excesso de peso e obesidade em alunos do ensino fundamental de iguatu ce contraste entre as redes de...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU - FECLI CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS NIKAELLY SOUSA OLIVEIRA EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE IGUATU/CE: CONTRASTE ENTRE AS REDES DE ENSINO PÚBLICA E PRIVADA IGUATU-CEARÁ 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE

IGUATU - FECLI CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

NIKAELLY SOUSA OLIVEIRA

EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

DE IGUATU/CE: CONTRASTE ENTRE AS REDES DE ENSINO PÚBLICA E

PRIVADA

IGUATU-CEARÁ 2012

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NIKAELLY SOUSA OLIVEIRA

EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

DE IGUATU/CE: CONTRASTE ENTRE AS REDES DE ENSINO PÚBLICA E

PRIVADA

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas. Orientador (a): Profa. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira

IGUATU-CEARÁ 2012

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Dedico este trabalho aos meus pais, Antonio e Dora, pelo amor, pelo exemplo de vida e por confiar nos meus sonhos. A Deus por me dá o dom da vida, forças em todas as minhas lutas e felicidade em cada conquista.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus, Pai glorioso, e ao Senhor Jesus pela

vida e benções concedidas até hoje, para que eu pudesse chegar até este presente

momento.

As minhas irmãs Nicácia e Nyara, pelo apoio, incentivo e amor que me

deram, sempre recompondo minhas forças em momentos difíceis. Aos meus tios,

avó e primos que muitas vezes buscaram a minha atenção e eu não estava

disponível, mas mesmo assim não desistiram, compreenderam a ausência,

relevaram o mau humor e ouviram, com a mesma disposição desde o início, minhas

longas histórias acadêmicas. A vocês, minha linda família, muitíssimo obrigado pelo

amor que sempre tiveram por mim e por acreditarem nos meus sonhos. Espero que

um dia vocês tenham tanto orgulho de mim quanto eu tenho de vocês.

Quero agradecer aos meus pais, Antonio e Dora, que proporcionaram o

dom da vida e me ensinaram como enfrentá-la com dignidade e determinação.

Esses dois seres maravilhosos que tentaram me compreender nos momento de

desânimo, que foram os primeiros a me aplaudir nos momento de sucesso e que

foram os maiores incentivadores ao longo destes anos de formação, não poderia

deixar de ser os grandes homenageados ao final desta jornada. Portanto, dedicarei

em todos os instantes de minha vida, inesgotável amor e infindos agradecimentos

aos meus eternos mestres.

A todos os meus amigos, pela presença dedicada e por tornarem intensos

os nossos laços de amizade. Em especial, aqueles que sempre estiveram ao meu

lado na minha graduação: Aila, Denis, João Victor, Thamires, Maiara, Lívia, Marlúcia,

Lucilane, Elvis, Patrícia e aos demais colegas de turma. Obrigada por me

acompanharem desde o início da graduação, acreditando, incentivando e me

acalmando nos momentos de dúvidas e angústias, tenho prazer em ter aprendido

tanto com vocês.

A Alana Cecília de Menezes Sobreira, minha orientadora, que com toda

dedicação e atenção disponibilizou de tempo para atender, sempre, as minhas

solicitações. Agradeço pelas valiosas contribuições na minha qualificação, e na

concretização deste trabalho. Pela sua paciência, segurança e credibilidade,

obrigada por tudo.

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Aos meus maravilhosos mestres, especialmente, Ricardo Rodrigues, Ana

Cristina, Sdena Nunes, Mayle Bezerra, Alana Cecília, Môngolla Keyla, Neiliane aos

demais professores que contribuíram para minha formação. Obrigada por todo

conhecimento e oportunidade a mim proporcionada, exemplos de profissionais,

dedicados e competentes, os seus estímulos contínuos foram imprescindível na

minha formação acadêmica.

Ao programa PIBID, por ter contribuído para minha formação acadêmica,

me dado à oportunidade de conhecer e vivenciar experiências, em sala de aula no

ambiente escolar. Ao coordenador Ricardo Rodrigues e as supervisoras Clarice e

Lucicleide, obrigada pelo carinho, atenção e ensinamento durante todo o programa.

E, enfim, a todos que colaboraram direta ou indiretamente com a

realização deste trabalho.

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RESUMO

A obesidade se apresenta como uma doença crônica não transmissível, afetando a vida de crianças, jovens e adultos, em virtude do alto consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e refeições inadequadas, caracterizando como um autêntico desafio em termos de saúde pública. O objetivo do trabalho é identificar a prevalência de alunos com excesso de peso e/ou obesidade no Ensino Fundamental de duas escolas de ensino da rede pública, Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos e duas escolas da rede de ensino privada, Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de Ensino Fundamental Frei Damião, do município de Iguatu/CE. Foi utilizada uma metodologia quantitativa e qualitativa, sendo este estudo do tipo exploratório-descritivo. O período da coleta dos dados ocorreu nos meses de agosto e setembro de 2012, e para esse fim, foi aplicado um questionário semi-estruturado e foi feito uma avaliação antropométrica e analisado os hábitos alimentares, destes alunos. Os sujeitos da pesquisa foram 240 alunos, sendo 148 do sexo feminino e 92 do sexo masculino e constatou-se que destes, apenas 13 alunos apresentam excesso de peso, e que a maioria dos alunos eram da rede de ensino privado em relação aos alunos do ensino público. Os resultados obtidos revelaram que não houve diferenças significativas entre os sexos e faixas etárias, e que nas escolas privadas a prevalência de excesso de peso foi maior que nas escolas públicas. Conclui-se que a prevalência de excesso de peso em escolares das redes de ensino público e privado necessita de programas de intervenção e prevenção da doença visando implementar ações de educação em saúde para o controle e tratamento deste agravo.

Palavras chaves: Excesso de peso, Obesidade, Hábitos alimentares; Crianças e

Adolescentes.

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ABSTRACT

Obesity presents as a chronic non-communicable, affecting the lives of children, youth and adults, due to the high consumption of foods high in saturated fats and inadequate meals, characterizing as a real challenge in terms of public health. The objective is to identify the prevalence of students with overweight and / or obesity in elementary education from two schools from public school, Elementary School Dr. Carlos Gouveia and Educational Center Municipal Father Januario Campos and two network schools private education, educational Center Cenecista Ruy Barbosa and Elementary School Frei Damiao, the city of Iguatu / CE. We used a quantitative and qualitative methodology, this study is both exploratory and descriptive. The period of data collection occurred during the months of August and September 2012, and to this end, we applied a semi-structured questionnaire and an anthropometric evaluation was done and analyzed the eating habits of these students. The study subjects were 240 students, 148 females and 92 males and found that of these, only 13 students are overweight, and that most of the students were from private school system in relation to students public education. The results showed that no significant differences between genders and age groups, and in private schools the prevalence of overweight was higher than in public schools. We conclude that the prevalence of overweight in schoolchildren networks of public and private schools require intervention programs and disease prevention actions aimed at implementing health education for the control and treatment of this disease. Key words: Overweight, Obesity, Eating Habits, Children and Adolescents.

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LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 01: Gráfico do IMC por idade: dos 10 aos 19 anos (escores z ).

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Diagnóstico de obesidade em crianças e adolescentes.

Quadro 02: IMC dos Escolares da Rede de Ensino Público.

Quadro 03: IMC dos Escolares da Rede de Ensino Privado.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Disposição do sexo dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e

privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Tabela 02: Nível de escolaridade dos pais dos alunos do 8° ano das redes de ensino

público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Tabela 03: Renda familiar dos pais dos alunos do 8° ano das redes de ensino

público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Tabela 04: Tipo de transporte utilizado pelos escolares pra ir à escola. Dos alunos

do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de

2012.

Tabela 05: Prática de atividade física na escola dos alunos do 8° ano das redes de

ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Tabela 06: Prática de atividade física fora da escola dos alunos do 8° ano das redes

de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Tabela 07: Tipo de moradia dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e

privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Tabela 8: Tempo gasto com o uso de aparelhos eletrônicos usados pelos dos

alunos do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e

setembro de 2012.

Tabela 09: Número de irmãos dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e

privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Tabela 10: Consumo de refrigerantes e chocolates dos alunos do 8° ano das redes

de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

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LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SIGLAS

ABESO: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica

FAO: Organização para a Alimentação e Agricultura

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMC: Índice de Massa Corporal

MS.: Ministério da Saúde

OMS.: Organização Mundial da Saúde

POF: Pesquisa de Orçamento Familiar

PENSE: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar

PSE: Programa Saúde na Escola

SPE: Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas

TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TMB: Taxa Metabólica Basal

VIGITEL: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por

Inquérito

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................

2. OBJETIVOS..........................................................................................................

2.1. Geral...................................................................................................................

2.2. Específicos.........................................................................................................

3. REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................

3.1. Obesidade .........................................................................................................

3.2. Epidemiologia.....................................................................................................

3.3. Etiologia..............................................................................................................

3.3.1. Fatores Genéticos e Endócrinos...............................................................

3.3.2. Fatores Ambientais....................................................................................

3.3.3. Fatores Psicológicos.................................................................................

3.3.4. Hábitos Alimentares..................................................................................

3.4. Diagnóstico da Obesidade.................................................................................

3.5. Tratamento da Obesidade..................................................................................

3.6. Prevenção da Obesidade...................................................................................

3.7. A Importância da Escola na Educação Alimentar..............................................

3.8. Políticas Públicas para prevenção da Obesidade..............................................

4. TRAJETO METODOLÓGICO...............................................................................

4.1. Tipo de Estudo...................................................................................................

4.2. Cenário da Pesquisa..........................................................................................

4.3. População e Amostra.........................................................................................

4.4. Instrumentos de Coleta de Dados......................................................................

4.5. Análise dos Dados.............................................................................................

4.6. Aspetos Éticos e Legais.....................................................................................

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................

5.1. Caracterização dos Sujeitos do Estudo.............................................................

5.1.1. Características Pessoais.................................................................................

5.1.2. Características socioeconômico e culturais....................................................

5.2. Perfil antropométrico (peso e altura) dos escolares de duas escolas de

ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede privada...........................

5.3. Os principais fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade nos

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13 escolares de duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino

da rede privada..........................................................................................................

5.4. Comparativo entre os hábitos alimentares e estilo de vida dos escolares de

duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede privada

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................

REFERÊNCIAS.........................................................................................................

APÊNDICES..............................................................................................................

APÊNDICE A - Solicitação de Autorização do Comitê ética da Universidade

Estadual do Ceará (UECE).......................................................................................

APÊNDICE B - Solicitação de Autorização de Pesquisa na Escola Centro

Educacional Cenecista Ruy Barbosa........................................................................

APÊNDICE C- Solicitação de Autorização de Pesquisa na Escola de Ensino

Fundamental Frei Damião.........................................................................................

APÊNDICE D - Solicitação de Autorização de Pesquisa na Escola de Ensino

Fundamental Dr. Carlos de Gouveia.........................................................................

APÊNDICE E - Solicitação de Autorização de Pesquisa na Escola Centro

Educacional Municipal Padre Januário Campos.......................................................

APÊNDICE F - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.................................

APÊNDICE G - Questionário Semi-Estruturado........................................................

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14 1. INTRODUÇÃO

A obesidade se constitui como um dos principais problemas de saúde no

mundo afetando crianças, adolescentes e adultos, em consequência do estilo de

vida moderno. Atualmente, as pessoas por não possuírem tempo de se alimentar de

forma correta, preferem comer alimentos rápidos.

