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Antigas 1975 | 1990 | 1993 | 1994 |1995 | 1996 | 1997 | 1998 | 1999

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Antigas 1975 | 1990 | 1993 | 1994 |1995 | 1996 | 1997 | 1998 | 1999

“A Destruição do escudo de ozônio que protege a terra”

Artigo do jornal “Folha de São Paulo” “Caderno Folha Ilustrada” deSão Paulo, 21 de dezembro de 1975

J. REIS

Lá nas alturas da estratosfera um escudo de ozona, relativamente tênue porém eficaz,protege a terra contra o excesso de radiações ultravioletas oriundas do sol. Sem ele,outro seria possivelmente o equilíbrio térmico da atmosfera, assim como o crescimento deanimais e plantas, para nada falar dos riscos que nossa saúde poderia correr. Pois bem,vários produtos da atividade humana nos ameaçam agora com a destruição parcialdessa camada. Entre eles figuram os óxidos de nitrogênio de várias providências ecertos tipos de propelentes empregados em aerosóis de largo uso.

UM CICLO FORMA A CAMADAO ozona é uma espécie de oxigênio reforçado, cuja molécula encerra três, em lugar

de dois átomos de oxigênio. Gás irritante e nocivo a saúde quando excede certos limitesna baixa atmosfera, é altamente benéfico na estratosfera, porque absorve parte daradiação ultravioleta.

Um dos desenhos mostra as várias camadas da atmosfera terrestre e a densidade doozona relativamente à de toda a atmosfera nas altitudes correspondentes às váriascamadas. Por ele se percebe que o ozona forma camada de máxima densidade entre 20e 30 quilômetros de altura. Mas essa camada não é regular, pois a distribuição do ozonavaria com a latitude e as estações. Se concentrássemos esse ozona a pressão daatmosfera na superfície da terra, teríamos uma camada de apenas 3 milímetros deespessura.

De onde vem esse ozona estratosférico? Segundo indicou Chapman há 45 anos, é aprópria energia solar que dissocia as moléculas de oxigênio, numa reação de capitalimportância que mantém sob forma de átomos, e não moléculas, a maior parte do oxigênioexistente a 100 km ou mais da superfície terrestre. Numa segunda reação os átomoslivres combinam-se com as moléculas de oxigênio, com auxílio de um terceiro corpo eformam ozona que, por sua vez, se decompõe sob ação de certas radiações, refazendo ooxigênio molecular e os átomos livres. Estes são a seguir reciclados formandonovamente ozona.

Existe, como vemos, um ciclo permanente, em que o ozona esta sempre a formar-see desfazer-se. Do equilíbrio das várias reações desse ciclo resulta a presença constantede uma certa quantidade de ozona que forma a tênue camada protetora.

Podemos olhar esse ciclo dois modos diferentes. Tal como o relatamos, ele pareceuma série de reações em que as radiações do sol atacam as moléculas de ozona. Mastambém podemos encara-lo como uma série de reações que consomem parte daenergia ultravioleta do sol subtraindo-a assim a energia que chega à terra.

É evidente, pelo que dissemos, que todas as substâncias ou forças que se mostraremcapazes de perturbar o ciclo do ozona na estratosfera. Estudos recentes mostram querealmente a presença de traços de determinadas substâncias "comedoras de ozona"podem afetar decisivamente aquela camada. Ai de nos!

O MAL QUE PODE VIRO primeiro alarma foi soado em 1971, quando James Macdonald calculou que a água

no escapamento de uma flotilha de aviões supersônicos poderia atacar a camada deozona, rompendo-a, e afirmou haver correlação entre a diminuição de ozona naquelacamada e a incidência de câncer da pele nas pessoas. Essa correlação foi confirmadaem outros estudos bem documentados, que chegaram à conclusão de que uma baixade 5 por cento na camada de ozona resultaria em aumento de 10 por cento de câncercutâneo.

O câncer cutâneo e o mais bem demonstrado efeito da diminuição do ozona, porémnão é a única conseqüência previsível do aumento de certas radiações ultravioletas naterra. Devemos esperar outros efeitos na saúde, na produção das lavouras, nosmicroorganismos da água e do solo, no desgaste de materiais. É terreno ainda cheiode especulações esse, no qual as pesquisas, relativamente poucas, reclamamconfirmação e ampliação.

Alguns especialistas, levando em conta essas pesquisas, chegam a afirmar que nãopodemos esquecer a possibilidade de a diminuição do ozona na estratosfera acarretaralterações climáticas globais.

O quadro não é dos mais animadores, especialmente quando se considera que a águado escapamento dos supersônicos é coisa pouca em face de outros contaminantes quepodem chegar à estratosfera, por um mecanismo de difusão a partir da superfície daterra.

A estratosfera é seca e geralmente se encontra a temperatura inferior à do ponto decongelação da água. Apesar disso a ela sempre chega o vapor d'água direto da terra ouproduzido na própria atmosfera inferior por algumas reações químicas naturais. Emcertas condições ele pode reagir com os átomos de oxigênio e iniciar um ciclo de reaçõesque acabam destruindo o ozona. Como os aviões supersônicos lançam vapor d'água peloescapamento, a teoria indica a possibilidade de assim perturbarem eles o equilíbrio dacamada de ozona. Diversas pesquisas revelaram, porém, ser relativamente pequena,na pratica, a alteração que essa água poderá produzir.Estariam absolvidos, então, os supersônicos e outros aviões estratosféricos? Não, dizemos especialistas, porque no seu escapamento há muita coisa além da água, emparticular os oxidos de nitrogenio. E estes são, ao que tudo indica, séria ameaça acamada de ozona.Os óxidos de nitrogênio podem, por uma série de reações, que se achamesquematizadas num dos desenhos, destruir boa parte do ozona que nos protege naestratosfera. Seria ingênuo, porém, imaginar que esses óxidos só cheguem a estratosferapelo escapamento dos aviões estratosféricos. É bem verdade que a maior parte dosóxidos de nitrogênio produzidos na parte inferior da atmosfera não chega à estratosferaporque desce com as precipitações atmosféricas. Não menos certo parece entretantoque na própria estratosfera se produzem esses óxidos, por meio de reações que alinormalmente se passam. E estudos muito recentes mostram que as atividadesagrícolas e industriais poderão em breve aumentar de muito a quantidade dessesprodutos que penetram a atmosfera.Ajuntem-se a essas fontes as explosões de bombas nucleares, que enchem de óxidos denitrogênio as camadas atmosféricas. A pertubação da camada de ozona seria uma dasmais graves conseqüências possíveis de qualquer conflito nuclear. Além dos malesoriundas da poeira radioatlva teríamos os decorrentes do excesso de radiaçõesultravioleta

OS JATOS QUE VIRARAM MANIAOs aerossóis vieram para ficar. Úteis sem duvida para muitos fins, essa utilidade, que apropaganda sem dúvida exagera, aumentando desnecessariamente o consumo, poderepercutir negativamente na camada de ozona. É que os aerossóis contêm,naturalmente, além da substância específica, como por exemplo o inseticida, umasubstância chamada propelente, que serve para dispersar a primeira no jato.

Ora, alguns propelentes, dentro da grande família dos fluorcarbonados, podem atingir aestratosfera, pelos mecanismos comuns de difusão, e lá sofrerem decomposição pelaenergia solar, libertando cloro. Este se intromete no ciclo do ozona e acaba comendoboa parte dele.

Os compostos acima referidos, que formam os propelentes, também se usam, como"freon", nos sistemas de refrigeração e condicionamento de ar. Cabe a M.J. Molina eR.S. Rowland o mérito de haver chamado a atenção para o perigo que o freonrepresenta para a camada de ozona. O assunto foi logo tornado muito a sério pelasautoridades norte-americanas, que constituíram grupos de trabalho para analisar afundo o problema.

Além dos óxidos de nitrogênio e do cloro, existem, ao que tudo indica, outrassubstâncias devoradoras de ozona, como os óxidos de enxofre, o bromo e o iodo. Emparticular o bromo tem sido ultimamente colocado no banco dos réus; com açãosemelhante à do cloro, ele e um dos poluentes comuns da atmosfera, pois serve de basea vários aditivos da gasolina.

Resumindo, parece indiscutível a extrema vulnerabilidade do escudo de ozona que nosprotege contra o excesso de ultravioleta. E o homem, com sua atividade agrícola,industrial e bélica, esta contribuindo para aumentar essa vulnerabilidade. Fazer buracosna camada de ozona poderá ser um dos feitos gloriosos nas próximas guerras. Quemsabe os esburacadores receberão medalhas, as que em geral se negam aospacientes estudiosos que advertem a tempo contra os desmandos da humanidade emsua louca e desenfreada corrida a que se dá o generalizado e frouxo título deprogresso.

As repercussões que na camada de ozona podem ter certas substâncias produzidasna terra são parte do capítulo bem mais amplo das modificações que o comportamentohumano introduz em seu ambiente. O transporte de radiação, a composição química e omovimento fluido são três elementos cuja interação influi no clima. A introdução, naatmosfera, de produtos residuais da indústria e da agricultura pode afetar qualquer umdesses fatores e, por esse meio, desequilibrar os padrões climáticos.Sabemos muito bem que o aumento de gás carbônico, proveniente das combustões, criacondições desfavoráveis a devolução, pela terra, do calor recebido de fora,estabelecendo assim o conhecido ''efeito estufa''.Sabemos também que a matéria particulada que lançamos ao ar pelas chaminés ou naspráticas agrícolas mal orientadas, pode dispersar o calor solar que chega, fazendo-ovoltar e assim esfriando a terra, o que talvez contrabalance o efeito estufa, embora nãopossamos afirma-lo. Mas certamente sabemos que nenhum desses dois fatoresinterfere apreciavelmente num outro, resultante das atividades humanas e capaz dealterar globalmente o clima: o calor residual que se lança na atmosfera e que em algunscentros já chega a 5 por cento do total da energia solar depositada na mesma região.A esses fatores veio juntar-se agora o problema da fragilidade da camada de ozona e dapossibilidade de a rompermos como efeito de nossas artes na superfície da terra.

Em cima o que acontece quando um óxido de nitrogênioencontra na estratosfera uma molécula de ozona (três átomosde oxigênio ligados entre si): há decomposição do ozona, que daorigem a molécula de oxigênio (dois átomos de oxigênio ligadosentre si). Embaixo, o que acontece quando o cloro libertado dofreon e compostos semelhantes encontra o ozona Iá nasalturas: nasce oxigênio, pela decomposição do ozona.(Imitado de C.E. Kolb)

Perfil temperatura-altura típico da atmosfera. Nele secompara também a densidade do ozona com a da atmosferatotal. Vê-se que o ozona forma pequena camada a uns 20-30km da superfície da terra, camada essa que varia com a latitudee as estações. O gráfico mostra as várias camadas atmosféricas esua variação de temperatura, que cai à medida que subimosna troposfera, eleva-se na estratosfera, cai na mesosfera enovamente sobe na termosfera, mais próxima do sol. Astemperaturas são em graus absolutos, ou Kelvin. (Imitado deC.E. Kolb)

Há 45 anos Chapman explicou como se forma e destrói oozona na estratosfera. A radiação solar dissocia os átomosda molécula de oxigênio. Numa segunda etapa os átomoslivres e as moléculas de oxigênio reagem entre si,formando ozona (três átomos de oxigênio ligados entre si).Numa terceira reação a energia solar dissocia o ozonaformado e tudo recomeça. A energia que provoca essa reaçãoé ultravioleta, o que explica que este, gasto na reacao, deixede atingir a terra. Assim a camada de ozona funciona comoescudo protetor da terra. (Imitado de Kolb)

As sete pragas do ozônio abril|1990

Relação dos efeitos que a destruição da camada de ozônio pode ter sobre a superfície terrestre.

É sabido há alguns anos que a camada de ozônio que protege a Terra da radiação solar ultravioleta (UV) está ameaçada. Mas só há pouco as Nações Unidas divulgaram uma lista consolidada dos possíveis efeitos do estrago no escudo do planeta:

1. Aumento de enfermidades: 1 por cento a menos na camada de ozônio pode significar 100 mil novos casos a mais de catarata e 10 mil de câncer de pele;

2. Aceleração do efeito estufa: os raios ultravioleta afetam o plâncton marinho, responsável pela absorção de parte do dióxido de carbono; livre, o gás sobe para aprisionar o calor;

3. Quebra na cadeia alimentar: o plâncton alimenta crustáceos e moluscos de que se nutrem os peixes;

4. Empobrecimento das plantações: as bactérias que absorvem o nitrogênio do solo são sensíveis ao U V; para compensar, as plantas retiram mais nutrientes do solo, o que exigirá o uso de mais fertilizantes;

5. Desequilíbrio do sistema imunológico: a exposição prolongada à radiação enfraquece o organismo; aumentam os riscos de doenças infecciosas e as vacinas perdem eficiência;

6. Aumento da poluição: a radiação adicional estimula a concentração de poluentes na baixa atmosfera;

7. Degradação de materiais: plásticos, borrachas, madeiras, têxteis e tintas duram menos.

Fonte: Revista SuperinteressanteAbril de 1990Edição 31

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Países já têm alternativas 06|dezembro|1993

A substituição do CFC por outros gases para refrigeração já é realidade em vários países. O Brasil – que produz mais de 10 mil toneladas de CFC e onde 100% dos aparelhos de refrigeração usam o gás, também pode entrar para a lista de amigos do ozônio.Um dos caminhos é a reciclagem dos CFCs até que eles sejam desativados, depois de 110 anos de vida.Na Alemanha e na Inglaterra já existem geladeiras do tipo ozone-friendly em que o CFC é substituído pelo butano e propano e pelos HCFCs.Porém, existe uma polêmica sobre os gases alternativos: o butano e propano são criticados por serem altamente combustíveis e contribuírem com o aquecimento global, e o HCFC como apenas um paliativo, já que também agride a camada de ozônio, em escala mínima.O debate está impulsionando a pesquisa em busca de resultados melhores e mais ecológicos.Contribuição – Uma das obrigações do Protocolo de Montreal estabelece um Fundo Multilateral que conta com o dinheiro dos países de maior consumo do CFC que deverá ser aplicado nos países d baixo consumo, entre eles o Brasil. Para este ano, foi calculada contribuição de US$ 113 milhões dos países ricos dos pobres.O governo brasileiro tem um Grupo de Trabalho do Ozônio, equipe interministerial que administra os fundos do Protocolo de Montreal, dando assessoria a projetos alternativos.O boicote ao CFC já chegou até nas pequenas empresas e grandes multinacionais. Em Porto Alegra, o Hotel Plaza São Rafael está investindo US$ 400 mil na adaptação da refrigeração para uso de gás alternativo.Já a Coca-Cola está elaborando campanhas de reciclagem do gás e anunciou que, a partir de dezembro de 1994, não comprará equipamentos contendo ou fabricados a partir de CFC, antecipando-se ao Protocolo de Montreal em escala mundial.

Gás é usado em geladeira

O CFC – clorofluorcarbono – é uma substância química feita de carbono, flúor e cloro, e pode ser encontrado na forma gasosa ou líquida. A primeira frente de ataque do CFC foram os aerossóis: hoje, 100% dos desodorantes, cremes de barbear e outros produtos, cujo propelente era o CFC, têm o butano e o propano como alternativas.Porém, ele ainda existe como gás nos sistemas de refrigeração – ar condicionado e geladeira – e em solventes e espumas. Como solvente, é usado para limpeza de circuitos impressores (computadores). É também empregado como agente expansor entre os polímeros na fabricação de espumas.Quando liberado, o CF permanece por longo tempo na atmosfera, e quando chega à estratosfera, destrói a camada de ozônio. É por causa deste fenômeno que as pessoas só devem se expor ao sol com protetores: o CFC acabou com parte natural do guarda-sol natural da capa de ozônio, que filtra a radiação ultravioleta.

