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EXOPLANETAS ENSINO DE ASTRONOMIA UFABC – AULA 10 Victoria Arantes [email protected] v

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EXOPLANETAS

ENSINO DE ASTRONOMIA UFABC – AULA 10

Victoria Arantes

[email protected]

v

Desde 450 a.C. filósofos gregos ponderavam sobre a existência de

outros mundos.

Em 1440, Nicolau de Cusa, um cardeal da Igreja Católica Romana,

argumentou em “Em douta ignorância” que se Deus é infinito, o

Universo também é infinito. Disso “conclui-se que não existe centro

do Universo, [...] e tampouco existe ponto de referência, tudo é relativo e não

existe um lugar de privilégio no Universo”.

Argumentou ainda que “como a Terra não pode ser o

centro do Universo, então ela não poderia estar livre

de todo movimento”. A Terra se movimentaria.

Vale mencionar que seus trabalhos influenciaram

ninguém menos que Johannes Kepler.

Em 1584, o frade católico Giordano Bruno afirmou

em seu livro “Acerca do Infinito, do Universo e dos

Mundos”, que existiam “incontáveis sóis e

incontáveis terras todas girando ao redor dos seus

sóis”. E ainda mais, “que, assim como esta Terra, o

Sol e os outros astros são também habitados”. Foi

acusado por defender a doutrina da infinitude do

Universo. Acabou sendo preso e julgado por ainda

outras heresias contra a Igreja Católica. Em 1600 foi

morto na fogueira da Inquisição Romana.

Em 1543, ano da sua morte, Nicolau Copérnico publicou “Da revolução das

esferas celestes”, um marco na transição do modelo geocêntrico do Universo

para o modelo heliocêntrico.

Em 1610, Galileu Galilei utilizando um

telescópio construído por ele mesmo, vide

aulas anteriores, descobriu as quatro maiores

luas de Júpiter (as luas de Galileu), e que o

planeta Vênus apresentava fases, fatos importantes publicados no mesmo ano no seu

livro “O mensageiro das estrelas”, que o levou

a defender o modelo heliocêntrico de Copérnico.

Em 1698, Christiaan Huygens publicou Cosmotheoros, um livro que imagina

como seria a vida em outros planetas. Em 1750, Thomas Wright, no seu livro

“Uma teoria original ou nova hipótese sobre o

Universo”, se torna o primeiro a postular que a Via Láctea pode ser um

disco massivo de estrelas, e que alguns dos objetos no céu podem

ser discos de estrelas similares ao nosso.

Em 1925, Edwin Hubble demonstrou a

existência de outras galáxias além da Via

Láctea, mudando profundamente a maneira

como nós enxergamos o Universo. Hoje

acredita-se que há pelo menos um planeta

para cada estrela (da Via Láctea), em média.

A partir disto, podemos perceber que a ideia de vida em outros planetas,

ou mesmo a ideia de que os seres humanos e o planeta Terra não são

onipotentes, acompanha a historia da astronomia há muito tempo.

Entretanto, antes de estudarmos a possibilidade da existência de vida

fora da Terra, é necessário que estudemos a possibilidade de existir

planetas habitáveis para a vida da forma como a conhecemos, ou seja,

precisamos estudar, pesquisar e averiguar tudo sobre os exoplanetas!

Um exoplaneta (ou planeta extra-solar) é um planeta que orbita uma

estrela que não seja o Sol e, portanto, pertence a um sistema

planetário diferente do nosso. Dos cerca de 5000 candidatos a

exoplanetas descobertos até hoje, mais de 3200 foram verificados, dos quais 2325 foram descobertos pelo telescópio espacial Kepler.

O que são

Exoplanetas?

Essa concepção artística da Via Láctea mostra a localização de um dos mais

distantes exoplanetas descoberto, localizado a 13.000 anos-luz de distância:

O nome de um exoplaneta se compõe do nome da estrela, em torno

daquela ele orbita (a estrela “mãe”), seguido por uma letra minúscula,

dando a ordem de descoberta do planeta no sistema planetário da

estrela, começando por b.

Exemplo: β Pictoris b é o primeiro planeta descoberto em torno

da estrela β Pictoris.

Nomenclatura

Este tipo de nomenclatura apresenta problemas para

planetas em sistemas de estrelas binárias.