Esta doença caracteriza-se como um dos grandes desafios em termos de

saúde pública nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, pois sua

prevalência vem sendo crescente nos últimos anos, tanto em crianças como em

adolescentes (ALVES, 2007).

No Brasil, os números de pessoas com excesso de peso e com

obesidade são alarmantes, pois chegaram a patamares nunca vistos antes,

alcançando metade da população, sendo esta principalmente da zona urbana e de

regiões de maior poder aquisitivo.

O Ministério da Saúde (2012a) retrata essa situação apontando que entre

os anos de 2006 e 2009, os casos de sobrepeso e obesidade aumentaram entre

brasileiros. O sobrepeso passou de 42,7% em 2006 para 46,6% em 2009. Já a

obesidade aumentou de 11,4%, (no mesmo intervalo de ano) para 13,9% em 2009.

Em crianças e jovens esses números são ainda mais preocupantes. É o

que revela a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada entre 2008 e 2009

pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três

crianças, com idade entre 05 e 09 anos, estão com peso acima do recomendado

pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Entre os

jovens de 10 a 19 anos, 01 em cada 05 apresentam excesso de peso. Tornando-os

mais suscetíveis a serem adultos obesos. Sendo assim, medidas de controle da

obesidade, desde idades precoces podem ser uma maneira de reverter o

crescimento acelerado da doença (BRASIL, 2012a).

Os principais fatores da obesidade infantil relacionam-se à predisposição

genética e ao ambiente, os quais, somados a maus hábitos alimentares e

sedentarismo influenciam o peso de um indivíduo.

No período da infância, as crianças não exercem controle no ambiente em

que vivem, como por exemplo, a disponibilidade de alimentos, elas vão sofrendo

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fortes influências dos hábitos alimentares de seus pais e familiares, estando sujeitas

também aos modelos ambientais e de comportamento do ambiente escolar.

O ambiente escolar é responsável por influenciar os hábitos alimentares

das crianças, uma vez que na hora do recreio, as cantinas oferecem lanches

saborosos e interessantes como salgadinhos, frituras, sanduíches, refrigerantes,

bolos, doces, alimentos industrializados, sucos artificiais, dentre outros. São

alimentos muito calóricos e ricos em gorduras saturadas, esta, por sua vez, deveria

proporcionar às crianças uma alimentação mais saudável, com bom valor nutricional.

Sendo o Ensino Fundamental a época mais decisiva na construção de

hábitos e atitudes humana, cabe a escola e aos professores trabalharem medidas

educativas sobre a obesidade infantil estimulando as crianças desde cedo a

cuidarem dos seus hábitos alimentares, orientando-lhes sobre os malefícios do

excesso de peso e obesidade na infância (FERNANDES; ROCHA; SOUZA, 2005).

Diante do exposto, surgiram alguns questionamentos que direcionaram a

escolha para o objetivo do estudo: identificar a prevalência de alunos com obesidade

e/ou excesso de peso, no Ensino Fundamental de duas escolas da rede de ensino

pública e duas da rede privada município de Iguatu/CE? Quais os principais fatores

que influenciam o excesso de peso e obesidade nesses alunos? Quais os seus

hábitos alimentares?

Aprofundar estudos sobre essa temática é estimulante e ao mesmo tempo

desafiador, uma vez que fatores condicionantes e determinantes, como a

predisposição genética, fatores socioeconômicos e culturais incidem diretamente no

desenvolvimento dessa patologia. Dessa forma, o ambiente escolar se torna

favorável para realização de uma pesquisa investigativa sobre a ocorrência de

excesso de peso e obesidade infantil, buscando dessa maneira, investigar e

estabelecer um comparativo entre estes alunos.

Em meio a essa significância, o presente estudo terá como intuito

subsidiar o trabalho dos professores e gestores dessas escolas no planejamento,

formulação e desenvolvimento de ações educativas integradas, priorizando o

envolvimento direto das famílias dentro desse processo, a fim de prevenir o

surgimento desse problema e reduzir a incidência de suas complicações na vida

adulta.

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2. OBJETIVOS

2.1 - Geral:

Identificar a prevalência de alunos com excesso de peso e/ou obesidade

no Ensino Fundamental de duas escolas de ensino da rede pública (Escola de

Ensino Fundamental Dr. Carlos de Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre

Januário Campos) e duas escolas da rede de ensino privada (Centro Educacional

Cenecista Ruy Barbosa e Escola de Ensino Fundamental Frei Damião), do município

de Iguatu/CE.

2.2 - Específicos:

Avaliar o perfil antropométrico (peso e altura) de alunos com excesso de peso e/ou

obesidade de duas escolas da rede de ensino pública (Escola de Ensino

Fundamental Dr. Carlos de Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário

Campos) e duas escolas da rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista

Ruy Barbosa e Escola de Ensino Fundamental Frei Damião), do município de

Iguatu/CE;

Investigar os principais fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade em

alunos de duas escolas da rede pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos

de Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos) e duas

escolas da rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e

Escola de Ensino Fundamental Frei Damião), do município de Iguatu/CE;

Estabelecer um comparativo entre os hábitos alimentares e estilo de vida dos alunos

de duas escolas da rede pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos de

Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos) e duas escolas

da rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de

Ensino Fundamental Frei Damião), do município de Iguatu/CE.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 - Obesidade

A infância é caracterizada como um período em que se desenvolve

grande parte das potencialidades humanas. Os distúrbios relativos ao peso que

incidem nessa época são responsáveis por graves consequências para indivíduos e

comunidades (BRASIL, 2009).

A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2006) define obesidade como

um acúmulo ou excesso de gordura corporal no tecido adiposo, com implicações

para a saúde.

A obesidade infantil vem se constituindo em um dos principais problemas

de saúde pública no mundo, considerando as evidências de que proporção

significativa de crianças obesas irão se tornar adultos obesos, e que essa condição,

persistindo na vida adulta, pode resultar em formas mais severas de obesidade,

acompanhadas de elevadas taxas de morbi-mortalidade (MONDINI et al., 2007).

Na literatura médica, a obesidade é resultado de um desequilíbrio

constante e prolongado entre a ingestão calórica e gasto energético. Na infância

considera-se sobrepeso o índice de massa corpórea (IMC) entre os percentis de 85

e 95, e obesidade, acima do percentil 95 (TUMAS et al., 2010).

Na maioria das vezes, o sobrepeso e a obesidade são trazidos de forma

igual, mas apresentam significados completamente diferentes. Tendo como base a

altura e a estrutura física do indivíduo, sobrepeso pode ser caracterizado como o

excesso de peso corporal, ultrapassando os padrões de normalidade (WILMORE;

COSTILL, 2001).

3.2 - Epidemiologia

A obesidade presente desde o inicio da história do homem como um

evento raro, hoje, a obesidade se tornou epidêmica no século XX, constituindo-se

em um problema grave de saúde pública em países desenvolvidos e em muitos

países em desenvolvimento (DUNCAN; SCHIMIDT; GIUGLIANI, 2004).

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Cerca de 38 milhões de brasileiros com mais de 20 anos estão acima do

peso. Desse total, mais de 10 milhões são considerados obesos, de acordo com os

padrões estabelecidos pela (OMS) e pela (FAO). Dados de 2003 da (POF) revelam

que o excesso de peso afeta 41,1% dos homens e 40% das mulheres, sendo que,

desse grupo, a obesidade atinge 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres adultas.

O estudo aponta ainda, que o excesso de peso dos brasileiros está relacionado ao

aumento do consumo de alimentos industrializados e também pela ingestão de

grande quantidade de açúcar e gordura (BRASIL, 2012b).

A proporção de adultos com excesso de peso tem aumentando de forma

progressiva. Os dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças

Crônicas por Inquérito (VIGITEL, 2010) indicam uma prevalência de excesso de

peso nos adultos de 48,1%, correspondendo a 52,1% em homens e 44,3% em

mulheres, enquanto a obesidade passou de 11,4% em 2006 para 15% em 2010. No

período 2006-2010, houve um aumento de excesso de peso em 1,2 pontos

percentuais ao ano entre os homens, enquanto, entre as mulheres, esse aumento foi

de 2,2 pontos percentuais. A frequência de obesidade aumentou, em média, 1 ponto

percentual ao ano em mulheres no período compreendido entre 2006 e 2010

(BRASIL, 2012b).

O excesso de peso e a obesidade entre jovens e crianças também têm

sido preocupantes. A avaliação do estado nutricional de crianças de 5 a 9 anos de

idade, estudada pela POF 2008-2009, mostrou que o excesso de peso e a

obesidade já atingem 33,5% e 14,3%, respectivamente. Na população de 10 a 19

anos, o excesso de peso foi diagnosticado em cerca de um quinto dos adolescentes

e a prevalência de obesidade foi de 5,9% em meninos e 4% em meninas (BRASIL,

2012b).

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3.3 - Etiologia

A etiologia da obesidade possui formas complexas e multifatoriais,

resultando da interação de genes, ambiente, estilos de vida e fatores emocionais. Há

um aumento significativo da prevalência da obesidade em diversas populações do

mundo, incluindo o Brasil (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia,

Sociedade Brasileira de Clínica Médica, 2005).

De acordo com Bouchard (2003) , existem vários fatores que pode m

resultar no ganho ou acúmulo da massa gorda entre as pessoas. Com destaque

especial para fatores genéticos, endócrinos, dietéticos, psicológicos, culturais e

socioeconômicos, que resultam em um estilo de vida ativo ou não, que podem levar

à obesidade. Entre as crianças, a obesidade está fortemente vinculada a um estilo

de vida, onde a alimentação caseira é substituída por alimentos industrializados,

promovidos atraentemente pela mídia, a substituições de brincadeiras com

dispêndio energético por horas em frente à televisão, videogames e computadores,

além de fatores sociais, culturais, econômicos e de escolaridade dos pais.

A obesidade também pode resultar de causas endógenas (provocadas

por síndromes somáticas dismórficas, lesões do sistema nervoso central e

endocrinopatias) ou exógenas (resultantes da ingestão excessiva, quando

comparada ao consumo energético do indivíduo). A distinção entre as duas é de

grande importância, uma vez que as provocadas por causas endógenas, devem ser

tratadas no sentido de corrigir o distúrbio de base com normalização dos índices

ponderais (SOUZA et al., 2007).

As causas exógenas, por sua vez, são responsáveis pela maior parte dos

casos de obesidade, sendo que o excesso de gordura corporal acontece quando o

total de consumo de energia, na forma de alimentos, excede o seu dispêndio, na

forma de metabolismo em repouso e atividades físicas adicionais. Tanto a ingestão

excessiva quanto o baixo dispêndio energético podem ser o fator causador, porém,

em muitos casos, parece que ambos atuam conjuntamente (SOUZA et al., 2007).

20

3.3.1 - Fatores Genéticos e Endócrinos

Segundo Salbe et al. (2002), fatores genéticos influenciam diretamente

nas características de desenvolvimento do tecido adiposo, bem como na

determinação da taxa metabólica basal (TMB) do individuo obeso, que pode estar

diminuída, sendo determinante para a obesidade.

Crianças obesas filhas de pais obesos têm maiores chances de se

tornarem adultos obesos, devido à influência genética somada aos hábitos

alimentares adotados pela família (WRIGHT et al, 1997 apud SUNE et al, 2007).

Estudos demonstram maior relação entre IMC da mãe e obesidade nos

filhos, quanto mais alto for o IMC materno maior será a chance de a criança

apresentar excesso de peso. Isto se deve tanto a fatores genéticos como ambientais

(GUIMARÃES et al., 2006).