Fonte: Folha de São Paulo| volta |

Válvula captura CFC e impedeque buraco de ozônio aumenteDispositivo reaproveita gás de geladeira e ar-condicionado

06|dezembro|1993

Anna Muggiati

Neste exato momento, o clorofluorcarbono (CFC) de sua geladeira ou do ar-condicionado do seu quarto pode estar sendo liberado. Em poucos dias, esta gás fatalmente atingirá a estratosfera e vai furar a camada de ozônio. Ele pode, porém, ser impedido de cometer este crime. Acaba de ser inventada e registrada no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), a válvula para recuperação de CFCs. O gás é capturado e preso, para depois ser reciclado.A válvula – que mede menos que 10 centímetros – tem um mecanismo que permite que tanto os CFCs da geladeira como os do ar condicionado sejam filtrados e purificados.“Nossa meta é banir o uso do CFC, com sua substituição por outros gases que não agridem o ambiente”, explica o criador do pequeno dispositivo, Lúcio Flávio Campos, engenheiro mecânico e consultor da ONG Defensores da Terra, que trabalhou com a colaboração da engenheira química e analista ambiental Kátia Medeiros, da Feema (Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente). “Mas quando um substituto ambientalmente correto não é empregado, decidimos partir para uma alternativa economicamente viável”.Custo – Segundo Kátia, somente no Rio de Janeiro, mais de US$ 12 milhões são gastos com a compra de CFC. “Todo este dinheiro poderia ser economizado”, diz Kátia. O preço do custo da válvula é de apenas US$ 80.O escape do CFC se dá tipicamente em três situações. Na primeira – mais comum – ele escapa dos sistemas de refrigeração por algum defeito. “Uma geladeira que pinga ou um ar condicionado com serpentinas congeladas podem ser sinais de um vazamento”, explica Lúcio. Se o aparelho precisa ser consertado, o CFC é retirado. “O mais comum é o técnico abrir a válvula e deixar o gás escapar. Depois ele compra uma recarga”, explica o engenheiro.O escapamento pode ocorrer, também, quando uma geladeira é abandonada em ferro-velho, e no processo de desmonte tem o gás liberado. O ideal é a recuperação e reciclagem do gás: “Estaremos evitando que o gás seja liberado para a estratosfera”, diz Kátia.A vida do CFC é de 110 anos (enquanto uma geladeira vive apenas 20 a 25 anos) e a meta dos pesquisadores é bani-lo do mapa estelar controlando sua produção na Terra.Protótipos – já existe uma pequena firma em Resende produzindo protótipos da válvula, mas Lúcio garante que não venderá a patente.“Queremos prestar um serviço e não comercializar. Alugaremos a patente para firmas interessadas, para que o aparelho seja efetivamente utilizado”, explica. Os fundos serão aplicados em projetos de educação ambiental dos Defensores da Terra.O recuperados do CFC, porém, não vem sozinho no kit anti-destruição da camada de ozônio. Para garantir uma operação completa, um projeto de lei que tramita na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro poderá regulamentar as manutenções de refrigeradores para que o CFC seja reciclado.

Fonte: Folha de São Paulo| volta |

Antártida pode ter maior buracode ozônio este anoNível do gás começou a cair três semanas mais cedo neste inverno

31|agosto|1993

Das agências internacionais

O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida este ano poderá ser o maior já verificado. A previsão foi feita ontem por Rumen Bojkov, especialista da Organização Meteorológica Mundial. Segundo ele, o nível do ozônio já caiu em mais de 50% em certas regiões.A formação do buraco sobre a Antártida durante o inverno é um fenômeno que vem ser repetindo desde que se constatou a diminuição da camada de ozônio nas regiões. As condições atmosféricas durante o inverno são mais favoráveis à ação dos agentes que eliminam o ozônio.Esse gás, formado por moléculas com três átomos de oxigênio, absorve grande parte da radiação ultravioleta que chega à Terra. O aumento desse tipo de radiação na superfície do planeta pode ter vários efeito negativos. Entre eles, elevaria a incidência de certos tipos de câncer de pele. Os pesquisadores suspeitam ainda que os raios podem ameaçar plantações e formas de vida marinha.Segundo Bojkov, a diminuição na camada de ozônio começou três semanas mais cedo este ano. O nível do ozônio já caiu em média 35% em apenas quatro semanas. Se esse ritmo continuar, o buraco poderá superar facilmente o recorde de 25 milhões de quilômetros quadrados, registrado em 1992. Essas medições começaram no final dos anos 70.O sistema de medição usa dados enviados por estações de estudos climáticos mantidas na Antártida. Foi a estação alemã Neumayer que constatou a perda de até 50% do ozônio a uma altitude de 16 km a 19 km.O alerta de Bojkov, que é assessor especial do secretário-geral da ONU para questões ambientais, coincide com uma reunião que a ONU está promovendo em Genebra sobre os acordos internacionais de proteção ao ozônio. Especialistas de vários países estão reunidos para acertar detalhes legais e técnicos das convenções mundiais que determinaram, para a partir de 1995, um drástico corte nas emissões dos gases que afetam a camada de ozônio como os CFCs (clorofluocarbonetos).Segundo dados divulgados recentemente nos EUA, a emissão mundial desses gases já está diminuindo. Bojkov lembra, porém, que esses gases permanecem na atmosfera entre 70 e 100 anos. Nesse período, eles continuam a atacar o ozônio.

Fonte: Folha de São Paulo| volta |

Preservação da Camada de Ozônio 19|dezembro|1994

Ecologistas e dermatologistas decidiram se unir para defender a saúde do carioca e a camada de ozônio da Terra, que protege o planeta dos raios ultravioleta. Ontem, eles iniciaram, na praia de Ipanema, uma campanha pelo fim do uso do clorofluorcarbono (CFC) – um dos principais fatores da diminuição da camada de ozônio – e de preservação do câncer de pele. Além de incentivar a população, a campanha vai incentivar um “boicote civil” contra o uso do isopor comum, fabricado com CFC.

Segundo dados da ONU, a redução da camada de ozônio já é de 4% no estado do Rio, 13% no Rio Grande do Sul, 11% em Santa Catarina e 7% no Paraná. De acordo com o médico Jarbas Porto, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), estima-se que a diminuição de 1% de ozônio resulte no aumento de 5% nos casos de câncer de pele. A previsão da dermatologista Marcia Ramos e Silva, presidente da seção Rio da SBD, é de que em 95 surgirão 60 mil novos câncer de pele no Brasil (95% por excesso de exposição solar) – dez mil a mais que esse ano.

Jornal do Brasil

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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Ataque à Pele N° 1, MAIO 1995

camada de ozônio. Daí, a preocu-pação com a possível destruição dacamada de ozônio pela ação dassubstâncias emitidas pelas turbinas deaviões supersônicos, aviões militares ejatos comerciais e dos aerossóis queexpelem clorofluorocarbonetos.

A radiação eletromagnética podeser descrita como sendo constituídapor ondas eletromagnéticas. As dife-rentes ondas que compõem a radia-ção solar podem ser diferenciadasatravés de seus comprimentos deonda. A distância entre dois pontossimétricos e consecutivos de umaonda (ou de dois mínimos) é o que sedenomina comprimento de onda(Figura 1).

Da parte do espectro eletromagné-tico que atinge a superfície da Terra(ultravioleta, visível e infravermelho), afaixa que está diretamente envolvidacom o bronzeamento da pele é a doultravioleta, a mais energética das três.Essa faixa possui um comprimento deonda que varia, aproximadamente, de200 a 400 nanometros. De acordo com

Michelle L. Costa Aluna de graduação doDepartamento de Química da Universidade deBrasília, Brasília - DFRoberto Ribeiro da Silva Bacharel emQuímica, doutor em ciências pela Universidadede São Paulo. Docente do Departamento deQuímica da Universidade de Brasília, Brasília -DF

Tabela 1: O espectro eletromagnético. Umnanometro (nm) corresponde a 10-9 m.

filtros solares, bronzeamento, radiação ultravioleta

A ciência e a tecnologia têm sido ao mesmo tempo solução e causade problemas sociais. A seção “Química e sociedade” apresentaartigos que focalizam aspectos importantes da interface ciência/sociedade, procurando sempre que possível analisar o potencial eas limitações da ciência na solução de problemas sociais.Este texto inicia a série falando sobre os efeitos da luz solar sobre apele humana. Paralelamente ao efeito mais visível, o bronzeamento,a exposição excessiva ao sol pode causar eritemas e até mesmoalguns tipos de câncer, efeitos que podem ser minimizados pelouso de loções que contenham substâncias que atuem como filtrossolares.

zeado.Hoje em dia, o sentido do bronzea-

do está intimamente ligado a tempo delazer ou a férias. Nessas ocasiões, aspessoas gastam mais tempo preocu-pando-se com a estética. Tanto na praiacomo na piscina, as queixas são sem-pre as mesmas:

• Por que é que todo mundo con-segue pegar um bronzeado melhor doque o meu?

• Será que possuem um tipo dife-rente de pele?

• Será que estão usando um bron-zeador com algum tipo de fórmulamágica?

• Por que minha pele quase sem-pre fica vermelha e descasca?

Acabe com as chateações contro-lando seu bronzeado. É fácil: basta sa-ber como o sol afeta a pele e comoderterminadas substâncias atuamnuma loção. Vamos começar pelasnoções básicas.

O beabá dos raios solaresO sol emite um amplo espectro de

radiação eletromagnética, e a maiorparte dela é muito nociva para os se-res vivos. No entanto, grande parteda radiação nociva – raios cósmicos,raios X, ultravioleta (Tabela 1) – éabsorvida pelas camadas superioresda atmosfera, principalmente pela

Uma investigação histórica dobanho solar entre os sereshumanos traz conclusões

bastante curiosas. Mesmo em umarápida retrospectiva, verifica-se que apele branca muitas vezes indicouposição de destaque na sociedade.Enquanto trabalhadores, servos eescravos passavam a maior parte doseu tempo ao sol, os aristocratas pro-curavam a sombra, carregando guar-da-sóis, usando chapéus ou viseiras eficando em lugares cobertos. Paramuitos, entretanto, a Revolução Indus-trial levou embora a busca da palidez.Os trabalhadores, agregados emfábricas, passavam longos períodos emlugares fechados. A industrializaçãobarateou o custo da sombra e aumen-tou o preço da luz solar. Quem tinha umbronzeado mostrava que tinha tempolivre e saúde para viajar aos locais ondepudessse tomar muito sol. Esta é umaversão da história. Uma outra é que naalta sociedade européia, na década de20, o chique era ter a tez branco-leite.Somente pessoas simples, que traba-lhavam nos campos, eram bronzeadas.Então, a estilista Coco Chanel, depoisde um cruzeiro pelo Mediterrâneo,apareceu com um bronzeado dourado.Sempre ditando tendências, Chanel fezde sua cor a coqueluche do momento.Foi aí que começou a nova era do bron-

QUÍMICA

e

SOCIEDADE

Tipo de radiação Comprimento deonda / nm

raios cósmicos eraios gama

raios-X

raios ultravioleta

luz visível

luz infravermelha

microondas

ondas de rádio

0,01 a 0,1

0,1 a 200

200 a 400

400 a 700

700 a 50 000

50 000 a10 000 000

10 000 000 a10 x 1012 m

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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Ataque à Pele N° 1, MAIO 1995

suas propriedades físicas e com seusefeitos biológicos, a faixa ultravioleta énormalmente dividida em sub-regiões.São elas: UV-C, UV-B, UV-A.

Os raios UV-C variam de 200 a 290nm, sendo os de maior energia e me-nor comprimento de onda. Essa radia-ção é nociva aos tecidos vivos. Podematar organismos unicelulares e preju-dicar a córnea dos olhos. Felizmente, oUV-C é absorvido pela camada deozônio da atmosfera. O comprimentode onda dos raios UV-B varia de 290 a320 nm, e atinge a superfície da Terraem quantidades muito pequenas. O UV-B provoca a vermelhidão associada àsqueimaduras do sol, sendo também umdos grandes causadores de algunstipos de câncer de pele. Os raios UV-Avariam de 320 a 400 nm e são a menosenergética das três sub-regiões. ‘Luzesnegras’, usadas para iluminar boates,estão incluídas nesse comprimento deonda. Assim como o UV-B, o UV-A écapaz de acionar os mecanismos dobronzeamento, sendo chamado algu-mas vezes de ‘raio bronzeador do sol’.Embora o UV-B seja o principal res-ponsável pelos efeitos nocivos à pele,alguns especialistas acreditam que oUV-A também contribua na produçãode queimaduras.

A profundidade da peleA pele humana possui diversas

camadas de tecido. A camada maisexterna é conhecida como epiderme.Na parte superior da epiderme, o estratocórneo, células mortas estão comprimi-das de forma compacta em uma cama-da de aproximadamente 20 células deprofundidade. A segunda camada é aderme. Essa camada importante pos-sui o tecido conjuntivo, os capilares, osnervos, as glândulas sudoríparas e osfolículos capilares.

Ao longo da membrana que liga aepiderme à derme se encontram doistipos de células especializadas que sãode particular interesse dos banhistas.

células responsáveis pela produçãode melanina possuírem uma baixaatividade, então é possível que a pes-soa nunca fique bronzeada.

Entretanto, o efeito final da radiaçãoultravioleta é a danificação das proteí-nas que constituem o tecido elástico econectivo da pele. Isso produz umirreversível envelhecimento da pele,que se tornará enrugada, dura e maci-lenta.

Vermelho rubroUm sinal comum da exposição

excessiva é a vermelhidão – ou erite-ma – associada a queimaduras sola-res. Em geral, os pesquisadores con-cordam que essa reação inflamatória,que pode persistir por muitos dias, éum resultado ou da ação direta dosfótons ultravioletas sobre pequenosvasos sanguíneos ou da liberação decompostos tóxicos de células epidér-micas danificadas. As toxinas espa-lham-se pela derme, danificando oscapilares e causando a vermelhidão,o calor, o inchaço e a dor. Mais sanguecircula pelas áreas afetadas pelo UV,auxiliando no processo de recupe-ração. O grande volume de sanguefaz a pele parecer avermelhada. Acirculação de sangue, que aumentou,também dissipa uma grande quanti-dade de calor do corpo, e este é omotivo pelo qual a área da pele quefoi queimada parece quente ao to-que. Essa reação normalmente atin-ge o auge entre 12 e 24 horas.

AutodefesaA pele possui diversos mecanismos

de autoproteção. Sua defesa maissimples é aumentar a distância que aradiação deve percorrer antes de cau-sar danos. A pele acelera a produçãode queratinócitos, o que torna a epid-erme e o estrato córneo mais espessos.Essa conduta aumenta a taxa dadescamação, até diversos dias após aqueimadura.