Mas em 2014 a International Astronomical Union (IAU) lançou um

concurso mundial para clubes de astronomia e organizações sem fins

lucrativos darem nomes populares a exoplanetas

juntamente com as suas estrelas Hospedeiras.

Após algumas etapas previamente organizadas pela IAU, em Janeiro

de 2015 esses clubes e organizações iniciaram o envio de propostas

para nomes desses planetas e estrelas e o resultado foi divulgado em

uma cerimônia especial pública durante a IAU XXIX General

Assembly in Honolulu, USA, entre 3 e 14 de Agosto de 2015.

Apesar da pesquisa de exoplanetas ser motivada principalmente

pela busca por planetas parecidos com o nosso, os primeiros

planetas detectados fora do Sistema Solar possuem característica

muito distintas da nossa Terra, e também de qualquer outro

planeta do nosso Sistema Solar.

Identificando

Exoplanetas

Alguns exoplanetas orbitam suas estrelas a uma distancia muito

pequena, esses planetas também possuem massas muito grandes, da

ordem de algumas vezes a massa de Júpiter, o maior planeta do

Sistema Solar.

Esse tipo de planeta não era esperado,

uma vez que aqui em nosso sistema

planetário, todos os chamados planetas

gigantes gasosos residem em orbitas

distantes, da ordem de 5 a 30 vezes

a distancia da Terra ao Sol (AU).

Alguns exoplanetas chegam a orbitar a

estrela a menos de um centésimo da

distancia da Terra ao Sol. Isso faz com que

esses corpos sejam muito quentes

–“Júpiteres Quentes” –, bem diferente do

que acontece com os planetas gigantes

do nosso sistema.

Concepção artística do Júpiter Quente

HD189733b, um dos exoplanetas mais

estudados e mais famoso. Orbita sua

estrela-mãe há cerca de 0,03UA.

Isso revela a importância de estudarmos

esses objetos, pois são relevantes na

compreensão da formação de sistemas

estelares.

O que antes considerávamos padrão – o

nosso Sistema Solar –, agora é apenas uma

possibilidade que pode evoluir de nuvens de

gás e poeira.

Ilustração das etapas de formação do

nosso Sistema Solar

Primeiro aprendemos que a

Terra era redonda. Então nós

descobrimos que nós não

eramos o centro do Cosmos,

apenas um planeta orbitando

o Sol. Somente 20 anos atrás

veio a confirmação doprimeiro

exoplaneta encontrado

orbitando outra estrela. Agora

são 5.000 exoplanetas e

contando, e nossa visão do

Universo, mais uma vez, mudou

para sempre.

Existem vários métodos para a detecção de exoplanetas, entre eles

abordaremos o método da imagem direta, por efeitos gravitacionais,

pelo método da velocidade radial, do trânsito, das microlentes

gravitacionais e do “timing”.

A técnica utilizada para a detecção dos exoplanetas influencia

muito no tipo de planetas que conhecemos até a atualidade. Por

exemplo, até pouco tempo não se conhecia nenhum exoplaneta

tão pequeno quanto a Terra. Isso deve-se ao fato de que os métodos

favorecem a detecção de planetas de alta massa.

Fotografar um planeta do Sistema Solar é relativamente fácil, pois eles

estão entre os astros mais brilhantes do céu. Isso porque eles estão

relativamente próximos, porém, a medida que nos distanciamos, os

planetas se tornam cada vez mais fracos. Além de serem pouco

brilhantes, os planetas se encontram ao redor de uma estrela que, assim

como nosso Sol, é muito brilhante. Isso faz com que a luz da estrela

ofusque o fraco brilho dos planetas e dificulte ainda mais a obtenção de

imagens. A dificuldade de se conseguir essa foto é comparável a

fotografar uma formiga ao lado de um farol que se

encontra a 400 km de distância.

Imagem direta do exoplaneta GU

Psc b. Um gigante gasoso com

uma órbita de 2.000 UA;

calcula-se que ele demore

163.000 anos terrestres para

completar uma volta ao redor de

sua estrela-mãe.

Apesar da dificuldade, já existem imagens diretas de exoplanetas.

Essas imagens foram obtidas utilizando-se de diversas técnicas, como

o uso de coronógrafos (instrumentos que realizam eclipses artificiais

da estrela).