Fatores genéticos, ainda podem está associados à eficiência no

aproveitamento, armazenamento e mobilização dos nutrientes ingeridos; ao gasto

energético, em especial à taxa metabólica basal (TMB); ao controle do apetite e ao

comportamento alimentar (FRANCISCHI et al., 2000; SICHIERI, 1998). A obesidade

também pode ser conduzida por algumas desordens endócrinas, como por exemplo,

o hipotireoidismo e problemas no hipotálamo, mas estas causas representam menos

de 1% dos casos de excesso de peso (FRANCISCHI et al., 2000).

3.3.2 - Fatores Ambientais

A obesidade necessita de um ambiente propício para se manifestar,

desencadeando esse processo em indivíduos predispostos a apresentar excesso de

peso (VITOLO, 2003; FLORES; CARRIÓN; BARQUERA, 2005 apud BENDER,

2006).

Dessa forma, o ambiente moderno se apresenta como um potente

estímulo para o desenvolvimento dessa patologia. A diminuição dos níveis de

atividade física e o aumento da ingestão calórica são fatores determinantes

ambientais fortes nesse processo (ABESO, 2009).

Para Mello; Luft; Meyer (2004), o comodismo do hábito de assistir

televisão, além de promover o sedentarismo, pode exercer influência negativa sobre

21

a alimentação infantil, pois as crianças são bombardeadas por uma série de

propagandas atraentes, mostrando em sua maioria alimentos com alto teor de

gorduras e açúcares. Esses hábitos na maioria das vezes persistem na idade adulta,

reforçando a teoria que esses fatores são decisivos na manutenção ou não do peso

saudável.

3.3.3 - Fatores Psicológicos

De acordo com Segal, (2003) apud Wanderley; Ferreira (2010) de todos

os fatores envolvidos no desencadeamento da obesidade, os psicológicos e

psiquiátricos possuem maior relevância, não tanto pelo seu papel etiológico e de

prognóstico, mas sim por seu papel histórico. Nas primeiras seis décadas do século

XX, a obesidade era entendida como resultante de déficits morais e/ou problemas

psíquicos.

O indivíduo obeso apresenta sofrimento psicológico decorrente tanto dos

problemas relacionados ao preconceito social e à discriminação contra a obesidade,

como das características do seu comportamento alimentar. A depreciação da própria

imagem física leva à preocupação opressiva com a obesidade, tornando o obeso

inseguro devido à sua inabilidade de manter a perda de peso. A falta de confiança, a

sensação de isolamento, atribuída ao fracasso da família e dos amigos em entender

o problema, assim como a humilhação, decorrente do intenso preconceito e

discriminação aos quais os indivíduos obesos estão sujeitos, remetem a enorme

carga psicológica do indivíduo obeso (BERNARDI; CICHELERO; VITOLO, 2005).

Cordás (2005) descreve que estudos desenvolvidos em populações de

obesos demonstram a existência de um maior número de problemas psicológicos

nessas populações do que na população geral. Dessa forma, os fatores psicológicos

não são considerados causais, porém a obesidade pode ser desencadeante de

transtornos mentais, como a depressão. Sabe-se que, pessoas obesas passam por

dificuldades ligadas a processos psicológicos como consequência de sua condição.

22

3.3.4 - Hábitos Alimentares

Tem sido evidenciada uma progressão na transição nutricional da

população brasileira, caracterizada pela redução na prevalência dos déficits

nutricionais e ocorrência mais expressiva de sobrepeso e obesidade não só na

população adulta, mas também em crianças e adolescentes. Segundo teorias

ambientalistas, as causas estão fundamentalmente ligadas às mudanças no estilo

de vida e aos hábitos alimentares (TRICHES; GIUGLIANI, 2005).

Recentemente, verificou-se uma mudança no comportamento alimentar.

Antes, a dieta da população continha mais alimentos ricos em proteínas, como a

carne e o ovo, e em ferro, como o feijão, nutrientes essenciais para a saúde

humana. Esses alimentos foram substituídos por comidas prontas, que contem alto

valor calórico e baixo valor nutritivo. Essa alteração provoca malefícios à saúde e

isso pode ter ocorrido devido ao aumento do preço de alguns produtos, como arroz,

trigo e soja, e, também, pela comodidade que os alimentos prontos proporcionam

(TOMAZ, 2008).

O consumo alimentar tem sido relacionado à obesidade, não somente

quanto ao volume da ingestão alimentar, como também à composição e qualidade

da dieta. Além disso, os padrões alimentares também mudaram, confirmando em

parte o contínuo aumento da adiposidade nas crianças, como o pouco consumo de

frutas, hortaliças e leite, o aumento no consumo de guloseimas (bolachas recheadas,

salgadinhos, doces) e refrigerantes, bem como a omissão do café da manhã

(TRICHES; GIUGLIANI, 2005).

3.4 - Diagnóstico da Obesidade

O estabelecimento de um diagnóstico de obesidade e/ou sobrepeso, em

geral não é difícil, mas requer que se identifiquem os níveis de risco, o que,

frequentemente, necessita de algumas formas de quantificação (ABESO, 2009).

O método comumente utilizado para o diagnóstico de obesidade é a

avaliação antropométrica, que consiste em um procedimento simples, não invasivo,

23

rápido e barato, associando o IMC, circunferência abdominal e verificando a

distribuição da adiposidade do tipo central ou global (SILVA et al., 2003).

Sendo o método mais utilizado e prático para definir sobrepeso e

obesidade infantil, o Índice de Massa Corporal (IMC) ou índice Quetelet, é obtido

pelo peso dividido pelo quadrado da altura, e tem excelente correlação com a

quantidade de gordura corporal, o qual é largamente utilizado em estudos

epidemiológicos e clínicos (ALVES, 2005).

Na infância, os valores atribuídos ao índice de massa corporal (IMC)

variam em função da idade, apresentando nos primeiro 12 a 18 meses um aumento,

seguindo uma gradual e sustentada queda até 6 ou 7 anos, evoluindo então com um

aumento gradual (HALPERN; MANCINI, 2002). Podendo ser usado o cálculo do IMC

percentual (% IMC), que independe da altura e da idade da criança e se apoia em

tabelas de percentis de peso e de altura, é mais adequado (Quadro 01).

Quadro 01 – Diagnóstico de obesidade em crianças e adolescentes

Índice de massa corporal percentual (%IMC)

%IMC= (peso/altura2): (50% percentil para a idade peso/ 50% percentil altura) x 100%

>110%: sobrepeso; >120%: obesidade

Fonte: Helpern; Mancini, 2002

O Ministério da Saúde estabelece o gráfico 01 como parâmetro para a

avaliação do peso entre adolescentes na faixa etária de 10 a 19 anos (BRASIL,

2011).

24

Gráfico 01: Gráfico do IMC por idade: dos 10 aos 19 anos (escores z ).

Fonte: Brasil, 2011.

25

Os médicos diagnosticam a obesidade e o sobrepeso, utilizando esse

gráfico de crescimento para seguir o desenvolvimento de adolescentes. O IMC por

idade utiliza a altura, peso e idade de uma criança para determinar quanta gordura

corporal ele ou ela tem e compara os resultados com os de outras crianças da

mesma idade e gênero. Ele pode ajudar a prever se as crianças terão risco de ficar

acima do peso quando estiverem mais velhas (CORREA; PEREIRA; SILVA, 2005).

De acordo com estudo de Giugliano (2004), que afirma que a ocorrência

de obesidade e sobrepeso em conjunto foi semelhante nos dois sexos, atingindo

21,1% dos meninos e 22,9% das meninas, a porcentagem de gordura corporal

média foi crescente, partindo-se das crianças com baixo peso para as normais e

destas para as com sobrepeso e obesidade em ambos os sexos. As diferenças

foram significativas, pois as crianças normais do sexo feminino tinham porcentagem

de gordura corporal mais elevada do que no sexo masculino.

3.5 - Tratamento da Obesidade

A obesidade consiste em um tratamento que é complexo e

multidisciplinar, não existe nenhum tratamento farmacológico que não envolva

mudança de estilo de vida das pessoas com esta doença. Quanto maior o grau de

excesso de peso, maior a gravidade da doença (Sociedade Brasileira de

Endocrinologia e Metabologia, 2006).

Na infância e na adolescência, o manejo pode ser ainda mais difícil de

que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos dos padrões

paternos, além da falta de entendimento das crianças quanto aos dados da

obesidade (MELLO; LUFT; MEYER, 2004).

O tratamento da obesidade infantil constitui as modificações no

comportamento e nos hábitos de vida (tanto da criança como se possível, da

família), que incluem mudanças nos planos alimentar e nas atividades física, e deve

ser instituído ao paciente, a partir do instante em que se diagnostica o problema

(SOARES; PETROSKI, 2003).

Para o tratamento da obesidade, é necessário a atuação de uma equipe

multiprofissional (médico, nutricionista, psicólogo, e o educador físico), que vão

analisar o quadro clínico do paciente, pois o tratamento em pacientes obesos é de

26

longo prazo, e tem como objetivo básico, manter o peso adequado para a estatura,

preservando o crescimento e desenvolvimento normal (SOARES; PETROSKI, 2003).

3.6 - Prevenção da Obesidade

A obesidade infantil, em nosso meio, se apresenta como um desafio, uma

vez que vem aumentando nas últimas três décadas e sua prevalência em

adolescentes e adultos jovens, apresenta um forte agravante para a saúde atual e

futura dos indivíduos. Prevenir a obesidade infantil significa diminuir, de uma forma

racional e menos onerosa, a incidência de doenças crônicas degenerativas (SILVA;

COSTA; RIBEIRO, 2008).

A prevenção da obesidade infantil se baseia em limitar o consumo de

alimentos ricos em gordura e com poucos nutriente é percebido como uma restrição

dietética, que pode levar ao aumento da preferência destes alimentos, quando as

intervenções estruturadas são removidas. Uma abordagem alternativa seria

estimular o aumento do consumo de alimentos ricos em nutrientes, tais como frutas

e vegetais. Entretanto, poucos estudos avaliaram o consumo desses alimentos na

prevenção da obesidade e especificamente a possibilidade deles deslocarem o

consumo de alimentos menos saudáveis (SICHIERI; SOUZA, 2008).

É importante, que se inicie a prevenção desde a infância, uma vez que, a

orientação alimentar é instrumento de grande benefício tanto para promoção de

hábitos alimentares saudáveis, quanto para a prevenção e o controle do excesso de

peso (BRASIL, 2006).

3.7 - A Importância da Escola na Educação Alimentar

A escola é uma aliada importante para a concretização de ações de

promoção da saúde voltadas para o fortalecimento das capacidades dos indivíduos,

para a tomada de decisões favoráveis à sua saúde e à comunidade, para a criação

de ambientes saudáveis e para a consolidação de uma política intersetorial voltada

para a qualidade de vida, pautada no respeito ao indivíduo e tendo como foco a

construção de uma nova cultura da saúde (PROJETO PROMOÇÃO DA SAÚDE

SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE/MS, 2002).

27

As escolas desempenham um papel fundamental como promotoras de

saúde, uma vez que é nesse ambiente que as crianças e adolescentes permanecem

na maior parte do tempo, dessa forma é possível promover mudanças de

paradigmas tradicionais nos escolares com enfoques integrais na saúde (COSTA,

2008).

A alimentação exerce um papel primordial durante todo o ciclo de vida

dos indivíduos. Entre as distintas fases da vida pode-se destacar, como exemplo, a

idade escolar, que se caracteriza por um período em que a criança apresenta um

metabolismo muito mais intenso quando comparado ao do adulto (DANELON;

DANELON; SILVA, 2006).

