exegese completo de atos 4.32

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1 SEMINÁRIO TEOLÓGICO REV. JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO SERGIO RIVERO GOMES EXEGESE DE ATOS 4:32-35 São Paulo Novembro de 2014

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atos 4.32

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  • 1

    SEMINRIO TEOLGICO REV. JOS MANOEL DA CONCEIO

    SERGIO RIVERO GOMES

    EXEGESE DE ATOS 4:32-35

    So Paulo Novembro de 2014

  • 2

    SEMINRIO TEOLGICO REV. JOS MANOEL DA CONCEIO

    SERGIO RIVERO GOMES

    Exegese de Atos 4:32-34

    Prof. Jair de Almeida Junior

    Exegese no evangelho de Atos 4:32-35 para

    atender s exigncia da disciplina Exegese do

    Novo Testamento.

    So Paulo Novembro de 2014

  • 3

    SUMARIO

    Introduo ..................................................................................................................................5

    Estudo Contextual ......................................................................................................................6

    1.1 Contexto Histrico ..............................................................................................................6

    1.2 Contexto Literrio ................................................................................................................7

    1.2.1 Contexto Remoto ..............................................................................................................7

    1.2.2 Contexto Prximo ...........................................................................................................10

    1.2.3 Estrutura de Contexto ......................................................................................................11

    1.3 Contexto Cannico .............................................................................................................11

    2 Estudo Textual ......................................................................................................................12

    2.1 traduo do texto ................................................................................................................12

    2.2 Estrutura do Texto ..............................................................................................................13

    2.2.1 Estrutura Clausal .............................................................................................................13

    2.2.2 Justificao da Percope ..................................................................................................14

    2.3 Comentrio .........................................................................................................................15

    2.4 Mensagem para a poca da escrita .....................................................................................18

    2.5 Mensagem para todas as pocas .........................................................................................19

    2.6 Teologia do Texto ..............................................................................................................19

    2.6.1 Implicaes para Teologia Bblica ..................................................................................19

    2.6.2 Implicaes para Teologia Sistemtica ...........................................................................19

    2.6.3 Implicaes para Teologia Prtica ..................................................................................19

  • 4

    3 Sermo ..................................................................................................................................19

    Concluso .................................................................................................................................21

    Bibliografia ..............................................................................................................................22

  • 5

    Introduo

    Exegese de Atos 4.32-35 tem como objetivo estudar por meio da pesquisa histrico

    gramatical e teolgica e contexto originais a fim de trazer uma ideia coerente e prxima do

    autor que escreveu essa epistola. A nossa percope em estudo mostra como vivia a igreja

    primitiva mesmo em meio proibio de testemunhar o Cristo ressuscitado. O ponto principal

    do texto a unanimidade da multido dos que tinham crido e o testemunho da ressurreio e a

    venda de bens materiais e distribuies dos mesmos. A questo essa forma de atitude era

    correta? Isso era comunismo? Pode ser imitado atualmente? Visando trazer explicao

    compreensvel a lngua em que foi escrita tambm ser analisada, para entender a ideia da

    poca e finalmente trazer aplicao vlida do texto para nossa poca.

  • 6

    Estudo contextual

    1.1 Contexto histrico da passagem

    O livro de atos trar mais luz ao nosso entendimento se explorarmos o seu contexto

    histrico de maneira detalhada levando em conta a religiosidade da poca e como era o

    aspecto cultural e social que permeava entre o povo daquele tempo inclusive entre os cristos.

    Para entender isso ser preciso trazer as informaes claras de cada ideia acima apontado. No

    entanto comearemos de:

    Jerusalm

    Est situada cerca de 53 km ao leste do mediterrneo e 22,5 ao oeste do mar morto,

    com uma atitude de 763 m, e em cruzamento de importantes estradas no cume de cadeia

    montanhosa centra da palestina ocidental1. de Jerusalm sai estrada para gaza, Jafa, Jerico e

    Siqum, a p levam doze horas at mediterrneo seis ao Jordo, era considerado importante

    como capital fortificao e mercado2. A sua populao possivelmente no tempo de Cristo

    tinha alcanado cerca de 150.000 no mximo. As casas eram construdas e grudadas nas

    outras, j no eram to diferente da nossa poca. No primeiro sculo Jerusalm era vista como

    principal lugar da religio e por isso vrias pessoas se juntavam ali.

    As festas

    Nas festas principalmente em Jerusalm ocorriam uns grandes ajuntamentos de

    pessoas. pois ali era lugar referencia de religio e em decorrncia disso tinha calendrio

    festivo. Dentre as festas que se destacavam mais eram trs. Festa de tabernculo, festa de

    pscoa e festa de pentecostes. Essas trs festas exerciam em Israel um papel importante, so o

    momentos em que o povo faz questo de se reunir para manifestar a solidariedade que une e

    para celebrar as grandes intervenes do Senhor, libertador de seu povo3. Todas as festas

    apontadas duravam uma semana no primeiro sculo sem contar a caminhada que levava o

    povo que morava longe.

    1 Enciclopdia da Bblia/vrios autores; traduo da equipe organizadores da Cultura Crist. So Paulo: Cultura Crist, 2008, vol 3, pg 436. 2 Idem 1, pg 69

    3 Palestina no tempo de Jesus

  • 7

    Depois da ressurreio o ltimo lugar da instruo dado Jesus aos seus discpulos foi tambm

    a Jerusalm. Encontramos isso no Atos 1.6-11. E justamente onde Ele prometeu a descida do

    Espirito Santo que se cumpriu em Atos 2.1-4. Onde de fato foi derramado o Espirito Santo.