Essas imagens são obtidas em infravermelho. No infravermelho, os

planetas são um pouco mais brilhantes e as estrelas um pouco mais

fracas, isso ajuda na diminuição do contraste e melhora as

condições para obter imagens diretas.

Concepção artística do exoplaneta Fomalhaut b orbitando o seu sol. O texto

abaixo trata da controversa gerada quando questionou-se se esse

objeto era ou não um exoplaneta. Após reanálise dos dados feitas pelo

Hubble, ele é considerado um exoplaneta.

Por este método, é possível estimar a temperatura (pela “cor”/espectro)

e o tamanho (pelo brilho aparente) do exoplaneta, mas o método não

ajuda muito para determinar a massa.

O método só serve para encontrar planetas que orbitam as suas

estrelas a grandes distâncias (>100 UA). Apesar de ser o método mais

direto de detecção, poucos exoplanetas foram encontrados por

Imagem Direta.

Descoberto em 2009, esse exoplaneta chamado β

Pictoris b, está a 63,4 anos-luz de distância, possui

cerca de 7 a 11 vezes a massa de Júpiter e sua

temperatura efetiva está entre 11.000 e 17.000°C.

Sabe-se que as estrelas exercem uma força gravitacional sobre os planetas,

mantendo-os em órbita. Da mesma maneira, os planetas também exercem

forca gravitacional sobre a estrela, porém, muito mais fraca que aquela

exercida pela estrela.

Assim, da mesma forma que os planetas realizam órbitas ao redor da

estrela, a estrela também realiza pequenas órbitas ao redor de um

ponto chamado centro de massa, que é o ponto que pode ser pensado

como se toda a massa do corpo está concentrada nele para o cálculo

de vários efeitos.

Efeitos

Gravitacionais

Como a estrela é muito maior que o planeta, o centro de massa

normalmente localiza-se dentro da própria estrela. Portanto, a estrela

realiza órbitas que mais se parecem com um bamboleio. Medir esse

bamboleio da estrela requer uma grande precisão instrumental.

O problema dela é que

funciona apenas para estrelas

próximas a Terra, e ainda

assim, requer equipamentos

extremamente acurados para

medir as variações muito

pequenas na posição da

estrela.

A vantagem dessa técnica é que que ela possibilita estimar a

massa do exoplaneta diretamente, ao invés de determinar um

limite mínimo.

O método de velocidade radial, também conhecido como "método

Doppler", mede variações na velocidade com a qual a estrela se

afasta ou se aproxima de nós. Mais especificamente, mede a

componente da velocidade estelar ao longo da linha de visada (a

linha imaginária que une o observador ao objeto).

Velocidade

Radial

A velocidade radial pode ser deduzida do deslocamento nas linhas

espectrais da estrela hospedeira, devido ao efeito Doppler.

Temos aqui a luz de uma estrela decomposta em seu espectro

eletromagnético, apresentando

algumas linhas escuras de absorção. Tais linhas são deslocadas para o

vermelho caso a estrela esteja se afastando do observador, e para o azul

caso se aproxime. Isto mostra que a estrela está se movendo em relação ao

observador na Terra.

Já que a influência do planeta sobre a estrela é maior se o planeta tem

massa alta e uma órbita perto da estrela (com raio pequeno), é este o tipo

de planeta, as vezes chamado de “Júpiteres Quentes”, que é

predominantemente encontrado por este método. O método também

favorece a detecção de planetas com órbitas paralelas a linha de visada,

e fornece um limite inferior para a massa do exoplaneta.

Até o final de 2011, a velocidade radial era o método de detecção de

exoplanetas de maior sucesso. Essa técnica sozinha detectou da ordem

de 800 de todos os exoplanetas encontrados.

A técnica mais bem sucedida atualmente para detectar exoplanetas é o

chamado método de trânsito.

O "trânsito" em Astronomia refere-se à passagem de um astro em frente

de um outro.

Ele funciona apenas com uma pequena percentagem de exoplanetas

cujos planos orbitais estejam perfeitamente alinhados com nossa linha de

visada, mas pode ser aplicado mesmo a estrelas muito distantes.

Eclipse Exoplanetário

A passagem de um planeta na frente de uma estrela faz com que a

estrela pareça estar um pouquinho menos brilhante e dessa forma

destacamos o planeta.

