública, representada pelo Instituto Nacional de Seguro Social. Fez ver que a Lei nº 9.032/95, ao tempo em que aumentou a percentagem da pensão por morte, incrementou as receitas previdenciárias, não havendo margem a entender-se pela ofensa ao artigo 195, § 5º, da Carta (folha 45 a 58). No recurso extraordinário de folha 59 a 70, interposto com alegada base na alínea "a" do permissivo constitucional, o Instituto Nacional do Seguro Social articula com a transgressão dos artigos 5º, inciso XXXVI, e 195, § 5º, do Diploma Fundamental. Sustenta, em síntese, que a concessão do benefício previdenciário é ato jurídico perfeito, não podendo ser modificado por lei posterior que tenha alterado o percentual do benefício, no caso, a pensão. Salienta que a elevação, de 50% para 100%, sem a correspondente fonte de custeio, acarretaria o rompimento do equilíbrio atuarial do sistema. A recorrida apresentou as contra-razões de folha 72 a 86, nas quais discorre sobre o acerto da conclusão adotada pela Turma Recursal; a ausência de demonstração de violência aos preceitos evocados e o direito à pensão majorada conforme a Lei nº 9.032/95. O recurso foi admitido por meio do ato de folhas 87 e 88. Às folhas 94 à 98, indeferi o pleito de liminar formulado, decisão que restou referendada pela Turma, consoante se extrai do acórdão de folha 99 a 107. A Procuradoria Geral da República, no parecer de folha 111, preconiza o não-conhecimento do recurso. 2. Cumpre distinguir aplicação retroativa da lei e incidência imediata, considerada relação jurídica de débito permanente projetado no tempo. Então, há de se ter presente que a recorrida é beneficiária de pensão por morte do cônjuge. É certo que, à época do início da satisfação do benefício, da morte do segurado, não estava em vigor a Lei nº 9.032/95, que aumentou a pensão de 50 para 100%. Entrementes, trata-se de relação jurídica que não se exaure, sob o ângulo de direitos e obrigações, em um ato único, desdobrando-se a ponto de atrair, relativamente a parcelas a vencer, a aplicação da lei nova, no que veio, até mesmo, a corrigir quadro pouco consentâneo com a ordem natural das coisas, passando a pensão para 100% do salário de benefício. O tema não é novo e com ele já se defrontou a Primeira Turma em processo no qual funcionei como relator - Recurso Extraordinário nº 420.560-2/SC. Também a Segunda Turma vislumbrou no caso a incidência imediata da lei nova, refutando a vulneração de ato jurídico perfeito e acabado - Agravo de Instrumento nº 401.597-1/RJ, relatora ministra Ellen Gracie. No tocante à fonte de custeio, é de notar que a base de cálculo da pensão - o salário de benefício - pressupõe as contribuições cabíveis. Não fora isso, na decisão prolatada, fica esclarecido que, na lei majoradora da pensão, previram-se receitas previdenciárias. 3. Ante o quadro, nego seguimento a este recurso extraordinário. 4. Publique-se. Brasília, 28 de fevereiro de 2005. Ministro MARCO AURÉLIO Relator  PartesRECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 420.551-3

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PROCED.: SANTA CATARINARELATOR : MIN. MARCO AURÉLIORECTE.(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADV.(A/S): MIGUEL ÂNGELO SEDREZ JUNIORRECDO.(A/S): FLORIPE VENTURELLIADV.(A/S): PAULO CESAR PIVA E OUTRO(A/S)  fim do documento