    Em (Atos 2.42-47) vemos os cristos alcanado pela salvao viverem como igreja em

    comunho juntos. Assim sendo todos os primeiros eventos aconteceram em Jerusalm.

    Judeus e Helenistas

    Esses dois grupos estavam presentes na igreja primitiva. Os Judeus eram os hebreus

    que tinha conhecimento pouco de grego e falavam a lngua semtica. Essa lngua semtica era

    mais que falavam eram provavelmente mais aramaico do que hebraico propriamente dito. Por

    outro lado os Helenistas que de fato falavam a lngua grega e no conhecia quase nada de

    aramaico. Este grupo adorava na sua prpria lngua quando se convertesse ao cristianismo,

    provavelmente era de Palestina e os outros possivelmente eram da disperso que vieram a

    Jerusalm.

    1.2 Contexto literrio da passagem

    Para a melhor compreenso do texto de Atos 4.32-35 recorramos ao contexto prximo

    e contexto remoto a fim de entender o como ele se relaciona entre ambos. Analisemos

    primeiramente o contexto prximo.

    1.2.1 Contexto Prximo

    Conforme a diviso feita pelo Carson pode-se ver que o nosso texto est inserido na

    subdiviso (2.42 6.7) a igreja em Jerusalm e de maneira indireta est ligado com a

    subdiviso ( 1.1 2.42) que o prlogo do livro alicerce da igreja e sua misso4. Segundo

    Carson na subdiviso (2.42 6.7) Lucas comea essa seo com um resumo das

    caractersticas da igreja primitiva em Jerusalm. Aps isso ele descreve a cura por Pedro de

    um aleijado no recinto do templo (3.1-10) e no (3.13.26) no ponto de vista de Carson um

    milagre notvel e pblico que conquista para Pedro um pblico para outro sermo

    missionrio. E em (4.1-22) encontramos a resistncia de Pedro e Joo ao pedido de Sindrio

    que proibia que falassem em nome de Jesus, tambm em (4.23.31) a pregao e orao

    fervoroso da parte da igreja. em (4.32-35) que o nosso percope vemos a oferta voluntria

    4 Carson D. A Moo, Douglas J. Morris , Leon . Introduo ao Novo Testamento . So Paulo; Vida Nova , 2004, pg

    204.

  • 8

    da igreja primitiva onde Ananias e Safiras mentira e traz juzos imediato sobre eles (5.1-11),

    continuando em (5.12-16) percebemos o ministrio apostlico popular de cura e pregao.

    1.2.2 Contexto Remoto

    A percope em estudo muito importante para todo o livro de Atos. Ela introduz o

    conceito de como vivia a igreja primitiva no seu crescimento em Jerusalm, isto ,

    testemunhando a ressurreio de Jesus e dividindo os seus bens aos pobres. Isso de grande

    importncia tanto para o desenvolvimento da narrativa e tambm para estrutura, pois vem

    dando a continuidade aos acontecimentos. No que se referem distribuio dos bens Lucas j

    tinha mencionado em (2.42-47), onde os cristos que creram viviam em comunho e tinha

    tudo em comum, pois vendiam as propriedades para ajudar o prximo conforme as suas

    necessidades.

    A continuidade da distribuio dos bens encontra-se tambm em (6.1-7). Onde

    algumas pessoas foram nomeadas para o cargo especfico. O conceito de testemunha da

    ressurreio tambm permeia na primeira e nas segundas subdivises do livro. Encontramos

    essa expresso em (1.22) um deste se torne testemunha conosco da sua ressurreio e em

    (3.15) Pedro disse mataste o autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do

    que ns somos testemunhas e no (3.26) continuou dizendo tendo Deus ressuscitado o seu

    servo, enviou-o primeiramente a vs outros para vs abenoar, no sentido de que cada um se

    aparte das suas perversidades, no (4.2) prenderam Pedro justamente por ter ensinarem a

    ressurreio dos mortos.

    1.2.3 Estrutura do Contexto

    Prlogo

    1.1-2.41

    Igreja em

    Jerusalm

    2.42-6.1-7

    1.4-5 preparao 2.42-47

    caracterstica da

    igreja primitiva

  • 9

    1.8, mandato

    missionrio

    3.1- 4.31 Cura,

    sermo

    missionrio,

    oposio, cheio

    de Espirito

    Santo

    2.1-13 vinda

    de Espirito

    4.32-37,

    Comunidade

    Crist.

    2.14.41

    Sermo

    Missionrio

    5.1 6.1-7

    Mentira, cura,

    pregao,

    oposio,

    escolha dos

    sete.

    1.3 Contexto Cannico

    A expresso uma em corao e mente tipicamente hebraica5. No Antigo

    Testamento j foi mencionado essa expresso, principalmente no Pentateuco, no livro de

    Deuteronmio (6.5) Amar, pois, o Senhor teu Deus, de todo o teu corao, de toda a tua

    alma e de toda a tua fora e o mesmo se repete em (Dt 10.12, 11.13, 13.3) entre outras. O

    Senhor Jesus resumiu isso o dez mandamento dizendo em (Mc 12.30) Amar, pois o Senhor

    Teu Deus, de todo o teu corao, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a

    tua fora. Os Cristos primitivos expressam esse amor no plano horizontal a todos os seus

    5 Kistemaker, Simon J. Atos. So Paulo: Cultura Crist, 2006, p. 234

  • 10

    irmos que so necessitados6. Agindo dessa maneira cumpria tambm a segunda parte

    horizontal.