Assim, quanto maior for o planeta, maior será a diminuição do brilho

que esse planeta causa, o que ajuda a estimar o tamanho dele. Por

isso,

é muito difícil detectar planetas pequenos (do tamanho da Terra!).

À direita, um dado experimental mostrando o

fluxo de energia por horas do exoplaneta

Kepler-20e (falaremos mais dele adiante).

Combinando os métodos da

velocidade radial e de trânsito, dá

para determinar a massa, o raio e

o raio orbital de um exoplaneta.

Algo interessante, porém nem sempre abordado é que além do eclipse

primário - que ocorre quando o exoplaneta passa a frente da estrela -,

podemos buscar também identificar um eclipse secundário - quando o

exoplaneta passa atrás da estrela, e portanto é completamente

ocultado por ela – no caso de planetas dos quais recebemos (e

reconhecemos) a radiação térmica emitida.

Podemos observar durante o eclipse secundário a radiação

térmica desaparecer e reaparecer quando o exoplaneta começa e

termina de passar por trás da estrela,

respectivamente.

A atração gravitacional causada por uma estrela ou um planeta curva a

luz, assim como fazem as lentes de óculos.

Mais do que curvar a luz, esta é intensificada, assim, pode-se medir a

estrela se tornando mais brilhante devido a esse fenômeno.

A presença de um planeta em torno da estrela

lente faz com que a luz seja curvada de forma

diferente, como se fosse uma lente com

pequenos riscos. Isso faz com que a

intensidade da luz varie de forma distinta,

permitindo detectar o planeta.

Esse método possui o inconveniente de que

ele só acontece uma vez e não se repetirá para

aquela estrela, por isso há somente uma

oportunidade de realizar a observação.

Microlentes Gravitacionais

Nesse e no slide anterior é possível

ver a intensificação da lente

gravitacional na presença de um

exoplaneta.

• Link para experimento a partir de aplicativo da Nasa para

exemplificar a detecção de exoplanetas através de

microlentes gravitacionais:

http://kepler.nasa.gov/multimedia/Interactives/lightgrapher/li

ghtgrapher_cfm.cfm

A presenca de um exoplaneta pode afetar fenômenos temporais da estrela-

mãe ou de outros planetas presentes (e talvez já detectados), por exemplo a

órbita do(s) outro(s) planeta(s); as frequências das pulsações da estrela, caso

esta seja uma estrela variável; as emissões de pulsos da estrela, caso esta seja

um pulsar, etc.

Concepção artística do exoplaneta 51 Pegasi b, um

exoplaneta descoberto em 1992 por Aleksander

Wolszczan orbitando o pulsar PSR B1257+12 a 50

anos-luz da Terra, e confirmado em 1995.

o ano passado, forneceu só cinco

detecções, mas o primeiro exoplaneta

confirmado foi um destes cinco).

Timing

Zona Habitável

Região do ao redor de uma estrela onde o nível de radiação emitida

pela mesma permitiria a existência de agua líquida na superfície de um

planeta/satélite natural que ali se encontre, sem que os oceanos fervam

por causa da estrela estar perto de mais, e sem que os oceanos

congelem pela estrela estar longe de mais. A Terra, por exemplo, está no

interior deste limite.

Tal conceito hoje é muito popular e aceito pela comunidade científica

como um dos fatores que podem indicar se um corpo celeste pode ou não abrigar vida tal como a que evoluiu na Terra.

A zona habitável está situada entre 0 °C (273 K) e 100 °C (373 K), as

temperaturas de congelamento e evaporação da água, e pode ser

calculado pela fórmula:

Onde:

• R = distância da estrela

• L = A luminosidade da estrela em watts

• T = A temperatura em Kelvin

• = constante de Stefan-Boltzmann, que vale

• = 3.14159...

Possíveis indicadores de vida em Exoplanetas

• Residir em uma zona habitável em torno da estrela

• Sua estrela não pode ser muito ativa.

• Possuir idade suficiente para evolução da vida.

• Possuir uma superfície sólida ou líquida.

• Possuir água?

• Possuir gases atmosféricos produzidos por reações biológicas, como

o gás metano e ozônio?

• Possuir gás oxigênio?