O bronzeado não é uma proteçãoabsoluta contra os danos que os raiosUV causam à pele. Sendo uma rea-ção retardada, uma grande quanti-dade de dano pode ocorrer antes deum bronzeamento protetor se desen-volver. A melanina também nãoabsorve todos os raios UV. Pessoasque têm baixa densidade de mela-nina, isto é, as de pele mais clara, têmmuito pouca proteção natural.

Figura 1: Uma onda e o seu comprimento deonda.

Uma é a célula basal. As células basaisreproduzem células para a epidermechamadas queratinócitos. Os querati-nócitos, ao longo de sua vida, vão seaproximando cada vez mais da super-fície externa devido ao surgimentoconstante de novos queratinócitos, pro-venientes da camada basal, que em-purram os mais antigos. Durante essetrajeto, essas células tornam-se acha-tadas e alongadas e morrem. As célu-las mortas, que agora formam o estratocórneo, são pressionadas para cima atéserem desprendidas por um processoconhecido como descamação. Na pelenão bronzeada, os queratinócitos me-dianos levam de três a quatro semanaspara migrar à camada basal da super-fície da epiderme.

Injeção de bronzeadoA outra célula especializada produ-

zida ao longo da membrana que une aepiderme à derme é o melanócito.Essas células, embora em pequenaquantidade, têm um importante papelna proteção do corpo. Quando os raiosUV-A ou UV-B atingem os melanócitos,eles emitem uma resposta, produzindoum pigmento da pele chamado mela-nina (um polímero complexo), capaz deabsorver radiação ultravioleta. Nasce-mos com diferentes quantidades dessepolímero. Pessoas de compleição claratêm pouca melanina; as de pele more-na têm mais e as de pele escura têmmuita.

A melanina interage com a radia-ção solar em dois estágios. No primei-ro, grânulos pálidos (desoxigenados)de melanina próximos à superfície dapele são transformados, pela luzultravioleta, em cor escura (oxidada).Isso produz um bronzeado imediato— normalmente no prazo de umahora — que desaparece dentro de umdia. Um bronzeado mais duradouroé proporcionado pelo segundo está-gio. Nesse processo, novas quanti-dades de melanina são produzidas apartir da tirosina, um aminoácidoabundante na proteína da pele. Essesegundo estágio de bronzeamentoresiste por vários dias sem a neces-sidade de exposições posteriores aosol. Novos banhos de sol não sóproduzem mais melanina como tam-bém aumentam as cadeias de polí-mero e realçam a cor. Contudo, semesmo depois de terem sido estimu-ladas pela radiação ultravioleta as

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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Ataque à Pele N° 1, MAIO 1995

Ao longo dos anos, uma exposiçãoao UV pode danificar a pele. Pesqui-sas recentes indicam que mudançasna função do sistema imunológico dapele podem acontecer depois de umaúnica queimadura. O câncer de peletem sido associado à exposição aoUV-B. Além disso, o excesso deradiação UV causa envelhecimentoprecoce – a pele torna-se coriácea eenrugada. Esse dano, que podecomeçar enquanto você está aindacom seus 20 anos, é cumulativo eirreversível. Felizmente, muitos des-tes efeitos podem ser evitados. Umaforma de prevenção é ficar fora do solou se cobrir. Para a maioria daspessoas, entretanto, um método maisprático é usar protetores solaresindustrializados.

Sombra engarrafadaAgentes protetores solares (ou

filtros solares) ajudam a bloquear aradiação UV antes que ela causedanos. Para serem eficazes, os pro-tetores devem ser à prova de água,mas mesmo assim eles acabam sen-do removidos. Além disso, deve serobservado que a água doce dissolveos protetores com mais eficácia quea água salgada.

Alguns produtos são opacos e re-fletem a radiação UV, como as pastasbrancas que os salva-vidas costu-mam usar no rosto. Elas contêm pig-mentos brancos refletores como odióxido de titânio (TiO2) e o óxido dezinco (ZnO).

Os agentes de proteção solar maisconhecidos são componentes orgâ-nicos sintéticos que bloqueiam seleti-vamente a radiação UV mais prejudi-cial. Suas estruturas químicas usual-mente incluem um anel benzênicosubstituído.

O benzeno puro absorve a radia-ção UV-C, mas, adicionando-se ou-tros átomos ao anel benzênico, aabsorção se estende à região UV-B.Esses compostos benzênicos ‘subs-tituídos’ foram sintetizados paraabsorver o UV-B prejudicial e deixaro UV-A passar. Isso permite um bron-zeamento sem queimaduras, apesarde algum dano ainda ocorrer.

Um dos agentes de proteção so-lar mais antigos e ainda amplamenteusado é o ácido p-aminobenzóico,comumente conhecido como PABA.São também usados derivados do

PABA, benzofenonas e outros com-postos (vide Figura 2). Esses agentespodem ser usados individualmenteou misturados.

A preparação do protetor solarideal deve ser esteticamente favorá-vel, de modo que as pessoas queficam muito tempo ao sol sintam-sebem usando a proteção proporcio-nada por esses produtos químicosindustrializados.

FPS: fator de proteção solarApós 20 minutos de exposição ao

sol do meio-dia, um tipo normal depele branca não bronzeada seráafetado pela queimadura do sol, dan-do origem a uma vermelhidão Essavermelhidão só se tornará visível 24horas depois. A exposição necessáriapara produzir esse efeito é chamadade dose eritemal mínima, que de-pende da intensidade da radiação edo tempo de exposição. Ao se com-parar o tempo necessário para pro-duzir esse efeito eritemal mínimo so-bre a pele desprotegida com o tem-po necessário para produzi-la sobrea pele protegida com uma quantida-de padrão de protetor solar, é possí-vel definir o fator de proteção (FP)para um dado protetor.

Assim, o fator de proteção solar FPSé definido como:

Em que Tpp é o tempo de exposi-ção mínimo para produção de eritemaem pele protegida, e Tpd o tempo de

Figura 2: Substâncias comumente usadas em protetores solares.

exposição mínima para produção deeritema em pele desprotegida.

Um protetor com fator de proteção10 significa que ele permite que sefique ao sol dez vezes mais tempo doque sem sua utilização, com o mesmoresultado. O fator de proteção deve serproporcional à quantidade de luz UVtransmitida através da camada deprotetor sobre a pele. Assim, se o pro-tetor tem uma transmitância de 50%,isto é, deixa passar 50% da luz inci-dente, ele deve proporcionar um FPS2. Em contrapartida, um FPS 10 devecorresponder à transmitância de 10%.

Os valores de FPS são obtidos emlaboratórios, mas por razões de or-dem técnica (dificuldade de se fa-bricar uma pele articial que simuleuma pele natural) optou-se pela ado-ção do teste real, sendo as loçõesaplicadas na pele das pessoas (invivo) para determinar o fator de pro-teção. As fontes preferidas de radia-ção solar são artificiais (lâmpadas devapor de mércurio ou de gás xenô-nio). O tipo de pele da cobaia é ex-posta à radiação de uma lâmpadaUV que simula o sol, mas que agemais rapidamente que ele. Uma re-gião do corpo (geralmente as costas)é exposta a uma série de feixes deluz UV. Cada feixe de luz incide porum determinado tempo. Vinte e qua-tro horas depois, a pele é examinadapara verificar o eritema, a vermelhi-dão da queimadura. O tempo mínimode exposição que produz eritema éobservado (25 segundos, por exem-plo). Outra seção das costas é tratada

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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Ataque à Pele N° 1, MAIO 1995

com uma quantidade precisa de pro-tetor solar, e exposta a uma nova sériede feixes por diferentes períodos detempo. Vinte e quatro horas depois,os locais onde a luz incidiu são exa-minados e, novamente, o tempo míni-mo que produz o eritema é anotado(200 segundos, por exemplo). O FPSé a razão destes tempos.

Para fins práticos, isto significa quea pele leva oito vezes mais tempo parase queimar com o protetor solar do quesem ele. Se você normalmente se quei-ma depois de uma hora de sol, vocêpoderia, de acordo com este exemplo,ficar oito horas no sol usando esseprotetor solar.

Infelizmente, em nosso país, o altocusto das loções contendo filtros so-lares tem dificultado o acesso dessatecnologia à grande massa da popu-

Devido ao fato de efeitos da luz so-lar sobre a pele serem cumulativos enormalmente exigirem anos de exposi-ção até que o câncer se manifeste, osresultados só aparecem muito tempomais tarde.

Alguns cientistas acreditam que adestruição da camada de ozônio, quebloqueia a maior parte da radiaçãoultravioleta do sol, está contribuindopara o aumento do câncer de pele. Porenquanto, não existem muitas evidên-cias para sustentar essa noção. Toda-via, os pesquisadores concordam que,com o passar do tempo, a diminuiçãoda camada de ozônio trará problemas.

A camada mais externa e dinâmicada pele, a epiderme, serve de primeiroestágio para a manifestação da maioriados tipos de câncer de pele. Tanto ocarcinoma da célula basal quanto o daescamosa se desenvolvem a partir dascélulas mais comuns da pele, os quera-tinócitos, que se formam na base daepiderme e rumam para a superfície dapele. Próximos à base, os queratinó-

Recentemente, pesquisadores da Austrália, o país com maiores índices decâncer de pele do planeta, anunciaram a descoberta de novos materiais quequando incorporados ao tecido de roupas leves transformam-nas empoderosos escudos contra os raios ultravioleta, aumentando de cinco a novevezes a proteção da roupa e permitindo que ela seja usada por períodos maislongos ao sol. Uma camisa de algodão comum tem um fator de proteção solarda ordem de 10. Após a incorporação dessas substâncias, é possível aumentaro fator de proteção dessa roupa para 50, mantendo seu peso e conforto.

Muitas vezes, quando estamos ao sol, numa praia, por exemplo, cos-tumamos achar que ficar debaixo de um guarda-sol, dentro da água ouusar camiseta são proteções adequadas. Entretanto, não se pode esperarmuito dessas estratégias. Sabe-se que a areia da praia reflete 50% dosraios UV que nela incidem, o que faz com que estes nos atinjam mesmoquando estamos à sombra. A neve reflete 83% da luz incidente, e é capazde promover um bronzeado equivalente ao de estar na praia. A água conduzos raios UV até uma profundidade de 91,5 cm e reflete 5% da luz. Umacamiseta molhada permite que 20 a 30% dos raios UV atinjam a pele.

Uma outra curiosidade é que o vidro não transmitemuita luz com comprimento de onda abaixo de 350

nm. Se recebermos luz por detrás de uma janela,a principal conseqüência será a verme-

lhidão da pele por causa do calor(luz infravermelha). O mesmo

não ocorre com o acrílico,que transmite luz de

comprimentos deonda me-

nores.

Curiosidades do bronzeado

lação que se expõe diariamente ao sol,seja por lazer ou por necessidade detrabalho. Aos químicos compete odesafio de desenvolver novos produtosmais baratos e de qualidade equiva-lente.

O câncer de pele

Existem três tipos de câncer depele: o carcinoma da célula basal, ocarcinoma da célula escamosa e omelanoma, que é o menos comum,porém o mais perigoso. Se a luz dosol é a causa, ainda não se sabe. Amorte provocada por melanoma co-meçou a aumentar a partir de 1920, esuas vítimas mais freqüentes sãoprofissionais ou administradores enão trabalhadores que passam seusdias ao sol. Trabalhos recentes sobreepidermologia demonstraram queeventuais superexposições ao sol equeimaduras podem ser mais signifi-cativas do que a exposição contínuae o bronzeamento.

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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Ataque à Pele N° 1, MAIO 1995

Planeje seu bronzeado

citos são ‘rechonchudos’, mas quan-do se direcionam para fora tornam-se achatados no processo de transfor-mação em células escamosas queformam a resistência da pele, asuperfície protetora. Os melanomassaem dos melanócitos, as célulasprodutoras de pigmentos.

As células epidérmicas tornam-semalignas quando o DNA de seusnúcleos é alterado, levando estes ase dividirem descontroladamente ea formarem tumores. A transformaçãodo DNA pode ser causada por repeti-das exposições a raios X , a queima-duras solares, doenças infecciosas oucontato freqüente com certas subs-tâncias. Dentre esses agentes causa-dores de câncer, o mais comum tem

sido a luz ultravioleta produzida pelosol.

Em geral, as pessoas mais vulne-ráveis ao câncer de pele são as depele clara. Negros raramente têm car-cinomas ou melanomas. A razão denegros com melanoma em relação abrancos com esse mal é de 1/15.

A pigmentação escura é obvia-mente protetora. Os casos raros demelanoma encontrados entre osnegros acontecem quase exclusiva-mente em regiões mais claras dapele que geralmente não estão ex-postas ao sol: palmas das mãos,solas dos pés, a parte de baixo dasunhas e até a boca. Este fato temlevado os especialistas à conclusãode que a ocorrência de câncer em

Este artigo é uma versão adap-tada e ampliada do texto “TheSunworshippers”, de autoria de D.K.Robbins, ChemMatters (vol. 2, n° 2),pp. 4-7, 1984, com permissão daAmerican Chemical Society. Copy-right 1984. Os autores agradecem aAna Cláudia Monteiro Silva peloauxílio na supervisão da adaptaçãodo texto.

Para saber maisMAES, D. MARENUS, K. e SMITH, W.

P. Novos avanços na fotoproteção. Cos-metics & Toiletries (Edição em Português)vol. 4, set/out, pp. 40-45, 1992.

TOLENTINO, M.; ROCHA-FILHO, R.C. e SILVA, R. R. O azul do planeta: umretrato da atmosfera terrestre. São Paulo,Editora Moderna. Coleção Polêmica. Noprelo.

XV EDEQ - ENCONTRO DE DEBAXV EDEQ - ENCONTRO DE DEBAXV EDEQ - ENCONTRO DE DEBAXV EDEQ - ENCONTRO DE DEBAXV EDEQ - ENCONTRO DE DEBATES SOBRETES SOBRETES SOBRETES SOBRETES SOBREO ENSINO DE QUÍMICAO ENSINO DE QUÍMICAO ENSINO DE QUÍMICAO ENSINO DE QUÍMICAO ENSINO DE QUÍMICA

Ocorrerá nos dias 13 e 14 de outubro de 1995 o XV EDEQ,promovido este ano pelo Departamento de Química daUniversidade do Rio Grande, sob a coordenação do prof.Moacir Langoni Souza.

Tema:“A Qualidade no Ensino de Química”.

Local:Departamento de Química - URG, rua AlfredoHuch, 474, 96201 Rio Grande - RS.

Maiores informações:Fone (0532) 32 9900, ramal 170.

XVII ECODEQC - ENCONTRO CENTOXVII ECODEQC - ENCONTRO CENTOXVII ECODEQC - ENCONTRO CENTOXVII ECODEQC - ENCONTRO CENTOXVII ECODEQC - ENCONTRO CENTO-OESTE-OESTE-OESTE-OESTE-OESTEDE DEBADE DEBADE DEBADE DEBADE DEBATES SOBRE ENSINO DE QUÍMICATES SOBRE ENSINO DE QUÍMICATES SOBRE ENSINO DE QUÍMICATES SOBRE ENSINO DE QUÍMICATES SOBRE ENSINO DE QUÍMICA

Ocorrerá de 18 a 20 de outubro de 1985 o VII EncontroCentro-Oeste de Debates sobre Ensino de Química.Promovido pela Escola Técnica Federal de Goiás, pelaUniversidade Católica de Goiás, pela Universidade Federalde Goiás e pela Regional Goiás da SBQ, o evento terá comocoordenadora a profa. Agustina Echeverria.