 Classe / OrigemRE 416744 / SCRECURSO EXTRAORDINÁRIO

Relator(a)Min. MARCO AURÉLIO DJ DATA-16/03/2004 P - 00066

Julgamento27/02/2004 DespachoDECISÃO - LIMINAR JUIZADOS ESPECIAIS - RECURSO EXTRAORDINÁRIO - LIMINAR SUSPENSIVA DE PROCESSOS EM CURSO - LIMITES SUBJETIVOS E OBJETIVOS DA LIDE - INDEFERIMENTO. 1. A Turma Recursal da Seção Judiciária do Estado de Santa Catarina entendeu que todos os benefícios de pensão, independentemente da lei em vigor ao tempo do óbito do segurado, são alcançados pelas alterações introduzidas pelas Leis de nos 8.213/91 e 9.032/95, a partir das respectivas edições. O Instituto Nacional do Seguro Social interpôs recurso extraordinário, evocando esteio da alínea "a" do permissivo constitucional. Aponta violação aos artigos 5º, inciso XXXVI, e 195, § 5º, da Carta Política da República e sustenta que o ato de concessão do benefício previdenciário é ato jurídico perfeito, não podendo ser alterado por lei posterior que tenha alterado percentual do benefício, no caso a pensão. Além disso, prossegue, inviável é a majoração da pensão, de 50% e 100%, sem a correspondente fonte de custeio, sob pena de romper-se o equilíbrio atuarial do sistema. O recorrente requer, tendo em vista a plausibilidade do direito evocado, o receio de dano de difícil reparação e o teor do artigo 14, § 5º, da Lei nº 10.259/2001, "seja concedida medida liminar suspendendo todos os processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida". 2. Para indeferir a pretensão liminar, valho-me de voto que cheguei a proferir em sessão administrativa na qual submetida proposta de emenda regimental que visava a disciplinar o tema. Eis o teor do voto: Processo : 318.715 Assunto : Emenda Regimental - art. 321 RISTF A proposta de emenda regimental visa a dar ao artigo 321, cabeça, do Regimento Interno texto adaptado às normas constitucionais em vigor e a inserir nesse artigo o § 5º com a seguinte redação: Art. 321 - O recurso extraordinário para o Tribunal será interposto no prazo estabelecido na lei processual pertinente, com indicação do dispositivo que o autorize, dentre os casos previstos nos artigos 102, II, a, b, c, e 121, § 3º, da

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Constituição Federal. § 5º Ao recurso extraordinário interposto no âmbito dos Juizados Especiais Federais, instituídos pela Lei nº 10.259, de 12 de julho de 2001, aplicam-se as seguintes regras: I - verificada a plausibilidade do direito invocado e havendo fundado receio da ocorrência de dano de difícil reparação, em especial quando a decisão recorrida contrariar súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, poderá o relator conceder de ofício ou a requerimento do interessado, ad referendum do Plenário, medida liminar para determinar o sobrestamento, na origem, dos processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida, até o pronunciamento desta Corte sobre a matéria; II - o relator, se entender necessário, solicitará informações ao Presidente da Turma Recursal ou ao Coordenador da Turma de Uniformização, que serão prestadas no prazo de 05 (cinco) dias; III - eventuais interessados, ainda que não sejam partes no processo, poderão se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação da decisão concessiva da medida cautelar prevista no inciso I deste § 5º; IV - o relator abrirá vistas dos autos ao Ministério Público Federal, que deverá pronunciar-se no prazo de 05 (cinco) dias; V - recebido o parecer do Ministério Público Federal, o relator lançará relatório, colocando-o à disposição dos demais Ministros, e incluirá o processo em pauta para julgamento, com preferência sobre todos os demais feitos, à exceção dos processos com réus presos, habeas corpus e mandado de segurança; VI - eventuais recursos extraordinários que versem idêntica controvérsia constitucional, recebidos subseqüentemente em quaisquer Turmas Recursais ou de Uniformização, ficarão sobrestados, aguardando-se o pronunciamento do Supremo Tribunal Federal; VII - publicado o acórdão respectivo, em lugar especificadamente destacado no Diário da Justiça da União, os recursos referidos no inciso anterior serão apreciados pelas Turmas Recursais ou de Uniformização, que poderão exercer juízo de retratação ou declará-los prejudicados, se cuidarem de tese não acolhida pelo Supremo Tribunal Federal; VIII - o acórdão que julgar o recurso extraordinário conterá, se for o caso, súmula sobre a questão constitucional controvertida, e dele será enviada cópia ao Superior Tribunal de Justiça e aos Tribunais Regionais Federais, para comunicação a todos os Juizados Especiais federais e às Turmas Recursais e de Uniformização. Quanto à proposta de alteração da cabeça do artigo 321 do Regimento Interno, tem-se simples atualização para que ocorra referência aos dispositivos constitucionais hoje em vigor, ou seja, aos artigos 102, inciso III, alíneas "a", "b" e "c", e 121, § 3º, da Constituição Federal. Surge a problemática referente à inserção do § 5º e incisos ao artigo 321. Por força de norma legal - § 2º do artigo 542 do Código de Processo Civil -, os recursos extraordinário e especial são recebidos apenas no efeito devolutivo. A concessão de eficácia suspensiva corre à conta de situação extravagante, conforme proclamado em inúmeros casos pelo próprio Tribunal. Há a necessidade de o interessado buscar o efeito excepcional - que é o suspensivo -, mediante o ajuizamento, em face do poder de cautela geral do Judiciário, de ação cautelar. Impossível é ter-se regra regimental a alijar o que previsto no Código de Processo Civil, conferindo ao relator a faculdade de, sem provocação da parte, ou mediante requerimento desta, deferir liminar. Acresça-se dado de maior envergadura, considerado o sistema processual vigente até aqui. A proposta efetuada possibilita que a liminar deferida no recurso extraordinário, possuidor de balizas subjetivas próprias, alcance processos