É fator imprescindível, a importância de hábitos alimentares saudáveis,

completos, variados e agradáveis ao paladar para a promoção da saúde, sobretudo

dos organismos jovens, em fase de desenvolvimento, e para a prevenção e controle

de doenças crônicas não transmissíveis, cuja prevalência vem aumentando

significativamente (BOOG, 2000 apud MARIN; BERTON; SANTO, 2009).

Entende-se que o ensino sobre nutrição seja fundamental na promoção

de saúde, que deve ter lugar na escola, e, por isso, a educação nutricional não pode

deixar de compor, um plano nacional oficial de ensino (BIZZO; LEDER, 2005).

3.8 - Políticas Públicas para prevenção da Obesidade

O Programa Saúde na Escola (PSE), foi instituído pela portaria n° 1.861,

de 4 de setembro de 2008, que define critérios do programa e traz o Termo de

Adesão dos municípios, resultante entre uma parceria dos ministérios da Saúde e da

Educação que tem o objetivo de garantir atenção à saúde e educação integral para

os estudantes da rede básica de ensino público e construir uma cultura de paz nas

escolas. Neste ano, o programa desenvolveu a primeira semana de saúde na escola

com o tema “SAÚDE TAMBÉM SE APRENDE NA ESCOLA”, focando o combate à

obesidade (BRASIL, 2012c).

O programa apresenta quatro blocos: o primeiro consiste na avaliação

das condições de saúde, envolvendo estado nutricional, incidência precoce de

hipertensão e diabetes, saúde bucal (controle de cárie), acuidade visual e auditiva e,

ainda, avaliação psicológica do estudante. O segundo trata da promoção da saúde e

28

da prevenção, que trabalhará as dimensões da construção de uma cultura de paz e

combate às diferentes expressões de violência, consumo de álcool, tabaco e outras

drogas, incluindo abordagem à educação sexual e reprodutiva, além de estímulo à

atividade física e práticas corporais (BRASIL, 2012c).

O terceiro programa é voltado à educação permanente e capacitação de

profissionais e de jovens. O último prevê o monitoramento e a avaliação da saúde

dos estudantes por intermédio de duas pesquisas. A primeira é a Pesquisa Nacional

de Saúde do Escolar (Pense), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), que contempla, além de outros, todos os itens da avaliação das

condições de saúde e perfil socioeconômico das escolas públicas e privadas nas 27

capitais brasileiras. O resultado dessa pesquisa servirá para que as escolas e as

equipes de saúde tenham parâmetros para a avaliação da comunidade estudantil. A

segunda pesquisa será o Encarte Saúde no Censo Escolar (Censo da Educação

Básica), elaborado e aplicado no contexto do Projeto Saúde e Prevenção nas

Escolas (SPE) desde 2005 (BRASIL, 2012c).

O programa desenvolveu ações de prevenção da obesidade na infância e

na adolescência, com realização da avaliação antropométrica das crianças e

adolescentes e encaminhamento para as unidades básicas de saúde dos casos com

alteração de peso, e promoção de palestras de educação em saúde com os pais

destes alunos, focando a importância de hábitos alimentares saudáveis (BRASIL,

2012c).

29

4. TRAJETO METODOLÓGICO

4.1 - Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo do tipo exploratório de cunho descritivo com

abordagem mista, onde se utilizou o método quantitativo para caracterizar os

sujeitos em questão e o método qualitativo para repassar os pensamentos das

entrevistadas no que tange os aspectos subjetivos deste estudo (POLIT; BECK;

HUNGLER, 2004).

A pesquisa quantitativa aplica-se à dimensão mensurável da realidade e

os seus resultados auxiliam o planejamento de ações, principalmente quando as

populações pesquisadas representam com fidelidade, o coletivo (BIGNARD, 2008).

Menezes (2001) ressalta que a pesquisa quantitativa analisa que o objeto

de estudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões e

informações para classificá-las e analisá-las.

A investigação qualitativa, que de acordo com Martins (2004) privilegia a

análise de micro-processos, através do estudo das ações sociais individuais e

grupais, realizando um exame intensivo dos dados, e é caracterizada pela

heterodoxia no momento da análise.

Godoy (1995) ressalta que a pesquisa qualitativa envolve a obtenção de

dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto

do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos

segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em

estudo.

É do tipo exploratório, pois envolveu levantamento bibliográfico,

aproximação com pessoas que possuem experiências práticas com o problema

estudado e, claro, o aprendizado por parte do pesquisador, afinal para Gil (1999), os

estudos exploratórios visam proporcionar um maior conhecimento para o

pesquisador acerca do assunto, a fim de que esse possa formular problemas mais

precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores.

Segundo Tomasi e Yamamoto (1999), a pesquisa descritiva busca

conhecer diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política,

econômica e demais comportamentos humanos, tanto individualmente, como de

30

grupos e comunidades complexas, observando, registrando, analisando e

correlacionando os fenômenos sem manipulá-los. Isso vem a corroborar a opinião

de Gil (2002) ao afirmar que as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a

descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o

estabelecimento de relações entre as variáveis. Nessa perspectiva, pela importância

da descrição dos dados e informações coletados, justifica-se a utilização desse tipo

de abordagem no presente trabalho.

4.2 - Cenário da Pesquisa

A pesquisa foi realizada em duas escolas da rede pública e duas escolas

da rede privada do município de Iguatu, localizado na região Centro-Sul do Ceará a

380 km da capital do estado, Fortaleza.

Este município possui aproximadamente 97.330 habitantes segundo

dados do IBGE/2011, exercendo o papel de centro regional de comércio e serviços

para mais de 10 municípios da região onde se situa. Sua economia é baseada na

agricultura (plantio de arroz e algodão), pecuária, comércio e indústria (IGUATU,

2012).

O estudo foi aplicado nas escolas públicas Escola de Ensino Fundamental

Dr. Carlos de Gouveia, localizada na Rua Dr. João Pessoa, 887 e Centro

Educacional Municipal Padre Januário Campos, localizada na Rua Mônica Teixeira

Peixoto, S/N ambas na cidade de Iguatu/CE e nas escolas privadas Centro

Educacional Cenecista Ruy Barbosa, localizada na Rua Luzia Moreira, 804 e Escola

de Ensino Fundamental Frei Damião, localizada na Rua Valdomiro Bezerra, 26

ambas na cidade de Iguatu/CE.

4.3 - População e Amostra

A população do estudo foi compreendida pelos alunos do Ensino

Fundamental II, cursando 8º ano da antiga 7° série das: Escola de Ensino

Fundamental Dr. Carlos de Gouveia, Centro Educacional Municipal Padre Januário

Campos, Escola Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de Ensino

31

Fundamental Frei Damião, totalizando 240 alunos, sendo 148 do sexo feminino e 92

do sexo masculino. A amostra foi constituída por 13 alunos que após avaliação

antropométrica (aferição do peso e altura), apresentaram excesso de peso e/ou

obesidade e que estavam dentro dos critérios de inclusão da pesquisa:

Alunos matriculados no 8° ano;

Aceitar participar da pesquisa, após consentimento prévio dos pais;

Estar presente na sala de aula no dia da avaliação;

4.4 - Instrumento de Coleta de Dados

No intuito de alcançar os objetivos da pesquisa, os dados foram coletados

por meio de um questionário semi-estruturado, contendo 25 questões sendo 21

questões objetivas e 4 questões subjetivas, que foi aplicado aos alunos. De acordo

com Gil (2010) o questionário é uma técnica de investigação composta por um

número significante de questões apresentadas por escrito às pessoas.

O questionário, com perguntas objetivas e subjetivas, abordou os

seguintes critérios: idade, série, sexo, tipo de escola, prática de atividade física,

hábitos alimentares, dados antropométricos (altura e peso) e as características

socioeconômicas dos pais (APÊNDICE G).

A coleta de dados foi realizada durante os meses de agosto e setembro

de 2012.

4.5 - Análise dos Dados

Os dados obtidos através dos questionários foram analisados e os

resultados foram apresentados por meio de recursos e técnicas estatísticas como

tabelas e percentagem. Além da utilização desses recursos, foi feito uma análise

comparativa com autores acerca do tema em estudo.

Segundo Marconi e Lakatos (2006) análise é uma tentativa de demonstrar

as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores. Já a

interpretação, significa a exposição do material apresentado, em relação aos

objetivos propostos e a relação com o tema.

32

As tabelas auxiliam na apresentação dos dados, facilitando o leitor a

compreensão e interpretação desses (MARCONI; LAKATOS, 2006).

4.6 - Aspectos Éticos e Legais

A pesquisa obedeceu a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde do Ministério da Saúde sobre Pesquisa Envolvendo Seres Humanos,

incorporando, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, os quatros referenciais

básicos da bioética: autonomia, benevolência, justiça e não maleficência, visando

assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos

sujeitos da pesquisa e ao Estado (GUATHIER et al, 1998).

No que diz respeito à autonomia, os sujeitos foram esclarecidos quanto à

natureza e os objetivos do estudo quando foram convidados a participar da

pesquisa; e após terem aceitado participar, foi oficializado o Consentimento Livre e

Esclarecido (APÊNDICE F).

Com relação ao princípio de beneficência, os alunos puderam levar o

instrumento de coleta de dados para casa e para preencher com os pais, garantindo

o conforto e liberdade.

Quanto ao princípio de justiça, a escolha desses sujeitos como objeto de

estudo vai ao encontro de gerar discussões e decisões que apontem práticas e

atividades que contribuam para a melhoria da qualidade de vida desses alunos,

através da adoção de hábitos alimentares saudáveis.

33

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados referem-se aos dados da pesquisa realizada com os alunos

do 8º ano que apresentaram excesso de peso e/ou obesidade de duas escolas de

ensino da rede particular (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola de

Ensino Fundamental Frei Damião) e duas escolas de ensino da rede pública (Escola

de Ensino Fundamental Dr. Carlos de Gouveia e Centro Educacional Municipal

Padre Januário Campos), localizadas no município de Iguatu/CE.

A análise desses dados foi obtida através de um questionário semi-

estruturado contendo 25 questões, sendo distribuídas da seguinte forma: 21

questões objetivas e 04 questões subjetivas. O questionário foi entregue aos alunos

que estavam em sala de aula, para que fosse respondido em casa, com a

autorização dos pais. Os dados coletados revelaram que dos 240 adolescentes que

responderam ao questionário 13 adolescentes apresentaram excesso de peso,

sendo que 08 adolescentes pertencem à rede de ensino privado e 05 adolescentes a

rede de ensino público.

Para enveredar no processo de análise e discussão dos dados buscou-se

o referencial teórico de literaturas pertinentes ao assunto abordado. A fim de manter

o anonimato dos sujeitos, atendendo aos princípios éticos da pesquisa, escolheu-se

por denominar os participantes usando pseudônimos, aos quais foram atribuídos

algarismos romanos aos nomes dos alunos, tornando mais fácil a compreensão e

leitura da pesquisa.

5.1. Caracterização dos Sujeitos do Estudo

Os sujeitos foram caracterizados de acordo com sexo, faixa etária, perfil

socioeconômico e escolaridade dos pais dos adolescentes, e os resultados foram

dispostos em tabelas, posteriormente, relacionados com literaturas semelhantes ou

que abordem o assunto exposto.

