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Expediente Os Autores

Alex NazárioGeógrafo, mestre em Geografia pela Universidade Federal de Alagoas. Professor-substituto no Instituto de Geografia, De-senvolvimento e Meio-ambiente - Igdema, da UFAL, e consultor técnico no Instituto do Meio Ambiente de Alagoas - IMA.

Cármen Lúcia DantasMuseóloga, mestra em Literatura e pesquisadoranas áreas de Patrimônio Histórico e Cultura Popular.

Cícero Péricles de CarvalhoDoutor em Economia, professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Alagoas; autor de vários livros sobre a economia alagoana.

Douglas Apratto TenórioDoutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco, pesquisador sênior, autor dos livros Capitalismo e Ferrovias no Brasil, A Tragédia do Populismo e Metamorfose das Oligar-quias, dentre outros. Membro da Academia Alagoana de Letras, da Academia Brasileira de História, do Instituto Histórico e Ge-ográfico de Alagoas e do Instituto Histórico Brasileiro.

Nide LinsHá mais de 20 anos, escreve sobre turismo e gastronomia ala-goana através de seu blog e site, onde registra suas viagens e sabores da terra dos Caetés. A sua experiência resultou em três livros editados pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, dois Guias da Gastronomia Popular Alagoana e Receitas das Alago-as, originárias das cozinhas de chefs, de botecos e de receitas tradicionais.

Ricardo LêdoJornalista de formação, fotógrafo e pesquisador, com trabalhos premiados em Alagoas e no Brasil

Projeto Gráfico / Diagramação: Wellington Charles | Revisão: Patrícia Barros

Produção: Instituto Arnon de Mello - Tiragem: 7 mil exemplares

8 roteiros para conhecere nunca mais

esquecer

AlagoasA CHAVE DE TUDO

Diretor ExecutivoLuis Amorim

Instituto Arnon de Mello (82) 3326-1604

Presidente Carlos Alberto Mendonça

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Editorial

Estes 8 Roteiros mostram o que há de melhor para os que querem conhecer os segredos de Alagoas. Trata-se de um guia especial que contempla restaurantes e bares conhecidos do grande público, outros, de públicos menores, estes mais sofisticados, cujas cozinhas falam em espanhol, francês, italiano e outras variantes idiomáticas, e uma diver-sidade de locais – restaurantes, bares e botecos – de cozinhas de sabo-res populares, conhecimentos advindos de uma culinária antiga, com a marca das melhores caçarolas alagoanas e nordestinas.

Mas não só de pão se vive. Aqui o leitor vai encontrar uma diversi-dade que o levará tanto às belezas incomparáveis do litoral alagoano como às rotas interioranas, fora dos guias tradicionais, abrindo-se uma gama de oportunidades até então reservadas aos conhecedores dos se-gredos da terrinha.

Para isso, temos dicas de passeios, contendo paraísos isolados, de incontáveis belezas, como a Praia dos Morros, na Rota Ecológica dos Milagres; as trilhas das reservas de Mata Atlântica; a Várzea da Maritu-ba, o chamado Pantanal Alagoano, no litoral Sul do estado; as trilhas do Sertão e os imponentes cânions do Rio São Francisco.

Enfim, estes Roteiros contêm também a História, a Cultura e a Eco-nomia dessas áreas, tudo para situar seus usuários nos segredos dos lugares a visitar.

Para sua comodidade e praticidade, está assim dividido:Geografia, com mapas de estradas e detalhadas informações dessas

vias (como chegar) e outros dados desses caminhos;Gastronomia – uma viagem diversificada pelo sofisticado e popular,

de quem conhece e pode ensinar;Hotéis e Pousadas – Para vários gostos, uma gama de opções;Usufruam deste guia que traz o melhor desta terra que tanto atrai

brasileiros e estrangeiros de todos os quadrantes.

Stefani Lins

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A 316 a Alagoas guia turístico – 8 roteiros para conhecer e nunca mais esquecer/ Nazário, Alex. ET al. – Maceió: Instituto Arnon de Mello, 2018. 248p. : Il.;color.

Inclui bibliografia ISBN: 978-85-99408-7 1 Alagoas – Roteiros turísticos. 2 Turismo - Alagoas. 4 Alagoas Municípios- Turismo. Alagoas. I Alex Nazário. II Dantas, Cármen Lucia. III Carvalho, Cícero Péricles de. IV Tenório, Douglas Apratto. V Lins, Nide. VI Lêdo, Ricardo.-Fotografia.

CDU: 918(813.5)

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Índice Caminhos do Litoral NorteParipueiraBarra de Santo AntônioPasso de CamaragibeBarra do CamaragibeRota Ecológica dos MilagresSão Miguel dos MilagresPorto de PedrasJaparatingaMaragogi Caminhos do São FranciscoPenedoPão de AçúcarPiranhasCaminhos do Vale do Mundaú e Quilombo dos PalmaresMuriciUnião dos PalmaresSão José da LajeCaminhos do Vale do Paraíba/do Açúcar e do AgresteViçosaMar VermelhoBoca da MataCampo AlegreArapiracaPalmeira dos ÍndiosCaminhos do Complexo Lagunar/Alagoas ColonialMarechal DeodoroPilarCoqueiro SecoCaminhos do Litoral SulBarra de São MiguelCoruripeRoteiroJequiá da PraiaCaminhos do Alto Sertão/Bacia LeiteiraDelmiro GouveiaOlho D´Àgua do CasadoÁgua BrancaSão José da TaperaCaminhos de MaceióMaceió litoral NorteJatiúcaPonta VerdePajuçaraJaraguáFarolSanto EduardoMercado do ArtesanatoBebedouroComércio & Serviços

71214181920222529314349545970767880899698

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Roteiros de novas experiências turísticas

Vinicius Lages - Diretor do Sebrae Nacional O movimento de turistas internacionais no mundo atingiu recordes em 2017, quando 1,322

bilhão de pessoas cruzaram fronteiras de seus países em busca de experiências ou com objetivo de realizar negócios. No Brasil, esse movimento é bastante limitado, mantendo-se na faixa de 6,6 milhões de chegadas de turistas internacionais, em que pese o enorme potencial que o país dispõe.

Alagoas, um dos menores estados brasileiros, é um desses destinos que apesar de ver um crescente número de turistas, também apresenta um enorme potencial de crescimento, especial-mente no fluxo turístico internacional. Evidentemente, um maior fluxo, sobretudo internacional, dependerá dos esforços integrados do setor público e privado para construir uma oferta turística competitiva que envolva tanto uma infraestrutura adequada, especialmente uma logística de acesso facilitada, a qualificação de pessoas e produtos turísticos inovadores e diferenciados.

Um esforço de ampliação dessa oferta turística, no caso de Alagoas, requer, em especial, um esforço de diversificação e qualificação da oferta existente, migrando da histórica dependência do sol e praia, com forte ancoragem no turismo de laser e sazonalidade que limita a rentabilidade dos investimentos necessários. Urge, portanto, um esforço integrado que amplie a oferta através da diversificação de produtos, interiorizando a oferta turística onde Alagoas tem ativos turísticos com potencial de oferecer experiências inesquecíveis a quem nos visita. Temos empreendedores para tanto.

Esta publicação, que arrola um grupo de especialistas de elevado calibre intelectual e de grande experiência em suas áreas de conhecimento, é um indicativo do quanto nossa história e seus ícones e territórios, com sua geografia singular, nos brinda com os cânions do São Francisco e a Serra da Barriga, com as falésias vivas do litoral Sul e as piscinas naturais do litoral Norte. A herança açucareira e a economia regional, que apresenta grande diversidade de oportunidades ligadas às ati-vidades produtivas, a dinâmica cultural, tanto a do passado, que nos brindou com poetas e artistas plásticos, músicos e festejos populares, quanto a do presente, cultura viva dos mestres e artesãos. A gastronomia premiada, tanto com base no litoral e nos ecossistemas lagunares, quanto a do Sertão e Agreste, que tão bem simboliza a memória gustativa daqueles que nos visitam. Quem saboreia um desses pratos nunca mais esquece.

Cada vez mais o desenvolvimento do turismo está associado à proteção ambiental e ao con-vívio respeitoso com as populações locais, razão pela qual nosso território pode ser palco de experiências indeléveis na memória de quem nos visita. O encontro com o velho Chico, com a lagoa Mundaú e seus manguezais e vida ribeirinha, com os remanescentes de Mata Atlântica, com a pescaria de sururu, com os ícones de nossa herança afro, indígena, ibérica, é substrato profícuo para uma verdadeira viagem.

Ao projetarmos as experiências arroladas nesta publicação, sabemos o quanto de apelo pode ter para o mundo. Por esta razão, diversificar, interiorizar e integrar nossa oferta turística tem que ser pensada nesta perspectiva de internacionalização, considerando o vasto repertório aqui apre-sentado. Seguramente estes roteiros representam uma mostra viva do que ainda temos a valorizar turisticamente nesta terra tão abençoada.

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Litoral Norte

Caracterização Geográfica e AmbientalMunicípios: Paripueira, Barra de Santo Antônio, Passo de Camaragibe, São Miguel dos Milagres, Porto de Pedras, Japaratinga, Maragogi, Porto Calvo, Matriz de Camaragibe e São Luis do Quitunde.

CAMINHOS DOGEOGRAFIAALEX NAZÁRIO

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O roteiro Litoral Norte apresenta duas opções de trajeto partindo da capital Maceió:O primeiro roteiro (“dos Tabuleiros Costeiros”) é recomendado para quem desem-

barcou no Aeroporto Zumbi dos Palmares ou reside na parte alta da cidade de Maceió. Consiste em tomar a Avenida Menino Marcelo (rodovia BR 316) no sentido do Conjun-to Residencial Benedito Bentes e seguir pela Rodovia Cachoeira do Meirim (ao lado do Supermercado G Barbosa) na rodovia AL 105. A estrada se encontra toda pavimentada e compreende uma distância de aproximadamente 43 km desde o início da AL 105, nas imediações do Shopping Pátio, até seu encontro com a AL 413 na área urbana de São Luís do Quitunde.

No trajeto será possível atravessar o Rio Pratagy, que nasce no município de Messias e abastece parte da cidade de Maceió. Além disso, é uma Área de Proteção Ambiental (APA) desde 1998 com aproximadamente 20.900 hectares. Aqui ainda existem muitos fragmentos de Mata Atlântica preservados, em sua maioria, em terras de usinas da região como a Ca-choeira, a Santa Clotilde e a Santo Antônio.

O segundo roteiro (“da Planície Litorânea”) segue pelo litoral, a partir da rodovia AL 101 Norte, sentido Maceió – Paripueira, com aproximadamente 30km entre suas áreas urbanas. A divisão municipal é traçada pelo Rio Sauaçuhy. Paripueira possui praia de águas calmas na sua enseada, onde o visitante pode tomar embarcações e conhecer os famosos recifes de coral localizados no Parque Municipal Marinho de Paripueira, criado em 1993, com uma área aproximada de 3.240 hectares, de rara beleza e rica biodiversidade.

Praia de Carro Quebrado (Barra de Santo Antônio)

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É interessante destacar que desde a foz do Rio Meirim, em Maceió, até a foz do Rio Formoso, no litoral sul de Pernambuco, todo o litoral norte alagoano compreende a APA Costa dos Corais, que tem como objetivo a conservação dos ecossistemas costeiros e ma-rinhos, com destaque na preservação dos recifes de coral existentes. Foi criada no ano de 1997 e possui uma área de pouco mais de 400 hectares. Ela busca disciplinar a atividade pesqueira, turística e os demais usos que possuem influência nessa área protegida.

Partindo do centro de Paripueira, ainda pela AL 101 Norte, em aproximados 4km, chegaremos ao município da Barra de Santo Antônio após a travessia do Rio Tabuba, cuja foz é muito procurada por banhistas. Na cidade, um dos grandes destaques é a foz do Rio Santo Antônio, que divide a área urbana da cidade da conhecida Ilha da Crôa que, na ver-dade, não é uma ilha, mas sim, uma restinga. Restingas são formações arenosas costeiras de forma alongada, geralmente separando o mar de algum rio ou laguna. O ambiente possui um vasto manguezal que atua como berçário e proteção para a vida aquática e terrestre.

O manguezal é um ecossitema de transição, com importante função de proteção da costa, retém sedimentos dos rios, promove a manutenção da vida no ambiente aquático, servindo de berçário e refúgio para diversas espécies animais. São consideradas áreas de preservação permanente (APPs), devendo ser protegidos em toda a sua integridade.

Ainda na Barra de Santo Antônio, o visitante tem a possibilidade de seguir pela AL 101, atravessando a ponte do Rio São Miguel em direção a Ilha da Crôa, via litoral até as falésias de Carro Quebrado, um belíssimo trecho do litoral alagoano marcado pelo encontro das belas falésias e dos recifes de coral. Ainda neste município, temos a praia de Morros do Ca-maragibe, com areias brancas singulares consideradas das mais belas do litoral de Alagoas.

As falésias podem ser classificadas em “Vivas” ou “Mortas”. As Falésias Vivas são aquelas em que a atividade do mar incide diretamente sobre elas, erodindo e moldando sua estrutura. As mortas não possuem mais a interferência direta do mar e lentamente são cobertas pela vegetação nativa.

Saindo da cidade da Barra de Santo Antônio, via rodovia AL 413, chegaremos a cidade de São Luis do Quitunde, com distância aproximada de 16 km Aqui, após a área urbana, seguindo a mesma rodovia, ocorre a confluência com o roteiro que sai de Maceió pela Ave-nida Cachoeira do Meirim pela AL 105. Seguindo em sentido norte, após a sede da Usina Santo Antônio, às margens da AL 105 está o receptivo da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Garabu, pertencente a mesma Usina. Lá existe uma produção de mudas e espaço para comercialização de artesanato produzido na região que merece ser visitado.

RPPNs são áreas protegidas de caráter privado. São averbadas com perpetuidade, o que garante que caso seu atual proprietário decida vender as suas terras, a área da RPPN não poderá sofrer interferências negativas pelo novo dono.

Após a sede da Usina, existem 2 opções de trajeto:O primeiro trajeto é a partir do trevo que se localiza após a sede da Usina Santo Antô-

nio, confluência com as rodovias AL 105 e AL 430. Desse ponto, temos aproximadamente 17 km, seguindo a AL 105 em direção a cidade de Matriz do Camaragibe. A paisagem com-preende a região dos grandes canaviais do norte alagoano, que cobrem um relevo típico

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dessa região conhecido como “Mares de Morros”, que foram esculpidos pela ação erosiva dos rios e outros agentes do clima por milhares de anos. Aqui é possível ver o grande contraste na paisagem entre a monocultura da cana-de-açúcar e os remanescentes de mata atlântica que antigamente cobriam toda essa formação que é comum em quase todo o leste brasileiro.

A partir da cidade de Matriz do Camaragibe, continuando na AL 105, em direção norte, em 23 km, chegando a cidade de Porto Calvo, um dos primeiros núcleos de povoamento do estado de Alagoas. Encravada em um morro elevado e banhada pelo Rio Manguaba, podem ser tomadas duas rotas a partir de sua área urbana: seguindo a AL 460 (23 km) com destino a cidade de Porto de Pedras ou a AL 465 (20 km) com destino a Japaratinga.

Devido a esta região ser marcada pela ocupação primordial do nosso território, os rema-nescentes de mata atlântica foram reduzidos e quase completamente dizimados. A cultura da cana necessitava cada vez mais de áreas de expansão e cobriu desde as várzeas dos rios até os topos dos tabuleiros, modificando a paisagem e alavancando a economia da antiga capitania de Pernambuco, a qual as terras alagoanas pertenciam.

O segundo trajeto parte do trevo que se localiza após a sede da Usina Santo Antônio, confluência com as rodovias AL 105 e AL 430, seguindo a AL 430 e logo após a AL 101, em direção a cidade de Passo de Camaragibe (aproximadamente 14 km), às margens do Rio Camaragibe. Desse ponto, seguir pela AL 101 em direção ao litoral, para o povoado da Barra do Camaragibe, numa distância de 14 km, iniciando um belo roteiro litorâneo de praias compridas e mornas, exuberantes manguezais e rios cheios de vida que deságuam nas praias complementando a sua beleza. A partir do povoado de Barra do Camaragibe, com seu belíssimo manguezal, seguindo pela AL 101 Norte, o visitante seguirá em direção a São Miguel dos Milagres, numa rota de aproximadamente 7 km, passando pela bela praia de Marceneiro e iniciando o famoso “Roteiro de Charme”, de hotéis e pousadas dotados de instalações e atendimento diferenciado, mesclando a paisagem com sua estrutura. Este trecho é agraciado pelas belas praias de Porto da Rua, Lages, Patacho, consideradas das mais bonitas do Brasil.

O trecho que abrange o litoral de Passo de Camaragibe, São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras é conhecido como “Rota Ecológica” e especialmente direcionado a ações de proteção ao simpático peixe-boi (Trichechus manatus), que no Brasil, é a espécie de mamífero aquático mais ameaçada de extinção, classificada como “em perigo crítico” des-de 1989. Aqui, a Associação Peixe-Boi atua em conjunto com os municípios, o Conselho Gestor da APA Costa dos Corais e Associações de Pescadores e outras que atuam na região na proteção do mamífero, além de fomentar o turismo ecológico e científico com visitas no Rio Tatuamunha, onde é possível ver o peixe-boi no seu habitat natural.

Saindo da cidade de São Miguel dos Milagres em direção a cidade de Porto de Pedras (aproximadamente 15 km), na foz do Rio Manguaba, temos outro importante e extenso manguezal que, em alguns trechos, possui indivíduos de até 25m de altura. Aqui, o visitante pode atravessar o Rio pelas tradicionais balsas que levam os turistas até a outra margem, seguindo pela AL 101 Norte, já pertencente ao município de Japaratinga.

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Seguindo pela AL 101 Norte, após a travessia da Balsa de Porto de Pedras até a cidade de Japaratinga, com aproximados 9 km, é possível aproveitar um trecho de alta beleza cêni-ca, onde este acesso compreende diversas pousadas e residências próximas a praia. Aqui o relevo acidentado das barreiras quase toca o mar em diversos pontos, com destaque para as Barreiras do Boqueirão, onde se localizam restaurantes e pousadas de alto padrão. As praias apresentam diversos trechos cobertos pelos recifes, complementando um visual paradisía-co e rústico até a chegada a cidade de Japaratinga.

Em Japaratinga é possível acessar alguns mirantes localizados no alto dos tabuleiros costeiros e ter um belo visual da região. Aqui, devido a irregularidade do terreno, que difi-culta o acesso, é possível verificar muitos remanescentes de vegetação nativa em bom esta-do de conservação com características de transição, com vegetação de porte médio, galhos retorcidos e adaptada a um solo pobre em nutrientes.

Saindo da área urbana de Japaratinga rumo norte pela AL 101, antes da ponte do Rio São Bento, (2 km) temos um belíssimo trecho de rodovia considerado dos mais belos do estado pela beleza e proximidade da rodovia com a praia. Aqui, águas rasas e mornas anunciam a chegada em um dos maiores destinos turísticos de Alagoas e do Nordeste do Brasil.

De Japaratinga (foto) até Maragogi, temos uma distância de 10 km. Maragogi é marcada por uma extensa planície cos-teira e águas calmas, além de diversos rios que deságuam em seu litoral promovendo belos manguezais e áreas alagadas. O seu maior atrativo são as piscinas naturais for-madas pelos recifes de coral conhecidas como Galés de Maragogi, intensamente visitados por turistas o ano inteiro, condu-zidos até lá por catamarãs e outras embarcações. As mais visitadas são as Galés principais, Taocas e Barra Grande, onde os visitantes podem mergulhar com os peixes que habitam os recifes e explorar as belezas de suas águas calmas.

Além do belo litoral, Maragogi ainda detém interessantes trechos de Mata Atlântica no interior, onde existem propriedades que realizam trilhas e passeios guiados pela mata, che-gando a belas nascentes de águas cristalinas.

De acordo com dados do IMA/AL (2010), o município de Maragogi possui o maior número de fragmentos de vegetação nativa da microrregião do Litoral Norte Alagoano (161), que abrange a maioria dos municípios deste roteiro. Devido ao fato, a exploração de outros atrativos como o turismo rural e das trilhas nas matas detém alto potencial para atrair o visitante que, além das praias, pode explorar e conhecer a Mata Atlântica local.

Litoral Norte

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Na divisa com Maceió, Paripueira é conhecida carinhosamente como “Parispueira”. A cidade é lembrada na letra do sambista, cantor e compositor, Martinho da Vila: “Teka, ren-deira/ Eliane, praieira/ Vamos pra Paripueira...”. Esse Éden do Litoral Norte tem muitos encantos e sabores, como os famosos camarões crocantes e o camarão jangadeiro, além da possibilidade de navegar em um catamarã pelas piscinas naturais ou saborear os doces vendidos na praia. Mas, o impagável, é o banho de mar de água morninha no final de tarde na praia de Paripueira. Nessa cidade no norte de Alagoas, o aroma do campo também é compartilhado com o mar.

Uma das praias mais badaladas de Paripueira é a de Sonho Verde, com seus condomí-nios e casas de veraneio. É o lugar ideal para quem curte uma praia tranquila, peixe frito, água de coco e cerveja gelada, longe do burburinho e sem luxo. Aliás, quer luxo melhor do que uma praia bonita, brisa e paz?

PARIPUEIRA

VIVER BEMNIDE LINS

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Piscinas naturaisPara quem quer ver a natureza em todo o seu esplendor, a dica é embarcar a bordo de

um catamarã e seguir até as piscinas naturais, consideradas uma das mais preservadas do litoral alagoano. Para curtir esse paraíso, só precisa de maré baixa, sol, protetor solar, e no mais, vivenciar a natureza com direito a um mergulho para ver os corais e todas as belezas do mar. As piscinas naturais de Paripueira são de águas cristalinas e mornas. O legal é que somos recebidos por peixes conhecidos como soldadinhos, que são mais uma atração. Mas a grata surpresa são as agulhinhas, estas sim, um espetáculo à parte. Passeio às piscinas naturais: duração de 2h e só acontece na maré baixa. Quem faz: Restaurante Mar & Cia Náutico e Receptivo - Rua Projetada 23, s/n - Praia de Costabrava, Paripueira - Telefone: (82) 3293-2031

Passeio de lanchaQuer conhecer melhor o litoral Norte? Então aproveite, porque o Restaurante Mar &

Cia, além do passeio às piscinas naturais oferece aventura por terra, com saída de ônibus até a cidade de Barra de Santo Antônio, e de lá numa lancha o visitante navega até a Praia de Carro Quebrado, no mesmo município de Barra de Santo Antônio. Vale a pena ver as exuberantes falésias. Passeio de lancha de Paripueira até Carro Quebrado: duração de 3h / Horário de saída: de 9h até 10h. Quem faz: Restaurante Mar & Cia Náutico e Receptivo - Rua Projetada 23, s/n - Praia de Costa Brava, Paripueira - Telefone: (82) 3293-2031

RestaurantesRestaurante Anauê, localizado na Praia de Sonho Verde. Além da gastronomia regional

é também um receptivo que oferece passeios para o município de Barra de Santo Antônio até a praia de Carro Quebrado. R. Projetada Sv Oito, 266-468, Paripueira / Telefone: (82) 99841-4405 / www.anauepraia.com.br

HospedagemFazenda FioreO Resort Fazenda Fiore é o refúgio para viver os ares do campo. Com seus chalés

temáticos, abriga sonhos dos casais apaixonados e das famílias. Mas não é necessário estar hospedado para curtir tudo isso. O resort oferece a modalidade “Day Use” e os visitantes podem dispor da área comum e utilizar todos os espaços, como piscinas, parques infantis e restaurantes com três diferentes ambientes gastronômicos: o Bistrô, o Restaurante Re-gional Sabor da Fazenda e a Pizzaria Fazenda Fiore. Rodovia Al-101 Norte - Sonho Verde, Paripueira – /Telefone: (82) 3293-2515 / www.fazenda-fiore.com

Pousada Vila dos Corais. Rua Eugenio Costa, 1162, Loteam. Karina, Praia de Costa Brava, Paripueira / Telefone: (82) 3293-1362/ www.pousadaviladoscorais.com.br/pt

Pousada dos Cajueiros R. Projetada Vinte, s/n - Centro, Paripueira - Telefone: (82) 3293-1615 / www.pousa-

dadoscajueiros.com.br

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Camarão jangadeiro - O Restaurante Mar & Cia Náutico e Receptivo é de gastronomia regional com ênfase no cardápio de frutos do mar, como o tradicional camarão jangadeiro (empanado com queijo) e que vem escoltado com arroz e batatas fritas. Também merecem atenção os lagostins grelhados e as agulhinhas. Ensinar o turista a dançar forró é o ponto alto da casa. Restaurante Mar & Cia Náutico e Receptivo - Rua Projetada 23, s/n - Praia de Costa Brava, Paripueira - Telefone: (82) 3293-2031.

Camarão crocante -A barraca do Osvaldo, escondida entre coqueiros, oferece uma sombra muito aconchegante. Chega a dar preguiça tomar banho de mar. O sucesso do bar é o camarão crocante, criação do próprio alagoano Osvaldo. É sequinho por fora e macio por dentro. Come-se brincando. R. Eugênio da Costa, 730, Paripueira - Telefone: (82) 3293-1100.

Alagoas é conhecida pelos sítios de coqueirais, mas no município de Barra de Santo Antônio são as imensas falésias, em várias tonalidades, que desenham outras belezas na famosa praia de Carro Quebrado, considerada entre as dez mais desertas e bonitas do Brasil. Neste destino do litoral Norte, ainda tem as praias de Tabuba, Ilha da Croa e Ponta de Gamela. O melhor roteiro é passear de bugre, caminhar, saborear uma peixada, bolinhos de macaxeira e curtir o sol nas águas tranquilas do litoral desse paraíso banhado pelo Rio Santo Antônio, que deu origem ao nome da cidade.

Passeios

A Praia de Carro Quebrado está entre as dez mais desertas e bonitas do Bra-sil. Localizada no município de Barra de Santo Antônio, só é possível chegar até a praia de bugre, pela estrada de barro, ou de lancha, pelo mar. Cada caminho tem suas belezas, mas o resultado final é o cenário exótico, encravado em vastos coqueirais e esculturais falésias.

BARRA DE SANTO ANTÔNIO

Dica da Nide

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Pelo mar - O passeio de lancha até a Praia de Carro Quebrado é veloz, mas tem paradas para os visitantes apreciarem as águas cristalinas, o azul do mar e os corais preservados. O tempo de duração é em torno de 20minutos. O tempo de permanência na praia é de 45 minutos, porque quando a maré começa subir é tempo de voltar, pois água chega às falésias.

Pela terra – Para chegar lá, tem aventura pela estrada, a bordo de um bugre, apreciando a vida da comunidade e a beleza do canavial. Nesse passeio tem a pa-rada obrigatória no mirante natural no alto das falésias para assistir ao espetáculo do litoral de belezas raras da Barra Santo Antônio.

Areia colorida - Os paredões de argila e arenito da Praia de Carro Quebrado foram formados pela força do mar, e apresentam sedimentos coloridos que fi-cam ainda mais evidentes no contato com a água. Vermelhos, amarelos, azuis e roxos, de várias tonalidades, encantam turistas e geram renda para a população, que extrai o material para confeccionar lembrancinhas e comercializá-las em bar-racas improvisadas – as únicas encontradas em toda a praia.

Lendas - O cenário encanta, e se não for suficiente para satisfazer aos olhos e a curiosidade do visitante, ainda há histórias contadas pelos guias e vendedores locais sobre a origem do nome Carro Quebrado. As versões são muitas, diferen-tes, e vão desde o azar de um casal de namorados que foi visitar o local e ficou preso depois de um problema no carro, até brigas de família. Como em décadas passadas, o trajeto era percorrido em carros de boi, que quebravam ou atolavam na areia fofa da praia, a lenda também inclui essa história.

Curiosidade – As falésias têm uma cavidade conhecida pelos guias como “toca do amor”. Aberta no paredão pela fúria do mar, ela já serviu de ponto de encontro para muitos namorados interessados em conhecer as belezas que a praia oferece. Na praia tem barzinhos simples para petiscar pescados e tomar água de coco. Duração: 1h30 a 2h/ Não aceita cartões. Telefones: 82 99636-5118/ 9911-1273/ Saída da Praia de Tabuba. Da Praia de Tabuba até às falésias de Carro Quebrado são 16km de belezas naturais.

Piscina natural

Na Praia de Tabuba também tem passeio às piscinas naturais. Elas são menos conhecidas, porém donas de grande beleza, permitindo mergulhar nas águas transparentes, tirar fotos e compartilhá-las com o mundo. O passeio é realizado pelos pescadores em jangada. Normalmente os pescadores oferecem os pas-seios nas pousadas. Passeio de jangada: Paulinho (82) 99303.5028/ Roberto (61) 8140.6699

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Hospedagem

Pousada Jirituba: Av. Pedro Lopes Vasconcelos S/N, Telefone (82) 3291-1448/82 99310-8000 - www.pousadajirituba.com

Pousada Arco Íris: Rua João da Silva Moraes, 778 – Ilha da Crôa –Telefone: (82) 99127.879 - www.tabuba.tk/

Restaurante e receptivoCapitão Nikolas Praia & Restaurante – Complexo turístico na Ilha da Crôa

com espaço de lazer com redes, piscinas e playground. Restaurante de culinária brasileira, frutos do mar e vegetariana, também oferece passeio de bugre, quadri-ciclo, jipe, lancha e catamarã pelas praias do município.

Rua Juliana C Modesto, s/n - Ilha da Croa, Barra de Santo Antônio - AL, Telefone: (82) 3591-3846/ Day use R$ 25,00 - Aceitam-se cartões.

Bolinhos de macaxeira: no Nordeste é macaxeira, no Sudeste é aipim. Nomes diferentes para essa raiz de nossa herança indígena. Na modesta barraca do Beto Pituba, na Ilha da Crôa, a macaxeira virou deliciosos bolinhos com recheios de camarão, charque, lagosta, queijo... O quitute lembra acarajé, mas é preparado com massa da macaxeira e sem azeite dendê. Rua João da Silva Moraes, 778 – Ilha da Crôa – Barra de Santo Antônio / Telefone: 99127.8793/ Aceitam-se cartões.

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Dica da Nide

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Tanajura de Porto Calvo

Chuva não combina com Alagoas. São raras, mas quando São Pedro manda chuva forte e com trovoada é tempo de saborear tanajuras fritas com farinha, uma tradição de origem indígena que permanece viva na cidade de Porto Calvo, no restaurante do Frazo. As formiguinhas de asas são caçadas por crianças, fieis fornecedores do Frazo, que paga até R$ 50 por quilo. Elas chegam ainda vivas na cozinha, onde se retira a cabeça e as asas e, em seguida, são limpas na água corrente e temperadas com limão, sal e vinagre. Depois são fritas na manteiga, até ficar bem torradinha. Seu sabor lembra entre amendoim torrado e torresmo. Rua Henrique Dias, S/N, Centro (próximo à Ceal)/ Porto Calvo/ Telefone: 82 99185-5458.

Camarão da Matriz

Na estrada AL 105 Norte, que nos leva aos destinos turísticos do litoral nor-te de Alagoas, especialmente à cidade de Matriz de Camaragibe, o restaurante Frutos do Mar é uma ótima opção para o almoço com mix de comida vindas da água e da terra, a exemplo do carneirinho guisado. E mesmo longe do mar, os pescados fazem o manjar dos Deuses. Até o camarão (tamanho pequeno), oriundo dos mares da Barra de Santo Antônio, é divino, preparado no leite de coco com legumes. AL 105 Norte km 72 – Matriz de Camaragibe – Telefone 82 3251.1433 / 98889.1400

São Luís do Quintude

A Fazenda Castanha Grande, em São Luís do Quitunde, a 59 km de Maceió, se dedica a criação e à comercialização de búfalos e derivados (carne e lácteos). O restaurante e a loja da fazenda, localizada na AL-101 Norte, é ponto estratégi-co para quem viaja em direção ao litoral norte de Alagoas. Neste cantinho, além de saborear o espetinho de carne e o sorvete de leite de búfala, também se pode comprar os produtos de búfalo como carnes, linguiças, iogurtes, e queijos coalho e ricota, e o premiado Castanho.

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Passo de Camaragibe, cidade natal do dicionarista Aurélio Buarque de Holanda, chama a atenção pela beleza exuberante do mar entrecortado por recifes, corais, rios, lagoas e manguezais. A Praia dos Morros é um local muito especial, deserto e para contemplativos. Suas falésias são o destaque.

Hospedagem

Campo - O Cambará Hotel é um paraíso de 870 mil metros quadrados, rodeados de muito verde, no qual o céu azul completa o cenário perfeito. A fazenda conta com diversas espécies de animais e oferece rotinas da vida no campo, como ordenha de vacas, alimen-tação de galinhas, coelhos, ovelhas e muito mais. Isso tudo, somado ao conforto das insta-lações e às opções de lazer para todas as idades.

Hotel Cambará Fazenda - Rodovia AL101, s/n - Zona Rural, Passo de Camaragibe - Telefone: (82) 3258-6010

PASSO DE CAMARAGIBE

Travessia para a Praia dos Morros, na Barra do Camaragibe

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BARRA DO CAMARAGIBE

À esquerda da foto, a Praia dos Morros, à direita a foz do Rio Camaragibe e o povoado de Barra do Cama-

ragibe

Ciclismo - Para quem gosta de pedalar, nem precisa se preocupar. Na Barra do Camaragibe, no encontro do rio com o mar, tem aluguel de bicicletas para quem quiser se aventurar no passeio pela Praia dos Morros, de beleza única, poucas casas de veraneio e de pescadores. Para chegar até a praia dos Morros tem travessia de balsa da foz do Cama-ragibe, lembrando que nos Morros não tem bar, restaurantes e nem pousadas, o luxo do local é a própria natureza.

Passeio de bicicleta até a Praia dos Morros/saída da Pousada e Restaurante Patiaçu. Preço: R$ 25,00 (aluguel da bicicleta) guia (R$30,00 para uma pessoa ou grupo)/ Travessia de balsa: R$10,00 (por pessoa/ ida e volta) / Duração: 2h30/ Telefone: (82) 99675-9796 / (82) 3258-5140.

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Réveillon dos Milagres (Praia do Marceneiro)

Luxo com pés na areia é o que leva gente do Brasil e do mundo a viajar para a Rota Ecológica dos Milagres, que abraça os municípios alagoanos do litoral norte, Passo de Camaragibe, São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras. Lugares de praias lindas, desertas, piscinas naturais, santuário do peixe-boi, artesanato de palha e de madeira mas, na verdade, são os aromas e sabores das cozinhas das pousadas e restaurante, com suas hortas orgâni-cas, que fisgam de fato o turista pela boca e pelo coração.

ROTA ECOLÓGICA DOS MILAGRES

Praia do MarceneiroO Réveillon dos Milagres - A Rota Ecológica dos Milagres abriga a melhor balada de

todos os tempos, o Réveillon dos Milagres na Praia do Marceneiro, realizado pelo grupo Tamo Juntos, um dos eventos mais desejados do Brasil. A celebração da chegada do Ano Novo é pés na areia, são seis dias de festas para ver o sol nascer sob a melhor música eletrô-nica. O ponto de encontro da juventude é no Bar de Praia, com uma programação diária, de 26 a 31 de dezembro. O dia 1º de janeiro já nasce bem, com flores para Iemanjá e o pulo das sete ondinhas, para ser feliz.

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deserta, de águas calmas e quentes, naturalmente já é boa, mas as piscinas naturais do Marceneiro são as melhores de toda a Rota Ecológica, com remansos de águas azuis que se sucedem, proporcionando ótimos locais para banhos tranqüilos. Para ficar encantado, aproveite e contrate um passeio de jangada ou nos barcos de pescadores locais, movidos a pequenos motores de popa. É que em toda a Rota Ecológica dos Milagres, que integra a APA Costa dos Corais, estão proibidos Jet Sky e lanchas, devido a essa linha de costa ser o habitat natural do peixe-boi marinho, sob regulação federal. A praia também é boa para pratica de mergulho e Kitesurf.

Conciérge Tá em Casa - é um desses serviços nascidos da modernidade da Rota dos Milagres, um local que a cada dia recebe gente jovem, cheia de boas ideias. Atuando há quase cinco anos, eles fazem de tudo para que a estadia numa das dezenas de residências de aluguel por temporada da Rota dos Milagres seja a mais confortável possível. Disponibili-zam feira antecipada, indicação de funcionários extras, reservas e indicações de restaurantes e passeios, auxílios para qualquer imprevisto que venha ocorrer na casa etc. Maiores infor-mações: [email protected]

Casar em Milagres - No mesmo cenário paradisíaco do Réveillon dos Milagres, também se celebra o amor na Capela Nossa Senhora de Fátima, tendo o mar como testemunha da felicidade dos casais apaixonados. Dizer o sim na Rota Ecológica dos Mi-lagres é uma tendência nacional, pois o lugar é maravilhoso, com praias som-breadas por coqueiros e protegidas por recifes, conspirando amores. “Casar em Milagres” está em alta e faz Alago-as se destacar como um dos destinos mais desejados do turismo brasileiro. Na Rota Ecológica dos Milagres, o amor acontece, é casamento na praia, no sol, no mar... Piscina do Marcenei-ro - Praia paradisíaca e praticamente

Capela dos casamentos, em MilagresFoto: Fernando Araújo

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Pousada Infinito Mar - Sítio Estância, S/N Povoado Marceneiro - Telefone:

(82) 3258-5107

Pousada Marceneiro - Sítio Estância, praia marceneiro -Passo de Camaragibe - Telefone: +55 82 3258 5344 / www.pou-sadamarceneiro.com.br

SÃO MIGUEL DOS MILAGRES

Peixe do dia – Dourado, Camurim e Robalo são peixes nobres dos mares ala-goanos que dão sabor ao restaurante Paru Bistrô, da Pousada Villas do Paru, em Mar-ceneiro. Quem assina o cardápio é o chef Jonatas Moreira que navega pela cozinha criativa alagoana. No cardápio, o destaque fica para o peixe em crosta com purê de banana e farofa de castanha. O peixe do dia é o que chega de barco e vai direto para cozinha.

Pousada Villas do Paru - Povoado Mar-ceneiro, S/N, Rota Ecológica dos Milagres - Telefone: (82) 99326-5266

A história da Rota Ecológica dos Milagres começou há 18 anos com a Pousada do Toque, de Nilo Bugarelli e sua amada Gilda, na praia do mesmo nome, na cidade de São Miguel dos Milagres. Era uma pequena casa de praia (hoje o restaurante) com poucos quartos, mas o coração batia forte na cozinha da pousada. O próprio Nilo comandava suas criações: la-gostins grelhados, moquecas, peixe no sal... O aroma e sabores começaram a conquistar gente de todo canto, entre elas, o jornalista Ricardo Freire, da revista Viagem e Turismo, que divul-gou uma praia e uma pousada desconhecidas até então para o mundo.

Na Pousada do Toque, os pescados chegavam do mar para a panela, e a horta orgânica tinha lugar cativo na cozinha do chef Nilo. Assim, a pequena pousada traçou o perfil do turismo alagoano no litoral norte: “luxo com pé na areia”, valorizando o ouro casa, o frescor dos alimentos, a simpatia

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Dica da Nide

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do povo de Alagoas... Atualmente são 17 chalés com identidade alagoana, fazendo parte do Roteiro das Pousadas de Charme.

Além da Pousada do Toque, a cidade de São Miguel Milagres ganhou outros empreendimentos hoteleiros que seguem a tendência original de “luxo com pé na areia”, com ótimos restaurantes aber-tos ao público a partir de reservas feitas previamente. Além de se comer bem, as praias são lindas, cercadas por coqueirais, e as piscinas naturais são o principal passeio, mas também pode-se ver o peixe boi e, claro, lá está uma gastronomia de alto nível.

Toque – Os lagostins têm o frescor do mar. Tomate cereja, salsinha e manjericão vêm da horta orgânica, ainda tem abacaxi, manga, abobrinha e berinjela, todos grelhados e regados no azeite. São três restaurantes, destaque para o sushi bar com os peixes da região e com loja do artesanato local. Pousada do Toque - Rua Felisberto de Ataíde, S/N - Povoado do Toque, São Miguel dos Milagres - Telefone: (82) 3295-1127. Restaurante com reserva/ www.pousadadotoque.com.br

No Quintal - Na cozinha do chef Lucas, os peixes são sempre frescos, contudo a carne de sol é de comer rezando. Ela é feita pelo próprio chef, que usa a técnica de cura por 24 horas. Para es-coltar, o manjar nordestino, arroz com jerimum, feijão-de-corda com ervas, emaranhado de fios crocantes de couve e o molho de manteiga de garrafa, finalizando o sabor. Rua do Toque, s/n - Praia do Toque, São Miguel dos Milagres - Tele-fone: (82) 99910-7078

Patrícia Bistrô – O polvo é muito amado na cozinha da chef Patrícia Possas, que abriga na sua charmosa casinha o bistrô com seu nome. Os destaques são os pescados, e um deles é o polvo co-zido e depois maçaricado, que ganha uma farofa (crocante) de maracujá, purê de abóbora e espuma de coco. Rua Eurico Marinho, São Miguel dos Milagres/ Funciona de terça a domingo, das 19h às 23h/ Telefone: (82) 3295-1151

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Pousada Origami - O cardápio do restaurante tem assinatura da dupla de chefs Serginho Jucá e Felipe Lacet. Uma das receitas mais amada é o bobó de camarão. Os crustáceos são frescos, o leite de coco é do sítio, a pimenta é biquinho e as ervas são da horta orgânica.Praia do Toque, São Miguel dos Milagres - Telefone: (82) 99963-2223. Restaurante com reserva/ www.pousadaorigami.com.br

Lagostas na manteiga - Tradição do litoral norte de Alagoas, chegam fresquinhas do mar para a cozinha do restaurante Companhia da Lagosta Mediterranée, na Pousada Villa Pantai. As lagostas preparadas da forma mais simples, ressaltam o sabor natural da rainha do mar, cuja carne macia e suculenta serve bem duas pessoas. Companhia da Lagosta Méditeranée - Rua Ana Marinho Braga, 107, São Miguel dos Milagres Telefone: (82) 3295-1152.

Hospedagem

Pousada Côte Sud - Endereço: Sitio Pitú , R. Pedro Calu, Porto da Rua, São Miguel dos Milagres - Telefone: (82) 3295-1283/www.pousadacotesud.com.br.

Pousada Villa Pantai - Endereço: R. Ana Marinho Braga, 107, São Miguel dos Milagres - Telefone: (82) 3295-1152/ www.villapantai.com.br.

Pousada Amendoeira- Praia do Toque, 7, São Miguel dos Milagres- Telefone: (82) 3295-1213/ www.amendoeira.com.br.

CASA ACAYU - Pousada & Bungalows - Endereço: Sítio da Praia - Povoado do Toque, São Mi-guel dos Milagres - Telefone: (82) 3295-1103/ www.casaacayu.com.br.

Pousada Riacho dos Milagres - Endereço: Praia do Riacho, 01, São Miguel dos Milagres- Telefone: (82) 3295-1206/ www.riachodosmilagres.com.br.

Abaetetuba Pousada- Endereço: Rua Praia do Toque, Centro, São Miguel dos Milagres- Telefone: (82) 3295-1307/: www.abaetetubapousada.com.

Pousada Encanto das Águas- Sitio areia grande, São Miguel dos Milagres - Telefone: (82) 99361-3333/ www.pousadaencantodasaguas.com.br.

Pousada Milagres do Toque (re-servas) 082- 99302-7878 - Mila-gres do Toque Beach Club (re-servas) 082 - 99133-3541 - Rua Felizberto Ataíde, S/N. Praia do Toque, São Miguel dos Milagres. Instagram @milagresdotoque Fa-cebook pousadamilagresdotoque

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PORTO DE PEDRASPorto de Pedras é uma cidade graciosa, com o Rio Manguaba aos seus pés. Dona de praias lin-

das, como a de Tatuamunha, da Lages e do Patacho, mantém ainda características de uma vila de pescadores e ao mesmo tempo abriga pousadas charmosas. O ícone da cidade é o histórico farol, inaugurado em 1940, mas a estrela desse paraíso alagoano é o Santuário do Peixe Boi. De lembrança, leve artesanato feito da palha de coqueiro e os pássaros do Carlinhos. Para comer há muito o que escolher:da tradicional fritada de aratu à paella valenciana.

Travessia – Quem sai da cidade vizinha de Japaratinga para Porto de Pedras só tem um caminho: a travessia de balsa. Enquanto a embarcação vai se aproximando da cidade, a paisagem se completa com a vista do farol. Chegando lá, suba até o farol para ter a melhor a vista panorâmica. Logo no caminho, há o ‘Oitizeiro do Imperador’, uma arvore centenária onde, segundo relatos, em janeiro de 1860, D. Pedro II, em passagem pela região, descansou à sua sombra.

Passeios

Na Praia de Lages, de frente à pousada Casa Rota Ecológica, fica o porto natural de partida para passeio às piscinas naturais e a cena mais comum são os barcos de pesca chegando com polvo, roba-lo, tainha, serra, xaréu… A pesca na localidade é artesanal, de linha ou de mergulho.

No mar - O passeio de barco até as piscinas depende da maré baixa, e o tempo de permanência é de cerca de duas horas. Lembrando que, quando a maré começa a subir, é tempo de retornar à terra firme. Telefone do Efigênio: (82)99660.1406/ Dodó: 99335.3264/

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Vivência – Para quem deseja viver a experiência de pescador, tem o passeio da pesca da agulhinha, que acontece à noite, sem lua cheia, apenas com um facho de luz. É uma bela experiência vê-las pulando para dentro do barco. Leve um isopor, negocie com o pescador para ele tratar o pescado, e com a pousada para fritar as agulhinhas.

Santuário - Navegar em um barco sem motor pelo Rio Tatuamunha, para não perturbar a paz do Peixe-Boi, é um passeio agradável e educativo. É permitido admirar, fotografar e assistir às peripécias do mamífero – que mais parece uma criança alegre – jogando a pata no barco e rodopiando, brincan-do na água doce. Apenas observe, mesmo que a vontade seja cair na água para brincar com o peixe.

Lembrança - Na sede da Associação do Peixe-boi há uma lojinha recheada de lembrancinhas. O destaque vai para os mamíferos em tecido, fabricados pelas mulheres da comunidade. Vale a pena comprar esses pequenos objetos, lembranças do turismo sustentável dos ribeirinhos.

A Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) faz os passeios do turismo de observação, de forma sustentável, através de 48 ribeirinhos que organizam as viagens e, como guardiões, preservam o mamífero ameaçado de extinção. Duração: De 40 minutos até 1h. Por dia acontecem 10 passeios. Aceitam-se cartões. Telefone: (82) 3298.6247

Do Céu - Para quem gosta de aventura, a Pou-sada Ninanoa oferece vôo panorâmico em para-motor. Lá de cima se vêem as piscinas naturais, o Rio Manguaba, o Farol de Porto de Pedras, além das praias vizinhas como a famosa Praia do Pa-tacho, observando-se também as tartarugas que ali habitam. Avenida José de Moraes Neto 115, Porto de Pedras – AL-/ Telefone: (82) 99387 8383

Restaurantes/PousadasPeixada da Marinete - O estabelecimento, com

mais de 50 anos de existência, é célebre pela fri-tada de aratu (caranguejo do mangue). A iguaria é única, de recheio farto, coberto por generosa camada de ovos de capoeira, lindamente decora-da com rodelas de tomate e pimenta-de-cheiro. Essa iguaria é servida nas versões pequena, média e grande, tanto paraq petisco como para almoço (nesse caso, acompanhado de arroz, feijão caseiro e a inusitada farofa de arroz). Rua Coronel Aveli-no Cunha, 100 Porto De Pedras/Telefone: (82) 99348-1257

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Dica da Nide

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Patacho- A Pousada Xuê, com suas casinhas charmosas, também tem seu restaurante aberto ao público. A cozinha é comandada por Guido (proprietário da pousada), especializada em frutos do mar. Rua Dr. Sebastião da Hora, S/n - Praia do Patacho, Porto de Pedras - Telefone: (82) 3298-1197

Paella – A Pousada Ninanoa, na praia de Porto de Pedras, é inspirada na arquitetura mediterrânea. Conta com apenas três apartamentos e é o destino dos apaixonados. No restaurante, a cozinha é regional e mediterrânea, com louvor para a paella valenciana, tradição da cozinha espanhola. E como toda boa gastronomia é aquela que se molda à cultura local, os peixes serra ou robalo, dão o toque alagoano na iguaria. Avenida José de Moraes Neto 115, Porto de Pedras – AL-/ Telefone: (82) 99387 8383

Lages – O polvo tem assento cativo nas panelas da Pousada Casa da Rota Ecológica, seja na versão arroz ou vinagrete. Preparados pela chef Maria da Paz, é o prato mais querido da pousada. O restaurante funciona apenas no almoço e com reserva. Povoado de Lages, S/n, Porto de Pedras - Telefone: (82) 99355-3655

Massas – Na praia de Lages, as massas artesanais do Amor Restaurante fazem a festa do paladar. Os pratos são saborosos, perfumados, feitos com ingredientes frescos. E com duas vertentes bem saborosas: do mar com camarões ou terra com medalhão de filé mignon. Praia de Lages - Porto de Pedras / Funciona de quarta á segunda, a partir das 19 horas. Fechado nas terças-feira. / Reservas: 82 3298 6520 | 99652 1918.

Hospedagem

Pousada Ninanoa - Avenida José de Moraes Neto 115, Porto de Pedras / Telefone: (82) 99387 8383/ www.pousadaninanoa.com.br

Pousada Aldeia Beijupirá: Endereço: Rua 9 de Junho, s/n - Povoado de Lages, Porto de Pedras Telefone: (82) 3298-6520/ www.aldeiabeijupira.com.br

Pousada do Patacho: Praia do Patacho, Porto de Pedras - Telefone: (82) 3298-1253/ www.pousa-dapatacho.com.br

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Casa Rota Ecológica: Povoado de Lages, S/n, Porto de Pedras - Telefone: (82) 99355-3655/ www.casarotaecologica.com.br

Pousada Reserva do Patacho: Praia do Patacho – Telefone: (82) 99126-82335/ www.pousadare-servadopatacho.com.br

Samba Pa Ti: Praia do Patacho, Porto de Pedras/ Telefone: (81) 2127-4925/ www.pousadasam-bapati.com.br

Pousada Aldeia Beijupirá: Rua 9 de Junho, s/n - Povoado de Lages, Porto de Pedras Telefone: (82) 3298-6520/ www.aldeiabeijupira.com.br

Casotas da Laje: Rua do Meio (Rua Professora Filomena Verçosa Reis) 500, Praia da Laje, Porto de Pedras/ Telefone: (11) 99222-0212

Pousada Xuê: Rua Dr. Sebastião da Hora, Praia do Patacho/ Telefone: (82) 3298-1197/ www.pousadaxue.com.br

Pousada Villages: Rua da Praia, Porto de Pedras/ Telefone: (82) 99801-4400/ http://pousada-villages.business.site

Pedras do Patacho: Praia do Patacho, Porto de Pedras/ Telefone: (82) 99186-1095/ (82) 3298-1163/ www.pedrasdopatacho.com.br

Camarão na panela de barro

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JAPARATINGAJaparatinga, cidade do litoral norte de Alagoas, é poesia de sol e praias, como as batizadas

de Pontal do Boqueirão, Centro, Bitingui, Barreiras e Barreiras do Boqueirão. Todas são lindas, serenas e cercadas por vastos coqueirais. O progresso chegou através das pousadas charmosas em sintonia com a vila de pescadores.

O centro da cidade é singelo. Lá encontramos lojas, aparelho de TV na praça, estátua de Padre Cícero, jangadas ao mar, sítios de coqueiros, e sempre tem barco chegando com pei-xes fresquinhos que abastecem as cozinhas das pousadas e restaurantes. Japaratinga é assim, destino de paz, para comer, viver e navegar até às piscinas naturais. Basta a maré baixa para mergulhar nesse Éden aquático.

Com praias brandas, o município é indicado para as crianças curtirem o mar e brincar na areia ao abrigo das sombras dos coqueiros e das sombrinhas. A vila charmosa acolhe paixões nas pousadas e hotéis.

A praia mais procurada é a da Barreira do Boqueirão, porque o seu alto é o cantinho certo para fotografar toda a beleza da orla de Japaratinga. Também despertam atenção as fontes de água mineral, dando origem ao mais tradicional banho público de bica do litoral norte que, curiosamente, tem um local para mulheres e outro para homens. Água doce e gelada para equilibrar o sal do mar de Japaratinga.

Pôr do sol – Japaratinga é, além das belas praias, o Rio Manguaba, na divisa com o mu-nicípio de Porto de Pedras, que guarda história de holandeses e portugueses. O auge do passeio de catamarã é pôr do sol no rio, um espetáculo da natureza que acontece todo dia, com saída às 16h do porto do Clube Manguaba. Quando a maré está baixa, tem o passeio pelas quatro ilhas, com parada na prainha da cidade de Porto de Pedras. Para os amantes do Stand Up, é só equilibrar na prancha e remar nas águas doces do Manguaba, uma terapia com a natureza. Clube Manguaba – Duração do passeio pelo Rio Manguaba entre 1h30 e 2h/ Telefone: (81) 99635-9318

Piscinas - Na cidade de Japaratinga, o passeio às piscinas naturais é realizado de catamarã e de lancha, na maré baixa, para contemplar a vida marítima. E se a maré estiver alta, é tempo de navegar de lancha até a Praia do Patacho, em Porto de Pedras. Mas lembre-se de marcar com antecedência. Passeio às piscinas naturais, com duração de 2 horas/ Passeio de lancha de Japaratinga até praia do Patacho (Porto de Pedras) – Duração de 4 a 5 horas. Quem faz: Restaurante Mama Pereira – Telefone (82) 99993-5073/ Choupana do Guaia-mum Restaurante – Praia Barreiras do Boqueirão / Telefone (82) 9176.7244/ 9142.5328

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Macaxeira com lagosta - Macaxeira é o item sagrado no café da manhã, com manteiga ou car-ne de sol. No Restaurante Cia da Lagosta, a raiz é uma tradição. Ela vem frita para acompanhar o peixe agulha, polvo ao vinagrete e até as lagostas na manteiga. Restaurante Cia da Lagosta - Barreira do boqueirão/ Telefone: (82) 3297.1271

Peixe na Laranja - A pousada Estalagem Caiuia é uma graça, um convite para comer bem no res-taurante que fica aberto ao público. Uma das es-trelas do cardápio é o peixe sirigado no molho da laranja. Como a pousada é um empreendimento da família proprietária do Divina Gula, de Maceió, claro que a picanha na chapa é um trem danado de bom. Pousada Estalagem Caiuia : AL-101, Japaratinga – AL/ Telefone: (82) 3297-1381 - www.estalagemcaiuia.com.br

Arroz de Polvo - O polvo ao leite de coco e no vinagrete é uma tradição de Japaratinga, mas o arroz de polvo do restaurante Mama Pereira, na orla de Japaratinga, é o mais badalado da cozinha local.R. Sebastiao Lins de Melo, 170-220, Japaratinga - Telefone: (82) 3297-1222.

Para namorarPousada do Alto: Encravada no Sítio Biquinha, a pousada é uma ótima opção para os casais

de apaixonados. Da pousada se tem a mais bela vista do litoral norte, com seu mar em todas as tonalidades do azul. www.pousadadoalto.com.br. Sitio Biquinha, s/n - Zona Rural, Japaratinga - Telefone: (82) 3297-1210.

Pousada Humaitá é charmosa e bem bacana, principalmente para os casais de apaixonados. Inaugurada em dezembro de 2011, com 12 quartos, é um espaço amplo rodeado árvores e coqueiros. Rua da Praia, s/n - Barreiras do Boqueirão, Japaratinga - Telefone: (82) 3297-1378/ www.humaitapousada.com.br.

HospedagemPousada 12 Cabanas: Rua da Praia, s/n - Barreiras do Boqueirão, Japaratinga - Telefone: (82)

3297-1338 –www.dozecabanas.com.brPousada e Restaurante Paraíso dos Coqueirais - R. Sebastiao Lins de Melo, 170-220, Japara-

tinga - Telefone: (82) 3297-1222 – www.paraisodoscoqueirais.com.brPousada Vila Cobé- Povoado Bitingui, s/n - Praia de Bitinguí - Japaratinga - Telefone: (82)

3297-1400 - www.vilacobe.com.brPousada Vila de Taipa - Povoado Bitingui, s/n - Praia de Bitinguí - Japaratinga - Telefone: (82)

3297-1400 – www.viladetaipa.com.brHotel Bitingui - Povoado Bitingui, s/n - Praia de Bitinguí - Japaratinga - Telefone: (82) 3297-

1400 - www.bitinguipraiahotel.com

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Dica da Nide

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MARAGOGI“É Maragogi/ Peroba, São Bento e Barra Grande /Estrela-do-mar, que brilha no norte de

Alagoas”. Como a música do cantor e compositor Eliezer Setton, siga em direção ao litoral Norte, ao município de Maragogi, segundo destino turístico de Alagoas. Seu cartão postal são as Galés de Maragogi (piscinas naturais), porém tem outras vertentes do turismo rural, resorts, e claro, a gastronomia, com o Festival da Lagosta e as broinhas de Maragogi, doce sabor dessa cidade litorânea.

Passeios

Galés de Maragogi - O maior tesouro ecológico da Costa dos Corais são os arrecifes de coral, com flora e fauna riquíssimas que, na maré baixa, formam belas piscinas naturais. Essas formações coralinas integram a Área de Preservação Ambiental Costa dos Corais, que se es-tende de Paripueira, em Alagoas, até Tamandaré, em Pernambuco. As mais célebre são as Ga-lés de Maragogi e neste município aainda tem as piscinas de Taocas, Barra Grande (ao norte) e Ponta de Mangue, convite para celebrar a natureza.

Dica: Nas piscinas naturais de Maragogi aproveite para mergulhar e conhecer a vida marí-tima, mas lembre-se: não tire corais, não alimente os peixes, a natureza agradece. Duração do passeio: 2 horas, em média.

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O passeio pode ser contratado nas pousadas, hotéis, restaurantes e agências receptivasCostazul Turismo - Av. Cândido Portinari, 370 - Carvão, Maragogi/Telefone: (82) 3296-2087.

www.costazulturismo.com.br.Tropicana Turismo - R. José Machado Filho, 36 - Telefone: (82) 3296-1555/ www.receptivo.

tropicanaturismo.com.brAgência Receptivo Corais do Maragogi - Av. Sen. Rui Palmeira, 828 – Centro/ Telefone: (82)

3296-2022/ www.coraisdomaragogitur.comBrasileiro Turismo e Viagens – Galeria dos Cabanos – Praça dos Cabanos/ Telefone: (81)

98851.3513Trilha do Visgueiro - É a mais famosa de Maragogi e tem duração de quatro horas. A cami-

nhada começa na área rural, no assentamento Água Fria. O nome da trilha é uma referência à árvore de nome Visgueiro, com mais de 22 metros de altura, e estimados 500 anos de vida. Suas raízes são uma fortaleza. Um lugar sagrado para se fotografar e guardar na memória.

Filé da bananeira – Depois da Trilha do Visgueiro, os visitantes conhecerão a Associação das Mulheres de Fibra, formada por mulheres do campo que também trabalham a fibra do caule da bananeira para bordar o tradicional bordado de filé das Alagoas. Da arte dessas agricultoras nasce um artesanato utilitário e decorativo: carteiras, bolsas de praia, descanso de mesas e mui-tos bordados de fibra que viram quadro nas paredes de hotéis e residências.

Dica: O filé alagoano é um bordado de linhas coloridas feito na tela, que lembra a rede de pescar da região das lagunas do estado. Na cidade de Maragogi, ao invés da linha de algodão essas criativas tecedoras usam a fibra da bananeira.

Trilha com poucos obstáculos. Duração de 2h/ Assentamento Água Fria, Rio Formoso Te-lefone: 82 99113.8299

Missa de São Bento - O dia 11 de cada mês é dia de fé, dia de procissão (começa às 5h00) até as ruínas do antigo Mosteiro de São Bento, localizadas no alto da colina. Depois da procissão é realizada uma missa a céu aberto, com café da manhã feito pela comunidade. O local tem uma bela vista do mar e também é visitado por quem faz passeio de bugre pela cidade de Maragogi. Ruínas do Mosteiro de São Bento, R. Vereador Eraldo Vasconcelos – Povoado de São Bento

Olha o trem! - Uma réplica de uma Maria Fumaça, de 1928, é o mais novo meio para se conhecer um pouco da cultura, da história, do patrimônio natural, e da culinária da cidade de Maragogi. Com saídas dos hotéis, o roteiro permite aos turistas a oportunidade de caminhar pela cidade, visitar lojas de artesanato e saborear tapiocas, água de coco e sucos nesse trajeto. Saídas as 15h30 do Grand Oca Maragogi/ 16h30 do Salinas de Maragogi/ Nos dias de segunda, quarta e sexta/ Duração: 2 horas/ Telefone: (81) 98851.3513. Tempo do passeio: 2 horas.

Bichos

Zoológico Zoo Pet Silvestre- É uma ótima opção para estar conectado com a fauna e apreciar sua diversidade, proporcionando um vínculo inesquecível com a natureza. Durante o circuito de visitação é possível interagir com mais de trinta espécies silvestres, como: corujas, araras, tucanos, macacos e répteis. Zoológico Pet Silvestre: Aberto de terça a domingo/ das 9h às 16h/ AL-101, 51 – Peroba, Maragogi/ Telefone: +55 (82) 98181-1008/ www.petsilvestre.com

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A lagosta é o crustáceo mais cobiçado, tanto que no mês de setembro, Maragogi é palco do Festival da Lagosta, com oficinas gastronômicas, shows, tudo para homenagear essa iguaria do mar que vira sopa, espetinho, pastel, risoto, macarronada... Impossível resistir.

Bolinhos de Goma - Logo no primeiro povoado de Maragogi, São Bento, as barraquinhas de bolinhos de goma, conhecidos como broas e sequilhos, produzidos em pequenas fábricas e nas casas dos moradores, despertam a gula dos turistas. Os tradicionais bolinhos de goma em formato de concha são os mais requisitados. A fábrica da Tia Marlene (quituteira mais tradi-cional do povoado) é aberta à visitação, com direito a degustação e cafezinho. Rua. Edvaldo M Monteiro, 462-614, Povoado de São Bento/ Telefone: (82) 98851-1949.