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diversos em curso em qualquer juizado do País. O preceito ganha alcance superlativo, dando ao relator no Supremo Tribunal Federal incumbência que extravasa os limites subjetivos do processo a ele distribuído. Implica a possibilidade de atuar em situação idêntica à prevista quanto ao processo objetivo revelador da ação declaratória de constitucionalidade, no que o artigo 21 da Lei nº 9.868/99 estabelece - talvez mesmo diante da circunstância de tratar-se de processo objetivo - a possibilidade de o Plenário, e não o relator, suspender, em medida cautelar, o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. Descabe estender a previsão, via norma regimental, ao âmbito do processo subjetivo, ao recurso extraordinário, com a peculiaridade de ter-se a atuação do relator. Frise-se, por oportuno, que o artigo 14 da Lei nº 10.259/01 refere-se a pedido de uniformização de interpretação de lei federal quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito material proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei, sinalizando a ordem natural das coisas, e até mesmo o § 4º do citado artigo, o órgão competente para o julgamento do incidente de uniformização, ou seja, a Turma de Uniformização, que, iniludivelmente, não estará integrada ao Supremo Tribunal Federal. O § 6º do artigo mencionado, mais uma vez, dispondo acerca de pedidos de uniformização idênticos, remete às Turmas Recursais, versando a retenção para que se aguarde o pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça. Nem se diga que o § 10 alude não só aos tribunais regionais, como também ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal. O preceito longe fica de direcionar à conclusão segundo a qual cumpre ao Supremo pacificar, em incidente de uniformização, a jurisprudência dos Juizados Especiais. A referência nele contida, considerada a cláusula "no âmbito de suas competências", diz respeito à admissibilidade do recurso extraordinário interposto na origem em processo subjetivo. Vale dizer, cumpre ao Supremo Tribunal Federal apenas a fixação das balizas a serem observadas pelo juízo primeiro de admissibilidade do extraordinário. Vale salientar que o Diário Oficial, na Seção 1, de ontem, 1º de outubro de 2003, publicou a Resolução do Conselho de Justiça Federal nº 330, de 5 de setembro de 2003, aprovando o Regimento Interno da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência, presidida pelo Coordenador-Geral da Justiça Federal e integrada ainda por dez juízes federais, sendo dois de cada Região. Assim, além da observância da ordem natural das coisas - a uniformização é no âmbito de certo Tribunal ou, no caso, considerados os juizados especiais e respectivas Turmas, não cabendo, ante mesmo a existência de mecanismo próprio, qual seja, os embargos de divergência do artigo 546 do Código de Processo Civil, dentro do Supremo Tribunal Federal -, ter-se-á conflito de normas regimentais, com sobreposição de medidas uniformizadoras - no Supremo e na Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência. Quanto aos demais incisos propostos, seguem eles a sorte do inciso I, cabendo algumas observações. No tocante ao inciso III, tenho a regra como a modificar a relação processual do próprio recurso extraordinário, no que se prevê que "eventuais interessados, ainda que não sejam partes no processo, poderão se manifestar, no prazo de trinta dias, a contar da publicação da decisão concessiva da medida cautelar prevista no inciso I deste § 5º" - redação em conformidade com o § 7º do artigo 14 da Lei nº

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10.259/2001. Tem este dispositivo íntima ligação com o incidente de uniformização de competência da Turma Recursal e não do Supremo Tribunal Federal. Também não vejo como disciplinar-se sobrestamento de processos diversos, nos quais interposto recurso extraordinário, com a automaticidade contemplada no inciso VI. As partes têm o direito constitucional à tramitação regular dos processos, não havendo como caminhar para a mesclagem sugerida, mormente via norma regimental. Descabe ainda a eficácia vinculante retratada no inciso VII que se pretende aprovar. Até aqui não houve reforma constitucional em tal sentido, a ponto de transferir-se aos próprios órgãos prolatores das decisões impugnadas mediante o recurso extraordinário o julgamento deste. Em síntese, peço vênia para votar contra a inserção do § 5º no artigo 321 do Regimento Interno do Tribunal, considerado o teor proposto. 3. Indefiro a medida acauteladora de suspensão de processos em curso a versarem sobre a matéria, reafirmando a necessidade de se atentar para a organicidade e a dinâmica tão próprias ao Direito instrumental, surgindo, nesse campo, com valia inafastável, as balizas subjetivas e objetivas do processo. A decisão, uma vez coberta pelo manto da coisa julgada material, eficácia que a torna imutável e indiscutível quando não mais sujeita a recurso ordinário e extraordinário, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas - artigos 467 e 468 do Código de Processo Civil. 4. À Turma, para o crivo regimental. 5. Após a apreciação, referendada ou não esta decisão, colha-se o parecer do Procurador-Geral da República, observada a interposição do recurso extraordinário com alegada base na alínea "a" do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. 6. Publique-se e intime-se pessoalmente a União. Brasília, 27 de fevereiro de 2004. Ministro MARCO AURÉLIO Relator  PartesRECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 416.744-1PROCED.: SANTA CATARINARELATOR : MIN. MARCO AURÉLIORECTE.(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADV.(A/S): MIGUEL ÂNGELO SEDREZ JUNIORRECDO.(A/S): MARIA BECKER HOFFMANNADV.(A/S): HEITOR WENSING JÚNIOR E OUTRO(A/S)  fim do documento