• Possuir características que na Terra são produzidas pelos seres

vivos, como a ausência do carbono na atmosfera e a presença de

clorofila devido as plantas?

• Possuir campo magnético intenso, assim como a Terra.

Um dos primeiros sistemas a ser descoberto e que merece destaque é o

Sistema Gliese 581 a 20,4 anos-luz da Terra na constelação de Libra. O

exoplaneta Gliese 581 b foi descoberto em Novembro de 2005, mas o

exoplaneta que recebeu maior atenção da comunidade científica foi o

Gliese 581 c, descoberto em 2007 e apontado como o provável primeiro

exoplaneta potencialmente habitável. Atualmente esse sistema conta

com 6 exoplanetas.

A estrela Kepler-10 encontra-se a 564 anos-luz de distância da Terra.

Entre Maio de 2009 e Janeiro de 2010 dados colhidos pela sonda

Kepler convergiam para o fato de que existiria um exoplaneta nesse

sistema. A descoberta foi anunciada em 2011. Exoplaneta Kepler-

10b: o menor planeta rochoso até Janeiro de 2011com 1.4 raio da

Terra

Kepler-20e (a esquerda) e Kepler-20f (a direita). Dois exoplanetas na

zona habitável. Os menores exoplanetas confirmados até 21 de

Dezembro de 2011 ao redor de uma estrela como o Sol.

Kepler-22b: Mais perto de encontrar outra Terra

Que tal pensar um pouco fora da

caixinha?

Kepler-186f, o primeiro exoplaneta do tamanho da Terra na

zona habitável

Em resumo, o primeiro exoplaneta menor que a Terra, Kepler-20e, foi

descoberto em Dezembro de 2011, orbitando uma estrela como o Sol,

mas ligeiramente mais fria e menor. Porém, ele é muito quente e

incapaz de manter uma atmosfera ou um oceano de água em estado

líquido. Kepler-22b foi anunciado no mesmo mês, como o primeiro

exoplaneta na zona habitável de uma estrela como o Sol, mas sendo

duas vezes maior que o tamanho da Terra e, portanto, susceptível de

ter uma superfície sólida. O Kepler-186f foi descoberto em Abril de

2014 e é o primeiro exoplaneta de tamanho similar ao da Terra encontrado

na zona habitável de uma pequena e fria

estrela do tipo M, com cerca de metade do

tamanho e massa solares. Kepler-452b é

o primeiroexoplaneta próximo à Terra em

tamanho na zona habitável deuma estrela

muito parecida com o Sol.

20 anos da confirmação do exoplaneta 51 Pegasi b

Descoberto em Outubro de 2013 usando o

método de imagem direta, o PSO J318.5-22

pertence a uma classe especial de planetas

chamados solitários, ou planetas flutuando

livremente. Vagando sozinho pela Galáxia,

ele não orbita nenhuma estrela-mãe. Pouco

é conhecido sobre como esse tipo de

planetas vieram a existir, mas os cientistas

teorizam que eles devem ser ou estrelas que

falharam ou planetas ejetados dos seus

jovens sistemas depois de um encontro com

outro planeta. Esses planetas solitários

brilham fracamente com o calor da sua

formação. Uma vez que esfriarem, eles irão

dançar no escuro.

"PSO J318.5-22

Onde a vida noturna nunca acaba."

Duas vezes maior em volume que a Terra,

o HD 40307g fica na linha entre as “Super

Terras” e os “mini Netunos” e os cientistas não

tem certeza se ele tem uma superfície

rochosa ou uma que está enterrada sobre

grossas camadas de gás e gelo. Embora uma

coisa seja certa: com cerca de oito vezes a

massa da Terra, sua atração gravitacional é

muito, muito mais

forte.

''Experimente a Gravidade de uma Super

Terra."

Como o planeta "Tatooine" do Luke

Skywalker de Star Wars, Kepler-16b

orbita um par de estrelas. Retratado aqui

como um planeta terrestre, Kepler-16b

pode também ser um gigante gasoso como

Saturno. As perspectivas para vida neste

mundo incomum não são boas, uma vez

que tem uma temperatura similar ao do

gelo seco. Mas a descoberta indica que o

icônico duplo pôr do sol do filme não é

nada de ficção científica.

