experimentus 8º edição

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A onda das comunitárias: Elas não têm donos, não visam lucro e geram polêmica

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Revista produzida pelo Curso de Jornalismo da Unochapecó

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A onda das comunitárias: Elas não têm donos, não visam lucro e geram polêmica

Reitor: Odilon Luiz PoliVice-Reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão: Maria Aparecida Lucca CaovillaVice-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Claudio Alcides JacoskiVice-Reitor de Administração: Antonio ZaninDiretor da Área de Ciências Sociais Aplicadas: James Antonio AntoninCoordenadora do curso de Jornalismo: Mariângela Alves Storniolo TorrescasanaProfessora Responsável: Lírian Sifuentes - Jornalista (MTB 13796)Editora-chefe: Kaehryan FauthProjeto gráfico: Bianca Cerejo, Danilo Balen e Mariani Tauchert Diagramação: Danilo Balen

Redação: Ana Paula Tomasi, Ary Spindola Junior, Bianca Cerejo, Cassio Dal’Ponte, Daiane Servo, Danilo Balen, Elizandro Stefeni, Gilberto Pace Thomaz, Isabela Sudatti, Janaina Possebon, Kaehryan Fauth, Lydiana Rossetti Orso, Mariani Tauchert, Natan Augusto Silveira, Patricia Dudek, Vinicios RanzanFotos: Bianca Cerejo, Cassio Dal’Ponte, Daiane Servo, Gabriela Irajá Pereira, Natan Augusto Silveira, Vinicios Ranzan Capa: Cassio Dal’PonteFinalização: Camila Veloso/ ACIN JornalismoCoordenação ACIN Jornalismo: Aline Dilkin (Mtb/SC004074 JP)Tiragem: Impressão:

Sumário | EXPERIMENTUS 3

Nestaed <ç oi ã

fala aí

corredor

capa

pesquisa e extensão

invadindo o seu mundo

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galeria uno20

Falar em aborto ainda é falar de um assunto tabu. Deixar de falar é perder a oportunidade de refletir sobre o assunto.Os jovens da Unochapecó expuseram seus pontos de vista sobre o assunto. Confira.

A correria da (pós)modernidade atinge em cheio os jovens que se preparam para o futuro. Veja algumas das principais dificuldades por que passam os universitários e descubra coincidências.

Projetos de pesquisa e de extensão têm papel fundamental na formação dos acadêmicos. Junto com o ensino, formam o tripé que sustenta uma universidade. Conheça algumas experiências de pesquisa e de extensão na Uno.

Cinema, música, livros. Estamos rodeados por eles, mas muitos não param para prestar atenção no que está rolando. Veja o que está em alta no mundo cultural brasileiro na atualidade.

As universidades comunitárias estão em alta, seja pela polêmica que gira em torno de sua classificação, seja pelo sucesso que muitas instituições comunitárias têm tido. Mas você sabe o que é uma universidade comunitária? Descubra.

4 EXPERIMENTUS | Opinião

A Unochapecó passou por um período de eleições recentemente. Em toda sociedade onde existe democracia, o eleitor tem a liberdade de votar em um candidato que julga ser apto para ocupar o cargo. No caso da universidade, o compromisso que o eleito assume está baseado na responsabilidade com a educação.

Além da eleição para reitor, foram eleitos 21 coordenadores de cursos. Aqui, vale um parênteses: 15 cursos elegeram uma figura feminina para encabeçá-los. Uma mulher também

foi escolhida vice-reitora. Não deixa de chamar a atenção o fato de as mulheres estarem ocupando cada vez mais espaço no mundo político. Um espaço que é seu por direito e, também, por dever. A representatividade feminina na política cresce, embora a passos pequenos. É a tendência: a mulher buscando seu espaço, seja na política, na vida profissional, aqui ou acolá.

Mas a questão não é o gênero, vamos voltando, a questão é a democracia, e que os eleitos façam sempre seu papel, de modo a garantir a qualidade

do ensino. Os alunos não querem estagnar, não querem parar no tempo. Todos almejam um futuro melhor, com melhor educação, de modo que os 83% dos votos favoráveis ao reitor reeleito da Unochapecó sejam confirmados como de confiança e progresso.

Onde existe eleição, existe democracia. Todos têm oportunidade de voto. Por isso, à nova administração, fica o desejo de bom trabalho. E que os eleitos pensem no bem comum e na qualidade do mundo acadêmico como o legado que deixarão.

Patricia Dudekwww.facebook.com/patriciadudek

Em seus Diálogos, Platão ressalta a ética como norma de conduta. No entanto, segundo o dicionário Michaelis, a ética pode ser entendida como conjunto de princípios morais que devem ser observados no exercício pessoal e profissional.

Todas as profissões têm seu Código de Ética, trazendo benefícios recíprocos a quem o pratica e a quem o recebe. É bom lembrar que há uma série de atitudes que não estão descritas nos códigos de ética, mas que são fundamentais para o bom desempenho no mercado de trabalho. Todo profissional tem o dever ético de ser honesto, pois, violando tais princípios, não prejudica só seu usuário, mas toda uma classe e até mesmo uma sociedade.

Na robótica, a principal lei ética é de que um robô jamais pode ser projetado para machucar pessoas. Na Biologia,

a clonagem é um assunto delicado e polêmico, que envolve, além de ética, bom senso. Um dos princípios éticos da biologia continua sendo o de que as técnicas de clonagem jamais devem ser usadas para reprodução humana.