Classe / OrigemRE 418638 / SCRECURSO EXTRAORDINÁRIO

Relator(a)Min. - EROS GRAU DJ DATA-11/03/2005 P OOO86

Julgamento14/02/2005 Despacho

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DECISÃO: Discute-se, nestes autos, a legitimidade da aplicação das disposições da Lei n. 9.032/95, que alteraram a Lei n. 8.213/91, e, conseqüentemente, o direito dos beneficiários da Previdência Social ao recálculo da prestação que percebem. 2. A decisão recorrida julgou procedente a pretensão da autora para determinar a alteração do percentual da prestação, adequando as modificações introduzidas pela Lei n. 9.032/95 ao artigo 75 da Lei n. 8.213/91. 3. No presente recurso extraordinário, alega a autarquia federal que a aplicação retroativa da referida lei a fatos constituídos antes da sua vigência implicou violação do disposto no artigo 5º, XXXVI, da Constituição do Brasil, que assegura a intangibilidade do ato jurídico perfeito. Pede, por isso, a reforma do julgado. 4. Insubsistentes, no entanto, os argumentos expendidos pelo recorrente. A Lei n. 9.032/95, ao alterar o artigo 75 da Lei n. 8.213/91, dispôs que "o valor mensal da pensão por morte, inclusive a decorrente de acidente de trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-contribuição". Resta evidente, portanto, que não houve alteração dos pressupostos constitutivos para a concessão da prestação, mas tão-só do quantum percebido, cujo parâmetro é a contribuição previdenciária a que o beneficiário esteve obrigado. 5. Não há falar, então, em violação do ato jurídico perfeito. Como decidido por esta Corte em caso similar, em que se controvertia a respeito do teto de benefício tendo em consideração também o salário de contribuição --- AI n. 54.478-AgR, Agravante INPS, Relator o Ministro Luiz Gallotti, DJ de 23.8.72 ---, cuida-se de "uma relação de trato sucessivo, que se projeta para o futuro, [e] óbvio é que a lei (...) pretendeu abranger as suas sucessivas alterações, para evitar a estagnação que resultaria do aviltamento da moeda". 6. Por outro lado, importa atentar para o fato de que o dispositivo legal que majorar o percentual relativo às cotas familiares de pensão por morte deve ser aplicado a todos os benefícios previdenciários, independentemente da lei vigente na data do fato gerador, sendo inadmissível a alegação de aplicação retroativa da lei, portanto, a hipótese não é de retroação, mas de incidência imediata da norma. Em casos como o da espécie, tem aplicação o julgado deste Tribunal proferido nos autos do RE n. 244.931, Relator o Ministro Moreira Alves, DJ de 9.8.2002: "Ementa: (...). Por outro lado, no tocante à alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e a direito adquirido, essa violação inexiste, como demonstrou o eminente Ministro Sepúlveda Pertence ao indeferir, em caso análogo ao presente, o pedido de suspensão de segurança nº 1.033, 'verbis': De logo, a situação não parece ser de retroação, mas de aplicação imediata; de outro lado, quando se entendesse ser o caso da chamada 'retroatividade mínima' (Matos Peixoto, "apud" Moreira Alves, ADIN 493, RTJ 143/724, 744), o certo é que a proibição constitucional da lei retroativa não é absoluta, mas restrita às hipóteses de prejuízo ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada (Pontes de Miranda, Comentários à Constituição de 1946, 1953, IV/126), do que, evidentemente, não se trata. Até porque, de regra, não os pode invocar contra o particular o Estado de que dimana a lei nova." Ante o exposto, com base no artigo 21, § 1º, do RISTF, nego seguimento ao recurso extraordinário. Intime-se. Brasília, 14 de fevereiro de 2005. Ministro Eros Grau Relator  Partes

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 418.638-1PROCED.: SANTA CATARINARELATOR : MIN. EROS GRAURECTE.(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADV.(A/S): MIGUEL ÂNGELO SEDREZ JUNIORRECDO.(A/S): JACY PRUDÊNCIO MACIELADV.(A/S): GERSON BUSSOLO ZOMER E OUTRO(A/S)

DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA

Cópia do RG e CPF

Cópia da Carta de Concessão e Memória de Cálculo

Cópia do extrato dos últimos pagamentos ou histórico dos últimos pagamentos pela internet no site www.previdenciasocial.gov.br