    Em relao aos necessitados, ou seja, em nosso percope entramos expresso pois

    nenhum necessitados haviam entre eles. Essa promessa foi feita no Antigo Testamento ao

    povo de Deus no sentido de que no haveria pobres entre eles em (Dt 15.4) Para que entre ti

    no haja pobre, pois o Senhor teu Deus, te abenoar abundantemente na terra que te d por

    herana para possures, foi cumprida na igreja pela generosidade dos membros mais

    prsperos7.

    Poder

    A expresso poder tambm em vrios partes do Antigo Testamento. Na LXX

    dynamis, como regra geral traduz o Heb. hayil(138 vezes), ou, sbar (113) vezes, e

    geralmente significa foras militares8. Pode tambm apresentar como poder de um soberano

    como em (Jz 5.31; 8.21, Ex 15.6, Dt 3.24). Aparece tambm no Antigo Testamento como o

    poder de Deus operante naquele que cr ( Mq 3.8). No Novo Testamento dynamis ocorre 118

    vezes, com relativa frequncia nos escritos de Paulo9. Nos evangelhos sinticos e ano atos a

    expresso (poder) denota o poder de Deus poder milagroso, atos poderosos, poder que

    leva salvao sua prpria concluso.

    2.Estudo textual

    2.1 traduo do texto

    ,

    .

    6 ibdem 7 MARSHALL, I. Howard. Atos : introduo e comentrio. 1982, p. 107 8Brow, Colin, Coenen, Lothar. Dicionrio internacional de teologia do Noyo Testamento. So Paulo: Vida Nova, 2000. P. 1692 9 Ibdem 8

  • 11

    E da multido dos que tinham crido era um o corao e alma10

    e nem um algo das coisas que

    est pertencendo11

    a ele dizia (seu) prprio ser, mas eram para eles todas (as coisas) comuns.12

    , .

    E (com) grande poder os apstolos davam o testemunho da ressurreio do Senhor Jesus, e

    grande graa havia sobre todos eles.13

    ,

    Pois, nem algum necessitado havia entre eles; pois, os que eram donos14

    de terras ou casas

    vendendo as traziam os valores das coisas vendidas.

    , .

    E colocavam juntos a os ps dos apstolos e era distribudo a cada um conforme algum tinha

    necessidade.

    10

    e da multido dos que tinha crido era um o corao e a alma nessa traduo tanto ARA, ARC traduziram mais literalmente, NVI traduziu a palavra em mente, que tambm est correto ao meu modo de ver. 11 Verbo numa traduo mais literal seria est pertencendo , pois est no particpio presente ativo, mas a ARA e ARC optaram possua. No presente ativo a traduo fica melhor, pois d a ideia de que se os cristos tinham de fato algo no presente momento. 12 Na lngua em que foi escrito no aparece a expresso ningum e coisas que aparem nas tradues de ARC e ARA. 13 a expresso com no parece no v2, mas as verses ARC, ARA NTLH colocaram esse preposio, no meu ponto de vista para estabelecer relao entre E e o Poder. 14

    O substantivo proprietrios ou Donos no aparece nas quatros verses ARA, ARC, NVI, NTLH mas subtende que est presente na expresso os que pronome relativo.

  • 12

    2.2 Estrutura do Texto

    2.2.1 Estrutura clausal

    E da multido

    Dos que criam

    Era um o corao e a alma

    E nem uma das coisas que pertencia a eles

    Dizia seu prprio ser.

    E com grande poder

    Os apstolos

    Davam o testemunho da ressurreio do Senhor Jesus

    E grande graa havia

    Sobre todos eles.

    34 Pois, nem algum necessitado

    Havia entre eles

    Pois, os donos da terra ou casas

    Vendendo as

    Traziam os valores das coisas vendidas

    35 E colocavam juntos

    A os ps dos apstolos

    E era distribudo a cada um

    Conforme algum tinha necessidade.

    Multido

    4.32

    4.33

    Testemunho da

    Ressurreio

    4.34-35

    Venda e distribuio

    das coisas vendidas.

  • 13

    2.2.2 Justificao da Percope

    A percope selecionada est definida entre os versculos 32 a 35 do captulo quatro de

    Atos dos apstolos. Algumas observaes de critrios exegticos e hermenuticos foram

    necessrias para a escolha da percope em estudo. O texto forma um todo coeso um todo

    coeso, de forma que seu inicio identificado claramente. Quando olhamos para o texto

    anterior de 4.23 a 31 vemos a narrativa de Lucas acerca de apstolos que foram soltos

    voltando para o seu povo relatando as ameaas sofridas no interrogatrio pelos principais

    sacerdotes e ancios. Aps isso eles oraram a Deus e pediram que lhe concedesse a fora para

    continuarem a pregar o evangelho, como resposta o lugar tremeu e eles ficaram cheios de

    Espirito Santo. Percebe-se que essa narrativa nitidamente que essa narrativa terminou.

    Na percope 4.32-35 Lucas comea a expor a realidade da igreja primitiva que vivia

    unnime na pregao da palavra e distribuio de bens. Ela descreve o padro normal da vida

    crist15

    . Posteriormente, embora o texto esteja falando do mesmo assunto j entre outras

    personagens que descreve duas ilustraes positiva e negativa que aconteceu na prtica.

