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1 Tópicos laboratoriais e/ou exercícios (8. o Parte) Hélio Marcos Fernandes Viana Tema: Execução - Construção da superestrutura (do canteiro até a base) Conteúdo da aula 1 Canteiro de serviços 2 Regularização ou preparo do subleito 3 Construção da camada de reforço do subleito 4 Construção da camada de base (com o exemplo clássico: base estabilizada granulometricamente) 5 Considerações finais

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Tópicos laboratoriais e/ou exercícios (8.

o Parte)

Hélio Marcos Fernandes Viana

Tema:

Execução - Construção da superestrutura (do canteiro até a base)

Conteúdo da aula 1 Canteiro de serviços

2 Regularização ou preparo do subleito

3 Construção da camada de reforço do subleito

4 Construção da camada de base (com o exemplo clássico: base estabilizada

granulometricamente)

5 Considerações finais

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1 Canteiro de serviços

O canteiro de serviços é parte essencial para construção da superestrutura (ou do pavimento), ele é constituído basicamente das seguintes partes, com suas respectivas funções: a) Escritórios: são o centros do planejamento da obra; b) Oficina: local de manutenção das máquinas; c) Usina: destina-se a produção do material usado no pavimento; d) Laboratório: centro para controle tecnológico dos materiais usados na construção do pavimento; e) Almoxarifados: depósitos de materiais de uso constante usados na limpeza, na oficina e no laboratório; f) Alojamentos: destinado ao repouso dos funcionários da obra; g) Locais de recreação: centro de convivência dos funcionários da obra, são dotados de revistas, jogos, TV, DVD, etc; h) Depósitos: áreas destinadas ao armazenamento de material usados na usina, tais como: areia, britas e CAP (cimento asfáltico de petróleo); i) Abastecimento: local destinado à caixa d´agua ou aos poços; j) Transporte: pátio reservado aos caminhões e as máquinas; e k) Refeitório: local destinado a servir café da manhã, almoço e jantar aos funcionários.

A Figura 1.1 ilustra um canteiro de serviço instalado as margens de uma pista em pavimentação.

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Figura 1.1 - Canteiro de serviço instalado as margens de uma pista em

pavimentação 2 Regularização ou preparo do subleito

A construção da superestrutura (ou pavimento) começa a partir da regularização (ou da camada de regularização). A regularização destina-se a corrigir algumas falhas da superfície terraplenada, e é realizada antes da construção das camadas superiores. A regularização compreende operações de corte e aterro de até 20 cm realizada em partes isoladas da superfície terraplenada. Portanto, a camada de regularização não é o corpo do aterro de terraplanagem.

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2.1 Tipos de regularização

Os alinhamentos e nivelamentos do pavimento são dados em relação à camada de regularização, ou seja, a partir da camada de regularização são mantidos os nivelamentos e alinhamentos para as demais camadas do pavimento. i) Regularização transversal

Existem dois tipos de regularização transversal, uma para os trechos em tangente e a outra para os trechos em curva. a) Regularização (ou camada de regularização) para trechos da estrada em tangente

A Figura 2.1 ilustra uma seção transversal de uma estrada em um trecho em tangente, e o esquema do nivelamento das camadas sobrejacentes. Observa-se que a regularização foi realizada em aterro.

Figura 2.1 - Seção transversal de um trecho da estrada em tangente

Na regularização em tangente as camadas apresentam inclinação para direita e para esquerda, que é o abaulamento da pista. b) Regularização (ou camada de regularização) para os trechos da estrada em curva

Nos trechos em curva a regularização apresenta a inclinação (i%), que corresponde à superelevação. Neste tipo de regularização as camadas apresentam inclinação só para um lado.

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A Figura 2.2 mostra uma seção transversal de uma estrada em um trecho em curva, em que foi realizada uma camada de regularização. Observa-se que a inclinação da regularização (i%) é mantida até o revestimento.

Figura 2.2 - Seção transversal em um trecho da estrada em curva ii) Regularização (ou camada de regularização) longitudinal

A regularização longitudinal corrige as irregularidades na superfície do subleito no sentido longitudinal da estrada. A Figura 2.3 ilustra uma camada de regularização executada sobre o subleito no sentido longitudinal.