Percebemos, então, que a ética não é uma ciência exata. Não há um manual completo que diga como ser 100% ético. O profissional comprometido com a ética não se deixa corromper em nenhuma circunstância, ainda que seja obrigado a viver e conviver com diferentes pessoas e locais de trabalho.

No “simples” fato de escolher uma profissão, já assumimos alguns deveres éticos comuns da categoria. O famoso juramento feito na conclusão dos cursos de nível superior, por exemplo, significa adesão e comprometimento do formado com a categoria profissional onde ingressa. Isso caracteriza o aspecto moral da chamada Ética Profissional.

nasprofissõesÉtica

Chamamos de Ética o conjunto de coisas que

as pessoas fazem quando todos estão olhando. O conjunto de coisas que

as pessoas fazem quando ninguém está olhando chamamos de Caráter.

Oscar Wilde

Daiane Servowww.facebook.com/daiane.servo

deescolhaLiberdade

Opinião | EXPERIMENTUS 5

Quem acompanha telenoticiários e jornais certamente sabe que a credibilidade do Congresso Nacional não está nos seus melhores dias. Corrupção e política tornaram-se sinônimos e hoje esta está em descrédito perante os brasileiros. Exemplo disso é que está cada vez mais difícil se declarar partidário, visto que o compromisso depositado nos representantes do país tantas vezes foi confundido com descaso.

Enquanto a população perde a fé nos governantes, a economia do país é depositada em contas particulares. Para exercer a função de deputados, são destinadas cotas parlamentares que variam de 23 a 34 mil reais, de acordo com a Unidade da Federação. Esse subsídio serve para cobrir custos como passagens aéreas, telefonia, alimentação, locação de veículos e combustíveis. Além disso, outras despesas como consultoria, pesquisas e trabalhos técnicos, assinatura de publicações, hospedagens, manutenção do escritório e divulgação da atividade parlamentar também são custeadas com essas bagatelas. Esse é o preço da profissão.

Em julho, o portal de notícias da UOL mostrou que, de fevereiro a junho deste ano, a Câmara dos Deputados usou 48,3 milhões de reais para cobrir custos do exercício de mandato, boa parte, cerca de 8,8 milhões de reais, diga-se de passagem, destinados à propaganda dos próprios deputados. O montante pago aos políticos poderia atender 700 mil pessoas, caso fosse um benefício da Bolsa Família, que é de 70 reais. O poder legislativo ainda determina que, além da cota, o deputado receba da Câmara um salário mensal de 26,7 mil reais, isso com direito a 13º e uma “ajuda de custo” de um salário em fevereiro e outro em dezembro, apelidados de 14º e 15º salários.

Em “outro Brasil”, o que vemos são professores em greve, lutando por salários dignos. A educação está defasada e a má distribuição de recursos públicos é taxada como a maior causa desse problema. Quem não pode pagar pelo ensino, não tem outra saída a não ser se candidatar a vagas por cotas ou bolsas de estudo, que infelizmente não beneficiam a todos. Isso se repete em todos os quadros do ensino brasileiro, desde creches até instituições de ensino superior.

Nos últimos meses, no resto do mundo, acompanhamos manifestações na Líbia e no Egito, nas quais a população se uniu e tomou frente diante de tamanhas injustiças. É hora de o Brasil avançar mais um degrau e os cidadaãos se mobilizarem contra a politicagem que é feita descaradamente. É preciso saber para onde e para quem vai o dinheiro dos cofres públicos. Aplicação efetiva do recurso público em ensino talvez fosse a solução. As universidades comunitárias, infelizmente, não são vistas como destino das verbas. “Públicas com cara de particulares”, assim são vistas as comunitárias, que, em vez de gerarem lucros, fazem a distribuição para edificar e qualificar o ensino.

Conhecimento hoje custa caro e ainda está muito limitado pelo repasse de verbas para bolsas de estudo. As leis que definem benefícios aos estudantes carentes é relativa e já não atende a procura. Os brasileiros querem estudar! O segredo para o desenvolvimento não é segredo para ninguém: está na educação. Em vez disso, o destino do dinheiro dos cofres públicos continua sendo privilégio de alguns.

Editorial<

ASSALto aOS CoFREs

6 EXPERIMENTUS | Fala Aí

No Brasil, o Ministério da Saúde estima que sejam feitos entre 729 mil e 1,25 milhão de abortos por ano. O ato é considerado crime contra a vida, segundo o Código Penal Brasileiro, e prevê de um a dez anos de prisão. O artigo isenta de punição apenas em caso de estupro ou quando não há outra saída para que se salve a vida da mãe. Um estudo produzido pela Universidade de Brasília (UnB) e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

aponta dados que sugerem o perfil das mulheres que abortam no país. Dentre os itens, destacam-se jovens entre 20 e 29 anos, de religião católica, que já têm filho ou que tomaram a decisão pelo fato de a gravidez interferir em seu planejamento reprodutivo. Por mais que seja prejudicial para a mãe e para a criança, milhares de mulheres continuam apostando no aborto como a saída para algo que aparentemente não é conveniente.

Não sei, dependendo da situação sou a favor, só em casos de estupro, por exemplo. Nós temos todos os métodos de prevenção possíveis, anticoncepcional, camisinha, e todos são de graça. Claro, sou a favor em caso de estupro e quando se prejudica a vida da mãe ou da criança.