34

5.1.1. Características Pessoais

Em relação ao sexo, o estudo revelou que não houve divergência entre o

gênero masculino e o gênero feminino dos adolescentes que apresentaram excesso

de peso e/ou obesidade nas redes de ensino público e privado. A faixa etária

predominante neste estudo variou de 13 a 14 anos de idade, caracterizada pelos

alunos que apresentaram excesso de peso na fase da adolescência (Tabela 01).

Tabela 01- Disposição do sexo dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e

privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Escola

Pública

Escola

Particular

Sexo Valor

Absoluto

Percentual

(%)

Valor

Absoluto

Percentual (%)

Feminino 02 40% 04 50%

Masculino 03 60%

04

50%

Total 05 100% 08 100%

Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.

Os dados deste estudo corroboram com Rodrigues (2007), que utilizou

uma metodologia semelhante ao presente trabalho, onde foram analisados 15

escolares e os resultados mostraram não existir diferença entre os gêneros

masculino e feminino dos adolescentes que apresentaram excesso de peso e

contrariam com os resultados apresentados de Balaban e Silva (2001), uma vez que

os referidos autores, apontam que em seu estudo houve diferença em relação ao

gênero dos escolares onde predominou maior prevalência em excesso de peso o

gênero masculino, eles ainda ressaltam que o sobrepeso e a obesidade são mais

predominantes em crianças do que em adolescentes.

Quando analisadas as escolas públicas e privadas separadamente,

verificou-se maior prevalência de excesso de peso em adolescentes matriculados na

rede de ensino privado (Tabela 01). Esses dados condizem com estudos realizados

por Oliveira, Cerqueira e Oliveira (2003) que obtiveram resultados semelhantes.

35

5.1.2. Características socioeconômico e culturais

Em relação ao grau de escolaridade dos pais dos alunos pesquisados, o

estudo mostrou que os pais de alunos da rede de ensino privada possuem um maior

grau de escolaridade quando comparados com os pais de alunos da rede de ensino

pública (Tabela 02).

Tabela 02: Nível de escolaridade dos pais dos alunos do 8° ano das redes de ensino

público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Escola Pública

Escolaridade Pai Mãe

Valor

Absoluto Percentual (%) Valor

Absoluto Percentual (%)

Ensino Fundamental Incompleto

02 40% - -

Ensino Fundamental completo

01 20% 03 60%

Ensino Médio incompleto

01 20% - -

Ensino Médio completo

01 20% - -

Ensino superior incompleto

- - 01 20%

Ensino superior completo

- - 01 20%

Total 05 100% 05 100%

Escola Particular

Escolaridade Pai Mãe

Valor Absoluto

Percentual (%) Valor Absoluto

Percentual (%)

36

Ensino Fundamental Incompleto

- - - -

Ensino Fundamental completo

02 25% 01 12,5%

Ensino Médio incompleto

- - - -

Ensino Médio completo

03 37,5% 03 37,5%

Ensino superior incompleto

02 25% 01 12,5%

Ensino superior completo

01 12,5% 03 37,5%

Total 08 100% 08 100%

Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.

De acordo com Oliveira et al. (2003), em estudo realizado com crianças

de 5 a 9 anos estudantes de ensino público e privado, o alto nível de escolaridade

dos pais foi considerado fator de risco para o surgimento de sobrepeso e obesidade,

conforme os dados observado neste trabalho.

O fato de estudar é sinônimo de receber informação, ou seja, pessoas

com maior grau de escolaridade são mais sensibilizadas quanto à prevenção de

doenças. Estudos têm demonstrado que o grau de escolaridade é um aspecto

essencial na abordagem da população quanto às práticas de promoção, prevenção

e recuperação da saúde (BRASIL, 2004). Nesse sentido, o resultado deste estudo

contradiz as literaturas pesquisadas, pois os pais com maior grau de escolaridade

deveriam orientar seus filhos acerca de hábitos alimentares saudáveis.

Em relação ao perfil socioeconômico dos pais dos alunos pesquisados

observou-se que os escolares que estudam na rede de ensino privado possuem um

perfil socioeconômico maior do que os escolares da rede de ensino público (Tabela

03).

37

Tabela 03: Renda familiar dos pais dos alunos do 8° ano das redes de ensino

público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Escola Pública

Escola Particular

Renda familiar

Valor Absoluto Percentual (%) Valor Absoluto Percentual (%)

Menos de 1 salário mínimo

- - - -

1 salário mínimo

04 80% - -

De 1 a 2 salários mínimos

01 20% - -

De 2 a 3 salários mínimos

- - 02 20%

Mais de 3 salários mínimos

- - 06 80%

Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.

A prevalência de excesso de peso em escolares se apresenta mais

frequente nas classes sociais de maior poder aquisitivo, possivelmente por terem

maior disponibilidade de alimentos ricos em gorduras, como os lanches rápidos

(LEÃO et al. 2003).

Os dados deste trabalho vão ao encontro com Bender (2006) e

Guimarães et al. (2006), que observaram que a maioria das crianças com excesso

de peso e obesas apresenta renda familiar mensal per capita, maior que 3 salários

mínimos por mês, como foi observado pelos pais dos alunos da rede de ensino

privada. Os estudos de Leão et al. (2003) e Silva, Balaban e Motta (2005),

mostraram que o excesso de peso e a obesidade são mais prevalentes no grupo de

indivíduos de melhor condição socioeconômica. Segundo estudo feito por Campos,

Leite e Almeida (2006), foi observado uma maior prevalência de

sobrepeso/obesidade nos adolescentes de classes sociais de maior poder aquisitivo,

possivelmente, tal como se tem observado em outros países em desenvolvimento,

pela maior disponibilidade de alimentos com maior densidade energética.

38

5.2. Perfil antropométrico (peso e altura) dos escolares de duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede privada

A antropometria é considerada o método mais útil para rastrear a

obesidade, por ser um procedimento simples, barato, não-invasivo, universalmente

aplicável e com boa aceitação pela população. Os Índices antropométricos são

obtidos a partir da combinação de duas ou mais informações antropométricas

básicas medindo o peso (kg) e a altura (m) do indivíduo (COSTA, 2008).

O índice de Massa Corporal (IMC), ou índice de Quetelet é uma fórmula

que indica se o individuo está acima do peso, se está obeso ou abaixo do peso ideal

considerado saudável. A equação utilizada para calcular o IMC é:

Fonte: Helpern; Mancini, 2002

Utilizando esta regra foi aferido o IMC de todos os alunos das escolas

pesquisada obtendo o seguinte resultado:

Quadro 02: IMC dos Escolares da Rede de Ensino Público

IMC dos Meninos da Rede de Ensino Público

Peso (kg) Altura (m) Idade IMC

58 1,41 14 anos 29,1

75 1,65 14 anos 27,5

55 1,45 14 anos 26,2 IMC das Meninas da Rede de Ensino Público

Peso (kg) Altura (m) Idade IMC

38 1,20 13 anos 26,3

56 1,42 14 anos 28,7 Fonte: Pesquisa realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.

Quadro 03: IMC dos Escolares da Rede de Ensino Privado

IMC dos Meninos da Rede de Ensino Privado

Peso (kg) Altura (m) Idade IMC

49 1,28 13 anos 29,9

Peso(kg)

Altura x Altura (m)

39

80 1,68 13 anos 28,3

58 1,48 13 anos 27,9

50 1,35 13 anos 27,4 IMC das Meninas da Rede de Ensino Privado

Peso (kg) Altura (m) Idade IMC

61 1,45 13 anos 29,0

67 1,58 13 anos 26,8

70 1,63 13 anos 26,3

66 1,61 13 anos 25,4 Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.

Cinco alunos da rede de ensino público apresentaram índice de massa

corporal acima de 25, sendo 03 adolescentes do gênero masculino e 02

adolescentes do gênero feminino (Quadro 02). Em relação aos alunos da rede de

ensino particular 08 alunos apresentaram índice de massa corporal acima de 25,

sendo 04 adolescentes do gênero masculino e 04 adolescentes do gênero feminino

(Quadro 03). É possível afirmar, então, que não existem diferenças significativas de

IMC quando comparado os gêneros dos alunos, como foi observando no trabalho de

Rodrigues (2007).

Comparando os resultados obtidos nos quadros 02 e 03, observou-se um

maior número de escolares com excesso de peso na rede de ensino privado em

relação ao ensino público. Bender (2006), afirma em seu trabalho que os índices de

excesso de peso são mais frequentes em alunos de escola privada (39%) que na

escola pública (26%). O mesmo foi observado no estudo de Leão et al (2003), que

utilizou o mesmo método do IMC para sexo e idade, diagnosticando excesso de

peso e obesidade em crianças e adolescentes, e observou maior tendência de

excesso de peso em alunos de escolas privadas.

5.3. Os principais fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade nos escolares de duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede privada

O aumento progressivo da obesidade infantil vem se tornando um

crescente problema de saúde pública, uma vez que a obesidade não é mais apenas

um problema estético, que incomoda por causa da “zoação” dos colegas,

provocando bullying. O excesso de peso pode provocar o surgimento de vários

40

agravos de saúde como diabetes, problemas cardíacos e a má formação do

esqueleto.

As crianças e os adolescentes em geral, ganham peso com facilidade

devido a fatores tais como: hábitos alimentares errados, inclinação genética, estilo

de vida sedentário, distúrbios psicológicos, problemas na convivência familiar entre

outros.

Dessa forma, foram observados fatores que influenciam as causa do

excesso de peso e obesidade dos alunos da rede de ensino privado e público, onde

foi analisado, quanto à forma de ir a escola, prática de atividades físicas na escola e

fora da escola, tipos de moradia, uso de aparelhos eletrônicos e o número de

irmãos.

Com relação à forma de ir à escola, os alunos da rede de ensino público

vão a escola caminhando, talvez pelo fato das escolas estarem localizada próximo

de suas residências, já os alunos da rede de ensino privado normalmente utilizam

algum meio de transporte para ir à escola (Tabela 04).

Tabela 04: Tipo de transporte utilizado pelos escolares pra ir à escola. Dos alunos

do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de

2012.

Escola Pública Escola Particular

Transporte Valor Absoluto Percentual

(%)

Valor Absoluto Percentual

(%)

Carro - - 01 12,5

Ônibus 01 20% - -

Bicicleta 01 20% - -

Motocicleta - - 05 62,5

Caminhando 03 60% 02 25,0

Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.

Os dados do estudo condizem com Moraes et al. (2006), em estudo

realizado com crianças e adolescentes no México, relataram que 54,3% e 64,8% dos

escolares com sobrepeso e obesidade, respectivamente, não costumavam ir à

escola caminhando, como foi observado pelos maioria dos alunos da escola

particular.

41

Quando comparando os alunos da rede de escola pública e privada em

relação à forma como se locomovem para a escola, os alunos das escolas privada

responderam que utilizam um meio de transporte, não fazem nenhum esforço físico,

já os alunos das escolas públicas, responderam que vão caminhando para a escola

(Tabela 04).

A maioria dos escolares das redes de ensino público e particular, com

excesso de peso participa de atividade física na escola com duração de 1h a 3h, por

semana (Tabela 05).

Tabela 05: Prática de atividade física na escola dos alunos do 8° ano das redes de

ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Escola Pública Escola Particular

Valor Absoluto Percentual

(%)

Valor Absoluto Percentual (%)

Não faz - - 01 12,5% 1 h/ semana

01 20% 02 25,0%

2 h/ semana

03 60% 04 50,0%

3 h/ semana

01 20% 01 12,5%

Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.