Figura 2.3 - Camada de regularização executada sobre o subleito no sentido

longitudinal da estrada

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2.2 Aspectos construtivos da camada de regularização 2.2.1 Regularização em aterros

Deve-se sempre dar preferência pela regularização em aterros, pois este tipo de regularização apresenta duas vantagens: a) Aproveita a compactação já executada no subleito, que foi realizada pelo tráfego; e b) Evita a escarificação da casca do subleito já consolidada. 2.2.2 Aspectos do material empregado na camada de regularização

Os materiais empregados na camada de regularização deverão apresentar qualidade igual ou melhor que a do solo do subleito. De maneira geral, a camada de regularização deve apresentar na energia intermediária de Proctor: a) CBR ≥ 6; e b) Expansão ≤ 2% (medida no ensaio CBR). OBS. Os materiais utilizados na camada de regularização não devem possuir diâmetro maior que 76 mm (ou 3 in). 2.2.3 Execução da camada de regularização

Não é permitida a realização da regularização nos dias de chuva. Toda vegetação e material orgânico existentes no subleito da rodovia serão removidos. Após a execução de cortes e aterros para atingir o greide da rodovia, procede-se a escarificação geral na profundidade de 20 cm, e em seguida: a) Mistura e pulverização (a pulverização quando necessária será espalhamento de pó seja: cimento Portland, cal ou outros); b) O umedecimento ou secagem do material, que é realizado na pista; c) A compactação; e d) O acabamento. OBS. No caso de cortes em rocha, a regularização deverá ser executada de acordo com projetos específicos para o caso. 2.2.4 Equipamentos utilizados na construção da camada de regularização

Na construção da camada de regularização são usados: a) Motoniveladora pesada, com escarificador; b) Carro tanque distribuidor de água (ou caminhão irrigador); c) Rolos compactadores dos tipos: pé-de-carneiro, liso vibratório, e liso pneumático;

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d) Pulvimisturador (máquina que mistura o solo a outros materiais sobre a superfície na qual a máquina se desloca, pode ser usados na mistura material fino, ou com diâmetro menor que 0,075 mm). OBS. Os equipamentos de compactação e mistura são escolhidos de acordo com o tipo de material empregado. 2.2.5 Controle tecnológico da camada de regularização i) Controle tecnológico dos materiais empregados na camada de regularização

Os ensaios de caracterização (LL, LP e granulometria) e compactação na energia intermediária serão realizados com o material colhido na pista de forma aleatória a cada 200 m, que é destinado à construção da camada de regularização.

Para realização dos ensaios deverá ser colhida uma amostra a cada 200 m de pista ou uma jornada diária de trabalho. Se o material for homogêneo (mesma jazida) poderá ser colhida uma amostra para cada 400 m de pista.

Ensaios de CBR e expansão na energia intermediária, serão realizados com o material colhido em pista de forma aleatória a cada 400 m, onde foram retiradas as amostras para o ensaio de compactação. Se o material for homogêneo (mesma jazida) poderá ser colhida uma amostra para cada 800 m de pista.

O valor final obtido nos ensaios deverá ser uma média de, no mínimo, 5 determinações, que é o mínimo aceitável.

O número mínimo de ensaios ou determinações por segmento de pista, com área inferior a 4000 m2, é 5. OBS. Forma aleatória, entende-se como sem critério, ou sem padrão de repetição, por exemplo: a amostra pode ser colhida, no centro, ou a direita ou a esquerda do eixo da estrada, ou um pouco do material em cada ponto (direita, esquerda e centro) do eixo da estrada sem alternância, ou padrão repetitivo. ii) Controle de execução (ou de compactação) da camada de regularização

Durante a compactação do material na pista é necessário controlar a umidade higroscópica e o grau de compactação (CG) de acordo com o plano de amostragem preconizado pela DNER-PRO 277/97.

a) Unidade higroscópica

A umidade higroscópica será determinada com o material da pista imediatamente antes da compactação, e para cada 100 m de pista. A tolerância admitida é de ± 2% em torno da umidade ótima do material obtida no laboratório com o ensaio de compactação.