Procuração

ACÓRDÃOS RECENTES STJ

ProcessoRESP 476571 / SC ; RECURSO ESPECIAL2002/0148164-0

Relator(a)Ministro VICENTE LEAL (1103)

Órgão JulgadorT6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento11/02/2003

Data da Publicação/FonteDJ 10.03.2003 p. 357

Ementa RECURSO ESPECIAL. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE.APLICAÇÃO DA LEI NOVA MAIS BENÉFICA. LEIS Nº 8.213/91 E 9.032/95.POSSIBILIDADE.- Em tema de revisão de auxílio-acidente, admite-se a aplicação dalei posterior, em face da relevância da questão social queenvolve o assunto.- O art. 86, da Lei 8213/91, com a nova redação conferida pela Lei9.032/95 é aplicável aos benefícios concedidos antes de sua edição,porque imediata a incidência desta.- Recurso especial não conhecido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acimaindicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunalde Justiça, por unanimidade, não conhecer do recurso, nos termos do

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voto do Sr. Ministro-Relator. Os Srs. Ministros Fernando Gonçalves,Hamilton Carvalhido, Paulo Gallotti e Fontes de Alencar votaram como Sr. Ministro-Relator.

ProcessoRESP 240771 / SC ; RECURSO ESPECIAL1999/0109927-7

Relator(a)Ministro JORGE SCARTEZZINI (1113)

Órgão JulgadorT5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento08/05/2001

Data da Publicação/FonteDJ 18.06.2001 p. 164

Ementa AÇÃO ACIDENTÁRIA – BENEFÍCIO CONCEDIDO SOB A ÉGIDE DA LEI ANTERIOR -REAJUSTE NOS CRITÉRIOS DA LEI 9.032/95 – REGRA DE ORDEM PÚBLICA. - Sendo a Lei 9.032/95 mais benéfica, deve incidir a todos osfiliados da Previdência Social, sem exceção, com casos pendentes deconcessão ou já concedidos.- Em se tratando de lei de ordem pública, e visando atingir a todosque nesta situação fática se encontram, não faz sentidoexcepcionar-se sua aplicação sob o manto do direito adquirido e doato jurídico perfeito.- Recurso conhecido e provido.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros daQuinta Turma do Superior Tribunal de Justiça em, na conformidade dosvotos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conhecerdo recurso e dar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. MinistroRelator, com quem votaram os Srs. Ministros EDSON VIDIGAL, FELIXFISCHER e GILSON DIPP. Ausente, ocasionalmente o Sr. Ministro JOSÉARNALDO DA FONSECA

ProcessoRESP 337795 / SC ; RECURSO ESPECIAL2001/0097453-7

Relator(a)Ministro VICENTE LEAL (1103)

Órgão JulgadorT6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento27/08/2002

Data da Publicação/FonteDJ 16.09.2002 p. 238

Ementa PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. REVISIONAL DE BENEFÍCIOACIDENTÁRIO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. AUXÍLIO-ACIDENTE.PERCENTUAL. LEI Nº 9.032/95. LEGISLAÇÃO MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃORETROATIVA.

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- A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal consagrou oentendimento de que as ações revisionais de benefícios acidentáriostem como foro competente a Justiça Comum Estadual (RE 204.204/SP,rel. Min. Maurício Corrêa e RE 264.560/SP, rel. Min. Ilmar Galvão).- A concessão do benefício previdenciário, em se tratando deacidente do trabalho, deve submeter-se ao comando da norma vigente àépoca da constatação do infortúnio, ressalvando apenas os casospendentes de concessão.- O legislador, quando altera o percentual do auxílio-acidente, ofaz embasado em fatores da vida social, para adequá-lo aos novospadrões que se estabelecem.- Excepcionar a aplicação de uma lei, sob o manto do princípio desua irretroatividade, utilizando-a de forma diferente a iguais,mostra-se um equívoco, sobretudo porque, sendo ela uma lei de ordempública e aplicabilidade imediata, deve abranger a todos que seencontrem na situação fática por ela abarcada.- Recurso especial não conhecido

ProcessoRESP 337819 / SC ; RECURSO ESPECIAL2001/0097468-7

Relator(a)Ministro VICENTE LEAL (1103)

Órgão JulgadorT6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento13/08/2002

Data da Publicação/FonteDJ 02.09.2002 p. 253

Ementa PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. LEI Nº 9.032/95.LEGISLAÇÃO MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI.- A concessão do benefício previdenciário, em se tratando deacidente do trabalho, deve submeter-se ao comando da norma vigente àépoca da constatação do infortúnio, ressalvando apenas os casospendentes de concessão.- O legislador, quando altera o percentual do auxílio-acidente, ofaz embasado em fatores da vida social, para adequá-lo aos novospadrões que se estabelecem- Excepcionar a aplicação de uma lei, sob o manto do princípio desua irretroatividade, utilizando-a de forma diferente a iguais,mostra-se um equívoco, sobretudo porque, sendo ela uma lei de ordempública e aplicabilidade imediata, deve abranger a todos que seencontrem na situação fática por ela abarcada.- Recurso especial não conhecido