Segundo Bender (2006), comparando os dados das crianças com

excesso de peso e/ou obesidade com as crianças com peso normal, observou-se

que o maior número de crianças com excesso de peso pratica de 2h à 3h de

atividade física por semana, em relação às com peso normal que pratica apenas 1h

de atividade física por semana. Ainda segundo Bender (2006), uma possível teoria

para este resultado é o fato da condição do excesso de peso já estabelecida, exigir

mais cuidados levando a criança a ser estimulada pelos profissionais de educação

física. Outra hipótese se dá pelo fato da criança sentir-se incomodada com o seu

estado nutricional, e com isso pratica mais exercícios a fim de perder peso. Na

literatura, quando analisada a prática de atividade física entre as crianças, não há

diferença entre o local que esta prática é feita, se dentro ou fora da escola, ou seja,

é analisada de forma geral.

42

Em relação à prática de atividade física, observou-se que 72,5% dos

alunos das escolas privadas realizam exercícios fora da escola enquanto que 60%

dos alunos das escolas públicas não praticam atividade física fora da escola (Tabela

06).

Tabela 06: Prática de atividade física fora da escola dos alunos do 8° ano das redes

de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Escola Pública Escola Particular

Valor Absoluto Percentual

(%)

Valor Absoluto Percentual

(%)

Não faz 03 60% 03 37,5 1 h/ semana 02 40% - - 2 h/ semana - - 02 25,0 3 h a 5h/ semana

- - 01 12,5

Mais de 5h/ semana

- - 02 25,0

Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.

Conforme Assis et al. (2006), o aumento da frequência de excesso de

peso e/ou obesidade está relacionado a mudanças no estilo de vida, principalmente

o decréscimo de atividade física e hábitos alimentares inadequados.

Os dados deste trabalho estão de acordo com o estudo de Moraes et al.

(2006), que analisou uma frequência menor de atividade física realizada por alunos

fora da escola, como foi obervado pelos alunos da rede de ensino público. Já na

maioria dos alunos da rede de escola privada, a frequência de atividades fora da

escola varia, pois os escolares praticam algum esporte com duração de 2 a 5 horas

por semana.

Foi analisado o tipo de moradia dos escolares da rede de ensino público e

privado, onde a maioria mora em casa, tendo acesso a brincadeiras ao ar livre, não

beneficiando o sedentarismo (Tabela 07).

43

Tabela 07: Tipo de moradia dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e

privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Escola Pública Escola Particular

Moradia Valor Absoluto Percentual

(%)

Valor Absoluto Percentual

(%)

Casa 04 80% 06 75,5% Apartamento 01 20% 02 25,0

Total 05 100% 08 100%

Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.

Esses resultados contradizem aos de Bender (2006), onde a maioria dos

alunos com excesso de peso e obesidade mora em apartamento, o que pode ser um

fator responsável por dificultar as brincadeiras, contribuindo para o sedentarismo e,

por conseguinte diminuindo as chances de gasto energético.

Quando avaliado o tempo gasto com aparelhos eletrônicos pelos

escolares o presente estudo apontou que a televisão é o aparelho eletrônico mais

utilizado na rotina dos alunos da rede de ensino público e privado, com 80% e 100%

respectivamente, com uma frequência de uso de 1h a mais de 3 horas por dia,

seguido pelo o uso de videogame, onde os alunos da rede de escola privada utilizam

mais que os alunos da rede de ensino público e por ultimo o uso de computador, que

é mais utilizado pelos alunos da rede de ensino privado, devido as melhores

condições socioeconômicas (Tabela 08).

Tabela 8: Tempo gasto com o uso de aparelhos eletrônicos usados pelos dos alunos

do 8° ano das redes de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de

2012.

Escola Pública Escola Particular

Computador Valor Absoluto Percentual

(%)

Valor Absoluto Percentual

(%)

Não usa 03 60% 01 12,5% 1h/ dia 01 20% 01 12,5% 2h/ dia - 03 37,5% 3h ou mais/dia

01 20% 03 37,5%

Total 05 100% 08 100%

Escola Pública Escola Particular

44

Videogame Valor Absoluto Percentual

(%)

Valor Absoluto Percentual

(%)

Não usa 03 60% 05 62,5% 1h/ dia 01 20% - - 2h/ dia - - - - 3h ou mais/dia

01 20% 04 37,5%

Total 05 100% 08 100%

Escola Pública Escola Particular

Televisão Valor Absoluto Percentual

(%)

Valor Absoluto Percentual

(%)

Não usa 01 20% - - 1h/ dia 02 40% 01 12,5% 2h/ dia 01 20% 03 50,0% 3h ou mais/dia

01 20% 04 37,5%

Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.

De acordo com os estudos de Oliveira et al. (2003) e Kain, Vio e Albala

(2003), os aparelhos eletrônicos (televisão, videogame e computador) apresentam

um importante fator de risco para o desenvolvimento de excesso de peso e

obesidade em crianças e adolescentes.

Ao comparar o uso de aparelhos eletrônicos entre alunos de escolas

francesas com alunos de escolas brasileiras, observou-se que os escolares

brasileiros apresentam mais tempo livres que os franceses, pois na França a escola

funciona em turno integral. Com mais tempo livre as crianças possuem chances

altas de ocupar o tempo utilizando aparelhos eletrônicos e por tanto deixam de

praticar alguma atividade física (ASSIS et al. 2006).

Mello, Luft e Meyer, (2004), apontam em seu estudo que a influência de

excesso de peso e obesidade é de 10% em crianças que assistem menos de 1 hora

de televisão por dia, enquanto que se o hábito de vir TV persistir por 3,4,5 ou mais

horas por dia a prevalência aumenta para 25%, 27% e 35% respectivamente.

Quanto ao número de irmãos, o estudo demonstrou que a maioria dos

alunos possui apenas 1 irmão, 40% nas escolas públicas e 37,5% nas escolas

particulares (Tabela 09).

45

Tabela 09: Número de irmãos dos alunos do 8° ano das redes de ensino público e

privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Escola Pública Escola Particular

Valor Absoluto Percentual

(%)

Valor Absoluto Percentual

(%)

Não tem - - 02 25,0 1 Irmão 02 40% 03 37,5 2 Irmãos 01 20% - - 3 Irmãos - - 01 12,5 Mais de 3 irmãos

02 40% 02 25,0

Total 05 100% 08 100% Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.

Os dados encontrados são semelhantes aos de Guimarães et al. (2006) e

Oliveira et al. (2003), que acharam maior prevalência de excesso de peso em

escolares que possuíam apenas 1 irmão. Isso significa que o baixo número de

irmãos representa um fator de risco para o desenvolvimento do excesso de peso e

obesidade em crianças, pois quanto maior o número de crianças na família mais

frequente serão as brincadeiras, segundo estes autores.

5.4. Comparativo entre os hábitos alimentares e estilo de vida dos escolares de

duas escolas de ensino da rede pública e duas escolas de ensino da rede

privada.

Foram abordados 05 questões que buscaram identificar os hábitos

alimentares e estilo de vida dos alunos de duas redes de ensino público e duas

redes de ensino particular, com o intuito de traçar um paralelo entre ambos.

O comportamento alimentar das crianças e dos adolescentes pode ser

influenciado por vários fatores, entre eles fatores externos (unidade familiar e suas

características, atitudes de pais e amigos, valores sociais e culturais, mídia,

alimentos rápidos, conhecimentos de nutrição e manias alimentares) e fatores

internos (necessidades e características psicológicas, imagem corporal, valores e

experiências pessoais, autoestima, preferências alimentares, saúde e

desenvolvimento psicológico) (MELLO; LUFT E MEYER, 2004).

46

Quando questionados sobre os alimentos que consomem no café da

manhã, a maioria dos alunos relatou que ao acordar não possuem o hábito de se

alimentar, outros citaram pão, bolo e café com leite e ainda alguns alunos

responderam que comem sanduíches, como podemos observar nas seguintes falas:

“nada” (Aluno I)

“pão, bolo, café, leite e margarina” (Aluno III)

“pão com ovo” (Aluno IV)

“pão com café” (Aluno V)

“sanduíche” (Aluno VII)

Observou-se nas falas dos alunos pesquisados, os que apresentaram

excesso de peso em ambas as escolas costumam comer pão, leite, café, ovo,

margarina e sanduíches no café da manhã, uma alimentação com alta densidade

energética, e não possuem o hábito de consumir frutas.

O baixo consumo de frutas e hortaliças, a omissão do café da manhã e o

consumo cada vez mais exagerado de alimentos ricos em gorduras saturadas com

salgadinhos, sanduíches e bolacha recheada têm relação com o excesso de peso,

juntamente com a diminuição dos níveis de atividades físicas (TRICHES;

GIUGLIANI, 2005; GUIMARÃES et al., 2006).

Segundo Oliveira et al. (2003), acredita-se que as crianças e os

adolescentes não recebem informações necessárias dos seus pais e familiares,

quanto a prática de promover hábitos alimentares saudáveis. A alimentação dos pais

costuma desempenhar um papel importante de influência na decisão da construção

dos hábitos alimentares dos seus filhos, afetando a preferência alimentar das

crianças e dos adolescentes e sua regulação da ingestão energética (VALLE;

EUCLYDES, 2007).

Em relação aos alimentos consumidos na hora do lanche pela manhã, a

maioria dos alunos respondeu que não costumam comer nada nesse horário, outros

mencionaram frutas e suco de frutas e ainda alguns alunos citaram cuscuz com leite

e café, como pode ser visto nas seguintes respostas:

“cuzcuz com café e leite” (Aluno I)

47

“nada” (Aluno III)

“frutas” (Aluno VI)

“um copo de suco” (Aluno X)

Analisando as respostas dos alunos das redes de ensino público e

privado, verificou-se que a maioria dos alunos não tem hábitos de fazer refeição na

hora do lanche da manhã, outros consomem frutas ou sucos das frutas, alimentos

ricos em vitaminas, minerais e frutose, que são essenciais para o bom

funcionamento do organismo.

Talvez um dos fatores para estes alunos não possuir hábitos de se

alimentar na hora do lanche da manhã, seja o fato deles estudarem no período da

tarde, e a outra questão esteja relacionado ao fator socioeconômico dos familiares,

onde a maioria dos alunos que responderam consumir algum tipo alimento estuda

nas redes de ensino privado.

De acordo com o IBGE (2004), as classes sociais mais elevadas,

apresentam maior tendência para consumir produtos como leites e seus derivados,

que é três vezes superior ao da classe de baixo rendimento. Em relação ao

consumo de frutas quem possui o maior poder aquisitivo consome até seis vezes

mais do que a população de baixa renda.

Quando os alunos foram questionados sobre o que costuma comer na

hora do almoço, várias respostas foram dadas:

“baião de dois e carne de porco” (Aluno I)

“frango frito, arroz, macarrão, linguiça, bife” (Aluno II)

“arroz, carne cozida, macarrão, feijão, salada e refrigerante”

(Aluno III)

“arroz com carne e suco” (Aluno VI)

“arroz, feijão e macarrão” (Aluno V)

“arroz e feijão” (Aluno XI)

Podemos verificar nas respostas dos alunos, que a maioria costuma

comer no almoço alimentos tais como o arroz, feijão, macarrão, salada, carne e

linguiça. Comparando os hábitos alimentares na hora do almoço dos alunos das

redes de ensino privado e pública, constataram-se que os alunos das escolas

48

privadas realizam refeições balanceadas contendo carboidratos, proteínas e fibras,

já os alunos das escolas públicas, se alimentam basicamente de carboidratos.

O arroz e o feijão são alimentos essenciais na mesa dos brasileiros.