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b) Grau de compactação da camada compactada

O grau de compactação da camada no campo deverá ser GC ≥ 100%; E o grau de compactação (GC) será calculado com os valores da massa específica seca máxima, obtida no laboratório, e da massa específica seca obtida “in situ” (ou na pista).

Os ensaios de massa específica seca “in situ” deverão ser feitos, em locais aleatórios ao longo da pista. Para pistas com volume de, no máximo, 1250 m3 de material deverão ser feitas no mínimo 5 determinações.

Para atender a exigência normativa do grau de compactação (GC) para a camada de regularização, podem ser construídas planilhas Excel para determinação do comprimento de pista para cada 1 (uma) determinação do grau de compactação, com base no volume de 1250 m3 de solo e nas 5 (cinco) determinações preconizadas (ou estabelecidas) na norma, e etc.

A Figura 2.4 mostra uma planilha Excel que realiza o cálculo automático dos comprimentos de pista, em metros, necessários para uma determinação do peso específico seco de campo, ou do grau de compactação em campo, com base: na espessura da pista (0,20 m), no peso específico estimado para o material compactado na pista, e com base na faixa de tráfego compactada (m). Tal planilha satisfaz as exigências da norma no que se refere ao controle tecnológico do grau de compactação.

Figura 2.4 - Planilha Excel que realiza o cálculo automático dos comprimentos

de pista para necessários para determinação do GC (Viana, 2014)

Entada de dados

Cálculo automático

Espessura da camada de regulariação (m) 0,2

Volume de solo considerado na pista (m3) 1250

2,10 2,00 1,95 1,90 1,85 1,80 1,75 1,70

2625 2500 2438 2375 2313 2250 2188 2125

2,10 2,00 1,95 1,90 1,85 1,80 1,75 1,70

Largura da

faixa de

tráfego (m)

2,50 500 525 538 553 568 583 600 618

3,00 417 438 449 461 473 486 500 515

3,30 379 398 408 419 430 442 455 468

3,50 357 375 385 395 405 417 429 441

3,60 347 365 374 384 394 405 417 429

Comprimento total de pista, em metros, utilizado para

1 (uma) determinação do grau de compactação, ou do

peso específico seco máximo de campo.

Peso de solo seco da camada compactada

correspondente a 1250 m3 (ton)

Peso específico seco estimado para o solo

compactado no campo (ton/m3)

Peso específico seco da camada

compactada, valor aproximado (ton/m3)

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A aceitação ou rejeição do serviço é baseado em um critério que leva em conta à média e o desvio padrão das determinações. iii) Critério de aceitação ou rejeição do serviço (CBR é mínimo, e expansão é máximo)

Tabela 2.1 - Valores de K em função do número de ensaios

Sendo as fórmulas da média e desvio padrão respectivamente: (1.1) (1.2) em que:

= média dos valores do ensaio; s = desvio padrão dos valores dos ensaios; Xi = valores individuais dos ensaios; e n = número de amostras em estudo ou número de ensaios. OBS. Na média lê-se: somatório de Xi com i variando da amostra i até a amostra n.

X = 𝑋𝑖

ni=1

n

𝑠 = 𝑋𝑖 − �� 2

𝑛 − 1

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2.2.6 Controle geométrico da camada de regularização

Após a excursão, são tolerados para camada de regularização os seguintes desvios: a) No máximo, ± 10 cm da largura total de projeto para plataforma da estrada; b) No máximo, 20% a mais do previsto no projeto para a declividade transversal do abaulamento da pista, ou seja, 20% a mais para a flecha de abaulamento; e b) No máximo, ± 3 cm em relação ao valor da cota greide de projeto no ponto considerado. OBS. Exemplo para o item b, se o abaulamento projetado para pista é de 2,00%, então o valor do abaulamento na medição final para pista deverá está entre 2,00% e 2,40%. 3 Construção da camada de reforço do subleito

A camada de reforço do subleito pode está situada sob a camada de subbase, ou sob a camada de base. A Figura 3.1 ilustra uma seção típica de pavimento urbano com uma camada de reforço do subleito sob uma camada de base de solo arenoso fino laterítico (SAFL).