    2.3 Comentrios

    E da multido dos que tinham crido era um o corao e alma e nem um algo das coisas

    que est pertencendo a ele dizia (seu) prprio ser, mas eram para eles todas (as coisas)

    comuns.

    Lucas relata como de fato como vivia os membros da igreja primitiva em unanimidade

    na pregao da ressurreio de Jesus Cristo e no cuidar das necessidades de outras pessoas. E

    da multido dos que tinham crido era um o corao e alma. Pode-se dizer que o substantivo

    corao no seu sentido figurado aqui significa sedes dos desejos, sentimentos, afetos,

    paixes ou mente, e ser uma s a alma significa que o grupo unnime, unidos em afetos e

    15

    MARSHALL, I. Howard. Atos : introduo e comentrio. 1982, p. 106.

  • 14

    vontade16

    . E a o verbo (do que tinha credo) usado no sentido absoluto, crer

    com o significado de ser Cristo17

    Eis um retrato da extraordinria unio da igreja primitiva18

    . No texto anterior Sindrio

    proibiu os apstolos de pregarem em nome de Jesus, porm os cristos primitivos no se

    intimidaram e com a presena do Espirito Santo no meio deles continuaram a viver em um s

    corao e alma. Essa unio permanecia na pregao e na distribuio de bens. A expresso

    uma corao em mente tipicamente hebraica19

    . No Antigo Testamento j foi mencionado

    essa expresso, principalmente no Pentateuco, no livro de Deuteronmio (6.5) Amar, pois,

    o Senhor teu Deus, de todo o teu corao, de toda a tua alma e de toda a tua fora e o mesmo

    se repete em (Dt 10.12, 11.13, 13.3) entre outras. O Senhor Jesus resumiu os dez

    mandamentos dizendo em (Mc 12.30) Amar, pois o Senhor Teu Deus, de todo o teu

    corao, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua fora. Os cristos de

    estavam expressando esse tipo de amor horizontal em para com os necessitados. A despeito

    do seu tamanho, tinha uma mentalidade e um propsito em comum na sua devoo ao

    Senhor20

    .

    E nem um algo das coisas que est pertencendo a ele dizia (seu) prprio ser, mas eram

    para eles todas (as coisas) comuns; isso alguns cristos tinham de fato algo que lhe pertencia

    como prprio, ou seja, eram deles os bens legalmente falando, mas tudo isso passou a ser

    algo comum, literalmente falando compartilhados por todos. Aqui Luca novamente relata

    algo muito parecido com o que aconteceu depois do sermo de Pedro na pentecoste (2.45)

    comearam vender as suas propriedades e bens e davam quele que tivessem necessidades.

    Entende-se aqui o como os cristos primitivos cuidavam daqueles que no possuam nada

    entre eles. Esse cuidado aparece de forma prtica na distribuio de bens materiais. Tem

    conscincia da instruo divina de no se achar nenhum pobre no meio do povo de Deus21

    .

    Essa conscincia no poderia haver entre eles se no fosse presena de Espirito Santo entre

    eles, pois a plenitude do Espirito Santo se manifesta tanto nos atos como nas palavras, tanto

    no servio como no testemunho, tanto no amor pela famlia, como na proclamao ao

    16 Bblia de Estudo Palavras Chave hebraico e Grego. 3. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012. Pg 2469. 17 Ibdem 14 pg 2355. 18 Kistemaker, Simon J. Atos. So Paulo: Cultura Crist, 2006, p 234 19 Ibdem 16 p. 234 20 MARSHALL, I. Howard. Atos : introduo e comentrio. 1982, p.107 21

    ibdem 17

  • 15

    mundo22

    . As caractersticas da igreja primitiva eram repletas por esse tipo de atitude desde a

    pentecoste, principalmente no texto (2.42-47) que semelhante a nossa percope onde a

    multido vivia em unanimidade e na partilha de bens em comuns. Isso demonstra que o amor

    coisa material de forma egosta no existia entre os cristos cheios de Espirito Santo. Aos

    darem os seus bens os cristos no estavam praticando um comunitarismo total obrigatrio,

    mas constitua apenas uma comunidade piedosa que atendia s medidas uns dos outros a

    medida que estas iam surgindo23

    . importante perceber o que levou de fato essa grande

    multido cristo a ter algo em comum, partilha de bens, no foi uma mera coincidncia, mas

    primeiramente porque eles creram em Jesus Cristo e isso levou a ter a um s corao e alma,

    consequentemente eles partilhavam os bens que possuam. Quando se vive em profundo lao

    de comunho muito difcil algum querer ter alguns bens s para si. O versculo trinta e dois

    muito enftico ao dizer a multido dos que tinham crido era um o corao e alma e logo

    Luca enfaticamente dizendo nem um algo das que estavam possuindo diziam que era seu.

    Notemos assim, que a Unanimidade da igreja era o cerne da questo. Nessa poca tambm

    havia outra comunidade que chamada Qumram que vivia a redor da margem noroeste do Mar

    Morto. Eles tambm fizeram renuncia de seus bens distribuindo a cada pessoa de forma igual,

    todos obtiveram os bens os mesmos tantos. Mas no podemos comparar a atitude dessa

    comunidade com a atitude dos cristos primitivos. Pois os essnios agiam a uma resposta a

    uma regra de compulso feita por homens, enquanto os cristos agiam em obedincia lei do

    amor de Deus, praticava o uso comum de seus bens, a fim de fortalecer a unio e harmonia da

    comunidade24

    . Percebe-se a clara diferena entre os cristos e a comunidade Qumram, logo

    no se deve mesclar as duas comunidades como se fosse um s.