Restaurantes

Natural - Comida vegetariana, vegana, meditação e yoga têm endereço no Ecohar Yoga, na praia de Maragogi. O conceito do espaço é de convivência, harmonia e respeito. O restaurante com comida natural é aberto ao público a partir de reserva. Endereço: Av. Sen. Rui Palmeira, 359, Maragogi / Telefone: (81) 99974-5976/ www.ecoharyoga.com.br

Contemporâneo: Praiagogi Boutique Pousada, na Praia do Camacho, indicado para casais de apaixonados, abriga o restaurante Tuyn (Jardim) Gastronomique, do chef holandês, San-drijn Van Hoof. A cozinha é autoral com evidência para os frutos do mar, como os camarões grelhados ao molho de frutas vermelhas (morangos, açaí, amoras e acerola), com purê de macaxeira e ervas. Aberto ao público com reservas/ Pousada para dois.

Praiagogi Boutique Pousada: Rodovia AL-101 Norte, 124 - Praia de Camacho, Maragogi - Telefone: (82) 3296-1206/ www.praiagogi.com.

Mar - No restaurante Maragarço, a dica é a peixada à moda da casa. Colorida com toma-tes, ovos, batata, chuchu, coentro, cenoura, cebola, lagosta, camarão, polvo, posta de peixe e pimentas verdes de cheiro, que exalam aroma aprazível. Todos os itens são mergulhados no caldo de peixe com coco. Para escoltar os frutos do mar, pirão no leite de coco natural e arroz branco. Endereço: Av. Sen. Rui Palmeira, 1001, Praia de Maragogi / Telefone: (82) 3296-2041

Terra - Na Peixada da Nalva, a galinha ao molho pardo, tradição nordestina e alagoana, é para compartilhar com a família. A ave é cozida nos temperos e, por último, o sangue batido; a galinha chega macia à mesa. Para acompanhar, feijão caseiro, arroz e salada. E tem mais: no car-dápio, a porção é para duas pessoas, mas dá para três comerem bem. Aposte também na lagosta na manteiga.

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Dica da Nide

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Sítio Peroba – Rodovia AL-101/Norte, Maragogi. Telefone: 3296-8130/ Funciona todos os dias, das 7 horas (com café da manhã) às 17 horas

Praia - O restaurante Burgalhau, na praia do mesmo nome, prima pela boa gastronomia dos frutos do mar. Um dos destaques da casa é a mariscada ao leite de coco natural. Detalhe: a praia do Burgalhau é uma das mais bonita e Maragogi.

Sítio Burgalhau, Praia de Maragogi / Telefone: (82) 99114-9402Cores - Na bela praia de Barra Grande, o Meraki Beach é restaurante descolado, com opções

deliciosas de petisco e almoço. Na casa, drinques coloridos e refrescantes fazem a festa no verão de Maragogi. O cantinho charmoso tem muito conforto, até com direito a redes na praia.

Rua da Praia, 616 – Barra Grande – Maragogi/ Telefone: (82) 3296 6103

Hospedagem

O Salinas de Maragogi, o primeiro resort da cidade, tem tradição na hotelaria alagoana. Inte-grado à natureza, oferece os melhores equipamentos de lazer, como arvorismo, arco e flecha, aula de mergulho, passeios de caiaque... Além de SPA de embelezamento e bem-estar é destino das famílias com o sistema de all inclusive (refeições incluídas na diária). Rodovia AL 101 Norte, Km 124/ Telefone: (82) 3296 3000 / www.salinas.com.br.

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Camurim Grande é uma pousada do Roteiro de Charme, que no passado foi também a moradia do casal Marcelo Lacerda e Cristiana Freire (Kiti). Apenas 5% do terreno de cinco hectares foi ocupado para construção da Pousada. No restante da área reinam um coqueiral, pés de manga e de caju, manguezais: área verde que é berço da biodiversidade, a vida. Com os bangalôs cercado de charme, a pousada é um convite para lua de mel. Rodovia AL 101 Norte, Maragogi / Telefone: (82) 3296-2044/ www.camurimgrande.com.br

Fazenda Marrecas Eco Hotel, do Grupo Salinas, com seu casarão colonial, guarda histórias do antigo engenho de açúcar e agora é um convite para encontrar os amigos, a família, realizar festas, casamentos, batizados e viver experiências do mundo rural, que encantam a todos, sobre-tudo as crianças. Além de cavalgar e andar de charrete, há duas trilhas denominadas de Bromé-lias e Gameleiro. Já o alambique, é uma viagem pela história da cachaça, batizada de Maragogi. Zona Rural, Maragogi /Telefone: (82) 3666-1600/ www.marrecas.com.br

Grand Oca Maragogi Beach -AL 101 Norte, S/N - Ponta de Mangue/Telefone: (82) 3296 1616/ www.grandocamaragogiresort.com

Pousada Rangai - Rodovia Arabaiana, 2426 - Praia de Antunes/ Telefone: (82) 3296-9188/ 3296-9235/ 98810-2303/ www.rangaipousada.com

Hotel Areias Belas - Av. Beira Mar, n° 59 – Centro/ Telefone: (82) 3296 1616/ www.hotela-reiasbelas.com.br.

Praia Dourada Maragogi Park/ Rodovia AL 101 - Norte, km 130 / (81) 3296 6161 / www.hotelpraiadourada.com.br

Pousada Barra Velha - Rodovia AL-101 Norte, s/n Praia de Peroba, Maragogi - Telefone: (82) 3296-8105/ www.pousadabarravelha.com.br

Pousada Mariluz: Av. Sen. Rui Palmeira, 885 - Centro, Maragogi/ Telefone: (82) 99630-9883/ http://www.pousadamariluz.com.br/

Pousada Jangadeiros - Rua Senador Rui Palmeira, s/n, Centro - Beira Mar – Maragogi/ Tele-fone: (82) 3026-4040/ www.pousadadosjangadeiros.com.br

Pousada Tartaruga - Av. Sen. Rui Palmeira, 1021, Maragogi - Telefone: (82) 99953-8584/ www.pousadatartaruga.com

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A partir de Paripueira, com a Igreja de São Amaro, vale observar os exemplares de ar-quitetura do século XIX e início do XX que ainda pontuam o roteiro. Alguns se reportam ao ciclo dos engenhos, enquanto outros trazem a simplicidade das construções brasileiras de comunidades de pescadores. Ao longo da praia o artesanato se divide entre homens e mulheres na utilização da palha, da madeira e das conchas do mar. À margem da estrada aparecem as oficinas do mobiliário de tronco de coqueiro. Dos folguedos tradicionais, os grupos de Caboclinhos e de Cambindas são os mais apreciados pelos nativos. Caboclinhos - aborda a vida dos caboclos, a relação com a terra, as lutas, os poderes do pajé e a valentia dos nativos. As figuras principais são: mestra e contramestra, rei e rainha, pajé e cacique, embaixadores e vassalos. Cambindas – sua origem se reporta às celebrações em honra ao rei do Congo. O nome vem de uma região homônima de Angola.

Roteiro Cultural

Igreja de Nossa Senhora da Apresentação (Porto Calvo)

CÁRMEN LÚCIA DANTASCONHECER

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Pela riqueza cultural e ecológica, a região está entre os principais pontos turísticos do Nordeste.

Passo de Camaragibe - Filho Ilustre - Aurélio Buarque de Holanda, dicionarista mais famoso da língua portuguesa. Nasceu em 1910 na rua 13 de Maio, nº 25 e morreu no Rio de Janeiro, em 1989.

Porto de Pedras com a Igreja de N. S. da Piedade, que traz na fachada a data 1850. Curiosidade – no interior, destaca-se a figura de um dragão, em torno do qual giram muitas histórias. A cauda do animal aparece também como elemento decorativo no altar e arco cruzeiro. Diz a tradição que se trata da reprodução de um enorme monstro vindo do mar e contido por N. S. da Piedade que, do altar, continua domando a serpente san-guinária. Daí a imagem não sair do altar nem para procissões. Ainda no centro da cidade a antiga Cadeia Pública do século XIX. O povoado de Tatuamunha preserva a Igrejinha de São Gonçalo do Amarante e casarões do século XIX em seu entorno.

Maragogi - Mosteiro de São Bento – No alto da colina, no povoado de São Bento, está a ruína de um mosteiro beneditino, provavelmente do século XVIII, tendo anexo um cemitério. Como não existem dados precisos sobre o monumento, circulam muitas lendas em torno da vida dos monges e dos mal assombros da ruína. Os mais ganancio-sos apostam que joias preciosas provenientes de pagamentos de promessas ainda estão soterradas nos escombros do mosteiro.

Porto Calvo - Igreja de N. S. da Apresentação - das mais antigas do estado, se destaca no alto da colina onde o povoado começou. Traz em seu frontispício a data 1610. Foi tombada pelo Iphan em 1955. Forte Bass, descoberto pelo arqueólogo Marcos Albu-querque, na Ilha do Guedes, está sendo escavado com participação do Iphan e será o primeiro forte holandês a ser conhecido em ter-ritório alagoano. O Memorial Cal-abar, o Espaço Cultural Guedes de Miranda e a Casa de Cultura são pontos a serem visitados.

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Alagoas Boreal, Alagoas do Norte, Litoral Norte, vasta é a região que se estende de Ma-ragogy, a capital da formosa” costa dos corais” até Paripueira, a “terra das águas mansas”, de nominação de seus antigos habitantes indígenas com seus tabuleiros costeiros e planícies litorâneas plenos de história, de monumentos e participação na trajetória de Alagoas desde o início de sua colonização. Nomes eufônicos de sua toponímia como Japaratinga denun-ciam a forte presença dos nossos antepassados indígenas. Ali situava-se as famosas Matas do Tombo Real e nela abrigaram-se os Cabanos, “os guerrilheiros do Imperador”, os Papa Méis, os quilombolas que iam até os confins do Rio Una, marco divisório entre a terra das Lagoas e a Capitania de Pernambuco, nela foi construída Porto Calvo, praça fortificada que mirava o acesso à região onde começou o ciclo alagoano da cana de açúcar, com os engenhos Escurial e Buenos Aires. Nela aconteceu a maior batalha da América onde pe-lejaram tropas de índios, negros, portugueses, holandeses espanhóis nas proximidades do rio Manguaba, Mata Redonda. Episódios trágicos como a morte do Cacique Hipólito que desencadeou uma guerra sem quartel. Ou um ciclo preliminar do cangaceirismo. Ali ante-cipou-se o processo de independência do Brasil com a Junta Governativa de Porto Calvo.

Nela nasceram figuras de expressão como Pontes de Miranda, Aurélio Buarque de Ho-landa (foto) Dirceu Lindoso, Newton Sucupira, o clã dos Góis Monteiro, terra de lideranças fortes e de muitos governantes como Batista Acioli, Fernandes Lima, Silvestre Péricles, Is-mar de Góis, Osman Loureiro, Divaldo Suruagy, Lamenha Filho e o maior nome de todos, o polêmico Domingos Fernandes Calabar. Suas igrejas, seus engenhos, seus monumentos, sua geografia, estão cheios de fatos históricos de relevo nacional. A paisagem azul em excesso de suas praias paradisíacas é igualmente o lugar das utopias armadas, dos desbra-vadores como Cristovão Lins, da terra garanhona do massapê de seus banguês, onde casas grandes como as dos engenhos Marrecas, Jenipapo, Cabeça de Porco, Bela Vista, José do Patrocínio, Junco e Coronha assistiram momentos especiais da nossa nacionalidade. Alago-as Boreal merece ser visitada e revisitada.

Alagoas Boreal

DOUGLAS APRATTO TENÓRIOHISTÓRIA

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O litoral norte de Alagoas, conhecido pelo seu passado econômico de muitos engenhos de açúcar e, na atualidade, por ser o principal polo turístico do estado fora da capital, é um trecho que percorre 130 km de praias desde Maceió até Maragogi, em paralelo a trechos intercalados da Mata Atlântica e de canaviais. Essa região, composta por dez localidades, foi o cenário da introdução da cana-de-açúcar que, em 1590, já registrava cinco engenhos nas proximidades de Porto Calvo; desde aí, foram ocupando o centro e o sul de Alagoas. Esse conjunto de engenhos foi, também, o espaço pioneiro da criação dos animais trazidos pelos portugueses e o primeiro vetor de expansão da pecuária, até Penedo cumprir um papel semelhante no São Francisco e no Sertão.

Os municípios do Litoral (e da Mata Alagoana) que formam a parte do Norte do Estado têm algumas características econômicas comuns: um belo litoral onde predomina a pesca ar-tesanal, os coqueirais que desenham a paisagem tropical das suas praias, os canaviais que sus-tentam a produção de quatro usinas instaladas na região, uma agricultura que convive e disputa com a pecuária extensiva os espaços rurais, e um setor de comércio e serviços composto pelas pequenas empresas instaladas nos povoados e pequenas cidades. Nas duas últimas décadas, as praias do litoral Norte atraíram investimentos nos segmentos hoteleiro e gastronômico, cons-truindo um destino do turismo nacional, uma área em permanente expansão com forte presen-ça da construção civil.

Canaviais, coqueirais e o charme do litoral

CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHOECONOMIA

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A economia do litoral: pesca e coqueirais

A economia do litoral se desenvolve com suas atividades tradicionais: a pesca artesanal e as plantações dos coqueirais, que desenham toda a paisagem da faixa praieira do Norte de Alagoas. A pesca da agulha, carapeba, cavala, dourado, sardinha, tainha, vermelho e xaréu, além do cama-rão e lagosta, voltada para abastecer o mercado local, foi dinamizada pela presença do turismo, com venda para outros mercados, como Maceió e Recife. Os imensos coqueirais produzem para o abastecimento das feiras populares, para algumas pequenas indústrias locais, assim como para empresas localizadas em Maceió ou fora do Estado.

Os canaviaisOs canaviais da região destinam sua produção a quatro usinas localizadas no Norte de Ala-

goas: Santa Maria, Taquara, Camaragibe e Santo Antônio. Desde os anos 1990, em decorrência das dificuldades do setor sucroalcooleiro, como a perda de competitividade de suas empresas, a região vem conhecendo alterações. A cana-de-açúcar diminui regularmente sua área plantada, abrindo espaços para os pastos de uma pecuária extensiva e para uma agricultura familiar diver-sificada. Por ser o local mais antigo dessa atividade, tanto se pode visitar ruínas de engenhos do século XVI, ao lado de alguns banguês do século XIX, em bom estado de conservação, como conhecer estruturas de usinas de açúcar desativadas próximas de modernas unidades industriais em plena atividade.

Praia de Carro Quebrado, Litoral Norte

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A pecuáriaOs amplos espaços de pastos na pecuária refletem a histórica presença da criação de bo-

vinos na região. É crescente a criação no Norte de Alagoas, aproveitando o recuo da cana. A produção de leite é destinada às fábricas de queijo e aos pequenos laticínios existentes na região, e a produção da carne abastece tanto a demanda local como o mercado urbano de Alagoas. Uma novidade é a criação de búfalos em São Luís do Quitunde, com milhares de animais que chamam a atenção por sua presença diferenciada e pelos produtos industrializados do seu leite.

Uma nova agriculturaA paisagem rural da região Norte está sendo modificada na área em que a cana recuou.

Surge uma moderna agricultura, diversificada, plantando novas culturas, fruticultura principal-mente, como o maracujá, laranja ou banana; dividindo espaços com antigas plantações de coco e caju, ao lado das tradicionais atividades, como a roça de mandioca, milho, feijão e batata, pra-ticadas nos pequenos estabelecimentos e nos assentamentos da reforma agrária, voltadas para o abastecimento local.

O turismoO litoral Norte é o segundo polo turístico de Alagas, depois de Maceió, aproveitando a

chamada “Rota Ecológica”, onde estão localizados muitos hotéis e pousadas, predominantes no espaço litorâneo. As “pousadas de charme” dão o traço particular de um setor que passou a receber turistas durante todo o ano. O turismo é o segmento que tanto atrai os investimentos do moderno setor imobiliário, pela valorização intensa dos terrenos próximos das praias, como dinamiza atividades tradicionais como o artesanato e a culinária regional.

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Penedo – Cidade Patrimônio Histórico Nacional

Marcius Beltrão – Prefeito de Penedo

O nome Penedo originou-se do grande rochedo que se debruça sobre o Rio São Francisco. Representada na metade do Brasão de Armas de Alagoas, Penedo é uma das principais cidades históricas do Brasil e foi elevada à condição de Vila em 1636, recebendo o título de “Mui Nobre e Sempre Leal”

Em 1637, Maurício de Nassau invade Penedo, mas não tardou a surgir o movimento revo-lucionário e os invasores holandeses foram expulsos em 1645 na Batalha da Openeda. No final século XIX foi elevada à categoria de cidade.

Os prédios que serviram de base sólida ao primeiro povoamento, ainda Capitania de Per-nambuco, são os mesmos sustentáculos que resistem há quase cinco séculos de história dos caetés, portugueses, franceses, holandeses, malês, franciscanos, pescadores, poetas, pintores e escultores.

Penedo vem se preparando para despertar todo o seu potencial para o turismo cultural, religioso, de negócios e de eventos. Com o PAC Cidades Históricas, o patrimônio arquitetônico e cultural vem sendo revitalizado com obras como a restauração do magnífico Theatro 7 de Se-tembro e a requalificação do antigo Largo de São Gonçalo, a construção de uma Marina Pública e Criação da Escola Náutica, além do Centro de Convenções e Eventos no antigo e lendário Cine São Francisco, palco dos antigos Festivais de Cinema.

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São Francisco

Caracterização Geográfica e Ambiental

Municípios: Piaçabuçu, Penedo, Igreja Nova, Porto Real do Colégio, São Brás, Traipu, Belo Monte, Pão de Açúcar e Piranhas

CAMINHOS DO

GEOGRAFIAALEX NAZÁRIO

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O roteiro Caminhos do São Francisco se situa no extremo Sul de Alagoas. Partindo de Maceió:

O primeiro acesso é recomendado para quem desembarcou no Aeroporto Zumbi dos Pal-mares ou reside na parte alta da cidade de Maceió e quer evitar o trânsito da capital. Consiste em tomar a rodovia BR 316 no sentido da cidade de Satuba e Pilar e seguir até o trevo que dá acesso ao Polo Cloroquímico de Alagoas (aproximadamente 12 km), então segue pela rodovia BR 424. O visitante deve percorrer essa rodovia até o litoral, num percurso de 15 km até seu encontro com a AL 101 Sul no trevo de encontro com as duas rodovias. Daí seguir por esta rodovia até a cidade de Piaçabuçu, num percurso de aproximadamente 115 km em média.

O segundo acesso parte do centro pela área litorânea da capital Maceió e segue pelo litoral, a partir da rodovia AL 101 sul, sentido sul, até a cidade de Piaçabuçu, com aproximadamente 125 km entre suas áreas urbanas.

Os aspectos do roteiro entre Maceió e Piaçabuçu são tratados mais especificamente no Roteiro “Litoral Sul de Alagoas”.

Em terras do município de Piaçabuçu, o visitante pode constatar uma paisagem muito di-versificada e especial de Alagoas. Areias de várias cores e texturas são o solo do município, produto de antigas interferências do mar que avançou o continente por vários quilômetros há milhares de anos atrás e depositou seu material arenoso aqui. Nessa extensa planície costeira, formando fantásticos campos de dunas e os cordões arenosos que constituem ondulações no terreno e por muitas vezes aflorando lençóis d’água. A área urbana de Piaçabuçu está às mar-gens do Rio São Francisco, com a beira do São Francisco colorida por dezenas de embarcações de pesca e de transporte para os turistas até a foz do rio, uma das mais belas paisagens do estado de Alagoas. No trajeto da embarcação, o visitante pode contemplar as margens com vegetação nativa em contraste os grandes coqueirais introduzidos na região. Muitas vezes confundindo as ilhas fluviais com a margem alagoana do rio. O destino final é a “prainha”, localizada no encon-tro do Rio São Francisco com o mar, onde é possível ver o antigo Farol do Cabeço, engolido pelo avanço do mar que gradativamente adentra no rio devido a diminuição da vazão das suas águas, controladas pelas barragens no seu curso.

Piaçabuçu, viagem à foz do Rio São Francisco

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A região das Dunas da Foz do São Francisco está inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) de Piaçabuçu, uma Unidade de Conservação Federal criada em 21 de junho de 1983, com o objetivo de assegurar a proteção das tartarugas, aves praieiras e as dunas ali existentes. Trata-se da mais antiga área protegida federal de Alagoas e cobre uma área de 9.106 hectares, segundo dados do IMA.

Saindo da área urbana de Piaçabuçu, tomando a AL 225 em direção a cidade de Penedo, em aproximadamente 12 km, chegamos as pontes que delimitam a divisa entre os municípios de Piaçabuçu e Penedo. Aqui atravessa o Rio Marituba, que forma a várzea do Marituba, uma importante e singular área alagada que cobre uma extensão aproximada de 10.000 hectares, conhecida no estado como “O Pantanal Alagoano”. O acesso a essa belíssima área se dá pela estrada carroçável logo após a mencionada ponte da divisa, à direita (sentido Piaçabuçu - Pene-do), passando pelos povoados de Capela, Marcação, Murici, chegando ao povoado de Marituba do Peixe, distante aproximadamente 13km da AL 225. Aqui, é possível vislumbrar um cenário de rara beleza natural, onde a natureza forma um cartão postal único, cheio de vida.

Formada por terras dos municípios de Feliz Deserto, Piaçabuçu e Penedo, contendo ecos-sistemas frágeis e ameaçados do sul do estado, a Área de Proteção Ambiental da Marituba do Peixe abrange os cordões arenosos e a grande várzea do Marituba. A APA foi criada em 1988 com o objetivo de preservar as características ambientais e naturais, visando garantir a produ-tividade pesqueira, a diversidade da fauna e flora, bem como assegurar o equilíbrio ambiental e socioeconômico da região. Possui uma área de 18.600 hectares e detém elevado potencial para o turismo ecológico, rural e de aventura.

Seguindo a AL 225, chegamos a cidade de Penedo, um dos primeiros núcleos de povoamen-to da antiga capitania de Pernambuco, na região onde hoje é o sul do estado de Alagoas. Penedo ainda possui possui muitos fragmentos de vegetação nativa da Mata Atlântica preservados entre os seus extensos canaviais, principalmente nas terras das Usinas que ali alavancaram a econo-mia da região por muitos anos. Possui vários rios e riachos importantes na região, tais como o Marituba, Piauí, Perucaba e Boacica, todos desaguando no Velho Chico, sendo utilizados larga-mente para a irrigação de culturas, especialmente a cana.

Saindo da cidade da Penedo, via rodovia AL 110/ AL 225, chegaremos a cidade de Igreja Nova. Aqui, a geografia é marcada pelas extensas planícies aluviais formadas pelo São Francisco e seus tributários que nas terras baixas, tornaram o solo alagadiço, formando canais e lagoas. Esse cenário foi amplamente aproveitado para a produção do arroz. Existem rotas de estradas carroçáveis por propriedades as margens do São Francisco para quem deseja um roteiro alter-nativo e ligado a natureza.

Partindo da área urbana de Igreja Nova pela AL 225 até a sua confluência com a BR 101 e, após isto, seguindo em direção sul, o visitante chegará a cidade de Porto Real do Colégio. Neste município, é possível que o visitante comece a verificar a mudança da paisagem que por vezes apresenta morros e elevações de terras úmidas ao seu redor e uma vegetação típica de ambi-entes secos, como os cactos. Aqui as diferenciações entre os Biomas Caatinga e Mata Atlântica começam a mesclar e marcar a paisagem sul do estado.

A partir da cidade de Porto Real do Colégio é possível seguir pela rodovia AL 115/ AL 225 até a cidade de São Brás, num percurso de aproximadamente 10 km.

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Da cidade de São Brás, existem duas opções de trajeto até Traipu:O primeiro segue a AL 115 em direção norte, passando pelos municípios de Olho D’Água

Grande, Campo Grande e Girau do Ponciano. A partir do trevo, seguir em direção oeste, pela AL 187 até a cidade de Traipu por uma estrada marcada pela presença de altas serras e curvas sinuosas, com destaque para a Serra das Priacas, Manões e Mumbaça, próximas a cidade de Traipu.

O segundo parte da cidade de São Brás, pela rodovia planejada (AL 225) sentido noroeste até Traipu não pavimentada. Este seria o caminho mais curto e de maior possibilidade de vis-lumbrar as belezas naturais da região além de passar por vários pequenos povoados ribeirinhos, valendo várias fotos com o São Francisco ao fundo.

A continuidade da rodovia AL 225 é um audacioso e necessário projeto que vislumbra o atendimento da população e possui forte potencial de incremento turístico e econômico para a região são franciscana. Além de encurtar acessos, irá proporcionar um passeio de rara beleza com vários trechos próximos ao São Francisco.

É importante ressaltar que a rodovia AL 225 ainda encontra-se em fase de planejamento se-gundo informações obtidas da base cartográfica do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Recomenda-se então ao visitante que as rotas que envolvem o trajeto entre São Brás até Piranhas, seja tomado o caminho que compreende as estradas pavimentadas. Este mais longo, entretanto mais seguro.

O município de Traipu é um dos maiores municípios alagoanos que margeiam o São Fran-cisco. Aqui o Bioma Caatinga é dominante e a presença de sua paisagem característica é marcan-te. São várias as serras e morros que tiram a monotonia plana da paisagem, cortada por diversos rios temporários pois, estes só levam as águas na época das chuvas e durante curto período do ano. Além das já citadas Serra das Priacas, Manões e Mumbaça, a mais imponente é conhecida como Serra da Mão, que se localiza no extremo norte do município, quase divisa com os muni-

Paisagem da reserva que inclui as Dunas de Marapé

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cípios de Jaramataia, Batalha e Girau do Ponciano. A Serra da Mão tem esse nome porque possui algumas rochas na margem do rio Traipu, contendo figuras rupestres em forma de mãos. Além dessa particularidade, a importância ambiental é alta, visto que a serra abriga áreas com caracte-rísticas de Mata Atlântica, devido a fatores bioclimáticos, sendo considerados refúgios ecológicos e fornecendo água em bicas localizadas na sua base o ano inteiro. O acesso a Serra é feito pela AL 120, que liga Jaramataia a Traipu, ainda não pavimentado.

A partir de Traipu, o visitante poderá seguir via estradas carroçáveis até a cidade de Belo Monte, passando por propriedades, em uma região muito acidentada e declivosa (no que reco-mendamos veículos off road) ou seguir pela AL 120 (ainda planejada e parcialmente pavimen-tada), com destino a Jaramaraia, acessar a AL 220 até o trevo da cidade de Batalha e seguir em direção sudoeste pela AL 125 (não pavimentada) até a cidade de Belo Monte.

A rota mais utilizada consiste em sair da cidade de Traipu pela AL 187 com destino a cidade de Girau do Ponciano (aproximadamente 29km) e acessar a AL 115 no trevo, sentido a cidade de Arapiraca (distante 26km). A partir de Arapiraca, acessar a AL 220 até a cidade de Batalha num percurso de 57km. De Batalha, tomar a AL 125 não asfaltada, sentido sul, para a cidade de Belo Monte, num percurso de aproximadamente 28km.

A próxima cidade do roteiro é Belo Monte, que se localiza em áreas bastante movimentadas do relevo da região. Aqui é possível verificar em muitas áreas nativas a pressão da ocupação do homem sobre elas. O Rio Ipanema corta o município de norte a sul, passando pela Serra das Porteiras, que diferente do sentido do rio, corta de leste a oeste, formando uma abertura abrupta na elevação rochosa de rara beleza e merecedora de visitação, com aproximadamente 260m.

Da cidade de Belo Monte, existem duas opções de trajeto até Pão de Açúcar, o visitante poderá seguir pela estrada não pavimentada (rodovia planejada AL 225) margeando o Rio, num percurso de aproximadamente 24 km ou retornar da cidade de Belo Monte, pela AL 125 até Batalha. Tomar a AL 220 no sentido da cidade de Olho D’Água das Flores e no trevo de acesso a Pão de Açúcar, tomar a AL 130 no sentido Sul por aproximadamente 27km.

A próxima cidade da Rota é Pão de Açúcar, considerada uma das cidades mais quentes do estado, onde já foram registradas temperaturas acima dos 40° durante o verão, um convite para um mergulho no São Francisco. Aqui é possível verificar grandes bancos de areia nas margens do Rio São Francisco, onde a população utiliza tal espaço para lazer e recreação com vista para seu Cristo Redentor em menor escala, símbolo da cidade. O relevo do município é marcado pela presença de várias serras e macicos cristalinos, com destaque para a Serra do Meiruz que pode ser vista ao longe dos vários pontos do município. A área ainda detém boa cobertura vegetal nativa e segundo estudos, tem grande potencial para preservação ambiental. Distando cerca de 18km da área urbana, seguindo pela estrada não pavimentada, sentido oeste, o visitante chegará ao po-voado da Ilha do Ferro, incrustado às margens do São Francisco, onde a tradição do artesanato em madeira e tecido encanta a todos. É uma visita obrigatória a quem se aventura pelas belas trilhas da caatinga de Pão de Açúcar, passando por leitos secos dos rios temporários. E, para um completo roteiro ambiental, uma visita a Reserva Particular do Patrimônio Natural Mato da Onça, localizada próximo ao povoado de mesmo nome, onde o Velho Chico margeia uma área destinada a preservação do meio ambiente do semiarido.

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É interessante destacar que o visitante pode realizar a visita aos povoados da Ilha do Ferro e Mato da Onça via fluvial, saindo da cidade de Pão de Açúcar. Um trecho de beleza singular, com as margens do Velho Chico banhando a Caatinga.

Da cidade de Pão de Açúcar até Piranhas, temos uma distância de aproximadamente 45km, caso o visitante prossiga por estradas e trilhas não pavimentadas que dão acesso ao povoado de Entremontes que requer um veículo robusto off road. A opção mais utilizada é retornando via AL 130 ao trevo de acesso a AL 220, e seguindo em direção ao trevo de Olho D’Água do Casado por 58km aproximadamente. Daí, seguir a AL 225 (pavimentada, sentido sul) por 15km até a cidade de Piranhas.

Caso o visitante decida seguir pela estrada não pavimentada, o trajeto é bem rústico, passan-do pela vegetação de caatinga e trechos de pastagens de pequenas propriedades. Na divisa dos municípios de Pão de Açúcar e Piranhas, está o grande vale do Rio Capiá, que surpreende pela sua beleza. Altas encostas e o povoado de Entremontes na desembocadura do citado rio. Des-se ponto até a cidade de Piranhas, existem vários recortes da drenagem que formam vales de profundidades variadas, dificultando o acesso próximo ao rio, que se elevam de forma abrupta, além da existência de vários morros testemunhos e serras. Chegando em Piranhas via AL 225 pavimentada, o visitante pode contemplar um dos mais belos visuais do estado, onde a cidade antiga de Piranhas se mostra encravada nas rochas cristalinas às margens do São Francisco, moldando suas curvas entre as ladeiras e encostas que seguem até a margem esquerda do rio, formando a conhecida “prainha”, onde moradores e turistas podem se refrescar no São Fran-cisco. Aqui é possível visitar o Parque Municipal da Pedra do Sino, criado em 2009 com uma área de 21,7 hectares e vislumbrar a vegetação da caatinga preservada por uma trilha de baixa dificuldade. Outra visita obrigatória é a Hidrelétrica de Xingó, construída nos anos 90. Nas paredes dos graníticas dos cânions do São Francisco, com estrutura de até 140m, responsável hoje pela geração de 3.162.000 kW de potência instalada.

As turbinas da Hidrelétrica de Xingó podem ser visitadas

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Penedo é uma cidade para jogar a âncora e se apaixonar. Caminhar pelas ruas de pedras, visitar as igrejas barrocas, os museus do Paço Imperial, Memorial Raimundo Marinho e a Casa de Penedo. Conhecer a feirinha do município, com suas tradições, saborear jacaré no molho de coco com farofa, navegar pelo Rio São Francisco, vivenciar o turismo rural e ecológico na Marituba do Peixe.

Penedo, conhecida também com Ouro Preto, é beijada pelo Rio São Francisco. Uma cidade dos anjos barrocos.

PENEDO

VIVER BEMNIDE LINS

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O bem receber dos penendenses tem o sabor do jacaré cozido no leite de coco, uma tradição presente nos lares e restaurantes. O réptil, de carne branca, lembra a textura de frango e sabor de peixe. Para acompanhar a iguaria, arroz, farofa com caldo do jacaré e o molho de pimenta de cheiro, cebola roxa e coentro. Quem faz o prato, divinamente, é a alagoana Vera, do Forte Maurício de Nassau. Do bichinho, ela usa o rabo e os “quartos”, que são escaldados, desossa-dos e desfiados. Depois segue para panela com legumes e leite de coco em fogo médio até ficar macio. Para finalizar, o azeite de dendê.

Detalhe: em épocas passadas, o jacaré também ficou conhecido como bacalhau do Rio São Francisco.

Restaurante Maurício Nassau funciona na Casa da Aposentadoria/ Telefone 99981.7047Do mangue – O bar do Jorjão funciona na casa da família de Nelma Márcia, que comanda a

cozinha com maestria e sabor. Em suas panelas é produzida a gloriosa caranguejada com pirão aromatizado com pimenta de cheiro. O restaurante fica na lateral da Igreja do Rosário, o que já garante sombra e uma brisa agradável. Os caranguejos guaiamum vêm das cidades de Piacabuçu (Alagoas) e Brejo Grande (Sergipe). Telefone: (82) 3551.5932

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Dica da Nide

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Tilápia no japonês – O restaurante de culinária oriental Daruma tem em seu cardápio o peixe tilápia, carne branca que aparece nas versões sashimi e carpaccio. O peixe de criatório é bem apreciado, não apenas no Rio São Francisco, mas em toda Alagoas, se encaixou muito bem com os temperos do oriente. Avenida Getúlio Var-gas, 223, Centro, Penedo/ (82) 3551.2492/ Aceitam-se cartões

Massas – Perto de Casa, Restaurante e choparia, é o mais novo restaurante descolado da cidade. Decorado com fotografias da cidade de Penedo, nos dias de sábado tem uma concorrida feijoada, mas a especialidade são as massas. Ótima dica para curtir a noite penedense.

Praça Clementino do Monte, 163, Penedo, Telefone: ( 82) 3551-2361

Galinha de Capela/ povoado Capela/ Penedo

A galinha de capoeira é ave criada livremente, com dieta de milho e farelo. Quando atinge a idade de seis meses, vira a tradição saborosa da galinha guisada com legumes e pirão. A iguaria é a estrela do restaurante Divino Sabor, no povoado de Capela, e quem viaja até Penedo aprecia sem moderação as comidinhas de origem da agricultura familiar. Quem comanda o empreen-dimento são as irmãs Aldilene Santos e Maria Luiza. Na cozinha delas a farinha de mandioca é oriunda das casas de farinha e das galinhas de capoeira dos povoados vizinhos.

Povoado Capela, Penedo / Entrando no Portal da Marituba do Peixe/ Telefone: (82) 3558-5307 (82) 99601-5089

Pantanal alagoanoO portal com o nome Marituba do Peixe, indica que estamos na Área de Preservação Am-

biental (APA) da Marituba do Peixe, também conhecida como Pantanal Alagoano. O lugar possui área de 18.600 ha e abrange os municípios de Feliz Deserto, Piaçabuçu e Penedo. Lá, o turismo, oficialmente, não existe, mas quem deseja navegar pela região alagadiça tem o auxílio de pescadores dispostos a levar os tripulantes para conhecer a riqueza da flora e fauna.

Barquinho a remoQuem já faz o passeio pela várzea é o pescador Genival Bezerra, que nasceu e se criou na

Marituba do Peixe, que navega com sabedoria um barco típico da região, onde só cabe uma ou duas pessoas. No trajeto você contempla o Pantanal Alagoano com sua flora rica, cheia de pata-cas (lembram uma vitória-régia) e muitas flores amarelas que nascem do lodo. A várzea tem lu-gares profundos de 4 metros, mas em outros trechos é preciso seguir a pé puxando o barquinho.

Na Marituba do Peixe é fácil encontrar animais como cobras, jacarés, capivaras, antas, e ou-

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tros bichos típicos da fauna pantaneira. Lembrando que é proibido a caça, e o passeio nos barcos tem capacidade para uma ou duas pessoas.

Pilombetas - Depois do passeio mais instigante da Marituba do Peixe é tempo de saborear as comidinhas Bar Mangueiral, Lanches e Petiscos, preparada com esmero pela Jadileite Vicente, esposa do Genival, em especial as pilombetas, peixe do Rio São Francisco, que bem fritos se come com suas finas espinhas. O peixinho pequeno e carnudo vem escoltado por rodelas de tomates e cebolas na pimenta de cheiro, deixando a tradição mais saborosa. O lugar simples; o luxo é o pantanal.

Trilha rural - Para chegar lá por terra, a estrada é de barro, mas é um caminho delicioso. São sítios, casinhas pintadas e com jardim, e a estrada é uma linha reta até chegar ao povoado Mari-tuba do Peixe. Ali, a vida é típica de interior, e as mulheres pescam e traçam a palha de ouricuri em bolsas que são vendidas nas feiras das cidades de Penedo e Piaçabuçú.

Bordando PenedoO Rio São Francisco é a inspiração para mulheres ribeirinhas. Elas bordam com linhas colo-

ridas no vaivém do Rio São Francisco, com a graça, a beleza e a identidade cultural de um povo. Na sua viagem a Penedo, não se esqueça de comprar bordados da Pontos e Contos, o saber e o fazer das mulheres. Melhor lembrança não há. Telefone: (82) 3551.4491.

PasseiosNa cidade de Penedo o passeio de barco pelo Rio São Francisco é feito em lanchas e em-

barcações pequenas para os municípios de Sergipe. O mais famoso deles é o Santana de São Francisco, por conta do povoado Carrapicho, centro de artesanato de cerâmica. As famosas quartinhas (garrafa para guardar água) de Carrapicho são encontradas nas lojas da feirinha de artesanato de Penedo. Travessia de barco até Carrapicho – R$ 6 (ida e volta)

Saida: Bar Mangueiral, Lanches e Petiscos (vizinho ao Balneário do Chico)/ Duração entre 1h a 2h/ Melhor período do passeio: verão/ Telefones (82) 3558-3062 (Genival)/ (82) 99617-1059 (Erivelto)/ R$ 25,00 por pessoa

Hospedagem

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Hotel São FranciscoA melhor fotografia de Penedo é a que mostra a Igreja Nossa das Correntes e o Rio São Fran-

cisco. Para registrar o cartão postal da cidade é preciso ser hóspede, almoçar ou jantar no Hotel São Francisco, um belo exemplo da arquitetura moderna, inaugurado em 31 de janeiro de 1962, que revolucionou Penedo. Hotel São Francisco – Av. Floriano Peixoto, 237 - Centro Histórico - Telefone: (82) 3551 2273 / 3551 2275 (Reservas). www.hotelsaofrancisco.tur.br (82) 3551.2275.

O primeiro hotel luxuoso de Alagoas chegou com cinema para mil pessoas, lanchonete e sorve-teria. Na época, a lua de mel dos apaixonados era no Hotel São Francisco, sem contar as inúmeras ce-lebridades que por passaram por lá, como Ariano Suassuna, Eva Wilma, Roberto Carlos, Roni Von, Glória Menezes, e tantos outras estrelas viveram momentos inesquecíveis no hotel da família Peixoto.

A construção, com seis andares e 52 apartamen-tos, tem o melhor café da manhã da região, com coalhada caseira, biscoitinhos fabricados na cidade, mungunzá...

Dica importante: os apartamentos de números impares, de 1 a 7, tem vista para igreja e o Velho Chico.

Pousada Colonial – Praça 12 de Abril, 21, Centro Histórico/ Telefone: (82) 3551-2355. www.pousadacolonialdepenedo.com.br.

Procissão do Bom Jesus dos Navegantes

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Até chegar em Pão de Açúcar é muito chão. Mas as bênçãos do Cristo Redentor, que recai sobre os visitantes, são como uma dádiva. De lá é possível ver o mais belo pôr do sol do sertão. Quem visita a cidade experimenta o sabor do turismo das águas doces do Velho Chico, da simplicidade da vida do sertanejo, das comidinhas regionais... Aproveite para esticar até o povoado da Ilha do Ferro, com as casas atelier dos mestres da cultura popular e das mulheres bordando o Boa Noite. Para chegar à Ilha tem que pegar estrada de barro para admirar a caatinga, ou navegar pelo doce Rio São Francisco.

Viva o Rio - Cristo Redentor é o cartão postal de Pão de Açúcar. Coincidentemente, do lado sergipano do rio, em frente ao município, tem a cidade de Niterói.

PÃO DE AÇÚCAR

Uma gaiola, tradicional embarcação do Rio São

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Navegar – Na beira do rio, os barcos esperam os viajantes para atraves-sar o Velho Chico e navegar até os municípios e povoados vizinhos. Todo dia tem barco partindo para outros destinos, basta contratar um barqueiro para conhecer as belezas do sertão, como a Ilha do Ferro, destino dos mestres da cultura popular.

O passeio de barco é fei-to pelos próprios ribeirinhos. O barco tem capacidade para 30 pessoas e o valor do pas-seio é R$350. Contato: (82) 99947.2052 – José Luiz/(82) 99605.0488 - Waldik

Fé – Uma das festas tradi-

cionais de Pão de Açúcar é a de Bom Jesus dos Navegantes, com procissão fluvial e terres-tre, que acontece todo segundo domingo de janeiro. Ribeirin-hos das cidades vizinhas lotam a cidade numa verdadeira festa profana, mas de muita fé ao santo protetor dos pescadores.

Forró – Em uma segunda-feira, em Pão de Açúcar, aproveitei para conhecer uma típica feira de interior com suas cores e aromas. Ao meio dia, no Boteco do Jacó, acontece naturalmente o encontro de sanfoneiros com repertório das músicas de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e outras estrelas da música nordes-tina. Avenida Ferreira de Novaes/ Travessa João Pessoa

Balada – O ponto de encontro da cidade é Empório by Madu, um misto de pub e restaurante, com petiscos, almoço e jantar. Travessa João Pessoa/ Tele-fone: (82) 99617-0818

Bar do Piaba – A tilápia, inteira e aberta, é uma das atrações do Bar da Pi-aba, um espaço simples em Pão de Açúcar. Rua Manoel Rodrigues (Itororó)/ Contato: (82) 99933-4294

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Pão de Açúcar

Pitu no Cristo: O principal cartão Pão de Açúcar, o Cristo Redentor abriga a Churras-caria Cristo Redentor que, apesar do nome, é uma casa especializada em pescados do Rio São Francisco, como os famosos pitus, parentes do camarão. Tradicionalmente, come-se o crustáceo cozido apenas na água e sal, melhor caminho para sentir o real sabor do gigante do rio. Outra versão é a pituzada, quando os crustáceos são cozidos no leite de coco e es-coltados com pirão.

No Cristo Redentor invista no torresmo feito do couro da tilápia. Bem frito, ele é o pe-tisco mais famoso em Pão de Açúcar. Rua Cristo Redentor S/N - Funciona todos os dias das 10h até 19h/ Telefone: (82) 99942.9103

Ilha do Ferro

Quebra-queixoA venda (mercadinho) mais famosa da Ilha do Ferro é a do Zé do Bobô. Ele vende re-

frigerante, água, cachaça, mas a estrela do recinto é o doce quebra-queixo, preparado com coco ralado e açúcar, há mais de 20 anos preparado com esmero pelo alagoano. Telefone: (79) 99836-7991

Flor de Mandacaru

Surubim, tambaqui, tilápia... Estes peixes do Rio São Francisco põem a mesa do restau-rante Flor de Mandacaru, na Ilha do Ferro. Como a cozinha é regional, ainda tem galinha de capoeira. Ilha do Ferro / Telefone: (82) 99800-1928/ Não aceita cartão. Funciona todos dias para almoço e jantar.

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Dica da Nide

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Hospedagem

Na Ilha do Ferro tem apenas uma pousada, a do mestre Aberaldo, escultor de bonecos. São dois quartos simples com ventilador de teto, frigobar e televisão. A diária é R$ 80 por pessoa e dá direito a café da manhã para casal. O almoço e o jantar regional são preparados pela Vana, esposa do Aberaldo, e custam, cada, R$ 15 por pessoa. É preciso fazer reserva.

Dica: O jantar na Vana “exige” a presença de Zé Crente, o maior contador de mentiras, ou meia verdades, da Ilha do Ferro. Zé Crente é um exímio artista também. Telefone para reserva da Pousada e restaurante da Vana – (79) 99682-8438

Casa de aluguelA casa do alagoano André Dantas tem uma suíte com ar condicionado sala, cozinha e

varanda com vista para o Velho Chico. Contato pelo [email protected]

A casa da artista plástica Maria Amélia Vieira de dois quartos com ar condicionado, cozinha, sala e varanda com vista para o Velho Chico. Contatos pelo email: [email protected]. Telefones: (82) 99982-5610 (82)3317-6693 (82)982031709

Ilha do Ferro (atracadouro)

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Passeio Na Ilha do Ferro, além de trilhar

as casas ateliê dos artistas do povoa-do, o passeio de barco a motor é im-prescindível. O artesão Dedé con-hece a ilha como a palma da mão, e tem ótimos roteiros de navegação pelo Velho Chico. A primeira parada é na Ilha dos Anjos (em frente a Ilha do Ferro), ótima para banho. Neste passeio, não deixe de visitar o navio afundado (Moxotó). Por fim, suba o morro (Cemitério das Crianças), dono da melhor vista do Velho Chico. Artesão Dedé – (82) 99665-7355/ Preço: R$ 15 por pessoa.

A Ilha do Ferro, povoado de Pão de Açúcar, é um museu a céu aberto. Lá os ribeirin-hos fazem do quintal o atelier para as esculturas de madeira, e da porta de casa a vitrine de exposição da arte popular e do bordado Boa Noite. Esse pedacinho do Velho Chico ficou famoso graças ao seu maior artista, Fernando Rodrigues.

Pés no Chico – Há 25 anos, a Ilha do Ferro era desconhecida, ninguém ouvia falar, os primeiros turistas foram os alagoanos Celso Brandão (fotógrafo) e Maria Amélia Vieira (artística plástica), que apaixonados pelo lugar, e pelo seu Fernando, espalharam pelo mundo sobre a ilha e seus artistas ribeirinhos. E assim vieram admiradores, curadores e coleciona-dores da cultura popular, traçando o turismo cultural no povoado de Pão de Açúcar.

Turismo cultural - Ilha do Ferro é indicada para quem aprecia a cultura popular, curte vivenciar a simplicidade do sertanejo, saborear pitu, passear pelo Velho Chico, e caminhar entre os ateliês dos artistas populares na mira do sol. Não duvide: o Velho Chico está a seus pés, é só mergulhar nas suas águas afetuosas.

Mas bom mesmo é se hospedar na Ilha do Ferro e curtir a vida do povo generoso, alegre, e que não dispensa uma festa e boa prosa. Além disso, em cada esquina tem um artista do Velho Chico.

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Aberaldo - Ilha do Ferro

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Logo na entrada da cidade de Piranhas, na descida da ladeira, o Rio São Francisco surge com todo seu esplendor. O mar doce do Sertão vem contornando os morros verdinhos, resultado das chuvas que caem de leve entre julho e setembro. Esse cantinho do Sertão de Alagoas é destino perfeito para saborear pitu, tucunaré e pilombeta nos barzinhos da orla do rio. Embarcar em um barco ou catamarã para apreciar o rio entre rochas e redemoin-hos e surpreender-se com crianças que mergulham no rio como se fossem peixinhos, é sempre um atrativo para quem chega ao lugar, porém é bom ter cuidado: os ribeirinhos conhecem as manhas do Velho Chico, então, claro, não faça o mesmo que eles, mas admire os costumes do povo, que vale a pena. Também imperdível, viver a experiência da Trilha de Lampião.

PIRANHAS

Piranhas, à beira do São Francisco

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Coisa de cinema - Piranhas é uma cidade com seu casario histórico, casinhas coloridas nos morros e de tão linda foi cenário dos filmes “Bye, Bye Brasil”, de Cacá Diegues, Baile Perfumado, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, a novela Velho Chico, da Rede Globo, entre outros seriados.

Causos - Quem chega neste pedaço de chão vai ouvir muitos causos de Virgulino Fer-reira, o Lampião. O povo conta que o temido cangaceiro nunca entrou em Piranhas em respeito à Padroeira Nossa Senhora da Saúde, porque essa era a santa do rei do cangaço. Verdade ou não, Lampião é nome de pousada, restaurante, trilha e no Museu sua história tem destaque, além do prédio da prefeitura que é testemunha do passado – foi lá que as cabeças do bando de Lampião e Maria Bonita ficaram expostas.

Cantor das multidões - A memoria da cidade não se resume a Lampião e Maria Bonita, o

cantor das multidões Altemar Dutra foi um dos turistas mais ilustre de Piranhas. O cantor, a convite da família Damasceno, nas férias se mudava para a cidade para pescar surubim e cantar seresta. Por seu amor à terra, ele ganhou o título de Cidadão Piranhense.

Bem Nordeste - Aprecie sem moderação o café bem nordestino com cuscuz, macaxeira, carne de sol, frutas, tapioca, café com leite... Depois siga até o Atracadouro Municipal de Piranhas, contrate a lancha batizada de voadeira (lancha motor) para conhecer o Rio São Francisco e o povoado de Entremontes, onde as mulheres bordam rendendê e ponto de cruz, aproveite para levar de lembranças da cidade.

Passeio para Entremontes: Lancha Voadeira (barco de motor) com parada em um dos parques Entromentos – 180,00 o casal/ até 6 pessoas – R$ 60,00 por pessoa. Local de saída: Atracadouro Municipal de Piranhas / Telefone da Associação dos barqueiros: 82 98731-4369/ Taxa de embarque: R$ 2 por pessoa

Trilha de Lampião – O embarque dos catamarãs é na cidade de Piranhas, um dos mais belos passeios do Velho Chico entre morros, de um lado é Alagoas, e do outro Sergipe, li-gados pelo Rio São Francisco. Nas terras sergipanas, a Grota de Angicos, da cidade de Poço Redondo, foi a última parada de Lampião, Maria Bonita e seu bando.

A trilha com duração de 1h de poucos obstáculos, refaz o trajeto do volante (soldados) até o esconderijo do bando de Lampião, no trajeto é muito sol, apreciando a vegetação típica da caatinga, solo vermelho e animais, como saguis e calangos. Após meia hora de caminhada, em um terreno íngreme, sob o sol forte do Sertão, chega-se a um declive. De cima, observa-se um pequeno vale, onde estão afixadas duas cruzes, na qual os cangaceiros foram assinados. Contam que Lampião é considerado o primeiro ambientalista do Sertão porque, para sobreviver, preservava a caatinga como refúgio de seu bando, perseguido pelos soldados ou “macacos”, como eram chamados por ele.

Lembrete: levar água durante o trajeto, pois o calor é intenso, chegando a 38º, além de roupas apropriadas, chapéu, tênis, e, claro, muito protetor solar

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Quem faz a Trilha de Lampião

Cangaço Eco Parque: Restaurante com farto buffet e à la carte de comida brasileira, em meio à natureza, com bangalôs para relaxar/ passeio de Stand up/ Duração de 5h.

R$ 60,00 por pessoa/ taxa de embarque: R$2,00/ Saídas:8h45 e 10h30 de terça a domin-go. Aceitam-se cartões. @rotadocangaco.

Espaço Ecológico Angicos: Restaurante às margens do São Francisco com redes na beira do Velho Chico e gazebos. A culinária é regional, com destaque para os doces à base de cactos: geleia de facheiro e o e doce de Coroa de Frade. Passeio de stand dup. Saídas do catamarã de terça a domingo às 9 h e às 11h. Preço: R$ 60,00 por pessoa/ Duração de 5h/ Telefone: (82) 99638.0057/ @espacoangicos

Passeio de Piranhas a Foz do Rio São Francisco: Embarcação Majestade – Com reserva faz o percurso de Piranhas à Foz do Rio São Francisco (82) 99927.2929

Maria Fumaça - Próximo da estação, dois novos monumentos atraem o olhar, a Maria Fumaça (velha locomotiva alemã) e a estátua do cantor das multidões, Altemar Dutra. A Maria Fumaça é cartão-postal, todo turista que chega à cidade tira uma foto para guardar de lembrança, tendo o Rio São Francisco como cenário de fundo.

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Compras - Centro de Exposição e Cultural de Artesanato. É o lugar mais indicado para a compra de diversas peças, não só de Piranhas, mas de outros municípios da região. Artesa-nato em couro, madeira, palha, tapeçaria em sacos e de algodão, cestaria, cerâmica figurativa e bordados, são algumas delicadezas produzidas por lá.

Centro de Artesanato, Artes e Cultura de Xingó – Rua Josélia Maria de Souza Resende/ De quarta a domingo, das 9h até 17h/ Telefone: (82) 98824-5868

Vida noturna - Quando as estrelas derem o ar da graça é tempo de curtir a noite da cidade de Piranhas, no centro histórico, tem bares e restaurantes de tapioca, café regional, pizzaria, cafeteria, comida regional e até restaurante japonês. Além de boas comidinhas, o visitante ainda tem chance de aprender a dançar forró e xaxado no show do Grupo Xaxado Altemar Dutra, todos vestidos de Lampião e Maria Bonita nos dias de sábado. Nas quintas e sextas- feira tem música ao vivo. Imperdível!

Hospedagem

Hotel Aconchego Do Velho Chico: Endereço: Rod. Altemar Dutra, S/N – Piranhas/ Telefone: (82) 3686-3497/ Site: hotelaconchegodovelhochico.com.br

Pousada O Canto - Endereço: -413, Rua do Canto, 15 - Centro Histórico, Piranhas / Telefone: (82) 3686-3459

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Pedra do Sino Hotel: Endereço: Rua Alto do Mirante, centro histórico - 1600, Piranhas/ Telefone: (82) 3686-1365/ site: pedradosinohotel.com.br

Hospedaria Pousada Casa - Centro Histórico de Piranhas-/ Telefone: (82) 3686-1510 (82) 9.8870.4288/ @hospedariapousadaca

Pousada O Imperador - Praça Itabira de Brito – Piranhas/ Telefone: (82) 3686-3407/ (82) 3686-3325/ (82) 9634-9013/ site: pousadaoimperador.com.br

Albergue Maestro Egildo Vieira: Rua Tiradentes, 82, Centro histórico – Piranhas/ Tele-fone: (82) 98806-1566/ @Alberguemaestroegidiovieira

Bairro Xingó

Dunen Hotel: Centro Comercial Grinauria Miranda 23 Xingo Vila Sergipe, Piranhas/ Telefone: (82) 3683-1308, e-mail: [email protected]

Agencia receptivaCeliotur: (82) 9604.4369

Antiga estação ferroviária de Piranhas

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A ocupação da região foi delineada pelo Rio São Francisco, que mantém a identidade cultural entre os ribeirinhos. O comércio fluvial se intensificou a partir do século XVIII e Penedo sempre foi o centro convergente da região. O intercâmbio com a Europa facilitou a vinda de matrizes culturais que influenciaram de forma decisiva na estética local. O por-tuguês ditava as normas e implantava seus hábitos e costumes.

Ao lado disso, o repertório de lendas alimenta a imaginação dos nativos. É comum a mistura de fatos reais com imaginários, como os acréscimos da histórica passagem de D. Pedro II, a caminho da Cachoeira de Paulo Afonso, em 1859, e as histórias mirabolantes de Lampião, o cangaceiro mais temido do Nordeste. A presença holandesa na região, de 1637 a 1647 também deixou seu rastro no imaginário criativo dos ribeirinhos.

A Procissão Fluvial de Bom Jesus dos Navegantes, em janeiro, é uma tradição secular mantida por todos os municípios e as imagens foram executadas pelos santeiros das mar-gens.

Roteiro Cultural

Igreja, em Belo Monte

CÁRMEN LÚCIA DANTASCONHECER

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Penedo - vitrine arquitetônica que reúne estilos do inicio do século XVIII até o começo da arte moderna, no século XX. Pontos que devem ser visitados: O complexo franciscano, com Igreja, Convento e Ordem Terceira, edificado no século XVIII e tombada pelo Iphan em 1941, Igreja de N. S. da Corrente, do século XVIII, tombada em 1964, Igreja de São Gonçalo Garcia, do século XVIII, Catedral de N. S. do Rosário, do século XIX, Prefeitura, do século XIX, Casa da Câmara e Cadeia Pública, do século XVIII, Oratório, de 1769, Teatro 7 de Setembro, inaugurado em 1884, Mercado Público, do século XIX, Museu do Paço Imperial e Memorial Raimundo Marinho, em sobrado do século XVIII, antigo Co-légio Anchieta, do século XVIII, hoje Pousada Colonial, Hotel São Francisco, de 1960 e primeiro grande exemplar de Arte Moderna de Alagoas. Fundação Casa do Penedo, com a Biblioteca instalada na Vila Lessa, construção do início do século XX e o Museu do Rio São Francisco sendo instalado no Chalé dos Loureiro, do século XIX. Em razão de seu patrimônio cultural, a cidade foi tombada pelo Iphan em 1986.

Festival de Cinema Brasileiro de Penedo – De 1975 a 1983. Neste século, Penedo res-surge para os festivais, desta vez com o Festival de Cinema Universitário de Alagoas, sem-pre no mês de novembro, promovido pela Ufal.

Arte e Artesanato – Escola de santeiros, que vem das oficinas conventuais dos séculos XVIII e XIX, chegando ao XX com Cesário Procópio dos mártires e Antônio Pedro dos Santos, este último mestre dos santeiros Antenor e Tim Maia. Artesanato de bordado cheio é destaque com padrões referenciais da região, em linhas coloridas, executado pela Asso-ciação Pontos e Contos. As peças variam de vestidos, sacolas, porta-joias. Nos povoados o trabalho de palha trançada é muito frequente, na confecção de chapéus, bolsas e urupem-bas. Na Marituba do Peixe não falta bolsas de vários padrões, chapéus etc.

Feira Pública – aos sábados. Maior feira da região congrega feirantes e artesãos de Ala-goas e de Sergipe, do outro lado do rio.

Igreja Nova - O maior atrativo é a Igreja Matriz de São João Batista, do início do século XX de porte monumental, que orgulha os nativos pelo impacto ao olhar do visitante. O artesanato de barro e o bordado redendê dominam a atividade informal.

Os municípios de Porto Real do Colégio, Traipu e São Brás têm como pontos de iden-tificação suas igrejas do século XIX e alguns exemplares de arquitetura civil da mesma época que ainda pontuam os centros urbanos. A presença de remanescentes indígenas e as atividades artesanais do bordado redendê, da cerâmica, da cestaria e da madeira são outros traços que irmanam estes municípios.

Belo Monte - O povoado Barra do Ipanema, entre os rios São Francisco e Ipanema, ostenta no alto de um morro a Igreja de N. S. dos Prazeres, trazendo na fachada a data 1667, em estilo típico do inicio da colonização. D. Pedro II, em viagem pelo São Francisco registrou em seu diário a presença desta igreja.

Pão de Açúcar - A cidade ainda mantém algumas referências arquitetônicas dos fins do século XIX e início do XX. A Cadeia Pública é um dos monumentos mais antigos. No Morro do Cavalete, ponto mais alto da cidade, está a escultura do Cristo Redentor, de 1950, executada pelo artista João Lisboa, com 12,80cm de altura e pesando 40 toneladas. A Feira

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Pública acontece nas segundas-feiras no centro da cidade. Tudo nela se vende e a comercia-lização se estende pelo alto sertão. O couro é um produto muito procurado devido à prática do torneio Pega de Boi (o vaqueiro vai buscar o boi no meio da caatinga) e sua utilização em diversos utensílios. A Ilha do Ferro é um capítulo à parte em Pão de Açúcar. Povoado a 20 Km da cidade, seu campus urbano mantém um conjunto harmônico de arquitetura brasilei-ra dos pequenos núcleos ribeirinhos. Trata-se de um reduto de escultores e de bordadeiras. O Museu Fernando Rodrigues, preserva memória local e homenageia seu artista mais famo-so, que esculpia móveis respeitando as formas naturais dos troncos e raízes que encontrava. Existe uma Cooperativa que reúne o trabalho das rendeiras e uma galeria, a Casa Cabra, cuja proposta é trazer artistas de fora para exporem na Ilha. A arte local se diversifica em mobília, lustres e esculturas em madeira muito procurada por colecionadores. Entre outros artistas destacam-se Aberaldo, Vavan, Dedé, Eraldo, José Crente, Valmir, Clemilton, Petrônio, Van-dinho. As mulheres fazem o redendê e o boa-noite, sendo que este último é característico da Ilha e o padrão foi inspirado na flor de igual nome muito comum na região. As peças variam de panos de prato a toalhas de mesa.

Piranhas - O campus arquitetônico de Pira-nhas dos séculos XVIII e XIX justificou seu tom-bamento pelo Iphan, em 2005. Conjunto urbano homogêneo, visto pelo rio, lembra um presépio. Nele se destaca a Estação Ferroviária, hoje ocupa-da pelo Museu do Sertão Marilia Rodrigues, com acervo regional e fotografias do grupo de canga-ceiros de Lampião, morto em 1938. Vale a pena atravessar o rio e chegar a Canindé do São Fran-cisco–SE, para visitar o Museu Arqueológico de Xingó. Em frente à Estação, uma elegante torre e antigo armazém com artesanato para comerciali-zação. A Igreja de N. S. da Saúde é outro destaque, vista por todos os ângulos por onde se possa olhar a cidade. A hospitalidade dos piranhenses é expressa pelos dois monumentos de boas-vindas, edificados um na virada do século XIX para o XX e o outro do XX para o XXI. Em Piranhas de Baixo, começo do povoado, ainda existe a Igreja de Santo Antônio de Lisboa, de fachada singela e traço que reporta aos primeiros tempos. A piranha é o peixe ícone do município. O nome, de origem indígena, quer dizer “o que corta a pele”, devido seus dentes afiados. Só andam em cardume e são vorazes. Dela contam muitas histórias. Uma das mais conhecidas é a da Piranha Prateada que aparece no São Francisco e leva para as profundezas do rio os pescadores desavisados. Próxima a Piranhas, a Vila de Entremon-tes começou como aldeia de pescadores e de mulheres rendeiras e bordadeiras. Associações preservam o fazer e multiplicam as vendas. A Igreja de N. S. da Conceição de tão grande se avista ao longe. Do rio vêm as dádivas. A visita de D. Pedro II ainda hoje é comemorada pela população. História e lendas se confundem nas narrativas orais.

Foz do São Francisco

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Um verdadeiro ninho de culturas, a região sanfranciscana abarca um rico universo de tra-dições, culturas e paisagens distintas que vai bem mais além da simples viagem para conhecer uma grandiosa reserva fluvial. No decorrer dos últimos cinco séculos, portugueses, france-ses, holandeses, africanos e índios, os donos antigos dessa terra fascinante, se amalgamaram, construindo uma sociedade racialmente miscigenada, que adotou o sincretismo religioso, com características típicas da cultura rústica que nem a avassaladora onda dos tempos mo-dernos, da globalização e da tecnologia conseguiu transformar de forma plena.