Figura 3.1 - Seção típica de pavimento urbano com uma camada de reforço do

subleito sob uma camada de base OBS. Anticravamento é uma camada que faz parte do tratamento superficial simples invertido, e é aplicada sobre a imprimação, em base não coesiva, e serve para evitar o rompimento da primeira camada asfáltica do tratamento superficial.

A camada de reforço do subleito é geralmente espessa, e é executada sobre a camada de regularização.

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3.1 Características do material empregado para construção da camada de reforço do subleito

Todos os materiais empregados na construção da camada reforço do subleito devem apresentar na energia intermediária de Proctor: a) CBR ≥ 6%; e b) Expansão < 1% (medida com sobrecarga de 4,5 Kg).

Caso a camada de reforço do subleito seja situada imediatamente abaixo da camada de base, o material do reforço do subleito deverá apresentar as seguintes características na energia intermediária de Proctor: a) CBR ≥ 20%; b) Expansão ≤ 1% (medida com sobrecarga de 4,5 Kg); e c) Índice de grupo (IG) = 0. OBS. Na fase de projeto, quando não há camada de subbase, o cálculo da espessura da camada do reforço é feito considerando-se a altura da subbase (h20) igual a 0. 3.2 Execução da camada de reforço do subleito

A camada de reforço não poderá ser executada em dias de chuva. i) Operações realizadas na execução do reforço do subleito

A execução da camada de reforço do subleito compreende as seguintes operações: a) Mistura e pulverização do material (a pulverização quando necessária será espalhamento de pó seja: cimento Portland, cal ou outros); b) Umedecimento ou secagem dos materiais na pista; c) Compactação do material; e d) Acabamento da pista. ii) Espessura da camada compactada

A espessura total mínima da camada de reforço do subleito, obtida após a compactação será de 15 cm. Quando a camada de reforço de projeto apresentar espessura final superior a 20 cm, então a espessura a ser compactada será subdividida em camadas menores. A espessura mínima de qualquer camada para formar a camada de reforço será de 10 cm, obtida após a compactação.

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iii) Equipamentos utilizados na construção da camada de reforço do subleito

Na construção da camada de reforço do subleito serão utilizados os seguintes equipamentos: a) Motoniveladora pesada, com escarificador; b) Carro tanque distribuidor de água (ou caminhão irrigador); c) Grade de discos (grade rebocada por tratores que pode misturar o solo a outros produtos como britas); d) Pulvimisturador (máquina que mistura o solo a outros materiais sobre a superfície na qual a máquina se desloca, pode ser usados na mistura material fino, ou com diâmetro menor que 0,075 mm); e e) Rolos compactadores tipo: pé-de-carneiro, liso vibratório, e pneumático. 3.3 Controle tecnológico da camada de reforço do subleito 3.3.1 Controle tecnológico dos materiais empregados na construção da camada de reforço

Os ensaios de caracterização (LL, LP e granulometria) e compactação na energia intermediária de Proctor ou energia maior que esta serão realizados com o material destinado à construção da camada de reforço do subleito. Os ensaios obedecem ao seguinte critério: a) Para realização dos ensaios deverá ser colhida, uma amostra por camada a cada 200 m de pista ou por jornada diária de trabalho, em locais aleatórios da pista; e b) Poderá ser colhida uma amostra a cada 400 m de pista se o material for homogêneo (por exemplo: solo de jazida homogênea). OBS. Os ensaios de caracterização são: análise granulométrica, limite de liquidez (LL) e limite de plasticidade (LP).

Os ensaios de CBR (ou ISC) e expansão na energia intermediária ou energia maior que esta serão realizados com o material destinado à construção da camada de reforço do subleito. Os ensaios obedecem ao seguinte critério: a) Para realização dos ensaios deverá ser colhida, uma amostra por camada a cada 400 m de pista ou por uma jornada de trabalho, de forma aleatória, nos locais onde foram retiradas as amostras para o ensaio de compactação; e b) Poderá ser colhida uma amostra a cada 800 m de pista se o material for homogêneo (por exemplo: solo de jazida homogênea).