Monalisa Zucco, acadêmica de Publicidade e Propaganda

Eu não sou a favor e nem contra, acho que é uma escolha da mulher. Se ela acha que precisa abortar, que bom, se acha que não precisa, que bom também. Só acho que nenhuma delas deve ser julgada pela escolha.

Suelen Cristine Tessari, acadêmica de Arquitetura e Urbanismo

Em casos de estupro, eu sou a favor. Eu não concordo com aborto de pessoas que não se previnem e depois querem fugir das responsabilidades. Usar a camisinha, além de evitar uma gravidez indesejada, previne milhões de DSTs. Interromper uma gravidez sem um motivo plausível é totalmente errado. Você não tem o direito de tirar uma vida, mesmo que quem a esteja gerando seja você. Um pai e uma mãe, mesmo tendo gerado e criado um filho, são responsáveis, e não donos dele.

Dafne Cristhinne Pellizzaro, acadêmica de Artes

”“

Kaehryan Fauthwww.facebook.com/kaehryan

você éa favor?Aborto:

Fala Aí | EXPERIMENTUS 7

Há algum tempo o Twitter está entre as redes sociais mais acessadas por internautas de todo o Brasil. O assunto pode ser útil, informativo, fútil e até mesmo ofensivo. Rola de tudo, fala-se de todo mundo, ninguém passa despercebido. A ferramenta pode ser útil para nos manter informado, e pode ser uma baita perda de tempo.

E no mundo da Unochapecó? Você sabe o que rola no Twitter? Os assuntos são variados. Polêmicas no Brasil e no mundo sempre ganham espaço nas tuitadas dos acadêmicos. Os temas variam entre futebol, fofoca do mundo das celebridades, escândalos políticos, programas de televisão, estado de humor, e mais uma infinidade. Se você quer ficar por dentro do que está rolando no mundo da Uno, vale a pena conferir o @pop_unochapeco, @uno_chapeco, @unowebtv, @unochapeco. @unojornalismo...

Falando de Brasil, na mais recente eleição presidencial, os três candidatos (@dilmabr , @silva_marina , @joseserra_) usaram o Twitter para promover suas campanhas, interagindo diretamente com os apoiadores e respondendo suas perguntas.

Para entrar no mundo do Twitter, é só começar! Basta seguir aqueles que se adequam a seus interesses.

Aqui estão algumas sugestões para você seguir:

@blogplanalto: tweets de notícias oficial da presidente brasileira @dilmabr e do palácio presidencial.

@Luciano Huck: personalidade da TV, posta notícias e comentários sobre tudo, desde esportes até grandes eventos mundiais .

@EikeBatista: Empresário e empreendedor, o mais rico do Brasil, centra-se na economia e notícias sobre negócios.

@PretaMaria: Preta Gil, cantora, responde aos fãs e tweeta sobre sua carreira,projetos atuais e, como filha de um ex-ministro da Cultura, fala sobre cultura e notícias políticas.

@Unojornalismo: Quinto melhor Curso de Jornalismo do país, Bi-Campeão da gincana dos calouros da Unochapecó, traz informações sobre o curso e sobre a área do Jornalismo.

@zerohora: Jornal do Rio Grande do Sul produzido em Porto Alegre. Notícias, esportes, política, economia, variedades, trânsito, colunistas e mais.

O que tá rolando no @twitterJanaina Possebon

www.facebook.com/janapossebon

Ilustração: Dafne Pellizzaro

Nas universidades, o problema de muitos acadêmicos é a falta de tempo, sendo comum a impossibilidade de fazer uma pausa para descanso durante o dia de atividades. O estresse do dia-a-dia, o cansaço e a rotina apressada são reflexos de uma geração inquieta, que convive com muitas pressões e ocupa ao máximo os espaços do dia para melhorar sua formação, com objetivo de inserir-se no mercado de trabalho.

O acadêmico Carlos Silva, de 20 anos, que cursa Administração na Unochapecó, reclama da rotina diária, uma vez que trabalha o dia todo e não possui tempo para realizar algumas atividades que o curso oferece, como as aulas ao sábado. O dia de Carlos inicia às 6h com o café da manhã. O estudante faz uma alimentação reforçada pela manhã, pois sabe que no decorrer das próximas horas as refeições não serão tão adequadas quanto deveriam.

Carlos trabalha em um supermercado localizado na região central do município de Chapecó. Fica na empresa o dia todo e geralmente leva um lanche ou compra algo para almoçar. Segundo ele, é a única maneira

de se alimentar, evitando maiores gastos mensais, uma vez que investe grande parte do que ganha na faculdade.

E não é isso que deixa o acadêmico mais estressado ou cansado. O grande problema para ele está na locomoção. Por não possuir um veículo próprio, Carlos depende do transporte público. Durante a viagem do estudante até a universidade, o que se vê não é nada animador. Lotação completamente cheia, conversa por todos os cantos e uma longa viagem, características de uma cidade grande, que ainda não encontrou a organização necessária para uma população que cresce constantemente

Os gastos em passagem fazem falta no final do mês, mas a vontade de estudar alimenta o sentimento de esperança de cada estudante que encara uma batalha diária, traçando um ideal para um futuro melhor.

Uma vida na estradaProfessores novos, muitos amigos

e uma aventura na estrada cheia de perigos: essa é a vida de tantos estudantes, que passam boa parte de seu tempo sentados num banco

de ônibus. Guilherme Hann é um exemplo. De acordo com ele, jovens como ele trabalham para pagar suas contas e buscar sua independência. Para Guilherme, a maior dificuldade dessa rotina é o tempo, curto demais para tantas atividades. “Aproveito o período de folga à tarde para realizar meus trabalhos acadêmicos. Às vezes quando não tenho muitas tarefas, aproveito para jogar no computador”, afirma.

