Experiência em agricultura orgânica demonstra que

é possível produzir com qualidade no Semiárido

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1142

Setembro/2013

Pedra

Vivendo no Sítio Paxinanan, no município de Pedra, Miguel Pereira trabalha em sua propriedade rural com muito entusiasmo, juntamente com o irmão José Pereira, e o amigo José Lucena. Miguel Pereira afirma que é plenamente realizado com o que faz, desde que comprou a propriedade em que trabalha no ano de 2006, quando voltava de São Paulo para Pedra com o objetivo de produzir alimentos orgânicos.

Vendo a necessidade de investir no sítio, Miguel mandou cavar um poço artesiano e assim também conseguiu que fosse instalada a energia elétrica na propriedade, uma vez que para isso é necessário ter acesso à água. A vazão do poço é 1.700 litros por hora, o suficiente para regar, com ajuda de uma bomba, todos os produtos que produz

Da cultura não irrigada Miguel produz mandioca e feijão. Com o auxílio

da água planta abobrinha, maxixe, alface, coentro, batata-doce, macaxeira, pimenta, mamão, abóbora, cenoura, cebolinha, pimenta de diversas variedades, jiló, dentre outros. No dia de comercializar os alimentos, eles vão sempre em dupla vender na feira ou de porta em porta, enquanto um fica na propriedade tomando conta das plantações. O trio vende também para supermercados e muitas pessoas, já conhecendo a qualidade das verduras, vão ao próprio local comprar.

Agregando mais valor ainda aos alimentos, os agricultores não usam agrotóxicos, utilizam apenas estrume de gado como fertilizante. “Quando precisa a gente utiliza alternativas da própria na natureza”, disse Miguel.

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Pernambuco

Realização Apoio

A propriedade aconteceu uma capacitação em viveiro de mudas, para 10 famílias agricultoras. A iniciativa partiu da Diocese de Pesqueira, sendo realizado através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1 + 2), em parceria com a Articulação no Semiárido (ASA).

Na ocasião, o instrutor Lucinaldo fez uma troca de experiências com as famílias com a visita à propriedade, quando foram apresentadas na prática algumas formas de se produzir mudas, como: enxertia, dormência de algumas sementes e a lguns t ipos de compostagem. “A maioria de nós

(agricultores) se interessa por mudas tanto para nós como para comercialização”, afirmou Miguel, que já tem planos de venda para as mudas que venha a produzir futuramente.

Miguel, José Pereira e José Lucena fazem parte da Associação de Produtores de Horizonte Alegre, em Buíque, e estão multiplicando as experiências que aprenderam na capacitação de viveiro de mudas tanto na associação, quanto na comunidade. “Aprendi a enxertar e que não devemos utilizar produtos químicos e fazer queimadas. O que a gente sabe, a gente ensina do jeito certo”, disse Miguel, valorizando a multiplicação do saber popular.

Como planos futuros, Miguel pretende ampliar a casa que mora no sítio e a produção. “Não trocaria este trabalho por outro. Gosto do contato com a terra e com as plantas”, afirmou demonstrando ser uma pessoa realizada com o que faz.