Segundo Gambardella, Frutuoso e Franch (1999), estes dois alimentos são rico em

nutrientes e podem ser consumidos separadamente durante as refeições, mas

quando consumidos juntos, tornam-se uma combinação perfeita. Esse dois

alimentos se completam, pois oferecem diversos nutrientes, e os aminoácidos que

faltam em um podem ser encontrados no outro para o bom funcionamento do

organismo.

Em relação ao consumo de carnes (fonte de proteína animal) consumido

pelos alunos, se apresenta com um fator positivo, conforme os autores Gambardella,

Frutuoso e Franch (1999) que reconhecem a grande importância das proteínas na

construção e manutenção dos tecidos corpóreos.

As grandes refeições como o almoço não devem ser omitidas, como o

desjejum, ou ainda ser substituída por lanches ou refeições rápidas, precisam ser

realizadas repetidamente a cada dia e geralmente necessitam de alimentos ricos em

vitaminas, sais minerais, fibras, proteínas e carboidratos (DAMIANI; CARVALHO E

OLIVEIRA, 2000).

O que deve ser um fator de risco para o excesso de peso nos alunos

pode ser o ato de “beliscar” alimentos entre as refeições, não possuindo horário para

se alimentar corretamente. Conforme Mahan et al. (2003), os alimentos naturais

consumidos pelo homem durante décadas, foram substituídos nos últimos anos por

vários alimentos novos processados e industrializados na forma de refeições prontas

ou semi-prontas, criadas para o conforto da vida moderna, ou em petiscos, feitos

para beliscar o dia inteiro, acompanhamento perfeito para adolescentes e crianças

em inacabáveis horas diante da televisão.

Quando indagamos os alunos sobre o que costuma comer na hora do

lanche da tarde, a maioria possui hábitos alimentares de consumir salgadinho com

refrigerantes, suco com bolachas recheadas, sanduíches com refrigerantes,

chocolates e ainda responderam que comem frutas ou suco, como se observa

nessas respostas:

“salgado com refrigerante” (Aluno I)

“pão com hambúrguer, sanduíches, suco, refrigerante”(Aluno II)

49

“salgado com suco” (Aluno III)

“salgado, bolacha recheada e chocolate” (Aluno VI)

“fruta” (Aluno VII)

“suco com bolacha” (Aluno XII)

Fica evidente nas respostas dos alunos, uma maior prevalência no

consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e com alta densidade

energética. Os alunos da rede de ensino particular apresentaram maior preferência

pelo consumo de salgadinhos, sanduíches, biscoitos recheados, chocolate e

refrigerantes. Já os alunos da rede de ensino público consomem mais suco e

bolachas.

O lanche que é oferecido pelas escolas na hora do recreio tem sido alvo

de grandes preocupações dos núcleos gestores, educadores e pais, pois os

mesmos, muitas vezes, não sabem o que servir as crianças nesse horário. As

ofertas do mercado de alimento são muitas, porém, nem sempre são as mais

adequadas para atender às necessidades nutricionais dos escolares (Medeiros et

al., 2011).

As escolas da rede de ensino público oferecem diariamente merenda aos

alunos, já na rede de ensino privado o lanche é oferecido pelas cantinas, que

possuem alimentos industrializados e com alto teor de gorduras saturadas, o que

pode funcionar como um forte fator da prevalência de excesso de peso entre os

escolares das redes de ensino privado que possui maior acesso a esses alimentos e

melhores condições socioeconômicas.

De acordo com Caldeira (2008) e Medeiros et at. (2011) o excesso de

peso e a obesidade são mais prevalentes em alunos das redes de ensino privado,

que possuem hábitos alimentares de comer no lanche salgadinhos, refrigerantes,

chocolates, sanduíche e biscoito, que compram nas cantinas das escolas, por

apresentarem melhores condições socioeconômicas.

Ainda foram questionados sobre o consumo de refrigerantes e chocolates,

na alimentação dos alunos, e com qual frequência na semana isso que acontece.

Observou-se que os alunos das escolas públicas e particular consome diariamente

ou pelo menos 1 vez no decorrer da semana, estes alimentos (Tabela 10).

50

Tabela 10: Consumo de refrigerantes e chocolates dos alunos do 8° ano das redes

de ensino público e privado. Iguatu/CE agosto e setembro de 2012.

Escola Pública Escola Particular

Consumo de refrigerantes e chocolates

Valor Absoluto Percentual

(%)

Valor Absoluto Percentual

(%)

Sim 05 100% 08 100%

Não - - - -

Total 05 100% 08 100%

Frequência na semana

Valor Absoluto Percentual

(%)

Valor Absoluto Percentual

(%)

Uma vez 03 60% 03 37,5%

Duas vezes 01 20% 03 37,5%

Três vezes ou mais

01 20% 02 25%

Total 05 100% 08 100%

Fonte: Pesquisa Direta - Realizada nas escolas da rede de ensino público e privada, Iguatu/CE, 2012.

Os resultados deste trabalho apontam um alto consumo de refrigerantes e

chocolates pelos alunos das escolas pública e privada, o que foi semelhante a

outras pesquisas, onde segundo o estudo de Santos et al. (2005) os adolescentes

costumam consumir refrigerante e doce, numa frequência de 4 vezes durante a

semana. Já os adolescentes de Campina Grande-PB, consomem refrigerantes e

doces diariamente (NUNES et al., 2007).

Segundo os autores Nunes, Figueiroa e Alves (2007), observaram em seu

trabalho frequências elevadas de hábitos alimentares não saudáveis, especialmente

em alunos pertencentes às classes econômicas mais elevadas, devido ao consumo

diário de refrigerantes e doces (guloseimas), como podemos observar nos alunos da

rede de ensino privado.

O aumento do consumo de bebidas açucaradas por crianças e

adolescentes é preocupante em muitos países. As crianças e os adolescentes que

costumam ingerir refrigerantes diariamente, estão mais susceptíveis a ter ganho de

peso excessivo (MONTICELLI, 2010).

51

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As mudanças sociais, culturais e econômicas ocorridas no mundo

contemporâneo repercutem diretamente na prevalência e incidência do excesso de

peso e obesidade em crianças e adolescentes. A obesidade apresenta-se como um

grande problema de saúde pública nos países desenvolvidos e em desenvolvimento,

em virtude de suas causas de cunho multifatorial.

O trabalho mostrou que as escolas privadas apresentam maiores índices

de adolescentes com excesso de peso, em ambos os sexos dos alunos quando

comparado com os adolescentes das escolas públicas. Foi observado o nível

socioeconômico e cultural dos pais dos alunos, onde houve diferenças significantes

dos pais dos alunos das escolas privadas por apresentarem maior grau de

escolaridade e renda familiar superior os pais dos alunos das escolas públicas.

O comodismo oferecido pelo mundo moderno possibilitou cada vez mais

os adolescentes a utilizarem aparelhos eletrônicos (televisão, computador e

videogames), que são aparelhos acessíveis a determinadas classes

socioeconômicas, favorecendo um estilo de vida mais sedentária. Verificou que os

alunos da pesquisa, gastam a maioria do seu tempo livre jogando videogame ou

utilizando o computador, e ainda assistindo televisão.

Outro aspecto encontrado está relacionado aos maus hábitos alimentares

dos adolescentes, que omitem refeições importantes como o café da manhã, além

da preferência por alimentos industrializados, salgadinhos, sanduíches, doces e

refrigerantes.

Espera-se que este estudo possa fornecer dados relevantes sobre o

assunto e que possa auxiliar o trabalho dos professores e gestores dessas escolas

no planejamento, formulação e desenvolvimento de ações educativas integradas,

priorizando o envolvimento direto das famílias dentro desse processo, a fim de

prevenir o surgimento desse agravo e reduzir a incidência de suas complicações na

vida adulta, tendo como foco principal os alunos do município.

52

REFERÊNCIAS

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59

APÊNDICES

60

APÊNDICE A- SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO DO COMITÊ ÉTICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE)

Ofício nº DA: Universidade Estadual do Ceará - UECE/ Faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu - FECLI Para: Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará

Iguatu/CE,____de____________2012.

Solicito a autorização de pesquisa da acadêmica do curso de Ciências

Biológicas desta Universidade, Nikaelly Sousa Oliveira, sob orientação da Profª. Dra.

Alana Cecília de Menezes Sobreira, cujo o título é “Excesso de Peso e Obesidade

Infantil em Alunos do Ensino Fundamental de Iguatu/Ce: Contraste entre as

Redes de Ensino Pública e Privada” . Trata-se de um estudo de abordagem

quantitativa, do tipo exploratório de cunho descritivo tendo como objetivo geral:

identificar se existe alunos com excesso de peso e/ou obesidade infantil no Ensino

Fundamental de duas escola de ensino da rede pública (Escola de Ensino

Fundamental Dr. Carlos Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário

Campos) e duas escola da rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista

Ruy Barbosa e Escola Ensino Fundamental Frei Damião), do município de

Iguatu/CE. A coleta dos dados será realizada nos meses de agosto e setembro de

2012. Os dados serão coletados com os alunos do ensino Fundamental das

Escolas: (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos de Gouveia e Centro

Educacional Municipal Padre Januário Campos), de ensino da rede pública e

(Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola Ensino Fundamental Frei

Damião), de ensino da rede de ensino privada, do município de Iguatu/CE. O

instrumento escolhido para a coleta consistirá em um questionário semi-estruturado,

com perguntas objetivas, que abordará os seguintes critérios: idade, série, sexo, tipo

de escola, prática de atividade física, hábitos alimentares, dados antropométricos

(altura e peso) e as características socioeconômicas dos pais, e os alunos poderão

levar o questionário pra casa e responder com os pais. Com a finalidade de deixar o

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE

IGUATU – FECLI CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

61

público alvo ciente dos propósitos da pesquisa, a temática e os objetivos serão

explicitados verbalmente e no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o qual

constará à garantia do pesquisador de que as informações prestadas serão

confidenciais e, não utilizadas sem o conhecimento de qualquer outro das respostas

individuais. A autorização dos participantes será feita mediante a assinatura deste

termo, ficando assegurado o sigilo de sua identidade, obedecendo desta forma à

resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que discorre sobre a pesquisa

envolvendo seres humanos.

Cordialmente ,

_____________________________________________ Profª. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira

Coordenadora do Curso de Biologia da FECLI

62

APÊNDICE B- SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA NA ESCOLA

CENTRO EDUCACIONAL CENECISTA RUY BARBOSA

Ofício nº DA: Universidade Estadual do Ceará - UECE/ Faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu - FECLI Para: Escola Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa

Iguatu/CE,____de____________2012.

Solicito de Vossa Senhoria permissão para Nikaelly Sousa Oliveira, aluna do

VIII período do Curso de Graduação em Ciências Biológicas da UECE/FECLI, sob

orientação da Profª. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira, possa realizar estudo

de pesquisa com os alunos do 7º Ano desta instituição, a fim de coletar dados para

subsidiar seu projeto de pesquisa, intitulado: “Excesso de Peso e Obesidade

Infantil em Alunos do Ensino Fundamental de Iguatu/Ce: Contraste entre as

Redes de Ensino Pública e Privada” tendo como objetivo geral: identificar se existe

alunos com excesso de peso e/ou obesidade infantil no Ensino Fundamental de

duas escola de ensino da rede pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos

Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos) e duas escola da

rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola Ensino

Fundamental Frei Damião), do município de Iguatu/CE.

