explicando a arte brasileira

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verdadeiros espetáculos artísticos, pois reuniam

todas as manifestações (música, dança, adereços,

vasos, urnas, estatuetas) que representavam as

crenças, os mitos e as formas de expressão próprios

daquelas culturas.

Muitos dos desenhos antigos servem de modelo

para a cerâmica artesanal que é produzida hoje na

Amazônia e que encanta os turistas.

As urnas funerárias marajoaras

— igaçabas — eram feitas em

cerâmica com formatos que

lembram entidades míticas.

Urna mortuária marajoara.

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Vaso tapajó que

exemplifi ca a

elaboração artística da

cerâmica amazônica.

Tanga ritualística em cerâmica,

usada pelas mulheres nas festas e

comemorações marajoaras.

Estatueta tapajônica

em cerâmica.

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A arte permeia todos os aspectos da vida das

inúmeras tribos indígenas (cerca de 5 milhões de

índios) que habitavam o Brasil quando os portugueses

aqui chegaram. Entretanto, sua forma e suas funções,

embora também ligadas ao prazer estético, são

diferentes da arte contemporânea.

A casa, a organização espacial da aldeia, os

utensílios, os objetos de uso cotidian o e, principalmente,

aqueles ligados às cerimônias aos rituais

estão impregnados de um desejo de fazer

coisas bonitas e agradáveis ao olhar, de

modo que sejam expressões simbólicas da

cultura. O índio investe esforço e tempo na

produção de um objeto utilitário porque se

preocupa em adorná-lo de forma especial. Podemos

compreender que procura embelezá-lo e demonstrar

sua habilidade na expressão de algo mais que a

simples necessidade de uso.

A arte plumária indígena e a pintura corporal

atingem grande complexidade em termos de cor e

desenho, utilizando penas e pigmentos vegetais como

3. ARTE INDÍGENA

Manto de arte plumária tupinambá

da época do descobrimento do

Brasil. Há exemplares apenas em

museus da Europa.

As diversas

tribos brasileiras

apresentam

preferências

estéticas muito

variadas que

se refl etem na

arte, na pintura

corporal e

nos adereços.

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matéria-prima. Portanto, a arte indígena reflete a

busca do prazer estético e de comunicação por meio

de uma expressão visual.

Com a descoberta do Novo Mundo, os objetos

produzidos pelos índios começaram a ser conhecidos

na Europa por meio de crônicas orais e escritas,

desenhos, gravuras e pinturas. Muitos foram recolhidos

por viajantes e naturalistas e levados para os centros

culturais, onde estão até hoje em grandes museus.

Os índios brasileiros utilizam

em seus adereços fi bras,

contas, penas, conchas e

outros elementos da natureza.

Nas fotos acima: Pintura

corporal em índios

lawavalapiti do Alto Xingu.

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esses objetoseram apreciados mais por seu exotismo

e pela raridade dos materiais que por sua elaboração

artística, pois não obedeciam aos padrões europeus

de arte.

Cerâmicas com diversas finalidades; trançados

(cestas, redes, utensílios e esteiras); adornos plumários

(mantas, cocares, máscaras); adereços de contas, de

pedras, de sementes, de cascas, de ossos, de dentes e de

conchas; utensílios de madeira; instrumentos musicais

(flautas, chocalhos, tambores); e objetos rituais, mágicos

Exemplos da diversidade

da pintura corporal dos

índios brasileiros.

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e lúdicos demonstram como as diferentes

culturas indígenas se expressavam.

Os grupos indígenas que até hoje

mantêm suas tradições, como os

caiapós e os camaiurás, demonstram

como a pintura corporal é uma

forma de expressão artística e uma

linguagem visual em estreita relação

com outros meios de comunicação

verbais e não verbais. Além disso,

apresenta outras funções. Com

resultado prático, a pintura corporal

espanta os insetos e defende a pele

dos efeitos do sol. Tem também a

intenção mágica de afastar os maus

espíritos. Mas, acima de tudo, é uma

forma de expressão que pode ser

“lida”, pois revela intenções pacíficas

ou guerreiras, sentimentos, emoções,

situações festivas ou circunstâncias

religiosas, importância social, entre

outras mensagens elaboradas com

capricho e minúcia.