O valor mínimo obtido nos ensaios deverá ser uma média, de no mínimo, de 5 determinações. O número mínimo de ensaios ou determinações por camada, e por segmento de pista com área inferior a 4000 m2, é 5.

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3.3.2 Controle de execução (ou de compactação) da camada de reforço do subleito a) Umidade higroscópica

O ensaio de umidade higroscópica é realizado, imediatamente antes da compactação, para cada camada, em locais aleatórios, e a cada 100 m de pista a ser compactada. A tolerância admitida para umidade higroscópica é de ± 2% em torno da umidade ótima de laboratório. b) Grau de compactação da camada compactada

O grau de compactação da camada no campo deverá ser GC ≥ 100%; E para o cálculo do grau de compactação (GC) deverão ser feitas determinações da massa específica seca “in situ” (ou na pista), e estas determinações deverão possuir as seguintes características: 1.O) Deverão ser feitas, para cada camada compactada, em locais aleatórios, e a cada 100 m de pista (ou pistas usuais com largura de faixa de 2,50 m a 3,60 m). 2.O) Para pistas com extensão limitada (ou pistas com largura de faixas não usuais ou faixas maiores que 3,60 m), deverão ser feitas, pelo menos, 5 determinações por camada compactada, para pistas com área, de no máximo, 4000 m2.

O cálculo do grau de compactação (GC) é feito utilizando-se os valores da massa específica seca “in situ” (obtida na pista), e da massa específica seca máxima do ensaio de compactação (do laboratório). O grau de compactação é obtido pela seguinte equação: (3.1) em que: GC = grau de compactação;

d = massa específica seca da pista compactada (ou “in situ”); e

dmáx = massa específica seca máxima do ensaio de compactação;

O grau de compactação (GC) da camada deverá ser maior ou igual a 100%. O critério para aceitação ou rejeição do serviço é idêntico ao mostrado anteriormente para a camada de regularização apresentado no item iii do tópico 2.2.5. 3.3.3 Controle geométrico da camada de reforço do subleito Após a excursão, são tolerados para camada de reforço do subleito os seguintes desvios: a) No máximo, ± 10 cm da largura total de projeto para plataforma da estrada; b) No máximo, ± 10 % do valor da espessura determinada no projeto para a camada de reforço do subleito; e c) No máximo, 20% a mais do previsto no projeto para a declividade transversal do abaulamento da pista, ou seja 20% a mais para a flecha de abaulamento.

100.GCdmáx

d

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OBS. Exemplo para o item c, se o abaulamento projetado para pista é de 2,00%, então o valor do abaulamento na medição final para pista deverá está entre 2,00% e 2,40%. 4 Construção da camada de base (com o exemplo clássico: base estabilizada granulometricamente)

Foi escolhida a base estabilizada granulometricamente como exemplo clássico, porque este tipo de base é muito utilizado no Brasil.

A base estabilizada granulometricamente pode ser usada das seguintes

formas: a) Base sobre a subbase; b) Base sobre o reforço do subleito; ou c) Base sobre o subleito.

Como materiais utilizados na construção da base estabilizada granulometricamente, destacam-se principalmente: a) Os solos; b) As misturas de solos; c) Misturas de solos e de britas; e d) Produtos provenientes de britagem.

Os materiais empregados na construção das camadas da base estabilizada granulometricamente, geralmente, são compactadas ou na energia intermediária ou na energia modificada. 4.1 Características gerais do material empregado na construção da base estabilizada granulometricamente

Todos os materiais destinados à aplicação como base estabilizada granulometricamente deverão apresentar as seguintes características: i) Os materiais devem se enquadrar em uma das faixas granulométricas da Tabela 4.1, de acordo como número N correspondente ao tráfego de projeto. ii) A fração de material que passa na peneira n.O 40 deverá apresentar: a) LL ≤ 25%; e b) IP ≤ 6%. OBS. Se os limites estabelecidos para LL e IP forem ultrapassados, o material usado para base deverá apresentar equivalente de areia maior que 30%. iii) A porcentagem que passa na peneira n.O 200 não deve ultrapassar 2/3 da porcentagem que passa na peneira n.O 40. iv) O material retido na peneira n.O 10 deverá satisfazer as seguintes condições: a) Ser constituído de partículas duras, resistentes isentas de fragmentos moles, alongados ou achatados. b) Ser isento de material vegetal ou outra substância prejudicial.