Maiores informações:Rua 75, n 46, 74055-110 Goiânia - GO; fone (062)223 1232, ramais 167/ 164/ 148/ 140; fax (062)223 1544.

EVENTOS

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Eventos N° 1, MAIO 1995

Cor da pele Sensibilidade ao sol Fator de proteção solarrecomendado

muito clara

clara

clara/média

média

castanho-escura ou negra

sempre se queimacom facilidade

sempre se queimacom facilidade

queima-se moderadamente

queima-se muito pouco

raramente ou nuncase queima

máximo (PFS 8-14) ou ultra(FPS > 15)

extra (PFS 6-7)

moderado (PFS 4-5)

mínimo (PFS 2-3)

mínimo (PFS 2-3) ounenhum

negros provavelmente tenha origemgenética.

A geografia também tem umpapel importante no câncer de pele.Regiões equatoriais, onde o sol domeio-dia bate diretamente sobre acabeça, recebem a radiação ultra-violeta mais intensa. Ao norte ou aosul, os raios solares incidem na terranum ângulo mais oblíquo, fazendo umcaminho maior pela atmosfera, deforma que a camada de ozônio absor-ve mais a luz ultravioleta antes deatingirem a superfície.

As ameaças à camada de ozônioFalta de recursos pode comprometer a eliminação de substâncias nocivas

6|setembro|1995

Por Neuza Serrade São Paulo

A camada de ozônio, agredida pelo uso de gases como o clorofluorcarbono (CFC), causador do “buraco de ozônio”, ainda está sob risco. Os níveis de redução das substâncias agressoras ainda são insuficientes e os recursos para que os países eliminem ou substituam gases com o CFC estão cada vez mais escassos. Nesse cenário, o Brasil é um dos afetados. Do pacote de projetos de empresas do setor privado apresentado na última reunião do Comitê Executivo do Fundo Multilateral do protocolo de Montreal, em julho, que totalizava cerca de US$ 10 milhões, foram aprovados menos de US$ 3 milhões. No entanto, os prazos estipulados pelo Protocolo de Montreal, que estabeleceu as regras para a redução e controle das substâncias responsáveis pelos danos à camada de ozônio, estão mantidos. O protocolo determina que até dezembro deste ano os países desenvolvidos devem cessar a produção de CFC. Para os em desenvolvimento o prazo final é 2010.Para tornar possível a eliminação do CFC, foi criado em Londres, em 1990, o Fundo Multilateral, ou Fundo do Ozônio, pelos países-membros do Protocolo de Montreal com o objetivo de descartar recursos dos países desenvolvidos para financiar projetos em países em desenvolvimento. Para o triênio 1994/95/96 a dotação (teórica) do fundo é de US$ 510 milhões e, neste ano, de US$ 120 milhões. No entanto, há mais projetos do que recursos.

Muitos países doadores estão inadimplentes. Em 31 de julho, o valor em contribuições atrasadas ao Fundo era de US$ 65 milhões dos anos anteriores e US$ 120 milhões deste ano. Segundo Suely Machado Carvalho, presidente do painel de tecnologia e economia do Protocolo de Montreal, esses dados deixam claro o que acontece na última reunião do Comitê Executivo do Fundo, em julho, onde havia projetos de cerca de US$ 87 milhões e o Fundo só tinha US$ 30 milhões. Em julho do ano passado foi aprovado o programa brasileiro de redução de emissões de CFC, que estima serem necessários US$ 900 milhões para a implementação de projetos dos setores de refrigeração industrial, comercial e de ar-condicionado e fabricantes de máquinas.

Existem hoje no Brasil cerca de 30 milhões de refrigeradores domésticos em uso e um milhão de unidades de equipamento de refrigeração comercial.

Apenas 10% dos equipamentos de ar-condicionado central usam CFC, pois os aparelhos novos utilizam o gás HCFC.

Com a escassez de recursos e prazos que correm o risco de não serem cumpridos, os perigos para a camada de ozônio são cada vez maiores. Em vista do crescimento econômico de alguns países em desenvolvimento, o Fundo Multilateral contatou que o consumo de substâncias controladas pelo protocolo cresceu até 50%. Segundo Suely, cerca de 25% da população mundial estará abolindo o uso total dessas substâncias no final deste ano.

No entanto, os 75% dos países em desenvolvimento e países com economia em transição ainda estão começando a redução. Dos 149 países signatários do protocolo, 110 são em desenvolvimento.

Cientistas estimam que se os CFC continuassem a ser emitidos tão sem controle como eram em 1980, a camada de ozônio se reduziria cerca de 4% a 5% por década. Cada 1% de redução pode causar aumentos de 2% na incidência de câncer de pele.

PRAZOS A CUMPRIR

Segundo Suely, países com economia em transição que são parte do protocolo, como Rússia, Bulgária, Ucrânia e Belarus (antiga Bielorrússia), não cumprirão os prazos. O Comitê de Implementação, grupo de países que monitoram a adoção das regras do protocolo, solicitará ao Grupo Aberto das Partes, na reunião de dezembro, em Viena, cinco anos de “período de graça” e ajuda do Global Environmental Facility (GEF). Segundo Suely, isso os deixa livres até o ano de 2000, sem exceder os níveis de consumo de CFCde 1994.

Na 12ª reunião do Grupo Aberto das Parte, que aconteceu em Viena de 28 de agosto a 1 de setembro, a grande discussão foram as necessidades básicas domésticas. Os países da Organização e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) submeteram uma emenda que visava limitar o uso de substâncias nocivas à camada de ozônio só para países desenvolvidos. De acordo com o protocolo, foi permitido aos países desenvolvidos produzirem até 15% do nível de produção de CFC em 1986 para garantir o suprimento durante o “período de graça” e o “phaseout” em países em desenvolvimento.

O G-77 (grupo dos países em desenvolvimento) e a China não concordaram que só ficasse para os países desenvolvidos o suprimento do mercado mundial. Eles querem que os países em desenvolvimento também tenham esse direito de fornecimento. Após o encerramento da produção do CFC será necessária uma quantidade desse gás durante o período de sua substituição.

Essa é uma das questões pendentes que serão discutidas na reunião de dezembro, em Viena.

Atualmente, constam do protocolo todas a substâncias com reconhecido potencial de destruição da camada de ozônio. Entre elas estão o CFC, tetracloreto de carbono, metil clorofórmio e brometo de metila.

Os efeitos para a saúde

O ozônio é um gás encontrado junto com outros gases em toda a atmosfera. Mas é na estratosfera, precisamente na altitude de 25 a 40 quilômetros, que ele se encontra em maior quantidade, formando a camada de ozônio que funciona como um filtro de raios solares. A diminuição dessa camada pode afetar a vida na Terra porque, com a sua redução, uma maior quantidade de raios ultravioleta atinge a superfície terrestre. Os efeitos que isso pode causar à vegetação, aos sistemas aquáticos e aos animais não são ainda totalmente conhecidos. O mais difundido é o aumento dos casos de câncer de pele, que resulta da exposição do homem aos raios ultravioleta, mesmo em pequenas doses.

Por sua grande estabilidade química, os clorofluorcarbonos (CFC) conseguem chegar intactos à estratosfera, sem modificar sua molécula. Nessa altura, a forte radiação solar quebra a molécula de CFC e o átomo de cloro se desprende e permite que ele reaja com o ozônio. Cada átomo de cloro poderia destruir cerca de 100 mil moléculas de ozônio antes de ficar inativo.

Segundo essa teoria, os CFC permanecem na atmosfera por longo período de 40 a 150 anos.(N.S.)

Dobra ‘tráfico” de destruidordo ozônio, diz ONG outubro|1995

O mercado negro de substâncias que destroem ozônio, os gases clorofluorcarbonos (CFCs), pode ser duas vezes maior que o estimado, diz a organização não-governamental (ONG) Action Ozone.Segundo a entidade, entre 10 mil e 20 mil toneladas de produtos químicos são contrabandeados nos EUA. Usados em sistemas de refrigeração ou solventes industriais, eles vazam e atingem a camada de ozônio que protege a Terra dos raios ultravioleta do Sol. (FSP)

Ano 1 nº4 / outubro de 1995http://newton.dfi.ufms.br/gaecim/outubro95.htm

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Câncer de pele e os filtros solares agosto|1996

Há muito se conhece a relação entre o câncer cutâneo e os raios solares. Os fatos que levaram a esta evidência sempre foram obtidos por meio de estudos epidemiológicos dos tumores de pele.

Observações clínicas demonstram que indivíduos expostos ocupacionalmente ao sol aumentam sensivelmente sua incidência de câncer cutâneo.Os locais de maior acometimento das lesões tumorais são os de máxima exposição solar (principalmente a face).

A incidência maior é nos indivíduos de pele clara que vivem em áreas onde a intensidade solar é maior por períodos mais prolongados. Celtas das ilhas britânicas que migraram para a Austrália em estudo de uma geração, comparado com os que não migraram, tiveram um aumento brutalde câncer cutâneo.

A incidência de tumores é maior em homens que mulheres pois aqueles se expõem mais ao sol.

As doenças genéticas, que resultam em maior sensibilidade da pele aos efeitos da luz solar, estão associadas ao desenvolvimento maiordo câncer cutâneo.

O sol emite radiação eletromagnética, porém, a fração deste espectro que concerne os efeitos biológicos mais importantes na pele é a radiação ultravioleta. Ela está subdividida em ultravioleta C que não chega à terra porque é filtrada pela camada de ozônio e é letal às células humanas; ultravioleta B que provoca as queimaduras solares e está relacionada com câncer de pele, pigmentação e, finalmente, ultravioleta A que provoca escurecimento da pele, alterações do envelhecimento e tambémcâncer cutâneo.

Sabido isto, podemos concluir que para prevenirmos os tumores cutâneos necessitamos do reconhecimento precoce destes tumores e prevenindo-se contra os raios solares.

O reconhecimento precoce dos tumores poderá ser realizado por profissionais habilitados ou mediante campanhas públicas bem conduzidas.

Quanto à prevenção contra os raios solares será realizada através dos filtros solares. Estes filtros são substâncias químicas que têm a função de absorver ou refletir a radiação solar (exemplos: PABA, benzofenonas,cinamatos e outros).

Os filtros possuem fatores de proteção solar (FPS) que se traduzem por um número indicativo de quanto a mais de proteção ao sol o indivíduo terá após aplicá-los do que a pele sem o filtro.

A escolha dos filtros de maneira geral é determinada pelo dermatologista e depende do tipo de pele do indivíduo (quanto mais claro, maior o fator de proteção), da quantidade e tempo de exposição solar que o indivíduo vai ter, da intensidade dos raios nas determinadas áreas geográficas e o tipo de formulação que se adapte a cada localização da pele (por exemplo: para os lábios as apresentações são diferentes das do corpo).

Finalmente, não se deve esquecer que o filtro solar, embora proteja, não evita totalmente o desenvolvimento do câncer cutâneo. Cuidados como se expor à luz até às 10 horas da manhã e

após às 15 horas, uso de viseiras, roupas e guarda-sol são coadjuvantes necessários. n (JSF)

Dr. Cyro Festa NetoAssistente Doutor do Departamento de Dermatologia FMUSP - Vice-Presidente da Soc.Bras.Dermatologia - Regional São Paulo

Ano 2 nº 9 / agosto de 1996http://newton.dfi.ufms.br/gaecim/agosto96.htm

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Buraco de ozônio cresce mais cedo este ano setembro|1996

O buraco na camada de ozônio que envolve o planeta atingiu seu tamanho máximo um mês antes do que em 1995, segundo a Organização Meteorológica Mundial.

O ozônio é um gás presente na estratosfera (camada atmosférica acima de 12.000m de altitude). Ele protege os seres vivos de radiações nocivas do Sol, as quais podem causar câncer, por exemplo.

O buraco na camada de ozônio, observado pela primeira vez sobre a Antártida nos anos 80, tem reaparecido desde então nos meses de setembro e outubro. No ano passado, o ozônio sobre a Antártida chegou a seu menor nível em outubro.

Até agora, o buraco ainda vinha duplicando o tamanho a cada ano, apesar de acordos para reduzir a emissão de CFCs.

Os CFCs eram usados — e ainda são, em alguns países — em refrigeradores e em aparelhos de ar condicionado.

Estudo publicado em maio deste ano pela Administração de Oceanos e Atmosfera (Noaa) dos EUA na revista científica "Science" afirmava que o pico da emissão de substâncias destruidoras do ozônio ocorreu em 1994.Segundo a Noaa, a recuperação do ozônio começaria em 1997, com exceção da Antártida, onde o gás foi quase totalmente destruído. Nesse caso, a recuperação ocorreria dentro de dez anos. ? (FSP)

Ano 2 nº 10 / setembro de 1996http://newton.dfi.ufms.br/gaecim/setembro96.htm

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ONU cria Dia Internacional do Ozônio 20|setembro|1996

Brasília, 20 (Agência Brasil - ABr) - O Dia Internacional do Ozônio foi instituído no ano passado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de estimular ações de preservação da camada de ozônio, que funciona como filtro das radiações solares, além de prevenir sua destruição.

O prêmio Nobel de química, Mário Molina foi um dos precursores no estudo das reações químicas na camada de ozônio da estratosfera e ainda de sua relação com os efeitos à saúde. Foi com seu trabalho que os gases clorofluorcarbonos (CFC) ficaram conhecidos como um dos responsáveis pela redução da camada.

Sem o ozônio, responsável pela filtragem dos raios solares, a quantidade de raios ultravioleta B que chega à superfície é tão grande que pode causar sérios prejuízos ao equilíbrio dos ecossistemas. Os raios ultravioleta são conhecidos ainda como causadores de câncer de pele, catarata e debilidade do sistema imunológico.

Usados como propelentes em aerossóis, refrigeradores, aparelhos de ar condicionado, espumas plásticas e desodorantes spray, os gases CFC são produzidos até hoje em alguns países. O Brasil é um deles. Apesar disso, algumas empresas brasileiras já trabalham em sentido contrário e produzem tecnologias para a substituição das chamadas SDO's, que, traduzindo, são "substâncias destruidoras da camada de ozônio".

A Poly-Urethane é uma delas. Na segunda-feira, dia oficial contra a destruição da camada, a empresa mineira recebeu o prêmio Mário Molina, criado este ano pelo Programa Estadual de Prevenção à Destruição da Camada de Ozônio (Prozonesp) da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, por ter alcançado o status "livre do CFC". A empresa desenvolveu um substituto do CFC à base de óleo de mamona, girassol e amendoim. No ano passado, a Poly-Urethane produziu o poliol, um composto específico para se obter espumação, produzido a partir de 360 mil toneladas de óleo de mamona.

O Shopping Center Ibirapuera, a Kibon, a Trivona do Brasil S/A (divisão Vickers e a Spal) e a Indústria Brasileira de Bebidas S/A já converteram grande parte de seus equipamentos de refrigeração, câmaras e freezers. A Atenas Indústria e Exportação foi uma das primeiras a recolher e recuperar gás refrigerante e a Sete Comércio e Assistência Técnica em Refrigeração e Condicionador de Ar utiliza gases alternativos desde 1994.