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE ITU - SÃO PAULO

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IVONE SABINO MACHADO, brasileira, solteira, ascensorista, portadora do RG nº 3.867.989-6, inscrita no CPF/MF sob o nº 533.607.877-69, residente e domiciliada à Av. Doze de Outubro, 199, bairro de Ituverava, cidade de Itú - SP - CEP: 14625-000, por meio de seu advogado (mandato incluso), que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE REVISÃO DE AUXÍLIO-ACIDENTE PREVIDENCIÁRIO

em face do INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, Autarquia Federal, com Superintendência Regional na cidade de São Paulo, com endereço à Rua Xavier de Toledo, nº 280 - 13º andar - Centro - São Paulo - SP - CEP: 01048-000, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

I - DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL

A Justiça Estadual é competente para julgar lides em que o objeto seja Acidente de Trabalho.

Tal entendimento vem de decisões inúmeras de nossos tribunais, senão vejamos:

 A competência para julgamento das ações acidentárias é da Justiça Estadual, forte no art. 129, da Lei 8.213/91 e nas inúmeras decisões de nossos tribunais:

“PROCESSUAL CIVIL – CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA – AÇÃO ACIDENTÁRIA – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL – SÚMULA Nº 15, STJ”.

            Compete à Justiça Estadual processar e julgar as ações cuja pretensão envolva o reexame veiculado à matéria acidentária em si mesma, recaindo no âmbito de incidência do enunciado da Súmula nº 15, STJ, ex vi do artigo 109, I, da CF. Conflito conhecido, declarando-se competente o Tribunal de Justiça, o suscitado. (STJ – CC 31708 – MG – 3ª S. – Rel. Min. Vicente Leal – DJU 18.03.2002)"

            ”PROCESSUAL CIVIL. COMPETENCIA. AÇÃO ACIDENTARIA. JUIZO ESTADUAL”.

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            Conforme art. 109, inc. I da CF/88 é da Justiça Comum do Estado a competência para processar e julgar ações acidentárias. Competente o MM. Juiz de direito da 3ª Vara de Acidentes do Trabalho da Comarca do Rio de Janeiro. (STJ – CC 1057 (199000018722/RJ) – 1ª Seção – Rel. Min. Carlos Velloso – DJU 14/05/1990)”

O artigo 129, da Lei nº 8.213/91 é claro:

“Os litígios e medidas cautelares relativos a acidentes do trabalho serão apreciados:

I- ...

II- na via judicial, pela Justiça dos Estados e do Distrito Federal, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as férias forenses, mediante petição instruída pela prova de efetiva notificação do evento à Previdência Social, através de Comunicação de Acidente de Trabalho-CAT.”

II - DOS FATOS

A autora é beneficiária do instituto-Réu desde 27/07/1992 (doc. anexo 1), inscrita no benefício sob o nº 00889546-2 (doc. anexo 2), fazendo jus desde então, ao recebimento de auxílio-acidente.

Ocorre que, à época da concessão do benefício da Autora, a legislação vigente impunha o percentual de 30% do valor do salário-de-contribuição em caso de acidente de trabalho como no caso da Autora. (verificar qual o inciso em que se enquadrava: I, II ou III da Lei 8.213/91, artigo 86, para verificar se não está no inciso III que dava direito a 60%, que é superior a lei atual.

Desde então, a Autora vem recebendo seu benefício desta forma e neste patamar, sem qualquer alteração ou sequer revisão de seu valor, apesar de haver legislação posterior regulando de maneira diferenciada este tipo de benefício, que estipulou o patamar de 50% para todos os casos.

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Desta feita, a Autora não vislumbra outra alternativa, que a de se socorrer do Judiciário para ver reparado seu direito, amparado pelo Princípio da Igualdade, constante em nossa Lei Maior.

III - DO DIREITO

A Autora obteve a concessão do seu benefício Auxílio-Acidente, em 27/07/1.992, por ocasião, fazia jus a tal assistência conforme os ditames da Lei da Previdência nº 8.213 de 1.991 em seu artigo 86.

Estipulava então, o artigo 86 da referida Lei, que o valor do benefício Auxílio-Acidente deveria equivaler a 30% (trinta por cento) do valor do salário-de-contribuição, visto estar enquadrada no inciso I do referido artigo.