''Relaxe em Kepler-16 b

Onde sua sombra sempre tem companhia.''

Kepler-186f foi o primeiro planeta do

tamanho da Terra descoberto na potencial

“zona habitável” ao redor de outra estrela,

onde água líquida poderia existir na

superfície do planeta. Sua estrela é muito

mais fria e vermelha que o nosso Sol. Se

vida vegetal existe em um planeta como o

Kepler-186f, sua fotossíntese poderia ter

sido influenciada pelos fótons de

comprimento de onda vermelhos da

estrela, para fazer uma paleta de cores que

é muito diferente dos verdes na Terra.

Essa descoberta foi feita pelo Kepler,

telescópio caça planetas da NASA.

''Kepler-186f

Onde a grama é sempre mais vermelha no outro lado.''

Curiosidade: Exolua

Em 2014 a primeira candidata a exolua foi encontrada, mas

infelizmente não teremos a chance de observá-la novamente como

segundo David Bennett da Universidade de Notre Dame, autor do artigo

científico no qual a descoberta foi publicada.

O motivo para não podermos observá-la novamente é que sua

descoberta ocorreu pelo método de microlentes gravitacionais, num

sistema chamado MOA-2011-BLG-262.

Mas como o próprio David

apontou, ao menos agora

“nós podemos esperar mais

descobertas inesperadas

como essa”

Curiosidade: Missão TESS

Com lançamento previsto para 2017, Transiting Exoplanet Survey Satellite -

TESS é uma missão astrofísica projetada para usar quatro câmeras para

observar todo o céu, em busca de planetas fora do nosso Sistema Solar,

conhecidos como exoplanetas. A missão irá monitorar mais de 500.000

das mais brilhantes estrelas do céu, procurando por diminuições na

claridade das estrelas o que poderia indicar um planeta atravessando

seu caminho. TESS prevê encontrar mais de 3.000 candidatos a

exoplanetas, que vão desde gigantes gasosos até

pequenos planetas rochosos. Espera-se que cerca

de 500 desses planetas sejam do tamanho da Terra.

As estrelas monitoradas pelo TESS serão de 30 a 100 vezes mais brilhantes

que aquelas observadas pela sonda espacial Kepler, fazendo com que

as observações de acompanhamento sejam muito mais fáceis. Usando

os dados do TESS, missões como o James Webb Space Telescope

podem determinar características específicas desses

planetas, incluindo a possibilidade deles poderem suportar vida.

Para saber mais sobre o TESS: http://tess.gsfc.nasa.gov/

Veja o vídeo no Youtube:

https://www.youtube.com/watch?

v=ZsPStvGgNuk

• Já conseguiram medir o período rotacional de uma

exoplaneta: β Pictoris b gira em torno do seu eixo em 8

horas (similar a Júpiter)

• Com a nova geração de telescópios (prontos em ~2018)

conseguirão fazer um mapa da suérfície deste planeta

(de muito baixa resolução, claro)

• Em dezembro de 2013 detectaram o primeiro candidato a

exolua de um planeta “flutuando livremente”

Últimos e Futuros

Avanços

Aula baseada nos slides dos anos anteriores

do Pieter e do Emersson, cujo deixo aqui

registrado meu agradecimento!

Leitura/Vídeo Complementar:

Planetas no Caos:Fonte em português - http://www.universoracionalista.org/planetas-no-caosFonte em inglês - http://www.nature.com/news/astronomy-planets-in-chaos-1.15480

Exoplanetas Nerdologia:https://www.youtube.com/watch?v=d_5_MAqsPOM

Teste:

1. O que são Exoplanetas?

A) Planeta gasoso do Sistema Solar

B) Planeta que pertence a um sistema

planetário diferente do nosso

C) Uma lua de outro sistema planetário

2. Todo Exoplaneta é habitável?

A) Não

B) Sim

3. O que é uma zona habitável?

A) Uma das camadas da Terra

B) Local onde existem planetas com vida

C) Região de um sistema planetário onde

pode existir água líquida

4. O fenômeno de microlentes gravitacionais permite:

A) Encontrar exoplanetas através de picos de luminosidade da

estrela-mãe.

B) Encontrar exoplanetas através de imagem direta

C) Medir variações na velocidade com a qual a estrela se afasta ou

se aproxima de nós.

Teste: