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MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROMOTORIA ELEITORAL 1ª Zona Eleitoral de Goiânia
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ ELEITORAL DA 1ª
ZONA ELEITORAL DE GOIÂNIA-GO.
O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, por seus
Promotores Eleitorais signatários, vem, respeitosamente, com fundamento
no art. 127, caput, da Constituição Federal, no art. 73, § 12, da Lei nº
9.504/97 e nos art. 2º e 21 e seguintes, da Resolução nº 23.367/2012,
propor
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL
cumulada com pedido de MEDIDA CAUTELAR
INAUDITA ALTERA PARS
em face:
1) PAULO SÉRGIO POVOA BORGES, brasileiro, Vereador de
Goiânia e candidato à reeleição, com domicílio legal na Câmara
Municipal de Goiânia situada na Avenida Goiás, nº 2001, Setor
Central, nesta capital;
Edifício Sede do MPGO - Rua 23, esq. c/Av. Fued José Sebba, Q. A-6, L. 15/24, sala 148, Jardim Goiás, Goiânia/GO, CEP 74805-100, telefones:(62) 3243 8230 / 3243 8231, e-mail: [email protected] 1
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2) LUIZ FERNANDO SANTANA, brasileiro, Secretário Municipal de
Habitação, domiciliado na referida Secretaria com endereço na
Avenida Atílio Correia Lima, nº 764, Cidade Jardim, nesta capital;
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I – DOS FATOS
O Ministério Público instaurou procedimento
administrativo para apurar a denúncia de que o candidato a Vereador desta
capital, Paulo Borges, teria beneficiado indevidamente com a doação de
casas populares pessoas que trabalham na Secretaria Municipal de
Habitação e em seu gabinete na Câmara Municipal.
Segundo consta, à época em que Paulo Borges era
Secretário Municipal de Habitação, Wendel Rodrigues dos Santos e
Wesley da Costa Teodoro, este funcionário da Câmara Municipal de
Goiânia lotado no gabinete do Vereador Paulo Borges e aquele funcionário
da referida Secretaria, foram contemplados com uma casa no Residencial
Bertim Belchior.
Consta ainda da denúncia que outras quatro pessoas
ligadas a Paulo Borges teriam sido contempladas com a doação de casas
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populares do programa “Minha Casa, Minha Vida”, sendo uma delas o seu
motorista, indicado pelo nome de Alvino Ferreira, e os outros funcionários
da Secretaria Municipal de Habitação.
O Ministério Público requisitou à Câmara Municipal
de Goiânia informações funcionais de Wendel Rodrigues dos Santos,
Wesley da Costa Teodoro e Alvino Ferreira, especialmente o local de
lotação, cargo e vínculo com Poder Legislativo.
Em resposta, a Câmara Municipal de Vereadores
informou que apenas Wesley da Costa Teodoro compõe o seu quadro de
pessoal, ocupando o cargo comissionado de Assessor de Gabinete II, com
lotação no gabinete do Vereador Paulo Borges, percebendo remuneração de
R$ 2.291,18 (dois mil, duzentos e noventa e um reais e dezoito centavos).
No âmbito da Defesa do Patrimônio Público, o
Ministério Público instaurou diversos procedimentos administrativos para
apurar denúncias de irregularidades no programa habitacional “Minha
Casa, Minha Vida”, gerido pela Secretaria Municipal de Habitação à época
em que o requerido Paulo Borges era o seu Secretário.
1. Os procedimentos administrativos nºs
201200125566 e 2011000100003546 tratam da preterição de inscritos no
programa “Minha Casa, Minha Vida”, em benefício de pessoas
“apadrinhadas”.
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2. O procedimento nº 201200003309 refere-se a
doação de casas para pessoas que trabalham na ATTENDE, empresa
contratada pela Secretaria Municipal de Habitação, referindo-se ao uso
político do programa habitacional.
2.1 Solicitou-se à Secretaria Municipal de Habitação a
relação de todos os funcionários contratados pela empresa prestadora de
serviços ATTENDE.
2.2 Confrontando a relação dos funcionários da
ATTENDE com a denúncia, extrai-se que foram contemplados com
programas habitacionais da Secretaria Municipal de Habitação Diego de
Carvalho Peres e Eber Queiroz.
3. Por sua vez, o procedimento administrativo nº
201200239456 fora instaurado para apurar irregularidades na doação de
casas no Residencial Bertim Belchior II em que supostamente os servidores
da Secretaria Municipal de Habitação indicados pelos nomes de Natália
Ferreira, João Bosco, Fernanda, Rodrigo, Thayana e Neide teriam sido
beneficiados.
3.1 Para apurar os fatos, o Ministério Público solicitou
à Secretaria Municipal de Habitação a relação de todos os seus servidores,
bem como dos funcionários contratados pela empresa ATTENDE e a lista
de todas as pessoas contempladas no Residencial Bertim Belchior 01 e 02.
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3.2 Os documentos solicitados foram encaminhados e a
partir do confronto entre eles restou comprovado, sem prejuízo de uma
averiguação mais detalhada, que foram beneficiados com o programa
habitacional “Minha Casa, Minha Vida”, à época em que o requerido Paulo
Borges foi Secretário: 01 (um) servidor da Secretaria Municipal de
Habitação e 02 (dois) funcionários da ATTENDE, conforme indicado
abaixo:
SECRETARIA MUNICIPAL DE HABITAÇÃOServidor/beneficiário Residencial
Wendel Rodrigues dos Santos Bertim Belchior I
ATTENDEFuncionário/beneficiário Residencial
Natália Lopes de Freitas Ferreira Bertim Belchior 02Rodrigo Ribeiro Gonçalves Bertim Belchior 02
No dia 17/09/2012 compareceu à Promotoria de Justiça
Eleitoral o Sr. Antônio Célio da Silva (procedimento administrativo nº
201200484225 em anexo) que relatou a utilização indevida de recursos
públicos em favor da campanha de Paulo Borges. Segundo relatou, no
conjunto habitacional Jardim do Cerrado, o carro de som do Vereador Paulo
Borges estava anunciando que as máquinas da prefeitura estavam ali para
pavimentarem às Ruas e em caso de vitória às benfeitorias continuariam.
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Confira-se na íntegra trecho das declarações de
Antônio Célio da Silva:
“... Que é morador do Residencial Mundo Novo III, nesta capital, próximo ao Bairro Jardim do Cerrado; Que as máquinas começaram o trabalho, entretanto, logo em seguida os trabalhos pararam e todas as máquinas de lá foram retiradas; Que por diversas vezes a prefeitura prometeu a volta das referidas máquinas para a conclusão do asfalto, mas até o momento não haviam, retornado; Que no dia de ontem (16/09/2012) e hoje pela manhã, às vésperas da eleição, começaram a chegar diversas máquinas no local demonstrando que as obras do asfalto retornaram; Que um carro de som, que em outras oportunidades fez propaganda para um candidato a vereador, passou pelas ruas do bairro anunciando que mais máquinas chegariam até o local até quarta-feira (19/09/2012) para a conclusão do asfalto no setor;
E concluiu:
“... Que a aproximadamente 1 mês, pessoas ligadas a Secretaria da Habitação de Goiânia tem buscado os moradores daqueles setores e os levado até a dita secretaria com fim de assinarem uma suposta “pré-escritura” das casas ganhadas a partir do programa “Casa da gente”, doadas a três anos. E, conforme ficou acertado a época tais escrituras deveriam ser entregues somente após 5 anos. Que tais fatos possuem clara intenção eleitoreira; Que acredita e muitas pessoas no setor comentam que foi o candidato a vereador Paulo Borges que conseguiu junto ao prefeito Paulo Garcia o retorno das máquinas para a conclusão das obras, pois já foi visto várias vezes nas redondezas fazendo propaganda eleitoral de porta em porta (...)”. (Grifo nosso).
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II – DA COMPETÊNCIA
A Portaria nº 431/2012 do Tribunal Regional Eleitoral
de Goiás, regulamentando a competência das Zonas Eleitorais para as
eleições de 2012, especificou que a 1ª Zona Eleitoral de Goiânia é
competente para processar e julgar as Ações de Investigações Judiciais
Eleitorais, bem como competente para a totalização e diplomação dos
eleitos e fiscalização da propaganda eleitoral (poder de polícia).
Assim, como a presente ação trata de investigação
judicial para apurar o abuso do poder político por parte do candidato a
Vereador de Goiânia Paulo Borges, não há dúvidas quanto a competência
desta Zona Eleitoral.
III – DO DIREITO
III.1) Do Abuso do Poder Político:
O art. 73, IV da Lei nº 9.504/97, reproduzido no art.
50, IV da Resolução nº 23.370 do TSE, veda a utilização de programas da
administração pública em benefício de candidatura eleitoral. Confira-se
ipsis litteris:Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou
não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade
de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
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IV - fazer ou permitir uso promocional em favor de
candidato, partido político ou coligação, de distribuição
gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou
subvencionados pelo Poder Público;
No caso tratado, o requerido Paulo Borges utilizou
indevidamente o cargo público que ocupava em benefício de sua campanha
eleitoral, contemplando pessoas próximas com programas habitacionais,
inclusive sem preencherem os requisitos exigidos, afetando a igualdade
entre os candidatos no pleito eleitoral que se avizinha.
O requerido Paulo Borges beneficiou indevidamente o
seu assessor parlamentar Wesley da Costa Teodoro com uma casa no
Residencial Bertim Belchior 02, mesmo ele não preenchendo os requisitos
exigidos.
A Câmara Municipal de Goiânia informou que Wesley
possui uma remuneração de R$ 2.291,18 (dois mil duzentos e noventa e um
reais e dezoito centavos), porém, é requisito para participação dos
programas habitacionais uma renda familiar de até R$ 1.600,00 (mil e
seiscentos reais), conforme consta no documento de fls.
Assim, não há dúvidas da participação de Paulo
Borges, Vereador e à época Secretário Municipal de Habitação, em
beneficiar o seu assessor visando, dentre outros motivos ardilosos, angariar
apoio político.
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A doação de casa ao seu assessor não é fato isolado na
gestão de Paulo Borges à frente da Secretaria Municipal de Habitação.
Outras pessoas ligadas à referida Secretaria também foram indevidamente
agraciadas com os programas habitacionais, como é o caso de Wendel
Rodrigues dos Santos, Natália Lopes de Freitas Ferreira e Rodrigo
Ribeiro Gonçalves.
O requerido Paulo Borges afastou-se da Secretaria
Municipal de Habitação e em seu lugar fora nomeado o requerido Luiz
Fernando Santana. Também chegou ao conhecimento do Ministério
Público que Luiz Fernando Santana tem colocado a Secretaria Municipal
de Habitação à disposição ou consentido que Paulo Borges valha de seus
programas para beneficiar sua candidatura.
As primeiras denúncias são do início de 2011 e mais
recentemente, neste ano, intensificaram principalmente no período pré
eleitoral e eleitoral, sendo que o atual Secretário Luiz Fernando
Santana, ex-Chefe de Gabinete de Paulo Borges, ao que tudo indica deu
continuidade à utilização da Secretaria para fins eleitorais.
Assim, as condutas dos requeridos configuram ABUSO
DO PODER POLÍTICO na medida em que eles, na condição de agentes
públicos, estão utilizando a máquina administrativa com o fito de angariar
votos para o primeiro requerido, explorando dos beneficiários os aspectos
materiais, morais e intelectuais.
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Acerca do conceito de abuso do Poder Político deve-se
considerar que ele, em si, é uno e indivisível. As variações que possa
assumir decorrem de sua indeterminação a priori. Sua concretização tantos
podem se dar por ofensa ao processo eleitoral, resultando o
comprometimento da normalidade ou legitimidade das eleições quanto pela
subversão da vontade dos eleitores em sua indevassável esfera de liberdade,
ou pelo comprometimento da igualdade da disputa.
Segundo o douto José Jairo Gomes1 para que ocorra
abuso de poder é necessário que se tenha em mira processo eleitoral futuro
ou que se encontra em marcha.
E conclui o renomado autor:
“o abuso de poder é daninho ao processo eleitoral. O
pleito em que se instala resulta incorrompido, pois impede
que a vontade genuína do eleitor se manifeste nas urnas.
Isso contribui para a formação de representação política
inautêntica, mendaz. Daí a necessidade de dotar o Direito
Eleitoral de instrumento adequado para refrear
eficazmente o uso abuso do poder nas eleições, antes e
durante o período da campanha”.
1 GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 7ª edição. Ed. Atlas, p. 217.
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E ainda adverte: “é propriamente o poder, no exercício
expansivo de suas denominações corrosivas, que precisa ser frenado e
precisa ser contido, parafraseando Fábio Ribeiro”.
Por isso mesmo, ele deve ser reprimido em suas
múltiplas facetas e formas de manifestação, independentemente de sua
origem ser econômica, política, ideológica, social, cultural ou dos meios
de comunicação de massa.
A extensão do abuso do poder político alcança até
mesmo os atos praticados por omissão.
A respeito do abuso do poder político, assentou no TSE
o entendimento de que:
“É condenável por afetar a legitimidade e normalidade dos
pleitos e também, por violar o princípio da isonomia, entre
os concorrentes, amplamente assegurado na Constituição
da República” (TSE nº 718/DF, DJ 17 de junho de 2005).
Impende ressaltar que a proibição é de que candidato,
partido político ou coligação distribuam gratuitamente serviços de caráter
social, custeados ou subvencionados pelo Poder Público.
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Ora, os representados nada mais estão fazendo do que
utilizando-se do programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”, que
possui caráter social, para promoverem a candidatura de Paulo Borges,
ferindo de morte a isonomia que deve permear as campanhas e imperar
entre os candidatos.
Saliente-se que a conduta dos requeridos é tão grave
que também se enquadram diretamente no tipo descrito no art. 11, caput e
inciso I da Lei de Improbidade Administrativa, uma vez que ao praticarem
atos proibidos por lei, violaram flagrantemente os princípios da
moralidade, impessoalidade e eficiência.
III.4) Das Sanções:
O art. 1º, inciso I, alínea “h” da Lei Complementar
64/90 dispõe que, verbis:
Art. 1º São inelegíveis:
I - para qualquer cargo:
h) os detentores de cargo na administração pública direta,
indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a
terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que
forem condenados em decisão transitada em julgado ou
proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na
qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como
para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
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Assim, por serem agentes públicos e por terem
praticado abuso do poder político, os requeridos devem ser sancionados
com a declaração de inelegibilidade de que trata o art. 1º, I, “h” da LC
64/90.
IV – DA MEDIDA CAUTELAR:
Para efetividade da prestação jurisdicional aqui
pleiteada, afigura-se imperiosa a concessão de liminar/cautelar consistente
no afastamento do Secretário Municipal de Habitação LUIZO
FERNANDO SANTANA do seu cargo.
A concessão de medida de caráter cautelar requer a
comprovação dos requisitos do periculum in mora e do fumus boni iuris.
No caso em tela, o fumus boni iuris resulta da violação das
regras do processo eleitoral que assegura a igualdade na disputa entre os
candidatos e veda a utilização da máquina administrativa em benefício de um ou
outro candidato.
O fundado receio de dano irreparável ou de difícil
reparação também se encontra presente, eis que o comportamento do requerido é
inconcebível para ocupar um cargo tão importante e de uma área tão sensível
quanto a Secretaria Municipal de Habitação.
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O periculum in mora resulta da necessidade de se obstar a
utilização da administração pública pelos requeridos em prol da candidatura do
requerido Paulo Borges evitando-se, consequentemente, o desequilíbrio na
paridade do processo eleitoral.
Diante do acervo probatório ora juntado, a verossimilhança
das alegações do Parquet salta aos olhos, o que atende, com sobras, aos
requisitos para concessão da medida liminar.
Enfim, caso LUIZ FERNANDO SANTANA
permaneça no cargo de Secretário Municipal de Habitação poderá a
Secretaria continuar disposta em beneficiar o candidato PAULO
BORGES, quebrando a isonomia no processo eleitoral e a isenção da
administração pública.
Ademais, em conformidade com o art. 273, § 7º, c/c
arts. 798 e 799 do Código de Processo Civil, Vossa Excelência pode se
valer do poder geral de cautela para afastar LUIZ FERNANDO
SANTANA do cargo de Secretário Municipal de Habitação, forte nos
fundamentos fáticos fáticos e jurídicos esgrimidos à exaustão nesta petição
inicial.
Para tanto, para que o afastamento do requerido não se
configure como uma espécie de “férias”, invoca-se, por pertinente e
mutatis mutandis, a aplicação da Súmula n.º 1, de 09/06/2010, do
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Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, tudo para que LUIZ
FERNANDO SANTANA receba tão-somente 70% de sua remuneração
enquanto permanecer afastado da Secretaria Municipal de Habitação.
Confira-se o teor do verbete sumular ora invocado:
SÚMULA Nº 1, DE 09 DE JUNHO DE 2010: “Admite-se a penhora eletrônica de verba salarial na conta corrente do devedor, cujo bloqueio não deve ultrapassar o limite percentual de 30% (trinta por cento).”2
Assim, necessário a concessão da medida cautelar para
determinar o afastamento do Secretário Municipal de Habitação, Luiz Fernando
Santana, até às eleições.
V – DOS PEDIDOS:
Ante o exposto, o Ministério Público Eleitoral
requer:
1 - liminarmente, em razão da urgência e por estar
constatada a existência do periculum in mora e do fumus
boni iuris, o deferimento da medida cautelar inaudita
altera pars, determinando o afastamento do Secretário
Municipal de Habitação e requerido Luiz Fernando Santana,
até às eleições, sob pena do pagamento de multa diária pelo
2 Resultante da Uniformização da Jurisprudência nº 72-0/233 (200902149703), da Comarca de Goiânia, aprovada à unanimidade de votos em sessão ordinária administrativa da Corte Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás realizada em 09/06/2010 e publicada no DJe 597, de 14/06/2010.
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descumprimento, nos termos do § 4º, do art. 73, da Lei
9504/97, e do art. 23, inc. II, da Resolução TSE nº
23.367/2012;
2 – a juntada da documentação anexa, inclusive com CD
contendo vídeo gravado pelo Sr. Antônio Célio da Silva;
2 – a intimação do chefe do Poder Executivo do Município de
Goiânia para dar cumprimento ao determinado no provimento
liminar;
3 – a observância do rito previsto no art. 22 da Lei
Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, conforme
prevê o § 12 do art. 73 da Lei nº 9.504/97, e art. 21 da
Resolução TSE nº 23.367/2012;
4 - a notificação dos requeridos para, querendo,
apresentarem defesa no prazo legal;
5 a procedência da ação para declarar os requeridos
Paulo Borges e Luiz Fernando Santana inelegíveis, bem
como sujeitá-los na pena de multa prevista na Lei das
Eleições;
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O Ministério Público ainda protesta provar por
todos os meios de prova em direito admitidas, oportunidade em que
apresenta o rol de testemunhas.
Goiânia, 24 de setembro de 2012.
VILLIS MARRA SAULO DE CASTRO BEZERRAPromotora Eleitoral Promotor Eleitoral
ALICE DE ALMEIDA FREIREPromotora Eleitoral
ROL DE TESTEMUNHA:
1. Antônio Célio da Silva, qualificado nos autos (PA nº 201200484225)
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