    E (com) grande poder os apstolos davam o testemunho da ressurreio do Senhor

    Jesus, e grande graa havia sobre todos eles.

    Ficaria difcil separar totalmente as necessidades espirituais e materiais, de qualquer

    forma elas caminham juntas. Como mencionamos acima sobre a espontaneidade das

    distribuies de bens da parte de comunidade, por sua vez os apstolos pregavam evangelho

    da ressurreio de Jesus Cristo. o substantivo vem de que significa

    algum enviado como mensageiro ou agente, encarregado de uma incumbncia ou misso,

    22 STOTT, John. A mensagem de Atos, p. 117. 23

    David J, Willian. Novo Comentrio Bblico Atos. pg 106 24

    Kistemaker, Simon J. Atos. So Paulo: Cultura Crist, 2006, p 235.

  • 16

    mensageiro25

    . Aqui se encontra no plural, se for a continuao de versculo anterior

    certamente refere-se ao Pedro e Joo, ou todos os dozes. A palavra grande poder no se

    refere aos milagres de cura, mas plenitude de Espirito Santo que capacitava os apstolos a

    pregarem com ousadia26. Vemos isso no versculo trinta desse mesmo captulo Tendo eles

    orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Esprito Santo e, com

    intrepidez, anunciavam a palavra de Deus. Por isso, talvez pudssemos relacionar o versculo

    31 com trinta e trs27

    . Tambm encontramos posteriormente Paulo dizendo em ( I Cor 2.4) A

    minha palavra e minha pregao no consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas

    a demonstrao do Espirito e de Poder e no (I Ts 1.5) porque o nosso evangelho no chegou

    at vs to somente em palavras, mas, sobretudo em poder, no Espirito Santo e em plena

    convico, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vs e por amor de vs.

    Lucas novamente relatou o testemunho apostlica que permeava na igreja primitiva

    que sobre ressurreio do Senhor Jesus. o substantivo , significa testemunho,

    evidencia28

    . algo que os apstolos vivenciaram, viram de fatos. Por isso, mesmo sendo

    proibidos da parte dos judeus que perseguiam a igreja, eles que foram escolhidos para

    testemunhar, continuava exercendo suas funes de pregar e de dar seu testemunho da

    ressurreio do Senhor Jesus. muito interessante o uso da palavra () que est

    conjugado no imperfeito indicando que era a prtica constante dos apstolos. Essa palavra

    vem de que significa pagar ou retribuir o que devido29. A luz dessa palavra pode-

    se dizer que () significa mais do que dar. provvel que Lucas estivesse

    sugerindo que os discpulos deviam no aos outros os testemunhos pela pregao de Cristo e

    tambm de deviam ao prprio Cristo, que os havia chamado exatamente para desempenhar

    essa tarefa30

    . Logo eles viam a testemunha da ressurreio como uma dvida, uma tarefa rdua

    que deve ser cumprida de maneira fiel, pois exatamente isso que o imperfeito demonstra, a

    repetidas pratica desse de ato no passado, a fim de poderem cumprir as suas tarefas. O prprio

    Jesus falou o que eles deveriam fazer no (1.4) Mas recebereis a virtude do Esprito Santo,

    que h de vir sobre vs; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalm como em toda a Judia

    e Samaria, e at aos confins da terra., e no (1.22) Comeando desde o batismo de Joo at 25 Mounce, Willian D. Lxico Anlitico do Novo Testamento Grego. So Paulo: Vida Nova, 2013. Pg 113 26 Ibdem 19 27 STOTT, John. A mensagem de Atos, p.117. 28 Ibdem 20 29

    Ibdem20. Pg 103 30

    David J, Willian. Novo Comentrio Bblico Atos. pg 107

  • 17

    ao dia em que de entre ns foi recebido em cima, um deles se faa conosco testemunha da sua

    ressurreio, tambm no eles falaram o que de fato no pode deixar de fazer (4.20) Porque

    no podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido. Os apstolos estavam cumprindo o

    seu papel de testemunhar daquilo que viram e ouviram do prprio Cristo.

    e grande graa havia sobre todos eles; o substantivo pode significar favor livre

    especialmente manifestado por Deus para com o homem no enredo do evangelho, tambm

    pode significar favor31. Alguns comentaristas entendem essa graa como a grande beno

    de Deus sobre todos os que tinham crido. A questo que no encontramos expresso Deus

    no grego. Outros tradutores interpretam o termo graa como favor no sentido de que os

    habitantes de Jerusalm viam os cristos com bons olhos e assim o pblico em geral tinha

    uma impresso favorvel acerca da comunidade crist32

    . Portanto aqui a expresso graa de

    modo geral pode significar benevolncia ou boa vontade que alcanou a multido por meio da

    graa de Deus. Calvino menciona que por ajudar to generosamente os pobres, eles

    encontraram favor nas mos de estranho33

    . Se a graa se refere ao abundante favor do povo,

    logo tem o mesmo sentido da graa encontra no (2.47) Louvando a Deus, e caindo na graa

    de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor igreja aqueles que se haviam de

    salvar.

    34 Pois, nem algum necessitado havia entre eles; pois, os que eram donos de terras ou casas

    vendendo as traziam os valores das coisas vendidas.