Já chamado de Opara pelos primitivos habitantes, a importância do “rio da unidade na-cional” mais que o monumental Amazonas, estrangeiro de nascimento, tem a sua importân-cia aumentada nos dias que correm, quando a s hidrelétricas em sua trajetória e um megapro-jeto de transposição de suas águas e fortes agressões ambientais de toda ordem, levam-nos a temer pelo seu futuro, exigindo providências para a sua revitalização. A descoberta do rio em 4 de outubro de 1501, pelo navegador italiano Américo Vespúcio é um fato destacado na história do Brasil. Graças a ele tivemos ali os primeiros polos de colonização, os celeiros onde os colonos se abasteciam e em cujas ilhas e bordas havia plantações. Ficou conhecido como “o rio dos currais” por conta de seus campos de pastagem natural com fazendas e currais, daí surgindo o Ciclo do Gado ou o Ciclo do Couro. Teve igualmente a função de, com seus afluentes, ser as grandes estradas hídricas de exploração do interior do país.

As cidades em seu redor formam um universo particularíssimo. Viajando de Piaçabuçu a Piranhas você tem uma bela paisagem que seduz qualquer viajante, experiente não. São costumes, tradições, folclore, gastronomia, lendas, religião e um patrimônio natural, artístico e histórico de tirar o fôlego tão variado quanto a multiplicidade dos povos formadores de sua gente hospitaleira

Ninho de culturas

DOUGLAS APRATTO TENÓRIOHISTÓRIA

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O território alagoano que margeia o São Francisco, de Piaçabuçu a Piranhas, tem como características econômicas a pesca, o turismo, a agricultura familiar, tanto a que está presen-te na área da zona da mata, nas localidades próximas à Foz, como a agricultura e pecuária sertanejas. A pesca é beneficiada pela presença do rio São Francisco que, nas proximidades do oceano Atlântico, constrói um dos mais ricos bancos de pesca de camarão do Nordeste. O rio, que banha todos esses municípios, une as cidades alagoanas e sergipanas das suas margens, formando a economia do Baixo São Francisco. Nesse espaço, o lado alagoano é marcado pela produção de pescados, cujo destaque é o município de Piaçabuçu; pelos ca-naviais, que atendem a demanda das usinas e destilarias instaladas em Penedo e Igreja Nova;

Caminhos do São Francisco

Coqueirais e canaviais convivem nesse trajeto

CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHOECONOMIA

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pelos arrozais da produção dos perímetros irrigados e pela agricultura e pecuária presentes tanto nos municípios do Agreste: São Brás e Traipu; como do Sertão: Belo Monte, Pão de Açúcar e Piranhas.

A paisagem que encontramos nesse trecho do São Francisco é formada por dois dis-tintos patrimônios – o natural e o arquitetônico-cultural, que transformaram o percurso Penedo-Piranhas em um dos destinos privilegiados para os viajantes de todo o Brasil, fir-mando-se como uma forte alternativa ao turismo de praia. O Caminho do São Francisco é caracterizado pelo patrimônio natural, com a dominante paisagem tropical da ribeira do rio, que atravessa desde o litoral, passando pelo agreste até chegar à paisagem sertaneja da Caatinga. Uma viagem pontilhada por dunas, ilhas, prainhas, pela exuberante Várzea da Marituba, pelas encostas, até encontrar a paisagem do semi-árido. Uma viagem marcada, também, pelas localidades ribeirinhas, detentoras de um reconhecido patrimônio arquitetô-nico, com destaque para os conjuntos maiores de Penedo e Piranhas e contribuições mais modestas nas demais cidades, que atraem visitantes o ano inteiro.

Turismo. A atividade turística está concentrada em duas localidades: Penedo, conhecida

pela sua arquitetura colonial, com sua extensão natural que é Piaçabuçu, na parte próxima à foz, localidade visitada pela oportunidade de ver de perto o encontro entre o rio e o Atlân-tico; e Piranhas, um modelo de cidade ao mesmo tempo sertaneja e ribeirinha, um cartão postal do turismo no Alto Sertão. Nessas duas localidades, estão concentradas as melhores alternativas da rede hoteleira e gastronômica da região.

A pesca. A pesca feita no Rio São Francisco é responsável pela produção de água doce,

tanto a tradicional de peixes como o piau, xira, traíra, como a produção em tanques de rede com espécies comerciais: tilápia, tambaqui, curimatã; e a pesca na foz, no encontro com o Atlântico, com os pescados de mar de produção mais expressiva: cação, manjuba, serra, xaréu, bagre e o camarão.

A agricultura. A agricultura da região está marcada pelos arrozais dos perímetros de Pe-nedo, Igreja Nova e Porto Real do Colégio; pelos canaviais que abastecem de matéria-prima as usinas Paisa (Penedo) e Marituba (Igreja Nova); pela agricultura familiar, que produz o milho, a mandioca e o feijão; e pela fruticultura vinculada a esta agricultura: manga, banana, laranja, caju.

A pecuária. A pecuária do Baixo São Francisco está representada pelo pequeno plantel bovino nos municípios próximos a Penedo e pela expressiva pecuária sertaneja – bovinos e caprinos –, produtora de leite e carne, concentrada em Pão de Açúcar, Belo Monte e Piranhas.

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Vale do Mundaú e Quilombo dos Palmares

Caracterização Geográfica e AmbientalMunicípios: Rio Largo, Messias, Joaquim Gomes, Novo Lino, Colônia Leopoldina, Ibateguara, São José da Laje, União dos Palmares, Branquinha, Murici

CAMINHOS DO

GEOGRAFIAALEX NAZÁRIO

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O roteiro Vale do Mundaú/Quilombo dos Palmares tem início no município de Rio Lar-go, Alagoas. Para dar início ao mesmo, partindo da capital Maceió:

O acesso é comum para quem desembarcou no Aeroporto Zumbi dos Palmares (e já se encontra em terras do município de Rio Largo), e para quem está na cidade de Maceió. Consiste em acessar a rodovia BR 104 e no viaduto de acesso ao Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, tomar a AL 210 até a sede do município. Do viaduto até o centro de Rio Largo, são aproximados 6,7km. Um acesso alternativo pode ser feito através do bairro da Mata do Rolo. Basta seguir a BR 316, partindo do viaduto do aeroporto por aproximada-mente 5,4km e acessar ao retorno de sentido. Já em sentido contrário, após 650m, acessar a Avenida Teotônio Vilela, que dá acesso a Mata do Rolo, seguida da Avenida Intendente Júlio Calheiros até o centro por aproximados 4km.

Rio Largo representa um dos municípios da Região Metropolitana de Maceió com a maior cobertura vegetal nativa de mata atlântica, mesmo possuindo extensos canaviais implanta-dos pelas usinas locais. Seu território detém área de três importantes bacias hidrográficas: Mundaú, Pratagy e Meirim, caracterizado assim como de rica e densa drenagem superficial. O município também possui área delimitada por uma importante unidade de conservação, a APA do Pratagy, correspondendo a porção da bacia hidrográfica inserida no município mais um quilômetro adjacente, o que corresponde a aproximados 33% da unidade neste município. Abrange em sua maioria vastos canaviais e remanescentes de mata atlântica das encostas e vales do Rio Pratagy e seus afluentes. Além da APA do Pratagy, Rio Largo possui a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do estado atualmente, a RPPN Mata do Cedro. Ela pertence a Usina Leão e possui cerca de 980 hectares de mata nativa, localizada a sudoeste do município.

Segundo informações do IMA, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratagy foi criada pelo Decreto Estadual nº. 37.589 de 05 de junho de 1998. Abrange terras dos municípios de Messias, Rio Largo e Maceió. Ocupa uma área de 21.417,51 hectares e o principal ob-jetivo da sua criação foi buscar a harmonização das atividades com o equilíbrio ambiental dos ecossistemas da bacia hidrográfica do Rio Pratagy, visando garantir a oferta de água em quantidade e qualidade para o abastecimento humano.

RPPN Mata do Cedro possui características ambientais de bom estado de conservação, existência de recursos hídricos importantes como nascentes e córregos e alimenta uma bar-ragem adjacente que se localiza fora da RPPN e é utilizada para a irrigação dos canaviais. O relevo onde se localiza a reserva é predominantemente plano, uma situação bastante incomum para a região, visto que áreas planas na região dos tabuleiros foram amplamente desmatadas para a implantação da cultura da cana.

O próximo município do Roteiro é Messias. Para ter acesso, basta retornar a BR 104 por qualquer dos trechos que levaram ao centro de Rio Largo e, a partir da rodovia, em direção norte, seguir para a cidade que fica às margens da BR 104.

Assim como Rio Largo, Messias é detentor de uma vasta rede hidrográfica contribuinte de bacias como o Pratagy (inclusive sua nascente), Mundaú, Meirim e Santo Antônio Grande. O uso do solo aqui foi intenso para o plantio dos vastos canaviais, entretanto, alguns re-manescentes de mata nativa ainda persistem. O seu território detém área duas importantes Áreas de Proteção Ambiental: a do Pratagy e a APA de Murici. Além dessas, possui pequena

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parcela da Estação Ecológica de Murici (ESEC de Murici), de administração do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).

A partir do município de Messias, o Roteiro Vale do Mundaú/Quilombo dos Palmares é marcado pela presença da APA de Murici em praticamente todos os municípios constituin-tes (exceto Rio Largo). A APA detém uma área de cerca de 133 mil hectares, sendo a maior APA terrestre de Alagoas. Abrange dez municípios da região: Murici, Messias, Flexeiras, Joaquim Gomes, Novo Lino, Colônia Leopoldina, Ibateguara, São José da Lage, União dos Palmares e Branquinha. Foi criada pela Lei Estadual nº 5.907/1997, com o objetivo da pre-servação das características dos ambientes naturais e o ordenamento da ocupação e do uso do solo. Esta unidade de conservação é administrada pelo IMA e detém várias RPPNs inse-ridas na sua área, além da própria ESEC de Murici. Sua localização abrange a zona da Mata alagoana e detém importância primordial na conservação de áreas naturais por fazer parte do Centro de Endemismo Pernambuco (CEP). Que se trata de uma faixa de Mata Atlântica isolada ao norte do São Francisco, que envolve as zonas da mata Norte de Alagoas e Sul de Pernambuco que foi extensivamente desmatada, restando apenas 2% de sua cobertura original. Aqui existe forte apelo do turismo ecológico, de aventura e de observação de aves, o quel recebe turistas do mundo inteiro para ouvir e visualizar espécies raras e ameaçadas que só existem aqui.

A ESEC de Murici, diferente da APA, é uma unidade de conservação de proteção integral, criada através de Decreto Federal, no dia 28 de maio de 2001. Com área de 6.116,43 hecta-res, abrange partes dos municípios de Messias, Murici e Flexeiras. Inserida na APA de Murici ocupando cerca de 5% de seu território, possuindo o maior número de espécies endêmicas que são aquelas restritas a determinada área, e ameaçadas de extinção no estado de Alagoas.

Para ter acesso ao Município de Joaquim Gomes, partindo da cidade de Messias, o visi-tante deve seguir a BR 104 sentido norte até o viaduto de confluência da mesma com a BR 101 e tomar a rodovia federal, passando por terras do município de Flexeiras, até a entrada da cidade de Joaqiom Gomes, na AL 205. Da área urbana de Messias até a entrada da cidade de Joaquim Gomes, são aproximados 39km. Do trevo entre a BR 101 e a AL 205 até a área urbana, são aproximados 2km.

Joaquim Gomes e a região que se insere a maioria dos municípios do Roteiro Vale do Mundaú/Quilombo dos Palmares está inserida nos domínios do Planalto da Borborema, marcado por elevações abruptas e cadeias de serras cobertas ou não por solos que se forma-ram pela decomposição das rochas ali existentes. Devido a isso, várias serras estão presen-tes na região, com destaque para a serra do Búfalo, Mariquita, Urucu e Torre, com alturas médias de 340m. O importante Rio Camaragibe Mirim, afluente do Camaragibe atravessa a cidade e irriga vastas áreas da região com inúmeros afluentes até desaguar em Passo do Camaragibe, litoral norte do estado.

O Planalto da Borborema possui altitude média de 500 metros e picos extremos que chegam a 1.200 metros. Abrange terras dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Per-nambuco e Alagoas, atingindo um comprimento máximo de 470 quilômetros e uma largura que varia de 70 a 330 quilômetros.

Para acessar a cidade de Novo Lino, partindo de Joaquim Gomes, o visitante retorna para a rodovia BR 101 através da AL 205 por 2km. Percorre a BR 101 no sentido norte por 27km

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até chegar a cidade, que se encontra as margens da rodovia duplicada.Novo Lino se localiza em terras de importantes bacias hidrográficas, são elas: Camaragibe,

Manguaba e Jacuípe. Todas desaguando no litoral norte do estado, promovendo uma densa rede hidrográfica. Aqui existem parcelas de importantes RPPN pertencentes à Usina Porto Alegre, são as Reservas Estrela do Sul, Papa Mel e Porto Alegre, que dividem terras com Colônia Leopoldina e visam preservar os últimos fragmentos vegetais nativos do município que deu lugar as culturas de subsistência, a cana-de-açúcar e ao gado.

Da cidade de Novo Lino até Colônia Leopoldina, o visitante seguirá rumo norte a BR 101 até o trevo de acesso a BR 416, num percurso de 8km. Acessando a BR 416, seguir na direção oeste por 9,5km até a cidade de Colônia Leopoldina, que fica às margens da rodovia.

Entre os municípios de Colônia Leopoldina e Ibateguara encon-tramos um relevo movimenta-do, com vales escavados e belas paisagens onde a mata atlântica ainda resiste nas encostas de va-les e morros. Aqui, algumas áreas merecem destaque como a Ser-ra da Canastra e a Cachoeira da Catita e Véu da Noiva, próxima a um mosteiro da região. A Ser-ra da Canastra com 630m se eleva imponente com a flores-ta que contorna suas encostas e brota córregos e riachos de diversos pontos da elevação. Conforme já mencionado em Novo Lino, as Reservas Estrela do Sul, Papa Mel e Porto Alegre se localizam em maior parte neste município e totalizam aproximadamente 131 hectares de área protegida e refúgio para a fauna da região. Delas nasce afluente do Rio Camaragibe, representando maior importân-cia da sua preservação.

Partindo da cidade de Colônia Leopoldina, o visitante deve seguir a BR 416 no sentido oeste por 27,5km até chegar ao trevo na cidade de Ibateguara.

Ibateguara se destaca na região pelo seu clima. Os vales em forma de “V”, a altitude e as inúmeras serras promovem um clima ameno, com temperaturas variando de 21° a 25,5°. Aqui ocorrem remanescentes de vegetação muito expressivos, com destaque para a Mata do Coimbra, no sudeste do município, pertencente a Usina Serra Grande. A Serra da Canastra também tem sua continuidade no município, com seus 630m, entretanto a Serra dos Bois é maior, com 685m.

Para São José da Laje, saindo da cidade de Ibateguara através da BR 416, seguir sentido oeste até a confluência com a BR 104, num percurso de aproximadamente 11,4km. A partir daqui, o visitante pode acessar a cidade por duas rotas: a primeira consiste em percorrer a BR 104 na direção sul, por 4,3km e acessar a estrada/rua Valdemar Nogueira (à direita, neste sentido) por 3,5km até a cidade de São José da Laje. A segunda consiste em em percorrer a BR 104 na direção sul, por 7,6km e acessar a estrada à direita (oposta a RPPN Osvaldo

Cachoeira (Joaquim Gomes)

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Timóteo), por mais 3,3km.São José da Laje se desenvolveu às margens do Rio Canhoto, um dos maiores afluentes do

Mundaú. Aqui, a cultura da cana modificou os terrenos menos declivosos e movimentados, substituindo a vegetação nativa. Em contrapartida possui uma das RPPN mais atuantes do estado, do ponto de vista da divulgação da preservação do meio ambiente. A RPPN Osval-do Timóteo, com uma área de 22,34 hectares foi reconhecida em um fragmento de vegeta-ção nativa em estágios diversos de regeneração. Aqui, são realizadas atividades de educação ambiental, ecoturismo e turismo rural onde em um ambiente familiar, tais atividades são passadas de forma alegre e fervorosa.

De acordo com informações da Agência Nacional de Águas, a bacia do Rio Mundaú está localizada na região central do leste de Alagoas tem a cabeceira do rio situada no Estado de Pernambuco. A extensão do rio, que é perene, é de aproximadamente 141 km. A bacia so-freu, desde o início do desenvolvimento da região, à época do ciclo da cana-de-açúcar, uma intensiva ação antrópica, implicando grandes mudanças no meio ambiente: as florestas que ocupavam a área foram sendo substituídas pelas plantações de cana-de-açúcar e pastagens, mesmo em áreas onde a preservação da floresta nativa, que é elemento de preservação natu-ral dos recursos hídricos, seria fundamental, como nas encostas que margeiam os rios. Nas áreas urbanas, a cobertura vegetal deu lugar às construções e os corpos d´água passaram a ser receptores dos efluentes urbanos.

O próximo município é União dos Palmares e o trajeto consiste em retornar para a BR 104 por qualquer dos acessos tomados até a área urbana de São José da Laje. Na BR 104, seguir em direção sul, por 21km em média até a área urbana de União, que fica às margens da rodovia.

União dos Palmares é marcada por um relevo ora plano, onde a cultura da cana se instalou e transformou o uso do solo, ora por elevações de grande expressão paisagística, como as serras da Barriga, dos Frios e Tavares. A Serra da Barriga possui uma área de ocupa uma área verde de aproximadamente 27,97 km² e 535m de altitude. Já a Serra dos Frios possui uma área muito maior, com 2.395 hectares, e altura de 587m, localizada na porção sul do município. A hidrografia é marcada pelas bacias dos rios Mundaú, Camaragibe e Santo An-tônio Grande.

A Serra dos Frios possui elevado potencial para o ecoturismo e conservação dos remanes-centes florestais e animais da região. Infelizmente apresenta questões de uso do solo degradantes, como inva-sões, queimadas e desmatamento. A Serra dos Frios é um patrimônio do povo de União dos Palmares e deve ser preservada.

Para acessar a cidade de Branqui-nha, o visitante deve deixar União dos Palmares e seguir a BR 104 em direção sul por aproximados 11km. Nascida às margens do Rio Mundaú Engenho Santa Rita de Cássia

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e por esse mesmo motivo, sofreu perdas altíssimas com a cheia do rio no ano de 2010, sen-do necessária a edificação de novo bairro para abrigar parte da população que perdeu tudo. Entre os municípios de Branquinha e Murici, encontra-se a RPPN Boa Sorte, reconhecida pelo IMA em 2007, com uma área de 40,85 hectares. Além de deter importante fragmento de vegetação nativa da floresta atlântica, lá se localiza a famosa Cachoeira da Tiririca, com mais de 70m de altura e grande beleza, onde visitantes podem praticar esportes radicais, ecoturismo e de aventura. O destino é bastante conhecido por moradores da região e por grupos que desejam maior contato com a natureza, com espaço para pernoite, alimentação e visitas acompanhadas a mata.

Finalmente, para che-gar a cidade de Muri-ci, o trajeto é pela BR 104, saindo da cidade de Branquinha e per-correndo um trecho de aproximadamente 13km no sentido sul, onde a área urbana do municí-pio chega às margens da rodovia.

Murici é um dos muni-cípios mais conhecidos da zona da mata alagoa-na, tanto que seu nome foi utilizado para denominar as duas principais unidades de conservação da região: A APA e a ESEC de Murici. A riqueza ambiental é tão presente que além das unidades públicas, Murici possui três RPPNs, são elas: Boa Sorte, com 40,85 hectares (que divide sua área com Branquinha), Vila d’Água, com 46,11 hectares e Santa Maria, com 9,13 hectares. Aqui o turismo com foco na observação de aves vem crescendo ano após ano e são várias as incur-sões às matas para ouvir ou visualizar as aves nativas.

Segundo informações do IMA, a lista de aves registradas para Murici totaliza 288 espécies. A ESEC de Murici tem registros recentes de pelo menos 34 (além de mais duas não encon-tradas nos últimos anos), provavelmente a maior concentração de aves ameaçadas no país.

Ainda segundo o IMA, pesquisas indicam que a ESEC possui 42 espécies de répteis, dos quais 20 são lagartos e 22 são cobras – sendo que duas destas são, além de restritas ao lo-cal, espécies novas para a ciência. É possível citar como exemplos as serpentes conhecidas como jararaca-de-murici (Bothrops muriciensis) e a cobra-cega (Liotyphlops trefauti), além de uma espécie de perereca (Phyllodytes gyrinaethes). Por toda a sua relevância em propor-cionar condições ambientais específicas para a manutenção de diversas espécies da fauna, a ESEC de Murici pode ser considerada atualmente uma das mais importantes Unidades de Conservação do Estado de Alagoas.

Plantas aquáticas (São José da Laje)

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A fazenda Boa Sorte guarda uma relíquia, a Cachoeira Tiririca na Mata Atlântica de Murici, com sua beleza exuberante, a 55,5 km da capital alagoana. A expedição começa na Boa Sorte, que recebe visitantes em qualquer época do ano. Dos 200 hectares que formam a área verde, 40 foram destinados ao turismo, tornando-se uma Reserva Particular do Pa-trimônio Natural.

MURICI

Trilha da Cachoeira Tiririca

VIVER BEMNIDE LINS

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Passeio

A trilha de 2,5 km reserva trechos escorregadios e estreitos, mas há sempre o apoio na-tural das árvores e cipós encontrados pelo caminho, o que se mostra mais do que necessário para a segurança de quem percorre a área. A caminhada de mais de uma hora é feita entre pés de banana, jaca, goiaba, manga e até siriguela. Durante o percurso são várias as nascen-tes que vão se juntando desde o município de União dos Palmares, e formando o volume que dá origem à cachoeira.

A Tiririca desagua no Rio Mundaú, pegando vários afluentes de lá para cá. O Rio Branca é o um dos principais que formam a cachoeira. Não é uma trilha fácil, e todas dificuldades são recompensadas na cachoeira de águas transparentes, com o banho que refresca o esfor-ço depois de caminhar pela melhor academia da vida, a Mata Atlântica.

Para fazer a trilha tem dois pacotes, ambos com reserva.

Com hospedagem na pousada da Fazenda – Preço de R$ 70,00 por pessoa, incluindo café da manhã e a trilha até a Cachoeira Tiririca. Day use é R$ 25,00 por pessoa com guia da fazenda. Além das trilhas tem outras atividades de lazer disponíveis, piscina, cavalgada e o "pesque e pague". Não aceitam-se cartões.

Fazenda Boa Sorte e a Cachoeira do Tiririca: BR 104, Km 60/ Murici/ @fazenda.bs/Telefones (82) 98180-4317 ou 9994- 4261.

Trilha da Caatinga Rocks

Quando os irmãos Rafael e Marcos Leal resolveram trilhar no mundo das cervejas arte-sanais, batizaram o empreendimento de Caatinga Rocks, em homenagem ao bioma brasilei-ro que representa a resistência e garra do sertanejo; já o rock, significa a revolução musical que ultrapassa o tempo. A cervejaria, no ano de 2017, trouxe para Alagoas o prêmio de melhor cerveja do Brasil na Copa da Cerveja POA, com a breja English Serelepe Brasileira, no concurso integrado ao Festival da Cerveja de Porto Alegre (RS).

Caatinga Rocks é uma micro cervejaria alagoana instalada no município de Murici. Ela recebe visitas agendadas para conhecer a produção das brejas artesanais. (82) 4141.0323/ [email protected]

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Dica da Nide

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Teatro de um episódio emblemático da história nacional, União dos Palmares sediou o Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, que durante quase sete décadas, no sécu-lo XVII, foi um bastião de resistência contra o escravismo no Brasil. Em 1944, porém, adotou o atual nome de União dos Palmares em homenagem ao famoso quilombo que abrigou em suas terras.

UNIÃO DOS PALMARES

Baobá, culinária quilombola

Unidade de Conservação (Murici)

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O restaurante Baobá (árvore da vida), encravado na Mata Atlântica do município de União Palmares, é comandado pela Mãe Neide Oyá D’Oxum. Toda quarta-feira, a chef recebe turistas de todo canto do país com o banquete de comidas afro-brasileiras. A alago-ana tem o privilégio de cultivar as hortaliças, ervas, frutas e ter uma criação de galinhas de capoeira, que abastecem a sua cozinha temperada nas tradições do uso do pó do camarão seco e do dendê.

As boas vindas do Baobá são os miniacarajés com camarão seco e caruru. A iguaria da culinária afro-brasileira é comida de Iansã – orixá dos bons fluidos e das energias positivas. Nas panelas de barro, são preparada deliciosas tradições como o Amalá, uma receita de carne do peito de boi cozida com quiabo, azeite dendê, camarão seco e gengi-bre. Detalhe: não leva sal. Segundo Mãe Neide, os escravos usavam pó de camarão seco, e ela segue a tradição. O ingrediente é fabricação da casa e segue dando sabor especial aos pratos.

Para brindar os visitantes da Serra da Bar-riga (foto), duas bebidas são ofertadas: Jurema (canela, mel, gengibre, casca da arvore jurema e vinho). Leve, adocicada e refrescante. E o Xequetê (sem álcool), feito com suco de ma-racujá, mel, canela e o gengibre (bem presente no paladar).

Restaurante Baobá

Agência WS Tur – Oferece viagem a União dos Palmares, às quartas-feiras, com visita ao Parque Quilombo dos Palmares, almoço no Restaurante Baobá e transporte. – Aceita cartão. Telefone: (82) 3327.6655/ 99985.3921

Restaurante Baobá trabalha com reserva a partir de 10 pessoas. Telefone: (82) 99670.6678.

Hospedagem

Quilombo Park Hotel - BR 104, Km 35, Fazenda Frios, União dos Palmares. www.quilomboparkhotel.com.br/ Telefone: (82) 99989-3100.

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Dica da Nide

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O alagoano Osvaldo Timóteo tinha um sonho de infância, o de voltar a ouvir os cantos dos pássaros, para ele, uma terapia. Assim nasceu a Reserva Ecológica Osvaldo Timóteo, na cidade de São José da Laje, e seu proprietário Osvaldo, trocou atividade econômica da cana de açúcar pelo turismo ecológico. A Fazenda Santa Maria é pousada e com caminhos para compartilhar a Mata Atlântica com os visitantes.

A Reserva Ecológica Osvaldo Timóteo possui uma área de 22,34 ha e está inserida na APA Estadual de Murici. É de propriedade de Osvaldo Timóteo da Silva. A proposta da Reserva é o turismo de vivência da Mata Atlântica, saborear a comidinha de fazenda com tempero caseiro, palestra ambiental , trilha interpretativa da mata atlântica, plantio de árvore nativo, banho de bica, miniparque infantil, espaço polivalente para prática de esportes, centro cultural, piscina, redário entre as mangueiras e uma bela vista panorâ-mica.

SÃO JOSÉ DA LAJE

Reserva Ecológica Osvaldo Timóteo

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Comida da horta

O almoço regional é muito bom, o café segue a mesma linha, a da comida caseira temperada com ingredientes do quintal. À mesa, as delícias da fazenda, com destaque para galinha guisada – criada na reserva, a ave é cozida dentro dos mandamentos da simplicidade, no próprio caldo da galinha, formando aquela graxa, ideal para mistu-rar na farofa de banana. O feijão verde vem da horta, assim como os legumes.

Reserve espaço para a sobremesa, em especial, o pudim de milho verde (planta-ção local). Para rematar, o cafezinho. E ainda os famosos doces “nego bom” (banana cristalizada com açúcar).

Reserva Ecológica Osvaldo Timóteo é uma RPPN, área de preservação perma-nente.

Dia Ecológico (com café , lanche, almoço e atividades ecológicas) – R$80,00 (por pessoa) almoço e atividades ecológicas – R$ 60,00; Diária da Pousada (por pessoa) – R$ 180,00 com as três refeições. Telefone: (82) 99123-1778 . BR-104 km 17, São José da Laje, Alagoas

A galinha de capoeira, preparada segundo a receita da roça, tem sabor

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Dica da Nide

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A contribuição do Vale do Mundau, na faixa que se estende de Rio Largo a Murici, foi fundamental na colonização da Capitania com a plantação da cana-de-açúcar, mas a gran-deza da sua História e da sua Cultura é maior que a fertilidade de seu solo.

A presença de engenhos de açúcar fez do Vale um campo aberto à cultura das casas--grandes, monopolizando a formação de uma sociedade nos moldes portugueses. A família dos grandes proprietários rurais impuseram a prática religiosa, a culinária, as manifestações artísticas e atividades artesanais. Em contrapartida, vinha das senzalas a cultura trazida pelos africanos escravizados, endossando o caldeamento que resultou na formação dos costumes locais.

Roteiro Cultural

Cabeças em argila, da mestra ceramista Irinéia do Muquém (União dos Palmares)

CÁRMEN LÚCIA DANTASCONHECER

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União dos Palmares se destaca por ter servido de sede à República dos Palmares, no século XVII. Com o extermínio do quilombo nasceu o íconi Zumbi dos Palmares, símbolo de resistência em defesa dos ideais libertários.

No século XIX foi a indústria têxtil que chegou ao Vale privilegiando o município de Rio Largo, com a Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos e a fábrica de Cachoeira que trouxeram para a área uma cultura específica da nova relação social marcada pelo proleta-riado e a burguesia.

No início do século XX é a poesia de Jorge de Lima que projeta o Estado e ganha asas no cenário nacional em uma época pródiga da literatura alagoana.

Rio Largo – Arquitetura monumental do início do século XX, o Ginásio Municipal Judith Paiva e a casa residencial da família Paiva, ainda hoje dão o testemunho de uma época de fausto econômico e social. A Estação Ferroviária, no centro urbano, preserva suas linhas de inspiração inglesa, enquanto as ruínas das fábricas dão a dimensão do que era o complexo fabril em seu pleno funcionamento até meados do século passado. Folguedo – O grupo folclórico Chegança Cruzador São Paulo manteve a tradição secular do folguedo náutico no Município, graças ao empenho do Mestre Juvêncio Joaquim dos Santos, decano que formou novas gerações de “marujos” para dar continuidade à brincadeira.

UNIÃO DOS PALMARES - A Serra da Barriga, local do Quilombo dos Palmares, foi

tombada em 1983 pelo Iphan e o dia 20 de novembro passou a ser o Dia da Consciência Negra, no Brasil. É comemorado em Alagoas com a efervescência de um evento há muito devido à memória de Zumbi. Os grupos religiosos sobem a Serra na madrugada do dia 20 para prestar reverência a seus ancestrais em torno da Árvore Sagrada. Seguidores dos cultos e da cultura africana reafirmam suas raízes em cerimônias de fé e de identidade. A Casa do Poeta Jorge de Lima, aberta ao público em 1981, no centro da cidade, é outro ponto a ser visitado. O imóvel é um sobrado dos fins do século XIX e reúne um acervo sobre o Município e informações sobre seu patrono. Filho Ilustre – Jorge de Lima, um dos grandes poetas brasileiros, com sua obra completa reunida pela Editora Nova Aguilar S.A. em 1997. Aderiu ao Modernismo com o poema “O Mundo do Menino impossível”, publicado em 1927. Encerrou a produção poética com “Invenção de Orfeu” sua obra prima, publicada no Rio de Janeiro em 1953, pouco antes de sua morte. Muquém – O povoado é um reduto de ceramistas quilombolas à margem do Mundau, que fazem potes, panelas, cuscuzeiros, alguidares. Entre as artesãs, Irinéia Rosa começou a fazer pequenas esculturas de barro para vender na feira. Suas peças retratam aspectos físicos e gestos simbólicos de seus ancestrais quilombolas. Descoberta por colecionadores, suas esculturas ganharam novos horizontes e passaram a ser expostas em galerias de arte e museus. Logo foi premiada em certames na-cionais e seus trabalhos fotografados para revistas e livros. Recebeu a comenda da Ordem dos Palmares, maior honraria concedida pelo Governo do Estado.

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Famosa por suas belas praias, por suas lagoas e pela presença do “rio da unidade nacional”, Alagoas apesar de sua pequena superfície caracteriza-se por sua incrível diversidade e por uma história pujante. Somos um povo mestiço de raízes indígenas, portuguesas e negras. Uma diver-sidade que se encontra em seu relevo, em sua natureza, em sua cultura e em sua história. É terra de vales úmidos onde vicejou uma atividade canavieira por séculos. O vale do Mundaú é um deles. E nele encontra-se na cidade de União dos Palmares, a joia da coroa da região, a Serra da Barriga, Patrimônio Histórico Estadual, Brasileiro e Patrimônio do Mercosul. Espera-se, com justiça, que os governantes alagoanos pleiteiem a capital do mais famoso Quilombo conheci-do em qualquer continente, o Quilombo dos Palmares, como Patrimônio Histórico Mundial. Outros monumentos, menos importantes, alcançaram, mercê do trabalho de seus dirigentes, essa condição festejada por seus habitantes. Nesta região, o visitante pode encontrar a cidade que foi importante polo do ciclo têxtil, Rio Largo, ou o município que nasceu de uma colônia militar por ordem do Império , para conter a rebeldia dos Cabanos e dos Papa Méis, Colônia Leopoldina, ou a uma cidade relevante para os ciclos do açúcar e da inovação tecnológica, São José da Laje, por exemplo, porém a mais expressiva de todas, inquestionavelmente é a antiga Cerca Real dos Macacos, Santa Maria Madalena e Vila da Imperatriz, hoje União dos Palmares.

Lá é a terra de Jorge de Lima, de Maria Mariá, de Ganga Zumba, de Aqualtune e do herói nacional, Zumbi dos Palmares, líder do maior movimento contra a escravidão, registrado no mundo. A República dos Palmares, também chamada de Tróia Negra, é um grito de liberdade contra a situação de seres humanos, equiparado as bestas, pelas Ordenações do reino vivendo e morrendo entre torturas físicas e um regime de vida cruel. Milhares de fugitivos das fazendas, nucleados na Serra da Barriga, ocupavam uma extensa área coberta de catolé, uma palmeira silvestre, palmares. E resistiram durante quase um século. Robert Southey disse sobre eles “A única narração que existe da breve, mas memorável história desse povo, foi escrita exatamente, por aqueles que a exterminaram”. Mas deve-se fazer justiça e respeito pelo caráter daquela gente e de sua luta titânica pela liberdade humana.

Serra da Barriga, palco dos Quilombos dos Palmares

DOUGLAS APRATTO TENÓRIOHISTÓRIA

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O território que cobre o Vale do Rio Mundaú está marcado pela paisagem tropical das matas remanescentes, dos pastos da pecuária e dos antigos canaviais. Na sua história, foi palco do Quilombo dos Palmares, da Guerra dos Cabanos e, atualmente, é a região alagoana com a maior área de reforma agrária. A estrada de ferro Maceió-Imperatriz, inaugurada no final do século XIX, deslocou a produção canavieira mais próxima do litoral para o interior, ocupando esse vale com centenas de engenhos.

No século XX, as usinas substituíram os antigos banguês em todos os municípios de in-fluência do Mundaú. Em décadas recentes, essas unidades industriais foram fechando e hoje restam cinco: Leão (a mais antiga usina alagoana em funcionamento) e Santa Clotilde, em Rio Largo, Porto Alegre e Taquara, em Colônia Leopoldina, e Serra Grande, em São José da Laje. Em concorrência à cana, o algodão se espalhou pelo vale, mas desapareceu na segunda metade do século XX, levando em extinção também as fábricas de tecidos, como as que se instalaram em Rio Largo.

O Vale dos Quilombos

CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHOECONOMIA

Casa-grande do Engenho Anhumas

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Dessa forma, o açúcar e a pecuária povoaram a região em séculos passados, juntamente com o algodão tempos depois, e o Vale do Mundaú se transformou numa área de colonização antiga, densamente povoada, com quase 300 mil habitantes presentes em seus dez municípios. Sua área de ocupação abrange cidades como Rio Largo, com quase 80 mil habitantes, e Branquinha, com pouco mais de dez mil moradores, nas quais são predominantes os setores de comércio e serviços especializados em atender a população local.

Os canaviais. Com muitas usinas, destilarias e fazendas de cana, quase todo o Vale do Mundaú ficou, desde o século XIX, ocupado por canaviais. No século passado, chegou a contar com doze fábricas de açúcar e álcool. No entanto, a perda de competividade de muitas de suas fábricas, como a São Simeão, Bititinga, Agrisa, Laginha e Campo Verde, fez diminuir a presença da cana, que recuou, mesmo continuando sendo a principal cultura agrícola.

Outra agricultura. A região agrícola do Vale do Mundaú, com o recuo da cana, vem sendo ocupada pela pecuária e pela agricultura diversificada: roças de milho, feijão e mandioca. Essas culturas, presentes em todas as localidades, convivem com uma nova agricultura mais diversifi-

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cada que vem surgindo com plantações de grãos (com a entrada da soja), fruticultura (banana, manga, laranja) e produção comercial de hortícolas e raízes (inhame, batata).

Pecuária. A criação de bovinos servia, inicialmente, aos engenhos. Depois, ao disputar terras com os canaviais, no seu auge, foi afastada para o agreste ou para terras que não serviam para plantar cana. Desde o final do século passado, a pecuária de leite e corte voltou para o Vale do Mundaú, contando hoje com mais de 120 mil bovinos espalhados por todas as localidades. A paisagem rural do Vale voltou a ter a força antiga do binômio: pastos extensivos e amplos canaviais.

Indústria. Há um esforço, nas últimas décadas, para criar novas indústrias nos municípios do Vale do Mundaú. Distritos Industriais foram criados em localidades maiores, onde se implan-taram algumas fábricas, como a Bauducco; avícolas e pequenos laticínios surgiram em quase todas as localidades para aproveitar a nova produção de leite.

Serra da Barriga (União dos Palmares)

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ArapiracaArapiraca tem uma vocação natural para o Turismo de Negócios, devido sua localização

geográfica centralizada no Estado de Alagoas, com proximidade da capital alagoana - Maceió (130 km); capital sergipana - Aracaju (180 km) e de polos importantes no interior de Pernam-buco e da Bahia.

Desta forma, absorve um grande número de turistas que vêm pelo forte comércio da cidade e a grande concentração de empresas, principalmente de atacado, além de representantes co-merciais, pela sua importância logística. Sua localização também favorece a passagem de turistas que cruzam o Estado entre Maceió e o Rio São Francisco, seja na sua foz, seja nos seus cânions.

Devido a essa força do Turismo de Negócios, Arapiraca atrai bastante eventos comerciais, religiosos e esportivos como por exemplo: Fesuper, Viva Motocros, Arapiraca Moto Agreste, Natal em Família, dentre tantos outros.

Arapiraca tem em torno de 30 hotéis e pousadas. Um bom parque gastronômico, com restaurantes e bares com todos os segmentos: self service, a la carte, pubs, sorveterias. Além de casas de shows e eventos, quatro teatros, shopping com 110 lojas, campo de pouso, rodoviária, e em breve um aeroporto regional.

Rogério Teófilo – Prefeito de Arapiraca

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Vale do Paraíba/do Açúcar e do Agreste

Caracterização Geográfica e AmbientalMunicípios: Atalaia, Capela, Cajueiro, Viçosa. Mar Vermelho, Quebrangulo, Palmeira dos Índios, Arapiraca, (São Sebastião), Limoeiro de Anadia, Campo Alegre, São Miguel dos Campos e Boca da Mata

GEOGRAFIAALEX NAZÁRIO

CAMINHOS DO

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O roteiro Vale do Paraíba/ Caminhos do Açúcar/ Agreste tem início partindo da capital Maceió:

O primeiro acesso é recomendado para quem desembarcou no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares ou reside na parte alta da cidade de Maceió e quer evitar o trânsito da capital. Consiste em tomar a rodovia BR 316 no sentido da cidade de Pilar, continuar nesta via, passando pela rotatória que conflui com a BR 101, sempre permanecendo na BR 316 até a cidade de Atalaia, num percurso total de 33,8km.

O segundo acesso é uma opção exclusiva para quem desembarcou no Aeroporto Interna-cional Zumbi dos Palmares. A partir do viaduto que dá acesso ao aeroporto, seguir em frente pela AL 210, que dá acesso a cidade de Rio Largo, passando por sua área urbana e chegando a sua confluência com a BR 101, num percurso de 10,6km. Acessar a BR 101 em direção a su-doeste, sentido Pilar por 14,2km até a rotatória que conflui com a BR 316, alternado para esta rodovia até a cidade de Atalaia, num percurso total de 10km.

O terceiro acesso é para quem parte do Centro pela área litorânea da capital Maceió e segue pelo litoral, a partir da rodovia AL 101 sul, em direção a Ilha de Santa Rita, até o trevo da Polícia Rodoviária Federal num percurso de aproximados 10km. O trevo dá acesso à rodovia BR 424, onde o visitante deve percorrer essa rodovia até o trevo que conflui com a BR 316, sentido nor-te, num percurso de 15 km. Tomando a BR 316, no sentido da cidade de Pilar, continuar nesta via, passando pela rotatória que conflui com a BR 101, sempre permanecendo na BR 316 até a cidade de Atalaia, num percurso de 20,5km.

O território de Atalaia está localizado nos domínios de duas bacias importantes de Alagoas, a Bacia do Paraíba e a Bacia do Mundaú. Devido a sua localização, são comuns as vastas linhas de drenagens de córregos e rios que alimentam as bacias principais e moldaram o relevo entre as rochas dos ambientes acidentados. Devido ao uso do solo direcionado a cana-de-açúcar, os re-manescentes florestais são fragmentados e esparsos. Entretanto um merece destaque, a RPPN Santa Tereza, localizada a leste do município, com uma área de 100 hectares. Foi criada em 2001 pelo IBAMA e possui um criatório classificado como fiel depositário pelo IBAMA para animais silvestres. A área detém também inúmeras nascentes de águas cristalinas, formando lagoas e piscinas de beleza inigualável.

Para seguir viagem até a cidade de Capela, o visitante deve retornar a BR 316 até a parte alta de Atalaia (Chã de Atalaia), até a confluência da BR 316 com a AL 410. Seguir pela AL 410 no sentido noroeste por 6km até a confluência com a AL 210. Então, continuar na AL 210 sentido norte a cidade de Capela que fica às margens da rodovia por 10,3km. Capela se localiza às mar-gens do Rio Paraíba do Meio, na sua planície fluvial, mais especificamente nos terraços fluviais que se formaram nas margens do Rio. Esses terraços são superfícies planas ou levemente in-clinadas formando as margens um rio, resultantes de variações climáticas ou do nível das águas através dos tempos. O relevo apresenta os traços de interferência do Planalto da Borborema com estruturas rochosas e cristalinas.

Para chegar à cidade de Cajueiro, basta seguir a rodovia estadual AL 210, partindo da cidade de Capela no sentido oeste por 8,6km. A área central e centro-sul do município possui topo-grafia plana e levemente movimentada, diferente do norte e oeste, onde as escarpas do Planalto da Borborema possuem várias elevações, de onde vastos vales conduzem uma hidrografia que alimenta os rios principais. A Serra do Pitimiju, ao norte, é a maior altitude registrada, com

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391m e como Capela, Cajueiro possui interação direta com o Rio Paraíba, inclusive nas cheias que podem elevar muito o nível do rio e invadir parte da área urbana.

A próxima cidade do roteiro é Viçosa onde a partir da cidade de Cajueiro, o visitante deve seguir a AL 210 no sentido oeste por 2,8km até a confluência com a AL 440. Desse ponto, permanecer na AL 210 no sentido norte, até a cidade de Viçosa, num percurso de aproximada-mente 13,4km. Viçosa possui o relevo movimentado com o Rio Paraíba do Meio cortando vales e seus afluentes formando algumas cachoeiras como Dois Irmãos, Cachoeira Grande, Caçamba e Cachoeira do Anel. Esta última, considerada a mais bela da região, localizada próxima ao po-voado Anel, no Rio Caçamba. A Serra Dois Irmãos é a elevação mais alta com 509m.

Saindo da cidade de Viçosa, o visitante deve acessar a AL 110, que dará acesso a cidade de Mar Vermelho, sentido oeste. O trajeto é de aproximadamente 17,7km até a estrada de acesso a cidade que possui aproximados 4,5km de extensão. Aqui existe uma das primeiras RPPN estaduais de Alagoas, a RPPN Canadá, com uma área de 8,28 hectares. A área compreende em sua maior parte feições de encostas suaves e vales, engastados numa área de relevo bastante trabalhado e dissecado da Província Borborema. A altitude da região varia entre 650 e 1.000 metros, detendo um clima ameno a frio, principalmente durante a noite, o que faz a cidade de Mar Vermelho ser conhecida como a “Suiça Alagoana”, tendo sua menor temperatura registrada em 10ºC em julho de 2010.

O próximo destino é a cidade de Quebrangulo. Saindo de Mar Vermelho, o visitante deve retornar pelo acesso a cidade até a rodovia AL 110 por 4,5km e retornar a Vi-çosa, num percurso de 17,7km. Da cidade de Viçosa, tomar a AL 210, passar pela cidade de Paulo Jacinto e seguir a Quebrangulo, cuja área urbana encontra-se às margens da rodovia, num percurso de 35km. Alguns autores consideram que aqui, na Serra das Guaribas, é que se encontra o ponto culmi-nante do estado de Alagoas, com 882m de altitude. A Serra se localiza no interior da Reserva Biológica de Pedra Talhada (REBIO).

A REBIO de Pedra Talhada é uma Unidade de Conservação Federal, de Proteção Integral, criada em 13 de dezembro de 1989 sob o Decreto Federal n°. 98.524. Situada na fronteira dos estados de Alagoas e Pernambuco, mais precisamente na Serra dos Guaribas, abrange parte dos municípios de Quebrangulo, do lado alagoano e Lagoa do Ouro, do lado pernambucano, tota-lizando uma área de 3.840,21 hectares. A Reserva abriga uma grande diversidade de espécies de aves, das quais as ameaçadas de extinção contam 22 e correspondem a cerca de 10% de todas as aves do Brasil em risco de extinção.

De acordo com dados do ICMBio, a REBIO de Pedra Talhada também é considerada vital para o fornecimento de água para boa parte da região. Devido as suas matas preservadas,

Quebrangulo, onde nasceu o romancista Graciliano

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dois reservatórios grandes (Caçamba e Carangueja) com uma capacidade total de 9.711.000m³ e mais de 100km de dutos alimentam Palmeira dos Índios, Estrela de Alagoas, Minador do Negrão, totalizando mais de 100.000 habitantes. Reservatórios menores (Juliana, Igapó, Campo Alegre e Cova Triste) abastecem Quebrangulo em Alagoas e Lagoa do Ouro e Correntes, em Pernambuco - todos com água da Reserva. Por este motivo, Apesar de seu pequeno tamanho, a unidade de conservação concentra importantes remanescentes de cobertura florestal, cuja existência é vital para a manutenção dos fluxos hídricos superficiais e subsuperficiais da Reserva e do seu entorno.

Além da REBIO, existe a RPPN Mata da Suíça II, localizada no município e adjacente a área urbanizada da cidade. Pertence a família da Sra. Anita Studer, ambientalista que apoiou junto ao Governo Federal a criação da REBIO de Pedra Talhada e ações de recomposição e educação ambiental das comunidades da região. A RPPN possui pouco mais de 10 hectares e foi revitali-zada por meio de replantio e recomposição florestal, detendo espécies típicas dos biomas Mata Atlântica e Caatinga, além de produção de mudas e centro de visitantes.

Segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA), o Rio Paraíba do Meio adentra em terras alagoanas pelo município de Quebrangulo, possuindo aproximadamente 3.718 km² de área. O Rio Paraíba do Meio nasce no Estado de Pernambuco e deságua na laguna Manguaba, no município de Pilar. Trata-se de um rio perene que, a partir de Quebrangulo, recebe as águas provenientes dos riachos Bálsamo, Quebrangulo e Riachão de Cima. Em Viçosa, junta-se a ele o riacho Riachão. O rio Paraibinha é afluente do Paraíba, juntando-se a este no município de Capela.

A partir da cidade de Quebrangulo, o visitante deve seguir pela AL 210, sentido sudoeste até a confluência dessa rodovia com a BR 316 por aproximados 23km. Tomar a BR 316 em direção à cidade de Palmeira dos Índios num percurso de 2,3km até o trevo da entrada da cidade. Assim como outros dessa região, o município encontra-se em uma área de transição marcante para os biomas da Mata Atlântica e da Caatinga, apresentando fitofisionomia de floresta nas áreas mais elevadas, pela influência da altitude e vegetação de transição para a Caatinga nas partes mais planas.

O termo fitofisionomia diz respeito às características da vegetação que se encontra em determinado lugar, o aspecto dessa vegetação. O domínio da vegetação na microrregião de Palmeira dos Índios é da Floresta estacional, também chamada de mata seca, de menor porte que as florestas úmidas e que perdem parte de suas folhas na estação seca, normalmente com-preendido entre outubro a março, entretanto possui uma flora rica em espécies.

Segundo dados do IMA, os municípios de Palmeira dos Índios, Quebrangulo e Tanque D’Arca detém ainda as maiores quantidades de fragmentos de cobertura vegetal nativa para a região. Mesmo assim, a área de cobertura não ultrapassa os 20% em nenhum desses municípios. O uso do solo, principalmente para o pasto e a criação de gado estão entre os principais fatores da substituição da vegetação nativa que existiu na região.

O Rio Coruripe nasce na Serra da Mandioca, em Palmeira dos Índios, município localizado no agreste alagoano e dá nome a uma importante região hidrográfica do estado e a última ao sul de Alagoas que possui rios que deságuam no Atlântico. Possui uma extensão de 336 km, uma altitude de 550 m e uma área de 2.013,5 km² que abrange 19 municípios. Sua foz fica localizada no município de Coruripe, litoral sul alagoano.

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O próximo destino é Arapiraca, a capital do Agreste, como é conhecida. Para ter acesso, o visitante deve partir do trevo da cidade de Palmeira dos Índios até o viaduto que interliga a BR316 com a AL 115 num percurso de 1,5km. Deve tomar a AL 115, sentido sul por 38km até o trevo que encontra a AL 220, chegando a área urbana de Arapiraca.

Como um destino alternativo, o visitante pode ir à cidade de São Sebastião. O acesso se dá através da AL 110, no trevo que conflui com a AL 220 em Arapiraca (próximo ao Supermerca-do Atacadão). Seguir a AL 110 na direção sul por aproximadamente 25km até o acesso a cidade de São Sebastião. E, para dar prosseguimento a rota original, basta fazer o caminho inverso, até o trevo citado.

Devido ao intensivo uso do solo no município, pouco menos de 8% de sua área possui uma cobertura vegetal nativa expressiva.

Arapiraca está inserida na região hidrográfica do Piauí onde os Municípios Integrantes da Bacia são: Arapiraca, Campo Grande, Coruripe, Feira grande, Feliz Deserto, Giral do Pociano, Igreja Nova, Junqueiro, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, Olho D’água Grande, Penedo, Piaçabuçu, Porto Real do Colégio, São Brás, São Sebastião, Teotônio Vilela, Traipú. Os rios in-tegrantes da Bacia Hidrográfica são: Rio Tibiri, Rio Itiúba, Rio Boacica, Rio Perucaba, Rio Piauí e Rio Batinga. Desses, os principais, Piauí e Perucaba possuem suas nascentes em Arapiraca.

Partindo de Arapiraca com destino a Limoeiro de Anadia, o visitante deve seguir a AL 220 rumo a leste, por aproximados 18km até o acesso a cidade de Limoeiro de Anadia, sinalizado com portal de entrada e seguir por mais 1km até o centro. A cidade se desenvolveu as margens do Rio Coruripe e possui um belo vale de onde se destaca sua área urbana perante os campos e pastos. Além do Coruripe, suas terras contribuem para as Bacias do Jequiá e do São Miguel.

Partindo do Portal da cidade de Limoeiro de Anadia, o próximo destino é a cidade de Cam-po Alegre. O acesso se dá pela rodovia AL 220 no sentido leste, por 17,3km até o portal de en-

O Vale do Paraíba apresenta belas paisagens campestres

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trada da cidade que fica às margens da rodovia citada. Campo Alegre é marcado pela presença de vastos canaviais implantados numa topografia plana, apenas descontinuada pela presença de diversos vales que drenam águas principalmente para a bacia do rio Jequiá. Aqui se localiza a RPPN Dubinha Guimarães, pertencente a Usina Porto Rico. Esta reserva possui uma das áreas planas de maior cobertura vegetal nativa da região, com aproximados 640 hectares contínuos de vegetação da Mata Atlântica.

A RPPN Dubinha Guimarães está localizada na porção Nordeste do município de Campo Alegre. A importância de sua localização estratégica está para a fauna nativa. Sua grande área está próxima a um dos vales de afluentes do Rio Jequiá, que se ramifica por quase todo o muni-cípio. Isso garante o fluxo de espécies na região e uma área de refúgio para os animais.

Saindo de Campo Alegre, o próximo destino é a cidade de São Miguel dos Campos. O acesso continua pela AL 220, sentido leste até o trevo de confluência com a BR 101, no posto da Polícia Rodoviária Federal com percurso de 28km. Acessando a BR 101, deve ser tomado o sentido norte até a área urbana de São Miguel dos Campos, num percurso aproximado de 3,4km. Nessa região, o Rio São Miguel se prepara para desaguar na Laguna do Roteiro, loca-lizada no município vizinho da Barra de São Miguel. Além deste, existem os cursos dos Rios Sumaúma Grande e as nascentes do Rio Niquim, onde formam uma rede de drenagem de águas límpidas que abastecem a cidade da Barra de São Miguel e a irrigação da cultura da cana pelas usinas locais.

A Bacia do Rio Niquim foi contemplada com a criação de 8 RPPN numa parceria entre os grupos usineiros proprietários das terras, o Ministério Público Estadual, IMA e Secretaria de Meio Ambiente do Estado. O projeto foi denominado de Mosaico de RPPN do Rio Niquim, abrangendo área dos municípios de São Miguel, Barra de São Miguel e Marechal Deodoro. Com isso, mais de 1000 hectares de matas e do alto curso do Niquim e seus afluentes estão protegidos. De acordo com informações dos órgãos parceiros, espera-se a adesão de outros proprietários para garantir a ampliação da proteção da área de forma completa.

Finalmente, para acessar a cidade de Boca da Mata, partindo de São Miguel, o visitante deve continuar seu trajeto na BR 101 sentido norte, passar o trevo de confluência com a AL 220, mantendo-se na BR 101 até a confluência com a rodovia estadual AL 105/2015, num percurso de 16,8km aproximadamente. Seguir pela AL 105/2015 num percurso de 22km, sentido oes-te, até a área urbana. Boca da Mata já fez juz ao nome, onde a fama de sua extensa cobertura vegetal era conhecida em todo o estado. Entretanto a agricultura modificou permanentemente sua paisagem, restando apenas alguns fragmentos de Mata Atlântica presentes em seu território. Além da mata, destaca-se as serras vizinhas a cidade, que compõem um visual muito bonito, são elas: Naceia, Boca da Mata e Colombina, sendo a maior, Naceia com 330m. As principais ba-cias hidrográficas são do Sumaúma e do São Miguel onde seus vales se encontram num estado avançado de degradação, com a necessidade de ações de recomposição, visando a perenidade dos recursos hídricos.

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CAPELANIDE LINS

Tradição – Os caldinhos de feijão, de galinha ou misto (mistura de galinha e feijão), criados pelo alagoano Newton Melo Bastos, são as maiores celebri-dades da cidade de Capela. Mas para se deliciar com estas iguarias, acerte os ponteiros do relógio, pois o líquido só é vendido das 9 até o meio dia. O caldi-nho de seu Newton tem hora marcada, e ele é rigoroso. Pode ser o Papa ou o governador, depois das 12 horas é encerrado o expediente. Aos domingos, o movimento no bar é tanto, que às 11h30 não tem mais um pingo do precioso líquido.

O bar é ponto de encontro dos capelenses e dos ilustres turistas, que ater-rissam por lá só para saborear os famosos caldinhos. A receita tem mais de 40 anos e ajudou a escrever a história do seu Newton e de sua esposa Dalva, que também sempre estão no balcão atendendo com simpatia.

Endereço: Rua Francisco Avelino, 446 – Centro de Capela – Telefone: (82) 3287.1345/ Funciona todo dia das 9h até meio dia/ Não aceita cartão

Churrasco – O Casarão é o singelo restaurante no Centro de Capela. Lá o

churrasco misto é o mais querido, e vem com carne de boi, frango e porco. Os acompanhamentos são feijão caseiro, o feijão de “arranco” (tipo verde), arroz, macarrão e maionese, tudo feito com tempero caseiro. De entrada, prove a macaxeira frita e de sobremesa a cocada de chocolate (importada de Arapi-raca). O restaurante, com mais de 30 anos, é comandado por Telmo Ferreira.

Av. Robson M. de Melo, 760 - Centro - Capela, Telefone: (82) 99929-2149

Pastel– A partir das 20 horas, na Praça Central da cidade de Capela, as pessoas começam a chegar para saborear os pasteis do G. Pastelaria, conhe-cido como Pastel do Gilberto. A massa do pastel não é seca, é macia, parece elástica. O recheio da carne é molhadinho, lembrando que o salgado ficou en-tre os dez melhores do Brasil no concurso do Programa de Ana Maria Braga, na Rede Globo.

Praça Central na cidade de Capela/ Funciona de terça a domingo, das 20 até as 22h. Não aceitam-se cartões.

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Dica da Nide

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VIÇOSA

Na cidade de Viçosa, distante 90 km de Maceió, a dica é viver uma aventura na Cachoeira Baixa Funda, popularmente conhecida como Cachoeira do Anel. Para chegar até lá, são 3km de caminhada em pura integração com a natureza, e o ponto de partida é na Pousada Fazenda Baixa Funda, antigo engenho da região. Os proprietários Maria José e Eduardo Guimarães, o Duda, adotaram o “Natures Paradise”, projeto de preservação ambiental. Neste paraíso de Mata Atlântica, é proibido caçar, pescar e jogar lixo no chão.

A pousada, em meio a Mata Atlântica, é um refú-gio aberto o ano todo para quem deseja banhar-se nas águas de uma cachoeira ou acordar ouvindo o som dos passarinhos e trilhar 3km até a Cachoeira do Anel. Além da trilha, o éden em Viçosa conta estrutura para quem deseja harmonia com a natureza, praticar esportes como futebol, vôlei, passeio stan up e, até mesmo, surfar no Rio da Fazenda Baixa Funda.

O antigo alambique de pinga pura virou os quartos temáticos, alguns climatizados. Para quem curte a natureza em sua plenitude, Viçosa é o destino certo, com seus casarios históricos, também conhecida como a cidade dos folguedos.

As diárias para casal na fazenda Baixa Funda custam R$ 120, com café da manhã incluso e a trilha da Cachoeira do Anel.

Day use – R$ 30,00 por pessoa/ Café da manhã – R$ 20,00/ Guia para grupos – R$40,00

Para os hóspedes e no sistema de day use, a fazenda oferece cozinha completa, com freezer, geladeira, fogão, micro-ondas, panelas, talheres/ Telefone: (82) 99622.6299

Quem faz o passeio- Ecoexcursão: (82) 99980-8674/ 99901-0425Instagram: @ecoexcursao/ Facebook: www.facebook.com/ecoexcursao

Viçosa é uma tradicional cidade da Mata Alagoana

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Cachoeira do Caçamba, em Viçosa

Restaurante

Elias Vasconcelos, filho de Viçosa, transformou o destino alagoano em roteiro da gastronomia, com o seu restaurante Trapiá, no povoado Tangil. Da sua cozinha, saem maravilhas, desde a salada de 16 itens, a mais cobiçada da cidade, à costela de boi ba-tizada de Janela, que derrete no céu da boca. A costela de boi (600 gramas) chega à mesa bem dourada. E o próprio chef Elias faz questão de cortar a iguaria com sua faca amoladíssima. “Só eu sei cortar a costela”, diz o alagoano, ironizando porque a carne se desmancha só na ponta da faca. Ela se abre como uma janela. A costela passa por seis a oito processos até ficar pra lá de macia.

Trapiá: A costela bovina é para compartilhar. Aceita-se cartões. Só atende com re-serva/Funciona aos sábados e domingos, das 11h até as 15h

Povoado Tangil, Viçosa, Alagoas – Telefone: (82) 99625-4848/ (82) 3283-1123/ @restaurantetrapiavicosaalagoas

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Dica da Nide

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MAR VERMELHOA cidade de Mar Vermelho é pequenina. Logo na entrada tem o Cristo Redentor, e todo

ano, no mês de agosto, acontece o Festival de Inverno. Mas quem chega no município co-nhecido como Suíça alagoana, encontra outros encantos, além do clima agradável. Por lá, o Restaurante Serras Alagoanas é uma estrela do turismo rural.

Gastronomia

No centro de Mar Vermelho é só perguntar pelo restaurante. Todo mundo conhece. “É o restaurante da Anaelia. É só subir a serra”. E pela estrada de barro, sobe a serra no friozi-nho das montanhas bem verdinhas. Lá, a mineira Anaelia Camargo , ao lado de seu amado

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Adeildo Barbosa, serve o pãozinho de queijo e chocolate quente, entre outras maravilhas da culinária mineira feitas no fogão a lenha. Boa parte dos ingredientes da cozinha são do sítio, como o carneirinho, galinha, manjericão, alfavaca, alecrim, salsinha, cebolinha... O torresmo é uma das beldades da casa. Bem sequinho e crocante, ele é frito em um tacho na banha de porco. É de comer rezando é a costelinha de porco. Sem falar da galinha caipira guisada, que rende um delicioso pirão de lamber os beiços.

Trilha – O ponto de partida das trilhas de Mar Vermelho é no restaurante Serras Alagoa-nas e o próprio guia é o Adeildo, que desde menino fazia o roteiro de 5 ou 10km para viver a natureza, pequenas propriedades, agricultura, e tomar banho de cachoeira. Lembrando que, as trilhas vão de 3 a 10 km, dependendo do pique do grupo, mas é preciso agendar para vivenciar as belezas das serras. Restaurante Serras Alagoanas: Sítio Durão , Zona Ru-ral. Telefones. (82)99920-8711/98222-6804/ Trilha – R$ 150,00 por grupo de até de 15 pessoas.

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Vida campestre com o charme do frio

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BOCA DA MATAA cidade de Boca da Mata é famosa pelo trabalho do escultor Manoel da Marinheira. O

Município tem um museu, localizado dentro do Balneário Águas de São Bento, propriedade com mais de mil e 200 hectares (sendo 30% de resquícios da Mata Atlântica). Mas o lugar tem outros encantos, como trilhas, e um açude, que conta com exemplares de peixes das espécies: Tambaqui, Tilápia, Vermelho e Preto, Traira e Piau.