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c) Quando submetido ao ensaio Los Angeles não deverá apresentar desgaste superior a 55%. OBS. Será aceito material com desgaste superior a 55%, desde que o material já tenha apresentado desempenho satisfatório. iv) Para projetos com N ≤ 106 solicitações, poderão ser utilizados para base, materiais compactados na energia intermediária, desde que apresentem: a) CBR ≥ 60%; e b) Expansão ≤ 0,5% (medida com sobrecarga de 4,54 Kg). v) Para projetos com N > 106 solicitações, poderão ser utilizados para base, materiais compactados na energia modificada, dede que apresentem: a) CBR > 80%; e b) Expansão ≤ 0,5% (medida com sobrecarga de 4,5 Kg). Tabela 4.1 - Faixas granulométricas recomendadas para base estabilizada

granulometricamente, em função de N

4.2 Execução da base estabilizada granulometricamente

A camada de base não poderá ser executada em dias de chuva. i) Operações realizadas na execução da base

A execução da base estabilizada granulometricamente compreende as seguintes operações: a) Mistura e pulverização (a pulverização quando necessária será espalhamento de pó seja: cimento Portland, cal ou outros); b) Umedecimento ou secagem do material (na pista ou no canteiro de serviços); c) Espalhamento do material; d) Compactação; e e) Acabamento (para obtenção da espessura desejada).

Tipos Tolerância

Peneiras de projeto

2 in. (50,0 mm) 100 100 -- -- -- -- 7

1 in. (25,0 mm) -- 75-90 100 100 100 100 7

3/8 in. (9,38 mm) 30-65 40-75 50-85 60-100 -- -- 7

N.o 4 (4,75 mm) 25-55 30-60 35-65 50-85 55-100 70-100 5

N.o 10 (2,00 mm) 15-40 20-45 25-50 40-70 40-100 55-100 5

N.o 40 (0,42 mm) 8-20 15-30 15-30 25-45 20-50 30-70 2

N.o 200 (0,075 mm) 2-8 5-15 5-15 10-25 6-20 8-28 2

% em peso passando

Para N > 5,0 106 Para N < 5,0 106

C D E FA B

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ii) Espessura da camada compactada

Quando houver necessidade de se executar camada de base com espessura final superior a 20 cm, então a espessura a ser compactada será subdividida em camadas menores. A espessura mínima de qualquer camada para formar a camada de base será de 10 cm, obtida após a compactação. No Brasil, a menor espessura admitida para uma base é 15 cm. iii) Equipamentos utilizados na construção da camada de base estabilizada granulometricamente

Na construção da camada de base estabilizada granulometricamente são utilizados os seguintes equipamentos: a) Motoniveladora pesada, com escarificador; b) Grade de discos (grade rebocada por tratores que pode misturar o solo a outros produtos como britas); c) Pulvimisturador (máquina que mistura o solo a outros materiais sobre a superfície na qual a máquina se desloca, pode ser usados na mistura material fino, ou com diâmetro menor que 0,075 mm); d) Carro tanque distribuidor de água (ou caminhão irrigador); e) Rolos compactadores tipo: pé-de-carneiro, liso, liso-vibratório e pneumático; e f) Central de mistura. 4.3 Controle tecnológico da base estabilizada granulometricamente i) Introdução

Ensaios de CBR, expansão, compactação, caracterização e equivalente de areia serão realizados com o material destinado à construção da base. OBS(s). a) Os ensaios de caracterização são: análise granulométrica por peneiramento, limite de liquidez (LL) e limite de plasticidade (LP). b) O ensaio de compactação será realizado na energia de projeto (intermediária ou modificada). c) Os ensaios CBR e expansão serão realizados na energia de projeto (intermediária ou modificada).