O dia de Hann, que cursa sexto período de História, começa às 8h da manhã. São 60 quilômetros que separam o acadêmico da universidade. Estudar e viajar todos os dias não é uma tarefa fácil, mas necessária. Diferente da realidade de muitos estudantes, um de seus privilégios é não precisar trabalhar. “Mesmo não estando no mercado de trabalho, sei das dificuldades que amigos enfrentam para estudar”, destaca.

Depois de uma hora de viagem, o ônibus finalmente chega à Unochapecó, e mais uma noite de estudo começa. É com o sonho de formar-se no ensino superior que esses jovens encaram o dia-a-dia puxado.

8 EXPERIMENTUS | Corredor

Diário

Ary Spindula Jr.@aryspindulajr

Vinicios Ranzanwww.faceboo.com/viniranzan

Elizandro [email protected]

acadêmicode um

corredor | EXPERIMENTUS 9

Quanto um acadêmico gasta com alimentação?

Com a correria do dia-a-dia, os estudantes dão preferência à alimentação mais conveniente, o que significa, rápida e barata, o que traz malefícios à saúde. Optar por um salgadinho acompanhado de um refrigerante, por exemplo, é uma escolha comum, pois torna-se uma opção barata e prática, porém, nada saudável.

A Unochapecó possui sete estabelecimentos com várias opções no cardápio e preços bem diversificados. Mas, se por uma lado é uma vantagem, comer fora de casa pode se tornar um problema caro. Para a acadêmica de Enfermagem, Marciane Franzosi, o alto custo dos lanches na universidade a obriga levar o seu alimento de casa. Marciane trabalha o dia todo na

universidade e gasta cerca de R$ 100,00 por mês com alimentação.

Transporte públicoO acadêmico do quatro período do

curso de Letras, Marciano Alves dos Santos, utiliza o transporte coletivo três vezes por semana e acha que a passagem é muito cara. Ele acredita que a falta de concorrência entre empresas do ramo de transporte coletivo do município é o que gera monopólio e preços abusivos.

Chapecó enfrenta grandes problemas em relação ao tráfego de veículos, o que atrapalha a vida do acadêmico, que demora mais para chegar a universidade, além de estar exposto a acidentes. O trânsito é motivo de reclamações frequentes entre os estudantes que utilizam o transporte público diariamente, especialmente no que se refere ao preço da passagem.

Na opinião de Marciano, o governo deveria investir em um transporte gratuito e de qualidade para os estudantes. Tais mudanças facilitariam a vinda dos acadêmicos, colaborando até mesmo para a permanência desses nos cursos superiores.

Falta de higiene no esta-cionamento da Unochapecó, o que gera reclamações da comunidade acadêmica. O grande espaço acaba ficando pequeno devido ao grande fluxo de veículos.

Fotos: Ary Spindula Jr. e Vinicios Ranzan

10 EXPERIMENTUS | Capa

Assim como globalização, sustentabilidade e aquecimento global, “universidades comunitárias” também é um termo que tem estado em alta recentemente. Há aproximadamente um ano, discussões sobre universidades comunitárias têm tomado conta da vida de muitos acadêmicos. Alguns ainda não sabem ao certo o que significa, outros acreditam que a instituição que estudam não entra nesse conceito. Entre essas e outras divergências, a Experimentus foi buscar entender o que é uma universidade comunitária e como a Unochapecó se encaixa nesse contexto.

Há quem diga que essa forma de ensino híbrida nasce da ausência do poder público, sob a vontade da sociedade em criar ferramentas para impulsionar a educação e, consequentemente, o desenvolvimento da região em que vivem. Para o ex-reitor da Unijuí, Walter Frantz, em “O Processo de Construção da Universidade

Comunitária no Espaço da Reforma Universitária”, as universidades comunitárias surgem da expressão de vozes e vontades que querem se fazer ouvir e participar da construção de um espaço público de educação.

Sem fins lucrativos, porém com mensalidades, que são arrecadadas para serem aplicadas no desenvolvimento da instituição, em ensino, pesquisa e extensão, com o objetivo de possuir presença atuante na comunidade. Assim essas instituições são caracterizadas.

Há quarenta anos, lideranças da comunidade da região de Chapecó se reuniram para fundar uma instituição de ensino superior. Reconhecida por lei municipal, a Fundação Universitária de Desenvolvimento do Oeste (Fundeste) ainda é gerida por lideranças comunitárias e é mantenedora da Unochapecó, que faz parte do sistema Acafe das universidades comunitárias.

Uma luta pelo reconhecimento das comunitárias iniciou em 2010 com o processo de regulamentação como

entidades públicas de direito privado. Em junho deste ano, a Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados regulamentou o funcionamento das Instituições Comunitárias de Educação (Ices). No entanto, como afirma o reitor da Unochapecó, Odilon Luiz Poli, é um reconhecimento apenas ‘moral’, já que a lei que regulamenta as comunitárias está em tramitação e deve ser aprovada ainda em 2011, ou no início de 2012. Segundo ele, “o único objetivo das comunitárias é prestar um ensino de qualidade para a comunidade, isso é o básico. Não tem dono, não visa lucro, busca apenas o que precisa para se autogerir e poder prestar o serviço que presta”.