A Servi Continental 2001 converteu seus bebedouros e está trocando os aparelhos de ar condicionado por outros que não usam o CFC. A Spuma-Pac eliminou o uso de mais de uma tonelada por ano de CFC e de HCFC. Todas essas empresas receberam menção honrosa por substituírem os clorofluorcarbonetos por fluídos que não afetam a camada de ozônio. (Lana Cristina)

Fonte: http://www.radiobras.gov.br/ct/1996/materia_200996_5.htm

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Camada de ozônio deve diminuir este ano outubro|1996

O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida deve ser maior em 1996 do que no ano passado.

A previsão é do pesquisador David Hofmann, da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (Noaa).

O ozônio é um gás presente na estratosfera (camada atmosférica acima de 12.000m de altitude). Ele protege os seres vivos de radiações nocivas do Sol, as quais podem causar câncer, por exemplo.

Segundo Hofmann, a profundidade do buraco alcançou 129 DU (unidades Dobson) em 95, contra 109 DU em 93, e 119 DU em 94.

Este ano ela pode alcançar até 140 DU, provavelmente por causa de algumas mudanças nas condições atmosféricas", diz Hofmann.

O gás é destruído, entre outras causas, pelos CFCs, que eram usados — e ainda são, em alguns países — em refrigeradores e em aparelhos de ar condicionados. (FSP)

Ano 2 nº 11 / outubro de 1996http://newton.dfi.ufms.br/gaecim/outubro96.htm

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O hemisfério Norte e a camada de ozônio abril|1997

A redução da camada de ozônio é um fenômeno geralmente associado ao Hemisfério Sul, onde ela se mostra mais intensa. Não obstante, a redução também já ocorre no Hemisfério Norte e está se agravando.

Em março do corrente ano, a camada sobre o Ártico reduziu-se a níveis jamais antes alcançados, segundo constatou a NASA, mostrando-se 40% mais tênue do que a média entre 1979 e 1982 e uma considerável redução em relação a março de 1996, quando a rarefação foi de apenas 24%. O aumento da radiação ultravioleta que incide sobre a superfície da Terra devido à redução da camada, segundo se avalia, pode afetar a produção agrícola, o plancto, os animais e o homem, embora ainda não seja possível quantificar o grau do dano previsto.

Em novembro do ano passado, um painel de cientistas chegou à conclusão de que as crianças de hoje, no decorrer de suas vidas, enfrentarão um risco de adquirir câncer de pele entre 4 a 10% maior do que no passado.A redução da camada de ozônio é uma das várias alterações globais do meio ambiente, provocadas pelas atividades humanas.Fonte: The Independent, Londres, abr.97www.sna.agr.br/meioamb03.htm

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O Buraco na Camada de Ozônio 23|maio|1997

A camada de ozônio é uma capa desse gás que envolve a Terra e a protege de vários tipos de radiação, sendo que a principal delas, a radiação ultravioleta, é a principal causadora de câncer de pele. No último século, devido ao desenvolvimento industrial, passaram a ser utilizadosprodutos que emitem clorofluorcarbono (CFC), um gás que ao atingir a camada de ozônio destrói as moléculas que a formam (O3), causando assim a destruição dessa camada da atmosfera. Sem essa camada, a incidência de raios ultravioletas nocivos à Terra fica sensivelmente maior,aumentando as chances de contração de câncer.

Nos últimos anos tentou-se evitar ao máximo a utilização do CFC e, mesmo assim, o buraco na camada de ozônio continua aumentando, preocupando cada vez mais a população mundial. Asineficientes tentativas de se diminuir a produção de CFC, devido à dificuldade de se substituir esse gás, principalmente nos refrigeradores, provavelmente vêm fazendo com que o buraco continue aumentando,prejudicando cada vez mais a humanidade. Um exemplo do fracasso na tentativa de se eliminar a produção de CFC foi a dos EUA, o maior produtor desse gás em todo planeta. Em 1978 os EUA produziam, em aerosóis, 470 mil toneladas de CFC, aumentando para 235 mil em 1988.

Em compensação, a produção de CFC em outros produtos, que era de 350 mil toneladas em 1978, passou para 540 mil em 1988, mostrando a necessidade de se utilizar esse gás em nossa vida quotidiana. É muito difícil encontrar uma solução para o problema.

O buraco

A região mais afetada pela destruição da camada de ozônio é a Antártida. Nessa região, principalmente no mês de setembro, quase a metade da concentração de ozônio é misteriosamente sugada da atmosfera. Esse fenômeno deixa à mercê dos raios ultravioletas uma área de 31 milhões de quilômetros quadrados, maior que toda a América do Sul, ou 15% dasuperfície do planeta. Nas demais áreas do planeta, a diminuição da camada de ozônio também é sensível; de 3 a 7% do ozônio que a compunha já foi destruído pelo homem. Mesmo menores que na Antártida, esses números representam um enorme alerta ao que nos poderá acontecer, secontinuarmos a fechar os olhos para esse problema.

O que são os raios ultravioleta

Raios ultravioletas são ondas semelhantes a ondas luminosas, as quais se encontram exatamente acima do extremo violeta do espectro da luz visível. O comprimento de onda dos raios ultravioletas varia de 4,1 x 10-4 até 4,1 x 10-2 mm, sendo que suas ondas mais curtas são as mais prejudiciais.

A reação

As moléculas de clorofluorcarbono, ou Freon, passam intactas pela troposfera, que é a parte da atmosfera que vai da superfície até uma altitude média de 10.000 metros. Em seguida essas

moléculas atingem a estratosfera, onde os raios ultravioletas do sol aparecem em maior quantidade. Esses raios quebram as partículas de CFC (ClFC) liberando o átomo de cloro. Este átomo, então, rompe a molécula de ozônio (O3), formando monóxido de cloro (ClO) e oxigênio(O2).

A reação tem continuidade e logo o átomo de cloro libera o de oxigênio que se liga a um átomo de oxigênio de outra molécula de ozônio, e o átomo de cloro passa a destruir outra molécula de ozônio, criando uma reação em cadeia.

Por outro lado, existe a reação que beneficia a camada de ozônio: Quando a luz solar atua sobre óxidos de nitrogênio, estes podem reagir liberando os átomos de oxigênio, que se combinam e produzem ozônio. Estes óxidos de nitrogênio são produzidos continuamente pelos veículosautomotores, resultado da queima de combustíveis fósseis. Infelizmente, a produção de CFC, mesmo sendo menor que a de óxidos de nitrogênio, consegue, devido à reação em cadeia já explicada, destruir um número bem maior de moléculas de ozônio que as produzidas pelos automóveis.

Porque na Antártida

Em todo o mundo as massas de ar circulam, sendo que um poluente lançado no Brasil pode atingir a Europa devido a correntes de convecção. Na Antártida, por sua vez, devido ao rigoroso inverno de seis meses, essa circulação de ar não ocorre e, assim, formam-se círculos de convecção exclusivos daquela área. Os poluentes atraídos durante o verão permanecem na Antártida até a época de subirem para a estratosfera. Ao chegar o verão, os primeiros raios de sol quebram as moléculas de CFC encontradas nessa área, iniciando a reação. Em 1988, foi constatado que na atmosfera da Antártida, a concentração de monóxido de cloro é cem vezes maior que em qualquer outra parte do mundo.

No Brasil ainda há pouco com que se preocupar

No Brasil, a camada de ozônio ainda não perdeu 5% do seu tamanho original, de acordo com os instrumentos medidores do INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais). O instituto acompanha a movimentação do gás na atmosfera desde 1978 e até hoje não detectou nenhuma variação significante, provavelmente pela pouca produção de CFC no Brasil em comparação com ospaíses de primeiro mundo. No Brasil apenas 5% dos aerosóis utilizam CFC, já que uma mistura de butano e propano é significativamente mais barata, funcionando perfeitamente em substituição ao clorofluorcarbono.

Os males

A principal conseqüência da destruição da camada de ozônio será o grande aumento da incidência de câncer de pele, desde que os raios ultravioletas são mutagênicos. Além disso, existe a hipótese segundo a qual a destruição da camada de ozônio pode causar desequilíbrio no clima, resultando no "efeito estufa", o que causaria o descongelamento das geleiras polares econseqüente inundação de muitos territórios que atualmente se encontram em condições de habitação. De qualquer forma, a maior preocupação dos cientistas é mesmo com o câncer de pele, cuja incidência vem aumentando nos últimos vinte anos. Cada vez mais aconselha-se a

evitar o sol nas horas em que esteja muito forte, assim como a utilização de filtros solares, únicasmaneiras de se prevenir e de se proteger a pele.

Autores: IF da UFRJ - Curt Roloff e Núbio Tupinambá

Fonte: http://www.geocities.com/ResearchTriangle/Lab/6116/ozonio.html

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Geladeira Ecológica julho|1997

Há muito tempo, mas ainda nesse século, colocava-se em prática a refrigeração, que já era sentida como essencial à conservação dos alimentos, através de grandes máquinas "fazedoras de frio" à base da compressão e descompressão de gases, tais como a amônia, o dióxido de enxofre e o cloreto de metil. Os processos de refrigeração eram extremamente perigosos, visto que o equipamento de compressão, volta e meia, entrava em colapso e causava explosões e incêndios, além do que os gases eram tóxicos. Impensável era ter, à essa época, em casa, um aparelho de refrigeração para conservar os alimentos; o costume era comprar gelo, levá-lo para casa e resfriar os alimentos por contatocom esse gelo.

Em 1931, um cientista, Thomas Midgely Jr., inventou o gás Freon-12 que, pouco tempo depois, demonstrou pelas suas incríveis propriedades criogênicas ser a alternativa ideal para substituir todos os outros gases fazedores de frio. Tal gás era não inflamável, não explosivo e não tóxico, além de também não ser corrosivo dos metais com que fazia contato. A pressão necessária para fazer valer suas características criogênicas era também menor que a exigida pelos outros gases. Foi uma verdadeira revolução industrial que passou a permitir que se produzisse frio caseiramente. Em 1950, os alimentos congelados invadiram o mercado norte-americano e daí, a idéia começou a percorrer o mundo e logo a seguir, começou-se a refrigerar, além de alimentos, o ar ambiente.

Fantástica foi também a descoberta de outras propriedades deste gás, particularmente de seus sucedâneos, quais fossem, servir como matéria-prima para a produção de espumas de poliestireno, para enchimento dos famosos frascos de "sprays" de todas as naturezas e ainda servir como excelente material de limpeza de delicados circuitos eletrônicos.

Mas a própria ciência, que inventa maravilhas, acabou descobrindo neste produto, que todos julgavam inerte, uma propriedade terrível que só foi possível perceber a partir de outros avanços científicos.

A seqüência da história foi, mais ou menos, a seguinte: descobriu-se que nossa estratosfera era rica de um gás chamado Ozônio; descobriu-se que, da gama de radiações solares, uma delas, a ultravioleta, era filtrada por esse ozônio nas altas camadas da atmosfera; descobriu-se que a radiação ultravioleta tinha sobre o ser humano e outros seres vivos efeitos perniciosos; descobriu-se que o Freon-12 e seus parentes (todos CFC’s), que foram desenvolvidos com a mesma concepção, possuíam a propriedade de aniquilar o ozônio nas altas camadas da atmosfera (entre 20 e 50 quilômetros de altitude).

A cadeia de descobertas levou à conclusão lógica de que, apesar das maravilhosas propriedades desses gases, que se denominam em conjunto por clorofluorcarbonos (CFC’s), se estava pagando um preço alto pelo seu uso, visto que, a destruição do ozônio, via os CFC’s, se fazia muito rapidamente, porque cada átomo de cloro dessa substância, que se libera devido à própria radiação ultravioleta, vai "roubando" um átomo de oxigênio do ozônio, transformando-se novamente em cloro ativo, e daí, sucessivamente buscando outro ozônio; dessa forma, um só "cloro" era capaz de promove a destruição de muitos "ozônios". Tal constatação alertou o mundo para as graves conseqüências da destruição do ozônio estratosférico.

A coisa toda, que era só pesquisa, assustou, devido a dois fatos; o primeiro, porque confirmou-se, em 1980 que os CFC’s são também gases estufa, contribuindo em cerca de 25% do total para esse efeito. O segundo, baseou-se na descoberta de um grande "buraco" na camada de

ozônio sobre a Antártida, o que levou à assinatura do Tratado de Montreal, onde os produtores de CFC’s se comprometeram a diminuir a produção e buscar similares, esperando-se, assim, a diminuição do consumo pela metade até o final desse século.

Vale assinalar que a família dos CFC’s tem como seus principais produtos os seguintes: CFC-11 – utilizado na fabricação de espumas de poliestireno.CFC-12 – utilizado em refrigeração.CFC-13 – utilizado na limpeza de componentes eletrônicos.As vidas médias estimadas: do CFC-11 é de 75 anos e a do CFC-12 entre 110 e 140 anos, o que indica que a ação maléfica desses produtos é bastante duradoura.

O Bromo, elemento químico muito usado na fumigação das lavouras e em alguns tipos de extintores de incêndio, produz efeito análogo ao cloro presente nos CFC,s.

Como conseqüência da destruição da camada de ozônio estratosférica, a Terra fica exposta diretamente às radiações ultravioletas oriundas do Sol e foram detectados vários males oriundos da incidência dessas radiações, entre os quais:

O câncer de pele, preferencialmente nas pessoas de peles mais claras.A catarata (doença dos olhos).

Na agricultura, a soja, o feijão, a abóbora, o melão e o repolho têm o tamanho de suas folhas diminuído, acarretando menor crescimento. A qualidade das sementes fica piorada. Há um aumento de pragas, doenças e pestes nas vegetações.

No mar, alguns fitoplânctons não resistem à radiação.A meta para a proteção da camada de ozônio não pode ser outra a não ser buscar-se sucedâneos para os CFC’s. Muitos frascos de sprays já não usam esse produto, bem como muitas geladeiras (apelidadas ecológicas), também aparelhos de refrigeração do ar já estão usando como gases refrigeradores o isobutano ou o HCFC (hidroclorofluorcarbono), que não agridem o ozônio.

Gil Portugal

Fonte: http://www.gpca.com.br/gil/art56.html

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Discovery parte para missão de 11 dias 08|agosto|1997

das agências internacionais

O ônibus espacial norte-americano Discovery decolou ontem às 10h41 da Flórida (11h41 em Brasília) para uma missão de 11 dias.

Os seis astronautas vão desenvolver cerca de 40 atividades científicas durante a missão. A principal será pôr em órbita um satélite que vai monitorar a camada de ozônio. Eles também vão apontar um telescópio para analisar o cometa Hale-Bopp e desenvolver pesquisas sobre câncer.

Meteorologistas previam chuvas e céu fechado para a manhã de ontem, o que poderia impedir a decolagem. Não foi o que aconteceu. Minutos antes do lançamento, os técnicos da Nasa (a agência espacial dos EUA) aproveitaram para desejar feliz aniversário ao co-piloto Kent Rominger, que completava41 anos.

O lançamento do satélite estava previsto para a noite de ontem. O equipamento pesa 3.200 kg, foi construído na Alemanha e vai ficar durante nove dias vagando no espaço para coletar dados sobre a camada de ozônio, que protege a Terra dos efeitos dos raios ultravioleta do Sol.

Nas últimas décadas, a ação de poluentes (como o gás CFC) vem diminuindo a camada de ozônio, o que causa preocupação entre os ambientalistas.