Faz-se necessário salientar que a aluna solicitará o consentimento dos pais

dos sujeitos envolvido na pesquisa, deixando claro, os princípios éticos e

obedecendo a resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, ficando os

dados coletados para fins exclusivamente científicos. Certos de contarmos com a

colaboração de V. Sa. antecipadamente agradecemos.

Cordialmente,

_____________________________________________________

Profª. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira

Coordenadora do Curso de Biologia da FECLI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE

IGUATU – FECLI CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

63

APÊNDICE C- SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA NA ESCOLA

DE ENSINO FUNDAMENTAL FREI DAMIÃO

Ofício nº DA: Universidade Estadual do Ceará - UECE/ Faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu - FECLI Para: Escola de Ensino Fundamental Frei Damião

Iguatu/CE,____de____________2012.

Solicito de Vossa Senhoria permissão para Nikaelly Sousa Oliveira, aluna do

VIII período do Curso de Graduação em Ciências Biológicas da UECE/FECLI, sob

orientação da Profª. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira, possa realizar estudo

de pesquisa com os alunos do 7º Ano desta instituição, a fim de coletar dados para

subsidiar seu projeto de pesquisa, intitulado: “Excesso de Peso e Obesidade

Infantil em Alunos do Ensino Fundamental de Iguatu/Ce: Contraste entre as

Redes de Ensino Pública e Privada” tendo como objetivo geral: identificar se existe

alunos com excesso de peso e/ou obesidade infantil no Ensino Fundamental de

duas escola de ensino da rede pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos

Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos) e duas escola da

rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola Ensino

Fundamental Frei Damião), do município de Iguatu/CE.

Faz-se necessário salientar que a aluna solicitará o consentimento dos pais

dos sujeitos envolvido na pesquisa, deixando claro, os princípios éticos e

obedecendo a resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, ficando os

dados coletados para fins exclusivamente científicos. Certos de contarmos com a

colaboração de V. Sa. antecipadamente agradecemos.

Cordialmente,

_____________________________________________________

Profª. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira

Coordenadora do Curso de Biologia da FECLI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE

IGUATU – FECLI CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

64

APÊNDICE D - SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA NA ESCOLA

DE ENSINO FUNDAMENTAL DR. CARLOS DE GOUVEIA

Ofício nº DA: Universidade Estadual do Ceará - UECE/ Faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu - FECLI Para: Escola Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa

Iguatu/CE,____de____________2012.

Solicito de Vossa Senhoria permissão para Nikaelly Sousa Oliveira, aluna do

VIII período do Curso de Graduação em Ciências Biológicas da UECE/FECLI, sob

orientação da Profª. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira, possa realizar estudo

de pesquisa com os alunos do 7º Ano desta instituição, a fim de coletar dados para

subsidiar seu projeto de pesquisa, intitulado: “Excesso de Peso e Obesidade

Infantil em Alunos do Ensino Fundamental de Iguatu/Ce: Contraste entre Rede

de Ensino Pública e Privada” tendo como objetivo geral: identificar se existe alunos

com excesso de peso e/ou obesidade infantil no Ensino Fundamental de duas

escola de ensino da rede pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos

Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos) e duas escola da

rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola Ensino

Fundamental Frei Damião), do município de Iguatu/CE.

Faz-se necessário salientar que a aluna solicitará o consentimento dos pais

dos sujeitos envolvido na pesquisa, deixando claro, os princípios éticos e

obedecendo a resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, ficando os

dados coletados para fins exclusivamente científicos. Certos de contarmos com a

colaboração de V. Sa. antecipadamente agradecemos.

Cordialmente,

_____________________________________________________

Profª. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira

Coordenadora do Curso de Biologia da Fecli

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE

IGUATU – FECLI CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

65

APÊNDICE E - SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA NA ESCOLA

CENTRO EDUCACIONAL MUNICIPAL PADRE JANUÁRIO CAMPOS

Ofício nº DA: Universidade Estadual do Ceará - UECE/ Faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu - FECLI Para: Escola Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos

Iguatu/CE,____de____________2012.

Solicito de Vossa Senhoria permissão para Nikaelly Sousa Oliveira, aluna do

VIII período do Curso de Graduação em Ciências Biológicas da UECE/FECLI, sob

orientação da Profª. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira, possa realizar estudo

de pesquisa com os alunos do 7º Ano desta instituição, a fim de coletar dados para

subsidiar seu projeto de pesquisa, intitulado: “Excesso de Peso e Obesidade

Infantil em Alunos do Ensino Fundamental de Iguatu/Ce: Contraste entre as

Redes de Ensino Pública e Privada” tendo como objetivo geral: identificar se existe

alunos com excesso de peso e/ou obesidade infantil no Ensino Fundamental de

duas escola de ensino da rede pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos

Gouveia e Centro Educacional Municipal Padre Januário Campos) e duas escola da

rede de ensino privada (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola Ensino

Fundamental Frei Damião), do município de Iguatu/CE.

Faz-se necessário salientar que a aluna solicitará o consentimento dos pais

dos sujeitos envolvido na pesquisa, deixando claro, os princípios éticos e

obedecendo a resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, ficando os

dados coletados para fins exclusivamente científicos. Certos de contarmos com a

colaboração de V. Sa. antecipadamente agradecemos.

Cordialmente,

_____________________________________________________

Profª. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira

Coordenadora do Curso de Biologia da FECLI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE

IGUATU – FECLI CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

66

APÊNDICE F - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado (a) Sr. (a):

Eu, Nikaelly Sousa Oliveira, acadêmica do VIII semestre do Curso de

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Ceará (UECE),

Faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu (FECLI), sob orientação da

Profª. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira, estou desenvolvendo uma pesquisa

cujo título é “Excesso de Peso e Obesidade Infantil em Alunos do Ensino

Fundamental de Iguatu/Ce: Contraste entre as Redes de Ensino Pública e

Privada” que tem como objetivo geral: identificar se existe alunos com excesso de

peso e/ou obesidade infantil no Ensino Fundamental de duas escola de ensino da

rede pública (Escola de Ensino Fundamental Dr. Carlos Gouveia e Centro

Educacional Municipal Padre Januário Campos) e duas escola da rede de ensino

privada (Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa e Escola Ensino Fundamental

Frei Damião), do município de Iguatu/CE.

Por essa razão, o seu filho (a) está sendo convidado (a) a participar da

pesquisa. Sua participação consistirá em responder em conjunto com o seu filho (a)

a um questionário semi-estruturado, com vinte e cinco questões norteadoras. O tipo

de procedimento apresenta um risco mínimo que será reduzido mediante

esclarecimentos detalhados sobre o intuito e objetivos desta pesquisa. Os benefícios

esperados com o estudo são no sentido de contribuir para a disseminação de

conhecimentos a toda a comunidade acadêmica, principalmente aos gestores das

escolas, professores, visto que esses dados podem contribuir para o

desenvolvimento de estratégias que impacte na situação de saúde desses alunos.

Todas as informações que o (a) Sr. (a) nos fornecer serão utilizadas

somente para esta pesquisa. Suas respostas e dados pessoais serão confidenciais e

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IGUATU – FECLI CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

67

seu nome não aparecerá nas entrevistas e nem quando os resultados forem

apresentados.

A sua participação em qualquer tipo de pesquisa é voluntária. Caso o (a)

Sr. (a) aceite participar, não receberá nenhuma compensação financeira, também

não sofrerá qualquer prejuízo se não aceitar ou se desistir após ter iniciado a

entrevista.

Se o (a) Sr. (a) estiver de acordo em participar deverá preencher e assinar

o Termo de Consentimento Pós-esclarecido que se segue, e receberá uma cópia

deste Termo.

TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o (a) Sr. (a)

__________________________, portador(a) da cédula de identidade

__________________________, declara que, após leitura minuciosa do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, teve oportunidade de fazer perguntas,

esclarecer dúvidas que foram devidamente explicadas pelo pesquisador, ciente dos

serviços e procedimentos aos quais será submetido e, não restando quaisquer

dúvidas a respeito do lido e explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO em participar voluntariamente desta pesquisa.

E, por estar de acordo, assina o presente termo.

Iguatu - Ce, _______ de ________________ de 2012.

__________________________________________

Assinatura do participante

__________________________________________

Assinatura do Pesquisador

_______________________________________________

Profª. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira

Coordenadora do Curso de Biologia da Fecli

68

APÊNDICE G – QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO

Caracterização dos Sujeitos

1. Nome: ____________________________________________________

2. Data de Nascimento:________________

3. Altura: _______________

4. Peso:________________

5. Índice de Massa Corporal - IMC: Peso(kg) = _________

Altura x Altura (cm)

6. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

7. Tipo de escola frequentada pela criança?

( ) Pública ( ) Particular

8. Como você vai para a escola?

( ) Carro ( ) Ônibus ( ) Bicicleta ( ) motocicleta ( ) Caminhando

9. Você realiza aula de atividade física na escola?

( ) Sim ( ) Não Quantas horas por semana? ( ) 1h ( ) 2h ( ) mais de 3h

10. Você prática alguma atividade física fora da escola?

( ) Sim ( ) Não Qual?______________

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IGUATU – FECLI CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

69

Quantas horas por semana? ( ) 1h ( ) 2h ( ) de 3 a 5h ( ) mais que 5h

11. Tipo de moradia:

( ) Casa ( ) Apartamento Escadas? ( ) Sim ( ) Não

12. Tem acesso a:

( ) Computador ? Quantas horas por dia utiliza? ( ) 1h ( ) 2h ( ) 3h ( ) mais de 3

horas

( ) Videogame? Quantas horas por dia utiliza? ( ) 1h ( ) 2h ( ) 3h ( ) mais de 3

horas

( )Televisão? Quantas horas por dia utiliza? ( ) 1h ( ) 2h ( ) 3h ( ) mais de 3 horas

13. Possui irmãos?

( ) Sim ( ) Não Quantos?__________

14. Renda familiar:

( ) menos de 1 salário mínimo

( ) 1 salário mínimo

( ) de 1 a 2 salários mínimos

( ) de 2 a 3 salários mínimos

( ) mais de 3 salários mínimos

15. Escolaridade do pai:

( ) ensino fundamental incompleto

( ) ensino fundamental completo

( ) ensini médio incompleto

( ) ensini médio completo

( ) ensino superior incompleto

( ) ensino superior completo

16. Escolaridade da mãe:

( ) ensino fundamental incompleto

( ) ensino fundamental completo

( ) ensino médio incompleto

70

( ) ensino médio completo

( ) ensino superior incompleto

( ) ensino superior completo

17. Peso do pai:_______ Peso da mãe:_______

18. Altura do pai:_______ Altura da mãe:_______

19. Foi amamentado?

( ) Sim ( ) Não

20. Por quanto tempo aleitamento materno exclusivo?

( ) até 1 mês ( ) até 3 meses ( ) até 6 meses ( ) mais que 6 meses

21. No café da manhã o que você costuma comer?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

22. Na hora do lanche da manhã, o que você costuma comer?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

23. Na hora do almoço, o que você costuma comer?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

24. No lanche da tarde, o que você costuma comer?

71

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

25. Você costuma consumir refrigerantes e chocolates?

( ) Sim ( ) Não

Com qual frequência na semana?

( ) Uma vez ( ) Duas vez ( ) Três vez ou mais

Antecipadamente agradeço pelo apoio na realização do estudo e

asseguro o anonimato dos sujeitos envolvidos no estudo.

IGUATU/CE, ______ de_____________ de 2012

_________________________________________________

Nikaelly Sousa Oliveira

Pesquisador-responsável

_________________________________________________

Profª. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira

Coordenadora do Curso de Biologia da Fecli