A programação de lazer oferecida pelo balneário é uma terapia natural, com piscinas para adultos e crianças, café regional e almoço, banhos em quedas d’água e um passeio de trem pelas plantações de açaí. Até uma cachoeira escorre pelas águas de São Bento. Todo o trajeto é feito na companhia de um guia.

Fazer as trilhas é uma das maravilhas do balneário. No trajeto pela Mata Atlântica habitam pássaros como, Jangada, Pau D´Arco, Sapucaia e Embiriba. AL-215, Km 6 - Zona Rural, Boca da Mata - Telefone: (82) 99900-1413. Quem faz o passeio: Ecoexcursão/ Contatos: (82) 99980-8674/ 99901-0425. Instagram: @ecoexcursao/ Facebook: www.facebook.com/ecoexcursao.

Balneário Águas de São Bento, Boca da Mata

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CAMPO ALEGRETrilha da Caraçuípe

Duas cachaças produzidas na cidade de Campo Alegre têm em comum o sabor requinta-do ao paladar. A branquinha tem o aroma da cana de açúcar. A de cor ouro exala o perfume de carvalho. Ambas descem suaves, sem abrasar na garganta. Agradável e deliciosa surpresa, assim é a Caraçuípe, cachaça alagoana que une história, tradição e novas tecnologias para ga-rantir o padrão uniforme do sabor do destilado, e não usa aditivos químicos e nem corante.

A cachaça alagoana é um projeto da família de Renato Coutinho, que mergulhou no sonho do seu avô Antônio e de seu tio Benedito que, em 1933, adquiriram o Engenho Caraçuípe, ainda em Pernambuco. A história do engenho prosseguiu na cidade de Campo Alegre, Alagoas, onde o verde da cana-de-açúcar predomina.

Da fabricação, 75% da cana (coração da cachaça) é transformada em aguardente; dos 25% restantes (10%, cabeça e 15% calda) viram álcool. Aliás, no processo de feitura da cachaça tudo é aproveitado: o bagaço vai para a caldeira e o vinhedo para fertilização. À frente do empreendimento, o casal Renato Coutinho e Cristiane Dantas. A cachaça alagoana coleciona prêmios como a medalha de ouro, para a Caraçuípe Ouro, no Concurso Mundial de Bruxelas Edição Brasil – 2018

Para conhecer o processo da fabricação da Caraçuípe é só agendar. No engenho tem uma loja onde são comercializadas as cachaças, além do artesanato e produtos dos agricul-tores da região.

Engenho Caraçuípe: Sítio Escorrega – Rodovia BR 101, km 159 – Luziápolis - Campo Alegre – Telefone: 82 – 3275.9120.

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ARAPIRACAArapiraca não tem praia, mas é uma cidade estratégica da região do Agreste de comércio

pulsante e com o turismo focado no de negócios. Contudo, o Município tem outros talentos: o da gastronomia tradicional. Lá você encontra galinha de capoeira, bode, buchada... Comida forte, farta e colorida. A história da alimentação industrial também é bem sucedida. O Grupo Coringa, com seus produtos famosos, como o flocão de milho e de arroz, presente desde a cozinha dos restaurantes estrelados aos botecos, é um clássico dos cafés na casa dos alagoanos.

A cidade do Agreste também é fábrica de cultura desde a época do saudoso Bar do Paulo, lugar dos boêmios, e onde tinha a melhor discotecagem de Alagoas. Por lá brotou uma geração de poetas, músicos e artistas plásticos. Paulo, nos seus mais de 80 anos, é o DJ do Agreste, e continua inspirando os jovens a se encontrar no movimento cultural ativo com shows, expo-sições ou cine clube. Um dos filhos ilustres de Arapiraca é o instrumentista Fernando Melo, considerado um dos melhores violonistas de nosso País. Como diz Mário Quintana: “Viajar é trocar a roupa da alma”. Vamos ao Agreste!

Bar cultural - Para quem curte lugares descolados, com bandas autorais, exposições cul-turais, cine clube e poesia, deve se dirigir ao Vinil Coffie Bar, lugar onde os jovens, e os de outras gerações, se encontram para viver a noite com doses de cultura. Na cozinha, os dadi-nhos de tapioca e o peixe tilápia no bafo não saem da parada de sucesso do bar. Para beber, as cervejas artesanais alagoanas. Rua Alan Kardec, 1118 - Santa Esmeralda, Arapiraca/ de quinta a sábado, a partir das 18h/ Telefone: (82) 99931-5582

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Dica da Nide

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Alternativo – O Mystura Fyna é um bar alternativo e aconchegante. Com 13 anos de resistência cultural, como o anfitrião, Barbosa gosta de frisar, segue como destino dos bo-êmios. O bar dispõe de um cardápio de músicas e sempre exibe as melhores seleções de clipes, que vão do samba ao rock. Na cozinha, os destaques são os pasteizinhos e caldinhos. Rua São Francisco, Centro, 1133 – Arapiraca/ Telefone (82) 99650-1055

Bode no café - Arapiraca tem suas peculiaridades. Toda segunda-feira é dia de forró de graça na praça Luiz Pereira Lima (antiga praça da Prefeitura), para casais da melhor idade e quem queira se arriscar no arrasta-pé. Mas os familiares de seu Quintino Tertulino da Fon-seca, estes, sim, arrastam os pés logo cedo para abrir as portas do Bar do Bode, e servir seu saboroso café da manhã.

Essa tradição do café nordestino, com bode, tem mais de 30 anos na casa. O bichinho amado no Nordeste segue a clássica receita do tempero caseiro, com pouquíssimo cominho, alho, pimenta do reino, tomate, cebola e pimentão. A carne ganha textura macia, com direi-to ao caldo apurado para misturar ao cuscuz ou inhame. Simples e saboroso. Rua Pedro Cor-reia, 59 – Centro de Arapiraca – Telefone:9 9616.4224/ Funciona das 5h30 até às 16 horas

Cabeça de bode – Pode aparecer exótico saborear cabeça de bode, porém é uma tradição no Nordeste; e, em Alagoas, a iguaria é saboreada em festas, casamentos, batizados, mas é difícil achar em restaurantes e bares. Quem quiser provar, deve ir na Buchada do Vavá, no povoado Baixa do Capim. Lá é certo achar. A iguaria está, bem visível, no cardápio pintado na parede do modesto estabelecimento Agrestina.

Para chegar ao Vavá são seis quilômetros de chão por estrada de barro. Aos poucos, a beleza do Agreste vai aparecendo. Além da cabeça de bode, a buchada com pirão é a grande vedete da cozinha.

Seu Vavá diz que o segredo da boa buchada é a limpeza, que requer muito cuidado e dedicação. O preparado tem como base o bucho do bode ou carneiro, recheado com fígado, vísceras, gorduras – lavadas com limão, vinagre e sal. Em seguida são cortadas, temperadas com cominho, sal, alho e legumes. Tudo é adicionado nos buchos, depois costurados com agulha e linhas comuns. Já a cabeça de bode, que mais parece uma bola furada, é cozida na mesma panela da buchada, e se come o miolo. A comida é para os fortes. Tradição que seu Vavá preserva.

Funciona aos sábados, domingos e feriados. Das 11 até às 15 horas/ Telefone: (82) 99961.6030/ Não aceita cartão. Como chegar – Pela AL 220, em frente ao Shopping Gar-den, entre à direita e siga a estrada de barro. São 6 km, e placas lhe indicarão o caminho.

Galinha de Capoeira - Não existe cardápio. O próprio Né anuncia o “menu do dia”: “tem galinha de capoeira e churrasco”. O Né, é o Manoel Paes de Albuquerque. Alagoano de Arapiraca que,além de dono, é garçom e relações públicas do restaurante conhecido

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como a Galinha do Né. Quem quem manda na cozinha é sua esposa, Maria Margarida de Albuquerque, que há 34 anos prepara a melhor galinha da região.

A galinha guisada é servida com feijão verde (novíssimo), arroz, salada e pirão. O tem-pero de Margarida é na medida, nada é demais. Na panela da alagoana tem cominho, alho, vinagre, pimenta do reino, tomate, cebola, pimentão, e nada de óleo. A ave é cozida na própria gordura.

Galinha do Né: Avenida Aventura de Farias, 551 – Arapiraca – Telefone: (82) 3530.4116/ Não aceita cartão.

Boteco

Caldinho do Pedrinho é um dos botecos mais queridos de Arapiraca. Já são 45 anos de sucesso servindo apenas um tipo de caldinho, o de feijão. O caldinho é encorpado, com pedacinhos de charque, simples e bom. Reúne as mais diversas gerações em torno do feijão bem temperado e da cerveja gelada. Funciona de segunda até Sábado das 9h até as 18h. Rua Florêncio Apolinário, 233, no Alto do Cruzei-ro, Arapiraca – Telefone: 99947.0438/ Aceita-se cartões

PadariaEm Arapiraca tomar café da manhã, jantar ou lanchar tem endereço certo, Panificadora

Rio Branco, uma padaria com diversos tipos de lanches, pães recheados e doces e mercearia. No buffet tem tudo, macaxeira, cuscuz, sopas, carnes, entre outras receitas nordestinas, com destaque para o pão com queijo do sertão. Av. Rio Branco, 92 - Centro, Arapiraca - Funcio-na todos os dias/ Telefone: (82) 3521-1124.

Chalé da Culinária – Em Arapiraca é um polo de gastronomia local, onde o cordeiro grelhado e galinha de capoeira disputam o reinado, dizem que os dois danados de bom no Chalé da Culinária sob a regência da cozinheira Nilza Soares e seu esposo José Carlos, conhecido como Zé Boy. Mas além da galinha e do cordeiro, o arroz de tempero é o tal da casa. Por conta do tempero e de outros ingredientes o grão tem a cor mais escura e sabor, e é ligado. O páreo é difícil, sugestão arrume o grupo, até porque a comida é farta, e vamos à luta para saber qual deles é o melhor do Chalé. Rua 8 Vinte e Sete, 147- Arapiraca/ Telefone (82) 3539-2223/ Funciona de terça a domingo das 9h as 16h30/ Aceita-se cartão.

Mil Graus Pizza: Além de pizzas assadas no forno a lenha, a casa oferece almoços sel-f-service em espaço rústico e descontraído. R. Quinze de Agosto, 43 - Centro, Arapiraca - Telefone: (82) 3521-1211

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PALMEIRA DOS ÍNDIOS“Sejam bem-vindos, essa aldeia não é nossa, é de vocês”. É com estas palavras que o cacique

Wakoná, recebe os visitantes na Aldeia Indígena Mãe Serra do Capelo, da Tribo Xucuru Kariri, no município de Palmeira dos Índios. Nesse solo sagrado da Mata Atlântica, além da voz do cacique, ouve-se um cântico que se mistura ao som dos bichos e da natureza. O coração bate forte diante do toré de boas vindas, e os índios jovens e crianças pintadas surgem entre as plantas dançando e cantando.

Quem assiste ao espetáculo dos índios, fica com o coração acelerado diante da pureza do cântico, do lugar, da energia, do respeito, e mais ainda, de ver os jovens seguirem as tradições indígenas, mes-mo exercendo outras profissões. Eles dedicam parte do seu tempo para os rituais, fazer artesanato, e agora compartilham com os turistas a Experiência Xucuru Kariri.

Experiência Xucuru Kariri é o nome do roteiro realizado pela Aventura Eco Brasil, com a pro-posta do viajante descobrir as surpreendentes aldeias indígenas da Chapada da Borborema, guardiã do universo dos primeiros habitantes do Brasil. O solo é sagrado, então só é possível entrar com autorização dos índios e em períodos específicos, quando eles não estão recolhidos para seus rituais.

TrilhasO pajé Lenoir, conhecedor da Mata Atlântica, tem a alma de criança alegre, mas os pés no chão.

Entre cada passo, ele fala do poder da cura das plantas, e mostra com orgulho a beleza do lugar. Assim ele vive feliz na sua Aldeia Cafurna, onde também é artesão, fazendo instrumentos de madeira que emitem o som dos pássaros, além dos cocais, arcos e flechas.

O guia da Mata Atlântica ficou famoso com sua participação na novela Velho Chico, no papel de pajé Moacir. Na ficção, ele salvou Santo ( Domingos Montagner), par romântico da Tereza (Camila Pitanga). Além de muita história para contar, o pajé, diz: “Quem conhece a mata, jamais maltrata ela, que é nossa respiração. Quem vem aqui aprende a amar a natureza”, diz o pajé na trilha curta e fechada, de poucos obstáculos, cercada de belezas. Recomendado é desligar o celular, caminhar em silêncio para ouvir os pássaros, os bichos, o vento, o cair das folhas... Viver um pouco como índio, primeiros habitantes do Brasil

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Mata Atlântica

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Quem faz o passeio: a Aventura Eco Brasil faz o passeio Experiência Xucuru Kariri com reser-vas antecipadas de grupo (máximo de 10 pessoas).

O passeio consiste em vivenciar e participar de um toré de boas vindas, ver uma exposição de artesanato produzido com matéria prima da floresta, saborear comidas típicas com rico tempero, além de pinturas tribais e tiro com arco e flecha. Por fim, pernoitar numa rede ou esteira em uma casa na aldeia.

Também tem trilha em território indígena até o Cristo Redentor da Serra do Goití para contem-plar o pôr do sol da Chapada da Borborema, e um encontro especial com um pajé cheio de histórias pra compartilhar sobre sua cultura ancestral. Aventura Eco Brasil: (82) 98807.6968 / Facebook e Instagram: @aventuraecobrasil

Gastronomia

Sarapatel de galinha – Na região do Agreste, a galinha de capoeira, criada no quintal é alimentada com milho e ração, faz parte do cotidiano do povo nordestino. Em Alagoas não é diferente, tanto que a galinha guisada com pirão é um clássico. Em Palmeira dos Índios no Bar e Restaurante do Neguinho, além da galinha de capoeira, tem também a tradição de sarapatel de galinha, feito com esmero pela alagoana Luísa Maria Barbosa Fernandes, que aprendeu a preparar a iguaria com o pai. Na receita, o sangue talhado da ave é cozido na água quente, depois cortado, e volta para a panela junto com fígado, coração e o peito do frango desfiado. A iguaria é servida com farinha, e pimenta para realçar a tradição.

Bar do Neguinho – Funciona todos dias, das 10h até 17h, a galinha de capoeira tem sempre, já o sarapatel de galinha é preciso encomendar com um dia de antecedência.

Serras das Pias, AL 115, S/N – Zona rural de Palmeira dos Índios/ Telefone: 99997-5788/ Aceitam-se cartões.

Ritual Xucuru Kariri

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No século XIX, a vida girava em torno das casas-grandes e os engenhos serviram de cen-tros aglutinadores das manifestações culturais responsáveis pela formação da sociedade local. Antigos engenhos e atuais usinas pontuam a História e a Literatura dessa região. Das senzalas vinham os cantos, o ritmo quente e o saber de um povo de fortes tradições que se juntaram aos costumes da classe dominante. Alguns jovens que saíram do campo para estudar nas cidades entenderam o contexto social em que nasceram e intelectualizaram suas vivências em forma de estudos históricos, ideológicos, literários e folclóricos, dando origem aos primeiros registros escritos sobre a época.

Roteiro Cultural

Peça em argila cozida do artesão João das Alagoas (Capela)

CÁRMEN LÚCIA DANTASCONHECER

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As datas religiosas, comemoradas com atos na igreja, continuavam na noite com as apresen-tações de folguedos populares, tocadores de viola e repentistas, todos inspirados na vida rural com pitadas de reminiscências das histórias orais dos cavaleiros andantes da Idade Média, que ainda hoje povoam o imaginário do universo folk.

Na primeira metade do século XX, muitos jornais de circulação local davam vasão à pro-dução literária dos jovens. Viçosa se destacava como a “Atenas Alagoana” pela efervescência intelectual que sacudia a juventude pensante.

A versatilidade deste roteiro permite uma visão ampla de grande parte do estado, tendo nas feiras públicas um bom mostruário da produção artesanal e dos hábitos de seus moradores. Arapiraca é a cidade mais desenvolvida, com uma das feiras maiores do Nordeste.

Capela - Patrimônio – Escola Torquato Cabral, de 1924, é um exemplar que merece regis-

tro pela arquitetura elaborada e pelo marco de uma época em que a educação em Capela era referência. Casas e igrejas de antigos engenhos ainda existem pelo município em propriedades particulares.

Arte e Artesanato - O emprego do barro na arte é o ponto mais alto da cultura do município com a famosa Escola de Escultores Ceramistas, liderada por João das Alagoas, hoje com vários discípulos que já encontraram caminho próprio como Sil, Leonilson, Van, João Carlos, Nena e outros. O estilo do mestre é inconfundível pela força da expressão de suas figuras. A tinta é uma mistura de barro com anilina e o processo de aplicação é digital. Seu ateliê é procurado por colecionadores e suas peças já estão nos principais museus de cultura popular do país.

Viçosa - Patrimônio – Logo na entrada da cidade a casa-grande do antigo Engenho Bo-a-Sorte identifica a vocação canavieira do município. No centro, o prédio do antigo Banco de Viçosa, casas comerciais e residenciais dos fins do século XIX dão o testemunho da impor-tância do município durante o Ciclo dos Engenhos. A Casa de Cultura, no prédio da antiga Intendência, de 1921, preserva a história local. A Estação Ferroviária, de 1891, teve importante papel até meados do século XX. Em propriedades particulares existem casas--grandes bem conservadas como a do Engenho Bom Sucesso e a do Bananal Fernandes, este último já no município de Chã Preta.

Arte – O escultor Ronaldo Aurelia-no deixou para a cidade esculturas de grande porte, em metal, retratando tipos regionais. Festa Religiosa – 23 de janei-ro – Bom Jesus do Bonfim – Grande número de fiéis acompanham a imagem em andor cuidadosamente ornamentado com flores e fitas. Festa Cívica – 13 de outubro – Emancipação Política – Começa a festa no dia 11 com apresentações de folguedos, sempre um Guerreiro e o torneio da Cavalhada. Lançamento de livros, exposições e outras ho-menagens aos viçosenses ilustres, palestras e salvas de tiros. Esta festa congrega os viçosenses

Nena, artesã capelense

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que moram fora. O grande encontro é sempre no histórico Bar Trovador Berrante. Folguedos – O forte da cultura popular são os Reisados e Guerreiros, que surgiram na época do Ciclo dos Engenhos. O Reisado é filiado a Folia de Reis, muito comum em Portugal no período natalino. Aqui ganhou novos elementos e se estruturou com canto e ritmo próprios, formando outro folguedo. Por sua vez o Guerreiro é decorrente do Reisado com indumentária mais elaborada, coreografia mais arrojada e enredo com a presença de índios e negros. A característica da indu-mentária são as fitas coloridas e os chapéus decorados com espelhos e lantejoulas.

Quebrangulo - Patrimônio – O prédio da Prefeitura e belas residências assobradas dos fins do século XIX e início do XX pontuam o campus urbano. Na Estação Ferroviária, um mu-seu conta a história da cidade. A Reserva Florestal de Pedra Talhada e a Vila São Francisco iniciada pelo Beato Francisco, na primeira metade do século XX, são pontos dignos de visita. A Reserva pela riqueza da preservação de espécies nati-vas e a Vila, pelo espírito micênico que ainda permanece entre os fiéis seguidores do Beato. Cidade mística, teve em torno da figura de Mestre Zome, que faleceu em 1994, uma nova tendência religiosa, com uma igreja em devoção a São Sebas-tião e o Palácio do Rei Baluaê construí-dos por ele, onde oficializava cerimônias como casamentos e batizados. Festa Religiosa – 22 de dezembro – Dia do padroeiro – Bom Je-sus dos Pobres é adorado com muito fervor pelos fiéis que levam flores e velas para a procissão. Na frente da igreja, além de quermesse com leilões e parque de diversões, grupos folclóricos e outros grupos musicais se apresentam durante a noite. Festa Profana – Carnaval – A grande atração é o cortejo do folguedo Negra da Costa, formado por homens travestidos de mulheres, vestidos de baianas e com o corpo pintado de preto. A figura central é o Pai Velho, de terno preto e levando a “calunga”, boneca que representa Santa Bárbara ou Iansã. Em Alagoas só existe este folguedo em Quebrangulo. Filho Ilustre – Graciliano Ramos, que nasceu em 1892 e morreu no Rio de Janeiro em 1953. Entre os mais importantes escritores da língua portuguesa, Graciliano tem sua obra traduzida em vários idiomas. É de sua autoria Vidas Secas, São Bernar-do, Angústia, Caetés, Infância entre outros.

Palmeira dos Índios - Patrimônio – Museu Xucurus, no prédio da Igreja de N.S. do Rosário, com acervo eclético e destaque para as peças indígenas dos Xucuru Kariri. Casa Museu Gra-ciliano Ramos, instalado na casa onde o escritor morou entre 1924 e 1930, quando escreveu o romance Caetés. Localizado na rua Gabino Besouro, 12, foi tombada pelo Iphan, em 1963. No acervo, além de objetos pessoais, as edições mais raras dos livros do patrono. Graciliano foi prefeito de Palmeira e publicou os famosos Relatórios. Prédio da Prefeitura, de 1919, com de-talhes decorativos na fachada, é um belo exemplar de quando a cidade definiu sua organização urbana. O prédio da Estação Ferroviária é um espaço cultural que mantém viva as atividades artísticas do município.

Os trilhos da antiga estrada de ferro deixam a sua marca na

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Lenda – A origem lendária do município da conta de que nessas terras tinha a índia, Tixiliá, muito bonita, que fora prometida em casamento ao cacique Etafé, mas ela amava loucamente seu primo, o índio Tilixi. Em razão disso, o primo foi condenado à morte por inanição. Alta noite, a índia, enquanto plantava uma palmeira para que a sombra amenizasse o sofrimento de seu amado, foi atingida por flecha mortal lançada por Etafé. Tombando sobre o corpo de Tilixi, ambos abraçados deram o último suspiro. A palmeira cresceu e a cidade nasceu à sua sombra, nos fluidos do amor eterno.

Tradição Xucuru Kariri – A cultura indígena se faz presente, nas diversas aldeias, como na Mata da Cafurna, reservas onde os remanescentes apresentam para o visitante traços de suas danças, rituais e costumes tradicionais.

Arte e Artesanato – Os índios dominam a atividade artesanal do município com cópias de peças de sua cultura, multiplicadas para comercialização. Usando madeira, penas, palha, semen-tes e cerâmica fazem machado, arco e flechas, tacape, flauta, colares, maracás entre outras. Além da arte indígena existe muito artesanato de peças de couro para montaria, como celas, cabrestos, botas, sandálias e o traje completo do vaqueiro.

Arapiraca - A Igreja de São Sebastião, no centro da cidade, das primeiras décadas do século XX, tem fachada de inspiração neoclássica e concepção popular o que lhe imprime uma feição singular. A Matriz de N.S. do Bom Conselho é um exemplar de arte moderna.

Espaços Culturais - O prédio da antiga Prefeitura hoje é Escola de Belas Artes e Museu Zezito Guedes, inaugurado em 2009, com acervo sobre a história da cidade e de seu patrono, o escultor que deu visibilidade à arte local, desde a década de 1970. Memorial da Mulher – Ceci Cunha, inaugurado em 2008, no Alto do Cruzeiro, preserva a memória de importantes mulhe-res que se destacaram em várias áreas. A Tenda Cultural é um espaço em frente à Prefeitura destinado a atividades artísticas. A Casa da Cultura abriga uma Biblioteca e uma Loja onde são comercializados produtos dos artistas locais. O Mercado do Artesanato oferece uma variedade de peças de diversos materiais.

Artistas – Renan Padilha domina a arte da cerâmica com objetos de formatos originais, enquanto um grupo de escultores formado por Geraldo Dantas, Dija, Mestre Zezinho, Josias Saturnino, Alan, as irmãs Petuba e tantos outros têm em Zezito Guedes o pioneiro e maior referência. O visitante, tendo maior interesse por escultura, vale uma ida ao vizinho município de Lagoa da Canoa, a cerca de 15km, visitar os ateliês do artista Raimundo Batista, com curiosa concepção de centros urbanos, em madeira, e dos descendentes do escultor Antônio de Dedé que esculpem totens de excelente plasticidade. Se o interesse for por renda de bilros, a visita deve ser ao vizinho município de São Sebastião, a 27km de estrada asfaltada. Filho ilustre - Her-meto Pascoal, que nasceu em 1936, em Lagoa da Canoa, então distrito de Arapiraca. Músico, instrumentista e compositor dos mais respeitados do país. Evento Religioso – Na madrugada da Sexta-feira Santa acontece o tradicional cortejo penitencial que sai da Igreja Matriz até o cume do Morro da Massaranduba, reunindo uma multidão de fiéis. A encenação da Morte e Ressurreição de Cristo, montada no alto do Morro, emociona o público.

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Festas Juninas – É grande a animação das festas de São João e São Pedro com famosas quadrilhas temáticas, muitos arraiais, forrós como a queima de fogos, comida à base de milho e coco e o traje típico da roça. Não faltam violeiros e repentistas.

Festival de Violeiros e Repentistas de Arapiraca – o município mantém a tradição dos desa-fios de viola na Concha Acústica do Mercado de Artesanato em datas móveis.

Feira Pública – Reconhecida como das mais importantes feiras do país, nela tudo se encon-tra, reunindo comidas típicas e uma grande variedade de artesanato que se multiplica por toda a parte.

Folguedos – Arapiraca também tem grupos folclóricos que dançam em suas festas popula-res. O Pastoril e o Guerreiro são os mais tradicionais.

Destaladeiras do fumo – Diminuiu o plantio do fumo no município, mas ficou na memória o canto dolente das mulheres que trabalhavam retirando os talos das folhas. Zezito Guedes documentou esses cantos no livro: A cantiga das destaladeiras de fumo de Arapiraca, de 1978.

São Miguel dos Campos- Patrimônio – Matriz de N. S. do Ó, construção do século XIX, conserva a imagem original da padroeira e se destaca pela fachada de frontão recortado e a pre-sença de um relógio em cada torre. Casa de Cultura, sobrado do século XIX, na rua Visconde de Sinimbu, 60, conhecida como Casa da Baronesa, reúne alguns equipamentos culturais como: Biblioteca Guiomar Alcides de Castro,(escritora) Museu Fernando Lopes, (artista plástico) Es-paço Douglas Apratto Tenório, (historiador) Grupo Teatral de São Miguel e ponto de apoio aos grupos folclóricos e outras atividades culturais do município. Mercado Público, construção do século XIX, concentra a comercialização de produtos locais.

Festas Juninas – O município concentra um grande número de arraiais, muitas quadrilhas, apresentações de forrozeiros nacionais e o resgate do forró pé de serra, considerada por muitos a capital do forró alagoano.

Folguedos - Terra de importantes engenhos como o Sinimbu e o Prata, o município ainda conserva a tradição dos grupos folclóricos com destaque para o Guerreiro, que se originou nos ritos portugueses e a Taieira que começou nos terreiros e chegou aos festejos natalinos, carac-terizando o forte sincretismo nos folguedos populares.

Boca da Mata – Patrimônio – Museu Manoel da Marinheira, na trilha do Balneário Águas de São Bento, além das belezas naturais, o visitante pode conhecer o Museu Manoel da Marinheira, que reúne um grande acervo de peças escultóricas, em madeira, retratando animais das mais variadas espécies. Arte - Manoel da Marinheira, o escultor pioneiro, passou a arte para os filhos Antônio, Severino, André, Alexandre, Maria Cícera, Cícero, Zeca e Valdelon, formando uma escola familiar de escultores. O curioso é que cada artista tem a sua marca própria, seu estilo pessoal, embora tenham partido de uma matriz comum. O espectador tem vontade de tocar a peça, botar a mão na boca do leão, alisar o dorso do tigre e se sentir parte dessa selva em que a imagem brinca com a ideia. Artesanato - As mulheres fazem um trabalho conhecido por Amor aos Pedaços, formando caminhos de mesa, toalhas, panos de bandejas e outras peças de uso doméstico, com pedacinhos de tecido coloridos unidos uns aos outros por uma trama de linha. O resultado agrada pela delicadeza da peça pronta.

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Descrever Alagoas é difícil. Alagoas não se descreve, se vive. Se Alagoas é célebre por sua história, por sua cultura, suas lagoas, suas praias, seu sertão valente e seu mundo sanfranciscano, não se deve mira-la como um todo homogêneo. São várias regiões que tem identidade pró-pria e para conhecê-las pode-se atravessar vários municípios e regiões diferentes num mesmo roteiro, aproveitando suas estradas e a vizinhança de cada um deles. Então se passa fora de microrregiões definidas pelos burocratas do planejamento estatal e adota-se uma viagem mais livre, penetrando vários lugares interessantes, pois as cidades se confundem e formam uma única face dessa Alagoas eterna, uma face que o viajante vai construir de uma forma especial, descoberta apenas por aqueles que a procuram. Atravessa se esses lugares como se fosse a várias regiões de uma só vez.

Esse roteiro é um deles. De uma só vez o viajante conhece o famoso Vale do Paraíba, os não menos conhecidos Caminhos do Açúcar e o florescente Agreste. Começando por Ata-laia, a cidade que nasceu como ponto de concentração e observação das tropas do polêmico bandeirante Domingos Jorge Velho no seu afã de derrotar os valentes negros do Quilombo dos Palmares, Capela, uma urbe formosa, Viçosa, conhecida como a Atenas alagoana, pela sua contribuição à cultura caeté, Quebrangulo, a cidade serrana, berço de Graciliano Ramos e conhecida por seus parques ecológicos, São Miguel dos Campos, a cidade heráldica, terra natal da heroína Ana Lins e do seu filho, o Visconde de Sinimbú, Mar Vermelho, considerada a Suíça alagoana, por seu clima ameno, Palmeira dos Índios, a famosa terra dos índios Xucurus e de grande presença na vida do Estado, Arapiraca, capital do Agreste e uma das dez cidades que mais se desenvolve no Brasil, Boca da Mata, terra de escultores e artistas.

Engenho Boa Sorte, em Viçosa

DOUGLAS APRATTO TENÓRIOHISTÓRIA

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O caminho do Açúcar e do Agreste é um trecho interiorano de Alagoas, distanciado do litoral, que faz a conexão entre três diferentes sistemas produtores que atuam combinados: a zona canavieira, que avançou suas plantações até a fronteira do Agreste; a pecuária que abas-tecia, antigamente, os engenhos de açúcar e, depois, as cidades alagoanas; a diversificada área das culturas agrícolas de alimentação, que abastece a população do interior com uma produção baseada na roça de mandioca, milho, batata e feijão, cultivada em terras que não serviam para a cana; e a cultura do fumo, com seus terrenos especiais, produzindo para o exterior de Alagoas. Essa produção diferenciada criou algumas cidades-polos: Palmeira dos Índios, São Miguel dos Campos e, principalmente, Arapiraca, com seus 240 mil habitantes.

A viagem pelo Caminho do Açúcar e Agreste de Alagoas permitirá ao visitante conhecer uma área antiga da cana de açúcar – Atalaia, Capela, Cajueiro e Viçosa, seguida de um belo trecho de municípios que passa pelo “Mar de Morros”, com vida econômica baseada na agricul-tura de alimentos e pecuária – Viçosa, Mar Vermelho e Quebrangulo. Mais adiante, conhecerá

Um trecho interiorano

O fumo foi a base da economia de Arapiraca

CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHOECONOMIA

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o Agreste clássico, com sua vegetação de transição, que permitiu uma grande produção de leite, em torno de Palmeira dos Índios, passando pela zona fumageira, nas proximidades da cidade de Arapiraca, e voltando a encontrar os imensos canaviais em Campo Alegre, Boca da Mata e São Miguel dos Campos.

Canaviais. No Caminho do Açúcar e Agreste, as plantações de cana estão presentes mais

fortemente onde os engenhos, e depois as usinas, marcaram presença, como Atalaia, Cajueiro, Capela e Viçosa, no primeiro trecho da viagem; e Campo Alegre, Boca da Mata e São Miguel dos Campos, no segundo trecho. Várias usinas fecharam suas portas nos últimos tempos: João de Deus (Capela), Roçadinho (São Miguel) e Triunfo (Boca da Mata). Os municípios do Agres-te, pelo clima e solo, cultivam pouca cana.

A pecuária. O binômio açúcar – pecuária, ou mais ainda: amplos canaviais e pastos de criação extensiva marcaram a paisagem de toda Zona da Mata, onde estão as usinas e fazendas de cana. Com o recuo dos canaviais, a pecuária se estendeu. Hoje, a Zona da Mata tem um plantel maior que o do tradicional criatório, que era o Sertão. No entanto, no trecho Caminhos do Açúcar/Agreste, o maior número de bovinos se localiza nos municípios do Agreste. Essas localidades também têm crescente criação de ovinos e caprinos.

A Indústria. As usinas: Triunfo (Boca da Mata), Caeté (São Miguel dos Campos), Cooper-vales (Atalaia), Porto Rico (Campo Alegre) e Capricho (Cajueiro) são as unidades que absorvem a produção canavieira. Muitos laticínios aprovei-tam a matéria-prima da região e be-neficiam o leite que abastece o mer-cado alagoano. Palmeira dos Índios tem mais unidades industriais, como avícolas e movelarias. Mas o principal centro industrial é Arapiraca, com centenas de empresas de transforma-ção, de todos os portes e segmentos, destacando-se unidades como o Gru-po Coringa, e muitas empresas vincu-ladas à produção de vestuário e móveis.

Agricultura diversificada. O agreste, com suas milhares de propriedades familiares, tradi-cionalmente, desenvolve produtos agrícolas para abastecer o mercado alagoano na sua dieta popular: feijão, milho, batata, inhame, macaxeira; e frutas: pinha, abacaxi, manga. Na Zona da Mata, a exemplo de outras localidades, muitos produtores de cana estão migrando para ativida-des agrícolas diversificadas, como a fruticultura e atividades de introdução recente, como soja e plantação de eucaliptos.

Unidade açucareira na Zona da Mata

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A casa-grande do Engenho Bananal, em Viçosa, é exemplo de construção bem

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Marechal Deodoro está inserida de forma muito forte não só na história de Alagoas – da qual foi a primeira Capital, à época com o nome de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul, como na própria história do Brasil, graças ao seu patrono, o Marechal Deodoro da Fonseca, ilustre Proclamador da República do Brasil. É, portanto, uma cidade emblemática, digna de ser conhecida por todos os brasileiros.

Marechal Deodoro é também uma cidade cultural. Detém um dos maiores patrimônios arquitetônicos religiosos do estado. Por suas ruas desfilam tradições e elementos representativos de nosso passado. Seu casario é singelo e guarda em seus traços elementos do Brasil antigo.

Aqui também se faz belas peças de artesanato de bordado, tradição do vasto entorno das lagunas Mundaú e Manguaba. Suas rendeiras produzem peças que decoram residências nos mais distintos pontos do nosso país.

A gastronomia é outro aspecto relevante de nosso município, temos o maior polo gastronô-mico do estado: Massagueira. Por toda orla há restaurantes e bares que oferecem uma enorme diversidade de pratos com base nos peixes e crustáceos que vivem nesse verdadeiro paraíso das águas.

Aqui está, ainda, o que se pode chamar da pérola da coroa, a Praia do Francês, famosa na-cional e internacionalmente por suas águas cálidas, as insuperáveis piscinas naturais formadas a partir dos recifes costeiros que protegem os banhistas atraídos pelas belezas desse ambiente. Cidade da música, onde temos cinco filarmônicas de onde nasceram grandes músicos. Esta é a nossa Marechal, orgulho de seus moradores, orgulho de Alagoas.

Marechal Deodoro

Cláudio Roberto Ayres da Costa – Prefeito de Marechal Deodoro

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Complexo Lagunar/Alagoas Colonial

Caracterização Geográfica e Ambiental Municípios: Marechal Deodoro, Pilar, Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco

CAMINHOS DO

GEOGRAFIAALEX NAZÁRIO

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O roteiro Complexo Lagunar/Alagoas Colonial tem início partindo da capital Maceió:

O acesso recomendado para quem desembarcou no Aeroporto Zumbi dos Palmares ou reside na cidade de Maceió é o mesmo, visto que a rota parte do centro pela área litorânea da capital Maceió e segue pelo litoral, a partir da rodovia AL 101 sul, sentido sul, iniciando o roteiro com a travessia do Canal da Laguna Mundaú, sobre a ponte Divaldo Suruagy. Tendo como referência a citada ponte, o visitante deve seguir pela AL 101 Sul passando pela Ilha de Santa Rita, já nos domínios da Área de Proteção Ambiental de Santa Rita. Deve prosseguir por aproximados 12km da Ponte Divaldo Suruagy até o trevo que dá acesso ao povoado Francês, confluência com a AL 215. Acessar a AL 215 e percorrer 6,8km até o acesso a cidade de Mare-chal Deodoro à direita. Seguir rumo norte pelo acesso (Rua Dezoito do Forte de Copacabana) até o centro da cidade.

Alguns aspectos geográficos e ambientais do município de Marechal Deodoro foram abor-dados no Roteiro Litoral Sul.

A APA de Santa Rita, além do estuário formado a partir do encontro das lagunas Mundaú e Manguaba com o mar, visa proteger ecossistemas que estão associados na região. Por este motivo, as matas de encosta dos tabuleiros também fazem parte da unidade de conservação. É de lá que brotam diversas nascentes que abastecem povoados diversos do município. Algumas dessas áreas são belíssimos balneários, como o Broma, localizado na área de desembocadura do R riacho Broma, com bicas e natureza compondo um visual paradisíaco.

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Laguna Manguaba

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A margem esquerda da Laguna Manguaba, que detém povoados importantes como o Cum-be, Riacho Velho e Paturais é uma área cujas características nativas impressionam. Sítios de coqueiros em meio a grandes manguezais e áreas alagadas onde a natureza ainda persiste a ação do homem, formando refúgios para a fauna.

Merecem destaque os vales do Rio dos Remédios, Sumaúma e do Niquim, pelas áreas de encosta ainda preservadas com a vegetação de Mata Atlântica. No vale do Niquim, em terras de Marechal Deodoro, a presença de 2 RPPNs pertencentes a Usina Sumaúma (Tarcizo Toledo Carnaúba e Eustáquio Toledo Neto) somam uma área aproximada de 746 hectares cujo objeti-vo é a proteção ambiental e dos recursos hídricos. Também pertencem a Usina Sumaúma, áreas com banho e recreação dos funcionários próximo a sua sede, com vegetação de Mata Atlântica preservada.

Recentemente foi reconhecida mais uma RPPN no município de Marechal Deodoro. A Reserva Luiz Joaquim Barbosa, com área de 61,7 hectares e localizada na margem esquerda da laguna Manguaba, próxima ao sítio Paturais. A riqueza ambiental dessa área exemplifica o potencial de todas as áreas nativas ainda preservadas da região, visto a quantidade de nascentes e fauna encontradas nessa Reserva.

Próximo ao bairro Francês, margeando a Rodovia AL 101 sul, que dá acesso à cidade da Barra de São Miguel, existe um ecossistema formado por bancos de areias paralelas e pequenas dunas, conhecidas como “Dunas do Cavalo Russo”. Estão localizadas numa área com vege-tação nativa típica de áreas costeiras, que podem ocorrer em praias, restingas e outras feições da região. Segundo estudos da Universidade Federal de Alagoas, a área detém características e aspectos de elevada importância ambiental, devendo ser investidos estudos para o seu conhe-cimento e manutenção.

Saindo do município de Marechal Deodoro, retornando ao acesso à cidade, o visitante deve seguir a AL 215 no sentido norte até o encontro desta via com a BR 101, num percurso de aproximadamente 20km. Da BR 101, seguir num percurso de 8km até a bifurcação desta com a avenida Santa Rita, que dá acesso a cidade de Pilar. Seguir pela Avenida Santa Rita por 2km até a área urbana do município.

A laguna Manguaba, com cerca de 42 km² é alimentada pelos rios Remédios, Paraíba do Meio e Sumaúma. Em seu fundo há, em áreas localizadas, vaza e áreas de areia e formações rochosas. A principal bacia contribuinte da lagoa Manguaba é a bacia do rio Paraíba do Meio, situada no extremo leste de Alagoas, e nesta porção é a que possui maior área superficial do território do estado. Possui aproximadamente 3.718 km² de área. O Rio Paraíba do Meio nasce no Estado de Pernambuco e deságua na lagoa Manguaba, no município de Pilar.

Algumas áreas de vegetação nativa na margem esquerda da laguna são continuidade de toda a encosta presente nos tabuleiros, seguindo em direção sul, passando para o município de Marechal Deodoro.

Pilar possui duas RPPN, são elas: São Pedro e Quebra Carro. A RPPN São Pedro pos-sui uma área de 50 hectares com uma quantidade impressionante de nascentes, dentre elas, contribuintes do Rio Satubinha, que faz parte da Bacia do Mundaú. A área impressiona pela diversidade de espécies de aves, onde segundo estudiosos, são mais de 120 que utilizam a área para refúgio. A RPPN possui receptivo e roteiro de visitação de trilhas pela mata, restaurante de produtos orgânicos e feira de artesanato. A RPPN Quebra Carro possui 305 hectares e é de

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propriedade da Usina Triunfo, estando localizada às margens do Rio Sumaúma Grande, divisa com o município de Boca da Mata. Aqui existe área de lazer, onde a administração da Usina permite o acesso de visitantes e funcionários, adentrando a mata num belo visual.

Partindo da cidade de Pilar, tendo como referência a rodoviária da cidade, às margens da rodovia BR 316, sentido leste, até o trevo que dá acesso a rodovia AL 401, num percurso de 13,4km. Acessar a Rodovia AL 401 com destino à cidade de Santa Luzia do Norte, sentido sul, em aproximados 3,6km.

O município de Santa Luzia do Norte possui área inserida nas bacias hidrográficas do Mun-daú, do CELMM e do Rio dos Remédios. Possui uma vasta rede de drenagem que forma áreas alagadiças com água de boa qualidade.

Parte do município está inserida na Área de Proteção Ambiental do Catolé e Fernão Velho que é uma Unidade de Conservação de uso sustentável criada a partir da Lei Estadual nº 5.347 de 1992, com área total de 3.817 hectares localizados entre os municípios de Satuba, Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco e Maceió. Tem como principal objetivo a preservação das caracterís-ticas dos ambientes naturais e a ordenação do uso e ocupação do solo.

Para acessar a cidade de Coqueiro Seco, partindo de Santa Luzia do Norte, basta seguir a AL 401 no sentido sul por 6,3km até a área urbana de Coqueiro Seco.

O município de Coqueiro Seco também possui pequena área da APA do Catolé na porção norte do seu território e compreende boa parte da laguna Mundaú, divisa com o município de Maceió. Já a sul, detém área da APA da Santa Rita, englobando principalmente o vale do Rio dos Remédios e algumas ilhas lagunares.

Pontal da Barra, Maceió

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Marechal Deodoro é uma das cidades-símbolos de Alagoas. Ela foi a primeira capital da Província, detém um dos maiores complexos arquitetônicos sacros coloniais, nela nasceu o Proclamador da República, o Marechal Deodoro da Fonseca, tem uma tradi-ção dos melhores bordados e rendas do estado e, para completar uma das mais famosas praias do Brasil, a Praia do Francês, está aí localizada. Amada e desejada por milhares de turistas que anualmente fazem de Alagoas um dos principais destinos turísticos do país, a Praia do Francês e a sede do município vêm recebendo investimentos em saneamento e urbanização que só fazem valorizar esse destino, atraindo novas ondas de turistas.

MARECHAL DEODORO

VIVER BEMNIDE LINS

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Passeio

Praia do Saco

Antes de chegar na badalada Praia do Francês, tem a Praia do Saco, protegida pelos arrecifes que formam piscinas naturais. Mar tranquilo e com várias casas de veraneio, conta com bares e restaurantes para dar mais sabor ao éden de Marechal Deodoro.

Praia do Francês

Acordar e dormir com o barulhinho bom do mar e dar de cara com um marzão azul da cor do céu é o cenário da Praia do Francês, um dos principais cartões postais de Marechal Deodoro. Lá pode curtir a praia tranquila protegidas pelos arrecifes e na mesma praia tem o mar com suas ondas para a pratica do surfe. No Francês de gente bonita, faceira, com seus surfistas tatuados, de tantos sotaques do Brasil e do mundo... Turistas e alagoanos têm algo em comum: a paixão pela bela Praia do Francês.

Praia do Francês, a mais famosa de Alagoas122 | Maceió | 2018

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Mergulho nos coraisCom o mar tão bonito da Praia do Francês, os visitantes podem mergulhar nas águas crista-

linas para ter um contato a mais com a vida marítima, a exemplo dos mergulhos nos naufrágios, entre eles, o Itapagé, Draguinha. Para os iniciantes, tem o batismo na aérea dos corais.

Quem faz mergulho - Ecoscuba Centro de Mergulho: os mergulhos são realizados na Praia do Francês, com profundidade de até 10 metros e duração de 30 minutos. O valor é de R$175,00 por pessoa, com todos os equipamentos inclusos (cilindro, regulador, roupa, máscara e nadadeiras).

Restaurante Maré, Av. Verdes Mares, Praia do Francês/ Telefones: (82) 98844-5502/ (82) 99325-3612

Aulas no mar

Para aprender a surfar ou ter aulas de stand up (remar em pé em cima de uma prancha) tem empresas especializadas, mas quem já é peixinho é só entrar na praia e se divertir. Mas lembre--se, quem não sabe nadar deve curtir apenas na área protegida pelos corais.

Casa do Sup: Aula de stand up paddle, passeio em todo litoral sul alagoano.Thiago Araujo - Tel: 3260.1884 /11 94722.2498 / 98842.6865

Navegando

Navegar pelo mar do Francês é também outra boa pedida. O roteiro de barco vai da praia até às piscinas naturais para vivenciar a riqueza marítima dos corais, constantes protetores da praia do Francês. O passeio tem todos os dias com a maré baixa com saída do francês e vai margeando os arrecifes. A parada é na área de corais, onde o mergulhador desce para pegar as espécies e dar uma aula de biologia marinha. Depois segue para as piscinas que ficam na costa e lá é fornecido máscaras e snokes para os visitantes mergulharem no meio dos diversos peixes.

Duração de 1h30 min/ Barco Estrela do Mar: (82)99305-9889/ Barco Cristal Mar: (82) 99997-6867

Beach Tennis

Para quem ama ou quiser aprender o esporte tênis de praia é um jogo que consiste em devolver a bola recebida, a Praia do Francês é o destino certo, tem até campeonato. As aulas acontecem na praia com o instrutor Paulo Daniel. Durante as aulas é passado todo fundamento do esporte, as regras, como pegar na raquete, a parte tática e os golpes.

Aula Beach Tennis- Praia do Francês/ Aula por pessoa em grupo de 6: R$25,00/ Aula indi-vidual: R$60,00/ Telefone: 82 9616-2346

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Em uma praia de surfistas não pode faltar o açaí. O ponto mais queridinho é o Guaraná Mania, do carioca Bassin, militar aposentado que serve o melhor energético natural da Amazô-nia. A polpa do açaí é batida com banana e vem recheada com granola, neston, aveia, castanha de caju, mel e pedaços de banana. Além disso, também vale a pena provar a vitamina TNT, um composto de xarope, pó de guaraná, leite, castanha, amendoim e cereais, com um pó (super secreto) feito pelo próprio carioca, que faz toda diferença no sabor e na sustança.

Guaraná Mania – Avenida Caravelas, das 7 até as 12horas, e nos finais de semana, das 7h30 até as 17 horas.

Chiclete de camarão - Os camarões, envoltos num caldo de molho de tomate e queijos, chegam à mesa fumegantes, com aroma instigante numa panela de barro. Ninguém resiste. Além da beleza, o prato batizado de chiclete de camarão é pra lá de saboroso e nasceu na ci-dade de Marechal Deodoro, no restaurante Parada de Taipas, uma criação do mineiro Wilson Caliari. Rua da Praia do Francês (próximo ao Corpo de Bombeiro)/ Telefone – 99104.6612/ 98858.9008/ 99394.8802

Dona Madadelena - A alagoana Madalena é apaixonada pelo astral da Praia do Francês e investiu no restaurante que leva seu nome, Dona Madalena. O cardápio tem desde o famoso Prato Feito (arroz, feijão preto, salada, carne ou frango) até lagosta grelhada na manteiga e ser-vida com rodelas de abacaxi grelhado. A salada de siri também é destaque da casa.

Dona Madalena – De quinta a domingo, das 12 até as 22 horas, Avenida dos Corais Lote 1 A – Telefone: (82) 3260. 1369 – Aceita-se cartões

Ravióli de siri - O carioca Alexandre Nigro, conhecido como Alex, realizou o sonho de sua vida: morar na Praia do Francês. E, para manter a tradição da família, trouxe o sabor da Itália para o Restaurante Padrino, no paraíso alagoano. As suas receitas têm um diferencial – Alex sabe valorizar os produtos do mar e das lagoas. Assim nasceu o ravióli de siri, massa caseira leve e saborosa. O siri é refogado no azeite, cebola e molho de tomate caseiro. Padrino – De terça a domingo, Av. dos Corais, 7 – (82)3260.1143 – Aceita -se cartões

Panelinhas mineiras: Valeria de Castro é mineira que não resiste à praia e, assim, resolveu morar e empreender no Francês. Como gosta de cozinhar, abriu o restaurante Armazém Brasil. As panelinhas são as estrelas do restaurante. Destaque para o risoto (com arroz agulhinha) de carne do sol com cobertura de queijo e banana. Tempero mineiro dos bons, a iguaria é servida em panela de ferro.

Armazém Brasil – De segunda a sábado – Rua Carapeba,01 – (82)99922.4944 – Aceitam -se cartões

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Dica da Nide

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Ponto de Encontro: O italiano Marcos Ravissa, assim como muitos estrangeiros, chegaram em Marechal Deodoro como turista e virou empreendedor. Marcos abriu o Roxy Bar, que os nativos elegeram como o ponto de encontro, da saideira e do bate-papo. Além disso, tem um cardápio italiano muito legal – destaque para as pizzas.

Roxy Bar- Abre todos os dias, das 16 até as 23horas – Av. Caravelas (82)3260.1845- Acei-tam-se cartões

A pizzaria Piano Eco Pizza estreou na Praia do Francês com novas propostas: massa fina e pizza à la carte. Para começar a expedição, inicia-se a degustação com a pizza branca com gor-gonzola, parmesão e pimenta do reino, ótima textura e sabor! Para acompanhar, aquela cerveja bem gelada.

Piano Eco Pizza – De terça a domingo, das 18h30 até24h – (82) 3260.1205

Tradições mineiras: “Para saborear um leitãozinho assado com tempero mineiro tem que chegar cedo”, explica o simpático Jorge Consiglio, mineiro que abraçou a praia do Francês como seu destino de vida. O restaurante tem sistema self-service, com destaque para as tra-dições da cozinha mineira, a exemplo do pãozinho de queijo, tutu à mineira, feijão tropeiro, frango com quiabo e costelinha de porco bem macia e crocante.

Sabor de Minas – Aberto a todos os dias, das 11h às 15h30 (de segunda a sexta) e nos sába-dos e domingos (sábado e domingo). Rodovia AL 101/Sul KM/12 – Telefone: (82) 3260.1510

Restaurante Primitivo – O Espaço é bem descolado, com cardápio de cervejas artesanais e, na cozinha, a mistura do regional, tradicional e autoral, com foco nos ingredientes alagoanos. Um dos pratos mais requisitados do restaurante “Primitivo, Comida de Raiz”, é a dupla imba-tível charque com carne de sol brasa, refogado com cebola na manteiga clarificada do Sertão. O restaurante é comandado pela chef Mariana Lucena e, lá, a comida é sem frescura e farta. Funciona para almoço de quinta a domingo, das 11h30 às 15h30/ sexta e sábado e domingo, das 11h30 às 00h/ R. Camarão, 400 B - Praia do Francês, Marechal Deodoro -Telefone: (82) 98836-4068/ Aceitam-se cartões

No caminho do Centro histórico

Exclusivo - Siri de coral é alagoaníssimo e quem confirma é Benedito Pereira dos Santos, o famoso Bahia uma figura simpática, que há 40 anos comanda seu modesto empreendimento na beira da Lagoa Manguaba. “A lagoa Manguaba é uma benção para a gente. Não é poluída, então siri de coral não falta”, diz o alagoano, e ainda desafia: “se alguém encontrar um siri sem coral, ganha uma cerveja”. Cozidos na água e sal, a diversão é destrinchar o bichinho para co-mer a carne e o coral. Saborear a posta de peixe frito também é uma boa dica no Bar do Bahia. Funciona todos os dias das 9h às 18h/ Povoado Pedra, S/N – Marechal Deodoro/ Telefone (82) 99922-6319.

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“Galinha de Mulher Parida”

É uma receita tradicional do Nordeste na dieta feminina, típica do “resguardo” do parto das mamães. Na cidade de Marechal Deodoro a iguaria é preparada com esmero pela alagoana Marinalva, do “Bar do Doge” no sítio, localizado no povoado de Malhada. Para elaborar o prato clássico, Marinalva começa o ritual um dia antes. Primeiro, ela cozinha galinha velha no fogo de carvão por mais de uma hora. E só trabalha com a penosa criada à base de farelo de milho e ração. No dia seguinte, é finalizada a preparação e do seu caldo rende o maravilhoso pirão de mulher parida. Também merece destaque o pato com pirão, e são pratos para compartilhar até 4 pessoas.

Povoado da Malhada, Marechal Deodoro. Telefone (Marinalva): 99173-6630/ Funciona nos dias de sábados e domingos, das 11 às 16 horas/ Não aceita cartão

Centro histórico

Depois de caminhar pelas ruas históricas de Marechal Deodoro, uma dica gastronômica é comer na Dona Rosa, no casario histórico. O buffet é farto e variado, de carnes grelhadas ao camarão ao coco, fritada de siri no coco e outras tradições saborosas do mar e da lagoa. O nome é em homenagem à mãe de Marechal Deodoro, Dona Rosa. Funciona de segunda a sexta-feira, das 11h às 16h. Rua Dr Tavares Bastos – 285/ Marechal Deodoro/ Telefone: (82) 99999-0633/ 3263-1201/ Aceitam-se cartões/@rdonarosa

Massagueira, polo gastronômico

Alagoano tradicionalmente gosta de comer peixadas, camarões, sururu, maçunim e até pato no povoado de Massagueira. O lugarejo também abriga restaurantes charmosos com gastro-nomia contemporânea.

Aratu é um restaurante com a nova pro-posta de cozinha regional do chef Paulo Quintella. Um dos destaques da casa bem charmosa, é o “Mar à puba”: filé de peixe e camarões salteados com um toque de ale-crim, acompanhados de cuscuz de massa puba, purê de banana comprida, emulsão de alho e picles de cebola roxa. Aratu é bem romântico, indicado para dois. Funcio-na: sábados e domingos de 12h às 17h30. Av. Divina Pastora, Sítio São Geraldo, sem número, Massagueira, Marechal Deodoro – Telefone (82) 99115-2257

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Bar Do Pato – Restaurante com peixadas, caranguejo e siri, mas a estrela é o pato de criação própria tem no molho pardo e na cerveja. Com vista para lagoa e espaço kids.

Av. Nossa Sra. da Conceição, 1308 - Massagueira, Mal. Deodoro - Telefone: (82) 3260-7048/ Funciona todos dias a partir das 10h/ Aceitam-se cartões.

Bar do Delegado – Um dos mais tradicionais e antigos da Massagueira tem o cardápio de peixadas, fritadas, arroz de polvo, caranguejo... A distinção é o alagoano Edson Costa dos San-tos, o famoso Delegado, figura simpática e com sua gargalhada peculiar.

Av. Divina Pastora, 1990 - Massagueira, Mal. Deodoro - Horário: abre todos os dias 10h30 até 17h/ Aceita cartão/ Telefone: (82) 3260-7060.

Povoado de Barra NovaMarechal Deodoro é uma cidade de muitos sabores, além de Massagueira tem o povoado

de Barra Nova, com bares e restaurantes ricos da gastronomia de frutos do mar e regional. De lá, tem passeio de barco até a prainha.

Maria Furadinha: O charque, a vedete do bar Maria Furadinha, chega à mesa em porções separadas: feijão, arroz, farofa e a carne, super macia. O tempero é simples, caseiro, o melhor de tudo com sal da carne na medida certa. Com mais de 40 anos de cozinha, a simpática Maria do Carmo de Carvalho (Maria Furadinha) não erra a mão no sal. Aprecie também o camarão vila franca no alho. Rua 28 de Outubro, 34, Barra Nova – Marechal Deodoro/ Funciona de quarta-feira a segunda-feira, das 11h30 às 16h/ Aceitam-se cartões

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Hospedagem

Ponta Verde Praia do Francês

O Hotel Ponta Verde Praia do Francês é mais um bom motivo para amar o éden alagoano. O hotel tem apartamentos amplos e confortáveis, uma vista de tirar o fôlego e sua decoração inspirada na história, cultura e tradições de Marechal Deodoro um convite a viver a cidade histórica. O restaurante é aberto ao público, um dos pratos mais querido é o Filé do Engenho, medalhão de filé, purê de macaxeira e molho de mel de engenho. o cardápio leva assinatura da chef Mariana Bernardes e Flávia Soares. R. das Algas, 300 - Praia do Francês, Mal. Deodoro - Telefone: (82) 3263-6100. www.hotelpontaverde.com.br

Na pousada La Dolce Vita, o jardim é o coração da pousada, indicado, principalmente, para famílias. A proposta dos chalés com cozinha é bacana para compartilhar vinhos e conversas com os amigos, claro que também pode se arriscar a ser chef. Na pousada também tem o restaurante italiano res-taurante Fellini, aberto ao público. Rua Mexilhão, 33 – Praia do Francês, Mare-chal Deodoro (litoral sul de Alagoas) – Telefone:(82) 3260-1547

A pousada Capitães de Areia é uma graça, os apartamentos com decoração nordestina, to-dos tem TV, frigobar, ar e ventilador, wi fi e varanda com rede. Destaque para o café da manhã com bolos, pães, cuscuz, macaxeira, queijo, presunto, sucos, frutas e até pastel de queijo. Rua Vermelha, 13 | Praia do Francês – Alagoas | Telefone: (82) 3260.1477 –www.capitaesdeareia.com.br

Pousada Brisa do mar - Rua Sargaço, 02 - Tel: 3013.1296www.pousadabrisadomarfrances.com.brPousada DeMolay - Rua Carapeba, 394 - Tel: 3260.1775www.pousadademolay.com.brPousada Paris - Rua Curimã, 19 - Tel: 3260.1769www.pousadaparis.com.brPousada Verdes Mares - Av. Verdes Mares, 305 - Tel: 3260.1394www.pousadaverdesmares.com.br

Hotel Ponta Verde (Francês)

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PILARViajar até a Fazenda São Pedro, em Pilar, é interagir com a natureza. São 50 hectares de

remanescente da Mata Atlântica, transformados em Reserva Particular do Patrimônio Natural. Neste pedaço de chão, a fazenda abre as cancelas para o turismo de educação ambiental com trilhas e comercialização das geleias, doces e licores produzidos artesanalmente.

Situada a 46 km de Maceió, às margens da rodovia BR 101, Km 100, a Fazenda São Pedro está na rota dos amantes da observação de aves. A propriedade também recebe estudantes e turistas com visitas agendas para uma programação variada, incluindo, lanche, trilha na Reserva de Mata Atlântica e almoço. Na loja é possível encontrar produtos naturais e beneficiados, ob-tidos artesanalmente.

Fazenda São Pedro, S/Nº, Zona Rural, BR 101, Km 100/ Pilar/ Telefone: (82) 99981-2217 / 98811-2217 / 99608-4609/ www.rppnfazendasaopedro.com

Estrada - A Churrascaria Família Gaúcha (Rodovia BR-316) é parada obrigatória para um bom café da manhã. O buffet é incrível, com frutas, inhame, macaxeira, cuscuz, carnes guisadas, pão, café, leite, enfim... Comida caseira e das boas. Agora, não deixe de provar o queijo à mila-nesa. A casa tem mais de 20 anos sob a batuta da família de Salete Zorzi. Rodovia BR-316, 180, Pilar / Funciona das 6h até 22h./ Telefone: (82) 3265-1498/ (82) 99999.2555

Laguna Manguaba, que banha o Pilar

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COQUEIRO SECOO famoso Bar Cadoz, há quase 30 anos, é o único estabelecimento do povoado da cidade

de Coqueiro Seco, localizada aos pés da Laguna Mundau. Tudo começou numa casa de taipa e palha de coqueiro, vendendo bebidas. O primeiro tira-gosto foi o de siri na manteiga de garra-fa, que o próprio dono do estabelecimento, Renaldo (In memoriam), criou depois que comeu peixe com os mesmos ingredientes. Ele pediu a sua esposa, Maria de Lourdes, para fazer a receita e deu certo. O prato virou a celebridade no Cadoz.

No estabelecimento, o siri é temperado com coentro, tomate, cebola, e finalizado na man-teiga de garrafa. Esse toque do Sertão dá a essência do sabor na receita. E a carne do crustáceo fica crocante. Come-se sem moderação. A própria Lagoa Mundau é o principal fornecedor do Cadoz. Além do siri, tem os pescados, em especial a carapeba, patrimônio alagoano, que da água doce é ainda melhor. A tainha também abastece a cozinha com o frescor. Imperdível é o camarão ao leite de coco (natural) com pirão.

Some à boa comida, a beleza da Laguna Mundaú aos seus pés..

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Este roteiro tem no complexo lagunar Mundaú/Manguaba o ponto de identidade entre seus municípios. As características culturais, os costumes, as preferências estéticas partem do mesmo princípio, de quem nasce na fartura das margens, usufruindo da abundância do pescado e da facilidade de comunicação com a capital.

Os embates com os holandeses e o cultivo da cana-de-açúcar determinaram os primeiros passos do povoamento, enquanto os frades franciscanos e carmelitas abriam as frechas civiliza-tórias da instrução. Desse período ficaram os templos católicos e o gosto musical das diversas gerações se perpetuando através dos tempos.

A matéria-prima abundante na região inspira os artesãos na confecção de artefatos para a pesca e a lavoura. A palha, o cipó, a madeira sempre foram as mais usadas. As mulheres apren-deram com as portuguesas seus bordados e suas rendas. Entre elas o Filé, artesanato mais típico de Alagoas.

Roteiro Cultural

Casario (Marechal Deodoro)

CÁRMEN LÚCIA DANTASCONHECER

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Pilar- Patrimônio – Igreja Matriz de N. S. do Pilar, padroeira do município. Construção do século XIX destaca-se no centro da cidade por entre alguns sobrados e casas da mesma época. O prédio do Cine Pilarense, tombado pelo Estado em 2010, tem traço de meados do século passado. A Casa onde nasceu Arthur Ramos, hoje Casa da Cultura, dos fins do XIX, tombada pelo Estado em 1988, preserva a história de seu patrono e promove eventos culturais. Todos os anos, no mês de julho, organiza a Semana Arthur Ramos com palestras e atrações artísticas.