Origem do texto: Das Agências InternacionaisEditoria: MUNDO Página: 1-17 8/3855Edição: Nacional Aug 8, 1997

fonte: http://www.launchpad9.hpg.ig.com.br/noticias/folhashuttle97.htm

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Substituição do CFC surgiu em Santa Catarina 19|setembro|1997

Brasília, 19 (Agência Brasil - ABr) - A substituição do gás Clorofluorcarbono (CFC) na fabricação de compressores de ar para refrigeração por outro que não agride a camada de ozônio surgiu de pesquisas desenvolvidas nos laboratórios dos cursos de Engenharia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). As pesquisas são resultados da parceria entre a instituição e a EMBRACO, maior fabricante de compressores de ar do País. Em quinze anos de trabalhos conjuntos, a EMBRACO e a UFSC conseguiram desenvolver compressores que, hoje, são 40 por cento mais econômicos do que os utilizados no início da década de 80. (Ubirajara Jr)

Fonte: www.radiobras.gov.br/ct/1997/coluna_190997.htm

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A sombra salva 25|agosto|1998

O filtro solar não previne o pior câncer depele mas continua imprescindível

Karina Pastore

Pele, cabelos e olhos claros: chances seis vezes maiores de desenvolver melanoma

Foi preciso uma década para que o brasileiro se convencesse dos efeitos deletérios do excesso de sol. Ninguém mais ousa se estirar à beira do mar ou da piscina sem antes lambuzar o corpo com filtro solar. O ritual melado tinha um bom motivo. Acreditava-se que pudesse evitar todos os males resultantes da perigosa exposição da pele ao sol por mais tempo do que o recomendado, como envelhecimento precoce e câncer de pele, entre os mais importantes. Na semana passada, durante o encontro anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência, cientistas do Centro de Câncer Sloan-Kettering, em Nova York, jogaram dúvida nessa crença, ao revelar que os protetores solares podem muito pouco contra o mais letal dos cânceres de pele, o melanoma. Cuidado, portanto. A epidemiologista Marianne Berwick, chefe da equipe de pesquisadores, analisou dez pesquisas sobre a relação entre o uso das loções e a incidência do câncer. Em oito delas, notou a cientista, não há prova alguma do benefício dos filtros na prevenção de melanoma. A conclusão da doutora Berwick não equivale à condenação do uso do filtro solar. O produto continua a ser considerado muito útil contra as queimaduras de sol e contra dois outros tipos de câncer de pele. Mas o melanoma tem peculiaridades que fazem sua prevenção mais complicada. Pintas Sabe-se, por exemplo, que o melanoma pode acometer até pessoas que nunca tomem sol. "Ele se manifesta não apenas em regiões constantemente expostas ao sol, mas também em áreas do corpo protegidas da radiação ultravioleta, como as plantas dos pés e as nádegas", diz o dermatologista Sérgio Fonseca Tarlé, professor da PUC do Paraná. Depois, os médicos têm certeza de que esse tipo de neoplasia depende de fortes componentes genéticos. Famílias com um caso entre seus membros têm mais chances de apresentar a doença. Homens e mulheres de pele e cabelos claros, notou a médica Berwick, correm risco seis vezes maior de desenvolver o câncer. Outro dado é que a existência de pintas escuras na pele (não confundir com sardas) também aumenta a probabilidade de o melanoma aparecer. Um trabalho desenvolvido pela Universidade de Harvard, publicado no ano passado no Journal of the American Medical Association, a reputada revista científica da Associação Médica Americana, revela: uma pinta e basta apenas uma aumenta o perigo em doze vezes. "Noventa por cento dos casos de melanoma se desenvolvem a partir de pintas já existentes", reforça a dermatologista Clarisse Zaitz, professora da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Mesmo com tantos fatores independentes da exposição ou não ao sol, os médicos ainda acreditavam que o filtro solar ajudasse na prevenção dos melanomas. Isso se devia ao fato de se ter constatado que as pessoas mais suscetíveis ao câncer tinham outro ponto em comum. Em algum momento de sua vida tinham sofrido queimaduras de sol profundas. Foi o bastante para que se desenvolvesse a crença de que os filtros solares, já que protegem a pele contra essas agressões, pudessem também proteger contra o melanoma. Aí estava o problema. Bronzeado seguro Usar filtro solar é um hábito recente, do final da década de 80, que graças às campanhas de esclarecimento ganhou força rapidamente. Apesar disso, o número de casos de câncer de pele vem crescendo a cada ano. Em 1960, havia uma vítima de melanoma para cada 600 pessoas. Trinta anos depois, a proporção era de um para 105. No ano 2000, de acordo com estatísticas do Instituto Nacional do Câncer, do Ministério da Saúde, a relação no Brasil será de

um para 75. "Só porque passam o protetor, muitos acham que estão seguros e se expõem ao sol indiscriminadamente", diz o dermatologista Fernando Augusto de Almeida, presidente do Grupo Brasileiro Multidisciplinar de Melanoma e professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo. O nó da questão está no fato de a luz do sol não ser homogênea. Ela se compõe de radiações diferentes, que, combinadas, provocam uma série de efeitos no organismo. O raio ultravioleta de tipo A, por exemplo, acelera o envelhecimento das células, enquanto o ultravioleta de tipo B responde pelas queimaduras e pelo bronzeamento. Acreditava-se que os melanomas estivessem relacionados à exposição ao tipo B, e isso dava alento à idéia de que, em se barrando essa radiação, por tabela se estivesse prevenindo o câncer. Um trabalho do Laboratório Nacional de Brookhaven, nos Estados Unidos, lançou por terra essa idéia. Os pesquisadores mostraram que em 90% dos casos de melanoma, a radiação responsável é a de tipo A, que os filtros solares mais modernos só conseguem barrar em 50%. Está aí o motivo para que, mesmo se evitando as queimaduras, não se evite a tragédia do melanoma. Apesar dos estudos sobre melanoma, os protetores solares são imprescindíveis. Sobretudo no Brasil, que, por se situar em região equatorial, está entre os países do mundo mais atingidos pela radiação solar. E mais. O brasileiro adora ficar estatelado na areia enquanto os raios de sol lhe douram a pele. Antes da chegada dos filtros, o verão era a época de pernas, barriga, ombros e rosto vermelhos para a maioria o corpo dolorido, inchado, coberto por bolhas. Não era raro ver rapazes e moças tomando banho de mar de camiseta, depois de se ter queimado excessivamente no dia anterior. Era a única proteção possível contra o sol. Hoje não mais. Existe o filtro solar para defender a pele, e todos o utilizam. Os fotoprotetores são armas poderosíssimas contra a nocividade do sol. Alguns chegam a absorver mais de 97% dos raios solares do tipo B. Preservam assim as células da pele das rugas precoces e da maioria dos cânceres de pele. A grande boa notícia trazida pelos protetores solares foi que os banhistas puderam prolongar sua estada na praia, reduzindo os riscos. O bronzeado ficou mais seguro. É só não abusar.

Texto extraído da Veja, 25/08/98

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Governo não compra produtoque afeta camada de ozônio 19|setembro|1998

Brasília - O governo federal vai dar o exemplo e deixar de comprar produtos ou equipamentos contendo substâncias responsáveis pela destruição da camada de ozônio. O presidente Fernando Henrique Cardoso assinou decreto proibindo a administração federal direta, autarquias e fundações de fazer novas compras de equipamentos como de geladeiras ou bebedouros que utilizem os gases prejudiciais.

O decreto dá prazo de 180 dias para a administração federal cumprir a determinação, de forma a não atrapalhar as aquisições já em andamento. Entre as substâncias prejudiciais à camada de ozônio estão alguns gases de refrigeração, como os clorofluorcarbonos (CFC). Além de geladeiras e bebedouros, esses gases estão presentes em aparelhos ou sistemas de ar condicionado.

Mas há no mercado produtos que usam outros gases, muito menos agressivos, segundo Rodney Ritter, coordenador da área de assuntos urbanos e recursos abióticos do Comitê Executivo Interministerial do Ozônio. Ritter explicou que o governo federal não vai trocar aparelhos existentes. A determinação vale apenas para as futuras compras.

Fonte: http://an.uol.com.br/1998/set/19/0pai.htm

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Indústria nacional elimina uso do CFC 25|setembro|1998

Brasília, 25 (Agência Brasil - ABr) - O gás clorofluorcarbono (CFC) já foi abolido da produção de aerossóis. Essa informação foi divulgada por especialistas no Seminário Atualização do Programa Brasileiro para Eliminação das Substâncias que Destrõem a Camada de Ozônio, realizado à semana passada, em Brasília.

Promoção conjunta da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal e do Conselho Consultivo Superior das Entidades Empresariais (CCSEE), o evento revelou os avanços que o País tem registrado na redução do uso de substâncias nocivas à camada de ozônio, sobretudo o CFC, por diversos segmentos industriais.

O protocolo de Montreal fixou o ano de 2010 como prazo limite para a utilização do CFC. O Decreto nº 99.280, de 1990, determinou a aplicação do Protocolo no País. A previsão do governo brasileiro é acabar, até 2001, com o emprego de substâncias que agridem a camada de ozônio na produção industrial. Depois da China e da Índia, o Brasil é o país que mais utiliza essas substâncias.

Lourival Novaes Dantas, presidente interino da CNI, disse na abertura do seminário que antecipar a substituição de substâncias nocivas à camada de ozônio na produção foi um passo importante. Mas ele considera preocupante a persistência até hoje de alguns segmentos da indústria em trabalhar com tecnologias ultrapassadas. Os setores de espuma, solventes, ar condicionado, refrigeração e extintores de incêndio, ainda usam substâncias nocivas à camada de ozônio.

O Instituto Nacional do Plástico (INP), está cedendo recursos para o desenvolvimento de projetos com empresas do setor de espuma de poliuretano usuárias de CFC"s. Até o final de 1997 foram aprovados 48 projetos, no valor de US$ 11 milhões, para eliminar cerca de 1.303 toneladas de substâncias nocivas. Essa quantidade representa 50% de todo CFC utilizado nesse segmento, excluídas as indústrias de refrigeração doméstica, que vêm elaborando projetos individuais. (Hebert França)

Fonte: www.radiobras.gov.br/ct/1998/materia_250998_8.htm

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Novas tecnologias nas oficinas mecânicasEquipamentos eletrônicos de última geração facilitam a vida e agilizamtrabalho de profissionais brasileiros

25|setembro|1998

Roberto DutraEspecial para o AN Veículos

Termômetros com raio infravermelho, detectores de vazamento de gás com ultra-violeta e regulagem computadorizada de injeção eletrônica. Atualmente, os profissionais do setor de serviços automotivos já não procuram mais os problemas dos carros por barulhos estranhos ou pelo velho método de tentativa e erro.Uma série de equipamentos eletrônicos já permite diagnósticos precisos e rápidos e, consequentemente, serviços mais bem-feitos. Por um lado, as oficinas agilizam os serviços e, com isso, aumentam o volume de trabalho e se capitalizam. Por outro, os clientes podem acompanhar os diagnósticos e os carros ficam parados por menos tempo.As oficinas informatizadas sinalizam com o fim dos mecânicos de esquina. "Acabou a cultura do achômetro e os casos em que o mecânico tem de andar na mala do carro ou pendurado na janela para diagnosticar um problema", decreta Jorge Colaço, proprietário da Top Air, oficina do Rio especializada em sistemas de ar condicionado.A empresa possui, por exemplo, aparelhos de detecção de vazamento de gás de ar condicionado por ultra-violeta, detectores de ruído com sensores eletrônicos e até um aparelho que, passado sobre o chicote elétrico do veículo, informa se há curto ou excesso de carga em um determinado circuito.A utilização desses equipamentos, na verdade, está virando uma necessidade dos tempos atuais. Afinal os sistemas devem ser compatíveis com a tecnologia dos veículos. "Equipamentos de 20 anos atrás não têm a precisão que um técnico necessita para um diagnóstico", explica o instrutor técnico de treinamento de serviços da Ford, Paulo Modelli. Isso, claro, além permitirem diagnósticos mais rápidos e exatos de problemas. A essas vantagens, soma-se a chance de se poder mostrar ao cliente onde está a peça defeituosa.

Fonte: http://an.uol.com.br/1998/set/26/0vei.htm

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O buraco é maior 14|outubro|1998

O buraco na camada de ozônio sobre a Antártica cresceu excepcionalmente este ano – atingiu um tamanho equivalente à América do Norte. "Este é o maior buraco que já observamos desde que descobrimos esse fenômeno em 1985", anunciou semana passada Paul Newman, físico da Nasa, a agência espacial americana. Os cientistas ainda não têm certeza, mas acreditam que o crescimento pode ser conseqüência de uma queda incomum na temperatura dos estratos mais altos da atmosfera na região. Mas também não sabem a razão desse esfriamento. O certo, porém, é que a escalada na destruição do ozônio elevou perigosamente a radiação ultravioleta que atinge países como o Chile e a Argentina. Por isso, podem crescer as incidências de doenças como câncer de pele e catarata, além de afetar certas culturas agrícolas e a vida marinha na região.

Fonte: www.terra.com.br/istoe/ciencia/151503.htm

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Um ano cheio de manifestaçõesem toda a cidade 31|dezembro|1998

Em novembro o Greenpeace, movimento preservacionista de âmbito mundial, através de sua representação no Brasil, realizou na Praça da Bandeira uma exibição de produtos que não agridem nem à camada de ozônio nem ao clima do planeta. Entre os produtos estava uma geladeira que utiliza gases naturais derivados do petróleo no circuito de refrigeração e no isolamento térmico, chamada de greenfreeze, ou "geladeira verde". Esses gases substituem os atualmente usados no Brasil, o CFC (CloroFlúorCarbono) e o HFC (HidrogênioFlúorCarbono), o primeiro com ação destrutiva sobre a camada de ozônio, e o segundo um gás estufa.

Fonte: http://an.uol.com.br/1998/dez/31/0cid.htm

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Observações do buraco de ozônio em Punta Arenas, Chilemarço|1999

Claudio Angel Rigoberto Casiccia Salgado

Dissertação de Mestrado em Geofísica Espacial, orientada pelo Dr. Volker Walter Johann Heinrich Kirchhoff, aprovada em 19 de março de 1996 (INPE/MCT).

0 "Buraco" na camada de ozônio é uma realidade para as localidades próximas ao Polo Sul. Durante episódios do fenômeno do buraco da camada de ozônio, na primavera local, a coluna de ozônio pode diminuir em mais de 50%, durante vários dias, e nestas ocasiões, a radiação UV-B, danosa aos seres vivos, aumenta. A região habitada fisicamente mais próxima, da região do buraco, é a cidade de Punta Arenas, Chile, com 100.000 habitantes. Neste trabalho faz-se um levantamento quantitativo da coluna de ozônio em Punta Arenas, resultado de uma colaboração especial entre o INPE e a Universidade de Magallanes, UMAG, desta cidade. O período deste trabalho inclui os anos de 1992, 1993, e 1994. Para obter dados nesta localidade o INPE instalou na UMAG um espectrofotômetro Brewer. A grande vantagem do instrumento Brewer, além de ser um instrumento todo moderno e automatizado, é a sua capacidade de medir radiação UV-B simultaneamente ao ozônio. A partir de dados disponíveis obtidos pelo instrumento TOMS a bordo do satélite Nimbus 7, obteve-se uma climatologia para Punta Arenas. Os dados obtidos em Punta Arenas são comparados com esta climatologia de ozônio de 15 anos. A climatologia obtida dos dados da NASA mostra, globalmente, uma queda na coluna de ozônio entre 1978 e 1992, de -0,4% por ano. Para a latitude de Punta Arenas, a média anual aumenta para 1,3% ao ano, considerando as médias do mês de outubro, e de -0,82% ao ano, se considerarmos as médias anuais. Isto demonstra claramente que Punta Arenas tem influências fortes relacionadas com o buraco de ozônio da Antártica. Como exemplo de casos extremos de coluna de ozônio muito reduzidas, citamos os dias 27 de setembro de 1993, com 205,9 UD (Unidades Dobson); 5 de outubro de 1992, com 209,3 UD; 17 de outubro de 1994, com 145, 8 UD; e 10 de novembro de 1994, com 204,6 UD. Comprova-se grandes aumentos de radiação UV-B por ocasião das reduções de ozônio. No entanto, os valores excepcionais observados nestas ocasiões ainda não são maiores do que os valores normais medidos no período do verão, e são menores também do que níveis normalmente observados na estação de baixa latitude Natal (6° S), no Brasil.