Dizia a antiga redação do artigo 86 da Lei 8.213/91:

“Art. 86. O auxílio-acidente será concedido ao segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente do trabalho, resultar seqüela que implique:

I - redução da capacidade laborativa que exija maior esforço ou necessidade de adaptação para exercer a mesma atividade, independentemente de reabilitação profissional;

II - redução da capacidade laborativa que impeça, por si só, o desempenho da atividade que exercia à época do acidente, porém, não o de outra, do mesmo nível de complexidade, após reabilitação profissional; ou

III - redução da capacidade laborativa que impeça, por si só, o desempenho da atividade que exercia à época do acidente, porém não o de outra, de nível inferior de complexidade, após reabilitação profissional.

§ 1º O auxílio-acidente, mensal e vitalício, corresponderá, respectivamente às situações previstas nos incisos I, II e III deste artigo, a 30% (trinta por cento), 40% (quarenta por cento) ou 60% (sessenta por cento) do salário-de-contribuição do segurado vigente no dia do acidente, não podendo ser inferior a esse percentual do seu salário-de-benefício.”

No entanto, tal artigo sofreu alteração dada pela Lei nº 9.032/95, em seu artigo 3º, que assim estabelecia:

“Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza que impliquem em redução da capacidade funcional.

1º O auxílio-acidente mensal e vitalício corresponderá a 50% (cinqüenta por cento) do salário-de-benefício do segurado. “

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Infere-se assim, que aqueles segurados que obtiveram o deferimento de seu benefício posteriormente ao advento da Lei 9.032/95, alcançaram um valor maior de prestação em comparação com aqueles segurados com benefício concedido anteriormente a referida lei, como é o caso da Autora, em virtude da alteração do percentual aplicado, que era de 30% (trinta por cento) e passou a ser de 50% (cinqüenta por cento).

Esta nova sistemática de cálculo, não foi aplicada ao benefício da Autora, que se viu em desigualdade de condições em relação àqueles segurados que tem o benefício Auxílio-Acidente regido pela Lei 9.032/95, que agora teriam um percentual de 50% (cinqüenta por cento) do valor do salário-de-contribuição.

Vale ressaltar, que o instituto-Réu não realizou qualquer revisão ou alteração no valor do benefício da Autora, isto é, novamente privilegiou-se alguns excluindo-se outros.

Desta forma, o que se pode denotar é que o instituto-Réu está agindo desigualmente entre os iguais, ferindo um Princípio norteador de nossa Constituição, que é o Princípio da Isonomia ou Igualdade.

Prescreve o artigo 5º da nossa Carta Magna de 1.988:

"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à igualdade, à segurança e a propriedade, (...)".

Veja-se, portanto que o Princípio da Igualdade tem sede explícita no texto constitucional, sendo mencionada inclusive no Preâmbulo da Constituição. Destarte, é norma supraconstitucional; estamos diante de um Princípio, para o qual todas as demais normas devem obediência.

Há que se valer, portanto, do Princípio da Isonomia ou Igualdade, no momento da elaboração da lei, apresentado-se isto como algo lógico e coerente.

Se em épocas diferentes, se estabeleceram valores e parâmetros diferentes para um mesmo caso, necessário e pertinente que se faça a adequação dos casos anteriores à realidade atual, sob pena de produzir-se uma instabilidade social.

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A prestação continuada da Autora, denominada Auxílio-Acidente, tem cunho alimentar, de sobrevivência e não é de forma alguma diferente dos benefícios Acidentários concedidos atualmente, agora sob a égide da Lei nº 9.032/95, ou seja, calculadas à base de 50% (cinqüenta por cento) do valor do salário-de-contribuição.

Com efeito, existe entendimento já pacificado no âmbito dos tribunais de que a lei nova pode ser aplicada aos efeitos futuros de relação jurídica preexistente, desde que se respeite o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada e, uma vez sendo a norma posterior mais benéfica ao beneficiário, não há impedimento de que ela seja aplicada. É que, na espécie,  realça  a questão  social.

É cediço que a lei previdenciária, de caráter eminentemente social, destina-se a proteger os segurados assegurando-lhes o direito à percepção de benefícios que se constituem de meios indispensáveis à sua manutenção em razão de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente.

O legislador, ao alterar o percentual do benefício, o faz para adequá-lo aos novos padrões da vida social.

Sendo a norma de direito público, deve comportar interpretação extensiva, não havendo amparo para perpetrar uma discriminação entre benefícios concedidos em datas distintas, quando a situação jurídica é rigorosamente idêntica.

Assim, embora o tempus regit actum seja a regra geral para disciplinar as relações jurídicas, na hipótese, a Lei 9.032⁄95, por conter normas gerais de concessão de benefícios, deve tutelar a todos os beneficiários da previdência, sem exceção, sem que se alegue agressão a direito adquirido ou ato jurídico perfeito.