Filho Ilustre – Arthur Ramos médico e antropólogo. Nasceu em 1903 e morreu em Paris, em 1949. Várias publicações, entre elas O Folclore Negro no Brasil, de 1935, Introdução à Psi-cologia Social, de 1936 e A Cultura Negra no Novo Mundo, de 1937.

Festa religiosa – 2 de fevereiro – N. S. do Pilar – A celebração começa com a novena todas as noites e quermesse em torno da igreja com parque de diversões e outras atrações. Na orla lagunar acontece a Cavalhada e o leilão de gado em benefício da igreja. A procissão sai pelas principais ruas e termina na igreja com uma missa campal.

Torneios e Folguedos – A Cavalhada é uma contenda entre os cavaleiros do azul e os do en-carnado, reportando-se aos embates da Idade Média. As partes são chamadas de escaramuças e as prendas são ofertadas as moças da plateia ou à igreja. Grupos de Pastoril, Baiana e Guerreiro também se apresentam no Pilar, todos de temática natalina.

Santa Luzia do Norte - Patrimônio – A Igreja de Santa Luzia (foto) é a referência arquite-tônica do município, com fachada de contornos barroco e concepção popular, que traz a data 1786, ano do final de sua construção.

Festas Religiosas – 13 de dezembro – Dia de Santa Luzia a padroeira e protetora da visão. Os fiéis vêm em romaria para pagar promessas, pe-dir graças e cumprir penitências. Manifestações do catolicismo popular são frequentes neste dia. Um mastro de fitas coloridas é plantado na fren-te da igreja. A proximidade do período natalino faz com que todo o mês seja festivo, reafirmando a tradição católica da cidade. Os folguedos nata-linos da vizinha Coqueiro Seco se apresentam e a festa se estende pela noite adentro.

Coqueiro Seco - Patrimônio – Igreja de N. S. Mãe dos Homens, na parte mais alta da cidade, reafirma o poderia do catolicismo na época colonial. A igreja permanece original, tanto na sua arquitetura quanto nos bens integrados de seu interior. Iniciada no século XVIII, só no XIX foi concluída. A particularidade da fachada fica por conta do revestimento do frontão e das torres com cacos de louça, conforme padrão português. O interior surpreende pelo retábulo de fina talha e o conjunto de belas imagens. Ainda no município, o Santuário de N. S. dos Remédios, do século XIX, restaurado em 2005 pelo Instituto Arnon de Mello. O Santuário recebe romei-ros de várias localidades que veem pedir saúde à santa, a quem chamam de Mãe Milagrosa.

Evento – Agosto Cultural – Na semana do dia 22, comemorado o Dia Internacional do Folclore, Coqueiro Seco se enfeita de cores, pandeiros e fitas para os festejos populares, com comidas típicas, apresentações de grupos folclóricos e muita animação pelas ruas do centro.

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Folguedos – Chegança Silva Jardim, que ganhara o prêmio nacional Mestre Duda do Minc, em 2007, sob o comando da veterana Luzia Simões. Hoje o folguedo é liderado por Lucimar que também coordena dois Pastoris e uma Baiana. A Chegança é uma representação das Mou-riscadas da Península Ibérica, com a luta náutica entre cristãos e mouros. Os figurantes trajam fardas da marinha brasileira. O Pastoril homenageia o nascimento do Menino Jesus e promove a contenda na cantoria entre as figurantes do azul e as do encarnado, tendo no centro a Diana, defendendo os dois cordões. A Baiana é um folguedo de versos soltos e indumentária colorida que se apresenta no Natal.

Marechal Deodoro - Patrimônio – A antiga Vila de Santa Maria Magdalena da Lagoa do Sul, hoje Marechal Deodoro, foi capital da Província, perdendo o título para Maceió em 1839. Pela relevância de seu patrimônio cultural o Iphan, em 2006, assinou o tombamento do sítio histó-rico. O Complexo Franciscano, com Igreja, Convento e Ordem Terceira, foi edificado entre os séculos XVII e XVIII, sob a devoção de Santa Maria Magdalena. Traz a marca do barroco em seu apogeu, com volutas e douramento no retábulo. Tombado pelo Iphan em 1965, hoje está aberto ao público com o Museu de Arte Sacra de Alagoas na ala conventual. Matriz de N.S. da Conceição tem na fachada a data 1783. Nela tomou posse, em 22/01/1819, o 1º governante da nova Capitania de Alagoas, Sebastião Francisco de Melo e Póvoas. No outro extremo da praça, a Igreja de N. S. do Rosário do século XIX, tem uma fachada original, com elemento superior ao seu frontão triangular, que serve de apoio à cruz latina. Mais adiante, descendo a rua Ladislau Neto, encontra-se a Igreja de N. S. do Amparo, dos séculos XVIII e XIX. Ela tem recortado frontão com belas volutas barrocas. As duas igrejas já perderam seus bens agregados do interior. Outra Igreja é a do Carmo, com a sua Ordem Terceira, do século XVIII, no ponto mais alto. Suas torres são vistas de vários ângulos da cidade. O sobrado, hoje ocupado pela Prefeitura Municipal, é uma construção residencial do século XVIII, adquirido em 1836 para sede do Palácio Provincial. A ocupação durou pouco, pois a reforma se arrastou por mais de ano e em 1839 a capital foi transferida para Maceió. Casa da Câmara e Cadeia, hoje ocupada pelo Iphan, é uma construção do século XIX que traz em seu frontão o escudo do Império. No casario dos séculos XVIII e XIX que ainda compõe o cenário da cidade está o Museu Marechal Deodoro da Fonseca, em casa residencial típica do século XVIII, com telhado em duas águas e beiral de beira seveira, onde nasceu o Proclamador da República. Deste tipo de beiral veio o dito popular das “eiras e beiras”, referência às posses do proprietário. O acervo do Museu é formado por peças do século XIX, época em que viveu seu patrono, mas não pertenceram a ele.

Filho Ilustre – Manuel Deodoro da Fonseca, que nasceu em 1827 e morreu no Rio de Janei-ro em 1892. Proclamador da República e 1º Presidente do Brasil. O músico e compositor Misael Domingues, nasceu em 1857 e morreu, em 1932, em Recife.

Praia do Francês - Na área de preservação ambiental da Praia, muito frequentada pelos sufistas, a ruína de um Leprosário chama a atenção por entre os coqueiros. A edificação, pela estrutura de suas paredes e pelo histórico das epidemias no Nordeste, deve ser do século XVIII ou início do XIX, quando o local era desértico e não oferecia risco de contágio para os morado-res da Vila de Magdalena. A ruína espera pela sua preservação e requalificação.

Taperaguá – Antigo povoado a cerca de 13km da sede do município, Taperaguá tem na Igreja de Bom Jesus do Bonfim, do século XVIII, o ponto alto de sua urbanização, instalada na cabeceira do grande largo que se reporta aos primórdios da época colonial.

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Arte e Artesanato – Terra de músicos, o alagoano Nelson da Rabeca desde bem jovem mora em Marechal onde trabalhou na roça até os 50 anos. Instrumentista espontâneo dos mais res-peitados pelos conhecedores de ritmos tradicionais é ele quem faz suas rabecas e, quando pode, faz também para vender. O Filé é a renda mais tradicional de Alagoas e Marechal Deodoro é o maior centro produtor. O processo de feitura não deixa dúvida de que surgiu a partir da rede de pescar e que chegou à Colônia através das mulheres portuguesas. Os fios coloridos preenchem a trama da rede compondo padrões e as linhas se cruzam nas mãos hábeis das artesãs alagoanas.

Filé, arte das bordadeiras de Marechal Deo-

Festivais Culturais – Na década de 1970 aconteceram os Festivais de Verão, sempre no mês de janeiro, com exposições, apresentações artísticas, exposições de arte, teatro, concursos literários em clima de muita motivação cultural. A FLIMAR, Festa Literária de Marechal Deo-doro tem acontecido todos os anos no mês de novembro, com uma programação cultural de lançamento de livros, debates, filmes, concertos, sempre homenageando um escritor brasileiro. Durante a FLIMAR, a cidade fica com ares de capital literária do Nordeste, com intelectuais circulando pelas suas ruas e eventos acontecendo simultâneos em vários locais.

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Rios e lagoas desempenharam um papel essencial no processo de povoamento do Esta-do. Os engenhos eram construídos nas suas margens. Mas a água não se limitava a mover a engrenagem dos banguês, irrigar a cana-de-açúcar e os produtos de subsistência e atender a necessidades de manutenção e conservação das casas grandes, da senzala e de outras constru-ções dentro das propriedades. Era, também, a estrada para onde se viajavam entre os núcleos de povoação nascentes e a o escoamento para os pontos de comercialização da produção das fazendas. Mas foi o complexo lagunar das duas maiores lagoas litorâneas onde se localizou o maior polo econômico e de povoamento. O nome da parte sul da Capitania de Pernambuco ficou desde logo conhecido como “As Alagoas”, cujas formações lacustres maiores, a Mundaú e a Manguaba se conectavam através de dois canais, o Seriba e o Remédios, numa barra única, pondo a duas em comunicação com o Atlântico e oferecia excelentes oportunidades econômi-cas para os pioneiros portugueses e plantaram em suas margens os primeiros núcleos coloniais que se sobressairiam nos tempos difíceis de formação da sociedade alagoana.

Marechal Deo-doro da Fonseca

DOUGLAS APRATTO TENÓRIOHISTÓRIA

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As quatro cidades às margens das lagoas Mundaú e Manguaba – Pilar, Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco e Marechal Deodoro – compõem um trecho antigo da Alagoas Colonial e, por isso, todas as marcas do passado ainda estão presentes. Rica em matas, a região foi cenário para a exploração do pau-brasil e das madeiras de lei. Suas terras férteis também serviram de territó-rio para os primeiros engenhos construídos no século XVI e de espaço para a pecuária trazida pelos portugueses e a agricultura complementar de alimentos. A pesca em suas lagoas, rios e águas litorâneas completava a economia da região, vindo dessa confluência líquida o nome do estado Alagoas.

Gastronomia, sol e passeios

Uma gastronomia de sabor alagoano

CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHOECONOMIA

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Hoje, as matas têm nas pequenas áreas de preservação ambiental uma pálida imagem do que foi a riqueza natural dessa região. No século passado, os engenhos desapareceram e os ca-naviais passaram a fornecer matéria-prima para as usinas locais – Terra Nova (Pilar) e Sumaúma (Marechal) ou para indústrias sucroalcooleiras de municípios vizinhos. O recuo dos canaviais nas últimas décadas fez crescer a pecuária nas terras da Alagoas Colonial. Nessa região, novos segmentos econômicos surgiram: comércio e serviços nas sedes municipais, indústria próxima à cidade de Santa Luzia e Pilar e um grande polo fabril em Marechal Deodoro.

Economia urbana. Modernamente, pelos seus vínculos econômicos e sociais com a capital, as quatro localidades formam parte da região metropolitana de Maceió, a qual está conectada por estradas asfaltadas (estadual e federal). Os quatro municípios tem mais de 90% da popu-lação vivendo nas partes urbanas. Nessas localidades, comércio e serviços atendem os consu-midores locais, mas, pela facilidade de transporte, parte desse consumo se realiza em Maceió.

Agropecuária. Apesar da desativação duas usinas (Terra Nova e Sumaúma), os canaviais ainda predominam na paisagem rural das localidades antigas da parte lagunar, que passaram a fornecer essa matéria-prima para unidades de municípios vizinhos. Menos expressiva, a agricul-tura de alimentos está representada pela produção de culturas tradicionais, como coco, feijão, milho, banana e mandioca. A produção de leite e carne é crescente.

Indústrias. Algumas unidades industriais estão próximas das cidades do Pilar (laticínio) e Santa Luzia (empresa química e avícola), mas o movimento fabril mais forte e dinâmico está em Marechal Deodoro, com dezenas de unidades industriais, com destaque para a planta de PVC da Braskem e empresas do setor químico-plástico. As quatro localidades são beneficiadas pela exploração do gás natural pela Petrobras, que implantou uma unidade de processamento (UPGN) no Pilar, que rende expressivos valores em royalties para as quatro localidades.

Turismo. Marechal Deodoro é o principal polo turístico, dividido em três áreas distintas: o polo gastronômico da Massagueira e da Barra Nova, com dezenas de restaurantes e bares com vista para a Lagoa Manguaba; a praia do Francês, um destino nacional, que possui o terceiro maior conjunto turístico de Alagoas, com suas dezenas de pousadas e hotéis; e a cidade histórica de Marechal, a antiga capital, com seu conjunto arquitetônico colonial.

Pesca. Ainda que represente um grande conjunto de pescadores nas quatro localidades da Alagoas colonial, a pesca nas lagoas Mundaú e Manguaba, assim como a feita nos rios – Mun-daú, Remédios e Sumaúma e no litoral de Marechal perdeu, pela produção decrescente, sua antiga força econômica. A pesca continua oferecendo, em menor quantidade: bagre, carapeba, tainha, camarão, ostra, pescada, siri, caranguejo e sururu, que abastecem esses municípios, a rede hoteleira dessas localidades e a rede de comercialização de pescados de Maceió.

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Litoral Sul

Caracterização Geográfica e Ambiental Municípios: Marechal Deodoro (litoral), Barra de São Miguel, Roteiro, Jaquiá da Praia,

Coruripe, Feliz Deserto e Piaçabuçu (litoral).

CAMINHOS DOGEOGRAFIA

ALEX NAZÁRIO

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O roteiro Litoral Sul tem início partindo da capital Maceió:O primeiro acesso é recomendado para quem desembarcou no Aeroporto Zumbi dos Pal-

mares ou reside na parte alta da cidade de Maceió e quer evitar o trânsito da capital. Consiste em tomar a rodovia BR 316 no sentido da cidade de Satuba e Pilar e seguir até o trevo que dá acesso ao Pólo Cloroquímico de Alagoas (aproximadamente 12 km), então segue pela rodovia BR 424. O visitante deve percorrer essa rodovia até o litoral, num percurso de 15 km até seu encontro com a AL 101 Sul no trevo de encontro com as duas rodovias na Ilha de Santa Rita.

O segundo acesso parte do centro pela área litorânea da capital Maceió e segue pelo litoral, a partir da rodovia AL 101 sul, sentido sul, iniciando o roteiro com a travessia do Canal da Laguna Mundaú, sobre a ponte Divaldo Suruagy.

Nos dois acessos, o visitante chega ao município de Marechal Deodoro pela Ilha de Santa Rita, que possui 12km² de área, onde segundo informações da Secretaria de Turismo do Esta-do, é a maior ilha lacustre do país. Neste trecho o visitante também adentra a Área de Proteção Ambiental de Santa Rita, criada em 1984, possuindo uma área de 10.230 hectares, localizada no estuário formado pelas maiores lagunas de Alagoas, Mundaú e Manguaba.

Lagoas ou Lagunas? Lagoas são corpos d’água cercados por terras, sem contato com o mar. Diferente das lagunas que possuem esse contato e devido a isso, possuem suas águas salobras total ou parcialmente, próximo a sua desembocadura.

Segundo informações da Agência Nacional de Águas (ANA), o Complexo Estuarino La-gunar Mundaú-Manguaba caracteriza-se pelos corpos aquáticos naturais formados pelas lagoas Mundaú e Manguaba, seus canais, várias ilhas e uma parte estuarina comum a ambas as lagoas. Sua área é de 81km² e é formada pelas águas dos rios Mundaú e Paraíba, ambos com nascentes em Pernambuco, além dos canais interlagunares.

A APA de Santa Rita é a mais antiga unidade de conservação estadual de Alagoas. Foi cria-da com o objetivo de preservar as características ambientais e naturais dos canais lagunares e ordenar a ocupação e o uso do solo. Sua proteção se estende aos manguezais, restingas, recifes costeiros, praias e a vegetação de floresta atlântica localizada nas encostas dos tabuleiros da re-gião, representando uma das mais ricas áreas de proteção de Alagoas e, devido a sua localização na Região Metropolitana, uma das mais ameaçadas pelo processo de urbanização.

O CELMM detém uma rica biodiversidade e representa refúgio para diversas espécies da fauna e flora regionais. Muitas tem elevado destaque na economia e gastronomia regional, por-tanto, a preservação dos ecossistemas existentes na APA é estratégica. O manguezal, por exem-plo, garante alimento e proteção para diversas espécies de peixes, mariscos e moluscos utilizados há gerações para alimentação, sendo atração especial no cardápio de bares e restaurantes locais.

Os canais lagunares são utilizados para transporte, lazer e balneário pelos turistas e locais. Algumas áreas são amplamente exploradas para o lazer, tais como o Clube Broma, a Barra Nova, a Massagueira, além do famoso “Passeio das 9 Ilhas” com um catamarã que percorre os vários canais de manguezais. No litoral, destacam-se a Prainha da Barra Nova e a belíssima Praia do Saco, de águas calmas e belo visual de um recife de arenito que chega às areias em sua porção sul e a Praia do Francês, famosa entre os turistas, com opções diversas para passeios de barco e a prática do surf.

Saindo do município de Marechal Deodoro, seguindo a AL 101 Sul em direção à cidade da Barra de São Miguel, após o trevo que dá acesso a Praia do Francês, o visitante irá passar por

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trechos quase desertos de praia, onde a vegetação nativa ainda permanece e dá um ar especial nessa área. Em aproximados 9km após o trevo do Francês, já na área urbana da cidade da Barra de São Miguel, o visitante chega à ponte do Rio Niquim, local de lazer com diversas barracas e bares para apoio ao visitante. Pela cidade, existem acessos a praia de águas mornas e calmas, protegidas por um extenso recife de barreira. Também é possível acessar o cais localizado na belíssima Laguna do Roteiro, esta adornada com seus exuberantes manguezais e suas falésias esculpidas há milhares de anos pelo mar que outrora chegou até ali.

De barco, é possível realizar um passeio pela Laguna até os canais de Manguezal protegidos pela Reserva Ecológica de Manguezais da Laguna do Roteiro, onde se cultivam ostras pelos mo-radores do Povoado do Mangue da Palatéia. O trajeto também permite alcançar a orla lagunar da cidade de Roteiro, que contrasta suas casas e canaviais com a vegetação nativa.

Os manguezais presentes na Laguna do Roteiro (foto), e mais especificamente os inseridos na RESEC de Roteiro são considerados dos mais exuberantes do estado, com exemplares che-gando aos 25m de altura, sendo o mangue vermelho (Lagunculária racemosa) a espécie mais comum. A RESEC de Roteiro possui uma área de 740 hectares e visa proteger os manguezais ali existentes.

Partindo do Cais da Barra de São Miguel em direção a desembocadura da Laguna do Roteiro, o visitante chegará a um dos mais conhecidos cartões postais do estado, a Praia do Gunga. Considerada uma das mais belas de Alagoas, está situ-ada na margem do município de Roteiro, oferecendo estrutura de apoio, alimenta-ção e lazer ao turista, além de passeio de buggy até as belas falésias de praias quase desertas. Aqui ocorrem desovas de tar-tarugas marinhas, o que fez com que os “bugueiros” se organizassem junto aos órgãos ambientais e tomassem caminhos alternativos visando a proteção desses animais ameaçados.

Pela rodovia AL 101, o visitante pode ter acesso à Praia do Gunga saindo da cidade da Barra de São Miguel até o trevo que dá acesso ao litoral sul (continuando a AL 101 Sul). Após o trevo, passando pela ponte que atravessa a Laguna do Roteiro, em pouco mais de 5km chega-se ao mirante do Gunga, edificado no topo do tabuleiro, com vista privilegiada para a planície litorâ-nea e acesso à Praia do Gunga.

Saindo do mirante do Gunga, o visitante continuará seu trajeto ao sul, pela AL 101 Sul. Após 16km, já em terras do município de Jequiá da Praia, é possível visitar o povoado de Lagoa Azeda, que cresceu na estreita faixa entre as falésias e o mar. Aqui uma visita as falésias vivas é uma experiência ímpar, além da possibilidade de adquirir pescado fresco e camarão. Saindo de Lagoa Azeda, em aproximados 8km, o próximo destino é a cidade de Jequiá da Praia, que se desenvolveu às margens do Rio Jequiá e da grande laguna de mesmo nome e a terceira maior

Canal do Roteiro

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do estado. Na área da Laguna do Jequiá e em uma porção oceânica na costa do município, foi criada a Reserva Extrativista Marinha da Lagoa do Jequiá em setembro de 2001, com uma área de 10.203 hectares. Os objetivos da RESEX de Jequiá abrangem a proteção do modo de vida e cultura das populações tradicionais além de assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.

Nessa região, as falésias vivas de Jacarecica do Sul pode ser visitadas a partir de passeios que saem do complexo turístico de Dunas de Marapé, localizado na Barra do Jequiá (ou Duas Barras).

O município de Jequiá da Praia é o mais re-cente de Alagoas. Foi desmembrado de Coruri-pe e de São Miguel dos Campos, no ano 2000. Jequiá agrega em grande parte do seu território a bacia do Rio Jequiá, com 822,5km². O relevo altamente drenado da região se moldou com vales alargados e profundos, o que proporcionou o es-tabelecimento de diversas áreas alagadas que acu-mularam as águas dos rios, formando o complexo da Laguna do Jequiá e de Poxim, no município de Coruripe.

Seguindo a AL 101 Sul, saindo da cidade de Jequiá em sentido a Coruripe, num percurso de 7km , chegamos ao povoado do Poxim, pertencente ao município de Coruripe. Com aspecto ainda tradicional, possui um belíssimo litoral que é bastante procurado nos fins de semana. O Rio Poxim que deságua no mar possui sua foz retificada e detém um belíssimo manguezal e vegetação de praia em bom estado de conservação. Aqui existe uma unidade de conservação municipal, a Área de Proteção Ambiental do Poxim, criada em 2002, com 400 hectares, abran-gendo a foz do rio e as áreas de mata nativa. Saindo do povoado e seguindo a AL 101 Sul num percurso de aproximadamente 15km, o visitante chega ao trevo de acesso ao povoado e praia do Pontal do Coruripe, muito procurado por turistas, caracterizado por praias de águas calmas devido a proteção de seus recifes. Do Pontal, é possível chegar a Foz do Rio Coruripe, que dá nome ao município e é um dos principais rios do litoral sul alagoano. Nasce no município de Palmeira dos Índios e possui uma área de drenagem de 1.562km². É um rio bastante utilizado para diversas finalidades, com destaque para a irrigação dos extensos canaviais da região que ocupam boa parte dos seus tabuleiros, motivo este que denota a necessidade de sua revitalização em vários trechos, principalmente sua mata ciliar e vales, que foram amplamente alterados.

A partir da cidade de Coruripe, seguindo pela AL 101 Sul, o visitante chegará ao trevo que leva a AL 105, devendo seguir no sentido da AL 101 Sul em direção a Feliz Deserto. O trajeto é marcado pela presença das duas principais culturas do litoral sul alagoano, a cana nas terras altas dos tabuleiros e o coco, que ocupa predominantemente a planície litorânea. Neste trecho, dois pequenos povoados são destaque: Miaí de Cima e Miaí de Baixo, com praias quase desertas, e coqueirais a perder de vista.

Da cidade de Coruripe até a cidade de Feliz Deserto são aproximados 30km de estrada pela AL 101 Sul. Aqui o ambiente começa a se mostrar diferenciado: as barreiras dos tabuleiros

Rodovia AL 101 Sul

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começam a se afastar da faixa litorânea e esta, alargada e mostrando sua constituição arenosa, por vezes brancas, por vezes amareladas, devido a erosão do material proveniente das barreiras. Aqui começam os limites da Área de Proteção Ambiental da Marituba do Peixe, desenhada pelos cordões arenosos e pela grande planície alagada, que deu o nome de “Pantanal Alagoano” a região (esta detalhada no Roteiro Caminhos do São Francisco).

Partindo da área urbana de Feliz Deserto, ainda pela AL 101 Sul, o visitante chegará ao tre-vo que dá acesso ao Povoado Peba, já pertencente ao município de Piaçabuçu, num percurso de 7 km. A partir deste, deve seguir em direção leste, ao litoral e ao povoado do Peba, o maior povoado litorâneo do município. Aqui temos uma planície costeira alargada, onde o povoado se desenvolveu próximo ao mar. Na área sul do povoado, deságua o Riacho Conduípe, o último rio do litoral sul a desaguar no oceano antes do São Francisco. Do povoado do Peba até a foz do

São Francisco, encontra-se a Área de Proteção Ambiental de Piaçabuçu, englobando as dunas de Piaçabuçu e ecossistemas costeiros associados de rara beleza (esta detalhada no Roteiro Ca-minhos do São Francisco). A partir do Peba, é possível seguir de carro pela linha de litoral até a Foz, embora não seja recomendado, devido a possibilidade da maré alta comprometer o acesso e a existência de áreas de desova de tartarugas marinhas.

Do Pontal do Peba até o extremo sul do estado na foz do São Francisco, são aproximados 20km de uma área de beleza espetacular, compreendendo feixes de dunas móveis e fixas. As du-nas fixas se localizam mais afastadas da praia e frequentemente são cobertas e descobertas pela vegetação nativa. As dunas móveis se movimentam devido a ação do vento, podendo alcançar distâncias de 10m por ano, criando um ambiente nunca estático e único em Alagoas.

Segundo informações do IMA, a área é bastante rica em fauna nativa e muito utilizada por aves migratórias para se alimentar e abrigar. Segundo o Projeto Tartaruga Marinha (TAMAR), essa área se insere numa região prioritária para desova de várias espécies de tartarugas.

Falésias (Coruripe)

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Barra de São Miguel é uma cidade badalada, da juventude dourada, do doce Rio Niquim. É lugar para comer ostras fresquinhas do povoado da Palateia, e claro, de saborear o tradicional maçunim no leite de coco e farinha. O Município é ponto de partida para navegar de catamarã, lancha ou barquinho até a Praia do Gunga, na ci-dade de Roteiro. E quando a noite cair, tem a Villa Niquim para ouvir música e comer nos restaurantes do complexo. E tem mais: Barra de São Miguel é destino para ficar mais de um dia, porque tem pousadas simples, charmosas, hotéis e resort de luxo para abrigar o sonho dos eternos namorados.

BARRA DE SÃO MIGUEL

VIVER BEMNIDE LINS

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Navegar é preciso

Bacana mesmo é contratar o passeio de lancha com saídas da Orla Niquim e assim desvendar a beleza marítima da cidade. A primeira parada é no aquário na barreira dos corais, que formam pequenas piscinas. O cenário é perfeito para fotografar e compartilhar. Depois de contemplar, é hora de petiscar no bar flutuante montado no banco de areia, com direito a cadeira, mesa e guarda sol. A parada final é na Praia do Gunga. O retorno pode ser pela terra, mas o legal é acertar o retorno com o jangadei-ro, afinal, pelo mar tudo é maravilhoso.

Lancha – ingressos do passeio de lancha são vendidos no quiosque da Associação dos Jangadeiros na Orla Niquim, das 8h até 12h/ Telefone: (82) 98733-9147

Trimarã do Caio (foto)

A foto do pôr do sol na Barra de São Miguel é uma imagem inesquecível. Só de olhar dá vontade de se transportar pra lá e fugir do trivial. Há mais de 30 anos esse ce-nário inspira o alagoano Caio Porto a navegar no seu trimarã com tripulantes de todo canto do país. A embarcação passa por ilhotas, manguezais e margeia barreiras de recifes antes de ancorar na Praia do Gunga. Além da beleza, os visitantes desfrutam do banquete de comidas, que vão do caldinho de sururu até a feijoada, sem esquecer da mesa de frutas e doces. É uma fartura de sabores preparadas pelo capitão e sua equipe. No trajeto de 5 horas, fica a certeza de que Barra de São Miguel é o destino para jogar âncora e ficar.

Saídas do Porto da Praia da Barra de São Miguel às 11 horas aos sábados e domingos/ Grupo a partir de 25 pes-soas o passeio acontece qualquer dia. No pacote estão inclusos alimentação, água mineral (com e sem gás), refri-gerantes, sucos, água de coco, frutas e sobremesas, com exceção de bebidas alcoólicas. Telefone (82) 99381-1560

Escuna – Mesmo com o marzão da Barra de São Miguel, o visitante tem outras ofertas para se aventurar pelo mar, lagoa e terra. O passeio começa a bordo de uma escuna, com saída do porto da cidade, navegando pelas águas tranquilas da Lagoa do Roteiro e Praia de Conchas, contemplando a Ilha Caetés e as falésias. A parada tradicional é no Gunga para tomar banho e se refrescar do calor, mas quando chega a hora do almoço é tempo de parar no restaurante Pier 33, que tem vista para a lagoa,

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e saborear o buffet de comidas tradicionais. Mas não para por aí: a viagem prossegue nos táxis turismo com city tour e visita à comunidade Vila Palatéia com passeio de canoa para conhecer o cultivo de ostras, ou pode escolher a trilha de Sambaqui e a história dos remanescentes quilombolas e indígenas. O roteiro é finalizado no Mer-cado do Artesanato.

Quem faz: Aventura Eco Brasil. Duração do passeio: 6h. Saídas aos sábados e domingos (mínimo de 6 pessoas). Valor: R$ 160,00 por pessoa. Consultar horários e maiores detalhes.

Sabor das ostras

Comer ostras fresquinhas (foto) é um dos roteiros de turismo comunitário de quem visita a Barra de São Miguel. A bordo de uma canoa, o visitante aprecia o man-gue até a chegada na Vila da Palateia, onde a comunidade divide com os turistas a experiência do criatório de ostras e, claro, provar o molusco com um pouco de sal, li-mão e azeite. Uma tradição da gastronomia da cidade do sol. As ostras alagoanas são espécie nativa, cultivadas no mangue, na água salobra (encontro com o mar). Cruas, grelhadas ou cozidas, elas têm sabor forte e marcante. Dizem que são afrodisíacas, mas o legal é saber que as “Ostras Depuradas” passam por um processo que retira as impurezas. Ou seja, são saborosas e seguras. São 758 hectares de mangue gigante, lagoa e visitação à vila de pescadores, onde também é cultivado e comercializado o mel e a especial própolis vermelha.

Experiência Reserva Vila Palateia –Tem passeio exclusivo para casais apaixona-dos que queiram visitar a fazenda de ostras depuradas, e degustá-las com espumante. Para fazer este roteiro é preciso agendar com 72horas de antecedência.

Aventura Eco Brasil: (82) 98807- 6968/ [email protected]

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NIDE LINS

Gastronomia

Simples - Na comunidade da Vila Palateia, do restaurante Ostras do Paraíso, sob a batuta de dona Lourdes, saem os melhores caldinhos de maçunim, sururu e ostras. O prato mais amado é a Peixada da Lourdes. O lugar é simples, mas ao mesmo tempo gracioso, decorado com conchas, cercado de verde, e com a boa comida regional e tradicional da lagoa. Funciona todos dias, das 8h até às 15h/ Telefone: (11) 98553-0825 (whatsapp de Alessandra).

Estrela – No charmoso restaurante Kaamo, com vista para o mar e a Mata Atlân-tica, a cozinha leva assinatura do renomado chef pernambucano, César Santos (Ofi-cina, Olinda). Um dos pratos mais festejados é a Cataplama (panela de cobre de Por-tugual) mista de lagostas e camarões cozidos no leite de coco, cheiro verde, pimenta de cheiro, fio de azeite de dendê e de oliva. A receita é uma moqueca com caldo mar-cante dos frutos do mar. Para escoltar a iguaria, o arroz de brócolis. A grata surpresa é o purê de banana da terra com raspas de limão.

Kaamo funciona no Eco Resort Kenoa e atende por reserva para al-moço, jantar e café da manhã. Ideal para dois. Barra de São Miguel. Telefo-ne: (82) 9 8812 1000 | (82) 32721285/ [email protected]

Vista incrível – Do alto do morro, o Hotel Gungaporanga inspira poesia, amizade, romance… Lugar para rela-xar, seja na piscina de borda infinita, seja na rede, no jardim ou na charmosa sala de leitura, com biblioteca, para quem deseja ler em paz. Na cozinha, os ingredientes do mar, da lagoa e da terra dão o tom maior às panelas. No cardápio, assinado pelas chefs alagoanas Mariana Bernades e Flávia Soares, o xodó são os bolinhos batizados de Gunga, com massa de macaxeira e recheio de bobó de camarão, com sabor das comidas feitas em casa de vó, mãe… Prove também o risoto de lagosta com manga e fitas de coco, receita agridoce com identidade alagoana.

Hotel GungaporongaAberto ao público, com reserva. Rodovia AL 220 km 03 Barra de São Miguel/AL

Alto da Falésia / www.gungaporanga.com.br/[email protected] | (82) 99119-2068 (82)3015-6359

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Dica da Nide

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Sabores de verão

A Vila Niquim é uma praça de alimentação com o Macuípe, restaurante de culi-nária regional, Paula Bastos Doces e o Steak House & Pub, com cortes de carnes especiais, cervejas artesanais e vinhos. Funciona o ano inteiro com lojas, shows de estrelas alagoanas e nacionais, além de atividades de aventura para os jovens. O ponto de encontro é contagiante pela alegria, principalmente nos períodos de carnaval e festas juninas.

Funciona todos os dias, das 11h30 até às 22h. Música ao vivo de quinta a domingo. Rua General C. Lima, Barra de São Miguel Telefones: (82) 99433 0100 / (82) 99648 7142.

Kenoa Exclusive Beach Spa & ResortEndereço: R. Escritor Jorge de Lima, 58 - Barra Mar, Barra de São Miguel - Tele-

fone: (82) 3272-1285/ www.kenoaresort.com

Iloa ResortEndereço: Rod AL 101 Sul – S/N - – Lote 02 Quadra A – Loteamento Iloa - Zona

Rural, Barra de São Miguel - Telefone: (82) 3272-1115/ www.iloa.com.br

Vivá Hotel PousadaEndereço: R. Francisco O Sampaio, 372 - Barra Mar, Barra de São Miguel - Tele-

fone: (82) 3272-2047 - vivabarrahotelpousada.com.br

Brisamar Hotel PousadaEndereço: R. Margarida O Lima, 38 - Barra Mar, Barra de São Miguel / Telefone:

(82) 3272-2030/ brisamarhotelpousada.com.br

Hotel Rio MarEndereço: R. Escritor Félix Lima Júnior, 35 - Centro, Barra de São Miguel - Tele-

fone: (82) 3272-1432/ hotelriomar.com.br

Pousada Barra BonitaEndereço: Rua Monsenhor Hidelbrando Guimarães, 39 - Loteamento Barramar,

Barra de São Miguel - Telefone: (82) 3272-1385/ www.pousadabarrabonita.com.br

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O principal cartão postal da cidade de Coruripe é o farol construído em 1948, no povoado Pontal Coruripe. No pequeno lugarejo também chama atenção o trabalho das mulheres tecendo a palha de ouricuri, artesanato típico do município. Lá, a vida é pacata. As crianças brincam no mar, os meninos jogam bola, e os barcos descansam sob o pôr do sol irradiante.

CORURIPE

Coruripe tem 40 quilômetros de belas praias: Pituba, Lagoa do Pau, Gameleira, Pontal do Coruripe, Barreiras do Coruripe, Miaí de Baixo e Miaí de Cima. É cercada por coqueirais e mar brando.

Praias gêmeas

Miaí de Cima e Miaí de Baixo, difícil achar diferença entre as praias, tudo muito igual, a não ser pela Fazenda Cacholote, no sítio de coqueiros na Praia de Miaí de Cima, onde é possível alugar cavalos para cavalgar pelas areias do mar. Também tem restaurante com day use.

Lagoa do PauA primeira praia no povoado de Coruripe é a Lagoa do Pau. Com águas mansas,

cristalinas e de coloração azulada, ela conquistou o ilustre turista, o padre cantor e compositor, Antônio Maria. O religioso escolheu o éden alagoano para descansar, mas também para realizar as suas missas na Igreja da Mãe Rainha, de frente para o mar. O padre costuma chama o lugar de Lagoa da Paz.

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Passeios

O pescador Clébio diz que o melhor período para o passeio de jangada é na maré de lua, porque fica bem seca, e o visitante tem o privilégio de conhecer os Baixios de Dom Rodrigo. É que em meio às barreiras de recifes, encontram-se os destroços de alguns naufrágios.

Duração de 1h30/ Telefone: jangada mo-torizada para 10 pessoas. 99414.0054 – Clébio, no estaleiro de pesca

No Poxim

O farol é o ponto de partida para um city tour pelas ruas do Pontal de Coruripe, merca-do do artesanato, visitação à Vila Real de São José do Poxim, e para apreciar a igreja de São José, construída em 1762. O passeio prossegue de canoa para desvendar a beleza do encontro do rio Poxim com o mar.

Quem faz o passeio: Aventura Eco Brasil / Tempo de duração: 4h/ Reservas: 82 98807.6968

Italiana – No cardápio do Rainha do Mar, na Praia do Pontal de Coruripe, tem a peixada ao molho de camarão tradicional (posta de cavala), com legumes e ovos ao leite de coco, pirão e arroz. Mas como o restaurante é da italiana Daniela Nardini, o cardápio oferece massas caseiras, como o ravióli de peixe ao molho de tomate da casa.

Pontal do Coruripe/ Funciona sextas e sábados, das 12h às 22h/ domingo até 17h./ Aceita cartões/ Telefone: 98144.9821

Tradição – A Sorveteria São Judas Tadeu tem mais de 30 anos, no Centro da cidade. Os de frutas são os melhores, com os de coco com doce de abacaxi e o de ameixa.

Lanche – O pastel de camarão de Seu Antônio, no povoado de Pontal do Coruripe, é muito bom. Destaque para o de camarão. Quem faz a massa é seu Antônio (ex-fun-cionário de Usina). Os recheios são assinados por sua esposa Morenita. Os pastéis têm mais de 10 anos de história. Bons e baratos. Telefone: (82) 99913.3951

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Hotelaria

Pousada Canto de Yemanjá

Endereço: Rua da Praia, 244, Pontal de Coruripe (Alagoas) - Telefone: (82) 3273-7316www.pousadacantodeyemanja.com/pousada.php

Pousada Surf Paradise

Rua Projetada, 433 – Pontal de Coruripe, Coruripe/ Telefones: 82 3273-7303 / 98876.8303. Whatsapp: +55 82 8876 8303

Casarão do Pontal

Endereço: Rua Macario Neto Bel-trão Lessa, 482 - Pontal do Co-ruripe, Coruripe - Telefone: (82) 99144-6141/ http://janinedaqui-no.wixsite.com/casarao-do-pontal

Hotel Pousada Fazenda Mare-sia - Povoado Miaí de Cima - Rua Projetada Mc 15 nº 330/ Telefo-ne: (82) 3273-6555

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A praia mais famosa de Alagoas é a do Gunga. Cercada por coqueirais a perder de vista, está localizada no município de Roteiro. De águas claras, faixa de areia fofa e mar sereno, é na maré baixa que a natureza foi gentil com o lugar, quando o mar se encontra com a Lagoa do Roteiro, permitindo que os visitantes se banhem na água doce e na água salgada.

A Praia do Gunga tem barzinhos, restaurantes, lojinhas e muitas opções de lazer, como passeio de jet ski ou se aventurar na banana boat. Pela terra, o passeio de bugre até as falésias, cativa os turistas e alagoanos pela beleza dos paredões de tons averme-lhados.

ROTEIRO

O acesso mais comum à Praia do Gunga é feito pela AL 101 Sul, de carro. Con-tudo, pode ir de lancha ou catamarã, que sai do município de Barra de São Miguel. O visual encanta, pois tem paradas nas piscinas naturais; dá para apreciar a lagoa do Roteiro, onde as marisqueiras retiram sururu, massunim, ostras; e assistir os pescadores jogar as redes no espetáculo da pesca artesanal.

Lembrete: a Praia do Gunga é área de desova de tartarugas marinhas, portanto, é bom ficar de olho nas placas que indicam onde os bichinhos fizeram seus ninhos na areia e respeitar o meio ambiente.

Imperdível: a foto mais bonita é do Mirante do Gunga

Quem faz: todas as agências receptivas de Maceió oferecem o passeio até lá.

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A cidade Jequiá da Praia é mais conhecida pelo Complexo Turísti-co Dunas do Marapé, que tem passeios pelo mangue e uma praia bem azulada. Mas este no solo do Litoral Sul tem outras belezas dis-tintas, como a trilha pelo manguezal, vivenciar a pes-ca de caranguejo e tomar banho de lama.

A primeira praia é a Lagoa Azeda, com suas casinhas à beira mar. De lá se avista as Falésias do Sul, milhares de barquinhos de pesca e poucos bares. A melhor dica é contemplar o lugar na sua plenitude

entre o mar e as falésias. O visitante pode ter uma experiência guiada para visitar o maior paredão de falésias do Brasil. Os desbravadores têm a opção do trekking (caminhada) entre as praias de Lagoa Azeda e Gunga. Para quem deseja mais aventura tem voo livre duplo panorâmico saltando das falésias e sobrevoo pelas praias, mas tudo depende do vento e das condições climáticas para ver Jequiá da Praia tirando os pés do chão.

Quem faz o passeio - Aventura Eco Brasil - o passeio e trekking saídas diárias. Voo livre mediante consulta da condição climática/ Telefone: (82) 98807-6968

Duas BarrasO Complexo possui uma boa estrutura para receber visitantes. Tem bar na praia,

cadeiras, guarda-sol, banheiros, música ao vivo e um restaurante para cerca de 200 pes-soas. Para chegar em Dunas é preciso fazer uma travessia de barco que leva cerca de 5 minutos. Chegando na praia, o visitante pode curtir o mar, petiscar e almoçar.

Mas quem tem espírito de aventura pode fazer dois passeios opcionais: o Circuito Pau de Arara e as Trilha dos Caetés.

JEQUIÁ DA PRAIA

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Circuito Pau de Arara: o tour é feito num antigo caminhão do exército brasileiro. O roteiro inclui o passeio pelas falésias de Jacarecica do Sul, com direito a descer até a praia. Se a maré estiver baixa, recomenda-se o banho. Depois do mar, o caminhão circula pelo centro de Jequiá, e dá para fotografar a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, pequeno cruzeiro e oratório. A vista mais bonita é da ponte, de onde se vê a lagoa imensa, as canoas, as redes e casinhas de apoio para a pesca artesanal da carapeba (peixe nobre das Alagoas).

Por fim, o caminhão chega num sítio para tomar água de coco, banhar-se na lagoa e saborear a cocada de dona Lúcia. Tanto a branca como a de coco queimado têm uma casquinha e o recheio macio. Doce lembrança de Jequiá da Praia. Duração do passeio: 1h30. Preço: R$ 40,00

Trilha dos Caetés:

Para os nativos, pintar o corpo de lama é muito comum. Mas para os turistas isso pode ser inusitado. O passeio de barco parte do Complexo e segue até a Lagoa Jequiá, revelando a beleza do mangue. Quando a embarcação joga a âncora, começa a trilha. Dica: este caminho é para quem gosta de se aventurar pela lama. Então, vá de biquíni, maiô e sunga. Nada de camisa ou saída de praia. Para se proteger do sol, use um boné.

Na trilha, o caminho fica cada vez mais estreito e com muita lama pela frente, afinal, é uma floresta de mangues com suas imensas raízes se agarrando ao chão. O passeio é educativo e muito bonito. Os catadores de caranguejos fazem malabarismo para pegar um bichinho. É preciso deitar e enterrar o braço no mangue até retirar o bicho. Depois de uma seção de fotos, ele é devolvido ao seu lar. Depois da trilha pela lama, bom mesmo é mergulhar várias vezes nas águas doces de Jequiá.

Passeio de barco

Trilha dos Caetés/ Duração do passeio -1h30

Duração: 1h30. Preço: R$40,00/ Telefone: (82) 98868-9669Associação de Barqueiros de Jequiá da Praia – São 23 pescadores que fazem o pas-

seio pelo Rio Jequiá todos os dias, das 8h até 16h. Duração de 1h/ Preço: R$ 25,00/ Telefone: 99629-0136/ Depois do Complexo Dunas de Marapé

Complexo turístico Dunas de Marapé

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O Complexo possui uma boa estrutura para receber visitantes. Tem bar na praia, cadeiras, guarda-sol, banheiros, música ao vivo e um restaurante para cerca de 200 pes-soas. Para chegar em Dunas é preciso fazer uma travessia de barco que leva cerca de 5 minutos. Chegando na praia, o visitante pode curtir o mar, petiscar e almoçar.

Mas quem tem espírito de aventura pode fazer dois passeios opcionais: o Circuito Pau de Arara e as Trilhas dos Caetés.

A Várzea da Marituba, que inte-gra a APA da Marituba do Peixe, é também conhecida como o Pantanal Alagoano

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Circuito Pau de Arara: o tour é feito num antigo caminhão do exército brasileiro. O roteiro inclui o passeio pelas falésias de Jacarecica do Sul, com direito a descer até a praia. Se a maré estiver baixa, recomenda-se o banho. Depois do mar, o caminhão circula pelo centro de Jequiá, e dá para fotografar a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, pequeno cru-zeiro e oratório. A vista mais bonita é da ponte, de onde se vê a lagoa imensa, as canoas, as redes e casinhas de apoio para a pesca artesanal da carapeba (peixe nobre de Alagoas).

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O cenário aquático de Alagoas interligado pelos laços geográficos e culturais ganha força no litoral sul, de Marechal a Piaçabuçu, com as diversas comunidades de pescadores e de artesãs que tecem a identidade local com o tradicional trançado da renda e da palha.

Das construções dos primeiros anos o que de mais antigo existe, está na arquitetura religiosa e residencial dos séculos XVIII e XIX. As torres das igrejas se elevam nos centros urbanos, mostrando, ainda hoje, a importância que lhes era dada pelos portugueses, enquanto no campo são as remanescentes casas-grandes que atestam a expressão regional da continuidade agrária.

Marechal Deodoro concentra o maior acervo cultural do percurso (ver Roteiro 5º), mas toda a área litorânea, até a foz do Rio São Francisco, é pontilhada de informações regionais que des-tacam as particularidades da vida cotidiana entre coqueirais e canaviais.

No percurso, a História reaviva a memória de fatos que marcaram os primórdios da coloni-zação, como a morte do primeiro bispo do Brasil, Dom Pero Fernandes Sardinha, em 1556, a antropofagia e o extermínio dos Caetés, com a chamada “Guerra Justa” e a presença dos ho-landeses, no século XVII, que trouxeram o desassossego para as vilas e os engenhos de açúcar.

Com o tempo que tudo ameniza, estes acontecimentos passaram a fazer parte da tradição oral, da literatura e das artes cênicas. Um revisionismo histórico pelo viés do teatro moderno foi encenado na década de 1970, com a peça de Luiz Sávio de Almeida, Comeram Dom Pero Fernão de Sardinha e, já neste século, o documentário de Werner Salles Baguetti, História Bra-sileira da Infâmia. Com a revisão histórica e antropológica a figura do índio Caeté passou a ser

Roteiro Cultural

Mané do Rosário (folguedo)

CÁRMEN LÚCIA DANTASCONHECER

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reconhecida como exemplo de valentia na defesa pela terra. Sua têmpera guerreira passou a se estender ao povo alagoano como herdeiro do sangue da tribo mais aguerrida da História do Brasil.

Destaques: Jequiá da Praia - Patrimônio – Igreja de N. S. do Pilar – Paredes de estrutura de pedra, do

século XVIII, com concepção despojada de adornos e poucas aberturas. A torre sem campaná-rio, da mesma altura do frontal, contribui com a expressão original e compacta de sua fachada.

Coruripe – Patrimônio – Duas grandes igrejas podem ser visitadas no centro da cidade. A primeira é a Matriz de N. S. da Conceição com torre única e frontão retangular, enquanto a segunda é a de N. S. do Rosário, imponente monumento com duas torres sineiras e frontão triangular com detalhe em volutas na parte superior, ambas do século XIX. Memorial Coru-ripense, instalado em prédio do início do século XX, antigo mercado público, no centro da cidade, expõe um acervo sobre o município e promove eventos culturais.

Festas Religiosas – Além da procissão de N. S. da Conceição no dia 8 de dezembro, o municí-pio festeja São Sebastião no dia 20 de janeiro e as Festas Juninas de São João e São Pedro sempre são muito animadas com quadrilhas e forrós pé de serra.

Poxim – Patrimônio - A Vila Real de São José do Poxim do Sul, título que lhe fora concedido por Pedro II, é mais antiga que Coruripe. A Igreja de São José, do final do século XVIII, de inspiração neoclássica e execução de gosto popular é o mais importante monumento do muni-cípio. Traz em seu interior decoração delicada e um belo conjunto de imagens.

Festa Religiosa – 19 de março – Dia de São José, padroeiro da Vila. É a data em que os fiéis pedem graças e depositam esperança no plantio e colheita do milho. O largo da igreja é decora-do com fitas e flores e a novena que antecede a procissão e enriquecida com a apresentação do folguedo local Mané do Rosário que motiva toda a comunidade a lhe seguir os passos.

Folguedo – Mané do Rosário - A origem do auto está relacionada à celebração da festa de São José. Contam os nativos que, há tempos atrás, apareceu um devoto desconhecido na porta da Igreja com um rosário no pescoço, a dançar e louvar o padroeiro. Repetidos anos ele voltou, depois sumiu. A comunidade, de tanto falar no desconhecido terminou por criar o folguedo que o substitui até hoje. D. Traíra, a mestra, tem em sua casa a sede. De lá saem os participante, a maioria mulheres vestidas de saias longas e com um pano cobrindo o rosto e um chapéu de palha na cabeça. Dançam e cantam ao som de pandeiros até à Igreja para a louvação a São José.

Artesanato – Coruripe teve no passado importantes oficinas artesanais de sinos que atendiam a várias encomendas da região. Estes sinos são facilmente identificados, pois trazem na borda o nome do fundidor e o local da fundição com data. O sineiro mais conhecido chamava-se Nico-lau de Oliveira Silva, ainda no século XIX, que aprendeu a arte com antepassados e passou para seus auxiliares que continuaram até meados do século XX. O Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas tem em exposição três sinos da fundição de Coruripe. Igrejas de Penedo, Maceió, Marechal, Coruripe, São Miguel dos Campos e Piaçabuçu e capelas de engenhos têm sinos des-sas oficinas. Na orla litorânea ainda se encontra alguns estaleiros artesanais que fazem barcos para pescaria, mas o forte do artesanato do Município está nas mãos habilidosas das mulheres que da palha do ouricurizeiro fazem peças de uso doméstico, bolsas e chapéus de vários mode-los com tramas e adornos variados, utilizando a técnica do trançado herdada dos índios Caetés.

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Parodiando um viajante estrangeiro maravilhado com o litoral alagoano no século XIX, comparando-o com supremacia aos afamados mares da Oceania e das terras insulares dos ma-res do Sul, podemos dizer, convictos, que nada no mundo é tão belo quanto as praias alagoanas de sua parte sul. Barra de São Miguel, Roteiro, Jequiá da Praia, Coruripe, Feliz Deserto, todos feitos em uma só viagem. A beleza dessas localidades e seus panoramas de lagoas, coqueirais, casas de pescadores, artesanato, sua culinária, suas igrejas, sua história vibrante, vale ir e retornar a eles várias vezes, sem medo de errar. Conhecer cada um desses municípios nunca vai deixar o visitante indiferente, um panorama diferente e impactador a cada curva da estrada, conectada pela região lagunar e a parte colonial alagoana ao norte e ao universo são franciscanos pela par-te meridional. Um território de cenários aprazíveis, repleto de histórias e de uma natureza única.

Restos de navio na costa de Coruripe (Baixios de Dom Rodrigo) área onde afundou a nau que transportava o bispo Dom Pero Fer-nandes Sardinha e sua comitiva, devorados posteriormentes pelos

DOUGLAS APRATTO TENÓRIOHISTÓRIA

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O trecho litorâneo que vai de Marechal Deodoro a Piaçabuçu é a parte de Alagoas que se caracteriza economicamente pelos coqueirais, pesca artesanal, turismo e, internamente, pelos canaviais. Os imensos coqueirais, à margem do Atlântico, dão um tom particular à paisagem tropical da região, além de participar ativamente de sua culinária; neste mesmo espaço praieiro, temos a pesca artesanal desenvolvida desde os tempos coloniais, que ocupa a população dos muitos povoados próximos à praia; e uma moderna e crescente rede de hotéis, pousadas e restaurantes voltados ao movimento turístico baseado no binômio sol e mar. A valorização do litoral pela rede de estradas e pela estrutura hoteleira tem atraído os investimentos imobiliá rios. Mais para dentro, no interior dessas localidades, visíveis nas estradas que conectam essas localidades, os imensos canaviais se destacam nas fazendas de várias usinas de açúcar instaladas nos seus municípios.

Litoral Sul

CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHOECONOMIA

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Presente no litoral, o coqueiral é o maior caso de sucesso na adaptação ecológica em terras nordestinas, ao ponto de ser naturalizado como símbolo regional, embora seja originário da Índia. Sua presença na culinária brasileira e seus vínculos com as várias indústrias de beneficia-mento fazem dele um produto de muito valor. A pesca artesanal de jangada ou de pequenos barcos aproveita os quase cem quilômetros de costa para trazer seus produtos mais deman-dados: peixes, mariscos e camarões. Modernamente, o turismo vem modificando a paisagem dessas localidades com muitas pousadas, pequenos hotéis e a rede gastronômica com seus dois pólos mais conhecidos: as praias do Francês e a Barra de São Miguel. A cana-de-açúcar é outra presen&cce dil;a antiga; primeiro com seus engenhos banguês, desde o século XVII, e, atualmente, com suas usinas modernas.

Os coqueirais. O coco foi trazido pelos portugueses e se espalhou por toda a costa nordes-tina. É uma cultura simples, que foi se autopropagando sem muitos cuidados, mas que expul-sou a vegetação nativa da praia, entre elas o cajueiro. Com sua difusão na culinária nordestina, primeiro vinculada à própria cozinha litorânea, conseguiu, depois, pela industrialização, espa-lhar-se por todo o Brasil, compondo as diversas culinárias regionais.

Uma palheta de cores: barcos ao entardecer, em Piaçabuçú, principal porto pesqueiro alagoano. Dali saem os camarões que abastecem bares e restaurante de todo o estado

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A pesca. A pesca do litoral sul é dividido em duas bases, a do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú–Manguaba e a do litoral, com seus métodos e produtos diferentes. O destaque nas lagoas é o “sururu” e no litoral o banco de camarão. Sem a produtividade das áreas pesqueiras nacionais, o litoral sul atende a um mercado local, e mesmo estadual, com sua produção de peixes, mariscos e crustáceos. Essa produção é comercializada nos povoados, nas feiras das localidades litorâneas e, parte menor, pela proximidade, abastece o mercado de Maceió.

Os canaviais. Os maiores canaviais e de maior produtividade estão hoje no sul de Alagoas, onde as terras planas dos tabuleiros oferecem melhores condições de plantação. As usinas de açúcar estão distribuídas desde Marechal Deodoro (Sumaúma) até Coruripe (Coruripe e Pindorama). Mesmo com a crise dos últimos anos, as unidades do sul sofreram menos que as do resto do Estado.

Turismo. O litoral sul de Alagoas vem atraindo mais visitantes, desde os anos 1990, pe-las partes “descobertas”, que vão sendo incorporadas nos roteiros turísticos regulares, trans-formando-se em praias famosas: Francês, Barra, Gunga, Dunas de Marapé, Pontal do Peba. Nesta área litorânea foram construídas dezenas de pousadas de charme, pequenos hotéis e um conjunto de bares e restaurantes que sustentam um setor cada vez mais importante na economia local.

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Alto Sertão/Bacia LeiteiraCAMINHOS DO

Caracterização Geográfica e AmbientalMunicípios: Batalha, Olho d’Água das Flores, São José da Tapera, Olho d’Água do Casado, Delmiro Gouveia, Pariconha, Água Branca, Inhapi, Mata Grande, Maravilha, Santana do Ipanema, Dois Riachos, Cacimbinhas e Major Izidoro

GEOGRAFIAALEX NAZÁRIO

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O roteiro Alto Sertão/Bacia Leiteira tem início no município de Batalha, Alagoas. Para dar início ao mesmo, partindo da capital Maceió:

O primeiro acesso é recomendado para quem desembarcou no Aeroporto Zumbi dos Pal-mares ou reside na parte alta da cidade de Maceió e quer evitar o trânsito da capital. Consiste em tomar a rodovia BR 316 e seguir no sentido da cidade de Pilar por aproximadamente 35km. Passando pela cidade e Pilar, seguir até o trevo que dá acesso a BR 101, tome a BR 101 e siga em sentido a cidade de São Miguel dos Campos e depois até o trevo que dá acesso a AL 220, num percurso de aproximados 36km. Tome a AL 220 no sentido oeste, para a cidade de Batalha num percurso de 120km.

O segundo acesso parte do centro pela área litorânea da capital Maceió e segue pelo litoral, a partir da rodovia AL 101 sul, sentido sul, passando pela cidade de Barra de São Miguel. Em aproximados 33km, o visitante chega ao trevo que encontra a AL 220. Deve-se prosseguir na AL 220 até o trevo de encontro a BR 101 por 17km. Tome a BR 101 e siga em sentido a cida-de de São Miguel dos Campos e depois até o trevo que dá acesso a AL 220, num percurso de aproximados 9km. Tome a AL 220 no sentido oeste, para a cidade de Batalha num percurso de 120km.

Os roteiros apresentados são os mais utilizados partindo da capital. Existem outros roteiros utilizando a BR 316, passando pelos municípios de Atalaia, Maribondo e acessando a AL 110 no município de Tanque D’Arca. Em Arapiraca, dará acesso a AL 220 e segue o percurso até Batalha.

O município de Batalha está localizado na Mesorregião do Sertão Alagoano e Microrregião homônima. O Rio Ipanema é o principal recurso hídrico que, embora temporário, pois apre-senta águas correntes apenas na época das chuvas, traz vida por toda a sua bacia. O Ipanema nasce no estado de Pernambuco, no município de Pesqueira/PE e deságua em Belo Monte/AL, com 220km de extensão.

Partindo da cidade de Batalha, seguindo à AL 220, passando pelas cidades de Jacaré dos Ho-mens e Monteirópolis, o visitante chegará a cidade de Olho d’Água das Flores em um percurso de aproximadamente 25km. A região aqui é marcada pelos contrastes entre as áreas pediplana-das (aplainadas, com aspecto de planície), que passou pelo processo de erosão intensa e morros e elevações que tiram o aspecto monótono da paisagem.

O próximo município é São José da Tapera, e o acesso é realizado seguindo a AL 220 em direção oeste, num percurso de aproximadamente 10km, saindo da área urbana de Olho d’Água das Flores. Os destaques ambientais aqui são o Riacho Grande, maior rio da região e que dá nome a Região Hidrográfica. Sua bacia possui uma área de 1765,10 km². Nessa região é possível observar um relevo bastante marcado pelas elevações cristalinas, os chamados “morros teste-munhos” e serras que marcam a região de pediplano com sua beleza e imponência. Devido a dificuldade de acesso, muitas delas são refúgio da fauna da Caatinga, como serpentes, aves e diversos mamíferos. Dentre as mais conhecidas estão a Serra da Taborda, localizada a oeste do povoado Caboclo, a qual é cortada pela AL 220 e apresenta um bom estado de conservação, o Morro do Pilão, ao sul da Serra da Taborda, a Serra Xitroá, a sudeste da área urbana de São José da Tapera, a Serra do Cruzeiro, dentre outras.

Os Morros Testemunhos ou Inselbergs são formações que representam o que restou do re-levo da região semiárida há milhões de anos atrás. Esse relevo sofreu processos de erosão, pela

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temperatura, ventos e das águas, sendo rebaixado e aplainado, restando os morros testemunhos de um relevo passado e de formação mais resistente. Em Alagoas, eles podem variar de próxi-mo a 300m a 800m de altitude e se distribuem em todo o sertão.

Saindo da área urbana de São José da Tapera, seguindo a oeste pela AL 220 em um percurso de 53km, o visitante chega a cidade de Olho d’Água do Casado, o primeiro município ribeirinho do São Francisco deste roteiro. Logo na entrada da cidade, na AL 220 próximo ao trevo que dá acesso as cidades de Piranhas e Delmiro Golveia, ergue-se imponente à esquerda a Serra Grande ou Serra de Olho d’Água. Uma elevação em forma de Cuesta, com aproximadamente 480m de altitude que se destaca na paisagem e anuncia as belezas naturais que a região possui. A região é marcada pela presença dos famosos cânions do Rio São Francisco, entalhando um vale profundo e escarpado com vegetação típica da Caatinga como sua mata ciliar, de aspecto mais preservado nas bordas no cânion e em parte de seus paredões rochosos. Antes da cons-trução da represa de Xingó, os cânions possuíam alturas de até 100m e representam um dos maiores cânions navegáveis do mundo. Aqui se localiza o Cânion do Talhado, onde deságua o Riacho Talhado que representa a divisão municipal entre Olho d’Água do Casado e Delmiro Golveia. O Cânion do Talhado se tornou destino turístico muito procurado por visitantes do Brasil inteiro, visto as belezas naturais que o mesmo apresenta, imponentes paredões de arenito com diversas formas, águas calmas e a vegetação da Caatinga. Olho d’Água do Casado também possui terras de seu municí-pio abrangidas pelo Monu-mento Natural do Rio São Francisco, uma Unidade de Conservação criada em 2009 pelo Instituto Chico Mendes e representou um importante passo na con-servação dos ambientes na-turais ali existentes, embora o turismo desordenado e o uso indiscriminado da terra ainda persistam, requeren-do cuidados especiais por parte do Poder Público. Da sede do município são várias estradas carroçáveis que levam o visitante aos paredões do São Francisco ou a margens menos acidentadas onde é possível vislumbrar a be-leza do Velho Chico.

Cuestas são formações sedimentares do relevo que possuem um lado com declive suave, denominado de reverso e outro que “corta” a elevação abruptamente na vertical, chamado de cornija, que representa a frente da formação ou “front”.

O Monumento Natural do Rio São Francisco foi criado pelo Decreto Lei s/n. º de 05 de ju-nho de 2009 e encontra-se inserida no bioma Caatinga, localizada entre os Estados de Alagoas,

Cânion no Rio São Francisco

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Bahia e Sergipe. Detém uma área de 26.736,30 hectares e abrange os municípios alagoanos de Piranhas, Olho D’Água do Casado e Delmiro Gouveia; Paulo Afonso, na Bahia e Canindé de São Francisco, em Sergipe. Foi criado com o objetivo de preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, de recreação em contato com a na-tureza e de turismo ecológico.