É comunitária,mas é cara!

A ONDACOMUNITÁRIAS

Lydiana Rossetti Orsowww.facebook.com/lydiana.orso

Natan Silveirawww.facebook.com/nattansilveira

“ ”

DAS

cAPA | EXPERIMENTUS 11

A polêmica entre os estudantes e o conceito de comunitária está relacionada ao “mexer no bolso”. Muito se indaga sobre os altos valores cobrados por algumas universidades comunitárias, já que não visam lucro. Para a egressa do curso de administração da Unochapecó, Graziele dos Santos, a instituição em que se formou não é comunitária. “Eu entendo que a infraestrutura depende de cada curso, seus alunos e o montante arrecadado, porém a discrepância entre as áreas é muito grande. Um exemplo é a área da Saúde. Ela é importante e as mensalidades são altas, mas o correto seria a distribuição igualitária dos recursos obtidos pela universidade entre os cursos e não somente para o curso ‘arrecadador’”.

Outro fator que a administradora aponta para que não considere a Unochapecó comunitária é o alto custo das mensalidades, muitas vezes inacessíveis à população.

Diferentemente de Graziele, a aluna do 1º período do curso de Direito, Keila Fernanda Marangoni, acredita que as universidades comunitárias fazem a diferença, pois oferecem aprendizado a indivíduos que não têm condições de cursar ensino superior. “Ser universidade comunitária é de fato

fazer a diferença, pois inclui a sociedade em geral”, analisa.

Sobre o aspecto levantado, os valores das mensalidades entre as 62 instituições de ensino filiadas à Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (ABRUC) divergem entre si. A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), conhecida por cobrar valores elevados em seus cursos, também é considerada uma universidade comunitária, assim como toda rede PUC de ensino.

A PUC gaúcha cobra de seus estudantes de Administração e Direito, por exemplo, no primeiro semestre de curso, o valor de R$ 1.197,97. Já na Unochapecó, Administração e Direito, no primeiro período, custam aos acadêmicos R$ 536,36 e R$663,00, respectivamente. Sobre a padronização dos valores entre essas instituições, o reitor Odilon acredita não ser possível, pois os públicos atendidos são de diferentes classes sociais. “A PUC do Rio de Janeiro, por exemplo, atende com maior força o público de classe A”, revela.

Então, por que essas universidades são consideradas comunitárias? Odilon explica que por não existir um dono

em particular e, no caso da PUC, é uma congregação marista que gere a administração da mesma, e elas possuem uma forte atuação na comunidade em que estão inseridas. Assim, os valores podem até não parecer “comunitários”, mas há uma proposta específica. “Diferente das universidades privadas, que se utilizam do ensino como mercadoria, e das federais, que se isolam em sua infraestrutura, por receberem verba federal, as comunitárias visam o crescimento da comunidade, já que o montante mensal provém de membros da mesma”, pontua o reitor.

O reconhecimento Com a aprovação do Projeto de Lei

7639/10, da deputada federal licenciada Maria do Rosário, as universidades comunitárias obterão recursos públicos, que, primeiramente, serão aplicados em pesquisa e extensão, que, por consequência, afetam na diminuição das mensalidades.

Após visitar universidades comunitárias de Portugal, onde 50% da verba das mesmas vêm do Estado, o professor Odilon destaca que será muito favorável quando o Brasil chegar a esse patamar: haverá mensalidades menores, mais pesquisa, mais extensão e mais pessoas contratadas.

Fotos: Cássio Dal’Ponte e Natan Silveira

12 EXPERIMENTUS | Pesquisa e Extensão

As univerisidades contribuem para a produção de novos conhecimentos, entre outras formas, através da pesquisa. Como primeiro degrau, a iniciação científica, programa que visa a atingir alunos dos cursos de graduação, coloca-os em contato com o campo da pesquisa e caracteriza-se como instrumento de formação acadêmica. Ela proporciona ao estudante, orientações por pesquisadores, aprendizagem de técnicas e métodos de investigação. Além disso, há um desenvolvimento do pensar científico e da criatividade, decorrentes das condições criadas pelo confronto direto com os problemas de pesquisa. >

A pesquisa:

Ana Paula Tomasiwww.facebook.com/anatomasi

Conhecimento orientado

Pesquisa e Extensão | EXPERIMENTUS 13 12 EXPERIMENTUS | Pesquisa e Extensão

Núcleos de pesquisa de iniciação científica

Os Núcleos de Pesquisa de Iniciação Científica (NIC) foram criados na Unochapecó em 2009 pela necessidade de desenvolver pesquisas de longa duração. A partir disso, foram criados núcleos para cada modalidade, devido aos objetivos de iniciação científica serem diferentes dos da pós-graduação.

Os Núcleos de Pesquisa têm como princípio proporcionar a experiência da pesquisa a estudantes-bolsistas e também qualificar o desempenho profissional

dos professores-orientadores. Atualmente, a Unochapecó

conta com 41 grupos de pesquisa, possui 28 NICs cadastrados e cinco núcleos stricto sensu (de mestrado e doutorado), com 84 professores e 112 estudantes envolvidos em projetos de pesquisa.

Quem pode participarDocentes permanentes vinculados

aos Núcleos de Pesquisa de Iniciação Científica e estudantes de graduação podem participar das pesquisas. Os acadêmicos de graduação devem estar

regularmente matriculados a partir do 2º período e cursar no mínimo 20 créditos. Os estudantes devem apresentar bom desempenho acadêmico, com uma média geral igual ou superior a sete, e serem considerados economicamente carentes.