Para os ensaios caracterização (LL, LP e granulometria) e compactação na energia especificada no projeto e equivalente de areia, deverá ser colhida uma amostra, por camada, a cada 200 m de pista, ou por jornada diária de trabalho, ou a cada 400 m de pista se o material for homogêneo (no caso de jazida homogênea); Sendo que as amostras são colhidas de forma aleatória na pista.

Para os ensaios CBR e expansão na energia especificada no projeto deverá ser colhida uma amostra, por camada, a cada 400 m de pista, ou por jornada diária de trabalho; Sendo que as amostras são colhidas de forma aleatória na pista.

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O valor obtido nos ensaios deverá ser uma média de no mínimo 5 determinações. O número mínimo de ensaios ou determinações por camada, e por segmento de pista com área inferior a 4000 m2, é 5 determinações. ii) Controle de execução (ou de compactação) da camada de base estabilizada granulometricamente a) Umidade higroscópica O ensaio de umidade higroscópica é realizado, imediatamente antes da compactação, para cada camada, em locais aleatórios, e a cada 100 m de pista a ser compactada. A tolerância admitida para umidade higroscópica é de ± 2% em torno da umidade ótima de laboratório. b) Grau de compactação da camada compactada

O grau de compactação da camada no campo deverá ser GC ≥ 100%; E para o cálculo do grau de compactação (GC) deverão ser feitas determinações da massa específica seca “in situ” (ou na pista), e estas determinações deverão possuir as seguintes características: 1.O) Deverão ser feitas para cada camada compactada, em locais aleatórios, e a cada 100 m de pista (ou pistas usuais com largura de faixa de 2,50 m a 3,60 m). 2.O) Para pistas com extensão limitada (ou pistas com largura de faixas não usuais ou faixas maiores que 3,60 m), com áreas de no máximo 4000 m2, deverão ser feitas, de forma aleatória, pelo menos 5 determinações por camada compactada.

O cálculo do grau de compactação (GC) é feito utilizando-se os valores da massa específica seca “in situ” (obtida na pista), e da massa específica seca máxima do ensaio de compactação (do laboratório). O grau de compactação (GC) da camada deverá ser maior ou igual a 100%.

O critério para aceitação ou rejeição do serviço é idêntico ao mostrado anteriormente para a camada de regularização apresentado no item iii do tópico 2.2.5. 4.4 Controle geométrico da base estabilizada granulometricamente Após a excursão, são tolerados para camada de base os seguintes desvios: a) No máximo, ± 10 cm da largura total de projeto para plataforma da estrada; b) No máximo, ± 10 % do valor da espessura determinada no projeto para base; e c) No máximo, 20% a mais do previsto para a declividade transversal do abaulamento da pista, ou seja 20% a mais para a flecha de abaulamento. OBS. Exemplo para o item c, se o abaulamento projetado para pista é de 2,00%, então o valor do abaulamento na medição final para pista deverá está entre 2,00% e 2,40%.

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5 Considerações finais

Não foi apresentada as características de construção e controle tecnológico e geométrico da subbase estabilizada granulometricamente de pavimentos, mas sabe-se que, em praticamente todos os itens considerados anteriormente para a camada de base, a camada de subbase é semelhante. OBS. Maiores detalhes sobre a camada de subbase estabilizada granulometricamente consulte a DNIT 139/2010 - ES. Referências bibliográficas BALBO, J. T. Pavimentação asfáltica – materiais, projeto e restauração. São

Paulo-SP: Oficina de textos, 2007. 558p. BUENO, B. S.; VILAR, O. M. Mecânica dos solos. Apostila 69. Viçosa-MG:

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e Científicos Editora S.A., 1980.361p. VIANA H. M. F. Planilha Excel que realiza o cálculo automático dos

comprimentos de pista, em metros, necessários para uma determinação do peso específico seco de campo, ou do grau de compactação em campo, com base: na espessura da pista (0,20 m), no peso especifico estimado para o material compactado na pista, e com base na faixa de tráfego compactada (m). 2014.