Fonte: www.scielo.br

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Observações da radiação UV-B em Punta Arenas- Chile e efeitos do buraco na camada de ozônio março|1999

Félix de la Cruz Zamorano Banda

Dissertação de Mestrado em Geofísica Espacial, orientada pelo Dr. Volker Walter Johann Heinrich Kirchhoff, aprovada em 26 de março de 1997 (INPE/MCT).

Medições da coluna total de ozônio e da radiação UV-B (280 - 320 nm) estão sendo realizadas desde julho de 1992 em Punta Arenas, Chile, num esforço conjunto entre a Universidade de Magallanes - UMAG, Chile e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, Brasil. Punta Arenas é uma cidade de aproximadamente 100.000 habitantes, que se encontra em uma região perto da Antártica (53,2°S, 70,9°W), onde o buraco na camada de ozônio aparece já há vários anos com o início da primavera austral. A partir de outubro de 1992 tem-se observado em alguns dias a passagem do buraco de ozônio sobre esta região, registrando-se níveis muito baixos de ozônio de até 145,8 UD (Unidades Dobson) em outubro de 1994. Cada vez que o buraco apareceu na região de Magallanes, os níveis da radiação UV-B aumentaram de modo considerável. Neste trabalho faz-se um estudo quantitativo da radiação UV-B a fim de avaliar estes incrementos e compara-se com medições feitas em outras localidades. As medições foram obtidas utilizando principalmente o espectrofotômetro Brewer, instrumento que tem a capacidade de medir a coluna total de ozônio e a radiação UV-B que atinge a superfície. Os dados de UV-B de Punta Arenas mostram um incremento desta radiação de até 109% no dia 04 de outubro de 1992, ocasião na qual o ozônio total diminuiu 33% em relação à média móvel (n=17). Em 1993, a radiação UV-B aumentou 70% no dia 27 de setembro quando a quantidade total de ozônio diminuiu 26%, enquanto no ano 1995 o incremento da radiação UV-B foi de 94% no dia 12 de outubro quando, por ocasião da passagem do buraco sobre a região, a quantidade total de ozônio diminuiu 30%. A análise espectral das intensidades de radiação UV-B nos dias antes assinalados mostram um maior aumento na faixa de comprimentos de onda entre 295 e 297 nm, sendo de até 35 vezes maior do que em dias do mesmo mês nos quais as condições de ozônio são "normais". Na faixa de comprimentos de onda entre 295 e 300 nm produz-se maior incremento das intensidades ponderadas pelos espectros de ação do Eritema, DNA e dano em Plantas, sendo na média de 4 até 7 vezes maior que na faixa de 300 até 315 nm No entanto, os valores aumentados de LTV-B observados, não são ainda maiores aos registrados nos meses de verão em Punta Arenas, e são também menores que os observados em Natal (5,8°S, 35,2°W), Brasil.

Fonte: www.scielo.br

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Pesquisadores desenvolvem tecnologia eficiente e econômica para combaterdoenças do solo

24|setembro|1999

Brasília, 24 (Agência Brasil - ABr) - Pesquisadores da unidade Meio Ambiente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) adaptaram uma técnica simples, de baixo custo e bastante eficiente, para controlar doenças típicas do solo e que já é aplicada em cidades paulistas como São José do Rio Pardo, Biritiba Mirim e Botucatu.

Desenvolvida pelo professor e agrônomo israelense Jakov Katan em 1976, a técnica consiste em cobrir a terra arada para o plantio, úmida da chuva ou irrigada, com um plástico que, ao receber os raios solares, promove a morte de diversos patógenos (organismos causadores das doenças). No Brasil, o procedimento leva o nome de solarização e já tem uma variante, o coletor solar, uma espécie de caixa onde são tratados os substratos, que são as porções de terra onde serão, posteriormente, inseridas as sementes para plantio.

O resultado que se consegue hoje no controle de doenças do solo é perto de 100% e faz parte do projeto liderado pelos agrônomos Raquel Ghini e Wagner Bettiol, ambos fitopatologistas, especialistas em doenças de plantas, que foram acompanhados em momentos distintos por alunos da Escola de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), que desenvolveram estudos de mestrado ou doutorado na Embrapa Meio Ambiente.

Raquel Ghini conta que o primeiro trabalho começou em 88, em conjunto com um professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). Pretendia-se, então, controlar o fungo de nome científico Verticillium dahliae em plantações de beringela. O controle atingiu bons níveis e, além disso, o vigor da planta depois da solarização aumentou consideravelmente, o que fez os pesquisadores acreditarem que a tecnologia merecia estudos mais aprofundados.

Na mesma época, em Biritiba Mirim, um produtor de alface se espantou com o resultado da técnica em sua horta. O município está inserido numa região de solo extremamente fértil, bastante preto e orgânico, por si só rico em nutrientes. Com a solarização, além de controlar as ervas daninhas, o ciclo da alface adiantou-se em dez dias. "Ele gostou é claro, afinal passou a produzir mais, outro efeito positivo da técnica", disse Raquel.

A produtividade que se alcança é outro trunfo da solarização. Quando os pesquisadores notaram que as culturas produziam mais, resolveram investigar o motivo e estenderam os estudos para outras culturas, como quiabo, feijão, tomate e crisântemo, entre outros. "A pesquisa passou a ser interdisciplinar, estudou-se a dinâmica das plantas daninhas, e não só o controle de doenças, bem como a produção, a produtividade, a biodiversidade depois da solarização, diversas abordagens", conta a pesquisadora.

Constatou-se que os patógenos são extremamente sensíveis à temperatura e, por isso, morrem logo. A maioria não suporta mais de 60° C. No entanto, e felizmente, os microorganismos benéficos ao solo e que se alimentam de restos e vestígios presentes no solo - chamados de saprófitas - apresentaram boa tolerância à altas temperaturas. Em geral, resistem a até 90° C.

O estudo da biodiversidade depois da solarização apontou para o mesmo caminho. Os pesquisadores calcularam o índice de Shanon-Weaver, que indica quantas espécies e a distribuição do indivíduo por espécie num ecossistema, e perceberam que não houve alteração da biodiversidade. Com o uso do brometo de metila, produto químico largamente utilizado no solo para controle de patógenos na agricultura, o índice de Shanon chegou a zero.

Outro método usado é o aquecimento artificial a vapor, que além de dispendioso, resulta no que os pesquisadores chamam de vácuo biológico, que são espaços estéreis, sem vida. Isso porque o processo submete o solo a temperaturas muito altas. A solarização, em contraponto, atinge temperaturas menores que as do aquecimento artificial, por permitir a sobrevivência de vários grupos de microorganismos. Isso ficou comprovado no estudo da sobrevivência de microartrópodos, que são os insetos, ácaros, aranhas e outros. "São bons indicadores da biota (conjunto de seres vivos de um ecossistema) do solo", explicou Raquel.

A fitopatologista aponta outra vantagem da solarização perante os outros procedimentos, que é o de induzir o solo a uma supressividade a patógenos. Ou seja, o solo fica menos receptivo aos organismos que causam doenças e se torna supressivo a ser reinfestado. É como criar um ambientenão-favorável para o desenvolvimento do patógeno.

O Brasil, por ser um país tropical e, portanto, privilegiado na quantidade de luz solar que recebe em quase todo o território, durante a maior parte do ano, é um dos que mais pode se beneficiar com a solarização. A técnica já foi usada no Japão, Itália, Espanha, Estados Unidos e, claro, em Israel. Jakov Katan mantém contato com todos os pesquisadores que adaptaram a tecnologia desenvolvida por ele, no sentido de promover seu aprimoramento. Ele esteve inclusive na Embrapa Meio Ambiente, onde colaborou com palestras e visitas a campos solarizados.

De acordo com Raquel Ghini, a época mais favorável para a aplicação da técnica é entre os meses de setembro e março. O teste, no entanto, foi feito somente em Jaguariúna (SP), onde fica a unidade da Embrapa. Por não ter instrumentos para indicar a melhor época de usar a solarização em outras regiões, ela aconselha o produtor a observar o período no qual o solé mais intenso.

O plástico tem que ser transparente para permitir a passagem dos raios solares e provocar com eficiência um efeito estufa, o que não ocorre com os filmes pretos porque não são eficientes na elevação da temperatura do solo. A espessura não é determinante, embora os mais espessos obviamente durem mais. A colocação é manual. Basta estirar o pedaço de plástico, que deve ser preferencialmente contínuo para ocupar todos os espaços, e fixá-lo nas pontas, enterrando-as em sulcos.

É obrigatório que o solo esteja úmido, ou seja, a aplicação do plástico só pode ser feita depois da chuva ou deve-se irrigar o solo antes. "A umidade é importante para a germinação de estruturas de resistência a patógenos", explica Raquel. O terreno deve ser preparado antes da aplicação, por meio de aração e gradagem para a retirada de galhos e outros materiais pontiagudos que venham a perfurar o plástico.

O tempo necessário para o tratamento no campo varia entre 30 e 60 dias, conforme a fitopatologista. Para saber se houve sucesso na desinfestação, um bom indicador é o mato. "Se foi controlado é porque os patógenos também foram", afirma. Raquel recomenda o uso associado de outros métodos no controle de doenças do solo, como utilizar fonte de matéria orgânica e variedades resistentes. "Sozinha, a técnica não é milagrosa", observa.

É preciso se atentar também para a qualidade da água usada na irrigação. "Não pode estar contaminada", diz. Se o produtor proceder com o plantio, sem adotar qualquer método preventivo, e houver doença no solo ela atacará as raízes, causará podridão na semente e na muda e a conseqüência no próximo ciclo será ainda pior, com redução drástica na produção.

O controle de patógenos de solo sempre foi problemático e, justamente por isso, Raquel Ghini e Wagner Bettiol resolveram centrar seus estudos numa alternativa viável aos métodos existentes. O brometo de metila, utilizado em culturas de fumo e plantas ornamentais, entre outras, está com os dias contados. Ele é um gás biocida, ou seja, um químico usado no controle de organismos indesejáveis, extremamente tóxico. Em altas dosagens, pode matar. O aplicador é que mais sofre, pois as dosagens menores causam alergia, mal-estar, enjôo. Mulheres grávidas podem abortar ao ter contato com o produto.

Devido a esses riscos, o brometo de metila entrou no Protocolo de Montreal, um documento internacional assinado pelo Brasil há cerca de cinco anos, como nocivo ao meio ambiente. "Ele colabora para a destruição da camada de ozônio", conta Raquel. O protocolo versa sobre as substâncias nocivas à camada de ozônio e, com a inclusão do brometo de metila, o biocida certamente terá seu registro cancelado pelo Ministério da Agricultura, assim que o documento internacional estiver em vigor.

Já se sente no meio produtivo os efeitos desta medida. Segundo a pesquisadora, o preço do brometo de metila subiu e, com isso, acredita, a tendência é que ele desapareça do mercado. Ela diz que em Holambra, no interior paulista, vários produtores já usam outros métodos para controlar as doenças de solo. A proposta contida no protocolo é a da redução gradativa do produto. (Lana Cristina)

Fonte: www.radiobras.gov.br/ct/1999/materia_240999_3.htm

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Dirigentes do Fundo para o Protocolo de Montreal conhecem projetos do Brasil 26|abril|1999

Uma missão do Comitê Executivo do Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal (FMPM) inicia hoje uma visita de dois dias ao Brasil.O Protocolo de Montreal, de 1987, fixa prazos e condições para a eliminação gradual e definitiva das substâncias que destroem a Camada de Ozônio (SDO). O Presidente do Fundo, Paul Howitz, e o Secretário-Executivo, Omar El Arini, visitam em São Paulo dois projetos brasileiros já concluídos, nos setores de refrigeração e espumas.

Amanhã, dia 27, a missão será recebida no Ministério do Meio Ambiente pelo Secretário de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos, Eduardo Novaes. De tarde, participam no Itamaraty da reunião extraordinária do Comitê Executivo Interministerial do Ozônio (Prozon), quando será feita uma ampla análise da implementação pelo Brasil do Protocolo. Desde 1992, o país conseguiu a aprovação pelo FMPM de 92 projetos, com 22 já concluídos. Em 1º de julho deste ano, o Brasil deverá cumprir o primeiro compromisso oficial, nos termos do Protocolo de Montreal, congelando o consumo das SDO clorofluorcarbonos.

Fonte: www.mma.gov.br

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Diminui a camada de ozônio, aumentam os raios ultra-violeta

13|setembro|1999

Nova Iorque, Sep 09 - Banhistas na Nova Zelândia podem estar recebendo mais do que desejam quando se expõe ao sol do verão, sugere uma nova pesquisa.

Durante as últimas duas décadas, níveis de radiação ultravioleta (UV) capazes de queimar a pele aumentaram dramaticamente na Nova Zelândia. Ao mesmo tempo, o ozônio protetor diminuiu, relatam pesquisadores no número de 10 de setembro da revista Science.

Acredita-se que o ozônio nos proteja dos perigos da radiação UV, que inclui risco aumentado de câncer de pele, catarata (opacificação da lente natural dos olhos), e talvez problemas dos sistemas imunes. Além disso, os raios UV podem matar os peixes e outras formas de vida marinha.

A depleção de ozônio é causada pela formação de substâncias químicas artificiais e contaminantes no ambiente. Embora o uso de substâncias químicas que prejudiquem o ozônio foi restringido, tais poluentes podem persistir no meio ambiente durante anos.

Os níveis de raios de UV que produzem queimaduras na região de Lauder, Nova Zelândia, aumentaram no último verão em 12% acima de níveis encontrados no começo dos anos noventa, informa o principal investigador, Richard McKenzie, do National Institute of Water and Atmospheric Research da Nova Zelândia.

" Até mesmo aumentos relativamente pequenos na radiação UV podem ter impactos sérios na saúde humana, na biosfera e em outros materiais, " escreve McKenzie. De fato, ele observa, que uma redução em 1% no ozônio conduz a aumento de 3% em alguns tipos de câncer de pele.

O efeito dos raios UV no ozônio são difíceis de se avaliar por que a presença de nuvens, poluição, e outros fatores ambientais podem complicar as medidas. A cidade de Lauder, na Nova Zelândia, porém, provou-se ideal para tais medidas, pois é relativamente sem nuvens e lá os raios UV já se encontram em um nível mais alto.

O estudo " demonstra que a depleção de ozônio induzida pelo homem ao longo do tempo conduziu a aumentos significativos na radiação UV em uma região povoada, onde os raios UV já eram relativamente altos, " McKenzie informou a Reuters Health.