O acadêmico precisa disponibilizar no mínimo 16 horas semanais para a realização da pesquisa. Caso o estudante receba bolsa de estudo do artigo 170, que auxilia no pagamento de mensalidades, e também seja contemplado com bolsa de iniciação científica, deverá optar por uma delas.

Bolsa de PesquisaAs pesquisas científicas são

financiadas com recursos do Fundo de Apoio à Pesquisa (FAPE/Unochapecó), por meio de bolsa de iniciação científica. Se considerarmos as modalidades do Artigo 170 (Governo Estadual) e Artigo 171 (Governo Federal), o número de pesquisas financiadas se amplia. Ainda é possível considerar as pesquisas desenvolvidas com recursos PIBIC/CNPq e PIBIT/CNPq. O benefício consiste em uma bolsa com valor fixado anualmente para os estudantes, descontado na mensalidade do acadêmico, com duração de 10 meses.

Professora do curso de Jornalismo e pesquisadora do Núcleo de pesquisa em Jornalismo Econômico, Lírian Sifuentes começou a pesquisa de iniciação científica quando estava no 6º período da graduação. Hoje, a professora cursa doutorado e orienta pesquisas. Ela comenta que essa experiência obtida na graduação foi fundamental para optar pela carreira de professora e pesquisadora. “Iniciei em um grupo de pesquisa por curiosidade, para ter uma experiência diferente na faculdade. Acabei me apaixonando pela

área da pesquisa e logo após me formar decidi fazer mestrado e, em seguida, o doutorado. A cada projeto, são diversas descobertas e novas questões que estimulam para que se inicie uma nova pesquisa”, relata.

A pesquisa pode se constituir como uma experiência enriquecedora, que se torna elemento fundamental no processo de formação profissional. Para a acadêmica do curso de Design de Moda, Carla Sgnaulim, que foi bolsista por duas vezes como acadêmica de Letras, no projeto ‘Ensino de

Literatura’, a pesquisa é uma das formas mais interessantes de acesso ao conhecimento. “Ela me proporcionou oportunidades únicas e de grande valia, como publicações em revistas científicas, que foram de extrema importância para meu currículo”, explica.

Para o diretor dos grupos de pesquisa, Ricardo Rezer, a pesquisa é uma forma sistematizada de aprender, “é uma possibilidade de articular e qualificar o próprio trabalho, de abrir portas para o conhecimento pessoal e profissional”.

Fotos: Cássio Dal’Ponte

Um dos projetos de extensão de maior destaque na Unochapecó, o Projeto “Documentário e Comunidade” começou suas atividades em um bairro de classe baixa de Chapecó, o São Pedro. Os resultados dos três anos de realizações foram muito importantes para o futuro do projeto, pois se tratavam das primeiras experiências desse gênero na região.

O trabalho iniciou através da formação de um grupo de moradores do bairro, que, junto aos bolsistas e à coordenadora do projeto, professora Ilka Margot Goldshimidtt, discutiram quais seriam os ângulos de abordagem

para a elaboração de um documentário que iria representar algum aspecto do bairro. A participação dos bolsistas e da coordenadora era apenas de orientação, pois quem colocava mesmo a mão na massa eram os participantes do bairro.

Além da criação de um produto midiático social, o projeto Documentário e Comunidade leva responsabilidades aos seus integrantes, mostrando que eles têm o dever de mostrar as deficiências dos bairros para provocar uma discussão na comunidade. Assim, refletem, por exemplo, sobre quem são os responsáveis por cometer

delitos e sobre a quem recorrer para reivindicar seus direitos de cidadãos.

O período de encerramento das atividades no bairro São Pedro coincidiu com a entrada de novos bolsistas para o projeto, que, durante aproximadamente um mês, realizaram pesquisas sobre possíveis regiões onde poderiam ser retomadas as atividades do grupo. Devido à proximidade à Unochapecó e à grande demanda do bairro Efapi, foi decidido que esse seria o próximo contemplado, realizando-se mais uma pesquisa de levantamento de dados dos loteamentos que integram o bairro.

14 EXPERIMENTUS | Pesquisa e Extensão

Cássio DalPontewww.facebook.com/dalponte

A extensão: Documentário e Comunidade:uma história que vai virar filme

E, hoje, a quantas anda?O mais novo documentário

concluído pelo projeto foi realizado no Bairro Colina do Sol, em Chapecó, e trata da questão do lixo na comunidade. Foi intitulado “ Pra onde vai o Lixo”. As exibições dessa produção já estão acontecendo em escolas públicas da cidade. O documentário foi produzido por adolescentes com idade entre 13 e 16 anos.

Além do grupo formado no Bairro Colina do Sol, há atividades sendo realizadas em parceria com a Escola Estadual Tancredo Neves, também próxima à universidade, com adolescentes de 16 a 18 anos. Eles estão produzindo um documentário sobre as formações de gangs no bairro, que no local recebem o nome de “equipes”.

Uma das grandes novidades do projeto são as reflexões feitas em grupo. Após perceberem que havia

ocasiões em que os grupos não estavam produzindo as atividades por problemas externos, os professores-orientadores, junto com os bolsistas, buscaram propiciar conversações com psicólogas e antropólogas da universidade. Essas reuniões fizeram com que o desempenho dos adolescentes melhora-se consideravelmente.

Prêmio Cidadaniasem Fronteiras

Idealizado pelo Instituto da Cidadania Brasil, em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, o prêmio Cidadania Brasil reconhece as melhores

ações de cunho social promovidas por instituições de ensino superior.

As ações da Unochapecó foram as únicas do estado de Santa Catarina que foram finalistas do prêmio na edição 2011. O projeto Documentário e Comunidade recebeu o segundo lugar no concurso nacional na sua categoria, trazendo para Universidade três prêmios.

Outro projeto da Unochapecó, “Atenção e cuidado à criança e adolescente hospitalizado e em tratamento oncológico: Sorriso para a Vida”, coordenado pela professora Lilian Beatriz Schwinn Rodrigues, também obteve a segunda colocação, na categoria saúde. Já o projeto “Cidadania e formação de leitores: Programa de Leitura Bolsa Amarela”, realizado em Xaxim com a coordenação da professora Márcia de Souza, ficou em terceiro lugar, na categoria cultura.

Todos os acadêmicos podem ter acesso aos documentários produzidos pelo Projeto, bem como aos documentários feitos pelos alunos de Jornalismo,. Para isso, basta se dirigir ao Laboratório de TV no bloco F. As obras do Documentário e Comunidade são: Diário do bairro São Pedro e Veias abertas do São Pedro, ambos de 2008; Talentos do Bairro, de 2009; Pra onde vai o Lixo, A vida louca dos Revoltados que fizeram sua escolha e Documentário sobre as gangs, de 2011.

Fotos: Grupo do bairro São Pedro, Grupo Colina do Sol e Grupo Tancredo Neves.

Pesquisa e Extensão | EXPERIMENTUS 15

16 EXPERIMENTUS | Invadindo o seu Mundo

O cinema nacional vive um momento importante. Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), cerca de 70 produções cinematográficas foram lançadas até o fim de 2011. Os gêneros são dos mais variados, entre eles comédia, aventura, drama, ação e muitos documentários.

A indústria cinematográfica nacional deixou claro que 2011 foi o ano dos documentários, destacando-se a representação da categoria no Oscar. “Lixo Extraordinário” levou o nome do

Brasil ao mundo das grandes produções. Além do lixo, histórias familiares, vida de jogador de futebol, de músico e crítica à política nacional foram outros temas levados às telonas.

No âmbito familiar, os diretores Dorrit Harazim e Arthur Fontes retomam a narrativa de uma família em dois períodos diferentes. O documentário “Família Braz: Dois tempos” traz as vivências do antes e do depois de uma década, mostrando as perspectivas e desejos dos seis membros em um mundo de frequentes mutações.

Já “Quebrando o Tabu” traz à tona a discussão das políticas alternativas na luta contra as mutantes drogas, que diariamente são reinventadas. Em cerca de 75 minutos, o documentário dirigido por Fernando Grostein Andrade mostra depoimentos de Dráuzio Varella, Fernando Henrique Cardoso, Paulo Coelho, Bill Clinton e Jimmy Carter, entre outros especialistas. O debate gira em torno da guerra declarada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, George H.W. Bush, contra o uso das drogas, a partir de sua frase “se você usar, será punido”.

Mutações documentadas

Fotos: Divulgação/Experimentus

Danilo Balenwww.facebook.com/wowdb

“Lixo Extraordinário”, produzido por dois brasileiros e dirigido por uma britânica, foi o representante nacional no Oscar 2011. O documentário é de 2009, ganhou dois prêmios no ano seguinte e, neste ano, conquistou a indicação ao Oscar de melhor documentário.

Enquanto o sertanejo universitário dissemina-se dia-a-dia no Brasil, com novas vozes e rostos, sobretudo em formato de duplas, outros gêneros pouco peculiares no país também merecem destaque, porém, só conhece quem se interessa por diferentes sons.

Wanessa (agora sem o Camargo) mergulhou no mundo da música eletrônica, com parcerias de produtores americanos conceituados, que já trabalharam com famosos como GaGa, Britney e Rihanna. A cantora lançou, em julho de 2011, um álbum totalmente em inglês, denominado “DNA”, no qual combina diferentes ritmos e sonorizações, como o funk brasileiro, o rap americano e um toque latino junto ao dance pegajoso e poderoso, sucesso na night. “Stuck

on repeat”, segunda faixa do CD, foi considerada por um colunista do New York Post como “a música mais poderosa dos últimos tempos”.

Ainda na tentativa de se americanizar, Claudia Leitte vem incorporando cada vez mais músicas em inglês e covers ao seu repertório. A cantora, conhecida pelo axé, fez parceria com Ricky Martín e daí surgiu a música “Samba”, que faz parte da versão brasileira do álbum Música+Alma+Sexo, de Ricky. A música mescla o ritmo nacional ao pop americano que o cantor porto-riquenho costuma fazer.

Americanizações à parte, Rafael Cortez se mostra um artista completo em seu primeiro álbum. “Elegia da Alma” recebeu boas críticas dos

comentaristas musicais. Se você está pensando que falo do repórter do CQC, acertou. Por essa poucos esperavam. Cortez arranjou tempo para investir no mundo da música. Elegia da Alma é diferente. Acordes de viola, com um pouco de MPB e som intimista, nada badalado, pelo contrário, é totalmente instrumental.

Para quem comenta que o Brasil está pobre de novas propostas, aconselho que saia do usual e pesquise a fundo.