    35 E colocavam juntos a os ps dos apstolos e era distribudo a cada um conforme algum

    tinha necessidade

    Na primeira parte no versculo 34 pode-se notar que no tinha mais pessoas

    necessitadas entre eles. Isso denota que a pobreza foi controlada pela comunidade crist. Se

    formos comparar captulo (2.44) Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o

    produto entre todos, medida que algum tinha necessidade, parece que ainda tinha pessoa

    pobre, mas aqui Lucas relata enfaticamente que no tinha nem um necessitado entre eles, ou

    seja, j no tinha mais pessoas necessitadas, pois a fome foi combatida. Algum estudioso diz

    31 Ibdem 21, pg 635. 32 Kistemaker, Simon J. Atos. So Paulo: Cultura Crist, 2006, pg 236. 33

    http://www.studylight.org/commentaries/cal/view.cgi?bk=43&ch=4 acesso no dia 05 de novembro s 20.00 hrs.

  • 18

    que ali havia se cumprido a promessa feita em (Dt 15.4) que diz para que entre ti no haja

    pobre; pois o SENHOR, teu Deus, te abenoar abundantemente na terra que te d por

    herana, para a possures34. importante notar o verbo particpio presente ativo

    remete a ideia repetir todas as vezes que for necessrio, tambm que est conjugado

    no tempo imperfeito que pode dar ideia de que eles traziam constantemente os valores, isso ,

    no aconteceu s uma nica vez, mas eles continuavam repetindo os mesmos toda vez que

    precisasse.

    Deve-se notar que essa comunidade vendia seus bens de maneira voluntria, pois no

    tinha ningum ou lei que a obrigasse a vender os que tinham35

    . No havia uma presso

    exterior, mas ato de amor que veio de dentro de um corao unido em um s espirito. Esse

    tipo de comunidade de bens no era um costume universal, mas eram atos da maioria dos

    cristos voluntrios36

    .

    No versculo 35 encontra-se o verbo no indicativo imperfeito que significa

    que eles continuavam a colocar junto aos ps dos apstolos. A expresso aos ps dos

    apstolos encontra-se tambm em (5.2) E reteve parte do preo, sabendo-o tambm sua

    mulher; e, levando uma parte, a depositou aos ps dos apstolos, isso sugere algum tipo de

    transferncia jurdica expressa em linguagem formal, alm de pregar os apstolos tambm

    administravam os fundos coletivos da igreja de forma gradual, tanto que posteriormente

    foram necessrios planos novos (6.1-637

    . Observamos nisso que os apstolos tinham essa

    responsabilidade, no era qualquer pessoa que podia executar essa tarefa a no ser eles. talvez

    isso ocorreu porque as pessoas os viam como lder espiritual deles e assim depositavam as

    suas confianas neles. dentre os que estavam sendo socorridos pelo fundo talvez estivessem o

    que haviam sofridos privaes pela nica razes de serem cristos38

    .

    A pergunta que podemos hoje : os cristos de hoje pode imitar essa comunidade de

    maneira literal, ou somente eles podiam fazer esse tipo de atitude. A maioria da igreja que

    imitaram essa comunidade primitiva no decorrer da histria, tais como monges e frade,

    34 DE BOOR, Werner. Atos dos Apstolos,p.50 35 Gloag Paton James. A Critical And Exegetical Commentary on the Acts Of the Apostles. Pg 163. 36 Ibdem 27. 37 MARSHALL, I. Howard. Atos : introduo e comentrio. 1982, Pg 108. 38

    David J, Willian. Novo Comentrio Bblico Atos. p 108

  • 19

    falharam, pois interpretam como obrigao39

    . Diferentemente os cristos primitivos fizeram

    de modo voluntrio demonstrando que as pessoas eram mais importantes do que coisas

    materiais. A sociedade chega a ser verdadeiramente crist no quando a lei nos obriga a

    compartilhar, mas sim, quando o corao nos move a faz-lo40

    .No meu ponto de vista eles

    exageram um pouco nessa atitude. lgico que a inteno foi boa, mas em algum caso esses

    bens matrias dados poderiam fazer falta posteriormente. Porem em relao generosidade

    eles tem muito a ensinar os cristos de Hoje. Um cristo no deve se desprover de

    generosidade, pois os bens que possui foram acima de tudo dado por Deus.

    2.4 Mensagem para poca da Escrita

    Certamente quando Lucas escreveu essa carta tinha em mente tambm em dar e obter

    resposta dos leitores da igreja primitiva. A princpio a mensagem foi direcionada para o

    Tefilo, mas com certeza essa mensagem no foi s para ele. Lucas espera que a sua narrativa

    lhes d a certeza da f a qual haviam se comprometido e espera fortalecer o compromisso dos

    cristos perseguidos com a f professada41

    . No livro de Atos podemos ver a presena de dois

    tipos de publico, os Judeus e os Gentios. Lucas relata a propagao da igreja desde Jerusalm,

    Samaria e at o fim da terra. Podemos entender que a mensagem da salvao no se restringe

    apenas ao povo judeu, mas tambm aos gentios que at ento no tinham esse privilgio. A

    mensagem seria de que os gentios tambm so alcanados pelo Espirito Santo mediante morte

    e ressurreio de Jesus Cristo e da mesma forma os judeus que j sabiam que era povo

    escolhido por Deus. Essa seria a mensagem daquela poca. Na pentecoste Lucas no

    mencionou a presena dos gentios, a no ser os proslitos judeus, mas sem muito demora, a

    igreja acabou pregando o evangelho aos samaritanos tementes a Deus que no eram

    circuncidados e finalmente aos gentios pagos42

    . Essa propagao no foi um ato humano

    somente, mas a vontade de Deus que se realiza por meio dele.

    Lucas mostra s seus leitores, medida que seguem por sua narrativa, que eles so

    partes de um povo muito mais importante do que greco-romana que os marginalizara de que

    39 Gloag Paton James. A Critical And Exegetical Commentary on the Acts Of the Apostles. Pg 166. 40 BARCLAY, William. Atos dos Apstolos, p. p 42 41 Thielman , Frank. Teologia do Novo Testamento ; uma aborgagem Cannica e Sinttica. So Paulo; Schedd Publicaes 2007, p. 250. 42

    MARSHALL, I. Howard. Atos : introduo e comentrio. 1982, P. 27.

  • 20

    eles so parte do povo de Deus43

    . Conforme a narrativa pode-se entender que Deus est

    propagando seu propsito de salvao sobre o povo de Israel e de todas as naes da terra.

    Esse propsito visa triunfar sobre todos os obstculos colocados no caminho da igreja

    primitiva pelo tradicionalismo que era muito forte naquele tempo e tambm sobre aquelas

    pessoas que perseguiam para impedir o avano do evangelho.

    Outra mensagem que tem a ver diretamente com a nossa percope o cuidado que os

    cristos primitivos teriam que ter com seus bens, reconhecendo que a riqueza pode desviar os

    seus possuidores do caminho de Deus44

    . Eles precisavam ver os bens no como se fossem

    seus somente, mas para suprir e abenoar as necessidades dos pobres. Agindo desta maneira

    Lucas quer mostrar que eles no tomaram caminho errado, ou seja, o objeto da sua f era de

    fato a verdade que Cristo. Assim Lucas aconselha seus leitores a assumirem seu papel na

    extenso dos propsitos salvficos de Deus a Israel e s naes45

    . Esse papel consiste em levar

    as boas novas da salvao a todas as pessoas independentemente de ser rico ou pobre ou de

    cultura diferente. Foi isso que vemos em nossa percope o testemunho da ressurreio de

    Jesus Cristo. Assim sendo a mensagem da percope tem a ver com o todo contedo da

    Epstola de Atos.

    2.5 Mensagem para todas as pocas

    A mensagem escrita por Lucas na epistola de Atos num todo muito relevante para o

    dia atual, principalmente no que diz a respeito da pregao das boas novas da salvao a todas

    as pessoas e da importncia da orao para no desanimar. Essas so as mensagens que

    continuam para todas as pocas. Porm tem tambm alguma das narrativas que no so

    pertinentes para a nossa poca, j no pode ser imitado ou interpretado no sentido literal, pois

    era pertinente para aquela poca.

    J da nossa percope 4.32-35 podemos tambm extrair algumas importantes

    mensagens para o dia de hoje. O versculo 32 primeiramente apresenta uma mensagem muito

    relevante que a unanimidade da igreja de todo corao e a alma. Essa unidade da igreja

    envolvia o trabalho quanto na rea espiritual e tanto a rea material. certo que no se deve

    43 Thielman , Frank. Teologia do Novo Testamento ; uma aborgagem Cannica e Sinttica. So Paulo; Schedd Publicaes 2007, p. 44

    Ibdem 38. 45

    Ibdem 38

  • 21

    imitar no sentido literal acontecimento, porm, a igreja deve aprender disso a cuidar das

    pessoas na sua totalidade, na rea espiritual que ensinar as boas novas, pregao da palavra

    de Deus aos pecadores independentemente das etnias, rico ou pobre e se precisar tambm dar

    apoio na rea material que significa cuidar das pessoas pobres. A transformao precisa

    atingir uma pessoa de maneira completa. Tambm se deve valer dessa mensagem para exigir

    da igreja o dinheiro visando objetivo prprio, pois a mensagem no ensina isso. Os cristos

    faziam as doaes voluntariamente.

    2.6 Teologia do Texto

    2.6.1 Implicaes para teologia bblica

    Eclesiologia: A pesquisa em questo traz alguns pontos relevantes para a teologia

    bblica. Ela mostra nitidamente alguns conceitos de como vivia a igreja primitiva. A primeira

    lio desse texto a unidade da igreja. A igreja vivia em um s corao e alma. Apesar de

    grande quantidade eles conseguiram viver unidade e isso o preservava na comunho em meio

    adversidade. A segunda lio do texto o trabalho de forma integral, isto , a comunidade

    crist no olha somente para a rea espiritual das pessoas, mas tambm na rea fsica das

    pessoas. A terceira lio do texto a igreja que prega a salvao em Jesus Cristo. Os

    apstolos que foram escolhidos para tais funes estavam cumprindo o seu papel

    testemunhando com grande poder a ressurreio de Jesus Cristo. Eles foram lideres espirituais

    e demonstravam isso na prtica.

    2.6.2 Implicao para teologia sistemtica.

    Soteriologia e Pneumatologia:

    Primeiramente a percope tem est ligada a soteriologia. Eles creram em Jesus Cristo como

    seu Senhor e Salvador, por isso vivia em um corao e alma. A verdadeira f salvadora tem

    sua sede no corao e suas razes na vida regenerada46

    . Essa f levou a praticar boas obras

    entre os necessitados, no para se vangloriar, mas para glorificar a Deus por meio disso. No

    sentido restrito pode-se dizer que essa atitude tem a ver com a santificao. Os apstolos

    46

    Berkhof, Louis. Teologia Sistemtica. So Paulo. Editora Cultura Crist. 2001. Pg 463.

  • 22

    testemunhavam com grande poder a ressurreio de Jesus Cristo. Esse poder no vinha dele

    prprio, mas do Espirito Santo que o habilitava para pregar com ousadia.

    2.6.3 Implicao para teologia prtica.

    O que podemos extrair do texto a marca de uma verdadeira igreja de Cristo que so;

    eficaz testemunho, que viver em amor e unidade para a igreja serem vista como verdadeiro

    seguidor de Cristo. Poder espiritual no ministrio; a igreja deve entender que o evangelho o

    poder de Deus para a salvao daquele que cr e por isso deve pregar sempre a ressurreio de

    Jesus Cristo. Ajudar os pobres; a igreja no deve ignorar a rea fsica das pessoas, mas suprir

    tambm necessidades materiais se for preciso.

    Sermo

    Ttulo: O padro normal da vida crist

    Tema: como uma igreja deve manter o padro normal da vida Crist?

    Doutrina: Eclesiologia

    Necessidade: atualmente a igreja encontra a dificuldade em viver no padro normal da

    vida crist. Cada pessoa na igreja quer ter uma vida individualista, no quer viver em unio,

    na comunho em Cristo Jesus. Igreja contempornea tambm esquece a sua misso de pregar

    o evangelho de Cristo a outras pessoas, de se envolver juntos na causa. Isso

    consequentemente vai levar a ser uma igreja que pensa em si mesma e no na necessidade das

    outras pessoas quanto fsico quanto espiritual.

    Imagem: oque reflete bem esse sermo a prpria ilustrao dado por Lucas que o

    exemplo de Jos que foi nomeado pelos apstolos de Barnab que tinha vendido os seus bens

    e o valor depositou aos ps dos apstolos. (Atos 4.36-37).

    Objetivo: o propsito desse sermo mostrar para igreja que a vida crist no consiste

    no individualismo, de ser apenas um cristo ouvinte, no egosmo, mas consiste em

    comunho, na unanimidade, na pregao da palavra que testemunho da sua f, consiste em

    amar e ajudar as pessoas quanto espiritualmente e quanto fisicamente nas suas necessidades.

    Se importar nas pessoas na sua totalidade.

  • 23

    Esboo

    Tema: como uma igreja deve manter o padro normal da vida Crist?

    1 vivendo em unanimidade (32)

    - um na mente a na alma

    - um na necessidade

    2 testemunhando o Cristo ressuscitado (33)

    - no s lder espiritual deve ser exemplo no testemunho da sua f

    - testemunhar sempre a mensagem redentora

    3 Vivendo na generosidade (34-35)

    - uma igreja generosa

    - lder deve certificar os necessitados para ajuda-los.

    Concluso

    Aplicao.

  • 24

    Concluso

    Conclumos esse trabalho de Atos 4.32-35 dizendo o que ele nos mostra no algo

    extremamente incomum, mas apenas um padro normal da vida crist da igreja primitiva.

    Isto aquele que tinha crido na morte e ressurreio de Jesus Cristo por meio do Espirito

    Santo vivia em um s alma e corao, ou seja, a unanimidade da igreja. os apstolos faziam o

    que de fato o seu papel de testemunhar a ressurreio de Jesus Cristo que a mensagem

    redentora. Eles no precisavam de mtodos mais sofisticados, mas apenas testemunhava com

    ousadia pela clareza do Espirito Santo. Os cristos tambm vendiam os seus bens

    voluntariamente para ajudar cristos necessitados demonstrando amor na unidade, isso no

    nenhum tipo comunismo, eles no tomavam de ningum, porem na medida das necessidades

    deram os seus bens em prol do prximo.

    Assim termino agradecendo a Deus pela salvao em Cristo e pela presena de Espirito Santo

    que une a igreja para viver em unidade ajudando uns aos outros espiritualmente e fisicamente.

  • 25

    Referncia Bibliogrfica

    Enciclopdia da Bblia/vrios autores; traduo da equipe organizadores da Cultura Crist.

    So Paulo: Cultura Crist, 2008, vol 3.

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    David J, Willian. Novo Comentrio Bblico Atos. So Paulo: Editora Vida 1996

    Mounce, Willian D. Lxico Analtico do Novo Testamento Grego. So Paulo: Vida Nova,

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    http://www.studylight.org/commentaries/cal/view.cgi?bk=43&ch=4

    DE BOOR, Werner. Atos dos Apstolos. Curitiba: Editora Evanglica Esperana 2003.

    Gloag Paton James. A Critical And Exegetical Commentary on the Acts Of the Apostles .

    Vol 1.

    Thielman , Frank. Teologia do Novo Testamento; uma aborgagem Cannica e Sinttica. So

    Paulo; Schedd Publicaes 2007

    STOTT, John. A mensagem de Atos. So Paulo: Abu Editora. 1994

    Barclay, Willian. Atos dos Apstolos.

    Berkhof, Louis. Teologia Sistemtica. So Paulo. Editora Cultura Crist. 2001

    Brow, Colin, Coenen, Lothar. Dicionrio internacional de teologia do Noyo Testamento. So

    Paulo: Vida Nova, 2000