Devido a formações geológicas distintas, em algumas áreas da região entre Delmiro Golveia e Olho d’Água do Casado é possível verificar rochas cristalinas ou magmáticas, de origem vulcâ-nica e sedimentares, provenientes da decomposição das primeiras e também das metamórficas. Tal fato proporciona entalhes diversos das rochas atuais, solos diversos e consequentemente uma vegetação adaptada com aspectos de Caatinga e algumas áreas com porte e aspecto de floresta estacional, esta semelhante a encontrada em áreas de mata úmida.

Seguindo a AL 220, partindo da cidade de Olho d’Água do Casado na direção noroeste, o visitante chegará ao município de Delmiro Golveia num percurso de 24km. Delmiro se loca-liza no extremo oeste do estado de Alagoas e é referência histórica de desenvolvimento para a região. O Rio Moxotó, que deságua no São Francisco representa a fronteira entre Alagoas e o estado de Pernambuco, assim como o próprio Velho Chico representa a divisa dos estados da Bahia, Sergipe e Alagoas, junto ao município de Delmiro Golveia. Da mesma forma que Olho d’Água do Casado, seu relevo é marcado pelo pediplano mesclado pelas elevações cristalinas, os morros testemunhos e pelo Cânion do São Francisco. que é represado aqui pela grande bar-ragem de Paulo Afonso, na Bahia. Em Delmiro também é possível visitar a antiga estrutura de Angiquinho, a primeira usina hidrelétrica do Nordeste. Assim como Olho d’Água, a quase tota-lidade da área marginal são franciscana do município de Delmiro Golveia pertence ao MONA e está sob um regime especial de uso e proteção ambiental. Nas proximidades do encontro do Moxotó com o São Francisco surge o Canal do Sertão, uma estrutura de transposição que levará água da região até o município de Arapiraca, representando atualmente a maior obra hídrica do estado de Alagoas.

A obra do Canal do Sertão prevê 250 km atravessando o oeste do estado e quando concluído, trará água, ao alcance de mais de um milhão de pessoas, em 42 cidades, do Sertão ao Agreste de Alagoas. Sua estrutura atua quase que totalmente por gravidade, minimizando custos de bombeamento, exceto na captação.

Saindo da cidade da Delmiro Gouveia, o visitante deve tomar a AL 145 em direção norte, até o trevo onde conflui com a BR 423, num percurso de 7km, o famoso trevo da “Maria Bode”. Seguindo a rodovia AL 145 sentido norte, até a entrada que dá acesso a cidade de Pariconha, distando 5,6km e após isto, tomas a esquerda neste sentido por mais 5,6km até o centro da cidade que se localiza aos pés do maciço de Água Branca, na Serra do Engenho, com 700m de altitude e detém vasta área plana, até as margens do Moxotó, exceto na elevação conhecida como Serra Caraibeiras, com 482m, próxima ao povoado de Caraibeiras dos Teodósios.

A partir do trecho de Pariconha e Água Branca, o visitante adentra no Roteiro do Sertão marcado pela presença dos grandes maciços residuais e serras, representando testemunhos de antigo relevo do semiárido, trabalhado por milhares de anos. Os principais maciços que englo-bam essas formas cristalinas são os de Água Branca e Mata Grande, chegando próximo dos 800m de altitude. Essa condição promove em elevações acima dos 350m uma configuração do

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ambiente em que a umidade é maior que nas planícies circundantes, promovendo a formação de uma vegetação com características de mata atlântica, a absorção de água pelo terreno e até a formação de riachos perenes, como ocorre em Água Branca, sendo verdadeiros oásis no sertão. Entretanto, precisam ser cuidados e protegidos da ação predatória (desmatamentos e queima-das geralmente para cultivo de culturas) e da expansão urbana desordenada.

O acesso a Água Branca é feito retornando de Pariconha até a AL 145 e seguindo no sentido norte, pela estrada que sobe a Serra de Água Branca num percurso de aproximados 4km. A área urbana se localiza em um terreno bastante acidentado e movimentado, o que fez com que a cidade construir várias ladeiras e mirantes. Do alto da Serra do Cruzeiro, é possível visualizar toda a região do pediplano sertanejo alagoano num visual muito bonito. Aqui as temperaturas médias são pouco superiores aos 20° e no inverno a cidade é coberta por neblinas durante a madrugada, onde ja se registraram temperaturas mínimas de 15,6° no mês de julho. Devido a isso, o ambiente é ameno e proporciona uma das áreas de maior cobertura vegetal nativa do sertão alagoano, inclusive com a presença de cachoeiras, como a cachoeira do Vai-e-Vem. No município existe uma unidade de conservação estadual, o Refúgio da Vida Silvestre dos Morros do Craunã e do Padre, criado pelo IMA no ano de 2012, englobando elevações localizadas a sudeste do maciço de Água Branca e com pouco mais de 600m de altura, localizam-se pró-ximas ao distrito do Alto dos Coelhos e do povoado Tingüi. Uma visita obri-gatória para quem deseja ver as belas formações rochosas e a vegetação de Caatinga em bom estado de conserva-ção. Aqui, são realizados estudos, cam-panhas de conscientização das comu-nidades e eventos visando a proteção da fauna e flora, com destaque para a águia chilena (Geranoaetus melanoleu-cus) uma ave de rapina com 62-69 cm de comprimento e envergadura de até 2 m, também conhecida como gavião--da-serra ou gavião pé-de-serra que se tornou símbolo do local. Além dela, pode haver a ocorrência de macacos prego e outros ma-míferos ameaçados.

De Água Branca para acesso à cidade de Inhapi existem duas vias principais: O primeiro acesso parte da cidade de Água Branca, pela AL 145, sentido sul, até o trevo “Ma-

ria Bode” num percurso de 9,7km. Desse ponto, o visitante deve tomar a BR 423 no sentido de Inhapi (sentido nordeste), até a entrada da cidade que detém sinalização indicativa para a rodovia AL 140, num percurso de 33,3km.

O segundo acesso parte da cidade de Água Branca pela AL 145, indo até a cidade de Mata Grande, num percurso de aproximados 31km. A partir daí, tomar a rodovia AL 140 com desti-no a Inhapi, num percurso de 13,5km.

Ressaltamos que o acesso mais utilizado e seguro é através da BR 423, visto ser uma estrada mais estruturada e de acesso mais rápido.

A malha viária sertaneja apre-senta boas condições de conser-

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Na região dos grandes maciços residuais, Inhapi possui a maior parte do seu território na área do pediplano. Detendo serras nas áreas norte e leste do município. Está inserido na bacia hidro-gráfica do Rio Capiá e, devido a declividade, detém vários trechos de cursos d’água temporários que confluem no Capiá e deságuam no São Francisco.

De Inhapi, para acesso a cidade de Mata Grande, existem dois acessos principais: 13- O primeiro é tomar a AL 140 a partir da cidade no sentido norte por 14km, até a área

urbana de Mata Grande, sendo este o trajeto mais curto.O segundo acesso é tomar a AL 140 no sentido sul por aproximadamente 5km até a BR 423.

Acessar a BR 316 no sentido leste (esquerda) e seguir até o trevo da Polícia Rodoviária Federal, no povoado Carié, pertencente ao município de Canapi. Do trevo, acessar a BR 316 por 30km, passando pela cidade de Canapi até o acesso a AL 140 e a partir deste ponto, seguir em sentido sul pela AL 140 até a cidade de Mata Grande.

O município de Mata Grande possui um relevo bastante movimentado, pela presença do seu maciço principal, no qual se localiza a cidade e vários inselbergs distribuídos irregularmente no seu território. Aqui estão elevações de grande altitude no estado, como as serras da Onça, com 806 metros; Parafuso, com 809 metros e a Serra da Lagoa de Santa Cruz com 844 metros. A Serra do Parafuso, localizada no extremo noroeste do município merece destaque, por deter constituição de estrutura sedimentar e apresentar em seu relevo, a forma de cuesta, tal como a Serra Grande, em Olho d’Água do Casado. Sua localização aponta uma das regiões mais secas do estado, com baixa umidade e sensível ao processo de desertificação.

Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, ao longo dos anos, a ocupação hu-mana e a exploração dos recursos naturais vêm impactando as regiões secas do país, provocan-do a degradação da terra, a perda da cobertura vegetal nativa e a redução da disponibilidade de água. A intensificação de tais processos le-vou crescentes frações dessas regiões à condi-ção de áreas degradadas segundo o fenômeno conhecido como desertificação. Essas áreas tornam-se improdutivas e são marcadas pela perda do solo agricultável, causando sérios prejuízos ambientais, sociais e econômicos.

Para acesso a cidade de Maravilha, o visitan-te deve retornar ao trevo da Polícia Rodoviária Federal, no povoado Carié, retornando pela AL 140 e BR 316, passando pela cidade de Canapí, num percurso total de 37km.

Partindo do trevo do Carié, existem duas opções de acesso:O primeiro e mais utilizado consiste em seguir pela BR 316 no sentido leste, em direção a

Santana do Ipanema. Em 16km, acessar a entrada de Maravilha à esquerda (que é sinalizada), tomando a AL 135, num percurso de aproximadamente 6,5km até a área urbana.

O segundo parte do trevo do Carié, tomando a BR 423 no sentido nordeste, com destino a divisa com o estado de Pernambuco. Em aproximados 18km, acessar a AL 130 em direção a cidade de Ouro Branco num percurso de 2,3km. Então, continuar na AL 130 por mais 8km até a cidade de Maravilha.

Rio Ipanema no período de chuvas

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Maravilha está localizada ao norte da microrregião de Santana do Ipanema, numa das regiões do pediplano mais amplas do estado. Entretanto, está localizada no sopé de uma das maiores e mais imponentes serras da região, a Serra da Caiçara, com mais de 800m de altura. A Serra apresenta uma grande área elevada, com características ambientais de alto interesse, visto que possui áreas úmidas em algumas partes, formando mosaicos de vegetação típicos dos biomas alagoanos. Outro fator que merece destaque é a alta capacidade de retenção hídrica, o que faz da serra um grande reservatório de águas no período chuvoso, sustentando nascentes e córre-gos até em períodos secos no verão. Além disso, o município é conhecido pela descoberta de sítios arqueológicos e paleontológicos em suas terras, nas proximidades de todo o vale do Rio Ipanema, seu principal recurso hídrico. Nos sítios foram descobertos fósseis da megafauna que habitaram a região, na maioria entre 10 a 15 mil anos atrás.

De acordo com o IMA, a Serra da Caiçara e uma área de entorno de aproximadamente 90.000 hectares estão em processo de reconhecimento de uma unidade de conservação. A Área de Proteção Ambiental da Serra da Caiçara, que irá abranger terras dos municípios de Mara-vilha, Ouro Branco, Canapi, Poço das Trincheiras e Santana do Ipanema, terá como objetivos a proteção dos sítios arqueológicos e paleontológicos, da vegetação nativa com foco nas ele-vações e no ordenamento das atividades humanas, represen-tando um marco na conserva-ção do Bioma Caatinga, onde no estado, apenas 1% do mes-mo é oficialmente protegido por Unidades de Conservação.

Da cidade de Maravilha, existem duas rotas de acesso a Santana do Ipanema:

A primeira e mais utilizada é retornando pela AL 135 até a BR 316, num percurso de 6,5km. A partir daí, tomar a BR316 no sentido leste até a cidade de Santana do Ipanema em aproximados 20km.

O outro acesso consiste em seguir a AL 130 (não pavimen-tada) por aproximadamente 12,5km no sentido sul- sudeste, margeando o sopé da Serra da Caiçara em direção a cidade de Poço das Trincheiras. A partir desse ponto, continuar na AL 130 (pavimentada) em direção a BR 316, num trajeto de 3,5km. Na BR 316, tomar o sentido a cidade de Santana do Ipanema, com 8km aproximadamente.

Santana do Ipanema, nascida às margens do Rio Ipanema, possui território com relevo mo-vimentado, principalmente na porção norte, composta por um conjunto de serras, vales escar-

Uma típica estrada rural sertaneja

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pados e morros testemunhos, de onde brotam fontes que resistem ao período seco por mais tempo. Essas serras também abrangem parte do município vizinho de Poço das trincheiras e tem especial destaque na paisagem regional e proporcionam uma rede hidrográfica contribuinte do Ipanema. Aqui, destacam-se as serras do Poço e do Almeida, ambas com 757m, Gugi, com 677m e Camonga, com 543m. Como em Maravilha, também foram encontrados resquícios de fósseis de animais que existiram aqui há milhares de anos, inserindo o município também como promissor para a conservação desse patrimônio. Do ponto de vista ambiental, Santana do Ipa-nema é um dos municípios do sertão alagoano com maior área de cobertura vegetal nativa, prin-cipalmente nas áreas serranas. Esse fator se deve a dificuldade de acesso pelo homem a esses locais, entretanto, com o passar do tempo, vem-se verificando o aumento de moradias e pro-priedades instaladas nas áreas elevadas. A porção sul do município também detém interessante cobertura vegetal nativa da Caatinga, muitas vezes formando corredores entre os fragmentos que são aproveitados pela fauna local. Alguns desses corredores ligam áreas protegidas a outros fragmentos. Dentre essas áreas, podemos citar três Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) e uma Estação Ecológica.

Santana do Ipanema possui três RPPNs reconhecidas pelo IMA, cuja função é proteger a di-versidade biológica da Caatinga em terras privadas, garantindo o apoio das pessoas às questões de preservação e conservação da natureza. São elas: Reserva Tocaia, com 21,7 hectares, a Reser-va Jader Ferreira Ramos, com 43,73 hectares e a Reserva Estância São Luiz, com 1,36 hectares.

A Estação Ecológica Curral do Meio é a mais recente Unidade de Conservação pública de Alagoas. Criada pelo Governo do Estado através do IMA, está localizada a sul da área urbana de Santana, às margens do riacho temporário João Gomes, contribuinte do Ipanema. O acesso é restrito, sendo utilizado apenas para fins de pesquisa científica. A proteção de remanescente de Caatinga de porte arbóreo, muito raro hoje no estado, é sua principal finalidade. Diversos estudos são realizados pela Universidade Federal de Alagoas no local, além de parceria firmada entre o IMA e a Emater para gestão e pesquisa na área.

O próximo município do roteiro é Dois Riachos, onde o acesso se dá a partir da BR 316, no sentido leste, por aproximados 18km, até a área urbana do município. O município está inserido na região hidrográfica do Ipanema com o rio Dois Riachos como contribuinte. O relevo é pre-dominantemente plano com a presença de morros isolados formando serras, principalmente na área norte, limite com Pernambuco. Na estiagem, graças ao açude Pai Mané, a água acumulada serve para usos diversos.

Após Dois Riachos, o visitante seguirá até a cidade de Cacimbinhas, distante aproximada-mente 11,5km. O acesso é feito pela BR 316 no sentido leste até o trevo de encontro com a AL 120. Cacimbinhas está localizada na região hidrográfica do Traipú, na microrregião de Palmeira dos Índios. A norte da área urbana se localiza a Serra do Pai Mané, com 560m, que compartilha terras do município de Dois Riachos.

O último município do roteiro é Major Izidoro, localizado ao sul de Cacimbinhas. O acesso é realizado partindo do trevo de confluência da BR 316 com a AL 120, seguindo-se por esta no sentido sul até a cidade de Major Izidoro, num percurso total de 15km até sua área urbana. O relevo é predominantemente plano e sua área drena afluentes temporários para a bacia do Ipanema e do Traipu.

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A estrada de barro é irregular e longa. Parece um caminho sem fim. Mas, no “infini-to” da Caatinga – verde e florida, no período de inverno brando de junho a agosto – os majestosos cânions do Rio São Francisco entorpecem com sua beleza real e gigante. Este é um dos caminhos até o Restaurante Ecológico Castanho, na cidade de Delmiro Gouveia, ponto de embarque para navegar pelo mar doce, de catamarã ou lancha, entre as formações rochosas. Além da gastronomia regional, tem trilhas, piscina de bordas infinitas, redes, bangalôs, pousada... Se achar que é pouco, aventure-se no stand up.

DELMIRO GOUVEIA

Um dos cânions do Rio São Francisco, em Delmiro Gouveia, com vista de Angiquinhos, a histórica unidade hidrelétrica instalada por Delmiro

Gouveia na primeira metade do Século XX, que deu origem ao Complexo

VIVER BEMNIDE LINS

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Passeios

Cânions - Para navegar pelas águas doces e generosas do rio, a bordo do catamarã Menestrel das Alagoas, existem dois pontos de embarque. Às 9h, a embarcação parte do restaurante Castanho rumo a Praia (rio) da Dulce, no município de Olho d’ Água do Casado, onde mais tripulantes se juntam na experiência de trafegar pela imensidão do Velho Chico ao sabor do vento, do sol e contemplando a beleza das rochas esculpidas pelo tempo.

Grotas - A parada para tomar banho com segurança é no Cânion do Talhado. Para se molhar, há a proteção de uma rede, além de salvas vidas, porque em alguns trechos do rio a profundidade passa dos 200 metros. Desse mesmo lugar partem os barquinhos para visitar as grotas do Mirante do Talhado, lugar onde foram gravadas as cenas da novela Velho Chico. É o cenário mais bonito. Tem duas imagens do São Francisco e as rochas de tons avermelhados refletem nas águas do rio.

Estação ferroviária da Pedra, antigo nome do município de Delmiro

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Trilhas - Na Fazenda Castanho são 1.500 hectares de caatinga preservada e com três trilhas: Observatório, Riacho do Talhado e Cânions do Riacho do Castanho. Caminhos que mostram a importância da vegetação para a sobrevivência de animais como o ma-caco-prego, lobo-guará, gato-do-mato, jacu, entre outras espécies.

Vale dos MestresSegredo do Velho Chico - Além das trilhas, tem o passeio de lancha, com capacidade

para oito pessoas, o ponto de partida é no próprio restaurante com destino ao Vale dos Mestres, onde se formam piscinas naturais. Outro cantinho sagrado é a Gruta Azul, quando o sol bate nas águas doces ficam azuladas. Beleza igual não há.

Canto dos pássaros – O Castanho é reserva ecológica da Caatinga também habitam os pássaros, libertos de cativeiros pelos órgãos ambientais. Os bichinhos passam uma temporada para se adaptar e voltar a natureza. Com tanta beleza, a dica é se hospedar na Pousada do Castanho. Como são apenas 10 apartamentos, se apegue com o santo para conseguir uma vaga. Vale a pena! Imagine acordar com o canto das aves, o barulhinho bom do Rio São Francisco e um pôr do sol inigualável.

De catamarã ou lancha, o passeio pelos Cânions do Velho Chico acontece todo dia. Embarque no Restaurante Castanha, às 9h, ou na Praia da Dulce (Olho d’Água do Casado) às 10h.

Catamarã: 130,00 por pessoa com almoço/ R$ 90,00 sem almoço/ O restaurante Castanho funciona todos os dias com sistema de buffet e a la carte – Aceita cartão. Telefone: (82) 99959.1405/ 98814.7070 e 98855.1290

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Museu Delmiro Gouveia – A antiga estação de trem guarda relíquias da época de Delmiro Gouveia, com acervo de fotografias, objetos de época, livros, maquinários da antiga indústria têxtil, utensílios da Vila Operária, cartas, documentos históricos, entre outros da trajetória do empreendedor.

Av. Castelo Branco, 591, Delmiro Gouveia – Funciona das 9h até 17h/ todos dias/ Telefone: (82) 3641-1360

Tradição – Na Rua Coronel Ulisses Luna, 35, Bairro Novo em Delmiro Gouveia o Boteco Pé de Porco, com mais de 10 anos de tradição da cidade. A estrela do estabele-cimento é o feijão preto com pé de porco que, para entrar na panela, recebe tratamento especial desde o dia anterior, com mais de três horas de preparo. Por dia, são cerca de 30 pés de porco servidos e preparados com muito gosto.

Funciona das 11 até as 16 horas e, além da estrela do Pé de Porco no feijão preto, acompanhado de arroz, o caldinho é por conta da casa.

Rua Coronel Ulisses Luna, 35, Bairro Novo / Telefone: (82) 99985.4698

Hospedagem

Aline HotelRodovia Al -145, Bairro Ci-

dade Universitária/ Delmiro Gouveia/ Telefone (82) 3641-2673/ @hotelaline

Hotel Executive Praça Ma-noel Monteiro, 81 - B - Centro, Delmiro Gouveia - Telefone: (82) 3641-1188

Hotel Nossa Senhora do Ro-sário - R. Floriano Peixoto, 445 - Centro, Delmiro Gouveia - Te-lefone: (82) 3641-1263

Pousada Recanto da MadaR. Vicente Menezes, 152 -

Centro, Delmiro Gouveia - Telefone: (82) 3641-1007

O ciclo do algodão marcou a história do município, graças ao pioneirismo do industrial

Delmiro Gouveia e sua fábrica de linhas

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OLHO D’ÁGUA DO CASADO

O imenso Rio São Francisco abraça todo mundo, é uma benção, uma alegria, é vida dos ribeirinhos e paixão dos visitantes. Para os amantes de esportes náuticos, tem prancha para deslizar pelas águas doces e generosas do rio, mas, se preferir, o caiaque para exercitar o corpo e a mente também é possível nesse mar doce. Afinal, navegar entre os majestosos cânions do Velho Chico é impecável.

Para se aventurar numa prancha de SUP (Stand Up Paddle) ou caiaque, é de graça no restau-rante Show da Natureza, encravado nos paredões do Velho Chico,na cidade de Olho D’Água do Casado, mais um éden alagoano, para a prática de esportes náuticos, rapel e outros mais radi-cais, e profissionais também. Há ainda psicobloc, uma modalidade de escalada esportiva onde o praticante não usa qualquer tipo de equipamento de segurança. Estas atividades que misturam aventura e esporte, têm todos os dias no restaurante, das 9h até as 17h.

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Já nos sábados, domingos e feriados, a proposta é viajar de catamarã com saídas da Praia da Dulce, para fazer o roteiro dos Cânions do Velho Chico, e nem precisa ser para praticar espor-tes, basta apenas contemplar e amar natureza. Este passeio custa R$ 85,00 por pessoa, o almoço é R$ 35,00 (individual) no sistema buffet livre, com churrasco até de peixe tilápia, que ganha as versões de moqueca, caldinho, frito... Ganha-se um suco de fruta.

Cenário – O Show da Natureza virou cenário e o ponto de apoio para a gravação das novelas Cordel Encantado e Velho Chico, da Rede Globo. Lá, também pode acampar, mas vá munido de barraca, porque não há no local nenhuma para alugar, e como a área é ao lado do restaurante, tem regras: a barraca de camping é montada a partir das 17h e às 9h da manhã é recolhida, porque chegam os clientes do show da naturexa. Telefone e e-mail (82) 98874-6994 / [email protected]/ www.showdanatureza.com.br

Caldo de Mocotó

Na movimentada AL 220, ligando os municípios de Delmiro Gouveia e Olho D’Água do Casado, o pequeno empreendimento, batizado de Caldo de Mocotó, é parada obrigatória e está localizado no território de Água Branca. Ali se saboreia, ao longo de 36 anos, uma receita simples e de sucesso líquido e certo. Além do caldinho, a casa disponibiliza cachaças preparadas com cascas das árvores da região e, de quebra, um bom café forte.

Aviso aos viajantes: não é um simples caldinho de mocotó, é o melhor de Alagoas. Existe um ritual para beber o caldo preparado com esmero por Dona Maria Aparecida Maciel. No balcão, quem ensina o passo a passo do modo de saborear o dito cujo, é o esposo de Maria, Antônio Silva. Primeiro, ele entrega um ovo cozido e pede para o cliente descascar e, em se-guida, o esmagar com o auxilio da colher no pequeno prato fundo de alumínio; finalmente é adicionado o caldo bem aquecido, resultando em um creme substancioso, capaz, como dizem, de levantar “até defunto”. AL 220, Olho D’Água do Casado/ Funciona de terça a sábado, das 5hs às 17horas.

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Dica da Nide

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ÁGUA BRANCAA neblina parece uma nuvem rápida e gelada, e logo na madrugada começa a abraçar a

cidade de Água Branca num friozinho danado de bom. A estação de inverno existe no sertão alagoano, que começa em junho e prossegue até agosto.

Quando o verão chegar, as serras de Água Branca continuam exuberantes, para se curtir a tradicional feira de segunda-feira, saborear sorvete de rapadura e caminhar pelo centro histórico para recordar que nesta terra sertaneja, Delmiro Gouveia foi o primeiro turista da cidade. O empreendedor cearense ficou hospedado na residência do Coronel Ulisses Luna, e trouxe o desenvolvimento para o Sertão.

Já o temido Lampião, no ano de 1922, assaltou o sobrado da Baronesa de Água Branca levando o patrimônio pessoal da nobre sertaneja. A residência do Barão de Alagoas continua elegante.

Cruzeiro (Água Branca)

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NIDE LINS

Licor – O Mirante do Calvário, que fica a uma altitude de 730 m acima do nível do mar, é imperdível, de lá se tem a melhor panorâmica da região. No Mirante tem quiosque de culinária regional, merecendo atenção aos licores de frutas e de flores, da Dora.

Casa da Farinha – Para chegar ao povoado da Serra das Viúvas, o caminho não é fácil, a estrada é de barro. Melhor ir de moto ou em veículos maiores. O lugar é simples, indicado para quem curte turismo comunitário. Lá tem o artesanato da palha de Ouricuri e a casa de farinha, onde a comunidade produz sua própria farinha, tapioca, pé de moleque e beiju. A casa foi cenário para a novela Velho Chico.

Aroma da rapadura – O Engenho São Lourenço, de 1920, é uma referência turística produz rapadura, açúcar mascavo e alfenim (doce) orgânicos. No Engenho também tem restaurante e uma das estrelas é o sorvete de rapadura. Quem faz bem o sorvete é Silvia Medeiros, alagoana de Delmiro Gouveia, casada com Mauricio César Brandão, herdeiro do “Vó Lenço”, fundador do Engenho.

Engenho São Lourenço: Funciona todos os dias, das 10 às 16, segunda a sexta. Sábado e domingo, das 10 às 22h. Telefone: 99902.9468.

Caldinhos – Tradição do Centro Histórico é o Bar da Marciana, com 30 anos de história, ponto de encontro de quem chega e de quem mora na cidade. Os destaques são os caldinhos de mocotó com ovo, batizado de “Cura Ressaca”. O valor do caldinho é R$ 4,00 sem ovo; com ovo, acrescenta-se mais R$1,00. Cada dia tem sabores diferentes, como feijão, macaxeira, e ainda tem mungunzá salgado. Mas, lembrando, é um legitimo boteco. Abre todos os dias, das 9 até as 24h.

Tilápia – O restaurante Aconchego é o melhor lugar para saborear peixes de água doce, em pleno sertão de Água Branca. Com ênfase para a tilápia empanada e preparada no capricho pela de Aparecida Barros, a célebre Cida. Também merece aplausos o purê de batatas, bem fofo (a composição leva manteiga e um pouco de leite natural – produzidos nas pequenas proprie-dades rurais da região). Funciona de terça à quinta, das 10h às 15h30, e das 18h30 até as 22h / domingo até as 16h.

Casa das rosasNo jardim tem mandacaru, alecrim, manjericão, flores e rosas, tudo em volta da casa em

estilo chalé, da família de Fátima Torres. Com cinco quartos, cozinha, lareira, ainda temos o privilégio de assistir ao espetáculo do pôr do sol. E no inverno, dormir e acordar com a neblina. A casa transformou-se em meio de hospedagem. Aceita-se reservas para grupos que desejam conhecer Àgua Branca e suas cidades vizinhas, Delmiro Gouveia e Piranhas. A casa da família da Fátima tem lembranças boas e conforta alma. Lugar ideal para reunir os amigos em torno da lareira e taças de vinho.

A diária da casa inclui uma funcionária para fazer o café da manhã e limpeza. Telefone: 82 99981.2655.

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Dica da Nide

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SÃO JOSÉ DA TAPERA

Na Rodovia AL 220, na cidade de São José da Tapera, exatamente no povoado Marruá, pare na Casa do Queijo, lugar nordestino arretado. Lá se vende queijo manteiga, coalho e a coalhada do Lacticínio Duarte, com 10 anos de tradição, e outros quitutes como doces e bolos. Neste cantinho de sabores, o atendimento é dez, antes mesmo que a gente pergunte vem uma fatia do queijo manteiga para degustar, com direito a café, chá e café com leite, todos de graça. Quem viaja sabe da importância do café bem quentinho para enfrentar a estrada. Recomendo não apenas apreciar o cafezinho, mas levar queijo manteiga e coalhada, excelentes. Quem comanda a lojinha é a simpática Juliana Barbosa, que adora conversar e tem o estilo alagoano de receber bem. Funciona todos dias das 6h30 até 20h/ Telefone 99621.7731

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O desbravamento do Sertão veio na medida em que o colonizador avançou para o interior. A criação de gado garantiu a fixação na terra e, apesar das dificuldades, tornou-se uma prática continua até hoje. A manutenção desta prática justifica a cultura local girar em torno dos hábitos da vida rural. O boi permanece como elemento preponderante. Violeiros, trovadores, folgue-dos populares, todas as manifestações contam as façanhas do animal em versos ritmados. Os artistas populares, de tanto explorarem o tema criaram o ciclo literário dos vaqueiros, com ro-mances de cordel exaltando os feitos mirabolantes de bois lendários e de sertanejos destemidos. A tradição do boiadeiro que se embrenhava pela caatinga juntando o gado, é mantida hoje nas práticas esportivas como a pega de boi e a vaquejada.

As benesses do rio e a beleza da Cachoeira de Paulo Afonso privilegiam a área. Terra de ba-

Roteiro Cultural

Vaqueiros na caatinga

CÁRMEN LÚCIA DANTASCONHECER

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rões e baronesas, de senhores de terras e poderosos coronéis, mas nem por isso deixou de sofrer sangrentos ataques de cangaceiros e de ladrões de gado. Contam que Lampião se envaidecia de ostentar no pescoço o cordão de ouro da baronesa de Água Branca.

Outro ponto de importância cultural que vale ser destacado são os achados arqueológicos e os grafismos rupestres das cavernas que os humanos pré-históricos deixaram como marcas de sua passagem há milênios de anos. Estes sítios estão sendo estudados e o Alto Sertão Alagoano vem surpreendendo os pesquisadores pelas constantes descobertas não só de rastros humanos, também de animais da mega fauna, como preguiças gigantes e tigres dentes de sabre.

As Festas Juninas, que coincidem com o período de fartura no sertão, devido às chuvas, são muito concorridas e animadas, com trajes e comidas típicas, danças e as tradicionais adivinha-ções. Os arraiais são montados na praça principal e o sanfoneiro puxa o fole com um repertório bem regional para delírio dos brincantes. Se a região atravessa período de seca, o cenário é outro. Neste caso são as romarias, as novenas e as promessas aos santos juninos para trazerem chuva e fazer florescer os campos.

Pelos atrativos culturais exóticos, este tem sido um roteiro turístico e cultural que muito cresce em Alagoas.

Olho D’Água do Casado – Patrimônio – O Município é detentor de sítios arqueo-lógicos e paleontológicos que vêm atraindo cada vez mais a especulação de estudiosos e a curiosidade de centenas de turistas que vi-sitam a região. Entre os sítios estão: Platô do Talhado, Abrigo Nova Esperança, Macambi-ra, Riacho do Talhado, este último estenden-do-se a Delmiro Gouveia.

Delmiro Gouveia – Patrimônio – O exemplo de Delmiro Gouveia, que dá nome ao Município, ainda hoje é reverenciado e Angiquinhos está ai para provar sua visão empreendedora, ao lado da indústria têxtil e da usina hidroelétrica. O arrojo realizador de Delmiro é um valor imaterial que impulsiona, ainda hoje, a cultura e a economia local. Exis-te uma natural coragem no enfrentamento das dificuldades e no retorno às tradições que bem caracteriza os filhos da Terra. O Museu Regional Delmiro Gouveia, instalado na antiga estação ferroviária, expõe um acervo composto por fotografias, documentos históricos, máquinas e objetos antigos, relatos sobre a vida e as realizações de seu patrono.

Artesanato - As fiandeiras e tecelãs que tanto impressionaram Delmiro no século passado, ainda mantêm o artesanato da tecelagem, tradição que valoriza a mão de obra feminina e que continua sendo um dos principais bens culturais do Município. O distrito de Salgado, distan-te cerca de 7 km da cidade, destaca-se pela qualidade do trabalho e pela persistência de suas tecedeiras que conseguem manter a atividade apesar das dificuldades. A Associação Repouso

Sandália Xô-boi, do artesanato sertanejo

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do Rei, denominação que se reporta à passagem de D. Pedro II pelo local, no século XIX, é formada por um grupo de artesãs que produzem tapetes, cochas, toalhas, redes e mantas das mais variadas cores e padrões. A Associação tem uma bonita história de resistência, desde sua abertura no final do século XX, graças a iniciativa das próprias artesãs.

Água Branca – Patrimônio – No século XIX o Barão de Água Branca mandou construir a Igreja de N. S. da Conceição que é uma referência arquitetônica na região, pela decoração de sua fachada e pelo requinte de seu interior com imagens de grande valor artístico. Na frente, uma praça e no outro extremo a Igreja de N. S. do Rosário, com arquitetura simples que reporta ao início do povoamento. Na década de 1960, o Prof. José Luiz da Motta Menezes já anunciava a importância desta igreja como exemplar raríssimo da arquitetura religiosa. Dos elementos inte-grados, no balcão do coro, o arquiteto só encontrou similares nos antigos muxarabis de Olinda.

Festa Religiosa – 8 de dezembro – Dia de N. S. da Conceição é comemorado com muita celebração na Igreja e quermesse, leilões e parque de diversão que animam as noites da novena. A procissão é o ponto alto e reúne fiéis de toda a região.

Folguedos - Água Branca tem a particularidade de ser o município do estado que mantém em atividade um grupo de dança de São Gonçalo já em processo de extinção. A dança é, em sua origem, de oferendas e pagamento de processas. Enfileirados, os participantes seguem o guia que toca uma viola, acompanhando uma figura feminina que leva a imagem do santo. Dançando, pede-se de tudo ao santo. Desse acervo imaterial que se dança, se canta, se vê, mas não se toca, também merecem destaque nas festas juninas, o Coco-de-roda e a Quadrilha, a Vaquejadas e a Cavalhadas que completam a animação dos arraiais. No Natal é a vez dos Guer-reiros, Reisados, Presépios e Pastoris.

Artesanato – Executada por mulheres, a renda Singele-za (foto) faz jus ao nome, pois o resultado é mesmo uma singeleza. Com agulha e linha, a rendeira vai formando uma malha muito fina que serve de base para o preenchi-mento do desenho. A delicadeza na forma de rendar é que vai garantir a perfeição da peça pronta. Além da renda al-guns artesãos trançam palha de ouricuri nos povoados e vendem na feira. São bolsas de vários modelos, urupembas e outras peças de uso doméstico. Na Serra das Viúvas, po-voado próximo à cidade, além do trabalho na palha, existe uma casa-de-farinha tradicional.

Maravilha – Patrimônio - A partir de uma descoberta casual, em 1997, chegou-se ao conhecimento de um sítio com vasto material fóssil nas imediações da cidade de Ma-ravilha, quando foram encontrados ossos de animais gigantescos, que viveram há mais de dez mil anos. O cientista Jorge Luiz Lopes da Silva instalou na cidade um museu para abrigar esses achados. A instalação é atraente e moderna com gráficos e desenhos que facilitam a compre-ensão do visitante. Enquanto as peças autênticas são preservadas em vitrines, as réplicas estão acessíveis à curiosidade de todos, podendo ser tocadas. Elas foram criadas pelo artista Valdo

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Lima, de Carpina-PE, sob a orientação do cientista quanto à forma corpórea do animal, sua musculatura, postura, arcada dentária e expressão. Para animar ainda mais a visitação, algumas dessas réplicas foram espalhadas na caatinga próxima à cidade, surpreendendo os que chegam à cidade. Maravilha representa para os outros municípios, com o mesmo potencial, um exemplo de cuidado e preservação de nossa história mais remota.

Santana do Ipanema – Patrimônio – A cidade ainda guarda em seu núcleo histórico alguns exemplares de arquitetura do início do século passado. Uma delas é ocupada pelo Museu His-tórico e de Artes Darras Noya, fundado em 1959. Este museu detém alguns álbuns de fotogra-fias e objetos antigos, ligados à História da cidade e doados pelo seu patrono e pelas famílias tradicionais. Monumento ao Jumento – Uma escultura do artista João Lisboa, retratando um jumento carregando barris de água e conduzido pelo tangedor é muito significativa para a co-munidade, que enfrenta períodos prolongados de seca e tem na cena do jumento uma imagem muito familiar no seu dia-a-dia.

Festa Religiosa – 26 de julho – Dia de Sant`Ana, a padroeira do Município e mãe de Nossa Senhora. A festa começa nove dias antes e se prolonga até o dia 26 com várias atrações, em torno do ponto principal que é a procissão.

Folguedos e Torneios - No final de semana mais próximo à data da procissão de Sant`Ana e em outras ocasiões festivas, acontece a vaguejada, torneio muito apreciado pelos sertanejos que consiste em uma dupla de vaqueiros montado a cavalo, correndo no encalço de um boi para derrubá-lo pela cauda. O torneio acontece em uma pista longa e estreita própria para o esporte.

Artesanato – O trabalho em couro é muito comum, desde o tratamento inicial no curtume até as peças prontas, vendidas na feira. Há artesãos que se especializam em selas e capricham na ornamentação, pontilhando partes e tornando a peça além de confortável mais bonita. Outros fazem chibatas, arreios e testeiras. As mulheres também participam cuidando dos acabamentos e detalhes, como a decoração com fios de naylon coloridos e aplicações de metal.

A feira de gado é uma atração sertaneja (Dois Riachos)

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Fazenda em Major Izidoro

O sertão sempre foi um universo misterioso que se diferenciou da cultura do litoral, da mata, com singularidades que despertam curiosidade e espanto e que não foi considerado em termos gerais um elemento do desenvolvimento global da sociedade brasileira. Canudos de Euclides da Cunha e Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosas, são algumas das muitas obras literárias que provocaram grande comoção e fascínio por essa região distante dos polos de poder. Alagoas não fugiu à regra, sua área sertaneja é uma fonte de fascínio e beleza agreste e como as canções saudosas da região, “não há luar como esse do sertão”, não há região mais plena de messianismo, de êxodo rural e de apego de seus habitantes. Uma viagem para Delmiro Gouveia, Olho D’agua do casado, Pariconha, Agua Branca, Mata Grande, Inhapi, Maravilha, Santana do Ipanema, Dois Riachos, Cacimbinhas, Batalha, Major Izidoro, São José da Tapera. Olho D’agua das Flores, traz para as viajantes impressões nunca descobertas, panoramas e situ-ações que mostram diferenças viscerais com as outras regiões alagoanas. O império da pecuária, do leite, é duas vezes maior que o território canavieiro e é o segundo elemento de importância do mundo agrário. Sertão das noções acendradas de honra, de isolamento dos grandes centros cosmopolitas, sertão da extrema religiosidade popular dos beatos e da religiosidade popular, de homens e mulheres valentes que não desanimam ante as intempéries climáticas, da simplici-dade e solidariedade de seu povo, das histórias do cangaço e do agrarismo mais acentuado, da resistência aos modismo do litoral, sertão leiteiro de Alagoas, de um sistema cultural próprio de uma geografia bonita e atraente na seca ampla ou na chuva, sempre curta, uma região para se descobrir, admirar, amar...

Alto Sertão/Bacia Leiteira

DOUGLAS APRATTO TENÓRIOHISTÓRIA

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O Sertão alagoano é dividido em várias partes: as localidades serranas do alto Sertão, os municípios próximos ao São Francisco, mais as regiões sertanejas de Santana do Ipanema e de Batalha. Nestas quatro microrregiões, encontramos uma paisagem da Caatinga, cujas atividades econômicas mais importantes são a pecuária e a agricultura de alimentos. É a região alagoana com maior percentual de população rural, chegando, em alguns municípios, a 75% de seus mo-radores vivendo no campo. A paisagem está marcada pelas áreas remanescentes de Caatinga, pelos pastos plantados com palma, capins adaptados e outras forrageiras, e pelas plantações das roças de milho, feijão e mandioca.

A seca deixou de ser um drama para a população rural. A falta de água foi amenizada com a presença das adutoras, que a canalizam do São Francisco e atendem as cidades e pequenas localidades da região. Os açudes e barreiros reservam grande quantidade do líquido. As popu-lares cisternas estão presentes ao redor das residências rurais. Uma obra extensa de engenharia, o Canal do Sertão, com o seu projeto de 200 km atravessando 42 municípios, vem despertando

Localidades serranas

A pecuária está integrada à paisagem da região

CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHOECONOMIA

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esperanças podendo colaborar no abastecimento de água nas áreas urbanas e na irrigação da agricultura familiar produtora de alimentos.

Indústria. O símbolo de industrialização sertaneja, a Fábrica da Pedra, fechou as portas. Hoje, o principal segmento fabril é a indústria de laticínios, na qual parte do leite produzido é beneficiada e transformada em queijo, manteiga e outros produtos, em fábricas de pequeno porte ou nas familiares “queijarias”. No entanto, como a indústria local não absorve toda a pro-dução, a parte maior da produção é enviada para outras cidades ou mesmo para fora do Estado. Sempre importante foi o artesanato do couro, que por séculos foi o responsável pela fabricação de utensílios, calçados e vestimentas da população rural sertaneja.

Agricultura. O algodão foi o grande produto comercial que, por quase dois séculos, ocupou a agricultura sertaneja e sedimentou sua ocupação. Hoje, a área rural está coberta de pastos plantados, com pequenas áreas de produção de milho, feijão (“de arranca” ou “de corda”) e mandioca. Mais recentemente, a cultura de mel se espalhou por todos os municípios sertanejos, a área alagoana de maior produção.

Pecuária. O gado chegou primeiro no litoral, mas logo entrou no sertão pelo Agreste e pelas margens do São Francisco, aproveitando o leito dos rios temporários. Hoje a maior e mais pro-dutiva zona produtora é a Bacia Leiteira, com um plantel reconhecido pela sua qualidade e adapta-ção às características do semiárido. O sertão mo-derno tem na sua pecuária mudanças históricas. A entrada da palma, de origem mexicana, assim como a introdução de novas plantas – algaroba, capim-buffel e guandu –, garantiram alimento para o gado nas épocas de estiagem.

Ovinos & caprinos. Ao lado dos bovinos das raças Gir, Nelore e Guzerá, e de mestiços com gado europeu, outra atividade econômica sertaneja é a crescente ovinocaprinocultura. Nas localidades sertanejas e do agreste semiárido, estão 90% dos caprinos e 80% dos ovinos de Alagoas. Presentes em quase todas as propriedades, produzem carne e leite cada vez mais co-mercializados no mercado regional. É comum, nas pequenas propriedades, a criação natural de aves como galinhas, perus e guinés

Economia urbana. As cidades do roteiro Sertão e Bacia Leiteira são pequenas localidades características sertanejas, onde ocorrem as feiras semanais. No entanto, as duas maiores se des-tacam como polos sub-regionais: Delmiro Gouveia, que possui uma forte rede comercial e de serviços que atende aos municípios vizinhos; Santana do Ipanema, antigo município da região, com sua feira e seus laços fortes com as localidades menores e próximas. As duas sediam cam-pus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

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Vou por uma rua torta. Venho por uma rua torta. Já não

sei se é dia ou noite, se caminho junto ao mar odorante

ou se afundo os pés na lama negra da lagoa devassada

pelos pescadores de sururu. Acima e além da claridade

solar e da luz do farol, num território intocável, Maceió é,

ao mesmo tempo, porto e porta, permanência e travessia,

lugar de partida e de chegada, silêncio e melodia.

Lêdo Ivo*

Confissões de um poeta

*Lêdo Ivo (1924 - 2012) maceioense, foi um dos maiores poetas brasileiros do Século XX, membro da Academia Brasileira de Letras

MACEIÓ

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Turismo, vocação natural de MaceióA atividade turística é um dos principais vetores de desenvolvimento do estado de Alagoas

e de Maceió, nossa bela Capital, naturalmente vocacionada para a contemplação e a alegria dos que aqui vivem e dos que a escolhem como destino e opção de lazer. Destacam-se, nesse con-junto, a beleza de nossas praias, nossas tradições culturais, com especial citação à gastronomia típica, e a conhecida hospitalidade do nosso povo, um dos traços mais admirados pelos turistas que nos visitam.

Conhecedora da relevância do turismo para a cidade, a Prefeitura de Maceió investe na profissionalização da atividade, na divulgação dos nossos atrativos, na infraestrutura e no apoio à instalação de novos e importantes empreendimentos. Essas ações qualificam ainda mais o diversificado portfólio que credencia a capital alagoana como um dos mais conhecidos destinos turísticos do Brasil.

A publicação “Alagoas – 8 roteiros para conhecer e nunca mais esquecer” é uma contri-buição significativa à divulgação de Maceió, traduzindo-se em importante guia prático para a fruição do nosso potencial turístico e cultural. Moderna e interativa, a publicação oferece ao visitante e ao morador informações fundamentais para fazer de cada passeio pelos encantos de nossa terra uma experiência inesquecível.

Rui Palmeira – Prefeito de Maceió

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Maceió

O roteiro Maceió pode se iniciar de qualquer ponto da cidade, pois oferece liberdade para todas as localidades

GEOGRAFIAALEX NAZÁRIO

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CAMINHOS DE

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Possuindo uma área de 503,069km², o município de Maceió apresenta uma configuração ambiental bem diversificada, visto que se desenvolveu às margens da laguna Mundaú e do contato com o mar, além de ser drenado por diversos rios que atravessam a capital a partir dos tabuleiros. Seu ponto mais alto se situa na Serra da Saudinha, limite com o município de Flexei-ras, com altitude em torno dos 300m. Na planície costeira temos altitudes variando entre 2 a 8 metros. Assim, a “parte alta” da cidade de Maceió está assentada sobre os tabuleiros costeiros, com altitudes que podem variar de 40 a 80m, sendo consideradas áreas de expansão urbana, visto que a planície costeira já se encontra densamente ocupada.

Relativo aos recursos hídricos, o município possui uma diversificada rede de bacias hidro-gráficas, tais como do Sauaçuy, Meirim, Pratagy, Jacarecica e Reginaldo. Quanto aos riachos, são o Estivas, Garça Torta, Guaxuma, das Águas Férreas, do Sapo, Gulandim, do Silva, Catolé e os canais da Levada e do Trapiche. O Rio Mundaú, que forma a Laguna Mundaú, representam importantes recursos hídricos do município.

Quanto ao número de áreas protegidas, Maceió possui uma situação bastante positiva e diferenciada, visto que atualmente 9 áreas protegidas foram reconhecidas total ou parcialmente no seu território. São 4 Áreas de Proteção Ambiental: Pratagy, Catolé, Santa Rita e Costa dos Corais; 1 Parque Municipal: O Parque Municipal de Maceió e 4 RPPNS: Tobogã, Aldeia Verde, Aldeia do Mar e Senador Carlos Lyra. A tabela a seguir mostra o percentual de área das unidades de conservação no território de Maceió:

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Nome da UC

RPPN Senador Carlos Lyra

RPPN Aldeia do Mar

RPPN Aldeia Verde

RPPN Toboga

Parque Municipal de Maceió

APA da Santa Rita

APA do Catole e Fernão Velho

APA do Pratagy

APA Costa dos Corais

Área Total(ha) da UC

396,27

31,28

13,66

1,00

89,44

9.638,79

3.710,93

20.891,24

405.802,15

Área emMaceió (ha)

201,45

31,28

13,66

1,00

89,44

1.118,89

2.135,88

12.184,16

76,58

Percentual da UCno município de

Maceió

50,84%

Fonte: Base de dados digital de Unidades de Conservação de IMA/AL

100,00%

100,00%

100,00%

100,00%

11,61%

57,56%

58,32%

0,02%

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A partir das informações relativas a área das unidades de conservação no município de Maceió, podemos constatar que 15.852,47 hectares do território maceioense são cobertos por essas áreas, o que representa um percentual de 31,51%. Tal informação é de grande relevância no que se diz respeito a considerar o município o que detém maior número de unidades de con-servação do estado de Alagoas. Com isso, na ótica do processo crescente de urbanização, essas áreas tem uma função ainda maior, que é a de resguardar recursos ambientais e estratégicos - principalmente hídricos - para o desenvolvimento da cidade e da sua Região Metropolitana.

Quanto a cobertura vegetal remanescente no município, segundo dados do IMA, estima-se algo em torno dos 136,26km² ou 26,62% do município possui cobertura vegetal nativa. Entre-tanto, o crescimento acelerado para áreas menos urbanizadas está gradativamente diminuindo esse percentual. Algumas áreas são bem representativas no que se refere a cobertura florestal contínua, como por exemplo, a área da APP do IBAMA, sede do Instituto em Alagoas, cuja área detém em torno de 52 hectares localizada na área urbana de Maceió. O Parque Municipal é outra referência, localizado no bairro de Petrópolis, possui cerca de 82,4 hectares de área. Possui com cinco trilhas ecológicas: A Trilha principal, com 1.748 m; a Trilha da aventura, com 774 m; a Trilha da paz, com 152 m; a Trilha da mata, com 321 m e a Trilha pau-brasil, com 187 m inclusive detentora de fauna ameaçada de extinção. A mata de Fernão Velho, inserida na APA do Catolé, cuja proteção das encostas e do solo garante uma área com impressionantes e numerosas nascentes.

O Município de Maceió possui aproximados 40km de linha de litoral, com suas belas praias e restingas, contados desde a Foz do Rio Sahuaçuhy, divisa com o município de Paripueira até a restinga do Pontal da Barra, no Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba, mais pre-

Aeroporto Zumbi dos Palmares

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cisamente na Boca da Barra. Nessa região se formaram os recifes, ora de franja, ramificados a partir da praia, como o existente no clube Alagoinhas, localizado entre as praias da Ponta Vede e a Jatiúca, ora de barreiras lineares, como os encontrados na Pajuçara, Pontal da Barra, Riacho Doce e Ipioca.

Na área litorânea do município, são várias as praias com características diversas onde o tu-rista pode escolher desde mais afastadas com relação ao centro da cidade, até as mais próximas na área mais urbanizada. De norte a sul: Sauaçuhy, Ipioca, Sereia (ou Pratagy), Riacho Doce, Garça Torta, Guaxuma, Jacarecica, Cruz das Almas, Jatiúca, Ponta Verde, Pajuçara, Avenida, Sobral e Pontal.

Restingas são superfícies arenosas, alinhadas em paralelo e marginais a linha de praia, onde pode ser revestida de vegetação característica. São formadas pela deposição de areia trazidas do mar com a contribuição de um rio ou laguna. São estruturas bem dinâmicas, podendo perder ou ganhar material e até “se moverem”, dependendo do sabor do rio ou laguna. Pelo seu for-mato e a presença da Laguna Mundaú sendo barrada, apenas se encontrando com o mar na área conhecida como Boca da Barra, Maceió já deteve o nome de “Cidade Restinga”, dada pelo geógrafo Ivan Fernandes Lima.

Os recifes existentes em todo o litoral alagoa-no e especificamente no litoral maceioense pos-suem uma importância primordial para o esta-belecimento de diversas cadeias que envolvem a fauna, a flora, a dinâmica das correntes e a estabi-lidade das praias. Claro, também representam importantes atrativos tu-rísticos, onde o visitante pode observar a vida marinha neste pequeno universo. Esses recifes podem ter sua formação de arenito, que são aqueles formados pela consolidação das areias por milhares de anos ou coralíneos, formados pela sobreposição do esqueleto dos corais, que são seres vivos de extrema importância para o ecossistema marinho.

A porção do município marginal a Laguna Mundaú é outro belo atrativo, de altíssimo po-tencial ambiental, turístico e econômico. Compreende as encostas dos tabuleiros cobertas por vegetação de Mata Atlântica, a maioria presentes no domínio da APA do Catolé, margeando a laguna nos bairros de Fernão Velho e Bebedouro. Já no bairro do Pontal da Barra, nos limites da APA de Santa Rita, a planície litorânea forma pequenas dunas na área conhecida como Restinga de Maceió, onde o visual paradisíaco mescla com a culinária, cultura e artesanato locais.

Porto de Maceió

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É difícil escolher qual a praia mais bonita de Maceió, Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca, Garça Torta? Mas a de Ipioca exerce um poder de fascínio sobre os alagoanos, e tam-bém nos turistas. O bairro, onde nasceu Floriano Peixoto, lembra uma típica vila de pescadores com seus barcos, sítios, coqueirais, praia serena e águas mornas, e mar com azul da cor do céu. Na estrada que nos leva à Praia de Ipioca, barraquinhas com mangas, cajus, doce de caju ameixa, lagostins e peixes fresquinhos vão despertando a gula.

Com o cenário de tirar o fôlego, a hotelaria investiu no bairro. A rede alagoana de hotéis Salinas, abriu o Salinas Maceió, depois outros empreendimentos vieram, como os restaurantes saborosos e charmosos, atraindo turistas que chegam e logo se apaixonam por esse paraíso, em Maceió, antes privilégio dos moradores.

Salinas Maceió All Inclusive Resort - : AL-101 Norte, KM 124 - Ipioca, Maceió/ Telefone: (82) 4020-3296/ www.salinas.com.br

MACEIÓ - LITORAL NORTE

Praia de Ipioca

VIVER BEMNIDE LINS

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NIDE LINS

Gastronomia Hibiscus é nome de uma flor. Em Maceió, é o beach club charmoso na Praia de Ipioca. Para

quem deseja aproveitar o dia no éden com estilo, dois espaços (beach ou o lounge), beijando a praia, comidinhas de frutos do mar, coqueirais, sombra, água de coco e espumantes. Lá tem aula de stand up gratuita, com duração de 15 a 20 minutos.

O espaço beach funciona com sistema day use com ótima infraestrutura. São gazebos, espreguiçadeiras, redes, quadra poliesportiva de areia, espaço para massagens, piscina infantil, área kids e música ao vivo.

O espaço lounge, construído sobre um deck de madeira de reflorestamento, é composto por 17 lounges que acomodam até 10 pessoas cada. No sistema de day use, oferece serviços exclusivos como DJ e sommelier, com dicas de harmonização de vinhos e espumantes com as delícias da gastronomia regional.

Condomínio Angra de Ipioca - Rodovia AL 101 Norte - Ipioca, Maceió / Telefone: (82) 3234-1340/ Segunda a domingo das 8h às 17h / Aceitam-se cartões. [email protected]/ www.hibiscusbeachclub.com.br

Kareuóka (frutos do mar/ vegano e ve-getariano). No Kareuóka (em Tupi Guarani significa Cabocla) Bistrô Bar, a felicidade é traduzida nas comidinhas da chef Denise Xavier, uma alagoana arretada, que tem o dom de brincar com as pimentas, aromati-zando e atiçando nosso paladar. Cozinha au-toral, com destaque para os frutos do mar e da lagoa, a exemplo do sururu (patrimônio imaterial de Alagoas) com espuma de peixe e pimentas. O cardápio tem pratos fixos, mas todo mês muda o menu da chef. Restaurante oferece receitas vegetarianas e veganas com ingredientes frescos, a exemplo o “tiradito” de coco verde e cebiche de caju.

Rodovia AL-101 Norte - Ipioca, Maceió/ Funciona: sexta das 18h às 21h sábado das 12h-16h/18h-21h domingo das 12h às 16h Telefone:(82)99824-1949

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Dica da Nide

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Ocara (Frutos do mar/ Regional)Decorado com máscaras carnavalescas e telas dos artistas plásticos Petrúcio Nazareno e

Antônio Cabral (também chef de cozinha), o restaurante Ocara lembra os sobrados de Olinda. Imperdível: conchinhas do mar, um mix de lagosta, carne de siri e camarões com toque de dendê, leite de coco, finalizado purê de macaxeira polvilhado com queijo parmesão. Cozinha de frutos do mar e regional. Rua da Igreja, 70/ Ipioca. Das 12h ate 17h de terça a domingo/ Telefone: 3234.1196/ Aceitam-se cartões

Vila Chamusca (Frutos do Mar)Acarajé com massa de macaxeira, batizada de macarajé, com recheio de camarão, é a entrada

de boas vindas do restaurante Vila Chamusca, especializado em frutos do mar. O destaque vai para os camarões e lagostins. Comandado pela chef Silvana Chamusca, o espaço tem como toque especial a vista do mar do Alto de Ipioca. Cozinha frutos do mar.

Rua da Igreja - Ipioca, Maceió - Funciona nas sextas, sábados e domingos, das 12h até 18h/ Telefone: (82)99993-1050/ Aceitam-se cartão.

Pratagy (Pescaria) É um bairro que preserva um magnífico manguezal e conta com a presença de rios que

desaguam no mar formando belíssimas piscinas naturais, e dois empreendimentos dão estadia aos visitantes com muito conforto: Pousada Casa Caiada, no alto do morro, cercada pela Mata Atlântica e onde, lá, aprecia-se a imensidão da praia. É indicada para casais. O Pratagy Beach All Inclusive Resort, é ideal para a família curtir o sol e a praia tranquila com sistema de tudo incluso na diária. Dentro do perímetro, o Café de La Musique é badalada casa de shows e destino no réveillon na beira do Rio Praia Pratagy.

Pousada Casa Caiada - Rodovia AL 101 Norte, Km 10, nº 20 - Pescaria, Maceió / Telefone: (82) 3027-7331/ www.pratagy.com.br/pousada-casa-caiada/pousada/

Pratagy Beach All Inclusive Resort AL 101 Norte, Km 10 Nº 10202/ Telefone (82) 4009-7400 / Reservas: 82 4009-7405/ www.pratagy.com.br

Café de La Musique - Rodovia AL-101 Norte, Km 10, 12 - Pescaria, Maceió - Telefone: (82) 99687-2785

Praia da Sereia No litoral norte de Maceió, uma escultura de sereia, construída, em 1962, pelo artista per-

nambucano Corbiniano Lins, desperta o olhar de turistas. Para os alagoanos, o monumento já faz parte da história da cidade, tanto que a praia ficou conhecida como da Sereia. O lugarejo é ideal para a família levar as crianças por conta da barreira de coral formando várias piscinas naturais. Em datas como 8 de dezembro, dia de Iemanjá, centenas de pessoas costumam jogar suas oferendas homenageando-a, pedindo paz, saúde e felicidade. Na orla tem bares simples e próximo, há o Mirante da Sereia com melhor ângulo para registrar a beleza do monumento.

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Praia de Riacho Doce A exuberante praia de Riacho Doce inspirou o escritor José Lins do Rego a escrever o ro-

mance de mistérios, traições e de uma grande paixão. Um casal de suecos chega em Alagoas e a loura Edna se extasia com a força tropical do país que ela acaba de descobrir. Apaixona-se por um mestiço nordestino, Nô, uma das figuras mais empolgantes de toda a rica ficção do autor do livro Riacho Doce.

Riacho Doce continua inspirando paixões, o povo vive numa típica vila de pescadores, com igrejinha, praça e suas famosas boleiras, que dão sabor ao lugarejo com os bolos de macaxeira, milho, grude, pé de moleque, tapiocas, beijus… No povoado, fica a Pousada Kazatao (leia-se casa tal), antiga residência do casal Nilo e Gilda Bugarelli, que agora compartilha a história da família com os visitantes e alagoanos também.

Kasatao by Toque (Cozinha contemporânea)O restaurante charmoso da pousada Kasatao by Toque é aberto ao público por meio de

reserva. O cardápio tem frutos do mar, carnes, e opções vegetarianas que levam a assinatura do chef Nilo. O ravióli de batata doce com molho pesto e camarões é uma das estrelas da cozinha. A cocada de forno, patrimônio da Pousada do Toque, também empreendimento da família de Nilo e Gilda, conquista paladares em Riacho Doce.

Kazatao by Toque - Avenida General Luiz França de Albuquerque, 1320 (Rodovia AL 101 Norte)/ Riacho Doce – Maceió 82 3355-1152 / 82 99664.4909 / 82 99380.2644/ http://kazatao.com.br/a-kazatao/

Tradições Beiju, bem quentinho e sequinho, polvilhado com coco,

também conhecido como chapéu de couro, é uma das tra-dições das boleiras de Riacho Doce preparado em fornos de barro. Além dos beijus, tem tapiocas, grude, pé de moleque, bolos de macaxeira e milho. O grude é um clássico da gastro-nomia alagoana, a simples mistura da goma de tapioca e coco ralado. Já a tapioca misturada, só se acha em Riacho Doce, feita da união da goma de tapioca e coco ralado. Os tabuleiros das boleiras são tradições passada de mãe para filha, há séculos.

Os doces e bolos de Riacho Doce são vendidos em tabuleiros à beira da estrada. Rodovia AL-101 Norte – próxima à Igreja Nossa Senhora da Conceição nos finais de semana e feriados.

Cozinha mineiraPanela Mineira - Frango com quiabo, torresmo, costelinha suína, tutu à mineira… Estas são

algumas “mineirices” do quintal do doce lar de Sil, em Riacho Doce. O espaço gastronômico chama-se Panela Mineira, mas não tem placa, e é preciso fazer reservas. Avenida General Luiz de França Albuquerque (Rodovia AL 101 Norte), 1053 – Riacho Doce - Funciona de quarta a domingo, das 12hs às 17h – Telefone: (82) 99844.8389.

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Carnes grelhadas/ regionalFilé do Zezé – A estrela do restaurante é o filé mignon, temperado na simplicidade, na

receita, apenas sal, manteiga de garrafa e a churrasqueira de carvão para grelhar a carne ao gosto do cliente (ao ponto, malpassada ou bem passada). Esta sabedoria também é aplicada nas costelinhas, no lombo de porco e fígado, e a carne fica suculenta e saborosa. O restaurante é simples, mas o filé legitimo na manteiga de garrafa é um clássico do litoral norte de Alagoas.

Rua Boa Vista, 100 – Riacho Doce – Depois da Praça José Emídio de Carvalho (sentido Litoral Norte de Maceió) entra na primeira à esquerda/ Funciona de quarta a domingo, das 12h até as 16 horas.

Pizzaria/ cozinha mineiraO Ora-Pro-Nobis Pizza Bar é comandado pela dupla Diego Soares, de Tupã, de São Paulo

(nas panelas), e Reges Madureira, de Belo Horizonte (na administração). Da cozinha saem boas pizzas, pasteis e costelinhas suínas com tempero mineiro e dos bons.