No mesmo sentido, vários são os julgados:

 

"PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. RETROATIVIDADE DA LEI NOVA MAIS BENÉFICA. LEIS Nº 8.213⁄91 E 9.032⁄95.  POSSIBILIDADE.

- Em tema de concessão de benefício previdenciário decorrente de  pensão por morte, admite-se a retroação da lei instituidora,  em face  da  relevância  da questão  social  que envolve  o assunto.

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- O art. 75, da Lei 8213⁄91, com a nova redação conferida pela Lei  9.032⁄95 é aplicável às pensões concedidas antes de sua edição,  porque imediata a sua incidência.

- Embargos de divergência conhecidos e acolhidos." (ERESP 311302 ⁄ AL,  Terceira Seção, Minha Relatoria,  DJ de16⁄09⁄2002, pág.00137).

 

"EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO. MAJORAÇÃO DE COTA.ARTIGO 75 DA LEI 8.213⁄91, ALTERADO PELA LEI 9.032⁄95. POSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA IMEDIATA DA LEI NOVA.

I - O artigo 75 da Lei 8.213⁄91, na redação da Lei 9.032⁄95 deve ser aplicado em todos os casos, alcançando todos os benefícios  previdenciários, independentemente da lei vigente à época em que foram concedidos. Precedentes.

II – Esta orientação, entretanto, não significa aplicação retroativa da lei nova, mas sua incidência imediata, pois qualquer aumento de percentual passa a ser devido a partir da sua vigência.

III - Embargos rejeitados." (ERESP 297274 ⁄ AL, Terceira Seção, Relator Ministro Gilson Dipp, DJ de 07⁄10⁄2002, pág. 170).

 

"AÇÃO ACIDENTÁRIA – BENEFÍCIO CONCEDIDO SOB A ÉGIDE DA LEI ANTERIOR - REAJUSTE NOS CRITÉRIOS  DA LEI 9.032⁄95 – REGRA DE ORDEM PÚBLICA.

- Sendo a Lei 9.032⁄95 mais benéfica, deve incidir a todos os filiados da Previdência Social, sem exceção, com casos pendentes de concessão ou já concedidos.

- Em se tratando de lei de ordem pública, e visando atingir a todos que nesta situação fática se encontram, não faz sentido excepcionar-se sua aplicação sob o manto do direito adquirido e do ato jurídico perfeito.

- Recurso conhecido e provido." (RESP 240.771⁄SC, Quinta Turma, Relator Ministro Jorge Scartezzini, DJ de 18⁄06⁄2001, pág. 164). 

Dentro dessa visão teleológica, não há porque a Autora permanecer com o valor do benefício Auxílio-Acidente no mesmo patamar que à época, sendo que os benefícios da mesma espécie tem um valor maior com base em um percentual maior.

É indissociável o benefício previdenciário, das necessidades vitais básicas da pessoa humana, e a lei nova, vedada a ofensa ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e à coisa julgada, tem efeito imediato e geral, alcançando as relações jurídicas que lhes são anteriores.

Portanto, Excelência, a Autora faz jus ao novo recálculo de seu benefício pelos argumentos apresentados.

Page 24: EXPLICATIVO REVISÃO AUXÍLIO-ACIDENTE PARA 50%

III - DO PEDIDO

Diante de todo o exposto, requer seja a Autarquia citada, na pessoa de seu representante judicial, no endereço declinado no preâmbulo para, querendo, apresentar a contestação que entender cabível, devendo a demanda, ao final, ser julgada procedente, condenando-a efetuar a revisão do benefício Auxílio-Acidente, a partir de 28.04.95, na forma do artigo 86 da Lei 8.213/91, com a redação dada pela lei 9.032/95, consistindo seu valor em renda mensal igual a 50% (cinqüenta por cento) do salário-de-contribuição.

Ademais, requer a condenação ao pagamento das diferenças encontradas entre o novo valor, e o valor efetivamente pago até a sentença definitiva, atualizadas com a incidência da correção monetária conforme a Súmula nº 148 do E. STJ, e acrescidas de juros moratórios de 6% ao ano, a contar da citação da autarquia até a data do pagamento, e ainda, aos honorários advocatícios em 20%, do valor total da condenação.

Requer, outrossim, a renúncia do crédito excedente a 60 salários mínimos, quando da atualização, para que possa a autora optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, conforme reza o parágrafo 4º do artigo 17, da Lei 10259/01.

Requer, por derradeiro, que lhe seja concedida a Assistência Judiciária Gratuita diante de sua condição, e por força da natureza da causa, que tem cunho alimentar (declaração de pobreza anexo).

Indica as provas pertinentes, sem exclusão de qualquer.

Dá à causa o valor de R$ 13.963,30 (treze mil, novecentos e sessenta e três reais e trinta centavos).

São Paulo, 28 de julho de 2003

AdvogadoOAB/SP nº