A arte indígena, em todas as

suas manifestações anteriores ao

descobrimento, demonstra não apenas

recursos técnicos em diferentes

matérias-primas, como também ricas

linguagens simbólicas, representativas

da criatividade, sensibilidade e

habilidade dos povos pré-históricos.

Muitas dessas formas de expressão são

preservadas atualmente. A arte indígena brasileira é

original e variada.

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PARA CONHECER MELHOR

Observe esta foto. Veja como os motivos da

arte rupestre são variados. O motivo geométrico,

ou seja, que usa formas não fi gurativas, é

constituído de desenhos de traços, círculos,

pontos em diferentes tamanhos e combinações.

Algumas vezes criam um padrão utilizado de

forma repetitiva. Muitos artistas, no decorrer

da história e mesmo atualmente, inspirados no

enigma dessa arte, reelaboram esses motivos em

seus trabalhos.

Inscrições rupestres com traços

geométricos na ilha João da

Cunha em Porto Belo — SC.

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Observe este conjunto de

desenhos. Os motivos são fi gurativos,

representando pessoas, animais,

árvores e objetos. Há estilos

diferenciados de representação

da fi gura: linhas pontilhadas,

desenho cheio com impressão de

volume e fi guras traçadas apenas

pelo contorno.

Em nenhuma dessas obras

podemos assegurar que a intenção

era arte pura, forma de magia,

pré-escrita, forma de comunicação

de mensagens ou marcação de

território. Mas compreendemos

que elas têm força simbólica, pois

representam o mundo real.

Pintura rupestre encontrada

em sítio arqueológico no

Parque Nacional da Serra da

Capivara em São Raimundo

Nonato — PI.

Pintura rupestre com traços

fi gurativos no Parque Nacional

da Serra da Capivara em São

Raimundo Nonato — PI.

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Arte europeia no Brasil

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Embora a arte anterior ao descobrimento tenha

apresentado linguagem rica em simbologia e bastante

representativa da criatividade, da sensibilidade

e da habilidade dos povos pré-históricos, quando

os portugueses chegaram, essa produção não foi

valorizada. Os europeus nem acreditavam que

os povos aqui encontrados tivessem “alma”. Esse

preconceito foi tão forte e duradouro que somente

no século XIX a cultura pré-cabralina (anterior a

Cabral) e a indígena começaram a ser reconhecidas

e estudadas.

Por mais de trinta anos após a chegada de Cabral,

apenas algumas expedições de reconhecimento e

patrulhamento vinham até a nova terra descoberta.

Algumas vinham também com o objetivo de explorar

nossos recursos naturais, principalmente o pau-brasil,

que fornecia valiosa substância corante.

Com os donatários e governadores das capitanias

hereditárias, começaram a chegar ao Brasil, em 1534,

nossos primeiros habitantes europeus: aventureiros,

escravos, órfãos, religiosos, serviçais, artilheiros,

mercenários, degredados e cristãos-novos (judeus

cristianizados à força) que fugiam da Inquisição.

1. A OCUPAÇÃO DA TERRA

Lopo Homem

(com Pedro e Jorge Reinel).

Terra Brasilis, mapa do Atlas

Miller, 1515 -1519, manuscrito

iluminado sobre pergaminho,

41,5 X 59cm.

as preocupações das autoridades portuguesas

desse período eram:

• ocupar seu território para defendê-lo;

• ensinar sua cultura e sua fé aos primitivos;

• evitar que os europeus esquecessem suas

próprias raízes religiosas e culturais.

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A Igreja Católica (jesuítas, beneditinos e

franciscanos) era responsável pelas manifestações

artísticas permitidas, e o governo se encarregava das

construções militares de defesa do território.

Primeira igreja construída no

Brasil — Cosme e Damião, em

Igarassu — PE.

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