Diferenciais como esses citados acontecem por aí, pena que nem todos conseguem abrir seus horizontes e seguem apenas as pautas pelo que as rádios tocam e a grande mídia contamina.

d i f e r e n c i a i s d i f e r e n c i a i s d i f e re n c i a i s d i f e r e n c i a i s d i f e r e n c i a i sd i f e r e n c i a i s d i f e r e n c i a i s :

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Os livros estão fazendo a cabeça de muitos e despertando os mais diversos sentimentos. Os autores arriscam cada vez mais, procurando sempre atiçar o leitor. Sem falar que hoje os best-sellers viraram mania, marcando presença no cinema. A saga “Crepúsculo”, da escritora Stephenie Meyer,por exemplo, fez a cabeça de vários jovens e quebrou recordes de bilheteria.

Uma garota normal que se apaixona por um vampiro e vive uma aventura. Essa moda dos vampiros e do fim do humanidade são as histórias que dão

mais certo no mundo da leitura hoje, pelas curiosidades que despertam. Porém, os livros de autoajuda e os romances ainda encantam e fascinam muitos admiradores de seu gênero.

O cinema também usa obras de Dan Brown como inspiração para grandes longas. “O Código da Vinci” e “Anjos e Demônios” geraram muitas polêmicas, tanto em livro quanto no cinema. As obras mexeram com o mundo da religião, que muitos críticos condenaram e recriminaram. O fato é que suas obras se caracterizam pela

excelente trama, que envolve o leitor do início até o fim. As pesquisas bem feitas, que incluem sofisticados detalhes científicos, militares e religiosos, fazem com que o leitor acabe acreditando na história.

Atualmente a realidade se mostra favorável aos escritores, tornando possível aos admiradores da leitura uma descoberta incessante por um mundo novo. Pode-se dizer que ler não é só um passa tempo, mas, para muitos, um vício saudável sem contra indicações.

”Uma descoberta incessante

Mariani [email protected]

nem todos fazem questão

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Locais com decoração diferenciada são as novas tendências para os próximos anos. Arte nas paredes, móveis com design arrojado, cores intensas e que falam por si só, tudo isso compondo um ambiente.  O que você acha de estudar num lugar assim? 

Algo que não passa despercebido na Unochapecó é a forma despojada como são utilizados alguns espaços da universidade, com uma decoração ousada que chama a atenção em diversos ambientes. Os espaços são modernos e agradam a maioria dos acadêmicos e funcionários da universidade, criando uma ambientação toda especial. 

Isso faz com que a Unochapecó continue investindo neste método de diferenciar e proporcionar locais mais vivos e harmoniosos. Ao andar pelo campus, pode-se notar exemplos de criatividade. O uso de objetos inusitados para alegrar os olhos de quem os percebe é um exemplo.

Procure peculiaridades sempre por onde passar e note que a Unochapecó não é apenas um ambiente transitório, é também um es-paço de criatividade expressa por meio de intervenções artísticas.

Já olhou ao seu redor hoje?

Fotos: Bianca Cerejo

Bianca Cerejowww.facebook.com/biacerejo

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etc. | EXPERIMENTUS 19

Crescemos. Naturalidade que se mostra com o passar do tempo como um ciclo imutável. O relógio insiste em contar as horas e nós somos obrigados a contar os anos. Quando nos deparamos com o “amadurecimento” e percebemos que os dedos das mãos já não são suficientes para indicar nossa idade, chegou a hora. É necessário escolher o próprio destino. Sem saber o futuro, a escolha é um tiro às cegas.

De nada adianta chorar e espernear, afinal, não temos mais idade para isso. Deixar a casa dos pais é abandonar a zona de conforto. É o momento de aprender que ou se paga a conta de luz ou ela simplesmente se apaga. Que ou se

faz comida ou se passa fome, ou se lava as próprias roupas ou se torce para que em algum lugar, entre o armário e a cama, exista alguma que ainda esteja usável.

Estranho, mas vale a pena. O sonho instiga, impulsiona, estimula, vai além do autocontrole, faz graça com a nossa incredulidade. Somos presas fáceis da nossa própria vontade de vencer. Vontade essa tão devastadora que se faz simples o fato de estarmos longe de quem mais amamos. Nos tornamos parte de um sistema, quase que mecânico, de uma massa social que tem o cotidiano resumido em rotina. É sintomático de uma sociedade cheia de sonhos e vazia de empatia.

Se os desejos e ideais tivessem casa, com certeza seria uma universidade. Dentro da utopia de um dia vencer, ela é o caminho. Leva ao conhecimento, a maestria. A universidade forma antes de profissionais, agentes transformadores. Deixamos para trás família, casa e conforto para aprender mos como agir diferente em um mundo de iguais. Se você não está tomado por essa sensação, sinto. Você é apenas mais uma marionete do espetáculo.

Nesse tumulto de obrigações que se aglomeram nas nossas vidas, o cansaço é visível, talvez concreto. Engraçado, o relógio é o mesmo de quando éramos crianças, as horas passam na mesma velocidade. Nessa metamorfose, quem muda somos nós.

Há que se cuidar do mundo

Foto: Ilustração/Experimentus

Isabela Sudattiwww.facebook.com/isabelasudatti

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Foto: Daiane Servo, Danilo Balen, Gabriela Irajá e Mariani Tauchert.

Galeria Uno | EXPERIMENTUS 21

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Galeria Uno | EXPERIMENTUS 23

Foto: Bianca Cerejo e Natan Silveira

EXPERIMENTUSDezembro 2011