"Embora o UV tenha aumentado significativamente, não há nenhum motivo para pânico. Porém, como as lesões de pele por UV já são altas na Nova Zelândia, são aconselhadas precauções contra os danos do UV, " ele observa.

Estas incluem bonés, roupas adequadas, e uso de cremes bloqueadores solares se a exposição ao sol é inevitável, além de procurar permanecer na sombra, McKenzie sugere.

Em um artigo relacionado na mesma revista, William J. Randel do National Center for

Atmospheric Research em Boulder, Colorado relata que várias medidas independentes do ozônio durante as últimas duas décadas mostraram " clara evidência " de uma diminuição no nível de ozônio ao redor do mundo.

FONTE: Science 1999;285:1709-1711, 1689-1692.

Publicado em Bibliomed Saúde em 13-09-1999Fonte:www.boasaude.uol.com.br

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Queda do consumo das SDOs depende do setor industrial 16|setembro|1999

Hoje, 16 de setembro, as Nações Unidas comemoram o Dia Internacional para a Proteção da Camada de Ozônio. O Protocolo de Montreal, de 1987, foi o programa que se antecipou à interferência humana no meio ambiente, unindo mobilização e saber científico para livrar todas as formas de vida da destruição iminente.

Os dados deste ano, fornecidos pela Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos (SQA), do MMA, apontam para um horizonte de 768 empresas a ser contemplado com novos projetos de conversão para tecnologias limpas, envolvendo recursos da ordem de US$ 26,4 milhões. Dessa contagem fica de fora o setor de serviços. Segundo previsão da SQA, caso esses projetos sejam concluídos, o total de substâncias destruidoras do ozônio estratosférico (SDOs) que não seriam emitidas atingiria 2235 toneladas ao ano.

O Fundo Multilateral para a implementação do Protocolo de Montreal é a instância onde esses recursos são pleiteados. O programa brasileiro de eliminação das substâncias que destroem a camada de ozônio (PBCO) – que tem suas ações levadas adiante pelo comitê executivo Prozon, coordenado pelo MMA – clama atualmente por um engajamento efetivo do setor industrial, necessitando de mais divulgação e apoio.

Atualmente, o MMA está envolvendo o Ibama e o Sebrae para atingir também o universo das pequenas e médias empresas, usuárias das SDOs, contabilizadas em cerca de 8 mil, e que são responsáveis pela maior parte do consumo no país (na Região Sudeste, 27,5% e na Região Sul, 10%). Ainda segundo a SQA, o consumo anual das SDOs vem caindo desde 1997, quando atingiu 9.920 toneladas. A estimativa para este ano é de 6.967 toneladas, e em 2001, 3.897 toneladas.

Fonte: www.mma.gov.br

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Homenagem Ao Dia Internacional Do Ozônio 19|setembro|1999

O dia 16 de setembro foi designado como "Dia Internacional do Ozônio", um dia que deveria servir de meditação para todos porque representa uma enorme conquista recente da Humanidade civilizada. Trata-se de um acontecimento que poderia (e poderá ainda) trazer consequências desastrosas para os seres vivos, que é o aumento da radiação ultravioleta pela destruição da camada de ozônio. O Homem moderno criou substâncias artificiais que destroem a camada de ozônio, mas uma vez identificado o problema, soubemos sentar à mesa de negociação e dar início ao saneamento do problema. A conquista foi conseguida a duras penas através de um tratado internacional chamado Protocolo de Montreal, assinado em 1987, e através do qual houve um comprometimento das nações mais desenvolvidas de não mais usar substâncias que destroem a camada de ozônio da Terra. O problema foi assim resolvido em parte, e acredita-se na comunidade científica, o pior já passou.O Ozônio é uma substância química natural da atmosfera terrestre. É um gás que se forma de 3 átomos de oxigênio atômico. Seu símbolo é O3. A camada de ozônio é uma região da atmosfera terrestre, em torno de 25 a 30 km de altura, onde a concentração do gás ozônio é maior. A camada de ozônio tem importância fundamental para a vida no planeta Terra. É ela que absorve a radiação UV-B do Sol, e assim não permite que esta radiação, prejudicial à vida, chegue até a superfície da Terra. Radiação solar, em geral, é a energia que vem do Sol. Esta energia é distribuída em vários comprimentos de onda: desde o infra-vermelho até o ultra-violeta (UV), passando pelo visível, onde a energia é máxima. Na parte do UV, existe o UV-C, que é totalmente absorvido na atmosfera terrestre; o UV-A, que não é absorvido pela atmosfera; e o UV-B, que é absorvido pela camada de ozônio. A radiação UV-B é responsável por inúmeras sequelas nos seres vivos. O câncer de pele é a doença mais citada pelos médicos. Mas tem efeitos indesejáveis também na visão, onde pode produzir catarata, e tem influência negativa no DNA das células, diminuindo as defesas naturais do organismo. A camada de ozônio está sendo atacada por substâncias químicas produzidas pelo Homem moderno. Estas substâncias, sintetizadas em laboratório, são conhecidas pelo nome coletivo de CFC (cloro-fluor-carbonetos). Uma das componentes destas substâncias é o cloro, que ataca e destrói o ozônio na estratosfera. O Buraco na Camada de ozônio é um fenômeno que só acontece na Antártica, isto é, na região do Polo Sul. É um fenômeno cíclico. É uma destruição violenta de ozônio na atmosfera, durante a primavera de cada ano, quando mais da metade da camada é destruída. Nestas ocasiões, a radiação UV-B aumenta muito. Por estar distante do Brasil, não nos afeta diretamente, embora tenha influências indiretas de interesse científico. É um fato, registrado por medidas em vários locais do mundo, que a camada de ozônio está diminuindo, numa taxa média anual de 4% por década. Como a camada é o único filtro natural protetor contra a radiação UV-B, esta radiação deve aumentar nos próximos anos. A radiação UV-B está sendo monitorada em todo o mundo, inclusive no Brasil pelo INPE. Ainda não há evidências concretas mostrando um aumento do UV-B nos últimos anos. Mas tudo leva a crer, teoricamente, de que a radiação UV-B deverá aumentar nos próximos anos. Não é perigoso ficar no sol, a não ser quando a exposição é exagerada. Existem hoje meios de se determinar para cada paciente, o tempo que pode ficar exposto ao sol sem se queimar, e sem o risco de ter câncer de pele no futuro.É perfeitamente possível ficar mais tempo no Sol, com alguns cuidados que protegerão adequadamente, como o uso do guarda-sol, de chapéu, camiseta, óculos, etc. No entanto, a maneira tecnologicamente mais correta de se proteger do Sol nos nossos dias, é através do uso de protetores solares químicos, disponíveis no mercado, e produzidas por empresas competentes. Deve-se passar estes filtros solares mais de uma vez durante o banho de sol. Os filtros solares normalmente vêm com uma indicação numérica, bem visível, estampada no frasco, por exemplo, 15. Este é o chamado fator de proteção. Ele indica quantas vezes mais, em minutos, o paciente pode ficar ao Sol, com total proteção. Assim, se a Tabela de exposição

indica, para um certo índice de UV-B, que o tempo de exposição é de 5 minutos, com o protetor de fator 15, o paciente poderá ficar 15X5=75 minutos ao Sol. Finalmente, cabe um pergunta final: Nossos pais não se preocupavam tanto com o Sol, porque nós precisamos? Por que o meio ambiente em que vivemos está mudando. A camada de ozônio está mudando. Nas próximas décadas mais ozônio vai ser destruído, e tudo leva a crer que o UV-B vai aumentar. Por isto é importante que todos tomem mais cuidado. É uma questão de saúde. Quem abusar vai sofrer as conseqüências.

Publicado no "O VALEPARAIBANO", S. José dos Campos, S. Paulo, 19-09-99

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Proteção ao meio ambienteBrasil deixará de usar CFC em eletrodomésticos em 2000

17|novembro|1999

O uso de um dos produtos mais perigosos para a vida na Terra - o CFC - pode ser erradicado no Brasil antes do que prevê a lei.

A DuPont anunciou que acaba de encerrar as atividades da única fábrica de Clorofluorcarbono no país.

A eliminação da produção e uso do CFC em todo o mundo foi ratificada pelo Protocolo de Montreal, depois que cientistas identificaram em 1985 que o produto era um dos principais responsáveis pelo buraco na camada de ozônio, que protege a Terra dos raios ultravioletas (UV-B). O Brasil assinou o Protocolo em 1993.

A radiação excessiva provoca câncer de pele, catarata e perda de imunidade nos seres humanos. Reduz a produtividade das plantas e deteriora produtos plásticos.

Com o fechamento da fábrica, os fabricantes de linha branca instalados no Brasil deixarão de utilizar CFC (clorofluorcarbonos) nos produtos de refrigeração no primeiro semestre do próximo ano. Por lei, o setor está proibido de usar o CFC a partir de 1º de janeiro de 2001.

A informação foi dada nesta quarta-feira (17/11) por John Jansen, gerente de vendas e marketing de flúor químicos da DuPont do Brasil, que participou de reunião do Comitê de Meio Ambiente da Câmara Americana de Comércio em São Paulo.

A fábrica da DuPont localizava-se entre as cidades de Resende e Barra Mansa (RJ) e começou a ser desativada em 28 de agosto deste ano. Desde 1995, a fábrica do Rio era a única da DuPont no mundo que continuava a produzir CFC. Foi também desativada a exploração da mina de fluorita que a empresa mantinha em Serro Azul, no Paraná.

O local está sendo recuperado e deve ser transformado em parque ecológico. Segundo Jansen, a empresa manteve um pequeno estoque de CFC para abastecer o mercado nos próximos meses.

Nos Estados Unidos o CFC só entra por meio de contrabando. No mercado secundário, o preço do quilo do produto chega a US$ 60 o quilo. No Brasil, a mesma quantidade custa o equivalente a US$ 2.

Segundo o gerente, além do CFC outros produtos prejudicam a camada de ozônio: halons (usados para combater incêndios), brometo de metila (matéria-prima para pesticidas) e metilcloroformio (base de solventes industriais).

Jansen informou que o fundo multilateral criado para ajudar os países em desenvolvimento a eliminar o uso do CFC investiu US$ 1 bilhão entre 1991 e 1998 no financiamento de projetos com esta finalidade.

A eliminação de cada quilo de CFC custa cerca de US$ 10. Nesse período, deixaram de ser usadas 100 mil toneladas do produto. A produção mundial de CFC e Halons caiu 86% nos últimos dez anos e os países desenvolvidos não utilizam CFC desde 1995.

O Brasil tem prazo até 2010 para eliminar o uso do CFC. O consumo atual do mercado brasileiro é de seis mil toneladas por ano - abaixo das 10 mil estabelecidas como teto para o ano de 1999. "Nos últimos dois anos o consumo brasileiro caiu cerca de 50%", disse Jansen.

Segundo o executivo da DuPont, cientistas calculam que o pico do problema causado pelo buraco na camada de ozônio ocorrerá nos próximos anos. As regiões mais atingidas do planeta são a Antártica, o Ártico e as latitudes médias. A camada de ozônio estará recuperada em 2050, caso o Protocolo de Montreal continue a ser cumprido.

Notícia distribuída pelo serviço de divulgação da AmCham-SP.

Fonte: Revista Consultor Jurídico, 17 de novembro de 1999.http://conjur.uol.com.br/textos/1986/

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Nova tecnologia evitadanos à camada de ozônio 25|novembro|1999

A Electrolux do Brasil saiu na frente. Apesar da legislação brasileira só obrigar as empresas a abandonar o uso de gás cfc (clorofluorcarbono) como componente de refrigeração em 2001, a empresa antecipou em quatro anos a novidade e lançou a primeira geladeira do Brasil sem o gás em 1997. Deixou de consumir 350 toneladas de cfc por ano de lá para cá, considerando-se apenas o lançamento de cinco modelos. "Uma molécula do gás pode existir por 120 anos na atmosfera terrestre", diz Renato Ricco Medeiros, engenheiro de desenvolvimento de produtos da Electrolux. "Contribuímos para a criação de uma linha ecológica de refrigeradores, já que boa parte dos fornecedores atende também os concorrentes".

Um dos casos notórios de grande fornecedor para a fabricação de refrigeradores que produz sem cfc é a Embraco, de Joinville. Pertencente ao Grupo Whirlpool, concorrente e ao mesmo tempo um dos fornecedores da Electrolux, a empresa produtora de compressores lançou em 1993 o seu produto sem clorofluorcarbono, destinado principalmente às exportações. O apelo da Electrolux ao consumidor preocupado com o impacto ambiental tem uma razão: o investimento para acertar a linha de produção foi de US$ 5 milhões; o custo de produção dos refrigeradores aumentou significativamente.

As fábricas foram equipadas com novas máquinas, exclusivas para a utilização do novo gás. Além disso, toda a rede de assistência técnica - com cerca de 600 pontos em todo o País - foi abastecida com novos equipamentos e os dois mil técnicos e engenheiros receberam treinamento sobre a nova tecnologia. A Electrolux antecipou, ainda, o uso de novos equipamentos para oficinas e procedimentos de trabalho e treinamento para mecânicos do setor de refrigeração. O esforço, pelo visto, está sendo muito bem recebido. A partir de janeiro, os planos da empresa são de completar a linha: 100% dos refrigeradores que sairão de fábrica - cerca de 20 modelos básicos, ou dois milhões de unidades - não terão o gás.

Efeitos no planetaA controvérsia do cfc começou no final da década de 70, quando dois pesquisadores da Universidade da Califórnia, F.S.Rowland e M.J.Molina, publicaram um artigo descrevendo os estragos feitos pelo gás na camada de ozônio, que protege o planeta dos raios ultravioleta do Sol. Na verdade, os dois cientistas indicavam a emissão de compostos de cloro com grande estabilidade molecular (de difícil dissipação na atmosfera), como a principal causa do hoje popular buraco na camada de ozônio.

O que ocorre é simples: as moléculas dos compostos de cloro reagem com as moléculas de ozônio, que são altamente oxidantes e reativas. Então, a camada de ozônio, que fica na estratosfera do globo terrestre se rompe, deixando de filtrar os raios ultravioleta emitidos pelo Sol. A exposição a eles por tempo prolongado pode causar problemas na pele, como câncer, e também danos a visão e ao sistema imunológico, afirmam as pesquisas.

Os raios (UV-B) têm efeitos adversos sobre todos os organismos vivos, incluindo a vida aquática, as matas, as plantações, os animais e pássaros e, principalmente, sobre os seres humanos. Diante dos indícios de que o vilão seria mesmo o cfc, alguns países começaram uma campanha contra o uso do gás nos aparelhos domésticos. Em 1987, várias nações assinaram o Protocolo de Montreal, que estabeleceu um cronograma para redução e total eliminação do uso das substâncias. Para os países em desenvolvimento, o prazo final seria 2006, mas a legislação brasileira antecipou para 2001.

Para adequação do novo refrigerador da Electrolux, sem cfc, foi necessário reprojetar os principais componentes do sistema de refrigeração. O compressor recebeu um pistão para deslocamentos maiores, o motor elétrico foi modificado, o óleo mineral utilizado para lubrificação dos sistema foi substituído por um óleo sintético, o filtro secador e os tubos capilares também sofreram modificações. Além disso foi necessário rebalancear e testar exaustivamente todo o sistema.

Fonte: www.an.com.br/ecologia/ecologia1.htm| volta |