Funciona de terça a sábado, das 17h30 às 23h30/ Domingo, até as 23h/ AL 101 Rodovi-ário Norte, 51 – Riacho Doce (ao lado da Igreja Nossa Senhora da Conceição)/Telefone: (82) 3355 1193

Pizzaria/ massas Santorégano – A árvore

centenária é a identidade do Santorégano, levando beleza ao sítio que abriga a casa de pizzas e massas. A pizza fresca picante com berinjela, curtida no azeite, cebola, aliche, pi-mentões e azeitona, é um dos destaques. Ela ainda leva, por cima, lascas de queijo parme-são e rúcula. A casa de pizza e massas tem jardim, música ao vivo e parquinho infantil. En-dereço: 56, Rodovia AL-101 - Riacho Doce, Maceió/ Telefone: (82) 3355-1222

Praia de Garça Torta Garça Torta é uma das praias mais queridas dos artistas, músicos, poetas... Com o charme

de vila de pescadores, com praça, igreja e a Casa da Arte, típica casa de pescadores, e colônia de pescadores que abastece restaurantes do litoral norte. A praia é calma, e na maré baixa os corais aparecerem formando piscinas naturais, com e currais-de-peixe, uma forma tradicional de pescaria. Barzinhos dão ainda mais charme à praia.

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Pousada elegante - A Flor de Lis nas-ceu da visão de Jubson e Carmen. Eles queriam um refúgio que pudessem dividir com os amigos. A pousada utiliza, em sua estrutura, materiais sustentáveis, nobres e ecologicamente corretos. A energia solar vem de 80 painéis instalados na proprie-dade que tem plantas nativas da Mata Atlântica, no paisagismo, e é a pioneira em sua categoria a ser totalmente aces-sível a portadores de necessidades espe-ciais, com rampas e elevador, além de ser pet-friendly.

Cozinha contemporânea/ frutos do marLis Bistrô é o charmoso restaurante da pousada. Com cardápio assinado pelo chef Jonatas

Moreira (Akuaba e espaço Vera Moreira), tem cozinha contemporânea com ênfase nos frutos do mar. O prato mais querido é o polvo glaciado com mel e arroz negro. Atende com reserva.

Flor de Lis Exclusive Hotel - Rua São Pedro, 520 - Garça Torta, Maceió - Telefone: (82) 82 3355 1721 / 98125 8501 / 98189 2320 / www.flordelisexclusivehotel.com.br

Cozinha regionalBar do Carlinhos - Um dos bares clássicos de várias gerações é o Bar do Carlinhos, antes

conhecido como Bar de seu Manoel. Da cozinha, saem caldinhos feijão e de bobó de camarão e, além dos frutos do mar, tem cupim assado. Cervejas artesanais alagoanas, MPB, POP e Rock tem assento cativo na praia de Garça Torta.

Rua São Pedro, 474-710 - Garça Torta, Maceió.

Cozinha francesaLua Cheia – Restaurante charmoso de cozinha francesa com as receitas clássicas como o

magret de pato grelhado é acompanhado por molho de cogumelo seco e purê de batata. O camarão flambado no uísque recebe sugo de açafrão é outra estrela do Lua Cheia.

Rodovia AL-101 Norte, quilômetro 14 - Garça Torta - Telefone: (82)3355-1186 Funciona: sexta e sábado das 18 as 23h30 domingo das 12h às 17h.

Guaxuma Mar mais agitado com vastos coqueirais, barzinhos e casas de veraneio. No final do ano,

Guaxuma é palco do Réveillon “Nem Vem” (@reveillonnemvem), no Bar do Brasil, com ban-das autorais. Com público 80% de jovens, a festa tem um conceito democrático: quem quiser, pode levar as bebidas e comidas. Mas, se preferir maior comodidade, a cozinha e o bar da bar-raca também funcionam normalmente, aceitando todos os cartões. O legal é ver o sol nascer na praia, com os pés no chão. Neste éden alagoano você também encontra a pousada do Sesc.

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Cozinha regionalBar Brasil – O bar descolado oferece o rico de cardápio com comidas do mar, como cama-

rão Bar Brasil, lagosta ao thermidor, lagosta grelhada, e o mais amado é o Cariocão, tradicional, prato feito (PF) da casa com feijão, arroz, salada, ovo frito, e uma proteína. Nesse caso, o peixe é a melhor opção. Rua da Praia, 62 – Guaxuma/ 3355-3138

Hospedagem

Pousada do Sesc Guaxuma - R. Cel. Mário Saraiva, s/n - Guaxuma, Maceió - /Telefone: (82) 2123-2800

Jacarecica A Praia de Jacarecica é indicada para os amantes de surf. Localizada no bairro residencial,

também é sugestão para aos ciclistas conhecerem praias urbanas no melhor estilo, vida saudade. De Jacarecica até a Praia do Pontal, barriquinhas de sucos, água de coco, e outras delicias dei-xando o trajeto mais instigante.

Cruz das Almas A Praia de Cruz das Almas é cheia de ondas, outro destino dos surfistas. O bairro conta

com uma rede de hotéis e pousadas, além do Parque Shopping que valorizou a região. Norte de Maceió, tem ótimas opções de hotelaria.

Gastronomia

Cozinha de frutos do marO Del Mare é comandado por Thaísa Mello, que deixou tudo pela profissão de chef. Na

sua cozinha polvo, peixe, camarão, lula têm assento cativo. Um bom exemplo é o “Camarão empanado com tapioca” com a tradição da goma de tapioca, além festivais promovido pela casa.

Funciona de quarta-feira a sábado, das 12hs às 15h, e das 19h até às 23h/ Domin-go, das 11h30 até 16h30/ Rua Dois, n° 5, Cruz das Almas (pela praia entra na rua do Hotel Reymar e depois na segunda rua a direita)

Cozinha árabe Damasco – Restaurante árabe sob a batuta do casal Miguel e Helga de Paula. Apaixonado

por Alagoas, a dupla fez sua primeira moradia em São Miguel dos Milagres, onde nasceu o Restaurante Damasco. Mas o convite para abrir o Damasco, no Hotel Ritz Lagoa da Anta, foi irresistível. Na cozinha, saem charuto, linguiça de tripa de carneiro, esfirra... Um dos destaques é o kibe cru Aleppo, receita tradicional, feita com carne crua, cebolas, hortelã e cebolinha,

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temperada com pimenta síria e especiarias, além da inovação da carne quente por cima do kibe. Funciona de segunda a sábado das 19h às 23h/ Almoços: sexta-feira e sábado/ Hotel Ritz

Lagoa da Anta: Telefone (82) 2121-4000/ Aceitam-se cartão

Cozinha autoral/ francesaO Castro Bistrô Bar funciona no Parque Shopping Maceió, com comidinhas que navegam

entre as tradições francesas e intervenções nordestinas e brasileiras, sob a batuta do chef Jo-natas Moreira. Uma das dicas é o Steak Tartare, carne crua, finamente picada e servida com mostarda, ketchup, maionese e alcaparras. O restaurante é ponto de convergência para apreciar um cafezinho na deliciosa companhia de Mil Folhas do Castro, sobremesa com camadinhas da massa crocante que desmancha no céu da boca, recheio de chocolate e polvilhadas com açúcar e com afeto.

Matsubara Hotel Av. Brigadeiro Eduardo Gomes, 1551 - Lagoa da Anta Telefone: 82 3214 3000 / www.matsubarahotel.com.br.

Ritz Suítes Rua Nova Brasília, 51, Cruz das Almas / Telefone: 82 3312 2000 . ww.ritzsuites.com.br

Hotel Ritz Lagoa da Anta - Av. Brigadeiro Eduardo Gomes de Brito, 546 - Lagoa da Anta, Maceió - Telefone: (82) 2121-400.

Conde Hotel Rua Ouvidor Mendonça (antiga Rua Nova Brasília), nº 111 - Cruz das Almas. Telefone: 82

3325 1947 / www.condehotel.com.br .

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A Praia da Jatiúca tem suas nuances. De um lado é serena, e do outro as ondas dominam. Qual a sua praia? Fique com as duas, pois são lindas. Caminhe para sentir a brisa do mar e perceber que, depois da Ponta Verde, a Praia da Jatiúca é cordial, com barquinhos no vai e vem no balanço das águas, Já próximo à praia de Cruz das Almas, o mar é para a geração dourada do sol, dos surfistas. O bairro vai além das belas praias, hotéis e pousadas. Ela é celeiro da gastronomia, com restaurantes, bares, boates, pubs e botecos, uma diversidade de aromas, sabores e nacionalidades. Seja para um cafezinho, beber uma gelada, saborear comida de boteco e até na cozinha de grandes chefs, a Jati-úca é para curtir a praia, comer, beber, dançar e ser feliz.

JATIÚCA

Praia de Jatiúca

VIVER BEMNIDE LINS

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NIDE LINS

Cozinha brasileira/ autoral/ mineira

O Divina Gula é trintão. Nasceu na Praia da Jatiúca, no verão de 1988. Bem próximo do mar, o boteco de comida mineira, logo conquistou os maceioenses com os sabores de Minas Gerais. Comando pelos mineiros André Generoso (chef) e sua esposa Claudinha Mortimer (in memoriam), a casa cresceu, virou restau-rante, mudou de endereço, mas continuou no mesmo bairro.

Apesar dos 30 anos, as tradições mineiras continuam. Mas a cozinha é brasileira e autoral. Além de André, seu filho Vitor Generoso, formado na França, trouxe as técnicas do mundo para fazer o melhor pescado, carne, camarões na cozinha do Divina Gula. De lá saem os pra-tos mais queridos, como a picanha na chapa e o caldinho de feijão, e muita novidade como o torresmo de macaxeira e o ancho do mar (carne nobre coroada com camarões secos e com purê de beterrabas, farofa de camarão seco, manteiga e um pouco de cebola). Divina Gula é da Associação Brasileira dos Restaurantes da Boa Lembrança. Av. Engenheiro Paulo Brandão Nogueira, 85 - Jatiúca – Funciona de terça a domingo, das 12h até 0h/ almoço executivo sexta e domingo das 12h às 15h/ Telefone: (82) 3235-1016. Aceita cartão.

Akuaba/ cozinha afro/ baianaO dendê, de sabor e aroma marcantes, nos remete ao restaurante Akuaba, da família da

chef Vera Moreira. Ela, baiana de nascimento e alagoana de coração, não trouxe apenas as lem-branças da Bahia, mas também a culinária afro brasileira, e, garanto, ela não se resume apenas ao acarajé. Um dos pratos clássicos dessa culinária é a Fufunha, postas de peixe frito no azeite de dendê, salada de quiabo e farofa de inhame. No restaurante, as moquecas de peixe e camarão são as mais queridas, bem como as caipiroscas. Para adoçar o paladar, o pudim de tapioca de Vera, que só a mestra sabe fazer. Axé! Akuaba é da Associação dos Restaurantes da Boa Lem-brança. Rua Ferroviário Manoel Gonçalves Filho, 6- Jatiúca - Telefone: 82- 3325 6199 | 3355 8005/ Funciona de terça a domingo, das 11h às 23h

Cozinha autoralEspaço Vera MoreiraPara desvendar os sabores da cozinha do chef Jonatas Moreira é apreciar o menu do chef

de terça a sexta-feira, no Espaço Vera Moreira, das 12 até às 15. Nas receitas os ingredientes alagoanos são as estrelas, o polvo é servido com os tentáculos inteiros, de cor vermelha, são macios, delicados, mas a concepção da obra é que é o segredo de sua cozinha. O molusco vem na emulsão de mostarda com pontinhos de páprica picante, mel e aí é que entra a surpresa, o bacon Pernambuco, Yaguara Ecologico. O chef é mestre dos pescados, mas também no que-sito carne, é o tal como a rabada desfiada sem gordura, servida com pirão. O menu do chef

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Dica da Nide

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muda toda semana, sempre uma grata surpresa ao paladar. A noite é a la carte com as criações do chef Jonatas Moreira, que herdou o talento da chef Vera (Akuaba) e formada em gastrono-mia na França. Rua Ferroviário Manoel Gonçalves Filho, 6- Jatiúca - Telefone: 82- 3325 6199 | 3355 8005/ Menu do chef de terça a sexta-feira, das 12 as 15h/ Jantar a la carte de quarta a sábado das 19hs às 0h00.

Cozinha vegetariana/veganaSer-Afim- Pasteis de brócolis, de queijo tofu, de legumes, todos temperados nas ervas, são

os sabores da gastronomia vegetariana e vegana do restaurante Ser Afim, da chef Nídia Batta-glia, uma argentina de coração alagoano. O lugar é agradável, zen, florido e com feira orgânica. O restaurante é buffet livre com saladas, frutas, massas, arroz, sopas, quiches, quiche (massa fina feita com farinha integral) com recheios que mudam todo dia, além da feijoada vegetariana e culinária baiana sem frutos do mar. Rua Paulina Maria Mendonça, 141 - Jatiúca / Funciona de terça a domingo, das 12hs às 15horas/ Telefone: (82) 3026-3155

Cozinha autoral Sur - Feijão verde, bem novinho, é uma dádiva na mesa nordestina. Temperado na man-

teiga, azeite, ou misturado na farinha... É bom demais! Mas, a dupla de chefs Serginho Jucá e Felipe Lacet, do restaurante Sur adora incrementar com outros ingre-dientes alagoanos, a exemplo da nata, deixando-o ainda mais apetitoso. Para escoltar o feijão, farofa de pão na chapa, costelinha glaceada no balsâmico e a cebola roxa em pétalas com molhinho da carne. O restaurante Sur também tem culinária fit e vegetariana, com receitas sa-borosas, a exemplo da crepioca (goma de tapioca) com queijo brie e brócolis. Na casa ainda tem o famoso Sur-burger de hambúrguer artesanal com de filé com camarão empanado, maionese dijon, queijo e cebola caramelizada. E haja supresas. Rua Paulina Maria de Mendonça, 759 – Jatiúca/ Jantar: De terça a domingo 19:00-23:30/ - AL/ Telefone: (82) 99678-1687

Villa Maceió Food ParkNo Food Truck BBQ os churrascos são de cortes das carnes ancho, chorizo e bife de tiras,

todos com textura macia e suculenta, e o sal perfeito. Para acompanhar, a batata recheada com queijo e bacon é muito bacana. O próprio churrasqueiro boliviano Pablo Sanches cuida de tudo, desde a compra dos produtos até a finalização da carne. Os churrascos bolivianos é uma das estrelas da Villa Maceió Food Park, que tem uma variedade de comidinhas para todos gostos e bolsos. Villa Maceió Food Park : De terça a quinta, das 18h às 23h, sexta e sábado, das 18h às 00h, e aos domingos das 17h às 23h/ Rua Lourenço Moreira da Silva,280, Jatiúca

Cozinha autoralNajuany Bistrô - Hidra é risoto de polvo com molho pesto e com toque do molho de to-

mates. A novidade são as folhas frescas de Beldroelga (lembra espinafre), que acentuam o sabor

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nos grãos de arroz molhadinhos. O risoto é uma das especialidades do restaurante Najuany Bis-trô do chef boliviano Boris Guimbare, que comanda as panelas recheadas de comidas contem-porâneas, com ênfase para massas caseiras e risotos. Já a sua esposa Karolyn Oberg é sommelier de cervejas artesanais. Indicado para dois. Rua São Francisco de Assis, Jatiúca- 73/ Terça a Quinta das 19h as 23h/ Sexta a Sábado das 19h a 0h/– Telefone: 3317.4290/Aceitam-se cartão

Cozinha italianaBasilico Ristorante Italiano - Para quem deseja conhecer a alma do restaurante italiano Basí-

lico, deve seguir a dica da chef Lory e pedir o Tris di Primi (trio de degustação). São três massas e molhos, e todos são de pedir bis: fettuccine com molho de Porcini (cogumelos italianos), lasa-nha de carne e capeletti (com recheio de carne) ao molho de quatro queijos. De uma coisa tenho certeza, quem provar do Tris di Primi, volta ao restaurante para comer cada uma das massas. As massas e os molhos são produzidos pela própria chef, e o cardápio é recheado de receitas italianas clássicas. Av. Antônio Gomes de Barros, 86/ Funciona de 11h às 23h, de quarta-feira a segunda-feira- Fecha na terça/ – Jatiúca – Telefone: 3432.7553/ Aceitam-se cartões.

Maria Antonieta - A lagosta dos mares alagoanos lembra uma sereia. No Maria Antonieta,

do chef Breno Gama, é dos manjares do restaurante. A cauda da lagosta é grelhada na man-teiga de ervas (ingredientes que combinam perfeitamente com o crustáceo), escoltado pela massa negra e legumes cortados como talharim. O Maria Antonieta também abraçou a receita do Camarão Alagoano do Bar das Ostras, patrimônio Imaterial de Alagoas. O restaurante é de comida italiana, mas tem memória afetiva com Maceió. Av. Dr. Antônio Gomes de Barros, 150 – Jatiúca/ Funciona todos os dias das 12hs às 15hs/ das 18até 0h/ Telefone:(82) 3202-8828

Cervejas artesanaisA Jatiúca tem duas casas de cervejas artesanais alagoanas: a Deodora, com bar e loja, e a

Das Lagoas, com conceito de pub bar e fábrica. Mas quem deseja fazer um tour turísticos pelas brejas deve agendar visitas a Hop Bross, no bairro São Jorge, da Deodora, no Distrito Industrial (Tabuleiro do Martins), e na Caatinga Rock’s, na cidade de Murici. Em Maceió, duas cervejas piratas (produzidas nas fabricas locais) também são boas pedidas: Mingula e Cervejaria

Cozinha brasileiraArrí Chopperia - De segunda à sexta-feira, no Arrí Choperia, tem comidinhas caprichadas,

com sabor caseiro mais elaborado, em especial os famosos pratos executivos. Basta seguir a regra, primeiro, escolhe-se uma proteína (carne, peixe, frango e suíno) e, segundo, adiciona-se mais quatro acompanhamentos entre arroz, feijão, salada, batatas, legumes e farofas. O res-taurante comandado pelo chef Guilherme Jordão, também funciona à noite com as cervejas artesanais. Rua Hamilton de Barros Soutinho - Jatiúca, 690/ Jatiúca/ Funciona segunda e terça das 10h30 às 15h/ Quarta à sexta até 00h/ Domingo das 10h30 às 15h/ Telefone: (82) 3316-7335/ Aceitam-se cartões.

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Cozinha brasileiraMaikai Choperia – É uma casa que tem balada, samba, shows e, na segunda, há a Noite do

Turista, com direito a forró. Na cozinha também é show de sabores, no cardápio, tem petisco assinado pelas chefs Mariana Bernardes, a hot dog com sabor de cerveja, croquete de costela, bolinho de feijoada, linguiça com de farinha de panko, cebolinhas crocantes, pastéis além da seleção de chopes, caipirinhas, caipirosca e gente bonita para paquerar.

Av. Eng. Paulo Brandão Nogueira, 540 – Jatiúca. Funciona: De terça à sexta, das 17h até o último cliente/ Sábado e domingo, a partir das 16h/ Segunda, às 20h até o último cliente, com a Noite do Turista ( noite de forró e show comédia)/ Telefone: (82) 3305-4400

Cozinha mexicanaLa Rosa - Na primeira garfada, a gordurinha natural da costelinha de porco se sobressai

e o tempero caliente desperta o paladar. Para escoltar a iguaria suína, batatas com cascas bem sequinhas sal e pimenta. Para abrandar o céu da boca, invista na cerveja artesanal ou drinques, La Rosa, culinária Tax Max (mistura da gastronomia mexicana e texana e algumas pitadas es-panhola) sob o comando da chef Amanda Junqueira. Indicado para veganos e vegetarianos.

Rua Professora Maria Esther da Costa Barros, 239, Jatiúca. Funciona de quarta a segunda

das 18h às 00/ Endereço: / Telefone: (82) 99925-8748. ChurrascoSr. Brasa - Barriga de porco, uma das partes mais saborosas da carne suína, temperada ape-

nas com sal. Primeiro, ela é grelhada, depois cortada em tiras e retorna para o churrasqueiro, por fim, chega em cubos para ser degustada sem cerimônia e com alguns pingos de limão. Claro, cerveja gelada, e assim a vida segue no Sr. Brasa, um boteco “trilegal” (expressão gaúcha para dizer que é muito bom) do famoso Zeca (José Cleber Rodrigues), na Jatiúca.

Avenida Paulo Falcão 782/ Jatiúca – Funciona de terça a sábado, das 17h às 0h/ Sábado a partir das 11h./ domingo das 11h às 16h. Telefone:(82) 3317-4227/ Aceitam-se cartões

Cozinha PeruanaWanchako - Maceió apareceu no cenário nacional da gastrono-

mia com o Restaurante Wanchako, o primeiro e o melhor peruano do Brasil sob a batuta da chef alagoana Simone Bert. As estrelas da casa são os cebiches (frutos do mar marinados no limão) e o arroz de polvo Dom Manuel, sucessos desde 1996. O cebiche mais que-rido é o festival de ceviches (Peixe, camarão, costaneira e tiradito al fresco). A entrada batizada de “Pulpo al Olivo”, o polvo em lâminas finas com molho de azeitona preta e cebola roxa curtida, é um man-jar dos deuses incas! Wanchako tem uma unidade no Jatiúca Resort.

Rua São Francisco de Assis, 93 - Jatiúca, Telefone: (82) 3235.2151/ Funciona de segunda a quinta das 18h às 23h/ sexta a sábado das 18h às 00h30.

Hotel Jatiúca – De segunda aos domingos das 12h00 às 15h00

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/ segunda a quinta-feira das 19h às 23h/ sexta-feira e sábado das 19 as 0h/ Fechado às terças--feiras.

Chuyo Cocina Peruana - Causa é um prato típico do Peru, feito com purê de batata, agra-ciado com pedaços de peixes temperados no limão e pimenta aji. Está é uma das estrelas do restaurante chef Lucas Padilha, do Chuyo Cocina Peruana. No cardápio tem cebiche, tiradito e outros clássicos da cozinha peruana. Av. Dr. Júlio Marques Luz, 1116/ Funciona de terça a quinta das 18h30 as 22h30h/ Sexta a Domingo 18h30 às 23h30h/ Sábado das 11h30 às 14h30/ Telefone: (82) 9 93161509/ Aceitam-se cartões.

Cozinha ÁrabeCia. do Kebab Ayasofhia - Batizada de Kebab, a carne é prensada e temperada com pimenta

síria, dedo de moça, hortelã, cominho e outras especiarias. Ela pode ser servida no pão árabe (redondo, grande e fino) ou também na versão de petisco com três acompanhamentos: coa-lhada, homus (pasta de grão de bico) e capponata (refogado de berinjela, pimentões coloridos, azeitona, cebola, castanha do Pará, ameixa, uvas passas e azeite). Restaurante de comida árabe também tem outras tradições como kibe e opções vegana e vegetariana. Av. Antonio Gomes de Barros, 427 Jatiúca/ Telefone: (82) 99144.6444/ 99635.0887/ Funciona de terça a domingo das 18h até meia noite

Cozinha nordestinaÔxe Comedoria - Na receita da tapioca bordada, o queijo vem por fora formando uma capa

crocante na iguaria, depois, é escolher o recheio, sugiro o de charque para ficar bem nordestino. Esta é uma das delícias do Ôxe Comedoria, restaurante do chef Rodrigo Aragão, que navega entre o tradicional e contemporâneo. Das novidades, o feijão cozido com bacon, pé de porco, cebola e agraciados com tripinhas, bem crocantes. Já o sanduíche de língua, com picles de ma-xixe, é a revolução nordestina ao paladar. Av. Antônio Gomes de Barros 124 A/ Telefone: (82) 3377-5568/ Funciona de quarta a segunda das 17h30 às 23h/ Aceitam-se cartões.

Maria Bonita - Goma originária da mandioca vira tapioca, beiju e, recentemente, é pãozi-nho de queijo, impossível de comer apenas um. A novidade é do Restaurante Maria Bonita, que abriu o espaço gastronômico de alimentos sem glúten, mas que tem macaxeira, cuscuz, e até o acarajé integra a história do cantinho alagoano que começou com a tapioqueira Rosiane de Araújo, na praia da Jatiúca. Av. Antônio Gomes de Barros, 126 – Jatiúca -Telefone: (82) 3325.1749/ Funciona de segunda a sexta, das 18hs às 23h/ Sábado e domingo das 18h as 0h/ Aceita cartão.

Cuscuzeria Café – Nordestino ama cuscuz e quem viaja até Alagoas é contaminando por esta paixão. Na Cuscuzeria Café, a tradição manda e desmanda no paladar, basta escolher entre os recheios de charque, bacalhau, linguiça, sardinha, carne de sol e até a versão de cartola, com banana assada, queijo coalho, açúcar e canela. Na casa, também tem café completo para duas pessoas com cuscuz, ovo, pão, queijo, pão, bolo, geleias, café e leite. Av. Antônio Gomes de Barros, 1076 – Jatiúca/ Funciona de terça a sábado das 8hs às 11h/ 16 até 22h/ domingo das 8 às 12h e das 17 às 22h/ Telefone: 3034.8000

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Recanto da Macaxeira – No restaurante a raiz também conhecida como aipim reina sobe-rana, é o ouro da casa. Para acompanhar a macaxeira cozida, aposte na carne de sol (preparado da casa) com queijo coalho, picanha de carneiro e outras carnes. O escondidinho é um clássico da casa, o que chama atenção é a maciez do purê da macaxeira, que recebe queijo e leite de coco (mas não se percebe o gosto. Os de camarão e de carne de sol são ótimos. Rua Artur Charles Dorvile 231 Jatiúca/ Funciona de segunda a sábado, das 18h as 0h/Telefone: 98855.6845

Bodega do Sertão – O buffet é colorido e farto, tem tudo da culinária nordestina, como tapioca, pão de macaxeira, sanduiche de queijo manteiga, carne de sol com nata, arroz de queijo coalho derretido, carneiro guisado, baião-de-dois, sarapatel, macaxeira, mungunzá e outras ma-ravilhas que dão água na boca. O local lembra uma casa do interior, com típica vendinha com artesanato, doces e cachaças. Avenida Júlio Marques Luz, 62 – Jatiúca. Segunda a sábado das 11h30 às 22h/ Domingo das 07h às 22h/ Telefone (82) 3327-4446/ Aceitam-se cartões.

Hambúrguer artesanal O Santo Burguer aterrissou na Jatiúca numa casa bem bacana e jovem. O sanduíche que

leva o nome da casa: “Santo Burguer” é com 180 gramas de carne suculenta, bem temperada, e vem coroada com fatias de bacon super crocrante, queijo cheddar e cebolas caramelizadas (no saquê). Todo mês acontece um milagre no bairro da Jatiúca, nasce um hambúrguer e molhos diferentes para fazer a festa dos fãs do Santo Burger . Av. Dr. Antonio Gomes de Barros - 525 - Jatiúca. Funciona: de quarta à segunda, das 18h às 0h. Fechado nas terças

Cervejas artesanaisNa Jatiúca tem duas casas de cervejas artesanais alagoanas, a Deodora, com bar e loja e Das

Lagoas, com conceito de pub bar e fábrica. Mas quem deseja fazer um tour turísticos pelas bre-jas, deve agendar também visitas a Hop Bross no bairro São Jorge, Deodora no Distrito Indus-trial (Tabuleiro do Martins, e a Caatinga Rock’s na cidade de Murici. Em Maceió há duas cervejas piratas (produzidas nas fábricas locais) da Mingula e Cervejaria 66.

Sanglu Padaria e Café - O chocolate é belga, textura macia, desmancha no céu da boca, e o mais instigante é que essa torta derruba a teoria de que gu-loseimas sem glúten e sem lactose não têm sabor. Não leva farinha de trigo, nem leite, é uma declaração de amor ao paladar. Brownie zero de lactose e zero de glúten é SanGlu, Padaria e Café pre-

Foto: Thomaz-Japiassú

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parado pela alagoana Débora Tigre, que também oferece pães, sanduíches, tortas, bolos, doces e salgados livres do glúten e lactose. Av. Dr. Antônio Gomes de Barros, 664 - Jatiúca, Maceió - Funciona de segunda a sábado, das 9h às 21h/ Telefone: (82) 3316-5083

PUB/ Dança Fábrica Pub é o destino para curtir a noite alagoana. Localizada no coração da antiga Amélia

Rosa, a casa reúne drinks bem elaborados, comidinhas e shows com bandas locais. Lugar para dançar no ambiente moderninho, de iluminação intimista. O drinque que arremata corações é o Fábrica Cinnamon, bebida com gin tônica, refrescante e aromática. A grata surpresa é a borda de canela e açúcar, onde até o cravo faz casamento perfeito. Av. Dr. Antônio Gomes de Barros,565 / Funciona de quarta a quinta, das 18h até a 01h00/sexta e sábado até às 03h/ (82) 99937.0137

Cozinha contemporânea Lila, Brigadeiro e Bistrô - Peixe sirigado, com crosta de ervas e risoto de limão siciliano, é

uma das receitas deliciosas do Lila, Brigadeiro e Bistrô. O lugar, muito charmoso, é da chef Lícia Maranhão, conhecida com Lila. Os doces são capítulos à parte. Difícil é escolher apenas um mimo doce, pois todos são bons. Os brigadeiros, por exemplo, guardam o sabor de infân-cia. São macios e delicados, e no Natal eles viram árvore. Na casa tem almoço executivo com entrada, prato principal e sobremesa. Rua Augusto Cardoso, 111, quadra 5, Jatiúca – Telefone: (82) 3028-2298/ Funciona de terça a sexta-feira, das 12h às 19h/ sábados e domingos das 12h às 17h.

Cozinha saudável Moseria Conveniência e Refeições é lugar para apreciar o café da manhã, com pães artesa-

nais, geleias naturais, sucos e saladas de fruta, almoço e jantar. Para almoçar, as dicas são: peixe com macarrão de abobrinha, medalhão de filé ao molho pesto, com batata gratin e saladinha Moseria . Na opção vegana, o risoto com quinoa, manga, tomate, ervas e outras iguarias é uma boa pedida da casa. Além disso, o local dispõe de produtos orgânicos na vitrine Ed. Espanha, Loja 3, Av. Álvaro Otacílio, 3731 – Jatiúca/ Funciona de segunda a sábado das 8h às 20h.

Hambúrguer artesanal Oba Pizza’n Burger - Além das pizzas, a casa, comandada pelo chef João Guilherme Gama,

também agrega, no mesmo espaço, hambúrgueres artesanais. Um dos sabores homenageia o Estado e foi batizado de “Alagoano”, um hambúrguer feito com 100% de carne de sol moí-da no pão tostado em manteiga de garrafa, maionese de coentro, queijo coalho e fios de mel de engenho. Detalhe: todos os pães são tostados com manteiga de garrafa, sabor peculiar do Nordeste. Av. Dr. Antônio Gomes de Barros 585/ Funciona todos os dias, das 18h às 23h30- Jatiúca/ Telefone: (82) 3313-1010/ (82) 98203-7781

Pizzaria e massas

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No Armazém Guimarães, várias placas antigas, com nomes de ruas, remetem a Maceió de outrora. A casa re-volucionou o mercado de pi-zza com as bordas recheadas. Feitas no forno à lenha, com diversidade de sabores: da clássica margherita à versão batizada de Pau de Arara, que leva carne de sol desfiada. Av. Dr. Antônio Gomes de Bar-ros – Jatiúca/ Funciona todos os dias, das 8h até a 0h/ Tele-fone: 82) 3325-4545

Massarella - Fundado em 1988, no bairro de Pajuçara, mudou para o bairro da Jatiúca em 1993. No cardápio há carpaccio, saladas, massas, sobreme-sas, entre outras opções.

Rua José Pontes Magalhães, 271- Jatiuca/Telefone: (82) 3325 6000/ funciona de terça a quinta, das 12h até a 00h/ Sexta e sábado, das 12h até a 01h/ Domingo 12h até a 00h.

R. Comerc. José Pontes de Magalhães, 271 – Jatiúca/ Funciona de Terça a Quinta 12h às 00h/ Sexta, sábado 12h às 01h/ Domingo 12h às 0h/ Telefone: (82) 3325-6000

Food truckMalibu Pokebr - O poke é prato típico do Havaí, que mistura cubos de peixe fresco com

arroz estilo gohan, molho de soja, legumes e até frutas... Ele saiu das ilhas havaianas, passou pela Califórnia fazendo barulho e agora parou para pegar um sol em Maceió. Comida leve e saudável nos sabores salmão, atum, kani, camarão. Também com opções vegetariana e vegana

R. Comerc. José Pontes de Magalhães, 271 – Jatiúca/ De quarta a domingo, a partir das 18h30/

Comida de ruaRice’s Hot Dog - O alagoano Ricardo Arroz armou box batizado de “Rice’s Hot Dog”, na

Jatiúca para vender sandubas e sucos, com foco no hot dog, porém o pão francês com mor-tadela abafou o sanduíche de salsicha. O sanduba de mortadela é o rei dos sandubas com 340 gramas do embutido. Outro sanduba de sucesso é o de pernil do porquinho é assado, depois desfiado, e ganha reforço com ovo, cebola, pesto de ervas, queijo coalho e molho barbecue.

Rua Hamilton de Barros Soutinho ,76 BOX 3 - Jatiúca/ Funciona de segunda a sábado das 7h até às 21h/ Domingo das 7h até as 15h. Telefone: (82) 3317.4365

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Hospedagem

Jatiúca Hotéis e Resort Rua Doutor Mário Nunes Vieira, 220 – Jatiúca/ Telefone: (82) 2122 2000 http://www.hoteljatiuca.com.br

Cais da Praia Álvaro Otacílio, 4353 - Jatiúca / Telefone: (82) 2121 3636 www.caisdapraia.com.br Hotel Brisa Tower Av. Álvaro Otacílio, 4201 – Jatiúca/ Fone: (82) 2122 4000 www.hotelbrisatower.com.br Hotel Pousada Des Basques Avenida Júlio Marques Luz, 694 – Jatiúca/ Telefone: (82) 3325 8000 www.hoteldesbasques.com.br Hotel Praia Bonita Jatiúca Endereço: Av. João Davino, n° 66 – Jatiúca/ Telefone: (82) 2121 3702 www.praiabonita.com.br/jatiuca Maceió Atlantic Suítes Endereço: Av Álvaro Otacílio, 4065 - Jatiúca /Telefone: (82) 2121 5656 www.maceioatlantic.com.br Marinas Maceió HotelAv. Álvaro Otacílio, 30 - Jatiúca / Telefone: (82) 2122 7000 www.marinashotel.com.br Pousada Ecomaceió Av. Desembargador Valente de Lima, 204, Jatiúca / Fone: (82) 3317-8551. www.pousadaecomaceio.com.br Saint Patrick Praia Hotel Avenida Júlio Marques Luz, 186 – Jatiúca/ Telefone: (82) 3325 7785 www.stpatrickpraiahotel.com.br

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Nos dias de domingo a Praia de Ponta Verde é o xodó das famílias alagoanas e vi-sitantes. A pista da orla é fechada para uma verdadeira terapia e dá para curtir o mar e se divertir sem preocupações com o trânsito, pois aquela via é aberta para o povo fazer dela um espaço de lazer. Nada de carros. Apenas bicicletas e charretes podem trafegar em paz. E em vez de ver a banda passar, dance ao som da Banda de Música da Polícia Militar que alegra as manhãs com ritmos que vão do samba ao forró, passando pela valsa. Dá até para dançar, feliz, no palco aberto da praia.

PONTA VERDE

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Brincando no mar

Entre as barracas mais badaladas da Ponta Verde, Lopana e Kanoa, esta a empresa Sup Ma-ceió, ponto de partida para a prática de esportes náuticos como o Stand UP Paddle e caiaque, com aulas e passeios no mar durante o período de meia e uma hora, tempo para deslizar pelas praias de Ponta Verde e Pajuçara. Já as bikes aquáticas são uma deliciosa brincadeira, de 15 mi-nutos ou meia hora, que também te levam a descobrir o que as praias de Maceió proporcionam o melhor lazer do mundo. Telefone: (82) 98726-1517/ Instagram : @sunsupmcz. Meia Hora de Stand UP e caiaques: R$20 e 1h: R$30/ Bike: 15 minutos R$20/ meia hora R$ 30

Cozinha de frutos do mar/ regional

LopanaAs minis bruschettas, em vez do pão italiano, entram em cena os beijus (feito de goma de

tapioca), ganham recheio de camarões, temperados ao sal, limão e polvilhado com queijo par-mesão. A criação das bruschettas nordestinas é de Eduardo Salles, proprietário do Lopana. O cardápio de frutos do mar, também tem pratos executivos, saladas, tudo inspirado na culinária regional, mas com inovações. Com música ao vivo, DJ e uma equipe de caipiroscas, caipirinhas e outros drinques, o verão tem mais sabor, e até ganha festa quando a estação chega oficialmen-te. Réveillon e carnaval também são datas comemoradas na barraca de praia mais charmosa, Lopana.

Piscina Pedra ViradaO catamarã do Lopana tem capacidade para 58 passageiros e conta com estrutura de banhei-

ro, bar e internet wi-fi. A embarcação oferece um percurso diferente do realizado pelas tradi-cionais jangadas. São aproximadamente três horas de passeio panorâmico, com três paradas para banho: a primeira, próxima à Pedra Virada; a segunda, na região das Piscinas Naturais e, a terceira, na enseada em frente ao próprio Lopana. Saídas na maré baixa do Lopana.

Av. Sílvio Carlos Viana, 27/ Ponta Verde – Maceió/ Terça a Sexta: 10h às 00h Sábados/Domingos/Feriados: 09h às 01h/ Telefones: (82) 3231-7484/ (82) 99101-9357.

Cozinha regional

Kanoa Beach BarCervejas, sucos e frutos do mar, entre os petiscos mais requisitados está o filé de agulhinha

enrolado em queijo de coalho, servido com geleia de pimenta-de-cheiro e acerola no charmoso quiosque de praia com canoa de madeira, telhado de palha e música ao vivo.

Av. Sílvio Carlos Viana, 25 - Orla de Ponta Verde - Ponta Verde, Maceió

Declaração – Quem passar pela orla da Ponta Verde, nas proximidades do Alagoinhas, verá o totem “Eu Amo Maceió”, instalado estrategicamente na parte mais bonita da cidade para guardar a lembrança da orla mais bonita do Brasil.

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Acarajé alagoano – Próximo ao Alagoinha tem carrinho de acarajé no estilo alagoano. Afinal, a gastronomia se molda à cultura de um povo. A massa da tradição africana é a mesma, o feijão fradinho batido com o dendê para fritar; contudo, o recheio é de camarão (não é o seco) cozido na batata inglesa.

Sanduíches – O sanduíche batizado de Shrimp Roll, tradição americana, ganhou uma versão alagoana pelo chef Farias Filho. Ao em vez de lagosta, entrou o camarão na maionese tem-perada. Ele também adicionou mostarda, cebola roxa, aipo, um pouco de pimenta sriracha e finalizou com cebolinha verde. Tudo no pão brioche. Este é um dos sanduíches do Food Truck Nômade, que também tem massas frescas.

Praia da Ponta Verde, na calçada da antiga Famiglia Giuliano / Funciona todos os dias, das 17h às 22h30. Telefone: (82) 9.9921-1880/ @nomadefoodtruck1

Fermentação natural

Pão Natural - os pães de fermentação natural têm seu cantinho sagrado na mini padaria artesanal, especializada em pães, Levain (fermentação natural). Nos sabores de tomate seco, manjericão, chocolate, canela, açafrão, eles agradam todos os paladares. Além da venda de pães e lanches também, nos dias de sábados e domingos, tem café da manhã.

Rua desportista Humberto Guimarães, 541A , Ponta verde . Telefone: 99833-8378Terça à sexta das 14h às 20h/ Sábados e domingos: 8h às 12h30m / @lepainpaes_

Cozinha Vegana/ Vegetariana/ Sem GlútenA loja da Erva Doce, Doce Erva, da Ponta Verde, abriga o Espaço Anandda de culinária

vegana, vegetariana e sem glúten, com lanches e almoço buffet livre. No espaço tem saladas, caldos, cremes e lanches, além da culinária baiana na sexta-feira, e da feijoada, no sábado. Uma grata surpresa de sabores da gastronomia sem nada de origem animal.

Rua Engenheiro Mário de Gusmão, 560/ Funciona de segunda a sexta das 12h às 17h Sá-bado - 9h às 15h/ / Telefone: 3432-5001l 99104-9973 / @espacoanandda

Trem Bão – para os amantes da culinária mineira, o food truck Trem de Minas, no Alagoinha, trouxe para a Praia da Ponta Verde a tradição do pão de queijo mineiro (sem glúten) que viram deliciosos sandubas. No recheio? Linguiça mineira com geleia de pimenta, carne ao vinho, hambúrguer artesanal e pernil com cebola caramelizada com mostarda de jabitucaba. Ao todo são dez sabores para fazer a fes-ta. Quem comanda a cozinha é Alessandra Mundim, uma goiana apaixonada por Maceió e pela comida mineira com sabor da roça. No Food Truck Alagoinha também tem outros sabores: D’Itália massas, Brisa Burguers, Regional, Pakino- Pizza Artesanal, Maria Coxinha e o Falafel do Egito. Av. Sílvio Carlos Viana, 2183-2189 - Ponta Verde.

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O Quintal Food ParkAo invés de pão, duas bolachas de arroz japonês macias por dentro e com uma casquinha

bem crocante de farinha panko (pão japonês). Para agregar mais sabor, a iguaria ganhou recheio de salmão cru ou grelhado. O Sushi Burger é um dos food truck do espaço gastronômico O Quintal, Food Park. Lá, os trailers e bicicletas estacionam com suas comidinhas. São hambúr-gueres, churrasquinhos, massas, drinques, doces...

Rua Carlos Tenório, Ponta Verde/ Funciona às terças, quartas, quintas e domingos, das 17h às 23h/ Sextas e Sábados das 18h às 00hs.

Cozinha italiana/contemporâneaA Veneto Trattoria tem charme nos cinco ambientes da casa. Do jardim às salas, a casa tem

arte para todo lado e inspiram paixões e amizades com sabor e vinhos. Do chef alagoano, Thia-go Brandão, saem maravilhas, como o espaguete de tinta de lula com frutos do mar (camarão, mexilhão e lula), finalizado no alho, cebola, tomates cerejas e azeite. Também imperdível é o nhoque artesanal, com textura macia, no molho de bacalhau com natas e toque de azeitonas.

Rua José Freire Moura, 250-322 – Ponta Verde / Funciona de terça a sábado, a partir das 18h/domingo das 12h às 15h. Aceitam-se cartões/ Telefone: 3013-0812

Cozinha franco/italianaGrand CruNas mesas elegantes descansam papeis e canetas para

a gente escrever sentimentos sobre os vinhos. Esta é a marca Grand Cru, franquia de bebidas que aterrissou na Ponta Verde. O restaurante comandada pelo chef Thawã Calisto, e com a consultoria das chefs Mariana Bernardes e Flávia Soares, a cozinha franco/italiana, com tradições do steak tartar (carne crua picada), clás-sico da culinária francesa, até o criativo pastel aberto de rabada desfiada. Rua Engenheiro Mário de Gusmão, 560 – Loja 01 – Ponta Verde/ Funciona de terça a sába-do, a partir das 19h / sexta-feira com almoço executivo, das 12h às 15h / Telefone: (82) 3435-0045

Cafetaria/ doceria/ alimentos funcionais

Na Le Brulé Café & Doceria é impossível bebericar apenas um café. O cappuccino Le Brulé é prova disso. Preparado com café Martins, leite cremoso e canela, surpreende o paladar com o brigadeiro brulé dentro da xícara, que se derrete no calor, e tem doce de leite nas bordas. Para acompanhar, bolos, doces, tortas, biscoitos sanduíches... E tem a linha Levfun com produtos com zero de refinados, lactose e glúten. R. Gen. João Saleiro Pitão, 1037 - Ponta Verde, Maceió- Telefone: (82) 3325-2037. Funciona de segunda -Sábado das 8h às 21h | Domingo e feriados das 9h às 19h.

Magret de Canard au Poivre com Musseline de Mandioquinha

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JaponêsRestaurante Hatsu Izakaya não fez

nem um ano e já figura entre os 10 melhores do Brasil pela revista @re-vistavip. O chef paulista, Roger Lima, apostou nos peixes alagoanos e, pelas suas mãos, até o sururu cabe nas pa-nelas da culinária japonesa. O peixe serra, pescado de Maceió, é uma das estrelinhas do restaurante japonês. De textura firme, cor transparente, vem no molho de gengibre, pimenta dedo de moça e broto de beterraba. Rua Ge-neral Saleiro Pitão, 1037, Ponta Verde/ Telefone: 3028-224/ Funciona de terça a domingo das 19 às 23h/ sexta e do-mingo para almoço das 12h às 15h.

Cozinha francesa/ contemporânea

Le CorbuSteak Au Poivre é o filé no molho de pimenta, com arroz no molho da carne, uma tradição

francesa que, há 20 anos, conquista os corações e o paladar dos fãs do Restaurante Le Corbu – casa fundada, e pilotada até hoje, pelo chef Jorge Bandeira, que utiliza técnicas francesas, orientais, italianas, mas com a alma de brasilidade na cozinha de seu restaurante. Tons de verme-lho e branco predominam no ambiente inspirado nas obras do arquiteto francês Le Corbusier. Rua Desportista Humberto Guimarães, 877, Ponta Verde – Telefone: 3327-4326/ Funciona de quarta a sexta-feira das 12h as 15h e 19h às 23h/ Sábado apenas jantar e domingo, só almoço.

Pizzaria/massas

A Sabatelli vai além das pizzas. Em um de seus risotos instigantes, a pera é o diferencial da re-ceita. E não é que ficou bom? Por sinal, uma ótima opção para os vegetarianos. O grão italiano arbóreo é cozido no caldo de legumes e, na finalização, são adicionados pedacinhos da fruta. Mas também tem o Riso del mare: arroz de frutos do mar (camarões, lula e mexilhões). Rua Desportista Humberto Guimarães, 882/ De terça a domingo de 18h às 00h / domingo almoço das 12h às 15h/ Telefone: (82) 3185-8899.

Cozinha brasileira/regional

AnamáNo Anamá Restaurante, que em Tupi Guarani significa família, instalado no coração do bair-

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ro de Ponta Verde, a gastronomia é rica em referências regionais com ênfase nos frutos do mar, camarões, peixes, além do carneiro, carne do sol, saladas, risotos, massas, e do bom feijão com arroz, que encanta os brasileiros. À noite, o café regional também possui a praticidade do self-service juntamente com um cardápio acompanhado de deliciosos cafés feitos para agradar o seu paladar. O destaque são as variadas preparações de tapiocas, cuscuz recheado, sopas e car-nes diversas. Av. Sílvio Carlos Viana, 2501, Ponta Verde/De segunda a sexta-feira – das 11h30 às 15h/ Sábados, domingos e feriados – das 11h30 às 16h/ Jantar: Todos os dias das 17h às 22h/ Telefones: (82) 3305-4405/ (82) 9 9926-9776/ (82) 9 8118-2524.

Cozinha regionalO Restaurante Ana Silva funciona no sistema de quilo. Amplo, prático, localizado no bairro

da Ponta Verde, funciona os três horários: café, almoço e jantar, com comidinhas já consagradas como o arroz de cordeiro, com arroz bem soltinho e a carne macia e bem temperada. Contudo, o cardápio é vasto, com direito à torta de banana diet preparada com maisena. Show de bola. Prof. Sandoval Arroxelas, 542 – Ponta Verde, Telefone: (82) 3028-9611/ Funciona todos os dias: Café Regional das 6h às 10h30/ Almoço das 11h30 às 15h/ Café regional com sopas das 16h30 às 21h.

Cozinha francesa/Wine BarA cozinha do Patrick’s Wine Bar revive as receitas do antigo Gstaad, da época sob a direção

do francês Patrick de Neufville Pénicaut, de 1993 até 1995, uma tempo de glamour na capital alagoana. E assim, Patrick resgatou o filet a sibérienne, flambado e com molho madeira, champion e levemente empa-nado com páprica. É servido com o arroz mistura-do ao próprio caldo da carne, deixando o sabor do grão mais intenso. Tem almoço executivo nas sextas e também é casa de vinhos. Rua Odilon Vasconce-los, 517 – Ponta Verde/ Telefone: (82) 99991.8650/ 3028.9916. Funciona de quarta a sábado das 18h às 0h/ sexta-feira das 12h às 15h.

Cozinha de frutos do mar/regional

Janga - Os camarões à milanesa, envolvidos com queijo e presunto, são uma das receitas clás-sicas da mesa alagoana. O Restaurante Janga adicionou queijos mussarela e parmesão, presunto em cubos, camarão, molho bechamel (molho branco), e finalizou com batata palha. Assim nasceu o “Camarão Jangadeiro Alagoano”, um dos pratos mais queridos da casa que é da mes-ma família do, xxxx na Ponta Verde, especializado em frutos do mar. Rua Coronel João Saleiro Pitão, 1296, Ponta Verde/ Funciona de terça, quarta e domingo das 11h30 às 15h30/ Sexta e Sábado até meia noite/ Telefone: (82) 3028-3288.

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Grelhados

Fusion GrillCostela polvilhada com queijo parmesão é uma das estrelas do Fusion Grill. A casa é famosa

pelas carnes grelhadas, mas tem dias dedicados à feijoada, galinha com pirão e cozido. O res-taurante é charmoso e a noite oferece o cardápio variado, com petiscos, hambúrgueres, pizzas...

Rua Dep. José Lages, 469 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3024-3005 Funciona: De domingo a quinta das 11h às 23h30/De Sexta- Sábado: 11h às 00h30

Cozinha regional/Buffet

Mestre CucaNa cozinha brasileira, o tradicional feijão com arroz nunca sai de moda. Quanto mais tradi-

cional melhor. E se tiver aquele bife, purê de batata feito com manteiga e um pouco de leite... Esta tradição é uma das maravilhas do Mestre Cuca, restaurante com buffet de cozinha regio-nal, e no jantar oferta cuscuz, sopas, carnes guisadas e camarões. A casa tem uma filial no bairro do Farol, na Casa da Indústria, com mesmo cardápio e oferece uma panorâmica da cidade.

Ponta Verde - Rua Deputado José Lages, telefone: 3317.1970. Funciona todos os dias das 11h às 15h/ Jantar das 17h às 2130. No Farol – Casa da Indústria – Telefone: 82 2121-3075/ Sábados: noite dançante para casais/ Funciona todos os dias das 11h às 15h

Grelhados/cozinha regional

CaruaruNinguém o conhece como Antônio Nilson. Talvez do a família. Mas pelo apelido, Caruaru,

ele é para lá de popular. Seu apelido está associado ao restaurante que tem o galeto mais famo-so de Maceió, o Caruaru Galleteria Beer. Além do galetinho desossado, também tem outras vedetes, como a galinha guisada, o pão de alho, filé, carne de cupim, charque e carneiro, todos assados na brasa. Rua Carlos Tenório, 360- Ponta Verde – Telefone: 3327.0782 – Aberto todos os dias das 11h30 até o último cliente – Domingo, das 11h30 às 18horas.

Comida de rua

Sr. Caldinho -Todo domingo, na Avenida Sílvio Vianna, na Ponta Verde, das 9h30 às 14h30 (próximo ao portão do lava-jato Clean Car), é dia dos caldinhos preparados com esmero por Andréa Callado, advogada, cuja paixão é a cozinha. Os sabores mais requisitados do Sr. Caldi-nho são: douradinho (de camarão com pedaços do crustáceo,com leite de coco produzido na cozinha da alagoana) e atoladinho (creme de macaxeira com charque desfiado, sal na medida certa, torresmo, ovo de codorna e cheiro verde). Av. Sílvio Vianna, 2321 (próximo ao portão do lava-jato Cleac Car), Ponta Verde/ Funciona aos domingos, das 9h30 às 14h30.

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Hambúrguer artesanalMontagu’s – Em 2012, a hamburgueria Montagu’s abriu suas portas na Ponta Verde com a

novidade do mini bacons crocantes nos sanduíches. A criatividade agradou em cheio o publico e continua na parada de sucesso até os dias atuais. O hambúrguer mais vendido é o Prime, 150g de hambúrguer de cordeiro, queijo gouda, mini bacon crocante, molho mostarda e mel no pão de cenoura.

Hotel Hollidy INN - Avenida Deputado José Lages, 405 A - Engenheiro Mario de Gusmão, S/N Ponta Verde/ Funciona todos os dias das 18h às 0h- Telefone: 33175616

O Sushi Bowl – BigJyo é nome do prato que vem com filé do salmão maçaricado e recheado com arroz japonês colorido, cream cheese, molho tarê, farofinha panko e coroado com couve crips. Está é um dos pratos do restaurante Sushi Bowl (taça de sushi), comida rápida servida numa cumbuqinha. No cardápio tem opção vegana com shitake (cogumelos), arroz colorido (tintas comestíveis) e salada oriental (acelga, cenoura, repolh roxo e cebolas). Rua Dep. José Lages, 405 - Ponta Verde/ Funciona - Todos os dias das 12h-15h/18h-22h30/ Telefone (82) 3432-3637

Hospedagem

Hotel Ponta Verde Maceió - Endereço: Álvaro Otacílio, 2933 - Ponta Verde. Telefone: (82) 2121 0040. Site: www.hotelpontaverde.com.br

Maceió Mar Hotel Endereço: Avenida Álvaro Otacílio , 2991 - Ponta Verde - Telefone: (82) 2122 8000 Site: www.maceiomarhotel.com.br

Hotel Costamar Endereço: Desportista Humberto Guimarães, 420 - Ponta Verde - Telefone: (82) 2121 3400

- Site: www.hotelcostamar.com.br

Coqueiros Express Hotel Endereço: Rua Desp. Humberto Guimarães, 830 - Ponta Verde - Telefone: (82) 4009 4700 Site: www.coqueirosexpress.com.br

Hotel Porto Da Praia Endereço: Rua Professor Abdon Arroxelas, 128 - Ponta Verde - Telefone: (82) 2126 2823 Site: www.hotelportodapraia.com.br

Pousada Praia Verde Maceió Endereço: Prof. Sandoval Arroxelas, 822 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3327-4040 Site: www.praiaverdemaceio.com.br

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Hotel Porto Grande Endereço: Rua Hélio Pradines, 125 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3357 2488 Site: www.hotelportogrande.com.br - Site: www.maceiomarhotel.com.br Pousada Estalagem. Rua Demócrito Sarmento Barroca, 70 - Ponta Verde Telefone: (82) 3327 1933

Holiday Inn Express Maceió Endereço: Rua Gaspar Ferrari, 175 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3194 1000 - Site: www.

hiexpress.com

Hotel Porto Grande Endereço: Rua Hélio Pradines, 125 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3357 2488

Pousada Estalagem Endereço: Rua Demócrito Sarmento Barroca, 70 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3327 1933

Pousada Praia Verde Maceió Endereço: Prof. Sandoval Arroxelas, 822 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3327-4040 - Site:

www.praiaverdemaceio.com.br

Ritz Plazamar HotelEndereço: Rua Carlos Tenório, 105 Ponta Verde - Telefone: (82) 2121 4700 - Site: www.

ritzplazamar.com.br

Ritz Praia Hotel Maceió Endereço: Rua Engenheiro Mário de Gusmão, 1300 - Ponta Verde - Telefone: (82) 2121 4600 Site: www.ritzpraia.com.br

Soft Inn Maceió Endereço: Rua Engenheiro Mário de Gusmão, 978 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3131 1609 Site: www.bhghoteis.com.br

Tambaqui Praia Hotel Endereço: Rua Engenheiro Mário de Gusmão, 176 - Ponta Verde - Telefone: (82) 2121 9999 Site: www.hoteltambaqui.com.br

Tropicalis Hotel Endereço: Eng. Mario de Gusmão, 1259, Ponta Verde - Telefone: (82) 3214 9900 Site: http://www.tropicalishotel.com.br

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“No mar de Pajuçara/ Deixar o sol bater no meu rosto/ Ai que gosto me dá/ E as jangadas partindo pra o mar…” Esta é uma das canções imortais sobre o mar da Paju-çara, um dos cartões-postais de Maceió com suas piscinas naturais. Para chegar a esse paraíso ecológico, contrate um jangadeiro para navegar até lá. O passeio é ao sabor do vento e água bate na jangada à vela, conduzida pelas mãos experientes dos pescadores. Para o passeio é preciso consultar a tábua de marés, pois só é possível fazer o percurso na maré baixa.

As jangadas ancoram lado a lado em torno das piscinas, onde os turistas podem nadar junto de corais e peixes coloridos. Quem quiser, pode alugar máscaras de snorkel para mergulhar, ou caiaques. Lá também tem jangadas com comidinhas de frutos do mar. Lembrando que é proibido deixar lixo e retirar corais. Aprecie, mergulhe e tire mui-ta fotografia para compartilhar. Além da beleza do lugar, das piscinas naturais avista-se a cidade de Maceió e seus coqueirais.

O passeio das piscinas naturais da Pajuçara é um dos mais antigos. A alagoana Yêda Rocha, hoje com 85 anos (famosa pelo livro “Delícias da Culinária Alagoana”), lembra que na sua adolescência era uma tradição das famílias levar os visitantes até esse paraíso.

PAJUÇARA

Praia de Pajuçara

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Passeio de Jangada - Duração entre 1h/ 1h30/Preço por pessoa: R$ 40,00/ Ponto de embar-que: Balança de peixe da Pajuçara.

Feirinhas - A Praia da Pajuçara é serena, ótima para caminhar, pedalar pela ciclovia, e apro-veitar suas duas feirinhas de artesanato: Feirinha da Pajuçara e Pavilhão do Artesanato, ambas com várias lojas e boxes que oferecem artigos locais e regionais. As cores e as formas diversas dão vida a matérias-primas como palha, madeira, cerâmica, fibra do coqueiro, couro e barro. Feirinha do Artesanato - Av. Dr. Antônio Gouveia, S/N - Box 67 - Pajuçara, Maceió Pavilhão do Artesanato- Av. Doutor Antonio Gouveia, 1447 e abre diariamente das 10h às 22h.

Comida de rua Balança de Peixe - Ao ar livre, a alagoana Maria Betânia Santos Nascimento é a chef “am-

bulante” dos mares há mais de 25 anos. No seu carrinho tem a cozinha improvisada, com as panelas brilhando e o aroma das lagostas, camarões e peixes, famoso chamariz dos alagoanos e turistas. Todos amam a experiência de comprar na Balança de Peixe e levar para Betânia prepa-rar na hora. A alagoana cobra por quilo para fazer a iguaria no capricho. O lugar é simples, com cadeiras de plástico, debaixo das sombras das árvores, apreciando o mar da Pajuçara.

Praia da Pajuçara – Atrás da Balança do Peixe/ Funciona todos os dias, das 10 até 17 horas – Telefone: 99663.2155

Sabores do Le PremierFilé poivre-de-cheiro - Do cruzamento de receitas francesas e brasileiras, nasceu o ‘Filé poi-

vre-de-cheiro’. São três camadas, couve crisp, filé mignon e, a grande vedete, torta de grude (goma de tapioca) salgada envolvida no molho da própria carne com pimentas biquinho e de cheiro. O prato leva ainda grãos de feijão frito. A criação é do chef alagoano Guga Rocha para o restaurante Le Premier, do Hotel Best Western Premier Maceió (leia-se família Brandão). Hotel de luxo no coração da Pajuçara, com vista para as piscinas naturais. Hotel Best Western Pre-mier Maceió - Av. Dr. Antônio Gouveia, 925 – Pajuçara, Maceió –Telefone: (82) 3023-8100/ Restaurante Le Premier Funciona de segunda a segunda para almoço e jantar/ Aceita cartões.

Cervejas artesanaisPub - Johnny’s Bar é um pequeno pub de cervejas e chopes artesanais alagoanos da Caatinga

Rocks, Cervejaria Clu66, Hop Bross e Mingula. No cardápio de comidinhas, amendoim com charque, tábua de linguiça, azeitona e queijo manteiga. Localizado no térreo do Hotel Acqua Suítes, na trilha sonora do Pub só música boa: MPB, Jazz, Blues, Rock para embalar a noite.

Hotel Acqua Suítes -Av. Dr. Antônio Gouveia, 845 – Pajuçara/ Telefones: 82 99405.4361/99335.959/ Funciona de Segunda-feira à quinta-feira, das 17h às 23h. Sexta e sá-bado, das 18h até meia noite. Domingo, das 16h às 22h.

Sorvetes - Carlos Regis e Lia Marque, cansados da grande metrópole, escolheram Maceió para viver e empreender. As belas praias da cidade foram determinantes na decisão. A Sorve-teria Bali nasceu em 28 de dezembro de 1990, então com 14 sabores. Atualmente são quatro

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lojas e mais de 90 sabores, para todos os gostos. Tem diet (sem açúcar), sem lactose (frutas com água), picolés, sorvetes, paletas, além de cafés e sobremesas. As opções de graviola, cajá, manga, coco, pitanga, mangaba e a tapioca, representam bem o sabor alagoano na Bali, que tem sempre novidades. Para o casal, Carlos e Lia, alagoanos de coração, o céu não tem limites. Avenida Doutor Antônio Gouveia, 451 – Pajuçara- (82) 3231-8833/ Rua Empresário Carlos da Silva Nogueira Jatiúca

Café da manhã – Quem ama o croissant, tipicamente francês, preparado com manteiga, saiba que a iguaria é a estrela do Mercure Maceió Pajuçara Hotel. Mas guarde espaço no estômago, porque são mais de 100 itens no café da manhã. O pão de chocolate e a baquete também vêm da França para integrar a seleção, além claro das tradições nordestinas no café. Av. Dr. Antônio Gouveia, 627 – Pajuçara – Referência: Em frente a praça Multieventos na Pajuçara/ Tel: 82 2122-9500.

Sueca Comedoria – A cozinha comandada pela família Vergetti é uma das tradições alagoa-nas. De sua cozinha saem peixadas, caruru, bobo de camarão, camarão no leite de coco, suru-ru, carneiro, pernil suíno e muito mais. Para cada receita, legumes, vegetais e frutas orgânicas que chegam direto da Fazenda para o restaurante da Pajuçara. O filhós é um doce singelo, de origem portuguesa. São fritos, ficando crocantes por fora e macios por dentro. Para escoltar a sobremesa, calda de açúcar. O doce alagoano é uma tradição nos dias de domingo. Restaurante por quilo. Avenida Dr. Antônio Gouveia, 1103 – Pajuçara - abre para o almoço de segunda a domingo - Telefone: 3327.0359 – Aceitam-se cartões.

Pizzaria Piccola Villa - Na cozinha da Piccola Villa, comandada pelo chef Beto Macias, a massa da

pizza é feita com farinha italiana Zero-Zero que, quando preparada, parece elástica, a textura é muito bacana e os recheios inusitados conquistam o paladar. A pizza de mozzarella, queijo brie, geleia de pimenta e azeite trufado, é uma das vedetes da casa. Conheça também a Burrata Alla Bologna, que é servida no pão artesanal, preparado com a mesma massa de pizza e coberto por mozzarella de búfala, fatias de mortadelas, polvilhado com pistache, que dá crocância à iguaria.Rua Jangadeiros Alagoanos, 1556 – Pajuçara/ Funciona de terça a sábado, das 19h até as 23h/ Domingo a partir das 18h30/ Telefone: (82) 98177-4040

Pizzaria Fornaria - Patacho, São Miguel dos Mila-gres, Barra de São Miguel… Os nomes alagoanos, que remetem às belas praias dos Litorais Sul e Norte do nosso estado, são os sabores da Pizzaria Forna-ria. O sabor de São Miguel dos Milagres, um dos lu-gares do Litoral Norte mais badalados de Alagoas, vem com tomate cereja, bolas de queijo de búfala, manjericão, mussarela e pimenta calabresa levemen-te picante no céu da boca. Rua Lessa de Azevedo, 48 – Pajuçara/ Funciona todos os dias das 18 até 0h30 - Telefone: 3327.8844

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BotecosRecanto do Caubi - Os pitus chegam no

Recanto do Caubi toda terça-feira, tem for-necedor fiel da cidade de Pão de Açúcar, e os crustáceos são preparados tradicionalmente na água e sal para petiscar, ou com pirão para almoçar. O tempero é sal e legumes, inclusive o sal é bem leve, mas o molho de pimenta de cheiro com cebola roxa, coentro e tomate, é essencial. Detalhe: o pitú tem sempre, mas a quantidade nem sempre é a mesma, nesse caso, é bom consultar antes. No Caubi o cardápio é vasto com carneiro guisado com pirão, rabada...Rua Senador Firmino Vasconcelos, 398 – Pajuçara/ Funciona de segunda a sábado, das 10 até às 22h - Telefone: 98744.7753/ 98897.3090 – Aceita-se cartão.

Buchada do Galego – O restaurante oferece a tradicional buchada, apenas uma funcionária trabalha exclusivamente ao preparo da iguaria, especialidade da casa. Depois de fazer o sarapa-tel, ela recheia os buchinhos e supervisiona o cozimento que totaliza doze horas. Mas o lugar tem outros quitutes, galinha ao molho molho pardo, carne macia, que vem envolvida em um caldo aveludado, mas também carneiro, carne na cerveja, fígado, peixada... No Galego o buffet é amplo e pode comer a vontade, saladas, feijão, arroz, macarrão, legumes cozidos, pirão...

R. Senador Firmino de Vasconcelos, 432 – Pajuçara / De Terça a domingo das 12h às 18h/ Telefone: (82) 99978-9852

Mergulho: Maceió é dona da orla urbana mais bonita do Brasil. Na cidade, tudo gira em torno do mar, como caminhar, pedalar, pescar, nadar, navegar, e claro, mergulhar. Nesta ultima ação é possível viver a experiência ímpar de fazer parte do mundo marítimo e ver as formações de corais, os peixes... Enfim, a essência do mar, no corpo e na mente. Na Praia da Pajuçara este sonho é possível com a empresa Let’sdive, uma escola e operadora de mergulho.

Piscina do AmorBatismo de Mergulho: é ideal para quem não tem curso, mas deseja experimentar o mergulho

pela primeira vez. Antes de se jogar no mar, o aluno assiste a um vídeo para aprender as regras do mergulho, faz uma aula com um instrutor em águas rasas e depois mergulha por 30 minutos na Piscina do Amor, uma piscina natural escondida no coração da Pajuçara. A Piscina do Amor é uma área de proteção ambiental e apenas empresas com autorização podem ir lá.

Curso de Mergulho: indicado para quem deseja aprender a mergulhar e se tornar um mer-gulhador certificado. Esse curso pode ser realizado em apenas quatro dias, com uma aula na piscina, uma aula teórica e quatro mergulhos. No final, o aluno receberá uma certificação in-ternacional da PADI que o habilitada a mergulhar até 18 metros de profundidade em qualquer lugar do mundo. Rua Jangadeiros Alagoanos, 645, Pajuçara/ Telefone: (82) 3316-5385 /[email protected]/ Instagram @letsdive

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Hospedagem

Acqua SuítesEndereço: Av. Doutor Antonio Gouveia, 817 - Pajuçara Telefone: (82) 3026 8002 Site: www.acquasuites.comBest Western Premier MaceióEndereço: Av. Dr Antonio Gouveia, 925 – PajuçaraTelefone: (82) 3023 8100Site: www.bwpremiermaceio.com.brBrisa Praia HotelEndereço: Av. Dr. Amtônio Gouveia,133 - PajuçaraTelefone: (82) 2123 4800 Site: www.brisahoteis.com.brMeridiano HotelEndereço: Av. Dr. Antônio Gouveia, 677 – PajuçaraTelefone: (82) 3202 5001Site: www.meridianohotel.com.br Hotel Íbis Pajuçara Endereço: Av..Dr. Antônio Gouveia , 277 - Pajuçara Telefone: (82) 2121 6699 Site: www.accorhotels.com.brPraia Hotel Sete CoqueirosEndereço: Av. Dr. Antônio Gouveia, 1335 - Pajuçara Telefone: (82) 2126 7777Site: www.hotelsetecoqueiros.com.brPajuçara Hotel Express Endereço: Av. Doutor Antonio Gouveia, 261 – PajuçaraTelefone: (82) 3026 7500 Site: www.pajucaraexpress.com.brPajuçara Praia Hotel Endereço: Av. Dr. Antonio Gouveia, 197 - Pajuçara Telefone: (82) 4009 1000 Site: www.pajucarahotel.com.brPraia Hotel Enseada Endereço: Av. Dr. Antonio Gouveia, 171 - Pajuçara Telefone: (82) 3231 4726 Site: www.hotelenseada.com.brVerde Mar Hotel Endereço: Av. Antônio Gouveia, 81 - Pajuçara Telefone: (82) 2123 5700 Site: www.hotelverdemar.com.br

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Antigo reduto da boemia, o bairro reúne museus, arquitetura nos antigos galpões de açúcar, atelier de artistas plásticos. Depois de caminhar pela história, o bairro que tem a melhor previa carnavalesca de Maceió com blocos de frevos, bailes de fantasias, também reúne relíquias da culinária de botecos e tradições imperdíveis.

JARAGUÁ

Rua Sá e Albuquerque, do velho bairro boêmio de Jaraguá

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Cozinha nordestinaPicuí - A costelinha de porco crocante e bem macia do Picuí é impossível de resistir. E ainda

vem na companhia de arroz de brócolis e rodelas de batata doce corada, casamento perfeito ao paladar. Sua apresentação é linda, mas além da beleza e do sabor, a perfeição está na textura da carne, tão macia que solta dos ossos. O criador desta obra de arte gastronômica é o chef Wanderson Medeiros. Para adoçar a vida invista no sorvete caseiro de sabor suave feito com rapadura e coberto com fios de mel de engenho. O restaurante é especializado em carne de sol e com tradições da culinária paraibana. Picuí é da Associação dos Restaurantes da Boa Lem-brança. Av. da Paz, 1140 Jaraguá, Maceió - Funciona de segunda a domingo das 11h30 às 17h

Telefone: 3223-8080/ 98881-0176 Telefone: (82) 3223-8080.

Cozinha regionalMercado do Jaraguá - A feijoada é marca registrada dos quiosques do Mercado Público do

Jaraguá, e tem todo dia, de segunda a sábado, no topo da lista de pedidos. Mas no Mercado também tem carneiro, carne de sol, galinha guisada, carne de panela, e vários quitutes da culi-nária regional. Também tem o tradicional café da manhã com cuscuz ou macaxeira, café com leite, pão e um tipo de carne guisada ou grelhada. No local tem vendas de doces caseiros e ar-tesanato, como do artista Aquiles Escobar. Mercado Público do Jaraguá. Avenida Comendador Leão, s/n- Jaraguá – Maceió/ De segunda-feira até sábado das 6hs às 15h. Domingo fecha/ Aceitam-se cartões

BotecoEspaço Cultural Rosa Mossoró – O PF de Rosa Mossoró não tem mistério. É comida casei-

ra, farta e com tempero nordestino. No cardápio tem arroz, macarrão, salada, carne guisada, carneiro, fígado acebolado, cozido, feijoada, cozido... Tudo na maior gostosura. Com o apoio de artistas, ela transformou seu espaço em Galeria de Arte, com destaque para o painel de Lula Nogueira e Gustavo Lima sobre o cotidiano do bairro histórico do Jaraguá. Rua Desembarga-dor Paulo da Rocha Mendes, 181 – Jaraguá, (em frente a Praça Rayol) – Todos os dias aberto das 9h até 21h/ Telefone:98836.6834

Tradições/ comida de ruaQuebra-Queixo - Na Rua Sá e Albuquerque, de segunda a sexta-feira, de 10h até 16h, encon-

tramos José Açucena da Silva. Um aposentado, que há mais de 20 anos faz e vende quebra--queixo na sombra do imponente prédio da Associação Comercial de Alagoas. Ele tem até uma cadeira para os fregueses. Doceiro, faz a guloseima com açucar, coco ralado e depois adiciona pedaços de amendoim e de coco. Segundo o alagoano, o segredo é acertar o ponto do doce para não ficar mole ou não açucarar. O quebra-queixo é o doce mais tradicional do Nordeste.Rua Sá e Albuquerque - De segunda à sexta-feira, a partir das 10 horas, entre o Banco do Brasil e a Associação Comercial.

Lanchonete/BotecoSeu Moacir - Com R$ 10,00, na lanchonete mais famosa da cidade, Caldilar, no bairro de Ja-

raguá, se come muito bem. Dá para comprar um cachorro quente de carne moída com salsicha

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e um suco de laranja natural. O preço está em cartaz há seis anos, informa o proprietário, seu Moacir, que há 50 anos comanda seu modesto empreendimento conhecido como “Cachorro Quente de seu Moacir”.

O curioso é que o nome Caldilar nasceu depois que Moacir assistiu ao filme Candelabro, que passou três meses em cartaz no saudoso cinema São Luiz (Centro da cidade). Ele gostou da mú-sica “AL DI LA”, e assim nasceu o nome, uma mistura de caldo de cana com a música do filme.

Rua Barão de Jaraguá, 311 - Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h30 até 17h30 e aos sábados das 8 as 12h/– Telefone 3325.5395 /Não aceita cartão

BotecoComo Naquele TempoNa vitrola, o disco de vinil toca os clássicos da cantora Maria Betânia. Assim é a rotina do

restaurante Como Naquele Tempo, onde a MPB é soberana, pois o chef Eugênio Rezende adora música popular brasileira, a qual tem assento cativo em seu empreendimento, onde a cozinha vem de sua mãe, com lembranças afetivas. De lá tem charque ao leite de coco, a galinha ao molho pardo é escoltada pelo pirão de mulher parida, uma tradição da gastronomia nordes-tina, bisteca de porco... Evidência para feijão caseiro com legumes, charque e calabresa, além de legumes cozidos e salada crua.

Avenida Juca Nunes, 75, Jaraguá/ De segunda a sexta buffet sem balança das 11h até as 15h/ e aos sábados pratos à la carte de 11h30 as 15h. Telefone: (82) 99314-5337/ Aceita-se cartões

BotecoBoteco do Uruguai é um lugar para compartilhar comidinhas do famoso “Campeon César

Piriz, o uruguaio” que foi morador de rua e virou empreendedor, ao lado de sua amada Angélica Magalhães. No modesto empreendimento tem coxinha (coxão de galinha), espetinhos, empa-nadas, camarão , bolinhos de batata doce com bacalhau, espetinhos de frango, carne, medalhão, fígado, calabresa, coração, charque e moela. Todos vêm escoltados pela farofinha e vinagrete. O molho de chimichurri, grande vedete do Boteco, acompanha os espetinhos. O grande sucesso da casa é a coxinha de galinha com batata inglesa. Rua Melo Póvoas, 165, Jaraguá/ Funciona de segunda à sexta, das 16 h às 0h/ Telefone:82 99153.8337/ Aceita-se cartões.

Casa de Show

Rex Bar Jazz: Jazz e outros shows ao vivo, além de coquetéis, em espaço aconchegante com iluminação

baixa e tijolo aparente. Endereço: R. Sá e Albuquerque, 675 - Jaraguá, Maceió - Telefone: (82) 99330-2880

Orákulo Chopperia Maceió - Casa de shows diversos com foco em rock e reggae com pe-tiscos e cervejas e clima descontraído. Praça Rayol 717 | Jaraguá, Maceió, Alagoas/ Telefone: (82)33267616

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O Farol é o clássico bairro da parte alta, com a cidade a seus pés. Tem vista espe-tacular de toda a orla e locais acolhedores. É mais recatado, mais tradicional, olhando para vários pontos de Maceió e guarda alguns segredos culinários de dar água na boca. Enfim, é a transição entre a Capital de outrora, conservadora, e a atual, moderna e ante-nada, dos bairros que ocuparam o litoral belíssimo e cheio de curvas sensuais.

FAROL

Vista geral da parte alta de Maceió

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Cozinha mediterrânea

Café ManolloQuem mora nas alturas de Maceió tem o privilégio, diário, de flertar a cidade iluminada. Mas

nem sempre precisa ter residência fixa para ter esse encontro com as luzes. Com um quintal decorado com mini lâmpadas, formando um varal de pequenas estrelas, o charmoso Café Ma-nollo, do chef Manoel Araújo, é instigante. Com sabores da culinária tradicional da Espanha, como a paella, até a contemporaneidade das berinjelas fritas com fios mel de engenho e flor de sal, o espaço é indicado para dois.

Av. Aristeu de Andrade, n° 546, Farol/ Telefone: (82) 3027-1546/ Funciona de quarta a do-mingo, a partir das 19h às 0h

PalatoO bairro do Farol abriga o Palato, um centro de experiência em compras, que reúne no

mesmo prédio ambientes diferenciados com pratos exclusivos em seus restaurantes. No espaço cafeteria oferece saladas, sanduíches, massas, grelhados e sobremesas, além de uma carta de vinhos com mais de dois mil rótulos ao preço de loja. O Palato Sushi faz a fusão da tradicional gastronomia japonesa. O Palato Foods conta com uma grande variedade alimentos saudáveis, aberto para todas as refeições no sistema buffet a quilo. Já o Palato Pizza traz sabores inovado-res e tradicionais, com pizzas feitas na hora, no forno a lenha, nas versões fatias, média e grande. No Palato Ponta Verde você encontra a cafeteria e o Sushi. Av. Fernandes Lima, 548 – Farol. Funciona todos os dias / Café da manhã das 7h às 10h30/ Almoço das 12h às 15h/ Palato Pizza18h às 22h/ www.palato.com.br/restaurantes

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Cozinha contemporâneaToscana Vinho e Café, da chef Letícia Bentes, é uma casa charmosa que une loja de impor-

tados e restaurante de cozinha contemporânea. Nas sextas-feiras tem o almoço executivo com entrada, prato principal e sobremesa. Mas o cardápio sempre muda. Destaque para os frutos do mar, como o camarão crocante com arroz negro e molho de alecrim com um toque adocicado. O lugar é indicado para os apaixonados. Avenida Rotary, 300 B / Funciona: terça a sábado das 12h às 0h/ domingo até as 16h / (82) 3436-9002

FarolBar do Lula - Chambaril é a perola do Bar do Lula, um dos mais afamados de Maceió, loca-

lizado no Farol (atrás do Cepa), com muitas históricas para contar na mesa de bar. O estabe-lecimento simples tem mais de 40 anos e não muda, o sabor do chambaril mantém o mesmo padrão de qualidade. A iguaria nunca perde sua majestade, líder de vendas. A iguaria é preparado com ossobuco com o delicioso tutano, que nada mais é do que o músculo bovino, a perna do boi. Segundo a mestra Quitéria (esposa do Lula), a carne é cozida com os temperos tradicionais, cominho e pimenta do reino sem exageros, e uma fartura de legumes (abóbora, batata, chuchu e cenoura). E o clássico pirão, de lamber os beiços. Travessa Almirante Barroso – Farol (atrás do Cepa) – Maceió/ Funciona de Segunda à quinta das 10h às 16h; nas sextas, até 22h; sábado às 18h. Domingo fecha. / Telefone: 3241-8903/ Aceita-sem cartões.

Passaporte Gaúcho - Milton Braun (in memoriam), gaúcho da cidade de Bom Retiro Sul, ao lado de sua amada Laci, escolheu Maceió para viver e empreender. Graças ao Milton, ganhamos o sanduíche “Passaporte”. A tradição alagoana era do sanduíche de carne moída com batata inglesa, a inovação principal ficou por conta do acréscimo da salsicha, sem contar com a afirma-ção do pão seda e a fantástica maionese. História dos meados dos anos 70, permanece viva até os dias atuais e com 25 sabores, como o de frango desfiado, ervilha, maionese e queijo ralado. Avenida Santa Rita, Farol (Praça do Centenário)/ Funciona das 18h às 0h/ domingo a quinta/ sexta e sábado até 03h/ Telefone: 3336-6147/ Aceitam-se cartões.

Boteco Bar do Cação - O caldinho de camarão

é convidativo no Bar do Cação. O caldo do crustáceo é substancioso, cremoso e, o mais importante, a quantidade do leite de coco é na medida, nada de excessos, conferindo ótimo sabor. Também pro-ve o moderno pastel de tilápia, o tradi-cional peixe cação no leite de coco, e o camarão, também temperado no leite de coco natural. Rua Ten. Antônio Oliveira, n 43- Farol/ Funciona de terça-feira a domingo das 11h às 23h/ telefone: (82) 3351.6333 – Aceitam- se cartões

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Botecos/churrasco

Bar do Ferreira - No bairro de Santo Eduardo, o mestre churrasqueiro, Seu Ferreira, ga-rante o sucesso do seu modesto estabelecimento. Da churrasqueira instalada na frente do boteco, a carne mais famosa é a de boi maturada, que vem escoltada pela macaxeira cozida (sempre macia), farofa e vinagrete – para completar, a manteiga de garrafa. Rua Cel. Adalto Gomes Barbosa, 595 – Conjunto Santo Eduardo, Poço/ Funciona de segunda a sábado das 17h30 até as 23h/ Telefone: (82) 99121.2149/ Não aceita cartão. Kebrakama - O charque na brasa do Kebrakama é o tal. A carne seca desfia com o garfo. Mas fique ligado: o charque na brasa tem horário certo: de terça a quinta, a partir das 18h, e de sexta a domingo, a partir de meio dia. Também experimente a guloseima batizada de KebraKama, osso do patinho cozido com feijão, que fez tanto sucesso que acabou dando nome ao bar. Rua José Pinto de Barros, 298 – Conjunto Santo Eduardo, Poço/ Funciona de segunda das 11h até as14h/ de terça a domingo, das 11h até a 0h. – Telefone: 3357.4291/ Não aceita cartão

Gelada ou Natural - Amaro Vi-riato de Lima, alagoano de Mara-gogi, mantém a tradição do char-que na brasa, celebridade do Bar Gelado e Natural, no Poço. Carne em lâminas finas, macia e com sua devida gordura. Na versão meia porção, o prato se faz acompanhar de arroz, macarrão e feijão casei-ro com pedaços de charque. De-talhe: duas pessoas comem bem nessa opção “meeira”. Rua Pedro Américo, 351 – Poço – Funciona de segunda a sábado, das 8 as 20 horas. Domingo é fechado/ Telefone: (82) 99351.4248/ Aceitam-se cartões.

Cozinha regional Budega do Macaxeira - Carneiro danado de bom é aquele que nem precisa de faca para

cortar. Ele desfia com garfo ou colher e, de tão macio, desmancha no céu da boca. A carne do bichinho mais amado do Nordeste brasileiro é temperada com legumes, sal e pimenta para completar a proteína tem macaxeira cozida, farofa, vinagrete e manteiga de garrafa. O clássico da culinária nordestina tem seu estrelato no Budega do Macaxeira. Rua Sargento Al-berto Melo Costa – Nº44 – Santo Eduardo – Funciona todos os dias, das 17 até as 23h30/ Domingo das 11h30 às0h/ Telefone: (82) 3028-1510/ Aceitam-se cartões.

Santo Eduardo

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No Centro da capital o Mercado do Artesanato também é parada obrigatória. Neste merca-do, é possível encontrar trabalhos em couro, madeira, barro, renda, bordado, palha, cerâmi-ca, entre outros. Também há a possibilidade de encontrar o artesão elaborando sua arte, a exemplo do Arlindo Monteiro escultor de palitos de fósforo que transforma os palitos em santos, folguedos, pássaros, melhor lembrança de Maceió. R. Melo Morais, 617 - Levada, Maceió – Abre todos os dias das Horário: De segunda a sábado, das 7 às 17 h/ Domingo, das 7 às 12h/ Telefone: (82) 3315-4774

Botecos

Boteco do TonhoTonho, famoso sergipano, mas alagoano de coração, está sempre inventando na cozinha de seu boteco. O cardápio está sempre atualizado, mas seja para petisco ou almoço, as cos-telinhas de porco nunca perderam a majestade. Sempre gordinhas, apenas temperadas no sal e grelhadas no forno, são divinas e maravilhosas. Mas a casa também oferece a tilápia recheada com farofa de camarão, outra estrela do Boteco do Tonho. E não deixe de provar suas famosas hóstias de parmesão, indicadas para início do árduo trabalho de comer bem. Rua Manoel Lourenço, 248 – Ponta Grossa/ Funciona de quarta à segunda, das 11h às 16h/ Sexta e sábado, a partir das 18h– Fecha na terça. Telefone: (82) 988694330/ 3221-6209/ Aceitam-se cartões.

Bar do Pelado

O siri de coral é uma exclusividade ala-goana. Pescado nas lagoas, o bichinho do mangue é muito bom. No Bar do Pelado ele é chique e delicioso. No caldinho de siri de coral, vem um crustáceo partido ao meio e farto de coral, com sal e o leite de coco discretos. Na lista de caldinhos, ainda tem o Patrimônio Imaterial de Alagoas: su-ruru de capote (no casco), no leite de coco. Uma benção! Já a carne de sol suína, mere-ce toda atenção. Preparada na chapa, com uma lapa de queijo coalho, é acompanhada por farofa de matuta, preparada com água quente, farinha de mandioca, cebola roxa e coen-tro. Melhor impossível. Rua Manoel Lourenço, 44, Ponta Grossa/ Funciona de terça-feira a domingo, feriado, das 10h às 18h, 3221.4743/ Aceitam- se cartões.

Mercado do Artesanato

Sururu de capote, tradição do Bar do Pelado

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Birosca BrasilOs melhores camarões (Barba Roxa) crocantes são do Birosca Brasil (também conhecido como Peixada do Carlos). Fritos com casca, também são servidos com as cabeças, de onde são apenas retiradas as antenas. O tempero é sal com uma leve camada de farinha. Fica bem crocante e é impossível comer apenas um. A porção de um quilo é bem generosa. E o pirão... Minha Nossa Senhora dos Prazeres, é de comer rezando. A guloseima é preparada com o caldo da cabeça do peixe, ova, e vem com pedaços do dito cujo. O lugar é simples, mas, para saborear os camarões, só com reserva. Já a peixada que segue o padrão de fartura e gostosura, é bem alagoana. R. Santos Dumont, 34 - Ponta Grossa, Maceió – Funciona para almoço de terça a domingo, das 12h às 15h/ Telefone: 98727.7566/ Não aceita cartão.

Boteco

Bar do RogildoO pirão feito com leite de coco natural e com caldo do peixe arabaiana - preparado por Síl-via dos Santos, a chef do Bar do Rogildo e sus esposa, é uma glória. E ela pode se vangloriar à vontade, pois é mestra na quantidade certa do leite de coco para não encobrir o sabor do peixe, nem ficar pesado e enjoativo. Quem reina soberano é o Camarão do Rogildo. Quem gosta de lugares simples, com melhor custo/benefício e sabor de qualidade, pode ir até lá. O empreendimento é múltiplo, pois abriga também a Mercearia do Rogildo. Rua Augusto Barreto, nº 90, Bebedouro/ Funciona de terça a domingo, das 10 às 18 horas – Não aceita cartão. Telefone: 3358.6327

Bebedouro

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Passeio

Clássicos da Orla

Na orla urbana de Maceió, da Jatiúca a Pajuçara, tradicionalmente os alagoanos amam ca-minhar, pedalar e, claro, beber água de coco e sucos, saboreando tapiocas, picolés de fru-tas da empresa alagoana Fika Frio, em especial o de tapioca e milho verde, doces lembranças das festas juninas. A tapioca, da tradicional com coco ralado aos sabores doces, está pre-sente em toda cidade, na orla, nos meios de hospedagens, nos bair-ros e nos lares. Na Praia da Jatiúca, os pescadores sempre jogam a rede fazendo o es-petáculo da pesca artesanal; além das atividades esportivas, vôlei de praia, jogo de bola e academias ao livre. Enfim, além de lindas, as praias são espaços de convivência social.

Aventura no céuVoo alagoano– Para quem ama o paraquedismo pode conhecer Maceió com muita emoção. A empresa SkyDive promove o salto nas praias de Maceió (Ponta Verde, Pajuçara, Guaxu-ma) e também Barra de Santo Antônio, São Miguel dos Milagres, Marechal Deodoro (Praia do Francês) e Roteiro (Praia do Gunga). Qualquer pessoa a partir de 14 anos de idade e até 95 quilos, está habilitado a realizar o salto acompanhado de um paraquedista profissional que realiza toda operação. São 33500 km e 30 segundos de queda livre com 7 minutos de na-vegação até o pouso. Tendo duas opções, decolar e pousar no Aeroclube de Maceió, ou de-colar no Aeroclube e pousar na praia desejada. O voo além da sensação da liberdade, aprecia a beleza alagoana do céu, com certeza lembrança para vida toda. Telefone: (82) 993172346

O Parque Municipal de Maceió, localizado no bairro de Bebedouro, é uma ótima opção para lazer, se conectar com a natureza, fazer um piquenique com a família e os amigos, praticar exercícios físicos e viver uma experiência única de bem estar. O parque possui cinco trilhas acessíveis: Trilha Cidadã, Trilha da Aventura, Trilha da Paz, Trilha do Pau Brasil e Trilha do Jacaré. Durante a visita é possível encontrar algumas espécies de animais como: jacarés-de--papo-amarelo, frangos d’água, tatus bola, cágados de barbicha, preguiças, saguis, gaviões falcões, corujas, raposas, tamanduás mirim e cobras.Para fazer a visita é preciso agendar com antecedência, de terça-feira a domingo, das 8h às

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17h. Para visitas monitoradas ou em grupo o agendamento é feito pelo e-mail: [email protected]. R. Marquês de Abrantes, s/n - Bebedouro, Maceió Telefone 82 9880-1365 / 3358-6232.

Mirante de São Gonçalo

Está localizado no bairro do Farol, em suas proximidades possui uma feira de artesana-to e uma praça. Este mirante é o mais popular e onde recebe muitos turistas na cidade. Dispõe uma paisagem espetacular das praias de Pajuçara, Avenida da Paz e Ponta Verde. É também possível visualizar o Porto de Maceió e toda extensão da costa que vai até o Pontal da Barra.

Mirante de Santa TerezinhaMirante de Santa Terezinha, no bairro do Farol, foi revitalizado com novas cores e traços que chegaram para complementar a vista privilegiada de pontos marcantes da capital, como a Lagoa Mundaú e as históricas construções do Centro da cidade. No Santa Terezinha, a intervenção é fruto da adoção firmada pelo Atelier Ana Maia em parceria com a Prefeitura de Maceió. A arquiteta, designer e artista plástica Ana Maia abriu seu atelier em frente ao Mirante. Para ela, trata-se de “uma das áreas mais nobres de Maceió, um dos mirantes mais bonitos”.

Mirante Senador Rui Palmeira (Mirante de Bebedouro)Situado no bairro do bebedouro, a cerca de 12km da ponta verde. Possui uma vista encanta-dora da bela Lagoa do Mundaú, é possível também visualizar a a cidade ao fundo, na região do Trapiche e Pontal.

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Maceió é privilegiada pela vasta extensão litorânea e lagunar em uma topografia ondulada, que divide a cidade em três planos: Praia, Centro e Farol. A facilidade da comunicação pelas águas favoreceu seu desenvolvimento, chegando à Vila em 1816 e a capital da Província duas décadas depois. A via férrea, em 1864, abriu outra frente de fluxo comercial e social chegando ao interior.

Jaraguá foi a porta de idas e vindas. O escoamento dos produtos locais e o desembarque das últimas novidades das metrópoles passavam pelo seu porto. Não eram só objetos, alimentos e maquinário que chegavam. Também usos e costumes de povos distantes. No começo do sécu-lo passado Maceió negociava diretamente com países europeus e americanos. Estrangeiros de várias nacionalidades estabeleceram-se no bairro como comerciantes.

A destinação portuária logo definiu o partido arquitetônico do bairro. Com a exportação do açúcar e do algodão, em grande escala, no século XIX, vários armazéns foram construídos e passaram a determinar a paisagem urbana. Estes armazéns eram conhecidos por trapiches.

Roteiro Cultural

Teatro Deodoro

CÁRMEN LÚCIA DANTASCONHECER

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À medida que o movimento portuário crescia, a alegria da noite chegava às ruas e acolhia a juventude boemia e seus frequentadores anônimos ou famosos. Apesar de ter passado por mudanças sociais, o bairro continua receptivo aos aficionados da noite. Praças, becos, vielas, sobrados antigos, armazéns e o cheiro de mar impregnando tudo fazem parte de uma memória que o tempo e a literatura têm se encarregado de preservar.

Embora o conjunto arquitetônico tenha sofrido muitas descaracterizações, é inegável a ca-pacidade de resistência da sua fisionomia. Não é por acaso que o bairro concentra o mais ho-mogêneo conjunto de monumentos de um mesmo período. Quando da sua recuperação para fins turísticos, apesar do projeto não ter gerado os frutos desejados, Jaraguá passou a sediar, com sucesso, o pré-carnaval de Maceió.

Filhos Ilustres – Marechal Floriano Peixoto, segundo Presidente do Brasil, nasceu no distri-to de Ipioca, em 1839 e morreu no Rio de Janeiro, em 1895. Foi denominado o Consolidador da República. Nise Magalhães da Silveira – nasceu em 1905 e morreu no Rio de Janeiro, em 1999. Médica, destacou-se pelo seu trabalho em prol da humanização dos manicômios. Criou o Museu do Inconsciente, em Engenho de Dentro – RJ, em 1946.

Patrimônio – Igrejas - Catedral de N. S. dos Pra-zeres – Inaugurada em 31 de dezembro de 1859, com a presença de D. Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina, acredita-se que o projeto seja de autoria de Grandjan de Montigny, membro da Missão Artística Francesa de 1817. Recebeu o título de Catedral, em 1900. Em seu aspecto externo, o monumento preser-va as características básicas das construções do século XIX, com frontão triangular, detalhes neoclássicos e alta escadaria. Igreja de N. S. do Rosário – Na Rua João Pessoa, com apenas uma torre sineira, segue a tradição das igrejas sob o padroado de N. S. do Rosá-rio. Foi edificada no século XIX para atender à prática religiosa de pessoas negras.

Igreja do Livramento – Na Rua Senador Mendon-ça, no Centro, teve sua construção iniciada no século XIX. Sofreu várias interrupções e só foi concluída no inicio do século passado. Tem em sua torre um sino da oficina de Coruripe. Igreja de Bom Jesus dos Martí-rios – Em frente ao Palácio Floriano Peixoto, compõe, com a antiga Intendência, a Fundação Pierre Chalita e algumas casas e sobrados do século XIX, um dos mais expressivos conjuntos arquitetônicos que a cidade preserva. Toda a fachada é revestida com azulejos portugueses e sua feição eclética tem frontão neoclássico ladeado por torres com coroamento espiralado. No altar-mor, permanece a imagem original do padroeiro, o Bom Jesus. A Igreja teve sua escadaria e seu interior modificados na década de 1970. São Gon-çalo do Amaranto – A particularidade dessa Igreja é que a princípio era um paiol de pólvora. Na reforma, ganhou um frontão, uma torre sineira e um altar. Pequena e proporcional, destaca-se pelo equilíbrio e singeleza de suas linhas. Compõe com o Mirante Rosalvo Ribeiro, (pintor ala-

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goano do século XIX) no Bairro do Farol, um dos pontos turísticos com a mais bela vista para o mar. Igreja de N. S. da Guia – No Bairro do Trapiche, esta Igreja foi edificada nos primórdios da povoação, sendo o Bairro, na época, entreposto de mercadoria que vinha do interior por via lacustre. Sua arquitetura simples é um bom exemplar do estilo nor-destino de arquitetura colonial. Igreja de Nossa Senhora do Ó – No alto de Ipioca está a Igreja de N. S. do Ó, um belo exemplar do século XVIII, com fachada de frontão recordado e delicada de-coração de elementos barrocos.

Museus – Casa do Patrimônio – A sede do Iphan, na Rua Sá e Albuquerque, expõe uma cole-ção de arte popular intitulada A Invenção da Terra, que se desta-ca pela variedade de seu acervo, com peças de vários estados e predominância da arte de Alagoas. Este acervo foi reunido pela conhecida artista plástica Tânia de Maya Pedrosa e cedido ao Iphan-Al. Associação Comer-cial de Maceió – Na Rua Sá e Albuquerque, o prédio foi inaugurado em 1928. Altas colunas, escadaria de mármore e frontão triangular caracterizam sua fachada. O salão nobre mantém a pintura original de José Paulino de Albuquerque Lins, artista alagoano, representando cenas campestres. Monumental nas proporções, é o mais emblemático registro do apogeu econômico do bairro. Em seu interior tem uma escultura do deus Mercúrio e o Museu do Comércio, com peças ligadas ao comércio, à história do prédio e da própria Associação. Museu da Imagem e do Som - O prédio, construído para sede do Consulado Provincial, no século XIX, é hoje a sede do Museu da Imagem e do Som, na Rua Sá e Albuquerque. Entre suas coleções de fotografias antigas destacam-se: Maceió de Outrora, Espetáculos Teatrais, Vultos Históricos, Alagoanos Ilustres, Cidades Alagoanas do Século XIX e Vida Social em Maceió. Além das fotos, vasta coleção de LPs e publicações enriquecem seu acervo. Museu Théo Brandão da Universidade Federal de Alagoas – É instalado em prédio de arquitetura eclética da primeira metade do século passado. Théo Brandão, seu patrono, foi o maior folclorista alagoano. Ele doou à Instituição sua coleção de arte popular composta de peças nordestinas, principalmente alagoanas. Além do vasto acervo museológico, possui um arquivo audiovisual e documental com discos e filmes de antigas manifestações da cultura alagoana. Outro ponto que privilegia o Museu é o fato de o prédio estar localizado na Avenida da Paz, ponto obrigatório de passagem de todos que visitam a cidade. A Avenida compõe o pretendido corredor da cultura que tem início em Jaraguá e segue até o Centro. Também liga a área urbana ao litoral sul, onde estão as mais belas praias do estado. Pinacoteca Universitária - Na Praça Visconde de Sinimbu está a Pinacoteca da Ufal, ocupando um prédio de arquitetura moderna, que concentra a ação cultural da Universidade, no Centro da cidade. Suas exposições, palestras e eventos em geral têm como foco os movimentos van-guardistas, selo que lhe imprime uma identidade própria. Exposições memoráveis passam por

Museu da Cultura

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seu circuito, trazendo novas propostas e abrindo o entendimento da comunidade a arte livre e universal. Museu do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas – Na Rua João Pessoa, criado em 1869, o Ihgal é a mais antiga instituição, do gênero, em Alagoas, e dos primeiros Institutos do país a preservar a memória história e a geográfica dos estados. Seu Museu tem importantes coleções como: a Coleção Perseverança que reúne peças ritualísticas de raiz africana, as cole-ções arqueológicas: Jonas Montenegro e Mário Marroquim, além da Etnográfica Indígena, da máscara mortuária de Lampião, o Rei do Cangaço, e objetos de seu uso, religiosidade popular, mobiliário, porcelana, pinturas a óleo etc. Fundação Pierre Chalita - O prédio é um dos poucos remanescentes de arquitetura residencial no centro da cidade. Situa-se na Praça dos Martírios, esquina de acesso ao tradicional bairro de Bebedouro. O acervo reúne peças doadas pelo seu patrono, o colecionador e artista plástico Pierre Chalita. São peças de arte sacra, mobiliário, pintura histórica, objetos de artes decorativas dos séculos XVIII e XIX, além de uma pina-coteca com obras de artistas nacionais e alagoanos. Entre os alagoanos, preserva trabalhos

de Lourenço Peixoto, o mestre do paralelismo, que deixou seu nome marcado no movimento da Arte Nova, em Alagoas, ocorrido no ano de 1928. Chalita também doou à Fundação quadros de sua autoria que permitem uma leitura do tra-jeto percorrido nas duas séries de seu trabalho: a do Baile e a do Paraíso. Museu do Palácio Flo-riano Peixoto - O prédio foi projetado para ser Palácio do Governo pelo arquiteto italiano Luigi Lucarini, e inaugurado em 1902, totalmente mo-biliado, passando a ser o monumento referencial da expansão urbana do Centro de Maceió. Entre as peças antigas que preserva destaca-se a cole-ção de quadros do pintor Rosalvo Ribeiro, doada ao Estado em agradecimento ao custeio de seus estudos, em Paris, no período de 1888 a 1891. O Palácio foi ocupado como Museu depois da edificação do Palácio Zumbi dos Palmares, em 2006, que passou a ser a nova sede do Governo do Estado.

Teatro e Biblioteca - O Teatro Deodoro é mais um monumento projetado pelo italiano Luigi Lucarini, no início do século XX. Sua fachada tem a elegância de um neoclássico tardio com elementos ecléticos, conforme a arquitetura que predominava na cidade, nos fins do século XIX. Sobre os frontões, estátuas de louça representam as musas inspiradoras das artes. Além da ala do teatro, a Casa tem um belo salão nobre com pinturas decorativas nas paredes e mobiliário elegante. Ao lado, o Teatro de Arena e o Centro de Belas Artes que mantém atividades culturais permanentes. Biblioteca – Instalada no antigo Palácio do Barão de Jaraguá, a Biblioteca Pública da Alagoas tem uma das mais completas coleções de livros de autores alagoanos. O prédio é uma construção da primeira metade do século XIX e um dos melhores monumentos antigos de arquitetura residencial do estado, composto por três pavimentos, tendo no telhado um mi-

Igreja dos Martírios

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rante que é visto em sua fachada. Passou a ser denominado de Palácio, a partir de 1859, quando hospedou D. Pedro II e Dona Tereza Cristina.

Memoriais - Saindo de Jaraguá em direção à Praia da Pajuçara está o Memorial Teotônio Vilela, projeto de Oscar Niemeyer, reunindo objetos pessoas e contando a história de vida de seu patrono. O senador alagoano Teotônio Vilela tornou-se uma personalidade nacional em sua campanha pela redemocratização do país, após o Golpe de 1964. Se o percurso for em direção ao Centro, encontra-se o Memorial à República, projetado pelo arquiteto alagoano Alex Barbosa. Em linha horizontal, o monumento traz em seu mirante duas grandes esculturas, em bronze, dos primeiros Presidentes da República do Brasil, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, ambos alagoanos.

Arte Popular – Merece destaque na Praia da Pajuçara a escultura da Sereia, autoria do mestre Zezinho, de Arapiraca, pela sua graça e concepção popular que atrai a atenção dos passantes pelo seu ar, ao mesmo tempo, maroto e ingênuo. A Sereia é uma escultura de 2017 e sua inau-guração na Pajuçara foi parte das comemora-ções dos 200 Anos de Alagoas. Vale informar que a conhecida música Minha Sereia, do ala-goano Carlos Moura, interpretada também pelo outro alagoano Djavan é uma homena-gem a Maceió.

Artesanato - o Trapiche da Barra é o porto seguro da renda filé, artesanato mais tradicional de Alagoas. O bairro é abençoa-do por Nossa Senhora da Guia, sua devoção mais antiga, cultuada na igrejinha de igual nome. Para lá converge todo o fluxo turístico interessado na aquisição do artesanato. Tam-bém nas praias de Pajuçara e de Ponta Verde existem pontos de venda organizados. Já no Mercado do Artesanato, junto ao Mercado da Produção, no Centro, a quantidade de artesa-nato é grande e sua exposição se mistura com o ambiente natural das feiras públicas.

O filé não depende do risco ou debuxo para ser tecido. O preenchimento da rede é feito de memória, com os pontos comuns à comunidade. No Pontal, os mais conhecidos são: jasmim, bom-gosto, olho-de-pombo, tecido, barafunda, três marias, besouro, rosa, girassol, palhinha, quadrado aberto, quadrado cheio e aranha. Tecem os fios com a destreza de quem tem o do-mínio técnico acumulado desde a infância. Muitas preferem trabalhar em grupo, dividindo as tarefas. Com isso, a consciência associativa vem se fortalecendo entre elas e as peças ganharam um melhor padrão de qualidade. Além de gostarem do trabalho, as artesãs melhoram a renda familiar e revigoram a autoestima pela contribuição que estão prestando à preservação de um artesanato que, além de belo, é muito importante como símbolo de identidade cultural e social, não só de Maceió, mas de toda Alagoas.

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Maceió, paraíso das águas

Maceió é a capital do “país dos alagoanos”, porto e porta das Alagoas, dizia o inesquecível bardo Lêdo Ivo. Após alcançar sua autonomia em 1815, disputou com cerca de oito vilas a pri-mazia der ser a sede do novo governo provincial, criado por D. João VI, em decreto real de 16 de setembro de 1817. A competição foi renhida, quatro eram marítimas, Maceió, Poxim, Porto Calvo e Porto de Pedras. Uma era lacustre e ganhou a contenda, Alagoas do Sul, sendo capital por mais de 20 anos, outra era fluvial, Penedo, a mais séria concorrente e duas mediterrâneas, Anadia e Atalaia. Maceió não desistiu, como fizeram as outras, e finalmente substituiu Alagoas do Sul, ainda na era imperial, em 1839, consolidando sua posição e ganhando definitivamente a questão, até os dias de hoje.

MACEIÓ

DOUGLAS APRATTO TENÓRIOHISTÓRIA

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Há várias Maceió a conhecer. A Maceió indígena, dos seus antigos habitantes, a Maceió negra, com sua população imensa de afrodescendentes, a Maceió portuguesa com seus templos e hábitos do colonizador que impôs sua cultura, mas não conseguiu erradicar as duas outras anteriores. A Maceió colonial, a imperial, a republicana, a moderna, a contemporânea. A Maceió rural, pois é, ainda há uma urbe rural e uma Maceió ultra urbana e conectada com as conquistas mais avançadas do mundo do século XXI. Uma cidade que tem também uma grande divisão social. Da mesma forma que encontramos uma Miami ou uma Lisboa verde e amarela, temos uma Calcutá e uma Serra Leoa maceioense, numa cidade fraturada com todas as suas dificul-dades e misérias. Uma viagem por Maceió é um itinerário fascinante que o viajante jamais vai conhecer de uma só vez. São várias cidades dentro de uma só, litorânea com belíssimas praias, outra lagunar e periférica, com um caldeirão cultural inimaginável, o planalto do Jacutinga, a urbe agrária do Rio Novo ou de Saúde. Para começar um passeio de trem que vai de Jaraguá até Fernão Velho, conhecendo nossa história ferroviária e lugares que ninguém imagina, um pas-seio de jangada para saber a tecnologia da jangada de nossos avós tupis ou uma visita aos seus prédios históricos na cidade. São tantas atrações históricas sobre a vida e a trajetória da cidade, sobre momentos memoráveis da história alagoana, de seus vultos principais, que o visitante com toda certeza vai voltar muitas vezes mais.

Maceió

Massayó era o nome de engenho der açúcar do se originou a cidade. Antes disso, havia nas imediações do porto natural de Jaraguá um grande movimento dos nativos caetés com os fran-ceses, que faziam a exploração do pau brasil e escoavam o produto tirado das matas vizinhas as praias, produto que era uma comoditie de muito valor no mercado europeu. É possível que antes da descoberta pelos portugueses o litoral alagoano já fosse conhecido por eles. Entende-mos, mas não concordamos com um conceituado historiador ao dizer que “nasceu espúrias a cidade num pátio de um engenho colonial”, pois ao terminar o século XVIII a metrópole de hoje era apenas a casa grande e a senzala de um engenho banguê, no local onde se encontra hoje o prédio do Tesouro provincial, atual Praça D. Pedro II. E no lugar onde se encontra a catedral havia capelinha do mesmo engenho, dedicada a São Gonçalo.

Foi exatamente após o fim da guerra dos holandeses, que teve início o primeiro povoado que formou Maceió, através desse engenho que tomou emprestado o nome indígena dado ao território de restingam, cheio de alagadiços. Ali com o pequeno conjunto agroindustrial, de nome nativo, nasceria uma modesta povoação sem mim redor, célula mãe da futura capital. O nome do pequeno, mas robusto riacho que banhava o sítio maceioense, era chamado pelos índios que habitavam o lugar era Massayó ou Maçay-ok, ou seja, “o que tapa o alagadiço”, ex-plicação sobre a restinga onde os nossos avós caetés viviam desde muitas eras. O riacho é hoje o nosso Salgadinho, com águas límpidas e largura bem maior, nada semelhante ás do poluído e quase inexistente regato de hoje.

Os capitães reais Apolinário Padilha e Gonçalo de Cerqueira que não tomaram posse da sesmaria que ganharam da Corte, entre as vilas Madalena e Porto Calvo, preferiram instalar-se na área que foi doada a Manoel Antônio Duro, aquele da famosa casa de telhas de Jaraguá, empório de pau brasil e madeiras. Padilha pagou por conta dos foros da nova propriedade. Ele

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e sua mulher estabeleceram o patrimônio de Nossa Senhora dos Prazeres, nova invocação que substituiu a da antiga capelinha de São Gonçalo do Amarante, santo de devoção de muito pres-tígio entre os portugueses. O culto à Nossa Senhora dos Prazeres foi muito intenso durante a Guerra do Açúcar, durante a dominação holandesa. E chegou aqui trazida por um franciscano que veio de Pernambuco. E foi importante em várias vitórias das forças portuguesas contra os invasores. Diariamente os moradores da pequena povoação e o franciscano depositavam flores em seu altar. E ela tornou-se padroeira da nascente urbe.

O modesto povoado evoluiu para uma pequena vila, constituída por um conjunto de ruelas e habitações rústicas, com luxuriante cobertura vegetal, cheia de pequenas cascatas como a que descia do casarão onde funciona atualmente a Unidade IV do Centro Universitário Cesmac. O engenho e a ermida foram o núcleo do povoado que não pararia de crescer. Foi muito difícil domar os terrenos pantanosos da restinga e os mangues da lagoa. O movimento comercial foi aumentando, servindo de confluência para a produção agrícola das propriedades dos vales do Mundaú, do Paraíba e de São Miguel, incluindo aí também o Manguaba e demais rios de açúcar cortados por dois caminhos abertos de acesso ao sertão. Daí o mérito do porto de Jaraguá que definiria a sua importância como polo hegemônico, da economia e da administração. Perto de Madalena ou Alagoas do Sul, um lugar de passagem de Alagoas Boreal para Alagoas Austral. Como se fosse um novo caminho para as índias. As estradas eram quase inexistentes, veredas indígenas e passagens naturais, viagens feitas com enormes sacrifícios pelos pioneiros. Daí ser uma rota valiosa, não apenas por seu porto marítimo de bom calado para as embarcações da época, mas também pela presença das lagoas Mundaú e Manguaba. Um movimentado e estra-tégico ponto de encontro antes d\e indígenas e franceses, de uma Pindorama indígena para um reduzido burgo, iniciado por um pequeno engenho e um povoado, cuja história seria escrita com capítulos inusitados e fascinantes.

Maceió Indígena

Maceió, assim como Alagoas e o Brasil são invenções recentes e, por isso, saber a história de nossos antepassados nativos, antes da chegada dos colonizadores europeus não é uma tarefa fácil, eles não conheciam a escrita, mas deixaram vestígios em todas as partes. Os navegantes e colonizadores lusos não chegaram, portanto, a um território vazio e não descobriram nada, eles encontraram o que já existia. As terras maceioenses eram ocupadas por uma população que se dedicava a caça e principalmente a pesca, pois a região oferecia muitas opções para a alimenta-ção em suas águas marinhas, lacustres e fluviais. Elas praticavam uma agricultura rudimentar e faziam seus próprios instrumentos de trabalho e adorno. Os franceses, antes mesmos dos seus colegas europeus, trocavam presentes com os nativos que lhes retribuíam com o pau brasil, aves e animais e artesanato. Igualmente os antepassados dos índios deixaram muitos vestígios de sua presença, com sambaquis, fósseis, inscrições e instrumentos de pedra. A toponímia de Maceió já se inicia com o seu nome. É tão forte essa presença que está em toda parte, nos seus bairros e em muitos outros lugares. Pajuçara, Pratagy, Jacutinga, Mundaú, Manguaba, Guaxuma, Jatiúca, Sauaçuy, por exemplo. Proibida pelos jesuítas, pela administração portuguesa e pelas escolas, ta-chada de bárbara e menosprezada, a língua caeté, o tupi continua sendo usado á larga ainda hoje. A rede de dormir, a canoa, o curral de peixe, o banho diário, o saburá, balaios, covos, adereços e muitos quitutes são herança desses nossos antepassados.

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Maceió negra

Maceió exerceu um fascínio sobre os estrangeiros que passaram aqui além dos portugueses. Espanhóis, italianos, franceses, ingleses, radicando-se aqui e deixando marcas der sua passagem como a sede de nossa Estação Ferroviária, antiga Alagoas Railway, uma reminiscência da era das ferrovias e do legado britânico aqui em Maceió, que abrigava legações e sedes diplomáticas, igreja anglicana e até cemitério para os súditos de sua Majestade. Mas nenhuma se compara a herança portuguesa presente em quase todas as manifestações culturais, na língua, na religião, nas edificações, na agricultura, nos costumes trazidos pelos nossos colonizadores que deram importante contribuição a argamassa do homem alagoano de hoje. A sociedade senhorial, pa-triarcal, cristã, latifundiária, escravagista, veio também com ela.

Mas seria imperdoável deixar de falar em nossa composição racial e da cultura maceioen-se, deixar de mencionar a presença negra, indissociável da formação da capital alagoana. Não só no cinturão de engenhos, fazendas e sítios que permeavam a futura capital da Província e do Estado, sua presença era essencial para manter a estrutura econômica agrária. Os negros também estariam mais tarde nas ruas, becos e travessas do centro, em Jaraguá e Bebedouro, nas atividades portuárias, nas construções e nas diversas atividades ligadas as habitações e aos serviços públicos. Antes e depois da Abolição, em 1888, era comum ver os “negros de ganho” circulando com cestas na cabeça, vendendo frutas, doces e licores para a própria sobrevivência e dos seus senhores. Lugares como Cambona, Parque Gonçalves Ledo e rua Ângelo Neto, cujas denominações vieram muito tempo depois, abrigavam populações negras e quilombolas. O número de escravos no Censo de 1870 rivalizava com a população livre. Vejam que as leis imperiais eram restritivas ao tráfico.

Muitas das palavras alagoanas são de origem africana: quiabo, mulungu, fulo, nanico, samba, etc. Quem já não ouviu a expressão “fulano está capiongo hoje” querendo dizer que está triste ou melancólico. O enorme número de terreiros existentes nos bairros de Maceió hoje mostra uma cultura forte que conseguiu sobreviver às perseguições e a segregação, mantendo vivo seus conhecimentos, seus saberes, sua religião. Os nossos folguedos, artesanato, nossa agricultura, nossa culinária, esporte, arte, não seriam os mesmos sem o legado afrodescendente. Eles não ti-nham acesso fácil ás igrejas e confrarias frequentadas pelos brancos, mas com muita luta vence-ram a discriminação como nas Igrejas do Rosário e a de São Benedito. As irmandades são fruto dessa luta incessante, pois eles não podiam entrar nos templos católicos. Foi além do processo de miscigenação. Hoje nos bairros periféricos como Tabuleiro, Vergel, Bebedouro, Pescaria, e muitos outros há atuantes redutos da cultura negra, quilombola, exibindo com robustez a graça, a criatividade, a força de uma cultura que sobreviveu a séculos de exclusão e de preconceito.

O trem e a modernização no século XIX

A era dos melhoramentos materiais que se abria para o Brasil na segunda metade do século XIX alterou o cenário urbano nas províncias e foi vivida com intensidade na capital alagoana. A implantação do primeiro ramal ferroviário de 6 quilômetros ligando a ponte de desembarque de Jaraguá ao Trapiche da Barra, em 25 de março de 1868, e depois de outro que ia da rua do Livramento até Bebedouro, foi a arrancada da chamada modernização conservadora. Trapiche da Barra, Poço, Bebedouro e Mangabeiras se consolidavam como áreas urbanas nesse período de crescimento, tendo como epicentro Jaraguá. Da mesma forma que a navegação a vapor deu

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impulso idêntico nas comunicações. O transporte do açúcar, do algodão e de muitos outros gêneros era feito no lombo dos burros, nos caros de boi, nas barcaças, canoas e sumacas e passou a ter uma condução mais rápida e com muito mais volume. Tudo o que a nova era mundial apresentou de mais significativo podia ser encontrada em Maceió dessa época o seu bairro portuário convertido em city financeira. Ruas iluminadas com lampião a gás, calçamento das ruas principais, rede telegráfica, jardins, praças, casas bancárias e os principais prédios pú-blicos agora não mais em prédios acanhados, mas em construções sólidas e vistosas, Consulado Provincial, Alfândega, Capitania do Porto, Assembleia Provincial, Delegacia Fiscal, etc. Navios de várias bandeiras zarpavam com regularidade do porto de Jaraguá. A vida urbana de Maceió começava ali. A capital concorre com Penedo, a orgulhosa capital do São Francisco, mas vai ultrapassando-a.

A visita do Imperador

Muitos acontecimentos marcaram época nesse período como o recrutamento de volun-tários maceioenses para a Guerra do Paraguai, o boom da imprensa, o acirramento político entre Lisos e Cabeludos, as campanhas em favor da Abolição e da República, o surgimento do Liceu Provincial de Artes e Ofícios, A Escola Normal, a criação da Santa Casa de Misericórdia, o movimento do Quebra Quilos. O advento da vida intelectual e acadêmica com a criação do Instituto Histórico e Arqueológico de Alagoas, mas talvez o acontecimento que mais gravado na memória do maceioense, eternizado com história e estórias foi a visita do Imperador D. Pedro II, quando acompanhado da Imperatriz D. Teresa Cristina, em 31 de dezembro de 1859, presidiu a inauguração da atual igreja matriz de Maceió, a Catedral de Nossa Senhora dos Pra-zeres e se hospedou no Palacete do Barão de Jaraguá, sendo sua estada muito disputada pelos homens de bens da época. Sua passagem está marcada em frente a atual Assembleia Legislativa, por um monumento na praça que leva o seu nome. Ficaram célebres seus passeios matinais a cavalo pelos arrabaldes, a cômica disputa por medalhas e condecorações reais e suas visitas com críticas a precária rede de ensino da capital.

A queda da monarquia e os alagoanos que fizeram 1889 O fim da escravidão e o advento da República foi umas surpresas para as elites e o povo

alagoano já que os líderes desses dois movimentos não conseguiam mobilizar um contingente expressivo de seguidores e as correntes escravagistas e monárquicas eram atuantes. Mas foram dois alagoanos, um alagoense e outro maceioenses que se notabilizaram como grandes lideran-ças desses dois eventos que marcaram a vida do país. Deodoro quando se recusou em nome do Exército a prender escravos fugidos dizendo que os” soldados brasileiros não eram capitães do mato.” E ele foi só graças a ele que a Proclamação da República se efetivou. Os dois com o prestígio de heróis da Guerra do Paraguai. Floriano estava em Maceió, sua cidade natal, feste-jando a assinatura da Lei Aurea, ele como Deodoro, abolicionista convicto. E foi chamado de “marechal de ferro” por sua atuação como consolidador da República, por ocasião da Guerra Civil após a renúncia de Deodoro.

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As tensões políticas e sociais sempre desembocam em Maceió

As tensões políticas que convergiam para a capital da província nem sempre ficaram isoladas das agitações que surgiram no período imperial e continuaram após a queda do regime. Feitas muitas vezes por grupos e lideranças em favor de seus interesses. Lisos e Cabeludos, conserva-dores e Liberais, partidários de Sinimbú versus partidários de Tavares Bastos. Vicente de Paula, o famoso Imperador das Matas e comandante dos Cabanos, movimento social que estourou no Norte, apareceu em Maceió para apoiar os Lisos, acampando na Mata do Rolo e invadindo Maceió deixando um rastro de mortes e feridos. Os famigerados Irmãos Morais organiza-ram um bando de cangaceiros que aterrorizou o Estado, e morto em outras plagas, tiveram suas cabeças exibidas como troféu, na capital alagoana. O que mais tarde se daria com o não

menos famoso Lampião e seu bando que também tiveram suas cabeças mostradas da mesma forma. O Ronco da Abelha e o Quebra Quilos foram ou-tros movimentos que passaram pela cidade restinga. Maceió sempre padeceu o seu quinhão amargo de crises nacionais e locais. A capital continuou como estuário dessas tensões no regime republicano. Nos turbulentos anos do início da República, com a que-da da oligarquia dos Malta, na Quebra dos Ter-reiros em 1912, no estremecimento entre Fernandes Lima e Batista Acioli, na tentativa de assassinato de Costa Rego, na deposição de Álvaro Paes, na Revo-lução dos Tenentes em 1930, nas rivalidades entre os membros da família Góis Monteiro, na Campa-nha do Petróleo, nos conflitos e entre integralistas e comunistas, na queda do regime varguista em 1945, na sucessão de crimes políticos que vindo de todo o período republicano acentuou-se na década de 50, ensanguentando as rua da capital alagoana, no ru-

moroso caso do impeachment de Munia Falcão, durante o período militar de 64, na redemocra-tização, nas campanhas das “diretas já” , nas lutas feministas, sindicais, dos movimentos sociais, LGBT, afro-indígena, estudantis, na queda de Divaldo Suruagy. Maceió sempre foi o teatro dos grandes acontecimentos da vida alagoana. O palco iluminado onde as tensões sociais, o desfe-cho das crises políticas, acontecia. A capital do país dos alagoanos, da terra dos marechais, o paraíso das águas, a restinga querida da Pindorama caeté, onde os negros exibiam sua alforria as duras penas e celebraram o Dia do Perdão do Governo do Estado pela perseguição aos terrei-ros em 1912, celebrando o pertencimento de sua raça com alegria e honra, Maceió onde a força imensa do cosmopolitismo não consegue vencer o sentimento de alagoanidade, que inseriu-se na “belle époque” tropical e na globalização, sem deixar o que é sempre foi e será, uma cidade mestiça por natureza. Embora fraturada por uma abissal divisão de classes, de exclusão, discri-minação e enorme dívida social, nunca perdeu seu espírito combativo e definidor de impasses, uma cidade onde a história alagoana e brasileira fez morada desde os seus primórdios. Orgulho do alagoano e síntese de sua formação social. Grandes desafios continuam nesse Século XXI.

Dom Pedro II

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Maceió é uma das mais belas capitais brasileiras, conhecida como o “paraíso das águas”, um dos destinos mais procurados pelo turismo nacional. Seu aeroporto movimenta mais de dois milhões de passageiros anualmente, e a cidade concentra a maior parte da rede hoteleira e gas-tronômica do Estado. É, também, o 39º município mais rico entre os 5.570 existentes no Brasil, porque centraliza em seu território metade da produção econômica de Alagoas. Em 2014, antes mesmo de completar o segundo centenário como cidade, ultrapassou o simbólico número de um milhão de habitantes, concentrando metade da população urbana do Estado, ocupando o 17º lugar na lista das cidades mais populosas do país.

COMÉRCIO & SERVIÇOS

Tabuleiro do Martins

CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHOECONOMIA

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A cidade atravessou uma longa e demorada construção como centro econômico. Entre os séculos XVI e XVIIII viveu seu período de formação, sendo ocupada pelas sesmarias e pelos poucos engenhos. No século XIX, na era imperial, tornou-se vila e cidade, ganhando a disputa com a antiga sede administrativa (hoje Marechal Deodoro), no privilégio de ser a capital de Ala-goas, centralizando quase todos os órgãos federais, estaduais, além da Prefeitura da Cidade. No século XX, a capital se expandiu e de 36 mil habitantes, em 1900, chegou a quase um milhão, em 2000. Ou seja, multiplicou seu tamanho por 26 vezes. O período republicano representou a afirmação da cidade como polo regional, por seu peso administrativo, econômico e cultural, com a ampliação de seus laços comerciais e políticos com o interior de Alagoas.

Comércio e serviços. Maceió é um centro prestador de serviços de reconhecida qualidade, ancorado em alguns setores urbanos fortemente competitivos nas áreas do comércio, saúde, educação, técnica e superior, turismo e gastronomia, tecnologia da informação, business servi-ces e da produção cultural e artística, o que lhe confere relativa competitividade no plano regio-nal nordestino. Essa presença econômica permite a Maceió estender sua influência ao Agreste e Sertão, até suas fronteiras com Pernambuco, Sergipe e Bahia.

Turismo. Com seus aspectos favoráveis nos planos comparativos – patrimônio natural, his-tórico e cultural – e vantagens competitivas, a exemplo da ampla rede hoteleira-gastronômica, a cidade vem assistindo a especialização setorial no turismo, que transformou Maceió num dos mais demandados destinos do Nordeste.

Construção Civil. A capital está em plena construção. Hoje, comporta 350 mil imóveis. Alguns bairros da cidade têm recebido grandes investimentos imobiliários, com destaque para os edifícios e condomínios de classes média e média alta. A construção popular dinamiza outro tipo de mercado: o varejo da construção civil e os empreendimentos informais, presentes e nos bairros periféricos.

Indústria. As poucas fábricas alagoanas fora da agroindústria sucroalcooleira estão quase todas em Maceió ou na sua região metropolitana. Dois grandes símbolos da industrialização setorial, como a Braskem, na área química, e a Sococo, no setor alimentar, estão na capital. A maior concentração de fábricas – pequenas e médias empresas – está na parte alta da cidade, dentro e no entorno do distrito industrial do Tabuleiro do Martins, e no distrito de Marechal Deodoro, município que pertence à sua região metropolitana.

Artesanato. O artesanato alagoano é, dentre os estados brasileiros, um dos mais ricos entre as suas diversas manifestações culturais. Mais de doze mil profissionais atuam nesse mercado, realizando uma ampla produção, resultado da fusão de várias culturas presentes na nossa for-mação. Vinculados ao comércio popular e ao turismo, milhares de trabalhadores produzem seus objetos de cerâmica, madeira, couro, cestaria, trançados e tecelagem manual, representando um importante segmento da economia.

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